Hoje Macau 14 SET 2016 #3657

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

QUARTA-FEIRA 14 DE SETEMBRO DE 2016 • ANO XVI • Nº 3657

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hojemacau

Carne viva TRÁFICO HUMANO

O tráfico de pessoas continua a ser uma dura realidade do século XXI. Macau não foge à regra e embora as estatísticas indiquem uma diminuição de casos, há quem não acredite nos números e defenda uma maior consciencialização da população para combater a escravatura dos novos tempos.

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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GRANDE PLANO

CHUI SAI ON

Balanços de viagem PÁGINA 4

CONCORRÊNCIA

Lealdade em estudo PÁGINA 5

LIVRO

Viver com pitiguares EVENTOS

OPINIÃO

Terra queimada FERNANDO ELOY

Luxúria JULIE O’YANG

h


2 GRANDE PLANO

TRÁFICO HUMANO CASINOS CONTINUAM A FOMENTAR SITUAÇÃO DE MACAU, DIZ JULIANA DEVOY

ESCRAVATURA CAMUFLADA

O tráfico humano continua. Dentro e fora de fronteiras estas pessoas estão intimamente, no caso de Macau, associadas à indústria do sexo. Entre crianças e adultos a origem é, na sua maioria, a China continental e o Jogo mantém-se como um dos pilares para que a situação, não circunscrita a um passado distante, continue a existir

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tráfico de pessoas é uma questão de todos e Macau continua a ter de enfrentar a situação. O tema trouxe ontem, mais uma vez ao MGM Macau, uma conferência para dar a conhecer e sensibilizar para a situação, algo que, para Juliana Devoy, ainda é algo necessário, apesar de já ter havido evolução neste sentido. “Só com o conhecimento e esclarecimento da problemática e das suas implicações é que é possível proceder a um combate gradual da situação”, considera Devoy, que presidiu à conferência em nome do Centro do Bom Pastor, instituição que dirige e que acolhe vítimas menores deste fenómeno ainda tão actual.

NÚMEROS NÃO EFECTIVOS

A situação é um retorno à escravatura que não acontece só aos outros e que pode, muitas vezes, existir na porta ao lado. Este ano, o Centro do Bom Pastor “só” recebeu dois casos de menores vítimas de tráfico humano, como indicou Juliana Devoy ao HM, no final do evento.

“No ano passado foram quatro e em 2012 foram cerca de 12 e são todas vindas da China continental.” Se, aparentemente os números estão a descer, a realidade pode não ser essa e Juliana Devoy - com a sua experiência no acolhimento de vítimas - não acredita “que o facto das estatísticas estarem a baixar queira dizer que exista, efectivamente, uma diminuição de casos de tráfico humano em Macau”. A título ilustrativo das dúvidas que se colocam, a directora do Bom Pastor exemplifica um caso que foi acolhido no espaço de uma menina de 15 anos que entrava e saía de Macau regularmente e que acabou por ser identificada pela polícia.

Este caso “poderia ter sido apanhado seis meses antes se a tivessem identificado”, diz. O mesmo pode estar a acontecer com muitas menores que são vítimas deste tipo de crime. No entra e sai do território dificulta-se a sinalização de casos.

MAIS NOVOS

Apesar da lei ser ambígua no que distingue, na prática, tráfico humano e exploração sexual, as dificuldades em identificar o tráfico de pessoas também aumentam com a maioridade, sendo mais fácil identificar vítimas menores. “Aprópria aparência mais jovem pode suscitar nas autoridades mais questões que possam servir de motivo

ao pedido de identificação. Com isso pode ser comprovada a menoridade e as meninas são encaminhadas.” Por outro lado, com menores o pedido de ajuda é muito mais complicado porque as adolescentes, na sua maioria, não vão pedir ajuda ou discar o número da linha de apoio a estas vítimas, como indica Juliana Devoy, que ilustra a situação com o exemplo: o dono de um restaurante local suspeitava que, na cave do seu estabelecimento, estavam “armazenadas meninas vítimas de tráfico humano”. Foi necessário, no entanto, algum tipo de prova para que se procedesse à intervenção por parte das autoridades. “Neste, a polícia actuou”, refere, acrescentando

JULIANA DEVOY CENTRO DO BOM PASTOR

Juliana Devoy não acredita “que o facto das estatísticas estarem a baixar queira dizer que exista, efectivamente, uma diminuição de casos de tráfico humano em Macau”

“Macau tem, no geral uma cultura em que cada um só se preocupa consigo e não é fácil muitas vezes que as pessoas prestem atenção ao que se passa com o vizinho”

que, para as autoridades actuarem, é preciso mostrar provas.

CONHECIMENTO É ARMA

Uma das coisas mais importantes para que exista um decréscimo de casos é precisamente o alerta das pessoas para o que se passa e “Macau tem, no geral uma cultura em que cada um só se preocupa consigo e não é fácil muitas vezes que as pessoas prestem atenção ao que se passa com o vizinho”, frisa Devoy. Entendendo o contexto, diz, é necessário suscitar o interesse e consciencialização por parte da população de que este é um assunto que diz respeito a todos e isso só se consegue com mais informação.


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Distinções “difíceis” Número de crianças envolvidas continua discrepante

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Por outro lado, mais do que explorar as pessoas, “estes são casos de exploração da sua vulnerabilidade” e o aproveitamento, no caso das crianças, de situações de abandono e criação de expectativas irreais no futuro faz com que muitos dos casos se mantenham. Juliana Devoy relembra um caso de uma menina de 15 anos que acreditava que a exploração que sofria “um dia lhe daria a oportunidade de comprar um apartamento e assim mostrar aos pais que era rica”. “É o aproveitamento da ignorância”, sublinha.

AJUDA DAS OPERADORAS

À Rádio Macau, a directora do Centro disse que a “situação de Macau é única por causa dos casinos, que são um íman para o tráfico sexual”. Ao HM, confirma que estes espaços de jogo são, de facto, uma “alavanca” que motiva a indústria sexual e, consequentemente, o tráfico de pessoas. No entanto, a irmã salvaguarda as iniciativas por parte das operadoras em formar equipas e funcionários para prestarem atenção a situações suspeitas e procederem à sinalização e denúncia imediatas às autoridades.

“Penso que tem havido progresso, mas ao mesmo tempo há muito por fazer. Há muitas iniciativas do Governo e de outros directores de casinos e hotéis, que estão a mostrar mais sensibilização e a tomar uma atitude em relação a este problema e a aperceberem-se

da ligação que existe [entre casinos e o tráfico de pessoas]”, indica à rádio. Devoy salienta, contudo, que esta situação é especialmente dirigida aos casos que envolvem menores. Sofia Mota (com J.F.)

sofiamota.hojemacau@gmail.com

CASOS, VÍTIMAS E ORIGEM • 2010 - 16 casos, 29 vítimas (China continental) • 2011 – 11 casos, 11 vítimas (China continental) • 2012 – 15 casos, 25 vítimas (China continental) • 2013 – 35 casos, 38 vítimas (duas da Ucrânia, restantes da China continental) • 2014 – 4 casos, 4 vítimas (China continental) • 2015 – 2 casos, 2 vítimas (uma é do Brasil) • 2016 – 2 casos, 2 vítimas (China continental)

NÚMERO DE CONDENAÇÕES • 2010 – Uma condenação a cinco anos de prisão • 2012 – Sete condenações de 12 anos e 9 meses a 13 anos e três meses de prisão

MA das questões que mais gera dúvidas nos casos que envolvem pessoas traficadas é a distinção entre o tráfico propriamente dito e a exploração sexual. O Chefe da Polícia Judiciária (PJ), Chau Wai Kuong, disse ontem ao HM, após o evento no MGM, que a distinção entre os dois conceitos “é muito difícil e depende na maior parte dos casos da situação das pessoas ofendidas”. “A PJ avalia a obrigação da vítima em prestar serviços sexuais e o negócio que acontece, sendo que havendo negócio não é tráfico de pessoas”, explica Chau Wai Kuong, adiantando que “se a vítima é menor [a PJ] classifica como tráfico humano, mas se for maior a ofendida tem um contrato de negócio, o que não acontece com os menores”. A questão, contudo, não é clara e já originou discrepâncias entre relatórios das autoridades locais e do Departamento de Estado norte-americano. No início deste ano, num relatório referente a 2015, Washington falava em quatro crianças vítimas de tráfico sexual, que perfaziam, aliás, a maioria de todos os casos detectados no ano passado. Questionadas várias vezes pelo HM, as autoridades negaram a situação. “Para que o assunto fique devidamente esclarecido quanto à questão de crianças envolvidas em casos de tráfico sexual no ano transacto, reiteramos a nossa resposta dada às vossas questões: no ano passado não ocorreu nenhum caso de tráfico humano envolvendo crianças, menores de 18 anos”, frisava a PJ ao HM. Posteriormente, uma porta-voz desta polícia explicava – após insistência – que haveria uma criança envolvida, com cerca de 15 anos, mas num caso de “exploração sexual” e não de tráfico humano. A menor “foi enviada para uma instituição social e o caso entregue ao Ministério Público”, não se conhecendo a conclusão. Além de Washington, também Juliana Devoy, directora do Centro do Bom Pastor, assegura (ver texto principal) que recebeu quatro casos de crianças no ano de 2015.

“NEGÓCIO” ESCONDIDO

Ainda assim, para a Comissão de Acompanhamento das Medidas de Dissuasão do Tráfico de Pes-

soas, as idades parecem definir o limite entre tráfico humano e exploração sexual. Da análise dos dados da Comissão vê-se que a polícia, este ano, remeteu três casos suspeitos de tráfico de pessoas ao Ministério Público (MP) sendo que um deles foi qualificado pelo MP como crime de lenocínio e lenocínio agravado, ou seja crime relacionado com prostituição e não como tráfico humano. Em 2015, a polícia entregou cinco casos de suspeita de tráfico de pessoas ao MP, em que três foram acusados por crime de exploração de prostituição, associação criminosa e lenocínio de menores pelo MP, algo que contradiz as declarações de Chai Wai Kuong. Neste caso, o tribunal julgou improcedente a acusação do crime de tráfico de pessoas.

TUDO “LEGAL”

A ambiguidade entre tráfico e exploração sexual é alastrada às muitas casas de massagens e spas que existem no território. Muitos destes estabelecimentos servem de camuflagem não só às actividades ligadas à prostituição, como ligadas à exploração de pessoas e mesmo de detenção forçada das mesmas. No entanto, as dificuldades em chegar ao crime em causa são muitas e o facto de parte das funcionárias das “saunas” do território terem cartão de trabalhador não residente e serem levadas ao centro de saúde para exames médicos faz com que estejam “legais”. De modo a ilustrar a situação, Juliana Devoy refere uma parte do filme que abriu a conferência de ontem - “Not my Life” - em que uma psicóloga considera que “todo o tráfico é para alimentar a prostituição”. Opinião que partilha. A irmã aponta ainda dificuldades específicas de Macau. “Aqui, a prostituição não é legal nem ilegal, o que quer dizer que é legal. Portanto, também é difícil para a polícia, que não pode actuar sem receber informação ou uma denúncia. Não podem simplesmente fazer rusgas em saunas e outros lugares”, indica, citada pela rádio. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

Sofia Mota

Sofiamota.hojemacau@gmail.com


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DA EDUCAÇÃO AOS NEGÓCIOS

Chui Sai On considera que a reunião se focou principalmente “no reforço da cooperação no ensino da língua”, mas também na economia.

