Hoje Macau 14 MAR 2016 #3772

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

TERÇA-FEIRA 14 DE MARÇO DE 2017 s ANO XVI s Nº 3772

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Candidatos apertam cinto PÁGINA 5

UM | WEI ZHAO

TEMPO DE BALANÇO TATIANA LAGES

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PÁGINA 10

LIGA DE ELITE

SINAIS VERMELHOS CHINA

Combate fundamental ÚLTIMA

Nunca estar a ser PUB

h PAULO JOSÉ MIRANDA

EDUARDO MARTINS

hojemacau

AGÊNCIA COMERCIAL PICO s 28721006

ELEIÇÕES

PÁGINA 16

MOP$10

HENRIQUE RAPOSO

Bairro Europa ENTREVISTA


2 ENTREVISTA

HENRIQUE RAPOSO ESCRITOR E CRONISTA

Henrique Raposo, cronista no semanário Expresso e autor do polémico “Alentejo Prometido”, que será apresentado hoje no festival Rotas das Letras, está em Macau. Estivemos à conversa sobre o Alentejo, os desafios da Europa, as crises de valores e os paradoxos ideológicos que grassam o Mundo, ao som de guitarras portuguesas

“Posso ter afinidades ideológicas, posso respeitar a república americana, que é o maior projecto político desde o Império Romano, é absolutamente maravilhoso, mas não sou americano, sou europeu.”

“Hoje, dou por mim a elogiar os sindicatos” Apresenta hoje, no festival Rotas das Letras, o livro “Alentejo Prometido”, que originou indignação em Portugal. Como explica esta reacção? Acho ue as pessoas ue ficaram indignadas não leram o livro. A meu ver, o livro é uma carta de amor ao Alentejo e, como todas cartas de amor, tem momentos de dureza e de ternura. A indignação foi provocada por um clip de uma entrevista ao Pedro Boucherie Mendes que circulou na Internet. Na altura escrevi que admito que me expliquei mal, sou escritor, não sou orador. as nada justifica aquilo que se passou. O que se passou é que a esquerda portuguesa vai sempre ter uma má relação comigo porque nasci no povo da esquerda e não sou da esquerda. Nesse sentido, vamos ter sempre uma relação difícil e aquilo foi um pretexto para me baterem. Portanto, considera a indignação mais política do que regionalista. Começou com uma reacção epidérmica de alentejanos na Internet, sobretudo miúdos que não têm referências do passado. Aliás, sobre o presente gostava que alguém encontrasse páginas mais luminosas e esperançosas que as minhas. Talvez se eu tivesse dito que o livro está mais próximo do romance, de um trajecto pessoal, do que do ensaio a polémica fosse menor. Depois, como muitos romances, parte do pessoal e abre para o geral, o livro é sobre um desterrado que tenta encontrar a sua identidade, é a minha “estrada de Damasco”. Não tenho problemas de estar na minoria, no campo mediático é evidente que quem é liberal, ou conservador, está em minoria. A esquerda domina o espaço o público, até acho normal. A indignação, a partir de certo momento, foi instrumentalizada pelo PCP, principalmente através das câmaras municipais. Depois há uma certa direita marialva que também não gostou do livro. Não acho que o livro seja político mas, como tenho uma forte carga política devido ao meu papel como cronista, as pessoas não conseguiram ver aquilo como um romance, e quiseram ver, à força, um estudo.

Como vê a ascensão do eurocepticismo na Europa? Não estou apocalíptico. Estou pessimista, aliás, sou pessimista por natureza. Não se constrói algo como a União Europeia sem crises. O coração da Europa é a França e a Alemanha, tudo se joga aí. Acho que vamos ter boas notícias este ano porque a Le Pen, mesmo ganhando a primeira volta, perde a segunda. Hoje em dia as sondagens valem o que valem, ainda assim todas indicam que a Frente Nacional perde na segunda volta. Quem vota Fillon, quem vota centro-direita, um conservador clássico, não vai votar Le Pen. Mas, atenção, se nada mudar na maneira como os franceses encaram os muçulmanos, nada vai mudar. Melhores notícias ainda estão a vir da Alemanha, onde a CDU continua forte, a Alternative für Deutschland não está a conseguir comer muito eleitorado ao centro-direita. Mas mais interessante é a recuperação do SPD de Schultz, isso é uma boa notícia. É fundamental que o centro seja forte, para aguentar aquilo que parece uma tenaz extremista dos dois lados.

Acho que é muito possível haver uma coisa feia. Não é impossível uma guerra, não é impossível nos Balcãs, nem na zona da Hungria, por exemplo. Vejo mais a possibilidade de conflito entre eles, e depois vejo uma separação cultural, entre o leste e o ocidente europeu. Na questão como abordam os negros, os muçulmanos, por exemplo. Critico muito a esquerda europeia porque recusa, numa perspectiva muito politicamente correcta, integrar o muçulmano no nosso modo de vida, porque ele tem a cultura dele e tem de viver à parte. Abomino esta espécie de Apartheid ao contrário, julgo que isso tem custado caríssimo. Também tenho de criticar a direita da Europa de Leste que é aberta e orgulhosamente racista. Têm orgulho em ter sociedades exclusivamente brancas. São sociedades que vão ser nacionalistas, vai receber muito mal qualquer tipo de pessoa estranha, não querem ser uma sociedade cosmopolita, não confundir com multiculturalista. Por este prisma, não vão conviver bem com a União Europeia, nem com a globalização, como se está a ver agora.

Num plano mais alargado no tempo, não considera que as instituições europeias podem estar em perigo? A longo prazo ainda sou mais optimista, porque a minha geração, a geração Erasmus, sente a Europa. Eu sinto-me europeu aqui, sinto-me europeu nos Estados Unidos. Sempre fui muito pró-americano e quando fui passar uma temporada nos Estados Unidos julgava que me ia sentir em casa. Todos os meus heróis políticos estão na direita americana, o Lincoln, os pais fundadores. Mas não, eu sou europeu. osso ter afinidades ideol gicas com eles, posso respeitar a república americana, que é o maior projecto político desde o Império Romano, é absolutamente maravilhoso, mas não sou americano, sou europeu.

“Casamento gay, para mim, era já amanhã, apesar de isso criar problemas com amigos cristãos que não gostam dessa ideia. Temos de voltar a criar família, laços de comunidade.”

Mas não acha que sem uma reformulação institucional as tensões dentro da União Europeia podem aumentar? O que pode haver é um choque na Europa entre o leste e o ocidente.

Não teme o nacionalismo no ocidente europeu? No leste as atitudes são muito nacionalistas. Enquanto os portugueses, espanhóis, franceses, ingleses, tivemos mundo, tivemos império, que não foram nada simpáticos para o resto do mundo. Neste aspecto, detesto o luso-tropicalismo que diz que fomos uns porreiraços para os outros, não fomos. Fomos

tão racistas e imperialistas como os outros. Mas isso teve um efeito benévolo hoje em dia, porque temos uma maior facilidade em contactar o outro. Somos cosmopolitas porque fomos imperiais. Nós, em Lisboa, não vamos ter uma direita nacionalista/racista, porque já temos duas gerações a conviver diariamente com negros, muçulmanos, indianos. Da minha geração de intelectuais à direita há uma barragem permanente contra Trump e Brexit, contra Le Pens. Ficou surpreendido com a eleição de Donald Trump? Trump é a ponta de um iceberg que já tem décadas. Existe um problema enorme na política americana ao nível do financiamento. Transforma a democracia numa oligarquia porque, no fundo, quem decide o voto é o “um por cento” ue financia as duas má uinas partidárias. Se acho que em Portugal há demasiados lobbies debaixo da mesa, que deviam ser assumidos e institucionalizados de qualquer maneira para que as coisas não fossem tão obscuras, na América eu acho que se passa ao contrário. Chegou-se a um ponto de centralidade do lobbying que está a desvirtuar tudo. Aliás, há reportagens arrepiantes em que se mostra o dia-a-dia de um congressista, que estar ao telefone a pedir financiamento para campanha. Não é estar a falar com as pessoas para tentar resolver os problemas delas. Não é estar em diálogo com os outros senadores, ou congressistas, para ter os tais acordos “bipartisan”, que resolvem os problemas. Isto desvirtua tudo. O investimento em lobby na Europa também tem aumentado nos últimos 15, 20 anos. Acha que há um deficit de democracia também na Europa? Isso eu não acho, porque a União Europeia é feita por democracias, votamos em democracias nacionais, e temos votado sistematicamente em quem é pró-europeu. Nesse sentido, não acredito no deficit democrático na uropa. Não sou nacionalista, abomino a e en, mas se fi er um texto onde defendo o patriotismo clássico sou


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EDUARDO MARTINS

esquerda a falar de Estado, e no meio onde está a comunidade? Onde é que as famílias moram, onde é que as crianças brincam? Na es uerda há uma tensão entre, por um lado, a defesa dos direitos dos ga s, das mulheres e depois a incapacidade de criticar o Islão que a comunidade mais homof bica e mais machista. ssa tensão está a custar caríssimo à esquerda, é por isso que o Labor em Inglaterra está como está. À direita a tensão é na defesa da globalização, que eu acho ue positiva, não sei como se pode falar da globalização sem se falar da diminuição drástica da pobreza no mundo inteiro. Sobretudo, aqui nesta zona. Centenas de milh es de chineses saíram da mais abjecta pobre a e são hoje em dia classe média.

“Fomos tão racistas e imperialistas como os outros. Mas isso teve um efeito benévolo hoje em dia, porque temos uma maior facilidade em contactar o outro.”

apelidado, imediatamente, de fascista, reaccionário, por aí fora. Se critico um muçulmano que bateu na filha ou ue matou a filha, e se critico a maneira como nós, europeus, descrevemos essa barbárie di endo ue um crime de honra, sou apelidado de islamofóbico. Não aceito isso. Há também falta de comunidade, quer à esquerda, quer à direita. O discurso clássico da esquerda tem a sido “a globalização desregulou a economia, acabou com fábricas e sindicatos”. Enquanto critica a desregulação da economia, elogia a desregulação da família, os novos valores, a família tradicional, o casamento que é des-

necessário, um discurso libertário nos valores familiares. A direita fez o contrário, critica a desregulação da família, mas depois elogia a desregulação da economia. Mas estamos todos a falar das mesmas coisas, sentimos todos falta de comunidade. A direita sente falta da família, do bairro; a esquerda sente falta dos sindicatos. Cresceu numa comunidade de cariz socialista. Cresci num ambiente sindical e, se quiser, isto é um elogio indirecto ao PCP, porque foi o ambiente em que cresci, e eles fazem muito bem uma coisa: bairro! Através dos

sindicatos, das associações. Ainda hoje, e regressando ao “Alentejo Prometido”, queria voltar a um bairro imaginário que tive quando era puto, ali na zona de Loures. Já não o meu bairro, já não me sinto em casa. oje, dou por mim a elogiar os sindicatos, apesar de achar que o sindicalismo em Portugal está muito atrasado, continua em guerras do século XIX. Precisamos de dar empregos industriais às pessoas. Nós, Ocidente, precisamos de perceber que não podemos ser só uma sociedade de consumidores, temos de voltar a fazer coisas, a ter aquele sentido de comunidade que a fábrica dá. Por outro lado,

precisamos de voltar a ter respeito pela família, seja de ue família for. Casamento gay, para mim, era já amanhã, apesar de isso criar problemas com amigos cristãos que não gostam dessa ideia. Temos de voltar a criar família, laços de comunidade. Como é possível ser católico, sentir a mensagem de Jesus, numa direita que se afasta da defesa do Estado Social? Existe uma tensão na direita entre a defesa da família, temos de saber conciliar o que é crescimento econ mico com a família. ejo a direita só a falar de mercado e a

Como vê a posição da China neste contexto capitalista global? a minha primeira ve na sia, no velho e grande riente, estou a absorver tudo. Lembro-me de um historiador econ mico, David andes, ue há uns anos escreveu um livro onde dizia que o capitalismo era a cara chapada dos chineses. endo o ue se está aqui a passar, o capitalismo muitas vezes desregulado, que existe na hina sob a gide de um partido comunista, é uma realidade muito interessante. O que me está a fazer alguma espécie é ver miúdos chineses muito parecidos com os ocidentais. ejo casais de namorados na rua e são como europeus, ou americanos, têm roupas iguais, os cantores pop que ouvem parecem muito semelhantes. At agora, a coisa mais fascinante ue tenho estado a observar são as modelos chinesas, o ideal de bele a chinês parece ser da chinesa ocidentalizada, na própria face. Apesar de todo o poder asiático, o ocidente continuava a decidir o belo, o que não deixa de ser, para um ocidental empedernido como eu, uma coisa maravilhosa. uero fa er uma reportagem muito sensitiva sobre o ue tenho vivido a ui e depois quero pensar um ensaio sobre isto. João Luz

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Lógica da separação das águas Deputados à APN pedem alterações no acesso ao ensino superior da China

O

ADN MACAU SEM DATA PARA AVANÇAR COM BASE DE DADOS

Leis mais difíceis do que outras

A base de dados de ADN que Macau pretende criar permanece sem data para avançar devido à “complexidade” do processo de produção legislativa. Há cinco anos que os trabalhos estão em curso

A

notícia é avançada pela Agência Lusa, que cita a Polícia Judiciária (PJ): a base de dados de ADN está a ser pensada há cinco anos, mas os trabalhos legislativos são complexos, pelo que não existe ainda uma data para que possa ser criada. A intenção foi anunciada no Verão de 2012 pelo então director da PJ e hoje secretário para a Segurança, Wong Sio Chak. A promessa ficou plasmada nas Linhas de Acção Governativa para o ano seguinte, em que se destacava que a PJ lançara, meses antes, um “estudo legislativo para criar, extrair e gerenciar o recurso ao banco de dados de ADN”. Contudo, em face da “complexidade” de alguns procedimentos – como a produção de

uma proposta de lei – não existe actualmente uma data prevista para o lançamento da prometida base de dados ADN, como reconhecem as próprias autoridades. “Os procedimentos relativos à produção legislativa nesta área são morosos, pelo que o trabalho de legislação sobre a base de dados de ADN está ainda em curso”, disse a PJ, em resposta escrita à Lusa, indicando que uma proposta “já foi apresentada ao

órgão superior para ser enviada à Assembleia Legislativa”, após as “devidas alterações” de acordo com pareceres dos serviços da área da justiça e do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais. No entanto, “dada a complexidade dos procedimentos subsequentes”, a PJ diz que “não é possível” responder quando é que o diploma sobre a base de dados de ADN poderá vir a ser entregue à Assembleia Legislativa.

