Hoje Macau 2 FEV 2016 #3505

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ GCS

hojemacau

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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TERÇA-FEIRA 2 DE FEVEREIRO DE 2016 • ANO XV • Nº 3505

JOGO VIP

Manila de trunfo GRANDE PLANO

RECICLAGEM

Um fiasco assumido PÁGINA 5

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Travessia literária Antes que morra

JOSÉ CARLOS SEABRA PEREIRA

YAO FENG

RESIDÊNCIA

As contas do BIR PÁGINA 7

Rumo à retoma Raimundo do Rosário vai directo ao assunto e anuncia a recuperação, por caducidade, de mais terrenos no primeiro semestre. Deputados manifestam alguma inquietação e querem esclarecimentos adicionais sobre o futuro das terras que vão ser readquiridas. POLÍTICA PÁGINA 4

FOTOGRAFIA

Um estúdio aberto EVENTOS

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2 GRANDE PLANO

JOGO CALI GROUP FECHOU MAIS DUAS SALAS VIP EM JANEIRO

A associação Forefront of Macau Gaming confirma o fecho de mais duas salas VIP operadas pelo Cali Group, que também opera salas em Manila, Filipinas. Analistas corroboram a tendência do fecho de mais salas, com Grant Govertsen a estimar uma queda do sector VIP em 12%

“Estimamos que para 2016 haja o fecho de mais salas ou mesas. Prevemos que o sector VIP sofra uma quebra de 12% em 2016” GRANT GOVERTESEN ANALISTA DO UNION GAMING GROUP

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MINHA QUERIDA MANILA

EONG Man Teng, líder do grupo Forefront of Macau Gaming, confirmou ao HM o fecho de duas salas VIP da empresa junket Cali Group, as quais operavam no casino do Grand Lisboa e do City of Dreams. Desde 2012 que o grupo opera quatro salas VIP em Macau, sendo que as restantes continuam a funcionar no MGM e no Galaxy. O líder da associação que luta pelos direitos dos trabalhadores do jogo revelou ainda que uma parte dos funcionários das salas deverão trabalhar nas salas que o Cali Group já opera em Manila, capital das Filipinas. Aqueles que não quiserem mudar-se para as Filipinas serão despedidos. Segundo Ieong Man Teng, o Cali Group funcionará com base

no modelo de investimento com “depósitos em dinheiro” semelhante à Dore, mas como o sector VIP está em quebra, os juros mensais baixaram de 1,5% para 1%. O HM contactou três analistas que não se mostraram surpreendidos com a notícia. Grant Govertesen, analista do Union Gaming Group, apontou uma baixa no sector VIP de 12% para este ano. “Duas salas é obviamente um número muito pequeno se tivermos em conta toda a Macau, mas estimamos que para 2016 haja o fecho de mais salas ou mesas. Prevemos que o sector VIP sofra uma quebra de 12% em 2016”, disse o analista, falando de um crescimento no mercado de massas para este ano. “As receitas de 2016 vão ser mais estáveis do que em 2015”, revelou.

“Parece-me normal que no início do ano haja ainda reflexos de coisas decididas no ano anterior, e no primeiro trimestre deste ano ainda irá cair muita coisa que foi decidida o ano passado” ALBANO MARTINS ECONOMISTA

Para o economista Albano Martins, o fecho das duas salas do Cali Group são reflexos do ano que ainda agora chegou ao fim. “Parece-me normal que no início do ano haja ainda reflexos de coisas decididas no ano anterior, e no primeiro trimestre deste ano ainda irá cair muita coisa que foi decidida o ano passado”, apontou ao HM. Albano Martins lembrou que as novas regras adoptadas pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) para a operação dos junkets pode ditar alguns encerramentos. “É natural que algumas dessas salas acabem por fechar porque acredito que as autoridades vão ser muito mais pró-activas em termos de fiscalização e alguns desses promotores não vão satisfazer os requisitos mínimos das autoridades e vão ter necessariamente que fechar. Qual é o reflexo que isso pode ter no Jogo? Nunca será positivo em termos de receitas, será sempre negativo em termos de receita bruta gerada ao longo do ano. Vamos ver como é que isso não põe em causa o que se diz do facto do Jogo estar a estabilizar. O comportamento do primeiro trimestre pode-nos indicar se de facto está a estabilizar ou não. Dois meses não é representativo, por isso vamos aguardar até Abril”, explicou.

INVESTIR NAS FILIPINAS

Tal como o Cali Group, muitas empresas junket estarão a jogar todos os trunfos em novos mercados de Jogo, como é o caso das Filipinas. Ainda assim, Grant Govertsen garante que o negócio ainda não tem o sucesso que Macau já registou. “As Filipinas estão a capturar estas mesas e salas VIP, mas penso que o casino nas Filipinas não está a ter um extraordinário desempenho, e talvez os junkets venham a perceber que transferir as operações para Manila pode não trazer grandes mudanças para o negócio”, apontou. Kuok Chi Chong, presidente da Associação de Mediadores de Jogo e Entretenimento de Macau considera que o fecho das duas salas é normal. “O Cali Group fechou duas salas VIP em Macau, porque sabemos que agora os negócios não são bons e precisam de cortar nos custos, bem como fazer uma melhor distribuição dos funcionários. Esta empresa criou o negócio das salas VIP em Manila, então é normal que queira diminuir o investimento em


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Ieong Man Teng deixa liderança da Forefront of the Macau Gaming

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UDO começou com uma manifestação contra a introdução de croupiers não residentes em 2013. Foi também em 2013 que se tornou conhecido, ao candidatar-se a um lugar de deputado à Assembleia Legislativa (AL) ao lado da Associação Novo Macau. Ieong Man Teng liderava o grupo Forefront of Macau Gaming há mais de dois anos, mas no final de Janeiro decidiu abandonar o cargo. O porta-voz dos croupiers escreveu na sua página do Facebook que vai abandonar todos os trabalhos ligados à associação. “Eu não tenho capacidade para continuar nesta posição, para além de ter muitos problemas à minha volta. Por favor perdoem a minha incompetência”, escreveu, garantindo que vai continuar a lutar pelos direitos dos trabalhadores do Jogo.

MUITA PRESSÃO

Macau e aumentá-lo nas Filipinas”, apontou ao HM.

MALDITOS VISTOS

Kuok Chi Chong lembra ainda que há uma tendência cada vez mais visível do fecho de salas VIP, mas garante que tudo depende da procura do mercado nos próximos tempos. “No estrangeiro há uma menor exigência em termos de vistos de viagem para os turistas do interior da China. Em Macau é mais difícil. Este factor pode fazer com que uma parte dos clientes optem por se divertir fora de Macau”, disse. O presidente da associação considera ainda que é necessário analisar “de forma racional” a questão da proibição do tabaco e a sua influência no sector VIP. Kuok Chi Chong citou uma notícia publi-

cada no interior da China sobre o aumento do número de fumadores, o que pode originar um conflito para quem visita Macau. “Se esta situação continuar é possível que os jogadores deixem Macau para procurarem entretenimento noutros locais, onde há uma maior liberdade para fumar”, rematou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

“No estrangeiro há uma menor exigência em termos de vistos de viagem para os turistas do interior da China. (...) Este factor pode fazer com que uma parte dos clientes optem por se divertir fora de Macau” KUOK CHI CHONG PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MEDIADORES DE JOGO E ENTRETENIMENTO DE MACAU

O HM não conseguiu chegar à fala com o ex-líder, mas Lei Kuok Keong, vice-presidente do grupo, garantiu que Ieong Man Teng deixou a liderança por razões pessoais. O ex-líder publicou no Facebook uma carta do Tribunal Judicial de Base (TJB) sem explicar a que caso se refere, mas Lei Kuok Keong fala da existência de pressões. “Em Macau posso dizer que existe perseguição política. Estou envolvido em três casos, acredito que ele estará envolvido em mais”, revelou.

HOJE MACAU

FOREFRONT OF MACAU GAMING

Fora de jogo

De frisar que a antiga secretária-geral da associação, Cloee Chao, também deixou o lugar em Março do ano passado, alegando sofrer pressões. Para Lei Kuok Keong, “cada um tem um limite para aguentar a pressão”, considerando que Ieong Man Teng tem sido dos líderes mais atingidos. “Todos sabemos que Ieong Man Teng trabalha sempre no turno da noite e é mais fácil ter problemas emocionais ou familiares. E nos últimos anos os movimentos dos funcionários foram frequentes, acredito que a pressão dele tenha atingido o limite”, apontou Lei Kuok Keong. Para já, a Forefront of Macau Gaming promete continuar o trabalho, estando já agendada uma reunião para finais deste mês.

FUNCIONÁRIOS DA GALAXY INSATISFEITOS COM O BÓNUS

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Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

eong Man Teng revelou ainda que os funcionários do casino Galaxy Macau não estão satisfeitos com a forma de atribuição do bónus salarial, estando a recolher assinaturas para fazer uma queixa. A operadora de Jogo emitiu no final do mês passado um aviso que confirmava a atribuição de bónus com valor de 17 mil patacas para os trabalhadores cujos desempenhos ganharam notas de 3.23 pontos, num máximo de cinco pontos. Segundo a página do Facebook do grupo, Ieong Man Teng citou os funcionários da Galaxy criticando que os critérios da avaliação não são iguais para todos. A maioria dos funcionários não ganhou notas suficientes e apenas pôde receber 65% do montante do bónus. O ex-líder considera o sistema injusto.


4 POLÍTICA

ASSEMBLEIA LEGISLATIVA

Os terrenos abriram a sessão plenária. Mais informações pedem os deputados sobre um assunto de que muito se tem falado. Raimundo do Rosário explica, uma vez mais, que o Governo vai cumprir a lei e que até meio do ano serão recuperados mais terrenos

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sessão de interpelações orais, na Assembleia Legislativa (AL), que decorreu ontem, começou com um dos temas mais polémicos da actualidade do território: terrenos. O ponto de partida foi uma interpelação oral do deputado Ng Kuok Cheong que pediu a Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, que esclarecesse o hemiciclo quanto à situação dos terrenos que estão por resolver “os quais não foram desenvolvidos nas condições contratualmente estabelecidas, ou que estão prestes a terminar, ou já excederam, o prazo de arrendamento de 25 anos”. Raimundo do Rosário garantiu que mais terrenos vão ser declarados caducados. “Dê-me uns meses de tempo, posso garantir que no primeiro semestre mais terrenos vão ser declarados de caducidade”, afirmou, admitindo as “limitações” da situação actual. “Há limitações, mas posso garantir que nos próximos meses vamos declarar caducidade a mais

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Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, indicou que os trabalhos para a criação do Conselho de Renovação Urbana estão concluídos e que “dentro das próximas semanas” a informação será publicada em Boletim Oficial. Raimundo do Rosário indicou que os trabalhos feitos pelo extinto Conselho Consultivo para o Reordenamento dos Bairros Antigos serão tidos em conta para trabalhos futuros. A criação deste conselho vem com atraso pois já, Chui Sai On, Chefe do Executivo, tinha garantido a criação da mesma em Agosto do ano passado para esse mesmo ano. A resposta surgiu depois do deputado Leong Veng Chai interpelar o Secretário, durante a sessão de perguntas e respostas na Assembleia Legislativa.

TERRENOS ABREM SESSÃO. RAIMUNDO AVANÇA COM

SEMPRE A CUMPRIR A LEI

terrenos. É um trabalho que temos de fazer”, reforçou. Em causa não estão os 48 terrenos , indicou, mas sim novos terrenos que completam 25 anos de concessão.

Governo não pode dizer que não pode falar de forma genérica”, confrontou o deputado Au Kam San.

