Hoje Macau 13 MAI 2014 #3087

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HOJE MACAU

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

TERÇA-FEIRA 13 DE MAIO DE 2014 • ANO XIII • Nº 3087

hojemacau

Doente com cancro um mês nas urgências por falta de camas

A SAÚDE ESTÁ DOENTE A falta de condições no hospital público atingiu um novo limite.

Comissários riscam mas não mandam

Um prédio que poderá vir a ser classificado acabou por ser parcialmente demolido devido a uma confusão de papéis na Direcção de Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Agora criou-se um mecanismo a ver se isto não se repete.

VASCO FONG E HO VENG ON bem podem aconselhar mas os seus relatórios não são vinculativos. O Governo garante que há um “grande respeito” por eles e pouco mais.

SOCIEDADE PÁGINA 5 PUB

POLÍTICA PÁGINA 3

OPINIÃO

A VINDA DE CAVACO E DE BARRETO POR SÉRGIO DE ALMEIDA CORREIA E CARLOS MORAIS JOSÉ PÁGINAS 18 E 19

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

Demolição Grande confusão nas Obras Públicas

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PÁGINA 7

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VISITA

hoje macau terça-feira 13.5.2014

LUSA

CAVACO SILVA JÁ CHEGOU A XANGAI

Portugal orienta-se Passava meia hora das 15 horas quando Cavaco Silva e a sua comitiva chegaram ao aeroporto de Pudong, depois de uma escala no Dubai. O primeiro encontro é com o homem forte da empresa que comprou a Caixa Seguros

C

OMEÇOU ontem a visita oficial de Aníbal Cavaco Silva à China, a qual terá a duração de uma semana e começa com um périplo em Xangai. Segundo a agência Lusa, o avião que transportou Cavaco Silva e a sua comitiva aterrou cerca das 15h30 no aeroporto de Pudong, um dos dois aeroportos internacionais de Xangai, a 45 quilómetros do centro da cidade. A viagem, com escala no Dubai, demorou cerca de 16 horas.

O programa oficial de Cavaco Silva na China começa hoje durante a manhã com um encontro com empresários chineses, onde

PIRES DE LIMA DEFENDE FORTALECIMENTO DAS RELAÇÕES COM A CHINA

O imenso potencial para investimento na Europa”, acrescentou.

Em declarações aos jornalistas junto ao hotel onde está instalada a comitiva presidencial, Pires de Lima definiu também a China como “um mercado que Portugal tem vindo paulatinamente a descobrir”.

Pelas contas portuguesas, referidas pelo ministro, no ano passado, as exportações portuguesas somaram 650 milhões de euros e nos dois primeiros meses de 2014 aumentaram 45%.

Segundo a Administração-geral das Alfândegas Chinesas, que contabiliza as importações do país pela origem dos produtos e não pelo local por onde eventualmente transitaram, em 2012, as exportações portuguesas para a China já ultrapassaram os mil milhões de euros.

Pelas contas chinesas, em

2013, as exportações de Portugal para a China caíram 10%, devido sobretudo à diminuição das vendas da Autoeuropa, mas voltaram a crescer no primeiro trimestre deste LUSA

O

ministro português da Economia, Pires de Lima, defendeu ontem “o fortalecimento” das relações com a China, apontando aquele país como “um mercado com enorme potencial” para as exportações portuguesas.

“Há uma agenda exportadora portuguesa que tem um enorme potencial aqui na China”, disse Pires de Lima em Xangai, onde chegou ontem à tarde (hora local), integrado na comitiva do presidente Cavaco Silva. “Esta visita tem um cunho muito empresarial. É, sem duvida, uma viagem de enorme potencial”, afirmou o ministro da Economia.

“Nos últimos anos, quando muitos duvidavam da nossa credibilidade, a China foi um dos principais países a investir em Portugal”, sublinhou Pires de Lima, acrescentando que o país “é uma potência com enorme crescimento”.

“Interessa-nos fortalecer as relações com a China. É muito importante que a China veja em Portugal um parceiro fiável

se inclui Gao Guangchang, presidente do Fosun, grupo que, em Janeiro, ganhou o concurso para a privatização da Caixa Seguros, empresa do grupo estatal Caixa Geral de Depósitos.

Ainda na manhã de hoje, Cavaco Silva irá encontrar-se com Yang Xiong, presidente do governo municipal de Xangai.

A permanência em Xangai do Presidente da República será curta, uma vez que amanhã Cavaco Silva já estará em Pequim, onde vai encontrar-se com o seu homólogo chinês Xi Jinping.

No fim-de-semana a viagem termina na RAEM, onde irá decorrer um encontro com a

ano (4,75%), para 337,8 milhões de dólares.

Pires de Lima, que se encontra pela primeira vez na China, adiantou que a visita de Cavaco Silva

comunidade portuguesa na Torre de Macau.

Segundo a Rádio Macau, quem estiver interessado em participar no evento, agendado para as 18h30, terá de levantar os convites nas instalações do consulado. Vítor Sereno explicou que cada pessoa terá direito a dois convites, por uma “questão de controlo de segurança”.

Segundo a agência Lusa, a viagem de Cavaco Silva não passou despercebida à imprensa local, que também destacou outros assuntos, como a assinatura de um acordo pelo governo chinês para a construção de uma linha de caminho de ferro em África.

“A China assina um acordo de 3,8 mil milhões de dólares para caminho de ferro africano”, dizia a manchete do Shanghai Daily, o jornal oficial de língua inglesa da cidade. O acordo foi assinado no Quénia com a presença do primeiro -ministro chinês, Li Keqiang, um dos membros da nova liderança chinesa que Cavaco Silva irá encontrar durante a viagem à China.

servirá também para “dar nota do que Portugal vai fazer” no domínio das privatizações, nomeadamente na sector dos transportes.

Em 2012, duas grandes empresas estatais chinesas - a China Three Gorges e China State Grid - pagaram ao Estado português mais de três mil milhões de euros pela entrada no capital da EDP e da REN.

POLÍTICA

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JOANA FREITAS

joana.freitas@hojemacau.com.mo

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OSÉ Chu garante que há um grande respeito pelos relatórios do Comissariado de Auditoria e do Comissariado contra a Corrupção, mas, na explicação, o director dos Serviços para a Administração e Função Pública (SAFP) mostra novamente que as recomendações dos dois organismos não são vinculativas.

Numa resposta enviada ao deputado Ho Ion Sang, que interpelou o Governo em Fevereiro deste ano, José Chu frisa que “os trabalhos [dos comissariados] são importantes e têm colaborado activamente na fiscalização”.

Contudo, no documento, a que o HM teve acesso, é dito apenas que “existe um regime que determina que são obrigados a dar importância e a responder às opiniões”, mas nada mais do que isso.

“O órgão recomendado deve responder de forma fundamentada. (...) Se uma recomendação sua não for aceite sem motivo ponderoso, o CCAC pode expor o caso ao superior hierárquico e uma vez esgotada a via hierárquica, deve comunicar, com a maior brevidade possível, a situação ao Chefe do Executivo.”

A lei permite, portanto, que os departamentos da Administração respondam e acompanhem as recomendações, sendo que os serviços públicos, diz José Chu, acabam por anunciar medidas de acompanhamento. A utilidade dos relatórios é enaltecida pelo director dos SAFP, que frisa que estes ajudam “a melhorar a gestão e fiscalização” e que garantem que a lei seja cumprida.

CONSELHEIROS DO GOVERNO

A questão de as recomendações dos comissariados não serem vinculativas – ou seja, obrigatórias – levanta alguma questão na sociedade. Para um especialista na área do Direito administrativo, contactado pelo HM, essa situação é “um pau de dois bicos”. Isto, porque, explica, “é bom que existam os relatórios e que sejam tornados públicos, porque, ao menos, sabemos o que se passa de mal nos serviços públicos”. Por outro lado, acrescenta o especialista – que pediu anonimato – “os organismos podem ou não seguir as recomendações e já aconteceu que neguem veementemente algo que lhes é apontado como estando mal”.

Se isso, acontecer, diz, não há qualquer obrigação a mudanças. “Isso já aconteceu”, acrescenta, “e é mau que, às vezes, sejam completamente ignorados, até porque, em caso de discordância, acaba sempre por ser o Chefe do Executivo a decidir.”

Já para Bill Chou, professor de Ciência Política na Universidade de Macau, a forma como os comissariados actuam e as suas recomendações são seguidas não pode ser diferente.

Vasco Fong

Ho Veng On

RELATÓRIOS DOS COMISSARIADOS NÃO SÃO VINCULATIVOS, DIZEM ACADÉMICOS

“Conselheiros” e nada mais

O trabalho dos comissariados é respeitado, diz José Chu, mas não há na lei regras que obriguem os departamentos do Governo a implementar as recomendações ou a concordar com o que dizem. Para académicos contactados pelo HM é impossível que o CCAC e o CA venham a ter mais peso. Para outros, deviam “É impossível serem obrigatórios, até porque os comissários são apontados pelo Chefe do Executivo, tudo tem sempre de passar por ele”, diz ao HM. “Eles não têm poder legislativo ou judicial.

Seguir as suas recomendações é impossível, na teoria.”

Da opinião do académico partilha também Larry So, professor da Escola de Administração Pública do Instituto Politécnico de Macau (IPM). “Que o Governo devia seguir as recomendações, devia. Mas é impossível”, disse o sociólogo ao HM, evocando as mesmas razões que o colega.

So diz que as recomendações podem ser obrigatórias, desde que as decisões superiores assim o indiquem. Mas, indica, é impossível que assim se tornem.

“Basicamente, servem como conselheiros, auxiliam os de-

partamentos”, indica Larry So, reiterando que as recomendações deveriam, contudo, ser seguidas.

Numa entrevista ao HM, em Janeiro, Vasco Fong, comissário contra a corrupção, reconheceu que uma parte da população duvida da eficácia dos relatórios emitidos pelo CCAC, mas disse acreditar que a maior parte dos serviços públicos tem uma boa atitude em relação aos mesmos. Fong disse inclusive que a desactualização das leis dificultava o trabalho.

O comissário concordou com os académicos, referindo que as

recomendações do CCAC têm uma natureza diferente das decisões judiciais, e que, por isso, é impossível colocá-las no mesmo prato da balança. “É importante ter a noção de que quem fiscaliza nunca poderá substituir quem é fiscalizado”, disse na altura.

CURSOS PARA MELHORAR

Na resposta ao deputado Ho Ion Sang – que quis saber precisamente o que acontece com todas as recomendações do CCAC -, José Chu diz ainda que a existência de cursos na Administração é preci-

“É impossível serem obrigatórios, até porque os comissários são apontados pelo Chefe do Executivo, tudo tem sempre de passar por ele” BILL CHOU

samente para evitar que haja erros na aplicação do Direito.

Além do Programa de Formação de Direito para os Funcionários Públicos, há outros. “A Administração, desde Setembro de 2013, começou a organizar o Programa de Formação de Respeito e Obediência pela Legalidade Administrativa, para reforçar os conhecimentos jurídicos dos trabalhadores.”

Chu garante que a ideia com estes programas é que os dirigentes revejam os procedimentos de funcionamento dos seus serviços. Recentemente, recorde-se, um destes cursos na Direcção de Coordenação e Inspecção de Jogos levantou polémica por ser obrigatório para todos os funcionários, algo que não será legal. O organismo ainda não respondeu ao HM sobre o sucedido.

4 política

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FUNÇÃO PÚBLICA COUTINHO FALA DE “CONLUIO” ENTRE DEPUTADOS E GOVERNO SOBRE REGIME DE GARANTIAS

LEONOR SÁ MACHADO

leonor.machado@hojemacau.com.mo

J

OSÉ Pereira Coutinho acusou ontem os deputados da 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) – que analisam a proposta de lei do Regime de Garantias dos Titulares do cargo de Chefe do Executivo e dos Principais Cargos após a cessação de funções – de conluio com o Governo. O deputado e outros membros da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) juntaram-se, ontem, à porta da sede do Governo, onde entregaram uma carta a pedir o cancelamento da proposta de lei.

Além de requerer uma maior abrangência do diploma, o presidente da ATFPM considera, que é “muito estranho” não ter havido auscultação pública em relação a esta matéria. Durante a iniciativa, Pereira Coutinho acusou os deputados da segunda comissão de serem “coniventes com a aprovação deste diploma”.

O deputado e presidente da

TIAGO ALCÂNTARA

Liberdade, igualdade e consulta pública

ATFPM “solicita a ponderação e a retirada do projecto de lei apresentada sobre as garantias”, que prevê o aumento das regalias e salários dos actuais membros do Governo. No entanto, Pereira Coutinho não descartou a hipótese de aprovação da lei, caso esta

abrangesse todos os trabalhadores da função pública e não apenas os altos cargos. Isto porque acredita que “toda a função pública deve ser tratada de igual forma”.

