Hoje Macau 21 FEV 2016 #3757

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

MONTE CARLO SOMOS O PRIMEIRO PÁGINA 11

TÁXIS ASSOCIAÇÃO QUER AUMENTO DA BANDEIRADA

O FARDO DO TAXISTA

A proposta que visa passar a bandeirada dos táxis, das actuais 17 para 20 patacas, foi ontem entregue ao Governo pelaAssociação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxi. Tony Kuok, presidente da associação, espera que os novos

valores possam ser implementados até ao Verão. Os taxistas queixam-se de baixos salários e elevados custos de manutenção dos veículos. O plano inclui ainda uma taxa de dez patacas nos primeiros três dias do Ano Novo Lunar.

PÁGINA 6

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TATIANA LAGES

TERÇA-FEIRA 21 DE FEVEREIRO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3757

ERRO MÉDICO

Falhas da mediação PÁGINA 4

KIM JONG-NAM

O FILME DO HOMICÍDIO GRANDE PLANO

CHINA

O peso da dívida PÁGINA 10

Singularidade e nada h PAULO JOSÉ MIRANDA


2 GRANDE PLANO

A Coreia do Norte não assume que o homem que morreu na semana passada em Kuala Lumpur é o filho mais velho do Querido Líder. E acusou, mais uma vez, a Malásia de estar a conduzir investigações com pouca credibilidade. A polícia procura quatro norte-coreanos. O filho de Kim Jong-nam já terá partido de Macau para a capital malaia Com bastante nitidez, vê-se o pedido de ajuda de Kim Jong-nam a funcionários do aeroporto, que o levam aos seguranças

KIM JONG-NAM MALÁSIA E COREIA DO NORTE ÀS AVESSAS. TELEVISÃO DIVULGA FILME DO

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M conjunto de imagens dos circuitos de segurança do Aeroporto Internacional de Kuala Lumpur foi ontem tornado público, mostrando o ataque de que Kim Jong-nam foi alvo. O vídeo, divulgado por uma estação de televisão do Japão, acompanha o meio-irmão do líder da Coreia do Norte a entrar no terminal e a ser abordado por uma mulher, que lhe tapa o rosto. Com bastante nitidez, vê-se também o pedido de ajuda de Kim Jong-nam a funcionários do aeroporto, que o levam aos seguranças. Depois, o primogénito de Kim Jong-il dirige-se à clínica do aeroporto, sendo que o vídeo termina já com uma imagem da vítima numa maca. Recorde-se que morreu a caminho do hospital. As imagens, que já correram mundo, foram divulgadas numa altura em que aumenta o conflito diplomático entre a Malásia e a Coreia do Norte, na sequência de divergências sobre o modo como deve ser tratado o corpo e conduzidas as investigações. A Malásia chamou o seu representante diplomático em Pyongyang, tendo ainda convocado o embaixador norte-coreano em Kuala Lumpur, para obter explicações sobre as acusações de que as autoridades do país estavam em conluio com “forças estrangeiras” na investigação do homicídio.

IR AO ENGANO

Entretanto, a polícia está à procura de quatro norte-coreanos que saíram da Malásia no dia do ataque, tendo já detido um suspeito da Coreia do Norte, uma mulher vietnamita, outra da Indonésia e um homem de nacionalidade malaia. Acredita-se que o detido de nacionalidade norte-coreana não desempenhou um papel de relevo no ataque. Pelo menos três dos suspeitos norte-coreanos procurados apanharam um voo da Emirates com destino ao Dubai, de acordo com informações recolhidas pela Reuters junto dos serviços de migração de Kuala Lumpur. Já o jornal local Star diz que os quatro homens regressaram a Pyongyang – a mesma versão é contada pelo Channel NewsAsia (CNA), que cita uma fonte da polícia malaia.

“A embaixada já o identificou como sendo Kim Chol, um cidadão norte-coreano, como vem referido nos seus documentos de viagem.” KANG CHOL EMBAIXADOR NORTE-COREANO NA MALÁSIA


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ASSASSINATO

O filho mais velho de Kim Jong-nam, Kim Han-sol, era esperado ontem na Malásia. Apanhou um voo para Kuala Lumpur a partir de Macau

“Os quatro homens planearam e executaram o homicídio. Foram eles que recrutaram as duas mulheres”, explicou a fonte. Os suspeitos entraram na Malásia entre 31 de Janeiro e 7 de Fevereiro. A mãe da mulher indonésia detida disse à Reuters que a filha, Siti Aishah, foi enganada, pois achava que tinha sido contratada para um anúncio ou programa de televisão. A imprensa malaia diz que a suspeita vietnamita, Doan Thi Huong, contou à polícia que achou que estava a participar numa brincadeira inofensiva.

FILHO A CAMINHO

Mal a notícia da morte de Kim Jong-nam foi conhecida, tanto os Estados Unidos, como a Coreia do Sul acusaram Pyongyang do homicídio. A morte do filho mais velho do Querido Líder – que desde 2001 se encontrava a viver fora do país – não mereceu um comentário imediato da Coreia do Norte. Foi preciso esperar e as palavras do regime mais isolado do mundo foram em tom acusatório. A determinação da Malásia em levar por diante a autópsia e a recusa em entregar de imediato o corpo a Pyongyang levaram o embaixador norte-coreano a questionar os motivos da postura das autoridades malaias, num comentário raro feito à imprensa na passada sexta-feira. Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Malásia rejeitou as acusações e anunciou o regresso do embaixador malaio na Coreia do Norte “para consultas”. Quanto ao corpo, será entregue ao parente mais próximo – mas ainda ninguém da família o pediu formalmente. As agências internacionais de notícias diziam que o filho mais velho de Kim Jong-nam, Kim Han-sol, era esperado ontem na Malásia. Apanhou um voo para Kuala Lumpur a partir de Macau. O Ministério da Saúde acredita que amanhã poderão ser divulgados os resultados da autópsia.

SUL EM ALERTA

SÍNDROMA DA NEGAÇÃO O

enviado da Coreia do Norte na Malásia afirmou ontem que não se pode confiar na investigação da polícia sobre o homicídio da semana passada no principal aeroporto de Kuala Lumpur. O diplomata de Pyongyang insiste ainda que a vítima não é Kim Jong-nam, o meio-irmão do líder Kim Jong-un. Em declarações aos jornalistas, depois de um

encontro com as autoridades malaias, Kang Chol afirmou que a embaixada identificou sempre a vítima pelo nome Kim Chol, com base no passaporte na posse do homem que morreu na segunda-feira da semana passada. “Já passaram sete dias desde o incidente, mas não há uma prova clara sobre a causa da morte em neste momento, não podemos confiar na

investigação da polícia da Malásia”, vincou o embaixador. “A embaixada já o identificou como sendo Kim Chol, um cidadão norte-coreano, como vem referido nos seus documentos de viagem”, reiterou. Kim Chol era um nome frequentes vezes utilizado por Kim Jong-nam – era, de resto, a identidade que usava, por exemplo, na sua conta de Facebook.

A morte de Kim Jong-nam fez com que a Coreia do Sul tivesse ontem uma reunião do Conselho Nacional de Segurança. O Presidente sul-coreano em funções disse no encontro ter “a certeza quase absoluta” de que Pyongyang – ou seja, Kim jong-un – é o culpado do homicídio. Hwang Kyo-ahn deixou ainda um apelo ao reforço da segurança do país perante possíveis “provocações” da Coreia do Norte, tendo pedido a altos funcionários e militares que estejam alerta para a possibilidade de o país vizinho levar a cabo actos terroristas contra funcionários do Governo ou contra a Coreia do Sul “para desviar a atenção internacional” do crime.

“Se juntarmos o anúncio das autoridades malaias e várias informações e circunstâncias, parece que o regime norte-coreano está por detrás do incidente”, disse Hwang, que apoiou assim a posição do Ministério da Unificação de Seul que, no domingo passado, acusou Pyongyang ser responsável pelo crime. O Presidente em funções classificou o homicídio de Kim Jong-nam como um “acto criminoso desumano inaceitável” e pediu aos funcionários que procurem cooperação internacional para que a Coreia do Norte pague pelo “acto de terrorismo”. “Isto demonstra claramente a natureza temerária e brutal do regime norte-coreano, que usa qualquer meio para manter o poder”, acrescentou Hwang Kyo-ahn.

MENOS AMIGOS

O modo agreste como a Coreia do Norte tem estado a lidar com Kuala Lumpur, na sequência da morte de Kim Jong-nam, faz com que o regime de Pyongyang possa ficar ainda mais isolado em termos internacionais. A Malásia encontra-se entre um número cada vez menor de aliados do tempo da Guerra Fria com quem Pyongyang tem conseguido manter laços. De acordo com informações do Governo da Coreia do Sul, o regime de Kim Jong-un tem 53 embaixadas e missões diplomáticas no estrangeiro. Especula-se também que a paciência da China com a Coreia do Norte possa estar a ser testada. Depois de ter deixado a Coreia do Norte, o filho mais velho de Kim Jong-il passou a viver entre Macau e Pequim, sendo que viajava precisamente para o território quando foi alvo do ataque fatal. No sábado passado, Pequim anunciou a suspensão, até ao final do ano, de todas as importações de carvão da Coreia do Norte – os analistas dizem que se trata de um duro golpe para a já frágil economia do regime. O gesto tem sido lido como uma forma de bater o pé a Kim Jong-un, depois de Pyongyang ter vindo a comportar-se de forma cada vez mais agressiva, com ensaios nucleares que causam preocupação ao nível internacional. Na edição desta segunda-feira, o Global Times, jornal do Partido Comunista Chinês, justificava a suspensão das importações de carvão com a determinação de Pequim em trabalhar em conjunto com a comunidade internacional para travar os esquemas nucleares norte-coreanos, mas não deu pistas sobre uma eventual mudança radical de atitude perante o vizinho. Isabel Castro (com agências) isabelcorreiadecastro@gmail.com


4 POLÍTICA O Centro de Mediação de Litígios Médicos entrou ontem em vigor. Um jurista aponta que a legislação está do lado das seguradoras, em vez de proteger os prestadores de cuidados de saúde, indo contra o princípio da mediação. Há também quem critique os baixos valores do seguro obrigatório

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OI ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho que determina a criação do Centro de Mediação de Litígios Médicos, no âmbito do Regime do Erro Médico, implementado no ano passado. Contudo, um jurista ouvido pelo HM considera que a forma como esta entidade foi legislada não protege os prestadores de cuidados de saúde, sejam médicos, hospitais ou clínicas, indo

hoje macau terça-feira 21.2.2017

Erro médico JURISTAS APONTAM FALHAS NA MEDIAÇÃO E SEGUROS

Pagas tu ou pago eu contra o próprio espírito da mediação presente no direito. Para o jurista, que não quis ser identificado, o Centro de Mediação de Litígios deveria estar abrangido no mesmo regulamento administrativo sobre o seguro de responsabilidade civil obrigatório. Desta forma, o diploma que institui o centro de mediação determina que “o prestador de cuidados de saúde que adere ao procedimento de mediação deve notificar o acto à sua seguradora, cuja participação no mesmo, conjuntamente com o segurado, é obrigatória”. Para a mesma fonte, se a seguradora é obrigada a participar no processo de mediação, “é desvirtuado o conceito de liberdade de ambas as partes e, na prática, quem está na mediação é a seguradora e não o médico. A companhia de seguros vai sempre tentar garantir uma indemnização mais baixa”, explicou. O mesmo jurista afirma ainda que há um elevado número de responsabilidades dos prestadores de cuidados de saúde que ficam de fora do regime do seguro. “É um regime tão restritivo que a maior parte dos danos ficam de fora”, defendeu. O HM sabe também que a forma como foi feita a le-

gislação se deveu a pressões colocadas pelas companhias de seguro junto da Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM). Até ao fecho desta edição, não foi

possível obter uma reacção junto da AMCM.

