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SEXTA-FEIRA 20 DE OUTUBRO DE 2023 • ANO XXII • Nº5358
hojemacau
TIAGO ALCÂNTARA
ADOBE STOCK
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
TURISMO
GUIAS EM EXTINÇÃO PÁGINA 8
SANDS CHINA
REGRESSO AO OÁSIS www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau
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A CONCEPÇÃO CHINESA DE SAÚDE Anabela Rodrigues Santiago
A depreciação do mercado imobiliário no Interior levou Leong Sun Iok a apelar à racionalidade e ao ajuste dos preços dos apartamentos do Novo Bairro de Macau, em Hengqin. O deputado dos Operários pede promoções e sublinha que muito mudou desde que os preços foram estabelecidos. PÁGINAS 4-5
NEGÓCIO À PORTA PÁGINA 15
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Chamada à Terra
CHINA/PLP
20.10.2023 sexta-feira
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A Polónia e a zona de conflito intra-eslavo:
Manipulação Perigosa Roderich Ptak
I Os leitores de Macau podem interrogar-se sobre a razão deste artigo. A Polónia situa-se no extremo oriental da UE e da NATO / OTAN, O papel de Varsóvia na política mundial parece ser marginal e a Polónia não é um dos principais parceiros comerciais da China. No entanto, a História demonstra-nos que este país foi um dos principais protagonistas em eras passadas. Já no séc. X, possuía um vasto território. Bastante mais tarde, a união polaco-lituana, governada pela dinastia Jagiellonian, controlava grande parte das zonas que pertencem actualmente à Ucrânia e à Bielorrússia. Durante algum tempo, a Polónia foi uma importante potência continental. Esta situação mudou no séc. XVIII, quando a Rússia, a Prússia e o Império dos Habsburgos tomaram partes do território polaco. Depois da Primeira Guerra Mundial e da guerra que se seguiu entre a Polónia e a União Soviética, o território controlado por Varsóvia voltou a incluir partes da moderna Bielorrússia e algumas zonas da Ucrânia. Com o fim da Segunda Guerra Mundial, a fronteira ocidental da Polónia foi empurrada para o rio Oder, enquanto os territórios orientais caíram sob o domínio soviético. A História da Polónia e dos seus vizinhos diz-nos que os territórios fronteiriços das planícies a leste do rio Oder sofreram rápidas mudanças. O que essencialmente verificamos é a luta permanente entre os diferentes governantes eslavos e as regiões adjacentes. As repetidas guerras nessa zona provocaram migrações, alterações culturais e muita dissidência. É verdade que houve alguns períodos de paz entre diferentes grupos étnicos e religiosos, mas noutras alturas, estes grupos entraram em confronto. Com a ascensão da Prússia e dos Habsburgos a situação complicou-se e ainda se agravou com a ascensão da Grã-Bretanha como potência marítima e colonial. Migrantes polacos chegaram à Grã-Bretanha e os soldados polacos ajudaram os britânicos a combater os russos na Guerra da Crimeia. As negociações que se seguiram à Primeira Guerra Mundial mostram que a Grã-Bretanha tentou alargar a sua influência a certas regiões costeiras do universo eslavo, em parte, porque se opunha à expansão da Rússia. Isto conduziu a uma espécie de política de divide et impera. Os impérios dos Habsburgos e o Otomano tinham sido divididos, a Grã-Bretanha engoliu muitos territórios anteriormente governados pelos otomanos e, claro, apoiou a Polónia. Após a Segunda Guerra Mundial, assistimos à rápida ascensão dos Estados Unidos. A influência britânica entrou em declínio, mas a Grã-Bretanha passou a ser o mais importante assessor dos americanos, enquanto estes se tornavam os maiores causadores de pro-
blemas a nível mundial aos olhos da Rússia e de muitos outros estados. O que se pode dizer sobre o papel da Polónia nesta situação alterada? Os meios de comunicação internacionais dizem-nos que Varsóvia, com medo de Moscovo, reforça as suas forças armadas. Vai recrutar mais homens e já pediu material bélico a vários países, nos quais se inclui a Coreia do Sul. Este pedido irá ajudar a indústria de armamento coreana, o que agrada a Washington. Sem qualquer dúvida, a NATO / OTAN também se regozija. A Polónia revela-se um parceiro leal desta organização, essencialmente comandada pelo Pentágono. Contudo, a história não fica por aqui. A UE tenta promover a integração europeia e deseja pôr fim aos egoísmos nacionalistas. Além disso, os seus estados-membros devem respeitar os princípios democráticos. No entanto, o Governo ultra-conservador da Polónia acentua as preocupações nacionais. A UE pediu várias vezes a Varsóvia que melhorasse a sua estrutura política, e teve boas razões para o fazer. Estranhamente também, embora a UE apoie financeiramente a Polónia, o partido no poder em Varsóvia fez comentários polémicos sobre outros europeus, especialmente sobre os alemães. Por fim, houve queixas de que a Polónia não respeita os grupos étnicos minoritários. Espera-se que esta situação venha a mudar no futuro. Os resultados da recente eleição podem conduzir a essa mudança. Até agora, outros países europeus desvalorizaram os problemas da Polónia. Evidentemente, ninguém desejava provocar o Governo de Varsóvia. No entanto, de vez em quando havia relatos que causavam preocupação. Por exemplo, a Polónia recusava-se obstinadamente a aceitar refugiados. Apesar disso, quando começou a guerra na Ucrânia, prestou ajuda a muitos ucranianos. Estes refugiados são brancos e têm antecedentes culturais e linguísticos semelhantes, ao contrário dos migrantes de África e da Ásia que vêm para a Europa. Entretanto, as relações entre Kiev e Varsóvia arrefeceram de certo modo. Desconfiança, questões económicas e pontos de vista divergentes sobre o passado são algumas das razões que motivaram este processo. As tradições fascistas ucranianas desempenharam um papel chave na visão polaca sobre o passado. Outra questão é a guerra na Ucrânia em si mesma. Existem receios que a Polónia possa intervir militarmente se Kiev for incapaz de resistir à pressão de Moscovo. Por outras palavras, aparentemente, os políticos conservadores da Polónia aspiram secretamente a reconquistar alguns dos territórios administrados por Varsóvia num passado distante. Todos sabemos: a História avança em ciclos; por vezes, problemas antigos assumem um novo formato. Os conflitos intra-
-eslavos não foram esquecidos e os desenvolvimentos podem ser inesperados. II A UE e a NATO / OTAN não dão resposta a estas preocupações, nem dão resposta à questão da Bielorrússia. A Bielorrússia surge de forma invulgar. Os leitores podem lembrar-se que durante a maior parte do tempo, muito do território bielorrusso pertencia à Polónia ou à Rússia. Portanto, podemos perguntar: Qual vai ser o futuro deste estado? Irá a Rússia intervir depois da morte de Lukashenko? Tentará a Polónia a sua sorte? Irão as duas aliar-se para dividir a Bielorrússia entre si, mesmo sendo inimigos? Haverá uma espécie de revolução interna em Minsk, com o objectivo de se juntar ao “Ocidente”? Nada disto parece ser claro. Só podemos afirmar o seguinte: Os problemas intra-eslavos continuam desde há muito. Na verdade, é muito provável que as actuais fronteiras da Europa de Leste continuem a mudar. Nem a UE nem a NATO / OTAN podem controlar as ambições nacionalistas dos líderes eslavos e o seu desejo de reconquista dos antigos territórios.
Todos sabemos: a História avança em ciclos; por vezes, problemas antigos assumem um novo formato. Os conflitos intra-eslavos não foram esquecidos e os desenvolvimentos podem ser inesperados Infelizmente, a maior parte dos órgãos de comunicação europeus pura e simplesmente ignora estas questões. Outro problema, também ele ignorado, é o enclave de Kaliningrado. Antigamente, este pequeno território pertencia à Alemanha, agora é uma parte isolada da Rússia, com valor estratégico, porque a Rússia tem grandes instalações portuárias e militares neste local. Assim sendo, será que a Polónia vai tentar anexar este enclave, quando a oportunidade certa surgir? Claro que só poderá fazer isso quando a Rússia enfraquecer. Se o Kremlin perder a guerra contra a Ucrânia, ou se se vir forçado a aceitar um tratado de paz desfavorável, Varsóvia pode pensar nessa opção. Como podemos ver, os problemas na Europa de Leste mantêm-nos ocupados. Os distúrbios não decorrem apenas do desejo da Rússia de impedir a adesão de Kiev à NATO / OTAN e à UE; decorrem também da questão da Bielorrússia e da situação in-
terna da Polónia. Por conseguinte, podemos perguntar: Qual é o papel dos Estados Unidos neste cenário? Inicialmente, Washington apoiava totalmente Kiev. Agora começam a surgir sinais de que a Casa Branca deseja reduzir a ajuda militar. Claro que diversos factores justificam esta alteração política. Apenas alguns deles são aqui mencionados: as hostilidades recentemente desencadeadas entre Israel e o Hamas, especialmente se estas hostilidades vierem a envolver outros países; a tensão entre a Sérvia e o Kosovo e a tensão em várias partes da Ásia. Outro problema tem sido os relatos de corrupção dentro do estado ucraniano. Além disso, milhares de ucranianos deixaram o país porque não querem entrar no exército. Kiev admite abertamente que quer que eles regressem. Há falta de soldados. Também, antes da guerra, Washington avisou várias vezes Zelensky que a Rússia ia atacar, mas Zelensky não foi rápido a preparar o país para essa eventualidade. Agora continua a pedir mais armas. No entanto, existem dúvidas sobre a eficiência das operações militares ucranianas. Em suma, muitos políticos americanos não desejam continuar a apoiar a Ucrânia. Com efeito, as relações entre Kiev e Washington mudaram. A História diz-nos que Washington recorre frequentemente à chamada “retirada estratégica”, especialmente quando sente que a continuação da campanha militar tem custos que se tornam demasiado elevados. Em muitos casos, estas retiradas estratégicas acabam em desastre. A “vietnamização” da guerra no Sudeste Asiático é disso um exemplo. A “afeganistãoização” é outro caso. Washington invadiu o Iraque, mas mais tarde retirou a maioria de suas forças da região. A “iraquianização” do conflito na terra da Mesopotâmia terminou em dissidências locais, guerras internas e muita destruição. Agora estamos a assistir a uma gradual “europeização” da guerra da Ucrânia. Como foi mencionado, é provável que Washington venha a reduzir o apoio militar à Ucrânia, mas vai apoiar a Polónia de muitas formas. Além disso, levará outros europeus a assumir os custos da guerra e a fornecer mais armas a Kiev. Os preços dos produtos americanos exportados para a Europa também vão subir, as empresas americanas vão ganhar mais dinheiro e as economias europeias vão ser prejudicadas. Tudo isto, somado à política europeia irrealista face a Pequim, pode conduzir a tensões dentro da UE, dando origem a um aumento do desemprego, a problemas sociais e a turbulências locais. Os partidos radicais vão aproveitar essa situação. Claro que ninguém deseja que isso venha a acontecer. Mas as coisas poderão ir de mal a pior. Uma UE enfraquecida pode mesmo vir a perder alguns dos seus estados-membros.
