www.hojemacau.com.mo
Dragões à chuva
h
Chui investiga polémica das alturas
wang chong
sociedade
Guerra 4 de de divisas Outubro jorge rodrigues simão
arnaldo gonçalves
páginas 16-17
página 7
hojemacau
q u a r ta - f e i r a 2 d e s e t e m b r o d e 2 0 1 5 • A N O X i v • N º 3 4 0 7
página 18
opinião
doca dos pescadores
Mop$10
gonçalo lobo pinheiro
Director carlos morais josé
eventos
Macau 5.0
tivo a promover as restrições agora anunciadas. Estas são, no entanto, desvalorizadas por economistas que preferem falar de colocar ordem nas contas. O Governo estima poupar cerca de 1.400 milhões de patacas.
grande plano
pub pub
O alerta estava feito: caso as receitas do Jogo fossem inferiores a 20 mil milhões de patacas seriam implementadas “medidas de austeridade”. Algo que veio a acontecer no mês passado e que leva o Execu-
Agência Comercial Pico • 28721006
Ajuste de contas
pub
governo anuncia medidas de austeridade
Ter para ler
2
diário de bordo
‘‘
ontem macau
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
Papa pede a padres para perdoarem o aborto. Desde que haja arrependimento, o perdão “não pode ser negado”, durante o “jubileu da misericórdia”, que começa em Dezembro, a todos os católicos que abortaram ou provocaram o aborto.
horah
“Houve anos que tivemos que criar uma nova turma, mas nunca duas turmas como este. São 43 novos alunos só para os três anos. (...) Foi um grande aumento. (...) Contratamos dois novos educadores, dois serventes e dois agentes de ensino” Vera Gonçalves • Directora do jardim de infância D. José da Costa Nunes, sobre o início do novo ano lectivo
“O problema que actualmente enfrentamos é que existem vários projectos de grande envergadura cujas concessões expiram no final do ano e não podem ser renovadas por causa da lei. Caso não se implemente um período de transição, milhares de proprietários podem perder o dinheiro já pago pelas fracções, e isso não é justo porque adquiriram as casas de forma legal” Mak Soi Kun • Deputado, sobre a questão dos terrenos
“O maior problema é quando os cidadãos se queixam do cancelamento ou atraso na chegada dos voos, e a Air Macau não consegue oferecer informações verdadeiras ou concretas” Si Ka Lon • Deputado, sobre ter a exclusividade da concessão da companhia aérea Air Macau
www. hojemacau. com.mo
“Considero esta atitude completamente xenófoba, mas creio que não é partilhada por muita gente aqui, embora seja preocupante caso assim seja” Jason Chao, vice-presidente da ANM, sobre o pedido da Associação de Mútuo Auxílio dos Operários de Macau para que os TNR provenientes do Vietname fossem mandados embora do território | P. 4
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s e
hojeglobal w w w. h o j e m a c a u . c o m . m o facebook/hojemacau twitter/hojemacau
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
As consecutivas quedas nas receitas de Jogo e uma economia em recessão fizerem com que o Governo avançasse com aquilo a que chama “medidas de austeridade”. Para os economistas, isto não é austeridade mas sim começar a colocar ordem nas contas do território
grande plano
Austeridade Governo avança com medidas. economistas minimizam
Colocar ordem na casa
“Acho que a palavra mais correcta é em rigor, controlo orçamental mais rigoroso, mais apertado, enfim, é isso. Não é propriamente uma austeridade, o Governo quer é reduzir aquilo que está previsto em termos de gastos”
A
notícia chegou em forma de comunicado: o Governo vai arrancar com medidas de austeridade em relação às despesas públicas. “O Executivo anuncia que, todos os serviços públicos começam a implementar, a partir de hoje [terça-feira], as medidas de austeridade em relação às despesas públicas”, anunciou o Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. A ideia não causou espanto. O Governo já tinha referido que iria avançar com este tipo de medidas se as receitas brutas do Jogo fossem inferiores a 20 mil milhões de patacas, algo que aconteceu o mês passado, em que as receitas se fixaram nos 18,62 mil milhões de patacas. Feitas as contas, desde Janeiro as receitas brutas dos Jogo atingiram cerca de 159 mil milhões de patacas. Na decisão, o Governo estabelece três pontos: o congelamento de 5% das despesas orçamentadas para a rubrica de “Bens e Serviços” que se dedica essencialmente para a aquisição de artigos para o funcionamento diário dos serviços ou de bens consumíveis, além dos 10% do orçamento das despesas para a rubrica de “investimento” – não incluído no Plano de Investimento e Despesas de Desenvolvimento da
“A aplicação das respectivas medidas de austeridade do Governo implicará um valor de 1,4 mil milhões de patacas, aproximadamente” Comunicado do Gabinete do Secretário para a Economia e Finanças
3
José Sales Marques Economista
Administração (PIDDA); o congelamento de 5% do orçamento das despesas respeitantes aos artigos e serviços adquiridos junto a terceiros, bem como 10% das despesas estimadas para a rubrica de “investimento; e por fim, deduzir do montante de subsídios a solicitar por qualquer organismo autónomo junto do Orçamento Central para o seu funcionamento durante o ano económico de 2015, valor igual ao do saldo excedente registado no seu primeiro orçamento suplementar, sempre que o tal saldo se verifique. “A aplicação das respectivas medidas de austeridade do Governo implicará um valor de 1,4 mil milhões de patacas, aproximadamente”, indica o gabinete em comunicado.
Pontapé na gramática
Para o economista, Albano Martins, o termo austeridade usado pelo Governo ou é um “erro de tradução” ou um verdadeiro “pontapé na gramática”. “Numa economia em recessão, quando a componente pública não tem
problemas nem fiscais, nem de défice público, nem de dívida pública, medidas de austeridade não fazem sentido. Quando a recessão é profunda o Governo deve-se substituir à iniciativa privada, para no mínimo tentar contrabalançar embora seja impossível o Governo
“Se o Governo insistir que quer fazer austeridade eu digo claramente que é um pontapé na gramática, um erro. Num período de recessão o Governo deve-se tentar substituir à iniciativa privada e gerar ele próprio na procura” Albano Martins Economista
contrabalançar a queda das receitas em termos de PIB -, por isso não faz sentido falar em austeridade”, argumentou o economista. O que pode fazer sentido é falar em “eficácia na gestão das despesas pública”, que é o que Albano Martins defende estar a acontecer. “O Governo não tem problemas com o défice, mesmo com a quebra das receitas brutas do Jogo o Governo terá sempre um superávit no final do ano”, diz. Sem dívida pública, a austeridade governamental não faz por isso sentido num cenário de recessão. “Isso não faz sentido”, diz, sublinhando que o que o Governo deve assumir é um maior cuidado na gestão da utilização dos dinheiros públicos. “Como devia ter tido sempre desde início”, remata. Analisando as medidas avançadas, o economista explica que o proposto não é um “programa de austeridade”, mas sim, na melhor das hipóteses, “um programa de melhor gestão da despesa pública”. “Se o Governo insistir que quer fazer austeridade eu digo
claramente que é um pontapé na gramática, um erro. Num período de recessão o Governo deve-se tentar substituir à iniciativa privada e gerar ele próprio na procura”, argumenta. Também José Sales Marques, economista, a decisão do Governo tem como objectivo o controlo das despesas. “O que me parece é que o montante arrecadado não superou as expectativas do Governo (...) isto é uma cautela do Governo”, diz ao HM, sublinhando que “estas medidas de austeridade são efectivamente medidas de cautela da própria administração”. Tal como Albano Martins, Sales Marques defende que o termo austeridade tem de ser entendido “dentro de um certo ambiente peculiar que é Macau”. “Acho que a palavra mais correcta é em rigor, controlo orçamental mais rigoroso, mais apertado, enfim, é isso. Não é propriamente uma austeridade, o Governo quer é reduzir aquilo que está previsto em termos de gastos”, rematou.
Alexis tranquiliza
Em reacção, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, garantiu que as suas áreas não serão afectadas pelas medidas de austeridade. “A educação, a saúde, a segurança social e a cultura não vão sofrer cortes, pelo contrário”, explicou o secretário à Rádio Macau, “temos que investir mais”. A cortar as áreas escolhidas serão as visitas, intercâmbios, actividades comemorativas ou promocionais, visto não serem áreas “essenciais”, adiantou o meio de comunicação. Filipa Araújo
filipa.araujo@hojemacau.com.mo
4
política
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
gcs
Imigração Ella Lei quer TNR fora de cargos de chefia
Srs. residentes, aos seus lugares A deputada Ella Lei pede ao Governo uma medida de retirada dos TNR de posições de chefia média e de topo, defendendo ainda a criação de cursos de formação para ocupar estes postos com locais
“É preciso que o Governo reveja a questão da proporção dos trabalhadores relativamente à revisão das licenças das concessionárias de Jogo. Espero que a formação remunerada dos funcionários locais seja um dos requisitos da revisão” Larry So Sociólogo
direito de entrada a locais. Ella Lei critica mais esta tendência em posições de chefia médias e de topo. “Exceptuando o sector dos croupiers e supervisores, todas as posições podem ser ocupadas pelos TNR. Note-se que 30% dos trabalhadores do nível de gestão de engenharia e do departamento de fichas são não residentes”, começa por argumentar. “As operadoras justificam sempre que os trabalhadores locais não têm capacidade para ocupar cargos de gestão.
No tempo de Larry
De facto, para que os locais tenham oportunidades de progressão vertical, deve-se definir uma norma da saída dos TNR destes postos, promovendo a participação dos funcionários em formação remunerada”, continua. Para a deputada, estas medida “elevam as capacidades” dos residentes, fazendo com que as empresas “encontrem trabalhadores locais competentes para essas posições”. Lei acrescentou que a ocupação de cargos superiores por TNR faz com que os residentes locais se vejam impossibilitados de “subir na carreira”. O HM falou com Larry So, sociólogo e ex-professor da Administração do Instituto Politécnico de Macau (IPM), que não esqueceu o facto de que esses TNR eram quem liderava os complexos na fase inicial da abertura do mercado do Jogo. No entanto, defende que chegou a altura de lutar pelos avanço na carreira dos locais, mesmo que, ao nível da legislação, não seja fácil despedir TNR. “Muitos deles trabalham em altos cargos há muito tempo e têm expe-
riência (...) e é óbvio que os residentes podem subir na carreira, mas como as posições mais elevadas são ocupadas por estrangeiros não é fácil, do ponto
“Exceptuando o sector dos croupiers e supervisores, todas as posições podem ser ocupadas pelos TNR. Note-se que 30% dos trabalhadores do nível de gestão de engenharia e do departamento de fichas são não residentes” Ella Lei Deputada
Associação quer expulsar vietnamitas. Jason Chao fala de xenofobia
A
Associação de Mútuo Auxílio dos Operários de Macau pediu esta semana que os TNR provenientes do Vietname fossem mandados embora do território, devido ao risco que representam para a sociedade. Em causa estão os recentes casos de alegado envolvimento de uma empregada doméstica vietnamita na morte de uma bebé e da alegada violação de uma jovem por três homens daquele país. Questionado pelo HM, o vice-presidente da
Associação Novo Macau apelida o pedido do colectivo de “xenófobo”, afastando a possibilidade de dois casos representarem toda a comunidade. “Considero esta atitude completamente xenófoba, mas creio que não é partilhada por muita gente aqui, embora seja preocupante caso assim seja”, defende o activista. Ao HM, Chao justifica que TNR “vêm para Macau fazer o trabalho que os locais não querem”, ilustrando com
a profissão de empregada doméstica. No entanto, diz, é preciso que haja uma mecanismo mais restrito na contratação, tanto em termos de regalias e direitos destas trabalhadoras, como das qualificações necessárias para o exercício das funções. Chao entende que esta ajuda extra em casa é hoje “indispensável” para determinadas famílias, onde os pais têm horários flexíveis e há idosos ou crianças em casa que precisam de atenção. L.S.M.
