Hoje Macau 13 JUL 2016 #3612

Page 1

Mop$10

hojemacau

quarta-feira 13 de julho de 2016 • ANO Xv • Nº 3612

Mar do Sul da China

Batalha verbal

O Tribunal de Haia decidiu ontem a favor das Filipinas na questão dos direitos sobre as ilhas do

Mar do Sul. A China contra-ataca e diz tratar-se de uma decisão “infundada e ilegítima”.

grande plano

Agência Comercial Pico • 28721006

pub

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

Director carlos morais josé

Onu

Residentes em busca de asilo página 4

Rota da Seda

Festival

opinião

Macau com Todos a Terra do eu uma mão dançar cheia de nada pelas ruas Dama de Hongshan Fernando Eloy

página 8

Eventos

h

Julie o’yang


2 grande plano

Mar do Sul Haia dá razão às Filipinas. China rejeita decisão

Discursos cruzados A China não só não tem direitos históricos no Mar do Sul da China como também está a prejudicar o ambiente da zona. É a decisão do Tribunal de Arbitragem de Haia, que dá razão às Filipinas na tensão que opõe os dois países. Pequim fala de uma decisão “infundada” e ilegítima”

M

exeu com a fauna e a flora, não respeitou os direitos soberanos das Filipinas e nem sequer tem qualquer ligação histórica com o mar. Foram estes os fundamentos do Tribunal Permanente de Arbitragem de Haia para decidir que a China não tem razão na disputa que envolve o Mar do Sul da China. Apesar do nome, tribunal diz que o mar não pertence ao continente, que não tem bases legais para o reivindicar. “Não há evidências históricas que a China tenha controlado exclusivamente as águas do Mar do Sul da China”, indica o Tribunal, que denota, ainda assim, que Pequim o reivindica

inteiramente, bem como aos territórios nele existentes, como são as ilhas Spratley. “O Tribunal chega à conclusão de que não há base legal para que a China reivindique direitos históricos sobre as zonas marítimas dentro da ‘linha das nove raias’”, diz o tribunal num comunicado. A “linha” refere-se a uma demarcação num mapa de 1947 rica em recursos minerais, energéticos e da pesca. Recursos que o tribunal considera serem das Filipinas e que a China violou. “A China violou os direitos soberanos das Filipinas na sua zona económica exclusiva ao interferir com a sua exploração de pesca e petróleo mediante a construção de

ilhas artificiais”, frisou o tribunal numa decisão com quase 500 páginas, onde refere mesmo que Pequim não cumpriu a obrigação de proteger ecossistemas frágeis e habitat de espécies em extinção. “As autoridades chinesas têm noção que os pescadores chineses têm colocado em perigo tartarugas quase extintas, corais e amêijoas gigantes. Patrulhas de segurança da China arriscaram colidir com barcos de pesca das Filipinas em partes do mar e causaram danos irreversíveis a recifes de corais, com construções. A China permitiu

ainda que barcos de pesca chineses pescassem no local.”

China rejeita

Pequim reivindica a soberania sobre quase todo o Mar do Sul da China e tem investido em grandes operações nesta zona, transformando recifes de corais em portos, pistas de aterragem e em outras infra-estruturas. A disputa não se dá apenas com as Filipinas – que levou o caso ao Tribunal de Haia -, mas também com o Vietname, Malásia e Taiwan, que reivindicam uma parte desta zona. Nos últimos meses, Pequim lançou uma campanha para desacreditar o Tribunal de Arbitragem, tendo rejeitado participar no julgamento. Já tinha feito o mesmo em 2013, quando as Filipinas levaram a

Apelos e apoios

D

iversos países já pediram à China que respeite a decisão do tribunal, algo que Pequim já disse que não vai acontecer, mas houve também quem mostrasse apoio ao gigante asiático. Numa conferência de imprensa, Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, assegurou que o Camboja reafirmou “o apoio sólido à posição chinesa no Mar do Sul da China”, a par de países como Angola, Libéria, Madagáscar, Papua-Nova Guiné e República do Senegal, entre outros. Já o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, defendeu ontem em Pequim que esta era uma ordem internacional “assente em regras, que é do interesse da China e União Europeia (UE).

Sierra Madre, Barco de Guerra Filipino da Segunda Grande Guerra

questão ao Tribunal Internacional do Direito do Mar. Ontem, enquanto se festejava em Manila, a China voltou a contestar a decisão. É, para o Governo Central, “infundada e ilegítima” e não vai ser acatada. “A China indicou por múltiplas vezes que o Tribunal Permanente de Arbitragem, não tem nenhuma jurisdição sobre o tema. A soberania territorial da China e os seus direitos e interesses no Mar do Sul da China não devem ser afectados por decisões arbitrárias”, afirmou em comunicado o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros. A China diz ainda que o caso foi unilateralmente levado ao tribu-


3 hoje macau quarta-feira 13.7.2016 www.hojemacau.com.mo

Museu Marítimo em Hainão

P

equim vai inaugurar um museu nacional sobre o Mar do Sul da China na ilha de Hainão. O anúncio é feito pelo jornal Diário do Povo, que diz que a infra-estrutura deverá abrir no próximo ano. A construção do museu, localizado na vila de Tanmen da cidade de Qionghai, está programada para terminar no final deste ano e será aberto ao público durante o Fórum de Boao para a Ásia, na Primavera de 2017. O acervo incluirá expo-

sições sobre a história, cultura e ecossistema do mar, assim como de antiguidades achadas em sete províncias no litoral do oceano e nas profundidades do mar. O museu terá uma área de exibição de 28,5 mil metros quadrados e um custo de cerca de mil milhões de yuan. “A estrutura representará a soberania da China sobre o mar e elevará a consciência sobre o território marítimo”, disse Ding Hui, director do departamento de cultura de Hainão.

Taiwan rejeitado

O Tribunal de Arbitragem Permanente de Haia também rejeitou um pedido de Taiwan, que queria reconhecida a soberania de uma ilha. O tribunal diz que é uma rocha, não uma ilha, que Taiwan controla. A Formosa requeria o reconhecimento de 200 milhas náuticas “na zona económica exclusiva da ilha de Taiping”, conhecida também como Itu Aba e incluída nas Ilhas Spratley, no Mar do Sul da China. O Tribunal diz que só ilhas, “não rochas ou corais”, podem ser zonas económicas, de acordo com o jornal South China Morning Post.

O que se segue?

“O Tribunal chega à conclusão de que não há base legal para que a China reivindique direitos históricos sobre as zonas marítimas dentro da ‘linha das nove raias’” Tribunal de Haia

nal, pelas Filipinas, e afirma que a decisão pode ser pior do que está neste momento a acontecer. “Se tivermos de falar do impacto, seria para dizer que esse vai fazer aumentar as tensões entre os países da região envolvidos e vai seriamente minar a fundação de um consenso político entre esses países”, referiu Lu Kang, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, horas antes da decisão ser conhecida. Lu Kang frisou ainda que a China vai continuar a resolver as disputas directamente com esses países e vai continuar com os seus navios e aviões livremente na zona, continuando “a criar um código de conduta no Mar do sul da China”. Um complot liderado pelos EUA é outra das acusações de Pequim para caracterizar a tensão na zona. Os média chineses, como o China Daily e a agência oficial Xinhua, tem publicado artigos com opiniões unilaterais, com títulos como “A arbitragem no Mar do Sul da China viola a lei internacional: académico chinês”, “O TPA deve evitar ser usado para propósitos políticos” e “O mar onde os pescadores chineses vivem e morrem”. O jornal oficial China Daily cobriu ontem a sua primeira página com uma fotografia da Ilha Woody, no arquipélago das Paracels, acompanhada do título “Arbitragem inválida”.

“A China indicou por múltiplas vezes que o Tribunal Permanente de Arbitragem, não tem nenhuma jurisdição sobre o tema. A soberania territorial da China e os seus direitos e interesses no Mar do Sul da China não devem ser afectados por decisões arbitrárias”

Rodrigo Duterte, presidente Filipino recentemente eleito, pode estar agora numa posição complicada. Momentos depois da decisão de Haia, Perfecto Yasay, Secretário para os Assuntos do Exterior, pediu à China “restrição e sobriedade” face à disputa. Mas a decisão, que levou ainda as Filipinas a “demonstrar o seu maior respeito”, pode complicar a vida a um Presidente que demonstrou querer reatar laços com a China. “As Filipinas deverão tentar uma ‘aterragem suave’, procurando por exemplo concessões económicas com a China”, dizem analistas citados pelo South China Morning Post. “Duterte vai assegurar que a decisão não vai fazer escalar o conflito. Não vai utilizar essa decisão para embaraçar a China internacionalmente, ou retratá-la como uma fora da lei”, explica Richard Javad Heydarian, da Manila’s De La Salle University. Já antes da decisão, Duterte tinha referido que “falar” seria bom para os dois países.

Comunicado do MNE chinês

As Filipinas aplaudem a decisão e consideram-na uma “contribuição importante para os esforços continuados para lidar com as disputas no Mar do Sul da China”. Entretanto, diversos países já mostraram o seu apoio à China (ver caixa), que fez questão de dizer que isso se deve à “justiça e integridade” do país. Joana Freitas (com agências)

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

Marinha chinesa faz exercícios de combate

A Marinha chinesa realizou na sexta-feira um exercício de combate nas águas próximas às ilhas de Hainan e de Xisha, no Mar do Sul da China. De acordo com o jornal Diário do Povo, a Frota de Nanhai, junto com algumas forças da Frota de Beihai e Frota de Donghai, participaram do exercício militar de rotina anual que cobriu todos os tipos de plataformas de combate, incluindo a frota aérea, submarino, navio de superfície e força de defesa costeira. A manobra concentrou-se em operações de controlo aéreo, combate marítimos e guerra anti-submarina, dias antes de se conhecer a decisão de Haia.


4 Política

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

No ano passado, houve cinco pessoas que pediram asilo, tendo a ONU admitido a sua posição como “refugiados” ou “condição semelhante a refugiados” devido a terem conseguido demonstrar que estavam em perigo na RAEM

Mais de 20 residentes de Macau esperam a análise de pedidos de asilo por outros países. Cinco pediram-no o ano passado, período em que sete pessoas de quatro países críticos procuraram ajuda da RAEM

M

ais de duas dezenas de pessoas de Macau estão à espera que lhes seja dado asilo noutros países e cinco delas pediram-no o ano passado. Os dados são lançados pelo último relatório “Global Trends”, da Agência dos Refugiados da ONU, onde se pode ver que sete pessoas chegaram a Macau na condição de refugiados. Mais de três milhões de pessoas estão à espera que os seus pedidos de asilo sejam analisados, sendo a Alemanha um dos países mais procurados. Com mais de 60 milhões de refugiados em todo o mundo, é da Síria, Índia e Camarões que vem a maioria. E, de acordo com informações prestadas ontem ao HM pela porta-voz da ONU na China, o território não escapou ao problema. “Sete pessoas pediram asilo em Macau. São dos Camarões, Índia, Libéria e Síria”, explica a responsável, sem fornecer quantos

Macau analisa pedidos de asilo. Mais de 20 da RAEM à espera

Trocas de lares vêm de cada país. O relatório não aponta quantos pedidos de asilo foram aceites no ano passado, não tendo sido possível ao HM obter resposta do Governo neste sentido durante os dois dias de espera para o fecho desta edição. Em 2014, seis pedidos foram feitos. Em 2016, um relatório dos EUA dava conta que Ma-

Kaifong pedem avaliação de fumos de fábrica na zona norte

O

deputado Ho Ion Sang interpelou o Governo sobre a necessidade de fiscalizar as emissões de fumo causados por uma fábrica da responsabilidade do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e que está localizada na zona norte, na Avenida General Castelo Branco. O fumo, que provém das máquinas de queima de betume, está a gerar o descontentamento dos moradores e o deputado exige a publicação de um relatório de impacto ambiental destas emissões. O também presidente da União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM, ou Kaifong) referiu que os moradores se queixam da existência de maus cheiros e fumos tóxicos na zona, sendo que muitos deles pedem a mudança de localização da fábrica, pelo facto da zona norte ser uma área

com elevada densidade populacional. Para Ho Ion Sang devem ser criadas novas instruções para que se possa definir a distância ideal entre a localização de fábricas de betume e as zonas residenciais, revendo os regulamentos já existentes. O processo de produção de betume é altamente tóxico e lança gases para a atmosfera que podem causar doenças como a pneumonia, asma ou cancro da próstata, alertou Ho Ion Sang, que deseja que o Governo avalie o impacto que esta produção está a ter junto dos moradores. Para já, o Executivo já referiu que não há um calendário para a mudança de localização da produção de betume, o que levou o deputado directo a questionar quais os planos futuros e quais as melhorias que vão ser introduzidas para melhorar a saúde e o bem-estar dos moradores. T.C. (revisto por A.S.S.)

cau ainda não tinha resolvido quatro pendentes.