WOJTEK RADWANSKI/AFP/GETTY IMAGES
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Não há dúvida que Washington ficará muito satisfeito com esse cenário. Também sabemos que no passado Washington apoiou muitas vezes ditadores e Governos nacionalistas. A Polónia é uma democracia, mas tem muito nacionalismo. Isto é exactamente o que Washington precisa. Os americanos querem minimizar a França, a Itália e a Alemanha. Amplificar o papel da Polónia contra a Rússia, é uma cartada de um “jogo” traiçoeiro. A Grã-Bretanha, escusado será dizer, fica do lado dos Estados Unidos. Este cenário lembra um pouco a política de divide et impera aplicada pelos anglófonos em épocas passadas. Uma divisão da Bielorrússia e da Ucrânia poderia ser do interesse de Washington e de Londres. Em Bruxelas, Berlim e não só, encontram-se vários políticos que também são peões do jogo de xadrez de Washington. Passaram algum tempo nos países de língua inglesa e admiram os anglófonos. Pensam que Washington faz o melhor pela Europa e pelo mundo. No entanto, estão cegos e não sabem nada de História, não compreendem a realidade. Parece que nunca ouviram palavras de ordem como “A América vem primeiro” e o “Excepcionalismo americano”. Ignoram simplesmente o facto de Washington ter cometido toda a espécie de crimes. E não querem admitir que os Estados Unidos possam usar a Polónia como um instrumento para enfraquecer a UE. III Certamente, vista de Macau, a Europa fica muito longe. Contudo, o acima ex-
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posto afecta a China no seu todo. A nível diplomático, Pequim apelou a Moscovo e a Kiev para acabarem com a guerra. A Bielorrússia juntou-se ao apelo de Pequim para pôr fim às hostilidades. Infelizmente, a guerra continua. Podemos acrescentar que, alguns anos antes da guerra, Pequim e a Bielorrússia tornaram-se parceiros no âmbito da iniciativa da “Nova Rota da Seda”. Até agora, Minsk está regularmente em contacto com a China, através de canais bilaterais e noutros contextos. A China também tentou uma parceria com a Polónia. Ambos os países têm uma longa história de contactos bilaterais, numa altura em que as autoridades polacas apreciavam as propostas e iniciativas chinesas, mas agora Varsóvia está menos interessada na cooperação com Pequim, devido à propaganda anti-chinesa. Como bem sabemos, a iniciativa da “Nova Rota da Seda” não é apenas um pro-
Os problemas intra-eslavos continuam desde há muito. Na verdade, é muito provável que as actuais fronteiras da Europa de Leste continuem a mudar. Nem a UE nem a NATO / OTAN podem controlar as ambições nacionalistas dos líderes eslavos e o seu desejo de reconquista dos antigos territórios
grama infra-estrutural; é uma agenda complexa com muitos objectivos. Um desses objectivos é a estabilização da Ásia Central e da Ásia do Norte, em termos financeiros, políticos e noutras áreas. Este programa serve a paz e o desenvolvimento global. No entanto, actualmente as relações entre muitos países do leste europeu e Pequim não estão tão intensas como já estiveram. Há muita oposição à ideia da “Nova Rota da Seda”. Esta oposição serve Washington; também é do interesse dos líderes oportunistas da UE que seguem a Casa Branca. Em contrapartida, os europeus de espírito aberto, empreendedores e empresas, apoiam a ideia da “Nova Rota da Seda”. É evidente que Pequim está consciente destes problemas, e também sabe que é provável que os conflitos intra-eslavos continuem por algum tempo, mesmo depois do fim da guerra na Ucrânia. Mas é muito difícil lidar com a questão e não podemos convencer facilmente os líderes nacionalistas a abandonarem os seus sonhos territoriais e as suas atitudes obstinadas. É certo que, a minha visão pode estar completamente errada. Na verdade, esperamos sempre que uma repentina mudança de tempo possa afastar as nuvens, mas o acima mencionado sugere que é improvável que isso venha a acontecer. O cenário eslavo está emocionalmente carregado. Pode conduzir a um longo período de guerra fria, independentemente de quem ganhar a escaldante guerra na Ucrânia. Além disso, Washington pensa nos seus próprios benefícios. A ideia de a “América vem primeiro” é como uma lei inexorável. Assim, é muito
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provável que Washington deite achas para a fogueira. Simplificando, A Polónia é como uma alavanca. Com esta alavanca pode obter-se várias coisas diferentes. Contudo, é igualmente verdade que esta alavanca é perra e difícil de manejar. Possivelmente, uma forma de sair do actual dilema é aumentar imediatamente a pressão sobre o Governo de Zelensky, antes que coisas piores possam vir a acontecer. É definitivamente melhor acabar com uma guerra problemática e salvar vidas, do que aceitar a continuação da tragédia humana e arriscar um conflito nuclear. É certo que um rápido fim da guerra pode conduzir a mudanças territoriais. Provavelmente as negociações de paz serão seguidas de um longo período de tensões na Europa de leste, mas um armistício proporcionará tempo para as diligências diplomáticas. Um armistício pode também fazer regressar a casa milhares de refugiados ucranianos. Outros europeus deixarão de ter necessidade de olhar por eles. O que é que tudo isto significa para Pequim? Pequim conduziu a Arábia Saudita e o Irão à mesa de negociações. O que quer que aconteça no Próximo Oriente, esperemos que os diplomatas chineses consigam levar Varsóvia, Minsk, Kiev e Moscovo a dialogar, num novo formato. A zona de conflito intra-eslava, manipulada por Washington, pode tornar-se um fardo incómodo para o resto da Europa. Isso não é do interesse da China, e não é favorável ao programa da “Nova Rota da Seda” – um programa que é muito necessário para manter este mundo à tona de água.
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NOVO BAIRRO DE MACAU LEONG SUN IOK PEDE PREÇOS MAIS BARATOS
Pés no chão
Com o mercado de habitação em Zhuhai a perder valor, Leong Sun Iok pede ao Governo e à empresa Macau Renovação Urbana a redução dos preços dos apartamentos no Novo Bairro de Macau. O deputado dos Operários sugere também uma campanha de descontos
C
OM o mercado imobiliário a perder valor em Zhuhai, os preços cobrados para comprar um apartamento no Novo Bairro de Macau, na Ilha da Montanha, deveriam ser reduzidos. A opinião é de Leong Sun Iok, deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), e foi partilhada através de um comunicado. “Os preços de venda dos apartamentos no Novo Bairro de Macau foram estabelecidos em 30 mil renminbis por metro quadrado. No entanto, desde que o preço foi definido o imobiliário está a desvalorizar, e em particular na cidade de Zhuhai”, indicou o deputado. “É recomendável que as autoridades ajustem os preços de venda em resposta às alterações no mercado do imobiliário, ou então que façam descontos com base nos métodos aplicados no que diz respeito aos apartamentos para idosos”, acrescentou. Os apartamentos para idosos são um novo tipo de habitação construída em Macau com fundos públicos, disponíveis para arrendamento, que possibilitam descontos de 20 por cento face ao preço original, nos primeiros três anos de arrendamento, para os primeiros 759 apartamentos. Ao mesmo tempo, Leong Sun Iok destaca também as várias di-
ficuldades que existe para quem pretende mudar-se de Macau para Hengqin, ao nível do transporte de mobílias e outros pertencentes. Actualmente, há empresas especializadas neste serviço, mas para quem deseja mudar-se de Macau para o Interior é mais conveniente comprar novas mobílias no outro lado da fronteira, devido às várias proibições e restrições no transporte de produtos para o Interior. Para atrair residentes para o Novo Bairro de Macau, Leong
indica que esta questão precisa de ser resolvida e a mudança tornada mais conveniente.
Apoios à compra
Em relação à compra com recurso a empréstimos e hipotecas no projecto construído pela Macau Renovação Urbana na Ilha da Montanha, o membro da Assembleia Legislativa pediu ao Governo para criar condições mais favoráveis. Segundo Leong Sun Iok, apesar de alguns bancos em Macau per-
O Novo Bairro de Macau fica situado em Hengqin perto das avenidas Zhongxin e Gang’ao e conta com 27 torres habitacionais de 19 e 26 andares
mitirem empréstimos e hipotecas para o Interior, as condições são normalmente diferentes e menos acessíveis. Por isso, o deputado pede ao Governo que trabalhe com os bancos locais para encontrar soluções mais atractivas. No mesmo sentido, o deputado também pediu que o Governo pondere a criação de incentivos a nível dos empréstimos para os jovens residentes para a compra de apartamentos na Ilha da Montanha. Por último, apela à empresa Macau Renovação Urbana que anuncie tão depressa quanto possível as condições exigidas para o arrendamento dos espaços comerciais e lojas no projecto Novo Bairro de Macau. O legislador admite que tem sido contactado por algumas empresas interessadas em abrir espaços comerciais no outro lado da fronteira, mas que até ao momento as informações são escassas. O Novo Bairro de Macau fica situado perto das avenidas Zhongxin e Gang’ao e conta com 27 torres habitacionais de 19 e 26 andares. Na maior parte dos casos, cada piso é constituído por sete ou oito apartamentos, o que faz com que o projecto albergue quase 4 mil habitações. As autoridades estimam que entre 12 mil e 15 mil residentes de Macau se mudem para o bairro em Hengqin. João Santos Filipe
TRÂNSITO ESTUDADA CIRCULAÇÃO EM GUANGDONG ATRAVÉS HENGQIN
A
S autoridades de Zhuhai estão a estudar a possibilidade de o posto fronteiriço da Ilha da Montanha ser utilizado para permitir a entrada de veículos de Macau na província de Guangdong, no âmbito do programa “Circulação de veículos de Macau na província de Guangdong”.
A novidade foi revelada ontem pelo vice-secretário-geral do Governo Municipal de Zhuhai, Peng Su, durante um seminário sobre o desenvolvimento industrial da cidade vizinha integrado na Feira Internacional de Macau, que decorre até domingo no The Venetian.
“Actualmente, os veículos de Macau viajam para Zhuhai apenas através da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau. No entanto, estamos a explorar a possibilidade de o ponto fronteiriço de Hengqin também abrir as portas a estes veículos, o que aumentaria a conveniência das viagens entre Macau e
Zhuhai”, afirmou Peng Su, de acordo com o portal Macau News Agency. O projecto tem sido muito popular entre a população de Macau, mas tem encontrado alguns desafios face à procura, e dado que a circulação está limitada a duas mil quotas diárias, apesar de vários pedidos para
haver um aumento. Anteriormente, Ho Iat Seng justificou o limite com a falta de capacidade dos acessos para a Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, mas, posteriormente, mudou de versão e deu a entender que o aumento das quotas diárias teria de partir da decisão das autoridades do Interior.
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Baía aqui ao lado
Campanha para atrair jovens de Macau e de todo o mundo
A
campanha de atracção de talentos de Zhuhai para 2023, um esforço de colaboração entre Zhuhai e a Zona de Cooperação Aprofundada Guangdong-Macau em Hengqin, teve início na Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau no dia 14 de Outubro, avançou na quarta-feira o Governo da cidade vizinha. O evento deste ano, com a duração de três meses, irá abranger mais de 70 faculdades e universidades em mais de 20 cidades nacionais e estrangeiras. Tanto o número de rotas de recrutamento como o de universidades no estrangeiro atingiram um número recorde. Mais de 100 empresas líderes em Zhuhai disponibilizarão mais de 5.000 postos de trabalho, dos quais o salário anual mais elevado é de 1,35 milhões de yuan, enquanto mais de 200 postos de ensino em 16 escolas estarão também disponíveis, bem como 258 postos em 12 hospitais. Nos próximos cinco anos, as autoridades de Zhuhai prometem introduzir 100 titulares de doutoramentos de universidades de renome no país e no estrangeiro e formar um grupo de quadros superiores e pessoal técnico que se encontram em falta. O Projecto de Prática para Jovens Talentos Excepcionais de Faculdades e Universidades de Prestígio Mundial levará a cabo
uma actividade de duas semanas que combina a sensibilização para as cidades transfronteiriças e a prática profissional de alta qualidade. Além disso, será concedido um subsídio de até 100 milhões de yuans a equipas e projectos de inovação e empreendedorismo de alto nível que sejam introduzidos em Zhuhai, juntamente com serviços de cadeia completa como a disponibilização de espaços para a indústria 5.0 e um fundo de desenvolvimento industrial de 30 mil milhões de yuans.
Alto nível e calibre
Para os talentos de alto calibre, será recompensado um máximo de 8 milhões de yuans, bem como um desconto de 50 por cento na compra de uma casa bem mobilada até 200 metros quadrados. Os titulares de um doutoramento podem receber até 250 000 yuan de subsídio de subsistência, um desconto de 50 por cento na compra de uma casa e um desconto de 40 por cento no aluguer de uma casa bem mobilada até 120 m2. Os titulares de um mestrado ou de uma licenciatura podem beneficiar de um subsídio de subsistência máximo de 38 000 yuan. Além disso, os talentos que se instalam em Zhuhai podem usufruir de conveniências na educação dos filhos, no emprego do cônjuge.
ASSUNTOS MUNICIPAIS AFASTADA REVISÃO DE NORMAS PARA UTILIZAÇÃO DE ESPAÇOS PÚBLICOS
O
Instituto dos Assuntos Municipais (IAM) afasta a revisão do Regulamento Geral dos Espaços Púbicos, por considerar que o conteúdo é “abrangente”. Foi desta forma que O Lam, vice-presidente do IAM, respondeu a uma interpelação do deputado Lam Lon Wai.
No documento, Lam Lon Wai questiona o tipo de medida que está a ser adoptado para garantir que os espaços públicos são mantidos em boas condições de utilização e limpos. A resposta de O Lam garante que a utilização dos espaços em condições de
higiene é promovida junto de não-residentes e turistas de fora: “Com o aumento do número de trabalhadores não-residentes e de turistas após a epidemia, o IAM, através da impressão e distribuição de materiais de divulgação em várias línguas, da iniciativa do
“Plano de Divulgação da Campanha de Limpeza da Cidade de Macau”, em conjunto com vários grupos estrangeiros em Macau, e do reforço da sensibilização nos postos fronteiriços e nas zonas turísticas, entre outros meios diversificados, eleva a consciência sobre a higiene
ambiental dos respectivos indivíduos”, foi respondido. Além disso, o IAM considera que as multas para quem cospe ou deixa lixo no chão são aplicadas sempre que necessário. “O Instituto para os Assuntos Municipais tem vindo a prestar atenção ao estado
de higiene ambiental dos bairros de Macau, enviando regularmente pessoal para inspeccionar ruas de diferentes zonas”, foi sublinhado. “Em caso de detecção de infracções ao Regulamento Geral dos Espaços Públicos, proceder-se-á de imediato à autuação”, foi garantido.