“Os procedimentos relativos à produção legislativa nesta área são morosos, pelo que o trabalho de legislação sobre a base de dados de ADN está ainda em curso.” POLÍCIA JUDICIÁRIA

“Estando ainda o trabalho em curso, a PJ continua a acompanhar e cooperar nos respectivos trabalhos, fazendo a preparação para a criação da base de dados ADN para que – quando a lei entrar em vigor – a base de dados seja estabelecida dentro do mais curto prazo”, refere a PJ.

TECNOLOGIAS QUE FALTAM

A PJ espera que a base de dados de ADN possa contribuir para melhorar “a eficiência do trabalho de execução da lei” e “aprofundar o conceito promovido pelo Governo” relativo ao “reforço da polícia com tecnologias científicas modernas”. Como se refere nas Linhas de Acção Governativa para 2013, “a aplicação da análise de ADN na investigação criminal e na prática da ciência forense tem-se tornado cada vez mais comum”. Em Portugal, por exemplo, a base de dados de perfis de ADN foi criada há sete anos, período durante o qual recebeu 8139 amostras, das quais 5820 de condenados (71 por cento), um número considerado ainda reduzido, em comparação com outras jurisdições e com o número de condenações registadas por ano. Essa base de dados permite fazer o cruzamento de amostras recolhidas no local do crime, ou mesmo de vítimas, com os perfis já identificados e registados, e recolher amostras de ADN em pessoas ou cadáveres e compará-las com as de parentes ou com aqueles existentes na base de dados, com vista à sua identificação.

S oito deputados de Macau à Assembleia Popular Nacional (APN) defenderam mudanças de acesso de alunos locais ao ensino superior chinês.Aideia é alterar o sistema de atribuição de quotas, para evitar que estudantes do Continente percam vagas na universidade. Segundo o Jornal do Cidadão, Lei Pui Lam, Chui Sai Peng, Lao Ngai Leong, Lionel Leong [secretário para a Economia e Finanças], Leong Iok Wa, Lok Po, Io Hong Meng e Ho Sut Heng sugeriram que se altere o sistema de atribuição de quotas para o ingresso no ensino superior do Continente. A ideia é que haja uma divisão entre as quotas atribuídas aos estudantes das duas regiões administrativas especiais e as que são concedidas aos alunos nascidos na China. Segundo o jornal de língua chinesa, a proposta visa assegurar os direitos dos alunos da China. Actualmente, um aluno de Macau ou de Hong Kong pode ser aceite numa universidade chinesa com base numa entrevista com comissões dos estabelecimentos de ensino, não estando obrigado a fazer o exame nacional de acesso ao ensino superior, o ‘gao kao’. As quotas de acesso aumentaram até 40 por cento para alunos com nota excelente, devido à promoção junto das escolas de Macau. Os deputados consideraram que os alunos reagiram de forma activa ao processo. No final, cerca de 78 por cento dos alunos conseguiram entrar nas instituições de ensino superior chinesas. O problema prende-se com o facto de, devido às restrições, as quotas de acesso não poderem exceder os números atribuídos pelo país. Isso significa que, por cada aluno de Macau e de Hong Kong que é aceite por entrevista e que depois acaba por não se candidatar, há menos uma vaga disponível para um aluno do Continente. Para os oito deputados à APN, a alteração do actual sistema de atribuição de quotas também é mais uma forma de garantir a fórmula “Um país, dois sistemas”. Foi também sugerido que se reveja toda a política e o sistema de acesso ao ensino superior na China, cujo trabalho deve começar já este ano, com vista a melhorar os trabalhos para o próximo ano. Os deputados acreditam que se possa considerar uma maior flexibilidade dessa política e dar mais opções para os cursos disponíveis.


5 POLÍTICA

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Legislativas CANDIDATOS COM MENOS DINHEIRO. JÁ HÁ DIA PARA AS ELEIÇÕES

Ida às urnas a 17 de Setembro Já se sabe o dia em que os eleitores de Macau vão eleger os deputados para a próxima legislatura. Chui Sai On também fixou o limite de despesas por candidatura. É bastante inferior ao das últimas eleições. A medida é bem recebida, mas não basta

É

um mês e um dia depois do fim da legislatura, a um mês menos um dia do início da próxima. A 17 de Setembro, os eleitores do território vão às urnas escolher os 14 deputados eleitos por sufrágio directo. No mesmo dia, no sufrágio de base corporativa, são eleitos os 12 deputados da via indirecta. grupo ficará depois completo com os nomeados de Chui Sai On. A data foi publicada ontem por ordem executiva do Chefe do Executivo. amb m em oletim ficial foi divulgado o despacho do líder do Governo que determina o limite das despesas que cada candidatura pode gastar nas eleições: mais de três milhões e meio de patacas (3.549.622).

O número representa uma ueda significativa em relação às últimas eleições, em 2013, altura em que cada lista estava autorizada a despender mais de 5,6 milhões. Para José Pereira Coutinho, trata-se de um sinal positivo, por corresponder à ideia de que candidatos com menos posses terão oportunidades semelhantes às dos mais afortunados. No entanto, o deputado e candidato às eleições destaca que, além da teoria, é pre-

ciso garantir que, na prática, estes limites são cumpridos.

POSITIVO E TANTO FAZ

“A utilização desse dinheiro para publicidade de cada uma das listas deve ser justa, ou seja,

não deve ser pelo facto de haver maior capacidade financeira ue certos candidatos devem ter maior exposição pública”, sublinha. “É importante também que as listas cumpram rigorosamente o limite das despesas.”

Para Pereira Coutinho, trata-se de um sinal positivo, mas o deputado diz que é preciso garantir que, na prática, estes limites são cumpridos

Pereira Coutinho alerta ainda para pormenores de execução dos limites agora conhecidos. “Na prática, em muitas listas ligadas a certos grupos empresariais, é difícil fiscali ar o cumprimento das regras, na medida em que, por interpostas pessoas, pode estar a ser despendido dinheiro do bolso dos candidatos, que não vai directamente das listas.” Por isso, o deputado recomenda “muita pedagogia” para que estas normas sejam observadas. Au am an da mesma opinião de Pereira Coutinho: o montante que tinha sido autorizado para as eleições de 2013 era claramente excessivo, “apesar de, na altura, já ter havido uma diminuição”. Fazendo uma alusão à relação dos valores permitidos com as contas públicas, o pró-democrata saúda esta revisão em baixa. “O Chefe do Executivo diminuiu o valor limite e isso é ra oável”, afirma Au am an, acrescentando que são números que, em termos concretos, não afectam a sua candidatura. “Não vamos gastar esses valores.” Já Ella Lei não tem opinião sobre a matéria, não proferindo qualquer juízo de valor acerca desta diminuição. A deputada eleita por via indirecta, ligada aos Operários, limita-se a dizer que “é normal que o hefe do xecutivo defina um limite de despesas”, rematando com a ideia de que os candidatos “têm de respeitar essas regras”. Isabel Castro (com Vítor Ng) isabecorreiadecastro@gmail.com

Direitos dos consumidores a caminho

A

proposta de lei de protecção dos consumidores pode dar entrada na Assembleia egislativa at ao final do ano. A ideia foi deixada por Wong Hon Neng, presidente da comissão executiva do Conselho de Consumidores (CC). De acordo com o responsável, a elaboração do articulado para a lei de defesa dos consumidores já está, efectivamente, em fase avançada. “Foi criado um grupo de trabalho que, depois de ter divulgado o relatório da consulta à população sobre o regime da protecção dos direitos e interesses dos consumidores, iniciou, de imediato, o planeamento da proposta de lei”, afirma Wong Hon Neng.

Proposta de lei pode chegar à Assembleia ainda este ano No entanto, dada a quantidade e complexidade dos artigos, diz, o CC está ainda a proceder a melhoramentos do diploma, sendo ue, “at ao final deste ano, a proposta pode entrar oficialmente no processo de legislação”. O objectivo, sublinhou, é “reforçar a garantia dos direitos e interesses dos consumidores, e a fiscali ação de transacções online”. Para protecção dos consumidores, Wong Hon Neng recorda que, aquando do tratamento de queixas que contemplam empresas locais, o conselho entra directamente em contacto com as entidades acusadas. Quando se tratam de queixas apontadas a empresas do exterior, o organismo dá a conhecer a

situação à protecção de consumidores estrangeira, sendo que já existe um contrato de cooperação com Macau. Na agenda do conselho está ainda a melhoria dos processos de certificação de lojas virtuais. “O CC vai continuar atento aos crit rios de certificação, sendo ue será cada vez mais difícil obter a autorização necessária”, apontou Wong Hon Neng. No entanto, as empresas sem as condições exigidas têm ainda a possibilidade de melhorar os serviços sob instruções do próprio CC.

ATRASOS SUCESSIVOS

No final do ano passado, o deputado i a on alertou a Administração para a necessidade

de ser mais pró-activa na divulgação junto dos comerciantes das vantagens de adesão ao programa das lojas certificadas. Numa interpelação escrita ao Executivo, o tribuno mostrava-se preocupado também com o facto de não haver uma data para a submissão da proposta de lei dos direitos do consumidor. A consulta pública sobre a revisão do regime da defesa dos direitos e interesses do consumidor foi concluída em 2014. No ano seguinte, os Serviços de Economia diziam que a proposta iria estar pronta ainda nesse ano, e que o processo legislativo deveria ter início em Novembro. Vitor Ng (com Sofia Margarida Mota) info@hojemacau.com.mo


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Universidade de Macau ANALISTAS COMENTAM TRABALHO DO REITOR WEI ZHAO

Opacidades e mistérios

Em nove anos à frente da Universidade de Macau, Wei Zhao lidou com a mudança da instituição para o campus da Ilha da Montanha e enfrentou investigações de auditoria. Há quem entenda que trouxe prestígio à instituição. Outros dizem que não respeitou a liberdade académica

E

NTROU em 2008 e deixará o lugar dez anos depois, em Novembro do próximo ano. Está quase concluída a história de Wei Zhao como reitor da Universidade de Macau (UM), após ter decidido não se recandidatar a um terceiro mandato. O Governo reagiu ontem à sua saída da universidade pública através de um comunicado oficial. “O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura [Alexis Tam] respeita a autonomia de que beneficia a , assim como a decisão tomada pelo próprio reitor”, lê-se no documento. Além disso, o secretário “reconhece os trabalhos realizados pelo professor Wei Zhao enquanto reitor da UM”. A UM emitiu ontem um comunicado onde explica que o novo reitor será escolhido com base num processo de recrutamento internacional, levado a cabo por uma comissão que ainda não tem data para ser criada. “A universidade fez grandes progressos nos últimos anos em termos de desempenho e ao nível da obtenção de reputação internacional, investigação e publicações, e na promoção dos talentos”, considerou Peter Lam, presidente do organismo. O HM falou com personalidades que não têm uma relação directa com a UM para analisar o mandato de Wei Zhao. Segundo o politólogo Larry So, foi um homem que, acima de tudo, contribuiu para um maior prestígio da universidade. “A coisa mais importante é que a UM mudou-se para a Ilha da Montanha e tem hoje um campus muito maior do que o anterior. Durante o seu mandato, houve uma maior promoção da UM junto da China em termos de reputação e rankings. Colocou um grande

ênfase na construção da reputação da universidade”, apontou.