BAIXOS VALORES

Outro jurista, que também não quis ser identificado,

Se a seguradora é obrigada a participar no processo de mediação, “é desvirtuado o conceito de liberdade de ambas as partes e, na prática, quem está na mediação é a seguradora e não o médico”

Luzes, câmara, acção

Governo quer instalar 1620 câmaras de videovigilância até 2020

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gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, disse ao deputado Chan Meng Kam que até 2020 serão instaladas 1620 câmaras de videovigilância, estando neste momento em curso as obras de instalação e construção dos referidos equipamentos. Em resposta a uma interpelação escrita de Chan Meng Kam, as autoridades garantem ainda que os Serviços de Alfândega vão construir um sistema de videovigilância junto das zonas marítimas, bem como implementar um sistema de compilação de dados das pes-

considera que a forma como a mediação destes casos foi legislada não vai contra os direitos dos prestadores de cuidados de saúde, defendendo, no entanto, que

soas que passam a fronteira de forma ilegal, por forma a reforçar a fiscalização e a execução da lei. Também nos Serviços de Alfândega haverá uma inovação através da implementação de um sistema de passagem automática para veículos, sendo adicionados novos aparelhos. Esta entidade vai tentar alargar o âmbito de acesso às passagens automáticas. O deputado Chan Meng Kam interpelou o Governo sobre a implementação de sistemas electrónicos na área da segurança. Foi ainda referido que estão

instaladas nas fronteiras um total de 253 passagens automáticas, sendo que na zona das Portas do Cerco estas passagens conseguem abranger 81 por cento das entradas. Algo que, na opinião das autoridades, ajuda a diminuir o tráfego nas fronteiras.

Este ano, as autoridades policiais prometem ainda implementar “postos de polícia itinerante”, para disponibilizar um serviço de atendimento às pessoas com diversas necessidades, estando na agenda a melhoria do sistema de informação e do recurso a aplicações de telemóvel por parte dos cidadãos, para que mais agentes policiais possam cobrir outras áreas. O deputado Chan Meng Kam colocou ainda questões sobre os sistemas electrónicos dos serviços nas regiões vizinhas, tendo o gabinete de Wong Sio Chak referido que, nesses locais, os esquemas utilizados estão de acordo com a legislação e políticas desses territórios, pelo que é possível que não estejam de acordo com a situação de Macau.

os valores do seguro são demasiado baixos. Diz o regulamento administrativo que um médico de medicina tradicional chinesa, um farmacêutico ou um técnico de farmácia devem ter um seguro de 500 mil patacas, enquanto médicos e médicos dentistas devem ter um no valor de um milhão de patacas. Um médico que realize cirurgias deve estar abrangido por um seguro de, no mínimo, dois milhões. Já o seguro de pessoas colectivas, como clínicas ou hospitais, poderá atingir as 20 milhões de patacas. “Os montantes mínimos obrigatórios são muito baixos”, defendeu este jurista ao HM. “Caso ocorra o dano de morte ou invalidez permanente parece-me um valor muito baixo, tendo em atenção o rendimento médio potencial dos utentes e a esperança de vida útil. São valores baixos para o potencial dano que o médico pode causar.” “Se for um idoso em fim de vida, dois milhões de patacas chega. Mas imagine um juiz aposentado que tenha 70 anos e que ainda tem uma esperança média de vida considerável, ou mesmo uma pessoa em início de carreira. Parece-me muito pouco. Mas, comparando com o que temos agora, é um princípio”, acrescentou ainda o mesmo jurista. Ontem foi também publicada em BO a criação da Comissão de Perícia do Erro Médico, que determina que um pedido de perícia vai custar quatro mil patacas. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

ENFERMEIROS ALEXIS TAM OUVE REIVINDICAÇÕES

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura esteve reunido com a Associação do Pessoal de Enfermagem de Macau, na sede do Governo, com o intuito de se inteirar da situação dos profissionais da área. Foram trocadas impressões sobre a formação de enfermeiros especialistas, assim como a promoção de médicos e enfermeiros nas respectivas carreiras. Durante o encontro, a presidente da associação, Mónica Cordeiro, sugeriu a revisão do regime da carreira de enfermeiro do hospital público, assim como o reforço da formação de enfermeiros especialistas. A dirigente pediu ainda uma actualização das taxas a cobrar nos serviços de saúde, em especial aos nãoresidentes. Alexis Tam referiu que a saúde é uma das prioridades do Executivo e que é preciso apostar na formação dos quadros profissionais do sector. O secretário prometeu ainda a modernização dos sistemas informáticos.


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POLÍTICA

Três propostas de fora

Obras do edifício do Fórum Macau arrancam este ano

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Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) admitiu nove das 12 propostas que recebeu para a “empreitada de concepção e construção do Complexo de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”, mais conhecido como edifício do Fórum Macau. O projecto será edificado na zona do Lago Nam Van e a construção “poderá ter início no segundo semestre do corrente ano”. Prevê-se que a obra demore cerca de um ano e meio a ser realizada, segundo as previsões da DSSOPT. De fora ficaram três propostas, que não foram aceites porque “não cumpriam as disposições definidas no programa do concurso e nos esclarecimentos prestados por escrito aos concorrentes”, aponta um comunicado. O edifício irá albergar o Centro de Exposição dos Produtos dos Países de Língua Portuguesa, o Centro de Serviço das Empresas da China e dos Países de Língua Portuguesa, o Centro de Informações, o Pavilhão de Exposições sobre as Relações Económicas e Comerciais entre a China e os Países de Língua Portuguesa e as Respectivas Culturas, o Centro de Formação entre a China e os Países de Língua Portuguesa, bem como o Pavilhão de Exposição sobre o Desenvolvimento Urbanístico de Macau. O concurso público para a entrega de propostas esteve envolto em polémica, uma vez que vários arquitectos relataram ao HM que a tradução para português das cláusulas técnicas chegou com um mês de atraso. Além disso, houve diversas alterações ao projecto a meio do processo. Olhando para a lista de concorrentes disponibilizadas pela DSSOPT, conclui-se que nenhuma empresa portuguesa participou no concurso público, que previa candidaturas em regime de consórcio. A.S.S.

AL SERVIÇO DE ATENDIMENTO A RESIDENTES COM POUCA ADESÃO

Os pombos-correios O serviço de atendimento de cidadãos prestado pela Assembleia Legislativa recebeu menos de três dezenas de casos no ano passado. A população prefere apresentar as queixas aos deputados directamente eleitos e dirigir-se aos escritórios dos que consideram os seus representantes

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ORAM 26 os atendimentos a cidadãos pelos deputados na Assembleia Legislativa (AL) realizados na passada sessão legislativa. O número reduzido na adesão da população ao serviço prestado pelo organismo não surpreende deputados e analistas. Os residentes preferem apresentar directamente as preocupações nos escritórios dos deputados eleitos por via directa e a deslocação ao edifício da AL pode representar muito tempo de espera, bem como um processo moroso e ineficaz. Para o deputado Pereira Coutinho, representante da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), o sistema de atendimento ao público não resulta porque os objectivos que levam os cidadãos a requisitarem a intervenção da AL não levam a uma intervenção efectiva do organismo junto do Executivo. “AAssembleia limita-se a fazer o endosso das questões apresentadas ao Governo, a matéria que normalmente é apresentada pelos queixosos não é alvo de uma intervenção eficaz, e muitas vezes, fica sem resposta. Não passa de um serviço de pombo-correio” explicou ao HM. O resultado é a preferência pela deslocação aos escritórios dos deputados com quem os residentes mais se identificam – ou, pelo menos, aqueles em relação aos quais têm maiores expectativas. “Tenho muito trabalho para fazer e o atendimento é dos mais árduos, o que exige uma maior disponibilidade física e temporal”,

referiu o também presidente daAssociação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau. “O meu gabinete parece um consultório médico em que a agenda está sempre completa. Trabalho sete dias por semana”, ilustrou. Por outro lado, “a maioria das questões que levam os residentes a procurar apoio ou a denunciarem casos está maioritariamente ligada a acontecimentos de bairro e, como em Macau não existem representantes dos municípios, o trabalho fica na totalidade destinado ao deputado eleito”, explicou. “Se rebenta um cano de esgoto ou se há uma situação de violência doméstica, é o deputado e a associação que são procurados no imediato e o agendamento de atendimento na AL não é considerado.” A opinião é partilhada por Song Pek Kei, deputada que representa a Associação Aliança

“Os deputados nomeados representam o pensamento do Governo e, como tal, não são escolhidos para denunciar situações ou fazer queixas relativas ao Executivo.” LARRY SO ANALISTA

do Povo de Instituição de Macau. “Os tribunos têm os seus próprios escritórios em que podem atender as solicitações dos residentes e, como tal, não precisam de se deslocar à AL para pedir ajuda. A alternativa é conveniente para os cidadãos porque podem escolher o local onde podem ser atendidos e que fique mais próximo da sua residência”, apontou ao HM. Sobre os apenas 26 casos que chegaram ao edifício da AL na passada sessão legislativa, Song Pek Kei considera que o serviço de atendimento prestado “só faz uma parte do que é a totalidade de serviços que competem aos deputados”, sendo que é necessário que sejam tidos em conta os casos tratados nos escritórios dos próprios tribunos. Song Pek Lei acrescentou ainda que, no seu gabinete, recebe “anualmente milhares de solicitações”.

PERDA DE TEMPO

“O número de atendimentos é baixo devido à preferência da população em apresentar as situações directamente aos deputados”, reiterou o analista político Larry So. A escolha, segundo o académico, é porque as associações a que estão ligados estão mais próximas das pessoas. “A ida à AL representa uma grande perda de tempo, não só pelo agendamento da reunião como devido ao próprio processo de deslocação que pode, muitas vezes, não ser cómodo para os residentes”, explicou. É também uma questão que apenas se prende com os deputados eleitos pela via directa “porque os deputados nomeados representam o pensamento do Governo e, como tal, não são escolhidos para denunciar situações ou fazer queixas relativas ao Executivo”, apontou. Para Larry So, apesar da fraca adesão ao serviço, esta é uma valência que deve continuar a existir tal como está, sendo sempre um mecanismo de comunicação entre população e órgão legislativo. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


6 SOCIEDADE

hoje macau terça-feira 21.2.2017

VÍRUS DA IMUNODEFICIÊNCIA HUMANA CASOS AUMENTARAM LIGEIRAMENTE EM 2016

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ACAU sinalizou, ao longo do ano passado, 45 casos de VIH (Vírus da Imunodeficiência Humana), um número que traduz um ligeiro aumento face a 2015. Segundo dados publicados pelos Serviços de Saúde,

foram registados mais seis novos casos de infecção por VIH face a 2015, depois de, no ano imediatamente anterior, em 2014, terem sido sinalizados 48 – o valor mais elevado pelo menos da última década.

