Raios de sol hojemacau
Em dia de celebração do aniversário da RAEM, o Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, anunciou o princípio do fim da crise e apelou à cooperação da população no controlo da pandemia, agora que “os primeiros raios do dia começam a despontar”. PÁGINAS 4-5
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FERNANDA ILHÉU ROTAS E EQUILÍBRIOS COVID-19 MAIS TRÊS MORTES ENTREVISTA PÁGINA 7
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O MANUAL DO ESTÚDIO DOS DEZ BAMBUS DE HU ZHENGYUAN Paulo Maia e Carmo DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 QUARTA-FEIRA 21 DE DEZEMBRO DE 2022 • ANO XXI • Nº5158
MARIA FERNANDA ILHÉU ECONOMISTA
Uma Rota de “aprendizagem
Conversámos com a presidente da Associação Amigos da Nova Rota da Seda (ANRS) por ocasião da celebração do sexto aniversário da instituição. A economista Maria Fernanda Ilhéu acredita que os casinos vão continuar a ser fundamentais, enquanto o país assim o entender, e que serão criadas alternativas em prol do “equilíbrio” económico
São seis anos de existência da ANRS. Que balanço faz? Registámos a associação no dia 21 de Dezembro de 2016, e foram 21 os sócios fundadores. Começámos a trabalhar com o objectivo de dar a conhecer o projecto da nova rota da seda e tentar identificar áreas de cooperação entre Portugal e China no âmbito desta iniciativa. Logo em 2017 produzimos um documento de trabalho utilizando várias áreas de cooperação. Foi um pontapé de saída para a reflexão. Fizemos variadas conferências sobre esse tema. Queríamos que as pessoas entendessem o que estava patente nesta iniciativa, como efectivamente ela se financiava e quais as áreas de interesse. Todos os anos
fazemos uma grande conferência que vai focando em várias áreas desta Iniciativa. Queremos que as pessoas e as empresas se consciencializem da importância do relacionamento com a China e da forma de trabalho conjunto com diversas entidades de Portugal, China e terceiros mercados, de forma a conseguirmos um desenvolvimento sustentável global.
Como encara a evolução da Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” ao longo dos últimos seis anos? Evidentemente que com o contexto da pandemia e, mais recente, da desestabilização que a guerra na Ucrânia tem provocado, dificultou ou atrasou alguns projectos, mas a Iniciativa continua a funcionar do ponto de vista das entidades envolvidas. Há dias vi que a Argélia aderiu. Nos últimos anos, foi sempre agregando mais vontades no sentido de cooperação. Neste momento, 141 países e 32 organizações internacionais assinaram acordos de cooperação com a China no âmbito da Iniciativa, e foram assinados cerca de 207 projectos de grande envergadura. A nova rota da seda, além dos grandes projectos de cooperação, tem também uma posição de cooperação entre a China e os parceiros que engloba várias áreas. Em Portugal, verificamos o bom relacionamento que continua a existir com a China e que proporciona diálogo que continua a existir com essas parcerias.
No entanto, a Iniciativa tem sido criticada pela dependência financeira, em relação à China, da parte de alguns países. Há aí uma série de pontos que são politizados de uma forma que não tem uma análise racional da situação. Temos de ver que esta Iniciativa e as políticas de financiamento ao longo do tempo. Quando surgiu a Iniciativa, constituíram-se, na China, fundos de investimento, nomeadamente o “Fundo Rota da Seda” e outro ligado ao Banco de Desenvolvimento chinês. Foi-se vendo, aos poucos, que esses projectos não podiam ser feitos sem uma análise financeira que permitisse concluir se o país que queria desenvolver determinado projecto tinha capacidade financeira para explorá-lo de forma sustentável. A primeira grande ideia, e que marcou, de certa forma, a ideia que as pessoas tinham dessa Iniciativa, é que eram, sobretudo, infra-estruturas de comunicação, nomeadamente comboios. Esses
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conjunta”
países tinham necessidade disso, na via-férrea, portos ou barragens. O que aconteceu é que não foi feita uma análise inicial séria desses países. A China não acautelou algumas situações, nomeadamente a construção de um porto no Sri Lanka, uma vez que o país não tinha capacidade nem de investimento nem de exploração do porto. Estes investimentos não são ofertas. No caso do Sri Lanka, a entidade financiadora teve de assumir a gestão do porto por cerca de 100 anos. Nesse consórcio estavam também entidades francesas, pelo que não foram apenas financiadores chineses. Ao longo do tempo algumas coisas se concluíram.
Tais como?
Em primeiro lugar são projectos que se pagam a longo termo e é necessário ter análises sérias financeiras e económicas para a sua sustentabilidade. Depois são investimentos muito grandes e a China não é o grande investidor. Há cada vez mais o recurso às multilaterais financeiras e já foi feito o apelo para a participação de entidades privadas. Há uma evolução, que é de análise racional e económica, com efeitos de progressão do relacionamento entre países. Há movimentação de pessoas, equipamentos e conhecimento, e há uma interligação entre entidades. O país que está à cabeça destes projectos tem sido a China, mas o país vê com muitos bons olhos parcerias trilaterais. A estrita politização da análise da Iniciativa pode ser, de certa forma, tendenciosa para servir determinados fins e objectivos políticos.
Portugal tem sabido tirar partido da nova rota da seda, ou há ainda um grande desconhe-
“O jogo vai continuar, mas serão criadas outras actividades e outros modos de vida. Macau estava confinado à sua dimensão física e humana, e não podem ser feitas omeletes sem ovos.”
cimento de empresas e outras entidades?
Esta é uma Iniciativa de longo prazo e de aprendizagem conjunta, e o pontapé de saída foi muito orientado para a construção de projectos de comunicação, como disse. Mas tem evoluído. Hoje em dia fala-se da Rota da Seda digital, por exemplo, da saúde e bem-estar, na Rota da Seda Cultural. Há várias áreas em que se pode cooperar e algumas nem exigem um investimento muito avultado. Em relação às parcerias com Portugal, elas têm existido em várias áreas, nomeadamente na área da saúde e bem-estar, bem notória quando começou a covid-19 na China. Várias entidades portuguesas disponibilizaram-se a apoiar a China e depois vimos o reverso. Não há um grande projecto de infra-estruturas a decorrer, mas há investimento chinês que tem sido bastante importante na sustentabilidade e desenvolvimento das empresas onde foi feito. Relativamente ao Porto de Sines, a forma como o concurso público [para a sua exploração] foi feito não atraiu nenhum investidor, e não apenas os chineses. É sempre num contexto de concurso público internacional que as infra-estruturas se desen-
volvem. Não há uma situação em que o Governo chinês vem falar com o Governo português para desenvolver algo, nunca será por essa via.
A China está a relaxar gradualmente as restrições no âmbito da pandemia. Isso poderá criar uma nova fase para a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”? Sem dúvida. Por muito que funcionem as relações online não há nada como o contacto e diálogo com diversos agentes económicos. Falamos de relações de cooperação que são muito dinâmicas e que estão em permanente alteração. O que era importante há três anos hoje terá outra perspectiva. Em 2019 essas relações estavam a sofrer um boom enorme, e vimos a quantidade enorme de entidades chinesas que vieram a Portugal em várias áreas. Esperemos que em 2023, com estes sinais de abertura, esses contactos possam recomeçar lá mais para meados do ano.
A Iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota” está muito presente no discurso político de Macau. O território está a aproveitar devidamente esta matéria ou poderia ser um actor mais activo? Temos sempre dificuldade em fazer esse tipo de análise. É certo que em Macau existem as plataformas certas para desenvolver essa parceria, mas se podem ser melhoradas, podem. Porque é que a sua dinâmica, às vezes, não é tão profunda? Porque uma coisa são políticas, outra coisa são os tecidos empresariais. É necessário que os tecidos de Macau e de Portugal se acertem, e penso que isso ainda não aconteceu. As empresas podem não ter tido ainda os diálogos certos. Aí podemos tentar apostar em mais plataformas, e
isso tem sido fomentado pelos Governos, mas talvez da parte das empresas não tenha ainda a dimensão necessária. A ANRS quer participar nisso.
Macau está numa fase de transição, com as novas licenças de jogo, enquanto o Governo mostra sinais de querer menos dependência dos casinos. É o desígnio certo para que o território possa corresponder à Iniciativa? Sim. Esse é o grande desafio de Macau, mas não é de agora, é de há muitos, muitos anos. Quando fui para Macau, em 1979, fui precisamente para desenvolver o Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, cujo objectivo era apoiar a economia para não depender do jogo. A minha função era apoiar a internacionalização das empresas de Macau e reforçar as suas vantagens competitivas. Mas encontrámos uma série de obstáculos.
Quais? Muitos foram resolvidos enquanto esteve lá a Administração portuguesa. Até 1999 houve surtos de desenvolvimento, construção, formação de pessoas, criação de universidades... tudo se passou no caminho certo. Mas temos de perceber que o jogo é avassalador, traz rendimentos enormes. Quando temos uma actividade que, de repente, permite às pessoas viver bem economicamente, as pessoas perguntam porquê fazer outra coisa.
Isso aconteceu consigo?
Sim. Cheguei à Universidade de Macau e o meu papel era trazer jovens para estudarem no ISEG [Instituto Superior de Economia e Gestão], onde era professora. Os professores que falaram comigo disseram-me que os alunos não queriam vir para Portugal, queriam acabar os cursos e começar a trabalhar porque em Macau tinham muitas solicitações de emprego. Vamos ter sempre essa situação, o jogo vai ser sempre a grande centralização económica e as pessoas vão sempre ter uma grande dependência do jogo. Mas podem-se criar áreas alternativas, e penso que a Grande Baía e a expansão de Macau para Hengqin são grandes oportunidades, porque trazem dimensão, o que Macau já não tem, e outros activos humanos. Enquanto houver jogo em Macau essa área vai ser sempre importante, pode é ser equilibrada e não haver uma substituição. São precisos apoios e entidades empresariais nessas actividades.
