Hoje Macau 20 MARÇO 2023 #5213

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REFORMAS APLAUDIDAS

hojemacau

Entre mortos e vivos

Desde 1991 que não se registava uma taxa de mortalidade tão elevada em Macau como a verificada o ano passado. No que diz respeito aos nascimentos, os números de 2022 só têm paralelo na década de 80 do século passado. Já o envelhecimento da população continua a acentuar-se, com os valores do ano transacto a indicarem uma subida anual significativa de mais de 10 por cento.

NUNO BOTELHO
www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 20 DE MARÇO DE 2023 • ANO XXI • Nº5213 PCC
RUÍNAS DE SÃO PAULO FRICÇÃO
FUNDAÇÃO ORIENTE 35
DE HISTÓRIA VENETIAN POP DA CASA EM CONCERTO GRANDE PLANO PÁGINA 5 PÁGINA 6 EVENTOS “GEOGRAFIA MUNDIAL” DE GIULIO ALENI Roderich Ptak PUB. ÓBITO RUI NABEIRO (1931 - 2023)
CIENTÍFICA
ANOS
PÁGINA 7

PCC HO IAT SENG APOIA REFORMA DO GABINETE PARA OS ASSUNTOS DAS RAES

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O Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau vai deixar de estar sobre alçada do Conselho de Estado para passar para a supervisão do Comité Central do Partido Comunista da China. Ho Iat Seng relevou prontamente “a sua protecção e apoio firme” ao novo órgão central, aprovação que se estendeu às forças tradicionais do território e ao Chefe do Executivo de Hong Kong

A forca gravitacional

2 grande plano 20.3.2023 segunda-feira www.hojemacau.com.mo

“OChefe do Executivo, Ho Iat Seng, em nome do Governo da RAEM, manifesta a sua protecção e apoio firme” à “proposta de reforma do partido e dos órgãos nacionais, recentemente divulgada pelo Comité Central e Conselho do Estado.” Foi desta forma que o Executivo de Macau reagiu à criação do gabinete para os assuntos de Hong Kong e Macau sob a alçada directa do Comité Central do Partido Comunista da China (PCC), saindo do âmbito de competências do Conselho de Estado.

O Gabinete de Comunicação Social salienta o papel do novo órgão que “desempenha funções de implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, de concretização do poder pleno da governação das autoridades centrais, da governação de Hong Kong e Macau de acordo com a lei, da protecção da segurança nacional, da salvaguarda do bem-estar da população”. O Executivo de Ho Iat Seng acrescenta ainda as competências do órgão para “investigar, estudar e coordenar o apoio a Hong Kong e Macau na integração da conjuntura do desenvolvimento nacional, assim como supervisionar o exercício das suas atribuições”.

Além disso, Ho Iat Seng agradeceu a atenção que as autoridades centrais têm prestado na implementação do princípio “Um País, Dois Sistemas” em Hong Kong e Macau e sublinhou o relevo do discurso de Xi Jinping na última sessão da Assembleia Popular Nacional, em que o Presidente chinês referiu que “o impulso para o fortalecimento do país conta com a prosperidade e estabilidade a longo prazo de Hong Kong e Macau”.

O Chefe do Executivo salienta que a “presente reforma visa reforçar mais a liderança uniformizada das autoridades centrais em relação aos trabalhos de Hong Kong e Macau, demonstrando a firme e plena implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, a qual salvaguardará a estabilidade e durabilidade do referido princípio.

Ho Iat Seng sublinha ainda que a reformulação institucional aperfeiçoa o sistema de liderança dos assuntos de Hong Kong e Macau pelas autoridades centrais, assim como a “concretização do poder pleno da governação das autoridades centrais e a salvaguarda do alto grau de autonomia na governação da RAEM e concretização firme do princípio ‘Macau governada por compatriotas’.

A persistência na governação de Macau de acordo com a lei, a potencialização das vantagens e características próprias de Macau, o apoio a Macau na resolução dos conflitos e problemas profundos

Ho Iat Seng salientou que a “presente reforma visa reforçar mais a liderança uniformizada das autoridades centrais em relação aos trabalhos de Hong Kong e Macau, demonstrando a firme e plena implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’

que surjam no desenvolvimento socioeconómico são também factores enaltecidos por Ho Iat Seng sobre a supervisão das autoridades centrais.

Reforma nacional

A mudança do gabinete, ou escritório, para os assuntos das RAEs faz parte de uma ampla reforma, que visa reforçar o papel do PCC na gestão das finanças, tecnologia ou assuntos sociais, como parte dos esforços do líder chinês, Xi Jinping, de consolidar um estilo de liderança centralizado.

A longa directriz delineou a criação de novos órgãos partidários e a reestruturação de alguns órgãos existentes, visando reforçar o do-

mínio do PCC sobre a burocracia do Governo Central na formulação de políticas.

Esta reformulação visa melhorar a capacidade do PCC de governar e exercer uma “liderança centralizada e unificada”, de acordo com a directriz.

Entre as medidas, consta o estabelecimento de dois novos órgãos partidários que vão administrar o sistema financeiro da China.

O PCC vai também criar novas agências encarregadas de orientar as políticas da China para o sector tecnológico ou interagir com grupos cívicos e o público em geral.

Estes planos de reestruturação indicam que Xi permanece fiel à sua visão de uma liderança forte e centralizada, sob alçada do Partido Comunista.

De acordo com a directriz citada pela imprensa estatal, estas mudanças são necessárias para actualizar as instituições de governação da China, que não eram “adequadas” às necessidades de modernização do país.

O Partido Comunista da China pretende concluir as mudanças a nível do Governo Central, até ao final do ano, e concluir a reestruturação a nível local, até ao final de 2024. O PCC vai criar uma nova Comissão Financeira Central, que absorve um conselho governamental existente, e assumir a responsabilidade de definir as principais políticas relacionadas com o sistema financeiro da China.

A organização política vai também recuperar a Comissão Central de Trabalho Financeiro, órgão criado após a crise financeira asiática e que existiu entre 1998 e 2003.

As directrizes incluem ainda um novo Escritório Central para a Assistência Social, que supervisionará as interações partidárias com grupos cívicos, câmaras de comércio e grupos industriais, bem como o tratamento de petições e queixas públicas.

Por outro lado, uma nova Comissão Central para a Tecnologia vai assumir a responsabilidade de

Entre as medidas consta o estabelecimento de dois novos órgãos partidários que vão administrar o sistema financeiro da China, assim como novas agências encarregadas de orientar as políticas da China para o sector tecnológico ou interagir com grupos cívicos e o público em geral

O Partido Comunista da China pretende concluir as mudanças a nível do Governo Central, até ao final do ano, e concluir a reestruturação a nível local, até ao final de 2024

orientar os esforços da China para desenvolver novas capacidades e conhecimento em sectores estratégicos.

Visto de Hong Kong

Também o Chefe do Executivo da RAEHK, John Lee, reagiu na sexta-feira à reforma anunciada por Pequim, afirmando que permite maior eficácia na supervisão dos assuntos relativos a Hong Kong e Macau e na implementação correcta de políticas “graças à forte liderança das autoridades centrais”.

“O Governo Central presta sempre atenção ao bem-estar da população de Hong Kong”, afirmou John Lee ainda em Pequim, citado pela agência estatal Xinhua.

Salientando a forma como a remodelação institucional irá beneficiar a implementação correcta dos princípios “Um País, Dois Sistemas” e “Hong Kong governada por patriotas”, John Lee acrescentou que será igualmente benéfica para melhor salvaguardar a segurança nacional, “além de potenciar a estabilidade e prosperidade da região”.

O Chefe do Executivo da RAEHK mencionou também que Pequim tem vincado a importância de garantir um elevado grau de autonomia de Hong Kong, algo que está conceptualmente ligado à forma como o Governo Central exerce a sua jurisdição sobre a região, ligação que será reforçada pela criação do novo gabinete. Questionado pela imprensa se acha que Xia Baolong, que ocupava

o cargo de director do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau junto do Conselho de Estado, continuará para o novo órgão, John Lee não respondeu e apenas referiu que a chefia do organismo “será anunciada pelo Governo Central”.

Uma só voz

Como normalmente acontece nestas circunstâncias, representantes de associações tradicionais não demoraram a demonstrar o apoio inequívoco às decisões políticas de Pequim.

O chefe da delegação dos membros de Macau na Assembleia Popular Nacional, Lao Ngai Leong, afirmou ao jornal Ou Mun o “absoluto apoio à criação do Gabinete para os assuntos de Hong Kong e Macau do Comité Central do PCC”. O também presidente do Conselho Regional de Macau para a Promoção da Reunificação Pacífica da China indicou que o novo organismo irá ajudar o PCC na “concretização firme o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, incluindo a prosperidade e estabilidade de Hong Kong e Macau e no processo de modernidade chinesa”.

A ex-deputada Chan Hong também comentou a reforma, indicando que oferece garantias básicas de prosperidade e estabilidade na persecução do desenvolvimento sustentável das regiões administrativas especiais. A dirigente da Associação de Educação de Macau considera que o Governo da RAEM irá coordenar eficazmente com o novo organismo de forma a promover os trabalhos educativos de amor à pátria e a Macau, incentivando os jovens a integrar no desenvolvimento nacional.

Por seu turno, o deputado Si Ka Lon considera que a iniciativa significa que o Governo Central continua a dar grande importância ao desenvolvimento e aos assuntos de Hong Kong e Macau, atentando à posição que o desenvolvimento das duas regiões desempenha na conjuntura dos trabalhos nacionais.

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GCS
AP
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EDUCAÇÃO PEDIDO ESTUDO SOBRE CONSEQUÊNCIAS DE USO DE MÁSCARA

Como reparar os danos

Lam Lon Wai defende que o Governo deve estudar o impacto da utilização de máscara nas salas de aula para poder responder às consequências negativas. Apesar disso, elogia a medida que vigorou durante três anos

Odeputado Lam Lon Wai está preocupado com os efeitos negativos da utilização de máscara nas escolas nos últimos três anos e pede ao Governo que estude as consequências negativas que daí advieram. O apelo foi feito através de uma interpelação escrita, divulgada no fim-de-semana.

Segundo o legislador, com o fim da obrigatoriedade da utilização das máscaras, as escolas enfrentam um novo problema:

“Durante os últimos três anos da pandemia, os estudantes acostumaram-se a utilizar a máscara e como resultado o modo de ensino alterou-se muito”, indicou Lam.

“Agora é difícil para os estudantes adaptarem-se ao modo normal de ensino, o que está a afectar, e vai continuar a afectar, as diferentes necessidades educativas”, reconheceu.

O subdirector da Escola Secundária para Filhos e Irmãos dos Operários aponta igualmente que também os professores e os pais estão a ter dificuldades para lidar com as alterações no modo de ensino, com o regresso à normalidade.

Neste sentido, Lam Lon Wai quer saber se o Governo vai criar equipas para estudar o impacto da utilização da máscara e aconselharem os professores a lidarem com as alterações.

