DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
MOP$10
SEGUNDA-FEIRA 21 DE MARÇO DE 2016 • ANO XV • Nº 3536
TIAGO ALCÂNTARA
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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
hojemacau
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BENFICA
Lei Sindical não traz vantagens O deputado e empresário olha com desconfiança para a possibilidade de uma Lei Sindical, receoso de que “greves a qualquer hora” afastem o investimento estrangeiro. Chan Chak Mo admite que talvez seja altura de se retirar e deixar avançar os mais novos.
ELEVADOR DA GLÓRIA LIGA DE ELITE
NAUFRÁGIO
Um mar de dúvidas PÁGINA 7
OPINIÃO Confidencial ou seguro DAVID CHAN
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A grande mensagem GUO XI
CENTRO DE DOENÇAS
A incógnita dos números PÁGINA 8
SOFIA MOTA
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CHAN CHAK MO
GONÇALO LOBO PINHEIRO
ENTREVISTA
MÁRIO LAGINHA
CAMINHOS DA MÚSICA EVENTOS
2 ENTREVISTA
CHAN CHAK MO DEPUTADO E DIRECTOR-GERAL DO GRUPO FUTURE BRIGHT
Como empresário, Chan Chak Mo admite que a existência de uma Lei Sindical não ajuda em nada. O deputado diz não ter “coragem” para falar sobre essa lei, uma vez que tem negócios, e considera que esta não vai melhorar as relações laborais porque “os trabalhadores podem fazer greve a qualquer hora”. Chan Chak Mo admite que talvez esteja na hora de deixar o lugar para os mais novos por ter um pensamento “conservador”
“Lei Sindical não significa melhores relações laborais” Estava envolvido no projecto do parque temático da Hello Kitty no Cotai, em conjunto com a Sociedade de Jogos de Macau. O lote foi um dos 16 que escaparam à declaração de caducidade. O projecto tem algum avanço? Já não estou envolvido em nada neste projecto, não sou responsável por ele, portanto não sei nada sobre o lote. Desde quando? Se calhar consideraram que já não tinha condições para cooperar com eles, ou outras pessoas apresentaram ideias melhores do que as minhas. Não assinámos contrato e eu apenas pensava em ajudar. Agora, a SJM é que se responsabiliza pelo projecto, tem de perguntar à Angela Leong (directora-executiva da empresa). A concessão de terrenos tem sido uma questão polémica e existem conflitos entre os concessionários e o Governo, como por exemplo no caso do Pearl Horizon. Como avalia a situação? A Lei de Terras precisa de ser revista? Nesse caso não posso dizer quem está correcto, ou errado. Cada caso é diferente. Quanto à recuperação de terrenos não aproveitados, o Governo deve fazer isso de acordo com a lei. Eu acho que a Lei de Terras não permite que as pessoas aproveitam lacunas: quando o período de lotes expira e a licença de habitação ainda não foi emitida, devem ser recuperados. Mas é inevitável que os casos vão a tribunal, porque tanto os concessionários como o Governo consideram que são quem está correcto. Então, aí, deixa-se os tribunais tomar uma decisão e depois ainda há a hipótese de apresentar recurso. Em todos os lados do mundo existe esta situação, mas vale a pena pensar se as pessoas de Macau vão cada vez mais a tribunal e se acumulam cada vez mais casos. Mas existem deputados que pedem a revisão da Lei de Terras com o objectivo de implementar
um período de transição para os terrenos não desenvolvidos conforme os seus contratos. Se se permitir essa flexibilidade, deve ser por causa do interesse público. A definição de interesse público é muito abrangente, mas o que será isso? [A construção de] um edifício habitacional? Claro que não, nem é o Pearl Horizon. Penso que o interesse público tem que ser a construção de pontes, estradas, escolas, hospitais. A actual Lei de Terras exige isso porque antigamente as pessoas consideravam que o Governo mostrava demasiada flexibilidade nas concessões de lotes e suspeitava-se da eventual troca de interesses. Hoje em dia já demos esse passo, porque é que andaríamos para trás? Foi nomeado recentemente um dos membros do Conselho de Renovação Urbana. Existem opiniões que suspeitam da composição desse grupo porque muitos são do imobiliário, comercial e de construção. Qual é a sua opinião? Pelo que sei, os membros foram convidados em nome de associações e não individualmente, só que a lista foi publicada com os nomes
“O reordenamento dos bairros antigos deverá ser o trabalho prioritário do Conselho [de Renovação Urbana] e precisamos de fazer um projecto piloto. Mas não é fácil, porque a lei [da Renovação Urbana] tem que avançar primeiro”
“Como as receitas de Jogo diminuíram mais de 30% no ano passado, se não se mantiverem as salas de fumo, o impacto será grande” dos representantes, incluindo os operários, moradores, os sectores imobiliário, económico, jurídico, cultural e de construção. Mas como é que se tem uma proporção apropriada? Não sei criticar, mas penso que os membros já são profissionais experientes que podem contribuir com ideias. Não me parece que os membros sejam apenas desses sectores [de que fala] e que possam controlar os trabalhos do Governo. [No Conselho] falamos de todo o planeamento urbano, não detalhadamente de cada terreno ou de cada concessão de obra. Não estou a ver como é que o que estamos a fazer vá beneficiar especialmente um sector ou um indivíduo no futuro. O Governo apenas recolhe as opiniões, tira conclusões e gera consenso entre todos. Mas a renovação urbana está ligada ao reordenamento dos bairros antigos. Estão a ouvir opiniões de moradores destes bairros? O reordenamento dos bairros antigos deverá ser o trabalho prioritário do Conselho e precisamos de fazer um projecto piloto. Mas não é fácil, porque a lei [da Renovação Urbana] tem que avançar primeiro. A antiga proposta de Lei de Reordenamento dos Bairros Antigos foi discutida na 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), a que presido, apontamos problemas e chamamos o Governo a retirar a proposta, em 2013. Havia grandes
vários problemas: a Lei de Salvaguarda do Património Cultural, a Lei de Planeamento Urbanístico e a nova Lei de Terras estavam em discussão ao mesmo tempo. Achávamos que o facto dessas leis ainda não terem sido aprovadas [na altura] não iria permitir que a Lei de Reordenamento dos Bairros Antigos poderia ser aprovada. Como é que podia ser? Além disso, a definição de “bairros antigos” dependia apenas da idade de edifícios, mas há edifícios ficam nas zonas de protecção do património cultural, como se lidava com isso? E mais: o papel do Governo era muito passivo. Agora, as três leis já entraram em vigor. É hora de legislar o reordenamento dos bairros antigos novamente? Em princípio deve ser sim, mas depende do ângulo do Governo. Porque a lei deve avançar primeiro e depois o Conselho da Renovação Urbana deve apresentar sugestões ao Governo. Uma das propostas de lei que a 2.ª Comissão Permanente da AL está a analisar é o Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo. Mas não há novidades desde o final do ano passado. Como está a situação? Na realidade, esta lei não é difícil, mas a Comissão está a analisar muitas informações, tal como a influência da proibição total de tabaco em casinos na economia de Macau. Como as receitas de Jogo diminuíram mais de 30% no ano passado, se não se mantiverem as salas de fumo, o impacto será grande. Duas associações do sector pediram para reunir-se connosco. A Comissão acha que existem pontos muito irracionais e o não permitir manter salas de fumo nas lojas onde se vendem charutos [é um deles]. Um representante de vendedores queixou-se de que é impossível aos clientes não provar [o charuto]
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antes de comprar e estas lojas podem vir a ser fechadas com a aprovação do Regime [que vai proibir salas de fumo]. Há ainda vários pontos que vamos apresentar ao Governo, depois de sintetizarmos todas as opiniões. Na verdade, manter as salas de fumo nesse tipo de lojas não afecta os outros. Mas o Secretário para Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, tem defendido insistentemente a proibição total do tabaco. Sendo o presidente da Comissão, como lida com a divergência de opiniões? O Governo diz sempre que tem uma atitude aberta. Nós só podemos recolher informações e sintetizar as opiniões para as entregar ao Governo. A decisão política está do lado dele. Quando é que prevê que a análise desta proposta de lei esteja concluído? Espero que antes de acabar esta sessão legislatura, em Agosto. Sobre a Lei Sindical. A proposta foi reprovada pela sétima vez em Janeiro deste ano. O deputado também votou contra. Argumentou na altura que não estamos a ser pressionados pelo Governo Central para a criação desta lei, nem a violar a Lei Básica. Mas na realidade, a China tem uma Lei Sindical. Não considera que o sistema jurídico de Macau está muito atrás de outros? Não tenho coragem de falar nisso porque sou empresário. Mas considero que agora os sindicatos podem fazer muitas coisas: são associações legais e recebem muitas queixas. Sendo empresário, a Lei Sindical não traz vantagens para a economia, mas traz muitas vantagens para os sindicatos, sobretudo porque lhes dá direito de negociação colectiva e de fazer greve sem os trabalhadores serem despedidos. Mas uma coisa: será verdade que existem muitos conflitos laborais e que os trabalhadores estão a ser demasiado explorados? Não estou a ver isso, porque a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) existe totalmente para apoiar os trabalhadores e está a funcionar muito bem.
“Será verdade que existem muitos conflitos laborais e que os trabalhadores estão a ser demasiado explorados? Não estou a ver isso, porque a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) existe para apoiar os trabalhadores e está a funcionar muito bem”
Mas existem trabalhadores que se preocupam sobre as repercussões junto dos empregadores caso se manifestem ou participem em actividades. Isso depende de um bom mecanismo. Agora se despedimos um trabalhador local e queremos pedir um trabalhador não residente (TNR), a DSAL pede que a gente explique as razões e pode chegar a enviar-nos
cartas de alerta. Se não temos boas razões [para despedir o trabalhador] não somos autorizados a pedir mais TNR. Mas se existir a Lei Sindical isso não significa que as relações laborais possam ser melhores, porque os sindicatos podem fazer greve a qualquer hora. Consegue imaginar? Basta um casino estar a fazer greve, como é? Pode assustar os investidores estrangeiros de fora de Macau.
“Se existir a Lei Sindical isso não significa que as relações laborais possam ser melhores, porque os sindicatos podem fazer greve a qualquer hora. Consegue imaginar? Basta um casino estar a fazer greve, como é? Pode assustar os investidores estrangeiros” O próximo ano vai ser de eleições para os deputados da AL. Vai continuar no lugar? [Depende] da minha idade, da saúde, da família, do tempo, dos negócios e das minhas contribuições. Se considerar que ainda sou útil, continuo a ser deputado. Mas existem muitas considerações, porque “as regras do jogo” para os deputados indirectos podem ser diferentes no próximo ano. Até agora ainda não tomei uma decisão, mas acredito que, com a minha idade, tenho pensamentos mais conservadores e, se calhar, devem ser os mais novos a avançar. Concorda que existam mais deputados eleitos directamente na AL? É o futuro, mas depende da Lei Básica. Agora permite a existência de deputados nomeados, indirectos e eleitos e vamos fazer [as eleições] de acordo com a lei. Mas obviamente, se o Governo quiser, pode ser mais um, dois, três ou cada vez mais eleitos directamente. Além de ser deputado é empresário. Como vê o caso de corrupção do ex-procurador Ho Chio Meng, que envolve mais dois empresá-
rios locais? O deputado Pereira Coutinho considera que é apenas a ponta do iceberg. Concorda com isso? Tudo é possível. Nunca se deve dizer nunca. Mas é preciso a investigação do Comissariado contra a Corrupção (CCAC). Não sei se envolverá mais pessoas. A queda das receitas de Jogo está menos grave, sendo que em Fevereiro apenas diminuiu 0,1% em termos anuais. Como está o seu negócio nas áreas de Restauração e Bebidas e de lembranças? Normalmente, depois do Ano Novo Chinês, os negócios ficam mais fracos durante vários meses. Todos os anos é assim, mas este ano está horrível. Como a taxa de ocupação de hotéis está apenas a 60%, nos meus restaurantes, por exemplo dentro dos casinos, os negócios caíram 20%. Parece-me que a queda menor das receitas de Jogo não ajuda o seu sector, porque este ano o movimento de pessoas está a ser menor na mesma. O mercado vai tornar-se mais positivo ou continuará a cair este ano? Penso que este ano vai ser bem difícil. Como já disse, é preciso permitir que mais turistas de outras cidades [da China] venham visitar Macau com vistos individuais, sobretudo as que estão mais longe porque isso é bom para toda a economia de Macau. O número de excursionistas caiu muito, mais de 10%, mas também não me parece que as excursões nos ajudem muito, basta olhar para as “excursões a custo zero” que apenas fazem compras e visitas [em locais específicos]. Considero que o que se pode fazer mais é no mercado das Convenções e Exposições, que tem visitantes de alto consumo, que precisam de ficar em hotéis e fazem muitas refeições quando participam nessas convenções. No mês passado, confirmou ao Jornal Tribuna de Macau que a sua empresa aceitou o pedido de baixar o valor da renda da Casa Amarela onde fica agora a loja Forever 21, por “não querer perder o negócio”. A renda mensal é de 2,4 milhões de patacas, o nível já baixou? Quanto tempo vai durar esse preço mais baixo? Estamos ainda a negociar, não posso dizer agora qual o valor. Mas prevejo que vá [descer] entre 10% a 20%. Vou ver como está a economia de Macau. O contrato de arrendamento tem um período de sete a oito anos, mas o nível de renda pode ser ajustado uma vez por ano. Flora Fong
flora.fong@hojemacau.com.mo
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DESAPARECIMENTO DE JORNALISTA NÃO É “SURPREENDENTE”. XI CADA VEZ MAIS “SOZINHO”
Avante, camaradas
O desaparecimento do jornalista Jia Jia é exemplo da forma como o Governo Chinês tem de resolver quem contra ele está. A ideia é defendida pelo activista Jason Chao, que não se mostra nada “surpreendido” com o caso. Há ainda quem defenda que Xi Jinping está cada vez mais isolado
O
activista Jason Chao e o analista Arnaldo Gonçalves não se mostram surpreendidos com o desaparecimento de Jia Jia, o jornalista chinês que desapareceu quando embarcava para Hong Kong. Foi na última terça-feira que o repórter contactou com a família. A mulher explicou, ao jornal Apple Daily de Hong Kong, que o marido lhe telefonou informando-a que estava a pouco tempo de embarcar, partindo de Pequim. Até hoje, nada mais se soube. Questionados sobre o estranho desaparecimento, familiares e amigos do jornalista receiam que tenha sido detido devido ao interesse por uma carta anónima que apela à demissão do presidente chinês, Xi Jinping. “Isto não me surpreende de forma alguma”, começa por defender ao HM Jason Chao, activista e membro da Associação Novo Macau, quando questionado sobre o caso. Esta, aponta, é a maneira que o Governo Chinês tem para lidar com aqueles que querem contar a verdade. E não acontece, continua, só com os jornalistas. Além destes, outros dos grandes alvos são os “activistas”. Jason Chao relembra vários episódios de tentativas de “tapar a boca” a quem fala contra o Governo. Exemplificando com o mais recente casos dos activistas que queriam chegar até Genebra, na Suíça, para mostrar à Organização das Nações Unidas (ONU), o desrespeito dos direitos humanos pela China. Os activistas, conta, não conseguiram chegar ao seu destino. “O Governo chinês está sempre a tentar tapar a verdade”, afirma, por isso, “o desaparecimento do jornalista não é surpreendente”. Para o comentador Arnaldo Gonçalves, este pode ser um novo caso de “censura leve”. Para o analista, o caso mostra ainda que “a luta contra a corrupção tem que ser muito balizada”, não indo contra, ou perseguindo, as pessoas que pensam diferente. Mas Gonçalves deixa também um alerta. “Acho que isto é um risco que Xi Jinping está a passar por se isolar um bocado. Acho que
“Acho que isto é um risco que Xi Jinping está a passar por se isolar um bocado. Acho que ele está a ficar sozinho. A cultura confuciana empurra um bocado para isso, para o mestre, o líder, se isolar e deixar o contacto com as pessoas, com as massas, com a população”
Jia Jia
ele está a ficar sozinho. A cultura confuciana empurra um bocado para isso, para o mestre, o líder, se isolar e deixar o contacto com as pessoas, com as massas, com a população. Até posso acreditar que não seja por vontade própria e seja o sistema a empurrá-lo para isso. Mas [Xi Jinping] está-se a isolar”, argumentou. Para Arnaldo Gonçalves, a informação parece que chega a
“O Governo chinês está sempre a tentar tapar a verdade. O desaparecimento do jornalista não é surpreendente” JASON CHAO VICE-PRESIDENTE DA ANM
Ouyang Hongliang, com quem trabalhou no passado, depois de tomar conhecimento dessa mesma carta através de uma corrente de comentários na aplicação WeChat. Questionado pelas autoridades de censura da China, Ouyang terá dito que soube da publicação da carta primeiro através de Jia, diz Wang, que revela ainda que, pouco depois, os familiares de Jia foram também interrogados. A carta começa por admitir algumas melhorias graças à campanha anti-corrupção lançada por Xi Jinping, mas de seguida ressalva que, devido à centralização de poderes pelo actual presidente - o mais forte líder chinês das últimas décadas -, se está “a assistir a problemas sem precedentes”. Politicamente, Xi “debilitou o poder de todos os órgãos do Estado”, inclusive a autoridade do primeiro-Ministro, Li Keqiang, lê-se naquela missiva.
