DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
MOP$10
SEXTA-FEIRA 17 DE NOVEMBRO DE 2023 • ANO XXII • Nº5376
MAUSOLÉU DA DEUSA DA SEDA LEI ZU
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MARIANA VALLE LIMA
José Simões Morais
hojemacau
Com fado na veias Camané regressa ao território para mais um concerto com a Orquestra Chinesa de Macau, amanhã no CCM. “O fado é uma forma de estar na vida. Tem sido sempre uma motivação”, afirma o fadista português. ENTREVISTA
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ÓBITO
ARNALDO SANTOS (1959-2023)
CHINA | EUA
PASSOS DO ENTENDIMENTO PÁGINA 11
ESPECIAL GP
A PROVA DO NOVE
PUB.
APLAUSOS ACADÉMICOS
GCS
LAG
EDGAR KEATS
2 entrevista
CAMANÉ
17.11.2023 sexta-feira
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FADISTA
“O fado é uma música para a vida”
É já amanhã, pelas 20h, que Camané irá actuar em Macau, desta vez no Centro Cultural de Macau ao lado da Orquestra Chinesa de Macau (OCM). Em conversa com o HM, o fadista revela que o fado tradicional faz parte do seu ADN e do mais recente álbum, “Horas Vazias”, gravado em plena pandemia O primeiro espectáculo que deu em Macau foi em 1997, portanto esta é a quinta vez que actua no território. É como voltar a uma espécie de casa? Sim. É voltar a um sítio que ficou sempre na minha memória, graças aos portugueses, chineses e macaenses que conheci em Macau e com quem contactei na altura.
De todas as vezes que estive em Macau gostei imenso do ambiente, os concertos correram todos muito bem. Esta é uma oportunidade de fazer um segundo espectáculo com esta orquestra, algo que também gostei muito da primeira vez que tocámos, em 2007. Depois actuei no Venetian em 2013, num espectáculo em que os fados foram
traduzidos para chinês e inglês, e foi fantástico. O fado é uma música traduzível? O fado vive muito da palavra, da poesia. As pessoas identificam-se com os sentimentos, com as descrições sentimentais, da vida, da dor, do quotidiano. Pessoas de todo o mundo identificam-se com isso. As
palavras também são traduzíveis, apesar de tudo, mas há uma parte que passa, que é o sentimento, a emoção, que não se explica. Quando era miúdo ouvia música francesa e não percebia uma palavra, mas emocionava-me. Muita da poesia não se explica, mesmo traduzida. São pequenas coisas que as pessoas vão, aos poucos,
percebendo. A poesia não é para perceber, é para se ir percebendo. É mais para ser sentida, talvez. O fado também é assim? Acho que toda a música é para ser sentida. Aos poucos vamos identificando esses sentimentos que associamos à música e depois, mais tarde, tiramos conclusões, ou
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não. São coisas muito do momento, e acho que a música é isso. Toda a arte tem essa particularidade, de encontrarmos pequenas coisas com as quais nos identificamos.
“A língua é mesmo uma barreira ultrapassável. Conta muito a entrega e a capacidade que temos de transmitir as emoções. Isso é o mais importante, e tenho tido sorte até hoje.”
Como é cantar com uma orquestra chinesa? Como é a conjugação de sonoridades e instrumentos diferentes com a sua voz? Já houve uma experiência que resultou muito bem com a OCM. O alinhamento baseia-se no meu repertório. Há temas que são tocados apenas com os guitarristas e depois passamos para um tema com orquestra, fazemos esta intercalação. Em vinte temas que vou cantar, dez serão com arranjos de orquestra e com a orquestra. Acho que vai funcionar muito bem [a ligação] desta orquestra com o meu repertório. Já fizemos dois espectáculos juntos e experimentei passar uns arranjos de uma outra orquestra com a qual actuei para a orquestra de Macau e as coisas funcionaram muito bem.
ber, decorando as palavras com as paragens, e não houve uma falha num tema que é difícil. Acho que desta vez o maestro também vai perceber. Teremos vários dias de ensaios para que não existam falhas. De certeza que vamos encontrar uma forma de alinharmos as coisas. Editou, em 2021, o álbum “Horas Vazias”, o seu mais recente trabalho. Porquê este nome? Horas vazias é quando estamos livres, quando temos tempo e preenchemos um vazio. E preenchemo-lo com muitas coisas, com arte, música, coisas que nos alimentam a alma. Por acaso foi gravado na altura da pandemia, mas o nome não surgiu por essa razão. De facto, as horas vazias é também quando temos ideias para fazer um disco, e as coisas foram surgindo com o tempo. É o disco em que tive uma produção de um grande músico, que é o Pedro Moreira, que também está ligado ao jazz. Pontualmente, fomos trabalhando juntos, ele conhecia muito bem o meu trabalho, e então teve um grande entendimento do que poderia ser o álbum. É um disco de fado, mas ele percebeu, graças a todos estes anos, a forma como estou no fado.
Como é constituído esse repertório? É constituído com a maior parte dos temas que tenho cantado. Tenho feito muitos concertos com orquestras e guitarristas. Mesmo em Portugal, quando vou fazer espectáculos, convido sempre uma filarmónica para tocar comigo, pois tenho os arranjos feitos. Muitas vezes são miúdos entre os 8 e os 14 anos que vão tocar comigo. É sempre muito interessante haver outras gerações a entenderem e a perceberem o fado. Neste caso, [os músicos] da OCM percebem e ficam a conhecer o fado, e acho isso fantástico. O repertório vai ser uma espécie de retrospectiva daquilo que é um percurso, com fados que têm feito parte da minha carreira. Vai haver temas diferentes daqueles que foram apresentados no último espectáculo, mas haverá outros repetidos, também.
E que forma é essa? É uma forma em que as músicas, mesmo quando não são fáceis, transporto-as para este ambiente GONÇALO VILLAVERDE / GLOBAL IMAGENS
Tal como a relação entre Portugal e China que sempre se manifestou em Macau, com alguns desentendimentos e compreensões, também é essa a relação do seu fado com a OCM? Ultrapassam-se diferenças de comunicação e de linguagem musical? Sim. A música tem essa particularidade, é também uma linguagem universal. Os músicos vão ter os arranjos feitos e entendem perfeitamente. Claro que vão existir algumas complexidades, porque o fado tem muitas paragens que fazem parte da música, tal como no jazz, por exemplo. Muitas vezes a paragem, no fado, acaba numa sílaba. Cantei, da última vez que estive em Macau, o “Fado da Sina” que, como costumo dizer, tem paragens em todas as estações, e é incrível como o maestro conseguiu perce-
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musical que é o fado. Não gosto de aproximar o fado das outras músicas, pois esta é uma música especial, como é o flamengo e o tango. Não é preciso aproximar-me de outras músicas, tenho é de fazer fado. Cresci a aprendê-lo e a viver com ele, e não tenho essa necessidade. Ele [Pedro Moreira] percebeu isso e foi fantástica a forma como trabalhámos juntos. É um disco que tem muitos compositores, como Pedro Abrunhosa, Jorge Palma, Vitorino, cujas composições eu transportei para este ambiente musical. Depois tem os fados tradicionais, as letras novas que fui descobrindo. É um disco que gostei muito de fazer. Neste espectáculo vou cantar alguns temas deste disco. Vou cantar temas de outros trabalhos anteriores que têm orquestrações feitas, mas vou incluir um pouco de tudo. Como é um trabalho com orquestra, faz sentido ir buscar alguns temas mais antigos, com arranjos muito bonitos de Mário Laginha, José Mário Branco, também do Pedro Moreira e de uma série de pessoas que me têm acompanhado. Há fados que não podem escapar ao alinhamento dos seus espectáculos. Muitas vezes impõe o seu repertório, ou vai um pouco na onda daquilo que o público quer? Não. Incluo, acima de tudo, o meu repertório e alguns temas que as pessoas conhecem, como “Sei de um Rio” ou “Ela Tinha uma Amiga”, mas há vários que gosto de cantar. Mas, normalmente,
“[O Fado] tem toda a importância na minha vida, é uma forma de estar na vida. Tem sido sempre uma motivação.”
“O fado vive muito da palavra, da poesia. As pessoas identificam-se com os sentimentos, com as descrições sentimentais, da vida, da dor, do quotidiano. Pessoas de todo o mundo identificam-se com isso.” faço as coisas em que acredito, dou às pessoas aquilo que quero e em que acredito. Tenho sempre a esperança de que se identifiquem ou gostem. Claro que há temas que vão de encontro aquilo que as pessoas querem ouvir, e às vezes há dois ou três temas do meu repertório que gosto de cantar e que fazem parte de coisas que gosto muito de cantar, porque tenho tanto prazer a fazê-lo que acho que isso passa para o público. Mas são poucos. Quando actua no estrangeiro sente que não leva apenas o nome Camané, mas também a língua e a cultura portuguesa? Sente essa responsabilidade? Este ano aconteceram-me coisas fantásticas [com espectáculos] em que não havia muitos portugueses nas salas, nomeadamente na República Checa, na Polónia, na Áustria. Mas não penso muito nisso. Faço a mesma coisa quando vou tocar nestas salas fora de Portugal, em que sei que não existem portugueses, do que faço em Portugal. A música emociona e essa é a tal coisa que não se explica, e a barreira da língua ultrapassa-se com a música. Como acha que os chineses percepcionam o fado?
