2 GRANDE PLANO
Era esperado ontem em Macau para um jantar com amigos. Kim Jongnam, o filho mais velho do Querido Líder, morreu a caminho do hospital, depois de ter sido encontrado inconsciente no Aeroporto de Kuala Lumpur. Por cá, quem o conhecia ficou em choque
Kim Jong-nam terá sido a figura de maior relevo da Coreia do Norte a ser assassinada a mando do actual líder, depois de Kim Jong-un ter ordenado a execução do tio
ÓBITO KIM JONG-NAM, IRMÃO DO LÍDER NORTE-COREANO, ASSASSINADO NA MALÁSIA
O LUGAR VAZIO C
HEGOU a viver em Coloane, com os dois filhos e a mulher, numa altura em que dividia o tempo entre Pequim e Macau. Nos últimos anos, já não passava temporadas tão longas no território como nos primeiros anos, mas por cá tinha ainda familiares e mantinha uma casa. Também tinha amigos, pelo que vinha, de quando em vez, até à cidade que o acolheu depois de ter deixado a Coreia do Norte. Era esperado para jantar por alguns amigos de Macau, que receberam a notícia da morte “em estado de choque”, segundo apurou o HM. Kim Jong-nam, meio-irmão do líder norte-coreano Kim Jong-un, morreu na Malásia na passada segunda-feira. A notícia só foi tornada pública ontem ao princípio da noite, através da Yonhap, a agência de notícias oficial da Coreia do Sul, que citava fonte do Governo de Seul. A TV Chosun, uma televisão por cabo sul-coreana, avançou o motivo da morte do filho primogénito de Kim Jong-il: Kim Jong-nam foi envenenado no aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres que, acredita-se, são operacionais da Coreia do Norte. As suspeitas encontram-se em paradeiro desconhecido, depois de terem apanhado um táxi. A televisão citava também fontes governamentais da Coreia do Sul. Na Malásia, o comandante da polícia responsável pelo Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur, Abdul Aziz Ali, explicou à Agência France-Presse que um homem coreano na casa dos 40 foi encontrado doente no aeroporto, na segunda-feira. Foi transportado para o hospital, tendo morrido no caminho. “Não temos quaisquer outros detalhes acerca deste homem coreano. Não sabemos a sua identidade”, disse Abdul Aziz Ali, não obstante o facto de o indivíduo em causa se encontrar num aeroporto, o que pressupõe estar na posse de documentos de viagem.
Ao Channel NewsAsia, a polícia avançou que foi pedida uma autópsia. Uma fonte das autoridades policiais acrescentou ao canal que o incidente aconteceu no HKIA2, o novo aeroporto da capital malaia. Uma fonte do Governo de Kuala Lumpur garantiu que a polícia está a levar a cabo investigações para “encontrar impressões digitais”.
“AMIGO DO SEU AMIGO”
Kim Jong-nam, o filho mais velho do Querido Líder, nasceu em Maio de 1972, fruto da relação que Kim Jong-il manteve com a actriz Sung Hae-rim, natural da Coreia do Sul. O homem que comandou os destinos da Coreia do Norte entre 1994 e 2011 nunca chegou a casar com a mãe do seu primogénito, que acabaria por morrer em Moscovo.
Era esperado para jantar por alguns amigos de Macau, que receberam a notícia da morte “em estado de choque” Em tempos considerado o herdeiro de Kim Jong-il, caiu em desgraça aos olhos do pai em 2001, depois de ter tentado entrar no Japão com um passaporte falso. Pretendia visitar a Disneylândia. Desde então, viveu no exílio, sendo que as agências de notícias internacionais indicam que passou grande parte do tempo em Macau. Após a morte de Kim Jong-il, em Dezembro de 2001, foi o filho mais novo – Kim Jong-un – que assumiu o poder em Pyongyang. O irmão mais velho, conhecido por não concordar com o modo como era gerido o regime mais isolado do mundo, não escondia, nas entrevistas que foi dando, que se opunha à transmissão dinástica do poder.
O DEFENSOR DA REFORMA
D
eu poucas entrevistas na vida, mas as que concedeu serviram para ilustrar como via a política do país onde nasceu. Em 2009, numa conversa com o jornal japonês Shimbun, Kim Jong-nam garantia não estar interessado em suceder a Kim Jong-il. O pai viria a morrer dois anos depois, mas discutia-se a questão da sucessão, sendo que já era apontado Kim Jong-un, o que acabou por acontecer. Na altura, o primogénito do Querido Líder defendia que tinha chegado a hora da “abertura e reforma” na Coreia do Norte. E afirmava que a passagem da chefia do Estado norte-coreano através de uma lógica de sucessão hereditária não era o desejo do pai. A decisão de passar o poder para o irmão mais novo tinha sido tomada apenas “para garantir a estabilidade nacional”. “Acredito que a decisão tenha sido tomada para estabilizar a nação. A instabilidade na Coreia do Norte significaria instabilidade para toda a região envolvente”, afirmou. Na mesma entrevista, Kim Jong-nam deixava um apelo ao meio-irmão, para que melhorasse a vida da população norte-coreana, pedido que terá caído em saco roto, tanto quanto é possível perceber pelas notícias que chegam de Pyongyang. Uns anos mais tarde, em 2012, num texto publicado pelo Guardian, o homem que agora morreu na Malásia dizia acreditar que o regime de Pyongyang tinha os dias contados – com ou sem reformas. O diário tinha como ponto de partida um livro escrito por um jornalista do Shimbun, a partir de conversas do autor com Kim Jong-nam. Na obra, o filho mais velho de Kim Jong-il descrevia a sucessão dinástica como “uma piada para o mundo cá fora” e reiterava a ideia de que esse não era o desejo do seu pai.
A confirmar-se o homicídio, Kim Jong-nam terá sido a figura de maior relevo da Coreia do Norte a ser assassinada a mando do actual líder, depois de o jovem Kim Jong-un ter ordenado a execução do tio, o outrora influente Jang Song Thaek, em Dezembro de 2013. Kim Jong-nam e Jang Song Thaek, que era dado como mentor do actual líder, mantiveram, em tempos, uma relação de proximidade. Houve alturas em que Kim Jong-nam era avistado em Macau. Apesar de procurar ter uma presença discreta, tinha alguma vida social. Ao HM, foi descrito como sendo “um bom vivant, amigo do seu amigo, que deixa saudades”. Era apreciador de vinho português e francês. Os filhos, Kim Han-sol e Kim Sol-hei, chegaram a fazer parte dos escuteiros lusófonos de Macau. A família deixou de ser vista em público depois de vários artigos publicados, sobretudo pela imprensa japonesa, numa altura em que o caso Delta Asia dava muito que falar, por causa das sanções aplicadas ao banco pelos Estados Unidos devido a fundos norte-coreanos. Supõe-se que Kim Jong-nam terá tentado preservar a privacidade dos filhos e da mulher. Quem o conheceu dizia que o filho mais velho de Kim Jong-il só queria viver em paz.
AS OUTRAS VEZES
A notícia da morte deixou em choque os amigos de Macau, mas não é totalmente surpreendente, atendendo às características obscuras do país de onde vem e a outras tentativas que terão sido feitas no passado. Em Outubro de 2012, o Ministério Público sul-coreano revelou ter detido um norte-coreano acusado de espionagem, que admitiu estar envolvido num esquema que tinha como objectivo a morte de Kim Jong-nam. O homicídio estava a ser planeado na China – o alvo seria apanhado num acidente rodoviário.
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Já em 2009, a estação de televisão sul-coreana KBS avançava que as autoridades do Continente tinham abortado um plano para abater o primogénito de Kim Jong-il, na altura ainda no poder, mas já bastante doente. A estratégia estaria a ser elaborada por aliados de Kim Jong-un. A estação de televisão dizia que o plano consistia
Kim Jong-nam foi
envenenado no
aeroporto de Kuala Lumpur por duas mulheres que, acredita-se, são operacionais da Coreia do Norte
em assassinar pessoas próximas de Kim Jong-nam, sendo que o principal alvo seria morto em Macau. A partir do momento em que deixou a Coreia do Norte, o paradeiro do filho mais velho do Querido Líder foi sempre objecto de especulação por parte da imprensa asiática. Em 2014, foi dado como estando em Jacarta. Terá sido então
visto num restaurante italiano acompanhado por um empresário japonês. Dizia-se então que dividia o tempo entre a Indonésia, a Malásia e França. Em 2012, um jornal de Moscovo contava que Kim Jong-nam estava a enfrentar problemas financeiros depois de ter deixado de receber verbas da Rússia, em retaliação às
críticas que fez sobre a política de sucessão da Coreia do Norte. No ano passado, a Coreia do Sul lançou um aviso sobre possíveis tentativas de homicídio no país levadas a cabo por agentes norte-coreanos. O alerta tinha Kom Jong-nam como principal destinatário. Isabel Castro (com agências) isabelcorreiadecastro@gmail.com
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ASSEMBLEIA VONG HIN FAI NÃO COMENTA CONTINUIDADE
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deputado Vong Hin Fai não quis revelar se pretende manter ou deixar o cargo na Assembleia Legislativa (AL), preferindo continuar a cumprir as actuais responsabilidades enquanto deputado nomeado pelo Chefe do Executivo.
À margem do almoço de Primavera da AL, Vong Hin Fai, que recentemente ajudou a fundar a Associação dos Agentes Jurídicos de Macau, confirmou que a entidade não visa entrar em conflito com a já existente Associação dos Advogados de Macau (AAM).
“A AAM é uma associação colectiva de direito público que, legalmente, tem as suas funções, para testar a qualidade dos advogados e a inscrição dos advogados. A nossa associação é uma entidade privada e temos objectivos
diferentes, não há conflito. A nossa associação tem todo o gosto de fazer colaborações com outras instituições, não apenas instituições do ensino superior na área do direito, como associações da área jurídica, tal como a AAM.”
Para este ano é objectivo da nova associação a organização de palestras na área do direito. “Vamos fazer a nossa colaboração com associações locais e entidades fora de Macau, do interior da China, Hong Kong ou Taiwan. A nossa associação vai fazer
AL HO IAT SENG DISPONÍVEL PARA CONTINUAR NO HEMICICLO
O presidente da Assembleia Legislativa garante ter disponibilidade para continuar a ser deputado. Ho Iat Seng fala ainda na ocorrência de “alguns conflitos mais radicalizados” na sociedade
TIAGO ALCÂNTARA
Se me nomearem, eu vou
visitas este ano nesse sentido. Como queremos chegar à unificação dos associados, vamos organizar este ano algumas conferências sobre direito de Macau.” A.S.S.
modelar activamente um ambiente de maior justiça e equidade”.
