Hoje Macau 19 OUT 2016 #3678

Page 1

PUB

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

TEATRO

METRO

VENETIAN

Macau Ligeiro em por linhas Lisboa tortas EVENTOS

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

OPINIÃO

Mistérios Nova ordem de um jardim Bob Dylan

JORGE RODRIGUES SIMÃO

PÁGINA 6

PÁGINA 7

hojemacau EDUCAÇÃO

Professores instantâneos Com um ano de pós-graduação em Educação na Universidade de S. José e 90 horas de estágio, qualquer licenciado, das mais diversas áreas, pode dar aulas em Macau.

GRANDE PLANO PUB

MOP$10

QUARTA-FEIRA 19 DE OUTUBRO DE 2016 • ANO XVI • Nº 3678

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

JULIE O’YANG

h


2 GRANDE PLANO

Licenciados de diferentes áreas que frequentem um ano de pósgraduação em educação na Universidade de São José podem dar aulas nas escolas do território, com apenas 90 horas de estágio, situação que desagrada a professores que fizeram formação universitária específica. O Jardim-deInfância D. José da Costa Nunes recebeu e contratou estagiários que se licenciaram em publicidade, mas não é caso único

EDUCAÇÃO GOVERNO PERMITE QUE QUALQUER LICENCIADO POSSA SER DOCENTE

ENSINO FAST-FOOD H

“Os estágios que recebemos eram de pessoas que vinham de outras áreas. Mas acho pouco a formação de um ano. É preciso analisar o conteúdo dessa pós-graduação e as horas de estágio são 90, o que é realmente pouco.” VERA GONÇALVES EX-DIRECTORA DO COSTA NUNES

Á três anos que a Universidade de São José (USJ) lecciona o curso de pós-graduação em Educação, promovido pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), e que está aberto a licenciados de todas as áreas, sem exigir uma licenciatura em educação em ensino infantil, primário ou secundário. Após um ano de formação, os alunos devem fazer um estágio de 90 horas numa das 30 escolas que têm parceria com a USJ, podendo ser contratados como docentes logo a seguir. A própria DSEJ apoia os alunos no pagamento de 60 por cento das propinas. O HM sabe que a situação está a deixar muitos professores com anos de experiência e formação completa em educação desagradados com o actual sistema, já que consideram injusto o facto de terem como colegas pessoas que não se licenciaram para serem docentes. O Jardim-de-Infância D. José da Costa Nunes é um exemplo. A antiga directora da instituição, Vera Gonçalves, confirmou ao HM que foram acolhidas duas estagiárias que vinham da área da publicidade, sendo que uma acabou por ser contratada. “Os estágios que recebemos eram de pessoas que vinham de outras áreas. Mas acho pouco a formação de um ano. É preciso analisar o conteúdo dessa pós-graduação e as horas de estágio são 90, o que é realmente pouco.”

Apesar de garantir que um licenciado de quatro anos tem mais capacidade de leccionar, Vera Gonçalves considera que a qualidade do ensino não está em causa. “As pessoas são classificadas, se não têm um jeito natural e se demonstram não ser capazes não passam, não obtêm o certificado. De certeza que isso não acontece. Mas quando me pergunta se uma pessoa que teve um curso de quatro anos estará à partida mais bem preparada do que uma pessoa que só faz um curso de um ano, diria que sim.” Apesar destes casos estarem a acontecer na prática, a verdade é que a pós-graduação também é frequentada por pessoas que acabam por dar aulas nas áreas em que se formaram, apesar de só terem um ano com formação de professores. É o caso de uma docente da Escola


3

Internacional de Macau (TIS, em inglês), que dá aulas nessa área, e que pediu para não ser identificada. “Já dava umas formações e dava aulas na TIS como professora substituta. Então abriu esse curso e pensei que poderia frequentá-lo, se bem que não dava aulas oficialmente. O que aconteceu é que a meio do curso abriu uma vaga porque a professora engravidou e eu entrei. O facto de estar a fazer o curso foi um factor para me empregar. Apresentei o meu diploma, subi no ranking da DSEJ e pronto”, contou. Já Nevia Ng estudou tradução de Português-Chinês na Universidade de Macau (UM) e decidiu pós-graduar-se na USJ por desejar ser professora de Português nas escolas do ensino não superior. “Só comecei este curso há três semanas, mas acho que a qualidade dos professores é boa. Comparando

com a minha licenciatura, o curso é mais animado, é um ensino integrado com actividades. Este diploma é como um bilhete de entrada para as escolas públicas. Não consigo comparar com as pessoas que tiraram cursos de quatro anos para serem docentes, mas este curso consegue formar professores, porque as disciplinas estão detalhadas e bem preparadas, e os professores ensinam com dedicação. O estágio pedagógico é bastante exigente”, disse Nevia Ng.

ADEQUADO A MACAU

Ana Correia, directora da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da USJ, defende que a instituição do ensino superior privado não é empregadora dos alunos e que, na prática, as condições de recrutamento variam. “Oferecemos o programa, não somos empregadores, nem somos o Governo. Existem

“Já tivemos alunos doutorados, com um diploma de mestrado, e continuamos a ter este ano. Este é um programa de profissionalização que foi criado a partir de uma necessidade local, é um programa válido para ensinar nas escolas de Macau. Qualquer pessoa, independentemente do nível de estudos que já tenha, se não tiver esta profissionalização, não pode dar aulas neste momento.” ANA CORREIA DIRECTORA DA FACULDADE DE PSICOLOGIA E CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO DA USJ

regras que são estabelecidas pela DSEJ. Há determinadas licenciaturas que dão acesso ao ensino primário e há outras que dão acesso ao ensino secundário, e outras ao ensino infantil.” Actualmente a pós-graduação tem pouco mais de uma centena de alunos vindos de diferentes áreas académicas. “Já tivemos alunos doutorados, com um diploma de mestrado, e continuamos a ter este ano. Este é um programa de profissionalização que foi criado a partir de uma necessidade local, é um programa válido para ensinar nas escolas de Macau. Qualquer pessoa, independentemente do nível de estudos que já tenha, se não tiver esta profissionalização, não pode dar aulas neste momento.” Contudo, não é garantido que um aluno que faça esta pós-graduação em educação possa ser professor no estrangeiro. “Este programa não tem reconhecimento internacional, embora isso possa acontecer. Se um aluno se deslocar a um país pode ir à entidade que reconhece os diplomas e pedir se pode dar aulas ou não, mas como este programa só está aberto há três anos, ainda não obtivemos feedback de nenhum aluno que tenha feito essa experiência”, disse Ana Correia. A directora da faculdade assume que possam existir situações em que os docentes se sintam injustiçados. “Macau é uma região com características especiais, com um tamanho reduzido e este programa foi criado em consonância com este carácter único de Macau. Há pessoas com uma licenciatura de quatro anos em educação e que podem achar que deveriam ter um reconhecimento profissional diferente daquele que é dado às pessoas que tiraram um curso que não é de educação e que estão em pé de igualdade. Mas isso não tem que ver com a USJ.”

EM PROL DOS ESTÁGIOS

Ana Correia garante que o programa que forma docentes é bom nuns

TIAGO ALCÂNTARA

hoje macau quarta-feira 19.10.2016 www.hojemacau.com.mo

DSEJ GARANTE VERIFICAÇÃO DAS QUALIFICAÇÕES

E

m resposta ao HM, a DSEJ garantiu que aqueles que não têm formação na área da educação podem fazer a referida pós-graduação e verem posteriormente as suas competências analisadas. “Segundo o quando geral do pessoal docente das escolas particulares do ensino não superior, os professores do ensino infantil, primário e secundário só podem dar aulas com qualificação. Pessoas não qualificadas podem optar por tirar o curso de pós-graduação relativo e a

pontos e pior noutros. “Construímos um programa que foi submetido e aprovado pelo Gabinete de Apoio ao Ensino Superior (GAES) e fazemos com que esse programa seja o melhor possível, no espaço de um ano. Mas dentro desse ano os alunos aprendem filosofia da educação, desenvolvimento curricular, avaliação, questões ligadas à relação entre a família e a escola, o uso de tecnologias de informação na sala de aula, bem como a gestão da sala de aula, que não existe noutros países. O nosso programa pode não ser tão longo, mas terá características melhores ou outras que não são tão boas. Inclui um estágio de prática numa escola. Comparando com outras instituições, diria que o nosso programa é superior, mas se quisermos fazer comparações mundiais, assumo que há programas melhores do que este”, referiu a directora. Contactada pelo HM, Zélia Mieiro, vice-presidente da Escola Portuguesa de Macau (EPM), confirmou que a instituição de ensino recebeu estagiários vindos da pós-graduação, mas garantiu que estavam preparados para dar

DSEJ vai verificar a qualidade da sua qualificação segundo a lei.” Para além disso, “quer os locais ou não locais, quando cumprem as exigências de candidatura, podem candidatar-se ao emprego. Os ensinos primário e infantil precisam de um diploma de especialização e uma formação qualificada, mas as escolas primárias precisam do diploma de licenciatura para que se possam cumprir as exigências de emprego”, referiu ainda a DSEJ em resposta por escrito.

aulas na sua área e não em áreas totalmente diferentes. “Os nossos professores são todos da área em que estão a leccionar. Mesmo no primeiro ciclo são todos professores formados em ensino do primeiro ciclo, e têm estágio feito em Portugal ou na Universidade Aberta. Penso que uma formação universitária na área em que se vai leccionar é indispensável.” Garantindo que a DSEJ é “muito exigente” na hora de avaliar os currículos dos professores, Zélia Mieiro acredita que a criação desta pós-graduação se deve à necessidade de implementação de estágios, e não tanto pela falta de recursos humanos nas escolas. “Não havia estágios pedagógicos em Macau e quiseram obrigar a que as pessoas tivessem um estágio para os professores poderem leccionar, e isso terá que ver com as escolas chinesas. As pessoas estavam a dar aulas sem ter estágio. Penso que quiseram colmatar isso, para haver uma maior formação na área pedagógica e didáctica”, concluiu. Andreia Sofia Silva (com A.K.) andreia.silva@hojemacau.com.mo


4 POLÍTICA

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

AL LEI DO ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL É BEM-VINDA MAS NÃO É SUFICIENTE

Gastos que não se entendem A proposta de lei de Enquadramento Orçamental foi aprovada na generalidade, mas não sem reticências. Despesismos, obras públicas e necessidade de fiscalização, e mais informação são aspectos a ter em conta na análise na especialidade, consideram os deputados

A

Assembleia Legislativa aprovou ontem, na generalidade, a proposta de lei de Execução Orçamental sem, no entanto deixar de registar alterações a serem feitas. A necessidade de um sistema de fiscalização capaz de evitar o despesismo e a operacionalização do recente diploma com especial incidência nas obras públicas foram os pontos maioritariamente apontados pelos deputados. “A proposta é bem-vinda mas não chega”, afirma Ng Kuok Cheong, enquanto aponta a necessidade de ter os olhos postos na execução das obras públicas. O deputado é claro na apreciação que deixa: “A taxa de execução das obras públicas é nula, e esta proposta não adianta se vai existir ou não uma acção concreta nesta área”. “É essencial que sejam apreciados na AL os grandes projectos

ADEUS DECRETOS ANTIGOS

do Executivo para que depois não venham a ser alvo de crítica pela população”, afirma o pró-democrata. Por outro lado, as pequenas obras, que vão até aos 50 milhões de patacas, “não devem ficar esquecidas, e devem ir a discussão e apreciação pública”. Ng Kuok Cheong não esquece ainda necessidade de um sistema de fiscalização capaz de acompanhar as despesas públicas e de fazer cumprir os projectos sem derrapagens, como as que têm vindo a acontecer. Chui Sai Cheong, por seu lado, concorda que é uma proposta, na

generalidade, capaz de trazer mais transparência aos projectos que envolvem o erário público, mas teme que seja um diploma, por ora, demasiado teórico. “Espero que, sendo agora aprovada, a proposta possa ser melhorada no processo de análise na especialidade e que venha a incluir regulamentações capazes de operacionalizar os conceitos que propõe”, afirma. Chui Sai Cheong alerta ainda para o artigo que prevê que, ao abrigo do diploma, possam ser dadas “instruções internas de acção em determinadas situações”. Para o deputado, as instruções só podem

Lionel Leong tentou tranquilizar os deputados. “Raimundo do Rosário já disse estar completamente disponível para apresentar qualquer esclarecimento relativo aos gastos”, afirmou

Foi ontem aprovada por unanimidade a proposta de lei de Determinação de Não-Vigência das Leis e Decretos-Leis publicados no período compreendido entre os anos de 1976 e 1987. No total, serão revogadas 12 leis e decretos-leis. Gabriel Tong manifestou alguma preocupação acerca do enquadramento legal de situações que se reportam ao mesmo período de tempo. Na resposta, a Secretária para a Administração e Justiça, Sónia Chan, referiu que são casos que serão tratados sem que haja prejuízo dos intervenientes e que terão o devido tratamento legal numa outra fase, em que se decidirá acerca de uma possível republicação.

ser leis e não se deve aplicar esta possibilidade.

LIMPEZA DE LUXO

Para Au Kam San, as reticências mantêm-se. Se por um lado esta proposta representa, ao fim de dez anos, uma tentativa de melhoramento do regime actual rumo a mais transparência, por outro, não resolve o despesismo. “O Governo compra vassouras de três mil patacas e não vejo nesta proposta nada que evite este tipo de coisas”, afirma. O deputado destaca que, “quando está envolvido dinheiro público, é necessário ter noção dos custos reais”. O deputado dá o exemplo do metro ligeiro cujo orçamento já há muito se distanciou do valor que foi inicialmente acordado. Já José Pereira Coutinho está convencido de que os problemas associados ao despesismo não serão resolvidos com a presente proposta.

É PRECISO MUDAR

A

preocupação com os gastos desmedidos tinha sido já antes mote para a interpelação de Pereira Coutinho no período de antes da ordem do dia. O deputado alertou para a necessidade de evitar despesismos e elevar o uso eficiente dos dinheiros públicos, depois de anos “sem que os principais titulares dos cargos públicos tivessem de assumir quaisquer responsabilidades políticas pelos erros cometidos”. Para que a situação se altere, Pereira Coutinho exige ao Governo que cumpra com “os princípios de eficiência, ética e de responsabilidade social na tomada de decisões políticas que possam pôr em causa a credibilidade e o respeito dos governantes perante os cidadãos”. O deputado aponta a necessidade de acabar com “os elefantes brancos” na despesa pública e de dotar a administração de “eficiência e competitividade”.

“Levanta-me dúvidas quanto a questões concretas, nomeadamente o despesismo”, afirma. Urge ainda um acompanhamento, “em tempo real”, da despesa pública, de modo a evitar o excesso de gastos que se tem registado. Desta forma, “estariam todos com conhecimento do destino dos gastos públicos”. “É mais uma proposta aprovada, como todas as que vêm do Governo; agora resta ter esperança que venha a ter algum efeito concreto”, conclui o deputado.