Não sei. É como quando oiço música e sinto que há qualquer coisa que é verdade, que é muito expressiva e emociona-me. Evidentemente há muita música no mundo que gosto e da qual não percebo a língua. Quando ouvi música chinesa em Macau [ópera], e outras coisas mais populares, gostei imenso. A língua é mesmo uma barreira ultrapassável. Conta muito a entrega e a capacidade que temos de transmitir as emoções. Isso é o mais importante, e tenho tido sorte até hoje. Não gosto de falar de mim nesse aspecto, mas a verdade é que as pessoas se emocionam e não percebem uma palavra do que estou a dizer em palco. Continua sempre ligado ao fado tradicional? É contra dar novas roupagens ao fado? Não sou contra nada. Há coisas que estão muito bem feitas nessas áreas, mas a minha forma de estar no fado é que tem a ver com esse percurso que tive. Cresci no meio do fado, comecei a ouvi-lo com seis anos, tenho 57 anos. Não quero mudar nada porque é algo que tem a ver comigo, e o fado é uma música para a vida. Acontece com pessoas mais novas do que eu, ou que estão agora a começar, que tendem a tentar que o fado se aproxime das outras músicas, porque querem chegar a um público maior. É uma opção, mas para mim não. Também há quem faça música inspirada no fado, mas isso é outra coisa. AAna Moura fez discos de fado fantásticos e teve outras opções. Não digo que sou contra, mas eu não mudo. Percebo que as outras pessoas tenham outras influências. Claro que já fiz outras coisas, fiz uma participação nos Humanos [grupo que gravou canções de António Variações], participei em discos dos Xutos & Pontapés. No final deste disco, por exemplo, tenho um conjunto de cordas inserido num tema, mas o ambiente musical, para mim, é muito importante, e esse é o fado. Ao fim de tantos anos de carreira, o fado tem representado coisas diferentes para si? Tem toda a importância na minha vida, é uma forma de estar na vida. Tem sido sempre uma motivação. Em Macau, há grupos que tentam manter o fado ou o folclore vivo. São importantes estas expressões de portugalidade noutros lugares? Super importante. Isso acontece em várias partes do mundo em que há uma ligação muito forte com Portugal e com a língua. Em Macau, na altura em que estive aí, assisti a algumas coisas ligadas ao fado, e achei fantástico. É importante que essa ligação cultural se mantenha. Andreia Sofia Silva
4 política
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IAM MERCADOS RECEBERAM QUASE 400 PROPOSTAS
T
ERMINOU ontem o prazo de entrega de propostas ao concurso público para 15 bancas no Mercados da Horta e Mitra e no Centro de Comidas do Mercado do Patane. Segundo informação divulgada ontem pelo Instituto para os Assuntos Municipais (IAM), foram recebidas 393 propostas para as cinco bancas no Mercado de Horta e Mitra e dez bancas no Centro de Comidas do Patane, destinadas à exploração de 13 tipos de produtos ou gastronomias. As propostas dos concorrentes serão avaliadas com base em cinco critérios principais. Estratégia de operação, experiência e qualificação, horário diário de exploração da banca, diversidade da tipologia de mercadorias e conveniência dos instrumentos de pagamento. O IAM indica que a selecção dos operadores terá também em conta a capacidade para injectar novo vigor nos mercados. O IAM sublinhou que tentará concluir o processo de atribuição de todas as bancas e celebrar os contratos no prazo de três meses após a publicação da lista definitiva. É ainda indicado que mudança de paradigma da distribuição das bancas desocupadas do antigo regime de sorteio para concurso público eleve “o entusiamo nos negócios e a qualidade dos serviços dos mercados, disponibilizando assim opções de compras mais diversificadas aos residentes”.
LAG Debates sectoriais arrancam segunda-feira
GCS
É já na segunda-feira que começa a série de debates sectoriais sobre as Linhas de Acção Governativa (LAG) para o próximo ano, nomeadamente na área da Administração e Justiça, com a presença do secretário da tutela, André Cheong, na Assembleia Legislativa (AL). Segue-se, quarta-feira, dia 22, o debate sobre a área da Economia e Finanças, com o secretário Lei Wai Nong, enquanto sexta-feira serão discutidas as políticas a implementar no próximo ano para a área da Segurança, com a presença no hemiciclo de Wong Sio Chak. Segunda-feira, dia 27, é a vez de se debater as medidas para a área dos Assuntos Sociais e Cultura, sendo que o último debate será sobre a área dos Transportes e Obras Públicas, com Raimundo do Rosário, dia 29.
LAG ACADÉMICOS DA UM APLAUDEM GOVERNO E DÃO SUGESTÕES
Passos cuidadosos
Académicos do Centro de Estudos de Macau analisaram as Linhas de Acção Governativa para 2024, concordando na generalidade com o rumo político tomado. Consolidar a recuperação e estabilizar a economia num contexto de elevadas taxas de juro dominaram as intervenções. As críticas focaram-se nas políticas de juventude e planos de revitalização de zonas turísticas
O
caminho para a prosperidade da RAEM passa primeiro por consolidar a recuperação económica e estabilizar as finanças, mantendo os apoios sociais, para contornar os desafios que se avizinham. Esta foi a tónica principal do seminário organizado pelo Centro de Estudos de Macau da Universidade de Macau para analisar as Linhas de Acção Governativa (LAG) para 2024. Apesar de algumas sugestões, as vozes críticas foram escassas, com os académicos a louvarem e a prestarem apoio às decisões do Governo de Ho Iat Seng. O presidente do Instituto de Gestão de Macau, Samuel Tong Kai Chung, salientou que o tema principal das LAG é “consolidar o desenvolvimento e reforçar a diversificação”, focado na economia pós-pandémica e na recuperação social em linha com
o previsível o ambiente global de elevadas taxas de juro. O académico entende que as medidas delineadas nas LAG para a estratégia “1+4” tem um planeamento claro, com um esquema razoável para as pequenas e médias empresas (PME), assim como para a economia comunitária. O professor da Faculdade de Ciências Sociais Kwan Fung é da opinião de que as LAG trans-
Paul Pun referiu também que a localização do Novo Bairro de Macau e a competição laboral com profissionais de fora da RAEM são fontes de preocupação das gerações mais novas
mitem uma mensagem de busca do progresso e estabilidade, salvaguardando a qualidade de vida dos residentes, com apoios sociais e habitação pública. O docente considera que estas LAG dão à população uma grande confiança em relação ao futuro.
Ficar à margem
O professor da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UM Lok Man Hoi alertou para o efeito das elevadas taxas de juro, em particular no acesso ao crédito, que pode impactar o mercado obrigacionista de Macau. Por sua vez, Wong Seng Fat enfatizou que o cultivo e retenção de talentos deve ser uma prioridade para sectores que dependem da inovação industrial. Além disso, sugeriu que o Governo aposte na popularização da ciência nas escolas secundárias e nas universidades. O académico apelou
ainda à construção de uma quinta ponte entre Macau e Taipa para resolver os problemas ligados ao desenvolvimento urbano. A professora So Siu Ian foi mais acutilante na sua intervenção, focando os planos de revitalização dos bairros antigos, com o apoio das operadoras de jogo. A académica alertou para a necessidade de não serem elaborados planos de desenvolvimento idênticos para as várias zonas e respeitar as características culturais de cada área. Será também fundamental ter em conta o impacto destes planos na vida da população, em particular no trânsito, e fazer contínuas reavaliações dos projectos. Contrariando a narrativa dominante, o secretário-geral da Caritas Macau expressou preocupações com as políticas de bem-estar dos jovens. Paul Pun argumentou que a evolução demográfica alterou os padrões de vida e, por exemplo, de acesso à habitação, com os jovens obrigados a ponderarem as futuras responsabilidades de cuidar os pais, factor que pode tornar menos apetecível uma candidatura à habitação económica. Paul Pun referiu também que a localização do Novo Bairro de Macau e a competição laboral com profissionais de fora da RAEM são fontes de preocupação das gerações mais novas. Como tal, o responsável vincou a necessidade de o Governo prestar atenção aos problemas enfrentados pelos jovens de Macau. Apesar das críticas e sugestões, Paul Pun ainda aplaudiu a decisão do Executivo de Ho Iat Seng em tornar permanente o subsídio aos cuidadores. João Luz
sexta-feira 17.11.2023
GP Alerta para especulação de venda de bilhetes
A Polícia Judiciária (PJ) alertou ontem para a existência de especulação de preços na venda de bilhetes, coupons e passes especiais de acesso do 70.º Grande Prémio de Macau nas redes sociais. Como tal, foi ontem lançado um aviso a possibilidade de consequências legais. “A PJ alerta os cidadãos para evitarem quaisquer actos de especulação de bilhetes emitidos oficialmente, quer tenham preço, quer sejam grátis, pois poderão estar a violar a lei. Por outro lado, advertem-se os cidadãos de que devem comprar bilhetes através do meio autorizado pela entidade organizadora”, é indicado.
ID Novas funcionalidades a partir de quarta-feira
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INSTITUTO DE HABITAÇÃO ARNALDO SANTOS FALECEU ONTEM AOS 63 ANOS
Vida de serviço público O presidente do Instituto de Habitação, Arnaldo Santos, faleceu ontem de manhã no Hospital Kiang Wu, aos 63 anos de idade, vítima de doença prolongada. Depois de duas décadas em posições de direcção na TDM, Arnaldo Santos passou para administração e tornou-se numa das principais figuras das políticas de habitação pública
A partir do próximo dia 22, quarta-feira, serão lançadas pelo Instituto do Desporto (ID) novas funcionalidades para registo dos residentes nas diversas actividades desportivas organizadas por este organismo público. Incluem-se, segundo um comunicado do ID, a possibilidade de os interessados reservarem um espaço nas classes de recreação e manutenção do “Programa do Desporto para Todos” com a adição de um representante aquando da marcação. Esta pode também ser feita com recurso ao documento de identificação e sem necessidade de ser realizada presencialmente ou com o cartão de sócio “Sport Easy”.
UPM Moçambicanos de visita
A Universidade Politécnica de Macau (UPM) recebeu, na terça-feira, a visita de uma delegação da Universidade Eduardo Mondlane (UEM), de Moçambique, chefiada pelo director nacional do Centro Regional de Excelência em Estudos de Engenharia e Tecnologia de Petróleo e Gás (CSOGET), Luís Hélder Mendes Lucas. Segundo um comunicado da UPM, “as duas instituições concordaram em desenvolver a cooperação académica e científica nas áreas do ensino da língua chinesa como língua estrangeira e da inovação tecnológica entre a China e os países de língua portuguesa”. A UEM é a universidade pública de Moçambique que ocupa o primeiro lugar no ranking nacional, tendo mais de 48 mil alunos em cursos de licenciatura. A instituição lecciona ainda a licenciatura em ensino da língua chinesa, ministrado pelo Instituto Confúcio estabelecido na UEM.
DSAL Multas para 15 TNR
TIAGO ALCÂNTARA
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) multou 15 trabalhadores não-residentes (TNR), de acordo com uma notificação edital divulgada ontem. Os 15 trabalhadores não-residentes foram multados em 5 mil patacas, cada, por terem executado uma actividade diferente da qual estavam autorizados a exercer. No total, as multas ascendem a 75 mil patacas. O facto de os trabalhadores serem contactados por notificação edital, aponta que as autoridades não os conseguiram de contactar de outra forma. Além destes 15 trabalhadores, houve onze empregadores notificados da mesma forma, por terem sido multados em 20 mil patacas, cada, por disponibilizarem trabalho a trabalhadores ilegais. As multas aplicadas a estes empregadores foram do valor mais baixo legalmente previsto, mas totalizam ainda assim 220 mil patacas.
A
RNALDO Santos morreu ontem de manhã aos 63 anos de idade, depois de uma batalha árdua contra uma doença prolongada que obrigou a internamento no Hospital Kiang Wu, onde acabaria por falecer. Arnaldo Santos, que presidiu desde o início de 2016 ao Instituto de Habitação, fez a licenciatura em Engenharia Electrotécnica do Instituto Superior Técnico da Universidade Técnica de Lisboa e prosseguiu a formação académica com a parte curricular do Curso de Mestrado em Ciências Empresariais da Universidade de Macau. Entre 1985 e 2005, a vida profissional de Arnaldo Santos passou pela Teledifusão de Macau, desempenhando as
funções de chefe dos serviços de transmissões, director técnico, director técnico da rádio e director técnico e de produção. Ao mesmo tempo, entre 1990 e 2004, acumulou tarefas na TDM com trabalhos de engenheiro projectista, enquanto profissional liberal, assim como professor a tempo parcial do curso de Engenharia da Universidade de Macau (entre 1990 e 1996).