Visita CHUI SAI ON DE REGRESSO DEPOIS DE ENCONTRO PARA BALANÇOS

Discursos comuns

chineses e portugueses e irá analisar um possível aumento das bolsas de estudo”, frisa ainda o Executivo, citando o líder do Governo em comunicado. Mais uma vez, surgiu ainda a ideia de que há mais em Macau além do jogo. Chui Sai On diz que “não irá poupar esforços para promover os elementos não jogo, incluindo as indústrias criativas, medicina tradicional chinesa, exposições e convenções”, entre outras actividades.

GCS

HUI Sai On está de regresso a Macau depois de uma visita rápida a Portugal, onde o Chefe do Executivo se encontrou com Marcelo Rebelo de Sousa, António Costa e Augusto Santos Silva. Com as autoridades portuguesas, o tema central foi a importância da manutenção das relações amistosas entre as duas regiões e a Língua Portuguesa. Chui Sai On transmitiu a mensagem de que Macau está empenhado na aprendizagem do Português e que estão a ser criadas “muitas condições” para que se possa aprendê-lo. “A nossa Lei Básica estipula que o Português é uma das línguas oficiais e desde o passado tem sempre sido generalizado e promovido o ensino da língua. Estamos a criar muitas condições e oportunidades para que os nossos residentes e gerações futuras possam ter acesso ao ensino da Língua Portuguesa”, disse o Chefe do Executivo, no final da quarta reunião da Comissão Mista entre Portugal e Macau, que decorreu na sede do Ministério dos Negócios Estrangeiros, na terça-feira. “O Executivo oferece cursos de Português nos vários níveis de ensino nas escolas públicas e apoia as privadas quanto ao pessoal docente e materiais didácticos. Mas apenas proporcionamos oportunidades, a escolha depende de cada um”, frisou ainda Chui Sai On. O reforço da cooperação na educação foi um dos temas em destaque na reunião, co-presidida, pelo lado português, pelo Ministro dos Negócios Estrangeiros, Augusto Santos Silva, que declarou a disponibilidade de Portugal para apoiar a formação de professores. A nível do ensino superior, o Ministro destacou as experiências de intercâmbio de estudantes, “com todo o êxito”, e elogiou a iniciativa de Macau de formar especialistas em Língua Portuguesa, “garantindo a presença de quadros que sejam também capacitados” em áreas tão “críticas” como o Direito, as Finanças e a Gestão, a Saúde ou a Engenharia Civil. “Esta é também uma área de forte cooperação entre o sistema de ensino superior português e o sistema de ensino superior de Macau”, salientou. Questionado pelos jornalistas, o Chefe do Executivo afimrou que as autoridades têm apoiado a Escola Portuguesa de Macau “de várias formas” e vão continuar a “apoiar o funcionamento” da instituição, embora sem especificar de que modo.

AMIGOS PARA SEMPRE

De acordo com um comunicado do Governo, foram abordadas as circunstâncias económicas da RAEM, com o líder do Executivo a salientar a “importância da diversificação adequada da economia

“Chui Sai On saudou o sucesso de Portugal e salientou o empenho da RAEM na globalização da ciência e da tecnologia e disse acreditar no incremento da cooperação, entre os dois territórios, como um reforço no desenvolvimento diversificado da RAEM”

e da cooperação regional”. Algo que tem sido tema constante nos discursos de Chui Sai On e onde, mais uma vez, se frisa que haverá “mais espaço de cooperação com Portugal”. E a cooperação estende-se também à Tecnologia e Ciência. Foi essa, aliás, a temática no encontro com Chui Sai On e o Primeiro-Ministro português, António Costa. Fonte do Executivo português disse à agência Lusa que, durante a reunião, António Costa destacou o facto de Lisboa se preparar para receber em Novembro a “Web Summit” - evento que nos próximos anos juntará na capital portuguesa as mais importantes “startups” e empresas tecnológicas mundiais. Costa destacou o rápido desenvolvimento registado nos últimos anos na inovação da área de transformação digital, assim como as oportunidades que esta representa para Portugal, como indica um comunicado. Para o Primeiro-Ministro, a diversificação adequada da economia de Macau não só abre

mais uma porta para Portugal na área da cooperação, mas também irá promover o intercâmbio com a China e Macau, nos domínios da economia e da inovação tecnológica. Da reunião saiu ainda a promessa de um encontro, a promover por Chui Sai On, entre o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e Tecnologias de Macau e o Fundação de Ciência e Tecnologia de Portugal “para criar novas condições para o desenvolvimento da cooperação científica e tecnológica”, como frisou Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros com quem Chui Sai On também esteve. “Chui Sai On saudou o sucesso de Portugal e salientou o empenho da RAEM na globalização da ciência e da tecnologia e disse acreditar no incremento da cooperação, entre os dois territórios, como um reforço no desenvolvimento diversificado da RAEM. [Macau] pretende envidar esforços para promover o intercâmbio entre estudantes

Para o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, a visita do Chefe do Executivo comprova a “boa cooperação e a amizade entre Portugal e China”, como adianta um comunicado do Governo, “e a continuação das relações amistosas com Macau nos domínios financeiro, económico, cultural e linguístico”. Com António Costa, Chui Sai On relembrou que Macau e Portugal possuem uma longa história de profundos contactos culturais e assegurou que a RAEM atribui alto valor ao desenvolvimento das suas relações com a parte portuguesa. “O Chefe do Executivo afirmou que a sua visita a Portugal e a participação na Reunião da Comissão Mista Macau – Portugal prova a existência de uma base sólida da cooperação bilateral desde o ano de 2001, fazendo votos de que esta cooperação seja reforçada no futuro e que consiga resultados construtivos.” O Chefe do Executivo está hoje em viagem, chegando amanhã ao território. Joana Freitas (com agência Lusa) Joana.freitas@hojemacau.com.mo

PORTO PERDIDO Apesar de ter sido convidado para visitar o Porto aquando da visita oficial que fez agora a Portugal, Chui Sai On não foi ao norte. De acordo com o jornal Ponto Final, Chui Sai On necessitava de um dia livre para descansar, relacionando a opção com motivos de saúde. Em 2014 o presidente da Câmara Municipal do Porto esteve em Macau e fez um convite a Chui Sai On para que este fosse ao Porto, cidade irmã de Macau e onde Alexis Tam já marcou presença. A Câmara do Porto, diz a publicação, reforçou o convite para a visita recentemente.


5 POLÍTICA

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Economia GOVERNO ESTUDA LEGISLAÇÃO CONTRA CONCORRÊNCIA DESLEAL

Em prol do mercado

O Executivo garante ter abertura para legislar contra situações de monopólio e concorrência desleal em Macau, mas ainda está a estudar essa possibilidade. A nova Lei de Protecção dos Consumidores já está nas mãos do Conselho Executivo

D

EPOIS da pressão exercida pela União Europeia (UE), o Governo parece estar a ceder no que diz respeito à necessidade de criar uma lei avulsa da concorrência. Tai Kin Ip, director dos Serviços de Economia (DSE), confirmou ontem que existe abertura para legislar contra a concorrência desleal. “Estamos, através de diversas actividades, a tentar transmitir mais informação junto do público e depois vamos fazer o estudo. O Governo tem uma postura aberta e precisamos de ouvir opiniões de diferentes sectores para poder aperfeiçoar o documento”, confirmou o director da DSE à margem de uma palestra sobre o regime da Lei da Concorrência e Lei Anti-monopólio do interior da China, o qual contou com juristas vindos do continente. “Quanto ao regime de concorrência desleal estamos numa fase de preparação e por isso queremos que diversos sectores conheçam qual é a situação na China. Estamos numa fase de análise e estudo, porque este é um tema abrangente”, acrescentou Tai Kin Ip, que não deixou de revelar quais as prioridades. “O Governo pretende, primeiro, dedicar-se à legislação da protecção dos consumidores”, disse, adiantando que a mesma já está a ser analisada pelos membros do Conselho Executivo. A nova lei deverá versar sobre concorrência desleal ao nível do consumo. “Vamos reforçar a protecção dos consumidores, o direito à informação e indemnização. Por outro lado introduzimos

novos modelos de consumo, como o consumo à distância. Ainda vamos suprir as formas de resolução de conflitos causados pelo consumo e introduzimos algum conteúdo sobre a concorrência desleal no mercado”, confirmou o director da DSE.

ESPECIALISTA APOIA

Em Fevereiro do ano passado, Liu Dexue, director dos Serviços para os Assuntos de Justiça (DSAJ), garantiu que não existia o plano para a criação da lei da concorrência. “Em princípio, tal como no abuso da posição dominante no mercado, para a fixação concertada de preços, vamos introduzir medidas para condicionar o pedido/posse ou renovação da licença. Queremos introduzir estas figuras, dar garantia de concorrência”, disse, citado pela agência Lusa, referindo-se à Lei de Protecção de Consumidores. Em 2014, Vincent Piket, à data chefe do Gabinete da UE em Hong Kong e Macau, alertou para a necessidade de uma mudança. “Macau é uma economia pequena, razão mais do que suficiente para ter um enquadramento legal para a concorrência apropriado à sua economia. É bom para as firmas e para o consumidor”. Wang Xiaoye, uma das maiores especialistas em

legislação anti-monopólio da China, doutorada pela Universidade de Hamburgo, defendeu a adopção em Macau de uma legislação anti-concorrência desleal. “Não conheço o regime jurídico de Macau mas sei que existe o Código Comercial, onde constam alguns princípios para evitar a concorrência desleal. Talvez este Código só regule os princípios gerais, talvez não haja regras mais específicas para uma inspecção ou aplicação de multas a activida-

“Vamos reforçar a protecção dos consumidores, o direito à informação e indemnização. Por outro lado introduzimos novos modelos de consumo, como o consumo à distância” TAI KIN IP DIRECTOR DOS SERVIÇOS DE ECONOMIA

des de concorrência desleal. Estamos numa economia de mercado, há concorrência, e por isso falamos de um mercado. Nesse contexto apoio a legislação da concorrência desleal”, rematou Wang Xiaoye à margem da palestra. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Bom, mas caro

Empreiteiros acusados de encarecerem custos propositadamente

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AM U Tou, vice-presidente da Associação de Choi In Tong Sam, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), disse ao Jornal do Cidadão que os problemas estruturais nas habitações públicas não se devem à utilização de materiais de baixa qualidade. Pelo contrário, os materiais têm boa qualidade mas são desajustados para o tipo de construções, além de terem um preço elevado. Lam U Tou alerta que essa decisão dos empreiteiros é propositada. “O problema vem do facto dos custos de concepção e construção estarem ligados. A concepção ocupa cerca de 5% dos custos totais, pelo que os empreiteiros usam materiais de maior qualidade para aumentarem os custos”, acusou. Lam U Tou disse mesmo que há telhas de maior dimensão, e também mais caras, que são indicadas para o chão mas que são colocadas noutros locais, o que faz com que acabem por cair. Lam U Tou acusou ainda o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas (GDI) de não realizar o trabalho de fiscalização da melhor forma, pois há edifícios de habitação pública onde não se registam quaisquer problemas ao nível das infra-estruturas. “A maioria dos projectos de habitação pública onde ocorreram problemas foi da responsabilidade do

GDI, tal como os edifícios do Lago e Koi Nga. O edifício Mong Sin, sendo de habitação social, foi da responsabilidade da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) e não houve quaisquer problemas de qualidade”, disse Lam U Tou. Para o responsável, o GDI deveria avaliar melhor os materiais utilizados pelos empreiteiros e a aprovação da concepção do projecto.

