Hoje Macau 19 SET 2016 #3659

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SEGUNDA-FEIRA 19 DE SETEMBRO DE 2016 • ANO XVI • Nº 3659

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10

hojemacau

CINEMA

O SENHOR MARKETING

MULHERES COMISSÃO COM DESTINO INCERTO

SEM VOZ NA MATERIA

EVENTOS

`

ZHUHAI | INSTITUTO

PÁGINA 5 SOFIA MOTA

Está tudo em ordem

políticas ligadas às crianças, continua afinal silenciado. A deputada Wong Kit Cheng pede acção ao Governo e afirma que a cessação da CAM prejudica gravemente os direitos de mulheres e crianças.

PÁGINA 9

h Pintores antigos XIE HE

Diário de Pequim ANTÓNIO GRAÇA DE ABREU

OPINIÃO

Confissões DAVID CHAN

RÁDIO MACAU

Ouvir até à meia-noite EVENTOS

PORTUGUÊS

CARREIRA DE FUTURO ENTREVISTA

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

Desde Abril que o mandato dos membros da Comissão para os Assuntos das Mulheres (CAM) findou. O órgão consultivo que estaria destinado a dar um papel maior à voz feminina, abrangendo inclusive as


2 ENTREVISTA

LEONG IAN CHENG DIRECTOR DA ESCOLA SECUNDÁRIA LUSO-CHINESA LUÍS GONZAGA GOMES

Modernizaram a forma como ensinam Português, numa altura em que vêem esta língua como uma aposta de futuro. A Escola Secundária Luso-Chinesa Luís Gonzaga Gomes assegura que a aceitabilidade de enveredar por uma carreira em Língua Portuguesa tem aumentado, inclusive da parte dos pais

“Aceitação face ao Português tem aumentado” São uma escola que ensina as duas línguas oficiais. Como funciona a estrutura do estabelecimento de ensino? Sendo uma escola secundária, dividida em secção chinesa e portuguesa, além do regime escolar básico de secundário geral e secundário complementar, ainda contamos com o ensino recorrente que se destina a quem tem mais de 16 anos e quer voltar a estudar. Sendo uma escola pública sob a alçada da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude, temos um sistema ligeiramente diferente das escolas privadas. Temos um director e dois vice-directores que se responsabilizam pela gestão da escola e cerca de 70 docentes separados em pequenos grupos de acordo com as disciplinas. A disciplina de Português é um dos grupos. Como se processa o ensino das línguas? De facto, já não somos meramente uma escola bilingue, promovemos o ensino de “três línguas escritas e quatro línguas faladas (Chinês, Português e Inglês e Cantonês, Mandarim, Inglês e Português)”. Os nossos alunos, portanto, necessitam de estudar todas as disciplinas dessas línguas e esperamos que os alunos que formamos possuam a capacidade de usar as três línguas escritas e as quatro línguas faladas.

“A sociedade deverá pensar em criar mais condições para os talentos utilizarem o que aprenderam. Precisamos de trabalhar juntos”

Quantas aulas têm os alunos? Para a secção chinesa, os alunos têm como língua materna a chinesa mas é obrigatório estudarem também Português e Inglês. Quanto à proporção do ensino, colocamos maior importância no ensino e treino das línguas, sendo que as outras disciplinas básicas da nossa escola são [dadas] relativamente menos. Actualmente, em geral, os alunos têm seis aulas de Chinês por semana, quatro a cinco aulas de Português e cerca de quatro aulas de Inglês, sendo que cada aula

dura 40 minutos. Relativamente ao ensino do Mandarim, as aulas de chinês já estão integradas sendo esta a língua de ensino, portanto já não há necessidade de abrir uma disciplina específica individual para o Mandarim. Quanto ao ensino do Português, têm professores? A secção chinesa tem seis professores de Português. Três deles têm como língua materna português e os restantes são professores bilingues. Todos são docentes do ensino secundário de nível 1, todos possuem o diploma de pedagogia além da sua especialização ser em Português. Portanto, as exigências pedidas a estes docentes são consideravelmente mais altas. Como se processa esse ensino? Ao longo de vários anos de ensino do Português, e aderindo à ideia que “as línguas não servem para estudar, mas sim para usar”, atribuímos mais importância à aplicação propriamente dita da língua, não contando apenas com os exames. A aplicação da língua também já não se limita às capacidades de audição, conversação, leitura e escrita. Também é necessário aprender as culturas e o contexto atrás da língua. Portanto, realizamos actividades para acompanharmos esta ideia, como o Dia Cultural, anualmente, de forma a que os alunos fiquem entusiasmados com a aprendizagem da língua e do contexto onde esta se insere e desenvolvam a vontade de a aprender. Nas salas de aula saímos da tradição de que os professores falam e os alunos escutam: formamos grupos e atribuímos aos alunos diferentes tarefas, para garantir que entre eles também poderá haver conversas. Como nem todos os alunos estudavam Português nas suas escolas primárias, este modelo também favorece o ensino e a aprendizagem. Em suma, adoptamos um modelo de ensino relativamente mais fle-

“O ensino vinculativo do Português é algo que deverá ser pensado muito prudentemente” xível, permitindo aos alunos serem capazes de utilizar mais a língua. Deixamos o estudo preciso da linguagem para o ensino superior, aqui focalizamo-nos na formação fundamental. Nota mudanças na aceitabilidade da língua? Como a disciplina de Português é obrigatória, não importa se os alunos gostam da língua ou não, é obrigatório estudarem-na. Mas tenho reparado é que o interesse dos alunos quanto à língua, ou a importância dada à língua, têm aumentado significativamente,

“Aderindo à ideia que ‘as línguas não servem para estudar, mas sim para usar’, atribuímos mais importância à aplicação propriamente dita da língua”

em muito pela situação geral do território, porque eles conseguem encontrar mais saídas [profissionais]. Nos últimos anos, notamos que foi dada uma importância mais alta à língua depois da graduação. Mais graduados tendem a optar por cursos relacionados com o Português ao nível do ensino superior. Nos últimos anos, os órgãos governamentais educativos lançaram vários programas de financiamento de estudo e estes apoios deixam os alunos conseguirem ver a perspectiva futura do Português, elevando a motivação da sua aprendizagem. A aceitabilidade dos pais também tem aumentado por causa disso. Dantes, sobretudo na altura da transferência, as pessoas perderam muita vontade para aprender a língua porque achavam que já não era útil. No entanto, com as medidas definidas por Pequim e Governo de Macau, as pessoas conseguem perceber que o desenvolvimento desta língua ainda é valorizado. Portanto, os nossos alunos - embora saibam que aprender esta língua é difícil - também reconhecem que se conseguem aprender bem terão muitas vantagens no pós-graduação. A meta “de Um Centro, Três Plataformas” definida pelo 13º Plano Quinquenal de Pequim causou essas mudanças no apoio do Governo quanto ao ensino do Português? Antes da proposta desta meta, já estávamos a receber mais apoio relativamente ao ensino de Português. A meu ver, não importou se foi definida a meta ou não, já estávamos deliberadamente a formar talentos de “três línguas faladas e quatro línguas escritas”. Além disso, nós próprios também promovemos o Português como uma boa saída futura. Então o apoio do Governo quanto à formação de talentos é suficiente.


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SOFIA MOTA

Considero que se Macau quer formar mais talentos neste aspecto, todos os sectores devem trabalhar juntos, não apenas o Governo. Se puder criar mais diversas saídas futuras para estes talentos a construção dos seus pontos fortes será mais eficaz. Portanto, o Governo poderá considerar impulsionar mais a partir desta perspectiva. Por outro lado, a sociedade também deverá pensar em criar mais condições para os talentos utilizarem o que aprenderam. Precisamos de trabalhar juntos. Qual o número de alunos que a vossa escola forma a cada ano? Formamos cerca de cem graduados e 85% deles vão continuar

“Tenho reparado que o interesse dos alunos quanto à língua, [portuguesa], ou a importância dada à língua, têm aumentado significativamente” os seus estudos, sendo que cerca de 10% vão estudar cursos relacionados com o Português. Acho que já é uma proporção bastante satisfatória porque Macau ainda

necessita de talentos de outros aspectos. Acha necessário o Português ser uma disciplina obrigatória na fase de ensino não superior? Agora as escolas privadas também estão gradualmente a abrir actividades curriculares de Português para os seus alunos experimentarem a aprendizagem gradualmente. O Centro de Difusão de Línguas que usa as nossas salas de aulas para abrir cursos de Português ao público também tem oferecido muitas oportunidades aos cidadãos para “experimentarem”a língua. Por enquanto, o ensino de Português ainda está num mecanismo de ajustamento livre, o que considero que será melhor do que um

regulamento obrigatório, que poderá causar efeitos negativos. Manter a natureza de incentivo, deixando os alunos crescer à sua vontade, [é o melhor]. Não precisamos que todas as pessoas de Macau sejam talentos de Chinês e Português. Considero que o ensino vinculativo do Português é algo que deverá ser pensado muito prudentemente. Quais são os maiores desafios? Como a língua quotidiana dos alunos não é o Português, o nível de aplicação da língua será menor. Portanto, tentamos criar esta condição e atmosfera dentro do campus. Por exemplo, nas aulas, incentivamos os alunos a falarem mais e asseguramos que os avisos colocados são

escritos em Chinês e Português. Para motivar os alunos a usar mais a língua, também incentivamos a irem às escolas primárias para contar histórias às crianças utilizando o Português. Os que não conseguem ir às escolas fazem gravações, que vão ser divulgadas aos outros alunos. Os nossos professores também são muito criativos, rescrevem peças teatrais chinesas para português para os alunos podem representar papéis no espectáculo. Existem desafios, mas o importante é que como criamos condições para os superar. Se existirem oportunidades para os alunos utilizarem a língua, eles vão ser mais activos na aprendizagem. Angela Ka (revisto por J.F.) info@hojemacau.com.mo


4 POLÍTICA

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Lisboa Palace TRABALHADORES DA CONSTRUÇÃO EM MANIFESTAÇÃO

Pelo direito ao trabalho TIAGO ALCÂNTARA

Estão contra a política de importação de mão-de-obra e dizem-se afectados. Um grupo de trabalhadores da construção civil manifesta-se hoje

D

EPOIS de terem organizado um protesto na semana passada, um grupo de trabalhadores da construção civil sem emprego promete manifestar-se hoje novamente, por volta do meio-dia. O protesto começa no Jardim do Iao Hon e estende-se até à DSAL. Ao HM, Choi Pui Keng, porta-voz do grupo, explicou que a manifestação vai servir para se queixarem de alegados despedimentos sem justa causa no Lisboa Palace, empreendimento que a Sociedade de Jogos de Macau (SJM) está a construir no Cotai. Os despedimentos terão afectado cem trabalhadores. Choi Pui Keng explicou ao HM que, um dia após o acidente causado pela queda de um vidro que resultou na morte de um trabalhador não residente, a empresa responsável pela construção do Lisboa Palace contratou cerca de cem trabalhadores locais para realizarem a supervisão da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), os quais terão sido demitidos três dias depois do trabalho ficar concluído.

APOIO EM CURSO

Entretanto a DSAL já garantiu, através de um comunicado, que vai dar apoio aos 242 trabalhadores que se manifestaram

CALÇADA DO GAIO IC CONCORDA COM OBRAS PÚBLICAS

O Instituto Cultural (IC) concorda com a altura do prédio em construção na Calçada do Gaio que se encontra embargado há oito anos. A informação foi dada pelo jornal Ou Mun que adianta que o IC, tendo em conta que o edifício já se encontra construído e sob o princípio de um melhor aproveitamento dos recursos sociais, diz que “não se manifesta contra uma sugestão não restritiva conforme o plano apresentado desde que o prédio em construção respeite a lei”. A altura prevista para o edifício é de 80 metros e tem vindo a causar polémica por ir contra um máximo de 52,5 metros previstos para aquela zona. Recentemente, o deputado Mak Soi Kun relembrou também em interpelação que o embargo teve em conta as regras da UNESCO que não permitiriam a construção de edifícios junto ao Farol da Guia.