Presente nos conselhos
Depois da fundação da RAEM, Arnaldo Santos foi nomeado para
vários postos de relevo dentro da administração. Em 2002, tornou-se membro do Conselho de Ciência e Tecnologia e três anos depois foi nomeado coordenador do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético. Em 2009, passou a ser membro do Conselho Consultivo do Ambiente em representação do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético e dois anos depois foi nomeado para o Conselho Administrativo do Fundo para a Protecção Ambiental e a Conservação Energética,
A última vez que apareceu numa ocasião pública foi no final de Setembro, conduzindo uma conferência de imprensa sobre os processos de candidatura à habitação pública
também em representação do Gabinete para o Desenvolvimento do Sector Energético. Além destes cargos, Arnaldo Santos foi também delegado do Governo na Companhia de Electricidade de Macau. Quando foi nomeado pelo secretário para os Transportes e Obras Públicas para presidir ao Instituto de Habitação, Raimundo do Rosário declarou que Arnaldo Santos possuía “competência profissional e aptidão para o exercício do cargo”. A última vez que apareceu numa ocasião pública foi no final de Setembro, conduzindo uma conferência de imprensa sobre os processos de candidatura à habitação pública. João Luz
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Sem medo de gastar
Despesa de turistas aumenta quase 300% em termos anuais
A
SMG ACORDO COM UM REFORÇA INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
Em busca do tempo A Universidade de Macau e os Serviços Meteorológicos e Geofísicos assinaram um acordo de cooperação para reforçar a resposta a desastres e a aplicação de inteligência artificial. Um laboratório da universidade construiu uma plataforma de simulação para prever inundações e um modelo de identificação de tufões
O
d i r e c t o r dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), Leong Weng Kun, e o reitor da Universidade de Macau (UM), Song Yonghua, assinaram o “Acordo-Quadro de Cooperação entre a Universidade de Macau e a Direcção dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos”. O acordo tem como objectivo “melhorar ainda mais a capacidade de monitorização, previsão e alerta de desastres meteorológicos e reforçar a aplicação da tecnologia
de inteligência artificial (…) nas áreas de previsão e alerta meteorológico antecipado, segurança pública urbana e prevenção de desastres, prestando, em conjunto, apoio técnico para a construção de Macau como uma cidade inteligente e resiliente”,
indicaram, em comunicado, os Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). A Universidade de Macau (UM) “tem feito progressos notáveis na prevenção e redução de desastres em cidades costeiras, nomeadamente, tufões
“A Universidade de Macau tem feito progressos notáveis na prevenção e redução de desastres em cidades costeiras, nomeadamente, tufões e chuvas intensas extremas.” SERVIÇOS METEOROLÓGICOS E GEOFÍSICOS
Jogo Margem de EBITDA pode ter ultrapassado 2019 Os analistas de jogo do Deutsche Bank Securities estimam que a margem de lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA, em inglês) do terceiro trimestre do ano pode ter ultrapassado, ainda que ligeiramente (0,3 por cento) o registo do mesmo período de 2019. Numa
nota assinada pelo analista Carlo Santarelli, é referido que ainda assim o EBITDA combinado das propriedades desceu para cerca de 10 por cento dos níveis de 2019, para quase 1,8 mil milhões de dólares. Também as receitas líquidas do terceiro trimestre deste ano foram 21 por cento inferiores às registadas no
mesmo período de 2019. Em relação às receitas brutas apuradas nas zonas de jogo, o jogo VIP amealhou menos 77 por cento das receitas do período em análise em 2019, enquanto o segmento de massas ficou apenas a 5 por cento do registo do último ano antes da pandemia da covid-19.
e chuvas intensas extremas”, acrescentou.
Coisas da vida
O Laboratório de Referência do Estado de Internet das Coisas para a Cidade Inteligente da UM “desenvolveu uma plataforma de simulação de desastres urbanos referentes às águas e um modelo de identificação de tufões de alta eficiência desenvolvido pelo sistema de aprendizagem com base na integração de características”, sublinhou a mesma nota. A assinatura do acordo, na terça-feira, é, por isso, considerada “um bom início para um mecanismo de cooperação a longo prazo”, pelo que “ambas as partes vão trabalhar em conjunto nas áreas de ‘storm surge’ [inundações], tsunami, previsão meteorológica antecipada, aplicação de tecnologia de inteligência artificial e aprendizagem automatizada, pesquisa e desenvolvimento de sistemas de previsão operacional, avaliação de risco de catástrofes, equipamentos de monitorização e intercâmbio e visitas recíprocas de pessoal, entre outros”. Além da assinatura do acordo, realizou-se o primeiro colóquio de intercâmbio, para discutir e trocar impressões sobre a cooperação da primeira fase.
despesa dos visitantes em Macau aumentou, em termos anuais, 290,3 por cento nos três primeiros trimestres deste ano por comparação a igual período do ano passado. Relativamente aos primeiros três meses de 2019, ou seja, antes da pandemia, verifica-se um aumento na ordem dos 8,8 por cento. Nos três trimestres de 2023, os turistas gastaram no território 52,06 mil milhões de patacas, apontam dados da Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). Só no terceiro trimestre as despesas dos visitantes foram de 19,60 mil milhões de patacas, mais 576,7 por cento em termos anuais. O valor explica-se, segundo a DSEC, pelo facto de o “número de visitantes em Macau ter aumentado 821,3 por cento face ao trimestre homólogo de 2022”. Em comparação com o terceiro trimestre de 2019, esta despesa subiu 28,9 por cento. No trimestre de referência os visitantes despenderam predominantemente em compras, representando 44,3 por cento da despesa per capita, seguindo-se gastos em alojamento, com uma fatia de 29,3 por cento, e alimentação, 20,1 por cento. A despesa per capita dos visitantes em compras cifrou-se em 1.048 patacas, menos 49,7 por cento em termos anuais.
Menos satisfação
O inquérito da DSEC aos turistas revela ainda uma maior insatisfação face a alguns serviços e infra-estruturas do sector. Relativamente ao terceiro trimestre, a satisfação dos visitantes com os equipamentos ou instalações públicas baixou 2,5 por cento em termos trimestrais, sendo que 86 por cento dos turistas disseram estar satisfeitos com este ponto. Quanto aos transportes públicos, 72,4 por cento disseram estar satisfeitos com o serviço, uma quebra trimestral de 5,5 pontos. Enquanto isso, a proporção dos visitantes que considerou serem suficientes os pontos turísticos de Macau foi de 68,5 por cento, menos 6,2 por cento face ao segundo trimestre. Por sua vez, 82,2 por cento dos turistas disseram estar satisfeitos com os estabelecimentos de jogo, mais 1,1 por cento, enquanto 80,9 por cento mostraram-se agradados com o serviço das agências de viagens, mais 10,9 por cento face ao trimestre precedente.
AMCM Reservas cambiais acima de 221 mil milhões No final de Outubro, as reservas cambiais da RAEM cifraram-se em 221,1 mil milhões de patacas (27,45 mil milhões dólares americanos), de acordo com as estatísticas preliminares da Autoridade Monetária de Macau, divulgadas ontem. Este valor signi-
fica um aumento de 0,4 por cento face aos dados de Setembro. A taxa de câmbio efectiva da pataca, ponderada pelas suas quotas do comércio, foi de 105,7 em Outubro de 2023, registou um crescimento de 0,69 pontos e redução de 2,22 pontos, respectivamente, em
comparação com os dados registados no mês anterior e os reportados a Outubro do ano passado. Esta tendência significa que globalmente a pataca subiu mensalmente face às moedas dos principais parceiros comerciais de Macau, mas caiu anualmente.
sexta-feira 17.11.2023
A
correctora China International Capital Corporation (CICC) afirma que os custos da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) com mão-de-obra excedentária baixou 12 por cento no terceiro trimestre face ao trimestre anterior, noticiou o portal GGR Asia. Grande parte desta mão-de-obra, associada na maioria aos casinos-satélite detidos pela operadora que deixaram de funcionar no ano passado, saiu da empresa através de diversas negociações laborais. Por sua vez, os salários desta fatia de mão-de-obra foram de 148 milhões de dólares de Hong Kong no terceiro trimestre face aos 169 milhões registados no trimestre anterior. Segundo o GGR Asia, alguns analistas entendem que o ritmo de recolocação destes trabalhadores tem sido “muito mais lento” do que o esperado pelos accionistas e demais investidores.
A correctora, em comunicado divulgado na quarta-feira e que cita a própria SJM, explica que a situação dos trabalhos excedentários da operadora de jogo deverá ficar resolvida até 2025, sendo estes redistribuídos para outros cargos e resorts da operadora, ou saindo da empresa mediante negociação. De frisar que, no terceiro trimestre, a SJM registou um EBITDA [resultados antes do pagamento de juros, impostos, depreciações e amortizações] de 566 milhões de dólares de Hong Kong, melhor do que o valor negativo de EBITDA de 968 milhões de dólares de Hong Kong registado no ano anterior. A correctora aponta que o desempenho da SJM actual se deve “a uma perda contínua de EBITDA no Grand Lisboa Palace e nos casinos satélite”, existindo, no entanto, “um equilíbrio com a recuperação gradual do Grand Lisboa” e outros espaços de jogo da operadora.
MASDAW SORTEIO PARA ANGARIAR FUNDOS NO DIA 3 DE DEZEMBRO
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SHUTTERSTOCK
Associação para os Cães de Rua e o Bem-estar Animal de Macau, mais conhecida por Masdaw, vai organizar no próximo dia 3 de Dezembro, às 14h, um sorteio para angariar fundos no abrigo para animais da associação, na Estrada Dona Maria II, nº6, na zona norte de Macau. As “rifas” podem também ser compradas através de MPay e da aplicação de pagamentos do Banco da China. Os prémios podem ser levantados até 31 de Dezembro. Serão sorteados mais de uma centena de prémios e todas as receitas revertem para o tratamento de cães de
rua e para o funcionamento do abrigo da associação. A Masdaw tem à sua guarda 121 cães e uma missão sempre complicada pela frente, face às permanentes dificuldades financeiras que atravessa e as despesas que acumula. Numa publicação no Facebook, a associação deu conta de ter recebido quase 26,5 mil patacas em doações durante o mês de Outubro, quantia que não chega sequer para pagar a renda do espaço onde está o abrigo, no valor de 42 mil patacas mensais, sem contar com os custos com alimentação, veterinários, limpeza, água e electricidade.
