Hoje Macau 15 FEV 2016 #3511

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

SEGUNDA-FEIRA 15 DE FEVEREIRO DE 2016 • ANO XV • Nº 3511

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ATFPM Pereira Coutinho volta a candidatar-se O deputado e actual presidente da associação apresenta-se como único candidato à direcção da ATFPM. A Lei Sindical está de novo na agenda. POLÍTICA PÁGINA 4

Zika Macau vai legislar contra o mosquito O combate ao vírus intensifica-se. A Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis vai ser alterada para incluir a nova ameaça transmitida pelo Aedes, insecto muito comum na RAEM. SOCIEDADE PÁGINA 7

JORGE SALES MARQUES

Sete colinas EVENTOS

Respirar saúde O novo presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa demarca-se das polémicas do passado e mostra-se confiante no futuro da saúde do território. ENTREVISTA www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

GONÇALO LOBO PINHEIRO

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

hojemacau


2 ENTREVISTA

JORGE SALES MARQUES

Médico pediatra com experiência em Portugal e em Macau, Jorge Sales Marques decidiu abraçar o desafio de liderar os destinos da Associação de Médicos de Língua Portuguesa depois das polémicas que marcaram a direcção de Rui Furtado. Sem falar do passado, mostra-se confiante em relação à futura Academia de Medicina e defende maiores salários para a classe Liderou uma única lista candidata à Associação de Médicos de Língua Portuguesa (AMLP). Por que decidiu dar este passo? É importante continuar com a Associação porque os objectivos estão bem definidos. Era uma pena deixarmos de ter uma associação de médicos portugueses em Macau. Tentámos encontrar uma lista única no sentido de conseguirmos uma lista de consenso para trabalharmos em conjunto para a medicina portuguesa em Macau continuar a ter o seu nome e a fazer parte da história de Macau, já que há dezenas de anos que existem médicos portugueses em Macau. Em conjunto com uma equipa forte e uma direcção coesa procuramos contribuir para uma melhor qualidade da medicina não só portuguesa como da medicina Oriental, nomeadamente ao nível da parte científica, tratamento e diagnóstico. Tem havido uma divisão na Associação. Acredita que vai alcançar um maior consenso? O nosso projecto é de futuro e em relação ao passado faz parte da história. Temos de aprender com as coisas boas e más. O que aconteceu no passado já foi muito falado mas apenas queremos avançar com o projecto desta direcção para fazermos muito e melhor para a medicina em Macau e melhorar o atendimento dos utentes. Recentemente foi denunciado um alegado desvio de dinheiros públicos por parte da Associação. Quer comentar? A Associação goza neste momento de uma boa saúde financeira? Em relação a esse ponto não vou comentar, foi uma declaração de um colega e aliás meu amigo (José Gabriel Lima). Não tenho nada contra ninguém e trabalhei com todos eles no passado. Apenas

quero pensar no futuro e esta equipa foi mesmo construída no sentido de melhorar tudo o que podemos melhorar nesta área. O objectivo é que haja consenso e trabalhar no sentido de melhorar a medicina portuguesa. Temos de a preservar porque faz parte da história. Que projectos pensa desenvolver? A Associação com a minha direcção tem apenas uma semana e neste momento estamos numa fase de transição em termos de documentos. Depois faremos contactos no sentido de continuar o trabalho que está feito com associações de Macau e países de Língua Portuguesa. Queremos trabalhar em vários pontos importantes. Queremos ter uma sede própria para trabalhar, porque neste momento a Associação não tem uma sede e era importante ter para estabilizar. Queremos adquirir fundos de apoio para avançar com o

“Queremos adquirir fundos de apoio para avançar com o nosso programa e progredir na investigação. Vamos tentar fazer umas jornadas anuais em que certamente farão parte médicos portugueses, chineses e de outros países. Também temos vontade de promover actividades sociais e culturais”

“Tem havido um enorme esforço para melhorar a qualidade da saúde” nosso programa e para progredir na área da investigação. Vamos tentar fazer umas jornadas anuais em que certamente farão parte médicos portugueses, chineses e de outros países. Também temos vontade de promover actividades sociais e culturais. Temos de aumentar a colaboração com outros países, de Língua Portuguesa e associações de Hong Kong e Taiwan, ou China. Queremos estreitar ainda mais as relações com os SS, porque achamos que a nossa experiência de Portugal é importante. Os médicos portugueses em Macau têm qualidade e também os médicos chineses e, em conjunto, podemos fazer um trabalho melhor para o bem da saúde em Macau. Vão pedir fundos ao Governo para a sede? A curto prazo vamos pedir apoio, certamente que esperamos que isso aconteça para podermos trabalhar em prol da população. Estou convencido de que vamos ter a sede porque esta Associação é coesa e forte e empenhada para trabalhar com todas as pessoas.

“Os médicos portugueses em Macau têm qualidade e também os médicos chineses e, em conjunto, podemos fazer um trabalho melhor para o bem da saúde em Macau” Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, tem-se mostrado optimista em relação ao avanço do sistema de saúde. Que análise faz do seu trabalho? Faço parte de várias equipas do hospital e posso dizer que tem havido um esforço enorme da parte dos SS e do Secretário no sentido de melhorar a qualidade da saúde em Macau e também a qualidade do atendimento

GONÇALO LOBO PINHEIRO

PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MÉDICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA

dos utentes ao nível do diagnóstico e tratamento. Não tenho a menor dúvida de que isso vai acontecer porque o Secretário está empenhado em que isto aconteça. Alexis Tam também defendeu que os médicos em Macau deviam ganhar mais. Isso pode afectar o recrutamento de médicos portugueses? Não é fácil sair de Portugal, mas se houver um ordenado mais vantajoso claro que será uma mais valia. Se tiverem boas condições de habitação e mais apoio dos SS, com um ordenado interessante, semelhante ao do que os médicos de Hong Kong usufruem, poderá ser uma mais valia para os médicos portugueses que se queiram aventurar a Oriente. Mas também defende que os médicos em Macau poderiam ganhar mais? Quem sou eu para dizer o contrário àquilo que o Secretário disse? As cidades limítrofes, como Hong Kong ou até na China, são cidades com ordenados bastante bons e superiores


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aos de Macau. É importante para a vinda de novos médicos portugueses, é importante haver uma renovação dos médicos e que venham médicos com qualidade e de várias especialidades onde exista maior carência. É importante com todos esses dados conseguirmos bons salários. A credibilidade do hospital Conde de São Januário tem sido afectada e a população acredita que os médicos vindos do interior da China não têm qualidade. É possível melhorar esse aspecto? A área da saúde é sempre muito difícil, sobretudo para satisfazer os utentes. Enquanto houver hospitais

“As cidades limítrofes, como Hong Kong ou até na China, são cidades com ordenados bastante bons e superiores aos de Macau”

públicos e privados vão sempre existir reclamações. Neste momento tudo está a ser feito para melhorar a qualidade dos médicos chineses e também portugueses. Fala-se na criação da Academia de Medicina e não tenho a menor dúvida de que será uma mais valia para Macau, porque irá ser feita uma melhor selecção dos médicos e serão dadas mais respostas para a parte do tratamento. Macau terá capacidade para formar médicos? Posso dizer, porque faço parte do grupo que está a preparar a academia, e penso que iremos ter uma academia bem preparada e com médicos de qualidade, para trabalhar tanto no público e no privado. Tudo está a ser feito para que a curto prazo isso aconteça. Neste momento o objectivo é que seja feito até ao final do ano, vamos ver se será possível, depende de outros factores. Posso dizer que o projecto está no bom caminho. Considera que se tem investido demasiado no privado e menos no sector público?

“Fala-se na criação da Academia de Medicina e não tenho a menor dúvida de que será uma mais valia para Macau” Desde há muito tempo que é normal em Macau investir no sector público e privado. Se investem mais num ou outro, é uma decisão política. Do ponto de vista pessoal penso que o investimento está a ser feito no hospital público para melhorar a qualidade. Não tenho a menor dúvida de que irão tentar reduzir essa diferença, porque é importante que haja uma hospital público com qualidade. Se houver um hospital público com mais qualidade, também o privado vai melhorar. Temos de ter mais capacidade de resposta em todas as áreas e claro que isso será um incentivo para o hospital privado. Vai haver sempre competição, mas isso é importante:

quando uma pessoa corre sozinha, ganha sempre. O hospital das Ilhas tem obrigatoriamente de ser inaugurado até ser finalizado o mandato de Chui Sai On? O hospital vai melhorar o sistema de saúde, mas se irá estar pronto ou não... penso que toda a gente que está empenhada no projecto quer que ele seja inaugurado a tempo. Ninguém pode adivinhar o futuro mas certamente terão uma vontade de construir dentro do prazo previsto. É uma incógnita mas isso acontece em qualquer parte do mundo. Atendendo a que em Macau não existem problemas económicos, penso que será possível. Houve desleixo político no passado que fez com que o projecto não avançasse? Não podemos falar de desleixo, são coisas normais dentro de um Governo. Sei que há vontade de que isto seja concluído num curto espaço de tempo. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

“Se houver um hospital público com mais qualidade, também o privado vai melhorar. Temos de ter mais capacidade de resposta em todas as áreas e claro que isso será um incentivo para o hospital privado”


4 POLÍTICA

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ATFPM PEREIRA COUTINHO CANDIDATA-SE PARA NOVO MANDATO

O trunfo da Lei Sindical José Pereira Coutinho volta a candidatar-se para mais um mandato como presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública. O regresso do projecto de Lei Sindical é um dos pontos fortes da candidatura GONÇALO LOBO PINHEIRO

traça um balanço positivo da presença política no hemiciclo. “Com o apoio generalizado dos nossos associados foi possível eleger dois deputados eleitos pela via directa, um facto inédito nos anais históricos da Associação.”

A

direcção da Associação dos Trabalhadores da Função Pública (ATFPM) volta a ir a votos em Março e, para já, José Pereira Coutinho lidera a única lista candidata. Em comunicado, o também deputado à Assembleia Legislativa (AL) afirma que a apresentação do projecto de Lei Sindical é um dos objectivos a cumprir para este ano. “Através dos nossos representantes na AL vamos continuar a insistir para que a Lei Sindical seja uma realidade em Macau. O nosso representante vai mais uma vez apresentar o projecto de Lei Sindical no sentido de, por um lado, dar cumprimento ao artigo 27 da Lei Básica e das convenções internacionais de trabalho”, pode ler-se. José Pereira Coutinho confirmou ao HM que estão a ser feitos alguns acertos

ao conteúdo do projecto de lei, pelo que a sua apresentação no hemiciclo será feita um pouco mais tarde do que estava inicialmente previsto. “Caso a AL vote favoravelmente este nosso projecto de lei a RAEM estará dotada dos mínimos mecanismos de protecção dos direitos fundamentais dos trabalhos para que sejam efectivamente implementadas e aplicadas no mercado de trabalho, com objectivo de uma melhor harmonia e justiça social no quadro de uma relação jurídica laboral”, apontou o também deputado.

NOMES DE SEMPRE

A lista, que também conta com Rita Santos como presidente da Mesa da Assembleia-Geral e com Maria Madalena Leong à frente do Conselho Fiscal,

CONSELHEIROS E GOVERNO PORTUGUÊS FALAM SOBRE MAGISTRADOS

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a qualidade de membros do Conselho das Comunidades Portuguesas, Rita Santos e Pereira Coutinho vão ter nas próximas semanas encontros com responsáveis do novo Governo Português. De acordo com os dois responsáveis, que já tinham anteriormente garantido que iriam abordar a situação, a ideia é fazer com que Portugal continue a permitir permanência de magistrados portugueses em Macau. “Um dos objectivos é sensibilizar o actual Governo de Portugal no sentido de permitir a continuidade dos portugueses a trabalhar em Macau, nomeadamente os que estão a gozar o direito de licença especial. Os que estão na magistratura, nos serviços públicos, os médicos, de modo a que possam continuar a prestar serviço ao Governo e à população de Macau”, defende Rita Santos à Rádio Macau. Segundo Rita Santos, estão a ser desenvolvidas diligências no sentido de garantir um encontro com o primeiro-ministro António Costa. Recorde-se que Portugal, como avançou o HM, está a pedir o regresso de todos os magistrados portugueses no território.