O

passado dia 17 de Setembro marcou o início oficial do Mecanismo de Comunicação Comunitária para o combate aos produtos contrafeitos promovido pelos Serviços de Alfândega (SA). Segundo um comunicado do Governo, a medida pretende intensificar o trabalho de policiamento comunitário com recurso à colaboração das organizações que prestam serviços e estão directamente ligadas à comunidade. De acordo com os SA, o estabelecimento do mecanismo tem como objectivo a identificação de situações susceptíveis de acarretar violação de direitos alfandegários e usufruir da ajuda efectiva advinda de parcerias estabelecidas com instituições. Por outro lado, o mecanismo prevê a realização de uma série de actividades onde se incluem a realização de palestras informativas e pedagógicas,

Guerra ao contrafeito

Serviços de Alfândega criam mecanismo de comunicação

seminários, promoção de encontros de trabalho, campanhas de propaganda e esclarecimento, todas elas numa colaboração de

proximidade entre forças policiais e residentes. O lançamento da iniciativa teve lugar com a realização de uma

A manifestação vai servir para se queixarem de alegados despedimentos sem justa causa no Lisboa Palace na passada quinta-feira. Estes protestaram quanto à falta de fiscalização dos trabalhadores ilegais e o facto de, na sua óptica, serem aprovados cada vez mais trabalhadores não residentes. O grupo entregou uma petição à DSAL, que já terá dado apoio aos desempregados na busca de emprego. O organismo ajudou 236 pessoas a fazerem o registo de emprego, sendo que 119 estão à procura de trabalho como auxiliares da construção civil, enquanto que 95 buscam trabalhos mais técnicos. Há ainda pessoas que procuram trabalho como croupier ou como empregados de caixa. Um comunicado do Governo aponta ainda que metade dessas pessoas estão desempregadas há cerca de um mês, sendo que a DSAL promete arranjar entrevistas de emprego o mais depressa possível. Angela Ka (revisto por A.S.S.) info@hojemacau.com.mo

cerimónia no anfiteatro da Escola Superior das Forças de Segurança, presidida pelo Subdiretor-geral dos Serviços de Alfândega, Sin Wun Kao, Presidente da Direcção da Associação de Escuteiros, Leong Sio Pui e a Secretária-geral da Associação dos Jovens Cristãos de Macau, Kuan Sok Leng.

DIREITOS INTELECTUAIS

No mesmo evento foi ainda realizado o seminário da Defesa dos Direitos de Propriedade Intelectual, onde foram discutidos os aspectos legais acerca desta matéria e a sua execução. O objectivo foi também fazer chegar aos mais jovens o conceito de cumprimento da lei e de defesa dos direitos intelectuais. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


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POLÍTICA

HOJE MACAU

Procuram-se talentos

Concurso para Biblioteca Central até fim do ano ou início de 2017

O Comissão das Mulheres DEPUTADA QUER DECISÕES DO GOVERNO

Papéis femininos O mandato dos membros da Comissão para os Assuntos das Mulheres terminou em Abril e não foi renovado. Wong Kit Cheng espera que o Governo defina melhor o papel e o futuro deste órgão consultivo que iria, segundo Alexis Tam, abranger as crianças

A

Comissão para os Assuntos das Mulheres (CAM) chegou a um impasse em Abril deste ano, já que o mandato dos seus membros chegou ao fim e ainda não foi renovado. Por se tratar de um órgão de carácter consultivo para a implementação de políticas para as mulheres, a deputada Wong Kit Cheng exige que o Governo explique qual será a composição da CAM, pedindo ainda que esta continue a ser uma plataforma de participação para as mulheres nos mais variados assuntos. Numa carta dirigida ao Governo, a deputada da União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM, ou Kaifong) considera que a CAM desempenha um papel importante para assegurar o direito de expressão das mulheres na política, bem como para ajudar a introduzir mais vozes do sexo feminino no Governo. “A cessação da reorganização da CAM vai prejudicar severamente os direitos das mulheres e das crianças e também obstrui o progresso das medidas relacionadas”, escre-

veu a deputada, para quem é fundamental o pleno aproveitamento das funções da CAM, para que esta possa ter um maior papel na formulação de políticas.

POR CUMPRIR

Fundada em 2005, a CAM foi, numa fase preliminar, um conselho consultivo sob alçada do Chefe do Executivo, tendo sido presidida por Chui Sai On. Em 2012, passou a estar subordinada ao Instituto de Acção Social (IAS), tendo sido presidida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. O ano passado, Alexis Tam, actual Secretário da tutela, prometeu que a CAM passaria a abranger políticas destinadas às crianças, mas até à data não foi feita qualquer alteração. O objectivo seria a implementação de um regulamento administrativo que criasse a Comissão para os Assuntos das Mulheres e Crianças. O último relatório publicado pela entidade, intitulado “Relatório sobre a condição da mulher em Macau”, data de 2012. Tanto o Chefe do Executivo como os relatórios das Linhas de Acção Governativa

MELCO CROWN DOA 300 MIL PATACAS

A

operadora Melco Crown concedeu cerca de 300 mil patacas à Associação Geral das Mulheres de Macau, da qual a deputada Wong Kit Cheng é vice-secretária geral. O objectivo, segundo um comunicado, é promover a educação sobre o cancro da mama e para apoiar mulheres que venham a padecer desta doença. Un Sio Leng, vice-presidente da associação, confirmou que para o ano deverá ser criada, com este dinheiro, a Fundação para a Educação do Cancro da Mama, entidade que fará “a avaliação do risco de doença e serviços de consultadoria para mulheres locais”.

“A cessação da reorganização da CAM vai prejudicar severamente os direitos das mulheres e das crianças e também obstrui o progresso das medidas relacionadas” WONG KIT CHENG DEPUTADA (LAG) prometem apoios continuados às questões femininas e ao desenvolvimento das associações. A deputada lamenta, contudo, que até hoje o estatuto legal da CAM tenha caído por diversas vezes, algo que, afirma, não corresponde ao discurso do Chefe do Executivo nem mostra a determinação do Governo em lidar com este tipo de medidas. A última reunião realizada pela CAM data de Novembro do ano passado, a qual serviu para debater a inclusão das crianças na Comissão, bem como a criação do respectivo regulamento administrativo. Os últimos dados estatísticos referentes às mulheres falam na existência de 40% de trabalhadoras na Função Pública em cargos de direcção no ano de 2013. Dados de 2011 mostram que há quase 77% de famílias monoparentais femininas no território. Quanto à Base de Dados das Mulheres, um dos projectos que a CAM pretendia realizar, continua sem dados online e com uma versão apenas em Chinês. Angela Ka (revisto por A.S.S.) info@hojemacau.com.mo

novo concurso de arquitectura para a futura Biblioteca Central vai ser lançado até ao final do ano ou início de 2017, disse o presidente do Instituto Cultural (IC), Guilherme Ung Vai Meng falava numa sessão de esclarecimento no fim-de-semana passado, onde frisou ainda que cerca de 70 mil documentos em Português são guardados nos armazéns dos edifícios industriais e o espaço da nova biblioteca vai ser “útil” para a sua preservação e recuperação. A nova biblioteca, que vai ocupar dois edifícios antes ocupados pelo antigo tribunal e Polícia Judiciária (PJ), no centro da cidade, contempla 11 pisos e uma área de 33 mil metros quadrados, sendo que custará 900 milhões de patacas apenas para a estrutura. Em 2008 foi objecto de um concurso público, que entretanto foi alvo de uma investigação do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC) e posteriormente suspenso. O IC assumiu então o projecto, no qual está a trabalhar em conjunto com as Obras Públicas. Nenhuma das propostas submetidas a concurso foi aproveitada, tendo sido decidido lançar novo concurso. “Nós, Instituto Cultural, e a Direcção de Obras Públicas vamos trabalhar em conjunto neste concurso. (...) Não vamos usar o passado concurso, vamos fazer um novo.”

PARA OS DE CÁ

Numa apresentação à imprensa, no final de Agosto, Ung Vai Meng disse que o concurso deveria atrair “talentos locais” e que não deveria ser aberto a designers internacionais. “Este fim de ano vamos começar este concurso público (...) para o planeamento da nova biblioteca central e vamos acabar a construção por volta de 2018”, acrescentou a chefe do departamento de gestão de bibliotecas públicas, Tang Mei Lin.”Ainda estamos a começar, mas são muitos documentos e temos de fazer as traduções e as preparações das partes financeiras, por isso, nós planeamos [lançar o concurso de arquitectura] este ano, mas pode vir a ser no início do próximo ano”. Durante a apresentação, residentes, incluindo arquitectos locais e estudantes, colocaram dúvidas sobre o cálculo do valor do orçamento e localização da nova biblioteca. Tal como já tinha afirmado noutras ocasiões, Ung Vai Meng disse que o valor foi apresentado pelas Obras Públicas, com base em cálculos sobre custos de materiais até 2019 e valor do preço do metro quadrado. Sobre a localização, Tang Mei Lin afirmou que enquanto noutras partes do mundo há uma tendência para as novas bibliotecas serem afastadas do centro da cidade, na Ásia é normalmente privilegiado o coração urbano. Deverá estar pronta no prazo de cinco anos, estimou ainda Tang Mei Lin. LUSA/HM


6 SOCIEDADE

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O

centro de alto rendimento há muito prometido pelo Governo vai estar concluído, depois de sucessivos atrasos, dentro de três anos, revelou o presidente do Instituto do Desporto (ID), Pun Weng Kun. O centro destina-se a acolher os atletas de alto rendimento que participam no plano de formação e, numa fase posterior, “caso haja condições”, atletas estrangeiros. “A elaboração do projecto já está na última fase (…). Esperamos que esteja concluído dentro de três anos”, disse Pun Weng Kun à agência Lusa, referindo-se ao Centro Polivalente de Estágio, que deveria ter sido inaugurado no ano passado, à luz das previsões de 2012. Actualmente, há mais de uma centena de atletas de elite incluídos no programa de apoio financeiro concebido pelo Governo em 2014. Contudo, apenas dez se dedicam em exclusivo a uma modalidade, com formação especializada. No nível mais elevado do programa – reservado a medalhados com ouro em Mundiais ou Jogos Asiáticos – está apenas Huang Junhua, praticante de Wushu, que recebe 25 mil patacas mensais, segundo dados do ID. Nas modalidades praticadas pelos restantes nove, incluindo portadores de deficiência, há sobretudo artes marciais – Wushu, Karaté e Taekwondo. Estes encontram-se numa categoria inferior, que também exige a conquista de pódios em competições internacionais, recebendo um financiamento menor. Os dez atletas de elite treinam pelo menos cinco dias por semana ou um mínimo de 25 horas. O programa divide os atletas em três grandes níveis, subdivididos em diversas categorias, às quais correspondem por conseguinte distintos financiamentos. O presidente do ID reconheceu que “no passado, o número era maior”, pelo que a ideia passa por “sensibilizar os atletas para que adiram ao programa de modo a passarem para um nível semi-profissional ou profissional”. Apesar do plano não exigir a prática de uma modalidade específica, admitiu a vontade de “aumentar o nível desportivo”, em particular das artes marciais – com especial destaque para o Wushu –, por permitirem uma “formação mais sistemática”, como disciplinas individuais. O ID pretende melhorar a formação em outros desportos como ténis de mesa, barcos-dragão ou futebol: “Não é por se ter bons ou maus resultados, é porque são as modalidades favoritas e as mais praticadas pela população”.

ALTA COMPETIÇÃO CONFUSA

Manuel Silvério, presidente do ID de 1996 a 2008, considerou “inconsequentes” os planos ao nível

Desporto CENTRO DE ALTO RENDIMENTO CONCLUÍDO EM TRÊS ANOS

Palavra de presidente

da alta competição. Por um lado, encontra-se centralizada nas associações desportivas – subsidiadas – marcadas por “puro amadorismo” e, por outro, “há um corte entre o desporto escolar e o desporto federado ou associativo”, uma ligação que seria fundamental para “haver um verdadeiro desenvolvimento para se chegar à alta competição”, defendeu o ex-dirigente do ID.

Apesar de reconhecer que “não existe nenhuma fórmula”, considerou que a “falta de hábitos dos técnicos, dos dirigentes, dos atletas, de instalações ou os calendários de competições confusos” impedem o fomento da alta competição. Em paralelo, a falta de instalações desportivas é um dos grandes entraves à prática de determinadas modalidades em Macau, como o futebol.

