Hoje Macau 15 JUN 2015 #3351

Page 1

erro médico

opinião

Deputados Portugal A força da contestam ruptura associações na CEE

gonçalo lobo pinheiro

h

Mop$10

www.hojemacau.com.mo

rui flores

shitao

sociedade Página

6

Página 19

Konstantin Bessmertny artista plástico

‘‘

Os lucros não trazem o bom gosto A viver em Macau há 23 anos, o artista russo olha para a procura de arte na RAEM com cepticismo. Bessmertny defende a criação de um órgão independente que defina os destinos da arte, da arquitectura e dos espaços públicos.

entrevista páginas 2-3

s e g u n d a - f e i r a 1 5 d e j u n h o d e 2 0 1 5 • ANO X i v • N º 3 3 5 1

liga de elite

Benfica a um passo do título desporto Pág.16

hojemacau

gonçalo lobo pinheiro

Agência Comercial Pico • 28721006

pub

Director carlos morais josé


2

entrevista

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

Konstantin Bessmertny pede órgão independente para as artes

Um dos maiores artistas de Macau e da Ásia tem optado por trabalhar na sombra, aparecendo pontualmente com alguns trabalhos. Konstatin Bessemertny defende que para Macau é suficiente uma exposição a cada cinco anos, condenando os governantes que não consomem cultura. Para o artista, a política do território, no que diz respeito à arte, arquitectura e espaços públicos, deveria ser decidida por um órgão totalmente independente “Mudei o meu pensamento em relação a alguns eventos, como as feiras de arte, porque penso que são apenas plataformas, como os media, o Instagram. São plataformas para uma arte algo imatura, na sua forma de expressão”

Fez a última exposição individual em Macau em 2012. Porquê este tempo todo sem uma mostra individual em Macau? O mundo artístico está a mudar quanto à democratização da criatividade. E não só em Macau, em todo o mundo. Agora qualquer pessoa é artista, e o problema dos artistas contemporâneos é mostrarem-se e produzirem demasiado. Há tanta arte disponível nos dias de hoje! Então a maneira mais lógica é tornarmo-nos como monges que ficam no seu mosteiro, e é isso que estou a fazer. Apareço raramente, em ocasiões específicas. Mudei o meu pensamento em relação a alguns eventos, como feiras de arte, porque penso que são apenas plataformas, como os media, o Instagram. São plataformas para uma arte algo imatura, na sua forma de expressão.

gonçalo lobo pinheiro

“O dinheiro não nos faz ter mais

Mas não tem nenhum projecto para expor em Macau? Não disse isso. Primeiro, temos de nos limitar a nós próprios, para um certo número de exposições, por um certo período de tempo. Penso que Macau é um bom sítio para uma exposição a cada cinco anos. Consegue imaginar uma exposição todos os anos? Tenho vindo a trabalhar em alguns quadros, sim, mas comecei a gastar mais tempo em cada trabalho, em vez de produzir sob pressão. Estou a tentar adaptar-me à nova realidade. De que forma? Estou a tentar focar-me, também devido a essa questão da excessiva produção artística. Há tanta arte destruída. Numa bienal, 95% da arte que lá está exposta vai para contentores. Tudo o que vai para o lixo não é arte, então estou a tentar focar-me em sítios que possam ter algo interessante, ou em coisas que as pessoas me pedem. É difícil, porque temos de convencer pessoas, instituições, mudar as mentalidades de certos meios, quando as pessoas pensam actualmente nas tendências a curto prazo. A arte acaba por ir para o caminho da “cultura da celebridade”. Em que os artistas são como estrelas pop. Sim. Claro que isso começou nos anos 60, com o Andy Wharol e o movimento pop-art. Mas acho que isso não é arte, é design. Então essa arte pode ir para museus, mas quem disse que ia lá ficar para sempre? Mas respondendo à sua questão, tenho vindo a trabalhar em coisas específicas. Continuo a trabalhar em Macau, com algumas pessoas, em galerias. As galerias de arte

estão a morrer, porque já chegaram a um ponto de exaustão. Em todo o mundo. Não estou apenas a falar da pequenina Macau. Aqui tudo acontece em pequena escala, mas as questões (do mundo artístico) são iguais às dos restantes países do mundo. Os problemas são os mesmos, a questão é que em Macau as coisas são mais visíveis e podemos tirar conclusões mais rápidas. Mas de cada vez que há algum tipo de iniciativa em Macau, eu tento contribuir. Tive agora dois trabalhos meus no Armazém do Boi, depois dei um trabalho a uma galeria junto às Ruínas de São Paulo, o que já é bastante (risos). Mas se me pedirem “por favor, faça uma grande exposição”. Direi que não. Mas vive em Macau há 23 anos, como olha para a arte que tem

“A arte é a procura, e qual é a procura aqui? Pela Hello Kitty? Há mau gosto. Para compreender o que é a arte, temos de ser educados, ter a nossa própria motivação, sermos curiosos. Infelizmente o público aqui não é assim”

ser educados, ter a nossa própria motivação, sermos curiosos. Infelizmente o público aqui não é assim. Para qualquer coisa que se produza em Macau não há procura, mas não é uma questão de preço. Porque é que as pessoas de Macau não compram as obras de arte locais? Porque preferem ter posters na parede, coisas criativas que compram em Bali. Tem tudo a ver com questões de gosto, educacionais, de cultura. É como aquela máxima de “nós somos o que comemos”, e somos também os livros que temos na estante e os quadros que temos na parede. É um pouco perturbador.

vindo a ser produzida neste pequeno território? Não há arte. A arte é a procura, e qual é a procura aqui? Pela Hello Kitty? Há mau gosto. Para compreender o que é a arte, temos de

Em relação aos museus, galerias ou entidades públicas. Pensa que o Governo poderia investir na criação de mais espaços como estes? Esse é um conceito socialista. Ajudar os artistas? O problema é


entrevista 3

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

consciência cultural” estive em Singapura no Marina Bay Sands. O casino pode não estar a ter muitos lucros, mas é um edifício bonito. Ao menos podem orgulhar-se daquele esforço. Se há 15 anos me dissessem que iríamos ter uma Torre Eifeel em Macau...é horrível. Não é apenas o facto de não envolver os artistas locais, mas tudo deveria ser feito por concurso e aprovado pelas instituições e pessoas de Macau. Porque é que Macau deixa que essas coisas feias sejam aqui construídas? Pensa então que deveria haver um novo modelo para o Cotai? Um espaço que poderia servir para promover os artistas locais? A questão dos artistas locais é similar a um jardim de infância, “acabei o meu curso, dêem-me um espaço para poder mostrar o meu trabalho”. O que poderíamos fazer agora? Criar um órgão independente, composto por artistas ou arquitectos, que não esteja envolvido com o sector do imobiliário, do Jogo ou da construção. Esse órgão deveria decidir o que é bom ou mau para Macau. Tudo deveria ser aprovado por este órgão. Em Guangzhou, o Governo deu responsabilidades a um grupo deste género para fazer uma cidade bonita. Estas pessoas não têm interesses no dinheiro, porque são professores, artistas... simplesmente ditam o que é bom ou mau para a cidade. Então vemos que a arquitectura e os espaços são bonitos, existe bom gosto. O problema aqui é que os lucros não trazem o bom gosto, o dinheiro não nos faz ter mais consciência cultural. que, se as pessoas não tiverem experiência no meio, não souberem a melhor forma de se tornarem artistas, isso é um erro. Temos esse problema com as políticas públicas. A arte transforma-se numa coisa preguiçosa, que não é desafiante. Quando ajudamos os artistas não criamos qualidade. Recentemente falei com várias pessoas do meio cultural de Macau e disse que a melhor forma é abrir concursos ou comissões para espaços públicos, em que uma vez por ano qualquer artista poderia concorrer para um apoio. Temos muitas construções aqui, mas podemos ver o quão tudo é horrível. E não estou apenas a falar da arte, mas a arquitectura também é muito má. Está a referir-se ao Cotai? A todo o lado. E porquê? Porque não queremos saber. Chega aqui alguém e deixamo-lo construir um

projecto, e não dizemos “não faça esta imitação da escultura” ou “não revista isto de plástico”. O conceito é muito pobre. Recentemente

“Se há 15 anos me dissessem que iríamos ter uma Torre Eifeel em Macau...é horrível. Não é apenas o facto de não envolver os artistas locais, mas tudo deveria ser feito por concurso e aprovado pelas instituições e pessoas de Macau”

Em Macau parece que o Governo tem de estar em todo o lado, concedendo subsídios. Pensa então que deveria ser criado um novo modelo de apoio? Quando cheguei a Macau, fiquei impressionado. Porque antes era melhor do que agora. Macau era melhor do que Hong Kong. E porquê? Porque no Governo, todos os secretários adjuntos, tinham interesse por arte. Construíam casas em Portugal, gostavam do design chinês, da mobília, visitavam galerias e estúdios de arte. Estes governantes ajudavam mais o mercado da arte do que qualquer outra pessoa. As pessoas que temos actualmente no Governo podem apoiar a cultura e a arte, mas individualmente não vão a concertos, nunca foram a uma galeria, e falo de Hong Kong também. Este é um problema. As pessoas que querem ajudar os artistas são apenas fun-

“O que poderíamos fazer agora? Criar um órgão independente, composto por artistas ou arquitectos, que não esteja envolvido com o sector do imobiliário, do Jogo ou da construção. Esse órgão deveria decidir o que é bom ou mau para Macau” cionários públicos ignorantes que tentam ser uma espécie de pais destes alunos de arte que acabam os seus cursos, para que sejam felizes. Mas acredita que o Governo de Macau, em concreto, está a seguir esse caminho? Não estou a criticar apenas aqui, porque na verdade o nosso Instituto Cultural (IC) ou o museu funcionam muito melhor do que poderíamos pensar. Claro que ainda há melhorias a fazer. Mas as pessoas deveriam ser nomeadas não porque falam cantonense, se são locais ou não, mas sim por mérito e conhecimento. Para cada projecto deveria haver uma selecção, e se for o melhor, mesmo que não fale cantonense, não deve constituir um problema. Macau poderia ser um modelo para a multi-culturalidade. Tudo deveria ser feito por pessoas com coragem e conhecimento para melhorar as coisas. Ajudou a criar a AFA - Art for All Society. Como olha para a entidade nos dias de hoje? Que desafios encontram? A AFA foi uma solução encontrada para se fazer e promover a arte. Mas diminuí a minha participação há cerca de dois ou três anos. Vamos mantendo o contacto, mas percebi que ficar lá mais tempo não iria ser benéfico para mim, porque sou uma pessoa ocupada, viajo muito. E não quero fazer esse tipo de trabalho de pedir patrocínios. A minha ideia inicial era de que a AFA não era apenas para os artistas locais, mas seria uma plataforma para as pessoas produzirem e consumirem arte, e seria a primeira do género em Macau. Mas há leis e regras que temos de seguir, então tornou-

-se uma entidade muito virada para Macau. Percebi que o que fazemos é algo anti-marca, porque um artista faz um trabalho, o Governo apoia-o, muito bem. Mas dou-lhes apoio sempre que é necessário. Qual o caminho que Macau está a tomar, com os casinos e as réplicas? Penso que já não é apenas o Jogo que domina, mas podemos atrair as famílias, com as crianças, e temos de pensar como dar-lhes o divertimento e fazer com que isso seja lucrativo, com eventos ou apostar na área da restauração. Penso que nesse sentido Macau está a ir no caminho certo. Há algumas questões, como o facto do Governo querer acabar com o fumo nos casinos. Não sou fumador, mas um turista vem a Macau para jogar, fumar e comer. Concordo em não fumar em restaurantes, ao pé de crianças...mas nos casinos? Estas pessoas jogam, bebem e fumam. Eles vêm cá para se divertir, então onde está o divertimento? O Governo já mostrou a vontade de criar mais museus. Qual deveria ser o modelo a implementar? Macau já foi o primeiro território na Ásia a ter uma bienal, no tempo dos portugueses, e ninguém fala disso. Macau poderia transformar-se num centro de arte na Ásia e dizer que desde os anos 90 (que promove esse tipo de eventos). Hong Kong era um deserto cultural, Pequim e Xangai não tinham arte, de todo. E Macau já tinha uma bienal de arte. Então deveríamos promover isso sem fazer esse corte entre a Administração portuguesa e o Governo chinês. Macau sempre foi Macau e deve ter orgulho desses pequenos detalhes, para além das diferenças. Nessa altura Macau não tinha nada, tirando um ou outro problema com um Governador, mas era um lugar engraçado e interessante. Para si, ainda é assim? Vejo este lugar como uma continuação da cultura da Europa, e que ainda mistura outras formas, como essas coisas americanas que agora existem. Penso que é uma boa plataforma para a arte e cultura, e Macau poderia ser de novo um centro de arte. Temos dois modelos: a feira de Singapura, apoiada pelo Governo, ou a Art Basel em Hong Kong, totalmente privada. Poderíamos fazer uma mistura, com um pouco de apoio do Executivo. Os casinos também poderiam participar, mas a questão é que eles só promovem os artistas de topo, as grandes marcas. Macau deveria ditar um pouco as regras, criando esse órgão, com 30% de artistas locais, e mais um grupo de artistas convidados, para decidir quais seriam os projectos certos. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


