Hoje Macau 14 AGO 2020 #4590

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ANNA PALM

hojemacau

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MOP$10

SEXTA-FEIRA 14 DE AGOSTO DE 2020 • ANO XIX • Nº 4590

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

Verdade ou consequência A Escola Portuguesa de Macau (EPM) comunicou aos pais dos alunos, em Julho, que todas as autoridades competentes estavam a par do ataque informático ocorrido no mês de Abril. No entanto, a única entidade contactada pela escola foi a Polícia Judiciária, que confirma o relato do director da

OPINIÃO

ESTRATÉGIA DO BRIDGE

PAUL CHAN WAI CHI

AUTOCARROS

Novos limites PÁGINA 4

SEPARADOS PELO VÍRUS SARA F.COSTA

BUNKER DA ALDEIA GONÇALO M. TAVARES

TENTAÇÕES ANTÓNIO DE CASTRO CAEIRO

EPM, mas apenas esta quarta-feira, dia 12, na sequência das questões levantadas pelo Hoje Macau a Manuel Machado. Tanto a APEP, como a Fundação da EPM, dizem que irão tentar apurar, junto da direcção, os factos “encriptados” deste caso que envolve os dados pessoais dos alunos.

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ESTÁGIO PARA A MORTE VALÉRIO ROMÃO

PEQUIM

Elogios do Norte PÁGINA 5

PÁGINA 7

CINEMATECA

TIAGO ALCÂNTARA

Bilhetes para quê? PÁGINA 9

ARTFEM

Obras no feminino PUB

ÚLTIMA

ESTUDO | RICOS E CONSERVADORES ENTREVISTA


2 ENTREVISTA

SPENCER LI COORDENADOR DO ESTUDO “MACAO SOCIAL SURVEY”

“Macau é ainda uma sociedade conservadora” Pela primeira vez foi produzido um estudo abrangente sobre o panorama socioeconómico e político do território, da autoria de vários académicos da Universidade de Macau e coordenado pelo sociólogo Spencer Li. A desigualdade social e a falta de transportes públicos são os principais problemas apontados pelos residentes. Spencer Li denota que a sociedade é inclusiva em relação aos trabalhadores estrangeiros, mas consumidores de droga, portadores de HIV ou homossexuais são marginalizados

socialmente em algumas áreas. Outro problema mencionado é o ambiente, além do facto de Macau precisar de um desenvolvimento generalizado na área da educação. Nos últimos 10 anos, o nível de educação aumentou, mas ainda não é suficiente, especialmente se compararmos Macau com outras regiões ou cidades desenvolvidas. Macau é um território desenvolvido e muito rico, mas em termos educacionais ainda não atingimos um determinado nível. Deveríamos prestar atenção a esse aspecto. Mas há ainda outro problema, muito óbvio aliás, que é a dependência de uma única indústria, a do jogo e do turismo. Isso cria problemas para quem procura trabalho em outras áreas, sobretudo os mais jovens. Podem não conseguir trabalhar fora da indústria do jogo, do retalho ou do turismo, sobretudo tendo em conta o facto que o nível de educação é cada vez maior. Os jovens querem trabalhar em áreas nas quais Macau não oferece oportunidades.

Refere que, com este estudo, os académicos têm maior capacidade para fazer sugestões ao Governo de políticas. De que forma concreta este estudo pode ajudar o Executivo na governação? O foco mais importante das políticas a implementar deveria ser a resolução dos problemas que identificámos no estudo. O principal problema identificado pelos residentes prende-se com a falta de transportes públicos. Há limitações geográficas, pois Macau é

um território muito pequeno, onde circulam muitos veículos. Então o melhor que devemos fazer é apostar nos transportes públicos. O Governo tem agido para reduzir o problema, mas há outros problemas que mencionamos no livro. O segundo mais grave é a desigualdade social, que sempre foi muito elevada. Isso pode levar ao descontentamento popular e conflitos sociais, especialmente entre as gerações mais novas que não veem oportunidades de crescer

“Mais de 50 por cento dos residentes inquiridos disseram fazer parte de associações, muitas delas com representantes políticos ou que têm as suas preferências políticas, incentivando o voto.”

Como explica o baixo nível de educação, tendo em conta o desenvolvimento do ensino superior dos últimos anos? Pela minha experiência como professor vejo, que a maior parte dos alunos são motivados. Muitos dos meus alunos estudam e trabalham ao mesmo tempo e não terminam os estudos pós-graduados ou mesmo as licenciaturas. E porquê? Não veem qualquer objectivo nisso. Têm interesse, mas não veem qualquer utilidade em fazer um mestrado, por exemplo. Como refere o livro, para encorajar mais as pessoas a seguir os estudos superiores é preciso recompensas e oportunidades. Se as pessoas não virem a recompensa, então ficam menos motivadas. Há uma grande desconexão entre o sistema educativo e as oportunidades. Podem estudar no Reino Unido, na Austrália ou na China, mas depois regressam e não conseguem encontrar um trabalho fora da indústria do jogo. O problema está no mercado de trabalho.


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Sim. O mercado laboral é muito limitado e virado para um só segmento. Para termos uma melhor força laboral é preciso melhorar o mercado. Qual deveria ser o papel do Governo aqui? Não sou economista. A situação causada pela pandemia do novo coronavírus reduziu as reservas financeiras do Governo, mas essa não é a norma. O Governo ainda tem muito dinheiro e penso que se tem esforçado em investir em novas indústrias. Mas, até agora, não temos visto grandes resultados. O Governo tem de continuar a apostar em novas indústrias para dar oportunidades à força laboral educada. Sobre a desigualdade social. A pandemia da covid-19 pode aumentar ainda mais o fosso entre ricos e pobres? Em primeiro lugar, perderam-se muitos empregos e rendimentos. Macau tem muitos empreendedores na área do retalho ou dos restaurantes, que vivem de pequenos negócios. Mas devido à crise, que levou ao fecho de restaurantes e lojas, muitas entraram em falência. Isso pode ser muito difícil. Os ricos continuam a ter muitas opções, pois podem investir noutras áreas, e se em Macau não funciona podem investir na China ou outros países. Na verdade, a crise causada pela pandemia trouxe mais oportunidades a bilionários, que não estão a lutar pela sobrevivência. Pelo contrário os mais pobres estão numa situação muito pior e isso é uma preocupação. Pode, de facto, aumentar a desigualdade entre ricos e pobres. Outra das conclusões do estudo é que a maior parte dos residentes se sentem próximos da China. De certa forma, não é uma conclusão surpreendente. No entanto, até agora tínhamos algumas percepções, mas não sabíamos se era verdade ou não. O nosso estudo é o primeiro que verdadeiramente apresenta dados que confirmam isso. Há várias explicações. A primeira é que 95 por cento dos residentes são chineses e descendem de gerações mais antigas que vieram da China. Têm esses laços. A segunda explicação surge pelo facto de estarmos ligados economicamente à China, além de que a maior parte dos turistas vêm da China. Muitas pessoas vivem em Zhuhai e trabalham em Macau. A terceira explicação surge pelo facto de Macau beneficiar de inúmeros acordos com a China,

“Macau é tão pequeno que há o receio de que os trabalhos sejam roubados aos residentes pelos trabalhadores que vêm de fora.” algo que nos beneficia, como os turistas chineses, e a política “um país, dois sistemas”. Considera Macau uma sociedade inclusiva? Pergunto isto porque há muito a ideia de oposição entre residentes e não-residentes. De uma forma geral penso que é inclusiva. Temos pessoas de

origens diferentes em Macau. Descobrimos com o nosso estudo que a maior parte dos residentes são inclusivos e tolerantes. A maior parte das pessoas que entrevistamos não tem problemas em viver no mesmo território com pessoas que falam outra língua e que vêm de outro sítio. Mas também descobrimos que esse problema não se verifica tanto com determinados grupos étnicos. Há marginalização em relação a problemas sociais ou a estilos de vida diferentes. As pessoas não querem vizinhos consumidores de drogas, cerca de 50 por cento dos inquiridos responderam isso. Também não querem viver com pessoas que

“As pessoas não querem vizinhos consumidores de drogas, cerca de 50 por cento dos inquiridos responderam isso. Também não querem viver com pessoas que têm HIV ou homossexuais.” têm HIV ou homossexuais. Então não falamos propriamente de um sentimento contra grupos étnicos, mas sim contra estilos

de vida não convencionais. Nesse sentido, Macau é ainda uma sociedade conservadora. Se a sociedade é inclusiva, como explica posições de deputados contra trabalhadores não residentes? O estudo não abordou esta questão, mas se pergunta a minha opinião digo-lhe que isso se deve a motivos económicos. Macau é tão pequeno que há o receio de que os trabalhos sejam roubados aos residentes pelos trabalhadores que vêm de fora. Os trabalhadores estrangeiros trabalham mais horas e ganham menos. Os residentes podem não estar dispostos a isso e penso que essa atitude se deve à economia. Eu próprio sou um trabalhador estrangeiro, embora seja um trabalhador qualificado. Não falo cantonense, só falo mandarim e inglês, mas sempre fui bem tratado. O que sinto é que a maior parte das pessoas não tem qualquer tipo de problema em lidar com trabalhadores estrangeiros, mas receiam a ameaça económica. É isso que leva à preocupação em relação aos não residentes. Sobre a participação política da população, o estudo conclui que a maior parte está ligada a associações de cariz político. Existem mesmo participação política ou a motivação prende-se com benefícios ou contrapartidas? Não acredito que as compensações sejam a principal motivação para a participação nas eleições. Mais de 50 por cento dos residentes inquiridos disseram fazer parte de associações, muitas delas com representantes políticos ou que têm as suas preferências políticas, incentivando o voto. Essa é a força motriz. Claro que esses residentes também têm as suas preferências políticas. Em relação às consultas públicas promovidas pelo Governo, os residentes também participam nesses processos. Algumas destas associações são muito antigas. Continuam, assim, a ser muito importantes para a população de Macau. Sim, muito importantes. Essa é uma das características da sociedade de Macau, a ligação das associações à comunidade. As pessoas participam na política porque são membros destas associações. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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AUTOCARROS NOVOS CONTRATOS COM TECTO MÁXIMO PARA ASSISTÊNCIA FINANCEIRA

Patacas limitadas

período, se passarem com êxito a inspecção da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Trânsito, os veículos podem fazer serviços particulares. Os autocarros que o façam vão ter uma cor diferente para serem facilmente distinguidos pelos cidadãos.

TIAGO ALCÂNTARA

A assistência financeira à Transmac e TCM vai ter um limite máximo de 600 milhões de patacas anuais, com excepção dos encargos sociais. Os contratos de concessão vão ter um período de seis anos e metas para veículos mais amigos do ambiente

14.8.2020 sexta-feira

MOBILIDADE VERDE

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S novos contratos de concessão dos serviços de autocarros públicos da Transmac e TCM vão durar seis anos e devem ser assinados este mês ou no próximo, disse ontem o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. O apoio financeiro anualmente ronda mil milhões de patacas, mas a forma de cálculo vai mudar, com os valores de 2019 a servirem de referência. A assistência a passageiros idosos, portadores de deficiência ou alunos é entendida como um “encargo social”, pelo que se mantém como um valor variável. Já o resto da assistência financeira, que no ano passado foi de cerca de 600 milhões de patacas, passa a ter esse montante definido como limite máximo. “No futuro este valor (600 milhões) fica fixado como um tecto máximo e haverá um esquema para periodicamente comparar com a situação de 2019. Esse valor pode ser reduzido e nunca será aumentado”, disse Raimundo do Rosário. O ano de 2019 é tomado como a referência por terem sido transportadas mais de 200 milhões de pessoas, uma situação que o Governo considera que “dificilmente voltará a acontecer”. De acordo com Ella Lei, presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas, depois de três anos pode haver oportunidade para

as empresas requererem o aumento desse valor. Mas o pedido vai estar sujeito a uma apreciação do Governo. As empresas vão também poder pedir anualmente uma actualização

A INFLUÊNCIA DO METRO

A

escolha da duração dos contratos dos autocarros durante seis anos está relacionada com as mudanças previstas para esse período e que podem “introduzir alterações significativas” no sistema dos autocarros. Uma delas é o Metro Ligeiro, com a ligação à Barra esperada para 2023. O secretário para os Transportes e Obras Públicas confirmou ontem que no próximo mês vai ser feita a consulta pública para a Linha Este. “Também espero que nesses seis anos fique concluída a quarta ponte. Portanto, toda esta situação que diz respeito aos autocarros sofrerá alterações importantes”, observou.

dos preços dos bilhetes. “No futuro se calhar as operadoras podem pedir para aumentar o preço dos bilhetes 20 ou 40 avos por causa do aumento dos salários ou despesas ordinárias. A operadora pode pedir, mas o Governo sublinhou que o pedido pode não ser deferido, depende da situação em concreto”, explicou a presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Terras e Concessões Públicas.