Medo local

Mas o relatório da ONU fala ainda em residentes de Macau que procuraram asilo noutros países. Só no ano passado, houve cinco pessoas que pediram asilo, tendo a ONU admitido a sua posição

como “refugiados” ou “condição semelhante a refugiados” devido a terem conseguido demonstrar que estavam em perigo na RAEM. A porta-voz da ONU refere que nem todos os que buscam asilo vêm de zonas de guerra e, apesar de “não poder dar detalhes” sobre os residentes de Macau que pediram protecção noutros países

Testes centralizados Função Pública com novo sistema de recrutamento

A

partir de amanhã há um novo sistema de recrutamento, selecção e formação para acesso ao trabalho na Função Pública. O Chefe do Executivo deu na segunda-feira ordem de publicação do novo regulamento em Boletim Oficial. O sistema inclui regulamentação para a avaliação de competências integradas nos concursos de gestão uniformizada. A partir de 14 de Julho, o recrutamento e a selecção dos trabalhadores dos serviços públicos será efectuado através deste modelo de concurso de gestão uniformizada, que será orientado pela Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP).

“O concurso de gestão uniformizada está dividido em duas fases, a etapa de avaliação de competências integradas é assegurada pelos SAFP e a etapa de avaliação de competências profissionais ou funcionais fica a cargo dos serviços interessados no recrutamento dos trabalhadores”, explica o Executivo em comunicado.

Para todos os gostos

A etapa de avaliação de competências assume a forma de prova escrita, com perguntas de escolha múltipla, e tem a duração máxima de três horas. De acordo com o Executivo, o grau de dificuldade das provas escritas varia em função das habilitações académicas exigidas para o ingresso nas

“por uma questão de confidencialidade”, a representante explica que podem estar a ser perseguidos por uma questão de nacionalidade, raça ou até por serem membros de um determinado grupo político ou social. “Desde que mostre que tem medo por não se sentir protegido nesse país [ou região], pode pedir asilo”, explica ao HM. De Hong Kong, há quase 80 pessoas a pedir asilo noutros locais do mundo, com a região vizinha a analisar mais de 2300 pedidos neste momento. No relatório da ONU, Ban Kin-moon, secretário-geral da organização diz que o mundo está a enfrentar “a maior crise de refugiados de todos os tempos”. O responsável afiança, contudo, que não se pode só pensar em números, já que esta, diz, “é uma questão de solidariedade”. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

carreiras gerais e nas carreiras especiais. Por exemplo, ao pessoal que esteja a candidatar-se para o lugar de técnico e técnico superior é pedido compreensão linguística, lógica linguística e matemática, análise de dados gráficos e conhecimentos sobre a Lei Básica e a legislação de Administração Pública. Já no caso de o cargo ser para operários, as provas escritas pedem conhecimentos básicos de língua e de aritmética e conhecimentos básicos de cultura geral. Apesar de as provas não poderem ser feitas com consulta de informações, o conteúdo do exame é publicado antes e podem ser utilizadas quaisquer das duas línguas oficiais da RAEM. Por despacho de Chui Sai On, foram ainda determinados modelos de formulários a ser utilizados no concurso de gestão uniformizada. J.F.


5 hoje macau quarta-feira 13.7.2016

Lotes do sofrimento

Deputados “calaram-se por causa de Pequim”

Ung Choi Kun diz que, apesar da discordância, alguns deputados deixaram passar a Lei de Terras depois de um declaração de Li Gang. Entretanto, ontem, veio a público mais uma empresa a queixarse do Governo

U

ng Choi Kun, ex-deputado e presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliário, organizou um seminário sobre a Lei de Terras onde afirmou que os deputados se “calaram”, em 2013, por causa de Pequim, após Li Gang, ex-director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM,

pub

ter dado uma entrevista em que disse que não concordava com a ideia de retirada da Lei de Terras e que o mesmo não violaria a Lei Básica. Para o ex-deputado, isso fez com que os membros do hemiciclo “se calassem” porque acharam que o Governo Central “falou”. Segundo o canal chinês da TDM, Ung Choi Kun disse que a Lei de Terras viola a Lei Básica quanto ao direito de propriedade privada, tendo referido que vários empresários do sector lhe disseram que não tencionam fazer mais investimentos no território caso corram o risco de verem os seus terrenos retirados. Ung Choi Kun disse, no entanto, que não lamenta o facto de ter votado a favor da lei.Apesar de estar ligado a uma empresa concessionária de um terreno já retirado pelo Governo (Grupo Polytec), Ung Choi Kun garantiu que a realização do seminário foi apenas para garantir a justiça no processo e não para ser próprio benefício.

Imobiliária culpa Governo

Ontem chegou mais um grito de alerta no âmbito da polémi-

ca sobre a Lei de Terras. Numa carta enviada às redacções, a Sociedade de Investimento Imobiliário Tim Keng Van diz que o Governo foi o principal responsável pelo atraso do seu projecto habitacional, a ser desenvolvido num dos terrenos da Zona C, junto ao lago Nam Van. Também o prazo de concessão do terreno da Tim Keng Van termina já no dia 30 deste mês. “Após a efectuação das fundações em estacas no ano de 2007, a Imobiliária Tim Keng Van, na esperança de ajustar a obra ao seu desenvolvimento, fez chegar sucessivamente à Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) diversos pedidos para a alteração do esquema de construção, mas até ao dia de hoje não foi tomada nenhuma decisão em relação a estes pedidos. O Governo limitou-se a alegar que, devido à candidatura da RAEM à UNESCO, os terrenos das Zonas C e D da Baía da Praia Grande teriam de ser planeados de novo”, lê-se na carta. A Tim Keng Van afirma ter-se juntado a outros

Política concessionários para “enviar uma carta ao Chefe do Executivo a solicitar ao Governo para reiniciar com a maior brevidade possível o planeamento do desenvolvimento dessa zona”. A empresa pede que o Executivo “reconheça a sua responsabilidade pelo atraso na obra que é causado pela ausência de uma nova directriz de planeamento”, além de exigir que “recorra a medidas adequadas para obter uma solução”. Só assim será possível “garantir os interesses dos concessionários, estar em conformidade com a política da diversidade económica e assegurar um bom ambiente para o investimento em Macau”. “Na sequência da reforma da Lei de Terras, esperamos que toda a sociedade possa conhecer a questão da imputação da responsabilidade jurídica e política, além de se pôr um fim ao conflito social originado por este incidente”, concluiu a Tim Keng Van. Angela Ka

info@hojemacau.com.mo

Andreia Sofia Silva

info@hojemacau.com.mo


6 Publicidade

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

Relatório de actividades em Macau

Em 2015, o valor total dos prémios de seguro da Manulife Macau cifrou-se em, aproximadamente, 300 milhões de patacas, registando-se deste modo um aumento de mais de 20%, em comparação com o ano de 2014. Correspondendo ao registado aumento das actividades, o nosso Centro de Prestação de Serviços aos Clientes mudou de endereço em Janeiro de 2015 para o Circle Square, 14.º andar, de modo a proporcionar um melhor serviço aos clientes num ambiente mais amplo e confortável. Além disso, seguidamente a Hong Kong, foi implementado um novo plano de saúde, ManulifeMOVE, com vista a estimular os clientes de Macau a levarem uma vida saudável e enérgica, além de poderem beneficiar de um desconto de prémios de seguro. A Manulife Macau irá prosseguir com a criação de novos produtos e serviços, com vista a prestar aos cidadãos de Macau propostas de gestão financeira estável, segura, credível e virada para o futuro.

Relatório de Auditor Independente sobre Demonstrações Financeiras Resumidas Para os Administradores da Manulife (International) Limited: (sociedade de responsabilidade limitada, registada em Bermudas) Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras da Manulife (International) Limited, Sucursal de Macau (“Sucursal de Macau de Manulife”), relativas ao ano de 2015, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 26 de Abril de 2016, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo. As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à da data de 31 de Dezembro de 2015, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações na conta de sede e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas. As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas a que acima se faz referência. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas. Para a melhor compreensão da posição financeira da Sucursal de Macau de Manulife e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangidos pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Bao, King To Auditor de Contas Ernst & Young – Auditores Macau, aos 26 de Abril de 2016


7 hoje macau quarta-feira 13.7.2016

Julgamento de Ng Lap Seng em Janeiro

O juíz Vernon Broderick definiu em Manhattan a data para o julgamento de Ng Lap Seng. É a 23 de Janeiro de 2017 que o empresário de Macau vai a tribunal, segundo informação da Reuters. Ng Lap Seng tem sobre si e o seu assistente, Yin, acusações de suborno de John Ashe, ex-presidente da Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) falecido no mês passado. O empresário é acusado de ter proporcionado benefícios a membros do Programa de Desenvolvimento da ONU (PDNU) para construir um centro de conferências em Macau.

Quase 200 árvores derrubadas em Seac Pai Van

A Polícia Judiciária (PJ) recebeu um caso reportado pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) sobre cerca de 180 árvores que foram danificadas na zona de habitação económica de Seac Pai Van. Depois de, em Março, 20 árvores terem sido retiradas por trabalhadores do novo hotel The 13 – o que totalizou um prejuízo de 300 mil patacas e a perda das plantas -, a PJ diz que estas árvores foram cortadas e partidas, tendo os suspeitos deixado apenas os troncos. Entre as árvores danificadas três tipos têm valor medicinal. Os prejuízos ascenderam às 50 mil patacas. A PJ diz não haver ainda nenhum detido.

Dar sangue no Fai Chi Kei

A partir do próximo dia 19 e, subsequentemente, a cada terçafeira da terceira semana de cada mês, a viatura de doação de sangue do Centro de Transfusões de Sangue irá parar na Rua do General Ivens Ferraz do Fai Chi Kei (frente do Centro de Saúde do Fai Chi Kei), para a recolha de doações. Para além deste novo posto móvel de recolha de sangue, os outros existem em Macau, no estacionamento da Av. Doutor Mário Soares (frente ao New Yaohan), a cada terça-feira da primeira semana de cada mês, entre as 13h00 e as 18h00, e na Taipa, junto ao Jardim da Cidade de Flores, a cada terça-feira da segunda e quarta semana de cada mês, no mesmo horário.

Tribunal dá razão à DSEJ

O

tribunal deu razão à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) relativamente a um processo levantado por um Centro de Educação a quem foi rejeitada a participação no Programa de Desenvolvimento eAperfeiçoamento Contínuo, que confere aos cidadãos de Macau o direito a um subsídio aplicado em formação. O Tribunal de Segunda Instância dá razão à direcção, depois de ter sido detectado que alguns alunos não assistiam aos cursos organizados pelo referido centro. Com a suspeita de que haveria violação da lei, a DSEJ denunciou o caso à Polícia Judiciária (PJ). Em Março de 2014, a PJ remeteu o processo ao Ministério Público visto os responsáveis do Centro de Educação serem também suspeitos da prática dos crimes de burla e de falsificação de documentos.

Em Abril de 2014, o centro educativo requereu, de novo, à DSEJ a participação no Programa de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento Contínuo 2014 a 2016, mas esta decidiu indeferir o pedido tendo em conta as infracções verificadas e pelo mesmo se encontrar sob investigação. O caso foi alvo de recurso, que chegou ao Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Por rejeição deste, o caso arrastou-se, então, até ao TSI. Segundo o acórdão deste tribunal, durante a investigação do caso, verificou-se que o centro educativo em causa recebeu os subsídios atribuídos pelo Governo a alunos que não compareceram às aulas e inscreveu pessoas que não tinham vontade de frequentar cursos. Os recorrentes não contestaram ou negaram os factos de que foram acusados. S.M.

