LISBOA
CONTRA A DESCONFIANÇA
CASINOS
CRIME
JOGO BAIXO
O BOMBEIRO EMBRIAGADO
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Um avião chamado desejo Os residentes de Macau retidos na província de Hubei vão finalmente poder voltar para casa. O avião, fretado pelo Governo, deverá chegar à RAEM no próximo sábado. Dos 164 residentes, 65 estão aptos a regressar, mas apenas 50 manifestaram o desejo de o fazer.
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OPINIÃO
A MÁSCARA JOÃO LUZ
hojemacau
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PÁGINAS 2-3
MOP$10
SEGUNDA-FEIRA 2 DE MARÇO DE 2020 • ANO XIX • Nº4477
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
2 coronavírus
2.3.2020 segunda-feira
CAMPANHA JORNADA CONTRA DISCRIMINAÇÃO DIRIGIDA À COMUNIDADE CHINESA
“Lisboa informada - Mais Saúde, Menos Discriminação” é o mote da mais recente campanha promovida pela Câmara Municipal de Lisboa em parceria com a embaixada da República Popular da China em Portugal contra a discriminação de que a comunidade chinesa no país tem vindo a ser alvo devido à epidemia do Covid-19. Na sexta-feira, o embaixador Cai Run visitou lojas que estão a sentir na pele a quebra de clientes
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ÃO simples folhetos, em português e em chinês, que visam informar a população portuguesa, sobretudo aqueles que vivem na capital do país, Lisboa, de que é seguro comer em restaurantes chineses ou fazer compras nas lojas chinesas. A campanha “Lisboa informada - Mais Saúde, Menos Informação” foi lançada esta sexta-feira, na zona do Martim Moniz, a artéria dos principais negócios da comunidade chinesa em Lisboa. A campanha passa pela distribuição de folhetos por vários pontos da cidade para que os portugueses continuem a consumir produtos chineses, e contém não só informações de saúde, divulgadas pela Direcção-geral de Saúde (DGS), mas também recomendações que visam combater ideias feitas sobre as formas de contágio do Covid-19. “Não
existe particular risco de contágio ao receber cartas ou encomendas da China” ou “pode fazer compras numa loja chinesa” são algumas das mensagens. “Todo e qualquer comportamento que apele ao afastamento de estabelecimentos comerciais de proprietários ou funcionários chineses não tem razão de ser e é discriminatório!”, lê-se ainda.
“Queremos que fique bem claro que a associação do vírus à comunidade chinesa é errada. A saúde tem de ser vista como um direito e não como uma arma de arremesso.” MANUEL HEITOR VEREADOR DA CML
A campanha, apoiada pela Embaixada da República Popular da China (RPC) em Portugal, foi pensada e proposta pela Câmara Municipal de Lisboa (CML). “O que hoje aqui lançamos é da maior importância. Dar mais informação de saúde sobre o Covid-19 e combater a discriminação com base nesta doença. Queremos que fique bem claro que a associação do vírus à comunidade chinesa é errada. A saúde tem de ser vista como um direito e não como uma arma de arremesso”, disse Manuel Heitor, vereador da CML. O responsável adiantou ainda que Lisboa “é conhecida como uma cidade cosmopolita e multicultural, e, portanto, não toleramos a xenofobia ou outro tipo de discriminação”. “A comunidade chinesa é confiável, faz parte da vida da nossa cidade e muito contribui para a riqueza cultural e económica de Lisboa”, acrescentou. Cai Run, embaixador da RPC em Portugal, considerou esta campanha como tendo “um significado muito importante”, uma vez que pretende “apelar à saúde e combater a discriminação”.
HOJE MACAU
LISBOA
PASSEIO PELO BAIRRO
Esta foi a primeira vez que o embaixador Cai Run visitou algumas das lojas e supermercados chineses que quase todos os dias têm as portas abertas na zona do Martim Moniz. A acompanhá-lo esteve, além dos vereadores da CML, Graça Freitas, directora-geral de saúde. A visita começou no supermercado do senhor Abin, também ligado ao Centro de Serviços e de Apoio à Comunidade Chinesa em Portugal, passou por um café com chá e típicos doces chineses e também por uma loja de bijuterias. “Hoje visitamos as lojas e restaurantes chineses na zona do Martim Moniz, em Lisboa, para conhecer a situação actual dos seus negócios e expressar solidariedade e apoio para convosco. É também uma forte demonstração da amizade genuína entre os dois
povos, português e chinês, unidos face às dificuldades da epidemia do Covid-19”, frisou Cai Run, na conferência de imprensa. Nas ruas do Martim Moniz, Cai Run considerou que a crise pela qual estão a passar os comerciantes chineses será temporária. Estes “estão a sentir alguma pressão nos seus negócios”, frisou. “Creio que esta campanha lançada pela CML é favorável para ajudar a resolver este problema. Julgo que esta pressão vai ser temporária e à medida que se vença esta epidemia os seus negócios também vão retomar a normalidade”, acrescentou. O embaixador destacou o bom trabalho desempenhado pelas autoridades chinesas no combate à epidemia que teve o seu epicentro
na cidade de Wuhan, província de Hubei. “Foi estabelecido dentro de pouco tempo um sistema contra a epidemia que tem a cobertura em todo o país. Por isso, a propagação da epidemia tem sido controlada e os trabalhos da contenção têm sido faseados. Destaca-se o decréscimo dos casos recém confirmados fora da província de Hubei.” Neste momento, Portugal está em alerta máximo em relação à epidemia, apesar de não existirem ainda casos confirmados de infecção pelo Covid-19 em território nacional. Apenas dois portugueses tripulantes de um navio de cruzeiros encontram-se hospitalizados no Japão com confirmação de infecção. A DGS registou, até à data, 59 casos suspeitos de infecção, dois
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A SAUDÁVEL “As unidades do Serviço Nacional de Saúde têm preparados os respectivos Planos de Contingência para infecções emergentes.”
dos quais ainda estavam em estudo na sexta-feira. Os restantes 57 casos suspeitos não se confirmaram, após registarem testes negativos. As autoridades europeias estão também em alerta depois do aparecimento de dezenas de casos em Itália. No total, a doença do Covid-19 já infectou 79.824 pessoas na China continental (que exclui Macau e Hong Kong).
REPATRIAMENTO “BEM SUCEDIDO”
Na sua intervenção, Cai Run lembrou que há ainda muito por fazer no combate à epidemia no país. “Temos de estar cientes de que não chegamos ainda a um ponto de viragem no controlo da epidemia e que a situação na província de Hubei e na cidade de Wuhan continua severa.”
No entanto, o embaixador chinês em Portugal está confiante na recuperação sócio-económica do país. “Enquanto se implementam os trabalhos de prevenção e controlo da
“Hoje visitamos as lojas e restaurantes chineses na zona do Martim Moniz, em Lisboa, para conhecer a situação actual dos seus negócios e expressar solidariedade e apoio para convosco.” CAI RUN EMBAIXADOR DA RPC EM PORTUGAL
epidemia de forma rigorosa e minuciosa, a parte chinesa está a promover os trabalhos da contenção da epidemia e desenvolvimento sócio-económico, aproveitando as vantagens institucionais do socialismo com características chinesas e dependendo de uma forte capacidade de mobilização e ricas experiências nas respostas às emergências públicas de saúde.” “A parte chinesa tem toda a certeza de sair vencedora na batalha contra a epidemia e apostar no desenvolvimento estável da sua economia”, frisou. Cai Run destacou a carta enviada pelo Presidente da República portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, a Xi Jinping, e lembrou o sucesso da acção de repatriamento de portugueses que residiam em Wuhan.
“Foi neste período que a parte chinesa comunicou à parte portuguesa a evolução da epidemia e as medidas de contenção e proporcionou apoios no repatriamento bem-sucedido dos portugueses de Wuhan para Portugal.” Além disso, foi exigido “aos cidadãos chineses que se encontram ou pretendem vir para Portugal para colaborarem activamente com a parte portuguesa no que diz respeito às medidas de prevenção e controlo, para que cumpram o isolamento de 14 dias”, concluiu o embaixador. Neste momento são cerca de 30 a 40 cidadãos chineses que cumprem a quarentena voluntária em Lisboa, em casas disponibilizadas pela própria comunidade, a fim de
estarem totalmente isolados das restantes pessoas. “Temos a boa notícia de que todos os que cumprem estas medidas estão em bom estado de saúde. Ao mesmo tempo também alertamos para que respeitem e cumpram as medidas tomadas pelas autoridades portuguesas. Estes chineses residentes em Portugal também fazem parte da sociedade portuguesa. Por um lado, eles tomam activamente estas medidas de precaução e também têm uma grande vontade de contribuir para os trabalhos de controlo à epidemia”, rematou Cai Run. Andreia Sofia Silva
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ENTRADAS ISOLAMENTO PARA QUEM ESTEVE EM ITÁLIA OU IRÃO
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Governo decidiu enviar um voo fretado para Hubei para trazer os residentes de Macau que continuam na província, à semelhança da decisão tomada pelas autoridades de Hong Kong. Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), declarou ontem em conferência de imprensa que, dos 164 residentes que se encontram em Hubei, 65 estão em condições de regressar, embora apenas 50 tenham “manifestado vontade” de o fazer. O voo fretado da Air Macau deverá chegar ao território no próximo sábado, 7 de Março, estando previsto o envio imediato dos residentes para o cumprimento da quarentena de 14 dias no centro dos SSM no Alto de Coloane. O plano é, para já, “preliminar” e ainda não é certo o número de residentes que vão embarcar no avião. “Temos de assegurar e confirmar os dados de saúde de todos os que vão embarcar e de como serão feitos os trabalhos de isolamento. Esta acção tem um alto risco, pois há o perigo de estes residentes, quando regressarem a Macau, estarem infectados. É um factor que não conseguimos prever, mas estamos sempre preparados para o pior, e tratamos todos de forma igual”, assegurou Lei Chin Ion. Aqueles que apresentarem sintomas de tosse ou febre não podem embarcar, além de que o transporte para o aeroporto deve ser assegurado pelos próprios residentes. A entrada no avião far-se-á mediante o preenchimento de um inquérito sobre o seu estado de saúde.
