Hoje Macau 16 JUN 2017 #3833

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Campanha agreste

CASAS AMONTOADAS, HENRI ROSSEAU

MARKO DJURICA | REUTERS

CHINA | ANÁLISE

CCM

SEXTA-FEIRA 16 DE JUNHO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3834

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

OPINIÃO

Os coelhinhos ISABEL CASTRO

MARCEL KHALIFE

Contra a barbárie EVENTOS

GRANDE PLANO

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hojemacau

FUNÇÃO PÚBLICA QUEIXAS SEM ESPAÇO PARA ANONIMATO

Tudo às claras PÁGINA 4

MOP$10


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Foi o caso da semana na China e vem demonstrar, uma vez mais, que a fortuna e o poder já não servem de escudo protector aos milionários do país. O multimilionário da Anbang, dono do novaiorquino Waldorf Astoria, terá sido detido. É o homem que quis comprar o Novo Banco em Portugal

C

OM O é prática no sistema judicial chinês, o caso ainda está envolto em mistério. Esta semana, a revista Caijing, uma publicação conceituada da área das finanças e da economia, avançou a notícia de que Wu Xiaohui, o presidente da seguradora Anbang, tinha sido detido pelas autoridades do país. Poucas horas depois, a empresa anunciou que o seu líder estava impedido de exercer funções por “razões pessoais”, sem entrar em detalhes. Mas garantia que a Anbang iria continuar a operar com normalidade, uma vez que Wu Xiaohui tinha dado carta-branca aos executivos para continuarem a dirigir os negócios. A notícia avançada pela Caijing acabaria por ser eliminada do site da revista, mas o South China Morning Post escreveu que Wu estava a

ANÁLISE CAMPANHA DE XI JINPING ATINGE COM FORÇA O SECTOR FINANCEIRO

TOCA A (QUASE) cooperar numa investigação e que tinha deixado de ser visto no final da semana passada. Os artigos na imprensa internacional sobre a detenção do homem forte da seguradora multiplicaram-se: a Anbang não é uma empresa doméstica e o seu presidente não é um homem qualquer. Criada em 2004, com sede em Pequim, a seguradora tem mais de 30 mil trabalhadores e activos no valor de 1,971 biliões de yuan. Tornou-se mundialmente famosa em 2013 com a aquisição de um edifício icónico em Nova Iorque: o hotel Waldorf Astoria custou na altura 1,95 mil milhões de dólares. Em Portugal, o nome também é conhecido: há dois anos, a Anbang quis comprar o Novo Banco, mas não conseguiu chegar a acordo com o Banco de Portugal. Na corrida estava também a compatriota Fosun.

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GRANDE PLANO

A NOVA OLIGARQUIA

A Bloomberg descreve Wu Xiaohui como um homem de negócios agressivo na abordagem a empresas estrangeiras. E classifica a detenção do presidente da Anbang como o exemplo mais recente da nova realidade da China de Xi Jinping: quase toda a gente pode ser afastada a qualquer momento, independentemente do dinheiro ou das ligações que tenha. Desde que o actual secretário-geral do Partido Comunista Chinês (PCC) assumiu os comandos do país, em 2012, foram vários os milionários e os altos quadros da estrutura partidária que foram detidos por causa de corrupção, crimes financeiros e outras prevaricações. Apesar de ainda não se saber o que terá feito Wu Xiaohui, o seu desaparecimento confirma a força de Xi Jinping, afirma a Bloomberg, que não se esquece que Pequim está apenas a alguns meses do evento político que vai marcar a próxima década na China: a reunião magna do PCC em que vão ser designados os futuros membros da cúpula. “Estes milionários apresentam semelhanças a oligarcas: tudo isto dá a Xi Jinping a oportunidade de reunir provas contra os seus rivais políticos, controlando-os antes da reunião do partido”, apontou à agência Zhang Lifan, um analista

e historiador de Pequim, que não afasta a possibilidade de haver efeitos contraproducentes para Xi. “Pode dar origem a um grande ressentimento entre os rivais do secretário-geral que coloque em causa a legitimidade do PCC”, avisa. Em parte, a campanha contra a corrupção tem fins económicos.

Há uma década, as autoridades olhavam sobretudo para funcionários que recebiam subornos. Hoje, o foco está sobretudo nos riscos financeiros que condutas indevidas podem causar à segunda maior economia do mundo. Mas depois há também o aspecto político. A luta contra os corruptos é o grande cavalo

de batalha da governação de Xi Jinping, que procura assim manter a sua autoridade e proteger a legitimidade do PCC, mesmo com o crescimento económico a abrandar. No meio deste processo, consolidou o poder como há muito não se via na China. “Para um líder forte como é Xi Jinping, qualquer base de poder


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sendo que equivale a 264 por cento do PIB, de acordo com as estimativas da Bloomberg Intelligence. Em Abril, as autoridades começaram a apertar o cerco: Xiang Junbo, o então presidente da Comissão Reguladora de Seguros da China, foi destituído e colocado sob investigação. Uns dias mais tarde, depois das maiores perdas registadas este ano na bolsa de Xangai, Xi Jinping presidiu a uma reunião do Politburo em que esteve presente o responsável máximo pelo banco central e os chefes das entidades reguladoras do mercado financeiro do país. Deixou uma mensagem: a segurança financeira é a base de uma economia saudável e estável.

CUIDADOS COM AS FINANÇAS

alternativa, seja política ou financeira, é suspeita”, comenta Arthur Kroeber, autor do livro “China’s Economy: What Everyone Needs to Know.” No ano passado, prossegue, “a manipulação dos mercados domésticos conduzida pelas seguradoras descarrilou claramente”. A dívida chinesa disparou no rescaldo da crise financeira global,

Voltando à Anbang: em apenas 13 anos de existência, conseguiu subir ao terceiro lugar das seguradas chinesas. Mas tem sido escrutinada nos últimos tempos por causa dos investimentos no estrangeiro. Deu ainda que falar o negócio falhado para o desenvolvimento de uma propriedade em Nova Iorque, detida pela empresa da família do genro de Donald Trump, Jared Kushner. Os analistas ouvidos pelo South China Morning Post também alinham na teoria de que a detenção de Wu Xiaohui – casado com uma neta de Deng Xiaoping – tem que ver com a necessidade de controlar, de forma efectiva, o sector financeiro. E pode ser sinal de que há uma reforma efectiva a caminho. “Os altos quadros do sector financeiro da China têm, por norma, patrocinadores [políticos] poderosos. A campanha contra a corrupção neste sector não é só acerca da corrupção – tem também como objectivo reduzir a interferência desses patrocinadores”, entende o académico Zhuang Deshui, da Universidade de Pequim. “Se esses patrocinadores continuarem em actividade, qualquer tentativa de reforma financeira será em vão. Precisam de ser cortados os laços com quem lhes dá força”, acrescenta. O professor de Economia Hu Xingdou, docente do Instituto de Tecnologia de Pequim, considera

O agressivo discreto Wu Xiaohui, os casamentos e os negócios CFP

TODOS

“Estes milionários apresentam semelhanças a oligarcas: tudo isto dá a Xi Jinping a oportunidade de reunir provas contra os seus rivais políticos, controlando-os antes da reunião do partido.” ZHANG LIFAN ANALISTA E HISTORIADOR que o caso Anbang representa um “marco” na luta contra a corrupção no sector financeiro. Depois, é uma prova de que ninguém escapa, nem sequer os novos príncipes da economia do país. Chen Zhiwu, docente de Finanças da Universidade de Hong Kong, recorda que as entidades reguladoras da China andavam assustadas com a fúria aquisitiva da Anbang, que investiu em vários bancos, entre eles o Delta Lloyd na Bélgica. Com Wu Xiaohui ao leme, a seguradora cresceu mais de 100 vezes em dez anos.

“As autoridades estavam na dúvida se deveriam lidar com os investimentos no estrangeiro ao abrigo das actuais regras ou se deviam deixar a Anbang continuar a fazer o seu percurso, devido ao seu contexto especial.” CHEN ZHIWU DOCENTE DE FINANÇAS DA UNIVERSIDADE DE HONG KONG “As autoridades estavam na dúvida se deveriam lidar com os investimentos no estrangeiro ao abrigo das actuais regras ou se deviam deixar a Anbang continuar a fazer o seu percurso, devido ao seu contexto especial”, diz Cheng, referindo-se aos laços de Wu Xiaohui com a família Deng. Até prova em contrário, as ligações privilegiadas do milionário da Anbang tinham um prazo de validade que já chegou ao fim. HM

da legislação para enriquecerem rapidamente. O sócio fundador e rosto da Anbang teve um trabalho como funcionário público no condado antes de se mudar para Wenzhou, onde chegou a deter, por pouco tempo, um restaurante. De acordo com o jornal Southern Weekend, é precisamente em Wenzhou que conhece a filha de um família com poder, de apelido Lu. O pai tinha sido vice-governador de Zhejiang, relata a revista Caijing. Lu passou a ser a segunda mulher de Wu Xiaohui – desconhece-se quem foi a primeira.

SEMPRE A CHINA

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um investidor agressivo, um self-made man, mas é também um homem tão discreto que, num levantamento feito pelo Financial Times, não foi possível encontrar uma entrevista de Wu Xiaohui nem à imprensa chinesa, nem aos media internacionais. Não se sabe muito sobre o que pensa este empresário que está na origem da Anbang e que soube transformar-se em milionário posicionando-se junto de famílias com poder. Nascido em 1966, Wu não nasceu no seio da elite política chinesa. Apesar de ser considerado um pequeno príncipe e de ter sido colocado ao mesmo nível de outros nomes importantes do mundo das finanças do país, o presidente da terceira seguradora chinesa não contou com a sorte familiar de Levin Zhu, fundador da China International Capital Corp, e de Winston Wen, do fundo New Horizon, ambos filhos de antigos primeiros-ministros. Wu cresceu no condado rural de Pingyang, nos subúrbios de Wenzhou, uma cidade da província de Zhejiang conhecida pelo empreendedorismo. Foi em Wenzhou que se fizeram grandes fortunas através da concessão de empréstimos a juros elevados, com donos de fábricas a aproveitarem-se das zonas cinzentas

A ascensão no mundo dos negócios começou na altura em que se iniciou o relacionamento com a família Lu. Em 1996, criou uma empresa ligada à indústria automóvel, que serviria, oito anos depois, para fundar a Anbang, juntamente com a Sinopec. A Anbang começou com um capital social de 500 mil yuan e com sede em Ningbo, também em Zhejiang, onde Wu teria ligações familiares. À semelhança de Wenzhou, também Ningbo é famosa pela especulação financeira. A relação com Lu terminou no ano em que nasceu a Anbang. Foi então que contraiu matrimónio com uma neta de Deng Xiaoping, que a revista Caijing diz chamar-se Zhuo Lian. O Southern Weekend cita uma fonte não identificada que relata que, antes do casamento, emissários de Pequim foram ao condado natal do empresário para investigarem o passado do noivo. Em 2015, num discurso em Harvard, Wu Xiaohui falou da experiência dos chineses que vão para o estrangeiro mas continuam a sentir-se irremediavelmente chamados pelas suas raízes. “No dia em que nos tornamos famosos, não interessa de que aldeia, vila ou cidade se é, o desejo é voltar e fazer alguma coisa por esse sítio”, declarou. “Independentemente de se ir para longe, as raízes estão na China”, disse o homem que preferia manter-se na sombra e que viajava pelo mundo num avião particular, com partidas sem pré-aviso.


4 O Conselho Executivo concluiu a análise do regime da gestão de tratamento de queixas apresentadas por trabalhadores dos serviços públicos. Vai ser criada uma comissão independente, mas alguns membros poderão ser funcionários públicos. Não há espaço para queixas anónimas

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Função Pública NOVO REGIME DE QUEIXAS NÃO PERMITE ANONIMATO

Diz-me lá quem és TIAGO ALCÂNTARA

POLÍTICA

“Este regime tem como objectivo a garantia dos direitos dos funcionários públicos. A apresentação da queixa não vai afectar o direito ou a carreira desse funcionário.”

O

Governo vai implementar um novo regime de tratamento de queixas apresentadas por funcionários públicos que se pretende que venha complementar os sistemas já em vigor. O regime da gestão de tratamento de queixas apresentadas por trabalhadores dos serviços públicos foi ontem apresentado em conferência de imprensa do Conselho Executivo e não vai permitir queixas de forma anónima. Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP), acredita que este facto não vai fazer com que os funcionários públicos tenham medo de apresentar queixa.

da independência, justiça e imparcialidade”, mas não está garantido que nomes que desempenhem cargos públicos fiquem de fora. “O princípio é o de que os membros da comissão devem ser escolhidos de entre individualidades de reconhecido mérito, com conhecimentos ou experiencia profissional adequados. Mas não há uma condição que garanta se são Função Pública ou não”, adiantou Leong Heng Teng.