DEPUTADO ALINHADO

Também o deputado Ng Kuok Cheong se pronunciou sobre a queda de telhas do edifício Lok Kuan, referindo que as falhas de construção se devem à ausência da definição de responsabilidade no contrato assinado entre o empreiteiro e o Governo. Ng Kuok Cheong pede ainda que seja concretizado o regime de responsabilidade e que sejam definidos montantes de multas nos contratos celebrados. Já Lam U Tou sugeriu ainda a introdução de um regime de avaliação pelos moradores ao nível da avaliação das propostas, para que os empreiteiros apresentem mais detalhes ao nível da qualidade do empreendimento. Angela Ka (revisto por A.S.S.) info@hojemacau.com.mo

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AVISO Faz-se saber que em relação ao concurso público para a execução da « Empreitada de concepção e construção da Ponte de Ligação entre a Ilha Artificial e a Zona A dos Novos Aterros Urbanos », publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 34, II Série, de 24 de Agosto de 2016, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 2.2 do programa do concurso, e foi feita aclaração complementar conforme necessidades, pela entidade que realiza o concurso e juntos ao processo do concurso. Os referidos esclarecimentos e aclaração complementar encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, no Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, sito na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, Macau. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 6 de Setembro de 2016. O Coordenador do Gabinete Chau Vai Man


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SOCIEDADE

SINAL 1 DE TUFÃO DEVERÁ SER HASTEADO HOJE

O tufão Meranti deverá começar a fazerse sentir no território a partir de hoje. O HM confirmou junto dos Serviços Metereológicos e Geofísicos (SMG) que o sinal 1 deverá ser içado, sendo que durante a tarde deverão chegar os primeiros aguaceiros acompanhados de “ventos fortes”. “Caso a rota do tufão de altere vai ser considerado hastear o sinal mais alto”, confirmou a porta-voz dos SMG. Não há ainda confirmação da necessidade de hastear o sinal 3 ou 8, já que “tudo dependerá da rota do tufão, dado que existem variações”, disse ao HM.

CONSUMO DE LUXO CAI MAIS DE 30%

A Macau Importers & Exporters Association diz ter perdido receitas no consumo de luxo no primeiro semestre do ano e atribuiu este facto à diminuição no número de turistas de classe alta. A Associação indica que o consumo de luxo “caiu entre 30% a 40%”, porque os turistas que chegam a Macau são “de classe média”, o que faz com que haja menos dinheiro para comprar este tipo de produtos. O grupo diz, por isso, que as empresas locais têm ainda mais que se focar na relação comercial com os países de Língua Portuguesa, para poderem entrar no mercado do interior da China.

Jockey Club PJ DETEVE HOMEM SUSPEITO DE DROGAR ANIMAL

A dar no cavalo

Um homem de 50 anos terá administrado um medicamento com efeitos calmantes num cavalo antes de uma corrida no Jockey Club. A Polícia Judiciária prendeu o suspeito por violação à lei, ainda que não à da Protecção dos Animais, sendo a primeira vez que acontece uma detenção desta natureza

A

Polícia Judiciária (PJ) deteve um homem de 50 anos suspeito de administrar um produto calmante num cavalo de corrida do Jockey Club, acto que terá ocorrido momentos antes da competição. Caso seja feita uma acusação, o acto viola um diploma de 1996, referente a ilícitos penais relacionados com corridas de animais, sendo a primeira vez que tal acontece no território. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a PJ recebeu a denúncia do Jockey Club. A mesma referiu que o acto terá ocorrido em Abril e terá levado o cavalo a perder a corrida onde competiu. Os testes ao sangue feitos ao animal revelaram que lhe foi administrada uma substância calmante. O suspeito não confirmou o crime, mas segundo a lei em vigor

poderá incorrer numa pena de prisão até três anos, ou a aplicação de uma multa. Esta medida aplica-se a quem administre em animais substâncias que possam prejudicar a sua saúde física ou psíquica ou ainda que possam provocar mudanças de comportamento durante a corrida.

ASSOCIAÇÃO CRITICA IACM

A violação desta lei surge numa altura em que entrou em vigor a Lei de Protecção aos Animais, que versa sobre maus tratos mas não protege animais de corrida. No que toca a este diploma, e apesar das acusações que a nova lei aumenta os abandonos, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) já veio a público dizer que o número não aumentou desde a entrada em vigor do diploma. Mas há uma associação que continua a contestar essas declarações.

Segundo o jornal Ou Mun, Mei, presidente da Casa de Abrigo dos Animais Long, disse que muitos cães foram salvos pelos voluntários antes de serem deixados no canil municipal, afirmando que o número de animais abatidos seria muito maior do que os dados do IACM. Em Agosto, o canil municipal recebeu um total de 19 cães abandonados, número semelhante aos meses anteriores. Mei referiu que, para evitarem que os seus cães sofram com o ambiente do canil, os donos optam pela mu-

O acto terá ocorrido em Abril e terá levado o cavalo a perder a corrida onde competiu

dança de licença directa e pelo contacto directo com o novo dono. Deste modo, só no mês passado, a associação já recebeu cerca de 50 cães. Mei adiantou que os cães dos estaleiros estão a viver “momentos difíceis”, já que a lei determina que estes animais sejam esterilizados, mas muitos estão simplesmente a ser abandonados pelo facto dos donos dos estaleiros não quererem pagar os custos. Choi U Fai, chefe da divisão de inspecção e controlo veterinário do IACM, confirmou ao Ou Mun a chegada de 200 novos pedidos de licença para cães. O ajustamento dos custos e a prorrogação do prazo da licença têm contribuído para o aumento dos pedidos, defendeu o responsável. Angela Ka (revisto por A.S.S.) info@hojemacau.com.mo

DST JÁ PLANEIA PASSEIOS TURÍSTICOS

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) já está a planear os passeios turísticos marítimos por Macau. O organismo referiu que várias instituições do sector entregaram propostas conceptuais ou mostraram vontade de desenvolver estas actividades, que chegam depois de Pequim ter autorizado Macau a gerir áreas marítimas. Por enquanto ainda não foi concretizada qualquer posposta, mas em reposta a uma consulta do canal chinês da Rádio Macau, a DST frisou que a ideia é desenvolver produtos turísticos diversificados, mas como o projecto envolve vários departamentos e técnicas profissionais, “ainda é preciso mais estudos e coordenações”. O presidente da Associação das Agências de Viagens, Cheong Chi Man, sugeriu ao Governo que acelere a construção de mais terminais marítimos nas diferentes zonas para impulsionar o percurso marítimo.


8 SOCIEDADE

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Óbito MORREU O ÚLTIMO BISPO PORTUGUÊS DE MACAU

Tinha apenas 25 anos quando ingressou no Seminário de S. José e tornouse no último Bispo português em Macau. Recordado como um bom homem e de trato fácil, morreu na segunda-feira aos 92 anos

O adeus a D. Arquimínio Em Outubro de 1988, o religioso viu o seu pedido de resignação à diocese de Macau ser aceite pelo Papa João Paulo II. Um mês depois, foi condecorado pelo então Presidente da República Portuguesa, Mário Soares, com o grau de Grã-Cruz da Ordem de Mérito.

NOME DE REFERÊNCIA

A

RQUIMÍNIO Rodrigues da Costa, o último bispo português de Macau, morreu na segunda-feira, aos 92 anos, anunciou a Diocese de Angra do Heroísmo. Natural de São Mateus, na ilha açoriana do Pico, Arquimínio Rodrigues da Costa foi bispo de Macau e do então padroado do Oriente de 1976 a 1988, ano em que foi substituído por Domingos Lam, que se tornou, por sua vez, no primeiro bispo de etnia chinesa do território ainda sob administração portuguesa. D. Arquimínio, que enveredou pela igreja por influência dos pais, ingressou, com 25 anos, no Seminário de S. José em Macau, onde completou os seus estudos eclesiásticos em 1949. Sete anos depois regressou à ilha do Pico para passar férias com a família e, um ano mais tarde, rumou a Roma para frequentar o curso de Direito Canónico na Pontifícia Universidade Gregoriana, que concluiu

em 1959, de acordo com o portal Igreja Açores.

PARA A COMUNIDADE

De regresso a Macau, retomou as suas funções e foi designado professor, passando três anos depois a exercer o cargo de reitor no Seminário. Durante o período em que se realizou o Concílio Vaticano II, com a ausência do prelado diocesano de Macau, Arquimínio Rodrigues da Costa foi nomeado governador do bispado em 29 de Agosto de 1963 e depois em 1965. No ano seguinte estalou a Revolução Cultural chinesa, impulsionada

por Mao-Tsé Tung, altura em que a igreja viveu tempos conturbados, levando mesmo alunos e professores do Seminário a irem para Hong Kong. Só em 1976 foi nomeado definitivamente bispo de Macau pelo Papa Paulo VI, sucedendo ao também açoriano Paulo José Tavares. Aquando da celebração das suas bodas de diamante sacerdotais, em 2009, como recorda o portal Igreja Açores, Arquimínio Rodrigues da Costa fez um balanço do período “difícil” que permaneceu em Macau durante o qual serviu “duas comunidades culturalmente heterogéneas: a portuguesa e a chinesa”.