UM DIPLOMA COM ESPERANÇA

O Secretário para a Economia e Finanças tentou tranquilizar os deputados. “O próprio Raimundo do Rosário, o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, já disse estar completamente disponível para apresentar qualquer esclarecimento relativo aos gastos”, afirmou Lionel Leong. De modo a dar conhecimento à AL do andamento dos gastos, o governante sublinhou a medida que prevê a apresentação anual de um relatório intercalar, sempre até 10 de Agosto, em que é divulgada informação sobre o ponto da situação dos gastos públicos relativos a cada projecto. “Não pedimos opinião projecto a projecto à AL mas, com este relatório, todos vão saber o que se passa”, explicou. O representante do Executivo salientou ainda que, para uma maior transparência, os Serviços de Finanças irão acompanhar, “em tempo real”, os gastos feitos através de um sistema de monitorização que está a ser criado para o efeito. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


5 POLÍTICA

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

A

reforma política e o sufrágio universal estão, para já, fora de questão em Macau. Esta foi a decisão tomada ontem, na sessão plenária da Assembleia Legislativa (AL), perante a proposta de emissão de voto por parte do pró-democrata Ng Kuok Cheong. O deputado contou com o apoio de Au Kam San e da bancada de José Pereira Coutinho mas, no momento de decisão, foram 24 votos contra o avanço da “moção” e apenas quatro a favor. A “complexidade que uma proposta deste género acarreta” é motivo suficiente para que Kwan Tsui Hang a rejeite. Para a deputada à AL, não se está perante uma proposta de “sim ou não” e, para que exista uma real democracia, é necessário existir tolerância e aceitar a diferença de opiniões – o que, na opinião da deputada, não acontece com a proposta de Ng Kuok Cheong. Chan Iek Lap considera que o pró-democrata utilizou a Lei Básica e a possibilidade de emissão de votos para

Eles é que sabem Sufrágio universal é carta fora do baralho

manifestar vontades políticas pessoais, sendo que “a reforma do sistema político não pode andar ao sabor da vontade de cada um”. A necessidade de um processo gradual ao invés de uma “revolução do sistema político” foi também um argumento para a recusa geral. Angela Leong considera que “há que observar o princípio da evolução gradual para a implementação deste tipo de proposta” e reitera que “não se deve obrigar os outros a aceitá-la”. Nesta linha vão também Song Pek Kei ou Mak Soi Kun. “Uma reforma deste género não depende da vontade de uma só pessoa” e “o apoio ao desenvolvimento político deve ser feito, mas de forma faseada” foram algumas das frases que se ouviram. Mak Soi Kun demonstrou ainda indignação por considerar que a “moção” posta na mesa está a menosprezar o valor dos tribunos. “Quem pede o voto da população está a ignorar a sabedoria e o conhecimento dos deputados, sendo que a democracia deve ser concretizada através da colabo-

“Quem pede o voto da população está a ignorar a sabedoria e o conhecimento dos deputados, sendo que a democracia deve ser concretizada através da colaboração e negociação” MAK SOI KUN DEPUTADO ração e negociação”, refere Mak Soi Kun, que entende que a crescente promoção do bem-estar da população se deve ao empenho de quem se senta na AL. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

PUB

ANÚNCIO “Aquisição, pelo IACM, de uma pá carregadora multifuncional de rodas com pneus maciços” Concurso Público n° 004/IACM/2016

Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 30 de Setembro de 2016, se acha aberto concurso público para a “Aquisição, pelo IACM, de uma pá carregadora multifuncional de rodas com pneus maciços”. O programa de concurso e o caderno de encargos podem ser obtidos, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais ( IACM ), sito na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, r/c, Macau. O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 23 de Novembro de 2016. Os concorrentes ou seus representantes devem entregar as propostas e os documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP20,000.00 (vinte mil patacas). A caução provisória pode ser efectuada na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro n° 163, r/c, por depósito em dinheiro, cheque, garantia bancária ou seguro-caução, em nome do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no auditório do Centro de Formação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, n.° 804, Edf. China Plaza 6.° andar, pelas 10:00 horas do dia 24 de Novembro de 2016. Macau, aos 07 de Outubro de 2016. O Administrador do Conselho de Administração Mak Kim Meng WWW. IACM.GOV.MO


6 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

DEPUTADOS QUEREM MONOCARRIL EM MACAU

GCS

POLÍTICA

O meio metro O tempo e o transtorno das obras na Taipa devem levar o Governo a adoptar outras soluções para o trânsito na península. Aproveitar a linha costeira pode ser uma mais-valia, dizem tribunos com ligações à construção civil

T

RÊS deputados à Assembleia Legislativa defenderam ontem, no período de antes da ordem do dia, que o Governo deve repensar o plano que tem para o metro ligeiro do território. Kou Hoi In, Cheang Chi Keong e Chui Sai Cheong entendem mesmo que não vale a pena avançar com o metro em Macau: basta fazer a ligação entre a Taipa e a estação da Barra. Os tribunos sustentam a teoria com a morosidade e transtorno causados pela construção do projecto. “As obras do traçado do metro ligeiro da Taipa são lentas e a população tem de tolerar, mais três anos, um período negro de trânsito”, salientaram. “Se a mesma situação acontecer na península de Macau, é de crer que serão mais graves os congestionamentos de transeuntes e de carros.” Vai daí, os deputados afirmam que “não vale a pena a construção [do metro] na península de Macau e basta ligar o troço da Taipa à estação da Barra”, sendo que pedem ao Governo que “pondere com cautela” a sugestão deixada. Kou Hoi In, Cheang Chi Keong e Chui Sai Cheong deixam uma alternativa para a península, para que o trânsito possa ser “melhorado com urgência”: “Macau pode aproveitar as vantagens costeiras e tornar a Barra como centro, construindo à beira-mar na península uma ‘via circular exterior’”. Esta opção iria permitir, para os deputados, fazer a triagem de veículos para várias zonas, aliviando a pressão do trânsito no centro da cidade.

Depois, e seguindo a mesma lógica de aproveitamento da linha costeira, os três membros da AL – todos eles com ligações ao sector da construção – propõem que se faça um monocarril. Os deputados deixam uma noção do que poderia acontecer: “Os vagões podem percorrer, continuamente, a ferrovia em torno da cidade, permitindo aos cidadãos chegarem da circular exterior a várias zonas da península de Macau”. Além da contribuição para a resolução do problema do trânsito, Kou Hoi In, Cheang Chi Keong e Chui Sai Cheong encontram nesta ideia mais uma atracção turística, pois poderia servir de “carril de excursão em torno da península”.

A

E A NET QUE VAI LENTA

S medidas anunciadas pela Companhia de Telecomunicações de Macau (CTM) em relação à redução das tarifas e ao aumento da velocidade da Internet não deixaram os residentes satisfeitos, disse ontem na Assembleia Legislativa o deputado Si Ka Lon. Numa interpelação totalmente dedicada à relação entre o Governo e a CTM, o tribuno afirmou que,

QUE ANDEM A PÉ

Igualmente preocupada com o trânsito está Chan Hong, que dedicou a interpelação que ontem fez na Assembleia Legislativa ao problema dos autocarros de turismo na Rua de D. Belchior Carneiro, junto às Ruínas de São Paulo. O assunto não é novo, mas a deputada achou por bem voltar a discuti-lo, uma vez que não há novidades sobre uma matéria que, de acordo com as promessas da Administração, seria estudada e resolvida ainda este ano. Chan Hong começou por recordar que os Serviços para os Assuntos de Tráfego prometeram apresentar em 2016 um plano de reordenamento do trânsito para a Rua de D. Belchior Carneiro, para depois dizer que “até agora nada se vislumbra”. A circulação ininterrupta de autocarros que

de acordo com as opiniões que lhe foram transmitidas, “as tarifas e a velocidade dos serviços de banda larga continuam insatisfatórias em comparação com Hong Kong e Zhuhai”. Para Si Ka Lon, chegou a hora de a Administração agir em relação ao que acontece no sector das

circulação de autocarros de turismo: “Os visitantes podem descer no silo da Praça do Tap Seac e andar a pé até às Ruínas, visitando pontos turísticos na freguesia de São Lázaro”. O sector do turismo tem, no entanto, uma perspectiva diferente,

que Chan Hong não esqueceu na interpelação. Os representantes da indústria argumentam que “em Macau há mais de 1800 guias e mais de 100 agências de viagens que aceitam turistas da China Continental, havendo dificuldade na coordenação e orientação dos turistas para irem a pé até às Ruínas de São Paulo”. A falta de consenso em torno deste problema, continuou, “vai pôr à prova a sabedoria do Governo”. A deputada insiste, no entanto, na utilização da Praça do Tap Seac como ponto de largada e tomada de turistas, propondo a criação de mais instalações de apoio às pessoas que visitam a cidade. I.C.

preços praticados pela Companhia de Telecomunicações de Macau são “elevados”, pelo que “não se conseguiu criar concorrência neste mercado”. Si Ka Lon diz mesmo que as pessoas consideram que, no que toca à liberalização do sector, “o Governo está a falar e a agir de forma contrária”. Por isso, espera que o Executivo possa tomar medidas para atrair mais operadores para o mercado e “criar mecanismos, de

longo prazo, de afectação justa dos activos da concessão”. O contrato com a CTM tem a duração de dez anos – até Dezembro próximo o Governo tem de decidir se vai ou não renová-lo. O secretário para os Transportes e Obras Públicas alertou já que só se ocorrerem “infracções graves ou imperiosas razões de interesse público” é que o contrato não será automaticamente renovado. I.C.

Os três deputados deixam uma noção do que poderia acontecer: “Os vagões podem percorrer, continuamente, a ferrovia em torno da cidade, permitindo aos cidadãos chegarem da circular exterior a várias zonas da península de Macau” transportam turistas para a zona das Ruínas de São Paulo, prosseguiu, “há muito incomoda os residentes das proximidades e cria grave pressão para o trânsito nas vias circundantes”. Para a deputada, a solução do problema passa pela interdição da

telecomunicações e avançar com uma “verdadeira liberalização”. Segundo o contrato de concessão celebrado com a CTM, a empresa “tem o direito de cobrar aos outros operadores interessados no acesso aos activos da concessão a despesa de aluguer dos serviços de circuitos na rede fixa”. O deputado vinca que os


7 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

Cotai “JARDINS TROPICAIS” DA VENETIAN TERÃO POUCO MAIS DO QUE RELVA

PEARL HORIZON LESADOS VOLTAM A PEDIR ATENÇÃO DO GOVERNO S proprietários de apartamentos do edifício Pearl Horizon voltaram ontem a exigir mais atenção do Governo e do grupo Polytec, tendo pedido ainda novas soluções para a sua situação. Os pedidos foram feitos em nova conferência de imprensa promovida pela União dos Proprietários do Pearl Horizon. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Kou Meng Pok, presidente da união, pediu uma fiscalização ao grupo Polytec para prevenir a transferência de bens, para que o grupo não anuncie a falência da empresa deliberadamente. Por outro lado, Kou Meng Pok declarou que é legítimo e razoável que os proprietários tenham comprado fracções do Pearl Horizon, mas os mesmos já foram alvo de difamação, num caso que, garante, já se tornou muito mediático. Mais de um ano após o escândalo muitas vítimas e a famílias sofreram incómodos físicos e mentais, admitiu. Ao HM Kou Meng Pok frisou que o pedido principal dos lesados continua a ser a realização de um encontro com os responsáveis do Governo e o grupo Polytec “para que nos possam dizer o que já passou, qual foi o progresso. As informações que temos são limitadas e não sabemos o que se está a passar,” explicou, adiantando que eles estão somente a garantir os seus próprios direitos. A.K.

Minimalismo urbano TIAGO ALCÂNTARA

O

SOCIEDADE

O terreno concedido à Venetian SA para a construção de uns jardins tropicais já está a ser desenvolvido pela subconcessionária, mas o projecto de arquitectura revela que o espaço terá pouco mais do que relva e algumas árvores

F

ICA ao lado do Sands Cotai Central e, em 2012, Sheldon Adelson, patrão da Sands China, falou dele como um grande projecto, que iria complementar os lotes 5 e 6, concedidos pelo Governo em 2010. Contudo, os futuros jardins tropicais terão apenas relva e pouco mais, segundo confirmou o HM. Uma fonte

conhecedora do processo adiantou que o terreno em causa “deveria servir para a construção de uns jardins tropicais, mas aquilo vai ser apenas um espaço com relva. Vai ter umas casas de banho pelo meio, mas no seu essencial não são jardins tropicais”. O projecto de arquitectura revela que os futuros jardins “vão ter algumas árvores”, bem como um espaço onde se podem tirar fotografias com a cópia da Torre Eiffel por detrás. “Não se pode chamar aquilo de jardins tropicais. Podia ser feito um jardim semelhante ao de Singapura (localizado junto ao resort Marina Bay Sands), com mais infra-estruturas, mais espaços verdes. Aquilo de tropical vai ter muito pouco, vai ter relva e umas árvores. Podia ser feito mais”, garantiu a mesma fonte. Contactada pelo HM, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) não fez quaisquer comentários sobre a futura constituição dos jardins tropicais, tendo referido apenas que a licença para o projecto de construção já foi atribuída. “De acordo com o contrato de concessão do terreno e nos termos da planta de condições urbanísticas, o terreno deve-se destinar à construção de jardins tropicais, mantendo-se inalterada esta finalidade. O con-

“De acordo com o contrato de concessão do terreno e nos termos da planta de condições urbanísticas, o terreno deve-se destinar à construção de jardins tropicais, mantendo-se inalterada esta finalidade. O concessionário do terreno deve realizar e concluir o respectivo projecto conforme o contrato” DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE SOLOS OBRAS PÚBLICAS E TRANSPORTES cessionário do terreno deve realizar e concluir o respectivo projecto conforme o contrato”, respondeu a DSSOPT via e-mail.

ULTRAPASSAGEM FRANCESA

A mesma fonte defendeu que foi dada prioridade à construção do Parisian e que este projecto acabou por ficar para o fim. “Desprezaram a construção dos jardins tropicais e o Governo está a deixar que isso aconteça”, referiu, acrescentando que a colocação de relva visa apenas acelerar o desenvolvimento do projecto, já que o prazo de concessão do terreno estará prestes a terminar. A Sands China também foi confrontada com as mesmas questões, mas até ao fecho desta edição não foi recebida qualquer resposta.