de vista da gestão empresarial, fazer com que estes saiam dos seus cargos”, defende. Larry So acrescentou que “é difícil para as empresas manterem confiança no seu sistema de funcionamento actual” se alterarem o mecanismo de contratações. “As operadoras podem achar que actualmente há estabilidade, e é difícil o Governo pedir a mudança e a aceitação deste tipo de medidas”, acrescentou. Apesar disso, Larry So mostrou-se um forte apologista da subida profissional dos locais. “Em primeiro lugar, é preciso que o Governo reveja a questão da proporção dos trabalhadores relativamente à revisão das licenças das concessionárias de Jogo. Espero que a formação remunerada dos funcionários locais seja um dos requisitos da revisão”, frisa. Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo
hoje macau
A
deputada Ella Lei sugere que as operadoras de Jogo e o Governo definam uma norma da saída dos trabalhadores não residentes (TNR) de posições médias e altas de chefia, oferecendo formação para que os locais subam na escada profissional. O sociólogo Larry So considera difícil concretizar esta tarefa, mas mostra-se receptivo. A deputada Ella Lei foi convidada para um fórum realizado na segunda-feira passada pela Associação New Gaming Employees Advance, onde foram discutidas as regalias e remuneração dos trabalhadores de Jogo. Segundo o jornal Ou Mun, a deputada defende que na indústria do Jogo, os TNR ocupam uma larga proporção laboral, sendo preciso diminuir o seu número para dar
Chui Sai On encontra-se com presidente do Banco da China
O Chefe do Executivo, Chui Sai On, encontrou-se com o presidente do Banco da China, Chen Siqing, para debater o desenvolvimento e ajustamento económico de Macau. No encontro o presidente salientou a importância dos trabalhos de transição do cargo de director da Sucursal de Macau, reconhecendo ainda o contributo de Ye Yixin, na qualidade de antigo director. Chen Siqing reiterou ainda que o Banco da China vai continuar a apoiar o desenvolvimento económico de Macau, designadamente nas fases de reestruturação económica e transformação industrial. O antigo responsável pela sucursal de Macau, Ye Yixin reiterou que, nos últimos anos, vários factores foram favoráveis à sucursal de Macau tendo permitido multiplicar o seu volume de negócios. O novo director da sucursal de Macau, Wang Shaojun comprometeu-se a contribuir com sugestões ao longo da reestruturação económica da RAEM.
IC Chan Peng Fai toma posse como vice-presidente O antropólogo, Chan Peng Fai, assumiu ontem as funções de vice-presidente do Instituto Cultural (IC), numa cerimónia de tomada de posse dirigida pelo Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam. O novo vicepresidente assegurou que irá envidar todos os esforços para desenvolver os trabalhos culturais de Macau, esperando que todos os funcionários do IC trabalhem em conjunto por uma causa comum, a construção de um futuro com cultura. Chen Peng Fai é formado em Antropologia e desempenha funções no IC desde 2010.
política 5
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
Enquadramento Orçamental Associação aponta falhas na revisão
Ruído Lei não está a atingir objectivo
Associação Choi In Tou Sam apontou que não foram elaboradas cláusulas a indicar como implementar os princípios da proposta da revisão da Lei do Enquadramento Orçamental. Numa carta enviada aos meios de comunicação, a associação sucursal da Federação das Associações de Operários de Macau (FAOM), apontou que a Lei do Enquadramento Orçamental entrou em vigor há mais de 30 anos e embora tenha sido revista várias vezes, não evitou vários excessos nos orçamentos das obras públicas de grande dimensão, causando uma baixa taxa na execução do Plano de Investimentos e de Despesas de Desenvolvimento da Administração. Mesmo que concorde com os princípios da proposta da revisão, incluindo a “verba destinada especificamente àquele fim”, “separação funcional da execução orçamental”, “despesas indicativas plurianuais” e a adição dos “relatórios intercalares do orçamento”, a
Lei sobre a Prevenção e Controlo do Ruído Ambiental não está a atingir em pleno o seu propósito. É o que defende o deputado Leong Ven Chai, que adianta que são várias as queixas recebidas por alguns cidadãos, nomeadamente dos moradores do Edifício Son Fong, perto do terminal marítimo da zona da Barra, que se queixam do barulho do terminal de carga durante a noite. “O ruído produzido pela carga e descarga no referido terminal tem perturbado o quotidiano dos moradores daquele edifício e, mesmo com várias queixas apresentadas, a situação não foi ainda resolvida, por isso, o empenho das autoridades em aplicar a referida lei tem sido motivo de preocupação da população”, argumentou o deputado. Por isto, quer Leong Veng Chai saber se o Governo já efectuou ou irá realizar alguma avaliação à eficácia da nova Lei do Ruído Ambiental, depois de já terem corrido seis meses após a sua entrada em vigor. O
Da teoria à prática A associação criticou que na proposta não é mencionado como realizar esses mesmos princípios, apelando por isso à Direcção dos Serviços de Finanças (DSF) a sua apresentação.
Maior rigor
A Choi In Tou Sam sugere ainda que a lei revista deva criar um mecanismo de avaliação objectiva de eficiência de utilização do cofre público, para evitar que os departamentos alarguem intencionalmente o orçamento para escapar a um ajustamento posterior. Quanto às obras de grande dimensão, a associação acha que a lei
revista deve publicar o orçamento das despesas e a sua situação da execução para a população tomar conhecimento, sendo ainda necessárias a supervisão da Assembleia Legislativa (AL). Para a associação, o Regime Jurídico do Contrato das Empreitadas das Obras Públicas deve ser revisto ao mesmo tempo para concretizar os conceitos da Lei do Enquadramento Orçamental, a fim de assegurar a eficiência do uso do cofre público, bem como os interesses públicos. Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo
Ouço qualquer coisa A deputado questiona se esta lei tem efectivamente controlado o ruído, pedindo ao Governo para adiantar os números de casos em que a administração conseguiu concluir o processo de audição das partes e de medição do ruído para a acusação do infractor. Num segundo ponto, o deputado quer ainda saber se o Governo planeia fazer visitas aos “pontos problemáticos”, no horário das 22 horas às 8 horas, para a realização da medição do ruído, como por exemplo ao terminal marítimo de cargas na zona da Barra. Filipa Araújo
filipa.araujo@hojemacau.com.mo
pub
Anúncio Concurso Público «Serviços de Tratamento dos Relvados e das Zonas Verdes das Instalações Desportivas afectas ao Instituto do Desporto» Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 20 de Agosto de 2015, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para os serviços de tratamento dos relvados e das zonas verdes durante o período de 1 de Dezembro de 2015 a 30 de Novembro de 2017, das seguintes instalações desportivas afectas ao Instituto do Desporto: (1) Relvados: a) Relvados do campo de futebol do Centro Desportivo Lin Fong; b) Relvados do campo de futebol e do Quintal Desportivo (relvados da zona de aquecimento e do campo de futebol em miniatura) do Centro Desportivo Olímpico; c) Quintal Desportivo (relvados da zona de lançamento) do Centro Desportivo Olímpico; d) Relvados do Campo de Futebol/Atletismo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. (2) Zonas verdes: a) Centro Desportivo Lin Fong; b) Centro Desportivo Tamagnini Barbosa; c) Estádio do Centro Desportivo Olímpico; d) Quintal Desportivo do Centro Desportivo Olímpico; e) Piscina do Centro Desportivo Olímpico; f) Centro Internacional de Tiro; g) Centro de Bowling; h) Academia de Ténis; Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau; i) j) Kartódromo de Coloane; k) Centro Náutico de Hác-Sá. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de $ 500,00 (quinhentas) patacas ou ainda mediante a transferência gratuita pela internet na área de download da página electrónica: www.sport.gov.mo. Os interessados deverão comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para tomar conhecimento dos eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 30 de Setembro de 2015, quarta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento deste Instituto na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $ 320 000,00 (trezentas e vinte mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo de Desenvolvimento Desportivo ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque na mesma quantia, na Divisão Administrativa e Financeira na sede do Instituto do Desporto. O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 5 de Outubro de 2015, segunda-feira, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, s/n, Fórum de Macau, Bloco 1, 4.o andar. Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas por motivos de tufão ou de força maior ou em caso de encerramento deste Instituto na hora estabelecida para o acto público de abertura das propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, 2 de Setembro de 2015. O Presidente, José Tavares
6 publicidade
A SANTA CASA DA MISERICÓRDIA DE MACAU junta-se às actividades comemorativas do 70º Aniversário da Vitória do Povo Chinês na Guerra contra o Japão e da Vitória Mundial contra o Fascismo que se realizam no dia 3 de Setembro de 2015
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
A APOMAC junta-se às actividades comemorativas do 70º Aniversário da Vitória do Povo Chinês na Guerra contra o Japão e da Vitória Mundial contra o Fascismo que se realizam no dia 3 de Setembro de 2015
sociedade
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
7
David Chow passa a batata quente para um funcionário das Obras Públicas, sobre o projecto de 90 metros planeado para a Doca dos Pescadores, alegando que a ideia veio daquela Direcção. No entanto, Chui Sai On assegurou ontem que tudo será posto em pratos limpos e ainda nada está decidido sobre a altimetria final do projecto
O
director executivo da Macau Legend Development, David Chow revelou que a ideia de aumentar a altura do hotel, na Doca dos Pescadores, para 90 metros foi de um oficial dos Serviços de Obras Públicas. O Chefe do Executivo, Chui Sai On, assegurou ontem que vai “verificar o registo de forma aprofundada” sobre o caso, apurando de que oficial ou departamento surgiu esta sugestão e reiterando que o projecto não é ainda definitivo. O grupo Macau Legend Development tem planos para construir um hotel com 90 metros da altura na Doca dos Pescadores, mas tal gerou polémica, tanto no seio do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU) como da sociedade. A maioria mostra-se contra devido ao facto da construção vir a obstruir a vista do Farol da Guia, pelo que tanto os membros do CPU como a opinião pública pedem que seja mantida a altura máxima de 60 metros. O director executivo, David Chow, revelou numa declaração
Doca dos Pescadores Projecto de 90 metros vai ser investigado
Legal, mas nada de definitivo ao canal chinês da TDM, que a mudança do limite da altura de 60 para os 90 metros tratou-se de uma sugestão feita por um funcionário da Direcção dos Serviços de Obras Públicas e Transportes (DSSOPT). Segundo Chow, o trabalhador alegou que o acréscimo do prédio corresponde às leis em vigência no território. Ao responder à questão, num comunicado emitido ontem pelo Gabinete de Comunicação Social, Chui Sai On, afirmou que é necessário investigar, “de forma aprofundada”, a origem de tal sugestão, apurando-se o departamen-
to de onde veio. “É fácil verificar porque há registos”, assegurou o Chefe do Executivo.
