Hoje Macau 14 JUN 2017 #3831

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hojemacau

ANTÓNIO FALCÃO

MOP$10

QUARTA-FEIRA 14 DE JUNHO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3832

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

ELEIÇÕES COUTINHO RECONHECE SER DIFÍCIL ELEGER DOIS DEPUTADOS

Prova de vida AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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PÁGINA 5

PANAMÁ | TAIWAN

GRANDE BAÍA

Divórcio Toca a consumado opinar GRANDE PLANO

PÁGINA 4

SISTEMA PENAL

We are so so lost

DIREITOS h NO ECRÃ Paisagens dispersas h VALÉRIO ROMÃO

EVENTOS

JOÃO PAULO COTRIM


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DIPLOMACIA TAIWAN PERDE MAIS UM ALIADO. PANAMÁ CORTA RELAÇÕES E APROXIMA-SE

Era dos aliados mais antigos. O Panamá decidiu cortar relações com Taiwan e estabelecer laços diplomáticos com a China. É mais um golpe para a líder formosina, Tsai Ing-wen, depois de São Tomé e Príncipe ter saído da lista de parceiros. Pequim fica a ganhar

B

ATE-SE com uma porta e, ao mesmo tempo, abre-se outra. Foi assim com São Tomé e Príncipe, em Dezembro passado, e a história repete-se agora com o Panamá. A lista de países que mantêm relações diplomáticas com Taiwan está a ficar cada vez mais curta. Do outro lado do Estreito, Pequim engrossa o rol de embaixadas, embaixadores e, claro está, de acordos e negócios. Para Taipé, a notícia de que o Panamá decidiu aproximar-se da China foi um rude golpe. Para o Governo Central, a nova não podia ser melhor: Pequim consegue reforçar a sua presença no quintal norte-americano. Num discurso transmitido pela televisão, o Presidente do Panamá, Juan Carlos Varela, anunciou que o país estava a reforçar os laços comerciais com a China e a estabelecer laços diplomáticos com o segundo cliente mais importante do seu canal

EPA/GREG BAKER

GRANDE PLANO

CADA VEZ MAIS

de transportes marítimos. “Acredito que este é o caminho correcto para o nosso país”, declarou Varela. Em comunicado, o Governo do Panamá salientou que, a partir de agora, reconhece que há apenas uma China – ou seja, que Taiwan faz parte do país – e que corta relações com Taipé. “O Governo do Panamá põe hoje [ontem] fim aos laços diplomáticos com Taiwan e vai acabar com todas as relações e contactos oficiais com Taiwan.”

Um comunicado conjunto foi assinado pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, e pela homóloga Isabel Saint Malo (ver texto nestas páginas).

O PODER DO DINHEIRO

A reacção de Taipé ao virar de costas do Panamá não tardou. O Governo de Taiwan disse lamentar a decisão do antigo aliado e admitiu estar “zangado” com a troca feita pelo Panamá. Mas disse também

O Panamá é o segundo país a trocar de aliado desde que Tsai Ing-wen assumiu o poder no ano passado, depois de São Tomé e Príncipe ter feito o mesmo em Dezembro

que não vai competir com a China naquilo que descreve como sendo “o jogo diplomático do dinheiro”. “O nosso Governo expressa objecções sérias e condena veementemente o facto de a China ter incitado o Panamá a cortar relações connosco, confinando o nosso espaço internacional e ofendendo o povo de Taiwan”, afirmou o ministro dos Negócios Estrangeiros da ilha, David Lee, num encontro com a imprensa.


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DA CHINA

A FAIXA E A ROTA

SO ´

Os media formosinos salientavam ontem que os líderes Pequim têm fortes (e infundadas) suspeitas da líder de Taiwan, por acharem que Tsai Ing-wen quer avançar para a independência da ilha, não obstante ter já afirmado que pretende manter a paz com o Continente. A luta pelos aliados diplomáticos entre os dois lados do Estreito acontece há anos e envolve frequentes vezes contrapartidas financeiras e económicas ofere-

cidas pela China com que Taiwan não consegue competir. O Panamá é o segundo país a trocar de aliado desde que Tsai Ing-wen assumiu o poder no ano passado, depois de São Tomé e Príncipe ter feito o mesmo em Dezembro. Recorde-se que era a única nação do espaço lusófono que estava afastada de Pequim. Agora, juntou-se aos restantes países e está presente também no Fórum Macau.

LISTA MAGRA

Com esta porta que agora se fecha, Taiwan passa a ser reconhecido formalmente apenas por 20 nações. O mais importante de todos eles é o Vaticano. Em meados dos anos 90, chegaram a ser 30. Os que hoje restam são sobretudo países pequenos e empobrecidos da América Latina e do Pacífico. Pequim opõe-se fortemente ao reconhecimento de Taiwan, considerando que se trata de uma afronta à soberania chinesa.

Em Pequim, a ministra dos Negócios Estrangeiros do Panamá, Isabel de Saint Malo, contou que o interesse em criar laços com a China tinha sido manifestado pelo Presidente Juan Carlos Varela há já dez anos. Quanto a Pequim, as relações diplomáticas vão permitir reforçar a presença na América Central, uma zona estratégica para o modo como lida com os Estados Unidos. O Governo Central tem tentado seduzir a região com acordos na área da energia e das infra-estruturas, sobretudo a partir do momento em que Donald Trump decidiu que os Estados Unidos não iam estar na Parceria Transpacífico. As intenções do Presidente norte-americano em relação aos emigrantes da América Latina contrastam com a amizade que a China pretende fomentar. Os interesses chineses no Panamá têm já uma forte expressão. Está neste momento em curso um projecto para construir um porto de águas profundas e um terminal de contentores junto ao Canal do Panamá. É um investimento de mil milhões de dólares que está a ser desenvolvido por chineses. A China Landbridge comprou o maior porto do país, na ilha Margarita, tendo na altura anunciado que queria expandir e modernizar

SATOKO KAWASAKI

“A TENDÊNCIA IRRESISTÍVEL”

O “Acredito que este é o caminho correcto para o nosso país.” JUAN CARLOS VARELA PRESIDENTE DO PANAMÁ

as infra-estruturas, o que deverá acontecer com o futuro porto de águas profundas. Trata-se de um projecto que se insere na estratégia “Uma Faixa, Uma Rota” e que vai permitir aumentar a capacidade do canal. A China tem apelado às empresas do país para que invistam em infra-estruturas no estrangeiro que possam melhorar os “laços comerciais globais”. REUTERS/STRINGER

Como é óbvio, a notícia de que o Panamá cortou relações diplomáticas não apanhou as autoridades formosinas desprevenidas: era uma hipótese veiculada há já alguns anos. A presença e influência chinesas no país têm vindo a crescer, pelo que se trata de um desfecho mais ou menos esperado. Mas, ainda assim, Taipé tentou evitar este volte-face. No ano passado, em Junho, Tsai Ing-wen esteve na cerimónia que marcou a inauguração da expansão do Canal do Panamá, sendo que já na altura a presença foi tida como sendo uma tentativa de reforço dos laços com o aliado da América Latina. Tratou-se da primeira visita de Tsai ao estrangeiro desde que assumiu o cargo, a 20 de Maio, e foi recebida pelo Presidente Varela. Já em Dezembro último, o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros do Panamá tinha afirmado que não esperava qualquer mudança nas relações diplomáticas com Taipé. O comentário tinha sido feito na sequência dos acontecimentos que envolveram São Tomé e Príncipe, com alguns diplomatas em Pequim a garantirem que o país da América Latina seria o próximo a bater com a porta, apesar de ser dos aliados mais antigos. Este ano, Tsai Ing-wen visitou alguns aliados da América Central, mas o périplo não incluiu uma paragem no Panamá.

“O nosso Governo expressa objecções sérias e condena veementemente o facto de a China ter incitado o Panamá a cortar relações connosco, confinando o nosso espaço internacional.”, DAVID LEE MINISTRO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS DE TAIWAN Ainda em relação ao Canal do Panamá, há empresas estatais chinesas que já mostraram interesse em desenvolver terrenos naquela zona. As autoridades anunciaram que vão abrir um concurso para concessionar 1200 hectares destinados à construção de um parque logístico. A China Communications Construction, a China Harbour Engineering e o China Railway Group já deram sinais de querem apostar na região, uma aposta que será agora facilitada com relações políticas mais favoráveis aos grandes negócios. HM

reconhecimento mútuo da soberania e o estabelecimento de relações diplomáticas corresponde aos interesses e desejos dos dois povos. A ideia foi deixada ontem num comunicado conjunto da China e do Panamá, assinado em Pequim pelos chefes da diplomacia dos dois países. A Xinhua cita o documento para explicar que, a partir da data da assinatura do comunicado, as duas nações passam a ter relações diplomáticas efectivas, traduzidas pela presença de embaixadas. A China e o Panamá chegaram a acordo em relação ao desenvolvimento de relações amigáveis com base no mútuo respeito pela soberania e integridade territorial, a não-agressão mútua, a não-interferência nos assuntos internos, a igualdade, os benefícios de ambos e a coexistência pacífica, indica ainda a agência oficial de notícias. No comunicado lê-se também que o Governo do Panamá reconhece que só há uma China no mundo e que Taiwan é parte inalienável do território chinês, determinando o fim das relações diplomáticas com Taipé. O documento deixa claro que Pequim aprecia a posição tomada pelo Panamá. Ontem, a Xinhua dava conta de declarações do porta-voz da China para os assuntos de Taiwan. Ma Xiaoguang considerou que a decisão do Panamá representa “uma tendência irresistível”.

O representante do Gabinete para os Assuntos de Taiwan do Conselho de Estado fez referência ao Consenso de 1992, em que ficou acordado o princípio ‘uma só China’, para vincar que se trata do pilar para o desenvolvimento de relações pacíficas entre os dois lados do Estreito. Ma deixou ainda um apelo à Administração de Taiwan, ao dizer que espera que os líderes da ilha tenham “uma leitura correcta da situação”, para que possam “fazer a escolha certa”.


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O Executivo de Chui Sai On quer ouvir o que a população acha sobre a participação de Macau na Grande Baía GuangdongHong Kong-Macau. Os interessados podem dizer o que pensam nos próximos 15 dias. O Governo não submeteu qualquer proposta a consulta

Futuro LANÇADA CONSULTA SOBRE GRANDE BAÍA GUANGDONG-HONG KONG-MACAU

Opiniões mãos-livres GCS

POLÍTICA

O

Governo lançou ontem uma consulta junto dos residentes, que se prolonga até ao dia 28 deste mês, sobre a participação do território na “estratégia nacional” da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, que visa criar “uma região metropolitana de nível mundial”. A recolha de opiniões tem lugar sem que o próprio Governo tenha apresentado publicamente qualquer proposta ou acção concreta no quadro do planeamento e construção da Região Metropolitana da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, projecto de integração económica que passou “de iniciativa da sociedade civil a estratégia nacional” da China. Em conferência de imprensa, realizada ontem, Kou Chin Hung, assessor do gabinete do Chefe do Executivo, apresentou apenas os princípios norteadores da participação de Macau, bem como a importância e oportunidades que representa, apesar de garantir que “muitos estudos” foram lançados.

A recolha de opiniões tem lugar sem que o próprio Governo tenha apresentado publicamente qualquer proposta ou acção concreta

Kou Chin Hung destacou que Macau desempenha “dois papéis” na criação da região metropolitana “de nível mundial”: “incentivar a compreensão correcta e execução integral [do princípio] ‘Um País, Dois Sistemas’” e “criar laços de cooperação para servir o desenvolvimento de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”. Segundo afirmou, o conceito “Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau” aparece, aliás, pela primeira vez num documento do Governo Central, em 2015, sobre a visão e acções para a construção da

“Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda para o Século XXI”, o projecto de investimentos em infra-estruturas liderado pela China, que ambiciona reavivar simbolicamente o corredor económico que uniu o Oriente o Ocidente. Isto apesar de, em 2008, especialmente a partir das “Linhas Gerais para a Reforma e Desenvolvimento do Delta do Rio das Pérolas (2008-2020), a província chinesa de Guangdong, a par com as vizinhas regiões de Macau e Hong Kong, terem começado a discutir “a criação de uma área

metropolitana de nível mundial”, e da “longa história” e da “relação intrínseca” que comungam. Um novo ímpeto à “Grande Baía” foi dado, no ano passado, com uma referência nas Linhas Gerais do 13.º Plano Quinquenal da China e, este ano, no relatório de trabalho do primeiro-ministro Li Kejiang, do qual consta a orientação para se “investigar e elaborar o planeamento da região metropolitana da Grande Baía”.

NÃO PERDER O COMBOIO

“Macau tem de, por sua iniciativa, conjugar-se com este planeamen-

to”, salientou Kou Chin Hung, indicando que as opiniões recolhidas junto da sociedade civil nos próximos 15 dias, um prazo que relativizou, vão ser “apresentadas durante a elaboração nacional do planeamento e construção da Região Metropolitana da Grande Baía”, cuja data não referiu. “Temos de aproveitar todas as oportunidades para ter acesso ao comboio rápido da China”, afirmou. Além dos dois papéis, Macau chama a si, neste âmbito, “três funções”: “a de centro mundial de turismo e lazer”, a de “plataforma entre a China e os países de língua portuguesa” e a de “base de cooperação e diálogo”, com vista a “promover a coexistência de diversas culturas”, explicou Kou Chin Hung. Foram também elencadas oito “áreas prioritárias” no quadro da participação de Macau que incluem premissas vagas como “criar laços de cooperação e de abertura da Grande Baía”, “promover a diversificação adequada da economia”, “incentivar o intercâmbio de pessoas e promover o enriquecimento cultural”, “reforçar as ligações entre as infra-estruturas” ou “conjugar esforços em prol de um bom ambiente” para viver ou “utilizar activamente as tecnologias de ponta para criar um ecossistema de inovação”. As autoridades de Guangdong, por exemplo, encomendaram um estudo sobre o assunto, mas apresentaram propostas concretas, sugerindo, entre outros, a concessão de vistos à chegada em Macau e Hong Kong para os residentes da região do Delta do Rio das Pérolas.

TIAGO ALCÂNTARA

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AVISO Faz-se saber que, em relação ao concurso público para «Empreitada de Construção do Centro de Formação e Estágio de Atletas», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 21, II Série, de 24 de Maio de 2017, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso. Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, sito na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, Macau. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 8 de Junho de 2017. O Coordenador, substituto Lam Wai Hou

LEIS MAK SOI KUN PEDE ESCLARECIMENTOS SOBRE VERSÕES

As divergências entre as versões em chinês e português da lei eleitoral chegaram à Assembleia Legislativa, nomeadamente através do deputado Mak Soi Kun, durante o debate sobre a lei da aquisição de bens e serviços. Entretanto, o deputado interpelou o Executivo no sentido de saber se existem outros diplomas afectados pelo mesmo problema. O tribuno deu relevo à importância de haver coerência de conteúdo de modo a assegurar que a lei seja compreensível. Uma das intenções da interpelação é promover a confiança dos cidadãos nos diplomas que regem as suas vidas, assim como evitar que sejam cometidas ilegalidades involuntariamente. Assim sendo, Mak Soi Kun interpela o Governo a esclarecer se existem outros casos de divergências nas traduções oficiais das leis. O deputado pretende ainda saber se o Executivo concorda com a criação de uma comissão que verifique os textos das leis em chinês e português a fim de aferir da gravidade da situação.