KOU PENG KUAN DIRECTOR DOS SAFP

“As queixas não podem ser anónimas porque podem envolver apenas duas pessoas, o queixoso e o visado, e, para sabermos de que assunto se trata, temos de saber quem são essas pessoas”, explicou o responsável. “Mas isso não significa que, se existir uma queixa anónima, a comissão não possa acompanhar [o assunto]”, frisou.

A Aliança de Bom Lar entregou ontem o pedido de reconhecimento de constituição da comissão de candidatura. O canal chinês da Rádio Macau, que deu conta da notícia, não avançou o nome do cabeçade-lista, mas fez referência à presença da deputada Wong Kit Cheng, eleita em 2013 pela lista que juntou os Kaifong e a Associação Geral das Mulheres de Macau. Já se sabia que, para as próximas legislativas, a estratégia será a separação das associações. Ontem, Tina Ho, antiga deputada e presidente da AGMM, justificou a divisão da equipa com as circunstâncias sociais e políticas actuais. Ho reconheceu que o sufrágio deste ano será “um grande desafio”. Quanto à lista da Aliança de Bom Lar, vai ser constituída por uma dezena de candidatos. Os objectivos são os de sempre: lutar pelos benefícios das mulheres e das famílias.

direito ou a carreira desse funcionário”, acrescentou o director dos SAFP. As queixas devem ser apresentadas por escrito, “devidamente assinadas”, nos serviços onde trabalham os queixosos. Caso seja uma reclamação contra os “dirigentes máximos dos serviços públicos”, deve ser entregue directamente à Comissão de Gestão de

HOJE MACAU

ELEIÇÕES ALIANÇA DE BOM LAR ENTREGA CANDIDATURA

Kou Peng Kuan deixou ainda claro que os trabalhadores da Função Pública não devem temer represálias nos seus empregos pelo facto de se queixarem do funcionamento do seu serviço ou de algum dirigente. “Este regime tem como objectivo a garantia dos direitos dos funcionários públicos. A apresentação da queixa não vai afectar o

Tratamento de Queixas Apresentadas por Trabalhadores dos Serviços Públicos. Cabe a esta comissão elaborar todos os anos um relatório, que será entregue ao secretário da tutela. Este relatório pode incluir “as opiniões destinadas ao aperfeiçoamento do funcionamento dos serviços públicos e do Governo”. Leong Heng Teng, porta-voz do Conselho Executivo, disse ainda que “os serviços devem colaborar com a comissão e designar um subdirector ou equiparado para acompanhar as queixas”.

E A INDEPENDÊNCIA?

Cabe ao Chefe do Executivo a escolha, através de despacho, dos sete membros que vão compor a comissão responsável pela análise das queixas. Segundo explicou Leong Heng Teng, a comissão “está subordinada aos princípios

De fora deste regime ficam organismos como o gabinete do procurador da RAEM e do presidente do Tribunal de Última Instância, o Comissariado contra a Corrupção, o Comissariado da Auditoria e os serviços de apoio da Assembleia Legislativa. A separação de poderes a isso obriga mas, segundo Kou Peng Kuan, está também em causa a complementaridade de regimes de recepção e tratamento de queixas. “Também são serviços públicos, só que o ordenamento jurídico é diferente. Como não se aplicam as regras gerais do regime jurídico da Função Pública, este regulamento não se aplica nestes serviços públicos”, explicou Kou Peng Kuan. Além disso, “estas entidades fiscalizam o desempenho dos serviços públicos, e o CCAC tem competência para se pronunciar sobre as queixas que são feitas pelos funcionários públicos. Este é um regime complementar aos que já existem”, rematou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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POLÍTICA

Ideias para a Grande Baía

Condomínios QUEM VENDE TEM RESPONSABILIDADE SOBRE DÍVIDAS

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O Governo mexeu na proposta de lei relativa ao regime jurídico da administração das partes comuns do condomínio. Apesar de ter mantido a possibilidade de os novos compradores de uma fracção terem de arcar com as despesas do condomínio dos dois anos anteriores à transacção, podem, contudo, exigir uma caução a quem vende

Centro de Pesquisa Estratégica para o Desenvolvimento de Macau divulgou um estudo que contém algumas sugestões sobre o futuro plano da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau, dois dias depois de o Governo ter anunciado uma consulta pública sobre o projecto. Davis Fong, vice-presidente do centro, disse que o Governo de Macau deve criar um fundo de investimento para incentivar a participação de empresas locais e atrair empresas do exterior, para garantir uma maior competitividade ao tecido empresarial local. Em termos de apoio jurídico, o vice-presidente acredita que o Executivo precisa de resolver o problema da desactualização de algumas leis, para aumentar as vantagens da participação de Macau num projecto que visa uma integração regional dos três territórios. Dominic Sio, presidente do centro e deputado à Assembleia Legislativa, considera que Macau está numa posição inferior em relação a Hong Kong e Guangdong, uma vez que a população não age de forma activa na política local, por achar que os planos nacionais não têm qualquer influência nas suas vidas. Dominic Sio defende que Macau pode exercer, com precisão, um papel de ligação com os restantes territórios que integram a Grande Baía, por ser uma plataforma entre a China e os países de língua portuguesa, o que pode ser benéfico para as empresas. O também deputado acha que Macau tem condições para desenvolver o sector financeiro, focado nesse objectivo. O presidente do centro pensa que, com o plano da Grande Baía, cabe à RAEM avançar com novos regimes que possam acompanhar o desenvolvimento chinês e a competitividade exis-

tente no país, para que seja um bom exemplo da política “Um País, Dois Sistemas”.

MAIS COMUNICAÇÃO

Na visão de Davis Fong, há vários desafios que Macau tem de enfrentar com a integração na Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. O vice-presidente do centro considera que Pequim deve estabelecer mais mecanismos de comunicação neste âmbito. O estudo efectuado sugere que seja criado um mecanismo de reuniões e de conferências com os dirigentes dos três territórios envolvidos, sem esquecer uma comissão de consulta para o desenvolvimento do projecto. Deve também ser estabelecido um grupo de trabalho para as áreas de planeamento urbanístico, transportes, protecção ambiental ou tecnologia. Davis Fong falou ainda da necessidade de coordenação jurídica entre os territórios e na necessidade de manutenção do fluxo de turistas, bens e informações, para que haja uma maior facilidade de acessos. Dominic Sio referiu que, caso Macau mantenha o seu pensamento tradicional, sem que haja uma participação activa no projecto da Grande Baía, o território será marginalizado em relação às restantes cidades que terão um crescimento muito acelerado. Davis Fong alertou ainda para o facto dos residentes de Macau poderem sofrer algumas restrições em relação aos diferentes modelos de vida e de trabalho. Contudo, essas barreiras podem ser ultrapassadas passo a passo, defendeu o vice-presidente, que apelou a que os residentes tenham uma visão mais ampla sobre o projecto, porque pode beneficiar as próximas gerações. V.N./A.S.S.

Contas às claras

A

2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) analisou ontem a nova versão da proposta de lei relativa ao regime jurídico da administração das partes comuns do condomínio. Quem compra pode ter de arcar com as despesas de condomínio dos últimos anos, mas fica explícito que o vendedor do apartamento tem responsabilidade sobre essas mesmas dívidas até ao momento da venda. Manteve-se, assim, a chamada responsabilidade solidária em relação ao processo. A nova versão da lei determina, contudo, a possibilidade de o comprador exigir uma caução para arcar com essas despesas. Tudo vai depender de cada caso e do acordo que seja estabelecido. À margem do encontro, a secretário para a Administração e Justiça, Sónia Chan, garantiu que as alterações foram feitas no sentido de garantir uma maior transparência nesse processo. “A melhoria visa uma melhor gestão do condomínio. Fizemos um reforço da transparência em relação à entrega de despesas como água e luz, definimos a responsabilidade sobre esta matéria”, apontou. Sónia Chan disse ainda que “os proprietários terão a responsabilidade, mas os intermediários ou outras pessoas associadas devem fazer saber aos potenciais compradores das fracções da existência de dívidas. Ambas as partes devem ter informações”.

MAIOR CONSENSO

A proposta reúne agora um maior consenso por parte dos deputados que compõem a 2.ª Comissão Permanente, à

GCS

Think-tank apresenta estudo para integração regional

excepção de Mak Soi Kun. A informação foi dada por Chan Chak Mo, que preside ao grupo de trabalho. “Na reunião passada, muitos membros estavam contra, mas hoje só uma pessoa se manifestou contra a proposta”, explicou. A proposta de lei passa, assim, a definir, preto no branco, que “o proprietário de uma fracção é responsável pelos encargos até à transmissão do direito de

propriedade”, o que, na visão de Chan Chak Mo, “protege melhor os interesses do comprador”. Não basta apenas ao vendedor alertar sobre a existência de dívidas, mas sim a todas as partes interessadas no processo de compra e venda. “Deve ser facultada a informação sobre as dívidas dos últimos dois anos, com cópia de documentos comprovativos, não só pelo proprietário,

“Os proprietários terão a responsabilidade, mas os intermediários ou outras pessoas associadas devem fazer saber aos potenciais compradores das fracções da existência de dívidas. Ambas as partes devem ter informações.” SÓNIA CHAN SECRETÁRIA PARA A ADMINISTRAÇÃO E JUSTIÇA

como pelo notário ou agente imobiliário”, acrescentou o deputado. A responsabilidade solidária foi mantida no diploma porque, segundo o Governo, o facto de uma minoria não pagar as despesas de condomínio pode afectar a maioria dos que vivem no edifício em questão. Apesar de a nova versão da proposta de lei prever o pagamento de uma caução, não está definido o montante que o comprador da casa pode ou deve pedir. “Se a dívida for de cinco mil patacas, por exemplo, o comprador da fracção pode exigir três mil patacas ao vendedor. Isso protege quem compra, mas tudo vai depender do acordo feito entre ambas as partes.” Sem acordo, as duas partes podem sempre recorrer aos tribunais. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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hoje macau sexta-feira 16.6.2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°328/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LI WENJIE, portador do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W74688xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 41/DIAI/2015 levantado pela DST a 21.04.2015, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 337/DI/2017, de 24.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edf. Royal Centre, 14.° andar F onde se prestava alojamento ilegal.---------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------------------------

Considerando que não se revela possível notificar os interessados, por ofício ou outras formas, para efeitos de acusação a respeito dos respectivos processos administrativos, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifico, pela presente, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do “Código do Procedimento Administrativo”, os seguintes proprietários de estabelecimentos, dos conteúdos das respectivas acusações, para que o Instituto possa tomar uma decisão final, em relação aos processos de autuação actualmente em curso:

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017.

1.

Notificação n.º 21/DLA/SAL/2017 (Aviso aos proprietários de estabelecimentos com infracções sobre a dedução de acusação)

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Proprietário: LUCKY STAR – CENTRO DE MÁQUINAS DE DIVERSÃO, LIMITADA (Inscrição de empresa comercial, pessoa colectiva n.º SO 11083) O signatário exarou despacho, no dia 10 de Janeiro de 2017, no sentido de deduzir acusação contra o referido estabelecimento. Os factos ilegais constam do auto de notícia n.º 158/DFAA/SAL/2015, de 13 de Fevereiro, comprovados por testemunhas e provas documentais. O trabalho de investigação está desenvolvido e os resultados derivados dessa investigação constam do relatório, elaborado pelo investigador em 4 de Janeiro de 2017.

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°329/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora WANG JINLIAN, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W95082xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 41/DI-AI/2015 levantado pela DST a 21.04.2015, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 338/DI/2017, de 24.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edf. Royal Centre, 14.° andar F onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------------------------

Verificou-se que o referido proprietário violou a disposição (A alteração do número e das características das máquinas ou equipamentos abrangidos pela licença) prevista na al. c) do n.º 3 do artigo 32.º do Decreto-Lei n.º 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n.º 10/2003; nos termos da al. d) do artigo 46.º do mesmo Decreto-Lei, pode ser aplicada ao infractor (pessoa colectiva) uma multa de 20 000,00 a 100 000,00 patacas. 2.

Estabelecimento que explora máquinas de diversão: CENTRO DE JOGOS ELECTRÓNICOS LAI VA, situado na Rua de Saúde, n.º 55, Edf. Lai Van San Chun, 1.ª fase, r/c, Loja U. (Licença administrativa n.° 32/1996) Proprietário: LUCKY STAR – CENTRO DE MÁQUINAS DE DIVERSÃO, LIMITADA (Inscrição de empresa comercial, pessoa colectiva n.° SO 11083)

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°330/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor JIANG QIN, portador do Passaporte da RPC n.° E48310xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 41.1/DI-AI/2015 levantado pela DST a 21.04.2015, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 339/DI/2017, de 24.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edf. Royal Centre, 14.° andar F.---------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.----------------------------------------------------

Estabelecimento que explora máquinas de diversão: LUCKY STAR – CENTRO DE DIVERSÕES, situado na Estrada do Arco n.º 118, r/c. (Licença administrativa n.º 54/1996)

i)

O signatário exarou despacho, no dia 12 de Janeiro de 2017, no sentido de deduzir acusação contra o referido estabelecimento. Os factos ilegais constam do auto de notícia n.º 135/DFAA/SAL/2015, de 21 de Fevereiro, comprovados por testemunhas e provas documentais. O trabalho de investigação está desenvolvido e os resultados derivados dessa investigação constam do relatório, elaborado pelo investigador em 4 de Janeiro de 2017.

ii)

O signatário exarou despacho, no dia 12 de Janeiro de 2017, no sentido de deduzir acusação contra o referido estabelecimento. Os factos ilegais constam do auto de notícia n.º 490/ DFAA/SAL/2015, de 14 de Maio, comprovados por testemunhas e provas documentais. O trabalho de investigação está desenvolvido e os resultados derivados dessa investigação constam do relatório, elaborado pelo investigador em 4 de Janeiro de 2017.