SERVIÇOS PRIVADOS

O novo contrato vai permitir prestação de serviços de autocarros para particulares, em moldes diferentes do actual. No fundo, se quiserem ter serviço de aluguer, as operadoras precisam de ter duas frotas: uma dedicada ao serviço público, e outra ao particular. Cada uma com os seus motoristas. E vão poder realizar actividades de publicidade. No entanto, todas as receitas que receberem “serão incluídas na mesma contabilidade,

finda a qual as companhias terão de pagar uma retribuição à RAEM”, disse ainda Raimundo do Rosário. Ainda não está definida a percentagem do lucro que será devida como retribuição. A medida está associada ao tempo de vida útil dos autocarros, que o secretário apontou como sendo de oito anos. Ao fim desse

“No futuro se calhar as operadoras podem pedir para aumentar o preço dos bilhetes 20 ou 40 avos por causa do aumento dos salários ou despesas ordinárias. (...) Mas o Governo sublinhou que o pedido pode não ser deferido.” ELLA LEI DEPUTADA

Há também exigências ao nível ambiental das viaturas. Sempre que for preciso adquirir pequenos e médios autocarros, terão de ser veículos amigos do ambiente, dentro das opções de mercado. Nas linhas que não atravessem a ponte, metade dos autocarros terão de ser amigos do ambiente até 2022, com a percentagem a subir para 100 por cento em 2024. Por veículos amigos do ambiente, Raimundo do Rosário esclareceu seguirem-se os padrões europeus. Fica à escolha das empresas se são eléctricos, híbridos ou a gás, por exemplo. De acordo com Ella Lei, em caso de necessidade de serviços como oficinas, estacionamento ou abastecimento de combustíveis, o Governo pode vir a atribuir de forma gratuita um terreno às empresas. Com a ressalva de que o terreno e as instalações que lá forem construídas ficam ligados aos serviços de autocarros públicos, em vez de uma concessão directa à operadora. Ainda não existe um terreno preparado para essa finalidade. A presidente da Comissão indicou que segundo as informações dadas pelo Governo, vai haver um mecanismo de avaliação da qualidade do serviço das concessionárias, e que no futuro os cidadãos vão poder participar nessa avaliação. Estão previstas sanções para as empresas que não satisfaçam a avaliação, que podem abranger uma redução da assistência financeira. A deputada deu como exemplos de factores passíveis de afectar a avaliação o número de carreiras, a qualidade do serviço e o número de acidentes. De acordo com Ella Lei, o Governo disse também que há sanções “picantes”, apesar de não terem sido dados pormenores sobre esta parte do contrato. Salomé Fernandes

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política 5

sexta-feira 14.8.2020

O

ministro do Comércio, Zhong Shan, elogiou a Ilha da Montanha pela abertura que tem mostrado para receber o investimento de Macau e prometeu apoiar os empresários locais. As declarações foram prestadas na quarta-feira e divulgadas pelo Governo da RAEM, após um encontro entre os dois no âmbito PUB

Encontro de amigos Ministro do Comércio promete apoiar empresários que invistam em Hengqin

da visita do Chefe do Executivo a Pequim. Durante a reunião, Ho Iat Seng terá defendido que o espaço de Hengqin poderia ser utilizado pelos empresários de Macau para actividades económicas, como a medicina tradicional chinesa. Segundo o Chefe do Executivo, esta seria uma forma de auxiliar a RAEM a seguir os desígnios de Xi Jinping e contribuir para a diversificação da economia local. Por sua vez, o ministro do Comércio mostrou apoiar a utilização da Ilha da Montanha pelos empresários de Macau e afirmou que esta zona é muito aberta ao exterior. Zhong Shan destacou ainda que Ministério irá cumprir escrupulosamente as instruções do secretário-geral [Xi Jinping] para implementar um novo mecanismo para inovação, acelerando a exploração de Hengqin e apoiando o desenvolvimento adequado da economia de Macau. Outro assunto em cima da mesa, levantado por Ho Iat Seng, foi a situação da Conferência

GCS

Na reunião com Ho Iat Seng, Zhong Shan recordou a amizade de “vários anos” entre os dois e elogiou os resultados “nada fáceis” do Governo local no controlo da epidemia, que, frisou, terem correspondido à missão traçada por Xi Jinping

Ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Sobre o evento, Zhong Shan respondeu que neste momento é preciso resolver primeiro a situação da pandemia e que após este desígnio ser conseguido vai apoiar a realização da conferência ministerial.

COMBATE À EPIDEMIA

Durante o encontro, que aconteceu poucas horas depois do Chefe do Executivo ter voado para Pequim, Zhong Shan terá também destacado que estava feliz por reencontrar Ho Iat Seng, de quem, sublinhou, é “amigo há vários anos”.

Por outro lado, o ministro destacou os trabalhos conduzidos pelo Executivo no controlo e combate à pandemia da covid-19, que disse terem sido feitos “sob a liderança do Governo Central”. “O Chefe do Executivo da RAEM materializou com firmeza a essência do importante discurso do secretário-geral Xi Jinping, liderando todos os sectores de Macau no combate à epidemia, com o qual obteve bons resultados, nada fáceis de atingir”, consta no comunicado. Em relação à prevenção da pandemia, Ho Iat Seng agradeceu ao Interior por ter apoiado Macau com a venda de máscaras, mas

“O Chefe do Executivo da RAEM materializou com firmeza a essência do importante discurso do secretário-geral Xi Jinping [...] com o qual obteve bons resultados, nada fáceis de atingir”, consta no comunicado também com o abastecimento de alimentos, como óleo e cereais. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

Corrupção Coutinho quer mais medidas de combate

O deputado José Pereira Coutinho quer saber se o Governo vai implementar a obrigação de serem feitas avaliações internas sobre os riscos de corrupção, principalmente no âmbito dos contratos públicos e na avaliação de conflitos de interesses. Numa interpelação escrita divulgada ontem, o deputado ligado à Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) quer também saber se vai haver obrigação de serem criados códigos de ética e integridade para os funcionários públicos e se vai ser criado um estatuto para as pessoas que denunciem casos de corrupção dentro da Administração Pública.


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EDITAL

EDITAL : 9/E-DC/2020 : 11/DC/2019/F : Ordem de desocupação de terreno e demolição de construção ilegal : Terreno do Estado situado junto à Rua da Baía, na Taipa (parcelas demarcadas com as letras “A1a”, “A1b”, “C1”, “C2”, “C3”, “C4”e “D” na planta em anexo). Chan Pou Ha, Directora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber que ficam notificados os ocupantes ilegais do terreno indicado em epígrafe, cujas identidades e moradas se desconhecem, do seguinte: 1. A DSSOPT, no exercício dos poderes de fiscalização conferidos pela alínea b) do n.º 3 do artigo 8.º do Decreto-Lei n.º 29/97/M de 7 de Julho, verificou que no terreno indicado em epígrafe foram edificadas construções ilegais compostas por chapas e coberturas metálicas e que foram depositados contentores, equipamentos e materiais de construção e estacionados veículos, sem que tenha sido atribuída aos ocupantes qualquer licença de obra ou licença de ocupação temporária nos termos dos artigos 76.º a 81.º da Lei n.º 10/2013 (Lei de terras). Por conseguinte, foi instaurado o procedimento administrativo n.º 11/DC/2019/F relativo à desocupação e restituição do terreno ao Governo da RAEM. 2. De acordo com a certidão da Conservatória do Registo Predial (CRP), emitida em 27 de Julho de 2020, o terreno (parcelas demarcadas com as letras “A1a”, “A1b”, “C1”, “C2”, “C3”, “C4”e “D” com a área total de 15564 m2) consta da planta cadastral n.º 61055001, emitida em 24 de Julho de 2020 pela DSCC, não se encontra registado a favor de particular (pessoa singular ou pessoa colectiva) o direito de propriedade ou qualquer outro direito real, nomeadamente de concessão, aforamento ou arrendamento, e não foi atribuída aos ocupantes qualquer licença de ocupação temporária, pelo que se considera terreno disponível do Estado, nos termos do artigo 7.º da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e do artigo 8.º da Lei n.º 10/2013 (Lei de terras). 3. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, foi realizada, no seguimento de notificação por edital assinado pela Directora desta Direcção de Serviços e publicado nos jornais em língua chinesa e em língua portuguesa de 31 de Julho de 2020, a audiência prévia dos interessados, no entanto, estes não apresentaram qualquer resposta. 4. Assim, nos termos do n.º 1 do artigo 208.º da Lei de terras e no exercício das competências delegadas pelo n.º 1 da Ordem Executiva n.º 184/2019, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas através de despacho de 11 de Agosto de 2020 exarado sobre a informação n.º 07213/DURDEP/2020 de 10 de Agosto de 2020, constante do processo n.º 11/DC/2019/F, ordena aos ocupantes ilegais que se desconhecem, que procedam no prazo de 30 (trinta) dias a contar a partir da data da publicação do presente edital à desocupação do terreno, ao seu despejo, à demolição da referida construção ilegal, à remoção dos materiais e equipamentos nele depositados e à sua entrega ao Governo da RAEM, sem direito a qualquer indemnização. 5. Antes da execução da obra de demolição referida no ponto anterior, os ocupantes deverão apresentar previamente nestes Serviços a declaração de responsabilidade do construtor incumbido da obra de demolição e a apólice de seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais. A conclusão dos trabalhos deverá ser comunicada por escrito à DSSOPT para efeitos de vistoria. 6. Nos termos do n.º 2 do artigo 208.º da Lei de terras, do artigo 139.º e do n.º 2 do artigo 144.º, ambos do CPA, se findo o prazo referido no ponto 4 não tiverem dado cumprimento à ordem de desocupação, a DSSOPT procederá à execução dos trabalhos de desocupação e de demolição. Nos termos dos artigos 211.º e 210.º da Lei de terras, as despesas realizadas com a desocupação e com a guarda de documentos de identificação e bens móveis de valor encontrados no local constituem encargos dos infractores. 7. Nos termos do artigo 196.º da Lei de terras, quem ocupar ilegalmente terrenos do domínio público ou do domínio privado do Estado é punido com multa. 8. E de acordo com o artigo 193.º da Lei de terras, quem ocupar ilegalmente terrenos do domínio público ou privado do Estado e não cumprir a ordem de desocupação emanada, poderá incorrer em responsabilidade criminal e ser punido pelo crime de desobediência previsto no n.º 1 do artigo 312.º do Código Penal. 9. Informa-se que de acordo com casos similares tratados no passado, caso seja executada a desocupação coerciva do referido terreno pela Administração, a despesa resultante da execução dos trabalhos de desocupação poderá atingir o montante de $300,000.00 (trezentas mil patacas), contudo, este valor varia em função da área ocupada, da complexidade da obra, da quantidade dos materiais depositados na área de ocupação e da inflação, pelo que o referido montante é apenas para referência. 10. Os objectos, materiais e equipamentos eventualmente deixados no terreno serão tratados de acordo com o disposto no artigo 210.º da Lei de terras. 11. Nos termos dos artigos 145.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, os interessados podem apresentar reclamação ao Secretário para os Transportes e Obras Públicas no prazo de 15 (quinze) dias contados a partir da data da publicação do presente edital. 12. Nos termos da subalínea 2) da alínea 8) do artigo 36.º da Lei n.º 9/1999, republicada integralmente pelo despacho do Chefe do Executivo n.º 265/2004, da decisão de desocupação emanada pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, cabe recurso contencioso a interpor para o Tribunal de Segunda Instância da RAEM, no prazo indicado no n.º 2 do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, a partir da data da publicação do presente edital. RAEM, 12 de Agosto de 2020. A Directora de Serviços Chan Pou Ha Processo n.º: 11/DC/2019/F Local : Terreno do Estado situado junto à Rua da Baía, na Taipa (parcelas demarcadas com as letras “A1a”, “A1b”, “C1”, “C2”, “C3”, “C4”e “D” na planta em anexo). Edital n.º Processo n.º Assunto Local

Edital n.º: 04/DSO/2020 Processo n.º: 6179.05 Assunto: Notificação do dia final de despejo Localização:

