Hoje Macau 2 JUN 2016 #3584

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

QUINTA-FEIRA 2 DE JUNHO DE 2016 • ANO XV • Nº 3584

SOFIA MOTA

THE GIFT

Projecto de sonho

A LISTA DE ALEXIS SAÚDE INAUGURADO NOVO CENTRO PEDIÁTRICO

O novo Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica destinado a crianças com necessidades especiais foi ontem inaugurado pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. Alexis

Tam promete portas abertas à comunidade e reforçar a formação de terapeutas. O novo espaço poderá reduzir a lista de espera de 14 meses para apenas um.

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ENTREVISTA

COMÉRCIO EXTERNO

Bem-vindos contentores PÁGINA 4

A rua da identidade EVENTOS

Longe de casa

JOSÉ DRUMMOND

h

OPINÃO

Adeus Donald LEOCARDO

GRANDE PLANO


2

SAÚDE NOVO CENTRO PEDIÁTRICO PROMETE REDUZIR LISTAS DE ESPERA

GRANDE PLANO

GRAUDOS A CUIDAR GCS

´

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, inaugurou ontem o Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica, que promete dar resposta à procura de diagnóstico e tratamento de crianças com necessidades educativas especiais. Alexis Tam promete novo curso para formar terapeutas já no próximo ano

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OI uma inauguração bem ao estilo do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura. No Dia Mundial da Criança, Alexis Tam ajudou a abrir portas a um espaço que tanta falta parece fazer aos pequenos que têm necessidades educativas especiais e que sofrem de doenças como o autismo, epilepsia ou deficiências cognitivas.

O Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica terá uma sala para avaliação psicológica, para avaliação da surdez, para diagnosticar e ajudar a tratar casos como disfunções físicas e mentais ou até casos de hiperactividade. Sob o olhar de médicos e jornalistas, Alexis Tam entrou em cada sala, ouviu explicações, fez perguntas aos profissionais de saúde e deu garantias.

“Este centro de avaliação conjunta não é apenas para os miúdos chineses mas também portugueses. E claro que temos a comunidade filipina e não só. Este centro poderá ajudar a uma aproximação e eles vêm cá para fazer uma avaliação. Este é o primeiro centro com serviços none stop na história de Macau.” O novo centro infantil, localizado no Hospital Conde de São

AMAMENTAÇÃO NA TUTELA DE ALEXIS TAM

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Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica terá ainda uma sala de amamentação, algo que Alexis Tam destacou. O Secretário garantiu que todos os departamentos da sua tutela terão de salas de amamentação para as mães trabalhadores. “É com grande satisfação que vejo

aqui uma sala de amamentação e é uma das prioridades do nosso trabalho. Estamos a fazer mais acções promocionais para a amamentação e esperamos que haja uma maior generalização porque o leite materno é muito importante e saudável para os bebés. Todos os serviços públi-

cos na minha tutela vão promover serviços de amamentação na RAEM e vamos implementar um programa piloto de amamentação criando mais salas de amamentação nos serviços subordinados à minha tutela. Espero que esta política possa ser bem sucedida.”

Januário, deverá reduzir uma lista de espera que actualmente é de 14 meses para apenas um mês. Poderá, até que o seu funcionamento seja mais sólido, atender mais de 15 crianças por dia, sempre com a cooperação do Instituto de Acção Social (IAS) e Serviços de Educação e Juventude (DSEJ). Ali não vão apenas diagnosticar-se os problemas dos mais pequenos. Os médicos e terapeutas prometem um acompanhamento psicológico dos pais que têm de lidar com a doença dos filhos.

CURSO DE TERAPEUTAS EM 2017

Quando chegou à sala da terapia da fala, Alexis Tam prometeu aquilo que há muito é pedido pelo sector e associações. “Sei que há uma grande falta no mercado de terapeutas da fala


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DE MIUDOS ´

HOJE MACAU

“Este centro de avaliação conjunta não é apenas para os miúdos chineses mas também portugueses. E claro que temos a comunidade filipina e não só” “Vamos formar terapeutas da fala e ocupacionais e outros profissionais em Macau de modo a responder às necessidades por parte das crianças e dos residentes” ALEXIS TAM SECRETÁRIO PARA OS ASSUNTOS SOCIAIS E CULTURA

O novo centro infantil, (...) deverá reduzir uma lista de espera que actualmente é de 14 meses para apenas um mês e ocupacionais e já estamos a fazer os respectivos trabalhos. Estou a trabalhar com o IAS, a DSEJ, o Instituto Politécnico de Macau (IPM) e o Gabinete de Apoio para o Ensino Superior (GAES). Vamos criar um novo curso que vai funcionar já no próximo ano, já está quase tudo pronto. Vamos formar terapeutas

da fala e ocupacionais e outros profissionais em Macau de modo a responder às necessidades por parte das crianças e dos residen-

tes. Os trabalhos estão a ser bem sucedidos”, disse Alexis Tam. O Secretário referiu que vão ser contratados docentes de universidades do exterior para dar formação aos alunos. “Sei também que temos falta de professores e formadores nesta área e por isso estamos a contratar pessoas de fora, professores do ensino superior, convidamo-las para vir ao IPM abrir o curso e formar profissionais locais. Acredito que nos próximos anos teremos uma equipa de terapeutas de qualidade. Certamente que quem fizer esse curso encontrará o seu trabalho aqui, já temos espaços e vamos adiantar mais informações brevemente. Já temos instituições do ensino superior de fora dispostas a colaborar connosco”, rematou. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Eliana Calderon

Um “progresso” por cumprir Líderes de associações satisfeitos, mas pedem mais medidas

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LIANA Calderon está “orgulhosa”. “Se este centro tivesse sido criado em 2003, não tinha necessidade de criar a Associação para o Desenvolvimento Infantil (MCDA). Em 2003 organizei uma palestra no Centro Cultural de Macau, mostrei os resultados de um inquérito que fiz sobre o número de doentes e a falta de terapeutas. Dois dos três terapeutas que havia na altura no São Januário saíram e pura e simplesmente não foram substituídos”, recorda. Ao HM, Eliana Calderon mostra-se satisfeita com a abertura do Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica, mas pede mudanças na actual legislação, que não abrange muitas das novas patologias. “[A abertura do centro] é um progresso, mas espero que Alexis Tam dê uma resposta à sociedade e a nós próprios (associações) sobre a revisão da legislação para que possamos contratar terapeutas ao exterior. Há novas patologias, como o autismo, mas as actuais licenças não cobrem essas as novas terapias que foram surgindo. Como é que o hospital e o IAS vão resolver essa questão?”, questionou. A presidente da MCDA pede uma aposta na formação de terapeutas. “Digo isto desde 2003: como é que é possível continuarmos a depender dos que se formam em Hong Kong?”. Eliana Calderon pede ainda maior resposta para que seja diminuído o fosso de desigualdade entre a Função Pública e as associações. “Há ainda uma discriminação entre as associações como a nossa e o Governo. Os apoios financeiros que o Governo nos

concede não equivalem à nossa realidade, porque não podemos pagar os mesmos salários. Fazemos mais com o menos que eles têm.”

COM SATISFAÇÃO

Hetzer Siu, presidente da Macau Special Olympics, esteve presente na cerimónia de inauguração do Centro e falou ao HM à margem da sessão. “São boas notícias para os cidadãos de Macau, porque nos últimos anos surgiram vários casos de crianças com necessidades educativas especiais que nasceram cá. Penso que este centro pode ajudar os pais a conhecerem qual o problema de que padece o seu filho. Quando as crianças nascem em Macau, o IAS tem um apoio para crianças até aos dois anos. Se depois os pais detectarem algum problema normalmente contactam as associações e clínicas privadas para esse diagnóstico. Este Centro vai permitir a que haja uma transferência imediata das crianças através do IAS e da DSEJ. Alguns são problemas grandes, outros não, e os pais vão ter mais respostas e mais rápidas”, explicou Hetzer Siu. O presidente da Macau Special Olympics congratula-se com a abertura de uma licenciatura para a formação de terapeutas. “Apenas me preocupo se o número de terapeutas será suficiente ou não. O Governo tem de procurar formas para que mais terapeutas possam entrar ou promover uma maior cooperação com as associações. Hoje em dia o grande problema é que os pais sabem que o filho tem algum problema, mas não sabem o que é”, concluiu. A.S.S.


4 hoje macau quinta-feira 2.6.2016 DSAL

POLÍTICA

CHAN UN TONG SUBDIRECTOR DA DSAL

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HAN Un Tong, ex-coordenador-adjunto do Gabinete para os Recursos Humanos, é o novo subdirector da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), ficando responsável pelo Departamento de Emprego e do Departamento de

Contratação de Trabalhadores Não Residentes. A nomeação foi ontem publicada em Boletim Oficial, assinada pelo Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. Também ontem decorreu a cerimónia de tomada de posso do novo subdirector.

Wong Chi Hong, director do organismo, afirmou acreditar que o novo nomeado “tem capacidade profissional para desempenhar o cargo”. No seu discurso, Chan Un Tong garantiu empenhar-se nos trabalhos relativos as departamentos que agora dirige, de acordo com

as Linhas de Acção Governativa, para que se avance com uma maior eficácia nas suas funções e na prestação dos serviços ao público.

Comércio Externo LEI QUE FACILITA ENTRADA DE MERCADORIAS PRONTA

Mandem contentores Está assinado o parecer da revisão à Lei do Comércio Externo. Introduzido o documento aduaneiro internacional, Macau facilita, assim, o processo de entrada de mercadorias. O diploma segue agora para aprovação na especialidade

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STÁ concluído e assinado o parecer final da alteração à Lei do Comércio Externo. A 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) concordou com as alterações finais apresentadas pelo Governo e assinou, na manhã de ontem, o parecer à alteração da lei que vem facilitar o processo de entrada de mercadorias no território. Em nota justificativa, o Governo explica que a revisão vem prever as operações a coberto do Livrete ATA, documento aduaneiro “internacionalmente reconhecido como um dos documentos das operações do comércio externo”, incorporando-se o respectivo regime no sistema jurídico do mesmo comércio.

Com esta revisão, explica a Comissão, estes documentos aduaneiros internacionalmente usados podem aumentar a celeridade, ficando incorporados no sistema do comércio externo e completando “ainda mais” a integridade e sistematização do regime do comércio externo do território. Acção que, explica ainda o grupo de deputados, vai atrair “exposições estrangeiras para Macau ou de convenções e exposições itinerantes internacionais, facilitando a internacionalização da indústria das convenções e exposições de Macau, explorando o espaço do mercado internacional e elevando o desenvolvimento sustentável desta indústria”.

MAIS HARMONIA

Com a revisão da lei é ainda revogado o artigo que diz respeito ao recurso contencioso, para evitar a repetição

(esta acção) “Vai atrair “exposições estrangeiras para Macau ou de convenções e exposições itinerantes internacionais” ou alguma eventual “desarmonia na competência para a apreciação” deste recurso. Sendo que com a aprovação da lei irá aplicar-se directamente a Lei de Bases da Organização Judiciária e as demais normas jurídicas que regulam a competência para a apreciação do recurso contencioso. Foram ainda introduzidas as disposições gerais do regime de trânsito, fixando o prazo da licença de dez dias,

que nunca poderá ser ultrapassado. A Comissão frisa ainda que as mercadorias mais sensíveis devem ser rigorosamente controladas. O diploma sobe agora a plenário para votação em especialidade, não estando ainda agendada. Filipa Araújo

Filipa.araujo@hojemacau.com.mo

Formado em Direito Económico pela Faculdade de Economia da Universidade de Jinan, Chan Un Tong iniciou funções públicas, em 2002, como adjunto-técnico da Direcção dos Serviços de Assuntos de Justiça, passando para os Gabinete de Recursos Humanos e agora para a DSAL. F.A.

Nos pratos da balança

Votação para afixação de publicidade traz dúvidas na Lei dos Condomínios

“O

Governo quer encontrar um equilíbrio.” É assim que Chan Chak Mo, presidente da 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), explica, aos jornalistas, o impasse do artigo que diz respeito à afixação de tabuletas e reclamos do Regime Jurídico da Administração das Partes Comuns do Condomínio. O artigo refere-se à afixação deste tipo de publicidade na fachada dos prédios ou segundo e terceiro pisos, assim como as renovações das actuais licenças. Até ao momento, o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) atribuiu 20.575 licenças, das quais 18.513 correspondem a licenças de lojas no rés-do-chão, incluindo espaços destinados à habitação ou estacionamento, e ainda a lojas com publicidade em que não houve deliberação daAssembleia Geral do condomínio do prédio. No total, existem ainda 1400 licenças atribuídas para afixação em pisos que não o rés-do-chão e partes comuns. Actualmente o que acontece é que para afixação em áreas comuns do condomínio a Assembleia Geral responsável teria de aprovar com 2/3 dos votos. Agora, dita a proposta, “a autorização para afixação (...) depende da deliberação da assembleia geral do condomínio, tomada por votos que representem mais de metade do valor do total do condomínio (...)”. Isto é, apenas com 50% dos votos a decisão estará tomada. No caso das lojas do rés-do-chão, o proprietário pode afixar mas se a Assembleia Geral não concordar poderá

convocar uma reunião para votar na autorização ou não. Algo que não agrada à Comissão pois, como explica Chan Chak Mo, poderá trazer situações que prejudicam as empresas, maioritariamente as Pequenas e Médias (PME) que se instalam neste tipo de lojas. “Imaginem que uma assembleia decide com o proprietário da loja que ele pode colocar publicidade na fachada do prédio por dez mil patacas. Tudo corre bem. No final de um ano uma nova assembleia decide que essa mesma publicidade custará cem mil patacas. Se for um prédio de seis proprietários, basta três estarem de acordo”, exemplificou, indicando que o problema não é a autorização mas sim a possibilidade de não permitir a afixação ao empresários. “O Governo assume que não quer prejudicar as PME, mas ao mesmo tempo está a diminuir os patamares. (...) Disse que vai tentar encontrar um equilíbrio”, garantiu o presidente.