OUTRAS POSTURAS

PARA QUEM QUISER VER

“Há limitações, mas posso garantir que nos próximos meses vamos declarar caducidade a mais terrenos. É um trabalho que temos de fazer” RAIMUNDO DO ROSÁRIO SECRETÁRIO PARA OS TRANSPORTES E OBRAS PÚBLICAS

O Secretário, depois de solicitado para dar mais informações, indicou que a sua equipa de trabalho se tem esforçado para colocar todas as informações nos sites dos departamentos, ao acesso de qualquer pessoa. “Há cada vez mais informações nos sites do Governo, já dispomos de muito mais informações (...) os deputados podem ainda estar atentos aos boletins oficiais”, afirmou. Vários deputados, como Si Kan Lon, José Pereira Coutinho ou Au Kam San pediram que o Governo assumisse uma posição de esclarecimento sobre o futuro da recuperação dos terrenos. “O que será feito depois? É preciso esclarecer para dar consolação aos pequenos proprietários. Quais as consequências da retoma [dos terrenos]? O tribunal em nada tem que ver com o processo de retoma. O

“O que será feito depois? É preciso esclarecer para dar consolação aos pequenos proprietários. Quais as consequências da retoma [dos terrenos]? AU KAM SAN DEPUTADO

Gabriel Tong, deputado e advogado que se ofereceu a prestar apoio jurídico aos proprietários das fracções do empreendimento Pearl Horizon, defendeu que a postura do Governo não deve ser recuperação. “Creio que a recuperação de terrenos não deve ser a intenção do Governo. Os terrenos não foram concedidos para mais tarde serem recuperados”, apontou. Fong Chi Keong lembrou que durante “a governação portuguesa” nunca aconteceu um caso de recuperação de terrenos. Em resposta, Raimundo do Rosário foi claro, “iremos agir em conformidade com a lei [de Terras]”. Como apontamento final, o Secretário esclareceu que depois de todas as decisões judiciais e concursos públicos para os terrenos recuperados “será dada prioridade às construção pública nos terrenos que reunirem condições”. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

Atrasado, mas chegou Conselho de Renovação Urbana concluído e a entrar em funções

“É urgente avançar, de imediato, com o reordenamento dos bairros antigos, porque existem em Macau mais de quatro mil edifícios habitacionais, comerciais e industriais com mais de trinta anos. Este número vai continuar a crescer nos próximos dez anos, por isso, estes edifícios constituem uma ameaça para a segurança pública, uma vez que apresentam problemas relacionados com as instalações contra incêndio, com a higiene ou até mesmo com a estrutura, transformando-os em bombas escondidas e prestes a explodir a qualquer momento,

caso do Bairro de Ion Hon, que necessita de reordenamento com a maior urgência”, argumentou o deputado. O deputado Au Kam San colocou em causa também a abrangência do novo conceito. “Renovação urbana é mais abrangente”, apontou, sublinhado a necessidade do Governo explicar o que se pretende. Também José Pereira Coutinho defendeu que é preciso “definir um trabalho”.

IDEIAS AMBÍGUAS

Numa segunda interpelação oral sobre o tema, o deputado Si Ka Lon

acusou o Governo de “apresentar uma ideia ambígua no que respeita à renovação urbana, limitando-se à realização de um estudo ‘conceptual’, sem suporte de planeamento, fugindo ainda à disponibilização de informações quanto aos assuntos legislativos e executivos”. O deputado disse “esperar que com a criação conselho se encontrem soluções que correspondam as expectativas da população”. Em resposta, o Governo indicou que o conselho “vai estar incumbido de coadjuvar os trabalhos de renovação dos bairros antigos e quando se fala de legislação

parcial da matéria provavelmente não será este conselho a tomar uma decisão”. As funções do conselho, indicou o Governo, irão passar pela, por exemplo, “revitalização de edifícios industriais”. “O conselho vai apresentar as suas opiniões e sugestões para realizar estudos. De qualquer forma, não é a única entidade que se vai responsabilizar por tudo”, rematou. Relativamente ao tempo de acção, Raimundo do Rosário sublinhou não se poder criar expectativas de que “em curto espaço de tempo se chegue a conclusões”. Clarificando, o Secretário indicou que “o Conselho para Renovação Urbana será um órgão consultivo com função de assessoria ao Governo, elaborando pareceres e de formulação de propostas”, respeitando sempre os pareces já feitos. F.A.


5 MAIS CADUCIDADES

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DSAT QUER AUMENTO DE MULTAS PARA ESTACIONAMENTO ABUSIVO

Em resposta à interpelação oral da deputada Wong Kit Cheng, sobre os lugares de estacionamento nas vias públicas, Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas indicou que “sejam os lugares nos auto-silos ou nas vias públicas”, o Governo vai “reduzir a ocupação”. “O que vamos fazer a curto prazo é que em colaboração com a DSAT [Direcção para os Serviços dos Assuntos de Trânsito] e a PSP [Polícia de Segurança Pública] vamos dar conhecimento que há muitos lugares para motociclos”, apontou. O director da DSAT, Lam Hin San, indicou que o Governo pretende “elevar as multas no caso de reboque de veículos para reduzir os abusos”. “Quanto ao estacionamento por um longo período de tempo também falámos com a PSP. No ano passado, como disse o Secretário, tínhamos 350 lugares nas vias públicas. Há auto-silos que não são muito ocupados e vamos continuar a trabalhar. Se for necessário os veículos do Governo poderão começar a ficar nesses parques menos ocupados”, apontou.

UM FRACASSO CHAMADO RECICLAGEM

TERCEIRO TIPO DE HABITAÇÃO PÚBLICA É DIFÍCIL

A definição do terceiro tipo de habitação pública, destinada aos jovens e defendida muitas vezes pelo Governo, foi mencionada ontem pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, em sessão plenária na Assembleia Legislativa (AL) e caracterizada como “muito complexa”. “Esta questão é muito difícil, mas não fui eu que a inventei, já existia quando cá cheguei (...) nós não podemos ponderar só sobre os jovens, temos de ponderar sobre todas estas pessoas da classe média. Não temos terrenos suficientes”, afirmou o Secretário.

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GCS

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Governo vai avançar com um novo estudo, este ano, para sustentar as políticas na área de habitação. Assim confirmou Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas, durante a sessão de interpelações que decorreu ontem na Assembleia Legislativa (AL). O tema, questionado pelos deputados Lam Heong Sang e Melinda Chan, em duas interpelações orais, levantou várias questões pelo hemiciclo. “O Governo afirmou que ia criar ‘mecanismos eficientes de longo prazo para assegurar a habitação’, no entanto, os residentes não conhecem nem os objectivos nem o conteúdo desses mecanismos, assim como não sabem quando é que o Governo vai concretizar o principio ‘habitação

Perceber o que é preciso Avança estudo sobre habitação. Construção é prioridade

para todos, bem-estar para todos’. Mais, os jovens não sabem como, nem têm esperança de poder adquirir uma casa em Macau”, argumentou a deputada Melinda Chan, pedindo a Raimundo do Rosário uma calendarização de trabalho. “Uma calendarização é impossível”, esclareceu de imediato o Secretário. Ainda assim, garantiu, que “será dada prioridade à construção da habitação pública”.

REVER E APRENDER

Raimundo do Rosário avançou ainda que o Governo prevê começar

o processo de revisão da Lei de Habitação Económica ainda este ano, “depois da revisão do regime de habitação social”. O Secretário defendeu que é preciso perceber quais as necessidade reais e só depois avançar com um plano, definindo uma acção. “Quantas habitações sociais e económicas necessitamos?”, apontou. Sobre os novos aterros, Raimundo do Rosário confirmou aquilo que já se sabia. “Temos um rácio de 28,400 para habitação pública e 4000 para o privado. (...) a única coisa que posso garantir é que sempre que

retomamos terrenos daremos prioridade à habitação pública. Em todos os terrenos vamos ponderar construir, e se for adequado construímos”, reforçou. A deputada Angela Leong aproveitou o momento para questionar o Governo sobre os dormitórios para jovens, se o mesmo tinha planos para construir. O Secretário foi claro, “Sobre os dormitórios para jovens não temos planos. Não temos essas ideias”. F.A.

POLÍTICA

Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, admitiu, em sessão plenária da Assembleia Legislativa (AL), que o plano de reciclagem para o território falhou e que não sabe como melhorar as campanhas de sensibilização. “Tem havido um fracasso em Macau, é um plano fracassado. Em frente da minha casa tenho um recipiente de aço para recolha de plástico, papel e metais. Nunca me cruzei com alguém a fazer o mesmo, já fui lá várias vezes”, disse Raimundo do Rosário, durante um debate dedicado a responder às perguntas dos deputados. “Temos feito acções de sensibilização, destinadas a crianças e adultos. Entendo que se trata de uma obrigação do cidadão. Ensinar que se deve deitar o papel [no papelão], não sei como deve ser feito isto. Tenho andando atrás da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental [em relação a este assunto], mas como é que podemos incutir essa ideia às pessoas?”, indagou. Raimundo do Rosário admitiu também não saber “o que acontece” aos resíduos após a sua colocação nos pontos de recolha. “Quando coloco um resíduo num local não sei o que lhe acontece. Será que todos os resíduos vão ser misturados? Isso não sei. Vou informar-me”, afirmou. O Secretário respondeu assim à questão da deputada Chan Hong, que indicou que a “taxa de reciclagem é desproporcionada em comparação com o avolumar do lixo e o desenvolvimento económico” e “está aquém do objectivo definido”. Chan Hong perguntou ao Secretário pelos resultados de um estudo que o Governo encomendou sobre o sector de recolha de resíduos, mas Raimundo do Rosário indicou apenas que “os resultados estão a ser analisados”. Quanto à criação de uma lei sobre a recolha e separação do lixo, uma questão levantada pela mesma deputada, o Secretário considerou não ser necessária. “Ou a pessoa tem intenção de fazer isto ou não tem. Acho que mais vale reforçar a sensibilização. Agora, produzir uma lei para obrigar as pessoas a separar o lixo? Não temos intenção, temos mais leis para produzir”, concluiu. HM/Lusa


6 POLÍTICA

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Sónia Chan PÚBLICO NÃO GANHA MAIS QUE PRIVADO

Ela por ela

A Secretária para a Administração e Justiça defende que os trabalhadores não têm salários mais altos na Função Pública face ao sector privado, garantindo que o plano completo para a fusão dos departamentos será conhecido este ano

ÓNIA Chan, Secretária para a Administração e Justiça, deu uma entrevista ao jornal Ou Mun onde considera que os salários pagos na Função Pública não são mais elevados do que no sector privado. “Os dados do Governo mostram que nos últimos dois anos a percentagem do aumento dos funcionários públicos são de 6,76% e 2,53%, enquanto que o aumento nas empresas privadas foi de 7,33% e 8,36%. Não é fácil concluir o trabalho do aumento salarial por categorias e é algo complicado, mas o Governo vai rever as carreiras gerais este ano, estando a estudar quais as carreiras que vão sofrer aumentos em função das categorias de trabalhadores”, explicou. A Secretária garantiu que a mão-de-obra no Governo não vai sofrer cortes, não estando previsto um limite ao número de funcionários públicos. Segundo dados do Governo divulgados o ano passado, o número actual de trabalhadores é de 32 mil, tendo sido recrutadas mais 600 pessoas em 2015.

“Os dados do Governo mostram que nos últimos dois anos a percentagem do aumento dos funcionários públicos são de 6,76% e 2,53%, enquanto que o aumento nas empresas privadas foi de 7,33% e 8,36%” “O plano de fusão dos departamentos governamentais para os próximos dois anos vai ser divulgado este ano” SÓNIA CHAN SECRETÁRIA PARA A ADMINISTRAÇÃO E JUSTIÇA

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HONG Seng Sam, subdirectora dos Serviços de Finanças (DSF), confirmou que a entidade está a avaliar os gastos de todos os departamentos públicos, semanas depois do Comissariado de Auditoria (CA) ter apontado o dedo aos gastos feitos com adjudicações sem concurso público para a realização de estudos. “A DSF está a analisar os dados dos gastos de todos os organismos públicos nos

“As medidas para optimizar a governação visam aumentar a eficácia administrativa e judicial, mas alguns departamentos governamentais pediram para aumentarem os recursos humanos, e outros vão precisar de mais trabalhadores depois da fusão, pelo que o Governo vai considerar as diferentes realidades na hora de recrutar”, referiu Sónia Chan. Sem avançar com um limite de funcionários a contratar, a Secretária apenas falou dos cerca de três mil profissionais de saúde para o novo hospital público, sem esquecer os funcionários para a gestão das novas águas territoriais. A nível da produção legislativa, a Secretária prometeu criar um mecanismo que permita a decisão e o planeamento sem que as leis fiquem paradas, estando prevista a contratação de mais profissionais na área do Direito para a formação de uma equipa.

