DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
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QUARTA-FEIRA 14 DE DEZEMBRO DE 2016 • ANO XVI • Nº 3716 PUB
AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
hojemacau
DISTINÇÕES
A medalha que faltava PÁGINA 4
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DROGA LEI É VOTADA AMANHÃ NA ESPECIALIDADE
O EXCESSO DO ORIENTE
A nova lei da droga vai ser amanhã votada na Assembleia Legislativa. A possibilidade de testes obrigatórios à urina a suspeitos que se encontrem em bares ou estabelecimentos
similares é uma das medidas mais polémicas. Há quem diga que a introdução deste artigo abre as portas a possíveis excessos por parte das autoridades.
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UNIVERSIDADE
VIVER NO CAMPUS GRANDE PLANO
EXPOSIÇÃO
Passado de Nam Van EVENTOS
Língua suja
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JOÃO PAULO COTRIM
GCS
FESTIVAL DE CINEMA
Inverno do nosso contentamento
2 GRANDE PLANO
UNIVERSIDADE DE MACAU COLÉGIOS RESIDENCIAIS NÃO SÃO CONSENSUAIS
Foi uma das grandes novidades da mudança da Universidade de Macau para a Ilha da Montanha: os alunos têm de viver um ano nas instalações que o estabelecimento de ensino disponibiliza. Alguns concordam com a medida, mas há também quem não veja vantagens num sistema que não dá aos alunos a possibilidade de escolha
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ESDE que a Universidade de Macau foi viver para a Ilha da Montanha que os alunos do primeiro ano são obrigados a viver, durante um ano lectivo, no campus da instituição de ensino superior. Se para os alunos que vêm de fora a obrigatoriedade não coloca, pelo menos numa primeira fase, problemas de maior, para os estudantes locais a situação pode ter contornos caricatos. Deixa-se a casa da família na península e passa-se a viver num campus a 20 minutos de distância. Quando o projecto do novo campus da UM foi apresentado, a medida causou alguma desconfiança – mas não a suficiente para travar as intenções de quem manda na universidade. Na altura, falava-se em entre oito a 12 colégios residenciais no campus. Na apresentação que consta do site oficial da instituição académica, explica-se que “os estudantes de diferentes contextos, áreas e anos de estudo são colocados no mesmo colégio residencial”. Para a UM, esta solução de acomodação permite aos estudantes “organizarem e participarem juntos em vários tipos de actividades, receberem educação fora da sala de aula, crescerem com uma perspectiva transversal em termos culturais,
desenvolverem um forte espírito de responsabilidade social, boas capacidades de comunicação e espírito de equipa”.
LIBERDADE GARANTIDA?
O HM falou com um antigo assistente de um colégio residencial que, para este texto, prefere identificar-se apenas pelo apelido: Chan. Este ex-responsável pelo apoio aos estudantes não considera que a liberdade esteja a ser colocada em causa, porque “todas as universidades têm as suas regras”, mas reconhece que, por enquanto, os objectivos da UM não estão a ser atingidos. São “objectivos grandiosos” e, pelas palavras de Chan, nem todos os alunos estão dispostos a contribuir para a elevada finalidade da instituição. Em relação ao convívio e ao espírito de camaradagem, o entrevistado reconhece que os colégios residenciais – construídos num campus de grande dimensão – “não conseguem criar um ambiente [académico] e a universidade é responsável por este facto”. Numa entidade que pretende chamar cada vez
DORMIR EM CAMA INDESEJADA
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mais alunos de fora para o campus, sobretudo da China Continental, coloca-se ainda a questão da diferença de formas de estar entre quem é de cá e quem está longe de casa. “É verdade que os alunos locais têm diferentes hábitos em relação aos outros”, reconhece Chan que, ainda assim, considera que “os colégios têm as suas vantagens e benefícios, pelo que vale a pena frequentá-los”. Os estudantes que chegam do Continente, descreve, “têm um sentido de pertença mais elevado” ao local que passa a ser a casa. Já os alunos locais têm tendência a encarar os colégios residenciais como sendo “um dormitório”, uma vez que têm as suas redes sociais e familiares fora do campus na Ilha da Montanha. O antigo assistente fala ainda de um grande investimento da UM nestes colégios e o retorno que, segundo diz, “não é alto”. “A universidade tem pensado muito em formas de os alunos se dedicarem mais a este sistema”, garante. “Quer que os alunos façam mais. Muitos alunos aprendem de forma passiva. A culpa não é totalmente da universidade”, afiança.
A LÓGICA DO DORMITÓRIO
Fernando Leong, natural de Macau, a frequentar uma licenciatura na Universidade de Macau, explica que os alunos locais não são particularmente entusiastas em relação às actividades promovidas pelos colégios residenciais. Mas conta também que aqueles que vieram de fora – sobretudo da China Continental – gostam dos programas que são oferecidos. Concluído um ano a dormir no campus, os estudantes podem sair – e, diz a experiência de Leong, a maioria dos jovens de cá volta para casa. Há também quem não seja de Macau e procure uma solução de habitação mais próxima da cidade e dos seus residentes. “Há pouca gente que gosta de morar nos colégios residenciais. Pessoalmente não aprecio. Mas é obrigatório e, se os alunos não morarem no campus, não podem graduar-se na universidade. É por essa razão é que estou a viver lá. Só quem já tem uma licenciatura é que pode pedir a isenção de residência”, diz.
“Há pouca gente que gosta de morar nos colégios residenciais. Pessoalmente não aprecio. Mas é obrigatório e, se os alunos não morarem no campus, não podem graduar-se.” FERNANDO LEONG ESTUDANTE NATURAL DE MACAU
“Os colégios não conseguem moldar a personalidade dos alunos”, acrescenta ainda Fernando Leong. “Não tenho muito contacto com professores nos colégios, tenho mais na universidade. Mas é preciso participar nas actividades dos dormitórios para ganhar alguns créditos no final de cada semestre.” Uma colega de Leong, do terceiro ano, que preferiu não ser identificada, atira, a começar, que “o modelo não é razoável”. Em causa não está apenas a questão da residência obrigatória no campus, mas também o facto de os alunos “terem de cumprir muitos requisitos e entregar trabalhos de casa”. “Semanalmente, temos de dormir pelo menos quatro noites no dormitório. Quando entramos e saímos do colégio temos de cumprir um método de verificação, temos de usar um cartão para entrar e sair”, relata. “Temos de frequentar uma disciplina que se chama ‘University Life’, que dura quatro anos, e que está ligada à vida do colégio residencial. Se os alunos saírem do colégio ao final do primeiro ano de licenciatura precisam de participar em mais actividades, em jantares do colégio”, continua
a estudante. “Todos os semestres temos de cumprir um número de actividades. Tenho um amigo que perdeu uma parte dos estudos porque não cumpriu os requisitos do colégio.” Quanto ao ambiente destas estruturas, diz a aluna que “tudo depende dos alunos e dos tutores”. No seu caso, “os tutores raramente realizavam actividades”. “Muitas vezes não conhecemos os alunos que moram nos quartos ao lado. Muitas vezes me pareceu estar a morar num dormitório e não num colégio residencial.”
DA CHINA AOS STATES
Quem tem como vida profissional orientar estes colégios residenciais tem uma perspectiva bem diferente sobre a matéria. É o caso de Liu Chuan Sheng, orientador do colégio Chao Kuang Piu, que não só vai buscar às mais prestigiadas universidades internacionais fundamentos para justificar a existência destas estruturas, como recua no tempo e vai ao encontro da história da China para fornecer argumentação adicional. Para Liu Chuan Sheng, o sistema de colégios residenciais “é uma parte essencial da formação e diferente das faculdades”. Por outras palavras, “o colégio residencial dedica-se à formação da personalidade e dos interesses dos
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“Muitas vezes não conhecemos os alunos que moram nos quartos ao lado. Muitas vezes me pareceu estar a morar num dormitório e não num colégio residencial.” ALUNA DE MACAU A FREQUENTAR O 3.O ANO
alunos, focamo-nos nos estudantes e este é um aspecto que as universidades comuns não são capazes de ter em conta”. O modelo, destaca, foi adoptado “há centenas de anos em Oxford e em Cambridge, e foi também adoptado por universidades americanas”, país que, de resto, serve em várias matérias como fonte de inspiração para a universidade pública de Macau. “O nosso colégio residencial começou bastante tarde, mas já tem uma escala significativa na Ásia.” O orientador assegura, no entanto, que foram feitas muitas alterações, pelo que não se trata de uma cópia do que se faz lá fora. “A maior mudança que fizemos foi a adopção do modelo de colégio residencial com a tradição chinesa, que começou no tempo do Confúcio, onde os professores conversavam com os alunos. Até ao ano 1100 ou 1200, foram criados quatro grandes colégios residenciais que contaram com mais de mil alunos. Foi uma pena que, na dinastia Ming, este sistema tenha sido abolido”, lamenta. “Já não existe este tipo de academias ou colégios na China.” Quanto ao ambiente que se vive nos colégios, o orientador assegura que são promovidos almoços e jantares, onde se produzem discussões académicas, o que permite aos estudantes travarem conhecimento uns com os outros.
MAIS DE TUDO
Para já, a grande falha do sistema, reconhece Liu Chuan Sheng, tem que ver com o número de tutores. “A Universidade de Cambridge conta com mais de 100 tutores de várias áreas, mas a UM ainda não tem tantos. O que a UM está a fazer é a ligar as faculdades com os colégios residenciais. O nosso colégio tem cerca de 80 professores vindos de várias faculdades para o almoço e o jantar.” O orientador deixa uma ideia do que é a vida no colégio residencial Chao Kuang Piu: “Todas as quintas-feiras, depois de almoço, há uma hora reservada para um pequeno seminário onde convidamos professores de várias universidades para uma apresentação. Mas os alunos, de Macau ou do interior da China, têm pouca curiosidade. Ainda assim, penso
que cada vez mais estão a alargar os seus conhecimentos”. Os alunos estrangeiros – que, no campus da Taipa, tinham um contacto maior, até pela dimensão da própria universidade – estão agora separados, o que não facilita, segundo o que HM apurou, a adaptação a uma realidade nova que fica a milhares de quilómetros de casa. Liu Chuan Sheng admite que “é desnecessário fazer esta separação”, embora diga também que a mistura de estudantes de diferentes nacionalidades e origens é uma prática comum nos Estados Unidos e no Reino Unido.
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“A maior mudança que fizemos foi a adopção do modelo de colégio residencial com a tradição chinesa, que começou no tempo do Confúcio.” LIU CHUAN SHENG ORIENTADOR DE UM COLÉGIO RESIDENCIAL
“Há muitos aspectos onde temos de fazer mudanças, é preciso eliminar algumas regras”, concede, sem entrar em detalhes. “Há muitas actividades, os alunos e os professores estão ocupados, e para os colégios residenciais alcançarem um equilíbrio e poderem fazer melhor são necessários mais recursos humanos e um maior apoio dos alunos”, remata. Angela Ka e Isabel Castro info@hojemacau.com
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Liderou a tutela dos Assuntos Sociais e Cultura durante cinco anos e vai receber no dia 20 de Dezembro a medalha Lótus de Ouro. Personalidades do sector da saúde garantem que Cheong U fez o que pôde, muitas vezes sem apoio e com muitos dossiers por concluir
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ESDE que Chui Sai On deixou de ser secretário, no final de 2009, até Dezembro de 2014, Cheong U foi o homem que liderou o destino das pastas da saúde, educação, cultura e turismo, e vai agora receber das mãos do Chefe do Executivo a medalha Lótus de Ouro, juntamente com Lei Pui Lam, vice-presidente da Associação de Educação Chinesa de Macau (ver lista nesta página). Para Fernando Gomes, presidente da Associação de Médicos dos Serviços de Saúde (SS), esta é uma medalha “forçada”. “Como cidadão, penso que poderia ser feita uma avaliação mais isenta em termos de atribuição de medalhas, porque estas atribuem-se a quem fez obra. E muitas das obras não chegaram a ser feitas ou terminadas. Isso é público e parece que o actual secretário [Alexis Tam] está a pegar em projectos que nunca avançaram. Por isso a população que tire as suas conclusões. Penso que é uma medalha um pouco forçada”, disse ao HM.