Para os dois lados Na interpelação, o legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau elogia a imposição da utilização de máscara, e indica que “contribuiu para que as crianças prestassem mais atenção

Entradas Pedido combate a excursões ilegais

O deputado Leong Sun Iok apelou ao Governo para se manter atento ao que apelida de excursões ilegais. Numa interpelação escrita, o membro da Federação das Associações dos Operários de Macau criticou a falta fiscalização das autoridades, e indicou que, em consequência, excursões recorrem aos transportes públicos em zonas como as Portas do Cerco ou a Praça de Ferreira do Amaral. Este aspecto é apontado como criador de dificuldades aos residentes, que precisam de recorrer aos mesmos transportes para se deslocarem, principalmente nas horas de ponta. Além disso, o deputado alertou ainda para a existência de cada vez mais agências de viagens do Interior a operar em Macau, e que estes grupos não contribuem para a economia local.

Cooperação Ho Iat Seng de visita a Jiangxi

O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, fez uma visita oficial no sábado e domingo à província de Jiangxi, onde se encontrou com “os dirigentes do Comité Provincial do Partido Comunista da China de Jiangxi e do governo provincial” com o objectivo de promover “o intercâmbio e a cooperação bilateral”, segundo o Gabinete de Comunicação Social. A mesma fonte aponta que “o secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong e vários directores acompanharam a visita”. Durante a ausência de Ho Iat Seng, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, exerceu, interinamente, as funções de Chefe do Executivo.

IAM Prometida plantação de mais árvores

Até ao final do próximo ano, o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) tem planos para “melhorar a arborização” em 97 mil metros quadrados. Os planos foram revelados na resposta a uma interpelação do deputado Leong Sun Iok. “Em 2022, já concluiu a melhoria da arborização do Jardim de S. Francisco, Parque Municipal Dr. Sun Yat Sen, Jardim Municipal da Taipa, Praça da Assembleia Legislativa, Avenida dos Jogos da Ásia Oriental, entre parques e artérias principais, com uma área de 85 mil metros quadrados”, respondeu José Tavares. “Em 2023 e em 2024, irá melhorar a arborização numa área de cerca de 43 mil metros quadrados e de 54 mil metros quadrados, respectivamente”, acrescentou. Ainda em relação ao próximo ano, o IAM promete continuar “a impulsionar os trabalhos de recuperação das zonas florestadas, envidando esforços para cumprir o objectivo de recuperar 120 hectares de zonas florestadas em 2024”.

à higiene pessoal e ao desenvolvimento de hábitos higiénicos”.

Porém, Lam elogia também a decisão de tornar a utilização da máscara facultativa, porque “muitos dos educadores acreditam que vai ajudar as crianças na aprendizagem, principalmente ao nível das línguas, e permitir uma maior concentração no ensino”.

A questão da fala é mesmo uma das principais preocupações expressas na interpelação. Segundo Lam, as crianças são as principais prejudicadas porque o “período crítico” para a aprendizagem da língua “foi muito reduzido”. Além disso, o deputado teme que o trabalho de “recuperar o tempo perdido” seja todo atribuído aos professores,

que não têm preparação suficiente para o efeito. Neste sentido, o deputado pede ao Governo que tome medidas, estude a forma de lidar com os casos mais complicados em que as crianças apresentam atrasos na aprendizagem da língua e que sejam enviados terapeutas da fala para as escolas. João Santos Filipe

ONU DELEGAÇÃO DE MACAU EM VIENA DESTACA REDUÇÃO DE CRIMES LIGADOS A DROGA

Aredução do número de crimes relacionados com droga, foi um dos principais aspectos destacados pela comitiva de Macau que participou na 66.ª sessão da Comissão de Estupefacientes da Organização das Nações Unidas (ONU). O encontro decorreu entre 13 e 17 de

Março, na sede da ONU, em Viena. A RAEM esteve integrada na comitiva da República Popular da China.

De acordo com o comunicado do Instituto de Acção Social (IAS), os representantes do território focaram ainda os trabalhos de prevenção e tratamento da toxicodependência, redução dos danos causados pela droga e promoção dos reabilitados na participação dos cursos

de formação profissional, entre outros. Também o número do pedido de ajuda dos toxicodependentes, assim como a ausência de toxicodependentes infectados com SIDA, foram outros dos assuntos abordados. Em comunicado, o IAS assinalou que devido “aos

trabalhos do combate à droga de alta eficiência do país” o Governo da RAEM consegue preencher “os critérios internacionais e das zonas vizinhas” e cumprir “as obrigações das convenções internacionais”.

Na deslocação à Europa, a RAEM fez-se

representar por Hoi Va Pou, vice-presidente, e Ao Wang Tim, chefe de divisão, ambos do Instituto de Acção Social (IAS). Por sua vez, a Polícia Judiciária esteve representada por Sou Sio Keong, subdirector, e Lei Hon Nei, chefia funcional.

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Segundo Lam, as crianças são as principais prejudicadas porque o “período crítico” para a aprendizagem da língua “foi muito reduzido”

Turismo Quatro guias chineses apanhados sem licença

A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) apanhou quatro cidadãos do Interior da China a trabalhar em Macau como guias turísticos sem licença para o efeito. Segundo o jornal Ou Mun, os casos foram detectados

através de acções de fiscalização em locais turísticos e postos fronteiriços feitas até à passada quarta-feira. A DST adiantou que iniciou o processamento das multas atribuídas, sendo que as quatro pessoas também

Aexposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo — Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo”, organizada pelo Instituto Cultural (IC), tem motivado algumas críticas nas redes sociais devido à alegada falta de autenticidade histórica e reconstrução imaginativa da igreja em ruínas e que é hoje em dia um dos principais pontos turísticos de Macau.

Um artigo publicado no jornal

All About Macau enumera algumas incorreções históricas, ou ausência de base científica, na reconstrução virtual da Igreja da Madre de Deus, vulgarmente conhecida como Igreja de São Paulo, e das imediações.

Uma das inconsistências históricas apontadas pela publicação é o facto de apesar de a igreja ter sido totalmente destruída na sequência de um incêndio em 1835, sem posterior reconstrução, as imagens de uma missa na exposição virtual do IC mostrarem o padre a dirigir a homilia voltado para os crentes.

“É impossível que tal tenha acontecido no século XIX, porque antes do Concílio Vaticano II, que se realizou nos anos 1960, os sacerdotes realizavam a missa de frente para o altar. Só depois dessa reforma os sacerdotes ministravam a missa voltados para os crentes (a chamada liturgia versus populum). Portanto, como é que esta situação poderia acontecer até 1835?”, é perguntado na publicação.

Recorde-se que o IC apresentou o evento como “a reconstrução virtual das características históricas da antiga Igreja da Madre de Deus, antes de ter sido destruída por um incêndio, permitindo ao público apreciar uma conjectura interpretativa sobre a tipologia arquitectónica barroca da Igreja, com base em dados históricos relativos a um período de cerca de 400 anos.”

A paróquia de São Lázaro comentou na conta do IC uma publicação que mostra a reconstrução da Igreja da Madre de Deus, afirmando “o altar representado na imagem não é definitivamente daquele tempo”, e que só passou a ser uma realidade “depois do Concílio Vaticano II”.

Mote dado

O artigo do All About Macau parte do exemplo da posição do padre na liturgia para caracterizar

violaram o regulamento que proíbe o trabalho ilegal. O caso está a ser acompanhado pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública e Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais.

RUÍNAS MOSTRA

CRITICADA POR NÃO

Queda de janelas Nick Lei quer novo subsídio

O deputado Nick Lei questiona, numa interpelação escrita, quais as medidas adoptadas para prevenir a queda de janelas tendo em conta a chegada da época de tufões, defendendo a criação de um programa de subsídios para instalar estruturas que previnam

este tipo de incidentes. O deputado lembrou o caso recente da queda de uma janela num edifício na Taipa que não atingiu ninguém. Na interpelação o deputado refere que, entre 2015 e 2019, houve mais de 200 casos de quedas de janelas de edifícios habitacionais,

CORRESPONDER À REALIDADE

Mentes virtuais

A Exposição de Realidade Virtual nas Ruínas de S. Paulo, organizada pelo Instituto Cultural, gerou críticas por alegadamente conter erros históricos e denotar fraca investigação e fundamentação científica. Uma das críticas incide sobre a recriação de uma missa, onde o padre virtual está virado para os fiéis, algo que só passou a ser prática comum na segunda metade do século XX

também na Taipa. Na maior parte dos casos cabe aos proprietários fazer a manutenção das habitações, mas Nick Lei considera que o Governo deve lançar medidas efectivas para aumentar a consciencialização da população para a segurança pública.

o rigor científico e histórico da exposição. “Através deste erro óbvio, pode-se aferir a seriedade da reconstrução histórica da igreja pela realidade virtual e a profundidade no estudo histórico,” é referido.

É também apontada a falta de fontes e informações sobre o interior da Igreja da Madre de Deus, que se resumem a alguns escritos datados do século XVII e de uma obra do pintor George Chinnery que documentou a sacristia.

As escavações arqueológicas às Ruínas de S. Paulo e às imediações realizadas na década de 1990, e o subsequente “estudo aprofundado apenas revelou noções básicas da estrutura e do layout da igreja”, insuficientes. Como tal, sem referências citadas, ou estudos académicos, é concluído que a exposição apresentada pelo IC deveria ser designada como uma criação artística em vez de reconstrução histórica.

A página de Facebook da série Originale também sublinhou uma incorrecção temporal na reprodução de uma procissão que terá acontecido em 1603, na manhã da véspera de Natal, apresentando a fachada da Igreja da Madre de Deus já com a fachada e a escadaria cuja construção seria finalizada em 1640.

Os comentários na publicação de Facebook não se poupam ao sarcasmo. Um internauta lamenta a falta de lojas de biscoitos de Macau, enquanto que outro comentador afirma que “a história não deve ser inventada, muito menos se deve enganar o público e tratar as pessoas como parvas”.

A primeira fase da exposição “Visitando as Ruínas de S. Paulo no Espaço e no Tempo” estreou na segunda quinzena de Dezembro, atraindo cerca de 13 mil pessoas até 28 de Fevereiro. A segunda fase da exposição retorna na próxima sexta-feira é descrita pelo IC como uma “versão actualizada”, que irá apresentar “aspectos adicionais relativos ao restauro virtual do exterior e do ambiente envolvente da Igreja, apresentando também, de forma mais abrangente e tridimensional, o panorama interior e exterior da antiga Igreja”. Nunu Wu e João Luz

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Um internauta lamenta a falta de lojas de biscoitos de Macau para turistas, enquanto que outro afirma que “a história não deve ser inventada, muito menos se deve enganar o público e tratar as pessoas como parvas”

Visita Governador Rocha Vieira regressa a Macau

Vasco Rocha Vieira, último Governador português de Macau, estará de visita ao território no próximo fim-de-semana. Segundo a TDM - Rádio Macau, a visita acontece devido à atribuição do doutoramento honoris causa pela Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau. Estão, assim, programados encontros entre Rocha Vieira e as autoridades locais, com Alexandre Leitão, novo cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, e os representantes da comunidade portuguesa. Espera-se ainda que Rocha Vieira visite a Zona de Cooperação de Macau e Guangdong em Hengqin. O doutoramento honoris causa, na área da Ciência e Tecnologia, foi atribuído pela instituição de ensino superior a Rocha Vieira em Abril do ano passado numa cerimónia online, que serviu também para celebrar os 22 anos da universidade privada, no dia 25 de Março.

