Após a decisão do tribunal que retira 16 terrenos à Sociedade de Empreendimentos Nam Van, a empresa veio ontem a terreiro criticar a justiça. O Governo reagiu prontamente, alegando a independência judicial no território e defendendo que os tribunais não podem ser pressionados.
Num quarto escuro
A deputada Ella Lei entende, numa interpelação escrita, que devem ser clarificadas as regras para o exercício dos profissionais de saúde e farmacêuticos por parte de residentes na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, a fim de assegurar um desenvolvimento saudável do sector na região
DOAÇÃO DE ÓRGÃOS ALVIS LO REAFIRMA APOIO REGIONAL DEVIDO
à reduzida base demográfica de Macau, a origem de órgãos humanos para transplantes locais é limitada, situação que coloca a RAEM numa situação de dependência do modelo de cooperação regional para acudir a necessidades urgentes de doentes que precisam de transplantes. A situação local foi traçada pelo director dos Serviços de Saúde (SS), Alvis Lo, que participou no domingo numa reunião na Faculdade de Medicina de Xangai da Universidade de Fudan.
O director dos SS adiantou, perante uma plateia recheada de responsáveis de várias entidades nacionais de saúde, que no final de 2017 Macau “foi integrado no sistema informático estatal de distribuição e partilha de órgãos, agradecendo ao país, aos serviços e instituições relacionados que prestaram apoio e assistência a Macau”.
Ocomité permanente da Assembleia Popular Municipal de Zhuhai aprovou, no início do mês, dois novos regulamentos que permitem o exercício das carreiras médicas por parte dos residentes de Macau na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin, que entram em vigor a 1 de Agosto.
No entanto, a deputada Ella Lei considera que é ainda preciso clarificar mais as regras para um pleno desenvolvimento do sector da saúde entre ambas as regiões.
Em causa, estão os diplomas “Regulamento sobre a gestão do exercício da profissão dos profissionais de saúde da RAEM na Zona de Cooperação Aprofundada” e “Regulamento sobre a gestão de registo do exercício da profissão dos técnicos farmacêuticos da RAEM nas unidades de venda a retalho de produtos farmacêuticos na Zona de Cooperação Aprofundada”. Ambos vão
ajudar, na visão da deputada, “a expandir o mercado de emprego e o desenvolvimento do pessoal médico de Macau e a ajudar a desenvolver o sector da saúde” do território.
Ella Lei aponta que “alguns profissionais médicos têm interesse em trabalhar na Zona de Cooperação”, mas “devido às diferenças de sistema entre as duas regiões, algumas pessoas têm dúvidas relativamente aos
Relativamente à área da medicina tradicional chinesa (MTC), Ella Lei diz que há “profissionais preocupados” com a forma como será feita a ligação com a prática da medicina dita ocidental
métodos de trabalho, sobretudo quanto à tabela salarial e regime de segurança social, férias e licenças sem vencimento, sem esquecer o modelo de pagamento de impostos”.
Por outro lado, “não estão ainda esclarecidos os requisitos para o exercício da profissão médica [em Hengqin], esperando-se que o Governo consulte as opiniões do sector e reflicta sobre as propostas apresentadas, formulando políticas específicas”, escreveu a deputada.
Questões e mais questões
Ella Lei coloca mais interrogações sobre a garantia dos direitos dos trabalhadores da área da saúde tendo em conta a existência de legislações diferentes, pedindo que as autoridades “apoiem o sector no esclarecimento das referidas questões”.
“Quais os requisitos específicos para que o pessoal médico se submeta a acções de formação regulares e a uma avaliação contínua da prática médica? Os
créditos obtidos com as acções de formação serão reconhecidos nas duas regiões? Quem se inscrever para trabalhar na Zona de Cooperação poderá continuar a exercer em Macau? Como será o regime de seguro para os prestadores dos cuidados de saúde?”, questionou.
Relativamente à área da medicina tradicional chinesa (MTC), Ella Lei diz que há “profissionais preocupados” com a forma como será feita a ligação com a prática da medicina dita ocidental, pois médicos de MTC podem trabalhar na Zona de Cooperação caso tenham mais de cinco anos de prática em Macau.
“Serão promovidas condições para, no futuro, os médicos que exerçam medicina ocidental possam candidatar-se a trabalhar em clínicas e hospitais na Zona de Cooperação, caso haja condições suficientes para tal?”, inquiriu ainda. Andreia Sofia Silva
Em relação ao futuro, Alvis Lo mostrou-se esperançado pelas oportunidades “trazidas pela construção da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau”, que irá permitir o reforço da cooperação entre o Interior da China e as regiões administrativas especiais na área de doação e transplante de órgãos, bem como na introdução de talentos e no intercâmbio de tecnologia. O responsável afirmou ainda que em Macau “existe, de um modo geral, uma atitude positiva em relação à doação de órgãos, tendo-se registado cerca de 6.000 residentes de Macau que se inscreveram voluntariamente como doadores de órgãos”. J.L.
Consulado Transmitissão de problemas garantida
Os conselheiros das comunidades portuguesas reuniram este domingo com o secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, André Moz Caldas. Segundo um comunicado, este prometeu “comunicar aos ministérios responsáveis, em Portugal, as preocupações suscitadas com as dificuldades apontadas ao Consulado-Geral de Portugal em Macau e Hong Kong, nomeadamente no que concerne ao reforço de pessoal e ajustamento salarial, conducente à obtenção de uma solução adequada”. No encontro, foram também lembrados os atrasos para a marcação de vagas para renovação de documentos no Consulado. André Moz Caldas falou ainda do “valor, significado e importância da comunidade Portuguesa em Macau”, salientando que Portugal “continuará a contar com o seu apoio na concretização da portugalidade em Macau, que constitui um pilar basilar do relacionamento bilateral entre Portugal e a República Popular da China”.
ASociedade de Empreendimentos Nam
Van viu recentemente uma decisão judicial na primeira instância dar razão ao Governo no caso dos 16 terrenos concessionados na zona da Baía da Praia Grande que não foram desenvolvidos no prazo previsto de 25 anos.
Recorde-se que esse prazo chegou ao fim em 2016, mas só em Maio de 2018 é que o fim da concessão foi oficializado com a publicação do despacho em Boletim Oficial (BO). Na altura, a Nam Van acusou o Governo de nunca responder em tempo útil aos planos de desenvolvimento e de ter levado ao adiamento de decisões sobre os terrenos, tendo recorrido judicialmente da decisão das autoridades que anulou a concessão das terras.
Tendo em conta a mais recente decisão desfavorável à empresa, a Nam Van organizou ontem uma conferência de imprensa onde apontou o dedo à justiça. Segundo a TDM Rádio Macau, o processo sentou no banco dos réus empresários da antiga empresa concessionária e antigos dirigentes das Obras Públicos, tendo sido condenados alguns empresários. Os advogados de defesa decidiram recorrer da decisão, “mas o Tribunal de Segunda Instância ainda não se pronunciou”.
A verdade é que a conferência de imprensa espoletou uma reacção do Governo, que ontem declarou que “o concessionário de alguns terrenos não conseguiu desenvolver os projectos dentro do prazo de concessão provisória de 25 anos”.
Neste processo a Nam Van “apresentou a impugnação [da decisão do fim da concessão]”, mas “foi reconhecida a legalidade da decisão do Governo e negado provimento ao recurso interposto pelo concessionário”.
O Governo entende que “os tribunais exercem o poder judicial de forma independente e nos termos da lei, não podendo ninguém, por qualquer forma, exercer pressão sobre os mesmos, com a intenção de interferir no processo judicial”.
Milhões ao ar
Em Maio de 2018 a Nam Van alegou que, durante anos, teve de esperar pelo desenvolvi-
CASO NAM VAN GOVERNO REAGE A CRÍTICAS DA EMPRESA
Dedos em riste
Decisão judicial na primeira instância confirmou a perda de 16 terrenos pela Sociedade de Empreendimentos Nam Van, que ontem se queixou do desfecho em conferência de imprensa. Governo reagiu dizendo que as terras não foram desenvolvidas no prazo de 25 anos e que não deve haver pressão sobre os tribunais
QINGDAO LEI WAI NONG VISITA STARTUP DE MACAU
Avisita aconteceu há três dias, mas só ontem foi divulgada.
Lei Wai Nong, secretário para a Economia e Finanças, esteve, no sábado, na cidade de Qingdao, província de Shandong, onde visitou a única startup de Macau a operar na região. Ligada à área da inteligência artificial, a “Extreme Vision” é uma startup criada por residentes e foi a única seleccionada, através de concurso público, para desenvolver a sua actividade na região como “uma das melhores empresas pela plataforma de inteligência artificial do Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação” da China.
contexto da sua participação na “Semana de Macau em QingdaoShandong”. Citado por um comunicado emitido pelo seu gabinete, o secretário declarou que o caso da “Extreme Vision” constitui um claro exemplo de sucesso que resulta “da conjugação de vários factores, como a enorme oportunidade que constitui o mercado do Interior da China, o apoio dado pelo Governo local de Qingdao e as competências técnicas e de gestão dos quadros qualificados de inovação científica e tecnológica de Macau”.
mento do plano urbanístico do Fecho da Baía da Praia Grande para poder desenvolver os projectos, sendo que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) poucas respostas deu ao longo do processo.
Jorge Neto Valente, ex-presidente da Associação de
Advogados de Macau e ligado à Nam Van, disse na altura que a empresa investiu muitos milhões em infra-estruturas de higiene urbana como contrapartida do contrato de concessão dos terrenos.