Sociedade

Casas-Museu Associação alerta para protecção de ecossistema

Olha o passarinho Se por um lado até pode ser boa ideia a revitalização das Casas-Museu da Taipa, por outro existe o alerta para o ambiente e a preservação das espécies. Fica no ar a sugestão de revitalização de zonas antigas

J

oe Chan, responsável da Associação Macau Green Student Union, alertou o Governo sobre o projecto de desenvolvimento das Casas-Museu da Taipa, que, diz, deve ter em conta a protecção ambiental e das espécies que ali habitam. As declarações foram feitas ao Jornal do Cidadão e derivam dos anúncios do Governo acerca da criação de uma área dedicada à cultura e ao lazer nesta zona. Para Joe Chan, o Executivo não pode resumir uma decisão destas a um único dirigente, como é Alexis Tam, mas sim ser ponderando e recorrendo à recolha de opi-

nião pública. A preocupação com o equilíbrio ecológico que rodeia as Casas é ainda referido como fonte de alertas de longa data. O dirigente associativo menciona obras no local, como mote de intervenção por parte de várias associações.

Que danos?

Joe Chan adianta ainda que, apesar das promessas antigas por parte do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais em promover a diversificação biológica daquela zona, até hoje a situação de ameaça de espécies que pode advir do presente projecto de requalificação ainda não foi mencionada. O número

de aves consideradas raras tem vindo a diminuir, diz Joe Chan, que considera este um fenómeno causado pela realização de actividades lúdicas no local. O dirigente dá ainda como exemplos o Festival de Luz, que traz poluição e barulho prejudiciais à ecologia, ou o Festival de Lótus, onde as flores, depois de exibidas, são abandonadas. Joe Chan não discorda do desenvolvimento daquela zona sendo que, não tendo informação suficiente acerca dos projectos que ali habitarão, defende que há que ter cuidado com o impacto ambiental. Por outro lado considera que é necessário

revitalizar zonas e bairros antigos da RAEM, para que festivais, como o da Luz, poderiam mudar de sítio.

Preservar é ordem

Agnes Lam, membro do Conselho para as Indústrias Culturais, menciona ao mesmo jornal que a elaboração de um projecto artístico necessita de ter em conta as características da zona em que se insere. Alertando o Governo para o uso de um modelo único de desenvolvimento turístico aplicado a diferentes áreas, a ex-candidata a deputada diz que, sem ele, só se registarão perdas. Para a Taipa, considera que devem ser tidos em conta os aspectos como o romantismo, a tranquilidade e uma fuga onde se possa respirar ar mais puro, representando o desenvolvimento do local “uma ameaça a estas características”. Tomás Chio (revisto por SM) info@hojemacau.com.mo


8 Sociedade

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

A

Gonçalo Lobo Pinheiro

RAEM está bem atrás em relação a Hong Kong no que diz respeito à participação na estratégia da China “Uma Faixa, Uma Rota”. Quem o diz éArnaldo Gonçalves, académico que irá abordar o assunto no 24º Congresso Mundial de Ciência Política, a ter lugar a 25 de Julho na cidade de Poznan, Polónia. “Macau tem de ter massa crítica para investir neste projecto. É provável que Hong Kong tire partido disso porque tem ligação à infra-estrutura ferroviária e viária que vai ligar ao centro da China. Hong Kong tem capital financeiro e ‘know-how’, tecnologia e especialistas para se poder envolver nisso e há um esforço

Rota da Seda Macau “sem nada para oferecer”

À espera da ponte Arnaldo Gonçalves vai falar da estratégia “Uma Faixa, Uma Rota” no próximo dia 25, na Polónia. O académico diz não conseguir encontrar um posicionamento estratégico nesta iniciativa da China. Só depois da ponte Hong Kong‑Macau‑Zhuhai poderá revelar algum potencial, admite

Dúzia de preocupações Mais de dez novos casos de SIDA de Janeiro a Maio

M

acau registou 12 novos casos de infecção pelo vírus da SIDA só nos cinco primeiros meses deste ano, todos eles em residentes locais. Os dados são da Comissão de Luta contra a doença e mostram mais casos do que três casos do que os registados no primeiro semestre do ano passado. Lam Chong, secretário-geral da Comissão, referiu na primeira reunião de trabalho do grupo terem sido registados 12 novos casos de infecção desde Janeiro a Maio. Todos os casos ocorreram “através de contacto sexual”. Há ainda um caso onde não foi possível determinar a origem da infecção.

Toxicodependência encaminhada

A chefe da Divisão de Tratamento da Toxicodependência e Reabilitação do Instituto de Acção Social, Lei Lai Peng, assegura que os trabalhos de prevenção da SIDA junto dos toxicodependentes estão bem encaminhados. Também os serviços de metadona, diz, “estão a funcionar bem”, levando a que Macau esteja a conseguir acompanhar 174 doentes, com uma taxa de presença de 87%, “um indicador de taxa de presença mais alta do que aquela que é exigida pela ONU”.

“A Comissão apoia continuadamente as organizações não públicas na implementação de programa relativos à prevenção da toxicodependência e à sua reabilitação, através da trocas de seringas e serviços extensivos ao exterior, além de ter sido reforçada a implementação no trabalho relativo à prevenção de doenças infecto-contagiosas e aos

grande de associações empresariais. O que Macau pode oferecer? Até agora ainda não percebi o que é que Macau pode oferecer. O que é que as Pequenas e Médias Empresas (PME) têm em termos de capacidade para o projecto? Só depois da ponte [Hong Kong-Macau-Zhuhai] estar construída é que se podem criar sinergias, mas antes disso não estou a ver que algo aconteça. E isso ainda vai demorar uns anos”, disse ao HM. Quanto à estratégia apresentada pelo presidente chinês Xi Jinping há três anos, Arnaldo Gonçalves vai falar de algumas “fragilidades” de que padece esta iniciativa. Iniciativa que, para o académico, depende da boa vontade de outros parceiros. “AChina tem dinheiro e apresenta a ideia de que tem capacidade económica para isto e infra-estruturas ferroviárias. Mas esses são países encostados no espectro da Ásia Central, em que as populações vivem ainda no tempo do nomadismo e têm um atraso em termos de desenvolvimento. A questão é essa: o que é que cada uma dessas repúblicas pode ter a ganhar com o projecto, em termos de acesso à riqueza e iniciativas de desenvolvimento”, explicou.

Desconfianças russas

Arnaldo Gonçalves vai ainda chamar a atenção para o facto da Rússia não olhar com bons olhos para a estratégia

programas de educação sexual destinados aos adolescentes de risco”, pode ler-se num comunicado da Comissão. Alexis Tam, Secretário para osAssuntos Sociais e Cultura presente na reunião, frisou que a implementação de “diversos projectos e medidas de prevenção e controlo” permitiu baixos níveis na taxa de infecção de VIH em Macau. A ONU, recorde-se, sugeriu a erradicação da SIDA em 2030, tendo o território implementado medidas nesse sentido. Uma delas foi a expansão de locais para se fazerem testes rápidos da doença. J.F.

“Uma Faixa, Uma Rota”. “Essa aproximação não é bem vista da Rússia, junto das empresas, milionários e das grandes empresas de extracção do petróleo, porque olham com suspeição esta aproximação à China. A China, ao desenhar este projecto, está a pôr em causa a comunidade euro-asiática, lançada por [Vladimir] Putin há alguns anos. Essa é uma comunidade económica, europeia, mas de países que faziam parte da União Soviética. É o grande projecto de Putin e que vai de alguma forma confrontar e pôr em causa esta estratégia. Os dois têm falado sobre a forma de haver complementaridade.” Segundo Arnaldo Gonçalves, a China tem de fazer um esforço de mostrar as vantagens desse projecto, além de provar que não está a criar uma zona de influência, “uma esfera proto-imperial sobre esses países”, numa suspeição que existe em “algumas cabeças”. Arnaldo Gonçalves vai presidir ao painel “China na encruzilhada entre o nacionalismo e o regionalismo”, estando prevista a apresentação da palestra “A condução pela China da estratégia ‘Uma Faixa, Uma Rota’”. O congresso é organizado pela Associação Internacional de Ciência Política e terá convidados de todo o mundo. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Hospital lança serviços de psiquiatria ao domicílio

O

serviço de psiquiatria do Centro Hospitalar Conde de São Januário vai lançar este mês serviços ao domicílio. O anúncio é feito pelos Serviços de Saúde (SS), que explicam que estes serviços servirão doentes psiquiátricos “severos” e que representem potenciais riscos, mas que rejeitam ser tratados e também aos pacientes que necessitam de acompanhamento a longo-prazo. A equipa é composta por um médico e um enfermeiro especialistas, por um terapeuta ocupacional, um psicoterapeuta clínico, um assistente social e um auxiliar de terapeuta, além de peritos que darão resposta às necessidades de avaliação às pessoas com problemas mentais severos. A ideia é que “os pacientes recebam o mais cedo possível tratamento e acompanhamento”, frisam os SS, indicando que

o horário de prestação de serviços vai de segunda a sexta-feira. “A equipa de prestação de serviços psicológicos comunitários irá acompanhar os casos através de um modelo de gestão que envolve um responsável de caso, estabelecendo em conjunto com o indivíduo e a família o plano de tratamento e de reabilitação. Em consonância com todas as unidades comunitárias de prestação de serviços, o sistema de apoio individual para casos de reinserção possibilitará serviços de acompanhamento via telefónica, visitas e entrevistas domiciliárias, serviços extensivos ao exterior de avaliação e tratamento, disponibilização de grupos para tratamento / suporte, tratamento em grupo, consultas externas diferenciadas, hospital de dia e serviços de internamento”, indica o organismo. J.F.


9 hoje macau quarta-feira 13.7.2016

Os túneis que o Governo quer construir ao largo da Ponte Nobre de Carvalho irão servir para escoar o trânsito, já que a ponte só serve autocarros e táxis. Mas, se há quem concorde, há quem diga que não é urgente

O

G o v e r n o já explicou por que quer criar dois túneis entre Macau e a Taipa ao lado da Ponte Nobre de Carvalho: para o trânsito poder passar entre as Zonas C e D dos novos aterros à Zona B dos novos aterros de Macau, numa altura em que esta ponte serve apenas autocarros e táxis. A ideia é que cada túnel subaquático tenha, no mínimo, duas faixas

Sociedade

Trânsito à lupa Túneis Macau-Taipa dividem opiniões

de rodagem num único sentido – um túnel em direcção a Macau e outro na direcção da Taipa. Cada uma das infra-estruturas teria 1200 metros de comprimento, metade do que tem a Ponte Nobre de Carvalho, e o Governo tem três hipóteses de construção, todas elas ao largo da ponte. O anúncio da construção da ligação foi feito em Boletim Oficial, num despacho do Chefe do Executivo que incumbia a CCCC Highway Consultants Macau Branch da elaboração de um estudo de viabilidade para a construção dos dois túneis. Estudo que custa 7,2 milhões de patacas.

Essencial?

Addy Chan, presidente da Associação de Engenheiros de Macau, considera que a construção dos dois túneis não é urgente. Em declarações ao HM, o engenheiro diz ainda que o Executivo deveria estar a planear as construções todas ao mesmo tempo. “Na altura em que foi feita a consulta pública sobre os novos aterros, o Governo disse que pretende

construir uma quarta ligação entre Macau e a Taipa. A questão é que este novo projecto tem de ter ligação com todo o sistema de transportes, porque no futuro o fluxo do trânsito vai aumentar. Têm de dizer aquilo que vão planear no futuro, em 15 ou 20 anos”, frisa. “A construção de dois túneis subaquáticos não é uma questão urgente e tem de estar ligada com outras áreas.” Para Chan, a construção de túneis é arriscada e o Governo deveria aprender com o exemplo do túnel da Universidade de Macau, cujo orçamento foi ultrapassado. “Agora já temos uma experiência na construção de túneis e temos de aprender com ela, educar o Governo e garantir um controlo de orçamento, para que haja uma maior eficiência”, acrescentou. Já o presidente da Associação de Ensaio, Manutenção de Betão e das Obras de Impermeabilização de Macau, Wu Chou Kit, diz que a opção do Governo é a melhor para que não haja grandes impactos na paisagem. Em declarações ao Jornal Ou Mun, Wu Chou Kit explica que,

como o espaço perto da ponte velha é limitado, não será suficiente para a construção de uma passagem bidireccional e o custo também vai ser alto, pelo que dois túneis são “uma opção mais económica”. O engenheiro relembra que a proibição da passagem de veículos que não táxis ou autocarros fez com que “os cidadãos perdessem uma das vias mais convenientes”, dada a curta distância da ponte. “Construir uma nova via ao lado desta ponte [vai ajudar] a atenuar o trânsito das duas pontes actualmente existentes e da futura nova ponte, a quarta passagem Macau-Taipa, pelo que terá uma importância enorme”, remata. Em comunicado, o Governo explica que o estudo vai não só analisar a viabilidade de construção, mas também comparar projectos com diferentes localizações, definir as

características (largura e altura) dos túneis e os acessos, tendo em conta também análises de hidrografia e sondagens geológicas. A empresa, uma das maiores companhias estatais chinesas, conseguiu o serviço através de um concurso público para o qual concorreram mais três empresas, todas com preços mais altos do que a CCCC. O estudo vai durar 260 dias e o Governo prevê a apresentação de um relatório preliminar em meados do próximo ano. A Direcção dos Serviços de Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) diz ter decidido pelo local devido à “distância do mar entre a península de Macau e a ilha da Taipa ser mais curta” e também para evitar “impactos na Ponte Nobre de Carvalho e nas paisagens das zonas circundantes”. Joana Freitas (com Angela Ka e Andreia Sofia Silva) joana.freitas@hojemacau.com.mo