4

política

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

Habitação Económica Deputados contra revisão de lei. Pedidas mais infra-estruturas

Casas pagas mas falta o resto O s deputados Kwan Tsui Hang e Ho Ion Sang não concordam com a revisão da Lei da Habitação Económica e querem que o Governo acelere a construção de infra-estruturas de apoio a estas casas, como são escolas, farmácias, supermercados ou serviços de saúde. Isto porque, de acordo com Kwan e Ho, mais de 20% destas casas estão desabitadas, situação justificada pela população com a escassez de instalações primárias. Já Ng Kuok Cheong espera que se aprove o aumento do imposto para as casas que se encontram desocupadas, de forma a minorar o problema. De acordo com dados publicados pelo Instituto de Habitação (IH), de entre as 7000 fracções de habitação económica do território, mais de 1400 estão vazias, proporção que perfez 20,5% do total. O Governo está a considerar rever a Lei da Habitação Económica, nomeadamente esclarecendo aquilo que se entende por “vazio”. Ao Jornal do Cidadão, a deputada Kwan Tsui Hang disse que a elevada taxa de fracções desocupadas se deve ao facto das instalações complementares não estarem concluídas, sobretudo na habitação económica de Seac Vai Pan. “[Em Seac Vai Pan] não há escola e as famílias sentem dificuldade em fazer o trajecto entre Coloane e Macau todos os dias; existe apenas um supermercado, os transportes públicos não são suficientes e tudo isto faz com que as pessoas não se sintam bem”, explicou Kwan.

Aumentar para obrigar a morar

A deputada acrescentou que como a lei foi elaborada sem implemen-

tar, de forma clara, a situação dos candidatos a este tipo de casas após a sua aquisição, uma eventual revisão do diploma terá que ser feita com cuidado. “Nenhuma lei pode prejudicar os direitos de proprietários de fracções e este é um princípio que tem que persistir”, sublinhou. Ao mesmo jornal, o deputado Ho Ion Sang pediu ao Governo que apurasse as causas para a não ocupação das fracções. “Será que se trata de casos de contratos antigos de arrendamento que

ainda não chegaram à data limite ou que se deve ao facto de ser preciso melhorar as instalações comunitárias e de transporte?”, questionou. Ho partilha da opinião de Kwan: uma eventual revisão não irá resolver o problema das fracções vazias, já que esta só regulamenta questões relacionadas com casas já com proprietários, não abrangendo situações como a referida. Assim, o deputado considera que a revisão só irá ter um efeito dissuasório no que diz respeito à alegada escolha

“Nenhuma lei pode prejudicar os direitos de proprietários de fracções e este é um princípio que tem que persistir”

O

de não habitar nas casas que foram designadas. Por outro lado, o deputado Ng Kuok Cheong explicou que o IH emitiu as chaves de mais habitação económica há apenas quatro meses, pelo que não se deve considerar que está “vazia a longo prazo”. Ng critica a medida, justificando que se quer com isto “difamar os moradores”. O pró-democrata explicou que nos países ocidentais existem medidas concretas para combater o problema da desocupação das casas, pelo que considera que cobrar o dobro ou o triplo do imposto actualmente definido – para estes casos – é uma das soluções possíveis para evitar o aparecimento de novos casos. Flora Fong

Kwan Tsui Hang Deputada

flora.fong@hojemacau.com.mo

Trânsito Pedidas penas mais pesadas para condutores embriagados

Deste líquido não beberei A

opinião é unânime: os deputados de uma das comissões da Assembleia Legislativa (AL) querem penas mais pesadas para quem conduzir sob efeito de álcool e é possível que essa decisão venha a ser tomada pelo Governo ainda antes do final da presente sessão legislativa, ou seja, até Outubro. Isto mesmo disse Chan Meng Kam, presidente da Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública da AL, depois da reunião de ontem com o Executivo. O presi-

dente explicou que o Secretário para as Obras Públicas e Transportes, Raimundo do Rosário, vai convocar uma reunião com os Secretários para a Segurança e Administração e Justiça, já que se trata de uma questão da responsabilidade das três pastas. “Raimundo do Rosário deverá vir à Assembleia explicar a decisão até Outubro”, disse Chan Meng Kam. O deputado afirmou que o aumento das penas era “unânime” entre os vários membros do colectivo. “É grave

e muitas vezes, os infractores não sofrem pena de prisão”, pois existe a possibilidade de pagar uma multa.

Olhar para o lado

Embora não tenha dado pormenores acerca da actual moldura penal para casos de condução sob efeito de álcool ou estupefacientes, Chan Meng Kam referiu que devia “ser seguido o exemplo da China”, onde, regra geral, este tipo de infractores é detido por um prazo mínimo de

Lionel Leong quer mudanças nos serviços

15 dias. Para já, pode apenas esperar-se que o Governo pense na hipótese de tornar as penas mais pesadas. Depois disso, há ainda que realizar uma consulta pública para ver a “aceitabilidade da população” sobre esta medida. Aos jornalistas, Chan referiu que o número de casos de condução sob efeito de álcool diminuíram

Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, fez uma visita oficial aos serviços da sua tutela, exigindo mudanças e adaptações. Segundo um comunicado oficial, Lionel Leong “retorquiu que os serviços devem conhecer atempadamente as novas tendências do desenvolvimento das políticas do Estado e da RAEM, procedendo a uma revisão das suas funções, da alocação do seu pessoal, bem como dos estipulados nos diplomas e regulamentos relacionados”. Para além disso, Lionel Leong pediu ainda para as mesmas entidades “implementarem formas de gestão por objectivos, utilizando meios tecnológicos modernos para aperfeiçoar os processos de gestão, a fim de aumentar a eficiência dos trabalhos e a rentabilidade dos recursos públicos aplicados”. Os pedidos foram feitos depois de visitas efectuadas ao Instituto de Promoção de Comércio e Investimento (IPIM), Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), ao Gabinete para os Recursos Humanos (GRH) e ao Gabinete de Informação Financeira (GIF). O Secretário para a Economia e Finanças disse ainda “ser necessário cumprir os princípios da governação do Governo na simplificação da estrutura administrativa e reajustamento do pessoal e, com uma postura pragmática, adoptar medidas visadas pôr termo, fase a fase, aos problemas sobre a sobreposição das funções entre os diversos serviços, efectuando uma distribuição racional dos trabalhadores afectados”.

deste ano para o anterior, mas mesmo assim concorda com a eventual alteração. A reunião serviu ainda para discutir questões de infracções nas passadeiras, tendo sido sugerida a instalação de semáforos com contagem decrescente. Contudo, não foi clara a localização destes, já que o território se encontra munido de alguns pela cidade. Por último, foi discutida a alteração dos veículos, que constituiu muitas vezes mudanças ao nível interno, fazendo com que algumas pessoas se “queixem” do ruído emitido. “A comissão apelou para um reforço da fiscalização”, disse Chan. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo


política 5

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

Os vários casos de violação de regulamentos no seio das Forças de Segurança de Macau levaram associações a pedir maior fiscalização dos profissionais e melhorias ao nível da supervisão do pessoal e das condições de trabalho

Exigida mais fiscalização das Forças de Segurança

Trancas na porta

polícia acusado de extorquir 30 mil dólares de Hong Kong enquanto estava à paisana, por forma a pagar uma dívida de jogo na ordem das 120 mil patacas. Kun Sai Hoi pede que seja reforçada a fiscalização, por forma a não ocorrerem mais casos semelhantes, pedindo ainda a revisão das funções e competências por parte da Comissão de Fiscalização da Disciplina das Forças e Serviços de Segurança. “A comissão poderia desempenhar um maior papel, por forma a aumentar a qualidade do pessoal e a sua capacidade de fiscalização. Acho que isso poderia ser revisto de forma atempada, o que só traria efeitos positivos e uma maior eficácia”, disse o dirigente da associação.

O

presidente da Associação dos Técnicos da Administração Pública, Kun Sai Hoi, disse ao canal chinês da Rádio Macau que é necessário uma “gestão rigorosa” do pessoal das Forças de Segurança de Macau (FSM) e dos militares. Estas declarações surgem depois dos casos de violações de regulamentos ocorridos nas últimas semanas.

Enquanto um bombeiro foi acusado de receber dinheiro de estudantes que faziam apostas ilegais em sites de jogos estrangeiros, um chefe da Polícia de Segurança

pub

Aviso ﹝N.º 383/2015﹞ Assunto: Notificação de audiência Local: Pátio do Espinho, barraca n.o 11-05-20-036-001, Macau (área assinalada na planta de localização em anexo) Comunica-se aos utilizadores da barraca acima mencionada, Chan Sao Ieng, Loi Iu e Loi Kuok Kuan, e outros indivíduos, conforme as averiguações deste Instituto, verificou-se que a respectiva barraca n.º11-05-20-036-001 se encontra desocupada há mais de 60 dias consecutivos. Nos termos da alínea b) do n.º 2 do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro, são cancelados os elementos de registo daqueles que deixem de residir na edificação informal onde se encontravam recenseados, considerando-se para o efeito a verificação factual por parte da fiscalização deste Instituto presumindo-se como tal o abandono da edificação informal por período superior a 60 dias consecutivos. De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código de Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, deve apresentar, por escrito, a sua contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data da publicação do presente aviso. Se não apresentar a contestação por escrito no prazo fixado ou a mesma não for aceita por este Instituto, segundo o disposto do artigo 10.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro, este Instituto irá cancelar os elementos de registo daqueles que residem na edificação informal. Para a consulta do respectivo processo, poderão dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar a Divisão de Fiscalização de Habitação P­ública deste Instituto através do tel. n.º 2859 4875. A Vice-Presidente Subst.º, Chan Wa Keong 11 de Junho de 2015

Pública (PSP) terá falsificado registos de presença no local de trabalho. Outro caso de violação da lei ocorreu também num posto da polícia em Coloane, estando um

Da sanidade mental

Chan Tak Seng, um dos coordenadores do policiamento comunitário da PSP, e também presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau, referiu ao mesmo órgão de

comunicação que deve apostar-se na melhoria das condições de trabalho dos profissionais, por forma a garantir a estabilidade mental dos trabalhadores. Para o responsável, deve-se “consolidar o regime de supervisão”, garantindo maior transparência, para que a própria sociedade tenha conhecimento de que existem regulamentos a cumprir, por forma a evitar a repetição dos casos. “Na pasta do novo Secretário para a Segurança (Wong Sio Chak), é necessário esclarecer como se deve aumentar a qualidade (do pessoal), mas deve-se salientar que os actos ilegais do pessoal da linha da frente devem ser tratados com rigor, quando estes são atraídos por questões materiais da sociedade”, explicou Chan Tak Seng. O presidente da Aliança do Povo de Instituição de Macau, associação ligada aos deputados Chan Meng Kam, Si Ka Lon e Song Pek Kei, revelou ainda preocupação quanto à possibilidade de virem a ocorrer mais casos no futuro, sugerindo que os superiores devem dar maior atenção aos polícias da linha da frente, não só ao nível do trabalho mas nas suas condições de vida. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo


6

sociedade

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

Erro médico Deputados contestam atitude de associações

É a primeira vez que membros do hemiciclo se insurgem contra as críticas de médicos feitas ao tribunal. Em causa está a condenação civil de dois profissionais acusados de erro no diagnóstico. Au Kam San e Cheang Chi Keong pedem mais respeito pelo poder judicial

O

s deputados Au Kam San e Cheang Chi Keong criticaram fortemente a atitude demonstrada por mais de 41 associações quanto à condenação não-criminal, por erro de diagnóstico, de dois médicos do território. O

tiago alcântara

Tudo o que é demais, magoa

deputado pró-democrata considera que as declarações dos colectivos médicos constituem uma ameaça e revelam desrespeito pela decisão do tribunal e põem em causa a independência do sector da Justiça. Ao Jornal do Cidadão, Au considera que esta forma de expressão de opiniões vai causar pressão no Governo e nos tribunais. “Embora referissem que respeitam a independência da justiça, as associações não o estão a fazer. As críticas e polémicas podem causar pressões no julgamento dos casos”. O deputado salientou

que em frente de direito, todos são iguais. Caso um acto médico viole o Código Penal, pode ser investigado e este não deve ser absolvido apenas para proteger o sector da saúde.