Já o número de casos declarados como SIDA (Síndrome da Imunodeficiência Adquirida) – diminuiu de 15 em 2015 para 12 no cômputo do ano passado. O sexo masculino mantém-se como o mais afec-

tado: com 35 dos 45 novos casos de VIH e nove dos 12 de SIDA em 2016. A principal via de transmissão continuou a ser a sexual – com 18 casos adquiridos por via homossexual, 14 por via heterossexual e

dois por bissexual. Já nos restantes 11 casos sinalizados em 2016 a via de transmissão é considerada “desconhecida”, por não ter sido possível determinar a via de transmissão devido a “informação insuficiente”.

Táxis ASSOCIAÇÃO PEDE AUMENTO DA BANDEIRADA PARA 20 PATACAS

Preços para este Verão

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S taxistas não estão satisfeitos com o actual valor cobrado por cada viagem e, por isso, reuniram-se ontem com a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) para exigir o aumento da bandeirada das actuais 17 para 20 patacas, referente aos primeiros 1600 metros de circulação. A proposta sugere ainda que os passageiros paguem uma

MAIS 50 RADIOTÁXIS A OPERAR NO MERCADO

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Companhia de Serviços de Rádio Táxi deverá colocar, numa primeira fase, 50 novos táxis no mercado, por forma a mudar a imagem negativa que existe sobre o sector. Segundo o Jornal do Cidadão, a companhia investiu mais de 60 milhões de patacas no serviço, sendo que os primeiros 50 táxis começam a circular já no dia 1 de Abril. A empresa promete ainda colocar nas estradas mais 50 táxis nos meses seguintes. Para Cheong Chi Man, presidente da concessionária de radiotáxis, as críticas ao sector prendem-se com a falta de concorrência e os custos elevados. O responsável espera ainda que o Governo crie mais lugares de estacionamento para os táxis que circulam com base em chamadas telefónicas ou aplicações de telemóvel. A empresa tem 85 veículos de tamanho normal e dez táxis maiores, bem como cinco veículos preparados para transportar portadores de deficiência.

taxa adicional de dez patacas durante os primeiros três dias do Ano Novo Lunar. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Tony Kuok, presidente da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxi – que esteve reunida ontem com a DSAT e que é a mais representativa do sector –, disse esperar que o Governo aprove as sugestões, para que os novos valores possam ser implementados até ao Verão. Tony Kuok considera que actualmente os taxistas recebem um salário médio mensal muito baixo, entre as 12 e as 13 mil patacas, sendo que os custos com a manutenção e reparação de veículos são elevados. O representante da associação defende, portanto, que o aumento da bandeirada é razoável.

HOJE MACAU

A Associação de Mútuo Auxílio dos Condutores de Táxi reuniu-se ontem com o Governo para pedir um aumento da bandeirada de 17 para 20 patacas. Os taxistas esperam ver o pedido implementado até ao Verão

LIVROS DE BORDO

Sobre a marcação dos horários dos turnos num livro de bordo, Tony Kuok defendeu que o sector irá seguir passo a passo as instruções das autoridades, sendo que a associação promete promover mais informações quanto aos deveres a cumprir pelos taxistas. Citada pelo jornal Ou Mun, a subdirectora da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), Chao I Sam, acredita que a assinatura do livro de bordo, algo constante no novo regulamento dos táxis, pode assegurar os direitos e interesses legítimos dos taxistas, mas também dos passageiros. Para Chao I Sam, as autoridades devem reforçar a promoção da assinatura do livro

A proposta sugere ainda que os passageiros paguem uma taxa adicional de dez patacas durante os primeiros três dias do Ano Novo Lunar de bordo por forma a prevenir os actos incorrectos cometidos pelos taxistas. A subdirectora da FAOM acrescenta que o regulamento dos táxis em vigor

já se encontra desactualizado e que não consegue travar as más práticas do sector, apelando a uma rápida revisão por parte do Governo. HM

De assinalar que não foi registado qualquer caso de contágio por VIH derivado da utilização de drogas injectáveis em 2016, de acordo com os mesmos dados, ao contrário do que sucedeu em anos anteriores.

Conselhos de amigo

Governo lança novo sistema de alerta de viagens

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ACAU vai ter um novo sistema de alerta de viagens. De acordo com um despacho do Chefe do Executivo publicado em Boletim Oficial, as novas directrizes têm de ser observadas por todos os serviços da Administração Pública, bem como por quaisquer outras entidades “cuja cooperação seja solicitada nos termos da legislação aplicável tendo em conta critérios de necessidade, proporcionalidade e adequação à situação concreta”. Compete ao Gabinete de Gestão de Crises do Turismo gerir o sistema de alerta de viagens. O Governo explica que “acontecimentos como as ameaças do novo tipo de terrorismo, acidentes tecnológicos e catástrofes naturais” são exemplos que vêm realçar “a importância da indústria do turismo se adaptar e estar preparada para, a qualquer momento e sem aviso prévio, enfrentar uma situação de crise”. São circunstâncias em que pode estar comprometida a segurança dos residentes do território que estejam a viajar ou pretendam fazê-lo. Assim sendo, o Executivo pretende, com o novo sistema, encontrar uma forma “fácil e oportuna” de difusão de informações relativas a situações de crise, emergência ou catástrofe que afectem diferentes partes do mundo. No despacho ontem publicado, indica-se que o sistema de alerta de viagens não tem carácter proibitivo, “cabendo a cada indivíduo a decisão de viajar ou de ajustar o seu plano de viagem de acordo com as informações disponibilizadas”. Funciona, por isso, como um indicador, “não constituindo uma garantia de segurança”. São estabelecidos vários de alerta, sendo que podem “incidir sobre o mais variado tipo de acontecimentos, desde origem natural, antrópica ou tecnológica, incluindo mas não limitado a condições meteorológicas adversas, questões de segurança, conflitos políticos ou questões relacionadas com a saúde pública”. Ainformação pública relativa à emissão, cancelamento, elevação ou diminuição do nível de alerta de viagens será difundida através do Gabinete de Comunicação Social e na página electrónica do Gabinete de Gestão de Crises do Turismo. O sistema entra em vigor no próximo dia 7. HM


7 hoje macau terça-feira 21.2.2017

SOCIEDADE

Justiça TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE QUER TERMINAR JULGAMENTO ANTES DE AGOSTO

Amigos com negócios à parte Ho Chio Meng não tinha ligações a casinos, assegurou ontem um dos arguidos do processo conexo ao do ex-procurador. Mak Im Tai confessou, no entanto, que era com o dinheiro dos contratos com o Ministério Público que investia em salas VIP

M

AK Im Tai, empresário arguido no processo conexo ao do ex-procurador, confirmou ontem, em tribunal, ter ligações a várias salas de jogo VIP, sendo que usou os lucros dos contratos com o Ministério Público (MP) para comprar fichas mortas, que revendia a jogadores de altas apostas. Negou, no entanto, qualquer participação de Ho Chio Meng em casinos, relatou a Rádio Macau, que tem estado a acompanhar o julgamento. No processo principal, que decorre no Tribunal de Última Instância (TUI), o ex-procurador é acusado de ter investido 9,3 milhões de patacas numa sala VIP, através do irmão. Ho Chio Meng confirmou a transferência de dinheiro para Ho Chio Shun, mas negou a intenção de investir num junket: alegou que o capital destinava-se antes à compra de um apartamento.

A versão do antigo procurador foi reforçada pelo arguido, que disse que Ho Chio Meng “não tinha ligações à actividade de bate fichas” A versão do antigo procurador foi reforçada por Mak Im Tai. O arguido, amigo de longa data de Ho Chio Meng, disse que o antigo líder do MP “não tinha ligações à actividade de bate fichas”. Mak Im Tai é junket há mais de dez anos, confirmou ter ligações a vários casinos, com destaque para duas salas VIP no Galaxy. O arguido admitiu também que era com o dinheiro conseguido atra-

fónicas, alegadamente tidas entre Ho Chio Meng, Mak Im Tai e Wong Kuok Wai, em que são usados os nomes de código que os arguidos teriam na suposta associação criminosa do ex-procurador. Noutras chamadas, Ho, Mak e um sócio de uma sala VIP, proprietário de uma das fracções arrendadas pelo Gabinete do Procurador, combinam encontrar-se na “escola nocturna”. O arguido confirmou que a expressão era linguagem codificada para uma sauna, localizada perto do MP.

TJB COM PRESSA

vés dos contratos com o MP que comprava fichas mortas em salas de altas apostas. A actividade de bate fichas fazia parte de um acordo com o sócio, também ele arguido. Trata-se de Wong Kuok Wai, que geria as empresas que prestavam serviço ao MP. De acordo com a acusação, foi Ho Chio Meng quem deu ordens aos dois empresários para criarem um grupo de empresas fantasma, com a garantia de que ficariam com todos os contratos de obras e aquisição de bens e serviços do MP. A emissora conta que Mak Im Tai disse estar afastado da administração das empresas, mas confirmou que o cunhado de Ho era

“funcionário a tempo parcial”. O arguido confirmou também que as companhias cessaram actividade na sequência da investigação do

Comissariado contra a Corrupção porque “já não havia negócio”. Durante a audiência, foram ainda reproduzidas conversas tele-

MP IP SON SANG NEGA ILEGALIDADES

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Gabinete do Procurador nega ter favorecido uma empresa no concurso para uma obra recente no Ministério Público (MP), noticiou ontem a Rádio Macau. A afirmação surge cerca de uma semana depois de uma testemunha, ouvida durante o julgamento do ex-procurador Ho Chio Meng, ter declarado que uma das três empresas convidadas para fazer obras de remodelação no Gabinete do Procurador foi recomendada por um actual dirigente do MP. Terá sido esta a empresa que ficou com a obra. Numa reacção à Rádio Macau, o Gabinete do Procurador diz que “cumpriu rigorosamente a lei” e o regime de impedimento, escusa e suspeição, durante a realização do concurso e a execução da obra. O MP refere ainda que não foi verificada “qualquer infracção disciplinar cometida por parte dos dirigentes do Gabinete do Procurador no sentido de favorecer determinado empreiteiro”.

O Tribunal Judicial de Base admitiu ontem estar numa corrida contra o tempo. Lam Peng Fai, o presidente do colectivo de juízes, quer ter o caso resolvido antes de Agosto, mês em que prescreve a prisão preventiva decretada contra dois dos nove arguidos acusados no processo conexo ao do ex-procurador. Dos nove arguidos neste processo, apenas quatro estão presentes em julgamento. O irmão e o cunhado de Ho Chio Meng estão em parte incerta e há mais dois arguidos a monte. Já a mulher do ex-procurador voltou a faltar ontem, para dar assistência a um dos filhos do casal, que se encontra hospitalizado. Quanto ao julgamento de Ho Chio Meng, a rádio explicou que a sessão de ontem foi suspensa, a pedido do arguido, que alegou motivos de saúde.