Xi Jinping “um pouco deturpada” e leva a um conjunto de medidas pouco justificadas. “Parece que quem pensa de forma contrária ao Partido e à elite do Partido é posta de lado ou perseguida”, apontou. Arnaldo Gonçalves diz não querer acreditar que isto possa ser “um retorno ao Maoísmo puro e duro”, mas é uma situação de um “presidente isolado nesta situação”. A grande questão passa ainda por tentar perceber para que serve esta fervorosa campanha anti-corrupção. “Todos os observadores põem isto em causa. A luta contra a corrupção serve para quê? Afinal é para limpar o Partido, para eliminar os opositores internos? Parece que passámos de uma fase que era de limpar o Partido para uma de agir contra as pessoas que pensam de maneira diferente”, frisa. Este é um caso de censura “leve” e “estranha”, levando a uma clara delimitação de “quem está
contra”ou “quem pensa diferente do Partido”, considera ainda.
O QUE ESTÁ MAL
Jia Jia é um dos jornalistas chineses mais conhecidos no núcleo dos média e terá desaparecido quando se preparava para viajar desde Pequim a Hong Kong. Citado pela agência EFE, Wang Wusi, amigo e colega de Jia Jia, indicou que o seu desaparecimento poderá estar ligado ao interesse mostrado pelo desaparecido por uma carta escrita por “membros leais ao Partido Comunista Chinês”, que apelava à demissão do presidente. O documento foi publicado no portal oficial do Governo chinês “Wujie News” a 4 de Março, na véspera do início da sessão anual da Assembleia Nacional Popular chinesa (APN) e, entretanto, apagado. Wang indica ainda que o jornalista desaparecido terá entrado em contacto com o director-executivo do portal,
ARNALDO GONÇALVES ANALISTA A mesma nota refere que a política externa chinesa abandonou o princípio ditado pelo antigo líder Deng Xiaoping de “esconder a força” e aponta como exemplo a crise na Coreia do Norte e a transferência de capacidade militar dos EUA para a Ásia. No plano económico, cita a crise no mercado de capitais chinês e o excesso de capacidade de produção na indústria pesada como sinais de fracasso e critica ainda, a nível ideológico e cultural, o recente apelo de Xi à lealdade dos meios de comunicação oficiais para com o PCC. “Em resultado, camarada Xi Jinping, sentimos que não possui as qualidades necessárias para liderar o Partido e a nação rumo ao futuro e que não está apto para o cargo de Secretário-geral” do PCC, conclui a carta. Filipa Araújo (com agências) filipa.araujo@hojemacau.com.mo
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E
STÃO traçadas as metas para que Macau possa responder ao 13º Plano Quinquenal apresentado pela China recentemente, no âmbito das sessões anuais daAssembleia Popular Nacional (APN) e Conferência Consultiva Política do Povo Chinês (CCPPC). Segundo um comunicado oficial, Chui Sai On, Chefe do Executivo, garantiu que o foco está a ser feito na implementação do Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM. “O Governo está actualmente a recolher e a analisar as opiniões e sugestões da sociedade sobre o primeiro Plano Quinquenal de Macau, para as ligar à realidade da cidade e às políticas nacionais, e planear medidas concretas”, pode ler-se. Essas medidas passam pela elevação da capacidade de governação para impulsionar o desenvolvimento de Macau. “O Governo está a acelerar a reforma da Administração Pública e a simplificação do aparelho administrativo”, defendeu Chui Sai On, citado pelo comunicado. Na área da educação, o Chefe do Executivo garantiu que o Governo vai “apoiar eficientemente o crescimento dos jovens e assegurar os benefícios da população”, para além de criar “oportunidades de ensino com qualidade”. Chui Sai On espera ainda poder aproveitar as “vantagens das áreas marítimas sob jurisdição da RAEM”, o desenvolvimento gradual da economia marítima e o esforço “por proteger a ecologia marinha”. O Chefe do Executivo apelou aos dirigentes e che-
APN e CCPPC METAS TRAÇADAS PARA O DESENVOLVIMENTO DE MACAU
Optimismos nacionais
Responder a desafios, diversificar a economia e garantir boas condições de vida à população. Eis algumas linhas mestras que Macau deve seguir e que foram traçadas após as sessões anuais da Assembleia Popular Nacional e Conferência Consultiva Política do Povo Chinês
fias do Governo da RAEM que compreendam bem “os conceitos apresentados nas reuniões” da APN e da CCPC, de forma a que sejam os primeiros “a meditar sobre” essas metas, para que se consiga concretizar o “processo de desenvolvimento económico e abertura ao exterior do país”.
de Macau tem de usufruir do desenvolvimento do 13º Plano Quinquenal e melhorar, no prazo de cinco anos, o desenvolvimento”, como refere o comunicado. Ho dis-
APERFEIÇOAR O FUTURO
Edmund Ho, primeiro Chefe do Executivo da RAEM e vice-presidente da CCPPC, defendeu que “a sociedade
se esperar que o conteúdo do futuro Plano de Desenvolvimento Quinquenal de Macau sirva para “aperfeiçoar a vida da população, resolver contradições e desafios
históricos e impulsionar a diversificação adequada da economia e o desenvolvimento sustentável”. Já Li Gang, director do Gabinete de Ligação do
“O Governo está actualmente a recolher e a analisar as opiniões e sugestões da sociedade sobre o primeiro Plano Quinquenal de Macau, para as ligar à realidade da cidade e às políticas nacionais, e planear medidas concretas” COMUNICADO DO GOVERNO
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Flora Fong
LEI ELEITORAL DA AL CONSULTA PÚBLICA LANÇADA EM ABRIL
Centros de explicações Novo projecto de lei pronto este ano “Muitos pais acham que os centros de explicações têm essa função de cuidado das crianças, por isso a segurança dos estudantes nestes centros é uma coisa muito importante”, apontou. Leong Lai acredita ainda que o nível de qualidade dos professores que dão explicações nestes centros também precisa de melhorar. A directora da DSEJ mostrou-se preocupada com os recentes casos de violência contra alunos ocorridos nestes locais, tendo referido que o organismo tem vindo a
Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo flora.fong@hojemacau.com.mo
Rever para fiscalizar Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) garante que vai concluir o novo projecto de revisão do Regime de Licenciamento e Fiscalização dos Centros Particulares de Apoio Pedagógico Complementar - centros de explicações - ainda este ano. Segundo o jornal Ou Mun, a directora da DSEJ, Leong Lai, garantiu que a lei irá contemplar o funcionamento das instalações e as regras a adoptar por docentes e funcionários dos centros.
Governo Central em Macau, referiu que Pequim “espera reforçar o estatuto e funções de Macau no processo de desenvolvimento económico e abertura do país ao exterior”, com Ho Iat Seng, presidente da Assembleia Legislativa do território, a apontar que, apesar da situação geral de Macau estar estável, “é preciso olhar para o lado complicado”.
acompanhar o caso de um professor que terá agredido um aluno num centro de explicação, caso que já está a ser investigado pela polícia. “O professor do centro que bateu no aluno já foi suspenso do cargo e o centro continua a funcionar. Os meus colegas estão a elaborar um relatório sobre isso”, apontou.
O alegado caso de violência terá ocorrido num centro de explicações na zona norte. Um professor é acusado de bater num aluno com um molho de papéis enrolados. Outro dos problemas comuns deste tipo de centros é a falta de licença para operação. T.C.
No próximo mês de Abril vai ser lançada a consulta pública sobre a revisão da Lei Eleitoral para a Assembleia Legislativa. A promessa foi feita pela Secretária para a Administração e Justiça, citada pela Rádio Macau. O conteúdo do documento que será colocado em consulta pública continua para já em segredo, sendo que Sónia Chan diz apenas que a prioridade é aumentar a competitividade das eleições indirectas para a Assembleia Legislativa. As declarações de Sónia Chan foram feitas à margem da assinatura de mais um acordo de dispensa de visto, com a Bielorrússia.
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GCS
Construção Civil DSAL EXCLUI PAGAMENTOS ADIANTADOS DA LEI LABORAL
Relações sem terceiros
A existência de sub-empreiteiros levou a deputada Ella Lei a pedir que se incluam garantias na lei para os trabalhadores que muitas vezes não recebem os salários destas empresas, mas o Governo não quer que a Lei Laboral envolva relações com terceiros
A
Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) considera que a revisão da Lei das Relações do Trabalho não deve prever o pagamento adiantado de salários a trabalhadores da construção civil ou indemnizações pagas por acidentes de trabalho por parte das concessionárias. Numa resposta a uma interpelação escrita da deputada Ella Lei, Wong Chi Hong, director da DSAL, explicou que, embora haja relações laborais entre as empresas construtoras e os trabalhadores e a Lei Laboral estabeleça os direitos e deveres de ambas as partes, esta não deve abranger direitos e obrigações de terceiros, no caso dos sub-empreiteiros. O responsável da DSAL acredita, por isso, que não é
adequado que a lei, aquando da sua revisão, inclua um mecanismo para o pagamento adiantado dos salários ou indemnizações por acidentes de trabalho.
CARÊNCIA DE DIREITOS
Em declarações ao jornal Ou Mun, a deputada Ella Lei considerou que a inclusão destas regras na lei sobre as regras de gestão do pessoal dos estaleiros não é suficiente para garantir os direitos dos trabalhadores. Ella Lei acredita que o Governo deve, neste caso, imitar o exemplo de Hong Kong, onde as empresas concessionárias têm responsabilidades quanto aos pagamentos adiantados no caso dos sub-empreiteiros não pagarem salários e indemnizações. Para a deputada, é necessário estudar melhor o caso. “O Governo só disse
que a lei não podia conter esta alteração”, apontou. Ella Lei já tinha interpelado o Governo sobre a necessidade de classificar as responsabilidades das construtoras quando os subempreiteiros demoram a pagar salários ou indemnizações, tendo pedido a criação de um sistema de pagamento adiantado. Em relação ao projecto de lei sobre as regras de gestão do pessoal dos estaleiros, a DSAL garantiu que vai ser criada uma classificação das responsabilidades que os empreiteiros devem ter na obra. Wong Chi Hong explicou que “a proposta envolve uma classificação para as construtoras e empresas adjudicadas durante a obra, sem esquecer a nomeação de um responsável geral antes o início da construção”. Tomás Chio
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TERRENOS DESOCUPADOS CONSELHO PEDE MAIS ATENÇÃO DO GOVERNO
O
S problemas de higiene e saúde pública que podem surgir dos terrenos que há muito estão desocupados foi tema de debate da última reunião do Conselho Consultivo dos Serviços Comunitários da Zona Central. Segundo
o jornal Ou Mun, os membros do Conselho pedem que o Governo crie um mecanismo ou departamento para fiscalizar estes espaços, dentro da alçada da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT).