Terreno com a área de 19 314 m2, junto à Estrada Nordeste da Taipa e Estrada Almirante Magalhães Correia – Taipa (Aterro da Baía de Pac On), Taipa, demarcados e assinalados com as letras A1 (4 655 m2), A2 (2 524 m2), A3 (8 649 m2) e A4 (3 486 m2), na Planta Cadastral n.º 3303/1990, emitida em 15 de Junho de 2020. Chan Pou Ha, directora da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do «Código do Procedimento Administrativo», faz-se saber por este meio à “Companhia de Investimento Polaris, Limitada”e aos demais ocupantes desconhecidos, o seguinte: 1. Através do ofício n.º 705/6179.05/DSO/2016, de 20 de Julho, foi notificado a “Companhia de Investimento Polaris, Limitada”o despacho do Sr. Secretário para os Transportes e Obras Públicas, de 14 de Julho de 2016, que ordenou à mesma no prazo de 60 dias a contar da recepção da notificação, o despejo do terreno mencionado em epígrafe, e as benfeitorias por qualquer forma incorporadas são revertidas para a RAEM, livre de quaisquer ónus ou encargos, sem direito a qualquer indemnização. 2. Dado que não se desocupou o terreno no prazo fixado, nos termos do n.º 2 do artigo 179.º da Lei n.º 10/2013 «Lei de terras» e do artigo 56.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M «Regulamento Geral da Construção Urbana», esta Direcção de Serviços irá proceder coactivamente à execução substituta do despejo desde 15 de Setembro de 2020 com os outros Serviços Públicos na colaboração das Forças de Segurança de Macau. As respectivas despesas constituirão encargos dos interessados. 3. De acordo com os artigos 8.º e 9.º do «Código do Procedimento Administrativo», ficam comunicados os interessados que as despesas de execução substituta de despejo do terreno mencionado em epígrafe poderão atingir a $300.000 (trezentas mil patacas), mas as despesas exactas serão definidas conforme o montante de liquidação da obra que tem a ver com o nível de complexidade da obra, a quantidade de objectos existentes nas parcelas, a inflação, etc. 4. Para os efeitos das referidas despesas de execução substituta, a acção de despejo não pode ser cancelada quando tenha sido iniciada. 5. Para mais informações, os interessados podem, munidos do seu documento de identificação, dirigir-se pessoalmente ao Departamento de Gestão de Solos da DSSOPT, situado na Estrada de D. Maria II n.º 33, 18.º andar durante o horário de expediente. A Directora de Serviços, Chan Pou Ha 12 de Agosto de 2020

Planta em anexo:


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sexta-feira 14.8.2020

C

OMO o HM noticiou ontem, o sistema de consulta e gestão de informação entre alunos, encarregados de educação e professores, NetGiae, usado na Escola Portuguesa de Macau (EPM), foi alvo de um ataque informático, facto comunicado à Associação de Pais da Escola Portuguesa (APEP) numa reunião realizada no dia 16 de Julho. Num sumário da reunião, passado aos pais associados e a que HM teve acesso, é referido que “foi esclarecido pela Direcção [da EPM] que todas as entidades com-

ESCOLA PORTUGUESA PJ RECEBEU QUEIXA DE ATAQUE INFORMÁTICO NA QUARTA-FEIRA

O tempo é relativo

Regêncio Figueiredo, presidente da APEP. “Pressuponho que essa queixa foi feita na altura em que as coisas aconteceram”, comentou ao HM José Luís Sales Marques, membro do Conselho de Administração da Fundação Escola Portuguesa de Macau. Confrontado com a confirmação da PJ de que a queixa foi apresentada a 12 de Agosto, Sales Marques referiu que é preciso apurar o que se passa. “A fundação está sempre atenta às questões que a escola vive, é a nossa obrigação”, assegurou o membro da entidade que tutela o estabelecimento de ensino, sublinhando que “esta é a direcção que a fundação nomeou”.

TIAGO ALCÂNTARA

A Escola Portuguesa de Macau garantiu aos pais dos alunos, em Julho, que na sequência do ataque informático, ocorrido em Abril, foram alertadas todas as entidades competentes. O HM apurou ontem que a PJ recebeu a queixa do director do EPM apenas esta quartafeira, dia 12, e que foi a única entidade pública contactada pela escola. Segundo o director da EPM, foi enviado um e-mail “nos finais de Abril, início de Maio”, a alertar a PJ para o sucedido

DADOS NÃO ADQUIRIDOS

petentes tiveram conhecimento do sucedido.” Porém, a queixa às autoridades policiais foi apenas apresentada nesta quarta-feira, dia 12 de Agosto, no dia em que o HM contactou Manuel Machado, director da EPM, para comentar o ataque cibernético. “O director reportou o caso à Polícia Judiciária no dia 12 de Agosto, que está em investigação”, revelou a autoridade policial. Face a esta informação, Manuel Machado reiterou ter enviado um alerta por correio electrónico, pouco tempo depois de ter sido

dado o alarme para o ataque dos hackers. “Enviámos um email nos finais de Abril ou início de Maio a reportar a situação”, declarou o responsável, acrescentando que a PJ foi a única entidade a que foi dado conhecimento da situação,

“O director [da EPM] reportou o caso à Polícia Judiciária no dia 12 de Agosto, que está em investigação.” POLÍCIA JUDICIÁRIA

além da Fundação Escola Portuguesa de Macau. Uma realidade que não vai ao encontro do que foi revelado à APEP, na reunião de 16 de Julho, quando pela primeira vez os pais ficaram a saber que tinha havido um ataque informático ao sistema NetGiae. “Quando nos disseram que foi dado conhecimento a todas as entidades competentes, para mim, essas entidades competentes, além da Polícia Judiciária, deviam ser a DSEJ, a Fundação da Escola Portuguesa, o Gabinete de Protecção de Dados Pessoais e a Comissão para a Cibersegurança”, comenta Filipe

ENSINO COMISSÃO DE TALENTOS PREVÊ EXCESSO DE PROFESSORES

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E acordo com a Comissão de Desenvolvimento de Talentos (CDT), entre 2020 e 2023, existirá excesso de oferta de docentes do ensino não superior em Macau. De acordo com as previsões do CDT, citadas pelo jornal Exmoo, nos próximos três anos, haverá um aumento da oferta de professores entre 2 a 3 por cento, relativamente à procura esperada para o mesmo período. Actualmente, de acordo

com a CDT, existe um excedente de 7.400 professores. Isto porque, quanto às escolas do ensino não superior, os recém-licenciados já ultrapassam as vagas que as escolas precisam de recrutar. Já a oferta e procura do ensino primário está, segundo a mesma previsão, “relativamente moderada”. Sobre o problema de excesso de oferta, Vong Sou Kuan, professora da Faculdade de Educação

da Universidade de Macau (UM), apontou que, apesar de se graduarem, isso não significa que todos os recém-licenciados acabem a trabalhar no sector. Além disso, a professora vincou que os cursos

superiores têm reforçado o ensino de educação geral, com o objectivo de levar os licenciados a procurar outros empregos, após a formação. Já Lam Fat Iam, professor da Escola Superior de Ciências Humanas e Sociais, considera que as previsões da CDT são úteis para que os alunos possam fundamentar bem as suas decisões quando é chegada a hora de decidir um curso ou apostar numa área de emprego. N.W.

Outra situação por explicar prende-se com os danos resultantes do ataque. Se por um lado, terá sido alegadamente dito à APEP que desapareceram dados pessoais, nomeadamente nomes, fotografias e números de identificação de alunos, Manuel Machado negou essa versão em declarações na quarta-feira ao HM. “Não há cópia nem desvio de dados. Isso é muito importante. Os dados estão connosco, não podem é ser utilizados”, esclareceu o director da escola. Versão que esbarra com a da associação de pais. “Não nos foi dito nada em relação a encriptação de dados. Primeiro, disseram que tinham desaparecido dados, agora o director já diz que afinal os dados não desapareceram, mas que estão lá encriptados”, comentou ontem Filipe Regêncio Figueiredo. O presidente da associação de pais mostrou ainda “preocupação com este assunto” e revelou que o organismo que dirige vai “tentar obter junto da escola mais informações” para “prestar o apoio necessário”. João Luz

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IAM Parque infantil no Jardim Camões abre amanhã

O parque para crianças do Jardim Luís de Camões vai reabrir amanhã, depois de ter estado em obras desde Setembro do ano passado, de acordo com um comunicado do Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). A disposição do campo de diversão infantil e dos espaços circundantes foi replaneada, para ter a superfície alargada e dividida em duas áreas, uma para crianças dos 2 aos 5 anos e a outra para crianças dos 5 aos 12 anos. Além destes trabalhos, no futuro há ainda a intenção de instalar mais coberturas de sol.


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GALAXY PERDAS DE 2,86 MIL MILHÕES NO PRIMEIRO SEMESTRE

As novas contas

Apesar das medidas do levantamento faseado das restrições de viagem, o presidente do grupo, Lui Che Woo, afirmou que a recuperação do sector vai ser lenta pessoas do Interior vir a Macau jogar, mas mostrou-se cauteloso face ao impacto para o sector. “Apesar da importância destes primeiros passos, é prematuro comentar sobre a rapidez da recuperação do mercado do jogo. Por isso, quando olhamos para o futuro ainda estamos à espera de factores negativos relacionados com a pandemia, que vão acabar por ter um impacto no nosso desempenho financeiro”, explicou.

BELO PÉ DE MEIA

Os resultados da Galaxy reflectem a tendência do mercado do

jogo em Macau que na primeira metade do ano viu as receitas terem uma redução de 77,4 por cento para os 35 mil milhões de patacas, quando no período homólogo as receitas tinham sido de 149,5 mil milhões. No mesmo período, também o número de turistas que chegaram a Macau afundou 84 por cento, para os 3,3 milhões de visitantes. Face ao cenário negro, o presidente do grupo Galaxy assumiu que a companhia está mais focada em “controlar de forma efectiva os custos”, em vez de apostar na expansão das receitas.

No entanto, Lui Che Woo vincou igualmente que a empresa está empenhada em seguir as políticas do Governo, de proteger os empregos dos residentes e apoiar a economia através das Pequenas e Médias empresas. O grupo explicou ainda que tem reservas em dinheiro de 43,6 mil milhões de dólares de Hong Kong para fazer face a qualquer adversidade. O número sobe para 49,8 mil milhões, quando é calculado o valor dos investimentos. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

TIAGO ALCÂNTARA

concessionária Galaxy registou perdas de 2,86 mil milhões de dólares de Hong Kong durante a primeira metade do ano, segundo os resultados apresentados ontem. Este número contrasta com o lucro de 6,68 mil milhões na primeira metade do ano passado. Numa mensagem ontem divulgada, o presidente do grupo, Lui Che Woo, justificou os resultados com a pandemia e as restrições de viagens entre o Interior, Macau e Hong Kong. “Estas limitações resultaram numa redução significativa do número de visitantes e tiveram como consequência a redução das receitas”, indicou. Devido a esta realidade, as receitas do grupo na primeira metade do ano foram de 6,22 mil milhões de dólares de Hong Kong, quando no ano passado tinham sido de 26,22 mil milhões, o que faz com que haja uma diferença significativa de 20 mil milhões. Lui Che Woo comentou também as medidas recentes com o regresso dos vistos individuais de turismo, que permitem às

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O presidente do grupo Galaxy assumiu que a companhia está mais focada em “controlar de forma efectiva os custos”, em vez de apostar na expansão das receitas

SANDS CHINA AGÊNCIA FITCH BAIXA ‘RATING’ DA OPERADORA DE JOGO

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agência de notação financeira Fitch baixou ontem a perspectiva do ‘rating’ da operadora de jogos Sands China, proprietária do casino Venetian, entre outros, de estável para negativa (BBB-) e manteve a classificação da MGM China em BB-. A revisão “reflecte as condições operacionais mais fracas” do que o esperado e nem o facto de o Interior ter anunciado o re-

começo gradual da emissão dos vistos turísticos para Macau teve um efeito positivo na avaliação. “Em Macau, as restrições às viagens de e para a China continental estão a manter o turismo em níveis baixos, embora as restrições tenham começado a aliviar nas últimas semanas”, apontou a agência. Desde quarta-feira que o residentes de Zhuhai podem pedir vistos individuais para fa-

zer turismo em Macau e a partir de 26 de Agosto a autorização estende-se a toda a província de Cantão. Finalmente, a 23 de Setembro chega ao fim a suspensão da emissão deste tipo de vistos para todo o Interior. No entanto, a Fitch justifica que a sua avaliação se deve a uma questão de prudência. Também ontem, a Fitch manteve a perspectiva do ‘rating’ da MGM China em BB-.

A agência de notação financeira justificou a decisão com a “forte posição de liquidez” para enfrentar a actual crise causada pela pandemia do novo coronavírus. A MGM China apresentou perdas de mil milhões de dólares de Hong Kong no primeiro semestre de 2020. Já a operadora do jogo Sands China só entre Abril e Junho registou prejuízos de 549 milhões de dólares.