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POLÍTICA

Nova Esperança COUTINHO ADMITE DIFICULDADES PARA ELEGER DOIS DEPUTADOS

Um já não está nada mal A

Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) escreveu uma nova carta à Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) em que se mostra preocupada com mensagens erradas que têm estado a ser propositadamente transmitidas aos eleitores. De acordo com Rita Santos, presidente da assembleia-geral, à associação têm chegado, “de forma continuada”, muitas queixas de cidadãos a quem têm sido pedidas assinaturas para a apresentação das candidaturas. Os eleitores em causa contam que, “ao subscreverem os impressos de propositura das listas às eleições pela via directa àAssembleia Legislativa, foram informados de que quem tiver subscrito determinada lista terá obrigatoriamente de votar nela, sob pena de incorrer em violação de normas penais”. Os queixosos acrescentam que tem sido feita ainda outra ameaça: “Os infractores podem ser detectados com confronto com os cadernos eleitorais da secção de voto”. “Estas informações estão a propagar-se de uma forma rápida nos diversos sectores das camadas sociais, prejudicando a imagem de eleições justas, íntegras e incorruptas que cabe a todos nós defender da melhor forma”, alerta Rita Santos. Neste contexto, a ATFPM solicita que o assunto seja objecto de discussão no próximo plenário da CAEAL. Sem prejuízo do que possa ser feito acerca da matéria, Rita Santos sugere desde já que sejam feitos “esclarecimentos públicos, através dos meios de comunicação social, do princípio geral dos eleitores poderem livremente escolher as listas e os candidatos”. A associação gostaria ainda que a CAEAL recordasse à população que “o voto é secreto, não podendo de forma alguma os votantes serem confrontados com os cadernos eleitorais das secções de voto para apurar quem votou em quem”. HM

Após a entrega da constituição de comissão de candidatura, Pereira Coutinho confessou que será difícil voltar a eleger dois deputados devido ao grande número de candidaturas. O deputado adiantou que a divisão de candidaturas na sua lista estava fora de questão por motivos financeiros HOJE MACAU

ELEIÇÕES ATFPM DENUNCIA MENSAGENS ERRADAS

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Nova Esperança entregou ontem o pedido de reconhecimento de constituição de candidatura junto das autoridades. José Pereira Coutinho, o cabeça-de-lista, comentou que “não foi difícil angariar as 500 assinaturas”. Porém, o deputado admitiu que será complicado repetir os resultados das eleições de 2013, quando conseguiu votos suficientes para garantir dois assentos na Assembleia Legislativa (AL). Aliás, “nem um deputado será fácil”, confessou. Coutinho justifica esta dificuldade com a grande quantidade de listas apresentadas. “De acordo com o método de semi Hondt que temos, é muito difícil uma pessoa ser eleita”, acrescentou. Pereira Coutinho considera que a dispersão de votos em mais listas desfavorece forças políticas como a ATFPM. É essa a estratégia política seguida pelos pró-democratas, pela lista de Chan Meng Kam, e pelos Kaifong e Mulheres, que separaram as candidaturas em duas listas. No entanto, Pereira Coutinho diz não poder seguir esta via por ser uma solução muito dispendiosa. “O que estamos a fazer já sai muito caro e é dos nossos bolsos, sou eu que vou assinar o

cheque de 25 mil patacas para a candidatura”, explica o deputado. Porém, o líder da Nova Esperança permanece confiante para o escrutínio eleitoral de 17 de Setembro. “Os eleitores são soberanos, sabem melhor que nós o que é melhor para Macau.” Além disso, Pereira Coutinho deseja que estas eleições sejam “justas, íntegras e incorruptíveis”, uma aspiração que considera difícil de concretizar. O deputado alertou para a falta de maturidade democrática que existe no território e espera que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) e a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa (CAEAL) estejam atentos a irregularidades.

ALMOÇOS GRÁTIS

O deputado comentou ainda o caso do jantar oferecido pelo Gabinete

“De acordo com o método de semi Hondt que temos, é muito difícil uma pessoa ser eleita.” JOSÉ PEREIRA COUTINHO CANDIDATO

de Ligação, onde discursou o candidato Jorge Valente, noticiado pelo Ponto Final. “Quando o Governo Central paga um jantar onde se queda por um lado, temos um caso sério.” Pereira Coutinho acrescentou que só por este motivo “as eleições não são justas logo à partida”. Porém, o deputado acrescenta que tem as melhores relações com Pequim, reiterando-se como um apoiante do Presidente chinês. Considera que estas situações ocorreram devido a jogadas de bastidores dos membros que constituem o Gabinete de Ligação. Nesse sentido, Pereira Coutinho gostaria que Xi Jinping viesse a Macau “para dar uma vassourada”. O também presidente da Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau esclareceu que se esta situação se repetir irá apresentar queixar à CAEAL e ao Chefe do Executivo, acrescentado que já seria da incumbência da comissão eleitoral tomar as medidas necessárias. No aspecto da supervisão, Pereira Coutinho afirma que deveria ser criada uma provedoria de justiça com competências que

hoje, erradamente, pertencem ao CCAC. O deputado entende que “faz falta em Macau um serviço público que trate de questões de discriminação e outro que receba queixas de cidadãos quanto a abusos de poder, como existe em Hong Kong”. Pereira Coutinho entende que o CCAC “não está vocacionado para as questões de discriminação”, por ser um órgão de investigação criminal. Os assuntos que motivam a acção política da Nova Esperança continuam a ser as questões do acesso à habitação, da abertura da AL aos cidadãos, assim como a situação das mulheres no mercado de trabalho, entre outros. Um dos assuntos que move Pereira Coutinho prende-se com uma situação que vive neste momento, a falta de mobilidade. “Desde que estou numa cadeira de rodas tenho sentido na pele as dificuldades das pessoas com deficiência”, explica o candidato, defendendo que o Governo pode fazer mais por pessoas com mobilidade reduzida. João Luz

info@hojemacau.com.mo


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hoje macau quarta-feira 14.6.2017

招標公告 Open Tender Notice “澳門國際機場東面停機坪優化工程 (RFQ-236)” 之公開招標 “East Apron Optimization at Macau International Airport (RFQ-236)” 1. 招標實體: 澳門國際機場專營股份有限公司 Company: Macau International Airport Co. Ltd. (CAM) 2. 招標方式: 公開招標 Tendering method: Open tendering 3. 目的: 選擇富有經驗及可堪信賴的承建商,按照國際民航組織之標 準及澳門國際機場之要求,將東面停機坪由6個D類停機位更新配置並優化成為9個C類的停機 位。 Objective: To seek for a fully experienced Contractor to reconfigure and optimize the East Apron from 6 Code D to 9 Code C aircraft parking stands according to ICAO standard and Macau International Airport requirement. 4. 招標文件: 至截止投標日止,有意者可瀏覽CAM 官方網站 www. camacau.com 查閱招標文件及相關資料。 有意參與投標人士應時常留意上述網站以獲取涉及 招標文件並得隨時公佈的最新附加資訊、說明或修改內容。 Release of tender documents: Tender Documents and other pertinent information are available on www.camacau.com until the deadline for submission of Bidders’ proposals. Please always check the website for additional information, clarification or modification of the Tender Documents that may be published from time to time. 5. 遞交投標書地點、截止日期及時間: 遞交投標書地點:澳門氹仔偉龍馬路機場專營公司辦公大樓四樓接待處 截止日期及時間:2017年7月12日中午12:00前 (澳門時間) 收件人必須註明為: 執行委員會主席 恕不接納規定日期及時間後所收到之投標書 Location and deadline for submission of Bidders’ proposals: Macau International Airport Co. Ltd. (CAM) 4th Floor, CAM Office Building, Av. Wai Long, Taipa, Macau Before 12:00 noon on 12 July 2017 (Macau Time) The addressee of the proposal shall be Chairman of the Executive Committee. The proposals received after the stipulated date and time will not be accepted. 6. 澳門國際機場專營股份有限公司保留不表明因由而全部或部份拒絕任何投標書之權利。 CAM reserves the right to reject any proposals in full or in part without stating any reasons. -完-END-

Anúncio do Concurso Direcção dos Serviços de Turismo Anúncio A Região Administrativa Especial de Macau, através da Direcção dos Serviços de Turismo, faz público que, de acordo com o Despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 1 de Junho de 2017, se encontra aberto concurso público para adjudicação do serviço de “Transporte de Material Pirotécnico, Morteiros e Materiais Sobressalentes destinados ao 29.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau”. 1. Entidade que põe a prestação de serviços a concurso: Direcção dos Serviços de Turismo. 2. Modalidade do procedimento: Concurso público. 3. Local de execução dos serviços: Locais mencionados no Caderno de Encargos. 4. Objecto dos serviços: Transporte de Material Pirotécnico, Morteiros e Materiais Sobressalentes destinados ao 29.º Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício de Macau. 5. Prazo de execução: Cumprimento das datas constantes no Caderno de Encargos. 6. Prazo de validade das propostas: Noventa dias, a contar do dia do acto de abertura das propostas. 7. Caução provisória: MOP140.000,00 (cento e quarenta mil patacas), a prestar mediante garantia bancária ou depósito em numerário, em ordem de caixa ou cheque visado, emitido à ordem do “Fundo de Turismo”, efectuado directamente na Divisão Financeira da Direcção dos Serviços de Turismo ou no Banco Nacional Ultramarino de Macau, através de depósito à ordem do Fundo de Turismo, na conta número:「8003911119」 devendo ser especificado o fim a que se destina. 8. Caução definitiva: 4% do preço total da adjudicação. 9. Preço base: Não há. 10. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n.os 335-341, Edifício Hotline, 12.º andar até às 17:45 horas do dia 4 de Julho de 2017. 11. Sessão de esclarecimento: Os interessados podem assistir à sessão de esclarecimento deste concurso público que terá lugar às 10:00 horas do dia 20 de Junho de 2017, no Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.º Andar, Macau. 12. Local, dia e hora do acto de abertura das propostas: Auditório da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.º Andar, Macau, pelas 10:00 horas do dia 5 de Julho de 2017. Os concorrentes ou os seus representantes legais deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados a concurso, nos termos do artigo 27.° do Decreto-Lei n.° 63/85/M, de 6 de Julho. Os concorrentes ou os seus representantes legais poderão fazer-se representar por procurador devendo, neste caso, apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto de abertura das propostas. 13. Adiamento: Em caso de encerramento dos serviços públicos por motivo de força maior, o termo do prazo de entrega das propostas, a data e a hora da sessão de esclarecimento e do acto de abertura de propostas serão adiados para o primeiro dia útil imediatamente seguinte, à mesma hora. 14. Critérios de apreciação das propostas: Critérios de adjudicação Preço Flexibilidade dos prazos na prestação do serviço Garantia de segurança e eficiência na prestação do serviço Experiência do concorrente

Factores de ponderação 30% 20% 40% 10%

15. Local, dias, horário para a obtenção da cópia e exame do processo do concurso: Local: Balcão de Atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício Hotline, 12.º andar, além disso ainda se encontra igualmente patente no website da Direcção dos Serviços de Turismo (http://industry.macaotourism. gov.mo), podendo os concorrentes fazer “download” do mesmo. Dias e horário: Dias úteis, desde a data da publicação do presente anúncio até ao dia e hora limite para entrega das propostas e durante o horário normal de expediente. Direcção dos Serviços de Turismo, aos 8 de Junho de 2017. Directora dos Serviços Maria Helena de Senna Fernandes


7 SOCIEDADE

hoje macau quarta-feira 14.6.2017

O

tribunal ainda não decidiu quem é o verdadeiro proprietário do terreno da Colina da Ilha Verde, mas o terreno está, por agora, mais limpo. A Companhia de Desenvolvimento Wui San, dirigida por Jack Fu, decretou a remoção de cerca de 40 por cento dos resíduos que estão, há cerca de uma década, depositados no terreno. A acção foi feita com o apoio da Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde, apesar de decorrer ainda uma acção judicial para se

Ilha Verde RESÍDUOS COMEÇARAM A SER REMOVIDOS DA COLINA

Um mosteiro quase limpo HOJE MACAU

Uma das empresas que se diz dona do terreno onde está localizado o convento jesuíta da Ilha Verde começou a remover parte dos materiais de ferro velho que lá estão depositados. Os trabalhos tiveram o apoio dos Kaifong

Os Kaifong dizem que os trabalhos de remoção foram decididos com base no registo de propriedade do terreno

saber quem é o verdadeiro proprietário do terreno. Para além de Jack Fu, Fong Lap, da Empresa de Fomento e Investimento Kong Cheong, também afirma ser proprietário. Em declarações ao HM, Chan Fong, subdirectora da associação que está ligada à União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM ou Kaifong), disse que os trabalhos de remoção foram decididos com base no registo de propriedade do terreno, que está em nome da empresa Wui San. O HM tentou saber as razões para a entrada no terreno e a remoção dos resíduos quando ainda não há uma decisão final do tribunal mas, do lado da empresa Wui San, um representante de apelido Tang disse-nos apenas que o registo de propriedade define quem é o verdadeiro dono. Chan Fong, da associação ligada aos Kaifong, disse, em conferência de imprensa, que este foi apenas um primeiro passo para todo o trabalho que é necessário fazer. Na visão da responsável, é necessário garantir melhorias nas zonas residenciais do bairro, retirar os veículos abandonados e preservar

Justiça dá razão à Moon Ocean Tribunal Judicial de Base com competência para avaliar caso

O

Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão à Moon Ocean numa questão de competência de tribunais para julgar o conflito que a opõe às empresas concessionárias dos terrenos para onde estava projectado o empreendimento La Scala. Um magistrado judicial do Tribunal Judicial de Base (TJB) tinha entendido que a questão em causa deveria ser avaliada pelo Tribunal Administrativo, mas o TSI teve um entendimento diferente. Em causa estão os terrenos em frente ao Aeroporto Internacional de Macau, parcelas que foram retiradas à Moon Ocean na sequência do julgamento do antigo secretário para os Transportes e Obras Públicas, Ao Man Long. Os empresários de Hong Kong a quem tinham sido concessionadas

as parcelas foram ambos condenados por corrupção, por terem subornado o antigo governante. Em Agosto de 2012, o Chefe do Executivo declarou a nulidade do processo de transmissão da concessão por arrendamento dos cinco terrenos em questão. Inconformada, a Moon Ocean intentou uma acção contra as concessionárias dos lotes: a RAEM e quatro empresas constituídas pelo ex-Governo de Macau. Pretendia das cinco rés a restituição do valor pago pela transmissão dos direitos resultantes da concessão, bem como a indemnização pelas benfeitorias realizadas no terreno. No ano passado, um juiz do 1º Juízo Cível do TJB entendeu que o contrato de concessão por arrendamento de terrenos urbanos do domínio privado da RAEM

é um contrato administrativo, pelo que o tribunal competente seria o Administrativo e não o Judicial de Base. Declarou a incompetência do Tribunal Judicial de Base para julgar a acção e ordenou a remessa dos autos para o TA. A Moon Ocean recorreu para o TSI, que considerou que, no caso em apreço, a empresa não está a pedir a restituição do prémio da concessão pago à RAEM, mas sim os preços pagos às rés para a transmissão dos direitos resultantes da concessão. A Segunda Instância entende que, neste processo, a RAEM é ex-sócia duma sociedade transmitente, “sem se dotar de qualquer jus imperii, agindo portanto como um contraente privado”. Assim sendo, o 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base é competente para julgar a acção. I.C.

a colina, onde existe um convento jesuíta.

