Hoje Macau 15 MAI 2020 # 4526

Page 1

SEXTA-FEIRA 15 DE MAIO DE 2020 • ANO XIX • Nº4526

MOP$10

ESTUDO | TURISMO

NOVAS ESTRATÉGIAS

LMA

FEBRE DE SEXTA-FEIRA EVENTOS

ROUPA DE TURISTA GONÇALO M. TAVARES

h

ESPERTEZA DOS BICHOS VALÉRIO ROMÃO

hojemacau

RÓMULO SANTOS

PÁGINA 6

PUB

ANA JACINTO NUNES

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

‘‘

Importa que os jovens aprendam a aprender

A directora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da USJ fala dos novos modelos de ensino nascidos com a pandemia e que deverão ter vindo para ficar. Ana Correia diz que a educação não é exclusiva da sala de aulas e que os alunos aprendem mais online. Mais importante do que os conteúdos é ter ferramentas de aprendizagem para a vida, afirma. ENTREVISTA


2

ANA CORREIA DIRECTORA DA FACULDADE DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DE EDUCAÇÃO DA USJ

O ensino pode nunca mais voltar a ser como era. Depois da paragem de meses devido à pandemia, as aulas regressaram a Macau para um período escolar atípico. Ao HM, Ana Correia diz acreditar que a pressão está agora mais do lado dos professores e que o ensino online veio para ficar. Quanto à matéria que ficou por dar, a académica acha que “não haverá prejuízos” Quais os principais desafios pedagógicos, que se colocam neste período escolar tão atípico? São muitos os desafios e dizem respeito a professores, alunos, pais e às próprias instituições. Há muitos aspectos que estão aqui envolvidos e as pessoas não tiveram tempo para se preparar. Por isso, muitas das soluções encontradas acabam por ser apressadas ou encontradas por intuição para responder a problemas imediatos. Ou seja, devíamos ter sido preparados com muito mais tempo para entrarmos nesta viagem, que tem muitas surpresas e que não podemos evitar porque estamos todos nela. Falando dos alunos mais pequenos, é uma situação difícil porque não é possível mantê-los distanciados

“A educação não precisa da sala de aula” uns dos outros. Depois, os mais crescidos têm já uns meses de atraso porque houve indicações para não se introduzirem conteúdos novos. Portanto, os alunos estiveram ocupados a aprender, mas há espaços do programa curricular que não foram ensinados e isso vai ter consequências. Não digo que sejam insuperáveis, mas com certeza que no próximo ano, e nos anos seguintes, o currículo vai ter que ser repensado para colmatar este período em que andámos todos a marcar passo.

Quanto aos alunos que vão ser avaliados, existe pressão acrescida? Isso está a ser discutido pelos responsáveis e aqui o princípio mais importante é não prejudicar os alunos, porque o que aconteceu não lhes é imputável, como também não é imputável às escolas. É necessário encontrar soluções que assegurem que os alunos não são de modo nenhum penalizados em termos de avaliação devido ao que está a acontecer. Não há soluções milagrosas. Penso que os professores, por exemplo, sentem essa pressão porque querem cumprir o programa o mais possível, mas não vai dar e, por isso, tem de haver compreensão de todas as partes e encontrar soluções que sejam o meio caminho entre o que é a perfeição e aquilo que é possível. De que forma esta paragem forçada, onde deixou de haver rotina escolar, afectou os alunos, tanto a nível curricular como psicológico? Penso que os alunos devem estar muito contentes por regressar porque eles costumam gostar das férias, mas quando têm tempo limitado. Quando as férias são forçadas, os alunos costumam sentir saudades do convívio, da escola

e daquela energia toda que anda ali à solta e, por isso, do ponto de vista da rotina, não haverá problema. Agora, não sei se do lado dos professores e dos pais será uma retoma total porque continua a haver receio de uma nova contaminação. Ou seja, há aqui um clima que é, por um lado, de alegria das crianças, mas por outro, um retorno à normalidade que, na verdade, é uma "nova normalidade". Estamos todos mais ou menos em suspenso.

“A educação (…) não precisa de ser toda numa sala de aula, numa escola.” De que forma este período escolar atípico pode afectar os professores? Para algumas escolas, as aulas vão terminar mais tarde e isso vai ter um preço. Não é por acaso que os anos lectivos têm paragens periódicas, a profissão docente é muito desgastante e intensiva. Por isso, os professores precisam de interrupções, precisam muitíssimo daquele período de Verão e agora, embora não tenham estado a trabalhar tão intensamente durante estes meses, não existiu uma paragem da actividade. Portanto, a sensação de recuperação de energias não existe. Acho que os professores vão chegar mais tarde desgastados ao Verão, porque há escolas que vão terminar no final de Junho e algumas até meio de Julho e receio que os professores não tenham tempo para recuperar, porque depois disso ainda há exames nacionais e a preparação do ano lectivo seguinte. Se não se decidir começar o próximo ano lectivo mais tarde, os professores vão ter um período muito pequeno de férias.

Que consequências antevê para o próximo ano lectivo? As consequências vão existir para próximo ano lectivo, nas não só. Isto vai ter consequências para toda a educação, que não vai ser a mesma depois deste período. Há muita coisa que vai mudar. Estou convencida que o que nos está a acontecer é tão grave e tão profundo que vai ter implicações a todos os níveis. Até a própria arquitectura, as casas das pessoas vão ter que encontrar um modelo diferente porque a educação, percebeu-se agora, não precisa de acontecer numa sala de aula, numa escola. Há modelos de educação que já existiam e dos quais já se falava, mas que não eram levados a sério. Tenho a certeza que agora vão entrar no sistema com reconhecimento formal. Ou seja, vão deixar de ser só o trabalho de um grupo de professores carolas que gostam de ir ao encontro do que motiva os alunos, para fazer parte do sistema formal de educação. O uso das tecnologias digitais vai ganhar um peso muito maior na próxima reforma curricular. Na sua opinião como tem corrido a aposta forçada no ensino online?

“Há modelos de educação (…) que vão deixar de ser só o trabalho de um grupo de professores carolas que gostam de ir ao encontro daquilo que motiva os alunos, para passar a fazer parte do sistema formal de educação.”

Temos aqui o exemplo da USJ, os alunos aprendem mais, estão mais motivados, estão mais presentes quando o ensino é online do que quando estavam nas salas de aula tradicionais. A diferença é incrível. Acredito completamente na integração entre diferentes tipos de aprendizagem, a todos os níveis. Desde a escola primária até à universidade penso que é possível. Não falo tanto do ensino infantil, mas acredito que a integração das tecnologias digitais vai acontecer muito mais rapidamente por causa da covid-19. Na sua opinião que consequências podem resultar do ensino online? Os professores estavam preparados para esse desafio? O ensino online é complexo, interessante e variado. Temos aulas síncronas e aprendizagem assíncrona. Nas aulas síncronas, o professor está online directamente com os alunos. Temos softwares que nos permitem construir aulas interessantíssimas, como por exemplo o "Mentimeter" que permite fazer slides interactivos e outros que, entretanto, foram desenvolvidos e que vêm a enriquecer muito este novo tipo de ensino baseado na tecnologia. Depois temos a aprendizagem assíncrona, em que há tempo para a realização de tarefas autónomas que são carregadas através de uma plataforma digital. O factor tempo entra aqui como um elemento de controlo fundamental. Nas aulas tradicionais, muitos professores tendem a falar demais e a ocupar grande parte do tempo da aula e agora isso torna-se mais difícil, porque não há quórum. Como os alunos não estão lá fisicamente, o professor já sabe que na sua planificação tem que reservar um tempo para a aprendizagem centrada no professor e um

RÓMULO SANTOS

ENTREVISTA


3 sexta-feira 15.5.2020 www.hojemacau.com.mo

segundo período da aula em que os alunos aprendem autonomamente. O factor tempo permite maior participação dos alunos, porque no ensino tradicional, outra tentação que por vezes existe é dar mais tempo aos alunos que aprendem mais rapidamente. Ou seja, são eles que falam, participam e os outros vão ficando na sombra. De que forma a tecnologia pode estar mais presente no ensino? As tecnologias digitais estão connosco há décadas, mas em segundo plano do sistema educativo, não estão integradas no currículo de forma transversal. Nós temos, por exemplo, a língua portuguesa que é transversal a todas as disciplinas do currículo, mas as tecnologias digitais, as chamadas TIC (Tecnologias de Informação e Comunicação), não. Os alunos aprendem tecnologia na aula de tecnologia. Ora, isto é errado. As tecnologias deviam ser transversais, até porque é possível introduzi-las em todas as disciplinas. Para isso, é preciso formar professores. Penso que a situação vai mudar em relação a isso e mesmo as universidades e

todas as instituições que têm a seu cargo a formação de professores, neste momento, estão com certeza a pensar em fazer uma reforma curricular e dar mais valor e reconhecimento às tecnologias digitais. Que competências devem passar a ser privilegiadas pelos professores? A primeira é a literacia digital. Os professores têm de saber trabalhar com os softwares que existem e têm de saber, pelo menos, tanto quanto os alunos. Depois os professores têm de ter consciência dos perigos que podem vir associados, por exemplo, à produção de vídeos, ou seja a questão da integridade académica. Sabemos que um vídeo pode facilmente ser carregado online e circular quase sem limite e num curtíssimo espaço de tempo. A usurpação de autoria de materiais e a circulação de materiais sem autorização é algo a que se deve prestar também atenção. Além da literacia digital e da questão deontológica da integridade académica diria que a terceira competência que um professor necessita é criatividade. Mais do que nunca os professores têm de ser criativos, têm de ir à

procura e fazer auto-aprendizagem porque há milhares de ideias fantásticas online que podem ser adaptadas e, portanto, há uma parte que cabe a cada um. Deve haver desenvolvimento profissional organizado pelas escolas, pelas universidades e pela DSEJ, mas depois os professores também têm de fazer a sua parte.