DST MAIS DE 20 MIL LOJAS EM CAMPANHA PROMOCIONAL PARA ATRAIR TURISTAS

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AIS de 20 mil lojas de Macau participam numa campanha promocional do território no mercado da China continental, para aproveitar o anunciado recomeço gradual da emissão de vistos no país, foi ontem anunciado. A emissão de vistos já arrancou na vizinha cidade de Zhuhai e deve ser alargada a 26 de Agosto a toda a província de Guangdong. Se o cenário pandémico se mantiver estável, segue-se a 23 de Setembro o resto do país, principal mercado turístico de Macau. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) e a Direcção dos Serviços de Economia (DSE) estão a apoiar a plataforma digital Alipay neste “festival de mega promoções” focado na província de Guangdong. “Através de actividades promocionais e descontos, a iniciativa visa divulgar em Guangdong produtos e lojas de marcas características de Macau, para atrair visitantes da província vizinha (…), impulsionando a revitalização da (…) indústria turística da cidade”, segundo a DST. “Mais de 20 mil lojas que integram a rede do sistema de pagamento da Alipay em Macau lançaram uma série de descontos e promoções, em sintonia com o repto lançado pela plataforma electrónica “Vamos! Macau!” criada pela DST”, pode ler-se no comunicado. Em simultâneo, a DSTestá a divulgar o festival da Alipay através de vários canais ‘online’, enquanto aAlipay destaca, dentro de Guangdong, na plataforma digital, várias marcas e lojas características de Macau. A iniciativa prolonga-se até 31 de Outubro. “Com o gradual recomeço da emissão de documentos de viagem para turismo do Interior da China para Macau, mais viajantes do interior da China beneficiarão das várias ofertas do festival, enquanto a iniciativa deverá por seu lado contribuir para estimular mais visitantes a visitar e consumir em Macau”, destacou a DST.

Covid-19 Macau visto como destino seguro no Interior

Os receios de infecções pela covid-19, em conjunto com um maior desejo de viajar internamente, faz com que Macau seja cada mais visto no Interior como um destino atractivo para os turistas. Estas conclusões fazem parte de um estudo realizado pelo banco de investimento Morgan Stanley, que foram citados pela revista Inside Asian Gaming, com base num inquérito a 2.667 cidadãos do Interior com idades entre os 18 e 49 anos. Ainda de acordo com os resultados, 68 por cento dos inquiridos admitiu que em 2019 e 2020 passou a noite num hotel, mas que apenas 18 por cento tinha estado em Macau.


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Obras Recebidas 10 propostas para drenagem da Av. Venceslau Morais

As Obras Públicas receberam 10 propostas no âmbito do concurso para a obra de drenagem da Avenida Venscelau Morais. Segundo os valores apresentados, a proposta com o preço mais baixo foi apresentada pela construtora Companhia de Construção e Obras Ken Meng Limitada, num valor de 6,1 milhões de patacas. No pólo oposto, a Lei Seng Construções, Limitada foi a responsável pela proposta mais alta com um preço de 9,1 milhões de patacas. Quanto aos dias de execução, a proposta que apresenta uma resolução mais rápida é da Companhia de Construção e Engenharia San Io Wa, com 135 dias, enquanto a mais lenta veio da Lei Seng, que promete concluir as obras em 180 dias. Todas as 10 propostas foram admitidas, mas a empresa Companhia de Construção e Fomento Predial Hai Fai precisa de apresentar a fotocópia da certidão do registo comercial. Se não o fizer é excluída do concurso.

INCÊNDIOS ASSOCIAÇÕES PEDEM MELHORIAS NO COMBATE

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União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM) e a Aliança de Povo de Instituição de Macau defendem que é necessário proceder a alterações para melhorar o mecanismo de prevenção e combate aos incêndios. Foi desta forma que as duas associações responderam ao facto de terem deflagrado dois incêndios no Edifício Jardim Kong Fok Cheong, em menos de um ano, e o mais recente no início desta semana. Segundo a associação de moradores, o fogo mais recente mostra a necessidade de realizar inspecções regulares e manutenções para as instalações de combate a incêndios. Isto porque, numa visita ao local, a directora do Gabinete da Zona Norte dos Moradores, Chao I Sam, afirmou que as escadas de incêndio estavam cheias de objectos, quando os regulamentos definem que devem estar desocupadas para facilitar as saídas, em caso de emergência. Por sua vez, o director dos assuntos de edifícios da Aliança de Povo de Instituição de Macau, Un Hon Kuan, acha que o Regulamento de Segurança contra Incêndios deve ser alterado para que o Corpo de Bombeiros passe a ter poder de aplicação de sanções. Segundo Un Hon Kuan, o facto de actualmente o Corpo de Bombeiros necessitar de alertar a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes para a aplicação das sanções, faz com que se diminua o efeito dissuasor face às infracções.

IC “A construção do sítio web da empresa adjudicada constitui um acto comercial da mesma sugerindo-se (…) que seja contactada a Sr.ª Wong, representante da empresa em questão.”

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partir do dia 1 de Setembro a Cinemateca Paixão volta a abrir portas ao público, de cara lavada e sob a batuta de uma nova gestora, a Companhia de Produção de Entretenimento e Cultura In Limitada. No entanto, a programação prevista para a reabertura do espaço após a conclusão das obras de restauro de que está a ser alvo, continua a ser desconhecida. Numa resposta enviada pelo Instituto Cultural (IC) ao HM, a única certeza que parece existir é de que a Cinemateca Paixão volta a abrir ao público a partir de Setembro e que os bilhetes para as exibições e actividades que irão ter lugar daí para a frente, começam a ser vendidos na segunda quinzena deste mês. Aos interessados é pedido que estejam atentos à divulgação online. “A Cinemateca Paixão (…) vai concluir as obras de restauro e reabrir ao público a partir de Setembro, continuando a prestar serviços culturais públicos de qualidade aos residentes e divulgando ao público informações relativas a programas e actividades antes da sua

CINEMATECA BILHETES À VENDA NA PRÓXIMA SEMANA

Sinais de vida

Numa resposta enviada ao HM, o Instituto Cultural garantiu que os bilhetes para os programas a serem exibidos a partir de Setembro vão ser postos à venda na segunda quinzena deste mês. A programação a cargo da nova gestora da Cinemateca, essa, continua no segredo dos deuses. O espaço está actualmente encerrado para obras de restauro realização, como habitualmente. Os bilhetes para os programas que irão ter lugar em Setembro serão colocados à venda na segunda quinzena do corrente mês, devendo o público estar atento à publicação de informações actualizadas no sítio web da Cinemateca”, pode ler-se na resposta do IC. Quanto à data de início das operações da nova empresa está tudo dentro do previsto, já que, no caderno de encargos que definiu os critérios do concurso público lançado para encontrar a nova gestora da Cinemateca,

a data estipulada para a prestação de serviços é de “1 de Setembro de 2020 a 31 de Julho de 2023”. A 16 de Julho, o HM questionou, por escrito, a empresa In sobre a data estimada para a apresentação da nova programação da Cinemateca, bem como o andamento da construção da futura página oficial da In na internet. Adicionalmente, após várias tentativas falhadas de contacto telefónico com a empresa através da sua coordenadora, Kathy Wong, o HM confrontou o IC com a ausência de respostas da In. O IC voltou

a remeter a responsabilidade para a nova gestora da Cinemateca. “A construção do sítio web da empresa adjudicada constitui um acto comercial da mesma sugerindo-se, desta forma, que seja contactada a Sr.ª Wong, representante da empresa em questão”, pode ler-se na resposta do IC. Recorde-se que, desde que foi anunciado que a In venceu o concurso de gestão da Cinemateca Paixão, têm vindo a ser levantadas muitas dúvidas acerca da experiência e trabalho feito pela empresa na área

do cinema. Por ocasião de uma conferência de imprensa que aconteceu nas instalações da In a 24 de Junho, quando foram pedidos exemplos concretos de trabalhos realizados, Kathy Wong remeteu mais informações para a futura página oficial da In na internet.

SECTOR INSISTE

O grupo de cineastas locais “Macau Cinematheque Matters” vai entregar na próxima segunda-feira ao gabinete da secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Ao Leong U, o resultado da recolha de cartas de apoio onde são partilhadas, além de experiências dos últimos três anos, preocupações relativas à recente controvérsia gerada pela nova gestão. A informação foi revelada ontem ao HM pela “Macau Cinematheque Matters”. Ao todo vão ser entregues à secretária 60 cartas, com imagens, ilustrações e conteúdos escritos. Segundo o grupo, vários elementos têm também procurado contactar a empresa In nas últimas semanas, mas sem sucesso. Pedro Arede com João Luz

pedro.arede.hojemacau@gmail.com


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FIMM CONCERTO DE “MÚSICA CHINESA” NO ARRANQUE

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Festival Internacional de Música de Macau (FIMM) começa a 22 de Agosto. Com um formato diferente por causa da epidemia da covid-19, é organizado sob o tema “Para um Ano Especial”, comunicou o Instituto Cultural (IC). Como o transporte de artistas e os preparativos dos ensaios levantam “incertezas” no contexto actual e impedem a vinda de grupos do exterior para o território, o IC decidiu apostar em actuações comunitárias. Vão participar 18 grupos de música locais, que envolvem mais de 300 músicos. O Festival arranca com o concerto comunitário “Música Chinesa”, no Jardim de Iao Hon. No sábado seguinte, dia 29 de Agosto, é a vez do concerto “Música para o final do Verão”, próximo ao Jardim da Cidade das Flores. Em Setembro, o público pode encontrar a actuação “Música em Família” perto do Edifício Lok Yeung no

dia 19. Todos estes concertos decorrem entre as 16h e as 19h. Já o “Dia Musical em Família”, que acontece no Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen dia 26, apresenta canções infantis das 15h30 às 18h30. A música vai ser dada a conhecer em diferentes formatos. As inscrições online em actividades como as “Oficinas para Criação de Instrumentos Musicais” e filmes, que têm vagas limitadas, abrem na segunda-feira. Entre o início do próximo mês e 30 de Dezembro, vão estar espalhados pela cidade pianos para o público poder tocar a qualquer momento. Este ano, o FIMM conta com a actividade “Desfrute da Música no Cinema: Exibição de Musicais”, que inclui a exibição dos filmes “This Old Road – Konomichi”, “Itzhak”, “Yesterday” e Nelson Freire. Todos vão contar com sessões pós-exibição.

IC Boletim dos museus disponível online A nova edição do Boletim dos Museus e Exposições do Instituto Cultural (IC) vai estar disponível de forma gratuita em todos os pontos de distribuição, bem como em versão electrónica. A publicação

apresenta exposições recentes e as que ainda estão por acontecer no Museu de Macau e no Museu de Arte de Macau, além de livros ilustrados, álbuns de exposições e colecções de obras.

Hush!! IC anuncia concertos adicionais Após uma “resposta esmagadora por parte do público” o Instituto Cultural (IC) decidiu organizar dois concertos adicionais nos dias 22 e 23 de Agosto ao festival “HUSH!! Concertos de Verão 2020”. Os espectáculos terão lugar no Centro de Arte Contemporânea de Macau - Oficinas Navais N.o 2, das 20h às 22h e dizem respeito aos concertos “Surf with MV & ME” e “Surf! Music Waves!”. O primeiro acontece no dia 22 de Agosto e apresenta os grupos FIDA, Amulets, Catalyser e Rebel

Rabbit, simultaneamente com a exibição dos seus vídeos musicais para proporcionar, segundo o IC, “um banquete multissensorial ao público”. Já no dia seguinte, o concerto “Surf! Music Waves!” conta com as actuações de Asura, Worktone String Quartet, Single Path e B_Gei3. Os interessados devem reservar os seus lugares online a partir das 10h de amanhã, através do “Sistema de Inscrição de Actividades” do IC. Estão disponíveis, no máximo, 50 lugares para cada concerto.

Joana de Freitas, vocalista “Vamos (…) aproveitar para mostrar músicas que temos e que, por vezes, não saem do estúdio porque são um pouco diferentes daquilo que fazemos norm

Baladas de m MÚSICA CONCRETE/LOTUS AO VIVO NO CLUB LEGEND

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ABITUADOS à sintonia com o ar livre que chega mais lá para o final da tarde, os Concrete/Lotus sobem amanhã a um palco pouco habitual, a partir da meia-noite. Sem a luz de uma tarde passada no jardim, mas com a intensidade do ambiente do Club Legend, a dupla composta pelo produtor, cantor e multi-instrumentista Kelsey Wilhelm e pela vocalista Joana de Freitas, diz estar preparada para enfrentar um desafio mais “pesado”, que permite, porém, dar aso a outras viagens a nível musical. “É a primeira vez, ou talvez a segunda, que tocamos numa discoteca. É uma atmosfera muito diferente, que nos obrigou a adaptar

Dupla actua amanhã a partir da meia-noite no Club Legend, integrado no evento Toghether We Dance. As portas abrem às 22h30 ao som de Ryoma. Até às cinco da manhã outros três DJs juntam-se à dança. O ambiente pouco habitual prometer puxar por uma nova faceta dos Concrete/Lotus

ligeiramente o nosso set a um concerto, com um ambiente mais pesado digamos assim. Não é pesado no sentido de mudarmos o nosso estilo, va-

mos é aproveitar para mostrar músicas que temos e que, por vezes, não saem do estúdio porque são um pouco diferentes daquilo que fazemos

normalmente”, disse ao HM Joana de Freitas. A vocalista partilhou ainda que a actuação de amanhã no Club Legend vai permitir ao pú-


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HOJE NA CHÁVENA Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Piscídia Nome botânico: Piscidia piscipula (L.) Sarg. Sinonímia científica: Erythrina piscipula L.; Ichthyomethia piscipula (L.) Hitchc.; Piscidia erythrina L. Família: Fabaceae (Leguminosae). Nomes populares: CORNISO -DA-JAMAICA.

malmente.”

meia-noite blico contactar “um bocadinho com outro tipo de influências” dos Concrete/Lotus. “Tudo o que fazemos é original. Se tivéssemos de nos encaixar num género, não seria o normal, seria Trip Hop, que é como nos classificam normalmente (…) mas, na verdade, nunca sabemos bem dizer, porque somos influenciados por muitos estilos”, acrescentou. Antes dos Concrete/Lotus entrarem em palco, quando as portas do Club Legend abrirem às 22h30 o som ficará a cargo do conhecido DJ Ryoma. Depois do concerto dos Concrete/Lotus, a música vai continuar até às cinco da manhã, ficando a cargo dos DJs, D-Hoo, Matteo C. e Furtas. O evento é organizado pela Macau Dance Music Associa-

tion e o custo de admissão é de 200 ou 250 patacas, consoante a entrada seja feita antes ou depois da meia-noite.