Mais debate
Chui Sai On acrescentou que os empreiteiros podem sempre, até onde a legislação permita, apresentar sugestões e pedidos de acordo com os fundamentos legais. No entanto, frisou, não há ainda nenhuma decisão final relativamente ao projecto na Doca dos Pescadores. O líder disse ainda ter já confirmado com o Secretário para Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Ro-
sário. “Relativamente ao desejo de aumentar a altimetria dos edifícios na Doca dos Pescadores, o CPU está a acompanhar o trabalho da referida situação. Tanto o Secretário como os membros do CPU consideraram necessário efectuar um estudo sobre o caso da Doca dos Pescadores, aguardando o relatório final para que a CPU volte a debater o assunto”, apontou. Por outro lado, recorde-se que o vice-director executivo da Macau Legend Development, Frederick Ip, se mostrou ansioso para que o projecto de 90 metros
Sands China liderou em Agosto as quotas de mercado dos casinos de Macau ao conquistar um pouco mais de 25% num mês que ficou marcado por novas quedas homólogas das receitas. Dados oficiais indicam que as receitas dos casinos de Macau caíram 35,5% no mês passado, comparativamente a Agosto de 2014 para 18.623 milhões de patacas, revelou ontem o gabinete do Secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong. As receitas acumuladas entre
Janeiro e Agosto atingem, assim, os 158.880 milhões de patacas, registando-se o 15.º mês de quebras consecutivas homólogas nas receitas do jogo. O acumulado das receitas nos primeiros oito meses de 2015 reflectem, por sua vez, uma queda de 36,5% face ao apurado no mesmo período do ano passado. As receitas de Agosto traduzem o terceiro pior resultado dos casinos de Macau em 2015 e são apenas comparáveis aos valores apurados até Janeiro de 2011. A
Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo
IAS atribui 23 milhões em subsídios extra
Sands China lidera quotas de mercado em Agosto
A
fosse aprovado rapidamente, de forma a promover o turismo local, como o HM avançou em meados do mês passado. Além disso, o Chefe do Executivo defendeu que é indispensável cumprir a legislação da Lei de Terras, da Lei de Salvaguarda do Património Cultural e da Lei do Planeamento Urbanístico, sendo também preciso cumprir “escrupulosamente os procedimentos necessários, auscultar opiniões e chamar a atenção da população para a apresentação de opiniões.
Sands China liderou a quota de mercado com pouco mais de 25%, seguida pela Sociedade de Jogos de Macau, com quase 22%, e pela Galaxy Resorts com pouco mais de 21%.
O Instituto de Acção Social (IAS) vai atribuir, numa despesa total de 23 milhões de patacas, mais uma tranche de subsídio regular a cerca de quatro mil famílias consideradas vulneráveis “a fim de atenuar as despesas extra resultantes do novo ano lectivo e das Festividades do Bolo Lunar”. Este financiamento acontece a título excepcional ainda este mês, a partir da próxima sexta-feira.
8 sociedade
O
Tribunal de Segunda Instância (TSI) rejeitou o recurso interposto por um homem residente no território, tendo este sido condenado a cinco anos e meio de prisão pela prática de auxílio à entrada clandestina de um cidadão da China em Macau. No entanto, os contornos mais curiosos do caso estão relacionados com o peso da pena: inicialmente, o Tribunal Judicial de Base (TJB)
O
Instituto Cultural (IC) revelou que na segunda metade deste ano vai realizar um inquérito relativo aos serviços das bibliotecas públicas de Macau, tornando-se posteriormente um documento com importantes referências. Depois de uma interpelação escrita pelo deputado Si Ka Lon, em Julho passado - sobre a descida constante do número de pessoas que pediram empréstimos de livros nas bibliotecas públicas – em que questionava como o IC iria proceder à reconversão das bibliotecas e de que medidas dispunha para aumentar os hábitos de leitura, o IC apresenta a ideia do relatório. Na resposta dada recentemente pelo director substituto do IC, Leong Hio Meng, é defendido que o Governo tem valorizado a promoção e
Prisão Condenado a cinco anos e meio por ajuda a entrada clandestina
Não interponhas que levas mais conduzida pelo condenado. No entanto, o barco foi interceptado pelas autoridades alfandegárias, a quem o condutor e condenado pelo TSI rapidamente admitiu ter 200 a 300 reminbis à sua espera no regresso ao continente.
tiago alcântara
O TSI condenou um homem pelo envolvimento num acto de imigração clandestina de um cidadão chinês. O que inicialmente foi uma pena de dois anos e meio estendeu-se até aos cinco anos e meio depois do condenado ter interposto recurso por considerar a pena demasiado pesada
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
Parte de um todo
condenou o ajudante a dois anos e meio de prisão, mas o tempo de encarceramento aumentou exponencialmente depois do arguido ter interposto recurso por considerar a sua pena “demasiado pesada”. De acordo com o TSI, o condenado praticou o crime de forma consciente, tendo este mesmo dito às autoridades alfandegárias que
estava à espera de receber uma recompensa monetária pela tarefa após regresso à China. Segundo acórdão do tribunal, o caso deu-se em Dezembro de 2013, no centro comercial de Zhuhai, junto das Portas do Cerco. Foi ali que um residente chinês pediu a um outro cidadão que o transportasse, clandestinamente, para Macau
de barco. E assim foi. O cidadão aceitou o pedido do imigrante ilegal, que se dirigiu a um hotel, onde recebeu um telefonema para se encontrar numa margem perto da Ponte Flor de Lótus. A este mediador, o viajante pagou 10 mil reminbis pelo transporte, tendo em seguida entrada numa pequena embarcação, por sua vez
IC Inquérito relativo a bibliotecas realizado no 2º semestre
Leitura nunca é demais formação da capacidade de leitura dos cidadãos. O organismo vai continuar a melhorar as instalações das existentes, colecções, serviços prestados e o ambiente das bibliotecas públicas, garantiu o IC.
Mais a ler
Leong Hio Meng admitiu ainda que foi registado uma ligeira redução do número de empréstimos de livros através da rede das bibliotecas públicas, mas, por outro lado, o número de leitores dentro das bibliotecas entre 2012 e 2014, tem vindo a aumentar de forma contínua. O director subs-
tituo acha que isso mostra uma mudança de comportamento e de hábitos dos próprios leitores. Para reforçar ainda mais a cultura de leitura em sociedade, desenvolver e promover o serviço das bibliotecas, o director substituto referiu que o IC vai realizar já no segundo semestre deste ano um “Inquérito ao Serviço das Biblioteca Públicas de Macau”. Os resultados vão constituir importantes informações de referência para definir direcções de desenvolvimento das bibliotecas públicas, indicou. Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo
Só em Junho de 2014 é que o TJB condenou, por dois anos e meio, o referido condutor do barco pela prática, “em autoria material e na forma consumada, de um crime de auxílio”. Sentindo-se injustiçado, o condenado recorreu para o TSI argumentando uma pena demasiado pesada para o crime cometido. A isto, acrescentou que foram violados artigos do Código Penal por não lhe ter sido autorizada a suspensão da pena. Por outro lado, também o Ministério Público interpôs recurso no mesmo Tribunal, justificando que se ignorou o facto do imigrante ilegal ter pago a uma outra pessoa pelo plano. Contas feitas, o TSI acabou por definir que o crime praticado foi ainda mais grave do que o inicialmente definido: é que o condenado não só participou no auxílio clandestino, como sabia que iria obter benefícios próprios na forma de pagamento pelos seus serviços. Após ponderação dos factos, o mesmo tribunal definiu que todos os participantes num acto de imigração clandestina são considerado co-autores e por isso mesmo devem ser condenados como tal. “Quer os mediadores, quer os organizadores das actividades ligadas à imigração clandestina, devem ser considerados como co-autores, na medida em que o plano criminoso só se concretiza em virtude da divisão de tarefas e da conjugação de esforços entre as duas partes, que actuam ambas com dolo”, explica o TSI em acórdão. Basta, assim, que apenas a um dos envolvidos no processo tenha sido prometida uma retribuição para que tenha sido cometido o “crime de auxílio qualificado”. Neste momento, foi então preciso estabelecer uma nova pena, de acordo com a actualização feita, tendo o TSI decidido pelos já referidos cinco anos e meio. Leonor Sá Machado
leonor.machado@hojemacau.com.mo
sociedade 9
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
Em plano inclinado A funcionários, fruto da não atenção da operadora, que anteriormente terá prometido acompanhar o caso. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Choi Kam Fu, director da associação explicou que depois de um encontro com a DSAL, foram várias as
Mais de 230 produtores desejam parcerias com a Sands
Licença para não trabalhar
A
Choi Kam Fu disse ainda que os funcionários já apresentaram a situação à operadora, contudo, o problema não melhorou, havendo já casos de trabalhadores que pediram licenças de doença, e até se recusaram a trabalhar. “Uns foram trabalhar várias horas nas mesas e não aguentaram, solicitando de imediato o ´Early out´. Preferiram perder o salário e ir descansar para casa. Outros quando souberam que iam trabalhar naquelas mesas rejeitaram o trabalho”, contou. O director acrescentou que já se dirigiu ao local para observar as mesas de jogo tendo efectivamente percebido que o ângulo de inclinação “não corresponde a um ambiente normal de trabalho”. Espera, por isso, que a operadora assuma a segurança profissional e saúde dos funcionários. O director explicou ainda que a DSAL afirmou que irá acompanhar a situação com a operadora em causa.
Venetian Funcionários queixam-se de mesas
Associação de Empregados das Empresas de Jogo queixou-se à Direcção dos Serviços para Assuntos Laborais (DSAL) sobre as mesas de Jogo no Venetian que, segundo o grupo, tem trazido problemas físicos aos
provocando-lhe complicações nos pulsos, zona lombar e na cervical.
queixas recebidas pelos funcionários do Venetian sobre o design de quatro mesas de jogo. O director explicou que como as mesas estão inclinadas para o exterior, os funcionários precisam de se manter em posição inclinada durante um longo período de tempo,
Sands China está a promover o comércio com distribuidores locais e foram mais de 230, as PME e pequenos produtores presentes no DiaAberto ao Distribuidor Local, organizado pela empresa na passada segunda-feira. O evento, co-organizado com a Câmara do Comércio de Macau, pretendeu chamar a atenção de empresas locais para parceria na área do comércio, em termos de compra e venda de produtos na sua cadeia de complexos de casino e hotéis. O vice-presidente e chefe o gabinete de sustentabilidade da Las Vegas Sands, Norbert Riezler, referiu que a empresa “está
Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo
empenhada em tornar-se um valioso parceiro, tanto para as empresas com quem colabora e para as comunidades onde se integra”. A empresa explicou aos produtores as principais etapas da parceria, incluindo a compra e registo dos distribuidores e a informação partilhada. Houve ainda espaço para uma bolsa de contactos entre representantes da Sands China e eventuais parceiros nas áreas de comida e bebida, tecnologia e Jogo, marketing, serviços exteriores e logística, instalações, mobiliário e iluminação. Eram seis, as cabines disponíveis. O vice-presidente executivo da empresa, Ben Toh adiantou ainda que “este programa de longo-prazo apoia a iniciativa do Governo de ‘comprar localmente’ e demonstra o empenho da Sands China em apoiar estes negócios”.