“Andava no ensino secundário quando se deu o 25 de Abril em Portugal, também perdi muitos conteúdos e não penso que me tenham feito falta.” Com tantas mudanças que pressão é colocada nos pais? Os pais que têm crianças em casa vivem uma situação muito difícil por muitas razões. Porque as crianças não gostam de estar em casa, gostam de correr, têm uma necessidade enorme de gastar energia e

em casa não o podem fazer. Por vezes, não existe um computador para cada membro da família, só existe um e isso pode gerar conflitos e porque os pais de facto não têm disponibilidade de assistir as crianças na realização dos trabalhos que os professores lhes pedem para eles fazerem. Felizmente, parece que estamos a chegar ao fim desse período, excepto nos casos do ensino especial e do ensino infantil. Em Macau, contudo, ao contrário de outros países, quase todas as famílias com crianças têm a ajuda de uma empregada doméstica. Durante quanto tempo vamos correr contra o prejuízo curricular destes meses? O próximo ano lectivo será suficiente? Tenho uma visão da educação que é por princípios e não por conteúdos. Penso que muito do que as crianças e os jovens aprendem nas escolas são pretextos para aprenderem a aprender e durante este período ficaram sem esses pretextos. Por isso, vão continuar o seu percurso e penso que não será um grande prejuízo. O que importa é que aprendam a aprender. Se não deram

o conteúdo A ou o conteúdo B, terão as ferramentas que os habilitarão a ir à procura desses conteúdos e vão recuperá-los. Não estou convencida que seja um grande problema. Eu andava na escola secundária quando se deu o 25 de Abril em Portugal e também perdi muitos conteúdos e não penso que me tenham feito falta. Isso aconteceu desde Abril até Junho, por isso foi mais ou menos o mesmo período de tempo. Hoje em dia, se me perguntar se me prejudicou, respondo que não creio, porque a educação é algo maior que os conteúdos disciplinares cobertos num semestre, é um processo que começa quando entramos no jardim escola e que não termina enquanto estamos vivos. Porque o que nós queremos é que eles aprendam para a vida e o nosso modelo de ensino deve ser esse. A educação passa por criar-lhes a motivação. Se sabem os rios ou as montanhas, isso não interessa. Eles depois vão lá se quiserem. Pedro Arede

info@hojemacau.com.mo


4 coronavírus

15.5.2020 sexta-feira

(À HORA DO FECHO DA EDIÇÃO)

COVID-19 IDAS ÀS URGÊNCIAS DIMINUEM CERCA DE 45 POR CENTO

TOP 20 DOS PAÍSES

Copo meio cheio

COM MAIS CASOS (total cumulativo)

1430653 272646 252245 229705 222104 190137 178060 174098 143114 114533 82929 78810 76306 72278 54288 44830 43481 40186 35788 34381 30481

Desde que a epidemia do novo tipo de coronavírus começou a afectar Macau, o número diário de pacientes que recorrem aos serviços de urgência do hospital público reduziu quase para metade TIAGO ALCÂNTARA

E.U.A. Espanha Rússia Reino Unido Itália Brasil França Alemanha Turquia Irão China Índia Perú Canadá Bélgica Arábia Saudita Holanda México Paquistão Chile Equador

feitas, a diminuição é de cerca de 44,5 por cento. As autoridades de saúde foram ontem questionadas sobre as declarações de um especialista da Organização Mundial de Saúde que sugeriu que a covid-19 pode nunca desaparecer, tornando-se endémica nas comunidades. Neste ponto, Alvis Lo Iek Long indicou que não se detém conhecimento total sobre o vírus, e que pode vir a passar, como uma gripe ou constipação. Mas defendeu que o mais importante é elaborar planos de contingência e tomar medidas tendo por base os desafios do vírus a enfrentar. “Antes de termos uma vacina eficaz para combater a epidemia, temos de contar com o esforço e contributo da nossa população”, disse o médico, acrescentando que “a epidemia está muito grave em todo o mundo, não podemos baixar a guarda”. Macau assinalou ontem 36 dias consecutivos sem novos casos de pneumonia causada pelo novo tipo de coronavírus. Mantinham-se internados apenas dois doentes, tendo os restantes 43 recebido alta hospitalar. E registavam-se 220 pessoas em quarentena nos hotéis designados para observação médica, dos quais 136 eram residentes e 28 trabalhadores não residentes.

PAÍSES LUSÓFONOS (total cumulativo)

Portugal 28319 Brasil 190137 Moçambique 104 (total cumulativo) Angola 45 Guiné-Bissau 836 Timor-Leste 24 Cabo Verde 289 São Tomé 220 e Principe

CORREDOR PARA ESTUDANTES

PAÍSES ASIÁTICOS (total cumulativo)

China China | Macau China | Hong Kong China | Taiwan Coreia do Sul Japão Vietname Laos Cambodja Tailândia Filipinas Myanmar Malásia Indonésia Singapura Borneo

82929 45 1052 440 10991 16049 288 19 122 3018 11876 180 6819 16006 26098 141

Infectactos (total cumulativo)

Mortos

Curados

O

volume de pacientes nas consultas externas do Centro Hospitalar Conde São Januário (CHCSJ) manteve-se, mas houve uma quebra no número diário de pessoas a recorrer ao serviço de urgência durante os meses em que a covid-19 afectou o território. A informação foi dada

ontem na habitual conferência de imprensa sobre a situação da pandemia. “Os doentes com doenças crónicas têm de receber consultas externas periodicamente. (...) Ou seja, não há assim um número [mais] baixo”, explicou Alvis Lo Iek Long, médico adjunto da direcção do CHCSJ. No entanto, as pessoas que têm doenças como

Argélia “Honra” associada a missão médica Lo Iek Long, médico adjunto da direcção do hospital público, disse ontem que os cinco profissionais da área da saúde de Macau que integraram a equipa de emergência médica que partiu na quarta-feira para a Argélia, não vão causar escassez de recursos humanos na RAEM, na eventualidade de uma nova ronda de epidemia. E salientou que foram feitos vários trabalhos de preparação. “É uma honra podermos ter profissionais de Macau a ir a África transmitir as nossas experiências”, expressou.

gripes ou constipações, “se calhar, já não vêm ao serviço de urgência”. “Antigamente, tínhamos 900 doentes por dia. E agora só temos 500 diariamente. Verificámos uma queda do número de pacientes na urgência”, avançou Leong Iek Hou, coordenadora do Núcleo de Prevenção e Doenças Infeciosas e Vigilância da Doença. Contas

GCS

4455677 298906 1676432

Leong Iek Hou, Núcleo de Prevenção e Doenças Infeciosas e Vigilância da Doença “Antigamente, tínhamos 900 doentes por dia. E agora só temos 500 diariamente, por isso verificámos uma queda do número de pacientes na urgência.”

Sobre a aproximação do recomeço das aulas do ensino primário, Leong I On, da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) disse que os alunos transfronteiriços devem registar-se na DSEJ, bem como o encarregado de educação que vai acompanhar a sua entrada em Macau. Para além dos documentos de identificação, precisam de uma declaração de teste de ácido nucleico. Já Lei Tak Fai, representante do Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP), observou que o Governo de Zhuhai disponibilizou um corredor exclusivo de estudantes nos postos fronteiriços, para facilitar as deslocações entre a escola e casa. Com a previsão do aumento de estudantes a cruzar diariamente a fronteira, haverá mais agentes a ajudar a reduzir pressão nas vias públicas. Relativamente à validade do teste de ácido nucleico, que se faz a cada sete dias, no caso de quem cumpre os requisitos para passar a fronteira com Zhuhai, Alvis Lo Iek Long observou que quando se faz um teste este “revela a situação real daquele momento”. “Em relação aos sete dias, acho que é razoável porque tem de se definir um determinado período. Se não temos estes sete dias, se calhar, a pessoa tem de fazer todos os dias e essa não é uma boa forma. (...) Catorze dias é demais, porque já é o período de incubação”, explicou. Salomé Fernandes

info@hojemacau.com.mo


política 5

sexta-feira 15.5.2020

IPM PEREIRA COUTINHO QUESTIONA REDUÇÃO DE VAGAS EM TRADUÇÃO

O

deputado Pereira Coutinho interpelou o Governo sobre a redução do número de vagas por parte do Instituto Politécnico de Macau (IPM) no curso de Tradução e Interpretação Chinês-Português/Português-Chinês (ensino pós-laboral) e Tradução e Interpretação Chinês-Português/ Português-Chinês, no regime diurno. Neste último caso, “só foram abertas vagas para uma turma, impedindo-se a criação de vagas para uma segunda turma”. Coutinho questiona a medida por considerar que existe “uma elevada procura local para a aprendizagem das línguas oficiais”. No que diz respeito ao ensino da língua chinesa como língua estrangeira “o curso tinha duas vertentes, uma para estudantes

de língua nativa chinesa e outra para nativos de língua materna não chinesa”. Mas, “por razões desconhecidas, no ano lectivo 2019/2020, não foram abertas vagas para o ramo destinado a não nativos de língua chinesa, prejudicando muitos cidadãos da oportunidade na aprendizagem das línguas oficiais”, destaca. O deputado denota ainda que, em 2019, o IPM não apresentou candidaturas ao financiamento para a elaboração de materiais pedagógicos e científicos, o que mostra “confusões na sua gestão interna, situações essas consideradas repetitivas e outrora (2011) objecto de investigações por parte do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC)”. O deputado deseja saber as razões para a redução do número de vagas e qual o acompanhamento que está a ser dado no âmbito do referido relatório do CCAC. A.S.S.

CONSUMO PODER DO POVO SUGERE ELEIÇÃO DE FISCAIS

A

Associação Poder do Povo exige ao Governo de Ho Iat Seng que reforce a inspecção à escalada dos preços dos alimentos, sugere eleições directas para o cargo de inspector e que os supermercados que manifestem condutas pouco éticas quanto aos preços fiquem de fora da segunda fase do cartão de consumo. A petição entregue ontem pela associação liderada por Iam Weng Hong expressou preocupação com o facto de o cartão de consumo ter contribuído para o aumento dos preços. Face ao que diz ser um falhanço do Executivo na fiscalização, a Associação Poder do Povo avança a possibilidade de ser realizado um sufrágio universal para escolher os inspectores. Segundo o plano sugerido, estes seriam pagos pelo Execu-

tivo para desempenhar as tarefas, que actualmente fazem parte do Conselho de Consumidores. “Que problemas não podem ser resolvidos com poder e dinheiro? São muito raros. O Governo concentra os dois aspectos, por isso é incompreensível que não consiga resolver esta questão”, desabafou Iam Weng Hong. Por outro lado, a associação sugeriu ao Executivo que o montante correspondente à segunda fase do cartão de consumo, de 5 mil patacas, seja entregue directamente à população. “Se o Governo não ceder à sugestão de entregar o dinheiro aos cidadãos, em vez de ser no cartão, sugeriu que apenas possa ser gasto nas pequenas lojas e com as Pequenas e Médias Empresas”, afirmou Iam. N.W. com J.S.F.