PLANO ESTE ANO

Questionada sobre o processo de fusão dos departamentos públicos, Sónia Chan garantiu que este ano será tornado público. “O plano de fusão dos departamentos governamentais para os próximos dois anos vai ser divulgado este ano. Para essa fusão, o Governo vai trabalhar objectivamente e por enquanto não estamos preocupados com o número de departamentos que vão ser alvo de reorganização”, disse. Sónia Chan admitiu que o “regime da Função Pública tem muito espaço para melhorar”, sendo que “a reforma para o regime tem de responder ao desenvolvimento da sociedade e tem de facilitar o processo administrativo. A reforma será um plano de longo prazo para concluir daqui a cinco anos”, frisou. A Secretária garantiu que os funcionários públicos em Macau têm revelado dedicação, especialmente depois da transferência de soberania. Como exemplo, Sónia Chan referiu que “a Direcção dos Serviços de Identificação recebeu 97 comentários positivos, mais 30% do que as reclamações. Nos restantes departamentos do Governo também existe muita dedicação”, rematou, negando que os funcionários públicos tenham um trabalho burocrático e rígido. Tomás Chio

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Casa arrombada, trancas na porta Finanças Gastos de todos os serviços públicos analisados

últimos anos, e vamos ter em conta a experiência de Hong Kong”, explicou a responsável ao Jornal do Cidadão. Chong Seng Sam prevê que o estudo das instruções pode estar concluído no primeiro semestre deste ano, estando a ser pensada a sua implementação ainda em 2016. A responsável defen-

deu que os departamentos devem utilizar os cofres públicos de acordo com as instruções. A subdirectora da DSF disse que irão ser criadas regras para uma melhor regularização dos gastos, sendo que o Governo pretende continuar com as medidas de austeridade

implementadas devido às quebras no sector do Jogo. A responsável garantiu que, através da nova proposta da Lei de Enquadramento Orçamental será possível criar instruções e estimativas mais científicas para a elaboração dos orçamentos. O novo diploma vai ainda confirmar os princípios da

“eficácia, eficiência e economia”, levando a Função Pública a fazer mais com menos dinheiro. A subdirectora da DSF avançou que as instruções vão regulamentar a atribuição de subsídios e despesas com viagens oficiais. Flora Fong

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127 4 requerimentos aprovados em 2015

recusados

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Vítor Sereno, cônsul-geral de Portugal em Macau, reuniu ontem com o Secretário para a Segurança e sugeriu que os comprovativos salariais para a obtenção do BIR tenham como base a média salarial de 15 mil patacas. Governo diz que não mudou a estratégia

BIR CÔNSUL SUGERE MUDANÇAS NO VALOR DE REQUISITOS SALARIAIS

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ACAU e Portugal limaram ontem algumas arestas quanto à atribuição do Bilhete de Identidade de Residente (BIR) a portugueses, depois do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) ter levantado a questão da exigência dos extractos bancários e limites salariais. Num comunicado emitido pelo Consulado-geral de Portugal em Macau, pode ler-se que tanto o cônsul-geral, Vítor Sereno, como o Secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, confirmaram “não ter havido qualquer mudança estratégica da política de atribuição de residência aos cidadãos portugueses”. Vítor Sereno terá sugerido que “seja avaliada a possibilidade do cumprimento desse requisito (condições sócio-económicas) ser efectuado através de uma declaração da entidade patronal referente a esses rendimentos, os quais se

devem alinhar com a mediana dos auferidos pelos residentes, por volta das 15 mil patacas”. A carta entregue ao cônsul-geral pelo CCP aponta para exigências salariais dos Serviços de Migração na ordem das 25 mil patacas. Em relação à polémica com a exigência dos extractos bancários, foi referido que “quando os Serviços de Migração verificam qualquer mudança na relação laboral, torna-se imperiosa a prova do pagamento dos vencimentos declarados originariamente. Não sendo possível por outra forma, foi solicitado que, em abono do interesse do particular, (a prova) seja feita por via dos movimentos bancários”, aponta o comunicado. O ano passado apenas quatro pedidos de residência foram negados por “incumprimento grosseiro” dos requisitos, tendo sido aprovados um total de 127 requerimentos. Em 12 anos houve uma taxa de aprova-

ção dos pedidos de 94%, sendo que o actual tempo médio para a atribuição do BIR é de 76 dias, e de 25 dias o período necessário para a renovação. Quanto ao número de portugueses com blue card, foram concedidos 97 o ano passado, pelo facto de existir uma “necessidade premente de iniciar funções laborais”. Wong Sio Chak confirmou que “tais circunstâncias não serão impeditivas da constituição, em simultâneo, do processo normal de obtenção do BIR”. Wong Sio Chak terá dito ainda que vai empenhar-se para que “na observância dos preceitos legais, os cidadãos portugueses continuem a ser bem-vindos nesta RAEM e com ela colaborar”.

LEI É CUMPRIDA

Numa resposta enviada ao HM, os Serviços de Migração da Polícia de Segurança Pública (PSP) garantem que cumprem os requisitos previstos na lei de 2003,

relativa aos “Princípios gerais do regime de entrada, permanência e autorização de residência”. “Para o pedido de autorização de residência por razões de trabalho deve o interessado apresentar prova através de contratos ou declarações de trabalho, a fim de demonstrar que dispõe de recursos financeiros ou capacidade de subsistência e se, assim, atende aos requisitos do custo de vida em Macau”, garantiu a PSP ao HM. O Executivo diz estar atento não apenas à política de atracção de talentos mas também aos factores “custo de vida” ou “objectivos de desenvolvimento social”. A PSP diz ainda que, sempre que necessário, “será exigida a apresentação de outros documentos adicionais para melhor apreciação do pedido e aprovação deste”. Os serviços nada disseram quanto à exigência de limites salariais de 25 mil patacas.

SOCIEDADE ALEXIS TAM SALÁRIOS DOS MÉDICOS SÃO “MUITO BAIXOS”

Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, disse ontem à margem de um evento público que os salários dos médicos deveriam ser mais elevados. Segundo a Rádio Macau, Alexis Tam disse que os salários são “muito baixos” e que não conseguem atrair profissionais de saúde de fora. “Com este vencimento actual da Administração Pública de Macau, acho que já não conseguimos atrair os bons profissionais, incluindo médicos, enfermeiros e de outras áreas. Com estas condições, eles não vêm. Mesmo da China. Hoje em dia, os médicos da China estão a ganhar muito bem e não querem vir para Macau. O vencimento é muito baixo”, referiu Alexis Tam, à margem de uma visita ao Lar da Nossa Senhora da Misericórdia e à Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC). Apesar da necessidade, não há uma data para actualizar os salários. “Ainda vamos estudar”, explicou o Secretário, antes de acrescentar que o processo “não vai ser fácil” porque exige “consenso de toda a sociedade”.

Andreia Sofia Silva

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EDITAL Procedimento administrativo relativo à notificação da reparação do prédio em mau estado de conservação Edital n.º : 1/E-AR/2016 Processo n.º : 156/AR/2015/F Local : Estrada Governador Albano de Oliveira n.º 374-410, Edf. Nam San, Bloco 1 a Bloco 6, parque de estacionamento nos 1.º a 2.º andares, Taipa. Li Canfeng, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber por este meio aos proprietários/ condóminos, inquilinos ou demais ocupantes do edifício acima indicado, o seguinte: Em conformidade com o Auto de Vistoria da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, a parque de estacionamento do edifício acima indicado encontra-se em mau estado de reparação e conservação, pelo que, nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (Regulamento Geral da Construção Urbana) de 21 de Agosto, foi instaurado o procedimento administrativo relativo à notificação da reparação da parque de estacionamento do edifício acima indicado. No uso das competências delegadas pela alínea 12) do n.º 5 do Despacho n.º 04/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 25, II Série, de 24 de Junho de 2015 e por despacho do Lai Weng Leong, Chefe Substituto do

Departamento de Urbanização da DSSOPT de 25/1/2016, foi confirmado o Auto de Vistoria acima indicado. Notificam-se os interessados que, no prazo de 10 (dez) dias a contar a partir da data de publicação do presente edital, devem dar cumprimento à ordem no Auto de Vistoria, ou apresentar no mesmo prazo, conforme o disposto no artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, as alegações escritas relativas à decisão do procedimento da reparação da parque de estacionamento do edifício acima indicado, podendo requerer diligências complementares acompanhadas de documentos. Se findo o prazo acima referido os interessados não derem cumprimento à respectiva ordem nem apresentarem alegações escritas, tal não afecta a decisão tomada por esta Direcção de Serviços. Além disso, caso necessário, esta Direcção de Serviços pode aplicar aos infractores a multa estabelecida nos artigos 66.º e 67.º do citado diploma legal. Os interessados podem consultar o processo durante as horas normais de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, Macau. RAEM, aos 26 de Jan de 2016 O Director dos Serviços Li Canfeng


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hoje macau terça-feira 2.2.2016

NOTIFICAÇÃO EDITAL (Trabalho ilegal – Exercício do direito de defesa)

N.º 5/2016

Considerando que se revela ser impossível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, os indivíduos abaixo mencionados, por ofício, telefone, pessoalmente, ou outra forma, Lei Sio Fong e Lei Sio Peng, Chefe de Divisão e Chefe de Divisão, Substituto (DIT), ambas do Departamento da Inspecção do Trabalho, mandam que se proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do mesmo Código, à notificação dos indivíduos abaixo mencionados, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação do presente édito, exercerem por escrito os seus direitos de defesa, em virtude de terem eventualmente cometidos infracção ao disposto à Lei n.º 21/2009, de 27 de Outubro – “Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes”. Os eventuais infractores abaixo mencionados poderão levantar, dentro das horas de expediente, a respectiva Nota de Culpa no DIT, sito na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, em Macau, sendo também facultada a consulta dos respectivos processos. Findo o prazo acima referido, os processos seguirão as respectivas tramitações nos termos do Código do Procedimento Administrativo. 1. Relativamente ao processo n.º 3146/2014: a) – LI, FEI (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. b) – XU, ZUGUO (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. c) – LI, HENGFU (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. d) – LUO LANCHENG (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. e) – YUAN ZUOJUN (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. f) – WU, ZHENTING (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. g) – ZHANG RONG (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. h) – PU DEHAI (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. i) – CHEN XISEN (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. j) – LI SHUNGANG (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. 2. Relativamente ao processo n.º 5142/2015: HAN, ZAIYONG (titular do Passaporte da República Popular da China), é suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004, de 14 de Junho - “Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal”. 3. Relativamente ao processo n.º 5946/2015: CHAN CHAT HOU (titular de Autorização emitida pelos Serviços de Alfândega da Região Administrativa Especial de Macau), é suspeito de ter exercido actividade em proveito próprio, sem a competente autorização administrativa para esse efeito, cometendo eventualmente infracção ao disposto na alínea 4) do artigo 2.º, conjugado com o n.º 1 do artigo 3.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2004, de 14 de Junho - “Regulamento sobre a Proibição do Trabalho Ilegal”. 4. Relativamente ao processo n.º 3065/2015: PENG, JIPING (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizada a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhadora, é suspeita de prestar actividade ao empregador diferente daquele para a qual esteja autorizada a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes”. 5. Relativamente ao processo n.º 6296/2014: YULIANA (titular do Passaporte da República da Indonésia), apesar de estar autorizada a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhadora, é suspeita de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizada a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes”. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento da Inspecção do Trabalho, aos 20 de Janeiro de 2016. Chefe de D.I.T., Substituta, Ng Wai Han

NOTIFICAÇÃO EDITAL

(Solicitação de Comparência do Empregador)

N.º 6/2016

Nos termos das alíneas b) e c) do n.º 1 do artigo 6.º do Regulamento da Inspecção do Trabalho, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 60/89/M, de 18 de Setembro, conjugadas com o artigo 58.º e n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, notifica-se XIN SHAN PROMOTOR DE JOGO LIMITADA, sita na Alameda Dr. Carlos D`Assumpção, n.º 336-342, Centro Comercial Cheng Feng, 15º andar P,Q,R em Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação do presente edital, comparecer no Departamento da Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, a fim de prestar auto de declarações no processo n.º 8898/2015, proveniente da queixa apresentada nestes Serviços, pela ex-trabalhadora Leong Mei Lan, e relativamente à matéria da indemnização de despedimento. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 20 de Janeiro de 2016.

A Chefe de Departamento, Substª. Ng Wai Han

NOTIFICAÇÃO EDITAL (Exercício do direito de defesa)

N.º 7/16

Considerando que se revela ser possível notificar, nos termos dos artigos 10.º e 58.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o infractor HUANG, ZICHENG, residente na República Popular da China, em Zhuhai, no “ 华發新城一棟 201“ (romanizado em português – Vá Fat San Seng Iat Tong 201), pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, NG WAI HAN, a Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, Substª., manda que se proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, conjugado com o artigo 94.º do mesmo código, à notificação do infractor suspeito acima referido para no prazo de 15 (quinze) dias, exercer, por escrito, os direitos de audiência e de defesa, em relação à eventual infracção abaixo indicada: O infractor suspeito acima referido (titular de Título de Identificação de Trabalhador Não Residente), apesar de estar autorizado a permanecer na RAEM na qualidade de trabalhador, é suspeito de prestar actividade ao empregador diferente daquele para o qual esteja autorizado a trabalhar, o referido facto constitui eventualmente infracção ao disposto na alínea 2 do n.º 5 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores não Residentes”. Do facto acima referido, nos termos da alínea 2 do artigo 32.º da Lei 21/2009 “Lei da Contratação de Trabalhadores Não Residentes”, a supracitada infracção é punida com multa total de MOP$5.000,00 a MOP$10.000.00. Assim, pode exercer o seu direito de defesa por escrito no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte à da publicação do presente édito. A notificação da acusação em causa pode ser levantada no Departamento de Inspecção do Trabalho, sito na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, dentro das horas normais de expediente, sendo também permitido a consulta do respectivo processo n.º 3238/2015. A falta da apresentação da defesa escrita pelo notificado, dento do prazo acima referido, é aplicada a multa. Direcção dos Serviços, para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 19 de Janeiro de 2016. A Chefe do Departamento Substª., Ng Wai Han


9 hoje macau terça-feira 2.2.2016

Teatro Capitol VENDILHÕES AINDA NÃO FORAM DESPEJADOS

Hoje há comes e bebes

O

S cinco vendilhões que terão de sair do interior do Teatro Capitol ainda não foram despejados pelo proprietário. Ao HM, a senhora Leong, uma das filhas da família de comerciantes, confirmou que o negócio é para continuar enquanto decorrer o processo judicial, apesar de ter sido exigida a sua

saída até Novembro do ano passado. “Continuamos com os nossos negócios porque não recebemos nenhuma novidade da comissão de gestão. Sei que a comissão de gestão reuniu em meados de Janeiro, mas não sabemos de nada. Pararam o processo de despejo porque pedimos ajuda a pessoas conhecidas como

“Continuamos com os nossos negócios porque não recebemos nenhuma novidade da comissão de gestão. Sei que a comissão de gestão reuniu em meados de Janeiro, mas não sabemos de nada” LEONG COMERCIANTE

o deputado Chan Meng Kam e falamos com jornalistas. A associação de Chan Meng Kam já nos disse que nos ajudavam a chegar a um acordo, mas não fiz porque o deputado revelou estar preocupado”, contou a senhora Leong. Os cinco vendilhões enfrentam novo processo por difamação por terem colocado cartazes à porta do Teatro Capitol a criticarem o processo de despejo. William Kuan é o homem por detrás do projecto de renovação do Teatro Capitol, sendo que há 20 anos que esta família de comerciantes aluga cinco espaços para vender comida rápida e sumos a turistas. Os proprietários alegam agora que os vendilhões estão a ocupar o espaço público e terão de sair.