“A elaboração do projecto já está na última fase (…). Esperamos que esteja concluído dentro de três anos” PUN WENG KUN PRESIDENTE DO INSTITUTO DO DESPORTO

Para Manuel Silvério, o “Desporto para Todos”, que promove actividades e eventos com o objectivo de divulgar as vantagens do exercício físico, contribui para agravar o problema, pois entra em conflito com o desporto associativo, apesar de reconhecer que essa política - também vigente enquanto esteve à frente do ID - foi relevante no passado. “Sei de equipas da I divisão [de futebol] que não conseguem campos para treinar. Muitas vezes é por causa do ‘Desporto para Todos’. Os campeonatos são interrompidos por causa de uma efeméride, para uns joguinhos de idosos, para

o festival das mulheres, para as competições dos deficientes. (…) Num espaço tão exíguo, já com tantos atritos entre modalidades, estarmos ainda a insistir nesse tipo de campanha é chover no molhado”, considerou.

FAMÍLIA PARA SEMPRE

Manuel Silvério defende que a região “deve continuar a batalhar” para integrar a família olímpica, uma ambição que remonta ao final da década de 1980. “Macau deve continuar a batalhar para filiar-se nesta grande família olímpica. A filiação no COI [Comité Olímpico Internacional] é um direito e até é um dever das gentes de Macau de lutar por ela”, afirmou. Manuel Silvério, que foi dirigente do ID desde 1996 até 2008 e integrou a direcção do Comité Olímpico de Macau (COM) até 2008, mantém que o território não está a ser tratado “em pé de igualdade” com Hong Kong, que integra o COI e se estreou nos Jogos Olímpicos de Helsínquia, em 1952, então como colónia britânica. Além disso, depois de 1999, “Macau deu mais contributo do que outros comités olímpicos nacionais” para o desenvolvimento do movimento olímpico, mais acentuadamente na Ásia, organizando e participando nos mais diversos eventos sob a égide do olimpismo. O pedido de adesão “nunca foi recusado formal ou informalmente” e isso “é importante”, sublinhou, destacando ainda que “apesar de Macau não ser membro do COI, continua a ser membro de pleno direito do Conselho Olímpico da Ásia (COA)”. “É a única janela que Macau ainda tem para participar nessas competições internacionais a nível da Ásia” e permitiu, aliás, a Macau organizar os Jogos da Ásia Oriental (2005), os Jogos da Lusofonia (2006) e os Jogos Asiáticos em Recinto Coberto (2007). Em 1996, o COI alterou os estatutos, clarificando que apenas os “Estados independentes” podem ser membros do COI, razão pela qual “Macau não reúne condições”. As dúvidas persistem, no entanto, por, segundo Silvério, nunca ter chegado um “não”, mas também por o pedido de adesão ser anterior às mudanças dos estatutos do COI. Tanto que, em 1997, aquando de uma visita a Macau, o então presidente do COI, Juan António Samaranch, – que garantiu que Macau teria em si um “advogado de defesa” – afirmou que a participação do então enclave português em provas internacionais e o facto de ter solicitado a sua adesão ainda durante a vigência do artigo que permitia o reconhecimento de territórios poderia “funcionar como um reforço das aspirações de Macau”. LUSA/HM


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SOCIEDADE

TIAGO ALCÂNTARA

ENSINO SUPERIOR EXAME UNIFICADO ENTRE MARÇO E ABRIL DE 2017

J

IPM LABORATÓRIO DE TRADUÇÃO AUTOMÁTICA PARA BREVE

A máquina que faltava É a revolução que pode ajudar a diminuir as dificuldades da tradução no Governo: o IPM quer inaugurar em breve um laboratório de tradução automática de Chinês e Português e já tem colaboradores prontos

O

Instituto Politécnico de Macau (IPM) vai inaugurar, em breve, um laboratório de tradução automática de Chinês e Português, projecto de “grande importância” que tem como parceiro o Politécnico de Leiria, disse à agência Lusa o presidente da instituição. O laboratório vai ser inaugurado, em princípio, no próximo mês, por ocasião da V Conferência Ministerial do Fórum para a Cooperação entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), a 11 e 12 de Outubro, indicou Lei Heong Iok. Esse laboratório, que vai funcionar no IPM, contará com três equipas, versadas em particular na área da Informática e da Interpretação/Tradução, em que membros de Macau, de Portugal e do interior da China vão trabalhar em conjunto para conceber uma “máquina” capaz de traduzir de Chinês para Português e de Português para Chinês. “É um projecto difícil, mas de grande significado”, observou, explicando que o laboratório conjunto das duas instituições de ensino superior – parceiras de longa data – vai contar com outros reforços de Portugal e do interior da China. “Tem o apoio da Universidade de Coimbra. E, do outro

lado, conta com o apoio técnico da maior empresa de tradução da China, porque eles já têm tecnologia na área da tradução Chinês-Inglês/Inglês-Chinês”, e da Universidade de Línguas Estrangeiras de Cantão, explicou Lei Heong Iok.

CAMINHO ABERTO

A porta não está, contudo, fechada à entrada de novos parceiros, com o presidente do IPM a referir que outras universidades portuguesas e/ ou chinesas com interesse ou cursos de tradução automática podem vir a contribuir, no futuro, para o projecto. “Se conseguirmos [conceber] um computador intérprete/ tradutor automático quem ganhará com isso é a Administração de Macau. Hoje em dia fala-se muito de dificuldades,

da falta de intérpretes/tradutores, de bilingues, há queixas de burocracia, lentidão. Se conseguirmos um computador que saiba traduzir Português-Chinês e Chinês-Português vai ser um grande instrumento”, afirmou o presidente do IPM, deixando claro que a ideia não é criar uma máquina para substituir o homem, mas apoiá-lo e reduzir o volume de trabalho que enfrenta, reiterou Lei Heong Iok, dando o exemplo que lhe serviu de inspiração: o sistema usado pela União Europeia. “Visitei a União Europeia e eles mostraram-me a máquina de Português-Inglês ou Francês. Eu pensei: por que não [utilizar um sistema idêntico] em Macau? Temos duas línguas oficiais e há tantas dificuldades e queixas”, explicou Lei Heong

BODAS DE PRATA

U

ma das principais metas do Instituto Politécnico de Macau (IPM) é dar o salto académico, oferecendo mais mestrados e doutoramentos, quando celebra, na próxima sexta-feira, 25 anos de existência, disse o presidente da instituição. O IPM cruzou o milénio com seis escolas, tantas quantas tem hoje: Língua e Tradução (a mais antiga), Saúde, Administração Pública, Educação e Desporto, Gestão e Artes. A Agência de Avaliação e Acreditação do Ensino Superior de Portugal validou, até ao momento, dois – o de Administração Pública e o de Tradução/Interpretação português-chinês/chinês-português –, sendo que o IPM pretende pedir ajuda para mais cursos, incluindo na área da Saúde, de forma “a garantir a [sua] qualidade e reconhecimento internacional”.

Iok, indicando que na área da conversão assistida há “pouca coisa”. “De facto, outras instituições também pensaram nesse sentido mas não conseguiram resultados satisfatórios”, apontou Lei, indicando que a primeira meta a atingir é até 2020. Esse objectivo passa por “resolver problemas que existem neste momento na área da tradução na administração pública”, podendo depois evoluir para outras áreas, como a da Educação ou mesmo Medicina.

QUALIDADE E ORÇAMENTOS

Lei Heong Iok reconheceu, porém, que a qualidade é um importante factor a ter em conta: “É sempre um problema, a gente tem sempre de se esforçar pela excelência. Depende também das áreas, a da ciência e tecnologia não é tão difícil.” Sobre o financiamento do novo laboratório, com uma área de 200 metros quadrados, indicou que o IPM “começou com alguns milhões”, sem especificar. Este projecto é financiado pelo IPM e a empresa de Pequim. Para o próximo ano, o orçamento do laboratório é de seis milhões de patacas, indicou, dando conta de que foi pedido apoio à Fundação Macau e encetados contactos com a Fundação de Ciência e Tecnologia de Macau. LUSA/HM

Á é conhecida a data de implementação do Exame Unificado de Acesso das Quatro Instituições do Ensino Superior de Macau. Segundo um comunicado oficial, o novo exame estará disponível entre 30 de Março e 2 de Abril, abrangendo as disciplinas de línguas e matemáticas. Após uma sessão de esclarecimento realizada na sexta-feira, ficou confirmado que as três instituições de ensino superior público que vão ter este exame (Universidade de Macau, Instituto Politécnico de Macau e Instituto de Formação Turística) e a Universidade de Ciências e Tecnologia (privada) vão realizar o exame em conjunto. Contudo, “as provas ou entrevistas das outras disciplinas serão realizadas e publicadas por elas próprias”, lê-se no comunicado. A admissão dos alunos vai continuar a fazer-se de forma independente, no website de cada universidade, sendo possível, com este exame, que os alunos sejam admitidos em mais do que uma instituição de ensino, podendo depois escolher aquela que preferem. As sessões de esclarecimento sobre a adopção do exame unificado vão continuar a ser realizadas até Dezembro em várias escolas secundárias.

PORTUGUÊS GLOBAL LANÇADO EM OUTUBRO

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manual de ensino “Português Global”, publicado pelo Instituto Politécnico de Macau (IPM), vai ser lançado oficialmente no próximo mês e depois distribuído na China graças a um inédito acordo com uma editora de Pequim. O lançamento vai ter lugar por ocasião da V conferência ministerial do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), marcada para 11 e 12 de Outubro, embora a data em concreto ainda esteja por decidir, adiantou à agência Lusa o presidente do IPM, Lei Heong Iok. O acordo alcançado no ano passado com a Commercial Press constitui o primeiro do tipo em que uma editora chinesa vai difundir manuais de ensino de Português produzidos fora do interior da China, como explicou, em Abril, o coordenador do Centro Pedagógico e Científico da Língua Portuguesa do IPM, Carlos André. O manual é essencialmente o mesmo, com ligeiras variações, a fim de o moldar ainda mais ao público-alvo. Em princípio, no mesmo dia do lançamento oficial do manual, vai ser lançado um outro livro, editado pelo IPM, da autoria de Carlos André, adiantou Lei Heong Iok. “Uma língua para ver o mundo: olhando o português a partir de Macau” é o título da “colectânea de ensaios”, todos inéditos à excepção de dois, escritos ao longo do tempo, em particular nos últimos dois anos. “Reflexões” que incidem principalmente sobre o actual ponto de situação, mas “apontam obviamente perspectivas ou caminhos”.


8 hoje macau segunda-feira 19.9.2016

GRUPOS DE INTERESSE

Senna Fernandes garantiu que há um interesse crescente no patuá

Patuá PLANOS DE NOVA ORTOGRAFIA E AULAS

Papiá ui di bem

Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) diz que ainda precisa de tempo para decidir se os novos autocarros eléctricos que estão em fase de teste vieram mesmo para ficar. Numa resposta ao HM, o organismo fez ainda saber que, até ao dia 10 de Setembro, 6900 passageiros tinham viajado no autocarro E02. “Passando metade de um mês, ainda se precisa de mais tempo para monitorizar e decidir, em conformidade com as situações reais, prorrogar ou não o período do teste. [A prorrogação ou não] será publicada brevemente.” Esta carreira faz parte de uma parceria entre a TCM e

“Vou propor refazer o ‘Maquísta Chapado’ [glossário de patuá] e fazer uma coisa revolucionária, que se calhar vai chocar, que é propor uma outra ortografia para o patuá” MIGUEL SENNA FERNANDES PRESIDENTE DA ADM

e não apenas de ‘filhos da terra’. Confrontado com o interesse, por exemplo, de pessoas que vêm de Portugal, o presidente da Associação dos Macaenses confessou dificuldade em aconselhar meios de aprendizagem, já que não há aulas nem manual. A questão da aprendizagem foi mencionada, no final da conferência, por Alan Baxter, antigo director do Departamento

DSAT SEM DATA PARA IMPLEMENTAR AUTOCARROS ELÉCTRICOS

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MILHARES EM NOTAS FALSAS

a Nova Era, que estão a testar a funcionalidade de autocarros eléctricos circularem de forma definitiva em Macau. Para o efeito, a DSAT e as duas empresas envolvidas apostaram em dois tipos distintos de veículos, “de modo a que no fim se possa avaliar o comportamento de cada um nos diferentes troços das vias públicas”. Após o período experimental, “a DSAT e as operadoras de autocarros farão balanço do teste, bem como dos comentários dos passageiros, que vão servir como referência importante para a futura introdução de autocarros eléctricos em Macau”, conclui o organismo.

de Português da Universidade de Macau (2007 – 2011) e especialista em crioulos de base portuguesa, que este ano regressou ao território para dirigir a Faculdade de Humanidades da Universidade de São José. “Acho que seria muito interessante criar um grupo de interesses, com pessoas da comunidade [macaense] e outras pessoas que gostariam de aprender patuá”,

disse, garantindo que há material e linguistas, incluindo-se nesse grupo. “Poderíamos fazer bastante”, comentou. Na Universidade de São José, além de aulas, Baxter tem planos de apoiar o patuá em várias frentes: através da cedência de espaço para os ensaios do grupo de teatro e até criando disciplinas de pós-graduação sobre a “conservação da herança intangível linguística”. Outra ideia avançada – todas ainda no campo das intenções –, é juntar grupos de interessados em Malaca, onde podem aprender o ‘kristang’ de forma mais sistematizada, sendo depois mais fácil, acredita, adaptar o crioulo ao de Macau. LUSA/HM

Foram 20 as notas falsas de mil dólares de Hong Kong interceptadas na última semana em seis casinos da RAEM. A informação dada pelo canal de televisão da TDM dá ainda a conhecer que as notas terão sido emitidas pelo HSBC e o número de série é o CQ256474. O caso está em investigação mas a Polícia Judiciária lança o alerta à população para que esteja atenta a medidas de segurança para detectar as notas falsas, como a textura, cor ou relevo. Esta nota já tinha deixado de ser aceite por muitos comerciantes locais em 2013 devido à mesma situação.