MAIS FLEXÍVEL

Por último, é definido ainda na nova proposta, que todas as licenças já permitidas continuam tal como estão, sendo que só em caso de troca de proprietário é que deve ser feito um novo pedido para aplicação. Questionado ainda pelos jornalistas sobre o pedido da Comissão para anular o artigo anterior, referente à criação de um fundo especial, Chan Chak Mo disse que só na reunião de hoje se irá debater o assunto, contudo o Governo assume que este Fundo trará “maior flexibilidade”, havendo várias vantagens na criação do mesmo. F.A.


5 POLÍTICA

hoje macau quinta-feira 2.6.2016

Aviação AACM DIZ QUE “É CEDO” PARA DISCUTIR EXCLUSIVIDADE

LOTARIAS EM MONOPÓLIO POR MAIS CINCO ANOS

Já basta a Air Macau

O presidente da Autoridade de Aviação Civil disse que este não é o momento certo para abrir o mercado aéreo a mais uma companhia. Simon Chan já tem em mãos o relatório da Mega Maldives Airlines e diz que a legislação dos drones está a caminho

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IMON Chan, presidente da Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM), confirmou no programa Macau Talk, do canal chinês da Rádio Macau, que “é cedo” para discutir a abertura do mercado de aviação. A AACM não tem o direito de interromper as operações comerciais já em curso, defende, pelo que a possibilidade ainda não está em cima da mesa. “Para uma abertura do mercado precisamos de analisar o risco de investimento, a qualidade dos serviços e a competitividade”, apontou Simon Chan, referindo que o Governo ainda tem uma concessão de quatro anos para cumprir com a Air Macau. A AACM diz ainda que não há uma direcção para que exista outra empresa de aviação no mercado, à semelhança do que já aconteceu com a Viva Macau, que acabou falida.

MALDIVES NA MÃO

O presidente da AACM confirmou ainda que já recebeu o relatório sobre o incidente ocorrido com a companhia Mega Maldives Airlines. A empresa terá explicado que teve problemas com o avião e necessitou de

ESTACIONAMENTOS

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uestionado sobre a expansão do aeroporto, Simon Chan disse que a actual pista de aterragem é suficiente para aviões de grande dimensão. Com uns actuais 24 lugares, o aeroporto vai ter um novo planeamento e reorganização dos espaços, os quais vão sofrer um aumento, disse o presidente da AACM.

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tecto da Igreja de Santo Agostinho foi abaixo, mas o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, garantiu ontem que o incidente não é sinónimo de falhas na preservação e manutenção do património. Ainda assim, Alexis Tam referiu que o Instituto Cultural (IC) deve melhorar o seu trabalho.

mais tempo para procurar peças e reparar o aparelho, tendo isso essa a razão que levou a empresa a não divulgar o horário certo da partida do voo. Segundo Simon Chan, a Mega Maldives Airlines já indemnizou os passageiros e voltou a referir que a AACM não é o órgão responsável sobre essa área, por não ser uma entidade ligada ao Turismo. Em Março deste ano um voo da Mega Maldives Airlines com destino a Palau sofreu atrasos sucessivos, o que levou a que 200 passageiros tenham sido obrigados a ficar em Macau vários dias.

“Para uma abertura do mercado precisamos de analisar o risco de investimento, a qualidade dos serviços e a competitividade”

SLOT - Sociedade de Lotarias e Apostas Mútuas de Macau (Macau Slot) viu o seu contrato renovado por mais cinco anos. O anúncio foi ontem publicado em Boletim Oficial, num despacho assinado por Chui Sai On e que dá a Lionel Leong o poder para assinar o contrato. O acordo entre a RAEM e a Macau Slot iniciou-se nos anos 90 e continua agora até 5 de Junho de 2021, mantendo o monopólio da empresa por mais algum tempo, depois de no ano passado esta ter visto o contrato renovado apenas por um ano. A Macau Slot, ligada a Stanley Ho, explora as apostas desportivas, como de futebol e basquetebol, desde 1998. Há alguns anos que se tem vindo a especular a possibilidade dos casinos poderem operar este tipo de lotarias, sendo que recentemente Jorge Godinho, académico que lançou o livro Direito do Jogo na semana passada, sugeriu novamente a quebra deste monopólio. No ano passado, depois de uma prorrogação de três anos, a renovação do contrato por um ano voltou a trazer à baila a hipótese de que este monopólio estivesse a chegar ao fim, mas o Governo disse na altura não haver condições para que tal acontecesse. J.F.

SIMON CHAN PRESIDENTE DA AACM Muitos desses turistas, do interior da China, desistiram da viagem.

DRONES NA CALHA

Em relação aos drones, Simon Chan voltou a referir que está a ser preparada a legislação para a operacionalização destes aparelhos de

captação de imagem e vídeo, por forma a evitar que sejam operados em espaços perigosos, como é o caso do aeroporto. Simon Chan lembrou, contudo, que já existem normas sobre a matéria no Código Civil.

A casa vem abaixo

Secretário pede mais medidas de preservação do património

“Soube da queda do tecto através dos meios de comunicação social. Posso dizer que há sempre forças maiores que não podemos controlar, como incêndios, chuvas ou inundações. Isto pode prejudicar e danificar o

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nosso património cultural. Já pedi ao IC para melhorar o seu trabalho, sobretudo para enviar técnicos ao Centro Histórico, para inspeccionar de forma pontual a sua situação. Admito que há espaço de melhoria no nosso

trabalho e temos de controlar ao máximo a parte danificada. O IC tem de reforçar as acções de inspecção e tem todas as informações sobre o ponto de situação de cada zona do património”, disse o Secretário à margem da

Tomás Chio (revisto por A.S.S.) info@hojemacau.com.mo

inauguração do Centro de Avaliação Conjunta Pediátrica, no Hospital Conde de São Januário (ver páginas 2 e 3). “Posso dizer que não há nenhum conflito entre o desenvolvimento urbanístico e a protecção do património cultural. O Centro Histórico torna Macau um sítio peculiar. Estou ciente de qual é o nosso trabalho e sei que o

IC dá grande importância à preservação do património. Somos uma cidade com um desenvolvimento do turismo, em parte devido ao nosso património, porque temos uma cultura única”, rematou Alexis Tam. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


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Aviso de recrutamento Pretende admitir, mediante contrato individual de trabalho, nos termos do “Novo Estatuto de Pessoal do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, homologado pelo Despacho n° 49/CE/2010, trabalhadores para os seguintes cargos: 1. 2. 3.

Um Técnico Superior de 2.ª classe, 1.º escalão (Área de arquitectura paisagista e de jardins, referência n°1003/DPJ-SZVJ/2016) Um Operário qualificado, 3.º escalão (Área de carpintaria, referência n°1103/DOA-SCEU/2016) Um Auxiliar, 2.º escalão (Área de servente, referência n°1203/SAA/2016)

Documentos de candidatura: • Relativamente às condições, os documentos necessários e os pormenores do concurso, constantes do aviso, podem ser obtidos na página electrónica (http://www.iacm.gov.mo/p/recruit/) deste Instituto ou consultados nos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação; • Os respectivos boletins de candidatura deverão ser entregues no prazo de vinte dias, ou seja até ao dia 22 de Junho de 2016, a contar do primeiro dia útil imediato ao da publicação do presente aviso; • Os interessados ao concurso obrigam-se a entregar pessoalmente o boletim de inscrição devidamente preenchido e assinado e os documentos referidos no aviso de concurso, no prazo acima referido e dentro das horas de expediente, nos seguintes Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação. Locais dos Centros de Prestação de Serviços ao Público e Postos de Atendimento e Informação: Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Norte – Rua Nova da Areia Preta, n.° 52, Centro de Serviços da RAEM (Tel. 2847 1366) Centro de Prestação de Serviços ao Público das Ilhas – Rua da Ponte Negra, Bairro Social da Taipa, n.° 75 K (Tel. 2882 5252) Centro de Prestação de Serviços ao Público da Zona Central – Rotunda de Carlos da Maia, n.os5 e 7, Complexo da Rotunda de Carlos da Maia, 3.º andar (Tel. 8291 7233) Posto de Atendimento e Informação Central – Avenida da Praia Grande n.os 762-804, China Plaza, 2.° andar (Tel. 2833 7676) Posto de Atendimento e Informação de T’oi Sán – Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n.° 127, r/c, Edf. D. Julieta Nobre de Carvalho, bloco “B” (Tel. 2823 2660) Posto de Atendimento e Informação de S. Lourenço – Rua de João Lecaros, Complexo Municipal do Mercado de S. Lourenço, 4.° andar (Tel. 2893 9006) Horário de expediente: Centro de Prestação de Serviços ao Público: 2.ª a 6.ª feira, das 09:00 às 18:00 horas, sem interrupção ao almoço. Posto de Atendimento e Informação: 2.ª a 6.ª feira, das 09:00 às 19:00 horas, sem interrupção ao almoço. Macau, aos 27 de Maio de 2016. O Presidente do Conselho de Administração José Maria da Fonseca Tavares

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7 hoje macau quinta-feira 2.6.2016

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Associação Novo Macau acusou ontem o Governo de não ter noção do risco de um eventual problema da central nuclear em construção a 64 quilómetros de Macau, em Taishan, e exige que anuncie planos de contingência detalhados. O apelo da Novo Macau surge na sequência de informações de que a central nuclear de Taishan, na província vizinha de Guangdong, que se encontra na fase final de construção, apresenta problemas que podem levar à ocorrência de incidentes, como falhas na produção de peças. O Governo diz que “Macau está segura por estar a uma certa distância” da central, o que, para a Novo Macau, revela a sua “ignorância devido à falta de consciência”. A associação não só recorda que actualmente “Macau e Hong Kong se encontram flanqueadas por três centrais nucleares em ambos os lados da costa”, como também que todos os alimentos do território são importados. O presidente da Novo Macau, Scott Chiang, advertiu que, em caso de incidente, Macau será “directamente afectada”, estando a Associação “profundamente preocupada”, atendendo a que o risco não é apenas o de “exposição”, mas também ao nível do abastecimento de água e de comida, assegurado em grande parte pela província vizinha. “Não há qualquer plano feito pelo Governo para reagir face a tal cenário”, argumentou. Do ponto de vista dos interesses e da segurança, a localização da central é “inaceitável”, pelo que a Novo Macau se opõe ao início das operações sem uma garantia de que a central cumpre as normas de segurança internacionais. “O Governo deve anunciar planos de emergência para incidentes nucleares, incluindo descontaminação, segurança alimentar, entre outros”, defende a Associação, que também alertou para o “duro golpe” na confiança que uma eventualidade na vizinhança pode ter na cidade que vive do turismo.

O PLANO, QUAL PLANO?

O Governo publicou um comunicado em que diz ter solicitado à província de Guangdong informações sobre a central e que tem vindo a seguir com “a maior atenção” o assunto. Refere que Macau dispõe de um plano de contingência para responder a catástrofes nucleares nas regiões vizinhas, elaborado em 1995, entretanto revisto e optimizado, cujos detalhes poderiam ser consultados no portal do Gabinete Coordenador de Segurança.

SOCIEDADE

MAIS DE 1900 CASOS DE ABUSO DE SERVIÇOS DE URGÊNCIA

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Nuclear ANM DIZ QUE GOVERNO “NÃO TEM NOÇÃO DO RISCO”

Salve-se a comida e quem puder

A água vem da região vizinha, a comida também e só por aí Macau já não está seguro. A construção de mais uma central nuclear ao largo do território e a falta de detalhes de um plano de contingência preocupam a Novo Macau, que dizem que o Governo “não tem noção” quando diz que o território está tranquilo Na versão portuguesa do portal não há qualquer referência a incidentes nucleares. “Fique calmo”, “ouça a rádio” e “aguarde instruções” são as indicações para um caso de emergência que surgem, segundo os dirigentes da Novo Macau, na versão chinesa do site. A central de Taishan, um projecto fruto de uma parceria sino-francesa – entre a China Guangdong Nuclear Power (CGN) e a Électricité de France (EDF) –, pretende iniciar operações dos

dois reactores no próximo ano, mantendo o calendário apesar das notícias. Segundo o portal FactWire, em Abril, a Autoridade de Segurança Nuclear de França detectou excesso de carbono num vaso de pressão de uma central francesa com reactores nucleares de terceira geração (EPR) – a mesma tecnologia da de Taishan - indicando que estava demasiado frágil, o que pode causar uma potencial fuga radioactiva.