“Através dos nossos representantes na AL vamos continuar a insistir para que a Lei Sindical seja uma realidade em Macau. O nosso representante vai mais uma vez apresentar o projecto de Lei Sindical no sentido de, por um lado, dar cumprimento ao artigo 27 da Lei Básica e das convenções internacionais de trabalho”

EXECUTIVO PROCURA LOCAL PARA DEPÓSITO DE COMBUSTÍVEIS

O

depósito de combustíveis que actualmente se encontra na Ilha Verde já não vai para a Zona A dos novos aterros e o Executivo ainda está à procura de um novo local para a sua instalação. É o que confirma o Governo numa resposta ao HM, onde se explica ainda que a habitação que vai ser criada na Zona A fez o Executivo mudar de ideias. “Dado que está projectada a construção de 28 mil fogos de habitação pública na Zona A dos novos aterros, este local é inadequado para a construção de [um] depósito de combustíveis”, pode ler-se no email enviado ao HM. De acordo com a mesma resposta, “o está neste momento a procurar um outro local adequado para o efeito”, sendo que não há informações que possam ser já tornadas públicas. Apesar de confirmar que a intenção é mesmo de mudá-lo de sítio, já que “o actual depósito de combustíveis da Ilha Verde é apenas provisório e será futuramente removido quando estiverem reunidas as condições”, como assegura, o Governo está a planear esta mudança há anos, sem que tal se tenha verificado. No ano passado, a Administração admitiu que não se excluía a hipótese de o colocar na ilha artificial do posto fronteiriço Zhuhai-Macau da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, mas ainda não há qualquer plano concreto. J.F.

COMUNICADO DE JOSÉ PEREIRA COUTINHO Do rol de nomes, fazem ainda parte Leong Veng Chai, deputado, e o conselheiro Armando de Jesus, na vice-presidência, e Luís Correia Gageiro, da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, como secretário-geral. Além da Lei Sindical, a lista encabeçada por Pereira Coutinho promete “continuar a alertar todos os anos o Governo para proceder à actualização salarial de acordo com a inflação, o que normalmente afecta o pessoal da linha da frente com baixos rendimentos”. Pereira Coutinho garante vai liderar uma lista que continua a “manter uma postura independente, abrangente e solidária no apoio aos trabalhadores e idosos”. AATFPM vai a votos a 12 de Março, sendo que a duração do novo mandato é de quatro anos. Desde 2000 que Pereira Coutinho se mantém na presidência da Associação. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

EX-MINISTRO PODERÁ SER CÔNSUL DA AUSTRÁLIA

O ex-Ministro australiano da defesa, David Johnston, poderá ser o próximo Cônsul do país em Hong Kong e Macau. De acordo com a revista Macau Business, que cita a Australian Broadcasting Corporation, o responsável poderá vir a representar os australianos radicados nas duas regiões especiais, sendo que não há, contudo, datas para que tal aconteça. Johnston faz parte do Partido Liberal australiano e vem, a confirmar-se, substituir Paul Tighe, Cônsul desde Outubro de 2011.


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Estudos PEDIDA PLATAFORMA DE PARTILHA DE RESULTADOS

Em dados limpos HOJE MACAU

Ella Lei apela à transparência na divulgação de resultados de estudos, projectos e sondagens realizados pelo Governo. A deputada diz que o Executivo deve justificar a necessidade de tantos estudos

A

A

sincero, gastando dinheiro em projectos desnecessários e repetidos”.

EM DUPLICADO

O relatório do Comissariado da Auditoria apontou ainda que alguns departamentos governamentais fizeram estudos sobre assuntos semelhantes, violando até a lei para a concessão de projectos. “O Governo tem algum mecanismo, ou irá lançar alguma medida que, dentro do aspecto administrativo, explique a necessidade de tantos estudos, projectos e sondagens? O Governo vai lançar algum mecanismo de fiscalização?”, indagou a deputada.

“É preciso que o público conheça os dados do Governo e fiscalize a Administração. Quando é que o Governo vai criar uma plataforma de partilha para a divulgação de todas estas informações?”

deputada Ella Lei perguntou ao Governo quando é que este pretende criar uma plataforma de partilha de resultados das investigações e estudos realizados pela Administração. A deputada levanta a hipótese de o Governo estar a ponderar quais os dados que devem ou não ser tornados públicos. Para que nenhuma informação seja escondida, a Administração deve ter uma postura transparente, aponta. De acordo com um recente relatório do Comissário de Auditoria, lançado em Janeiro, o Governo utilizou 1,4 milhões de patacas para a realização de 1514 projectos, adjudicações de consultoria, estudos e sondagens de opinião. A deputada considera que o dinheiro que foi utilizado pelo Governo é erário público, portanto, os dados dos estudos devem ser publicados para análise da sociedade, respeitando sempre a não divulgação dos dados pessoais. Se os residentes não tiverem acesso aos resultados detalhadamente, é o mesmo, diz, que deitar dinheiro ao lixo. “É um desperdício e leva a que a sociedade pense que o Governo não está a ser

deputada Kwan Tsui Hang apela à Direcção dos Serviços de Turismo (DST) para que estes emitam uma calendarização para a criação de um sistema de alerta para as viagens ao estrangeiro. O pedido já não é novo e foi já prometido pelo Governo, sendo que a DST até já disse ter entregue um relatório ao Secretário sobre a temática. À falta de respostas concretas, contudo, a deputada volta a interpelar o Executivo, indicando que “é importante que o Governo possa explicar à sociedade qual a orientação que este sistema irá assumir” e quais as datas em que poderá estar a funcionar.

POLÍTICA

Sónia Chan, Secretária para a Administração e Justiça, disse, anteriormente, que vai estudar o problema da publicação de dados dos relatórios e da informação governamental. Perante as afirmações, a deputada quer saber quando é que o Governo vai avançar com tais planos. “É preciso que o público conheça os dados do Governo e fiscalize a Administração. Quando é que o Governo vai criar uma plataforma de partilha para a divulgação de todas estas informações?”, questionou. Ella Lei interpelou ainda se o Governo vai imitar a medida assumida por outras regiões, de partilhar os dados nos sites oficiais de cada departamento administrativo, garantindo o direito ao acesso por parte da sociedade. Tomás Chio

info@hojemacau.com.mo

Aponta no calendário Turismo Kwan Tsui Hang quer saber situação de sistema

Até porque, relembra, é preciso uma lei. “Como a criação de um sistema ou mecanismo necessita de um quadro judicial, o Governo já tem ou não um calendário relativo à legislação para o sistema de alerta de viagem ao estrangeiro?”, indagou. Durante a argumentação, Kwan Tsui Hang elogiou a eficácia do estabelecimento do Gabinete de Gestão de Crises de Turismo em Macau que, nos

últimos anos, tem auxiliado os residentes e os turistas vítimas ou envolvidos em acidentes tanto no território como fora dele. A deputada considera que tem sido desenvolvido um bom trabalho, mas alerta também que é preciso fazer mais. “Para responder à tendência internacional, que é cada vez mais complicada, muitas regiões e países vizinhos já criaram os seus sistemas de alerta para as viagens ao estrangeiro. Exem-

plos disso são Hong Kong, Taiwan e Coreia do Sul. Os sistemas analisam os riscos de seguro e saúde dos seus residentes quando estes visitam outros países. É um sistema padrão para o sector do turismo, facilitando em caso de problemas, por exemplo, no caso de [existirem] tarifas de regresso, ou despesas de excursões e bilhetes. Assim como as compensações para os acidentes, para que se evitem controvérsias desnecessárias”, apontou a deputada.

EM ANDAMENTO

De acordo com Helena de Senna Fernandes, directora da DST, em

Janeiro o relatório para a criação do sistema já foi entregue ao Gabinete do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. Irá agora seguir-se uma discussão entre as autoridades sobre a melhoria do sistema, garantiu. Citando a directora, Kwan Tsui Hang diz que é necessário esclarecer a sociedade mostrando trabalho concreto e definindo datas. A deputada perguntou ainda quais os países e regiões que irão estar envolvidos no sistema previsto para Macau e com que bases é que este sistema será criado. T.C.


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Revisão do Código Penal Crimes contra a liberdade e autodeterminação sexuais Consulta Pública

Atribuição de subsídios a pilotos locais que participem em corridas no exterior durante 2016 I.

Requisitos do pedido de subsídio e critérios de atribuição do subsídio: 1. Na sequência do disposto no n.o 1 do artigo 34.o do Decreto-Lei n.o 67/93/M, de 20 de Dezembro, o requerente deve satisfazer uma das seguintes condições: 1) Ser natural da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM); 2) Ser de nacionalidade portuguesa ou chinesa e ter na RAEM a sua residência há mais de 1 ano; 3) Residir na RAEM há, pelo menos, 3 anos. 2.

O requerente deve, ainda: 1) Ser sócio da Associação Geral de Automóvel de Macau, China (AAMC); 2) Ser portador de todas as licenças legais e indispensáveis para a participação em corridas no exterior; 3) Obter a qualidade de estar em representação da AAMC; 4) Ter terminado e obtido uma classificação oficial que se situe numa posição entre as 70% melhores classificações finais dos pilotos participantes de Macau numa das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2015. (Tabela I em anexo)

3.

A atribuição de subsídio em 2016 é limitada à participação em corridas homologadas entre Janeiro a Outubro pela Fédération Internationale de Motocyclisme (FIM) ou pela Fédération Internationale de l’Automobile (FIA) (até ao máximo de 10 corridas por cada piloto requerente), devendo estas competições no exterior ser do mesmo tipo e de nível equivalente ao da efectivamente participada pelo piloto requerente nas corridas do GPM em 2015 (motos, carros de turismo ou Fórmula 3). A atribuição está sujeita aos seguintes padrões de avaliação: (Tabela II em anexo) 1) Classificação geral numa das corridas do GPM de 2015, analisando-se o nível de competição do requerente nestas corridas; 2) Potencialidade de desenvolvimento do requerente no desporto motorizado (incluindo idade, etc.); 3) Importância e popularidade da corrida em que irá participar, analisando-se o nível de competição do requerente em diferentes tipos de corridas, internacionais ou regionais; 4) Efeitos promocionais e de divulgação de Macau.

4.

II.

A atribuição do subsídio é calculada com base em padrões de avaliação assentes em valorações percentuais correspondentes à participação efectiva nas corridas declaradas pelo piloto no pedido de atribuição de subsídio no ano de 2015.

Documentos a apresentar com o formulário para a atribuição de subsídio a pilotos locais participantes em corridas no exterior: 1. Pedido com indicação obrigatória do valor do subsídio requerido; 2. Plano de actividades (incluíndo a designação, datas, locais e o número de corridas no exterior da RAEM e respectivas mangas); 3. Mapa pormenorizado das despesas previstas; 4. Curriculum vitae do requerente; 5. Cópia do B.I.R.M. do requerente; 6. Cópia do cartão de sócio da AAMC; 7. 8. 9.

Cópia de todas as licenças legais e indispensáveis para a participação em corridas no exterior da RAEM; Documento comprovativo da qualidade de estar em representação da AAMC; Prova de participação obrigatória e obtenção de resultados oficiais das corridas do GPM de 2015.

III.

Os subsídios em 2016 são concedidos nos seguintes termos: 1. Os pilotos locais que satisfaçam os requisitos acima referidos devem apresentar antes do dia 29 de Fevereiro de 2016, os documentos indicados no ponto II, com o formulário para a atribuição de subsídio a pilotos locais participantes em corridas no exterior devidamente preenchido; 2. Uma vez terminadas todas as corridas que constam do plano de actividades do ponto II, alínea 2), os pilotos locais devem entregar, antes do dia 31 de Outubro de 2016, os relatórios de actividades sobre a participação nas corridas no exterior que, no plano de actividades tenham declarado ter intenção de participar, bem como os documentos comprovativos das informações relativas à promoção efectiva de Macau ao Instituto do Desporto; 3. O subsídio só é atribuído após análise do relatório de actividades sobre a participação nas corridas declaradas no plano de actividades e o seu montante será calculado de acordo com a participação efectiva em cada um desses eventos. 4. Não será atribuído subsídio se o relatório de actividades for entregue fora do prazo previsto no n.o 2 deste ponto.