A história dos jardins tropicais é longa e remonta a 2004, ano em que a subconcessionária Venetian SA submeteu ao Governo o “plano de aproveitamento da área central do Cotai”, sendo que, no ano seguinte, foi requerida a concessão dos lotes 5,6 e jardins tropicais. Em 2008 rebenta a crise financeira do subprime, o que obrigou a Sands China a fazer acordos com instituições bancárias e a receber empréstimos no valor de 1,75 mil milhões de dólares norte-americanos. Em 2010 o Governo decidiria atribuir a concessão por arrendamento, sem concurso público, dos referidos terrenos à Venetian SA, a serem aproveitados por um período de quatro anos. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


8 TIAGO ALCÂNTARA

SOCIEDADE

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

Habitação PREÇO MÉDIO DO METRO

Na ilha da Taipa, aumentaram, em termos anuais homólogos, tanto os preços das casas, como o número de vendas

QUADRADO DESCEU 2,1 POR CENTO

Mais baratas, mas pouco A península de Macau é a zona do território onde as casas estão cada vez mais acessíveis. Os valores desceram em Setembro e há mais compradores interessados

O

preço médio do metro quadrado das casas em Macau atingiu, no mês passado, 81.769 patacas, traduzindo uma diminuição ligeira face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais divulgados esta semana. Estatísticas disponibilizadas no portal dos Serviços de Finanças, respeitantes às transacções de imóveis destinados a habitação que foram declaradas para liquidação do imposto

de selo, indicam que o preço médio do metro quadrado sofreu uma descida de 2,1 por cento em termos anuais e de 1,2 por cento em termos mensais. Já o número de fracções transaccionadas registou uma subida de 49,8 por cento face a igual mês do ano passado – com 934 casas vendidas contra 466 – reflectindo ainda um crescimento face a Agosto, mês em que foram transaccionadas 745. Das três áreas de Macau, a península foi a única que registou

uma queda do preço médio do metro quadrado – o valor caiu de 80.993 para 77.432 patacas – e aquela onde se verificou o maior número de transmissões. O preço das casas manteve-se em alta na ilha de Coloane, com o valor médio a atingir 106.803 patacas, o mais elevado das três zonas, onde foram vendidas em Setembro apenas 21 fracções (menos três relativamente a 2015). Já na ilha da Taipa, aumentaram, em termos anuais homólogos, tanto os preços das casas, como o número de vendas (de 70 para 185). Desde a liberalização de facto do jogo em Macau, em 2004, o sector imobiliário tem estado sempre em alta. No entanto, os preços começaram a cair no início de 2015, registando desde então flutuações. O preço médio do metro quadrado das casas em Macau caiu 13 por cento no ano passado face a 2014.

PUB

Ir embora com mais no bolso Preços do Turismo mantêm tendência de queda

O

S preços dos produtos turísticos em Macau voltaram a cair no terceiro trimestre, tendência que se mantém desde há um ano, de acordo com dados oficiais divulgados ontem. O Índice de Preços Turísticos (IPT) caiu 3,5 por cento, em comparação com o mesmo período de 2015. Os Serviços de Estatística e Censos atribuem a contracção, “principalmente, à redução dos preços do alojamento em hotéis e dos bilhetes de avião”. Os preços do alojamento caíram 15,45 por cento e os dos “transportes e comunicações” desceram 14,45 por cento por cento, comparando com o período homólogo do ano passado. O IPT caiu pela primeira vez desde 2003, na comparação anual, no terceiro trimestre do ano passado. Apesar da queda contínua desde há um ano, em termos homólogos, no terceiro trimestre deste ano

o IPT subiu 1,33 por cento em relação aos três meses anteriores (Abril a Junho últimos). No mês passado já se tinha sabido que os lucros da indústria hoteleira do território em 2015 se situaram nos 2,76 mil milhões de patacas, menos 44,4 por cento comparativamente ao ano anterior. As receitas do sector dos hotéis e similares atingiram 26,04 mil milhões de patacas em 2015, uma queda de 6,6 por cento. A directora dos Serviços de Turismo de Macau desvalorizou esta queda nas receitas da hotelaria, destacando que está a aumentar o número de hóspedes e o tempo de estadia na cidade. “O número de hóspedes tem subido e o número de pessoas a pernoitar em Macau também subiu”, disse Helena Senna Fernandes, sublinhando que em Junho e Julho deste ano, ao contrário do que é frequente, o número de turistas “que ficaram mais

do que um dia em Macau” foi maior do que o de pessoas que visitaram a cidade em menos de 24 horas. Senna Fernandes sublinhou que abriram novos hotéis em Macau e, “com mais quartos disponíveis”, o preço dos quartos, naturalmente, baixa. “Ao mesmo tempo, a taxa média de ocupação está na ordem dos 80 por cento (…). Se calhar estivemos muito acostumados a taxas de ocupação na ordem dos 90 por cento, mas acho que não há muitos destinos no mundo que tenham este tipo de taxa de ocupação”, afirmou, acrescentando que “tem de haver equilíbrio entre os preços dos quartos e a taxa de ocupação”.


9 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

Ambiente REPRESENTANTES DA RECICLAGEM

FUNDAÇÃO MACAU APOIA PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NA CHINA

DEIXAM MAIS RECADOS AO GOVERNO

Nem para trás, nem para a frente

A Fundação Macau apoia a promoção de programas de bem estar público e de apoio à deficiência na China continental. A informação foi adiantada ontem pela agência Xinhua que dá a conhecer a doação levada a cabo pela entidade local à Fundação para Pessoas Deficientes da China. No âmbito do financiamento está o apoio a projectos que envolvem actividades artísticas e culturais, a promoção do desporto e o acompanhamento e reabilitação a crianças.

O Festival da Lusofonia foi adiado uma semana. A decisão foi comunicada ontem ao princípio da noite pelo Instituto Cultural e é justificada com a aproximação do tufão “Haima” ao território. A edição 19 do festival deveria começar na próxima sexta-feira e terminar no domingo, nas Casas-Museu da Taipa. Com a alteração, passa a realizar-se entre os dias 28 e 30 de Outubro. O Instituto Cultural não faz qualquer referência a alterações no alinhamento dos espectáculos devido a esta alteração, dizendo apenas que o festival vai “proporcionar um excelente programa de actividades”.

PARCERIA COM PEQUIM ASSINADA AMANHÃ

É já amanhã, dia 20, que o Chefe do Executivo, Chui Sai On, vai assinar com o presidente do município de Pequim, Wang Anshun, a “Parceria de Cooperação MacauPequim 2016”, a qual “resultará no desenvolvimento de uma série de actividades de cooperação entre as duas cidades”, com a assinatura de protocolos. A primeira actividade irá decorrer na RAEM e terá como tema “cooperação, inovação e desenvolvimento”, pretendendo destacar “o reforço do intercâmbio e cooperação no âmbito da economia e comércio, entre jovens, cultura, educação e integração regional”.

M

ANIFESTAÇÕES,greves e encontros com o Executivo são algumas das medidas que os empresários ligados à reciclagem têm levado a cabo de modo a prosseguir actividade. No entanto, a falta de apoio continua mas não impede alguns de prosseguir para novos focos de mercado. Ao HM, Chan Man Nin, presidente da Associação Comercial de Materiais Recicláveis voltou a queixar-se com as dificuldades sofridas pelo sector na manutenção do negócio. Um dos problemas fundamentais é mesmo a falta de espaço para armazenar os produtos reciclados. Chan Man Nin conta ainda que este mês, algumas em-

HOJE MACAU

“HAIMA” ADIA FESTIVAL DA LUSOFONIA

As empresas de reciclagem do território já viram melhores dias. Greves e encontros com o Governo são tentativas de manter vivo o negócio, mas os resultados não se manifestam. Entre falências e esperanças, ficam os recados presas, incluindo a sua, receberam um aviso da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental acerca da invalidade dos pedidos ao plano de apoio financeiro à aquisição de produtos e equipamentos para a protecção ambiental e conservação energética. O aviso não causou surpresa visto que no ano passado, aquando do encontro com

a direcção da DSPA, tinha já sido informado acerca da rejeição dos pedidos. A justificação que lhe foi apresentada foi de que “não existia esse tipo de financiamento”. O aviso recentemente recebido refere que “faltam alguns dados e não cumpre o prazo de entrega, pelo que é considerado inválido”, diz Chan Man Nin visivelmente

“O Governo continua a ignorar as nossas dificuldades e nem perguntou nada, nem nos ouviu. Deixou apenas que as empresas surgissem e que agora estejam a desaparecer” CHAN MAN NIN PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE MATERIAIS RECICLÁVEIS

SOCIEDADE

desanimado. “O Governo continua a ignorar as nossas dificuldades e nem perguntou nada, nem nos ouviu. Deixou apenas que as empresas surgissem e que agora estejam a desaparecer” desabafa.

MAIS QUE DINHEIRO, TRABALHO

Por outro lado, Au Weng Heong, responsável da Tai On Environmentalist Recycling & Regeneration Factory Limited, referiu ao HM que a sua empresa não encontrou nenhum problema nem dificuldade quanto ao funcionamento dos seus negócios. Apesar de ver o seu pedido de financiamento reprovado devido à ausência de facturas, considera que é mais importante o papel do Governo em dar o exemplo no que respeita à reciclagem. “Se o próprio Executivo agir de acordo com a protecção do ambiente e reciclar os seus materiais, nós temos mais negócios” explica o empresário. Au Weng Heong adianta ainda que cabe também ao Executivo exigir às empresas a prática da reciclagem porque o fundamental são “as imposições que devem ser feitas pelo próprio exemplo de quem manda”. Cabe depois às empresas trabalhar com dedicação e profissionalismo. Como exemplo, tem a sua empresa que já conseguiu parcerias com alguns hotéis que querem participar deste tipo de acções, porque também “há ainda muitas empresas que não têm qualquer projecto de reciclagem,” referiu. Au Weng Heong também considera a falta de terrenos como uma das dificuldades que enfrenta, nio entanto não antevê solução. Angela Ka (revisto por SM) info@hojemacau.com.mo


10 CHINA

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

Aniversário PEQUIM CELEBRA 80 ANOS DESDE O FIM DA LONGA MARCHA

“A China está no início de uma nova Longa Marcha, rumo ao rejuvenescimento da nação chinesa”, proclamou o jornal oficial do PCC, o Diário do Povo, num editorial assinado no início deste mês. A agência oficial Xinhua destacou ainda a “inteligência e vontade” daquela epopeia como inspiração para o mundo e a China de que se pode “tornar possível o impossível”.

Novo caminho pela frente

A

China celebra este mês, com séries de televisão, documentários ou exibições, 80 anos desde o fim da Longa Marcha, a epopeia que consagrou o Partido Comunista Chinês (PCC) e o seu líder Mao Tse-Tung. Perante o cerco do exército da República da China, então controlada pelo Partido Nacionalista Kuomintang (KMT), os guerrilheiros comunistas empreenderam, a partir de Outubro de 1934, uma travessia de 6.000 quilómetros. Durante essa retirada, que começou no sul da China e terminou em Yanan, aldeia do norte onde os comunistas estabeleceram uma base a partir da qual conquistariam o país, morreram mais de 90% dos combatentes. O aniversário tem sido celebrado ao longo deste mês, com a difusão diária de notícias e artigos assinados, séries de televisão, programas de rádio, concertos ou exibições, que exaltam o heroísmo dos fundadores do PCC e a necessidade de o país realizar uma “nova Longa Marcha”.

DEIXEM-ME SONHAR

O Presidente chinês, Xi Jinping, celebrou a ocasião com visitas a museus na região de Ningxia, noroeste da China, e em Pequim.

“Nós, a nova geração, devemos concretizar a nossa Longa Marcha” XI PING PRESIDENTE DA CHINA

APANHAR O COMBOIO PARA O RESTO DO MUNDO

C

ERCA de cinco mil comboios de mercadorias deverão viajar anualmente entre a China e a Europa, em 2020, segundo um plano anunciado ontem pela Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, o principal organismo de planeamento económico de Pequim. Trata-se de três rotas – leste, centro e oeste –, que

vão permitir ligar não só o país asiático e a Europa, mas também o leste e o sudeste da Ásia, revelou o organismo, citado pela Xinhua. A agência indica que a procura pelo transporte ferroviário entre a Europa e a China tem “explodido nos últimos anos”, servindo de alternativa à “morosidade e riscos inerentes ao

transporte marítimo”, e ao “alto custo do transporte aéreo”. Cerca de 43 plataformas de transporte serão criadas ao longo das três rotas, refere o mesmo plano, que inclui ainda a construção de 43 linhas ferroviárias. O desenvolvimento de ligações ferroviárias, incluindo uma malha de alta velocidade,

faz parte da iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”. Com a iniciativa, lançada em 2013 pelo Presidente chinês, Xi Jinping, Pequim propõe um plano de infra-estruturas que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e sudeste Asiático. Segundo o Governo chinês, este plano abran-

gerá 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas, cerca de 60 por cento da população mundial. No primeiro semestre deste ano, 1881 comboios viajaram entre a China e a Europa. A União Europeia é o maior parceiro comercial da China e, em 2015, o comércio bilateral fixou-se em 3,51 biliões de dólares.

O líder chinês afirmou que o partido tem de adoptar o espírito daquela marcha, para alcançar o “sonho chinês” de rejuvenescimento da nação e o objectivo de construir uma “sociedade moderadamente confortável”, até 2021, quando o PCC celebra 100 anos desde a fundação. “Nós, a nova geração, devemos concretizar a nossa Longa Marcha”, disse. Evocar a lenda é “uma lembrança para todos de que o partido, de facto, significou e significa algo”, apesar de ter perdido o “propósito e legitimidade”, afirmou à agência France Presse Trey McArver, analista político na Trusted Sources, em Londres. As referências de Xi à Longa Marcha reflectem o seu desejo de canalizar a autoridade de Mao, disse à AFP Liu Tong, historiador na Universidade de Jiaotong, em Xangai. Aadministração da China tornou-se mais centrada na figura do líder, desde que Xi ascendeu ao poder, um estilo que se “assemelha ao de Mao em muitos aspectos”, afirmou o historiador, acrescentando que celebrar a Longa Marcha relaciona Xi com o “símbolo de triunfo dos comunistas”.

PUB

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 48/P/16

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 47/P/16 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 22 de Setembro de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Ar-Condicionado Tipo Split e Unidade de Tratamento de Ar Primário para o Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 19 de Outubro de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau (Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo), onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP41,00 (quarenta e uma patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov. mo). Os concorrentes devem estar presentes no Laboratório de Saúde Pública dos Serviços de Saúde no dia 24 de Outubro de 2016 às 10,00

horas para visita de estudo ao local da instalação dos equipamentos a que se destina o objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 24 de Novembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 25 de Novembro de 2016, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP70.000,00 (setenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/ Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 13 de Outubro de 2016 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo, de 9 de Setembro de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para a «Prestação de Serviços de Vigilância ao Centro Hospitalar Conde de S. Januário», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 19 de Outubro de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau (Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo), onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP56,00 (cinquenta e seis patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os citados documentos, só podem ser adquiridos pelos concorrentes que façam prova de possuir o alvará previsto na Lei n.º 4/2007 “Lei da actividade de segurança privada”. Os concorrentes deverão comparecer na Sala «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. no dia 21 de Outubro de 2016 às 10,00 horas para uma

reunião de esclarecimentos ou dúvidas referentes ao presente concurso público seguida duma visita aos locais a que se destinam a respectiva prestação de serviços. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 18 de Novembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 21 de Novembro de 2016, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP1.510.000,00 (um milhão, quinhentas e dez mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 13 de Outubro de 2016 O Director dos Serviços Lei Chin Ion


11 CHINA

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

TAL IRMÃO, TAL IRMÃO

O

irmão do braço direito do antigo Presidente da China Hu Jintao confessou ter aceitado subornos, avançou ontem a imprensa estatal, no culminar de um caso que começou com um acidente de Ferrari em Pequim. Ling Zhengce admitiu em tribunal ter aceitado mais de 2,4 milhões de dólares em subornos, de acordo com a Xinhua. “Ele confessou e expressou remorsos” na sua declaração final, escreveu a agência oficial. O irmão, Ling Jihua – antigo assessor de Hu Jintao – foi condenado à prisão perpétua, em Julho passado, por corrupção, obtenção ilegal de segredos de Estado e abuso de poder. Ling Jihua caiu em desgraça quando o filho morreu ao volante de um Ferrari, em Março de 2012, num episódio que abalou a liderança chinesa e coincidiu com o período de transição na cúpula do poder na China. Quase quatro anos depois do acidente, muitos pormenores continuam a ser segredo de Estado. O outro irmão, Ling Wancheng, fugiu para os Estados Unidos, segundo confirmou em Janeiro o órgão anticorrupção do Partido Comunista Chinês, admitindo contactos com Washington visando a extradição do suspeito.