Foi ainda sugerida a criação de um plano a curto prazo para resolver este problema, sendo que o mecanismo criado deve contemplar uma base de dados e um sistema de inspecção aos terrenos. O Conselho pediu também que os Serviços de Saúde (SS)
criem padrões de higiene e saúde para os terrenos desocupados no âmbito da Lei de Prevenção, Controlo e Tratamento de Doenças Transmissíveis. Para os membros do Conselho, os concessionários dos terrenos em
causa devem ser multados caso haja problemas nesta área. No caso dos terrenos privados, cabe à DSSOPT uma maior fiscalização, garante o grupo.
CHEFE DO EXECUTIVO NO FÓRUM DE BOAO
Chui Sai On vai chefiar uma delegação que participará da cerimónia de abertura da reunião anual do Fórum de Boao para a Ásia, em Hainão, nos dias 23 e 24 de Março. O Chefe do Executivo parte para o continente com o Comissário do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China em Macau, Ye Dabo, que servirá de assessor da Delegação da RAEM. O tema deste ano do Fórum Boao é “O Novo Futuro da Ásia: Nova Dinâmica, Nova Visão”.
NOVA PLATAFORMA ONLINE PARA PMES
A Direcção dos Serviços de Economia (DSE) anunciou que vai lançar uma plataforma online, criada por um grupo interdepartamental da DSE, Autoridade Monetária de Macau e Instituto de Promoção do Comércio e Investimento de Macau, para apoiar as Pequenas e Médias Empresas (PME). A plataforma será lançada no último semestre deste ano. Tai Kin Ip, subdirector da DSE, explicou na sexta ao Jornal Ou Mun que, para promover o comércio electrónico entre as PME, o Governo está a preparar a plataforma para que estas mostrem os seus produtos e serviços. O site fornece informações dos compradores e das empresas, tendo ainda serviço de one-stop.
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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 98/AI/2016
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 115/AI/2016
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor HE BINGFENG, portador do passaporte da R.P.C. n.° E03729xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 114/DI-AI/2013 levantado pela DST a 07.10.2013, e por despacho da signatária de 09.03.2016, exarado no Relatório n.° 127/DI/2016, de 24.02.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua Cidade de Santarém n.° 416, Edifício “HOT LINE”, 15.° andar AA onde se prestava alojamento ilegal.-----O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.----------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo DecretoLei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor ZHANG JIAN, portador do passaporte da R.P.C. n.° G22761xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 111/DI-AI/2014 levantado pela DST a 01.09.2014, e por despacho da signatária de 09.03.2016, exarado no Relatório n.° 159/DI/2016, de 16.02.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Taipa, Rua da Ponte Negra n.° 47, Chun Fok Village - 1 Fase, 2.° andar B onde se prestava alojamento ilegal.-------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 09 de Março de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 09 de Março de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
7 hoje macau segunda-feira 21.3.2016
SOCIEDADE
SUNCITY PONDERA ACÇÃO CONTRA JORNAL FILIPINO
A
Suncity poderá interpor um processo em tribunal contra o jornal filipino Daily Tibune. A empresa assegurou, numa resposta enviada esta sexta-feira ao HM, que a notícia de que teria doado 150 milhões de pesos filipinos a Grace Poe “teve um impacto sério para o Suncity Group”.
“Não há dúvida de que o anúncio era uma deturpação, infundada e totalmente falsa. A Suncity Group nunca doou para qualquer campanha ou candidato, de forma nenhuma. Isto nunca aconteceu”, pode ler-se na resposta, que acrescenta que a empresa “condena todas as notícias falsas
e reserva-se ao direito de tomar acções legais”. O Daily Tribune das Filipinas dava conta que Grace Poe, uma das candidatas à presidência do país teria recebido dinheiro da Suncity Group, grupo junket de Macau que também opera nas Filipinas. Poe, que concorre nas eleições de forma
independente, também negou as notícias. O jornal publicava documentos que indicavam que Poe teria aceite “150 milhões de pesos em doações com fins políticos da Suncity”, no ano passado. “Um dos vouchers, de 50 milhões de pesos, tem a assinatura de Grace Poe”, assegurava ainda o Daily Tribune,
que diz que “duas leis” podem ter sido violadas. Na semana passada, a Suncity Group disse ao HM “não querer comentar” a alegada doação, uma vez que a situação estaria a ser “tratada”. Na sexta-feira indicou numa resposta escrita que poderia interpor uma acção judicial. J.F.
Ciência local
Macau vai apoiar programa Horizon da UE
O Naufrágio INVESTIGAÇÃO SOBRE IDENTIDADES E DESAPARECIDOS CONTINUA
Nesse mar fundo Aconteceu o ano passado. Mais de 19 pessoas desaparecidas, supostamente emigrantes ilegais, num naufrágio na costa de Macau. Dois corpos foram encontrados, mas um ano depois ainda não se sabe a identificação dos mesmos. Dos restantes pouco ou nada se sabe, mas o Governo garante que continua à procura
O
caso é do ano passado. Em Fevereiro de 2015, um barco naufragou no mar em frente ao Grande Coloane Resort de Coloane, com 19 pessoas a bordo - 15 foram dadas como desaparecidas. Quatro foram resgatadas, sendo - segundo as autoridades dos Serviços de Alfândega (SA) - emigrantes ilegais. “Possivelmente” as restantes também. As autoridades avançaram com buscas aos outros tripulantes e uma investigação. Mas mais de um ano depois pouco ou nada se sabe. “Foram interceptados no local os emigrantes ilegais, três dos quais do sexo masculino e dois do feminino”, começa por explicar ao HM Lao Pui Tak, subintendente alfandegário. “Encontrou-se, pelo bote rápido dos SA, às 08h15 do mesmo dia (27 de Fevereiro), no mar em frente do Cemitério Municipal de Coloane um indivíduo masculino que estava nadar para regressar a Hengqin. Foi provado após a investigação que o indivíduo era o piloto da embarcação naufragada e este
foi entregue para tratamento do Ministério Público”, esclarecem.
NÃO SEI QUEM ÉS
No mês seguinte, Março, as autoridades marítimas encontraram um “cadáver do sexo feminino emergido na praia em frente ao parque de campismo da praia de Hac Sá e um outro, do sexo masculino, alguns dias depois na costa em frente do Grande Resort de Coloane. A Polícia Judiciária (PJ) não confirma ainda se estes corpos
Continua-se a “proceder à busca, conjunta, em relação à superfície do mar da respectiva área marítima e à troca de informações” com o interior da China
correspondem ao mesmo naufrágio, indicando que o processo está em investigação. Também, um ano depois, não se sabe a identidade destas pessoas. “Dado que é provável que envolva os indivíduos caídos ao mar, solicitámos às embarcações guarnecidas na respectiva área e ao pessoal do Posto Alfandegário de Policiamento das Ilhas para prestarem mais atenção à situação do mar bem como do litoral”, justificam apenas as autoridades de Macau. Quando questionado sobre a investigação do naufrágio, os serviços explicam que, apesar da cooperação entre a Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e da Água, nada se sabe. Ainda assim a continua-se a “proceder à busca, conjunta, em relação à superfície do mar da respectiva área marítima e à troca de informações” com o interior da China. Pelo menos quatro das pessoas teriam entrado em Macau, mas também não foram encontradas. Filipa Araújo
filipa.araujo@hojemacau.com.mo
Fundo para o Desenvolvimento das Ciências e da Tecnologia (FDCT) vai apoiar financeiramente equipas de investigação científica que participem no Programa Horizon 2020 da União Europeia (UE). O valor máximo do apoio financeiro – que se destina principalmente aos projectos de investigação científica que atendam “às necessidades do desenvolvimento tecnológico de Macau” – é de cinco milhões de patacas, com um tecto anual definido em um milhão de patacas. Os candidatos de Macau têm de integrar “um grupo cooperativo composto por entidades provenientes, pelo menos, de três países membros da UE, ou seja, ter parceiros, pelo menos, de três nacionalidades” e “de celebrar um acordo de cooperação ou um memorando”, de acordo com as condições de candidatura. São elegíveis ao apoio financeiro do FDCT as instituições de ensino superior locais (e os seus institutos e centros de investigação), laboratórios e outras entidades de Macau vocacionados para actividades de investigação e desenvolvimento científico e tecnológico, as privadas sem fins lucrativos, empresários e empresas, bem como investigadores que desenvolvam actividades nesse domínio na RAEM.
PRONTOS A INVESTIGAR
O plano de apoio surge na sequência da 20.ª reunião da Comissão Mista UE-Macau sobre Cooperação na Investigação e Inovação, realizada no final de Novembro, em que a Comissão Europeia e o FDCT acordaram estabelecer um esquema de colaboração para encorajar os investigadores de Macau a participar no Programa Horizon 2020. Ao abrigo desse regime de colaboração, o FDCT faculta, a partir deste ano, apoio financeiro aos participantes de Macau que sejam seleccionados. O Horizon 2020, aberto à participação de investigadores de todos os países do mundo, constitui “o maior programa de investigação e inovação da UE de sempre”, na descrição de Bruxelas, segundo o qual deve “conduzir a mais descobertas, avanços e lançamentos mundiais transferindo ideias inovadoras dos laboratórios para o mercado”. LUSA/HM
8 SOCIEDADE
hoje macau segunda-feira 21.3.2016
GCS
“Não há interesse” em aprofundar o Direito Rui Cunha defende mudança no ensino
O Edifício de Doenças GOVERNO AINDA SEM ORÇAMENTO DEFINIDO
Contas só no final
Ainda não se sabe quanto vai custar o novo edifício para travar as doenças contagiosas, mas poderá ultrapassar os 630 milhões de patacas estimados inicialmente. Alexis Tam garante a publicação do que for relacionado com o projecto e assegura que os pareceres do IC estão a ser seguidos
O
S Serviços de Saúde (SS) afirmam que ainda não dispõem de números exactos sobre o custo total do futuro edifício de doenças infecto-contagiosas, o qual irá nascer junto ao Centro Hospitalar Conde de São Januário. Mas o Governo garante que a construção, que tem sido contestada, vai respeitar todos os pareceres sobre os edifícios antigos contíguos ao novo prédio. “Actualmente a concepção entrou na contabilização de materiais e necessidades de construção e só após a sua conclusão será possível estimar de forma precisa o custo da obra. Inicialmente o orçamento previsto para a construção do Edifício de Doenças Transmissíveis era de cerca de 630 milhões”, aponta um comunicado. O desenho do edifício, recorde-se, é da responsabilidade do arquitecto Eddie Wong. O Governo garante que todos os pareceres já emitidos pelo Instituto Cultural (IC) serão seguidos durante o período de construção. “Os SS garantem que a concepção deste edifício irá respeitar as condições estabelecidas, nomeadamente o
limite de altura de algumas construções, a distância com os edifícios circundantes, a limitação da cena de rua, a manutenção das árvores velhos além da protecção e preservação do muro da cidade e entre outros pormenores”, pode ler-se. Além disso, o Governo confirma que o futuro edifício terá uma altura de 44,2 metros, com uma altitude total de 61,1 metros, tratando-se de um “edifício mais
“Actualmente a concepção entrou na contabilização de materiais e necessidades de construção e só após a sua conclusão será possível estimar de forma precisa o custo da obra” COMUNICADO DOS SS
baixo do que a altura do actual Centro Hospitalar Conde de S. Januário e do Edifício de Administração que será demolido”.
SEGURANÇA GARANTIDA
Apesar da polémica gerada com o projecto, com residentes a pedirem a construção do edifício no Cotai, os SS garantem que vão garantir todas as condições de segurança e de isolamento. Numa recente visita ao local, que contou com a presença de representantes de associações e do Governo, Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, referiu que “os residentes devem pôr de lado os preconceitos e devem, além de compreender, apoiar a posição do Governo, já que a mesma é tomada de modo a salvaguardar a população, a saúde dos profissionais de saúde e dos turistas”. O Secretário garantiu ainda que vai “apresentar publicamente e aos residentes os desenvolvimentos relacionados com a construção do edifício, mantendo numa atitude de transparência sobre os procedimentos das obras públicas”. A.S.S.
advogado Rui Cunha considera que é preciso levar a cabo um aprofundamento do Direito em Macau e uma mudança no ensino. No programa Rádio Macau Entrevista, Rui Cunha critica o empenhamento dos que estão ligados à área do Direito - de alunos a professores, passando por outros profissionais – e dá o exemplo da Fundação que criou tem uma biblioteca três mil livros e não é procurada. “[Macau] tem uma faculdade com duas dezenas de anos, tem licenciados formados há muito pouco tempo, muita pouca experiência, e, acima de tudo, falta a Macau aquilo que tentei fazer com a criação do Centro de Estudos e Reflexão do Direito de Macau: é o aprofundamento do Direito de Macau”, argumenta o advogado, que diz que o nível do ensino por cá é muito baseado na memória”. “O Direito é essencialmente uma ciência que se pratica com o raciocínio, usando os conceitos base que aprendemos nas faculdades e passar então a usar e aplicar na vida prática. (...) O Direito não é para chegar ao fim do mês e receber o ordenado. O Direito não é para se ganhar dinheiro suficiente e rapidamente se comprar um primeiro Mercedes. O Direito é algo que se gosta, se pratica, que se estuda, em que se vai ao fundo das questões. E é algo que não está a acontecer aqui. Na camada jovem que está a sair das faculdades não há esse interesse. E não se fale na questão do Português e do no Chinês – nem em uma língua, nem na outra. Vemos essa inacção nos dois lados.”