SOCIEDADE

DSPA CONSULTA PÚBLICA SOBRE REGIME DE AVALIAÇÃO ESTE ANO

A

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) vai começar este ano uma nova consulta pública sobre o “Regime da Avaliação de Impacto Ambiental de Projectos de Obras”, apontando que vai iniciar a legislação do regime logo após a conclusão de um relatório da consulta pública. A notícia foi dada pelo director da DSPA, Vong Hoi Ieong, numa resposta à interpelação escrita do deputado Zheng Anting, que questionou o andamento e o novo planeamento de legislação do regime de avaliação ambiental. Vong Hoi Ieong afirmou que a DSPA vai começar uma nova consulta pública este ano sobre o “Regime da Avaliação de Impacto Ambiental de Projectos de Obras”, sendo que a legislação do regime vai também começar depois da conclusão da consulta pública. Na mesma resposta, a DSPA confirmou que já avaliou 13 relatórios de impacto ambiental de projectos de obras públicas e de seis obras privadas, projectos concluídos até Novembro de 2015. Em 2011 a DSPA divulgou o “texto exploratório para a criação de um regime de avaliação do impacto ambiental”, bem como uma “lista classificativa de projectos de construção que precisam de se sujeitar à avaliação de impacto ambiental” em 2013. T.C.

Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Tomás Chio

info@hojemacau.com.mo

Vocês não são iguais a mim Inquérito Jovens dizem que associações não os representam

U

M inquérito realizado pela Associação de Jovens de Macau oriundos de Jiangmeng mostra que só pouco mais de 25% dos jovens acha que as associações locais representam as suas ideias, existindo uma tendência para não confiarem nestas instituições. Segundo o Jornal do Cidadão, mais de mil jovens entre os 15 e os 39 anos de idade participaram no inquérito realizado o ano passado, que versou sobre a análise social e política do território. Apenas 26,21% acredita que as associações “podem representar as suas ideias ou opiniões”, enquanto que 28,25% defende que “não

podem representar”. Cerca de 14,85% dos jovens dizem conseguir revelar as suas opiniões sobre o Governo através destas associações, sendo que 13,79% prefere fazê-lo através das redes sociais. O deputado Zheng Anting, também presidente desta associação, considera que há uma tendência para os jovens não confiarem nas associações enquanto lugar de expressão de opiniões, sendo que estas entidades podem não representar as verdadeiras posições dos mais novos. Em relação às ideias sobre o panorama social, cerca de 20% dos jovens está insatisfeita com a sociedade de

FESTA DAS CANDEIAS MUDA PARA S. LOURENÇO Macau, sendo que 24,36% está satisfeito e a maioria, 55,53%, está “mais ou menos” satisfeito. As causas para a insatisfação prendem-se com os elevados preços das casas,

o trânsito ou a inflação. O deputado defende um reforço da participação activa dos jovens na sociedade. Flora Fong

flora.fong@hojemacau.com.mo

A festa em honra da Nossa Senhora das Candeias, também chamada Nossa Senhora da Purificação, celebra-se hoje em Macau, mas este ano, ao invés de ser celebrada na Igreja de S. António, como acontecia desde há mais de vinte anos, realiza-se na Igreja de S. Lourenço. A comunidade damanense de Macau, por falta de tempo para informar todas as pessoas interessadas sobre esta inesperada alteração de lugar, convidaas a participar nas celebrações de hoje, dia 2 de Fevereiro, terça-feira, na Igreja de S. Lourenço às 18:45.


10 EVENTOS

ANTÓNIO MIL-HOMENS ABRE E REABRE ESTÚDIO

A proposta é de um espaço de cultura com a fotografia ao centro. Um local para conviver e ser fotografado por quem faz disso a sua profissão há mais de 40 anos. A propósito da ocasião falámos sobre o espaço e respectivos projectos, claro, mas também sobre as indústrias criativas de Macau

“Isto não é uma sala de espectáculos, nem sequer um bar ou uma discoteca é, isso sim, um espaço de convívio, um local de cultura onde aproveitámos o facto de estarmos num edifício industrial, logo não temos problemas de ruído”

E

XISTE há três anos mas só agora António Mil-Homens sentiu que tinha as condições reunidas para abrir ao público. A grande inauguração foi na passada sexta-feira mas este sábado pelas três da tarde vai haver uma reinauguração. Demonstrar que em Macau existe capacidade, qualidade e condições para trabalho profissional de fotografia sem que tenha sempre de se requisitar os serviços de Hong Kong é o principal objectivo de António Mil-Homens. Mas, para além da fotografia, está apostado em transformar o espaço num clube de amigos, um local que se preste a encontros, a troca de experiências, espaço para poesia, música, tertúlias mas tendo, naturalmente, em vista a angariação de mais clientes. “Dou um exemplo: às vezes a malta não sabe o que fazer, porque não reunir os amigos e vir até ao estúdio beber uns copos, ouvir música, passar um bom bocado e fazer uma sessão fotográfica? Para além das fotografias profissionais que normalmente são solicitadas para websites, ou outros fins mais sérios, porque não fazer uma sessão fotográfica na brincadeira?”, sugere António. Não está, todavia, nos planos do fotógrafo ter uma programação regular até porque isso poderia complicar as marcações das sessões de fotografia que são a sua actividade profissional. “Isto não é uma sala de espectáculos, nem sequer um bar ou uma discoteca”, garante, “é, isso sim, um espaço de convívio, um local de cultura onde apro-

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA O ÚNICO FINAL FELIZ PARA UMA HISTÓRIA DE AMOR É UM ACIDENTE • João Paulo Cuenca

ANTÓNIO MIL-HOMENS

E traz um amigo tam

veitámos o facto de estarmos num edifício industrial, logo não temos problemas de ruído”, acrescenta.

O DRAMA DO “VÃO DE ESCADA”

A democratização da fotografia que o digital introduziu facilitando imagens de alta resolução a qualquer pessoa trouxe ao mercado de fotografia pessoas que, garante António Mil-Homens, “nunca viriam a

ser fotógrafos e digo isto completamente convicto. Compram uma máquina e uma ou duas objectivas e vão para o mercado. A maioria são jovens, não têm encargos e, por isso, rebentam com os preços”. Esta situação tem vindo a colocar muitos profissionais fora do mercado e é também por isso que surge a necessidade de abrir espaços como este que agora se inaugura vendo nesta iniciativa uma

forma de diversificação e sofisticação da sua oferta. “O que estes miúdos não percebem”, explica Mil-Homens, “é que, se realmente pretendem fazer uma carreira na fotografia, com este tipo de actuação estão não só a dinamitar o mercado actual como também a comprometer o seu próprio futuro.” E dá o exemplo de Portugal, um mercado que conhece bem, onde hoje apenas meia dúzia (mes-

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

Num futuro próximo na cidade de Tóquio, Shunsuke Okuda é um jovem funcionário de uma multinacional. Conquistador inveterado, ele cria uma identidade para cada namorada que conhece nos bares do distrito de Kabukicho. Mas a sua rotina é abalada pelo aparecimento de Iulana, que é apaixonada por uma dançarina e mal fala japonês, mas nada disso impede que os dois mergulhem numa relação conturbada. Com uma estrutura caleidoscópica e narradores tão surpreendentes quanto uma melindrosa boneca insuflável, o romance apropria.-se da cultura japonesa de ontem e de hoje para narrar uma história de amor surpreendente e perturbadora, em que a vida fragmentada das metrópoles, o voyeurismo e a perversão figuram como vilões onipresentes.

DEIXEM PASSAR O HOMEM INVISÍVEL • Rui Cardoso Martins

Durante uma grande enxurrada em Lisboa, um homem - cego desde os 8 anos, advogado - cai numa caixa de esgoto aberta, situada junto da igreja de S. Sebastião da Pedreira. Na mesma altura, um escuteiro que regressava de uma actividade na mesma igreja é também arrastado para o mesmo esgoto. É a viagem de ambos, através de uma Lisboa subterrânea, enquanto cá fora são tomadas todas as medidas para os salvarem, que o autor nos conta neste segundo livro. Mas é também a entreajuda, a cumplicidade entre o cego e a criança, naquela terrível aventura.


11 hoje macau terça-feira 2.2.2016

mbém

ESPAÇO • CONFIGURAÇÃO: Sala ampla, multifuncional, sem colunas, que permite a criação de áreas diferenciadas. • DIMENSÕES: 115 m2 (13,5M x 8,70M) ; Pé direito : 3,25 • CARACTERÍSTICAS TÉCNICAS: Equipado com luz contínua ou flash; ciclorama que permite fotografar grupos de pessoas; black box para fotografar objectos altamente reflectores; zona de pantógrafo (carris no tecto para evitar cabos e tripés no chão); sala de maquilhagem; cozinha de apoio (para fotografia de alimentos) • ACESSOS: Edifício industrial com elevador monta-cargas • MORADA: Av. Venceslau de Moraes, 195 – Edif. Industrial Nam Leng, 8º andar B, Macau • CONTACTO: 66755530

ou três anos, praticamente duplicou. “A grande maioria dos artistas trabalha para sobreviver, produzem arte para darem vazão à sua criatividade e não propriamente para enriquecerem”, dizAntónio Mil-Homens, e continua, “entendo perfeitamente que quem adquiriu os espaços pretenda fazer dinheiro mas têm de perceber que se os preços sobem demasiado toda esta explosão criativa pode vir a ser aniquilada.” Como solução, fazendo fé na visão que o Secretário Alexis Tam tem demonstrado, António julga que “talvez o governo pudesse comprar alguns desses espaços e depois cedê-los a preços mais controlados porque os que existem, como o Macau Design Centre, não chegam para a procura”.

A abertura deste estúdio vem na sequência da inauguração, há cerca de dois meses, do “Core Studio” de Nuno Veloso, também ele um conhecido fotógrafo profissional residente no território e com quem António Mil-Homens mantém “uma relação de estreita colaboração e não de concorrência”, como o próprio nos garante. Manuel Nunes

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PENSA QUE BOWIE JÁ DEU TUDO? PENSE DE NOVO

FORMAÇÃO E DIVERSIFICAÇÃO DA OFERTA TURÍSTICA

mo) de fotógrafos consegue viver bem da profissão.

DESENVOLVER O CONCEITO E EXPORTAR

“O mercado”, considera, “é exíguo mas eu acredito que ainda pode ser mais explorado”. Todavia, António Mil-Homens não tem dúvidas que tudo passa por exportar e dá o exemplo de Hong Kong há 60 ou 70 anos atrás, quando o conceito desenvolvido na região vizinha ultrapassava fronteiras e fazia com que grandes clientes mundiais fossem de propósito a Hong Kong para fotografar os seus produtos. “Desde que me comecei a interessar por fotografia”, diz-nos, “Hong Kong era uma referência para mim. Os fotógrafos de Hong Kong tinham sempre um cunho de inovação e qualidade que era único no mundo na época.”, revela António. Mais feiras de arte, mais festivais, mais intercâmbios até que um dia

seja possível desenvolver um conceito criativo original em Macau é a receita do fotógrafo, “mas não falo apenas de fotografia. Falo de dança, de escultura, de cinema, música.” A este propósito cita o exemplo da Unitygate, uma plataforma de intercâmbio cultural entre Macau e Portugal e na qual também já participou como exemplo a seguir e a repetir.