POUCA LIBERDADE ACADÉMICA

Ainda assim, as críticas chegam quanto à promoção de uma maior liberdade académica. Poderia ter feito mais, mas não fez. “Por norma, a liberdade académica é aceitável [em Macau]. Tanto na UM, como no Instituto Politécnico de Macau a Administração respeita-a, mas diria que há umas certas limitações, uma espécie de autocensura. O próprio reitor nunca fez uma promoção no sentido de existir uma forte liberdade académica ou de expressão. Ele teve bastantes oportunidades para fazer uma melhoria nesse sentido”, acrescentou Larry So.

“Wei Zhao implementou um sistema bastante opaco de gestão, em que o instituto de investigação em Zhuhai é apenas a ponta do icebergue.” ÉRIC SAUTEDÉ

Jason Chao, activista, é ainda mais claro. “Não posso dizer que tenha sido um grande apoiante da liberdade académica. Não acredito que haja uma garantia da liberdade académica dentro do actual sistema. Independentemente da pessoa que for escolhida para ser o novo reitor, não me parece que as coisas vão mudar.” Para Éric Sautedé, actualmente a trabalhar em Hong Kong, Wei Zhao não respeitou a liberdade académica, tendo-a ignorado. “O grande erro foi o despedimento de Bill Chou em 2014, por razões possivelmente ‘fabricadas’e muito dúbias. A liberdade de expressão não foi respeitada e continua a ser esquecida como, por exemplo, para organizar um simples evento para celebrar o 4 de Junho [dia do protesto em Tiananmen]”, apontou.

POLÉMICAS E SILÊNCIOS

Wei Zhao tem sido um reitor parco em palavras, em que as raras entrevistas são concedidas aos meios de comunicação de língua chinesa. Ainda assim, não teve um mandato fácil. Um dos casos mais polémicos aconteceu em 2011, quando se soube que o recém-nomeado director da faculdade de Direito, John Mo [entretanto substituído por Gabriel

Tong], não era especialista em Direito de Macau. O facto gerou várias críticas por parte da comunidade jurídica, mas o próprio John Mo acabaria por desvalorizar o episódio. Já em Fevereiro de 2015, o Comissariado de Auditoria (CA) resolveu investigar o “regime de atribuição de alojamento aos trabalhadores da UM”, tema que foi alvo de reportagens devido à existência de alegadas irregularidades e desigualdades na distribuição de apartamentos a docentes no novo campus. Contudo, nada foi apontado à instituição. Foi também analisada a “Instalação da Fundação para o Desenvolvimento da Universidade de Macau”. O CAanalisou ainda a criação do Instituto de Investigação ientífica e Tecnológica da Universidade de Macau em Zhuhai, cuja criação “comportou graves riscos” para a Administração. Vários juristas chegaram a apontar ao HM que tal acto constituía uma violação da Lei Básica, mas o Governo optou por não fazer uma investigação por considerar que esta interpretação não constou do relatório do CA. “Não temos muitas informações sobre essa questão. Se me pergunta se, de certa forma, afectou a continuidade do mandato ou a sua reputação, teríamos de ter mais informações para fazer comentários. Comentar algo de forma especulativa não seria justo nem para ele, nem para a própria universidade”, comenta agora Larry So. Para Éric Sautedé, Wei Zhao “implementou um sistema bastante opaco de gestão, em que o instituto de investigação em Zhuhai é apenas a ponta do icebergue”. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

HO CHIO MENG ORIANA PUN ASSEGURA DEFESA DO EX-PROCURADOR

O

antigo líder do Ministério Público (MP) já tem nova defesa. Depois de ter ficado sem advogado, uma vez que Leong Veng Pun pediu o abandono do patrocínio, Ho Chio Meng passa agora a ser defendido por Oriana Pun, noticiou ontem a Rádio Macau. Advogada desde 2005, Oriana Pun domina a língua portuguesa e faz parte da Direcção da Associação dos Advogados. O prazo para o ex-procurador constituir nova defesa terminava hoje e Ho Chio Meng evitou, assim, ser defendido por um advogado oficioso. Leong Veng Pun deixou de defender Ho Chio Meng na passada quarta-feira, alegando falta de condições. A juíza titular do processo decidiu notificar o defensor para esclarecer ao tribunal o motivo do abandono, tendo-lhe lembrado que deve cumprir os deveres estipulados no Código Deontológico dos Advogados, de modo a que o arguido pudesse obter atempadamente a assistência de outro causídico. No mesmo dia, foram suspensas as sessões de julgamento que estavam já agendadas. Em comunicado, o Tribunal de Última Instância dizia então que, mal estivesse marcada nova data para a realização da audiência, seriam divulgadas ao público as informações sobre o processo.Até à hora de fecho desta edição, ainda não tinham sido anunciados detalhes sobre quando voltará Ho Chio Meng a tribunal. O julgamento do ex-procurador da RAEM começou a 9 de Dezembro do ano passado. Vai acusado de mais de 1500 crimes. No Tribunal Judicial de Base, arrancou em meados de Fevereiro o processo que tem como arguidos ex-funcionários do MP, familiares de Ho Chio Meng e empresários que alegadamente cometeram os crimes em co-autoria com o antigo procurador.


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SOCIEDADE

Imagem GUARDIAN PUBLICA TEXTO SOBRE “LADO NEGRO” DA ECONOMIA DE MACAU

O

presidente do Grupo Polytec, Or Wai Sheun, acredita que o projecto previsto para o lote T na zona da Areia Preta pode ser concluído antes do término do prazo da concessão do terreno, apontado para Julho. De acordo com declarações dadas ao canal chinês da Rádio Macau, o projecto pode ser concluído em Maio e obter a licença de utilização em Julho. O responsável pelo grupo imobiliário acredita que o destino do empreendimento do lote T não será o mesmo do Pearl Horizon. Sobre este caso, o responsável põe em causa o tratamento dado ao processo pelo Governo e a forma como o Executivo procedeu à recuperação do terreno. Para Or Wai Sheun, o Grupo Polytec não teve responsabilidades no incumprimento de prazos e defende que é necessário ter em conta os interesses dos proprietários. O grupo imobiliário perdeu, no mês de Dezembro, a segunda acção em tribunal sobre a questão. A empresa avançou com uma providência cautelar para suspender a reversão do terreno para o Governo até que o tribunal decretasse a última decisão sobre o processo. A providência foi apresentada em Novembro, tendo sido rejeitada pelo Tribunal de Última Instância. Entretanto, há cerca de três mil proprietários de fracções do Pearl Horizon que não chegaram a receber as chaves do alvo do investimento. Após várias manifestações, no início de Fevereiro, os lesados pediram explicações a Lau Si Io por considerarem que o ex-secretário para os Transportes e Obras Públicas deveria explicar em público a intenção legislativa do articulado que permitiu ao Governo travar a obra do empreendimento.

C

HAMA-SE Auyeung Lai-sung e serve de pivô a um longo texto através do qual o Guardian tenta mostrar que existe outra realidade em Macau além do luxo. É com a história desta mulher que o artigo começa: Auyeung Lai-sung veio clandestina para Macau, numa tentativa de escapar à extrema pobreza na China rural. Entrou ilegal no território mas, em vez de um futuro brilhante, “nunca conseguiu passar da cozinha de um dos mais lucrativos casinos do mundo”. A entrevistada acorda de madrugada para fazer ‘dim sum’ para um restaurante de cinco estrelas, enquanto à noite janta noodles instantâneas para poupar dinheiro, para dar apoio à família. “Vejo as pessoas no restaurante e interrogo-me como é que conseguiram ganhar tanto”, comentou. “Eu queixo-me, mas é inútil. Nada vai mudar.” O Guardian enquadra depois Macau: é o terceiro sítio mais rico do mundo. Está à frente de Singapura, Noruega ou Suíça, e atrás apenas do Luxemburgo e do Qatar. Seguem-se os números do jogo, a noção de que houve uma quebra “ligeira” em 2015, e a ideia de que o sector está em recuperação. O dinheiro dos casinos constitui 70 por cento das receitas do Governo e “os cofres p blicos beneficiaram do crescimento económico da China, com mais milionários a querem viajar para o único local do país onde as apostas nas salas de jogo são legais”. O texto inclui uma alusão ao facto de ter sido a cidade onde viveu Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, assassinado no aeroporto de Kuala Lumpur no mês passado. “É também um destino de eleição para funcionários corruptos do Governo chinês”, apesar de esta tendência ter sido alterada com a campanha de luta contra a corrupção no Continente. “Mas ao lado dos muito ricos de Macau, estão os muito pobres”, escreve o diário. As estatísticas oficiais di em ue , por cento da população vive em situação de pobreza, mas “essa percentagem é baseada nos rendimentos, não tendo em conta a espiral do custo de vida que acompanhou o boom da indústria dos casinos”.

OUVIDOS DE MERCADOR

A Caritas estima que 10 por cento da população vive na pobreza, com sete por cento a lutar para garantir necessidades básicas, como a alimentação.

Gente sem outra opção que não viver em Zhuhai, pessoas que vivem em casas modestas mas que trabalham em hotéis de luxo. A inflação, as ruas pobres, o contraste com a riqueza. O Guardian decidiu olhar para a Macau além casinos SOFIA MARGARIDA MOTA

POLYTEC PROJECTO NA AREIA PRETA ESTÁ PRONTO ATÉ JULHO

Aqui também há pobres

A este propósito, o Guardian cita o político e “líder de uma força pró-democrática” Pereira Coutinho: “O Governo não pode fazer nada para ajudar os pobres porque a corrupção é desenfreada. Só os ricos é que são ouvidos pelo Executivo, enquanto os pobres são ignorados e sofrem”. No artigo faz-se ainda referência à distribuição anual de nove mil patacas, com a entrevistada central do texto, Auyeung Lai-sung, a lamentar a falta de apoios sociais em continuidade. “É notório o contraste entre o apartamento onde vive e os halls dos opulentos casinos”, lê-se. O autor do texto passou pelo Cotai mas também visitou o Iao Hon, bairro onde “um terço da população trabalha em casinos”. O local “não tem o glamour dos casinos ou o charme colonial por norma asso-

ciados à cidade”. O secretário-geral da Caritas, Paul Pun, é citado para explicar que o fosso entre ricos e os pobres é grande, “o Governo tem consciência do problema, mas precisa de ter coragem para o enfrentar e para lidar com os investidores do sector imobiliário”.

A Caritas estima que 10 por cento da população vive na pobreza, com sete por cento a lutar para garantir necessidades básicas, como a alimentação

Entrevistado é também um homem que, durante 40 anos, trabalhou na construção civil. Não teve possibilidade de comprar uma casa e, há quatro anos, mudou-se para Zhuhai. Para o homem, ue tem agora anos, foi a nica forma de evitar ficar sem um tecto. “Sinto-me só aqui, todos os meus amigos estão em Macau e não tenho com quem conversar. Trabalhei muito toda a minha vida. Nunca imaginei que Macau pudesse mudar tanto.” O artigo do Guardian contava ontem com quase uma centena de comentários, de leitores que lamentam os estragos provocados pelo desenvolvimento do jogo, mas também de quem considera que o texto reúne apenas lugares-comuns.


12 EVENTOS

SANAZ FOTOUHI CO-PRODUTORA DE “LOVE MARRIAGE IN KABUL”

o produ iu um filme ue aborda a uestão dos casamentos arranjados no Afeganistão, mas também escreve. “Love Marriage in abul” foi o passaporte para Sanaz Fotouhi vir a Macau participar no festival Rota das Letras. Com o HM conversou sobre o Afeganistão do p s guerra e de como os padr es ocidentais de liberdade tra em pressão às mulheres do dio riente

Qual a história que está por detrás do documentário “Love Marriage Kabul”? Como é que chegou a esse projecto? Na realidade, é uma história longa. Quando decidimos [Sanaz trabalhou com Amin Palangi e Pat Fiske] faer o filme não era para ser este em particular. m , decidimos fa er um filme sobre o Afeganistão, então viajámos para lá e procurámos por temas interessantes. Deparámo nos com um assunto terrível, as mulheres que se imolam, como tentativa de suicídio. Mas a curta-metragem, intitulada “Hidden Generation eração scondida ”, continha um assunto tão horrível ue as pessoas não se identificaram e, surpreendentemente, o filme não correu assim tão bem, por ue não houve essa identificação. Decidimos fa er algo mais positivo. Demorámos alguns anos a pes uisar sobre este assunto, queríamos encontrar uma história feli . depois de ter acesso a esta organi ação ahboba s romise ue descobrimos a hist ria perfeita para fa er o filme. É difícil encontrar histórias felizes junto das mulheres do Médio Oriente? enso ue não difícil, há muitas histórias. É difícil, isso sim, ter acesso às histórias. Sabemos que elas existem, mas o que é mais difícil é estabelecer esse contacto para ue as pessoas contem as suas hist rias. As pessoas têm medo de contar ou consideram que muitos dos casos que ocorrem são normais? uma uestão cultural. dio riente tem sociedades muito segregadas, a diferença entre o que p blico e privado muito clara. Assuntos como o casamento, ter filhos, suicídio, são coisas muito pessoais, sobre as uais as pessoas não querem falar, sobretudo com alguém estrangeiro. Por isso é que ajudou bastante o facto de ser mulher para fa er este filme. meu parceiro o director do filme, mas um homem Amin alangi e não conseguiu ir a sítios onde eu conseguia ir. ntão o meu papel para obter as hist rias das mulheres foi muito importante. Este filme teve uma grande projecção internacional. Isso é fundamental para mostrar ao mundo o que está a acontecer com as mulheres no Médio Oriente? Sim. Quisemos sobretudo mostrar às pessoas ue a vida continua, ue as pessoas conseguem viver para al m da guerra do Afeganistão , algo que tem vindo a acontecer de forma contínua nos ltimos anos.

om o “ idden eneration” uisemos mostrar a ocorrência de um problema, era urgente e importante, mas como era muito errado, não havia uma conexão com as pessoas. as “ ove arriage in abul” tem uma história que todos gostam, todos se apaixonam por ela. or isso ue as pessoas se identificam mais com este filme.