“O Governo deve anunciar planos de emergência para incidentes nucleares, incluindo descontaminação, segurança alimentar, entre outros” SCOTT CHIANG ANMw

Engenheiros franceses disseram ao FactWire que a unidade 1 da central foi submetida a um grande número de testes e que, na melhor das hipóteses, só poderia entrar em funcionamento em 2018. Alertaram ainda que as autoridades chinesas têm vindo a pressionar para acelerar a construção. Gao Ligang, CEO da CGN Power, negou-o, em declarações reproduzidas esta semana pelo South China Morning Post, afirmando que o recipiente de pressão dos reatores vai ao encontro de todos os padrões de tecnologia e segurança e que o progresso da construção tem estado sob apertado escrutínio por parte da China. LUSA/HM

Corpo de Bombeiros indicou que recebeu mais de 1900 pedidos de urgência de casos que não eram graves, exemplificando que alguns desses pedidos eram de residentes com dores de dentes, que tinham sido vítimas de pequenos cortes ou que apenas não queriam comer. Segundo o Jornal Ou Mun, David Tsang, chefe dos Bombeiros, indicou que o serviço de urgência teve mais de quarenta mil operações de socorro só no ano de 2015. Metade destas, diz, foram direccionadas ao Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ). Mas 1900 dos pedidos foram considerados sem fundamento pelos Serviços de Saúde (SS). Este tipo de ocorrência não tem vindo a melhorar. É que segundo explica David Tsang, no primeiro trimestre do presente deste ano já foram detectados 272 casos em que não havia urgência. Os serviços acreditam que isto acontece porque os residentes consideram que o serviços de urgência dos Bombeiros são uma boa forma de serem transportados para o hospital. Há ainda, dizem, residentes que acreditam que se derem entrada no hospital pelos Bombeiros não vão ter de esperar no serviços de urgência do São Januário. David Tsang alerta a população para que não abuse deste serviço por parte dos residentes. É preciso, diz, garantir que este serviço esteja disponível apenas para casos de verdadeira emergência. O responsável sugere ainda que este assunto seja mencionado nas escolas e associações garantindo o bom uso do serviço. T.C. (revisto por F.A.)

SEMINÁRIOS DE CONTROLO DE MULTIDÕES NA RAEM

Nos últimos dois dias, Macau foi palco de seminários sobre “Estratégias de Resposta e Planeamento de Operações perante Grande Concentração de Massas”, no auditório da Escola Superior das Forças de Segurança. Tal como noutra ocasiões, Wong Sio Chak, Secretário para a Segurança, defendeu que, dado o rápido desenvolvimento da indústria turística de Macau, as grandes concentrações de massas e os acontecimentos colectivos têm vindo a ser cada vez mais frequentes e complexos, pelo que a gestão e indução eficaz do fluxo de pessoas e a resolução e extinção atempada das agressões à estabilidade social provocadas deste tipo de ocorrências são as tarefas prioritárias para manter a ordem social. Numa cooperação com órgãos de segurança pública e dos Institutos do Interior da China da Polícia de Hong Kong foram debatidos, durante os dois dias, temas diversos sobre a concentração de multidões.


8 SOCIEDADE

hoje macau quinta-feira 2.6.2016

Sands PROCESSO DE JACOBS CONTRA ADELSON CHEGA AO FIM

Era uma vez em Macau Pode ascender até aos 782 milhões de patacas o pagamento que Sheldon Adelson fará a Steve Jacobs. O dinheiro fez os dois homens chegar a um acordo no processo que interpunha o ex-director-executivo da Sands China ao magnata do jogo e que envolvia acusações de corrupção, crime organizado e influência junto de Pequim

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HEGOU ao fim o caso que opunha Steve Jacobs a Sheldon Adelson num tribunal do Nevado com o antigo director-executivo da Sands China a chegar a acordo com o magnata. O

caso, que teve acusações graves da parte de Jacobs, arrastava-se há anos. A notícia foi ontem divulgada pela própria empresa, em comunicado enviado à Bolsa de Hong Kong. Apesar de não serem conhecidos os detalhes PUB

HM • 1ª VEZ • 2-6-16

ANÚNCIO AUTOS DE INTERDIÇÃO CV3-16-0023-CPE 3º Juízo Cível REQUERENTE: O MINISTÉRIO PÚBLICO.-----------------------REQUERIDA: WONG CHU WAI, feminino, residente em Macau na Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau “Casa, Luz da Estrela” sito em Seak Pai Wan, Edifício Koi Nga, 1º e 2º Bloco, r/c, em Coloane.---------------------------------------------------------------------***** FAZ-SE SABER que, foi distribuída neste Tribunal, em 26 de Abril de 2016, uma Acção de Interdição, com o número acima indicado, em que é Requerida, WONG CHU WAI, feminino, residente em Macau na Associação dos Familiares Encarregados dos Deficientes Mentais de Macau “Casa, Luz da Estrela” sito em Seak Pai Wan, Edifício Koi Nga, 1º e 2º Bloco, r/c, em Coloane, para efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.--------------------------------Macau, 23 de Maio de 2016.

Sheldon Adelson

do acordo, o Wall Street Journal avança que a Las Vegas Sands concordou pagar a Jacobs, que dirigia as operações da empresa em Macau, entre 75 a cem milhões de dólares americanos (cerca de 782 milhões de patacas). “A 31 de Maio, as partes chegaram a um acordo razoável e confidencial, que levou o senhor Jacobs a desistir de todas as queixas no Estado do Nevada contra a Las Vegas Sands, a sua subsidiária Venetian Macau e Sheldon Adelson”, pode ler-se no comunicado da empresa.

LABIRINTO DE ACUSAÇÕES

O caso começou em 2010, quando Steve Jacobs alegou ter sido despedido sem justa causa do cargo que desempenhava por se ter “recusado” a obedecer a ordens de Adelson e por ter tentado “acabar com actividades ilícitas” nos casinos do território, como ligações a tríades e prostituição, o que levou a um processo por difamação contra o ex-director que acabou por não ser aceite em tribunal. Jacobs dizia ainda que o magnata do jogo tentou que ele descobrisse aspectos

negativos sobre governantes de Macau, de forma a que estes pudessem ser influenciados face a licenças de operação de casinos. O nome de Leonel Alves, advogado e deputado do território, chegou a aparecer envolvido no processo, depois de Jacobs ter dito que o seu despedimento se deveu também ao facto deste ter tentado impedir “pagamentos avultados” a Alves, que Jacobs acusava de ter sido pago para exercer influência junto das autoridades de Pequim para a obtenção de uma licença de jogo. Acusações negadas por Leonel Alves. As alegações de Jacobs, onde se destaca também corrupção, fizeram com que a Securities and Exchange Commission, reguladora dos EUA, tivesse investigado a empresa, por violação no estrangeiro da lei anti-corrupção do país. Adelson também resolveu essa questão – cujas alegações passavam por “falta de controlo nas contas da empresa desde 2006” – recorrendo ao pagamento de mais de nove milhões de dólares. Joana Freitas

joana.Freitas@hojemacau.com.mo

A subir como os aviões Aeroporto com aumento nas receitas e no número de passageiros

A

CAM — Sociedade do Aeroporto arrecadou 1,22 mil milhões de patacas em receitas o ano passado, mais 16,6% face a 2014, e lucros líquidos de 153 milhões de patacas. Só o aeroporto conseguiu lucros brutos de 4,39 mil milhões, num balanço que a empresa traça de positivo. “O objectivo estratégico foi a inovação orientada para o crescimento e expansão de mercado, sendo que o tráfego aéreo no aeroporto continuou a apresentar uma tendência de crescimento face ao ano anterior, superando a meta estabelecida”, pode ler-se no relatório anual da empresa, publicado ontem em Boletim Oficial. Pelo aeroporto de Macau passaram mais de 5,83 milhões de passageiros no ano passado, mais 6,4% em relação ao ano anterior, e mais de 55 mil voos (mais 6%).ACAM fala de um “recorde histórico” no número de pessoas que se movimentaram no aeroporto, devido aos números representarem “dez vezes mais do que a população residente” no território. Durante 2015, nove companhias aéreas inicia-

ram operações, colocando à disposição oito novos destinos. Agora, a RAEM conta com 30 companhias a operar 44 voos domésticos e internacionais. Para 2016, o objectivo da CAM é atingir um maior volume de tráfego aéreo aproximadamente seis milhões de passageiros. Para isso, a empresa diz que vai procurar formas de levar a cabo a prometida expansão do aeroporto para norte, “dando-se continuidade ao plano de aumento da capacidade”. Desde 1995 que mais de 79 milhões de passageiros e 770 mil voos passaram pelo aeroporto. A aposta nas companhias de baixo custo é uma das medidas que a CAM vê como positiva para o desenvolvimento do aeroporto. J.F.

MAIO DE QUEBRA NOS CASINOS

Os casinos fecharam Maio com receitas de 18.389 milhões de patacas, uma queda de 9,6% face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. Segundo a Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), em termos acumulados, os casinos registaram, nos primeiros cinco meses do ano, receitas de 91.906 milhões de patacas, menos 11,9%. Maio marca o 24.º mês consecutivo de quedas homólogas das receitas dos casinos, mas apresenta ainda o terceiro melhor desempenho mensal em termos da receita arrecadada do ano – a seguir a Janeiro e a Fevereiro (o melhor). Em termos percentuais, foi a terceira menor queda, depois das registadas em Janeiro (-21,4%) e em Março (-16,3%). Macau contava no final de Março com 6087 mesas de jogo e 14.297 slot-machines, distribuídas por um universo de 36 casinos.


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Tabaco FUMADORES DIMINUÍRAM PARA 15% DO TOTAL DA POPULAÇÃO

Consequências legais

A queda de 2% em quatro anos no número de fumadores em Macau deve-se à nova lei anti-tabaco, dizem os Serviços de Saúde. Cerca de 15% da população ainda fuma, sendo a maioria homens. Muitos já tentaram desistir

O

S fumadores representavam 15% da população de Macau com 15 ou mais anos de idade no ano passado, menos 1,9% do que no final de 2011, véspera da entrada em vigor da legislação anti-tabaco. Segundo os dados de um estudo dos Serviços

A

Canais de Televisão Básicos de Macau, S. A. teve de pedir ajuda aos anteneiros para conseguir instalar televisão em edifícios baixos, mas conseguiu, durante 2015, substituir cabos aéreos em mais de 80 mil casas. A empresa – criada para a prestação de serviços de recepção de tv – assegura ter instalado cabos televisivos subterrâneos “em todo o território”, incluindo nos bairros antigos.

de Saúde, ontem divulgados, a taxa de fumadores entre a população com pelo menos 15 anos era de 16,9% em 2011 e foi decrescendo progressivamente, até se situar nos 15% no final de 2015. A grande discrepância entre géneros mantém-se: 6,8% dos homens são fuma-

dores, enquanto esta taxa é de 3,7% entre as mulheres. No entanto, os homens que fumam diminuíram de 31,4% em 2011 para 26,8% no ano passado, enquanto nas mulheres a diferença é quase nula (de 3,8 para 3,7%). É na faixa etária entre os 45 e os 54 anos que há mais

Um ano a fio

Canais de Televisão Básicos substituem cabos em 80 mil fracções

“Para a recepção de sinal televisivo em aglomerados de edifícios baixos foi necessário recorrer aos fornecedores de serviço de antena comum, para empreitadas de instalação de cabos e dispositivos de ligação para a distribuição dos sinais provenientes da rede subterrânea de fibra óptica. Nestes aglomera-

dos de edifícios baixos, em que não tinha disponível o fornecimento de energia eléctrica, foi necessário recorrer à instalação eléctrica adicional e de equipamentos electromecânicos para a instalação de conversores e amplificadores de sinais”, explica a empresa – administrada pelo Governo, TDM e

homens fumadores (37,2%). Já entre as mulheres, há mais fumadores no grupo entre os 25 e os 24 anos de idade (6,5%). Os SS revelaram que 27,7% dos fumadores com mais de quinze anos já tentou deixar o tabaco. “A taxa de cessação tabágica pelos fumadores

Correios – no relatório anual de 2015, ontem publicado em Boletim Oficial. Um dos trabalhos de que a Canais de Televisão Básicos está encarregue é de substituir todos os cabos aéreos nas ruas, algo que assegura ser um trabalho contínuo. “A [empresa] iniciou obras de substituição de cabos aéreos em mais de 80 mil fracções. Em 2016, foi definido no plano de trabalhos a prioridade da ligação

ocasionais é mais alta do que os fumadores diários e representam 40% e 26,2% respectivamente”, lê-se no comunicado, onde as autoridades atribuem a diminuição da população fumadora à aplicação da legislação que, desde 1 de Janeiro de 2012, proíbe o fumo em espaços públicos fechados.