UM PLANO É PRECISO

O terreno em causa já foi alvo da atenção de vários deputados à Assembleia Legislativa, que questionaram a falta de acção do Executivo na preservação do convento jesuíta, bem como a intervenção dos Kaifong neste assunto. Chan Fong referiu que, apesar de o terreno não ser do Governo, este deve, devido ao valor histórico do convento, avançar com um plano geral para a protecção do bem imóvel e das árvores antigas. A responsável dos Kaifong disse ainda não estar satisfeita com a posição do Executivo em relação aos trabalhos de protecção. Tang, o único representante da empresa Wui San presente na conferência de

imprensa, explicou que já foi colocada uma vedação na zona, sendo que serão tomadas medidas para prevenir as entradas no local sem autorização prévia. Em Janeiro deste ano, o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, disse no hemiciclo que o convento será protegido e que o Governo está atento a este assunto. “Segundo informações que recebi, não sabemos ainda quem é o verdadeiro proprietário do terreno. Há moradores e até há pessoas que gerem o convento. O convento tem de ser preservado e não apenas a colina. As Obras Públicas concordaram com a nossa opinião em relação à casamata de Coloane, que também tem de ser preservada”, adiantou na altura Alexis Tam. Victor Ng e Andreia Sofia Silva info@hojemacau.com.mo

PUB HM • 1ª VEZ • 14-6-17

ANÚNCIO Acção Ordinária n.º

CV2-14-0050-CAO

2º Juízo Cível

Autor: CHAN YUNG KAU (陳容九), casado com LEE SIU LING, no regime da separação de bens, de nacionalidade chinesa, residente em Hong Kong, Yuen Ling Shek Kong, Wang Toi Shan, Wing Ning Lane, n.º 300. Réus: 1. FUNG KWOK CHIU (馮國釗), divorciado, com última residência conhecida em Macau, na Rua de Coelho do Amaral, n.º 1-M, Edifício Lai Hou Garden, 5.º andar AO, Macau, ora ausente em parte incerta; 2. YIP TZE CHUN (葉子振), ora ausente em parte incerta; e sua mulher 3. WONG HIU MAN, casados sob o regime supletivo da lei chinesa, ora ausente em parte incerta; 4. LEE YU MING (李裕明), falecido, habilitados dos Cheung Ming Ming, Lee Ching Wai e Lee Chung Wai; 5. CHEUNG MING MING (張萌萌), casado com LEE YU MING no regime supletivo da lei chinesa, residente em Macau, na Rua de Eduardo Marques, n.º 40, 1º andar; 6. SUCESSORES INCERTOS DO FALECIDO LEONG IOK KEONG (已故 梁郁強之不確定繼承人); 7. LEE LAIN WAI aliás LEI LIN OI (李蓮愛), casados sob o regime supletivo da lei chinesa, com últimas moradas conhecidas em Macau, na Rua Entre-campos, n.ºs 34-34A, ora ausente em parte incerta. *** Correm éditos de trinta (30) dias, a contar da segunda e última publicação do anúncio, citando os réus FUNG KWOK CHIU, YIP TZE CHUN, WONG HIU MAN, SUCESSORES INCERTOS DO FALECIDO LEONG IOK KEONG e LEE LAIN WAI, para no prazo de trinta (30) dias, decorrido que seja o dos éditos, contestarem, querendo, o pedido formulado pelo autor nos autos acima identificados, que resumidamente consiste em que: seja declarado que o autor é o proprietário legítimo e único da fracção autónoma designada por “AO5” do 5º andar “AO”, para habitação, sito na Rua de Coelho do Amaral, n.os 1 a 1-R, na Praça de Luis de Camões, n.os 17 a 29 e na Rua do Patane, n.os 1 a 1-H, em Macau, descrito na Conservatória do Registo Predial sob o n.º 152, a fls. 166v do livro B1, e inscrita sob o n.º 4382, a fls. 45v do livro G86A a favor de YIP TZE CHUN, LEE YU MING e LEONG IOK KEONG, por haver adquirido por usucapião. Conforme tudo melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 2º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantada nesta secretaria nas horas normais de expediente, de que a falta da contestação, não implica o reconhecimento dos factos articulados pelo autor e ainda que é obrigatória a constituição de advogado (nos termos do artº 74º do C.P.C.M.). Macau, aos 02 de Junho de 2017.

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hoje macau quarta-feira 14.6.2017

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO PARA “OBRA DE REORDENAMENTO DE DRENAGEM JUNTO AO CENTRO DE FORMAÇÃO E ESTÁGIO DE ATLETAS” 1.

Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

2.

Modalidade de concurso: Concurso Público.

3.

Local de execução da obra: Rua de Ténis e Rua da Patinagem.

4.

Anúncio 【N.º101/2017】 Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, são por este anúncio notificados, os representantes dos agregados familiares candidatos à aquisição de habitação económica, do seguinte: Representante do agregado familiar candidato a habitação económica

Número do boletim de candidatura

Objecto da Empreitada: Construção de uma rodovia e de passeios e de um sistema de drenagem.

SU NANGEN

81201303465

5.

Prazo máximo de execução da obra: 160 dias de trabalho. O prazo de execução da obra apresentado pelo concorrente deve obedecer às disposições do n.º 7 do Preâmbulo do Programa de Concurso e dos n.ºs 5.1.2 e 5.2.2 das Cláusulas Gerais do Caderno de Encargos.

IP SIO MAN

81201311086

6.

Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.

LAM WAI MENG

81201309580

CHAN WAI HOU

82201314965

7.

Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços.

NG KAM LIN

82201304672

8.

Caução provisória: $200 000,00 (duzentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais.

9.

Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).

10.

Preço Base: não há.

11.

Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição ou renovação. Neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição ou renovação.

12.

Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, R/C, Macau; Dia e hora limite: dia 6 de Julho de 2017 (quinta-feira), até às 12:00 horas. Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

13.

Local, dia e hora do acto público do concurso : Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 5º andar, Macau; Dia e hora: dia 7 de Julho de 2017 (sexta-feira), pelas 9:30 horas. Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas mencionada de acordo com o número 12 ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público do concurso acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

14.

Línguas a utilizar na redacção da proposta: Os documentos que instruem a proposta (com excepção dos catálogos de produtos) devem estar redigidos numa das línguas oficiais da RAEM, quando noutra língua, devem ser acompanhados de tradução legalizada, a qual prevalece para todos e quaisquer efeitos.

15.

Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: Departamento de Infraestruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, Macau; Hora: horário de expediente (Das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas) Na Secção de Contabilidade da DSSOPT, poderão ser solicitadas cópias do processo de concurso mediante o pagamento de $360,00 (trezentas e sessenta patacas).

16.

Critérios de avaliação de propostas e respectivas proporções: Critérios de avaliação Parte relativa ao preço

Parte relativa à técnica

Proporção

- Preço da obra

11

- Prazo de execução

2

- Programa de trabalhos

3

- Experiência em obras executadas

2,6

- Integridade

1,4

Pontuação final = Pontuação da parte relativa ao preço x Pontuação da parte relativa à técnica. Em conformidade com o relatório de avaliação das propostas, os 3 concorrentes com pontuação final mais alta são ordenados por ordem crescente dos preços da obra e o dono da obra procederá à adjudicação com base na ordenação. 17.

Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Infraestruturas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 16º andar, em Macau, a partir de 21 de Junho de 2017 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Causa e fundamento legal da exclusão de adquirente seleccionado

Falta de entrega dos documentos necessários para a avaliação do requerimento no prazo fixado (Nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011, alterada pela Lei n.º 11/2015)

Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código de Procedimento Administrativo, o Instituto de Habitação (IH) notificou, nos dias 15 e 22 de Maio de 2017, através de anúncio, os referidos representantes dos agregados familiares candidatos à aquisição de habitação económica para que apresentassem, no prazo de 10 dias, justificação escrita, não sendo a mesma considerada quando submetida fora do prazo, considerando-se como desistência. Os representantes dos respectivos agregados familiares candidatos à aquisição de habitação económica não apresentaram qualquer justificação escrita dentro do prazo fixado, pelo que o presidente do IH aprovou, de acordo com o despacho exarado na Proposta n.º 0793/DAJ/2017, no dia 8 de Junho de 2017, a exclusão dos referidos agregados familiares de adquirentes seleccionados. Caso não concorde com a decisão acima referida, deve ser apresentada reclamação ao presidente do IH (sem efeito suspensivo) nos termos do artigo 149.º do Código de Procedimento Administrativo no prazo de quinze dias a contar da data da publicação do presente anúncio, ou/e intentar a acção do recurso contencioso ao Tribunal Administrativo dentro do prazo legal nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso. Atenciosamente Instituto de Habitação, aos 8 de Junho de 2017 O Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Nip Wa Ieng

ANÚNCIO 【N.º 103/2017】 Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação social abaixo indicado, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro: Nome N.º do boletim de candidatura LAM CHI MENG 31201304711 Por causa do representante do agregado familiar acima mencionado se recusar a assinar o contrato de arrendamento, sem motivo justificativo, este não reúne os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos da alínea 3) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º141/2012. Tendo este Instituto publicado um anúncio na imprensa de língua chinesa e língua portuguesa, no dia 15 de Fevereiro de 2017, a solicitar ao interessado acima mencionado para apresentar por escrito a sua interpretação pelo facto acima referido no prazo de 10 (dez) dias a contar da data de publicação do referido anúncio, entretanto não o fez. De acordo com a alínea 3) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009, com as alterações introduzidas pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 141/2012, e em conformidade com o despacho do signatário, exarado na Proposta n.o 0586/DHP/DHS/2017, a respectiva candidatura foi excluída da lista geral de espera por IH. Simultaneamente, foi cessado a concessão de abono de residência por o agregado familiar beneficiário ter sido excluido da lista geral de espera, e implicando ainda a restituição do abono recebido a partir do mês seguinte ao da verificação da respectiva ocorrência, de acordo com os termos da alínea 1) do n.º 1 e n.º 3 do artigo 8.º do Regulamento Administrativo n.º 23/2008(Plano Provisório de Atribuição de Abono de Residência a Agregados Familiares da Lista de Candidatos a Habitação Social), e a decisão do despacho do signatário, exarado na Proposta acima mencionada. Caso queira contestar a respectiva decisão, nos termos dos artigos 148.º e 149.º e n.º 2) do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo, pode reclamar da respectiva decisão administrativa, ao Presidente deste Instituto, no prazo de 15 (quinze) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, a reclamação não tem efeito suspensivo; ou pode apresentar directamente recurso judicial ao Tribunal Administrativo, no prazo de 30 (trinta) dias a contar da data de publicação do presente anúncio, nos termos do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro e do artigo 30.º da Lei n.º 9/1999. Instituto de Habitação, aos 12 de Junho de 2017.

Macau, aos 8 de Junho de 2017. O Director dos Serviços Li Canfeng

O Presidente, Arnaldo Santos


9 hoje macau quarta-feira 14.6.2017

Inquérito SECTOR DO RETALHO GERA MAIOR SATISFAÇÃO

O que é local é bom Um inquérito realizado pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau mostra que a satisfação dos residentes em relação ao sector do retalho subiu 4,5 por cento. Aqui compra-se e come-se melhor do que do outro lado da fronteira

O

S residentes estão hoje mais satisfeitos em relação ao sector do retalho do que estavam há um ano. A conclusão é de um inquérito realizado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentado da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (UCTM). De zero a 100, o índice de satisfação em compras de vestuário e sapatos foi de 74,3 pontos, um aumento de 4,5 por cento face a 2016. O inquérito avaliou também a satisfação dos consumidores na cidade vizinha de Zhuhai, sendo que o índice foi de 65,5 pontos, uma diminuição de 1,5 por cento face ao ano passado. Os dados mostram, por isso, que a satisfação em relação aos serviços e bens ligados ao sector do retalho é maior do que na cidade vizinha. De acordo com as estatísticas divulgadas pelo instituto da UCTM, a qualidade dos produtos vendidos, o serviço e o valor receberam as maiores pontuações desde a primeira edição do inquérito sobre a satisfação de consumidores. Na cidade vizinha houve uma diminuição de 1,8 por cento de satisfação em relação à qualidade dos produtos vendidos, enquanto a qualidade dos serviços desceu 2,6 por cento. Quanto ao sector da restauração, o inquérito mostra que o grau de satisfação dos restaurantes de Macau, incluindo os restaurantes tradicionais chineses, foi de 70,9 pontos, ou seja, um aumento de 1,6 por cento em comparação com o ano

O inquérito compara ainda a satisfação dos consumidores em relação aos restaurantes de Zhuhai e também aqui a cidade vizinha fica atrás de Macau passado, o que representa o melhor resultado ao longo dos 11 anos de inquérito.

RESTAURANTES EM ALTA

O inquérito compara ainda a satisfação dos consumidores em relação aos restaurantes de Zhuhai, e também aqui a cidade vizinha fica atrás de Macau. O território registou o seu melhor resultado em

11 anos, com um aumento de cinco por cento na comparação anual. As conclusões do inquérito atribuem estes bons resultados ao facto de a economia de Macau atravessar um período de estabilidade, sem esquecer a ligação com os países de língua portuguesa. É ainda referido o facto de Macau ser candidata a

Cidade UNESCO da Gastronomia. O Instituto de Desenvolvimento Sustentado da UCTM sugere que o sector de comércio a retalho e da restauração continuem a elevar a qualidade dos seus produtos e serviços, para atrair mais clientes e turistas a Macau, incluindo o aumento da competitividade do território neste campo. Os responsáveis pelo inquérito defendem ainda uma maior penetração dos pratos locais no mercado do interior da China e dos países lusófonos, para que Macau possa ser um centro mundial de turismo e lazer. HM

SOCIEDADE

É só cooperação Empresários em Cabo Verde e Portugal

M

AIS de 60 empresários de Macau vão participar, a partir de sexta-feira, em Cabo Verde e depois em Portugal, em fóruns subordinados à cooperação económica e comercial entre a China e os países de língua oficial portuguesa. Segundo o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), que organiza a comitiva, a delegação empresarial vai participar, entre os próximos dias 16 e 18, na cidade da Praia, em Cabo Verde, no Encontro de Empresários para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, e depois em fóruns em Lisboa e no Porto. Durante o encontro empresarial na Praia, que vai fazer convergir mais de 150 empresários de Macau e da China, vai decorrer uma sessão de apresentação do fundo chinês de mil milhões de dólares destinado a investimentos de e para os países lusófonos, cuja sede foi transferida de Pequim para Macau no dia 1, com vista a atrair mais candidaturas. A comitiva, composta por empresários de sec-

tores como manufactura, importação e exportação, comércio, prestação de serviços, consultadoria, energia ou construção e engenharia, vai também efectuar uma série de visitas, incluindo a um parque industrial e ao projecto turístico da Macau Legend Development, do empresário de Macau David Chow, segundo informação facultada pelo IPIM à Agência Lusa.