Wong Chi Hong, DSAL “Se a situação ficar provada depois da investigação, vamos resolvê-la segundo a nossa competência, incluindo através da revogação de todas ou parte das autorizações de contratação de trabalhadores não residentes”

DSAL DETECTADOS 23 CASOS DE FALSAS RELAÇÕES DE TRABALHO EM 2019

O reverso da moeda

No ano passado as autoridades encontraram 23 casos de empresas que declararam falsas relações de trabalho com residentes. A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais alerta que estas acções podem levar à perda de autorização para contratar “blue cards” e responsabilidades legais

E

M 2019, foram descobertas 23 situações de falsificação de relações de trabalho entre empresas e residentes locais, incluindo de contribuições do regime da Segurança Social. Foram também revogadas 55 autorizações de contratação. A informação foi avançada por Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), em resposta a uma interpelação escrita de Leong Sun Iok. “Não importa se outros serviços encaminham [os casos para nós] ou se descobrimos por competência própria a situação da relação laboral falsificada, também acompa-

nhamos e investigamos. Se a situação ficar provada depois da investigação, vamos resolvê-la segundo a nossa competência, incluindo através da revogação de todas ou parte das autorizações de contratação de trabalhadores não residentes (TNR), encaminhando para os serviços com competências se o caso envolver actos penais como declaração falsa ou falsificação de documento”, lê-se na resposta. O problema foi levantado por Leong Sun Iok, que denunciou a existência de empregadores que obtêm quotas para TNR através de falsas declarações de contribuições para o Fundo de Segurança Social (FSS) sobre a contra-

tação de trabalhadores locais. Um fenómeno que indicou ser mais comum na construção civil e no sector dos serviços. Na resposta, explica-se ainda que o FSS revê o estado das contribuições dos empregadores e criou mecanismos de verificações internas e interdepartamentais para monitorizar a situação, dando seguimento a qualquer anormalidade encontrada. São canceladas as contribuições consideradas impróprias.

MECANISMOS DE DEFESA

Wong Chi Hong garante que o Governo “sempre deu grande importância a irregularidades que envolvam empregar trabalhadores estrangeiros”. Quando

as candidaturas são processadas, a DSAL indica que não se limita a rever a informação submetida e a requer dados sobre a entidade empregadora, mas também envia pessoal ao local de trabalho declarado. Além disso, são apontados mecanismos que “ajudam o trabalhador a verificar as suas informações de emprego, para evitar falsas declarações de empregadores”. Entre elas a possibilidade de se registarem para aceder à informação dos seus impostos profissionais através da internet. Salomé Fernandes

info@hojemacau.com.mo


6 sociedade

Glenn Mccartney, professor da Faculdade de Gestão de Empresas da Universidade de Macau, acaba de publicar um novo estudo onde defende que são necessárias mais parcerias público-privadas para a recuperação do sector do turismo e do jogo. O académico defende que esta pode ser uma boa oportunidade para a diversificação, mas alerta para a necessidade de um desconfinamento gradual

C

OM os sectores do jogo e do turismo a sofrerem uma crise sem precedentes devido ao surto causado pelo novo coronavírus, é importante olhar para novas estratégias e apostar nas parcerias entre o sector público e privado. São estas as ideias defendidas por Glenn Mccartney, professor da Faculdade de Gestão de Empresas da Universidade de Macau (UM), no seu mais recente estudo intitulado “The impact of the coronavirus outbreak

Supermercados Metade dos produtos mantém preços

A última investigação feita pelo Conselho de Consumidores (CC) em supermercados revelou que 48 por cento dos produtos manteve o preço médio. Na península, a maioria das marcas de arroz manteve o valor ou sofreu uma descida ligeira, enquanto na Taipa e em Coloane três referências apresentaram uma subida até 3 por cento. Os enlatados e produtos de limpeza doméstica reflectiram estabilidade de preços. Mas houve bens que sofreram variações: “24% dos produtos investigados registaram subida de preço entre 1% e 3%, bem como 28%, principalmente óleo alimentar e bebidas, sofreram descida no preço”, indicou o CC em comunicado.

15.5.2020 sexta-feira

ESTUDO RECUPERAÇÃO DEPENDE DE PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS

Trilogia da crise

Glenn Mccartney destaca o facto de muitas das medidas restritivas para combater o surto terem sido adoptadas sem uma prévia consulta ao sector privado. As medidas foram implementadas “de forma rápida, com uma consulta limitada ou inexistente às comunidades e ao sector privado, nomeadamente os casinos ou às pequenas e médias empresas (PME)”. A pouca colaboração entre o sector público e privado já foi referida como tendo contribuído para “uma maior dependência dos casinos”. Caso não haja esta parceria público-privada, poderão existir “mudanças limitadas em relação à trajectória do sector do turismo e do jogo antes de Janeiro”, defendeu o autor.

DESCONFINAR, MAS DEVAGAR

Glenn Mccartney “As proibições de viagem necessitam de ser reduzidas gradualmente por parte dos governos da China e de Macau para recuperar o sector do turismo, com a consciência de que não se pode reiniciar o relógio caso surjam novos casos de infecções.”

on Macao. From tourism lockdown to tourism recovery”. O académico distingue três fases nesta crise. A fase 1 diz respeito à implementação das medidas de confinamento e ao encerramento dos casinos e fronteiras. A fase 2 foi marcada pelo surgimento dos casos importados de infecção, enquanto que a fase 3 é a de aceitação e de resposta. E é nesta última fase que importa apostar numa maior parceria público-privada, com foco na responsabilidade social dos casinos.

“A diversificação do sector [do turismo] além do jogo tem sido pouco diversificada desde a liberalização dos casinos. Poder-se-ia utilizar a fase 3 como uma oportunidade para estabelecer um compromisso com a indústria e uma aproximação de forma mais colaborativa com o sector privado”, defende o autor do estudo. Glenn Mccartney acredita que chegou a altura de “discutir cenários de recuperação”. “Mudar para uma terceira fase de recuperação

da crise deveria envolver o sector público e privado de um ponto de vista colaborativo, ao invés de manter uma estratégia ‘de cima para baixo’, providenciando uma oportunidade de diversificação do turismo”, frisou. Neste sentido, para que não se voltem às mesmas estratégias do passado, o académico defende que se deve analisar o mercado chinês de visitantes e o foco principal do sector do turismo e do jogo em Macau.

GASTROENTRITE BOLOS DA PADARIA NEW MARIO NA ORIGEM DO CASO DA SJM

B

OLOS da Padaria New Mario, onde foram detectadas salmonelas, terão estado na origem da gastroentrite colectiva detectada em 56 trabalhadores vínculados à Sociedade de Jogos de Macau (SJM). A informação foi avançada ontem pelo Instituto dos Assuntos Municipais (IAM), segundo o canal chinês da TDM Rádio Macau. De acordo com a mesma fonte, depois de confirmar que a contaminação ocorreu na cantina dos trabalhadores de um dos casinos da SJM, no dia 4 de Maio, o IAM deu ordem aos responsáveis da Padaria

New Mario para suspender o fornecimento de bolos, tendo enviado uma equipa ao estabelecimento para investigar a qualidade alimentar dos produtos. Os resultados das análises das amostras revelaram a presença de salmonelas. O IAM solicitou ainda à cadeia New Mario que proceda à limpeza e desinfecção completa dos ambientes e equipamentos de produção dos seus espaços e que deixem de ser utilizados ovos crus na produção de cremes de pastelaria.Além disso, os trabalhadores terão ainda de frequentar cursos de segurança alimentar. P.A.

Depois do surgimento de casos importados, Macau tem agora a situação novamente controlada, restando poucos pacientes internados. Glenn Mccartney defende que está na altura de avançar para um desconfinamento gradual, uma vez que o impacto do confinamento “vai além das questões sócio-económicas”. Estão em causa “milhares de trabalhadores do sector do turismo e hotelaria”, que permanecem em espaços quase vazios. O professor da UM frisa que se devem ter em conta “os impactos económicos crescentes no sector privado, tanto nos casinos como nas pequenas e médias empresas, e os possíveis impactos sociais na comunidade com um confinamento prolongado”. Apesar disso, o académico acredita que este desconfinamento não deve ser feito de forma repentina. “As proibições de viagem necessitam de ser reduzidas gradualmente por parte dos governos da China e de Macau para recuperar o sector do turismo, com a consciência de que não se pode reiniciar o relógio caso surjam novos casos de infecções com o novo coronavírus”, conclui. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


sociedade 7

sexta-feira 15.5.2020

Magia negra Pedido fim de monopólio da Nam Kwong na gestão de combustíveis

O

presidente da Associação da Sinergia de Macau, Lam U Tou, apontou o dedo à Nam Kwong como parte do problema do preço elevado dos combustíveis em Macau. Num texto partilhado no Facebook da associação, e no jornal Ou Mun, Lam começa por destacar a forma como a acentuada queda do preço do barril de petróleo não se reflectiu no custo da gasolina, gasóleo e gás. A razão que leva os residentes a pagarem mais pelo abastecimento do carro, na visão de Lam U Tou, é a posição de vantagem no mercado da Companhia de Produtos Químicos e Petrolíferos Nam Kwong. Segundo o dirigente associativo, o monopólio da empresa estatal impede o mercado livre, situação que só pode ser combatida através da gestão pública do Depósito de Combustíveis de Ká-Hó e da reforma regulamentar dos concursos para bombas de gasolina. De acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Economia, em Abril o preço médio de importação de gasolina sem chumbo foi de 3,68 patacas por litro, com um preço máximo de venda na bomba de 11,58 patacas e mínimo de 11,17 patacas. A diferença de preços do gasóleo ainda foi mais acentuada, com o litro importado deste combustível a custar em

média 3,42 patacas, preço que subia nas bombas para valores entre 13,13 e 12,12 patacas. Face a este cenário, Lam U Tou entende que o preço pago pelo consumidor é “irrazoável e inconsistente com a lógica comercial”, o que levanta dúvidas quanto à possibilidade de manipulação de preços.