ESTRANHO, MAS ENTRANHADO
Ainda que admita que a justiça de Macau está, actualmente, a funcionar melhor do que se esperava em 1999, o também presidente da Fundação Rui Cunha defende a revisão do modo de funcionamento Tribunal de
Última Instância (TUI), considerando que o tribunal deve ter pelo menos cinco juízes. O advogado argumenta com a necessidade de existir recurso para as decisões que são tomadas na instituição. Sem querer comentar o caso do ex-procurador Ho Chio Meng, Rui Cunha disse ter algumas dúvidas sobre a decisão do tribunal. “Se era magistrado para ser sujeito ao TUI parece-me que daí todas as consequências deveriam ser tiradas e não negada essa qualificação para outros efeitos. Faz-me um pouco de espécie, mas confesso, não conhecendo os fundamentos, não queria assumir uma posição de recusa ou de apontar como uma decisão errada”, afirma, acrescentando, contudo, que quanto à questão do tráfico de influências que tem sido aflorada nas últimas semanas se tenha notado algo no seu escritório. “Não dei conta que houvesse ostensivamente atrasos ou aceleração de processos quanto a determinadas pessoas. São opções que eu respeito. Houve casos em que nós estivemos envolvidos em que poderíamos ter estranhado porquê determinadas posições, porquê um determinado rigor em alguns casos e uma liniência em outros casos. Mas isso são opções que nós não poderemos apontar um caso ou outro caso como sendo relevador de uma intenção determinada no sentido de atrasar ou de acelerar.”
SAÚDE POSTO DE COLOANE REABRE HOJE
O Posto de Saúde de Coloane no Largo Presidente António Ramalho Eanes foram concluídas e o espaço abre hoje ao público. O anúncio é dos Serviços de Saúde, que informam ainda que os serviços de assistência médica e clínica passarão a estar disponíveis hoje, sendo que os serviços que estavam temporariamente localizados nas lojas A a D do Edifício Coloane Stadtplan (na Rua da Cordoaria de Coloane) encerram.
9 hoje macau segunda-feira 21.3.2016
SOCIEDADE
UM GARANTIAS DE QUE INSTITUIÇÃO “CONTINUA A SER DE MACAU”
Alexis Tam garante que a UM é de Macau, ainda que esteja em terras da China continental. No discurso de celebração do 35º aniversário da instituição, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura assegura que o caminho é para a internacionalização e para a formação de elites do território
A
LEXIS Tam garante que a Universidade de Macau (UM) continua a ser de Macau, ainda que ocupe instalações na Ilha da Montanha. Num discurso por ocasião dos 35 anos da instituição, no sábado, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura parecia responder a um recente estudo divulgado pela agência Lusa sobre a mudança de instalações da UM para território da China, que sugeria que o novo espaço é “simbólico de uma governação partilhada” e revela preocupações dos envolvidos, como perda de liberdade e maior “continentalização”. “A UM nasceu em Macau e continua a ser de Macau, é uma base importante na formação de quadros do ensino superior na RAEM. Sob a liderança de todos os reitores, a Universidade tem conhecido grande desenvolvimento e progresso, tendo criado um exemplo educativo de excelência, bem como um ambiente de ensino que congrega a diversidade cultural e aposta na criação”, frisou Tam,
que acrescentou ainda que o novo campus permitiu aos docentes e estudantes “um ambiente de investigação, ensino e residência dotado de grande qualidade”.
OUTRO NÍVEL
Para o representante do Governo, que substituía Chui Sai On, Chefe do Executivo, na cerimónia, a transferência das instalações da universidade para a Ilha da Montanha permitiu à Universidade “chegar a um outro patamar”, tanto a nível de ensino, como de investigação. A escassez de terrenos em Macau foi apontada como uma das razões para que o campus da UM
passasse a funcionar do lado de lá da fronteira, devido à sua intenção em expandir-se. Tal aconteceu há cerca de dois anos, mas Alexis Tam considera que, ao longo dos 35 da sua existência, a UM já fez muito. “Com extrema dedicação ao longo dos últimos 35 anos, a UM tornou-se numa universidade reconhecida a nível internacional”, referiu, apontando que a ideia do Executivo é “continuar a dar todo o apoio ao desenvolvimento da instituição, esperando que ela, ao mesmo tempo que aumenta incessantemente o seu grau de internacionalização, continue a reforçar os projectos locais, melhorar a organização curricular e
APOSTA NO BILINGUISMO Q
uestionado sobre a situação do ensino da Língua Portuguesa na UM, Alexis Tam garantiu que “o Governo tem dado importância à formação nesta área”, tendo reconhecido “a insuficiência dos recursos apostados no passado no ensino do Português e manifestando vontade de aumentar o mesmo no futuro”. O Secretário lembrou que “em Macau vivem muitos profissionais da comunicação social e outras personalidades que dominam a Língua Portuguesa, tornando o território num bom ambiente para aprender o Português”.
GONÇALO LOBO PINHEIRO
A caminho da internacionalização
formar para a RAEM mais e melhores quadros e elites”, de modo a promover o “desenvolvimento sócio-económico sustentável” da RAEM. Alexis Tam diz acreditar que a universidade vai “enfrentar oportunidades e desafios sem precedentes”, mas mostra-se confiante na situação. Em comunicado, a UM indica que recebeu a visita de diversos residentes locais, incluindo estudantes de “escolas secundárias que visitaram a instituição para participar nas actividades”. No sábado, a instituição abriu as faculdades e laboratórios ao público, além de ter tido a primeira edição do Dia do Desporto da UM. As actividades integraram conferências
HOTEL ESTORIL ALEXIS TAM DIZ RESPEITAR DECISÃO DO CONSELHO
O
Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, “disse respeitar” a decisão do Conselho do Património Cultural de não dar início ao processo de classificação do edifício do antigo Hotel Estoril como património. Citado num comunicado oficial, Alexis Tam adiantou ainda que espera que “o projecto do reaproveitamento do antigo Hotel Estoril possa ser reactivado”, sendo que o Governo “irá acelerar esses trabalhos”. Segundo Alexis Tam, os conselhos e os organismos consultivos sob a
tutela da Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura funcionam de forma aberta e transparente, sendo que “há mais de 20 secções consultivas sobre
o projecto do reaproveitamento do antigo Hotel Estoril, que servem para recolher as opiniões da sociedade”. Falando aos jornalistas à margem da celebração dos 35 anos da Universidade de Macau (UM), o Secretário disse “manter a vontade de auscultar as opiniões dos cidadãos e servir o interesse da população”, sem esquecer que “Macau é uma sociedade democrática regida por lei, cujo significado é que a minoria respeita e segue a maioria, analisando racionalmente os assuntos”. A.S.S.
e workshops sobre transplantes de células para tratamento de diabetes, acupunctura, energias renováveis e design robótico, algo que, segundo a UM, chamou a atenção. “As actividades foram muito populares. Uma estudante de apelido Lai e da Escola Secundária Hou Kong gostou especialmente do workshop sobre energias renováveis. A aluna disse que a experiência a ensinou uma forma simples e prática de reduzir a poluição ambiental ao criar uma energia renovável apenas com hidrogénio e oxigénio”, pode ler-se no comunicado, que acrescenta que a aluna quer estudar na UM e tornar-se uma engenheira.
GASTROENTERITES COLECTIVAS EM DOIS RESTAURANTES
Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
Os Serviços de Saúde (SS) descobriram a existência de norovírus, vírus comum que causa problemas de estômago, em pacientes que apanharam uma gastroenterite no restaurante Urban Kitchen do Hotel JW Marriott, a 14 de Março. Num comunicado, o organismo dá conta do ocorrido e fala ainda de um outro caso, num restaurante da Taipa - o Chui In Mei Sek, onde 16 pessoas, todas colegas de trabalho, foram também alvo de uma “infecção vírica”. Contraíram febre, vómitos e diarreia e foram todos encaminhados para o hospital. “Os SS deram já conhecimento das informações de investigação epidemiológica ao Centro de Segurança Alimentar do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais para um melhor acompanhamento”, pode ler-se num comunicado do organismo, que alerta ainda para a necessidade de manusear os alimentos “tendo em atenção o Manual de Boas Práticas de Higiene”.
10 DESPORTO
LIGA DE ELITE BENFICA, 2 – SPORTING, 1
AGUIAS PODEM CAN ´
A
HENRIQUE NUNES, TREINADOR DO BENFICA
JOÃO PEGADO, TREINADOR DO SPORTING
No final do jogo, o treinador do Benfica dizia que “o Benfica foi um vendedor justo porque criámos muito mais oportunidades” mas considerava que jogou com um equipa que “é tão boa como nós”, disse, e que lhes criou bastantes dificuldades. De qualquer forma garante que, “não há duvida que sofremos um bocado nos minutos finais” mas, para o treinador, “foi por culpa própria já que o Sporting estava em inferioridade numérica e ainda marcou um golo e conseguiu assustar-nos”. Relativamente às contas do título, Henrique Nunes disse que “sendo um jogo que não decidia nada, pode acabar por decidir quase tudo”. E, para bom entendedor, meia palavra basta.
O treinador leonino estava desencantado considerando ter sido “um jogo onde o Sporting deu 45 minutos de avanço. Não em termos tácticos, mas em termos de atitude”. Para João Pegado, o Benfica mostrou mesmo querer mais o campeonato do que o Sporting. As melhorias na segunda parte terão a ver com a palestra de Rui Pegado que, ao intervalo, pediu à equipa para se soltar mais : “Melhorámos a nível anímico, quisemos mais a bola e tivemos a hipótese. Mesmo com um a menos ainda fomos procurar o 2-1 e depois até estivemos perto do empate. De resto enaltece os jogadores pela garra da segunda parte, contra uma equipa que, considera, “tem um boa estrutura e treina duas vezes por semana”. Pegado lamentava-se assim das condições difíceis de trabalho que enfrenta adiantando ainda que: “a minha equipa esta semana treinou uma vez num campo e, curiosamente, a partilhar com o Benfica”. Em relação ao resto do campeonato o objectivo é manter o segundo lugar e esperar que o Benfica escorregue.
“VENCEDORES JUSTOS”
“DEMOS 45 MINUTOS DE AVANÇO”
bola saiu do Benfica que, por via destas coisas do sorteio, jogava em “casa” e, devido a isso ou não, desde logo mostrou que estava ali para ganhar o jogo, e depressa. Logo a abrir Marco Rios rematava dentro da área e obrigava Hugo Cardoso a aplicar-se e, aos três minutos e meio, Niki entra pela defesa do Sporting adentro, ainda remata à entrada da área mas sofre falta de Victor Almeida. Do livre, mesmo em cima da linha da grande área, Edgar Teixeira fazia a bola sobrevoar a barreira e entrar no lado direito da baliza de um espantado Hugo Cardoso que ficou a olhar para o estrago. Aos 20 minutos de jogo, o Sporting ainda não tinha conseguido rematar à baliza do Benfica e os passes falhados, alternavam com o pontapé para a frente. Claramente, o Sporting não conseguia criar soluções para o último terço do terreno e o Benfica, com a presença dinâmica de Cuco à frente da defesa, ia conseguindo manter os leões à distância. Sentiam-se uns rugidos leoninos mas coisa de pouca monta e nada que fizesse realmente perigar o ninho da águia. Talvez por isso, os encarnados também iam adormecendo até que, aos 26 minutos, uma bola cruzada do lado esquerdo do ataque do Benfica encontra Leonel Fernandes ao segundo poste, já na pequena área, que remata primeiro de cabeça, para defesa apertada de Hugo Santos, depois com o pé e a contar, perante a passividade da defesa leonina que não lhe ocorreu tirar a bola dali. Pouco tempo depois o Sporting tentava despertar e, aos 28, num livre da direita, a bola chegava ao segundo poste onde Taylor surgia a rematar de cabeça mas muito frouxo. Aos 32 chegava a vez de Juninho Soares perder uma cantada dentro da pequena área. No final da primeira parte era a vez de Pio cabecear ao lado na pequena área, como resposta a um centro primoroso de Juninho, vindo da direita. Mas foram actos esporádicos (únicos) porque se a primeira parte ia revelando alguma coisa era um Sporting
FOTOS TIAGO ALCÂNTARA
O jogo prometia mas deixou muito a desejar em termos de intensidade e situações de acutilante, do outro o Sporting a jogar na fé; uma crença baseada na ideia que basta ch Agora, com sete pontos de vantagem e os principais opositores derrotados, o Benfica
a reagir mal à pressão alta do Benfica e a cometer muitos erros.
SPORTING MARCA, BENFICA FALHA VÁRIOS
O Sporting entrou a tocar a bola com o passe mais curto e parecia mais disposto a fazer jogadas com princípio, meio e fim. Afinal de contas estavam dois abaixo e precisavam de reagir. Assim, logo as 47, os leões decidem incomodar Rui Nibra com um livre do lado esquerdo, mesmo na quina da área, e rematado directo à baliza por Lee Keng Pan obrigando Nibra a responder com uma boa defesa para canto. Depois deste assomo de energia, o jogo continuou numa toada morna e só de bola parada o Sporting conseguia criar alguma sensação de aproximação à baliza vermelha. O Benfica, esse, aproveitava para galgar terreno e
11 hoje macau segunda-feira 21.3.2016
NTAR DE GALO
FÓRMULA 1 ROSBERG ABRE ÉPOCA COM TRIUNFO
golo. De um lado o Benfica mais organizado e sempre mais hutar a bola para que um companheiro a receba. Puro engano. fica muito perto da revalidação do título
saindo e derrubando o avançado sportinguista quando tinha três ou quatro defesas encarnados na zona da baliza. Da marcação por Juninho surgiria o golo de honra do Sporting e o primeiro sofrido pelo Benfica neste campeonato. O Sporting ainda arrebitou após o golo e conseguiu um livre perigoso aos 81 minutos, mesmo à entrada da área, mas que, depois de vários passes entre jogadores leoninos, resultou num remate disparatado, para as nuvens, de Juninho. Por esta altura já o treinador do Sporting descarregava a sua fúria pontapeando garrafas e bramando para o campo e para o banco de suplentes “falta de atitude” e “primeira parte oferecida”. Manuel Nunes
info@hojemacau.com.mo
RESULTADOS
tornar-se mais ameaçador. Aos 59 minutos uma jogada de combinação do lado direito da grande área do Sporting entre Ricardo Torrão e Aguiar termina com este a rematar forte para a primeira de uma série de boas defesas de Hugo Santos que se seguiriam e que o viriam a destacar como uma das figuras do encontro.