Medalhas CHEONG U, EX-SECRETÁRIO, DISTINGUIDO PELO CHEFE DO EXECUTIVO
O nome que faltava Rui Furtado, que dirigiu a Associação dos Médicos de Língua Portuguesa, garante que Cheong U não fez mais porque, em muitas situações, não houve a colaboração devida. “Enquanto fui presidente da associação, a minha relação com o secretário foi sempre boa. A actividade que desenvolveu foi pautada pelo bom senso, pela discrição, e sempre tendo em vista os bons objectivos para a área da saúde em Macau”, considera. “Se alguma coisa deixou por fazer, e algumas coisas deixou certamente, fica a dever-se à falta de apoio de vários sectores, tal como do director dos Serviços de Saúde [Lei Chin Ion] e outros serviços que não lhe tenham dado o apoio necessário. Fez aquilo que pôde, foi limitado em algumas coisas na sua actuação.” Cheong U era o nome que faltava na lista de antigos governantes que ainda não tinham sido distinguidos pelo Chefe do Executivo. No ano passado, a medalha Lótus de Ouro foi atribuída a Florinda Chan, Francis Tam e Cheong Kuoc Va, três ex-secretários, responsáveis pela a Administração e Justiça, Economia e Finanças, e Segurança. O antigo membro do Governo trabalhou 36 membros na Função Pública. Cheong U foi o primeiro comissário contra a Corrupção depois da transferência de administração, tendo exercido o cargo durante dez anos. Na nota à imprensa, justifica-se a distinção agora atribuída com “o grande contributo para a luta contra a corrupção e para os assuntos sociais e cultura”.
A SURPRESA DE SENNA FERNANDES
A directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes,
TIAGO ALCÂNTARA
POLÍTICA
Cheong U era o nome que faltava na lista de antigos governantes que ainda não tinham sido distinguidos pelo Chefe do Executivo vai receber das mãos de Chui Sai On a medalha de mérito turístico. “Claro que é uma grande honra”, começou por dizer ao HM. “É um reconhecimento não só para mim, mas também para a equipa com a qual trabalho na área do turismo. É um trabalho de equipa e não é feito apenas por uma pessoa. Tenho um grande orgulho em receber esta distinção. Agradeço ao Chefe do Executivo e ao secretário pela confiança dada. Não estava nada à espera.” Já o artista Mio Pang Fei será o distinguido com a medalha de mérito cultural. Pedro Cardeira, autor de um documentário sobre o artista plástico nascido em Xangai, fala de uma distinção que nunca chega tarde, mas que é merecida. “É uma distinção muito importante, porque Mio Pang Fei foi uma das pessoas fundamentais para o desenvolvimento da arte em Macau e foi uma pedra no charco no panorama das artes em Macau nos anos 80. De certa forma foi ele que trouxe a contemporaneidade para Macau. É muito merecida esta distinção”, rematou o realizador de cinema. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
LISTA DE MEDALHAS LÓTUS DE OURO – Cheong U LÓTUS DE OURO – Lei Pui Lam LÓTUS DE PRATA – Kou Hoi In LÓTUS DE PRATA – Van Kuan Lok MEDALHA DE MÉRITO PROFISSIONAL – Direcção dos Serviços de Identificação MEDALHA DE MÉRITO PROFISSIONAL – Cândida da Silva Antunes Pires MEDALHA DE MÉRITO INDUSTRIAL E COMERCIAL – Ho Ioc Tong MEDALHA DE MÉRITO INDUSTRIAL E COMERCIAL – F. Rodrigues (Sucessores), Limitada MEDALHA DE MÉRITO TURÍSTICO – Maria Helena de Senna Fernandes MEDALHA DE MÉRITO TURÍSTICO – Lou Chi Seng Moisés Francisco Xavier MEDALHA DE MÉRITO EDUCATIVO – Leong Lai MEDALHA DE MÉRITO EDUCATIVO – Universidade de Macau MEDALHA DE MÉRITO EDUCATIVO – Escola da Associação para Filhos e Irmãos dos Agricultores MEDALHA DE MÉRITO EDUCATIVO – Ip Hong Kit
MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL – Associção dos Artistas de Belas-Artes de Macau MEDALHA DE MÉRITO CULTURAL – Mio Pang Fei MEDALHA DE MÉRITO ALTRUÍSTICO – Associação de Bem-Estar dos Moradores de Macau MEDALHA DE MÉRITO ALTRUÍSTICO – Associação dos Amigos da Caridade de Macau MEDALHA DE MÉRITO ALTRUÍSTICO – Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau MEDALHA DE MÉRITO DESPORTIVO – Associação Geral de Wushu de Macau MEDALHA DE MÉRITO DESPORTIVO – Mário Ferreira Sin MEDALHA DE MÉRITO DESPORTIVO – Lau Vai Hong MEDALHA DE VALOR – Grupo de Vacinação para a Prevenção de Doenças dos Serviços de Saúde MEDALHA DE VALOR – Comissariado de Trânsito de Macau do Departamento de Trânsito do Corpo de Polícia de Segurança Pública MEDALHA DE DEDICAÇÃO – Maria do Céu Dourado Amorim da Silva Hung
MEDALHA DE DEDICAÇÃO – Vicente João Monteiro MEDALHA DE DEDICAÇÃO – Porfírio Zeferino de Souza MEDALHA DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS – Ieong Iu MEDALHA DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS– Chang Mong I Georgiana Laudo Rosário MEDALHA DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS – Lei Pou Loi MEDALHA DE SERVIÇOS COMUNITÁRIOS – Wong Man I TÍTULO HONORÍFICO DE PRESTÍGIO – Lew Hwan Kyu TÍTULO HONORÍFICO DE VALOR – Equipa da Escola para Filhos e Irmãos dos Operários de Macau - “Medições das Forças de Atrito” TÍTULO HONORÍFICO DE VALOR – Equipa da Escola para Filhos e Irmãos dos Operários de Macau - “Eco-Purificador de água portátil” TÍTULO HONORÍFICO DE VALOR – Lei Kuan Hou TÍTULO HONORÍFICO DE VALOR – Lei Wai Shing
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ERANTE uma suspeita de consumo de droga num bar ou noutro local do género, a polícia poderá deslocar-se a esse lugar e obrigar o suspeito a um teste de urina, bem como outras pessoas que estejam presentes. É o que diz a proposta de lei de revisão da lei da droga, que será amanhã votada na especialidade. Para o presidente da Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau (ARTM), a medida pode levar a abusos, defendendo mesmo que este artigo não seja aprovado pelos deputados na sessão plenária de amanhã. “Da parte da ARTM, pensamos que o artigo referente aos testes de urina tem problemas bastante graves, inclusive acho que poderá ir contra os direitos humanos e a Lei Básica. Esse artigo não faz sentido e pode ser bastante prejudicial para muitas pessoas inocentes. Basta qualquer pessoa depositar droga numa bebida, essa pessoa consome, não sabe que está a consumir droga, e a seguir entra a polícia no bar e essa pessoa vê-se envolvida numa acusação sem saber como, podendo enfrentar três meses a um ano de prisão. Espero que esse artigo não seja votado e implementado”, disse Augusto Nogueira ao HM. Também o advogado Pedro Leal alerta para as consequências desta prática. “Obrigar todas as pessoas a fazerem um teste à urina, se não houver indícios de que cometeram o crime de consumo de estupefacientes, é um abuso. Não digo que vá contra a Lei Básica, mas parece-me que abre portas a abusos por parte da polícia.” O causídico afirma, contudo, que esta medida já vem sendo prática habitual por parte das autoridades policiais nas rusgas que efectua a bares e discotecas. “A polícia, hoje em dia, quando há indícios de qualquer situação relacionada com droga, já ‘obriga’os arguidos e os suspeitos a fazerem esse exame médico. Que eu saiba, não tem havido recusa por parte das pessoas, porque quando têm o desconhecimento da lei, as pessoas fazem [o que lhes mandam fazer]”, apontou.
SERINGAS DÃO PRISÃO
Outra das medidas a apreciar no plenário de amanhã prende-se
Lei da droga TESTES À URINA PODEM CONSTITUIR UM “ABUSO”
Excesso de zelo?
Augusto Nogueira, presidente da ARTM, e o advogado Pedro Leal mostram-se contra uma mudança prevista na nova lei da droga, que será votada amanhã na especialidade. A hipótese de as autoridades exigirem testes à urina a suspeitos que estejam em bares ou em locais semelhantes pode constituir “um abuso”
“Esse artigo não faz sentido e pode ser bastante prejudicial para muitas pessoas inocentes.”
“Não digo que vá contra a Lei Básica, mas parece-me que abre portas a abusos por parte da polícia.”
AUGUSTO NOGUEIRA PRESIDENTE DA ARTM
PEDRO LEAL ADVOGADO
POLÍTICA
com o facto de a nova lei prever uma pena de prisão de três meses a um ano para os portadores de equipamento para consumo de droga, sejam seringas ou equipamentos para fumar e inalar droga. Augusto Nogueira chama a atenção para a possibilidade desta medida poder deitar por terra anos de trabalho no combate ao HIV. “Preocupa-me o artigo da posse de equipamento para uso de droga. Sabemos que o programa de seringas é bastante importante para a saúde pública, para evitar o contágio do HIV entre consumidores de droga injectável, e se vamos criminalizar a posse desse equipamento com três meses a um ano de prisão pode levar a que a partilha de seringas entre consumidores aumente e que o HIV também possa aumentar”, diz. Para o presidente da ARTM, “é bastante gravoso, no sentido em que são dez anos de trabalho realizados pela ARTM, Instituto de Acção Social e Comissão de Luta contra a Sida que podem ir por água abaixo”. Em 2015, aponta, “não houve nenhuma nova infecção, e este é um trabalho que tem sido bem-sucedido”, remata Augusto Nogueira. O aumento das penas de prisão para o consumo de droga tem sido bastante criticado, inclusivamente pelos deputados, mas Augusto Nogueira tem uma explicação para o facto. “A ideia inicial da comissão ou do IAS era que, através do aumento das penas de prisão para o consumo, mais jovens optem pelo tratamento numa ONG. O que se tem vindo a passar é que muitos dos jovens, quando lhes era dada essa hipótese de ficarem dois meses na prisão ou um ano num centro de tratamento, muitos deles optavam por ficar na prisão.” O presidente da ARTM garante que as associações em Macau têm capacidade para responder a um eventual aumento de consumidores em tratamento. “Temos 70 camas, temos pessoal qualificado, no caso da ARTM estamos preparados para receber estas pessoas. Penso que as restantes ONG e os serviços que existem em Macau são suficientes.” Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
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Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 003/DSPA/2016
Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 004/DSPA/2016
Visto que não se mostra possível notificar os infractores, pessoalmente ou por via postal, de acordo com o disposto previsto nos n.ºs 2 e 4 do art. 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, informa-se os seguintes infractores, por via edital, da decisão sancionatória e das matérias abaixo mencionadas, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da mesma lei.