É BOM ESTAR DE VOLTA

Com mais ou menos luz, Joana de Freitas não tem dúvidas que, depois de tanto tempo em que a pandemia atirou Macau para um silêncio forçado, o que importa é estar de volta aos palcos, até porque em Agosto e Setembro, os Concrete/Lotus têm já agendados vários espectáculos. “A nossa parte favorita de fazer música é mesmo tocar ao vivo. É uma adrenalina incrível e sentimo-nos completamente livres. Em Julho, já tivemos um pouco dessa experiência depois de tanto tempo parados (…) com os

concertos das Casas-Museu da Taipa. Este mês tivemos já convites para mais dois ou três concertos lá”, partilhou a vocalista. O primeiro desses espectáculos ao ar livre acontece já no domingo, ficando a promessa de mostrar “algumas músicas novas”. “Como estivemos tanto tempo fechados sem poder mostrar nada, agora temos uma data de músicas novas. Antes faltava tempo para criar, mas agora ficou a faltar tocar para alguém, mostrar às pessoas aquilo que fazemos”, rematou. Pedro Arede com S.F.

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

A Piscídia é um arbusto ou pequena árvore de folha caduca que pode alcançar 15 metros de altura. Apresenta folhas compostas, com 20 a 30 cm de comprimento, constituídas por 5 a 9 folíolos ovais, normalmente agudos, e arredondados na base; as flores, vermelhas ou esbranquiçadas e salpicadas de tons púrpura e esverdeados, surgem dispostas em panículas antes das folhas; os frutos são vagens aplanadas, aladas, com 5 a 15 cm de comprimento, e contêm numerosas sementes negras. É nativa do Sul dos EUA, América Central, Caraíbas e Norte da América do Sul, onde habita em matagais e colinas na proximidade das costas pedregosas e secas. Também é cultivada, especialmente pela sua madeira, usada na construção naval. O nome do género botânico, Piscidia, provém do latim, piscis, peixe, numa alusão a um dos seus usos tradicionais: a planta tem propriedades tóxicas para os peixes, sendo usada pelos nativos caribenhos para os atordoar nos barcos de pesca. Por sua vez, erythrina, antiga designação quer do género quer da espécie, remete para a cor púrpura presente nas suas flores. É tradicionalmente usada como sedativo e indutor do sono. Em fitoterapia são usadas as cascas da raiz. Composição Glicósidos (piscidina, uma mistura de dois glicósidos de estrutura semelhante, e glicósidos saponínicos), isoflavonóides (ictiona, jamaicina, lisetina, piscidona e rotenona, entre outros), ácidos orgânicos (málico, piscídico, sucínico, tartárico), ácidos fenóicos, beta-sitosterol, taninos, álcoois a alcalóides de composição não determinada. Acção terapêutica Com actividade electiva sobre o sistema nervoso, a Piscídia acalma a actividade mental produzindo efeitos ansiolíticos, sedativos e indutores do sono, sendo usada na ansiedade, nervosismo, hiperexcitabilidade, insónia, transtornos neurovegetativos, histeria, delirium tremens e alterações nervosas em geral. Pela acção analgésica e antiespasmódica, é igualmente utilizada para aliviar dores de cabeça, enxaquecas, dores de dentes, menstruações dolorosas, cólicas (intesti-

nais, biliares e renais), cãibras, dores nas costas, neuralgias e dores espasmódicas em geral. Além de combater os espasmos, esta planta acalma a tosse, é anti-inflamatória e antiviral e promove a sudação, aumentando a eliminação de toxinas e diminuindo a febre. É muito indicada para a tosse espasmódica, tosse convulsa, asma e bronquite; pode ainda ser empregue nas rinites, constipações, gripes e afecções febris. Em caso de dificuldades em urinar (micção dolorosa ou difícil) e retenção de líquidos, a sua toma pode ser benéfica pela actividade diurética que apresenta. É também usada na diarreia e disenteria como adstringente. Outras propriedades Externamente, a Piscídia pode ser empregue em bochechos e gargarejos, lavagens e compressas, na gengivite, abcessos dentários, herpes, sangramentos, feridas e micoses (fungicida). A rotenona, um dos seus princípios activos mais interessantes, encontra-se largamente distribuído nas plantas da família das Leguminosas (Papilionáceas), ocorrendo naturalmente nas suas raízes e caules. Tem demonstrado ter actividade anticancerígena, sendo este um uso tradicional da planta; é também o responsável pela sua toxicidade. A rotenona é um fitoquímico inodoro amplamente usado como insecticida, piscicida e pesticida de largo espectro. Como tomar Uso interno: • Infusão das cascas da raiz: 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente. Tomar 1 a 3 chávenas por dia. • A Piscídia encontra-se em gotas e comprimidos, integrada em fórmulas de plantas, como calmante do sistema nervoso, para as hemorróidas, dores e febre. Uso externo: • Em gotas, para as otites e dores de ouvidos. Precauções A Piscídia está contra-indicada durante a gravidez, lactação e em crianças. Também não deve ser administrada a pessoas com problemas cardíacos. Não são conhecidos efeitos adversos nas posologias habitualmente prescritas. No entanto, as posologias devem ser respeitadas e os tratamentos curtos. Em doses supraterapêuticas pode ocasionar efeitos narcóticos, acompanhados por dilatação das pupilas (midríase), aumento da sudorese, tremores e elevação da pressão arterial. Pode potenciar o efeito dos medicamentos sedativos. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.


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HONG KONG ASSOCIAÇÃO DE JORNALISTAS ESTRANGEIROS DENUNCIA PROBLEMAS COM VISTOS

Processo em curso...

Os jornalistas estrangeiros em Hong Kong estão a encontrar maiores dificuldades na renovação dos vistos. A denúncia de atrasos na concessão e renovação das autorizações é feita pelo Clube de Correspondentes Estrangeiros que questiona as autoridades locais sobre a hipótese de os processos estarem agora a ser supervisionados por uma unidade de segurança nacional

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Clube de Correspondentes Estrangeiros de Hong Kong (FCC) denunciou atrasos na renovação ou concessão de vistos de imprensa estrangeira pelas autoridades locais após a aprovação da nova lei de segurança nacional, informaram os ‘media’ de Hong Kong. Numa carta aberta ao director da Imigração de Hong Kong, Au Ka-wang, o FCC (na sigla em inglês), observou que “um novo procedimento poderia ter sido estabelecido” para o processamento de vistos para os ‘media’ internacionais na região semiautónoma. A associação referiu que “houve numerosos relatos de atrasos na concessão ou renovação de vistos” e indicou que isso criou “sérias preocupações” entre os meios de comunicação e jornalistas “que têm o direito de operar livremente em Hong Kong”. O documento questionou o chefe da Imigração se houve alguma mudança no tratamento dos pedidos e se agora estão a ser processados por uma “unidade de segurança nacional” do seu departamento, como afirmaram alguns meios de comunicação locais. Além de pedir esclarecimentos sobre esta prática, o FCC exige garantias de que “o novo procedimento não restringirá a capacidade dos jornalistas de noticiarem livremente sobre Hong Kong e a China continental”. A carta é assinada por Jodi Schneider, presidente do FCC, que explicou ontem à agência de notícias EFE que ainda não recebeu qualquer resposta das autoridades de imigração e que estão a exigir esclarecimentos porque «parece que estão realmente a modificar o

processo» de concessão de vistos da imprensa estrangeira.

TROCA DE “MIMOS”

O artigo 9.º da nova lei de segurança nacional de Hong Kong, aprovada pela Assembleia Popular Nacional (ANP, Legislativo chinês) em 30 de Junho, apela especificamente para o fortalecimento da “supervisão e regulamentação” dos ‘media’ em questões relacionadas à segurança. Au Ka-wang, além de chefe da

Imigração, é membro do Comité para a Protecção da Segurança Nacional, criado em Julho sob a polémica nova lei. O Comité, que responde perante o Governo central e está sob a sua supervisão, está encarregado de formular políticas para a segurança nacional e promover o desenvolvimento do sistema jurídico da cidade. Em Fevereiro, Washington declarou que cinco veículos de comu-

A associação referiu que “houve numerosos relatos de atrasos na concessão ou renovação de vistos” e indicou que isso criou “sérias preocupações” entre os meios de comunicação e jornalistas “que têm o direito de operar livremente em Hong Kong”

Maldivas Índia investe 422 milhões de euros para conter influência chinesa A Índia anunciou ontem um investimento de 550 milhões de dólares para construir pontes nas Ilhas Maldivas, numa tentativa de conter a crescente influência da China no Oceano Índico. Durante o mandato do ex-Presidente das Maldivas

Abdulla Yameen, o arquipélago do sul da Ásia contraiu empréstimos de mil milhões de dólares de Pequim e fez vários contratos com empresas chinesas para projectos de infraestrutura. Essa relação de dependência financeira alimentou

preocupações em Nova Deli e no Ocidente sobre a expansão da influência chinesa na região. Desde a mudança de liderança nas Maldivas, no final de 2018, a Índia tem tentado reconquistar uma posição nesta nação com 1.192 ilhas.

nicação estatais chineses nos Estados Unidos eram “agências controladas por Pequim”, tendo reduzido o número de jornalistas permitidos no país e a duração dos seus vistos. Em seguida, Pequim expulsou três repórteres do Wall Street Journal após o jornal publicar um artigo de opinião intitulado “A China é o verdadeiro doente da Ásia”. Passadas duas semanas, a China revogou ainda as credenciais de vários jornalistas norte-americanos do Times, Wall Street Journal e The Washington Post. Em Julho, o jornal norte-americano The New York Times anunciou que iria transferir um terço de seus funcionários sediados em Hong Kong para Seul, depois de Hong Kong ter recusado renovar o visto do seu antigo correspondente Chris Buckley.

COVID-19 ENCONTRADOS TRAÇOS DO VÍRUS EM ASAS DE FRANGO IMPORTADAS DO BRASIL

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RAÇOS do novo coronavírus foram encontrados em asas de frango importadas do Brasil, na cidade de Shenzhen, no sul da China, noticiou ontem um jornal oficial do Partido Comunista Chinês (PCC). Os traços foram detectados na superfície de uma amostra, após a realização de testes de ácido nucleico, indicou o jornal em língua inglesa Global Times, que citou o Centro de Prevenção e Controlo de Doenças de Shenzhen, cidade adjacente a Hong Kong. Todo o pessoal das alfândegas que entrou em contacto com as asas de frango oriundas do Brasil foi submetido a testes, que deram negativo, acrescentou o jornal. Os lotes do produto contaminado que tinham sido já comercializados foram, entretanto, encontrados e confiscados pelas autoridades. Esta semana, as autoridades chinesas disseram terem encontrado traços do novo coronavírus na superfície de outros produtos importados congelados, incluindo camarões oriundos do Equador, na província de Anhui, no leste da China. A Comissão de Saúde de Shenzhen recomendou aos consumidores que sejam cautelosos, ao comprarem carnes e frutos do mar importados, e tomem “precauções, para reduzirem o risco de infecção”. Em 10 de Julho passado, Pequim suspendeu as importações de camarão branco congelado de três empresas do Equador, depois de ter encontrado vestígios do vírus nas embalagens, informou aAdministração Geral das Alfândegas do país. A China é o principal destino das exportações brasileiras, representando mais de 27 por cento das vendas do Brasil ao exterior, uma fatia mais de duas vezes superior à do segundo maior mercado, os Estados Unidos. Em 2019, as trocas comerciais entre os dois países ascenderam a 114,46 mil milhões de dólares, mais 3,49 por cento em relação ao mesmo período do ano anterior, de acordo com dados dos Serviços de Alfândega da China publicados no site do Fórum Macau.