Aos 66 minutos Iúri tenta um chapéu do meio do meio campo aproveitando uma saída de Hugo mas a bola saía ao lado. Um minuto depois e a defesa do Sporting falhava a intersecção de um cruzamento permitindo um remate forte da entrada da área a Niki Torrão para mais uma defesa do guarda-redes do Spor-
ting. Por esta altura, o Sporting era uma equipa absolutamente passiva sendo frequente verem-se os jogadores especados, a ver jogar, sem procurarem dar linhas de passe aos colegas com bola. O Benfica aproveitava e ia intersectando passes e construindo jogo e, aos 70 minutos, mais duas defesas consecutivas do guarda-redes leonino, uma delas à queima-roupa a remate de Niki, e que assim mantinha o Sporting no terreno da derrota por números dignos. Aos 73 minutos, Rafael Moreira vê o segundo amarelo e deixa o Sporting a jogar com menos um. Aos 75, na sequência de um canto, Filipe Duarte falha à boca da baliza o que seria o terceiro do Benfica. Aos 78 minutos, penálti contra o Benfica. Rui Nibra, talvez aborrecido pela falta de trabalho, faz uma falta desnecessária sobre Ethan Lay (já estava descaído para o lado direito)
Casa de Portugal– Kei Lun
1-2
Benfica–Sporting
2-1
Lei Chi - Chuac Lun
4-0
Ka I - Monte Carlo
2-1
C.P.K - Policia
3-1
CLASSIFICAÇÃO Pontos Benfica 27 Sporting 20 C.P.K. 19 Ka I 17 Monte Carlo
16
Lei Chi 11 Kei Lun 7 Casa de Portugal
DESPORTO
4
Policia 4 Chuan Lun 3
O alemão Nico Rosberg abriu ontem a temporada da Fórmula 1 com um triunfo no GP da Austrália, no qual a estratégia da Mercedes acabou por ser decisiva para mais uma ‘dobradinha’. Apesar de terem garantido os dois primeiros lugares na grelha de partida em Melbourne, Rosberg e o campeão do mundo Lewis Hamilton viram os seus Mercedes serem ultrapassados antes da primeira curva pelo alemão Sebastian Vettel (Ferrari), que aproveitou da melhor forma um mau arranque do britânico. Contudo, uma melhor estratégia nas paragens para trocar os pneus permitiu aos dois pilotos da equipa alemã passar para a frente, com Rosberg a vencer, mesmo sem precisar de fazer qualquer ultrapassagem. A corrida ficou ainda marcada pelo violento acidente entre o espanhol Fernando Alonso (McLaren) e Esteban Gutierrez (Haas), que obrigou à interrupção da equipa. “A estratégia foi crucial e estou sinceramente agradecido à equipa. Houve uma estratégia na mudança de pneus na bandeira vermelha e felizmente mantive os médios. Ainda estamos no início, mas foi um início perfeito. Temos de continuar de olho nos homens de vermelho [Ferrari]”, disse Rosberg.
FUTEBOL MOURINHO TERÁ PRÉ-ACORDO COM O M. UNITED O treinador português José Mourinho terá assinado um pré-acordo com o Manchester United, da Liga inglesa de futebol, de acordo com o jornal espanhol El Pais, que cita fontes da Gestifute, empresa do agente Jorge Mendes. De acordo com o jornal, Mourinho deverá substituir o holandês Louis Van Gaal na próxima temporada e irá receber cerca de 19 milhões de euros, mesmo que não chegue a assinar o contrato definitivo. Caso não assine pelos ‘red devils’, Mourinho poderá receber até 12 milhões de euros de indemnização. O treinador português foi despedido em Dezembro do Chelsea, que tinha levado ao título na época anterior, depois de ter perdido os primeiros 16 encontros do campeonato.
ATLETISMO NELSON ÉVORA FICA-SE PELO QUARTO LUGAR
Nelson Évora não esteve nos seus melhores dias, na final dos Mundiais de atletismo de pista coberta de Portland, ficando a vinte centímetros exactos do salto que valeu a medalha de bronze. Numa prova que se antevia aberta, dada a ausência dos melhores norte-americanos e cubanos e também dos russos, o português nunca chegou a estar na luta pelas medalhas. O português, que já foi campeão olímpico e mundial, teve como melhor nos seus seis saltos 16,89 metros, ainda assim o seu melhor da época. Os dois atletas que lideravam a lista de inscritos confirmaram esse estatuto, com o chinês Bin Dong a ganhar com 17,33 e o júnior alemão Max Hess a ser segundo, com 17,14.
12 CHINA
hoje macau segunda-feira 21.3.2016
A
directora do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, defendeu ontem que a abertura da economia chinesa, entre outras reformas estruturais, é essencial para que a China alcance um crescimento mais sustentável. No Fórum de Desenvolvimento da China, que reúne empresários e líderes locais em Pequim, Lagarde destacou que o país asiático deve encontrar mais sustentabilidade e avançar nas “reformas necessárias”, segundo um comunicado publicado na página do FMI. Lagarde sugere três “políticas imperativas”, como a abertura da economia chinesa, a redução das diferenças entre pobres e ricos e entre zonas urbanas e rurais e investimento em Investigação e Desenvolvimento (I&D). Estas três orientações estão incluídas no novo Plano Quinquenal aprovado pelas autoridades chinesas na semana passada e ajudarão a China a conseguir “um crescimento de maior qualidade, mais inclusivo e mais sustentável” se forem implementadas, destacou. Lagarde considerou que a transição da economia chinesa é boa para a China e para o mundo, mas alertou que, como qualquer transição, terá “sobressaltos”.
DIRECTORA DO FMI DEFENDE ABERTURA DA ECONOMIA CHINESA
À “Lagardére”
PLANO EM MARCHA
O XIII Plano Quinquenal estabelece as políticas a seguir pelo Governo entre 2016 e 2020 e procura alcançar um crescimento económico de, pelo menos, 6,5% anuais, para duplicar em 2020 o Produto Interno Bruto (PIB) e o rendimento ‘per capita’ que o país tinha em 2010. O plano, aprovado pela Assembleia Nacional da China (Parlamento chinês) procura modernizar o antiquado sistema industrial chinês, especialmente no sobredimensionado sector público, enquanto reserva um lugar central à inovação e desenha políticas de distribuição de mão-de-obra, tecnologia e capital.
IMOBILIÁRIO, UPA!
A
China registou em Fevereiro a maior subida mensal no preço do imobiliário novo nos centros urbanos, em quase dois anos, com os preços em 47 das 70 principais cidades do país a avançarem face a Janeiro. Segundo os dados publicados no final da passada semana pelo Gabinete Nacional de Estatísticas chinês, Shenzhen, no sul, foi a cidade chinesa onde o preço da habitação mais subiu - 3,6% - relativamente ao mês anterior. Xangai, a “capital” económica da China, surge em segundo, com um aumento de 2,9%, seguida por Nanjing (2,7%), Pequim e Hefei, ambas com 2,3%. No conjunto, 15 cidades registaram uma queda dos preços em Fevereiro, face a 24 em Janeiro, enquanto oito permaneceram estáveis. Após uma estagnação no sector imobiliário - um dos
motores económicos da China entre a segunda metade de 2014 e a primeira de 2015, Pequim tomou várias medidas para impulsionar a compra de habitação. Entre estas, destacam-se a redução da taxa de juro para estimular o crédito bancário, a diminuição dos impostos sobre as transacções de imobiliário e a redução do pagamento inicial na compra de uma casa.
XANGAI TRÊS EMPRESAS PORTUGUESAS EM FEIRA INTERNACIONAL
Três empresas portuguesas participaram na “Intertextile Shanghai”, um dos mais concorridos certames internacionais do setor têxtil, que encerrou sexta-feira em Xangai, na China, com mais de 3.000 expositores de 28 países e regiões. As empresas portuguesas representadas no certame são: Riopele Texteis SA, Somelos International HK Ltd e Somelos Tecidos SA. “Diria que tanto a Somelos como a Riopele são empresas resistentes, para as quais o mercado chinês tem vindo a ganhar cada vez mais importância”, comentou à agência Lusa Cristina Motta, representante em Portugal da empresa organizadora do certame, a Messe Frankfurt. Com sede em Frankfurt, na Alemanha, aquele grupo está encarregue pela organização de várias feiras a nível mundial na China, incluindo nos sectores do automóvel, da tecnologia e do entretenimento, entre outros. “Enquanto representantes da Messe Frankfurt para Portugal, trabalhamos activamente na divulgação de feiras na China que nos parecem relevantes para a indústria portuguesa”, referiu Motta.
NÚMERO DE CHINESES A ESTUDAR FORA AUMENTA
EMPRESAS EUROPEIAS APELAM PARA PEQUIM NÃO SACRIFICAR REFORMAS
A
S empresas europeias a operar na China apelaram no final da passada semana ao Governo chinês para que não caia na tentação de sacrificar o seu processo de reforma económica em prol de manter altas taxas de crescimento económico. “Seria prejudicial para a China se as ambiciosas metas de crescimento fixadas pela Assembleia Nacional Popular fossem atingidas à custa da agenda de reformas”, lê-se num comunicado da Câmara do Comércio da UE em Pequim, a que a agência Lusa teve acesso. Por outro lado, Pequim está a encetar um processo de transição do modelo económico, visando maior preponderância dos sectores dos serviços e da tecnologia, em detrimento da indústria pesada
e do sector estatal, vistos como “improdutivos”. Só nas indústrias do aço e do carvão estão previstos 1,8 milhão de despedimentos nos próximos três anos. Referindo-se ao excesso de capacidade de produção naqueles sectores, as empresas europeias dizem que “o apoio financeiro do Governo aos grupos estatais permitiu que firmas não competitivas continuassem a produzir bens de baixa qualidade para os quais não existe procura”. “A China pode efectivamente fortalecer a sua capacidade neste respeito, fortalecendo as barreiras que actualmente impendem o investimento estrangeiro de participar integralmente no seu mercado; mais competição produzirá inovação”, defendem.
O número de chineses que deixaram o seu país para estudar no estrangeiro e o dos que voltaram após terminar os seus estudos aumentaram, em 2015, anunciou sexta-feira o Ministério da Educação da China. Um total de 523.700 chineses saiu para estudar além-fronteiras, no ano passado, um avanço de 14% face a 2014. No mesmo período, 409.100 regressaram ao país, mais 3,2% do que no ano anterior. Os mesmos dados revelam que a relação entre os estudantes que partem e os que voltam recuou de 3,15 por cada um, em 2006, para 1,28 por cada um, em 2015, respectivamente. Chen Zhiwen, chefe de redacção do maior portal ‘online’ chinês dedicado à educação, o EOL, comentou à imprensa local que o fenómeno se deve à redução do fosso económico entre a China e os países desenvolvidos. “Há algumas décadas, poucos chineses regressavam após terminar os estudos, porque viam os países desenvolvidos como o paraíso”, explicou. Desde 1978, mais de quatro milhões de chineses saíram do país para estudar, entre os quais 2,22 milhões regressaram após completar os estudos.
13 hoje macau segunda-feira 21.3.2016
Sentido proibido
Japão veta viagem a Pyongyang de especialista em foguetes
U
M engenheiro especialista em foguetes é uma das 22 pessoas que o governo japonês decidiu impedir de viajar para a Coreia do Norte, como parte das sanções impostas a Pyongyang devido aos seus recentes testes, informou ontem a agência Kyodo. O engenheiro, doutorado pela Universidade de Tóquio, é considerado uma autoridade no desenvolvimento de tecnologia de foguetes e tem ligações a uma empresa norte-coreana suspeita de estar envolvida no fabrico de mísseis, segundo uma fonte das autoridades de segurança japonesas citadas pela Kyodo. O Governo japonês decidiu recentemente impedir de viajar desde o Japão para a Coreia do Norte 22 indivíduos, entre eles responsáveis da Associação de Residentes Coreanos no Japão (conhecida como Chongryon) e cinco membros da Associação Coreana de Ciência e Tecnologia do Japão (Kwahyop). O grupo inclui também um investigador do instituto de energia
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O engenheiro, doutorado pela Universidade de Tóquio, é considerado uma autoridade no desenvolvimento de tecnologia de foguetes
nuclear de uma universidade pública do oeste do Japão, segundo a mesma fonte.
DAS SANÇÕES
A medida, que consiste em proibir estas pessoas de voltarem ao Japão se viajarem para a Coreia do Norte, responde a sanções aprovadas a 19 de Fevereiro por Tóquio, em resposta a um teste nuclear levado a cabo no início de Janeiro pela Coreia do Norte e ao lançamento, um mês depois, de um satélite a bordo de um foguete espacial. Além da limitação das viagens, as sanções incluem bloqueios às remessas de dinheiro para a Coreia do Norte ou a proibição a barcos norte-coreanos de atracarem em portos japoneses. Tóquio já aplicou, entre 2006 e 2014, sanções similares contra Pyongyang. O Japão acabaria por levantar estas sanções em Julho de 2014, depois de uma aproximação à Coreia do Norte sobre a questão do sequestro de cidadãos japoneses pelo regime norte-coreano nos anos 1970 e 1980, no âmbito de um programa alegadamente idealizado para instruir espiões norte-coreanos ou para roubar as suas identidades.