Visto que não se revela possível notificar os interessados através da notificação pessoal ou da notificação por via postal, pela forma de notificação prevista nos n.ºs 2 e 4 do artigo 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, são deduzidas acusações contra os seguintes interessados, por via edital, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da Lei mencionada:
Para assegurar que os infractores em causa sejam ouvidos e exerçam o seu direito à defesa, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) notificou os seguintes infractores das respectivas acusações. Posteriormente, após analisadas as provas disponíveis (o auto de notícia, as testemunhas e a eventual defesa escrita apresentada pelo infractor), verifica-se que os seguintes infractores violaram as disposições da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”. Usando da faculdade conferida pelo artigo 14.º da lei acima referida e de acordo com as respectivas disposições do artigo 12.º da mesma lei, aplico aos seguintes infractores as multas correspondentes. Infractor
N.ºs de processo e de notificação de multa
FALOGME RAMON JR SALUDO, portador do Passaporte Filipino n.º EB882XXXX MIRANDA RYAN CASTILLAWES, portador do Passaporte Filipino n.º EB322XXXX ESCALONA ADRIAN SAN PEDRO, portador do Passaporte Filipino n.º EC122XXXX RETORIANO CHRISTOPHER TOMNOB, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2209XXXX SIAZON WARREN CABASA, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2126XXXX LINGANIA JERALD LENDON SENARILLOS, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2138XXXX BELTRAN JAMES EMMANVEL SIAZON, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2126XXXX MARIANO JOHN PAUL ESTIBAR, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2070XXXX NAVARRO DENNIS BUSTAMANTE, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2061XXXX LAPENA EDGAR MANZANO, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2072XXXX FRANCISCO CRISTOFER DANAO, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 1242XXXX BERNARDINO GROB BALLESTEROS, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2136XXXX BALLE RAIZA SOLVERA, portadora do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2162XXXX SANTOS PAULO FRANCISCO ANTAZO, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2200XXXX FRANCISCO JOHN HARLEY DOLORES, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2125XXXX DELA PENA JILLIAN RUSSEL VILLADEL, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2121XXXX
Processo n.º 00030/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 3928/994/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00030/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 3927/995/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00007/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 1683/225/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00007/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 1684/224/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00007/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 1685/223/DIA/DCPA/2016
CASTRO ELIEZER AGOYOS, portador do Passaporte Filipino n.º EC202XXXX RETAWAN I PUTU SWI EKA, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2212XXXX 張志勇, portador do BIR n.º 1411XXXX
張禮文, portador do BIR n.º 1615XXXX 吳守富, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2144XXXX 季榮斌, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 1431XXXX ON QUANG QUAN, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2076XXXX
李凱, portador do BIR n.º 1589XXXX
陳啓明, portador do BIR n.º 5050XXXX
Processo n.º 00007/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 1687/221/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00007/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 1689/219/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00022/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4269/1068/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00022/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4268/1069/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00022/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4267/1070/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00022/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4271/1071/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00033/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4812/1090/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00033/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4815/1093/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00033/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4814/1092/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00033/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4813/1091/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00033/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4811/1089/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00025/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 1678/086/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00019/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 3815/958/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00111/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 3591/916/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00111/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 3592/917/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00027/PCRA/DIA/DSPA/2016 Notificação de multa n.º 4490/1087/DIA/ DCPA/2016 Processo n.º 00089/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4632/1053/DIA/DCPA/2016 Processo n.º 00036/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4488/1083/DIA/DCPA/2016
Processo n.º 00049/PCRA/DIA/DSPA/2015 Notificação de multa n.º 4489/1065/DIA/DCPA/2016
Processo n.º 00008/PCRA/DIA/DSPA/2016 Notificação de multa n.º 3926/956/DIA/DCPA/2016
Data de infracção
Data de decisão sancionária
5 de Abril de 2015
22 de Agosto de 2016
Infracção
Multa
A produção de ruído 22 de Agosto perturbador em espaços 5 de Abril de 2015 públicos. O respectivo acto de 2016 violou o disposto no artigo Mil patacas 18 de Abril 10.º da Lei n.º 8/2014 7 de Março de 2015 de 2016 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”. 18 de Abril 7 de Março de 2015 de 2016 7 de Março de 2015
18 de Abril de 2016
7 de Março de 2015
18 de Abril de 2016
7 de Março de 2015
18 de Abril de 2016
4 de Abril de 2015
4 de Abril de 2015
4 de Abril de 2015
4 de Abril de 2015
7 de Abril de 2015
7 de Abril de 2015
7 de Abril de 2015
7 de Abril de 2015
6 de Setembro de 2016 6 de Setembro de 2016 6 de Setembro de 2016 6 de Setembro de 2016 23 de Setembro de 2016 23 de Setembro de 2016 23 de Setembro de 2016 23 de Setembro de 2016
7 de Abril de 2015
23 de Setembro de 2016
3 de Abril de 2015
18 de Abril de 2016
31 de Março de 2015
19 de Agosto de 2016
11 de Dezembro de 2015
2 de Agosto de 2016
11 de Dezembro de 2015
2 de Agosto de 2016
6 de Abril de 2015 13 de Agosto de 2015 22 de Abril de 2015
3 de Maio de 2015
23 de Dezembro de 2015
12 de Setembro de 2016 19 de Setembro de 2016 12 de Setembro de 2016
13 de Setembro de 2016
25 de Agosto de 2016
A produção de ruído perturbador em espaços públicos. O respectivo acto violou o disposto no artigo Mil patacas 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
A produção de ruído perturbador em espaços públicos. O respectivo acto violou o disposto no artigo Mil patacas 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
A prática de quaisquer actividades da vida quotidiana geradoras de ruído perturbador. O respectivo acto violou o disposto no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
A execução de quaisquer obras de modificação, conservação e reparação geradoras de ruído perturbador que violou o disposto no art. 3.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”. Durante o funcionamento da unidade comercial, foi violado o disposto da n.º 2 do art. 9.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
Mil patacas
Cinco mil patacas
Cinco mil patacas
Os infractores em causa podem fazer uma marcação, no horário de expediente, antes de se dirigirem ao 10.º andar do Edifício dos Correios, sito na Estrada de D. Maria II, n.os 11 a 11-D, Macau, para obter a cópia do despacho da decisão sancionatória e a guia de receita eventual da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), no sentido de efectuar o pagamento da multa na Recebedoria da Repartição de Finanças da DSF (Avenida da Praia Grande, n.os 575, 579 e 585, Edifício “Finanças”, r/c, Macau), mediante a apresentação dessa guia, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital, ao abrigo do n.º 3 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental” e nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M. Na falta do pagamento voluntário da multa no prazo fixado, a DSPA enviará cópias de toda a documentação, acompanhadas do comprovativo da cobrança coerciva, à Repartição das Execuções Fiscais da DSF, para se proceder à cobrança coerciva. Para além disso, os infractores podem, nos termos dos artigos 145.º, 148.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, apresentar reclamação contra a decisão sancionatória ao Director da DSPA no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital (a reclamação deve ser redigida em chinês ou em português e apresentada, por via postal ou pessoalmente, à DSPA, sita na Estrada de D. Maria II, n.os 11 a 11-D, Edifício dos Correios, 10.º andar, Macau, na qual deve ser indicado o número do processo), e/ou, nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, interpor recurso contencioso para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação deste edital. Caso não seja impugnada a decisão, a DSPA procederá à execução da respectiva decisão sancionária. O Director da DSPA, Tam Vai Man 6 de Dezembro de 2016
Interessado
N.º do auto de notícia
N.º do processo e da notificação de acusação
PAJARILLO LAMMATAO DIANE PORTIA , portadora do Passaporte Filipino n.º:EB376XXXX
Auto de notícia n.º 00194 de 9 de Março de 2016
N.º do processo: 00036/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3512/369/DIA/DCPA/2016
羅梓恩 ,portadora do Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong n.º:Z301XXXX
Auto de notícia n.º 01812 de 30 de Janeiro de 2016
N.º do processo: 00023/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3158/237/DIA/DCPA/2016
黎炳新,portador do Bilhete de Identidade de Residente de Macau n.º:5063XXXX
Auto de notícia n.º 01813 de 23 de Fevereiro de 2016
N.º do processo: 00031/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3495/396/DIA/DCPA/2016
FIDEL ALDRIN FIDEL,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2022XXXX
Auto de notícia n.º 00148 de 16 de Janeiro de 2016
N.º do processo: 00017/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3062/150/DIA/DCPA/2016
FIDEL RANIEL LADIPE,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2211XXXX
Auto de notícia n.º00150 de 16 de Janeiro de 2016
N.º do processo: 00017/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3063/151/DIA/DCPA/2016
BAUTISTA JUSTINE CAMILE GOMEZ,portadora de Passaporte Filipino n.º:EC313XXXX
Auto de notícia n.º 00192 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2576/545/DIA/DCPA/2016
AGCAYAB MARGIE MASINAS, portadora de Passaporte Filipino n.º:EC353XXXX
Auto de notícia n.º 00193 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2577/546/DIA/DCPA/2016
DACANAY KARL STEPHEN GANGAN ,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2262XXXX
Auto de notícia n.º 00204 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2579/548/DIA/DCPA/2016
NARCISO JUAN PAOLO,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente” n.º:2070XXXX
Auto de notícia n.º 00205 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2580/549/DIA/DCPA/2016
REYNON JOEMAR GONAO,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2241XXXX
Auto de notícia n.º00207 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2582/551/DIA/DCPA/2016
ILDEFONSO MARY JOY DOMINGO,portadora do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2113XXXX
Auto de notícia n.º00208 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2583/552/DIA/DCPA/2016
FERNANDEZ SHARRY DATU,portadora do Passaporte Filipino n.º:EB568XXXX
Auto de notícia n.º00211 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2586/555/DIA/DCPA/2016
TAYAG MICHAEL JOHN PINEDA,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2262XXXX
Auto de notícia n.º00214 de 11 de Outubro de 2015
N.º do processo: 00090/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2589/558/DIA/DCPA/2016
ANNASIW EMMA RUTH GALLETO,portadora do Bilhete de Identidade de Residente de Macau n.º:1364XXXX
Auto de notícia n.º00075 de 11 de Novembro de 2015
N.º do processo: 00106/PCRA/DIA/DSPA/2015 N.º da notificação de acusação: 2666/415/DIA/DCPA/2016
VILLARINO DARWIN JAYSON ANSAGAY,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2281XXXX
Auto de notícia n.º00215 de 27 de Março de 2016
N.º do processo: 00043/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3710/712/DIA/DCPA/2016
JASARENO JUNWEL LACERNA,portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2281XXXX
Auto de notícia n.º00216 de 27 de Março de 2016
N.º do processo: 00043/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3709/713/DIA/DCPA/2016
PICHAY JERIC PAZ, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não-Residente n.º:2281XXXX
Auto de notícia n.º00217 de 27 de Março de 2016
N.º do processo: 00043/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3708/714/DIA/DCPA/2016
RODUTA ZIPPORAH MANGAHAS,portadora de Passaporte de Filipinas n.º:EC292XXXX
Auto de notícia n.º00218 de 27 de Março de 2016
Infracções
Multa
Prática de actividades da vida quotidiana, geradoras de ruído perturbador, em edifícios habitacionais, acto suspeito de violar o disposto no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.
Prática de actividades da vida quotidiana, geradoras de ruído perturbador, em edifícios habitacionais, acto suspeito de violar o disposto no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.
Produção de ruído perturbador em espaços públicos, acto suspeito de violar o disposto no artigo 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.
Produção de ruído perturbador em espaços públicos, acto suspeito de violar o disposto no artigo 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.
Produção de ruído perturbador em espaços públicos, acto suspeito de violar o disposto no artigo 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”.
É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.
N.º do processo: 00043/PCRA/DIA/DSPA/2016 N.º da notificação de acusação: 3707/715/DIA/DCPA/2016
Nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, do n.º 1 do artigo 93.º e do artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo, e do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, os interessados acima referidos podem, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação do presente edital, apresentar as alegações e defesas escritas em chinês ou em português, juntamente com os eventuais documentos comprovativos, por via postal ou pessoalmente, à Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), 10º andar do Edifício dos Correios, sito na Estrada de D. Maria II, n.os 11 a 11-D, Macau, considerando-se renúncia ao supracitado direito desde que apresentadas fora do prazo fixado. Caso os interessados não apresentem as alegações e defesas escritas no prazo fixado, não é afectada a execução da sanção decidida nos termos legais por esta Direcção de Serviços. Além disso, nas alegações e defesas escritas deve ser citado o número do processo. Os mencionados interessados podem fazer uma marcação antes de se dirigir à DSPA para consultar o dossier do respectivo processo no horário de expediente, podendo também ligar para o número de telefone da DSPA, 2876 2626, no mesmo horário, em caso de dúvida. O Director da DSPA, Tam Vai Man 6 de Dezembro de 2016
7 hoje macau quarta-feira 14.12.2016
Droga RESIDENTES CONSUMIRAM MENOS NO PRIMEIRO SEMESTRE DE 2016
Problema pouco às claras O consumo de drogas assinalado a residentes diminuiu nos primeiros seis meses deste ano. São também cada vez menos os que se deslocam à China Continental para consumir substâncias proibidas e o número de jovens consumidores está a diminuir. Os dados foram revelados ontem pela Comissão de Luta contra a Droga
O
número de toxicodependentes referenciados em Macau diminuiu mais de quatro por cento no primeiro semestre do ano e há menos jovens a consumir drogas, mas os consumos “são cada vez mais escondidos”. A informação foi ontem divulgada pela Comissão de Luta contra a Droga (CLD) e, segundo os dados revelados, 70 por cento dos consumos de estupefacientes foram em casa ou em hotéis. De acordo com os dados apresentados, após a segunda reunião plenária da CLD, nos meses em análise, o número de toxicodependentes inscritos no Sistema de Registo Central do Instituto de Acção Social (IAS) diminuiu 4,59 por cento, de 392 para 374, em comparação com igual período de 2015.