O desemprego aumentou e têm-se verificado situações sociais
graves devido à pandemia. Isso pode mudar o paradigma que falou?
Acredito que empresas e jovens vão começar a olhar mais para fora. Os jovens estavam muito acomodados e tranquilos com o seu futuro. Este foi um grande acordar para a realidade. Daqui para a frente vamos assistir uma grande evolução em Macau.
Ontem celebrou-se mais um aniversário da transição. Que olhar traça relativamente à Macau de hoje?
A economia sempre foi dominada pelo jogo, mas quando fui para lá havia um sector fabril muito interessante que se desenvolveu mais a partir de 1979 e meados dos anos 80. O sector de exportação foi importante e viveu de vantagens competitivas externas, da existência de quotas de exportação do sector têxtil. Os empresários de Macau aproveitaram essas oportunidades e isso deu azo a uma actividade industrial interessante que proporcionou também um grande desenvolvimento da área urbana. Em função das novas zonas industriais foram construídas mais infra-estruturas de saneamento básico e comunicações. Acredito que se podem criar dinâmicas que equilibrem o peso do jogo, mas não acredito no total desaparecimento dos casinos enquanto a China decidir que eles têm de estar ali. Enquanto existir aval político o jogo não vai desaparecer e até se pode reforçar. Penso que esta lição de crise foi também para o jogo e não apenas para os jovens. Os casinos perceberam que têm de criar novas formas de expansão. Mas com a integração de Macau na China vão-se potenciar oportunidades de investimento noutras actividades. Mas respondendo à sua pergunta, Macau vai ser sempre uma plataforma entre a China e os países de língua portuguesa e penso que isso poderá ser reforçado. O país tem feito bastante esforço para que isso continue. O jogo vai continuar, mas serão criadas outras actividades e outros modos de vida. Macau estava confinado à sua dimensão física e humana, e não podem ser feitas omeletes sem ovos. Andreia Sofia Silva
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“Acredito que se podem criar dinâmicas que equilibrem o peso do jogo, mas não acredito no total desaparecimento dos casinos, enquanto a China decidir que eles têm de estar ali.”
“Em relação às parcerias com Portugal, elas têm existido em várias áreas, nomeadamente na área da saúde e bem-estar, bem notória quando começou a covid-19 na China.”
O sol brilhará para
O Chefe do Executivo diz que “os primeiros raios do dia começam a despontar”, trazendo a recuperação da crise pandémica. Ao antecipar potenciais críticas à forma como a reabertura está a ser conduzida, Ho Iat Seng voltou a pedir o apoio da população
Ho de partida para Pequim
Ho Iat Seng viaja hoje para Pequim, onde vai permanecer até 24 de Dezembro, em missão oficial. De acordo com a informação disponibilizada pelo Governo, Ho Iat Sen irá “apresentar o balanço do trabalho” do Executivo durante este ano, “bem como os principais pontos das Linhas de Acção Governativa” para o ano que se avizinha. Durante a ausência de Ho Iat Seng, o secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, assume interinamente as funções de Chefe do Executivo.
APÓS três anos da pandemia, o Chefe do Executivo anunciou ontem o princípio do fim da crise pandémica, que evoluiu para dimensoes económicas e sociais, devido às medidas de controlo. A mensagem foi deixada durante o discurso de celebração do 23.º aniversário da transferência de soberania, que serviu para Ho Iat Seng voltar a apelar à união.
“Os primeiros raios do dia começam a despontar, e os tempos mais difíceis têm vindo a ser superados”, afirmou Ho. Porém, numa aparente antecipação das críticas ao processo de reabertura, o político apelou à união. “Espero que todos os sectores
sociais e toda a população continuem a apoiar e cooperar com as acções de prevenção e controlo da pandemia do Governo nesta nova fase, contribuindo em conjunto para a recuperação económica e regresso da sociedade à normalidade”, pediu.
Numa altura em que há cada vez mais infectados no território, com o fim da política de zero casos, o líder do Governo destacou também que o novo rumo não vai ser alterado. Contudo, prometeu, mesmo que de “forma razoável”, os “maiores esforços” para proteger os residentes.
“No prosseguimento das acções de prevenção e controlo da pandemia, a ênfase passou da prevenção e controlo de infecção para o tratamento
Amélia António optimista quanto ao futuro
A presidente da Casa de Portugal em Macau (CPM), Amélia António, acredita que a comunidade portuguesa terá mais oportunidades no futuro devido ao relaxamento das medidas de combate à covid-19. A responsável falou à margem da cerimónia de celebração do 23º aniversário da RAEM. “Há uma geração mais jovem com uma grande preparação técnica” que já deu “bons frutos em Macau” antes da pandemia, apontou, citada pela TDM. Amélia António adiantou, contudo, que “a maioria das pessoas ficou muito assustada” com a mudança repentina das regras, tendo defendido que o ideal seria um relaxamento gradual das medidas preventivas. No entanto, este cenário “tinha de acontecer um dia porque não se pode eternamente viver na base em que se estava a viver”.
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HO IAT SENG ANUNCIOU O PRINCÍPIO DO FIM DA CRISE
“No prosseguimento das acções de prevenção e controlo da pandemia, a ênfase passou da prevenção e controlo de infecção para o tratamento médico.”
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O caminho para o futuro, na perspectiva do Executivo, passa por “implementar efectivamente as várias políticas e medidas de apoio do Governo Central
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todos nós
médico, com vista à protecção da saúde da população e à prevenção de casos graves”, destacou Ho Iat Seng. “O Governo da RAEM irá estudar e avaliar de perto a evolução pandémica e a situação patogénica dos doentes, disponibilizar, de forma razoável, recursos médicos, envidar os maiores esforços para reduzir a taxa de casos graves e de morte, e proteger ao máximo a segurança da vida e da saúde dos residentes”, prometeu.
Aposta na economia
Após reconhecer que “ao longo destes últimos três anos” a pandemia provocou severos impactos na economia e que a “descida drástica da economia” atingiu “de forma severa e
sem precedentes a vida profissional e quotidiana dos residentes”, Ho focou o caminho da recuperação.
Neste capítulo, o Chefe do Executivo reconheceu ter havido uma alteração na orientação política que agora afirma ser de “revitalizar a economia, promover a diversificação, aliviar as dificuldades da população, prevenir e controlar a pandemia e desenvolver de forma estável e saudável”.
O caminho para o futuro, na perspectiva do Executivo, passa assim por “agarrar as oportunidades do desenvolvimento” do Interior e “implementar efectivamente as várias políticas e medidas de apoio do Governo Central ao desenvolvimento de Macau”. João Santos Filipe
Volta da vitória
Chefe do Executivo fez balanço positivo da política de zero casos e afasta críticas
HO Iat Seng traçou um balanço positivo das medidas adoptadas para controlar os surtos de covid-19 e da aplicação em Macau da política de zero casos. A mensagem do líder do Governo foi deixada durante o discurso do 23.º aniversário da transferência, quando fez uma retrospectiva sobre os trabalhos do passado recente.
“Ultrapassámos o período mais crítico, em que enfrentámos novos coronavírus altamente patogénicos, nomeadamente o vírus Covid-19 original e sua variante Delta, e vencemos o grave surto de ‘18 de Junho’, considerou o líder do Governo.
Ao mesmo tempo, destacou ainda a baixa mortalidade dos últimos três anos. “Relativamente à situação pandémica de Macau, a taxa de infecção, casos graves e de morte tem-se mantido, de um modo geral, num nível relativamente baixo”, vincou. “Temos envidado os maiores esforços para alcançar o melhor resultado possível na prevenção e controlo da pandemia, consolidando e aperfeiçoando as medidas de prevenção e controlo”, frisou.
Recusar críticas
A mensagem serviu também para refutar a ideia de que o Governo descurou a parte económica, apesar de enfrentar um ambiente mais difícil, motivado não só pela covid-19, mas também pelo encerramento das fronteiras e pela campanha do Interior contra o jogo na RAEM.
Nos últimos meses, principalmente com a discussão do orçamento para o próximo ano, o Executivo de Ho Iat Seng foi criticado, até pelas forças tradicionais, por não injectar 7 mil patacas nas contas de previdência dos residentes com mais de 65 anos. Esta é uma medida extraordinária que tinha sido implementada devido aos excedentes orçamentais. Com a crise económica e a redução das receitas de jogo, o orçamento tornou-se deficitário, o que fez com que deixasse de ser aplicada.
Ontem, Ho Iat Seng sublinhou que os apoios directos à população somados com o investimento público, a maior parte em obras, ultrapassaram o montante de 100,6 mil milhões de patacas.
“O Governo da RAEM lançou várias rondas de medidas em prol da estabilização da economia, da garantia do emprego e da atenuação das dificuldades da população, e deu continuidade aos benefícios de carácter permanente atribuídos aos residentes de Macau no valor de cerca de 68,3 mil milhões de patacas”, atirou o chefe do Governo. “A este somam-se cerca de 32,3 mil milhões de patacas correspondentes às despesas reais com os planos de apoio financeiro para mitigação dos impactos da pandemia, o que totaliza aproximadamente 100,6 mil milhões de patacas”, acrescentou. J.S.F.
OBRAS PÚBLICAS CHAN TSZ KING DEFENDE INVESTIGAÇÃO DO COMISSARIADO CONTRA A CORRUPÇÃO
Ocoordenador do Comissariado Contra a Corrupção (CCAC), Chan Tsz King, foi confrontado com os vários depoimentos que ligam o ex-Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, ao projecto do Alto de Coloane e defendeu a instituição que dirige.
Com o ex-director das Obras Públicas, Li Canfeng, e vários empresários a serem julgados por corrupção e a atirarem responsabilidades directamente para Chui Sai On, que não enfrenta qualquer acusação, mesmo após a investigação do CCAC,
Chan Tsz King afirmou que a instituição conduz as suas investigações de forma justa e sem olhar ao nomes dos envolvidos ou à natureza dos casos.
As declarações foram prestadas à margem da cerimónia do 23.º aniversário
da RAEM. Na ocasião, o coordenador do CCAC abordou também os recentes escândalos eleitorais e as futuras alterações à lei.