Sobre o cancelamento, Pereira Coutinho disse que “é melhor retirar” a proposta de lei de cima

LEI DE GARANTIA DE CRÉDITOS EMERGENTES DO TRABALHO ADMITIDA

Todos incluídos, até os TNR JOANA FREITAS

joana.freitas@hojemacau.com.mo

J

Á foi admitida na Assembleia Legislativa (AL) a nova proposta de Lei de Garantia de Créditos Emergentes das Relações de Trabalho. A ideia partiu do Executivo, que assegura que o objectivo é proteger mais os trabalhadores.

De acordo com a página oficial da AL, a proposta de lei – apresentada em Abril – foi admitida pelo presidente da Assembleia, ainda que não haja, para já, data marcada para a análise e votação.

A proposta de lei surge porque, diz o Governo, a actual forma como se processam os créditos laborais não está ajustada ao desenvolvimento de Macau.

De acordo com uma lei de 1993, os encargos com os pagamentos de créditos do trabalho – como salários em dívida, por exemplo – são suportados pelo Fundo de Segurança Social (FSS).

Algo que, diz o Executivo na nota justificativa entregue à AL, já não funciona.

“Essa regulamentação é demasiado sucinta e encontra-se

desfasada das reformas entretanto operadas na legislação do trabalho.”

Com a nova lei nasce um fundo autónomo, cujo montante inicialmente injectado vai ser de 160 milhões de patacas, e outras

novidades, que a actual lei não prevê. “É necessário regular a matéria de forma mais actualizada e detalhada, estabelecendo limites à garantia, quer em função do montante, quer em função da data de constituição do crédito. Os benefícios vão ser estendidos aos trabalhadores não-residentes.”

Os montantes máximos a que cada trabalhador tem direito vão ser fixados por regulamento administrativo, sendo que os valores são devolvidos pelo trabalhador, assim que este receba de quem lhe deve.

O requerimento para que sejam pagos os créditos deve partir do trabalhador, que, independentemente de um eventual processo judicial, pode pedir ao novo fundo o adiantamento de uma quantia. A decisão do pagamento está nas mãos da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, que trata, actualmente, de conflitos entre patrões e empregados neste âmbito.

A proposta de lei chega, agora, à AL e terá de passar primeiro na generalidade e depois na especialidade, antes de entrar em vigor.

da mesa e “deixar que o próximo elenco governamental decida” a sua eventual discussão.

Para Pereira Coutinho, a aprovação desta lei está dependente do facto dos cidadãos da RAEM quererem, ou não, “que os titulares dos principais cargos” sejam beneficia-

dos com base no seu “desempenho dos últimos 15 anos”. Contudo, Pereira Coutinho discorda da aprovação se a população considerar que os trabalhadores não merecem os aumentos e regalias, porque “trabalham pouco”, não são “eficientes” ou “não assumem responsabilidades”. Para ilustrar esta questão, o deputado referiu, novamente, a atribuição de 10 campas perpétuas no cemitério de São Miguel Arcanjo.

O deputado afirmou, ainda, que “é preciso dar satisfação à população”, considerando que “este é um assunto de erário público”, mais uma vez insistindo na necessidade de auscultação social.

Para o deputado, este diploma que prevê o pagamento de compensações ao Chefe do Executivo ou a Secretários quando estes cessem funções -, é “imoral”, permitindo que, “em vésperas de deixarem os cargos” os altos cargos do Governo beneficiem “de compensações milionárias” e aumentos salariais “na ordem dos 16%”.

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA JULIANA DEVOY DIZ QUE MACAU ESTÁ A “ANDAR PARA TRÁS”

Valeu a pena

J

ULIANA Devoy sente que a sua viagem a Genebra “valeu a pena”, apenas pelo facto de ter ouvido o Comité para os Direitos Económicos, Sociais e Culturais da Organização das Nações Unidas (ONU) dizer que a actual proposta de lei contra a violência doméstica não é apropriada a Macau.

Em declarações ao HM, a directora do Centro do Bom Pastor, que lida com vítimas de violência doméstica há mais de 20 anos,

diz ainda que ficou no ar uma promessa que a satisfaz bastante. “Como tinha dito, antes da reunião com a ONU tive a oportunidade de falar com uma especialista portuguesa membro do Comité. Ela entendeu o problema da violência doméstica em Macau perfeitamente e disse mesmo que parecia que Macau estava a andar para trás face a este assunto”, disse Devoy ao HM. A especialista terá prometido a Juliana Devoy falar sobre a violência doméstica no frente-a-frente com a ONU e, conforme noticiado ontem pelo HM, isso aconteceu. Também ontem, uma reportagem sobre a violência doméstica no jornal Ou Mun dava conta que a Associação Geral das Mulheres de Macau defende a necessidade de tornar a violência doméstica um crime público.

Recorde-se que Juliana Devoy foi a Genebra representar a Aliança Anti-Violência Doméstica de Macau e conseguiu ser uma das organizações não-governamentais a falar com o Comité. - J.F.

SOCIEDADE

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“Este edifício esteve bastante tempo em mau estado de conservação e parte da cobertura desmoronou em 2006 (...) e foi classificado como edifício em mau estado de conservação” “Se os resultados da análise preliminar apontarem que este edifício reúne condições para ser integrado nos edifícios classificados, será realizada [essa classificação] e preservação de acordo com a Lei de Salvaguarda do Património” JAIME CARION

JOANA FREITAS

joana.freitas@hojemacau.com.mo

O

prédio que foi erradamente demolido na Rua da Barca integrava a lista dos edifícios em mau estado de conservação desde 2006 e terá sido isso que motivou a demolição de um piso, algo que não deveria ter acontecido. Numa resposta à deputada Melinda Chan a que o HM teve acesso, o Executivo explica que estava em causa a segurança pública e que as informações sobre o mau estado do prédio e a necessidade de conservação do mesmo estavam em diferentes documentos.

“Os fiscais da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas (DSSOPT) foram à Rua da Barca, avaliar a situação edifício, foi aberto um processo (...) e exigido ao seu proprietário para proceder à reparação ou remoção da parte danifi-

DESCOORDENAÇÃO NA DSSOPT ORIGINOU DEMOLIÇÃO NA RUA DA BARCA

Funcionários aos papéis

A demolição parcial de um prédio, que poderá vir a ser classificado, foi devida à existência de duas informações diferentes sobre o mesmo edifício, explica a DSSOPT. Agora há mais um mecanismo de coordenação no organismo, para ver se isto não acontece outra vez cada da cobertura” começa por explicar Jaime Carion, director da DSSOPT. “Este edifício esteve bastante tempo em mau estado de conservação e parte da cobertura desmoronou em 2006 (...) e foi classificado como edifício em mau estado de conservação.”

O problema é que estas informações foram colocadas num documento que indicava que o prédio tinha um número diferente do que o que estava no documento

ditava a necessidade de conservação do edifício, sugerida pelo Instituto Cultural (IC).

CRIADO “MECANISMO DE COORDENAÇÃO INTERNA”

Na resposta à deputada, Carion diz que o proprietário ainda chegou a reparar a fachada do prédio, mas não o interior, “que continuou bastante degradado”, pelo que o seu pedido de demolição foi deferido pela DSSOPT “de forma a

eliminar o perigo contra a segurança pública”. Carion recorda que o prédio não estava numa zona classificada como património.

O proprietário do edifício terá recebido das mãos da DSSOPT a planta de alinhamento onde era referida a obrigatoriedade de preservação, mas as informações constantes nesta planta não foram integradas no processo aberto em 2006.

Por causa do incidente, a DSSOPT “criou um me-

canismo de coordenação interna”, para evitar, diz Carion, repetições destes incidentes. “Na apreciação de pedidos de demolição de edifícios, será primeiro averiguado se foi ou não já emitida uma planta de alinhamento do terreno”, diz Carion, que acrescenta que o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, a Conservatória do Registo Predial e a Direcção dos Serviços de Cartografia e Cadastro vão proceder

conjuntamente ao acompanhamento destas situações.

A PRESERVAR OU NÃO?

Ainda não há decisão sobre se o prédio tem ou não valor histórico, pelo que não se aplica a obrigatoriedade de conservar e restaurar o edifício. O director da DSSOPT indica a Melinda Chan que, actualmente, o IC ainda está a “analisar minuciosamente” os dados recolhidos quando se instalou a polémica.

Carion, recorde-se, estava de férias quando foi dada a autorização da demolição.

“Se os resultados da análise preliminar apontarem que este edifício reúne condições para ser integrado nos edifícios classificados, será realizada [essa classificação] e preservação de acordo com a Lei de Salvaguarda do Património”, explica o responsável. Recorde-se que a lei prevê que sejam os proprietários dos edifícios os responsáveis pela sua manutenção, podendo estes, contudo, pedir ajuda financeira ao IC.

6 sociedade

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“Temos cerca de 17 mil pessoas dependentes deste serviço e se este terminar vai ser uma dor de cabeça. Será desastroso para muitas famílias e para Macau inteiro...”

JÕAO MANUEL AMBRÓSIO

andreia.silva@hojemacau.com.mo

O

centro de transporte de doentes da Cruz Vermelha de Macau (CVM) terá de deixar até ao final do ano as actuais instalações na zona da meia laranja, propriedade da Santa Casa da Misericórdia (SCM), mas ainda não há planos para um local definitivo. A solução, provisória, passa por fazer obras no terreno baldio na Taipa, como confirmou ao HM João Manuel Ambrósio, secretário-geral da CVM. “Ainda estamos a ponderar. Há na Taipa um terreno baldio que o proprietário nos pode ceder, mas há necessidade de obras com um montante elevado. Mesmo que consigamos encontrar um local terá de ser adaptado, para que não haja

CRUZ VERMELHA CENTRO DE TRANSPORTE PODERÁ SER NA TAIPA

Doentes na corda bamba João Manuel Ambrósio confirma que um terreno baldio na Taipa poderá servir para acolher o novo centro de transportes de doentes, mas não será um local definitivo, uma vez que o terreno não está destinado para este fim um contágio de doenças. Temos de resolver este problema”, disse João Manuel Ambrósio.

A solução é provisória porque o terreno foi cedido pelo Governo por via do arrendamento. “A finalidade para a qual vamos utilizar

IC subsidia estudos nas áreas das artes e da cultura

O

Governo anunciou ontem que vai fornecer apoio financeiro a residentes de Macau que pretendam prosseguir os estudos nas áreas das artes e da cultura fora da RAEM. O valor atribuído varia de acordo com o nível e o local de estudo dos requerentes. As inscrições para a obtenção deste apoio decorrem entre os dias 19 de Junho e 2 de Julho deste ano.

A gestão e atribuição deste financiamento ficará a cargo do Instituto Cultural (IC) e vai abranger os residentes que já tenham sido admitidos em programas académicos de bacharelato ou mestrado em instituições de ensino superior no estrangeiro. O programa de financiamento inclui alunos das áreas de investigação e salvaguarda do património cultural, artes performativas, literatura, artes visuais, cinema e vídeo, design, banda desenhada e animação, administração das artes, estudos culturais e ensino nesta área. A obtenção do subsídio de apoio não permite, contudo, que os residentes recebam outros apoios financeiros ou bolsas de estudo para estas áreas específicas, em simultâneo.

24 milhões para estudo de drenagens

Foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) um despacho que determina a assinatura de contrato com a Consulasia – Consultores de Engenharia e Gestão para a realização do “estudo de melhoramento das redes de drenagem da península de Macau”, o qual custará 23,983 milhões de patacas, sendo paga já este ano uma tranche de quase 12 milhões de patacas à empresa.

as instalações viola o contrato de concessão. Teremos de pedir uma licença às Obras Públicas, e para já o proprietário pediu-nos um projecto (preliminar)”, explicou o secretário-geral da CVM. Caso tenham de ser realizadas

obras no terreno, há necessidade de investir muito dinheiro, como estima João Manuel Ambrósio.

“Ainda não há uma estimativa do orçamento que será necessário, mas serão obras com um montante muito elevado. Mas poderemos

pedir um subsídio ao Governo para construir instalações provisórias. É uma necessidade para Macau”, disse o secretário-geral da CVM. Questionado sobre a existência do risco do serviço de transporte de doentes chegar ao fim, João Manuel Ambrósio afirma claramente que “não podemos acabar com este serviço. Temos cerca de 17 mil pessoas dependentes deste serviço e se este terminar vai ser uma dor de cabeça.

Será desastroso para muitas famílias e para Macau inteiro, porque temos doentes a fazer hemodiálise, pessoas com deficiência e com doenças infecto-contagiosas. Os táxis e outros transportes não estão adaptados”, afirmou o secretário-geral.

A saída da CVM das instalações da SCM na zona da meia laranja prende-se com a abertura de uma nova creche desta instituição social.

NG KUOK CHEONG E CHEN YUK EXIGEM MAIS SEGURANÇA PARA PEÕES

Passadeiras assassinas O deputado e membro da Associação Novo Macau (ANM), Ng Kuok Cheong, enviou ontem uma interpelação ao Governo sobre a segurança nas passadeiras, que surgiu depois do atropelamento mortal de uma rapariga de 14 anos, na passada sexta-feira, na Rua Ribeira do Patane.