MONG HA OBRAS PARADAS JÁ TÊM NOVO EMPREITEIRO

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segunda fase da habitação social de Mong Ha e a reconstrução do pavilhão desportivo vão finalmente avançar. O projecto tem estado parado devido a um desentendimento com o construtor. Após a chegada de Raimundo do Rosário às Obras Públicas, o problema acabou por se resolver, tendo o Governo conseguido chegar a um acordo com o empreiteiro. Ontem, em Boletim Oficial, foi publicado um despacho do Chefe do Executivo com a nova adjudicação. Ao todo, a obra vai custar mais de 1780 milhões de patacas e deverá estar concluída

em 2022. A empreitada foi adjudicada ao consórcio Companhia de Construção de Obras Portuárias Zhen Hwa/ Companhia de Construção & Engenharia Shing Lung. De acordo com o Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, os trabalhos deverão começar na primeira quinzena do mês de Abril, com a demolição e remoção dos seis blocos habitacionais, a biblioteca e praça existentes no actual Bairro Social de Mong Ha. O pavilhão desportivo de Mong Ha e os outros seis edifícios serão incluídos nos trabalhos de demolição e remoção da última fase.

Quando estiver pronto, o projecto irá ter 768 fracções habitacionais, uma paragem para transbordo de autocarros públicos, um parque de estacionamento público, zonas verdes e espaços de lazer, bem como instalações de serviços sociais e, claro, um complexo desportivo. A empreitada está parada desde 2012. O pavilhão desportivo fechou as portas em Setembro de 2011. Na altura, o Governo anunciou um plano que iria permitir construir uma estrutura de cinco andares, com uma área cinco vezes maior. Se tudo tivesse corrido conforme o planeado, as obras teriam sido concluídas em 2015. I.C.


8 Música LENDÁRIO FESTIVAL DE ELECTRÓNICA JÁ REVELOU

EVENTOS

Dos nossos tempos ao Oriente Fantasporto com edição virada para o cinema asiático

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OMEÇOU ontem o Festival Internacional de Cinema Fantasporto, com o chamado pré-Fantas, antes da abertura oficial, na sexta-feira, com um cartaz virado para o que a organização designa de “cinema dos nossos tempos”. Descrito pelos organizadores, numa das conferências de imprensa que antecederam o arranque do evento, como “um festival generalista com dois focos, o cinema fantástico e o oriental”, o certame inclui este ano 132 filmes de 35 países diferentes que vão ser exibidos até 5 de Março no Rivoli. “O tema deste ano é o cinema dos nossos tempos, porque tanto na área fantástica, como na área generalista temos filmes que retratam a história dos nossos tempos, nomeadamente dos conflitos”, realçou a directora do evento, Beatriz Pacheco Pereira. O festival, que vai já na 37.ª edição, arrancou com dois filmes de duas das linhas da programação: “The Swor-

dsman of All Swordsmen”, de Joseph Kuo, no âmbito da retrospectiva de cinema de acção de Taiwan, e “Malditos sean!”, de Fabián Forte e Demián Rugna, no contexto da retrospectiva do cinema argentino. A abertura oficial de sexta-feira vai dar-se com o sul-coreano “The Age of Shadows”, de Jee-woon Kim, realizador já premiado no festival português por “A Tale of Two Sisters”. Em competição marcam presença três filmes portugueses, todos em ante-estreia mundial: “A Floresta das Almas Perdidas”, “Comboio de Sal e Açúcar” e “A Ilha dos Cães”, o último trabalho em cinema do actor Nicolau Breyner, homenageado na edição anterior. De acordo com a organização, estreia ainda a longa-metragem “Rewind”, uma produção suíça do português Pedro Joaquim, e o Prémio de Cinema Português “vai novamente escolher o melhor filme e a melhor escola de cinema” de entre nove instituições nacionais.

O Prémio Carreira do Fantasporto vai, em 2017, para o cineasta holandês Ate de Jong, que esteve no festival em 2016, e serão exibidos os filmes “Drop Dead Fred”, de 1991, bem como o novo filme “Love is Thicker Than Water”. Além disso, na sequência da já anunciada parceria com a TV Globo, vão estar no festival as actrizes Mariana Ximenes (“Super Max”), Marina Ruy Barbosa (“Amorteamo”) e a argumentista Gloria Perez, esta para apresentar “Dupla Identidade”. “O festival conta ainda com a colaboração habitual da Universidade do Minho, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, Universidade Católica do Porto e Universidade Lusófona de Lisboa, assim como muitas outras escolas e institutos politécnicos, num concurso entre escolas que já vem sendo um tradição imprescindível”, acrescentou o festival em comunicado.

The Age of Shadows

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA SONATAS PARA VIOLINO Nº 1 & 2 • Luís de Freitas Branco, Carlos Damas

Um dos compositores mais talentosos e proeminentes do século XX português, Luís de Freitas Branco escandalizou os mais conservadores com a nova linguagem harmónica desta obra. O tom sonhador da primeira sonata contrasta com a clareza neo-clássica da sonata n º 2. Carlos Damas foi professor no Conservatório de Música de Macau, integrou a Orquestra de Macau e participou no Festival de Música de Macau, no Festival de Artes de Macau e no Quinto Festival de Artes da República Popular da China.

DJ Shadow no S Um dos mais aclamados festivais de música electrónica europeia chega a Hong Kong e traz nomes de peso. DJ Shadow, Gilles Peterson e Dave Clarke são os cabeças de cartaz. Não vão faltar motivos para levar os amantes das sonoridades mais dançáveis ao Science Park

A região vizinha prepara-se para receber um cartaz de luxo logo na estreia do Sónar, com nomes como Dj Shadow, Gilles Peterson e Dave Clarke

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ARECE mentira, mas não é. Está aí o Sónar, importado directamente de Barcelona para Hong Kong. O festival com data marcada para dia 1 de Abril não é nenhuma partida do dia das mentiras, mas uma realidade que irá marcar o calendário da música electrónica da região. Está longe de ser a primeira vez que o festival que nasceu na Catalunha extravasa fronteiras. A primeira edição fora de Barcelona aconteceu em 2002 em Londres mas, desde então, os ecos das batidas têm atravessado o mundo. O Sónar já passou por cidades como Chicago, Buenos Aires, São Paulo, Santiago do Chile, Hamburgo, Bogotá, Nova Iorque, Seul, Roma, Cidade do Cabo, Copenhaga e Tóquio. Chegou agora a vez de Hong Kong. A região vizinha irá oferecer um cartaz de luxo que promete mobilizar os amantes da música de dança, com nome como DJ Shadow, Gilles Peterson, Dave Clarke, alguns dos artistas mais que consagrados no panorama electrónico. Os espectadores podem ainda apreciar os talentos que despontam na cena como Lady Leshurr, Kingdom e Evian Christ. Mas Shadow é, definitivamente, o nome de peso do cartaz. O DJ e produtor multifacetado tem, desde a década de 1990, uma carreira ecléctica que mistura hip-hop, funk, soul, rock, ambiente, jazz e electrónica. Chega a Hong Kong com um incrível show visual que acompanha os concertos da tournée do seu último registo, “The Mountain Will Fall”. O disco não é propriamente dançável, antes propõe ao ouvinte uma variedade de atmosferas sonoras que serão acompanhadas por um exuberante

espectáculo multimédia. O norte-americano tem sido inovador desde “Endtroducing”, disco de estreia, pertenceu ao colectivo Unkle, tendo sido fundamental na criação do seminal “Psyence Fiction”. Só este nome vale o preço do bilhete.

UM DIA EM CHEIO

Além de DJ Shadow, os festivaleiros podem assistir ao set de Gilles Peterson. O francês, outro colosso da música electrónica, tem um vasto leque de influências e sonoridades na bagagem discográfica. É um dos nomes cimeiros do acid jazz e das sonoridades que fundem electrónica com música latina, africana e hip-hop. Promete fazer mexer quem assistir ao Sónar de Hong Kong. Outro dos nomes de destaque do cartaz do festival é Dave Clarke, conhecido como o “Barão do Tecno”. O DJ e produtor britânico encerra com estrondo o evento com as suas batidas obscuras de tecno. Neste capítulo importa adiantar que o Sónar encerra cedo e começa cedo, uma particularidade rara neste tipo de festivais. O cartaz começa às 11 da manhã e vai até às 3 da manhã, com música, workshops, exposições e palestras espalhadas por seis palcos. No domínio dos novatos, destaque para o britânico Evian Christ, que assim que chegou aos escaparates deu nas vistas com a sonoridade que mistura batidas de hip-hop e trance. O jovem produtor já colaborou com artistas como Kanye West e Yeezus, e lançará este ano o seu primeiro

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O HOMEM QUE GOSTAVA DE CÃES • Leonardo Padura

Em 2004, com a morte da mulher, Iván, um aspirante a escritor, relembra um episódio que lhe aconteceu em 1977, quando conheceu um homem enigmático que passeava pela praia acompanhado de dois galgos russos. Após vários encontros, «o homem que gostava de cães» começou a confidenciar-lhe relatos singulares sobre o assassino de Trótski, Ramón Mercader, de quem conhecia pormenores muito íntimos. Graças a essas confidências, Iván irá reconstituir a trajetória de Liev Davídovitch Bronstein, mais conhecido por Trótski, e de Ramón Mercader, e de como se tornaram em vítima e verdugo de um dos crimes mais reveladores do século XX. Através de uma escrita poderosa sobre duas testemunhas ambíguas e convincentes, Leonardo Padura traça um retrato histórico das consequências da mentira ideológica e do seu poder destrutivo sobre a utopia mais importante do século XX.


9 CARTAZ

hoje macau terça-feira 21.2.2017

Sónar de Hong Kong

disco. Um debutante, que promete ser uma das novas estrelas da electrónica, vem mostrar de que fibra é feito no SonarLab, o palco para talentos em ascensão.