Na perspectiva de Chan, não faz sentido que um futuro deputado perca o mandato, só porque a pla-
taforma política de que faz parte praticou actos de corrupção. Para o coordenador do CCAC as pessoas só podem ser responsabilizadas por actos que praticam.
Por isso, Chan perspectivou que o princípio da responsabilidade deve
continuar a ser consagrado, mesmo quando a futura lei eleitoral for alterada, como o Governo pretende.
Com as futuras alterações à lei eleitoral, o Executivo pretende limitar por razões políticas futuras candidaturas ao hemiciclo.
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“Os primeiros raios do dia começam a despontar, e os tempos mais difíceis têm vindo a ser superados.”
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RÓMULO SANTOS
Circular é preciso
a medida criou “um novo espaço para os residentes de Macau viverem”
ANO novo, vias novas. 2023 trará a possibilidade de circulação nas estradas da província de Guangdong a veículos particulares registados em Macau. O Governo Central divulgou ontem os “procedimentos de administração da política ‘circulação de veículos de Macau em Guangdong’, que entra em vigor a partir de 1 de Janeiro. O Executivo estima que a medida seja aplicada a cerca de 80 mil veículos locais.
A política de circulação implica o cumprimento de determinados
requisitos. O condutor deve ser portador de salvo-conduto para deslocação à China, o que afasta os residentes estrangeiros de Macau, o veículo tem de estar registado em Macau e é preciso requerer licença provisória do veículo para entrada e saída do Interior da China.
A Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT) afirma que a medida promove “a facilidade de circulação de pessoas e veículos entre Guangdong e Macau” através de “uma política de plena abertura à circulação dos veículos”.
A DSAT recebe pedidos para a licença electrónica de entrada provisória, que terá prazo de validade coincidente com o do “seguro obrigatório de responsabilidade por acidente rodoviário para veículos motorizados” do Interior da China. Quem está autorizado a circular na Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau já cumpre este requisito, porém a validade da licença não pode exceder um ano.
O veículo autorizado a circular em Guangdong poderá ser conduzido por duas pessoas. A travessia fronteiriça terá de ser feita através
Lei da Fidúcia Pedidos produtos financeiros para idosos
O deputado Ma Io Fong considera que com a aprovação da nova Lei da Fidúcia, o Governo tem de incentivar a sociedade e criar produtos financeiros a pensar nos mais velhos. A posição foi tomada ontem através de uma interpelação escrita. Na visão do deputado ligado à Associação das Mulheres, os produtos para os mais velhos devem ser criados para que as famílias tenham alternativas ao nível
da aplicação das poupanças, ao mesmo tempo que as taxas de manutenção e gestão são mantidas em valores muito reduzidos. O legislador quer assim saber se há planos para incentivar a criação deste tipo de planos de investimento e se existe a possibilidade de o Governo dar subsídios, para que as taxas de manutenção sejam mais reduzidas do que para o resto da população.
ASSINATURA
EM BREVE
A assinatura do acordo que irá estabelecer o reconhecimento mútuo de cartas de condução entre Macau e o Interior da China irá acontecer em breve, revelou ontem o director dos Serviços para os Assuntos do Tráfego, Lam Hin San. O responsável caracterizou a reconhecimento das habilitações para conduzir como uma medida “gémea” da política de “circulação de veículos de Macau em Guangdong”. De acordo com o canal chinês da Rádio Macau, o director da DSAT enfatizou o papel que as duas iniciativas irão desempenhar na facilitação da vida dos residentes e na integração na Grande Baía.
deceu vigorosamente a política de circulação viária.
do Posto Fronteiriço de Zhuhai da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, mas o período de estadia não pode exceder 30 dias consecutivos e a permanência anual não pode ultrapassar 180 dias acumulados.
Vai formoso e seguro
Outro requisito essencial é a adesão a um plano de seguros. Nesse sentido, a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) coordenou com as seguradoras locais, o lançamento de “produtos de seguros para veículos transfronteiriços de Guangdong e de Macau”. No contexto da política de “reconhecimento recíproco dos seguros equivalentes”, os efeitos dos produtos de seguros para veículos transfronteiriços de Guangdong e de Macau são idênticos aos do seguro obrigatório de responsabilidade civil para acidente de trânsito e ao seguro de responsabilidade perante terceiros no Interior da China. As autoridades acrescentam que este seguro será um produto adicional à apólice de seguro obrigatório de responsabilidade civil de automóvel de Macau.
Além disso, os veículos que preenchem os requisitos para obter a licença provisória “gozam da ‘Política sem garantias’, ou seja, não têm de prestar caução ou garantia bancária junto das autoridades alfandegárias do Interior da China; usufruem da política de ‘Reconhecimento recíproco dos seguros equivalentes dos veículos transfronteiriços’e, quanto à passagem alfandegária, é adoptada a política ‘Partilha comum, tratamento no próprio território’.
Mil obrigados
O Chefe do Executivo, que está hoje de partida para Pequim, agra-
“Esta política traduz a atenção e o apoio do Governo Central à RAEM, constitui uma resposta activa aos residentes de Macau, que traz maior conveniência aos residentes de Macau no Interior da China, designadamente aos que pretendem desenvolver actividades comerciais temporárias, estudar, trabalhar, viver e viajar, disponibilizando assim um novo espaço de vida, o que facilita o intercâmbio entre as cidades da zona de Grande Baía”, comentou Ho Iat Seng.
“Esta política traduz a atenção e o apoio do Governo Central à RAEM, (…) traz maior conveniência aos residentes de Macau no Interior da China, aos que pretendem desenvolver actividades comerciais temporárias, estudar, trabalhar, viver e viajar, disponibilizando assim um novo espaço de vida.”
HO IAT SENG CHEFE DO EXECUTIVO
O Chefe do Executivo agradeceu ainda o forte apoio do Gabinete para os Assuntos de Hong Kong e Macau do Conselho de Estado, do Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na RAEM, dos ministérios competentes, do Comité provincial do PCC e do Governo da província de Guangdong. Ho Iat Seng salientou ainda que a política de circulação irá criar “um novo espaço para os residentes de Macau viverem”, e que “será favorável à participação de Macau na construção da zona de Grande Baía e à integração acelerada no desenvolvimento nacional”. João Luz
OLGA SANTOS 6 política 21.12.2022 quarta-feira www.hojemacau.com.mo
GUANGDONG VEÍCULOS DE MACAU ACEITES A PARTIR DE JANEIRO
A partir de 1 de Janeiro será permitida a circulação de veículos de Macau na província de Guangdong. Os condutores precisam de ter “salvo-conduto e requerer uma licença provisória para conduzir no Interior. Ho Iat Seng agradeceu ao Governo Central e referiu que
Taipa Alegado criminoso há dois meses escondido
Um cidadão chinês, associado a um grupo ligado a crimes relacionados com o jogo, foi detido esta segunda-feira pela Polícia Judiciária (PJ) depois de ser descoberto num apartamento, na Taipa, onde estava escondido há cerca de dois meses. Foi a 21 de Outubro que a PJ recebeu informações dos tribunais do Interior da China sobre a condenação do homem a uma pena de prisão. A PJ conseguiu, assim, interceptar o indivíduo nas ruas da Taipa, tendo sido imediatamente detido.
Testes Song Pek Kei quer preços mais baixos
A deputada Song Pek Kei, ligada à comunidade de Fujian, defende que o Governo tem de tomar medidas para reduzir o custo dos testes com amostra singular, para permitir uma melhor circulação para o Interior. Em causa, está o preço actual da amostra singular, que chega a ser superior a 150 patacas. Nos casos em que o teste é feito com urgência, o preço pode subir para as 500 patacas, indica a deputada. “Este é um preço que leva a que os residentes deixem de circular para o Interior”, acusou Song Pek Kei, em declarações citadas pelo Jornal do Cidadão. Além disso, a deputada queixou-se das filas de espera cada vez mais longas, com a obrigação de fazer um teste com a validade de 72 horas para circular entre Macau e Zhuhai. “Este tipo de medidas anti-pandémiacs apenas contribuem para sobrecarregar os residentes e afectar seriamente o trabalho e a vida dos residentes”, acusou.
Burla Quase 3 mil yuan na compra de testes rápidos
Uma residente foi burlada em 2.850 yuan, depois de ter tentado comprar vários testes rápidos, através da internet. O caso foi revelado ontem pela Polícia Judiciária (PJ), alertada para o incidente pela queixosa. Segundo o relato das autoridades, depois de conhecer online um “comerciante” do Interior, a mulher disponibilizou-se para comprar 25 caixas com 20 kits de testes rápidos. O preço acordado era de 114 yuans por caixa, o que representava 2.850 renminbi. Com os moldes do negócio acordados, a mulher fez uma transferência bancária, e minutos depois deixou de conseguir contactar com o “comerciante”. Face a esta sequência de eventos, a mulher contactou imediatamente as autoridades, que estão a investigar o caso. Até ontem, não tinham sido feitas detenções.
COVID-19 MAIS TRÊS MORTES ASSOCIADAS À DOENÇA
Contas de somar
O número de casos de covid-19 não pára de aumentar em Macau. Esta segunda-feira, foram detectadas mais 90 infecções e três novas mortes, número apenas ligeiramente abaixo das cinco mortes registadas em toda a China. Os óbitos em Macau dizem respeito a três idosos com um historial de doenças crónicas, um deles sem estar vacinado
aos doentes no serviço de urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário até uma nova notificação. Segundo uma nota de imprensa, “qualquer caso especial será tratado de acordo com as necessidades reais”, sendo que as visitas só serão autorizadas mediante “nova notificação”.
Com marcação
Uma outra nota informativa do Centro dá conta da emissão de novas recomendações, da parte dos SSM, para as instituições médicas, as quais “devem prestar atendimento aos indivíduos infectados ou suspeitos de terem contraído covid-19 e que tenham necessidades médicas urgentes ou de assistência médica”.