LISBOA E PORTO

Depois da missão em Cabo Verde, a delegação parte para Portugal, onde o IPIM organiza, em Lisboa, em conjunto com o Conselho para a Promoção do Comércio Internacional da China (CCPIT) e a Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (AICEP), uma sessão de apresentação da actual situação económica e ambiente de investimento em Macau e na China. De seguida, a comitiva segue para o Porto para participar na primeira Feira & Fórum Internacional de Negócios China-Países de Língua Portuguesa e Espanhola (FIN2017), que vai ter lugar, na Exponor, entre os próximos dias 21 e 23.

ACIDENTE MORREU MAIS UM DOS TRABALHADORES DAS OBRAS NO MP

Um segundo trabalhador morreu ontem na sequência do acidente registado na passada segunda-feira nas obras de construção do novo edifício do Ministério Público, informou a Polícia de Segurança Pública (PSP). O trabalhador morreu por volta das 9h no hospital. O acidente já tinha feito uma vítima mortal. Fonte da PSP explicou à Agência Lusa que dois outros trabalhadores, que sofreram ferimentos, permanecem hospitalizados. O acidente levou o Governo a ordenar a suspensão imediata e total das obras, e a solicitar ao empreiteiro “a apresentação, com a maior brevidade possível, de um relatório detalhado da investigação”. O reinício das obras só será autorizado após uma inspecção conjunta ao local, às circunstâncias laborais da obra e às medidas de segurança por parte da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais e da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.


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hoje macau quarta-feira 14.6.2017

Anúncio Concurso Público «Serviços de tratamento dos relvados e das zonas verdes das instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto»

Anúncio Concurso Público «Serviços de salvamento nas piscinas situadas em Macau afectas ao Instituto do Desporto»

Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 31 de Maio de 2017, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para os serviços de tratamento dos relvados e das zonas verdes durante o período de 1 de Dezembro de 2017 a 31 de Julho de 2020, nas seguintes instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto:

Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 31 de Maio de 2017, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para os serviços de salvamento durante o período de 16 de Outubro de 2017 a 15 de Outubro de 2019, nas seguintes piscinas situadas em Macau afectas ao Instituto do Desporto:

Ordem

Designação das instalações desportivas

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14

Relvados

Zonas verdes

Relvados do campo de futebol do Centro Desportivo Lin Fong Relvados do campo de futebol do Estádio e do Quintal Desportivo (relvados da zona de aquecimento e do campo de futebol em miniatura) do Centro Desportivo Olímpico Quintal Desportivo (relvados da zona de lançamento) do Centro Desportivo Olímpico Relvados do Campo de Futebol/Atletismo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau Relvados do campo de futebol do Estádio da Universidade de Macau (incluindo zonas verdes) Centro Desportivo Lin Fong Centro Desportivo Tamagnini Barbosa Estádio, Quintal Desportivo e Piscina do Centro Desportivo Olímpico Centro Internacional de Tiro Centro de Bowling Academia de Ténis Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau Kartódromo de Coloane Centro Náutico de Hác-Sá

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento de $500,00 (quinhentas) patacas. Podem ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de download da página electrónica do Instituto do Desporto: www.sport.gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 20 de Julho de 2017, quinta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $1 040 000,00 (um milhão e quarenta mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do “Fundo do Desporto”) na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial sita na sede do Instituto do Desporto. O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 21 de Julho de 2017, sexta-feira, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura.

1 2

Designação das instalações desportivas Piscina do Centro Desportivo do Colégio D. Bosco Piscina do Centro Desportivo Tamagnini Barbosa

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento de $500,00 (quinhentas) patacas. Podem ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de download da página electrónica do Instituto do Desporto: www.sport. gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 14 de Julho de 2017, sexta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $308 000,00 (trezentas e oito mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do “Fundo do Desporto”) na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial sita na sede do Instituto do Desporto. O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 17 de Julho de 2017, segunda-feira, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 14 de Junho de 2017.

Instituto do Desporto, 14 de Junho de 2017.

O Presidente, Pun Weng Kun

O Presidente, Pun Weng Kun

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 426/AI/2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 434/AI/2017

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora XIE YUNZHEN, portadora do Salvo-conduto de Residente da China Continental para Deslocação a Taiwan n.° T27763xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 43/DI-AI/2017, levantado pela DST a 06.03.2017, e por despacho da Directora dos Serviços de Turismo, Substituta, de 13.04.2017, exarado no Relatório n.° 264/ DI/2017, de 23.03.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de angariar pessoas com vista ao seu alojamento ilegal na fracção autónoma.----------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.----------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 2 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora HE PING, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W63313xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 7/ DI-AI/2015 levantado pela DST a 16.01.2015, e por despacho da signatária de 20.04.2017, exarado no Relatório n.° 278/DI/2017, de 27.03.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Praceta de Miramar n.° 11, Jardim San On, Bloco I, 13.° andar E, Macau. -----O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro. -----Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.---------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 09 de Junho de 2017.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 09 de Junho de 2017.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 19/P/17

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 20/P/17

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 25 de Maio de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de uma Tomografia de Coerência Óptica aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 14 de Junho de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP38,00 (trinta e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S.(www.ssm.gov.mo). Os concorrentes devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 19 de Junho de 2017, às 11,00 horas para visita de estudo ao local da instalação do equipamento a que se destina o objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 20 de Julho de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 21 de Julho de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 24.000,00 (vinte e quatro mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 1 de Junho de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Prestação de Serviços de Aluguer de Equipamentos para Oxigenoterapia Domiciliária aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 14 de Junho de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 33,00 (trinta e três patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Em relação aos “Documentos” que instruem a proposta, especialmente sobre a qualificação dos concorrentes, a reunião de esclarecimentos terá lugar no dia 19 de Junho de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 11 de Julho de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 12 de Julho de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 80.000,00 (oitenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 8 de Junho de 2017

Serviços de Saúde, aos 8 de Junho de 2017 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

O Director dos Serviços Lei Chin Ion


11 CHINA

hoje macau quarta-feira 14.6.2017

COOPERAÇÃO COM LUXEMBURGO REFORÇADA

A

China quer reforçar a confiança política mútua, a comunicação e a coordenação em assuntos regionais e internacionais com o Luxemburgo, segundo palavras do primeiro-ministro chinês na última segunda-feira. Li Keqiang pronunciou-se a esse respeito ao reunir-se com o primeiro-ministro do Grão-Ducado de Luxemburgo, Xavier Bettel, que está a realizar uma visita de Estado à China desde o passado domingo. “As relações sino-luxemburguesas desenvolveram-se a um ritmo estável. A China quer aprofundar a cooperação nas áreas do comércio, investimento, entre outras, e construir mais plataformas de intercâmbio cultural”, disse Li. Bettel afirmou que o Luxemburgo apoia o livre comércio e o multilateralismo, e que trabalhará juntamente com a China para lidar com os desafios globais. Após o encontro, os dois líderes também testemunharam a assinatura de acordos para a futura cooperação no âmbito do bem-estar social, finanças, aviação e produção de filmes. Este ano assinala-se o 45º aniversário da fundação das relações diplomáticas China-Luxemburgo. Os laços económicos entre os dois países desenvolveram-se estavelmente, com ambas as partes a alargar a sua cooperação no âmbito da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. O Luxemburgo foi o primeiro membro europeu fundador do Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII) proposto pela China.

A

China pretende construir o terceiro navio de perfuração marítima de investigação do mundo tornar-se líder nos esforços internacionais de perfuração em águas profundas no mundo até 2028, disse na segunda-feira um alto consultor do governo. Wang Pinxian, geólogo marítimo da Universidade de Tongji e também da Academia Chinesa de Ciências, fez as declarações numa conferência de imprensa para anunciar a conclusão bem sucedida de uma missão internacional de perfuração para descobrir como foi formado o Mar do Sul da China há milhões de anos atrás, informa o diário do Povo. A missão de quatro meses foi conduzida a bordo do navio norte-americano JOIDES Resolution, como parte das expedições 367 e 368 do Programa Integrado de Perfuração Marítima (IODP, na sigla em inglês), uma colaboração

Geologia PEQUIM QUER LIDERAR INVESTIGAÇÃO MARÍTIMA

Aguas profundas ´

internacional em investigação científica geológica em águas profundas que começou em 1968. A China integrou o IODP em 1998 e participou em três missões de perfuração focadas no Mar do Sul da China em 1999, 2014 e 2017. A última missão foi pro-

LTOS representantes dos governos de Japão e dos Estados Unidos reafirmaram na terça-feira em Tóquio, a sua posição comum contra o programa nuclear da Coreia do Norte e destacaram a importância da China pressionar o regime de Pyongyang a abandonar as suas iniciativas de armamento. O subsecretário de Estado dos EUA para Assuntos Políticos, Thomas Shannon, disse após uma reunião com o responsável do Conselho de Segurança Nacional japonês, Shotaro Yachi, que as provas nucleares e balísticas tornaram a Coreia do Norte “uma ameaça global”. Ambos concordaram em pedir para que a China e o resto da comunidade internacional tentem convencer Pyongyang de que o programa nuclear “não abre nenhum caminho de esperança para o futuro”, segundo a agência de notícias Kyoda.

PRIMEIRA FASE

Wang, que serve como consultor para o envolvimento do IODP da

A China integrou o IODP em 1998 e participou em três missões de perfuração focadas no Mar do Sul da China em 1999, 2014 e 2017. A última missão foi proposta, projectada e liderada por cientistas chineses

EUA E JAPÃO INSISTEM COM CHINA PARA PRESSIONAR COREIA DO NORTE

A

posta, projectada e liderada por cientistas chineses. Mais de 60 investigadores de mais de dez países estiveram envolvidos.

Shannon disse o papel que a China pode exercer no processo ainda “não foi enfatizado o suficiente”, assim como o do Conselho de Segurança da ONU e o de outros organismos internacionais, que podem ajudar a “mandar uma mensagem forte e clara à Coreia do Norte Após a visita de dois dias a Tóquio, em que também se reuniu com outras autoridades do país, Shannon chegou ontem a Seul, onde irá discutir uma aliança entre os norte-americanos e a Coreia do Sul. A visita ocorre num momento de especial tensão militar na região depois dos repetidos testes militares de Pyongyang - o último na semana passada - o que levou a mais conflitos verbais com a nova Administração Trump, que chegou a insinuar que estuda possíveis ataques preventivos.

China, disse que a missão marcou o primeiro passo de uma estratégia de três fases para que a China faça parte das actividades internacionais de perfuração marítima. O geólogo marítimo da Universidade de Tongji, Jian Zhimin, co-director da missão do IODP, disse conferência de imprensa de segunda-feira que durante a expedição perfuraram 17 poços em sete locais no Mar do Sul da China. A profundidade combinada da perfuração ultrapassa 7.669 metros, e foram recolhidas várias amostras, incluindo rochas sedimentárias e vulcânicas.

HONG KONG É O NOVO MEMBRO DO BAII

O

Governo de Hong Kong, anunciou ontem que o território se tornou membro do Banco Asiático de Investimento em Infra-estrutura (BAII). O Comité Financeiro do Conselho Legislativo aprovou no dia 12 de Maio as bases para a subscrição de 7651 acções do capital do BAII. O secretário para as Finanças de Hong Kong, Paul Chan, disse que “as bases do processo da nossa adesão demonstram a preparação de Hong Kong para apoiar as operações do BAII”. “Enquanto centro financeiro internacional, Hong Kong tem um mercado fi-

nanceiro sofisticado, robusto e com liquidez, possuindo em abundância profissionais de qualidade com experiência global, granjeando as vantagens únicas da política “Um País, Dois Sistemas”, disse Chan, acrescentando que Hong Kong está prestes a ajudar o BAII a aumentar os fundos para financiar vários projectos de infra-estruturas.

Paul Chan

Além disso, a experiência de Hong Kong no design, construção, operação e gestão de grandes infra-estruturas “tem provas dadas internacionalmente”, afirmou, apontando que os serviços profissionais e os sectores financeiros de Hong Kong podem contribuir para o sucesso do BAII. O BAII realizará o segundo encontro anual do Conselho de Governadores em Jeju, na Coreia do Sul, entre os dias 16 e 18 deste mês. O secretário para as Finanças de Hong Kong irá liderar uma delegação para comparecer à reunião, tratando-se da primeira vez que Hong Kong participa no evento na qualidade do membro.


12 Cinema COMEÇA HOJE O CICLO SOBRE SISTEMA PRISIONAL

EVENTOS

Cultura sem casa Armazém do Boi ainda sem novo espaço

O

Armazém do Boi ainda não conseguiu arranjar um espaço alternativo àquele que tem ocupado. A organização vai ter de abandonar as instalações do edifício do antigo matadouro e está a ser difícil encontrar uma solução. De acordo com a curadora e membro da associação, Gigi Lee, “no ano passado, durante uma reunião com o Instituto Cultural (IC), foi comunicado que, após 2017, a associação teria de deixar as instalações”. O argumento dado pelo IC, responsável pela estrutura, foi de que “iriam ser iniciadas obras de remodelação”, explica a curadora ao HM. Gigi Lee reconhece que o local precisa de obras, mas não coloca de parte a possibilidade de o edifício passar a ser aproveitado de outra forma. As perspectivas para o Armazém do Boi não são animadoras. Sem certezas quanto a um possível regresso àquele espaço, a associação não consegue encontrar um local para manter a actividade. As dificuldades são essencialmente financeiras e prendem-se com a impossibilidade de pagar contas e, “muito menos, uma renda”. “Aqui não temos de pagar as contas, nem suportar uma renda”, diz Gigi Lee, recordando que o Armazém do Boi é uma associação sem fins lucrativos, “pelo que não há dinheiro”. Todas as actividades desenvolvidas são possíveis com o apoio do Governo, recorda. Para a curadora seria importante que, mesmo com as obras, a associação tivesse oportunidade de voltar àquelas instalações. No entanto, Gigi Lee admite que este factor não é o essencial. Fundamental é conseguir manter a continuidade do trabalho que tem sido desen-

volvido, até porque se trata “de um trabalho diferente do de outras organizações do mesmo género”.

MARCAR A DIFERENÇA

Em actividade há 14 anos, o Armazém do Boi já tem provas dadas na promoção artística no território. Definido pela própria curadora como um espaço singular, Gigi Lee destaca o trabalho realizado por “ser o único que recebe projectos mais experimentais e que só se dedica à arte contemporânea”. “Enquanto muitas entidades se dedicam a exposições sem integrar as novas formas de arte, nós acolhemos, por exemplo, a performance”, vinca a curadora, acrescentando que um dos objectivos do Armazém do Boi é o de estar “sempre receptivo à novidade”. Por outro lado, é esta abertura que tem feito crescer o interesse pelos artistas locais e internacionais que, de acordo com Gigi Lee, têm feito chegar à associação cada vez mais pedidos de exposição. A curadora não deixa de destacar o trabalho comunitário que tem integrado um conjunto de actividades que envolvem famílias e um público de todas as idades. “Saímos das instalações e vamos trabalhar com as pessoas ou trazemos a comunidade para integrar as nossas actividades. É um trabalho muito interessante e que merece ter continuidade”, defende Gigi Lee. S.M.M.