pub
Anúncio Concurso público nº 02/DSAL/2015 Prestação de serviços de segurança à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, em representação da entidade adjudicante, faz público que, por Despacho do Secretário para a Economia e Finanças de 13 de Agosto de 2015 e nos termos do artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho, se encontra aberto o concurso público para a “Prestação de serviços de segurança à Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais”. 1. Entidade adjudicante: Secretário para a Economia e Finanças. 2. Serviço por onde corre o processo do concurso: Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais. 3. Duração da prestação de serviços: 1 de Dezembro de 2015 a 30 de Novembro de 2017, um período de 24 meses. • Duração da prestação de serviços no Centro de Formação de Segurança e Saúde Ocupacional (EDF. IND. POU FONG): 1 de Janeiro de 2016 a 30 de Novembro de 2017, um período de 23 meses) 4. Condições gerais dos concorrentes: Podem participar no concurso, pessoas singulares ou colectivas que comprovem ser titulares de licença válida para a exploração da actividade de segurança privada, nos termos da Lei n.º 4/2007, de 9 de Julho. 5. Local, data e horário para consulta do processo do concurso e obtenção da cópia do processo: • Local: Divisão Administrativa e Finaceira a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 2º andar. • Data: a partir da data da publicação deste anúncio no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau até à data e hora marcadas para o acto público do concurso. • Horário: Dias úteis (2ª a 6ª feira, das 9:00 horas às 13:00 horas; 2ª a 5ª feira das 14:30 às 17H45 horas; 6ª feira das 14:30 horas às 17H30 horas). • Custo de aquisição de cópia do processo do concurso: MOP 100,00 (cem patacas). • Os interessados no concurso também podem descarregar (download) gratuitamente o programa do concurso e o caderno de encargos na página electrónica da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (http://www.dsal.gov.mo/link/concurso_publico/p.htm). 6. Local, prazo e hora para a apresentação das propostas: • Local. Divisão Administrativa e Financeira da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 2º andar. • Prazo e hora: 5 de Outubro de 2015 (2ª feira), até às 17:30 horas (não serão aceites propostas entregues fora do prazo). 7. Caução provisória: MOP150.000,00 (cento e cinquenta mil patacas), que pode ser prestada por garantia bancária ou depósito em numerário em nome da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais da Região Administrativa Especial de Macau. 8. Local, data e hora do acto público do concurso: • Local: Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, nºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 2º andar, sala de formação 2F-11. • Data e hora: 6 de Outubro de 2015 (3ª feira), pelas 10:00 horas. Nota: Os concorrentes ou os seus representantes presentes no acto público do concurso que pretendam reclamar e/ou esclarecer dúvidas eventualmente surgidas nos documentos apresentados, deverão mostrar documentos que atestem o seu estatuto. 9. Sessão de esclarecimento e visita às instalações: A sessão de esclarecimento destinada aos concorrentes terá lugar no dia 10 de Setembro de 2015, pelas 9:30 horas, na Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida Dr. Francisco Vieira Machado, nºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 2º andar, sala de formação 2F-09. Após esta sessão será feita uma visita às instalações a que se destina a prestação de serviços deste concurso.
25 de Agosto de 2015. O Director Subst.º, Lau Wai Meng
ANÚNCIO Concurso Público n° 01/DPA/SFI/2015 “Fornecimento de quatro quiosques ao IACM e respectivas montagens” Faz-se público que, por deliberação do Conselho de Administração do IACM, tomada em sessão de 21 de Agosto de 2015, se acha aberto o concurso público para “Fornecimento de quatro quiosques ao IACM e respectivas montagens”. O programa de consulta e o caderno de encargos podem ser obtidos antes da datalimite para a entrega das propostas, todos os dias úteis e dentro do horário normal de expediente, no Núcleo de Expediente e Arquivo, sito no rés-do-chão do Edifício deste Instituto, nº 163 da Avenida de Almeida Ribeiro, Macau. O IACM realizará uma sessão de esclarecimento às 10:00 horas do dia 8 de Setembro de 2015 no Centro de Formação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, nos 762-804, Edf. China Plaza, 6º andar, Macau. O prazo para a entrega das propostas termina às 17:00 horas do dia 16 de Setembro de 2015. Os concorrentes ou seus representantes legais devem entregar as propostas e os respectivos documentos no Núcleo de Expediente e Arquivo do IACM e prestar uma caução provisória no valor de MOP48.000,00 (quarenta e oito mil patacas). A caução provisória pode ser entregue na Tesouraria da Divisão de Contabilidade e Assuntos Financeiros do IACM, sita na Avenida de Almeida Ribeiro nº 163, rés-do-chão do Edifício deste Instituto, Macau, por depósito em dinheiro, cheque ou garantia bancária, em nome do “Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais”, ou ainda por seguro-caução a favor do mesmo Instituto. O acto público de abertura das propostas realizar-se-á no Centro de Formação do IACM, sita na Avenida da Praia Grande, nos 762-804, Edf. China Plaza, 6º andar, Macau, pelas 10:00 horas do dia 17 de Setembro de 2015. Macau, aos 27 de Agosto de 2015. O Presidente do Conselho de Administração Vong Iao Lek www. iacm.gov.mo
10
eventos
hoje macau quart
grande prémio do cinema brasileiro “Getúlio” domina
Com mão lusitana A
coprodução luso-brasileira “Getúlio” lidera as nomeações para o Grande Prémio do Cinema Brasileiro, ao estar presente em 14 das 26 categorias, incluindo melhor longa-metragem, realização, actor e actriz. “Getúlio” também é finalista na categoria Melhor Som, pelo trabalho feito pela equipa formada pelos portugueses Pedro Melo e Branko Neskov, e pelo brasileiro Alessandro Laroca. O realizador João Jardim, a actriz Drica Morais e os actores Alexandre Borges, Tony Ramos (MelhorActor) e Adriano Garib (Melhor Actor Secundário) são outros candidatos aos prémios da Academia Brasileira de Cinema. A obra também recebeu nomeações nas categorias Melhor Fotografia, Melhor Banda Sonora Original, Melhor Direcção Artística, Melhor Argumento Original,
Melhor Montagem de Ficção, Melhor Maquilhagem e Melhor Guarda-roupa. O filme centra-se na fase final do governo brasileiro de Getúlio Vargas, em 1954. O político foi Presidente do país, primeiro durante a década de 1930 e o período subsequente ao golpe de Estado que o manteve no poder até 1945 e, depois, na década de 1950, como Presidente eleito. Vargas, que é interpretado por Tony Ramos, suicidou-se a 15 de Agosto de 1954, depois de se ver ameaçado por uma conspiração militar.
Portugueses no elenco
“Getúlio” é uma co-produção entre a brasileira Copacabana e a portuguesa Midas Filmes, com participação dos actores portugueses Fernando Luís e José Raposo e do luso-brasileiros Thiago Justino. A longa-metragem foi feita com apoio do Instituto do Cinema e Audiovisual
(ICA) e da RTP, que já a exibiu por duas vezes este ano. Outros filmes brasileiros que se destacam entre os finalistas do Grande Prémio são “O Lobo atrás da Porta”, do realizador Fernando Coimbra, com 12 nomeações, “Tim Maia”, de Mauro Lima, e “Irmã Dulce”, de Vicente Amorim, com dez nomeações cada um. Entre os finalistas de Melhor Longa-Metragem Estrangeira está um argentino, “Relatos Selvagens”, e quatro norte-americanos conhecidos por terem concorrido em diferentes categorias nos Óscares: “Boyhood: Da infância à juventude”/”Boyhood: Momentos de uma vida”, “Clube de Compras Dallas”/”Clube Dallas”, “O Grande Hotel Budapeste” e “O Lobo de Wall Street”.
007 Daniel Craig quer deixar de ser James Bond
D
aniel Craig pode deixar de interpretar James Bond após o filme «007 Sprecte», que será lançado mundialmente a 26 de Outubro, em Londres. Em entrevista à revista Esquire de Setembro, o actor disse que não está muito animado em continuar a dar vida ao agente secreto. «Neste momento não gostaria (de interpretar James Bond noutro filme). Tenho uma vida e tenho que seguir com ela. Mas vamos ver», disse. Craig disse ainda que James Bond é um personagem muito solitário e infeliz, apesar de estar sempre rodeado de mulheres bonitas.
«Há uma grande tristeza. Ele namorisca com belas mulheres, mas, em seguida, elas saem da sua vida. Pode ser até uma agradável fantasia, mas depois de um par de meses...», disse. «Não sei se gostaria de passar muito tempo com ele. Talvez uma noite, mas depois de algumas horas eu não sei. Mas eu não o julgo. Não é dever do actor julgar o seu personagem», completou. Daniel Craig começou a interpretar James Bond em 2006, no filme «007: Casino Royale». Depois disso, viveu o agente secreto em «Quantum of Solace» (2008) e «Operação Skyfall» (2012).
Pierce Brosman, que interpretou James Bond em quatro filmes da série, disse recentemente que gostaria que o próximo agente secreto fosse negro ou gay. «Claro. Por que não?», afirmou o actor irlandês, ao ser questionado por um jornalista da revista masculina «Details» se conseguia imaginar um 007 homossexual. Porém, Brosnan disse duvidar que a produtora da franquia, Barbara Broccoli, permitiria um Bond gay. Elba, de 42 anos, é considerado o favorito a suceder a Daniel Craig, que há dez anos interpreta o agente britânico a serviço da Sua Majestade.
À venda na Livraria Portuguesa Terroristas Apaixonados • Ken Ballen Imagine um mundo onde os sonhos de um rapaz ditam o comportamento de guerreiros e militares em batalha, onde a morte é a única liberdade possível para o amor proibido de um jovem casal, onde o extremismo religioso, o ódio cego e a corrupção endémica se combinam para formar uma ideologia letal que pode manietar para sempre a vida de um ser humano. Com a ajuda das autoridades da Arábia Saudita e de vários jornalistas bem posicionados, Ballen entrevistou, durante cinco anos, mais de 100 antigos jihadistas. Esta pesquisa serviu de base a este livro, no qual o autor se concentrou no perfil de seis terroristas com vidas complexas e completamente diferentes, que expressaram os seus sonhos, as suas frustrações pessoais e o porquê da lealdade para com os líderes religiosos.
O fotojornalista português Gonçalo Lobo Pinheiro, que vive em Macau faz em Outubro cinco anos, apresenta o seu primeiro livro de fotografia. “Macau 5.0” fazse acompanhar de uma exposição com mais de 50 imagens, a ter lugar entre 10 de Setembro e 10 Outubro, no Consulado
Fotografia Gonçalo Lobo Pinheiro a
A socie
O
mais recente livro do fotojornalista Gonçalo Lobo Pinheiro contém mais de 300 fotografias de Macau e grande parte delas são inéditas ou, como o autor prefere referir, “nunca viram a luz do dia”. No evento de apresentação do livro será igualmente inaugurada uma exposição com 50 das centenas de fotografias da obra impressa. “São mais de 300 fotografias de Macau tiradas desde a minha chegada [ao território], em Outubro de 2010, até agora. É devido ao facto de terem passado cinco anos que o livro se chama ‘Macau 5.0’”, começa o autor por explicar, em conversa com o HM. O fotógrafo explica que todo o processo de crowdfunding – angariação de fundos para a finalização de um projecto – ajudou a amealhar cerca de 30 mil patacas”, sendo que os contribuintes receberiam, de acordo com o montante doado, um livro. “Macau 5.0”
tem uma tiragem limitada de apenas mil exemplares e cada um custa 250 patacas. “Não há mais”, destaca.