“Conheço a história da Nam Van desde o princípio e as pessoas hoje não têm
muitas memórias, não sabem qual era o estado da Baía da Praia Grande. Os esgotos eram despejados para lá, havia lodo e mau cheiro. Hoje temos melhor qualidade de vida nessa zona, porque a Nam Van fez as infra-estruturas, tirou o lodo, levou os canos para a estação de tratamento e fez os lagos. Hoje temos melhores condições porque a Nam Van investiu não como benemérita, mas como contrapartida. À Administração interessava resolver a questão da Baía da Praia Grande, foi resolvida, e o desenvolvimento ficou para depois”, lembrou. Andreia Sofia Silva
No país existem apenas quatro empresas deste género, sendo que, na província de Shandong, a “Extreme Vision” é mesmo a única a operar no ramo da inteligência artificial. Além disso, a startup «é líder da cadeia industrial de inteligência artificial do município de Qingdao”, contando hoje, no leque de accionistas, com “várias empresas de renome nacional e internacional”.
A visita de Lei Wai Nong aconteceu no
Estas competências reflectem “a competitividade dos jovens de Macau” na área da inteligência artificial, esperando-se que mais quadros qualificados locais “possam integrar-se na conjuntura do desenvolvimento nacional e desempenhar um papel mais importante” na política de diversificação económica “1+4”, anunciada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. O secretário fez-se acompanhar a Qingdao com uma comitiva de vários dirigentes.
DSEDJ Subsídios escolares até sexta
Termina já esta sexta-feira o prazo para as candidaturas dos estudantes para a concessão de subsídios destinados ao pagamento de propinas, alimentação e aquisição de material escolar relativo ao ano de
2023/2024. O pedido pode ser feito junto do sistema de “Conta Única” no telemóvel, podendo também ser feito de forma física, com a submissão do formulário nas escolas ou nas instalações da DSEDJ.
O Governo entende que “os tribunais exercem o poder judicial de forma independente e nos termos da lei, não podendo ninguém, por qualquer forma, exercer pressão sobre os mesmos”
LAI CHI VUN SUGERIDA FORMAÇÃO DE GUIAS TURÍSTICOS EM HISTÓRIA NAVAL
Faça chuva ou faça sol
Com a zona dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun prestes a acolher a primeira feira de produtos locais, Nick Lei pede ao Governo maior atenção à zona circundante de forma a torná-la mais apetecível para os turistas. Além disso, o deputado sugere a formação de guias turísticos na história da indústria naval de Macau
PASSADOS vários anos de progressos aos solavancos sobre o destino dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun, a zona prepara-se para acolher no final deste mês a primeira de uma série de feiras de produtos locais que se vão realizar nos fins-de-semana.
Além de deixar elogios aos planos do Instituto Cultural para a revitalização da zona que está ao abandono há décadas, o deputado Nick Lei gostaria que o Governo melhorasse as instalações em redor dos estaleiros para proporcionar uma melhor experiência a turistas e locais que visitem a zona.
Macau Palace Casino flutuante alvo de renovação
O Success Universe Group, investidor do empreendimento Ponte 16, anunciou ontem planos para a inclusão da renovação do Macau Palace, o casino flutuante da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) situado junto aos bairros do Fai Chi Kei e Ilha Verde. Segundo o portal Macau News Agency, que cita dados da agência SingTao News, de Hong Kong, o projecto faz parte da terceira fase de expansão da Ponte 16, que inclui um orçamento de 100 milhões de patacas. Os detalhes do projecto de expansão estão ainda a ser Hoffman Ma Ho Man é o director do Success Universe Group, que detém 49 por cento da Pier 16 - Property Development, que pertence ao universo da SJM. No ano passado a operadora de jogo anunciou que pretendia revitalizar o casino flutuante, aberto ao público em 1962 no contexto da primeira concessão de jogo atribuída à recém-criada Sociedade de Turismo e Diversões de Macau.
Wynn Palace Distinção com Prémio Travel + Leisure Luxury Awards
O Wynn Palace foi distinguido pelos Travel + Leisure Luxury Awards Asia Pacific 2023, prémios atribuídos anualmente pela publicação do sector do turismo, anunciou ontem a Wynn Macau. “Este prémio reconhece o compromisso do Wynn Palace com a excelência de um serviço excepcional, mas também os esforços para contribuir para a posição de Macau como um centro mundial de turismo e lazer”, apontou ontem a Wynn Macau em comunicado. Os vencedores dos Travel + Leisure Luxury Awards foram escolhidos através de um inquérito aos leitores da publicação e de uma avaliação rigorosa por um painel de especialistas. A Travel + Leisure e uma revista de viagens do American Express Group, é reconhecida como um dos meios de comunicação social de viagens mais conceituados do mundo no sector. O Travel + Leisure Luxury Awards Asia- Pacific 2023 foi criado recentemente para distinguir indivíduos, hotéis e marcas de destaque na indústria hoteleira asiática.
Água Bonificações atribuídas a 580 agregados
Em declarações ao jornal Ou Mun, o deputado refere que como as feiras periódicas de Lai Chi Vun se vão realizar durante o Verão, época em que o calor e as chuvas intensas dominam as previsões meteorológicas, no local deve-
riam ser disponibilizadas infra-estruturas que garantam o abrigo da chuva e do calor. Na óptica de Nick Lei, se esse aspecto não for tido em consideração, os turistas ou visitantes locais podem perder a vontade de visitar Lai Chi Vun. O caminho para a zona dos estaleiros também deveria ser melhorado, segundo Nick Lei, já que o parque de estacionamento mais próximo fica a cerca de 15 minutos a pé dos estaleiros.
Arte e engenho
Além da venda de comes e bebes, artigos de artesanato e produtos afins, a própria envolvência do local representa um dos capítulos da longa história de Macau. Como tal, Nick
Lei entende que o Governo deveria cooperar com entidades do sector do turismo para formar guias turísticos na história naval do território.
Entretanto, decorre o concurso público para a instalação de arte e equipamentos públicos nos lotes X11 a X15 dos Estaleiros Navais de Lai Chi Vun até ao próximo dia 13 de Julho. O concurso é organizado em parceria com a Associação de Arquitectos de Macau e apoiado pela Galaxy e tem como objectivo “valorizar as ideias criativas das gerações mais jovens e despertar o interesse de participação de um maior público residente em Macau, com idade não superior a 45 anos”. João Luz e Nunu Wu
A Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) divulgou ontem a lista de beneficiários e premiados do Plano de Bonificação nas Tarifas de Água, que contou com a inscrição de mais de 2300 utentes de água canalizada. A entidade liderada por Susana Wong indicou ontem que, após a verificação do volume de água consumida, 580 participantes conseguiram poupar mais de 5 por cento do volume de água face ao período homólogo do ano passado, atingindo a meta de poupança de água que dá direito a uma bonificação de 100 patacas na tarifa de água. Foram também atribuídos em sorteio mais de 300 prémios, com os mais valiosos a serem cupões de supermercado no valor de 5000 patacas. A medida lançada pela DSAMA tem como objectivo promover a poupança de água em toda a cidade e combater a maré salgada.
Nick Lei refere que, como as feiras se vão realizar durante o Verão, deveriam ser disponibilizadas no local infra-estruturas que garantam o abrigo da chuva e do calor
Mulheres Quinze queixas mensais por disputas familiares
Os Serviços Sociais da Associação Geral das Mulheres estão a receber uma média mensal de 15 queixas devido a disputas familiares, revelou a chefe dos serviços Chu Oi Lei. Entre as principais razões para os conflitos estão problemas económicos, visões divergentes quando às formas de disciplinar os filhos ou situações escolares e problemas de saúde. Em declarações ao jornal Ou Mun, a responsável revelou que o número de queixas se tem mantido estável nos últimos tempos. Chu Oi Lei confessou que apesar das intervenções da associação, é difícil saber os conflitos familiares acabaram por ser resolvidos a curto prazo.
Juventude Alteradas regras de prémios
Só as associações de juventude registadas em Macau há mais de um ano é que podem participar nos concursos para os prémios atribuídos pelo Conselho da Juventude da Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ). Segundo as novas regras publicadas ontem em Boletim Oficial (BO), as mesmas associações devem candidatar-se entre os meses de Janeiro e Fevereiro de cada ano. A DSEDJ passa a suportar financeiramente estes prémios.
Xangai Residente detido por violar restrição de saída
Um residente de Macau, de apelido Wong, ficou detido durante 15 dias pelas autoridades de Xangai quando tentava viajar para Macau, tendo violado a proibição, decretada por um tribunal de Zhuhai, de sair da cidade vizinha. Segundo um comunicado do tribunal do distrito de Xiangzhou, de Zhuhai, a causa para não poder sair prende-se com o não pagamento de dívidas a uma mulher no valor de 230 mil renminbis. A 24 de Abril, o mesmo tribunal decidiu que Wong não podia adquirir bens de elevado valor, pelo que não podia viajar de comboio, avião ou outros meios de transporte. No entanto, as autoridades perceberam, a 27 de Maio, que o homem viajava com frequência entre Macau e Zhuhai. Recorrendo ao seu salvo-conduto chinês, não declarado em tribunal, o homem marcou uma viagem para Xangai, de onde pretendia viajar para Macau, mas não conseguiu entrar no avião porque foi detectada a proibição de saída, tendo sido detido.
DSAL / FILIPINAS EMPREGADORES NÃO SÃO OBRIGADOS A ALTERAR CONTRATOS
Condenados a ser livres
Face à exigência do Consulado das Filipinas que obriga empregadores a alterar contratos com trabalhadores filipinos, a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais diz respeitar as políticas laborais de outros países sobre trabalhadores imigrantes em Macau e acrescenta que os empregadores podem decidir manter o vínculo ou não alter ar os contratos
ADirecção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) aceita o facto de que alguns países formulem regulamentos para os seus nacionais que trabalhem no estrangeiro e considera que os empregadores são livres de aceitar, ou não, imposições resultantes destes regulamentos.