ATRAS DAS GRADES ´

Começa hoje o IV Ciclo de Cinema CRED-DM. Este ano a iniciativa promovida pela Fundação Rui Cunha é dedicada ao sistema prisional. São seis filmes, durante um mês, para relembrar que os direitos humanos não devem ter limites

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Agora também a política já tem o seu guia. Escrito por um dos criadores e autores de Herman Enciclopédia e Contra-Informação, tem uma linguagem simples mas técnica, e está recheado de exemplos práticos e muitos bonecos. Um livro recomendado não só aos jovens e boys em idade escolar, mas também a todos os políticos e dirigentes de futebol que queiram melhorar as suas deprimentes carreiras. Recomendado pelas principais marcas de máquinas partidárias!

O

sistema prisional é o tema transversal aos seis filmes que integram o programa deste ano do ciclo de cinema promovido pela Fundação Rui Cunha. A ideia é abordar o assunto no tempo e em várias vertentes. De acordo com a Directora do CRED-DM - Centro de Reflexão, Estudo e Difusão do Direito de Macau da Fundação Rui Cunha, Filipa Guadalupe, a opção pela abordagem do sistema prisional é quase óbvia. “É um tema incontornável no mundo do direito e envolve não só o sistema penal e a organização do sistema judiciário, mas também tem que ver com a dignidade das pessoas, com os direitos humanos e com as condições em que vivem aqueles que são privados de liberdade”, diz ao HM. Não se trata de um assunto fora da actualidade, muito pelo contrário, até porque, “é um tema transversal e que toca várias necessidades básicas de qualquer pessoa”. Acondenação já é, para a directora Cred-DM, uma sanção e tudo o mais que possa acontecer remete para uma dupla sanção. “Este não é o espírito legislador pelo que cabe ao direito intervir nesta área”, diz. Em causa está a própria essência do sistema penal, ou seja, a ressocialização da pessoa que cumpre pena de prisão. Para que seja conseguido, considera Filipa Guadalupe, é necessário que se mantenha o princípio de que quem está a cumprir pena “não deixa de ser um ser humano, e não deixa de ter direito a cumprir a sua pena com dignidade”, aponta. Foi com esta premissa que foram seleccionados os filmes que vão ser exibidos durante um mês na Casa Garden. “Cada um dos filmes aborda questões que se passam dentro das prisões, sendo que chamamos a atenção para as condições muitas vezes sub-humanas que ali se vivem, e que podem ir desde a sobrelotação às condições de saúde”, ilustra a responsável. Estes são exemplos que demonstram que o fim último do

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À medida que a crise económica global continua a causar estragos, vários políticos têm vindo a chamar a atenção para a necessidade de recuperar os conceitos de Keynes para resolver os problemas da economia actual. “Keynes – Uma Teoria Útil à Economia” oferece uma síntese notável sobre os conceitos-chave do economista John Maynard Keynes. Esses conceitos económicos permitem entender os debates políticos do nosso tempo.


13 hoje macau quarta-feira 14.6.2017

“É um tema incontornável no mundo do direito e envolve não só o sistema penal e a organização do sistema judiciário, mas também tem que ver com dignidade das pessoas, com os direitos humanos e com as condições em que vivem aqueles que são privados de liberdade.” FILIPA GUADALUPE DIRECTORA DO CRED-DM

INSPIRARTE ESPECTÁCULOS ADICIONAIS

direito penal não é cumprido. “Como é que alguém pode voltar a viver em sociedade se passou anos em condições sub-humanas?”, questiona Filipa Guadalupe.

CAUSAS INTEMPORAIS

O ciclo, que tem início hoje, abre as hostes com um clássico. O filme é o “Cool Hand Luke” de Stuart Rosenberg, em que Paul Newman interpreta “um dos papéis mais aclamados da sua carreira”. É o anti-herói, um solitário que não se conforma com as regras arbitrárias que gerem o estabelecimento em que está detido. A passagem pelos filmes que fizeram história não termina aqui e “Papillon” vai também ser projectado nesta edição. “Mais contemporâneo, temos ‘A Fuga de Alcatraz’ que relata a história da única pessoa que conseguiu até hoje fugir daquele lugar”, recorda Filipa Guadalupe. A intenção não é fazer um ciclo de cinema comercial, mas sim criar um momento de entretenimento em que, através de filmes feitos em épocas

EVENTOS

diferentes, seja possível fazer um retrato do tema. A ideia é também mostrar que “estas coisas da justiça são intemporais e que os problemas que existiam em meados do século passado são os mesmos de agora”, refere Filipa Guadalupe. De acordo com a responsável, nos anos 60 os

regimes eram mais rígidos e as prisões eram organizadas de uma determinada maneira; no entanto, agora, com regimes democráticos, estes estabelecimentos continuam a ter problemas graves no que respeita a condições. As películas são todas legendadas em inglês para

chegar a um público o mais alargado possível e, à semelhança das edições anteriores, cada sessão conta com um convidado que se encarrega de, antes da projecção, fazer uma pequena apresentação do filme.

O Centro Cultural de Macau decidiu organizar mais sessões dos espectáculos “Puzzle”, “Ecos da Nossa Infância” e “A Menina dos Fósforos”, devido à elevada procura de bilheteira. Vindas da Lituânia, Londres e Macau, estas três produções para bebés e crianças sobem ao palco em Agosto. “Puzzle” é uma peça de dança da companhia Dansema. “Ecos da Nossa Infância”, uma produção local, “leva os miúdos a deambular por um lugar mágico, repleto de memórias emocionantes, dos brinquedos e velhos livros, aos gravadores de cassetes e aos jogos, revivendo as recordações de criança dos pais”, explica a organização. Quanto ao “A Menina dos Fósforos”, trata-se de um clássico de Hans Christian Andersen adaptado à dançateatro. Os bilhetes para os espectáculos adicionais já estão à venda.

Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

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Anúncio O Pedido do Projecto de Apoio Financeiro para o “Projecto de Aplicação e Solução da Cidade Inteligente de Macau” 1. Objectivo Em resposta ao Plano Quinquenal de Desenvolvimento da Região Administrativa Especial de Macau (2016-2020), sobretudo o plano de acção governativa de construção de Macau enquanto uma cidade inteligente, com vista a incentivar indivíduos, empresas e instituições de investigação a desenvolverem aplicações e soluções respeitantes à construção da cidade inteligente de Macau. 2. Alvos de Patrocínio i. Universidades,instituiçõesdeensinosuperiorlocais,seusinstitutosecentrosdei nvestigação e desenvolvimento (I&D); ii. LaboratórioseoutrasentidadesdaRAEMvocacionadosparaactividadesdeI&D científico e tecnológico; iii. Instituições privadas locais, sem fins lucrativos; iv. Empresários e empresas comerciais, registadas na RAEM, com actividades de I&D; v. Investigadores que desenvolvem actividades de I&D na RAEM. 3. Requisitos de projectos i. O projecto deve estar relacionado com a construção da cidade inteligente de Macau, incluindo (mas não se limitando à), como por exemplo, mobilidade inteligente e turismo inteligente, entre outros; ii. A duração máxima de desenvolvimento não pode ser superior a 18 meses. O projecto final a ser entregue deve ser aplicação ou solução executável; iii. A modalidade dos projectos incluindo (mas não se limitando a): aplicações móveis; soluções de nuvem; websites e plataformas de comércio electrónico; pagamento de terceiros; projectos tangíveis respeitantes à internet das coisas; melhoria e actualização significativa das funções dos projectos existentes.

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4. 5. 6.

Valor de Apoio Financeiro Igual ou inferior quinhentos mil patacas. (MOP$500.000,00) Período de requerimento Entre 15 de Junho de 2017 e 15 de Setembro de 2017 Forma do Pedido Devolvido o Boletim de Inscrição e os dados de instrução mencionados no Art° 6 do Chefe do Executivo nº 273 /2004,«Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro», publicado no B. O. N° 47 de 22 de Nov., para o FDCT, e com a indicacao no projecto candidato “Projecto de Aplicação e Solução da Cidade Inteligente de Macau”. Endereço do escritória: Av. do Infante D. Henrique 4353A, Edif. “The Macau Square”, 11 K, Macau. Para informações: tel. 28788777; website: www.fdct.gov.mo. 7. Condições de Autorizações Por despacho do Chefe do Executivo nº 273 /2004, processa o «Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro». A autorizações baseia-se nos seguintes critérios principais: i. Capacidade de execução da entidade candidata e a(s) sua(s) colaboradora(s); ii. Tecnicidade, inovabilidade e praticabilidade do projecto a desenvolver; iii. Perspectiva de mercado e proporção económica esperada entre entrada e saída do projecto a desenvolver; iv. Racionabilidade entre custo e orçamento. O Presidente do C. A. do FDCT Ma Chi Ngai 14 /06 /2017


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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A Poesia Completa de Li He

出城寄權璩、楊敬之 草暖雲昏萬里春,宮花拂面送行人。 自言漢劍當飛去,何事還車載病身?

Enviado a Quan Qu e Yang Jing-zhi Quando Deixei a Cidade Erva quente, nuvens escurecendo, formam Dez mil léguas de primavera. As flores do palácio acenam adeus, Acariciam-me a face. Digo para mim que uma espada de Han Devia voar para longe. Por que leva esta carruagem de regresso a casa Apenas um homem doente? 1

1

Este poema foi provavelmente escrito no ano de 814 quando He partiu de Chang-an após se ter demitido do seu cargo no Tribunal dos Sacrifícios Imperiais.

As velhas espadas eram supostas ter propriedades mágicas, incluindo o poder de andarem pelos ares. He parece dizer que se tivesse sido uma pessoa deveras excepcional não estaria a deixar a capital deste modo.

Tradução de Rui Cascais • Ilustração de Rui Rasquinho Li He (790 a 816) nasceu em Fu-chang durante a Dinastia Tang, pertencendo a um ramo menor da casa imperial. A sua morte prematura aos vinte e sete anos, a par da escassez de pormenores biográficos, deixam-nos apenas com uma espécie de fantasma literário. A Nova História dos Tang (Xin Tang shu) diz-nos que He “nunca escrevia poemas sobre um tópico específico, forçando os seus versos a conformarem-se ao tema, como era prática de outros poetas [...] Tudo quanto escrevia era inquietantemente extraordinário, quebrando com a tradição literária.” Segundo um crítico da Dinastia Song, o alucinátorio idioma poético de Li He é a “linguagem de um imortal demoníaco.” A versão inglesa de referência aqui usada é a tradução clássica da autoria de J.D. Frodsham, intitulada Goddesses, Ghosts, and Demons, publicada em São Francisco, em 1983, pela North Point Press.


15 hoje macau quarta-feira 14.6.2017

diário de um editor

HORTA SECA, LISBOA, 4 JUNHO A ceifeira continua o seu trabalhinho, passou por Marraquexe e levou Juan Goytisolo, aos 86 anos. Dançaram logo à minha volta as bruxas-saudades do desafiante desassossego, do pensamento insaciável, da mística curiosidade, da fracturante narrativa, da carpintaria identitária, da ternurenta solidão de mais um dos derradeiros intelectuais, no velho e explosivo sentido da palavra. «La libertad y aislamiento serán la recompensa del creador inmerso hasta las cejas en una cultura múltiple y sin frontera, capaz de trashumar a su aire al pasto que le convenga y sin aquerenciarse a ninguno.» Vou à estante e colho Makbara, para me acompanhar nos dias próximos. Os livros são excelentes ressuscitadores.

Paisagens dispersas

S. JOSÉ, LISBOA, 6 JUNHO A subida da colina de Santana tornou-se rotina. Gosto deste pedaço da cidade, onde se cheiram outras épocas, de versos à maneira de Cesário, onde as ruínas possuem alma. Não durará muito, bem sei. Lisboa tem no corpo mistérios, como um cemitérios dos prazeres, ou de insistir em fazer coincidir hospital e miradouro, um dos mais belos, por não sacrificar apenas ao mar da palha. Na cama, o meu pai insistia em localizar-se. Sem se mexer, estava perdido. Com a patética condescendência com que tratamos os doentes, insistia em explicar-lhe as geografias enquanto piscava o olho à Senhora do Monte. Não, não estava no inexplicável Campo Grande, nem o mais perceptível S. Sebastião da Pedreira. «Sabes, filho», disse-me, «a minha cabeça tem andado por paisagens dispersas». CCB, LISBOA, 8 JUNHO As últimas sessões do Obra Aberta (http:// www.abysmo.pt/obra-aberta/) foram brilhantes na sua diferença. Nada de substancial, que o terreno de ambas foi o da inteligência, melhor, da lucidez, se uma foi tintada de negro, estoutra mais recente fez-se solar que nem dia de praia, mas dos meus, feitos e conversa e sombra à beira-mar. Isto mesmo eram as nossas pretensões para o programa, conversa solta sobre livros, os seus temas, o que eles em nós suscitam, mudam, provocam, isto é: leituras. O historiador António Araújo quis falar do Gulag, de Alexander Soljenítsin, sem esquecer o nazismo, já que trouxe ainda o texto de Hannah Arendt sobre Eichmaan, esse relato da presença do supremo carrasco na cidade que se ergueu sobre as vítimas. Pairou uma ideia essencial: não há anormalidade no horror, qualquer um de nós, nas circunstâncias exactas, pode tornar-se algoz. O escritor de origem judaica, Richard Zimler, dialogou a partir de um propósito ético da literatura, mas brilhou com a diatribe contra essa aparente excrescência do homem comum que se chama Donald Trump.

Gerida pela Maria João Costa, a segunda conversa juntou Sérgio Godinho e Isabela Figueiredo num distendido elogio à literatura, à imaginação, enfim, ao modo como a escrita permite aceder ao mundo, torná-lo maior e ao mesmo tempo acessível. Mas nunca domesticado. Em qualquer dos casos, aconteceram testemunhos na primeira pessoa de quem acredita no valor redentor da palavra. Com uma autenticidade que me

parece rara e sem esta pompa que não consigo escovar da frase. HORTA SECA, LISBOA, 8 JUNHO A galeria está impossível, parece o anticiclone dos Açores, o cruzamento das mais díspares correntes de ar. Pode até parecer exagero, mas fixa comprovado nos rostos de quem se confronta com a luxuriante inocência dos cartazes de Bráulio Amado (Almada, 1987). Há vozes e silêncios, gri-

João Paulo Cotrim

tos e sussurros, rostos e membros, corpos e olhos, murros e carícias, música electrónica e punk rock, fanzines e revistas de arte, a opinião e um convite, festas e tristezas, vastas paisagens e detalhes mínimos, décadas distantes e o dia de ontem, tudo a acontecer em simultâneo, apenas porque se imprimiram em grande formato estes posters. Afixam, não tanto uma qualquer circunstância, mas a contemporaneidade. Esta é a pele dos nossos dias. Como o próprio conta, no Bráulio Amado 2016, que a Stolen Books editou por estes dias, os cartazes eram uma perturbadora encomenda de uma amiga para um clube nova-iorquino de house/techno que tinha que ser feito no dia de fecho da Bloomberg Businesseweek, da qual era art director. O resultado era apressado, muito influenciado pela música que mais ou menos desconhecia, pela vontade de experimentar e pelo humor. E assim nasceu um estilo. Surpreendente na diversidade; inteligente na combinação dos elementos, na inserção da tipologia, muito dela manuscrita; divertido no uso das cores. Revejo-me neste cabeçudo (ao lado), imenso balão branco, preso à âncora de um rosto tombado. Digam-me porquê ou encham-me de cor. HORTA SECA, LISBOA, 9 JUNHO Faz meio ano que comecei estas linhas arrevesadas. A princípio, era apenas outro afazer em lista atulhada até aos impossíveis. Depois tornou-se exercício, de ganhar músculo, de voltar a andar. O fim da tarde de terça, deste lado do globo, assinalava-se com a chegada do pdf. Dei por mim a lamentar a quantidade de quartas-feiras que foram feriado em lugar tão distante. Agora, a minha semana não é sem este ponto da situação. Estranhamente, não estendo este diário com entradas para a gaveta, mais íntimas. Esta semana, por exemplo, sofri duas conversas, dolorosas chamadas à realidade, que justificariam isso mesmo. Ainda não dei esse passo, provavelmente não darei: entre gaveta e preguiça, escolherei sempre a segunda. Mas surgiu-me isto a propósito do sortilégio do papel. O mano António [de Castro Caeiro] cometeu a gentileza de trazer da sua incursão macaense um exemplar do Hoje Macau. Raios! Que diferença, poder desdobrar os 25 x 38,5 cm de papel de jornal. Não há brilho, não consigo ampliar detalhes, mas os olhos percorrem o filete, param nas cabeças, regressam ao título, descansam no branco, penduram-se nas colunas, sentem-lhe os dentes. As mãos erguem o lençol em busca de luz. O toque parece transmitir o cinza leve do fundo. A tinta rima com o mundo. (E depois ao lado estão os clássicos Ruis, o Cascais da palavra, e o Rasquinho da imagem, com quem aprendo sempre e até parece que acertamos assunto, são assim os clássicos e mereciam edição, meus caros.) Sou, concluo, duplo cronista, o do ecrã e o da folha.