COVID-19 VOO COM RESIDENTES ORIUNDOS DE HUBEI CHEGA NO SÁBADO
A ajuda que faltava O director dos Serviços de Saúde de Macau adiantou ontem que há meia centena de residentes na província de Hubei que pretendem regressar ao território. Está prevista a chegada do voo fretado da Air Macau no próximo sábado, 7 de Março. Apenas os portadores de BIR que cumpram todos os requisitos podem embarcar no avião, frisou Lei Chin Ion “As bagagens têm de ser simples e não podem trazer muitas coisas, sobretudo comida ou lembranças. Será feita uma plena desinfecção em todas as bagagens”, disse Lei Chin Ion, que adiantou que todos os profissionais de acompanhamento, incluindo a tripulação, estarão devidamente equipados. “Não serão permitidas malas de mão. Preparamos fraldas descartáveis para os tripulantes e não haverá disponibilização de refeições porque terão de estar com a máscara colocada durante todo o percurso.”
CRIANÇAS SOZINHAS
Uma vez que apenas os portadores do BIR poderão embarcar no avião, existe a possibilidade de crianças realizarem o voo sozinhas, sendo posteriormente acompanhadas por familiares em Coloane. No entanto, as crianças só podem voar para
Macau mediante uma declaração de autorização assinada pelos pais. “As crianças que, não tendo o acompanhamento dos pais, terão de ser acompanhados por familiares no Alto de Coloane. Só existindo este acordo é que poderão embarcar no avião”, assegurou o director dos SSM. Do total de 164 residentes que se encontram em Hubei, 56 são crianças, sendo que 13 delas têm menos de 14 anos e 32 têm idades compreendidas entre 3 e 12 anos, frisou Inês Chan, responsável da Direcção dos Serviços de Turismo. Lei Chin Ion diz ser uma “responsabilidade” do Executivo trazer estes residentes e diz não haver riscos pelo facto de as crianças poderem vir a viajar sozinhas. “Algumas pessoas reclamam que as crianças ainda são pequenas e que terão de ser acompanhadas por
familiares, mas isso não se justifica, porque já fizemos uma avaliação e as crianças a partir de cinco anos estão em condições para embarcar no avião e viajar.” O director dos SSM esclareceu que a decisão do regresso dos residentes de Hubei foi tomada tendo em conta que o território está há 26 dias consecutivos sem novos casos. “Posso dizer que actualmente o risco do surto na comunidade é muito baixo.” Depois de ter sido dado alta a oito pacientes, há dois doentes que continuam internados no Centro Hospitalar Conde de São Januário, apresentando “sintomas ligeiros”. Ieong Iek Hou, coordenadora dos SSM, disse que, até à data, contam-se 1800 casos suspeitos, estando actualmente 17 casos a ser analisados. Andreia Sofia Silva
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DSEJ SERVIÇOS REABREM
COREIA DO SUL REGRESSO VIA HONG KONG
Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) emitiu ontem uma nota de imprensa onde dá conta da abertura, hoje, de algumas instalações dos Centros de Actividades Educativas e Centros de Juventude, “tendo em conta o recente desenvolvimento da epidemia”.
nês Chan, responsável da Direcção dos Serviços de Turismo (DST), garantiu que 21 residentes de Macau já voltaram da Coreia do Sul desde o dia 20 de Fevereiro, enquanto que há nove pessoas
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a regressar hoje via aeroporto de Hong Kong. Apenas para os residentes é assegurado transporte para Macau a partir do aeroporto. “É uma medida excepcional e só se limita aos retornos da Coreia
do Sul para Hong Kong através de voos directos. As pessoas que reunirem as condições podem ligar para o Gabinete de Gestão de Crises de Turismo para podermos ajudar”, explicou.
ACAU vai isolar quem entra no território e tenha estado em Itália ou no Irão 14 dias antes, anunciaram as autoridades no sábado. A medida, que já entrou em vigor, destina-se a reforçar a prevenção, explicaram as autoridades em comunicado. “Os indivíduos que tenham estado na Itália ou no Irão nos 14 dias anteriores à entrada em Macau, devem efectuar, a pedido dos Serviços de Saúde, observação clínica de isolamento nos locais indicados em Macau, com a duração de 14 dias, sem prejuízo de outras medidas de prevenção da epidemia”, indicaram. “Os residentes de Macau podem realizar a observação médica domiciliária em local considerado apropriado pelos Serviços de Saúde; por sua vez, os indivíduos não residentes de Macau devem pagar todas as despesas de observação médica de isolamento efectuadas no hotel designado”, salientaram. Também no sábado passado, o Gabinete de Gestão de Crises do Turismo (GGCT) emitiu um alerta de viagem (nível 2) para Itália. O aviso traduz-se num “alerta aos residentes de Macau que planeiem viajar ou que se encontrem naquele país, para reconsiderarem a viagem neste momento”, pelo que “é sugerido que se evitem viagens não essenciais neste período para aquele destino”.
Máscaras Quinta ronda começa amanhã
A quinta ronda de fornecimento de máscaras começa amanhã. O anúncio foi feito na passada quinta-feira pelo director dos Serviços de Saúde, Lei Chin Ion. “A partir de 3 de Março vamos iniciar a quinta ronda de distribuição”, disse por ocasião da conferência diária sobre o Covid- 19.
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Trabalho de casa
HENGQIN PREÇO DE ARRENDAMENTO DE FRONTEIRA VAI SER “MUITO BAIXO”
Cobrança simbólica
Parecer da Associação de Advogados foi estudado profundamente pelo Governo
O secretário para a Administração e Justiça admitiu que apesar das obras estarem concluídas, a nova fronteira não vai abrir no primeiro trimestre, devido ao impacto do coronavírus nos testes da infra-estrutura
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secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, defendeu que o valor que Macau vai pagar de renda para mudar a fronteira da Flor de Lótus para a Ilha da Montanha vai ser “simbólico”. As declarações foram prestadas na sexta-feira, à saída da reunião da comissão da Assembleia Legislativa que está a analisar a proposta de lei que vai permitir a aplicação do Direito da RAEM na Ilha da Montanha. Segundo as declarações do secretário citadas pelo canal chinês da Rádio Macau, André Cheong explicou que os detalhes da mudança da fronteira da parte de Macau para Hengqin ainda estão a ser ultimados e que apenas deverão constar no acordo a ser assinado entre o Governo da RAEM e as entidades do Interior. Contudo, revelou que o preço vai ser “muito baixo” e principalmente “simbólico.” O secretário admitiu ainda que a entrada em funcionamento da fronteira vai sofrer atrasos. Anteriormente tinha sido traçada como meta a abertura da fronteira no primeiro trimestre deste ano. Mas, devido ao impacto do surto do coronavírus não vai ser possível testar o fluxo de entradas de pessoas de forma adequada através das novas instalações. Por este motivo, e apesar de as obras
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estarem concluídas, as eventuais entradas vão continuar a ser feitas pela Fronteira Flor de Lótus como acontece actualmente. Quando a situação normalizar, e for possível realizar os testes necessários, vai ser colocada em funcionamento a nova fronteira, já na Ilha da Montanha.
SIGAM AS REGRAS
Na mesma ocasião, o secretário para a Administração e Justiça abordou a reabertura dos serviços, depois de um encerramento forçado pelo surto do coronavírus. Sobre a reabertura, André Cheong pediu aos funcionários e à população que se desloque aos departamentos do Governo que cumpra “rigorosamente” as medidas de prevenção, como a utilização de máscara, o preenchimento da declaração de saúde e a lavagem frequente das mãos. “Temos de ter em conta que ainda estamos numa altura especial de combate ao vírus. Já elaborámos instruções para todos os serviços públicos, exigindo que, a partir de segunda-feira [hoje], as executem rigorosamente”, apelou André Cheong, citado pelo canal em português da Rádio Macau. Até hoje, os serviços públicos estavam a atender as pessoas de acordo com marcações prévias. Agora, a população apenas pre-
Devido ao impacto do surto do coronavírus não vai ser possível testar o fluxo de entradas de pessoas de forma adequada através das novas instalações cisa de se deslocar aos serviços para ser atendida. Todavia, dependendo do número de utentes, os departamentos poderão tomar medidas especiais para lidar com as respectivas situações: “Isso depende de cada serviço. Como vamos voltar ao funcionamento normal, já teremos quase todos os balcões
abertos, pelo que, se não houver muitos utentes, o atendimento pode ser normal. Mas caso algum serviço se depare com uma situação em que, em poucas horas entram muitas pessoas, então [podem] utilizar esse sistema de senhas”, concretizou. João Santos Filipe
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CINEMATECA GOVERNO JÁ ESTAVA COMPROMETIDO COM A REALIZAÇÃO DE OBRAS
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M resposta a uma interpelação escrita enviada pelo deputado Sulu Sou, o Governo afirmou que no final do prazo de exploração de três anos da Cut Lda, “ficou de realizar obras de manutenção e reparação” e que iria usar essa paragem para “rever e avaliar o estado de funcionamento da Cinemateca”. Na interpelação escrita enviada a 30 de Dezembro no seguimento do anúncio do fecho
do espaço, que viria, afinal, a ser adiado por mais seis meses, o deputado perguntou porque é que o destino da Cinemateca só foi decidido “no último minuto”, qual a avaliação que faz e quais as políticas de desenvolvimento da indústria cinematográfica local. Afirmando que desde o primeiro dia “a Cinemateca já realizou 25 festivais de cinema, com 653 filmes exibidos, totalizando 1568 sessões de projecção
com 56.970 espectadores”, na resposta, o Governo apontou os estragos provocados chuvas torrenciais ocorridas em Junho de 2019, como factor determinante para a realização de obras de melhoramento. Por outro lado, o Governo admitiu que o prolongamento da concessão por mais seis meses foi para dar resposta “às opiniões e necessidades do sector profissional e do público”.