Foi desta forma que a DSAL reagiu às exigências do Consulado Geral das Filipinas em Macau que passou a obrigar a alteração de contratos entre empregadores locais e trabalhadores filipinos, de forma a que os vínculos passem a prever o pagamento de custos de repatriamento e a possibilidade de mediação de disputas laborais no consulado.
Os patrões que recusarem assinar as alterações ao contrato propostas pelo Consulado Geral das Filipinas em Macau arriscam-
-se a que esse contrato não seja homologado pelas autoridades consulares e que os trabalhadores fiquem retidos nas Filipinas.
O HM contactou a DSAL sobre a imposição de alterações a contratos de trabalho celebrados no território, perguntando se seria aceitável a interferência de um consulado estrangeiro na autonomia negocial das partes. A resposta foi um vago resumo dos vários passos para contratar um trabalhador não-residente.
“Na RAEM, os empregadores estão sujeitos às disposições lei da contratação de trabalhadores não-residentes, devendo em primeiro lugar requerer uma autorização de emprego à DSAL e, após a obtenção da autorização de emprego, dirigir-se ao Departamento de Imigração do Corpo de Polícia de Segurança Pública para requerer autorização de permanência para o trabalhador não-residente. Quando
o trabalhador obtiver a respectiva autorização de permanência, pode exercer legalmente a sua actividade profissional aprovada em Macau”.
Um empregador referiu à DSAL que a sua preocupação não estava relacionada com “a liberdade para acordar condições de trabalho”, mas com “a imposição de condições a um contrato livre e previamente acordado sob pena de o trabalhador ficar retido depois de gozar férias no país de origem”
A DSAL indica também que sobre direitos e interesses laborais de trabalhadores não-residentes vigora “a lei das relações de trabalho, leis conexas, e as condições de “trabalho (incluindo remuneração, benefícios, horário de trabalho, etc.) podem ser livremente acordadas entre trabalhadores e empregadores, em conformidade com as leis e regulamentos de Macau”. Por outro lado
Apesar de a resposta não ter endereçado a questão em causa, o HM falou com um empregador que recorreu à DSAL quando se viu forçado a assinar uma adenda ao contrato de trabalho, para possibilitar o regresso à RAEM de uma empregada retida nas Filipinas.
“A DSAL indicou que respeita as políticas de exportação de mão-de-obra de países que formulam os seus próprios regulamentos em função dos nacionais que trabalham no estrangeiro. Além disso, afirmaram que “as políticas ou medidas em causa não constituem obrigações que os empregadores devam cumprir ao abrigo da legislação de Macau, e que os empregadores são livres para decidir se aceitam ou não as condições do acordo”. A DSAL reiterou que os trabalhadores não-residentes também estão sujeitos às protecções estipuladas nas leis locais e que “tanto os empregadores como os trabalhadores são livres de acordar as condições de trabalho (incluindo remuneração, benefícios, horário de trabalho) de acordo com a legislação de Macau”.
Face a esta resposta, o empregador que falou com o HM em condição de anonimato referiu à DSAL que a sua preocupação não estava relacionada com “a liberdade para acordar condições de trabalho”, mas com “a imposição de condições a um contrato livre e previamente acordado sob pena de o trabalhador ficar retido depois de gozar férias no país de origem”. Importa frisar que este contrato havia sido estipulado de acordo com o modelo recomendado pela DSAL.
João Luz com João Santos Filipe
VIA DO MEIO REVISTA DEDICADA À CULTURA CHINESA A PARTIR DE SETEMBRO EM PORTUGAL
Dar a conhecer
Aprimeira revista em língua portuguesa totalmente dedicada à cultura chinesa, a Via do Meio, lançada pelo jornal diário Hoje Macau (HM), vai estar disponível a partir de Setembro em Portugal, disse à Lusa o responsável pela publicação.
“Como estamos num mundo global e a China é um dos principais parceiros desse mundo global, e uma das principais potências também, acho que é importante que nós conheçamos a cultura chinesa, além de ser esteticamente muito gratificante e teoricamente também muito gratificante conhecer uma cultura com esta vastidão e diversidade”, disse o director do HM, Carlos Morais José.
Os dois primeiros números da Via do Meio, ambos com 148 páginas, vão ser lançados oficialmente em Macau esta quarta-feira, às 18:30 na Fundação Rui Cunha
Ainda persiste a ideia de que “a cultura chinesa é monolítica”, continuou Morais José desde Macau, defendendo que existe “uma gigantesca diversidade de textos, opiniões, maneiras de ver”.
OGoverno de Joe Biden anunciou que os Estados Unidos voltarão a integrar a organização educacional e científica da ONU, a UNESCO, após uma ausência de cinco anos que começou quando Donald Trump era Presidente.
O Departamento de Estado revelou que entregou uma carta solicitando a readmissão ao órgão, com sede em Paris, no final da semana passada. Na carta, de 08 de Junho, do secretário de Estado Adjunto para a Gestão, Richard Verma, propôs “um plano para os Estados Unidos
Marcar presença
Estados Unidos anunciam regresso à UNESCO voltarem a aderir à organização”, disse o departamento em comunicado.
“Qualquer acção deste tipo exigirá a concordância dos actuais membros da UNESCO, e é nosso entendimento que a liderança da UNESCO irá transmitir a nossa proposta aos membros nos próximos dias”, afirma-se no comunicado.
Os pormenores da proposta não foram revelados.
Os Estados Unidos devem uma quantia significativa de dinheiro à organização devido a atrasos no pagamento das quotas. Mas no início deste ano, a administração reservou 150 milhões de dólares no seu actual plano orçamental para pagar o regresso à UNESCO.
Altos e baixos
Os Estados Unidos e a UNESCO têm tido uma relação turbulenta ao longo
das últimas quatro décadas, depois de terem discutido sobretudo questões ideológicas durante a Guerra Fria e, mais recentemente, o conflito israelo-palestiniano.
O antigo presidente Ronald Reagan retirou os Estados Unidos da UNESCO em 1983, mas o Presidente George W. Bush voltou a aderir em 2002. Donald Trump retirou o país da agência em 2017, citando o seu alegado preconceito anti-Israel. Telavive anunciou a sua retirada ao mesmo tempo e as saídas entraram em vigor em janeiro de 2018.
O actual Presidente, Joe Biden, afirmou, quando tomou posse, que tencionava voltar a integrar a UNESCO.
Em Março, quando o orçamento para o próximo ano fiscal foi apresentado, o subsecretário de Estado para a Gestão, John Bass, disse que a administração acreditava que a adesão à UNESCO ajudaria os Estados Unidos na sua rivalidade global com a China, que investiu grandes somas em organizações da ONU.
“Ajudar-nos-á a resolver um custo de oportunidade fundamental que a nossa
ausência está a criar na nossa competição global com a China”, disse.
“Se levarmos realmente a sério a concorrência com a China na era digital, do meu ponto de vista, com um conjunto de interesses bem definidos, não nos podemos dar ao luxo de continuar ausentes de um dos principais fóruns em que são definidas as normas relativas à educação científica e tecnológica”, acrescentou.
A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) foi criada em 1945.
A Via do Meio, com periodicidade trimestral, vai ser distribuída em “universidades que têm cursos de chinês ou universidades com estudos humanísticos”, além de se encontrar à venda em livrarias, avançou Morais José, adiantando que a iniciativa tem o apoio logístico do Centro Científico e Cultural de Macau.
Primeiro no jornal
O projecto nasceu em Outubro do ano passado, inicialmente apenas como uma nova secção do jornal, em substituição do “H”, onde diariamente são publicados artigos e traduções de sinólogos de diferentes partes do mundo, que se expressam em língua portuguesa e abordam temas que vão do “pensamento à história, passando pela literatura, pela ciência e pela própria sociedade”.
“A ideia é todos os dias ir publicando no Hoje Macau e depois, de três em três meses, fazer uma recolha desses textos e fazer então a revista”, salientou o responsável, lembrando que o primeiro número já saiu em Fevereiro no território.
Nomes do estudo da China, como os portugueses António Graça de Abreu, Ana Cristina Alves e Rui Cascais, o alemão Roderick Ptak e o brasileiro Leandro Durazzo são alguns dos colaboradores.
As reações “têm sido excelentes”, notou Carlos Morais José. “Como costumo dizer, os portugueses têm a tradição de ser
os primeiros sempre a fazer as coisas”, referiu ainda o jornalista, lembrando que Portugal teve “uma grande importância em termos da sinologia europeia”.
Carlos Morais José lamenta que Portugal não tenha dado aos estudos nesta área a “importância que eles merecem”, notando, porém, que, nos últimos anos, com a criação de novos cursos de chinês e de cultura chinesa, a situação está a mudar
“Porque fomos nós os primeiros a fazer livros sobre a China, se bem que fossem em latim - estamos a falar dos padres jesuítas - , mas foram livros muito importantes para a Europa da altura, porque davam descrições da China que não havia. Mas a nossa sinologia, a partir do século XIX, talvez com o fim dos jesuítas, de algum modo entrou em pousio”, disse.
Carlos Morais José lamenta que Portugal não tenha dado aos estudos nesta área a “importância que eles merecem”, notando, porém, que, nos últimos anos, com a criação de novos cursos de chinês e de cultura chinesa, a situação está a mudar.