O consumo de droga entre os jovens (dos 16 aos 20 anos) também diminuiu, correspondendo a 4,8 por cento do total – 18 pessoas entre 374 –, quando nos primeiros seis meses de 2015 representava 8,2 por cento. O ‘ice’foi a droga mais consumida (35 por cento) e superou a heroína (26,1 por cento), que liderava no primeiro semestre do ano passado. Já a despesa mensal gasta em droga diminuiu 3,8 por cento, de 7781 patacas (915 euros) para 7489 patacas (880 euros). Segundo foi revelado ontem, 67,5 por cento dos residentes de Macau que consumiram droga no primeiro semestre fizeram-no na região e 30,2 por cento no interior da China. Estes dados revelam uma proporção inversa ao registado nos primeiros seis meses do ano passado, quando
os consumos em Macau e na China correspondiam a 34 por cento e 63,1 por cento, respectivamente.
RESTRIÇÕES EM DISCUSSÃO
Entre os consumidores jovens, 10 por cento fizeram-no fora da região. Não obstante, as restrições à saída de menores de Macau com vista a evitar a sua deslocação à China para o tráfico e consumo de drogas
Entre Janeiro e Julho, o ‘ice’ foi a droga mais consumida e superou a heroína, que liderava no primeiro semestre do ano passado
foram um dos temas debatidos na reunião de ontem. “O consumo de droga não é a única razão”, disse a chefe de departamento de prevenção e tratamento da dependência do jogo e da droga, Hoi Va Pou, ao referir que a discussão sobre a proibição da saída de menores do território “é mais para proteger os jovens”. A reunião da Comissão de Luta Contra a Droga ocorreu três dias antes da votação na especialidade da revisão da lei da droga, que agrava as penas do consumo até um ano e do tráfico até 15 anos. Um parecer sobre a revisão da lei, datado do final de Novembro, refere que os dados submetidos pelo Governo à comissão parlamentar encarregue do estudo da nova legislação não correspondem à realidade. Outra disparidade citada no parecer é a de que o Executivo diz,
SOCIEDADE
na nota justificativa da proposta de lei, que “os consumidores tendem a escolher a prisão” em vez do tratamento, mas a comissão da Assembleia Legislativa tomou conhecimento, através de um estudo, de que “a grande maioria – cerca de 90 por cento dos condenados – prefere a pena suspensa” e a desintoxicação, e “apenas quatro por cento diz preferir a prisão efectiva”. O facto de o número de toxicodependentes registados ter diminuído no primeiro semestre deste ano e de a Assembleia Legislativa votar, amanhã, uma lei com vista ao endurecimento das penas não mereceu comentários ontem por parte de Hoi Va Pou. “O que esperamos é que seja aprovada com a maior brevidade possível e o mais importante trabalho da nossa parte é dar mais sensibilização e promoção da nova lei junto da sociedade”, disse a chefe de departamento de prevenção e tratamento da dependência do jogo e da droga. No final do ano passado, estavam registados 617 toxicodependentes no Sistema de Registo Central do IAS. O número é calculado com base na declaração voluntária de quem solicita ajuda, junto das instituições oficiais ou organizações não-governamentais, ou em dados da polícia ou dos tribunais, pelo que a Associação de Reabilitação dos Toxicodependentes de Macau estima que “o número real seja superior”.
MERCADOS ALTERAÇÃO NAS LICENÇAS DE VENDA CAUSAM PREOCUPAÇÃO
A
comissão consultiva do Instituto dos Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) realizou ontem o último plenário ordinário deste ano. Em discussão esteve a alteração aos regulamentos administrativos que regem os vendilhões dos mercados municipais. Durante a sessão, O Cheng Wong, membro
da comissão, mostrou preocupações sobre a mudança do regime de sorteio para concurso público. Para O Cheng Wong, as alterações podem resultar no final de postos de trabalho dos donos e empregados destes postos comerciais, de acordo com informação revelada pelo canal chinês da Rádio Macau. A
situação pode ser particularmente dramática tendo em conta que muitos destes comerciantes trabalham nestas bancas há muitos anos, passando de geração para geração. Segundo José Tavares, presidente do conselho de administração do IACM, as mudanças regulamentares afectarão o funcionamento
dos mercados e podem resultar num impacto ao nível dos preços. Porém, apela à calma dos donos das bancas, uma vez que a revisão do regulamento tem previsto um método de transição. Assim sendo, os portadores das licenças poderão transferi-las para os seus familiares ou parceiros de negócio.
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hoje macau quarta-feira 14.12.2016
Anúncio【N.º 109 /2016】 Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, são por esta via notificados os seguintes representantes dos agregados familiares candidatos a habitação económica:
Representante do agregado familiar candidato a habitação económica
Número do boletim de candidatura
NG IO HONG
82201301000
NG WAI KIN
82201323450
CHANG FONG
82201329760
CAI FANGBIAO
82201330736
LEUNG CHI HO
82201302632
XIE WENSHU
82201342311
Causa e fundamento legal da exclusão de adquirente seleccionado é beneficiário de bonificação ao crédito para locação financeira de habitação própria (bonificação ao juro de 4%) (Nos termos da alínea 4) do n.º 5 do artigo 14.º e alínea 1) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015) Falta de entrega dos documentos necessários para a avaliação do requerimento no prazo fixado (Nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)
Nos termos do artigo 93.º e do artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo, os representantes dos agregados familiares candidatos a habitação económica acima mencionados podem apresentar, por escrito, a sua contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Caso não procedam à respectiva entrega dentro do prazo referido, não serão considerados. Em caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar a Sr.a Lei, através do tel. n.º 2859 4875 (Ext. 747), para consulta do processo. Atenciosamente. Instituto de Habitação, aos 9 de Dezembro de 2016.
O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng
9 hoje macau quarta-feira 14.12.2016
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Lugares para os de cá
Espectáculos do Governo devem ter mais artistas locais, diz Wong Kit Cheng
A
PESAR de o Governo afirmar a importância que atribui ao desenvolvimento das indústrias culturais, a deputada Wong Kit Cheng considera que não são oferecidas oportunidades aos artistas locais aquando da realização de actividades e espectáculos. “O sector do entretenimento e dos espectáculos ainda está em fase inicial de desenvolvimento, mas as políticas e medidas do Governo direccionadas às indústrias associadas ainda são muito limitadas”, lê-se numa interpelação escrita ao Executivo. A título de exemplo, Wong Kit Cheng refere os espectáculos realizados pelo Instituto do Desporto. “Este ano, o Governo convidou apenas artistas de fora, enquanto os artistas locais não foram considerados”, lamenta.
HOJE MACAU
A deputada Wong Kit Cheng quer mais artistas locais nos espectáculos promovidos pelo Governo. Para a deputada, o Executivo está a falhar nas políticas de desenvolvimento cultural do território ao recorrer, quase exclusivamente, a artistas estrangeiros para integrarem os espectáculos oficiais
Outras actividades de larga escala promovidas pelo Executivo, ou mesmo as que se realizam por empresas ligadas ao sector do jogo, são essencialmente, dirigidas a artistas estrangeiros e contam com pouca, ou nenhuma, participação das associações locais.
Numa altura em que a primeira edição do Festival Internacional de Cinema de Macau chega ao fim, e apesar da insistência por parte do Governo em dizer que pretende apoiar as produções da sétima arte em Macau, Wong Kit Cheng considera que é uma área ainda muito desprezada.
Para a deputada, seria importante efectivar um apoio real ao sector do cinema. “Há falta de apoio e de promoção dos filmes locais o que, a longo prazo, será prejudicial à diversificação do turismo”, afirmou. Outro aspecto a considerar é a atracção da indústria do cinema para que escolha Macau como local de filmagens. A iniciativa, além de se inserir na muito divulgada diversificação local, é ainda um meio de levar o território a outras paragens e de “promover a imagem turística local”. Ao Governo, Wong Kit Cheng deixa a questão: “É possível, no futuro, reservar vagas nos espectáculos públicos para artistas locais?”. Adeputada incentiva ainda o Executivo a apoiar, dentro dos programas de destinados aos talentos, a formação de profissionais ligados à indústria do cinema, de modo a que sejam produzidas curtas-metragens, por exemplo, capazes de levar o nome, marca e profissionais de Macau além-fronteiras. Angela Ka (revisto por SM)
info@hojemacau.com.mo
SOCIEDADE PALESTRA TURQUIA E UNIÃO EUROPEIA EM DISCUSSÃO
Realiza-se hoje a palestra “A União Europeia e a Turquia”, organizada pelo Programa Académico da União Europeia em Macau. O evento, que se realiza na faculdade de direito da Universidade de Macau, às 18 horas, conta com a participação de Haluk Kabaalio lu, reitor da faculdade de direito da Universidade Yeditepe, e um dos nomes cimeiros em termos de direito europeu. O académico tem obra publicada em assuntos variados, do direito de empresas multinacionais ao direito administrativo, passando pelo direito do mar e o direito europeu. A palestra realiza-se numa altura em que a Turquia tem vivido num relativo impasse em relação a Bruxelas. Encontra-se a braços com terrorismo interno resultante da questão curda e está no cerne da problemática gestão da crise dos refugiados resultantes do conflito sírio.
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Cinema IVO M. FERREI
EVENTOS
Foi ontem apresentado à comunicação social o novo projecto de Ivo Ferreira, “Hotel Império”. O filme é um mosaico multicultural, falado em quatro línguas, que vive do confronto entre o passado e o futuro
HOJE MACAU
MUSEUS DIRECTORES PORTUGUESES E ESPANHÓIS REUNIDOS
O
S directores de museus de Portugal e Espanha vão participar num encontro, desde ontem até quinta-feira, no Museu Nacional dos Coches, em Lisboa, para partilhar projectos de investigação e inventário na área da museologia. De acordo com a Direcção-Geral do Património Cultural (DGPC), o IV Encontro de Directores de Museus de Portugal e Espanha é um evento bianual, organizado pelos organismos de tutela dos museus de ambos os países. Da parte de Espanha, a organização cabe à Subdirección General de Museos Estatales, e o país de acolhimento vai alternando, mas sempre com o objectivo de promover a cooperação entre os museus dos dois países e promover projectos conjuntos. Entre outros temas, vão estar em foco “Museus e cidadania: globalização, minorias e migrações”, “Os públicos dos museus”, “Museus e colecções ‘online’”, “Colaboração bilateral” e ainda a partilha de experiências de projectos, debates, reflexões teóricas e visitas a museus. Ontem, o director do Museu Nacional de Etnologia, Paulo Costa, falou “Do Universalismo à Multiculturalidade”, e Fernando Sáez Lara, director do Museo Nacional de Antropología, de Espanha, sobre “Museus e migrantes: Podemos ter um papel activo e relevante nos processos de aceitação e reconhecimento da diversidade cultural?”