PASSO A PASSO

A Lei da Prevenção e Controlo do Tabagismo tem vindo a ser aplicada de forma gradual, começando por visar a generalidade dos espaços. Os casinos passaram a ser abrangidos em Janeiro de 2013, mas apenas parcialmente, já que as seis operadoras de jogo foram autorizadas a criar zonas específicas para fumadores, que não podiam ser superiores a 50% do

do sinal televisivo a complexos habitacionais de larga escala e a substituição de cabos aéreos em agrupamentos de edifícios baixos, localizados em bairros históricos e antigos da cidade, para o fornecimento de sinais televisivos básicos a todos os residentes destas zonas”, indica ainda. As receitas da Canais Básicos ascenderam aos 2,6 milhões de patacas. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

SOCIEDADE

27,7% dos fumadores com mais de quinze anos já tentou deixar o tabaco

total da área destinada ao público. Contudo, em Outubro de 2014, “as zonas para fumadores” foram substituídas por salas de fumo fechadas, com sistema de pressão negativa e de ventilação independente, passando a ser proibido fumar nas zonas de jogo de massas dos casinos e permitido apenas em algumas áreas das zonas de jogo VIP. Actualmente, encontra-se em análise uma alteração ao Regime de Prevenção e Controlo de Tabagismo no sentido de proibir totalmente o fumo nos casinos. LUSA/HM

BOMBEIRO DETIDO POR ALEGADO USO DE DROGA Um membro das Forças de Segurança foi detido no hospital pela Polícia de Segurança Pública (PSP) por suspeitas de uso de droga. O homem é bombeiro e nega as acusações. Segundo o Jornal Ou Mun, o bombeiro, de apelido Leong e com 28 anos, foi mandado para o Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) por estar alcoolizado no último sábado. O hospital fez um teste que deu positivo para o uso de metanfetaminas, o que levou os médicos a chamar a polícia. Durante a investigação da PSP, diz a autoridade, Leong estava “excessivamente animado” e teve de ser amarrado pelos funcionários do hospital até ao final da tarde, quando foi levado para as instalações da PSP. Aí o homem admitiu que se encontrou com amigos num bar onde ingeriu álcool, mas recusa ter tomado qualquer tipo de droga.


10 ENTREVISTA

NUNO GONÇALVES

“Queremos sempre o espectác A abertura da digressão da banda portuguesa The Gift já conta com sala esgotada em Macau no concerto que tem lugar hoje no Centro Cultural. Nuno Gonçalves, fundador e músico da banda, está radiante, não só com este espectáculo que representa a abertura das comemorações dos 20 anos de carreira, como pelo disco - ainda sem nome - que aí vem e que contou com a produção de Brian Eno

Esta digressão, iniciada hoje, marca os 20 anos de vida dos The Gift. Como é que nasceu e tem sido esta aventura? A banda nasceu como qualquer banda nasce. Pelo menos tenho esperança que hoje as bandas ainda nasçam dessa forma. Amigos de escola com amor pela música, com uma vontade própria da idade em fazer coisas. Depois pelo facto de virmos de uma cidade pequenina, como é o caso de Alcobaça, e por isso não termos tanto acesso à cultura como nos grandes centros urbanos, o que criava em nós uma motivação extra. Foi assim que começámos, num sótão pequenino em Alcobaça. De 1994 até hoje é uma história com muito trabalho em que fazemos os discos das nossas vidas e investimos muito tempo e dinheiro nas digressões. Queremos sempre apresentar um espectáculo diferente e o melhor possível, como se fosse o último.

SOFIA MOTA

MÚSICO DA BANDA PORTUGUESA THE GIFT

Algumas dificuldades quando se foram profissionalizando? No início ainda estudávamos. A música era um hobby, apesar de ser um hobby que nos roubava muito tempo. A profissionalização da banda só se dá entre 1998 e 2000. Sentimos algumas dificuldades associadas ao facto de sermos uma banda de fora dos grandes centros urbanos, que cantava em Inglês, com um estilo não muito definido. Não éramos Fado, não éramos o Pop da época, éramos diferentes dos Santos e Pecadores ou dos Delfins.... Mantêm hoje essa diferença? Acho que sim. Ao fim destes anos todos, e também pela presença e voz da Sónia e pela maneira como faço as músicas, acabamos por ter a nossa identidade e acho que essa também é uma das mais valias da banda. A entrada da Sónia inicialmente não era prevista... Não imaginava uma voz feminina, mas a partir do momento em que a Sónia cantou, fiquei rendido. É um dado curioso. Imaginava sempre a banda, o que também terá a ver com a adolescência, como uma coisa muito de rapazes.

de não ter expectativas em muita coisa. Tentamos sempre fazer o nosso melhor e se corre bem, ainda bem. Lembro-me que estava cheio e que esgotámos os CDs todos que tínhamos trazido para venda. Divertimo-nos imenso. O público era também muito heterogéneo, dos oito aos 88 anos.

Não é a primeira vez que está em Macau. Como foi em 2000? Foi óptimo. Recordo-me desse ano em que andávamos com 12 músicos em palco. Vínhamos de Hannover e depois seguíamos para Paris. Foi uma época muito produtiva da banda. Foi um espectáculo muito engraçado porque na altura não vínhamos com muitas expectativas. Acho também que uma das grandes vantagens da banda é essa

“Existe uma autoestrada com via verde aberta para o Fado na ‘worldmusic’, que não existe no Pop. O caminho é mais difícil”

Esta abertura de digressão em Macau foi por acaso ou planeada? Sabíamos que à partida seria mais ou menos por esta altura. Há uma lacuna de espectáculos normalmente entre Janeiro e Maio, apesar de nós, e por gostarmos de tocar em teatros, fazermos muitas vezes nesta altura os nossos concertos também. Aqui calhou e ficámos muito lisonjeados com isso. Por um lado vamos ter tempo para trabalhar e por outro vamo-nos divertir imenso porque vamos trabalhar para um público que à partida não está conquistado e isso é óptimo. O que esperam deste espectáculo hoje? Disseram-me que estava esgotado. Vamos fazer o nosso melhor e acho que as pessoas vão gostar muito.

Como é que é levar a música que se faz em Portugal ao mundo, visto os The Gift também já terem esse papel? Acho que levar a música portuguesa ao mundo já se faz há muitos anos e mais especificamente no Fado. No nosso caso, é um bocadinho diferente, tentamos levar outra música. Na minha opinião é uma música mais identificativa do Portugal moderno do que propriamente duas guitarras e um xaile preto. Acho que Portugal tem bastante mais cor e é bastante mais luminoso do que isso. Nesse sentido, e o facto de ser também diferente, faz com que seja também mais difícil. Ainda não há estradas traçadas por uns Heróis do Mar, ou por uns GNR. Infelizmente essas grande bandas portuguesas e muito


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ENTREVISTA

culo como se fosse o último” acabou por conhecer o Fernando e tiveram um filho, a minha filha nasceu nessa altura, etc. Foi uma época muito luminosa, divertimo-nos muito porque não havia a pressão de carreira e sabíamos que era um projecto que tinha um início e um fim. A música que se faz em Portugal está boa e recomenda-se? Sim, acho que sim e acho que sempre esteve. Não sou daquelas pessoas críticas em relação à música portuguesa. Quando começámos, por exemplo, existia um concurso de música moderna alternativa na nossa cidade de Alcobaça. Sem querer e sem se falar muito nisso nós tínhamos à porta uma pequena “Factory” do Andy Warhol naquele espaço todas as semanas. Nunca achei que a música portuguesa era de má qualidade. O que se fala muitas vezes é que não há oportunidades, que as rádios não passam esse tipo de bandas, etc. Nós não temos razão de queixa da rádio. Continuamos a perceber que é na rádio que se fazem os grandes sucessos e é de lá que saem os hits. Se a rádio está boa? Não considero. Acho que está muito má. Acho que há uma incoerência tremenda nas playlists. Não há uma linha condutora.

“Temos um disco de sonho para lançar que rompe com barreiras dos The Gift e que constrói, para mim, as nossas melhores canções de sempre” identificativas da nossa geração não conseguiram passar além fronteiras. Ao contrário de nomes como a Amália Rodrigues, Mariza, Dulce Pontes ou Madredeus. Existe uma auto-estrada com via verde aberta para o Fado na ‘worldmusic’, que não existe no Pop. O caminho é mais

difícil. Nós, por exemplo, temos mercados em que estamos mais solidificados, como o de Espanha. Isso será também pela proximidade geográfica e por isso acaba por nos permitir abrir a nossa própria estrada. Por exemplo em Madrid já tocámos para 1700 pessoas. Já temos também uma presença forte nos média. Por outro lado já não temos a mesma projecção nos média de Portugal, o que pode significar que é um caminho já traçado, em que não somos mais a coqueluche da música portuguesa. Mas existe em Espanha um crescer de interesse ao ponto de virem a Portugal ver espectáculos nossos. No Brasil também temos tido destaque bem como nos Estados Unidos, onde com maior ou menor frequência, também vamos.

Relativamente à estrada aberta do Fado. Os The Gift também já tiveram um projecto associado a ele. Como correu? É um projecto ligado ao Fado porque cantamos poemas de temas de Fado, mas que por si não o era. E só assim eu o poderia fazer. Não sou de todo amante do género, tal como não sou amante de Heavy Metal e convidei o Fernando Ribeiro dos Moonspell para fazer parte do projecto. E como foi abordar essa coisa pela qual não se tem um gosto especial? O facto de não gostar do estilo não é porque não ache que a Mariza, a Carminho ou a Ana Moura não tenham um talento tremendo. O mesmo se aplica aos novos compositores. Tem a ver com o xaile negro e toda

aquela penumbra e melancolia que eu também tenho na minha música, mas gostava de ver mais cor nas coisas. O projecto da Amália Rodrigues foi pedido pela Paula Homem. No início disse imediatamente que não, mas depois ela disse-me que queria que fosse um projecto sem Fado e aí já entendi melhor e aceitei. Foi um grande sucesso e muito divertido para nós. Criámos laços que ficaram para a história, a Sónia por exemplo

“Não sou daquelas pessoas críticas em relação à música portuguesa”

O que é que aí vem? Vamos lançar um novo disco que já está feito. Se não for no final deste ano será para o ano. Tivemos a sorte de realizar este projecto de sonho produzido pelo melhor produtor do mundo que é o Brian Eno, misturado pelo não menos conhecido Flood, e é uma história de sonho. Aprendemos imenso. Foi tremendo. Foram dois anos de trabalho que chegaram agora ao fim. Temos um disco de sonho para lançar que rompe com barreiras dos The Gift e que constrói, para mim, as nossas melhores canções de sempre. Acho que ao final de 20 anos conseguirmos este projecto com o Brian Eno foi a cereja no topo do bolo e pode ser o início de uma nova etapa muito importante dos The Gift. Como foi trabalho com esse “monstro” que é o Brian Eno? Foi a melhor experiência que podíamos ter, quer profissional, quer enquanto relação. Um ser humano extraordinário. Tem também uma maneira muito interessante de conduzir as pessoas e os músicos. Eu nem tenho muitas palavras. Tudo poderá ser hipérbole. Quando falo do trabalho com ele é tudo muito grande e muito bom. Sofia Mota

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12 EVENTOS

USJ VESTIDOS DE NOIVA TRADICIONAIS EM PALESTRA

O traje de casamento na história de Macau é o tema da palestra que tem lugar a 6 de Junho pelas 18h30 na Universidade de S. José. Organizada pela faculdade de Indústrias Criativas deste estabelecimento, a iniciativa é moderada por João Cordeiro e proferida por Ana Cardoso, estilista. A actividade pretende dar a conhecer aos interessados a primeira fase da investigação da estilista, que aborda as influências da moda tradicional no encontro cultural entre a Europa e a Ásia. Nascida em Macau, Ana Cardoso é detentora da marca própria “Anna Noir” e está actualmente a desenvolver os estudos de doutoramento sob o tema “A indústria da moda em Macau no séc. XX - uma perspectiva global nos estudos da troca cultural entre a Ásia e a Europa.” A entrada é livre.

DESIGN INICIATIVA “THIS IS MY STREET” ARRANCA AMANHÃ

PASSA NA MINHA RUA

Arranca amanhã no Centro de Design de Macau a actividade “This Is My Street”, que dá o pontapé de saída para um conjunto de iniciativas de olhos postos no cruzamento, integração e comunicação entre o design e a comunidade

BUDISMO NA CHINA EM ANÁLISE

A aculturação do Budismo na China é tema do fórum a realizar no Instituto Ricci de Macau por Christian Cochini, a 20 de Junho pelas 19h30. Tendo como premissa o revitalizar do Budismo no Império do Meio, serão abordados o papel histórico dos imperadores na divulgação do mesmo no continente. Actualmente é notória a sua vitalidade ancestral e dinamismo emergente, adianta a organização. O orador, doutorado em Teologia pelo Instituto Católico de Paris, teve a sua carreira com passagem por Taiwan onde estudou Chinês. Reside agora neste país e trabalha essencialmente sobre os diálogos inter-religiosos com as comunidades budistas chinesas. O evento tem entrada livre sendo que os lugares limitados são distribuídos a quem primeiro chegar.