“Serviu Macau, contribuiu para Macau e acho que devemos estar unidos neste momento para lhe prestarmos homenagem” ANTÓNIO JOSÉ DE FREITAS PROVEDOR DA SANTA CASA DA MISERICÓRDIA

PANDAS OS BEBÉS “CORRUPTOS” DA NOVO MACAU

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AM Tam e Wu Wu foram os nomes escolhidos por quem participou na votação alternativa da Associação Novo Macau para baptizar os novos inquilinos do Parque de Seac Pai Van. O grupo decidiu levar a cabo uma consulta pública alternativa para dar nome aos pandas bebés por considerar que o processo

do Governo para o mesmo fim não é claro: a população só pode votar em alguns dos nomes oferecidos, mas cabe ao Chefe do Executivo o baptismo final. Uma nota de imprensa da Novo Macau – que insta as pessoas a utilizar estes nomes em vez dos oficiais – indica que, entre as 1024 pessoas que par-

ticiparam na votação, 561 escolheram Tam Tam e Wu Wu, entre os 216 nomes a concurso. Acontece que o caracter de cada um dos nomes – que forma a palavra Tam Wu, em Chinês – significa “corrupção”, como a Associação faz questão de sublinhar. A Novo Macau reitera em comunicado o “desa-

pontamento” que sentiu ao perceber que a decisão final dos nomes cabe ao Chefe do Executivo, em vez de ser como no caso de Hoi Hoi e Sam Sam, onde foi feita uma consulta pública. Consulta essa que, na altura – ainda Florinda Chan estava no cargo de Secretária para a Administração e Justiça –

foi também criticada pela mesma Associação. O grupo, liderado por Scott Chiang e Jason Chao, indicou ontem ter sido alvo de um “ataque cibernético” no site que levava a cabo a votação dos nomes alternativos dos pandas, de 5 a 7 de Setembro. Ataque que, contudo, “não afectou” a página. J.F.

António José de Freitas, provedor da Santa Casa da Misericórdia, recorda D. Arquimínio como “um bispo muito respeitado sobretudo no seio da comunidade chinesa, na comunidade católica e uma figura de referência da diocese”. Apesar de ter conhecido mal o último Bispo português, como refere ao HM, recorda alguns contactos feitos por altura da organização da Marcha da Caridade. Como os dirigentes falavam Chinês e era o único que falava Português no Jornal Ou Mun, Freitas ia acompanhá-los nos contactos que faziam com D. Arquimínio. “Pessoa muito simples com um trato muito humano. Tenho boas recordações desse bispo. Serviu Macau, contribuiu para Macau e acho que devemos estar unidos neste momento para lhe prestarmos homenagem”, diz. Em declarações à rádio Macau, Florinda Chan, antiga Secretária para a Administração e Justiça, lembra Arquimínio Rodrigues da Costa como alguém que estava sempre pronto para ouvir as pessoas. “D. Arquimínio foi um grande bispo de Macau. Amava muito a diocese e a impressão que tinha dele era de um bispo muito mariano, isto é, um bispo contemplativo mas que estava sempre pronto para ouvir e estar com as pessoas.” Arquimínio Rodrigues da Costa vivia desde Janeiro de 1989 na sua terra natal. Em 2012, foi distinguido com a Insígnia Autonómica de Reconhecimento, a segunda mais importante condecoração dos Açores. O funeral realiza-se hoje, em São Mateus, pelas 18h00, com uma missa presidida pelo bispo de Angra, João Lavrador. HM


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V

ALORES astronómicos e perda de património cultural estão na base de uma interpelação apresentada pelo deputado José Pereira Coutinho contra a mudança do Templo de Hong Chan Kuan, também conhecido pelo Templo de Mong Há, do local onde está agora situado. Para o deputado, o plano apresentado recentemente pelo Governo - que visa mudar de sítio a estrutura para que seja aberta uma via naquela localização – é não só uma ideia que vai contra a preservação do património cultural, como representa um gasto de “valores astronómicos”.

Alterações milionárias Pereira Coutinho questiona mudança do templo de Mong Há

TROCAS E BALDROCAS

Segundo o plano do Governo, citado pelo deputado, será aproveitado um terreno lateral ao templo, onde se encontra uma loja de venda de pivetes e de velas, para se conseguir a translação. “Como é evidente, tudo isto tem implicações com o direito de propriedade do terreno e o Governo vai ter que negociar com o proprietário”, sublinha Pereira Coutinho. Por outro lado, e simultaneamente, os custos associados a este tipo e processos são “significativamente elevados, pois não se trata de uma simples obra de engenharia civil”. PUB

Anúncio Concurso Público «Aquisição e remodelação do sistema de climatização da sede do Instituto do Desporto» Nos termos previstos no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 2 de Setembro de 2016, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para a Aquisição e remodelação do sistema de climatização da sede do Instituto do Desporto. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.º 818, em Macau, no horário de expediente, das 9.00 às 13.00 e das 14.30 às 17.30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento de $500,00 (quinhentas) patacas. Podem ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de download da página electrónica: www.sport.gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para o tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12:00 horas do dia 5 de Outubro de 2016, quarta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $130 000,00 (cento e trinta mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Instituto do Desporto ou deve ser efectuado um depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor da “Caixa de Tesouro”) na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial sita na sede do Instituto do Desporto. O acto público de abertura das propostas terá lugar no dia 6 de Outubro de 2016, quinta-feira, pelas 9:30 horas, no Auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.º 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento do prazo para a apresentação das propostas por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionados serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 14 de Setembro de 2016. O Presidente, Pun Weng Kun.

O deputado refere ainda o facto das Obras Públicas apresentarem excesso de despesas, pelo que se “pode deduzir que a construção vai ter custos elevados”. A recessão económica que caracteriza a actual situação da RAEM é, também, argumento por parte de Pereira Coutinho, que questiona o Executivo relativamente ao erário público que vai despender no projecto, sendo que pretende saber se o mesmo vai ser submetido à apreciação da Assembleia Legislativa.

“O património que é demolido e reconstruído noutros locais nunca recupera as suas características originais e, portanto, o seu valor diminui” PEREIRA COUTINHO DEPUTADO

SOCIEDADE

Questionada está também a possibilidade de realização de uma consulta pública para recolher as opiniões da população quanto à mudança do templo, nomeadamente daqueles que residem nas imediações do edifício.

DOIS SÉCULOS DE VIDA

A preservação do património também está em causa na medida em que o Templo de Mong Há é uma estrutura religiosa “ importante para a comunidade da antiga aldeia com o mesmo nome”. Construído há mais de 200 anos, o templo tem um elevado valor histórico e cultural que “está bem integrado entre as construções vizinhas, sendo já parte inseparável do tecido urbano”. Neste sentido, o deputado considera que o valor do património cultural não pode depender de um único monumento, mas sim da fusão entre património e as construções à sua volta. “O património que é demolido e reconstruído noutros locais nunca recupera as suas características originais e, portanto, o seu valor diminui”, diz Pereira Coutinho, que considera que o Governo não estima o património e está continuamente a accionar situações que o prejudicam. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


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LIVRO TRIBO NA AMAZÓNIA DÁ MOTE PARA OBRA DE JOSÉ

EVENTOS

“Deus Tupã” é o mais recente livro de José Manuel Simões. Uma história onde a ficção e a realidade se entrelaçam num misto de simbolismo e misticismo, que vem da vivência com uma tribo da Amazónia. Dois anos com os pitiguares culminam nesta obra, lançada no dia 22, às 18h30, no Consulado de Portugal

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OS PITIGUAR

“electricidade para todos”. Aí, o autor presenciou como é que a caixinha mágica pode influenciar a vida de uma comunidade. “Viam televisão e passaram a querer ter mais coisas: arroz, massa, sapatos e roupa. Mudaram mais em três anos que em 500 de existência.” O livro demorou cerca de um ano a escrever. “Neste momento já estou a acabar um outro livro, que irá sair no próximo ano”, indica ainda José Manuel Simões.

OSÉ Manuel Simões, professor na Universidade de São José, apresenta na próxima semana o seu oitavo livro, “Deus Tupã”. Uma história que mistura realidade e ficção ao longo de cerca de 200 páginas. Aqui podemos “encontrar a história do Brasil, de Portugal e do mundo”, como revela o autor ao HM. O livro nasceu depois de, em 2001, José Manuel Simões ter vivido durante dois anos com uma tribo brasileira, os pitiguares. Já antes havia tentado uma aproximação com esta e outras tribos da Amazónia, mas as coisas não tinham resultado bem. Quis o destino mudar-lhe o rumo da história. “O episódio que aconteceu de seguida mudou tudo, inclusivamente o rumo da minha vida”, conta. Quando andava a rodear a tribo, na tentativa de se aproximar, caiu uma avioneta naquela zona. Fui prestar auxílio aos dois ocupantes, que teriam morrido se não estivesse lá naquela altura. Depois deste

episódio, os índios passaram a olhar-me de maneira diferente, como se eu fosse um mensageiro enviado por Deus.” Foi então que José Manuel Simões decidiu pôr tudo para trás das costas e ir viver a “aventura da sua vida” no meio da selva, com os índios. Foi desta experiência que resultou o seu mais recente livro, “Deus Tupã”. “O nome surge porque é desta forma que a tribo dos pitiguares se referem a Deus, à entidade divina. Tupã quer dizer trovão e foi o Padre António Vieira que fez esta analogia, para lhes explicar a dimensão da divindade.” Durante dois anos partilhou os seus dias com esta comunidade e garante que pouco mudou em 500 anos. Até à modernidade. “Depois da chegada da televisão, pouco depois de eu lá estar, a vida mudou completamente”, explica o professor que viveu com lá numa altura em que o então Presidente do Brasil Lula Da Silva lançou os programas “fome zero” e

OUTROS CAMINHOS

A apresentação de “Deus Tapuã” acontece na quinta-feira, dia 22, no Consulado Geral de Portugal em Macau, pelas 18h30. O académico escreveu várias biografias, entre elas uma que não foi autorizada pelo cantor espanhol Julio Iglésias. “Falei com ele, fui ter com ele à sua casa em Miami e as coisas correram bem, mas não deu autorização para que eu publicasse a biografia, porque não queria assumir a paternidade de um rapaz que é a cara chapada dele”, indica, referindo-se a uma história antiga entre o cantor e uma bailarina portuguesa. Escreveu a biografia de David Byrne dos Talking Heads, de quem é fã. “Fiquei muito satisfeito porque soube que ele pediu para traduzirem o livro e sei que gostou.” A biografia dos Delfins é outra da qual se orgulha, “porque acabou por criar com Miguel Ângelo uma relação muito próxima”, conclui. HM

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA JÁ ENTÃO A RAPOSA ERA O CAÇADOR • Herta Müller

Roménia nos últimos dias do regime de Ceausescu: amigos que se fizeram traidores, outros que desapareceram, provavelmente assassinados; ex-directores tornam-se professores, fiéis de armazém tornam-se directores. Numa atmosfera onde o medo e o horror são omnipresentes, a professora Adina, a operária fabril Clara e o músico Paul tentam sobreviver. Mesmo depois da queda do regime, a ameaça não se dissipa. A raposa continuou a ser o caçador. Herta Müller, uma das mais proeminentes autoras de língua alemã, combina o vigor imagético e a prosa rítmica numa singular abordagem do totalitarismo. Na fundamentação da Academia Sueca de Estocolmo, lê-se sobre a autora galardoada com o Prémio Nobel de Literatura de 2009 que «retrata, através da concentração da poesia e a franqueza da prosa, a paisagem dos desapossados».