O Governo diz ainda diz que, no futuro, quer alargar o serviços da Cinemateca de forma a integrar no mesmo espaço projecção de filmes, exposições e requisição e leitura de periódicos e revistas cinematográficas e “adjudicar num curto prazo” as operações do espaço mediante concurso público para que entre em funcionamneto “logo que tiverem sido concluídas as obras de beneficiação”. P.A.
secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, garantiu que o parecer da Associação dos Advogados de Macau, em que se colocava a hipótese da Polícia Judiciária realizar buscas encobertas ao abrigado das alterações à Lei de Combate à Criminalidade Informática, foi analisado com bastante profundidade. Porém, deixou as explicações sobre o assunto para Ho Ion Sang, presidente da Primeira Comissão da Assembleia Legislativa que está a analisar o texto. “A questão [das buscas encobertas em aparelhos electrónicos] já foi suficientemente debatida. Depois poderá ser mais desenvolvida. Mas, não vou fazer mais comentários. O presidente Ho Ion Seng poderá fazer esses comentários”, respondeu Wong, quando questionado sobre o assunto. “Todavia, gostava de salientar que prestamos bastante atenção à Associação dos Advogados de Macau e analisámos com profundidade o parecer”, acrescentou. As declarações de Wong Sio Chak foram prestadas na sexta-feira, à saída de mais uma reunião com os deputados sobre a Lei de Combate à Criminalidade Informática. Já no dia anterior, os deputados e o Governo tinham reunido para debater o texto das alterações à lei e os pontos levantados pelo parecer da Associação dos Advogados de Macau. Este documento levantava a hipótese de a Polícia Judiciária poder fazer buscas em aparelhos electrónicos de uma pessoa sem o consentimento desta ou das buscas serem feitas sem autorização prévia de um juiz. Face às dúvidas, o deputado Ho Ion Sang defendeu que tal não seria possível, porque a Polícia Judiciária está sempre obrigada a cumprir o Código Processo Penal, que já prevê essas situações.
NOVA VERSÃO
Na reunião de sexta-feira entre os deputados e o Governo chegou-se ao final da primeira análise à proposta de alteração à Lei de Combate à Criminalidade Informática. Além de visar agilizar as buscas de Polícia Judiciária à luz das novas tecnologias, o documento criminaliza as estações de telecomunicações que emitem mensagem indesejadas de telemóvel, que promovem negócios com pornografia, jogo ilegal ou salas de massagens. Os deputados vão agora ficar a aguardar pela apresentação do Executivo de um novo texto que já terá integradas as alterações acordadas com os deputados na primeira análise. J.S.F.
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Habitação económica Recomeça entrega de candidaturas
Os residentes interessados em candidatarem-se à compra de uma habitação económica que está a decorrer podem fazer a entrega dos documentos necessários a partir de hoje na delegação do Instituto de Habitação, no Edifício do Bairro da Ilha Verde. No entanto, tendo em conta a epidemia do Covid-19, as autoridades recordam que só poderá entrar no local de candidatura quem utilizar máscara e permitir que lhe seja medida a temperatura. Até 28 de Fevereiro tinham sido apresentadas 7.862 candidaturas das quais cerca de 80 por cento tinham toda a documentação exigida. A maioria dos processos entregues envolve agregados familiares com uma única pessoa, que representam um proporção de 38,4 por cento, seguidos por agregados com mais de três pessoas (38,3 por cento) e duas pessoas (23,3 por cento). Por outro lado, 60,6 por cento dos representantes das candidaturas tinha entre 25 e 44 anos.
Fisco Indústria do entretenimento pede isenção
Várias associações relacionadas com a indústria do entretenimento, como bares, karaokes, discotecas, pediram para que os seus negócios fiquem isentos da taxa turística, que equivale a 5 por cento. O pedido foi feito, na sexta-feira passada, com a entrega de uma petição na sede do Governo. Na ocasião os representantes de vários espaços explicaram que os diferentes negócios enfrentam um ambiente complicado com custos de operação elevados face à diminuição do número de visitantes. Por isso, acreditam que deveriam ficar isentos da taxa turística em 2020, além de verem devolvido o montante pago em 2019. Por outro lado, em declarações ao jornalistas, foi dito que entre os cerca de 100 negócios de entretenimento fora dos casinos, 10 por cento pode ser obrigado a fechar, uma vez que o sector é extremamente dependente de turistas.
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Uma noite de copos com os amigos terminou da pior maneira para um membro do Corpo de Bombeiros, que acabou a madrugada a roubar uma loja de fomento predial. Mais tarde, ainda se arrependeu, mas acabou mesmo detido
CRIME BOMBEIRO EMBRIAGADO ASSALTOU LOJA
Mau vinho
PORTAS ABERTAS
Após investigar as imagens da videovigilância, a PJ chegou à conclusão que o roubo foi possível porque os empregados da empresa de fomento predial tinham deixado as portas destrancadas. Por isso, quando saiu de um bar do NAPE, o bombeiro conseguiu entrar dentro da loja sem ter tido necessidade de forçar a porta. Porém, as autoridades ainda precisam de continuar a investigar o caso. As imagens mostram o homem a sair da loja a carregar dois sacos, mas não é possível perceber se terá levado a pulseira, as garrafas de vinho e as 50 mil patacas.
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M bombeiro embebedou-se durante uma noite de festa com os amigos, quando estava fora do serviço, e roubou uma loja de fomento predial. Horas depois, o homem ainda ligou ao dono do espaço na Avenida do Governador Jaime Silvério Marques para devolver 29.300 patacas, mas acabou detido. A vítima queixa-se que o valor do roubo foi de 100.900 patacas, uma vez que além 50 mil patacas em dinheiro vivo, desapareceram igualmente uma pulseia de diamantes, avaliada em 50 mil patacas, e garrafas de vinho tinto. O caso foi apresentado na sexta-feira de manhã pela Polícia Judiciária (PJ), e o roubo terá acontecido às 06h00 da manhã de 25 de Fevereiro. “A companhia de fomento predial apresentou a queixa para o furto, depois de se ter apercebido da situação às 10h00, do dia 25, quando repararam que as portas estavam abertas. Não havia sinais de entrada forçada”, informou o porta-voz da PJ, na apresentação do caso. “Segundo
A PJ chegou à conclusão que o roubo foi possível porque os empregados da empresa de fomento predial tinham deixado as portas destrancadas
o proprietário foram levadas 50 mil patacas em numerário, uma pulseira de diamantes, avaliada no mesmo valor, e algumas garrafas de vinho tinto”, acrescentou.
A TRISTEZA DE WONG SIO CHAK
A
pós ter sido divulgado o caso, o secretário Wong Sio Chak admitiu a sua tristeza por ver um membro da sua tutela envolvido: “Sentimo-nos sempre tristes em qualquer caso que envolve o nosso pessoal. Mas, estamos a proceder dentro da normalidade, a averiguar a situação e já está aberto um processo disciplinar”, afirmou o secretário. Por outro
contacto com o dono da loja e combinou um encontro para entregar a quantia roubada. Foi nessa ocasião, já a 27 de Abril, que a Polícia Judiciária procedeu à sua detenção. Após ser detido, o membro do Corpo dos Bombeiros confes sou ter cometido o roubo, mas recusou ter levado mais do 29.300 patacas. O homem, que se encontrava fora-de-serviço, negou ainda ter levado a pulseira de diamantes ou as garrafas de vinho.
lado, Wong recordou ao pessoa da sua tutela que tem obrigações reforçadas e a obrigação de dar o exemplo à população: “De qualquer forma quero sublinhar que nunca vamos tolerar situações que envolvam o pessoal das forças de segurança. Sabemos que enquanto membros das forças de segurança estamos sujeitos a uma exigência maior”, vincou.
No dia seguinte ao roubo, a 26 de Fevereiro, e alegadamente quando se terá apercebido do crime que tinha cometido, o “soldado da paz” entrou em
“O suspeito disse que saiu do bar sozinho e passou à frente da loja. Como estava embriagado, entrou na loja e descobriu havia dinheiro nas gavetas. Ele afirma que só levou o dinheiro que mais tarde devolveu e que deixou o local de táxi, tendo ido para casa”, revelou o porta-voz da PJ. O caso foi agora reencaminhado, na sexta-feira, para o Ministério Público e o homem está indiciado pela prática do crime de furto qualificado. Por esse motivo, arrisca cumprir uma pena de prisão que pode chegar aos cinco anos. João Santos Filipe
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segunda-feira 2.3.2020
JOGO CASINOS REGISTAM QUEBRA DE 87,7% EM FEVEREIRO
Turismo Descida de 16,8 por cento em Janeiro
O número de turistas a visitar Macau no primeiro mês do ano teve uma quebra de 16,8 por cento, para 2,85 milhões, em relação ao período homólogo. De acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), a quebra foi motivada pela “epidemia da pneumonia do novo tipo de coronavírus”. A descida mais acentuada aconteceu nos turistas com visto de entrada individual, que representaram 1,32 milhões, ou seja, uma redução de 19,6 por cento em relação ao primeiro mês do ano passado. Já nos excursionistas, a redução foi de 14,2 por cento, com o número a cifrar-se em 1,53 milhões de pessoas.