CONTROLAR A ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

Conforme aconteceu em Nova Iorque, aqui ao lado em Hong Kong, em Pequim e em muitas outras cidades, a deslocalização de unidades fabris permitiu a muitos artistas “invadirem” os espaços das ex-fábricas para aí montarem os seus ateliers e espaços de cultura. Em Macau isso está a acontecer agora mas grande parte dos artistas foram ultrapassados pelos especuladores e o valor de aluguer de espaços como estes, de há dois

EVENTOS

“Adoro trabalhar em estúdio. Criar a minha própria luz, este intimismo... A não interferência de factores externos”, confessa António vendo no estúdio uma oportunidade de dar continuidade às acções de formação que tem desenvolvido com a Casa de Portugal, podendo agora adicionar a experiência de fotografia em estúdio. E vai mais além sugerindo a possibilidade de adicionar um workshop de fotografia ao menu dos turistas que nos visitam: “unir a visita ao território com a aprendizagem de fotografia parece-me uma boa ideia. No fundo, formação, para mim, é uma forma de transmissão dos meus conhecimentos e de eu próprio aprender”. O intercâmbio é mesmo uma preocupação fundamental do fotógrafo que vê no estúdio uma base para a troca de experiências: “porque existe a técnica mas depois a abordagem em termos estéticos varia de pessoa para pessoa, por isso o diálogo é fundamental para a evolução mútua”, ajuíza.

J

METAMORFOSE DO LEILÃO

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a inauguração existia a ideia de leiloar um dos trabalhos de António Mil-Homens, intitulado “Metamorfosis”, uma visão do rápido processo de transformação de Macau, com valor de mercado de MOP 12,500. Os proventos seriam destinados à Cáritas Macau. Todavia, apesar do preço base de licitação ter sido de MOP 7,500, ninguém licitou mas foi efectuada uma recolha de fundos entre os presentes juntando-se o valor de MOP 4,720 que serão agora entregues à Cáritas junto com o trabalho de Mil-Homens.

Á sabíamos que a obra de Bowie era eterna. Também já tínhamos percebido que o último álbum foi uma verdadeira obra de uma morte anunciada, já todos tínhamos a noção que Bowie era perito em surpreender e ninguém duvidará da poderosa forma artística e simbólica, premeditada, quiçá, que ele deu a tudo o que fez. Talvez não estivéssemos à espera é que ele tenha preparado trabalhos para serem lançados após a sua morte. Segundo notícias recentemente veiculadas, Bowie não só gravou temas para um novo álbum como também planeou uma série de outros registos para serem lançados após a sua morte. De acordo com a Newsweek, Bowie preparou uma antologia para ser lan-

çada como celebração da sua carreira, a primeira das quais a ser lançada no próximo ano. O artigo adianta ainda que existe “uma longa lista de lançamentos não programados de temas que Bowie preparou antes de morrer” e acrescenta ainda que estes futuros lançamentos “foram divididos por épocas e não serão necessariamente lançados por ordem cronológica”. Não se sabe é se estes novos álbuns incluem originais ou se serão apenas uma curadoria de trabalhos anteriores. De qualquer forma, com o recente aparecimento, após a sua morte, de material nunca antes ouvido como “Bowie a imitar Lou Reed, Bruce Springsteen e Iggy Pop”, é muito provável que ainda venhamos a ser surpreendidos com originais. Para ficar atento. M.N.


12 CHINA

hoje macau terça-feira 2.2.2016

DETIDOS 21 SUSPEITOS DE GIGANTESCO ESQUEMA PONZI

Pirâmide veio abaixo

A RENAULT ABRE PRIMEIRA FÁBRICA EM WUHAN

A francesa Renault abriu ontem a primeira fábrica na China, tornando-se o mais recente fabricante de carros a montar uma unidade de produção na segunda economia mundial e maior mercado automóvel do mundo. A fábrica, construída em parceria com a marca local Dongfeng, foi implantada em Wuhan, a capital da província de Hubei, que fica no centro do país e concentra grande parte da produção automóvel chinesa. A capacidade máxima anual de produção está fixada em 150 mil veículos. A China “continua a ser um motor de crescimento da indústria automóvel mundial”, realçou o presidente da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, na inauguração. Ghosn referiu ainda que a estrutura em Wuhan é o “primeiro grande passo” para o desenvolvimento da parceria entre a Renault e o grupo Dongfeng. O país asiático é o maior mercado mundial de veículos e principal fonte de receitas do sector fora dos países desenvolvidos, mas até agora a empresa francesa operava na China através da Nissan, o seu parceiro japonês. A unidade chinesa irá produzir inicialmente o modelo de passageiros Kadjar. PUB HM • 2ª VEZ • 2-2-16

ANÚNCIO 通常執行案第 CV3-14-0125-CEO PROCESSO: EXECUÇÃO ORDINÁRIA

號 第三民事法庭 3º Juízo Cível

EXEQUENTE: LO SUNG SAN, residente em Macau, na Rua Um dos Jardins 91-141, Lotus Court, 23º andar C, Taipa.--------------------------------EXECUTADO: LU ZHONGLOU, residente em Hong Kong, em 中環 半山地利根德里12號譽皇后A座25B.----------------------------------------*** FAZ-SE SABER que, nos autos acima indicados, são citados os credores desconhecidos dos executados para, no prazo de QUINZE DIAS, que começa a correr depois de finda a dilação de VINTE DIAS, contada da data da segunda e última publicação do anúncio, reclamarem o pagamento dos seus créditos pelo produto do bem penhorado sobre que tenham garantia real, e que é o seguinte:---------------------------------------BENS PENHORADOS: 1- Saldo da conta no Casino titulada pelo Executado.--------------------2- Saldo da conta no VIP Club do Casino titulada pelo Executado.---*** Macau, 13 de Novembro de 2015 ***

S autoridades chinesas detiveram 21 pessoas suspeitas de um esquema Ponzi gigante que ludibriou cerca de 900.000 pessoas em mais de 50 mil milhões de yuans, informou a imprensa estatal. Lançado em 2014, o Ezubao era a quarta maior plataforma online’ na China a disponibilizar empréstimos entre pessoas (P2P, ‘na sigla em ingês), segundo um relatório da revista chinesa Caixin. O retorno anual oferecido aos investidores fixava-se entre nove e 14,6 por cento, em vários projectos, indicou a agência oficial Xinhua - um valor muito acima do rendimento garantido pelos produtos financeiros disponíveis nos bancos chineses. Até Dezembro de 2015, o Ezubao reuniu 50 mil milhões de yuans num esquema que resultou em perdas para 900.000 investidores.

TOMA LÁ, DÁ CÁ

A empresa colocava projectos no seu portal e pagava aos credores mais antigos com o dinheiro de novos investidores, revela a Xinhua. “O Ezubao é um típico esquema Ponzi”, admitiu Zhang Min, o presidente do grupo Yucheng, que geria a plataforma, e um dos detidos, citado pela agência. Um outro responsável, Ding Ning, disse à Xinhua que a empresa gastou mais de 800 milhões de yuan na compra de informação corporativa, visando criar projectos fraudulentos. Ambos terão esbanjado o dinheiro dos investidores num estilo de vida opulento, incluindo uma moradia de 130 milhões de yuan em Singapura e gastos avaliados em 500 milhões de yuan. A imprensa estatal chinesa difunde regularmente confissões de detidos,

900.000 pessoas ludibriadas em mais de 50 mil milhões de yuans

numa prática vista por grupos estrangeiros como uma violação ao direito a um julgamento justo. A polícia revelou que, entre as 207 empresas às quais o Ezubao diz ter emprestado dinheiro, apenas uma terá beneficiado de crédito. “Tanto quanto sei, 95% dos projectos do Ezubao são falsos”, admitiu Yong Lei, um avaliador de risco empregado numa subsidiária do grupo Yucheng. A redução consecutiva das taxas de juro e a recente volatilidade no mercado bolsista chinês, aliados à incerteza no mercado imobiliário, terão atraído cada vez mais investidores chineses para esquemas de angariação ilegal de fundos.

PEQUIM VAI EXECUTAR DOIS HOMENS PELA MORTE DE MONGE

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China condenou dois homens à pena de morte pelo esfaqueamento do monge britânico que fundou o primeiro mosteiro tibetano na Europa, na sequência de uma disputa por motivos económicos, avançou a imprensa estatal. Akong Tulku Rinpoche, co-fundador do mosteiro Samye Ling, que fica na Escócia, foi encontrado morto com várias facadas em sua casa na cidade de

Chengdu, sudoeste da China, em 2013. A justiça chinesa sentenciou Tudeng Gusang e Tsering Banjue à pena capital pelo assassínio de Akong e dois outros homens, enquanto um cúmplice foi condenado a três anos de prisão, detalhou a agência oficial chinesa Xinhua. Segundo a agência, que cita as autoridades, Gusan, que trabalhou no mosteiro na Escócia, e Banjue esfaquearam Akong, o seu

sobrinho e um motorista, na sequência de uma disputa pelo pagamento de 2,7 milhões de yuan. O veredicto, colocado nas redes sociais pelo tribunal, refere que os homicidas foram “brutais” e que “serão tratados severamente de acordo com a lei”. Akong, que tinha o título de rimpochê, a mais elevada formação académica e monástica dentro da tradição tibetana, tornou-se cidadão britânico depois de

fugir do Tibete, em 1959, e fundou o mosteiro na Escócia em 1967. Situado nas colinas escocesas, era um local de peregrinação para artistas e músicos como Leonard Cohen, assim como importantes monges tibetanos, incluindo o próprio Dalai Lama. Apesar de ter fugido da China, Akong mantinha contactos com as autoridades de Pequim e visitava frequentemente o Tibete.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

a revolta do emir

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Pedro Lystmann

A propósito de águas A

PÓS semanas de angustiante espera saíram as listas da Drinks International dos melhores e mais trocados - nos melhores bares – espíritos, cervejas e águas do ano. Uísques, gins, vodkas, águas tónicas e não, até champagnes e cervejas merecem atenção. Interessam-nos de sobremaneira as águas porque uma leitura das escolhas do ano revela vários nomes que se encontram com facilidade no território. Infelizmente o mesmo não se pode dizer das águas tónicas, uma vez que em supermercados e outras lojas do território se continua a encontrar apenas uma ou duas marcas aborrecidas. O Relatório Anual oferece dois tipos de consideração por cada bebida: Best Selling Brands e Top Trending Brands, a primeira baseada no número de garrafas vendidas (repito, nos melhores bares de acordo com a D.I.) e a segunda baseada em nomes que estão na moda e que têm sido muito pedidos. Marcas da moda numa altura em que tudo está na moda. A Fever-Tree é não só a mais vendida das águas tónicas como é a mais encomendada. Está na moda, não há nada a fazer. A Schweppes é a segunda mais vendida e a Fentiman’s a terceira (considerada por alguns como tendo um sabor intenso que interfere demasiado com os espíritos a que se adiciona). As mais in-fashion são a Fever-Tree, a Fentiman’s e a Schweppes. A Q Tonic, menos doce e menos calórica, (é uma questão de gosto) também está muito bem classificada. Em Macau há Fever-Tree no bar do Ritz-Carlton, pelo menos. Na minha opinião, insisto em afirmar que o Gin Tónico é uma bebida muito simples e que se alcança domesticamente com facilidade. Basta o Gin de que se gosta, uma confecção correcta do gelo feito no dia com uma água pouco mineralizada, água tónica com bom gás, bom limão e uma disposição positiva. A escolha das águas minerais espelha também (como aliás as escolhas de todas as bebidas) o poder das grandes marcas internacionais, a sua capacidade publicitária e de distribuição, um capitalismo aquífero. A marca mais vendida e mais in-trend é a San Pellegrino. Nada tenho contra a San Pellegrino e o seu alto teor de sulfatos, uns brutais 549 mg por litro (por exemplo: Badoit

40; San Benedetto 5) ajudam a combater excessos alcoólicos ou gastronómicos, um auxílio de alto preço. Mas é pena que da Itália, onde existem, caso inultrapassável, mais de 600 marcas de água – para além de ser o país que mais a consome – não cheguem aos bares e mesas domésticas muito mais marcas para além desta vencedora, da Acqua Panna (a minha água lisa preferida) e a San Benedetto. No Japão existem mais de 450 marcas de água mas não há nenhuma que se tenha imposto no mercado, possivelmente porque não é bebida que seja reconhecida no próprio país como importante.* As mais vendidas nos melhores bares do mundo, segundo a Drinks International são: 1. San Pellegrino, 2. Acqua Panna, 3. Perrier, 4. Evian, 5. Vichy, 6. Fiji, 7. Mountain Valley, 8. Hildon, 9. Antipodes e 10. Strathmore. Destas apenas a 7 e a 10 tenho a certeza de nunca ter visto em Macau.

O mercado é muito flutuante. Há muito que não vejo à venda duas das minhas águas preferidas, ambas alemãs, a Gerolsteiner e a Apollinaris. A Antipodes existia no O.T.T. mas não sei se permanece. Nota importante: Como já aqui foi dito em artigo exclusivamente dedicado a águas a propósito de livro de Mascha: “no território(...)vivemos abençoados, protegidos, pela presença de um número decente de excelentes águas portuguesas, da das Pedras à Vidago ou à Carvalhelhos”. Águas lisas há muitas. As águas no topo da moda são: 1. San Pellegrino, 2. Perrier, 3. Acqua Panna, 4. Antipodes, 5. Fiji, 6. Mountain Valley, 7. Topo Chico 8. Vichy 9. Hildon e 10. Evian.