TEMPO CONTADO
Com um total de 14 propostas de lei a serem ainda alvo de apreciação na especialidade, as três comissões permanentes da AL não têm qualquer possibilidade de recepção de mais diplomas da parte do Executivo. Até ao dia 15 de Agosto, todos os diplomas terão de ser votados, a tempo da realização das eleições, que ainda não têm data marcada. “Temos de ver que não podem chegar mais iniciativas legislativas da parte do Governo para que tenhamos tempo para concluir todas as propostas que nós temos [em mãos]. Temos de assegurar o trabalho das duas partes”, apontou.
“Têm vindo a aumentar as querelas na sociedade, o que complica ainda mais o trabalho legislativo.”
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O Iat Seng é presidente da Assembleia Legislativa (AL) desde 2013 e tudo indica que continuará a fazer parte do hemiciclo, seja como presidente ou apenas na condição de deputado. Em ano de eleições legislativas, assume estar disponível para continuar, caso seja nomeado pelos seus pares e eleito pela via indirecta. “Só posso dizer que estou disponível para continuar. Se for nomeado pelo sector industrial tenho interesse em continuar [mais um mandato]”, disse ontem aos jornalistas, à margem do almoço de Ano Novo Chinês do órgão legislativo. No seu discurso, Ho Iat Seng falou dos últimos protestos ocorridos no território, de uma “modificação do clima social em Macau e do surgimento de novos diferendos”. Para o presidente da AL, factores como “os problemas oriundos do legado da história”, “a escolaridade da população” e o “rápido crescimento económico” nos últimos anos levaram ao surgimento de “alguns conflitos mais radicalizados”.
TIAGO ALCÂNTARA
POLÍTICA
HO IAT SENG PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA LEGISLATIVA
Ho Iat Seng acredita, por isso, que esses indicadores “tornaram mais complexas as formas de expressão de que se revestem as situações, as opiniões e as preocupações da população”. “Face à diversidade das exigências sociais, à complexidade dos interesses envolvidos e à disputa contínua entre diferentes
posturas da opinião pública, têm vindo a aumentar as querelas na sociedade, o que complica ainda mais o trabalho legislativo.” É uma situação que, para o presidente do hemiciclo, “torna mais pesada a pressão sobre a AL”. Para Ho Iat Seng, “existe ainda espaço para a melhoria do trabalho” do órgão legislativo.
LEI DO FUMO PRONTA ATÉ AGOSTO
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m dia depois das seis operadoras de jogo terem publicado mais um relatório sobre o consumo de tabaco nos casinos, Ho Iat Seng afirmou que a proposta de lei que revê o diploma de 2012, e que visa a total eliminação do fumo, terá de estar concluída até Agosto. “O nosso objectivo é fazer com que essa intenção legislativa possa chegar ao plenário ainda antes do fim da sessão legislativa. Temos de ter um prazo limite e espero que, até 15 de Agosto, todo o processo fique concluído, se não vai ser retirado.”
“A AL tem estado sempre atenta à diversidade das exigências da sociedade nas suas considerações, procurando estabelecer o equilíbrio dos vários interesses, no quadro da legalidade.” Nesse sentido, “cabe-nos [à AL] a responsabilidade indeclinável de preservar a estabilidade e a prosperidade deste território, e de
Apesar da corrida contra o tempo, Ho Iat Seng assegura que o diálogo com o Executivo tem sido garantido. “Se as propostas não forem aprovadas a tempo, têm de esperar pela próxima legislatura e esse não é o nosso desejo. Sabemos que há muitas outras propostas que estão a aguardar para serem apresentadas à AL. Neste momento, já apresentamos as nossas sugestões ao Governo e estamos a aguardar pela resposta.” Ainda assim, o presidente do hemiciclo garante que há espaço para a continuação do trabalho de fiscalização por parte dos deputados, com a marcação de plenários para a resposta a interpelações orais por parte do Governo. “Recebemos muitas interpelações orais para a próxima sessão e isso não vai ser afectado pelo trabalho de apreciação das leis. Há tempo para trabalhar enquanto se espera pelas propostas do Governo”, conclui. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
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Património TOMMY LAU GARANTE PROTECÇÃO DE LAI CHI VUN
POLÍTICA
“os restantes estaleiros podem contribuir para o turismo de Macau”. Lau Veng Seng adiantou que “os estaleiros podem tornar-se cafés ou salões de exibição, para os visitantes poderem ficar com conhecimento sobre a sua história”. No que toca a preservar um local com história de finalidades comerciais, o deputado adianta que “a Lei da Salvaguarda do Património Cultural já entrou em vigor, portanto, há uma política excelente para proteger os patrimónios”. O tribuno reiterou a sua convicção de que todos os agentes sociais irão obedecer à lei. Neste capítulo, Ung Vai Meng adiantou que a zona não será convertida “numa rua de lembranças”.
Estaleiros não serão hotéis Coloane é, em todos os aspectos, um local apetecível para o sector do turismo. Numa altura em que se discute a demolição dos estaleiros de Lai Chi Vun, o lugar vago é uma mina imobiliária. Porém, Tommy Lau garante que o local será preservado
QUE FUTURO?
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ÊM corrido rumores que a zona onde estão os antigos estaleiros de Lai Chi Vun servirão para a construção de hotéis. A lógica daria validade a este tipo de comentários, uma vez que são terrenos que aguçam o olhar de qualquer investidor do sector da hotelaria. No entanto, durante o almoço de Primavera, o deputado nomeado Tommy Lau, com conhecidos interesses no sector imobiliário, adiantou que não ouviu falar nisso, acrescentando que “o Governo faz as coisas de forma transparente”. O tribuno acrescentou ainda que, “se a informação fosse verdade, o público saberia, por isso, a população não precisa se preocupar com isso”. Em termos de salvaguarda de património, Lai Chi Vun tem do-
minado a actualidade. O director do Instituto Cultural, Guilherme Ung Vai Meng, deixou claro que para a zona não está previsto qualquer empreendimento comercial. A ideia será devolver à população algo com um valor histórico acrescentado. É nessa linha que Tommy Lau segue. “Como todos sabem, os estaleiros antigamente serviram
“Se fosse verdade, o público saberia, por isso, a população não precisa se preocupar com isso.” TOMMY LAU DEPUTADO
para indústria naval de Macau”, um sector que, na sua queda, arrastou a preservação das construções em Lai Chi Vun. O deputado acrescentou ainda que as instalações carecem de recuperação imediata e emergente, de forma a garantir a segurança de quem por lá passa. Tem sido esse o discurso do Governo. Se a precaução é importante, a defesa de um património que conta a história de Macau não é de menor relevo. Nessa perspectiva, o deputado considera que se deve auscultar a população e fazer algo pelos moradores e visitantes que queiram espreitar um pouco o passado da indústria náutica que se fixou em Coloane. Tommy Lau afirmou ainda que, na sua opinião, “é necessário um planeamento completo para a
zona dos estaleiros”. No entanto, salvaguardou que “não vale a pena restaurar aqueles que estão irreparavelmente degradados e, por razões de segurança, devem ser demolidos”.
TURISMO HISTÓRICO
Apesar de afastar a hipótese de construção de hotéis em Lai Chi Vun, o deputado considera que
Avançam já em Março as demolições de dois dos 16 estaleiros que têm estado ao abandono. Esta decisão do Governo foi fonte de consternação para a população local, que teme pela manutenção da própria vila uma vez que desapareçam as estruturas que deram origem ao povoado. A pequena vila de Lai Chi Vun mantém o traço arquitectónico do passado, como sempre foi, e para David Marques, porta-voz dos moradores de Lai Chi Vun, ligado à Associação de Moradores de Coloane, a demolição não irá afectar as moradias. “Até agora, não há ninguém que corra o risco de perder a sua casa, mas falei com um vizinho que defende que, se retiram todos os estaleiros, então também podem retirar a aldeia, porque deixa de existir uma razão para que a povoação continue a existir. Isto pensando a longo prazo.” Nesse sentido, o representante dos moradores, assim como a população no geral, defende que sejam pensadas actividades culturais que dêem vida ao lugar, que devolvam dinâmica a um local votado ao abandono. Macau terá uma boa oportunidade para mostrar com quantas linhas se cose a defesa do património cultural do território. Se avança um projecto com pouco impacto em Coloane, que respeite um passado fabril da altura em que a cidade estava mais virada para o mar, ou se ganham as forças da massificação turística, com mais um projecto megalómano. Victor Ng
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ELEIÇÕES ANGELA LEONG EM SILÊNCIO
A deputada eleita pela via directa e empresária do sector do jogo não quis fazer qualquer declaração sobre a lista com a qual vai concorrer às eleições legislativas deste ano. “Por enquanto não posso dar resposta quanto a isso, porque ainda não sei”, disse ontem Angela Leong, à margem do almoço de Ano Novo Chinês da Assembleia Legislativa.
6 SOCIEDADE
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POUSADA DE SÃO TIAGO FECHADA ATÉ OBRAS DO METRO TERMINAREM
Temporariamente sós Angela Leong, directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau, que gere a Pousada de São Tiago, confirmou o encerramento do estabelecimento hoteleiro. As portas estão fechadas até ao fim das obras do metro ligeiro no local
Não vão existir despedimentos, mas os trabalhadores têm de aceitar ir trabalhar para outro local. Se não concordarem com a transferência, então teremos de cessar o contrato com os trabalhadores”, explicou.
PROJECTO PARADO TIAGO ALCÂNTARA
Angela Leong garantiu que não é objectivo da SJM fechar a pousada para sempre. “Vamos manter o hotel de São Tiago porque é um monumento, as pessoas gostam de coisas antigas. Lá dentro é muito bonito e não vamos fazer renovações”, rematou.