Verificou-se que o referido proprietário violou, respectivamente, em relação ao ponto i), a disposição (A alteração das características das máquinas ou equipamentos abrangidos pela licença.) e, em relação ao ponto ii), a disposição (A alteração do número e das características das máquinas ou equipamentos abrangidos pela licença) prevista na al. c) do n.º 3 do artigo 32.º do Decreto-Lei n.º 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n.º 10/2003; nos termos da al. d) do artigo 46.º do mesmo Decreto-Lei, pode ser aplicada ao infractor (pessoa colectiva) uma multa de 20 000,00 a 100 000,00 patacas. 3.

Cibercafé: G4 NETCAFE, situado na Rua do Padre António, n.º 30, G, Edf. Liva Court, r/c e cave A. (Licença administrativa n.° 4/2015) Proprietário: PANG MAN TAT (Bilhete de Identidade de Residente de Macau n.° 7431XXX(X))

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.°331/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHEN DAJUN, portador do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W52395xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 41.2/ DI-AI/2015 levantado pela DST a 21.04.2015, e por despacho da signatária de 29.05.2017, exarado no Relatório n.° 340/DI/2017, de 24.04.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edf. Royal Centre, 14.° andar F.-------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.--------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 29 de Maio de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

O signatário exarou despacho, no dia 17 de Novembro de 2016, no sentido de deduzir acusação contra o referido estabelecimento. Os factos ilegais constam do auto de notícia n.º 702/DFAA/SAL/2015, de 11 de Junho, comprovados por testemunhas e provas documentais. O trabalho de investigação está desenvolvido e os resultados derivados dessa investigação constam do relatório, elaborado pelo investigador em 9 de Novembro de 2016. Verificou-se que o referido proprietário violou a disposição (O sistema de filtragem quase não funciona, pois o seu efeito é equivalente à situação de não estar instalado), prevista no n.º 1 do artigo 32.º-C do Decreto-Lei n.º 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n.º 10/2003; nos termos da al. d) do artigo 46.º do mesmo Decreto-Lei, pode ser aplicada ao infractor (pessoa singular) uma multa de 10 000,00 a 40 000,00 patacas. De acordo com o artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, artigo 10.º e artigo 73.º do Código do Procedimento Administrativo, os referidos infractores, no prazo de 15 dias, contado a partir do dia seguinte ao da publicação da presente notificação, podem apresentar as defesas escritas a este Instituto, com todas as provas admitidas em Direito vigente. Para consulta e mais informações sobre os processos, o interessado poderá dirigir-se ao Centro de Serviços do IACM, sito na Avenida da Praia Grande, n.º 804, Edifício China Plaza, 2.º andar, Zona F. Aos 5 de Junho de 2017. O Vice-Presidente do Conselho de Administração Lei Wai Nong WWW. IACM.GOV.MO


7 SOCIEDADE

GCS

hoje macau sexta-feira 16.6.2017

Depois da consulta ao sector do ensino, as regras estão alinhavadas. Os alunos do ensino primário poderão não reprovar e, nos anos seguintes, será difícil ficarem retidos. A ideia foi discutida ontem na reunião do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior

ESCOLA PUI TOU COM NOVAS INSTALAÇÕES

A

Escola Pui Tou vai ter um terreno para novas instalações. A informação foi ontem tornada pública numa cerimónia que antecedeu a reunião plenária do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior. No total, são mais de mil metros quadrados, na Taipa, para a construção de mais de 40 salas de aula. “A ideia é a construção de 45 salas de aula e a integração da escola primária e infantil”, disse a directora dos Serviços de Educação e Juventude, Leong Lai. As novas instalações vão poder receber até 945 alunos, e aumentar o número de turmas de 17 para 27. A acção integra o projecto “Céu Azul”, que visa retirar gradualmente as escolas que se encontram a funcionar em pódios. O projecto poderá demorar mais de dois anos a ser construído e ainda não tem orçamento.

Ensino PROPOSTA ALTERAÇÃO QUE LIMITA A REPETIÇÃO DE ANOS ESCOLARES

Chumbos controlados

O

ensino primário pode vir a decorrer sem que se registem alunos reprovados. A ideia pode fazer parte da minuta para a criação de um regulamento administrativo, tendo em conta a recolha de opinião relativa ao “sistema de avaliação do desempenho dos alunos da educação regular do regime escolar geral”. De acordo com a coordenadora da inspecção escolar, Wong I Lin, a consulta acerca da matéria, realizada entre Outubro e Dezembro do ano passado, reuniu 654 opiniões. O resultado foi uma demonstração de preocupações relativas à repetição de ano e à execução da avaliação dos estudantes. Depois da reunião plenária de ontem, o Conselho de Educação para o Ensino Não Superior vai avançar com uma proposta de alteração relativa às preocupações demonstradas. A ideia não é definitiva e pode passar pela passagem sem chumbos dos alunos do ensino primário. Poderão existir excepções, sendo que o professor terá de fazer um pedido a justificar a necessidade de retenção do estudante por mais um ano. Do pedido, disse Wong I Lin, pode constar uma apreciação da actividade do aluno em aula, ao seu comportamento, a assiduidade e a idade. Já no quinto e sexto anos, os chumbos não podem ultrapassar os quatro por cento, enquanto os ensinos secundário e secundário complementar só vão poder reter no mesmo ano até oito por cento dos estudantes. Em números, “numa turma de 25 alunos do 5.º ano pode ser retido um, e numa turma do 8.º com o mesmo número de

estudantes podem ser chumbados até dois alunos”, disse Wong I Lin.

PASSAGEM CONTROVERSA

A responsável manifestou ainda que “há alguma reserva por parte do conselho quanto à isenção de repetição de ano para os alunos da primeira à quarta classe”, na medida em que, refere, “há situações em que os alunos o querem fazer”. Estes casos também poderão ser submetidos a um pedido de autorização endereçado à Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), disse. Ainda em relação aos estudantes do ensino não superior, a reunião de ontem tratou das divergências no que respeita aos conteúdos a serem alvo de avaliação. Se há quem se manifeste a favor de uma avaliação diversificada que tem como objectivo diferentes actividades dos estudantes, há também, dentro do Conselho de Educação para o Ensino Não Superior, quem considere que a prova escrita deve ser o mais importante. A razão, apontou Wong I Lin, é ser “um método objectivo

em que as respostas ou estão certas ou erradas”. “Já na avaliação diversificada podem existir casos de injustiça”, afirmou.

FORMAÇÃO DOCENTE

As horas investidas pelo pessoal docente em actividades de desenvolvimento profissional vão ser alvo de contabilização. A ideia vai ser levada a consulta pública e o objectivo é que, com uma quantificação objectiva e rigorosa, a participação neste tipo de actividades venha a integrar os critérios de subida na carreira.

“Há alguma reserva por parte do conselho quanto à isenção de repetição de ano para os alunos da primeira à quarta classe.” WONG I LIN COORDENADORA DA INSPECÇÃO ESCOLAR

De acordo com o chefe de departamento de estudos e recursos educativos da DSEJ, Wong Kin Mou, para a subida de escalão, além do tempo de serviço, será necessária a presença comprovada em acções de desenvolvimento profissional. Na prática, para subirem de escalão, além do tempo de carreira exigido, os docentes têm de ter frequentado 30 horas anuais de formação. As actividades em causa estão agrupadas em duas categorias: as promovidas pela DSEJ e as promovidas pelas próprias escolas. O conteúdo do texto elaborado pelo Conselho Profissional do Pessoal Docente foi discutido na reunião plenária e irá passar agora pelas escolas e demais sectores ligados à educação para recolha de opiniões. Antes da reunião de ontem foi celebrada a assinatura do protocolo entre o Governo e a Diocese de Macau que prevê a integração das três escolas do Colégio Diocesano de São José no sistema de escolaridade gratuita.Actualmente, são 57 as escolas privadas que estão no sistema. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

DINHEIRO TAXA DE JURO BÁSICA SOBE PARA 1,5 POR CENTO A Autoridade Monetária de Macau (AMCM) subiu ontem a taxa de juro básica em 25 pontos base, passando para 1,5 por cento. Em comunicado, a entidade reguladora recorda que é a quarta subida oficial desde Dezembro de 2015. A AMCM explica que a subida tem que ver com a indexação da pataca ao dólar de Hong Kong. Para salvaguardar o funcionamento eficaz do regime de indexação cambial, “é justificada a uniformidade, em princípio, da evolução da política da taxa de juros”. Os 25 pontos base foram determinados pela Autoridade Monetária de Hong Kong, valor que Macau segue. Na região vizinha, o ajustamento da taxa de juros resultou, de igual modo, do regime de indexação ao dólar americano, na medida em que a Reserva Federal dos Estados Unidos decidiu subir a taxa de juros indicadora.


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hoje macau sexta-feira 16.6.2017

Rectificação da notificação edital (26/FGCL/2017) No de pedido: 000005/2015

Em conformidade com a deliberação do Conselho Administrativo deste Fundo em 21 de Abril de 2017, notifica-se o devedor do número de pedido acima referido, “Empresa Hoteleira de Macau Limitada (proprietário do Hotel Palácio Imperial Beijing)”, com sede na Avenida Padre Tomás Pereira n.º 889, Taipa, Macau, da rectificação para $55 926,80 (cinquenta e cinco mil, novecentas e vinte e seis patacas e oitenta avos), referente ao montante total dos créditos pagos por este Fundo ao ex-trabalhador Che Sut Keng, em consequência dos juros de mora previstos na Lei n.º 10/2015 só se aplicarem a créditos laborais existentes depois de 1 de Janeiro de 2016. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar o processo. 9 de Junho de 2017 O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong

Notificação edital (27/FGCL/2017) Nos de pedido: 000098/2015, 000099/2015

Nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), conjugado com o n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, vem o Conselho Administrativo deste Fundo notificar o devedor dos números de pedido acima referidos, “Peninsula Internacional Promotor de Jogo Sociedade Unipessoal Limitada”, com sede na Avenida da Praia Grande nº 409, Edifício dos Serviços Juridicos da China, 12º andar C, Macau, o seguinte: Relativamente aos 2 ex-trabalhadores do devedor (Leong In Fan e Wu Choi Peng), no que diz respeito ao requerimento junto deste Fundo de pagamento dos créditos emergentes das relações de trabalho, o Conselho Administrativo deste Fundo, em 16 de Maio de 2017, deliberou, nos termos do artigo 6.o da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), efectuar o pagamento dos créditos em causa para os ex-trabalhadores acima referidos, no valor total de $14 964,00 (Catorze mil novecentas e sessenta e quatro patacas). Mais se informa o devedor que este Fundo irá efectuar o pagamento dos créditos para aqueles ex-trabalhadores, oito dias após a data da publicação da presente notificação. De acordo com o artigo 8.o da referida Lei, após efectuado o pagamento dos créditos, este Fundo fica sub-rogado naqueles créditos. O devedor pode, durante as horas de expediente, deslocar-se à sede da DSAL, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos 221 a 279, Edifício Advance Plaza, Macau, para consultar os referidos processos. 9 de Junho de 2017 O Presidente do Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais, Wong Chi Hong


9 hoje macau sexta-feira 16.6.2017

Crime OPERAÇÃO ANUAL DESMANTELOU REDE TRANSFRONTEIRIÇA

Trovoada além-fronteiras Depois de mais uma acção Trovoada, o destaque das autoridades vai para o desmantelamento de uma rede transfronteiriça de apostas ilegais. A informação foi dada ontem na apresentação do balanço da operação deste ano. Os crimes associados ao jogo continuam a ter um lugar de relevo

F

OI desmantelada uma rede de exploração ilícita de jogo transfronteiriço. De acordo com o comandante geral dos Serviços de Polícia Unitários, João Augusto Rosa, “as autoridades da China e de Macau, através da permuta de informação que teve início em 2016, começaram o processo de investigação”. No passado mês de Abril, as autoridades levaram a cabo uma acção de detenção em simultâneo em que a polícia de Macau deteve oito residentes. Já as autoridades chinesas levaram para a esquadra um total de 51 indivíduos, dois deles residentes de Macau. O caso envolvia uma rede de apostas ilegais em jogos de futebol e parece concretizar um aumento deste tipo de criminalidade. “Estamos a enfrentar uma situação real em que a criminalidade é transfronteiriça”, disse o chefe do departamento de investigação criminal da Polícia Judiciária (PJ), Vong Chi Hong. Mais uma vez, e à semelhança dos dados apresentado no ano passado, o crime associado ao jogo está em destaque. Foram detectados 219 casos de usura que envolveram 428 pessoas. Na sua maioria os detidos são provenientes do Continente somando mais de 300. Dentro dos crimes de usura, 115 envolveram o sequestro e implicaram a participação de 218 pessoas. No que respeita a estratégias direccionadas especificamente ao combate deste tipo de crimes, Vong Chi Hong afirmou que “tanto a PJ, como o Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP) têm adoptado

novas estratégias de combate que deram a conhecer novas formas de crime mas, no futuro, serão adoptadas novas medidas”. As autoridades sublinharam ainda a identificação de um crime que envolveu a prostituição de uma menor de 14 anos. O caso foi detectado em Maio quando as autorida-

“Estamos a enfrentar uma situação real em que a criminalidade é transfronteiriça.” VONG CHI HONG DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO CRIMINAL DA PJ

des identificaram a suspeita à procura de clientes no Cotai. Com a investigação, foi detida uma mulher de origem chinesa que confessou ter aliciado a adolescente para a prática do crime.