No mesmo tom

Cheang Chi Keong partilha exactamente da mesma opinião: para o presidente da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa, a acção destas associações revela um certo “radicalismo”, correndo mesmo o risco de serem punidas por tal. “As pessoas podem expres-

S. Januário Acusação de erro de diagnóstico a paciente

Mais uma argolada? O pai de Roberto Souza foi alegadamente vítima de erro médico por médicos do hospital Conde S. Januário, de acordo com declarações do filho aos media. A acusação surgiu na passada sexta-feira, quando Souza, um cidadão macaense, se dirigiu à sede da Associação Novo Macau (ANM) para contar a sua história. Roberto Souza, filho do paciente referiu ao HM que depois da conferência na semana passada, o Hospital S. Januário enviou uma carta para a família. No entanto, Roberto ficou insatisfeito com o conteúdo da carta. Aparentemente, o seu pai havia entrado no hospital no passado dia 7, referindo que não conseguia comer há dois dias devido a fortes dores. Quatro horas depois, foi mandado para casa sem que lhe tenham sido feitos quaisquer exames ou testes. De acordo com declarações do jovem ao HM, tinha sido diagnosticado um problema de

estômago. No entanto, o paciente dirigiu-se mais tarde ao hospital Kiang Wu, onde os médicos se aperceberam que se tratava de insuficiência renal aguda, tendo sido imediatamente administrado tratamento de hemodiálise. Roberto Souza optou por expor o caso junto da ANM, surgindo assim mais um caso de alegada negligência no diagnóstico de um paciente.

Onde mora a culpa?

“A ideia principal é dizer que a função de um dos rins do meu pai não está boa, mas a doença só piorou quando se mudou para o Hospital Kiang Wu. Parece que a carta mostra que o agravamento [da doença] foi da responsabilidade do paciente. O hospital público foge sempre da responsabilidade, pelo que esta atitude é detestável, mas a direcção acha sempre que não há problemas”, começou o filho do paciente por dizer. Roberto acrescentou que na altura

“Embora referissem que respeitam a independência da justiça, as associações não o estão a fazer. As críticas e polémicas podem causar pressões no julgamento dos casos” Au Kam San Deputado

Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

Mário Évora Medicina “não é infalível”

O a mãe pediu ao hospital que o seu marido lá pernoitasse, mas a instituição insistiu em mandá-lo para casa. “[O hospital] sabia bem as condições do meu pai e pediu-lhe para ir embora na mesma?”, questionou-se, ao HM. Embora o pai de Roberto esteja agora mais estável, o entrevistado confessou temer que a sua situação médica piorasse, caso não tivesse trazido o caso a público. Os Serviços de Saúde (SS) já vieram, na passada sexta-feira, esclarecer que já está a ser levada a cabo uma investigação no sentido de apurar os factos. “(...) face à queixa apresentada pela família, os Serviços de Saúde estão a dar a máxima atenção ao caso, tendo já recolhido informações do Centro Hospitalar Conde de São Januário”, esclareceram os SS. No mesmo comunicado, explicaram que foi já instaurada uma investigação, deixando a promessa de revelar novidades brevemente. L.S.M/F.F.

sar os seus pontos de vista, mas o tiro pode sair-lhes pela culatra, se o fizerem de forma radical”, começou o deputado por dizer ao canal televisivo TDM. Em causa está a assinatura de declarações por mais de 41 associações contra a decisão do Tribunal de Segunda Instância (TSI) em condenar, de forma não criminal, dois médicos do hospital Kiang Wu. O também presidente da 3ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa deixou clara a ideia de que em Macau impera um “Estado de Direito” e que as decisões dos tribunais não devem ser contestadas. “O valor central de uma sociedade erigida pela lei é a independência judiciária”, acrescentou Cheang. Outra das possíveis consequências para Au é, a falta de confiança mútua entre paciente e médico que pode advir desta campanha contra a acusação dos profissionais. “O inimigo das duas partes é a doença, mas as declarações fazem com que o público considere que alguns médicos não assumem as suas responsabilidade e só ameaçam outros para que a sua responsabilidade [num caso] não seja investigada quando houver problemas”, continuou o deputado. Au Kam San espera ainda que não sejam oferecidos “serviços de saúde defensivos” pelo que sugere que a responsabilidade de seguro obrigatório do pessoal médico ajuda as duas partes.

médico de Cardiologia do hospital Conde S. Januário defendeu a mudança de nome da Lei do Erro Médico por considerar que um eventual erro de diagnóstico demonstra que a Medicina não é perfeita. “O diagnóstico é uma arte da Medicina,

mas não é infalível e o se o médico não acertar num diagnóstico não é necessariamente um erro. A generalização dessa ideia (...) pode criar uma pressão desadequada”, disse o cardiologista Mário Évora à TDM. No entanto, o médico é a favor da criação de uma lei de Responsabilização Médica, como o HM já havia avançado na passada quinta-feira. A razão, recorde-se, é que Mário Évora prefere um diploma que não culpabilize, desde o início, a classe profissional, vendo um engano no diagnóstico como um “erro”. De acordo com o canal televisivo, o cardiologista volta a defender a existência de uma Ordem dos Médicos e de Código de Deontologia respectivo, como há em Portugal. É que dessa forma, os tribunais podem decidir sobre os processos com base nesse documento. “Não sei se poria uma lei dessas em consulta pública porque não sei qual será a contribuição técnica que isso possa trazer, mas penso que deve ser debatido”, sublinhou.


sociedade 7

tiago alcântara

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

O

ex-administrador do hospital público Conde São Januário que, na semana passada, foi condenado no território por burla, foi agora afastado do seu cargo em Portugal, onde trabalhava para a Administração Central do Sistema de Saúde. A saída de Rui Sá, que no último ano e meio liderava o Grupo de Trabalho de Combate às Irregularidades Praticadas nas Áreas do Medicamento e dos Meios Complementares de Diagnóstico e Terapêutica, foi avançada pela Rádio Renascença (RR). Rui Sá foi condenado, em Macau, a um ano e seis meses de prisão, com pena suspensa, por burla através de receitas falsas, no valor equivalente a cerca de 16 mil euros.

Após abandonar Macau, Rui Sá regressou a Portugal e passou a representar a Administração Central do Sistema de Saúde num grupo que tinha como objectivo estudar o combate a este tipo de fraudes

Saúde Ex-administrador fraudulento combatia fraude

Raposa vestida de cordeiro O ex-administrador do São Januário condenado por burla, combatia este tipo de crime em Portugal. Rui Sá trabalhava num grupo de combate às irregularidades na área da saúde e foi afastado do cargo depois de se tornar pública a sua condenação em Macau À data dos acontecimentos - entre Maio de 2011 e Abril de 2012 - era administrador-geral no Centro Hospitalar Conde de São Januário, e obteve, segundo o acórdão do Tribunal Judicial de Base, “fármacos avaliados em quase 139 mil patacas, conseguidos através de 70 consultas, divididas entre dois pacientes e distribuídas por dois médicos em menos de um ano”. O tribunal entendeu, no entanto, que os médicos, Rui Furtado, presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa, e António Martins, “foram enganados” por Rui Sá. O levantamento dos medicamentos - a maioria para o tratamento de insónias, Alzheimer e doenças do foro mental - foi feito em nome de duas pessoas que garantiram em tribunal que “nunca foram a estes médicos nem pediram ao arguido ou a alguém para lhes arranjar medicamentos, nem nunca os tomaram”.

O tribunal considerou que Rui Sá “levou o hospital a acreditar” que estas duas pessoas “eram pacientes com doenças crónicas” e “pedia aos dois médicos para prescreverem medicamentos como se fossem para estes”. O caso foi denunciado pela Divisão de Farmácia Hospitalar, desencadeando um processo interno em Maio de 2012 que levou ao despedimento de Rui Sá por justa causa.

Da especialidade

Após abandonar Macau, Rui Sá regressou a Portugal e passou a representar a Administração Central do Sistema de Saúde num grupo que tinha como objectivo estudar o combate a este tipo de fraudes, cargo para o qual foi convidado. A RR questionou o Ministério da Saúde sobre esta situação e, na sequência disso, a entidade, que a

rádio diz ter sido “apanhada de surpresa”, “decidiu afastar Rui Sá”, o que terá acontecido na quinta-feira. Tanto o Ministério como a Administração Central do Sistema de Saúde consideram “inadmissível, ou até bizarro”, nas palavras de uma fonte contactada pela RR, “que Rui Sá pudesse estar envolvido na prevenção exactamente dos mesmos crimes pelos quais acaba de ser condenado”.

Recorde-se, tal como o HM avançou na passada sexta-feira, num comunicado à imprensa os Serviços de Saúde indicam que o envolvimento dos dois médicos, Rui Furtado e António Martins, fez com que os profissionais não vissem o seu contrato renovado. “O réu obteve dezenas de prescrições de medicamento através de dois ex-cirurgiões de nacionalidade portuguesa, apropriando-se por vezes, com grandes doses de medicamento para tratamento da insónia, Alzheimer e doenças do foro mental. (...) Posteriormente, os contratos destes dois cirurgiões não foram renovados”, podia ler-se no documento. HM (com Lusa)

SS contra consumo de Secrate SRIM&FERM

Os Serviços de Saúde (SS) desaconselham o consumo do medicamento Secrate SRIM&FERM, que dizem conter substâncias que não foram autorizadas para a sua produção. Em comunicado, afirmam estar a seguir as directrizes do Departamento de Saúde de Hong Kong, que aponta a possibilidade de efeitos secundários como náuseas, úlceras gástricas, indisposição e danos na função renal, pelo facto da Dipirona e dicoflenaco serem anti-inflamatórios não esteróides. O medicamento contém ainda Lidocaína, um outro componente não autorizada nas duas regiões administrativas. Os SS pedem a todos os cidadãos que estejam em posse de Secrate para cessarem o seu consumo e o entregarem na farmácia mais próxima.


8 sociedade

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

U

A resposta lá de cima

Recorde-se que o assunto também foi abordado por outros deputados, tal como José Pereira Coutinho e Ng Kuok Cheong. Este último, em Abril passado, lembrou que o Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, indicou que os preços de

Condutor atropela cão propositadamente

Um condutor de um automóvel de sete lugares, atropelou um cão, na zona da Areia Preta, de forma propositada. O cão que se tinha soltado da coleira, foi morto depois do condutor ter parado e buzinado e este não se ter movido da estrada. A dona do cão, Lai, explicou à publicação Macau Concealers que o condutor agiu de má fé. Lai denunciou o caso à Polícia de Segurança Pública (PSP), alegando que o condutor nem sequer pediu desculpa. A dona do cão espera que a Lei de Protecção de Animais seja aprovada na especialidade em Assembleia Legislativa (AL) mantendo a pena de três anos de prisão.