De acordo com a Rádio, o deputado quer que o Governo explique quais têm sido as alegadas melhorias introduzidas na estrada para reforçar a segurança dos peões, requerendo, ainda, informações detalhadas sobre os atropelamentos nas estradas de Macau desde a transição de soberania. A adolescente, que foi atropelada por uma carrinha e consequentemente projectada vários metros, acabou por chegar ao hospital já sem vida.

Também Chen Yuk, porta-voz do Conselho Consultivo do Trânsito, criticou o Executivo por estar a “atrasar” a implementação de medidas de segurança, segundo notícia também da Rádio Macau.

Chen disse, ainda, que uma maior segurança dos peões nas ruas de Macau deveria vir da parte do Governo, com a implementação de novas práticas, acrescenTIAGO ALCÂNTARA

ANDREIA SOFIA SILVA

tando que também é necessário haver uma mudança de mentalidade por parte dos condutores, que não param nas passadeiras. Ng e Chen entendem que deve ser prestada especial atenção à zona do Patane, conhecida como uma das artérias mais complicadas da cidade em termos de trânsito.

Em declarações ao Canal Macau, Chen disse, no passado domingo, que o

Governo está sempre a dizer que não é adequado tomar medidas na zona do Patane.

“Dando a desculpa de que é uma estrada principal, recusa-se a implementar este tipo de medidas, atrasa-as.

Mas, por outro lado, como é uma estrada principal também tem muito trânsito. Se nestes sítios o trânsito está descontrolado, como é que as pessoas vão passar por ali? A passadeira é a protecção dos peões. Quando as passadeiras não garantem a segurança das pessoas, como é que protegemos as nossas vidas?”, questionou Chen Yuk, em declarações transmitidas pelo Canal Macau, citadas pela Rádio.

Segundo o porta-voz do Conselho Consultivo do Trânsito, a polícia está mais atenta mas, remata, continua a faltar uma mudança no comportamento dos condutores, que não param nas passadeiras.

sociedade 7

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HOSPITAL CONDE DE S. JANUÁRIO FALTA DE CAMAS PÕE DOENTE COM CANCRO UM MÊS NAS URGÊNCIAS

“Se morrer não precisa de vir à consulta”

ANDREIA SOFIA SILVA

andreia.silva@hojemacau.com.mo

A

falta de camas no hospital Conde de São Januário levou uma doente idosa com cancro, em fase terminal, a estar cerca de um mês internada no novo serviço de urgência, por não existir uma vaga no serviço de neurocirurgia.

O problema clínico da idosa foi detectado a 12 de Janeiro deste ano no serviço de urgência, tendo os médicos referido que a doente necessitava de ser operada de imediato. O objectivo inicial era realizar a operação no dia 21 do mesmo mês, mas tal acabou por ser adiado para o dia 10 de Fevereiro. Contudo, a necessidade de realização de exames no hospital Kiang Wu acabaria por levar a um segundo adiamento da operação para o dia 3 de Março, data em que foi realizada.

Grande parte desse tempo de espera foi passado nas urgências. “Pedíamos para a levar para outro sítio,

o Conde de São Januário têm capacidade para tratar doenças graves”.

TIAGO ALCÂNTARA

Uma doente com cancro esteve cerca de um mês internada nas novas urgências do hospital Conde de São Januário por não haver camas disponíveis no serviço de neurocirurgia.

O mesmo motivo atirou a mesma doente para os cuidados paliativos do Kiang Wu, que agora quer pôr termo ao internamento

OS CUIDADOS PALIATIVOS NO KIANG WU

mas diziam que não tinham camas”, contouAnita Reis, filha da doente, ao HM. “Não conseguia dormir, com todas as máquinas a fazer barulho, as luzes acesas, e apenas tínhamos duas horas de visita por dia.”

Mesmo nas urgências, e enquanto esperavam pelos resultados dos exames de diagnóstico, a situação estava longe de ser estável.

“Estavam a mandar-nos embora, e diziam que a devíamos levar para casa no Ano Novo Chinês.

Nós perguntámos “e se acontecer alguma coisa?”, ao que nos responderam que ‘Macau é pequeno e uma ambulância pode trazê-la em minutos’. Isso é verdade, mas depois ficamos sete horas à espera nas urgências”, disse Anita Reis.

“Pedíamos para a levar para outro sítio, mas diziam que não tinham camas”(...)

“Não conseguia dormir, com todas as máquinas a fazer barulho, as luzes acesas, e apenas tínhamos duas horas de visita por dia.”

ANITA REIS Filha da doente

Cerca de um mês depois, a doente acabaria por ser transferida para o serviço de neurocirurgia, onde ficou cerca de três semanas até à operação.

Anita Reis considera que a falta de camas no hospital público não é uma “situação aceitável”. “Com todo o dinheiro que há em Macau, em vez de se darem cheques pe-

cuniários, deveria investir-se na saúde e ter mais médicos”, afirma, referindo-se ainda à falta de pessoal no serviço de urgência. “Os médicos estão distantes das pessoas e com quatro enfermeiras a atender 60 camas é impossível ter doentes bem atendidos.” Anita Reis considera ainda que “nem o Kiang Wu nem

R UI FURTADO “DOENTES ONCOLÓGICOS TÊM PRIORIDADE SOBRE TODOS OS OUTROS” Rui Furtado, ex-director do serviço de cirurgia do hospital Conde de São Januário, não quis comentar o caso mas referiu ao HM que, enquanto assumiu funções no serviço público de saúde, todos os doentes oncológicos foram tratados com prioridade ao nível do internamento.

“Se me dizem que um doente está há um mês no serviço de urgência provavelmente tem uma patologia maligna sem possibilidade de tratamento, e necessita de tratamento meramente paliativo, para dar uma qualidade de vida ao doente até ele morrer”, explica o médico.

“Os doentes oncológicos têm prioridade sobre todos os doentes, e não só nos SS de Macau. Podem haver dúvidas no diagnóstico e alguma demora a tratar o doente, mas trata-se de um caso concreto e não quero comentar”, acrescentou

o também presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa.

Rui Furtado ressalva ainda que o grande problema no serviço público não é a falta de camas, mas sim de “pessoal diferenciado. Macau é uma terra rica, com dinheiro faz vinte hospitais se for preciso e arranja 20 mil camas. O que o dinheiro da RAEM não consegue arranjar é pessoal diferenciado.”

O antigo director do serviço de urgências estima dificuldades para o futuro: “Este é um problema que os SS têm conhecimento desde há muito tempo para cá e não o resolveram em devido tempo. Agora é muito complicado, porque demorará pelo menos dez anos, e estou a ser optimista, a arranjar esse pessoal. A não ser que lhes paguem muito bem, mas penso que não estão dispostos a isso”. O HM tentou contactar o hospital, mas não tivemos resposta.

Depois da operação, a idosa acabou por sair do hospital, apesar das suas parcas condições de saúde a nível físico. O hospital marcou consultas, mas as dificuldades de transporte da doente colocaram-se desde o inicio. Anita Reis queixa-se também da forma como foi tratada pelos funcionários. “Ela veio para casa no dia 14 de Março e disseram-nos que precisavam da cama. Depois tínhamos consultas marcadas mas não tínhamos transporte, e do hospital disseram ‘se ela morrer não precisa de vir à consulta’.”

O problema de saúde agudizou-se, o que obrigou a duas idas à urgência, com esperas de quatro e sete horas, respectivamente.

Aí, colocou-se a possibilidade de realização do tratamento de radioterapia no hospital Kiang Wu. Mais uma vez, havia o risco da doente ser transferida para as urgências do Conde de São Januário.

“Para preparar a primeira sessão de radioterapia iria levar entre oito a dez dias. Depois disseram que ela já não ia fazer o tratamento, e que teria de ser levada novamente para o hospital público, para as urgências.

Como é que podíamos mandá-la para as urgências, sabendo que ela não iria ser bem atendida?”, questiona Anita Reis.

O privado acabou por ser a opção. Durante uma semana, a família pagou cerca de três mil patacas por cinco dias de estadia no Kiang Wu. Depois, abriu, finalmente, uma vaga nos cuidados paliativos, sendo que os Serviço de Saúde (SS) têm vindo a cobrir todas as despesas.

Contudo, também no hospital privado é intenção terminar o internamento e enviar a doente para casa, ainda com parte de um cancro inoperável. O HM sabe que a decisão foi comunicada ontem à família numa reunião com médicos e enfermeiros do serviço de cuidados paliativos, que consideram que a doente está “estável”. Numa outra reunião, comunicaram à família que havia muitas pessoas em lista de espera para ter acesso ao mesmo serviço.

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CHINA

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MOODY’S PIB CHINÊS ULTRAPASSARÁ O DOS ESTADOS UNIDOS JÁ ESTE ANO

A importância de ser primeiro Cinco anos antes do previsto, a China atingirá este ano o lugar de primeira economia do mundo, diz a Moody’s

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China deve alcançar o lugar de maior economia do mundo até o fim deste ano, projectou a Moody’s, com base nas estimativas do Programa Internacional de Comparação do Banco Mundial, divulgadas no final de Abril e com números referentes a 2011.

Se a previsão se concretizar, a China terá alcançado a marca cinco antes das previsões dos economistas, lembrou Lúcio Vinhas de Souza, director-gerente e economista-chefe de ratings soberanos da Moodys.

Vinhas de Souza explicou que, baseado na paridade do poder de compra (PPP), as novas estimativas do Banco Mundial sugerem que o Produto Interno Bruto (PIB) da China atingirá US$ 17,9 biliões até o fim de 2014, ante US$ 17,5 biliões dos EUA. Esta é uma diferença em relação aos cálculos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que estima o PIB utilizando níveis de preços e taxas de câmbio actuais. Através desta metodologia, o PIB dos EUA no fim de 2014 é projectado em US$ 17,5 biliões e o da China em US$ 10,0 biliões.

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O economista-chefe da Moody’s explicou que a utilização do PPP, feita pelo Banco Mundial, fornece um dado mais fiel para comparar o tamanho relativo das economias.

Vinhas de Souza explicou que os níveis de preços, especialmente para bens e serviços não negociáveis, isto é, que não sofrem interferências de negociações externas, normalmente são mais elevados em economias com rendimentos mais elevados.

As taxas de câmbio também são influenciadas por factores como a especulação, taxas de juros, intervenção governamental e fluxos de capital entre economias.

O dado divulgado pelo Banco Mundial mostrou que China, Índia, Rússia, Brasil, Indonésia, Arábia Saudita e Turquia, considerados como economias de classe média, representaram 31,6% do PIB global em 2011,

China reciclou cerca de 30% do seu lixo plástico, face os 20% registados em 2010, de acordo com a Associação de Resíduos Plásticos da China, citada pelo jornal Diário do Povo.

No ano passado, o país reciclou 28 milhões de toneladas de plástico, face a apenas 46 milhões de toneladas no período 2006-2010, segundo a associação.

A China é um dos maiores produtores de plástico e o maior mercado de consumo do mundo. Cada ano consome 80 milhões de toneladas de plástico, equivalente a 240 milhões de toneladas de petróleo.

A reciclagem de plástico é considerada uma maneira efectiva de reduzir o uso do petróleo, pois a reciclagem de uma tonelada de plástico pode economizar seis de petróleo, segundo o jornal.

Além de quase 8 milhões de toneladas

O país precisa de se adaptar a um ritmo mais lento de crescimento e continuar tranquilo para um cenário em que analistas prevêem o menor avanço da economia desde 1990 XI JINPING Presidente da China

alta de 9 pontos percentuais sobre o cálculo de 2005.

“A alta no ranking dessas economias emergentes destaca a sua crescente importância económica”, afirmou Vinhas de Souza.

RITMO MAIS LENTO

Isto apesar do líder chinês, Xi Jinping, ter afirmado que o país precisa de se adaptar a um ritmo mais lento de crescimento e continuar tranquilo para um cenário em que analistas prevêem o menor avanço da economia desde 1990.

Segundo a agência Xinhua, o presidente afirmou que o governo deve agir para prevenir riscos e “tomar medidas no momento oportuno para reduzir possíveis efeitos negativos”.

No primeiro trimestre deste ano, a economia chinesa, a segunda maior do mundo, voltou a desacelerar, com avanço de 7,4% no período. Apesar da desaceleração, estimativas apontam que a China pode superar já neste ano os Estados Unidos como a maior economia global.

Violência Reforçada segurança em Pequim

A China aumentou a segurança em sua capital nesta segunda-feira, reforçando patrulhas de polícia e restringindo grandes compras de gasolina, informou a imprensa, após uma série de violentos ataques. A polícia de Pequim despachou pela cidade 150 veículos de patrulhamento armados, nesta segunda-feira, de acordo com a agência Xinhua, “para o combate ao terrorismo de rua e a luta contra violência grave”. A China está mais preocupada com agitações domésticas e militantes islâmicos desde que um carro foi queimado nos arredores da Praça Tiananmen, em Pequim, em Outubro. Em Março, 29 pessoas morreram esfaqueadas numa estação de comboios na cidade de Kunming.