Outras notícias: 1. Dos Champagnes indicados como os mais vendidos e mais requisitados do ano praticamente todos se encontram com facilidade em Macau, marca da eficácia da distribui-

ção e garantia de alegrias vastas. Esta categoria ilustra à perfeição a diferença entre marcas mais vendidas e marcas na moda, up-trending em bares do momento: A mais vendida, a Moët & Chandon, não figura sequer no grupo das 10 mais requisitadas nos bares mais na moda. Na cerveja a Carlsberg é a terceira mais vendida mas nem aparece na segunda lista. A Peroni é a primeira das duas listas. As escolhas de cerveja espelham a predominância (ainda) das lagers, uma tendência com uma história relativamente curta, modelo perfeito de como 2 ou 3 marcas conseguiram impor a nível mundial uma preferência por um tipo de cerveja muitas vezes desinteressante. Como é que alguém pode beber Carlsberg ou Heineken é um profundo mistério. As japonesas estão bem representadas e aproveite-se para lembrar que não há cervejas japonesas más. Os 3 Top-trending uísques são japoneses, um exemplo revelador de como uma boa distribuição, alta qualidade e paciência transformam o mercado. Ketel One, Grey Goose, Absolut, Stolichnaya, Belvedere, Aylesbury Duck, Zubrowka, Beluga e Ciroc são os vodkas que figuram nas 2 listas. Apenas grandes marcas internacionais. 2. A D.I. apresenta igualmente a lista dos melhores cocktails clássicos do ano, o primeiro dos quais é um Old Fashioned, seguido do Negroni, Manhattan, Daiquiri, Dry Martini, etc., até ao número 50, um tiki com rum e cognac. Os mais atentos terão reparado que se deslocaram a Macau, ao bar do Hotel Mandarin, num fim de tarde, 2 mixordeiros conhecidos do bar Please Don’t Tell de Nova Iorque, figurante da lista dos melhores bares da D.I., já aqui também apreciada. Apresentaram 6 cocktails clássicos que não desiludiram. 3. Abriu recentemente, para lá do bar do Hotel Ritz-Carlton e do bar do Hotel-Residências Ascott, ambos aqui descritos, um bar no Hotel St.Regis, não revisto ainda. As fotografias prometem um bom sítio. * Michael Mascha, autor do atraente livro sobre águas Fine Waters, já aqui revisto, estima existirem umas três mil marcas de água, 50% das quais italianas, japonesas, alemãs ou francesas.


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ÃO deixando de referir e correlacionar textos tributários de códigos de género híbridos – memórias, diário, epistolografia, narrativa biográfica e autobiografia, relatos de viagens e testemunhos históricos, reconto etnográfico e, em especial, crónica –, nesta nossa cartografia de O Delta Literário de Macau, primeiro volante de um políptico a completar, consideramos a “literatura” no sentido específico de criação imaginativa em arte verbal. Tomamos, assim, por “literatura de Macau em língua portuguesa” a criação estético-literária de autores que em Macau se descobrem ou afirmam escritores, que em Macau são editados e/ou criticados, reconhecidos e avaliados como escritores – acrescendo que, não em todos os casos mas em grande parte deles, não figuram no cânone da literatura portuguesa de acordo com os meios de reconhecimento, legitimação e valorização do seu funcionamento institucional (editores e críticos, professores e conferencistas, júris e associações, manuais e programas escolares, etc.). Nesta literatura de Macau em língua portuguesa podemos ver confirmado e ilustrado que toda a escrita é, de algum modo, registo de certo momento de uma identidade em processo, num devir de estabilização ou de crise. Como ao longo dos séculos e em todas as latitudes, a escrita literária que agora estudamos revela-se em Macau um modo especial de dizer esse momento; e revela-se também um fazer ou refazer da sua contingência em processo de comunicação (e de autocomunicação). Quer nos géneros da “escrita do eu” (diário e memórias íntimas, epistolografia e narrativa autobiográfica, etc), quer no endosso ficcional a personagens romanescas ou dramáticas, a literatura desde sempre figurou e reconfigurou trajectos de formação de identidades - individuais e comunitárias, grupais e nacionais -, fazendo sentir que isso envolve muito de história das relações da subjectividade ou da entidade colectiva com o seu mundo próprio e com o universo espacial e temporal dos outros seres e das outras comunidades. Todas as individualidades e todas as comunidades vivem aí a passagem da ordem da natureza para a ordem da cultura; todas vão modelando o real de

acordo com suas línguas e demais sistemas de signos, com a historicidade das mundividências, dos horizontes de saber e de crença, dos sistemas de valores e de comportamento; e todas prosseguem a redefinição das fronteiras do corpo ou território próprio e das interdependências existenciais, com um sentimento de continuidade temporal. Este sentimento radica na memória singular e colectiva de um património de experiências e ideais, exige empenhamento nas tarefas do presente, gera expectativas e pede projectos para o futuro. Embora o cuidado de definir conceitos de identidade e o interesse em explorá-los no jogo de forças dos indivíduos e das comunidades seja típica da modernidade, a vivência dessas identidades e o confronto com outras identidades atravessa toda a história do humano, sofrendo metamorfoses no processo de permanências e mudanças que lhe é inerente. Talvez também se deva pensar o mesmo em relação a outro aspecto que, no entanto, se foi tornando mais forte e mais consciencializado na era contemporânea: deu-se a erosão dos modelos identitários tradicionais e do

Se Macau se distingue por esse processo faseado de estádios de multiculturalismo e diferentes estádios de interculturalidade, a literatura de Macau em língua portuguesa também se distingue pela comparticipação faseada nesse processo, ao mesmo tempo reflectindo e promovendo a componente intercultural da identidade plural e aberta de Macau

TATIANA LAGES

Uma travessia do Delta Literário de Macau N


15 hoje macau terça-feira 2.2.2016

José Carlos Seabra Pereira

seu discurso monológico com suposta base numa essência, e, em contrapartida, vem prevalecendo a convicção da relatividade histórica e contextual das identidades, da sua natureza pluridimensional e da sua interdependência de outras identidades. Assim, sendo inegável que continua a fazer-se sentir a necessidade de “reconhecimento” em que se joga uma função identitária, confirma-se hoje o que talvez já pudéssemos ter lido nas representações e figurações literárias do passado, isto é, que o humano individual e colectivo, interpessoal e inter-nacional, deriva sempre numa dialéctica de identidade e alteridade, de inclusão e exclusão, de estranhamento e acolhimento. Mas a literatura, e em particular a literatura de autores ocidentais portugueses cujos caminhos e descaminhos da vida passaram pelo Oriente, mostra-nos mais: é nesse processo do confronto com o outro e com a sua diferença étnico-cultural e é no debate sobre a exclusão ou o acolhimento dessa alteridade que o sujeito da identidade em causa se pode conhecer melhor. Reconhece-se então com outros contornos e profundezas, sente o apelo de outra autenticidade, transforma enfim a sua identidade em função do confronto ou encontro com o outro. Além disso, lendo sob nova luz essa literatura, daí ressalta que muitas vezes se trata da descoberta do “outro de si mesmo”: o abalo ou perturbação, que a aparente hiperidentidade do eu ou da comunidade sofre no encontro ou no confronto com o outro, gera condições propícias para aquela revelação do “outro de si mesmo”. Convém lembrar agora que, pensando que a subjectividade se funda na distância da consciência de si, Levinas dizia: «o sujeito é hóspede e hospedeiro»; o sujeito há-de acolher o outro, porque desde logo tem de se acolher a si mesmo com um outro. Por isso, certa linha actual de renovação da leitura literária centra-se nessa relação de hospitalidade que abre a perspectiva da diferença e da sua compreensão vivencial. Partindo dos próprios géneros tradicionais da “escrita do eu”, essa interpretação da escrita como hospitalidade e como auto-hospitalidade estende-se depois a todas as realizações da lírica, da narrativa e da dramática. Não tem dificuldade em se ilustrar na análise de diários e memórias íntimas, de obras de epistolografia e de autobiografia, etc; mas, ao mesmo tempo que vai evidenciando como todas essas modalidades de escrita do eu se tecem numa tensão entre o sonho impossível de plena fusão em si mesmo e de

consciência das reservas de alteridade que em si se escondem, também não tem dificuldade em descobrir a urgência de introspecção e auto-retrato em autores de memórias histórico-sociais (caso de Raul Brandão e tantos outros), de ensaios (afinal, desde a matriz em Montaigne...), de escritos aforísticos (caso de escrita hospitaleira dos pensamentos singulares), de biografias (a tal ponto era pressionante a emergência de traços idiossincráticos e existenciais do autor por detrás da história do biografado, que hoje entrou em voga o romance do biógrafo...), etc. Esta orientação de leitura traz assim nova valorização do alcance antropológico da literatura como auto-interpretação e imaginação simbólica do humano.

A literatura de autores ocidentais portugueses cujos caminhos e descaminhos da vida passaram pelo Oriente, mostra-nos mais: é nesse processo do confronto com o outro e com a sua diferença étnico-cultural e é no debate sobre a exclusão ou o acolhimento dessa alteridade que o sujeito da identidade em causa se pode conhecer melhor Essa valência da antropologia literária reforça-se ainda porque muitos textos comprovam que os gestos e movimentos de reconhecimento e de hospitalidade buscam e motivam gestos e movimentos de reciprocidade. E comprovam que, mesmo quando falta essa reciprocidade, os ganhos de autoconhecimento e auto-acolhimento podem proporcionar e acalentar processos de resiliência das identidades fragilizadas, feridas, prostradas. Podem motivar recuperações de autoconfiança e superar situações adversas à realização das potencialidades de cada homem ou de cada povo. A refracção poliédrica que o humano encontrou na literatura de todos os tempos, e com especial acuidade na literatura moderna, traz-nos sem dúvi-

da a contraface dessa hospitalidade na escrita e dessa resiliência pela escrita, isto é, não deixa de patentear tendências de repúdio da hospitalidade (e até da auto-hospitalidade, como se vê, por exemplo, em Rimbaud) e de exclusão violenta, com regressões do humano à cruel bestialidade (como se vê em Conrad, por exemplo). Mas essa contraface não exclui a outra face da natureza humana nas contingências da historicidade - facto de que temos a contraprova irónica na retórica da alteridade que durante muito tempo estruturou, de forma mais ostensiva ou mais subtil, o discurso da novidade trazida pela viagem (como no caso português muito bem exemplifica a escrita da famosa Carta do Achamento do Brasil, por Pêro Vaz de Caminha). Ora, um tipo de literatura onde o entrechoque de tais tendências melhor se manifesta é precisamente o que incide na viagem – quer pensemos no sentido genológico do que habitualmente se designa por “literatura de viagens” (e já aí deparamos com enorme variedade de motivações, de características temáticas e formais, de efeitos pragmáticos), quer alarguemos a nossa visão para todas as modalidades de figuração da vida e da morte como viagem (outra valência antropológica da literatura, na medida em que representa ou imagina a condição do ser como Homo viator, em religiosa peregrinação para a Transcendência celeste ou por deslocação agnóstica na imanência terrena), quer tentemos actualizar o tópico da obra ou da escrita como viagem – viagem que é significado e metonímia, viagem que é significante e metáfora. Depois, a modernidade literária trouxe uma melancólica auto-reflexão - uma melancolia que, no fundo, está relacionada com a incerteza que o sujeito passa a sentir acerca de si mesmo, tanto quanto passa a pensar-se não como um dado determinado e estabelecido a priori, mas sim como uma possibilidade que tem de ser constituída no texto... e que nunca lhe garantirá uma identidade definida e definitiva. E tudo isto tem muito a ver com a obra de tantos escritores portugueses que aportaram ao Oriente, alguns a Macau, e praticaram a arte literária “das lonjuras” (como diria JeanMarc Moura) nem sempre hipotecada à construção do “orientalismo” como modo de discurso colaço da estratégia imperialista do Ocidente – desde Camões e Fernão Mendes Pinto até Ruy Cinatti e Maria Ondina Braga, passando por Bocage e Tomás Ribeiro, por Camilo Pessanha e Wenceslau de Moraes, por Alberto Osório de Castro e António Patrício.