“DIVA NATA” EM MACAU PARA MAIS UM ESPECTÁCULO “A-Lin Sonar World Tour 2016” é a digressão que vai passar por Macau num espectáculo no Cotai Arena do Venetian, a 6 de Agosto, protagonizado pela cantora de Taiwan. Depois de uma passagem pelo mesmo espaço em 2012 e dada a procura do pública pelo seu retorno, A-Ling regressa à RAEM para mais um espectáculo classificado pela organização como “espectacular”. Depois de lançar o seu álbum de estreia em 2006, o percurso para ser considerada uma das vozes mais ponderosas vindas de Taiwan foi de imediato apelidada de “Diva nata” pela indústria do MandPop. A sua carreira teve um novo pico aquando da sua participação no “reality show” chinês “I am a singer” com o qual acumulou fãs no continente. Depois da China e América do Norte é a vez de Macau, sendo que os bilhetes já estão à venda com preços entre as 280 e as 1280 patacas.

A

PROXIMAR e envolver a comunidade local dos designers e do seu trabalho é o mote para o “This Is My Street”, iniciativa que arranca amanhã no Centro de Design de Macau, pelas 15h00, com uma palestra explicativa. Com o intuito de dar a conhecer o projecto, foram convidados de Hong Kong Freeman Lau e Kurt Chan que lideraram uma acção idêntica na área de Kai Tak, onde se situava o antigo aeroporto da cidade vizinha. Manuel Correia da Silva, co-fundador da Lines Lab e vice-presidente da direcção da Associação de Designers de Macau, adianta ao HM que a partir desta experiência a ideia é conseguir também na RAEM uma aproximação entre o trabalho dos desig-

ners em prol da comunidade e com o envolvimento desta. “This Is My Street” tem como coração a área circundante do Centro de Design de Macau, sendo considerada pelo responsável como “marginal”. Situada na zona norte da península, tem uma forte componente residencial e alberga ainda antigas zonas industriais, concretizando-se como um espaço mais “à mão” e com necessidades inerentes. Manuel Correia da Silva adianta que apesar de, por si só, não ser um projecto de intervenção urbana, pode acontecer que no decorrer do processo aconteçam acções de intervenção no espaço. A ideia é dar a conhecer aos vizinhos de bairro o papel do designer na comunidade que integra e com isso é intenção convi-

dar cidadãos das redondezas para um diálogo.

PROCURA DE IDENTIDADE

Aescolha dos membros da comunidade será efectuada com a observação dos habitantes e frequentadores assíduos da vizinhança, representando a sua identidade. As entrevistas entre habitantes e designers tem início marcado para a semana que vem e tanto nelas, como no decorrer de todo o processo, “o objectivo é cruzar dois eixos, um que aborda o olhar dos designers sobre as necessidades que sentem no bairro sendo que consideram possuir competências para melhorar a situação e um outro que é o lado da rua, dos que lá moram e dela fazem parte e que em si representem a sua identidade”. O registo da iniciativa pretende ser a produção de

um filme documentário de cerca de dez minutos a ser apresentado no final de todo o processo e que documente todo o percurso. Manuel Correia da Silva salienta ainda que “o que interessa nesta estreia é a promoção deste tipo de relações, sendo que mais importante agora é o processo e não o resultado”. Apesar de por agora ainda não existir feedback por parte da comunidade, serve o seminário de amanhã para dar a conhecer o que aí vem. Manuel Correia da Silva há dez anos que leva a bom porto o festival “This Is My City”, que o mesmo considera “uma visão mais macro” da actual iniciativa” sendo que “acabam também por ser todos subprodutos da mesma ideia com elementos em comum”. O mote é sempre o discutir e pensar a cidade.

Festa total

Dia da Música dá mote a concurso no YouTube

T

ENDO na mira a criação de uma plataforma para músicos profissionais e amadores, o Instituto Cultural (IC) abriu ontem as inscrições para as actividades do “Dia Mundial da Música —Música no YouTube (300 segundos) “.

Segundo a organização, a iniciativa tem como objectivo a partilha gratuita de trabalhos de modo a promover o espírito da música. O convite à participação é para todos os músicos locais dando a oportunidade de ganhar prémios através


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EVENTOS

HOJE NA CHÁVENA Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Maca Nome botânico: Lepidium meyenii Walpers Sinonímia científica: Lepidium peruvianum G. Chacón Família: Brassicaceae (Cruciferae). Nomes populares: GINSENG-DOSANDES; GINSENG-PERUANO; MACA-MACA; MACCA. Originária dos Andes, a Maca cresce selvagem nos planaltos acima de 3.500 metros de altitude onde poucas plantas sobrevivem. O Sol intenso, os ventos tempestuosos e o frio são condições inóspitas às quais se adaptou e são, provavelmente, a razão pela qual armazena tantas substâncias nutritivas e com acção estimulante da imunidade. É utilizada há mais de 2000 anos pelas populações andinas como alimento pelo seu elevado valor nutricional e, também, pelos seus numerosos benefícios para a saúde. Os Incas reservavam o seu consumo à realeza, pelas suas propriedades afrodisíacas, e também aos soldados a quem aumentava a energia, força, resistência e coragem nas batalhas. Actualmente a Maca é usada em fitoterapia – as raízes napiformes –, sendo também considerada um superalimento. Composição Glucosinolatos e isotiocianatos, flavonóides (quercetina), antocianinas, taninos, saponinas esteróides, fitosteróis (beta-sitosterol, campesterol), alcamidas (macamidas e macaenos), alcalóides (macaridina) e óleo essencial (apiol); contém ainda proteínas fornecendo vários aminoácidos essenciais, vitaminas (B1, B2, C, K), sais minerais (cálcio, cobre, ferro, magnésio, potássio, silício, zinco), hidratos de carbono, ácidos gordos e fibras.

do carregamento das suas interpretações musicais no YouTube. Os uploads podem ter uma duração máxima de cinco minutos após os quais é requerida a inscrição aos interessados em participar na iniciativa. Os três vídeos com mais visualizações recebem o “Prémio de Maior Popularidade”, enquanto que a organização e um painel de músicos veteranos locais seleccionam os

vencedores do “Vídeo Mais Criativo e Divertido”, do “ Vídeo Mais Emotivo e Radiante” e do “Prémio Força Música”, com base em critérios da criatividade e de excelência. Com origem em Paris, o “Dia Mundial da Música” foi criado em 1982 pelo músico americano Joel Cohen que trabalhava na altura como DJ para uma rádio. Segundo a organização, Cohen propôs a realização de um festival

de música anual no dia 21 de Junho na esperança de levar os músicos a apresentarem espectáculos gratuitos ao público, sob o lema “música em todo o lado e concerto em lado nenhum”. Esta actividade tem vindo gradualmente a transformar-se num evento icónico. O prazo de upload e inscrição termina a 17 de Junho e a cerimónia de entrega de prémios é realizada a 19 do mesmo mês.

Acção terapêutica Excelente planta adaptogénica, a Maca é um tónico e revigorante do organismo, aumentando a sua capacidade de resistência ao stress e à doença. Neste contexto, activa o metabolismo celular, incrementando os níveis de energia física e mental, promove a concentração, a memória e a agilidade mental, melhora o humor, aumenta a força física, combate a fadiga e favorece a capacidade de recuperação; tem igualmente actividade estimulante do sistema imunológico, antioxidante, anti-inflamatória e anticancerígena, antiviral e antifúngica. É de eleição em situações de stress, nervosismo, depressão, síndrome da fadiga crónica, astenia, cansaço, debilidade, convalescença, anemia, desnutrição e como estimulante das defesas. Os desportistas tomam-na para aumentar a massa muscular e potenciar o desempenho. Notável é também a acção desta erva

sobre o sistema hormonal, sendo uma das mais válidas plantas para o regular, equilibrar e tonificar. Com efeitos afrodisíacos comprovados, a Maca é um tónico e revitalizante da actividade sexual, tanto em homens como em mulheres. Além de melhorar a líbido, promove a fertilidade estimulando a espermatogénese (aumenta o volume seminal, o número de espermatozóides por ejaculação e a motilidade espermática e diminui o número de formas anómalas). Assim, esta erva tem indicação no tratamento das disfunções sexuais, como a diminuição da líbido, transtornos da erecção ou ejaculação, e da infertilidade masculina. Possivelmente devido a uma acção hormonal, a Maca actua igualmente em casos de alopécia. Outras propriedades Como regulador hormonal, a Maca pode também ser usada na ausência de menstruação (amenorreia), cólicas menstruais (dismenorreia), síndrome pré-menstrual e menopausa. Sem os efeitos secundários do tratamento hormonal de substituição, a Maca alivia os afrontamentos e suores nocturnos, melhora o estado de ânimo, reduz a fadiga, aumenta a líbido, combate o ressecamento da pele e diminui os níveis de colesterol no sangue; além disso, pelo conteúdo em cálcio, magnésio e silício pode contribuir para melhorar a densidade óssea, prevenindo ou controlando a osteoporose. Como tomar Uso interno: Em ampolas, gotas, cápsulas e comprimidos, em simples ou em fórmulas para aumentar o rendimento físico e intelectual, combater o stress, melhorar o desempenho sexual e atenuar os sintomas da menopausa. A raiz seca e reduzida a pó participa em receitas típicas como a guacamaca (acompanhamento para saladas ou para barrar o pão) e a mazamorra (doce típico do Peru). A raiz fermentada produz uma cerveja suave, a chicha de Maca. Além da raiz, as folhas também são comestíveis, sendo ingeridas cruas em saladas ou cozinhadas como qualquer outra verdura. Precauções Por precaução, a Maca não deve ser usada em hipertensos e durante a gravidez (o apiol pode provocar contracções uterinas). Devido ao conteúdo em vitamina K, pode interagir com anticoagulantes (varfarina). Não são conhecidos efeitos secundários nem toxicidade. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.


14 CHINA

hoje macau quinta-feira 2.6.2016

Ritmo acelerado

Preço da habitação nova avança a alta velocidade

O

preço da habitação nova na China aumentou em Maio ao ritmo mais rápido dos últimos dois anos, segundo uma pesquisa privada, ilustrando a recuperação de um sector crucial para a segunda maior economia mundial. Após servir como um dos principais motores do trepidante crescimento económico da China nas últimas décadas, o sector imobiliário estagnou, a partir da segunda metade de 2014. Nos últimos meses, Pequim adoptou várias medidas para dinamizar o sector, incluindo a redução da taxa de juro para estimular o crédito bancário, a diminuição dos impostos sobre as transacções de imobiliário e a redução do pagamento inicial na compra de uma casa. De acordo com a unidade de pesquisa China Index Academy (CIA), o preço de apartamentos novos nas 100 principais cidades chinesas avançou 1,7%, face a Abril, e 10,34%, face a Maio de 2015.

BANCO ASIÁTICO DE INVESTIMENTO TERÁ 100 PAÍSES MEMBROS

Finanças ao alto

O

Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), a primeira instituição financeira internacional proposta pela China, vai alargar o número de países membros de 57 para cerca de 100, anunciou ontem o presidente Jin Liqun. Em declarações ao jornal oficial China Daily, Jin disse que 30 países aguardam a adesão ao BAII e mais 20 indicaram já uma “intenção firme” de fazer parte da instituição. Caso se concretize, o BAII ultrapassa assim o Banco Asiático de Desenvolvimento, criado pelo Japão em 1966, e que conta com 67 membros, 19 dos quais exteriores à região da Ásia-Pacífico. Com uma participação de cerca de 13 milhões de dólares, Portugal é um dos 57 países fundadores do BAII, que no conjunto integra 14 países da União Europeia. O Brasil é o nono maior accionista, com uma quota de 3.181 milhões de dólares e o único membro em todo continente americano.

Proposto pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, aquela entidade é vista como uma reacção do Governo chinês ao que considera o domínio norte-americano e europeu em instituições globais como o Fundo Monetário Internacional e o Banco Mundial.

GIGANTES DE FORA

Entre as grandes economias do planeta, apenas Estados Unidos da América e Japão não fazem parte, mas Jin frisou que “a porta continua aberta”, acrescentando

Com sede em Pequim, o BAII tem um capital inicial de 100.000 milhões de dólares (30,34% pertence à China)

que as empresas daqueles países serão tratadas de forma “igual e justa”, destaca o China Daily. Segundo o antigo vice-ministro das Finanças da China, o banco irá anunciar a primeira rodada de projectos de infra-estruturas este mês, e a segunda e terceira no final deste ano. O BAII vai também estender o financiamento a países exteriores à Ásia com “fortes relações económicas” com o continente e, para além de infra-estruturas, irá também financiar projectos nos sectores educação, saúde e planeamento e gestão urbana. Com sede em Pequim, o BAII tem um capital inicial de 100.000 milhões de dólares (30,34% pertence à China) e é assumido como o principal instrumento de financiamento da iniciativa chinesa “Uma Faixa e Uma Rota”, um gigante plano de infra-estruturas, que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático.