Sands Internacional 10K

Edwin Cheruiyot Soi vence

O queniano Edwin Cheruiyot Soi foi o vencedor da Corrida Internacional Sands de 10 quilómetros, com um tempo de 29 minutos e 16 segundo. Os quenianos dominaram a prova, com Mathew Samperu em segundo lugar (29:22) e Joseph Ngare (30:33) a arrebatar o bronze. O melhor atleta de Macau foi Chin Wa Wong (34:00). A prova feminina também foi dominada pelas atletas do Quénia, com Winrose Chepkorir (34:22) a chegar primeiro à meta e Lucy Ndambuki (35:26) a ficar em segundo lugar. O terceiro posto foi ocupado por Szofia Kovacs da Hungria, que alcançou um registo de 35:43. Long Hoi foi a melhor atleta de Macau, terminando a prova com um tempo de 38:22.

Portugal Monjardino pede garantias a Ho Iat Seng

Carlos Monjardino, presidente da Fundação Oriente (FO), disse à TDM Rádio Macau esperar que o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, assegure a continuação das garantias que a comunidade portuguesa sempre teve em Macau. Por ocasião da visita de Ho Iat Seng ao país, que se realiza em meados de Abril, Monjardino defendeu que continuem a ser asseguradas “algumas garantias em relação aos portugueses que ainda aí estão para que não percam as condições que foram sempre as deles em Macau” e para que seja garantida “a protecção dos interesses dos portugueses em Macau”.

FUNDAÇÃO ORIENTE 35 ANOS A ESPALHAR CULTURA

Dia de festa

Fado e música popular brasileira animaram o concerto que assinalou os 35 anos da Fundação Oriente. A delegada cessante Ana Paula Cleto sublinhou a importância das actividades desenvolvidas ao longo dos anos

FADO e música popular brasileira preencheram na sexta-feira, no jardim da Casa Garden, o concerto que assinalou os 35 anos da Fundação Oriente, nascida no território no dia 17 de Março 1988. Trinta

e cinco anos que “foram importantíssimos para o espaço cultural, educativo, filantrópico e social” no território, sublinhou a delegada cessante Ana Paula Cleto.

“A presença da Fundação, porque nasce aqui e sempre esteve aqui, é

importante desde esse momento e continuou a ser”, disse a responsável, lembrando que a instituição é sócio fundador do Instituto Português do Oriente (IPOR), criado em 1989, para promover a língua e cultura portuguesas, e onde mantém “uma

TRANSPORTES AIR MACAU ANUNCIA LANÇAMENTO DE NOVAS ROTAS

Aempresa Air Macau anunciou o lançamento de novas rotas internacionais para complementar a principal aposta da companhia, que actualmente passa quase exclusivamente pelos mercados do Interior da China.

Segundo um artigo publicado no jornal Ou Mun, a Air Macau vai aumentar as ligações por semana para o Japão, com oito voos, entre os quais quatro para Tóquio e dois para Osaka.

Em relação às ligações para Seul, os voos vão passar dos actuais dois para quatro, a partir de 26 de Março. Para a Tailândia vão ser mantidos os dois voos por semana para o Aeroporto Suvarnabhumi, em Banguecoque, e vão ser acrescentados mais dois voos por semana para o aeroporto Don Mueang, também em Banguecoque.

Após ter deixado as ligações com Singapura a cargo da companhia Scoot, durante quase dois anos, a Air

Macau volta agora a apostar nas rotas para a Cidade-Estado, com três voos semanais, que em Abril vão passar a quatro.

Por último, a empresa prometeu aumentar os quatro voos para o Vietname (Hanói e Da Nang), e para Taiwan, neste último caso com 14 ligações, entre Taipé e Kaoshing. A empresa prometeu também continuar a aumentar o número de ligações no futuro. J.S.F.

sume o cargo no próximo mês, a Fundação Oriente quer dar, em Macau, “continuidade ao plano de actividades culturais, educativas e sociais e da promoção da língua e da cultura portuguesas, tanto através de iniciativas próprias, como por via de parcerias com entidades locais ou da concessão de subsídios”, de acordo com um comunicado da instituição.

“A presença da Fundação, porque nasce aqui e sempre esteve aqui, é importante desde esse momento e continuou a ser.”

presença muito forte”.

“Esteve também no início da Escola Portuguesa de Macau e foi importantíssima para o lançamento da escola”, acrescentou.

O trabalho dos delegados da Fundação é “de continuidade”, disse a responsável, considerando que deixa “projectos por fazer”, uma vez que definiu o plano de actividades para 2023, mas não o “vai concretizar”.

Ao fim de 13 anos, a saída foi “de livre vontade”, numa “decisão que começou a tomar forma há um ano e meio”, para se dedicar a projectos pessoais e familiares: “saio feliz por isso e por aquilo que fiz”, afirmou.

Tempo de mudanças Com a nomeação de Catarina Cottinelli, que as-

A Fundação Oriente tem sede em Lisboa e, além de Macau, delegações em Goa e em Timor-Leste. Desenvolve acções culturais, educativas, artísticas, científicas, sociais e filantrópicas, com vista à valorização e à continuidade das relações históricas e culturais entre Portugal e o Oriente.

Em Macau, está instalada na Casa Garden, um edifício classificado adquirido à administração portuguesa no final dos anos de 1980, de acordo com o ‘site’ da Fundação.

A Casa Garden é um dos mais notáveis exemplares do património arquitectónico macaense de raiz europeia. A edificação remonta à segunda metade do século XVIII, tendo sido inicialmente propriedade de uma família da aristocracia portuguesa.

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ANA PAULA CLETO DELEGADA CESSANTE DA FUNDAÇÃO ORIENTE
OLGA SANTOS

ECONOMIA SECTOR DA RESTAURAÇÃO CONTINUA EM RECUPERAÇÃO DA CRISE

EM Janeiro deste ano, o volume de negócios dos restaurantes de Macau registou um aumento de 45,8 por cento face a Janeiro de 2022. Os dados fazem parte do “Inquérito de conjuntura à restauração e ao comércio a retalho referente a Janeiro de 2023”, elaborado pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) com base

em entrevistas com alguns dos proprietários.

Em comunicado, a DSEC explica o crescimento do volume de negócios com o “alívio das medidas antiepidémicas para a entrada em Macau” e os “feriados do Ano Novo Lunar”. Os volumes de negócios dos restaurantes ocidentais e dos restaurantes chineses subiram as-

Gripe Posto de vacinação no São Januário reabre hoje

Os Serviços de Saúde anunciaram que, a partir de hoje, são retomados os serviços do posto de vacinação contra a gripe do Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ). Assim sendo, a administração da vacina contra a gripe volta a estar disponível, entre as 09h e as 18h de segunda a sexta-feira, excepto sábados, domingos e feriados.

DSI Horário normal regressa a 31 de Março

A partir de 31 de Março chega ao fim a medida especial de prolongamento do horário de funcionamento para pedidos de bilhete de identidade de residente e de passaporte da RAEM. O anúncio foi feito pela Direcção dos Serviços de Identificação (DSI) na sexta-feira, sobre uma medida que tinha entrado em vigor a 7 de Fevereiro. “Tendo em conta a redução significativa do número de marcações prévias nas horas adicionais de serviço nos últimos dias, a referida medida terminará no dia 31 de Março”, foi justificado. De acordo com os dados oficiais, no âmbito da medida que prolongava o horário do pedido dos documentos até às 21h e ao fim-de-semana, foram atendidos 48 mil pedidos. “DSI apela aos cidadãos que necessitam de tratar do documento para efectuar a marcação prévia do serviço pretendido com a maior brevidade possível, para não afectar o seu plano de viagem.”

DSEC Visitantes mais do que duplicam em Fevereiro

O número de visitantes mais do que duplicou em Fevereiro, comparado com o mesmo mês de 2022, ainda assim menos 55 por cento do que em 2019, antes da pandemia, segundo dados oficiais divulgados na sexta-feira. Em Fevereiro, as autoridades registaram a entrada de 1.593.743 visitantes, mais 143,1 por cento em termos anuais e 14 por cento em relação ao mês anterior, informou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Em Fevereiro de 2019, entraram no território mais de 3,5 milhões de visitantes. Macau recebeu menos 85,5 por cento de visitantes em 2022 do que no último ano antes da pandemia. No ano passado, o território perdeu 33,7 milhões de visitantes, quando se compara com os números de 2019, ano em que se registou o recorde de 39,4 milhões de visitantes.

sim 75,7 por cento e 64,4 por cento, respectivamente. Uma vez que a divisão é feita entre restaurantes chineses e ocidentais, o comunicado não permite saber as tendências para os restaurantes com comida japonesa, coreana ou tailandesa. Quanto ao comércio a retalho, o volume do negócio cresceu 35,3 por cento, em termos anuais. O

aumento foi mais significativo nos negócios dos relógios e joalharia com o crescimento a atingir 65,8 por cento. Na área produtos cosméticos e de higiene e nos artigos de couro os aumentos foram de 46,6 por cento e 43 por cento, respectivamente Já o sector automóvel registou uma tendência contrária, com uma redução de 6,3 por cento.

MORTALIDADE DESDE 1991 QUE NÃO SE MORRIA TANTO

O sétimo selo

Não só a taxa de mortalidade subiu para níveis históricos, como também o registo de nascimentos diminuiu para valores apenas verificados em 1985. As causas de morte mais frequentes foram tumores malignos, doenças hipertensivas e pneumonia

-residentes domiciliados em Macau”, de acordo com o departamento de estatística.

Elas dominam

No que diz respeito aos trabalhadores não-residentes, grupo fortemente afectado pela imposição de restrições antipandémicas no território, estes totalizaram 154.912 no final do ano passado, uma descida de 16.186 em termos anuais.

De realçar ainda que a população feminina representava, em Dezembro de 2022, 53,2 por cento da população total, e a população idosa, com idade igual ou superior a 65 anos, correspondia a 13,3 por cento da população total, mais 1,1 pontos percentuais em termos anuais.

Também o número de matrimónios diminuiu no ano passado, com 2.727 casamentos registados, total que representou menos 550 em relação a 2021

Ataxa de mortalidade, em 2022, foi a maior desde 1991 e a taxa de natalidade a menor desde 1985, de acordo com estatísticas divulgadas na sexta-feira pelo Governo.

No ano passado, registaram-se 3.004 mortes, uma subida de 684 face a 2021. A taxa de mortalidade passou de 3,4 por mil habitantes, em 2021, para 4,4, em 2022, “sendo a mais alta desde 1991”, referiu, em comu-

nicado, a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), notando que “o número de óbitos mais elevado se deveu a ‘tumores malignos’ (970)”, seguindo-se “doenças hipertensivas” (332) e de “pneumonia (281)”.

Por outro lado, avançou a DSEC, o número de nascimentos totalizou no ano passado 4.344, ou seja, menos 682 em termos anuais.

“A taxa de natalidade situou-se em 6,4 [por mil habitantes], sendo a mais baixa desde 1985.