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na ordem do dia 热风

Julie O’yang

PARTE 3

Vénus terá sido asiática? 亚 洲 人 是 彻 底 的 “ 女 尊 男 卑 ”

S

ABEM o que quer dizer género BL? Boys love (que é como quem diz Amor entre Rapazes) também conhecido por yaoi, é um género de cinema erótico dirigido a mulheres. Os fãs do BL apaixonaram-se por este género inovador e sexy. As personagens são todas masculinas; algumas pertencem ao tipo sério, outras ao espampanante, algumas são mais aristocratas e, finalmente, existem os efeminados. Mas também cabem neste género os que são mais heterossexuais que D. Juan. As histórias variam pouco: rapaz conhece rapaz e apaixona-se por ele. Depois procura encontrar a melhor maneira de vir a ser aceite pelo seu amado, pese embora a discriminação que possam vir a sofrer, mas que os fará apelar a toda a sua perseverança. Sempre que querem exibir o seu amor em público, são impedidos porque os outros se sentem incomodados. No entanto, isso não os impede de continuar a fortificar

Vários factores contribuem para a estigmatização das jovens chinesas admiradoras do BL. Em primeiro lugar, a homossexualidade é silenciada porque continua a ser um tabu na sociedade chinesa, fortemente heterossexual e patriarcal. Em segundo lugar, as sequências revelam cenas de sexo explícito e este tipo de imagens são consideradas obscenas e doentias, ofensivas para a tradição e a cultura chinesas

a relação. O amor verdadeiro move montanhas. Assim, no sentido restrito, são romances gay. Tendo por pano de fundo fantasias muito pouco realistas, estas histórias deixam as fãs surpreendidas e excitadas, porque as narrativas se desenrolam em diversos planos e são multi-facetadas. Grande parte dos BL não se focam apenas nos romances gay, o que enriquece as histórias e as torna mais apelativas. Acabam por lançar vários tópicos que, de alguma forma, são filosóficos e falam sobre auto-descoberta e transformação. Na China, as fãs do BL regozijam com as relações homossexuais explícitas entre rapazes e entre homens. Nestas histórias podem ser encontradas algumas das personagens ficcionais mais em voga, celebridades reais, ou personificações masculinas de objectos do dia-a-dia e de animais, bem como personagens originais. A cultura BL é dominada pelas mulheres, na sua maioria heterossexuais. A “ostracizada” comunidade de fãs tornou-se suficientemente significativa para captar a atenção dos média que têm estigmatizado o BL e as suas seguidoras em toda a China. Esta sub-cultura é constantemente apresentada de forma negativa e preconceituosa, por uma moralidade à beira de um ataque de nervos. Vários factores contribuem para a estigmatização das jovens chinesas admiradoras do BL. Em primeiro lugar, a homossexualidade é silenciada porque continua a ser um tabu na sociedade chinesa, fortemente heterossexual e patriarcal. Em segundo lugar, as sequências revelam cenas de sexo explícito e este tipo de imagens são consideradas obscenas e doentias, ofensivas para a tradição e a cultura chinesas. No entanto, esta é uma das contradições que eu adoro na China. Nos últimos anos tem havido uma grande quantidade de produções BL, apesar da tentativa impedir a homossexualidade e da censura na internet. Deixo-vos aqui o link para o trailer de uma nova série para poderem dar uma espreitadela no universo do BL. bit.ly/2r9qxx5


17 hoje macau quarta-feira 14.6.2017

o ofício dos ossos

Valério Romão

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UASE todos os indicadores pelos quais se mede o bem-estar e desenvolvimento humanos nos dizem que nunca tivemos tanto dinheiro, tanta tecnologia e tanta saúde. Nunca vivemos tanto tempo de vida como agora. E cada geração futura parece condenada, salvo a possibilidade sempre presente de um cataclismo, a ter ainda mais de tudo quanto a anterior teve. Condenados a quebrar recordes de longevidade. E, no entanto, algo não está bem. Há uma espécie de aura, imprecisa, inominável, que nos tapa a luz do sol como as nuvens unipessoais que acompanham os deprimidos e os azarados na banda desenhada. No filme “The matrix” a personagem Agent Smith, ensaiando o clássico “monólogo do vilão”, revela a Morpheus que a primeira versão da Matriz – a realidade virtual em que os humanos, transformados em meras baterias no mundo físico, vivem – era absolutamente perfeita. Não havia sofrimento, dor, tristeza, doença ou guerra. Os seres humanos viviam em perfeita harmonia com tudo como as crianças acariciando dóceis leões nas brochuras dos jeovás sobre o paraíso. Não obstante, continua, o projecto acabou por retumbar num gigantesco fracasso. Os humanos não aceitaram aquele mundo perfeito e perderam-se colheitas inteiras. Tiveram de reprogramar o sistema para que este se tornasse um decalque fidedigno do mundo à altura. Os humanos, sugere Smith, só aceitam a realidade se esta comportar dor e sofrimento. A perfeição é vivida como um sonho de que o cérebro tenta escapar como de uma prisão. A minha visão do futuro comporta uma ausência de sentido que não consigo ultrapassar. E, quando olho à minha volta e ouço as pessoas que vão traçando órbitas neste sistema a que chamamos presente, vejo nelas o mesmo semblante de pesar que acompanha este luto crónico e indefinido. Por um lado, sabemos que temos de fazer alguma coisa, porque há tanto que está tão profundamente errado. A realidade entra-nos vista adentro todas as manhãs quando ligamos o smartphone e perscrutamos as notícias matinais. A realidade e o seu cortejo fúnebre de pobreza remediável e de condições de vida sub-humanas a que se poderia decretar um fim houvesse vontade política para isso, a realidade das guerras fora e dentro de portas, do

M.C.ESHER

We are so so lost

fanatismo de todo o tipo que impede duas pessoas adultas de se sentarem e falarem sem pontuarem a conversa com murros – na melhor das hipóteses – na mesa. A realidade a que assistimos diz-se interactiva mas somos incapazes de encontrar uma forma de moldá-la e limitamo-mos a assistir ao seu decorrer na qualidade de espectadores interessados. Lutamos contra sombras que não precisam sequer de se esquivarem aos

nossos golpes. Vencem-nos pelo cansaço. Vencem-nos pela impotência que nos fazem sentir. O mundo polarizado da Guerra Fria – o único de que tenho idade para me lembrar – tinha a vantagem de definir claramente duas opções de vida pela qual parecia valer a pena lutar: o comunismo e o capitalismo. Os inimigos tinham cara, tinham corpo. Cada uma delas, certas ou erradas, justas ou equivo-

Éramos maiores porque as nossas lutas eram maiores. Éramos maiores porque éramos capazes de ver mais longe. Agora somos somente da altura que temos. Formigas irrequietas trabalhando sem propósito

cadas, comportava em si própria aquilo que nenhuma posição contemporânea parece comportar: a capacidade de fazer com que uma luta tenha um sentido que nos transcende e do qual o futuro de nós, enquanto criaturas gregárias e capazes de empatia, depende. Éramos maiores porque as nossas lutas eram maiores. Éramos maiores porque éramos capazes de ver mais longe. Agora somos somente da altura que temos. Formigas irrequietas trabalhando sem propósito. Como diz o meu amigo Paulo José Miranda no dia de aniversário das pessoas de quem gosta: “espero que o mundo concorde contigo”. Espero que sim, porque parecemos estar tão tão perdidos.


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hoje macau quarta-feira 14.6.2017

Balanço Até 31 de Dezembro de 2016 PATACAS ACTIVO Activo não corrente $33,573,680

Propriedades, maquinaria e equipamento Activo corrente Contas a receber

$1,175,400

Contas antecipadas, depósitos e outras contas a receber

$856,123

Caixa e depósitos bancários

$23,108,445

Total do activo corrente

$25,139,968

Total do activo

$58,713,648

CAPITAL PRÓPRIO E PASSIVO Capital próprio Capital social

$40,000,000

Reservas de reavaliação

$38,047,022

Resultados acumulados

($20,182,472) $57,864,550

PASSIVO CORRENTE Contas a pagar

$323,675

Custos a pagar e outras contas a pagar

$405,691

Imposto Complementar de Rendimentos

$119,732

Total do passivo corrente

$849,098 $58,713,648

Total do capital próprio e do passivo

Ano de 2016 Relatório do Conselho de Adminitração Em 2016, o Matadouro de Macau, S.A.R.L., registou receitas de vinte milhões, novecentas e sessenta e cinco mil, quatrocentas e quatro patacas e trinta e oito avos (MOP20,965,404.38), Em relação às despesas registaram-se vinte e um milhões, trezentas e onze mil, cento e catorze patacas e noventa e dois avos (MOP21,311,114.92). Durante o ano regista-se uma perda de trezentas e noventa e duas mil, oitocentas e quatro patacas e cinquenta e quatro avos (MOP392,804.54). Futuramente, o Conselho de Administração irá esforçar-se por fazer o melhor possível para continuar a reforçar a sua capacidade de fiscalização da situação do Matadouro de Macau, S.A.R.L., quer na procura de mais formas de rentabilizar a sua actividade, quer na diminuição dos gastos, a fim de deixar de registar perdas estruturais e para que

possa sobreviver a situações mais adversas. Representante do Conselho de Administração Macau, aos 20 de Fevereiro de 2017 Ano de 2016 Parecer do Conselho Fiscal O Conselho de Administração do Matadouro de Macau, S.A.R.L. (Sociedade) entregou o Relatório Financeiro de 2016, o Relatório de Examinação do auditor de contas externo, Tang Tim, e o Relatório Anual do Conselho de Administração ao Conselho Fiscal para apreciação. Este Conselho Fiscal, nos termos dos Estatutos desta Sociedade, analisou e examinou o Relatório Financeiro e as contas da Sociedade e compreendeu a situação do funcionamento e os respectivos regimes. Este Conselho Fiscal considera que este Relatório mostra adequadamente todas as infor-

mações de contas e o estado financeiro da Sociedade. Além disso, o Relatório de Examinação do auditor externo já exprimiu que, em todos os pontos importantes do Relatório Financeiro da Sociedade, se demonstra o estado financeiro no dia 31 de Dezembro de 2016 desta Sociedade. Nestes termos, o presente Conselho Fiscal vai propor aos sócios a aprovação dos seguintes documentos: 1. 2. 3.

Relatório Financeiro de 2016 da Sociedade; Relatório Anual do Conselho de Administração, e Relatório de Examinação do auditor externo.

Conselho Fiscal Presidente Ung Sau Hong Vice- Presidente Zhong Bin Membro Ho Mei Va Macau, aos 21 de Fevereiro de 2017


19 hoje macau quarta-feira 14.6.2017

sexanálise

Pés de Lótus

ESTUDO DE UM NU RECLINADO, ISIDORE PILS, 1841

TÂNIA DOS SANTOS

O

S pés de Lótus já são difíceis de encontrar. Em 2015 ainda se encontravam as últimas 50 mulheres na China com pés de Lótus, mas em 2017 já ninguém sabe quantas são ao certo. Estas são mulheres com idades avançadas, muitas delas com uma centena de anos. A aspiração por uns pés de lótus (felizmente) caiu em desuso, e ninguém das gerações chinesas mais recentes, que se saiba, desenvolveram a prática. Aliás, é uma prática proibida, durante o período de Mao, nos seus desejos de libertação de uma China feudal antiga, as mulheres foram proibidas de continuar tradição de reduzir os seus pés aos desejos masculinos. Na altura houve uma campanha de censura, onde os polícias faziam questão de pendurar as ligaduras dos pés nas janelas das pessoas que ainda continuassem com a prática - para que fossem publicamente humilhadas. Estas são mulheres que quando tinham cinco e seis anos começaram a amarrar os pés para encaixar nas expectativas de beleza e sensualidade que persistiram na China durante muitos séculos. Um pé de 7,62 cm era considerado uma flor de lótus de ouro, outros tamanhos maiores recebiam medalhas de prata ou de latão. A competição era feroz. As mulheres podiam assim usar os

famosos sapatinhos, de tamanhos pequenos, mas de grande beleza. Como podem calcular a locomoção não era o seu grande forte. Há quem considere que esta exigência estética servia para reduzir as mulheres a um papel imóvel, dependente e estritamente sexual. Contudo, os poucos passos que estas mulheres conseguiam fazer sinalizavam alto estatuto social. Só quem não trabalhava é que se podia dar ao luxo de não poder andar. Mas quando andavam, dizem certas fontes, estes pequenos e meticulosos passos permitiam uma dança de ancas altamente erótica, parte integrante do imaginário sensual chinês. Há quem diga também que esta forma particular de exercitar o sistema locomotor permitia um reforço sem precedentes da área pélvica e dos músculos da vagina, garantindo o prazer durante o coito. Portanto, esta tradição não era respeitada por uma questão puramente estética, havia uma expectativa sexual associada. O esforço certamente que não valia a pena: esta era uma prática que envolvia muitas dores, maus-cheiros, cuidados ex-

Não nos podemos iludir em pensar que as mulheres já não têm certas pressões para aparecerem de certo modo ou falarem de certo modo nos dias que correm

tremos, e potenciais consequências extremas, como gangrena. Mas na altura esta tradição permitia que as mulheres tivessem mais controlo sobre as suas vidas, e assim encontrar um bom marido e subir para classes mais dignas. E isto envolvia partir os ossos dos pés, vezes e vezes sem conta, de forma sistemática e cruel. O alívio é geral quando pensamos que já ninguém se envolve nestas práticas, mesmo que tenham sido outrora uma norma social respeitável. A última fábrica de sapatos-mini fechou no final dos anos 90, simbolizando um fim de uma era de tortura. Porque é que esta forma de lidar com os pés femininos se tornou uma tradição é que ninguém sabe ao certo. A teoria mais mencionada tem que ver com uma dançarina da corte, Yao Niang, que dançava para o seu imperador com os pés atados em forma de meia lua, ornamentados com fitas e pedras preciosas. A partir daí provavelmente pegou por entre outros membros da corte, e virou moda. Mas não nos podemos iludir em pensar que as mulheres já não têm certas pressões para aparecerem de certo modo ou falarem de certo modo nos dias que correm. Há algum orgulho em pensar que já ultrapassámos práticas violentas contra mulheres, como é o caso de partir os ossinhos dos pés, mas ainda estamos longe de chegar a uma fase livre de exigências. Se não são os pés, são outras coisas, que levam as mulheres a desenvolverem certas práticas ou a irem a cirurgiões plásticos - desde muita tenra idade - porque querem o corpo de certa forma, para ir ao encontro do que os outros esperam que ela seja.