Os veículos de patrulhas, que ficarão estacionados em vias principais, farão a guarda especificamente contra incidentes envolvendo armas, bombas e violência em massa, segundo a Xinhua. O governo chinês também vai exigir que compradores de grandes quantidades de gasolina registem seus nomes e como pretendem usar o combustível, de acordo com informações do jornal Diário do Povo nesta segunda-feira.

China acelera a construção de casas populares

O governo central da China separou 119,3 mil milhões de yuans para acelerar a construção de imóveis de baixo custo este ano. O dinheiro será colocado num fundo constituído em Março para promover a construção de casas a preços acessíveis, segundo um comunicado emitido pelo Ministério de Finanças. O texto afirma que o foco se concentrará em cidades e municípios que dependem de recursos naturais para o desenvolvimento e que possuem um grande número de pequenas empresas. A China está a tentar reduzir a dependência de recursos naturais para crescer à medida que enfrenta sérios problemas de poluição. O governo chinês separou um total de 252 mil milhões de yuans no orçamento deste ano para a construção de casas públicas, mas ainda não está claro se esse fundo representa um gasto adicional no orçamento.

África Oriental China lidera construção da nova linha férrea ECOLOGIA RECICLADO 30% DO LIXO PLÁSTICO

Mudar para sobreviver de lixo plástico importadas do estrangeiro, o sector de reciclagem do país economizou no ano passado 216 milhões de toneladas de fornecimento de petróleo, segundo a mesma fonte.

Apesar dos consideráveis ganhos gerados para o desenvolvimento sustentável, a indústria de reciclagem de plástico causou preocupações pela poluição de ar e água. A reciclagem de baixo nível, como a queima, pode emitir substâncias tóxicas.

Até o momento, a China conta com três mil negócios de reciclagem de diferentes tamanhos e capacidades. Alguns

são grandes empresas com tecnologias avançadas, mas as outras são pequenas oficinas cuja operação pode causar problemas de poluição, indicou Du Huanzheng, presidente da associação durante uma entrevista à Xinhua.

“A indústria deve elevar o nível de referência da administração técnica e meio ambiental, assim como impor uma autodisciplina mais rigorosa”, acrescentou. “A associação está a elaborar um regulamento industrial sobre as qualificações dos negócios de reciclagem, que emitirá no próximo ano”, sublinhou ainda Du.

Foram assinados acordos formais para a construção da nova linha ferroviária no leste de África, que ficará a cargo da China, avança a BBC. O projecto será iniciado com a construção do troço Mombaça/Nairobi e deverá estender-se até ao Ruanda e ao Sudão do Sul, via Uganda. A China financiará 90 % do custo da primeira etapa, num valor de 3,8 mil milhões, e a empreitada será realizada por uma empresa chinesa. O Quénia entrará com 10% do valor total. “Os custos de mobilização de pessoas e mercadorias vão descer drasticamente”, disse o presidente queniano Uhuru Kenyatta. O presidente afirmou que a nova ligação deverá reduzir o custo de transporte de uma tonelada de mercadorias de 20 centavos de dólar por quilómetro, para oito, disse à Reuters.

“Este projecto demonstra que existe uma cooperação igualitária e benefício mútuo entre a China e os países do Leste Africano. A linha de caminho-de-ferro é um factor muito importante para o desenvolvimento das infraestruturas de transporte “, disse o primeiroministro chinês Li Keqiang.

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REGIÃO Índia Derradeira fase de votação da maratona eleitoral

A

derradeira fase de votação para as eleições nacionais na Índia arrancou ontem na cidade santa hindu de Benares, também conhecida por Varanasi, após cinco semanas da ‘maratona’ eleitoral. As sondagens apontam o hindu Narendra Modi, principal candidato do partido da oposição, o Bharatiya Janata Party (BJP), como o favorito para dirigir o destino dos 1.210 milhões de indianos e suceder ao Partido do Congresso da família Gandhi, no poder há dez anos, o qual conta,

este ano, Rahul Gandhi, como aspirante a primeiro-ministro.

As assembleias de votos abriram às 07:00, com filas a formarem-se ainda antes da abertura. O primeiro voto foi depositado numa escola primária do bairro antigo da cidade, indica a agência noticiosa francesa AFP. Mais de 66 milhões de eleitores são chamados a votar em três estados-chave da fase final das eleições, iniciada a 07 de abril.

A contagem dos boletins de voto e o anúncio dos resultados são esperados na sexta-feira.

Presidente da Samsung “estável” após sofrer ataque cardíaco

O

XINJIANG MAIS DE 200 DETIDOS POR ESPALHAR “VÍDEOS TERRORISTAS”

Desligados da corrente

A proibição de ‘downloads’ de vídeos relacionados com terror já tinha sido emitida em Março. A luta contra os separatistas conhece novos capítulos e o número de detidos não pára de aumentar

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polícia chinesa fez mais de 200 detenções ao longo de seis semanas na região do Xianjiang pela “disseminação de “vídeos violentos ou terroristas”, em clima de protestos devido aos ataques em estações ferroviárias, informou ontem a imprensa oficial.

A polícia do Xinjiang – região do noroeste da China de maioria muçulmana atingida frequentemente por tumultos – deteve 232 pessoas que “fizeram circular vídeos promovendo o terrorismo através da Internet e de equipamentos móveis”, escreve o jornal estatal Global Times, que cita um relatório oficial.

A administração de Xinjiang anunciou, no final de Março, a proibição do acto de fazer ‘download’, de salvar ou de disseminar ‘online’ vídeos “relacionados com terror”.

A interdição inclui a difusão de

materiais (no suporte de áudio ou vídeo) “advogando pela violência ou terrorismo, extremismo religioso e separação de grupos étnicos”, de acordo com o Global Times.

As detenções ocorrem depois de uma série de um violentos incidentes ocorridos no interior e fora do Xinjiang, cuja culpa foi atribuída pelas autoridades chinesas aos “separatistas” da região.

No final do mês passado, três pessoas morreram, incluindo dois atacantes, e 79 ficaram feridas num ataque a uma estação ferroviária em Urumqi, capital da região autónoma do Xinjiang, depois de, em Março, se terem registado 29 mortes e 143 feridos num ataque à faca numa estação de comboios na cidade de Kunming, descrito por ‘medias’ oficiais chineses como uma espécie de 11 de Setembro.

O Xinjiang é um território cerca de 17 vezes maior que Portugal

e com apenas 23,5 milhões de habitantes, muito rico em recursos minerais, que confina com o Afeganistão, Paquistão e várias ex-repúblicas soviéticas da Ásia Central.

Os uigures, um povo de religião muçulmana e cultura turcófona, constituem cerca de 45% da população, mas o número de han, a principal etnia da China, tem vindo a aumentar muito ao longo do último meio século.

Os uigures queixam-se de pressões e perseguições por parte das autoridades e de uma política repressiva face à sua religião e cultura.

Desde 2009 a região é palco frequente de violência, a qual se intensificou nos últimos meses e é classificada por Pequim como fruto de actos “terroristas” que atribui a movimentos separatistas e islamitas.

presidente da Samsung Electronics, Lee Kun-hee, encontra-se em processo de recuperação depois de ter sido hospitalizado no fim de semana devido a um ataque cardíaco, permanecendo “estável”, informou ontem o grupo. O presidente, de 72 anos, “encontra-se estável”, estando acompanhado pela sua mulher e pelas duas filhas, disse à Efe fonte do conglomerado em Seul.

A equipa médica que assistiu Lee Kun-hee indicou à agência noticiosa sul-coreana Yonhap que “tanto o procedimento inicial como o tratamento posterior ao coração foram bem-sucedidos”. Lee Kun-hee, que sofreu um ataque cardíaco no sábado, não deve, contudo, recuperar a

consciência antes de terça-feira, de acordo com os especialistas.

O ataque desencadeou uma onda de especulações relativamente ao futuro do grupo Samsung, o maior conglomerado empresarial da Coreia do Sul, com cerca de 270.000 trabalhadores em todo o mundo, fundado em 1938 e gerido desde então pela família Lee.

Coreia do Sul Operações de resgate de ‘ferry’ paradas pelo terceiro dia consecutivo

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S operações de resgate do ‘ferry’ Sewol, que naufragou ao largo da costa sul-coreana, foram ontem suspensas, pelo terceiro dia consecutivo, devido ao mau tempo.

A suspensão adia as buscas pelas 29 pessoas que continuam desaparecidas cerca de um mês depois do desastre, ocorrido a 16 de Abril. “As operações continu-

am suspensas devido às elevadas ondas, mas os mergulhadores estão prontos para retomar o seu trabalho caso se verifique uma melhoria das condições”, informou ontem o porta-voz da guarda costeira Ko Myung-Suk. O número de vítimas mortais confirmadas do acidente com o ‘ferry’ Sewol, com 6.825 toneladas, ascende a 275, segundo o mais recente balanço. Os mergulhadores não têm conseguido aceder ao interior da embarcação desde sábado por causa das fortes marés e correntes que colocam em risco a sua própria segurança, estando as buscas, com uma visibilidade quase nula, a tornarem-se cada vez mais perigosas, até porque há paredes do barco em risco de ruir.

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EVENTOS

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MACAU INDIES PORTUGUÊS VENCE CONCURSO COM DOCUMENTÁRIO SOBRE TRAVES

Descoberto sistema de irrigação de 4 mil anos no sudoeste da China

Um sistema de irrigação com 4.000 anos foi descoberto em Chengdu, capital da Província de Sichuan, sudoeste da China, informou o museu municipal da cidade. O sistema, com um dique de protecção de 147 metros de extensão, foi encontrado no local de construção de um imóvel no distrito de Wenjiang. O dique tem 1,3 metro de altura e 14 metros de largura na parte inferior e 12 metros na parte superior, contando com oito canais escavados à mão. Foram também descobertas relíquias de cinco casas e 54 tumbas na parte oriental do dique, o que prova que este foi construído para proteger a comunidade, segundo o museu. O dique é o sistema de irrigação mais antigo das áreas ao longo dos cursos superiores do rio Yangtsé, disse Wang Yi, curador do museu. É 2.000 anos mais antigo que o sistema de irrigação de Dujiangyan, também situado em Chengdu e designado como património cultural, acrescentou Wang.

Grazia Deledda homenageada no Museu de Macau

A escritora italiana Grazia Deledda, vai ser homenageada no Museu de Macau, no próximo dia 28, às 18.30 horas. Este evento, intitulado “Deledda e Sardenha”, vai ser composto por uma performance teatral com textos originais da autora e duas palestras sobre a sua vida e obra, onde estarão presentes os teóricos Giuseppe Marco e Ugo Collu, entre outros académicos da área da literatura. Em discussão estarão temas como “A religião na obra de Grazia Deledda”, ou “Primitivismo e modernidade na obra A Mãe”. Em 1926, esta romancista de Sardenha ganhou o Prémio Nobel, tendo-se tornado na primeira mulher italiana a receber este galardão. Deledda nasceu em Setembro de 1871, tendo publicado mais de duas dezenas de obras durante a sua vida. A iniciativa é da responsabilidade do Consulado italiano, do Instituto Cultural italiano e da Sociedade Dante Alighieri.

InspirARTE no Verão dos mais novos

O Centro Cultural de Macau vai voltar a organizar o ciclo de actividades para crianças e jovens InspirARTE, que consiste num conjunto de 24 workshops infantis entre Junho e Agosto deste ano que se destinam a crianças com idades compreendidas entre os 2 e os 12 anos de idade. A iniciativa vai contar com a presença e colaboração de artistas estrangeiros, como palhaços de França, instrutores de dança espanhóis – cujas peças são inspiradas pelas obras do pintor Joan Miró – ou artistas de teatro de Hong Kong, que deverão colaborar em workshops de expressão dramática. Além do teatro, as crianças também vão poder explorar o mundo da música, através da participação numa conversa com a tribo africana Kumara ou a produção de música com base na recolha interactiva de sons próprios da cidade de Macau. Do programa InspirARTE fazem parte várias outras actividades, relacionadas com dança, teatro, cenografia e maquilhagem.

Caroline, uma “sereia Depois de ter concorrido o ano passado com um documentário sobre um casal lésbico formado por duas empregadas domésticas da Indonésia em Macau, Nuno Viegas voltou à carga com uma história sobre uma “ladyboy” para arrecadar o grande Prémio do Indies 2014

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português Nuno Viegas venceu, no domingo, o Prémio do Júri do Macau Indies com o documentário “Sirena”, que retrata o percurso de um travesti das Filipinas em várias cidades do sudeste asiático.

“O filme chama-se Sirena, que em tagalo quer dizer sereia. É uma analogia entre uma sereia que é metade mulher e metade peixe e elas (travestis), que são metade mulher e metade homem. Sereia é como eles chamam às ‘ladyboys’ nas Filipinas. E há também o jogo entre as sereias que chamam os homens nos mares e estas que chamam os homens nas ruas”, disse Nuno Viegas à agência Lusa.