IV.

Local e modo de entrega da documentação: O formulário do requerimento deve ser entregue devidamente preenchido e acompanhado dos documentos exigidos, por correio registado com aviso de recepção ou directamente contra recibo nas instalações da sede do Instituto do Desporto: Av. Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, Macau, RAEM Telfs : (+853) 87962200 ou 87962204 ANEXO Tabela I - Classificação final

N.o de pilotos locais participantes

N.o de pilotos locais admitidos

N.o de pilotos locais participantes

N.o de pilotos locais admitidos

1

Pilotos admitidos com 70% dos melhores resultados na classificação final

11

7

2

1

12

8

3

2

13

9

4

2

14

9

5

3

15

10

6

4

16

11

7

4

17

11

8

5

18

12

9

6

19

13

10

7

20

14

Tabela II - Padrões de avaliação Padrões de avaliação

Percentagem

1)

Classificação geral numa das corridas do Grande Prémio de Macau de 2015, analisando-se o nível de competição do requerente nestas corridas

60%

2)

Potencialidades de desenvolvimento do requerente no desporto motorizado (incluindo idade, etc.)

10%

3)

Importância e popularidade da corrida em que irá participar, analisando-se o nível de competição do requerente em diferentes tipos de corridas, internacionais ou regionais

25%

4)

Efeito promocional e de divulgação de Macau TOTAL

5% 100%

No período de 23/12/2015 a 22/02/2016 Locais para obtenção do documento: 1. Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça; 2. Centro de Informações ao Público; 3. Centro de Serviços da RAEM; 4. Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e respectivos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação. Para consulta e descarregamento do texto para consulta: Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça: http://www.dsaj.gov.mo Meios de apresentação de opiniões e sugestões: Endereço electrónico: info@dsaj.gov.mo Fax: (853) 2871 0445 Endereço postal: Rua do Campo, n.º 162. Edifício Administração Pública, 15.º 20.º andar, Macau Sessão de Consulta Pública: Data: 19 de Fevereiro de 2016 (Sexta-feira); Hora: 20:00 a 22:00; Local: Avenida do Conselheiro Ferreira de Almeida, Edifício Pak Vai, r/c, Centro de Actividades Pak Wai da União Geral das Associações dos Moradores; Linha de contacto: 8795 7157 (durante as horas de expediente).


7 hoje macau segunda-feira 15.2.2016

SOCIEDADE

Zika VÍRUS VAI TER LEGISLAÇÃO. MOSQUITO “COMUM” EM MACAU

Combate ao insecto A Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis vai ser revista para que o vírus Zika possa estar abrangido. Governo diz que o mosquito Aedes, que transmite a doença, é muito comum no território

D

EPOIS da ocorrência do primeiro caso de infecção pelo vírus do Zika na China, o Governo de Macau decidiu avançar para a legislação de combate ao vírus, ao entregar na Assembleia Legislativa (AL) uma proposta de revisão da Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis. O diploma, implementado em 2004, não previa os casos de infecção com o Zika, nem os modos de actuação. Na nota justificativa analisada pelo HM, o Governo afirma que “o mosquito do géneroAedes, que transmite o vírus Zika, é muito comum na RAEM”, pelo que existe risco de importação e propagação da doença na região. O isolamento é, por isso, uma das medidas mais fortes. “Tendo em consideração a transmissibilidade da doença e a possibilidade desta ser transmitida entre pessoas de fontes contaminadas, verifica-se a necessidade de os doentes afectados pelo vírus Zika se sujeitarem a um eventual isolamento e/ou afastamento temporário”, aponta a nota justificativa. O Executivo explica que a doença pode ter consequências

graves, “especialmente para as mulheres grávidas” e diz que, por isso, a confirmação atempada e a aplicação “das devidas medidas de prevenção e controlo são essenciais para o controlo de uma eventual ocorrência futura da epidemia”. A lei irá adoptar o nome de “doença pelo vírus Zika” com base nas recomendações da Organização Mundial de Saúde (OMS), estando prevista a adopção de um código específico “até que um outro código uniformizado

“O mosquito do género Aedes, que transmite o vírus Zika, é muito comum na RAEM”, pelo que existe risco de importação e propagação da doença na região”

a nível internacional venha a ser utilizado”.

NA REGIÃO

Os primeiros casos de infecção com o vírus Zika começaram a surgir em Novembro do ano passado. O Governo lembra que “foram também registados casos esporádicos de infecção da doença após viagens ao exterior em países do Sudeste Asiático como a Tailândia, Camboja, Indonésia e a Índia. Nos últimos dias foi notificado um caso de infecção pelo vírus Zika importado da Tailândia para Taiwan”, lê-se ainda. De frisar que a OMS veio a declarar o conjunto de casos de microcefalia e doenças do sistema nervoso recentemente verificados no Brasil como uma emergência de saúde pública de interesse internacional, como refere a nota justificativa do Governo. Oriundo de Jiangxi, homem infectado com o Zika no continente terá viajado da Venezuela, estando actualmente em recuperação no hospital. Até ao momento existem no Brasil cerca de 1,5 milhões de doentes infectados com o Zika, seguindo-se a Colômbia com mais de 22 mil casos. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Vacinas da gripe na mira

H1N1 Caso “grave” leva a internamento de doente em estado crítico

F

OI confirmado um caso “grave” de gripe H1N1 no hospital Kiang Wu, que levou ao internamento de uma idosa com 60 anos de idade. A mulher apresentava febre e tosse há cinco dias e o seu estado clínico “teve uma rápida evolução”. A idosa apresentou dificuldades de respiração e foi necessário proceder à ventilação assistida. A paciente está internada na Unidade de Cuidados Intensivos em estado crítico. A situação levou a um apelo dos Serviços de Saúde (SS) à população, já que a mulher não tomou a vacina antigripal. “Macau está no período do pico de gripe, razão pela qual os SS apelam aos cidadãos para aplicarem bem as

medidas de prevenção, nomeadamente administrando a vacina que constitui uma das medidas mais eficazes para prevenir a gripe, dado que a vacina anti-gripal de um modo geral, só produz efeitos pelo menos três semanas após a sua administração, os SS apelam aos cidadãos, nomeadamente, os grupos de risco tais como os idosos, crianças, mulheres grávidas, pessoas obesas e doentes crónicos estarem mais vulneráveis a complicações se contraírem a gripe, para a administrem o mais rapidamente possível”, escrevem em comunicado.

A SUBIR

Este ano foram declarados 159 casos de gripe, um aumento de

nove casos quando comparado com o passado mês de Dezembro de 2015. Contudo no período homólogo o número é significativamente inferior. “Em 2016 até ao momento foram declarados dois casos de doença gripal, uma diminuição significativa de casos quando comparado com os 12 registados no período homólogo do ano transacto. De acordo com os resultados laboratoriais de isolamento do vírus, actualmente, a gripe em prevalência em Macau é do tipo A H1N1 e H3N2 e as taxas positivas detectadas foram 6,4% e 0,7% respectivamente”, esclarecem os serviços. Até ao momento, mais de 85 mil pessoas em Macau tomaram a vacina.

TRABALHADORES DE MERCADO SAEM DE ISOLAMENTO

O

período de isolamento a que estavam sujeitos três vendedores que tinham sido considerados como tendo tido contacto próximo com aves com gripe no Mercado Provisório do Patane terminou. Num comunicado à imprensa, os Serviços de Saúde indicam que a decisão de isolamento levantou algumas opiniões contrárias, tendo um dos vendedores interposto recurso junto do Tribunal de Segunda Instância solicitando a cessação da medida de isolamento com o fundamento dos resultados negativos e não manifestação da doença. Ainda assim o tribunal indeferiu o recurso.


8 SOCIEDADE

hoje macau segunda-feira 15.2.2016

EMPRÉSTIMOS À HABITAÇÃO VOLTAM A AUMENTAR

INCÊNDIO NOS NOVA TAIPA

Os novos empréstimos para habitação voltaram a aumentar em Dezembro, em comparação com o mesmo mês de 2014, depois de terem caído durante três meses consecutivos. Os novos empréstimos concedidos pelos bancos para compra de casa cresceram 34% em relação a Dezembro de 2014 e mais do que duplicaram (aumento de 104%) em relação ao mês anterior (Novembro de 2015), alcançando os cinco mil milhões de patacas, segundo dados oficiais publicados na semana passada. Nos três meses anteriores, a concessão de novos empréstimos havia caído, em comparação com o mesmo período de 2014: foram menos 28,1% em Novembro, menos 46,8% em Outubro e menos 20,6% em Setembro.

L

AM Fat Ian, membro do Conselho do Património Cultural, sugere a implementação de um sistema de responsabilidade para os proprietários de imóveis classificados, de forma a que seja garantida protecção. O pedido chega depois de um incêndio ter danificado o Templo de A-Má, com Lam a pedir também a revisão do sistema de doação nos templos. Lam Fat Ian diz que o fogo que danificou uma parede antiga no Templo da deusa, na Barra, mostra que, apesar de o Instituto Cultural ter a sua quota parte de responsabilidade na fiscalização, é a própria administração do templo quem tem de intervir em casos de necessidade. Os templos são geridos por associações e, diz, o Governo deve rever completamente esse sistema, já que estas associações recebem doações para manter os locais.

APERTO DE CONTAS

Lam Fat Ian diz ser não só necessário um sistema de responsabilização para quem faz a administração diária dos templos, mas também um maior aperto ao nível financeiro. “Como cada templo tem um administrador geral, este funcionário deveria participar em cursos de formação sobre técnica admi-

Património PEDIDA REVISÃO DE SISTEMA DE ADMINISTRAÇÃO DE TEMPLOS

Ser mais do que o dono nistrativa, sistema de segurança dentro templo, etc”, exemplificou, acrescentando que “o Governo deve rever o sistema de doação dos templos, porque neste momento a doação dos visitantes é recebida pelas associações, mas a despesa de reparação vai ser paga pelo Governo, logo pelo erário público”. INSTITUTO CULTURAL

Recebem doações e são responsáveis diariamente pelos templos, mas isso não impede os acidentes nem a intervenção do Governo em caso de sinistros. Um membro do Conselho do Património Cultural vem pedir que se mude a forma de gerir o património

Um fogo deflagrou no nono andar do edifício Jardins Nova Taipa. Apesar de não ter causado feridos, o incêndio obrigou a que os Bombeiros impedissem os moradores de entrar no bloco 27 do empreendimento. Segundo a imprensa chinesa, o fogo terá começado devido a um problema eléctrico num ar-condicionado. Na altura do incêndio não estava ninguém em casa, pelo que não há vítimas a registar. Foram 24 os bombeiros destacados para o local, auxiliados por seis carros. Os danos materiais ainda estão a ser avaliados.

Lam Fat Ian acha que é o tempo de rever completamente o sistema de doação, até porque no caso do Templo de A-Má da Barra vai mesmo ser o Executivo a prosseguir com o pagamento das obras de reparação, que vão demorar um ano. O membro do Conselho do Património diz ainda que deveria

haver punições no caso dos templos que são classificados não serem bem mantidos pelos proprietários.