IC FAZ SIMULACRO NO PATRIMÓNIO

O Instituto Cultural (IC) realizou, na primeira metade do mês de Setembro, um exercício de evacuação com simulacro de incêndio no Posto do GuardaNocturno do Patane e outro na Exposição da Carpintaria de Lu Ban, o qual terminou com balanço positivo, “uma vez que foi conseguido o efeito pretendido”, anuncia. Estes exercícios acontecem com o objectivo de reforçar a gestão de segurança contra incêndios nos sítios do património, conforme refere o IC, que espera que, com estes exercícios regulares, se melhore a capacidade de resposta dos funcionários dos sítios culturais a situações de emergência, com vista a garantir melhor protecção do património histórico e orientações profissionais de segurança aos visitantes.

CASAS-MUSEU IFT VAI USAR COZINHAS QUE CUSTARAM 700 MIL

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Instituto de Formação Turística (IFT) vai ficar com o equipamento de cozinha que já tinha sido encomendado para o restaurante das Casas-Museu da Taipa, projecto que, afinal, já não vai ser concretizado. Segundo a Rádio Macau, o equipamento custou um total de 700 mil patacas e chegou a Macau duas semanas depois de Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, ter garantido que já não vai haver um restaurante português na zona. Fanny Vong, presidente do IFT, garantiu ainda que as restantes encomendas que já tinham sido feitas foram canceladas. O

TIAGO ALCÂNTARA

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STÃO a ser preparados planos para promover o patuá, incluindo uma nova ortografia mais afastada do Português e a organização de aulas. O linguista Alan Baxter e o presidente da Associação dos Macaenses, Miguel Senna Fernandes, apresentaram os planos durante a conferência ‘Línguas em Contacto na Ásia e no Pacífico’, dedicada ao multilinguismo e com especial enfoque nos crioulos de base portuguesa da Ásia. O patuá, derivado do crioulo ‘kristang’ de Malaca e que incorpora Português e Chinês, foi em tempos língua corrente da comunidade macaense, mas acabou por cair em desuso. Hoje, o dialecto é preservado através do grupo de teatro Dóci Papiaçam di Macau, que encena uma peça por ano maioritariamente falada no crioulo. “Vou propor refazer o ‘Maquísta Chapado’ [glossário de patuá] e fazer uma coisa revolucionária, que se calhar vai chocar, que é propor uma outra ortografia para o patuá”, disse Senna Fernandes, que dirige o grupo de teatro, explicando que a forma como o patuá é hoje escrito utiliza a ortografia portuguesa. Segundo o macaense, a grafia portuguesa não permite traduzir o som para quem só domine, por exemplo, Inglês ou Chinês. “Todo o sistema é português. Não tenho nada contra isso, mas não chega (…) Vai implicar uma nova técnica para abordar a língua, mas não é nada do outro mundo. Porque temos de nos manter teimosamente num sistema que nem todos podem entender”, questionou.

TIAGO ALCÂNTARA

SOCIEDADE

equipamento será utilizado para “apoiar as actuais cozinhas” e as “operações do novo campus da Taipa”. “Quando houver mais apoio da comunidade

poderá ponderar relançar o projecto para dar uso à cozinha original que existe numa das Casas-Museu desde a década de 1990”, disse ainda a instituição

pública de ensino. O restaurante não era, afinal, “uma prioridade”, algo que já não acontece com a “gestão e preservação cultural e do património”.


9 hoje macau segunda-feira 19.9.2016

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Instituto de Investigação Científica Tecnológica da Universidade de Macau em Zhuhai já está sob alçada da Universidade. É o que garante a instituição de ensino ao HM, frisando na mesma resposta que também a revisão dos Estatutos da Fundação da UM está numa fase final. O objectivo é trazer legalidade à existência das duas infra-estruturas, que foram alvo de várias críticas do Comissariado de Auditoria (CA) no ano passado. Devido a problemas na obtenção de fundos da Fundação Nacional de Ciências Naturais da China, o Instituto teve de mudar a forma jurídica sob a qual foi criado, tendo passado a ser pessoa colectiva. A infra-estrutura “comportou graves riscos”, segundo o CA, porque foi estabelecida nessa modalidade de entidade privada não empresarial, situação que impedia a “fiscalização eficaz e controlo”. Depois das críticas, Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, assegurou que a UM não descartava a possibilidade de fechar o Instituto de Investigação caso não houvesse alterações, de forma a “tomar medidas para eliminar eventuais riscos”. Estas parecem ter, finalmente, chegado.

UM INSTITUTO DE ZHUHAI SOB ALÇADA DA INSTITUIÇÃO

De volta à legalidade TIAGO ALCÂNTARA

Já está a ser controlado pela Universidade de Macau o Instituto de Investigação Científica Tecnológica de Zhuhai. Depois de falhas apontadas pelo Comissariado de Auditoria, também a Fundação para o Desenvolvimento tem quase prontos os seus novos Estatutos, onde os dirigentes passam a ser da UM

SOCIEDADE

da UM. Actualmente, os Estatutos ainda estão a ser revistos. “Indo ao encontro das opiniões expressas no relatório do Comissariado da Auditoria, a UM está a rever os Estatutos da Fundação para o Desenvolvimento da UM. Os respectivos cargos da Fundação passarão a ser desempenhados por dirigentes da UM”, revela a instituição ao HM.

“A situação do Instituto [como] pessoa colectiva já foi alterada de acordo com as exigências referidas no relatório do CA” UNIVERSIDADE DE MACAU

“A situação do Instituto [como] pessoa colectiva já foi alterada de acordo com as exigências referidas no relatório do CA. Ou seja, a titularidade do Instituto já foi transferida para a Universidade de Macau”, começa por dizer a UM. “[A universidade] agora controla totalmente o referido instituto.” A UM diz ainda estar “a tomar medidas para melhorar a gestão e supervisão do mesmo Instituto”, mas não adianta pormenores. Recorde-se que, como avançava o HM em 2015, a UM não teria pedido autorização às autoridades da RAEM ou de Pequim para a criação do Instituto e, apesar de muito do dinheiro ser da Funda-

ção Nacional de Ciências Naturais da China, os recursos financeiros para a criação do Instituto foram provenientes de transferências do orçamento da RAEM para a UM. Advogados chegaram a defender que essa transferência de fundos de Macau para a região vizinha sem autorização violava também a Lei Básica mas, quando questionado, o Executivo diz que houve uma interpretação diferente e não haveria indícios de tal.

FUNDAÇÃO V.02

Quem não escapou também à análise do Comissariado de Auditoria foi a Fundação para o Desenvolvimento

da UM, constituída como uma pessoa colectiva de direito privado, um modelo que, mais uma vez, “não permitia à UM fiscalizar nem controlar, nem intervir no seu funcionamento”. “Contrariamente, deixa que os donativos destinados ao seu desenvolvimento sejam entregues a uma fundação de direito privado e com a qual não mantém qualquer relação jurídica”, apontava o CA. No ano passado, o Governo assegurou ao HM que estava a ser criada, então, uma nova fundação para a Universidade de Macau, denominada “por Fundação da Universidade de Macau”, que viria a substituir a Fundação para o Desenvolvimento

A revisão dos Estatutos está “numa fase final” e estes serão publicados no Boletim Oficial depois de analisados e aprovados. “No futuro, o modo de funcionamento e o sistema de supervisão da Fundação serão melhorados e poderão satisfazer as exigências do Comissariado da Auditoria e de todas as partes envolvidas”, assegura a HM. A universidade não respondeu, contudo, face ao património da FDUM, que seria supostamente “transferido para a nova Fundação”. Até Fevereiro de 2015 mais de 800 milhões de patacas pertenciam a este organismo, mas o HM não conseguiu perceber se os valores aumentaram. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

MINISTÉRIO PÚBLICO HO CHIO MENG JÁ FOI ACUSADO

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Ministério Público (MP) já deduziu acusação contra o ex-Procurador da RAEM no final de Agosto. Segundo a Rádio Macau, Ho Chio Meng requereu abertura de instrução ao Tribunal de Última Instância (TUI), pelo que um dos três juízes do tribunal terá de decidir se há provas suficientes para levar o arguido a julgamento pelos crimes de que é acusado. A acusação terá sido deduzida no final de Agosto,

já na recta final de terminar o prazo para manter Ho Chio Meng em prisão preventiva com o processo ainda em fase de inquérito. À Rádio Macau, o Ministério Público limita-se a dizer que o caso está em “processo judicial” e que “não tem qualquer informação a divulgar”. Ho Chio Meng está em prisão preventiva desde 26 de Fevereiro por suspeitas de corrupção. O arguido é

suspeito de ter favorecido familiares na adjudicação de obras e serviços durante dez dos 15 anos em que foi Procurador. O processo decorre de imediato no TUI porque o arguido é acusado por crimes que terá cometido enquanto exercia um cargo público. A fase de instrução tem duração máxima de dois meses, a contar a partir da data do despacho que a declarou aberta.


10 Filmes CINEMATECA PAIXÃO ORGANIZA PALESTRA COM ZHENG DAWEI

EVENTOS

SEGREDOS D

Comboio da meia-noite Nova grelha e horário alargado na Rádio Macau

Scherzo. “Dois dedos de música”, que traz convidados residentes a escolher canções à quinta-feira num programa animado por Natacha Fidalgo também é uma das emissões e o fado tem destino marcado a oriente no fecho da semana, com Marta Pereira.

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AIS serviço público.” É o que pretende o canal de rádio da TDM com a nova grelha de programação, que conta, a partir de hoje, com horário alargado até à meia-noite. A frequência 98.00 vai contar, assim, com mais informação e música. “Achamos que o horário até à meia-noite se adequa melhor àquilo que é hoje a realidade do território”, diz o chefe de programação da Rádio, Gilberto Lopes, auo mesmo tempo que afirma que pretende não só corresponder às necessidades dos ouvintes que vivem em Macau, mas também chegar àqueles que acedem ao serviço de rádio online e que estão espalhados pelo mundo.

MAIS NOTÍCIAS E MAIS MÚSICA

Uma das apostas que se registam na nova grelha vai para os blocos informativos. A partir de logo, as notícias na rádio não terminam às 19h00: contam com mais quatro blocos de hora a hora e ainda mais três sínteses, entre elas uma em língua inglesa. Música das 9h00 às 22h00 também está incluída. São cinco os novos programas animados com uma selecção musical temática. A “Zona Indie” é já esta noite, com o programa dedicado ao som independente e animado por João Pedro Marques. Amanhã é tempo de “Pandora”, em que o jazz e outros estilos se dão a conhecer. A música clássica tem lugar às quartas-feiras com o programa

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PERTO DA SOCIEDADE

A noite continua dedicada à sociedade e às questões que lhe dizem respeito. A “Assembleia geral” é o programa que conta com edição de Rui Flores e um painel de comentadores que discutem temas à volta da política internacional e que estreia esta noite. Amanhã e nas próximas terças-feiras, o serão é dedicado à saúde, com a participação da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau e apresentação de Rui Cid. As questões do Direito e da Justiça contam com a colaboração da Fundação Rui Cunha (FRC) à quarta-feira, num programa assegurado pelo jornalista e advogado Rui Moura no “Falar Direito”. A cultura tem lugar com uma edição de Carlos Picassinos, todas as quintas, e contará com comentários de Carlos André. A semana fecha com “Frequência Académica” numa parceria com a Universidade de S. José (USJ).