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LANTERNA MÁGICA • Ingmar Bergman

Nesta sua autobiografia, Ingmar Bergman lança, em 1987, um olhar sobre a sua vida marcada por uma educação rígida, uma imaginação fecunda e uma vida amorosa acidentada. Através da sua leitura vemos como foi um homem do teatro e do cinema, tendo vivido com intensidade os seus momentos de crise e de graça. Bergman avalia sem auto complacência as suas relações familiares, de amizade e amorosas, e fala com lucidez dos seus encontros com actores como Laurence Olivier, Greta Garbo ou Ingrid Bergman. Revela ainda episódios desconhecidos das filmagens de “Morangos Silvestres”, “Mónica e o Desejo” e “Sonata de Outono”. A obra testemunha as suas feridas e crises, mas também os seus momentos de felicidade, iluminados pelo persistente fulgor da infância.


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É MANUEL SIMÕES

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DIA NACIONAL COMEMORADO COM MÚSICA E DESPORTO

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“Sarau Desportivo e Cultural do Governo” vai acontecer no dia 1 de Outubro, pelas 14h00, no Pavilhão Polidesportivo do Tap Seac. Esta festa do desporto tem a organização do Instituto do Desporto e destina-se a comemorar o Dia Nacional. Para assinalar a data foram convidados vários artistas e a equipa de Wushu da Universidade de Desporto de Pequim. A actividade conta com a presença de “cantores e ídolos populares para realizar um maravilhoso espectáculo para comemorar o Dia Nacional”, de acordo com nota enviada à redacção pelo Gvoerno. Em termos musicais, a organização convidou os cantores Hwang Chi-Yeul, Hins Cheung, Andy Hui, James Ng, Alfred Hui, Vincy,

Sherman Chung e Ken Hung para animar a tarde. Já na parte do desporto, a equipa de Wushu da universidade de Pequim vai realizar uma série de demonstrações. De acordo com a organização, “através da combinação de música e desporto, o espectáculo terá como objectivo, proporcionar aos cidadãos um feriado público e comemorando o Dia Nacional com alegria memorável”. Os bilhetes para o evento vão estar à venda a partir do dia 18 de Setembro, entre as 9h00 e as 18h00. Custam 200 patacas e podem ser adquiridos no máximo quatro ingressos por pessoa. A organização fez saber que há preços especiais e que os primeiros cem participantes que adquirirem os ingressos ganham um CD autografado pelo artista Hins Cheung. IC

RES E ELE

EVENTOS

‘‘CIDADE LATINA” COM CANDIDATURAS ABERTAS

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FRC CONFERÊNCIA SOBRE RISCOS DO SOL

“Sol e Pele – Riscos e Benefícios” é o nome da conferência que se vai realizar hoje pelas 19h00 na Fundação Rui Cunha. O orador da palestra é o médico Ricardo Coelho, especialista em Dermatologia e Venereologia que, “nesta conferência que se pretende informal, dará a conhecer os riscos e benefícios da exposição solar, bem como das medidas de minimizar esses riscos e da necessidade de saber reconhecer atempadamente o cancro cutâneo”, segundo informação da Fundação. A palestra está aberta ao público em geral e haverá ainda um espaço dedicado a perguntas e discussão com a audiência. A organização é uma parceria entre a Fundação Rui Cunha e da Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau.

DOCUMENTOS COM HISTÓRIA NA UM

Uma colecção particular de Ng Lee Fan, coleccionador famoso de Macau, vai estar em exposição a partir de hoje e até dia 30 de Setembro na Biblioteca Wu Yee Sun, na Universidade de Macau (UM). A mostra reúne mais de cem documentos importantes da história da República Popular da China. Todo o espólio será posteriormente doado à biblioteca da UM, que ficará responsável pela preservação da obra. Os manuscritos atravessam um período que vai da Dinastia Ming e Qing até aos dias da República, atravessando um importante período histórico. A inauguração acontece hoje, pelas 16h00, e conta com a cerimónia de doação. A organização é da UM e da Associação Macau Collector.

edição de 2016 do “Desfile por Macau, Cidade Latina” acontece no dia 4 de Dezembro e o Instituto Cultural (IC) está já à procura de artistas locais que queiram sair à rua para comemorar a transferência, assinalado novamente com o evento. O tema deste ano é “A Aventura do VIVA” e todos os grupos e artistas que estão registados em Macau podem inscrever-se para participar. As candidaturas devem ser entregues entre os dias 23 a 25 de Setembro. Todos os artistas e grupos culturais podem candidatar-se apenas para o desfile ou desfile e actuação na cerimónia de encerramento na Praça do Tap Seac. Os que participarem na última modalidade têm de preparar um espectáculo de três minutos, relacionado com o tema deste ano. Este desfile “proporciona aos grupos locais artísticos uma plataforma para a

presentação de espectáculos e uma oportunidade para darem largas à criatividade, encorajando os participantes a mostrarem o seu talento criativo, aumentando a competitividade, promovendo o desenvolvimento e a diversificação das industrias culturais de Macau”, diz o IC. O tema “A Aventura do VIVA” recai sobre o clássico chinês “Clássico das Montanhas e dos Mares de Shan Hai Jing”. Tudo começa com uma viagem que tem ponto de partida em Macau e que vai em direcção ao Oriente, “a fim de explorar as tradições e costumes de todo o mundo, terminando com a descoberta de que o melhor fim é, afinal, o próprio ponto de partida”. Haverá ainda um prémio a atribuir ao grupo que tiver a melhor actuação e fica com a oportunidade de representar Macau nos “Espectáculos Culturais de Etnias Asiáticas”, em Hong Kong.


12 CHINA

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Economia INDUSTRIA E RETALHO SOBEM EM AGOSTO

Quarto crescente A produção industrial e as vendas a retalho aceleraram em Agosto, segundo dados oficiais divulgados ontem, com ambos os indicadores a superar as expectativas, num sinal positivo para a segunda maior economia mundial

O

crescimento do índice de produção industrial, que mede a actividade nas fábricas, oficinas e minas da China, subiu 6,3%, em termos homólogos, acima PUB

EDITAL Edital n.º Processo n.º Assunto Local

:112/E-BC/2016 :288/BC/2016/F :Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) :Avenida do General Castelo Branco n.º 73, Edf. Ko Fu, fracção 7.º andar F (CRP: F7), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/ SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificado 柯子抗, do seguinte: 1. Local: Avenida do General Castelo Branco n.º 73, Edf. Ko Fu, fracção 7.º andar F (CRP: F7), Macau. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizou-se a seguinte obra não autorizada: Infracção ao RSCI e motivo da demolição Instalação de gaiola metáli- Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obs1.1 ca na parede exterior junto trução do acesso aos pontos de peneàs janelas da fracção. tração no edifício. Obra

2.

As janelas acima referidas são consideradas como ponto de penetração para realização de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruído com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.) de acordo com o disposto no n.º 12 do artigo 8.º, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pela infractor nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto pontos de acesso ao edifício e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, a obra executada não é susceptível de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada. 3. Nos termos do n.º 7 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 12 do artigo 8.º, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas. 4. Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, pode o interessado, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI. 5. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227). RAEM, 09 de Setembro de 2016 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man

dos 6% registados em Julho, superando a previsão da agência Bloomberg - 6,2%. Já as vendas a retalho, um indicador chave do consumo, avançaram 10,6%, em Agosto, face ao mesmo mês do ano anterior, revelou o Gabinete Nacional de Estatísticas (GNE) chinês. Pequim está a encetar uma transição no modelo económico do país, visando uma maior preponderância do sector dos serviços, em detrimento das exportações e unidades de indústria pesada vistas como “improdutivas”.

INCERTEZA E INSTABILIDADE

Segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos da América, a China tem sido o motor da recuperação global, após a crise financeira de 2008, mas nos últimos anos a sua economia tem vindo a desacelerar. “Em Agosto alguns indicadores recuperaram. Os esforços para reduzir o excesso de capacidade de produção, diminuir a quantidade de produtos armazenados e reduzir os custos produziram resultados notáveis”, afirmou o porta-voz do GNE, Sheng Laiyun. “A economia chinesa atingiu um desenvolvimento moderado, mas estável”, e alertou para os riscos provocados pelas condições económicas externas e domésticas, que “continuam difíceis e

complexas”, apresentando “muitas incertezas e instabilidade”. O investimento em activos fixos, um indicador chave para medir a despesa do Governo em infra-estruturas, propriedades e maquinaria, aumentou 8,2%, em Agosto, face ao mesmo mês do ano anterior. “Os dados hoje (ontem) divulgados coincidem com a nossa visão a longo prazo, de que a flexibilização monetária adoptada anteriormente deverá produzir resultados na segunda metade deste ano”, afirmou Julian Evans-Pritchard, economista da consultora Capital Economics, em comunicado. Frisou, contudo, que políticas de maior flexibilização são “improváveis a curto prazo”, pelo que “o aumento na actividade económica não se deverá prolongar no próximo ano”.

CORTAR NO AÇO

Pequim tem procurado reduzir o excesso de capacidade de produção, sobretudo na indústria do aço, que a União Europeia e Estados Unidos da América dizem estar “completamente descoordenada” do mercado, provocando uma queda nos preços globais. As autoridades chinesas anunciaram já planos para reduzir a produção na indústria siderúrgica, ao longo dos próximos cinco anos, com um corte anual de entre 100 a 150 milhões de toneladas, 12,5% do total produzido pelo país. A produção de aço, no entanto, subiu três por cento, em Agosto, face ao mesmo mês do ano passado, segundo os dados do GNE, acima dos 2,6% registados em Julho. Assegurar altas taxas de crescimento económico é uma prioridade para o Partido Comunista Chinês, que teme que o aumento do desemprego provoque agitação social. Sheng Laiyun disse que a taxa de desemprego deverá manter-se estável, apesar do abrandamento da economia, afirmando que as indústrias de trabalho intensivo contribuem hoje mais para o Produto Interno Bruto (PIB). “Um por cento de crescimento do PIB gera hoje 1,7 milhão de postos de trabalho, mais 400 mil a 500 mil do que durante o período entre 2011 e 2013”, disse.