“Parece-me que agora estamos a voltar ao bom caminho. Até porque temos de ver que nós temos uma relação secular com a China e, portanto, temos obrigação de ter algum interesse por esta cultura e por este povo”, disse.
Os dois primeiros números da Via do Meio, ambos com 148 páginas, vão ser lançados oficialmente em Macau esta quarta-feira, às 18:30 na Fundação Rui Cunha.
ALBERGUE SCM ADALBERTO TENREIRO COM NOVA EXPOSIÇÃO Éinaugurada
amanhã, às 18h30, uma nova exposição da autoria do arquitecto Adalberto Tenreiro”, intitulada “Redrawing in Azulejos” [Redesenhando em Azulejos], promovida pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau e integrada no cartaz oficial das comemorações do 10 de Junho - Dia de Camões, Portugal e das Comunidades Portuguesas, efeméride que se celebrou no último sábado.
Nesta mostra podem observar-se 30 conjuntos de azulejos pintados com desenhos do arquitecto, sendo acompanhados, no espaço expositivo, pelos esquissos de cada projecto. Os temas principais destas peças são os edifícios de todo o mundo, e também de Macau, que mais interesse despertaram no arquitecto, que também se dedicou a desenhar e a pintar objectos do seu dia-a-dia.
“Desta forma, a transição do papel para os azulejos não apenas demonstra a capacidade do artista nas técnicas de observação e a sua aptidão para trabalhar com várias técnicas, “abraçando a diversidade e a criatividade”. A exposição pode ser vista até ao dia 28 de Julho.
Nascido em São Tomé e Princípe, em 1955, Adalberto Tenreiro licenciou-se em arquitectura em Lisboa, em 1982, pela Universidade Técnica de Lisboa, hoje Universidade de Lisboa. Mudou-se para Macau no ano seguinte, sendo autor de vários projectos edificados no território. Actualmente exerce no seu atelier em nome individual. Adalberto Tenreiro já expôs os seus desenhos e trabalhos em Macau, Lisboa e Espanha, entre outros locais.
Uma aposta em conteúdos em português sobre a cultura clássica chinesa é o mote da “Via do Meio”, a primeira revista em língua portuguesa totalmente dedicada a este tema, lançada pelo HM, e que estará disponível em Portugal a partir de Setembro. O lançamento oficial acontece amanhã na Fundação Rui Cunha
O IMPERADOR Yongle, cujo nome significa Felicidade Perpétua, nascera em Nanjing a 2 de Maio de 1360 com o nome de Zhu Di e teve Zhu Yuanzhang (o Imperador Hongwu, o primeiro da dinastia Ming) como pai e escolheu para mãe a Imperatriz Ma, apesar de, segundo consta, ser ela uma princesa mongol.
A consorte de Zhu Di (朱棣 1360-1424) era a Imperatriz Xu (徐, 1362-1407). Casados em 1376, tiveram três filhos e quatro filhas, sendo o mais velho Zhu Gaochi (o futuro Imperador Hongxi), o segundo filho Zhu Gaoxu, o terceiro Zhu Gaosui, Zhu Gaoxi foi o número quatro, mas de diferente mãe, sendo as filhas, a mais velha Zhu Yuying, a princesa Yong’an, e as princesas Yong Ping, Ancheng e Xianning. A Imperatriz Xu morreu em 1407.
Após a Felicidade Perpétua
o tempo do seu avô, o Imperador Hongwu, o recrutamento para a Administração só podia ser feito por via das escolas e exames públicos, estando aos eunucos vedado aprender a ler, escrever e frequentar a escola.
Zhu Di, enquanto Príncipe de Yan, em Beijing nos anos de 1380, contratara professores para no palácio darem aulas aos filhos príncipes, acompanhados por jovens eunucos, como Ma He (mais tarde Zheng He). Devido à inicial necessidade de conquista e defesa, os eunucos tiveram instrução em acções militares e foram o apoio nas conquistas de Zhu Di até 1402, quando se tornou o Imperador Yongle. Daí para a frente, a educação dos eunucos ficou mais virada para o conhecimento científico ligado à navegação, pois à China Ming estava vedada a expansão para Norte e Noroeste, bloqueada por reinos mongóis, restando os oceanos a Sul e Leste para retomar contacto com os povos anteriores aliados das dinastias Tang e Song e anunciar ao mundo a mudança no Trono do Dragão, de novo nas mãos do povo han.
Navegar
Como terceiro Imperador da dinastia Ming, Yongle reinou desde 17 de Julho de 1402 e morreu aos 64 anos no dia 18 do sétimo mês de Jiachen (甲辰), 22.º ano do seu reinado, a 12 de Agosto de 1424, quando regressava de uma campanha contra os mongóis.
Com a morte por doença do Imperador Yongle, o seu filho mais velho Zhu Gaozhi (1378-1425), a 7 de Setembro de 1424, tornou-se o Imperador Hongxi (1424-1425) e voltou a colocar a capital em Nanjing. Zheng He retornara de Palembang e já há muito soavam vozes contra as dispendiosas viagens. Logo nesse dia, já como imperador, Hongxi mandou suspender as viagens marítimas e manteve os barcos da armada para a defesa de Nanjing.
Pouco mais de 8 meses reinou Hongxi, pois morreu a 29 de Maio de 1425, e o seu
filho Zhu Zhanji (1399-1435), conhecido como Ming Xuanzong, tornou-se a 27 de Junho de 1425 o Imperador Xuande (Propagação da Virtude), ficando no trono até 31 de Janeiro de 1435.
Zhu Di (朱棣 1360-1424), preocupado com a sucessão, dera atenção ao primeiro filho Zhu Gaochi, nascido no 11.º ano do reinado de Hongwu, colocando-o a ser educado por oficiais do mandarinato, ministros confucionistas que o apoiaram até chegar a Imperador Hongxi (1424-1425). Mas a especial dedicação de Zhu Di foi com o neto Zhu Zhanji (1399-1435), nascido no dia 9 do segundo mês do ano 32.º de Hongwu e educado por os Grandes Eunucos. Viria a ser o Imperador Xuande (1426-1435) que, em 1426, criou a Escola Neishutang em Beijing para os eunucos poderem estudar, pois desde
Para reatar as viagens marítimas foi preciso apurar a investigação, interligando todas as disciplinas conectadas com a navegação, e ao extender geografias, tanto físicas como de Astronomia, levar os juncos com segurança a chegarem aos longínquos destinos e contribuir no engrandecer da Enciclopédia de Yongle. Para comunicar com esses reinos e países de África, da Arábia, da Índia e Sudeste Asiático foi criada a escola de línguas e de intérpretes. Daí os eunucos começarem a ser promovidos e ganharem mais responsabilidades, obtendo altos cargos, tanto em terra, a comandar posições militares, como no mar, com Grandes Eunucos a capitanear as frotas de centenas de juncos e milhares de homens, como a da grande armada capitaneada por Zheng He. Estas viagens, ao contrário das realizadas anteriormente por os mercadores chineses no período Tang e Song, tinham o selo imperial do Celeste Império da dinastia Ming, sendo os produtos trocados num comércio não praticado a nível particular, mas apenas entre países ou reinos com o estatuto oficial de vassalos e daí a oferta de produtos raros ao receber tributos como forma de aceitar protecção e render vassalagem à erudição dos presentes.
Sentado no Trono do Dragão, Senhor Supremo filho do Céu, o Imperador Hongwu, não se sentindo muito seguro com um dos seus ministros, em 1380, extinguiu o Secretariado, até então composto por dois primeiros-ministros (o da esquerda, civil e o da direita, militar) responsáveis pela administração de todo o país e em seu lugar criou seis Ministérios: Assuntos Públicos, Finanças, Ritos, Guerra, Justiça e Obras
Perpétua de Yongle (XVI)
Públicas, com os ministros a responder e despachar directamente com ele, Imperador. Investiu nos exames imperias (keju) para recrutar funcionários, Oficiais Civis e Militares para a Administração.
Quando o Imperador Yongle faleceu em 1424 deixou muitos problemas por resolver e apenas em 1428, no reinado do Imperador Xuande, ficou fechada a questão da guerra no Vietname iniciada em 1406. A dinastia Trân foi destronada de Annan no Vietname em 1400 pelo revoltoso Ho Quy Ly (14001401), monarca que aí criou a dinastia Ho, sendo o seu segundo filho Ho Han Thu’o’ng a governar o reino Dai Ngu de 1401 a 1406. Como a dinastia Trân era vassala da China, logo em 1406 as tropas Ming avançaram para ajudar o príncipe Trân Thiên Bính, mas ele e o embaixador chinês foram vítimas de uma emboscada das forças Ho a 4 de Abril, sendo ambos mortos. Em 11 de Maio de 1406, o Imperador Yongle enviou dois exércitos para acabar com a dinastia
Ho e restabelecer a Trân. A campanha militar chinesa contra Dai Ngu (Norte do Vietname) ocorreu entre 1406-07 e assim ficou Dai Ngu incorporado na dinastia Ming e o Imperador Yongle mudou o nome de Annan para província de Jiaozhi.
A interferência chinesa iniciada em 1407 teve grande resistência do povo vietnamita, intensificada desde 1418 com uma guerra de guerrilha, a desgastar o cercado exército Ming retido na selva. Tal levou o Imperador Yongle a sair do Vietname em Julho de 1421, apesar da sua independência em relação à China apenas ter ocorrido em 1428 com o Imperador Xuande. Este, a 25 de Março de 1428, ordenou a Zheng He e a outros eunucos para supervisionarem a reconstrução do Grande Templo Bao’en (o Pagode de Porcelana era parte do templo) em Nanjing, que terminou de ser edificado em 1431.