PARA A COMUNIDADE FILIPINA

Novidade é mesmo o programa que estreia no próximo sábado em tagalog, língua oficial filipina. A Rádio já conta com um programa em indonésio mas, e de modo a abarcar mais populações que residem no território, é a vez de pensar na comunidade das Filipinas. Gilberto Lopes espera que, partindo da já confirmada parceria com entidades como a FRC ou a USJ, os novos programas “sejam um sucesso e que possam, num futuro próximo vir a chamar outras entidades da comunidade civil”.

Quer saber qual o marketing necessário para vender o A Cinemateca Paixão ajuda, com uma palestra proferid pelo Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong já esta semana

Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA NA CORTE DOS REIS DE PORTUGAL • Ana Isabel Buescu O volume que agora se publica reúne um conjunto de estudos escritos nos últimos anos em campos que têm ocupado, de forma dominante, a investigação [da autora] no âmbito da história e da cultura e das mentalidades, das representações e da articulação entre a cultura e o poder em Portugal no século XVI.

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

PORTUGAL RATING AAA • ALEXANDRA SILVA MALTA Hoje, mais do que nunca, assistimos a um jogo estratégico em que se manipula informação para condicionar o peso que os diferentes protagonistas têm. Hoje há entidades cujo papel é analisar países e colocá-los numa escala de valor… É uma nova arte de guerra. Mas com isto, torna-se fundamental que saibamos olhar para o nosso país e possamos ter uma opinião válida. Baseada em factos. É importante fazer algo para cuidar do amor-próprio de um país, de uma cultura, de um povo. Do amor-próprio de ser português. Não é preciso recuar 500 anos para falar da glória de Portugal. Basta olhar para o lado para encontrar: genialidade, irreverência, atrevimento, inovação, competência. Todos os dias há portugueses a fazer maravilhas, a criar, a liderar o Mundo, e a merecer o nosso reconhecimento e orgulho.


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DO CINEMA

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ARKETING de Cinema: C o m o Vender a Sua Estória?” é o nome da palestra proferida pelo Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong, Zheng Dawei, organizada pela Cinemateca Paixão. As inscrições já estão online e o vento realiza-se no dia 24, sábado, entre as 15h00 e as 17h00. Durante a palestra, Zheng Dawei vai falar sobre o processo criativo de argumentos com base nos géneros cinematográficos e analisar elementos-chave de filmes comerciais considerados de grande sucesso. O responsável versa ainda sobre como apresentar a formulação dos pedidos de produção cinematográfica no interior da China, os procedimentos de selecção, análise, avaliação e aprovação de projectos cinematográficos, bem como os fundamentos do mecanismo de partilha das receitas da distribuição de filmes, entre outros.

Zheng Dawei

seu filme? da

CURRÍCULO COM HISTÓRIA

Zhen Dawei licenciou-se em Literatura Cinematográfica pelo Instituto de Investigação da Arte da Televisão e Cinema da

O Canadá para a Live Music Association (LMA). Jaron Freeman-Fox chega a Macau com a banda “The Opposite of everything”. A data marcada é 8 de Outubro às 21h30 e a promessa é a de pôr toda a gente a dançar, num misto de jazz, sons indianos, nórdicos e indonésios trazidos por um violino de cinco cordas.

Jaron Freeman-Fox nasceu nas áreas rurais montanhosas na zona Noroeste do Canadá e segundo o seu site é o músico que “redefine o que o violino é capaz”. Com formação musical na área do Jazz e feita em Vancouver, prosseguiu estudos na Índia, Indonésia e Suécia e é nessa mescla cultural que o som que produz se insere. Já conta

MORREU EDWARD ALBEE, AUTOR DE “QUEM TEM MEDO DE VIRGINIA WOLF?”

Academia Nacional de Artes da China (Pequim) e, segundo o IC, possui uma ampla experiência profissional, tanto na linha de frente, como nos bastidores, tendo trabalhado no âmbito da indústria audiovisual ao longo de mais de três décadas na qualidade de produtor, produtor executivo, director e editor-chefe da Estação de Televisão de Guangdong. Actualmente exerce o cargo de Secretário-Geral da Associação da Indústria Cinematográfica de Guangdong, membro da Comissão de Revisão da Administração de Imprensa e Publicação, Rádio, Cinema e Televisão da Província de Guangdong e da Censura de Produção Cinematográfica da Província de Guangdong. Foi também membro do júri de selecção de projectos cinematográficos de Macau para a Feira de Investimento na Produção Cinematográfica entre Guangdong-Hong Kong-Macau 2016. Os interessados neste evento podem inscrever-se, gratuitamente, através do “Sistema de Inscrição de Actividades” do website do Instituto, existindo 60 lugares disponíveis.

O dramaturgo norte-americano Edward Albee, autor de “Quem tem medo de Virginia Wolf?”, morreu anos 88 anos, noticiou esta sexta-feira o jornal The New York Times. Albee estava doente e morreu em casa, em Nova Iorque, disse o seu assistente pessoal, Jakob Holder, ao jornal. O autor, reconhecido por três vezes com o prestigiado prémio Pulitzer, era considerado um dos maiores dramaturgos contemporâneos dos Estados Unidos da América. Uma das suas obras mais conhecidas é “Quem tem medo de Virginia Wolf?”, que foi também adaptada ao cinema, em 1966, num filme protagonizado por Richard Burton e Elizabeth Taylor. Os três Pulitzer que recebeu premiaram, porém, outros textos: “A Delicate Balance” (1967), “Seascape” (1975) e “Three Tall Women” (1994). O primeiro foi também adaptado ao cinema, num filme que contou com Katharine Hepburn e Paul Scofield.

CORRER PELA PÁTRIA

A actividade “Correndo em Comemoração do Dia Nacional e do Dia Mundial da Marcha” é a iniciativa do Executivo em colaboração com o Instituto do Desporto (ID) que tem lugar no próximo dia 1 de Outubro pelas 8h15 e que conta com partida e chegada da na Praça do Lótus Dourado. Segundo um comunicado do ID, o evento já conta com uma “grande adesão” nas inscrições e prevê prémios para os dez melhores classificados da prova de corrida, quer da secção masculina, quer da secção feminina e para as cinco colectividades que tenham o maior número de participantes, tanto na Corrida, como na Marcha. Os sectores abrangidos pelas colectividades são escolas, organismos desportivos, organismos de conterrâneos e de grupos étnicos, entidades públicas e privadas ou outros organismo sociais interessados em participar. As inscrições terminam a 21 de Setembro e podem ser feitas no Instituto do Desporto, Pavilhão Polidesportivo do Tap Seac, Complexo Desportivo Tamagnini Barbosa e no Centro Desportivo Olímpico, na Taipa.

“DANCING KING” SOBE AO PALCO DO VENETIAN

JARON FREEMAN-FOX NA LMA

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EVENTOS

com cerca de 40 álbuns na carteira e a sua presença no território integra os últimos anos que têm sido exclusivamente dedicados à estrada. Entre concertos a solo e duetos experimentais é a vez de voltar a tocar com a banda que o tem acompanhado na carreira, “The opposite of everything”, e mostrar a música do mundo a Macau.

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HOW Lo, músico de Taiwan conhecido como “dancing king”, está de volta a Macau pela sexta vez. O espectáculo intitulado “Show Lo Crazy World Macao Concert” vai acontecer no palco da Arena do Venetian, no dia 8 de Outubro, às 20h00. Os bilhetes já estão à venda. Neste concerto o músico vai tocar cerca de 30 canções, onde estão incluídos os maiores êxitos e os clássicos. “O público pode esperar uma noite mágica em todos os aspectos da actuação, desde o design aos figurinos, passando pelas luzes e pelo som, e nunca esquecendo as coreografias e o charme característico deste one man show”, revela a Sands China.

Com um carreira consagrada no mundo artístico, Lo editou no ano passado o seu 11º álbum, intitulado “Reality Show”, “que foi um sucesso instantâneo”. Entretanto participou no reality show “Go Fighting!” que aumentou a sua popularidade. Como se não bastasse o sucesso em cima do palco, Lo expandiu-se para outras áreas nomeadamente sendo o responsável pela criação da sua própria marca de roupa, “Stage”, que já conta com lojas em Taiwan, Hong Kong e Singapura. Os bilhetes para o “Show Lo Crazy World Macao Concert” estão à venda com preços a partir das 280 patacas.


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ANÚNCIO 【N.º 76/2016】 Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificase, por este meio, o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação económica abaixo indicado: Nome Número do boletim de candidatura LOU WING CHI MAY 81201313915 Dado que o representante do agregado familiar acima referido não se dirigiu a este Instituto no dia acordado para assinar o contrato-promessa de compra e venda da fracção autónoma de habitação económica que se tinha comprometido a adquirir, nos termos da alínea 5) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, foi decidido proceder à sua exclusão de adquirente seleccionado. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, deve apresentar, por escrito, contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio; caso não proceda à entrega dentro do prazo referido, considera-se ter renunciado ao seu direito, não sendo aqueles considerados. Em caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar o Sr. Choi através do tel. n.º 2859 4875 (Ext. 218), para consulta do processo. Instituto de Habitação, aos 14 de Setembro de 2016. O Presidente, Arnaldo Santos

Aviso ﹝N.º 416/2016﹞ Assunto: Ordem de demolição de barraca degradada Local: Barraca n.º 11-07-21-025-001, sita na Travessa da Corda, Macau, com o número de cadastro: 0243.007 (área assinalada na planta de localização, em anexo) Vimos por este meio informar o concessionário do terreno da barraca acima mencionada e demais pessoas interessadas que o pessoal do Instituto de Habitação (IH) procedeu à inspecção da referida barraca, tendo verificado que a mesma se encontra degradada e em perigo de ruína, podendo, portanto, constituir perigo para a segurança e saúde públicas ou para os seus utilizadores. Assim, para salvaguardar as condições de salubridade e segurança públicas, ordena-se a realização, pelo referido concessionário do terreno e demais pessoas interessadas, das necessárias obras de demolição da barraca supramencionada, no prazo de 15 dias, contados a partir da data de publicação do presente aviso, nos termos do n.º 2 do artigo 8.º e da alínea b) do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 6/93/M, de 15 de Fevereiro, e de acordo com o despacho, de 14 de Setembro de 2016, do Presidente, exarado na Proposta n.º 1279/DHP/DFHP/2016. Instituto de Habitação, aos 14 de Setembro de 2016.

ANÚNCIO 【N.º 77/2016】

O Presidente,

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se, por este meio, o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação económica abaixo indicado: Nome

Número do boletim de candidatura

LAI WAI FONG

81201307686

Dado que os documentos exigidos para o requerimento não foram entregues dentro do prazo definido, este Instituto informou o candidato acima referido, através do ofício n.º 1601080049/DHEA, de 11 de Janeiro de 2016, de que deveria apresentar, por escrito, contestação, no prazo de 10 dias, a contar da data de recepção daquele ofício; não tendo o candidato acima referido entregue qualquer contestação dentro do prazo definido, nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, e por despacho do signatário exarado na Prop. n.º 1004/DHP/ DHEA/2016, foi decidido proceder à sua exclusão de adquirente seleccionado. Caso não concorde com a respectiva decisão, nos termos dos artigos 148.º, 149.º e do n.º 2 do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, pode ser apresentada reclamação, sem efeito suspensivo, no prazo de 15 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio ou, nos termos do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, pode intentar acção judicial no Tribunal Administrativo, no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Instituto de Habitação, aos 14 de Setembro de 2016. O Presidente, Arnaldo Santos

Arnaldo Santos


13 CHINA

hoje macau segunda-feira 19.9.2016

Economia ENGENHEIRO ELECTRÓNICO PASSA A GURU DE INVESTIMENTOS

“Almirante Li” ao leme ACORDO COM MOÇAMBIQUE NO COMBATE À CORRUPÇÃO As procuradorias-gerais da República de Moçambique e da China assinaram na semana passada em Maputo um protocolo de cooperação para a troca de reclusos e combate à corrupção. “Moçambique e China têm desafios comuns, que passam pelo combate à corrupção. São crimes que minam as sociedades moçambicana e chinesa, daí que devem ser combatidos nos dois territórios”, disse o porta-voz da Procuradoria-Geral da República de Moçambique Taíbo Mucobora em declarações após a assinatura do protocolo. Na visita de três dias a Moçambique, que se iniciou na quarta-feira, a procuradora-geral adjunta da República da China, Hu Zejun, manteve encontros com titulares de órgãos da administração da justiça moçambicanos.