HM • 1ª vez • 13-7-16

Aviso Faz-se público que se encontram abertos concursos comuns, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento dos seguintes lugares do Fundo de Pensões: l

l

Telefone 28752401 | Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo

www.hojemacau.com.mo

Técnico de 2.a classe, 1.o escalão, em regime de contrato administrativo de provimento (área de gestão de empresas) - dois lugares;

n.º CV3-16-0076-CPE

3º Juízo Cível

REQUERENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO.--------------------------------------REQUERIDO: KUAN SOK MAN, residente em Macau, na Avenida de Vale das Borboletas, Habitação Social de Seac Pai Van, Edifício Lok Kuan, Bloco IV, Torre B4A, 4.º andar D, Coloane.-------------------------------------------------* -----Faz saber que, no Juízo Cível e Tribunal acima referidos, foi distribuída

Assistente técnico administrativo de 1. classe, 1. escalão, do quadro de pessoal do Fundo de Pensões (área de técnico auxiliar) – três lugares.

um acção contra KUAN SOK MAN, feminino, maior, residente em Macau, na

Os avisos encontram-se publicados no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 28, II série, de 13 de Julho de 2016. O prazo para a apresentação de candidatura decorre entre 14 de Julho e 2 de Agosto de 2016.

efeito de ser decretada a sua inabilitação por anomalia psíquica.-----------------

l

Assine-o

Técnico de 1.a classe, 1.o escalão, em regime de contrato administrativo de provimento (área de gestão de empresas) - dois lugares;

ANÚNCIO Inabilitação

a

o

Os requisitos de candidatura e demais informações constam dos avisos acima referidos e encontram-se disponíveis na página electrónica deste Fundo (http://www.fp.gov.mo) e na página electrónica da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (http://www.safp.gov.mo). 8 de Julho de 2016. A Presidente do Conselho de Administração, Subst.a Ermelinda M.C. Xavier

Avenida de Vale das Borboletas, Habitação Social Seac Pai Van, Edifício Lok Kuan, Bloco IV, Torre B4A, 4.º andar D, Coloane, supra identificada, para o ----R.A.E.M., 04 de Julho de 2016.----------------------------------------------------


10

DSEJ Festival Juvenil Internacional de Dança a part

eventos

Saber dos livros

IC lança obra “Bibliografia da Literatura de Macau 1600-2014”

É

o segundo volume da “Colectânea do Museu de Literatura de Macau – Série História” e intitula-se “Uma Bibliografia da Literatura de Macau 16002014”. Foi apresentado no sábado passado com o apoio do Instituto Cultural (IC). A publicação de trabalhos ainda mais abrangentes e aprofundados sobre a literatura de Macau é o objectivo deste livro de Wong Kwok Keung, um autor com anos de experiência na recolha e investigação histórica que seleccionou para este trabalho uma bibliografia com mais de seis mil volumes relacionados com a literatura local. Através de análises de conteúdo, linguagem, editoras e outros factores e tendências das obras de literatura relacionadas com Macau, o autor procura

apresentar o estado de desenvolvimento da literatura em língua chinesa, portuguesa e inglesa da cidade. O resultado é a criação de um “título essencial para o desenvolvimento da literatura local, por via da enumeração de valiosos materiais de referência e, naturalmente, proporcionar um valioso instrumento para investigadores na área”, indica o IC.

Sempre activo

Wong Kwok Keung assumiu funções na biblioteca da Universidade de Macau em 1987, assumindo actualmente o posto de bibliotecário-auxiliar da mesma. Desde 2005 é chefe do Centro de Publicações da instituição. A partir de 1990 tornou-se num activo participante de actividades sociais e começou a com-

pilar uma lista de estudos e publicações relacionados com Macau, facultando uma importante base para estudos sobre a cidade. Nos últimos anos, publicou perto de cem artigos relacionados com publicações e materiais de investigação de Macau, focando-se sobretudo na história editorial, bibliografia documental e na história da biblioteca e arquivo de Macau e história da leitura e de Macau em relação ao Sudeste Asiático. “Uma Bibliografia da Literatura de Macau 16002014” encontra-se à venda ao preço de 150 patacas, estando disponível na Plaza Cultural, Livraria Seng Kwong, Livraria Portuguesa, Arquivo Histórico de Macau, Centro de Informações ao Público e no Centro Ecuménico Kun Iam. M.N.

Artista autista cria lembranças no MGM

O

MGM convidou Leong Ieng Wai, um jovem artista local diagnosticado com autismo, para criar uma colecção de blocos de notas com imagens icónicas do MGM. A iniciativa foi mais uma coordenada com a Sociedade Fuhong e tem por objectivo chamar a atenção para a inclusão social. São quatro os tipos de blocos produzidos com imagens alusivas ao exterior do hotel do MGM Macau, outro com a estátua do leão e mais dois, um representando a Grande Praça e o outro com a fachada do MGM Cotai. Desenhos à mão de Leong, criados após vários meses de observação “in loco” dos objectos, processo através do qual o artista procurou

descobrir a essência de cada umas das imagens sugeridas. Com esta colecção, o MGM espera mostrar ao mundo que cada pessoa na comunidade é especial e dotada de forma única, para além da necessidade de respeitarmos e aceitarmos o outro. A colecção designada por “0.38”, em virtude da preferência do artista pelas canetas de ponta com essa espessura em milímetros, apresenta um conjunto de composições de linhas pungentes, com uma forte capacidade descritiva. Leong tem uma “excelente capacidade para perceber e, consequentemente, produzir imagens em três dimensões, o que lhe permite desenhar com muita

expressividade pessoas, veículos e edifícios”, indica a operadora. Os talentos de Leong Ieng Wai foram inicialmente descobertos por um funcionário da sociedade Fuhong ao encontrar vários esquiços amarrotados do artista num caixote do lixo. Ao reconhecer o talento do jovem foram-lhe proporcionadas aulas de arte e treino específico. Para Leong, a arte é uma forma de se expressar e de aumentar os seus níveis de auto-confiança na comunicação com o resto do mundo. Da parte do MGM, iniciativas como esta, que se incluem num programa designado pela empresa por “Criar um amanhã melhor, hoje”, são para continuar.

À venda na Livraria Portuguesa Uma Lágrima Salvou-me • Angèle Lieby, Hervé de Chalendar

Numa véspera de feriado do verão de 2009, Angèle Lieby dá entrada nas urgências do hospital de Estrasburgo com uma enxaqueca muito intensa. Começa a sentir-se cada vez pior e a ter dificuldade em exprimir-se; finalmente, perde os sentidos. Dado o agravamento do seu estado, os médicos decidem induzi-la num coma artificial para a poderem entubar. Os dias sucedem-se e os médicos e enfermeiras que cuidam dela começam rapidamente a tratá-la como se estivesse, de facto, morta; referem-se a Angèle pelo seu número de processo. Os médicos, incapazes de a despertar ou de reconhecer qualquer sinal de esperança, começam a aconselhar a família a «desligar as máquinas»… Depois de mais de uma semana neste sofrimento, dá-se um milagre. No dia 25 de julho, o dia do seu aniversário de casamento, a filha repara que do olho de Angèle surge uma lágrima. Hoje em dia, Angèle está de perfeita saúde e dedica o seu tempo a participar em conferências médicas e a advogar os direitos dos pacientes e um cuidado médico mais atento e centrado nas necessidades de quem sofre.

C

riar uma plataforma para jovens amadores de dança, de diferentes países e regiões do mundo é o objectivo de mais uma edição do Festival Juvenil Internacional de Dança da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), além de pretender facultar a residentes e turistas a arte e a cultura de diferentes países e regiões. Assim, de 22 a 28 de Julho, o Festival volta a Macau, sendo de esperar que o ritmo contagie vários pontos da cidade. Criado em 1987, este festival juvenil realiza-se a cada dois anos e tem vindo a ganhar destaque no panorama dos eventos de Macau, através do qual as equipas de dança podem demonstrar as suas capacidades, bem como aprenderem as técnicas dos outros participantes. Desta forma, tornar Macau num ponto de encontro das diferentes culturas de dança é a grande aposta.

O mundo a dançar

A edição deste ano conta com um total de 27 equipas provenientes da Ásia, Oceânia e Europa. Destas, 15 vêm de fora, nomeadamente de países como Austrália, Grécia, Indonésia, Israel, Coreia do Sul, Letónia, Lituânia, Malásia, Nova Zelândia, Noruega, Rússia, Singapura, Eslováquia e Sri Lanka. Da China continental chega um grupo de Yunnan, contando-se ainda com equipas de Hong Kong e Taiwan. De Macau são dez as equipas que irão estar presentes. Vêm da Escola Hou Kong, da Associação Imprint Macau Dance, da Escola Kao Yip, do Grupo de Dança Juvenil - Conservatório de Macau, da Associação Internacional de Dança de Rua de Macau, da Escola dos Moradores de Macau, daAssociação de Dança de Música Pop de Macau, da Escola Secundária Pui Ching, da Associação de Dançarinos Regina e da Universidade de Macau.

Ruas afora

Para além das actuações, está previsto um desfile, a

Baila

realização de um workshop e de espectáculos de dança nocturna. A partir deste conjunto de eventos, a organização pretende que seja evidente “a integração das culturas chinesa e ocidental, demonstrando as características das indústrias culturais e criativas de Macau”. Ao longo do percurso do desfile e durante as exibições no exterior, os artistas irão interagir com os espectadores e todos são convidados a participar na festa. Segundo a organização, que a DSEJ partilha com o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, o Instituto Cultural, a Direcção dos Serviços de Turismo, o Instituto do Desporto, o Instituto de Formação Turística e o Fórum de Educação da Ásia-Pequim, este evento irá ter um custo de 15 milhões de patacas. Os bilhetes de entrada para as exibições em recinto coberto serão distribuídos a partir das 16h00 do dia 19 de Julho em vários locais ao longo da cidade. Os professores de Macau, todavia, podem registar-se a partir de hoje, para a obtenção de bilhetes (máximo de dois por pessoa), que lhes darão acesso ao “Espaço dos Docentes”. Paralelamente, para que os jovens oriundos do exterior fiquem a conhecer melhor a cultura local, a organização vai fazer uma visita cultural por Macau. Manuel Nunes

Programa 24 de Julho 17:30-19:30 Desfile Ruínas de S. Paulo, Rua da Palha, Rua de S. Domingos, Igreja de S. Domingos 20:00-21:30 Exibição “Dança Juvenil pela Paixão da Rota da Seda” Praça do Tap Seac 25 de Julho 10:00-12:00 Workshops de experimentação artística Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes 25 de Julho 19:30-21:00 Dança nocturna Anim’Arte NAM VAN 26 de Julho 20:00-22:00 Exibições no interior Pavilhão I do Fórum de Macau 27 de Julho 19:30-21:00 Dança nocturna Anim’Arte NAM VAN 28 de Julho 20:00-22:00 Exibições no interior Pavilhão I do Fórum de Macau

info@hojemacau.com.mo

Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net

Pássaros Amarelos • Kevin Powers

“A guerra tentou matar-nos na primavera.” Assim começa este poderosíssimo relato de amizade e perda. Em Al Tafar, no Iraque, o soldado Bartle, de vinte e um anos, e o soldado Murphy, de dezoito, agarram-se à vida enquanto o seu pelotão inicia uma batalha sangrenta pela cidade. Quando a realidade começa a perder os contornos e se transforma num pesadelo, Murphy torna-se cada vez mais desligado do mundo à sua volta e Bartle faz coisas que nunca imaginara vir a fazer. Com uma profunda carga emocional, Os «Pássaros Amarelos» é um romance inovador, destinado a transformar-se num clássico. A “primeira obra-prima literária americana a ser produzida pela guerra no Iraque”, Segundo o
Los Angeles Times.