A
Pousada de São Tiago em Macau, inaugurada em 1982 e instalada numa fortaleza do século XVII, vai encerrar temporariamente devido às obras do metro que decorrem na zona, afirmou ontem a directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM), à margem do almoço de Primavera da Assembleia Legislativa. Segundo Angela Leong, também deputada, o intenso barulho das obras na zona da Barra – local onde está a
ser erguido um centro modal para o futuro metro ligeiro – está a afastar os hóspedes e vai obrigar a fechar as portas já no próximo mês de Março. “Quando começaram as obras, não havia nem um hóspede e, mesmo quando há, é só ao sábado, a partir de segunda-feira não há hóspedes. Os turistas vêm para Macau, para um lugar tão bom como São Tiago, [mas] após uma noite temos de os ajudar a sair porque as obras começam às 7h. Há turistas que fazem festas de casamento mas, depois,
temos de os transferir para outros locais”, explicou Angela Leong. “Actualmente não é possível continuar com o hotel porque não há hóspedes. Por isso vamos suspender até que as obras das ruas acabem”, afirmou. A directora executiva da SJM garantiu que os 20 a 30 trabalhadores não serão despedidos, mas sim transferidos para outros hotéis da operadora na cidade, mantendo os salários e regalias. “Os trabalhadores serão colocados noutros hotéis. PUB
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 58/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor ZHU LICHUN, portador do passaporte da RPC n.° E31617xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 104/DI-AI/2014 levantado pela DST a 22.08.2014, e por despacho da signatária de 27.01.2017, exarado no Relatório n.° 67/DI/2017, de 17.01.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.° 426, Edf. Ving Tai, 12.° andar A onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 27 de Janeiro de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
“Vamos manter o hotel porque é um monumento, as pessoas gostam de coisas antigas. Lá dentro é muito bonito e não vamos fazer renovações.” ANGELA LEONG DIRECTORA EXECUTIVA DA SJM Em 2014, Angela Leong falou da possibilidade de alargar o actual espaço destinado à pousada, mas não houve qualquer avanço. “Era para ter um projecto, estávamos a trabalhar para isso. Mas, de momento, não tenho mais informações”, disse ontem a deputada. A Fortaleza da Barra, construída pelos portugueses para defender Macau, foi erguida em 1629 e, após cair em ruínas, foi recuperada de modo a acolher a pousada, onde está integrada uma capela do século XVIII. O metro ligeiro de Macau já está em construção, mas não há ainda um calendário para o fim das obras na península, enquanto na Taipa se espera que esteja terminado em 2019. Andreia Sofia Silva (com Lusa) andreia.silva@hojemacau.com.mo
A odisseia continua Debate sobre tabaco nos casinos aquece
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ROSSEGUE o pingue-pongue entre as entidades e vozes de peso de Macau em torno da proibição do fumo nas salas de jogo. Todos opinam sobre este braço de ferro sem precedentes entre o Governo e as concessionárias dos casinos. Com as eleições à porta, continua a discórdia entre os objectivos do Executivo para uma sociedade sem tabaco e os interesses dos casinos que olham para proibição total do fumo como um perigo para as receitas. A questão tem motivado reacções de diversos sectores da sociedade. Em declarações ao jornal Ou Mun, Leong Sun Iok, subdirector da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e director da Associação Casa dos Trabalhadores da Indústria de Jogo de Macau, deixou claro que é preciso “garantir padrões elevados para as salas de fumo”. Apesar de achar que a medida pode prevenir os efeitos do fumo passivo, o subdirector da FAOM vê na instalação de salas de fumo um recuo do Governo em relação à intenção original de proibição total. Para Leong Sun Iok, se o Governo voltar atrás, precisa justificar-se aos cidadãos.
Além disso, Leong Sun Iok não acredita que as salas de fumo, apesar de toda a tecnologia, evitem totalmente os prejuízos para a saúde dos funcionários. Como tal, reiterou ao Ou Mun que espera que o Governo cumpra o que prometeu.
FUMO NEGRO
Também Angela Leong, directora executiva da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) e deputada, comentou o caso, referindo não existir “nenhuma pressão junto do Governo” para decidir de qualquer forma específica. A deputada diz ter ouvido que vão ser criadas salas de fumo, que “têm de estar de acordo com os critérios internacionais e os exigidos pelos Serviços de Saúde”. Apesar de se declarar uma apoiante da proibição do fumo, a deputada e directora executiva da SJM admite que esta proibição total “afecta as receitas dos casinos”. Angela Leong uniu as receitas dos casinos aos cofres estatais, referindo que espera que “a economia continue a melhorar, para que o Governo obtenha mais receitas de forma a dar melhores condições à população”. Ainda sobre esta matéria, realiza-se hoje uma conferência de imprensa dos Serviços de Saúde de Macau. HM
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Azulejos de vidro Página no Facebook revela falhas em Seac Pai Van
A Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores de Seac Pai Van, em Coloane, decidiu revelar no Facebook todas as falhas de construção existentes no empreendimento de habitação pública. São lá que estão expostas todas as queixas de quem lá vive, com críticas à fiscalização da obra
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ANOS com ferrugem, azulejos partidos, postes caídos. As imagens partilhadas na recente página da rede social Facebook, da responsabilidade da Associação de Mútuo Auxílio dos Moradores de Seac Pai Van, expõe as falhas de um complexo de habitação pública que tem gerado queixas desde que começou a receber moradores, há cerca de quatro anos. Wong Lai I, responsável pela associação, ligada à União Geral das Associa-
ções de Moradores de Macau (UGAMM, ou Kaifong), falou ao HM sobre os problemas que persistem no local. “Hoje em dia, o Facebook é muito utilizado e pode ajudar-nos a divulgar as situações que enfrentamos aqui. Além disso, também serve para promover as nossas actividades. Desta forma, cada vez mais pessoas, quer sejam moradores neste bairro ou noutros, podem participar nas actividades”, defendeu. Segundo Wong Lai I, muitos dos problemas só são resolvidos após a apresentação de queixas. “Uma vez recebemos queixas sobre a queda de tijolos nos edifícios. Um mês depois o Governo mandou cá profissionais para fazerem testes. O Executivo só trata deste tipo de problemas se nos queixarmos”, lamenta. Outro ponto em falta na zona é o número de instalações desportivas. “Já tentámos expressar as nossas ideias junto do Governo mas, até agora, não se fez qualquer avanço.”
POUCA FISCALIZAÇÃO
Além da queda dos tijolos das paredes, a responsável pela associação afirmou que há sempre azulejos e outro tipo de revestimentos partidos nos passeios. Wong Lai I pede que seja feita uma recuperação total, com bons materiais, para que se possa resolver os problemas de uma só vez. Para Wong Lai I, todos os inconvenientes da zona se devem à falta de fiscalização no período de construção do empreendimento.
Wong Lai I pede que seja feita uma recuperação total, com bons materiais, para que se possa resolver os problemas de uma só vez Apesar da existência de problemas, Wong Lai I admite que as condições na zona melhoraram. “Quando vim morar para aqui não havia luz, todas as ruas eram escuras. Havia apenas duas famílias a morar no mesmo prédio. Não tínhamos nada nesta zona e demorávamos sempre uma hora para sair do trabalho e chegar a casa.” Cedo a necessidade de fundar uma associação para defender os interesses dos moradores se tornou imperativa. “Em 2014 começámos a organizar uma associação com os moradores dos outros edifícios. Esperávamos que as nossas condições melhorassem e a associação seria um bom meio para expressar as nossas opiniões”, disse Wong Lai I. “Somos muito activos, e quase todos os dias recebemos opiniões dos moradores. Isso ajuda-nos a emitir as nossas queixas junto do Governo”, rematou. Andreia Sofia Silva e Vítor Ng info@hojemacau.com.mo
SOCIEDADE
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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 44/AI/2017
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 49/AI/2017
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora E FEN , portadora do passaporte da RPC n.° 54685xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 154/DI-AI/2014 levantado pela DST a 30.12.2014, e por despacho da signatária de 26.01.2017, exarado no Relatório n.° 46/DI/2017, de 11.01.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de unming n.° 92, Phoenix arden, 4.° andar H, Macau onde se prestava alojamento ilegal. -----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício Centro Hotline , 18.° andar, Macau. ---------------------------------------------------------------
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora N U EN THI THU , portadora do Passaporte do Vietnam n.° 4281xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 99/DI-AI/2015, levantado pela DST a 27.08.2015, e por despacho da signatária de 27.01.2017, exarado no Relatório n.° 52/ DI/2017, de 12.01.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Estrada dos Cavaleiros n.° 12, Edf. Heng Long, 1.° andar ( 139) onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma. -----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício Centro Hotline , 18.° andar, Macau. -------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 26 de Janeiro de 2017.
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 27 de Janeiro de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 53/AI/2017
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 56/AI/2017
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LAM SOI AI, portador do ilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 50456xxx , que na sequência do Auto de Notícia n.° 104/DI-AI/2015, levantado pela DST a 06.09.2015, e por despacho da signatária de 26.01.2017, exarado no Relatório n.° 61/DI/2017, de 16.01.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Luis onzaga omes, n.os 210 - 212, am Fung Tai Ha, loco 2, 14.° andar onde se prestava alojamento ilegal. -----------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -----------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício Centro Hotline , 18.° andar, Macau. --------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora U IMAO, portadora do passaporte da RPC n.° E04594xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 132/DI-AI/2014 levantado pela DST a 22.10.2014, e por despacho da signatária de 26.01.2017, exarado no Relatório n.° 64/DI/2017, de 17.01.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Travessa da Encosta n.° 46, o Fung Court, 16.° andar , Macau.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro. ------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.----------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada. ---------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício Centro Hotline , 18.° andar, Macau. ---------------------------------------------------------------
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 26 de Janeiro de 2017.
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 26 de Janeiro de 2017.