Os juncos da armada do Tesouro, retidos desde 1422 em Nanjing para a defesa da cidade, foram libertados dessa função no
José Simões Moraisano de 1431, pois a 29 de Junho de 1430, no nono dia do sexto mês lunar do quinto ano do reinado de Xuande, Zheng He foi instruído por o Imperador para viajar aos países bárbaros e proclamar ter sido Sua Majestade Xuande, o quarto [quinto] Imperador da dinastia Ming, entronizado.
Os preparativos para a sétima viagem duraram mais de um ano e antes de partir, Zheng He, com 60 anos, foi ao novo templo de Tianfei, em Liuhe, pedir à deusa Mazu a bênção para a viagem, deixando aí uma estela.
Já Gong Zhen (巩珍), natural de Nanjing e conselheiro do Imperador Xuande, se tornara secretário do almirante Zheng He e servindo como tradutor na sétima viagem, iniciada no sexto dia da 12.º Lua do quinto ano do reinado do Imperador Xuande, a 19 de Janeiro de 1431, a registou no seu diário, publicada em 1434 no livro Xiyang Fanguo Zhi (西洋番国志), Anais dos Países Estrangeiros no Oceano do Oeste ou Lenda dos Países Estrangeiros
Anúncio 【N.º 24/2023】
Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro e, usando das competências subdelegadas pela alínea 7) do n.º 2 do Despacho n.º 04/IH/2023, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 3, II Série, de 18 de Janeiro de 2023, venho por este meio notificar os seguintes promitentes-compradores de habitação económica:
Nome N.º do agregado familiar Fracção de habitação económica a adquirir
1 RAFAEL JOSÉ UNG V861442 EDIF. HUNG WAN KOK, 19.º ANDAR O
2 WONG SOK KENG V871139 EDIF. MAN ON, BLOCO 4, 12.º ANDAR I
3 CHIU SAM LEI, CHIU CHEOK HONG V881089 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 9, 8.º ANDAR B
4 CHEONG CHEOK WAI V881741 EDIF. HONG LOK VILLAGE, BLOCO 3, 14.º ANDAR D
5 CHAN SAN TAT, CHAN HOI SENG V882601 EDIF. WENG TIM SAN CHUN, BLOCO 2, 14.º ANDAR X
6 MAK HAO MUN V890746 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 3, 17.º ANDAR C
7 IEONG PAK HEI V910071 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 12, 16.º ANDAR C
8 CHAN TIM SON V920890 EDIF. TONG WA, BLOCO 4, 6.º ANDAR F
9 AO IEONG KIN V931435 EDIF. VAI CHOI GARDEN, 16.º ANDAR AF
10 VONG IAT CHIU V931569 EDIF. VAI CHOI GARDEN, 19.º ANDAR AH
11 LEONG IAO FAI V940204 EDIF. JARDIM HOI KENG, 5.º ANDAR H
12 NG CHU KOT, CHOI KAM NAO V960424 EDIF. SUN STAR PLAZA, BLOCO 1, 8.º ANDAR F
13 LEONG SIO KUAN, TAM KOK CHI V960667 EDIF. VAN SION SAN CHUN, 22.º ANDAR D
14 CHAN SAO HA, LEI HONG FONG V961527 EDIF. VAN SION SAN CHUN, 27.º ANDAR AT
15 CHOI CHOU TENG, CHOI POU KENG V970218 EDIF. SUN STAR PLAZA, BLOCO 1, 14.º ANDAR J
16 PUN WAI KAM, LAM IENG V230002 EDIF. CHUN FOK SAN CHUN, FASE 1, BLOCO 4, 3.º ANDAR AA
Os promitentes-compradores acima mencionados não procederam ao tratamento das formalidades para celebração da escritura de compra e venda, depois da promessa da compra das fracções de habitação económica construídas no regime de contrato de desenvolvimento para a habitação e, nos termos dos artigo.º 866 do Código Civil e do n.º 1 do artigo 94.º do Código do Notariado, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 62/99/M, alterado pela Lei n.º 4/2000, a aquisição do direito de propriedade das coisas imóveis só é válida se for formalizada por escritura pública. Pelo exposto, os promitentes-compradores de habitação económica devem dirigir-se à empresa concessionária, no prazo de 30 dias a contar da data de publicação deste anúncio, para o tratamento das formalidades da celebração da escritura de compra e venda.
Em caso de dúvida, poderão dirigir-se ao IH, sito na Estrada do Canal dos Patos, n.º 220, Edifício Cheng Chong, L, R/C, ou contactar ao Sr. Vong, através do telefone n.º de 2859 4875 (ext.233), durante o horário de expediente.
Instituto de Habitação, aos 9 de Junho de 2023.
O Chefe do Departamento de Habitação Pública, subst.º Mio Chan Seng
Anúncio 【N.º 25/2023】
No termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro e, usando das competências subdelegadas pela alínea 2) do n.º 1 do Despacho n.º 76/IH/2022, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 26, II Série, de 29 de Junho de 2022, venho por este meio notificar os seguintes promitentes-compradores de habitação económica ou os seus sucessores:
Nome N.º do agregado familiar Fracção de habitação económica a adquirir
1 MAK SENG FAI, KONG LAI HA V861345 EDIF. MEI LOK GARDEN, 2.º ANDAR F
2 UNG SIO HONG, KUONG KENG CHI ALIÁS FONG KHAIN KYI V870517 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 9, 23.º ANDAR C
3 CHAN KUN OI V880986 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 10, 7.º ANDAR H
4 U CHONG CHAM V881083 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 9, 7.º ANDAR B
5 CHAN HOU KOI, LOI IOK HENG
V881145 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 5, 9.º ANDAR C
6 CHUNG SOK I ALIÁS INÊS CHUNG V881283 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 7, 4.º ANDAR A
7 TAM I WA
8 FONG CHI KUONG
9 WAI WENG CHENG
10 CHAN CHONG CHU
11 PUN CHI KUN
12 UNG KAU
13 CHIANG WAI KONG, LOU SAI WAI
14 IU OI KENG
15 CHIANG LAI NGO
16 HOR FOR KAM, HO KAM FONG
17 CHONG SIU MEI
18 CHAN CHAP HOU, FUNG KAM SOI, LEONG UN I
19 WONG PUI SANG, TAI OI FONG
20 IEONG KUONG WA, CHAN CHOI LIN
21 SOU CHAN IENG
22 WONG SENG TAI, CHONG O FA
23 LEONG HOI WAI, CHAN LAI LENG
24 CHOI NGA LAI, LEI UN LEONG
25 CHEONG IO FAI, LAM MEI LENG
26 KONG SIO LENG
V881451 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 7, 15.º ANDAR E
V881686 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 6, 17.º ANDAR A
V881785 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 3, 5.º ANDAR A
V882193 EDIF. WENG TIM SAN CHUN, BLOCO 1, 5.º ANDAR I
V890657 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 13, 5.º ANDAR B
V900414 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 16, 5.º ANDAR G
V910405 EDIF. JARDIM CIDADE NOVA, BLOCO 4, 5.º ANDAR F
V920135 EDIF. JARDIM WAN KENG, 17.º ANDAR G
V921560 EDIF. VAI CHUI (TAIPA), 21.º ANDAR V
V922501 EDIF. TONG WA, BLOCO 13, 5.º ANDAR A
V930450 EDIF. HABITACIONAL VAI LONG GARDEN, 18.º ANDAR A
V951098 EDIF. JARDIM WAN KENG, 8.º ANDAR A
V951303 EDIF. JARDIM HOI KENG, 2.º ANDAR I
V961087 EDIF. VAN SION SAN CHUN, 27º ANDAR K
V961352 EDIF. VAN SION SAN CHUN, 11º ANDAR AM
V961628 EDIF. VAN SION SAN CHUN, 8º ANDAR BA
V961644 EDIF. JARDIM WAN KENG, 24.º ANDAR AV
V970507 EDIF. VAI YIN GARDEN, 23.º ANDAR M
V971012 EDIF. JARDIM NAM OU, BLOCO 1, 16.º ANDAR H
V220061 EDIF. CHUN FOK SAN CHUN, FASE 1, BLOCO 3, 4.º ANDAR T
Atendendo a que os promitentes-compradores ou os seus sucessores acima mencionados não procederam à entrega dos documentos comprovativos necessários para a celebração da escritura de compra e venda da respectiva habitação económica, os referidos promitentes-compradores ou os seus sucessores devem dirigir-se ao Instituto de Habitação (IH), sito na Estrada do Canal dos Patos, n.º 220, Edifício Cheng Chong, L, R/C, Macau, no prazo de 30 dias a contar da data de publicação deste anúncio, para procederem à entrega dos documentos comprovativos necessários para a celebração da escritura de compra e venda da habitação económica.
Em caso de dúvida, poderão dirigir-se ao IH, sito na Estrada do Canal dos Patos, n.º 220, Edifício Cheng Chong, L, R/C, ou contactar ao Sr. Vong, através do telefone n.º de 2859 4875 (ext.233), durante o horário de expediente.
Instituto de Habitação, aos 9 de Junho de 2023.
O Chefe do Departamento de Habitação Pública, subst.º Mio Chan Seng
RIADE FÓRUM EMPRESARIAL COM ACORDOS DE MAIS DE 9,2 MM DE EUROS
Negócios das arábias
O encontro empresarial na capital da Arábia Saudita movimentou quantias astronómicas. Só o acordo entre a chinesa Human Horizons, fabricante de veículos eléctricos, e o Ministério de Investimentos saudita cifrou-se em 5,6 mil milhões de dólares
OFórum de Empresários Árabes e Chineses, que terminou ontem em Riade, promoveu acordos comerciais estimados em mais de 10 mil milhões de dólares, noticiou a imprensa internacional.