Quanto até aqui ponderámos sobre a experiência literária da problemática de identidade e alteridade e sobre as condições de uma escrita da hospitalidade, mormente num contexto de “viagem” a Oriente, ganha particular acuidade e, ao mesmo tempo, feição diversa na leitura dos autores da literatura de Macau em língua portuguesa – bom exemplo de valência da literatura como espaço de aprendizagem da alteridade. Assim é desde logo pela condição alocêntrica que lhe reconhecemos, em relação quer à China quer ao Ocidente português, e pelo substrato genotextual que por isso pressupomos perante as suas criações estético-literárias, mas também pela condição peculiar do contexto macaense. Com efeito, Macau distingue-se como espaço histórico de multiculturalismo, primeiro na coabitação desigual das comunidades portuguesa e chinesa e no alheamento ou desdém preconceituoso perante as respectivas culturas, mais tarde em progressiva diluição das fronteiras entre “cidade cristã” e “cidade china” e com avanços e recuos na atenção mútua aos traços peculiares das ancestrais tradições socioculturais, aliás refractárias a movimentos de hibridização. Com raras quebras dessa ausência de interacção de culturas ao longo dos séculos, é recente o pendor de práticas verdadeiramente interculturais, peculiares da contemporaneidade – sem rasurar as incompreensões, patentes ou veladas, que são afinal inerentes aos fenómenos de contacto entre culturas e povos (como oportunamente alegoriza Ana Maria Amaro na última narrativa, «Aves de arribação», das Aguarelas de Macau). Gradativamente caldeada no crisol da “estética do diverso” (na acepção poetológica do poliglotismo cultural, trabalhada pelo com conhecimento de causa pelo escritor e pensador antilhano Édouard Glissant), a literatura de Macau foi despertando primeiro para o pitoresco de usos e costumes chineses ou a “cor local” do espaço macaense de multiculturalismo, sobretudo através do etnografismo lírico e romanesco. Só hodiernamente vem reflectindo (e desse modo reforçando) a interculturalidade, com o jogo de relações intertextuais, de traduções e recriações, de citações e empréstimos linguísticos, de apropriação de símbolos e mitos, etc. Se Macau se distingue por esse processo faseado de estádios de multiculturalismo e diferentes estádios de interculturalidade, a literatura de Macau em

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língua portuguesa também se distingue pela comparticipação faseada nesse processo, ao mesmo tempo reflectindo e promovendo a componente intercultural da identidade plural e aberta de Macau. * Não escasseiam oportunidades e razões para evidenciarmos como no delta literário de Macau é recorrente a exploração ficcional e lírica da geografia física e humana do território, não já como mera manifestação epigonal de intuitos naturalistas ou realistas, mas sim segundo uma geopoética que – como sabemos melhor desde Bachelard até à Escola de Limoges – modeliza relações criativas entre as figurações formais e semânticas dos espaços macaenses, mas subentendendo que esses espaços geofísicos são indissociáveis dos processos históricos e das dinâmicas sociais e culturais que neles ocorrem e do imaginário que neles se projecta e se sedimenta. Eis aí mais uma vertente do delta literário de Macau, às vezes polarizada pelo apelo mitográfico em torno do que Luís Sá Cunha chamou o topos sagrado de Macau, e cuja exploração deixamos in progress, no âmbito aliás de implicações mais problemáticas de outra questão que a literatura como conhecimento nos chama a dilucidar – a dos traços identitários da literatura de Macau. Não se justifica que nos continuemos a enredar excessivamente na reconsideração do problema do exotismo e do orientalismo. Todavia, não merecem ser descurados os elementos exóticos de uma literatura situada a Oriente, mas criada em óptica variável por escritores de origem ou de formação ocidental, deslocados e radicados em Macau ou filhos da terra com padrões axiológicos e culturais da portugalidade em diáspora (imperial ou pós-imperial). A literatura estudada n’O Delta Literário de Macau confirma que os intelectuais macaenses se mantiveram apegados (com orgulho patente, ou com vinculação velada, ou até à contre coeur) às marcas históricas e culturais de identidade lusíada, como meio aliás de preservação da sua identidade comunitária (sino-lusa, não chinesa), sobretudo enquanto a própria aspiração de autonomia podia ser paradoxalmente sentida como interdependente da associação política com Portugal. Mas, mesmo enquanto tal, a mais genuína literatura de Macau em língua portuguesa deve também ser encarada como processo de legitimação da auto-imagem de uma “periferia” lusíada, mais do que como profissão do olhar imperial de um “centro” remoto (como diria a Mary

Louise Pratt de Imperial Eyes. Travel Writing and Transculturation). Importa, porém, chamar a atenção para a emergência de um orientalismo literário mais profundo do que os estereótipos que é costume patentear. Em nosso entender, Camilo Pessanha e Wenceslau de Moraes, Maria Anna Accaioli Tamagnini e Fernando Sales Lopes, mais alguns outros aparentados, vieram descobrir e assediar no Oriente, via Macau, um magistério esotérico, sempre com indefinido horizonte de sentido e com alcance prometido mas diferido, que vinha ao encontro de uma das mais subtis e sortílegas tendências da literatura ocidental: aquele sentido divinatório da vida analógica dos seres e das coisas, movida pela energia empática remanescente da unidade e da harmonia primigénias, e em que o poeta anseia iniciar-se para superar a cisão monádica dos entes e a dor da impossibilidade de comunicação plena e de plena comunhão no conhecimento e no amor. * O trajecto que conduzimos através d’O Delta Literário de Macau permite uma percepção mais forte e mais esclarecida do devir dos centros de interesse e das motivações que de época para época foram movendo os seus escritores, das características temático-formais que subsequentemente adquiriram os seus textos, dos padrões por que se regeram, da cultura estética que a tudo isso foi subjazendo. A esse propósito, achamos pertinente evocar certo passo, de reacção satírica e de auto-ironização local, em conto de Senna Fernandes («Ódio velho não dorme», texto notável de ilustração memorial ou ficcional do lema contido no título). Aí – já após a charneira do século XX, mas em paralelo com o que ocorrera em períodos precedentes – torna-se ficcionadamente notória a desactualização da cultura literária em Macau e a relação tardia ou frouxa com os estilos epocais euro-americanos e sua presença sincrónica na literatura portuguesa. Tal como surge apresentado, em ambíguo radical de comunicação, só o protocolo de leitura que se estabelecer com o texto poderá determinar o seu estatuto discursivo. De qualquer modo, esse texto explora abundantes dados sobre vida em Macau durante décadas e abundantes coincidências com trajectória biográfica do autor (infância e juventude nas escolas de Macau, ida para a Faculdade de Direito da

TATIANA LAGES

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Universidade de Coimbra, exercício da advocacia em Macau, idas a férias a Portugal, etc.); e depõe sobre a cartografia das correntes contemporâneas da literatura portuguesa, entre sátira (ao que de bluff e moda ideológico-cultural representa neste lance o pretensiosismo de Heitor, antigo amigo do liceu macaense agora lisboetamente distanciado) e auto-ironia (ao que de efectivamente retardatário, pouco informado ou pouco actualizado, terá tido a cultura literária do autor ou dos meios intelectuais de Macau): «Entre duas cervejas e debicando tremoços, estalando de superioridade intelectual, os dedos a aparar o bigodinho irritante, perguntou-me de chofre, sempre com o odioso “você” para trás e para diante, que opinião tinha eu do movimento neo-realista português. Volvi modestamente que não sabia de nada, só lera uma ligeiríssima referência num jornal de Macau. Teve claramente pena de mim e teimou no

A literatura estudada n’O Delta Literário de Macau confirma que os intelectuais macaenses se mantiveram apegados (com orgulho patente, ou com vinculação velada, ou até à contre coeur) às marcas históricas e culturais de identidade lusíada, como meio aliás de preservação da sua identidade comunitária (sino-lusa, não chinesa)

assunto. // E, na poesia, que opinião fazia de José Régio, Mário de SáCarneiro, Torga e Fernando Pessoa? Redargui esmagado que eram apenas nomes e não os estudara. E o movimento da Presença, o Orfeu? Nada, foi a triste resposta. Abanou a cabeça com dureza de quem está a perder tempo com um analfabeto.» O nosso trabalho sobre o delta literário de Macau permite dar conta dos fluxos de curto, médio ou longo curso, em que se traduz esse fenómeno de cultura literária e os efeitos de arrastamentos temático e formal a que ele dá origem ou cobertura de boa consciência estética. Mas permite também descobrir, nuns casos, e corroborar, noutros casos, que o estado de coisas na república das letras macaenses se alterou sensivelmente nas décadas mais recentes; e que aquele retardamento e seus nefastos efeitos foram em grande parte fecundamente erradicados pela nova literatura de Macau em língua portuguesa. A literatura de Macau, em especial no domínio da poesia, soube ir ultrapassando os estádios de simples concepção vivencial e de dicção elementar, caracterizado por uma ausência de construção e de densidade irónica, um derrame de cândido expressivismo com escassa “capacidade de inibição”, uma previsibilidade de temas e um gosto de estilemas estereotipados, sem rasgos de estranhamento perceptivo e expressivo – enfim, um versejar e um rimar que parecia alheado ou discordante das transformações trazidas pelo(s) Modernismo(s) de Orfeu e de Presença e pelos contrapontos do Neo-Realismo e do Neo-Modernismo nos meados do século XX, mais se mostrando temeroso dos riscos de inovação temática e de experimentação estilística. De época para época foram-se afirmando sinais iniludíveis de inconformismo com os padrões saturados e novos intuitos de expressão estética em equação com tendências literárias da Modernidade tardia.


17 hoje macau terça-feira 2.2.2016

Yao Feng

Poema e foto

Before I Die Antes que eu morra, quero viver com alguém me ama e a quem eu amo Antes que eu morra, quero ter dez cães, cinco gatos e doze filhos Antes que eu morra, quero nadar numa piscina de chocolate Antes que eu morra, quero privatizar o governo que me está a governar Antes que eu morra, quero ver um bom jogo de futebol chinês Antes que eu morra, quero esquecer e o rancor do machado e a morada da cinza Antes que eu morra, quero que tu não morras ou morras depois que eu morra Antes que eu morra, quero conseguir adquirir um pequeno terreno para cultivar batatas Antes que morra, quero que o meu caixão seja pintado de muitas flores, por dentro e por fora Antes que eu morra, quero cantar a morte que é o pai, a mãe, o filho, o companheiro ou a amante de nós, que é a vírgula ou o ponto final de nós. Antes que eu morra, quero ser um optimista absoluto porque só existem os dois tipos do homem no mundo: quem já morreu e quem está a morrer, como diz o poeta


18 (F)UTILIDADES TEMPO

hoje macau terça-feira 2.2.2016

MUITO

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

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12

HUM

75-95%

EURO

8.73

BAHT

“UM OLHAR SOBRE OS DEFICIENTES”, DE ZÉLIA LAI IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

Quinta-feira

“FLOR AZUL”, DE RAUL DOMINGES IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre “SÃO”, DE SUSANA VALADAS IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

O CARTOON STEPH

SUDOKU

DE

“WESTERN STAR”, DE WU HAO IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre “FONTING THE CITY”, WALLACE CHAN IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

Diariamente

EXPOSIÇÃO “UM SÉCULO DE ARTE AUSTRÍACA” (ATÉ 3/04) Museu de Arte de Macau Entrada livre EXPOSIÇÃO “MANUEL CARGALEIRO” (ATÉ 3/03) Casa Garden Entrada livre

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 21

HISTÓRIA NAVAL (ATÉ 9/04) Arquivo Histórico de Macau Entrada livre

UM FILME HOJE

EXPOSIÇÃO “CAIXA DE MÚSICA” (ATÉ 3/04) Museu da Transferência Entrada a cinco patacas

Cineteatro

C I N E M A

1.21

EU CHIO, TU CHIAS

Quarta-feira

“O PESADELO DE JOÃO”, DE FRANCISCO BOTELHO IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

YUAN

AQUI HÁ GATO

“AS CIDADES E AS TROCAS”, DE LUÍSA HOMEM E PEDRO PINTO IN DOCLISBOA Consulado Geral de Portugal, 18h30 Entrada livre

Sexta-feira

0.22

PROBLEMA 22

A alimentação de um gato é das coisas mais básicas que pode haver: água e aquela comida que vem em sacos e pequenas latas e pronto. Um gostinho a salmão ou a frango aqui e ali. Eu sempre soube que a comida dos humanos é bem mais variada, e aqui na China também. O que eu nunca pensei é que as pessoas começassem a ter a moda de comer sementes a toda a hora, saladas e coisas vegan. Faz bem, é óptimo, mas fotografar coisas vegan a toda a hora deve ser das coisas mais aborrecidas. Há a Chia, a Linhaça, as sementes de girassol, que fazem bem ao colesterol e substituem um bom bife com batatas fritas porque têm lá todos os nutrientes necessários. Só que...não sabem a bife. E presumo que há dias em que um ser humano não é de ferro. Tudo isto para dizer que Macau seguiu a tendência da comida saudável e são cada vez mais os espaços que se dizem dairy free, glúten free e por aí fora. Com algumas excepções, até porque temos a possibilidade de importar tudo do sudeste asiático, nunca nos podemos esquecer que os legumes vindos da China estão cheios de pesticidas. Ainda ontem encontrei uma notícia que mostrava dez produtos alimentares completamente falsos feitos no continente. Fiquei com o pêlo arrepiado. Comam coisas saudáveis, mas vão ao restaurante português de vez em quando. Faz bem ao espírito. Pu Yi

A PELE QUE HABITO (PEDRO ALMODÔVAR, 2011)