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sexta-feira 14.8.2020

Combate ao desperdício Xi Jinping ordena fim de banquetes tradicionais

Inundações Mais de 200 mortos e 20 mil milhões de euros em prejuízos

As inundações ocorridas este Verão, na China, deixaram mais de 200 mortos ou desaparecidos e causaram 21 mil milhões de euros em prejuízos directos, revelou ontem o ministério de Gestão de Emergências. As inundações atingiram os grandes sistemas fluviais nas partes central e sul do país. As principais cidades não foram afectadas, mas o impacto soma-se às perdas económicas sofridas na sequência da pandemia do novo coronavírus, que foi detectado, pela primeira vez, na província de Hubei, no final do ano passado que é também uma das províncias mais afectadas pelas inundações. O vice-ministro de Gestão de Emergências, Zhou Xuewen, disse aos jornalistas que 219 pessoas foram dadas como mortas ou desaparecidas e que 54 mil casas ficaram destruídas. As perdas económicas ascenderam aos 178,9 mil milhões de yuan, ou 15,9 por cento superiores à média dos danos causados pelas inundações dos últimos cinco anos.

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ANQUETES sumptuosos, com inúmeros pratos, vão deixar de se realizar na China por ordem do Presidente, Xi Jinping, que considerou esta semana o desperdício de comida no país “chocante e preocupante”. Conhecidos pela gastronomia e pelo bom apetite, os chineses terão de adoptar a austeridade, invertendo a tradição, que exige que sejam servidos à mesa tantos pratos quantos forem os convidados e mais um. A nova regra estipula que seja servido um prato por convidado, menos um. Várias associações profissionais do sector da restauração nas cidades de Pequim, Wuhan ou Xi’an estão a tentar impor este modelo. Os seus membros também são convidados

a oferecer nos menus a possibilidade de encomendar pequenas porções, ou mesmo meias porções. A iniciativa segue uma “instrução” emitida na terça-feira por Xi Jinping, que considerou “chocante e preocupante” o desperdício de alimentos pelos seus compatriotas. “Apesar das boas colheitas que o nosso país consegue todos os anos, é necessário manter o sentido da crise em matéria de segurança alimentar”, alertou o chefe de Estado e secretário-geral do Partido Comunista Chinês. Num relatório de 2018, a Academia Chinesa de Ciências estimou a quantidade média de comida desperdiçada por pessoa em cada refeição em quase 100 gramas.

Xi Jinping, Presidente chinês “Apesar das boas colheitas que o nosso país consegue todos os anos, é necessário manter o sentido da crise em matéria de segurança alimentar.”

No final da refeição, a tradição chinesa exige que se deixe comida no prato, simbolizando assim que se comeu o suficiente.

Devido ao trepidante ritmo de desenvolvimento económico, a China passou de períodos de fome para um de consumo

excessivo em poucas décadas. Em 2015, a Academia de Ciências da Agricultura estimou em 35 milhões de toneladas a quantidade de alimentos desperdiçada todos os anos no país. A China é o país mais populoso do mundo, com cerca de 1,4 mil milhões de pessoas. As redes sociais assumiram a luta contra o desperdício. As plataformas populares Douyin (ou TikTok, no exterior) e Kuaishou anunciaram que vão encerrar as contas dos utilizadores que se filmam a empanturrarem-se até ao extremo, um hábito conhecido pelo termo coreano ‘mukbang’.Alguns internautas parecem duvidar dos resultados da nova política de austeridade. “Devemos começar por mudar o nosso hábito nacional de exibicionismo”, observou um utilizador na rede social Weibo, o Twitter chinês. “Pensamos sempre ser desprestigiante pedir um único prato para duas pessoas”, apontou.

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 599/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor FENG JIANXI, portador do Passaporte da RPC n.° E95973xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 179/DI-AI/2018 levantado pela DST a 26.09.2018, e por despacho da signatária de 06.08.2020, exarado no Relatório n.° 619/DI/2020, de 27.07.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua Francisco H.Fernandes n.° 24, Edf. Pak Tak (China Civil Plaza), 5.° andar Y onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.----------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 06 de Agosto de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Edital (25/FGCL/2020) Nos dos pedidos: 110/2020, 111/2020, 112/2020

Edital (26/FGCL/2020)

Edital (27/FGCL/2020)

Nº de pedido: 108/2020

Nº de pedido: 109/2020

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos pedidos acima referidos, “COMPANHIA ICON LIMITADA”, com sede na Alameda Dr. Carlos D’Assumpção, nº181-187, Centro Comercial Do Grupo Brilhantismo, 21 Andar, Macau, o seguinte: Relativamente aos 3 ex-trabalhadores (Qiu Wan, Zheng Baoqiang e Ye Ruixing), no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo para pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 7 de Agosto de 2020, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos e dos juros de mora em causa aos ex-trabalhadores acima referidos, no valor total de $208 127,70(Duzentas e oito mil, cento e vinte e sete patacas e setenta avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos àquelas ex-trabalhadoras, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.o da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 12 de Agosto de 2020

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos pedidos acima referidos, “NÚMERO 55 SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA”, com sede na Largo do Lilau , nº 49, Macau, o seguinte: Relativamente ao ex-trabalhador Ao Tak Kai, no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo para pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 7 de Agosto de 2020, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015(Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos e dos juros de mora em causa aos ex-trabalhadores acima referidos, no valor total de $43 023,80(Quarenta e três mil e vinte e três patacas e oitenta avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos àqueles ex-trabalhadores, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 12 de Agosto de 2020

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos pedidos acima referidos, “COMPANHIA DE CONSTRUÇÕES E ENGENHARIA VINCHI LDa”, com sede na Rua Alameda Dr. Carlos D’Assumpção nº 263, Edf. China Civil Plaza, 6 Andar H e I, Macau, o seguinte: Relativamente ao ex-trabalhador Ieong Chon Wai, no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo para pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 7 de Agosto de 2020, deliberou, nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015(Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos e dos juros de mora em causa aos ex-trabalhadores acima referidos, no valor total de $14 962,70(Catorze mil, novecentas e sessenta e duas patacas e setenta avos). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos àqueles ex-trabalhadores, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.º da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o referido processo. 12 de Agosto de 2020

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong


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Expectoracão ´

Sara F. Costa

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estou cansado de recomecar! ´

Separados pelo vírus

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LE desapareceu no outro lado do mundo. A oriente do oriente do oriente. Regressou ao desgoverno urbano e à incurável vedação do seu espaço mental, fecharam as portas, não o deixaram sair, a mim não me deixaram entrar. Um vírus cansado a voar sobre os assuntos todos. Um soco nos nervos, uma mescla de fé com morbilidade. Um rebento vedado, restos de céu entre os meus braços durante cinco meses. Vultos instáveis a subirem pelas paredes da antiga casa da vila, onde os mortos e os recém-nascidos passam uns pelos outros como relâmpagos. Onde os traumas de infância amamentam a minha adolescência como um vento já conhecido porque já passou mais do que uma vez. A minha mãe, força suspeita nas torrentes noturnas da serotonina anciã. Dar mais do que o que se pode, só quem pode. Um pânico por lavar deixado na sombra que abandonei no meu berço. Mas o destino! Cuidador informal deste ladrar cínico nas paredes do crânio. A doutora nunca esperou muito do meu sentido de identidade, por isso não se surpreendeu. Sou esboço em cãibras semi-legíveis, às vezes aspiro a ser agradável. Sentido de ego adaptado às características da vossa personalidade. Analisar, repetir. A informalidade mas a conversa certa para a ocasião, a conversa de ocasião numa ocasião de sorrisos obedientes, contagem dos mortos à hora de almoço. Por vezes louco, um sorriso insano no vislumbre da treva e nunca serei validada como como acima da média nacional. Toda lágrimas amadoras de ingratidão ao Serviço Nacional de Saúde. Meu amor, perdido no glitch nocturno de uma foto em Shenzhen. Esqueci-me do respeito que temos pelo silêncio. Desfiz-me desse silêncio prático das sirenes, do lixo tombado que insinua coisas terríveis, desperdício de ânimo nas hortas da banalidade que nos recusamos a cultivar. Aqui, aculturei-me de mim mesma, cobri-me de ruído à hora das sestas, das tantas sestas que faço e que preocupam as pessoas. Meu amor, há entusiasmos assim ingénuos facilmente ofendidos, que não trazem certificado de presença. Entram

só, assim, como um chamamento ao mundo como as fraldas que gostavas de estar a cheirar mas não podes, o sorriso que rebola terno entre o pretexto e a utilidade concreta de evitar o abandono. A madrugada que lhe chora por dentro. A quarentena desnecessária aos dois meses de idade. Mas diz-me, amor, sentes a mão sobre o peito do teu filho nas tuas cinco da manhã, nove da noite cá? Sentes o mar próximo da entrada de metro, o ar puro nos rostos bloqueados por questões de segurança, no vírus que viste à paisana e que tiveste quando tiveste dúvidas sobre nós? Só quero saber

se vais voltar. Mesmo que intruso deste espaço-pátria vigiado pelo passado, sair do futuro - vigiado pelo governo, vais ser o presságio das coisas concisas, dos dizeres lacónicos, da desadequação necessária à sobrevivência das ideias únicas. Como regressar a ti quando regressares cá? Tão acima da média nacional, tanto extensão da carne nas veias do rebento, o sangue desagua-nos no mar onde estaremos de rastos, numa palavra-cabana sem leme possível, só o amor-instinto na ajuda à navegação, a divagar entre todas as linguagens que evitamos ensinar à criança.

Esqueci-me do respeito que temos pelo silêncio. Desfiz-me desse silêncio prático das sirenes, do lixo tombado que insinua coisas terríveis, desperdício de ânimo nas hortas da banalidade que nos recusamos a cultivar. Aqui, aculturei-me de mim mesma, cobri-me de ruído à hora das sestas, das tantas sestas que faço e que preocupam as pessoas


ARTES, LETRAS E IDEIAS 15

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FICÇÃO, ENSAIO, POESIA, FRAGMENTO, DIÁRIO

entre oriente e ocidente Gonçalo M. Tavares

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STÁ nas traseiras da casa. Na garagem que serve para colocar lá o carro vermelho que Januária acabou de comprar. Um carro absolutamente despropositado, não apenas na cor mas também na velocidade – um carro que pode andar a mais de duzentos quilómetros, colocado ali, no meio de uma aldeia sem estradas, apenas com caminhos para, quanto muito, quatro vacas andarem lado a lado. Mas o prazer de ter um carro vermelho e potente na garagem bastava. E sim, depois, havia o celeiro dos animais e os campos, bem grandes. E era então na parte de trás da casa, dentro da garagem, agora ao lado do carro vermelho, que estava aquele Bunker, como lhe chamavam todos na aldeia. Era um Bunker mesmo, com dois metros de altura, mais ou menos cilíndrico, que poderia parecer uma enorme garrafa de gás, mas era, afinal, o Bunker onde Deus estava fechado. O Bunker onde Deus estava fechado tinha apenas uma janelita lá em cima, pequeníssima, que só daria quanto muito para um olho. O certo é que mesmo com essa visibilidade, reduzida, Deus via tudo o que se passava na aldeia, comentava, julgava e castigava. Já tinham pensado em tapar aquela janelita para o olho, que tanto jeito fazia, é verdade, a Deus que estava lá dentro mas que, por vezes, se tornava um incómodo - era como se a aldeia fosse vigiada constantemente por um helicóptero que sobrevoasse cada cantinho, cada casa de banho, cada barracão escuro onde namorados tentavam resolver rapidamente a sua excitação, cada acto escondido, cada fala secreta, etc. Deus que estava fechado num Bunker dava indicações, murmurava coisas, quase sempre incompreensíveis, enfim, fazia o seu trabalho mesmo chegando ao exterior apenas por aquela janelita mínima que não teria mais do que dois centímetros por dois centímetros. Numa noite de passagem de ano, naquelas noites em que todos bebem demais, quatro adolescentes – o mais velho não teria dezoito anos e por isso não foram castigados a sério nem presos, claro – mas, então, nessa noite de passagem de ano, já bem bebidos, os quatro rapazes convenceram mais três ou quatro para irem à garagem atirar Deus, que estava fechado num Bunker, para o rio. Juntaram-se, organizaram-se, ataram uma corda, duas, três ao Bunker e, depois, primeiro num movimento em conjunto, derrubaram o Bunker onde estava Deus - que passou, então, de ser um elemento vertical para estar junto ao solo, deitado, como que morto. E a seguir transportaram-no como se transporta realmente um morto ou uma peça de mobília preciosa e antiga. Era preciso muito força porque o Bunker onde Deus estava fechado era pesadíssimo, mas eles tinham toda a noite da passagem do ano para carregar o Bunker no que parecia de longe um cortejo qualquer demoníaco; muitos rapazolas, agora seriam talvez uns quinze, dezasseis, em redor de uma massa metálica compacta que era arrastada sem opor resistência. Chegarem assim à beira do rio com o Bunker onde estava Deus; cantaram uma canção obscena e, depois, ao sinal do chefe do bando, empurraram, com mãos e pés, o Bunker onde estava Deus para dentro do rio. Um enorme estrondo, um ruído gigantesco fez o Bunker ao cair e ao bater no muro da margem e, nesse mesmo instante, os miúdos começaram a correr como malucos, a fugirem dali, aos gritos, ao mesmo tempo com medo e orgulho. Houve buscas no dia seguinte, alguns habitantes de aldeia até mergulharam, sustendo a respiração o máximo possível para irem bem ao fundo, mas o certo é que o Bunker onde estava Deus nunca mais apareceu e ainda hoje deve estar algures no fundo do rio, inútil e encalhado.