POBRE NEGÓCIO

Uma outra situação que incomoda o presidente da Sinergia de Macau é o facto de o contrato de concessão do terreno onde está situado o depósito de combustíveis ter chegado ao fim em 2018 e da

promessa não cumprida de o Governo rever o contrato. Lam U Tou criticou a posição de pouca força negocial e falta de responsabilidade a tratar do contrato, nomeadamente ao não publicar os detalhes dos termos de utilização e os custos de operação do depósito de combustíveis. Elementos que, quando somados, convencem o dirigente associativo de que não existe em Macau um mercado livre de combustíveis, e que colocam óbvios entraves à entrada de novos operadores no mercado. João Luz com Nunu Wu info@hojemacau.com.mo

AMCM Reservas cambiais sobem 1,4 por cento

As estimativas preliminares da Autoridade Monetária de Macau (AMCM) quanto às reservas cambiais apontam para um valor de 179,0 mil milhões de patacas no final de Abril, de acordo com uma nota divulgada ontem. O montante registado representa uma subida de 1,4 por cento relativamente aos dados rectificados de Março, que atingiram 176,6 mil milhões de patacas. Quanto à taxa de câmbio, a pataca subiu, tanto mensal como anualmente, face às moedas dos principais parceiros comerciais de Macau. Detalhando, a taxa de câmbio efectiva da pataca foi de 109,4 em Abril de 2020, registando um acréscimo de 0,96 pontos em relação ao mês passado e um acréscimo de 3,52 pontos, relativamente a Abril de 2019.

ESCLARECIMENTO No artigo de ontem com o título "Empresa responsável pelo IKEA gere vários franchises" constava que a companhia Dairy Farm geria a Maxim's e os 22 espaços comerciais desta marca. Em relação a esta informação, esclarece-

-se que a Dairy Farm limita-se a ter uma participação de 50 por cento no grupo Maxim's [Caterers Limited], que é considerado um parceiro, de acordo com a informação do portal da empresa e o relatório anual de 2019.

PUB


8 publicidade

15.5.2020 sexta-feira

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 63/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 101/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 113/AI/2020

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 122/AI/2020

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora CHEN JINYI, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C28122xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 15/DI-AI/2018 levantado pela DST a 24.01.2018, e por despacho da signatária de 22.04.2020, exarado no Relatório n.° 33/DI/2020, de 24.02.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Coimbra n.° 24, Flower City - Edf. Lei Yeng, 18.° andar I onde se prestava alojamento ilegal.---------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor NG KEUNG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° H3234xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 289/DI-AI/2017 levantado pela DST a 30.12.2017, e por despacho da signatária de 29.04.2020, exarado no Relatório n.° 56/DI/2020, de 25.02.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.os 361-B - 361-K, Edf. I On Kok, 16.° andar H onde se prestava alojamento ilegal.-------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LUO YING, portadora do Passaporte da RPC n.° G42391xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 185/DI-AI/2018 levantado pela DST a 05.10.2018, e por despacho da signatária de 28.04.2020, exarado no Relatório n.° 68/DI/2020, de 02.03.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua da Barca n.° 67, Edf. Fai Tung Kok, 2.° andar D onde se prestava alojamento ilegal.--------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WANG LIANGCAI, portador do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C39584xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 67/DI-AI/2018 levantado pela DST a 31.03.2018, e por despacho da signatária de 28.04.2020, exarado no Relatório n.° 79/DI/2020, de 02.03.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Xangai n.° 75-D, I Keng Fa Un, I Pou Kok, 8.° andar F onde se prestava alojamento ilegal.-----------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 22 de Abril de 2020.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Abril de 2020.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Abril de 2020.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 28 de Abril de 2020.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Plano Específico de Apoio Financeiro para Projecto de “Construção da Cidade Inteligente de Macau” Objectivo O presente plano visa dar resposta ao Plano Quinquenal de Desenvolvimento da Região Administrativa Especial de Macau (2016-2020) e ao plano de acção governativa de construção de Macau enquanto uma cidade inteligente. II. Áreas de financiamento As áreas de financiamento são áreas relacionadas com o desenvolvimento da construção da cidade inteligente de Macau, tais como turismo inteligente, deslocação inteligente, tratamento médico inteligente e governo inteligente, priorizando-se os projectos que sejam aplicáveis, operáveis e resolvam problemas de aplicação existentes. III. Qualificação de candidatura A qualificação de candidatura deve estar de acordo com o disposto no artigo 2.º do “Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro”, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 235/2018. IV. Período de candidatura O período de candidatura é de 15 de Maio a 15 de Junho de 20205 de Setembro a 8 de Outubro de 2019. V. Montante e duração máxima de concessão de apoio financeiro • O montante máximo de pedido de apoio financeiro para cada projecto é de quinhentas mil patacas (MOP500.000,00). • A duração máxima de desenvolvimento de cada projecto não pode ser superior a dois anos. VI. Método de candidatura Inscreva-se através do sistema de pedido de apoio de financiamento online do FDCT. VII. Critérios de avaliação 1. A avaliação será efectuada em conformidade com o “Regulamento da Concessão de Apoio Financeiro”, anexo e aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 235/2018 e do qual taz parte integrante. 2. Serão considerados em particular os seguintes aspectos: • Capacidade de execução da entidade candidata e da(s) sua(s) colaboradora(s); • Tecnicidade, inovação e praticabilidade do projecto a desenvolver; • Perspectiva de mercado e proporção económica esperada entre entrada e saída do projecto a desenvolver; • Racionabilidade entre custo e orçamento. Endereço: Av. do Infante D. Henrique, n.º 43-53A, Edf. “The Macau Square” 11.º andar K, Macau Telefone: 28788777 Website: www.fdct.gov.mo O presidente do Conselho de Administração do Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia Ma Chi Ngai Frederico 15 5 de Maio Setembro de 20192020 I.

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


sociedade 9

sexta-feira 15.5.2020

EDUCAÇÃO REABERTURA DE INFANTÁRIOS E JARDINS-DE-INFÂNCIA DIVIDE PAIS

Voltar ou não voltar?

SMG Vongfong passa a tufão severo e atinje Filipinas

Segundo a Direção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), o ciclone tropical Vongfong intensificou-se para um tufão severo e já atingiu território filipino. Segundo os serviços meteorológicos de Macau, o tufão vai depois “enfraquecer gradualmente”, rumando para norte em direcção às águas próximas de Taiwan. “Prevê-se que este sistema não tenha impacto directo em Macau”, pode ler-se na nota publicada ontem pela SMG.

Foi ontem encontrado um corpo de um golfinho branco na costa de Coloane, em frente ao Templo Tam Kong. O alerta foi dado por um cidadão que contactou a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA). Segundo o comunicado desta autoridade, a zona onde se encontrava o cadáver do animal era altamente rochosa pelo que foi preciso recorrer a mergulhadores. Já na quarta-feira tinha sido encontrado outro golfinho na costa de Macau, neste caso com vida, e após alguns momentos o animal acabou por abandonar as águas da RAEM. Porém, em relação ao cadáver encontrado ontem, a DSAMA recordou que já no ano passado, em Julho, tinham sido encontrados dois cadáveres de golfinhos brancos. Face a estas ocorrências, cada vez mais frequentes, a DSAMA mostrou-se preocupada com as obras que decorrem nas zonas marítimas, assim como com o aumento dos níveis de poluição e da circulação de embarcações, que afectam os habitats dos golfinhos brancos.

Ensino Entrevistas à distância para alunos do Interior

Devido às restrições relacionadas com a pandemia da covid-19, a Escola Choi Nong Chi Tai, no Istmo de Ferreira do Amaral, realizou cerca de 100 entrevistas de admissão através da Internet. O cenário foi traçado pela vice-director da instituição em declarações ao canal chinês da Rádio Macau, que explicou que este processo é principalmente adoptado para os residentes locais que vivem no Interior da China, mas que pretendem ingressar no ensino da RAEM. Entre as vantagens do processo, o vice-director Tam Seak Tim apontou o facto de os alunos não precisaram de máscara, uma vez que se encontram à distância, o que faz com que possam comunicar melhor.

ANTÓNIO FALCÃO

Coloane Encontrado golfinho branco morto

Os Serviços de Educação e Juventude receberam seis queixas de professores despedidos que se consideram lesados, uma vez que não lhes foi entregue o montante descontado para os fundos de previdência das escolas privadas. O Tribunal de Segunda Instância considerou a prática ilegal

O

Governo admite reabrir as creches e os jardins-de-infância até ao final do ano lectivo, mas sublinha que não há consenso entre os encarregados de educação. As afirmações foram feitas ontem pelo director da Direcção de Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), Lou Pak Seng, em declarações à imprensa. “Ouvimos as opiniões dos encarregados de educação, que esperam que depois do reinício das aulas do ensino secundário e primário que

as creches e os jardins-de-infância sigam o mesmo caminho”, reconheceu o responsável. “Nós não afastamos que o reinício das creches e dos jardins-de-infância aconteça ainda este ano lectivo, mas também ouvimos opiniões de encarregados de educação que são contra o reinício durante este ano lectivo. Por isso, vamos continuar a comunicar com os diferentes sectores para encontrar um equilíbrio”, acrescentou. Lou explicou igualmente que, ao contrário do que acontece com o ensino primário e secundário,

JUVENTUDE CONSULTA NO FIM DO ANO

O

Governo vai realizar a consulta pública sobre a Política de Juventude de Macau para o período de 2021 a 2030 no quarto trimestre deste ano. A revelação foi feita ontem, depois de ter sido realizado uma reunião plenária do Conselho de Juventude. “Espera-se a apresentação activa de opiniões por parte dos sectores sociais, no sentido de sugerirem, em conjunto, estratégias e soluções para a Política de Juventude”, afirmou uma porta-voz no final da reunião. Já em relação às actividades de Verão para os jovens de Macau, os moldes vão ser revistos, mas todos os intercâmbios devem ser cancelados.

não existem pressões para que se regresse às salas neste ano lectivo porque não há retenções, o que permite uma maior flexibilidade. Outro dos assuntos abordados ontem pelo director da DSEJ, foi a possibilidade de não haver vagas para todos os alunos para o próximo ano lectivo, no que diz respeito ao ensino primário. Contudo, Lou Pak Seng afastou o cenário e garantiu um número de vagas suficientes para o ano lectivo de 2020/2021. “Se calhar os pais estão muito preocupados com o acesso ao ensino primário dos alunos. Mas, há vagas suficientes para o ensino primário, por isso não se preocupem”, apontou. Segundo os dados avançados por Lou, neste momento há cerca de 6.400 interessados em ingressar no ensino primário do próximo ano para cerca de 7.400 vagas.