PERÍODO ALARGADO

Dos dados apresentados sobressai também o elevado número de mulheres envolvidas em processos de expulsão do território. Das 170 pessoas expulsas “por não se coadunarem com a qualidade de turista”, 162 são do sexo feminino. As principais infracções estão relacionadas com prostituição e trabalho ilegal sendo que as envolvidas são, na sua maioria, residentes de Hong Kong e da China Continental, referiu Wong Chi Fai, segundo o comandante da PSP.

Os números este ano são superiores aos do ano passado; no entanto não significa que os crimes tenham aumentado. A razão, apontou Wong Chi Fai, tem que ver com o período de tempo em que a acção decorreu. A operação Trovoada 2017 teve lugar durante três meses, mais um do que no ano passado, e envolveu um maior número de agentes no terreno, num total de 13.055. Dos 1782 indivíduos detidos durante a operação, 760 foram sancionados, sendo que a praticamente metade foi atribuído o termo de identidade e residência. A operação Trovoada é uma acção realizada anualmente e que envolve as regiões de Macau, Guangdong e Hong Kong. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

SOCIEDADE

AMBIENTE DETECTADAS OITO NOVAS ESPÉCIES DE AVES EM MACAU

N

O ano passado foram detectadas oito novas espécies de aves em Macau do total das 126 que vivem ou passaram pelo território em 2016, atraídas pelas árvores de néctar e pelos mangais. Apesar da densidade populacional e de construção, pelo menos desde 2007 que Macau conta com mais de uma centena de espécies de aves, entre as de permanência e as migratórias. Dados facultados à agência pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) dão conta de um número semelhante em 2007, 124. Em 2009 foi registado o número mais baixo, 87, que votou a subir e atingiu 139 em 2015. O IACM destaca que o número de espécie tem sido “estável”, considerando a flutuação circunstancial. As novas espécies migratórias detectadas, como o ‘perna-vermelha-escuro’, deixam satisfeito Chan Sot, técnico superior da Divisão de Áreas Protegidas do IACM.

“Felizmente encontrámos estas oito novas, é fruto do trabalho do IACM ao longo dos anos. Queremos não só que estas oito voltem, mas também todas as 73”, diz, referindo-se ao número de aves migratórias que passaram por Macau em 2016, a que se juntam outras 53 de permanência. Apesar de ser uma cidade pequena e muito urbanizada, Chan diz que Macau “é um bom local para as aves migratórias”. “Há bons recursos para elas se alimentarem, há terras húmidas, árvores de néctar, muitos locais para repousarem”, indica, listando várias ‘zonas ecológicas’ de Macau como o mangal junto às casas-museu da Taipa ou a barragem de Ka Ho, entre outras. Na tentativa de atrair as aves, o IACM tem vindo a plantar mais árvores, particularmente pensadas para a sua alimentação, e construiu ou melhorou as zonas húmidas – anualmente são plantados três mil pés de mangal.

TRÂNSITO ABERTO CONCURSO PARA AUTOCARROS TRANSFRONTEIRIÇOS

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) abriu um concurso público para escolher empresas que prestem os serviços de “shuttle bus” entre os postos fronteiriços de Macau, Hong Kong e Zhuhai. As candidaturas serão recebidas a partir de dia 29 de Junho até 12 de Julho, de acordo com informação veiculada pelo canal chinês da Rádio Macau. A abertura de concurso acontece em simultâneo com Hong Kong e Zhuhai, e servirá a ponte que liga os três pontos geográficos. A circulação será assegurada entre 90 a 140 autocarros de forma regular, com um número inferior a 30 autocarros suplementares. As empresas concorrentes têm de ter uma experiência superior a dois anos de serviços transfronteiriços de autocarros ou transportes marítimos de passageiros entre as regiões em causa.


10 Concerto MARCEL KHALIFE TOCA AMANHÃ NO CENTRO

FRINGE COMEÇOU A RECOLHA DE PROPOSTAS PARA O FESTIVAL

A

17.ª edição local do Fringe só se realiza em Janeiro do próximo ano, mas o programa já começa a ser apurado. O evento, organizado pelo Instituto Cultural (IC), arrancou o período de recepção de propostas de programas e locais de espectáculo, que decorre até ao próximo dia 21 de Julho. Desde a última edição, o IC reuniu a maior parte dos programas através da recolha pública de propostas, colocando em prática o conceito “Todos em redor da Cidade, os nossos palcos, os nossos espectadores, os nossos artistas”. Esta ideia de colaboração de todos os intervenientes é transversal à filosofia do festival, encorajando a participação de toda a população, não só os artistas, produtores e profissionais das artes em geral, mas o próprio público a propor locais para a realização de espectáculos. O Fringe tem esta imagem de marca de interacção entre

espaços e os artistas, sendo que as exibições podem realizar-se em lojas das mais variadas dimensões, espaços privados e recantos da cidade. Esta simbiose entre criação e local oferece a possibilidade de apresentar algo de inovador, dar a conhecer recantos da cidade que pareciam invisíveis e oferecer ao público uma experiência diferente. Aliás, esta é a tónica do Fringe: a ousadia de quebrar barreiras conceptuais e de romper com o tradicional, levando todo o tipo de trabalhos artísticos a diversos cantos da cidade. O festival, que teve a edição inaugural em 1999, privilegia a participação de artistas locais, apesar de o seu cartaz contar todos os anos com muitos espectáculos internacionais. No ano passado, o cartaz trouxe artistas de Portugal, Jordânia, República Checa e China, com performances a acontecer em sítios tão inusitados como um salão de cabeleireiro e uma estrada.

USJ ALUNOS DE COMUNICAÇÃO E MEDIA EXPÕEM NA CREATIVE MACAU

O evento será efémero, com uma duração de apenas três horas, mas propõe-se a apresentar a Macau os novos talentos das áreas do audiovisual, multimédia e fotografia. Na segunda-feira, entre as 19h e as 22h30, a Creative Macau recebe uma exposição dos alunos de Metrado em Comunicação e Media da Universidade de São José (USJ), intitulada “O Futuro é Agora”. A mostra pretende proporcionar a partilha das criações dos estudantes e apresentá-los à comunidade local. A exposição parte da colaboração, de longa data, entre a USJ e a Creative Macau, e mostra os trabalhos dos dez alunos que frequentam o mestrado que será concluído este ano lectivo.

O músico libanês toca em Macau pela primeira vez no sábado, apresentando ao público as sonoridades do oud, acompanhado por dois percussionistas e um baixo-duplo. Marcel Khalife destaca-se como um artista com elevada sensibilidade social, considerado por muitos como o Bob Dylan do Médio Oriente

Incapaz de regressar para uma família que a crê morta ou abandonar os habitantes da fortaleza à mercê de um novo senhor, Genevieve McInnes escolhe adoptar a vida pacífica de uma abadessa. Mas a sensualidade rude de Bowen desperta nela o desejo secreto de ceder à tentação das suas carícias.

Das trevas à luz

T

ALVEZ a arte salve o mundo. Este é o lema de muitos artistas com mensagem política e social. “Quero combater a brutalidade que se vive nos dias de hoje com música, é o que sei fazer melhor”, comenta Marcel Khalife. O músico libanês usa o oud, um instrumento de cordas que se assemelha a uma viola, para veicular uma mensagem de forte cariz social. Tanto hoje, como há mais de 40 anos, quando começou a sua carreira, Marcel canta para os povos oprimidos, ao que são submetidos à violência. “A barbárie pode ser combatida com amor, música e poesia, talvez seja a forma

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA HIGHLANDER - DESEJO DE UM ESCOCÊS • Maya Banks

CCM

EVENTOS

6 DE ABRIL ‘96 • Sveva Casati Modignani

“6 de Abril ’96” é um romance empolgante dedicado às mulheres: as que lutaram por assumir as rédeas do seu próprio destino e as que hoje usufruem das conquistas alcançadas então.

de salvar o mundo”, um conceito transversal à mensagem do músico. Olhando para a actualidade, o libanês não considera que a desumanidade se limita apenas ao Médio Oriente, estando espalhada por todo o

mundo. Mas focando a região de onde é originário, Khalife é da opinião de que, “historicamente, os regimes que controlam o mundo fazem-no através da brutalidade, com violência que gera mais violência”. É assim que explica o

aparecimento de grupos como o Estado Islâmico, efeito secundário dos actos desses regimes. A selvajaria não se esgota no terrorismo e na guerra. Nesse sentido, o músico é sensível também às questões

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NÓS SOMOS OS MOUROS • Vários autores

Seis leituras desenhadas da presença árabe na península ibérica, por ter sido aqui que em tempos morou o jardim paradisíaco árabe, mas também o de uma pacífica convivência entre as três religiões mono, tantas vezes mais histéricas que estéreo. Com edição em português na Assírio & Alvim e em castelhano nas Ediciones de Ponent, ficam, pois, disponíveis seis singelas histórias, de dez pranchas cada, dramaticamente actualizadas pelas circunstâncias.


11 CULTURAL DE MACAU

hoje macau sexta-feira 16.6.2017

uma festa que levaria o jovem Marcel a ser um dos mestre contemporâneos desta forma arcaica de alaúde. Os pais arranjaram-lhe um mestre que passados uns meses decretou não ter mais nada para lhe ensinar, tendo-os avisado que o filho possuía um dom inato para o instrumento. Ainda teve outro professor até ingressar no Conservatório Nacional de Música de Beirute. Completou os estudos e, quando se preparava para iniciar a carreira musical, a vida intrometeu-se com violência. Rebentava a guerra civil libanesa. Por esta altura, Marcel Khalife era um jovem idealista, revolucionário, com vontade de mudar o mundo. Por uma questão de divergência política com as forças que dominavam a sua região, votou-se a uma espécie de prisão domiciliária onde mergulhou no oud e na poesia de Mahmoud Darwish.

“A barbárie pode ser combatida com amor, música e poesia, talvez seja a forma de salvar o mundo.” MARCEL KHALIFE MÚSICO

da miséria, opressão e falta de acesso à saúde e educação. Apesar da fealdade que enche o mundo, a Marcel Khalife não lhe faltam oportunidades de deslumbre e inspiração. “Se olharmos para a vida, para o que nos rodeia, podemos encontrar beleza, é uma questão de visão”, explica, seja um olhar bonito, ou uma criança a brincar. Com aclamação pela crítica, tanto no Médio Oriente como no resto do mundo, a obra de Marcel Khalife tem sido reconhecida também pela sua função social e humanitária. Como tal, o libanês foi nomeado em 2005 pela UNESCO como Artista pela Paz. Dois anos depois era distinguido pelo

prestigiado Prémio Charles Cros, pela obra “Taqasim”, na categoria de música do mundo. Alguns críticos consideram Marcel Khalife como o Bob Dylan do Médio Oriente, uma comparação que não entusiasma particularmente o libanês. “Esta similaridade tem que ver mais com o compromisso social e político, assim como com o conteúdo das letras”, comenta. Musicalmente, o mestre do oud considera que Dylan seguiu outro percurso.