Assim, “as instituições médicas devem tomar as providências para encurtar o tempo de permanência dos doentes nas instituições”, devendo os doentes fazerem uma marcação, o mais previamente possível, da consulta.
Destaque para o registo de 3 novas mortes de idosos associadas à covid-19, com as vitimas, (...) a registarem idades compreendidas entre os 60 e 94 anos.
Este número é pouco inferior às 5 mortes já contabilizadas em toda a China
COM o relaxamento das medidas de combate à covid-19, o número de casos tem aumentado nos últimos dias. Esta segunda-feira, o Centro de coordenação e de contingência do novo tipo de coronavírus deu conta de mais 90 casos, tendo os doentes sido encaminhados para isolamento e tratamento médico.
Destaque para o registo de três novas mortes de idosos associadas à covid-19, com as vitimas, um homem e duas mulheres, a registarem idades compreendidas entre os 60 e 94 anos. Este número é pouco inferior às cinco mortes já contabilizadas em toda a China. As primeiras duas mortes desde o começo da pandemia foram registadas na segunda-feira, en-
quanto ontem se somaram mais três óbitos, todos em Pequim. No caso de Macau, os idosos tinham já um historial de doenças crónicas, sendo que dois deles estavam vacinados, com duas e três doses da vacina, enquanto um outro não possuía qualquer dose da vacina. Entretanto, os Serviços de Saúde de Macau (SSM) decidiram suspender, a partir de hoje, todas as visitas
Segundo o canal chinês da Rádio Macau, as autoridades de saúde chinesas explicaram que há limitações na metodologia dos testes rápidos, o que faz com que apareçam, nos primeiros dias de infecção, resultados como “falso negativo” ou “falso positivo”, sem que haja sintomas. No entanto, uma vez que, nos primeiros dias, é difícil detectar a presença do vírus SARS-Cov-2, as autoridades apontam que os primeiros sintomas podem começar a aparecer cerca de cinco dias após a infecção, sendo recomendada a testagem com testes rápidos.
A Comissão Nacional de Saúde da China defende que a prioridade máxima, neste momento, é que cada pessoa tenha acesso a tratamento, sendo necessária a expansão de serviços médicos e equipamentos em diversas plataformas junto da comunidade. A.S.S.
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O Manual do Estúdio dos Dez Bambus de Hu Zhengyuan 胡正言
Paulo Maia e Carmo
LU LIULIANG (1629-1683), o escritor e poeta que se opôs de modo radical à transição dos Ming para a dinastia Qing, resumiu essa recusa em dois versos que de modo engenhoso jogam com as possibilidades da língua:
«O vento fraco, por mais suave, não soprará sobre mim, A lua brilhante não cessará de lançar a sua luz sobre nós.»
No «vento fraco», qingfeng, está o caracter qing que dá nome à nova dinastia; na «lua brilhante», mingyue, o caracter ming da única dinastia que reconhecia como legítima. Mas a mudança foi inexorável e, perante os factos, Lu, cuja avó pertencera à família imperial dos Ming, recusou servir a burocracia governamental, fez erigir longe de sua casa o mosteiro budista do Vento e da Chuva (Fengyu ba) tomou o nome Naike, «resistir é possível», e como já escrevera um livro sobre medicina (Lushi Yiguan) viveu também da medicina, até 1674.
Porque em 1673 abrira uma livraria em Nanquim onde vendeu esse e outros livros que escrevera, como os dedicados aos ensaios designados «oito pernas» (baguwen). Em Nanquim coincidiu durante um ano com outro editor e artista chamado Hu Zhengyan (c.1584-1674) cujo pai e irmão também se dedicaram à medicina e que também ele rejeitara reconhecer aos novos governantes o Mandato celeste.
Hu fora um reputado criador de carimbos e em 1644, durante o ano de resistência Ming em Nanquim, desenhara o carimbo pessoal de Zhu Yousong (1607-46), o imperador Hongguang, «A grande luz». Zhou Lianggong (1612-72) anotaria a popularidade de Hu Zhengyan entre os visitantes de Nanquim, onde ele «criava miniaturas de pedras gravadas com inscrições de antigos carimbos para os viajantes disputarem e estimarem.» Uma ousada publicação, entre 1633-1703, para a qual ele convocara mais de cem artistas, tornaria inesquecível o nome do seu estúdio, em frente do qual cresciam dez bambus.
Hu Zhengyan nomeou o seu inédito álbum de cento e oitenta e cinco impressões à mão em xilografia polícroma Shizhuzhai Shuhuapu, Manual de pintura e caligrafia do Estúdio dos dez bambus (tinta e cor sobre papel, cada folha, c. 24,1 x 27,5 cm, exemplares visíveis em vários museus, como o Britânico, o Huntington ou o Metmuseum) e cento e trinta e nove páginas de poesia. As impressões que reproduzem pinturas mostram oito exemplos de figuras do mundo natural como orquídeas, bambus, ameixieiras, pássaros ou rochas de literatos (gongshi).
Sendo os blocos de madeira aplicados um por um em sobreposição de tons de cor, o seu aspecto assemelha-se ao de uma verdadeira aguarela. Assim, com o contributo de pintores, calígrafos, entalhadores de madeira e impressores, Hu Zhengyan multiplicando símiles de pinturas ao lado de poemas, tornando-as acessíveis a uma larga audiência, foi fiel aos valores que a dinastia Ming recebera e que ele não queria perder; a sua forma ímpar de expressão do espírito.
VIA do MEIO 21.12.2022 quarta-feira 9
Notificação
n.º 004/NOEP/DJN/2022
(Aviso de acusações)
Considerando que não se revela possível notificar os infractores, por ofício ou outras formas, para efeitos de acusação a respeito dos respectivos processos administrativos, nos termos dos artigos 36.º e 53.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, aprovado pelo Regulamento Administrativo n.º 28/2004, notifico, pela presente, nos termos do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, os seguintes infractores indicados nos anexos, dos conteúdos das respectivas acusações, para que o Instituto possa tomar uma decisão final, em relação aos processos de autuação actualmente em curso.
Verificou-se que os infractores indicados nas tabelas I a V praticaram os factos ilícitos:
1. Os infractores constantes da Tabela I praticaram os actos de “despejar, derramar ou deixar correr líquidos poluentes, nomeadamente águas poluídas, tintas ou óleos em espaços públicos”, o que constitui a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 14.º do RGEP e no n.º 3 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções que foi aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005 e, de acordo com a lei, são sancionados, respectivamente, com uma multa no valor de seiscentas patacas (MOP 600,00);
2. Os infractores constantes da Tabela II praticaram os actos de “não cumprir as recomendações técnicas para evitar a queda de pingos de água provenientes de aparelho de ar condicionado, após o decurso do prazo fixado pelo IAM”, o que constitui a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 14.º do RGEP e no n.º 6 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções e, de acordo com a lei, são sancionados, respectivamente, com uma multa no valor de seiscentas patacas (MOP 600,00);
3. O infractor constante da Tabela III praticou os actos de “abandonar nos espaços públicos quaisquer resíduos sólidos fora dos locais e recipientes especificamente destinados à sua deposição”, o que constitui a infracção administrativa prevista no n.º 1 do artigo 13.º do RGEP e no n.º 7 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções e, de acordo com a lei, é sancionado com uma multa no valor de seiscentas patacas (MOP 600,00);
4. Os infractores constantes da Tabela IV praticaram os actos de “lançar ou soltar líquidos pelas janelas ou varandas”, o que constitui a infracção administrativa prevista na alínea 1) do n.º 1 do artigo 14.º do RGEP e no n.º 8 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções e, de acordo com a lei, são sancionados, respectivamente, com uma multa no valor de seiscentas patacas (MOP 600,00);
5. Os infractores constantes da Tabela V praticaram os actos de “manter ou explorar situação, actividade, obra ou evento sem a autorização ou a licença exigidas nos termos do RGEP”, o que constitui a infracção administrativa prevista no artigo 19.º do RGEP e no n.º 8 do artigo 3.º do Catálogo das Infracções e, de acordo com a lei, são sancionados, respectivamente, com uma multa que será fixada entre setecentas patacas (MOP 700,00) e cinco mil patacas (MOP 5.000,00) e até ao limite máximo de duas mil e quinhentas patacas (MOP 2.500,00) sempre que se não trate de pessoa colectiva. Para cada infractor reincidente, os limites mínimo e máximo da respectiva multa aplicável são elevados para o dobro;
Pelos factos ilícitos mencionados acima, que constam dos autos de notícia ou das informações fornecidas pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública, nos termos dos artigos 42.º e 52.º do RGEP, este Instituto elaborou as acusações contra os infractores indicados nas tabelas seguintes.