Da cor se fez escuridão
“Macau 5.0” estava primeiramente pensado para sair a
cores, mas “as vicissitudes foram muitas” e o destino ditou que todas as fotografias fossem impressas a preto e branco. Gonçalo confessa ao HM que sempre preferiu a cor à neutralidade. No entanto, contrapõe com o facto desta
Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net
Mister Norris Muda de Comboio • Christopher Isherwood Situado em Berlim, no período que antecedeu a Segunda Guerra Mundial, este romance semiautobiográfico combina ficção e factos no relato das histórias – frequentemente pícaras – das extraordinárias personagens que animavam a efervescente cena boémia e artística daqueles anos: berlinenses e expatriados a viver no limite com a ameaça do terror político em pano de fundo.
eventos 11
ta-feira 2.9.2015
apresenta livro sobre Macau
iedade 5.0
escolha ser manifestamente mais cara, tanto no acto da impressão como do preço de venda. E assim foi. A obra do fotojornalista é publicado a preto e branco, mas nem por isso deixa de conter o misticismo e a beleza que a esta neutralidade é inerente: “Tive que optar. Fazer um livro a cores é muito caro e para poder fazer o projecto com pés e cabeça, preferi fazer a preto e branco e várias pessoas também me disseram que era mais giro assim”. O livro, explica, “não tem uma narrativa” própria, mas abarca cinco anos de trabalho e de uma perspectiva muito singular, de quem faz carreira a apreciar o mundo através do olhar. “Contrariamente ao que se poderia pensar, tenho pouca coisa de Desporto [no livro], mas claro que faço
menção aos Barcos-Dragão e ao Grande Prémio”, destaca o fotógrafo. No entanto, o sumo da obra gira em volta
“O digital dantes era muito pobre e fraco, e hoje em dia já tem uma qualidade fantástica, por exemplo. Houve várias situações e paradigmas que alteraram a minha forma de trabalhar e ver a fotografia”
“da sociedade” local, da vida de pessoas de Macau. Gonçalo foca-se assim “nos bairros e becos de Macau, nas profissões e pessoas, nos mercados, no mar em volta, no Património, nas festas pagãs e religiosas”. É, no fundo, um “álbum fotográfico” sobre o território.
foi tendo as suas arestas limadas desde que ganhou vida, em Fevereiro passado, mas nem por isso divergiu muito do plano inicial. Continua, sem dúvida, a ser uma obra de comemoração de década e meia de carreira, com Macau na linha da frente.
Um mal menor
Gonçalo trabalha na área desde os 20 anos e em 2010, faziam quase dez desde que não pegava numa caneta na redacção. Em Macau, fê-lo durante uns tempos para agora fotografar como freelancer para uma série de publicações locais. O profissional fala ainda das principais mudanças desde que ingressou nesta área, ainda em Portugal e dedicado ao Fotojornalismo Desportivo. “O digital dantes era muito pobre e fraco, e hoje
Gonçalo mostra-se contente com o lançamento que se aproxima, mas refere que as ajudas recolhidas podiam ter acontecido em maior número para que o projecto tomasse outra proporção. Não obstante, vê o evento e a publicação de “Macau 5.0” com bons olhos, já que é um trabalho que serve para celebrar cinco anos no território e outros 15 de carreira em Fotojornalismo. O projecto
Década e meia de histórias
em dia já tem uma qualidade fantástica, por exemplo. Houve várias situações e paradigmas que alteraram
“São mais de 300 fotografias de Macau tiradas desde a minha chegada [ao território], em Outubro de 2010, até agora. É devido ao facto de terem passado cinco anos que o livro se chama ‘Macau 5.0’”
a minha forma de trabalhar e ver a fotografia”, começa por dizer. “A fotografia e a minha perspectiva é hoje completamente diferente do que era há 20 anos”, acrescentou Gonçalo. De entre os 1000 livros impressos, 20 a 30 estarão já reservados para quem ajudou no crowdfunding, mas os restantes estão disponíveis para venda a partir do dia de inauguração e lançamento. No entanto, o autor informa que também as fotografias expostas estão à venda, pelo preço de 1000 patacas cada uma, sem direito a reproduções extra. A mostra tem inauguração prevista para as 18h30 de quinta-feira, dia 10, no Consulado de Portugal, fechando portas ao público a 10 de Outubro. Leonor Sá Machado
leonor.machado@hojemacau.com.mo
h
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
artes, letras e ideias
12
WANG CHONG
王充
OS Discursos Ponderados DE WANG CHONG
Erros a respeito da Via – 3 Os dragões não sobem ao Céu. Se o Imperador Amarelo cavalgava um dragão, é óbvio que tão pouco consegui ascender ao Céu. Os dragões surgem com a chuva e as nuvens, e sobre estas andam para se deslocar: quando as nuvens se dissipam e a chuva para, tornam a descer e regressam às águas profundas. Se o Imperador Amarelo tivesse deveras cavalgado um dragão, teria sido obrigado a segui-lo e, com ele, a ser engolido. Segundo as fontes, o Imperador Amarelo teria sido sepultado no Monte Qian. Todavia, asseguram-nos estas que os seus súbditos teriam enterrado somente as suas vestes e cabeleira. Mas o Imperador não teria certamente despido as suas vestes se tivesse montado um dragão para subir ao Céu, ou depois de ter sido transformado em imortal após os sacrifícios ao Céu e à Terra. Para mais, se foi na presença de todos os seus súbditos que o Imperador Amarelo se transformou em imortal e ascendeu ao Céu, aqueles teriam necessariamente sabido que não tinha morrido. E, enterrando as vestes e cabeleira de uma pessoa não falecida, teriam agido como no caso de uma pessoa falecida: eis o que teriam perpetrado os confusos, incapazes de distinguir entre os usos devidos aos mortos e os usos devidos aos mortos! Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho
Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
Os drag천es surgem com a chuva e as nuvens.
artes, letras e ideias 13
14
( F ) utilidades
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
?
tempo possibilidade de trovoadas min 25 max 28 hum 80-98% • euro 8.98 baht 0.23 yuan 1.25
Cineteatro
O que fazer esta semana
Cinema
hitman: agent 47 Sala 1
hitman: agent 47 [c] Filme de: Aleksander Bach Com: Rupert Friend, Hanna Ware, Thomas Kretschmann 16.05, 21.45
legendado em chinês Filme de: Chris Columbus Com: Adam Sandler, Kevin James, Michelle Monaghan 19.30
wild city [c]
Sala 3
Falado em cantonês e mandarim legendado em chinês e inglês Filme de: Ringo Lam Com: Louis Koo, Shawn Yue, Tong Liya 14.15, 17.55, 19.45 Sala 2
pixels [b]
legendado em chinês Filme de: Chris Columbus Com: Adam Sandler, Kevin James, Michelle Monaghan 14.30, 16.30, 21.30
Sexta-feira
pixels [3d] [b]
hero 2015 [b]
Falado em japonês legendado em chinês e inglês Filme de: Nikhil Advani Com: Takuya Kimura, Keiko Kitagawa 14.30, 16.45, 21.30
attack on titan [c]
Falado em japonês legendado em chinês e inglês Filme de: Shinji Higuchi Com: Haruma Miura, Kiko Mizuhara 19.30
Concerto de Kayhan Kalhor e Amigos, 20h00 Centro Cultural de Macau Bilhetes entre as 150 e as 300 patacas
Aconteceu Hoje
Diariamente
2 de SETEMBRO
exposição comemorativa do 70.º aniversário da vitória da guerra de resistência do povo chinês contra o japão Museu das Ofertas Sobre a Transferência de Soberania Entrada livre Projecto Influxus 2015 (até 23 de Setembro) Babel Entrada livre
Morre Pierre de Coubertin, fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna
12º Aniversário da Creative Macau “Rich Life”, concerto de Concrete Lotus e exposição de arte, 18h00 Creative Macau Entrada livre Exposição de fotografiade Mo Shah (até 21/09) Galeria Fabrik, Hong Kong Entrada livre ‘Blademark’, exposição de pintura de Fortes Pakeong (até 12/09) Albergue SCM Entrada livre Exposição de Fotografia de Velhos Templos de Macau Museu de Arte de Macau (até 31/12) Entrada livre Exposição “Artefactos de Excelência – Gravações de Carimbos por Luo Shuzhong” Museu de Arte de Macau, das 10h00 às 19h00 (até 28/2) Entrada livre Exposição “Saudade” (até 30/9) MGM Macau Entrada livre
U m a s é r i e h o j e Boardwalk Empire (HBO) Escrita por Terence Winters, produtor e guionista dos “Sopranos” e com Martin Scorsese no elenco de produtores a série norte-americana aborda uma América dos anos 20 assolada pela Lei Seca. Atlantic City serve de pano de fundo para a luta de poder entre várias facções de gangsters pelo controlo do contrabando de álcool. Destaque para a excelente cinematografia e para as actuações de Steve Buscemi, no papel de Nucky Thompson e da surpreendente Greshten Mol. José C. Mendes
“A Arte de Imprimir” (até Dezembro) Centro de Ciência de Macau Entrada livre Exposição “Valquíria”, de Joana Vasconcelos (até 31 de Outubro) MGM Macau, Grande Praça Entrada livre
fonte da inveja
• No dia 2 de Setembro recordamos o pedagogo e historiador francês, que ficou na história como o fundador dos Jogos Olímpicos da era moderna. Chamava-se Pierre de Coubertin e morreu neste dia, em 1937. Pierre de Coubertin nasceu em Paris, a 1 de Janeiro de 1863, numa família da aristocracia francesa. Este descendente de Fernando III de Castela idealizou uma competição internacional, como forma de promoção do atletismo, numa altura em que crescia o interesse pelos Jogos Olímpicos da antiguidade. Esse interesse, em diversas partes do mundo, foi suscitado pelas descobertas arqueológicas nas ruínas de Olímpia. Pierre de Coubertin, mais conhecido como barão de Coubertin, concebeu então um projecto para recuperar os Jogos Olímpicos A 23 de Junho de 1894, em Paris, organizou um congresso internacional, onde propõe que se recuperasse um evento desportivo internacional periódico, tal como sucedia na Grécia antiga. Este congresso levou à criação do Comité Olímpico Internacional, que teve como secretário-geral Pierre de Coubertin e Demetrius Vikelas como presidente. Decidiu-se que a primeira edição dos Jogos Olímpicos da era moderna decorreriam na Grécia, sendo que a competição seria realizada de quatro em quatro anos: uma olimpíada. Em 1896, tem lugar a primeira edição dos Jogos Olímpicos de Verão, que resultaram num tremendo sucesso. Estava lançada a semente para a maior competição desportiva da actualidade. Pierre de Coubertin abandonaria a presidência do Comité depois dos Jogos Olímpicos de Verão de 1924, que decorreram precisamente em Paris. Manteve-se como presidente honorário até ao dia em que morre, em Genebra, na Suíça, a 2 de Setembro de 1937.
João Corvo
Os estrépitos dos euros fizeram murchar os cravos.
china
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
“H
oje, ir até Tiananmen é Mei Banfa (sem hipótese)”, atira o taxista, ao ser requisitado para uma viagem até à famosa praça localizada no centro de Pequim, e cujos acessos estão cortados. Nas vésperas de festejar o 70.º aniversário da “Vitória da China na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa”, a capital chinesa está a funcionar a “meio gás”, para dar lugar a uma parada militar sem precedentes. Dezenas de estações do metro de Pequim, o maior do mundo com 527 quilómetros de extensão, foram temporariamente encerradas. Desde há mais de uma semana, os automóveis particulares circulam alternadamente, de acordo com o último número da respectiva matrícula: um dia pares; noutro ímpares. “Tenho de ir de bicicleta para o trabalho”, lamenta uma francesa, funcionária num órgão estatal chinês com sede no moderno e cosmopolita CBD (Central Business District). O comércio foi igualmente afectado: no “village” de Sanlitun, centro de consumo e diversão nocturna da capital, todos os estabelecimentos se encontravam encerrados no último fim de sema-
pub
Pequim prestes a comemorar vitória na II Guerra Mundial
Cidade a “meio gás” na, com vista a um ensaio para as celebrações de quinta-feira. Um pouco mais a sul, junto ao icónico Estádio dos Trabalhadores, onde há mais de uma dezena de ‘nightclubs’ e discotecas, o cenário era igualmente desolador: nem a iluminação pública se manteve ligada.