FAZ-SE LUZ

Marcel Khalife nasceu na pequena cidade de Amchit, filho de um pai pescador que tocava flauta. O músico não consegue

destacar o momento exacto em que se apaixonou pelo oud, porque “ninguém sabe quando se começa a amar algo, o amor é como a magia, simplesmente acontece”, comenta. Certo é que desde pequeno se sentia atraído por instrumentos musicais. Aliás, até os pais lhe comprarem o primeiro oud, o músico fez-lhes a vida negra ao usar musicalmente tachos e panelas. Inspiravam-no cânticos religiosos e as melodias que ia ouvindo. A mãe achou que o jovem tinha algo dentro de si, um talento por explorar. Então, decidiram comprar um instrumento para que se pudesse expressar. Decidiram-se pelo oud por ser barato e aí começou

“Estava só a passar o tempo, a pegar na poesia e a transformá-la em música, nunca esperei que esse trabalho acabasse num palco em Macau”, recorda o músico. Quando sentiu que já não podia ficar mais tempo fechado na casa onde cresceu, Marcel saiu e partiu para Paris levando consigo o oud e a música que havia composto com base na poesia de Darwish. As sonoridades do libanês chegaram aos ouvidos certos e a sua música nunca mais parou de se espalhar, tornando-se num fenómeno global. “De repente, algo que fiz às escuras chegou à luz”, interpreta. A música luminosa de Marcel Khalife chega assim, 43 anos depois do início da sua carreira, a Macau. Amanhã, no Centro Cultural, pelas 20h, o músico libanês sobe ao palco ladeado por dois percussionistas e um baixista para um concerto que promete ser memorável. João Luz

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EVENTOS

PAISAGENS ELECTRÓNICAS DJ COM TRUISE ACTUA EM HONG KONG

O

Hotel Landmark Mandarin Oriental de Hong Kong recebe hoje o DJ Com Truise de Oneida, Nova Iorque. O espectáculo integra-se no cartaz do Mo Sound-Bites dedicado à música electrónica que acontecerá no Mo Bar, que abre portas hoje às 21h para receber o concerto do norte-americano. Com Truise é um dos músicos mais influentes do chillwave, uma corrente musical que explodiu no final da primeira década do século XXI. O norte-americano vai aproveitar a festa para lançar o seu novo

disco “Iteration”, o terceiro álbum na carreira do DJ. O disco será “o derradeiro capítulo da aventura espacial de ficção científica em que embarcou o astronauta sintético chamado Com Truise”, de acordo com o comunicado que apresenta “Iteration”. Este disco propõe-se a “ilustrar os últimos momentos passados no perigoso planeta onda 1”, antes de uma partida para outras paragens. O enigmático comunicado de imprensa parece apontar para um virar de página na carreira do compositor e DJ mas, para já, a música que traz ao território vizinho é da onda que tem vindo a habituar quem o ouve. Algures entre o passado de sintetizadores que evocam os anos 1980, com batidas acutilantes e baixos carregados de groove, Com Truise tem um som sofisticado e irresistível. Muito convidativo à dança num contexto de pista de clube, mas também dado à contemplação musical de sonoridades mais ambientais com headphones e olhos fechados. Com Truise, por certo, proporcionará a quem for ao Mo Bar uma noite com ritmos irresistíveis.

IPOR PRÉMIOS “FALAR MACAU, FALAR PORTUGUÊS” SÃO HOJE ENTREGUES

E

STÁ marcada para hoje a sessão de entrega dos prémios do concurso “Falar Macau, Falar Português”, uma iniciativa do Instituto Português do Oriente (IPOR) que se realiza já pelo segundo ano. Ao todo, foram distinguidos quatro vídeos. “Vamos Descobrir Macau”, de Álvaro Chao, foi o trabalho vencedor; “A Gastronomia Macaense”, de Serena Cheong, Leona Lei e Mandy U, “Perdido na Tradução”, de Lio u Peng e San Mang Hei, e “Macau, do Passado ao Futuro”, de Maggie Lu, recebem os segundo, terceiro e quarto prémios, respectivamente. O concurso é dirigido a todos os formandos inscritos em 2016 no Curso Geral de Português Língua Estrangeira e nos cursos específicos ministrados

pelo IPOR em instituições parceiras. A iniciativa tem como objectivos principais o envolvimento directo dos formandos na elaboração de materiais originais que explorem criativamente uma visão multicultural de Macau e a associação da língua portuguesa ao território, indica a instituição em comunicado. No âmbito da colaboração que o IPOR desenvolve com a rede de ensino de português no Sudeste Asiático, estes trabalhos, que podem ainda ser vistos no Facebook do IPOR, serão agora partilhados com alunos nesses países. A sessão começa às 18H30, no Café Oriente, nas instalações do IPOR. Cabe a Vítor Sereno, cônsul-geral de Portugal, entregar os prémios aos vencedores.


12 CHINA

hoje macau sexta-feira 16.6.2017

WIKIPEDIA

ECONOMIA INVESTIMENTO ESTRANGEIRO DIRECTO A CAIR

O investimento estrangeiro directo na China caiu 3,7%, em Maio, face ao mesmo mês de 2016, para 54.670 milhões de yuan, segundo dados oficiais ontem divulgados. No total, as empresas estrangeiras investiram 341.080 milhões de yuan no país asiático, nos primeiros cinco meses do ano. Nos serviços de alta tecnologia, o investimento directo estrangeiro cresceu 20,5%, entre Janeiro e Maio, para 48.640 milhões de yuan. Em 2016, a China atraiu investimentos no valor total de 813.220 milhões de yuan, com um aumento de 4,1%, face ao exercício anterior, uma subida muito inferior ao atingido em anos anteriores.

AVIAÇÃO EMIRATES PUNIDA POR FALHAS DE SEGURANÇA

Entre as maiores operações constam a aquisição de participações nos clubes italianos Inter de Milão e AC Milan, nos ingleses do Manchester City, nos checos do Slavia Praga, nos espanhóis do Atlético de Madrid ou nos franceses do Olympique Lyon

O PAÍS QUE MAIS INVESTIU EM EQUIPAS DE FUTEBOL DESDE 2014

Ataque em toda a linha

A

China foi o país que mais investiu em equipas de futebol, entre 2014 e 2016, num montante total de 2.150 milhões de euros (ME), sete vezes mais do que o segundo maior investidor, os Estados Unidos. Os dados, citados ontem pela imprensa chinesa, constam num estudo da firma britânica Thinking-Linking, que comparou os investimentos de firmas de 41 países e concluiu que a China investiu mais do que todas as outras nações juntas. Entre as maiores operações constam a aquisição de participações nos clubes italianos Inter de Milão e AC Milan, nos ingleses

do Manchester City, nos checos do Slavia Praga, nos espanhóis do Atlético de Madrid ou nos franceses do Olympique Lyon. Segundo o estudo, os investidores chineses procuram equipas de topo e tentam adquirir participações maioritárias. O caso chinês é também inédito na medida em que o país não investia nada, até 2014, e passou de súbito a ser o maior investidor mundial. Em 2014, as empresas chinesas investiram 555 ME. No ano seguinte, 1.600 ME e, em 2016, o montante subiu para 1.796 ME. “É o resultado da ambição da China em converter-se numa grande potência global do futebol, para levar para casa

o conhecimento”, explicou o porta-voz da Thinking-Linking, Mark Dixon. Em segundo lugar, surgem os Estados Unidos, com 313 ME investidos na modalidade, enquanto Singapura figura na terceira posição, com 256 ME. Em quarto e quinto lugares, encontram-se o Irão e Reino Unido, com 253 ME e 182 ME, respectivamente.

AMBIÇÕES A PRAZO

Apesar do ‘boom’ do dinheiro chinês no futebol mundial, o país figura em 81.º no ranking da FIFA e apenas conta uma participação num mundial, na edição 2002, disputada na Coreia do Sul e Japão.

Na fase final da zona asiática de qualificação para o Mundial de 2018, a selecção chinesa encontra-se no sexto e último lugar do Grupo A. Pequim espera, no entanto, colocar a selecção chinesa entre “as melhores equipas do mundo até 2050”. No ano passado, Pequim anunciou um “plano de reforma do futebol”, que prevê, entre outros pontos, a abertura de 20.000 escolas de futebol, até 2020, e que “mais de 30 milhões de estudantes do ensino primário e secundário pratiquem com frequência a modalidade”.

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AVISO DE MUDANÇA Faz-se saber que: A partir de 19 de Junho de 2017, o Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia vai mudar para Avenida do Infante D. Henrique N.º 43-53A, Edf. “The Macau Square”, 8.º andar C e 11.º andar K, Macau, conforme o seguinte: Departamento Endereço Escritório Avenida do Infante D. Henrique N.º 43-53A, Edf. “The Macau Square ”, 8.º andar C, Serviços de Administrativo e Financeiro Macau Serviços de Apoio a Actividades Telefone: 2878 8777 Fax: 2878 8776 Serviços de Apoio Financeiro Avenida do Infante D. Henrique N.º 43-53A, Edf. “The Macau Square ”, 11.º andar K, Serviços de Estudos de Desenvolvimento Científico Macau Telefone: 2878 8777 Fax: 2872 2680 Além disso, os serviços realizados no escritório antigo, que se situa na Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, n° 411-417, Edf. “Dynasty Plaza”, 9.° andar, Macau, vão ser suspensos a partir da data acima referida. Atenciosamente, Presidente do Conselho de Administração Ma Chi Ngai 14 de Junho de 2017

Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo

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A Administração de Aviação Civil da China proibiu a companhia aérea Emirates de abrir novas rotas para o país nos próximos seis meses, depois de dois dos seus voos terem registado falhas de segurança. Os incidentes ocorreram nos dias 17 de Abril e 18 de Maio, no espaço aéreo da cidade de Urumqi, a capital da região do Xinjiang, no noroeste da China. No primeiro caso, o avião da Emirates voou a uma “altura errada”, enquanto no segundo perdeu temporariamente contacto com os controladores de tráfego aéreo. As autoridades chinesas anunciaram na quarta-feira que multaram a companhia com sede no Dubai em 29.000 renminbi. Não é a primeira vez que a Emirates é punida na China. Em Maio de 2016, a companhia foi proibida de abrir novas rotas ou aumentar a frequência dos voos no país, por um período de seis meses, depois de um avião ter aterrado com pouco combustível.

ESPAÇO LANÇADO TELESCÓPIO ESPACIAL PARA ESTUDAR BURACOS NEGROS A China lançou às 11 horas de ontem o seu primeiro telescópio espacial de raio X através do foguetão Longa Marcha-4B, que partiu do Centro de Lançamento de Satélite de Jiuquan, no Deserto Gobi, com o objectivo de observar buracos negros, pulsares e descargas de raios gama. O telescópio de modulação de raio X duro (HXMT, em inglês) de 2,5 toneladas foi enviado para uma órbita de 550 km acima da Terra visando ajudar os cientistas a conhecer melhor a evolução dos buracos negros, dos campos magnéticos fortes e o interior dos pulsares. Através do telescópio, os cientistas também poderão estudar o uso de pulsares para a navegação espacial e procurar explosões de raios gama correspondentes a ondas gravitacionais. É esperado que o telescópio promova o desenvolvimento da astronomia espacial e a tecnologia de detecção de raios X no espaço.


13 DESPORTO

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LIGA DE ELITE

ANTEVISÃO da jornada por João Maria Pegado

Um poleiro para três

H

TATIANA LAGES

OJE às 21:00 no Estádio de Macau tem início a 16ªJornada, com as honras de abertura a pertencerem às equipas do Sporting De Macau Vs Kei Lun. Os leões do território vão tentar garantir pontos neste jogo para conseguir o mais cedo possível o grande objectivo desta época, a manutenção. Para isso vai defrontar uma das equipas que mais tem surpreendido pelo futebol positivo que pratica e com bons executantes na sua formação. A equipa de Josi Cler neste momento tem como objectivo garantir o 4ºlugar do campeonato.

ROTA DO TÍTULO

Este fim de semana está reservado para rota do título. CPK, Benfica e Monte Carlo têm mais uma das três finais a disputar. As primeiras equipas a entrarem em campo, sábado às 20:30, são o CPK Vs Benfica de Macau, primeiro e segundo classificado respectivamente. Depois de todo o campeonato na frente os encarnados encontram-se em segundo lugar e logo quando faltam três jornadas para o fim. E quis o destino que na jornada seguinte o Benfica defronta-se o primeiro classificado, o CPK. Melhor não poderia ter acontecido à equipa de Henrique Nunes que assim só depende de si para voltar à posição que

foi sua praticamente todo o campeonato. Mas não vai ser fácil. Pela frente terá um super motivado CPK que pela primeira vez na sua curta história está em primeiro lugar a três jornadas do fim e também só dependendo de si próprio. A estatística está do lado do Benfica mas tradição de surpresas no futebol está com o CPK. Atento a este desafio estará o Monte Carlo que em caso de empate dos primeiros dois classificados poderá subir ao primeiro lugar, para isso terá que jogar ao mesmo nível que jogou na altura que derrotou o Benfica, e assim infligir outra derrota à Policia que vai deixar tudo que tem dentro do campo ou então colocar-se em situação muito difícil de permanência no grande escalão de Macau. Monte Carlo vs Policia 18:30 de Domingo.

AFLITOS E MEIO DA TABELA

Sábado às 18:30 Lai Chi Vs Development, vão lutar pela manutenção com a urgência de pontos a estar do lado do Lai Chi. Se não pontuarem neste encontro poderão começar a preparar a próxima época na 2ºDivisão. O último jogo da jornada Cheng Fung Vs Ka I vai ser um desafio interessante entre equipas que lutam pelos lugares do meio da tabela. Enquanto Cheng Fung tenta alcançar o 4º lugar o Ka I ainda sonha em apanhar o próprio Cheng Fung .