Tabela I
Infractor Tipo e N.º do documento de identificação N.º do auto de notícia N.º da acusação Data e local da infracção
CHAN OI CHAN N.º de contribuinte da contribuição predial urbana 0301**** 1-000029UK/20222-00889WB/2022 2022-03-26
Ao lado do n.º 115 da Rua Nova à Guia, Macau
CHU PAK WO
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 7228***(*) 1-000007TD/20222-00961WB/2022 2022-03-16 Em frente ao n.º 16A da Rua do Noronha, Macau
Tabela II
Infractor Tipo e N.º do documento de identificação N.º do auto de notícia N.º da acusação Data e local da infracção
容碧澄 Bilhete de Identidade da RPC 440421989********* 1-000116UK/20212-02756WB/2021 2021-09-27 Em frente ao n.º 45B da Avenida de Horta e Costa, Macau
戴林忠 Bilhete de Identidade da RPC 350321198********* 1-000034TD/20222-01865WB/2022 2022-06-20 Em frente ao n.º 39B da Estrada da Areia Preta, Macau
CHAN CHUN KEUNG Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong D393**** 1-000039TP/2022 2-01242WB/2022 2022-04-30 Em frente ao n.º 54 da Rua Quatro do Bairro Iao Hon, Macau
林曉榮
黃耀強 WONG IO KEONG
李麗君
LEI LAI KUAN
吳日蓮
NG IAT LIN
何淑儀 HO SOK I
伍嘉杰
NG KA KIT
LOI LUN FAT
CHAN IOK HENG
Bilhete de Identidade da RPC 350205198********* 1-000037UN/20222-02205WB/2022 2022-06-04 Em frente ao n.º 47 da Rua Alegre, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 7356***(*) 1-000118UI/20222-01884WB/2022 2022-07-19 Em frente ao n.º 26 da Travessa do Cais, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 7439***(*) 1-000097UI/20222-01871WB/2022 2022-07-20 Ao lado do n.º 2 da Travessa dos Alfaiates, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 1282***(*) 1-000017AAJK/20222-01838WB/2022 2022-06-17 Ao lado do n.º 15 do Beco dos Coulaus, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong D085**** 1-000014TW/20222-01589WB/2022 2022-06-14 Beco do Gamboa, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 1387***(*) 1-000038UK/20222-01505WB/2022 2022-06-08 Em frente ao n.º 61 da Rua do Dr. Lourenço Pereira Marques, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 7366***(*) 1-000039TG/20222-01495WB/2022 2022-06-03 Em frente ao n.º 62 da Rua Graciosa, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 5024***(*) 1-000045TH/20222-01385WB/2022 2022-06-06 Em frente ao n.º 313 da Rua do Campo, Macau
呂泳湘
LOI WENG SEONG
CHEONG PIK KIN
歐陽錦娟
AO IEONG KAM KUN
左培 CHO PUI (OU) CHOR PUI
麥榮興
MAK WENG HENG
方建偉
鄧錦雄
TANG KAM HUNG
WONG LEUNG SOU JING
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 1367***(*) 1-000043US/20222-00630WB/2022
2022-03-07
Em frente ao n.º 19 da Rua da Restauração, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 5141***(*) 1-000027TO/20222-00793WB/2022 2022-03-17
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 5145***(*) 1-000013UB/20222-01044WB/2022
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 1230***(*) 1-000019TF/20222-02231WB/2022
N.º de contribuinte da contribuição predial urbana 0320**** 1-000095TH/20222-02229WB/2022
Bilhete de Identidade da RPC 332603198********* 1-000014AAJM/20222-01319WB/2022
Em frente ao n.º 33 da Rua de Abreu Nunes, Macau
2022-04-15
Em frente ao n.º 13 A da Rua do Gamboa, Macau
2022-06-27
Em frente ao n.º 27 A da Rua do Bispo Medeiros, Macau
2022-06-26
Rua de Abreu Nunes n.º 12, Macau
2022-05-09
Calçada das Verdades n.º 31, Edf. Vai Meng, 4.º andar-C, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong A969**** 1-000070TG/20222-01740WB/2022 2022-06-14
Em frente ao n.º 61 da Rua da Palmeira, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Hong Kong B103**** 1-000021UB/20222-01205WB/2022 2022-04-22
CHOI IAO HANG (OU) CHOI YU HUN N.º de contribuinte da contribuição predial urbana 0308**** 1-000127UR/20222-01449WB/2022
Em frente ao n.º 9 da Travessa da Caldeira, Macau
2022-05-04
Em frente ao n.º 2A da Rua de Abreu Nunes, Macau
曾超活
Bilhete de Identidade da RPC 441721197********* 1-000071TG/20222-01741WB/2022 2022-06-14 Ao lado do n.º 1 da Travessa da Guelra, Macau 安之斐
Bilhete de Identidade da RPC 110101197********* 1-000142UR/20222-01716WB/2022 2022-06-13 Em frente ao n.º1 da Rua de Horta e Costa, Macau
N.º de contribuinte da contribuição predial urbana 0321**** 1-000081TH/20222-01728WB/2022 2022-06-16 Ao lado do n.º 3 do Beco da Barra, Macau 冼華喜 SIN WA HEI
VONG KAM
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 5143***(*) 1-000023TP/20222-01028WB/2022 2022-04-24 Em frente ao n.º 238 da Avenida da Longevidade, Macau
Tabela IV
Bilhete de Identidade de
de Macau
1-000008TW/20222-00842WB/2022 2022-03-20 Em frente ao n.º 195 da Rua do Almirante Sérgio, Macau
www. iam.gov.mo
10 publicidade www.hojemacau.com.mo 21.12.2022 quarta-feira
Infractor Tipo e N.º do documento de identificação N.º do auto de notícia N.º da acusação Data
infracção
Tabela III
e local da
MALLONG MARY JANE DULNUAN Título de Identificação de Trabalhador Não Residente 2302**** 1-000006AASK/20222-01339WB/2022 2022-04-16 Ao lado do contentor de compressão de lixo, na Rua de Alegria, Macau
Infractor Tipo e N.º do documento de identificação N.º do auto de notícia N.º da acusação Data
冼惠珍 SIN
e local da infracção
WAI CHAN
Residente
5110***(*)
梁華帶
LEONG WAI TAI
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 5133***(*) 1-000021TG/20222-00967WB/2022
Tabela
2022-03-16
Em frente ao n.º 66 da Rua do Almirante Sérgio, Macau
V
Infractor Tipo e N.º do documento de identificação N.º do auto de notícia N.º da acusação Data e local da infracção
馮錦輝 FENG JINHUI
張國財
CHEONG KUOK
CHOI
袁偉明
UN WAI MENG
李宗次 LI ZONGCI
Título de Identificação de Trabalhador Não Residente 2127**** 1-000033TY/20222-01219WB/2022
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 1539***(*) 1-000002AAKW/20222-01419WB/2022
2022-04-02
Ao lado do n.º 13 da Travessa da Sé, Macau
2022-05-27
Ao lado do n.º 2AB da Rua do Brandão, Macau
Bilhete de Identidade de Residente de Macau 7406***(*) 1-000048TP/20222-01763WB/2022 2022-06-04
Ao lado do n.º 38 da Estrada Marginal do Hipódromo, Macau
Título de Identificação de Trabalhador Não Residente 2242**** 1-000013AALA/20222-03247WB/2022 2022-09-09
Em frente ao n.º 443 da Rua do Porto, Macau
王長新 Bilhete de Identidade de Residente de Macau 7431***(*) 1-000041UN/20222-02164WB/2022 2022-04-23
王煥城
WANG HUANCHENG
陈正煌 CHEN ZHENGHUANG
姚美龍 IO MEI LONG
易建平
YI JIANPING
Salvo-conduto da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau CC672****
Salvo-conduto da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau
CC686****
Em frente ao n.º 39 da Travessa da Corda, Macau
1-000099AAJM/20222-02950WB/2022 2022-10-08
Em frente ao n.º 18 da Rua de Leôncio Ferreira, Macau
1-000076AAJJ/20222-03222WB/2022 2022-10-27 Rua da Paz n.º 141, Macau
Título de Identificação de Trabalhador Não Residente 1314**** 1-000076TY/20222-03283WB/2022 2022-07-27 Avenida de Demétrio Cinatti n.º 3C, Macau
Título de Identificação de Trabalhador Não Residente 1328**** 1-000024AASO/20222-02665WB/2022 2022-09-05 Rua de Bruxelas n.º 215, Macau
Nos termos do n.º 2 do artigo 18.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, os infractores não residentes indicados nas tabelas I a V deverão prestar uma caução de montante igual ao do valor mínimo da multa aplicável, dentro do prazo de 10 dias, a partir da data seguinte à da publicação da presente notificação, no Núcleo Operativo do IAM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, sito na Rua do Dr. Soares, n.º 6, Edifício Soares (Casa Amarela ao lado do Edifício do IAM, sito na Avenida de Almeida Ribeiro), Macau, sem prejuízo da aplicação dos n.os 3 ou 4 do artigo 18.º do mesmo Decreto-Lei, excepto os infractores que efectuaram a liquidação de todo o valor de uma vez ou requereram, de imediato, o pagamento da multa em prestações.
De acordo com o artigo 53.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, os infractores mencionados poderão, dentro do prazo de 10 dias, a partir da data seguinte à da publicação da presente notificação, deslocar-se ao Núcleo Operativo do IAM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, ou contestar por escrito a acusação (na contestação podem apresentar todas as provas admitidas pela legislação vigente), ou requerer o pagamento da multa em prestações ou a vinculação ao regime de prestação de serviço cívico.
Findo o prazo referido, caso algum infractor não efectue voluntariamente o pagamento da multa, nem apresente contestação ou qualquer pedido mencionado, de acordo com a lei, este Instituto, segundo os factos ilícitos provados e circunstanciais, promoverá, oficiosamente, as diligências necessárias ao apuramento da situação económica do infractor e tomará decisão sancionatória definitiva.
Caso os interessados ou quaisquer pessoas particulares provem ter interesse legítimo em conhecer os elementos e pretendam consultar mais em pormenor as informações ou os processos, poderão, durante o horário normal de expediente, dirigir-se ao Núcleo Operativo do IAM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, sito na Rua do Dr. Soares, n.º 6, Edifício Soares (Casa Amarela ao lado do Edifício do IAM, sito na Avenida de Almeida Ribeiro), Macau.
www. iam.gov.mo
ANÚNCIO Concurso Público n.º 2/P/2022
Para a prestação de serviços de segurança ao Instituto de Formação Turística de Macau durante o período de Março de 2023 a Dezembro de 2024”
Faz-se público que, de acordo com o despacho da Ex.ma Senhora Secretária para Assuntos Sociais e Cultura, de 6 de Dezembro de 2022, se encontra aberto o concurso público para a prestação dos serviços de segurança ao Instituto de Formação Turística de Macau durante o período de Março de 2023 a Dezembro de 2024.
1. Entidade adjudicante: Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura.
2. Entidade lançadora do Concurso: Instituto de Formação Turística de Macau.
3. Modalidade de concurso: Concurso público.
4. Objecto do concurso: para a prestação de serviços de segurança ao Instituto de Formação Turística de Macau durante o período de Março de 2023 a Dezembro de 2024.