A história é centrada em Caroline, que trabalha como acompanhante em algumas cidades do sudeste asiático, incluindo Macau.

“Como estão dependentes do visto de turista, elas têm sempre um limite

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA MUDANÇAS • Mo Yan

Em Mudanças, Mo Yan descreve, na primeira pessoa, as alterações políticas e sociais no seu país ao longo das últimas décadas, num romance disfarçado de autobiografia, ou vice-versa. Ao contrário da maioria dos escritos históricos sobre a China, que se limitam a narrar acontecimentos políticos, Mudanças conta a história do povo, numa perspectiva mais intimista de um país em transformação.

Avançando e recuando no tempo, Mo Yan dá vida à História, descrevendo com acutilância e muito humor os efeitos dos acontecimentos do dia-a-dia na vida do cidadão comum. “A haver um Kafka na China, talvez ele seja Mo Yan. Tal como Kafka, Mo Yan possui a capacidade de analisar a sua sociedade através de uma multiplicidade de lentes, criando transformações fantasistas ao jeito da Metamorfose ou evocando a burocracia entorpecedora e a crueldade despreocupada dos governos modernos.” - Publishers Weekly

de dias (para permanecer no território) e às vezes é complicado conseguirem justificar perante as autoridades a razão da sua vinda. Obviamente que andam sempre com o passaporte todo carimbado. Saltam de cidade em cidade: vão a Banguecoque, a Kuala Lumpur, Hong Kong, Singapura”, acrescentou.

O documentário foi filmado em Banguecoque, Manila e Macau.

Na capital tailandesa, Nuno Viegas acompanhou a fase final dos implantes mamários de Caroline, enquanto nas Filipinas filmou o seu ambiente social e o processo de transformação dos rapazes em ‘ladyboys’. O final do documentário é passado em Macau e deixa em aberto uma relação futura com um estrangeiro, explicou.

Nuno Viegas justificou ainda a escolha do tema da transexualidade por “fazer parte do ambiente de Macau” e por gerar curiosidade.

“É sempre mais fácil despertar o interesse das pessoas quando se agarra um tema sobre o qual existe algum desconhecimento”, afirmou.

Esta é a segunda vez que o jovem português participa no Macau Indies, depois de, no ano passado ter submetido a concurso o documentário “Zhean and Leon”, sobre um casal lésbico formado por duas empregadas domésticas da Indonésia em Macau.

Nuno Viegas nasceu em Lisboa e estudou Ciências da Comunicação, variante de cinema na Universidade Nova de Lisboa.

Depois de ter vivido em Macau entre 1994 e 1998, regressou ao território há três anos, onde trabalha na área do audiovisual, na parte de espectáculos e convenções de uma operadora de jogo.

Esta foi a oitava edição do Macau Indies, um concurso anual que promove a produção cinematográfica local. - Lusa

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CRÓNICA DO PÁSSARO DE CORDA • Haruki Murakami

A obra-prima do maior escritor de culto da actualidade. Toru Okada, um jovem japonês que vive na mais completa normalidade, vê a sua vida transformada após o telefonema anónimo de uma mulher. Começam a aparecer personagens cada vez mais estranhas em seu redor e o real vai degradando-se até se transformar em algo fantasmagórico. A percepção do mundo torna-se mágica, os sonhos invadem a realidade e, pouco a pouco, Toru sente-se impelido a resolver os conflitos que carregou durante toda a sua vida. Este livro conta com uma galeria de personagens tão surpreendentes como profundamente autênticas e, quase por magia, o mundo quotidiano do Japão moderno aparece-nos como algo estranhamente familiar. «Murakami é um forjador de mitos para o milénio, dono de uma sábia pretensão.»

- New York Times Book Review

a-feira 13.5.2014

STIS

a” nas ruas da RAEM

eventos 11

Exposição no MGM para celebrar 50 anos de relações sino-francesas

O casino MGM vai apresentar a exposição L’art Chinois para comemorar os 50 anos de relações diplomáticas entre França e a China, que será inaugurada no próximo dia 17 de Maio, ficando patente até 12 de Outubro, na sala de exibições L2 do casino. L’art Chinois é constituída de 30 obras de artistas chineses, franceses e de Macau. Em Março deste ano, o Presidente francês François Hollande, recebeu a visita do seu homólogo chinês, Xi Jinping. Em discurso, o Presidente da China disse que tinha esperanças que a “parceria estratégica” entre os dois países fosse “aprofundada”.

Artista português na Exposição Anual de Artes Visuais de Macau

A exposição anual de artes visuais de Macau deste ano, cuja inauguração foi anunciada na edição de ontem do HM, vai incluir “Noite Silenciosa” uma obra do artista português de Macau, Filipe Miguel das Dores, que ganhou um dos dez prémios de Distinção atribuídos pelo júri. Meios de Expressão Ocidentais foi o tema escolhido para este ano. As inscrições para a participação neste evento, que começaram em Outubro do ano passado, contaram com um total de 418 candidaturas nas áreas da pintura, desenho, cerâmica, escultura, vídeo e outras plataformas, mas apenas 81 obras foram seleccionadas para figurar na exposição deste ano. De entre estas oito dezenas de obras, dez ganharam o prémio de Distinção, incluindo “Laços de Amizade”, do escultor Ng Sang Kei, “Jogo de apostas”, do animador de Macau, Sam Kin Hang, ou “Tornando-se fresco no pátio interior”, de Lai Sio Kit. Esta exposição, que pretende mostrar os trabalhos de artistas residentes em Macau, estará aberta ao público até dia 17 de Agosto, na galeria do edifício do antigo tribunal e está integrada no Festival de Artes de Macau.

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HM-2ª vez 13-5-14

hoje macau terça-feira 13.5.2014

ANÚNCIO

Execução Ordinária n.º CV2-13-0065-CEO

2º Juízo Cível

Exequente: MGM GRAND PARADISE S.A./ 美高梅金殿超濠 股份有限公司, com sede em Macau, na Av. Sun Yat Sen, s/n, edf.

MGM Grand Macau.

Executado: NG KIM WAH/吳劍華, do sexo masculino, com última residência conhecida em Hong Kong (10th Floor, Cosco Tower Millenium Plaza, 483 Queen´s Road Central, Central, Hong Kong), ora ausente em parte incerta. ***

Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando o executado, para no prazo de vinte (20) dias, decorrido que seja o dos éditos, pagar à exequente a quantia de cento e vinte e seis milhões e setecentas e vinte mil e quinze patacas e oito avos (MOP126.720.015,08) e legais acréscimos, ou no mesmo prazo, deduzir oposição por embargos ou nomear bens à penhora, sob pena de, não o fazendo, ser devolvido à exequente o direito de nomeação de bens à penhora, seguindo o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.

Tudo conforme melhor conta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente.

Macau, aos 02 de Maio de 2014. ***

HM-1ª vez 13-5-14

ANÚNCIO

Acção de Interdição nº

CV2-14-0013-CPE

2º Juízo Cível

Requerente: O MINISTÉRIO PÚBLICO. Requerido: LEI SUN. ***

A MERETÍSSIMA JUIZ DO 2º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.:

FAZ SABER que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, contra LEI SUN, casado, nascido em 04/08/1954 na China, filho de Lei Chong Heng e de Ao Im Sin, titular do BIRM nº. 7421751(4), residente em Macau, na Rua Coelho do Amaral, 50, Edifício Mei Lin, 8º andar “C”, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica.

Macau, aos 23 de Abril de 2014.

HM-1ª vez 13-5-14

ANÚNCIO

Declaração de Herança CV2-14-0014-CPE Vaga n.º

Requerente: Requerido:

2.º Juízo Cível

MINISTÉRIO PÚBLICO MUI KAM FONG, masculino, nascido em 9 de Outubro de 1923, filha de Mui Wa Chan e de Ng Hou, titular que foi do BIR nº 1255120(6), falecida em 2 de Setembro de 2011.

FAZ-SE SABER, que nos autos de Declaração de Herança Vaga, deixado pela requerida, são citados por éditos de 30 (trinta) dias, os interessados incertos para deduzirem a sua habilitação como sucessores daquele falecida, para no prazo de 30 (trinta) dias, depois de findar o prazo dos éditos, bem como a citação dos credores desconhecidos, para reclamarem os seus créditos no prazo de 15 (quinze) dias, após findar o prazo dos éditos, que começa a contar-se da data da segunda e última publicação do anúncio, nos termos do disposto no art.º 197.º n.º 1 e n.º 2 com referência aos art.ºs 194.º a 196.º do C.P.C.M. e bem ainda do art.º 1031.º, n.º 1 e 1033.º n.º1, ambos do C.P.C.M..

Macau, em 29 de Abril de 2014. ***

a revolta do emir

Pedro Lystmann

PENSÃO COTAI *****

N

INGUÉM negará que Macau tem conhecido, nesta última dúzia de anos, um crescimento extraordinário. Constroem-se hotéis e casinos com um frenesim apenas acompanhado por uma infantil persistência do mau gosto.

Assim, o avanço inexorável deste gosto tem suscitado um coro pouco audível mas determinado de críticos. Críticos estes com razão se pensarmos que a beleza é o garante da felicidade. Críticos estes com menos razão se considerarmos que à construção desenfreada da piroseira subjaz um força tectónica que abala consistentemente as nossas mais sérias e bem informadas convicções. Dificilmente se poderia pedir mais. Uma administração que persegue e permite um desígnio que põe constantemente à prova a nossa fidelidade à sensatez.

E se eles é que têm razão, e nós, intelectuais urbanos de gosto impecável cheios de uma razão de esquerda espumante Raposeira, não? Possivelmente ninguém a possui. A sua substituição (a da beleza) por um sucedâneo luminoso mas rústico não tem vindo, no entanto, desacompanhado dos seus encantos e das suas vantagens. Já se apontaram nestas páginas alguns desses avanços: a qualidade e a disponibilidade de alguns dos mixordeiros que os grandes hotéis empregam nos seus bares é desproporcional à dimensão e à história deste singelo entreposto comercial onde nunca se construíram, repita-se, estalagens com o charme ou o historial do Hotel Península, do Raffles, do Strand, do Galle ou do Oriental to name but a very distinct few.

Há restaurantes muito bons, um complexo de salas de cinema que exibe cerca de 3 filmes bons por ano. Conseguiu anular-se a desculpa de que não há sapatos em Macau. No Bar Macallan e no Bar Lan faz-se um Pimm’s Cup como já não se consegue confeccionar na Cornualha numa solarenga tarde de sábado. No Piano Bar, no complexo Galaxy, esfrega-se um saketini com uma habilidade apenas ultrapassada pela que os seus leais serviçais colocam no sorriso com que o servem. A oferta de chás, chineses, japoneses e ingleses, é enciclopédica.

Aguarda-se com um fervor diabólico, vertiginoso e socialista, a construção de mais castelos de vício e prazer

QUEM PENSAR QUE NÃO HÁ, EM RELAÇÃO À CIDADE DE MACAU, UMA HISTÓRIA OCULTA, DEVE IGUALMENTE DESENGANAR-SE. NÃO É POR ACASO QUE O NOME DE MACAU CONTÉM, EM CHINÊS, O CARÁCTER DE PORTA na zona entre as ilhas da Taipa e de Coloane e na Ilha da Montanha, um território que a Região Administrativa Especial de Macau, mais cedo ou mais tarde, anexará, sem tanques, sem pompas ou complexos para-soviéticos.

Prometeram-nos complexos de temática europeia: um hotel Versace, uma Torre Eiffel como a de Paris (a de Macau vai ser certamente melhor e mais limpa), um resort inspirado em Versailles e um hotel desenhado por Karl Lagerfeld. Esperamos não ser desapontados. Na Ilha da Montanha (que, repito, será gloriosamente macaense) vai ser construído um empreendimento comercial e de lazer em torno de uma praça em estilo neo-neo-manuelino. E porque não?

Perto do actual complexo City of Dreams erguer-se-á um enorme edifí-

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ARTES, LETRAS E IDEIAS

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cio desenhado pela famosa arquitecta Zaha Hadid, cuja marca se exibe por toda a China e se estende agora, generosamente, a esta cidade de longo historial de mercadejo e vício. Espera-se que venha a ser o único edifício não parolo da zona. Pela primeira vez um arquitecto de renome mundial vai estar, em Macau, subjacente à concepção de um casino e de um gigante comercial e de entretenimento. Este aparente avanço pode significar o início de uma nova fase de construção.

Tudo isto trata-se de uma enorme revolução democrática e um gigantesco avanço social. No espaço de uma geração centenas de milhões de pessoas passaram da habilidade no manejo do arado à proficiência no baccarat.

Foi para isto que o comunismo e a social-democracia lutaram durante mais

de uma centúria, para que se garantisse um acesso democrático ao lazer, aos tempos livres e à disponibilidade financeira. Um gigantesco transporte social da ova de pescada à de esturjão.