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DSAL Feiras de emprego com 396 vagas
Três feiras de emprego, que se realizam a 26 e 27 de Outubro, vão disponibilizar 396 vagas. Os eventos são organizados pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) e Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) e as inscrições, que abriram hoje, podem ser feitas até ao meio-dia de 25 de Outubro. No dia 26 de Outubro, será realizada a sessão para o sector de retalho de luxo, com a oferta de 38 postos de trabalho para cargos como empregado de vendas ou chefe de vendas. À tarde do mesmo dia decorre a sessão de empregos na restauração, com vagas para cargos de director de restaurante, cozinheiro ou chefe de mesa. No dia 27 de Outubro, decorre a sessão dedicada ao sector de comércio por grosso e a retalho e do sector farmacêutico, com a existência de 75 vagas de emprego para cargos de farmacêutico e vendedor.
CCAC Língua portuguesa destacada em Pequim
COMÉRCIO FEIRA SINO-LUSÓFONA VISTA COMO APOIO DE PEQUIM A MACAU
Uma passagem de nível A criação da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX) é vista como “um apoio de alto nível” de Pequim por um dos organizadores, que destaca ainda o “muito interesse” dos empresários lusófonos por encontros “cara-a-cara”
A
criação da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), que começou ontem em Macau, reflecte o apoio político das autoridades de Pequim, disse à Lusa um dos organizadores. Mais de 260 expositores oriundos de países lusófonos estão a participar, até domingo, na C-PLPEX, a 28ª Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Franquia de Macau (2023MFE), a decorrer em simultâneo. A primeira C-PLPEX surge após seis edições da Exposição de Produtos e Serviços dos Países de Língua Portuguesa, que “era apenas uma feira local para atrair compradores da China continental”, disse o director do escritório em Portugal da Perfeição Companhia Lda, empresa de Macau que apoiou a organização do evento. Este ano, “a feira vai ser de alto nível, organizada pelo Governo da
RAEM, com o apoio do Ministério do Comércio da China”, sublinhou João Li. A primeira C-PLPEX, “em vez de ser apenas uma parte da MIF, é separada e transformada numa feira independente”, disse à Lusa Bella Huang, gestora de projectos na Perfeição. “Podemos ver que o Governo está mais concentrado em desenvolver os laços entre a China e os países de língua portuguesa”, defendeu Huang.
De acordo com o IPIM, dos mais de 260 expositores vindos dos países de língua portuguesa, 76 são do Brasil, que regista assim o maior número de sempre de expositores, marcas e delegações
“Macau é um mercado muito pequeno, mas vamos trazer muitos fornecedores e clientes de elevada qualidade, que podem encontrar bons parceiros” na RAEM, defendeu João Li. De acordo com o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), dos mais de 260 expositores vindos dos países de língua portuguesa, 76 são do Brasil, que regista assim o maior número de sempre de expositores, marcas e delegações.
Encontros aliciantes
João Li disse que, após quase três anos de restrições à entrada na China, devido à pandemia de covid-19, os empresários lusófonos “têm muito interesse em poder encontrar-se cara-a-cara” com empreendedores chineses. “Durante a pandemia organizámos muitas sessões de bolsas de contacto através da Internet, mas não é a mesma coisa. A presença física é muito importante”, subli-
nhou o director do escritório em Portugal da Perfeição. Os expositores de língua portuguesa presentes abrangem indústrias como tecnologia de ponta, finanças modernas, turismo, criatividade cultural, comidas e bebidas, entre outras, salientou o IPIM no domingo, em comunicado. Bela Huang recordou o papel importante que advogados e contabilistas vindos de países lusófonos têm desempenhado em Macau, mas defendeu que, para “desenvolver indústrias diversificadas, são precisos talentos em outras áreas”. A gestora da Perfeição deu como exemplo a aposta nos veículos eléctricos, na última edição do Fórum e Exposição Internacional de Cooperação Ambiental de Macau, em Agosto, e disse que a C-PLPEX “quer atrair mais indústrias diversas, como comércio electrónico”.
O comissário contra a Corrupção (CCAC) disse em Pequim que, “por razões históricas, o português, além do chinês, é também uma língua oficial de Macau”, motivo pelo qual o território “terá algumas vantagens no desempenho do papel de ponte entre a China e os países de língua portuguesa”. Discursando na quarta-feira em Pequim no âmbito do 3º Fórum “Uma Faixa, Uma Rota” para a Cooperação Internacional, Chan Tsz King, disse ainda que os países de língua portuguesa que têm relações comerciais com a China e Macau podem participar nesta iniciativa criada por Xi Jinping,, adiantou, citado por um comunicado do CCAC. Chan Tsz King esteve em Pequim na comitiva liderada pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng. O responsável falou durante o debate “Rota da Seda Íntegra”, que decorreu no Centro Nacional de Convenções de Pequim.
Governo Sede abre ao público no fim-de-semana
A sede do Governo, situada na Avenida da Praia Grande, abre ao público este fim-de-semana, amanhã e domingo, entre as 9h e 18h, permitindo ao público visitar a zona do palácio e o jardim. Estará patente uma exposição de flores com o tema “Festival de Gastronomia de Macau”, ocorrendo ainda diversos espectáculos de música e dança. Outra das actividades, patente na Sala Polivalente, é a exposição de fotografia com o tema “Oito Paisagens de Macau: do Passado ao Presente”, onde se irá apresentar o mobiliário existente no piso superior. Os espectáculos serão protagonizados pela Banda da Polícia de Segurança Pública e pelos alunos da Escola de Música e Escola de Dança do Conservatório de Macau do Instituto Cultural. Esta é a primeira vez que a sede Governo é aberta ao público desde a pandemia em 2020.
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CEM Algumas tarifas baixam um avo no 4º trimestre os clientes dos grupos tarifários A, B e C, passando a ser essa tarifa de 37 avos por kWh. A CEM diz que o novo cálculo se baseia “nos métodos especificados nos
O
secretário de Estado da Economia defendeu ontem à Lusa, em Macau, que Portugal quer “ir além” das ligações culturais com a região chinesa e apostar em novas áreas de negócio como energias renováveis e economia azul. “Macau, visto por si, é um território que tem limitações geográficas, tem limitações até ao nível do seu potencial de mercado, e tem vindo a ser explorado até agora muito numa lógica daquilo que são as ligações culturais que existem com Portugal. Nós queremos ir além disso”, disse Pedro Cilínio, presente na abertura da 1ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), organizada no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF, na sigla inglesa).
regulamentos relevantes” e que sempre “tem prestado serviços de fornecimento de energia fiáveis aos residentes, com tarifas de electricidade razoáveis”.
Serviços Correccionais Fim dos testes covid Os visitantes do Estabelecimento Prisional de Macau e Instituto de Menores vão deixar de ser obrigados a apresen-
tar testes rápido de antigénio à covid-19 a partir da próxima segunda-feira. Uma nota de imprensa da Direcção dos Ser-
viços Correccionais emitida ontem realça, porém que continua a ser obrigatório o uso de máscara durante o período da visita.
PORTUGAL SECRETÁRIO DE ESTADO APONTA A LIGAÇÕES ALÉM DA CULTURA
Um pouco mais de azul De passagem pelo território, o secretário de Estado da Economia do Governo português, Pedro Cilínio, disse querer alargar o leque de áreas de cooperação com o território, indo além da cultura. O governante destacou as energias renováveis e economia azul PEDRO CATARINO
A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) vai baixar em um avo a Cláusula de Ajustamento de Tarifa (TCA, na sigla inglesa) este trimestre para
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Além das ligações culturais, o futuro pode passar “também por outras áreas de negócio, além daqueles que são os sectores que hoje em dia são pontes de ligação, potenciados pela presença portuguesa no território”, indicou Pedro Cilínio As ligações culturais “promovem a base daquilo que pode ser um potencial de desenvolvimento de negócio futuro”, que passa “também por outras áreas de negócio, além daqueles que são os sectores que hoje em dia são pontes de ligação” e que são “potenciados pela presença portuguesa no território”, acrescentou Cilínio. O secretário de Estado deu como exemplo os sectores das energias renováveis ou da economia azul, apontando para a representação de empresas nestes sectores na C-PLPEX.
“O Fórum Oceano está aqui com uma representação muito forte, porque a área da economia azul é um tema importante para o desenvolvimento da Grande Baía, e Portugal, neste âmbito, tem um conjunto de ‘know-how’, de especialidades que podem vir a potenciar esse tipo de ligações”, considerou.
A Grande Baía é um projecto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto (PIB) superior a um bilião de euros, semelhante ao PIB da Austrália,
Indonésia ou México, países que integram o G20.
Obstáculos e afins
Quanto às queixas que têm sido vocalizadas por empresários portugueses sobre os obstáculos à entrada no mercado chinês, Cilínio disse que Portugal tem trabalhado “em
contínuo” para que “sejam identificadas as dificuldades e encontradas as soluções” e para que estas “possam ser acauteladas naquilo que são os desenvolvimentos futuros para o território e para a Grande Baía”. A Grande Baía, sublinhou, “é um projecto muito interessante” e com “muitos passos a dar”. “Percebemos hoje que esse caminho e essa visão é muito clara e acreditamos que esses passos, que passam por tudo o que tem a ver com a facilitação dos negócios das empresas dos países de língua portuguesa nesta região, irão acontecer”, disse. Ao notar que China e Portugal estão a iniciar outro capítulo no palco da cooperação económica, Pedro Cilínio lembrou que, numa primeira fase, o investimento chinês “verificou-se por entradas em activos estratégicos e activos relevantes em Portugal”. “Mas, neste momento, estamos a falar já de intenções de investimento concreto em áreas importantes para o desenvolvimento da nossa economia e é nessa fase que estamos a apostar”, referiu, nomeando áreas “de interesse para Portugal e para o espaço europeu”, como a mobilidade eléctrica e a sustentabilidade. No primeiro semestre deste ano, o investimento chinês em Portugal “cresceu dez por cento face ao semestre anterior”, alcançando “cerca de 3,5 mil milhões de euros de investimento”, frisou.
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20.10.2023 sexta-feira
TURISMO GUIAS COM POUCO TRABALHO DEVIDO A QUEBRA DE EXCURSÕES
Não papar grupos
Restauração Negócios aumentam 78,4% em Agosto
TIAGO ALÂNTARA
Agnes Lam entende que o modelo de viagens em Macau e no Interior da China alterou-se nos últimos tempos, o que explica a falta de trabalho para muitos dos guias turísticos credenciados no território. A ex-deputada afirma que, cada vez mais, os turistas preferem viagens individuais
O volume de negócios no sector da restauração aumentou 78,4 por cento em Agosto deste ano face ao mesmo mês do ano passado, apontam dados ontem divulgados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No entanto, houve uma quebra do volume de negócios dos restaurantes de um por cento face a Julho deste ano, sendo que o volume de negócios dos restaurantes japoneses e coreanos sofreu uma quebra mensal de 6,2 por cento. Relativamente ao comércio a retalho, em Agosto registou-se um aumento do volume de negócios de 71,2 por cento, também em termos anuais. Quanto às expectativas para o negócio depois do Verão, 59 por cento dos donos de restaurantes ouvidos pela DSEC projectou uma quebra de negócio para Setembro, enquanto apenas 13 por cento disse esperar um acréscimo do volume de negócios. Relativamente ao comércio a retalho, 36 por cento dos comerciantes disse esperar uma quebra, enquanto 18 por cento previu uma subida das vendas para Setembro.
Ká Hó Recebidas 14 propostas para alargar estrada
A Direcção dos Serviços de Obras Públicas recebeu 16 propostas no âmbito do concurso público da “Empreitada de Alargamento da Estrada do Altinho de Ká Hó em Coloane”, de acordo com o canal chinês da Rádio Macau. O preço das propostas e o prazo de execução não foram revelados. O arranque da primeira fase das obras está previsto para o primeiro trimestre do próximo ano, sendo que a via a ser alargada vai da Rotunda de Seac Pai Van até à Avenida do Vale das Borboletas. Os trabalhos no local foram justificados com “as necessidades crescentes” e ainda para “que os residentes da zona tenham um melhor ambiente de deslocação”. Na primeira fase, o troço a ser alterado tem cerca de 670 metros de comprimento e prevê-se que as actuais duas faixas de rodagem sejam transformadas em quatro, com a construção de passeios, drenagem, taludes e muros de contenção de solos.
Cancro da mama Taxa de sobrevivência acima de 80%
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turismo recuperou rapidamente desde Janeiro e os números da Semana Dourada deste mês foram bastante simpáticos para o sector, mas a verdade é que os guias turísticos se queixam de falta de trabalho. Agnes Lam, ex-deputada e professora na Universidade de Macau, defendeu ao jornal Exmoo, num artigo de opinião, que a falta de trabalho dos guias se deve à alteração do modelo de viagem em Macau e no Interior da China, com maior preferência dos turistas pelas viagens individuais. Agnes Lam indicou que hoje existem menos 100 guias turísticos credenciados face aos que existiam há uns anos, e que ultimamente as pessoas procuram cada vez mais fazer turismo de forma individual em fez de participar em excur-
sões, procurando ainda guias de viagem online. Tais factores fazem com que se reduzam as oportunidades de trabalho para os guias turísticos, frisou. Recorde-se que na última semana dourada, que significou férias de oito dias para muitas pessoas, Macau atraiu mais de 930 mil pessoas oriundas do Interior da China, ultrapassando as previsões do Governo, atingindo 84 por cento dos turistas chegados a Macau em 2019 no mesmo período. No entanto, a associação que representa os guias turísticos de Macau disse que muitos se encontram numa situação de subemprego, trabalhando a tempo parcial.