ALEGADO ESPIÃO CANADIANO LIBERTADO

Kevin Garratt o canadiano que estava detido na China desde 2014 por alegada espionagem e furto de segredos de Estado, foi libertado na quinta-feira. Garrat tinha sido detido junto à fronteira com a Coreia do Norte, com a sua mulher, Julia Dawn Garratt, que foi libertada em Fevereiro de 2015. O casal vivia na China há três décadas e geria um café na localidade de Dandong, perto da Coreia do Norte. A detenção de Garratt ocorreu pouco depois de Otava acusar abertamente Pequim de atacar sistemas informáticos públicos e privados do Canadá, algo que a China negou. Garrat já se encontra no Canadá, de acordo com informação da sua família.

L

I Daxiao, ou “Almirante Li” como é chamado por alguns fãs, não estudou finanças, começou como engenheiro electrónico, e nunca trabalhou em empresas importantes como a Goldman Sachs Group Inc. ou mesmo num grande banco de investimento chinês como o Citic Securities Co. Mesmo assim, Li transformou-se num dos analistas mais populares do mercado de acções da China, com 2,4 milhões de seguidores no Weibo, um site de microblogs chinês e um dos nomes mais procurados por homens e mulheres de negócios no motor de busca chinês Baidu. O segredo para tanto sucesso são dicas pitorescas e informais colocadas nas redes sociais, junto com fotos e vídeos em que Li aparece a fazer palhaçadas tais como posar com estátuas de touros ou fazer malabarismos com laranjas.

UM OPTIMISTA

Os reguladores de valores mobiliários da China têm tentado controlar estas brincadeiras numa tentativa de reduzir a especulação do mercado e cultivar um estilo de investimento mais sóbrio entre a comunidade de investidores individuais. Muitos outros analistas populares de mercado na China pararam de produzir vídeos chamativos e comentários incisivos, e Li diz que pensou em apagar a sua conta no Weibo em Maio, quando o governo elevou a pressão sobre economistas e analistas para serem optimistas. Mas Li, cujos comentários já eram optimistas, decidiu manter o curso e diz que as autoridades chinesas não pediram que parasse. “A

maioria das pessoas não têm graça e a vida precisa de um tempero”, diz. Li estima que faz cerca de 500 aparições nos media nacionais por ano e tem dezenas de milhares de posts na internet. Embora não tenha referido o preço das suas palestras, um gerente de eventos a par do assunto disse que pode cobrar até 15 mil dólares por palestra.

SÃO DIAMANTES

Em 2015, quando o índice da bolsa de acções de Xangai estava entre 4 mil e 5 mil pontos, disse que o ‘topo do mundo” tinha sido atingido; meses depois, as acções caíram, e alguns investidores queixaram-se que tinha anunciado o topo cedo demais.

Quando o índice caiu para cerca de 2.100 em 2012, ele mencionou a frase “piso de diamante” para indicar que algumas acções com fundamentos fortes tinham-se tornado tão valiosas quanto diamantes.

Li estima que faz cerca de 500 aparições nos media nacionais por ano e tem dezenas de milhares de posts na internet

Numa questão de dois meses, o mercado de Xangai recuperou 15%. Li disse que outro “piso de diamante” tinha sido atingido em 16 de Janeiro, mas este ano a indicação não funcionou tão bem: as acções em Xangai continuaram a recuar outros 8,5%. Depois do colapso do mercado de acções no ano passado e no início deste ano, os reguladores chineses começaram a prestar mais atenção aos métodos dos analistas. Desde então, Li parou de produzir vídeos mas continua firme e forte. “Eu sempre fui bom a interpretar as políticas”, disse. “Por que as autoridades iriam querer que eu parasse de falar?” W.S.J.

SHAWN KOH FOR THE WALL STREET JOURNAL

Taíbo Mucobora

Um dos analistas de investimentos mais famosos da China é um economista de 52 anos da Yingda Securities Co., uma corretora estatal de porte médio localizada em Shenzhen, no sul da China

MERANTI FAZ PELO MENOS 13 MORTOS E PREJUÍZOS DE MILHÕES

O

supertufão que entretanto passou a depressão tropical, causou pelo menos 13 mortos à sua passagem pela China, havendo ainda outras 14 pessoas desaparecidas, segundo revelaram, no sábado, as autoridades locais”. Na província chinesa de Fujian, o Meranti causou a morte a sete pessoas, revelou a agência oficial Xinhua. Cerca de 331 mil

pessoas foram realojadas em Fujian, onde as autoridades locais calculam estragos num valor equivalente a 222 milhões de euros. O tufão causou também um apagão na cidade de Xiamen, onde o fornecimento de energia eléctrica não está ainda totalmente restabelecido, assim como danos nas linhas ferroviárias, com 61 rotas de comboios a terem de ser

alteradas, pelo menos, até 25 de Setembro. Outra região especialmente afectada pelo tufão, o mais forte deste ano em todo o mundo, foi Zhejiang, onde morreram seis pessoas e outras cinco permanecem desaparecidas. Nesta região, mais de 70 mil pessoas foram realojadas e os danos ascendem ao equivalente a 232 milhões de euros, segundo as autoridades.

O Meranti passou a depressão tropical na quinta-feira à noite e deslocou-se para norte, provocando chuvas fortes em diversas regiões da China. A cidade de Xangai registou na sexta-feira as chuvas mais intensas deste ano. Antes de atingir a China, o Meranti passou por Taiwan, causando também danos significativos, um morto e cerca de 50 feridos.

Tratou-se do pior tufão a atingir Taiwan nos últimos 21 anos. Este foi também o pior tufão em Fujian desde que há registo: ou seja, desde 1949. Taiwan prepara-se agora para o tufão, o Malakas, de menor intensidade, que deverá atingir a ilha, com ventos até 180 quilómetros por hora. Este tufão poderá também atingir a China.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

14

Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração

XIE HE

O segundo dos Seis Princípios é: o Método dos Ossos (a estrutura) no uso do pincel1. O terceiro é: Conformidade com os Objectos, (para obter) Semelhança. O quarto: Aplicação das Cores de acordo com as Características. O quinto é: Planeamento e Desenho, Lugar e Posição (i. e. Composição). O sexto é: Transmissão de Modelos através da Cópia (de modelos clássicos). Apenas Lu Tanwei e Wei Xie2 aplicaram completamente todos estes Princípios.

1 - Se a Primeira regra se referia a filosofia estética, a segunda regra que se refere ao uso do pincel com tinta, constituem a base universal da apreciação da pintura, as outras referem-se a aspectos particulares da técnica. A importância do pincel como canal privilegiado da expressão pictórica irá suscitar uma permanente atenção da análise crítica. Guo Ruoxu (activo c. 1070-1080?) escrevendo sobre «Méritos e Erros no Uso do Pincel»: «Quando Zhang Yanyuan diz que só Wang Xianzhi e Lu Tanwei eram capazes, respectivamente, de caligrafar e pintar com uma pincelada única, ele não quer dizer que um texto inteiro ou a forma acabada e uma coisa sejam dadas com um e único traço traço, mas antes que, desde o princípio ao fim, o pincel persegue todos os seus movimentos sob a égide de um mesmo controle sem que se interrompa o fluxo do espírito; e assim a motivação espiritual precederá o pincel e o pincel evoluirá na esfera dessa motivação espiritual, de modo que, uma vez terminada a pintura, a intenção que o havia motivado encontra-

se aí encarnada, as formas respondendo em correspondência à plenitude do conteúdo espiritual; preenchidas estas condições, é preciso além disso que o espirito seja desprendido mas a intenção bem determinada, graças aos quais a inspiração se tornará inesgotável e o pincel trabalhará sem entraves.» (in «Tuhua Jianwenzhi», 1074, traduzido da versão de Pierre Ryckmans em Les Propos Sur la Peinture du Moine Citrouille-Amère, p.23, Plon,2007) 2 - No complexo relato tradicional da pintura na China Lu Tanwei (activo c. 450-490) e Wei Xie (séculos III e IV), são dois nomes recorrentes, cuja mera enunciação remete para o grande cânone. Mais Lu Tanwei que Wei Xie. O influente Su Dongpo (1036-1101), por exemplo, apresenta-o ao lado de Gu Gaizhi como o ponto mais alto da perfeição na pintura de figuras, exemplos fundamentais para a sua definição de «forma constante» e «princípio constante» (ver Osvald Sirén, The Chinese on the Art of Painting, p.61).

«Guhua Pinlu»

Memória e Classificação dos Pintores Antigos


15 hoje macau segunda-feira 19.9.2016

diário (secreto) de pequim (1977-1983)

António Graça de Abreu

PEQUIM, 10 de Abril de 1978 Em Portugal, com o PCP (m-l), comprometi-me a assinar um contrato de trabalho com os chineses que se estenderia por quatro anos na China. Chegado às Edições, nunca os camaradas me falaram em assinar o tal contrato ou na duração da estada em Pequim. Trataram-me da papelada de trabalho e dos documentos de estadia, subentendendo os chineses que ficarei por quatro anos. Não estou preocupado. Sinto-me bem no que faço, aprendo todos os dias, estou numa fase de transição da minha vida. Depois da Alemanha, da Guiné-Bissau, agora a China, três continentes, Europa, África e Ásia, nada mau, três experiências riquíssimas em dez anos: Ou seja a emigração, a guerra de África, a vivência num grande, sinuoso e fascinante país socialista. Ainda só tenho trinta anos. Isto promete!... JINGHONG, XISHUANBANNA, 19 de Abril de 1978 O nome Xishuangbanna soa estranho. A região fica a umas poucas léguas das florestas da Birmânia, a uma centena de quilómetros do Laos, não longe da Tailândia. É habitada por umas tantas minorias nacionais, dezasseis a saber, pequenos grupos étnicos quase todos com língua e escrita própria, bem diferentes dos chineses han. Os tai, aparentados com os tailandeses, são a grande minoria nesta região. Voei de Pequim para Kunming, capital da província de Yunnan, num Bac 111, o Trident, o bimotor a jacto inglês que equipa as linhas aéreas comerciais chinesas. Depois, um Antonov 24, a hélice, avião construído na União Soviética e já fora de moda,

furou montanhas de nuvens, serpenteou no vazio sobre cumes e cumes de montanhas e deixou-me em Simao, a cidadezinha com aeroporto mais próxima de Xishuangbanna. Continuei viagem por mais 160 quilómetros de estrada, entre montes e vales num pequeno autocarro encavalitado numa esplendorosa paisagem sub-tropical, esfuziante de cores, perfumes e surpresas. Vim, com um pequeno grupo das Edições de Pequim para, em Xishuangbanna, assistir e participar na Festa da Água, o ano novo destas populações que fazem do rejuvenescer da Primavera o tempo

certo para depurar corpo e mente, com libações em honra da perfeita água. Estou alojado numa pequena pousada, uma espécie de bungalows unidos por caramanchões e varandas, entre jardins e palmares, na sombra serena do silêncio da floresta tropical. O meu quarto, com chão de cimento e as comodidades mínimas, é o número 5. Sete metros ao lado, já transformado em museu, fica o quarto número 1 onde se alojou o primeiro-ministro chinês Zhou Enlai na sua vinda a Xishuangbanna em 1973, exactamente para a Festa da Água. Na memória de tão excelsa companhia, sinto-me uma pessoa importante.