REGIÃO
FILIPINAS VIH/SIDA PROLIFERA ENTRE OS MAIS JOVENS
As infecções de VIH/sida têm crescido de forma acentuada nos últimos anos nas Filipinas, onde a doença prolifera sobretudo entre os mais jovens devido a uma falta generalizada de consciência em relação à doença. Nos últimos cinco anos, o número total de pessoas infectadas nas Filipinas praticamente quadruplicou, passando de 8.400 em Janeiro de 2011 para cerca de 32 mil em Janeiro deste ano, seguindo registos oficiais do Ministério da Saúde local. A rápida expansão do VIH nas Filipinas reflecte-se também nas novas infecções que se registam a cada ano: em 2001 foram 174 novos casos e entre Janeiro e Outubro de 2015 registaram-se mais de 6.500. Os dados mais recentes indicam que só em Janeiro deste ano 804 filipinos contraíram o VIH/sida, o que dá uma média de uma nova infecção a cada hora. Segundo as autoridades das Filipinas, desde 2010 que quase 80% das novas infecções acontece por contacto sexual entre dois homens, a maioria deles com idades entre os 15 e os 34 anos.
14
MÁRIO LAGINHA
EVENTOS
MÚSICO
Esteve em Macau a convite do Festival Literário Rota das Letras e tocou lado a lado com Cristina Branco. Mário Laginha fala do Jazz, do Fado e de todo um caminho cheio de música – um caminho que quase não acontecia por causa... da ginástica O piano vem desde muito pequeno. Foi por opção, por gosto? Começou porque tive sorte. Porque os meus pais tinham interesse em que os filhos tivessem uma educação completa e queriam que, tanto eu como o meu irmão, [aprendêssemos] música, um desporto e o ensino convencional. Portanto, comecei por ter essa sorte, por ter uns pais que queriam que fizesse isso. A minha mãe tinha percebido que eu tinha muita facilidade [em aprender] e tive a sorte de gostar tanto de estudar piano que, para mim, era um prazer. Não olhava para aquilo como um estudo, era o que gostava de fazer. Em vez de ir jogar ao berlinde, ia tocar piano. Isso permitiu-me evoluir depressa ainda novo. E acho que foi graças a isso que, apesar de ter parado alguns anos, que são importantes quando se estuda música no piano, deu para recuperar. Esses anos de paragem aconteceram por volta da adolescência? Apareceram outras músicas? Tive vários gritos do Ipiranga. Estava um bocadinho farto. Diziam que tocava muito bem para a idade e sempre que ia alguém lá a casa, era “olha João, vai lá tocar um bocadinho”. E não foi só isso: na escola havia concertos aos sábados e eu, por tocar bem, não tinha dia descanso, ia para escola todos os sábados de manhã. Acho que isso me começou a cansar um bocado em relação ao piano. Comecei a olhar para o piano de uma outra maneira: “eu gosto mas obriga-me a estar indisponível quando às vezes gostava de estar disponível”. Entretanto pedi ao meu pai que me desse uma guitarra, que deu, e durante uns tempos só queria tocar
guitarra. Queria uma coisa muito rock, mais do meu mundo da altura. Curiosamente a música que ouvia não era aquela que normalmente tentava tocar na guitarra, não sei por quê. Andava muito apaixonado pelo Paco de Lucía e pelo flamenco, tentava fazer umas coisas, sempre auto-didacta. E o que ouvia era o que se ouvia na época: Génesis, Jethro Tull, Emerson Lake & Palmer. Numa coisa mais rock, era Deep Purple, Black Sabath, etc. Mas o meu apreço maior era a ginástica. Foi quase atleta Olímpico. A música e a ginástica eram uma espécie de “dois amores”? Sim, mas na altura a música era uma coisa que estava posta de parte, pelo menos no ponto vista do querer utilizar isso no futuro. Era uma coisa que tinha feito e tocava umas guitarradas se fosse preciso. Ao piano não ligava nada. A ginástica gostava muito. Sempre pratiquei ginástica destes os três anos. Competia em todas as seis modalidades e praticava várias horas por dia. Como é que a música voltou a ser uma opção mais séria? Tive uma grande epifania quando vi [Keith] Jarrett na televisão. Não sabia sequer quem era, vi um tipo a tocar piano - na altura estava com o cabelo tipo carapinha – e achei que era a coisa mais fascinante que podia ouvir. Aquilo mudou-me a vida completamente. Não sabia que se podia tocar piano assim! “Assim, eu quero”, pensei. Antes disso já estava um bocadinho mais desperto para a música porque no ginásio, lá no Dafundo, houve um dia em que estavam fazer umas arrumações de uns colchões e por
À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA ÁLVARO CUNHAL NO PAÍS DOS SOVIETES • Helena Matos
“Tive uma epifania quando vi Keith Jarrett” trás de um colchão descobriram um piano vertical. De repente, um dos meus colegas começou a tentar tocar uma música no piano. Eu fui lá e toquei. Ele disse:“tu sabes tocar piano assim e nunca falaste nisso?” Nem sabiam que eu tocava piano e eram meus amigos íntimos, de há cinco anos. Como tinha bases sólidas, não tentei tocar, toquei. E aquilo, de certa forma, despertou-me um nadinha. Será que estou a desprezar uma coisa que não deveria? Isto foi antes de entrar na sala e dar com Jarrett, que, na altura, não sabia ainda que era o Jarrett, a tocar. Depois o meu irmão comprou-me um disco, o “Facing You”, que ainda hoje é um dos meus discos de eleição, é um disco esmagador. Aquilo que curiosamente ouvi no disco era mais complexo do que aquilo que me tinha conquistado, mas era uma complexidade que ouvia a primeira vez e à segunda já estava completamente apaixonado. Estava no propedêutico nessa altura e as aulas eram na televisão. Eu não via nenhuma, nada. A partir do momento em que o descobri fui para o piano e pronto. Levantava-me e ia tocar piano. Inscrevi-me na Academia dos Amadores de Música e depois no Conservatório. Ao princípio até para me apoiar
porque o que queria tocar era Jazz. Aliás, no princípio nem queria tocar Jazz, queria tocar como ele, o que era uma coisa muito ingénua claro, sob todos os pontos de vista, mas com muita força. Depois quis saber como é que ele tinha chegado ali, então soube que estudou Jazz. Ai é? Então também vou estudar Jazz, que apareceu de uma forma muito naif. Comecei a estudar e conheci várias pessoas, um dos meus amigos da época, o Luís Sá Pessoa, que toca violoncelo e que se dedicou mais ao clássico disse-me: “Acho que também te deverias inscrever no conservatório para melhorares a técnica.” Inscrevi-me e, ao princípio, ao contrário do que as pessoas pensam, não era uma coisa para levar a sério. Só que gostei tanto daquilo que decidi levar o curso até ao fim. Entre o Jazz, o clássico e outras abordagens, onde é que o Mário se situa? Acho que o meu mundo musical é bastante poroso, as coisas que gosto comunicam-se e deixo que isso me influencie. Mas considero-me muito mais músico de Jazz do que propriamente um pianista clássico, que tem nas mãos as notas das partituras de Mozart.
“No princípio nem queria tocar Jazz, queria tocar como ele,[Keith Jarret], o que era uma coisa muito ingénua claro, sob todos os pontos de vista, mas com muita força. Depois quis saber como é que ele tinha chegado ali, então soube que estudou Jazz. Ai é? Então também vou estudar Jazz”
Quando faço algum repertório clássico estou imenso tempo a estudar e faço-o em situações muito particulares. Por exemplo, agora estou a preparar um repertório novo com o Pedro Burmester para dois pianos e estou focado naquilo, mas de uma maneira geral não estou focado no clássico. Sou muito mais músico de Jazz, em relação às influências. Acho que para mim e muitos músicos da minha geração, e provavelmente das vindouras ainda mais, a música passou a estar toda ao alcance. Sempre tive muita influência de música africana, não pela minha ascendência, [infelizmente], mas porque gostava. Costumava comprar discos, aqueles que na época só havia na “Book Close”. Na parte de baixo havia uma parte só com música étnica, muitas vezes era de uma tribo não sei de onde e ouvia aquilo e adorava, porque sempre achei que era de uma grande simplicidade do lado melódico e de grande complexidade no lado rítmico, mas tudo aquilo é feito no equilíbrio e acho que me apaixonei por isso também. Tenho muitas influências e quero que isso se repercuta naquilo que faço, que é a minha personalidade musical. Que seja reflexo dessas paixões todas. No 25 de Abril de 1974, faz 14 anos. Sentiu pessoalmente as mudanças ocorridas, nomeadamente no que respeita ao acesso à cultura? Muito do que tenho consciência que mudou também me foi contado, ou seja, quando quis procurar coisas e encontrei. Posteriormente soube que só havia aquilo porque tinha existido aquele 25 de Abril. Percebi que a cultura se tornou
RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET
No centenário do nascimento do carismático secretário-geral do Partido Comunista Português, Álvaro Cunhal, a jornalista e comentadora Helena Matos assina um texto a ilustrar cerca de meia centena de fotografias inéditas do dirigente comunista em terras soviéticas e que pela primeira vez chegam a Portugal pela mão do jornalista José Milhazes. São imagens desconhecidas que retratam os anos de apogeu de Cunhal na ex-URSS logo após a fuga de Peniche em 1961 e que se estenderam até ao fim do exílio com a Revolução de Abril de 1974; mas também as múltiplas visitas posteriores, reveladoras do esmorecimento do entusiasmo dos líderes socialistas face a Cunhal, assumindo o dirigente comunista português um papel cada vez mais secundarizado a partir do início da década de 80.
OS HIPOPÓTAMOS COZERAM NOS SEUS TANQUES • William S. Burroughs
“Os Hipopótamos Cozeram nos Seus Tanques” é o livro perdido de W.S. Burroughs, o livro perdido de Kerouac, o livro que permaneceu inédito durante mais de 60 anos e se tornou uma lenda.
15 hoje macau segunda-feira 21.3.2016
EVENTOS
SOFIA MOTA
do outro do que aquilo que tinha imaginado. Às vezes a linha de contrabaixo é ligeiramente diferente também e esse processo sempre me fascinou, tenho muito prazer. Agora as escolhas têm a haver com um gosto pessoal e também com os convites que tenho e gosto ou não gosto, aceito ou não. Uma das suas colaborações sobejamente conhecidas foi o casamento musical com a Maria João. O que fica dessa união? Ainda tocamos juntos, mas muito raramente. Não houve assim uma coisa de “agora nunca mais”, mas acho que tem sido uma partilha incomum porque somos muito diferentes ainda que os nossos lados sejam coincidentes, são muito fortes. E os lados que não são complementam-se de uma maneira que também funciona. Em Portugal, sei que não há a história de um duo que tenha gravado 14 discos, e nós temo-los. Não sempre em nome dos dois, os primeiros em nome dela e depois em nome de ambos. É muito disco junto e muito tempo. Temos um património enorme em que tenho um orgulho imenso. Acho que algumas das coisas melhores que já fiz estão aí.
“O meu mundo musical é bastante poroso, as coisas que gosto comunicam-se e deixo que isso me influencie. Mas considero-me muito mais músico de Jazz do que propriamente um pianista clássico”
muito mais universal, que o acesso a essa cultura universal passou a ser uma realidade, que era uma coisa à qual não estávamos habituados. Estávamos virados para o nosso umbigo pequenino, era o folclore, era o Fado e havia a música clássica. Acho que o meu pai ficou em pânico quando lhe disse que me ia dedicar à música. E tinha uma boa razão para isso, ele achava que, se não ia ser músico clássico, como pianista ia acabar num hotel a tocar, o que era o que os músicos da minha época, antes do 25 de Abril, faziam. Os músicos de Jazz eram-no por hobby.
ela. A verdade é que o meu pai não me deixava ficar mal mas ele não me dava dinheiro e eu tinha que lá ir pedir. Já tinha dois filhos entretanto e, quando o frigorífico estava vazio, era uma coisa que tinha que fazer. Mas, apesar de tudo, não houve dramas.