Segundo os meios de comunicação sauditas, os acordos do primeiro dia incluíram, entre outros, investimentos conjuntos nos sectores de tecnologia, energia renovável, agricultura, habitação, cadeia de suprimentos, turismo e saúde.
O maior destes, no valor de 5,6 mil milhões de dólares, foi assinado pelo Ministério de Investimentos saudita e pela empresa chinesa Human Horizons, especializada no desenvolvimento de tecnologias de direcção autónoma e na fabricação de veículos eléctricos com a marca HiPhi.
As partes estabelecerão uma parceria para investigar, desenvolver, fabricar e vender veículos eléctricos
na Arábia Saudita, segundo as fontes. Outros acordos, alguns entre empresas sauditas do
sector privado, incluem o estabelecimento de investimentos conjuntos para fabricar carruagens de com-
boios, construir e operar um projecto de mineração de cobre ou ainda desenvolver aplicativos sobre turismo.
Parceria reforçada
O Fórum de Empresários Árabe e Chineses - na sua décima edição e que teve início no domingo em Riade - é visto pela Arábia Saudita como uma oportunidade para ampliar a parceria económica com a China, considerada a principal parceira comercial de Riade.
O chanceler saudita, Faisal bin Farhan, estimou durante a sessão inaugural em 430 mil milhões de dólares o volume do intercâmbio comercial árabe-chinês em 2022, e em 106 mil milhões
o comércio saudita-chinês no mesmo período, com um aumento de 31 por cento e 30 por cento, respectivamente, em relação a 2021.
Este fórum ocorre quando os Estados Unidos estão a perder gradualmente a sua influência na região, o que fez com que a China se posicionasse no centro dos países da Liga Árabe, formada por 22 membros, principalmente nas monarquias ricas em petróleo do Golfo Pérsico.
Os acordos do primeiro dia incluíram, entre outros, investimentos conjuntos nos sectores de tecnologia, energia renovável, agricultura, habitação, cadeia de suprimentos, turismo e saúde
Em Dezembro passado, a China consolidou-se como o maior parceiro comercial da Arábia Saudita, assinando cerca de trinta acordos multimilionários, incluindo um acordo de “Parceria Estratégica”, durante a primeira visita do Presidente chinês, Xi Jinping, ao reino desde 2016.
CASAMENTOS 2022 COM MENOR REGISTO DESDE 1986
AChina registou 6,83 milhões de novos casamentos, em 2022, o número mais baixo desde que os registos começaram a ser feitos, em 1986, de acordo com dados oficiais divulgados ontem pela imprensa estatal.
Em 2021, o número já tinha atingido um novo mínimo, com 7,63 milhões de matrimónios celebrados.De acordo com dados do Ministério dos Assuntos Civis, o número de registos de casamento na China está em queda desde 2013, quando houve 13,46 milhões de casamentos.
Em 2019, o número caiu abaixo dos dez milhões pela primeira vez. Citado pelo jornal oficial Global Times, o demógrafo He Yafu disse que o ano passado marcou o número mais baixo, não ape nas desde que há registos,
mas desde 1980, de acordo com os seus cálculos.
He destacou a contração na população jovem e a existência de mais homens do que mulheres no país asiático como factores responsáveis pela queda do número de casamentos.
De acordo com o último censo populacional da China, realizado em 2020, havia 17,52 milhões mais homens do que mulheres na faixa etária entre os 20 e 40 anos. A idade média do primeiro
NOVA ZELÂNDIA PM VISITA PEQUIM ESTE MÊS
casamento para mulheres aumentou de 24 anos, em 2010, para 27,95 anos, em 2020.
O especialista apontou ainda o “alto custo” do casamento, que por vezes inclui o dote, costume ainda presente em algumas zonas do país, e as “mudanças de atitude face ao casamento entre as novas gerações” como outras razões para a queda no número de matrimónios.
A China perdeu 850 mil habitantes, em 2022, no primeiro declínio populacional em mais de meio século.
No 20.º Congresso do Partido Comunista Chinês, realizado em 2022, o partido no poder indicou que o país precisa de um sistema que “aumente as taxas de natalidade e reduza os custos com gravidez, parto, escolaridade e paternidade”.
Oprimeiro-ministro da Nova Zelândia anunciou ontem que vai liderar, no final de Junho, a deslocação de uma delegação comercial à China, principal parceiro comercial do país e cuja crescente influência no Pacífico Sul suscita preocupação em Wellington.
“A relação com a China é uma das mais significativas, extensas e complexas da Nova Zelândia”, afirmou Chris Hipkins, durante uma conferência de imprensa que serviu para anunciar a primeira viagem de um chefe de Governo da Nova Zelândia à China desde 2019.
Hipkins disse esperar que a visita aumente o comércio com a China e diversifique a cooperação para outros “sectores emergentes”, como a saúde e bem-estar ou a
indústria dos cosméticos. A Nova Zelândia exporta sobretudo laticínios e produtos à base de carne. As vendas para a China representam um quarto das exportações do país. A Nova Zelândia importa electrónicos, maquinaria, roupas e móveis do país asiático.
O anúncio surge depois de o governo da Nova Zelândia ter assinado a “Declaração Conjunta contra a Coerção Económica no Comércio”, em Paris, no fim de semana, junto com a Austrália, Canadá, Japão, Reino Unido e Estados Unidos, em resposta às práticas da China.
A embaixada chinesa em Wellington publicou este fim de semana, por sua vez, um comunicado no qual afirmou que “alguns países tendem a ir longe demais ou a abusar
do conceito de segurança nacional para impor políticas protecionistas sob vários pretextos, que violam descaradamente tanto as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC) como os compromissos realizados em conjunto por todas as partes”, numa alusão aos Estados Unidos.
O primeiro-ministro da Nova Zelândia assegurou que o seu governo mantém “um diálogo sólido e contínuo com a China”. Ao contrário da Austrália, a Nova Zelândia não foi alvo de sanções chinesas.
A Nova Zelândia é parceira histórica dos Estados Unidos e da Austrália, integrando a aliança de inteligência Cinco Olhos, que também inclui o Canadá e o Reino Unido.
TIMOR-LESTE FORÇA LABORAL PÚBLICA CRESCEU MAIS DE 10,35% EM 2022
O bom funcionário
O aparelho da administração pública reforçou-se no ano passado dando seguimento à tendência crescente desde 2018. De então para cá, existem mais 8.000 funcionários públicos
cos, dos quais quase metade foram professores, tendo sido concluídos 200 processos disciplinares do total de 269 casos, entre novos e pendentes de anos anteriores.
Desses, apenas dez levaram a rescisão de contrato, com 58 demissões, 45 suspensões e 66 repreensões por escrito.
No que toca a avaliações de desempenho, o relatório considerou que mais de 87% dos funcionários obtiveram nota de “muito bom” e quase todos os restantes de “bom”, com apenas 39 suficientes, mas nenhum insuficiente
PYONGYANG KIM JONG-UN OFERECE “APOIO TOTAL” A PUTIN
Olíder norte-coreano ofereceu o “apoio total” de Pyongyang a Moscovo numa mensagem dirigida ao Presidente russo, informaram ontem os meios de comunicação social estatais norte-coreanos.
Kim Jong-un enviou uma mensagem de felicitações a Vladimir Putin por ocasião dos feriados da Rússia, um dos poucos aliados de Pyongyang.
do país contra as práticas arbitrárias e autoritárias dos imperialistas”.
A Coreia do Norte descreveu o conflito como uma “guerra por procuração” dos Estados Unidos para destruir a Rússia e condenou a ajuda militar ocidental a Kiev.
Aadministração pública timorense contratou uma média de 11 pessoas por dia no ano passado, com o mapa de pessoal a aumentar 10,35 por cento durante 2022, indica o relatório anual da Comissão da Função Pública (CFP).
No final do ano passado, o mapa de pessoal integrava um total de 42.413 funcionários públicos, o que equivale a cerca de um por cada 31 cidadãos do país, com base nos dados do censo de 2022, de acordo com o relatório, a que a Lusa teve acesso. Desde o início do mandato do actual Governo, em 2018, a força laboral pública cresceu em mais de oito mil pessoas, com base nos dados do relatório da CFP referente ao final de 2017.
Até ao final de 2022, a CFP identificou um total de 3.334 funcionários e
agentes da administração pública que atingiram a idade mínima da reforma, tendo sido concluído o processamento de pensão e reforma 897 pessoas.
No que toca a avaliações de desempenho, o relatório considerou que mais de 87 por cento dos funcionários obtiveram nota de “muito bom” e quase todos os restantes de “bom”, com apenas 39 suficientes, mas nenhum insuficiente.
Durante o ano, foram promovidos 866 funcionários de 74 instituições do Estado, tendo sido preenchidas 49 de 359 vagas de seleção por mérito para cargos de direcção e chefia.
Com categoria
A CFP realizou progressão de escalão a cerca de 11 mil funcionários públi-
Em termos de categoria, o relatório mostrou que, no regime geral, havia no final do ano mais de 1.800 cargos de direcção, entre os quais 95 diretores-gerais, 25 inspetores-gerais, 356 directores nacionais e 1.058 chefes de departamento.
No regime de contrato a tempo certo, a CFP registou 18.069 pessoas.
A nível municipal, o quadro de pessoal (regimes geral e especial) era de 4.913 pessoas.
Finalmente, no que toca ao regime especial, a força laboral era de 19.412 pessoas, sendo a maioria afectas aos Ministérios da Educação (13.568) e da Saúde (3.170) e à Universidade Nacional Timor Lorosa’e (UNTL), com cerca de 750.