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
9 hoje macau quarta-feira 15.2.2017
São factos que têm que ver com o alegado extravio de madeira valiosa e que o Tribunal de Última Instância entendeu aditar à acusação do antigo procurador. Entre os mais de 1500 delitos pelos quais responde, Ho Chio Meng é suspeito de um crime de destruição de objectos colocados sob o poder público
O
Tribunal de Última Instância (TUI) adicionou ontem quatro factos à acusação contra o ex-procurador, Ho Chio Meng, que está a ser julgado desde 9 de Dezembro. Os novos dados estão relacionados com o alegado extravio de madeira valiosa, apreendida no âmbito de dois casos de contrabando, ocorridos em 2013 e 2014, relatou a Rádio Macau, que está a acompanhar o julgamento. De acordo com a emissora, os factos agora aditados pelo TUI resultam de depoimentos feitos na semana passada, prestados por magistrados e funcionários do Ministério Público (MP) que lidaram com os processos-crimes abertos na sequência dos dois casos de contrabando de madeira de agar, considerada valiosa. Ho Chio Meng é acusado de um crime de destruição de objectos colocados sob o poder público. A madeira foi apreendida pelos Serviços de Alfândega e remetida para o MP a pedido de Ho Chio Meng, uma decisão considerada invulgar por várias testemunhas. Antes da remessa, o antigo procurador instruiu um magistrado para que averiguasse se os casos de contrabando tinham natureza criminal. Já com os inquéritos-crime em curso, as peças de madeira apreendidas foram retiradas da sala de provas e de arquivo do MP para
SOCIEDADE
Justiça TRIBUNAL ADITA NOVOS FACTOS À ACUSAÇÃO DE HO CHIO MENG
Quanto vale a madeira outros espaços arrendados pelo Gabinete do Procurador. A acusação diz que alguns troncos chegaram a sair do MP para uma vivenda oficial que, nessa altura, estaria já a ser usada pelo ex-procurador a título particular. Para justificar a deslocação das peças de madeira, aparentemente à revelia dos delegados titulares dos processos de contrabando, Ho Chio Meng defendeu-se com a realização de exames periciais. Em tribunal, o arguido disse que era necessário averiguar o valor da madeira apreendida e se havia material falso, tendo igualmente alegado que tinha competências para dar este tipo de instruções por estar à frente do MP. Ho Chio Meng declarou também que os peritos que avaliaram a madeira de agar deram duas opções: ou as peças, sendo verdadeiras, eram destruídas ou ficavam em exposição. A segunda escolha foi a explicação dada pelo ex-procurador para a madeira encontrada fora de sítio. Há testemunhas que indicaram que Ho Chio Meng pediu para ver as peças de madeira apreendida, acompanhado por um alegado perito – uma dessas vistorias ocorreu fora do horário de expediente, durante um fim-de-semana de Grande Prémio. Há também depoimentos que atestaram que o ex-procurador pediu as peças mais valiosas para observação. Nos novos factos aditados à acusação, refere-se que Ho Chio Meng nunca interferiu nos
inquéritos-crime relacionados com a madeira de agar na qualidade de magistrado. É também descrito que não há qualquer prova documental que ateste que o ex-procurador participou como magistrado na realização de exames periciais.
SILÊNCIO PARA ALGUNS
A madeira foi apreendida pelos Serviços de Alfândega e remetida para o Ministério Público a pedido de Ho Chio Meng, uma decisão considerada invulgar por várias testemunhas
A Rádio Macau explicava ainda que a sessão de ontem ficou também marcada por uma questão de direito: estava previsto ouvir como testemunha uma ex-secretária de Ho Chio Meng, Stela Lou, cunhada de um dos empresários envolvidos no caso. No entanto, o tribunal entendeu que a testemunha estava dispensada de responder por ser familiar de um dos arguidos no processo – trata-se de Mak Im Tai, acusado de associação criminosa e corrupção em co-autoria com o ex-procurador. Após ter sido esclarecida pelo tribunal, a testemunha, que começou por responder às perguntas da acusação, optou pelo direito ao silêncio. Recorde-se que Mak Im Tai foi obrigado a depor, à semelhança do sócio, Wong Kuok Wai. Apesar das objecções da defesa, que alegou que os dois empresários estavam impedidos de depor, o TUI entendeu que os empresários podiam ser ouvidos como testemunhas, alegando que os factos em causa não constavam da acusação contra os arguidos.
LÍNGUAS FLORA E ZHENG GUANYING VÃO TER TURMAS BILINGUES
O
S Serviços de Educação e Juventude vão criar, no ano lectivo 2017/2018, pela primeira vez, turmas bilingues em duas escolas públicas, como meio de incentivar a formação de quadros que dominem o português e o chinês, foi ontem anunciado. Segundo um comunicado da Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), “com
o intuito de formar prioritariamente talentos bilingues excelentes para o Governo da Região Administrativa Especial de Macau”, está planeada a criação de “uma ou duas turmas em português e chinês”, no primeiro ano do ensino primário e do secundário na Escola Oficial heng Guanying, e no primeiro ano do ensino primário na Escola
Primária Luso-Chinesa da Flora. A criação de novas turmas será estendida anualmente até ao terceiro ano do ensino secundário complementar, explica a DSEJ. Estas turmas, diz o comunicado, “poderão quebrar a metodologia de ensino tradicional, adoptando uma concepção curricular e pedagógica flexíveis, com línguas
veiculares de mandarim e português”. Além disso, “as escolas disponibilizarão currículos e medidas complementares especiais para alunos principiantes de português e inscritos nas turmas bilingues do primeiro ano do ensino secundário geral, fundando neles as bases da língua portuguesa”. Desta forma, a DSEJ espera que os finalistas
destas turmas tenham melhores condições para continuar os seus estudos no ensino superior “relacionados com as línguas chinesa e portuguesa”, apontando como exemplos os cursos de Direito, Tradução e Interpretação, Relações Externas e Administração Pública, “de modo a contribuírem em prol da construção de Macau”.
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hoje macau quarta-feira 15.2.2017
11 EVENTOS
hoje macau quarta-feira 15.2.2017
Desporto MANA VIDA ASSOCIA EXERCĂ?CIO A SOLIDARIEDADE SOCIAL
CĂntia e Guilherme Leite Martins hĂĄ muito que faziam desporto para se manterem em forma, mas decidiram começar um projecto diferente. Parte dos ganhos obtidos com as aulas de fitness serĂĄ destinada a instituiçþes de solidariedade, sendo que os participantes tambĂŠm podem fazer os seus contributos a troco de aulas. O lançamento oficial ĂŠ este domingo
O
mais recente projecto de CĂntia e Guilherme Leite Martins visa a prĂĄtica do exercĂcio fĂsico a pensar nas necessidades das organizaçþes sem fins lucrativos. Com o Mana Vida, hĂĄ corridas e caminhadas em grupo, ou aulas de fitness, em que parte dos fundos obtidos em cada sessĂŁo serĂĄ destinada a instituiçþes de solidariedade social. Os participantes tambĂŠm podem contribuir com alguma valĂŞncia, a troco de aulas. As sessĂľes tĂŞm decorrido nos trilhos de Coloane, no empreendimento One Oasis ou ainda no Parque Central da Taipa. “O lema condutor do Mana Vida ĂŠ o de encorajar as pessoas a terem uma vida mais saudĂĄvel
e a promoverem um sentimento de solidariedade. As pessoas, ao participarem nas nossas actividades e ao contribuĂrem para a causa do projecto, estĂŁo igualmente a construir uma comunidade mais forte e benevolenteâ€?, explicaram os responsĂĄveis do projecto ao HM. A primeira acção do Mana Vida serĂĄ a oferta de tĂŠnis a crianças residentes da Associação do Berço da Boa Esperança, uma associação sem fins lucrativos que tem Ă sua responsabilidade dois lares residenciais para menores. “Traçåmos como primeiro objectivo a compra de tĂŠnis de desporto para jovens e crianças constituintes de uma organização local, com os recursos obtidos atravĂŠs das actividades fornecidas pelo movimento. Deste modo, o Mana Vida funciona como se fosse uma plataforma que procura fazer a ligação entre aquele que pretende fazer exercĂcio fĂsico e simultaneamente ajudar outras pessoas.â€? O lançamento oficial do Mana Vida acontece este domingo, na Pousada de Coloane. O evento começa Ă s 9h e prossegue atĂŠ Ă s 14h, com a realização de diversas actividades desportivas. Segue-se um pequeno-almoço, sem esquecer algumas “conversas descontraĂdasâ€? sobre a temĂĄtica da vida saudĂĄvel.
TREINAR EM GRUPO
CĂntia e Guilherme Leite Martins pretendem atrair pessoas para treinar em conjunto. “Sabemos que nĂŁo ĂŠ fĂĄcil uma pessoa levantar-se e ir correr ou andar sozinha, portanto, criĂĄmos grupos e pontos de encontro para que a pessoa se sinta motivada e encontre alguĂŠm para fazer o mesmo. A parte engraçada disto ĂŠ que nĂłs procuramos sempre maneiras de incentivar um participante a formar um grupo que seja conveniente para ele e para os amigos. Existindo essa adesĂŁo, adicionamos a actividade no nosso calendĂĄrio.â€?
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MANA VIDA
Suar por uma boa causa
ter o seu tempo com os filhos. As mĂŁes sĂŁo ainda apresentadas a uma comunidade com um estilo de vida semelhante.â€? Existe ainda a opção pelas modalidades gratuitas como corridas ou a chamada “power walkâ€? [caminhada], em zonas como a marginal da Taipa e os diversos trilhos existentes. “Estas Ăşltimas actividades tĂŞm como objectivo incentivar o indivĂduo a sair do sofĂĄ [ou da cama], conhecer lugares desconhecidos no territĂłrio, aproveitar a natureza local e reforçar o espĂrito de comunidade.â€?
Ă€ PROCURA DE APOIOS
Uma das opçþes de treino disponĂveis ĂŠ “You&Meâ€?, cujas aulas tĂŞm como princĂpio “desenvolver a proficiĂŞncia, social e emocional, a confiança e auto-estima, entre pais e filhosâ€?. HĂĄ ainda as opçþes de Body Sweat e Kickn TRX, que sĂŁo “treinos funcionais realizados ao ar livreâ€?. “SĂŁo treinos que se baseiam em movimentos naturais do ser humano, como pular, correr,
puxar, agachar, girar e empurrar. O praticante ganha força, equilĂbrio, flexibilidade, condicionamento, resistĂŞncia e agilidadeâ€?, explicam Guilherme e CĂntia. JĂĄ a modalidade “Stroller Maniaâ€? ĂŠ uma forma de exercĂcio que pode ser feita com adultos e os carrinhos de bebĂŠ. â€œĂ‰ algo que jĂĄ se faz pelo mundo e tem o objectivo de recuperar a actividade fĂsica das mĂŁes, sem terem que comprome-
A primeira acção do Mana Vida serå a oferta de tÊnis a crianças residentes da Associação do Berço da Boa Esperança
Com um plano semanal de aulas a decorrer, e com alguns participantes fixos, CĂntia e Guilherme Leite Martins confessam, no entanto, que tem sido difĂcil encontrar colaboradores. “O Mana Vida funciona maioritariamente Ă base da doação de tempo das pessoas e de pessoas que nos tĂŞm ajudado ao nĂvel logĂstico. O processo de cativar colaboraçþes tem-se revelado ligeiramente lento, pois leva tempo para alguĂŠm conseguir compreender como este mecanismo de solidariedade funciona.â€? Foi daĂ que surgiu a ideia de implementar a “troca de serviçosâ€?. “AlguĂŠm que queira colaborar connosco poderĂĄ trocar os seus serviços por uma das nossas aulas. Isto capacita a pessoa a dar-se conta de que o seu talento tem importância e que tambĂŠm estĂĄ a contribuir para a vida dos outros.â€? Neste momento, o Mana Vida precisa de “treinadores qualificados, tradutores, agentes de social media, fotĂłgrafos, produtores de som e imagem, patrocinadores e pessoas positivas interessadas em ajudar com novas ideiasâ€?. É certo que o Mana Vida visa estabelecer laços em Macau, mas a ideia ĂŠ tambĂŠm ir mais alĂŠm. “A longo prazo, estamos a traçar um plano para lançar este projecto para fora de Macau, pois consideramos que o modelo que estamos a criar ĂŠ extensĂvel a outros locais do mundo. O querer ajudar nĂŁo pode ter limites, o importante ĂŠ manter-se verdadeiro e focado ao propĂłsito deste esforçoâ€?, rematam os criadores da iniciativa. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
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A lĂłgica de soma zero, na qual o lucro de um paĂs equivale Ă perda de outro, impediu que as naçþes chegassem a acordo no combate Ă s alteraçþes climĂĄticas e ameaça conduzi-las a um novo declĂnio econĂłmico generalizado. A lĂłgica soma-zero estĂĄ por detrĂĄs de outros problemas internacionais, como o da guerra no AfeganistĂŁo ou o do acesso Ă s reservas de energia, ĂĄgua e alimentos. Estas questĂľes polĂticas e econĂłmicas podem provocar novas guerras, catĂĄstrofes ambientais e crises financeiras agravadas. Este livro define os termos de um novo debate. Gideon Rachman mostra claramente que ao otimismo decorrente do colapso da UniĂŁo SoviĂŠtica, sucedeu, no rescaldo da grande crise financeira, uma profunda ansiedade. Neste livro obrigatĂłrio, achman sustenta que a polĂtica internacional se tornou muito mais perigosa e volĂĄtil e explica o que se pode fazer para contrariar esta lĂłgica debilitante de um mundo soma zero.