Na China é igual
A académica não deixou de apontar que na China se verificam os mesmos hábitos turísti-
cos. Citando vários relatórios de estudo de agências de viagens do país, Agnes Lam aponta que também se registou uma quebra do número de guias turísticos a nível nacional. Em 2019 havia 121.710 guias registados, com contrato de trabalho, em 2022 esse número baixou para 82.047, uma quebra de quase 40 mil pro-
Agnes Lam destacou o papel das redes sociais que oferecem uma alternativa com a publicação de vídeos de locais turísticos que atingem milhões de visualizações, o que faz com que não seja necessário um guia
fissionais. Agnes Lam destacou ainda o papel das redes sociais que oferecem uma alternativa com a publicação de vídeos de locais turísticos que atingem milhões de visualizações, o que faz com que não seja necessário um guia. Uma vez que estas mudanças estão a alterar o sector, a ex-deputada sugere que o Governo faça um melhor planeamento para o desenvolvimento do turismo, dando mais atenção à situação dos guias turísticos. A académica sugere associar a nova tendência das redes sociais, de publicação de vídeos curtos, ou realização de vídeos em directo, ao trabalho dos guias turísticos, a fim de reforçar a concorrência existente no sector. Andreia Sofia Silva e Nunu Wu
Dados dos Serviços de Saúde (SS) revelam que actualmente a taxa de sobrevivência a cinco anos dos doentes com cancro da mama foi de 88 por cento. Em 2020, o território registou 279 casos da doença, com uma taxa bruta de incidência de 77,8 por cada 100 mil mulheres. Já o número de casos mortais, no mesmo ano, foi de 39, o que representa uma taxa de mortalidade de 10,9 por cento por cada 100 mil mulheres. Os SS realçam que “o cancro da mama sempre ocupou o primeiro lugar entre os novos cancros entre as mulheres, em Macau, nos últimos 10 anos”. No ano passado, o Centro de Recursos para Doentes Oncológicos atendeu mais de 5.100 pessoas, além de que o serviço de consulta externa de “Consulta de Enfermagem” recebeu mais de 1.600 pessoas. Uma vez que Outubro é o “Mês Internacional de Consciencialização sobre o Cancro da Mama”, o Centro Hospitalar Conde de São Januário dos Serviços de Saúde tem realizado uma série de actividades para aumentar a sensibilização sobre a doença e cuidados médicos a ter, tal como palestras e a actividade “Fita Rosa, Cuide de Si e de Mim”, com o convite a 35 pacientes.
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OLGA SANTOS
JOGO SANDS CHINA COM LUCROS DE 231 MILHÕES
Dias felizes
A empresa que explora os casinos The Venetian e The Parisian obteve um lucro de 231 milhões de dólares entre Julho e Setembro. O presidente da Las Vegas Sands, Robert Goldstein, mostrou-se confiante no potencial do crescimento dos lucros
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operadora de casinos Sands China anunciou ontem um lucro de 231 milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano. Em igual período do ano passado, a Sands China tinha registado um prejuízo líquido de 472 milhões de dólares, de acordo com um comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong. As receitas líquidas totais da Sands China aumentaram para 1,78 mil milhões de dólares entre Julho e Setembro, em comparação com 251 milhões de dólares no mesmo período do ano passado. O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) ajustado da Sands China foi de 631 milhões de dólares contra uma perda de 152 milhões de dólares no terceiro trimestre de 2022, indica o mesmo comunicado dos resultados da Las Vegas Sands, que detém controla a Sands China.
O presidente e director executivo da Las Vegas Sands, Robert Goldstein, destacou “a recuperação dos segmentos de jogo e não jogo” durante o trimestre e “a oportunidade de continuar” a investir para “melhorar a atracção turística de Macau para os viajantes de toda a região, incluindo estrangeiros” que visitam o território. Em comunicado, Robert Goldstein destacou também que “o compromisso de décadas” da concessionária em “investimentos que melhoram a atracção turística de Macau” e de apoio ao “desenvolvimento de Macau como um centro mundial de comércio de turismo” colocam a Sands numa posição “robusta” para atingir “um crescimento forte, com a recuperação das viagens e do turismo”
Maré baixa em Setembro
Em Setembro, as receitas do jogo em Macau caíram 13,2 por cento. Em comparação com Agosto, com os casinos
a arrecadarem 14,9 mil milhões de patacas. Com o fim das restrições sanitárias impostas durante a pandemia da covid-19, Macau recebeu 17,6 milhões de visitantes nos primeiros oito meses do ano, quatro vezes mais do que no mesmo período do ano passado, mas ainda dois terços do valor registado entre Janeiro e agosto de 2019. A indústria do jogo, a principal fonte de receita via impostos do Governo do território, representava mais de metade do produto interno bruto (PIB) de Macau em 2019 e dava trabalho a quase 68 mil pessoas no final de 2022, ou seja, a quase 20 por cento da população empregada. Macau é o único local na China onde o jogo em casino é legal. Operam no território seis concessionárias (Sands, MGM, Wynn, Melco, Galaxy e SJM), cujo contrato de concessão para os próximos dez anos entrou em vigor a 1 de Janeiro de 2023.
Robert Goldstein declarou que a Sands está numa posição “robusta” para atingir “um crescimento forte, com a recuperação das viagens e do turismo”
CRIME PRISÃO PREVENTIVA PARA SUSPEITO DE ROUBO DE 4,5 MILHÕES DE YUAN
BURLA “FALSOS POLÍCIAS” CAUSAM PERDAS DE 120 MIL PATACAS EM DOIS CASOS SEPARADOS
M residente suspeito de estar envolvido num roubo de uma mochila e uma bagagem que continham cerca de 4,5 milhões de yuan vai aguardar julgamento em prisão preventiva. A medida de coacção aplicada pelo juiz de instrução criminal foi revelada ontem, através de um comunicado do Ministério Público. O roubo foi cometido “há dias atrás”, no Terminal Marítimo do Porto Exterior, pelo residente de Macau em conluio com dois homens do Interior. Após os alegados factos, os três fugiram para o outro lado da fronteira, onde foram capturados pela polícia do Interior, no que foi descrito como uma “acção conjunta” entre as duas polícias. Com o homem de Macau a ser entregue ao território, enquanto os dois
OIS casos de burla em que os criminosos se fizeram passar por agentes da polícia do Interior causaram perdas de 120 mil patacas, de acordo com a informação do Corpo de Polícia de Segurança Pública, citada pelo Jornal Ou Mun. No primeiro caso, que aconteceu na sexta-feira da semana passada, um homem foi contactado por uma conta de WeChat que se identificava como “Serviços
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do Interior ficaram do outro lado da fronteira, o caso foi encaminhado para o Ministério Público. O suspeito está indicado pela prática do crime de furto qualificado, que implica um pena mínima de dois anos e máxima de 10 anos de prisão. Segundo a mesma explicação, a prisão preventiva visa também evitar “a fuga de Macau” e a “perturbação no andamento do processo”. No comunicado, o MP deixou ainda um apelo aos “cidadãos para guardarem cautelosamente os seus bens e denunciarem, de imediato [...] quando os bens tiverem sido prejudicados, por forma a combater tempestivamente os crimes, salvaguardando, em conjunto, tanto a ordem social como a segurança patrimonial dos cidadãos”.
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de Alfândega de Zhejiang”. Na troca de mensagens a vítima foi “informada” pelos burlões que estava a ser investigada por estar envolvida na venda de vários produtos proibidos no Interior, e foram-lhe pedidas 90 mil patacas, como caução associada aos custos da investigação. Com a promessa que o dinheiro seria devolvido, assim que fosse declarado inocente, o homem transferiu o dinheiro para uma conta em Hong Kong. Só mais tarde, quando viu um anúncio contra burlas da Polícia Judiciária, o indivíduo percebeu que tinha sido burlado e apresentou queixa. No segundo caso, que aconteceu no domingo, o mé-
todo foi semelhante. Os burlões apresentaram-se como “polícia” de Xangai e disseram à vítima, uma jovem, que estava a ser investigada por enviar mensagens para o Interior a promover jogo. Segundo o CPSP, com medo da investigação, a mulher aceitou fazer uma chamada de vídeo com os burlões e filmou vários detalhes da sua conta bancária online. Com acesso aos números necessários e respectivos códigos de segurança, os burlões conseguiram transferir para as suas contas cerca de 34 mil patacas. A mulher apresentou queixa quando se apercebeu da transferência bancária.
VIA do MEIO
A concepção chinesa de s
(Continuação do número anterior)
Abordagem “Saúde Única” Em chinês o conceito de “Saúde Única” (em inglês, One Health), foi traduzido como “全健康”, ou seja, saúde holística. Com base na história e na cultura da China, este conceito tem como objetivo principal ajudar a conceber uma “Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade”, lema da governação do atual Presidente chinês, Xi Jinping. Esta expressão entrou pela primeira vez no discurso oficial do Partido Comunista Chinês (PCC) a 8 de novembro de 2012, quando foi incluída no relatório político de Hu Jintao no 18º Congresso Nacional do PCC. Foi depois retomada pelo atual líder do PCC no relatório de trabalho do 19º Congresso Nacional do PCC, em outubro de 2017 (Zhao, 2018; Chen, 2021). Este conceito representa a mais recente tentativa da liderança chinesa de “explorar e definir o papel da China no mundo e a sua contribuição assenta em quatro vertentes principais: economia, política, cultura e segurança (Zhao, 2018). O conceito tornou-se uma pedra angular do “Pensamento de Xi Jinping sobre Diplomacia” (习近平外交思想) que impulsiona a política externa chinesa e foi utilizado pelo Presidente Xi em discursos oficiais para as inaugurações dos fóruns da Faixa e Rota e foi acrescentado à Constituição da República Popular da China (Chen, 2021). Com efeito, o conceito de “Saúde Única” começou a ser discutido mais profundamente nos inícios do novo milénio, tendo sido em 2010 que foi criada a Aliança Tripartida, um mecanismo de operacionalização da abordagem. “Saúde Única” é uma abordagem que reconhece a interconexão da saúde humana, animal e ambiental e sublinha a importância da colaboração entre diferentes sectores para resolver problemas de saúde transversais e até globais. A Aliança Tripartida entre a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a Organização Mundial de Saúde Animal e a Organização Mundial de Saúde tem sido fundamental para promover o quadro da “Saúde Única”. Inicialmente, a Aliança Tripartida centrou-se na gestão das doenças zoonóticas, que são doenças que podem ser transmitidas dos animais para os seres humanos (Matwondo et al., 2023). Estas doenças representam riscos significativos para a saúde pública e têm o potencial de causar crises de segurança sanitária a nível mundial ou regional, como terá sido o caso da mais recente pandemia de Covid-19. Ao abordar as doenças zoonóticas e outras ameaças de grande impacto, a Aliança Tripartida visa reforçar a segurança sanitária mundial e impedir a propagação de doenças infeciosas. No entanto, é importante notar que o quadro “Saúde Única” engloba ques-
Anabela Rodrig
tões mais vastas para além das doenças zoonóticas. Esta abordagem sublinha a necessidade de colaboração interdisciplinar e de estratégias integradas para enfrentar desafios de saúde complexos, incluindo doenças infeciosas emergentes, resistência antimicrobiana, poluição ambiental e alterações climáticas, a uma escala global (Matwondo et al., 2023). A promoção da investigação, implementação e criação de sistemas “Saúde Única» tornou-se uma prioridade máxima, com cinco recomendações fundamentais: (i) estabelecer um sistema de investigação e disciplina “Saúde Única» plenamente desenvolvido; (ii) criar um sistema de ensino abrangente; (iii) formação de um grupo de reflexão de alto nível para influenciar a transformação das políticas de saúde pública; (iv) reforço das atividades de intercâmbio internacional para melhorar a influência da China em “Saúde Única” e na governança da saúde; e (v) funcionamento eficiente de um sistema de inovação e transformação para alcançar a industrialização nesse domínio (Zhang et al., 2022a). O conceito de “Saúde Única” na China é encarado como um instrumento para facilitar o desenvolvimento de uma “Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade”. A cooperação intersectorial (medicina humana e veterinária, ciências do ambiente, geografia, economia, agricultura, gestão, direito, etc.) é fundamental para o sucesso dessa abordagem, e ela tem sido mais eficaz em áreas onde sua aplicação já está bem estabelecida (Yang and Zhou, 2023). A iniciativa está gradualmente a expandir-se para abordar questões mais complexas e riscos para a segurança da saúde em todo o sistema socio-ecológico. Essa abordagem holística reconhece que a saúde humana não pode ser separada da saúde dos animais e do ambiente em que vivemos e está intrinsecamente ligada à visão holística oriental da saúde e à profunda compreensão e sabedoria da cultura chinesa no reconhecimento da importância da interconexão entre a saúde humana, animal e ambiental (Zinsstag et al., 2023, Yang and Zhou, 2023). Essa influência de fatores não diretamente ligados à saúde e à medicina leva-nos a refletir na próxima secção sobre o impacto dos Determinantes Sociais da Saúde.