Trata-se do maior aumento no espaço de 27 meses. Em média, o preço da habitação por metro quadrado no país fixou-se em 11.662 yuan. A economia chinesa, um dos principais motores de recuperação da economia global desde a crise financeira de 2008, cresceu 6,9 por cento no ano passado, o ritmo mais lento do último quarto de século. Em Março passado, o ministro da Habitação chinês, Chen Chenggao, admitiu existirem 739 milhões de metros quadrados em casas por vender no país. Chen assegurou, no entanto, que o mercado se mantém estável, face ao rápido êxodo rural. Quase 20 milhões de chineses, homens e mulheres, afluem anualmente às cidades, num processo de urbanização sem precedentes no mundo. Em 2011, pela primeira vez, a percentagem da população urbana da China excedeu os 50%, somando 690 milhões, e pelas previsões oficiais, mais 250 milhões deverão radicar-se nas cidades até ao final da próxima década.

CHINESES COMPRAM CADA VEZ MAIS ESPERMA NO MERCADO NEGRO

C

ASAIS chineses estão a recorrer cada vez mais ao circuito de venda ilegal de esperma, que é ejectado directamente na mulher, através do uso de uma seringa ou via relações sexuais, relata a imprensa local. Segundo o jornal oficial Global Times, os bancos de esperma do país não conseguem responder à crescente procura, devido à falta de doadores e pouca qualidade do sémen disponível. Num banco na província de Shaanxi, região oeste, por exemplo, apenas 100 em cada 1.000 candidatos a doadores passam nas análises preliminares, indicam dados recolhidos pela revista China Business View. Como resultado, os casais inférteis têm de esperar entre um e dois anos para obter esperma doado, escreve a publicação. E apesar dos incentivos financeiros - alguns hospitais oferecem até 5.000 yuan, mais de três vezes o salário mínimo em Pequim, por 40 mililitros de sémen - muitos doadores optam pelo mercado ‘negro’, onde não são sujeitos a análises clínicas e podem ter sexo grátis, explica o diário The Beijing News.

O portal www.juanjing.net é um dos vários que promove o encontro entre casais e doadores. Através daquela plataforma, homens - a maioria na casa dos 20 - exibem os seus atributos, como grau académico, profissão e até a longevidade dos avôs, visando provar a qualidade dos seus genes. O portal, no entanto, não garante a veracidade dos perfis nem exige qualquer tipo de certificação. A imprensa chinesa cita médicos e advogados, alertando para os riscos de contrair doenças e para questões éticas, mas diz não existir ainda uma regulação legal que impeça este tipo de transacção. Apesar da China ter já mais residentes em áreas urbanas do que rurais, a família continua a ser fundamental na sociedade chinesa, com o casamento e ter filhos a constituírem quase um dever. Um inquérito citado pela imprensa oficial revela, no entanto, que a percentagem de chineses inférteis aumentou de três por cento, em 1980, para 12,5% atualmente.


15 hoje macau quinta-feira 2.6.2016

A

ASSOCIAÇÃO QUER CIRCUITO DA GUIA COMO PATRIMÓNIO

Rodas na UNESCO APDCGM

recém-criada Associação para a Promoção do Desenvolvimento do Circuito da Guia de Macau (APDCGM) pretende que o Circuito da Guia, onde anualmente decorre a competição do Grande Prémio de Macau, seja candidato à classificação como património mundial pela UNESCO. “É um objectivo da nossa Associação e um sonho também”, disse ao HM José Luís Estorninho, presidente da direcção. “Temos junto ao circuito o Farol da Guia e outros monumentos e temos de os preservar. É um conjunto muito valioso para Macau. Estamos numa fase muito inicial mas está dentro do nosso programa e iremos abordar o mais depressa possível essa questão junto das autoridades”, referiu. Para além de Estorninho, Fernando Gomes será o vice-presidente da direcção, enquanto que João Manuel Ambrósio será o secretário da direcção. Já o arquitecto Carlos Marreiros irá presidir à assembleia-geral da Associação.

“As pessoas que vivem em Macau já há alguns anos sentem esse problema e os embaraços que o evento traz ao nosso dia-a-dia. Esperamos cooperar com

“Temos junto ao circuito o Farol da Guia e outros monumentos e temos de os preservar” JOSÉ LUÍS ESTORNINHO PRESIDENTE DA APDCGM

DA LOGÍSTICA

Mais do que a paixão pelo Grande Prémio de Macau, a APDCGM pretende chamar a atenção para os problemas logísticos causados pelo maior evento desportivo do território. José Luís Estorninho garantiu que um dos objectivos é dialogar com o Governo quanto à organização do Grande Prémio.

as autoridades e ajudar a resolver estas questões. As coisas resolvem-se com mais facilidade e é uma iniciativa que vai ao encontro daquilo que as pessoas querem

ver resolvido”, apontou o presidente da Associação. “É mais uma causa cívica para que a população esteja alerta às coisas que a todos nós cabe resolver e ter atenção.

O Grande Prémio é um evento de muita importância para Macau, que envolve muitas áreas, como o turismo e o trânsito. E tudo isso afecta a nossa vida e temos uma quota parte de responsabilidade no sentido de fazer chegar as nossas ideias e aspirações”, adiantou. Para José Luís Estorninho já fazia falta uma entidade representativa de um circuito automobilístico que anda nas bocas do mundo. “Em Macau temos associações em todas as áreas e porque não uma associação sobre o Circuito da Guia? Faz todo o sentido e achamos que merece ser representado por uma associação, ainda mais um circuito tão emblemático como o nosso. Há algum tempo que carecia de uma representação que pudesse cooperar com entidades públicas e privadas para a implementação de novas iniciativas.” Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Uma experiência diferente

UM ABRE INSTALAÇÕES DESPORTIVAS AO PÚBLICO

O

A

Rodolfo Ávila testou um sport-protótipo na Malásia

piloto português de Macau Rodolfo Ávila testou na passada terça-feira, no Circuito Internacional de Sepang, o sport-protótipo ADESS 03 LMP3 da equipa Infinity Race Engineering. Para Ávila esta foi uma experiência nova, ele que nos últimos anos tem competido em corridas de carros de Turismo e de Grande Turismo. Este sport-protótipo de cockpit fechado tem um motor Nissan Nismo V8, capaz de debitar 420 cavalos, e pesa 930 kg. “Foi um convite inesperado e de última hora quando estava em Chengdu na prova de Fórmula 4 China. Fico grato à Infinity Race Engineering Group e ao Vignesa Moorthy por

se terem lembrado de mim e me terem dado esta oportunidade”, disse Ávila ao HM. Sobre o teste em si, o piloto luso diz que foi uma experiência “realmente boa”. “Tudo era novo para mim mas eu adaptei-me rapidamente a um carro diferente de tudo o que tinha guiado até aqui”, acrescentou. Para além de Ávila, a Infinity Race Engineering testou no circuito malaio o australiano Jon Collins e o malaio Daniel Woodroof. Curiosamente, Ávila foi o primeiro piloto de nacionalidade portuguesa a alguma vez conduzir um carro da categoria LMP3 (Le Mans Prototype 3), classe que não corre nas 24 horas de Le Mans mas que é aceite e bem-vinda em

DESPORTO

campeonatos como o European Le Mans Series, Asian Le Mans Series e na Asian Le Mans Sprint Cup. “O motor não me impressionou, mas o carro tem bastante downforce e mais aderência do que eu esperava. Os tempos que consegui foram promissores e estou certo que poderíamos ser mais rápidos se tivéssemos tempo para trabalhar nas afinações, mas esse também não era o objectivo principal deste teste. Posso imaginar que correr com um carro destes deva ser bastante agradável”, explicou Ávila que esta temporada não tem um programa desportivo ainda definido. O piloto da RAEM também não tem qualquer plano concreto para correr no Asian Le Mans Series, campeonato que arranca em Outubro em Zhuhai, pois “o convite foi apenas para testar o carro”, mas não esconde que participar a tempo inteiro no campeonato de resistência organizado pelo Automobile Club L’Ouest na Ásia “poderia obviamente ser uma experiência interessante”. Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo

S instalações do antigo campus da Universidade de Macau (UM) já estão abertas ao público. O anúncio é do Instituto do Desporto (ID), sendo que a cedência dos espaços aos residentes está incluída na Rede das Instalações Desportivas Públicas, em vigor desde 2006. “Para aproveitar adequadamente os recursos das instalações desportivas e proporcionar mais

estabelecimentos de desporto à população em geral, o ID e a UM celebraram o protocolo de cooperação, [que vai permitir] estar abertas algumas instalações desportivas do campus da UM ao público fora do horário escolar, bem como às associações desportivas de Macau para praticar actividades num determinado horário”, explica o ID em comunicado. O antigo campus da instituição, na Taipa, tem campo de relva de futebol, instalações desportivas para atletismo, campo de voleibol, três campos de ténis, dois campos de squash, quatro campos de badminton, piscina, pavilhão desportivo e pavilhão de treino. As informações sobre o horário e o modo de utilização podem ser consultadas na página electrónica do ID, que promete que continuará a procurar mais oportunidades para cooperar com as escolas ou associações que têm condições, de modo a expandir progressivamente a Rede das Instalações Desportivas Públicas.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

16

C

OMEÇO por citar Pedro Mexia, pois parece-me que ele encontrou o registo certo: “Mais «romance novo» do que nouveau roman, Rumor Branco é uma representação do mundo português de 1962 enquanto náusea”. Mas Almeida Faria consegue provar que pode haver náusea e poesia ao mesmo tempo, portanto é de uma poética da náusea que se trata. Contudo a náusea é apenas a atmosfera em que acontece aquilo que de mais importante acontece; pois para além disso Almeida Faria tinha já percebido aos dezanove anos que um homem é sempre “o primeiro homem. Porque o seu mundo é a reinvenção do mundo, a sua voz uma voz original”. Isto é o que dele disse Vergílio Ferreira, no prefácio da 1ª edição, mas isso é o que o romance diz de múltiplas formas embora fragmentadas. O recurso ao fragmento edifica a história a dois tempos. Há um tempo que é o dos materiais concretos que se sobrepõem assim como a sobreposição de tijolos edifica uma parede e há um outro tempo que é o tempo dos interstícios, dos espaços em branco que eram antes da narrativa povoados pelo silêncio e dos quais agora no tempo da execução da voz fazem ouvir o seu rumor. No processo complexo de dar voz a um mundo, o autor assiste com espanto ao nascimento da sua própria voz. Para mim o que é genial nesta obra inaugural de Almeida Faria é o facto de ela simular exemplarmente o nascimento do mundo e do demiurgo dentro dele. Para Almeida Faria o mundo nasce quando nasce o demiurgo, são ambos demiurgos recíprocos. Não existe uma separação entre criador e obra e nenhum pré-existe ao outro, criação

fichas de leitura

Manuel Afonso Costa

Uma profecia serial Faria, Almeida, Rumor Branco, Assírio & Alvim, Lisboa, 2012. Descritores: Romance, solidão, iniciação, Poesia, ISBN: 9789723716481, 160 páginas

e criador são a mesma coisa embora desdobrada ontologicamente. Não nos interessa se é assim que as coisas se passam ou se como pretendia Bocanegra o homem não é mais do que um copista e jamais um demiurgo. É assim que a oração começa: “uma voz existe intersticial. Há trevas à tua volta e tu não és.” E continua, mas os primeiros versos serão ainda durante algum tempo proféticos mas hesitantes, por vezes a visão parece claudicar e todo o trajecto até ao fim do primeiro fragmento é o caminho de um

ALMEIDA FARIA nasceu em 1943 a 6 de Maio em Montemor-o-Novo no Alto Alentejo. Estudou Direito e Letras e veio a formar-se em Filosofia, mas antes disso com apenas 19 anos publicou o seu primeiro texto de ficção, O Rumor Branco, obra à qual foi atribuído o Prémio Revelação da Sociedade Portuguesa de Escritores. Entre 1965 e 1983 elaborou os romances da “Trilogia Lusitana” (A Paixão, Cortes, Lusitânia) e com o Cavaleiro Andante, encerrou de algum modo este ciclo. Pela mesma época estagiou como bolseiro nos Estados Unidos e na Alemanha Federal e leccionou Estética e Filosofia da Arte na Universidade Nova de Lisboa. Além de romancista, é autor de ensaios, contos e peças de teatro. Recentemente publicou, a partir de um conto seu, o libreto para a cantata de Luís Tinoco Os Passeios do Sonhador Solitário. Publicou ainda O Murmúrio do Mundo, relato ensaístico de uma viagem à Índia. Ao conjunto da sua obra foi atribuído o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora e o Prémio Universidade de Coimbra.