DEPOIS DOS ESTRAGOS

Num comunicado à imprensa, o Instituto Cultural avisa que Guilherme Ung Vai Meng, presidente, e a Chefe do Departamento do Património Cultural, Leong Wai Man, se reuniram

“O Governo deve rever o sistema de doação dos templos, porque neste momento a doação dos visitantes é recebida pelas associações, mas a despesa de reparação vai ser paga pelo Governo, logo pelo erário público” LAM FAT IAN MEMBRO DO CONSELHO DO PATRIMÓNIO CULTURAL mais uma vez com a Associação do Templo de A-Má, pedindo que esta cumpra rigorosamente as orientações para a segurança contra incêndios nos templos de Macau para evitar casos semelhantes. A avaliação inicial ao incêndio mostrou que as estruturas principais do pavilhão não sofreram danos graves, incluindo vigas principais, paredes e telhado, entre outras partes, mas os artigos de madeira colocados no interior do pavilhão, como o altar, mesa para incenso e painel em madeira, entre outros, ficaram “danificados gravemente”. O item mais valioso, a estátua da deusa, ainda tem “condições para ser recuperada”. O IC prevê que a obra de restauro da estrutura do pavilhão principal esteja concluída dentro de dois ou três meses, mas para a recuperação do Templo original vai ser necessário “pelo menos um ano”. O incêndio deveu-se a um curto circuito. Tomás Chio

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9 hoje macau segunda-feira 15.2.2016

SOCIEDADE ANTÓNIO FALCÃO

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Jogo WYNN COM QUEBRA DE 54,5% EM 2015

Plano inclinado 4,07 traduzindo uma queda anual homóloga de 33,6%. O volume de negócios nas mesas de segmento VIP das operações da Wynn Macau caiu 36,9%, para 13 mil milhões de dólares, entre Outubro e Dezembro, altura em que o número médio de mesas para grandes apostas diminuiu de 244 para 192.

URANTE o ano passado, a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) removeu um total de 4830 veículos abandonados ou com matrícula cancelada que se encontravam nas vias públicas. Os dados agora fornecidos pela Direcção registam um aumento de 23,3%, quando comparados com o ano de 2014. Feitas as contas, durante o ano passado, a DSAT removeu quase cinco mil veículos abandonados ou com matrícula cancelada por iniciativa própria, mais 912 veículos em relação a 2014. Num total,

mil milhões de dólares, receitas líquidas da Wynn Resorts em 2015

Já o negócio do mercado de massas sofreu uma queda de 8,2% em termos anuais homólogos, para 228,6 milhões de dólares, com o número de mesas desde segmento a aumentar de 202 para 249. No último trimestre de 2015 a Wynn Resorts obteve receitas líquidas de 946,9 milhões de dólares, abaixo

Arrumar a estrada

dos 1,14 mil milhões de dólares americanos registados nos últimos três meses de 2014.

RECEITAS DE CÁ

A companhia liderada pelo norte-americano Steve Wynn justificou o declínio com o decréscimo de 27% nas receitas em Macau, não obstante o aumento de 3,8% nas receitas líquidas da operação em Las Vegas. Globalmente, a Wynn Resorts encerrou 2015 com receitas líquidas de 4,07 mil milhões de dólares (3,5 mil milhões de euros), menos 25% face a 2014. Com dois casinos na Península de Macau – o Wynn

DSAT

A

Wynn Macau anunciou uma quebra de 54,5% dos lucros líquidos do último trimestre de 2015, fixados em 63,5 milhões de dólares. No quarto trimestre de 2015, a Wynn Macau registou um decréscimo de 27% nas receitas líquidas, para 557,7 milhões de dólares, em comparação com os 761,2 milhões de dólares em igual período do ano anterior, segundo comunicado enviado à bolsa de Hong Kong. O EBITDA ajustado (resultados antes de impostos, juros, depreciações e amortizações) atingiu 160,1 milhões de dólares,

Removidos quase cinco mil veículos abandonados

523 dos veículos abandonados foram encontrados pelo pessoal de fiscalização da DSAT, 162 foram denunciados por queixosos e 1208 dados a conhecer por outros serviços públicos. Relativamente ao cancelamento das matrículas por iniciativa dos proprietários, a DSAT registou 2937 casos. Considera-se veículo abandonado quando a matrícula do mesmo é cancelada obrigatoriamente

ou não foi feito o pagamento do imposto de circulação. “Depois de remoção de veículo, a DSAT irá notificar o proprietário através de ofício ou anúncio publicado na imprensa local, no caso de o proprietário não proceder as formalidades para retirar o veículo antes do prazo de reclamação, esta Direcção irá submeter o respectivo veículo aos serviços financeiros para ser vendido em

hasta pública, bem como proceder à devolução das despesas decorrentes de estacionamento, remoção e depósito ao proprietário”, esclarece o organismo. F.A.

e o Encore – a operadora tem em construção outro resort integrado – o “Wynn Palace”, na zona de casinos do Cotai, entre as ilhas da Taipa e de Coloane, cuja data de abertura foi entretanto adiada para 25 de Junho deste ano, depois de ter estado prevista para Março. As receitas de Jogo estão em queda há 20 meses consecutivos. Recorde-se que os casinos terminaram 2015 com receitas brutas de 230.840 milhões de patacas, uma queda de 34,3% face a 2014. Trata-se do segundo ano consecutivo de quebra das receitas dos casinos depois de, em 2014, terem sofrido uma diminuição de 2,6%. Lusa/HM

MELCO CROWN INSTALA SISTEMA DE RECONHECIMENTO FACIAL A operadora Melco Crown vai instalar dispositivos de reconhecimento facial nos casinos, como avança a revista Macau Business, algo que irá permitir detectar todas as pessoas que foram banidas dos casinos, mas que estão a tentar entrar. FaceVACS-VideoScan é o nome do sistema em causa e pertence à empresa Cognitec. Num comunicado à imprensa, o grupo mostrou-se feliz pelo acordo entre entidades. “Estamos orgulhosos por entregar o primeiro sistema deste género ao sector do Jogo”, afirmou a empresa.


10 EVENTOS

Experiências com roupas

Investigadora local com exposição que alerta para o consumismo

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OMPRAR roupas apenas pela marca que ostentam e sem pensar na sua utilidade é um dos resultados da sociedade de consumo em que vivemos. É essa análise que Cheong Siwai faz e pretende reflectir numa exposição, que intitulou “Loja Pop Up para Alguma Coisa ﹣As Experiências com Roupa de Siwai”. Para a jovem de Macau formada em Moda, “nesta sociedade consumista, as pessoas preocupam-se exclusivamente com uma foram materialista de viver e, por isso, as marcas servem de guia de compras”. Siwai é uma investigadora de moda que tem vindo a trabalhar na indústria depois de se formar no Instituto Politécnico de Macau em Design de Moda e de ter um mestrado em Gestão de Moda no Reino Unido. Agora de volta a Macau, Siwai pretende desenvolver uma carreira baseada na sua visão do fenómeno, apesar de cedo ter percebido da sua incapacidade

para fazer frente à pressão de um mercado onde, como ela própria diz, “as marcas têm de seguir as tendências das estações, desenvolver produtos ‘quentes’baseados nelas e até imitar marcas maiores para atraírem e manterem clientes”. Um processo que choca de frente com a sua visão mais ligada a uma moda com base nas pessoas e na sustentabilidade.

Pintura “MA-BOA LIS-CAU”, DE CLAUDE CHAUDERLOT, INAUGURA DIA 18

Imagens de uma(s) m São retratos com algum humor, detalhados, produtos do confronto entre as duas cidades das sete colinas, onde o espectador é impelido a confundir-se apesar das evidências. São as pinturas de Claude Chauderlot que trazem Macau e Lisboa à Creative na próxima quinta-feira

UMA LOJA DIFERENTE

Na sua procura de “pensar fora da caixa”, Cheong Siwai vai transformar o segundo andar da galeria do Armazém do Boi numa loja temporária de moda onde os visitantes podem assistir ao processo de produção, dos tecidos à peça final, incluindo mesmo a promoção e logística envolvidas. Em exposição estarão também uma série de protótipos e peças imperfeitas - daquelas que podem acabar no lixo - mas às quais a artista pretende conferir um novo significado, algo que obrigue os visitantes a reflectirem sobre o consumismo. Todas as peças em exposição poderão ser adquiridas e os proveitos reverterão para a Oxfam Hong Kong. A abertura da exposição acontecerá no próximo dia 20 de Fevereiro (sábado) pelas 16h00 e estará aberta ao público até ao dia 27 de Março. A entrada é gratuita. M.N.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA O LEITOR DE CADÁVERES • Antonio Garrido

Na antiga China, só os juízes mais sagazes atingiam o cobiçado título de «leitores de cadáveres», uma elite de legistas encarregados de punir todos os crimes, por mais irresolúveis que parecessem. Cí Song foi o primeiro. Inspirado numa personagem real, “O Leitor de Cadáveres” conta a história fascinante de um jovem de origem humilde que, com paixão e determinação, passa de coveiro nos Campos da Morte de Lin’an a discípulo da prestigiada Academia Ming. Aí, invejado pelos seus métodos pioneiros e perseguido pela justiça, desperta a curiosidade do próprio imperador, que o convoca para investigar os crimes atrozes que ameaçam aniquilar a corte imperial. Um thriller histórico absorvente, minuciosamente documentado, onde a ambição e o ódio andam de mãos dadas com o amor e a morte, na exótica e faustosa China medieval.

“Macau e Lisboa têm muitos aspectos diferentes como a sua a história e a própria localização. Mas também têm muitas semelhanças, como a cancela chinesa, as igrejas, as pequenas lojas, etc.”

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

CARTAS DE CASANOVA • António Mega Ferreira

No verão de 1757, o aventureiro Giacomo Casanova, que se evadira pouco antes da prisão dos Piombi, em Veneza, desembarca em Lisboa. O espectáculo das ruínas provocadas pelo terramoto ultrapassa tudo aquilo que ele podia imaginar. Durante seis semanas, Casanova faz os possíveis por entender os portugueses: como é possível que a vida dos habitantes da cidade se tenha acomodado a uma tal desorganização? Conhece o comerciante Ratton e o conde de S. Lourenço, o livreiro Reycend e o marquês de Alegrete, o poeta Correia Garção e a condessa de Pombeiro. E até se encontra com o misterioso marquês de X. Chega finalmente à fala com Sebastião José de Carvalho e Melo, ainda não Oeiras, ainda não Pombal, a quem tenta vender o projeto de uma lotaria real. Exaspera-se e diverte-se, seduz e perde ao jogo, e encontra tempo para escrever seis cartas a cinco personagens importantes da sua vida. «Rien ne pourra faire que je ne me sois amusé» é a divisa que o guia. Mesmo em Lisboa. Mesmo depois do Grande Terramoto.


11 EVENTOS

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mesma(s) cidade(s)

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ÃO diferentes mas parecem-se”, garante Claude Chaderlot a propósito de Macau e Lisboa. É isto, aliás, que o pintor vai tentar provar na sua próxima exposição de desenhos e litografias na Creative Macau: a visão do artista ao combinar as duas. “Gosto do sabor especial dos tabacos no meu cachimbo, da mistura dos diferentes tabacos”, garante Chauderlot para ilustrar o espírito desta exposição que, significativamente, intitulou “Ma-Boa Lis-Cau”. Segundo o pintor, “Macau e Lisboa têm muitos aspectos diferentes como a sua a história e a própria localização. Mas também têm muitas semelhanças, como a cancela chinesa, as igrejas, as pequenas lojas, etc.” Nesta descoberta, Chauderlot retrata diversas cenas das duas cidades, na visão composta delineia entre Macau e Lisboa. Das ruas de Madrid aos recantos inacessíveis da Cidade Proibida, num percurso de pintura ocidental e chinesa com passagens por Lisboa e Macau, onde vive desde 2006, Claude Chauderlot tem um longo percurso na pintura. Nasceu em Madrid, em 1952, no seio de uma família franco-espanhola com uma árvore genealógica cheia de reconhecidos escultores, pintores, arquitectos e gente das Artes. Começou a pintar aos 11 anos, em Bordéus, com um professor de Belas Artes, até que em 1996 vem pela primeira vez à China e em 1997 muda-se para Pequim onde acaba a pintar em zonas restritas da Cidade Proibida,

numa época em que estudava as técnicas de pintura chinesa e desenvolvia capacidades para explorar a pintura a preto e branco.

DE MACAU PARA O MUNDO

Em 2006, muda-se para Macau, onde continua a pintar. Um percurso que o levou a expor um pouco por todo o mundo e a participar em várias feiras de arte. Em 2011 o IACM organiza-lhe uma exposição de dois meses e publica um importante catálogo da sua obra. Em 2013, no

INSTALAÇÕES PORTUGUESAS EM ROMA

O artista português Miguel Januário, autor do projecto ±maismenos±, estará este mês em Roma, para participar no projecto «Forgotten» (esquecido), que se desenvolve em «locais esquecidos» do centro daquela cidade italiana. De acordo com a organização do projecto, Miguel Januário, com o ±maismenos±, irá realizar diversas instalações no centro da cidade, a partir do próximo dia 19, prestando homenagem a algumas das mais de 40 salas cinematográficas que fecharam portas em Roma, desde 2008. Miguel Januário é o quarto, de cinco artistas portugueses, a participar no projecto de Alessandra Arpino e Hugo Dias, que se desenvolve em «locais esquecidos» («forgotten»), no centro de Roma.