Isso remete para a eterna questão relacionada com o “viver da música”. Como foi para si no início de carreira? Muito complicado. Durante os primeiros dez anos tive sempre a fazer contas para comer. O meu pai é da velha guarda e eu tinha feito uma opção, portanto tinha que me aguentar e responsabilizar-me por
Já não é primeira vez que está em Macau. O que é para si, estar aqui? É tocar para um público português? Gosto de pensar que não é só para um público português, mas é essencialmente português. Quando uma pessoa sai do seu país há uma carga emocional, de saudade ou do que seja, que as torna ligeiramente
diferentes do que essas mesmas pessoas seriam se estivessem a viver em Portugal, provavelmente. Quando estou a tocar muito sinceramente não noto que haja uma diferença, as pessoas são calorosas como costumam ser em Portugal. O que talvez note mais é depois, quando vêm falar, às vezes pedem um autógrafo e penso que há ali, não sei se é uma nostalgia, mas uma saudade em relação ao país de origem e, muitas vezes, uma espécie de identificação cultural. Acho que sentem que pertenço a isto, pertenço a esta cultura e acho que o sentimento de pertença é uma coisa muito boa, que nos ampara. O que penso nestas situações é que,
se posso ser uma peça do puzzle que faz as pessoas sentirem-se bem naquele momento, já é óptimo. Solo, dueto, trio, quinteto e outros “etos”... Como é que, para si funciona este processo de colaborações? O facto de trabalhar tanto em grupo é porque gosto e a razão pela qual gosto tanto é porque me dá um prazer enorme na partilha de ideias, neste caso ideias musicais. Na realidade, quando nos tornamos amigos não se partilham só ideias musicais, mas no acto de fazer música sim. Acho que escrevo muita música e, quando escrevo, a única pessoa que deu ideias para aquilo fui, obviamente, eu. Gosto muito quando estou a escrever para outras pessoas e lhes dou a partitura - às vezes vêm outras ideias, mesmo ao nível de interpretação. Por exemplo em trio, com o Alexandre Frazão na bateria e o Eduardo Moreira no contrabaixo, às vezes com o Alexandre falo num ritmo e ele faz outro e gosto mais
E agora esteve em Macau num projecto mais ligado ao Fado, ao acompanhar Cristina Branco. Com a Cristina o que fiz foi um projecto que veio de uma encomenda também para um festival literário, o de Óbidos, e era para fazer um repertório à volta de Chico Buarque. Ela depois perguntou-me se não queria fazer aquilo com o meu trio e com ela, achei logo a ideia maravilhosa. Adoro o Chico, adoro as músicas, adoro as letras. Fizemos isso e acho que nasceu daí a ideia de convidarem a Cristina, mas queriam que ela viesse mais com Fado, até por causa disto da comunidade portuguesa. Acontece que o pianista com quem ela viria tocar não tinha estas datas livres, numa feliz coincidência. E também já fiz muitas canções para a Cristina. Inicialmente não suportava o Fado. Na realidade, foi uma coisa progressiva. Naquela época em que estava muito concentrado no Jazz, não tinha qualquer interesse no Fado, estava mesmo voltado para outro lado. A única coisa que gostava com a guitarra portuguesa era o Carlos Paredes - que adorava - mas a coisa do Fado... aquilo não me dizia nada. Depois foi uma coisa que surgiu aos poucos. Um dia ouvi uma coisa do Camané que gostei, depois ouvi uma outra que também gostei até que achei que já podia dizer que gostava. Não gosto de tudo, o que também é verdade, mas também não posso dizer que gosto de tudo noutros géneros musicais. HM
16 EVENTOS
hoje macau segunda-feira 21.3.2016
AlphaGo: o perigo mora no ecrã?
UM Homem versus máquina em discussão esta quarta
A
ROTA DAS LETRAS ANUNCIA VENCEDORES DE CONCURSO DE CONTOS
Um homem sombrio, transição e diospiros
H
OMENS sombrios, diospiros que ainda são verdes e o dia em que Macau mudou de soberania estão no pódio da quarta edição do Concurso de Contos do Rota das Letras. Os vencedores deste ano são Zhong Younghua, de Macau, Darío Bravo, do Brasil e a australiana Jane Camens, nas categorias de Chinês, Português e Inglês. Os vencedores receberam um prémio monetário no valor de dez mil patacas cada e têm os seus trabalhos traduzidos e publicados no livro de contos “Quarto Crescente”, onde constam também textos de autores presentes na edição de 2015 e que foi lançado este fim-de-semana.
BRILHO NO CAFÉ
Zhong Younghua conta a história de Mr. Blackrose, homem taciturno de origem chinesa frequentador assíduo de um café em Macau, que transporta consigo uma rosa negra e vários segredos sombrios. A escolha desta história pela aclamada autora chinesa Wang Anyi, é explicada pela mesma: “Escolhi Mr. Blackrose de entre os quatro finalistas por a narrativa possuir um certo nível de talento e estilo, uma história completa, uma estrutura lógica e uma prosa fluida. O espaço ficcional do café cria o ambiente perfeito para o desenrolar da história, sugerindo
a transformação romântica de um destino intolerável. Assim, uma existência limitada é finalmente capaz de se abrir, brilhando, ao perseguir valores clássicos”. Wang Anyi referiu ainda que “a vida em Macau raramente surge representada na literatura, pelo que o valor destes textos reside no facto de abrirem esse caminho”.
RETRATO DE MESTRE
Na categoria de Língua Portuguesa, o prémio foi atribuído ao brasileiro Darío Bravo. O conto “Diospiro Verde” relata a história de um homem que lida com o passado e a perda de alguém que amou. O escritor e académico Carlos André considera que este trabalho “surpreende pela riqueza do retrato humano, pelo primor do desenho, pela mestria da palavra, pela força da imaginação” e por tudo isso estar contido num texto
Os vencedores deste ano são Zhong Younghua, de Macau, Darío Bravo, do Brasil e a australiana Jane Camens, nas categorias de Chinês, Português e Inglês
curto. “O conto é assim mesmo: breve. E, quando nele cabe tanto, como é o caso de ‘Diospiro Verde’, ser breve é ser tudo”.
UM DIA E DUAS NOITES
A australiana Jane Camens, que é simultaneamente uma das convidadas da edição deste ano, venceu na categoria de língua inglesa com o conto “Depois da Meia-Noite”, uma história que se desenrola no dia da transferência de soberania de Macau para a China, em Dezembro de 1999. Yan Ge, membro do júri e autora chinesa, refere que “guiado pela história, o leitor testemunha um dia e duas noites nas vidas de pessoas da época: os correspondentes internacionais, os portugueses, os chineses e os macaenses. A narrativa é perspicaz e genuína, lírica e pungente. Mostra uma imagem abrangente desta grande despedida, bem como uma jornada pessoal de amor e perda. A complexidade e ambiguidade da humanidade nunca devem ser esquecidas, especialmente num momento de transição.” Esta quarta edição do concurso de contos foi a mais concorrida de sempre, tendo a organização recebido mais de cem trabalhos. O regulamento e prazos para o 5º Concurso de Contos será brevemente anunciado pela organização.
Universidade de Macau (UM) acolhe esta quarta-feira a palestra “Está a Inteligência Humana a ser Ultrapassada pela Inteligência Artificial? O segredo AlphaGo”. Esta será proferida pelo professor Lionel Ni, vice-reitor dos Assuntos Académicos e professor no Departamento de Computadores e Ciências da Informação da instituição. O programa AlphaGo conquistou na terça-feira a vitória final com quatro partidas no campeonato do jogo “Go”, entre homem e máquina, no qual competia com o campeão sul-coreano Lee Se-Dol. A vitória do programa AlphaGo, criado pela DeepMind, representa um êxito para esta companhia da Google, que assegura ter criado uma nova forma de inteligência artificial (AI) com pensamento “intuitivo”. O AlphaGo usa dois jogos de “redes neutras”, que
lhe permitem processar dados de uma forma semelhante à do homem, anulando milhões de potenciais movimentos inúteis. Outra das suas grandes novidades é que emprega algoritmos que lhe permitem aprender e melhorar com experiências passadas. Resta a questão se estamos perante uma bênção ou uma maldição. Em cima da mesa está o esclarecimento sobre as questões relativas à IA, em que Lionel Ni explicará a diferença entre a inteligência humana e inteligência artificial em termos leigos. As inovações pioneiras de algoritmos de computador e a descoberta de ondas gravitacionais na Física são outros dos temas da palestra, que terá lugar no Anthony Lau Building da UM, às 17h00 e contará com tradução em Inglês. Com entrada livre, a participação é sujeita a registo através do site da UM.
PATRIMÓNIO DE MACAU POR OUTRAS LENTES
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AI ter lugar na próxima quarta-feira, pelas 18h30, no edifício do Antigo Tribunal a inauguração da exposição “O Lugar onde o Património Mundial Brilha – Exposição Fotográfica do Centro Histórico de Macau”, do fotógrafo local Chan Hin Io. Na mostra estarão patentes imagens que pretendem revelar a beleza e a vitalidade do património cultural de Macau, bem como o charme desta pequena cidade”, sob diferentes perspectivas, numa co-organização do Instituto Cultural (IC) e da Associação para a Reinvenção de Estudos do Património Cultural de Macau. As obras desta exposição incluem fotografias tiradas a elevada altitude e a longa distância, de diferentes ângulos e a diferentes horas do dia, de modo a que o público possa experimentar as diferentes perspectivas de Chan
Hin Io sobre o Centro Histórico, bem como a ter a percepção do trajecto do autor. De acordo com a organização, Chan Hin Io é já uma referência no panorama nacional e um reconhecido fotógrafo em Macau que, nos últimos anos, se tem dedicado à captura dos costumes da terra e das suas paisagens urbanas, o que lhe tem valido várias premiações no mundo da fotografia. Entre as suas obras destaca-se “Bairros de Macau: Fotografia Documental, Memórias dos Ofícios, Negócios Tradicionais de Macau” e “Vida em Macau 2012” . Acompanha ainda o evento, o lançamento do livro de nome homónimo, numa edição autografada pelo autor. A exposição estará patente de 24 de Março a 16 de Abril, no horário compreendido entre as 10h00 e as 20h00 e tem entrada livre.
EXPOSIÇÃO DE LIU GUOYU NO CLUBE MILITAR
Com a organização da Fundação Macau, a “Exposição de Pinturas de Montanha e Água de Liu Guoyu” abre ao público amanhã, pelas 18h30, no Clube Militar. Liu Guoyu é um conhecido pintor de Shaoguan, em Guangdong, e reúne nesta exposição mais de 40 pinturas a tinta da china sobre o tema “Montanha e Água” realizadas com a utilização da técnica “escova seca”. A mostra estará patente ao público de 22 a 28 de Março, todos os dias, das 11h00 às 19h00. A entrada é gratuita.
h ARTES, LETRAS E IDEIAS
hoje macau segunda-feira 21.3.2016
Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração
GUO XI A montanha da Primavera é embrulhada numa extensão contínua de nevoeiro e neblina e os homens estão alegres. A montanha de Verão é rica de folhagem, o que proporciona sombras e as pessoas estão em paz. A montanha do Outono é serena e calma com folhas caídas e os homens são solenes. A montanha de inverno é pesada com nuvens de tempestade e retirada, e as pessoas são tristes. A observação de pinturas destas montanhas desperta no homem as disposições correspondentes. É como se ele de facto estivesse nessas montanhas. Elas existem como se fossem reais e não pintadas. A neblina azul e as veredas brancas despertam a vontade de caminhar por ali; o pôr-do-sol entre ribeiros serenos desperta a vontade de morar entre eles. Rochas e correntes de água despertam a vontade de passear no meio deles. A contemplação de boas pinturas alimen-
ta esta vontade. Os lugares tornam-se reais e o significado destas pinturas é maravilhoso. As montanhas no sudeste do país são extremamente bonitas, não porque sejam beneficiadas pelo céu e a terra mas porque o terreno nessa região é muito baixo. Para ele as águas correm e os ribeiros fluem, lavando, limpando e modificando-o até que passam deixando o solo fino e a água rasa. As montanhas aqui são repletas de picos maravilhosos e escarpas pendentes, que se estendem ao longe até aos céus. Quedas de água derramam-se de neblinas e nuvens, como as cascatas da Huashan, que têm perto de mil pés de altura. Não que outras quedas de água tenham menos de mil pés de altura, mas as montanhas que igualam a Huashan em riqueza são poucas, porque se algumas crescem da superfície, poucas nascem do coração da terra.