A declaração, publicada pela agência oficial de notícias norte-coreana KCNA, não menciona especificamente a invasão da Ucrânia ou o envolvimento de Moscovo num conflito armado, mas elogia a “boa decisão e liderança (...) de Putin para impedir as crescentes ameaças de forças hostis”.
O povo norte-coreano oferece “total apoio e solidariedade ao povo russo na luta incansável para defender a causa sagrada da preservação dos direitos soberanos, do desenvolvimento e dos interesses
JAPÃO TRIBUNAL EVACUADO ANTES DE JULGAMENTO DE ALEGADO HOMICIDA DE SHINZO ABE
Otribunal japonês onde ia decorrer o julgamento do alegado assassino do antigo primeiro-ministro Shinzo Abe foi ontem evacuado, depois de ter sido encontrado um objecto suspeito, noticiaram os meios de comunicação social locais.
Tetsuya Yamagami devia comparecer no tribunal de Nara (oeste do Japão) esta tarde, no âmbito de uma audiência preliminar do
julgamento pelo assassínio do antigo líder em Julho passado, quando foi morto a tiro na rua, durante um evento de campanha eleitoral.
O local foi evacuado depois de ter chegado ao tribunal o que parecia ser um “saco não identificado”, noticiou a emissora estatal NHK, citando fontes policiais. Outros meios de comunicação social japoneses divulgaram informações semelhantes.
Contactados pela agência de notícias France-Presse, o tribunal e a polícia local não puderam comentar de imediato.
Yamagami, de 42 anos, foi acusado, em Janeiro, de “homicídio e violação da lei” sobre o controlo de armas, e pode ser condenado à pena de morte se for considerado culpado.
O suspeito acusou o antigo primeiro-ministro japonês de manter ligações estreitas com a Igreja da Unificação, apelidada de “Seita da Lua”, e que terá levado a família de Yamagami à ruína.
Yamagami foi declarado apto para ser julgado no início deste ano, no final de um longo exame psiquiátrico.
Shinzo Abe, a figura política mais conhecida do Japão, tanto no país como no estrangeiro, bateu o recorde do mandato mais longo de um primeiro-ministro em funções na nação: mais de oito anos e meio entre 2006-2007 e entre 2012-2020.
Em Janeiro, Washington acusou a Coreia do Norte de fornecer foguetes e mísseis ao grupo paramilitar russo Wagner, o que Pyongyang negou.
Em Março, Washington afirmou ter provas de que Moscovo procurava obter armas de Pyongyang para a ofensiva na Ucrânia, em troca de ajuda alimentar à Coreia do Norte, cuja economia e agricultura estão em ruínas.
Enquanto membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a Rússia vetou durante muito tempo a adopção de novas sanções contra a Coreia do Norte, devido ao programa nuclear e aos repetidos lançamentos de mísseis.
SMG Registado sismo no Japão
Os Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) registaram um sismo em Hokkaido, Japão, às 17h55 de domingo. Segundo dados oficiais ontem divulgados, o sismo teve uma entidade de 6,2 na escala de Ritcher, tendo ocorrido a 3462 quilómetros a nordeste de Macau.
“The Trip” é um clássico do cinema da contracultura psicadélica dos anos 1960, uma obra profundamente californiana. Realizado pelo mestre Roger Corman, o filme conta com a participação de alguns dos seus alunos de universidade que mais tarde viriam a tornar-se grandes estrelas de Hollywood. Com argumento escrito pelo jovem, à altura, Jack Nicholson e protagonizado pela dupla de “Easy Rider” (Peter Fonda e Dennis Hopper), “The Trip” centra-se na primeira experiência de LSD de um jovem realizador de anúncios publicitários. Apesar da atmosfera experimental e da fotografia caleidoscópica, o filme teve sucesso comercial, muito ajudado pela altura em que foi lançado: Agosto de 1967, em pleno “Verão do amor”. João Luz
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林江泉 Lam Kongchuen*
TEATRO EM PATUÁ - ROMPENDO
NA ÁREA da Grande Baía, existe uma língua única que transcende as barreiras linguísticas, rompe as fronteiras culturais e cria ligações multilingues. As pessoas recombinam-se e exploram novas vidas neste interface especial de “duas palavras e três línguas” ou mesmo de composição multilingue, e continuam a enfrentar as incógnitas linguísticas com uma atitude aberta em relação às diferentes línguas. Só existe uma região com uma tão misturada língua: o Patuá em Macau.
O Patuá é um património cultural formado em Macau durante a colisão e turbulência das culturas chinesa e ocidental, derivado principalmente do antigo dialecto português de Macau. Tem por base o português, misturado com os dialectos chinês e cantonense, bem como com malaio, espanhol, goês, canarim, inglês. Emite uma força colectiva de linguagem, e as fronteiras da comunicação parecem já não estar definidas e limitadas por um tempo e um espaço específicos, tornando-se uma mistura e um receptor de linguagem, tornando-se assim uma testemunha do desenvolvimento da história humana - a “história viva”. Um poeta francês disse um dia: “O pequeno tamanho de Paris é o seu grande tamanho”. A língua nativa é uma língua pequena na língua local, mas também exala uma grande tensão, reflectindo as características urbanas do intercâmbio cultural e do multiculturalismo entre o Leste e o Oeste em Macau.
O guião mais antigo publicado pelo Teatro em patuá indica como data de representação o dia 18 de Fevereiro de 1925, e a estudiosa macaense da cultura local, Elisabela Larrea, estima a sua história em mais de cem anos. Há trinta anos atrás, esta linguagem mista foi levada para o palco, desenvolvendo uma forma única de actuação em Macau - o Teatro em patuá. O Teatro em patuá é uma actividade artística única da comunidade Filhos da terra em Macau. Em 2021, foi incluído na “Lista de Projectos Representativos do Património Cultural Imaterial Nacional”. Actualmente, o Teatro em patuá tornou-se um projecto incluído no Festival de Artes de Macau. Na cerimónia de encerramento do 33.º Festival de Arte de Macau, o grupo aDóci Papiaçam apresentou uma peça original - “Chachau Alau di Carnival (Oh! Que Arraial!)”. A peça é uma expressão concentrada de “patuá” e também um sistema metafórico da língua, que altera as suas fronteiras, bem como as do tempo, do espaço e da vida. No mundo dramático em que o discurso substitui o enredo, o Teatro em patuá ocupa uma posição importante, alterando a psicologia e os hábitos de visionamento estabelecidos pelo público. O desenvolvimento do Teatro em
patuá passou por uma fase construtiva de regressão dialéctica, integrando sentimentos individuais locais e reflexão cultural no drama, alargando continuamente as características artísticas únicas do drama misto.
Na sessão de “Chachau Alaau di Carnaval (Oh. Que Arraial!)”, os Filhos da terra representavam a maioria, muitos dos quais vieram com a família para assistir. Assisti a esta peça de duas horas e meia com a minha filha, de 6 anos, e já eram 23 horas. Antes de vir assistir à peça, a minha filha atinha participado no encontro desportivo de crianças nessa manhã. De um modo geral, a sua força física deveria ter-se esgotado excessivamente, mas não se sentiu nada cansada durante o processo de visionamento da peça; pelo contrário, ficou ainda mais excitada. Embora não consiga entender Patuá, compreende outras línguas, como o mandarim, o cantonês e o inglês. Ela assistiu de forma consciente e perceptiva e partilhou o riso e a resposta com o público. A arte dramática não é igual à narrativa: abrir a percepção é uma parte importante do visionamento de uma peça de teatro. A minha filha também
falava cantonês antes de ir para o jardim-de-infância, mas depois da escola passou a falar sobretudo mandarim, o que afectou o seu hábito de falar cantonês. Desde que viu uma pequena parte de cantonês em “Chachau Alaau di Carnaval (Oh. Que Arraial!)”, voltou a despertar o seu interesse em falar cantonês. No segundo dia de visionamento da peça, ela começou a tagarelar incessantemente, imitando o “Bom dia” em Patuá para dar as boas-vindas à manhã, e até tentou comunicar connosco em cantonês durante um dia. Isto significa que a hipotética cena de representação do drama remove tudo o que não está relacionado com o drama e regressa à sua essência - a colecção da mente e da percepção.
Sendo a única dramatização da integração da comunidade dos Filhos da terra, o Teatro em Patuá torna “único” o programa do Festival de Artes de Macau,. O “Chachau Alau” em “Chachau Alau di Carnaval (Oh. Que Arraial! )”, realizado pelo Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau, dirigido por Miguel de Senna Fernandes, é um termo geral para utensílios de cozinha em cantonense, que é equivalente ao signifi-
cado de “tachos e panelas” em mandarim. Aqui, é “preparação” e também preparação; é um carnaval e uma metáfora viva para “carnaval”.
A peça conta a seguinte história: com o relaxamento gradual das múltiplas medidas de prevenção de epidemias em Macau, o número de turistas que chegam continua a crescer. Um determinado bairro foi se-
ela não existe
O Teatro em patuá recombina a nossa percepção e a nossa vida num interface composto multilingue, enfrentando continuamente o desconhecido da linguagem, alcançando assim lugares para além da linguagem e ondeFOTOS FACEBOOK
O TEMPO E O ESPAÇO DA LÍNGUA
leccionado como piloto para as actividades carnavalescas e uma série de espectáculos culturais e artísticos abrangentes serão realizados para participar no espectáculo do carnaval de Macau, acrescentando vitalidade à pequena cidade. Depois de a notícia deste plano se ter espalhado, houve muitos elogios por parte do público, e os residentes da comunidade esfregaram as mãos, esforçaram-se por conceber as actuações mais emocionantes e ensaiaram em conjunto. No entanto, para atrair mais espectadores com a participação do público, o organizador convidou inesperadamente um artista não local para actuar, o que surpreendeu os residentes da zona...