ARTE VIRTUAL

Mas não só de música vive o Sónar, apesar da vanguarda electrónica ser o fio condutor. Os festivaleiros podem participar em workshops, assistir a palestras e a demonstrações de realidade virtual. O objectivo é aliar criatividade, tecnologia, inovação e negócios num ambiente descontraído e inspirador para os amantes da cultura digital. Um dos eventos em destaque é o “famous wonder.land”, uma das obras de realidade virtual seleccionadas para o Festi-

valde Cinema de Cannes. A peça de 4 minutos, inspirada no famoso clássico “Alice no País das Maravi-

Os festivaleiros, além de música, podem participar em workshops, assistir a palestras e a demonstrações de realidade virtual

lhas”, de Lewis Carroll, promete empurrar os espectadores pela toca do coelho. A experiência é inspirada no musical criado por Damon Albarn, vocalista dos Blur, e esteve em exibição no UK National Theater. Munidos com headset, quem experimentar esta alucinação digital terá os seus horizontes expandidos no mundo psicadélico de Lewis Carroll reinventado por tecnologia de ponta. Também haverá lugar para exposições e arte inovadora que têm a tecnologia como veículo principal. Um dos nomes

mais prestigiados neste campo é Daito Manabe, que dará uma palestra no Sónar. O japonês, que torna o futuro presente, divide-se em muitas funções. É designer, programador, DJ, VJ, compositor, um homem dos sete ofícios desde que esses ofícios puxem os limites da inovação. Os festivaleiros terão dificuldades em repartir-se pelo Science Park de Hong Kong, até porque a tecnologia ainda não chegou ao ponto de permitir ubiquidade. Apesar de ser só um dia, o Sónar tem um cartaz vasto, ecléctico e inovador que promete deixar água na boca para mais edições no futuro. João Luz

info@hojemacau.com.mo

EVENTOS

PRÉMIO FILME SOBRE MIO PANG FEI DISTINGUIDO EM LISBOA

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filme “Mio Pang Fei”, do realizador português Pedro Cadeira, conquistou a Lebre de Prata do Festival Internacional Filmes sobre Arte Portugal, que encerrou no domingo à noite, em Lisboa, anunciou ontem a organização. Contactada pela Agência Lusa, a directora do festival, Rajele Jain, indicou que a Lebre de Ouro, o prémio mais importante do certame, foi entregue ao filme “Retrato de um anti-poeta” (2009), do realizador chileno Víctor Jiménez Atkin. “Abraham Cruzvillegas: Autoconstrucción” (2016), dos realizadores norte-americanos Susan Sollins e Ian Foster, recebeu a Lebre de Ferro e foram ainda entregues menções honrosas aos filmes “Pontas Soltas” (2016), de Ricardo Oliveira, e a “When water turns into drops”(2015), da holandesa Jeannice Adriaansens. O filme “Mio Pang Fei”, do cineasta português Pedro Cadeira, sobre um dos mais conceituados artistas chineses, censurado pela Revolução Cultural Chinesa, que se refugiou em Macau, foi realizado em 2014.

O Festival Internacional Filmes sobre Arte Portugal decorreu entre a passada quinta-feira e domingo, na Galeria Zé dos Bois, em Lisboa, exibindo 18 filmes, dos quais cinco portugueses, com estreia mundial ou nacional da totalidade das obras internacionais em concurso. Nesta nona edição voltaram a estar em foco filmes que abordam temas artísticos em diferentes disciplinas, desde as artes visuais, fotografia, teatro, literatura, música, entre outras. Desde o lançamento, em 2008, o festival apresentou cerca de 240 filmes, introduzindo o universo e práticas artísticas de mais de 350 criadores, músicos, bailarinos, realizadores e escritores, segundo um balanço da actividade elaborado pela organização. Criado pela artista e programadora Rajele Jain, o Festival Internacional Filmes sobre Arte Portugal teve inicialmente o apoio do Festival Temps D’Images e, desde 2015, é produzido de forma independente pela Associação Cultural Vipulamati: Ample Intelligence.

FESTIVAL NATÁLIA POLESSO NO ROTA DAS LETRAS

À medida que a data do início do Festival Rota das Letras se aproxima, 4 de Março, o cartaz continua a acrescentar nomes de relevo. Natália Borges Polesso é a mais recente novidade a juntarse à lista de autores que abrilhantam o evento dedicado às letras. A escritora brasileira venceu no ano passado o mais prestigiado galardão literário do Brasil, o Prémio Jabuti, com o livro de contos “Amora”. A autora tem também no seu currículo “Recortes para Álbum de Fotografia sem Gente”, que lhe valeu o Prémio Açoriano de Literatura de 2016. Além de contista, a brasileira é autora da tira de banda desenhada online “A escritora incompreendida”. Natália Borges Polesso, com 31 anos, é um dos novos talentos na área do conto e uma das jovens revelações do Rota das Letras.


10 CHINA

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S bancos chineses emprestaram mais dinheiro em Janeiro do que o valor equivalente ao Produto Interno Bruto (PIB) português, à medida que Pequim tornou o crédito mais barato e acessível, visando incentivar o crescimento económico. O incentivo ao crédito gerou, no entanto, uma dívida insustentável, que levou a China a tentar restringir a sua política monetária, ao mesmo tempo que evita o abrandamento do ritmo de crescimento económico. Só no primeiro mês do ano, os bancos chineses concederam 2,03 biliões de yuan em novos empréstimos. No final de 2016, o endividamento do país ultrapassou os 270% do PIB, impulsionado por múltiplos cortes das taxas de juro e pelo crescimento de empréstimos através de esquemas ilegais. Devido em parte ao crédito fácil, a economia chinesa cresceu 6,7%, no ano passado, num ritmo suportado pelo ‘boom’ na construção e aumento dos gastos públicos com infra-estrutura. A segunda economia mundial está agora sobrecarregada com um endividamento difícil de gerir, afirmou no mês passado em comunicado Andrew Fennell, analista da agência de ‘rating’ Fitch. “A estabilidade do crescimento económico da China deve-se a estímulos e não à sustentabilidade”, lê-se.

DINHEIRO FÁCIL

A agência Standard & Poor’s advertiu ainda que “a dependência num crescimento alimentado pelo crédito implica o risco de uma ‘aterragem dura’ [abrandamento súbito] para a economia”. O Banco do Povo Chinês (banco central) cortou por várias vezes as taxas de juro, entre 2014 e 2016, ajudando a contribuir para um ‘boom’ no crédito.

PEQUIM RECORRE A CRÉDITO PARA IMPULSIONAR ECONOMIA

O insustentável peso da dívida

A abundância de dinheiro fácil teve consequência imprevisíveis, como a forte subida do preço do imobiliário ou o investimento na moeda virtual ‘bitcoin’. No ano passado, o preço médio por metro quadrado subiu 14% em Pequim, 38% em

Nanjing e 49% em Shenzhen, o centro tecnológico da China, no sul do país. Milhões de novas habitações continuam, porém, por vender, nas médias e pequenas cidades do país. O empréstimo para compra de habitação atingiu um terço do crédito concedido pelos

“O alto nível de endividamento e a forte expansão dos balanços dos bancos tornam o sistema financeiro vulnerável a uma mudança abrupta.” WEI YAO ANALISTA DO BANCO SOCIÉTÉ GENERALE

bancos chineses em Janeiro, uma percentagem recorde. Entretanto, o banco central chinês subiu, em Fevereiro, as taxas de juro a curto prazo pela primeira vez em quatro anos. Citado pela agência France Presse, Wei Yao, analista do banco Société Generale afirmou que Pequim está a arriscar um equilíbrio do fluxo de crédito. “O alto nível de endividamento e a forte expansão dos balanços dos bancos tornam o sistema financeiro vulnerável a uma mudança abrupta”, disse. “Arestrição da política monetária não pode ser demasiado súbita”.

Toca a acelerar Super-computador dez vezes mais rápido do que o actual recordista em construção

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China está a construir um super-computador de última geração, que será dez vezes mais rápido do que o actual mais veloz do mundo, também fabricado no país, informou ontem o jornal oficial China Daily. Trata-se do primeiro protótipo de um super-computador capaz de realizar um trilião de cálculos por segundo, superando assim o Sunway TaihuLight, o actual mais rápido. O Tianhe-3 vai ser integralmente construído na China e prevê-se que comece a funcionar em 2020, na cidade de Tianjin, noroeste do país. “A sua capacidade de computação está no próximo nível, cimentando a posição da China como líder global no ramo dos super-computadores”, afirmou Meng Xianfei, director no Centro Nacional de Supercomputadores da China, citado pelo China Daily, O Tianhe-3 vai ser inteiramente fabricado no país asiático e “ajudará a resolver alguns

dos desafios científicos mais exigentes do mundo, com maior velocidade, precisão e alcance”, frisou Meng.

POTENCIALIDADES

O super-computador poderá, por exemplo, analisar a distribuição dos níveis de poluição a nível nacional (os modelos actuais só suportam um distrito), simular terramotos e surtos epidémicos de forma mais detalhada, permitindo melhor a actuação das autoridades, destaca o China Daily. A nova máquina poderá ainda analisar sequências genéticas e a estrutura de proteínas a uma escala e velocidade até agora desconhecidas, algo que pode conduzir a humanidade a “novos descobrimentos e a uma medicina mais potente”, afirmou Meng. O Tianhe-1, o primeiro super-computador chinês, funciona ainda em pleno rendimento e completa mais de 1.400 tarefas por dia, nomeadamente a resolução de questões “envolvendo estrelas e células”, diz Meng. Citado pelo China Daily, Liu Guangming, também director no centro, assegurou que o Tianhe-3 gerará lucros anuais superiores a 10.000 milhões de yuan.

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Anúncio COMISSÃO DE REGISTO DOS AUDITORES E DOS CONTABILISTAS

Aviso

Torna-se público que já se encontra finalizada a correcção da segunda prestação das provas para a inscrição inicial e revalidação de registo como auditor de contas, contabilista registado e técnico de contas, realizadas no ano de 2016 nos termos do disposto na alínea 3) do artigo 1º do Regulamento da Comissão de Registo dos Auditores e dos Contabilistas, pela referida Comissão. Os respectivos resultados serão notificados aos interessados até ao dia 3 de Março solicitando-se aos mesmos que contactem com a Sra. Wong, através do nº 85995343 ou 85995344 caso não recebam a mencionada notificação. Direcção dos Serviços de Finanças, aos 14 de Fevereiro de 2017 O Presidente do Júri, Iong Kong Leong

Faz-se público que o Regulamento Administrativo n.°5/2017 (Seguro obrigatório de responsabilidade civil profissional dos prestadores de cuidados de saúde) vai entrar em vigor no dia 26 de Fevereiro de 2017. São obrigados a contrair este seguro todos os prestadores de serviços de saúde, pessoas singulares ou colectivas, que desenvolvam actividades de prevenção, diagnóstico, tratamento ou reabilitação na área da saúde no sector público ou privado, conforme o previsto no artigo 4.° do Regime jurídico do erro médico. Para inquirições, podem contactar a AMCM, durante o horário de trabalho, através das seguintes linhas telefónicas 83592265 / 83592221 / 83592236, ou durante os fins-de-semana ou feriados pelo telefone 66518453 (09H00-13H00 e 14H30-17H45), ou através do e-mail (dsg@amcm.gov.mo). Para mais informações, podem consultar o “website” da AMCM (www. amcm.gov.mo). Macau, aos 21 de Fevereiro de 2017.