Corrupção TELEVISÃO CHINESA DIVULGA PORMENORES DE PROCESSOS

Crentes e malfeitores

A

estação de televisão estatal da China começou esta semana a transmitir um documentário que revela ao público os detalhes de alguns dos casos de corrupção mais dramáticos do país. A série – dividida em oito episódios – foi para o ar pela primeira vez na noite da passada segunda-feira e, escreve a agência Reuters, promete uma abordagem em que não ficam de fora os defeitos dos protagonistas das histórias de subornos e de vidas extravagantes, desvendadas pelo Partido Comunista Chinês (PCC) nos últimos anos. O Presidente Xi Jinping lançou uma campanha contra a corrupção mal chegou ao poder, há quase quatro anos, tendo então prometido

que ninguém – independentemente da posição – ficaria de fora do combate a um dos principais problemas da política nacional. A promessa foi cumprida, com homens outrora poderosos a caírem em desgraça. Três destes “tigres” estão em destaque no primeiro episódio da série: Bai Enpei,

o antigo chefe do PCC na província de Yunnan; Zhou Benshun, que liderou o partido em Hebei; e Li Chuncheng, vice-secretário da estrutura política em Sichuan. Bai Enpei e Li Chuncheng já foram condenados, mas Zhou Benshun continua a aguardar julgamento – os detalhes mais curiosos são

Com um fundo de imagens de um templo budista e ao som de cânticos de monges, os autores do documentário descrevem Zhou como estando envolvido em “práticas supersticiosas”. “Tinha expectativas contando com a protecção de seres sobrenaturais”, conta o narrador

precisamente os que dizem respeito ao político de Hebei.

O ENTERRO DA TARTARUGA

Com um fundo de imagens de um templo budista e ao som de cânticos de monges, os autores do documentário descrevem Zhou como estando envolvido em “práticas supersticiosas”. “Tinha expectativas contando com a protecção de seres sobrenaturais”, conta o narrador. “Depois de uma tartaruga ter morrido em sua casa, transcreveu escrituras e enterrou-as com o animal.” O ex-alto funcionário do Partido Comunista Chinês até tinha um tratador para os animais de estimação, conta um investigador. Os funcionários do PCC não devem ter qualquer

envolvimento em actos religiosos e a acusação de superstição é frequentemente utilizada contra os suspeitos de corrupção como forma de denegrir, ainda mais, a imagem dos arguidos. Os três políticos caídos em desgraça admitem a culpa durante o programa – a Reuters vinca que não foi possível confirmar com os protagonistas se a participação foi feita de forma voluntária. No entanto, o PCC vê com bons olhos as confissões e os actos de contrição: há funcionários que conseguiram evitar a pena de morte porque mostraram remorsos e cooperaram com as investigações. Ao assumir a culpa, Li Chuncheng, condenado em 2015 a 13 anos de prisão, não conseguiu conter as lágrimas. “Comecei a achar, desde novo, que sob a liderança do Partido conseguiria contribuir para o progresso da sociedade, fazer as pessoas felizes. Mas, no fim, por minha causa, não alcancei os meus objectivos. Desiludi o Partido. Desiludi as pessoas”, admitiu. O documentário chama-se, numa tradução livre, “Sempre na estrada”, uma referência ao desejo que o PCC tem em não abrandar o combate à corrupção. Estão prometidas novas revelações para o final desta semana. O primeiro episódio da série foi de imediato alvo de muito debate nas redes sociais chinesas, com algumas pessoas a considerarem as lágrimas de Li Chuncheng, o antigo político de Sichuan, pouco convincentes e muito teatrais.

PUB

VICE-PRIMEIRO-MINISTRO ASSINALA ESTABILIDADE DO COMÉRCIO

O vice-primeiro-ministro chinês Wang Yang pediu maiores esforços para apoiar as empresas que se estão a expandir no exterior e a favorecer a recuperação comercial. A situação comercial da China ficou, em termos gerais, de acordo com as expectativas e a tendência positiva de longo prazo não mudou. Mas a base para a maior estabilização comercial continua a não ser muito sólida, e a pressão negativa continua a ser grande, advertiu Wang numa conferência nacional de trabalho sobre comércio exterior em Guangzhou, sul da China. O comércio da China mostrou sinais de estabilização no terceiro trimestre; as exportações e importações obtiveram crescimentos de 0,4% e 2,1%, respectivamente, enquanto estas registaram quedas no primeiro semestre, de acordo com dados da alfândega. Nos primeiros três trimestres, o comércio exterior caiu 1,9% em relação ao ano anterior, uma taxa menor que a queda de 3,3% durante o primeiro semestre.

Anúncio Concurso Público Aquisição e remodelação do sistema de climatização da zona de bowling do Centro de Bowling Faz-se saber que em relação ao concurso público para o « Aquisição e remodelação do sistema de climatização da zona de bowling do Centro de Bowling », publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 39, II Série, de 28 de Setembro de 2016, foram prestados esclarecimentos, nos termos do ponto 3 do programa do concurso, pela entidade que preside ao concurso e juntos ao processo do concurso. Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para consulta, durante o horário de expediente, na sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigus, n.o 818, em Macau. Instituto do Desporto, 19 de Outubro de 2016. O Presidente, Pun Weng Kun.


´ 12

Encenação PROJECTO DO TEATRO MERIDIONAL JUNTA TEXTOS E POEMAS DE AUTORES PORTUGUES

EVENTOS

N

A sala, a primeira luz ilumina uma névoa. É a imagem inicial de um Oriente mágico que estamos prestes a conhecer ou, quem sabe, a primeira pista de um caminho que nos leva à recordação de Macau, onde chegámos há muito tempo. A mais recente produção do Teatro Meridional – “Macau” – entrou em cena a 12 de Outubro, em Lisboa, onde vai ficar até 6 de Novembro. A palavra, a dança e a música unem-se na evocação de um lugar real e tantas vezes imaginado. E o resultado é sublime. Em palco, o actor Romeu Costa, a bailarina Margarida Belo Costa e o músico Rui Rebelo personificam uma ideia de Macau, um lugar no Oriente que se nos apresenta como resultado de fragmentos e memórias de uma viagem feita a primeira vez há muitos séculos. Na História, Macau, o sítio, ficou gravado no tempo também através da escrita de contos, romances e poemas, por autores portugueses e macaenses. Agora, em Lisboa, ouvimos essas histórias. A dramaturgia, trabalho da encenadora Natália Luiza, traz-nos um texto final, fruto de uma selecção que juntou 22 autores. E é pela voz de Romeu Costa, pelos movimentos dançantes de Margarida Belo Costa e pela música composta por Rui Rebelo que a viagem começa e prossegue num

enriquecimento que nos surpreende até ao fim.

DO BAZAR AO TANCÁ

Em passos largos, Romeu Costa atravessa o bazar. No espaço cénico imaginamos um mercado. Ouvimos os vendedores. A bailarina, a vendedora chinesa, transporta os cestos que olhamos como cheios de coisas. É ela quem cativa o ocidental, é ela o “outro” que encanta num fascínio pelo exótico que representa. Os colares de contas entrelaçam-se, giram entre si. Romeu Costa abre a sombrinha de papel e segue caminho nas suas palavras que nos transportam à lenda de Wong Mei. O conto de Deolinda da Conceição

A peça teatral e a música nasceram de uma raiz comum – Macau. “Estive perfeitamente livre para criar”, diz Natália Luiza, a encenadora que investigou a prosa e a poesia por autores portugueses e macaenses

projecta-se numa sombra. Do outro lado da fina cortina, a bailarina, agora na figura da pobre chinesa castigada a ir buscar água à fonte, surge recortada na perfeição. Numa contraluz, a sombra da sua silhueta entrança-se na realidade das palavras de uma lenda que se passa entre este mundo e o outro. Entre a terra e o céu dá-se um casamento. Soam os panchões, saltam os papéis vermelhos da fortuna e a música prolonga a história. Até hoje, a gente da terra continua a ir àquela fonte de água na busca de encontrar a sorte. A peça teatral e a música nasceram de uma raiz comum – Macau. “Estive perfeitamente livre para criar”, diz Natália Luiza, a encenadora que investigou a prosa e a poesia por autores portugueses e macaenses. Do resultado surgiu muito material onde a dificuldade “prazerosa” foi encontrar um sentido entre os textos que os relacionasse uns com os outros. É verdade que há um caminho mas, mais certo ainda, é que não é só um, uma vez que os diferentes tempos de escrita retratam mais do que uma Macau. A do tempo antigo, a do patuá, a dos tempos da Guerra e do pós-II Guerra, a Macau moderna, a Macau das lendas e a cidade dos factos e dos números. Poetas, escritores, cronistas, bloggers, são vários autores na voz de Ro-

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA QUANDO A CHINA MANDAR NO MUNDO • Martin Jacques

Em breve, a China mandará no mundo. Mas, ao fazê-lo, não se tornará mais «ocidental». Neste seu aclamado livro, já traduzido em 11 línguas, Martin Jacques rejeita o pensamento convencional acerca da ascensão da China, mostrando que o seu impacto não será apenas económico, mas também cultural. À medida que a poderosa civilização da China se for reafirmando, assinalará o fim do domínio global do estado-nação ocidental e um futuro de «modernidade contestada».

SUSANA MONTEIRO

MACAU DA ESCRITA meu Costa, sempre em palco com a bailarina que não cessamos de seguir na sua perfeição de movimentos. Dança, balança, caminha em passos curtinhos. É a mulher de um Oriente que nos “deixou cativos”. O tempo não se lê num sentido cronológico em que

o peso aparente do passado se reflecte no presente. No casino, é Bocage quem fala, mas também Rai Mutsu, um blogger contemporâneo. As narrativas da tradição oral, recuperadas, entre outros, pelo escritor Wenceslau de Moraes, relembram-nos Darumá e a origem do chá.

Coisa santa, como se vê. Tudo flui – palavra, luzes, sombras, movimentos, melodia. Ao fundo, Rui Rebelo toca flauta chinesa, um entre vários instrumentos que viajaram especificamente para este espectáculo. Os gongos chineses, as flautas e o erhu vão soando, qual deixa que

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

O ÓDIO AO OCIDENTE • Jean Ziegler

O ódio que os países do Sul sentem pelo Ocidente, resultado de um passado colonial e esclavagista, longe de se apaziguar com o tempo, tem-se consolidado e manifestado sob formas diversas, sem que os países ocidentais pareçam querer prestar-lhe a atenção devida. Por isso, identificar as raízes desse ódio, e refletir nos meios adequados para o extirpar, tornou-se uma questão de vida ou de morte para milhões de homens, mulheres e crianças no globo. Como convencer o novo capitalismo globalizado a deixar de sujeitar o resto do mundo à sua dominação? Como levar o Ocidente a assumir as suas responsabilidades? Como conseguir que o estado de direito não seja rejeitado no Sul devido às injustiças que são cometidas em seu nome? Em que condições poderá o diálogo ser reatado? Jean Ziegler procura responder a estas perguntas fazendo-se valer do seu percurso profissional, rico em experiências no terreno - da Nigéria à Bolívia, das salas de conferência internacionais às aldeias mais esquecidas do planeta - de uma forma sempre vibrante e empenhada.


13

SES E MACAENSES NUMA VIAGEM LITERÁRIA EM PALCO

A A CENA ´

AO ENCONTRO DO MUNDO

F

ruto de um trabalho de pesquisa da língua portuguesa e da sua escrita poética, ficcional e de prosa, o projecto Contos em Viagem, concebido pelo Teatro Meridional, nasce em 2006 com a primeira peça “Brasil”. Em 2007, apresenta-se “Contos em Viagem – Cabo Verde”, e, no ano 2009 “Contos em Viagem – Brasil, Novas Rotas”. “Macau” é parte do projecto que continua com o conceito de uma viagem literária a partir de textos não dramáticos. A escolha de virar para Oriente vem ao encontro de diminuir um “desconhecimento que a nossa passagem cultural por Macau teve, e continua a ter, em termos da produção literária aí escrita e desenvolvida.” O Teatro Meridional comemora em 2017 o seu 25º aniversário.

oferece uma nova direcção à nossa imaginação.

MACAU SÃ ASSI

Maria Ana Acciaioli Tamagnini, Altino do Tojal, Camilo Pessanha, Benjamim Videira Pires, Maria Ondina Braga, José dos Santos Ferreira, Henrique de Senna Fernandes, Deolinda da Conceição, Carlos Frota, Alberto Eduardo Estima de Oliveira, Fernanda Dias, entre vários outros nomes, surgem na folha de apresentação que lemos antes de entrar na sala. São parte inalienável do conjunto de escrita que inspirou o texto final. Mas “Macau” não é para ser visto em sentido literal. São “evocações”, explica a encenadora do Meridional, Natália Luiza.

Do texto, partiu-se para a música, imaginada por Rui Rebelo especialmente para este espectáculo. Tal como a dança. Trata-se de um “trabalho em conjunto” que traz ao público em Lisboa um leque de autores que muitas vezes já só se encontram em bibliotecas. O patuá, num poema de Adé (José dos Santos Ferreira), chega-nos como numa canção onde há quem tente reconhecer algo familiar. É do “Poéma di Macau”, estórias dentro da história da própria língua no território. Guardamos os versos e embarcamos no destino que nos levou até ali. Seguimos com a lenda de A-Chan, de um livro de Henrique de Senna Fernandes. No tancá

pressentimos quão frágil é a história daquele amor. Nasce Mei Lai, a pequena criança, que a tancareira passa ao soldado que regressa ao seu país. Ficamos atentos a ver como a tinta-da-china fica mesmo gravada na pele. Da beira-rio à casa de chá, da rua animada ao bazar, da vendedora à máscara chinesa, da cortina com sombras ao templo, do real ao imaginado, não demos pelo tempo a passar. Foram séculos, agora contados numa escrita poética para ser ouvida. Maria João Belchior info@hojemacau.com.mo

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

EVENTOS

HOJE NO PRATO Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Caju NOME BOTÂNICO: ANACARDIUM OCCIDENTALE L. FAMÍLIA: ANACARDIACEAE. NOMES POPULARES: CAJU (SEMENTE); CAJUEIRO (PLANTA); CASTANHA-DECAJU (FRUTO); MAÇÃ DE CAJU (PSEUDOFRUTO). Nativo do Brasil, o Caju é também cultivado nas regiões tropicais de todo o mundo, especialmente na Índia e África Oriental. Trata-se de uma pequena árvore sempre-verde, que pode alcançar 10 metros de altura. Apresenta grandes folhas ovais, flores esbranquiçadas listadas de cor-de-rosa e um pseudofruto carnudo em forma de Maçã, adquirindo uma cor amarela ou vermelha com a maturação. Na realidade, este pseudofruto, designado por Maçã de Caju, é o pedúnculo engrossado da flor que vai originar o verdadeiro fruto, a Castanha-de-Caju (drupa), a qual encerra uma verdadeira preciosidade: uma semente em forma de meia-lua, o Caju. O nome botânico, Anacardium, alude ao ácido anacárdico, um potente irritante da pele, contido nas cascas; o nome comum, Caju, deriva da palavra acaju, forma como era referido pelos nativos sul-americanos, e que significa “para franzir a boca”, provavelmente numa alusão às bolhas provocadas pelo tóxico contido nas cascas. Quando os navegadores portugueses trouxeram o Cajueiro para a Europa, já os povos indígenas torravam e removiam a casca dos Cajus e os integravam na sua dieta. Actualmente, esta é uma das oleaginosas mais apreciadas e consumidas em todo o mundo. Composição Altamente nutritivo, o Caju é muito rico em gorduras de boa qualidade (ácidos gordos insaturados oleico e linoleico), vitaminas (B1, B2, B3, B5, B6, folato, E, K) e minerais (cobre, ferro, fósforo, magnésio, manganês, potássio, selénio, zinco); é uma boa fonte de proteínas, contendo ainda aminoácidos (arginina, triptofano), enzimas (tirosinase), fibras, fitosteróis (beta-sitosterol) e antioxidantes (proantocianidinas, esqualeno). Sabor doce e delicioso. Acção terapêutica O Caju beneficia o sistema nervoso, melhorando o humor, aumentando a memória e a capacidade cognitiva e ainda combatendo os espasmos; é especialmente recomendado em caso de nervosismo, irritabilidade, depressão, debilidade, cansaço e para atenuar dores espasmódicas como dores de cabeça, enxaquecas, cólon irritável, dores menstruais e cãibras.