Perdas históricas
Num mês marcado pelo encerramento dos casinos durante duas semanas, as receitas brutas de jogo de Fevereiro registaram uma queda anual que vai ficar para a história, totalizando apenas 3,104 mil milhões de patacas. O valor mais baixo desde Fevereiro de 2005
Hotelaria Taxa de ocupação cai 11,4% em Janeiro
A taxa de ocupação dos hotéis e pensões de Macau caiu 11,4 por cento em Janeiro último, comparativamente ao mesmo mês do ano passado. De acordo com a Direcção dos Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC), das 1.090.000 pessoas alojadas, 792 mil eram oriundas da China continental, 42 mil da Coreia do Sul e 31 mil de Taiwan, uma quebra de 11,3, 23 e 20,9 por cento, respectivamente, em termos anuais. Já o número de hóspedes de Hong Kong (107 mil) aumentou 11 por cento, indicou. O período médio de permanência dos hóspedes foi de 1,5 noites, mais 0,1 noites, relativamente a Janeiro de 2019. No final de Janeiro existiam em Macau 122 hotéis e pensões em actividade (mais cinco em termos anuais), num total de 39 mil quartos, um número semelhante ao do mês homólogo de 2019.
cento em relação a igual período do ano passado na capital mundial do jogo. A queda abrupta, contudo, já vinha sendo profetizada, pelo menos, desde que o Governo decretou o encerramento dos casinos durante 15 dias, numa medida sem precedentes, de prevenção contra o novo tipo de coronavírus, que forçou os 41 estabelecimentos de jogo de Macau (dos quais, há 39 activos) a fechar portas entre 5 e 19 de Fevereiro. O resultado está assim em linha com as previsões dos analistas, embora seja até ligeiramente melhor. Na semana passada, analistas da consultora Sanford Bernstein traçaram um cenário negro para concessionárias de jogo em Macau, apontando para quebras de 90 por cento no final de Fevereiro e de 80 por cento para Março, segundo o portal Asia Gaming. De acordo com os dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), é necessário recuar até Fevereiro de 2005 para encontrar registo semelhante, quando as receitas brutas totalizaram 3.211 mil milhões de patacas. Pior, só mesmo em 2004 quando em Abril as receitas brutas foram de 2.984 mil milhões. Segundo a DSEC, em 2005, existiam no território apenas 17 casinos, 1338 mesas e 3.421 máquinas de jogo. Já o pior registo de sempre foi em Maio de 2003, quando as receitas brutas dos casinos se fixaram em 1.760 mil milhões de patacas.
RECUPERAÇÃO LENTA
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ELOS piores motivos, mas para a história. Além de ter sido o mês em que Macau praticamente paralisou devido à crise e às medidas de prevenção tomadas para combater o coronavírus, Covid- 19, Fevereiro de 2020 será também lembrado pela maior queda anual de receitas brutas dos casinos, desde Fevereiro de 2005. Em Fevereiro de 2020, as receitas brutas dos casinos de Macau registaram uma queda de 87,7 por
cento em termos anuais, totalizando cerca de 3,104 mil milhões de patacas. Em igual período de 2019, as receitas foram de 25,307 mil milhões de patacas. Segundo os dados divulgados ontem pela Direcção de Inspec-
ção e Coordenação de Jogos (DICJ), registou-se também uma descida de quase 50 por cento (49.9 por cento) em relação à receita bruta acumulada de 2020, depois de em Janeiro já ter sido registada uma queda de 11,3 por
É necessário recuar até Fevereiro de 2005 para encontrar registo semelhante, quando as receitas brutas totalizaram 3.211 mil milhões de patacas. Pior, só mesmo em 2004
Se por um lado, já praticamente todos os casinos do território reabriram portas (37) desde que foi levantado o decreto do Governo, por outro, o cenário está longe da normalidade, sobretudo ao nível de receitas. A consultora JP Morgan avançou mesmo na semana passada, via comunicado, que a recuperação do mercado de jogo não deverá acontecer antes do quarto trimestre deste ano. Pedro Arede
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ECONOMIA PRODUTO INTERNO BRUTO DE MACAU COM QUEDA DE 4,7 POR CENTO EM 2019
O
Produto Interno Bruto (PIB) de Macau caiu 4,7 por cento em 2019 e registou uma contração de 8,1 por cento no último trimestre do ano passado. Os dados, divulgados no sábado pela Direção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) atestam
assim que o ano passado foi o primeiro dos últimos três a registar uma queda. Quanto aos motivos, a DSEC aponta que “em 2019 a economia foi arrastada pelas quedas do investimento e das exportações de serviços, registando um crescimento
negativo desde o primeiro trimestre e uma contração anual de 4,7 por cento em termos reais”. Também a procura interna apresentou um “comportamento desfavorável”, com uma retracção anual de 4,6 por cento, onde se destaca destaca a queda de 20,1 por
cento na formação bruta de capital fixo, provocada pelo decréscimo substancial do investimento do sector privado em construção. Apesar do aumento do número de visitantes, a procura externa também registou uma quebra annual
de 3,4 por cento, motivada pela redução dos gastos dos visitantes e tendência descendente das receitas de jogo verificada no último trimestre de 2019. Destacam-se as descidas homólogas de 4 por cento nas exportações de serviços
do jogo e de 5,7 por cento de outros serviços turísticos, enquanto as exportações de bens recuaram 8,3 por cento. Em 2019, o PIB de Macau atingiu 434,7 mil milhões de patacas, enquanto o PIB per capita correspondeu a 645.438 patacas.
8 coronavírus
2.3.2020 segunda-feira
86988 Infectados
Covi novel cor
2979
7365 Em estado crítico
Casos suspeitos
FONTES: • https://gisanddata.maps.arcgis.com/ apps/opsdashboard/index.html#/ • https://www.who.int/ emergencies/diseases/novelcoronavirus-2019/situation-reports bda7594740fd40299423467b48e9ecf6 • https://www.cdc.gov/coronavirus/2019ncov/index.html • https://www.ecdc.europa.eu/en/ geographical-distribution-2019-ncovcases • http://www.nhc.gov.cn/yjb/s3578/ new_list.shtml • https://ncov.dxy.cn/ncovh5/view/ pneumonia
INFECTADOS POR PAÍS / REGIÃO 79826 3526 1128 241 102 96 42 71 593 40 25 25 79 16 21 18 10 45 41 6 20 23 3 3 2 6 9 58 13 1 21 1 1 7 2 4 4 1 4 3 6 1 1 15 1 6 1 3 1 1 1 1 1 1 1 1 1 3 1 12
Interior da China Coreia do Sul Itália Japão Singapura Hong Kong Tailândia EUA Irão Taiwan Austrália Malásia Alemanha Vietname Emiratos Árabes Unidos França Macau Kuwait Bahrain Oman Canadá Reino Unido Índia Filipinas Rússia Croácia Áustria Espanha Iraque Afeganistão Suiça Algéria Nepal Israel Brasil Grécia Libano Cambodja México Azerbeijão Holanda Geórgia Dinamarca Noruega Macedónia do Norte Paquistão Estónia Roménia Bélgica Islândia Bielorússia Nova Zelândia Irlanda Lituânia Ecuador Nigéria Egipto Finlândia Sri Lanka Suécia
OUTROS
705
Cruzeiro Diamond Princess países com casos de nCov países sem casos de nCov
Infectados
3 MACAU
Infectados
7
Curados
Macau
96 HONG KONG
Infectados
2
HONG KONG
1
Curado
Hong Kong
Mortos
coronavírus 9
segunda-feira 2.3.2020
id-19 ronavírus
2808
42150 Curados
Mortos
1-99 10-99 100-499 500-999 1000-9999 +10000 Ocorrências nas áreas afectadas
Dados actualizados até à hora do fecho da edição
Covid-19 vs SARS
CHINA NÚMERO DE INFECTADOS E MORTOS POR REGIÃO
82,000 12,000 10,000 8,000 6,000 4,000 2,000 0
20
dias
40
dias
60
dias
Dia em que a OMS recebeu os primeiros avisos do surto
80
dias
100
dias
120
dias
REGIÃO Hubei Guangdong Henan Zhejiang Hunan Anhui Jiangxi Shandong Jiangsu Chongqing Sichuan Heilongjiang Pequim Xangai Hebei Fujian Guangxi
INFECTADOS 66907 1349 1272 1205 1017 989 934 756 631 576 529 480 400 335 311 293 294
MORTOS 2641 7 20 1 4 6 1 6 5 6 3 13 5 3 6 1 2
REGIÃO Shaanxi Yunnan Hainan Guizhou Shanxi Tianjin Liaoning Gansu Jilin Xinjiang Mongólia Interior Ningxia Hong Kong Taiwan Qinghai Macau Tibete
INFECTADOS 251 174 168 146 132 135 121 91 91 76 75 71 79 28 18 4 1
MORTOS 2 2 5 2 0 3 1 2 1 2 0 0 2 1 0 0 0
10 china
2.3.2020 segunda-feira
COVID-19 EPIDEMIA COLOCA NEGÓCIOS ENTRE A DOENÇA E FALÊNCIA
Indústria Produção com queda acentuada em Fevereiro
A indústria manufactureira chinesa registou em Fevereiro uma queda acentuada, mais do que era esperado, apesar dos esforços para conter o surto de Covid-19, que prejudicou a segunda maior economia mundial, segundo dados oficiais sábado divulgados. A informação tornada pública pelo Gabinete Nacional de Estatística caiu dos 50 pontos registados em Janeiro para os 35,7, numa escala de 100 pontos e na qual números abaixo de 50 indicam a contração da produção industrial. Os dados foram tornados públicos no momento em que os mercados de acções em todo o mundo estão a ser abalados pelo receio de que se agrave a nível global a propagação do novo coronavírus. Além das perdas em Wall Street e nos mercados de acções asiáticos, as bolsas europeias acumularam quedas de mais de 11 por cento durante a semana.