«Linquan Gaozhi»
A Grande Mensagem Sobre Florestas e Nascentes
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18 (F)UTILIDADES TEMPO
C H U VA
hoje macau segunda-feira 21.3.2016
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FRACA
O QUE FAZER ESTA SEMANA Amanhã EXPOSIÇÃO DE PINTURAS DE MONTANHA E ÁGUA DE LIU GUOYU Clube Militar, 18h30 (até 28/03) Entrada livre
MIN
16
MAX
20
HUM
85-98%
•
EURO
9.00
BAHT
EXPOSIÇÃO “O LUGAR ONDE O PATRIMÓNIO BRILHA – FOTOGRAFIAS SOBRE O CENTRO HISTÓRICO”, DE CHAN HIN IO Antigo tribunal, 18h30 Entrada livre
Diariamente
O CARTOON STEPH
HISTÓRIA NAVAL (ATÉ 9/04) Arquivo Histórico de Macau
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 52
PROBLEMA 53
UM DISCO HOJE
C I N E M A
KUNG FU PANDA 3 SALA 1
KUNG FU PANDA 3 [A]
FALADO EM CANTONÊS Filme de: Alessandro Carloni, Jennifer Yuh 14.15, 16.00, 19.30
KUNG FU PANDA 3 [3D][A]
FALADO EM CANTONÊS Filme de: Alessandro Carloni, Jennifer Yuh 17.45
GODS OF EGYPT [B]
Filme de: Alex Proyas Com: Nikolaj Coster-Waldau, Brenton Thwaites, Gerard Butler 21.30 SALA 2
THE DIVERGENT SERIES: ALLEGIANT [B] Filme de: Robert Schwentke Com: Shailene Woodley, Theo James, Jeff Daniels, Naome Watts,
Maggie Q 14.30, 16.45, 19.15, 21.30
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “UM SÉCULO DE ARTE AUSTRÍACA” (ATÉ 3/04) Museu de Arte de Macau
Cineteatro
1.23
A ROTA DO VAZIO
PALESTRA SOBRE INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL COM LIONEL LI Universidade de Macau, 17h00 Entrada livre mas com registo
EXPOSIÇÃO “MA-BOA, LIS-CAU”, DE CHARLES CHAUDERLOT (ATÉ 19/03) Museu de Arte de Macau
YUAN
AQUI HÁ GATO
Quarta-feira
EXPOSIÇÃO “COLOUR EXCHANGE” (ATÉ 10/04) Casa Garden
0.22
Não vou esconder. Para mim, um gato que se interessa pelas coisas da vida e não se limita apenas a distinguir odores de carapau, o final do Rota das Letras deixa-me um certo vazio. O Velho Tribunal é mesmo aqui ao lado, por isso nestas duas últimas semanas, habituei-me a dar um pulo pelos telhados e a encontrar velhos amigos para animadas discussões de fim de tarde. Os debates que ali iam acontecendo quase todos os dias, davam-nos o mote. A tasquinha da Vanessa, o tom. Exposições de arte, “impromptus sui generis” de um ou outro conviva mais ou menos animado pelo tinto (ou pelo branco), poesias de pé-rapado, ou canções de escárnio e mal dizer, até dedicações de amor ouvimos. Não vi muita gente a comprar livros, mas vi muita gente a ouvir, a opinar, a discordar e a aplaudir. Mas também, pelo que vou ouvindo ou lendo, como dizia Yutang Lee, os chineses do sul nunca foram muito ligados nas artes e os portugueses são bons mesmo é para conversar como dizia o velho Agostinho da Silva. Um dia pediram-lhe para revelar conselhos que tivesse dado a governantes. Ele lembrou-se de um, dado a um ministro preocupado com a perda de influência de Portugal numa tal parte. “Feche a embaixada”, terá sugerido Agostinho, “Feche a embaixada e abra uma tasca. Os portugueses são bons é para conversar e vai ver que recupera a influência num instante.” Vou ter saudades da minha tasca de fim de tarde, desse borbulhar diário de ideais, desse escape da vulgaridade dos dias. Resta-me esperar e torcer para que as obras do Velho Tribunal não nos tapem os caminhos secretos. Agora resta-me a rota do vazio até que as letras voltem. Pu Yi
“YOU AND I” (JEFF BUCKLEY, MARÇO, 2016)
Há artistas que não morrem. Já não têm corpo mas deambulam por aí na sua forma. Jeff Buckley é música. Não morreu, está connosco, nas nossas casas, no dia-a-dia. A sua arte está viva, a música. A pensar nisso - e em nós que não o deixamos morrer – a Sony Music editou um álbum que sabe a Jeff Buckley do início ao fim. Melhor que isso, tem dois originais que o nosso imortal gravou, em estúdio, em 1993, antes ainda do fabuloso trabalho “Grace”. Esta preciosidade tem ainda mais oito versões de música de The Smiths, Bob Dylan, entre outras. “I Know It’s Over” pela voz de Jeff é arrepiante e apaixonante. Filipa Araújo
SALA 3
THE TAG ALONE [C]
FALADO EM MANDARIM LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Wei-Hao Cheng Com: River Huang, Wei-Ning Hsu 14.15, 18.00, 21.30
ZOOTOPIA [A]
FALADO EM CANTONÊS Filme de: Byron Howard, Rich Moore 16.00
LONDON HAS FALLEN [C] Filme de: Babak Najafi Com: Gerard Butler, Aaron Eckhart, Morgan Freeman 19.30
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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
19 OPINIÃO
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macau visto de hong kong
A
Confidencialidade ou segurança
semana passada o website “Yahoo” publicou um artigo sobre a companhia aérea alemã “Germanwings (GmbH), do qual extraímos o texto que se segue: “A GmbH, sediada em Colónia e subsidiária da Lufthansa, é uma companhia aérea alemã low-cost. “A 24 de Março de 2015, o Airbus A320211, com a chapa D-AIPX, no decurso do Voo 9525, de Barcelona para Dusseldorf, despenhou-se no sul de França, perto de Digne-les-Bains, tendo morrido todos os ocupantes do aparelho. O voo transportava 144 passageiros, dois pilotos e quatro assistentes de bordo. O procurador francês, as autoridades aéreas, francesa e alemã, e o porta-voz da GmbH foram unânimes em afirmar que o desastre tinha sido intencionalmente causado pelo co-piloto, Andreas Lubitz de 27 anos de idade. A 29 de Março de 2015, Phil Giles, investigador aposentado da Agência Britânica de Investigação de Acidentes Aéreos, em declarações ao Independent, afirmou que a GmbH (logo a Lufthansa) teria de dar satisfações sobre o estado de saúde mental do co-piloto. Lubitz esteve de baixa durante vários meses enquanto fazia a sua formação de voo e a Escola de Formação de Pilotos teve conhecimento que, em 2009, o co-piloto sofreu uma depressão grave. Antes de ter ingressado nesta Escola, Lubitz recebeu tratamento por ter evidenciado tendências suicidas. A seguir ao acidente, a Agência Europeia para a Segurança da Aviação (EASA) passou a recomendar que deveriam estar presentes no cockpit, sempre, dois funcionários autorizados. As diversas companhias aéreas do grupo Lufthansa, em consonância com as autoridades para a aviação, outras companhias e a Associação para a Indústria da Aviação, daquele País, adoptaram um protocolo no sentido de ser obrigatória a presença no cockpit de dois funcionários autorizados, em todas as circunstâncias.” O website Yahoo sugeria ainda que, para prevenir a ocorrência de outros casos semelhantes, todos os pilotos deveriam ser submetidos a exames clínicos mais sérios e que os relatórios médicos não deveriam ser confidenciais. Caso se detecte que um piloto sofre de qualquer perturbação psicológica a companhia aérea deverá ser informada. Embora esta medida se proponha assegurar, na medida do possível, a integridade dos passageiros, levanta-se a questão da privacidade dos pilotos. Até que ponto é que as companhias aéreas deverão ter acesso à informação clínica dos seus pilotos? Não é uma questão fácil. À partida poderemos
MARTIN SCORSESE, THE AVIATOR
DAVID CHAN
“Que tipo de médico deverá seguir um piloto? Um médico de família? O médico da companhia aérea? Um clínico privado? Só se a companhia aérea for responsável pelo seguimento clínico dos pilotos se poderá ter a certeza que vai estar a par da informação relevante”
pensar que qualquer perturbação física ou psicológica, que afecte a capacidade de dirigir um avião, deverá ser comunicada. Por outras palavras, a companhia aérea deve ter acesso à informação clínica relevante, não a toda a informação. Neste caso, a informação relevante, como o seu nome indica, é apenas aquela que se prende com a capacidade de o piloto exercer em pleno as suas funções. Caso não esteja capaz, a companhia terá obrigação de o substituir. E que tipo de médico deverá seguir um piloto? Um médico de família? O médico da companhia aérea? Um clínico privado? Só se a companhia aérea for responsável pelo seguimento clínico dos pilotos se poderá ter a certeza que vai estar a par da informação relevante. Do ponto de vista ontológico, estará o médico autorizado a quebrar o sigilo profissional? Não nos podemos esquecer que as questões relacionadas com a saúde são de âmbito privado. À partida, sem a autorização expressa do doente, o médico não tem autorização para revelar a sua ficha a terceiros. Para que esta sugestão seja implementada é provável que a companhia aérea venha a ter de inserir uma clausula no contrato de trabalho, que salvaguarde ser necessário prova de que os pilotos gozam de boa saúde física e mental, quando assumem os comandos de um avião. Nesse caso a companhia deverá ter médicos que certifiquem a saúde dos pilotos. Estes deverão sujeitar-se a exames médicos, digamos, uma vez por ano. Este acordo deverá ser feito entre a companhia aérea, o médico e o piloto. Não é necessário acrescentar qualquer emenda à Lei. O dever de sigilo profissional dos médicos não será no geral afectado por esta medida, porque à partida os pilotos concordam que os problemas de saúde, susceptíveis de influenciar o voo, deverão ser comunicados à companhia. Agora, fazemos outra pergunta. Que outros ramos de actividade poderão adoptar o mesmo procedimento? Todos aqueles que possam directamente pôr em risco a vida das pessoas. As companhias rodoviárias poderão pertencer a esta categoria. Lembramos que em Setembro de 2010, em Junho e em Novembro de 2012, ocorreram em Hong Kong acidentes graves com autocarros, causados por problemas de saúde dos motoristas. A seguir aos acidentes a maior parte dos membros do Conselho Legislativo recomendou que se fizessem exames clínicos mais sérios aos condutores. A recomendação nunca foi implementada. Se a esta sugestão seguir em frente, será bom considerar estendê-la a todas as profissões que envolvam risco à integridade das pessoas. Não se trata de cuidar da saúde do individuo B ou C, trata-se de uma questão de segurança pública. Consultor Legal da Associação de Promoção do Jazz de Macau legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog
O
número de vítimas mortais no acidente de autocarro ontem em Freginals (Tarragona, Espanha) foi revisto em baixa de 14 para 13 mortos, na sua maioria estudantes de Erasmus, anunciou o conselheiro de Interior do governo regional da Catalunha. De acordo com Jordi Jané, são 13 vítimas mortais e não 14 como a Generalitat tinha anunciado inicialmente. O Cônsul-Geral de Portugal em Barcelona, Paulo Teles da Gama, afirmou ontem à agência Lusa que “de momento, não há indicação por parte das autoridades da Catalunha” da existência de vítimas portugueses no acidente de autocarro de Tarragona. “A indicação que temos das autoridades da Catalunha é que, de momento, não se confirma a presença de portugueses no acidente do autocarro. O que não quer dizer que, no decorrer das próximas horas, e com a evolução dos trabalhos de identificação, não possa surgir essa confirmação”, disse Paulo Teles da Gama à Lusa. “Todas as indicações que temos recebido até ao momento indicam que não há nenhum português sequer envolvido no acidente, quer entre os sinistrados
“
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distante / era essa voz / que segredava / sabores / de espanto / marés / de auroras”
Alberto Eduardo Estima de Oliveira
ACIDENTE EM TARRAGONA FAZ 13 VÍTIMAS MORTAIS
Páscoa trágica quer entre os que não sofreram nada”, concluiu. Pelo menos 13 pessoas, na sua maioria estudantes de Erasmus de várias nacionalidades, morreram ontem de manhã quando o autocarro em que seguiam chocou com um veículo na auto-estrada AP-7, junto a Freginals, em Tarragona, Espanha. O conselheiro de Interior (Administração Interna) do Governo regional da Catalunha, Jordi Jané, também disse que são 63 as pessoas envolvidas no acidente. Entre as pessoas que ficaram feridas no acidente, 21
já receberam alta e 28 continuam internados em vários hospitais da região. Nove em estado grave e quatro estavam esta manhã “em estado crítico”. Os feridos mais graves foram transportados para o Hospital Verge de la Cinta de Tortosa (Tarragona).
SEM CONTROLO
O autocarro acidentado em Freginals, pertencente a uma empresa de Mollet del Vallès (Barcelona), transportava - além do condutor - estudantes de Erasmus e pessoas ligadas a estes, de diversas nacionalidades, que
“A indicação que temos das autoridades da Catalunha é que, de momento, não se confirma a presença de portugueses no acidente do autocarro” PAULO TELES DA GAMA CÔNSUL-GERAL DE PORTUGAL EM BARCELONA
regressavam das tradicionais festas de Páscoa em Valência. O acidente aconteceu às 06:00 da manhã locais, quando o autocarro da empresa Autocares Alejandro, que circulava em sentido Barcelona, perdeu o controlo, atravessou o separador e ficou voltado no sentido sul, colidindo com outro veículo. O motorista do autocarro sobreviveu ao acidente e foi ontem de manhã ouvido na comissaria dos Mossos de Esquadra (polícia autonómica da Catalunha) de Tortosa, indicou Jordi Jané. Esta colisão é um dos acidentes de trânsito mais graves que ocorreram em Espanha desde 2000, com envolvimento de um autocarro de passageiros. O acidente com o maior número de mortes em Espanha foi a 6 de Julho de 2000, quando um autocarro em que viajavam alunos catalães colidiu com um camião de transporte de gado na cidade de Soria Golmayo, provocando vinte mortos e treze feridos graves.
MACAU NEVOEIRO DENSO PERTURBA VOOS HÁ TRÊS DIAS
O
ALEXIS TAM RECEBE CAMISOLA DA ASSOCIAÇÃO DE RUGBY ASSOCIAÇÃO RUGBY DE MACAU
nevoeiro denso em Macau provocou ontem dezenas de cancelamentos e atrasos de voos, pelo terceiro dia consecutivo, de acordo com o aeroporto local. Segundo as informações divulgadas pelo aeroporto, desde sexta-feira foram cancelados diariamente dezenas de voos e outros foram adiados ou saíram e aterraram em Macau com atrasos. As ligações marítimas (à China continental e a Hong Kong) também foram afectadas na sexta-feira e no sábado, mas ontem estavam já a funcionar com normalidade, depois de os Serviços de Assuntos Marítimos e de Água de Macau terem levantado as medidas de controlo de navegação, que obrigaram as embarcações, nos últimos dois dias, a reduzir a velocidade máxima. O nevoeiro diminuiu de densidade durante o dia de ontem, mas a bruma fechada levou no sábado o Governo de Macau a cancelar a iniciativa com que tinha decidido aderir à Hora do Planeta, por questões de segurança. Macau tinha decidido desligar durante uma hora as luzes das três pontes que ligam a península de Macau à ilha da Taipa, o que acabou por não fazer, “para garantir a segurança das vias rodoviárias e marítima”. A Hora do Planeta é uma iniciativa mundial anual que pede para se apagarem as luzes durante uma hora em nome da sustentabilidade. Este ano, decorreu no sábado e 178 países e territórios aderiram à iniciativa, mais sete mil cidades do que em 2015.
O HM ERROU
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• O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que tem a seu cargo a tutela do Desporto, participou no sábado no aniversário dos 20 anos da Associação de Rugby de Macau, onde recebeu das mãos do presidente, Ricardo Pina, uma camisola da equipa. A Associação celebrou com um campeonato no campo da Escola Internacional de Macau.
Na edição de sexta-feira, no título introdutório da entrevista a Marta Rebucho, coordenadora do Centro Feminino da ARTM, deveria ler-se “As mulheres escondem até ao limite” e não “Tem havido um enorme esforço para melhorar a qualidade da saúde”, afirmação de Jorge Sales Marques, presidente da Associação de Médicos de Língua Portuguesa, como apareceu publicado. Aos visados e aos leitores as nossas desculpas.