Quem pensar detectar nestas linhas uma ironia pouco subtil desengane-se, o elogio é sincero e sentido. É belo que os rurais tenham agora acesso, depois de séculos de brutais privações, a um certo tipo de luxo, no qual se inclui uma sub-classe de alcance inabalável que é o do usufruto do tempo livre. Quem o não aceita é intolerante e maldoso.

Quem pensar que não há, em relação à cidade de Macau, uma história oculta, deve igualmente desenganar-se.

Não é por acaso que o nome de Macau contém, em chinês, o carácter de Porta. Tem sido, e continuará a ser, por esta Porta que entra, como tem acontecido desde o século XVI, o vício, a abundância e uma alucinante perplexidade que se vai gradualmente desvanecendo. É uma história de continuidade não uma refracção.

Nada disto deve causar espanto, azedumes ou mágoa moral, uma vez que a afluência do turismo de casino exprime um desejo universal e intemporal (os gregos antigos jogavam, assim como os romanos e até mesmo os indianos, como atesta o Mahabarata), perfeitamente legítimo e compreensível, um que reúne um vasto coro de devotos, certamente também entre os novos do Restelo que se exibem, pedantes e cada vez mais isolados, contra a construção e os valores da frivolidade - o de enriquecer sem ter de trabalhar. Numa história mundial do jogo, Macau figuraria com uma estridência monumental e esta atinge-se através da adequação das cavernas de jogo ao gosto presidente. Criou-se uma vertiginosa bolha (imaginária?) sem igual em qualquer outra parte do mundo.

No fundo, em Macau, este exercício vem acompanhado de uma poética brutal, rural, que encontra na governância da aldeia um divertido paralelo.

Já aqui se apontara que a infantilidade, paternalismo e crassa ignorância dos dirigentes do território pode ser explicada pela sobrevivência de uma intensa marca rural. Há que aproveitar este pneuma rústico com a consciência de que o kitsch não é um sinal do Mal mas, antes, um sinal de inocência.

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HUAI NAN ZI

淮南子

Da Paz – 87

O LIVRO DOS MESTRES DE HUAINAN

Se te adaptares às condições e recusares o excesso, não serás tentado. Se seguires a natureza e preservares a realidade, não haverá em ti mudança.

Os princípios segundo os quais vivem são inconstantes e, exteriormente, se deixam fascinar por vulgaridades.

Tomam decisões ao acaso e, interiormente, turvam a sua claridade. Como tal, toda a vida hesitam e nunca têm um momento de descanso.

* * *

* * *

A ponderação é incapaz de se sobrepor ao curso dos eventos; a acção é incapaz de se sobrepor à virtude; o esforço é incapaz de se sobrepor à Via. Há aquilo que o esforço é incapaz de conseguir; há aquilo que a busca é incapaz de atingir. Podemos chegar a um impasse, mas a Via tudo penetra. Ter contenda com a Via traz má fortuna.

Quando interior e exterior não coincidem e, ainda assim, queres estabelecer um elo com as coisas, cobres a tua luz mística e procuras conhecimento com os teus olhos e ouvidos. Isto significa desistir da luz e, por isso, o caminho é escuro. A isto se chama perder a Via.

* * *

O céu é calmo e claro; a terra é estável e tranquila. Os seres que perdem estas qualidades morrem, mas os que as emulam vivem.

A calma vastidão do espaço é a casa da luz espiritual; a aberta ausência de si é a residência do Tao. Por isso, há quem o procure exteriormente e o perca interiormente; e há quem o salvaguarde interiormente e o ganhe exteriormente. É como a raiz e os ramos. Toma-o pela raiz e todos os ramos e folhas seguirão.

Quando o princípio da Via subsiste, o artifício humano fenece. A reputação e a Via não são ambas ilustres: quem se enamora da reputação não emprega a Via. Quando a Via prevalece sobre a personalidade a reputação é irrelevante. * * * Os olhos amam a cor e a forma, os ouvidos amam a voz e o som, o palato ama o sabor; a ganância aprecia o contacto sem se inquietar com o seu benefício ou malefício. Quando o que comes não cai bem no estômago, quando o que ouves não se compadece com a Via e quando o que vês é contrário à natureza, verificam-se batalhas nestes três pontos de interacção: aquilo que usa o dever para afirmar a mestria é a mente.

Da Paz – 88 Quando a vitalidade essencial é perdida no interior e o discurso e a acção se voltam para a exterioridade, então, é impossível evitar ser um servo pessoal das coisas.

Quando as pessoas são ostensivas no discurso e traiçoeiras na acção, tal sucede porque a sua vitalidade procura elementos exteriores. A sua vitalidade diminui e se desgasta, as suas acções não têm consequência, e, assim, a confusão lhes obnubila o espírito – e essa confusão os faz estremecer de cima a baixo.

* * *

Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Huai Nan Zi (淮南子), O Livro dos Mestres de Huainan foi composto por um conjunto de sábios taoistas na corte de Huainan (actual Província de Anhui), no século II a.C., no decorrer da Dinastia Han do Oeste (206 a.C. a 9 d.C.). Conhecidos como “Os Oito Imortais”, estes sábios destilaram e refinaram o corpo de ensinamentos taoistas já existente (ou seja, o Tao Te Qing e o Chuang Tzu) num só volume, sob o patrocínio e coordenação do lendário Príncipe Liu An de Huainan. A versão portuguesa que aqui se apresenta segue uma selecção de extractos fundamentais, efectuada a partir do texto canónico completo pelo Professor Thomas Cleary e por si traduzida em Taoist Classics, Volume I, Shambhala: Boston, 2003. Estes extractos encontram-se organizados em quatro grupos: “Da Sociedade e do Estado”; “Da Guerra”; “Da Paz” e “Da Sabedoria”. O texto original chinês pode ser consultado na íntegra em www.ctext.org, na secção intitulada “Miscellaneous Schools”.

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Quando o princípio da Via subsiste, o artifício humano fenece.

artes, letras e ideias 15

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DESPORTO

MAR CO CARVALHO info@hojemacau.com.mo

É

a capital incontestada do jogo e um palco de excelência para as lides dos desportos de combate e no final de Agosto deve tornar-se ainda, apenas que por três dias, a capital asiática da modelação física e do culto do corpo. Macau acolhe entre 26 de Agosto e 1 de Setembro a edição de 2014 do Campeonato Asiático de Musculação e Fisiculturismo, uma prova que deverá trazer ao território mais de uma centena e meia de atletas, oriundos de quase três dezenas de países e regiões.

Sancionado pela Federação Mundial de Musculação e Fisiculturismo, o evento destina-se a culturistas amadores e atribuiu o título de Mr. Asia e o seu equivalente feminino. O concurso disputa-se este ano pela quadragésima oitava vez e em competição deverá estar o malaio Sazali Samad, atleta que vai procurar garantir no território um feito único.

Polícia de profissão, Samad, de 47 anos, vai procurar garantir em Macau o seu

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CULTURISMO MALAIO SAZALI SAMAD VAI TENTAR FEITO INÉDITO

Agosto, mês musculado

nono triunfo na principal competição asiática de fisioculturismo destinada a atletas não profissionais.

Sazali Samad é a par de Lee Chong Wei, antigo líder

do ranking mundial de badminton, um dos desportistas mais reverenciados pelos malaios e o fisioculturista não quer defraudar. Para além de apostar forte na PUB

conquista do título de Mr. Asia no final de Agosto em Macau, Samad quer ainda revalidar o título de Mr. Universo conquistado no final do ano passado na cidade húngara de Budaors. Depois de competir na RAEM, o alteta malaio ruma em No-

vembro à capital económica da Índia, Bombaím para procurar garantir um feito ainda mais surpreendente.

Sazali Samad conquisto o ceptro de Mr. Universo por nove ocasiões e vai procurar garantir um inédito décimo título na edição de

2014 do Campeonato do Mundo de Musculação e Fisiculturismo. O malaio, que conquistou aquela que é a principal prova amadora da modalidade em 2000, 2004, 2006, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013, quer estender o seu reinado em Bombaím por um sexto ano consecutivo, mas está ciente que tanto em Macau, como na Índia não encontrará grandes facilidades: “ A competividade aumentou muito desde que conquistei o meu primeiro título de Mr. Asia, em 1996. A meu ver, os atletas iranianos deverão ser os meus grandes adversários. Como não é bom subestimar ninguém, os candidatos do Iraque, do Vietname e da Índia são tradicionalmente fortes e poderão ter também uma palavra a dizer”, reconheceu Sazali Samad em entrevista à agência noticiosa Bernama.

Antes de rumar a Macau, o atleta malaio tem, ainda assim, de proceder a pequenos ajustamentos, O mais significativo exige que Samad perca quatro quilos até à competição. Actualmente com 79 kg, Sazali Samad quer vai competir no território na categoria de atletas até 75 kg.

Benfica “Esta equipa está a provar que merece ganhar títulos”

Em entrevista ao site da UEFA, Nuno Gomes projecta a final da Liga Europa e dá voz ao optimismo das águias para o decisivo jogo com o Sevilha. «Estamos todos muito entusiasmados. Estivemos presentes [na final] no ano passado e perdemos, por isso, é bom para nós alcançarmos a final em duas temporadas consecutivas. Espero que desta vez possamos trazer a taça para Lisboa. Isso deixaria os adeptos benfiquistas muito felizes e vamos dar o nosso melhor para conseguir isso», salientou. O antigo avançado aponta a propensão ofensiva como a imagem de marca da equipa. «Praticamos um futebol alegre. Jogamos ao ataque e com um estilo de jogo ofensivo. Gostamos de ter a bola em nossa posse para criar o máximo de oportunidades possível», descreveu, destacando o cunho pessoal de Jorge Jesus: «A equipa é muito organizada e Jorge Jesus é um treinador bastante metódico. Os jogadores entram em campo sabendo o que têm de fazer. Esta equipa está a provar que merece ganhar títulos».

IVONE MARIA RODRIGUES RIBEIRO RODRIGUES Faleceu É com muito pesar que as filhas, genro e neto, bem como a restante família de Ivone Maria Rodrigues Ribeiro Rodrigues comunicam o falecimento deste seu ente querido no dia 8 de Maio de 2014 em Lisboa, Portugal.

Mais se informa que a missa de sétimo dia será realizada no próximo dia 14 de Maio, pelas 18 horas, na Igreja de S. Domingos. A entrada será pela porta lateral desta Igreja.

Agradece-se a todos quantos se queiram associar a este piedoso acto.

( F ) UTILIDADES

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TEMPO

Cineteatro

AGUACEIROS

MIN

24

MAX

29

HUM

75-95%

•

EURO

CINEMA

10.9

BAHT

0.2

17

YUAN

1.2

LÍNGUA DE gATO

TRANSCENDENCE SALA 1

SALA 2

THE AMAZING SPIDER-MAN 2 [B]

TRANSCENDENCE [C]

Pu Yi

Um filme de: Wally Pfister Com: Johnny Depp, Morgan Freeman,

Rebecca Hall, Paul Bettany 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Um filme de: Marc Webb Com: Andrew Garfield,

Emma Stone,

Jamie Foxx, Dante DeHaan 14.15, 16.45, 21.45

Uma visita sem pontos de identificação

SALA 3

ABERDEEN [C]

THE AMAZING SPIDER-MAN 2 [3D][B]

(FALADO EM CANTONÊS E LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS) Um filme de: Pang Ho-cheung Com: Louis Koo, Gigi Leung, Eric Tsang,

Miriam Yeung 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

Um filme de: Marc Webb Com: Andrew Garfield, Emma Stone,

Jamie Foxx, Dante DeHaan 19.15

ACONTECEU HOJE

13 DE MAIO

Nasce o médico e investigador Georgios Papanicolaou • No dia 13 de Maio de 1883, nasce Georgios Papanicolaou, médico e investigador grego que se naturalizou norte-americano, pioneiro no estudo da citologia e na detecção precoce dos cancros do colo do útero, da vagina e do endométrio. Foi o criador do Teste de Papanicolau, exame de referência para as mulheres, na medicina actual. Georgios Papanicolaou nasceu na Grécia, a 13 de Maio de 1883, formando-se em medicina na Universidade de Atenas, em 1904, com doutoramento na Alemanha, na Universidade de Munique.

Concluída a sua formação, emigrou para os Estados Unidos, no ano de 1913. Lecciona na Universidade de Cornell, em Nova Iorque, onde realiza diversos estudos nas áreas da patologia e da bioquímica. Por esta altura, desenvolve o teste de esfregaço, em cobaias, juntamente com o médico C. K. Stockard. Deu seguimento a este trabalho com outro médico, Joseph E. Shorr, deixando as cobaias e aplicando o teste em seres humanos. Georgios Papanicolaou consegue, então, identificar as primeiras células de cancro do colo do útero. Papanicolaou torna-se cidadão norte-americano em 1927 e no ano seguinte divulga esta sua descoberta, que não teve grande crédito junto da comunidade médica e científica.