Determinantes Sociais da Saúde De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os Determinantes Sociais da Saúde definem- se do seguinte modo:
“As circunstâncias nas quais as pessoas nascem, crescem, trabalham, vivem, e envelhecem, e o amplo conjunto de forças e sistemas que moldam as condições da vida cotidiana. Essas forças e sistemas incluem sistemas e políticas económicas, agendas de desenvolvimento, normas sociais, políticas sociais e sistemas políticos”. Também se consideram os fatores sociais, económicos, culturais, étnicos, psicológicos e comportamentais que influenciam o estado de saúde; estes fatores podem ser as condições de habitação, nutrição, escolaridade e condições de emprego (Buss e Filho, 2007). De acordo com um relatório de 2010 encomendado pela OMS à Comissão para os Determinantes Sociais da Saúde, “as desigualdades na organização da sociedade implicam que a liberdade para gozar de uma vida próspera e de boa saúde está distribuída de forma desigual dentro e entre sociedades. Esta desigualdade pode ser constatada nas condições existentes na primeira infância e idade escolar, na natureza das condições laborais e de emprego, as características físicas do ambiente de trabalho e a qualidade do ambiente natural em que as pessoas habitam. Dependendo da natureza desses ambientes, diferentes grupos terão experiências diferentes relativas às condições materiais, apoio psicossocial e opções comportamentais, que as tornam mais ou menos vulneráveis a situações de saúde deficiente. Do mesmo modo, a estratificação social determina o acesso e uso diferenciado de cuidados de saúde, com consequências
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para a promoção desigual de saúde e bem-estar, prevenção de doenças e consecutivo recobro e sobrevivência”. Um estudo mais recente de 2020 acerca das construções subjetivas da saúde na China (Mao et al., 2020) concluiu que, de facto, para a população chinesa as características demográficas, o meio social e as suas próprias experiências de saúde moldam as suas respetivas perceções de saúde. Com efeito, as dimensões da saúde – incluindo a constituição do corpo, o espírito, a atitude perante a vida, a qualidade do sono, e o estilo de vida – têm sido frequentemente associadas ao conceito de saúde na literatura chinesa. Estas dimensões da saúde com “características chinesas” vêm reforçar a demonstração das diferenças culturais na definição de saúde entre a China e o Ocidente, embora no que toque aos DSS haja um grau de concordância quanto ao seu papel e impacto na saúde das pessoas.
Considerações finais A cultura constitui-se como um elemento fundamental para o entendimento das perceções subjacentes ao conceito de saúde na China. A saúde, vista não apenas como a ausência de doença, mas como um estado generalizado de bem-estar físico e mental, já é encarada desta forma há muitos anos na civilização chinesa, pelo facto de esta assumir que o corpo é um conjunto harmonioso das partes em perfeita simbiose com o meio envolvente. Quando existe dese-
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saúde: um olhar diferente
cina Chinesa (versão em Português). Editora Roca, São Paulo
gues Santiago
quilíbrio (quebra de harmonia entre as componentes de Yin e Yang, ou entre os diversos elementos quer no homem, quer na natureza) há um potencial para surgimento da doença. A saúde é, portanto, assumida como um estado a longo-prazo e não como uma condição de curto- prazo. Esta visão holística do corpo e da mente como um todo indissociável dos fatores externos que o rodeiam (determinantes sociais e outros determinantes), promovem um quadro favorável para a adoção de cuidados de saúde integrativos e simultaneamente, preventivos baseados, entre outras, na abordagem de “Saúde Única” que perpetra uma ideia de bem-estar para as populações, para as faunas locais e todo o ecossistema associado, contribuindo para um lema maior que é o do governo chinês atual, ou seja, o da “Comunidade de Futuro Compartilhado para a Humanidade”. Assim, a aposta é feita em tratamentos completos, integrados, preventivos e de longa-duração que promovam não apenas um alívio imediato dos sintomas (ao contrário da abordagem da medicina ocidental que tende a tratar isoladamente as partes com medicação cujo efeito é praticamente imediato, mas de curto-prazo), mas sim uma cura atuando na raiz do problema com abordagens terapêuticas de efeito mais retardado, mas com efeitos no longo-prazo (prevenção de recaídas) e na qualidade de vida da pessoa, destacando-se também o caráter preventivo. De ressaltar igualmente a incorporação regulamentada e cada vez mais significativa de medicinas ditas complementares às medicinas convencionais em harmoniosa coexistência. Com efeito, conclui-se que uma das necessidades mais prementes para o campo da saúde na atualidade é o estabelecimento de um pluralismo de sistemas médicos, com suas múltiplas abordagens da saúde, da doença e do cuidado; não esquecendo que a saúde é direta ou indiretamente influenciada por fatores externos de natureza, económica, social e ambiental – DSS – e, portanto, requer cada vez mais uma abordagem multidisciplinar, global e atenta a fatores de índole cultural. Referências • Andrade, J. T. de., & Costa, L. F. A. da .. (2010). Medicina complementar no SUS: práticas integrativas sob a luz da Antropologia médica. Saúde E Sociedade, 19(3), 497–508. https:// doi.org/10.1590/S0104-12902010000300003 • Buss, P. M., & Pellegrini Filho, A.. (2007). A saúde e seus determinantes sociais. Physis: Re-
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FÓRUM FAIXA E ROTA TERMINA COM ACORDOS DE 97,2 MIL MILHÕES
De olhos no futuro O
3º Fórum da Iniciativa Faixa e Rota terminou ontem em Pequim com acordos comerciais no valor de 97,2 mil milhões de dólares, anunciou o ministro dos Negócios Estrangeiros chinês, Wang Yi. Wang declarou numa conferência de imprensa que o fórum foi “um sucesso total”, uma vez que “todas as questões da agenda” foram abordadas, o que mostrou aos representantes dos 110 países presentes que “não vieram falar por falar”. O ministro afirmou ainda que a China está empenhada em construir uma “economia global aberta” e em desenvolver uma “economia digital com um ambiente não discriminatório”. Segundo o chefe da diplomacia chinesa, o Fórum terminou ainda com 458 acordos e mais de cem mil oportunidades de formação. Xi Jinping, Presidente da China, disse que o país vai abrir ainda mais o “comércio transfronteiriço e o investimento nos serviços e expandir o acesso ao mercado de produtos digitais” e reformar as empresas estatais e grupos que atuam na economia digital, os direitos de propriedade intelectual e os contratos públicos. De acordo com dados do ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, a iniciativa lançou mais de 3.000 projetos na última década, com um investimento conjunto de cerca de um bilião de dólares, e criou 420.000 postos de trabalho. Designado pelo Presidente chinês, Xi Jinping, como o “projecto do século”, em 2013, a iniciativa foi inicialmente apresentada no Cazaquistão como um novo corredor económico para a Eurásia, inspirado na antiga Rota da Seda. A construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas voltaria a ligar o leste da Ásia e a Europa, através da Ásia Central.
sexta-feira 20.10.2023
Wang Yi “Modernizar o mundo em conjunto”
Faixa e Rota lidera cooperação
Wang observou que “a IFR tornou-se o bem público internacional mais popular
e a maior plataforma de cooperação internacional do mundo. A Faixa e Rota é uma plataforma aberta e todos os países são bem-vindos a participar dela a qualquer
momento”. O ministro expressou a esperança de que as iniciativas de conectividade de outros países também permaneçam abertas e evitem a criação de cliques exclusivos. “A
MAHMUD HAMS/AFP
SEIS DEZENAS DE PAÍSES EM XANGAI
M
“Mais estabilidade” no Médio Oriente
O Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou ontem, durante um encontro em Pequim com o primeiro-ministro egípcio, Mustafa al-Madbully, que a China pretende “levar mais estabilidade” ao Médio Oriente, noticiou a agência de notícias oficial. “A China está disposta a trabalhar com o Egito para trazer maior certeza e estabilidade à região e ao mundo”, afirmou o chefe de Estado chinês, de acordo com a Xinhua, no contexto da guerra entre Israel e o Hamas.
AIS de 60 países confirmaram a sua participação na sexta Exposição Internacional de Importação da China (CIIE), que está programada para acontecer de 5 a 10 de novembro, segundo as autoridades locais. A Exposição Nacional é uma parte importante da CIIE e mostrará as inovações tecnológicas, as indústrias fortes e o clima de investimento de cada nação participante, afirmou Zhang
Weimin, que trabalha no Centro Nacional de Exposições e Convenções (Xangai). Os pavilhões nacionais deste ano incluirão países em vários estágios de desenvolvimento, desde os menos desenvolvidos até os desenvolvidos, acrescentou Zhang. O Pavilhão da China, com uma área de 2.500 metros quadrados, será o maior que já existiu na história da CIIE. E terá como foco demonstrar as mais
China está pronta para se alinhar com todas as outras iniciativas de conectividade”, afirmou. Wang também rejeitou a alegação de que a Parceria para Infraestruturas
e Investimentos Globais, lançada pelos EUA, tem como alvo a Iniciativa Faixa e Rota, chamando a narrativa de mais um caso de politização de questões económicas.
XINHUA
“O
terceiro Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional regista outro marco importante no processo de construção conjunta da Iniciativa Faixa e Rota, afirmou o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, na quarta-feira, destacando o “sucesso total” do fórum. “O consenso mais importante alcançado neste fórum é abrir uma nova etapa de cooperação de alta qualidade”, disse Wang.” A nova etapa de cooperação criará ainda mais oportunidades para a economia global e tornar-se-á uma vantagem para a situação global. “Amaior visão deste fórum é modernizar o mundo em conjunto”, disse Wang. “A Iniciativa Faixa e Rota (IFR) criou uma plataforma de cooperação para o desenvolvimento comum e ajudou muitos países em desenvolvimento a acelerar a sua marcha em direção à modernização”. Durante o fórum, foram alcançados um total de 458 resultados, muito mais do que o segundo, revelou Wang. “Nos últimos 10 anos a cooperação Faixa e Rota alcançou conquistas históricas, abrindo um caminho de cooperação, oportunidade e prosperidade que leva ao desenvolvimento comum”, apontou ele.
MARK R. CRISTINO | EPA | LUSA
SUO TAKEKUMA; POOL | EPA | LUSA
Mas a iniciativa tornou-se, entretanto, no principal programa da política externa de Xi Jinping. Na última década, mais de 150 países em todo o mundo aderiram à Faixa e Rota. Segundo um estudo realizado pela AidData, unidade de pesquisa sobre financiamento internacional, com sede nos Estados Unidos, nos primeiros cinco anos desde o lançamento (2013-2017), a China financiou, em média, 83,5 mil milhões de dólares por ano em projetos de desenvolvimento no estrangeiro, cimentando a liderança como principal financiadora internacional. O aumento líquido, de 31,3 mil milhões de dólares por ano, em relação aos cinco anos anteriores (2008-2012), é equivalente ao financiamento anual médio dos Estados Unidos, que ocupam a segunda posição, no período 2013-2017.
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recentes conquistas da China em termos de abertura de alto nível e desenvolvimento de alta qualidade. A Exposição de Negócios da sexta CIIE contará com seis áreas principais de exposição. Até agora, mais de 3.000 empresas de mais de 120 países confirmaram a sua participação e a área de exposição ultrapassará os 360.000 metros quadrados. Vista do Centro Nacional de Convenções da China (Xangai)
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20.10.2023 sexta-feira
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AVIÃO DE VIGILÂNCIA CANADIANO “EXPULSO” DOS CÉUS CHINESES
Asas desasadas
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M avião canadiano CP140 entrou ilegalmente no espaço aéreo chinês sobre o ilhéu Chiwei e aproximou-se várias vezes da zona marítima próxima da China Oriental e do Estreito de Taiwan. “A Força
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China fez ontem duras críticas à última actualização pelo departamento de Comércio dos Estados Unidos sobre controlos de exportação, que impedem a exportação para o país asiático de ‘chips’ semicondutores avançados e do equipamento necessário para os fabricar. A revisão das regras pelo Governo norte-americano foram anunciadas na terça-feira, cerca de um ano depois de os controlos de exportação terem sido lançados pela primeira vez, para evitar a utilização de ‘chips’ com utilização militar, incluindo o desenvolvimento de mísseis hipersónicos e inteligência artificial. O ministério do Comércio da China afirmou que os
Aérea chinesa tratou do assunto em plena conformidade com a lei”, afirmou o porta-voz do Ministério da Defesa Nacional chinês, Wu Qian, na quarta-feira, depois de o Ministro da Defesa canadiano, Bill Blair, ter alegadamente classificado a
intercepção como “inaceitável, perigosa e imprudente”. “O lado canadiano está a exagerar a questão e a ignorar os factos, com o objectivo de confundir a opinião pública internacional. As ilhas Diaoyu e as suas ilhas afiliadas são território inerente à
China. As acções do Canadá infringem gravemente a soberania da China e ameaçam a sua segurança nacional. Podem facilmente dar origem a mal-entendidos e erros de avaliação, são de natureza flagrante e extremamente perigosas”, afirmou Wu.