JOSÉ E PILAR - CONVERSAS INÉDITAS s Miguel Gonçalves Mendes, Valter Hugo Mãe
Durante quatro anos, Miguel Gonçalves Mendes filmou JosĂŠ Saramago e Pilar del RĂo, na intimidade de Lanzarote, em viagens de trabalho por todo o mundo, em festas com os amigos e a famĂlia. Desse intenso registo resultaram, primeiro, o filme, JosĂŠ e Pilar, e agora, o livro que se compĂľe, essencialmente, de material inĂŠdito: centenas de horas de conversa que exploram os grandes temas - da polĂtica ao amor, passando pelo trabalho, a literatura e a morte.
12 CHINA
hoje macau quarta-feira 15.2.2017
PEQUIM DESTACA BOM ESTADO DA COOPERAÇÃO COM A VENEZUELA
A
China destacou ontem o bom estado da sua cooperação com a Venezuela, após ambas as partes terem assinado na segunda-feira, em Caracas, 22 acordos no valor de 2.700 milhões de dólares. “A cooperação entre as duas partes regista progressos sustentáveis”, afirmou ontem um porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang. “Damos grande importância à associação estratégica entre a China e a Venezuela e gostaríamos de aprofundar mais a cooperação com a Venezuela em diferentes áreas”, sublinhou o porta-voz em conferência de imprensa.
As suas palavras chegaram depois de os governos da Venezuela e China terem assinado na segunda-feira 22 acordos no valor total de 2.700 milhões de dólares nas áreas energia, finanças, comércio, ciência, tecnologia e cultura. Durante o acto, o Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou que os diversos programas de cooperação bilateral entre os dois países permitiram à Venezuela receber da China um investimento total de 62.000 milhões de dólares em projectos de desenvolvimento, ao longo da última década. Na semana passada, informações difundidas pela imprensa indicavam que Caracas estava a ter problemas em saldar as suas dívidas com o país asiático, mas o Governo chinês afirmou então que os pagamentos decorrem com normalidade. PUB
(- s 6%: s
ANÚNCIO Acção de Interdição n.º CV2-17-0002-CPE 2º Juízo Cível Requerente: O MINISTÉRIO PÚBLICO. Requerido: LEI WONG KAM. *** O MERETÍSSIMO JUIZ DO 2º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.: FAZ SABER que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, contra LEI WONG KAM, solteiro, nascida em 05 de Janeiro de 1985, residente em Macau, na Rua de Tin Chon, Taipa, Lar São Luís Gonzaga, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica.
Jilin DEZENAS DE MISSIONÁRIOS SUL-COREANOS EXPULSOS
Missão impossível
A
China expulsou dezenas de missionários sul-coreanos que trabalhavam no nordeste do país, incluindo alguns que ajudavam refugiados da Coreia do Norte, informaram ontem activistas, numa altura de renovada tensão entre Pequim e Seul. Cerca de 170 sul-coreanos - incluindo 70 missionários e respectivos familiares - na província de Jilin, que faz fronteira com a Coreia do Norte, foram expulsos entre 10 de Janeiro e 10 de Fevereiro, disse à agência France-Presse o padre e activista Kim Hee-Tae. “As autoridades chinesas invadiram as casas dos missionários, com o pretexto de que o visto destes tinha irregularidades, e exigiram que saíssem”, afirmou Kim, acrescentando que a maioria estava no país com vistos de turista ou de estudante.
“As autoridades chinesas invadiram as casas dos missionários, com o pretexto de que o visto destes tinha irregularidades, e exigiram que saíssem.” +)- (%% 4!% PADRE E ACTIVISTA Existem cerca de 500 missionários sul-coreanos registados na China. Activistas estimam que mais de 2.000 cristãos fazem trabalho humanitário no país, incluindo ajudar refugiados da Coreia do Norte a chegar à Coreia do Sul. Citado pela AFP, Kim disse que cerca de 20% dos missionários expulsos ajudavam refugiados da Coreia do Norte e que cerca de 40 refugiados foram repatriados em resultado da operação. Os refugiados norte-coreanos escapam primeiro para a China, a partir de onde tentam chegar à Coreia do
Sul, passando por um terceiro país. Caso sejam apanhados e repatriados, sofrem castigos.
&2!#! 4/,%2¬.#)!
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul avisou os grupos de missionários para que tenham “cuidados extra” quando trabalham no exterior. Apesar de a China proibir a permanência de missionários no país, as autoridades tinham alguma tolerância com os grupos que operam em regiões empobrecidas do nordeste do país. Seul e Washington concordaram no ano passado em
Macau, ao 06 de Fevereiro de 2017. *****
ACIDENTE EM MINA DE CARVÃO DEIXA OITO MORTOS
Oito mineiros morreram e três ficaram feridos no seguimento de uma explosão numa mina de carvão no centro da China, avançou a agência chinesa Xinhua. A explosão ocorreu na madrugada de ontem em Zoubao, na província de Hunan. Dezoito pessoas conseguiram escapar, apenas uma com ferimentos, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua, que cita um comunicado da Administração Estatal da Segurança no Trabalho. O organismo não identificou ainda a causa da explosão, mas disse que o lugar tinha uma grande concentração de gás. Explosões dentro de minas frequentemente acontecem quando uma faísca ou chama inflamam o gás concentrado nos veios de carvão. Sistemas de ventilação são usados para prevenir a concentração do gás. Cerca de dois terços da energia consumida na China assentam no carvão. A indústria mineira do país é das mais mortais do mundo, registando todos os anos centenas de mortos. Muitos acidentes ocorrem em depósitos que operam ilegalmente e não colocam em prática medidas de segurança básicas.
instalar o sistema antimísseis Terminal High Altitude Area Defence (THAAD), após a Coreia do Norte realizar sucessivos testes nucleares e com mísseis. A decisão levou Pequim a protestar, devido aos receios de que o THAAD seja capaz de recolher informações sobre a sua capacidade de mísseis balísticos. Pequim adoptou o que Seul considera uma série de retaliações, incluindo novas restrições à actuação de celebridades coreanas no país e um reforço das normas aduaneiras para os produtos sul-coreanos. Na semana passada o grupo Lotte Group, a quinta maior empresa da Coreia do Sul, disse que foi forçada a suspender a construção de um parque de diversões avaliado em milhares de milhões de dólares, depois de as autoridades terem levantado questões de segurança.
na ordem do dia
h ARTES, LETRAS E IDEIAS
hoje macau quarta-feira 15.2.2017
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JULIE O’YANG
O filme que os chineses vêem no Ano Novo Lunar (e será que gostam?) O
filme é uma comédia para animar os espíritos, chamada Cheng Feng Po Lang, Título em inglês: Duckweed (Lentilhas). Estreou no primeiro dia do Ano Lunar Chinês (28 de Janeiro) e atingiu recordes de bilheteira num período de apenas seis dias. No quinto dia de exibição já tinha ultrapassado o limite anterior de 70 milhões de RMB. Ah! pois, têm razão, vocês nunca devem ter ouvido falar deste filme, nem tão pouco do realizador Han Han, que faz parte de um grupo de chineses super populares devido a um fenómeno local chamado “o cancro do heterossexual”. Há alguns anos atrás Han Han revelou-se, a si e aos seus desprezíveis sintomas: “Quando uma rapariga aceita um convite para jantar e ir ao cinema, significa que quer sexo. Quando traís a tua namorada o melhor que ela tem a fazer é calar a boca.” O Cancro do Heterossexual é um neologismo chinês para designar um grupo de homens obstinadamente sexistas. Foi inventado por utilizadores das redes sociais em meados de 2014 para nomear chineses do sexo masculino que por palavras e actos menosprezam os valores femininos, ofendem os direitos das mulheres e combatem o movimento para a igualdade de género. Destacam-se, não só pela retórica misógina, mas também pela promoção da homofobia, uma higiene duvidosa, fraco sentido estético e pela violência doméstica. O termo surgiu na China continental para designar um fenómeno que se pode dever a uma economia fechada, a tradições que continuam a persistir, a uma preferência por filhos rapazes e ainda a outros factores, tais como sentimentos de fracasso pessoal e desconhecimento do estatuto da mulher.