QUEIXAS DE DOCENTES

Em Março deste ano, o Tribunal de Segunda Instância (TSI) proferiu

uma decisão em que obrigou uma escola privada a pagar uma compensação a um docente despedido sem justa causa, assim como a devolver ao professor o dinheiro que este tinha descontado para o fundo de previdência privado. De acordo com entendimentos anteriores das escolas, muitas vezes reflectidos nos contratos de trabalho, os estabelecimentos de ensino, desde que pagassem as compensações pelo despedimento, não tinham de devolver o dinheiro dos descontos dos próprios professores. A DSEJ manteve-se sempre distanciada dos diferendos, mas com a decisão dos tribunais foi obrigada a defender os professores.

“Se calhar os pais estão muito preocupados com o acesso ao ensino primário dos alunos. Mas, há vagas suficientes.” LOU PAK SENG DIRECTOR DSEJ

Além do caso ganho pelo docente nos tribunais, que vai assim receber 80 mil patacas da Escola Kao Yip, existem seis queixas pelo mesmo motivo, que chegaram aos Serviços de Educação e Juventude, desde Setembro de 2013. O responsável confessou igualmente que a DSEJ vai agora investigar se existem mais casos de professores que possam ter sido prejudicados e enviar orientações às escolas a informar que, em caso de despedimento sem justa causa, estas são obrigadas a pagar uma compensação e ainda os descontos para o fundo de previdência privado do docente em causa. João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo


10 eventos

15.5.2020 sexta-feira

LeV online Isabel Allende anuncia novo livro em videoconferência com leitores

A

escritora Isabel Allende falou esta quarta-feira sobre a sua vida e o processo criativo, a covid-19 e a governação Trump, a situação da América Latina e os refugiados, durante uma conferência ‘online’, em que também anunciou um novo livro. A escritora chilena Isabel Allende, residente nos Estados Unidos, foi a convidada para o painel de abertura da 14.ª edição do Festival Literário LEV – Literatura em Viagem, que se realiza em Matosinhos, Portugal, e que este ano decorre por videoconferência, devido às restrições impostas pela pandemia de covid-19. Numa conversa moderada por Hélder Gomes, a autora de “A Casa dos Espíritos” falou do próximo projecto em que está a trabalhar, e que deverá ser publicado em Espanha e em Portugal em Novembro, é um livro de não-ficção, é um livro de memórias da sua vida, como mulher e feminista, e chama-se “Que queremos las mujeres”, revelou a autora. Questionada sobre a importância da espiritualidade na sua vida, uma vez que está tão presente na obra, Isabel Allende afirmou que não é uma pessoa religiosa. Confessou mesmo que lhe dão “horror todas as instituições religiosas, porque são dogmáticas, machistas e procuram o poder”. A sua espiritualidade é aquela “parte que todo o ser humano tem, que se busca transcender, que busca a ética”, e isso “há que cultivar”. E é o que cultiva “na vida e na literatura”.

TRUMP E A COVID-19

Sobre a sua perspectiva, ainda enquanto residente nos

Estados Unidos, da situação da pandemia de covid-19 naquele país, Isabel Allende foi peremptória: “Muito mal, porque não há um governo competente”. “Há um governo dirigido por Trump, que se caracteriza por inconsistência, incompetência e mentira. Já há mais de 80 mil mortos, muito mais do que na guerra do Vietname, há mais mortos pelo vírus do que por todas as guerras que os Estados Unidos tiveram”, afirmou. Numa referência ao peso da família em alguns dos seus livros, como “A casa dos espíritos”, e respondendo à questão se a família se sobrepõe sempre à política, Isabel Allende afirmou que depende da família, lembrando que, na época do governo socialista de Allende, e depois do golpe militar, na ditadura, houve famílias que se dividiram e nunca se reconciliaram, mas também houve as que permaneceram unidas, mesmo com divergências ideológicas e políticas. “O mesmo se passa hoje nos Estados Unidos com a polarização entre democratas e republicanos, a ideologia e a raiva política às vezes é tanta que altera a família”, disse.

FACETAS MÚLTIPLAS

Em “A Casa dos Espíritos”, “há o micromundo da família e o macromundo de um país que parece o Chile, e o que se passa dentro da família é um reflexo do que se passa fora também, a situação política e histórica do país”, acrescentou. Aludindo às suas várias facetas - mulher, feminista, filantropa e escritora – e sobre o facto de certa vez ter afirmado que o seu maior feito não era escrever, mas amar, Isabel Allende foi questionada sobre o que era mais importante na sua vida. “Ser escritora é a minha vida pública, amor é o que sinto pela família. A acção não é o mesmo que o sentimento. Não tenho de escolher. Posso ser escritora, mulher, feminista e filantropa e viver o amor intensamente”.

Salão de baile LMA PROJECTO NONE OF YOUR BUSINESS REÚNE MÚSICOS E DJS ESTA NOITE

Manuel Correia da Silva e Rui Simões estão juntos num novo projecto ligado à música intitulado None Of Your Business (NOYB) que apresenta esta noite, pela primeira vez, um pouco daquilo que poderá ser visto e ouvido daqui para a frente. O evento de hoje no Live Music Association é uma tentativa de regresso à normalidade em tempos de pandemia e conta com a presença de Burnie, Rui Rasquinho e outros djs

O

espaço Live Music Association (LMA) abre portas esta noite com um evento cheio de música mas, acima de tudo, de experimentação de sons. O novo projecto de Manuel Correia da Silva e Rui Simões, intitulado None Of Your Business (NOYB), leva ao palco uma série de músicos e djs, uns mais profissionais do que outros, com o objectivo de pôr todos a dançar e esquecer um pouco os tempos de confinamento. “Sentimos que ainda falta algum tempo para estarmos descontraídos e esta festa pode contribuir, de alguma maneira, para que haja um espírito mais positivo”, disse Manuel Correia da Silva ao HM. “Vamos ter a presença de um grupo muito diversificado de convidados que vão fazer desta a primeira de futuras acções daquilo que vai ser o projecto NOYB em Macau.

Vamos ter um grupo muito diferenciado de pessoas que não são necessariamente todas profissionais. São todos amantes de música e vamos querer promover uma noite com um leque de músicas muito diferente”, frisou.

ACTUAÇÕES INÉDITAS

A noite promete arrancar com BURNIE, natural de Macau e

“Vamos ter a presença de um grupo muito diversificado de convidados que vão fazer desta a primeira de futuras acções daquilo que vai ser o projecto NOYB em Macau” MANUEL CORREIA DA SILVA UM DOS MENTORES DO PROJECTO

ligado à música electrónica. BURNIE conta com 5 EPS no currículo, gravados no Reino Unido. Em 2013 gravou “Lotus City” com a editora local 4daz-le Records. Segue-se a actuação de Rui Rasquinho, artista plástico, designer e ilustrador que, pela primeira vez, vai pisar um palco como músico. Será “uma apresentação inédita, num formato quase de música experimental”, descreve Manuel Correia da Silva. “A música do BURNIE é mais dançante, quase pop, mas no caso do Rui Rasquinho apresentamos algo muito experimental, com ambientes e paisagens sonoras, em que ele toca ao vivo com a sua guitarra a solo.” Seguem-se os djs, alguns que já fazem parte da casa. José Carlos Matias, jornalista, transforma-se em DJ Soneca e leva ao público sons mais punk-rock, algo “muito old school mas com muita energia

e festa”. A DJ Minchi é Patricia Neves que promete abraçar outros registos musicais. A noite encerra com Manuel Correia da Silva e Rui Simões, ou seja, os NOYB. “Cada um de nós tem abordagens da música bastante diferentes, e gostamos disso. Vamos apresentar coisas que não são tão habituais e queremos mostrar algumas das músicas que andamos a explorar aqui da região, das cidades à nossa volta como Cantão e Pequim. É música feita na China, bandas novas.” Os NOYB vão também passar sons de “artistas conhecidos e com quem trabalhamos muito em Portugal”. “Esse é o início daquilo que está por detrás da NOYB e que queremos que o público perceba”, rematou Manuel Correia da Silva. As portas abrem hoje às 21h30 e a entrada tem o valor de 150 patacas. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


sexta-feira 15.5.2020

eventos 11

IC Monumentos e espaços públicos abrem portas

Depois de um longo período de encerramento devido à covid-19, o Instituto Cultural (IC) decidiu abrir hoje portas de vários locais do património, espaços museológicos e bibliotecas públicas. Incluem-se nesta lista, o Posto do Guarda-Nocturno no Patane, a Sala de Exposições do Templo de Na Tcha, a Capela de N.ª Sr.ª das Neves, a Antiga Residência do General Ye Ting, o Espaço Patrimonial “Uma Casa de Penhores Tradicional”, a Antiga Residência de Zheng Guanying, o Tesouro de Arte Sacra do Seminário de S. José, a Antiga Farmácia Chong Sai, a Academia Jao Tsung-I, o 2.º piso da Casa do Mandarim e os “Pontos de Busking” Casas da Taipa e Espaço Anim’Arte NAM VAN. A partir de hoje abrem também ao público 16 bibliotecas, sendo ajustados os prazos de empréstimo e recolha de livros para evitar aglomerados de pessoas. O IC dá ainda conta de que “alguns recintos culturais permanecem encerrados devido às condições dos seus espaços, devendo a respectiva data de reabertura ser posteriormente anunciada”.