Ontem em Jinghong, a sede da prefeitura de Xishuangbana, encaminharam-me para uma aldeia dos arredores, deixaram-me num dos terreiros para a grande festa. Vesti uma camisola interior vermelha, umas calças velhas, calcei uns chinelos de dedo e levei uma bacia de esmalte, novinha em folha. Ali estava o pobre letrado lusitano a cirandar entre a gente da terra, armado para a faiscante, encharcante e entusiasmante batalha da água. E que batalha, e que festa, meus senhores!... Os tambores dos tai começam a rufar, as marimbas a tanger, as flautas a tocar. Iniciam-se os singulares

folguedos, dança-se em círculo em volta dos músicos, cada um vai encher a sua bacia no interior de umas tantas canoas espalhadas em redor, o casco vazio funciona como reservatório da água trazida para aqui em grandes bidons. Regressamos à roda e lançamos, aspergimos o excelente líquido sobre o parceiro ou parceira da frente, do lado, de trás. Alguma confusão mas depois apanhamos o ritmo do bailado nos grandes círculos, há água e mais água a borrifar toda a gente, as pessoas estão esplendorosamente encharcadas, da cabeça aos pés. Quanto mais inundadas, mais limpas e mais saem os pecados. As

meninas tai, jovens, esbeltas, riem, dançam, amaneiram os gestos, rodam as mãos e os dedos no ar como requintadas andaluzas. Usam flores e um pente nos cabelos, mostram as saias ou calças finas, justas, bem molhadas, as reduzidas blusas humedecidas agarradas ao corpo, os perfeitos umbigos desnudados, as curvas redondas abaixo da pequena anca, os seios húmidos, túmidos, meio escondidos, meio ao léu, de bicos empinados e bonitos. Dançam como deusas nas terras dos confins do mundo, gráceis, femininas, raiz e tronco da vida dos homens. Lá em baixo, no rio Lancang, há mais festa. Este grande rio, o quarto maior de toda a Ásia, desce desde o Tibete até aqui, quase que por socalcos. Ao sair da China, 50 quilómetros a sul de Xishuanbanna, passa a chamar-se Mekong e a ser não só parcialmente navegável, mas também a assumir-se como a grande estrada fluvial entre a China, o Laos e o Vietnam. No delta, a sul de Saigão, cansado da movimentada jornada, dilui-se aos poucos no grande Oceano Pacífico. No rio Lancang chinês, ou melhor no Mekong, há hoje corridas de barcos-dragão, petardos, fogo-de-artifício, danças do pavão, jogos, cantos e danças. Na margem, acompanho o desfile meio espontâneo de centenas de mulheres, homens e crianças ataviadas com os seus melhores trajes, tudo gente das minorias nacionais locais. Há toucados enfeitados com adereços brilhantes, roupas de seda bordada com cintos de prata, túnicas de veludo, casaquinhos de algodão entrançado. Tudo colorido, a cheirar a novo e a festa. São os povos da planície ou das montanhas, as minorais nacionais estranhas para os chineses han na fala, entendimentos, usos e costumes.


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hoje macau segunda-feira 19.9.2016

ANÚNCIO 【N.º 74/2016】

ANÚNCIO 【N.º 79/2016】

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se, por este meio, o representante do agregado familiar da lista de candidatos a habitação económica abaixo indicado:

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificam-se, por este meio, os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação económica abaixo indicados:

Nome

Número do boletim de candidatura

IM CHI KUAN

81201306261

Dado que o representante do agregado familiar acima referido é proprietário de fracção autónoma com finalidade habitacional na Região Administrativa Especial de Macau, nos cinco anos anteriores à data da apresentação da candidatura e até à data da celebração da escritura de compra e venda da fracção de habitação económica, nos termos da alínea 1) do n.º 4 do artigo 14.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, não poderá candidatar-se à aquisição de habitação económica, não tendo também entregue os documentos exigidos, no prazo definido, pelo que, nos termos das alíneas 1) e 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei acima referida, foi decidido proceder à sua exclusão de adquirente seleccionado. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, deve apresentar, por escrito, a sua contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Em caso de dúvidas, poderá dirigir-se ao Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar o Sr. Choi, através do tel. n.º 2859 4875 (Ext. 218), para consulta do processo. Instituto de Habitação, aos 14 de Setembro de 2016. O Presidente, Arnaldo Santos

Nome YEUNG KAM YIN SIO UT MEI

Número do boletim de candidatura 82201335576 82201336764

Dado que os documentos exigidos para o requerimento não foram entregues dentro do prazo definido, este Instituto informou os candidatos acima referidos, através do ofício n.º 1601190026/DHEA, de 22 de Janeiro de 2016 e do ofício n.º 1512100014/ DHEA, de 14 de Dezembro de 2015, respectivamente, de que deveriam apresentar, por escrito, contestação, no prazo de 10 dias, a contar da data de recepção daqueles ofícios; não tendo os candidatos acima referidos entregue qualquer contestação dentro do prazo definido, nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, e por despachos do signatário exarados na Prop. n.º 1022/DHP/DHEA/2016 e na Prop. n.º 1016/DHP/DHEA/2016, foi decidido proceder à sua exclusão de adquirentes seleccionados. Caso não concordem com a respectiva decisão, nos termos dos artigos 148.º, 149.º e do n.º 2 do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, pode ser apresentada reclamação, sem efeito suspensivo, no prazo de 15 dias a contar da data de publicação do presente anúncio ou, nos termos do artigo 25.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, pode ser intentada acção judicial no Tribunal Administrativo, no prazo de 30 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Instituto de Habitação, aos 14 de Setembro de 2016. O Presidente, Arnaldo Santos


17 hoje macau segunda-feira 19.9.2016

TEMPO

POUCO

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente

MIN

25

MAX

32

HUM

55-85%

EURO

8.91

BAHT

EXPOSIÇÃO “THE RENAISSANCE OF PEN AND INK CALLIGRAPHY AND LETTERING ART DE AQUINO DA SILVA Armazém do Boi (até 18/09) EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12)

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10) EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11) EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 81

PROBLEMA 82

UM DISCO HOJE

SUDOKU

DE

C I N E M A

YUAN

1.19

O FASCÍNIO DA LUA

EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ARTISTAS DE MACAU IACM (até 30/10)

Cineteatro

0.22

AQUI HÁ GATO

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “INSPIRAÇÃO INOVADORA”, DE MAK KUONG WENG Jardim Lou Lim Iok (até 16/10)

ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017)

(F)UTILIDADES

Confesso que a última vez que escrevi a minha coluna estava muito zangado, mas depois de um fim-de-semana prolongado não há birra que não passe. Fartei-me de passear e assistir a imensas coisas giras e divertidas. O festival da lua é um momento que me inspira e este ano não foi diferente. Gosto de ver as ruas cheias de pessoas bem dispostas, agitadas e alegres. As ruas enfeitadas com luzinhas, as rotundas coloridas... fico feliz e ao mesmo tempo nostálgico. Eu, que sou um gato introspectivo, aproveitei a agitação para me refugiar num cantinho isolado e ficar a comtemplar a lua. Estava grande, brilhante e via-se, apesar do Mercanti que tentou fazer das suas por cá. Mas graças a Á-Má tudo correu bem. Agora é começar um nova semana e esperar que haja muitas notícias boas e novidades para os meus colegas jornalistas andarem bem-dispostos... já tinha saudades deles. Estes dias todos sem os ver por cá deixam-me um pouco perdido. Preciso desta rotina, da agitação e do barulho, eles são muito barulhentos, mas desde que não perturbem o meu sono, está tudo bem! Depois de tanto reflectir para vos contar o que me vai na alma, sinto uma moleza a invadir-me as patas. Parece que o meu corpo sente uma atracção pelo chão. Aos pouco deixo-me ir. Primeiro as patas traseiras, depois as da frente e por fim estico-me na minha nova e super fresca almofada. Vou dormir. Pensar cansa e eu não gosto de andar cansado. Vou recuperar energias para enfrentar mais uma semana na minha pele de gato de redacção. Pensam que é fácil? Estão enganados. Pu Yi

“MODERAT II” (MODERAT)

A banda que merece uma vénia pelo que faz da e com a música electrónica. Moderat lançam o segundo álbum homónimo e conseguem surpreender com a música “Bad Kingdom”, hoje em dia reconhecida ao primeiro acorde em festivais à volta do mundo. Uma junção de Modeselektor com Apparat, Moderat encanta os fãs da música electrónica mas não só. Joana Freitas

SULLY SALA 1

S STORM [C]

FALADO EM CANTONENSE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: David Lam Com: Louis Koo, Julian Cheung, Vic Chou, Ada Choi 14.15, 16.00, 17.45, 21.45

TRAIN TO BUSAN [C]

FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Yeon Sang-ho Com: Gong Yoo, Ma Domng-Seok, Choi Woo-sik 19.30 SALA 2

SULLY [B]

Filme de: Clint Eastwood, Aaron Eckhart Com: Tom Hanks 14.15, 16.00, 17.45, 21.30

AT CAFE 6 [B]

FALADO EM MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Neal Wu Com: Zijian Dong, Cherry Ngan, Lin Bohong, Ouyang Nini 19.30 SALA 3

NINE LIVES [A]

Filme de: Barry Sonnenfeld Com: Kevin Spacey, Jennifer Garner, Christopher Walken 14.15, 18.00, 19.45, 21.30

TRAIN TO BUSAN [C]

FALADO EM COREANO LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Yeon Sang-ho Com: Gong Yoo, Ma Domng-Seok, Choi Woo-sik 15.50

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


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hoje macau segunda-feira 19.9.2016

MISSA DE 7º DIA AURELIANO ANTÓNIO RITCHIE

ANÚNCIO 【N.º 78/2016】

A família enlutada de Aureliano António Ritchie informa que a missa de 7º dia deste seu ente querido se realiza hoje, 19 de Setembro, pelas 18 horas na Sé Catedral. A todos quantos se queiram associar neste piedoso acto, a família enlutada agradece antecipadamente.

Nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notificam-se, por este meio, os representantes dos agregados familiares da lista de candidatos a habitação económica abaixo indicados:

Nome

Número do boletim de candidatura

WONG KUN CHIO

82201303565

LEONG MAN LOK

82201315848

Dado que os representantes dos agregados familiares acima referidos ou elementos dos respectivos agregados familiares, procederam à venda de uma fracção de habitação económica, nos termos da alínea 7) do n.º 5 do artigo 14.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, não poderão candidatar-se à aquisição de uma habitação económica. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, devem apresentar, por escrito, contestação e todas as provas testemunhais, materiais, documentais ou demais provas, no prazo de 10 dias, a contar da data de publicação do presente anúncio. Se não for entregue contestação, por escrito, dentro do prazo ou a contestação não for aceite por este Instituto, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, os adquirentes seleccionados são excluídos do concurso. Em caso de dúvidas, poderão dirigir-se ao Instituto de Habitação, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, durante as horas de expediente, ou contactar o Sr. Choi através do tel. n.º 2859 4875 (Ext. 218), para consulta do processo. Instituto de Habitação, aos 14 de Setembro de 2016. O Presidente, Arnaldo Santos

COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES DOS CONTABILISTAS Aviso Torna-se público, de acordo com o n.º 4 do ponto 5.º dos Regulamentos para a prestação de provas para inscrição inicial ou revalidação de registo como auditor de contas, contabilistas registado e técnico de contas, elaborados nos termos do artigo 18.º do Estatuto dos Auditores de Contas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 71/99/M, de 1 de Novembro, do artigo 13.º do Estatuto dos Contabilistas, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 72/99/M, de 1 de Novembro, e da alínea 3) do artigo 1.º do Regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 2/2005, de 17 de Janeiro, que se encontra afixada, na sobreloja da Direcção dos Serviços de Finanças, sito na Avenida da Praia Grande nºs 575, 579 e 585, e colocado no respectivo “Web-site”, no local à CRAC e para efeitos de consulta, a lista provisória dos candidatos à prestação de provas para inscrição inicial ou revalidação de registo como Auditor de Contas, Contabilistas Registado e Técnico de Contas no ano 2016, elaborada e homologada por deliberação do Júri designado para o efeito. Em caso de dúvidas, agradecemos o contacto com a CRAC, durante as horas de expediente, através do telefone número 85995343 ou 85995344.