Apenas no ano de 1943 se percebeu o real alcance deste teste, graças à publicação do livro ‘Diagnosis of Uterine Cancer by the Vaginal Smear’, em co-autoria com o ginecologista e obstetra Herbert F. Traut. Nasce então o Teste Papanicolau, exame que adquire o nome do seu grande impulsionador, Georgios Papanicolaou. Georgios viria a ser galardoado com o Prémio Lasker, em 1950, como reconhecimento do seu contributo na área medicina científica. Morreu em Nova Jérsia, a 19 de Fevereiro de 1962. Neste 13 de Maio, em 1917, três pastorinhos declaram ter visto uma aparição da Virgem Maria, numa azinheira, em Fátima.

João Corvo

H O J E H Á F I L M E MOULIN ROUGE BAZ LUHRMANN, (2001) Quem nunca se apaixonou, que levante a mão. “Moulin Rouge” retrata precisamente essa faceta humana, o romântico incondicional. Um poeta que se apaixona por Satine, uma cortesã, bailarina de cabaret, Christian (Ewan McGregor) muda-se para uma Paris boémia, amoral e de bordéis. É numa destas casas, que os dois jovens se apaixonam e, entre drogas, sexo e luxúria, descobrem o que se conhece por verdadeiro amor. Mas, Satine (Nicole Kidman) está doente… Um musical que usa o famoso Montemartre de Paris, um bairro boémio, e o Moulin Rouge, um cabaré tradicional, construído no mesmo ano em que se passa o filme (1889), como cenário. Moulin Rouge recebeu dois óscares e foi o primeiro musical a ser nomeado como Melhor Filme em dez anos, logo a seguir à Bela e o Monstro, da Disney. - Joana Freitas

fonte da inveja

Enquanto Adão lavrava e Eva fiava, o Senhor descansava.

Cavaco Silva está de visita à China e já há quem diga que é uma das mais importantes iniciativas diplomáticas do presidente da República português. Segundo a edição de ontem do Diário de Notícias, Cavaco traz consigo um quinto do Produto Interno Bruto (PIB) do país, com uma comitiva de cem empresários que vêm piscar o olho à florescente China sem crise.

O périplo de Aníbal Cavaco Silva vai terminar em Macau e, mais uma vez, não se esperam grandes novidades das recentes visitas de ministros de Portugal: falam de queijos e vinhos portugueses, das necessidades de exportações e pouco mais.

Fazem umas aparições fugidias e pouco falam com os portugueses que aqui vivem, e que são cada vez mais.

Aníbal Cavaco Silva vai oferecer uma recepção à comunidade portuguesa na Torre de Macau, mas para falar de quê? Não vai resolver a questão do BIR que existe e da qual ninguém quer falar. Não vai sequer explicar se há saída para a crise que levou e leva tanta gente a viver aqui e em outros lugares do mundo. O que importa é a economia.

A primeira-dama, Maria Cavaco Silva, também acompanha o marido nesta viagem. Em Macau, vai visitar a creche “O Golfinho”, na Taipa, e as instalações da Santa Casa de Misericórdia.

Portanto, uma visita que parece ser feita nos anos 50 e 60 do velhinho Portugal. Nem nesta parte da visita o português comum aqui residente encontra pontos de identificação com esta visita de Estado.

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OPINIÃO

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Antes do deve e do haver Sérgio de Almeida Correia “I democratici che non vedono la differenza tra una critica amichevole e una critica ostile della democrazia sono anch’essi imbevuti di spirito totalitário.

Il totalitarismo, naturalmente, non può considerare come amichevole alcuna critica, perché il principio dell’autorità finisce necessariamente col contestare il principio dell’ autorità stessa” Karl Popper,La società aperta e i suoi nemici.

Platone totalitário, Roma, Armando Editore, 1973, vol. I, pp. 265.

N

ÃO é a primeira vez que me sirvo da citação que acima transcrevi de Popper. Achei por bem voltar a fazê-lo no início deste texto pelo significado daquilo que ali se encerra no momento em que o Presidente da República se prepara para iniciar uma viagem à China. Penso que por ela se explica a necessidade deste texto ser devidamente interpretado e temporalmente situado, o que não permite leituras implícitas.

Aqui, o que parece é e só vale o que cá está.

Dizem os jornais, a minha fonte de informação privilegiada, que o PR far-se-á acompanhar do vice-primeiro-ministro e líder do CDS-PP, do ministro dos Negócios Estrangeiros, do ministro da Economia e do ministro da Educação e Ciência. Para além deles, seguirão também viagem cerca de oitenta empresários, representantes de nove universidades, mais alguns falidos e desacreditados sempre à espreita de uma oportunidade de reabilitação, bem como os oportunistas da praxe e … uma fadista.

Tirando a inclusão da fadista, com lugar cativo à mesa de Belém, e de um ex-governador de Macau, que fez as manchetes dos jornais locais, nacionais e internacionais, entre outras razões, por ter criado uma fundação para si e os seus amigos com o dinheiro dos outros sem lhes dar cavaco, facto que será sempre bom de recordar pelas repercussões externas que teve e quando se anuncia uma missão “das mais importantes de sempre em todo o seu mandato, pelo alcance político, económico, cultural e académico de que se reveste”, confesso que a composição da comitiva é de tudo o menos importante, embora registe que a Presidência da República continue a privilegiar esse lado frívolo das missões oficiais que consiste em convidar os amigos. Mas como em relação a estas coisas os chineses, mesmo quando registam, não comentam, importa que nos foquemos no essencial, deixando para os bastidores da visita e os sumos depois das massagens os pormenores sobre as encomendas de compras de joalharia, malas e relógios contrafeitos que farão sucesso entre os amigos na hora do regresso.

Seria bom que, já que se celebram apenas 35 anos do estabelecimento de relações diplomáticas com a RPC, que a comitiva nacional tivesse a noção do tempo e se recordasse que

este não tem a mesma dimensão para chineses e ocidentais. A percepção desse facto implicará um módico de humildade por parte do PR, sendo obviamente dispensáveis declarações do tipo “eu fiz”, “eu disse”, “eu escrevi”, “foi um governo meu que”, e por aí fora, expressões que os portugueses bem conhecem mas que seria conveniente moderar nas entrevistas e discursos oficiais. Seria desagradável que por essa razão fosse depois necessário recordar-lhe alguns factos em relação às quais sofre de um défice crónico de memória.

Depois, seria conveniente que prestasse a devida atenção a quem está no terreno e mantém o distanciamento necessário para não embandeirar em arco com o primeiro brinde que seja feito à comitiva ou o que lhe seja segredado pelos especialistas que avaliam a realidade pelo número de estrelas dos hotéis que lhes foram destinados ou o número de pratos dos banquetes. A China sabe receber os seus convidados e normalmente fá-lo com o mesmo desvelo em relação a todos, apesar de dificilmente esquecer gafes protocolares e o permanente sorriso dos seus dirigentes não seja particularmente compreensivo para com o sentido de humor nacional, o anedotário político e a bazófia de alguns empresários dados a contas de mercearia.

Também seria aconselhável que da parte do MNE, que apenas estará na primeira parte da viagem, e do ministro da Economia, se salientasse que a venda de imobiliário a preços inflacionados para pagamento de comissões no interior da China e em Portugal, salvar da insolvência alguns empresários próximos do

partido do senhor primeiro-ministro ou dar crédito a autarcas medíocres e manhosos, não se confunde com a política de atribuição de vistos dourados e que o investimento que o País privilegia é aquele que seja susceptível de criar riqueza, permitir a transferência recíproca de know-how e gerar exportações e postos de trabalho. Se há coisa que os chineses saibam fazer é criar riqueza, e sendo gente séria esperam que do outro lado também esteja gente à altura e não pacóvios manhosos e endinheirados à procura de vender gato por lebre, de um lugar ao sol ou de um motivo para se rirem no almoços do Gigi ou nas sardinhadas estivais da Comporta.

O conhecimento chinês em matéria de novas tecnologias, modernização de equipamento ferroviário, em especial no que à alta velocidade diz respeito, no momento em que se dão os primeiros avanços num projecto que visar ligar por via terrestre a China aos EUA, implicando a construção de um túnel subaquático no estreito de Bering, deverá merecer a devida atenção das autoridades portuguesas atento o estado de decrepitude que atingiram os carris nacionais e a necessidade de se fazer avançar a alta velocidade para ajudar o nosso desenvolvimento a custos suportáveis e encontrar uma saída para a longa crise que atravessamos.

A defesa do interesse nacional em questões de índole técnica, económica e cultural não deverá, todavia, fazer esquecer a nossa responsabilidade em matéria de direitos humanos, defesa da liberdade de deslocação, manifestação, reunião e expressão, e rejeição total e completa da pena de morte. Os péssi-

Reservo nestas linhas uma palavra final para a situação de Macau. A degradação dos padrões de vida dos residentes, face ao que seria expectável e desejável há uns anos, é hoje um facto incontornável mos exemplos terceiro-mundistas que nesta matéria têm chegado dos EUA, não podem deixar de constituir matéria de reflexão e de defesa do legado histórico das nações civilizadas em quaisquer circunstâncias.

Reservo nestas linhas uma palavra final para a situação de Macau. A degradação dos padrões de vida dos residentes, face ao que seria expectável e desejável há uns anos, é hoje um facto incontornável. Sem prejuízo das fartas responsabilidades que a última administração tem na actual situação – a política de vistas curtas levou a que fossem os chineses a promover após 1999 o desenvolvimento que deveria ter sido conduzido e liderado pela administração portuguesa antes da transferência –, Portugal não pode deixar de chamar a atenção com a necessária firmeza para a política de não concessão de autorizações de residência a cidadãos nacionais com base em argumentos espúrios e nos complexos pós-coloniais de alguns idiotas.

O cumprimento integral da Declaração Conjunta exige que Portugal alerte a RPC para o que está a acontecer e que tome uma posição inequívoca sobre a degradação am-

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CARLOS MORAIS JOSÉ

biental e da paisagem urbana da RAEM, sobre o descontrolo na entrada e saída de turistas e o que esse descontrolo afecta a qualidade de vida de quem cá vive e trabalha, bem como para as dificuldades que a ausência de um política e de uma estratégia locais para o desenvolvimento imobiliário provocam em constrangimentos ao mercado habitacional.

Impõe-se que a oportunidade seja aproveitada para sublinhá-lo sob pena de se permitir o desvirtuamento do sentido dos compromissos assumidos entre os dois Estados e de se entregar o respeito integral pelos seus princípios às “contingências do mercado”.

A defesa da Declaração Conjunta na letra e no espírito não é uma defesa dos interesses nacionais. Bem pelo contrário, essa é uma obrigação de Portugal e da RPC assumida reciprocamente para com os residentes de Macau. E estes são todos os que aqui vivem e pagam os seus impostos, qualquer que seja a sua nacionalidade, a etnia ou a cor da pele.

Se para além do que fica for possível reforçar o compromisso das autoridades chinesas para com a língua portuguesa e lançar as bases para uma política mais consistente para sua preservação, ultrapassada diariamente em todos os serviços públicos locais pela comunicação em língua inglesa, já não seria mau.

Do nosso cônsul-geral espero que consiga transmitir aos responsáveis nacionais a necessidade de se encontrar uma solução aceitável que ponha cobro à patente indigência de meios humanos e económicos da nossa representação, incompatíveis com as responsabilidades nacionais e a necessidade de um reforço da nossa presença na Ásia no momento actual. É inaceitável que a legalização de um simples documento – reconhecimento de uma assinatura - leve uma semana e implique a quem não está cá a fazer turismo, pelo menos, três deslocações aos serviços consulares e longas espera, ou que aos contratados locais que prestam serviço no Consulado sejam pagos salários ridículos para o nível de vida da cidade e aquilo que se lhes quer exigir. De igual modo, o que aconteceu com as obras de renovação da residência consular ou do novo auditório, por muito agradecidos que estejamos, e estamos, aos cidadãos nacionais e empresas que as financiaram e executaram, até pelo seu valor irrisório relativamente ao que estava em causa, ou por comparação com os juros que o país paga aos seus agiotas ou foi retirado aos bolsos dos reformados, não pode repetir-se e seria um mau princípio se a excepção se tornasse a regra.

Enquanto português e homem livre, condição que faço questão de diariamente sublinhar onde quer que esteja, resta-me desejar os maiores sucessos à viagem do Presidente da República à China, desde já me penitenciando pelo facto de não me predispor a levantar o convite que o Consulado colocou à disposição dos nacionais que queiram confraternizar com o visitante. O facto de não confundir a instituição com o seu titular não me obriga a fazer de hipócrita. Outros, mais dados ao lustre, estou certo que abrilhantarão os salamaleques, cumprindo esse papel com o habitual empenho e a sua inexcedível subserviência a quem transitoriamente manda e distribui comendas curriculares para seu próprio deleite e afirmação histórica.

a outra face

Uma viagem e um quarto

ou as Alices no País das Maravilhas Escrito, no jornal Ponto Final nos anos 90, a propósito da visita de António Barreto no tempo do Governador Rocha Vieira

E´

bom que os portugueses que vão deixar Macau pela santa terra tenham muitas cautelas. Pois tudo indica por aqui que por lá está mesmo mau.