Turismo Media da China atentos a eventos de Macau

Um estudo desenvolvido pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), intitulado “Estudo do Efeito dos Órgãos de Comunicação Social sobre a Marca Turística e Eventos de Macau em 2019”, conclui que quatro eventos realizados no território tiveram a maior cobertura por parte dos media da China. Em causa estão iniciativas como a Parada de Celebração do Ano do Porco, o 30.° Concurso Internacional de Fogo-de-Artifício, o 4.° Festival Internacional de Cinema e Cerimónia de Entrega de Prémios e o Festival de Luz. Segundo um comunicado da DST, “a região predominante da disseminação dos quatro eventos foi a Grande China”, além de que o maior volume de cobertura dos eventos foi dado nas redes sociais. Foram publicados mais de 820 mil artigos sobre os quatro eventos em causa, o que reflecte “o papel positivo dos eventos na promoção da marca turística de Macau”.


12 publicidade

15.5.2020 sexta-feira


sexta-feira 15.5.2020

publicidade 13


14 publicidade

15.5.2020 sexta-feira


china 15

sexta-feira 15.5.2020

Um acordo permitiria que cerca de 200 altos quadros alemães retornassem à China, num avião que poderia sair a 25 de Maio de Frankfurt, com destino a Xangai

DIPLOMACIA PEQUIM ACUSA EUA DE ABUSAR DA CONFIANÇA DO POVO

O

Ministério dos Negócios Estrangeiros da China disse ontem que as autoridades norte-americanas falharam no combate à pandemia de covid-19 e que “abusaram da confiança do povo americano”. Os EUA e a China estão numa escalada de tensão com acusações mútuas sobre erros e omissões na luta contra a propagação do novo coronavírus, com Washington a acusar Pequim de ter negligenciado os riscos da pandemia, na sua fase inicial, e com o Governo chinês a denunciar a ineficácia norte-americana na crise sanitária. Ontem, o porta-voz da diplomacia chinesa Zhao Lijian respondeu às denúncias de um alegado encobrimento dos riscos do novo coronavírus, por parte de Pequim, quando este surgiu pela primeira vez na cidade de Wuhan. Zhao acusou as autoridades norte-americanas de terem estado envolvidas “na manipulação política de responsabilidades e em desvios de dinheiro”, em matérias relacionadas com a pandemia. A diplomacia chinesa desvalorizou a possibilidade de os Estados Unidos colocarem uma acção criminal internacional contra Pequim, pela forma como o Governo chinês lidou com a fase inicial da pandemia. Em contra-ataque, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China acusou os EUA de lidarem com a crise sanitária de forma “frívola” e “ineficaz”, aconselhando o Governo norte-americano a “concentrar-se mais em combater a pandemia e salvar a vida e a saúde do povo americano, de quem tem abusado da confiança”.

Futebol Superliga deve arrancar no final de Junho

A Superliga chinesa, a prova máxima do futebol no país, deve arrancar na última semana de Junho, duas semanas depois das competições do escalão mais baixo, após um hiato de quatro meses devido à pandemia de A imprensa estatal chinesa avançou que a temporada pode começar em 24 de Junho, se o número de casos no país continuar a diminuir. É provável que a prova, com 16 equipas, adopte um formato mais curto, para compensar o tempo perdido. O chefe da Associação de Futebol da China afirmou, na semana passada, que os clubes devem implementar cortes temporários nos salários, entre 30 por cento e 50 por cento, face às perdas decorrentes da pandemia, sugerindo negociações caso a caso.

FRONTEIRA EMPRESAS ALEMÃS NEGOCEIAM ENTRADA DE EXECUTIVOS

Com sua licença

A Câmara de Comércio da União Europeia na China está a tentar que vários altos quadros alemães possam retornar ao gigante asiático a partir da última semana de Maio. Se as negociações tiverem sucesso, seguir-se-ão suíços e austríacos

G

RANDES empresas alemãs estão a negociar o envio dos seus executivos num voo fretado com destino à China, que no final de Março interditou a entrada de estrangeiros, devido à pandemia do novo coronavírus. O objectivo é permitir que outros países europeus beneficiem também

de um procedimento especial para permitir a entrada dos seus cidadãos na China, disse Joerg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio da União Europeia na China, citado pela agência France Presse. Em 28 de Março passado, Pequim encerrou as fronteiras a todos os estrangeiros, inclusive detentores de autorização de resi-

dência. Muitos ficaram retidos no exterior, depois de terem saído da China, no início do ano, devido à epidemia, que começou no país e se alastrou pelo mundo. Os voos para a China foram também drasticamente reduzidos. O Governo chinês negociou, entretanto, um acordo para permitir a entrada de executivos e altos

quadros oriundos da Coreia do Sul e Singapura. Uma discussão semelhante está a decorrer com a Alemanha, segundo Jens Hildebrandt, diretor da Câmara de Comércio Alemã no Norte da China. Em Berlim, o ministério dos Negócios Estrangeiros confirmou estar em discussão com empresas alemãs e com Pequim “para avaliar como gerir as restrições de entrada no território chinês”. Um acordo permitiria que cerca de 200 altos quadros alemães retornassem à China, num avião que poderia sair a 25 de Maio de Frankfurt, com destino a Xangai, segundo a AFP. Outros aviões podem seguir-se caso esta primeira tentativa funcione, de acordo com Hildebrandt. Segundo Wuttke, o primeiro voo seria fornecido pela Lufthansa. Um procedimento semelhante poderia então ser iniciado para cidadãos suíços e austríacos.

PASSAR NO EXAME

A lista de passageiros deverá ser aprovada pelas autoridades chinesas que emitirão vistos ou reactivarão os vistos já existentes, de acordo com a circular da Câmara de Comércio. Os passageiros deverão passar por um teste de despistagem do vírus antes da partida e à chegada à China, onde terão de cumprir dois dias de quarentena. O voo será reservado para pessoas cuja presença é necessária na China para fins económicos, comerciais, científicos ou tecnológicos ou por razões humanitárias urgentes.

BRASIL EXPORTAÇÃO DE SOJA PARA A CHINA BATE RECORDE

A

S exportações de soja do Brasil para a China atingiram novo recorde mensal, em Abril, ilustrando a crescente importância da produção brasileira, apesar do compromisso de Pequim em aumentar as importações oriundas dos Estados Unidos. Segundo dados preliminares da empresa britânica de transportes marítimos Braemar ACM, cerca de 9,3 milhões de toneladas de soja foram embarcados dos

portos brasileiros para a China no mês passado. A Associação Brasileira da Indústria de Óleo Vegetal (Abiove) manteve assim a sua previsão de colheita para 2020, num montante recorde de 123,7 milhões de toneladas, em comparação com 120 milhões, em 2019, apesar do acordo comercial assinado entre Pequim e Washington, em 15 de Janeiro passado. “As vendas para a China continuam a expandir-se”,

apontou a associação, que reúne as empresas brasileiras que produzem soja, óleo de soja e farelo de soja. A China é o destino de quase 75 por cento das exportações brasileiras de soja, mas aquele bem está no centro do comércio agrícola entre Estados Unidos e a China, representando quase dois terços das exportações de produtos agrícolas norte-americanos para o país asiático, em 2017, antes do início da guerra comercial.

“Por enquanto, a China parece estar a tentar satisfazer toda a sua procura no Brasil, como ocorreu no ano passado”, disse, no entanto, o analista Nick Ristic, em comunicado da Braemar ACM. A China é o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2019, as trocas comerciais entre os dois países ascenderam a 114.680 milhões de dólares (, um aumento de 3,49 por cento, face ao ano anterior.


16

h entre oriente e ocidente

15.5.2020 sexta-feira

Que nome dar agora ao vazio

FICÇÃO, ENSAIO, POESIA, FRAGMENTO, DIÁRIO

Gonçalo M. Tavares

Roupa de turista

ILUSTRAÇÃO ANA JACINTO NUNES

Pensemos numa personagem que quer guardar todos os caminhos que faz. Guardar mesmo, fisicamente (não é guardar na memória). E para isso deixa atrás de si, não migalhas de pão como no famoso conto de Hansel & Grettel, mas um fio, uma linha - como outras personagens clássicas fizeram. No fundo, ele quer guardar um tempo, materializar o tempo do percurso. Essa personagem, diga-se, tem linhas de várias cores. Uma linha de fio azul, uma linha de fio vermelho, uma linha de fio preto, outra de fio verde, etc. Quando está triste e percorre um certo caminho vai desenrolando um fio preto. Quando está ansioso e excitado desenrola o fio vermelho; quando está indiferente, o fio cinzento, quando está tranquilo, o fio branco. Depois, quando regressa a casa, deposita os fios, que têm o tamanho do seu itinerário, numa caixa. Mais tarde, meses mais tarde, no final de cada ano, esse homem pode fazer um balanço da sua vida e dos seus percursos. Pode olhar para a caixa e ver se há mais fios azuis ou vermelhos, pretos ou brancos. Que ano infeliz eu tive, pode ele dizer se a sua caixa for dominada pelos fios pretos. Que ano tranquilo eu tive, pode ele dizer se a caixa for dominada pelos fios brancos. Que ano agitado eu tive, pode ele dizer se o vermelho for a predominante. Uma síntese do ano em cores, eis o que se conseguiria. E pensemos num turista que guarda, de cada viagem, os fios que vai desenrolando nos caminhos; e que, com eles, com esses fios, com cores resultantes do estado anímico em que estava em cada momento, cose uma roupa. Essa roupa, feita a partir dos fios que resultaram da sua viagem, terá assim cores sentimentais, cores afectivas – e será, portanto, uma síntese da sua viagem. Mais tarde, esse turista poderá dizer, mostrando a roupa que ele próprio fabricou: - Eis como foram as minhas férias! A minha roupa é a minha memória em forma de tecido.