Leong Veng Chai insiste no mercado da carne de porco

Bife bem mal passado

O mercado da venda de carne de porco muito água tem feito correr, incluindo episódios engraçados em plena AL. Desta vez Leong Veng Chai indaga o Governo quanto ao mercado que se diz “injusto”. A DSE responde também a Ng Kuok Cheong: o Governo não está esquecido deste mercado sensível tiago alcântara

ma vez mais o mercado da carne de porco volta a estar em destaque. Desta vez, numa interpelação escrita, Leong Veng Chai, volta a questionar o Governo sobre o direito de exclusividade de importação deste tipo de carne para Macau. “Será que as empresas com direito de exclusividade de importação de carne de porco para Macau não terão também a obrigatoriedade de importar, em primeiro lugar, através da Companhia de Produtos e Produções Especiais da China, e só depois é que podem vender nos supermercados?”, questiona o deputado, argumentando que a empresa que detêm a exclusividade “passou de distribuidora de carne a vendedora a retalho”, aniquilando a possibilidade de uma concorrência justa. O deputado defende que os vendedores de carne estão a passar momentos difíceis devido à consecutiva queda dos seus rendimentos, tornando as suas vidas cada vez mais difíceis. Leong Veng Chai quer ainda saber se a carne em causa “pode ser vendida sem ser inspeccionada pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM)” e se a carne congelada disponível nos supermercados segue as mesmas regras de inspecção que o IACM efectua para a que é vendida nos mercados, nomeadamente as visitas sem aviso prévio dos fiscais da autoridade para recolha de amostra para análise.

importação e da venda por grosso e a retalho da carne de porco são de 19.9 por cate, 21.7 e 68.9 patacas, respectivamente. Perante as declarações do Secretário, o deputado questionou o Governo se este reconhece que a principal razão que motivou a “grande inflação dos preços dos alimentos e produtos indispensáveis é a enorme diferença entre os preços de importação e venda a retalho”. Em resposta, o director da Direcção dos Serviços de Economia (DSE), Sou Tin Peng, referiu que os preços de retalho em Macau são influenciados por vários factores. Para o director, o preços por grosso são decididos pela situação de procura e oferta, estratégia comercial e nível de custos.

“Será que as empresas com direito de exclusividade de importação de carne de porco para Macau não terão também a obrigatoriedade de importar, em primeiro lugar, através da Companhia de Produtos e Produções Especiais da China, e só depois é que podem vender nos supermercados?” Leong Veng Chai Deputado

Sou Tin Peng afirmou que o Governo assegura a ordem normal dos produtos fluentes no mercado através de fiscalização regular sem aviso prévio. Em Maio deste ano, exemplificou, existiam companhias que oferecem vegetais provenientes directamente do local de produção em Hunan, algo que veio diminuir o custo de transporte assegurando a qualidade dos produtos agrícolas. O director esclareceu ainda que o Governo tem aconselhado activamente o sector a explorar mais fontes terminais de retalho, adicionando escolhas aos consumidores do mercado. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo


sociedade 9

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

A

Caritas Macau vai lançar no próximo dia 21 uma linha de prevenção do suicídio a pensar nos falantes de inglês e de português, alargando um serviço que presta há mais de 30 anos destinado à comunidade chinesa. A linha de atendimento vai funcionar, na fase de arranque, de segunda a sábado, entre as 10:00 horas e as 14:00 horas, disse à agência Lusa a conselheira da Caritas Macau Silvia Mohr, que vai supervisionar os actuais quatro voluntários da ‘hotline’. A instituição pretende alargar o horário do serviço gradualmente até às 24 horas por dia num espaço de um ano, à semelhança da sua homóloga chinesa “Esperança na Vida”, activa há três décadas e que, no ano passado, recebeu 10.259 telefonemas, dos quais mais de dois terços (67 por cento) efectuados por mulheres. Do universo total, apenas 3% dos casos diziam respeito a pessoas que manifestaram pensamentos ou intenções suicidas, que tinham planos para pôr termo à vida ou que já se encontravam no acto”, explicou a conselheira da Caritas Macau. A intenção de criar um serviço de apoio emocional idêntico ao prestado para a comunidade de falantes de chinês figura como um

Suicídio Linha de apoio em Inglês e Português

mas quando acontece algum caso a comunidade fica chocada”. Os actuais quatro voluntários – dois homens e mulheres, nativos de inglês e de português, com idades entre 25 e 50 anos – passaram por uma formação intensiva com a duração de 15 horas, seguida de um estágio. E, todos os meses, devem participar em acções de reciclagem versando as experiências obtidas. (Lusa)

Ajuda em todas as línguas projecto antigo da Caritas que se bate, porém, com a dificuldade de recursos humanos.

TNR e não só

Silvia Mohr, brasileira com formação em psicologia e mestrado em aconselhamento, que fala português, inglês e mandarim, justifica a ‘hotline’ nomeadamente com o crescente universo de trabalhadores não residentes de Macau, cuja autorização de permanência depende da vigência do contrato de trabalho. No final de Maio, ascendiam a 176.777, ou seja, equivaliam a 27,6% do total de habitantes – estimados na ordem dos 640.000 – e a 43,5% da população activa, calculada em 405.800 pessoas. Mas a linha aberta, disponível através do número 28525777, também se destina a residentes de Macau, um grupo que abarca designadamente as comunidades portuguesa e lusófona. “É muito fácil em Macau se enlear nas comunidades, mas mesmo as de falantes de portu-

A linha de atendimento vai funcionar, na fase de arranque, de segunda a sábado, entre as 10:00 horas e as 14:00 horas

guês não se misturam, são como ilhas. O mesmo sucede com que as de falantes de inglês, pelo que a hotline serve para ajudar essas pessoas, que vivem aprisionadas nessas ilhas e que, quando não

Segundo os dados oficiais mais recentes – referentes a 2013 – a taxa global de suicídio correspondia a 11,5 por cada 110 mil pessoas, ou seja, era mais baixa do que o padrão de elevada prevalência definido pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Macau registou, nesse ano, 68 casos, menos 4,2% face ao ano de 2012. Lusa

querem que o grupo saiba de um determinado problema, não têm com quem conversar ou a quem pedir ajuda”, explicou Silvia Mohr. Macau não tem “um historial de suicídio muito grande ou sério,

pub

ANÚNCIO 【N.º 39/2015】 Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar o elemento do agregado familiar da lista de candidatos a habitação social abaixo indicado, no uso da competência delegada pela alínea 12) do n.º 3 do Despacho n.º 06/IH/2015, publicado no Boletim Oficial da RAEM, n.º 7, II Série, de 18 de Fevereiro de 2015 e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro: Nome CHAN CHONG KEONG

N.º do boletim de candidatura 31201302563

Por causa do elemento do agregado familiar acima mencionado não apresentar os documentos mencionados no prazo fixado, pelo que, este não reúne os requisitos exigidos para a candidatura, nos termos dos n.º 3 do artigo 9.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009. De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, deve apresentar, por escrito, a sua contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou as demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Se não apresentar a contestação no prazo fixado ou a mesma não for aceite por este Instituto, a respectiva candidatura será excluída da lista geral de espera por IH, nos termos dos artigo 5.º, nº 3 do artigo 9.º e alínea 1) do artigo 11.º do Regulamento de Candidatura para Atribuição de Habitação Social, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 296/2009. No caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar Sr. Wong através o tel. n.º 2859 4875 (Ext. 372), para consulta do processo. O Chefe do Departamento de Habitação Pública, Subst.º Chan Kuan Kit 11 de Junho de 2015


10

eventos

Cinema Pedro Costa vence prémio do júri em Madrid

O

filme “Cavalo Dinheiro” já tinha sido distinguido no festivais do Recife, no Brasil, e de Locarno, na Suíça. O filme Cavalo Dinheiro, do realizador português Pedro Costa, venceu o Prémio Especial do Júri do Festival de Cinema Internacional de Madrid, que encerrou no sábado com uma homenagem a Manoel de Oliveira. O documentário Belluscone, uma história siciliana, do cineasta italiano Franco Maresco, venceu a Secção Oficial da competição, anunciou a organização. A homenagem ao realizador Manoel de Oliveira, que morreu a 2 de abril, aos 106 anos, foi feita com

a exibição de Visita ou memórias e confissões e O velho do Restelo. O Festival de Cinema Internacional de Madrid (Filmadrid), em Espanha, realizou-se pela primeira vez em 2015 e visa, segundo a organização, “mostrar o melhor cinema independente, de autor” e propiciar “a cultura cinéfila dos madrilenos”. O filme Cavalo Dinheiro já tinha sido distinguido no Festival do Recife, no Brasil, com os prémios de Melhor Realizador, Melhor Argumento, Melhor Fotografia e da Crítica, e no Festival de Cinema de Locarno, na Suíça, com o Leopardo de Melhor Realizador.

hoje macau segund

Macau nos planos do fotógrafo Michael Wolf

Urbanismo à luz d Autor do projecto “Arquitectura da densidade”, que retrata as formas de vivência urbana de Hong Kong, Michael Wolf pondera um dia captar o que resta da Macau antiga e dos seus prédios

P Pintura Artista local expõe na Fundação Rui Cunha

O

artista e arquitecto local André Lui Chak Keong inaugura às 18h30 de hoje, a sua exposição “Murmúrio da Impermanência” na Fundação Rui Cunha. A mostra compreende 22 desenhos a carvão e pinturas a óleo, pelo que a cerimónia de abertura conta ainda com o lançamento de um catálogo de trabalhos seus. Keong nasceu em 1971 no território, trabalhando neste momento na área de design de arquitectura, tendo igualmente interesse pelas áreas da pintura, instalações, fotografia e vídeo. Antes de expor na Fundação, o artista teve obras na

52ª Bienal de Veneza. Hoje, André Keong apresenta uma série de trabalhos inspirados no Jardim Lou Lim Ieoc. “Embora o Jardim não seja grande, quando eu ando entre as suas obras em pedra, pelo bosque de bambu, lagos e pavilhões, observo as constantes mudanças da paisagem do Jardim e compreendo que, entre a luz e a sombra, essas mudanças também acontecem em tudo no mundo”, escreve o artista em comunicado. A mostra estará aberta ao público até 27 deste mês, das 10h00 às 19h00, na galeria da Fundação. Conta com entrada livre.

ara Michael Wolf, as cidades são tudo o que importa fotografar. Residente em Hong Kong, território que já captou em diversos projectos, como a “Arquitectura da densidade”, Wolf disse ao HM que fazer fotografias da paisagem urbana de Macau é um dos seus planos. “Sempre gostei de Macau, porque sentia sempre que tinha parado no tempo. Actualmente ainda acho que é um sítio fascinante, devido à enorme mudança a nível urbano causada pelos casinos. Está na minha lista de coisas e sítios a fotografar, então é melhor ir

jornalista para a revista alemã Stern. Só a partir de 2011 se focou nos seus próprios projectos. As fotografias de “Arquitectura da densidade”, que revelam os altos prédios de Hong Kong, com apartamentos demasiado pequenos para albergar tamanha den-

“Sempre gostei de Macau, porque sentia sempre que tinha parado no tempo. Actualmente ainda acho que é um sítio fascinante, devido à enorme mudança a nível urbano causada pelos casinos. Está na minha lista de coisas e sítios a fotografar”

sidade populacional, foram publicadas pela primeira vez, em forma de livro, em 2012.