RÓMULO SANTOS
SJM CUSTO DE MÃO-DE-OBRA EXCEDENTÁRIA CAI 12 POR CENTO
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A nova APEPM tem como prioridade aumentar o número de associados e a participação dos encarregados de educação, uma vez que passará a estar representada no conselho de administração da escola
EPM FILIPE REGÊNCIO FIGUEIREDO VOLTA A LIDERAR ASSOCIAÇÃO DE PAIS
Mudança na continuidade A lista única para liderar a Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau foi ontem a votos, contando com algumas caras novas, mas mantendo Filipe Regêncio Figueiredo na presidência. O advogado considera que esta é uma “altura chave” para a escola implementar mudanças essenciais no ensino secundário
O
advogado Filipe Regêncio Figueiredo continua a ser presidente da Associação de Pais da Escola Portuguesa de Macau (APEPM). A lista única que liderou, com “pessoas novas, nomeadamente macaenses, para espelhar a diversidade dos encarregados de educação dos alunos da EPM”, foi ontem a votos. Ao HM, o responsável disse que esta é uma “altura chave para se implementarem medidas que há muito
são desejadas pelos encarregados de educação”, tendo em conta “as recentes alterações na fundação e a próxima alteração da direcção”. Uma dessas mudanças consideradas essenciais é a “melhoria substancial no ensino da língua chinesa e no rácio professor/aluno”. Além disso, Filipe Regêncio Figueiredo entende que “o espaço da escola e o currículo do ensino secundário” são também assuntos que “necessitam de reflexão”. Isto
porque “o currículo do secundário, nomeadamente do 12º ano, é extremamente pesado num ano tão importante e já por si intenso na vida escolar dos alunos”. “Impor, neste ano, mais disciplinas do que aquelas que existem no currículo de Portugal não nos parece razoável, devendo encontrar-se soluções para uma melhor adequação e conjugação entre os requisitos impostos pelo Ministério da Educação de Portugal e a Direcção dos Serviços de Educação e Desenvolvimento da Juventude”, adiantou. Em causa está o facto de o currículo da EPM, para se adequar à legislação de Macau, ter disciplinas como História, Música e Matemática em todas as áreas do ensino secundário. “Em vez de serem leccionadas no 12º ano, poderiam ser dadas no 10º e 11º anos”, aponta o responsável.
Chamar mais pais
A nova APEPM tem também como prioridade “aumentar o número de associados e promover a participação dos encarregados de educação na associação, uma vez que, de acordo com a nova legislação, esta passa a estar representada no conselho de administração da escola”. Desta forma, explica Filipe Regêncio Figueiredo, a APEPM torna-se num “meio de comunicação privilegiado entre encarregados de educação e a escola”. O novo papel irá permitir à APEPM “uma maior renovação dos seus órgãos, algo que se deseja fortemente”, além de tornar este organismo “mais representativo da diversidade que actualmente compõe a comunidade educativa”. Andreia Sofia Silva
VIA do MEIO
O SEGREDO DA SEDA (
Mausoléu da deusa d
José Simõ
AINDA NA província de Sichuan, em Qing Long shan no lugar de Jin Ji (Galo Dourado), após a visita à escola onde existira o importante e antiquíssimo templo de Lei Xuan Gong (嫘轩宫), em honra de Lei Zu e cujo nome a conecta ao marido Xuan Yuan (Huang Di), seguimos entre campos agrícolas por um carreiro ao mesmo nível, mas para o outro lado do monte, a visitar o Mausoléu de Lei Zu. Passamos por casas agrícolas feitas de terra onde, por vezes se vê um casal de idosos. Com os filhos fora, o trabalho do campo ainda é feito, mas as forças não dão já para a produção do bicho-da-seda. Acompanha-nos o Senhor Wang Shao Mo, zelador do mausoléu desde 2001 quando este foi reconstruído, pois ficara destruído durante o período da Revolução Cultural. Nesta nossa visita em 2009, já o pórtico estava edificado, tendo à frente um altar e para trás o cume do monte. Nele incrustado, uma pedra escurecida com os caracteres do nome de Leizu enquadrada em caixilho
com o mesmo tipo de pedra a tornear a esse nível o monte que alberga a sepultura. As obras estavam paradas e inacabadas ficando duas pilhas de blocos de pedra, a mesma usada em todo o recinto, parecendo criar os limites para o projecto, que foi depois desenvolvido. Segundo informações encontra-se já realizado, com a encosta a levar ao pórtico toda terraplanada e retiradas as árvores aparece uma alameda com escadas e uma rotunda escultórica alusiva a quem ali vivera e está sepultada. Ainda então, para chegar ao mausoléu subia-se uma ladeira a colocar-nos perante uma estrutura feita em pedra, onde se iniciavam as escadas que por duas vias conduzem a um excelente miradouro. Após a passagem de um pequeno túnel, a fazer de porta, outro lanço de escadas diverge em outras duas escadarias laterais. Por fim atingimos a plataforma empedrada, com o altar de frente para um pequeno monte de terra e conforme regista uma placa colocada no mausoléu, aí repousa
8 sexta-feira
17.11.2023
Lei Zu. Está escondida pela enorme estela onde se lê Lei Zu Fen, a confirmar assim, novamente, ali ser o monte-túmulo de Lei Zu. A estela está pousada numa estranha, mas bela figura de um ‘bixi’, um dos filhos do Dragão, em forma de tartaruga e envolvido por uma ampla estrutura de pedra feita em 2001 como escultura, onde emergem grandes rostos esculpidos, qual figuração amerindia. Segundo uma lembrança do Sr. Wang, em frente ao Mausoléu de Lei Zu em 1998 foi realizada a dança do Dragão, mas em vez de serem os homens a transportar o dragão foram as mulheres a segurá-lo, tendo a cabeça a forma de bicho-da-seda. Colocadas as oferendas na longa mesa de pedra, acendemos os enormes paus de incenso vendidos no local pelo nosso interlocutor e que nos corrige a posição, pois “a mulher deve situar-se no lado direito do homem”. Pegando no incenso com as duas mãos, inclinamos a cabeça três vezes em homena-
VIA do MEIO
(8) - DEUSAS E FESTAS
da Seda Lei Zu (嫘 祖)
ões Morais
gem à Deusa da Seda, depositando-os em seguida no incensório. Muito do projecto do mausoléu ficou por concretizar pois o dinheiro faltou. Laterais ao mausoléu, as grandes piras de pedra para o fogo estão por completar e a possante vegetação já delas tomou conta, escondendo-as. Diz haver mais de cem templos nas redondezas dedicados a Lei Zu.
INSTITUTO DAOISTA Já no regresso a Yanting, virado para a estrada reparamos no grande templo situado no sopé do monte, com uma enorme imagem da mãe da seda Lei Zu no muro das escadarias exteriores, tendo dois dragões a fazer de corrimão, o do lado esquerdo amarelo e azul no direito. Era o Instituto Daoista, onde nas paredes do interior de um salão estão colados papéis narrando histórias lendárias relacionadas com o trabalho da deusa iniciadora da produção de seda. Numa lemos existir uma grande e lisa pedra onde Lei Zu costumava trabalhar, quando à mão fazia o tecido de seda. A Deusa Wang Mu Liang Liang, mãe do Imperador Celeste, ao assistir a esse árduo trabalho no confeccionar tal tecido, pediu ao filho para enviar a Deusa das Tecedeiras a ensinar a promissora rapariga a fazer o tear e com ele tecer a seda. Outra história relata haver um lugar conhecido por “Pote de Três Pés”, onde no local existiam três pedras. Lei Zu costumava aí desfiar os casulos. No início, o trabalho era muito vagaroso, levando-a a pensar como improvisar um meio mais rápido. Um dia, muito cansada adormeceu e sonhou com um idoso a caminhar lentamente com a ajuda de uma bengala e a dirigir-se a ela dizendo para não se preocupar, pois era o Tu Di (deus local da terra) da montanha, enquanto lhe entregava três pedras para servirem de suporte ao pote onde deveria colocar água do poço antigo e aí cozer os casulos, pois desse modo os conseguiria desfiar rapidamente. Acordando, Lei Zu dirigiu-se à montanha onde viu colocadas em triângulo as três grandes pedras e assim seguiu os conselhos transmitidos pelo protector ancião. Muitas outras histórias pela parede se encontram e contá-las todas tornar-se-ia fastidioso, mas não resistindo deixo traduzida uma outra. Lei Zu andava aflita pois os ratos comiam-lhe as lagartas e por isso, quedava-se de guarda à entrada da gruta onde produzia já o bicho-da-seda. Certa
vez apareceu um estranho animal e devido à sua presença os ratos não se aventuravam a lá entrar e assim Lei Zu colocou-o de guarda à sua produção. Essa estranha criatura não era mais do que um gato, animal que segundo a História só apareceu na China durante a Dinastia Zhou do Leste (771-256 a.n.E.). Daí o gato não pertencer ao grupo de doze animais que responderam ao chamamento do Imperador Celeste e formam o zodíaco chinês. Estas algumas das histórias que cobrem as paredes do Templo daoista, reescritas em diferentes épocas. Na teoria do Feng-Shui, o Dragão tanto representa o Imperador, como uma invulgar montanha e por isso, não é de estranhar ser Qing Long shan (Montanha do Dragão de Jade) o local da sepultura de Lei Zu, esposa de Huang Di e Deusa da Seda. Pela perspicácia das observações de Lei Zu (Lui-Tch’ôu em cantonense), no olhar uma lagarta a construir o casulo para nele se transmutar e renascer como borboleta, percebemos a Natureza simbólica do Ser Vivo e chegados ao humano, vestimos com seda esse estar e continuamos a viagem pela China. A cada ano, entre o oitavo dia do primeiro mês e o décimo dia do segundo mês lunar, o Imperador e os seus súbditos celebram Xian Can, a dar início à produção de seda. O oitavo dia do primeiro mês lunar é o aniversário do bicho-da-seda e o décimo dia do segundo mês lunar o aniversário de Lei Zu. Celebrações tão grandes que se comparam às do Aniversário dos Imperadores, lembra-nos na dinastia Tang (618907) Zhao Rui (赵蕤, c.659-742). A Professora Ana Maria Amaro refere: “pelos antigos registos chineses realizavam-se em Shu (Sichuan) todos os anos, do primeiro ao terceiro mês do calendário lunar, feiras de Bombix mori que passavam por quinze cidades e tinham muitos compradores.”