OPINIÃO


20 OPINIÃO

hoje macau quarta-feira 14.6.2017

“Environmental pollution is an incurable disease. It can only be prevented.” Making Peace With the Planet Barry Commoner

S

E está a ler um livro, pare de o ler. Feche-o, apenas por um momento. Levante os olhos e olhe ao redor. Onde se encontra? O que vê? Talvez esteja na biblioteca da universidade, cercado de prateleiras de livros, com tapetes debaixo dos pés e o ar condicionado a cantarolar com ruído suave. Talvez esteja em casa, em um dormitório, um quarto de apartamento ou uma suite de um hotel, ou quiçá na sua cozinha. Talvez esteja deitado debaixo de uma árvore, em um parque, ou talvez esteja em um autocarro ou mesmo em um avião. Como é? Como se sente por estar onde está? A luz é adequada à leitura? A temperatura é confortável? Existe ar fresco para respirar? Existem poluentes no ar, à excepção dos resultantes de um tapete colocado ou de uma parede recentemente pintada? A cadeira encaixa-se perfeitamente ao seu corpo? Se estiver dentro de uma sala olhe para fora. O que vê pela janela? Existem árvores? Edifícios? O local onde vive é ruidoso ou tranquilo? Existem outras pessoas? Existem ruas movimentadas, com carros, motociclos e autocarros a lançarem nuvens de poluentes pelos escapes e produzindo ruído? Agora imagine que pode ver ainda mais longe, para um restaurante perto do mar, para a rede rodoviária em torno do local onde vive, para as poucas fábricas e instalações em parques industriais, para a central eléctrica e de resíduos sólidos à distância, fornecendo electricidade e incinerando resíduos, para a sala em que está, para o mar a poucos quilómetros de distância. O que veria no restaurante? A cozinha está limpa? Os alimentos são armazenados com segurança? Existem baratas ou ratos na sala dos fundos? E o rio? O sistema municipal de esgotos despeja resíduos sem serem tratados ou o resultante de defeituoso tratamento no rio e mar, ou existem estações de tratamento de águas residuais que descarregam efluentes tratados e limpos? Existem produtos químicos nas águas do rio e mar? E quanto ao peixes? Pode comê-los? Pode nadar no rio e mar? Pode beber a água do rio? Quanto às estradas, fábricas, central eléctrica e de resíduos sólidos estão a poluir o ar? As estradas estão obstruídas com o tráfego? As pessoas são rotineiramente feridas nas estradas? Os trabalhadores da construção civil e fábricas estão expostos a produtos químicos

perigosos, ao ruído ou a máquinas que os podem ferir ou criar ansiedade? Existe poluição transfronteiriça? Como é tratada? Os alimentos que consome provêm de terrenos agrícolas que aplicam pesticidas, ou estão a controlar os insectos de outras formas? Está confiante de que está seguro de comer os vegetais que aí nascem e crescem? As áreas agrícolas de onde provêm os alimentos que consome, como os vegetais, estão a diminuir à medida que o desenvolvimento urbano se expande? Imagine que tem uma visão ainda mais ampla com linhas flutuantes acima da terra, e olha para baixo e vê as centenas de milhões de pessoas que vivem em circunstâncias extremamente diferentes? Vê vastas megacidades com milhões e milhões de pessoas, e vê aldeias rurais isoladas a três dias de caminho da estrada mais próxima. Vê as florestas a serem limpas em alguns lugares, rios e lagos a secar em outros? Dá-se conta que a temperatura da superfície terrestre é um pouco mais quente do que era há um século? Vê ciclones formando-se em regiões tropicais, geleiras e cascatas que se derretem perto dos pólos? Pare e volte de novo ao livro. Tudo o que acabou de ver, da sala e no mundo em que está, fazem parte do seu ambiente. E muitos aspectos desse ambiente, do ar que respira, da água que bebe, das estradas que transita, dos resíduos que produz, podem afectar o que sente. Podem determinar o risco de se contundir antes do final do dia, o risco de ficar com disenteria ou falta de ar ou uma dor nas costas, o risco de desenvolver uma doença crónica nas próximas décadas, mesmo o risco dos seus filhos ou netos sofrerem deficiências de crescimento, asma, doenças coronárias ou cancro. O que é saúde ambiental? Qualquer dicionário define o ambiente primeiro, de forma directa como sendo as circunstâncias, objectos ou condições pelas quais o ser humano está rodeado. A segunda definição que oferece é mais intrigante, sendo o complexo de introdução física, como factores químicos e bióticos (clima, solo e seres vivos) que agem sobre um organismo ou uma comunidade ecológica e, em última instância, determinam a sua forma e sobrevivência. Se o nosso foco é sobre a saúde humana, podemos considerar o meio ambiente, como sendo todos os factores externos ou não genéticos, físicos, nutricionais, sociais, comportamentais e outros, que actuam nos seres humanos. Uma definição amplamente aceite de saúde vem da constituição, criada em 1948, da Organização Mundial da Saúde, como sendo um estado de bem-estar físico, mental e social completo, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade. Esta ampla definição, vai muito além da visão bastante mecanicista que prevalece em algumas configurações médicas para incluir muitas dimensões de conforto e bem-estar. A saúde ambiental foi definida de muitas maneiras. Algumas definições fazem referência à relação entre as pessoas e o meio ambiente, evocando um conceito

CANDIDA BRADY, TRASHED

Saúde e justiça

de ecossistema, e outras concentram-se mais estreitamente no tratamento de condições ambientais específicas. Alguns preocupam-se em reduzir os riscos, e outros focam-se na promoção de ambientes que melhoram a saúde. Alguns direccionam-se para perigos físicos e químicos, e outros estendem-se mais amplamente, a aspectos dos ambientes sociais e construídos. Uma das definições deixa claro, que a saúde ambiental são muitas coisas, um campo académico interdisciplinar, uma área de pesquisa e anfiteatro de práticas de saúde pública aplicada. Outra definição, afirma que a saúde ambiental representa os aspectos da saúde humana, incluindo a qualidade de vida, que são determinados por factores físicos, químicos, biológicos, sociais e psicossociais no meio ambiente, também se referindo à teoria e prática de avaliar, corrigir, controlar e prevenir esses factores no ambiente, que potencialmente

podem afectar negativamente a saúde das gerações presentes e futuras. A saúde ambiental é o ramo da saúde pública que protege contra os efeitos de riscos ambientais, que podem prejudicar a saúde ou os equilíbrios ecológicos essenciais para a saúde humana e a qualidade ambiental. A saúde ambiental compreende os aspectos da saúde humana e doenças, que são determinados por factores no meio ambiente, referindo-se ainda à teoria e prática de avaliar e controlar factores no ambiente, que podem afectar a saúde. Inclui os efeitos patológicos directos dos produtos químicos, a radiação e alguns agentes biológicos, e os efeitos muitas vezes indirectos na saúde e no bem-estar do amplo ambiente físico, psicológico, social e estético, que inclui a habitação, desenvolvimento urbano, uso do solo e transportes, tal como preconiza a “Carta Europeia de Ambiente e Saúde”.


21 hoje macau quarta-feira 14.6.2017

OPINIÃO perspectivas

JORGE RODRIGUES SIMÃO

ambiental

A saúde ambiental é a disciplina que se concentra nas inter-relações entre as pessoas e seu meio ambiente, promove a saúde e o bem-estar humano e bem como um ambiente seguro e saudável. A preocupação humana com a saúde ambiental data dos tempos

A saúde ambiental é um campo dinâmico e evolutivo. À medida que o século XXI se desenrola, as funções sanitárias tradicionais continuam criticamente importantes, e os riscos químicos continuarão a ser um foco de atenção científica e reguladora

antigos, e evoluiu e expandiu-se ao longo dos séculos. A noção de que o ambiente poderia ter um impacto no conforto e no bem-estar, a ideia central da saúde ambiental, deve ter sido evidente nos primeiros dias da existência humana. Os elementos podem ser difíceis, e sabemos que os nossos antepassados procuraram abrigo em cavernas ou sob árvores, em abrigos existentes ou que construíram. Os elementos ainda podem ser resistentes, tanto diariamente como durante eventos extraordinários, como o tsunami de 2004 nos lembrou. Os nossos antepassados enfrentaram outros desafios, que agora identificaríamos com a saúde ambiental. Um era segurança alimentar. Deve ter havido procedimentos para preservar alimentos, e as pessoas devem ter ficado doentes e morreram por comer comida estragada. As restrições dietéticas na antiga lei judaica e islâmica, como a proibição de comer carne

de porco, provavelmente evoluíram a partir do reconhecimento de que certos alimentos podem causar doenças. O outro desafio foi a água limpa, e podemos assumir que os primeiros povos aprenderam a não defecar perto, ou de outra forma, contaminavam as suas fontes de águas subterrâneas. Nas ruínas das antigas civilizações da Índia a Roma, da Grécia ao Egipto e à América do Sul, os arqueólogos encontraram os restos de canos de água, sanitários e linhas de esgoto, alguns com mais de quatro mil anos. Ainda outro risco ambiental era o ar poluído. Há evidências nas cavidades dos “sinus” dos antigos habitantes das cavernas de altos níveis de fumo, antecipando preocupações modernas de ar interior, em casas que queimam combustíveis de biomassa ou carvão. Uma passagem intrigante no livro bíblico de Levítico (14:33-45) refere-se a um problema de saúde ambiental bem reconhecido como mofo, míldio ou fungo em edifícios, pois quando uma casa tem uma “doença leprosa”, o dono da casa diria ao sacerdote: “Parece-me que sou uma espécie de doença na minha casa”. Então o sacerdote ordenava que fosse esvaziada a casa antes de examinar a doença, para que tudo o que estivesse nela fosse declarado impuro e só depois entraria na casa e examinaria a doença. Se a doença estivesse nas paredes da casa com manchas esverdeadas ou avermelhadas, e se parecesse ser mais profunda que a superfície, o sacerdote deve sair da casa e fechá-la por sete dias, voltando ao sétimo dia e examinaria de novo. Se a doença se tivesse espalhado pelas paredes da casa, ordenaria que tirassem as pedras, na qual se encontrava a doença, e as colocassem em um lugar imundo fora da cidade, e faria que o interior da casa fosse raspado, e o gesso raspado, fosse derramado em um lugar imundo fora da cidade, e então tomariam outras pedras e as colocariam no lugar das retiradas e assim como novo gesso na casa. Se a doença aparecesse novamente na casa, depois de terem sido retiradas as pedras e raspado o gesso e colocado a nova argamassa, o sacerdote deveria ir de novo ver. Se a doença se tivesse espalhado pela casa, era uma lepra maligna e o local impuro. Então, seria derrubada a casa, as suas pedras e a madeira e todo o emplastro, e tudo seria levado para fora da cidade para um lugar imundo. É extremamente interessante especular sobre se as habitações antigas sofreram um crescimento excessivo de mofo, como também é interessante considerar o lugar impuro fora da cidade, como um local de despejo perigoso. Quem retirou os resíduos desse local e qual o impacto na sua saúde é biblicamente desconhecido. O outro antigo desafio de saúde ambiental, especialmente nas cidades, eram os roedores. A história europeia mudou para sempre, quando as infestações de ratos nas cidades do século XIV levaram à peste negra, pois era transmitida por pulgas encontradas em roedores, principalmente nos ratos. As cidades moder-

nas, continuam a lutar periodicamente com infestações de ratos e outras pragas. A saúde ambiental é um campo dinâmico e evolutivo. À medida que o século XXI se desenrola, as funções sanitárias tradicionais continuam criticamente importantes, e os riscos químicos continuarão a ser um foco de atenção científica e reguladora. Olhando mais adiante, podemos identificar pelo menos cinco tendências que irão moldar a saúde ambiental, que são a justiça ambiental, centralização em grupos sensíveis às questões ambientais, avanços científicos, mudanças globais e movimentos em direcção à sustentabilidade. A partir de 1980, as comunidades afro-americanas identificaram exposições a resíduos perigosos e emissões industriais como questões de justiça racial e económica. Os pesquisadores documentaram que essas exposições, afectaram desproporcionalmente as comunidades pobres e minoritárias, um problema que foi agravado por disparidades na aplicação de lei ambientais. O movimento moderno da justiça ambiental nasceu, de uma fusão do ambientalismo, saúde pública e do movimento dos direitos civis. Os historiadores observaram que a justiça ambiental representa uma mudança profunda na história do ambientalismo Esta história é comummente dividida em vagas. A primeira vaga foi o movimento de conservação do início do século XX, a segunda vaga foi o activismo militante que floresceu no “Dia da Terra, 1970”, e a terceira vaga foi o surgimento de organizações ambientais grandes, “internas”, como a “Sierra Club”, a “Liga de Eleitores em favor da Conservação do Meio Ambiente (LCV, na sigla em inglês)” e o “Conselho de Defesa dos Recursos Naturais (NRDC, na sigla em Inglês)”, que adquiriram considerável influência política na década de 1980. A justiça ambiental, então, representa uma quarta vaga, que se distingue pela sua liderança descentralizada, diversidade demográfica e a sua ênfase nos direitos humanos e na justiça. A visão da justiça ambiental, eliminando disparidades em oportunidades económicas, ambientes saudáveis e saúde, é aquela que ressoa com as prioridades de saúde pública, enfatizando que a saúde ambiental se estende muito além das soluções técnicas de exposições perigosas para incluir direitos humanos e a equidade. É provável que esta visão seja uma parte cada vez mais central da saúde ambiental nas próximas décadas. Um dos grandes comprometimentos em termos de combate às alterações climáticas pondo também em risco a almejada justiça ambiental, é a decisão tresloucada e eleitoralista do presidente americano de retirar o seu país do “Acordo de Paris”, mesmo que seja temporariamente, como é de acreditar. Essa saída breve a dar-se, não deixará por certo os Estados Unidos de cumprir as metas acordadas, de forma a não perder o passo, aquando da sua futura readmissão.


22 (F)UTILIDADES TEMPO

hoje macau quarta-feira 14.6.2017

?