EDUARDO MARTINS

“A política não vai cr Nasceu no Irão. Por que decidiu a er um fi me o e a i t o m parte foi coincidência. meu pai trabalhou no Afeganistão, em abul, então ficámos fascinados com o país. depois muito mais fácil fa er filmes no Afeganistão do ue no Irão risos . Devido à censura? im e tamb m por ue precisamos de muitas coisas, permiss es, pedidos. No Afeganistão podemos ir simplesmente aos sítios.

“Assuntos como o casamento, ter filhos, suicídio, são coisas muito pessoais, sobre as quais as pessoas não querem falar.” Há ainda uma repressão em relação à mulher iraniana? ara uem vive fora do Irão, ter acesso à realidade do país pode ser surpreendente, por ue as mulheres na verdade têm bastante poder e têm vindo a ganhá lo nos ltimos anos. lhando para os n meros de acesso às universidades, há mais mulheres do ue homens, as mulheres são poderosas nos neg cios, são educadas, têm uma vo . A situação boa se compararmos com outros países vizinhos. Como a Arábia Saudita, por exemplo. im. Não posso comparar com o Afeganistão, por ue o país ainda está a recuperar da guerra. preciso tempo para recuperar. as, comparando com a Arábia audita, sem d vida ue a vida melhor. á grandes diferenças. E no Afeganistão? A sociedade está a recuperar no sentido certo? As coisas têm vindo a melhorar. uando visitámos o país em , e uando voltámos em , e depois em , fomos observando

muitas mudanças. Logo a seguir à saída dos alibã o país não tinha uais uer infra estruturas. Não havia telefones, bancos, tudo foi destruído. Gradualmente fomos vendo uma melhoria na sociedade. as, ao mesmo tempo, penso ue a situação das mulheres ficou diferente. No filme “ idden eneration” investigámos as ra es pelas uais as mulheres se tentavam imolar. surpreendentemente as mulheres começaram a fazer essas tenta-

tivas depois da saída dos alibã. Pensávamos que as coisas seriam piores durante o overno alibã, mas descobrimos que, com a sua saída, novas coisas começaram a aparecer no país. As mulheres ficaram expostas a novas ideias, mas houve muita pressão. Não sabiam como lidar com essas ideias. Não sabiam. uando os alibã saíram, a televisão voltou ao Afeganis-


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riar a paz”

EVENTOS

“Quisemos sobretudo mostrar que a vida continua, que as pessoas conseguem viver para além da guerra, algo que tem vindo a acontecer de forma contínua nos últimos anos.” fotografias, filmes, são uma boa forma de criar essa conexão. A sua família estava no Irão em 1979. Como viveram a revolução? A minha hist ria diferente, por ue eu não cresci no Irão. ivi no apão, na Am rica, em ong ong. meu pai era bancário e não me considero a típica mulher iraniana. as sim, a minha família estava no país nessa altura, viram tudo de fora, não eram propriamente apoiantes do ue estavam a acontecer, não se envolveram nessa questão. O meu pai sempre trabalhou em vários países.

“A liberdade foi imposta segundo padrões ocidentais. Podemos ensinar isso às mulheres, mas os homens não estão preparados para ter isso na sociedade.” Sente-se afortunada pelo facto de não ter vivido no Irão? Isso deu-lhe maior liberdade para fazer coisas? ssa uma pergunta interessante, nunca pensei sobre isso. A minha hist ria nica. into ue faço mais coisas, e não apenas em relação às mulheres no Irão. Mas isso não tem ue ver com o facto de ser iraniana, mas sim com o meu estilo de vida, com o facto de viajar tanto.

tão. Então as mulheres começaram a assistir a filmes oll ood e a ver coisas diferentes, mulheres a exporem se. uitas pessoas decidiram ir para países como o Paquistão ou o Irão por ue a guerra acabou, mas depararam se com situaç es de pobre a, tamb m com muita pressão. Depois da guerra começou a surgir tamb m a influência de muitas organi aç es não governamentais N ue chegaram ao Afeganistão e começaram a di er ue era preciso

dar liberdade às mulheres. as a liberdade foi imposta segundo padr es ocidentais. ue percebemos ue podemos ensinar isso às mulheres, mas os homens não estão preparados para ter isso na sociedade. As mulheres podem começar a protestar, mas os homens vão di er “cala te e senta-te”. É uma situação extremamente complexa. Não podemos culpar os homens directamente, por ue para eles uma forma de protecção, não sabem lidar com isso.

Como se pode criar então uma liberdade com padrões adaptados ao Médio Oriente, aos seus usos e costumes? A liberdade uma coisa relativa. á diferentes padr es de liberdade. muito difícil abordar isto por ue a liberdade dos países ocidentais muito diferente da liberdade do dio riente. á uma enorme diferença cultural. Não acho ue a comunidade internacional seja responsabili ada por tra er essa

liberdade. emos de criar compreensão para que as pessoas possam avançar para isso sem qualquer tipo de críticas. ssa a solução. É necessário então uma maior promoção dos ideais e mais acções de educação. ais do ue as N , penso ue as hist rias são importantes, a arte importante. Acho ue a política não vai criar a pa , apenas sobre benefícios materiais. xposiç es,

Que projectos pretende desenvolver a seguir? Estou a trabalhar num livro sobre este filme, estou à procura de uma editora. sobre os bastidores do filme, mas tamb m sobre a minha perspectiva enquanto mulher no Afeganistão. amb m sou directorageral da Asia acific riters and ranslators scritores e radutores da sia acífico . Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


14 CHINA

hoje macau terça-feira 14.3.2017

LÍDER DE HONG KONG VICE DO ÓRGÃO DE CONSULTA DO GOVERNO CHINÊS

O

chefe do Executivo de Hong Kong, Leung Chun-ying, foi ontem eleito vice-presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, órgão de consulta do Governo, a poucos meses de abandonar o seu cargo actual. Leung anunciou em Dezembro que não se vai candidatar para um segundo termo como líder da região especial administrativa chinesa de Hong Kong. O mandato de cinco anos, que finda em ulho, ficou marcado por crescentes divisões políticas na antiga colónia britânica entre activistas pró-democracia e aqueles que se mantêm leais a Pequim. Leung defendeu publicamente que Hong Kong é parte “inalienável” da China e que a independência do território é impossível. Os

membros do órgão de consulta do Governo e do Partido Comunista Chinês elegeram Leung no último dia da sua sessão anual, que decorreu durante os últimos dez dias em Pequim. AConferência Política Consultiva, que integra políticos e personalidades da cultura, negócios, ciência ou desporto, é um órgão politica e socialmente prestigiado, mas sem poder executivo. A China recompensa frequentemente com cargos protocolares funcionários aposentados, pela sua lealdade. Tung Chee-hwa, o primeiro chefe do Executivo de Hong Kong após o retorno da soberania da região para a China, em 1997, é também vice-presidente daquele órgão.

ARQUEOLOGIA DESCOBERTAS SEIS CIDADES UMAS SOB AS OUTRAS

A

RQUEÓLOGOS chineses desenterraram seis cidades antigas, construídas sobre as ruínas umas das outras, no mesmo local arqueológico, no centro da China, informou ontem o South China Morning Post. A descoberta ocorreu em Xinzheng, na cidade de Kaifeng, uma das mais antigas do país asiático e capital de várias dinastias da China Antiga. A primeira cidade construída, chamada Kailang, remonta à época dos Reinos Combatentes (575 - 221 AC, período imediatamente anterior à primeira unificação da hina , en uanto a mais recente data da última dinastia imperial, a ing . O local onde outrora existiam as cidades está situado na margem sul do rio Amarelo, o que levou

à degradação das antigas construç es devido a inundaç es ou resíduos deixados pela corrente. As primeiras notícias sobre a possível existência destas seis cidades foram publicadas em , ainda ue as escavaç es s tenham arrancado em 2012. Os resultados do projecto, baptizado “Cidade sobre Cidade”, só foram divulgados agora. Cada cidade está enterrada vários metros sob aquela que a sucedeu e Kailang, a mais antiga, estava 12 metros abaixo do solo, destacou o South China Morning Post. As seis cidades apresentam semelhanças no desenho urbanístico, com as construç es ordenadas num rígido eixo norte-sul, obedecendo ao conceito tradicional chinês de geomancia.

XI JINPING QUER EXÉRCITO TECNOLOGICAMENTE MODERNO

O futuro é já aqui

facilitem a transferência das inovaç es de origem militar para as empresas para que possam ter uma utilidade mais prática. Nesse sentido, o chefe de Estado chinês apelou à eliminação de barreiras institucionais e dos grupos de interesse que travam essa integração entre a sociedade e o exército.

PROCESSO EM CURSO

O

Presidente chinês, Xi inping, instou as orças Armadas do país a aproveitar o desenvolvimento tecnológico da China para modernizar o seu equipamento e integrar-se mais com o sector civil. egundo avançou ontem a imprensa oficial, o líder chinês fe estas declaraç es no domingo, ao reunir-se com delegados do exército na Assembleia Nacional Popular, o órgão máximo legislativo da China.

O exército deve aproveitar os êxitos alcançados pela hina na ciência e tecnologia para actualizar as suas armas e equipamento e os militares devem melhorar a sua formação e treino para incluir estas mat rias e serem mais profissionais, afirmou. i inping disse ainda ue as tecnologias militares e civis estão cada vez mais conectadas. O Presidente chinês pediu aos militares ue façam pleno uso das tecnologias civis, visando a moderni ação do ex rcito, e ue

O Presidente chinês pediu aos militares que façam pleno uso das tecnologias civis, visando a modernização do exército, e que facilitem a transferência das inovações de origem militar para as empresas para que possam ter uma utilidade mais prática

As orças Armadas chinesas atravessam um processo de reforma, que arrancou há dois anos, e que visa moderni ar a organi ação e reduzir o número de efectivos em 300.000, para dois milhões, até ao final deste ano. arte dessa remodelação inclui uma maior integração entre os sectores civil e militar, para a qual foi criada uma comissão específica em aneiro, presidida por Xi. A China vai aumentar em 7% os gastos com a Defesa este ano, para 151.000 milhões de dólares, o ritmo mais lento desde 1991, revelou o Governo na semana passada. O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse que as defesas aérea e marítima serão reforçadas, assim como os controlos fronteiriços, visando salvaguardar o interesse e segurança nacionais. egundo avança ontem o jornal de Hong Kong South China Morning Post, o exército chinês planeia quintuplicar o seu corpo de marinheiros, de 20.000 para 100.000 efectivos, para proteger os crescentes interesses do país além-fronteiras.

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MONTEPIO GERAL DE MACAU ASSEMBLEIA GERAL CONVOCATÓRIA

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇAS EDITAL Contribuição Predial Urbana

Nos termos do Artº 34.º, nº 1, al. a) dos Estatutos em vigor, convoco a Assembleia Geral Ordinária para reunir na sua sede, sita na Avenida Doutor Mário Soares, nº 25, 3º andar (4º piso) do Edifício “Montepio”, no próximo dia 30 de Março de 2017, pelas 17H15, com a seguinte ordem de trabalhos: 1ª - Discussão e votação do relatório e Conta de Gerência do ano de 2016 e do parecer do Conselho Fiscal; e 2ª - Outros assuntos de interesse da Associação. No caso de não comparecer nesse dia e hora indicados, o número de associados mencionado no nº 1 do Artº 36º, considera-se desde já convocada nova reunião, que se realizará no mesmo local decorrida uma hora, com qualquer número de associados. Montepio Geral de Macau, aos 9 de Março de 2017.