11

tir de dia 22

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

a comigo DSEJ

Dançar pelas ruas, à noite e de dia, em recinto coberto ou ar livre, para ver ou para participar com jovens de vários países do mundo. É a aposta deste festival que agora regressa a Macau. Quinze milhões de patacas é quanto vai custar o bailarico

DSEJ

pub

eventos

MMA em Agosto no Venetian

O próximo evento de Artes Marciais Mistas (MMA, na sigla inglesa) vai acontecer em Macau no próximo dia 13 de Agosto, tornado o território no 11º a acolher um evento desta competição da ONE Championship. Combates de alto nível têm vindo a ser presença regular nos anos recentes na Arena do Venetian, com nomes como os de Zou Shiming, Nonito Donaire, Guillermo Rigondeaux e Manny Pacquiao, no boxe, e Michael Bisping, Rich Franklin e Cung Le no MMA. Este será o 44º evento da ONE Championship e arranca num momento de particular efervescência do calendário com a realização de três eventos no espaço de quatro fins-de-semana. Acontecerá outro no dia 27 de Agosto em Jakarta, seguindo-se Kuala Lumpur a 22 de Setembro.

Feira de casamento no Sheraton e Saint Regis

Para celebrar o “dia de uma vida” de muitos os que concretizam o amor, o Sheraton e o St. Regis Macau deram as mãos. “The wedding Showcase” é o evento que tem lugar a 23 e 24 de Julho e que vai dar ao público a possibilidade de apreciar “uma impressionante colecção de alta costura dedicada a vestidos de noiva”. A assinar as criações estão estilistas internacionais e a exposição é adornada com uma mostra de jóias, maquilhagem, serviços de fotografia e listas de presentes para a ocasião. Tudo para ajudar os “pombinhos” a ter um dia inesquecível. “The wedding Showcase” tem lugar no Salão Astor do The St. Regis Macau e no salão Samarkan do Sheraton, sendo que para envolver os participantes num ambiente mais apropriado, a organização levará a cabo performances de ballet acompanhadas por violino.

DSEJ


12 Publicidade

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

ANÚNCIO Venda em Hasta Pública Faz-se público que se vai realizar uma venda em hasta pública de sucata resultante de veículos, de bens e de sucata de bens que reverteram a favor da Região Administrativa Especial de Macau nos termos da lei ou que foram abatidos à carga pelos serviços públicos. Os locais, dias e horas marcadas para visualização dos bens agora colocados à venda, para efeitos de prestação da caução e da hasta pública propriamente dita, são os seguintes: Visualização dos bens 1. Sucata resultante de veículos, bens e sucata de bens Na tabela abaixo indicada encontram-se discriminados os lotes de sucata resultante de veículos, os lotes de bens e os lotes de sucata de bens, colocados à venda, bem como, a respectiva data, hora e local para visualização dos mesmos na presença de trabalhadores da Direcção dos Serviços de Finanças:

No. de lote VS01 MS01 IS01, L05(I) VS02, VS03, VS04, VS05 MS02,MS03,MS04 L01 (parte) L01 (parte), L02, L03, L04 B01

Local de armazenamento

Data de identificação

Horário (1)

Macau

18/07/2016

10:00am

Coloane

18/07/2016

3:00pm

Macau

19/07/2016

10:00am

Local (2) Edifício Veng Fu Shan Chuen (Rua da Penha, n.º 3 – 3C, Macau) Parque de estacionamento provisório para veículos abandonados (Estrada de Flor de Lotus, Coloane)

Edf. Industrial Fu Tai, R/C (Avenida Venceslau de Morais, nº 251, Macau)

Nota (1)

A visualização de sucata resultante de veículos, e de bens de sucata de bens inicia-se, impreterivelmente, quinze minutos após a hora marcada, não sendo disponibilizada uma outra oportunidade para o efeito. Os interessados devem providenciar meio de transporte para se deslocarem ao local de armazenamento de cada lote. Para se dirigirem aos locais de armazenamento de sucata resultante de veículos, de bens e de sucata de bens, devem os interessados concentrar-se nos locais acima indicados.

(2)

Não há lugar à visualização de sucata resultante de veículos, de bens e de sucata de bens no dia da realização da hasta pública, mas são projectadas fotografias dos mesmos através do computador. 2. As listas de bens podem ser consultadas na sobreloja do Edifício “Finanças”, ou na página electrónica desta Direcção dos Serviços (website: http://www.dsf.gov.mo). As listas dos bens com descrição pormenorizada podem ser consultadas no 8.º andar do Edifício “Finanças”, sala 803. Prestação de caução Período:

Desde a data do anúncio até ao dia 20 de Julho de 2016

Montante:

$5,000.00 (cinco mil patacas)

Modo de prestação da caução:

- -

Por depósito em numerário ou cheque, o qual será efectuado mediante a respectiva guia de depósito e paga em instituição bancária nela indicada. A referida guia de depósito será obtida na sala 803 do 8.º andar do Edifício “Finanças”, sito em Macau na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585; ou, Por garantia bancária, de acordo com o modelo constante do anexo I das Condições de Venda.

Realização da Hasta Pública Data: Horário:

21 de Julho de 2016 (quinta-feira) às 09:00 horas – registo de presenças às 10:00 horas – início da hasta pública Auditório, na Cave do Edifício “Finanças”, sito em Macau na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585.

Local: Consulta das Condições de Venda As condições de Venda podem ser: - - -

obtidas na sala 803 do 8.º andar do Edifício “Finanças”, sito em Macau na Avenida da Praia Grande, n.ºs 575, 579 e 585; consultas na sobreloja do Edifício “Finanças”, ou na página electrónica da Direcção dos Serviços de Finanças (website: http://www.dsf.gov.mo). O Director dos Serviços Iong Kong Leong

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO

ANÚNCIO Faz-se saber que em relação ao concurso público para os “Serviços de Consultadoria de Gestão do Projecto para as Novas Instalações da Direcção dos Serviços de Turismo”, publicado no Boletim Oficial n.º 24, II Série, de 15 de Junho de 2016, foi detectado um lapso nos elementos constantes no referido “Programa de Concurso” e no “Caderno de Encargos”, assim procede-se à seguinte rectificação: Ponto 5.2 f) do Programa de Concurso Versão original: Comprovativos de, pelo menos, 4 anos de inscrição na DSSOPT para os engenheiro civil, engenheiro electrotécnico e engenheiro mecânico, e de, pelo menos, 6 anos de inscrição na DSSOPT para o Arquitecto Coordenador (com experiência em urbanismo), bem como os respectivos curriculum vitae de todos os elementos que integram a “Tabela dos Recursos Humanos Principais Propostos”, tendo em conta as condicionantes impostas no n.o 5 das Cláusulas Técnicas do Caderno de Encargos (“Equipa de trabalho”); os técnicos e o medidor orçamentista deverão apresentar comprovativos de experiência de, pelo menos, 4 anos. Conteúdo após rectificado: Comprovativos de, pelo menos, 4 anos de inscrição na DSSOPT para os engenheiro civil, engenheiro electrotécnico e engenheiro mecânico, e de, pelo menos, 10 anos de inscrição na DSSOPT para o Arquitecto Coordenador (com experiência em urbanismo), bem como os respectivos curriculum vitae de todos os elementos que integram a “Tabela dos Recursos Humanos Principais Propostos”, tendo em conta as condicionantes impostas no n.o 5 das Cláusulas Técnicas do Caderno de Encargos (“Equipa de trabalho”); os técnicos e o medidor orçamentista deverão apresentar comprovativos de experiência de, pelo menos, 4 anos.

N.0 5 das Cláusulas Técnicas da Parte II do Caderno de Encargos (Equipa de trabalho) Versão original: Equipa de trabalho Todos os arquitectos e engenheiros e técnicos que acompanham os serviços devem possuir, no mínimo, 4 anos de experiência na área dos serviços em que ficarem envolvidos (arquitectura, engenharia civil, electricidade ou mecânica, medições e orçamentos). Só serão aceites como arquitecto coordenador (com experiência em Urbanismo) com pelo menos 6 anos de inscrição na DSSOPT para elaborar projectos e direcção de obras, e engenheiros de especialidade e arquitectos com, pelo menos, 4 anos de inscrição na DSSOPT para elaborar projectos e direcção de obras. Os técnicos de apoio deverão apresentar comprovativos de experiência de, pelo menos, 4 anos como constituintes de equipas de projecto, sem os quais poderão as equipas ser excluídas na fase de avaliação das propostas. Conteúdo após rectificado: Equipa de trabalho Todos os arquitectos e engenheiros e técnicos que acompanham os serviços devem possuir, no mínimo, 4 anos de experiência na área dos serviços em que ficarem envolvidos (arquitectura, engenharia civil, electricidade ou mecânica, medições e orçamentos). Só serão aceites como arquitecto coordenador (com experiência em Urbanismo) com pelo menos 10 anos de inscrição na DSSOPT para elaborar projectos e direcção de obras, e engenheiros de especialidade e arquitectos com, pelo menos, 4 anos de inscrição na DSSOPT para elaborar projectos e direcção de obras. Os técnicos de apoio deverão apresentar comprovativos de experiência de, pelo menos, 4 anos como constituintes de equipas de projecto, sem os quais poderão as equipas ser excluídas na fase de avaliação das propostas. A Direcção dos Serviços de Turismo, aos 11 de Julho de 2016

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


13 China

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

S

egundo a agência Reuters em Pequim, a inflação ao consumidor na China cresceu ao ritmo mais lento desde Janeiro enquanto os preços ao produtor seguiram em queda, reforçando tese de economistas de que novas medidas de estímulo pelo governo podem ser necessárias para apoiar a economia. O índice de preços ao consumidor (CPI) subiu 1,9 por cento em Junho relativamente ao ano anterior, face ao aumento de 2 por cento em Maio, afirmou a agência nacional de estatísticas este domingo. Analistas esperavam uma subida de 1,8 por cento, segundo a pesquisa da Reuters. A inflação ao consumidor na China continuou baixa em comparação com a meta oficial de cerca de 3 por cento este ano, indicando uma procura persistentemente fraca na segunda maior economia do mundo. Os preços dos alimentos subiram 4,6 por cento em Junho, face aos 5,9 por cento

Tese de novas medidas de estímulo reforçada

Inflação abranda a marcha

do mês anterior. Os preços de não-alimentos subiram 1,2 por cento perante um ganho de 1,1 por cento em Maio. “A nossa visão é que, apesar da China reiterar a importância da reforma

do lado da oferta por causa de preocupações sobre a dívida e o excesso de capacidade, as autoridades ainda precisam estimular a procura para conseguirem atingir a meta de cresci-

mento”, disse Zhou Hao, economista sénior para mercados emergentes da Ásia no Commerzbank em Singapura. Em Junho, o índice de preços ao produtor (PPI) na China caiu 2,6 por cento quando comparado com o mesmo período do ano anterior. Analistas esperavam que caísse 2,5 por cento. O declínio ampliou a série de recuos para 51 meses consecutivos, apesar de continuar a mostrar moderação, sugerindo que as dificuldades sobre os lucros das empresas podem estar a diminuir. O PPI tinha recuado 2,8 por cento em Maio.

Ex-presidente da China Telecom expulso do PCC Chang Xiaobing, ex-presidente da China Telecom, uma das três gigantes de telecomunicações chinesas, foi expulso do Partido Comunista Chinês (PCC) e removido do cargo por cometer uma série de crimes, que vão desde de a aceitação de subornos a ignorar regras de frugalidade. Ao anunciar a decisão na segunda-feira, a Comissão Central de Inspecção Disciplinar do PCC disse em comunicado que Chang também foi acusado de impedir a inspecção anti-corrupção e de se aproveitar da sua posição para promover outros. De acordo com o comunicado, Chang “conspirou com familiares, permitindo-lhes usar a sua influência para obtenção de lucros”. A decisão de expulsar Chang do PCC e removê-lo do cargo público foi aprovada pelo Comité Central do PCC. O caso de Chang foi transferido para os órgãos judiciais e seus activos foram apreendidos, acrescenta a nota.