Museu do Oriente, em Lisboa, Chauderlot também viu a sua obra exposta por cinco meses no contexto das celebrações dos 500 Anos das Relações entre Portugal e a China. Agora, a sua mais recente exposição inaugura no próximo dia 18 pelas 18h30 na Creative Macau, sendo a entrada gratuita. A organização promete uma

tarde de refrescos e animação intermitente. Os trabalhos de Charles Chauderot estarão disponíveis ao público todos os dias, de segunda a sábado, entre as 14h00 e as 19h00 até ao dia 19 de Março. Manuel Nunes

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Estreias e novos elencos Rota das Letras Pulitzer Adam Johnson e “Cartas da Guerra”

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DAM Johnson, vencedor de um Prémio Pulitzer e autor de The Orphan Master’s Son é mais um dos convidados da mais recente edição do Festival Literário de Macau Rota das Letras. Johnson, que chega dos EUA, entra na Rota quando se confirma a saída de Junot Díaz, escritor dominicano que já não se desloca ao território “por motivos pessoais”. Díaz demonstrou, contudo, “interesse em participar numa próxima edição da Rota das Letras”. Adam Johnson foi o vencedor do National Book Award de 2015 e Prémio Pu-

litzer norte-americano, autor de The Orphan Master’s Son (2012), já editado em Português (Vida Roubada). A obra, que apresenta um retrato da Coreia do Norte, valeu a Johnson o Pulitzer de ficção em 2013.

PRIMEIRA VEZ

Além da entrada do Pullitzer, a organização anunciou ontem a estreia na Ásia de “Cartas da Guerra”, filme de Ivo M. Ferreira. A película, que se estreou ontem no Festival de Cinema de Berlim, será exibida no primeiro dia do Festival Literário, a 5 de Março, pelas 19h30, nos cinemas do Galaxy, “marcando assim a estreia asiática do novo filme” do realizador residente de Macau. “Cartas da Guerra” é baseado no livro “D’este Viver Aqui Neste Papel Descripto”, de António Lobo Antunes (2005), que junta as cartas enviadas pelo escritor à mulher em 1971 quando o então médico foi chamado para a Guerra Colonial. O filme está em Competição para o Urso de Ouro no Festival de Cinema de Berlim. M.N.

CINEMA PALESTRA SOBRE FESTIVAIS NA CINEMATECA PAIXÃO

A

Cinemateca Paixão vai realizar no próximo sábado uma palestra sobre a organização de festivais de cinema, a ser levada a cabo pelo cineasta e crítico de cinema de Hong Kong, Jonathan Hung. Nesta sessão, o convidado, que possui vários anos de experiência na organização de festivais de cinema, propõe-se discutir com

os participantes formas de conceber, planear e organizar festivais de cinema de carácter distinto. Os temas incluem critérios de selecção de filmes, planeamento do programa, aluguer de filmes, local de projecção, bilheteira, promoção e educação, entre outros. Hung é Director do InD Blue (Hong Kong), do Festival Inter-

nacional de Cinema InD Panda e começou a escrever crítica de cinema e teatro em vários jornais e revistas em 1997. Foi ainda director de desenvolvimento do departamento de cinema e vídeo do Centro de Artes de Hong Kong e participou no Festival ifva e no lançamento de filmes independentes na Ásia.

Os lugares são limitados pelo que se aconselha a reserva antecipada. Os interessados devem enviar um email até às 12h00 horas do próximo dia 26 de Fevereiro de 2016 para info. dpicc@icm.gov.mo. A palestra decorre dia 27 de Fevereiro (sábado), das 15h00 às 17h00 horas e a entrada é livre.


12 CHINA

hoje macau segunda-feira 15.2.2016

Futebol DINHEIRO PODE NÃO CHEGAR PARA SER POTÊNCIA

O caminho das estrelas

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ASTOS recorde em transferências prometem elevar a Superliga chinesa de futebol ao rubro, reflectindo a ambição de Pequim para a modalidade, mas profissionais do sector alertam que o escasso investimento na formação poderá comprometer metas nacionais. No total, as 16 equipas que disputam a prova máxima do futebol chinês investiram esta época, até à data, 258,9 milhões de euros na contratação de jogadores estrangeiros, mais 67% do que gastaram na temporada interior. Neste campo, a Superliga chinesa, cuja janela de

transferências fecha a 26 de Fevereiro - quase um mês depois dos principais mercados europeus - superou todas as expectativas. “Está a ser surreal”, comenta em Pequim o empresário de futebol Pedro Neto. “Pensava que ia acontecer passo a passo, e não um ‘boom’ como este ano”, diz. Natural do Porto, o empresário de 35 anos começou a negociar a transferência de jogadores e treinadores da Europa para o ‘gigante’ asiático em 2011. “Nessa altura, era quase impossível convencer um jogador a vir para a China. Hoje, é ao contrário: é preciso convencer os clubes, PUB

HM • 1ª VEZ • 15-2-16

porque jogadores a querer vir não faltam”, ilustra. No início do mês, Alex Teixeira, internacional brasileiro nos escalões mais jovens, disse adeus ao Shakhtar Donetsk, da Ucrânia, e foi contratado pelo Jiangsu Suning por 50 milhões de euros, protagonizando a mais cara transferência de sempre na China. O negócio deu-se dois dias após o Guangzhou Evergrande, o actual campeão, ter estabelecido um recorde que durou pouco, ao pagar 42 milhões de euros ao Atlético de Madrid pelo colombiano Jackson Martínez, ex-avançado do FC Porto. Para Pedro Neto, que já fez 36 viagens à China, a recente vaga de estrelas a rumar a oriente não se deve apenas aos salários milionários: “Eles sabem que os ‘flashes’começam a estar nesta liga”.

DESEJO DE PRESIDENTE ANÚNCIO Acção de Interdição n.º CV1-16-0004-CPE 1.º Juízo Cível Requerente:

MINISTÉRIO PÚBLICO.

Requerido:

LAM HON CHUNG. ***

A MERITÍSSIMA JUÍZA DO 1.º Juízo CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M. FAZ SABER que: Foi distribuída ao 1.º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, proposta pelo MINISTÉRIO PÚBLICO contra LAM HON CHUNG, do sexo masculino, solteiro, natural da China, nascido a 05/05/1932, titular do B.I.R.M. n.º5xxx4xx(9), residente em Macau na Taipa na Rua do Minho no Complexo de Serviços de Apoio ao Cidadão Sénior “Pou Tai”, para efeitos de ser declarado a sua interdição por anomalia psíquica.

R.A.E.M., aos 4 de Fevereiro de 2016. *****

Outros craques a assinar por clubes chineses incluem o internacional brasileiro Ramires, que já passou pelo Benfica, o costa-marfinense Gervinho, o camaronês Stephane Mbia ou o colombiano Fredy Guarín, que representou o FC Porto. A entrada de grandes grupos chineses, privados e estatais, no futebol coincide com o desejo do governo chinês de converter o país numa potência futebolística à altura do seu poder económico e militar.

O presidente chinês, Xi Jinping, assumiu já o desejo de ver o país qualificar-se para a fase final do Mundial, organizar um Mundial e um dia vencê-lo. Profissionais do sector alertam, no entanto, para a importância em edificar as bases primeiro.

258,9 milhões de euros gastos esta temporada na contratação de jogadores estrangeiros

“A curto prazo, a contratação de treinadores e jogadores do mais alto nível terá vantagens, mas é importante que durante este período os esforços se concentrem na formação”, diz Yu Genwei, antigo internacional chinês. Yu entrou para a história do futebol chinês ao marcar o golo que apurou a China para a sua única participação num Mundial, a edição de 2002, disputada na Coreia do Sul e no Japão. Hoje, olha apreensivo para o desenvolvimento da modalidade no país: “O nosso sistema de formação é ainda muito atrasado (...), há clubes que nem sequer têm camadas

jovens”. O técnico português Joaquim Preto, que dirige a academia Luís Figo, constatou o mesmo fenómeno, afirmando que “a pirâmide do futebol na China está totalmente invertida”. Lançada em Pequim na primavera de 2014, a academia com o nome do antigo capitão da selecção de Portugal está já implantada em 14 cidades chinesas e emprega 60 treinadores portugueses. Entretanto, o Benfica abriu no ano passado a sua primeira academia de futebol no país e o Sporting anunciou a construção de outras 20 até 2018. João Pimenta Agência Lusa

SISMO MAIS DE 100 CORPOS RETIRADOS DE EDIFÍCIO EM TAIWAN

A

S equipas de socorro de Taiwan retiraram mais de uma centena de corpos dos escombros do edifício residencial que desabou há uma semana, devido a um sismo, anunciaram sábado os serviços de emergência. Segundo os bombeiros, o balanço do sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter

que atingiu a cidade de Tainan, no sul da ilha, eleva-se a 114 mortos, incluindo 112 no complexo residencial de Weiguan Jinlong. Ao todo, foram retiradas 280 pessoas com vida dos escombros deste complexo residencial de 16 andares e composto por mais de 100 habitações.

A Procuradoria de Tawain deteve, na quarta-feira, três executivos da construtora responsável pelo Weiguan Jinlong, acusados de homicídio por negligência profissional, e congelou os seus bens e activos. No passado domingo, foram encontradas latas vazias

e espuma de poliestireno em pilares que deveriam ter sido enchidos com betão. Posteriormente, os investigadores descobriram também que tinham sido eliminados, possivelmente depois da construção, pilares nos pisos mais baixos do edifício, para aumentar a área livre.


13 hoje macau segunda-feira 15.2.2016

Hong Kong EXECUTIVO NEGA “CONSIDERAÇÕES POLÍTICAS” NAS ACUSAÇÕES DE MOTIM

Razões e motivações

O

secretário para a Justiça de Hong Kong disse sábado que os distúrbios de segunda-feira na zona de Mong Kok são um caso “raro” e que as acusações de participação em motim contra 36 pessoas não têm motivações políticas. Rimsky Yuen descartou a ideia de que a acusação de que essas 36 pessoas são alvo, punida com pena de prisão de até 10 anos, tenha sido aplicada porque o chefe do executivo, CY Leung, descreveu o incidente como um motim. “Não há absolutamente nenhumas considerações políticas. Não gostaria de ver as pessoas a usar [o termo] ‘considerações políticas’ como cobertura para actividades ilegais”, disse Rimsky Yuen. “Quero sublinhar que este incidente é um desafio para a lei e ordem de Hong Kong”, acrescentou. Trinta e seis pessoas foram na quinta-feira acusadas de participação em motim e outro indivíduo viu a acusação alterada para reunião ilegal, após revisão de provas, escreve sábado o portal Hong Kong Free Press. “O departamento de Justiça leva este assunto muito a sério. Vamos trabalhar de perto com a

CHINA

“Não há absolutamente nenhumas considerações políticas. Não gostaria de ver as pessoas a usar [o termo] ‘considerações políticas’ como cobertura para actividades ilegais” RIMSKY YUEN SECRETÁRIO PARA A JUSTIÇA DE HONG KONG

polícia. Vamos analisar as provas e decidir se há outras acusações que precisamos de ter em conta”, disse Rimsky Yuen.

ALTA VOLTAGEM

Os confrontos com a polícia da passada segunda-feira em Hong Kong foram considerados os mais violentos dos últimos anos e constituem a maior demonstração de descontentamento popular desde os protestos pró-democracia no final de 2014.

Entre os que compareceram perante um juiz está Edward Leung, porta-voz do grupo independentista Indigenous e aspirante a um assento no parlamento nas próximas eleições. O líder dos Indigenous, Ray Wong, publicou na quinta-feira uma mensagem encorajando a continuação dos protestos.