Projecto global

Desde então que o projecto não mais parou de correr mundo. “Arquitectura da densidade” esteve o ano passado patente numa exposição em Londres, tendo estado também na Bienal de Arquitectura de São Paulo, Brasil, em 2013, e também na cidade de Amesterdão, Holanda. Sendo um dos trabalhos mais reconhecidos do fotógrafo, “Arquitectura da densidade” não se limita a retratar prédios altos e a paisagem à volta, mas

Cartoons de André Carrilho distinguidos na 3x3 Professional Show em Nova Iorque O caricaturista e ilustrador português André Carrilho viu este sábado dois dos seus cartoons publicados no DN distinguidos na competição anual 3x3 Professional Show, em Nova Iorque, nos Estados Unidos. As duas ilustrações foram publicadas no DN no ano passado, durante a epidemia de ébola que assustou o mundo. O cartoon “Ébola”

À venda na Livraria Portuguesa Corrupção • C. J. Sansom

o mais depressa possível antes que toda a parte antiga da cidade desapareça. Talvez passe em Macau por altura do Outono”, disse por e-mail. Nascido na Alemanha, Michael Wolf reside em Hong Kong desde 1994, tendo começado a carreira como foto-

O ataque a França levado a cabo por Henrique VIII não correu conforme esperado e agora uma enorme frota de navios de guerra franceses está estacionada no Canal da Mancha preparada para a revanche. Enquanto a armada inglesa se organiza em Portsmouth, o reino procura recrutar homens para formar o maior exército de sempre. É neste ambiente conflituoso que o serjeant Shardlake receberá um pedido de ajuda da rainha Catherine Parr, para investigar o estranho suicídio do filho de uma antiga criada e a petição que este havia requerido contra a família Hobbey, para quem trabalhara como precetor.

ganhou a medalha de bronze e o cartoon “Pânico de Contágio” foi distinguido com uma Menção Honrosa. Na categoria Livros da mesma competição, a ilustradora portuguesa Catarina Sobral conquistou, por sua vez, o prémio máximo, “Best of Show”, bem como a medalha de prata, com o seu livro infantil “Vazio”, que foi publicado no ano passado

pela editora Pato Lógico. A 3x3 é uma revista norte-americana dedicada à “arte da ilustração contemporânea”. Os prémio do Professional Show foram anunciados este sábado. Os ilustradores portugueses Cristiana Couceiro e João Vaz De Carvalho também viram obras suas distinguidas com menção de mérito e menção honrosa, respectivamente.

Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net

Alemanha Ensanguentada • Aquilino Ribeiro

Dois anos depois de terminar a Primeira Grande Guerra, Aquilino revisitou a Alemanha (país em que vivera por uns meses em 1912, em Berlim e em Parchin, e em que casara, em 1913, com Grete Tiedemann, de Meclemburgo, que conhecera na Sorbonne). Dessa viagem deixou um diário, mais tarde publicado sob o título de “Alemanha Ensanguentada” (1935). Neste texto, são visíveis as contradições e as hesitações num país saído de uma guerra havia dois anos, com difícil aceitação do acordado em Versalhes, assim como se evidencia a capacidade de perscrutar o ser humano, que Aquilino detinha, num exercício de leitura de rostos, de gestos, de tempos.


eventos 11

da-feira 15.6.2015

da lente põe o foco nas fachadas e na dimensão que elas trazem cá para fora. Com este trabalho, Wolf aproximou-se de um estilo que começou a aparecer nas décadas de 60 e 70 nos Estados Unidos, quando uma exposição de 1975, intitulada “Novas Topografias: Estados Unidos” mostraram ao mundo trabalhos de fotógrafos que quiseram retratar a paisagem urbana que explodiu após a II Guerra Mundial. “Wolf encontrou a sua inspiração em Hong Kong e China, lugares com paisagens sempre em mudança e que lhe deram uma estimulação constante e a oportunidade de documentar os vários lados destas potências emergentes.” Mas Michael Wolf não se limitou a fotografar os altos pub

prédios de Hong Kong com muitas pessoas dentro. No território vizinho o fotógrafo alemão tem ainda trabalhos sobre “casas de esquina”, as fachadas dos edifícios industriais ou ainda o lado nocturno dos prédios habitacionais. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

E

streou no passado sábado uma mostra sobre a história da impressão e as diferentes técnicas utilizadas. “A Arte de Imprimir” encontra-se no Centro de Ciência até Dezembro deste ano e pretende dar a conhecer aos visitantes uma das “quatro grandes invenções com origem na China antiga”, mostrando a forma como as técnicas aqui desenvolvidas se expandiram pelo mundo. “Actualmente, as tecnologias de impressão são o resultado de avanços científicos em domínios como a física, a química, a óptica, a informática ou a electromecânica”, explica a organização em comunicado. A mostra tem entrada gratuita e poderá ser vista na galeria 2 do Centro de Exibições daquele local.

Elementos únicos

A Arte de Imprimir tem em exposição cerca de 60 peças da colecção do Museu Nacional de Ciência e Tecnologia de Kaoshiung, em Taiwan. Sobre estas, a organização explica que se tratam de peças únicas

Centro de Ciência A arte de imprimir ao vivo

Da tinta ao laser

de arte impressa e modelos de equipamentos de impressão, permitindo que os visitantes regressem ao passado e percebam como foi possível chegar às impressores, scanners, computadores e faxes actuais. “A exposição revela ainda os segredos por detrás de técnicas especiais como a litografia, a impressão em seda, em folha de ouro, a gravação em baixo-relevo, com marca de água ou através do recurso

a tecnologia ultravioleta”, ilustram. Esta é uma estreia em termos de colaboração do Centro de Ciência com a Imprensa Oficial e representantes da indústria gráfica, sem esquecer historiadores. O intuito foi tentar ali condensar 400 anos de história, com uma secção especial inteiramente dedicada à influência das culturas chinesas e ocidental. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo


12 publicidade

hoje macau segunda-feira 15.6.2015


china

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

Hong-Kong Apenas um milhar em manifestação de pró-democratas

Muita parra, pouca gente A penas um milhar de pessoas participaram ontem em Hong Kong numa manifestação convocada pelo movimento pró-democrático antes da votação no Parlamento local de um projecto de reforma eleitoral que divide o território autónomo chinês. O número de manifestantes é significativamente inferior ao das dezenas de milhares que saiam à rua no último Outono para protestar contra esta reforma e que paralisaram uma parte da cidade durante dois meses antes de serem desincentivados pelo uso da força pela polícia. Depois, apareceram discórdias no interior do “Movimento dos Guarda-chuvas” entre os defensores da confrontação e os do consenso. “Nós queremos mostrar à opinião pública que estamos unidos. Queremos mostrar à comunidade internacional que a maioria recusa uma democracia truncada”, declarava antes da manifestação de ontem Daisy Chan, porta-voz da Civil Human Rights Front. Mas sob um sol escaldante, 30 graus centígrados à sombra e 80% de humidade, apenas um milhar de pessoas participaram na manifestação cerca das 15:00 locais entre o parque Victoria e o Legislative Council (LegCo), o parlamento de Hong Kong situado no centro financeiro e administrativo da cidade.

O número de participantes deve aumentar quando se aproximarem do LegCo mas está longe de responder às expectativas dos organizadores que esperavam até 50.000 participantes.

Sem consenso

O projecto de reforma eleitoral prevê o direito de voto a todos os cidadãos maiores de idade de Hong Kong na próxima eleição do chefe executivo em 2017. Actualmente, o Chefe do Executivo é designado por um comité de 1.200

grandes eleitores maioritariamente pró-Pequim. O governo estima que o seu projecto representa um “grande passo” em termos democráticos na antiga colónia britânica que passou para as mãos da China em 1997. Os críticos do projecto consideram-no uma “paródia de democracia” pois Pequim continua a controlar o processo já que só são autorizados dois ou três candidatos escolhidos por um comité leal ao Partido Comunista Chinês.

O número de participantes deve aumentar quando se aproximarem do LegCo mas está longe de responder às expectativas dos organizadores que esperavam até 50.000 participantes

Encontros de conciliação entre os militantes de um lado, o governo local e os responsáveis chineses de outro lado, foram infrutíferos porque todos rejeitam ceder o que quer que seja. O LegCo vai analisar a proposta de lei relativa ao método eleitoral para a escolha do Chefe do Executivo na quarta-feira mas, tendo em conta o intenso debate que deve desencadear, prevê-se que a votação propriamente dita seja protelada para quinta ou mesmo para sexta-feira. A proposta de lei prevê a introdução do sufrágio universal nas eleições para o Chefe do Executivo em 2017, mas só depois de uma pré-selecção de dois a três candidatos, que ficará a cabo de um comité composto por 1.200 membros, num processo descrito pela ala democrata como uma “triagem”.

Quatro irmãos suicidam-se depois de abandonados pelos pais

Q

uatro irmãos chineses, com idades entre os cinco e os 14 anos, abandonados pelos pais durante meses, morreram aparentemente depois de terem ingerido pesticida no sudoeste da China, disseram sexta-feira fontes governamentais e dos ‘media’. As crianças, um rapaz e as irmãs mais novas, foram encontradas vivas por um vizinho, depois de terem ingerido o veneno na noite de terça-feira, em Bijie, na remota província de Guizhou, de acordo com a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Os quatro morreram em seguida e a polícia afirmou tratar-se de um

suicídio. A mãe abandonou a família em Fevereiro de 2013 e o actual paradeiro é desconhecido, disseram as autoridades e a Xinhua. O pai, identificado como Zhang Fangqi, deixou Bijie para trabalhar noutro local em Março passado, enviando dinheiro aos filhos periodicamente, acrescentou a agência chinesa. O incidente, que demonstra a situação nos meios rurais chineses em que crianças são abandonadas quando os pais migram em busca de trabalho noutras zonas do país, levou o primeiro-ministro chinês, Li Kepiang, a pedir “o fim destas tragédias”

e a prometer castigar responsáveis incapazes de ajudar famílias com problemas semelhantes. Os filhos do vasto “exército” de trabalhadores migrantes chineses são denominados “crianças deixadas para trás”, que permanecem nas suas casas, normalmente no campo, e com familiares idosos, em parte porque o acesso aos jardins de infância e escolas nas cidades é muito difícil e muito caro. O país tem mais de 60 milhões de “crianças deixadas para trás” e perto de 3,4% vivem sozinhas, disse a Xinhua, citando um relatório de 2013 da Federação das mulheres chinesas.

13

Residentes de Taiwan vão poder entrar sem visto

P

equim vai permitir a entrada dos cidadãos de Taiwan na China sem necessidade de requerem de visto como acontecia até à data, anunciou ontem o presidente da Conferência Política Consultiva do Povo (CCPPC), a segunda câmara do parlamento. Yu Zhengsheng revelou os planos do Executivo no seu discurso no sétimo Fórum do Estreito, inaugurado este fim-de-semana em Xiamen, na província chinesa de Fujian. O também membro do Comité Permanente do Politburo do Partido Comunista da China não especificou a data em que a decisão vai entrar em vigor. O plano foi anunciado por Yu para “continuar a criar melhores condições para o intercâmbio entre as duas Chinas”. Até à data, a China exigia uma “autorização de viagem” aos residentes de Taiwan, designada “autori-

zação para os compatriotas de Taiwan”, que servia como documento de viagem e dispensava qualquer selo no passaporte taiwanês, para não mostrar um reconhecimento indirecto de Taiwan como entidade política separada, escreve a agência Efe. Segundo adiantou Yu Zhengsheng, as autoridades vão dar um cartão aos taiwaneses que será válido como o seu actual passaporte, servindo para os identificar quando estão na China, evitando assim o mencionado problema político.

pub

HM-1ª vez 15-6-15

Anúncio

Proc. FALÊNCIA N.º

CV3-14-0001-CFI

3º Juízo Cível

REQUERENTE: MELCO CROWN (MACAU) S.A., com sede em Macau, na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção, nºs 411-417, Edifício Dynasty Plaza, 15º andar O. REQUERIDO: LAM PAK KEI, ausente em parte incerta, com última domicílio conhecido em Macau, na Estrada Nordeste da Taipa 86, Edifício Hoi Wan Garden, 12º andar M, Taipa. *** FAZ SABER que, pelo Tribunal, Juízo e processo acima referidos, correm ÉDITOS DE TRINTA (30) DIAS, contados da segunda e última publicação do anúncio, citando o requerido acima identificado, para no prazo de DEZ DIAS, decorrido que seja o dos éditos, deduzir Embargos, à declaração da falência, nos autos de Falência nº CV3-140001-CFI, cujos termos corem pelo 3º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da RAEM (artº 1091 nº 1 al.a) e nº 3 do CPC). Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial que neste 3º Juízo Cível se encontra à sua disposição e que poderá ser levantado nesta Secretaria Judicial nas horas normais de expediente. Macau, 26 de Maio de 2015 ***


h

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

artes, letras e ideias

14

Shitao

Propósitos Sobre a Pintura do Monge Abóbora Amarga

Capítulo XI Procedimentos (continuação)

- A ruptura: criar um universo que esteja purificado de toda a nódoa de banalidade vulgar; montanhas, rios, árvores não são dadas senão parcialmente, amputadas de uma ou outra extremidade; em todo o lado, nenhuma pincelada que não seja abruptamente interrompida1; mas para empregar este método de interrupção com sucesso, é essencial trabalhar com um pincel absolutamente livre e solto2.