RECLAMAÇÕES Faz-se saber, face ao disposto no artigo 71.º do Regulamento da Contribuição Predial Urbana, aprovado pela Lei n.º 19/78/M, de 12 de Agosto, com nova redacção dada pelo Decreto-Lei n.º 19/87/M, de 13 de Abril, que, durante o período de 1 a 31 de Março do corrente ano, as matrizes prediais vão ser postas a reclamação dos contribuintes, podendo estes reclamar contra o rendimento colectável fixado para o exercício de 2016. O respectivo impresso é fornecido por estes Serviços, no Edifício “Finanças”, no Centro de Serviços da RAEM e no Centro de Atendimento Taipa, ou ser descarregado através do endereço electrónico www.dsf.gov.mo, podendo, ainda, o pedido de reclamação acima referido ser apresentado através do endereço electrónico desta Direcção dos Serviços. Aos, 6 de Fevereiro de 2017.

A Presidente da Assembleia Geral, Rita Botelho dos Santos

O Director dos Serviços Iong Kong Leong


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U

M grupo de apoiantes de Park Geun-hye envolveu-se ontem em confrontos com a polícia e jornalistas que se encontravam frente à casa da ex-presidente da Coreia do Sul destituída na sexta-feira. Uma dezena de apoiantes de Park, que inicialmente se encontravam concentrados junto ao edifício da presidência sul-coreana, no sul de Seul, organizaram uma vigília frente à residência da ex-Presidente, agitando bandeiras e insultando os jornalistas presentes no local. Os manifestantes tentaram impedir os fotógrafos e os repórteres das televisões de captarem imagens do interior da casa de Park Geun-hye, situada no bairro de Gangnam, em Seul. O comportamento dos apoiantes da ex-Presidente obrigou a polícia a intervir. Por volta das 15:30 o número de jornalistas e de apoiantes de Park aumentou o que levou as autoridades a instalar barreiras para separar os dois grupos. Os apoiantes da ex-Presidente envolveram-se em violentos confrontos com a polícia no sábado e na sexta-feira, depois do Tribunal Constitucional ter anunciado a ratificação da destituição de Park, aprovada pelo Parlamento no passado mês de Dezembro, por ligações à rede “Rasputina”.

TEORIA DA CONSPIRAÇÃO

Nos confrontos dos últimos dias, três apoiantes de Park morreram e várias pessoas ficaram feridas. Segundo a agência Yonhap, muitos dos seguidores de Park declaram-se “nostálgicos” da ditadura de Park Chung-hee, pai da

Dias da ira

Apoiantes da ex-Presidente sul coreana em confrontos com a polícia

chefe de Estado destituída, e que governou o país entre 1961 e 1979. Para os apoiantes da família Park, o processo de destituição foi uma conspiração dos partidos de esquerda e dos meios de comunicação social.

Nos confrontos dos últimos dias, três apoiantes de Park morreram e várias pessoas ficaram feridas

Na sexta-feira, o Tribunal Constitucional considerou que a ex-Presidente infringiu a lei ao permitir que a amiga Choi Soon-sil, conhecida como “Rasputina”, se tivesse imiscuído em assuntos de Estado, sem ocupar qualquer cargo público e envolvendo-se em processos de extorsão de fundos a grandes empresas sul-coreanas. Após a decisão do Tribunal Constitucional, Park perdeu a imunidade e o Parlamento é obrigado a marcar eleições presidenciais nos próximos 60 dias. Segundo a Yonhap, que consultou especialistas, é provável que as eleições se realizem no próximo dia 9 de Maio.

REI SAUDITA DE VISITA AO JAPÃO

O

rei Salman e centenas de empresários da Arábia Saudita estão desde domingo no Japão para conversações que se devem focar nos laços económicos entre os dois países. A visita é a primeira de um rei saudita em 46 anos, apesar de Salman ter mais recentemente visitado o país como príncipe. AArábia Saudita é um dos principais fornecedores de crude do Japão, representando cerca de um terço do total das importações nipónicas de petróleo do Médio Oriente. reino está a tentar diversificar a sua economia, afastando-se da dependência das exportações de petróleo, com Salman a realizar uma viagem de um mês à Ásia com o objectivo de impulsionar os inte-

resses económicos e empresariais do país. Um passo importante é a privatização da petrolífera pública saudita Aramco e meios de comunicação social indicam que o Japão vai instar a Aramco a listar-se na bolsa de valores de Tóquio. Separadamente, o fundo soberano da Arábia Saudita e o fornecedor de telecomunicações japonês Softbank aliaram-se para criar um fundo de 25 mil milhões de dólares para investimentos em tecnologia. A delegação chegou no domingo em dez aeronaves. A passagem de Salman pelo Japão segue-se a visitas à Indonésia e Malásia. O rei saudita deve depois viajar para Brunei, China e Maldivas.

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REGIÃO


16 DESPORTO

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LIGA DE ELITE

ANÁLISE da 7ª jornada por João Maria Pegado

TATIANA LAGES

e fica oma e e ue

CPK 0 - Benfica 4

É

desta maneira que o líder do campeonato continua o caminho para a revalidação do titulo. Mais um triunfo, desta vez: CPK 0 s enfica De acau . O jogo até começou de maneira positiva para o CPK, a ocupar o meio campo ofensivo ia criando boas situaç es para finali ação e ia deixando a equipa encarnada intranquila na defesa. Nesta altura Batista diz presente e manteve o núlo. A equipa de Inacio Hui apresentou num com um tri ngulo invertido no meio campo com Bruno Figueiredo mais perto de Pedro Clementes para contrariar e emparelhar com o tri ngulo ofensivo do

enfica. urpresa para a ausência de Vinicius Akia, jogador que tinha estado muito bem na partida frente ao Monte Carlo, e no seu lugar entrou o a eng. om esta entrada do adversário forte, o treinador Henrique Nunes, que apresentou o onze habitual somente com uma mudança Amancio Goitia no lugar de Chan Man, começou a corrigir certos aspectos que estavam a contribuir para o ascendente do CPK. A linha defensiva juntou mais ao meio campo e equipa encarnada começou a recuperar a bola mais à frente no seu meio campo, não permitindo que Patriota aproveitasse o espaço que até ali existia entre a defesa e meio campo encarnado. Com esta

EQUIPA DA SEMANA

nova forma de estar, o enfica começou a sair em transições rápidas para o ataque apanhando o CPK em contra pé e ia começando a equilibrar as oportunidades de golo . Desta ue nessa altura para uma fabulosa defesa de Domingos a remate de Leonel Fernandes. Dava para sentir ue seria uma questão de minutos até surgir o primeiro golo dos encarnados, visto o CPK ter começado a esticar demasiado a sua equipa e haver diversos espaços entre os seus sectores. E assim foi. Aos minutos golo de Carlos Leonel a aproveitar uma assistência de cabeça de Nicholas orrão que sozinho, erro de Ronald que foi ao lado contrário da sua defesa, nas costas dos centrais tocou para dentro onde estava o n mero do enfica a finali ar. No artigo anterior foi dito que a linha defensiva do CPK tinha que roçar a perfeição para a equipa sonhar com um resultado positivo e que qualquer erro seria fatal e assim foi. Minutos seguintes. Falta numa ona perigosa e dgar eixeira a bater o livre por cima da barreira e Domingos mal mal batido. stava feito o 2-0 e foi-se para intervalo.

MAIS DO MESMO

Na segunda parte as equipas voltaram sem alterações e notou-se que a e uipa liderada por Diego atriota estava já derrotada psicologicamente

e s chegava a bali a do enfica com remates de longe. Os encarnados com um treinador muito energético a partir do banco não deixava os seus jogadores baixar a guarda e aos 60

JOGADOR DA JORNADA s %$'!2 4%)8%)2! Tudo que faz parece fácil. A maneira com que toca na bola faz com que os relvados de Macau pareçam dos melhores do mundo. A sua inteligência táctica permite que faça mais de uma posição. Desta vez acabou a ala. Para já vai conquistando um lugar para melhor do campeonato.

minutos a defesa do CPK não tira a bola de dentro de área e um excelente pormenor de Loenel Fernandes a passar a bola por cima do central adversário e retribui a oferta do primeiro golo para Nicholas orrão ue assim fe o . Jogo resolvido e destaque para último golo aos 90 minutos pelo jovem Ethan Lay, que marcou o seu primeiro tento pelos encarnados. icou claro ue este enfica superior a qualquer equipa e que será muito difícil alguém tirar pontos a esta equipa que para mais começou apresentar em campo os seu reforços que fazem dela um plantel mais completo. Quanto ao CPK o mesmo problema ue foi identificado em jogos anteriores. A falta de Ronieli heng ung e ausência de um jogador para o substituir faz com que todo o trabalho da equipa seja ingl rio, mais a ausência de uma liderança a nível de treinador que também se faz notar.

RESTANTES JOGOS

Quinta feira um jogo interessante de assitir. Cheng Fung 1 Vs 1 KA I , os pupilos de João Rosa conseguiram o empate através de Ronieli após sofrerem o primeiro golo do KA I convertido de livre por William arlos omes. urpresa talve pelos números que foram, para a derrota do porting s ei Lun. Os leões jogaram com menos um, após uma expulsão infantil, e da parte do Kei Lun destaque para esar De ou a com dois golos. Na sexta-feira, vitória importantíssima na luta pela permanência do Development s ai hi. No fecho da jornada sete o Monte Carlo s olicia . s canarinhos ainda passaram pelo susto de estar a perder mas depois veio a melhor capacidade do conjunto orientado por Claudio Roberto que com o seu ataque destroçou a Policia com destaque para os dois golos de Neto.


o ofício dos ossos

VALÉRIO ROMÃO

h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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17

O problema dos clones U

M destes dias jantei com uma amiga, a Inês, e, a páginas tantas, ela confessa-me a sua relutância em ser teletransportada. “O teletransporte, a existir”, assegura-me, “não funcionaria como vemos nos filmes de ficção científica”. “E isso quer dizer o quê?” Pergunto. “Nos filmes de ficção científica”, prossegue, “o teletransporte é equivalente a mover água de um sítio para outro, ou seja, a matéria que estava de um lado é transferida para outro lado através de um meio adequado para o efeito.” De facto, pensei, é também assim que eu concebo o teletransporte, enquanto possibilidade de um futuro por acontecer. “O teletransporte assemelha-se muito mais a uma cópia, na verdade. O sujeito está do lado de cá, passa por uma espécie de scanner que o lê e, do lado de lá, é reconstruído. Mas não é a mesma matéria que passa de um lado para o outro, é como se o resultado do transporte fosse, na verdade, uma versão dois de ti próprio, um clone.” Um clone. Se nos focarmos no processo leitura e recriação, tal como a Inês mo descreveu e que corresponde, de resto, ao modo como a física quântica o teoriza, é difícil não pensarmos nas implicações que uma tecnologia deste tipo teria ao nível daquilo que postulamos ser a identidade. Mesmo que não seja possível termos – como de resto não o parece ser, pois a leitura quântica é de carácter destrutivo –, num determinado instante, dois sujeitos exactamente iguais coexistindo – mesmo que por fracções de segundo –, ficam algumas dúvidas inquietantes. Cada teletransporte corresponderia, na verdade, a uma espécie de suicídio. O sujeito – ao contrário do que acontece, por exemplo, num elevador, no qual a pessoa que entra e que sai é a mesma – entraria num compartimento e, no processo, seria destruído para poder ser reconstruído noutro local. De certo modo, isto reconfortava a Inês. Era garantia de não poderem existir, em simultâneo, duas criaturas absolutamente idênticas. Mas a questão da recriação criava outros problemas, nomeadamente a questão das versões. A Inês não estava de todo confortável com o facto de cada transporte

Cada teletransporte corresponderia, na verdade, a uma espécie de suicídio. O sujeito – ao contrário do que acontece, por exemplo, num elevador, no qual a pessoa que entra e que sai é a mesma – entraria num compartimento e, no processo, seria destruído para poder ser reconstruído noutro local

ser uma espécie de progressão aritmética de versões de si própria. Afinal, e mesmo sem a possibilidade de existir outro eu para além de mim, pela natureza específica do processo, o sujeito tinha forçosamente notícia de a sua existência corresponder, na verdade, a uma recriação de um original que já não era ele. Para mim, no entanto, este pensamento não era inquietante. Para existir um clone, insistia, tem de existir um original. Se o original é destruído no processo de cópia, a questão não se põe. Da nossa discordância acerca da natureza filosófica do teletransporte passámos para outro tipo de considerações. “Imagina”, sugeri-lhe, “que o processo de leitura não era destrutivo. Imagina que te conduziam para dentro de uma sala, completamente às escuras, e que te clonavam. Imagina que o processo era instantâneo e que, quando acendiam as luzes, estavam dezenas de sujeitos exactamente iguais a ti, da roupa às memórias, do corpo à capacidade de se auto-nomearem. Haveria alguma forma de podermos distinguir, com certeza, o original dos clones? Mais importante ainda, haveria alguma forma de o original saber que o era?”. Ficámos o resto da noite nisto. Talvez a quantidade de passos dados dentro da sala pudesse ajudar o sujeito a determinar em que posição estava quando se deu a clonagem. Se, de algum modo e sem se mexer, estivesse numa posição inteiramente diferente da distância que imaginava ter percorrido, saberia com certeza que não era o original. Mas era fácil ultrapassar isso. Se o sujeito fosse de cadeira de rodas, teria uma notícia muito mais difusa da distância percorrida. Ou se a sala fosse antecedida por um corredor extenso que dificultasse a leitura da distância às cegas. O facto, indesmentível, é que todos os sujeitos pensariam ser o original e que todos eles nutririam, mesmo não o verbalizando, a mesma dúvida: e se eu for meramente uma cópia? Não conseguimos resolver o paradoxo. Nem sei se tem resolução. Mas temos de jantar juntos mais vezes.