Selecção de raparigas para uma Escola de Artes chinesa
Agora deixo-vos o início da letra da canção do filme tão popular de que já vos falei: Antes de casares comigo / Há umas coisas que tens de dizer a ti própria / Talvez não gostes do que vou dizer / Mas mesmo assim tens de me ouvir / Porque estas são palavras que me saem do coração / só quando estou um pouco bêbedo / À noite nunca vais para a cama antes de mim/ De manhã nunca te levantas depois de mim / Tens de
cozinhar óptimas refeições / E tens de te vestir à maneira / Vais viver em harmonia com a minha mãe e a minha irmã (e comer as bodegas que elas te derem) … E por aí fora. A progressiva afirmação das mulheres, quer a nível académico quer a nível profissional, conferiu-lhes papéis cada vez mais importantes na sociedade. No entanto, alguns homens recusavam-se
a aceitar a alteração do estatuto social feminino. De acordo com o índex sobre a desigualdade de género, elaborado pelo programa de desenvolvimento das Nações Unidas em 2013, a China ocupa a posição 91 entre 187 países, pior que a do Irão e da Ucrânia. Isto fez-me lembrar o conselho de uma mãe chinesa à sua filha: “Rapariga, lembra-te sempre que és uma convidada em casa dos teus pais e uma estranha em casa do teu marido.”
14
h
WANG CHONG
王充
OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG
Mesmo que a minha obra seja uma criação, ela não merece ser condenada.
Resposta aos críticos – 9
O
utrora, as antologias de poemas eram encomendadas por governantes desejosos de conhecer os costumes e os sentimentos do povo. Esses poemas eram criações populares, no entanto, os sábios soberanos não acusavam os seus autores de terem criado algo de novo, não os aprisionavam nem destruíam as suas canções: eis porque o Clássico dos Poemas [NT _ O Shijing, um dos Cinco Clássicos, datado do início do 1º milénio a.C.]chegou até nós. Os Discursos Ponderados, ou o tratado Dos Assuntos Políticos, são como esses poemas. Desejo que possam também ser bem acolhidos e que a sua mensagem se possa transmitir, pois é essa a razão de ser dos Discursos Ponderados. Quando se atacam as criações originais é por nelas encontrarmos com frequência ideias sem fundamento e calúnias. Mas os Discursos Ponderados buscam a verdade e denunciam os erros e uma parte dos meus tratados, nomeadamente “Da igualdade entre as idades”, “Elogio dos Han”, “Grandeza da dinastia”, “Sinais demonstrados”, abundam em elogios e são isentos de criticas. Mesmo que a minha obra seja uma criação, ela não merece ser condenada. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho
Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.
15 hoje macau quarta-feira 15.2.2017
diário de um editor
JOÃO PAULO COTRIM
Formas de dizer MUSEU PICASSO, PARIS, 27 JANEIRO Trouxe lições desta riquíssima exposição, a primeira a cruzar olhares, obras e percursos, enfim, a amizade e os desencontros dos «monstros» Picasso e Giacometti. Não precisava, bastava o deleite de saltitar de uma forma para outra, da enormidade para o detalhe, do delírio para o pensamento, do mundo para o corpo. Esmagado percebi que artista será apenas aquele que tome por matéria-prima a energia e se deixe atravessar pelo raio do desejo. As vontades dionisíacas e primitivas destes colossos viraram as formas do avesso em vagas incessantes de criação. Nem a tristeza os travou. Em fundo, invariavelmente o eterno feminino abrindo-se em V de vitalidade, para se estender campo de batalha e principal soldado contra a morte, esse disforme enigma final. Na Baigneuse alongée, de Picasso, de 1931, braços e cabeça entrelaçam-se num nó que, abraçando o espaço, lança e recebe o resto do corpo feito mar. Na praia, onde o encontro incessante dos elementos sussurrará para sempre. Giacometti, em 1929, diz que uma Femme couchée qui rêve faz-se de ondas paralelas mantidas juntas e esvoaçantes um pouco acima da linha de terra por colunas, uma delas encimada por volume côncavo, talvez uma cabeça. O vazio, sempre ele a desafiar-nos, a conter-nos, a definir-nos. Como bem revela G. na série Femme (plate I) e depois sucessivamente (plate II) e (plate III): pelo nada somos definidos. Sublimes platitudes. Ainda bem que fui a tempo, mesmo contra o tempo e o cansaço, sendo este primeiro sintoma daquele outro a roer-me, apertando cada vez mais nós. Na barriga, afinal onde, como dizia Manuel António Pina, deve ser o lugar do coração já que aí sentimos tudo, nervos como alegria, preocupação como desejo. Sofro de falta de tempo para me perder nele. SANTA BÁRBARA, LISBOA, 29 JANEIRO Nos anos 1930, Alberto G. compôs pequenas esculturas em palcos de branca fragilidade e fundos de silêncio, nos quais desenhou tensões e equilíbrios com sensibilidade a rasgar feridas, dando-nos a ver o gesto de as retirar à informe paisagem do ar com x-acto. (Note-se a ajuda que esta estranha palavra oferece com o cruzamento em
da filha entrança-se, sob pesado manto de neve, com mão cheia de outras figuras a desfazerem-se no entorno. O pano de fundo sobre o qual evoluímos faz-se de amor e amizade e custa-nos negar à morte a possibilidade de fazer da paisagem beco sem saída. Corpos e fundos, nesta coreografia de encontrões se joga o essencial do labor de Éric. Nunca o silêncio foi tão bem desenhado. Nunca o branco foi tão negro. Mesmo quando a cor se junta à melodia com substância de personagem. Acontecem desenhos de estonteante pureza. Nada foi deixado ao acaso, basta conferir a rima entre a capa e as guardas, que alude à colecção de despojos que se diz vida. A narrativa longa estende-se sem perder, em momento algum, fulgores de verso. Algumas sequências agravam enigmas. E nunca deixam de brilhar as pequenas histórias de cada um dos actores, tratados com comovente ternura. Respira-se aqui humanidade. A leitura de «P» pode bem mudar-nos. Pena de quem não sabe.
alvo, chaga que acolhe a potência. E como nos faz falta o c para acentuar carnes). Uma delas chama-se Pointe à l oeil: longa e orgânica forma cónica, afia-se em direcção ao exacto meio dos vazios que olhos ocupariam naquele pequeno crânio e costelas, esboço de corpo, espetado em solo níveo riscado de quadrícula e sulcos. Um prego negro de cabeça branca atravessa e sustenta a massa. Depois a luz dança de
mil modos para não prejudicar as sombras que repousam. Quanta dor aqui se encerra e desvela? Dirão que exagero, mas tant pis: incluo Paysage Après la Bataille, de Éric Lambé e Philippe de Pierpont, nesta bruta linhagem. Este P aponta-se-nos aos olhos, extraído ao branco com requintes de bisturi, P de paisagem e de perda. Com magistral gestão do ritmo, a batalha de uma mulher contra a morte
HORTA SECA, LISBOA, 2 FEVEREIRO Perde-se no claro-escuro da desmemória o encontro com o trabalho de Jorge dos Reis, primeiro na sua qualidade de compositor de alfabetos, logo na de investigador atento das nossas artes tipográficas. Admiro muito o seu esforço de projectar atenção à obscuridade das oficinas quando a pele do mundo era de chumbo. E vibro com o divertido jogo com que faz das letras formas do olhar. A exposição, «Fragas Falantes», que celebra vinte anos e vinte tipos de letra, ergueu-se na faldas da serra, na Universidade da Beira Interior, mas veio ver o mar às paredes da abysmo galeria. O livro, com o mesmo título e grande formato, transpira saber e sabor. Foi feito em velhas máquinas, mas propõe mostruário de seres vivos, que outra coisa não são tais alfabetos. Cada página afirma-se poster, afirmação a um tempo subtil e gritada, útil e abstracta. Ajuntou-lhes pequenos comentários de gente do mesmo ofício, mas não apenas. Curiosa coincidência, vários dos convidados viram música nas suas composições. Também ouvi melodia na que me dedicou (na ilustração ao lado): Baco, que me surge inspirado em correntes de bicicleta. Percebo o deus desbragado, já as bicicletas só se for metáfora para o esforço de locomover letras.
16 DESPORTO
hoje macau quarta-feira 15.2.2017
A
notícia de que o Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS, na sigla inglesa) irá sofrer esta temporada uma importante alteração na sua estrutura de classes foi recebida com bastante apreensão entre os intervenientes, neste caso, os pilotos de carros de turismo do território. Antes das férias do Novo Ano Lunar, a Associação Geral Automóvel Macau-China (AAMC) anunciou que a corrida da Taça de Carros de Turismo de Macau do 64º Grande Prémio de Macau vai ser composta por dois tipos de viaturas: 1,600cc Turbo e 1,950cc ou superior. Esta decisão terá igualmente reflexos no campeonato local, pois em vez de existirem duas classes, com duas corridas separadas, em 2017 teremos duas classes mas uma só corrida. “Não é uma boa notícia para nós”, afirma Filipe Clemente Souza, o bi-campeão da categoria “AAMC Challenge” (1,600cc Turbo) do MTCS, porque “em comparação com os carros da categoria Road Sport, os nossos carros são muito diferentes”. A diferença a que o experiente Souza se refere está na performance dos carros, fruto de dois regulamentos técnicos concebidos para campeonatos com filosofias bastante díspares. No circuito de Zhuhai, a diferença em pista entre os carros 1,600cc Turbo e os carros da Road Sport chegaram, nas corridas disputadas no ano transacto, a ser de nove segundos por volta.