ARTES, LETRAS E IDEIAS 17

sexta-feira 15.5.2020

Ofício dos ossos Valério Romão

A esperteza dos bichos

N

OS anos oitenta e noventa o golfinho era o maior. A comunicação social, hiperbólica no seu entusiasmo, garantia-nos que os golfinhos só não nos tinham suplantando no domínio do planeta porque viviam no oceano e tinham corpos desprovidos da anatomia necessária para fabricar e manejar utensílios (a falta que um polegar oponível faz). É verdade que os golfinhos têm um cérebro maior que o nosso, que são bichos extremamente sociais e capazes de empatia até para com animais de espécies diferentes e que, até ver, são os únicos animais – para além dos humanos – a ingerir drogas de forma recreativa (os golfinhos em grupo entretêm-se a mordiscar um peixe extremamente venenoso chamado baiacu, ingerindo apenas a quantidade de veneno suficiente para ficarem pedrados e passando-o depois a outro golfinho – nem é preciso substituir o peixe por uma ganza para a comparação ser estupidamente óbvia). Para além disso, têm um sistema de comunicação extremamente complexo e, treinados, são capazes de escolher, através do uso da ecolocação e de um painel capaz de interpretar esses sinais, o que querem comer. “Hoje tem sido carapaus”, dizia uma bióloga numa entrevista, “mas há dias em que só pede polvo”. Dias de polvo. Quem nunca? Hoje em dia, porém, os golfinhos deixaram de estar na moda. Nos anos noventa, eu achava – cavalgando a vaga de entusiasmo à volta dos golfinhos e da sua inteligência – que no dia em que conseguíssemos decifrar a linguagem deles, novos mundos se iriam abrir e muita coisa se resolveria. Em surdina garantiam-nos que os golfinhos eram portadores das peças do saber que nos faltavam para completar o puzzle da nossa interpretação do mundo. No divertido Hitchhiker’s guide to the galaxy do Douglas Adams, os golfinhos estão no segundo lugar do pódio dos animais mais inteligentes da terra (os ratos estão em primeiro; nós, em terceiro). Há filmes sobre a inteligência e empatia dos golfinhos. Há documentários suficientes para encher meia dúzia de discos rígidos. O que aconteceu então aos golfinhos para no séc. XXI deixarem de ser sexys? A explicação mais imediata (e também a mais desinteressante) é a de que a ciência – e sobretudo a ciência extremamente promissora mas ainda imberbe – não é imune a modas. Os golfinhos tinham um potencial tremendo à primeira vista. As observações preliminares permitiam tecer toda a sorte de conjecturas sobre a amplitude das suas capacidades. Um pouco com as pessoas que vamos encontrando e que nos parecem gigantes até se revelarem mo-

destamente humanas por via do contacto prolongado. Na óptica desta explicação, os golfinhos são apenas mais um mamífero giro que prometia muito. Eu acho, no entanto, que a queda dos golfinhos do pedestal do nosso interesse não deriva propriamente da nossa avaliação errada das suas capaci-

dades mas da inveja. Não da nossa inveja, atenção. Mas da inveja do restante mundo animal do interesse que nutrimos quase em exclusivo pelos golfinhos durante uma larga dezena de anos. Os bichos perceberam que tinham tudo a ganhar se demonstrassem competências capazes de despertar o nosso interesse.

Eu acho, no entanto, que a queda dos golfinhos do pedestal do nosso interesse não deriva propriamente da nossa avaliação errada das suas capacidades mas da inveja. Não da nossa inveja, atenção. Mas da inveja do restante mundo animal do interesse que nutrimos quase em exclusivo pelos golfinhos durante uma larga dezena de anos

Os primatas já há muito o faziam, mas sofriam da síndrome de familiar menos dotado. Os golfinhos, por outra parte, são-nos tão distantes que qualquer manifestação de similaridade com as nossas competências (que julgamos sempre tão naturais quanto exclusivas) nos faz imediatamente verter uma pinguinha. Então e os corvos, mentalmente equiparáveis ao uma criança de sete anos na sua habilidade para resolver problemas? E os polvos, peritos no uso instrumental de diversos objectos? E os papagaios, capazes de para além de falar, de aritmética simples? Parece-me óbvio que esta bicharada se reuniu e, remodelando por completo o departamento de marketing, acabou por arranjar forma de dividir melhor o pódio. O segredo dos golfinhos continua a salvo.


18 (f)utilidades TEMPO

MUITO

15.5.2020 sexta-feira

NUBLADO

OMS “NON GRATA”

55

5 1 2 6 3 6

8

5

3

3

9

7 5

1

7

4 2 8

58

3

2 9

6 6 5 6 5 4 3 4 7 8 3 1 2 6 9 7

3 8 2 9 1 2 6 8 4 7 5

7 6 8 2 4 9 2 5 3 1

6

9 3 2 4 6 5 9 1 8 4 7

4 5

1 4 5 7 7 8 8 3 6 6 9 2

1

8

8 5 7 3

32

HUM

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Walt Dohrn 14.30, 16.30, 19.00

8 4 [B] A GOOD DOCTOR

Um filme de: Tristan Seguela Com: Michel Blanc, Hakim Jemili 21.15

FANTASY ISLAND [C]

8 9 9 1 2 6 6 4 7 5 3 8

4 2 6 7 5 6 3 5 7 9 1 8

1

Um filme de: Jeff Wadlow Com: Michael Peña, Maggie Q,

3 9 60

1

7 6 6 2 7

7

Lucy Hale, Austin Stowell 14.30, 16.45, 21.30 SALA 3

A GOOD DOCTOR [B]

8

Um filme de: Tristan Seguela Com: Michel Blanc, Hakim Jemili 19.30

EMMA [B]

5 6 3 5 9 7

Um filme de: Autumn de Wilde Com: Anya Taylor-Joy, Bill Nighy, Johnny Flynn, Callum Turner 15.00, 18.30, 21.00

8

8.69

3 7

5

9

EURO

5

4 7

BAHT

Kazadi Mulombo, Jean-Pierre Mulunda Nkata, e Ruhana Mirindi Bisimwa e Daniel Tarzy. “É toda a equipa da OMS responsável pelo apoio ao Burundi na resposta à covid-19. (…). Foram acusados de interferência inaceitável na gestão do coronavírus”, explicou à AFP um funcionário do Burundi, sob anonimato.

C I N E M A

TROLLS WORLD 58 TOUR [A]

6 5 - 9 8 %´ •

5 8 9 1

3 2 4 6

SALA 1

3 5 7 3 8 3 1 9 2 8 6 4 1

2 6

Cineteatro

SALA 2

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 56

56 2 59 1 7 9 4 5 3 8 1 6

6 7

9

PROBLEMA 57

5 9

1

4 3

8

8 2 7

S U D O K U 57

MAX

56

1 1 4

8

26

Quatro especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Burundi, incluindo o seu representante no país, serão expulsos esta sexta-feira, anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa carta endereçada ao escritório africano da instituição. De acordo com a France Press, trata-se de Walter

2 4

4

2

MIN

6

UMA COMÉDIA HOJE Quatro meses antes de morrer, a HBO passou o especial de George Carlin “It’s Bad for Ya”, mais de uma hora da melhor comédia negra feita nos Estados Unidos, por um dos mais geniais comediantes de palco. O olhar autocrítico e enojado com que Carlin viu a América e os americanos é hilariante na mesma medida que é certeiro. Além da escrita aprimorada e da entrega perfeita, são incontáveis, ao longo da sua carreira, as vezes que Carlin berrou para a audiência, demonstrando por A mais B, a condição americana de ser uma ovelha num rebanho acéfalo, sem direitos sob o jugo de um Governo assassino e com crenças típicas de uma nação de retardados. “It’s bad for ya, and you know it”. João Luz

0.24

YUAN

1.12

VIDA DE CÃO

MEMÓRIA DE CÃO Sabem aquela sensação que ultrapassa o déjà vu, quando temos impressão não só que já vimos este filme, mas que já o vivemos? Pois, foi assim que me senti ao voltar a ver o IAM a trocar os pés pelas mãos para impedir a livre expressão de algo sensível politicamente. Sim, ainda a exposição fotográfica sobre o massacre de Tiananmen. Meus amigos, os direitos fundamentais não são circunstanciais, não se suspendem para atender a sensibilidades políticas nem para consolar medos de sombras. Ou vivemos num Estado de Direito, ou não. Não existe aqui meio termo. O facto é que este é o estado actual da política em Macau. O poder faz o que bem entende, não responde perante a lei, ou os cidadãos e só atende à extrema sensibilidade de cima. Aliás, não consigo contabilizar as vezes que ouvi “tens de compreender, este é um momento particularmente sensível” desde que cá cheguei em 2016. Ok, não é um grande lapso temporal, mas, nestes 4 anos e tal, a vulnerabilidade e o melindre do colosso foram constantes. É por isso que em Macau, aquilo que é mais sagrado em termos legais, cai por terra à mera sugestão de melindre. Falando a linguagem da terra, e esquecendo valores e princípios consagrados em leis fundamentais, isto é mau para o negócio. O Estado de Direito dá garantias de estabilidade ao investimento, é uma salvaguarda contra a volatilidade imprevisível da política. Protege os residentes e também o poder contra si próprio. Temo que Macau se vai arrepender de abrir mão de algo tão importante, e que se deixe moldar e desaparecer, à semelhança do que estão a fazer com a história. João Luz

“IT’S BAD FOR YA” I GEORGE CARLIN

9 6 8 5 9 EMMA 6 2 4 2 7 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes 2 9 Colaboradores 8 1 Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José 5 1 Taborda Duarte; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje www. hojemacau. 3 Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e PublicidadeMadalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo)Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare com.mo Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo 2 4 9 6


opinião 19

sexta-feira 15.5.2020

confeitaria

JOÃO ROMÃO

Meia vida, meio triste

A `

S vezes há disto: cai um gelo espesso e irreparável sobre um entusiasmo até então crescente, o optimismo torna-se mais baço, o futuro mais espesso, o quotidiano mais incerto e sobretudo mais triste. São assim os dias agora em terras nipónicas, com o ritmo ainda marcado pelos caprichos do portentoso vírus que mantém a humanidade refém da sua própria segurança mais fundamental, a da integridade do corpo, da preservação da elementar saúde física. Depois se tratará, mal ou bem, da sanidade mental. No Japão os dias já foram de optimismo, o país foi cedo afectado pela presença do indesejável intruso, mas também foi aparentemente rápida a reacção, a disciplinada mobilização colectiva em defesa da saúde pública, o esforço dedicado de protecção de cada um e de todos os outros, como é costume, aliás, em terras de delicada atenção a todos os riscos possíveis e à integridade do corpo e do espírito. Não foram convocadas desnecessárias formas de coacção e intimidação e ninguém foi detido por vir à rua: uma certa reorganização nas formas de trabalhar, eliminação de saídas desnecessárias, redução ao mínimo da mobilidade, evitar a proximidade e o contacto ainda mais do que e habitual nestas paragens, isolamento absoluto de quem estivesse infectado e de quem os tivesse contactado, foram medidas suficientes para que parecessem amplamente controladas as estatísticas da propagação e do contágio.