Protector contra as doenças cardíacas, este fruto seco oleaginoso reduz a pressão arterial e os níveis de colesterol sanguíneos; contribui igualmente para a formação dos glóbulos vermelhos do sangue, prevenindo e tratando a anemia. Além de reduzir a incidência da doença coronária do coração, o seu consumo regular reduz também a incidência dos cálculos biliares. É indicado para diabéticos. O Caju fortalece o sistema imunológico, tem actividade antioxidante e anti-inflamatória, protegendo contra o cancro e o envelhecimento: segundo estudos efectuados, os seus fitoquímicos não só preveniram os danos provocados pelos radicais livres no ADN de células mamárias, como inibiram a divisão e multiplicação de células de cancro do cólon, reduzindo a incidência deste tipo de cancro; um outro estudo demonstrou a capacidade de protecção dos pulmões contra os poluentes ambientais. Outras propriedades Esta oleaginosa fortalece os ossos, prevenindo a osteoporose, dá flexibilidade às articulações e reduz a fadiga muscular. Contribui ainda para a manutenção da cor da pele e cabelos e protege a pele contra os danos provocados pelos raios ultra-violetas. Como consumir • Normalmente, o Caju é adquirido já descascado e pronto para comer. Por ser muito calórico, deve ser ingerido com moderação. Sugestões: • Caju cru ou torrado: o ideal é consumi-lo sem a adição sal. • Pode ser ingerido como um snack: 2 ou 3 por dia são suficientes para obter benefícios. • Pode ser misturado com passas, sementes e Coco ralado. • Pode ser adicionado a saladas de vegetais, sopas, guisados, sobremesas, bolos ou bolachas. Combina bem com frango e camarão. • Pode ser consumido na forma de “leite” ou bebida de Caju e manteiga de Caju. • Maçã de Caju: de polpa sumarenta é, nos países tropicais, ingerida fresca, em suco ou compota; o suco é de difícil conservação pois fermenta rapidamente. Também é utilizada para produzir licor e aguardente. Precauções Contra-indicado para pessoas com insuficiência renal. Em pessoas sensíveis, o seu consumo excessivo pode favorecer a hipotensão e o ganho de peso. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

14

WANG CHONG

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Esta ideia espalhou-se. E, porque os homens se imitam uns aos outros, as pessoas deixaram de a considerar infundamentada. Dos quatro interditos – 17

N

A verdade, se as pessoas respeitassem este interdito [NT – o tabu sobre os nascimentos entre o primeiro e quinto meses do ano], tal seria pela seguinte razão: o primeiro mês assinala o início do ano e, ao quinto mês, o yang está no seu auge. Uma criança nascida durante um desses meses seria, portanto, particularmente viva e fogosa, esgotando a sua mãe e o seu pai de forma insuportável, o que, para eles, teria consequências desastrosas. Esta ideia espalhou-se. E, porque os homens se imitam uns aos outros, as pessoas deixaram de a considerar infundamentada. Porém, não existe a mínima prova da ocorrência de efeitos nefastos devidos ao desrespeito por interditos deste tipo, que não têm qualquer fundamento. Contudo, as pessoas encontram-se mergulhadas na maior confusão a seu respeito e, como tal, o erro encontra-se, verdadeiramente, no seu auge. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論 衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


15 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

na ordem do dia 热风

Julie O’yang

Bob Dylan aos olhos da China 今夜我们唱鲍勃

A

semana passada estive a trabalhar num ensaio sobre o Livro dos Cânticos, uma colecção de poesia clássica chinesa, que inclui 305 palavras cuja origem remonta a um período compreendido entre os séculos XXI e VII AC. Nessa altura, escrevi: “…A poesia na sua forma original deve encontrar-se nos cânticos… As letras ficaram registadas, embora a música e a representação que lhe estava associada tenham sido gradualmente esquecidas. Estas palavras arcaicas tornaram-se poemas, constituindo uma memória que nos transporta a sentimentos e disposições de alma que se perderam na noite dos tempos. Os poemas combatem o esquecimento: são o grito dos nossos antepassados contra o olvido.” Pouco tempo depois Bob Dylan ganhava o Nobel da Literatura, e os protestos que esta escolha desencadeou fizeram-se ouvir de imediato. Enquanto isto, pus-me a pensar que, para os chineses, esta deliberação não foi nada surpreendente, embora receie que a minha análise não tenha nada a ver com a decisão da máquina de Estocolmo. Demos agora uma olhadela rápida à imagem de Dylan na China através dos média de língua inglesa. O Guardian menciona a digressão de Dylan na China em 2011. “Na semana em que Ai Weiwei, o artista e

activista, foi preso, Bob Dylan teve autorização para actuar em Pequim. Ninguém sabe ao certo porque é que qualquer uma destas decisões foi tomada, mas isso também não incomodou as 6.000 pessoas que encheram a arena do Estádio dos Trabalhadores, nessa noite…” O concerto teve lugar em Pequim e o alinhamento “seguiu à risca o programa aprovado”. Até aqui não há nada de surpreendente, porque a China é a China e o público chinês compareceu “não pela música, mas pela lenda” e Dylan “não cantou, falou”. Ou seja, “cantou” poesia. A minha análise tem pernas para andar. Bob Dylan foi/é um sábio poeta chinês. Durante os últimos dias, vimos nos canais de língua chinesa, o povo expressar-se directa e abertamente mostrando, de forma esmagadora, o seu apoio a Bob Dylan – ao contrário do meu círculo de amigos do hemisfério ocidental. O público chinês partiu à descoberta de Bob Dylan, artista plástico, e de Bob Dylan. romancista: não existem limites para o brilhantismo e para o talento deste homem. Encantados com esta vitória, os chineses já sugeriram que Zhang Chu deverá ser o próximo galardoado com o Nobel da Literatura. E aqui vai Zhang Chu 张楚, aposto que nunca tinham ouvido falar dele: http://bit.ly/2eb1Mxl


16 PUBLICIDADE

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

ANÚNCIO

Anúncio

CONCURSO PÚBLICO PARA “EMPREITADA DE CONCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO DO COMPLEXO DE SERVIÇOS PARA COOPERAÇÃO COMERCIAL ENTRE A CHINA E OS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA” 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

14.

15.

16.

17.

18.

19.

Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Modalidade de concurso: Concurso Público. Local de execução da obra: Lotes C15 e C16 do Lago Nam Van. Objecto da Empreitada: Construção do Complexo de Serviços para Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Prazo máximo de execução: 600 (seiscentos) dias de trabalho (para efeitos da contagem do prazo de execução das obras da presente empreitada, somente os domingos e os feriados estipulados na Ordem Executiva n.º 60/2000 não serão considerados como dias de trabalho). Prazo de validade das propostas: O prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. Tipo de empreitada: A presente empreitada é por preço global. Caução provisória: $20 000 000,00 (vinte milhões de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou segurocaução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o adjudicatário tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva prestada). Preço Básico: Não há. Condições de admissão: Serão admitidas como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição ou renovação. Neste último caso, a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição ou renovação. A sessão de esclarecimentos relativa à empreitada será realizada em 27 de Outubro de 2016 (quinta-feira), pelas 11:00 horas, na sala de reunião do 5.º andar da DSSOPT; Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n.º 33, R/C, Macau; Dia e hora limite: dia 23 de Janeiro de 2017 (segunda-feira), até às 12:00 horas. Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Local, dia e hora do acto público do concurso: 14.1 Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 5 º andar, Macau; Dia e hora: dia 24 de Janeiro de 2017 (terça-feira), pelas 9:30 horas. Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas de acordo com o ponto 13, ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público do concurso acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 14.2 Após a atribuição na 1.ª fase das pontuações relativas à parte técnica e na 2.ª fase à parte da concepção, será publicado um anúncio sobre a data relativa ao acto público de abertura do invólucro onde consta o “preço da obra”. Línguas a utilizar na redacção da proposta: Os documentos que instruem a proposta (excepto a descrição ou especificação de produtos) são obrigatoriamente redigidos numa das línguas oficiais da RAEM. Caso os mesmos sejam elaborados noutra língua, devem ser acompanhados de tradução legalizada, a qual prevalece para todos e quaisquer efeitos. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 17.º andar, Macau; Hora: Durante as horas de expediente (das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas) Na Secção de Contabilidade da DSSOPT poderá ser solicitada cópia do processo de concurso mediante o pagamento de $600,00 (seiscentas patacas). Fases e forma de avaliação: 1.ª fase: Avaliação da parte técnica. Somente os concorrentes que obtenham nesta fase uma pontuação igual ou superior a 70 pontos é que serão admitidos à 2.ª fase; 2.ª fase: Avaliação da parte da concepção. Somente os 3 (três) concorrentes mais pontuados nesta fase que tenham obtido uma pontuação igual ou superior a 70 pontos é que serão admitidos à 3.ª fase; 3.ª fase: Ordenação dos preços da obra. A respectiva ordenação será efectuada em função dos preços da obra propostos pelos concorrentes admitidos a esta fase. Itens das propostas objecto de avaliação para a atribuição de pontuação em relação à parte técnica e respectivas proporções: Itens das propostas objecto de avaliação para a atribuição de pontuação em relação à parte técnica (a pontuação máxima é de 100 pontos)

Proporção

- Disposições gerais da execução das obras; - Projecto de execução das fundações e das estruturas enterradas; - Projecto de execução da superstrutura e do abastecimento e drenagem - Programa de execução da remodelação; - Programa de execução dos sistemas eléctricos; - Programa de execução dos sistemas mecânicos; - Experiência e qualidade em obras semelhantes; - Integridade.

10% 12,5% 12,5% 25% 12,5% 12,5% 10% 5%

de águas;

Itens das propostas objecto de avaliação para a atribuição de pontuação em relação à parte da concepção e respectivas proporções: Itens das propostas objecto de avaliação para a atribuição de pontuação em relação à parte da concepção (a pontuação máxima é de 100 pontos) - Racionalidade da disposição global; - Ponderação em termos da gestão das instalações; - Ponderação em termos de segurança; - Planeamento da circulação pedonal; - Planeamento do transporte de mercadorias; - Estética do edifício; - Aproveitamento útil dos espaços; - Coordenação entre os compartimentos; - Elementos relativos à protecção ambiental.

Proporção 10% 10% 10% 10% 10% 20% 10% 10% 10%

20.

Ordenação dos preços da obra propostos pelos concorrentes: O concorrente que tenha proposto o preço da obra mais baixo ficará em primeiro lugar.

21.

Entre os 3 (três) primeiros concorrentes que serão admitidos à 3.ª fase, salvo o concorrente a quem é adjudicada a empreitada, aos outros dois concorrentes, é atribuída uma remuneração como contrapartida pela elaboração da proposta no valor de $300 000,00 (trezentas mil patacas) e de $200 000,00 (duzentas mil patacas), respectivamente, ao concorrente com pontuação mais elevada e ao concorrente com pontuação menos elevada, obtida na 2.ª fase de avaliação. Após a atribuição da referida remuneração, os direitos de propriedade intelectual de todos os elementos elaborados pelos concorrentes pertencem ao dono da obra, ficando reservados para os projectistas apenas os direitos de natureza pessoal nos termos legais relativos aos direitos de autor.

22.

Apresentação por parte dos concorrentes das suas propostas durante o período de 07 de Fevereiro de 2017 a 10 de Fevereiro de 2017: Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 17º andar, Macau; Dia e hora: Serão publicados no dia estabelecido para o acto público do concurso referido no ponto 14.1.

23.

Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 17.º andar, em Macau, a partir de 22 de novembro de 2016 (inclusive) e até à data limite estabelecida para a entrega das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. RAEM, aos 14 de Outubro de 2016.

O Director dos Serviços Li Canfeng

Concurso Público n.º 2/2016 Prestação de Serviços de Manutenção e Reparação de Equipamentos e Sistemas Informáticos De acordo com o disposto no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho e, ainda, de acordo com o Despacho da Exm.ª Senhora Secretária para a Administração e Justiça, de 7 de Outubro de 2016, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública vem, em representação do adjudicante, proceder a concurso público para a “Prestação de Serviços de Manutenção e Reparação de Equipamentos e Sistemas Informáticos”. 1.

Adjudicante: Secretária para a Administração e Justiça.

2. Serviço responsável pela realização do processo de concurso: Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP). 3.

Modalidade do concurso: concurso público.

4. Objecto do concurso: fornecimento aos SAFP de “Prestação de Serviços de Manutenção e Reparação de Equipamentos e Sistemas Informáticos”, dividido em sete projectos componentes. 5.

Prazo de validade das propostas: não inferior a noventa dias, a contar da data do acto público do concurso.

6. Caução provisória: deve ser prestada por meio de depósito bancário ou por garantia bancária legal a favor do Governo da Região Administrativa Especial de Macau - Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, com a caução provisória de MOP 90.000,00 (noventa mil patacas). 7.

Caução definitiva: valor correspondente a 4% (quatro por cento) do preço global da adjudicação.