OUTROS CONTRAS
O piloto macaense Álvaro Mourato levanta também outra questão: a menor visibilidade PUB
De nariz torcido
Alterações ao MTCS recebidas com apreensão pelos pilotos do território
“Não é uma boa notícia para nós porque em comparação com os carros da categoria Road Sport, os nossos carros são muito diferentes.” FILIPE CLEMENTE SOUZA PILOTO
que vão ter os pilotos da classe 1,600cc Turbo a partir de agora. “O comum telespectador não percebe. Só sabe quem acabou em primeiro na televisão. Mesmo que venças a classe 1,600cc Turbo, o mais certo é que nem sequer sejas apanhado na TV. Assim, as pessoas não saberão sequer quem venceu a categoria”, explicou ao HM o piloto macaense. Ao mesmo tempo, Mourato realça o potencial perigo de estarem em pista dois tipo de viaturas com andamentos tão díspares. “Isto de ter duas classes numa só categoria poderá ser um grande perigo. Os carros da Road Sport têm mais 500 cavalos de potência e nós nos 1,600cc Turbo, mesmo se o regulamento for alterado, temos apenas 300 e poucos cavalos de potência”, afirma o ex-vencedor da corrida Troféu Hotel Fortuna, lembrando que será “o grande perigo nas curvas de alta velocidades”. O HM contactou vários pilotos, mas nem todos quiseram prestar declarações nesta altura. Há quem opte pela publicação dos regulamentos técnicos da classe por parte da AAMC antes de se pronunciar publicamente sobre o assunto. É esperado que o futuro regulamento da classe 1,600cc Turbo, a apresentar em breve pela AAMC, traga um incremento de performance para os carros elegíveis na categoria, mas, mesmo após as alterações nas viaturas, é do senso comum que dificilmente estas possam chegar ao andamento em pista dos actuais carros da classe Road Sport. Sérgio Fonseca
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17 hoje macau quarta-feira 15.2.2017
TEMPO
POUCO
NUBLADO
O QUE FAZER ESTA SEMANA Amanhã
LANÇAMENTO DA OBRA “REGIME JURÍDICO DA CONTRATAÇÃO PÚBLICA NA RAEM” DE JOÃO ANTÓNIO VALENTE TORRÃO Fundação Rui Cunha 18h30
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Domingo
CONCERTO “NING FENG INTERPRETA ELGAR” PELA ORQUESTRA DE MACAU Igreja de São Domingos Domingo 20h00 ESPECTÁCULO “MADE IN MACAU 2.0” Antigo Tribunal 20h00 e 15h00
O CARTOON STEPH
EXPOSIÇÃO “52ª EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO DA VIDA SELVAGEM DO ANO” Centro de Ciência (Até 21/02) EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)
EXPOSIÇÃO “ENTER PLEASE” DE CATHLEEN LAU Armazém do Boi Até 26/02
UM FILME HOJE
EXPOSIÇÃO “WHAT HAPPENED LAST NIGHT? DE TIFFANY TANG Armazém do Boi Até 26/2
Cineteatro
PROBLEMA 177
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 176
C I N E M A
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “I’M TOO SAD TO TELL YOU” DE JOSÉ DRUMMOND Casa Garden Até 24/02
YUAN
1.16
AS BOLAS DE SÍSIFO
ESPECTÁCULO “MADE IN MACAU 2.0” Antigo Tribunal 20h00 e 15h00
EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1
0.22
AQUI HÁ GATO
Sábado
Diariamente
(F)UTILIDADES
Isto de usar a língua como esponja de banho tem muito que se lhe diga. Além de ser uma arte, é uma chatice porque se forma uma bola de pelos na garganta. O equivalente ao ralo dos chuveiros cheios de cabelos foragidos de cabeleiras humanas. Uma espécie de mito de Sísifo da higiene felina, uma enorme bola de pelo que rola sempre para fora da garganta, mas que nunca sai totalmente. Um absurdo total, trabalho interminável, infinito, eternamente incompleto. Nunca há plenitude na bola de pelo, nunca há satisfação absoluta, sempre se retorna à angústia que estrangula a garganta. O meu globo de peluche é como o ciclo de penas de quem trabalha num emprego chato, rotineiro, sem objectivo definido, como um funcionário que carimba os mesmos impressos todos os dias. Como um rato a correr numa roda, um cavalo a trautear em direcção à ilusória cenoura, um cão que persegue a própria cauda. Quero cuspir totalmente esta tragédia que se acumula na garganta, esta amigdalite fofa que só conhece o crescimento, que se recusa a minguar. O alívio não existe, o absurdo não atenua. Continuo a cuspir-me e a engolir-me, numa regurgitação infinita de mim próprio. Mas ainda tenho goela para berrar: prisioneiros da rotina, amotinai-vos. ebam da larga taça da desobediência e, com alegria, quebrem as costas dos vossos carrascos. Pu Yi
LA LA LAND | DAMIEN CHAZELLE | 2016
O filme favorito dos AFTA e que promete ser a coqueluche dos scares não passa de um musical bonitinho, com uma história de amor lá dentro, boas interpretações e muita música à mistura, como o nome sugere. Porém, não passa disso: é uma ode aos tempos antigos, com laivos de nostalgia, mas onde as personagens usam Iphones e conduzem carros mais ou menos modernos. esumindo, não traz nada de novo ao cinema ou ao telespectador. Andreia Sofia Silva
LA LA LAND SALA 1
RESIDENT EVIL: THE FINAL CHAPTER [C] Filme de: Paul W.S. Anderson Com: Milla Jovovich, Ali Larter, Shawn Roberts, Ruby Rose 14.30, 16.30, 21.30
LOVE CONTRACTUALLY [B] Filme de: Liu Guonan Com: Sammi Cheng, Joseph Chang 19.30 SALA 2
JOHN WICK: CHAPTER TWO [C] Filme de: Chad Stahelski Com: Keanu Reeves, Ian Mcshane, Ruby Rose, Common 14.30, 16.45, 21.30
A LA LAND [B] Filme de: Damien Chazelle Com: Ryan Gosling, Emma Stone 19.15 SALA 3
THE LEGO®BATMAN MOVIE [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Chris Mckay 14.30, 16.30, 19.30
52HZ, I LOVE YOU [B] FALADO EM MANDARIN Filme de: Wei Te-Sheng Com: Van fan, Chie Tanaka, Min-Hsiung 21.30
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18 hoje macau quarta-feira 15.2.2017
BERNARD-HENRI LEVY in Público
A conspiração contra a América
N
O dia da tomada de posse de Donald Trump conheci Philip Roth. Foi uma experiência estranha passar, com o nosso amigo comum Adam Gopnik, o fim de um dia louco na companhia do escritor que, há 13 anos, em A conspiração contra a América (Dom Quixote, 2005), descrevia exactamente o pesadelo arrepiante em que os EUA entraram. Encontrámo-nos no seu apartamento forrado a livros de Manhattan, para onde se mudou depois de ter anunciado que se refromava da escrita. Ele tinha passado a manhã desse dia de 20 de Janeiro em frente à televisão. Tal como muitos americanos, mas talvez com um grau de estupefacção suplementar, viu as imagens chocantes do bebé crescido que com grande estardalhaço, pequenos punhos erguidos, insultava as elites de Washington, o povo americano, o mundo inteiro. Falámos da outra criança, a verdadeira, o pequeno Barron Trump, vestido como de príncipe de comédia e deslocado como se fosse um pacote, ou um troféu, entre os pódios onde se celebrou o triunfo de César seu pai. Roth tem, como se sabe, um carinho particular pelas heroínas literárias, por isso detivémo-nos no caso de Melania, a First Lady, com o seu ar estranhamente ausente durante a cerimónia — lúcida? Informada? Pressentindo, melhor que todos nós, as catástrofes que se estão a preparar? Ou será apenas a história da mais bonita rapariga do subúrbio que um adolescente ávido convidou para dançar e aperta de mais. Roth falou também das forças que, no seu romance ou mais exactamente no novo romance que o mundo está a escrever, e de que ele, conhecedor, extrai as linhas cómicas e trágicas, podem resistir a esta maré negra de vulgaridade e de violência. 1. O povo soberano que desceu em massa às ruas das grandes cidades do país, lembrando que em termos de votos totais foi ele, e não Trump, que ganhou as eleições. 2. Os republicanos que sabem que entre Trump, o antigo democrata que se tornou populista, e o Grand Old Party, que ele usou como trampolim, trava-se uma luta de morte. 3. A CIA, cuja sede Trump visitou no dia após a posse, sem dispensar uma palavra para os 117 agentes mortos em missão, cujos nomes estão gravados na parede mesmo por trás dele, quando se entregou a um exercício de auto-satisfação pueril e grotesco sobre o número de apoiantes que tinham chegado a Washington para celebrar [a tomada de posse]. 4. Os responsáveis do FBI que não lhe perdoarão ter duvidado da sua probidade no
AARON SORKIN, THE WEST WING
OPINIÃO
caso da pirataria informática pelos serviços secretos russos para influenciar os resultados da campanha a seu favor. Não é bizarro, perguntei a Roth, que a maior democracia do mundo dependa de um sistema de separação de poderes tão improvável? O que é bizarro, responde-me ele, com uma grande gargalhada, inclinando a cabeça para trás, é estado de insurreição em suspenso, pelo qual é responsável este Presidente mal eleito e para o qual se pode prever um mandato ainda mais curto do que o do herói do seu romance. Claro que as situações não são comparáveis. O romance decorre em 1940. Retrata Charles Lindbergh, o herói aviador com simpatias nazis, que ganha por pouco ao candidato favorito da época, F.D. Roosevelt. Lindbergh era um anti-semita assumido. Mas ao mesmo tempo.... Esta retórica mussoliniana... E depois há o slogan “América Primeiro”, surpreendendo que nos EUA não se tenha agitado o coração de gente com um pouco de cultura política, independentemente das simpatias político. Porque era este o slogan oficial dos nazis americanos no tempo de Charles Lindber-
Não é bizarro, perguntei a Roth, que a maior democracia do mundo dependa de um sistema de separação de poderes tão improvável?
gh. Era a resposta aos que queriam que a America resistisse à Alemanha de Hitler. Foi em seu nome que foram denunciados os “judeus belicistas”. E é este slogan que Trump repetiu na escadaria do Capitólio e fez com que David Duke, antigo líder do Klu Klux Klan, soltasse um estrondoso “Conseguimos!”. Donald Trump sabe tudo isso e, quando lho apontam, responde que está a olhar “para o futuro”, não “para o passado”. Mas o mundo divide-se entre os nihilistas sem memória e os que sabem que as línguas têm uma história. O jogo faz-se entre os que crêem que se pode, sem mal, repetir quinze vezes num discurso o slogan dos supremacistas brancos e os que sabem que a genealogia das palavras, quando negada, vinga-se. Trump, um pseudo-aliado dos maiores demagogos do nosso tempo, está a ser rejeitado em todo o mundo. Mas consideremos este estranha e sinistra particularidade: o mais impopular Presidente da América visitou recentemente Jerusalém e criou um afinidade com com aqueles que o seu predecessor na ficção considerava sub-humanos. E há o seu slogan América Primeiro. É surpreendente que estas palavras não tenham dado a volta ao estômago a todo o espectro político americano. Possam os destinatários desta súbita solicitude protegerem-se deste seu novo amigo como fazem em relação aos seus inimigos. Possam nunca esquecer que o destino de Israel é uma coisa demasiado séria para que um aventureiro impulsivo e inculto o use para demonstrar a sua autoridade ou o seu suposto talento para fazer negócios.