ESPÍRITO PROTECTOR Na viagem para Yanting, o nosso olhar cruza-se por três vezes com blocos de
pedra colocados na berma da estrada e onde a população local realiza oferendas. Traz-nos à memória as alminhas espalhadas por muitas estradas do Norte de Portugal, normalmente a marcar lugares onde devido a um acidente alguém morrera. Estes blocos de pedra esculpidos com rostos algo monstruosos podem ser observados pela China em muitas povoações, normalmente a proteger as esquinas das casas. “Pedra Transcendente e Preservativa, costuma estar colocada em lugares sujeitos a más influências”, segundo o padre Manuel Teixeira que refere, “A cabeça da pedra é habitualmente talhada à maneira da cabeça dum tigre, em cuja fronte se grava o carácter Wóng (王), Rei. É este o transcendente tigre real, o emblema do poder do espírito protector, Sék Kôm Tóng” (石敢当, Shi Gandang em mandarim). “Data das primeiras dinastias o costume de outorgar títulos honoríficos (como marquês) às pedras e outros objectos inanimados. Crê-se que a bravura de certas pessoas corajosas pode passar para a pedra com a cabeça de tigre.” Chegamos à vila de Yanting já de noite e pago o quarto do talvez único hotel da pequena povoação, arrumadas as bagagens logo saímos para conseguir apanhar ainda aberta alguma cozinha, das que na praça se preparam para fechar, tal o adiantado da hora. São nove da noite e num dos cantos da praça um ecrã gigante passa um filme. Celebra-se nesse dia uma festa no Templo de Guanyin e atraídos pelos foguetes para aí seguimos já com o estômago aconchegado. Estafados regressamos ao hotel após um dia pleno. Preparamo-nos para deitar quando nos batem à porta. O recepcionista vem acompanhado por dois homens que se apresentam como da polícia e ali nos questionam da razão da visita àquele lugar tão recôndito do país. Numa vistoria rápida às bagagens, despedem-se pedindo desculpa pelo incómodo. Só mais tarde soubemos ser frequente virem estrangeiros a estes longínquos locais à procura de antiguidades e levarem peças roubadas dos túmulos para serem vendidas em Hong Kong e Macau, seguindo daí para fora da China.
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Anúncio【46/2023】 Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do bela anexa (2), deve rescindir o respectivo contratoProcedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto- -promessa de compra e venda. -Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro e de acordo com as Assim, os respectivos candidatos a habitação competências subdelegadas pela alínea 2) do n.º 1 do económica/promitentes-compradores de habitação Despacho n.º 33/IH/2023, publicado no Boletim Ofi- económica/interessados devem apresentar a justificacial da Região Administrativa Especial de Macau n.º ção escrita e todas as provas testemunhais, materiais, 29, II Série, de 19 de Julho de 2023, são notificados, documentais ou demais provas que sejam favoráveis por este meio, os candidatos a habitação económica/ à sua defesa, no prazo de 10 dias, a contar da data de promitentes-compradores de habitação económica publicação do presente anúncio. constantes das tabelas anexas (1) e (2): Caso não seja apresentada defesa escrita no prazo Uma vez que, os candidatos a habitação econó- fixado, ou a mesma não seja aceite pelo IH, nos termos mica constantes do anexo (1), após apreciação, não dos fundamentos de facto e de direito constantes das reúnem os requisitos de acesso à compra das fracções tabelas anexos (1) e (2), os adquirentes seleccionados ou não apresentaram os documentos necessários para serão excluídos/serão resolvidos os contratos-promesa apreciação substancial no prazo fixado, de acordo sa de compra e venda. com os fundamentos de facto e de direito constantes Os interessados, poderão, durante as horas de da tabela anexa (1), deve excluir os adquirentes selec- expediente, contactar o Sr. Sun através do telefone n.º 2859 4875 (Ext. 756), ou podem fazer a marcação cionados. Como os promitentes-compradores de habitação prévia por escrito para consultar os processos que se depositados no IH, sito na Estrada do Caeconómica, constantes da tabela anexa (2), após a encontram nal dos Patos, n.º 220, Edifício Cheng Chong, R/C L, celebração do contrato-promessa de compra e venda, Macau. não efectuaram o pagamento do preço de venda e não receberam as chaves das fracções, no prazo fixado Instituto de Habitação, aos 10 de Novembro de 2023. pelo Instituto de Habitação (IH), de acordo com os A Chefe da Divisão de Assuntos Jurídicos, Lei Hoi I fundamentos de facto e de direito constantes na taANEXO(1) N.º do Nome do boletim do de Número candidato candidatura processo LAI IO 81201920276 315/ CHOU EAS/2022
Fundamento de facto
Fundamento de direito
De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º da Não foram apresentados, Lei n.º 13/2020, e com o n.º 3 do artigo dentro do prazo fixado, os do- 26.º e a alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º cumentos necessários para a da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação apreciação substancial económica), alterada pela Lei n.º 11/2015
①O representante e/ou ele- ①De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º da mentos do agregado familiar Lei n.º 13/2020, bem como a alínea 3) são elementos de agregado do n.º 5 do artigo 14.º e a alínea 1) do familiar que figura noutro n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 boletim de candidatura, ao (Lei da habitação económica), alteraqual o IH autorizou a com- da pela Lei n.º 11/2015 pra ou com o qual celebrou ②De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º da contrato-promessa de com- Lei n.º 13/2020, bem como a alínea 7) pra e venda de uma fracção CHONG 81201933735 321/ do n.º 5 do artigo 14.º e a alínea 1) do HOI LON EAS/2022 ②O representante e/ou ele- n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 mentos do agregado familiar (Lei da habitação económica), alterasão proprietários ou elemen- da pela Lei n.º 11/2015 tos de um agregado familiar, ③De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º da que vendeu uma fracção de Lei n.º 13/2020, e com o n.º 3 do artihabitação económica 26.º e a alínea 2) do n.º 1 do artigo ③Não foram apresentados, go 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitadentro do prazo fixado, os ção económica), alterada pela Lei n.º documentos necessários 11/2015 para a apreciação substancial
KAM MAN KOI
Anúncio 【N.º47/2023】 Usando das competências subdelegadas pela alínea 7) do n.º 2 do Despacho n.º 04/ IH/2023, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 3, II Série, de 18 de Janeiro de 2023, e nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, são, por este meio, notificados os herdeiros dos promitentes-compradores das habitações económicas da tabela anexa, do seguinte: Considerando que os promitentes-compradores, após a celebração dos contratos-promessa de compra e venda, faleceram e como os elementos dos agregados familiares não apresentaram os documentos comprovativos para provarem a qualidade de herdeiros legais dentro dos prazos que lhes foram fixados, não têm legitimidade para efectuarem o pagamento ao Instituto de Habitação (IH) para a aquisição das fracções de habitação económica. Nos termos da cláusula 6.ª do contrato-promessa de compra e venda, o IH pode proceder à resolução dos referidos contratos-promessa invocando o incumprimento da obrigação de pagamento do preço. Os elementos dos agregados familiares não têm legitimidade para efectuar o pagamento ao IH para a aquisição das fracções porque não concluíram as formalidades necessárias, estes factos configuram as recusas de aquisição e ocupação das fracções escolhidas. Nos termos dos n.os 2 e 4 do artigo 3.º da Lei n.º 13/2020 (Alteração à Lei n.º 10/2011 — Lei da
N.º do agregado familiar
Fracção de habitação Número do económica processo prometida comprar e vender
Fundamento de facto
Fundamento de direito
Não pagamento do pre- Conforme os pontos ço de venda da fracção 3.º a 6.º do contratoa recepção das cha- -promessa de compra e LEONG 2120160622 7/DNC/2023 Edifício Cheng Tou, nem ves no prazo fixado pelo WAI 32.º andar B pode ser resolviIH, após a celebração do venda, do o contrato-promessa contrato-promessa de de compra e venda. compra e venda.
habitação económica), do n.º 1 do artigo 27.º e da alínea 5) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, o IH pode excluir dos concursos os adquirentes seleccionados. Nestes termos, os herdeiros dos referidos promitentes-compradores da habitação económica devem apresentar, por escrito, as suas justificações e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou demais provas que sejam favoráveis ao seu contraditório, no prazo de 10 dias a contar da data da publicação do presente anúncio. Se não forem apresentadas justificações ou as mesmas não forem aceites pelo IH, nos termos da cláusula 6.ª do contrato-promessa de compra e venda e da alínea 5) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei da Habitação Económica, o IH procede à resolução dos contratos-promessa de compra e venda das fracções de habitação económica e exclui do concurso os agregados familiares adquirentes seleccionados, representados pelos promitentes-compradores de habitação económica. Para quaisquer esclarecimentos, queira contactar o Sr. Wong, através do telefone n.º 2859 4875 (extensão 266), durante o horário de funcionamento. Instituto de Habitação, aos 15 de Novembro de 2023 O Chefe do Departamento de Habitação Pública, Subst.º, Mio Chan Seng
TABELA ANEXA
Agregado familiar n.º
Promitentecomprador
2120160404 AO IO SANG
Fracção de habitação económica Edifício do Cheng Tou, 26.º andar L
2120160029
CHONG HOU Edifício do Cheng Tou, 28.º andar N CHU
2120170190
VONG HEI
①O representante e/ou ele- ①De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º da mentos do agregado familiar Lei n.º 13/2020, bem como a alínea 4) figuram noutro boletim de do n.º 5 do artigo 14.º e alínea 1) do candidatura, ao qual o IH n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 autorizou a concessão de (Lei da habitação económica), 308/ bonificação ao crédito para alterada pela Lei n.º 11/2015 81201913717 EAS/2022 aquisição ou locação finan- ②De acordo com o n.º 2 do artigo 3.º ceira de habitação própria da Lei n.º 13/2020, e com o n.º 3 do ②Não foram apresentados, artigo 26.º e a alínea 2) do n.º 1 do dentro do prazo fixado, os artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da documentos necessários habitação económica), alterada pela para a apreciação substancial Lei n.º 11/2015
ANEXO(2) Nome
17.11.2023 sexta-feira
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Edifício do Iat Fai, 7.º andar F
Fundamento de facto
Fundamento de direito
1.Os elementos dos agregados familiares dos promiten- 1.Nos termos da cláusula 6.ª do tes-compradores, contrato-promessa dentro dos prazos de compra e fixados, não aprevenda. sentaram os documentos comprovatermos dos tivos para provar 2.Nos n.os 2 e 4 do as suas qualidades de herdeiros legais, artigo 3.º da não demonstraram Lei n.º 13/2020 assim legitimidade (Alteração à Lei n.º 10/2011 — para efectuarem o Lei da habitação pagamento ao IH, para a aquisição das económica), do n.º 1 do artigo 27.º e fracções de habida alínea 5) do n.º tação económica, 1 do artigo 28.º da não cumprindo a obrigação de paga- Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação mento do preço. económica), 2.Recusaram a alterada pela Lei aquisição e ocupan.º 11/2015. ção das fracções da habitação económica escolhidas.
sexta-feira 17.11.2023
Levantar barreiras
ENCONTRO JOE BIDEN E XI JINPING RESTAURAM COMUNICAÇÕES MILITARES
Diálogos construtivos
O
nunca vai procurar a hegemonia ou a expansão e nunca vai impor a sua vontade aos outros”, explicou. O líder chinês mencionou igualmente as principais iniciativas multilaterais de Pequim, incluindo o gigantesco projecto de infra-estruturas internacional Faixa e Rota e as iniciativas de Desenvolvimento Global, Segurança Global e Civilização Global, “sempre abertas a todos os países”. Anunciou igualmente que o país está disposto a convidar 50 mil jovens norte-americanos a viajar para a China, nos próximos cinco anos, no âmbito de programas de intercâmbio e académicos destinados a reforçar as relações entre os dois povos. O jantar, realizado à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que termina hoje em São Francisco, reuniu magnatas e presidentes executivos como Elon Musk, da Tesla e da SpaceX, Tim Cook, da Apple, Jane Fraser, em representação do banco Citigroup, Darren Woods, da petrolífera ExxonMobil, e Satya Nadella, da Microsoft. O preço por cada mesa de oito lugares foi de 40.000 dólares.