8. Condições de admissão: podem candidatar-se ao presente concurso as empresas que tenham sede ou escritórios na RAEM, tenham no âmbito das actividades, total ou parcial, o fornecimento de equipamentos de informática, sistemas e serviços e, comprovem ter cumprido as obrigações fiscais. 9. Todas as dúvidas sobre o Programa do Concurso e o Caderno de Encargos deste concurso público podem ser apresentadas de acordo com o determinado no mesmo Programa do Concurso, e realizar-se-á uma sessão de esclarecimento sobre o presente concurso público no seguinte local, data e hora: Local: Sala Polivalente do 4.º andar de Vicky Plaza, sita na Rua do Campo, n.os 188-198, Macau. Data e hora: 10 horas do dia 24 de Outubro de 2016. 10. Local, data e hora limite para entrega das propostas: Local: Balcão de atendimento dos SAFP, sito na Rua do Campo, Edifício Administração Pública, n.º 162, r/c, Macau. Data e hora limite: Até às 17:30 horas do dia 9 de Novembro de 2016 (não serão aceites propostas fora do prazo). 11. Local, data e hora do acto público: Local: Sala Polivalente do 4.º andar de Vicky Plaza, sita na Rua do Campo, n.os 188-198, Macau. Data e hora: 10:00 horas do dia 10 de Novembro de 2016. 12. Local, data e hora para consulta do processo e obtenção da cópia do processo: Local: Balcão de atendimento dos SAFP, sito na Rua do Campo, n.o 162, Edifício Administração Pública, r/c, Macau. Data e hora: A partir da data da publicação do presente anúncio até à data limite para a entrega das propostas, durante as horas de expediente. Preço da cópia do processo: MOP 200,00 (duzentas patacas). 13. Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação: a) Preço (60 valores) b) Níveis de serviços (20 valores) c) Competência profissional e experiência do pessoal (20 valores) 14. Esclarecimentos adicionais: A partir da data da publicação do presente anúncio até à data limite para a entrega das propostas, os concorrentes podem, durante as horas de expediente, dirigir-se ao balcão dos SAFP, sito na Rua do Campo, n.o 162, Edifício Administração Pública, r/c, Macau, ou visitar a página electrónica dos SAFP (http://www.safp.gov.mo) para obterem quaisquer eventuais esclarecimentos adicionais. Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, aos 12 de Outubro de 2016. A Directora dos Serviços, substituta, Joana Maria Noronha.


17 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

Fábio Mota

Gustavo Moura

CORRIDA DA GUIA AINDA FAZ PARTE DO IMAGINÁRIO DOS PILOTOS PORTUGUESES

Um velho sonho lusitano

D

EPOIS de em 2015 ter estado representado pelo jovem Francisco Mora e pelo piloto local Rodolfo Ávila, a edição deste ano da Corrida da Guia do Grande Prémio de Macau voltará a ter representação portuguesa, neste caso através do experiente Tiago Monteiro. O ex-piloto de Fórmula 1 e actual piloto oficial da Honda no mundial de turismos (WTCC) vai conduzir um Civic TCR na prova da RAEM e é um candidato nato aos lugares cimeiros de uma corrida que conhece bem e na qual até já subiu ao pódio. O piloto portuense nunca escondeu a sua paixão pelo Circuito da Guia e fê-

DESPORTO

-lo saber uma vez mais num tweet quando a sua participação deste ano foi anunciada: “eu adoro este circuito...há circuitos citadinos e depois há Macau...” A presença de Monteiro nesta corrida dá continuidade a uma tradição lusitana ou não fizesse a Corrida da Guia parte do imaginário dos pilotos portugueses de velocidade. Ainda no tempo da administração portuguesa do território, nomes sonantes do automobilismo nacional como Ni Amorim, Jorge Petiz, Manuel Fernandes, Carlos Rodrigues ou Miguel Ramos viajaram até Macau para correr naquela que é ainda é hoje considerada a mais emblemática prova da especialida-

de no Sudeste Asiático. Com eles trouxeram histórias e avultaram o nome de uma corrida que era seguida fora de horas atentamente por muitos em Portugal através da RTP. A Corrida da Guia ainda desperta interesse nos pilotos portugueses de carros de turismo e hoje, em que os regulamentos da prova são similares aos dos campeonatos nacionais europeus, incluindo o de Portugal, são vários aqueles que ponderam correr no território nos anos vindouros. Um dos prováveis pilotos a embarcar numa aventura a Oriente é Fábio Mota, que tem já um sólido currículo internacional em provas de GT e Turismo. “Neste momento, estou centrado na Taça Europeia

FIA de Carros de Turismo – ETCC, que usa carros semelhantes aos do TCR International Series, mas um dia espero ir até Macau e conhecer o Circuito da Guia”, disse o piloto de Vila Nova de Gaia ao HM. “Desde pequeno que gosto muito do Grande Prémio de Macau. Cresci a ver as corridas na televisão nas madrugadas de Portugal a torcer pelo André Couto que tem sido uma presença constante e, quando comecei a minha carreira no karting, sempre foi um desejo meu um dia ir ao Circuito da Guia e participar na prova. É um dos traçados mais selectivos do mundo e, depois de ter corrido no Nordschleife e em Spa-Francorchamps, a vontade

de correr lá tornou-se ainda mais intensa”, explica o piloto do SEAT Léon TCR amarelo do ETCC. Outro piloto que pondera um dia correr no Grande Prémio de Macau é Gustavo Moura. “Correr em Macau é um objectivo para mim”, disse ao HM o piloto portuense que este ano defende as cores da equipa Ventilações Moura Laser no Campeonato Nacional de Velocidade – Turismos. “Penso que para já é um pouco cedo na minha carreira para pensar nisso, mas no futuro era uma prova que gostaria de realizar. Gosto muito de circuitos citadinos e pelo que ouço dizer, o Circuito de Guia é o mais exigente do mundo deste tipo de traçados. É sem dúvida uma prova que está no meu horizonte, seria a concretização de um desejo”, explicou Moura que até já recebeu este ano uma proposta de uma equipa estrangeira para participar no evento do território. Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo

MAN. UNITED «ESPERAVA MAIS DE POGBA» – MOURINHO

BENFICA GONÇALO GUEDES COM TANTOS REMATES COMO MESSI E SUÁREZ

O treinador do Manchester United, José Mourinho, assumiu que esperava mais do médio francês Paul Pogba no aguardado embate com o Liverpool (0-0). «Onde Pogba estava a jogar, esperava mais penetração por parte dele», admitiu Mourinho, em declarações à Imprensa inglesa. O técnico ficou satisfeito como a equipa travou o adversário. «Defensivamente estivemos realmente bem, mas podíamos ter feito um pouco mais ofensivamente. Tivemos uma grande oportunidade e pensava que Zlatan Ibrahimovic ia aproveitar para marcar.»

O que tem em comum Gonçalo Guedes, avançado de 19 anos do Benfica, com Messi (Bercelona), Suárez (Barcelona), Cavani (PSG) ou Alexis Sánchez (Arsenal)? Estão entre os jogadores que mais rematam, de forma enquadrada, nos jogos da Liga dos Campeões. O avançado gabonês Aubameyang (Dortmund) é o que mais vezes acertou no alvo (7), seguindo-se Aguero (6), Cristiano Ronaldo (5) e Di María (5). Surge depois, com quatro remates, um grupo de 12 jogadores, do qual faz parte o jogador do Benfica entre várias grandes figuras do futebol mundial.


18 PUBLICIDADE

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

Notificação n.º 32/DLA/SAL/2016

(Aviso aos proprietários dos estabelecimentos que infringiram a lei, sobre as respectivas decisões sancionatórias) Considerando que não se revela possível notificar directamente os interessados, por ofício ou telefone, para efeitos de prosseguimento dos respectivos processos administrativos sancionatórios, nos termos dos artigos 10° e 58° do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n° 57/99/M, de 11 de Outubro, notifico, pela presente, nos termos do n° 3 do artigo 3° do Decreto-Lei n° 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com os artigos 68° e 72° do Código do Procedimento Administrativo, os seguintes proprietários de estabelecimentos, do conteúdo das respectivas decisões administrativas e sancionatórias:

Proprietária: LIO MEI NA (Bilhete de Identidade de Residente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 5127XXX(X)) O presente procedimento administrativo proveniente do auto de notícia do IACM n° 221/DFAA/SAL/2014, de 27 de Fevereiro de 2014, comprovado por testemunhas e fotografias anexas, resulta da infracção, cometida pela interessada, ao disposto no artigo 3° do Decreto-Lei n° 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n° 10/2003 (exploração, sem autorização administrativa, de actividades de diversões). Em 19 de Janeiro de 2016, a interessada foi notificada por ofício no 22635/4473CC/DLA/SAL/2015 sobre o conteúdo da acusação. Assim, por despacho do signatário, exarado em 5 de Abril de 2016, no uso das competências conferidas pelo Despacho do Presidente do Conselho de Administração n.º 07/PCA/2016, de 26 de Fevereiro, e de acordo com a alínea c) do artigo 46º do Decreto-Lei acima referido, é sancionada com uma multa de quinze mil patacas (MOP15.000,00).

Endereço e nome do estabelecimento: Avenida 1o de Maio, no 358, Edf. Kam Hoi San, Bloco 12, r/c, loja B, E+ NET CAFÉ Proprietário: LONG KA WENG (Bilhete de Identidade de Residente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 5128XXX(X)) O presente procedimento administrativo proveniente do auto de notícia do IACM n° 12/DFAA/SAL/2014, de 14 de Janeiro de 2014, comprovado por testemunhas e fotografias anexas, resulta da infracção, cometida pelo interessado, ao disposto no no 1 do artigo 32°-C do Decreto-Lei n° 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n° 10/2003 (os softwares de filtragem instalados não surtiam, quase completamente, o devido efeito; daí não funcionarem, tal como se não tivessem sido instalados). Em 5 de Outubro de 2015, o interessado foi notificado por ofício no 09314/1919-CC/DLA/SAL/2015 sobre o conteúdo da acusação. Assim, por despacho do signatário, exarado em 22 de Janeiro de 2016, no uso das competências conferidas pelo Despacho do Presidente do Conselho de Administração n.º 01/PCA/2016, de 11 de Janeiro, e de acordo com a alínea d) do artigo 46º do Decreto-Lei acima referido, é sancionado com uma multa de dez mil patacas (MOP10.000,00).

Endereço e nome do estabelecimento: Rua da Bacia Sul, no 168, Chino Plaza, r/c e 1º andar, loja P, NET SHOP Proprietário: CHAN CHI LAM (Bilhete de Identidade de Residente da Região Administrativa Especial de Macau n.º 1357XXX(X)) O presente procedimento administrativo proveniente do auto de notícia do IACM n° 179/DFAA/SAL/2014, de 13 de Março de 2014, comprovado por testemunhas e fotografias anexas, resulta da infracção, cometida pelo interessado, ao disposto no no 1 do artigo 32°-C do Decreto-Lei n° 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n° 10/2003 (os softwares de filtragem instalados não surtiam, quase completamente, o devido efeito; daí não funcionarem, tal como se não tivessem sido instalados). Em 15 de Julho de 2015, o interessado foi notificado por ofício no 15016/3081-CC/DLA/SAL/2015 sobre o conteúdo da acusação. Assim, por despacho do Presidente do Conselho de Administração, substituto, Lo Veng Tak, exarado em 29 de Outubro de 2015, no uso das competências conferidas pela proposta de deliberação, tomada na sessão do Conselho de Administração n° 01/PDCA/2014, de 9 de Maio, e de acordo com a alínea d) do artigo 46º do Decreto-Lei acima referido, é sancionado com uma multa de dez mil patacas (MOP10.000,00).

Endereço e nome do estabelecimento: Rua de Tomás Vieira, no 78, Edf. Wa Pou, r/c, loja B, CIBERCAFÉS IAB Proprietário: MOHAMMAD FIROZ ALAM (Bilhete de Identidade de Residente da Região Administrativa Especial de Hong Kong n.º R802XXX(X)) O presente procedimento administrativo proveniente do auto de notícia do IACM n° 183/DFAA/SAL/2015, de 23 de Fevereiro de 2015, comprovado por testemunhas e fotografias anexas, resulta da infracção, cometida pelo interessado, ao disposto no no 1 do artigo 32°-C do Decreto-Lei n° 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n° 10/2003 (os softwares de filtragem instalados não surtiam, quase completamente, o devido efeito; daí não funcionarem, tal como se não tivessem sido instalados). Em 5 de Novembro de 2015, o interessado foi notificado por ofício no 23902/4619-CC/DLA/SAL/2015 sobre o conteúdo da acusação. Assim, por despacho do signatário, exarado em 18 de Janeiro de 2016, no uso das competências conferidas pelo Despacho do Presidente do Conselho de Administração n.º 01/PCA/2016, de 11 de Janeiro, e de acordo com a alínea d) do artigo 46º do Decreto-Lei acima referido, é sancionado com uma multa de dez mil patacas (MOP10.000,00).

Endereço e nome do estabelecimento: Rua da Ribeira do Patane, no 28, Edf. Industrial, San Cheong, 6º andar, 有間謎室

Endereço e nome do estabelecimento: Travessa de Má Káu Séak, no 106, Bai Yun Garden, r/c, loja U, CENTRO DE BELEZA CY Proprietário: CENTRO DE BELEZA CY, LIMITADA (inscrição de empresa comercial, pessoa colectiva n°: 50784 SO) O presente procedimento administrativo proveniente do auto de notícia do IACM n° 415/DFAA/SAL/2014, de 9 de Junho de 2014, comprovado por testemunhas e fotografias anexas, resulta da infracção, cometida pelo interessado, ao disposto no artigo 3° do Decreto-Lei n° 47/98/M, de 26 de Outubro, alterado pela Lei n° 10/2003 (exploração, sem autorização administrativa, de salão de beleza). Em 26 de Novembro de 2015, o interessado foi notificado por notificação no 24/DLA/ SAL/2015 por edital sobre o conteúdo da acusação. Assim, por despacho do signatário, exarado em 13 de Janeiro de 2016, no uso das competências conferidas pelo Despacho do Presidente do Conselho de Administração n.º 01/PCA/2016, de 11 de Janeiro, e de acordo com a alínea c) do artigo 46º do Decreto-Lei acima referido, é sancionado com uma multa de trinta mil patacas (MOP30.000,00).