CLASSIFICAÇÃO

J

V

E

D

GM

GS

DIF

P

C.P.K. 15 13 0 2 45 12 33 39 BENFICA 15 12 2 1 69 6 63 38 MONTE CARLO 15 12 1 2 55 19 36 37 KEI LUN 15 7 2 6 40 28 12 23 CHING FUNG 15 5 7 3 28 27 1 22 TAK CHUN KA I

15

5

2

8

22

35

-13

17

SPORTING 15 3 3 9 11 39 -28 12 POLICIA 15 2 4 9 9 32 -23 10 DEVELOPMENT 15 2 2 11 15 52 -37 8 LAI CHI 15 1 3 11 12 56 -44 6


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

14

José Simões Morais

Riquexós, meio de transporte de Macau O

S jinrichshas surgiram em Macau na primeira metade do ano de 1883 (informação proveniente do jornal O Macaense de 12 de Julho) e dez anos mais tarde, em 1893 o assunto dos Jinrickshas estava na ordem do dia, pois o Leal Senado preparava-se para entregar a um monopólio os cerca de 280 carros de vinte proprietários então existentes. Puxado em cadenciada corrida por cules, vencida a conquista do cliente, o resto do dia era trabalhar para refeição e jogo. Envergando uma cabaia gasta, qual solas dos pés de calcarruar/percorrer travessas estreitas e íngremes ruas, faz o cule o transporte de pessoas e bens, agora ajudado por duas rodas. Quando Adolfo Loureiro chegou a Macau a 15 de Setembro de 1883, já existiam, como se pode constatar, os riquexós, os carros japoneses ou jinrickshas. No entanto, durante a sua estadia de seis meses na cidade não os menciona no seu diário, que veio a dar o livro No Oriente – De Nápoles à China. Refere sim: “Ninguém em Macau anda a pé. Há as cadeirinhas de praça, com tarifas aprovadas pela Câmara, que em Macau se apelida de Leal Senado. Uma pessoa que se preze tem, porém a sua cadeirinha, com os seus dois cules uniformizados. A minha devia ser esplêndida, com vidraças e stores, e os meus culis teriam cabaias e calções brancos, orlados de azul e branco, com os seus grandes chapéus de palha de bambu também pintados de azul e branco”. (...) “Este serviço custar-me-ia: a boa cadeirinha 10 patacas; o fardamento dos dois culis, outras 10; e o salário destes dois homens não passaria também de 10 patacas por mês, e a seco!...” No Projecto de postura municipal aprovado pelo Conselho de Província ao consultar o Boletim Oficial da Província de Macau e Timor n.º 42 de 20 de Outubro de 1883 demos conta terem os condutores de jin rik sha, ou riquexó, da praça de tirar uma licença no Senado para os conduzir, custando essa uma pataca. Tinham também de ter a tabela de preços em português e chinês e o número atribuído pela secretaria do Leal Senado afixado ou pintado num lugar visível. Na licença que se passar a cada jin rik sha será designado o local em que deverá estacionar, e a onde deverá estar colocado por modo que não cause embaraço ao trânsito público, alertando para as ruas que tenham menos de cinco metros de largura, nenhum jin rik sha, embora alugado, poderá estar postado à espera de alugado. Transitando dois em sentidos opostos, cada um dá a sua direita, mas de modo

que se não toquem. Têm de se apresentar devidamente asseados, e todo o jin rik shas estando na estação, ou sendo encontrado na via pública desocupado, é obrigado a receber e transportar qualquer pessoa, que se apresentar para esse fim, a qualquer hora do dia ou da noite, pelo preço marcado na tabela, devendo circular à noite com uma lanterna acesa. O cule pode recusar transportar pessoas alcoolizadas. No Boletim Oficial da Província de Macau e Timor n.º 2 de 12 de Janeiro de 1888 refere-se às alterações do regulamento de 1883, entre elas o aumento da licença para 5 patacas e terem os jin rik shas os números escritos tanto na forma portuguesa, como em chinês. Foi neste B. Oficial que ficou proibido os jinrikshas de subirem ou descerem ladeiras ou calçadas íngremes, a não ser se forem conduzidos por dois condutores e estes devem ser homens robustos, que se devem apresentar decentemente trajados. Já quanto à tabela de preços a praticar é a mesma de 1883, isto é, pela primeira hora $0,05 e por cada meia hora mais, $0,05, mas se o percurso de uma hora for para fora da cidade o preço é de $0,10. A única diferença que existe após cinco anos é no transporte de duas pessoas, que em 1883 era aberto mediante o entendimento entre as partes e em 1888, o preço para dois condutores é o dobro.

PARA O PROJECTO DO LICEU

Se a palavra jinricksha não chamou a nossa atenção ao passarmos uma vista de olhos por alto aos dez anos de jornais desse período, a partir de meados de 1893 ela tor-

“Ninguém em Macau anda a pé. Há as cadeirinhas de praça, com tarifas aprovadas pela Câmara, que em Macau se apelida de Leal Senado. Uma pessoa que se preze tem, porém a sua cadeirinha, com os seus dois cules uniformizados.” Adolfo Loureiro, in “No Oriente – De Nápoles à China”

nou-se uma constante, continuando pelo ano seguinte os artigos sobre esse assunto. Aqui deixamos escrito o que neles recolhemos. O semanário Luso-Chinês Echo Macaense, cujo proprietário e responsável era Francisco H. Fernandes, no dia 1 de Agosto de 1893 publica um artigo com o título Uma Explicação onde refere, “Apresentamos primeiro os motivos que levaram o Leal Senado a dar o passo que deu em monopolizar as licenças para este ramo de indústria que dá uma avultada verba para o orçamento municipal. Há também uns 4 meses o vereador Victorino propôs à câmara o monopolizar essa indústria, se assim se pode chamar, fundando-se nas seguintes razões: 1.º Os carros actuais já estão bem estragados, e a maior

parte deles já deviam há muito ter sido condenados. 2.º Estando essa indústria à responsabilidade de um só indivíduo, o serviço de polícia seria mais bem feito. 3.º Os lucros serão o duplo do que actualmente. Essa moção do ilustre senhor foi posta à discussão, e, sujeita à votação, foi julgada ainda inoportuna alegando o presidente que não via grande necessidade de aumentar os impostos, e por conseguinte que ficava essa moção para ser renovada quando fosse necessário. [O Leal Senado rejeitou a proposta para a concessão do exclusivo das licenças de jinrickshas, mas autorizou a elevação da taxa das mesmas, que passou a ser de $15 anuais, o que resultava o aumento da receita que o LS tinha em vista; era Presidente o secretário-geral Alfredo Lello, sendo o Delegado interino do procurador da Coroa e Fazenda Câncio Jorge, o secretário do Conselho Francisco Filipe Leitão e faziam parte também Domingos Clemente Pacheco e Pedro Nolasco da Silva.] Passado tempo, apareceu o projecto do Liceu, a câmara foi convidada a dar um subsídio, e o Leal Senado deliberou dar 5000 patacas; foi então que o ilustre presidente o Sr. Comendador Basto, disse numa das sessões que chegou a ocasião de apresentar a moção do vereador Victorino sobre os jinrickshas, e assim se fez. Nessa ocasião se espalhou por fora que o Leal Senado ia avançar as licenças dos carros jinrickshas e logo apresentou-se um requerimento pedindo a avença das referidas licenças oferecendo à câmara a quantia de $6000 por ano, por tempo de cinco anos, sob as condições que o Leal Senado apresentasse. O Leal Senado demorou ainda o despacho desse requerimento dando assim tempo para que se fizesse um estudo mais profundo sobre o pedido. Uma semana depois apresentou-se um outro requerimento dos actuais proprietários dos carros que são uns 20 indivíduos, alegando que lhes constava que a câmara ia monopolizar os carros jinrickshas e pedia que assim não fizesse, porque isso ia prejudicar os seus interesses, e alegou mais, que muitos para adquirir esses carros venderam e empenharam os seus filhos (chamo para esse período a atenção do delegado da coroa) e que conservassem os carros no statu quo; esse requerimento não chegou a ser apresentado por lhe constar que um dos vereadores sabendo desse requerimento tinha dito que o único despacho sério era mandar com visto ao ministério público.


15 hoje macau sexta-feira 16.6.2017

em modo de perguntar

Paulo José Miranda

Karadeniz

“Na vingança não se tem remorsos!” “A morte é aquilo que poderia ter evitado e acabou por se tornar inevitável.”

(continuação)

5. A MORTE O mediterrâneo é um vasto continente cheio de história e de rochedos com vegetação rasteira junto à água. Depois de Istambul, é o lugar onde Karadeniz se sente melhor. Tinha aí uma pequena, mas confortável casa junto a Kas. Os túmulos hititas no meio da vila, no meio dos passos das pessoas parecem dizer que a morte é bela, que a morte se transforma em pedra e em arte. Ao fim da tarde, costumávamos passear por entre as pessoas e por entre a morte como se fossem coisas separadas, como se não houvesse ligação nenhuma entre ambas, como se a morte fosse um lugar para se visitar e tirar fotografias. Depois, no porto, vemos os barcos dos pescadores a trazer a morte de um ou outro tubarão agarrada à popa, e que muito diverte o Karadeniz, por causa da usual reacção de pânico dos turistas. Acrescentava sempre: “este hoje não se pode comer, só amanhã”. A carne precisava ainda de horas para amaciar. Aproximávamo-nos então dos baldes onde vinham os peixes e ele acabava por perguntar ao pescador para que restaurante ia o peixe que ele queria, e apontava. A morte vinda do mar é que ditava sempre o lugar onde íamos jantar. Qual é a sua relação com a morte? Ela foi mudando ao longo da vida, segundo o ponto de vista daquele que a sabia fazer, segundo o ponto de vista daquele que também sabia que um dia ela lhe iria acontecer e segundo o ponto de vista daquele que está próximo dela? Fale-me da morte, por favor! No início a morte não era a morte. A morte era matar e matar era uma forma de ganhar a vida. Para quem, como eu, viveu da morte, e ainda vive dela, dos seus lucros, ela não assusta, Paulo. Por outro lado, sempre fui meio-morto, na minha vida cheia de segredos. Fui provavelmente o melhor assassino profissional do século XX e ninguém sabe disso. Quem soube, tão poucos, ou já morreram ou estão prestes a levar com eles para sempre o meu segredo, o testemunho da minha perícia. Imagina saberes que és um dos melhores escritores do teu tempo e ninguém saber disso! Isso sim, assusta mais do que a morte, meu amigo. Senti mais vezes o terror, que muitos atribuem à morte, em outras coisas da vida do que na morte propriamente dita.

Em que coisas? Sabes o que é acordar a meio da noite alagado de terror, porque sonhaste com uma mulher que amaste no teu passado, com quem viveste, a fazer amor com outro homem, e isso estar a passar-se no tempo em que ainda viviam juntos? Um sonho acerca de um facto que nunca existiu, provavelmente, mas após tanto tempo como se pode realmente saber se não aconteceu? Ela já não vive contigo há anos e volta à noite por entre os sonhos para destruir, não só o teu descanso, mas também o teu passado. Alagar de dúvidas e de rancores e de mágoa e de desânimo toda a tua vida. Não é fácil perceber que facilmente se mata um homem à distância, mas que na distância do tempo não consegues sequer impedir que uma mulher faça de ti o que quiser. Só não te mata, porque seria pôr a sofrer-te de menos. Nunca sofri pesadelos pelos homens que matei e, no entanto, uma mulher tortura-me todas as noites, vinda de longe, vinda da morte. E esta morte que nos atormenta, que nos faz

“Fui provavelmente o melhor assassino profissional do século XX e ninguém sabe disso.”

sangrar de infelicidade, cabisbaixos pelo dia fora, não se transforma num belo túmulo, para que apreciemos o passado. Para mim, a morte é aquilo que poderia ter evitado e acabou por se tornar inevitável. A outra, a do fim de tudo, não sei do que se trata, não me mete medo. A morte fez muito por mim, não tenho de que me queixar, Paulo! Mas o evitável a tornar-se inevitável é que me macera a existência toda. É mesmo verdade que nunca sentiu pesadelos pela morte que fazia acontecer aos outros? Completamente! Nunca senti remorsos pelo meu trabalho. Alguém tinha de o fazer e eu era muito bom a fazê-lo. Fosse eu crente e diria que a minha perícia tinha sido uma bênção de Deus. Também nunca sentiu remorsos pelos gatos que matava, gratuitamente? Não, porque estava apaixonado por esse ódio. Queria vingar-me da minha mulher, da falta de amor dela por mim, da falta de amor dela pelo filho, da falta de amor do meu filho por mim. Se não era falta de amor, pelo menos era falta de vivência desse amor. Na vingança não se tem remorsos! Nem por um momento deixei de dormir ou acordei alagado de suor e terror pelas balas que cravei nos gatos.