Alerta vermelho Inflação imobiliária e empréstimos a empresas geram preocupação

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bolha imobiliária está a afectar a economia chinesa e as empresas que não produzem devem ser fechadas. É esta a conclusão e o alerta feito por um executivo do Banco do Povo, que teme consequências maiores numa economia que já se encontra em fase de abrandamento. O economista-chefe do Banco do Povo da China (PBOC, banco central do país), Ma Jun, pediu ontem medidas para travar a “bolha” imobiliária do país e reduzir o financiamento às empresas públicas improdutivas. “Deveriam ser tomadas medidas para travar o excessivo aumento da bolha no sector imobiliário” afirmou Ma, numa entrevista publicada ontem na revista China Business News. Desde há vários meses que as grandes cidades chinesas, como Pequim, Xangai, Cantão e Shenzhen, têm vindo a registar um aumento do preço do imobiliário superior a 10%, em termos homólogos. Na maioria das restantes principais cidades chinesas, o sector tem vindo também a recuperar, mas a um ritmo mais lento. A situação global do mercado é, porém, desconhecida, visto que os dados oficiais incluem ape-

nas as 70 maiores cidades. Ma Jun apelou ainda ao fim do fluxo de “dinheiro barato”, de que beneficiam as empresas estatais menos competitivas, e que se admita a falência de algumas delas, permitindo que o mercado determine os custos do financiamento no país. O responsável alertou para a necessidade de travar o ritmo do endividamento das empresas e procurar formas para reduzir a dívida, reflectindo as últimas recomendações do Fundo Monetário Internacional (FMI) para a economia chinesa.

REDUÇÃO SUAVE

No entanto, Ma advertiu que o país deve reduzir o endividamento de forma progressiva ou arrisca perder muitos postos de trabalho, caso se registe um abrandamento brusco na economia, que cresceu em 2015 ao ritmo mais lento dos últimos 25 anos. Entre Novembro de 2014 e Outubro de 2015, o PBOC baixou por seis vezes as taxas de juro e reduziu consecutivamente os rácios das reservas obrigatórias dos bancos. Desde então, optou por injecções de liquidez para estimular o crédito e revitalizar a economia.


13 hoje macau quarta-feira 14.9.2016

OBSERVADORES MILITARES DA ONU EM FORMAÇÃO

Um curso de formação para observadores militares internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU), proporcionado pelo Ministério da Defesa Nacional da China, começou na segunda-feira em Pequim. O curso conta com a participação de 42 representantes de 31 países de cinco continentes, incluindo China, Austrália, Dinamarca, Nigéria e México. O curso de três semanas será em inglês e abrangerá temas como actividades de manutenção de paz, protecção civil, comunicação intercultural, investigação e negociação, informa a Xinhua. Além de aprenderem a teoria básica e capacidades profissionais, os observadores participarão em exercícios de mediação de conflitos e de resposta a sequestros. Este é o quarto ano em que a parte chinesa organiza o curso para observadores militares da ONU. Nos três anos anteriores, o curso formou muitos futuros observadores militares para a China e mais de 40 outros países.

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Balbúrdia na costa

Autoridades detêm manifestantes em aldeia com experiência democrática

A

S autoridades chinesas detiveram 13 residentes da localidade de Wukan, que em 2012 elegeu o comité de aldeia através de eleições por sufrágio directo, após uma rebelião popular, numa experiência inédita na China. A vaga de detenções surge após o chefe local, Lin Zulian, ter sido detido em Junho passado, por alegado desvio de fundos públicos. Com 15.000 habitantes, aquela localidade costeira do sul da China tornou-se um símbolo de resistência popular em 2011, quando protagonizou uma das mais celebradas experiências democráticas do país. Protestos contra a expropriação ilegal de terras culminaram com a demissão dos líderes locais, acusados de corrupção, e a eleição de um novo comité de aldeia por sufrágio directo. Após a detenção de Lin Zulian, que encabeçou os protestos, a polícia disse que residentes locais “continuaram a lançar boatos e a insultar, ameaçar, forçar e subornar,

visando instigar, planear e lançar manifestações de massas ilegais”. “Perturbação da ordem e dos transportes públicos”, justificaram as detenções ontem anunciadas, segundo um comunicado difundido pela polícia local.

Depois das detenções, os residentes entraram em confrontos com a polícia, que usou balas de borracha e gás lacrimogéneo para dispersar a manifestação, informou o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

CHINA

Vídeos e fotos difundidos na internet mostram os manifestantes, alguns deles a sangrar, a atirar pedras contra a polícia.

DA RESISTÊNCIA

Os protestos de 2011, em Wukan, foram inicialmente vistos apenas como um levantamento popular, semelhante às dezenas de milhares que todos os anos ocorrem na China. A morte de um dos líderes dos protestos, sob custódia da polícia, contudo, levou os residentes a bloquear as estradas que davam acesso à aldeia, conseguindo expulsar as forças de segurança durante mais de uma semana. O Partido Comunista Chinês decidiu então recuar e fazer concepções raras, incluindo investigar as disputas de terra e permitir aos locais organizar eleições livres. Lin Zulian, 70 anos, foi então nomeado chefe local com 6.205 votos, num total de 6.812 eleitores, substituindo um homem de negócios que era acusado de roubar terras para as vender a promotores. Na semana passada, porém, foi condenado a três anos de prisão por corrupção, depois de confessar ter aceitado subornos no valor de 590.000 yuan.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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WANG CHONG

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Os qi fétidos e pútridos atacam o coração do homem. Dos quatro interditos – 11

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homem não sente maior horror do que o horror ao fétido e ao pútrido. Os qi fétidos e pútridos atacam o coração do homem. A inalação de vapores fétidos, pelo nariz, ou de alimentos pútridos, pela boca, causa náusea e enojamento, sendo causa de desequilíbrios súbitos, vómitos e escarros. Os odores que se respiram em lugares de lazer podem ser qualificados de fétidos e de pútridos, quando emitidos pelo peixe contaminado. No entanto, as pessoas não hesitam frequentar as latrinas, sem nelas encontrarem matéria de interdição; outras, apreciam o peixe um pouco decomposto e não imaginam privar-se dele. Ninguém vê nestas coisas nada de pernicioso, nem se pergunta se as deve evitar. O que o homem detesta é aquilo que adere ao seu corpo, como quando, por exemplo, fica salpicado de tinta ou de laca. Mas, se aquilo que vê ou respira não dura e se dissipa instantaneamente, porque se sentiria enojado? Quando saímos de casa e encontramos no caminho um homem levando um porco, ou quando vemos um cadáver de animal a apodrecer numa vala, não o julgamos nefasto, pois é outrem que se encontra contaminado e não o nosso corpo. Nestas condições, porque impõe as pessoas preocupadas com a pureza um interdito às grávidas, se aquelas mantém a sua impureza para elas?

Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


15 hoje macau quarta-feira 14.9.2016

na ordem do dia 热风

Julie O’yang

Cuidado com a Luxúria 魔鬼调教的张爱玲

A

romancista chinesa Eileen Chang 张爱玲 morreu a 8 de Setembro de 1995 em Los Angeles. Mas será possível celebrar a morte de alguém? Eu decidi que sim, porque ela se encontra entre os poucos romancistas chineses contemporâneos que continuo a ler hoje em dia. Eileen Chang repousa ao lado de Lu Xun no meu altar literário, só um bocadinho mais esquecida. O filme Cuidado com a Luxúria 色、 戒, produzido em Hollywood e realizado por Ang Lee, baseia-se num conto publicado em 1979, em Taiwan (ver foto). O trabalho de Chang desenvolve-se em torno de dois temas: a vida do dia a dia no período pré-comunista, marcado pelo encontro entre o Oriente e o Ocidente, e o cosmopolitismo da autora. Em Cuidado com a Luxúria, Lee demonstra ter-se apaixonado por ambos. A escrita de Chang parece ser o produto natural da sua educação. O pai era a imagem do aristocrata decadente dos finais do Império, a mãe o tipo perfeito da “Nova Mulher”, ocidentalizada e adepta da reforma cultural. Educada e independente, chegou mesmo a deixar a família durante vários anos para viajar pela Europa e esquiar nos Alpes Suíços. Depois do divórcio dos pais, tinha Chag dez anos, a jovem iria crescer no universo contraditório de Xangai, durante o período pré-comunista, dividida entre o moderno apartamento da mãe e a casa aristocrática do pai, que se tinha tornado num covil de ópio. A transição cultural da China evidencia-se nas suas observações acutilantes. A maior parte da sua obra foi escrita nas décadas do meio do séc. XX, um período de grandes convulsões políticas. A Dinastia Qing tinha sido deposta por uma revolução democrática em 1911, nove anos antes do seu nascimento. Contudo, passado cinco anos esta democracia viria a soçobrar

e a transformar-se numa espécie de ditadura militar e, o período entre a década de 20 e a de 40 foi marcado por um aumento de violentas lutas pelo poder de controlar e remodelar a China. Estas lutas culminaram na sangrenta Guerra Sino-Japonesa e na guerra civil entre os Nacionalistas, de direita, e o Partido Comunista Chinês. Enquanto muito escritores consagrados responderam a estes conflitos reafirmando o seu esquerdismo e escrevendo sobre ideais como a Nação, a Revolução e o Progresso, Chang focou-se num tema mais mundano, como as interacções e as relações entre os homens e as mulheres. Cuidado com a Luxúria, é disto o exemplo máximo e, uma das poucas obras onde ela deixa a política conduzir a história. Parece ter sido a resposta de Chang a quem a criticava por tratar a guerra de forma demasiado banal. Escolhi cinco frases do livro para partilhar com os meus leitores, que passo a citar: ‘‘Se uma mulher não conquistar a admiração nem o amor dos homens, também não será respeitada pelas mulheres.’’ ‘‘Quando te ris, o mundo ri contigo. Quando choras, choras sozinho.’’ ‘‘A fotografia é a concha da vida. O tempo passa, devoras o interior e só tu conheces o seu verdadeiro sabor. A concha vazia é o que sobra para mostrares aos outros.’’ ‘‘Adoro o dinheiro e nunca compreendi que mal pode ele trazer. Nunca ninguém me demonstrou a sua iniquidade, fui-me sempre apercebendo como o dinheiro é bom.’’ ‘‘A Humanidade é o livro mais interessante que existe, nunca acabarás de o ler.’’


16 PUBLICIDADE

hoje macau quarta-feira 14.9.2016

EDITAL

Edital n.º Processo n.º Assunto Local

: 28/E-OI/2016 :258/OI/2016/F :Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento Geral da Construção Urbana (RGCU) :Avenida do General Castelo Branco n.º 73, Edf. Ko Fu, fracção 7.º andar F (CRP: F7), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 38, II série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificado 柯子抗, do seguinte: 1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizou-se a obra não autorizada abaixo indicada, a qual infringiu o disposto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (RGCU) de 21 de Agosto, alterado pela Lei n.º 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo n.º 24/2009 de 3 de Agosto, pelo que a mesma é considerada ilegal: Obra 1.1

Instalação de pala metálica na parede exterior junto às janelas da fracção.

2.