Uma história que mistura sexo com transexualidade, a angustia de um pai com o desejo extremo de vingança, a luta com um corpo desconhecido com a vontade de matar. Almodôvar revela aqui toda a sua maturidade como realizador, contando com as fantásticas interpretações de António Banderas e da “sua” Marisa Paredes. Andreia Sofia Silva

ALL’S WELL END’S WELL SALA 1

ALL’S WELL END’S WELL (EXTENDED VERSION) [B]

Filme de: Stephen Chow Com: Leslie Cheung, Stephen Chow, Raymond Wong, Maggie Cheung 14.30, 16.30, 21.30

THE 5TH WAVE [B]

Filme de: J. Blakeson Com: Chloe Grace Moretz, Nick Robinson, Ron Livingston 19.30 SALA 2

THE LAST WOMAN STANDING FALADO EM MANDARIN LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Luo Lu

Com: Shu Qi, Eddie Peng Yuyan, Hao Lei, Lynn Hung 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3

THE BIG SHORT [C]

Filme de: Adam Mckay Com: Christian Bale, Brad Pitt, Ryan Gosling, Steve Carell 14.30,16.45, 21.30 SALA 3

IP MAN 3 [C]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Wilson Yip Wai Shun Com: Donnie Yen, Lynn Xiong, Max Zhang 19.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau terça-feira 2.2.2016

sexanálise

Contracepção

J. B. ROGERS, AMERICAN PIE 2

TÂNIA DOS SANTOS

O

grito de liberdade sexual veio com os desejados métodos contraceptivos. Finalmente decisões poderiam ser tomadas relativamente à prática sexual e à gravidez indesejável. Assim chegou-se à era do gozo sexual não necessariamente procriativo que em muito contribuiu à revolução sexual do último século. Mas os métodos contraceptivos não são sexy per se (e escrever sobre eles também não será). Fazem parte de uma sexualidade saudável, sem dúvida, mas por alguma razão ainda falham. Falham porque ainda há gravidez adolescente e porque as doenças e infecções sexualmente transmissíveis continuam a ser espalhadas por aí. A variedade de métodos é extensa: preservativo masculino e feminino, DIU, diafragma, esponja vaginal, terapêuticas hormonais (pílula, anel vaginal, implantes, patches), vasectomia ou laqueação de trompas. Escolhas que deverão ser personalizadas de acordo com idade, actividade sexual, estado de saúde geral, etc. Todos estes métodos têm uma percentagem de eficácia diferente, portanto, alguns são mais falíveis que outros, mas só o preservativo é capaz de travar infecções indesejáveis. Aliás, o preservativo foi inventado exactamente na prevenção da Sífilis durante o séc. XV. Assemelhava-se a uma meia de vidro desbotada e era feito com paredes do intestino grosso de diferentes animais. Depois vieram os produtos sintéticos que trouxeram o preservativo de latex que conhecemos hoje, no início do séc. XX. Todas as campanhas que divulgam o uso do preservativo, tentam apelar pela utilidade do dito cujo. Quase não se sente, protege-nos de STD’s, impede a gravidez indesejável: perfeito. O preservativo deve ser usado s-

-e-m-p-r-e, não há dúvidas disso. O que se esquecem de dizer é que às vezes pode ser desconfortável ou pode desfazer o tesão, i.e., o brochar o orgão sexual masculino. Há os que se recusam, os que não conseguem, os que não gostam e os que desenvolvem profundas crenças que incentivam o seu não uso. Como contornar a questão? Não é fácil. Em relacionamentos que se prevêem de longa-duração, poder-se-á optar por uma vida sexual sem preservativo depois dos devidos testes de sangue serem feitos. Em qualquer outra situação o uso deverá ser obrigatório, e o pessoal que não se arme em esquisito. As tentativas de tornarem o preservativo um pouco mais atraente levou a que as marcas conhecidas do mercado fizessem variações do produto, ora com sabores, ora com texturas, ora com cores. Não há grandes desculpas para justificar a sua ausência, mas a verdade é que o sexo é significativamente melhor sem. Há uma maior proximidade ao vosso apaixonado/a porque não há barreiras absolutamente ne-

“Visto que a maioria dos produtos de contracepção são para mulheres, há uma tendência natural para julgar que as precauções contraceptivas são maiores para quem de facto carrega uma barrigona por nove meses. Mas visto que ‘takes two to tango’ a responsabilização pela outra parte também é necessária”

nhumas entre a intimidade de um e de outro. Por isso para os que podem, e já mostraram não ter nenhuma doença nefasta a transmitir, ultrapassa-se o uso do preservativo para métodos exclusivos a prevenção da gravidez. O normal é para a mulher começar a usar a pílula, ideal para quem é organizado e pouco esquecido, e basta tomar um comprimido por dia (exceptuando durante a menstruação) e não incomodar a normatividade do acto sexual em si. Até aqui, parece tudo bem. Acontece que outros efeitos secundários podem advir, afamados desiquilíbrios emocionais, e até conheço pessoas que desenvolveram ataques de pânico. Isto na pior das hipóteses, porque depois há problemas de cariz menor, tipo celulite e retenção de líquidos. A contracepção não é um mar de rosas, mas o que tem de ser, tem muita força. Contudo (e felizmente) começaram a ser testadas formas de ‘pílula’ masculina não hormonais, e, por isso, sem alterar os ciclos naturais. As opções são diversas e os projectos ainda se encontram numa fase embrionária, salientam-se: 1.injecção para bloqueio dos canais de transporte de esperma, uma quasi-vasectomia menos invasiva e reversível; 2. Medicação para não permitir os espermatozóides de fertilizar o óvulo; 3. Medicação para alterar a capacidade de locomoção do esperma. A vantagem é que com uma maior possibilidade de contraceptivos masculinos, a responsabilidade e preocupação contraceptiva não ficará totalmente nas mãos da mulher. Espera-se que seja um tema que possa ser discutido pelo casal e em cooperação, percebendo as vantagens e desvantagens de cada método. Visto que a maioria dos produtos de contracepção são para mulheres, há uma tendência natural para julgar que as precauções contraceptivas são maiores para quem de facto carrega uma barrigona por nove meses. Mas visto que ‘takes two to tango’ a responsabilização pela outra parte também é necessária. O investimento em novas formas de contracepção trazem a esperança de formas mais eficazes de prevenção e uma muito desejada consciencialização social.

OPINIÃO


Um velho, à sombra, discorre, / Diante de muitos bocejos: / O meu espírito morre / Sem saudades nem desejos”

terça-feira 2.2.2016

Padre Benjamim Videira Pires

REINO UNIDO AUTORIZA MANIPULAÇÃO DE EMBRIÕES HUMANOS

CIA REVELA CASOS DE OVNI PARA CELEBRAR REGRESSO DE X-FILES

A

PUB

agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) decidiu celebrar o regresso da série X-Files e publicou 10 casos sobrenaturais investigados pela CIA nos anos de 1940 e 1950. Para tal, dividiu os documentos em duas partes: cinco histórias que o Agente Mulder adoraria explorar e provar que existe vida fora da Terra e cinco que a Agente Scully comprovaria serem factos científicos e não sobrenaturais. As histórias foram registadas na Alemanha, Espanha, norte da África, Japão e Estados Unidos. O blogue da CIA usou a clássica frase de Mulder para encerrar o post e escreveu «The truth is out there» («A verdade está por aí»). Ainda há um link que explica como investigar um possível caso de avistamento de extraterrestres e quais os passos fundamentais numa investigação oficial. Um dos casos de Mulder ocorreu na Alemanha em 1952 quando uma testemunha afirmou que viu algo como «uma enorme panela voadora» a pousar numa floresta controlada pelos soviéticos. Segundo o homem, dois seres desceram da aeronave vestindo roupas brilhantes e metálicas e partiram logo depois. «O objecto começou a levantar-se lentamente do chão e começou a sua rotação», explica a testemunha. Além dos casos específicos, há outros envolvendo pareceres de encontros da comissão que investiga este tipo de caso na CIA e a conclusão, para todos, é que não havia qualquer ameaça directa à segurança nacional. De acordo com os técnicos, as pessoas avistaram aviões militares que tinham brilho porque reflectiam as luzes reflectidas por cristais de gelo.

Licença para mudar

A

autoridade britânica que regulamenta a embriologia concedeu esta segunda-feira a primeira autorização para modificar geneticamente embriões humanos, como parte das pesquisas sobre as causas dos abortos espontâneos. A autorização refere-se à utilização do método Crispr-Cas9, que permite centrar-se nos genes defeituosos para neutralizá-los de maneira mais precisa. «O nosso comité aprovou a solicitação da médica Kathy Niakan, do Francis Crick Institute, para renovar a sua licença de pesquisa em laboratório, incluindo a edição genética de embriões», indicou a Autoridade de Fertilização Humana e de Embriologia (HFEA, em inglês) em comunicado.

O pedido foi apresentado no mês de Setembro para estudar os genes que actuam no desenvolvimento das células que vão formar a placenta. O objectivo é determinar porque é que algumas mulheres sofrem abortos espontâneos.

ÍNDIA TREZE ESTUDANTES MORREM AFOGADOS A SUL DE MUMBAI

PRIMEIRA VEZ

A modificação genética de embriões para tratamento é proibida no Reino Unido. No entanto, está autorizada desde 2009 para a pesquisa, com a condição - entre outras - de que os embriões sejam destruídos ao fim de duas semanas no máximo. Mas esta é a primeira vez em que uma autorização formal para manipular geneticamente embriões foi concedida de forma oficial, pelo menos num país ocidental. Em algumas nações, no entanto, esta prática não está for-

Pelo menos 13 estudantes indianos que participavam num piquenique numa praia a sul da cidade de Mumbai morreram ontem afogados quando entraram no mar para nadar, divulgou a polícia local. O trágico acidente aconteceu na praia de Murud, a cerca de 140 quilómetros a sul de Mumbai, no distrito de Raigad (estado de Maharashtra), segundo precisou o inspector-adjunto da polícia local, Arvind Patil. “Um grupo de 155 estudantes de Pune viajou até à praia de Murud e alguns dos estudantes foram nadar por volta das 15:30, hora local, afirmou o inspectoradjunto em declarações à agência noticiosa francesa AFP, especificando que as vítimas, 10 mulheres e três homens, tinham idades compreendidas entre os 19 e os 23 anos. “A população local e a polícia estão envolvidas nas operações de resgate”, acrescentou o responsável, admitindo a possibilidade do número de vítimas ainda não estar fechado.

malmente proibida e não requer necessariamente um pedido de autorização. Ao mesmo tempo, a HFEA confirmou esta segunda-feira a proibição do uso dos embriões para transplantes em mulheres. Em Abril do ano passado, cientistas chineses anunciaram que conseguiram modificar um gene defeituoso de vários embriões, responsável por uma doença do sangue potencialmente letal. A notícia provocou uma grande polémica sobre as consequências éticas deste tipo de prática. Os próprios cientistas chineses indicaram que registaram «grandes dificuldades» e afirmaram que os seus estudos «demonstravam a necessidade urgente de melhorar esta técnica para aplicações médicas».

SPORTING MONTERO TROCADO POR BARCOS

Hernán Barcos vai chegar ao Sporting proveniente do Tianjin Teda, Fredy Montero deixa Alvalade para rumar àquele clube chinês: foi, segundo A BOLA, este o acordo que ficou acertado entre os dois clubes que permite aos leões encaixarem uma verba de cinco milhões de euros pelo colombiano. Montero, que estava vinculado ao Sporting até 2018, assinou com o Tianjin Teda um contrato válido por duas temporadas com mais uma de opção. Os leões também reservaram direitos numa posterior venda. Já Hernan Barcos deve já estar em Lisboa para realizar exames e assinar um contrato de curta duração com o clube leonino.

ABSOLVIDO APÓS VINTE ANOS NA CADEIA

U

M homem condenado na China a pena de morte, suspensa há mais de 20 anos, por homicídio, foi ontem absolvido, no caso mais recente envolvendo um erro judiciário no país, avançou a imprensa estatal. Chen Ma foi sentenciado pelo homicídio de um homem na província de Hainan, no sul do país, em Novembro de 1994. Perante a “falta de evidências”, o tribunal diz agora que Chen não é culpado. O Tribunal Supremo da China ordenou que o caso fosse reaberto em Abril de 2015, depois de Chen ter recorrido. Chen foi condenado após dois julgamentos, unicamente com base em “confissões” consideradas agora “inconsistentes”, lê-se no comunicado do tribunal, que cita o juiz, Zhang Qin. Um dos casos mais mediáticos de erros judiciários na China envolveu a execução injusta de Huugjilt, que com 18 anos foi considerado culpado de violar e assassinar uma mulher numa casa de banho pública. O verdadeiro culpado, Zhao Zhihong, foi preso em 2005 e executado no ano passado. Vinte e sete funcionários chineses foram “penalizados” pela condenação injusta de Huugjilt, disse este fim de semana a agência oficial Xinhua, mas apenas um poderá enfrentar acusações criminais, enquanto os restantes receberam penalizações administrativas. Noventa e nove por cento dos réus na China são condenados.


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