5. Período de prestação de serviços: 1 de Março de 2023 a 31 de Dezembro de 2024 (22 meses).
6. Habilitação dos concorrentes: • Os concorrentes devem estar inscritos na Direcção dos Serviços de Finanças e/ou Conservatória dos Registos Comercial e Bens Móveis da Região Administrativa Especial de Macau para a exploração da actividade referida no presente Concurso. O concorrente tem que ter a licença válida de Serviços de Segurança Privada (com a qualificação exigida pela Lei n.º 4/2007). É necessário a entrega do documento comprovativo e a respectiva cópia autenticada para os requisitos supramencionados.
• Entre o dia 1 de Janeiro de 2017 e a data de fecho do concurso, deve ter pelo menos uma experiência contínua de 1 ano, ou superior, na prestação de serviços de segurança (pelo menos 15 guardas) a uma instituição de Macau. O concorrente deve entregar os documentos comprovativos, tais como cartas de adjudicação, notas de encomenda, contratos de prestação de serviços ou outros documentos comprovativos da adjudicação, e prestar informações sobre os serviços alvo de adjudicação. A informação em causa deverá contemplar o cumprimento dos requisitos descritos, e todos os documentos comprovativos e informações relativas aos serviços devem ser cópia autenticada ou original.
7. Prazo de validade de propostas de adjudicação: 90 dias, a contar da data da abertura das propostas, prorrogável nos termos previstos no artigo 36.° do Decreto-Lei n.° 63/85/M, de 6 de Julho
8. Local de encontro para a visita ao local a que se destina a prestação de serviços: Auditório do Edifício Equipa do Instituto de Formação Turística de Macau, Colina de Mong-Há, Macau.
9. Data e hora de visita: 28 de Dezembro de 2022 pelas 10:00 horas.
10. Caução provisória: MOP184.000,00 (cento e oitenta e quatro mil patacas), a prestar mediante depósito em numerário ou garantia bancária aprovada nos termos legais, à orderm do Instituto de Formação Turística de Macau, no Banco da China, Sucursal de Macau (conta n.o 180101100819085).
11. Caução definitiva: 4% de montante de adjudicação.
12. Local de entrega de propostas: no balcão da Caixa e Informações localizado no Edifício Inspiração do Instituto de Formação Turística de Macau, Colina de Mong-Há, Macau.
13. Data e hora-limite de entrega das propostas: 18 de Janeiro de 2023 pelas 17:00 horas.
14. Local de abertura das propostas: Auditório do Edifício Equipa do Instituto de Formação Turística de Ma cau, Colina de Mong-Há
15. Data e hora de abertura das propostas: 19 de Janeiro de 2023 pelas 10:00 horas.
* Em conformidade com o disposto do artigo nº 27 do Decreto-lei Nº63/85/M, a firma/sociedade concorrente ou o seu representante legal deverá estar presente no acto público de abertura das propostas com vista a prestar esclarecimentos sobre dúvidas eventualmente surgidas relativas aos documentos constantes da sua proposta.
16. Consultas do Programa do Concurso e do Caderno de Encargos, o local, data e hora de acesso aos respectivos exemplares.
Local: no balcão da Caixa e Informações Edifício Inspiração do Instituto de Formação Turística de Macau, Colina de Mong-Há
Data: da data de publicação do presente anúncio à data de abertura de propostas de Concurso Público.
Hora: nos dias úteis e dentro do horário normal de expediente.
* Pode-se adquirir exemplares do Programa do Concurso e do Caderno de Encargos no balcão da Caixa e Informações localizado no Edifício Inspiração do Instituto de Formação Turística de Macau ao preço de MOP100,00 (cem patacas) por exemplar. Transferência gratuita de ficheiros pela Internet na Home page do IFTM (website:http://www.iftm.edu.mo).
17. Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:
• Preço global da proposta (70%);
• Experiência em serviços semelhantes (15%);
• Certificados profissionais (15%).
18. Documentos de esclarecimentos adicionais:
Os concorrentes devem dirigir-se ao Caixa e Balcão de Atendimento, sito no Edifício Inspiração do Instituto de Formação Turística de Macau, Colina de Mong-Há, RAEM, antes da hora limite para a entrega das propostas, para conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Os concorrentes que obtiveram informações do concurso através da página da internet do Instituto de Formação Turística, devem aceder diariamente à página para obter informações sobre eventuais actualizações e alterações do co ncurso, até à hora limite para a entrega das propostas. Instituto de Formação Turística de Macau, aos 21 de dezembro de 2022
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Aos 09 de Dezembro de 2022
A Presidente do Conselho de Administração para os Assuntos Municipais, Substa O Lam
Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo www.hojemacau.com.mo
A Presidente Interina do Instituto de Formação Turística de Macau Diamantina Luíza do Rosário Sá Coimbra
Sem peso a mais
confirmou que a regra do teste de ácido nucleico de 48 horas, obrigatória para passageiros de comboio até recentemente, foi suspensa juntamente com a necessidade de mostrar o código de saúde.
CHINA / FRANÇA ENCONTRO PARA REFORÇAR RELAÇÕES
As
restrições de viagem vão sendo aliviadas à medida que o Novo Ano Lunar chinês se aproxima
AS autoridades de transporte da China orientaram todos os prestadores de serviços de transporte doméstico a retomar as operações regulares em resposta às medidas optimizadas de contenção da Covid-19 e aumentar o fluxo de mercadorias e passageiros, além de facilitar a retoma do trabalho e da produção.
Pessoas que viajam para outras regiões por estrada já não precisam de apresentar resultado negativo do teste de ácido nucleico ou código de saúde, e não são obrigadas a fazer o teste na chegada ou registar as suas informações de saúde, de acordo com um comunicado divulgado pelo Ministério dos Transportes da China, citado pelo Diário do Povo.
O ministério pediu categoricamente a todas as áreas que suspenderam os serviços de transporte devido às medidas de controlo da epidemia que restabelecessem prontamente as operações regulares. O apoio deverá ser estendido aos operadores de transporte para incentivá-los a fornecer vários serviços, incluindo opções de transporte personalizadas e bilhetes electrónicos, segundo o aviso.
O China State Railway Group, operador ferroviário nacional,
Cabines de teste de ácido nucleico já foram removidas em muitas estações de comboios, como a Estação Ferroviária Fengtai de Pequim. O operador ferroviário nacional informou que mais serviços ferroviários serão organizados para responder às necessidades de viagem dos passageiros.
As verificações de temperatura deixaram de ser necessárias para entrar nos aeroportos e os passageiros estão satisfeitos com as regras optimizadas, indica a publicação estatal.
O próximo desafio
Também a Administração de Aviação Civil da China elaborou um novo plano de trabalho para orientar as transportadoras domésticas na retoma dos voos.
De acordo com o plano de trabalho, as companhias aéreas não podem operar mais de 9.280 voos domésticos por dia até 6 de Janeiro, a meta é retomar 70 por cento do volume diário de voos de 2019, garantindo que as companhias aéreas tenham tempo suficiente para voltar a treinar os seus funcionários.
“O limite para viagens entre regiões foi removido. Se (a decisão de optimizar as regras) for efectivamente implementada, pode aumentar as viagens durante os próximos feriados do Festival da Primavera”, disse Zou Jianjun, professor do Instituto de Gerenciamento de Aviação Civil da China.
No entanto, um crescimento significativo, como o aumento que se seguiu ao surto de SARS em 2003, é improvável porque as preocupações com a saúde relacionadas às viagens ainda permanecem, acrescentou.
A corrida anual do Festival da Primavera, o Novo Ano Lunar chinês, começará a 7 de Janeiro e continuará até 15 de Fevereiro.
Oconselheiro de Estado e ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) da China, Wang Yi, reuniu-se na segunda-feira através de videoconferência com a ministra dos Negócios Estrangeiros da França, Catherine Colonna.
Wang, também membro do Bureau Político do Comité Central do Partido Comunista da China, disse que os laços China-França resistiram ao teste de mudanças e caos, mantiveram a estabilidade geral e mostraram um impulso positivo de desenvolvimento, indica o Diário do Povo. A China está disposta a ter intercâmbios de alto nível mais próximos com a França, aprofundar a cooperação pragmática em economia, comércio, agricultura e aviação e promover um maior desenvolvimento da parceria estratégica abrangente China-França no ano que se avizinha, disse Wang.
O MNE acrescenta ainda que a China está pronta para fortalecer a comunicação estratégica com a França para injectar novo ímpeto na cooperação prática bilateral e fazer contribuições conjuntas para o desenvolvimento saudável das relações China-UE, bem como para a paz e estabilidade mundiais e regionais.
Wang enfatizou ainda que a China continuará a optimizar e a ajustar as medidas de prevenção e controlo da covid-19 para fornecer mais conveniência para o intercâmbio de pessoal entre a China e países estrangeiros. “As perspectivas económicas da China são promissoras e o potencial de mercado em grande escala será libertado mais rapidamente para trazer maiores oportunidades para outros países, incluindo a França”, disse Wang.
Colonna disse que a França está pronta para trabalhar com a China para se preparar para intercâmbios de alto nível na próxima fase.
CHINA / ÁFRICA FUNDO DE DESENVOLVIMENTO COM MAIS DE 5 MIL MILHÕES DE DÓLARES
OFundo de Desenvolvimento China-África, um fundo de investimento em acções administrado pelo Banco de Desenvolvimento da China, investiu mais de 5 mil milhões de dólares em países africanos.
O programa abrange áreas diversas como infraestruturas, agricultura, meios de subsistência das pessoas, capacidade de cooperação, parques industriais e outros campos, o investimento
ajudou a impulsionar as economias locais, o emprego e as receitas fiscais na África, indica o Diário do Povo.
Com o investimento robusto e diversificado, o fundo desempenhou um papel exemplar na promoção da construção conjunta da Iniciativa ‘Uma Faixa, Uma Rota’ entre a China e os países africanos.
O fundo foi criado para apoiar as empresas chinesas na África em 2007, na sequência da Cimeira de Pequim do
Fórum de Cooperação China-África (FOCAC, na sigla em inglês) de 2006.