Conselho de Administração da Autoridade Monetária de Macau


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LIGA DE ELITE

golo e foi o que fez com bastante determinação dispondo de várias oportunidades para chegar ao empate, nesta fase do jogo. Ora com os passes longos do camisola 8 do CPK ou jogando dentro do bloco do meio campo do Monte Carlo por Diego Patriota , iam aproveitando as costas dos laterais do Monte Carlo que apresentavam alguma fadiga. Aí apareceram os extremos do CPK em grande nível, na es-

querda Akio Orlandini e na direita Lam Ka Seng , transportavam a bola em velocidades para zonas de finalização onde aparecia o grande problema de momento deste CPK , a falta de um ponta de lança que dê seguimento à boa organização ofensiva que vem apresentado. Como se diz no futebol “quem não marca sofre “ e num erro do guarda-redes Domingos Chan a equipa de Cláudio Roberto chega

ao segundo golo “matando” o jogo apesar dos esforços da equipa negra. Com este resultado o Monte Carlo é o novo líder isolado do campeonato contando com vitórias em todos os jogos ao passo que o CPK cai para 4º lugar .

MACAU BOLINHA BOLÃO

A segunda parte começava com a necessidade da equipa de Inácio Hui ter que correr à procura do

Há líder isolado

EQUIPA DA SEMANA

ATRÁS DO PREJUÍZO

ANÁLISE da jornada por João Maria Pegado

TATIANA LAJES

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O regresso do futebol ao estádio da taipa , a 4ª jornada fica marcada pela falta qualidade dos jogos realizados, talvez devido às horas desmotivantes que se realizam , a luz do dia dava algum brilho e colorido ao espectáculo trazendo mais espectadores ao estádio que com este factor motivava mais os intervenientes, mas infelizmente não é só isso . A nível do jogo, a qualidade que o futebol de Macau vinha a elevar parece que este ano decresceu, com jogos mais disputados no coração e na força em vez da razão e do técnico/táctico. As evidentes culpas vão para quem organiza , a associação de futebol de Macau da forma leviana , quase a roçar a negligência ,com que trata de proteger o seu produto, o futebol. Salve-se os outros agentes desportivos , presidentes, equipas técnicas e sobretudo os jogadores que em situações muito difíceis vão tentando fazer o melhor que podem e sabem. No único jogo que escapou à mediocridade dos restantes , esteve o jogo que punha a liderança isolada em disputa , CPK 0 Vs 2 Monte Carlo. O jogo começou sem grandes riscos de parte a parte , com o CPK com alterações relativamente ao último jogo na forma de jogar e nos jogadores que subiram ao relvado de início. Ronald que tinha sido um dos melhores no jogo anterior não esteve no onze inicial. A equipa de Inácio Hui alterou o vértice do seu meio campo , baixando Bruno Figueiredo para o lado de Pedro Clementes de forma a construir jogo a partir daí. O Monte Carlo por seu turno ao perceber essa nova forma de jogar por parte do CPK desceu as sua linhas para impedir os lançamentos longos para as costas dos seus laterais , transformando a linha de 3 centrais em 5 homens o que impedia a largura por parte do ataque do CPK, apostando num meio campo muito forte com Anderson De Oliveira na cobertura de Keverson Cardoso e de Lenandro Tanaka que nunca permitiram a equipa adversária jogar dentro do seu bloco do meio campo , transitando para o ataque rápido explorando a profundidade que era oferecida pelo CPK . Foi exactamente num desses lances com a bola nas costas da linha defensiva que o Monte Carlo chegou ao golo da autoria de Hougaro Da Silva. Chegávamos ao intervalo com a vantagem da equipa canarinha.

DESPORTO

OUTROS DESTAQUES

Nos restantes jogos destaque para o Kei Lun 3 Vs 1 KA I que sobe ao 2º lugar com os mesmos pontos , 10 , que o Benfica de Macau 9 Vs 1 Development , que vem dar enfâse ao que foi dito no início do artigo. Como é que não se protege uma equipa de jovens que serão o futuro de Macau a nível de futebol, que crescem no ambiente de sucessivas derrotas, que motivação terão para continuarem a evoluir num espaço competitivo que não é o deles. No meio da tabela o Cheng Fung voltou às vitórias , Cheng Fung 2 Vs 1 Sporting Macau, no entanto a equipa verde e branca vendeu cara a derrota , sofrendo no último minuto o golo do empate, quanto à Policia teve a sua segunda vitória seguida , Policia 2 Vs 0 Lai Chi, empurrando os Velozes para o último lugar com zero pontos.

JOGADOR DA JORNADA • #20 NICHOLAS TORRÃO (SMB) Impressionante a capacidade de finalização do avançado do Benfica. Ontem fez um poker, na semana passada um hatrick. É sem duvida do melhor que Macau tem nesta posição.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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Amélia Vieira

A tarde serena

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tão longínquo que, por o termos esquecido, falecemos. Os antigos anacoretas do deserto não tomavam qualquer alimento antes do pôr-do-sol. Havia a ideia de que a combustão em pleno dia faria dos seus seres pessoas tristes e com súbitas angústias. As tardes deviam por isso ser amenas e de desejos carregadas para atravessarem a noite. Nela, não havendo matéria combusta em face dos solares raios, tudo lhes faria bem quando se afundassem nas areias do deserto. Estes homens viviam em condições absolutamente excepcionais e tendo em crer que o facto de não cansarem os órgãos e estando sem fontes energéticas alimentares durante o dia os tivesse predisposto a uma alegria e bem-estar que só os que interrompem o ciclo vital dão provas. As sociedades da abundância são altamente cancerígenas e a probabilidade de um contágio massivo implica cada vez mais a não permanência. Olhar o cancro gigante que tal como as economias se multiplicam por segundo em células e MONET, A SENHORA MONET E O FILHO

ROSSEGUIMOS calmamente num brando tempo que só tem anos e muitas ausências como companhia e, se a nossa vida iguala a vida de um outro ser vivente, é porém a nossa história que a assina como elemento único e triunfal, sem a noção de que vivemos por algo que valha a pena: as tardes, mesmo serenas, podem ser indizíveis abismos. Já não conseguimos aquela «Invenção do Dia Claro» nem aquela mãe que Almada não conhecera nos passa agora a sua mão pela cabeça onde em jeito de feliz instante fica tudo tão verdade! As mães dos homens têm uma realidade feliz quando passam a mão pelas cabeças dos seus filhos, cabeças que estremecem com a dor de épocas tão severas e a exigência de um mundo tão letal em cada um de seus pensamentos. Mas há quem nem tardes serenas no burburinho dos dias possa ter e dela tem consciência enquanto manifestação de serenidade. Há quem viva numa multitude de anseios tão continuados como se fora uma máquina operante no seio de toda a turbulência de forças que se anulam. Há seres muito desgraçados e que quase não entendem toda a vasta inutilidade de uma ordem social que os tende a projectar assim para o esquecimento inequívoco de si mesmos. Talvez que aqui não haja confronto ou projecção: o ser vive enfim a ordem do seu grupo como condição elementar e a vida é um roteiro de ínfimas possibilidades de autonomia e distinção. Vive-se num programa que acontece por dever e também um básico instinto de sobrevivência onde estão ainda inscritos os genes da fome. Os tempos da serenidade não serão aqueles cuja função seja abastecermo-nos mas, tão-somente, os de estar desperto sem casualidade alguma, sem esta autofagia que nos devora se a outros não comermos. Quem serena num período entre o nascer e o morrer, ainda aqui? Somos predadores e isso deixa-nos exaustos para retirar das tardes o bem-estar em outra forma que sabemos algures vir a ser capazes - sabendo pela mesma forma - de que não somos capazes ainda com esta forma. Se fazemos exercícios, auscultamos o que de nós é apenas um projecto sem a noção concreta dessa longínqua mudança. Em todo o caso, caminhar no tempo vai-nos desabituando-nos do movimento contínuo, porque o organismo se prepara remotamente para morrer: quando chegados, já deixámos o movimento num local

Olhar o cancro gigante, que tal como as economias se multiplicam por segundo em células e contaminam tudo, é sem dúvida um duro golpe na esfera da serenidade contaminam tudo, é sem dúvida um duro golpe na esfera da serenidade. Mais patético parece ser os que se passeiam com a doença por entre frases e amostras de partes “tratadas” é de facto um espectáculo tão degradante quanto para cada um que o contempla. Poder-se-ia pensar que as inúmeras populações reformadas usufruíssem de um espaço onírico, mergulhado já nas contemplações e na recusa ao imenso trabalho do movimento, mas não: elas

movimentam-se para testarem a si e aos outros a evidência da sua destreza, mas os seus movimentos são tristes e ninguém consegue extrair daqui uma manifesta noção de bem-estar, correm tristemente, e ao vê-los, com seus fatos de ginásio, adensa-se-me uma angústia que não poderiam entretanto compreender. Depressa passamos para uma caricatura ambígua de criança e, sem nos lembrarmos da dignidade intrínseca daquilo que significou viver, os seres se entregam a uma orquestração que não é o local que o tempo talha para nós. A felicidade em torno de uma ideia aglutinadora resulta em bons encontros e intensificam laços entre aqueles que amiúde se contemplam numa intensa noção de partilha que pode bem ir desde um portão de jardim onde se arrozeira o muro que um amigo apara ou a uma leitura matinal como uma perdida oração de grupo. As formas de estar junto definem sempre o melhor do bem-estar. Chegados às tardes que serenam, ninguém, cujo merecimento conquistado seja um valor, deve arrastar a náusea do dever com horas marcadas para as actividades do dia. Dizia o velho anacoreta do deserto: “Nada é mais temível do que os movimentos desordenados que perturbam os corações.” Sem dúvida, e o exemplo está nos anciãos que o deserto amansa com suas finas areias e intempestivos ventos. Os arrebatamentos mergulham-nos no desregramento e não raro há uma certa bestialidade no escancarado sorriso das estranhas vitórias, que produzem sorrisos de morder, com placas de ouro fino onde se distende uma certa perversão... Somos tenazes quando sofremos, é certo, é uma compunção e isso arrasta-se mais que as coisas boas, é que a gravidade do mal nutre nas nossas consciências um efeito de expansão, quase nos esquecemos de situações fantásticas soterrados que estamos com tais pesares. Entre tão incipiente destino corre a maravilha, por nós, que carregados de outros não serenamos e, com tanta escolha, acontece-nos confirmar que não temos par. Talvez mesmo que uma das conquistas mais bonitas seja não ter opinião, preferências ou fazer julgamentos. A liberdade exige de nós a distância daqueles que a vão sempre buscar mais além. Por aqui, morre-se intranquilo. «Porém o aguardar, supondo que é essencial, fundamenta-se no facto de nós pertencermos àquilo porque aguardamos».