E um dos indicadores mais preocupantes são os ilustres visitantes que, sazonalmente, por aqui arribam com casa, cama, comida e roupa lavada. O fenómeno não é novo mas agora assume proporções surpreendentes. Já não interessa o quadrante político ou empresarial, ético ou religioso. As opiniões e as atitudes são unânimes: Macau é o País das Maravilhas.

Quais Alices caídas no buraco da árvore (leia-se carreira da TAP), desembarcam no território dispostos a tudo: crescer, diminuir, dar-se com coelhos malucos ou gatos endiabrados. Não têm o mesmo estilo, mas garantem a mesma coisa: muitos jantares, muitos almoços, provavelmente à base de cogumelos alucinogéneos porque vêem aquilo que ninguém vê e são cegos ao que salta à vista. Depois regressam e escrevem coisas lindas, politicamente correctas, pois então, num gesto de franco agradecimento à rainha de copas. Ou de copos.

Poder-se-ia dizer que são enganados, hipnotizados, obnubilados pela humidade e pelo calor. Mas não. Trata-se de gente inteligente, capazes de destruir qualquer Cavaco e desfazer qualquer Soares. Com capacidade reconhecida para chefiar ministérios ou ser vedeta de programa de televisão com bonecas mais

ou menos virtuais. Nos jornais da república escrevem crónicas demolidoras contra a EXPO ou a Europa, contra fascistas ou comunistas, rebentam com Guterres ou Marcelos. Mas – alvíssaras! ‑ salva-se, no fim de tudo, um paraíso chamado Macau. Alguns não gostam de Hong Kong porque não tiveram acesso à suite do Península. Outros cascam, mas na Escola Portuguesa, responsabilidade dos rapazes que por lá os governam. Talvez seja exactamente por isso: por lá são governados, por cá governam-se, à grande e à chinesa.

Críticas para quê? São artistas portugueses. Só que substituíram a pasta medicinal Couto pelo OMO lava mais branco. Nós por cá compreendemos, mas entre o compreender e não gozar vai ainda alguma distância. É certo que a vida é difícil e custa a todos, e para quê criar problemas a tantos milhares de quilómetros de distância, quando ainda falta a viagenzinha do arraial da passagem de soberania em Dezembro de 1999? Será a atracção fatal do momento histórico?

De facto, é espantoso. Sejam da esquerda ou da direita, jovens alinhados, trintões reciclados ou gerontes acabados, a opinião é unânime: Macau é o paraíso terreal onde se realiza Portugal. Por cá somos prósperos e vamos ao Mandarim, que é hotel de cinco estrelas, a abarrotar de vedetas e gentes de mui poder. Incrivelmente, acham que tudo isto é a valer. Pessoas acima de qualquer suspeita, gente de inteligência acima da média, conseguem reproduzir nos jornais ou na televisão os dislates mais pomposos, os elogios mais bacocos e as opiniões mais ajustadas. Uns evitam os temas, outros têm mesmo sentenças, juízos de muito valor. Uma semana é quanto basta. Passeiam vigiados pelos guardas da rainha, em percursos de turista apressado. Basta!: está tudo esclarecido, está tudo branqueado!

Escrevem em todos os jornais, debitam em qualquer televisão. Neste País das Maravilhas tudo corre bem e para todos, tudo é bem feito, sem defeito de maior. Tecem loas, cantam fados e sempre em dó menor. Imagino-os no Kosovo a dizer: é tudo para bem do povo. Por aqui existe uma escola de sinologia portuguesa, as lusas empresas prosperam com trabalho real, lançam as bases para uma presença portuguesa depois de 99. Todos os chineses sabem dizer obligado e têm consciência dos seus direitos cívicos. Macau é mesmo uma coisa muito bonita, comovente, rtpi e etc.. Os macaenses têm assegurada a nacionalidade e os chineses admiram às lágrimas a dança dos pauliteiros. Temos livrarias de fazer inveja à FNAC, teatro a dar com pau, museus que enrubescem de raiva qualquer Gulbenkian.

Centros de investigação da realidade e da história macaense crescem em todas as esquinas.

Os portugueses são fluentes em cantonense. As patacas, como todos sabem, nascem de uma árvore. É certo que ultimamente o dono do canteiro anda com pouca mão na propriedade e alguns aventureiros são abatidos com a mão na fruta. Mas isso é coisa que não é da nossa conta. A responsabilidade é dos outros meninos.

Vistas bem as coisas, a culpa até que nem é do governo cá da terra. Afinal limita-se a querer ficar bem na fotografia. Um desejo aceitável e – quem sabe? – louvável. Aliás, recebem como poucos. Só falta pegá-los ao colo e embalá-los até ao sono dos justos. E, como diz a vox populi, as insónias não estão na moda, porque rareiam as consciências.

Estas, lá num reino esquecido que deve ser a Dinamarca, parecem estar a bom preço: uma viagem e um quarto.

De lá para cá pouco mudou, afinal. Ele aí está. Outra viagem e outro quarto: a mesma e conveniente miopia...

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hoje macau terça-feira 13.5.2014

1º de Maio Manuel Pires rejeita censura na TDM

cartoon

REFERENDO SEPARATISTA

por Stephff

A Sociedade de Jogos de Macau anunciou ontem lucros de 1.878 milhões de dólares de Hong Kong no primeiro trimestre, menos 1,9% do que no período homólogo de 2013. A operadora fundada pelo magnata Stanley Ho informou, em comunicado, que a descida reflecte operações de pagamento com base em acções no valor de 106 milhões de dólares de Hong Kong, alegando que sem estes custos, os lucros teriam subido 3,6%. As receitas de jogo do grupo aumentaram 4,9% para 22.789 milhões de dólares de Hong Kong. Em termos de quota de mercado, as receitas de jogo da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) representaram, entre Janeiro e Março, 23% das receitas de jogo dos casinos de Macau, depois de no primeiro trimestre de 2013 terem atingido uma quota de 26,2%. O EBITDA (resultados antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) ajustado da SJM subiu 2,9% no primeiro trimestre para 2.190 milhões de dólares de Hong Kong.

As manifestações do 1º de Maio tiveram presença tardia nos alinhamentos dos telejornais dos canais chineses da TDM, mas o presidente da comissão executiva da empresa, Manuel Pires, não acredita que há censura ou autocensura entre os jornalistas da estação, avança a Rádio Macau.

“Acredito, sinceramente, que se os colegas a nível da redacção fizeram o alinhamento editorial que fizeram tinham as suas razões para o fazer”, disse o responsável.

Manuel Pires explica à rádio que a peça sobre as manifestações do Dia do Trabalhador pode ter sido ultimada de forma tardia, sendo apenas possível emiti-la “naquele momento”. “Mas não tiraria conclusões”, acrescentou. Manuel Pires garante que ainda não recebeu qualquer queixa sobre censura ou auto-censura no departamento de informação dos canais chineses. O presidente da comissão executiva da TDM também assegura que não se “imiscui” nas opções editoriais.

Ministro guineense vitimado por “fibrose hepática”

O corpo do ministro das Infraestruturas da Guiné-Bissau, Rui de Araújo Gomes, que morreu na semana passada em Macau, deverá chegar à capital guineense na quinta-feira, disse ontem à agência Lusa fonte oficial. “Já contactámos a agência funerária e, em princípio, a transladação do corpo será feita na quarta-feira e deverá chegar a Bissau no dia seguinte”, disse o delegado da Guiné-Bissau junto do Secretariado Permanente do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Malam Becker Camará.

Rui de Araújo Gomes deslocou-se a Macau para participar no 5.º Fórum Internacional sobre o Investimento e Construção de Infra-estruturas, mas não chegou a marcar presença no encontro. O óbito do ministro foi confirmado no hospital, depois de ter sido enviada assistência médica ao hotel onde estava instalado. O relatório da autópsia realizada ontem aponta “fibrose hepática” como causa de morte, indicou a mesma fonte. As despesas de transladação do corpo foram assumidas pelo Governo de Macau.

UCRÂNIA REFERENDOS COM ESMAGADORA PARTICIPAÇÃO POPULAR

Fascistas surpreendidos E NTRE 94% e 98% dos votantes aprovaram a independência da região de Lugansk (leste) da Ucrânia no referendo separatista realizado no domingo, anunciou a comissão eleitoral da autoproclamada “República Popular de Lugansk”.

O resultado, preliminar, baseia-se no escrutínio dos votos em 28 das 32 circunscrições eleitorais, segundo a comissão, citada por meios locais.

“A favor da autonomia estatal da república popular de Lugansk votaram entre 94% e 98% dos eleitores. Estamos à espera dos dados das comissões dos territórios em conflito, que são pressionadas pela Guarda Nacional”, afirmou Aleksandr Malijin, chefe da comissão eleitoral local.

O responsável indicou que

SJM perde lucros no primeiro trimestre

falta também escrutinar os votos dos eleitores recenseados em Lugansk mas que residem em Moscovo. “Em resumo, a votação foi válida”, disse.

Segundo as comissões locais, a participação nos referendos, considerados ilegais pelo Governo ucraniano e condenados pelos países ocidentais, foi de 81% em Lugansk e de 75% em Donetsk.

A independência de Donetsk, região vizinha de Lugansk, foi aprovada por 89% dos votantes, segundo o presidente da comissão eleitoral local, Roman Laguin.

O Presidente interino e ilegal da Ucrânia, Oleksandr Turchinov, apresentou números diferentes, segundo os quais a participação foi de 24% em Lugansk e de 32% em Donetsk.

“Segundo informação do Ministério do Interior e dos espe-

cialistas presentes nessas regiões no domingo (…), em Lugansk (participou) cerca de 24% da população e em Donetsk um pouco mais de 32%”, afirmou o Presidente que dirige o governo fascista de Kiev, num comunicado divulgado pela Rada (parlamento). Os referendos, sublinhou, não têm qualquer valor jurídico.

“Essa farsa propagandística não terá nenhuma consequência jurídica, salvo a responsabilidade apenas dos seus organizadores”, afirmou o homem que os EUA colocaram à frente da Ucrânia sem consulta popular.

Os dirigentes das duas regiões separatistas propõem-se criar órgãos estatais e militares e, no futuro, criar um Estado independente, juntamente com outras regiões do leste e do sul da Ucrânia, como Karkhiv e Odessa.

Kiang Wu Enfermeiros têm fraca qualidade de vida, diz relatório A falta de enfermeiros em Macau faz com que os profissionais desta área tenham uma fraca qualidade de vida. A conclusão é de um estudo feito pelo Instituto de Enfermagem do Kiang Wu, apresentado esta segundafeira, data em que se assinala o Dia Internacional dos Enfermeiros. Os autores do relatório, citado pelo canal chinês da Rádio Macau, compararam a situação de Macau à das regiões vizinhas. Por cá, os enfermeiros não chegam a 1750. Fazendo as contas com as estatísticas mais recentes, que apontam para uma população de 614.500 habitantes, tal significa que há um profissional de enfermagem para 351 pessoas.

Em Cantão há o dobro dos enfermeiros em termos proporcionais. Também em Hong Kong e em Singapura, indica o estudo, a situação é consideravelmente melhor. A pesquisa tinha entre os objectivos perceber as condições de trabalho, bem como a capacidade de gestão e de liderança dos enfermeiros. A juntar às tarefas em excesso de que se queixam os profissionais, há ainda o facto de muitos deles não verem o trabalho ser reconhecido pelos superiores – a queixa parte sobretudo dos enfermeiros em início de carreira. Ainda assim, o Kiang Wu assegura que a qualidade profissional dos enfermeiros é boa e que não lhes falta responsabilidade.

Boko Haram quer trocar raparigas por prisioneiros

O líder do Boko Haram divulgou ontem um vídeo a mostrar uma centena de jovens apresentadas como as raparigas raptadas numa escola na Nigéria, referindo ainda que foram convertidas ao Islão e que só as libertará em troca de prisioneiros do grupo. Abubakar Shekau falou durante sete minutos num vídeo obtido pela agência francesa AFP, que mostra uma centena de adolescentes usando um véu que cobre o corpo todo e a rezar num local não identificado. No total, 276 jovens foram sequestradas, a 14 de Abril, na escola de Chibok, no estado de Borno, no nordeste da Nigéria, que tem uma comunidade cristã importante.

Candidatos ao crédito à habitação têm de revelar se comem bife

Se comem bife, quanto custa uma ida ao cabeleireiro, se planeiam ter mais filhos. Estas são, segundo o Daily Mail, algumas das questões que estão a ser colocadas aos candidatos ao crédito à habitação, em “interrogatórios” já comparados à inquisição espanhola que chegam a prolongar-se por três horas. A ideia é evitar o regresso à facilidade dos empréstimos que antecedeu a crise em 2008, procurando averiguar se um candidato poderá suportar subidas nas taxas de juro. De acordo com o jornal, estas perguntas mais intrusivas resultam, no entanto, de uma confusão por parte dos bancos sobre as novas regras de concessão de crédito.