AP
Xi Jinping pede construção de “mais pontes” com os Estados Unidos
Presidente chinês apelou ontem para a construção de “mais pontes” com os Estados Unidos, num jantar com empresários norte-americanos em São Francisco, no qual participaram Elon Musk e Tim Cook, entre outros. “Temos de construir mais pontes e pavimentar mais estradas para que os povos dos dois países interajam. Não devemos erguer barreiras (...)”, afirmou o líder chinês, citado pela agência de notícias oficial chinesa Xinhua. Xi considerou que Washington não devia ver a China como o principal concorrente e garantiu que o país está pronto para ser um “parceiro e amigo” dos EUA, com base nos princípios fundamentais do “respeito, coexistência pacífica e cooperação para benefício mútuo”. “Se uma das partes encarar a outra como o principal concorrente, desafio geopolítico e ameaça, isto só conduzirá a políticas desinformadas, acções mal orientadas e resultados indesejáveis”, afirmou. “A China não vai travar uma guerra fria ou quente com ninguém. Independentemente do nível de desenvolvimento que alcançar, a China
china 11
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Xi Jinping afirmou, depois da reunião, que os dois líderes concordaram em retomar os diálogos militares de alto nível com base na equidade e no respeito dantes homólogos, disse o funcionário. O acordo provavelmente significará ainda compromissos operacionais entre os condutores de navios e outros a níveis muito mais baixos em cada país.
Relações essenciais
Os EUA consideram as relações militares com a China essenciais para evitar erros e manter em paz a região do Indo-Pacífico.
O
Presidente norte-americano, Joe Biden, e o homólogo chinês, Xi Jinping, concordaram na quarta-feira em restaurar algumas comunicações militares entre as duas ForçasArmadas, numa reunião em São Francisco. Ambos os lados prometeram uma cooperação para aproximar os Estados Unidos e a China do regresso a conversações regulares no âmbito do que é conhecido como Acordo Consultivo Marítimo Militar, que até 2020 foi usado para melhorar a segurança aérea e marítima. No final do encontro, Biden considerou que a reunião com Xi levou a “progressos importantes”, de acordo com uma mensagem do Presidente norte-americano, divulgada na rede social X (antigo Twitter). “Acabei de concluir um dia de reuniões com o Presidente Xi e acredito que foram algumas das discussões mais construtivas e produtivas que tivemos”, disse. “Baseámo-nos no trabalho de base estabelecido ao longo dos últimos meses de diplomacia entre os nossos
MÁS APOSTAS O Presidente chinês, Xi Jinping, instou ontem os Estados Unidos a “não apostarem contra a China” e “não interferirem nos assuntos internos” do seu país, durante um jantar com empresários norte-americanos em São Francisco. “A China nunca aposta contra os Estados Unidos e nunca interfere nos seus assuntos internos. A China não tem qualquer intenção de desafiar os Estados Unidos ou de destituir o país. Pelo contrário, ficaremos felizes por ver os Estados Unidos confiantes, abertos, em constante crescimento e prósperos”, afirmou o líder chinês, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. Xi expressou a esperança de que Washington “dê as boas-vindas a uma China pacífica, estável e próspera”. O líder chinês considerou que é um “erro” ver a China, que está “empenhada no desenvolvimento pacífico”, como uma ameaça, e alinhar num pensamento de “tudo ou nada” contra o seu país. “A China está a procurar um desenvolvimento de alta qualidade e os Estados Unidos estão a revitalizar a sua economia. Há muito espaço para a nossa cooperação e somos plenamente capazes de nos ajudarmos mutuamente a ter sucesso e a alcançar resultados mutuamente benéficos”, afirmou o Presidente chinês.
países e fizemos progressos importantes”, concluiu. Xi Jinping afirmou, depois da reunião, que os dois líderes concordaram em retomar os diálogos militares de alto nível com base na equidade e no respeito, de acordo com um comunicado divulgado pela emissora estatal chinesa. Os responsáveis militares norte-americanos têm vindo a manifestar repetidas preocupações sobre a falta de comunicações com a China, especialmente porque o número de incidentes entre os navios e aeronaves dos dois países aumentou. Um funcionário dos EUA, que pediu para não ser identificado, disse, após o fim da reunião entre Biden e Xi, que os acordos de comunicação militar significam que o secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, poderá reunir-se com o homólogo chinês, assim que este for nomeado. Isto também abre a porta para acordos a outros níveis, incluindo permitir que o comandante das forças dos EUA no Pacífico, com base no Havai, se envolva em conversações com coman-
“Acabei de concluir um dia de reuniões com o Presidente Xi e acredito que foram algumas das discussões mais construtivas e produtivas que tivemos.” JOE BIDEN PRESIDENTE DOS EUA
Os dois líderes reuniram-se na quarta-feira numa bucólica propriedade rural nos arredores de São Francisco, à margem do fórum da Cooperação Económica Ásia - Pacífico (APEC). A reunião é a primeira no espaço de um ano entre os dois líderes, depois de um encontro de cerca de três horas, em Novembro de 2022, em Bali, na Indonésia, à margem da cimeira do G20. A última vez que Xi se deslocou aos Estados Unidos foi em 2017, altura em que se reuniu com o então Presidente Donald Trump (2017-2021), na mansão do empresário em Mar-a-Lago, na Florida.
12 eventos
17.11.2023 sexta-feira
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ARMAZÉM DO BOI EXPOSIÇÕES DE HE LIPING E ZHA BA A PARTIR DE SEGUNDA-FEIRA
Memórias e outras páginas Resultado de duas residências artísticas, o Armazém do Boi acolhe, a partir de segunda-feira, duas exposições dos artistas He Liping e Zha Ba. No antigo Estábulo Municipal de Gado Bovino será possível ver os “livros de artista” de Zha Ba e as suas mensagens, bem como as memórias de Macau espelhadas na arte de He Liping
O
Armazém do Boi inaugura, na próxima segunda-feira, duas exposições dos artistas He Liping e Zha Ba que resultam de duas residências artísticas realizadas no território. Ambos os projectos podem ser vistos, de forma gratuita, no antigo Estábulo Municipal do Gado Bovino, na intersecção entre a Avenida do Coronel Mesquita e Avenida Almirante Lacerda.
Os últimos “livros de artista” de Zha Ba fazem a conexão entre a literatura e as artes visuais, tratando-se de “obras que revelam novas possibilidades, abrindo-se a discussões” e “reflectindo as suas decisões de incluir ou omitir certos elementos”
“My Nostalgic Memories” [As Minhas Memórias Nostálgicas], da autoria de He Liping, conta com curadoria de Tian Meng. Esta é uma mostra de trabalhos que remetem, como o nome indica, para as lembranças do artista em relação ao território. Segundo um comunicado doArmazém do Boi, estão em causa “as memórias nostálgicas de He Liping”, tratando-se de uma “narrativa sobre uma pessoa e um lugar”, já que “muitas vezes recordamos o que nos escapou, acontecimentos e objectos”. “Talvez as pessoas se perguntem se He Liping já viveu em Macau e se teve alguma experiência memorável na cidade. As memórias nostálgicas de He Liping não dizem respeito às suas breves viagens e participação em eventos artísticos em Macau, mas a algo mais distante e abstracto. A sua adolescência e início da idade adulta decorreram durante as décadas de 1980 e 1990, um período caracterizado pelo rápido desenvolvimento económico da China através de reformas e abertura. No domínio da cultura popular, as influên-
cias de Hong Kong, Macau e Taiwan foram substanciais”, descreve a organização. Assim, a primeira ligação de He Liping a Macau “foi estabelecida através de filmes, produções televisivas e música popular”. Assim, na sua perspectiva, “Macau é, ao mesmo tempo, familiar e desconhecido, tangível e intangível”. “He Liping utiliza um tema aparentemente nostálgico e as sete canções antigas, outrora populares, para reexaminar a relação entre um indivíduo e um lugar, que são os seus laços com Macau, à sua maneira única”, descreve o Armazém do Boi. Esta mostra está patente até ao dia 10 de Dezembro.
O livro do artista
Outra exposição acolhida pelo Armazém do Boi, intitula-se “Turn the Page” [Virar a Página], da autoria de Zha Ba. Esta é uma mostra sobre os chamados “livros de artista” do autor, revelando a relação deste com páginas que não são um “mero conjunto de papéis”. Esta exposição prova como o “livro se apresenta numa gama ilimitada de suportes e com todas as in-
VENETIAN “ASIA PERFORMANCE ENTERTAINMENT EXPO” ARRANCA HOJE E TERMINA NO DOMINGO
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ECORRE entre hoje e domingo a “Asia Performance Entertainment Expo”, no Venetian, sendo este evento organizado pela Associação da Indústria de Espectáculos ao Vivo da Ásia-Pacífico (APLPIA). Segundo um comunicado da organização, trata-se de um evento destinado a profissionais da indústria internacional e asiática de entretenimento ao vivo, incluindo meios de comunicação, plataformas de venda de
bilhetes, empresas de entretenimento e gestão, instituições de locais de espectáculo, iluminação de palco e engenharia de áudio. Pretende-se, com esta iniciativa, “criar uma plataforma de conexão da indústria asiática de espectáculos ao vivo, incluindo exposições, seminários e encontros de negócios”, esperando-se cerca de 200 expositores que incluem “líderes de renome do sector”,
nomeadamente a Hong Kong Television Broadcasts Limited (TVB), a Maoyan Entertainment, a Damai, o grupo Alibaba, a chinesa Tencent, a iQIYI, a TikTok, a Sony Music, a CMC Live ou o Poly Group. Fazer também com que esta expo seja um lugar “para a promoção de digressões de concertos, álbuns de artistas, projectos cinematográficos e televisivos, bem como para a divulgação de
informações relevantes sobre tecnologia de entretenimento”, é ainda o objectivo desta iniciativa Hoje e amanhã será exibido, no Venetian Theatre, o musical “The Storm Show”, sendo esta uma estreia no território. Segue-se, hoje, um debate com a produtora do musical, Florence Chan, o autor, Ma Wing Sing, e ainda vários actores que fazem parte do projecto, nomeadamente Kevin Cheng Ka Wing,
Michael Tse, Lawrence Cheng Tan Shui, Janice Yan e Bianca Wu Lam. A APLPIA foi criada tendo em conta “o grande desenvolvimento da indústria de espectáculos ao vivo na região da Ásia-Pacífico”, pretendendo “estabelecer uma base de apoio em Hong Kong, unir operadores e artistas de espectáculos ao vivo na região e actuar como ponte e ligação entre a indústria, o Governo e a sociedade”.