O bunker da aldeia

ILUSTRAÇÃO ANA JACINTO NUNES


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Tonalidades António de Castro Caeiro

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ÃO, por hoje. Hoje, não. “Hoje” é muito tempo. Agora, neste instante, por exemplo, o não, não é bem não. Não estou a negar nada. Não me passaria pela cabeça negar o que quer que fosse. Não declino nada, porque nada me é proposto nem por mim. Não me dá para nada. Não tenho vontade disso agora. O tempo do não é o tempo do sim. O tempo da inclinação é o tempo da queda e da possibilidade de me agarra ao que for para não cair. Mas agora, “não” é uma palavra, não tem significado, não é uma intenção, não faz sentido, a minha vida não depende disso. Ah! “Não”, “não”. Falta o quero. Quero não querer. Mas não me dá vontade nenhuma de querer. Para dizer não a sério, com convicção, para mostrar personalidade e carácter, tenho de estar a lidar com a tentação. Tem de ser a hora do diabo. E o diabo não é horrível, nem feio, nem repulsivo. É exactamente o contrário. O diabólico é encantador. Reveste-se de diversas formas, arma-se em toda a gente que nos fascina e oferece-nos toda a ocasião de queda. Aí sim, temos tudo para cair, para dizer sim e outra vez. Pode ser uma rendição triunfante, acompanhada com um “que se lixe!”. Pode inaugurar-se com pompas e circunstâncias: “estão abertas as hostilidades”. Pode ser sem querer. Foi e pronto. Pode ser contrariados, porque não fomos capazes de evitar e estávamos a ver onde íamos parar na loucura já do mundo que se estava a abrir. Aí, sim. O não faz sentido. É naquele instante da loucura. Breve, brevíssimo em que podemos dizer. Agora, não. Podemos dizer de nós para nós. Dura pouco tempo a dizer não. Muito menos tempo do que o tempo do dia a passar. Mas a rendição pode dar-se já neste instante. É agora que é preciso estar atento. Não é de fora, quando ninguém quer a coisa, quando nos propomos a não, que podemos dizer “hoje, não”. Temos de começar por um “agora, não”. E temos de tentar agarrar-nos como uma tábua de salvação ao “não”, mesmo que seja só da boca para fora e repeti-lo como um mantra. “Agora, não”. Acrescentar o “agora” ao “não”. E um “obrigado” antes de toda e qualquer explicação que não virá. O diabo encontra sempre alguém para nos oferecer o que nos quer dar, são sempre pessoas próximas e as mais insuspeitas ou então estranhos que por serem estranhos também são insuspeitos e a hora pode ser uma hora qualquer do dia. E quando é essa hora do dia é a sério. Vem com um cheiro de uma fragrância que nos deixa acesos, vem como os acordes de uma melodia, vem com uma memória de dentro da nossa cabeça. Vem de repente não se sabe de onde e dá-nos uma vontade absurda. Olha para o que nos deu e para o

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Tentações BOSH

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que nos dá e são sempre vontades insanas. Aí a resposta convicta: “Agora, não” pode vir com um “Obrigado”. Tudo fica preso da tentação, da nossa inclinação, da nossa tendência. É só aquilo que há, no que pensamos é só nisso, em queda livre. É o caos. Tudo isso é um breve instante. Um brevíssimo instante. A insanidade é que a alteração da existência dá-se na realidade mais neutra que

possa haver. Pode ser no trânsito, pode ser na sala de estar, pode ser no meio de uma qualquer actividade do quotidiano. E não menos insana é a possibilidade de lhe cedermos, de cairmos, de arriscarmos. Tudo tem estado aí e não é como se não víssemos que tem estado aí, todos os objectos da tentação estão lá e é como se estivessem tapados mas à vista de toda a gente. O nosso olhar não

A insanidade é que a alteração da existência dá-se na realidade mais neutra que possa haver. Pode ser no trânsito, pode ser na sala de estar, pode ser no meio de uma qualquer actividade do quotidiano. E não menos insana é a possibilidade de lhe cedermos, de cairmos, de arriscarmos

é transparente a maior parte do tempo para as nossas inclinações e desejos. Mas também é verdade que não é para sempre que eles estão resolvidos e que é para todo o sempre que lhes estamos insensíveis. O debate pode ser menos frequente, as vontades podem dar-se com menos violência, o desejo pode não ser o mesmo e pode parecer que se ausentou e nós somos outros e ficamos diferentes. E vem como uma vaga, uma onda. E é a sério o que dizemos. Não é por um dia. Hoje, não. Só por hoje, é a eternidade. Tem de haver estratégias para adiar um pouco mais a vontade. Ainda não. Um pouco mais de tempo. Cinco minutos é muito tempo, exposto à vontade tremenda que me dá. Um minuto é insuportável. O poeta contava os minutos em colheres de chá. É ao segundo. Segundo a segundo, trava-se uma batalha tremenda. Estar por cima e estar por baixo torna-nos grotesco. A reflexão cartesiana é originariamente desejo logo existo, mas sou eu que sinto a falta de mim com o meu desejo “matado”. Sou eu que tenho de matar o desejo com o objecto de desejo que eu projecto e que depende dessa projecção que me usa para existir. “Agora, não. Obrigado”. Ainda resisto. Agora, a escrever não faz sentido. Não me apetece nada, não sinto desejo de nada, nada me faz falta. Agora, não obrigado” pressupõe um querer. Agora, não quero. Mas o querer não está vivo, não está activo. Mas quando está é tremendo. Segundo a segundo: não, ainda. Quase a ceder, mas resisto ainda. Como é a súplica? Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. O mal é “isto”. “Isto” é um conteúdo diferente para cada pessoa e para a mesma pessoa pode ser diferente ao longo do tempo. Há pessoas que têm muitos “males”, estão mais expostos e são mais vulneráveis. A multiplicação dos males acelera e alarga o campo de obsessão compulsiva. Os objectos podem não ser nocivos e podem ser tão nocivos que nos convertemos nos escravos desses mesmos desejos e impulsos, só tendo sossego na terra de ninguém, depois da vergonha de lhe termos cedido e quando ainda não estamos a combater pela nossa subsistência, como Santo António e os seus pecados. As faltas, os pecados, as obsessões, as ideias fixas, os desejos, os amores, são o que temos na nossa agenda. A nossa própria existência é propulsionada por um motivo e um objectivo que nos faz estender e ir por aí além, mas resulta de uma saudade de ser independente e autónomo, livre, a olhar para cima e para a frente e não, como os gregos diziam dos animais no prado, a olhar para baixo e a esgotar o horizonte com o tempo breve em que se engole o que há para devorar.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 17

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Ofício dos Ossos Valério Romão

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UANDO era criança, só os velhos morriam. Era uma coisa natural, eram velhos. Às vezes era até uma coisa bondosa: depois de anos a sofrerem avcs até perderem o mais básico controlo dos seus corpos ou carcomidos pelo cancro, o acontecimento da morte acabava por ser o momento pelo qual uma luta inglória e injusta encontrava finalmente o seu fim. Embora ninguém o dissesse abertamente, sob pena de censura social, era um alívio para quem ficava. A morte, quando eu era criança, ainda estava em processo de mudança para os lares de terceira idade e era-nos mais próxima. Aparecia nos velhos com a boca ao lado, vítimas das tromboses que agora inspiram outro cuidado hospitalar e um desfecho bastante menos incapacitante. Aparecia nas estradas secundárias portuguesas, repletas de carros em terceira mão (antes do dinheiro da Europa) e de condutores incapazes de recusar o quinto digestivo e agarrados à ideia de que o cinto de segurança era uma mariquice passagei-

Estágio para a morte

ra. A morte, apesar de não vir por mim, andava muito mais na rua. Neste jogo em que participamos simplesmente por assistir à passagem do tempo vemos a morte acercar-se todos os dias cada vez mais. Toda a gente conhece as regras: à medida que o tempo decorre, as hipóteses diminuem. Não dá para protelar nem desistir. Desistir é, aliás, entregar o jogo e antecipar o desfecho. Mas a morte está muito diferente. A massificação dos lares de terceira idade transformou a experiência da morte para a família dos velhos e moribundos. Há quarenta anos não havia tantos lares; as

Não há nada de bondoso no lar, nada que o redima. Os velhos são postos lá para morrer e tudo corre contra eles

famílias eram ainda mais remediadas do que agora. Na maior parte dos casos, os velhos eram cuidados em casa até chegar a sua hora. Não subjazia a este hábito nenhum princípio humanitário: apenas não havia dinheiro para ser de outro modo. A omnipresença dos lares e a imperiosa necessidade do trabalho feminino (eram as mulheres e as crianças sob supervisão das mulheres que cuidavam do acamado) acabaram por introduzir uma espécie de estágio para a morte. Já é muito raro os velhos passarem os últimos anos das suas vidas em casa ou na casa dos seus filhos, cuidados por estes. E, provavelmente – não tenho números, apenas a evidência anedótica de estar atento ao que me rodeia – cada vez mais cedo. A morte vai acontecendo cada vez mais longe: na cama do lar, no leito do hospital. Teoricamente, não tenho nada contra o conceito dos lares. Até sei – todos sabemos, pelas migalhas de notícias cândidas que intervalam os desastres em série que são os o grosso dos telejornais – de histórias enternecedoras de velhos que foram

para lares e que se apaixonaram e tiveram direito a uma última e inesperada volta no carrossel antes de serem expulsos da feira. A especificidade desta pandemia global – cuja mortalidade é directamente proporcional à idade de quem vai infectando – revelou sem margem para grandes dúvidas aquilo que todos sabíamos sem o querermos admitir: que a maior parte dos lares, dos mais baratos aos mais caros, são verdadeiros entrepostos de corpos frágeis e mal cuidados alternando períodos semi-comatosos resultantes da sobremedicação com intervalos de rara lucidez desesperada. Não há nada de bondoso no lar, nada que o redima. Os velhos são postos lá para morrer e tudo corre contra eles. Os filhos lá vão cuidando das suas vidas, uns visitam os pais nos lares, outros só lhes ligam de duas em duas semanas, outro nem isso. Até um dia chegar a notícia da morte. E porque os filhos são pais e os pais têm filhos e o tempo passa, de espectadores mais ou menos interessados acabamos por passar todos a utentes.


18 (f)utilidades TEMPO

MUITO

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NUBLADO

MIN

25

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DESAPARECIDAS

56

6 2 3 7 5 4 1

3 1 4 6 2 5 7

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1 7 56 2 37 5 07 8 6 7 44 4 28 1 9

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1 4 9 467 32 5 1 2 6 3 35 67 59 7 3 22 1 55 4 6

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 60

60

1 2 4 8 1 6 3 3 7 4 6

PROBLEMA 1

S3 U 1 5D6 O7 K 2 4U 87 9 6

HUM

7 5 - 9 5 %´ •

O número de mulheres desaparecidas no Peru, um fenómeno endémico no país, subiu de cinco por dia, em média, para oito, desde a quarentena decretada para travar a pandemia de covid-19, indicou o pro-

EURO

9.44

BAHT

vedor de Justiça. O desaparecimento de mulheres é um problema recorrente naquele país. Segundo o provedor de Justiça, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP), em 2019 desapareceram, em

0.25

YUAN

1.14

média, cinco mulheres por dia. A situação agravou-se durante o confinamento, imposto entre 16 de Março e 30 de junho em todo o país, com o número a subir para oito desaparecimentos por dia.