As duas cenas da peça também misturaram vários tipos de curtas-metragens de comédia e muitos dos espectadores também foram actores na parte da peça dedicada às curtas-metragens. Esta abordagem teatral desconstrutiva e disruptiva demonstra plenamente a natureza exploratória dos teatros multimédia. A peça produz um efeito composto de “drama e drama em sincronia”, utilizando o drama para desconstruir o drama. O drama já não é um drama absoluto, mas um drama que sempre foi um fenómeno de desenvolvimento social ou uma trajectória da vida quotidiana. O segmento de curta-metragem da peça inclui o segmento de performance “serious standup comedy”, de Carlos Morais José, “Eu e o Outro”, que discute principalmente a relação emaranhada entre Eu e o Outro num sentido filosófico. Brinquei com o facto de ter mantido sempre esta relação com as suas cartas. O mestre de teatro Peter Brook escreveu em “The Open Door” que o drama começa com uma relação: “O drama começa quando duas pessoas se encontram e se uma pessoa se levanta e a outra olha para ela, já começou. Para que se desenvolva, é necessário que uma terceira pessoa se encontre com a primeira. Desta forma, está vivo e pode continuar a desenvolver-se. Mas os três elementos no início são os mais básicos”.
Este ano coincide com o 30º aniversário da fundação do Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau. O drama Chachau Alau di Carnaval foi apresentado no encerramento do festival. O festival abriu especialmente com a “Exposição de fotografias do Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau: Multiculturalismo em Palco há 30 Anos”, convidando o público a entrar no interior deste património cultural imaterial nacional a partir de múltiplas perspectivas. De facto, a exposição pode também ser encarada como um drama estático, prefigurando uma forma de “descobrir o teatro”. Pode dizer-se que a “peça na peça” ou “curtas-metragens na peça” de “Chachau Dalau di Carnaval” e a expo-
sição de imagens do grupo de teatro estão de acordo com os três elementos do drama de Peter Brook.
O Teatro em Patuá tem as características do estilo ocidental de “revista”, sobreposto à forma de actuação da Opereta. Esta peça humorística é fundamentada, popular e acessível, e a história é simples. Através dos diálogos e acções cómicas, zangadas e engraçadas dos actores, faz piadas e sátiras sob a forma de comédia ou farsa, critica a situação actual, combina ironia subtil com humor e exprime a situação dos seres humanos na sociedade contemporânea sob a forma de farsa, apresenta o verdadeiro estado da existência humana numa atmosfera de comédia compressiva. Os temas do Teatro em Patuá são na sua maioria retirados de Macau, e giram em torno de pequenas coisas da vida para desencadear o pensamento, reflectindo os pensamentos e pontos de vista dos macaenses, mostrando
as características culturais da sua natureza optimista, um Macau profundamente amado e procurado por muitos macaenses e chineses locais. Quer em termos de enredo global, quer em termos de pontos individuais do enredo, “Chachau Alaau di Carnaval” procura sempre um equilíbrio entre a linguagem e a narrativa: a preposição da linguagem e o recuo da narrativa conseguem esse equilíbrio. Os criadores traduziram e codificaram o protótipo de Patuá, tentando restaurar a aparência original da vida, e tudo voltou ao teatro.
O seu cenário é quotidiano, próximo do ambiente diário da vida real de Macau, e o sistema de beleza da dança tende a concentrar-se no requinte, explorando o significado potencial da localidade e a simbolização da Área da Grande Baía. Ao mesmo tempo, os actores fazem um estilo carnavalesco de “reunir e falar” com o público, tornando-o parte integrante do
desenvolvimento do enredo, eliminando assim a distância entre os actores e o público. Através da representação desta peça, o Teatro em Patuá ganhou uma nova alcunha: “Drama de estilo carnavalesco”. A integração de alguns elementos humorísticos omnipresentes na vida quotidiana para retratar de forma mais realista a vida de uma comunidade minoritária não só exprime o alcance da língua no desenvolvimento social e histórico, como também aumenta o poder multidimensional da peça.
Actualmente, pelo menos 43 por cento das cerca de 6000 línguas existentes no mundo estão em vias de extinção. As pessoas esforçam-se por procurar novas tecnologias e métodos artísticos para as salvar. Actualmente, apenas alguns residentes de Macau ainda usam o patuá, que está listado como “língua em vias de extinção” pela UNESCO. E o Teatro em patuá de Macau está a despertar a atenção da sociedade para a cultura dos Filhos da terra e a sua influência no mundo teatral sob a forma de arte. Humboldt, um linguista e educador alemão, disse que: “Cada língua contém uma visão única do mundo”. Quando uma língua desaparece, os seres humanos perdem uma visão do mundo e a riqueza dessa sua visão. A diversidade do mundo foi afectada pela homogeneização e o Teatro em patuá manteve sempre a sua singularidade, tornando-se uma linguagem e um mecanismo artístico que explora constantemente a riqueza dentro das suas limitações.
Em “Chachau Alau di Carnaval” há uma frase que aparece constantemente: “Macau está empenhado em construir uma base de intercâmbio e cooperação com a cultura chinesa como a corrente principal e diversas culturas coexistindo.” Da herança crítica à prosperidade cultural inovadora, tem ajudado o desenvolvimento económico moderadamente diversificado de Macau, tornando-se um novo cartão de visita para Macau se tornar global. O Teatro em patuá parte de Macau, passa por São Francisco, São Paulo, Porto, Lisboa e outras cidades, e tem vindo a desempenhar o papel de movimento em direcção a diferentes continentes. Brook escreveu em “Time Line”: “Não é um drama, é uma viagem”. Miguel de Senna Fernandes, fundador e líder do Grupo de Teatro Dóci Papiaçám di Macau, é um dos Filhos da terra. Há mais de 270 anos, os seus antepassados criaram raízes em Macau, viajando de longe. Ele acredita que, no futuro, poderá transformar as peças em dialecto local numa plataforma cultural e tornar-se numa ponte para o intercâmbio cultural entre a China e Portugal. Miguel abordou a essência do drama - viajar é comunicar e a história da comunicação humana e das viagens é composta por uma série de dramas.
OTurismo de Portugal lançou ontem um miniprograma acessível a partir do Wechat, aplicação chinesa que funciona como rede social e carteira digital, visando promover a gastronomia, pontos turísticos ou festividades portuguesas no maior mercado do mundo.
“É um motor de busca 100 por cento dedicado a Portugal”, descreveu Tiago Brito, o representante permanente do Turismo de Portugal na China, à agência Lusa.
“O alvo é sobretudo o consumidor final, e não tanto grupos organizados”, afirmou.
O conteúdo do miniprograma está todo traduzido para chinês e é composto por 750 pontos de interesse divididos por regiões, incluindo atracções turísticas, entretenimento, compras, gastronomia ou hotelaria.
Um clique, por exemplo, na secção Porto e Norte permite conhecer os principiais pontos turísticos da região, desde o centro histórico portuense ao Parque Natural de Montesinho, situado no nordeste transmontano. Na subsecção Gastronomia e Vinhos, surgem apresentações em
Ofertas lusitanas
Lançado miniprograma em chinês com promoção turística portuguesa
Charlesda ‘app’ no país asiático em mais de 800 milhões.
A iniciativa ilustra os esforços das autoridades portuguesas para gerar mais valor na China, o maior emissor de turistas do mundo.
Fique por cá
Em 2019, o último ano antes da pandemia, 155 milhões de chineses viajaram para o exterior, de acordo com uma análise do banco de investimento norte-americano Citigroup. No total, os turistas oriundos da China continental gastaram 255 mil milhões de dólares além-fronteiras.
“O objectivo é crescer em valor: queremos que os turistas chineses retomem a procura por Portugal, mas queremos essencialmente que eles fiquem mais tempo no país”, frisou Tiago Brito.
O responsável explicou que, em média, o hóspede chinês fica menos de duas noites em Portugal. “Nós queremos influenciar a pro-
cura ou qualificar a procura para que fiquem mais tempo, conheçam melhor Portugal e gerem mais receita para o país, o que nos ajudará a equilibrar a balança comercial com a China”, disse.
Segundo dados facultados à Lusa pelo representante permanente do Turismo de Portugal na China, mais de 385 mil chineses visitaram Portugal em 2019, o último ano antes da pandemia.
Os turistas oriundos da China gastaram, no total, 224 milhões de euros no país, um crescimento de 20 por cento, face a 2018.
A ligação aérea entre Portugal e a China está a ser feita apenas duas vezes por semana. Até ao início da pandemia, o voo realizava-se três vezes por semana.
A companhia aérea Beijing Capital Airlines, que opera a ligação, previu à Lusa que a reposição da frequência original deve ser feita ao longo deste ano, dependendo do aumento da procura.
chinês sobre a posta à mirandesa, francesinha, bacalhau à Brás ou a Rota dos Vinhos Verdes.
Criado em 2011 pelo gigante chinês da Internet Tencent, o Wechat é hoje
indispensável no dia-a-dia na China, unindo as funções de rede social, serviço de mensagens instantâneas e carteira digital. Diferentes estimativas colocam o número de utilizadores activos
O conteúdo do miniprograma está todo traduzido para chinês e é composto por 750 pontos de interesse divididos por regiões, incluindo atracções turísticas, entretenimento, compras, gastronomia ou hotelaria
“É por tudo ter de acabar que tudo é tão belo.”
Ferdinand Ramuz PALAVRA DO DIAPUB. PUB.