Não se arrepende de nada na sua vida? Arrepender, não, mas se pudesse voltar atrás tinha começado a minha colecção mais cedo. Tinha começado a colecção antes da minha mulher se ter ido embora. Alguma vez a deixou de amar, à sua mulher? Nunca! Esse é que é o problema, essa é que é a morte. Uma mulher que diz que me ama, mas que não consegue fazê-lo, embora continue a dizê-lo e mesmo assim tu não consegues deixar de amá-la nem mandá-la embora. A minha morte é a minha mulher. Tornou-se a sua morte desde que o deixou ou desde que morreu? Não, Paulo, tornou-se a minha morte desde que a conheci. Foi o evitável a tornar-se inevitável. No fundo, a minha vida é uma história de amor. Mas quando conheceu a B. já há muito que trabalhava, que havia tomado importantes decisões acerca do rumo da sua vida. Antes da B., já matava para viver. Mas nunca havia amado antes, nem amei mais ninguém depois. E isso conta mais do que o modo como ganhava a vida. Matar não durou para sempre, mas o amor por ela durou para sempre. Provavelmente, não haverá muitas pessoas no mundo que possam dizer isso. Pois não, Paulo? Hoje, provavelmente, nenhuma. Mas o seu amor só durou para sempre porque nunca se concretizou, não pensa assim? Tens razão, Paulo! Durou para sempre porque nunca nos chegámos a ter um ao outro. Ela queria-me de um modo e eu queria-a de outro muito diferente. Nunca nos chegámos a encontrar no nosso amor. O seu filho sabe desse seu grande amor pela mãe dele? O meu filho não quer saber de nada que não seja dinheiro e poder. Herdou da mãe a distância em relação às pessoas e herdou de mim o pragmatismo em relação à vida. Para o meu filho, o amor é uma puta fina. (continua)


16 (F)UTILIDADES TEMPO

hoje macau sexta-feira 16.6.2017

?

TROVOADAS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

MIN

26

MAX

30

HUM

80-98%

EURO

8.97

BAHT

CONCERTO DE MARCEL KHALIFE Centro Cultural de Macau | 20h

Diariamente

EXPOSIÇÃO “25+10” DE RODRIGO DE MATOS Consulado de Portugal | Até 30/06 EXPOSIÇÃO “NOCTURNO” DE FILIPE DORES Albergue SCM | Até 09/07

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “AMOR POR MACAU” DE LEE KUNG KIM Museu de Arte de Macau | Até 9/7 EXPOSIÇÃO “DESTROÇOS” DE VHILS Oficinas Navais, nº. 1 | Até 31/11 EXPOSIÇÃO “AS MUDANÇAS DE HENGQIN” Armazém do Boi | Até 16/07 SOLUÇÃO DO PROBLEMA 58

PROBLEMA 59

UM FILME HOJE

C I N E M A

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “A ARTE DE ZHANG DAQIAN” Museu de Arte de Macau | Até 5/8

Cineteatro

1.18

FALTA DE ESTRADA

Amanhã

EXPOSIÇÃO “O MAR” DE ANA MARIA PESSANHA Casa Garden | Até 31/08

YUAN

AQUI HÁ GATO

INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “COLOUR/SHAPE/LOVE” DE JOAQUIM FRANCO Macau Art Garden | 18h30

EXPOSIÇÃO “CONTELLATION” DE NICOLAS DELAROCHE Galeria do Tap Seac | Até 08/10

0.23

Como se pode sentir ausência numa terra de abundância? Falta de horizonte no cimo de uma montanha ou à beira-mar? Sempre com um aperto no peito e um constrangimento opressor de quem erige muros e fronteiras internas. Macau é um espaço confinado, que se auto-asfixia como uma estrela de rock num quarto de hotel. Não são só os espaços, os passeios cheios de gente, a humidade que torna o ar pesado. Há um não-comparecimento de alcatrão para percorrer, rectas que vão dar a sítios, que se ligam a outros, num todo que se integra e completa o mundo. É como se fosse uma ilha e a insularidade a mais evidente característica de alma. Mas não é uma ilha. Faltam 100 quilómetros seguidos de estrada perdida, sem destino e com janelas abertas, em direcção para nada nenhum como diz a música. Fronteiras, vistos, homens com autoridade a delimitar a terra com severa coerção administrativa, prendem as pessoas, que se prendem a elas próprias. E é aqui que reside a tragédia: nas fronteiras internas, na ditadura da vista ao perto, nos caminhos sem saída que enchem os mapas das personalidades confinadas. Faltam horizontes humanos, a sensação de perder de vista, de mergulho na vastidão. Como gato sonhador, com infinitos mundos debaixo das pálpebras, não sei como se consegue viver com tamanha miopia. Pu Yi

2046 | WONG KAR-WAI

Este filme faz parte de uma espécie de trilogia do realizador de Hong Kong que começou com “Days of Being Wild” e continuou em “In the Mood For Love”. É uma experiência fotográfica impregnada de drama e romantismo num contexto de ficção científica. O filme, que estreou em 2004, centra-se na paixão traumática de um homem que embarca numa viagem às memórias desse amor. 2046 tem uma narrativa imune a cronologia e vive da incrível fotografia, típica da obra de Wong Kar-wai. Um filme com uma banda sonora excelente que merece revisitação de tempos a tempos. João Luz

THE MUMMY SALA 1

THE MUMMY [2D][C] Fime de: Alex Kurtzman Com: Tome Cruise, Sofia Boutella, Annabelle Wallis, Jake Johnson 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2

RESIDENT EVIL: VENDETTA [C] FALADO EM INGLÊS LEGENDADO EM CHINÊS

Fime de: Takanori Tsujimoto 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

WHO KILLED COCK ROBIN [C] FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Fime de: Cheng Wei-hao Com: Hsu Wei-Ning, Ko Chia-Yen, Christopher Lee Meng Soon 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


17 hoje macau sexta-feira 16.6.2017

PERFIL

ANDRÉ SILVÉRIO, ENGENHEIRO MECÂNICO

A

“A Ásia é uma surpresa”

LFACINHA, André Silvério está em Macau porque o destino quis. Uma vinda para a Ásia estaria fora de questão há cerca de dois anos, altura em que foi colocado no território dentro do programa de estágios Inov-Jovem. Na altura, a terminar a tese de mestrado na área da termodinâmica e a pensar no envio dos primeiros currículos para encontrar emprego, André Silvério não equacionava uma vinda para Macau. “Nunca me passou pela cabeça vir para aqui”, diz. “Aliás, quando estava a fazer a entrevista para integrar o programa foi-me perguntado se havia algum local para onde não quisesse ir, ao que respondei que sim: a Ásia.” Quando André Silvério soube da sua sorte, pensou de imediato na distância, ao mesmo tempo que se interrogava acerca das diferenças que poderia encontrar. Os receios que tinha relativamente a uma vinda para o continente asiático tinham que ver com “possíveis dificuldades de integração, porque são países muito diferentes”. No entanto, a vinda para o território acabou por não ser difícil. “Não estava à espera de encontrar tantas pessoas da comunidade portuguesa”, sendo que, a identificação com quem cá estava proporcionou, desde o início, algum “conforto” ao engenheiro.

Foram seis meses de estágio, uma estreia na vida profissional que “correu muito bem”. O facto de ter estado numa empresa também portuguesa poderá ter ajudado, considera, e “a experiência acabou por ser incrível”. Mas as diferenças também se sentiram. “Os cheiros, principalmente da comida” são ainda recordados apesar de, com o tempo, já não serem sentidos. Saiu de Macau no final do estágio. Foi embora com agrado, porque “queria mesmo regressar a Portugal”, mas considerava que “talvez um dia ainda voltasse”. E assim foi. Depois de quatro meses à procura de emprego em Lisboa, sem respostas, apareceu a proposta de regresso ao território. Não hesitou. A trabalhar na construção de um dos novos casinos, André Silvério afirma estar satisfeito: “Estou a trabalhar num projecto fantástico com uma dimensão muito grande o que me faz sentir que, sem dúvida, fiz a melhor opção.”

UMA NOVA CASA

De lugar distante, Macau é agora uma casa. A constatação foi feita recentemente quando, “ao regressar de Portugal, senti que estava a voltar para casa, o que nunca tinha sentido”.

No entanto, as ofertas do território podiam ser mais e melhores. “Tenho muita pena de não poder fazer coisas que faria noutros lugares. Tenho pena de não poder fazer mergulho e de não poder pegar num carro e fazer cem quilómetros para qualquer lado”, ilustra. Ao recordar a prática de mergulho, André Silvério não deixa de explicar a escolha do hobby que aqui não é possível. “Mergulhar é estar num mundo completamente diferente onde as preocupações desaparecem. Não sei o que é ser astronauta, mas penso que será algo semelhante, aliás, penso que os mergulhadores são as pessoas que não podem ser astronautas”, refere. Macau é um lugar pequeno e, como tal, as opções dadas aos que cá vivem acabam também por ser reduzidas. “Acabamos por ir sempre aos mesmos sítios. Até podemos tentar variar, mas o ambiente continua a ser muito o mesmo”, diz. A possibilidade de viajar pelo continente é, no entanto, uma das grandes vantagens de viver no território. Para quem tinha a Ásia como um destino não desejado, as viagens de André Silvério têm mudado, em muito, a sua opinião. Depois de passar pela Indonésia e pela Tailândia, por exemplo, o continente passou a ser “mágico”. “Há aqui qualquer

coisa que surpreende”, diz, sem conseguir definir ao certo o que é.

LOGÍSTICA COMPLICADA

O desenvolvimento do território não passa despercebido ao engenheiro. André Silvério considera que, se por um lado é positivo até pelas oportunidades de emprego que cria, por outro pode trazer alguns problemas à região. “Lembro-me de que, quando regressei a Macau, voltei para a mesma casa e o que vi à minha frente foi um boom enorme no que respeita à construção.” Este crescimento é encarado pelo engenheiro com algumas reticências, nomeadamente no que respeita à logística que implica. “Acho que vai ser difícil lidar não só com o desenvolvimento local, mas também com toda a transformação que está a acontecer aqui à volta do Rio Das Pérolas e que inclui as regiões vizinhas.” As obras que lhes estão associadas implicam, considera, um movimento de pessoas, tanto locais como de fora, que “envolve uma logística que nem sempre é fácil”. Sofia Margarida Mota

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18 OPINIÃO

hoje macau sexta-feira 16.6.2017

a canhota

CLAUDE MONET, 1888 THE SEA AND THE ALPS

Uma viagem incompreensível

FA SEONG 花想

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RONTO. A medida de acesso livre de iates entre Macau e a cidade chinesa de Zhongshan está lançada, e o novo terminal marítimo da Taipa foi, finalmente, inaugurado. Macau parece ter ganho novas faces marítimas para mostrar ao mundo, em termos de sistemas e infra-estruturas. Mas há que questionar: e depois? O número de pedidos para a entrada de iates é tão pouco, que até Maio deste ano apenas três iates chegaram ao território vindos de Zhongshan. A Direcção dos Serviços de Turismo admitiu que esta medida é dirigida para turistas com maiores capacidades económicas, pelo que o número de visitantes desta categoria não deve registar um grande aumento. É incompreensível que, apesar de saber que os turistas serão, à partida, poucos, os Serviços de Turismo continuem a afirmar que vão fazer estudos sobre as “características de consumo” dos clientes nesse segmento, mas não estudam como podem atrair mais visitantes ou melhorar essa medida. Este caso faz-me lembrar o comentário feito por um analista que referiu que o Governo sofre de uma espécie de doença de Parkinson, que estará a aparecer novamente. Assim que descobre um problema, o Executivo limita-se a encomendar estudos a diversas entidades, pois considera que são os melhores medicamentos para as suas doenças.

Fazer estudos não é, de todo, uma medida errada, mas deve ser adequado e ter efeitos práticos. Nesta iniciativa sobre a entrada livre de iates, o ponto essencial é como é que se podem diminuir as exigências a quem tem um iate, para que a medida possa beneficiar mais pessoas. Levanta muitas dúvidas o facto dos Serviços de Turismo e a Direcção dos Serviços dos Assuntos Marítimos e da Água implementarem medidas sem terem uma comunicação permanente. Este é um velho problema de incoerência que existe nos diversos departamentos do Governo. Para além da burocracia, há ainda a dificuldade relacionada com o facto do interior da China cobrar quase um milhão de renmimbi para que um iate fique estacionado na marina. Isso não ajuda os proprietários de iates que sejam, digamos, da classe média, ou classe média alta.