“É
uma grande alegria poder mostrar a minha Macau.” As palavras são do realizador Ivo Ferreira, durante a conferência de imprensa que apresentou ao mundo o filme que começará a ser rodado depois do ano novo chinês. As estrelas principais da nova pe-
lícula do realizador são Margarida Vila-Nova e Rhydian Vaughan, actor de Taiwan. O filme fará uma dissecção do que é viver em Macau, da intemporalidade e mutação constante de uma cidade que não pára de se reinventar, por vezes depressa de mais para a apreensão dos sentidos. É neste limbo de circunstâncias que se
À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA BASTA! • Camilo Lourenço
Depois de três bancarrotas em 34 anos, caso único na Europa, será que ainda não aprendemos a lição? “Há cerca de 20 anos li um artigo do The Wall Street Journal sobre o que os ex-países de Leste poderiam aprender com a experiência portuguesa (de abertura da economia). Longe estava eu de pensar que os anos seguintes ficariam marcados pelos piores disparates de política económica em Portugal. Disparates que nos estão a custar o futuro”, escreve o autor. Um livro esclarecedor, que ajuda a compreender o estado em que o país se encontra e, mais importante, aponta caminhos para evitar erros do passado e recuperar a prosperidade.
desenrola a acção. Na esquizofrenia do caos dos bairros tradicionais onde se estende roupa em fios de electricidade, e o aspecto ultra-modernista da Macau dos néons, dos enormes casinos e hotéis. “Vivi no Porto Interior, onde tudo é frágil e sólido ao mesmo tempo, gosto muito deste tipo de contradições”, adianta o cineasta radicado em Macau. O filme gira em torno de Maria, interpretada por Margarida Vila-Nova, que “ainda anda à procura da personagem”. Maria vive embrulhada em paradoxos e questões identitárias, tal como a cidade onde cresceu. Portuguesa e criada por uma madrasta que fala cantonês, não se sente portuguesa, nem chinesa, nem de Macau. Vive perdida, “não sabe muito bem o que fazer, cresceu mas ainda é uma rapariga”, tenta explicar a actriz. Pelo que foi dado a apreender, é uma personagem que se encontra num limbo emocional. Canta o fado no Casino Flutuante e, quando se prepara para resvalar para o mundo da prostituição, conhece Chu, um
UM Q NO H IMPE irmão que desconhece e com quem cria uma relação complexa. No centro da acção dramática entre os irmãos está uma atracção a roçar o incesto, a herança do Hotel Império e todo o tecido social que alberga.
AMBIÇÕES ALTAS
O filme será rodado em português, inglês, mandarim e cantonês, algo que não assusta o produtor Luís Urbano, que realça o aspecto mais atmosférico da obra, que será pouco
O filme estará pronto no final de 2017, a tempo de estrear e competir “em festivais de classe A”. A produção admite que tem grandes ambições para esta película
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O TCHEKISTA • Vladimír Zazúbrin
“O Tchekista” é um dos primeiros testemunhos literários sobre a natureza do poder soviético e um relato atroz de uma máquina de terror oleada pelo sangue humano. No rescaldo da guerra civil, Srúbov, um agente da Tcheka, cumpre o seu ofício de carrasco na Sibéria. Em nome da revolução, participa nos atrozes procedimentos quotidianos, em cruéis interrogatórios e em execuções sumárias. Porém, a sua consciência impede-o de desempenhar o seu ofício e o matadouro sangrento em que se move assola-o eternamente.
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IRA REVELA DETALHES SOBRE NOVO FILME
QUARTO HOTEL ERIO ´
palavrosa. Também o set será poliglota. “Acho que nos vamos divertir muito nestes 36 dias de rodagem”, revela a produtora Isabel Soares, interrompida pelo realizador: “66 dias”. Isabel pede, em jeito de piada, para o cineasta não abusar e o produtor Luís Urbano remata que nesse aspecto “não há negociações”. A familiaridade salta a olhos vistos, e essa é uma atmosfera que Ivo pretende trazer para o set, um feeling “caseiro, mas profissional”. Segundo Luís Urbano, o homem da produtora Som e Fúria, o filme estará pronto no final de 2017, a tempo de estrear e competir “em festivais de classe A”. O produtor admite que tem grandes ambições para esta película. Em termos comerciais, Lin Nan, co-produtor chinês da Titan Films International, considera as perspectivas comerciais deste filme “muito interessantes no mercado chinês”. Para tal contribui o facto de ser “falado em cantonês, uma vez que a zona do Cantão é uma das regiões mais aliciantes em termos de bilheteira em toda a China”.
No que toca à distribuição, o co-produtor chinês alerta para o detalhe de este “não ser um filme comercial, portanto, primeiro será dada atenção a canais mais direccionados para o cinema de autor”. Mas, “olhando para o progresso que estamos a ter, não me surpreende nada que cheguemos à distribuição mais mainstream”, revela Lin Nan. No fundo, este projecto de Ivo Ferreira será uma belíssima caldeirada multicultural, uma tapeçaria complexa. Em todos os aspectos: elenco, financiamento, produção e mesmo em termos narrativos. Um filme nascido num contexto de assimetria, de paradoxo, de mundos diferentes que chocam, mas que se completam numa harmonia estranha. Um pouco à imagem da cidade onde será rodado.
RUA DAS ESTALAGENS ANTIGA FARMÁCIA DE SUN YAT-SEN ABRE AMANHÃ
João Luz
info@hojemacau.com.mo
É já esta quinta-feira que o Instituto Cultural (IC) abre as portas do novo espaço de exposições criado após a recuperação de um histórico edifício na Rua das Estalagens. Segundo um comunicado, o IC vai aproveitar o facto de este ano se assinalarem os 150 anos do nascimento de Sun Yat-sen para organizar exposições comemorativas da efeméride. Vai ser ainda possível perceber como aconteceu o processo de recuperação do edifício na Rua das Estalagens. O prédio foi adquirido pelo Governo em 2011, tendo sido construído em 1892. Neste local Sun Yat-sen estabeleceu o Dispensário de Chong Sai e exerceu a sua actividade como médico.
hoje macau quarta-feira 14.12.2016
EVENTOS
Mudam-se os tempos e os lugares Exposição de Eric Fok recorda passado de Nam Van
O
artista plástico de Macau Eric Fok volta a pegar em imagens do passado para que a memória não se perca. Desta feita, resultou “Tempos de Mudança”, o projecto que dá nome e conteúdo à exposição que é hoje inaugurada na Galeria do IFT, nas margens do Lago Nam Van. Os oito trabalhos que integram a colecção utilizam o desenho para mostrar a história da zona onde estão exibidos. A opção por recordar o passado do lago que, um dia, foi baía e porto é explicada ao HM por Eric Fok como sendo a forma de manter as representações históricas que têm vindo a marcar o seu trabalho e alertar para a importância da história dos lugares de hoje. “Sendo a exposição na zona de Nam Van, onde fica situada a galeria, esta pode ser uma forma de fazer recordar ao público a história daquele local que, por vezes, parece estar esquecida”, observa. “No passado, Nam Van era um porto muito importante, e marca o ponto de chegada do missionário italiano, Matteo Ricci. Aqui, o tema principal é mostrar, a partir da história e
da sua representação, Macau e as mudanças que o território tem sofrido”, reitera o artista.
DO REAL AO IMAGINÁRIO
Através do desenho, Eric Fok sai agora de um conceito mais realista para dar lugar à representação da imaginação. “Apesar de serem trabalhos que reflectem a história de Macau, ao contrário dos projectos que tenho desenvolvido e que se caracterizam por uma representação aproximada da realidade, neste permiti-me deixar espaço para a imaginação”, explicou ao HM. Eric Fok realça ainda a imaginação do público e o seu papel na interactividade com os trabalhos que podem ser vistos. “É um conjunto de desenhos que, além de darem lugar ao meu imaginário, têm espaço para que os espectadores possam pensar no que se passou naqueles lugares e situações históricas”. Também a marcar a diferença com os trabalhos anteriores é o recurso a alguns elementos religiosos. Para o artista, “o passado, as
memórias e a religião podem juntar-se e em ‘Tempos de Mudança’ e a escolha recaiu em apontamentos que abordam Adão e Eva”. Eric Fok nasceu em Macau e licenciou-se em Artes Visuais pelo Instituto Politécnico de Macau. “As suas obras são caracterizadas por um trabalho meticuloso que integra mapas antigos e novas construções criadas com recurso à caneta técnica. O resultado é uma combinação entre tradição e modernidade”, lê-se na biografia do artista. Alguns dos seus trabalhos já foram exibidos na Bologna Illustration Exhibition – Bologna Children’s Book Fair (2013), no Art Nova100 of China, na Art Revolution Taipei (2014). Erik Fok foi ainda o vencedor do segundo Prémio Fundação Oriente Artes Plásticas. Há obras suas na colecção do Governo, do Instituto Cultural, da Fundação Oriente e também em colecções privadas em Las Vegas, Itália, Reino Unido, Singapura, Macau e Hong Kong. A exposição é inaugurada hoje às 18h e conta com entrada livre. Sofia Mota
sofiamota.hojemacau@gmail.com
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Aviso Considerando que não se revela possível notificar directamente os interessados, por ofício, telefone ou outros meios, para efeitos de prosseguimento das respectivas decisões administrativas, nos termos dos artigos 68° e 72° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro; Nos termos da alínea 10) do artigo 10º do Regulamento Administrativo nº 32/2001 e no uso dos poderes conferidos pela Proposta da Deliberação nº 04/PDCA/2016, de 22 de Fevereiro de 2016, com o publicado no B.O., nº 9, II série suplemento, de 02 de Março de 2016, o presidente proferiu o despacho de 30 de Novembro de 2016 , no sentido de notificar os interessados que ocupam ilegalmente o terreno, sito no Pátio de Além-Bosque, que devem proceder à remoção da referida construção ilegal, no prazo de 30 (trinta) dias, a contar da data da publicação deste aviso, nos termos do artigo 6º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, aprovado pelo Regulamento Administrativo nº 28/2004 e do nº 1 do artigo 144º do Código do Procedimento Administrativo, pois, caso contrário, o IACM procederá à sua remoção. Caso os interessados não cumpram as suas obrigações no prazo determinado, o IACM procederá, nos termos e para os efeitos do nº 2 do artigo 144º do Código do Procedimento Administrativo, à execução directa de tal tarefa, ficando neste caso todas as despesas por conta dos interessados. Segundo as disposições do artigo 149º e do nº 2 do artigo 155º do Código do Procedimento Administrativo, os interessados poderão apresentar, a partir do dia seguinte ao da publicação deste aviso, reclamação junto do presidente dentro do prazo de 15 (quinze) dias e/ou recurso hierárquico facultativo junto do Conselho de Administração , no prazo de 30 (trinta) dias. Por último, os interessados poderão ainda apresentar recurso contencioso junto do Tribunal Administrativo, dentro do prazo de 30 dias definido pelo artigo 25º do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei nº 110/99/M, de 13 de Dezembro. Macau, aos 14 de Dezembro de 2016. O Administrador do Conselho de Administração, Mak Kim Meng WWW. IACM.GOV.MO
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PEQUIM TRABALHA COM NOVO CHEFE DA DIPLOMACIA NORTE-AMERICANA, “SEJA QUEM FOR”
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China assumiu ontem o seu desejo de trabalhar com “seja quem for” que se torne no novo secretário de Estado norte-americano, um cargo que a imprensa associa ao máximo executivo da
petroleira ExxonMobil, Rex Tillerson. “Seja quem for o novo secretário de Estado dos EUA, a China está desejosa de trabalhar com ele para promover o progresso das relações bilaterais, desde de um novo
ponto de partida”, afirmou o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang. “Esperamos que os responsáveis máximos pelos Negócios Estrangeiros de am-
bos os países possam reforçar a comunicação, aprofundar a cooperação e desempenhar um papel construtivo na promoção de uma relação bilateral equilibrada e estável”, disse. Geng rejeitou comentar se as
alegadas poucas ligações de Tillerson à China, apesar de ter uma longa relação com a Rússia, inquietam Pequim. “Como disse: não importa quem seja o secretário de Estado, desejamos trabalhar
juntos com ele”, disse. Rex Tillerson, de 64 anos, não tem qualquer experiência em política internacional, mas à frente da ExxonMobil’s é responsável por operações em mais de 50 países.
Presente sangrento
China oferece armas às Filipinas como suporte na campanha anti-droga
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ANG Jianlin, o homem mais rico da China, avisou o Presidente norte-americano eleito, Donald Trump, de que mais de 20.000 postos de trabalho nos Estados Unidos serão colocados em risco, caso “não trate devidamente” o investimento chinês. “Tenho cerca de 10.000 milhões de dólares investidos nos EUA e emprego mais de 20.000 pessoas”, lembrou este fim de semana o presidente do grupo Wanda Group, durante um fórum. “Se estes empreendimentos não forem devidamente tratados, eles não terão o que comer”, disse, segundo uma transcrição colocada no ‘site’ da empresa. Wang revelou ainda que pediu a Chris Dodd, o presidente da Motion PictureAssociation of America, associação que representa os principais estúdios de cinema de Hollywood, para entregar essa mensagem a Trump. Wang respondia a uma questão sobre o aumento do escrutínio por parte de Washington sobre a compra de activos na indústria do entretenimento norte-americana por firmas chinesas.