Excepto em caso de actos nulos, nos termos dos artigos 145º, 148º e 149º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, o infractor pode apresentar reclamação ao autor do acto, no prazo de 15 (quinze) dias, contados da data da publicação da presente notificação, e/ou, nos termos do nº 1 do artigo 151º, nº 1 do artigo 155º e do 156º do mesmo Código, pode interpor recurso hierárquico necessário para o Conselho de Administração do IACM no prazo de 30 (trinta) dias. Quanto às sanções, o infractor pode interpor recurso contencioso, no prazo e requisitos previstos nos artigos 25º a 28º do Código de Processo Administrativo Contencioso, para o Tribunal Administrativo. Nos termos do nº 1 do artigo 50º do Decreto-Lei nº 47/98/M, o infractor deverá pagar as referidas multas no prazo de 10 (dez) dias, contados a partir do dia seguinte ao da publicação da presente notificação, no Centro de Serviços do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sito na Avenida da Praia Grande, n° 804, Edifício China Plaza, 2° andar, pois, caso contrário, o Instituto procederá à sua cobrança coerciva, salvo disposição legal de efeito suspensivo em contrário. Caso o interessado não apresente impugnação contra as decisões da presente notificação dentro do prazo supramencionado e não pague as multas referidas conforme o exposto, o IACM executará, de imediato, as respectivas decisões punitivas. Para consulta e mais informações sobre os processos, o interessado poderá dirigir-se à Divisão de Licenciamento Administrativo dos Serviços de Ambiente e Licenciamento do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, sita na Avenida da Praia Grande, nº 804, Edifício China Plaza, 2º andar F. Aos 29 de Setembro de 2016

WWW. IACM.GOV.MO

O Vice-Presidente do Conselho de Administração Lei Wai Nong


19 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

OPINIÃO

JOANA MORTÁGUA in Esquerda.net

HENRY KOSTER, GOOD MORNING, MISS DOVE

Saudar um consenso de 40 anos chamado Escola Pública

Aos Professores e Professoras No dia 5 de Outubro de 1966 a OIT e a UNESCO aprovaram a Recomendação relativa aos Estatuto do Professor, um reconhecimento de direitos e responsabilidades tão importante que viria a dar origem ao Dia Mundial do/a Professor/a. Uma década mais tarde, a revolução de 1974 desaguava na Constituição da República Portuguesa e, dez anos mais tarde, na Lei de Bases do Sistema Educativo. Mais do que aplaudir as efemérides, reconhecer a importância destes três documentos é afirmar a actualidade das suas conquistas, exercendo-as. Esta é, por isso e, antes de mais, uma oportunidade para saudar um consenso de 40 anos chamado Escola Pública. Esse consenso é fruto da maioria social e política que deu à educação a missão constitucional de verdadeiro serviço público com responsabilidade maior sobre a criação de igualdade social, democracia e progresso. Na sua versão original, o artigo 74º obrigava o Estado a “modificar o ensino de modo a superar a sua função conservadora da divisão social do trabalho”. Bem sabemos que sucessivas alterações tentaram expurgar a Constituição de conceitos mais avermelhados mas a função social da Escola Pública nunca foi tocada. Por outras palavras, a Escola Pública continua

a ser a primeira responsável por garantir que um filho de um médico e uma filha de um operário terão as mesmas condições para decidir o seu destino em verdadeira liberdade. A educação, assim vista, é mais do que um direito individual à formação ou uma liberdade tolerada, é um direito colectivo ao progresso, ao desenvolvimento e à democracia, é uma responsabilidade da sociedade e uma obrigação do Estado. É nesse contexto que o professor deve ser encarado, não apenas como um transmissor de conhecimentos e, não raras vezes, como mais do que um educador. O professor, e sobretudo o professor da Escola Pública, é um dos principais responsáveis pelo cumprimento da visão constitucional da Educação.

“A Escola Pública continua a ser a primeira responsável por garantir que um filho de um médico e uma filha de um operário terão as mesmas condições para decidir o seu destino em verdadeira liberdade”

Esta visão da educação tem, aliás, raízes republicanas muito profundas em Portugal, uma herança que o Estado Novo tentou apagar, da mesma forma que tentou destruir qualquer tentativa de organização dos professores. Ainda no século XIX, a Associação de Socorros Mútuos dos Professores do Ensino Primário, republicana na sua natureza, defendia que a ”escola tem capacidade por si própria para transformar a sociedade portuguesa”, capaz de tornar o cidadão “mais actuante e responsável pelas coisas públicas”. É impossível falar de educação sem falar de professores, tanto que uma sociedade, e a importância que dá à educação, poderia ser avaliada pela forma como valoriza os seus professores. É por isso que, 10 anos depois da Constituição, a Lei de Bases do Sistema Educativo vem consagrar que “os educadores, professores e outros profissionais da educação têm direito a retribuição e carreira compatíveis com as suas habilitações e responsabilidades profissionais, sociais e culturais”. A exigência para com a classe docente é, e deve ser, enorme. O que certamente não será possível é agarrar num professor, dar-lhe 1000 euros por mês, mudá-lo de escola todos os anos durante uma vida de precariedade e, depois, metendo-o/a à frente de uma turma de 30 alunos, dizer-lhe: agora vai educar cidadãos conscientes, críticos e livres.

O ataque à classe docente é, em si, um ataque à Escola Pública. Primeiro, porque as más condições de trabalho limitam as possibilidades de termos uma escola melhor, que cumpra os seus objectivos de igualdade de sucesso escolar. Depois, porque a desvalorização social dos professores é uma forma de quebrar uma das classes mais organizadas e melhor preparadas para defender a Escola Pública. E se os anos da austeridade de direita foram particularmente violentos neste ataque, não podemos esquecer – como os professores não esquecem – que a demonização dos professores, assim como muitas das janelas que Nuno Crato transformou em portas, começaram com Maria de Lurdes Rodrigues. Essa herança que nos ensombra o passado e ameaça o futuro da Escola Pública impôs-se contra a Constituição, a Lei de Bases e a Recomendação da UNESCO/OIT. Voltar ao caminho destes grandes consensos significa abolir a concepção conservadora que Nuno Crato imprimiu em todas as áreas do sistema educativo, dos currículos à gestão. A revalorização social da classe docente é condição imprescindível para a melhoria da escola pública. Isso implica, em primeiro lugar, afirmar a gestão democrática das Escolas e a participação dos professores no processo educativo, reclamar autonomia rejeitando a municipalização e recuperar para os critérios pedagógicos o que foi ocupado pela obsessão pela gestão empresarial. Em segundo lugar, esta valorização social dos professores tem de corresponder a uma retribuição e carreira compatíveis com as suas responsabilidades, direito à formação continua, à estabilidade proporcionada pela vinculação e ao acesso à reforma em condições de dignidade. Em terceiro lugar, é preciso renovar o compromisso da sociedade com a Educação, compreendendo que todos os cortes orçamentais feitos em nome da “sustentabilidade orçamental” do presente sequestram a esperança no futuro. É preciso investimento nas Escolas, é preciso diminuir o número de alunos por turma, reabilitar as escolas, universalizar o pré-escolar, cumprir a lei quanto à necessidade de equipas multidisciplinares e recursos humanos e físicos para uma verdadeira diferenciação pedagógica. A direita traiu quase todos os consensos e até o da Escola Pública, mas isso não os torna menos actuais. No início do Verão passado o país renovou esse compromisso quando se mobilizou massivamente contra o abuso dos contratos de associação e, uma vez mais, os professores e professoras estiveram na primeira linha de defesa da Escola Pública. Se queremos proteger a Escola Pública temos de valorizar aqueles e aquelas que há 40 anos a constroem diariamente, já é tempo de renovar também esse compromisso.


20 OPINIÃO

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

“As the Chinese economic transformation is unprecedented in human history, there are no successful models from which the Chinese can learn in order to smoothly and effectively transform their planned economy to a market economy. Nonetheless, the socalled Socialist Market Economy, or Economic Taoism approach, appears to have been remarkably successful. Although there is no agreement in the literature on whether a coherent Chinese model of economic growth exists, it seems clear that the approaches of Taoism, combined with its traditional guanxi relationships, have helped China in “groping for stones to cross the river.” It may be too early to say that the Chinese Economic Taoism paradigm has come of age; however, it is indisputable that China has found a unique way to develop its economy and that this has enabled it to respond effectively to the recent financial crises.” China in the International Economic Order: New Directions and Changing Paradigms Lisa Toohey, Colin B. Picker and Jonathan Greenacre

O

S mercados emergentes que cresciam a grande rapidez e a brecha que sempre os tinha separado dos países industrializados, começava a fechar-se no inicio do século XXI. A convergência realizava-se num ambiente de liberalização económica, em que se acreditava, que os sistemas financeiros de todos os países, formariam uma rede uniforme, mas esse período terminou. Os países emergentes já não crescem à velocidade de antes, especialmente, em comparação com os países desenvolvidos, e as fissuras entre os diferentes sistemas tornam-se mais evidentes. A última sondagem anual aos executivos de empresas pela “PricewaterhouseCoopers (PwC)” designado por “19th Annual Global CEO Survey”, mostra que apenas 35 por cento dos inquiridos crêem que o mundo caminha para uma maior unidade económica, e cerca de 59 por cento dos inquiridos acreditam que vários modelos económicos irão coexistir e competir entre si. A confirmar essa análise, apenas basta observar quão diferente é o investimento público e privado nos Estados Unidos, China, Japão e União Europeia (UE). Esses países e região operam com premissas fundamentalmente diferentes, acerca da forma como a economia se deve organizar. A tensão entre esses diferentes pressupostos aumenta de forma gradual, indicando que uma nova ordem económica mundial está a surgir para substituir a que existiu desde o final da II Guerra Mundial. A economia global, num futuro próximo, será definida por um conjunto complexo de relações

BILLY WILDER, DOUBLE INDEMNITY

A nova ordem económica internacional (I)

económicas em permanente mudança. As economias continuarão interligadas, mas com regras em constante mudança no comércio internacional. A forma mais eficaz para o líder de uma empresa gerir esta complexidade, ou atravessar a entrada para a próxima ordem económica com confiança e habilidade, é concentrar a atenção em três tendências base, como a dispersão do poder económico, a contínua evolução de modelos de crescimento dirigidos pelo Estado e a aceleração da ruptura que sofrem as empresas, como consequência da alteração tecnológica. Essas tendências podem parecer evidentes, mas nenhuma à primeira vista é na realidade. Além disso, continuarão a evoluir em direcção incerta. Se forem analisadas cuidadosamente, os empresários poderão ajudar as suas organizações a tomar as medidas necessárias para avançar na nova ordem económica mundial. A dispersão do poder económico está a produzir uma alteração fundamental. O dólar está a perder a sua posição exclusiva como moeda de

reserva mundial e nas próximas décadas, nenhum país poderá dominar a balança de pagamentos, como fez os Estados Unidos durante mais de setenta anos. O último acontecimento idêntico foi no final da II Guerra Mundial, e o catalisador foi a Conferência de Bretton Woods, em 1944. Após a Conferência, os Estados Unidos converteram-se no país que negociava os acordos internacionais para que as actividades financeiras fossem realizadas com ordem, adoptando dessa forma, a posição de líder mundial até ao presente. As instituições multilaterais que surgiram então, como o Banco Mundial, a Organização Mundial de Comércio (OMC) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), estavam sujeitas à forte influência dos Estados Unidos e funcionaram bastante bem, durante muito tempo, o que não quer dizer que não tenham existido conflitos. Quando unilateralmente os Estados Unidos abandonaram o padrão ouro, em 1971, por exemplo o “Choque Nixon” provocou dois anos de

negociações, até que as grandes economias aceitassem que as suas moedas flutuassem face ao dólar. Os Estados Unidos durante o período do pós-guerra, negociaram com as grandes economias para tomar as decisões mais importantes. A intenção foi quase sempre favorecer países amigos, quase todos com economias democráticas e liberais. Durante as sete décadas após a Conferência de Bretton Woods, a superioridade económica dos Estados Unidos baseou-se em quatro pilares. Os dois primeiros foram a sua possante importância económica em expansão, e as redes comerciais que estabeleceu e dominou e que eram também, os motores do crescimento global. Os outros dois pilares foram o estatuto do dólar como moeda global de reserva e a sua influência nas instituições multilaterais. Assim, trouxe estabilidade à economia global, e uma plataforma para a cooperação internacional. As economias emergentes estão a pôr em causa os quatro pilares.


21 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

OPINIÃO perspectivas

JORGE RODRIGUES SIMÃO

O país desafiador mais notável é a China, cuja influência económica global surgiu rapidamente na última década. A China, em 2014, converteu-se na maior economia do mundo, em termos de poder aquisitivo. Era até então a de maior crescimento entre os países que constituem o G20. A indicação da importante influência económica chinesa é importante, como se pode ver pela sua recente desaceleração, que teve repercussões nos mercados mundiais. Essa influência enfraqueceu o primeiro pilar, ou seja, a força da economia dos Estados Unidos após a II Guerra Mundial. A China é também o maior exportador mundial. A rápida adopção desse papel deu-lhe uma enorme influência nas redes comerciais, enfraquecendo o segundo pilar. Por outro lado, está-se a deteriorar a eficácia dos acordos comerciais multilaterais, sendo substituídos por acordos regionais que começam a preponderar. Os acordos regionais representam uma erosão da capacidade americana para definir as regras

a nível global. O progresso da China em estabelecer o renminbi (RMB) como moeda para acordos internacionais, enfraquece o terceiro pilar velozmente. Quanto ao quarto

“A criação de uma nova ordem económica global é inevitável. Ainda que a China não vá substituir os Estados Unidos, tornar-se-á cada vez mais difícil a estes, recuperarem a sua posição de domínio económico global, porque existem outras economias a aumentar o seu poder de influência”

pilar a China está a tentar alargar a sua presença nas actuais instituições multilaterais e a criar novas. A sua contribuição para o orçamento da ONU, duplicou entre 2010 e 2015, e presentemente representa 5 por cento do total das suas contribuições. Tem uma participação cada vez maior nos esforços de paz, controlo das alterações climáticas e redução da pobreza. A criação de uma nova ordem económica global é inevitável. Ainda que a China não vá substituir os Estados Unidos, tornar-se-á cada vez mais difícil a estes, recuperarem a sua posição de domínio económico global, porque existem outras economias a aumentar o seu poder de influência. O FMI prevê que a Índia, terceira economia mundial, seja até ao final de 2016, a de maior crescimento do G20. Surgirá como um actor económico influente com interesses próprios. Em um mundo de poder económico em dispersão, a estabilidade será mais considerada que nunca. Pela natureza dessa estabilidade, não será estabelecida por nenhuma das grandes potências, pois dependerá da qualidade das relações económicas entre os principais países, incluindo aqueles que tenham sistemas económicos diferentes. A actual alteração no poder económico global será distinta da última grande mudança em 1944, pois o poder de influência na economia em termos globais passou do Reino Unido para os Estados Unidos, que são dois países com uma visão do mundo semelhante, mas mesmo assim, o processo de transferência da polaridade de um lado ao outro do Atlântico levou quarenta anos, pois tinha-se dado nos começos do século XX. Actualmente, assistimos a um reequilíbrio muito mais rápido, entre os diferentes sistemas económicos e políticos, cada um, com distintivo nível de confiança nos mercados e no papel do Estado. O modelo de Estado da China tem criado um crescimento significativo na última década. É evidente que este modelo não será suplantado por uma forma tradicional de capitalismo, em um futuro previsível. O modelo de Estado mantém a popularidade porque está associado a um forte crescimento nas economias emergentes. Os governos dos países da América do Sul e Rússia, entre países de outras áreas, mantiveram-no nos últimos anos. A dispersão do poder económico e as incompatibilidades consequentes estiveram mais em evidência nas áreas da logística, telecomunicações, suporte lógico e infra-estrutura. É de considerar que a existência de sistemas paralelos em esferas competitivas de influência, o movimento de provimentos, bens, serviços, capital e talentos de uma esfera de influência a outra é menos alinhado. As empresas não estarão isentas de sofrer interrupções periódicas, como atrasos na obtenção da acreditação dos

pagamentos ou nas taxas alfandegárias. Um possível exemplo envolve o sistema global de pagamentos. A denominada de “The Society for Worldwide Interbank Financial Telecommunication (SWIFT)” é uma cooperativa que fornece uma plataforma de comunicação, produtos e serviços para ligar mais de dez mil e oitocentos bancos, distribuidoras de valores e clientes corporativos em mais de duzentos países e territórios. O SWIFT permite aos seus utilizados a troca de informações financeiras de forma automatizada e padronizada, com segurança e confiança total, o que reduz os custos, diminui o risco operacional e elimina as ineficiências operacionais. Além disso, também une a comunidade financeira no sentido de melhorar a colaboração na adaptação das práticas de mercado, definição de normas e debater questões de interesse comum. O seu grande mal é de estar sujeita à influência dos bancos americanos e europeus. A “China International Payment Service (CIPS)” é um sistema de pagamento que oferece serviços de compensação e de liquidação para os seus participantes nos pagamentos RMB, transfronteiriços e de comércio. É uma infra-estrutura do mercado financeiro na China. O CIPS foi planeado para ser desenvolvido em duas fases. A primeira designada por, CIPS (Fase I), teve lugar a 8 de Outubro de 2015. O primeiro grupo de participantes directos é constituído por dezanove bancos chineses e estrangeiros, que foram criados na China e cento e setenta e seis participantes indirectos que abrangem seis continentes e quarenta e sete países e regiões. O CIPS assinou um memorando de entendimento com a SWIFT, para a sua implantação como um canal de comunicação seguro, eficiente e confiável para a ligação do CIPS com os membros da SWIFT, o que proporcionaria uma rede que permite que as instituições financeiras em todo o mundo, possam enviar e receber informações sobre transacções financeiras em um ambiente seguro, padronizado e confiável. O CIPS é por vezes referido como o “Sistema de Pagamentos Internacional da China”. Tendo sido apresentado primeiramente como alternativa ao SWIFT, com vista a processar pagamentos internacionais denominados em RMB, nunca irá substituir o SWIFT, porque 45 por cento das transacções internacionais são denominadas em dólares e todos os bancos internacionais terão a necessidade de aceder ao sistema bancário americano. Todavia, com o CIPS a funcionar bem, alguns bancos internacionais poderiam decidir operar sem a licença da banca americana e os Estados Unidos teriam menor autoridade para impor regras a bancos não americanos.