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ANÚNCIO [N.º 18/2020]
Maldito dilema
A
LICE Zhang, gerente de uma confeitaria em Pequim, deixou de estar alarmada com a possibilidade de infecção pelo Covid-19 para se preocupar com a possibilidade de ficar desempregada, à medida que a China permanece paralisada. “Vamos todos perder o emprego em breve”, admitiu à agência Lusa a gerente da Comptoirs de France de Sanlitun, tradicionalmente uma das zonas mais movimentados da capital chinesa, mas desde há um mês convertida numa espécie de bairro fantasma. Volvidas cinco semanas desde o início da epidemia do novo coronavírus, é cada vez mais evidente que muitos negócios não sobreviverão às restritas medidas de prevenção adoptadas pelas autoridades chinesas, que incluem restrições sob a movimentação de centenas de milhões de pessoas ou o encerramento forçado de estabelecimentos. André Zhou, natural de Braga e proprietário do Viva, um dos poucos restaurantes portugueses em Xangai, a “capital” financeira da China,
revelou à Lusa só ter recebido hoje (sexta-feira) autorização para reabrir, mas aguarda agora que os funcionários cumpram 14 dias de quarentena para poderem voltar ao trabalho. Em Pequim e Xangai, viajantes oriundos de outras zonas do país têm de ficar em casa duas semanas após voltarem das suas terras natais, o que impede o regresso imediato ao trabalho de milhões de trabalhadores migrantes, que em Janeiro passado foram a casa celebrar o Ano Novo Lunar e só agora começam a voltar às prósperas cidades do litoral. Inaugurado há cinco anos, o Viva fica em Weihai Lu, próximo de uma das ruas comerciais mais frequentadas do centro de Xangai. Com cerca de oitenta metros quadrados, o espaço custa a André o equivalente a quase dez mil euros por mês. “Está difícil”, admitiu. “Tenho a renda paga até Abril, depois logo se vê”. Zhang Kejian, funcionário da Comissão de Desenvolvimento e Reforma Nacional, órgão máximo de planificação económica da China, assumiu que as autoridades chinesas enfrentam um “dilema” entre recuperar a
actividade económica e evitar a propagação da doença, que matou já 2.788 pessoas e infectou 78.824 no país asiático. Analistas dizem, porém, que a actividade económica não voltará ao normal até pelo menos meados de Março. O turismo e outras indústrias de serviços podem não conseguir recuperar as vendas perdidas.
CENÁRIOS DE QUEBRA
Na Comptoirs de France de Sanlitun, os fins de tarde costumavam ser movimentados, à medida que os alunos da escola primária adjacente acorriam à confeitaria para comer éclairs, mil folhas ou muffins de chocolate. As escolas, no entanto, continuam encerradas, por período indefinido, com os alunos a assistir às aulas via ‘online’. As mesas do estabelecimento permanecem vazias ao longo do dia. A operar na China desde 2006, para a Comptoirs de France, que só em Pequim tem doze estabelecimentos, e cuja facturação depende ainda das vendas para hotéis ou companhias aéreas, outros dois sectores fortemente atingidos pelo surto, a paralisia dos negócios representou uma queda
homóloga das receitas de 85 por cento, explicou a gerente. Despesas com fornecedores, rendas e mais de 200 funcionários, no entanto, mantiveram-se. Um inquérito realizado pela Câmara de Comércio da União Europeia revelou um cenário idêntico para outros negócios europeus no país. Segundo os resultados a que a agência Lusa teve acesso, quase metade das empresas inquiridas prevê uma queda de dois dígitos nas receitas e um quarto estima uma queda superior a 20 por cento, no primeiro semestre de 2020. Joerg Wuttke, presidente da Câmara de Comércio, apontou que a “rede de regras conflitantes” aplicadas no combate contra o vírus produziu “centenas de feudos”, à medida que funcionários e comités locais adoptam medidas por si, “tornando quase impossível a movimentação de mercadorias ou pessoas no país”. “Todos os entrevistados sofreram consequências em graus variados e foram sujeitos a restrições e regulamentações frequentemente conflituantes”, apontou. “Embora a contenção do vírus seja a tarefa mais importante, medidas de padronização em jurisdições maiores devem ser priorizadas para recuperar a economia real”, aconselhou.
Para os devidos efeitos vimos por este meio notificar a candidata de habitação económica abaixo indicada, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro: Nome N.º do Boletim de candidatura CUEVAS JUDITH PERILLO 82201308275
Dado que a candidata acima indicada foi seleccionada na lista com a ordenação, nos termos do artigo 26.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, é necessário realizar-se a apreciação substancial, pelo que este Instituto informou a candidata acima indicada, através de ofício, para se dirigir pessoalmente ao Instituto de Habitação (IH) às horas fixada no respectivo ofício, para apresentar os originais dos documentos comprovativos, no sentido de efectuar a verificação das informações declaradas no boletim de candidatura, porém, o ofício não foi recebido e foi devolvido. Assim, os candidatos acima indicados devem dirigirse pessoalmente ao IH Rua do Laboratório nº. 39, Edifício Cheng Chong, D R/C, Macau, antes do dia 27 de Março de 2020, para apresentar os originais dos documentos comprovativos, no sentido de efectuar a verificação das informações declaradas no boletim de candidatura. Nos termos da alínea 2) do n.º 1 do artigo 28.º da lei acima indicada, caso verifique que a candidata não apresente os documentos indicados, dentro do prazo fixado, a adquirente seleccionada será excluída do concurso. Para mais informações poderá dirigir-se pessoalmente ao IH, nas horas de expediente ou consultar através do telefone n.o 2859 4875. Instituto de Habitação, aos 25 de Fevereiro de 2020 O Presidente, Arnaldo Santos
É cada vez mais evidente que muitos negócios não sobreviverão às restritas medidas de prevenção adoptadas pelas autoridades chinesas
João Pimenta Lusa
segunda-feira 2.3.2020
Amigo é a solidão derrotada!