PRESIDENTE DO GRUPO WANDA DEIXA AVISO A TRUMP
Cuidado com as implicações “Pelo menos na indústria do cinema e da televisão, têm que perceber que os filmes em língua inglesa dependem dos resultados de bilheteira na China para crescerem”, disse.
“Tenho cerca de 10.000 milhões de dólares investidos nos EUA e emprego mais de 20.000 pessoas.” WANG JIANLIN PRESIDENTE DO GRUPO WANDA
Nos últimos anos, grupos chineses têm concretizado negócios mediáticos, adquirindo grandes estúdios de televisão e produtoras de cinema nos EUA. Legisladores norte-americanos apelaram já à Comissão para o Investimento Estrangeiro nos EUA, um grupo que avalia os riscos dos investimentos para a segurança nacional, para que escrutinem aquelas aquisições, inclusive as feitas pelo grupo Wanda.
ÀS COMPRAS
Em 2012, o Wanda adquiriu a empresa norte-americana AMC Entertainment, proprietária da segunda maior cadeia de cinemas dos EUA. Em Janeiro passado, comprou a Legendary Entertain-
ment, produtora de filmes como “Jurassic World” e “Godzilla”, por 3.500 milhões de dólares. Este Verão, o conglomerado anunciou ainda a compra do grupo britânico de Odeon & UCI Cinemas, presente no mercado português, onde é o segundo maior exibidor, por 1,2 mil milhões de dólares. Wang considerou que a atenção do Congresso dos EUA reflecte a crescente influência da sua firma nos Estados Unidos. “Vamos esperar para ver qual é a atitude do senhor Trump para com os investimentos chineses depois de ele assumir o cargo”, concluiu.
China está disposta a fornecer as Filipinas com armas, visando ajudar o Presidente filipino, Rodrigo Duterte, na sua controversa campanha anti-droga, que resultou já em 5.000 mortos, disse o embaixador chinês em Manila. Pequim já tinha declarado o seu apoio à sangrenta campanha lançada por Duterte, que as Nações Unidas e organizações de defesa dos Direitos Humanos consideram ser uma onda de execuções extrajudiciais e assassinatos. Desde que Duterte foi eleito, em Maio passado, as relações entre Pequim e Manila registaram uma reaproximação, após anos de tensões em torno de disputas territoriais no Mar do Sul da China. O embaixador chinês Zhao Jianhua disse na segunda-feira que a China está pronta a fornecer armas às Filipinas. “Estamos a explorar as possibilidades de fornecer armamento, armas leves”, afirmou, citado pela imprensa local. “Armas para combater o terrorismo, para a campanha anti-droga”, disse. O embaixador revelou que as conversações estão numa fase inicial e que não há um acordo quanto ao preço ou tipo específico de armas.
SEM DÓ
Duterte, de 71 anos, venceu as eleições com
a promessa de matar dezenas de milhares de criminosos, num combate contra o narcotráfico nas Filipinas. Desde que ascendeu ao poder, a sua campanha resultou em 5.000 mortos. O líder filipino distanciou também Manila de Washington, anunciado a sua “separação” dos Estados Unidos durante uma visita a Pequim, em Outubro passado. O embaixador chinês disse que as relações bilaterais são “boas” e serão “ainda melhores”, porque o “vosso presidente realizou uma frutífera e histórica visita de Estado à China”. Duterte lançou também ataques verbais ao presidente norte-americano Barack Obama e ao Departamento de Estado dos EUA, devido às acusações feitas contra a sua campanha. No entanto, de acordo com Manila, o Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, adoptou uma posição diferente, tendo alegadamente elogiado a campanha, numa conversa por telefone com Duterte, realizada este mês. No domingo, Duterte disse que a China estava pronta a fornecer armas às Filipinas com condições generosas. “É para pagar em 25 anos, por isso é praticamente dado”, afirmou. O líder filipino cancelou recentemente uma ordem de 27.000 espingardas de assalto proveniente dos Estados Unidos.
h ARTES, LETRAS E IDEIAS
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WANG CHONG
王充
OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG
Para saber qual de duas facas é a mais afiada, é necessário compará-las.
O exame dos livros – 6
Y
AN Yuan disse: “Que espécie de homem era Shun? E eu, que espécie de homem serei?” De entre os Cinco Imperadores e Três Reis, o único que Yan Yuan elogiou foi Shun, pois julgava ele próprio seguir as suas pisadas. Veneramos aqueles cuja sabedoria e virtude concordam com os nossos princípios. As ideias de Dong Zhongshu acerca da moral e da governação são admiráveis, mas no que se refere ao exame das noções correntes e da discussão das ideias duvidosas, ninguém ultrapassa Huan Tan: eis porque podemos chegar ao nível dos discursos do primeiro, mas não ao das inigualáveis discussões do segundo. Um alazão não deixa as mesmas pegadas de um cavalo comum, mas certos cavalos comuns conseguem seguir as pegadas de um alazão. Pensemos num cavalo capaz de galopar mil li, mas que nunca será chamado de alazão, pois a sua pelagem é de cor diferente. E pensemos num homem cuja escrita vale a de Dong Zhongshu, só ultrapassada pela de Huan Tan, mas que nunca chegará aos calcanhares de nenhum dos dois autores, pois não tem o mesmo nome deles. Nem todos os cavalos capazes de percorrer mil li têm a reputação de alazões; quando as pessoas aguardam a vinda de um sábio, não é indispensável que este se chame Confúcio ou Mencius...Por isso dou o exemplo de Huan
Tan, que não tem a reputação daqueles, mas cujas discussões são, ainda assim, inigualáveis. Para saber qual de duas facas é a mais afiada, é necessário compará-las; para saber qual o melhor de dois pontos de vista, é necessário confrontá-los. Assim, vemos que as Novas Discussões de Huan Tan são inteiramente comparáveis às Quatro Críticas de Han Fei, ou às Discussões sobre o sal e o ferro de Huan Kuan. Quando as pessoas se encontram na dúvida, se enganam e tomam o falso pelo verdadeiro, o crítico que queira estabelecer a verdade não tem tarefa fácil. Se um ministro ou juiz confrontado com um caso difícil não consegue deslindar e estabelecer a verdade, as pessoas pensarão que os seus talentos não estão à altura do cargo que ocupa. Quando se trata de um debate, quem consegue vingar, aquele que apresenta enunciados contraditórios, que não se preocupa em apresentar soluções claras, ou aquele que deslinda tudo quanto estava confuso, que desata os nós, e que se exprime de maneira perfeitamente clara nos seus escritos e discursos? Nos Anais, Confúcio “elogia o mínimo mérito e critica o mínimo erro” assim, o crítico exaltará as qualidades de quem merece elogio, para mostrar que a sua conduta é correcta; colocando em evidência as insuficiências de quem não é digno de mérito para expor a sua conduta errada. Os desígnios de Huan Tan, nas Novas Discussões, estão completamente de acordo com os Anais. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho
Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論 衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.
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diário de um editor
João Paulo Cotrim
Língua suja compondo retrato de mulher inteira, contando com indescritível energia e criatividade as histórias, suas e dos outros, como convém a um criador, com uma voz toda feita de carne, livre, libertária. Uma mulher do fim do mundo que, aos 86 ou 79 anos, pois não se sabe com rigor quando nasceu, canta «Meu temporal me transforma em loba/ Presa, você vai gemer/ Feito cordeiro entregue pra morte/ Seu sussurrar a pedir// Pra fuder, pra fuder, pra fuder, pra fuder.» Nisto, o Sérgio atira para cima da mesa Carminho canta Tom Jobim. Usa até argumento ao qual não posso responder pois trauteia excertos de Sabiá. Corro, claro, que não se desperdiçam dicas de quem sabe, de cá e de lá. Fez-se logo banda sonora dos dias, embora àquela prefira de longe Retrato em Branco e Preto. Por estranho que pareça, a tristeza gritada do Fado encaixa com perfeição no alegre veludo da Bossa. Na nossa língua morrem com extrema e estrondosa elegância as ideias feitas.
JOÃO PAULO COTRIM
SANTA BÁRBARA, LISBOA, 4 DEZEMBRO O domingo havia já amarelecido antes do e-mail do Helder Macedo trazer comentário à morte de Ferreira Gullar, construtor desse alto lugar nesta nossa língua chamado «Poema Sujo» (Ulisseia). Brota tanta vida pelos poros dos versos que custa invocá-los a propósito da morte. Vejo-o a encolher os ombros ao ler isto. Então a morte faz parte do quê se não da vida, cara? Encontrei-o uma única vez, no Rio, com o Helder, fazendo da língua mesa de conversa, a convite da minha querida irmã zuca, Paula Ribeiro, para a revista UP, a maior ponte aérea alguma vez feita entre os dois lados do Atlântico. A inteligência surpreende-me sempre, tem qualquer coisa de navalha. Sem dor, se não incluirmos o desconforto de perdermos o chão. Por causa dos assuntos estendidos entre nós, na casa onde os gatos disputavam a irrequietude às artes plásticas como no calçadão onde não deixou de responder às interpelações dos transeuntes, gravei com goiva a imagem cada vez mais perdida do intelectual, alguém que, livre, libertário, usa a língua para descobrir enigmas nos caminhos que rasga. Retiro da dita entrevista um exemplo apenas, agora que a culpa é bastante regada pelas cenas pós, tolhendo demais o pensamento, que, para o ser, obrigatoriamente se exige livre, libertário, sem destino marcado, como poema de Gullar. «Eu fico imaginando o Brasil, sem o colonizador: seria o quê hoje? O índio brasileiro é da Idade da Pedra: não construiu palácios, faz umas palhotas; ia dar em quê? Sei que é chato falar dessas coisas porque tem que se ser contra o colonizador, mas eu estou-me lixando para esses conselhos. O Brasil que existe se deve ao colonizador, com as coisas boas e más. E não é verdade que mataram essa quantidade de índio aqui, é mentira. Até ao século XVIII, a língua que se falava no Brasil era tupi-guarani, a língua nacional, a língua geral do Brasil. Os nossos índios, a nossa civilização, era nómada, nómada não cresce. A humanidade só passou a crescer quando os caras se estabeleceram e viraram sedentários; aí criaram agricultura e tal. Nómada não cresce, é toda uma história inventada para amaldiçoar o colonizador. […] E porque é que falavam a língua geral do Brasil no século XVI? Porque o português que
BAR IRREAL, LISBOA, 7 DEZEMBRO O mano Luís Carmelo dá-me a beber em voz alta Um Copo de Cólera, de Raduan Nassar. Levanta-se bruscamente, esbraceja, esquece o microfone, segue o fio caudaloso, alteia a voz no momento preciso, para logo voltar à torrente e todo ele brilha. Parece um miúdo a desenrolar ali uma língua nova, sinuosa nas dores e intensidades, afinal tão comuns. Estive quase para entrevistar Raduan, quando por instantes me julguei jornalista. Arrependo-me amargamente de o ter falhado. Aliás, arrependo-me tanto de ainda não ter descoberto o Brasil…
veio para cá – nenhum nobre queria vir para cá – era o cara que ia para a cadeia: “Quer ficar preso aqui ou quer ir para o Brasil?” Ia para o Brasil; chegava aqui não tinha mulher, não tinha nada, transava com a índia, fazia filho. Quem criava o filho era a índia, então ele virava índio e falava tupi-guarani, claro. O Matias de Albuquerque, quando foi chamado para acabar com a rebelião dos palmares em Pernambuco, não conseguia se entender com o governador que falava português e ele dizia que falava tupi-guarani, Matias de Albuquerque! [risos] Não é tão simples como o pessoal diz.» Dói-me a falta de uma entrevista de vida. Pensando melhor, posso encontrá-
-la nas páginas de carne e sangue, de suor e merda, com que aumentou a nossa língua comum. MYMOSA, LISBOA, 6 DEZEMBRO Em almoço a despropósito com o Sérgio Godinho, a que se juntou o José Teófilo, acabámos falando de Elza Soares, um dos meus monstros íntimos, que passou recentemente por Lisboa. Apresento-lhes, percebi, o seu desafiante primeiro disco de inéditos, em mais de 55 anos, em A Mulher do Fim do Mundo, e que abre com poema Oswald de Andrade: «Coração do mar / É terra que ninguém conhece / Permanece ao largo/ E contém o próprio mundo / Como hospedeiro». E segue
CINE-TEATRO, POMBAL, 9 DEZEMBRO Não terá sido exactamente o primeiro concerto de No Precipício Era o Verbo, projecto de palco no qual Carlos Barretto ilumina com o seu contrabaixo os poemas ditos, escritos, traduzidos e encenados por António de Castro Caeiro, André Gago e José Anjos, que também os sublinha com percussão. Mais foi a primeira vez que se atirou sem rede a uma cidade que pagou bilhete para assistir a um formato, como agora se diz, desconhecido. Resultado: uma sala que bebeu cada palavra ao longo de quase hora e meia. Experimentei no escuro da plateia um saboroso entendimento entre os quatro criadores, capaz de comover e interpelar e até fazer sorrir. Ouvi bastante, no final: por vezes, compensa sair da caixa.