A mediana da idade das mães que deram à luz o primeiro bebé foi de 31 anos, mais 0,9 anos, face a 2021”, acrescentou.

As estatísticas demográficas referentes ao quatro trimestre de 2022 avançam que a população total era composta por 672.800 pessoas no final de Dezembro, ou seja, menos 1,5 por cento (10.400 pessoas) em termos anuais.

A quebra deveu-se “principalmente à diminuição do número de trabalhadores não-

O índice de envelhecimento, a relação entre a população idosa e a população jovem, situou-se, por seu turno, em 94,4 por cento, “tendo aumentado significativamente 10,7 pontos percentuais, em termos anuais” e “reflectindo que a quantidade da população idosa se aproximava cada vez mais da quantidade da população jovem”. O ano passado viu cair ainda o número de matrimónios, com 2.727 casamentos registados, menos 550 em relação a 2021. Também os divórcios registaram uma redução, com um total de 1.106 separações, menos 209 do que no ano transacto.

sociedade 7
segunda-feira 20.3.2023
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TIAGO ALCÂNTARA

Aleni: Vida e nome chinês Giulio Aleni foi um académico e um dos mais notáveis missionários Jesuítas sediados na China no início do século XVII. Publicou vários textos em chinês e veio a tornar-se um autor frequentemente citado e deixou uma marca inconfundível em trabalhos posteriores. O seu livro mais significativo foi, provavelmente, Zhifang waiji 職方 外紀, geralmente datado de 1623. Neste artigo, vamos fazer uma breve visita ao texto publicado há quatrocentos anos. A maioria das edições de Zhifang waiji contêm vários mapas, também eles desenhados por Aleni (e por alguns dos seus colegas). São exemplares úteis, mas menos detalhados do que certos mapas elaborados por outros Jesuítas que estiveram na China e só podem ser considerados ocasionalmente.

O nome chinês de Aleni era Ai Rulüe 艾 儒略; e em latim, Julius Alenius. Ambas as versões, em latim e em italiano, estão foneticamente relacionadas com o nome chinês. O significado contido nos caracteres chineses parece ser bastante complexo. Habitualmente, ru identifica os académicos Confucionistas e os seus ensinamentos. Ai é muito usado em botânica e frequentemente designa a planta artemísia, mas ai também quer dizer “belo”, “gaguejar”, “cultivar”, “alimentar”, “proteger”, etc. Lüe é ainda mais ambíguo. Quando usado de uma forma positiva, pode significar “estratégia”, “plano”, “resumo” e “descrever”. As conotações negativas tornam-se evidentes na associação aos verbos “apreender” e “pilhar”. Como é óbvio, Aleni tinha aprendido chinês e aparentemente conseguia ler sem dificuldades textos clássicos, mas não sabemos dizer se ele estaria a par de todas as subtilezas contidas nos três caracteres do seu nome chinês. Presumivelmente, a escolha da sequência “Ai Rulüe” revelava respeito pelas ideias centrais do Confucionismo e, como tal, pela cultura chinesa em sentido amplo. Se esta interpretação for aceitável, então podemos afirmar que o nome chinês de Aleni era um símbolo de sua “carreira” pessoal. Aleni admirava muitos dos aspectos da sociedade chinesa, mas também exprimiu algumas críticas. Podemos ainda acrescentar que, nessa época, os

“Geografia Mundial”

Jesuítas tentavam encontrar paralelismos entre os aspectos essenciais da sua própria religião e os princípios fundadores do Confucionismo. Sem qualquer dúvida, esta tarefa requeria uma mente e uma alma firme, habilidade retórica e muito conhecimento.

Aleni veio da região de Brescia, no norte da Itália. Nascido em 1582, ingressou na Ordem dos Jesuítas em 1600 e estudou em Roma. Depois de ter sido escolhido para ir para a China como missionário, chegou a Macau em 1610, ainda jovem, com vinte e muitos anos. Embora estivesse interessado principalmente em astronomia, matemática e outras matérias relacionadas, ficámos a saber por confrades e amigos, que tinha uma mente viva e curiosidade por muitas coisas diferentes. Evidentemente, estas características renderam-lhe o respeito dos seus colegas chineses, com quem manteve boas relações ao longo da vida.

Em 1613, Aleni chegou a Pequim, apenas alguns anos após a morte de Matteo Ricci (Li Madou 利瑪竇) em 1610. Mais tarde viajou até às Províncias de Shaanxi e de Shanxi e às regiões de Xangai e de Yangzhou. Em 1620, chegou a Hangzhou, em Zhejiang, e em 1625 fundou a missão Jesuíta em Fujian. Enquanto esteve em Fujian tinha contacto com muitos altos funcionários, especialmente com os de Fuzhou, e debatia com eles questões religiosas e outros assuntos de interesse mútuo. Embora tenha sido capaz de conquistar um número respeitável de estudiosos para a fé cristã, nem todos aprovaram as suas acções e, por algum tempo, tornou-se alvo de críticas severas. Por conseguinte, passou algum tempo em Macau no final da década de 1630, mas regressou a Fujian em 1639. Em 1641 tornou-se Vice-Ministro Provincial Jesuíta para o Sul da China. Quando as tropas Manchu invadiram Fujian na segunda metade da década de 1640, causando destruição e desordem em muitas partes desta Província, Aleni retirou-se para a área montanhosa de Yenping 延平 (Nanping 南平) no interior de Fujian, onde morreu em 1649.

O texto e sua estrutura

Num período inicial, Aleni esteve em contacto com Li Zhizao 李之藻 (1565–1630)

e com Yang Tingyun 楊廷筠 (1557–1627), ambos de Hangzhou. Em 1623, hospedou-se em casa de Yang e ajudou-o a terminar a sua obra Zhifang waiji, que ainda foi impressa no mesmo ano. Hoje existem várias edições deste livro, mas não diferem muito umas das outras. Actualmente, os académicos citam principalmente a versão pontuada impressa pela editora Zhonghua shuju em 1996. Esta versão tem o título Zhifang waijiao jiaoshi 職方外紀校釋 e traz muitas anotações úteis de Xie Fang 謝方 (1932–2021), um editor actual. O presente artigo baseia-se em grande parte na edição de Xie.

O texto anotado de Xie Fang contem cinco capítulos ou juan 卷 . Os capítulos debruçam-se respectivamente sobre a Ásia ( juan 1); a Europa ( j. 2); a África (na altura chamada Liweiya 利未亞 , ou Libya; j. 3); a América do Norte e do Sul, a Antártida (então chamada Mowalanijia 墨瓦蠟尼加 , ou Magellani(c)

a; j. 4) e os “Quatro Mares” ( si hai 四海 , j. 5). Numa das primeiras edições do texto de Aleni, existe um capítulo dedicado apenas a Magellania, o que significa que essa edição tinha seis juan , mas isso não é relevante neste contexto. Os mapas publicados no Zhifang waiji , apareciam antes do primeiro capítulo. No total existiam sete, um de cada continente, mais um que mostrava a Magellania ou “as terras do sul” (Nanyu ditu 南輿地圖 ), um outro representando a esfera setentrional ( Beiyu ditu 北輿地 圖 ) e um mapa mundo chamado Wanguo quantu 萬國全圖 .

Do Juan 1 ao 4, o texto descreve segmentos de vários países e o último juan tem sub-divisões com os nomes dos oceanos, de ilhas, de criaturas marinhas, produtos do mar, características dos oceanos, navios e rotas marítimas. De um modo mais geral, o Zhifang waiji é uma ampla descrição que sumariza as características essenciais do mundo então conhecido, do ponto de vista marítimo.

Nestas características encontram-se incluídas a vertente cultural, a etnológica, a económica, a social, entre outros temas. Muitas secções fornecem informação detalhada sobre a flora e a fauna de uma determinada região. Outras partes mencionam os nomes de cidades importantes, descrevem os monumentos locais e falam

de personagens famosas. Por poucas palavras, podemos classificar o trabalho de Aleni como uma espécie de “geografia mundial”, ou como um relato etnográfico. Os académicos chineses provavelmente considerariam que este livro pertencia a uma categoria chamada lishi dili 歷史地理 (geografia histórica). De facto, existem muitos trabalhos semelhantes na antiga China, e estes são frequentemente divididos em segmentos por país, mas os conceitos geográficos subjacentes são diferentes e normalmente não têm secções separadas sobre os oceanos. Algumas destas obras surgiram no final do período Ming. Podemos citar como exemplos Shuyu zhou ci lu 殊域周咨 錄 (1574), Xian bin lu 咸賓錄 (1591) e Siyi guangji 四夷廣記 (início do século XVII). Recentemente, Elke Papelitzky chamou-lhes “Histórias do Mundo”, o que parece

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Roderich Giulio Aleni Mapa sinocêntrico de Giulio Aleni

de Giulio Aleni (1623)

Oriental de Tomé Pires e O livro de Duarte Barbosa. De certa forma, ambas as obras são visões do mundo exterior a partir de uma perspectiva marítima e não de uma perspectiva continental. No entanto, enquanto Pires recolhia a informação a partir de informadores locais, Aleni ia sobretudo buscá-la a textos antigos.

As “histórias do mundo” escritas por autores dos finais do período Ming baseavam-se também na informação contida em textos arcaicos. Tal como Zhifang waiji, eram criações complexas de carácter académico. Muitas partes destas obras lembram ao leitor as expedições de Zheng He 鄭 和 (1405–1433), ou lançam mão de elementos descritivos que se encontram em fontes das Dinastias Song e Yuan, e nas histórias oficiais de tempos antigos. Quando Aleni estava a trabalhar no seu livro, consultou mapas europeus e relatos escritos do século XVI, além de utilizar fontes manuscritas, mas, por vezes, também mencionava o passado Greco-Romano. Assim, do ponto de vista dos chineses seus contemporâneos, o que ele tinha para dizer era bastante inovador para a elite intelectual Ming.

ao certo como Aleni procedeu quando concebeu o texto, nem como seleccionou a informação que lhe interessava a partir das suas fontes, mas presumivelmente recebeu muito apoio de Yang Tingyun. É sabido que este homem aperfeiçoou o chinês do texto de Aleni. Provavelmente também o aconselhou sobre a forma de organizar certos detalhes narrativos de forma a facilitar aos leitores chineses a compreensão da sua importância e significado. É muito provável que nesta parte do trabalho tenha havido muitas discussões Aleni e Yang Tingyun. Informação adicional sobre a preparação do texto pode ser obtida nos prefácios (xu 序) a Zhifang waiji. Existem três destes prefácios, um escrito pelo próprio Aleni (datado de 1623), o de Yang Tingyun e o de Li Zhizao (também datados de 1623). Estes prefácios confirmam que Aleni não foi o único autor de Zhifang waiji. Recorreu a alguns manuscritos incompletos de Diogo de Pantoja (Pang Diwo 龐迪我, 1571–1618) e de Sabatino De Ursis (Xiong Sanba 熊三 拔, 1575–1620), além de também consultar outras fontes, nas quais se inclui o relato de Magini. No seu próprio prefácio, também menciona Wanguo tuzhi 萬國圖志. Esta deve ser uma referência ao Kunyu wanguo quantu 坤輿萬國全圖, i.e., o famoso mapa mundo de Ricci, ou a uma das suas versões preliminares. Várias cópias do mapa de Ricci sobreviveram e, embora difiram umas das outras em certos aspectos, em todos eles, os nomes chineses e outras referências são praticamente iguais. Claramente, Aleni usou estas referências no seu próprio relato, mas, muitas vezes, modificou a sua redacção. Provavelmente Yang Tingyun teve qualquer coisa a ver com isso.