homem que começa dobrado e se vai levantando até que já completamente levantado vai dizendo, como um desafio “vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar vamo-nos-deitar”. Exactamente dez vezes. A publicação de Rumor Branco fez correr muita tinta, em larga medida por causa do prefácio de Vergílio Ferreira, atendendo ao facto de este autor ter desertado pela mesma época, enfim uns anos antes, das fileiras do neorrealismo, inaugurando de algum modo a ficção de matriz existencialista em Portugal, com o romance Aparição. A polémica desencadeou-se a partir da publicação do romance de Almeida Faria, através de Alexandre Pinheiro Torres e do próprio Vergílio Ferreira, tendo-se depois alargado a outros vultos intelectuais contemporâneos. Lida hoje, a polémica dá conta de muitos equívocos, mas do ponto de vista documental e histórico mostra a realidade intelectual do tempo. Em

boa verdade a maior parte das grandes discussões intelectuais e literárias em Portugal durante o período de vigência do Estado Novo tiveram o neorrealismo como pano de fundo, o que se compreende porque o neorrealismo foi a ideologia literária oficial do marxismo em Portugal e em particular do Partido Comunista Português e portanto ele era um reflexo da relevância deste partido na resistência ao regime. O neorrealismo nunca se pôde libertar da sua circunstância histórica, sobretudo em Portugal. O romance de Almeida Faria é que não tem culpa nenhuma, até porque relido hoje em dia à luz de outras ferramentas teóricas e de outras utensilagens mentais, verifica-se que não se adequava nada às reivindicações ideológicas da época e por isso muito mais certeiro se afigura o que dele diz Pedro Mexia quando enfatiza a sua vocação serial: “a fragmentação, a pontuação escassa, a sintaxe ousada, uma partitura dissonante e ofegante de provérbios, palavras de ordem, neologismos, clichés. Uma música pós-musical, como a de Stockhausen a que o título alude”. Estou inteiramente de acordo quanto à atonalidade constitutiva do romance e ao seu carácter pós musical, ao seu ritmo assimétrico e claudicante, mas sempre luminoso e poético. Li pela primeira vez este texto de Almeida Faria quando tinha vinte anos e se há uma obra de um autor português que me assombrou foi esta. Mais tarde voltei a ter o mesmo sentimento apenas uma vez, foi com o Silêncio de Teolinda Gersão. Estou a referir-me a obras de ficção portuguesas e de autores ainda não consagrados à época em que os li. Existem entre elas algumas similitudes. São ambas narrativas intensamente poéticas e soturnas, verdadeiras litanias espectrais da solidão. Rumor Branco é da ordem do “Nocturno” e o Silêncio é apesar de tudo mais solar, mas ambas esburacam o ser até ao lugar em que já não se ouve a sua voz, apenas silêncio e rumor. *No quadro da colaboração de Manuel Afonso Costa com a Biblioteca Pública de Macau-Instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos o prazer de acolher estas “Fichas de Leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.


17 hoje macau quinta-feira 2.6.2016

a saga da taipa

José Drummond

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? 15. O ESTRIPADOR

“M

eu Amor. Escrevo-te aqui de uma cidade perdida nas montanhas do Japão. Espero que esta minha primeira carta desde que nos separámos te acalme e que te possa dar alguma esperança. É importante que saibas que eu não te esqueci. Vives dentro do meu coração. Sempre. Desculpa não ter conseguido contactar-te antes da minha partida. Tenho a certeza que ele desconfia de alguma coisa. Estou a ficar assustada. Ontem a voz dele alterou-se e frequentemente fica em suspenso e não acaba as frases. Como se estivesse realmente a pensar noutra coisa. Não sei porque não tive coragem de acabar isto aí. Deixei arrastar tudo e depois pensei que seria mais fácil de lidar com este palerma durante a viagem. Na verdade gostava que estivesses aqui ao meu lado. Agora. Neste preciso momento, para não ter que te escrever e poder sussurrar tudo ao teu ouvido. E deixar-me abraçar. E deixar-me beijar. Só estou bem ao pé de ti. Quero dar-me toda. Para que me conheças ainda melhor do que eu própria me conheço. Espero que não estejas triste. Não tolero o pensamento de que possas estar triste. Como sabes não sou o tipo de mulher que se enrola em infidelidades. Tudo isto é tão complicado. Tudo isto é tão novo para mim. Não sei como tens paciência para mim. Não sei o que vês em mim. Posso garantir-te que não estou nesta relação contigo para perder tempo ou para brincar com os teus sentimentos. Por favor acredita na minha sinceridade. Tu és o homem que eu amo. Que mais me iluminou. Que mais me faz feliz. O único que realmente me faz feliz. Aqui, ao lado dele, sinto-me rodeada por esta miséria. Espero com todo o meu ser que acredites que sou honesta quando te digo

que tu és aquele que o meu íntimo deseja. Aquele que trago sempre no peito. Como gostaria de poder planear o tempo exclusivamente em tua função. Desculpa-me, sabes que nunca tive jeito para escrever, mas todas as palavras são puras e saem do meu coração. Contigo sou tão diferente. Estou sempre com vontade de fazer coisas. Como gostava de voltar a cantar ópera cantonense. Aquelas escapadas à sala privada de karaoke, onde acabamos uma vez por fazer amor, acordaram em mim o meu gosto em cantar. Sabes que quando era pequenina sempre quis ser como a minha mãe. Ela cantava frequentemente na associação de bairro. Ouve um período, no qual, fui a muitos concertos tradicionais com ela. Lembro-me que ela chegou a ganhar prémios. Dava gosto ouvi-la. ‘Uma mulher que sabe cantar bem pode hipnotizar o homem certo’, dizia-me ela com frequência. Ela podia cantar em todos os lugares. Era uma mulher muito corajosa e confiante de si própria e das suas decisões. Como gostava de ser um bocadinho

mais como ela. Depois aquela horrível pneumonia acabou com as forças dela. Foi nessa altura que os meus tios me levaram para Macau. Nunca mais a vi e eles esconderam-me a sua morte até eu fazer 16 anos. Mentiram-me durante anos e anos. Nessa altura a minha vida começou a deixar de fazer sentido. Acreditei que o mundo estava contra mim e que Deus não existe. Acabei por seguir o trabalho mais estúpido do mundo. Como sempre odiei estar por ali a deitar fichas para jogadores porcos, almas penadas, pessoas sem interesse nenhum. Por causa do meu trabalho eu tinha que usar aquele uniforme completamente amorfo e sem estilo. Sempre que saia dirigia-me às casas de banho, na parte de trás do hotel, e carregava um pouco nos cosméticos até alterar o rosto. Trazia sempre um vestido leve num saco que me ajudava a voltar a fazer sentir-me pessoa de novo. Era mais forte que eu. Era o desejo de conseguir ter uma existência. Sabes que a verdade é que eu sonhava um dia ainda conseguir fugir para Paris e estudar moda. Foi numa dessa

noites depois do trabalho no Casino Lisboa que acabei por conhecer este palerma. Levou-me a comer ostras e lagosta e confesso-te que me deixei seduzir pelo seu dinheiro. A cada encontro comprava-me a alma com mais uma jóia. Não demorou muito até nos casarmos. Proibiu-me logo de trabalhar. Muitas vezes pensei que a minha vida acabou ali. Mal sabia eu que ainda te viria a conhecer. Uma vez resolvi pintar o cabelo com tons vermelhos. Nessa noite não me falou e na manhã seguinte deixou-me um bilhete, antes de sair para o trabalho, que dizia: ‘é favor mudar a cor do seu cabelo. Não é uma cor decente para a mulher de um político. Se alguém a vê com esse aspecto o meu lugar na assembleia fica em risco.’ E foi assim que nunca mais mudei o meu corte de cabelo nem o pintei de outra cor que não preto. Lembro-me que quando era miúda cuidava imenso do meu cabelo longo. Sonhava encontrar o meu príncipe e sonhava que ele me ajudava a lavar o cabelo. E que depois, com imenso carinho ajudava-me a secá-lo. E que brincava com ele quando encostava a minha cabeça no seu peito. A minha felicidade quando nos conhecemos. Meu amor. Finalmente alguém brinca com o meu cabelo. Finalmente alguém despertou em mim o romance. Esta paixão que me revelou que afinal a vida não tinha acabado. Agora, aqui perdida de saudades tuas, sei que estou pronta para te dar todo o meu amor. Tu és tão especial. Espero que nunca te arrependas de estar comigo. Sonha comigo meu amor. Dá-me tempo para acabar isto que estarei de volta muito, muito em breve. Sempre tua. Daphne.”


18 (F)UTILIDADES TEMPO

POUCO

hoje macau quinta-feira 2.6.2016

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

FILME “MERU” (FICVM) Centro Cultural, 19h30 FÓRUM SOBRE INFRA-ESTRUTURAS Venetian, 10h00

MIN

28

MAX

32

HUM

70-90%

EURO

8.93

BAHT

FILME “JACKY NO REINO DAS MULHERES” (FICVM) Centro Cultural, 21h30 FÓRUM SOBRE INFRA-ESTRUTURAS Venetian, 10h00

Sábado

FILME “OPERAÇÃO ÁRTICO” (FICVM) Centro Cultural, 16h30

O CARTOON STEPH

Domingo

FILME “A MÚMIA DO PRÍNCIPE” (FICVM) Centro Cultural, 16h30 FILME “DEUS BRANCO” (FICVM) Centro Cultural, 19h30

Diariamente

EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau SOLUÇÃO DO PROBLEMA 98

EXPOSIÇÃO “ARTES VISUAIS DE MACAU” Instituto Cultural (até 07/08) EXPOSIÇÃO DE TIPOGRAFIA “WEINGART” Galeria Tap Seac (até 12/06) EXPOSIÇÃO “AGUADAS DA CIDADE PROIBIDA”, DE CHARLES CHAUDERLOT Museu de Arte de Macau (até 19/06) EXPOSIÇÃO “TIBET REVEALED” Galeria Iao Hin (até 20/06) EXPOSIÇÃO DOS ALUNOS DE ARQUITECTURA DA USJ Creative Macau (até 18/06) EXPOSIÇÃO “DINOSSAUROS EM CARNE E OSSO” Centro de Ciência de Macau (até 11/09) EXPOSIÇÃO “REMINESCENT – PORTUGAL MACAU” Galeria Dare to Dream (até 22/07)

Cineteatro

C I N E M A

SALA 1

14.30, 16.30, 21.30

Filme de: Bryan Singer Com: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence 14.00, 16.40, 21.50

Filme de: Jon Favreau 19.30

X-MEN: APOCALYPSE [C]

X-MEN: APOCALYPSE [C][3D] Filme de: Bryan Singer Com: James McAvoy, Michael Fassbender, Jennifer Lawrence 19.15 SALA 2

THE JUNGLE BOOK [C] Filme de: Jon Favreau

PROBLEMA 99

UM LIVRO HOJE

SUDOKU

DE

CONCERTO DE EUNICE WONG Macau Design Center, 16h00

EXPOSIÇÃO “ARTS FLY” Broadway Macau (até 28/06)

1.21

OS QUE FALTAM E OS OUTROS

Amanhã

CONCERTO DA ORQUESTRA CHINESA DE MACAU C/ MARIA ANA BOBONE Centro Cultural de Macau, 20h00

YUAN

AQUI HÁ GATO

CONCERTO THE GIFT Centro Cultural de Macau, 21h00

FILME “FESTA DE DESPEDIDA” (FICVM) Centro Cultural, 21h30

0.22

Por amor de ‘dios’, alguém arranje funcionários ao Raimundo do Rosário. O Secretário está sempre a queixar-se de que não tem pessoal suficiente: nem para fiscalizar obras, nem para avançar com processos, nem sequer, às vezes, para saber de tudo o que se passa. Não estou a ser irónico. Não consigo é compreender como é que entre mais de 20 mil funcionários públicos, o homem com uma das pastas mais chatas – transportes e obras públicas (bah) – não tem na sua missão companheiros de trabalho. Mandem vir engenheiros e arquitectos de Portugal! Mandem vir especialistas da China! Mandam vir tantos, não há ninguém que cá queira ficar? Não se paga bem? Mandem vir, mandem vir que é para depois ele não “mandar vir” (e com razão). Depois há os outros trabalhadores da Função Pública.Aqueles que se queixam, muito, mas que quando chega a hora de falar do que lhes dói se escondem que nem ratos quando estou a tentar caçá-los. Não percebo como é que nesta terra muito se reclama. Funcionários públicos vão para as redes sociais mandar vir (lá está), que são discriminados, que sofrem pressões, que isto e aquilo. Mandam recados por deputados. Mas depois, quando aqui os jornalistas da casa querem algo concreto – como o que se passa verdadeiramente, que casos aconteceram - para ajudar a resolver a situação, ninguém pia. Já não se passa nada, ninguém quer falar, porque ninguém tem nada a apontar. Afinal são tempestades num copo de água? Não me venham com essa do terem medo de perder o emprego, porque anonimato é coisa que se pode usar no jornalismo... às vezes é mais perigoso falar muito nas redes sociais – e de certo que nada ajuda. É que o Governo não tem de reagir aos vossos comentários no Facebook. Já se não reagir ao jornais fica-lhe um bocado mal. . Pu Yi