Vigilância apertada
“Todas as ruas serão patrulhadas e haverá gente estacionada nos pontos-chave da cidade”, disse a agência oficial chinesa Xinhua, sobre os 850 mil voluntários destacados para apoiar a polícia. Envergando braçadeiras vermelhas, estes “voluntários” estão em todo o lado: ruas, centros comerciais e, até, nos supermercados. O espaço aéreo não será poupado: OAeroporto Internacional de Pequim - o segundo mais movimentado do mundo - e o Aeroporto de Nanyuan vão ser encerrados ao público entre as 9:30 e as 12:30 de quinta-feira. Ao todo são esperados em Pequim 30 chefes de Estado, in-
cluindo o Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e a Presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, assim como o antigo primeiro-ministro britânico Tony Blair e o anterior chanceler alemão Gerhard Schroeder também estarão presentes.
Mas as medidas do Governo chinês não se limitam à capital. Para eliminar a crónica poluição da cidade durante as comemorações, cerca de 2.000 fábricas das províncias vizinhas tiveram que reduzir ou suspender a produção. Na Mongólia Interior, os automóveis mais
15
poluentes estão proibidos de entrar em Pequim.
No terreno e no ecrã
Além da parada militar, quase duas centenas de espectáculos, dez filmes e doze séries de televisão assinalam a efeméride. “O objectivo é ilustrar o duro caminho do povo chinês até à vitória, evidenciando o papel de ancoradouro que o Partido Comunista Chinês desempenhou na guerra e salientando a contribuição do campo de batalha oriental para a vitória na Guerra Anti-Fascista Mundial”, disse Tian Jin, vice-ministro da Administração Estatal da Imprensa, Publicações, Radio, Cinema e Televisão, em Julho passado. Em 2014, no contexto de uma renovada tensão nas relações sino-japonesas, o governo chinês instituiu o 3 de Setembro como Dia Nacional da Vitória da China na Guerra de Resistência contra a Agressão Japonesa, mas só este ano será feriado nacional. A data assinala a rendição do Japão, acto realizado a bordo de um navio norte-americano no dia 2 de Setembro de 1945. Segundo estimativas chinesas, a ocupação japonesa, de 1937 a 1945, causou cerca de 35 milhões de mortos entre civis e militares. João Pimenta Lusa
opinião
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
A China e a guerra de divisas “Capital is money, capital is commodities. By virtue of it being value, it has acquired the occult ability to add value to itself. It brings forth living offspring, or at the least, lays golden eggs. Now for the first time in over half a millennium it is the East that is in the ascendant, China and India in particular. Economic forecasts already predict that America will cede its top spot as the world’s largest economy to China by 2027.” How the West was Lost: Fifty Years of Economic Folly And the Stark Choices Ahead Dambisa Moyo
A
primeira reacção do mercado global pela desvalorização de 2 por cento do yuan, efectuada pela autoridade monetária chinesa, a 11 de Agosto de 2015, com o fim de tornar mais caras as suas importações, resultou na queda do preço do petróleo e outras mercadorias. A medida, tomada pelo Banco Central de China, deu-se num contexto de abrandamento do crescimento da economia do país e consequente necessidade de contornar o estratagema do consumo interno, para se recuperar a partir da expansão das suas exportações, e teve como efeito pôr em estado de alerta todos os mercados, incluídos os de mercadorias. A desvalorização da moeda chinesa teve um impacto negativo nos preços do petróleo, pois a China terá de pagar mais pelo crude. O ajuste na taxa de câmbio não vai corrigir todos os males do sector externo da China, que sofre com os custos crescentes da mão-de-obra e com problemas de qualidade, ainda que ajude a aliviar a pressão deflacionária. As sucessivas mini desvalorizações da divisa chinesa reavivaram uma polémica e fizeram ressurgir um debate. A polémica é a de saber se é uma tentativa deliberada para ajustar-se à nova realidade global, e daí um verdadeiro sucesso do livre mercado, ou é um sintoma da debilidade da economia chinesa que continuará a curto prazo. O debate, que ressurgiu, é a respeito de saber uma vez mais, se estamos perante uma batalha de divisas entre as principais economias do mundo. A partir dessa perspectiva, a acção é entendida como uma forma de estimular o crescimento das exportações, depois do fortalecimento da principal divisa mundial, o dólar americano. A taxa de crescimento anual da grande economia asiática prevê-se que seja de 7 por cento, sendo muito provável que no final do ano se venha a situar entre os 5 e 6 por cento. Se assim acontecer, serão necessárias, outras correcções cambiais para restabelecer a rota. O crescimento suportado no aumento constante das exportações é uma política abandonada há longo tempo. O investimento e o consumo interno são os motores do crescimento. A expressão de guerra de divisas tem um atractivo enorme e ressuscita o debate, sempre que se produz alguma modificação significativa entre divisas inter-relacionadas.
Os Estados Unidos, Europa e restantes países desenvolvidos, há cinco anos preparavam-se para imprimir moeda, comprar obrigações e títulos desses mesmos países, o que sem dúvida criaria inflação, e eventualmente desvalorização. As economias emergentes defendiam-se, não permitindo a flutuação das suas moedas e impunham restrições. A China recusou a pressão e não permitiu a apreciação do yuan. O ministro das Finanças do Brasil, não imaginava ser conhecido ao baptizar mundialmente um processo, quando em meados de Setembro de 2014, afirmou que tinha explodido uma guerra de divisas. O sucesso não se mediu apenas em termos de referências nos meios de comunicação social. A expressão converteu-se num lugar-comum dos máximos dirigentes da economia e das finanças mundiais. A época foi intensa em matéria de reuniões internacionais, como as do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial entre 8 e 10 de Outubro de 2014, precedidas e seguidas de muitas outras com todo o tipo de siglas. Os países, seus funcionários públicos e técnicos acusaram-se mutuamente de distorcer a procura global recorrendo a intervenções monetárias, controlos sobre os movimentos de capitais e desvalorizações encobertas, havendo por trás de todos estes ríspidos debates, ameaças de medidas mais agressivas e acusações cruzadas. A existência de uma guerra pressupõe pelo menos três batalhas, sendo a primeira e principal, a respeito da relutância da China de permitir que o yuan se apreciasse mais rapidamente. O que reclamavam os Estados Unidos e a Europa à China era a dinâmica danosa de uma moeda subvalorizada. O secretário do Tesouro americano recordou que a excessiva acumulação de reservas (no caso chinês) empurrava para um cenário com sérias distorções para a economia global. O Congresso americano, pouco tempo antes, tinha aprovado uma lei que autorizava impostos de protecção contra os países com divisas subvalorizadas. O risco de confronto directo entre os Estados Unidos e a China não pode ser desconsiderado, e a segunda batalha tem origem na política monetária dos países desenvolvidos que teriam de imprimir moeda para comprar as suas obrigações e títulos, o que sem dúvida criaria inflação nesses países e eventualmente desvalorização. A terceira batalha concerne com o desenvolvimento dos países emergentes e para responder aos erráticos movimentos de capitais impuseram restrições, impostos ao rendimento de capitais estrangeiros e intervieram nos mercados financeiros adquirindo divisas, antes de deixar flutuar as suas moedas. O Brasil, por exemplo, duplicou o imposto à compra de dívida interna por parte de investidores estrangeiros. Sem dúvidas, existem atritos entre uma moeda pretensamente forte e inflexível, o yuan chinês, e uma considerada débil, o dólar.
Todavia, o problema real é o de como gerir um ajuste económico geral. Os Estados Unidos acabarão por ganhar a guerra porque têm uma munição interminável, que é o dólar e não existem limites à sua emissão. Pode-se argumentar que no momento se tratam apenas de escaramuças, mais que uma guerra e não se deve subestimar o seu potencial de conflito. A verdade indubitável é que a divergência de políticas económicas em todo o mundo e o modesto crescimento económico esperado nas grandes economias permitem admitir que o conflito e o risco de guerra aberta durarão vários anos. O presidente do Bundesbank alerta que se está a dar uma evidente perda de independência dos bancos centrais dos países industrializados, o que implica uma guerra de divisas. É de imaginar o fim da era em que os bancos centrais foram independentes e foi durante a década de 1990, em pleno auge do neo-liberalismo, que a maioria das democracias ocidentais optaram por dar poder de decisão aos seus bancos centrais. A Hungria e o Japão são dois dos muitos exemplos de alerta sobre a perda de independência actual dos bancos centrais. As consequências, intencionais ou não, serão a politização da taxa de câmbio das moedas nacionais. Os ministros das Finanças do G20, reunidos na Rússia, em Fevereiro de 2013, prometeram lutar contra a evasão impositiva das empresas multinacionais e contra a guerra de divisas. Os temores surgiram com as medidas do Japão que motivaram uma desvalorização do iene, com a consequente ajuda aos seus exportadores e meses mais tarde, em Outubro de 2013, quando a economia real começou a despontar nos países desenvolvidos, nos emergentes explodiu a mãe de todas as borbulhas de activos inflacionados com crédito, como denominou Nouriel Roubini e parecia que estavam a perder oxigénio rapidamente, depois do anúncio da Reserva Federal de proceder ao corte de combustível que as tinha alimentado. Existem duas explicações que circulam com prodigalidade para o que está a acontecer, sendo a primeira a afirmar que a era
“A China é uma rocha inamovível e parece que nestes últimos dias bamboleia. A questão é a de saber se os movimentos oscilatórios são um mecanismo de ajuste para continuar um crescimento sólido e estável, ou se revela uma fragilidade que a pode derrubar?”