Tufão deixa dez mortos e onze desaparecidos O número de mortos no leste da China por causa do tufão Nepark subiu para dez, segundo o último balanço, divulgado ontem pela agência oficial Xinhua. Outras 11 pessoas continuam desaparecidas na província de Fujian, segundo a mesma agência. Aproximadamente 1.900 casas ficaram destruídas e 1.600 hectares de campos agrícolas totalmente arruinados, com os prejuízos globais estimados em 860 milhões de yuan, de acordo com dados do Ministério de Assuntos Civis da China. O Nepartak, o primeiro tufão da temporada, provocou fortes chuvas e ventos, apesar de ter perdido intensidade quando tocou terra. A tempestade tropical afectou, na China, as províncias de Fujian e Jiangxi, entre a tarde de sábado e domingo, depois de ter passado por Taiwan, onde na sexta-feira fez dois mortos, 70 feridos e significativos danos

Região Espanhol expulso da Birmânia por tatuagem de Buda

Amnistia acusa Vietname de tortura de presos políticos

A Birmânia deportou um espanhol para a vizinha Tailândia por o turista ter uma tatuagem de Buda na perna, o que é considerado ofensivo pela cultura budista do país, noticiava ontem a agência noticiosa EFE, citando fontes diplomáticas. O espanhol foi detido na cidade de Bagan, no centro do país, onde há centenas de templos budistas, depois de ter sido denunciado por monges às autoridades. Em Março de 2015, a justiça da Birmânia condenou a dois anos e meio de prisão um neozelandês e dois sócios birmaneses por usarem a imagem de Buda, a que tinham juntado auriculares, para promover nas redes sociais um local de diversão nocturna em Rangum. O neozelandês saiu em liberdade em Janeiro deste ano, após uma amnistia do Governo. Segundo dados oficiais, cerca de 95% da população birmanesa é budista.

A

Amnistia Internacional (AI), organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos, denunciou ontem a tortura sistemática de presos políticos no Vietname, país governado por um regime comunista ditatorial. Num relatório, a AI detalha os maus tratos a que são sujeitos os presos políticos no Vietname, com base em

MISSA REALIZA-SE NA PRÓXIMA SEGUNDA-FEIRA, DIA 18 DE JULHO DE 2016, ÀS 18HORAS NA IGREJA DA SÉ UMA MISSA EM MEMÓRIA DO DR. SÉRGIO MIRANDA Comunica a todos os que queiram comparecer e fazendo-o em representação da Família enlutada e Amigos Pedro Redinha

entrevistas a 18 antigos prisioneiros, falando em períodos prolongados de isolamento, agressões físicas, desaparecimentos ou negação de tratamentos médicos. “Este relatório dá uma visão do horror que enfrentam os presos” no Vietname, afirmou Rafendi Djamin, director da Amnistia Internacional para o sudeste da Ásia e Pacífico, num comunicado.

Alguns dos ex-presos entrevistados disseram à AI que foram isolados em celas sem luz, sujas e sem ventilação e que eram constantemente agredidos fisicamente. Outros foram detidos durante manifestações pacíficas em defesa da liberdade religiosa, por exemplo, e estiveram presos durante meses sem que a detenção tenha sido comunicada às famílias.

A AI insta o Governo do Vietname a respeitar a convenção das Nações Unidas contra a tortura, que o país ratificou em 2015. “É hora de respeitar as obrigações internacionais e levar à justiça os responsáveis pelas torturas e maus tratos, para garantir o fim destas práticas terríveis”, diz a ONG.

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 24/P/16 Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo , de 17 de Fevereiro de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para o «Fornecimento de Medicamentos do Extra-formulário Hospitalar aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 13 de Julho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP74,00 (setenta e quatro patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 12 de Agosto de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 15 de Agosto de 2016, pelas 10,00 horas, na sala “Sala Multifuncional” do Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo dos Serviços de Saúde, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP100.000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 8 de Julho de 2016 O Director dos Serviços, Lei Chin Ion


14 Publicidade

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

Síntese do Parecer dos Auditores Externos Para os directores da MassMutual Asia Limited Referente a MassMutual Asia Limited – Sucursal de Macau Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras da MassMutual Asia Limited – Sucursal de Macau relativas ao ano de 2015, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 14 de Abril de 2016, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras das quais as presentes constituem um resumo. As demonstrações financeiras a que se acima se alude compreendem o balanço, à data de 31 de Dezembro de 2015, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações no capital próprio e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas. As demonstrações financeiras resumidas preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas e dos livros e registros da Sucursal. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas e os livros e registros da Sucursal. Para a melhor compreensão da posição financeira da MassMutual Asia Limited - Sucursal de Macau e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas conjuntamente com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria.

Ieong Lai Kun, Auditor de Contas KPMG Macau, aos 14 de Abril de 2016

Relatório das actividades em Macau no ano de 2015 Em 2015, o prémio anual e o prémio único de novos negócios para o seguro individual e de grupo gerado pelos escritórios da filial de Macau de MassMutual Asia Ltd. (MassMutual Asia) subiram 28% para MOP251 milhões, enquanto o rendimento total de prémio ascendeu a MOP647 milhões. No ano passado, as empresas de gestão de risco e de gestão de património registaram um crescimento de 34% e 22%, respectivamente. Em particular os produtos de protecção reembolsáveis de anuidade e os produtos de seguros associados a investimentos demonstraram um sólido crescimento. Além disso, MassMutual Asia alcançou um excelente progresso na expansão planeada do seu conjunto de agências, com o número total de consultores a aumentar para 682, registando um crescimento de 49%. Ao avançarmos em 2016, em resposta às necessidades dos clientes, MassMutual Asia continuará a melhorar os seus produtos de gestão de risco e de património e plataformas de serviços, bem como lançar um conjunto de novos produtos, incluindo o “PrimeWealth Saver” e “Extra Cancer Care”. MassMutual Asia Ltd. (MassMutual Asia) é um membro do MassMutual Financial Group.1 Como empresa bandeira do grupo na Ásia, MassMutual Asia tem a sua sede em Hong Kong e opera uma filial em Macau. MassMutual Financial Group é uma organização global de serviços financeiros diversificados, com US$642 mil milhões2 de activos sob gestão e 13 milhões de clientes. Fundada em 1851, graças à sua estabilidade em estratégias de operação de negócios, MassMutual desfruta de notações financeiras excepcionalmente altas das principais agências de notação, incluindo A.M. Best Company “A++” (Superior; categoria top de 15), Notações Fitch “AA+” (Muito Forte; segunda categoria de 21) e a classificação “AA+” de Standard & Poor’s (Muito Forte; segunda categoria de 21).3 MassMutual também se encontra classificada na reputada FORTUNE como uma das “Cinco Maiores Companhias de Seguros de Vida dos EUA”4. Manly Cheng Presidente

Notas: 1. MassMutual Financial Group é uma designação de comercial para a Massachusetts Mutual Life Insurance Company (MassMutual) e as suas afiliadas. 2. Número conforme a 31 de Dezembro de 2015. 3. Todas as notações financeiras são atribuídas a Massachusetts Mutual Life Insurance Company e as suas subsidiárias, C.M. Companhia de Seguros de Vida e MML Bay State Life Insurance Company. Notações a partir de 1 de Junho de 2016. As notações estão sujeitas a alteração. 4. Classificados de acordo com os resultados agregados de “Seguros: Vida, Saúde (Mútuo)” e “Seguros: Vida, Saúde (Acção) sobre o total de receitas para 2015, com base na FORTUNE 500 conforme publicada a 15 de Junho de 2016.


15 hoje macau quarta-feira 13.7.2016

na ordem do dia 热风

Julie O’yang

A antiga China e a Dama de Hongshan D

ama de Hongshan é o nome que Michael Du, antiquário e coleccionador de renome a viver actualmente no Canadá, dá a si próprio. Há alguns dias atrás falámos ao telefone e discutimos a sua grande obsessão: a Cultura Hongshan.

JOY: Sr. Du, por favor, explique-nos como é que foi fazendo a sua colecção. Como é que conseguiu reunir 10.000 peças antigas de bronze e de jade? MD: Há mais de dez anos, soube que um coleccionador americano queria vender os seus objectos porque já tinha muita idade e estava doente. Passei uma semana com ele, a tentar convencê-lo de que eu era a pessoa certa. Acabei por comprar-lhe a colecção, com cerca de 1.000 artefactos Hongshan, por um preço razoável. Os primeiros objectos Hongshan de “jade negro” eram cobertos por uma liga muito antiga, através de uma tecnologia que estudiosos e historiadores nunca conseguiram compreender nem explicar. Daqui resultou que coleccionadores sul-coreanos começaram a comprá-los em grandes quantidades, vendendo-os posteriormente como objectos preciosos, mas sem os identificarem. Muitos locais Hongshan foram pilhados e inúmeros artefactos muito antigos saíram do País. É um duro golpe na nossa herança cultural e magoa-me imenso. Mas eu estou sempre atento às novidades e aos mexericos e, mal apanho qualquer sinal, viajo até onde for preciso para ver as peças. Se tiver a certeza que são objectos genuínos, estou disposto a pagar o dobro do preço de mercado. Tenho hoje em dia na minha colecção muitas peças absolutamente únicas.

JOY: O que é a Cultura Hongshan? MD: É uma cultura neolítica do Nordeste da China. Foram encontrados locais com vestígios da Cultura Hongshan numa zona que se estende desde a Mongólia Interior até Liaoning, datados do período compreendido entre 4700 e 2900 AC. Nestes últimos 20 anos, tenho vindo a dar a volta ao mundo. Já visitei mais de 40 países e regiões da Ásia, África, América Latina, Estados Unidos e outros continentes. De momento tenho mais de 10.000 peças que são verdadeiros tesouros culturais de períodos muito antigos da China. Sou louco? Acho que sim, mas um louco com curiosidade intelectual e o coração no sítio certo. JOY: Como é que iniciou a colecção de artefactos Hongshan? MD: Foi em Agosto de 1993, num dia que nunca vou esquecer. Estava em Trieste, na Itália, para visitar uma colecção de mobiliário da antiga Dinastia Qing; tenho um negócio de mobiliário antigo. O proprietário mostrou-me alguns exemplares de mogno muitíssimo originais, com preços proibitivos. Mas, sem me dar conta, o meu olhar foi atraído pela estranha forma de um objecto. Era, só soube mais tarde, um dragão de jade em forma de C, algo característico da Cultura Hongshan. Examinei o material, a densidade, a cor e o modelo. Claro que era chinês, mas de que período? Já tive nas mãos tantos objectos de jade, mas nunca tinha visto nada de semelhante na vida! Este dragão em forma de C era-me completamente estranho e deixava-me confuso…O proprietário conseguiu adivinhar os meus pensamentos. Antes que eu conseguisse formular uma pergunta que fizesse sentido, respondeu-me: “Dragão Hongshan. A Cultura Hongshan é fascinante.” Fiquei de cara à banda. Era a primeira vez que ouvia um estrangeiro mencionar o ter-

mo Hongshan! Compreendi naquele momento que estava a segurar o pai de todos os dragões. Fiquei sem palavras por alguns momentos e senti-me envergonhado da minha ignorância. Acabei por conseguir dizer: “Compro-o.” Não regateei, nem olhei para mais nada. Vim imediatamente para casa e consultei alguns peritos, mas ninguém sabia nada sobre este dragão chinês com 20 cm de altura. O acesso à informação era muito mais difícil na altura. Começou então o

meu périplo por bibliotecas e livrarias em busca de informação em jornais e revistas da especialidade. Sentia-me um verdadeiro detective Hongshan. Ao tentar compreender o significado meu dragão em forma de C, acabei por ficar absolutamente convencido que a Cultura Hongshan é a verdadeira origem da civilização chinesa. Embarquei numa aventura excitante e de grande valor cultural, para um coleccionador como eu.

JOY: Corre muitos riscos e investe imenso para actualizar a sua colecção. Quais são as suas metas? MD: Disse que sou intelectualmente curioso e é verdade. De momento, pretendo publicar uma edição de luxo com ilustrações de 600 artefactos Hongshan, todos pertencentes à minha colecção. Esta obra de referência pretende galvanizar amigos, colegas, investigadores e amantes da Cultura Hongshan, provenientes do nosso circulo internacional. Podemos chamar-lhe a “Bíblia Hongshan”. Entretanto estamos a preparar a abertura de um museu privado em Xangai, que deverá acontecer em breve. Vejo-me a mim próprio como um devotado fã dos Hongshan, como um promotor e um anjo da guarda.