“A MONTANHA MÁGICA” (THOMAS MANN)

“A Montanha Mágica” é uma viagem à vida de uma Europa representada no asilo de um sanatório perdido nos Alpes suíços. O que seria uma visita familiar de Hans Castorp ao espaço destinado ao tratamento de doenças respiratórias transforma-se em estadia, com o diagnóstico de tuberculose. Hans vive agora num espaço confinado, em que cada doente residente é a representação do pensamento e sociedade de uma Europa da primeira Guerra Mundial. Através das vidas e relações do romance, são debatidas as questões da existência, da vida e da morte num fim do mundo cada vez mais distante da realidade. Intemporal, este é um livro a ler. Sofia Mota

THE JUNGLE BOOK [C][3D]

SALA 3

ANGRY BIRDS [C] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Fergal Reilly, Clay Kaytis 14.30, 16.30, 19.30

ANGRY BIRDS [C][3D] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Fergal Reilly, Clay Kaytis 21:30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Manuel Nunes; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau quinta-feira 2.6.2016

OPINIÃO

bairro do oriente

Deixaste-nos, Donald

JOHN HUGHES, UNCLE BUCK

LEOCARDO

D

EIXASTE-NOS, Donald. Sem uma palavra, um último encontro no cais, uma troca de olhar cúmplices ou simplesmente um abraço, enfim. Eu entendo-te, como te entendo. Afinal não tens bracinhos, e apesar de não seres “feito de ferro” e por isso desprovido de emoções, és feito de borracha e...desprovido de emoções. Quem te viu ali no Porto Exterior, imponente, inchado e amarelo, com os olhos muito abertos, diz que parecias estar a boiar atento a quem passava por ali a “boiar”¹ será verdade? Hei-de perguntar a alguém que tenha passado por lá, que eu abstive-me de o fazer. Talvez porque detesto despedidas. Ou não me interessava, não sei, tudo é possível, depois pergunto...se me lembrar. E se não tiver mais nada que fazer.

Partiste assim, Donald, seu pato. Os dias sem ti nunca mais foram a mesma coisa, acredita. Pode ser que o Céu não tenha caído sobre as nossas cabeças, mas uma parte do tecto da Igreja de Santo Agostinho cedeu em plena missa dominical – fúria divina, advinda do ressentimento pela tua partida? De que outro jeito se explica algo assim, e logo quando a estrutura que é património cultural havia sido restaurada no ano passado? O quê? Não tens a culpa? Ah sim, é possível que tenha acabado o betão com que armavam os interiores, e para despachar a obra tenham recorrido a caixas de “ta-pao” de um restaurante ali próximo. Por isso é que foi “restaurado”, claro. Como é que não pensei nisso antes? Talvez eu tinha confiado demais nos sinais, meu adereço de banho do bebé agi-

gantado. Parecia tudo tão claro...oito cobras encontradas mortas em Coloane... acho que o livro do Apocalipse, que relata o fim dos dias, fala de qualquer coisa assim lá para o meio, acho. É mais provável do que impossível. E o profeta-arquitecto, sim, aquele que foi à televisão avisar-nos dos talibãs, das carpideiras, do holocausto urbanístico e dos tectos de vidro (sic), foi tudo coincidência? Chamai-o de louco, se quiseres, mas eu não me atrevo a ignorar o seu presságio, a rir das suas profecias, nem que anunciasse ele um novo dilúvio – afinal choveu à brava no último fim-de-semana, não foi? Choveu sim, mas não que tu tivesses dado por isso Donald. Havias partido, e nada ficou senão as memórias dos outros que não eu, que gozaram de um momento efémero de prazer,

“Vai e não voltes, Donald. Chega, não te quero ver mais, e fosses tu de penas e chicha, desfiava-te e metia-te arroz por cima. Leva contigo o dinheiro obtido com o suor do nosso rosto, e não te lembres de nós, que tão bem te quisemos, na hora de o gastar”

fazendo uso do teu corpo para figurar como pano de fundo nas suas “selfies” tiradas junto ao mar. Eu até os invejaria, pobres tolos, alguns crentes que o teu amor não era pago, ignorando que era tudo um faz-de-conta. Agora acabou-se, e qual proverbial bonequinha de borracha, tiram-te o ar e metem-te numa caixa, e só te voltam a encher para os próximos fregueses. No fundo não passas de um reles “pato”², apegado aos bens materiais, como aqueles senhores que enquanto obtinham ganhos ilícitos estava tudo na paz dos anjinhos, mas quando os cheques foram acometidos de calvície gritaram “aqui d’el rei, que somos ‘vítimas’, e não cúmplices”! É um mundo cão, este. E um mundo pato, às vezes. Vai e não voltes, Donald. Chega, não te quero ver mais, e fosses tu de penas e chicha, desfiava-te e metia-te arroz por cima. Leva contigo o dinheiro obtido com o suor do nosso rosto, e não te lembres de nós, que tão bem te quisemos, na hora de o gastar. Adeus, Donald, seu grandessíssimo filho da pata. ¹ “boiar”: calão macaense para “divertir-se”, “fazer farra”. ² “Pato”: nome pelo qual os chineses se referem aos homens que se prostituem


Os raios solares decoram a pequena cidade no Outono / Mesmo as ruelas partilham da sombra do sol / A trepadeira verde sobe janelas desbotadas / E as aldrabas da porta ferrugenta selam o silêncio / O farol habituou-se ao vento, à chuva, ao dia claro / [ou nublado] Wang Hao Han

ADOLESCENTE CHINÊS ESCONDE-SE NO PORÃO DE AVIÃO NOVE HORAS

EMPRESÁRIO DETIDO POR CHEQUE SEM COBERTURA DE DEZ MILHÕES

U

M adolescente chinês escondeu-se no porão de um avião dos Emirados Árabes durante um voo de nove horas até ao Dubai, onde pretendia fazer fortuna, descrevendo a viagem como confortável, disse ontem um jornal da cidade. O passageiro clandestino de 16 anos foi encontrado depois do voo proveniente de Shanghai ter aterrado no Dubai na sexta-feira, disse o diário 7Days citando a polícia. “Ele disse-nos que viajar na secção das malas do avião foi confortável”, disse o assistente do chefe da polícia do Dubai para portos e aeroportos, o General Ahmed bin Thani. “Planeou vir para o Dubai depois de ouvir falar do estilo de vida, e ele queria ganhar dinheiro”, acrescentou. Através de um tradutor, o passageiro clandestino de Bazhong, no sudoeste da China, disse que ouviu um rumor na internet de que “até os mendigos” conseguem fazer muito dinheiro no Dubai, disse o jornal citando meios de comunicação chineses. Não ficou claro como é que o adolescente - que continua sob a custódia daquele emirado do Golfo Pérsico - conseguiu entrar no porão - que é normalmente pressurizado e tem temperatura controlada - ao contrário dos poços das rodas onde os passageiros clandestinos arriscam a morte devido às temperaturas geladas e à falta de oxigénio.

Portugal SER “PONTO ESTRATÉGICO” DA ROTA MARÍTIMA DA SEDA

Palavra de Presidente

P

ORTUGAL quer ser um “ponto estratégico” da iniciativa chinesa Rota Marítima da Seda, disse o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, em entrevista ontem publicada pelo jornal oficial do Partido Comunista da China (PCC). “Portugal está disposto a mover, em conjunto com a China, todas as diligências, no sentido de se tornar um ponto estratégico da Rota Marítima da Seda”, frisou Rebelo de Sousa, numa extensa entrevista publicada na versão impressa do Diário do Povo e na edição digital em português, inglês e chinês. Aquela iniciativa, anunciada pelo Presidente chinês, Xi Jinping, em 2013, refere-se a um gigante plano de infra-estruturas, que pretende reactivar a antiga Rota da Seda entre a China e a Europa através da Ásia Central, África e Sudeste Asiático. Segundo as autoridades chinesas, vai abranger 65 países e 4,4 mil milhões de pessoas, cerca de 60 por cento da população mundial.

LOCAL APETECÍVEL

Neste aspecto, Rebelo de Sousa frisou o “elevado grau de operacionalidade” e a “localização privilegiada” do porto de Sines, na costa ocidental portuguesa, como “porta de entrada” para a Europa. “Este porto encontra-se numa fase de atracção de investimento e acredito que poderá oferecer inúmeras vantagens a eventuais parceiros chineses”, disse. Desde que a China Three Gorges comprou 21,3% da EDP (Energias PUB

quinta-feira 2.6.2016

de Portugal), em 2011, a China assumiu-se como um dos maiores investidores em Portugal, adquirindo participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca. O chefe de Estado português destacou a relação de “complementaridade” no sector energético, “especialmente nas árceas produção e eficiência energética e energias renováveis”. “Os investimentos levados a cabo por empresas chinesas neste sector traduziram-se em resultados palpáveis para ambos os lados”, frisou ao jornal oficial do PCC. Para Rebelo de Sousa, existe hoje um número considerável de acordos assinados entre os dois países, nas “mais diversas áreas”, enquanto o número de visitas oficiais “tem aumentado, não só em quantidade, mas também em qualidade”. No ramo da investigação científica, porém, o Presidente da República considerou que “existe ainda uma larga margem de progressão”, apesar de “centros de pesquisa das universidades dos dois países terem avançado com alguns programas de cooperação”.

ATRACÇÃO SÍNICA

Rebelo de Sousa, que revelou ter uma “atracção” pela China, disse ainda que Portugal sempre primou pelo reforço da colaboração entre empresas chinesas e portuguesas nos mercados de Angola, Moçambique e outros países de língua oficial portuguesa. E propôs que ambos os lados avancem com um mecanismo de

cooperação para operar em terceiros mercados, nomeadamente em África ou na América do Sul. “As empresas portuguesas e chinesas podem trabalhar juntas nestes mercados nos sectores das infra-estruturas e energia”, indicou. Quanto ao estatuto de Portugal como membro fundador do Banco Asiático de Investimento em Infra-estruturas (BAII), a primeira instituição financeira internacional proposta pela China, Rebelo de Sousa disse ao Diário do Povo que deseja que este sirva para aproximar Portugal de outros países da Ásia. Fontes oficiais portuguesas estimam que a China investiu 10 mil milhões de euros em Portugal, desde 2012. Fundado em 1948, na província chinesa de Hebei, o Diário do Povo tem uma tiragem diária superior a 2,5 milhões de exemplares e 300 milhões de visualizações na edição digital. Não é o único órgão estatal chinês, mas logo junto à recepção nota-se o seu estatuto singular: quatro fotografias exibem os homens que lideraram a China, desde 1949, a ler atentamente o jornal. Mao Zedong, o fundador da República Popular que dirigiu o país ao longo de 27 anos, e os seus sucessores - Deng Xiaoping, Jiang Zemin e Hu Jintao - estão lá todos. Desde Setembro passado, o Diário do Povo ocupa um edifício de 33 andares construído de raiz no moderno e cosmopolita CBD (Central Business District) de Pequim, e emprega actualmente cerca de 10 mil pessoas.

Um empresário de 54 anos pediu emprestado a um amigo dez milhões de yuan, alegando dificuldades financeiras no seu negócio. Como garantia, o empresário passou um cheque num total de 13 milhões de dólares de Hong Kong , assegurando o pagamento do empréstimo. O negócio foi testemunhado por um advogado. Ficou acordado que o empresário teria de devolver o dinheiro ao amigo num prazo de três meses, com juros de 1,5%. Corridos os três meses, o empresário não fez o pagamento, mas garantiu que iria pagar nos três meses seguintes com um juros agora de 2%. Findo o prazo, o empresário voltou a não cumprir com o acordo e, quando tentava levantar o dinheiro, o homem percebeu que o cheque não tinha cobertura. Depois de um denúncia à Polícia Judiciária o empresário em causa foi detido e acusado de crime de burla. O caso está nas mãos no Ministério Público.

ÁGUIAS NÃO LIBERTAM NINGUÉM PARA OS OLÍMPICOS

A direcção do Benfica em acordo com o treinador Rui Vitória decidiu que não irá ceder nenhum jogador à selecção olímpica que irá marcar presença no Torneio Olímpico, que irá decorrer no Brasil, segundo revela A BOLA. Os seis jogadores em questão (Gonçalo Guedes, Nélson Semedo, Franco Cervi, Ederson, Victor Lindelof e Raúl Jiménez) não foram autorizados pelo Benfica para envergarem as camisolas dos respectivos países nos Jogos Olímpicos, isto porque o clube alega que poderá colocar em causa o início do campeonato e a Supertaça.


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