SISTEMA EM PERIGO

Entretanto, a antiga secretária para a Segurança e deputada pelo

pró-Pequim Novo Partido Popular (New People’s Party), Regina Ip, reagiu à mensagem, advertindo que a escalada de violência poderia acabar com o princípio “um país, dois sistemas”, ao abrigo do qual as políticas socialistas da China não se aplicam em Hong Kong e Macau, que têm estatuto de regiões chinesas com administração especial. Regina Ip dsse à Rádio e Televisão Pública de Hong Kong que considera assustadora a possibili-

dade de os protestos se tornarem ainda mais violentos e poderem resultar em mortes. “Ele está a dizer que os estudantes, ou mesmo os jovens radicais, vão elevar a violência com o objectivo de forçar a polícia a disparar e de seguida acabar com a lei e ordem. E mesmo forçar as autoridades de Pequim a destacar o exército se a polícia não for capaz de lidar com a violência. E isso significaria o fim de ‘Um país, dois sistemas’”, afirmou. Os distúrbios de segunda-feira surgiram na sequência de uma operação da polícia contra venda ambulante ilegal de comida. Um polícia disparou dois tiros de aviso durante os distúrbios na noite de segunda-feira e mais de 100 pessoas ficaram feridas nos confrontos, a maioria agentes das forças de segurança. A polícia disse no dia seguinte que o ataque às forças de segurança parecia organizado.

Região PYONGYANG DISSOLVIDO COMITÉ PARA INVESTIGAR SEQUESTROS DE JAPONESES

COREIA DO SUL ESTADOS UNIDOS ENVIAM MÍSSEIS PATRIOT

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O

Coreia do Norte extinguiu um comité encarregado de investigar os sequestros de japoneses levados a cabo por Pyongyang em resposta à decisão de Tóquio de

aplicar sanções devido ao recente lançamento de um míssil de longo alcance. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Fumio Kishida, considerou a decisão de Pyongyang “extremamente lamentável”, indicando que viola o acordo alcançado entre os dois países em 2014. Citado pela emissora pública NHK, Kishida disse que o Japão não tem intenção de cancelar o acordo e que a resolução dos sequestros continua a ser uma das prioridades do actual Governo, liderado pelo primeiro-ministro Shinzo Abe. Em 2014, Pyongyang aceitou abrir uma investigação sobre os cidadãos que foram sequestrados pelo regime norte-coreano nos anos 1970 e 1980, sob a condição de que Tóquio retirasse parte das sanções unilaterais que impunha ao país.

No entanto, o Japão decidiu reactivar as sanções esta semana em resposta aos recentes testes de armamento da Coreia do Norte, que no passado dia 6 de Janeiro realizou o seu quarto teste nuclear e no domingo lançou um satélite para o espaço, o que a ONU considerou um teste de mísseis encoberto. O regime norte-coreano classificou, através de um comunicado da sua agência estatal KCNA, a reactivação das sanções por parte do Japão como “uma provocação” e prometeu “represálias mais duras” contra Tóquio no futuro. Apesar do estabelecimento do comité, há quase dois anos, a Coreia do Norte não tinha oferecido até agora qualquer informação consistente relacionada com o paradeiro dos japoneses raptados.

S Estados Unidos destacaram temporariamente mísseis Patriot adicionais para a Coreia do Sul, após o recente teste nuclear e o lançamento de um míssil de longo alcance pela Coreia do Norte, anunciaram sábado as forças norte-americanas na Coreia. A decisão surge numa altura que os dois aliados planeiam iniciar, já na próxima semana, as negociações sobre a instalação de um sistema de defesa antimíssil avançado, a que a China se opõe. “Este destacamento faz parte de um exercício de emergência conduzido em resposta às recentes provocações da Coreia do Norte”, afirmaram sábado as forças norte-americanas na Coreia do Sul, em comunicado. Uma bateria de mísseis Patriot, localizados em Fort Bliss

(estado do Texas) foi adicionada às duas já activadas na base área de Osan, a 55 quilómetros de Seul, para realizar exercícios de defesa antimíssil. Os Patriot, que podem superar uma velocidade de Mach 4 e alcançar uma altitude de 40 quilómetros, podem ser usados para interceptar os mísseis norte-coreanos KN-01 e KN02, bem como os Hwasong e Rodong, de maior alcance e com capacidade para chegar praticamente a qualquer ponto da Coreia do Sul. “O contínuo desenvolvimento norte-coreano de mísseis balísticos contra a vontade da comunidade internacional requer que a aliança [entre os Estados Unidos e a Coreia do Sul] mantenha preparadas as suas defesas mísseis”, justifica o comunicado.


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hoje macau segunda-feira 15.2.2016

ARTES, LETRAS E IDEIAS

14

GUO XI

Liu Zihou1 discutiu bastante o estilo literário mas eu penso que, não apenas na literatura mas em tudo, existem regras secretas; e se isto é assim, quanto muito mais não o será para a pintura. Mas como é que isto pode ser dito? Qualquer que seja o motivo que o pintor representa, seja pequeno ou grande, simples ou complicado, ele deve fazê-lo concentrando-se na sua natureza essencial. Se falta algo de essencial, a alma não se manifesta. Ele deve executar o seu trabalho com toda a sua alma; se ele não trabalhar com toda a sua alma, o essencial não ficará claro. Ele deve ser severo e respeitoso no seu trabalho, caso contrário a este faltará profundidade de pensamento. Ele deve aplicar zelo e reverência para o completar, caso contrário, a pintura não ficará devidamente acabada. De modo que, se possuído por um espírito ocioso, o pintor se força a trabalhar e não consegue dispor de todos os seus recursos, então a sua pintura será fraca e mole e faltar-lhe-á decisão. O seu erro será de não se concentrar no essencial. Quando ele está distraído, sem ideias claras e faz não importa o quê, de maneira desordenada, então as formas tornam-se obscuras e incertas. Este é o erro de não aplicar toda a sua alma no seu trabalho. Se ele aborda a sua pintura de modo demasiadamente leve, então as suas formas tornar-se-ão inseguras, atrapalhadas, incompletas. Este é o erro da falta de severidade. Se ele é preguiçoso e descuidado a sua composição será frouxa e grosseira, desajustada. Este é o erro da falta de zelo e reverência. Por conseguinte a indecisão conduz à falta de definição; a falta vigor, a uma falta de elegância; a incoerência à falta de proporção; a ausência de planeamento, a equívocos na composição que conduzem a erros no entendimento da relação entre o que é importante e o que é indiferente. Estes são os grandes erros dos pintores, no entanto só podem ser discutidos entre pessoas esclarecidas.

1 - Wade-Giles: Liu Tzu-hou, zi (nome de cortesia alternativo, atribuído por ocasião da maturidade do homem) de Liu Zongyuan (773-819), famoso poeta e ensaísta dos Tang, originário de Shanxi, os seus poemas foram fonte de inspiração de muitos pintores, em particular o intitulado Jiangxue, «Neve do rio».

Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração

«Linquan Gaozhi»

A Grande Mensagem Sobre Florestas e Nascentes


LEONG KA HANG

15 hoje macau segunda-feira 15.2.2016

DESPORTO

JOGADOR PROFISSIONAL CHINÊS

Leong Ka Hang, o melhor jogador de Macau em 2011 e 2013, joga neste momento no Clube de Futebol de Tai Po, de Hong Kong(HK). O atleta, em declarações ao HM, criticou a falta de condições existentes em Macau como a questão dos campos e das instalações de saúde que impedem que os atletas sejam profissionais. Leong Ka Hang diz que a sua situação profissional é muito dura, mas a paixão pelo futebol não o deixa desistir. Diz ainda que tem muita sorte por jogar fora de Macau

“Faltam condições para se ser profissional em Macau! ” Quais são as maiores dificuldades que enfrenta por jogar em Hong Kong? A minha situação é muito dura, especialmente nas despesas de transportes em Macau e Hong Kong. São custos muito elevados para mim, e o meu salário não é alto, só 6000 dólares de HK. O Governo não dá qualquer subsídio nem ajudas de custos para os jogadores locais, por isso, não existem atletas profissionais em Macau. Só há um ou dois casos raros, incluído eu. Que diferenças encontra entre o futebol praticado em Hong Kong e em Macau? A exigência física das equipas em Hong Kong é muito mais rigorosa. As equipas da Liga da região vizinha preferem ter mais domínio de jogo, são mais organizadas, não ficam 10 pessoas no meio campo a defender, embora as equipas dos últimos lugares da liga também joguem um pouco assim, mas os jogos têm outra exigência física, a luta corporal é mais intensa. Em Macau não existem equipas assim, excepto o Benfica. Tenho a certeza que faltam instalações em Macau, porque Macau é muito pequeno. Como conjuga os treinos com a actividade em Macau? Na última metade do ano, o Tai Po que era a melhor equipa da Liga de Hong Kong, normalmente, tinha de treinar seis dias por semana em Hong Kong, e só tinha um dia para descansar. Alguns dias precisava de treinar duas vezes, ginásio de manhã e treino de futebol à tarde. Por causa da localização do treino, só pude treinar três dias em Hong Kong e o resto de semana praticava ginásio em Macau, tinha aulas na Universidade de Macau, e ainda dava aulas para crianças. Agora dedico-me melhor à carreira profissional de jogador, porque já acabei o curso de comunicação na UM.

Dez equipas não são suficientes, porque só existem 18 jogos oficiais para cada equipa para além das outras competições em Macau. O número de jogos é baixo, eu prefiro 12 equipas ou mais para a Liga, para que as equipas possam ter mais jogos oficiais e a Liga seja mais competitiva. Tai Po foi a primeira equipa que o convidou a jogar fora de Macau? Não, em 2011, tinha a primeira oportunidade de poder jogar fora num outro clube de Hong Kong que se chama South China. Recebi o convite, mas nesse momento eu jogava no Development 18 de Macau que era dirigido pela Associação de Futebol de Macau, e alguns dirigentes da Associação tiveram medo que o desempenho do clube descesse muito com a minha saída e por isso fiquei.

Qual é a sua equipa preferida? Em Macau, prefiro o Lei Chi e o Monte Carlo, porque estas duas equipas cultivam mais jogadores locais, como o Monte Carlo. Embora contratem jogadores estrangeiros, os estrangeiros só ocupam uma pequena parte do plantel, a maioria são residentes locais. Os plantéis destas equipas são mais saudáveis para o futebol de Macau. O facto é que não tenho uma equipa preferida, só tenho um jogador preferido que é o Fernando Torres, o avançado espanhol. A equipa em que ele jogar é a minha equipa. Como é que vê a Liga de Elite em Macau?