13 hoje macau terça-feira 21.2.2017

máquina lírica

Paulo José Miranda

Singularidade e nada Q

UANDO chegamos ao Tártaro, aquilo que primeiro nos damos conta é da linguagem. Damo-nos conta de que ela existe como textura, como material, como algo que está diante de nós e é necessário apreciar, ou não, pois a linguagem neste livro está nos antípodas da linguagem do quotidiano, da linguagem que usamos no dia a dia, ainda que seja para expressar sentimentos profundos. O primeiro verso do livro mostra-nos logo isso mesmo: “É-se um pano impoluto / (...)”. Não estamos a falar do uso de palavras difíceis ou eruditas ou que a linguagem chegue mesmo a um hermetismo. Não. A linguagem é tão somente aquotidiana. A pergunta que agora faz sentido ser feita é: e esse aquotidiano da linguagem é somente um jogo retórico ou tem um sentido mais profundo? Parece que começamos a encontrar uma boa resposta com este verso: “Alma à escâncara, /(...)”. A alma, assim, à escâncara faz-nos parar. Não pela dificuldade da palavra, mas por ser incomum. Repare-se que não estamos diante de uma metáfora, estamos diante de um mostrar melhor a alma, de lhe encontrar um modo dela fazer sentido num poema. Se pensarmos bem, uma alma fica melhor à janela do que entre quatro paredes. Mas à janela não é o mesmo que à escâncara, porque nenhuma palavra substitui outra, como nenhuma pessoa substitui outra. Dizer as pessoas são todas iguais é como dizer que uma palavra substitui outra. Nesta poesia, de Catarina Santiago Costa, as palavras são insubstituíveis; nenhuma ocupa em nosso coração, no verso, o lugar de outra. As palavras aparecem estranhas para que reparemos nelas, para que reparemos melhor no que está a ser escrito. A estranheza tem esse poder de curto-circuitar o modo habitual de andarmos desligados do que nos acontece e do que lemos. Apesar da técnica, isto é, do modo peculiar da poeta tratar os seus poemas, o uso de palavras longe do seu uso quotidiano, ou mesmo do uso em poemas que não os dela, não se prende com musicalidade, com prosódia, com ritmo, mas com o sentido, apesar do verso “– ouço o que cantas, não o que dizes.”. O sentido é tudo, nesta poesia, embora à primeira vista, a um olhar mais precipitado, possa parecer tratar-se de retórica. Sem dúvida, a linguagem confere singularidade a este livro, mas a singularidade desta linguagem não é um jogo de linguagem, mas uma existência de linguagem, um existir na língua ao avesso do existir no mundo. E deriva daqui, deste avesso, esta técnica particular da linguagem. Não se inventam palavras ou artifícios linguísticos por desporto, por ser diferente, mas por se ver na linguagem do mundo, na linguagem dos dias a cara do mundo, a cara dos dias, que aterram, adivinha-se, a poeta. Por isso, a questão fundamental neste livro pode ser enunciada de modo interrogativo, nestas duas perguntas: como dizer a estranheza do mundo com as palavras do mundo? Como dizer o nada enunciando as coisas? Escreve no último poema: As coisas inexistem porque estamos não-aqui, (...) ao final de um dia qwertico.” Só assim, de um modo de quem se vira do avesso, Catarina dá conta do mundo, dá conta de si, dá conta da realidade que tem de carregar aos ombros de um corpo que lhe deram, ao ombros da consciência de ter um corpo que lhe deram e que tem de carregar pelos dia

alguém que carrega uma dor de corno da vida, ou da imagem que tinha de si na vida. Estamos diante de um livro que assume a vida como o lugar aonde se tem de ir, por onde se tem de passar apesar de tudo. Há que ir à vida, não há nada a fazer. Ir à vida é como ir trabalhar. Levantamo-nos, sem querer, e lá vamos ao trabalho, à vida, expostos intempérie dos sorrisos desastrados e das palavras porcas, de tanto se usarem sem serem lavadas, sem serem renovadas, sem serem pensadas. A vida para a maioria de todos nós é assim como ela a canta, um tártaro, porque a poeta não fala da vida dela, fala da nossa vida, daqueles que não têm privilégios, quer seja material quer seja ideal, de não se dar conta das dores de existir, por exemplo. E num dos poemas mais rente aos muros do quotidiano da linguagem, escreve:

afora. Todos nós temos esse fardo, com maior ou menor consciência. E quem escreve para apagar-se a si e ao mundo, escreve assim: Esquecer não é mudar de pele, semear epiteliais no tapete, pelos lençóis, pelas almofadas, na água que me lava, não é passar um obsessivo pano onde os teus dedos pousaram, naquilo que pressionaram e vergastaram. Esquecer é cirandar com erupções tapadas, assustar memórias, despejá-las como a uma família cigana em propriedade alheia. É negar dias, negar filhas, recusar víveres, lacrar a vagina, engolir idioma e língua, fazer dos olhos salinas – ver nada, ver-me agora nada. O poema não começa nem termina na citação acima, mas dá para ver bem que o título do livro lhe assenta como uma luva, Tártaro, a parte do mundo onde se vive o pior, para onde os deuses enviam aqueles que odiavam. Negar tudo, a si e ao mundo, ver-se nada, é uma forma de viver o lugar que os deuses reservam àqueles que, como escreve a poeta, dormem com um cadáver (na página do livro aparece “Dormirás com um cadáver”). No fundo, e aqui é mesmo no fundo e do fundo que se fala, a vida é simples: “cada qual no seu reino de nadas.” Apesar de tudo, apesar do nada e suas manifestações em vários versos que percorrem o livro – “Daqui por diante, nada”, “– a desistência será o meu tributo.”, “cada qual no seu reino de nadas”, “Não há mais nada”, “Ignoro a morada do equívoco / mas ele é”, No entanto, tu e eu não arrulhamos nada” –, não estamos diante de um livro pessimista, muito menos de um livro de tom queixoso, umbilical, de

Ataviada com a touca branca, avental branco sobre a alva bata, a cozinheira frita as iscas ante os nossos fígados e vesículas atordoados com os copos, os salgados e a manteiga de alho de um recente passado (...) A manteiga de alho de um recente passado, ainda assim é muito melhor do que o destino da senhora “acantonada na fritadeira / nunca lhe vemos a cara / que imagino sob o signo da adstringência.” Mas a nossa tenacidade em arrancar sorrisos às pétalas, em não imaginar nada, distrairmo-nos de tudo, que é uma forma de imaginar poder haver um futuro melhor, faz-nos caminhar pelo tártaro como se não fosse o tártaro. “O dia é uma espargata, / uma ampla abertura de pernas por onde o sol desova, uma promessa de décadas (...)”. Antes de terminar com um poema de Catarina Santiago Costa, resta-me dizer que o livro não tem número de página e os poemas não têm título. A composição do livro é de Joana Pires, como usualmente nos livros da Douda Correria, e a capa é de António Poppe. És um merlo azul-ígneo, Os meus tímpanos vibram com os teus gorjeios – ouço o que cantas, não o que dizes. Pergunto-me se preferia ser magnólia pesada de folhas e flores gordas que terias por morada ou um parasita mínimo, alfaiate de bainhas de mielina, que se aconchegasse no teu cérebro, assomasse à escotilha do olho a ver-te o voo. Sairia depois pelo teu bico em sinfonia perguntando “queres que regresse?” e “sim” ou “não” seriam respostas boas desde que me mantivesses por perto. Mas é hora de chegar a termos com a dieta aérea E acolher o vazio infinito de Deus até ele forjar mar e terra.


14 (F)UTILIDADES

hoje macau terça-feira 21.2.2017

?

TEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 18 MAX 21 HUM 80-98% • EURO 8.49 BAHT 0.22 YUAN 1.16

O QUE FAZER ESTA SEMANA Amanhã TEATRO MUSICAL – “THREE PHANTOMS” Parisian Theater - Até 26/3

AQUI HÁ GATO

AMNÉSIA

Quinta-feira TEATRO | “THE CLEAN HOUSE” PELA ASSOCIAÇÃO TEATRO DE SONHO Centro Cultural de Macau - Até 26/02

Diariamente EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1 EXPOSIÇÃO “52ª EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO DA VIDA SELVAGEM DO ANO”

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017) EXPOSIÇÃO “I’M TOO SAD TO TELL YOU” DE JOSÉ DRUMMOND Casa Garden Até 24/02 EXPOSIÇÃO “ENTER PLEASE” DE CATHLEEN LAU

PROBLEMA 181

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 180

SUDOKU

DE

Centro de Ciência (Até 21/02)

Amemória é uma enguia escorregadia, que escapa entre os dedos como água, que cospe indolente na cara da solidez. Por vezes pinta o mundo de irrealidade, outras vezes escapa-se para um abismo inacessível, principalmente no que toca aos sonhos. Os gatos também sonham, aliás, não fazem outra coisa. Fico sempre com um sorriso esfíngico quando ouço humanos falarem em daydreaming, em sonhar acordado. Esses são os meus dias, uma névoa dissociativa, um jogo de ambígua existência, novelos de devaneios ao qual puxo o fio sem saber o que virá atrás. Se pudesse capturar e registar todos os meus sonhos encheria compêndios de simbolismo felino, de fugidia percepção que se desperdiça com a chegada do despertar total. Se conseguisse suster aquela névoa em que ainda tenho acesso ao lugar dos sonhos, viveria muito mais, em vez de esbanjar mundos de fantasia. Mas a maior angústia é ter essa sensação de perda, de não conseguir perseguir o elusivo sonho, arrastando para o ralo todas as conexões simbólicas que fazem vibrar freudianos e junguianos. Toda uma vida nos braços de Morfeu que se perde com o despertar da mente, como um eclipse amnésico. Um mundo apaga-se e outro acorda, sobrepondo-se como astros que valsam no firmamento sob a batuta mestra de Hipnos. Durmam bem, humanos. Pu Yi

Armazém do Boi Até 26/02 EXPOSIÇÃO “WHAT HAPPENED LAST NIGHT? DE TIFFANY TANG Armazém do Boi Até 26/2

Cineteatro

C I N E M A

A CURE FOR WELLNESS SALA 1

LOVE CONTRACTUALLY [B] FALADO EM CANTONÊS COM LEGENDAS EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Liu Guonan Com: Sammi Cheng, Joseph Chang 14.30, 16.15, 18.00, 21.45

Com: Keanu Reeves, Ian Mcshane, Ruby Rose, Common 14.30, 16.45, 21.30

São cinco cidades que, no mesmo momento e em diferentes fusos horários, se transformam no cenário de uma viagem de táxi. São cinco visões do realizador Jim Jarmusch acerca do que se passa numa noite no mundo. De Helsínquia a Roma, com escalas em Paris e Nova Iorque, uma noite na Terra reúne um sorriso e uma boa hora de pequenas histórias que se querem rever. Do elenco constam Winona Ryder, Gena Rowlands, Lisanne Falk e Roberto Benigni num filme que, longe de uma narrativa, é um conjunto de cruzamentos entre pessoas comuns. Não sendo suficientes os argumentos, a película conta ainda com música de Tom Waits num conjunto de temas que integram o álbum homónimo. Um filme para se ver e ouvir. Sofia Mota

Filme de: Damien Chazelle Com: Ryan Gosling, Emma Stone 19.15 SALA 3

Filme de: Paul W.S. Anderson Com: Milla Jovovich, Ali Larter, Shawn Roberts, Ruby Rose 19.45

Filme de: Gore Verbinski Com: Dane DeHann, Mia Goth, Jason Isaacs 14.30, 21.12

SALA 2

FALADO EM CANTONÊS Filme de: Chris Mckay 17.15, 19.15

Filme de: Chad Stahelski

“UMA NOITE NA TERRA” (1991) | JIM JARMUSCH

A LA LAND [B]

RESIDENT EVIL: THE FINAL CHAPTER [C]

JOHN WICK: CHAPTER TWO [C]

UM FILME HOJE

A CURE FOR WELLNESS [C]