Em 2015, durante a Cimeira do FOCAC em Joanesburgo, a China anunciou que alocaria mais 5 mil milhões de dólares para o fundo.
Até agora, o fundo decidiu investir mais de 6,6 mil milhões de dólares em projectos em 39 países africanos e atraiu mais de 31 mil milhões de dólares em investimentos de empresas chinesas.
12 china www.hojemacau.com.mo PUB. 21.12.2022 quarta-feira
COVID-19 TESTE OU CÓDIGO DE SAÚDE ABOLIDOS PARA VIAJAR
O China State Railway Group, operador ferroviário nacional, confirmou que a regra do teste de ácido nucleico de 48 horas (...) foi suspensa juntamente com a necessidade de mostrar o código de saúde
Capítulo final
processo
Aactriz Amber Heard anunciou esta segunda-feira que chegou a um acordo para encerrar o recurso no processo de difamação que a opõe a Johnny Depp, concordando em pagar um milhão de dólares ao ex-marido. “Depois de uma longa reflexão tomei a difícil decisão de fechar um acordo”, divulgou a actriz através da rede social no Instagram, sem especificar os termos financeiros.
A actriz de 36 anos recorreu inicialmente contra o veredicto conhecido em Junho, quando foi condenado a pagar 10 milhões de dólares à estrela de filmes como os Piratas das Caraíbas, que por sua vez foi condenado a pagar 2 milhões de dólares a Heard.
“Tomei essa decisão depois de perder a fé no sistema de justiça americano, onde o meu testemunho público serviu como entretenimento e deu o que pensar nas redes sociais”, acrescentou a actriz.
Os advogados de Johnny Depp, de 59 anos, saudaram a conclusão deste acordo na segunda-feira, noticiou a agência France-Presse (AFP).
“Temos o prazer de encerrar oficialmente este capítulo doloroso para o Sr. Depp, que deixou claro ao longo deste processo que a sua prioridade é revelar a verdade”, referiram os advogados Benjamin Chew e Camille Vasquez.
“O pagamento de um milhão de dólares - que o Sr. Depp se compromete a doar para instituições de caridade, o que ele realmente fará - demonstra que a Sra. Heard reconhece as conclusões” da justiça, acrescentaram.
Ao vivo e a cores
A batalha legal entre o antigo casal começou num artigo publicado pelo Washington Post em 2018, na qual Amber Heard se descrevia como “uma figura pública que representa a violência doméstica”, sem citar o ex-marido.
Assegurando que esse texto havia destruído a sua reputação e a sua carreira, Johnny Depp processou a ex-mulher por difamação, com um pedido de 50 milhões de dólares de indemnização. Amber Heard contra-atacou e exigiu o dobro.
Ao fim de seis semanas de audiências, os jurados do tribunal de Fairfax, nos subúrbios de Washington, concluíram que os ex-cônjuges se difamaram, mas estimaram que os danos sofridos por Johnny Depp foram maiores.
O julgamento, altamente divulgado e transmitido em directo pela televisão, foi acompanhado por milhões de telespectadores em todo o mundo e provocou uma explosão de mensagens hostis à actriz nas redes sociais.
CCCM INAUGURADA BIBLIOTECA FUNDAÇÃO JORGE ÁLVARES
A festa do livro
As novas instalações da Biblioteca Fundação Jorge Álvares do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) foram inauguradas na passada segunda-feira. No acervo, existem mais de 27 mil registos bibliográficos em catálogo, que incluem 40.000 ‘slides’ e 5.000 fotografias e ainda uma colecção com 7 mil microfilmes, que guardam mais de 50 mil documentos
As suas características tornam-na “extremamente útil não só para preservar a história, mas acima de tudo, possibilitar que mais investigação e mais historiadores, e a sociedade no fundo, tire partido de toda esta riqueza que existe aqui em Portugal”, conclui Elvira Fortunato.
A biblioteca dispõe de cerca de 27.000 registos bibliográficos em catálogo, que incluem uma colecção de audiovisuais, que designadamente o fundo de cerca de 40.000 ‘slides’ e 5.000 fotografias, entre outros suportes físicos, de que ressalta a colecção de cerca de 7 mil microfilmes, com mais de 50.000 documentos.
Bons exemplos
A inauguração das novas instalações da Biblioteca Fundação Jorge Álvares do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) aconteceu em Lisboa, na passada segunda-feira.
“Tem a história de tudo aquilo que aconteceu em Macau e das relações de Portugal com Macau, que é de extrema importância preservar.”
Aministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Governo de Portugal, Elvira Fortunato, elogiou a inauguração das novas instalações da Biblioteca Fundação Jorge Álvares do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM). Em declarações à Agência Lusa, destacou o contributo para a preservação da história de Macau e das relações de Portugal com o território.
“Tem uma importância extremamente elevada. Aliás, tem a história de tudo aquilo que aconteceu em Macau e das relações de Portugal com Macau, que é de extrema importância preservar exactamente e dessa forma garantir que investigadores, historiadores nestas áreas tenham acesso aqui nesta biblioteca a um acervo extremamente grande”, afirmou Elvira Fortunato.
Segundo a Lusa, a biblioteca do CCCM é a mais completa e actualizada biblioteca sobre
a China em todo o mundo lusófono, especializada na investigação e ensino, acerca da China/Macau, da Ásia Oriental e das relações entre a Europa e a Ásia.
A sua dimensão internacional e multidisciplinar, funciona em rede com outras bibliotecas e arquivos, nacionais e estrangeiros, de forma a melhor cumprir a sua missão de apoio à investigação e ensino, à informação e à divulgação de conhecimento.
Na ocasião, a ministra do Governo português deixou ainda o desejo de que os doutorados bolseiros possam conduzir as investigações fora do ambiente académico, e considerou o Instituto Científico e Cultural de Macau um excelente exemplo dos novos ambientes de investigação.
“Nós queremos proporcionar uma maior integração dos doutorados em ambientes não académicos, portanto, a universidade e os centros de investigação funcionam também como uma plataforma para formar pessoas altamente qualificadas e queremos, ao existirem bolsas de doutoramento em ambiente não académico, como por exemplo aqui no Instituto Científico e Cultural de Macau, ao fazerem doutoramentos nestes ambientes, se proporcione também a sua possibilidade de ficarem aqui integrados como investigadores”, explicou.
eventos 13 www.hojemacau.com.mo quarta-feira 21.12.2022
Amber Heard paga 1 milhão a Johnny Depp para encerrar
ELVIRA FORTUNATO MINISTRA DA CIÊNCIA, TECNOLOGIA E ENSINO SUPERIOR DO GOVERNO DE PORTUGAL
A série de comédia acompanha Eleanor Shellstrop, que depois de morrer vai parar ao “sítio bom”, por causa de um erro. No entanto, a sua vontade de ficar no céu leva-a a tentar ser melhor para merecer a vaga. Mas além da capacidade de as pessoas se tornarem boas mesmo depois de morrerem, a série levanta outras questões, nomeadamente como é gerida a existência depois da morte ou as dificuldades para alguém ganhar pontos positivos através das suas acções na sociedade actual, ou o que é ser-se humano. Em vez de serem abordadas noções religiosas sobre entidades divinas, o foco são diferentes correntes de filosofia moral. Hoje Macau
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf.
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A CHINA E AS VANTAGENS DO SOCIALISMO NO ENFRENTAMENTO DA CATÁSTROFE CLIMÁTICA MUNDIAL
MONTREAL, NO Canadá, será a sede da próxima Conferência da Diversidade, a ser realizada de 7 a 19 de dezembro de 2022. Será mais uma oportunidade para não somente discutir, mas principalmente deliberar sobre a, talvez, maior contradição pela qual passa a humanidade em nossos dias: a questão das mudanças climáticas.
Alguns exemplos da gravidade da situação. Em 2019, perigos relacionados ao clima provocaram cerca de 24,9 milhões de deslocamentos em 140 países. Pesquisas indicam que, sem uma ação climática ambiciosa e uma redução dos riscos de tragédias ambientais, desastres relacionados ao clima podem dobrar o número de pessoas que necessitam de ajuda humanitária para mais de 200 milhões a cada ano até 2050 (1). Característica desta situação é uma outra contradição a ser constatada. A humanidade, de forma mais precisa os países ricos, acumularam tecnologia e conhecimento suficiente para a promoção de uma necessária transição energética, algo que ocorre de forma muito lenta em países como os Estados Unidos e está parada nos países pobres.
Isso deixa claro que o sistema capitalista não consegue entregar soluções rápidas e ambiciosas no sentido de conferir velocidade à transição energética. Ao lado disso, não conseguem produzir narrativas em torno desta questão. Ou seja, a situação é grave e os países ricos não parecem dispostos a serem partícipes diretos desta transformação radical. Neste aspecto é importante salientar o papel da China neste processo. E aqui são dois os níveis de apresentação e argumentação a serem apresentados.
O primeiro é assumir que, apesar da situação chinesa neste campo ainda ser preocupante com a participação do carvão como principal matriz energética do país, a China é o país que mais avança na direção da transformação de seu rápido crescimento econômico e acúmulo de forças produtivas em matriz fundamental a uma revolução energética em seu território. Um exemplo claro e fundamental: os investimentos em energia renovável em todo o mundo atingiram um recorde de US$ 266 bilhões durante o primeiro semestre de 2022, segundo um relatório da empresa de pesquisa BloombergNEF (BNEF). E a China sozinha compôs 43% disso. Fica uma interessante questão sobre este dado: será que somente o socialismo poderá salvar o mundo da catástrofe ambiental?