1 - Wang Wei (699-759) é considerado o introdutor dos procedimentos de interrupção e de elipse na pintura. No seu tratado «Huaxue Mijue» escreve: «… o cimo de um contorno perde-se no céu e a sua base deve permanecer invisível; as coisas devem ser simultaneamente presentes e ausentes; não se vê senão o alto e o baixo; medas ou taludes de terra não deixeis ver senão uma metade; cabanas e pavilhões não indicar senão uma face de parede ou uma cornija…». Li Rihua (1565-1635) no final da dinastia Ming escreveu: «Em pintura, importa perceber o objecto com discernimento, quer dizer que, no traçar das formas, se bem que o fim seja a obtenção de um resultado completo, toda a arte da execução está nessas notações fragmentárias e essas interrupções (…). A pincelada interrompe-se para melhor se carregar de subentendidos; assim uma montanha é figurada por um contorno vazio, ou então uma árvore é amputada da sua ramagem: em todo o lado o vazio deve entremear-se com o cheio.» No inicio dos Qing, Shen Hao (activo c. 1650), no seu tratado «Hua Zhu», escreveu: «Não é necessário mostrar o sopé das montanhas nem as raízes das árvores; é preciso deixar o espectador perceber por si mesmo tudo aquilo que o pincel deixa adivinhar (…) Quando os Antigos pintavam ameixeiras ou bambus, eles não deixavam ver senão um ramo que passava detrás de uma parede, e desse ângulo original, apanhavam totalmente o carácter; se tivessem pintado a árvore inteira, com todos os seus ramos, teriam caído na banalidade insípida.» 2 - É usado o carácter «song»: descontraído, à vontade, distendido. Qualidade muito apreciada pelos pintores da

- A vertigem: trata-se de exprimir um universo inacessível ao homem, sem nenhum caminho que vá até lá3, tais essas ilhas montanhosas de Bohai, Penglai e Fanghu4 onde apenas os Imortais podem residir, mas que o comum dos homens nem pode imaginar; esta é a vertigem tal como existe no mundo natural; para exprimi-la em pintura, não há senão que mostrar cimos escarpados, precipícios, passadiços suspensos5, abismos extraordinários. Para que o efeito seja verdadeiramente maravilhoso, é preciso fazer ver toda a força da pincelada.

época Qing. Shitao, numa inscrição numa pintura escreveu: «Para os dedos, a regra é que eles estejam descontraídos: este à vontade desprendido é a primeira condição para permitir metamorfoses ilimitadas». Por oposição aos paisagistas profissionais dos Song do Sul, os artistas Ming e Qing, herdeiros dos pintores dos Yuan, cultivavam deliberadamente uma espécie de irresolução aristocrática, desprendimento e distancia que deixava espaço a que o espírito, na sua vagabundagem, se insinuasse por entre o imprevisível e o acidental. 3 - Wang Wei no «Huaxue Mijue» : «Nos lugares que representam falésias abruptas, picos e precipícios terríveis, não se deve fazer passar veredas». 4 - Bohai, golfo entre as penínsulas de Shandong e de Liaodong, nele se supunha existirem as ilhas fabulosas de Penglai e Fanghu habitadas pelos imortais. Antigamente, elas flutuavam no mar livremente, o que perturbava a sua estabilidade: então o Soberano do Céu encarregou tartarugas de as segurar no dorso; um dia um gigante veio pescar algumas dessas tartarugas, como resultado duas das cinco ilhas originais afundaram-se no mar, sobrevivendo apenas Penglai, Fanghu eYingzhou. 5 - Espécie de passadiços inclinados presos no flanco de precipícios, correndo ao longo das paredes das montanhas. Frequentemente figuradas na pintura, ainda hoje existem, nomeadamente nas montanhas de Sichuan.


hoje macau segunda-feira 15.6.2015

artes, letras e ideias 15

Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração


16

desporto

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

Liga de Elite Benfica a uma vitória de conseguir igualar a casa-mãe

RESULTADOS

Bicampeonato no horizonte O Benfica está cada vez mais perto de renovar o título da Liga de Elite. O Ka I não desarma mas muito dificilmente as águias devem tremer novamente. Monte Carlo agarra o terceiro lugar e Casa de Portugal cada vez mais longe de conseguir a manutenção, terá de vencer na última jornada e esperar que Chuac Lun perca

A

uma jornada do fim do campeonato, Benfica parece não querer perder a possibilidade de conseguir o bicampeonato, à imagem do que a casa-mãe conseguiu em Portugal. No Estádio da Taipa, os encarnados defrontavam a sempre complicada equipa do Chao Pak Kei mas o resultado não deixou dúvidas: 5-0 para as águias, que assim estão a uma vitória – um empate também pode chegar – de se sagrarem campeões. O jogo começou morno e morno se manteve durante toda a primeira parte. Resultado disso, foi a escassa diferença de apenas um golo a beneficiar as águias com um golo marcado por Niki Torrão mesmo ao cair do pano na primeira metade do encontro. Depois do equilíbrio que se viu antes do intervalo, tudo mudou. O Benfica entrou maias atrevido e pronto

a mostrar os pergaminhos do seu valioso plantel. Com quatro golos na segunda parte – Cuco, aos 55, William, aos 62, Juary, aos 68, e Iuri, aos 84 minutos -, os comandados por Bruno Álvares não deram qualquer hipótese ao Chao Pak Kei e nem o habitual génio de Diego Patriota conseguiu impor o que quer que fosse.

Ka I na peugada

Com as águias a não perderem qualquer ponto na corrida pelo título, coube ao Ka I fazer o seu papel e derrotar, sem apelo nem agravo, o lanterna vermelha Sub-23 por 7-0. O ponta-de-lança brasileiro Roni foi a figura de um jogo que ao intervalo (4-0 para os encarnados) já estava resolvido. Ainda antes do quarto de hora, o marcador foi alterado com um golo marcado por Lee Keng Pan. Roni marcou o primeiro do seu hat-trick aos 35 minutos

e três minutos volvidos o defesa-esquerdo Alexandre Matos fazia o 3-0 para o Ka I. Dois minutos depois, o português Bruno Martinho dilatava ainda mais a vantagem. Os Sub-23, já condenados à descida de divisão, nunca mostraram ser obstáculo difícil de transpor. Aliás, o Ka I não marcou mais golos por culpa própria. Na segunda metade do encontro, Roni fez o gosto ao pé por duas ocasiões – aos 73 e 83 minutos, cabendo ao africano Samuel Ramosoeu, entrado na partida aos 75 minutos, fechar a contagem do marcador a dois minutos do final do tempo regulamentar.

Monte Carlo com direito a bronze

A fechar a jornada, o Monte Carlo mostrou argumentos que justificam plenamente o último lugar do pódio final da edição da Liga de Elite 2015. Os canarinhos foram competentes e ultrapassa-

ram os frágeis jogadores do Lai Chi, goleando por 4-0. Já sabendo de antemão que o Chao Pak Kei tinha perdido, o Monte Carlo tinha tudo a seu favor para se distanciar na classificação e assim assegurar que o terceiro lugar é o alvo mais que apetecível num campeonato que nem sempre correu de feição. O jogo começou praticamente com o Monte Carlo a vencer por duas bolas a zero. O avançado brasileiro Thiago Silva, melhor marcador da equipa, bisou aos 5 e 8 minutos, e colocou logo a equipa a jogar com maior tranquilidade. Aos 40 minutos, Poon Chong Lam dilatou a vantagem com que o jogo foi para o intervalo. O Lai Chi entrou mais desenvolto para o segundo tempo, mas o Monte Carlo mostrou-se uma equipa coesa e consistente. Sempre a chegar com mais perigo à baliza contrária do que o seu oponente, os canarinhos

17.ª Jornada Polícia

1

Chuac Lun

Benfica

5

Chao Pak Kei 0

Sub-23

0

Ka I

7

Casa de Portugal

0

Sporting

4

Monte Carlo

4

– Lai Chi

fecharam a marcha do marcador com um golo pleno de oportunidade do seu defesa-central Rafael Santos.

Casa de Portugal depende de Chuac Lun e não só

Quem está a sofrer nas últimas jornadas deste campeonato é a Casa de Portugal. Os comandados por Pelé não têm conseguido amealhar os pontos que permitiriam um maior desafogo e, este fim-de-semana, acabaram uma vez mais goleados, desta vez pelo Sporting, por 4-0. Com dois golos marcados em cada parte do encontro, os leões souberam controlar a partida em quase todas as principais partes do jogo. O guarda-redes da Casa de Portugal, Quaresma, bem como o mexicano Velasco, são jogadores acima da média no conjunto de Pelé mas não chegam para que a equipa consiga fazer frente aos adversário. Já do lado do Sporting, o inevitável Bruno Brito marcou o golo da praxe – aos 26 minutos -, mas quatro minutos antes já o brasileiro Alex Sampaio havia balançado as redes à guarda do açoriano Quaresma. Na segunda metade do jogo, coube a Jorge Tavares, aos 61, e a Chan Kin Seng, 72 minutos, dilatar a vantagem. O Sporting, com esta vitória fica mais perto do Chao Pak Kei, mantendo-se na luta pela quarta posição mas viu

0

0

gorada a possibilidade de ocupar o último lugar do pódio no final do campeonato. Agora, a equipa de matriz lusa terá de vencer o Lai Chi, algo que não é impossível, e esperar que o Benfica vença o Chuac Lun.

Polícia safa-se com golo madrugador

Apesar do irregular campeonato, a equipa do Corpo de Polícia de Segurança Pública assegurou a manutenção a uma jornada do final do campeonato, uma vez que tem já três pontos de vantagem sobre a Casa de Portugal e, em igualdade pontual, os agentes da autoridade têm vantagem. Com um golo madrugador, marcado aos novo minutos por Choi Chan In, a Polícia derrotou outro dos aflitos - Chuac Lun -, por 1-0. A última jornada, fica assim guardada para grandes decisões. Benfica ou Ka I, um deles será o campeão de Macau, com vantagem para as águias. Chuac Lun e Casa de Portugal disputam o último lugar de descida. Como, Chuac Lun joga com o Benfica e estes têm de vencer, o cenário pode tornar-se mais agradável para a Casa de Portugal, isto é, basta que vença o Lai Chi, equipa ao alcance dos comandados por Pelé. Por isso, a 18.ª e última jornada será de muita emoção. Gonçalo Lobo Pinheiro info@hojemacau.com.mo

pub

CLASSIFICAÇÃO liga de elite 2015 MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°386/AI/2015 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora CHEN WENFENG, portadora do Passaporte da R.P.C. n.° G33748xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 143/DI-AI/2013 levantado pela DST a 11.12.2013, e por despacho da signatária de 08.06.2015, exarado no Relatório n.° 431/DI/2015, de 15.05.2015, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Bruxelas n.os 240-242, Jardim Hang Kei, Bloco 1, 15.° andar A.------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outub ro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 8 de Junho de 2015. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

J V E D GM-GS P

1. Benfica

17

14

2

1

69-9

44

2. Ka I

17

14

1

2

68-15

43

3. Monte Carlo

17

11

2

4

38-11

35

4. Chao Pak Kei

17

10

2

5

47-27

32

5. Sporting

17 9 4 4 39-24 31

6. Lai Chi

17

7. Polícia

17 4 3 10 16-37 15

8. Chuac Lun

17

4

2

11

18-62

14

9. Casa de Portugal

17

3

3

11

21-63

12

10. Sub-23

17 0 1 16 8-56 1

4

4

9

23-41

16


( F ) utilidades

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

?