THE LEGO®BATMAN MOVIE [A]

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Cabrita; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


15 hoje macau terça-feira 21.2.2017

sexanálise

O namoro dos solteiros

TOM FORD, A SINGLE MAN

TÂNIA DOS SANTOS

S

E uma coluna dedicada ao sexo se esquece de escrever sobre o namoro em plena semana de dia de namorados... dá que desiludir. Em vez de reflectir sobre o namoro, saiu-me sobre a prostituição! Não deixa de ser um tema relevante para o dia dos namorados também, mas algo irónico que tenha sido publicado no dia dos amores uma perspectiva sobre a instrumentalização sexual. O amor vem depois. Claro que o dia dos namorados pode dizer mais a uns que outros, depende da vossa propensão para celebrar festividades que justificam a compra de prendas ou organização de pequenas surpresas. O Natal é todos os dias, o dia dos namorados é todos os dias, já bem sabemos. Mas parece que há uma tendência para haver cada vez mais dias mundiais de qualquer coisa para, enfim, pensarmos em certos produtos, práticas ou desgraças. O namoro foi no dia 14, por isso, pronto, ok, tudo bem, vou pensar nisso! Não fosse o dia dos namorados (por mais céptica que fosse) um dia um tanto ao quanto causador de ansiedade durante a minha adolescência. Não, eu não recebia milhares de cartas de amor, nem me eram entregues poemas de admiradores anónimos, muito menos tinha milhares de namorados por onde escolher. O dia dos namorados era

vivido como uma desgraça social e uma conquista pessoal por estar ‘parcialmente’ nas tintas. Na minha adorável adolescência (note-se que adorável está carregada de puro sarcasmo, nenhuma adolescência é adorável) eu construi uma ideia de namoro que permitia tornar séria a ideia de compromisso. Se se gostava ‘mais ou menos’ de pessoas, o namoro parecia a última escolha possível. As outras opções são amizades coloridas, as curtes ou as brincadeiras sem compromissos. O namoro, na minha cabecinha pré-adulta era uma coisa séria, nada tinha que ver com corações e rosas a serem oferecidas no dia 14 de Fevereiro. Muito maduro da minha parte, não é? À primeira vista, até parece que sim, mas era muito fácil cair em assumpções de que a seriedade nada tinha que ver com nada. Pois, na verdade, era a minha impossibilidade de conseguir um namorado que justificava a ausência de companhia amorosa, e pronto. Será que isto vos soa familiar? O dilema amoroso que vagueia entre ‘a pessoa ideal ainda não apareceu’ e ‘a culpa é minha

O amor, o desamor e a solteirice acontece todos os dias de formas diversas e complexas. Corajoso de quem vive a sua intimidade e preferência, mesmo no dia dos namorados

se eu não consigo encontrar ninguém’? A verdade é que a procura amorosa vive deste equilíbrio mesmo (nunca das extremidades), entre ter a sorte de encontrar alguém e estar disponível para receber alguém. Contudo, e infelizmente, vivemos numa sociedade que de alguma forma ou de outra nos pressiona a sermos não-solteiros. Não ter um namorado, uma esposa, uma companhia para o agora (já nem digo para a vida, porque bem sabemos que nada é para a sempre) é problematizado, como se tivéssemos uma deficiência relacional qualquer. Pois guess what? Não vivemos numa sociedade muito cooperante de qualquer forma, cada vez somos mais individualistas e senhores do nosso umbigo (ai que tragédia que é sermos responsáveis por outros seres humanos!). Por isso é muito natural que ter um relacionamento não seja a prioridade número 1 de muitas gentes por esse mundo fora. Acontece que o dia dos namorados relembra-nos que estamos/somos solteiros e isso aparentemente pode ser mau, mas não se apoquentem. As iniciativas por uma vida solteira com dignidade são mais que muitas. E existem soluções provisórias para não nos termos que nos preocupar com as desnecessárias pressões para arranjar uma cara metade, por alguma razão que há agora namorados de aluguer para enganar os pais no ano novo chinês. Ou existem websites onde procuramos desde o amor até alguém com quem possamos divertirmo-nos. O amor, o desamor e a solteirice acontece todos os dias de formas diversas e complexas. Corajoso de quem vive a sua intimidade e preferência, mesmo no dia dos namorados.

OPINIÃO


U

M ex-polícia filipino admitiu ontem a existência de “esquadrões da morte” dirigidos por Rodrigo Duterte quando este era presidente da câmara de Davao e acusou o Presidente do país de contratar assassinos a soldo para matar opositores. “O esquadrão da morte de Davao é real”, assegurou Arturo Lascañas, agente da polícia nacional até ao passado mês de Dezembro numa conferência de imprensa transmitida pela televisão no Senado. O ex-polícia, que compareceu no Senado a pedido do grupo de assistência legal gratuita sob a égide da ONU, assegurou que “por cada morte, o presidente da câmara Duterte pagava-nos 20 mil pesos (375 euros) e por vezes 50 mil (935 euros) ou 100 mil (1.875 euros)”.

teus versos embebidos no vermelhão dos lábios/ó peipa-chai da rua desabrochada/a barca de flores continua a navegar/em lençóis de alvo linho”

Jorge Arrimar

Os pesos da morte Duterte acusado de ordenar assassínios enquanto presidente de câmara

No caso do líder religioso, Jun Barsabal, assassinado em 1993 por alegada ocupação ilegal de terras, o ex-polícia confessou que o então presidente da câmara lhe deu ordem directa para “o matar”.

Lascañas acompanhou a sua confissão com uma declaração em que assegurou que está disposto a declarar o mesmo perante qualquer organismo governamental, incluindo o Senado.

“Por cada morte, o presidente da câmara Duterte pagava-nos 20 mil pesos (375 euros) e por vezes 50 mil (935 euros) ou 100 mil (1.875 euros).” ARTURO LASCAÑAS EX-AGENTE DA POLÍCIA NACIONAL

A câmara alta já investigou no ano passado o tema dos “esquadrões da morte de Davao”, a que são atribuídas mais de mil mortes, sem que fossem encontradas provas suficientes para demonstrar a sua existência. A inesperada declaração de Lascañas pode servir para recuperar o caso depois de outro ex-membro dos esquadrões, Edgar Matobato, ter acusado pela primeira vez Duterte de assassínios, no passado mês de Dezembro.

A VERDADE DA MENTIRA

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O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, garantiu ontem em Bruxelas que a administração de Donald Trump tem o «forte compromisso» de prosseguir a cooperação com a União Europeia, porque Estados Unidos e Europa «partilham os mesmos valores». «Hoje é meu privilégio, em nome do Presidente [Donald] Trump, expressar o forte compromisso dos Estados Unidos em prosseguir a cooperação e a parceria com a União Europeia. Independentemente das nossas diferenças, os nossos dois continentes partilham a mesma herança, os mesmos valores, e acima de tudo, o mesmo objectivo : promover a paz e a prosperidade através da liberdade, da democracia e respeito pelo Estado de Direito, e nesses objectivos continuaremos comprometidos», disse Mike Pence após um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Taiwan protestou contra a decisão de Espanha de deportar mais de 200 taiwaneses, suspeitos de fraude de telecomunicações, para a China. A acção tomada por Espanha é a mais recente de um Governo para deportar taiwaneses para o ‘rival’ da ilha. O ministério taiwanês disse num comunicado no domingo que “lamenta profundamente” a decisão do Governo espanhol de aceder ao pedido de Pequim para extraditar 269 taiwaneses e chineses, detidos em Dezembro em Espanha. Os meios de comunicação de Taiwan disseram que mais de 200 são cidadãos da ilha. As autoridades da China dizem que os casos devem julgados no seu país porque os seus cidadãos foram burlados em milhões de dólares.

Arturo Lascañas

TRANSPORTES METRO DE PEQUIM VAI CHEGAR À PROVÍNCIA DE HEBEI UATRO novas linhas de metro vão conectar Pequim à província vizinha de Hebei, parte de um plano que visa criar uma mega-metrópole com 110 milhões de habitantes e mais de 200 mil quilómetros quadrados. Trata-se de um território com mais do dobro da dimensão de Portugal continental, que incluirá ainda a cidade portuária de Tianjin, e será designado Jing-Jin-Ji. Segundo o jornal oficial China Daily, três das quatro novas linhas de metro ligarão Pequim e diferentes partes da cidade de Langfang, na província de Hebei.

EUA MIKE PENCE ASSEGURA EM BRUXELAS COOPERAÇÃO COM UE

ESPANHA TAIWAN CONTRA DEPORTAÇÃO DE 200 CIDADÃOS PARA A CHINA

Lascañas, que foi um dos polícias mais próximos de Duterte nos seus mais de 20 anos como presidente da câmara de Davao em vários períodos desde 1988 até 2016, tinha negado no passado mês de Outubro no Senado a existência dos esquadrões da morte. Entre palavras de arrependimento e lágrimas, o ex-agente qualificou ontem a sua anterior declaração como “total mentira” e confessou a sua participação em alguns dos assassínios presumivelmente ordenados pelo actual Presidente do país. Em concreto, Lascañas explicou como Duterte lhe deu três milhões de pesos (56.025 euros) para contratar um assassino a soldo que, após duas tentativas falhadas, acabou em 2003 com a vida de Jun Pala, um comentador de rádio crítico da gestão do então autarca.

Q

terça-feira 21.2.2017

A distância entre o centro da capital chinesa e Langfang é de cerca de 60 quilómetros - o equivalente a ir do Porto a Aveiro. A modernização do sistema de transporte irá ajudar a deslocar para fora de Pequim indústria e serviços, segundo o plano, citado pelo China Daily. A rede de metropolitano de Pequim é já uma das mais extensas do mundo, com quase 600 quilómetros divididos em 18 linhas - a distância de Lisboa ao Porto. Em Novembro passado, a Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o organismo máximo chinês encarregado da

planificação económica, aprovou a expansão das ligações ferroviárias entre Pequim, Tianjin e Hebei, avaliada em 247 mil milhões de yuan. O projecto consiste em nove linhas ferroviárias, com uma extensão combinada de 1.100 quilómetros, e que deve estar concluída até 2020. A criação desta mega-metrópole visa resolver o problema de sobrelotação da capital chinesa, sede de um município com mais de 21 milhões de habitantes, e criar um pólo económico que compita com Xangai, centro financeiro da China, e Guangdong, província industrial no sul.

FILIPINAS PELO MENOS 14 MORTOS EM ACIDENTE COM AUTOCARRO

Pelo menos 14 pessoas, a maioria estudantes universitários numa viagem de campismo, morreram quando o autocarro alugado onde seguiam perdeu os travões numa estrada inclinada e embateu contra um poste, informaram as autoridades filipinas.Darlito Bati Jr., das forças de segurança locais disse que dez das vítimas morreram no local e outras quatro em dois hospitais após o acidente na cidade montanhosa de Tanay, na província de Rizal. Bati, que ajudou a retirar os corpos, disse à agência Associated Press que mais de 40 outros jovens ficaram feridos e foram levados para hospitais, e que muitos estavam em estado crítico.


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