Só que não: estamos perante um formidável adversário, que mesmo quando parece reduzido a uma quase insignificância e a uma extinção quase certa, reaparece, afinal, retoma inesperado fulgor ofensivo, instala de novo o medo e as decorrentes precauções, que até há pouco tomávamos como excessivas e hoje nos parecem inevitáveis.

Vive-se a meias, com pouco sentido, à espera. Vive-se triste. Vive-se o medo de não se viver. Não se vive, afinal Quiseram as coincidências da cronologia que mudasse de trabalho e de cidade numa certa fase de acalmia pandémica, por assim dizer. Instalei-me numa região com quase 3 milhões de habitantes e que chegou a finais de Março com três casos contabilizados, três (entretanto recuperados, já agora). Mas ao dia em que escrevo são quase 150, não parece muito quando se compara com outras realidades mais dramáticas no planeta, mas ainda assim foi o suficiente para reinstalar os alarmes e as cautelas, que pode vir aí crescimento exponencial como testemunhado com terror noutras paragens. Na realidade, este recomeço do processo de propagação aconteceu em quase todo o país e trouxe à discussão publica a ausência de uma estratégia sistemática de massificação de testes, que terá evitado que se conhecesse melhor a realidade oculta da propagação viral. Veio então o estado de emergência a todo o país, pela primeira vez desde que apareceram os primeiros casos, mas ainda assim sem confinamentos obri-

gatórios nem significativas paragens laborais. Veremos no que dá. Mudaram, no entanto, os métodos e as formas de trabalhar. No magnífico campus onde trabalho, a modernidade e a eficiência arquitectónicas graciosamente enquadradas nas paisagens natural e urbana da periferia de Hiroshima evidenciam o vazio: não há estudantes, grande parte dos serviços estão fechados e as presenças reduzem-se a professores e funcionários administrativos. O entusiasmo que trazíamos pelos novos encontros com estudantes - e que para mim seria o primeiro e por isso mais especial - foi sendo substituído pela percepção do isolamento, numa primeira fase, e pelo isolamento efectivo, depois, quando se confirmou, após dois adiamentos do início ano lectivo, que afinal íamos dar aulas à distância. Toda uma nova aprendizagem de técnicas e processos, frios e digitais, com os quais teremos que aprender a criar algum calor, com relações intensas e produtivas com quem nos segue do outro lado. Vive-se a meias, sem fazer nem deixar de fazer, cumprindo com esforço máximo o mínimo dos objectivos, que as circunstâncias não permitem mais do que voos muito rasos. Reaprende-se o trabalho e o convívio sob novas formas, condições e restrições. Vive-se com receio de sair de casa e de encontrar o inimigo insuspeito e invisível, que as máscaras não nos tornam imunes nem invencíveis. Vive-se a tristeza dos espaços esvaziados pela insegurança e pelo medo. Os transportes quase vazios, felizmente. Os restaurantes onde não vamos, também vazios. As ruas quase vazias, de pessoas e veículos. O receio, as cautelas, a desconfiança em cada olhar, visível no que sobre do rosto mascarado. Vive-se a meias, com pouco sentido, à espera. Vive-se triste. Vive-se o medo de não se viver. Não se vive, afinal.


Nada provoca mais danos num Estado do que homens astutos a quererem passar por sábios Francis Bacon

PALAVRA DO DIA

Jogo Melco com prejuízos de 335 milhões de euros

CIBER-CRIME FAZIAM-SE PASSAR POR MULHERES E TERÃO ROUBADO 2,9 MILHÕES

A

PUB

Polícia Judiciária (PJ) deteve dois suspeitos de burla informática, de apelidos Mo e Hoi. Os dois homens faziam-se passar por mulheres que seduziam outros homens online, a fim de extorquir dinheiro às vítimas. Segundo um comunicado da PJ, o arguido de apelido Mo “disfarçou-se de uma mulher jovem e burlou outros através de ‘namoro cibernético’, “enjo-kosai” (relacionamento auxiliado) ou troca de dinheiro, tendo recebido o dinheiro de forma ilícita e de diversas formas”. O circuito do dinheiro terá sido feito “através de um agente de compra on-line ou de sites de jogos de Macau e do Interior da China para evitar a investigação da polícia”. Hoi, o segundo arguido, terá tido como funções disponibilizar a Mo “contas bancárias do Interior da China para criar contas de pagamento electrónico, e assim, receber o dinheiro das burlas”. As alegadas burlas terão vitimado cerca de 40 homens, num valor que ultrapassa as 2,9 milhões de patacas. Mo está acusado do crime de burla de valor consideravelmente elevado, burla de valor elevado, burla e extorsão, enquanto que Hoi foi indiciado da prática de um crime de branqueamento de capitais. O caso já foi entregue ao Ministério Público (MP) para mais investigação, tendo sido aplicada a medida de prisão preventiva a Mo e de termo de identidade e residência a Hoi. Esta decisão foi tomada para “evitar o perigo de fugirem de Macau e de continuarem a prática do mesmo tipo de crimes”, explica a PJ.

sexta-feira 15.5.2020

JAPÃO LEVANTADO ESTADO DE EMERGÊNCIA NA MAIORIA DO PAÍS

Primeiros passos

O

estado de emergência em vigor no Japão desde Abril para conter a covid-19 vai ser levantado na maioria das regiões, mas será mantido nas principais cidades, como Tóquio e Osaka, anunciou ontem o primeiro-ministro, Shinzo Abe. “Decidimos hoje levantar o estado de emergência em 39 autarquias” das 47 que existem no Japão, disse o chefe do Governo durante uma conferência de imprensa. Prolongado em 4 de Maio, o estado de emergência permaneceria em vigor até o final de Maio. “Se possível, gostaríamos de levantar o estado de emergência antes de 31 de Maio também em outras regiões”, acrescentou. Apenas 55 novos casos de infeção pelo novo coronavírus foram identificados na quarta-feira em todo o arquipélago, incluindo 10 em Tóquio. Mas perante a progressão diária da doença na capital e em Osaka (oeste), bem como na grande ilha

norte de Hokkaido, o estado de emergência será mantido nestes locais, segundo Abe. “Ainda há um longo caminho a percorrer”, alertou o primeiro-ministro sobre as áreas mais afectadas, pedindo aos moradores que se abstenham de sair e viajar para outras áreas.

CONFINAMENTO VOLUNTÁRIO

No total, o Japão registou cerca de 16.000 casos de covid-19 no seu território desde o início da crise da saúde, dos quais 687 foram fatais, níveis muito inferiores

“Decidimos hoje levantar o estado de emergência em 39 autarquias” das 47 que existem no Japão, disse o chefe do Governo durante uma conferência de imprensa.

aos observados na Europa e nos Estados Unidos. Mas, perante um claro aumento de casos no final de Março, correndo o risco de saturação dos hospitais, o Governo declarou estado de emergência no início de Abril, primeiro para Tóquio e outras seis regiões, depois para todo o Japão. Originalmente programado para durar um mês, este sistema foi estendido até 31 de Maio em todo o país. Ao contrário de muitos outros países, o estado de emergência no Japão não se traduz em confinamentos obrigatórios. Acima de tudo, permite que as autoridades regionais recomendem que as pessoas fiquem em casa o máximo possível e que certas empresas considerem não essencial fechar temporariamente. Sanções não foram previstas para quem não cumprisse as medidas.

A operadora de jogo Melco Resorts, anunciou ontem prejuízos líquidos de 335 milhões de euros no primeiro trimestre do ano devido à crise económica derivada da covid-19. Nos primeiros três meses do ano de 2019, o grupo tinha registado um lucro líquido de 110 milhões de euros. No comunicado divulgado ontem, o grupo com quatro casinos em Macau indicou ainda que o prejuízo operacional no primeiro trimestre de 2020 foi de 138,3 milhões de euros e que a receita operacional no primeiro trimestre foi 747 milhões de euros, menos 41 por cento do que o registado de Janeiro a Março de 2019. “Para preservar a liquidez à luz da pandemia da covid-19 e continuar a investir nos nossos negócios, o conselho [de administração] decidiu suspender o programa de dividendos trimestrais do grupo”, disse o presidente executivo da Melco Resorts, Lawrence Ho, filho do magnata do jogo de Macau Stanley Ho.

Bombeiros Curto-circuito apontado como origem de incêndio em Macau

O incêndio que aconteceu ontem à tarde no edifício Ling Nan, na península de Macau, teve na sua origem um curto-circuito numa bateria de lítio, noticiou o canal chinês da TDM Rádio Macau. Segundo o Corpo de Bombeiros, havia vários equipamentos eléctricos no local do incêndio. A unidade que se incendiou localizava-se no sexto andar e tinha cerca de 40 metros quadrados. As autoridades enviaram 10 veículos e um total de 40 bombeiros para combater o incêndio, que foi apagado em vinte minutos, não havendo feridos a registar.

TERRENOS REJEITADOS RECURSOS DE CONCESSIONÁRIAS CONTRA O GOVERNO

O

Tribunal de Última Instância (TUI) e o Tribunal de Segunda Instância (TSI) rejeitaram os recursos apresentados por seis concessionárias relativos a terrenos cuja concessão foi declarada nula pelo Chefe do Executivo. Dois dos processos foram julgados pelo TSI e dizem respeito a terrenos situados na zona do Fecho da Baía da Praia Grande, envolvendo as empresas Sociedade

de Investimento Imobiliário Fu Keng Van, S.A e a Sociedade de Investimento Imobiliário Son Keng Van, S.A. O TSI julgou também um processo relativo a dois terrenos situados na Taipa, concessionados à Fábrica de Isqueiros Chong Loi (Macau), Limitada e à Sociedade Fomento Predial Predific, Limitada. Já o TUI decidiu a favor do Governo em dois casos relativos a

terrenos, um deles situado na Rua de Viseu, na Taipa, concessionado a Pedro Chau Yip Wai. O outro terreno situa-se na península de Macau e foi concessionado à Companhia de Auto-Carros de Macau - Fok Lei, Limitada. As decisões do TSI foram proferidas a 23 de Abril, enquanto que as decisões do TUI foram tomadas dia 29 do mesmo mês. A.S.S.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.