7 4 1 3 6 2 5

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1

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C I N E M A

Cineteatro

LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Chow Kwun-wai Com: Terrance Lau, Cecilia Choi 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

SALA 1

SUMIKKOGURASHI:GOOD TO BE IN2THE CORNER [A]

8 7 DREAMBUILDERS [A] 6 1FALADO7EM CANTONÊS 0 LEGENDADO EM CHINÊS 0 DREAM 7 [C] 3 Zinck2 Um filme de: Kim Hagen Jensen, Tonni BEYOND THE FALADO EM JAPONÊS 14.30, 16.30, 19.00, 21.15 3 5 0 9 4 8 2 3 6 4 1 5 4 9 3 7 0 6 7 1 9 5 8 3 5 2 0 1 1 2 4 9 9 4 FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Mankyu 14.30, 16.00, 17.30, 19.30, 21.00

SALA 3

SALA 2

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UM FILME HOJE

“THE MEYEROWITZ STORIES” | NOAH BAUMBACH

Esta comédia dramática é a panaceia ideal para quem tem saudades dos velhos filmes de Woody Allen. Realizada por Noah Baumbach e com um elenco de luxo, encabeçado por Dustin Hoffman, Adam Sandler, Ben Stiller, Elizabeth Marvel e Emma Thompson, “The Meyerowitz Stories” é um filme profundamente familiar e nova-iorquino. Com a narrativa a circular em torno da personagem do patriarca, um esquecido guru artístico protagonizado por Dustin Hoffman, “The Meyerowitz Stories” é um divertido e comovente somatório de traumas familiares reprimidas, que encontram libertação num problema de saúde. João Luz

7

DREAMBUILDERS

3 0 1 1 3 9 2 4 6 7 8 Propriedade Fábrica de 6 4 7 0Colaboradores 5 3 Anabela1Notícias, 2 Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; 4 7Gonçalo 1 Lobo Pinheiro; 3 Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; 8 0 Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje João Romão; Jorge Rodrigues www. Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare hojemacau. 9com.mo 4Morada 7 CalçadadeSantoAgostinho, 3 n.º19,CentroComercialNamYue,6.ºandarA,Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo 5 1 7 8


opinião 19

sexta-feira 14.8.2020

um grito no deserto PAUL CHAN WAI CHI

ANNA_PALM, A GAME OF L'HOMBRE IN BRØNDUM'S HOTEL

O

“Mahjong” é o jogo de mesa mais popular na China. É estranho que os chineses se interessem tanto por jogos individuais, como o “Mahjong” e o “Pai Gow”, onde não entra em linha de conta o espírito de equipa. Excepção à regra foi Deng Xiaoping, o líder supremo da República Popular da China entre 1978 e 1989, que tinha uma paixão pelo bridge, possivelmente por ter estudado em França. O bridge é um jogo de cartas com 4 jogadores divididos em duas equipas de 2. Além do factor sorte, a estratégia e o entendimento entre os parceiros de equipa é essencial. O meu conhecimento deste jogo não é muito aprofundado, mas estou plenamente convencido que para um líder político é do maior interesse estudar a sua estratégia. Pensemos em Hong Kong como um campo de batalha entre a China e os Estados Unidos, sendo o comércio a arma a que ambos recorrem. A China não pode à partida ter os trunfos porque os Estados Unidos são uma super -potência. Pelo contrário, sempre que a China faz um movimento estratégico, os Estados Unidos tiram proveito dessa jogada e colocam-na numa posição passiva. Outro factor de grande importância neste jogo é a escolha dos parceiros. Os Estados Unidos têm do seu lado o Reino Unido, a França, a Alemanha e o Japão, ao passo que a China tem a Coreia do Norte, Cuba, o Irão e o Paquistão. Basta olhar para este alinhamento, para perceber que o cenário não é favorável à China, cujo maior vizinho é a Rússia que acabou de celebrar o 160º aniversário da conquista ao Império Qing da cidade portuária de Vladivostok. Por enquanto, a Rússia não é inimiga da China, mas também não é aliada. No quadro actual, se a China jogar a carta errada vai fracassar. As relações internacionais são um jogo de força e de habilidade. Quando Deng Xiaoping visitou os Estados Unidos, estava plenamente consciente de que a ideia de “ultrapassar a Grã-Bretanha e ombrear com os Estados Unidos” não passava de um slogan político. Por isso, o caminho certo era continuar com a política de reformas e de abertura da China ao mundo, e o recurso à ciência e tecnologia ocidentais para promover a economia chinesa. De facto, a China demonstrou a sua capacidade para se tornar “a fábrica do mundo”, devendo-se

A estratégia do bridge

grande parte desta eficácia ao seu dividendo demográfico. Deng Xiaoping afirmou certa vez, que as reformas e a abertura iriam enriquecer inicialmente um pequeno grupo de pessoas, mas que depois a riqueza se iria estender a um grupo muito maior. Infelizmente, as reformas políticas na China não conseguiram acompanhar o ritmo das reformas económicas, tendo conhecido um enorme revés em 1989 (com o incidente de 4 de Junho). O desenvolvimento económico da China durante os últimos 30 anos atingiu o nível da “bolha”, e as reformas e a abertura passaram a estar envolvidas em corrupção. Para reverter esta tendência,

é necessário reformar o sistema político porque um governo autocrático não é a solução do problema. Um jogador de bridge experiente pode transformar uma “má mão” numa “boa mão”, mas um jogador pouco hábil pode fazer precisamente o contrário. Desde que Hong Kong promulgou a “Lei de Defesa Nacional para Hong Kong” a 1 de Julho, as perseguições tornaram-se frequentes. Comparando com Macau, onde a “Lei relativa à defesa da segurança do Estado”, entrou em vigor em 2009, e onde nunca houve qualquer tipo de instabilidade, recordamos a teoria política do filósofo chinês Laozi, que

Quanto mais duras forem as medidas políticas, mais o povo terá vontade de se rebelar contra elas. Quanto mais severa for a lei, maior será a vontade do povo de a violar. É uma situação que se assemelha a “jogar bridge”, na medida em que os jogadores têm de manter o sangue frio se quiserem ganhar o jogo

Ex-deputado e antigo membro da Associação Novo Macau Democrático

afirmava que se um Governo for clemente o povo será honesto. Quanto mais duras forem as medidas políticas, mais o povo terá vontade de se rebelar contra elas. Quanto mais severa for a lei, maior será a vontade do povo de a violar. É uma situação que se assemelha a “jogar bridge”, na medida em que os jogadores têm de manter o sangue frio se quiserem ganhar o jogo. É isto que explica porque é que Deng Xiaoping conseguiu atravessar “vários altos e baixos” na sua carreira política e mesmo assim ter-se tornado o arquitecto do plano de Reformas e de Abertura da China. O Governo de Macau, confrontado com o surto de Covid-19 e com a necessidade de recorrer à sua reserva financeira para colmatar os problemas económicos internos, vai precisar da ajuda do Governo Central. Para já, não tem outra forma de lidar com o impacto da pandemia. O que é digno de louvor é ter-se mantido de cabeça erguida e não optar por seguir certas tendências de forma indiscriminada.


O homem sereno procura serenidade para si e para os outros Epicuro

PALAVRA DO DIA

ECONOMIA ASSOCIAÇÃO PREVÊ SAÍDA DE MACAU DO NÍVEL DE “CRISE”

LÍBANO PARLAMENTO APROVA ESTADO DE EMERGÊNCIA

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A

PUB

Associação Económica de Macau publicou um relatório com a tendência do índice de prosperidade económica no território, prevendo uma pontuação de 2.7 no mês de Julho, o que representaria uma saída do nível de “crise”, noticiou o jornal Ou Mun. O resultado é atribuído às medidas lançadas pelo Governo para revitalizar a economia, como os cartões de consumo e a iniciativa de turismo interno “Vamos! Macau!”. Entanto, os valores previstos para Agosto (2,8 pontos), Setembro (2,9 pontos) e Outubro (três pontos) mantêm-se acima da linha crítica, mas como “insatisfatórios”. Em causa está o impacto que a pandemia ainda tem a nível global, a tensão entre as relações sino-americanas e o facto de o índice de confiança dos consumidores da China Continental continuar em queda. Apesar do regresso faseado dos vistos de viagem dos residentes da China Continental a Macau, a equipa de investigação acredita que não se deve estar “demasiado optimista” já que considera impossível voltar aos níveis pré-epidemia a curto prazo. Além disso, o fluxo de movimento nas fronteiras ultrapassa as 200 mil pessoas por dia, que vai aumentar com a recuperação de inscrição de vistos de turismo da China Continental. A equipa apontou que o fluxo de pessoas vai testar a capacidade do Governo em prevenir a epidemia, e que deve tentar optimizar-se a passagem fronteiriça.

sexta-feira 14.8.2020

Natureza feminina ArtFem regressa em Setembro apesar da pandemia

A

segunda bienal internacional de mulheres artistas de Macau (ArtFem), que deveria ter arrancado no Dia da Mulher, em Março, foi adiada para Setembro, com “muitas interrogações” por causa da pandemia, disse à Lusa, Carlos Marreiros, presidente da comissão organizadora do evento. Em 2018, a primeira edição da bienal foi inaugurada no Dia Internacional da Mulher, a 8 de Março, mas este ano a epidemia de covid-19, que chegou ao território no final de Janeiro, levou ao adiamento da segunda edição para 30 de Setembro. “A pandemia adiou a bienal e estragou a vida a todos nós”, disse Carlos Marreiros, apontando que, apesar das restrições às viagens, não quiseram adiar esta segunda edição para o próximo ano. “Temos algumas confirmações e algumas desistências, e temos muitas interrogações, porque as pessoas querem vir ao extremo oriente, mas as restrições [às viagens] são terríveis”, explicou Carlos Marreiros, frisando, no entanto, estar “optimista”. “Neste momento, devido à pandemia, há obras que pro-

vavelmente não chegarão, por isso, temos já obras connosco para assegurar uma exposição com muita qualidade”, adiantou. Esta segunda edição vai contar com a participação de 116 artistas de todo o mundo, “com uma presença forte da China e Portugal”, e representação de todos os países de língua portuguesa.

NATURALMENTE DIVERSO

O tema escolhido é “Natura”, incluindo “o conceito de mãe natureza na tradição folclórica e etnográfica” e “as questões climáticas para a preservação da natureza”, disse o presidente da comissão organizadora. Cinco curadores asseguram a bienal deste ano: além de Car-

Esta segunda edição vai contar com a participação de 116 artistas de todo o mundo, “com uma presença forte da China e Portugal”, e representação de todos os países de língua portuguesa

los Marreiros, também Leonor Veiga, em Lisboa, Alice Kok e James Chu, de Macau, e Angela Li, da China. Além das exposições, a bienal vai contar ainda com oficinas, palestras e acções de graffiti. Criada em 2018, a ArtFem “continua a ser a única bienal internacional no mundo exclusivamente dedicada a artistas no feminino”, sublinhou Carlos Marreiros. Paula Rego, que já tinha sido “madrinha” da primeira edição, em 2018 (na altura representada pela filha, Victoria Willing), vai continuar a ser “madrinha honorária” do evento, que este ano conta também com mais duas artistas plásticas a “amadrinhar” a edição: a escultora chinesa Xiang Jing e a artista Un Chi Iam, residente em Macau. A inauguração vai ter lugar no dia 30 de Setembro, com exposições no Albergue SCM, nas galerias do antigo estádio municipal, na Galeria Lisboa e na Fundação da Casa Oriente, na casa Garden. A ArtFem - 2.ª bienal internacional de artistas mulheres de Macau vai estar patente entre 30 de Setembro e 13 de Dezembro.

Parlamento libanês aprovou ontem a declaração do estado de emergência em Beirute na sua primeira sessão após as explosões, o que concede poderes alargados às forças armadas num momento de contestação popular e incerteza política. As explosões, no dia 4, mataram mais de 170 pessoas, deixaram mais de 6.000 feridos, destruíram grande parte da capital libanesa e precipitaram a demissão do Governo. Antes de se demitir, o Governo declarou o estado de emergência em Beirute, o que dá ao exército o poder de declarar o recolher obrigatório, impedir concentrações públicas, censurar os ‘media’ e enviar civis para tribunais militares por quebras de segurança. A medida foi criticada por grupos de defesa dos direitos humanos, que lembram que o Governo já está a funcionar com poderes ampliados devido à pandemia de covid-19. De acordo com a organização não-governamental libanesa Legal Agenda, a medida “pode vir a levantar sérios obstáculos à liberdade de manifestação” porque confere ao Exército poderes para impedir “protestos considerados ‘ameaças contra a segurança’”. A declaração de estado de emergência requer aprovação parlamentar e nas últimas horas surgiram apelos nas redes sociais contra a sessão parlamentar que aprovaria a medida.

Jogo G2E Asia cancelado

O maior evento da indústria do jogo que se realiza em Macau, o Global Gaming Expo Asia (G2E Asia) foi cancelado devido às restrições fronteiriças existentes no território devido à covid-19, anunciou ontem a organização. O evento, previsto inicialmente para Maio, tinha sido inicialmente adiado primeiro para Julho e depois para entre 1 e 3 de Dezembro, mas foi agora cancelado “devido às contínuas restrições de viagens globais em resultado da covid-19”, indicou a organização em comunicado. Na mesma nota, a organização informou ainda que o certame programado para Novembro nas Filipinas foi também cancelado pelas mesmas razões. "Em consulta com os nossos clientes, expositores e autoridades locais, explorámos todas as opções para realizar estes programas em segurança este ano, mas acabámos por descobrir que o melhor caminho a seguir é o de adiar para 2021”, explicou o director de operações da Reed Exhibitions China, empresa que organiza o evento.


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