O segundo nível de apresentação aponta para a construção de narrativas nacionais e construção de subjetividades capazes de compreender a centralidade da contradição que envolve as drásticas mudanças climáticas. O principal conceito apresentado, desenvolvido e aplicado pela governança chinesa é o de “civilização ecológica”. Na COP 15 ocorrida em Kunming (2021), o presidente chinês, Xi Jinping, de forma objectiva e clara, definiu este conceito nos seguintes termos: “(…) tomaremos o desenvolvimento da civilização ecológica como nosso guia para coordenar a relação entre o homem e a Natureza. Precisamos resolver os problemas trazidos pela civilização industrial, manter as atividades humanas dentro dos limites da ecologia e do meio ambiente e realizar a conservação holística e a governança sistemática de montanhas, rios, florestas, fazendas, lagos, pastagens e desertos”. (2)
Como apresentado mais acima, é notável o desempenho chinês na transformação de seu acúmulo tecnológico para fins de construção de uma maior harmonia entre ser humano e natureza. Isso deve ser visto por alguns ângulos. O primeiro mais em nível de pensamento estratégico tem relação com o grande objetivo internacional chinês de construção de uma “Comunidade de Futuro Compartilhado” e a transformação deste conceito em um dos pilares que sustentam as teorias construtivas do “socialismo com características chinesas”.
Outro ponto é teórico e tem relação com o próprio papel que o socialismo en-
quanto sistema socioeconómico tende a cumprir à humanidade em detrimento do capitalismo e sua incapacidade de lidar com os grandes males que afligem a humanidade. Karl Marx nos seus famosos Grundrisse (1858) escreveu um brilhante texto chamado “Fragmento sobre as máquinas”. Neste curto artigo ao relacionar a transição do trabalho vivo (feito pelas mãos) pelas máquinas nos indica um futuro onde o trabalho seria “cientificamente objectificado”. Isso significa uma visão positiva do desenvolvimento das forças produtivas e do papel da ciência e tecnologia na transformação do conhecimento humano, e da própria tecnologia, em elemento libertador da humanidade de seus dramas.
Estaria hoje a China e o sistema adoptado por ela (socialismo) cumprindo este insight de Marx, transformando a ciência e a tecnologia em “trabalho cientificamente objectificado”, dando assim uma contribuição decisiva ao enfrentamento dos profundos desafios que as mudanças climáticas impõem sobre a humanidade? A nossa resposta é sim.
Referências
(1) “A mudança climática é a crise de nosso tempo e impacta também os refugiados”. 10/12/2020. Disponível em https://www. acnur.org/portugues/2020/12/10/a-mudancaclimatica-e-a-crise-de-nosso-tempo-e-impactatambem-os-refugiados/
(2) “Renewable Energy Sector Defies Supply Chain Challenges to Hit a Record First-Half For New Investment”.02/08/2022. Disponível em: https://about.bnef.com/blog/renewable-energysector-defies-supply-chain-challenges-to-hit-arecord-first-half-for-new-investment/
vozes 15 quarta-feira 21.12.2022 www.hojemacau.com.mo
in vermelho Elias Jabbour
É notável o desempenho chinês na transformação de seu acúmulo tecnológico para fins de construção de uma maior harmonia entre ser humano e natureza
Questão pendente
LOGAN Sargeant é a mais recente esperança dos Estados Unidos daAmérica na Fórmula 1. O piloto de 21 anos, que assinou contrato com a Williams para a próxima temporada, afirma que a sua corrida favorita foi o Grande Prémio de Macau de 2019 e por isso quer cá voltar.
O norte-americano, que fazia parte da academia de jovens pilotos da Williams, foi obrigado a completar a temporada de Fórmula 2 e esperar para ser anunciado oficialmente como piloto de F1 para a próxima temporada. O quarto posto na classificação de pilotos garantiu-lhe a ultrapassagem do último obstáculo - pontos para a superlicença - na sua caminhada para a F1, caminhada essa que ficou marcada pela passagem pelo Circuito da Guia.
“Acorrida mais memorável da minha carreira foi em Macau em 2019. Penso que quando vais para lá, como piloto, não sabes muito bem o que te espera. Tinha feito muito trabalho de simulador, mas é muito difícil simular exactamente como quando se vai tão depressa entre aqueles muros”, recordou ao site oficial da Fórmula 2 o jovem Sargeant, o primeiro
piloto norte-americano na F1 desde Alexander Rossi, em 2015, ele que vai substituir Nicholas Latifi e correr ao lado do tailandêsAlexAlbon.
Tal como a grande maioria dos pilotos estrangeiros que passam por Macau, Sargeant não esquece a vibrante atmosfera do evento como também recorda o desafio colocado por este circuito urbano nascido de uma conversa de café de um grupo de amigos portugueses, no Hotel Riviera em 1954.
Resultado inesperado
Sargeant correu em Macau no ano em que os monolugares do Campeonato FIA de Fórmula 3 fizeram até agora a sua única aparição na RAEM. O piloto da Flórida era nesse ano um dos jovens promissores da competição que habitualmente segue a F1 nos fins-de-semana europeus.
“O óptimo daquele fim-de-semana [em Macau] foi que não foi como um típico fim-de-semana de Grande Prémio de Fórmula 1, tivemos um pouco mais de tempo nos treinos para realmente encontrarmos os nossos pés nos chão. Eu só usei a primeira sessão de treinos para compreender a
pista e para entrar num bom ritmo e na rotina. A segunda sessão de treinos foi quando comecei realmente a puxar e a encontrar o limite absoluto. Foi um pouco mais fácil do que o esperado no início”, confessou o então piloto da Carlin Buzz Racing.
“Honestamente, é um daqueles fins-de-semana em que nunca se sabe o que vai acontecer. É um circuito citadino e é sempre difícil, um erro e estás na parede. Por isso, tenta-se não colocar demasiadas expectativas”, relembra o piloto que usará o nº2 na sua temporada de estreia na F1. “Penso que, em última análise, durante todo o fim-de-semana, vimos que tínhamos um ritmo muito bom e o objectivo tornou-se entrar nos cinco primeiros, um pódio foi um bónus.”
Vontade de voltar
Nesse ano, quando chegou a Macau, Sargeant já sabia que em 2020 iria envergar as cores da super-competitiva Prema Racing, mas não era sequer um favorito, tendo terminado a sua primeira temporada de F3 num modesto 19.º lugar.
“Lembro-me que a Qualificação não me correu de feição, mas nas corridas tivemos um ritmo muito bom
e fomos capazes de continuar a subir lugares. Conseguimos terminar em terceiro lugar na corrida final. Foi um grande fim-de-semana depois do que foi um 2019 difícil. Foi um fim-de-semana fantástico e que sempre quis lá voltar e fazer novamente a corrida. Infelizmente, com a COVID, ainda não o conseguimos”, realçou Sargeant que fez mais duas temporadas na F3 antes de dar o salto para a F2, dois anos em que a disciplina esteve arredada do Grande Prémio de Macau.
“Olhando para trás, se tivéssemos tido uma Qualificação ligeiramente melhor do que a que tivemos, possivelmente poderíamos ter lutado pela vitória. Isso foi uma pena, mas é uma grande parte da razão pela qual quero regressar e terminar o trabalho…”
São raros os casos de pilotos que passaram pela F1 e um dia regressaram ao Circuito da Guia para conduzirem monolugares. Todavia, são vários os casos de pilotos que se estrearam em Macau ao volante de monolugares, progrediram até à F1 e cá regressaram para conduzirem nas corridas de Turismos e GT. O português Tiago Monteiro é um desses exemplos de sucesso. Sérgio Fonseca
O preço da coragem
Festival de Cannes apela à “libertação imediata” de Taraneh Alidoosti
OFestival de Cinema de Cannes apelou segunda-feira à “libertação imediata” da actriz iraniana Taraneh Alidoosti, detida no sábado passado, no seu país, por apoiar os protestos dos últimos três meses contra o regime islâmico.
Num comunicado divulgado nas redes sociais, o festival salientou a sua “firme condenação” e “total apoio” a Alidoosti que, segundo os meios de comunicação iranianos, foi detida sob a acusação de incitar à agitação no seu país.
De acordo com essas informações, a actriz foi detida por as autoridades terem considerado que Alidoosti publicou conteúdos falsos e deturpadores, assim como por alegadamente ter promovido motins e apoiado movimentos que o governo de Teerão apelida de “anti-iranianos”.
“Em solidariedade com a sua luta pacífica pela liberdade e pelos direitos das mulheres, o Festival de Cannes manifesta o seu total apoio”, assinalou o festival de cinema francês.
Taraneh Alidoosti (Teerão, 1984) ganhou vários prémios ao longo da sua carreira e foi a estrela do filme “O Vendedor” (“Forushandeh” em Persa), realizado em 2016 pelo seu compatriota Asghar Farhadi, vencedor do Óscar de Melhor Filme Internacional.
Em Julho passado, o Festival de Cannes já tinha pedido a libertação de três cineastas iranianos detidos no seu país: Mostafa Aleahmad, Mohammad Rasoulof e Jafar Panahi.
Para ficar
No início de Novembro, Taraneh Alidoosti juntou-se ao movimento de protesto que tem crescido no Irão desde a morte de Mahsa Amini, em 16 de Setembro, três dias depois de ter sido detida pela polícia dos costumes, por violar o rigoroso código de vestuário das mulheres da República Islâmica.
A actriz prometeu ficar e “pagar o preço” necessário para defender os seus direitos e anunciou a sua intenção de deixar de trabalhar para apoiar as famílias dos mortos ou presos na repressão exercida pelas forças de segurança para travar os protestos.
“Eu fico aqui e não tenho intenção de sair”, disse a actriz de 38 anos numa publicação no Instagram, quando milhares de pessoas, incluindo figuras da cultura, já tinham sido detidas na repressão dos protestos.
Nestes três meses de protestos, que têm sido fortemente reprimidos pelas autoridades iranianas, mais de 500 pessoas já foram mortas e pelo menos 15.000 foram detidas, segundo a organização não-governamental (ONG) Iran Human Rights.
quarta-feira 21.12.2022 “Não há beleza perfeita que não contenha
de estranho nas suas proporções.” Francis Bacon PALAVRA DO DIA PUB.
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GP MACAU JOVEM AMERICANO CHEGA À F1 MAS QUER VOLTAR À GUIA
Logan Sargeant “A corrida mais memorável da minha carreira foi em Macau em 2019. Quando vais para lá não sabes muito bem o que te espera.”