19 ÓCIOSNEGÓCIOS
hoje macau quarta-feira 15.2.2017
BARBEARIA RUI CARREIRO, CABELEIREIRO E EMPRESÁRIO
De Portugal, com amor Fátima Lopes chega a Macau pela mão de um seu conhecido: o multifacetado ui Carreiro. O açoriano vende pequenas quantidades de sapatos da estilista portuguesa, principalmente a clientes mais fiéis. Um negócio de proximidade a meio mundo de distância da linha de produção
A
venda dos sapatos da marca Fátima Lopes são como um pequeno rumor, que passa de boca em boca. assim que funciona o negócio do açoriano de gema, “com sotaque”, ui Carreiro. Relação directa com os clientes que, normalmente, são amigos, ou conhecidos. Quando interrogado sobre como caracteriza os fregueses, garante que “quem procura os sapatos da Fátima tem muito bom gosto”. A clientela é variada, um pot-pourri social. Tanto pode ser a senhora que trabalha num escritório, uma dona de casa, uma bailarina, passando pela empregada de bar e restauração. Por vezes, o boca a boca chega a desconhecidos. “Vendi três pares de sapatos a três australianas que estavam cá de passagem. Já me ligaram a perguntar quando tenho mais”, conta. Rui é um homem dos sete ofícios e a venda de sapatos não é algo que faça como fonte primária de rendimentos, assim como o acolhedor salão de cabeleiro onde corta cabelos, que encara como hobby. Trabalha principalmente como wigmaster em espectáculos que passam por Macau e que o levam a viajar mundo fora. Quando se soube que vendia sapatos de Fátima Lopes, o pequeno stock que tinha voou das prateleiras. ui não tem uma
sapataria, mas compra pequenas remessas de calçado da estilista portuguesa. Da mesma forma, não tem uma loja de roupa, mas é bem capaz de “daqui a uns meses ter dez camisas de homem para vender”. A ideia é colmatar pequenas necessidades dos clientes, até porque a oferta neste sector de negócio é limitada em Macau, na óptica do açoriano.
TESOUROS DE NICHO
“O meu foco aqui é ter produtos portugueses, se for açoriano tem prioridade, como é lógico, via verde, não pára na portagem”, explica ui. Como seria espectável, os sapatos tiveram grande aceitação. “Vendi-
-os logo na primeira semana, o que não é de estranhar porque já os trouxe a pensar no cliente final.” Neste momento, prepara-se para fazer mais uma encomenda da próxima colecção, nos mesmos moldes, uma pequena remessa. “Como digo sempre, não é para massas, mas para um reduzido nicho de mercado, porque Macau é pequeno para um volume de negócio maior.” Não é essa a prioridade de ui Carreiro, que vê na massificação uma perda de identidade, um “copy paste”, uma repetição ao estilo do fast food, o que poderia representar a “perda do nicho de mercado”. Além disso, a venda a retalho poderia retirar ao
açoriano o prazer de “viajar e trazer algo novo, excitante”.
SENHORA DE FÁTIMA
“Conheço a Fátima há algum tempo porque trabalhei em moda em Portugal.” ui trabalhou como manequim, travou conhecimento com Fátima Lopes em Lisboa e também privou com a estilista enquanto produtor da Moda Açores. A relação nasceu daí, começou como profissional, mas tornou-se um pouco mais pessoal. “Normal quando dois ilhéus estão a viver em Lisboa. Não é como ser emigrado, estás dentro do mesmo país, mas tens falta das tuas raízes, falta-te também um bocadinho de colo e a Fátima, digamos, foi também um amparo”, recorda.
“Não é para massas, mas para um reduzido nicho de mercado, porque Macau é pequeno para um volume de negócio maior.” Foi assim que nasceu o pequeno negócio dos sapatos, de uma forma casual e amigável. Na última vez que ui esteve em Lisboa encontrou-se com a estilista, que tinha relançado a linha de calçado. Almoçaram, puseram a conversa em dia, e Rui regressou a Macau com dez pares de sapatos. “Achei-os muito bonitos, essa é uma característica que tenho, não vendo nada que não goste.” Quanto ao crescimento da marca Fátima Lopes em Macau, Rui não consegue prever o futuro. “Isso depende se fico em Macau, ou não. Estou cá há sete anos, que é aquele período em que a relação pode passar a ser ralação”, explica humorado. De qualquer forma, é uma marca que se vende a ela própria. A estilista tornou-se uma referência internacional, “até mais no exterior, do que propriamente em Portugal. Ela já está na China, conseguiu entrar agora, está na Austrália, Europa e nos Estados Unidos”. Vem aí a próxima colecção e ui venderá, novamente, um número limitado de pares. A ideia do açoriano é ir adocicando os clientes com pequenas preciosidades, ir buscar modernidade à tradição lusa e trazer magia a um punhado de fregueses. João Luz
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Já andam os pinguins de bico aberto à espera de uma esmola universal Atlântido
JAPÃO TRUMP SABE OUVIR E É “FRANCO E ABERTO”
O
PUB
primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, disse que o Presidente norte-americano, Donald Trump, é um homem “que sabe escutar”, além de ser “franco e aberto”, segundo afirmou numa entrevista realizada após a visita aos Estados Unidos. “Embora possa surpreender, o Presidente Trump é uma pessoa que sabe escutar. Também é muito franco e aberto, embora esteja muito comprometido com as suas promessas de campanha”, disse Abe numa entrevista à estação pública nipónica NHK, divulgada ontem. O chefe do Executivo japonês falou durante a entrevista sobre os seus encontros no fim de semana com Trump, em que trataram de assuntos de segurança como a posição de Washington em relação às ilhas Diaoyu, foco de conflito regional entre Tóquio e Pequim. Abe disse que durante a sua visita aos Estados Unidos não foi abordada a questão do contributo económico do Japão para a manutenção das tropas norte-americanas no país, objecto de críticas durante a campanha eleitoral do agora Presidente dos Estados Unidos, que disse que não era suficiente. “O secretário de Defesa, (James) Mattis, visitou o Japão e disse que o nosso modelo de partilha de custos é um exemplo a seguir por outros países. Creio que se resolveu o problema”, disse Abe. O chefe do Executivo japonês também referiu o mais recente lançamento de um míssil norte-coreano: “O Presidente (Barack Obama) foi muito cauteloso sobre o uso da força militar contra a Coreia do Norte, qualificando a sua postura de “paciência estratégica. Creio que a Administração Trump vai tentar rever essa postura e procurar uma solução diplomática, colocando todas as opções em cima da mesa”, disse Abe. O primeiro-ministro japonês também considera que o Governo de Trump “está em processo de definir a sua política externa em relação à China”, e que “o Presidente Trump planeia manter um diálogo estreito com a Rússia”.
quarta-feira 15.2.2017
Poluição ÍNDIA IGUALA CHINA EM MORTES PREMATURAS
Empate técnico
HK POLÍCIAS CONDENADOS POR AGRESSÃO A MANIFESTANTE PRÓ-DEMOCRACIA
U
O
ar na Índia já rivaliza com o da China como o mais mortífero do mundo, sendo responsável por 1,1 milhões de mortes prematuras a cada ano, indica um novo estudo publicado ontem. O estudo conjunto de dois institutos de investigação sobre saúde norte-americanos indica que o nível anual de mortes prematuras na Índia é quase igual ao da China, resultado de uma subida abrupta e constante nos últimos anos. Já os números chineses têm vindo a estabilizar no mesmo período. As medições feitas ao “smog” (em termos genéricos, nevoeiro contaminado com fumos) nas cidades indianas passam muitas vezes os índices seguros de exposição. Entre 1990 e 2015, a Índia registou um aumento de quase 50% no número de mortes ligadas a partículas no ar (ín-
dice conhecido como PM2.5), conclui o relatório. Estas partículas microscópicas são tão leves que flutuam no ar e alojam-se dentro dos pulmões, sendo causadoras de bronquite crónica e doenças cardíacas. Também estão associadas a taxas mais altas de cancro nos pulmões. “A Índia agora aproxima-se da China no número de mortes atribuíveis ao PM2.5”, indica o relatório do Instituto dos Efeitos para a Saúde e o Instituto para as Métricas e Avaliação na Saúde.
SOBE E DESCE
Em conjunto, os dois gigantes asiáticos, Índia e a China, representam mais de metade de todas as mortes no mundo atribuídas à exposição a PM2.5, acrescenta o documento. Os esforços das autoridades chinesas para reduzir o “smog” nas cidades estabilizaram o
número de mortes prematuras associadas a PM2.5 nos 1,1 milhões por ano desde 2005. Mas na Índia esse mesmo número subiu de 737,4 mil por ano 1990 (estimativa), para 1,09 milhões em 2015. A China e a Índia também surgem quase empatados na corrida ao título de país mais poluído do mundo. Confrontada com crescentes necessidades de energia, a Índia continua muito dependente do carvão para fornecer electricidade aos seus 1,25 mil milhões de habitantes. Ainda assim, as autoridades indianas fixaram metas ambiciosas para a produção de energia eólica e solar. “O carvão não vai desaparecer rapidamente. A poluição ambiental derivada do carvão será sempre muito significativa na Índia”, considerou Sumant Sinha, a presidente da ReNew Power, uma empresa indiana de energia limpa.
M tribunal de Hong Kong considerou sete agentes da polícia culpados de agressão a um manifestante durante os protestos pró-democracia de 2014, um ataque que foi captado por câmaras e divulgado em todo o mundo. Os sete agentes foram considerados culpados de agressão que causou dano corporal ao activista do Partido Cívico Ken Tsang, mas inocentados de uma acusação mais grave, de danos corporais severos com intenção. As imagens de vídeo do ataque, captadas por um canal televisivo local, perto da sede do Governo, chocaram os residentes e prejudicaram a imagem da polícia. No vídeo é possível ver um grupo de homens a arrastar Tsang, algemado, para um canto escuro num parque público, onde é agredido. Um homem estava por cima de Tsang infligindo-lhe golpes enquanto três outros o pontapeavam repetidamente. A polícia foi criticada pela mão pesada com que, por vezes, tratou os manifestantes nos protestos que duraram 79 dias e incluíram o bloqueio de ruas, levando à paralisação de partes da cidade. Os manifestantes pediam eleições livres para o líder de Hong Kong. O tribunal concluiu que um dos agentes pisou Tsang, de 40 anos, e outros quatro deram-lhe pontapés. Os outros dois não participaram na agressão mas observaram. “Todos os agentes têm o dever de prevenir um crime, até por colegas polícias”, indica um resumo do veredicto. O juiz David Dufton afirmou em tribunal que Tsang sofreu ferimentos no rosto, pescoço e corpo durante a agressão. “O tribunal não ficou, no entanto, convencido que estes ferimentos representem lesão corporal grave, mas ficou convencido que representam danos físicos reais”, disse. O crime está sujeito a uma pena máxima de três anos. Manifestantes juntaram-se no exterior do tribunal, mas os apoiantes da polícia estavam em número superior aos pró-democracia.