17

tempo aguaceiros ocasionais min 28 max 32 hum 65-90% • euro 8.97 baht 0.23 yuan 1.28

Cineteatro

O que fazer esta semana

C ine m a

jurassic world Sala 1

jurassic world [b]

Filme de: Colin Trevorrow Com: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Irrfan Khan 14.30, 16.45, 21.30

jurassic world [3d] [b]

Filme de: Colin Trevorrow Com: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Irrfan Khan 19.15

Diariamente

san andreas [3d][b]

Filme de: Brad Peyton Com: Dwayne Johnson, Kylie Minogue Carla Gugino 19.30 Sala 3

force majeure [b] Filme de: Ruben Ostlund Com: Johannes Kuhnke, Lisa Loven Kongsli 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

Sala 2

san andreas [b]

Exposição “Ao Risco da Cor - Claude Viallat e Franck Chalendard” Galeria do Tap Seac (até 9/08) Entrada livre

Com: Dwayne Johnson, Kylie Minogue Carla Gugino 14.30, 16.30, 21.30

Filme de: Brad Peyton

Aconteceu Hoje

Exposição “Who Cares” (até 28/07) Armazém do Boi, 16h00 Entrada livre

15 de JUNHO

Exposição “De Lorient ao Oriente - Cidades Portuárias da China e França na Rota Marítima da Seda” Museu de Macau (até 30/08) Entrada livre Exposição de Artes Visuais de Macau (até 2/8) Pintura e Caligrafia Chinesas Edifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00 Entrada livre

Morre Ella Fitzgerald

U m l i v r o ho j e 1984 (George Orwell)

Musical “A Bela e o Monstro” (até 26/6, de quinta a domingo) The Venetian Theatre 280 a 680 patacas Exposição “Murmúrio da Impermanência” (até 27/6) Pinturas a óleo de André Lui Chak Keong Fundação Rui Cunha Entrada livre Exposição “Valquíria”, de Joana Vasconcelos (até 31 de Outubro) MGM Macau, Grande Praça Entrada livre

Uma obra intemporal. Um clássico. O livro com que George Orwell terminou a sua passagem na terra. Cobiçado por muitos, adorado por tantos, rejeitado por outros, esta obra não passou nem passa discreta.Aninguém. Winston, Partido, Novilíngua, Oceânia, O Grande Irmão são partes integrantes da história de 1984, publicado em 1949. Há quem lhe chame de profeta, outros classificam-no de louco, mas pelo menos uma vez, a quem lê a obra de Orwell, surge a pergunta: Será? Será que somos todos controlados? Será que existe liberdade? Será tudo manipulado? O que é efectivamente a manipulação? “Nos Estados Unidos, foi visto como uma fantasia de horror quase cómico voltada contra o comunismo da hoje extinta União Soviética, então sob o comando de Estaline e o seu Partido único e inquestionável. No entanto, superando todas as conjunturas históricas - e até mesmo a data futurista do título -, a obra magistral de George Orwell ainda se impõe como uma poderosa reflexão sobre os excessos delirantes, mas perfeitamente possíveis, de qualquer forma de poder incontestado, seja onde for”, escreve a critica. Filipa Araújo

• Uma das mais belas vozes da história do jazz calou-se na manhã do dia 15 de junho. A americana Ella Fitzgerald, aos 78 anos, faleceu em sua casa, na Califórnia, devido a complicações oriundas da diabetes. Nos últimos dias de vida, a intérprete encontrava-se em estado de semi-coma, mas sua luta contra a enfermidade tornou-se crítica em 1993, quanto a cantora amputou as duas pernas, abaixo dos joelhos. Ella Fitzgerald deixou um legado de mais de 250 discos, tendo recebido 13 prémios Grammy ao longo de uma carreira marcada pela aproximação da técnica depurada com a emoção interpretativa. Ninguém como ela expandiu as fronteiras vocais do jazz com a técnica do scatting (utilização da voz como um instrumento musical). Ella começou a carreira de cantora quando tinha 16 anos. A sua primeira gravação de sucesso ocorreu em 1938, com o disco A tisket, a tasket, cuja canção homónima foi incluída na década passada no Grammy Hall of Fame, dedicado aos temas musicais mais importantes da história. Em 1946, Ella ultrapassou as fronteiras americanas com sua voz, viajando para apresentações na Europa e Japão. Em 1947, Ella gravou duas obras-primas em matéria de jazz: as canções How high the moon e Lady be good, clássicas nos registos de instrumentalização vocal. Daí para a fama universal foi um pulo. Ella passou a ser conhecida como a primeira-dama da canção, uma das maiores vozes do jazz. Ella afirmava nunca ter estudado música. Dizia que “aprendia com os músicos com quem tocava”, e só citava Connie Boswell como a sua influência.

João Corvo

fonte da inveja

Quem também dá pontapés na bola

são os ardinas zangados.


18

opinião

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

David Chan* legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

macau visto de hong kong

N

o dia 8 de Junho deste ano, o site “yahoo.hk” apresentou um artigo sobre infidelidade conjugal que havia sido preparado pelo jornal local “Sun”. A peça fazia referência a um inquérito da “Caritas Family Crisis Support Centre” de Hong Kong, onde 1.441 cidadãos locais foram entrevistados desde 2013 até ao presente, tendo 67% dos inquiridos idades compreendidas entre os 31 e os 50 anos. Segundo este estudo, verificou-se que 60% dos casos de infidelidade se verificaram na RAEHK, enquanto que os restantes 40% tiveram lugar na China continental. Cerca de 31% dos entrevistados, ou 454 indivíduos, havia já solicitado ajuda à Caritas devido a esta mesma questão. Entre casais, os dados demonstram que 18% deles lidam de momento com este problema, sendo que a grande maioria estava casado há menos de cinco anos. Além disso, verificou-se ainda que 2% dos participantes havia sido infiel após completar apenas um ano de matrimónio. No pior dos casos, a infidelidade aconteceu mal o casamento tinha acabado de completar um mês de existência. Que tipo de gente é que se encontra envolvida nestes casos de extraconjugais? Segundo o inquérito, cerca de 30% dos participantes afirmou que a relação ilícita teve lugar com os próprios colegas de trabalho. Tendo em conta que hoje em dia os cidadãos de Hong Kong são obrigados a trabalhar muitas horas por dia, o que só por si já afecta o ambiente familiar, as pessoas acabam assim por passar a maior parte do seu tempo no escritório, rodeadas dos seus colegas de trabalho, tornando-se estes então nos mais óbvios candidatos para este tipo de relação amorosa. Mesmo na RAEM, as estatísticas relativas a divórcios mostram que este tipo de situação acontece com cada vez maior frequência. A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) publicou os seguintes dados relativos a casamentos e divórcios no território: 2012 2013 2014 Casamentos 3.78 4.153 4.085 Divórcios 1.147 1.172 1.308 Através de uma simples observação desta tabela, facilmente se percebe que o número de casamentos ronda, em média, o triplo do número de divórcios. Mas, mesmo assim, estes números são alarmantes. Segundo o site “wikipedia”, uma relação extraconjugal é definida como uma situação “em que uma pessoa casada pratica actos sexuais com um outro que não o seu conjugue. Visto de outra perspectiva, também pode

Robert Benton, Kramer vs. Kramer

Infidelidade conjugal

ser definida como uma situação em que um indivíduo solteiro se envolve numa relação sexual com uma pessoa casada. Muitas vezes, estas relações sexuais extraconjugais acontecem devido a um dos parceiros ter um apetite sexual superior ao da pessoa com quem está casado”. Estas relações podem também ser apelidadas de adultério, especialmente quando acontecem com uma maior regularidade.

Para lidar com este tipo de problemas de uma maneira eficiente, é necessário é que os casais passem mais tempo juntos, gozando o seu tempo em conjunto, como uma verdadeira família deve fazer Um pouco por todo o mundo, a norma mais comum é a prática de relações monógamas, em que uma mulher se junta a um só homem. A sociedade chinesa leva este conceito muito a sério, sendo que na cultura chinesa, o “país” é composto pela “família”. A família torna-se assim no elemento mais importante neste país, e a prática da monogamia é vista como a melhor maneira de manter esta unidade familiar. Numa relação deste género, as crianças são educadas pelos seus pais biológicos, uma situação que garante o seu desenvolvimento saudável e que reduz ainda os conflitos familiares. Mas as relações extraconjugais destroem esta harmonia, levando à dissolução da família, situação esta que é geralmente mais difícil de aceitar para as crianças. Contudo, face à cada vez maior frequência deste tipo de casos, as camadas mais jovens das nos-

sas sociedades têm vindo a ter de lidar com este tipo de ocorrência com cada vez maior regularidade. Numa grande parte dos casos, a infidelidade acaba mesmo por levar ao divórcio, o que por sua vez implica a necessidade de contratar um advogado para lidar com problemas como a custódia ou guarda das crianças, assim como o valor das respectivas pensões para a manutenção dos filhos e a redistribuição dos bens do casal. E, para além destes problemas de ordem familiar, a vida dos amigos do casal acaba também por ser afectada, pois estes têm invariavelmente de apoiar ou um ou outro dos lados. Assim, podemos afirmar que as relações extraconjugais acabam por vitimar o casal, assim como as crianças e ainda os próprios amigos da família. A Caritas, entidade responsável pelo inquérito realizado na RAEHK, sugeriu que as autoridades de Hong Kong adoptassem um sistema semelhante ao de Singapura para ajudar a melhorar este tipo de casos, em que se permite aos trabalhadores gozar um determinado número de dias de folga para tomar conta de assuntos familiares, conhecido geralmente como dias de assistência familiar. Nesta cidade, os cidadãos que fazem parte da camada assalariada podem solicitar este tipo de benefício para lidar com um extenso leque de assuntos ligados à família, estando o período limitado a um número máximo de três dias por ano, com salário pago. As vantagens desta solução são óbvias. Não só os trabalhadores podem se dedicar às suas carreiras profissionais, como têm ainda a garantia por parte dos seus empregadores da possibilidade de gozarem estes dias todos os anos de forma a lidar com eventuais desacatos familiares. Assim, as famílias sentem-se protegidas, assim como os próprios funcionários, que acabam então por se dedicar ainda mais ao cumprimento das suas obrigações profissionais. Para além destes dias de assistência familiar, em Singapura os trabalhadores podem ainda gozar desde 2013 de dias adicionais

especificamente destinados às suas crianças como ainda aos mais idosos. Em qualquer um destes casos, os funcionários são pagos na totalidade, e acabam assim por dispor do tempo necessário para a manutenção da sua harmonia familiar, o que se traduz em vantagens como as que acima mencionamos. Até ao presente momento, Hong Kong não dispõe de nenhuma lei para governar o número máximo de horas de trabalho por dia, nem mesmo por semana ou por mês. Em relação a este tipo de situações, a Lei Laboral da RAEHK apenas estipula que todos os funcionários têm direito a um mínimo de sete dias de férias por ano, após completarem um ano de trabalho para os seus empregadores. Assim, para além dos feriados públicos e das férias de maternidade, os trabalhadores de Hong Kong não dispõem de mais nenhuns dias adicionais para lidar com problemas de ordem familiar. Faz então sentido a sugestão da Caritas, pois a implementação destes dias extra para assistência familiar poderiam levar a uma redução nos casos de divórcio, por exemplo. Na RAEM verifica-se uma situação muito semelhante. Devido ao grande número de pessoas obrigadas a trabalhar por turnos, os horários irregulares fazem com que os casais tenham grandes dificuldades em passar tempo juntos, ao mesmo tempo que dificultam o acompanhamento das crianças por parte dos seus pais. Assim, a adopção deste tipo de benefício também seria muito vantajoso para as famílias locais. Os maiores obstáculos para a implementação deste tipo de solução seriam certamente levantados pelos próprios empregadores, que acabariam nestes casos por ser obrigados a recompensar financeiramente os seus empregados sem estes terem contudo de comparecer nos seus postos de trabalho. Isto acabaria por poder ser considerado com um encargo injusto para os mesmos, por isso a sua relutância não seria de estranhar, Ao mesmo tempo, será correcto afirmar que o número de divórcios diminuiria caso os funcionários passassem a dispor de mais tempo para lidar com os seus assuntos familiares? Na verdade, ninguém pode fazer esta afirmação. Os casos de infidelidade acabam na verdade por ser mais um problema de âmbito moral nas sociedades contemporâneas. Assim sendo, a adição de três dias por ano para lidar com assuntos familiares acabaria na realidade por ter um efeito muito reduzido. Para lidar com este tipo de problemas de uma maneira eficiente, é necessário é que os casais passem mais tempo juntos, gozando o seu tempo em conjunto, como uma verdadeira família deve fazer. *Conselheiro Jurídico da Associação de Promoção de Jazz de Macau

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


opinião 19

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

Rui Flores

info@hojemacau.com.mo

F

ez na última sexta-feira 30 anos que Portugal, em simultâneo com a Espanha, assinou o tratado de adesão à então Comunidade Económica Europeia. A CEE passava nessa altura a ser um grupo de 12 Estados-membros. A adesão, essa, só se tornou efectiva a 1 de Janeiro de 1986. Nestas três décadas, Portugal mudou muito. Quem viaja pelo país, vê-o com nitidez. As estradas e a requalificação urbana de dezenas de cidades e vilas são provavelmente o sinal mais palpável. Mas os indicadores sociais não deixam dúvidas. É como se falássemos de um outro país. Este não é o mesmo Portugal. Portugal, em 1985, era um país jovem, em que um quarto dos seus habitantes tinha menos de 15 anos. Hoje em dia, há apenas 15 por cento de jovens (cerca de 1.5 milhões de habitantes). Por seu lado, os idosos (pessoas com mais de 65 anos) aumentaram de pouco mais de 1 milhão para mais de 2 milhões. Como a população activa cresceu apenas de 63 por cento para 66 por cento do total, isso significa que para cada idoso há agora apenas 3,3 indivíduos em idade activa, contra uma média de 5,5 em 1985. O país está mais diverso. Em 1985, os estrangeiros correspondiam a 0,6 por cento da população residente. Agora representam 3,8 por cento. As famílias estão diferentes. Os filhos nascidos fora do casamento representam hoje 48 por cento contra os cerca de 10 por cento de 1985. As mães passaram a ter os filhos mais tarde, de 23,6 anos para 29,7. As famílias unipessoais são agora 21,4 por cento do total das famílias, quando em 1985 representavam apenas 13 por cento. As relações matrimoniais estão mais frágeis. Enquanto em 1986, ocorriam em média nove divórcios por cada 100 casamentos, esse valor agora é de 70.