16 Publicidade

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

EDITAL Edital n.º Processo n.º Assunto Local

: 84/E-BC/2016 :496/BC/2014/F :Demolição de obra não autorizada pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) :Rua de Inácio Pessoa n.º 7, Edf. Hou Chon, parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar A (CRP: A4) e escada comum entre os 4.º e 5.º andares, Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que ficam notificados o(s) dono(s) das obras ou seu(s) mandatário(s) e os utentes dos locais acima indicados, cujas identidades se desconhecem, do seguinte: 1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que nos locais acima indicados realizaram-se as seguintes obras não autorizadas:

Obra 1.1 1.2

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Construção de um compartimento com cobertura metálica, Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho gradeamento metálico, janelas envidraçadas e paredes em alvenaria de evacuação. de tijolo na parte do terraço do edifício sobrejacente à fracção. Instalação de um portão metálico na escada comum entre os 4.º e Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho 5.º andares. de evacuação.

2.

De acordo com o n.º 1 do artigo 95.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho, foi realizada, no seguimento de notificação por edital publicado nos jornais em língua chinesa e em língua portuguesa de 29 de Dezembro de 2015, a audiência escrita dos interessados, mas estes não apresentaram qualquer resposta no prazo indicado e não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de facto e de direito que pudessem conduzir à alteração do sentido da decisão de ordenar a demolição das obras não autorizadas acima indicadas.

3.

Sendo as escadas, corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 10.º do RSCI. Assim, nos termos do n.º 1 do artigo 88.º do RSCI e no uso das competências delegadas pela alínea 6) do n.º 1 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, e por meu despacho de 8 de Julho de 2016 exarado sobre a informação n.º 04774/ DURDEP/2016, ordeno ao(s) dono(s) das obras ou seu(s) mandatário(s) que proceda(m), por sua iniciativa, no prazo de 8 dias contados a partir da data da publicação do presente edital, à demolição das obras acima indicadas e à reposição dos locais afectados, bem como aos interessados e aos utentes que procedam à remoção de todos os materiais e equipamentos neles existentes e à desocupação dos locais acima referidos, devendo, para o efeito e com antecedência, apresentar nesta DSSOPT o pedido da demolição das obras ilegais, cujos trabalhos só podem ser realizados depois da sua aprovação. A conclusão dos referidos trabalhos deverá ser comunicada à DSSOPT para efeitos de vistoria.

4.

Findo o prazo da demolição e da desocupação, não será aceite qualquer pedido de demolição das obras acima mencionadas. De acordo com o n.º 2 do artigo 139.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se ainda que nos termos dos n.os 1 e 2 do artigo 89.º do RSCI, findo o prazo referido, a DSSOPT, em conjunto com outros serviços públicos e com a colaboração do Corpo de Polícia de Segurança Pública, procederá à execução dos trabalhos acima referidos, sendo as despesas suportadas pelos infractores. Além disso, findo o prazo da demolição e da desocupação voluntárias, a DSSOPT dará início aos trabalhos de demolição e de desocupação, os quais, uma vez iniciados, não podem ser cancelados. Os materiais e equipamentos deixados nos locais acima indicados ficam aí depositados à guarda de um depositário a nomear pela Administração. Findo o prazo de 15 (quinze) dias a contar da data do depósito e caso os bens não tenham sido levantados, consideram-se os mesmos abandonados e perdidos a favor do governo da RAEM, por força da aplicação do artigo 30.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro.

5.

Nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 10.º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou de segurança do edifício.

6.

Nos termos do n.º 1 do artigo 97.º do RSCI e das competências delegadas pelo n.º 4 do Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, da decisão referida no ponto 3 do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 8 (oito) dias contados a partir da data da publicação do presente edital.

RAEM, 08 de Julho

de 2016 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man

Anúncio

Concurso Público « Angariação de Patrocínio para a Taça de Carros de Turismo de Macau do 63.º Grande Prémio de Macau » Nos termos previstos nos artigos 165.º, n.º 2, 170.º, n.º 1 e 176.º do Código do Procedimento Administrativo, no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 27 de Junho de 2016, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público de angariação de patrocínio para a Taça de Carros de Turismo de Macau do 63.º Grande Prémio de Macau. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo. Pode ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de download da página electrónica: www.sport.gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. A sessão de esclarecimento terá lugar no dia 15 de Julho de 2016, sexta-feira, pelas 10,00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio sito na Avenida da Amizade n.o 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a sessão de esclarecimento será adiada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 3 de Agosto de 2016, quarta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido. O acto público de abertura das propostas terá lugar no dia 4 de Agosto de 2016, quinta-feira, pelas 9,30 horas, no Auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento do prazo para a apresentação das propostas por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionados serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 13 de Julho de 2016. O Presidente, Pun Weng Kun


17 hoje macau quarta-feira 13.7.2016

opinião

chá (muito) verde

A Terra do Eu

Harold Ramis,Groundhog Day

Fernando Eloy | 义來

U

m dia, uma grande tempestade acompanhada de um tremor de terra abriu um buraco na terra perto onde um pastor, de seu nome Gyges, apascentava o rebanho. Curioso, entrou buraco adentro para descobrir um sem número de maravilhas. E o corpo de alguém, de aparência importante, que nada mais tinha do que um anel. Esse anel, veio Gyges a descobrir, conferia o poder da invisibilidade, uma faculdade que acabaria por utilizar para entrar no palácio, seduzir a rainha, matar o rei e usurpar o trono. A história é contada por Platão na “República”, para referir uma tentativa de Glauco em convencer Sócrates a proporcionar uma melhor definição de justiça convencido que estava de que as pessoas só agem com justiça, quando estão preocupadas com a reputação. Ou seja, temem que os seus actos injustos, façam com que os outros lhes retribuam a injustiça. Para Glauco, tanto o justo como o injusto cederiam ao anel da invisibilidade pois esta livra-os da culpa. Mal comparado, talvez como um par de óculos escuros nos permite atitudes que a

“Essa particularidade que deixava Macau incólume dos egocentrismos que assolam o resto do mundo tem vindo a esvair-se como a areia de uma ampulheta que perdeu o condão de se virar” sua ausência inibe, pois escondidos os olhos, a mentira sai mais fácil. O mito de Gyges traz-nos à lida o egoísmo psicológico, todos os homens são egoístas em tudo o que fazem, e o único motivo pelo qual alguém age é apenas o interesse próprio. Em suma, o egoísmo psicológico, uma tese que argumenta que cada um tem apenas um objectivo: o seu próprio bem estar. Há mais de uma dezena de anos, ao passar por uma situação menos confortável em Macau, alguém com muitos anos de terra dizia-me para relaxar porque esta sempre foi uma terra boa, solidária, onde todos são ajudados a cair de pé. Tinha razão. Assim, era. Passado. Para mim, essa história acabou, ou está prestes a cair no esquecimento dos tempos. Essa particularidade que deixava Macau incólume dos egocentrismos que assolam o resto do mundo tem vindo a esvair-se como a areia

de uma ampulheta que perdeu o condão de se virar. Noto eu, mas também tenho notado em várias entrevistas a pessoas comuns da terra que vão surgindo na imprensa. Quando instados a compararem os dias de hoje com um passado não muito longínquo, a falta de solidariedade que era tão normal como o ar que se respirava nota-se recorrentemente como um dos principais factores diferenciadores dos tempos. Terra de egos, onde os que podem criam impérios mais ou menos minúsculos, quiçá para se sentirem grandes na pequenez que os rodeia, Macau tem conseguido transformar-se nessa cidade moderna, e não direi humana porque cada vez menos acredito nas qualidades beatíficas dessa espécie a que eu próprio pertenço. Somos assolados pelo barulho de brocas, em casa e no trabalho, porque o dono da obra prefere partir o chão ou as paredes a arranjar uma solução de decoração alternativa. Engarrafamo-nos em longos minutos para percorrer distâncias ridículas porque alguém parou em segunda fila, a obra foi mal planeada ou ninguém lhe aprouve parar na grelha amarela. Atabafamos em gases de carros porque toda gente quer andar de cu tremido numa terra que o saudoso padre Teixeira corria diariamente de lés a lés. Tememos ficar a gemer sozinhos no meio da rua porque ninguém quer ter problemas, sofremos com patrões iníquos que tomam decisões a seu bel-prazer porque sabem

que os Serviços Laborais não vão levantar uma palha, levamos com maus serviços de empresas porque o Conselho dos Consumidores não serve para coisa nenhuma, vemos o ambiente degradar-se à nossa volta porque ninguém fiscaliza os prevaricadores (a menos que estejamos a falar de fumadores), assistimos a episódios de racismo diário porque na terra da harmonia isso nem sequer faz sentido, vemos ideias usurpadas porque ninguém protege os autores... É como se um deus gozão tivesse despejado um saco de anéis de Gyges num desses dias de temporal para ficar a gozar o prato, ou, se calhar, foi mesmo Glauco que continua, lá no além, a teimar com Sócrates que a teoria dele é válida para toda a eternidade e nem Macau, essa terra pacata onde as pessoas ainda tinham uma réstia de decência, conseguiu resistir na sua ânsia de ser moderna. Às vezes interrogo-me se percebemos mesmo que a morte é o único destino certo.

MÚSICA DA SEMANA

“There Is A Happy Land” (David Bowie, 1967) There is a happy land where only children live They don’t have the time to learn the ways Of you sir, Mr. Grownup There’s a special place in the rhubarb fields underneath the leaves It’s a secret place and adults aren’t allowed there Mr. Grownup, Go away sir Charlie Brown got’s half a crown, he’s gonna buy a kite


18 (F)utilidades tempo

Muito

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

?

nublado

O que fazer esta semana Diariamente

Exposição “Transient”, de Sofia Arez (até 23/07) Creative Macau Exposição “Rostos de uma cidade – duas gerações/ quatro artistas” Museu de Arte de Macau (até 23/10)

min

26

max

31

hum

70-95%

euro

8.86

baht

Exposição “Voice on Paper”, de Papa Osmubal Fundação Rui Cunha (até 22/07) Exposição “O Pintor Viajante na Costa Sul da China” de Auguste Borget Museu de Arte de Macau (até 9/10) Exposição “Edgar Degas – Figures in Motion” MGM Macau (até 20/11)

o cartoon steph

Sudoku

de

Exposição “Reminescent – Portugal Macau” Galeria Dare to Dream (até 22/07) Exposição “Cnidoscolus Quercifolius” - Alexandre Marreiros Museu de Arte de Macau (até 31/07) Exposição “ Exposição do 70º Aniversário” - Han Tianheng Centro Unesco de Macau – (até 07/08) Exposição “Color” 2016 Centro de Design de Macau Exposição “Pregas e dobras 3” de Noël Dolla Galeria Tap Seac (até 09/10)

Cineteatro

C i n e m a

1.19

E o irracional sou eu?