PARTE 1

Fontes Seleccionadas

• Ai Rulüe 艾儒略 (=Giulio Aleni; author), Xie Fang 謝方 (ed.): Zhifang waiji jiaoshi 職方外紀 校釋. Beijing: Zhonghua shuju, 1996.

• Aleni, Giulio (autor), Paolo De Troia (trad., introdução, notas): Geografia dei paesi stranieri alla Cina. Zhifang waiji. Brescia: Fondazione Civiltà Bresciana, 2009.

• D’Elia, Pasquale M.: Il mappamondo cinese del P. Matteo Ricci S. J. (Terza edizione, Pechino 1602) conservato presso la Biblioteca Vaticana Città del Vaticano: Biblioteca Apostolica Vaticana, 1938.

• Heirman, Ann: “An Introduction to the World Map of Francesco Sambiasi (1582–1649)”, Annali dell’Istituto Universitario Orientale di Napoli 60–61 (2000–2001): 365–373.

• Heirman, Ann, Paolo de Troia & Jan Parmentier: “Francesco Sambiasi, a Missing Link in European Map Making in China?”, Imago Mundi 61.1 (2009): 29–46.

• Hu, Anthony: “Encounters between Catholic Missionary Activities and Popular Deities Worshiped in Fujian During the Late Ming and Early Qing Periods: A Study based on the Kuoduo richao”, Orientierungen 31 (2019): 35–54.

• Huang Shijian 黄時鑒 & Gong Yingyan 龔纓 晏: Li Madou shijie ditu yanjiu 利馬竇世界地 圖研究. Shanghai: Shanghai guji chubanshe, 2004.

• Kupfer, Peter: Bernsteinglanz und Perlen des Schwarzen Drachen: Die Geschichte der chinesischen Weinkultur. Gossenberg: Ostasien Verlag, 2019.

• Lippiello, Tiziana, & Roman Malek (ed.): “Scholar from the West”: Giulio Aleni S.J. (1582–1649) and the Dialogue between Christianity and China. Sankt Augustin: Steyler Verlag, 1997.

• Menegon, Eugenio: Un solo cielo: Giulio Aleni SJ (1582–1649): geografia, arte, scienza, religione dall’Europa alla Cina. Brescia: Grafo edizioni, 1994.

ser uma classificação adequada, porque esses relatos também se referem a eventos passados.

As Fontes do Texto de Aleni

O Zhifang waiji não está totalmente despojado de elementos fictícios e de fenómenos a que podemos chamar mirabilia. O mesmo pode dizer-se dos textos lishi dili . Além disso, podemos afirmar que diversos registos lishi dili se focam em questões marítimas, à semelhança do livro de Aleni, mas claro que os autores chineses nunca se fizeram ao mar, ao passo que Aleni viajou de Lisboa, passando pela India, até Macau. Não há dúvida, que algumas das coisas que menciona, são fruto da sua experiência pessoal. Nesta altura, podemos também pensar nos primeiros relatos portugueses, como por exemplo, a Suma

Outra característica de Zhifang waiji é a sua dimensão religiosa. Vários segmentos falam das instituições da Igreja, das ideias cristã e da bíblia. De facto, uma leitura mais atenta do texto revela que certas partes estão totalmente enquadradas numa moldura cristã. Naturalmente, outras religiões são por vezes menosprezadas. Os registos chineses lishi dili e as “histórias do mundo” também mencionam brevemente tradições locais, mas a apresentação desses detalhes raramente é orientada por intenções religiosas. Há apenas uma ou duas excepções à regra. Por exemplo, pode dizer-se que o Yingya shenglan 瀛涯勝覽 do início do século XV tem uma marca islâmica, porque o seu autor era muçulmano. Não obstante, também é óbvio que a maioria dos autores chineses via o mundo exterior através de olhos Confucionistas.

Segundo Paolo De Troia, que traduziu Zhifang waiji para italiano, uma das fontes chave de Aleni foi o “atlas” de Giovanni Antonio Magini (1555–1617), intitulado Moderne tavola di geografia. Não sabemos

A actual edição anotada de Xie Fang de Zhifang waiji contém um quarto prefácio – de Ye Xianggao 葉向高 (1559–1627) –, duas pequenas notas (xiaoyan 小言), um posfácio (ba 跋) e um memorial (zoushu 奏 疏). Os sinólogos europeus raramente consideram estes textos, mas eles têm algum interesse, porque mencionam os ensinamentos de Zou Yan 鄒衍 (século II AC). Zou Yan foi um dos principais estudiosos do período pré-Han e os seus escritos não se perderam. A partir de alguns fragmentos de textos que sobreviveram das Shi ji 史 記, crónicas chnesas oficiais, sabemos que ele via o mundo como uma entidade dividida em nove continentes, cada um deles rodeado por oceanos e mares. A segmentação adicional destas esferas obedece a uma numeração. Estes conceitos tiveram um grande impacto na escrita geográfica posterior, mesmo no período Ming. Naturalmente, Aleni refutou-os. No entanto, tal como Ricci, foi prudente a esse respeito, o que provocou discussões entre os seus colegas chineses, alguns dos quais tentavam olhar para o texto de Aleni através dos olhos de Zou Yan.

• Nan Huairen 南懷仁 (=Ferdinand Verbiest): Kunyu tushuo 坤輿圖説. 2 cadernos, coleção Zhi hai 指海 / Baibu congshu jicheng 白部叢書 集成.

• Pan Fengjuan 潘鳳娟 Xi lai Kongzi Ai Rulüe: Gengxin bianhua de yongjiao huiyu 西來孔 子艾儒略 — 更新變化的宗教會遇. Tianjin: Tianjin jiaoyu chubanshe, 2013.

• Papelitzky, Elke: Writing World History in Late Ming China and the Perception of Maritime Asia. Wiesbaden: Harrassowitz Verlag, 2020.

• Ptak, Roderich: “Gouguo, the ‘Land of Dogs’, on Ricci’s World Map”, Monumenta Serica 66.1 (2018): 71–89.

• Song Gang 宋剛. Giulio Aleni, Kouduo richao, and Christian-Confucian Dialogism in Late Ming Fujian. Sankt Augustin: Steyler Verlag, 2019.

• Standaert, Nicholas: Yang Tingyun, Confucian and Christian in Late Ming China: His Life and Thought. Leida: E. J. Brill, 1988.

• Walravens, Hartmut: Die DeutschlandKenntnisse der Chinesen (bis 1870). Nebst einem Exkurs über die Darstellung fremder Tiere im K’un-yü t’u-shuo des P. Verbiest. Colônia, 1972 (tese de doutorado).

• Ye Nong 葉農 (ed.): Ai Rulüe Hanwen zhushu quanji 艾儒略漢文著述全集, 2 vol. Nanjing: Guangxi Shifan daxue chubanshe, 2011.

• Zhang, Qiong: Making the New World Their Own: Chinese Encounters with Jesuit Science in the Age of Discovery. Leida & Boston: E. J. Brill, 2015. (Continua)

VIA do MEIO 20.3.2023 segunda-feira 9
Roderich Ptak

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 001/DSPA/2023

Visto ter sido impossível notificar os interessados, pessoalmente ou por via postal, de acordo com o disposto nos n.os 2 e 4 do artigo 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, são notificados por via edital os interessados abaixo mencionados, da decisão sancionatória, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da mesma lei.

Para assegurar que os interessados em causa sejam ouvidos e exerçam o seu direito à defesa, estes Serviços notificaram os interessados abaixo indicados das respectivas acusações. Posteriormente, após analisadas as provas disponíveis (o auto de notícia e a declaração no âmbito da prevenção e controlo do ruído ambiental, as testemunhas e a eventual defesa escrita por estes apresentada), verificou-se que os interessados a seguir indicados violaram as disposições da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019. Usando da faculdade conferida pelo artigo 14.º da lei acima referida e de acordo com as respectivas disposições do artigo 12.º da mesma lei, aplico aos seguintes interessados as multas correspondentes:

Interessado N.os do processo e da notificação de multa Data da infracção Data da decisão sancionatória Infracção Multa

VALDEZ KEVIN

ORDONO, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2338XXXX

ASUNCION ROEM

CRUZ, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2439XXXX

DELA ROSA JOCELYN JAVIER, portadora do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2301XXXX

HERRERA

LEONIWIL VALERIO, portadora do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2393XXXX

FERNANDEZ

JOEL TAGUIAM, portador do Título de Identificação de Trabalhador Não Residente n.º 2280XXXX

CHAN I LEI, portadora do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM n.º 1257XXXX

Processo n.º 00078/ PCRA/DIA/ DSPA/2021

Notificação de multa n.º 004492001539/DSPADCPA-DIA/OFI/2022

Processo n.º 00086/ PCRA/DIA/ DSPA/2021

Notificação de multa n.º 004493001540/DSPADCPA-DIA/OFI/2022

Processo n.º 00119/ PCRA/DIA/ DSPA/2021

Notificação de multa n.º 006081002115/DSPADCPA-DIA/OFI/2022

Processo n.º 00010/ PCRA/DIA/ DSPA/2022

Notificação de multa n.º 006106002131/DSPADCPA-DIA/OFI/2022

Processo n.º 00011/ PCRA/DIA/ DSPA/2022

Notificação de multa n.º 006087002119/DSPADCPA-DIA/OFI/2022

Processo n.º 00047/ PCRA/DIA/ DSPA/2022

Notificação de multa n.º 007104002373/DSPADCPA-DIA/OFI/2022

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental Edital n.º 002/DSPA/2023

Visto ter sido impossível notificar os interessados, pessoalmente ou por via postal, de acordo com o disposto nos n.os 2 e 4 do artigo 21.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019, para efectuar o procedimento sancionatório por infracções administrativas, são notificados por via edital os interessados abaixo mencionados, das acusações deduzidas contra eles, nos termos do n.º 7 do artigo 21.º da mesma lei:

Interessado N.º do auto de notícia N.os do processo e da notificação de acusação Infracção suspeita Multa

LO WING YAN, portadora do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM n.º 1517XXXX

Processo n.º 00043/ PCRA/DIA/ DSPA/2022

Auto de notícia n.º R-0001322 de 14 de Março de 2022

Notificação de acusação n.º

004018001434/

DSPA-DCPADIA/OFI/2022

1 de Maio de 2021 19 de Setembro de 2022 A prática de actividades da vida quotidiana, geradoras de ruído perturbador em edifícios habitacionais. O respectivo acto violou o disposto no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019.

16 de Junho de 2021 19 de Setembro de 2022

12 de Novembro de 2021 20 de Outubro de 2022

Foi aplicada multa no valor de 1.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.