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h A vertigem de nunca estar a ser

E

M Ver no Escuro, terceiro livro de poesia de Cláudia R. Sampaio, editado em 2016 pela Tinta da China, o título dá-nos de imediato uma pista. Ver no escuro pode querer dizer várias coisas, entre elas a situação literal de alguém que, em casa ou na rua, se esforça por ver o que está diante de si, envolto no escuro. Por outro lado, ver no escuro, e como título de um livro de poesia, pode muito bem querer dizer-nos, indicar-nos que estamos prestes a entrar num espaço, o do livro, onde alguém escreve como se o mundo estivesse fechado num breu e a linguagem o iluminasse.

Por outro lado, e de um modo mais literal, ver no escuro também é o modo como a autora termina o livro: “fazendo-me ver no escuro” Mas eis a última estrofe do livro: “Agora mato-me escrevendo / e aqui ressuscito em rua beijando pés / Eu sou esta verdade / Sou a desorientada concentração / das noites desertas / E ascendo-me, grata, / com a poesia dançando entre a / vida e a morte, magnífica / tapando-me a boca toda, / fazendo-me ver no escuro” (p. 78) Parece claro, este ver no escuro, para a poeta, é o próprio acto da poesia, o acto de escrever poesia. E, contrariamente à poe-

sia de Catarina Santiago Costa e ao seu Tártaro – lido aqui semanas atrás –, Cláudia R. Sampaio não se vira do avesso, nem convoca uma linguagem à revelia da linguagem dos dias, à revelia da linguagem que levamos à rua. Em Ver no Escuro deparamo-nos com a mesma linguagem que levamos à rua a passear, a mesma linguagem com que agradecemos a quem nos acende o cigarro, mas com uma eficácia poética conseguida através de um desequilíbrio sintáctico. Aqui, é o verso que repõe a dimensão metafísica da linguagem e não a palavra. “Tragam-me um homem que me levante com


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máquina lírica

/ os olhos / que em mim deposite o fim da tragédia / com a graça de um balão acabado de encher / tragam-me um homem que venha em baldes / solto e líquido para se misturar em mim / (...)” (p. 39) São inúmeros os versos ao longo do livro, onde a distorção da linguagem ilumina partes escuras da existência. Deixemos aqui apenas mais um exemplo, que se prende com o próprio sentido de ver no escuro, que a poeta quer que se veja, independentemente de nos deixar a liberdade de vermos outros, que nos parecem até mais pertinentes: “Passei todo aquele poema a viver.” (p. 63) Mas Ver no Escuro é também, ou principalmente, um livro sobre o medo do esquecimento. Quando alguém morre, o seu esquecimento dói muito a quem o amou um dia, e continua a amar. Os primeiros tempos de luto, vive-se no paradoxo de lembrar e da dor da lembrança, que nos faz querer esquecer, e este querer esquecer quantas vezes não faz nascer uma culpa inconfessável? Como se não fôssemos dignos, não estivéssemos à altura do amor que nos foi dado. Ou, na tese mais forte e, paradoxalmente, mais calmante para a existência, como se nada pudesse ser feito contra o esquecimento de quem um dia nos amou tanto. “E no fim são todos cinza” (p. 7), canta a poeta no final do primeiro poema. Mas o esquecimento do outro, para nós e para aqueles que compõe o mundo, não é o único esquecimento que dói, a única ausência que faz vibrar a existência, contorcendo-a de uma dor que parece não existir de facto, uma dor que não é uma pedra sobre um rim, uma pedra sobre um braço, uma pedra sobre a fronte. O esquecimento é uma pedra sobre a existência. Uma pedra a dizer para onde vamos, para onde todos caminhamos. Todos os dias se morre: “Os dias começam com a despedida / de qualquer coisa / nem a água dura para sempre / nem a cova impiedosa deste colchão” (p.40) Todos os dias o mundo caminha para o seu desaparecimento. Tudo está a desaparecer diante dos nossos olhos. Escreve a poeta, este poema à página36: Morro todos os dias especialmente depois do lanche quando pego no regador fininho onde despejo o dilúvio dos olhos e vou regando as plantas à espera de descendência. A dor que mais parece macerar a existência, neste livro, é o esquecimento de si mesmo. Tudo caminha, não apenas para deixar de ser, mas para o esquecimento de ter sido, que é não o não-ser, mas o buraco negro do ser. Quem consegue deixar um pai morto transformar-se num buraco negro de ser? Uma mãe, uma avó, um irmã ou uma irmã? Quem, como Orfeu, em podendo, em tendo forças, não vai ao mais fundo dos infernos resgatar o esquecimento desses que o amaram? Resgatar do esquecimento quem o amou é resgatar o próprio amor. Aqui, neste livro, a tentativa de resgate é a do próprio. Orfeu desce ao Hades, não para resgatar a sua amada, mas

PAULO JOSÉ MIRANDA

que não é, a não ser em relâmpagos. Pior: o humano é o que já foi, e não há memória que nos salve. “Sou instante.” Mas não se segura o instante. Ninguém é o que é. O humano é aquele que vai sendo. A poeta, nos seus poemas, vive esta vertigem de nunca estar a ser, de sempre ter sido, e de estar arrastar a morte pelos dias até ao desaparecimento completo, até ao buraco negro do esquecimento. “E tudo é outro nome que não este.” (44), termina assim um dos poemas mais longos deste livro. O esquecimento é, podemo-lo dizer agora, apenas o outro lado de não se estar a ser, mas de sempre termos sido. É a parte angustiante do ter sido, o futuro do ter sido. Mas um futuro que não trará uma memória, não trará um passado. O nosso fim, o fim daquele que é ter sido, é um infinito buraco negro. Esta é a vertigem que percorre este livro de Cláudia R. Sampaio, propositadamente ad nauseam. Terminemos com um poema da autora (pp. 70-1):

a si mesmo. Somos nós, cada um de nós, que está morto para si mesmo. Cada um de nós, vivos, ou assim o julgamos, arrasta-se pelo Hades em busca de si mesmo – já tínhamos visto aqui, semanas atrás, algo semelhante no Tártaro, de Catarina Santiago Costa. Escreve Cláudia R. Sampaio: “Estou viva. / E penso que para além de mim / não há quem o saiba.” (p. 62) Estes versos, que ecoam Álvaro de Campos, sublinham a dor de esquecimento que nos assalta e que pode ter estas formulações: se ninguém me sabe viva, estarei eu viva? Se ninguém me lembra, lembrar-me-ei eu de mim mesma? “Existo até à memoria / como um peixe às voltas” (p. 65) A memória é tudo. Aqui, Deus é a memória de todos. Só Deus se lembra de tudo e de todos. Só Deus transporta em Si o que alguém foi; não apenas o que é, mas o que foi. E é aqui, neste lugar místico, que o sentido da poesia em Cláudia R. Sampaio aparece. O poema é uma imitação falhada de Deus. Imitação, porque toca os interstícios da existência e faz dela memória; falhada, porque nenhum poema nos leva a nós, a um eu que preste, é sempre uma ficção de eu, uma possibilidade de eu. “E dentro desta anáfora descobri que um / momento nunca é igual a outro. Como um poema. / Como eu, que nunca sou igual / a mim própria. Às vezes sou eu sem ser.” (p. 63) Ou ainda, como ela mesma canta acerca do amor: “E agora sou uma esponja e encolho / porque ainda estamos a reduzir-nos / em violentíssimo eco / Adeus, eus, eus” (p. 33) E o que diz acerca do amor pode ser dito acerca de cada um de nós e da poesia, como ela mesma escreve neste verso, à página 58: “não adianta escrever se não somos”. Esta redução do humano à impossibilidade de permanência, ver o humano pelo que não pode, atravessa todo o livro. “E dentro desta anáfora descobri que um / momento nunca é igual a outro. Como um poema. / Como eu, que nunca sou igual / a mim própria. Às vezes sou eu sem ser.” (p. 63) O humano é o

Sou instante. É assim que escrevo, com a alma enfiada nos dedos ou os dedos enfiados nos olhos miraculosamente sentada, respirando, sendo a faca cortada ao meio sendo a coluna um pouco torta perto de uma janela quase sempre aberta como se daí viesse tudo. Talvez a cabeça enfiada neste corpo seja um grito que vem de outra boca, ou de asfaltos, ou de peixes voadores. Talvez este desencontro inscrito em mapas venha de pássaros desajustados bicando planetas. Eu devia ser a água vertida em bebedouros imundos, tornando-os úteis devia ser a noite de sexo incendiada, em que o fôlego fosse altar devia ser do espaço onde me coubesse eu-só devia ser trocada por três côdeas ou por um livro do Cesariny ou por um pranto Qualquer coisa que me levasse daqui. Porque eu descalço-me antes de caminhar sobre mares. Com estes dois pezinhos aprendizes, assim me vou até ao fundo e no meio das convulsões e dos impulsos que me calçam, deverei existir Que a minha verdade me seja entregue por quem me entrar no infinito: ninguém Não duvido de que ficarei sozinha e há tanta beleza nisto que tremo toda enfiando um dedo na eternidade Podemos ser abandonados por todos mas seremos imortais por conta própria.


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hoje macau terça-feira 14.3.2017

Notificação n.o 00004/NOEP/GJN/2017 o sidera do e o se revela possível otificar os i teressados, pessoal e te, por o ício, tele o e, o o tra or a, para o e eito do re i e procedi e tal os respectivos processos ad i istrativos sa cio at rios, os ter os do arti o 1 .º do ecreto ei . 2 , de de t ro, do arti o 6 .º e do n. 1 do arti o 72.º do di o do rocedi e to Ad i istrativo, aprovado pelo ecreto ei . 7 , de 11 de t ro, o si atário otifica, pela prese te, os ter os do .º 2 do arti o 72.º do di o do rocedi e to Ad i istrativo, o so das co pet cias co eridas pelo o sel o de Ad i istra o do stit to para os Ass tos ívicos e icipais e co sta tes da roposta de eli era o .º 0 A 2016, de 22 de Fevereiro, p licada a rie do oleti ficial da e i o Ad i istrativa special de aca .º , de 2 de ar o de 2016 e os ter os das co pet cias defi idas o .o 1 do arti o 1 . e a alí ea do arti o 16. do e la e to Ad i istrativo .o 2 2001, os i ractores, co sta tes das ta elas desta otifica o, do co te do das respectivas decis es sa cio at rias

s actos ilícitos exarados as ac sa es, provado teste al e te, co stit e i rac es ad i istrativa ao disposto a alí ea 1 do . 1 do arti o 1 . do e la e to eral dos spa os licos e previsto o . 6 do arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , por a to res lta da prática de actos de o c prir as reco e da es t c icas para evitar a eda de pi os de á a prove ie tes de aparel o de ar co dicio ado, ap s o dec rso do pra o fixado pelo A para o e eito de acordo co as circ st cias do caso co creto , te do sido os i ractores otificados do co te do das ac sa es. c r. a ela s actos ilícitos exarados as ac sa es, provados teste al e te, co stit e i rac es ad i istrativas ao disposto a alí ea 1 do . 1 do arti o 2. do e la e to eral dos spa os licos e previsto o . 1 do arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , por a to res lta da prática de actos de c spir escarro o la ar co asal para al er s per ície do espa o p lico, de i stala es p licas o de e ipa e to p lico , te do sido os i ractores otificados do co te do das ac sa es. c r. a ela

os ter os do . do arti o 6. , . 1 do arti o 7. , arti o . , arti o .º e .os 1 e 2 do arti o .º do e la e to eral dos spa os licos, aprovado pelo e la e toAd i istrativo . 2 200 e e co a o co o .o 2 do arti o .º do di o do rocedi e to Ad i istrativo, o reside te do o sel o de Ad i istra o, o se s s stit tos, exarara despac os as respectivas i or a es, te do e co sidera o as i rac es ad i istrativas co provadas e a exist cia de c lpa co fir ada. Assi 1.

s actos ilícitos exarados as ac sa es, provados teste al e te, co stit e i rac es ad i istrativas ao disposto a alí ea do . 1 do arti o . do e la e to eral dos spa os licos e previstos o . 0 do arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , por a to res lta da prática de actos de per itir a circ la o de a i al os espa os p licos se e ele este a preso e aiola, a la, por trela o aparel o si ilar o se e ele se os aparel os de ide tifica o e de se ra a esta elecidos a lice a , te do sido os i ractores otificados do co te do das ac sa es. c r. a ela