Anabela Canas
L
ONGA estrada. Quantos anos têm estas palavras novas, já irisadas de dunas? Forma-se uma bolha, no tempo. Como uma erupção dermatológica que vai passar ou deixar marca. Na pele. Do deserto. Uma ruga nas areias assestadas ao vento. Como ombro defensivo. O dia mais pleno e a paisagem mais longa. A ociosidade que evolui nas dunas como as rugas do tempo a lavrar o rosto e com a lentidão inexorável que só ele sabe. Lembrar tantas coisas não vistas e não vividas. Tantas, que nelas nos encontramos. Que liberdade imensa só assim. Bem vês, estamos ali, mais longe do que o imaginado simplesmente nos dias iguais. Vou. E sei que nos encontramos lá. Para um chá perfumado de menta e um sol tórrido. A fugir. Lento. O toldo em franjas. Mas nada importa porque se coa a luz e o tempo pára. Em coisa escuras “para ser amadas entre a sombra e a alma”, como dizia Neruda. Ou lugares possíveis que dizias, estendendo a mão mapa. Tiravas da carteira esses catões de visita que sigo, a vir dar aqui. Onde haveria que voltar e sempre. É talvez por isso ou porque que não há dia maior do que o do deserto. Nem lugar que menos sombras ocultem. À luz, sem que tudo se faça visível, sem cantos sombrios e estátuas a encobrir a face que conta. Em segredo nas luzes da cidade. Olho para dentro deste copo de chá, que tenho entre as mãos. É preciso que na transparência do líquido não veja um chá deserto. Não me apanhes pela noite, viajante. Enquanto o chá me arrefece sem emenda nas mãos. E, pontual, chegou, como outras vezes, em sua vez a ausência. Há desertos de viagem, como objectos portáteis que trazemos connosco. E há os desertos grandes que se estendem ao olhar e, na comparação, os reduzem a ínfimas partículas de um punhado de areia, no enorme continente. Espraiamos os olhos como quem os atira ao mar. Refrescam a alma sedenta de correr como só o faz um chá quente. E quantas vezes - outras - à beira do deserto. Deserto do tórrido esplendor a sós. O ar do deserto. Move-se. Cedo ao perfume e à linguagem do chá no copo de vidro, a escaldar e a espalhar um aroma de menta. Das folhas sóbrias a acabar vida na beira do desvão do copo e um oásis. Abismar as pupilas mínimas e os lábios nessa fronteira do líquido transparente. E doce, sempre demasiado doce. Para lá, não há esquinas nem ângulos abruptos. Só esse mar. Em drapeados que não parecem temer nem acabar. O Sahel. Esta faixa quase árida de savana seca, com um verão chuvoso mas pouco. Lacrimal. Sahel é quase nome de anjo. Uma longa asa estendida à cintura de África, como quem dissesse, daqui para cima o deserto. Porque quando atraca a
Caminho de Sahel ANABELA CANAS
Cartografias
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um território, revira-se a terra em alguns graus no eixo de rotação diário e cria desertos de longitude indeterminável. Mas agora as penas um muro. Uma barreira de árvores contra a vastidão crescente. Onde mais te poderia encontrar? Neste terraço ressequido sobre o mar de luz. Nem precisava de me virar porque pressenti sem equívoco a enormidade que quase alteraria o eixo de rotação da terra de novo em mais uns graus. Não fora assim antes e seria bem outra a paisagem. Que a mudar, seria como a minha num minuto determinante. E mesmo se mais um grau apenas, da rotação, a mudar, muitos quilómetros de deserto novo sobre as terras limítrofes. Que deserto é tudo o resto. O que se instala. Sentes o poder? Veio, chegou antes de se anunciar. À beira do nada, a orla do estéril. Em contrição pelo aperto inclemente e do sol. Se alguns reconhecem a linguagem do deser-
to. Se ouvem as vagas como senão sentido, ouvido e amado. Secreto rumorejar de areias sob os pés, porque o restolhar é indiscreto, o sentir. Sair daquele ponto apontado no mapa. Nas entrelinhas de um mapa, encontramos por vezes quem voou sem destino e amarou em dunas. Uma trepidação lânguida do ar, como se toda a realidade a rescender do deserto da terra logo ali aos pés, num fumegar a respirar o calor intenso. Como se acabada de sair das trevas frias e ainda fumegante. Sahel, como outra franja de deserto qualquer. Percorrida de caravanas, de alforges repletos de coisas essenciais. Segredos. Armas. Coisas que o comum mortal não coloca na lista do necessário. Mas cada um sabe de si e do que transporta. Descalço-me. Os pés, a alma exaustos de caminhar. Os oásis existem, afinal. E depois, mais além não interessa mais do que o teu olhar indizível. Então estás aqui final-
Sahel é quase nome de anjo. Uma longa asa estendida à cintura de África, como quem dissesse, daqui para cima o deserto. Porque quando atraca a um território, revira-se a terra em alguns graus no eixo de rotação diário e cria desertos de longitude indeterminável
mente no meio deste nada. Nada mais carece de sentido nenhum. Porque cheguei, porque me sentei, descalcei as botas doridas e simplesmente rejeitei a possibilidade dessa dor menor entre o meu olhar e tu. Ali. Na minha frente e longe de tudo. Uma camada de tempo e abstracção. Mais que não seja desta dor insistente. No deserto, onde acampar senão na voz de uma voz amiga. No semáforo inclemente desse sol sem-abrigo nem destino. São vozes, as do deserto que nos toma. E quentes. Sobejantes ao sol que ilumina. A importância ou o esquecimento. Olho mais além. Ali está ele, parado, extático em espera. Ao apelo na atmosfera densa e tórrida, a inundar pulmões e alma de caminho, volta-se de frente e reconheço-o inconfundível. Cruzamentos nas linhas do mapa, da mão estendida. O relógio parado sem prazo a extinguir, fecho as folhas amareladas do sol a esta escrita. As palavras não crescem no deserto. A plenitude. Talvez. Longe da selva, urbana. Demasiado urbana. Onde cada pessoa é demasiado humana. E só ele, anjo. Mas as árvores crescem. Lentamente. A grande muralha verde contra o avanço do deserto. A verdade é chegar. Ninguém vem tão longe senão para se encontrar, ou um amor. O chá aromático, de folhas, no copo que rolo nos dedos e ainda a escaldar, o dirá. Senão o tempo.
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2.3.2020 segunda-feira
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As flores de Yun Shouping que nasciam de ideias Paulo Maia e Carmo texto e ilustração
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ANG Hui (1632-1717) criou um tipo de representação da paisagem, na sua nativa região do baixo Yangzi, que geraria um enorme consenso entre os seus contemporâneos. Em 1690 o seu prestígio já era tal que o próprio imperador Kangxi o convocou a Pequim para dirigir o ambicioso projecto da representação da sua viagem de inspecção ao sul, em 1689. Uma pintura grandiosa que ele dirigiria com o apoio de uma série de ajudantes. Mas a sua fama há muito estabelecida possuía uma capacidade de atração que fazia com que o procurassem com a inevitabilidade com que alguns se dirigiam a uma montanha famosa. Foi o caso do pintor do distrito de Wujin em Changzhou (Jiangsu), Yun Shouping (1633-1690) que cumpriu um turbulento percurso biográfico. Nascido no seio de uma família leal à dinastia Ming quando os Manchus assumem o poder no império, é separado dos pais em fuga, adoptado por uma família rica que adere aos novos tempos e finalmente escondido num mosteiro budista. Entretanto foi adquirindo a formação para ser funcionário imperial, que recusaria. Dedicar-se-ia às artes; à caligrafia, à poesia e à pintura, que nos seus objectivos opostos se completavam. Do seu desejado encontro com Wang Hui quando tinha quarenta anos, menos um que Wang, resultaria um álbum de pinturas de paisagem feito em conjunto no decurso de uma viagem. Será depois dessa aventura que terá tomado a drástica decisão de não pintar mais paisagens,
diz-se que por excesso de admiração da pintura de Wang Hui com quem também partilhava leituras, como se pode ler nos comentários que ambos escreveram a um tratado de pintura seu contemporâneo. Da Chongguang (1623-1692) reflectira no Hua Quan, que se pode traduzir como «Os meios da Pintura», um influente tratado dedicado à pintura de paisagem, sobre as origens filosóficas da pintura. Escreve por exemplo sobre a percepção da mancha pintada e o seu dinamismo: «O espaço deixado intocado pela tinta deixa uma impressão mais fina», ou «o vazio e o concreto nascem um do outro». Princípios que estão subentendidos no estilo que Yun Shouping desenvolveria na pintura de flores utilizando a técnica mogu hua, «pintura sem ossos» que valoriza a mancha de tinta em detrimento das linhas de contorno. No rolo vertical «Lotos numa tarde de Verão» (209,1 x 98,3 cm) a tinta e cor sobre papel, datado de 1684 e que se encontra no Metmuseum em Nova Iorque, ele mesmo explica num cólofon: «Apenas segui as inclinações do trabalho do pincel ao fazer os pontos e as aguadas beneficiando dos estimulantes acidentes e não buscando a verossemelhança física.» Os críticos concordariam que eram obras que revelavam a integridade do carácter de Yun Shouping, que conseguiu exprimir pelo pincel o ambicionado xieyi, o paradoxo da abstração poética numa figura pintada mais do que a sedutora similitude da beleza.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 13
segunda-feira 2.3.2020
José Simões Morais
Macau e a sua população em 1867
E
M 1810 residiam em Macau 3018 portugueses ou luso-descendentes (1172 homens e 1846 mulheres), 1025 escravos (425 homens e 600 mulheres), sem incluir padres e militares, segundo Almerindo Lessa, que refere, para 1822 haver 4215 cristãos (977 homens, dos quais apenas 604 maiores de 14 anos, 2701 mulheres e 537 escravos) e 8000 chineses, alguns vivendo já à europeia. Em 1825, os chineses eram 18 mil, número que em 1829 aumentou para 40 mil, dos quais 6090 já cristãos. No ano seguinte os chineses convertidos dobraram, apesar de terem diminuído em número e sem incluir a tropa, em Macau viviam 3351 europeus ou descendentes (1202 homens e 2149 mulheres), 1129 escravos (350 homens e 779 mulheres) e 148 de outras raças (30 homens e 118 mulheres). Em 1834, Macau contava apenas 90 pessoas nascidas em Portugal, sendo 1530 o número de mestiços, 2700 mulheres cristãs de várias raças e cores, 180 soldados canarins e 18 mil chineses, que pouco aumentaram em 1841, havendo 4788 europeus (portugueses, ingleses, holandeses, alemães, franceses, belgas, escandinavos e norte americanos) entre eles 580 homens, 2151 mulheres e 157 escravos. Existiam então 1770 fogos. De década para década na cidade os chineses dobravam em número e em 1860 chegavam aos 80 mil, numa população de 85.470 habitantes, composta também de parses, mouros e cristãos novos. Portugueses e macaenses eram 5239 almas, concentradas na cidade intramuros, onde a zona do Bazar já aí estava inserida. Hong Kong, que desde 1841 tinha sido entregue aos britânicos como paga da derrota chinesa na Guerra do Ópio, foi-se desenvolvendo rapidamente como cidade mercantil devido ao seu excelente porto de águas profundas, levando muitos dos residentes de Macau, atraídos por factores económicos, a mudarem-se para lá. Assim, chegados a 1867, a população de Macau contava, segundo Almerindo Lessa, “com cinco mil portugueses, 56.252 habitantes chineses, sendo 48.617 da província de Kuangtung, 5723 de Macau e 1797 de Fukien e aí viviam ainda sessenta famílias inglesas (17)” [estes 17 refere-se aos número de fogos], espanholas (29), italianas (3), francesas (4), peruanas (4), americanas (3), prussianas (3), holandesas (1) e chilenas (1). Nesse ano, na cidade existiam 762 fogos (casas) de portugueses, dos quais, 419 na freguesia da Sé, 263 na de S. Lourenço e 80 em Santo António. Havia ainda 8819 fogos chineses e o número de almas que
neles habitava, somando com os criados chineses que se achavam servindo e pernoitando em casas de moradores portugueses e de diversos estrangeiros residentes, bem como os colonos e empregados nos estabelecimentos de emigração chinesa que, por vários motivos, não foram incluídos nos fogos, elevava o total da população chinesa a 56.252 pessoas, segundo o recenseamento de 1867.