TEJANO RODOLFO BALLAD, portadora do Passaporte Filipino n.º P265XXXXX

LEONG KA LOK, portador do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM n.º 5207XXXX

Auto de notícia n.º

R-0002471 de 20 de Setembro de 2022

Processo n.º 00081/PCRA/DIA/ DSPA/2022

Notificação de acusação n.º 006385002220/

DSPA-DCPADIA/OFI/2022

Processo n.º 00066/ PCRA/DIA/ DSPA/2022

Auto de notícia n.º

R-0000144 de 20 de Julho de 2022

Notificação de acusação n.º 005281001804/ DSPA-DCPADIA/OFI/2022

A prática de actividades da vida quotidiana, geradoras de ruído perturbador em edifícios habitacionais. O respectivo acto violou o disposto no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019.

É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.

1 de Janeiro de 2022

10 de Novembro de 2022

27 de Dezembro de 2021 20 de Outubro de 2022 A prática de actividades da vida quotidiana, geradoras de ruído perturbador em edifícios habitacionais. O respectivo acto violou o disposto no n.º 1 do artigo 7.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019.

17 de Março de 2022

7 de Dezembro de 2022

Foi aplicada multa no valor de 1.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.

Os interessados em causa podem fazer uma marcação, no horário de expediente, antes de se dirigirem ao 1.º andar do Edifício CEM, sito na Estrada de D. Maria II, n.os 32 a 36, Macau, para obterem a cópia do despacho da decisão sancionatória e a guia de receita eventual da Direcção dos Serviços de Finanças (DSF), e mediante a apresentação dessa guia efectuarem o pagamento da multa na Recebedoria da Repartição de Finanças da DSF (Avenida da Praia Grande, n.os 575, 579 e 585, Edifício “Finanças”, r/c, Macau), no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital, ao abrigo do n.º 3 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019, e nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M. Na falta do pagamento voluntário da multa no prazo fixado, a DSPA enviará cópias de toda a documentação, acompanhadas do comprovativo da cobrança coerciva, à Repartição das Execuções Fiscais da DSF, para se proceder à cobrança coerciva. Para além disso, os interessados podem, nos termos dos artigos 145.º, 148.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, apresentar reclamação contra a decisão sancionatória ao Director da DSPA, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação deste edital (a reclamação deve ser redigida em chinês ou em português e apresentada por via postal ou pessoalmente à DSPA, sita na Estrada de D. Maria II, n.os 32 a 36, Edifício CEM, 1.º andar, Macau, na qual deve ser indicado o número do processo), e/ou, nos termos do artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, interpor recurso contencioso para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação deste edital. Caso não seja impugnada a decisão, a DSPA procederá à execução da respectiva decisão sancionatória.

O Director da DSPA, Tam Vai Man

22 de Março de 2023

TEJANO CATHERINE BALLAD, portadora do Passaporte Filipino n.º P747XXXXX

ADOLFO LEUNG RODRIGUES DA SILVA, portador do Bilhete de Identidade de Residente da RAEM n.º 5161XXXX

Auto de notícia n.º R-0002454 de 26 de Agosto de 2022

Processo n.º 00078/ PCRA/DIA/ DSPA/2022

Notificação de acusação n.º 006243002179/ DSPA-DCPADIA/OFI/2022

Processo n.º 00065/ PCRA/DIA/ DSPA/2022

Auto de notícia n.º R-0000582 de 18 de Junho de 2022

Notificação de acusação n.º 005225001781/ DSPA-DCPADIA/OFI/2022

A produção de ruído perturbador em espaços públicos. O respectivo acto violou o disposto no artigo 10.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019.

É punível com multa no valor de 1.000 a 2.000 patacas, nos termos da alínea 1) do n.º 1 do artigo 12.º da mesma Lei.

Nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, do n.º 1 do artigo 93.º e do artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo, e do n.º 2 do artigo 19.º da Lei n.º 8/2014 “Prevenção e controlo do ruído ambiental”, alterada pela Lei n.º 9/2019, os interessados acima referidos podem, no prazo de 15 dias a contar da data da publicação do presente edital, apresentar as alegações e defesas escritas em chinês ou em português, juntamente com os eventuais documentos comprovativos, por via postal ou pessoalmente, à Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental, sita na Estrada de D. Maria II, n.os 32 a 36, Edifício CEM, 1.º andar, Macau. Considera-se renúncia ao supracitado direito quando apresentadas fora do prazo fixado. Caso os interessados não apresentem as alegações e defesas escritas no prazo fixado, não é afectada a execução da sanção decidida por estes Serviços nos termos legais. Além disso, nas alegações e defesas escritas deve ser citado o número do processo. Os interessados acima indicados podem fazer uma marcação antes de se dirigirem à DSPA para consultar o dossier do respectivo processo no horário de expediente, podendo também ligar para o número de telefone da DSPA, 2876 2626, no mesmo horário, em caso de dúvidas.

O Director da DSPA, Tam Vai Man 22 de Março de 2023

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ESTUDO PEQUIM VAI LIDERAR CRESCIMENTO DE RENOVÁVEIS

Limpeza ambiental

AChina vai liderar o crescimento da capacidade renovável nos próximos anos, à frente dos Estados Unidos e da União Europeia, por apoiar as tecnologias limpas para alcançar emissões poluentes zero em 2060, segundo um estudo divulgado na passada sexta-feira.

Dados divulgados pela seguradora Crédito y Caución revelam que, “em termos absolutos, a China continuará a liderar o crescimento da capacidade renovável nos próximos anos”, nomeadamente no que toca à energia eólica e solar, mercados em que já representa, respectivamente, 40 por cento e 36 por cento, da produção ao nível mundial.

Estas percentagens comparam com quotas de mercado de 16 por cento para os Estados Unidos, 7,7 por cento para a Alemanha e 3,3 por cento para Espanha no que toca à capacidade eólica instalada no mundo e de 11 por cento para os Estados Unidos, 8,8 por cento para o Japão e 6, por cento para a Alemanha relativamente ao solar.

A empresa justifica o crescimento chinês nas renováveis com “o seu apoio às tecnologias energéticas limpas, [que] não só obedece à sua ambição ambiental de alcançar emissões ‘net’ zero em 2060, como à sua estratégia

ANÁLISE

NO MÉDIO ORIENTE FRUTO DAS LIMITAÇÕES DIPLOMÁTICAS DOS EUA

Ocrescimento da influência chinesa no Médio Oriente, impulsionado pela recente mediação no restabelecimento das relações diplomáticas entre Irão e Arábia Saudita, resulta das cada vez maiores limitações diplomáticas norte-americanas na região, segundo analistas.

Para Nic Robertson, editor diplomático internacional da CNN, a influência dos Estados Unidos no Médio oriente está “em declínio”, com a Arábia Saudita - e em particular o seu príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman - a ficarem frustrados “com a diplomacia cambaleante” dos Estados Unidos, nomeadamente em casos como o do alegado envolvimento do príncipe no assassínio do jornalista do Washington Post Jamal

Khashoggi, ou quando a Casa Branca pediu que o país cortasse a produção de petróleo rapidamente, para em seguida pedir para aumentá-la.

A China garantiu no sábado passado que o seu papel na retoma das relações diplomáticas entre o Irão e a Arábia Saudita não tem uma agenda escondida e que não pretende preencher um vazio no Médio Oriente. “A China não persegue qualquer interesse egoísta” e vai continuar a apoiar os países do Médio Oriente “a resolver as suas diferenças através do diálogo e em consultas para promover a paz e estabilidade duradouras em conjunto”, segundo uma declaração colocada no ‘site’ do Ministério dos Negócios Estrangeiros.

A intervenção de Pequim no reatamento

das relações diplomáticas entre os dois países, incluindo a reabertura de embaixadas depois de sete anos, foi vista como uma grande vitória diplomática da China, com os países do Golfo a considerarem que os Estados Unidos reduziam a sua intervenção na região.

“Acho que este acordo demonstra que a influência e a credibilidade dos EUA naquela região diminuíram e que há um novo tipo de alinhamento regional internacional a ocorrer, que fortaleceu e deu à Rússia e à China uma nova influência e estatuto”, defendeuAaron David Miller, membro do ‘Carnegie Endowment for International Peace’ e ex-assessor de política do Médio Oriente para o Departamento de Estado.

CHINA/RÚSSIA XI E PUTIN ALMOÇAM

de redução da dependência de importações de combustíveis”.

Aposta independente

Devido à crise energética acentuada pela guerra da Ucrânia causada pela invasão russa, os países têm vindo a apostar nas renováveis, nomeadamente na produção eólica e solar.

A UE, que estipulou a meta de alcançar 45 por cento da quota das energias renováveis no consumo final de energia europeia até 2030, quer tornar-se na “casa das tecnologias limpas” e representar, também até esse ano, 40 por cento da produção sustentável ao nível mundial, segundo uma proposta apresentada na quinta-feira pela Comissão Europeia para responder aos subsídios ‘verdes’ dos Estados Unidos.

Numa altura em que a UE tenta acabar com a dependência energética russa e atingir as suas metas ambientais - como a neutralidade

carbónica em 2050 e a redução de pelo menos 55 por cento das emissões poluentes até 2030, estipuladas no Pacto Ecológico Europeu -, Bruxelas propôs uma nova lei comunitária com vista a desenvolver tecnologia ‘limpa’ em solo europeu, aumentando o fabrico e garantindo que a União alcança a transição climática.

Em causa, está o apoio europeu a tecnologias solares fotovoltaicas e solares térmicas, projectos de energia eólica terrestre e energia renovável ‘offshore’, baterias e armazenamento, bombas de calor e energia geotérmica, electrolisadores e células de combustível, biogás/biometano, captura e armazenamento de carbono e tecnologias de rede.

A proposta surge depois de, nos últimos meses, as relações transatlânticas terem sido marcadas pelo descontentamento europeu face ao plano dos Estados Unidos de subsidiar a produção local de tecnologias ‘limpas’ com 370 mil milhões de dólares, o que é considerado discriminatório e que ameaça levar as empresas europeias a abandonar o continente.

Entretanto, a UE decidiu trabalhar no seu próprio plano para fornecer incentivos às tecnologias limpas europeias. Estima-se que o mercado global da tecnologia ‘limpa’ valha cerca de 600 mil milhões de euros até 2030, o triplo do seu valor actual.

HOJE E REÚNEM FORMALMENTE AMANHÃ

OSPresidentes chinês e russo vão ter um almoço informal hoje e reunir-se-ão amanhã, quando darão também uma conferência de imprensa conjunta, anunciou o Kremlin, na passada sexta-feira.

“Acomunicação entre o Presidente [Vladimir Putin] e o líder da China [Xi Jinping] arranca no dia 20 de Março. Vai ser uma conversa cara a cara, um almoço informal”, disse o porta-voz da Presidência russa, Dmitri Peskov, em conferência de imprensa.

Peskov acrescentou que terça-feira vai ser o “dia das negociações” e que os dois líderes vão dar uma conferência de imprensa conjunta no final da reunião.

Xi Jinping vai visitar a Rússia entre os dias hoje e quarta-feira.