“A exigência física das equipas em Hong Kong é muito mais rigorosa. As equipas da Liga da região vizinha preferem ter mais domínio de jogo, são mais organizadas, não ficam 10 pessoas no meio campo a defender”

Como é que analisa esta oportunidade de jogar em Hong Kong? Acho que tenho uma grande sorte para jogar em Hong Kong depois da licenciatura. Posso concentrar-me na minha carreira, caso eu falhe nesta profissão é possível procurar outro emprego. Em Hong Kong, muitos jogadores não têm licenciaturas, e a carreira de jogador muito curta. A licenciatura é muito importante para o meu futuro depois da carreira de jogador. Os meus pais apoiam-me a ser jogador porque terminei do curso. Acha que no futuro pode vir a ser treinador? Ainda não tenho nenhuma ideia sobre isso, mas já tenho a licença de treinador no Cargo D. Neste momento estou na idade de jogador, embora dê as aulas a crianças, estas aulas são mantidas em paralelo com o futebol. Ainda não consigo imaginar se poderei vir algum dia a ser treinador. Tomás Chio

info@hojemacau.com.mo


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hoje macau segunda-feira 15.2.2016

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 35/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora TAN QINGE, portadora do passaporte da RPC n.° G61825XXX, que na sequência do Auto de Notícia n.° 99/DI-AI/2013 levantado pela DST a 12.09.2013, e por despacho da signatária de 29.01.2016, exarado no Relatório n.° 52/DI/2016, de 14.01.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida Doutor Mario Soares, n.° 269, Edf. Kuan Fat Fa Yuen, Bloco 2, 11.° andar G.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-----------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 36/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifiquese a infractora YUAN SHUZHEN, portadora do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W63773XXX, que, na sequência do Auto de Notícia n.° 99.1/DI-AI/2013 levantado pela DST a 12.09.2013, e por despacho da signatária de 29.01.2016, exarado no Relatório n.° 53/DI/2016, de 14.01.2016, em conformidade com o disposto no n.° 2 do artigo 10.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $20.000,00 (vinte mil patacas) por angariar pessoas com vista ao seu alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida Doutor Mario Soares, n.° 269, Edf. Kuan Fat Fa Yuen, Bloco 2, 11.° andar G.-------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 41/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WENG XUDONG, portador do Passaporte da RPC n.° E03677xxx e Salvo-Conduto de dupla viagem da RPC n.° W39579xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 33/DI-AI/2014, levantado pela DST a 01.03.2014, e por despacho da signatária de 28.01.2016, exarado no Relatório n.° 57/DI/2016, de 15.01.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Praceta de Um de Outubro n.os 119-131-B, Edf. I Keng, 11.° andar G onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 53/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CAO ZHEN, portador do passaporte da R.P.C. n.° E02744xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 78/DI-AI/2013 levantado pela DST a 24.07.2013, e por despacho da signatária de 28.01.2016, exarado no Relatório n.° 77/DI/2016, de 20.01.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada em Macau, Rua Francisco H. Fernandes n.° 23, Edf. “HOT LINE”, 10.° andar AH onde se prestava alojamento ilegal.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Janeiro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


17 hoje macau segunda-feira 15.2.2016

TEMPO

MUITO

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje EXIBIÇÃO 3D DE VÍDEO-MAPPING Casas-Museu da Taipa, 19h00 Entrada livre

MIN

10

MAX

15

HUM

50-80%

EURO

9.03

BAHT

EXPOSIÇÃO “UM SÉCULO DE ARTE AUSTRÍACA” (ATÉ 3/04) Museu de Arte de Macau Entrada livre EXPOSIÇÃO “MANUEL CARGALEIRO” (ATÉ 3/03) Casa Garden Entrada livre

O CARTOON STEPH DE

SUDOKU

EXPOSIÇÃO “CAIXA DE MÚSICA” (ATÉ 3/04) Museu da Transferência Entrada a cinco patacas “LONGRUN”, DO GRUPO DE TEATRO HUI KOK KUN Edifício do Antigo Tribunal, 20h00 Bilhetes a 150 patacas

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 27

PROBLEMA 28

UM DISCO HOJE

C I N E M A

THE GOOD DINOSAUR SALA 1

ALVIN AND THE CHIPMUNKS: ROAD CHIP [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Walt Becker 14.00, 17.30, 19.30

MERMAID

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Stephen Chow Com: Deng Chao, Show Lo, Zhang Yu Qi Jelly Lin 14.45, 21.30, 23.30 SALA 2

FROM VEGAS TO MACAU III [B] FALADO EM CANTONÊS

YUAN

1.22

AMOR COMERCIAL

ESPECTÁCULO DE LUZES (ATÉ 29/02) Casas-Museu da Taipa, 18h00 às 22h00

Cineteatro

0.22 AQUI HÁ GATO

Diariamente

HISTÓRIA NAVAL (ATÉ 9/04) Arquivo Histórico de Macau Entrada livre

(F)UTILIDADES

É altura do ano em que não digo nada. Só observo. Observo os meus queridos amigos, animais e humanos, a comprar prendinhas para os seus mais que tudo. Um estudo de mercado feito por moi – gato de calibre demasiado elevado (cof, cof) para relações que durem – mostra que o Dia dos Namorados é uma das datas que mais saca dinheiro do bolso do pessoal. Não me interpretem mal! Não é pela data em si, que acho maravilhoso festejar-se o amor – mas que se festeje o amor todos os dias, ou pelo menos no dia a seguir a ser obrigatório. Vejam assim: um menu num determinado restaurante custa 120 patacas em dias normais. O preço aumenta para 375 patacas (mais taxas) no Dia dos Namorados – e o menu é igual, só mudando o título para algo com “amor” no meio. Os quartos em hotéis aumentam. As flores aumentam. Os chocolates mantêm as mesmas calorias, mas sobem de preço. Amar é caro? Não. Amar é a coisa mais barata que existe, normalmente daquelas que até muito em troca, mas é caro quando se implementa uma data obrigatória e, pior, nós próprios (ou vocês!) nos obrigamos a festejá-la apenas nesse dia. Ainda bem que há uma data, para os mais esquecidos. Para os outros... amem todos os dias. Fica mais barato. Pu Yi

“LUCILLE” (B.B. KING, 1968)

Lançado em 1968, Lucille é um álbum maduro, claro e apaixonante. Na altura, com a carreira mais do que provada, B.B. King brincou o público com um trabalho que há muito se esperava. O álbum abre com a música “Lucille”, uma das melhores companhias para o artista. E não, não é uma mulher. Para esta semana, abrimos com o mestre e a sua guitarra, acreditando que um sem o outro nada seriam. “A Lucille salvou-me a vida umas dois ou três vezes. A sério, isto é verdade”, canta B.B. King. Filipa Araújo

LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Andrew Lau, Wong Jing Com: Chow Yun Fat, Andy Lau, Nick Cheung, Jacky Cheung 14.30, 16.30, 19.30, 21.30, 23.30 SALA 3

THE GOOD DINOSAUR [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Peter Sohn 14.30,16.30, 19.15

THE MONKEY KING 2 [B]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Pou-Soi Cheang Com: Li Gong, Aaron Kwok, Shaofeng Feng 21.15, 23.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


18 OPINIÃO

hoje macau segunda-feira 15.2.2016

PACHECO PEREIRA

in Sábado

A ARDER

Só nas chamadas redes sociais tudo arde de fúria e indignação. Os insultos chovem, a raiva dos que perderam com Costa e Marcelo - e muitos são os mesmos - manifesta-se numa série de comentários de má fé e fanatismo ideológico, numa fúria de impropérios e ataques ad hominem. São, na sua esmagadora maioria, gente dos blogues de direita radical, ligados ao PSD de Passos, e ao CDS, e que nunca lhes passou pela cabeça irem tão violentamente bater contra o muro do fim do “arco de governabilidade”. Os mais radicais estão órfãos de Portas e nem sequer têm Nuno Melo para os liderar, os que viraram “singapurianos” e “liberais” no PSD têm agora que engolir Passos “social-democrata”. No Twitter político, nos blogues políticos, nos Facebook dos mesmos do Twitter e dos blogues, nos comentários e citações recí-

É como se estivéssemos num interregno, num intervalo, numa suspensão. Toda a gente sabe que tudo vai recomeçar, mas não sabem para que lado, não querem os de “antes” nem pintados, mas também não têm esperança particular nos de “agora”

FRANK CAPRA, IT’S A WONDERFUL LIFE

É

como o País está, nem quente nem frio. Marcelo é Presidente, Costa, Primeiro-ministro, o orçamento passou o exame de Bruxelas, Passos Coelho é agora “social-democrata”, Portas faz pela enésima vez o número da retirada, os portugueses estão cansados da política dos últimos meses, não existe nenhuma esperança particular de que as coisas melhorem, mas também há menos desespero. É como se estivéssemos num interregno, num intervalo, numa suspensão. Toda a gente sabe que tudo vai recomeçar, mas não sabem para que lado, não querem os de “antes” nem pintados, mas também não têm esperança particular nos de “agora”. Suspeita-se que lá fora as coisas vão correr mal e acabarão por chegar cá dentro. Quem lhes abrirá a porta? Acho que sei.

Nem quente nem frio procos, cem pessoas no máximo alimentam uma discussão política que nem merece esse nome de tão pobre que é. Qualquer estudante dos media com um mínimo conhecimento do “meio” político das redes faz um elenco desses cem nomes sem muito trabalho. Desdobram-se em nomes e falsos nomes, assinam comentários com identidades falsas, e tentam gerar um efeito de opinião pelo número e pelo facilitismo com que os jornalistas os lêem, conscientes ou não de que é um universo fechado e circular, uma duplicação para pior do “jotismo” partidário. Há uma enorme tristeza e infelicidade em se existir apenas neste “meio” menor, mas as coisas são o que são, a qualidade não dá para mais.Na ecologia política portuguesa são tóxicos, mas são um espelho do pior da política partidária, com que comunicam muito mais do que parece ou do que desejam mostrar.

PASSOS “SOCIAL-DEMOCRATA”

Serei o último a ser surpreendido pela versão actual do Passos “social-democrata”. Nos últimos anos, na Quadratura do Círculo, muitas vezes um ponto de discordância entre mim e António Costa era a classificação ideológica de Passos Coelho. Costa insistia sempre que Passos era um “neo-liberal”, a que acrescentava que “não escondeu isso nunca”, e eu tinha muitas reticências com essa classificação, que era um upgrade ideológico de um político essencialmente pragmático, num sentido político não pejorativo, “oportunista”. Eu já tinha conhecido várias encarnações ideológicas de Passos, em função do seu posicionamento no interior e no exterior do PSD. Posso admitir que no exercício da sua função de primeiro-ministro, tenha interiorizado com mais profundidade a ideologia da troika, com quem se sentia muito à vontade, e cujos “arredores” em termos de ideias sobre o homem, a sociedade e a economia, incorporou com grande à-vontade no seu discurso. E se há coisa que não foi nestes últimos anos foi social-democrata; foi, antes, em muitas declarações e posições, anti-social-democrata. E mais, essas declarações nunca a troika lhe pediu para fazer. Isto torna politicamente absurda mais esta viragem, mas ela é coerente com o seu lado “oportunista”. Ele e parte dos seus – não todos, porque alguns são mesmo anti-sociais-democratas – fazem política pelos jornais e pela comunicação social e, como hoje, estão todos os dias a ler que o PSD perdeu o “centro” e se “radicalizou à direita”, coisa que não admitiam há dias, toca de virarem sociais-democratas.Claro que um Passos social-democrata sem aspas a primeira coisa que faria era criticar duramente o Passos dos últimos quatro anos, e isso parece-me muito pouco provável. Por isso vamos ter outra reviravolta política só de nome, sem substância nem qualidade.


19 hoje macau segunda-feira 15.2.2016

OPINIÃO

macau visto de hong kong

N

Confrontos em Hong Kong

O passado dia 8 de Fevereiro, o primeiro do Ano do Macaco no Calendário Chinês, ocorreram tumultos violentos em Hong Kong. Os acontecimentos ficaram conhecidos como a Revolta das Bolinhas de Peixe (Fishball Riot)”. O website “wikipedia” fez um relato detalhado, do qual iremos analisar alguns excertos que servirão de base à nossa reflexão: “No passado dia 8 de Fevereiro, o primeiro do Ano Novo Chinês, funcionários do Departamento de Higiene Alimentar e Ambiental (FEHD) tentaram encerrar bancas de comida ilegais, instaladas nas ruas de Mong Kok. O movimento Hong Kong Indigenous (HKI) convocou de imediato a população através das redes sociais, para proteger os vendedores ambulantes e, por volta das 21.00h, estavam reunidas algumas centenas de pessoas que começaram por agredir verbalmente os agentes da FEHD. Por volta das 22.00h, um táxi que vinha a entrar na Portland Street, atropelou acidentalmente um idoso. Os manifestantes bloquearam a rua e impediram o taxista de sair do local. Entretanto a polícia chegou e rodeou a viatura, avisando as pessoas para não se aproximarem. Seguidamente a polícia retirou-se, regressando pouco tempo depois, por volta das 23.45, com um estrado portátil, o que provocou a fúria da multidão. À meia-noite, estalaram confrontos violentos entre a polícia e os manifestantes, quando os agentes da autoridade pretendiam desimpedir as ruas. A polícia, equipada com capacetes e escudos, lançou-se sobre os manifestantes com bastões e gás pimenta. Por seu lado alguns manifestantes, equipados com escudos improvisados, óculos de protecção, capacetes e luvas, arremessaram sobre os polícias garrafas de vidro, tijolos, vasos e caixotes do lixo.” Por volta das 2.00 da manhã, na Argyle Street, um agente da polícia querendo proteger um colega ferido, caído no chão, disparou dois tiros para o ar. “Às 4.00 da manhã, o primeiro de diversos fogos ateados nessa madrugada, desencadeou-se na Sai Yeung Choi Street South, seguido de outros três que viriam a deflagrar nessa mesma rua. Alguns manifestantes lançaram fogo a contentores de lixo, na zona que circunda a Shantung Street e a Soy Street, e que inclui os cruzamentos da Fife Street com a Portland Street e da Nathan Road com a Nelson Street. Os fogos foram apagados pela polícia e pelos bombeiros. As duas transversais da Nathan Road foram cortadas a sul da Argyle Street e a estação de Metro de Mong Kok foi encerrada.