Fora aplicadas aos i ractores, co sta tes das a elas a , a lta prevista o . 2 do arti o . do e la e to eral dos spa os licos e o arti o 2.º do atálo o das rac es, o valor de 600,00 cada i rac o 1)

ri eira presta o o valor de 00,00 o pra o de 10 de dias, co tado a partir da p lica o e afixa o da prese te otifica o

2)

e da presta o o valor de 00,00 o pra o de 60 sesse ta dias, co tado a partir da p lica o e afixa o da prese te otifica o.

s actos ilícitos exarados as ac sa es, provados teste al e te, co stit e i rac es ad i istrativas ao disposto o . 2 do arti o . do e la e to eral dos spa os licos e previstos o . 12 do arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , por a to res lta da prática de actos de o li par de i ediato o espa o p lico pol ído co de ectos de a i ais de esti a o e se está a aco pa ar , te do sido os i ractores otificados do co te do das ac sa es. c r. a ela

s actos ilícitos exarados as ac sa es, provados teste al e te, co stit e i rac es ad i istrativas ao disposto o . 1 do arti o 1 . do e la e to eral dos spa os licos e previstos o . 7 do arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , por a to res lta da prática de actos de os espa os p licos, a a do ar resíd os s lidos ora dos locais e recipie tes especifica e te desti ados s a deposi o , te do sido os i ractores otificados do co te do das ac sa es. c r. a ela

s actos ilícitos exarados as ac sa es, provados teste al e te, co stit e i rac es ad i istrativas ao disposto a alí ea 1 do . 1 do arti o 1 . do e la e to eral dos spa os licos e previstos o . do arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , por a to res lta da prática de actos de despe ar, derra ar o deixar correr lí idos pol e tes, o eada e te á as pol ídas, ti tas o leos e espa os p licos , te do sido os i ractores otificados do co te do das ac sa es. c r. a ela

s actos ilícitos exarados as ac sa es, provados teste al e te, co stit e i rac es ad i istrativas ao disposto o . 1 do arti o . do e la e to eral dos spa os licos e previstos o . 2 do arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , porquanto resulta da prática de actos de colocar o a a do ar o espa o p lico ais er ateriais o o ectos , te do sido os i ractores otificados do co te do das ac sa es. c r. a ela )

eral dos spa os licos e previsto o . 1 do Arti o 2. do atálo o das rac es, aprovado pelo espac o do e e do xec tivo . 106 200 , por a to res lta da prática do acto de re over, re exer o escol er resíd os co tidos os e ipa e tos de deposi o , te do sido o i ractor otificado do co te do da ac sa ão. c r. a ela . 2.

Al disso, os i ractores pode ai da aprese tar recla a o co tra os actos sa cio at rios ao a tor do acto, o pra o de 1 i e dias, a co tar da data da p lica o da otifica o, os ter os dos arti os 1 . , 1 . e 1 .º do di o do rocedi e to Ad i istrativo, se pre í o da aplica o do disposto o arti o 12 .º do re erido c di o. ara e eitos do disposto o . 2 do arti o 1 0. do es o diplo a, a recla a o te e eito s spe sivo so re o acto.

.

a to aos actos sa cio at rios, os i ractores pode aprese tar rec rso co te cioso o pra o estip lado os arti os 2 . e 26. do di o de rocesso Ad i istrativo o te cioso, aprovado pelo ecreto ei . 110 , de 1 de e e ro, para o ri al Ad i istrativo da e i o Ad i istrativa special de aca .

.

e pre í o da aplica o do disposto o arti o 7 .º do di o do rocedi e to Ad i istrativo, para e eitos do disposto . 2 do arti o . do e la e to eral dos spa os licos, os i ractores dever o e ect ar a li ida o das ltas aplicadas, de tro do pra o de pa a e to das presta es, o a i ete rídico e otariado do A cleo perativo do A para a xec o do e la e to eral dos spa os licos , sito a Ave ida da raia ra de, .os 762 0 , d . i a la a, . a dar, aca .

.

os ter os do disposto o . do arti o . do e la e to eral dos spa os licos, a alta de pa a e to de a presta o i plica o ve ci e to de todas as o tras, caso e e, se o pa a e to do valor lo al e dívida o or eito os 0 tri ta dias s se e tes data do ve ci e to da pri eira presta o e alta, o A s eterá o processo eparti o das xec es Fiscais da irec o dos ervi os de Fi a as para co ra a coerciva, os ter os do arti o 17. do ecreto ei n. 2 e do arti o 2 . do ecreto ei . 0 .

6.

o de ate der a esta otifica o, caso os i ractores co sta tes das ta elas a exas te a á saldado, a a do da prese te p lica o, as respectivas ltas, res lta tes da ac sa o. ara i or a es ais por e ori adas, os i teressados poder o li ar para o tele o e . 2 6 6 o diri ir se pessoal e te ao re erido cleo perativo deste stit to. Aos 2 de Fevereiro de 2017

acto ilícito exarado a ac sa o, provado teste al e te, co stit i i rac ão ad i istrativa ao disposto a alí ea 1 do . 1 do Arti o 2. do e la e to

reside te do o sel o de Ad i istra o os avares

a ela o e 曾志強 A 郭錦成

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. do il ete de de tidade de eside te de aca

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M

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7

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212

2 00007

2016

2016 01 2

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徐金龍

梁頌賢

M

1 6

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2016

2016 01 2

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黃志育

羅焱枝 A 李悅好

M

F

1 2

201 12 0

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羅傑強

M

F

1

吳華基 A 黃智健

A0 7

201

0

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2016 02 16

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楊炳華

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1 7

2 0001 2

2016

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黃麗君

M

12 0

2 0000

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2016 02 1

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鄭承駿

M

1

2 000 7

201

201 12 11

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梁偉錢

F

1261

2 00002

2016

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盧智明

M

206

2 00016

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2016 02 1

2016 0 1

何少興 , 謝秋萍

F

2 000120

2016

2016 02 0

2016 0 21

劉耀聲 A 炳慧芳

M

A

A A

M A

A F

F

A 蔡振強 A 陳宏 A A 陳奕懷 A 劉志強 A

M

A

12 1 2 127

2 000107

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1 6

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1 2

2 000 76

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0

2 00010

2016

2016 0 20

2016 0 1

孫錦輝 A 王偉強

M

FA A

王銘璽 A 余意立 A 梁毛仔

WWW. IACM.GOV.MO

1 12

1 21 12

2 000 10

2016

2016 0 1

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2 000

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M

0 6

M A

鄭武開 A 賴玉庭 A 吳斯希

1

F

A

0

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7

1

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221 2016

2 000

M

2

A

A0

A06 7 6 2016

M

陳偉僑 A A 莫壽祺 A 陳俊彥 A 王清鮮

A

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李榮輝

o

160

2016 0 2

2016 0 26

2 000066

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7

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7 2

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2016

2016 0 01

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16

A0

2016 02 06

2016 0 26

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127

M M M

A0 707 2016

701 2016


21 hoje macau terça-feira 14.3.2017

林洪昌 LAM HONG CHEONG 梁 LEONG WAI PAN

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2-000090RD/2016

2016-02-15

2016-06-20

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2-000420RA/2016

2016-04-14

2016-08-26

謝秋萍 CHE CHAO PENG 陳國 CHAN KUOK HONG 錦華 SIO KAM WA 智 VU TAK CHI 家 SIO KA HOU 羅偉 LO WAI LOK

F

1329***(*)

2-000404QT/2016

2016-04-07

2016-05-23

FAN DAVID 徐 CHOI WAN FONG 傑 HOI HOU KIT 興 LOI MAN HENG 曾育 CHANG IOK LAI 羅 LO CHANG WENG 陳 洪 CHAN KAI HONG 劉偉 LAO WAI MAM 何少興 HO SIO HENG 黃 華 WONG TAt wa 林偉 LAM WAI HANG 梁志 LEONG CHI KUONG 錦國 LOI KAM KUOK 梁 豪 LEONG WENG HOU 鄭 CHEANG CHI SEONG 陳 CHAN KIM CHEONG 振 TANG CHAN U 吳 NG MEI TAK 葉龍 IP LONG 陳 賢 CHAN HO YIN LAM HOI UN 華家偉 WA KA WAI 梁 成 LEONG WENG SENG 陳 CHAN HON PIO 強 CHIO FOK KEONG CHEONG FONG IM 何 HO TSZ YAU 葉榮安 IP WENG ON 李華安 LEI VA ON 吳和 NG WO TIM 家俊 LIO KA CHON 陳 CHAN MAN CHONG 傑 Iao kit un 錦明 PANG KAM MENG 梁 光 LEONG IOI KUONG 吳少偉 NG SIO WAI 李明 LEI MENG FONG 吳嘉 NG KA SAN 志 MUI CHI FAI 陳光耀

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1384***(*)

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AO IEONG SANG 古 KU SAO HAN 志 FONG CHI KIN

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AO IEONG SANG

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2016-05-09

2016-07-22

AO IEONG SANG 盧盛光 LOU SENG KUONG 李洪 LEI HONG SOI 劉 LAO CHOI HA

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2016-06-22

2016-08-09

AO IEONG SANG 志 FONG CHI KIN 林偉傑 LAM WAI KIT 李洪 LEI HONG SOI 李洪 LEI HONG SOI 劉 LAO CHOI HA 李洪 LEI HONG SOI 羅 LO CHANG WENG SIO SEK KA 成 CHEONG SENG 成 CHEONG SENG

SIO KUN KIT

LIO SEK HEONG 陳 萍 CHAN IM PENG FONG TIM 陳梓健 CHAN CHI KIN

2-000157SP/2016

2016-06-22

2016-08-09

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2016-07-16

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A096158/2016

2016-07-14

2016-09-22

LIO SEK KUAN

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7439***(*)

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2016-08-08

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2016-07-01

2016-08-09

王麗 WONG LAI A 官 MA KUN IN

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2016-07-01

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2013-08-26

2014-03-14

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Tabela V 梁傑 LEONG KIT SENG 吳 NG HON KIN

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Tabela IV

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Tabela III 偉 GUI WEIQING

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Tabela II 陳 CHAN SUT LENG 陳 CHAN SUT LENG 陳 CHAN SUT LENG 陳 CHAN SUT LENG 李洪 LEI HONG SOI 李 LEI FUN IONG 李洪 LEI HONG SOI 李洪 LEI HONG SOI

李 LEI FUN IONG 黃智 WONG CHI MAN 李 LEI FUN IONG 李 LEI FUN IONG 古 KU SAO HAN

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CHAO PAK CHUN 何健 HO KIN IP 黃嘉賢 WONG KA IN

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A028314/2016

2016-02-15

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2016-08-26

Tabela VI 官 MA KUN IN TSYUY VEYDUN LIO SEK KUAN 林萬想 LAM MAN SEONG 金 FAN KAM SOI 王麗 WONG LAI A 李 LEI POU IU

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A087000/2016

2016-06-18

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Tabela VII 榮 TANG WENG KON 林志 LAM CHI LEONG 黃 WONG TAI HEI

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2-000254SH/2016

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Tabela VIII

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22 (F)UTILIDADES TEMPO

C H U VA

hoje macau terça-feira 14.3.2017

FRACA

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

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ROTA DAS LETRAS | “JAM SESSION DE POESIA” 21h30 | Vaco Bar EXPOSIÇÃO | “ANSCHLAG BERLIM – DESENHO DE CARTAZES DE BERLIM” 18h30, Galeria Tap Seac

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “CONFUSION OF CONFUSIONS WORKS BY YOYO WONG” Armazém do Boi | Até 26/3 EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1 | Até 23/4 EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau PROBLEMA 196

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 195

EXPOSIÇÃO “ENTRE O OLHAR E A ALUCINAÇÃO” DE JOÃO MIGUEL BARROS Creative Macau (Até 25/3)

Cineteatro

C I N E M A

UM LIVRO HOJE

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “WORKS BY LEI CHEOK MEI” Armazém do Boi | Até 26/3

EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)

1.15

CANALIZAÇÃO E ENFARTES

ROTA DAS LETRAS | “AUTORES E OS SEUS LIVROS”, COM HENRIQUE RAPOSO 19h00 | edifício antigo tribunal

EXPOSIÇÃO “TRACING LINERS”, DE JOÃO PALLA Casa Garden

YUAN

AQUI HÁ GATO

ROTA DAS LETRAS | “AS METAMORFOSES DO ESCRITOR” COM BRIAN CASTRO E JESSICA FALEIRO 18h00 | edifício antigo tribunal