Nestas circunstâncias e nos termos dos artigos 52.º e 65.º do RGCU, ordena ao infractor que proceda à demolição da obra ilegal referida no ponto 1.1, e à reposição da parte afectada de acordo com o projecto aprovado por esta Direcção de Serviços, e informa que incorre em infracção sancionável com multa de $1 000,00 a $20 000,00 patacas. 3. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o interessado pode apresentar a sua defesa por escrito e as demais provas para se pronunciar sobre as questões que constituem objecto do procedimento, bem como requerer diligências complementares, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data da publicação do presente edital. 4. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227). RAEM, 09 de Setembro de 2016 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man

AURELIANO ANTÓNIO RITCHIE A família enlutada de AURELIANO ANTÓNIO RITCHIE vem comunicar o falecimento do seu ente querido. Deixa a esposa Lin Shao Fei, os filhos: Regina Teresa Ritchie Gaspar, Cíntia Margarida de Jesus Ritchie e Aureliano António Ritchie Júnior; genro: Mário Alberto Carion Gaspar; nora: Patrícia Pedruco Vieira Ritchie; netos: Nino Baggio Ritchie Gaspar, Rafael João Vieira Ritchie e Jéssica Ariana Vieira Ritchie. No dia 14 de Setembro de 2016 pelas 20:00 horas será rezada uma missa pela sua alma na Casa Mortuária Diocesana. No dia seguinte, 15 de Setembro de 2016 pelas 11:00 horas será rezada uma missa na Casa Mortuária Diocesana, a que se seguirá a cerimónia de cremação. Antecipadamente se agradece a todos quantos queiram participar no piedoso acto.

ENGº VASCO PINTO SOUSA Falecimento A família enlutada de VASCO PINTO SOUSA vem comunicar o falecimento do seu ente querido. A família e amigos participam o seu óbito em Portugal. No dia 14 de Setembro de 2016, será rezada uma missa pela sua alma pelas 18:00 horas na Sé Catedral de Macau. Antecipadamente se agradece a todos quantos queiram participar no piedoso acto.


17 hoje macau quarta-feira 14.9.2016

TEMPO

?

AGUACEIROS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente

MIN

26

MAX

33

HUM

50-90%

EURO

8.99

BAHT

EXPOSIÇÃO “THE RENAISSANCE OF PEN AND INK CALLIGRAPHY AND LETTERING ART DE AQUINO DA SILVA Armazém do Boi (até 18/09) EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12)

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10) EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11) EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 79

PROBLEMA 80

UM FILME HOJE

SUDOKU

DE

C I N E M A

YUAN

1.19

QUE DESCUIDADO!

EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ARTISTAS DE MACAU IACM (até 30/10)

Cineteatro

0.22 AQUI HÁ GATO

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “INSPIRAÇÃO INOVADORA”, DE MAK KUONG WENG Jardim Lou Lim Iok (até 16/10)

ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017)

(F)UTILIDADES

O Festival da Lua, conhecido também como Festival de Meio Outono, que acontece normalmente em meados de Setembro (no 15º dia do 8º mês lunar do calendário chinês) está a aproximar-se. Sendo também uma celebração popular na Ásia para a abundância e união, pode afirmar-se que o festival é a segunda maior festividade chinesa a seguir ao Ano Novo Chinês. É chamado o Festival da Lua porque o festival ocorre no momento ideal quando a lua está cheia e no seu maior esplendor. Sendo um dos festivais mais significantes e apreciáveis aos chineses, na noite do festival as pessoas costumam sair da casa e ir apreciar a lua cheia ou as lanternas. Este ano, o Governo também fez como no passado e colocou já ornamentos pela cidade, nos postes de iluminação ou nos jardins. No entanto, este ano, houve cidadãos que repararam que uma lanterna em forma de meia lua foi colocada num jardim dos NAPE e isso fez-me rir quando vi a foto. Para os chineses, a forma “círculo” tem um sentido muito bom porque a sua pronunciação é mesma que a palavra “união”. Pelo contrário, meia lua pode significar um sentido bastante infeliz, ou seja, separação. O ornamento foi logo retirado depois da foto ser partilhada muitas vezes pela redes socais. O funcionário que pediu esse ornamento deve ser muito descuidado. Pu Yi

“CHANGELING” (CLINT EASTWOOD, 2008)

Uma obra cinematográfica impressionante do realizador e também actor Clint Eastwood que retrata não só uma história verídica de rapto de crianças como também revela o sofrimento atroz porque passaram os doentes mentais em instituições no início do século passado, quando os choques eléctricos eram o tratamento mais comum. Angelina Jolie desempenha de forma excelente o papel de uma mãe que procura o seu filho e que nunca desiste de o encontrar. Andreia Sofia Silva

NERVE SALA 1

TRAIN TO BUSAN [C]

FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Yeon Sang-ho Com: Gong Yoo, Ma Domng-Seok, Choi Woo-sik 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2

AT CAFE 6 [B]

FALADO EM MANDARIM LEGENDADO

EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Neal Wu Com: Zijian Dong, Cherry Ngan, Lin Bohong, Ouyang Nini 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

NERVE [C]

Filme de: Henry Joost, Ariel Schulman Com: Emma Roberts, Dave Franco, Emily Meade, Miles Heizer 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


18 hoje macau quarta-feira 14.9.2016

chá (muito) verde

F

Campeões europeus da terra queimada

ALAVA eu com a família em Portugal quando sou questionado sobre a minha opinião do andar da carruagem lusitana. A primeira resposta que me ocorreu foi um “não sei, nem me interessa” porque cada vez mais é isso que sinto. Por várias razões, mas depois resolvi alongar resposta com o exemplo dos incêndios, com o absolutamente insuportável “espectáculo” quotidiano de mata a arder com que somos bombardeados Verão após Verão, com o desespero de perceber que apesar dos discursos inflamados que se vão fazendo no auge e nos rescaldos a verdade é que nada muda. Antes pelo contrário. Estava aí a minha resposta sobre o que acho de Portugal. Uma cambada de inúteis armados em importantes, que falam muito mas pouco fazem. Um país de labregos que dá mais valor ao cromado de uma taça da bola do que ao verde que os ajuda a respirar. Quando um país não consegue descobrir uma forma sequer de proteger um dos seus bens essenciais como é a floresta que mais há a dizer sobre as suas capacidades? Que mais existe para discorrer sobre o andar da dita carruagem? Muito pouco ou nada. Dez milhões, somos apenas 10 milhões e ninguém se entende, ninguém consegue descobrir uma forma de gerir o país sem andar tudo à cabeçada e dar passos de caranguejo. Para quem olha o país a o partir do rectângulo parece muita gente mas quando se contempla de fora para dentro apercebemo-nos que esses 10 milhões não são mais do que meia dúzia a jogarem à sueca. Tomara o presidente da Câmara de Cantão ter apenas 10 milhões para cuidar... É triste, penoso e absurdo. No caso dos incêndios, segundo os últimos dados disponíveis, apenas este ano, e até ao dia 15 de Agosto, já tinha ardido uma área três vezes superior à média dos últimos 10 anos! Segundo um relatório provisório do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas foram 103.137 os hectares de mata que foram ao ar!! De acordo com os dados disponibilizados pelo Sistema Europeu de Informação de Fogos Florestais (EFFIS na sigla em inglês) “em Portugal, já arderam cerca de 53,4% da área total ardida na União Europeia”!!! Alguém poderá argumentar tratar-se de um país muito quente, sujeito a este tipo de situações. OK, seja. Por isso fui aos dados da Pordata e comparei os países europeus com probabilidades semelhantes, ou seja, Espanha, Itália, Grécia e, porque não, tam-

FERNANDO ELOY | 义來

TOM PUTNAM, BRENNA SANCHEZ, BURN

OPINIÃO

bém a França e verifiquei que conseguimos batê-los a todos, sempre! Entre 1990 até 2014, somos praticamente os campeões absolutos, conseguindo bater recordes ano após ano e, frequentemente, a deixar a “concorrência” a grande distância como convém nos campeonatos.

“Quando um país não consegue descobrir uma forma sequer de proteger um dos seus bens essenciais como é a floresta que mais há a dizer sobre as suas capacidades?” Se quiser verificar, siga esta ligação: bit.ly/ areaardida e verificará não ser apenas no futebol que somos campeões europeus pois ninguém queima tanta terra como nós. E se não é o clima a explicar, porque também há calor nos outros países mediterrânicos mencionados, é o quê? Incompetência, pura e dura. Segundo relata o Diário de Notícias, e cito, “os técnicos de protecção civil defendem que ‘este problema, estes números e estas consequências, não são da responsabilidade deste Governo, nem deste dispositivo operacional, antes, de anos e anos de medidas estratégicas mal tomadas, e decisões políticas de ordenamento florestal erradas, omissas e insuficientes’, além de só se falar de incêndios nos meses críticos e “exclusivamente sobre a resposta operacional”.

É óbvio. Num país de pavões onde tudo se trata sempre à flor da pele, que mais esperar? Portugal é um país onde se grita muito e faz-se pouco, onde, noutro exemplo, se apregoa a importância das comunidades portuguesas espalhadas pelo mundo e se esquece da existência de fusos horários, como me aconteceu hoje ao tentar levantar o orwelliano Cartão de Cidadão no consulado local. “Está aqui sim”, responderam-me, “mas não o pode levantar porque o sistema em Portugal está em baixo. Sabe, é que só entram às 9 da manhã de Lisboa...” E ninguém, lá para aqueles lados, se lembra que talvez fosse necessário a existência de um piquete de prevenção para resolver este tipo de ocorrências? E se a pessoa tiver uma necessidade urgente do documento por uma qualquer razão? Lisboa não quer saber, Lisboa só entra às suas nove. É como os incêndios. Em breve virão as chuvas e com elas o esquecimento. Até para o ano, até não existirem mais árvores para queimar para ver se o problema se resolve por si próprio. Se calhar até é uma opção inteligente. Que penso então do andar da carruagem lusitana? Penso que qualquer dia nem sequer carruagem há quanto mais andar.