22 (F)UTILIDADES TEMPO

T3

hoje macau quarta-feira 19.10.2016

?

AGUACEIROS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

ABERTURA DA EXPOSIÇÃO “SE EU ESTIVESSE EM SÃO FRANCISCO/MACAU”

Fundação Rui Cunha, 18h30

MIN

24

MAX

28

HUM

80-98%

EURO

8.80

BAHT

FIMM | RAY CHEN

Teatro D. Pedro V, 20h00

Sexta

FIMM | ADRIANO JORDÃO

Teatro D. Pedro V, 20h00 FIMM | ROY HARGROVE

Fortaleza do Monte, 20h00 CINEMA | VI NY PORTUGUESE SHORT FILM FESTIVAL

O CARTOON STEPH

Fundação Oriente, 17h00

Domingo FIMM | JAZZ

Fortaleza do Monte, 16h00 FIMM | ORQUESTRA DO TEATRO MARIINSKY

Centro Cultural de Macau, 20h00

Diariamente WORLD PRESS PHOTO

Casa Garden OKTOBER FEST

MGM EXPOSIÇÃO DE PINTURA LUSÓFONA

PROBLEMA 103

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 102

SUDOKU

DE

CINEMA | VI NY PORTUGUESE SHORT FILM FESTIVAL

1.18

POUPADOS E FORRETAS

Centro Cultural de Macau 20h00

Sábado

YUAN

AQUI HÁ GATO

FIMM |LES ARTS FLORISSANTS

Fundação Oriente, 19h30

0.22

Gosto de poupadinhos, mas detesto forretas. Passo a explicar: no jornal onde vivo, fazem-se contas à vida, para que não haja más surpresas no final do mês. É um modo de garantir que não me falta a ração, as idas ao veterinário e o leite fresco que me vão oferecendo todos os dias, à mesma hora. São poupadinhos para que nada falte e, como poupadinhos que são, de vez em quando ainda sobra orçamento para uma coleira nova e um brinquedo onde possa afiar as unhas, que as cadeiras da redacção já me causam um certo tédio. Já os forretas causam-me uma certa irritação. Guardam o dinheiro como se o destino só lhes reservasse tragédias – é o argumento que usam para não gastarem uma pataca que seja com os outros. Ignoram que as maiores tragédias não se resolvem com avos, por mais milhões que escondam debaixo do colchão. Em Macau há muitos forretas. Curiosamente, quase todos eles abrem excepções à forretice quando chega a hora de escolher o modelo e a cor da viatura automóvel em que se fazem transportar, numa manifestação colorida de um fenómeno que, como gato preto e não motorizado que sou, não consigo compreender. Os maiores forretas estão, por sinal, na Administração. São uns rapazes e raparigas que escrevem uns papéis todos os anos com previsões de gastos em projectos para o povo, mas que são incapazes de investir o dinheiro que lhes é dado pelo Governo para fazerem o que faz falta. Por norma, desculpam-se com a necessidade de poupar, pelo que tudo fica na mesma. Mas não são poupadinhos. Pu Yi São só forretas.

Clube Militar (até 23/10) EXPOSIÇÃO “O ARAUTO DOS TEMPOS: O POETA F. HUA-LIN”

Academia Jao Tsung-I (até 13/11) EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ARTISTAS DE MACAU

IACM (até 30/10) EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES /QUATRO ARTISTAS”

Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” MACAU E LUSOFONIA AFRO-ASIÁTICA EM POSTAIS FOTOGRÁFICOS

Arquivo de Macau (até 4/12) ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA

Museu de Arte de Macau (até 01/2017) EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION”

MGM Macau (até 20/11)

Cineteatro

C I N E M A

SALA 1

CELL [C] Filme de: Tod Williams Com: John Cusack, Samuel L. Jackson, Isabelle Fuhrman, Stacy Keach 14.30, 16.30, 21.30

MISS PEREGRINE’S HOME FOR PECULIAR CHILDREN [B] Filme de: Tim Burton Com: Eva Green, Samuel L.Jackson, Judi Dench, Asa Butterfield 19.15 SALA 2

THE ACCOUNTANT [C] Filme de: Gavin O’Connor

Com: Ben Affleck, Anna Kendrick, J.K. Simmons 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

UM FILME HOJE

RELATOS SELVAGENS - DAMIAN SZIFRON | 2014

Da Argentina chega-nos um filme que foge completamente a todos os padrões que já vimos no mais comum dos cinemas, mas é, no fundo, isso que nos faz prender ao pequeno ecrã. Tudo começa numa estrada deserta e num carro que anda ao som da banda sonora do filme dos anos 80 “Flashdance”. Depois há uma luta de suster a respiração e, no final de mais um punhado de histórias, há uma festa de casamento que tem tudo para acabar mal, mas que, subitamente, acaba bem. Impossível classificar aquele que é, no fim de contas, um bom filme. Andreia Sofia Silva

SALA 3

MR. RIGHT [C] Filme de: Paco Cabezas Com: Sam Rockwell, Anna Kandrick,Tim Roth 14.15, 17.50, 21.30

SADAKO VS KAYAKO [C] FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Koji Shiraishi Com: Mizuki Yamamoto, Tina Tamashiro, Masanobu Ando 16.00, 19.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


23 hoje macau quarta-feira 19.10.2016

ÓCIOSNEGÓCIOS

TUGA & LOLA, VINHOS E TAPAS CRISTIANA FIGUEIREDO, PROPRIETÁRIA

O lugar do petisco ibérico No mais recente espaço de Cristiana Figueiredo e Mónica Gonzzalez há enchidos e queijos espanhóis com vinhos portugueses, sem esquecer a tortilha, as gambas salteadas e o pão português. A gastronomia ibérica serve-se à mesa no Tuga & Lola

encontrar outra solução. E passa muitas vezes por gerir os próprios horários.” No caso de Cristiana, tudo começou com o Cuppa Coffee e com a ideia de fazer diferente num território onde não havia estabelecimentos desse género. “Quando chegámos a Macau, há 15 anos, não havia cafés como aqueles a que estávamos habituadas em Portugal, onde há sítios onde podemos estar e estudar, por exemplo. Achamos que faltava um café com um conceito novo, mais internacional. Eu e o meu marido achamos que podíamos criar isso e começou tudo por aí, sem nenhum tipo de experiência. Tínhamos de fazer as nossas próprias coisas e então fomos ler como se faziam as coisas. Temos pães e bolos produzidos por nós, a nossa padaria é artesanal.”

É

a seguir a um supermercado filipino e a um restaurante de rua chinês, que serve as típicas refeições hotpot, que encontramos um espaço de petiscos e bebidas completamente diferente, cujo nome faz lembrar uma célebre marca de roupa espanhola. O Tuga & Lola, espaço de tapas e vinhos, abriu há cerca de um mês na Rua da Tercena e vende o melhor do mundo português e espanhol: tem o pão e os queijos, os enchidos e os vinhos. Este não é o primeiro projecto desenvolvido por Cristiana Figueiredo e por Mónica Gonzzalez. A portuguesa, socióloga e proprietária do espaço Cuppa Coffee, na Taipa, já tinha trabalhado com a espanhola num negócio totalmente diferente, na área das lembranças para turistas e pequenas decorações de casa. Mónica, que já foi piloto de helicópteros, tinha um negócio de importação de chás, carnes curadas, queijos e vinhos de Espanha. “Como a nossa parceria correu tão bem, pensámos que poderíamos fazer uma coisa que fosse meio portuguesa, meio espanhola, porque as pessoas gostam de petiscar. Criámos este conceito e encontrámos este espaço que estava num sítio óptimo, com um preço óptimo, uma coisa difícil de encontrar”, contou Cristiana Figueiredo ao HM. Numa tábua de madeira chegam fatias de presunto e de queijo para comer com pão, bem como tortilha espanhola ou cogumelos salteados, sem esquecer as gambas com azeite e alho. A ideia é petiscar enquanto se bebe um copo de vinho tinto ou rosé. Mas há também espumante para preparar sangrias. “A ementa foi feita por gosto pessoal e nas expectativas das pessoas. Todos

“Foi uma feliz coincidência o facto de termos uma casa de cocos mesmo em frente, muito conhecida pelos turistas. Queremos ter uma simbiose com o vizinho e um sítio dinâmico, com lugares sentados, pois só assim será sustentável”

pensam em gambas e pequenos pratos com coisas fritas, como a tortilha. Foi muito simples”, disse Cristiana Figueiredo. No Tuga & Lola também se vendem queijos e presuntos importados, os quais vêem directamente do produtor, com preços são mais apelativos. “Temos o presunto pata negra, mas o que é realmente diferente é a língua de vaca fumada, servido com um pouco de azeite e vinagre, e o presunto de vaca, que não temos em Portugal. Pensámos que aquilo que combinaria com as tapas são os vinhos secos e as sangrias”, disse a proprietária. Cristiana Figueiredo frisou que a abertura deste novo espaço “não foi uma coisa planeada”. “A Mónica já tinha sido dona de um restaurante espanhol na Taipa. Eu

sei mais do lado da pastelaria e padaria, ela domina a preparação das comidas”, contou a empresária portuguesa. Para já, o Tuga & Lola está aberto ao público em regime de take away, organizando pontualmente alguns eventos privados. “Decidimos abrir a porta para ver a reacção das pessoas apenas”, referiu Cristiana, que espera que o espaço ganhe outro dinamismo daqui a uns meses.

EXPERIÊNCIA QUE VEM DE TRÁS

A vontade de enveredar por coisas novas sempre existiu na mente de Cristiana e Mónica, que vivem em Macau há mais de uma década. “Somos pessoas que gostamos de fazer coisas e para alguém ser empreendedor é preciso não gostar de rotinas nem de horários, e aí tem de se

Esses produtos artesanais, sem químicos, corantes ou conservantes, e que não são congelados, também podem ser encontrados na montra do Tuga & Lola. “Queremos ter um espaço para que as pessoas se possam sentar lá em baixo a petiscar. Acabámos por ficar aqui e foi uma feliz coincidência o facto de termos uma casa de cocos mesmo em frente, muito conhecida pelos turistas. Queremos ter uma simbiose com o vizinho e um sítio dinâmico, com lugares sentados, pois só assim será sustentável”, concluiu Cristiana Figueiredo. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Sofia Mota

sofia.mota@hojemacau.com.mo

Tuga & Lol • Rua da Tercena, 15, Macau Aberto diariamente com excepção da segundafeira. Pode ser reservado entre as 19h00 e 22h00 para festas privadas.


Um recorte de igreja ou de pagode!/brisas das ventoinhas/velharias/ sons/odores/mistura de hino e ode!” António Correia

PUB

Negócios à vista Portugal é “País Parceiro” na 21ª edição da MIF

A

21ª edição da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa) arranca amanhã e dura até ao dia 22 de Outubro. Este ano Portugal terá um pavilhão próprio na qualidade de “País Parceiro”, enquanto que Pequim será a “Cidade Parceira”, sendo a primeira vez que são estabelecidas estes pavilhões temáticos. O pavilhão português terá como tema “surpresas de Portugal”, sendo que irá servir para apresentar “o ambiente de investimento económico e comercial, as suas infra-estruturas e a sua dinâmica de futuro”. Quanto ao pavilhão de Pequim irá debruçar-se, entre outros projectos, sobre a organização dos Jogos Olímpicos de Inverno em 2022. Segundo um comunicado oficial, “serão organizadas de-

legações ao mais alto nível para virem a Macau participar em exposições e apresentações de grande envergadura, por forma a procurarem oportunidades de cooperação bilateral e multilateral”. A nova edição da MIF terá cerca de 1600 expositores e delegações oriundas de 50 países ou regiões. Para além da realização da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, será lançada, pela primeira vez, a Zona Especial de Serviços Comerciais para as Pequenas e Médias Empresas Sino-lusófonas. Será ainda lançado o serviço de bolsas de contacto online “dedicado a aumentar a eficácia da MIF”. O público poderá visitar a MIF nos dias 21 e 22 de Outubro, sendo o dia 22 dedicado a contactos empresariais e oficiais.

UNICEF RECORDE DE CRIANÇAS QUE CHEGAM SOZINHAS A ITÁLIA

O

número de crianças que chegam sozinhas nos barcos sobrelotados de migrantes que continuam a dar à costa em Itália atingiu um recorde este ano, alertou esta terça-feira o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). “Três recém-nascidos, duas crianças que nasceram em barcos da guarda costeira italiana no Mediterrâneo Central e uma terceira que nasceu num porto, estão entre as mais recentes chegadas de crianças refugiadas e migrantes a Itália”, relata a Unicef, em comunicado. Só nos primeiros nove meses de 2016 chegaram mais crianças do que durante todo o ano de 2015, compara a agência, precisando que, entre Janeiro e Ou-

tubro, mais de 20 mil menores, não acompanhados e separados das suas famílias, chegaram por mar a Itália. Este número já ultrapassa o total de 2015, ano em que chegaram 16.500 crianças, das quais 12.300 não acompanhadas ou separadas das suas famílias. “Este ano, mais de 90 por cento das crianças viajaram sozinhas, enquanto em 2015 a percentagem de crianças não acompanhadas era de 75 por cento”, confere a Unicef. Segundo uma equipa da Unicef no terreno, “a situação das crianças refugiadas e migrantes em Itália é cada vez mais desesperante e o sistema de protecção infantil nacional está sobrecarregado”.

quarta-feira 19.10.2016


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.