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teracções cognitivas envolvidas”, sendo que “o ‘livro do artista’ é uma forma de expressão concebida como arte por direito próprio.” Este tipo de peça “utiliza a forma ou a função de ‘livro’ como inspiração, abrindo as fronteiras que definiriam a ontologia de um livro”, pelo que “o que faz verdadeiramente um ‘livro de artista’ é a intenção deste de explorar e investigar”. Os últimos “livros de artista” de Zha Ba fazem a conexão entre a literatura e
A primeira ligação de He Liping a Macau “foi estabelecida através de filmes, produções televisivas e música popular” as artes visuais, tratando-se de “obras que revelam novas possibilidades, abrindo-se a discussões” e “reflectindo as
suas decisões de incluir ou omitir certos elementos”. “O que ele escolheu dar, tirar ou preservar vai permanecer para que o público possa desfrutar. A sua prática artística passa, sobretudo, por modificações, em que livros publicados e materiais impressos são escritos por cima, rasgados e cortados, reconfigurados e incorporados” nas obras de Zha Ba. Esta mostra também está patente, no mesmo local, até ao dia 10 de Dezembro. A.S.S.
China-PLP Festival de cinema para ver até sexta-feira
O Estranho Caso de Angélica
Decorrem até à próxima sexta-feira, 24, as exibições de filmes no âmbito do Festival de Cinema entre a China e os Países de Língua Portuguesa, integrado no 5.º Encontro em Macau - Festival de Artes e Cultura entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Os bilhetes para os mais de 20 filmes em exibição já estão à venda na Cinemateca Paixão, sendo que o festival tem como tema «O Vestuário no Cinema». Destaque para a exibição de um filme de Manoel de Oliveira, «O Estranho Caso de Angélica», bem como algumas obras cinematográficas em chinês «As Quatro Faces de Eva», «A Guerra Silenciosa» e «Sombra».
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O MEDO DEVORA A ALMA | RAINER W. FASSBINDER (1974)
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PROBLEMA 6
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Um filme de: Tomohisa Taguchi 19.30
8 7 1 5 4 2 9 6 3 5 6 8 4 2 3 1 7 9 TIME STILL TURNS THE PAGES [C] Numa noite de Inverno em Berlim uma 4 8 5 9 6 7 1 3 2 9 5 4 1 6 3 2 8 7 9 1 2 7 5 8 3 4 6 mulher viúva, alemã, entra num bar freHUNGER GAMES:7 4 3 1 9 6 5 8 2 1 7 3 2 4 8 9 5 6 quentado pelos 6 2árabes 3 8que 9a sociedade 7 5 1 4 THE THE BALLAD OF SONGBIRDS põe 5 3 2 1 7 6 8 9 4 germânica 1 de 9 lado. 8 Quando 7 3 começa 4 6 a5 2 & SNAKES [B] 8 9 5IN BROAD 6 DAYLIGHT 3 2[B] 7 1 4 dançar com um marroquino, mecânico de 7 9 4 8 2 5 6 1 3 automóveis,5nasce 4 um 2 amor 9 8 2 3 1 5 7 4 9 6 8 que 6 será7 mal3 1 visto por todos os que a rodeiam e que a ADVENTURE 8 1 6 4 9 3 2 7 5 leva a um grande 3 6sofrimento. 7 2 1 5 8 4 9 DIGIMON 602 7 4 9 8 1 2 3 5 THE BEGINNING [B] Um filme cru existente 3 5 7 6 1 2 4 8 9 que expõe o7racismo 1 5 3 2na sociedade 8 4 9 6 1 8 9 3 4 5 6 2 7 alemã e que mostra que, afinal, o medo não 9 6 8 7 5 4 3 2 1 nos deve afastar 2 3 daquilo 6 4 que 5 realmente 9 1 7 8 4 5 6 2 1 7 8 9 3 desejamos. Silva2 5 2 4 1 3 8 9 5 6 7 queremos e4 8 9 6Andreia 7 Sofia 1 3 3 2 7 8 6 9 4 5 1 Um filme de: Nia DaCosta Com: Brie Larson, Park Seo-joon, Samuel L. Jackson 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2
Um filme de: Francis Lawrence Com: Tom Blyth, Rachel Zegler, Peter Dinklage, Hunter Schafer 14.00. 16.45, 21.15
6 SOLUÇÃO DO PROBLEMA 5
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THE MARVELS [B]
FALADO EM CANTONÊS
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SALA 1
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SALA 3
FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Nick Cheuk Com: Lo Chun Yip, Ronald Cheng, Hanna Chan, Rosa Maria Velasco 14.30, 16.30, 19.30 FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Lawrence Kan Com: David Chiang, Jennifer Yu, Bowie Lam 21.30
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9 5 8 2 7 6 1 3 4 4 5 2 7 6 9 1 8 3 7 9 6 2 4 3 1 5 8 4 6 1 9 3 8 2 5 7 8 6 9 1 5 3 7 2 4 1 5 4 9 6 8 3 2 7 7 3 2 1 4 5 9 6 8 1 7 3 2 8 4 6 5 9 2 8 3 5 7 1 6 9 4 THE HUNGER GAMES: THE BALLAD OF SONGBIRDS & SNAKES 8 9 5 4 2 3 7 1 6 7 9 8 3 2 6 4 1 5 5 6 2 8 1 7 4 3 9 6 4 7 5 8 1 3 2 9 3 2 4 5 9 1 8 7 6 8 7 1 3 9 4 2 6 5 José 4 Editores 1 2 3 7 Propriedade 6 9 4Fábrica8 de5Notícias, Lda Director5Carlos 1 Morais 6 8 7 João3Luz;9José2C. Mendes Redacção 4 Andreia 3 9Sofia6Silva;2João5Santos7Filipe; 8 1 Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; 2 1 6 8 Paulo 9 4 7 Rosa 3 Coutinho Cabral;2Rui Cascais; 4 5Sérgio 6 Fonseca; 7 8Colunistas 9 3André 1 Namora; David Chan; 6 Olavo 1 5 4 8 7 3 Maia 5 e Carmo; Rasquinho; Paul 2 Chan 9 Wai Chi; Bicho;8 Tânia9dos1 Santos Grafismo Paulo Lusa; 8 Xinhua Fotografia Hoje 3www. 7 4 6 Paula 5 2 6 Borges, 3 7Rómulo 9 Santos 1 2Agências 5 4 3 Macau; 2 7Lusa;1GCS;5Xinhua 9 Secretária 8 4 6 hojemacau. de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare 5 8 9 3 Morada 1 7Pátio6da Sé,4n.º22, 2 Edf. Tak Fok, R/C-B,9Macau; 8 Telefone 1 428752401 3 5Fax228752405; 6 7 9 4 8Sítio7www.hojemacau.com.mo 3 6 5 1 2 com.mo e-mail info@hojemacau.com.mo;
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Amélia Vieira
CÂNTICOS A LEGENDA de um português falado enquanto língua mundial parece-nos agora não estar vedada nas longínquas Nações. Por cá, falamo-lo por coisas tangíveis, mas por vezes basta escutar os que estão longe para saber que distante está a pátria dos grandes iniciados que a pensaram e continuam. Estamos por aqui envoltos em nevoeiros, e tão disformes, que desejamos os Cânticos, mas eles por vezes se nos negam. Estamos combatendo em densa treva.Não há casas, não há sítios, não há lares, não há vigília. Concomitantemente a estes Cânticos produzidos, fui encontrar ainda a Oriente esta semana, um interlúdio em nossas funções alagadas, dando-me conta que os que nunca partiram não sabem da volta que nos foi destinada. «Via do Meio» e para o Alto! Assim devemos seguir. É Setembro, é Outubro, e vivenciamos o instante em que os acontecimentos se dão. Neste tempo vivemo-los mais ao centro, mais por dentro, a igualdade está presente e é tranquila toda esta Estação. O Museu de Macau em Lisboa é um reduto silencioso, mas extremamente vivo - e foram precisos séculos para se compreender que a linguagem é uma longa viagem nos confins da nossa humaníssima condição. Traduzimos. Agora talvez com carácter de urgência, que a China é a placa tectónica que desliza, e não podemos alienar-nos pensando que se trata apenas de economia, que quando ela se dá em amplo escalão, já os povos tinham construído suas bases de pensamento. Que o português será sempre falado, e se formos para os antigos espaços africanos, brasileiros, nos iremos ainda deparar com o melhor da linguagem, e perguntarmo-nos do porquê da nossa desdita. Seria ainda mor vantagem ao português continental, falar e escrever, língua projectável. Mas isso já não se passa. A insensibilidade para o Verbo atingiu as raias de auto-exclusão, e as pessoas falam de coisas, de dogmas, martírios, mas a linguagem nunca deverá ser apenas uma componente moral ou sensitiva, unitária, factual, que a língua cresce e se congrega a todos os futuros adjectivos que a presidem. A linguagem que produz efeitos moralistas é uma antecâmara para a morte colectiva, que a língua existe para compor o Poema, e ser de todos nós língua entendível. Ou seja, nós temos funções, economia, amplexos de personalidade, mas tudo isto não reverbera no transbordo de uma língua bem mais vasta que as nossas abastanças ou necessidades. O aparelho fonador é o amplexo para aquilo que formaria em nós capacidade falante - esse sopro - mas na palavra escrita, é onde foi construída a nossa origem, afinal “palavras leva-as o vento” e não deixa ser um transtorno reconhecer da falta de espaço ambiental para a produção gráfica
Entre os ingovernáveis trilhos do confessionalismo, do intimismo e da notória falta de pudor de cada um, existe ainda o Poema, que se não for esse além, cosmonáutico, astral, inserido e completado nos céus, será apenas um refrão de sangue e vísceras
de termos novos. Porquê? O grafismo inicial destes alfabetos que afinal não passam de construções visuais, esbarraram diante das imposições visualizantes das imagens de cada um, e de todos, e a conceptualidade da ideia de Verbo, esmoreceu. Um poeta, por exemplo, não necessita ser compreendido, por outro lado, o culto da personalidade ainda lhe é estranho, e devemos interrogar-nos acerca disto mesmo nos nossos pensamentos, que sentimentos, afinal, todos nós temos. Mas valerá o sentir confessional, personalizado e fechado, abranger apenas este domínio? Claro que não! O primeiro impulso poético foi épico, e só séculos mais tarde nos vamos encontrar amarfanhadamente e cheios de nós em cintilações egóticas. Não devemos expandir demasiado mesmo que o desejo seja louco - trilhar sempre a via do meio - e seguir adiante no vasto entendimento, que as conclusões são anátemas de muita injustiça, e nada se vislumbra até a Nuvem passar. Quero dizer que a tendência didáctica, escolástica, permanece activa nos ideais da Nação, mas agora contempladas como um merca-