Guerra dos chips, ep.8 China acusa Estados Unidos de causar enormes perdas
controlos são “impróprios” e instou Washington a levantá-los o mais rapidamente possível. A mesma fonte disse que, uma vez que a indústria de semicondutores é altamente globalizada, as restrições impostas aos ‘chips’ utilizados em sistemas de inteligência artificial e outras aplicações avançadas estão a impedir o comércio normal e as actividades económicas. As restrições violam as regras do comércio internacional e “ameaçam seriamente a estabilidade das cadeias de abastecimento industrial”, afirmou, em comunicado. “As empresas
de semicondutores dos EUA sofreram enormes perdas e as empresas de semicondutores de outros países também foram afectadas”, lê-se na mesma nota. O ministério do Comércio chinês afirmou que Pequim vai tomar “todas as medidas necessárias” para salvaguardar os seus direitos e interesses, sem dar quaisquer pormenores. Numa conversa com os jornalistas, a secretária do Comércio dos EUA, Gina Raimondo, disse que as restrições se destinam a proteger as tecnologias com claras implicações para a
segurança nacional ou os direitos humanos. “A grande maioria dos semicondutores permanece sem restrições. Mas quando identificarmos ameaças à segurança nacional ou aos direitos humanos, agiremos de forma decisiva e em conjunto com os nossos aliados”, apontou. As actualizações resultaram de consultas com a indústria e da realização de análises tecnológicas. Vai agora existir uma zona cinzenta que será monitorizada para detectar ‘chips’ que possam ser utilizados para fins militares, mesmo que
“A China condena veementemente esta situação e apresentou uma representação severa junto do Canadá, referiu, advertindo a parte canadiana para pôr termo a qualquer comportamento provocatório a fim de evitar uma escalada da situação.
não satisfaçam os limiares das limitações comerciais. As exportações de circuitos integrados para empresas sediadas em Macau ou em qualquer outro local sujeito a um embargo de armas pelos EUA podem também ser restringidas, visando evitar que os países e regiões em causa contornem os controlos e forneçam circuitos integrados à China. As actualizações também introduzem novos requisitos que tornam mais difícil para a China fabricar ‘chips’ avançados noutros países. A lista de equipamento de fabrico abrangido pelos controlos de exportação também foi alargada, entre outras alterações. Raimondo afirmou que os limites impostos a estes chips não se destinam a
prejudicar o crescimento económico da China. Numa reunião realizada em agosto, Raimondo e os seus homólogos chineses concordaram em trocar informações sobre os controlos das exportações. Está prevista a participação de funcionários chineses numa cimeira do fórum da Cooperação Económica Ásia-Pacífico em São Francisco, em novembro. O Presidente Joe Biden sugeriu que poderia reunir-se à margem da cimeira com o Presidente chinês Xi Jinping, embora a reunião ainda não tenha sido confirmada. Os dois líderes reuniram-se no ano passado após a cimeira do G20 em Bali, na Indonésia, pouco depois de terem sido anunciados os controlos das exportações.
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Alegando estar a realizar uma missão para controlar o embargo económico imposto pela ONU à Coreia do Norte, o avião de vigilância canadiano, um CP-140 Aurora, terá sido interceptado várias vezes durante a sua patrulha de oito horas ao largo e em torno da costa chinesa na segunda-feira. Enquanto o Canadá está a dar destaque ao incidente com o avião CP-140, o Departamento de Defesa dos EUA realizou na terça-feira uma conferência de imprensa e divulgou algumas imagens e vídeos recentemente desclassificados de comportamentos operacionais coercivos e arriscados do PLA ao longo do último ano contra aviões americanos que operavam legalmente no espaço aéreo internacional nas regiões do Mar da China Oriental e do Sul. Ely Ratner, secretário adjunto da Defesa para os Assuntos de Segurança do Indo-Pacífico, afirmou na conferência de imprensa que “desde o outono de 2021, assistimos a mais de 180 incidentes deste tipo, mais nos últimos dois anos do que na década anterior... E quando leva em consideração os casos de intercepções coercitivas e arriscadas do PLA contra outros estados, o número aumenta para quase 300 casos contra aeronaves dos EUA, aliados e parceiros nos últimos dois anos”. Quando questionado sobre se o Pentágono encoraja os aliados e parceiros a divulgar ao público os comportamentos inseguros dos chineses, para que o público possa compreender melhor o que os chineses estão a fazer, Ratner disse aos meios de comunicação social: “A nossa posição é que essa é a história que eles têm para contar, são as decisões soberanas que eles têm de tomar sobre a divulgação dessa informação. Penso que, na nossa perspectiva, acreditamos que a transparência em torno desta questão é importante para uma melhor compreensão deste comportamento”. O almirante John C. Aquilino, comandante do Comando Indo-Pacífico dos EUA, também mencionou na conferência de imprensa outra questão semelhante, em que a Guarda Costeira da China impediu os navios filipinos de invadir as águas perto do Ren’ai Jiao da China (também conhecido como Ren’ai Reef) no Mar do Sul da China. “Os EUA, o Canadá e as Filipinas cooperaram e coordenaram-se obviamente para criar uma opinião pública negativa sobre a China. Pode-se ver que os EUA estão a reunir aliados para lançar uma ofensiva de opinião pública sobre a ‘ameaça da China’, disse Zhuo Hua, um especialista em assuntos internacionais da Escola de Relações Internacionais e Diplomacia da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim.
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FERNANDA ILHÉU ECONOMISTA QUER VER MAIS PRODUTOS PORTUGUESES LEGAIS NA CHINA
Licença para vender
Economista, docente universitária e presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda, sediada em Portugal, Fernanda Ilhéu participou no III Fórum Faixa e Rota para Cooperação Internacional e falou com os media chineses sobre o evento, o trabalho da sua Associação e as relações China-Portugal, sublinhando que no campo das relações comerciais a balança tende demasiado para um dos lados
C
OMEÇANDO por fazer um balanço positivo da sua participação no evento, Fernanda Ilhéu afirmou que a iniciativa chinesa permite obter uma “imagem mais global” dos acontecimentos actuais e expressou o desejo de que a iniciativa mantenha “uma estratégia de desenvolvimento sustentável” e que crie “confiança nos diversos países para continuarem a trabalhar em conjunto”. AAssociação Amigos da Rota da Seda, instituição a que preside, é um think tank que, explica, analisa a cooperação Portugal-China e estuda possibilidade de desenvolver essa cooperação no contexto do memorando de entendimento
assinado entre os dois países aquando da visita de Xi Jinping a Portugal em 2018. “Fazemos permanentemente conferências, estudos, almoços de networking, várias iniciativas que divulgam o que está a acontecer e analisam o que pode ser feito”, expande. “Existe uma vontade de cooperar, tem existido nos últimos anos bastante investimento da China em Portugal, nós espe-
ramos que continue”, afirma. Essa disponibilidade, elabora, existe no sector empresarial e governamental. “Por exemplo, durante a Covid houve uma boa cooperação entre o governo português e chinês, primeiro na ajuda à China e depois na ajuda da China a Portugal”. No sector do “ensino da língua portuguesa, existem cerca de 60 universidades na China com es-
“As empresas portuguesas, que têm parcerias com a China, estão satisfeitas com esses parceiros e têm fortalecido as suas empresas, têm criado dimensão e têm expandido a sua actividade internacional.”
tudos de português, existe uma boa colaboração a nível das trocas culturais. Também ao nível do turismo começamos agora a ver outra vez o turismo chinês a chegar a Portugal. Os investimentos da China em Portugal têm sucesso, portanto, estou a falar da participação de empresas chinesas no capital de empresas portuguesas”. “As empresas portuguesas, que têm parcerias com a China, estão satisfeitas com esses parceiros e têm fortalecido as suas empresas, têm criado dimensão e têm expandido a sua actividade internacional. Nesses sectores do investimento destacamos a energia, a saúde, a parte financeira, a parte da construção, portanto, tem variado”, prossegue. No entanto, a entrevistada deixa a ressalva de que “existe um aspecto que não tem tido muito sucesso, que é o aspecto comercial”. “A nossa balança de pagamentos está muito deficitária e existem muitos produtos que nós poderíamos vender à China se tivéssemos licenças de importação do lado chinês. Os produtos, muitas vezes, têm clientes, mas não podem entrar na China porque não têm certificado, não têm licença. Mas era importante que fosse desbloqueado, são problemas burocráticos, que por vezes levam muitos anos e nós não compreendemos porque é que estão tanto tempo parados”, adverte. Fernanda Ilhéu conclui as suas declarações destacando o potencial da cooperação trilateral entre Portugal, a China e os países de língua portuguesa. “Penso que poderia haver uma maior colaboração trilateral, e penso que deveria haver maior trabalho do governo português, do governo chinês, das empresas portuguesas e das empresas chinesas, no sentido de, em conjunto, encontrarem modelos de negócio e de desenvolvimento em colaboração com esses países de língua portuguesa, nomeadamente com os países africanos de língua portuguesa”, conclui. in Diário do Povo (editado)
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20.10.2023 sexta-feira
É inaugurada amanhã em Foshan uma exposição que reúne 10 artistas de Macau, como Alexandre Marreiros, Sara Augusto e Francisco Ricarte, na galeria “ArtOn Space”. A mostra conta com curadoria de João Miguel Barros e iiOn Ho e nasce de uma parceria com a galeria Ochre Space, em Lisboa
ELÓI SCARVA
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A
LEXANDRE Marreiros, Alan Ieon, Elói Scarva, Francisco Ricarte, Hugo Teixeira, João Palla Martins, Tang Kuok Hou, Rusty Fox, Sara Augusto e Stefan Nunes. São estes os nomes dos fotógrafos e artistas que vão expor, a partir de amanhã, na nova galeria de arte em Foshan virada para a fotografia e artes visuais: a ArtOn Space. Intitulada “Mixed”, a mostra conta com curadoria de João Miguel Barros, advogado, fotógrafo e fundador da galeria de fotografia Ochre Space, em Lisboa, com a qual a ArtOn Space estabeleceu uma parceria em termos de curadoria de projectos. A curadoria está também a cargo de iiOn Ho, responsável pela galeria na cidade chinesa. Segundo disse João Miguel Barros ao HM, foi feita uma proposta a iiOn Ho quanto à possibilidade “de seleccionar alguns trabalhos de artistas de Macau, preferencialmente no âmbito [da
O
Centro Cultural Fernão Mendes Pinto, em Almada, Portugal, acolhe até Maio de 2024, o programa “Almada na Rota do Oriente”, com uma série de conferências nas áreas da Literatura, História, Sociologia e Etnografia, bem como espectáculos musicais, exibições de filmes e exposições de fotografia, pintura ou instrumentos musicais. O programa é promovido pela Associação Almada
EXPOSIÇÃO “MIXED”, COM ARTISTAS DE MACAU, APRESENTADA EM FOSHAN
A mostra aqui ao lado sua colaboração] com a associação Halftone”, que edita regularmente uma revista de fotografia no território. Assim, a associação, criada em Macau ganha, com “MIxed”, a sua “primeira internacionalização”, a partir de “um projecto multiface-
tado e diversificado, com trabalhos autónomos e independentes (daí o nome da exposição), mas que assentam na ideia da construção e da humanidade”, frisou João Miguel Barros. A mostra estende-se ainda a outros espaços associados à ArtOn
Space, nomeadamente a 272 Gallery by Stream, Sensing Bookstore, SOS perfume e The Calling Hill.
Um ponto de partida
João Miguel Barros cita o texto de apresentação da exposição para explicar que “MIxed” não constitui
“um ponto de chegada, mas antes um ponto de partida”. O público poderá ver imagens como “Cinderella Going Home” ou “Out, No Photo”, de Alexandre Marreiros, ou “Senhora das Castanhas”, de Stefan Nunes. Assim, “além de outros projectos que a
Lembrar Fernão Mendes Pinto Macau vai estar em destaque em programa de eventos em Almada
Mundo em parceria com a União de Freguesias de Almada, Cova da Piedade, Pragal, Cacilhas e a Escola Secundária Fernão Mendes Pinto, centrando-se, segundo uma nota de imprensa da organização, no livro “Peregrinação” de Fernão Mendes Pinto, publicado no século XVII.
A iniciativa procura, “recuperar esse legado simbólico para homenagear a fórmula da interculturalidade que marcou a odisseia dos Portugueses pelo Oriente”. “Símbolo das relações entre o Ocidente e o Oriente, ou, em rigor, entre Portugal e a China, Macau será, desta vez, o principal ponto desta
rota do Oriente”, acrescentam ainda os organizadores.