Os dois líderes reuniram-se pela última vez em Setembro passado, à margem da cimeira da Organização de Cooperação de Xangai (SCO), no Uzbequistão. Xi expressou então a Putin “questões e preocupações”

sobre a guerra na Ucrânia, de acordo com o Presidente russo.

Ambos os líderes expressaram, no entanto, o desejo de fortalecerem os seus laços, num período de tensões mútuas com o Ocidente.

O país asiático considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos. As relações entre Pequim e Washington deterioraram-se também rapidamente, nos últimos anos, devido a uma guerra comercial e tecnológica, diferendos em questões de direitos humanos, o estatuto de Hong Kong e Taiwan ou a soberania do mar do Sul da China.

Numa proposta para a paz com 12 pontos, divulgada no mês passado, Pequim destacou a importância de “respeitar a soberania de todos os países”, numa referência à Ucrânia, e apelou ao fim da “mentalidade da Guerra Fria”, numa crítica implícita ao alargamento da NATO.

china 11 segunda-feira 20.3.2023 www.hojemacau.com.mo
INFLUÊNCIA CHINESA
Dados divulgados pela seguradora Crédito y Caución revelam que, “em termos absolutos, a China continuará a liderar o crescimento da capacidade renovável nos próximos anos”

MÚSICA

VENETIAN THEATRE RECEBE CONCERTO DA BANDA MFM

Dez anos de sucesso

AJ, Josie Ho e Hyper Lo, três músicos locais, compõem o grupo MFM e dão, este sábado, um concerto no Venetian Theatre apoiado pela Fundação Rui Cunha. “MFM Concert Tour - Macau 2023” não marca apenas o regresso do grupo aos espectáculos, mas serve também de celebração para o décimo aniversário da banda

SÃO três nomes bem conhecidos da música feita no território com influências da pop e do cantopop. Criada há dez anos, a banda MFM, composta por AJ, Josie Ho e Hyper Lo, dá este sábado um concerto no Venetian Theatre, com início às 20h30. “MFM Concert Tour –Macau 2023” marca o regresso da banda à tournée regional, iniciada em 2021 e interrompida devido às restrições da pandemia, mas serve também de celebração do décimo aniversário do grupo.

A Fundação Rui Cunha (FRC) apoia esta iniciativa, tendo em conta que a banda criou o tema musical da instituição, intitulado “樂而忘返” (So Happy That You Forgot to Return Home), divulgado por ocasião do quinto Aniversário da FRC em 2017.

O concerto é organizado pela produtora SP Entertainment e irá

Aobra em prosa de Manuel Alegre, reunida num único volume, inclui um prefácio da investigadora Paula Morão que assinala como a poesia do escritor, a sua faceta mais conhecida, é já atravessada por “um forte impulso narrativo”.

O volume, que chega esta semana às livrarias, reúne os romances “Jornada de África” (1989), “Alma” (1995), “A Terceira Rosa” (1998), “Rafael” (2004), “Tudo É e não É” (2013), e também as novelas “Cão como Nós” (2002), “O Miúdo Que Pregava Pregos Numa Tábua” (2010), “Tentação do

apresentar as músicas “de um dos mais reputados grupos de música de Macau”. Trata-se de um espectáculo que promete revelar “todos os momentos memoráveis dos últimos dez anos e celebrar este marco histórico com todos os fãs”.

Além da composição da música da FRC, os MFM foram também responsáveis pela criação do tema “Get Ready” para um evento de boxe, a convite da Sands China. Foi esse projecto que catapultou o grupo para a fama e o reconhecimento junto do público.

“Time” será o tema central deste espectáculo, mas os fãs poderão ouvir todos os êxitos de que estão à espera, num concerto que é também uma festa de aniversário

“Time” será o tema central deste espectáculo, mas os fãs poderão ouvir todos os êxitos de que estão à espera, num concerto que é também uma festa de aniversário.

Êxitos e mais êxitos Após a gravação para o evento da Sands China seguiram-se outros êxitos musicais, como é o caso

Narrativas condensadas

de “Let’s Get It On”, “Paradise”, “Show Time”, “Love Matters”, “Read But Ignored” e “Karma”. Seguiram-se também os prémios em eventos como “SIM Music Awards” e “Oh! Macao MV Awards”. Em 2018 o grupo organizou o espectáculo “MFM Rule of Three – Macao Concert”, também no Venetian Theatre, que registou muito sucesso, com uma plateia cheia de fãs.

Trata-se de um espectáculo que promete revelar “todos os momentos memoráveis dos últimos dez anos e celebrar este marco histórico com todos os fãs”

Seguiu-se, no ano seguinte, o lançamento da música “The Lonely Song”, um sucesso que chegou às tabelas musicais na China e fez parte de várias bandas sonoras. Em Dezembro desse ano, o canal de televisão Hunan TV convidou os MFM para participar no pequeno filme “The Pride of Macao China - MFM” [O Orgulho de Macau, China - MFM], que regista todos os episódios da escalada de sucesso do grupo, os papéis desempenhados pelos três artistas, o funcionamento da indústria do espectáculo e o caminho percorrido para AJ, Josie Ho e Hyper Lo conseguirem atingir os seus sonhos.

Em 2021, teve então lugar a tournée “MFM Concert Tour” que passou por diferentes cidades da China, contando com o apoio financeiro do Fundo de Desenvolvimento da Cultura do Instituto Cultural. Este ano, os MFM foram convidados para os habituais concertos anuais de Ano Novo Chinês, onde Josie Ho actuou ao lado de Jacky Chan e outros artistas da China, Hong Kong e Taiwan. A.S.S.

e à criação de uma figura protagonista”.

dando como referências Gilgamesh, Homero, Vergílio e Camões.

Para Morão, “os escritos ficcionais terão acompanhado o autor desde muitos antes” da saída do seu primeiro romance em 1989, “Jornada de África”.

Obra em prosa de Manuel Alegre reunida num volume chega às livrarias Norte” (2021) os livros de contos “O Homem do País Azul” (1989), “O Quadrado” (2005) e o conto “Uma Estrela” (2005), num total de 826 páginas. No prefácio, Paula Morão, catedrática de Literaturas Românicas da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, assinala que “atravessa a poesia de Alegre um forte impulso narrativo, nomeadamente nos muitos poemas devedores de epopeias antigas e modernas”,

Referindo-se a este primeiro livro em prosa de Alegre, afirma Morão que “aponta caminhos que já conhecemos da poesia editada até essa data [1989], e traça filões que se difundem por

toda a ficção até agora dada a lume”.

Paula Morão salienta a coerência da obra poética e ficcional de Alegre. “Do outro lado está a escrita, o princípio ficcional que tudo transfigura e integra, de acordo com vertentes que se encontram também na poesia e na restante obra, com efeito reconhecem-se episódios narrados entre si e articulados, dando lugar em simultâneo à representação do tempo histórico

“De um lado estão as coisas vividas” – infância, juventude coimbrã, incorporação militar, guerra colonial, exílio em Paris e Argel, e o regresso a Portugal, depois de Abril de 1974; “do outro lado está a escrita, o princípio ficcional, que tudo transfigura e integra, de acordo com as vertentes que se encontram também na poesia e na restante obra”.

Ecos cinematográficos

Todavia, realça Paula Morão, na prosa “reconhecem-se episódios narrados e

entre si articulados, dando lugar em simultâneo à representação do tempo histórico e à criação de uma figura protagonista” que vai crescendo desde a infância, cite-se “Alma”, “O Miúdo que Pregava Pregos Numa Tábua”, passando por “A Terceira Rosa” (juventude), “Jornada de África” e “Tentação do Norte” (guerra colonial e exílio).

Para Morão os contos e novelas “desenvolvem margens daqueles núcleos, complementando-os”. Morão destaca ainda os “ecos que vêm do cinema” na obra de Manuel Alegre

YOUTUBE 12 eventos 20.3.2023 segunda-feira www.hojemacau.com.mo

de Melo Duarte, e refere os piratas em “A Terceira Rosa”, que convocam os filmes de Michael Curtiz, com Errol Flynn e Brenda Marshall, de 1940, mas também “o lírico e elegíaco ‘Limelight’ de Charlie Chaplin”, de 1952.

A investigadora chama a “atenção especial” para “Pandora and the Flying Dutchman” (1951), de Albert Lewin com Ava Gardner e James Mason, mencionados no capítulo dois da mesma obra.

“Transversalmente à poesia e à prosa, uma urdidura feita de tempos sobrepostos está sempre a constituir

a permanência de textos em ‘sotto voce’ [em surdina] compondo o próprio eu”, assegura Morão. Manuel Alegre, 86 anos, é actualmente membro do Conselho de Estado. Em 2017, foi distinguido com o Prémio Camões e, em 2019 com o Prémio Vida e Obra da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), entre outros galardões como o Prémio Amália, em 2014, o de Consagração de Carreira da SPA, em 2016, os prémios Fernando Namora/Estoril Sol e Fernando Pessoa, em 1999, e o Prémio Nacional de Poesia António Ramos Rosa em 2021.

Todas as palavras

Painel de conferências sobre a Ásia arranca no CCCM

DECORRE entre hoje e quinta-feira, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), em Lisboa, o painel de conferências sobre a Ásia, integrado no evento anual «Conferências da Primavera”. Hoje, a partir das 10h (hora de Lisboa), o evento começa com a conferência “Abordagens ao Multilateralismo na Arte e Arquitectura Qing”, de Cristina Osswald, académica da Universidade Politécnica de Macau (UPM) e Pedro Luengo Gutierrez, da Universidade de Sevilha.

Segue-se o painel “As antigas Rotas da Seda da Ásia Ocidental”, moderado por João Paulo Oliveira e Costa, e que conta com a participação de quatro académicos.

À tarde decorre o painel dedicado à arte e ao património de Goa, com moderação de Paulo Teodoro de Matos. Aqui irão abordar-se temas como «Igreja de Santa Cruz dos Milagres, em Goa: Subsídios para uma (possível) Tipologia Goesa de Fachada», por Joaquim Rodrigues dos Santos, da Universidade de Lisboa. Por sua vez, Teresa Teves Reis, da Universidade de Évora, vai falar da «Galeria de Retratos dos Vice-Reis e Governadores de Goa”, entre outras palestras.

Economia e companhia

Terça-feira será um dia dedicado às conferências sobre “Economia e Geopolítica”, com destaque para a participação do académico Luís Tomé, da Universidade Autónoma de Lisboa, que falará das “Interligações Geopolíticas

e Securitárias entre a Europa e a Ásia”. Segue-se a apresentação “O Banco Asiático de Investimento em Infra-estrutura e o Banco Asiático de Desenvolvimento: o seu contributo para o relacionamento entre a Europa e a Ásia”, de João Sabido Costa, da Universidade Católica Portuguesa.