do mais, que tem na sombra os dilectos, e que um dia quando acordarmos nos trarão ainda um português indisfarçável. Uma língua de Mar! Se valeu a pena? Valeu, sim! Os nossos sonhos nunca recapitulam, e ficamos escrevendo Cânticos até ser outra vez no mundo, uma qualquer outra noite escura. Mas sabei que estamos atentos! Um certo horror percorre as nossas veias por ver a maré cheia da retrogradação, a bestialidade e o dogma. Estamos metidos num problema que os nossos pesadelos (outrora já tão leves) não equacionaram. Porém, e quando for necessário, o nosso colete de vento será o de um soldado. Entre os ingovernáveis trilhos do confessionalismo, do intimismo e da notória falta de pudor de cada um, existe ainda o Poema, que se não for esse além, cosmonáutico, astral, inserido e completado nos céus, será apenas um refrão de sangue e vísceras. Naturalmente, e passe a saúde, esse conceito de Bem tão em voga, doenças ainda existem que serão antídotos para tais blasfémias. Ter saúde não significa ser-se são- que ela se nega ainda aos ressentidos- tal como à pobreza se nega o pão. Nós, vamos continuar, e ser o lado melhorado destas saudáveis e sacrificadas gentes, que precisam dos seus poetas, por que sem eles toda a estrada é estreita e vamos ainda necessitar das vozes acesas, dos locais fermentados pelas presenças, e se nada disto for tolerável, questionável, valorizado e condutor de diferença, o que andámos a fazer perder-se-á na voragem efémera dos dias. A literatura de género, e o género imposto ao código literária, tende agora para um estilismo sem causa, por uma razão simples: sabe-se escrever ou não se sabe. O que cada um extrai da sua natureza sexualizante não deve perturbar a palavra em nenhum dos sentidos da marcha, nem tão pouco conferir arrojos capciosos que insultem as partes. Dito assim, a Poesia é definidora de um poder de síntese que a torna sem dúvida o mais aperfeiçoado registo da linguagem, e se o imponderável é o reino onde todos nos confrontamos, requer-se ainda transgressão e sublimação, em frente de uma Humanidade onde cada palavra pode ter ainda um poder salvífico. Andámos demasiado tempo a brincar com coisas sérias! Fizemos muitos «SNIS» inventados à boa maneira de entretenimento, mas o autor do seu Poema não é um diletante, nem um prazeroso amante de “poesia” isso são cargas letais para caminhos livres e rigorosos, como deve ser o de um poeta. Um Cântico à República saída na madrugada de 4 de Outubro da rua de Campo de Ourique, sede do antigo Centro Escolar Democrático. Aqui, findaram os saraus! A Poesia iria continuar em marcha como todos os vivos que se abastecem de seu próprio visionarismo.
“Os homens erram, os grandes homens confessam que erraram.” PALAVRA DO DIA
Voltaire
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Nas últimas semanas, têm sido frequentes as manifestações em frente à embaixada israelita no Japão para protestar contra as operações militares em Gaza contra a organização islamita Hamas e o número crescente de vítimas civis entre a população palestiniana, bem como outras manifestações pró-israelitas. Algumas destas manifestações reuniram várias centenas de pessoas e terminaram com detenções dos seus participantes por confrontos com a polícia, que também foi obrigada a utilizar dispositivos para evitar confrontos entre manifestantes de causas opostas.
17.11.2023
FENTANIL XI JINPING “PROFUNDAMENTE SOLIDÁRIO” COM EUA
JAPÃO DETIDO APÓS BATER COM O CARRO JUNTO À EMBAIXADA DE ISRAEL EM TÓQUIO polícia japonesa deteve ontem um homem que bateu com o seu carro contra uma vedação perto da embaixada de Israel no Japão, lugar onde nos últimos dias se têm realizados protestos contra a guerra em curso na Faixa de Gaza. O detido, um homem de 53 anos identificado como Shinobu Sekiguchi, é membro de uma organização ultranacionalista de extrema-direita no Japão, segundo a polícia local, que ainda está a investigar os pormenores do incidente. O veículo que conduzia colidiu, por volta das 11 horas locais de ontem, com uma vedação colocada para restringir o tráfego na rua onde se situa a embaixada de Israel na capital japonesa, no bairro de Chiyoda. Um polícia ficou ligeiramente ferido numa das mãos no incidente, enquanto o condutor foi detido por suspeita de obstrução às funções oficiais e admitiu a responsabilidade pela colisão, disseram as autoridades locais.
sexta-feira
Mudanças precisam-se Autor cabo-verdiano quer alterar protocolo do Prémio Camões
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poeta cabo-verdiano José Luís Tavares sugeriu ontem uma modificação de protocolo do Prémio Camões, para que os laureados africanos possam receber a distinção no seu país, em vez de esta acontecer apenas em Portugal ou no Brasil. Em entrevista à agência Lusa, na cidade da Praia, José Luís Tavares defendeu que premiados africanos de países com maior expressão ao nível da literatura, como Cabo Verde, Angola e Moçambique, deviam fazer a proposta. “O protocolo original é determinado entre Brasil e Portugal e os países africanos são convidados a participar no júri, a título excepcional”, sem força “determinante”, constatou o poeta, que reside em Lisboa e que também já fez parte do júri daquele prémio literário de língua portuguesa. Se houver modificação do protocolo e os países africanos puderem “comparticipar” activamente, terão “outra palavra a dizer” no Prémio Camões, no valor de 100 mil euros, instituído
pelos governos de Portugal e do Brasil. “Os escritores desses países também poderiam receber o prémio nos respectivos países, o que dignificava, em certa medida, o escritor e a literatura do seu país”, insistiu Tavares, que está em Cabo Verde para o lançamento de novos livros.
Silviano Santiago vencedor
O Prémio Camões visa distinguir um escritor cuja obra contribua para a projecção da língua portuguesa e foi atribuído pela primeira vez em 1989 ao escritor Miguel Torga (1907-1995). Segundo o texto do protocolo constituinte, assinado em Brasília, em 22 de Junho de 1988, o prémio consagra anualmente “um autor de língua portuguesa que, pelo valor intrínseco da sua obra, tenha contribuído para o enriquecimento do património literário e cultural da língua comum”. Brasil e Portugal lideram a lista de distinguidos, com 14 premiados cada, seguindo-se Moçambique, com três, Cabo Verde, com dois, e Angola, com Pepetela mais o luso-angolano Luandino Vieira, que recusou
o galardão em 2006, sendo o único a fazê-lo, até hoje. Os dois únicos laureados de Cabo Verde são Arménio Vieira (2009) e Germano Almeida (2018), e José Luís Tavares, com mais de 20 anos de percurso e dezenas de obras publicadas, disse não o ter na sua lista de desejos. “Os prémios acontecem se tiverem de acontecer: o meu fito, o meu horizonte é publicar obras relevantes, que contribuam para libertar a cabeça das pessoas”, respondeu. Tavares frisou que este é um daqueles prémios que não são atribuídos directamente a livros, mas que têm “outras envolvências”, em que os autores “não são tidos, nem achados”, pelo que é algo que “não tira o sono” ao autor que celebra o aniversário no Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, e que é tradutor de Camões para língua cabo-verdiana, o crioulo. José Luís Tavares nasceu em 10 de Junho de 1967, em Tarrafal de Santiago. De frisar que o poeta e ensaísta brasileiro Silviano Santiago é o mais recente vencedor do Prémio Camões, que recebeu terça-feira no Rio de Janeiro.
China DJ Jorge Caiado em digressão O DJ português Jorge Caiado iniciou ontem uma digressão pela China com um concerto na cidade portuária de Tianjin, à medida que o país retoma intercâmbios culturais com o exterior, após abolir a política ‘zero covid’. Caiado vai tocar ainda hoje em Pequim, e em Xangai, a ‘capital’ económica da China, no
sábado. Na capital chinesa, Caiado vai tocar na ByeBye Disco, um clube nocturno situado em Liangmaqiao, onde estão situadas várias embaixadas e escritórios de multinacionais. A deslocação à China surge após uma actuação em Tbilissi. O DJ português vai actuar a seguir em Banguecoque e Seul.
Presidente da China transmitiu ontem “profunda solidariedade” aos Estados Unidos pelo sofrimento infligido pelo consumo e abuso de fentanil. “Gostaria de vos dizer que a China está profundamente solidária com o povo norte-americano, especialmente com os jovens, pelo sofrimento que lhes é infligido pelo fentanil”, afirmou Xi Jinping, num jantar com empresários em São Francisco, que contou com a presença dos presidentes executivos da Tesla e Apple, Elon Musk e Tim Cook, entre outros. O líder chinês participou no evento depois de se ter reunido, horas antes, com o homólogo dos EUA, Joe Biden, para tentar estabilizar os laços e evitar que a relação bilateral, cada vez mais competitiva, se transforme num conflito aberto. Na reunião presencial, os líderes das duas nações chegaram a um acordo para travar a produção ilícita de fentanil, opiáceo que mata cerca de 200 norte-americanos por dia. De acordo com a Casa Branca, a China vai controlar o fluxo para fora do seu território de produtos químicos que os cartéis de droga mexicanos utilizam para fabricar fentanil e vendê-lo ilegalmente nos Estados Unidos. Pequim não disse especificamente que foi alcançado um acordo sobre o fentanil, na declaração oficial, mas anunciou a criação de um “grupo de trabalho” sobre narcóticos. Um pedido repetido pelo Governo chinês a Washington é o levantamento das sanções impostas ao Instituto de Ciências Forenses do Ministério da Segurança Pública da China, que se dedica a investigações criminais, incluindo a luta contra os narcóticos, para que possa ajudar na luta contra o fentanil. Em 2021, o consumo de fentanil resultou na morte de 70.601 pessoas nos Estados Unidos, ou seja, 193 por dia, de acordo o Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) do país.