AGUACEIROS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

IV CICLO DE CINEMA CRED-DM COOL HAND LUKE Casa Garden | 19h30

Sexta-feira

MIN

26

MAX

31

HUM

75-95%

EURO

9.00

BAHT

EXPOSIÇÃO “25+10” DE RODRIGO DE MATOS Consulado de Portugal | Até 30/06 EXPOSIÇÃO “NOCTURNO” DE FILIPE DORES Albergue SCM | Até 09/07 EXPOSIÇÃO “CONTELLATION” DE NICOLAS DELAROCHE Galeria do Tap Seac | Até 08/10

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “AMOR POR MACAU” DE LEE KUNG KIM Museu de Arte de Macau | Até 9/7 EXPOSIÇÃO “DESTROÇOS” DE VHILS Oficinas Navais, nº. 1 | Até 31/11 EXPOSIÇÃO “AS MUDANÇAS DE HENGQIN” Armazém do Boi | Até 16/07 SOLUÇÃO DO PROBLEMA 56

PROBLEMA 57

UM DISCO HOJE

C I N E M A

RESIDENT EVIL:VENDETTA SALA 1

THE MUMMY [2D][C] Fime de: Alex Kurtzman Com: Tome Cruise, Sofia Boutella, Annabelle Wallis, Jake Johnson 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2

SALA 3

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO | “TENTATIVE NOTEBOOK - WORKS BY RUI RASQUINHO” Art for All Society, Jardim das Artes | Até hoje

Cineteatro

1.18

CHOQUE REAL

Diariamente

EXPOSIÇÃO “A ARTE DE ZHANG DAQIAN” Museu de Arte de Macau | Até 5/8

YUAN

AQUI HÁ GATO

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “COLOUR/SHAPE/LOVE” DE JOAQUIM FRANCO Macau Art Garden | 18h30

EXPOSIÇÃO “O MAR” DE ANA MARIA PESSANHA Casa Garden | 31/08

0.23

Percepção e realidade são dois bichos distintos que muitas vezes marram um no outro. A visão é um dos sentidos que mais facilmente pode ser ludibriado por um rol de equívocos, imprecisões e manha. O discurso político vive deste choque com a factualidade, do braço de ferro entre o que é dito e o que existe mesmo. Vem aí a época dos belos discursos e dos sorrisos polidos, medidos, calibrados pelo marketing. Abriu a época da mercantilização da simpatia, da compreensão, dos sonhos apregoados em pódios. Políticos como os detergentes que matam 99 por cento dos germes, de tripla acção, porque ser eficaz numa coisa só não basta. Molda-se a realidade para uma espécie de Oz político, com mil Judy Garlands a percorrer estradas douradas de belíssimas intenções. Todos serão felizes como resultado do bendito processo, arcos-íris vão brilhar em todos os sectores da sociedade, seremos abençoados por uma chuvada de felicidade durante o período de campanha eleitoral. Até que a realidade se volte a alojar, certeira, inevitável, como a ressaca depois da festa mais louca. Uma descida até ao chão, que anseia corpos estatelados na certeza da gravidade, sentidos recuperados e uma sensação de que as coisas poderiam ser melhores. Fica a aparência, o fogo-fátuo da ilusão e um rasto de paraíso artificial no ar. Magia é bonita, mas a realidade é que conta. Pu Yi

DINOSAUR JR. | “BUG”

O terceiro disco dos Dinosaur Jr. foi o álbum de despedida do lendário baixista Lou Barlow, antes de sair para formar os Sebadoh. “Bug” é um disco que ficou na história do indie rock mais noisy, de onde se retiraram hinos como “Freak Scene”, “They Always Come” e “Pond Song”. Lançado em 1988, “Bug” é um disco que perdura como um dos melhores do género, que assegurou a sonoridade dos Dinosaur Jr. como uma banda entalada entre géneros musicais e que afirmou J Macis como um dos mais geniais guitarristas da sua geração. Um clássico do rock sujo. João Luz

BLEED FOR THIS [C] Fime de: Ben Younger Com: Miles Teller, Aaron Eckhart, Katey Sagal 14.30, 21.30

RESIDENT EVIL: VENDETTA [C] Fime de: Takanori Tsujimoto

WONDER WOMAN [C]

16.45

Fime de: Patty Jenkins Com: Chris Pine, Connie Nielsen, Robin Wright, Danny Huston 14.15, 16.45, 19.15, 21.45

THE MUMMY [3D][C] Fime de: Alex Kurtzman Com: Tome Cruise, Sofia Boutella, Annabelle Wallis, Jake Johnson 19.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


23 hoje macau quarta-feira 14.6.2017

ÓCIOSNEGÓCIOS

BOHOME MACAU, LOJA ONLINE DE DECORAÇÃO JENNY ONGOCO, FUNDADORA

Na Bohome Macau vendem-se tapeçarias e mantas com padrões étnicos, tapetes de ioga, bijutaria e outros produtos de decoração. Jenny Ongoco criou, há quatro meses, a loja que funciona apenas online. Transmitir o espírito livre e boémio com cada produto é o objectivo

lembrar todos os dias das coisas que são verdadeiramente importantes. Ajudam-nos a ser espíritos livres, a sermos cuidadosos connosco, com os outros e com a natureza que nos rodeia.” O começo foi feito sem expectativas, mas a verdade é que, menos de meio ano depois, o negócio parece estar a correr bem. “Há quatro meses que temos este negócio e comecei sem qualquer expectativa. Fiquei muito surpreendida com a recepção que tivemos, tem sido muito boa. Muitas pessoas em Macau têm dentro de si um espírito livre!”, aponta.

“T

EM BUSCA DA PAZ INTERIOR

UDO começou com uma inspiração.” É desta forma que Jenny Ongoco descreve o arranque da Bohome Macau, uma loja online dedicada a produtos decorativos com um toque diferente. Há quatro meses que a fundadora deste projecto espalha o chamado espírito boémio com os produtos que vende, e que são tão variados como tapeçarias para a casa ou tapetes pensados para a prática de ioga na praia. “O nome da loja vem de boémio e obviamente combinei essa palavra com a palavra ‘casa’ [home]. Está presente o chamado espírito boémio, associado à mãe natureza e a um certo espírito livre que lhe está associado”, descreveu Jenny Ongoco. É a pensar na liberdade que a fundadora da Bohome Macau tenta manter os preços baixos. As vendas são feitas através da página oficial do Facebook, mas há sempre uma mensagem a transmitir em cada encomenda. “Acredito que os nossos produtos são símbolos do bem-estar, que nos fazem

FACEBOOK

Em busca do espírito boémio

PREÇOS AINDA MAIS BAIXOS

Fiel ao espírito da Bohome Macau, Jenny Ongoco garante que o objectivo é baixar ainda mais os preços. “Neste momento estamos a trabalhar com os nossos fornecedores, esperando que os preços possam baixar um pouco mais”, diz. “Por norma, uma pessoa boémia não está focada na saúde e pensa em si como um ser individual que vai contra as regras tradicionais da sociedade. Esta pessoa deseja explorar o mundo da música e da literatura, sem esquecer as artes visuais. Simplesmente abraça uma atitude de livre pensamento e evita a visão típica e tradicional de como a vida deve ser vivida”, explica Jenny Ongoco. “Esta é uma das razões pelas quais eu mantenho os preços o mais baixo possível, pois quero que sejam produtos acessíveis a todos”, acrescenta a fundadora da Bohome Macau. Jenny Ongoco tem a sua própria definição do que é ser boémio: alguém que não segue padrões sociais e tem, sobretudo, um espírito livre face ao que a sociedade determina. “Todos os nossos produtos são inspirados neste estilo boémio e acredito que colocar um produto destes nas casas vai trazer uma energia positiva. Estes produtos

“Macau não é conhecido pelas actividades naturais ou pela existência de uma natureza em abundância. Uma das minhas inspirações é partilhar este espírito com o maior número possível de pessoas.”

serão um símbolo da natureza dentro das suas casas. É daqui que a minha inspiração vem. Quero que todos tenham um pouco do espírito boémio dentro de si.” Jenny Ongoco assinala que o território não é conhecido por actividades ao ar livre ou pelo grande contacto com a natureza. A ideia é, através dos produtos da Bohome Macau, transmitir alguma paz e tranquilidade a cada cliente. “Macau não é conhecido pelas actividades naturais ou pela existência de uma natureza em abundância. Uma das minhas inspirações é partilhar este espírito [livre

https://www.facebook.com/bohomemacau/

e boémio] com o maior número possível de pessoas”, defendeu. “Vivemos numa cidade que anda muito depressa e onde todos estão sempre a trabalhar. Muitas pessoas perdem a ligação ou o toque com as coisas que são mais importantes, como a família, o próprio bem-estar ou a natureza. Estamos demasiado focados em ganhar dinheiro, comprar materiais caros, e aí perdemos o rumo das coisas que verdadeiramente importam”, concluiu Jenny Ongoco. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


quarta-feira 14.6.2017

Num verso e no reverso/do Cruzeiro do Sul/escrito do avesso”

José Augusto Seabra

Fisco REGIME QUE ALARGA TROCA DE INFORMAÇÕES ENTROU EM VIGOR

O

dos pelo Governo, Macau tem actualmente 21 acordos assinados relativos à troca de informações a pedido. Do total constam 16 acordos de troca de informações em matéria fiscal (Austrália, Dinamarca, Ilhas Faroé, Finlândia, Gronelândia, Islândia, Noruega, Suécia, Índia, Jamaica, Malta, Japão, Reino Unido, Ilha Guernsey, Argentina e Irlanda) e cinco para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de impostos sobre o rendimento (com China, Portugal, Bélgica, Moçambique e Cabo Verde). Já relativamente à troca automática de informações, o Governo informou os deputados

da existência de uma lista de países ou regiões que estavam a negociar um acordo para o efeito, entre os quais China, Portugal, Brasil, Reino Unido, Itália, Rússia, Japão e Coreia do Sul. Neste âmbito, o Governo de Macau fez saber, porém, estar “a solicitar ao Governo central que seja estendida a Macau a aplicação da Convenção Multilateral sobre Assistência Mútua Administrativa em Matéria Fiscal assinada pelo Estado [chinês]”, dado que, com a mesma, Macau “possui condições para efectuar a troca de informações em matéria fiscal com mais de cem países contratantes”.

Já a troca espontânea de informações vai ser “definida consoante o conteúdo dos acordos internacionais que, no futuro, Macau vai assinar com as referidas jurisdições fiscais”, refere o mesmo documento.

REGRAS DO JOGO

A troca de informações a pedido é a efectuada entre Macau e outras partes contratantes dos acordos internacionais quando haja um pedido formulado ou recebido; enquanto a automática diz respeito à troca de informações predefinidas, em intervalos regulares preestabelecidos, através da comunicação sistemática, na ausência de pedido previamente formulado ou recebi-

do. Já a espontânea define o fornecimento de informações por iniciativa própria. Macau anunciou, em Setembro de 2014, o arranque dos preparativos para aplicação de novos padrões internacionais relativos à troca automática de informações fiscais, em linha com as recomendações do Fórum Global sobre Transparência e Troca de informações para Fins Fiscais da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) A norma internacional determina que o sistema passe a funcionar em 2018, pelo que o diploma aponta que a recolha de informações comece a ser feita a partir de 1 de Julho.

TIAGO ALCÂNTARA

regime que vem alargar a troca de informações fiscais para alinhar Macau com um padrão acordado pelos membros do G20 e União Europeia entrou ontem em vigor, após a sua publicação, na segunda-feira, em Boletim Oficial. O novo regime, aprovado na especialidade pela Assembleia Legislativa (AL) em 31 de Maio, além de ajustar a troca de informações a pedido – regulamentada pela lei de 2009 – introduz os métodos de “troca automática” e de “troca espontânea”. Segundo dados constantes do parecer da 1.ª Comissão Permanente da AL, forneci-

Macau tem actualmente 21 acordos assinados relativos à troca de informações a pedido

GETTY

Padrão dos descobrimentos RONALDO ACUSADO DE FRAUDE FISCAL DE 14,7 MILHÕES DE EUROS

Noticia o jornal espanhol El País que a Secção de Delitos Económicos de Madrid apresentou uma denúncia contra Cristiano Ronaldo por quatro infracções fiscais, alegadamente cometidas entre 2011 e 2014, apontando fraude de 14,7 milhões de euros. Revela-se que o internacional português terá utilizado uma estrutura societária criada em 2010 para ocultar do fisco rendimentos em Espanha provenientes de direitos de imagem. O El País explica que na denúncia é referido que este incumprimento de Cristiano Ronaldo foi voluntário e consciente.

BMW CHAMA À REVISÃO 86.000 VEÍCULOS NA CHINA

O fabricante de automóveis alemão BMW vai chamar à revisão 86.000 dos seus veículos na China, devido a uma falha no eixo de transmissão, segundo anunciaram ontem as autoridades chinesas. Os modelos afectados são os X5 e X6, produzidos entre Abril de 2010 e 2013. A chamada à revisão produz efeito a partir de 1 de Novembro, segundo a Administração Geral para a Supervisão de Qualidade e Quarentena do país. A decisão foi tomada depois de surgirem problemas no eixo de transmissão dianteiro, onde um anel de vedação poderia mover-se ao entrar em contacto com a água e areia. Em casos extremos, poderia causar a rotura de uma cruzeta de transmissão, o que supõe uma perda de tracção no eixo dianteiro, aponta o organismo. A empresa reporá a peça aos proprietários dos veículos afectados de forma gratuita

CRISE HUMANITÁRIA PORTUGAL RECEBEU ATÉ JUNHO 1.374 REFUGIADOS DA GRÉCIA E ITÁLIA

P

PUB

ORTUGAL recebeu até agora 1.374 refugiados recolocados da Grécia e de Itália, segundo o mais recente relatório da Comissão Europeia, datado de 9 Junho. Das 1.374 pessoas, 299 foram recolocadas de Itália e 1.075 da Grécia. No total, Portugal comprometeu-se a aceitar 2.951 pessoas instaladas na Grécia e Itália e elegíveis para concessão de asilo.

Segundo dados de Bruxelas, o ritmo da recolocação quintuplicou desde Janeiro, com quase 10.300 pessoas recolocadas na UE, face ao mesmo período de 2016. Desde que começou o processo de recolocação e até 9 de Junho, o número total de recolocações elevava-se a 20.869 pessoas (13.973 a partir da Grécia, 6.896 da Itália).A Comissão Europeia

estima ser possível transferir todas as pessoas elegíveis - actualmente cerca de 11.000 pessoas registadas na Grécia e 2.000 em Itália, com chegadas em 2016 e 2017 ainda por registar - até Setembro. As obrigações dos Estados-membros, conforme as decisões do Conselho, aplicam-se, no entanto, a todas as pessoas que chegarem à Grécia ou a Itália até 26 de Setembro

de 2017 e os requerentes elegíveis deverão ser recolocados dentro de um prazo razoável após essa data. No que respeita à reinstalação, Portugal recebeu 12 pessoas que estavam em campos de refugiados fora da UE. Bruxelas salienta que quase três quartos (16.419) das 22.504 reinstalações totais acordadas em Junho de 2015 já estão realizadas.

O mecanismo de reinstalação ao abrigo da Declaração UE-Turquia atingiu um novo recorde em Maio de 2017, com quase 1.000 refugiados sírios a disporem de vias seguras e legais para entrar na Europa. O número total de reinstalações provenientes da Turquia efectuadas ao abrigo da Declaração ascende agora a 6.254 pessoas.


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