É incompreensível que, apesar de saber que os turistas serão, à partida, poucos, os Serviços de Turismo continuem a afirmar que vão fazer estudos sobre as “características de consumo” dos clientes nesse segmento, mas não estudam como podem atrair mais visitantes ou melhorar essa medida

Além disso, as taxas de inspecção nas alfândegas são altas, e é algo que o Governo de Macau já disse que precisa de coordenador com as autoridades de Guangdong. Também foi falada a existência de um mecanismo de cooperação entre os dois territórios, mas será que está a ter efeitos? Quando os iates chegam a Macau, podem ficar estacionados no cais de Coloane ou na marina da Doca dos Pescadores, mas as instalações em Coloane não são simples. Não há sampanas (embarcações asiáticas, com fundo de bambu) que façam a ligação para embarcações de recreio mais específicas. Os iates só podem atracar numa zona a cem metros de distância em relação ao cais, e os turistas precisam de usar o batel para fazer a ligação ao cais. Não deixa de ser uma viagem com um quê de assustador. Quando os iates de Zhongshan chegam a Macau, não podem passear nas suas águas. Se eu fosse dona de um iate e chegasse ao território, e percebesse que não podia dar uma volta de barco, então ia pensar para que estava eu aqui com o meu iate. O Governo Central já atribuiu à RAEM quilómetros de águas marítimas, mas é estranho que os iates ainda não possam fazer visitas aqui à volta. Não me assumo especialista. Mas tendo em conta que o terminal marítimo da Taipa já entrou em funcionamento, e tendo em conta a sua enorme dimensão (quatro vezes superior à do aeroporto), devem existir zonas por ocupar ali à volta. As autoridades deveriam pensar em aproveitar esses espaços para o embarque de iates provenientes da China, e isso iria permitir um melhor acesso dos turistas ao Cotai, Taipa ou Coloane. Talvez fossem proporcionadas melhores condições do que o Cais de Coloane.


19 hoje macau sexta-feira 16.6.2017

OPINIÃO

contramão

ISABEL CASTRO

Os coelhinhos

P

ENSAR sobre coisa nenhuma é um exercício tramado. Assim como é difícil escrever sobre coisa nenhuma, mesmo para quem está habituado à folha em branco e às ideias no vazio. Anos de desertos ideológicos não nos habituam necessariamente ao nada, à inexistência. Temos esta mania insuportável de querermos pensar em algo, de precisarmos de um objecto para inventarmos outro, de necessitarmos de um conceito para o podermos avaliar. Somos uns tontos. Pois bem. Esta semana, o Governo de Chui Sai On lançou à população um desafio metafísico de elevado grau de dificuldade: quer o Executivo que a gente pense no que deverá ser a presença do território no megalómano plano da Grande Baía Guangdong-Hong Kong-Macau. Sucede, porém, que não foi dado ao povo um ponto de partida para tamanha reflexão. Na apresentação da consulta pública, que dura apenas 15 dias, não foi divulgado um plano, uma proposta ou meia dúzia de ideias. Foi lida a lista de chavões que todos conhecemos e que inclui palavras tipo plataforma, lazer, centro, mundial, lusófonos e afins. Ideias concretas: zero. Pensem vocês, dizem eles. Penso eu, respondo. Se tiver tempo, porém. Reconheçam, senhores que mandam, que 15 dias é coisa nenhuma para se pensar sobre coisa nenhuma. Não chega para se sair da abstracção para a realidade. Quando nos encontramos mergulhados no alheamento colectivo, encontrar uma ideia por semana é tarefa árdua. O objecto da consulta é vasto, extraordinariamente gigante no tamanho e de natureza ultra-diversificada. Vós pedis o impossível. Mas eu tento, dentro das minhas limitações. E isto apesar de não saber sequer se sou destinatário deste vosso pedido. Por certo quereis, senhores que mandam, que as opiniões a serem enviadas em correio rápido sejam redigidas por ilustres cabeças, cérebros mais iluminados do que o meu, uma humilde jornalista. São as elites pensantes do território que, em 15 dias, conseguem conceber um plano de integração económica, outro ao nível das infra-estruturas viárias, um terceiro sobre infra-estruturas rodoviárias e outro ainda sobre questões de harmonização jurídica, isto sem descurar, claro está, a sintonização das mais diversas manifestações culturais e linguísticas das três jurisdições em análise, os negócios, os negociantes e os negociadores. Não obstante saber que há quem tenha disponíveis 15 vezes 24 horas pela frente para vos fornecer ideias a preço de desconto – que por aqui é caro, porque tudo custa os olhos

HENRI ROSSEAU, CASAS AMONTOADAS

isabelcorreiadecastro@gmail.com

da cara e outras partes do corpo –, agradeço o facto de me terem incluído, a mim e aos meus semelhantes, em tão nobre tarefa. Há dias em que sabe bem sentirmos que somos parte da engrenagem, e não a pedra que se afasta com a biqueira pontiaguda do sapato italiano.

Eu quero uma grande baía cor-de-rosa. Uma Hello Kitty gigante que se visse da lua, mais expressiva do que a muralha. Cheia de ouro e diamantes, para respeitar a cultura transversal da província e das duas regiões

Apesar de nos ser pedido o impossível e de, muito sinceramente, saber que não estais à espera do meu inútil contributo, aqui fica ele: há alturas em que mais vale estar calado do que atirar areia para os olhos de quem ainda vê para além do capacete local. O projecto em análise é de nível nacional. Pequim, sabe quem lê os jornais, incumbiu as partes de dizerem o que pensam. Aqui ao lado, naquela China que achamos ser densa e opaca, há já algumas semanas que se fala publicamente dos estudos que foram encomendados e das propostas concretas que contêm. Aqui dentro, nada. Os senhores que mandam sentam-se a uma mesa e dizem: povo, pensai por nós, pecadores, para Pequim ver que estamos aqui todos ouvidos, todos olhos, todos receptivos às vossas ideias sobre coisa nenhuma. Entretanto, os amigos de sempre sacam da cartola um rolo com propostas e estudos preparados de anteontem para ontem, de tão geniais que são. Eu quero uma grande baía cor-de-rosa. Uma Hello Kitty gigante que se visse da lua,

mais expressiva do que a muralha. Cheia de ouro e diamantes, para respeitar a cultura transversal da província e das duas regiões. Macau deve afirmar-se pela diferença: passeios rolantes com ventoinhas penduradas em nuvens por causa do suor e dos maus cheiros, estradas revestidas a material fofo e absorvente para reduzir o barulho e amortecer as quedas em caso de acidente, hordas de turistas nipónicos com os telemóveis no silêncio e as gargantas em ‘mute’, livros a nascerem das árvores, árvores a nascerem dos livros, sofás imaculados espalhados pela cidade com música conforme o meu estado de espírito, crianças de uniformes brancos, bem-comportadas, velhinhos sorridentes a saltar à corda e coelhinhos aos pulos nos imensos jardins relvados do Leal Senado. E também me apetece que 2049 não seja amanhã, porque amanhã é um sábado de 2017, e pode ser que, nos anos que faltam, apareça alguém que não queira apenas brincar aos políticos.


F

ILIPE Clemente Souza vai ter uma segunda metade do ano bastante preenchida. O piloto de Macau vai participar na temporada completa do novo campeonato TCR China e ainda irá dar uma perninha no Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC). Neste novo desafio, o piloto macaense irá tripular um VW Golf TCR da equipa Teamworks, que é responsável técnica para a região dos carros TCR do Grupo Volkswagen Audi. “Escolhi este campeonato é porque é um novo campeonato na China e é um novo conceito de corridas”, disse Souza ao HM sobre este desafio. O TCR China obriga, por regulamento, a que haja dois pilotos por carro. O piloto da RAEM irá fazer equipa com Samuel Hsieh, um piloto de Hong Kong muito experiente neste tipo de carros e com várias participações nas corrida de suporte do Grande Prémio de Macau. Souza não esconde que a dupla tem como objectivo “lutar pelos lugares do pódio”. O piloto da Song Veng Racing Team nas provas nacionais ainda não teve a oportunidade de testar o VW Golf TCR da equipa de Hong Kong, mas espera ter fazê-lo ainda antes do arranque da temporada. Contudo, o carro alemão, que este ano apresenta algumas novidades a nível

PILOTO MACAENSE NO TCR CHINA E NO WTCC

Souza non stop

O piloto da RAEM irá fazer equipa com Samuel Hsieh, um piloto de Hong Kong muito experiente neste tipo de carros. (...) Souza não esconde que a dupla tem como objectivo “lutar pelos lugares do pódio”

aerodinâmico, é bastante familiar ao piloto de Macau, pois na época passada Souza conduziu um carro semelhante no campeonato TCR Asia Series, mas da equipa germânica Engstler Motorsport, e este ano participou na primeira ronda

do mesmo campeonato em Zhuhai, onde terminou no terceiro lugar na segunda corrida. O campeonato TCR China iria começar em Ordos este fim-de-semana, mas problemas com a pista da Mongólia Interior

adiaram o arranque do campeonato para o mês de Agosto, em Xangai. Ao todo serão seis provas, cada uma com três corridas por fim-de-semana, ao longo desta primeira temporada, sendo que a competição chinesa tem uma jornada

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Japão aprovou ontem uma lei “anti-conspiração” que criminaliza o planeamento de delitos, com o objectivo de prevenir o terrorismo e que, segundo críticos, restringe as liberdades básica e pode levar a uma vigilância estatal excessiva. A Câmara Alta do Parlamento japonês aprovou a revisão à lei sobre a delinquência organizada que, pela primeira vez, pune a conspiração criminosa, que se define como uma organização ou grupo de

pessoas que pretende cometer algum crime (de um total de 277 tipificados), ou que esteja a realizar preparativos para isso. O órgão legislativo, em que a coligação no poder está em maioria, promulgou a norma com votos contra da oposição. O Governo defende a lei “anti-conspiração” como um meio para prevenir o terrorismo, sobretudo tendo em conta os Jogos Olímpicos de Tóquio em 2020, e para permitir que o Japão ratifique a Convenção

das Nações Unidas contra a Delinquência Organizada Transnacional, adoptada em 2000. Os críticos da legislação alertam que a abrangência da lei pode resultar numa vulnerabilidade dos direitos fundamentais, como a liberdade de expressão, ou uma vigilância excessiva dos agrupamentos civis, como sindicatos ou organizações não-governamentais.

agendada para o Circuito da Guia no mês de Novembro em que Souza poderá não participar.

CHINA EXPLOSÃO EM JARDIM-DE-INFÂNCIA CAUSA VÁRIAS VÍTIMAS

NOVA AVENTURA NO WTCC

Este também será o ano em que Souza irá regressar ao WTCC, onde em 2014 conquistou o Troféu Asiático. O piloto do território tem um acordo com a equipa espanhola Campos Racing para conduzir um Chevrolet Cruze RML TC1 na prova chinesa do campeonato, que se disputa no novo circuito de Ningbo, e no Grande Prémio de Macau, apesar da ronda do Circuito da Guia não estar ainda cem por cento segura. “Decidi participar porque tudo indica que este será o último ano destes carros TC1 no mundial de Turismo”, explicou Souza ao HM, que não esconde estar curioso para “experimentar um carro TC1”, que é bastante diferente dos carros que tripulou até aqui. O campeão de Macau de carros de Turismo está consciente das suas limitações nesta sua participação pontual no WTCC, pois enfrentará uma concorrência muito experiente e que conduz estes carros há vários anos, alguns com apoio directo de grandes construtores. Por isso mesmo, os objectivos de Souza resumem-se “a terminar e fazer boas corridas”, gozando ao máximo a possibilidade de ombrear com os melhores do mundo.

Uma explosão num jardim-deinfância na China causou um número ainda não determinado de vítimas, desconhecendo-se se há mortos ou apenas feridos, anunciaram as autoridades citadas pela imprensa estatal. A explosão ocorreu pelas 17:00 horas na entrada do jardim infantil na cidade de Xuzhou, na província oriental de Jiangsu. No momento da explosão muitas crianças e os seus familiares encontravam-se a sair do estabelecimento, enquanto outros meninos aguardavam ser recolhidos pelos parentes, relata a agência EFE que cita a televisão estatal CCTV. A mesma televisão informa que há pelo menos vários feridos, entre eles crianças. Testemunhas no local informaram que há várias vítimas, mas sem especificar quantas nem qual a dimensão dos ferimentos. As autoridades estão a investigar a explosão, que permanece sem causa identificadas.

PYONGYANG JOVEM AMERICANO LIBERTADO POR MOTIVOS HUMANITÁRIOS

Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo

KYODO

JAPÃO APROVADA LEI “ANTI-CONSPIRAÇÃO” TERRORISTA

O

sexta-feira 16.6.2017

e defendias as raízes:/macau sã assi/de pegadas leves no oblíquo rasgão do tempo” Jorge Arrimar

A Coreia do Norte comentou ontem a libertação do jovem norte-americano, que regressou a casa, no Ohio, em estado de coma, dizendo que o fez por motivos humanitários. A agência estatal KCNA escreveu ontem que Otto Warmbier tinha sido condenado a trabalhos forçados mas não fez comentários sobre a sua condição médica. “Warmbier, que estava em trabalhos forçados, foi enviado para casa a 13 de Junho de 2017 por motivos humanitários, de acordo com a decisão tomada, no mesmo dia, pelo Tribunal Central da RPDC”, afirmou a agência, referindo-se à Coreia do Norte através da sigla do seu nome oficial, República Popular Democrática da Coreia. O jovem de 22 anos, estudante da Universidade de Virgínia, foi condenado, num julgamento que durou uma hora, pelo Tribunal Supremo da Coreia do Norte em Março de 2016. A pena foi de 15 anos de prisão com trabalhos forçados por subversão, após o jovem ter confessado que tentou roubar um poster de propaganda. O seu pai, Fred Warmbier, disse ao canal Fox News que o filho foi “aterrorizado e brutalizado” e está em coma há mais de um ano.


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