Os dados estatísticos na saúde e na educação são absolutamente extraordinários. A taxa de mortalidade infantil diminui de 21,8 (óbitos de crianças com menos de 1 ano por cada 1000 nados-vivos) para 2,9. O número total de médicos cresceu de 28 mil para 45 mil. O de enfermeiros aumentou de 30 mil para 65 mil. O analfabetismo caiu de 18,6 por cento do total da população para 5,2 por cento. Hoje em dia, 15 por cento dos portugueses concluíram a sua formação superior, em 2001 apenas 6,8 por cento o tinham feito. Em 1985, a percentagem de mulheres doutoradas era de 30 por cento. Hoje elas representam 55 por cento do total das pessoas que concluíram o seu doutoramento. O número de professores do ensino superior aumentou de cerca de 9 mil para mais de 33.500. O número total de advogados registados na Ordem cresceu de 4.550 para 28.765. O rendimento médio quase duplicou. O Produto Interno Bruto per capita era de cerca de 9.000 euros e está agora perto dos 16.000. A taxa de inflação era de cerca de 19 por cento e está agora nos 0,27. A percentagem dos empregados na agricultura diminuiu de 27 por cento do total dos sectores de actividade económica para cerca de 10 por cento, ao passo que o sector dos serviços cresceu de cerca de 37 por cento para 66 por cento. Consequência da crise profunda que afectou Portugal nos últimos anos, a taxa de desemprego estava à volta dos 4,1 por cento (em 1991) mas chegou aos 16,2 no final de 2013. As famílias aforram cada vez menos. A poupança bruta dos agregados familiares caiu de 16,4 por cento do PIB para 6,2 por cento. O número de sessões de espectáculos ao vivo aumentou de cerca de 4.500 para cerca de 30.000. O número total de visitantes de jardins botânicos, zoológicos, museus e aquários subiu exponencialmente de cerca de 3 milhões para mais de 14 milhões. O papel da União Europeia na transformação de Portugal é um facto indesmentível.

Krzysztof Kieslowski, Three Colors: White

O que se vê de Portugal na CEE

Os dados estatísticos na saúde e na educação são absolutamente extraordinários. A taxa de mortalidade infantil diminui de 21,8 para 2,9. O número de professores do ensino superior aumentou de cerca de 9 mil para mais de 33.500

Nestes 30 anos, entre verbas oriundas do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo Social Europeu (FSE), Fundo Europeu de Orientação e Garantia Agrícola (FEOGA), Instrumento Financeiro de Orientação da Pesca (IFOP) e do Fundo de Coesão, o país recebeu um total de 96,7 mil milhões euros (dados de 2013), o que dá qualquer coisa como 9 milhões de euros por dia. Nunca poderemos fazer a prova contrária do que teria sido Portugal sem a adesão à Europa. O desígnio de fazer chegar Portugal à CEE começou menos de três anos após a Revolução dos Cravos, com a apresentação da candidatura de adesão em 1977. O papel da Europa e dos quase 100 mil milhões de euros de fundos que entraram em Portugal nesta profunda transformação social é enorme. Tantos milhões e tanta transformação não impediram, no entanto, que Portugal estivesse à beira da bancarrota em 2011, o que levou o país a recorrer ao Fundo Monetário Internacional, ao Banco Central Europeu e à Comissão Europeia, ficando dependente do programa de assistência de financeira. E que conduzisse a uma nova transformação social profunda. O país tem agora um saldo migratório (diferença entre imigração e emigração) negativo de 36,2. Em 1985, o saldo era positivo (8,3). Embora muitos se tenham chocado com as declarações que davam conta da oportunidade que consistia uma saída para o exterior, este é o país da primeira globalização. Do país que deu mundos ao velho continente. E que se reinventa. E se integra. E se revela contra o discurso miserabilista. Apesar de tudo. Apesar de todas as dificuldades. (Os valores apresentados neste artigo foram retirados do Pordata, a base de dados estatísticos disponibilizada online pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, em http://www.pordata.pt/Portugal. Os dados provêm de várias fontes, mas sobretudo dos censos à população de 1981, 1991 e 2011.)

pub

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°377/AI/2015

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°409/AI/2015

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor SHAO CHUNLIN, portador do Salvo-Conduto de Dupla Viagem da R.P.C. n.° W79907xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 100/DI-AI/2013 levantado pela DST a 16.09.2013, e por despacho da signatária de 08.06.2015, exarado no Relatório n.° 419/DI/2015, de 14.05.2015, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Beco da Perola n.° 110-A, Cesar Fortune, 10.° andar T, na Taipa onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LI HUI, portadora do Passaporte da China n.° G32415xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 8/ DI-AI/2014, levantado pela DST a 14.01.2014, e por despacho da signatária de 08.06.2015, exarado no Relatório n.° 438/DI/2015, de 01.06.2015, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.os 361-B 361-K, Edf. I On Kok, 13.º andar C onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 8 de Junho de 2015.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 8 de Junho de 2015. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


cartoon por Stephff

Guangzhou Scolari quer repetir sucesso de Lippi

nova bandeira sul-coreana

gcs

hoje macau segunda-feira 15.6.2015

O

Naufrágio Autoridades falam em apenas 12 sobreviventes

pub

As autoridades chinesas acreditam que haja apenas 12 sobreviventes do naufrágio no rio Yangtsé, na China, que ocorreu há quase duas semanas e provocou 442 mortos. Sem explicar os motivos que levaram a reduzir o número de sobreviventes de 14 para 12, as autoridades chinesas sublinharam sábado que continuam a negociar as indemnizações com as famílias das vítimas, segundo avança a agência de notícias espanhola EFE. As equipas terminaram este fim de semana o trabalho de identificação dos cadáveres deste acidente, que já foi considerado o pior desastre fluvial registado nas últimas décadas na China. Das 456 pessoas que viajavam no “Estrela Oriental”, a grande maioria reformados que faziam turismo, apenas terão sobrevivido 12, entre as quais o capitão e o chefe das máquinas, que conseguiram sair do barco antes que este afundasse, supostamente depois de ter sido atingido por um tornado.

Lei da Protecção dos Animais Secretária repudia maus tratos

A

Educação Falta de recursos afecta performance

Secretário vai às escolas A s direcção das escolas para Filhos e Irmãos dos Operários e Hoi Fái apontaram, junto de Alexis Tam, a falta de recursos financeiros e de terrenos como factores que afectam a performance do ensino nas mesmas. As afirmações tiveram lugar durante a

gcs

treinador brasileiro Luiz Felipe Scolari, antigo seleccionador português de futebol, disse sexta-feira que pretende repetir o sucesso do italiano Marcello Lippi no comando técnico do Guangzhou Evergrande. Apesar de reconhecer que a ‘herança’ de Lippi é pesada, Scolari, de 66 anos, rejeitou sentir-se pressionado para repetir os resultados do italiano, durante a apresentação como treinador do campeão chinês para as próximas duas épocas e meia. “Não me sinto pressionado. Agradecemos o que Lippi fez pelo futebol chinês, mas tentaremos fazer melhor. Procuraremos potenciar as nossas virtudes e melhorar os nossos defeitos”, disse Scolari, em conferência de imprensa. Para isso, Scolari pretende passar “algum tempo a falar com os jogadores” do Guangzhou, antes da estreia oficial, que acontecerá a 20 de Junho, frente ao Shandong, com o qual está em igualdade na liderança do campeonato chinês. Scolari, que levou a selecção brasileira ao quarto lugar no Mundial2014, organizado pelo Brasil e marcado pela goleada por 7-1 sofrida nas meias-finais frente à futura campeã Alemanha, substitui no cargo o italiano Fabio Cannavaro, que esteve apenas seis meses na liderança do Guangzhou.

visita de dois dias que o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura fez a várias escolas do território, na semana passada. No caso da primeira escola, foi o próprio director, Zheng Jiezhao, quem apontou que a falta de espaço para construir um novo edifício. Zheng pediu ainda a Alexis Tam que fosse acelerado o processo administrativo para a reconstrução da secção primária da escola, na Estrada do Repouso. O director pediu também “apoio no melhoramento do ambiente de ensino da secção secundaria”. Em resposta, o Secretário sublinhou a promessa de um maior apoio ao ensino escolar, com a atribuição de novos terrenos. “No futuro, o Governo da RAEM e os serviços de educação vão destinar mais terrenos à finalidade educativa, sobretudo nos novos aterros, de modo a atender as necessidades prementes das escolas”.

poucos fundos

Para a escola Hoi Fái, é a falta de recursos financeiros que mais parece afectar o ensino.

Em comunicado, o Executivo explica que, durante a visita do Secretário, a direcção da instituição mostrou-se carente de financiamento, pelo que Alexis Tam sugeriu que se candidatassem à atribuição do Fundo de Desenvolvimento Educativo. O principal objectivo seria reconstruir, até Setembro, “o edifício da escola e adquirir novas instalações de ensino”. Esta primeira ronda de visitas incidiu em quatro escolas de diferentes níveis de ensino, desde a infantil até ao secundário. O dirigente frisou ainda a necessidade de reforçar as educações física e moral dos jovens, dando também ênfase à educação nacional, civil e patriótica. “Irá ajudar a nova geração a alargar a sua visão internacional, com recurso às novas tecnologias da informação, dado que só com uma visão internacional, os jovens poderão dar maior contribuição a Macau e à Pátria”, sublinhou o Executivo. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, afirmou, no Sábado passado, que o Governo “repudia fortemente os actos de maus tratos contra os animais”. Num comunicado à imprensa, o Gabinete da Comunicação Social informa que os cidadãos devem apresentar queixa à polícia sempre que “presenciem este tipo de comportamento. Sónia Chan defendeu que os animais são sinónimo de vida e “espera que a população possa amar e proteger os seus animais”. “A mesma responsável repudiou fortemente o alegado incidente dos animais mortos e apelou ao público que informasse a polícia caso tenha presenciado o incidente”, pode ler-se no comunicado. Recorde-se que a proposta de Lei da Protecção dos Animais encontra-se em fase de discussão na especialidade na Assembleia Legislativa. A Secretária explicou ainda que “perante os actos cruéis perpetrados em animais, a proposta apresentada pelo Governo, alterou as punições”, esclarecendo ainda que em relação à punição máxima dos actos, a mesma ainda não foi debatida pela Comissão. “O Governo irá auscultar a opinião da Comissão e decidir posteriormente, após análise das opiniões recolhidas”, remata. F.A.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.