FOGOS E VIAS PÚBLICAS
Na cidade cristã, nas 2672 casas chinesas habitavam 20.177 (do sexo masculino 11.781 e do feminino 8396 e desses, 948 eram menores de 12 anos); no Bazar, nas 2639 casas chinesas viviam 14.573 (masculinos 11.259 e femininos 3314 e desses, 264 menores); na povoação do Patane, em 1387 fogos residiam 8481 (3563 masculinos e 4918 femininos e entre esses 304 eram menores); na povoação de Mongh’a, existente antes de os portugueses chegarem a Macau, havia 353 habitações com 8182 chineses, (2391 masculinos e 5791 femininos e desses 1466 menores); na povoação de S. Lázaro, com 568 fogos
viviam 2590 chineses (1113 masculinos e 1477 femininos e entre eles 195 menores), sendo onde habitava a maioria dos chineses convertidos ao Catolicismo; na Serra da Penha e sítio denominado Tanque Mainato estavam construídas 84 habitações onde se encontravam 533 chineses (313 masculinos e 220 femininos e desses 48 eram menores); na povoação da Barra para os 1716 chineses (1029 masculinos e 687 femininos e entre esses, 162 menores de 12 anos) havia 330 casas. Segundo Manuel de Castro Sampaio, chefe da Repartição de Estatística de Macau, as multidões de chineses que diariamente se viam pelas ruas, sobretudo do Bazar [nessa altura aí se ultimava a construção das suas cem vias públicas], podiam suscitar a ideia de uma maior população que os 56.252 chineses a aqui residir. Porém, grande parte dessas multidões era de chineses das ilhas circunvizinhas, pois naturais de Macau eram apenas 5723, sendo os restantes de Hong Kong 13, de Xangai 39, da província de Guangdong 48.617, da província de Guangxi 63 e da província de Fujian 1797. A exiguidade do número
Chegados a 1867, a população de Macau contava, segundo Almerindo Lessa, “com cinco mil portugueses, 56.252 habitantes chineses, sendo 48.617 da província de Kuangtung, 5723 de Macau e 1797 de Fukien
de chineses de Macau devia-se a estes se acharem principalmente em Cantão, nas colónias britânicas de Hong Kong e Singapura e em algumas ilhas da Malásia. De admirar era a tão grande desproporção entre os chineses de Guangdong e os de Guangxi, já que desde o reinado do Imperador Kang Xi ambas eram administradas e governadas pelo mesmo vice-rei, mas tal se devia a grande parte serem cantonenses provenientes da ilha de Heungshan, ligada pelo istmo a Macau. Os de Fujian, a maioria eram de Chincheu, uma das mais importantes cidades daquela província e onde os portugueses tiveram um estabelecimento comercial arrasado pelos chineses em 1549, oito anos antes da fundação de Macau. Também muitos dos chineses que percorriam a cidade, 15.590 habitavam a bordo das 2471 tancás, lorchas, taumões e outras embarcações pertencentes a Macau e estacionavam no Rio do Oeste e no mar, em frente à Baía da Praia Grande. Diariamente vinham à cidade para tratar de negócios e retiravam-se ordinariamente logo que os tivessem concluído. Quanto a haver maior número de habitantes chineses na cidade cristã do que no Bazar, em ambas a população masculina era semelhante, estando a diferença no sexo feminino. Tal devia-se, como acima foi referido, a serem eles criados que serviam e pernoitavam em casas de portugueses e de estrangeiros, bem como colonos e empregados nos estabelecimentos de emigração chinesa. O Bazar era quase exclusivamente habitado pelo sexo masculino e exemplo disso a Rua Nova d’ El-Rei, a mais populosa do Bazar, que tinha 1184 habitantes do sexo masculino e apenas 26 do feminino. No entanto, no Patane, em Mongh’a e em S. Lázaro havia mais mulheres do que homens. Das 180 vias públicas da cidade cristã, apenas em 16 não existiam inquilinos chineses, sendo muitas das outras habitadas somente por eles, que em grande parte viviam quase tão aglomerados como no Bazar. Em 1867, Macau contava com 526 vias públicas, havendo três praças, 18 largos, 105 ruas, 28 calçadas, 23 vielas, 112 travessas, oito escadas, 149 becos, 76 pátios, quatro praias [duas na cidade cristã, uma no Tanque do Mainato (na freguesia de S. Lourenço) e outra em Mong Há], duas ribeiras, a do Patane e a da Barra, para além de várzeas, campos e hortas, existindo ainda aterros, não fosse a península de Macau formada por sedimentação das areias do Rio Oeste (Xijiang) e do Rio das Pérolas (Zhujiang) trazidas pelo Mar do Sul da China.
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JOE BIDEN VENCE NA CAROLINA DO SUL
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O ex-vice-presidente dos EUA Joe Biden venceu as primárias democratas da Carolina do Sul no sábado, acabando com uma série de vitórias do senador Bernie Sanders, num dia marcado pela desistência do bilionário Tom Steyer. A vitória de Biden ocorreu
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num momento crucial para a sua candidatura à Casa Branca, ao recuperar dos maus resultados nas primárias do Iowa, New Hampshire e Nevada e agora que a corrida avança para a “Super Terça-Feira”, quando são chamados a pronunciar-se 14 estados.
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YUAN
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VIDA DE CÃO
OU ASSIM CREIO Há uma estranheza qualquer nas cidades voltadas a Norte como se essa orientação fosse de algum modo contranatura. São, no entanto, belas as baías de cidades como São Francisco ou Alexandria, donde à noite fitamos a Estrela Polar sobre o mar. Não conheço Cartago, nem Hamburgo, mas serão sítios condenados a sazonal desgraça. A primeira foi sucessivamente destruída, desde o tempo em que chamava Birsa e conheceu uma rainha de nome Dido. A segunda soube de vários nazismos e foi berço de um familiar distante de Eva Braun ou do cão favorito de Adolfo Hitler. Quem olha o Norte, ignora o Sol. Evita o Leste, o nascente e a energia excessiva do dia. Evita o Sul, foge à força bruta, impositiva, esmagadora, do astro do meio-dia. Evita o Oeste, o poente, o fim do mundo e a decadência da cor. A visão do Norte pertence a indivíduos que fenecem aos poucos sob o efeito do sopro boreal – um enregelamento do espírito, a suspensão do julgamento. Uma existência de gelo num copo de uísque irlandês. Olho o Norte do paredão de Alexandria, vislumbro o que foi Pharos e decido (ou assim creio) pela morte anunciada de qualquer coisa. O meu destino é ainda o Sul e o regaço das praias morenas (ou assim creio). Carlos Morais José
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 7
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PROBLEMA 8
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UMA SÉRIE HOJE Nadia faz 36 anos e está numa festa de celebração do seu aniversário. No final, morre. Nadia acorda e volta à mesma festa. Volta a morrer. E assim sucessivamente. Em cada regresso há uma história a ser contada, uma festa a ser revivida, uma conversa a ter e um fenómeno que a protagonista, interpretada por Natasha Lyonne, não consegue explicar. No início “A boneca 8 russa” até parece repetitiva, mas com o avançar dos4episódios 5 9 impõe 2 a1 reflexão e uma curiosidade 3 1Hoje7Macau 6 4 crescente.