“Cantar Macau” na estreia
Macau foi protagonista do primeiro evento, decorrido na quarta-feira, que incluiu o espectáculo “Cantar Macau” com o duo “A Outra Banda”, formado pelo antropólogo e macaense Carlos Piteira e
Jaime Mota. Foram cantadas músicas de Macau “com sonoridades revivalistas, no sentido de preservar algumas das músicas do passado”. Os músicos exploraram “canções sobre as vivências e memórias de Macau perpetuadas nas palavras de Poetas que aí viveram, incluindo temas em patuá, crioulo da
comunidade macaense e uma das suas marcas identitárias”. Destaque ainda para alguns eventos que vão decorrer nos próximos meses dedicados a Macau, como a exibição a 16 de Novembro de três documentários sobre o território, da autoria de Carlos Fraga. Para o dia 17 de Janeiro está marcada a conferência “A Literatura de Macau”, protagonizada pelo poeta e autor Jorge Arrimar, bem como “Macau na Rota de Fernão Mendes Pinto”, que decorre
sexta-feira 20.10.2023
eventos 17
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Desde os tempos de escola “Amor Escarlate” é o primeiro romance de José Basto da Silva
STEFAN NUNES
“Além de outros projectos que a ArtOn Space tem em carteira, esta exposição lança as bases para um projecto mais vasto e ambicioso, que é a dinamização de um evento de larga escala relacionado com a fotografia na cidade de Foshan.” JOÃO MIGUEL BARROS CURADOR
a 20 de Fevereiro e que conta com Ana Paula Laborinho e Rui Loureiro como oradores. No dia 23 de Maio, data da última sessão do programa, são apresentados os “Projectos da identidade macaense na diáspora”, nomeadamente a Fundação Casa de Macau em Lisboa. Organiza-se ainda a conferência “Identidade Macaense: Um modelo analítico com final gastronómico”, com Carlos Piteira e Maria João Santos Ferreira. A.S.S.
ArtOn Space tem em carteira, relacionados com a normal actividade da galeria, esta exposição lança as bases para um projecto mais vasto e ambicioso, que é a dinamização de um evento de larga escala relacionado com a fotografia na cidade de Foshan”, adiantou. Trata-se de um projecto que “está a dar os primeiros passos junto das entidades governamentais”, centrando-se, numa primeira fase, no espaço da galeria, rematou o curador, tendo a Ochre Space como parceiro internacional. De destacar que a ArtOn Space está situada numa das zonas mais tradicionais da cidade de Foshan. Andreia Sofia Silva
Rivalidades e pequenas guerras
Os tempos da adolescência são, por norma, conturbados, e em
SOFIA MARGARIDA MOTA
O
macaense José Basto da Silva, presidente da Associação dos Antigos Alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco, lançou na última semana o seu primeiro romance. Trata-se de “Amor Escarlate - Memórias dos Tempos de Estudante em Macau” e nasce das crónicas que o autor preparou em tempos para o boletim mensal da Associação dos Macaenses, “A Voz”, cuja publicação foi, entretanto, suspensa. Ao HM, o autor contou que este projecto literário começou há cerca de seis anos, precisamente na altura em que se aventurou como cronista. Quando “A Voz” deixou de se publicar, José Basto da Silva, formado em engenharia informática, pensou transformar as crónicas que não chegaram a ser publicadas num romance. “Acabei por ficar com alguns textos que nunca chegaram a sair, e achei que seria um desperdício deitar tudo fora. Então decidi romancear todos os textos, e até tinha mais histórias para contar. À medida que vamos escrevendo, recordamos sempre mais histórias.” “Amor Escarlate” conta “histórias da juventude, dos nossos tempos de liceu, que se passaram nos anos 80 entre os alunos da Escola Comercial Pedro Nolasco e o Liceu de Macau”. Algumas histórias foram vividas na primeira pessoa, outras observadas. “São factos que romanceei para tentar criar uma história que tivesse algum fio condutor e interesse. São coisas que, de facto, aconteceram, paixonetas entre estudantes, pequenas guerras, cenas de pancadaria, rivalidades que existiam entre as escolas, corações partidos. Os problemas da juventude.”
Macau não foi excepção nos anos 80, mesmo com a coexistência de três comunidades: a portuguesa, a chinesa e a macaense. “Havia uma certa segregação dos alunos macaenses que iam para a escola comercial e os portugueses que iam para o liceu. Havia uma franja que se misturava, mas no geral, os grupos não se misturavam muito e namorava-se dentro dos grupos. Foi a altura em que surgiram os computadores, a MTV, o BreakDance, o Yo-Yo, e há muitas histórias engraçadas da juventude dos anos 80.” José Basto da Silva recorda uma espécie de “hierarquia” entre as comunidades. “Havia os alunos macaenses de classe média que iam para a escola comercial, com alguns a ter a aspiração de seguir o ensino superior. Havia os alunos mais mal comportados que iam para o Colégio Dom Bosco, com uma formação mais profissional e que não tinham aspirações [de ir
Música Adiados concertos de Eason Chan
Os concertos de Eason Chan em Macau, que estavam marcados de hoje a domingo, foram adiados para os dias 26 e 27 deste mês e 1 de Novembro devido a uma indisposição do cantor, que diz estar com sintomas de constipação desde esta terça-feira, informou a Best Shine Group, produtora dos espectáculos. Na mesma nota, a produtora sublinha que o objectivo do adiamento dos concertos é garantir a qualidade dos mesmos com um melhor estado de saúde do cantor. Quem adquiriu bilhetes para os espectáculos deste fim-de-semana pode utilizá-los nas novas datas ou pedir reembolso até segunda-feira. Recorde-se que a vinda de Eason Chan a Macau gerou alguma polémica pois, como foi documentado em múltiplas publicações nas redes sociais, os fãs pediram-lhe num espectáculo para falar em mandarim ao invés de cantonês, para o entenderem. Contudo, o cantor de cantopop disse “adorar falar da forma e na língua que quiser”, questionando, sem noção, se os fãs pediram a David Bowie para cantar em mandarim ou cantonês, em vez de inglês.
para a universidade], e que com 15 anos começavam a trabalhar. Depois havia a elite, os filhos dos portugueses, dos funcionários públicos, que iam para o liceu, tinham dinheiro, falavam português muito bem e gozavam com os macaenses que falavam português com um sotaque próprio. Havia esta rivalidade.” “Amor Escarlate” apresenta um certo “twist”, mas o autor não quer revelar algumas das histórias que o livro contém. “Esta incursão pelas letras foi interessante e foi uma aprendizagem. Escrever uma coluna ou artigos científicos são coisas mais objectivas, que não envolvem a imaginação. Escrever um livro obrigou-me a puxar pelas minhas recordações. O processo de escrita tem a sua ciência.” A obra é editada pela Praia Grande Edições e foi lançada no festival literário Rota das Letras, que terminou na última semana. A.S.S.
8 3 2 7 6 1 4 5 9 46 1 4 9 8 3 5 2 6 7 9 7 1 9 2 4 4 6 5 3 7 8 1 18 [ f ] utilidades 8 9 7 4 2 5 3 8 6 7 1 3 1 2 1 5 6 1 2 7 3 9 4 8 7 2 8 1 5 4 2 9 5 3 7 6 6 2 3 9 8 3 6 5 7 1 2 4 TEMPO MUITO 4 1 6 3 4 9 2 NUBLADO 8 6 7 8 5 5 2 7 5 4 1 8 6 9 3 3 6
9 4
2 5 9 3 8 1 6 4 7 1 6 8 2 4 7 9 3 5 4 7 3 6 5 9 8 1 2 www.hojemacau.com.mo 7 2 6 1 3 8 5 9 4 9 4 5 7 6 2 1 8 3 8 3 1 5 9 4 7 2 6 6 9 4 8 2 5 3 7 1 MIN 22 MAX 27 HUM 75-98% UV 7 5 1 2 9 7 3 4 6 8 3 8 7 4 1 6 2 5 9
DISCO HOJE S4 6U8 7D3 1O9 K2 5U UM46 6 9 1 5 2 8 4 7 3 7 2 45
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(ALTO) • EURO 8.49 BAHT 0.22 YUAN 1.10
CINETEATRO BOOZOO BAJOU | COMING HOME
KISS MY ASS BOSS [B]
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PROBLEMA 48
7 1 2 9 8 6 2 5 3 4 5 3 9 5 6 4 2 4 1 7 8 3 7 9 8 7 2 3 7 2 5 8 6 1 4 1 5 8 2 4 3 7 6 5 1 8 9 1 7 5 9 2 9 6 8 4 7 3 2 8 2 5 8 9 1 4 6 2 4 7 5 3 5 4 3 2 9 7 5 8 9 6 7 1 5 6 7 1 8 5 3 4 9 2 8 4 47
8 7 2 3 9 4 6 1 5 4 3 5 1 6 7 8 2 9 3 6 4 8 5 2 1 9 7 9 5 8 7 1 6 2 3 4 2 1 7 9 4 3 5 6 8 1 4 9 2 3 5 7 8 6 5 8 3 6 7 1 9 4 2 7 2 6 4 8 9 3 5 1 48
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 47
4 2 3 7 8 1 6 9 5 1 9 7 2 5 6 8 4 3 8 6 5 9 3 4 1 2 7 9 8 1 6 4 5 7 3 2 7 3 6 8 2 9 5 1 4 2 5 4 1 7 3 9 6 8 6 7 2 4 9 8 3 5 1 5 4 9 3 1 7 2 8 6 3 1 8 5 6 2 4 7 9
AVISO COBRANÇA DO IMPOSTO PROFISSIONAL (DIFERENÇA DO EXERCÍCIO DE 2022)
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5. 6. 7. 8.
Avisam-se os Srs. contribuintes que a prestação única do referido imposto (diferença do exercício de 2022) é cobrada durante o mês de Outubro. Caso os Srs. contribuintes ainda não tenham recebido o conhecimento de cobrança, devem dirigir-se, com a maior brevidade possível, ao Núcleo de Informações Fiscais, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao atendimento fiscal do Centro de Serviços da RAEM ou do Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, trazendo consigo o original ou a fotocópia do conhecimento do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança. Por outro lado, aqueles que sejam titulares do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM, podem recorrer aos quiosques desta Direcção dos Serviços para efectuar a emissão da 2.ª via do conhecimento de cobrança pessoal. O pagamento do imposto pode ser efectuado, até ao último dia do mês de Outubro, em numerário, por cheque, através de cartões de pagamento ou por meios electrónicos de pagamento, nos seguintes locais e usando os respectivos métodos de pagamento: – Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Edifício Long Cheng, do Centro de Serviços da RAEM, ou do Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, aceitando-se os seguintes meios para o pagamento do Imposto Profissional: Por intermédio de cartão de crédito ou de débito emitidos pelo Banco da China ou pelo Banco Nacional Ultramarino; pelos cartões de crédito e débito da UnionPay emitidos pelos estabelecimentos bancários de Macau, para cada pagamento só é permitida a utilização de um único cartão, e o valor de pagamento depende do limite determinado pelo banco emissor. Pode-se, também, optar pelo pagamento através dos cartões “QuickPass” da “UnionPay” e “MACAU Pass”, sendo que o valor total de pagamento não pode ser superior a $1.000,00 patacas; e ainda, utilizar o BOC Pay, o Alipay, o CGBPAY, o ICBC e-Payment, o LusoPay, o MPay,o Tai Fung Pay, o UePay, o UnionPay, o WeChat Pay, sendo o valor do pagamento conforme os termos e condições dos respectivos serviços. – Pagamento móvel: Através da ferramenta de digitalização das aplicações móveis “Macau Tax” da DSF ou “Conta única”, faça a leitura do código QR do conhecimento de cobrança ou introduza o n.º do conhecimento, para poder ligar-se à plataforma de pagamento GovPay para efeitos de pagamento do imposto, incluindo o BOC Pay, o BNU App, o Tai Fung Pay, o CGBPAY, o ICBC e-Payment, o UePay, o LusoPay, o Alipay (Macau), o MPay, o WeChat Pay, o Alipay (Interior da China), os cartões de crédito do UnionPay e os cartões de crédito (Mastercard/Visa). – Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados: Banco da China Banco Nacional Ultramarino Banco Comercial de Macau Banco Delta Ásia Banco de Guangfa da China Banco Industrial e Comercial da China Banco Luso Internacional Banco Tai Fung Banco OCBC Banco Well Link – Nas máquinas ATM da rede Jetco de Macau, assinaladas com a indicação «Jet payment»; – Nos seguintes bancos através de transacção electrónica: Banco da China Banco Nacional Ultramarino Banco Comercial de Macau Banco Industrial e Comercial da China Banco Tai Fung Banco de Guangfa da China Banco Luso Internacional Banco OCBC – Por pagamento telefónico “banca por telefone”: Banco da China Banco Tai Fung Para o pagamento do imposto feito por meios electrónicos, dentro de dois anos a contar da data da transacção, os contribuintes podem, por si, descarregar o recibo electrónico: – Pagamento móvel do imposto (ferramenta de digitalização das aplicações móveis “Macau Tax” ou Conta única), é gerado de imediato o recibo electrónico, podendo os contribuintes efectuar a consulta ou o descarregamento do recibo electrónico em seu nome; – Pagamento através do banco online, da “banca por telefone” e das caixas ATM, só após a verificação do recebimento do montante pela Recebedoria destes Serviços, fica disponível o recibo electrónico, para descarregamento. Se o pagamento do imposto for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três dias, à da sua entrega nas recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da «Direcção dos Serviços de Finanças», nos termos das alíneas 2) e 3) do n.º 1 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008. Se o valor do cheque for igual ou superior a $50 000,00 patacas, deverá o mesmo ser visado, nos termos da alínea 4) do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado. Estes Serviços também aceitam o pagamento do imposto por via postal, os contribuintes podem enviar por correio registado a ordem de caixa, cheque bancário ou cheque, juntamente com um envelope devidamente selado e endereçado aos próprios, devendo ainda cumprir as regras descritas anteriormente no ponto 5 relativamente aos cheques, e remeter o pagamento do imposto para a Caixa Postal 3030, até 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no conhecimento de cobrança. Além disso, esta Direcção dos Serviços não aceita o pagamento em numerário efectuado por via postal. Nenhum dos métodos e serviços disponibilizados para o pagamento do imposto acima mencionados, acarreta quaisquer encargos adicionais. Para evitar perdas de tempo de espera, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo. Aos 19 de Setembro de 2023.