Diogo Cardoso falará, de seguida, das “Implicações Geopolíticas e Geoestratégicas do Programa Espacial da China para a Ásia e para o Mundo”. No painel “História de Sociedade”, que acontece também na terça-feira, destaque para a participação da académica Leonor Diaz de Seabra, da Universidade de Macau, com a palestra “Os Portugueses no Sião”. Na quarta-feira, algumas palestras irão debruçar-se sobre a presença dos Jesuítas na Ásia, sendo dado também destaque às áreas da língua e literatura. Na quinta-feira, último dia, o painel “Imprensa e Sociedade” conta com uma apresentação de Carlos Picassinos sobre “A Imprensa Portuguesa e os Direitos Fundamentais: Lições para Portugal dos Contextos Híbridos de Hong Kong”, tema da tese de mestrado defendida no Instituto Superior das Ciências do Trabalho e da Empresa. António Caeiro, jornalista e ex-delegado da Lusa em Pequim, vai falar sobre o seu mais recente livro, “Os Retornados de Xangai”, que conta a história da comunidade de lusodescendentes que viveram na cidade chinesa durante várias décadas até à implementação da República Popular da China, criando laços e negócios. A.S.S.

eventos 13
JOÃO GIRÃO

UM FILME HOJE

“Burning”, vencedor do prémio da crítica em Cannes em 2018, narra a história de Jong Soo (Yoo Ah In), um jovem residente na localidade suburbana de Paju. Jong Soo pretende ser escritor e procura uma história para contar. Entretanto, reencontra uma amiga de infância, Hae Mi (Jun Jong Seo) que está de partida para uma viagem a África. No regresso, faz-se acompanhar de um outro jovem, misterioso e rico. Começa a ganhar forma um triangulo amoroso, envolto em certo mistério que culmina com o desparacimento de Hae Mi. A partir daqui sucedem-se as revelações, sem nunca se deixar de duvidar do argumento que se vê. Hoje Macau

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

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ENFERMEIROS “CHICO-ESPERTOS” DÃO TIRO NO PÉ

OS ENFERMEIROS em Portugal são das profissões mais nobres e sacrificadas. Trabalham nos hospitais do Estado realizando horas extraordinárias sem receber um euro a mais, com salários miseráveis, tendo, no entanto, a sua profissão garantida e alguns têm-se pronunciado que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) foi a sua escolha de paixão e de perfeito serviço ao povo português. Os enfermeiros estão divididos em sindicado e numa Ordem que tem feito muito pouco em benefício dos soldados da enfermagem. Contudo, ao longo dos anos temos assistido à proliferação da construção de hospitais privados como os da CUF, da Luz e dos Lusíadas. E logo os enfermeiros “chico-espertos” decidiram abandonar o SNS e ingressaram nos quadros dos hospitais privados porque admitiam que as condições de trabalho eram indubitavelmente melhores. E não falamos dos enfermeiros que optaram em emigrar e hoje trabalham em Inglaterra e em outros países, tendo apenas como positivo o maior pecúlio recebido, mas sempre cheios de saudades do seu país. Quanto aos enfermeiros que optaram pelos hospitais privados, assistimos na semana passada a uma surpresa inesperada: ao protesto dos enfermeiros que trabalham nos estabelecimentos hospitalares privados e chegaram ao ponto de nos deixar de boca aberta quando anunciaram uma greve, porque querem aumento de salários e melhores condições de trabalho. Ops! Greve? Sem mais, uma greve. Uma verdade dura e pura que demonstra que nos hospitais privados nem tudo são rosas e, afinal, muitos já estão arrependidos de ter deixado o SNS. Um exemplo: num dos hospitais privados um grupo de enfermeiros quando marcaram férias para Agosto próximo, foram logo informados que escolhessem outro mês do ano para descansar. A greve dos enfermeiros nos hospitais privados não tem pés nem cabeça. Foram esses profissionais grevistas que escolheram deixar o serviço público porque queriam mais dinheiro. Viram agora que o paraíso hospitalar não está na privada hospitalar e a maioria do povinho riu-se da referida greve. Os enfermeiros que abandonaram o SNS ficaram a saber que o capitalismo apenas visa o lucro e nada tem a ver com a defesa dos interesses dos pobres e, muito menos, com todos os que esperam horas, dias e meses para ter uma consulta no SNS. Será bom que reconsiderem e que decidam bem se vale a pena continuar ao serviço dos grupos poderosos que apenas se servem da Saúde para ganhar muito dinheiro e deixem de dar tiros nos pés...

Na semana passada, Portugal assistiu a um caso inédito que não se via desde 25 de Abril de 1974 quando os militares se revoltaram contra a hierarquia do regime. No

Os enfermeiros que abandonaram o SNS ficaram a saber que o capitalismo apenas visa o lucro e nada tem a ver com a defesa dos interesses dos pobres e, muito menos, com todos os que esperam horas, dias e meses para ter uma consulta no SNS

Funchal, capital da Ilha da Madeira, estava aportado o navio de guerra “Mondego”. A dada altura, o comandante do navio recebeu indicações secretas que teria de realizar uma missão para controlar uma embarcação russa que navegava em águas portuguesas e que poderia estar em acção de espionagem. Quando o comandante do navio ordenou aos seus homens a partida para a missão confidencial, eis que, 13 militares do “Mondego” negaram-se a cumprir a ordem de comando alegando que o navio não estava em condições materiais para seguir para o mar. Esses tripulantes cometeram de imediato três infracções graves. Não obedeceram à hierarquia de comando, algo sagrado nas Forças Armadas, e deixaram a imagem de Portugal junto dos países da NATO que alguma coisa iria mal no reino das Forças Armadas portuguesas e o mais grave, terem anunciado publicamente nas redes sociais o que se estava a passar no interior do navio. A missão não foi realizada. Gravíssimo. O chefe do Estado-Maior da Armada, Almirante Gouveia e Melo, deslocou-se imediatamente ao Funchal e foi falar com os tripulantes do navio e comunicar-lhes a gravidade do sucedido. Os 13 militares estão hoje já a serem

ouvidos em Lisboa pela Polícia Judiciária Militar e podem passar para o foro judicial criminal e apanhar anos de prisão. Gouveia e Melo sublinhou muito bem que a disciplina militar se não existir, então, não existem Forças Armadas. O caso foi imensamente criticado pelo país fora e a maioria dos portugueses pede um castigo severo para os indisciplinados. Na verdade, não tem havido verbas suficientes por parte do Governo para as muitas lacunas que existem nos três ramos das Forças Armadas e muitas das unidades móveis no Exército, Força Aérea e Marinha não tem cumprido a sua missão devidamente por falta de manutenção nessas mesmas unidades. Todavia, uma coisa é a insuficiência de verbas, outra é a indisciplina e a insubordinação de militares.

Para que se riam do que vai acontecendo por este Portugal, termino informando-vos que a empresa Transtejo, que possui a frota das embarcações que fazem a travessia do rio Tejo, comprou 10 navios eléctricos, para defesa do meio ambiente, mas os navios não poderão funcionar porque o orçamento não incluiu cerca de 15 milhões de euros para a compra das baterias para os navios eléctricos...

vozes 15 segunda-feira 20.3.2023 www.hojemacau.com.mo
ai, portugal, portugal André Namora

Oempresário Rui Nabeiro, fundador do grupo Nabeiro - Delta Cafés morreu ontem aos 91 anos, vítima de doença, no hospital da Luz, em Lisboa. “A data e o programa das exéquias serão oportunamente comunicados”, indicou.

“É com profundo pesar que a família Nabeiro informa que faleceu hoje, dia 19 de março, o Comendador Manuel Rui Azinhais Nabeiro, presidente e fundador do Grupo Nabeiro -- Delta Cafés”, pode ler-se num comunicado enviado ontem pelo grupo.

“O espírito empreendedor e a sua ética de trabalho estiveram sempre presentes nos momentos decisivos da sua vida. Em 1961, criou a Delta Cafés, dando origem a um grupo empresarial que hoje lidera o mercado dos cafés em Portugal e hoje em forte ex -

Fim de uma era

Morreu empresário Rui Nabeiro aos 91 anos

a Torrefação Camelo, que mais tarde vendeu. Em 1961, criou a Delta Cafés. “Na vila alentejana de Campo Maior, num pequeno armazém com 50 metros quadrados e sem grandes recursos, inicia a actividade com apenas duas bolas de torra de 30 kg de capacidade”, pode ler-se no site da empresa, hoje com 62 anos de história.

pansão nos mercados internacionais. Toda a família Delta está profundamente triste com esta perda e estende as sinceras condolências a todos aqueles que também hoje perderam um grande amigo. Estamos todos empenhados em continuar o seu legado e honrar a sua visão, continuando a produzir o melhor café do mundo, apoiando as

comunidades locais e promovendo a sustentabilidade”.

O Comendador Rui Nabeiro “encontrava-se hospitalizado no Hospital da Luz, devido a problemas respiratórios”, pode ler-se no mesmo comunicado, enviado pelo Grupo Nabeiro.

História de vida

Manuel Rui Azinhais Nabeiro nasceu a 28 de

Março de 1931 na vila alentejana de Campo Maior, no seio de uma família humilde. Começou a trabalhar por volta dos 12 anos.

Aos 17 anos, após a morte do pai, assumiu os destinos da empresa da família, uma pequena torrefação. Apostou na venda de café em Espanha e constituiu, mais tarde, uma sociedade com os tios,

“Um Cliente um Amigo” era a filosofia de gestão de Rui Nabeiro, incorporada no que a Delta escreve sobre si própria, “Uma Marca de Rosto Humano”. Em 2007 inaugurou o Centro Educativo Alice Nabeiro para dar resposta às necessidades extra-escolares das crianças de Campo Maior. Com o patrocínio da Delta a Universidade de Évora criou, em 2009, a Cátedra Rui Nabeiro, destinada à promoção da investigação, do ensino e da divulgação científica na área da biodiversidade.

COMUNIDADES PORTUGUESAS CONSELHO REGIONAL REÚNE DIAS 27 E 28 DESTE MÊS DECORRE, nos

dias

27 e 28 deste mês, uma reunião presencial no Consulado-geral de Portugal em Macau e Hong Kong do Conselho Regional da Ásia e Oceânia das Comunidades Portuguesas, liderado por Rita Santos. Participam diversas personalidades como o próprio cônsul, Alexandre Leitão, António Maló de Abreu, deputado do PSD pelo Círculo Fora da Europa e o secretário coordenador da Secção do PS em Macau, Vítor Moutinho. A reunião servirá para “auscultar as opiniões dos conselheiros do Círculo da China, Macau e Hong Kong, Rita Santos, Armando de Jesus e Gilberto Camacho”, bem como do Círculo da Austrália, as conselheiras Sílvia Renda e Melissa da Silva, “re-

lativamente às preocupações dos portugueses, durante a apresentação dos elementos relativos ao relatório anual dos respectivos círculos, relativos ao ano de 2022”. Serão ainda revistos outros temas em agenda, nomeadamente a revisão da lei do Conselho das Comunidades Portuguesas, a discussão do Plano de Cooperação com o Conselho da Diáspora Portuguesa e a apresentação dos trabalhos feitos pelas diversas comissões. Segue-se, no dia 28, o debate em torno do “melhoramento do funcionamento dos postos consulares e a apresentação de propostas de aperfeiçoamento ao Governo de Portugal”, entre outros assuntos.

segunda-feira 20.3.2023
“Apenas há um dever, o de sermos felizes.”
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Denis Diderot PALAVRA DO DIA
NUNO BOTELHO

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