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“A BONECA RUSSA”
3 6 8 7 8 2 9 5 9 7 1 3 4 2 1 9 5 8 8 9 7 1 6 6 5 Fábrica 4 de2Notícias, 3 Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede Colaboradores Propriedade Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Gisela Casimiro; Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo 5 José 4 Drummond; 3 6 José2Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rita Taborda Cotrim; Duarte; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; David Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; 7 Chan6Wai 8 4 Bicho; 9 Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Paul Chi; Paula Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada 3 2 5 7 1 de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
opinião 15
segunda-feira 2.3.2020
reencarnações JOÃO LUZ
S
ORRISOS de felicidade e esgares de discórdia depreendem-se nos dias mascarados que correm. A máscara tornou-se num objecto essencial no dia-a-dia dos residentes de Macau, um bem fundamental, alvo de enorme procura, a derradeira protecção contra um inimigo invisível. Não querendo entrar no campo científico no que toca à eficácia das máscaras para evitar a propagação de um surto viral, é impossível escapar à preponderância que este objecto adquiriu nas vidas de todos nós. Não passamos sem elas, ao ponto de o Governo ter de assegurar o fornecimento regular de máscaras, são essenciais para acedermos a transportes, parques, estabelecimentos comerciais, por aí fora. Mesmo ao ar-livre, uma cara destapada é um insulto à unanimidade mascarada, uma petulância individual que esbarra no colectivo. Este fim-de-semana fui dar uma caminhada pelos trilhos de Coloane, fui respirar
A máscara
fundo, desfrutar do grande exterior, do céu imenso e do ar fresco. Nos trilhos, a percentagem de mascarados e caras destapadas dividia-se em partes iguais. O suor e a respiração ofegante humedecem a integridade das máscaras, tira-lhes eficácia. Máscaras e exercício físico são incompatíveis. Porém, o seu uso nesse contexto é meramente social, não tem nada de clínico. Cobrimos as vias respiratórias com aquele aglomerado químico de não-tecido de polipropileno, um composto derivado do petróleo, por uma questão de cortesia. Aposto que as máscaras cirúrgicas serão um dos itens mais encontrados no lixo que sem piedade enchem mar e terra, mas essa será outra epidemia. Atalhando a minha ignorante foice numa seara que não domino, este passeio por Coloane recordou-me leituras que fiz há uns largos anos. Perto do final da carreira académica, um dos maiores vultos da antropologia moderna, Claude Lévi-Strauss, esmiuçava as diversas facetas simbólicas e identitárias de máscaras no livro “A via das máscaras”. Obviamente, não fiz qualquer trabalho de campo, estive fora de Macau durante o período mais apertado da “prisão domiciliária” a que a prevenção votou as gentes de Macau, e, acima de tudo, não tenho qualificações para tecer considerações de natureza antropológica. Ah, e estas máscaras não têm uma vocação
simbólica, ritualística ou identitária. O seu propósito é completamente pragmático. Ainda assim, apertem o cinto e sigam-me neste rally tascas das ciências sociais e perdoem este exercício de excesso de reflexão. Em “A via das máscaras”, Claude Lévi-Strauss escalpeliza as relações entre objectos artísticos, as suas funções ritualísticas e acepções míticas num contexto social. O célebre antropólogo francês teorizou que “uma máscara não existe em si; ela supõe, sempre presentes ao seu lado, outras máscaras reais ou possíveis que poderiam ser escolhidas para substituí-la”. E conclui argumentando “uma máscara não é inicialmente o que ela representa, mas o que ela transforma, isto é, a escolha de não representar”. Quando coloco a minha máscara estou a estabelecer um diálogo sem palavras com o resto da sociedade. Estou a exclamar:
Cobrir parte do rosto com a máscara é quase uma manifestação ritualística, uma espécie de acto carregado de uma indefinível religiosidade unificadora, como um sacramento purificador
sim, a minha proximidade é relativamente segura e eu tenho em consideração a sua esfera “imunológica”. É um gesto que assegura, que tranquiliza, algo que vai além da representação social, é um gesto que me transforma numa “não-ameaça”, mesmo que a minha máscara esteja comprometida com humidade. Cobrir parte do rosto com a máscara é quase uma manifestação ritualística, uma espécie de acto carregado de uma indefinível religiosidade unificadora, como um sacramento purificador. Além disso, a ausência de um rosto inteiro concentra toda a expressividade na percepção do olhar. Estimam-se sorrisos, presumem-se expressões carrancudas, intuem-se olhares preocupados, sempre com uma carga de incerteza. A única coisa que se projecta ostensivamente é o sentido de segurança, escondendo o semblante emocional. Não se pressente aquilo que se sente (incha Gustava Santos!). Atenção: Estas tolas e despropositadas considerações não pretendem desencorajar ou menosprezar o uso de máscara. A microbiologia está-se nas tintas para significados, simbolismo, representações sociais ou gajos que pensam em excesso. Todos devemos fazer o que está ao nosso alcance para travar a escalada do surto, é algo que nos une enquanto tecido social, independentemente dos muros culturais e das barreiras linguísticas.
Os fracos temem a felicidade. Conseguem aleijar-se até com algodão. PALAVRA DO DIA
Osamu Dazai
Saúde Urgências, internamentos e oncologia activos
O atendimento ao público regressou hoje à normalidade nos serviços de urgência (incluindo o Posto de Urgência das Ilhas), internamento do Centro Hospitalar Conde de São Januário, consultas externas de cuidados de saúde especializados, Unidade de quimioterapia do Hospital do Dia do Serviço de Oncologia e Unidade de Hemodiálise, divulgaram ontem os Serviços de Saúde (SS). Os cuidados de saúde primários, prestados através dos centros de saúde e postos de saúde funcionam entre as 8h30 e as 18h, e disponibilizam a maior parte dos serviços com excepção da saúde oral, saúde para mulheres e exames médicos para funcionários públicos. Também regressam ao funcionamento normal o Centro de Prevenção e Tratamento da Tuberculose, Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica, Centro de Reabilitação Pediátrica, Centro de Transfusões de Sangue, Centro de Prevenção e Controlo da Doença, Departamento para os Assuntos Farmacêuticos e a Unidade Técnica de Licenciamento das Actividades e Profissões Privadas de Prestação de Cuidados de Saúde.
Macau Lusófonos exportam menos 27,3%
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Os países lusófonos exportaram menos 27,3 por cento para Macau em Janeiro e as importações oriundas da RAEM caíram 76,3 por cento, se comparado com igual período do ano passado, segundo dados oficiais ontem divulgados. A diminuição das exportações representou menos 7,8 milhões de euros, enquanto o valor importado pelos países de língua portuguesa representou pouco mais do que três milhões de euros, de acordo com os dados da Direcção de Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). A mesma DSEC adiantou que Macau exportou em Janeiro 1,15 mil milhões de patacas, o que se traduziu numa queda de 24,8 por cento face ao mesmo mês de 2019. No mês em análise, Macau importou 8,48 mil milhões de patacas de mercadorias, ou seja, menos 3,6 por cento, em termos anuais. O défice da balança comercial de Macau em Janeiro foi de 7,33 mil milhões de patacas.
segunda-feira 2.3.2020
IC ESPAÇOS CULTURAIS REABREM HOJE
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A Turquia alberga actualmente 3.5 milhões de refugiados sírios e centenas de migrantes e refugiados da Ásia, África e Médio Oriente usam o país como ponto de trânsito para alcançar a Europa através da Grécia
Trânsito condicionado Frontex eleva nível de alerta na fronteira entre Grécia e Turquia
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Agência Europeia da Guarda de Fronteiras e Costeira (Frontex) elevou o nível de alerta e vai reforçar os meios de segurança na fronteira entre a Grécia e a Turquia, onde se concentram milhares de migrantes, foi ontem anunciado. Em comunicado, um porta-voz da agência explica que a Frontex recebeu “um pedido de ajuda suplementar da Grécia” e que está a “reorganizar equipamento técnico e agentes” para o local. Segundo a agência, existe um pequeno grupo de agentes localizado na região grega de Evros e outros 60 agentes na Bulgária, ambos na fronteira
com a Turquia. O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou no sábado ter aberto as fronteiras com a Europa para a passagem de migrantes e refugiados, adiantando que nas próximas horas entre 25.000 e 30.000 pessoas podem tentar chegar à Grécia. Ontem as autoridades gregas revelaram que bloquearam a entrada de quase 10 mil migrantes na região de Evros, que faz fronteira com a Turquia. No entanto, do lado da Turquia, o ministro do Interior, Suleyman Soylu, afirmou ontem através da rede social Twitter que nas últimas horas 76.358 pessoas saíram do país, desde Edirne, e entraram na Grécia.
No sábado, a Organização Internacional para as Migrações revelou que pelo menos 13 mil pessoas já se encontravam na fronteira greco-turca, após o Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ter aberto as fronteiras para deixar passar migrantes e refugiados para a Europa. A Turquia alberga actualmente 3.5 milhões de refugiados sírios e centenas de migrantes e refugiados da Ásia, África e Médio Oriente usam o país como ponto de trânsito para alcançar a Europa através da Grécia. Os dados mais recentes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a Grécia tem actualmente 115 mil refugiados e com pedidos de asilo.
USEUS, bibliotecas e outros espaços culturais reabrem portas a partir de hoje, parcialmente e por fases. Assim, de acordo com o Instituto Cultural (IC), a maioria das bibliotecas reabre a partir das 14 horas, sendo que amanhã retomarão o horário habitual das 8h às 20h. Já as bibliotecas situadas em jardins e parques respeitam o mesmo horário, embora encerrem, por norma, às 18h30. Serão, no entanto, aplicadas algumas regras para controlar o fluxo de pessoas nos espaços. As zonas de leitura de jornais e revistas das bibliotecas públicas vão estar abertas, mas o número de lugares será reduzido para metade. Além disso, haverá, por dia, três períodos de funcionamento, sendo que a cada quatro horas, os espaços serão fechados durante 30 minutos para serem limpos. As restantes salas de leitura, bem como as salas de áudio e vídeo estarão, para já, encerradas. Ainda sem data de abertura devido “às condições de ventilação” estão cinco bibliotecas: Senado, Wong Ieng Kuan (parque Dr. Sun Yat Sem e Areia Preta), Mercado Vermelho e Coloane. Também o Centro Cultural (apenas o rés-do-chão) e a sala de leitura do Arquivo de Macau voltam ao activo na próxima segunda-feira. Até ao final da semana serão também reabertos, na quarta-feira, o Museu de Macau e o Museu de Arte de Macau e ainda, na sexta-feira, a Cinemateca Paixão. P.A.
COREIA DO SUL MAIS DE 3.500 INFECTADOS COM 376 NOVOS CASOS EM 24 HORAS
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S autoridades de saúde sul-coreanas anunciaram ontem 376 novos casos de contaminação pelo novo coronavírus, elevando para 3.526 o total de pessoas infectadas no país, onde já morreram 17 pessoas. Quase 90 por cento dos novos casos foram registados em Daegu, no centro da Coreia do Sul e na província vizinha de Gyeongsang do
Norte, de acordo com o comunicado do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças Contagiosas. Em outras cidades importantes do país, também ocorreram novas infecções, incluindo cinco em Seul e uma em Busan. Entre os casos mais recentes, está o de um bebé de mês e meio. O pai do bebé é um seguidor da seita Christian Shin-
cheonji (considerada pelas autoridades como foco do surto viral nacional) e que deu resultado positivo para o patógeno na quinta-feira, noticiou a agência de notícias sul-coreana Yonhap. A Coreia do Sul intensificou o seu programa de testes depois de declarar o nível máximo de alerta face ao rápido aumento de casos detectados.