Diariamente

0.22

Macau tem veias antigas, cheias de gordura acumulada, de empecilhos à circulação, de dilúvios dos Génesis domésticos à espera de concretização. Não falo das sanguíneas e do excesso de fritos, se bem que podia, falo do sistema de art rias ue ramificam entre os ossos dos prédios, levando água e gás aos condóminos. Todo o apartamento da cidade é uma potencial catástrofe bíblica, todos os inquilinos são candidatos de linha da frente aos tormentos líquidos de Noé. Antes de chegarmos à construção de arcas zoológicas, às piscinas espontâneas que podem nascer das paredes e torneiras fracas, admitamos que nada pára a água. Como gato, sempre desconfiei do poder galopante da água, principalmente a canalizada. Aprisionar tal força é contranatura, uma arrog ncia humana ue desafia o temperamento conquistador do líquido. Nessa medida, as casas de Macau são gigantescos blocos de previsíveis enfartes do miocárdio. Em cada nó de canalização, em cada veia que entope, ou rompe, ou estoira, esconde-se a violência de um ataque cardíaco. Marés vivas emparedadas à espera de vazão aniquiladora contra o labor das esfregonas. Resta-nos construir arcas, preparar bypasses, rezar para os Neptunos e Poseidons do interior das paredes, e esperar pelo melhor. Pu Yi

ALBERT COSSERY | “A CASA DA MORTE CERTA”

Este é um livro sobre inevitabilidade, união na pobreza e revolta elegante. Resume bem a obra do escritor franco-egípcio Albert Cossery, o autor literário que melhor elogiou a preguiça como via para a transcendência. Diz-se que o autor escrevia uma frase por dia, um parágrafo por semana, somando oito livros na vida inteira. Um mestre a retratar a luta dos pobres, a felicidade na carência, o escárnio e o prazer, sempre com o Egipto como pano de fundo. O livro vive da tensão entre a tragédia iminente e a esperança no poder de revolta da juventude. “A Casa da Morte Certa” é uma bela metáfora e um exemplo da beleza da curta obra de Albert Cossery. João Luz

KONG: SKULL ISLAND SALA 1

KONG: SKULL ISLAND [C] Filme de: Jordan Vogt-Roberts Com: Tim Hiddleston, Samuel L. Jackson, Brie Larson 14.30, 16.45, 21.30

KONG: SKULL ISLAND [C][3D] Filme de: Jordan Vogt-Roberts Com: Tim Hiddleston, Samuel L. Jackson, Brie Larson 19:15 SALA 2

THE FOUNDER [B] Filme de: John Lee Hancock Com: Linda Cardellini, Michael Keaton,

Patrick Wilson 14.30,16.45, 21.30 SALA 2

LA LA LAND [B] Filme de: Damien Chazelle Com: Ryan Gosling, Emma Stone 19.15 SALA 3

THE GIRL WITH ALL THE GIFTS [C] Filme de: Colm McCarthy Com: Gemma Arterton, Sennia Nanua, Paddy Considine 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


23 hoje macau terça-feira 14.3.2017

macau visto de hong kong

DAVID CHAN

ROBERT MULLIGAN, TO KILL A MOCKINGBIRD

Difamação

N

O dia 7 deste mês a “apple.nextmedia” publicou um artigo sobre o processo de difamação instaurado por Leung Chun-ying, Chefe do Executivo de Hong Kong, contra Kenneth Leung K C., membro do Conselho Legislativo da cidade. A propósito o “China Morning Post” escreveu, “A ordem judicial apresentada na segunda-feira pelos advogados de Leung Chun-ying acusa Kenneth Leung de difamação alegando que o Chefe do Executivo “ainda estava a ser investigado pela Comissão Independente Contra a Corrupção e também pelas autoridades tributárias de Hong Kong e de outros países, a propósito de uma receita de 4 milhões de libras da UGL”. A ordem judicial tamb m especificava ue Kenneth Leung tinha proferido declarações difamat rias uando afirmou ue “as autoridades centrais irão ficar numa posição muito embaraçosa, na eventualidade de este vir a ocupar o cargo de Vice-Presidente da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.” Para além do pedido de uma indemnização monetária, Leung Chun-ying solicitou ao ribunal uma “ rdem de Injunção” a fim de travar os procedimentos difamatórios. A ordem judicial é uma intimação emitida pelo queixoso contra o réu e que dá inicio à acção judicial. Neste documento é habitual ser apresentada uma descrição dos factos e ser mencionado o valor da indemnização exigida pelo queixoso. Em Hong Kong, a difamação tanto pode dar origem a um processo cível como a um processo criminal. No entanto, é muito raro um caso desta natureza dar origem a um processo criminal, a menos que sejam postas em causa

a paz e a ordem públicas. O queixoso costuma desencadear um processo cível para proteger a sua reputação. Em Macau é diferente, a difamação dá origem a um processo semi-criminal e, assim que a vítima dá o seu consentimento, o Governo formula a acusação. O artigo adiantava que uns dias antes do envio da acção judicial Kenneth tinha recebido uma carta-aviso. Numa acção por difamação, o queixoso costuma enviar uma carta elaborada pelo advogado, onde explica que as declarações do acusado prejudicaram a sua reputação. O destinatário da carta é intimado a apresentar prova ue sustente as afirmaç es proferidas ou então a retratar-se e a apresentar um pedido de desculpas. Nestas situações, o pedido de desculpas e um desmentido público é a melhor forma de resolver o problema. No caso de Leung Chun-ying, é muito pouco provável que se chegue a um acordo antes da acção judicial. De qualquer modo, Leng Chun-ying não vai para já apresentar a ordem judicial a Tribunal para dar início à acção legal. Cabe agora a vez a Kenneth Leung de apresentar a Defesa aos magistrados. A “Defesa”

Embora a ordem judicial já esteja preparada para ser apresentada em tribunal, ainda estamos a tempo de resolver a situação pacificamente. Fazemos votos para que os litigantes cheguem a um acordo o mais breve possível. Será o melhor para Hong Kong e para as partes envolvidas

consiste num documento apresentado pelo acusado ao Tribunal a expor as suas razões. Terá de apresentar provas da seriedade e da legalidade das suas afirmaç es. Em Hong Kong, os casos de difamação sobem ao Tribunal de Primeira Instância (em Macau, ao Tribunal da Relação). Estes julgamentos têm a presença de um júri. A presença do advogado também é requerida. É preciso ter em conta que os seus honorários são muitíssimo elevados. Se não se estabelecer um acordo antes da audiência, podem alcançar os dez milhões. Donde se concluí que a difamação é um jogo para milionários. De acordo com a Lei de Bases, o dever do legislador é monitorizar o desempenho do Governo e por isso é natural que os seus membros sejam alvo de críticas. No entanto, não permitido proferir afirmaç es falsas. É preciso não esquecer que os membros do Governo também são residentes de uma Região Administrativa Especial e que a Lei protege os seus direitos. Combater a difamação é uma das armas que podem usar para defender a sua reputação. Mas se Leung Chun-ying usar o seu direito legal para processar Kenneth, o preço político pode ser muito elevado. Não é de admirar que existam comentários sobre “a quebra de relações entre o poder executivo e o poder legislativo”. Como é a primeira vez que em Hong Kong um Chefe do Executivo processa um deputado, os comentários “surpresa” irão surgir um após outro. Ninguém gosta destes constantes burburinhos que destabilizam Hong Kong. Embora a ordem judicial já esteja preparada para ser apresentada em tribunal, ainda estamos a tempo de resolver a situação pacificamente. Fazemos votos para que os litigantes cheguem a um acordo o mais breve possível. Será o melhor para Hong Kong e para as partes envolvidas. Professor Associado do IPM Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau Jazz legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

OPINIÃO


O

Partido Comunista Chinês (PCC) tem endurecido a retórica contra o Islão, com altos quadros da organização a advertir para a infiltração do extremismo religioso no país e a necessidade de proteger a identidade chinesa. Shaerheti Ahan, alto quadro do PCC em Xinjiang, advertiu os líderes políticos que estão reunidos em Pequim, para a sessão anual da Assembleia Nacional Popular, para os perigos da China ser destabilizada pela “situação internacional anti-terror”. No ano passado, o Presidente chinês, Xi Jinping, ordenou o partido para guiar as minorias étnicas e religiosas do país no sentido de as adaptar melhor à sociedade socialista. Entretanto, líderes regionais em Xinjiang, onde vivem os uigures, minoria étnica chinesa de religião muçulmana, elevaram as medidas de segurança e patrulhas policiais devido a um aumento da violência que as autoridades associam ao separatismo islâmico. Apesar de alguns académicos questionarem se as redes do extremismo islâmico estão

Sim eu sei/dos empreendimentos/atravessados na garganta/das praias grandes/que cegaram da bela vista/dos grandes prémios/dados pelas bocas do mundo/Sim eu sei” João Rui Azeredo

Discursos e métodos Partido Comunista Chinês endurece retórica contra Islão

chinesa entre a população Hui, os descendentes de comerciantes muçulmanos que percorriam a Rota da Seda vários séculos antes. “As raízes dos Hui estão na China”, disse Wu. “Para discutir consciência religiosa, devemos primeiro discutir a consciência chinesa. Para falar dos sentimentos das minorias, temos primeiro de falar dos sentimentos do povo chinês”, afirmou.

DA RETÓRICA

a penetrar no país, os líderes chineses têm alertado para a necessidade de combater os perigos do fundamentalismo, em linha com o discurso internacional. Funcionários da região autónoma de Ningxia, no norte do país, onde vive outra minoria muçulmana, os Hui, mas que, ao contrário de Xinjiang, não regista violência associada à religião, advertiram também na semana

passada para os perigos do extremismo islâmico.

EXTREMAS COMPARAÇÕES

O secretário do PCC em Ningxia Li Jianguo referiu-se mesmo às políticas do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. “O que a [organização extremista] Estado Islâmico e extremistas instigam é a jihad, terror e violência”, disse Li. “Essa é a razão pela qual vemos Trump a proibir a

entrada de muçulmanos. Não interessa se as políticas anti-muçulmanos é do interesse dos Estados Unidos ou promove a sua estabilidade. É sobre prevenir o extremismo religioso de penetrar em toda a cultura americana”, acrescentou. Wu Shimin, antigo funcionário para assuntos étnicos em Ningxia, disse que o trabalho ideológico deve ser reforçado na região para promover a identidade

Discursos e Mohammed al-Sudairi, estudante de doutoramento na Universidade de Hong Kong e especialista do Islão na hina, afirmou ue os comentários dos responsáveis de Ningxia reflectem a crescente retórica anti-islão entre a liderança chinesa. “Existe uma tendência crescente para ver o Islão como um problema na sociedade chinesa”, disse al-Sudairi, citado pela agência de not Associated Press. “Xi Jinping tem estado ansioso com o que considerou uma perda de controlo do partido sobre a esfera religiosa quando chegou ao poder, e precisava de uma intervenção”, indicou.

terça-feira 14.3.2017

Em Xinjiang, onde nos últimos anos centenas de pessoas morreram em ataques violentos, a crescente retórica do governo coincidiu com novas medidas de segurança, que activistas consideram ter exacerbado um ciclo de repressão, radicalização e violência. O Governo, entretanto, diz que a região enfrenta uma grave ameaça de separatistas uigures ligados a organizações extremistas como a al-Qaida e o EI, apesar de apresentar poucas provas nesse sentido. Na sexta-feira passada, Xi reuniu com funcionários de Xinjiang, segundo a imprensa estatal, e ordenou que estes protejam a estabilidade da região, propondo metaforicamente que ergam uma “grande muralha de ferro”. É uma referência com implicações históricas: o antigo líder chinês Deng Xiaoping elogiou as forças armadas do país como uma “grande muralha de ferro e aço”, em Junho de 1989, dias após a sangrenta repressão militar do movimento pró-democracia da praça Tiananmen.

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ASSOCIAÇÃO GERAL DE AUTOMÓVEL DE MACAU-CHINA

Inscrição Curso de Formação para os Comissários Desportivos do 64º. Grande Prémio de Macau

Avisa-se a todos os interessados que as inscrições do curso de formação para os comissários desportivos do 64º. Grande Prémio de Macau para o ano 2017 estarão abertas a partir do dia 13 de Março do corrente ano. s i teressados dever o pree c er a fic a de i scri o or ecida pelo AA , ta do o il ete de de tidade de eside te de Macau e uma fotocópia do mesmo, 2 oto rafias a cores e 1 atestado dico passado por dico re istado a A , de e o interessado se encontra apto para prestar funções acima referido e entregar até ao dia 31 de Março de 2017 na sede da Associação eral de A to vel de aca i a AA . Data de inscrição: 13 de Março até 31 de Março. Requesitos para a inscrição: er 1 a os de idade co pletos oss ír il ete de de tidade de eside te de aca Propina de inscrição: Mop100.00 por inscrição. ara ais or a es, avor de co tactar atrav s do ero de tele o e 2 72 6 7 dere o do AA Ave ida A i ade, di ício do ra de r io, s do c o da orre de o trole, de ro te ao er i al ariti o de passa eiros do orto xterior. e 2 . Feira a 6 . Feira das 0 0 s 1 00 e das 1 0 s 1 0 excepto eriados oficiais e toler cia de po to aprovado pelo e e xec tivo elativa e te ao orário do c rso de or a o para os co issários desportivos, pode e co trar a pá i a electr ica da Associa o eral de A to vel de aca i a, .aa ca to.or . o


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