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na ordem do dia 热风
Julie O’yang
Afastados 排华 Q
UEM havia de dizer que nos nossos dias as notícias sobre refugiados e chacinas étnicas voltavam a encher páginas de jornais, fazendo-nos recuar a um passado por demais sinistro. Neste mundo de Deus já só há reedições. Seguindo esta linha de pensamento, veio recentemente parar-me às mãos o livro Afastados: A Guerra Esquecida contra os Americanos Chineses de Jean Pfaelzer. Trata-se de uma história chocante que ainda continua por contar, senão mesmo escondida. Nos finais do séc. XIX, inícios do séc. XX, milhares de imigrantes chineses foram alvo de motins e de outros actos de violência que tinham como objectivo afastá-los das cidades americanas da costa oeste. A história pouco conhecida sobre a qual o Professor Pfaelzer escreveu ensinou-me duas coisas: 1. Neste mundo já foi tudo visto. 2. Os chineses não se deixam ficar. E também serve para que os milhares de chineses apoiantes de Trump, que bradam sobre o “autoritarismo carismático” da personagem”, pensem melhor. Há pouco tempo recebi pelo Wechat a imagem de uma pedra tumular que tinha gravada uma mensagem que gostava de partilhar com os meus leitores. “Primeiro vieram buscar os comunistas. Como não era comunista, não protestei. “Depois vieram buscar os judeus. Como não era judeu, não protestei. “A seguir vieram buscar os sindicalistas. Como não era sindicalista, não protestei. “Depois vieram buscar os católicos. Como não era católico, não protestei. “No fim vieram buscar-me a mim e ninguém protestou.” Por isso da próxima vez tentem ser um bocadinho menos egoístas, está bem? E agora um excerto de Afastados: A Guerra Esquecida contra os Americanos Chineses: Às 9.00 da manhã de 3 de Novembro de 1885, as sirenes apitaram em todas as fundições e fábricas de Tacoma, para anunciar o início da expulsão dos chineses da cidade. Os bares fecharam e a polí-
Motim anti-chineses em Denver, 1880
cia montou guarda, enquanto quinhentos homens, brandindo cacetes e pistolas, se dirigiram ao bairro chinês para despejar todas as casas e atirar os seus conteúdos no cais. No início da semana, quando se aperceberam do clima ameaçador que pairava no ar, quinhentos chineses fugiram de Tacoma. Aos que ficaram foram
dadas quatro horas para deixar a cidade. Em desespero, tinham de guardar anos de vida em sacas, trouxas e cestas, penduradas em varas apoiadas nos ombros— com colchões, roupas, tachos e alguma comida. Ao meio-dia, a multidão começou a arrancar os trabalhadores chineses das suas casas, a pilhar as roupas e a atirar
as mobílias para o meio da rua. Os comerciantes chineses rogaram ao Mayor e ao Xerife que lhes dessem mais 24 horas para desmontar as lojas. Ao início da tarde daquela fria terça-feira, vigilantes armados escoltaram duzentos homens e mulheres chineses até às docas. O Governador do Distrito de Washington, Watson C. Squire, fez vista grossa aos muitos telegramas vindos da China, que solicitavam a sua intervenção. O Mayor e o Xerife fecharam-se no edifício da Câmara enquanto a multidão conduzia os chineses, debaixo de chuva torrencial, ao longo de uma linha de comboio lamacenta que se estendia por 15 quilómetros para lá da cidade. As mulheres dos comerciantes, impossibilitadas de fazer o percurso a pé por causa dos pés enfaixados, foram atiradas para vagões. Lake View Junction era uma estação da linha ferroviária do Pacífico Norte, que tinha sido construída por trabalhadores chineses. Um pequeno número de desalojados encontrou abrigo nas barracas de armazenamento, nos estábulos, ou dentro do exíguo edifício da estação. A maioria pernoitou ao ar livre. Durante a noite, que estava fria e chuvosa, dois ou três comboios pararam na estação. As pessoas que tinham algum dinheiro pagaram seis dólares para apanhar o comboio para Portland e para Oregon. Outros apinharam-se num comboio de mercadorias. Os restantes iniciaram uma caminhada de 150 quilómetros para sul, em direcção à Chinatown de Portland, onde esperavam encontram refúgio numa comunidade que se tinha recusado a obedecer à ordem de abandonar a cidade. Durante vários dias foram vistos a seguir a linha do comboio. Houve também quem tivesse fugido para o Canadá. Dois dias mais tarde a Chinatown de Tacoma foi destruída pelo fogo. Jean Pfaelzer, Afastados: A Guerra Esquecida contra os Americanos Chineses Comunicado da Universidade da Califórnia, 2008
17 hoje macau quarta-feira 14.12.2016
TEMPO
MUITO
O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje
INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “CHANGE OF TIMES” DE ERIC FOK Galeria do IFT, 18h
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NUBLADO
MIN
16
MAX
21
HUM
55-85%
•
EURO
8.50
BAHT
EXPOSIÇÃO “ONLOOKERS” DE ALLEN WONG Art Garden (Até 18/12) EXPOSIÇÃO “O TEMPO CORRE” DE LAI SIO KIT Casa Garden (Até 08/01)
O CARTOON STEPH
EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)
PROBLEMA 139
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 138
UM FILME HOJE
SUDOKU
DE
C I N E M A
YUAN
1.12
OLHOS NO CÉU
FESTIVAL THIS IS MY CITY (Até 13/12)
Cineteatro
0.21 AQUI HÁ GATO
Diariamente
EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau
(F)UTILIDADES
Na noite passada o meu amigo alado fez-me mais uma visita. É curioso como uma potencial refeição se pode tornar num aliado. Hoje em dia, ele é o meu par de olhos com asas, o vigilante aéreo que me conta tudo. Encontrei-o no já habitual fio eléctrico em frente à minha janela preferida da redacção. Parecia perplexo, confuso, mas entusiasmado. Depois do habitual teatro de caça e fuga que nos sustenta enquanto animais, começou o seu relatório de hábitos. Pelos vistos, as coisas não estão decentes para os afectados pela gravidade, para os que andam e não voam. Descreveu-me o desespero de quem segue por passeios que não vão dar a lado algum, da forma como os passeios são estrangulados por separadores que desafiam qualquer lógica, do trânsito que nem ao domingo dá descanso. Também me descreveu um bairro no norte da cidade, com lagares, adegas e padarias em prédios com aspecto pós-apocalíptico. Falou-me das assimetrias de coabitação entre pessoas que mal conseguem pagar uns sapatos a conviver ao lado de Lamborghinis verde alface. Descreveu-me ao detalhe a azáfama das casas de apostas de corridas de cavalos, a abarrotar de idosos a escrevinhar sortes e azares em caderninhos, agachados nos passeios adjacentes. Tudo é estrangeiro para o pássaro estrangeiro, e isso está a meter-lhe as penas mais brilhantes, a cada dia que passa. Pu Yi
INDIGNAÇÃO | JAMES SCHAMUS (2016)
Um dos filmes em competição no Festival Internacional de Cinema de Macau baseia-se num romance de Philip Roth e é uma película sobre a guerra e os padrões sociais de uma época, mas é, sobretudo, um filme sobre o amor puro e genuíno, inocente até. Quando um jovem judeu, virgem, se apaixona por uma menina loura na faculdade, onde estuda Direito, o mundo ganha novos contornos, mas depressa se vê obrigado a deixar o amor de uma vida por força das regras sociais impostas à força. Andreia Sofia Silva FANTASTIC BEASTS & WHERE TO FIND THEM SALA 1
SALA 2
FALADO EM COREANO, LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Kwon Soo-kyung Com: Cho Jung-seok, Doh Kyung-soo, Park Shin-hye 14.30, 16.30, 21.30
Filme de: David Yates Com: Katherine Waterston, Dan Fogler, Alison Sudol, Ezra Miller 14.15, 16.45, 19.15, 21.45
MY ANNOYING BROTHER [B]
YOUR NAME [B] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Makoto Shinkai 19.30
FANTASTIC BEASTS & WHERE TO FIND THEM [B]
SALA 3
THE YOUNG MESSIAH [B] Filme de: Cyrus Nowrasteh Com: Adam Greaves-Neal, Sara Lazzaro, Vincent Walsh 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
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18 OPINIÃO
hoje macau quarta-feira 14.12.2016
JOSÉ MANUEL PUREZA Esquerda.net
FRANCIS LAWRENCE, CONSTANTINE (2005)
Nem mafarrico nem arcanjo
N
Ainterpretação da política portuguesa, o cepticismo doentio olha para o angelismo tonto e diz acidamente que tanta crença descambará em descarrilamento num instante. E o angelismo crente olha para o cepticismo cínico e diz acaloradamente que, contra tudo e contra todos, está construída uma larga e irreversível avenida de aumento da dignidade de todos. Uns e outros são míopes e só vêem o que querem teimosamente ver, não a realidade. Após um ano de solução governativa protagonizada pelo PS com o apoio parlamentar dos partidos à sua esquerda, o que se pode concluir é apenas que a política não é nem cepticismo ressabiado nem crendice angélica. A política é tensão e negociação em vista do cumprimento de princípios de organização social. E este ano que passou foi isso, nem mais nem menos que isso.
“Os apregoadores de que “vem aí o diabo, só não sei é quando” e os arautos do “só não vê a nossa bondade quem não quer” precisam uns dos outros para se justificarem.” A reversão das políticas agressivas da direita ocorreu como ocorreu porque a relação de forças no parlamento e na sociedade é a que é, em resultado das últimas eleições. O óbvio é que tivesse o PS tido maioria absoluta ou, mesmo maioria relativa mas com outra conformação eleitoral dos partidos à sua esquerda e tudo teria sido diferente. Se este foi um ano em que, em vez de discutirmos a dimensão dos cortes nos salários e pensões, discutimos o valor de quanto eles aumentaram, isso fica a dever-se à força de pressão e negociação dos partidos à esquerda do PS. Não, não é uma coligação. Nem uma frente. Nem uma aliança. É uma negociação permanente. Nem o cepticismo doentio nem o angelismo tonto alguma vez o percebe-
rão. Nem nunca entenderão que esta é uma negociação que enfrenta um limite: o muro de betão das regras europeias vertidas no Tratado Orçamental. Este foi um ano que teve o condão de mostrar a toda a sociedade portuguesa que o que verdadeiramente nos condenou nas últimas duas décadas, e nos condena hoje, a taxas de crescimento medíocre e a um constante sub-financiamento dos serviços públicos fundamentais para uma sociedade como a nossa – educação, justiça, saúde, segurança social, cultura – foi e é a camisa de forças que impede que nos financiemos para sermos mais fortes e termos mais meios produtivos e financeiros para nos sustentarmos. O angelismo tonto e o cepticismo doentio são irmãos gémeos na negação desta evidência. E essa é uma batalha política essencial que terá que ser feita. Um ano volvido sobre o início da actual solução de governo com o suporte político dos partidos de esquerda, o país está melhor e as pessoas têm um sentimento de maior justiça. Nada está seguro e a obediência às regras europeias, juntamente com o teimoso estado de negação sobre a absoluta necessidade de renegociarmos a dívida, perpetuará essa imensa fragilidade. Contra isto, nem cepticismo doentio, nem angelismo tonto. Nem mafarrico nem arcanjo. Só política.