Oliver Stone, Wall Street
16
do dinheiro abundante e fácil terminou, nas elogiadas economias emergentes e a segunda o das economias que criam ter descoberto a separação com as economias desenvolvidas e voltam a retomar o velho ciclo de auge, excessos, crises e reformas até atingir outro período de apogeu. Existe quem afirme que o famoso “stop and go” retornou com os seus períodos de recessão e agitação política, enquanto outros preferem deixar de pensar no curto prazo, pois em pouco mais de uma década a humanidade será testemunha de um das mudanças mais transcendentais ocorridas em mais de um século, pois prevê-se que em 2030 parte do PIB global da China, medida em termos de PPP (Purchasing-Power Parity) será o dobro da dos Estados Unidos, sendo o que interessa e que alterará todo o cenário existente. O que acontece no presente deve-se ao facto de há mais de cinco anos que a Reserva Federal dos Estados Unidos, têm vindo a aplicar uma política de dinheiro barato, injectando no mercado cerca de oitenta e cinco mil milhões de dólares por mês, emprestando aos bancos a taxas de juro muito próximas de zero e ao mesmo tempo elevando os preços das obrigações e acções, consistindo na denominada “flexibilização quantitativa” que basicamente, consiste em imprimir dólares sem suporte, dado ser o único país emissor a nível mundial. A estratégia da “flexibilização quantitativa” foi correcta para superar a tremenda crise financeira de 2008, evitando bancarrotas e falências em todos os sectores. Quando se manteve a política depois das taxas de juro se situarem próximo de zero por cento, entrou-se em território desconhecido, existindo no
opinião 17
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
jorge rodrigues simão
presente borbulhas de todo o tipo, prontas para rebentar nas economias emergentes. As políticas monetárias heterodoxas do mundo desenvolvido injectaram nos últimos anos um montante anual de cerca de mil milhões de dólares nos mercados emergentes. Tal massa monetária traduziu-se num ritmo de crescimento creditício insustentável, borbulhas de preços e maior vulnerabilidade dos países aparentemente beneficiados. É tempo de reconhecer que estas dificuldades são produto de desequilíbrios que se originaram primeiro nos países desenvolvidos e como os países emergentes são cada vez mais importantes no ritmo do crescimento global, a política interna dos Estados Unidos
e de outras economias ocidentais põe em risco o processo de crescimento mundial. A China, uma superpotência cuja fragilidade produz a ansiedade geral, pois basta pensar que o aumento das taxas de juro se podem vir a dar com a sua enorme repercussão global. A Grécia, por exemplo, pode pagar alguns créditos e juros vencidos, porque o Parlamento alemão aprovou o terceiro resgate, o que não quer dizer que o país tenha terminado a sua tragédia. É necessário recordar que após o colapso da bolsa de valores dos Estados Unidos, em 2008, e a consequente contracção de cerca de 3,5 por cento do PIB em 2009, os investidores conduziram os seus fundos para
os mercados emergentes, cujas economias estavam a crescer a uma taxa anual superior a 3 por cento. O índice da bolsa americana caiu, no início do ano transacto, em grande parte por causa dos problemas financeiros nos países emergentes. As economias do Brasil, China, Índia, Rússia, Tailândia e Turquia, pioraram em parte devido à retirada de dólares dos investidores estrangeiros. A China é uma rocha inamovível e parece que nestes últimos dias bamboleia. A questão é a de saber se os movimentos oscilatórios são um mecanismo de ajuste para continuar um crescimento sólido e estável, ou se revela uma fragilidade que a pode derrubar? Assim se explicam, os recentes movimentos
perspectivas
chineses com as suas mini desvalorizações que tiveram impacto em todos os mercados bolsistas do mundo. Uma borboleta bate as asas na China e produz um temporal em Nova Iorque e Londres. O efeito de surpresa tem a ver com os antecedentes. É a primeira vez que China recorre a este mecanismo desde que é uma grande potência. A primeira guerra de divisas ocorreu na década de 1990 e registou desvalorizações nervosas nas principais economias, ávidas de recuperar a competitividade. A China, em transformação, manteve a sua taxa de câmbio firmemente alinhada com o dólar, e ajudou a controlar a desordem, tendo em 2008, acontecido o mesmo. Ainda que, o sistema financeiro global parecesse estar à beira do precipício, o yuan continuou fixo na sua paridade com o dólar, e o país lançou um pacote de estímulos ao consumo interno que favoreceu o comércio externo dos seus parceiros comerciais. O inquietante é que não se divisa nenhuma crise, altera a situação existente e produz pequenas desvalorizações que fortalecem a sua posição. Se a questão é apenas de melhorar a sua posição face a outras moedas que se fortalecem, não seria tão grave. O verdadeiro temor é que esses movimentos revelem uma crise mais profunda e duradoura da economia chinesa. É a tese dos que sustentam que, depois de trinta anos de modelo económico bem sucedido, chegou o momento de pagar o preço de tamanho crescimento. A ser verdade, o problema será global. Por enquanto, o yuan não foi aceite como divisa integrante do cabaz de moedas do FMI. A decisão será tomada até ao final do ano. A segunda-feira negra, de 24 de Agosto de 2015, assim denominada dado a Bolsa de Xangai, ter caído 8, 49 por cento, estando o mercado bolsista chinês a registar diariamente perdas consideráveis, levando o pânico aos mercados mundiais, tudo por temor de uma desaceleração da China.
pub
ANÚNCIO
Faz-se saber que em relação ao concurso público n.o 29/P/15 para o «Fornecimento e Instalação de Um Equipamento Para Testes de Imuno-Hematologia aos Serviços de Saúde», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 32, II Série, de 12 de Agosto de 2015, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 4.º do programa do concurso público pela entidade que o realiza e que foram juntos ao respectivo processo. Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de expediente na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, e também estão disponíveis no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo) e que foram juntos ao respectivo processo. Serviços de Saúde, aos 27 de Agosto de 2015 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip
ESCOLA PORTUGUESA DE MACAU AVISO Avisam-se os Pais e Encarregados de Educação dos alunos da Escola Portuguesa de Macau de que as aulas do ano letivo de 2015/2016 terão início no dia 7 de setembro com uma receção aos alunos. .
1º ano – 09:30h/13:00h – Professor Titular
.
2º, 3º e 4º ano – 09:00h/13:00h – Professor Titular
.
2º Ciclo, 3º Ciclo e Ensino Secundário – 10:00h/13:00h – Reunião Geral (Ginásio) e reunião com o Diretor de Turma
18 opinião
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
Arnaldo Gonçalves
crepúsculo dos ídolos
P
ortugal vai a eleições a 4 de Outubro para escolher os deputados que integrarão a próxima Assembleia da República. No essencial vão estar à disposição dos eleitores duas escolhas: uma de continuidade e outra de regresso ao passado. Uma de continuidade face ao que foi realizado, nos últimos quatro anos, em termos do restabelecimento do equilíbrio orçamental do país, de devolução da confiança aos agentes económicos e às empresas, de cumprimento dos obrigações internacionais resultantes do Programa de Assistência Económica. Uma outra de regresso à gestão laxista de Sócrates, de inflacionamento nas despesas do Estado, de relançamento dos grandes contratos do TGV, do Novo Aeroporto de Lisboa e outros projectos que levaram o país, há quatro anos, à quase insolvência. Personificam essas escolhas Pedro Passos Coelho e António Costa. É naturalmente uma escolha ideológica. Entre quem quer menos Estado, mais protagonismo dos agentes económicos, maior diversidade das escolhas na educação, nos serviços de saúde, nas profissões, na internacionalização das carreiras, na familiarização com as melhores práticas da investigação e da ciência e os que acham que o Estado deve satisfazer todas as necessidades sociais, restringir as escolhas dos cidadãos, nivelar por baixo, ignorar o mérito e quem tem maiores capacidades, melhores qualificações. Um Estado-ama que proteja os mais desfavorecidos mas também os que receiam a concorrência e o mercado aberto por falta de ambição, por tacanhez ou por calculismo. Existe sempre para os eleitores o apelo da mudança. Todos nós gostamos da mudança. Temos a esperança que ela traga novas oportunidades, novos desafios e uma melhoria significativa da nossa qualidade de vida familiar ou colectiva. Mas por vezes a mudança irrealista, febril, incauta, pode trazer resultados mais perniciosos que a situação que se propôs modificar. António Costa é um bom jurista, desempenhou com agrado as funções de Presidente da Câmara de Lisboa, foi um razoável Ministro da Justiça. É um bom comunicador, um político que gera ondas de simpatia. Mas isso não o torna, ipso facto, um candidato preferível ao cargo de Primeiro-ministro. As pessoas que o rodeiam na sua candidatura, os deputados pelo círculo de Lisboa, são, no essencial, os homens do aparelho que rodearam José Sócrates, que o coadjuvaram na gestão danosa que levou o país a uma situação de quase-colapso. Dir-se-á que sob a sua liderança as coisas poderão mudar. Os homens têm seguramente livre arbítrio mas os partidos têm uma cultura que forma a sua identidade e que em grande medida os formata, os condiciona. É singular que um partido que falou tanto em renovação de gerações há uma década tenha à volta do actual líder, no essencial, os quadros políticos que anunciara querer render.
Michael Curtiz, Angels with Dirty Faces
4 de Outubro
Foram os últimos quatro anos isentos de erros, de lapsos de informação e comunicação, de desajustamento de opções legislativas face às necessidades dos grupos sociais, da máquina da Administração Pública, das expectativas das empresas e dos empresários, dos direitos dos trabalhadores? Seguramente que não. Não existem governos isentos de erros. Gerir significa fazer escolhas, preferir algumas políticas públicas a outras, tomar como certas previsões económicas que no fim não se concretizam. Governar significa ouvir, consultar, negociar e depois, no devido tempo, tomar a decisão que se julga pertinente e possível. No fundamental, o
É censurável que as candidaturas se coloquem, não no plano da ética e da transparência, mas no esquadrinhar das omissões da lei eleitoral, em nome de um calculismo serpentiforme que recorda outros tempos em que os eleitores eram conduzidos para as urnas pelos maiorais, sem perceberem muito bem em que estavam a votar
governo do PSD-PP cumpriu o que lançara como desafio aos portugueses quatro anos e restabeleceu a nossa confiança e deve merecer um voto de confiança para um novo mandato de quatro anos. Para as comunidades que vivem expatriadas a imagem do país cá fora, a política de relacionamento com as comunidades portuguesas é essencial. Depois de 1999, na sequência da transição de Macau para a responsabilidade administrativa da República Popular da China, a atenção dos políticos e dirigentes nacionais quanto a Macau esmoreceu. Várias vezes o critiquei nas páginas deste jornal e nas revistas científicas onde debati a política externa portuguesa no Oriente. Esse apartamento foi explicável mas criou um fosso de percepções entre Lisboa e os compatriotas que escolheram viver fora do rectângulo pátrio. Neles se inclui a comunidade macaense, fruto de ligações antigas entre portugueses metropolitanos e mulheres de vários países asiáticos. Portugal tem uma enorme tradição de interligação e miscigenação. Faz parte da nossa identidade meridional. O governo do PSD-PP fez nos últimos quatro anos um grande investimento na promoção da língua portuguesa, na operacionalização dos serviços consulares na China, na audição dos problemas e queixas dos portugueses que aqui residem, no diálogo com as autoridades regionais e nacionais chinesas. Os resultados estão à vista mas são seguramente susceptíveis de melhoras. Cabe ao governo legítimo conduzir as políticas do país, através dos seus respon-
sáveis sectoriais. São estes que expressam a posição do todo que é a Nação. Não se desconhece, nem se deve desconhecer, o peso dos grupos de pressão e das organizações de interesses na sociedade contemporânea mas cabe aos governantes ter a visão do todo e não das partes. Cumpre-lhe ser isento na forma como interage com esses grupos de interesses, não ignorando as agendas que os mobilizam. Vê-se por vezes afirmado que o sistema político português é avaro a novas alternativas. Nestas eleições elas multiplicam-se com programas, posturas e alinhamentos para todos os paladares. Temo-las à esquerda no espaço de pulverização do Bloco de Esquerda. Temo-las à direita em partidos unipessoais ou pronto-a-vestir. Há quatro anos tivemos a extrema-direita a patrocinar uma candidatura local alinhada com a Diocese e o Bispo. Este ano temos o Movimento ‘Nós Cidadãos’ dirigido pelo Prof. Mendo Castro Henriques e pelo cantor José Cid a patrocinar uma outra candidatura local, ligada aos interesses da ATFPM. É legítimo a quem tem desejos de participação política propor-se ao veredicto dos eleitores. A renovação da política faz parte da essência da democracia. Mas é censurável que as candidaturas se coloquem, não no plano da ética e da transparência, mas no esquadrinhar das omissões da lei eleitoral, em nome de um calculismo serpentiforme que recorda outros tempos em que os eleitores eram conduzidos para as urnas pelos maiorais, sem perceberem muito bem em que estavam a votar.