Escultura “Ligação com Água” de Yang Xiaohua Museu de Arte de Macau (até 01/2017)

Exposição “Dinossauros em carne e osso” Centro de Ciência de Macau (até 11/09)

yuan

aqui há gato

Exposição “Memórias do Tempo” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12)

Exposição “Artes Visuais de Macau” Instituto Cultural (até 07/08)

0.22

Solução do problema 35

problema 36

Um disco hoje

O Governo, li por aí nos jornais, anda a estudar não um mas dois túneis para ligar Macau à Taipa. Eu não tenho nada contra túneis até porque os ratos preferem-nos a andarem ao ar livre, mas tenho contra automóveis. São não apenas um perigo para a minha espécie e muitas outras (até para a vossa) como não contribuem em nada para o ar que respiramos. Mas para o Governo parece não existirem automóveis suficientes em Macau. São precisos mais, daí mais túneis. Facilitam o trânsito, dirão. Não, não facilitam nada, são apenas uma fantasia e uma desculpa para rapar mais uns milhões do erário público e iludir a população que estão, de facto, a fazer alguma coisa para o bem dela. Na realidade, estão apenas a fomentar uma vez mais a oligarquia reinante que interessa-se por tudo menos pelo bem estar da população. A ilusão a que me refiro não é invenção minha, chama-se procura induzida, e é um princípio que diz que “o aumento da oferta implica um aumento do consumo do produto em questão”. Ou seja, mais estradas, mais carros. Está estudado e provado em todo o mundo mas em Macau a ordem continua a ser para pensar atrasado, para elaborar políticas de séc. XX, às vezes até XIX, quando a obrigação seria pensar à frente, de criar soluções inovadoras e não platitudes gastas e anacrónicas. E depois o irracional sou eu. Fsss!... Pu Yi

“The age of plastic” (The Buggles, 1980)

Todos conhecem a “Vídeo killed the radio star”, aquela música que previu o boom trazido pela MTV uns anitos depois. Mas oiçamos o resto do álbum. Tem canções pop típicas dos anos 80, dançáveis, engraçadas, cool. Os The Buggles lançaram apenas mais um álbum porque talvez não tenham passado de uns simples adivinhos do futuro da música pop. Mas o que fizeram, fizeram bem. Andreia Sofia Silva Independence day: Resurgence Sala 1

Cold war 2 [C] Filme de: Longman Leung, Sunny Luk Com: Aaron Kwok, Tony Leung Ka Fai, Chow Yun Fat 14.30, 16.30, 19.30, 21:30 Sala 2

The Secret life of Pets [A] Com: Chris Renaud, Yarrow Cheney 14:15, 16:00, 19:30

The Secret life of Pets [3D] [A] Com: Chris Renaud, Yarrow Cheney 17:45

INDEPENDENCE DAY: RESURGENCE [b]

Filme de: Jon M. Chu Com: Mark Ruffalo, Jesse Eisenberg, Woody Harrelson, Lizzy Caplan 21.30 Sala 3

THE LEGEND OF TARZAN [B] Filme de: David Yates Com: Alexander Skarsgard, Samuel L. Jackson, Margot Robbie 14.30, 16.30, 21.30

THE LEGEND OF TARZAN [3D] [B] Filme de: David Yates Com: Alexander Skarsgard, Samuel L. Jackson, Margot Robbie 19.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 óciosnegócios

hoje macau quarta-feira 13.7.2016

“Lax”, café Nicole Helm, proprietária e gerente

“Sem bom café não se faz uma casa” características que distingue este café na Taipa. Inserido na família, Nicole não vê porque é que as pessoas não devam ir aos sítios que gostam com os seus companheiros de quatro patas. A iniciativa, apesar de por vezes não agradar a todos, tem surtido efeito positivo na clientela em geral. “Quando um cliente não deseja que o cão da mesa vizinha esteja por perto, até podemos perguntar educadamente aos donos se se incomodam de ir para a esplanada. No entanto, se estes não quiserem, ficam cá dentro com os animais”, afirma a gerente , sendo que “faz parte da política da casa e é uma iniciativa que criou” por também lhe agradar. “São parte da família e portanto devem estar com ela.”

Hoje Macau

“Lax” surge da palavra “relax”. O “Lax Café” é um espaço de comes e bebes com uma pequena esplanada que se especializou no café de qualidade e dá as boasvindas aos animais

“Passei três meses em formação intensiva para que esta casa possa ter um café de qualidade e feito como deve ser”

O

“ L a x Café” existe há cerca de quatro anos na Rua de Bragança na Taipa. A ideia para um espaço acolhedor por dentro, e que oferece uma pequena esplanada, surgiu da oportunidade. Nicole Helm, proprietária e gerente do café, procurava um sítio para investir quando o então estabelecimento que ocupava aquele espaço foi posto à venda. “O meu marido perguntou-me e porque não aproveitar?”. Meio a medo, avançou. Com a mudança de proprietário foi tempo de mudar os ares. “Mudei tudo aqui, fiz uma espécie de limpeza ao espaço”, frisa. Os trabalhos não se ficaram por aí e são “um processo que se vem mantendo ao longo do tempo”, acrescenta. Outra lufada de ar fresco foi dada também ao menu, de modo a que se tornasse exequível e apelativo a um público generalizado. “A forma como está organizado reflecte a preocupação de que todos o entendam.” Cada sugestão é acompanhada por uma imagem ilustrativa de forma a que, independentemente da origem, o cliente possa saber o que está efectivamente a escolher. A opção tem em conta “a crescente multiculturalidade local”. Por outro lado a escolha é feita conforme o que Nicole gosta. “Não posso ter no menu coisas que não goste, não faria sentido”, refere, dizendo

que, como cartão de visita, escolhe o hambúrguer australiano, uma criação do seu marido. Por outro lado não deixa de frisar os ovos beneditinos como uma das escolhas que sempre marcaram a diferença na casa pela “sua concepção cuidadosa”. Apesar de ser um prato capaz de ser encontrado “em qualquer lado, aqui é especialmente bom”, garante, falando de uma ementa que vai de pequenos almoços a refeições e snacks com destaque ainda para as sobremesas “caseiras”. “O Lax oferece repasto para todos os gostos.”

O bom café

Outra grande aposta foi o café, sendo que “sem um bom café não se faz uma casa que se chama de tal”, afirma Nicole sem hesitação. “Não sou propriamente uma apreciadora, mas passei três meses em formação intensiva para que esta casa possa ter um café de qualidade e feito como deve ser”, sublinha.

Por outro lado, o “Lax” aposta na diversidade desta bebida, não querendo igualar-se a estabelecimentos do género que só se baseiam numa marca ou num tipo de café. A proprietária aprendeu a degustar e a diferenciar várias origens e várias formas de se fazer café, para diferenciar o estabelecimento que gere, sendo que considera que “é uma forma de atrair os clientes e de convidar a um regresso”.

Bicharada bem-vinda

À porta do “Lax” encontrámos um letreiro a dar as boas-vindas a animais de estimação. Esta é, sem dúvida, uma das

É inevitável ainda perceber que cada refeição é acompanhada por uma escolha cuidada de modo a criar um ambiente confortável. “Escolho a playlist e trabalho para que possa encontrar a música que mais se enquadra neste tipo e estabelecimento”, refere Nicole com satisfação. “Não é possível agradar a todos mas é com entusiasmo que a grande maioria aprecia o que se ouve aqui”, assegura.

Trabalhos sem limites

O balanço deste quatro anos de existência é no geral muito positivo, sendo que a proprietária considera que a marca “Lax” está já positivamente afirmada no mercado local. “É um sítio onde as pessoas se encontram, entram, compram qualquer coisa de que mais gostam e ficam um pouco a usufruir do espaço.” Se há três anos o “”Lax tinha um público composto “apenas por ocidentais”, agora as cadeiras são ocupadas por gente de todo o lado. Para o futuro, o trabalho “não tem limites”. “Penso que continuarei a trabalhar numa melhoria permanente, não quero fazer um franchising do Lax Café, prefiro que este seja efectivamente um sítio popular em Macau. Fico muito feliz quando vejo o regresso de clientes”, remata a proprietária. Sofia Mota

info@hojemacau.com.mo


o verde dos bambus mais altos é azul / ou então é o céu que pousa nos seus ramos.”

quarta-feira 13.7.2016

Eugénio de Andrade

Aumentam empréstimos à compra de casa

Crimes de jogo continuam a aumentar

O

A

s novos empréstimos para a compra de casa aumentaram em Maio 45% em termos anuais e 91,1% comparativamente ao mês anterior, indicam dados oficiais ontem divulgados. Segundo as estatísticas da Autoridade Monetária de Macau (AMCM), os bancos concederam 5,39 mil milhões de patacas, dos quais 97,8% a residentes de Macau (5,28 mil milhões de patacas), ou seja, quase o dobro face a Abril (98,7%) e mais 47,4% face a igual período do ano passado. Já aos não residentes foram concedidos, em Maio, 114,4 milhões de patacas – menos 16,6 e menos 31,2% em termos anuais e mensais, respectivamente. Do total de empréstimos à habitação aprovados pelos bancos, mais de um terço (38,5%) destinava-se a pagar unidades não completas em edifícios em construção. Já os novos empréstimos comerciais para actividades imobiliárias aprovados em Maio atingiram 2,86 mil milhões de patacas – menos 30,2% face ao período homólogo do ano passado. Em termos mensais, registou-se uma subida de 27,8%, segundo a AMCM. O saldo bruto dos empréstimos hipotecários para habitação correspondia a 175,38 mil milhões de patacas, enquanto o dos comerciais alcançou 166,09 mil milhões de patacas no final de Maio. O preço médio do metro quadrado em Macau atingiu 77.203 patacas em Maio, menos 14,3% comparativamente ao período homólogo de 2015, mês em que foram transaccionadas 1036 casas. HM/LUSA

Paisanas nos táxis agradam

Segundo um inquérito efectuado pelo Centro da Política da Sabedoria Colectiva da União Geral das Associações dos Moradores, 70% de um universo de mil inquiridos apoiam a presença de polícias à paisana nos táxis. A informação, divulgada pelo canal chinês da Rádio Macau, mostra que os cidadãos concordam com a introdução dos polícias à paisana para reforçar o combate aos comportamentos ilegais dos motoristas. Para além disso, mais de 80% dos inquiridos consideram que Macau precisa do serviço para reserva de táxis on-line. Registam-se ainda 58% que não querem que os táxis sirvam como forma de investimento. O inquérito recolheu 1012 repostas através de entrevistas directas na rua. Um debate acerca das alterações introduzidas ao Regulamento dos Táxis vai ser realizado na Assembleia Legislativa nesta quinta-feira. pub

Polícia Judiciária (PJ) divulgou ontem novos dados sobre a criminalidade no território, os quais revelam que os crimes relacionados com o Jogo continuam a aumentar. Os crimes de usura ligados ao mundo dos casinos e das mesas de jogo passaram de 241 nos primeiros seis meses de 2014 para um total de 389 no mesmo período homólogo. Quanto aos crimes de sequestro associados à usura passaram de 144 em 2014 para um total de 435 crimes ocorridos entre Janeiro e Maio deste ano. Inquéritos e denúncias sobre este tipo de crimes aumentaram de 463 para 660. Segundo o canal chinês da TDM, o director da PJ, Chou Wai Kuong, referiu que a maioria dos crimes ocorreu dentro dos casinos, sendo que a maioria dos suspeitos e vítimas não é local. Esses dados fazem com que, aos olhos da PJ, o aumento de crimes de Jogo não traga riscos para a segurança da sociedade. Chou Wai Kuong prometeu, contudo, reforçar a segurança nos casinos. Houve mais 23% dos suspeitos enviados ao Ministério Público, sendo que a PJ recebeu mais 10% de casos. Quanto aos crimes de índole sexual houve uma redução nos casos de violação (31 para 25, em igual período), mas os casos de abuso sexual de crianças aumentaram de oito para onze. Os dados foram divulgados no âmbito das celebrações do Dia da PJ, que serviu ainda para a condecoração de funcionários. A.S.S./T.C.

EUA seguem protestos contra violência policial

A ferro e fogo

C

entenas de pessoas saíram às ruas na segunda-feira à noite nos EUA, em grandes cidades do país, na quinta noite consecutiva de protestos contra a violência policial sobre negros. Uma das maiores manifestações foi em Atalanta, no Sul dos EUA, onde 16 pessoas foram detidas, segundo noticiam os meios de comunicação social locais. Os manifestantes desmobilizaram quando o pre-

sidente da câmara, Kasim Reed, e o chefe da polícia, George Turner, assumiram o compromisso de iniciar um diálogo sobre a questão da violência policial. Um polícia foi despedido na segunda-feira em Atalanta por ter morto um negro desarmado em Julho. Além de Atalanta, houve manifestações em locais como Chicago, Baltimore ou Houston e nas cidades onde na semana passada a polícia matou dois negros: Baton Rouge (Luisiana) e Falton Heights (Minesota).

Em Baltimore há relatos de um tiroteio e de que cinco pessoas ficaram feridas. O Presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama, foi ontem a Dallas, no Texas, onde na semana passada um homem matou cinco polícias brancos e feriu outros seis, a tiro, durante uma manifestação de protesto contra a violência racial. Obama vai estar nos funerais dos polícias e falará durante a cerimónia. Na quarta-feira, vai reunir-se com representantes da sociedade civil e polícias.

Saída de Cônsul americano “não muda” política

Clifford Hart está de saída do cargo de Cônsul-geral dos Estados Unidos para Hong Kong e Macau, mas garantiu, segundo a Rádio Macau, que a política norte-americana em relação à China será mantida. “Há sempre momentos de tensão de desacordo mas o nosso padrão de actuação em relação à China tem sido consistente porque vai de encontro dos nossos interesses. Não acho que esses interesses estratégicos possam vir a mudar. Independentemente de quem for o próximo presidente os nossos interesses não vão mudar e a nossa política vai manter-se inalterada.” Numa sessão de perguntas e respostas via Facebook, Clifford Hart terá dito que a política “Um país, dois sistemas” vai continuar a ser importante para o funcionamento de Macau e Hong Kong, sendo que as liberdades e garantias não devem ser tidas como um dado adquirido.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.