MARTIN SCORSESE, GANGS OF NEW YORK

DAVID CHAN

Às 7h 15m, depois de um longo impasse, os manifestantes foram retirados da Soy Street, perto da Fa Yuen Street, após a chegada ao local dos agentes especiais da Unidade Táctica de Polícia. Os manifestantes foram dispersando gradualmente, por volta das 8.00 da manhã. Às 9.00h as ruas de Mong Kok estavam calmas e a estação de Metro reabriu às 9h 45m.” Nos confrontos ficaram feridos cerca de 90 agentes da polícia. Um jornalista de Ming Pao queixou-se de ter sido agredido pela polícia apesar de ter mostrado a identificação. Jornalistas da RTHK e da TVB ficaram igualmente feridos nos confrontos. Até sexta-feira, a polícia tinha prendido 65 pessoas, com idades compreendidas entre os 15 anos e os 70. O porta-voz da HKI, Edward Leung Tin-kei, também foi detido. Edward Leung Tin-kei é candidato pelo movimento New Territories East, às eleições para o Conselho Legislativo de Hong Kong. É previsível que mais pessoas venham a ser detidas, ao abrigo da “Lei da Ordem Pública”, acusadas de “provocação de tumultos”. A pena máxima pode chegar aos 10 anos de cadeia Lançar tijolos contra pessoas pode provocar danos graves. Se o agredido morrer, estamos perante um crime de homicídio.

Este tipo de comportamento é obviamente irracional. Alguém que queira expressar uma opinião, deve fazê-lo pacificamente. Se uma pessoa for atingida na sequência de confrontos desta natureza, é vítima de “expressão de opinião violenta”. Será esta uma forma correcta de nos expressarmos? E será justo para a vítima? A polícia de Hong Kong tem muito auto-controlo. Nunca agem de forma emocional. Mesmo quando são provocados diversas vezes pelos manifestantes, só usam o gás pimenta para manter a ordem. Nunca disparam nem usam gás lacrimogénio. Os simpáticos e corajosos agentes da polícia de Hong Kong saíram desta situação com uma boa imagem. No entanto a polícia Hong Kong deve prestar mais atenção à forma como usa o equipamento de protecção, especialmente os escudos. Como a maior parte dos agentes foi ferida por tijolos que caiam de cima, verificou-se que os escudos não foram eficazes. Ao contrário da Força Policial de Macau, podem usar escudos para proteger o corpo todo e a cabeça. Desta forma podem impedir ferimentos provocados por objectos que sejam lançados de cima. Estes cuidados adicionais deverão ser considerados.

“Se o Governo de Hong Kong permitir que os vendedores ambulantes sem licença continuem com os seus negócios em Mongkok, estes manifestantes ficarão com a impressão de ter “vencido” de novo. Se, por um lado, o Governo de Hong Kong perseguir os vendedores ambulantes, estes poderão ver o seu modo de vida posto em causa”

Ponderemos agora sobre os efeitos a curto prazo da Revolta das Bolinhas de Peixe. Nesta situação será que os turistas desejam visitar Hong Kong? Se pensarem na sua segurança, a resposta é obviamente “não”. Se verificarmos as taxas de ocupação dos hotéis de Hong Kong, constataremos que à data dos acontecimentos, as lotações não estavam completas. Os preços baixaram para atrair mais clientela. No primeiro dia do Ano Novo Chinês, a diária num hotel de quatro estrelas, era de apenas 400 HK dólares. Estes tumultos violentos destruíram a economia de Hong Kong. Não se espera que possa haver uma recuperação a curto prazo. Estamos perante um caso de “lançar achas para a fogueira”. Os vendedores ambulantes sem licença são um problema para o Governo de Hong Kong. Alguns manifestantes envolvidos nestas rixas afirmavam que quando lutaram contra o comércio paralelo, houve um decréscimo de turismo em Hong Kong, e mesmo assim venceram. Agora, se o Governo de Hong Kong permitir que os vendedores ambulantes sem licença continuem com os seus negócios em Mongkok, estes manifestantes ficarão com a impressão de ter “vencido” de novo. Se, por um lado, o Governo de Hong Kong perseguir os vendedores ambulantes, estes poderão ver o seu modo de vida posto em causa. Mas também se corre o risco de vir a haver uma segunda “Revolta das Bolinhas de Peixe”. Estas questões podem colocar o Governo num dilema. Conselheiro Jurídico da Associação de Promoção do Jazz de Macau legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog


“ UCRANIANOS DIZEM SENTIR-SE TRAÍDOS PELO PAPA FRANCISCO

O

papa Francisco está a ser alvo de críticas na Ucrânia depois do seu encontro histórico com o patriarca ortodoxo russo Kirill, com os greco-católicos ucranianos a dizerem-se traídos pelo Vaticano. “Hoje muitos crentes falaram comigo e dizem sentir-se traídos pelo Vaticano”, afirmou ontem Svyatoslav Shechuk, arcebispo da Ucrânia numa entrevista citada pela agência France Presse. No final de um encontro em Cuba, o papa Francisco e o patriarca ortodoxo russo assinaram uma declaração em que apelam às igrejas ortodoxa e católica na Ucrânia a “abstrair-se de participar em confrontos e não apoiar o desenvolvimento do conflito”. Para o arcebispo da Ucrânia, esta declaração dá a entender que a Ucrânia é palco de um “conflito civil” e “não de agressão pelo país vizinho”. Irina Guerachtchenko, deputada ucraniana encarregada de questões humanitárias, exprimiu também ontem a sua decepção com esta declaração: “Graças aos irmãos greco-católicos. Nós, os ucranianos ortodoxos, também nos sentimos igualmente decepcionados. Obviamente não pelo patriarca Kirill”, escreveu a deputada na sua página do Facebook. O papa Francisco e o patriarca Kirill encontraram-se na sexta-feira em Cuba, naquele que foi o primeiro encontro entre os líderes das duas maiores confissões cristãs em mais de mil anos.

pérolas / não tinha / só orelhas / pendentes / vazias / mas ouvia / no rosto / olhos despertos / na pele / de seda crua / laivos / de leite / e lua” Alberto Eduardo Estima de Oliveira

A

Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) anunciou ontem que vai manter o nível de alerta amarelo em Portugal até às 8:00 desta segunda-feira, esperando-se um desagravamento a partir dessa hora. Esta informação foi prestada pelo comandante operacional nacional, José Manuel Moura, em conferência de imprensa para apresentação de um ponto de situação sobre o mau tempo e perspectivas para as próximas horas. “Em termos de previsão meteorológica, só a partir de segunda-feira é que temos algum desagravamento das várias variáveis, nomeadamente, do vento e da agitação marítima, o que quer dizer que o dia de hoje (ontem) ainda será um dia muito intenso, com muita actividade operacional e, sobretudo, a merecer por parte da população uma atenção redobrada”, afirmou José Manuel Moura. De acordo com o comandante operacional nacional, desde que foi determinado o estado de alerta amarelo, na passada sexta-feira, até às 13:00 de ontem, foram registadas 1.669 ocorrências envolvendo mais de 5.500 operacionais. Por tipologia de ocorrências, do total registado, assinalaram-se 393 quedas de árvores, 249 movimentos de massa, 599 inundações e 166 quedas de estruturas, referiu o comandante operacional nacional, destacando as zonas Norte e Centro do país como as mais afectadas pelo mau tempo.

DEBAIXO DE OLHO

segunda-feira 15.2.2016

O nível de alerta amarelo é o terceiro mais grave de quatro níveis da protecção civil e significa a previsão de ocorrência de fenómenos que, não sendo invulgares, podem representar um dano potencial para pessoas e bens. Apropósito da situação meteorológica em Portugal, o ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, afirmou ontem em Milão

Portugal PAÍS AINDA EM ALERTA AMARELO

Danos potenciais

que o Governo está “a acompanhar a situação das cheias em Portugal e dos problemas que isso causa também aos comerciantes”. “Estamos neste momento a estudar e a analisar o problema. O secretário de Estado do Comércio está a acompanhar e a ver, junto do terreno, quais as necessidades e problemas criados”, disse o ministro.

1.669 ocorrências envolvendo maisde 5.500 operacionais desde sexta-feira até ontem

Entretanto, a circulação de comboios no sentido sul-norte entre Aveiro e Estarreja foi ontem reposta cerca do meio-dia, depois de ter estado interrompida devido ao mau tempo, informou a Infra-estruturas de Portugal (IP). Estava ainda interrompida, sem previsão de reposição, a circulação no troço entre Alfarelos e Taveiro, na Linha do Norte, por inundação da via. Também na Linha do Vouga continuava ontem interrompida a circulação de comboios entre Aveiro e Eirol, por inundação da via e uma vez que foi afectada a infra-estrutura de suporte. Relativamente às estradas nacionais, há vários troços condicionados, sobretudo no Norte e Centro do país.

Cruz nas relações EUA - China

Candidato republicano quer mudar o nome de Praça de embaixada chinesa em Washington

T TÉNIS VENUS WILLIAMS VENCE OPEN DE TAIWAN

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A norte-americana Venus Williams, 12.ª do ‘ranking’ mundial de ténis, venceu ontem o Open de Taiwan, ao derrotar na final a japonesa Misaki Doi por 6-4 e 6-2. Perante a 61.ª jogadora da hierarquia, Venus Williams alcançou o 49.º título do circuito WTA. A mais velha das irmãs Williams, que não concedeu qualquer ‘set’ em Kaohsiung, tinha vencido um torneio pela última vez em Novembro de 2015, em Zhuhai, na China.

ED Cruz, o candidato à nomeação republicana para a Casa Branca, um dia teve uma ideia: mudar o nome do espaço frente à embaixada chinesa em Washington rebaptizando-a de “Plaza Liu Xiaobo”. Tem andado nisso desde 2014 e, no final da passada semana, conseguiu que a proposta fosse aprovada por unanimidade no Senado. Liu Xiabo, recorde-se, é um activista dos direitos humanos detido na China e que foi alvo do prémio Nobel da Paz em 2010, uma distinção muito criticada pelas autoridades chinesas na altura.

A Casa Branca, entretanto, já fez saber que se for necessário, o presidente Barack Obama irá vetar a lei. Ted Cruz, por seu lado, considerou esta ameaça de veto como “mais um escandaloso exemplo da ansiedade desta administração em mimar um regime autoritário comunista”, acrescentando ainda que “tristemente, o Presidente Obama e a sua administração preferem ficar do lado dos comunistas chineses do que do Dr. Liu, cujo único crime foi protestar pacificamente por liberdades políticas” avisando também

que a China “pode ter a certeza que uma administração Cruz terá uma abordagem muito diferente ao assunto.” Perante esta posição do esperançoso republicano, um elemento da Casa Branca em declarações ao sítio “Político”, declarou que “os conselheiros seniores do Presidente recomendam seriamente o veto” e que “ao passo que continuamos a pressionar a China para o imperativo que é o respeito pelos direitos humanos e a libertação de Liu Xiaobo, tais como a de outros prisioneiros políticos, não

acreditamos que o estratagema do Senador Cruz seja eficiente para consecução de qualquer um desses objectivos”. A mesma fonte garante ainda que “na realidade, habilidades legislativas destas só complicam os nossos esforços. Somos contra este tipo de abordagem, e preferimos trabalhar com o Congresso em formas mais produtivas de atingirmos o nosso objectivo partilhado de melhorar as condições dos direitos humanos na China e no resto do mundo.” Manuel Nunes

info@hojemacau.com.mo


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