ócios / negócios
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
8bit, empresa de mini-blocos Kino Loi, fundador
Seriamente a brincar não se quer ficar por aqui: a intenção é criar peças de bloco de maior dimensão de monumentos como a Casa do Mandarim ou o Largo do Lilau. O preço destas peças pode atingir as 500 patacas.
8bit
Kino Loi e dois sócios decidiram criar um negócio a partir da diversão. A ideia surgiu depois de Kino se aperceber do seu profundo interesse por elementos patrimoniais locais, dando origem ao fabrico de mini-blocos semelhantes ao Lego, mas personalizados
19
Confiança de principiante
K
ino Loi começou por mostrar ao HM uma série de miniaturas de monumentos locais: as Ruína de São Paulo, o Templo de A-Má e o de Na Tcha, as igrejas de São Lourenço e de São Domingos e o Farol de Guia. Kino nasceu na década de 80 e no bolso traz confiança neste seu novo projecto, que diz existir devido ao facto de ser novo nesta área. “É confiança de principiante”, brinca. A empresa 8bit tornou-se oficial no início de 2014, quando o fundador e dois outros sócios decidiram embarcar nesta aventura. Kino ficou responsável por toda a questão do design e fabrico das peças, enquanto o resto do trio trata de questões logísticas, de contabilidade e aquisição e venda.
Da arquitectura ao design
Kino, natural de Macau, licenciou-se em Arquitectura no interior da China, mas cedo regressou ao território. Quando voltou, o jovem de 30 anos participou numa série de actividades que versavam acerca do património classificado pela UNESCO existente na RAEM. Foi então que descobriu a sua paixão pela matéria e a aliou ao amor pelas conhecidas peças Lego, de encaixar. “No início, fazia os mini-blocos por diversão. Passo a passo, fui criando algumas obras originais que partilhei com amigos. Eles comentaram que eu podia fazer negócio disto e finalmente consegui”, disse. As peças da marca são fabricadas no continente, mas a produção, impressão, design e embalagem são processo que têm lugar em Macau, sem necessidade de pagar renda. É que para o efeito, a empresa faz uso da casa de um dos sócios. De forma geral, os produtos são vendidos em três lojas de produtos criativos. A primeira localiza-se na Taipa, outra na Macau Creations, localizada na Torre de Macau e a última, na P.M & Salon – loja retratada no Ócios & Negócios da edição de 19 de Agosto do HM.
No entanto, o lucro não vai todo parar ao bolso dos sócios, uma vez que 20% das receitas são dadas às lojas como comissão. Além da produção destes mini-blocos com seis diferentes tipos de monumentos, a 8bit está aberta a pedidos e encomendas de peças especiais, sendo uma empresa que se afirma como a “tentar fazer produtos diversificados e de acordo com as exigências da clientela”. Um dos seus amigos pediu mesmo uma fornada de peças da marca MacDonalds, para a qual foram feitos hambúrgueres, tartes de maçã, bebidas e gelados em mini-blocos. Estes produtos acabaram por se tornar famosos e vários clientes querem ter o mesmo em suas ca-
sas. “Os produtos acabaram por se tornar interessantes para outros clientes, que os acham muito giros e querem guardar em casa” disse Kino. O preço oscila entre as 90 e as 130 patacas por peça, mas a 8bit
“Ninguém em Macau fabrica este produto e nós temos a confiança de principiante”
Questionado sobre os produtos que mais saem, Kino responde que todas são vendidas em volume semelhante. “Temos uma boa perspectiva deste negócio, tendo em conta que ninguém nunca produziu este tipo de coisa e isso faz-nos ter ainda mais confiança, por sermos os primeiros no mercado. Quando formos considerados os melhores, ganharemos o reconhecimento das pessoas”, acrescentou o proprietário. Kino acrescentou que o facto da 8bit ser a única empresa produtora de mini-blocos personalizados em Macau é positivo, uma vez que serve para o mercado local se desenvolver. O capital inicial do negócio foi de cerca de 300 mil patacas e 200 mil delas fizeram parte do Plano de Apoio a Jovens Empreendedores do Governo. Kino confessou que o processo de candidatura e selecção ao plano não foi fácil, justificando que se esforçou seriamente para escrever uma proposta que fizesse com que o Executivo investisse. O proprietário aponta para cerca de meio ano de envolvimento em burocracias. Embora a empresa não tenha ainda visto lucro devido à tranche significativa de dinheiro a título inicial, Kino acredito que as receitas aumentem já em 20156, já que os rendimentos crescem a cada mês que passa. Uma vez que os mini-blocos não são bens de primeira necessidade, Kino acredita que é preciso apostar numa maior promoção da marca para que as pessoas tenham conhecimento. Além de publicidade feita através das redes sociais, a participação nas feiras ou exposições é visto como uma boa oportunidade. “Já tivemos a experiência de participar na Feira de Produtos de Marca de Guangdong e Macau e na Feira de Arte do Tap Seac, ambas boas oportunidades para dar a conhecer a nossa marca, expandido a sua popularidade”, avançou. A 8bit tem planos para, já em Novembro, colaborar com a Associação Geral das Mulheres de Macau na criação de uma actividade de criação de mini-blocos. Esta integra-se na comemoração do 10º Aniversário do Património Cultural de Macau e é patrocinada pela Fundação Oriente e pela Direcção dos Serviços de Turismo. Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo
hoje macau quarta-feira 2.9.2015
Economia Banco da China renova injecção de capital
O
Banco Popular da China renovou ontem a injecção de 150.000 milhões de yuan no sistema financeiro realizado na terça-feira passada, e que vencia sete dias depois. A operação ontem anunciada foi levada a cabo, à semelhança da que ocorreu na semana passada, através de um acordo de recompra, do qual depende um compromisso de recomprar títulos vendidos posteriormente. Esta linha de financiamento, com uma taxa de juro de 2,35% e um vencimento a sete dias, procura aliviar a falta de liquidez de que sofre o sistema financeiro chinês. Ao longo das últimas semanas, nas quais as bolsas chinesas voltaram a mostrar
alguma estabilidade, o banco central injectou no sistema financeiro da China um total de 540.000 milhões de yuan, um montante superior ao injectado em Julho, de 455.000 milhões de yuan. A bolsa de Xangai encerrou ontem em terreno negativo, horas depois do anúncio da queda no índice de produção industrial da China em Agosto, sugerindo o abrandamento da segunda maior economia do mundo. A China anunciou ontem a maior queda na produção industrial desde Março de 2009, para 47,3 pontos. Os dados reforçaram o pessimismo dos investidores de todo o mundo, com as principais bolsas europeias a abrir no vermelho.
JO2020 Descartado logótipo devido a acusações de plágio
O
pub
Japão vai deixar de usar o ‘polémico’logótipo desenhado para os Jogos Olímpicos Tóquio2020, na sequência das acusações de plágio imputadas ao seu criador, noticia ontem a imprensa nipónica. O logótipo olímpico oficial de Tóquio2020, desenhado por Kenjiro Sano, está rodeado de polémica desde finais de Julho, poucos dias antes da sua apresentação, altura em que o belga Olivier Debie acusou o desenho de ser plagiado. Debie diz que o logótipo nipónico é demasiado semelhante ao que criou em 2013 para o teatro de Liège, razão pela qual apresentou uma quei-
xa perante a justiça belga, acusando Sano de plágio. A organização dos Jogos Olímpicos de 2020 adoptou até agora o emblema criado por Sano, mostrando inclusivamente o esboço inicial do desenho, numa tentativa de afastar qualquer acusação de plágio. No entanto, as dúvidas voltaram a afectar o logótipo pelas suas parecenças com outro criado pelo falecido desenhador alemão Jan Tschichold. O comité organizador de Tóquio2020 deve anunciar brevemente a decisão de abandonar o logótipo oficial, depois da reunião de emergência ontem convocada.
Negociações com chineses para vender Novo Banco falham
Anbang está fora da corrida a Apollo também não forem conclusivas, o regulador pode ainda virar-se para os chineses da Fosun, ou usar a existência deste concorrente como força negocial. O calendário para a concretização das negociações até 31 de Agosto tinha sido fixado pelo próprio governador Carlos Costa, quando a 19 de Agosto, informou, em comunicado, que ia dar início à quarta fase do processo de venda do Novo Banco.
Pressão para vender
A
s negociações para vender o Novo Banco ao grupo chinês Anbang, o único dos três finalistas que melhorou a oferta, fracassaram. O prazo para concluir um acordo com o Banco de Portugal terminou na segunda-feira sem fumo branco. A confirmação chegou na manhã desta terça-feira. Em comunicado, o supervisor fez saber que, “por não ter sido alcançado um acordo, o Banco de Portugal decidiu hoje terminar aquelas negociações” e convidar a empresa que ficou em segundo lugar na fase da apresentação das propostas vinculativas. De fora ficam os chineses do Anbang, o que significa que as discussões deverão agora prosseguir com os norte-americanos do fundoApollo, os segundos classificados.
O protagonista das negociações deverá ser a Apollo, que já comprou a seguradora Tranquilidade, por cerca de 50 milhões de euros, e que também pertencia ao universo BES. A Apollo tentou assegurar o domínio da seguradora Fidelidade, da CGD, mas perdeu para os chineses da Fosun. A Fosun, por sua vez, ainda está na corrida ao Novo Banco, mas com uma proposta tida como inferior à do fundo norte-americano.
Os senhores que se seguem
As negociações vão seguir em frente com os norte-americanos. Mas “a proposta vinculativa entregue pelo terceiro potencial comprador permanece integralmente válida”, esclarece o Banco de Portugal. Assim, se as negociações com
cartoon por Stephff
Apesar de ter sido Carlos Costa a assumir o calendário das negociações, as recentes declarações de Pedro Passos Coelho parecem indicar alguma vontade política de arrumar o assunto antes das próximas eleições. O resultado será “o melhor que o BdP conseguir alcançar”, afirmou, sábado, o primeiro-ministro, quando foi confrontado com o assunto Novo Banco. O processo de venda está na recta final (na quarta fase, de negociação individual com os três finalistas que apresentaram propostas vinculativas). A maratona negocial com a Anbang decorreu até ao fim do dia de ontem, sem que até ao último minuto se soubesse o desfecho das discussões. Em Portugal, a Anbang ainda não tem qualquer negócio. Centrado nos seguros, o grupo chinês já se estreou no sector bancário na Europa, com a compra de um banco de pequena dimensão na Bélgica.
Quanto vale ?
Um das incógnitas do negócio prende-se com o valor de venda do Novo Banco. É que o Fundo de Resolução, detidos pelos restantes bancos nacionais, injectou na instituição criada a 3 de Agosto de 2014, após a intervenção no BES, o montante de 4900 milhões de euros. Deste montante, 3900 milhões de euros foram assegurados pelo Estado, através de um empréstimo ao Fundo de Resolução, que é gerido pelo Banco de Portugal. Se a venda for feita abaixo dos 4900 milhões, a diferença terá de ser suportada pelo Fundo de Resolução, que é o mesmo que dizer pelos bancos, incluindo a estatal Caixa Geral de Depósitos. A forma como os bancos vão assumir essa perda não se sabe. A par do valor de venda, será necessário avaliar que montante de capital terá de ser canalizado para recapitalizar o Novo Banco, que vai ter de se sujeitar aos testes de stress do Banco Central Europeu ainda este ano.