MÚSICA DA SEMANA

“Don’t Let Me Down & Down” (David Bowie, 1993) “I know there’s something in the wind That crazy balance of my mind What kind of fool are you and I? Scared to death and tell me why I’m sick and tired of telling you Don’t let me down and down and down Don’t let me down and down and down Still I keep my love for you”


19 hoje macau quarta-feira 14.9.2016

ÓCIOSNEGÓCIOS

OBENTO FIT, RESTAURANTE DE TAKE-AWAY SAYAKA MCPHERSON, FUNDADORA

“Poderia ter um negócio ainda maior” coco. Sayaka garante que experimentou ela própria a comida que vende para fora e que já perdeu cerca de seis quilos em oito meses, juntamente com o marido. A fundadora faz sempre substituições de alimentos nas marmitas “Obento”. “Costumo substituir a massa, por exemplo, e muitos dos clientes não acreditam que aquilo não é massa. Faço substituições com alimentos mais saudáveis, mas faço os pratos que todos costumam comer. Todos os dias tenho menus diferentes, com carne, marisco... A minha crença na comida saudável baseia-se numa diminuição do consumo de açúcar e dos hidratos de carbono e a aposta em mais carne e vegetais.” Sayaka acredita que em Macau há cada vez uma maior consciência social em relação à comida saudável, mas que é preciso uma maior informação junto do público. “Não há muita gente que saiba o que de facto significa comer de forma saudável. Não basta comer saladas todos os dias, não é essa a dieta mais equilibrada. Temos de comer diferentes refeições.” Os clientes que procuram o “Obento” não são todos aficionados do desporto, conforme explicou Sayaka. “Tenho pedidos todos os dias, muitos dos meus clientes praticam fitness, mas muitos [querem] apenas experimentar. É de facto importante comermos comida saudável sem químicos e quando comemos fora muitos restaurantes utilizam esse tipo de produtos. Tento que seja comida caseira, como se fosse a nossa mãe a cozinhar, com mais vegetais e carne.”

OBENTO-FIT

Sayaka Mcpherson criou, há cerca de um ano, uma marmita com refeições saudáveis à qual deu o nome de Obento Fit, nome dado em japonês à lancheira do almoço. Hoje entrega cerca de 30 refeições por dia nas zonas de Taipa e Coloane e o negócio só não cresce pela falta de recursos humanos

A

história do restaurante de take-away “Obento Fit” começou com um espectáculo de dança. Foi graças ao House of the Dancing Water que a ideia de fazer comida saudável para vender para fora ganhou forma. Daí até à sua expansão foi um pequeno passo. Sayaka Mcpherson, de ascendência japonesa e americana, começou a fazer refeições caseiras sem gordura ou hidratos de carbono porque os artistas e trabalhadores do espectáculo estavam cansados de fazer más refeições. “O meu marido trabalhava no House of Dancing Water e começou a pedir comida. Numa primeira fase comecei a fazer comida mais saudável para mim e para o meu filho, para testar, e também para quem trabalhava no espectáculo. Depois começaram a perguntar-me se poderia entregar refeições nas escolas da Taipa e também para os trabalhadores dos casinos”, contou ao HM. “Comecei a perceber que em Macau era difícil encontrar sítios com comida saudável e os sítios disponíveis eram caros. Queria criar um negócio que permitisse entregar refeições todos os dias. As pessoas começaram a gostar e

AS DIFICULDADES

decidi começar a fazer mais publicidade nas zonas da Taipa e Coloane”, disse a responsável. Assim nasceu o “Obento Fit”, nome da marmita vendida pelo restaurante e que é, em japonês, o nome da tradicional lancheira de almoço. O objectivo é disponibilizar uma refeição completa e saudável a preços baixos, sendo que actualmente são distribuídas cerca de 30 refeições diárias, apenas nas zonas da Taipa e Coloane. “A comida é feita na minha casa, tudo é natural e não utilizo coisas processadas, ou comida congelada. Não acredito em apenas uma dieta, então experimento várias coisas.”

SUBSTITUIÇÕES SAUDÁVEIS

Para comer melhor e sem aditivos existem truques. Nada de usar o maléfico óleo, mas apostar sim no azeite ou no óleo de

“A comida é feita na minha casa, tudo é natural e não utilizo coisas processadas, ou comida congelada”

O sucesso do “Obento Fit” é uma realidade, porém limitada: Sayaka Mcpherson não consegue fazer entregas em Macau devido aos parcos recursos humanos de que dispõe. As entregas são totalmente gratuitas. “Não consigo entregar refeições em Macau porque não tenho recursos humanos suficientes. Entrego cerca de 30 refeições por dia”, disse, alertando para as dificuldades diárias que enfrenta para ter um negócio. “Poderia ter um negócio ainda maior, mas é muito difícil. Sou estrangeira, não sou residente, é mais difícil para nós, estrangeiros, fazer negócio em Macau, porque não falo Chinês nem Português. Para encontrar condutores ou para comunicar é difícil e isso é importante para aumentar o volume de negócio. Mas se encontrar um parceiro de Macau, isso será possível”, conclui. A comida pode ser encomendada na página do Facebook da empresa. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


Na imagem dos pássaros / cruzando o horizonte / há a rota da nossa ilusão / como as asas mergulhando / no azul imensidão / das águas da nossa fonte, / a nascente onde a plumagem / macia das aves / te beija os olhos abertos / ao sonho de manter alado / o espaço da nossa viagem...”

Jorge Arrimar

ZIKA GOVERNO ADVERTE PARA ELEVADA POSSIBILIDADE DE CASOS

KNJ DIZ QUE GLOBAL MEDIA TEM “GRANDE POTENCIAL”

A

KNJ Investment Limited, empresa de Macau, está interessada em adquirir a Global Media, grupo que considera ter “grande potencial após uma reestruturação”, disse um administrador à Lusa. “A KNJ Investment Limited expressou interesse inicial no grupo Global Media”, disse Kevin King Lun Ho, esclarecendo que se trata de “uma empresa de investimento e não se limita ao negócio do imobiliário”. Em 9 de Setembro, a Lusa tinha noticiado que empresários chineses de Macau estão interessados em investir em várias oportunidades de negócios em Portugal, entre os quais na Global Media, dona do Diário de Notícias e da TSF, disseram, na altura, fontes do grupo de comunicação social. De acordo com o registo comercial, a KNJ, fundada em 2012, dedica-se ao investimento imobiliário, médico e de saúde, bem como à restauração. O interesse na Global Media é justificado por Ho por o grupo ter “grande potencial após uma reestruturação”, sendo que “se um negócio for fechado”, a empresa pretende “expandir para diferentes áreas”. Segundo Ho, nenhum acordo foi ainda fechado e a “discussão prossegue”. No início do ano, o Correio da Manhã tinha avançado que o presidente do Conselho de Administração da Global Media, Daniel Proença de Carvalho, estaria a preparar a entrada de investidores chineses no grupo.

O

Sands CHINA “MUITO OPTIMISTA” QUANTO À RENOVAÇÃO DA LICENÇA

La vie en rose

A

Sands China, subsidiária da Las Vegas Sands, está “muito optimista” quanto à renovação da licença de jogo em Macau, disse ontem o magnata Sheldon Adelson, manifestando vontade de continuar a construir na cidade se lhe cederem mais terrenos. As licenças de jogo terminam entre 2020 e 2022, com o Governo de Macau a colocar grande ênfase na diversificação da oferta dos casinos. Ontem, Adelson garantiu que 95,5 por cento do espaço dos seus projectos em Macau é dedicado a actividades extra-jogo. “Estou muito optimista, temos mais não-jogo do que qualquer outra [operadora]”, afirmou. O presidente da Las Vegas Sands falava durante a inauguração do novo projecto do grupo, o Parisian, inspirado em Paris e que inclui uma réplica da Torre Eiffel com metade do tamanho da original. Com a finalização do Parisian, a Sands esgota as parcelas

de terreno que lhe foram cedidas pelo Governo de Macau, onde já construiu quatro casinos, incluindo o Venetian, o maior do mundo.

QUERO MAIS

Adelson garante que “podia construir mais seis lotes se os tivesse”. “Se o Governo [de Macau] me está a ouvir, estou interessando em construir mais”, afirmou. Além da réplica da Torre Eiffel, o Parisian de Macau conta com reproduções do Arco do Triunfo, da Fontaine des Mers, da Avenue Montaigne, dos Champs-Élysées,

“Estou muito optimista, temos mais não-jogo do que qualquer outra [operadora]” SHELDON ADELSON PRESIDENTE DA LAS VEGAS SANDS

da Place Vendôme, entre outros espaços icónicos de Paris. Subir ao topo da torre custa entre 168 e 188 patacas, dependendo se é dia de semana ou fim de semana. O Parisian tem 3.000 quartos de hotel, um centro de convenções, restaurantes, lojas, ‘spa’, e uma sala de espectáculos de 1.200 lugares, entre outros. A ‘pequena Paris’ está localizada ao lado do Venetian, uma reprodução da cidade de Veneza, sendo possível passar de um para o outro internamente. As receitas dos casinos de Macau estiveram 26 meses consecutivos em queda, com o sector VIP a ser o mais afectado. A queda foi associada à desaceleração da economia da China e à campanha anti-corrupção lançada por Pequim, que parece ter afastado dos casinos de Macau os grandes apostadores. Em Agosto, os casinos registaram um aumento de 1,1% das receitas face ao período homólogo do ano passado. Lusa

MNE LUXEMBURGUÊS QUER HUNGRIA FORA DA UNIÃO EUROPEIA O diário alemão Die Welt entrevistou o ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo, Jean Asselborn, onde este defendeu que a suspensão da Hungria da União Europeia por violar os seus valores fundamentais e tratar os refugiados «pior do que animais selvagens». «A Hungria não está muito longe de começar a ordenar abrir fogo sobre os refugiados», insinuou o ministro ao Die Welt. As duras críticas de Asselborn ao governo do primeiro-ministro de direita Viktor Orban vão PUB

quarta-feira 14.9.2016

para lá do tratamento aos refugiados, como também pela alegada falta de independência da justiça e pelas alegadas ameaças à liberdade de expressão. «Não podemos aceitar que os valores fundamentais da União Europeia estejam a ser massivamente violados. Quem, como a Hungria, construir cercas anti-refugiados ou infringir a liberdade de imprensa e a independência da Justiça deve ser temporariamente, ou, em alguns casos, para sempre excluído da UE», disse.

secretário para os Assunto Sociais e Cultura de Macau, Alexis Tam, advertiu ontem para a “grande possibilidade” de se verificarem casos importados do vírus Zika em Macau perante o cenário “preocupante” nas regiões vizinhas. Alexis Tam deixou o alerta durante uma reunião interna de trabalho, em que “ordenou aos Serviços de Saúde e outros serviços da sua tutela a levarem a sério a situação e tomarem medidas de prevenção e de resposta [perante o eventual] aparecimento do Zika em Macau”, indica um comunicado divulgado pelo seu gabinete. “Apesar de ainda não existirem casos diagnosticados de Zika em Macau até agora, à medida que se tem agravado a epidemia nos países e regiões vizinhas, Macau enquanto cidade turística e com muito movimento de pessoas, tem uma alta possibilidade de ser afectada”, advertiu Alexis Tam. Segundo os mais recentes dados, foram sinalizados casos de Zika num total de 72 países e regiões no mundo. Em Singapura, foram registados mais de 300 casos, tendo sido igualmente afectados outros países do Sudeste Asiático, como a Tailândia, Indonésia, Filipinas e Vietname. Além disso, em Hong Kong, Taiwan e China também foram registaram casos importados do vírus, salienta a mesma nota.


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