Direcção dos Serviços de Finanças, aos 12 de Setembro de 2016 O Presidente do Júri, Iong Kong Leong


19 hoje macau segunda-feira 19.9.2016

macau visto de hong kong DAVID CHAN

PIERRE MOREL, TAKEN

Confissões

R

ECENTEMENTE, o website “yahoo” de Hong Kong divulgou uma notícia sobre a exposição “Confissões”, aberta ao público de 10 a 27 de Setembro. A exposição é organizada pela “Sociedade para o Planeamento da Comunidade” (SOCIETY), fundada há 40 anos com o objectivo de preservar os direitos e valores ancestrais da sociedade de Hong Kong. O website da SOCIETY faz uma apresentação do historial da exposição, da qual extraímos alguns comentários: “……A exposição é um projecto artístico focado nas declarações de detidos e de ex-detidos sobre o arrependimento”. Quando pensamos em alguém que está, ou esteve, preso, a primeira coisa que nos ocorre é que essa pessoa cometeu um crime e que, por isso, é um transgressor. É frequente que os julguemos e que sobre eles criemos uma imagem estereotipada. Acabamos por reduzi-los ao crime que cometeram, em vez de os olharmos como seres humanos tão complexos como qualquer um de nós. O sistema de justiça criminal faz o mesmo ao focar-se nas suas, alegadas, más acções. É preciso que confessem os seus pecados; têm de admitir os seus crimes…...” Através destes tópicos, podemos verificar que o propósito da exposição é apresentar as verdadeiras histórias de vida de detidos e ex-detidos, e usar essas experiências para ajudar a reabilitar as pessoas actualmente encarceradas. Mas acima de tudo, lutar para que o público em geral possa ter uma melhor compreensão destas situações e, dessa forma, proporcionar de futuro mais oportunidades a quem se encontra actualmente preso. Pretende-se que a sociedade de Hong Kong possa vir a aceitar as pessoas que estiveram detidas, e que estas possam mais facilmente integrar-se e tornar-se seus membros activos.

De todos estes testemunhos destacam-se dois casos que vale a pena analisar. O primeiro é o de Wong Ting Hin, de 52 anos de idade. Quando tinha 15 anos Wong roubou um cheque de 70.000 HK dólares ao patrão. Foi preso. Na sequência da prisão, acabou por se tornar membro de uma tríade e por vir a cometer uma série de crimes; assaltos, contrabando, tráfico de droga e envolvimento no negócio da pornografia. No decurso destas actividades Wong acumulou 50 milhões de HK dólares, em troca de 10 anos de prisão. Mais tarde, Wong foi detido e fez amizade com Yip Kai Foon. A alcunha de Yip era “O rei dos ladrões”. Esta alcunha foi-lhe atribuída quando efectou uma série de assaltos em Kwun Tong, Hong Kong. Empunhando uma espingarda “AK47”, conseguiu roubar, em apenas 10 minutos, cinco ourivesarias. O assalto a cada uma das ourivesarias durou em média dois minutos. Quando a polícia chegou ao local houve um tiroteio. Foram disparadas mais de 40 balas neste confronto. Mas, embora Yip tenha conseguido evadir-se na altura, acabou por ser detido em 2003. Na prisão, Yip tentou convencer Wong a fugir com ele, mas Wong recusou-se porque acreditava que, mesmo que conseguissem evadir-se acabariam por ser apanhados. Não foi um procedimento incorrecto. Em 2013, Wong cometeu mais um furto e voltou para a prisão. Teve de se separar de novo da mulher e do filho. Como não queria que o filho soubesse que estava preso, disse-lhe que era actor e que tinha vestido as roupas de prisioneiro para um filme. Também nos confessou que chorava todas as noites quando pensava na mulher e no filho. Foi nessa altura que decidiu nunca mais cometer nenhum crime. Wong disse-nos,

“Os serviços de reabilitação, as liberdades e as condições dadas aos prisioneiros, são factores vitais para o arrependimento e para a mudança nas suas vidas”

“Antigamente era rico, mas era infeliz. Agora sou pobre, mas sou muito feliz.” O outro caso é o de Raymond, que cometeu um crime em 2001. Raymond era toxicodependente. Durante o julgamento percebeu-se que tinha uma perna infectada devido ao consumo de droga. O médico informou-o que, para lhe salvar a vida, teria de lhe amputar a perna. Raymond recusou-se a fazê-lo, e jurou a si próprio nunca mais se drogar. Acabou por ser bem-sucedido e trabalha actualmente na SOCIETY para ajudar outras pessoas a libertarem-se das drogas. Raymond conhece bem os serviços de reabilitação das prisões de Hong Kong. Os prisioneiros têm a possibilidade de obter um bacharelato e recebem formação profissional. Também têm acesso a muitas liberdades. Por exemplo, Yip casou na prisão em 2003. Se os meus leitores ainda estão lembrados, em Janeiro de 2014, escrevi sobre Wong Yuk Long, também conhecido por Tony Wong. Tony tinha criado um império no mundo da banda desenhada. Contudo, devido à crise económica de 1987, as acções da sua empresa caíram de 4 HK dólares para apenas 1,18. Tony tinha também contraído enormes dívidas para financiar os seus múltiplos empreendimentos. Acabou por ser acusado de falsificação de documentos e condenado à prisão. Enquanto esteve preso Tony podia desenhar, mas não podia publicar o seu trabalho. Depois de ter sido libertado, voltou a reconstruir o seu império. Podemos assim concluir que os serviços de reabilitação, as liberdades e as condições dadas aos prisioneiros, são factores vitais para o arrependimento e para a mudança nas suas vidas. Esperamos também que a sociedade de Hong Kong venha a aceitar os ex-detidos e a permitir que possam integrar-se em pleno, encontrando trabalho para o qual tenham qualificações. Quando este artigo for publicado, o Festival do Meio do Outono já terá passado. Espero, pois, que os meus leitores tenham tido um bom Festival do Meio do Outono. Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog

OPINIÃO


secretas rotas rasgam-se nas planícies / iluminadas pelo fogo da giesta. / a trajectória é / oposta à do sol, / o líquido leito onde viajas / e adormeces, / embalou-te a voz suave das crinas brancas / com que se remendavam os buracos da noite. / por eles / se esvaía o rio e se adensava a mágoa. / a sede /eras tu própria / embebida num erhu de água”

Jorge Arrimar

PANDAS GÉMEOS SÃO “JIAN JIAN” E “KANG KANG”

DALAI LAMA PEDE AJUDA À UE O dalai lama instou a União Europeia a adoptar uma “crítica construtiva” relativamente à China no diferendo que a opõe ao Tibete, durante uma deslocação ao Parlamento Europeu. O líder espiritual dos tibetanos insistiu que o objectivo não é a separação da China, mas uma maior autonomia. As posições que a UE adoptar terão um impacto sobre os dirigentes chineses, “ao contrário do que sucedia nas décadas de 1960 ou 1970, quando eles não queriam saber do que pensava o mundo externo”. Instou por isso os eurodeputados a falar da questão do Tibete com os dirigentes chineses, pois “a China deve finalmente compreender que o problema deve ser resolvido de forma razoável, já que não vai desaparecer”.

J

EXPLOSÃO EM NOVA IORQUE FAZ 29 FERIDOS

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Uma explosão no bairro de Chelsea, em Nova Iorque, provocou 29 feridos no sábado à noite, um deles com gravidade após sofrer uma perfuração. Testemunhas citadas por meios de comunicação locais dizem que se tratou da explosão de um artefacto que estava dentro de um caixote de lixo, na Rua 23, perto da Sexta Avenida. Um segundo dispositivo, encontrado numa panela de pressão que estaria ligada a um telemóvel, foi entretanto desmantelado. O incidente, que ocorreu por volta das 21h locais, seguiu-se à explosão, horas antes, de um artefacto num outro caixote do lixo em Nova Jersey, estado vizinho de Nova Iorque, na localidade de Seaside Park, que não provocou feridos nem danos materiais. Não é certo que estes dois incidentes estejam relacionados. O presidente da câmara de Nova Iorque, Bill de Blasio, disse que a explosão foi intencional mas que estão, para já, descartadas ligações a terrorismo.

segunda-feira 19.9.2016

Jogo ANALISTA FALA EM LOUNGES PARA APOSTAS DESPORTIVAS

Oportunidade de ouro

O

especialista de jogo Muhammad Cohen defendeu que a criação de lounges para assistir e apostar em eventos desportivos é uma “oportunidade de ouro” que está a ser desperdiçada em Macau, onde apenas uma empresa permite estas apostas. As apostas desportivas estão, actualmente, concentradas na empresa Macau Slot, cujo contrato foi este ano renovado até 2021. Em 2015, a concessão tinha sido renovada por apenas um ano, gerando esperança de uma abertura do mercado, mas tal acabou por não se verificar. “O calendário desportivo tem uma grande variedade de eventos. Podíamos ter tido festas de visionamento dos Jogos Olímpicos nos casinos de Macau, se houvesse salas de qualidade, com belos ecrãs, bom ambiente, comida, bebida, onde as pessoas podem apostar, ao invés de ficarem em casa a ver os jogos sozinhas”, defendeu Muhammad Cohen. “É uma oportunidade de ouro e toda a gente está a olhar para o lado. Se olharmos para a situação de Macau, neste momento, não há

soluções milagrosas que tenhamos a certeza que vão funcionar. Isto seria uma coisa a tentar”, disse o também editor da revista Inside Asian Gaming e colaborador da revista Forbes, que habitualmente analisa o sector do jogo em Macau. Cohen apontou que “os números actuais da Macau Slot são minúsculos” – em 2015 a empresa teve lucros líquidos de 138,4 milhões de patacas, fruto de 8.197 milhões de patacas em apostas – e que os espaços existentes estão “tão longe de serem os mais modernos lounges de apostas desportivas como uma bicicleta está de um Ferrari”.

MAIS DIVERSÃO

“Quem é que sabe que a Macau Slot existe, além de um número reduzido da população local? A Macau Slot podia, por si, criar espaços para assistir e apostar em eventos desportivos, mas não o fez, por isso, acho que devemos deixar os casinos fazerem isso”, defendeu o especialista. Para Cohen, não se trata de uma questão estritamente monetária, mas de criar variedade na oferta e atrair outro tipo de público.

É o caso, disse, dos turistas indianos, grandes fãs desportivos, que vêm a Macau mas “não acham [a cidade] muito acolhedora, acham os casinos locais pouco divertidos, caros, onde toda a gente está muito séria”. “Com um bar aberto 24 horas podem ver-se todos os jogos, a Primeira Liga Inglesa, os jogos de futebol europeus que acontecem a meio da noite, etc. Além disso, as apostas desportivas vão trazer alguma emoção à sala. Provavelmente iam ter pessoas a ver os jogos, a fazer barulho, a aplaudir, a entusiasmar-se quando algo acontece. Por vezes entramos nalguns casinos de Macau e o ambiente é um pouco fúnebre. Hoje em dia nem sequer temos o som das moedas a cair das máquinas, não parecem locais divertidos”, considerou. Para o especialista, os casinos seriam as estruturas ideais para acolher estes lounges, até porque, lembrou, os novos projectos foram construídos para acolher largas centenas de mesas de jogo mas, devido ao limite imposto pelo Governo, terão de funcionar com menos. LUSA/HM

UNTOS significam saúde. Estão escolhidos os nomes para os pandas gémeos nascidos em Macau. O Governo elegeu “Jian Jian” e “Kang Kang” como baptismo para as crias de panda gigante, depois de uma selecção feita pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e pela Base de Pesquisa de Reprodução do Panda Gigante de Chengdu da Província de Sichuan. De um total de 1718 sugestões dadas pelos cidadãos de Macau, foram recolhidos nomes tendo com critérios de avaliação o significado, a boa pronúncia, compreensão fácil e outros nomes já atribuídos a pandas oferecidos ou cedidos pelo Governo Central. Do número total de propostas, 1117 sugeriram “Jian Jian” e “Kang Kang”. Dois dos participantes da combinação de nomes vencedora irão ganhar o grande prémio, que corresponde a cinco mil patacas em dinheiro e uma lembrança, sendo que a cerimónia de entrega de prémios terá lugar no dia 3 de Outubro, durante a actividade “Celebração dos 100 Dias das crias de panda gigante”. “Jian Jian” e “Kang Kang” estão em boas condições físicas. Com 83 dias, pesam 4.115g e 3.335g, respectivamente, e já têm o pêlo característico dos pandas gigantes.


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