19 hoje macau quarta-feira 14.12.2016
ÓCIOSNEGÓCIOS
CASTELBEL MACAO MARGARIDA VILA-NOVA, SÓCIA DA EMPRESA FUTURA CLÁSSICA
Do Porto com classe crescer a gama e os produtos disponíveis. Não foi só um sucesso, mas também uma verdadeira surpresa, porque já há muito tempo que não via um caso assim”, conta a empresária. A ‘flagship’ no centro da cidade tem a gestão da Number 81, sendo que a Futura Clássica fornece a gama de produtos à loja. “É uma forma de termos uma montra da marca que representamos em Macau, uma forma de atrair clientes, de fidelizá-los à marca e de continuarmos a traçar caminho aqui”, afirma.
MARGARIDA VILA-NOVA
Desde o passado fim-de-semana que existe uma loja no território da marca Castelbel, uma saboaria do Porto que ganhou fama – e clientes – por causa da qualidade e da apresentação dos produtos que disponibiliza. A marca já era vendida em Macau, mas tem agora uma ‘flagship’ no centro da cidade
“As vendas todos os dias subiam e começámos a expandir a marca. Não foi só um sucesso, mas também uma verdadeira surpresa”
H
Á coisa de um ano, a empresa Futura Clássica começou a trabalhar com uma saboaria portuguesa que tem uma enorme projecção no estrangeiro: a Castelbel. A marca tem os sabonetes como ponto de partida, mas oferece uma gama de produtos diversificada. No passado fim-de-semana, passou a ter uma ‘flagship’, no centro de Macau, num pátio a poucos minutos a pé das Ruínas de São Paulo. “Começámos a trabalhar com a Castelbel há cerca de um ano. É uma marca com uma diversidade de produtos grandes, consistente na sua qualidade e na forma como se apresenta”, explica Margarida Vila-Nova, sócia da Futura Clássica. “Criámos uma relação muito próxima desde o primeiro dia”, recorda. Cedo surgiu a possibilidade de a empresa de Macau ser a distribuidora exclusiva da Castelbel no território “e cedo nos rendemos à marca, quer pela sua apresentação, quer pela sua qualidade”. Localizada no Grande Porto, a Castelbel começou a actividade no final de 1999, na altura com apenas nove trabalhadores. A empresa começou por se dedicar ao fabrico de sabonetes artesanais, destinados exclusivamente ao mercado dos Estados Unidos. Entretanto, a marca foi crescendo e hoje tem 150 funcionários. “Uma das características da Castelbel é que quase todo o staff que desenvolve novos produtos, e procura novas combinações, tem formação em química”, relata Vila-Nova. “Juntou-se uma equipa de químicos experientes e capazes que desenvolvem maravilhosos sabonetes, mas
também gel de banho e creme de corpo, e foram desenvolvendo uma linha para casa, extremamente completa, desde saquetas aromáticas a papel de gaveta”, diz. O lado inovador de uma marca de apresentação clássica é um dos aspectos que atrai a empresária e actriz. “A marca está prestes a registar a patente das suas saquetas porque descobriu que a cortiça portuguesa é um absorvente de perfume com características altamente especiais. Absorve cerca de 20 por cento mais do que qualquer saqueta habitual que encontramos à venda na prateleira de uma loja”, conta. “Diariamente reinventam-se, tentando
superar os seus limites”, nota a sócia da Futura Clássica.
HISTÓRIA DE UMA SURPRESA
A loja no Pátio de Chon Sau surgiu depois de a marca ter estado vários meses à venda em vários pontos do território, da Mercearia Portuguesa de Margarida Vila-Nova a lojas numa das operadoras de jogo do território. “De dia para dia, as vendas tornaram-se surpreendentes.” Surgiu o desafio para a abertura de um espaço dedicado exclusivamente aos produtos da Castelbel e aconteceu uma parceria entre a Number 81 e a Futura Clássica. “As vendas todos os dias subiam. Começámos a expandir a marca, a fazer
Margarida Vila-Nova pensa já no próximo passo a dar: o desenvolvimento no território de um serviço que a Castelbel presta, o “private label”. Da fábrica portuguesa saem sabonetes e outros produtos para as mais diversas marcas. “Oitenta por cento da facturação é através do ‘private label’. A Zara Home em Espanha é desenvolvida pela Castelbel – todas as velas, difusores e sabonetes que encontramos à venda saem da fábrica da Castelbel em Portugal”, contextualiza Margarida Vila-Nova. “Têm feito produtos para museus, para galerias, para acontecimentos oficiais, empresas privadas e casamentos, de modo que gostaria de estender a Macau este serviço de ‘private label’, tão forte em Portugal”, diz, acrescentando que “faz todo o sentido aqui, porque vem ao encontro do mercado”. Apesar de ser uma marca de luxo, a empresária entende que oferece produtos acessíveis. “Comparativamente com outras marcas do mesmo segmento, a relação qualidade-preço é razoável, e a Castelbel que oferece alternativas.” Vila-Nova dá um exemplo: quando um difusor acaba, não vai para o lixo, porque podem ser adquiridas recargas. Além dos Estados Unidos, Espanha, Inglaterra, Alemanha e Austrália são os principais pontos de exportação da marca. A Futura Clássica quer agora fazer de Macau um ponto importante no mapa da empresa portuense. Isabel Castro
isabelcorreiadecastro@gmail.com
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clube francês Olympique Lyonnais (OL) oficializou ontem, em Pequim, a venda de 20% do seu capital ao fundo chinês IDG, pretendendo assim desenvolver a actividade do clube e o futebol na China. “Assinámos uma parceria económica, mas também e sobretudo de desenvolvimento na China de um futebol que será, estou convencido, o número um no mundo muito brevemente”, declarou o presidente do Lyon, Jean-Michel Aulas, durante uma conferência de imprensa. O fundo de capital privado IDG Capital adquiriu 20% do Grupo Olympique Lyonnais, a entidade cotada do clube francês, por 100 milhões de euros. No entanto, Aulas continuará no controlo do clube, em conjunto com o seu parceiro Pathé. O Grupo OL e o IDG Capital são ainda sócios noutra empresa, a Beijing Lyon Xingzhi Sports Culture, que está encarregue de construir, na China, escolas de futebol, com formações dirigidas pelos treinadores do clube francês. A China, sob a liderança do presidente Xi Jinping, um grande amante de futebol, prevê a criação, em quatro anos, de 20.000 escolas de futebol, e espera estar “no topo do futebol mundial até 2050”. “O nosso objectivo enquanto accionistas de um clube francês é trazer para a China toda a experiência, conhecimentos e competências acumuladas durante 30 anos” pelo Olympique, disse Li Jianguang, um dos dirigentes do IDG. Jean-Michel Aulas explicou que Li Jianguang será uma das duas personalidades chinesas a servir o conselho de administração do Grupo OL. O acordo OL-IDG ilustra o crescente interesse da China no futebol europeu. Já vários clubes são controlados por investidores chineses: em França, o Sochaux e o Auxerre, em Espanha, o Espanyol, em Itália, o Inter de Milão e, em Inglaterra, o West Bromwich e o Aston Villa. O grupo Wanda detém 20% do Atlético de Madrid.
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quarta-feira 14.12.2016
Camilo Pessanha
ÁRIO Soares está nos cuidados intensivos acompanhado pelo filho, João Soares, pela filha, Isabel Soares, e por Eduardo Barroso, que explicou a condição do antigo Presidente da República. “São 92 anos de um homem que já estava fragilizado, ainda mais depois da encefalite e de ter perdido a sua mulher e, portanto, qualquer soprozinho pode ser mais grave no seu caso. O TAC foi negativo para qualquer outra situação. Deu-me um grande alívio. Vamos supor que precisava de uma operação, mas não, não tem nada”, disse Eduardo Barroso, acrescentando que Mário Soares não está consciente. “A família está muito preocupada desde há muitos anos, desde o pós-encefalite, o facto de ter cortado com o médico assistente habitual, o facto de ter perdido a mulher, tudo isso tem levado o tio Mário a estar diferente. Quando o Presidente da República o foi visitar depois da eleição e lhe quis dar um abraço, a primeira reacção foi “mas quem és tu?” Alterações do estado de consciência e 92 anos muito vividos mas com uma queda nos últimos tempos”, comentou o cirurgião.
MÁRIO SOARES DEU ENTRADA NOS CUIDADOS INTENSIVOS
Vida em suspenso MIGUEL MANSO
OLYMPIQUE LYONNAIS VENDE 20% DO SEU CAPITAL A FUNDO CHINÊS
“
Um aroma subtil/Um lume./Um fumo leve./Um delicado ritual./O impulso breve que se descreve/ Quase indiscreto/quase sensual.”
PREOCUPAÇÕES GERAIS
A equipa médica que acompanha Mário Soares vê com “preocupação” o seu estado de saúde. O antigo Presidente da República, que completou 92 anos no passado dia 7 de Dezembro, deu entrada no Hospital da Cruz Vermelha, em Lisboa, durante a madrugada de ontem, revelou o porta-voz do hospital, José Barata, na divulgação do boletim clínico de Soares. “O doutor Mário Soares deu entrada esta madrugada no Hospital da Cruz Vermelha com um quadro de agravamento do seu estado geral”, adiantou o hospital, acrescentando que nesta altura o histórico socialista está a ser avaliado e sem que até agora tenha sido “estabelecido um diagnóstico definitivo”.
“São 92 anos de um homem que já estava fragilizado, ainda mais depois da encefalite e de ter perdido a sua mulher e, portanto, qualquer soprozinho pode ser mais grave no seu caso.” EDUARDO BARROSO CIRURGIÃO E SOBRINHO DE MÁRIO SOARES Segundo José Barata, “o Hospital da Cruz Vermelha está a acompanhar com preocupação o evoluir da situação”. “O doutor Mário Soares e a sua família agradecem a preocupação de todos neste momento delicado”, referiu ainda. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já foi
visitar o antigo chefe de Estado ao Hospital da Cruz Vermelha. Fonte da Presidência da República disse à agência Lusa que Marcelo Rebelo de Sousa chegou a Lisboa perto das 11h30 e seguiu para a unidade hospitalar. Pelas 12:00, a visita do Presidente da República já tinha terminado, adiantou a mesma fonte.
ESTUDO JOVENS MAIS FELIZES MAS A DORMIR PIOR
Realizou-se ontem a reunião plenária do Conselho da Juventude. Na ordem do dia esteve a apresentação do texto preliminar do “Estudo Social dos Indicadores sobre a Juventude de Macau”, a cargo da coordenadora dos serviços do Gabinete Coordenador dos Serviços Socais Sheng Kung Hui Macau, Chang Mei Fan. O estudo, que decorreu entre Março e Maio últimos, contou com 2483 entrevistas a jovens. Segundo a leitura preliminar, os níveis médios de felicidade e satisfação de vida aumentaram, enquanto a qualidade do sono decresceu. No que diz respeito ao uso da internet verificou-se um aumento do tempo diário gasto, em relação a 2014, com particular destaque para o apoio à aprendizagem, trabalho, redes sociais, jogos e entretenimento. Também o número de horas passadas em voluntariado subiu. A nível de empreendedorismo, a tendência para a criação de negócios manteve-se nos níveis de 2014.
Marcelo Rebelo de Sousa esteve na segunda-feira em Nova Iorque para assistir à cerimónia de juramento de António Guterres como secretário-geral das Nações Unidas.
BENFICA SALVIO IRÁ PARAR CERCA DE UM MÊS
O extremo argentino, apurou A BOLA, apenas deverá regressar aos relvados em 2017. Salvio deverá precisar de quatro semanas para recuperar da lesão sofrida no ombro durante a partida frente ao Sporting. Esta paragem deverá implicar que falhe oito jogos: Estoril, Rio Ave, Vitória de Guimarães, Boavista, Real, Paços de Ferreira, Vizela e novamente o Vitória de Guimarães.