“Coming Home” é o penúltimo disco da dupla alemã de electrónica/dub Boozoo Bajou, lançado em 2010. Para não variar muito, este registo mantem a qualidade a que a duo Florian Seyberth e Peter Heider habituou os seus seguidores. Apesar de ter já 13 anos, “Coming Home” continua a soar sofisticado, muito bem produzido, com batidas que não se impõem, mas que não se podem ignorar. Ouvir estes discos, como os registos de Tosca ou Snooze, leva-me sempre à mesma pergunta: Porque será que projectos destes desapareceram? Não soam datados e continuam a ter frescura. Devo estar a precisar de sugestões, em vez de as dar. Alguém desse lado? João Luz
FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Yu-Ning Chu Com: Crowd Lu, Hsuan Huang(Yellow), Sam Tseng, Hsuan-Yen Tsai 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2
UNDER THE LIGHT [C]
FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Zhang Yimou Com: Lei Jiayin, Zhang Guoli, Yu Hewei 14.30,19.15
DON’T CALL IT MYSTERY [B]
FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS
Um filme de: Hiroaki Matsuyama Com: Masaki Suda, Kouhei Matsushita, Keita Machida, Nanoka Hara 16.45, 21.30 SALA 3
BAND FOUR [B]
FALADO EM CANTONENSE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Mo Lai Yan Chi Com: Kay Tse, Teddy Robin, Rondi Chan 14.30, 16.30, 21.30
CREATION OF THE GODS I [C]
FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Wu Er Shan Com: Kris Phillips, Li XueJian, Bo Huang, Yosh Yu, Luke Chen, Naran 18.50
4 7 3 9 2 8 1 6 5 6 9 5 1 3 7 4 8 2 2 8 1 4 6 5 7 3 9 UNDER THE LIGHT 9 3 4 7 5 6 2 1 8 7 2 8 3 9 1 6 5 4 1 5 6 8 Propriedade 4 2 9Fábrica7de3Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; 3 1 2 6 Paulo 8 4 9 Rosa 7 Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Maia e5 Carmo; 5www. 6 9 2 Paula 7 Bicho; 3 8Tânia4dos 1Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária hojemacau. de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare 8 4 7 5 Morada 1 9Pátio3da Sé,2n.º22, 6Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo com.mo
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1. 2.
C I N E M A
SALA 1
O Director dos Serviços Iong Kong Leong
sexta-feira 20.10.2023
vozes 19
www.hojemacau.com.mo
Carlos Coutinho
GATINHOS JORGE ALMEIDA Fernandes relembrou há dias no “Público” que o Hamas nasceu com apoio de Israel para debilitar a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) que gozava de simpatia generalizada em grande parte do mundo e era presidida por Yasser Arafat, uma figura cimeira o século XX que morreu envenenado pela Mossad, a polícia secreta de Israel. De tudo isto eu sabia e até bem mais: que o apoio israelita ao Hamas era de ordem técnica, financeira e diplomática, explicitamente acompanhado pelos EUA e complementado por cumplicidades dentro da NATO e, sobretudo, francesas e britânicas, dados os interesses de Londres e Paris no Médio Oriente e na África. Assim como não posso ignorar o terrorismo de estado praticado por Israel ao longo dos últimos 75 anos e a expansão de colonatos ilegais e novos colonatos com impunidade garantida por Telaviv. Quando a ONU definiu a existência de dois estados e decidiu colocar um cordão militar entre eles, Israel, espantosamente, rejeitou esse dispositivo multinacional de separação de forças armadas e Washington nada fez para que a vontade repetidamente reiterada pela comunidade internacional fosse cumprida. Hoje tomei nota de que o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, que já vi referido como “excremento de Beja” e possuidor de uma personalidade semelhante à da perfumada Zita Seabra e à do herói nazi ucraniano Stepan Bandera, acusou por estes dias a extrema-esquerda de “conivência com terroristas”. No comentário de Ana Sá Lopes, também no “Público”, ontem, o que Moedas parece desejar é que “todos sejamos animais” domésticos. “Antes fôssemos animais: haveria mais empatia, se tivessem sido 3000 gatinhos mortos em Israel e na Palestina e não o número de pessoas de carne e osso dos dois lados.” Assinala a jornalista que “os termos da discussão pública – mesmo nas mais altas instâncias (da União Europeia), a começar pela presidente da Comissão – são indignos e limitam-se à desumanidade que é a de cada um escolher o seu morto. Isto é barbárie”. De facto, Ursula von der Leiden, aquela insignificante loiraça que, comprovadamente, vampirizou relatórios técnicos e científicos para subir na vida, alegadamente, por mérito próprio, foi a Israel na sexta-feira, acompanhada da sua alma gêmea Roberta Metsola, presidente o Parlamento Europeu, que a ouviu dizer que os israelitas podiam fazer aos palestinianos o que quisessem, porque a sua Europa os acompanharia cegamente.
Quando a ONU definiu a existência de dois estados e decidiu colocar um cordão militar entre eles, Israel, espantosamente, rejeitou esse dispositivo multinacional de separação de forças armadas e Washington nada fez para que a vontade repetidamente reiterada pela comunidade internacional fosse cumprida
Perante esta miséria moral, há quem pense que a senhora Ursula ainda não superou o possível remorso geracional, de terem os seus ascendentes familiares e amigos mais próximos participado no Holocausto. Talvez o mesmo aconteça com o chanceler Scholz que aparece apaixonado pela ‘blitzkrieg’, mas os EUA, que têm somado alguns desaires na vasta envolvente do Mar Negro e que veem a Turquia, a Arábia Saudita, o Irão, o Egito, a Rússia, a Índia e a China a navegarem em águas circunstancialmente afins, não podem apreciar este belicismo acéfalo, quando muitas movimentações que lhe são hostis juntam forças no Indo-Pacífico. Biden não teve outro remédio senão mandar o seu aflito secretário de Estado, Anthony Blinken, à zona e andar de governo em governo a aconselhar cabeça fria. De seguida, até precisou de declarar pubicamente: “A nossa humanidade – o valor que atribuímos à vida humana é o que nos torna quem somos. E é um dos nossos maiores pontos fortes. É por isso que é importante tomar todas as precauções possíveis para evitar ferir civis. Por isso lamentamos a perda de todas as vidas inocentes, de civis de todas as religiões, de todas as nacionalidades, que foram mortos.” Apenas acredita nesta hipocrisia quem não sabe de Vietnames, Coreias, Cambojas, Iraques, Líbias, etc., mas, quando há interesses maiores em jogo, não há que estranhar esta modalidade seráfica do pragmatismo bem norte-americana.
“Temos a arte para não morrer da verdade.” PALAVRA DO DIA
sexta-feira
20.10.2023
RÓMULO SANTOS
Friedrich Nietzsche
IMOBILIÁRIO COUNTRY GARDEN FALHA PAGAMENTO DE OBRIGAÇÃO
A
Para já, na Ásia, o Monte do Pasto faz negócio apenas com Macau e Hong Kong. São ainda vários os obstáculos para chegar ao outro lado da fronteira, nomeadamente o facto de Portugal “não poder vender carneiro e vaca” à China
Realidade além do discurso António Trindade, presidente da CESL Asia, destaca problemas de execução da plataforma de Macau
O
presidente da CESL Asia, empresa de capital chinês e português, apontou ontem dificuldades na utilização de Macau como plataforma económica e comercial entre a China e os países de língua portuguesa. “Existem uma série de problemas. Não há uma economia muito grande entre Portugal e a China, não há uma relação muito importante directa da economia, e é uma pena, porque a China até foi quem lançou o conceito da plataforma”, disse António Trindade, que falava aos jornalistas à margem da abertura da 1.ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), organizada no âmbito da Feira Internacional de Macau (MIF).
Fundada em 1987, a CESL Asia, empresa de matriz portuguesa em Macau, opera na área de serviços de alto valor na consultadoria e operação de infra-estruturas críticas, públicas e privadas, tendo adquirido em 2019, no Alentejo, o Grupo Monte do Pasto, o maior produtor português de bovinos. Para já, na Ásia, o Monte do Pasto faz negócio apenas com Macau e Hong Kong. São ainda vários os obstáculos para chegar ao outro lado da fronteira, nomeadamente o facto de Portugal “não poder vender carneiro e vaca” à China. A questão logística, continuou Trindade, é outro entrave, já que “não existe uma rede de logística directa entre Portugal e Macau, ou mesmo entre Portugal e Hong Kong ou Portugal e Ásia”. “Podia
haver uma muito maior vontade, não é política nem dos conceitos, que estamos todos de acordo que faz sentido a diversificação, mas uma maior execução. Quando abriram os casinos, também se fizeram opções em Macau para dar aos casinos novas condições para se instalarem no mercado novo e fizeram-no em tempo recorde”, exemplificou.
Podemos entrar?
Para o empresário português, a solução aqui passa por “se focar na plataforma e na Grande Baía” - este é um projecto de Pequim para criar uma metrópole mundial que integra Hong Kong, Macau e nove cidades da província de Guangdong, numa região com cerca de 80 milhões de habitantes e com um produto interno bruto
Israel China critica EUA por veto a “pausa humanitária”
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A China lamentou ontem a decisão dos Estados Unidos de bloquear uma resolução da ONU que apelava a uma “pausa humanitária” no conflito entre o Hamas e Israel porque o texto não mencionava o direito de autodefesa de Telavive. “A China está profundamente desiludida com a obstrução dos Estados Unidos à
adopção pelo Conselho de Segurança da ONU de um projecto de resolução sobre a questão palestiniana”, disse a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning. A resolução, proposta pelo Brasil e que apelava a que Israel criasse corredores humanitários na Faixa de Gaza e à interrupção nos combates para a retirada de civis,
foi rejeitada após o voto contra dos Estados Unidos da América (EUA), tendo recebido ainda 12 votos a favor e duas abstenções entre os 15 Estados-membros que compõem o Conselho de Segurança. No final da votação, o Brasil lamentou a falta de acção em relação à situação em curso na Faixa de Gaza.
(PIB) superior a um bilião de euros. Na C-PLPEX, que decorre até 22 domingo, o Monte do Pasto vai apresentar a Autentico Foods, uma marca dada a conhecer há poucos meses em Portugal e que envolve outros empresários “que produzem igualmente produtos sustentáveis e ‘premium’, mas que não tinham marca própria nem exportavam directamente com marca própria”. Um dos desígnios do novo plano, projecta António Trindade, é estabelecer um conceito de restaurante português “que seja internacionalizável”, à semelhança de outros países europeus. “Um dos problemas que nós temos [é que] a comida portuguesa é conhecida, mas não é exportada enquanto comida internacional, como vemos a italiana ou a espanhola”, disse.
construtora chinesa Country Garden falhou ontem o prazo final para o pagamento do cupão de uma obrigação em dólares, segundo o jornal Financial Times, tornando-se na mais recente vítima da crise no sector imobiliário do país asiático. Detentores de obrigações da empresa citados pelo jornal britânico afirmaram que não receberam o pagamento dos juros devidos até à meia-noite de terça-feira, correspondentes a uma obrigação no valor de 500 milhões de dólares, com vencimento em Setembro de 2025. A Contry Garden deveria ter efectuado um pagamento de 15,4 milhões de dólares esta semana. Um porta-voz reiterou na quarta-feira que a empresa “não vai ser capaz de cumprir todas as suas obrigações de reembolso de dívida no exterior”. A Country Garden, a maior construtora de imobiliário da China em termos de vendas entre 2017 e 2021, tem estado a lutar para evitar o incumprimento há semanas. O abrandamento do sector imobiliário na China, que se acelerou na sequência do incumprimento do grupo Evergrande em 2021, tem prejudicado as construtoras chinesas e pesado sobre o crescimento da economia chinesa. Vários projectos permanecem inacabados e houve uma queda acentuada nas transações de imóveis e uma perda generalizada de confiança no sector, que gera mais de um quarto da actividade económica da China e é o mais importante veículo de investimento das famílias. O investimento em imobiliário nos primeiros nove meses do ano registou uma contração de 9,1 por cento, em termos homólogos. A dívida da Country Garden emitida nos mercados internacionais ascende a 11 mil milhões de dólares, enquanto o passivo total da empresa era de cerca de 200 mil milhões de dólares no final de Junho. A empresa consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua chefe, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia.