DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
ASSEMBLEIA
Dia de todas as queixas PÁGINA 4
OPINIÃO
QUINTA-FEIRA 21 DE JULHO DE 2016 • ANO XV • Nº 3618
hojemacau
A sério LEOCARDO
iAOHiN
ARTE EM SALDO EVENTOS
AUTO-SILOS
Corrupto confesso PÁGINA 9
ERRO MÉDICO
As mazelas do diploma
h Patagónia O livro de Enoch MANUEL AFONSO COSTA
AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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AMÉLIA VIEIRA
A nova proposta de Lei do Erro Médico, finalmente entregue, continua sem gerar consenso. Falta de equilíbrio com pouca, ou nenhuma, protecção aos médicos são algumas das queixas dos profissionais do sector. GRANDE PLANO www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau
MOP$10
2 GRANDE PLANO
E
STÁ finalmente entregue a proposta de Lei do Erro Médico, que estava a ser alterada pelo Governo depois da discussão na especialidade. A nova proposta prevê maioritariamente a defesa do utente na perspectiva de alguns membros do sector, que dizem que nada muda face ao que tem vindo a ser discutido. “Se me pergunta se estou satisfeito, claro que não estou. Dos 43 artigos não há basicamente nenhum que proteja os médicos”, começa logo por dizer ao HM Cheung Iek Lap, deputado e médico. A falta de um equilíbrio entre a protecção do doente e do profissional de saúde foi, desde o início da avaliação desta proposta, um pedido premente do hemiciclo e do sector. Algo que voltou a ser defendido em 2013, aquando da aprovação da lei na generalidade. E que deverá levantar celeuma de novo. A Associação de Médicos de Língua Portuguesa de Macau considerava, em 2014, que a proposta de Lei do Erro Médico “não era necessária” nem iria introduzir “melhorias” na prestação dos cuidados de saúde. Num parecer enviado à AL na altura, quando presidida por Rui Furtado, a Associação criticava o diploma e antevia uma “medicina defensiva”. Dois anos e uma nova cara na presidência da Associação depois, não mudou muito o sentimento. “Esta lei é sem dúvida discutível”, indica ao HM Jorge Sales Marques, actual presidente da Associação. “Em qualquer parte do mundo esta é uma lei discutível, em Portugal também houve discussão sobre o tema. Enfim, temos de aceitar a lei, ela existe e foi aceite pelos deputados, mas temos de saber interpretá-la muito bem”. O alerta de Sales Marques chega na mesma linha de pensamento de Cheung Iek Lap e Rui Furtado. “A lei é fundamentalmente para proteger o doente”, ressalva o profissional. “Temos de pensar quem é que defende o médico? Qualquer pessoa pode acusar outra e os médicos, por sua vez, poderão fazer uma medicina mais defensiva devido a esta lei. Não ouço falar de discussão de erros noutras áreas e também há engenheiros que fazem prédios que caem e juízes que trabalham mal. Ok, é uma área sensível, mas só se fala dos erros médicos, o que leva a que a lei seja discutível.” Para o deputado Cheung Iek Lap, essa é precisamente a falha desta lei. “A proposta diz no início que é para proteger os direitos de ambas as partes, mas não encontro nada que esteja a proteger os médicos.” “Este é um assunto que
ERRO MÉDICO NOVA LEI CONTINUA A DEMONSTRAR FALTA DE EQUILÍBRIO
TUDO POR TI, Protege maioritariamente os doentes e não traz qualquer mudança apesar da muita discussão que causou. Está aí a nova versão da Lei do Erro Médico e especialistas da área alertam para a necessidade de ser cuidadoso na interpretação de uma lei muito “discutível”
deveria ser tratado por especialistas”, considera ainda Rui Furtado.
COMISSÃO PERITA
A nova proposta mantém a criação de uma Comissão de Perícia do Erro Médico, cujo objectivo é avaliar se houve de facto falha do profissional. É composta por sete pessoas – cinco da Saúde e três do Direito – sendo todas elas nomeadas pelo Chefe do Executivo. Algo com que Rui Furtado, na altura da aprovação da lei presidente da Associação dos Médicos de Língua Portuguesa de Macau, discordou plenamente. “Não é aceitável que seja administrativamente nomeada e muito menos que seja constituída por elementos da Direcção dos Serviços de Saúde. A Associação
“Se me pergunta se estou satisfeito, claro que não estou. Dos 43 artigos não há basicamente nenhum que proteja os médicos” CHEUNG IEK LAP DEPUTADO E MÉDICO
não tem conhecimento da existência em países ou regiões com uma Medicina de elevada qualidade, de comissões como a referida na proposta de lei”, dizia o médico em 2014, acrescentando que esta Comissão parece “uma tentativa de substituir uma inexistente associação profissional dos médicos de Macau”. A Associação chegou a pedir que a Comissão não fosse criada. Já o novo responsável da entidade, Sales Marques, pede um cuidado extremo. “Os médicos devem ser de especialidades diferentes porque podem estar a discutir eventuais erros de outras especialidades. A avaliação [em cada uma] é diferente e poderá haver uma conclusão mais correcta.” Também face aos juristas que vão incluir a Comissão, o presidente da Associação diz que “é importante que estejam mais ligados a esta área específica” da Saúde. “Temos de pensar que é preciso prudência e é muito importante escolher pessoas com [aptidões] científicas e curriculares, para que se possa tirar conclusões sobre actos médicos. Que implicam sempre risco.” Também Cheung Iek Lap se divide face às funções e composição deste órgão, que terá recursos para fazer investigações próprias e pode contratar pessoal do exterior.
“A Comissão também só apoia os doentes, para recolher provas [por eles]. Não há problema em contratar pessoal do exterior, acho é estúpido que se [diga] que não se confia nos [nossos] médicos e depois se lhes vá pedir esse servi-
“O que esta proposta mostra é que não há nenhuma diferença de conteúdo e que só muda na forma como é apresentado” RUI FURTADO MÉDICO
ço. Há quem não concorde com médicos locais [na Comissão], mas não nos podemos esquecer que também há juízes que podem estar a passar sentenças a pessoas que conhecem, porque Macau é pequeno. Então para isso, também se teria de contratar juízes de fora. Dizem que é preciso pessoal do exterior para a investigação [para evitar familiaridade], mas o Governo depois vai gastar imenso com este recrutamento”, defendeu ao HM, assegurando, contudo, que até concorda com este método. Wong Kit Cheng, enfermeira e deputada, contrapõe que a ideia da Comissão integrar especialistas do exterior é mais viável. Primeiro, aponta, porque “há poucos médicos de especialidade” em Macau,
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UTENTE
O QUE DITA A LEI
SEGURO OBRIGATÓRIO
Para Wong Kit Cheng, com a Comissão e a possibilidade de se pedir um relatório de investigação poderá haver provas que ajudem a perceber de quem é a culpa, mas a deputada, ao contrário dos colegas, considera que há garantias para os médicos. Garantias essas que passam pelo facto da lei obrigar à compra de um seguro de responsabilidade civil para os profissionais. Mas também a compra do seguro faz os profissionais ficar de pé atrás. Rui Furtado, quando ainda era presidente da Associação, propunha a constituição de um
RESPONSABILIDADE DIVIDIDA?
A lei indica que todos os “prestadores de cuidados de saúde” podem ser responsabilizados de acordo com o Código Civil e indica que “caso haja pluralidade de responsáveis a sua responsabilidade é
responsabilidade civil para
médico da prática que resultar
profissionais com valor a ser
em erro médico responde pelos
decidido pelo Chefe do Executivo
danos também, de acordo com o
• Profissionais que suspeitaram
“Não ouço falar de discussão de erros noutras áreas e também há engenheiros que fazem prédios que caem e juízes que trabalham mal”
JORGE SALES MARQUES PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE MÉDICOS DE LÍNGUA PORTUGUESA DE MACAU
fundo de garantia médica, da responsabilidade do Governo, devido aos “altos valores dos prémios dos seguros”. Wong Kit Cheng admite que essa é uma preocupação, mas relembra que é o Chefe do Executivo quem vai regular os preços destes seguros. A ausência de um regime de seguro de responsabilidade médica no diploma foi notada pelos deputados, o que levou o Governo a inclui-lo agora na nova proposta.
• Comitente que encarregar o
Código Civil (493º)
“Esta lei é sem dúvida discutível”
depois porque “a Comissão pode, desta forma, ser mais profissional e abrangente e ter mais credibilidade”.
• Obrigatório seguro de
solidária”. Mais ainda, a lei prevê que o “comitente que encarregar o médico da prática que resultar em erro médico responde pelos danos também”. Sales Marques, que confessa que este é um ponto que pode ter passado na análise profunda que fez à proposta, mostra-se duvidoso sobre o assunto. “Se é uma lei do erro médico, é só para médicos, na minha perspectiva”, disse, ressalvando contudo que é uma questão a analisar. Cheung Iek Lap diz que, a ser dividida por todos, concorda. “Se o médico cometer erro, o hospital ou clínica também têm responsabilidades. Quanto a isso, eu concordo. Porque isso ajuda a partilhar [o stress] sentido pelos médicos. Pelo menos o médico não precisa de pagar tudo e o hospital pode ajudar a pagar, se calhar 30%. Não há problema nisso.”
E AGORA?
Rui Furtado não tem dúvidas. A lei manteve-se igual, apesar de todos os pareceres e opiniões. “Mantenho tudo o que disse até agora. O que esta proposta mostra é que não há nenhuma diferença de conteúdo e que só muda na forma como é apresentado”, disse ontem o médico ao HM.
de erro medico são obrigados a
• Criado Centro de Mediação
notificar os Serviços de Saúde em
de Litígios Médicos, que pode
24 horas
resolver os conflitos e tratar da indemnização desde que os
• Criação de Comissão de Perícia
interessados aceitem. Mediador
independente que tem acesso a
é nomeado por Chui Sai On
meios de investigação própria, composta por dez pessoas (sete
• Multas de quatro mil a 40 mil
da área da Saúde e três do Direito)
patacas caso pessoa singular
nomeadas pelo Chefe do Executivo
viole o dever de notificação de
e com mínimo de dez anos de
erro médico e de dez mil até cem
experiência. Podem ser da RAEM ou
mil patacas para as entidades
do exterior
colectivas que o fizerem
• Comissão de Perícia pode
• Serviços de Saúde são quem
convidar profissionais ou entidades
instaura processo de erro médico e
do exterior e tem 90 dias para fazer
sancionam, excepto nos casos em
relatório sobre erro médico
que são seus trabalhadores e é o Chefe do Executivo quem o faz
• Acusados de erro médico podem recorrer da decisão da Comissão
• Multas adquiridas vão para os
de Perícia
cofres dos Serviços de Saúde, excepto se foram erros cometidos
• Responsabilidade solidária. A
pelos seus profissionais, cujo valor
lei permite a existência de vários
das multas vai para o orçamento
responsáveis pelo erro médico
da RAEM
Ao contrário de Rui Furtado, Cheung Iek Lap faz algumas ressalvas. “É um facto que existe uma lacuna legal em relação aos médicos e esta lei pode preenchê-la. Como membro do sector, e embora a proposta quase não nos proteja, ainda considero que deve existir. Mas é bom frisar que todas as sanções são para nos punir a nós”, alerta, quase sem esperança em eventuais mudanças que a discussão no plenário possa trazer. “Basicamente esta já é a proposta final e não será possível mudanças futuras. O Governo também está com uma atitude muito firme e a proposta vai ser aprovada”, frisou. A AL aprovou a lei em 2013, depois de uma década a discutir o assunto. Só agora, três anos depois, o diploma volta ao hemiciclo, não estando ainda marcado qualquer plenário para o discutir. Joana Freitas (com Angela Ka e Sofia Mota) Joana.freitas@hojemacau.com.mo
NÚMEROS
Não há dados recentes sobre casos de erro médico, mas desde 2002 até 2012 o Centro de Avaliação de Queixas recebeu 470 situações. Em 2012, deram entrada 34 queixas: 12 envolvendo entidades médicas públicas e 22 privadas. Desde 1999, seguiram para tribunal 29 casos: os Serviços de Saúde ganharam 13, perderam seis, um foi resolvido através do mecanismo de mediação e os restantes correm nas instâncias judiciais. O montante global envolvido nos seis casos que os Serviços de Saúde perderam foi de 7,31 milhões de patacas.
4 POLÍTICA
hoje macau quinta-feira 21.7.2016
GCS
DSF PROMETE MAIS TRANSPARÊNCIA NAS AQUISIÇÕES PÚBLICAS
A
AL QUINZE DEPUTADOS QUESTIONAM HOJE O GOVERNO
Hoje é dia de interpelações na Assembleia Legislativa. O financiamento da Universidade de Jinan pela Fundação Macau, a Central Nuclear de Taishan, emigração, Função Pública, obras e terras são só algumas das questões que vão circular no hemiciclo
A
Assembleia Legislativa (AL) reúne hoje para mais uma apresentação de interpelações orais. Num total de 15, os temas dividem-se entre políticas de emigração e importação de mão-de-obra, a doação da Fundação Macau à Universidade de Jinan, trabalhadores da Função Pública e a entrada em funcionamento da Central Nuclear de Taishan. A Fundação Macau e os cem milhões de yuan doados à Universidade de Jinan são preocupações do deputado Ng Kuok Cheong. Não satisfeito com as explicações avançadas pelo Executivo, o deputado considera que a Fundação Macau “não deve apreciar e conceder financiamento à porta fechada”,
ao mesmo tempo que questiona para quando tem o Governo intenção de criar um sistema de fiscalização dos financiamentos a entidades fora da RAEM. Au Kam San tem como mote de interpelação o início de actividade da Central Nuclear de Taishan. Situada a 67 quilómetros de Macau, o deputado ainda não tem como clara a estratégia do Governo para proteger os residentes e questiona acerca da criação de um mecanismo de notificação imediata partilhado com o continente. As preocupações são muitas, especialmente após o desastre de Fokushima.
e importação de mão-de-obra do exterior. Se para Ella Lei os requisitos relativos ao cumprimento do salário mínimo não são claros, Kwan Tsui Hang critica a possibilidade permitida pelo Governo de que as pessoas venham para a RAEM à procura de emprego tendo por base um visto de visitante. Ella Lei considera que as actuais políticas afectam as condições e oportunidades de emprego dos locais. Já Wong Kit Cheng volta a colocar em cima da mesa a necessidade de criação de salas de amamentação em edifícios públicos.
LEITE E TRABALHO
A preservação da segurança e da dignidade dos trabalhadores da Função Pública é preocupação de José Pereira Coutinho. O
Ella Lei e Kwan Tsui têm no cerne das suas interpelações as questões ligadas à emigração
FUNÇÃO PÚBLICA, CASAS E TERRAS
Sofia Mota
info@hojemacau.com.mo
GONÇALO LOBO PINHEIRO
Queixas para todos os gostos
deputado pretende esclarecimentos relativos à “entidade independente” criada pelo Governo à qual cabe a análise de queixas dos funcionários. Mak Soi Kun continua a não ver claras as políticas referentes às acções de despejo e Ho Ion Sang questiona acerca dos encargos especiais que envolvem a concessão de terras, não deixando de questionar acerca da previsão de “conclusão e abertura ao público da via pedonal superior da Avenida do Lam Mau, planeada há já 20 anos”. Song Pek Kei continua com dúvidas sobre o edifício de doenças infecto-contagiosas, não estando satisfeita com o debate realizado na Assembleia. O sistema informatizado com os dados dos residentes também é questionável, bem como a garantia de segurança desses dados, sendo que Angela Leong pergunta se a Administração não deveria já “simplificar os fluxos administrativos e elevar a eficácia dos trabalhadores”. A deputada Melinda Chan debate-se com os mecanismos de protecção de idosos, bem como a fiscalização das instituições não governamentais de cuidados aos mais velhos. Higiene alimentar é o tema referido por Si Ka Lon e Zheng Anting. O primeiro adverte para a situação das aves vivas, enquanto que o segundo questiona acerca da fiscalização dos serviços de “tapao”.
Direcção dos Serviços da Finanças (DSF) está a ponderar proceder a um estudo acerca da criação de uma base de dados para fornecedores e concessionários de aquisições públicas. É ainda intenção da Direcção a publicação dos concursos públicos na internet. Em resposta a uma interpelação da deputada Kwan Tsui Hang, o director da DSF, Iong Kong Leong, afirma que já concluiu a proposta de alteração de montantes de aquisição pública, algo que tinha sido prometido na Assembleia Legislativa. De acordo com as sugestões dos Comissariado contra a Corrupção (CCAC) e Comissariado da Auditoria, a DSF está a estudar como melhorar os regulamentos. O Governo está a reorganizar os processos de aquisição pública dos seus departamentos e a DSF está a “estudar a hipótese de criação de uma base de dados”. De forma a melhorar as operações de aquisição pública, Iong Kong Leong refere ainda que está em cima da mesa a possibilidade de “publicar a informação relativa aos concursos públicos nas páginas da internet dos serviços governamentais a fim de melhorar as operações de aquisição”. A fiscalização das obras públicas com mais rigor é também objectivo da DSF, especialmente para os casos em que não haja cumprimento de prazos por parte dos concessionários. T.C. (revisto por SM)
ALEXIS TAM INCENTIVA ESTUDANTES
O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, esteve ontem presente numa actividade de intercâmbio no âmbito do 12.º Acampamento Militar de Verão para Jovens Estudantes de Macau. No decorrer do encontro, Alexis Tam fez uma apresentação das tarefas da Secretaria para os Assuntos Sociais e Cultura e não deixou de incentivar os jovens a para aproveitar tempo, estudar e alargar os horizontes. Falou ainda do conceito de “knowledge changes fate”, dando a sua própria vida como exemplo. Posteriormente, o Secretário visitou os quartos dos estudantes no acampamento, dando conta do bom funcionamento e organização da iniciativa. Alexis Tam espera que o acampamento militar possa, no futuro, contar com uma maior participação por parte dos estudantes do ensino secundário e sugeriu a cooperação entre a Guarnição em Macau e a Universidade de Macau, bem como demais instituições do ensino superior locais, de modo a permitir aos jovens uma aprendizagem.
5 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
Palavra de Chefe
concluídos segundo a legislação. “Por essa razão, segundo o entendimento das autoridades e opiniões do Ministério Público (MP) ao CCAC, o tratamento da anulação do termo da permuta do terreno não afectará os direitos e interesses dos proprietários dos mesmos edifícios, não havendo necessidade de preocupações”, frisou.
O
S proprietários de fracções no Kinglight Garden e no One Central não precisam de ficar preocupados: apesar da falta de legalidade no acordo para a troca de terrenos que cedeu aqueles lotes à Shun Tak, os direitos e interesses não vão ser afectados. É o que garante Chui Sai On, Chefe do Executivo, que indica ainda que vão continuar as investigações sobre o caso. Ao falar à comunicação social antes de partir para Pequim, o Chefe do Executivo falou do caso da Fábrica de Panchões Iec Long, onde o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) disse existirem diversas ilegalidades, incluindo troca de terrenos que não eram permitidas, nem favoráveis à RAEM. Chui Sai On relembrou que a secretaria para os Transportes e Obras Públicas está responsável pelo acompanhamento da anulação do termo de responsabilidade sobre a permuta de terrenos e também pelos desenvolvimentos dessa anulação. O CCAC vai continuar a investigar o caso.
CARMO CORREIA
Prédios da Shun Tak a salvo. Prometida mais investigação ao caso Iec Long
E RESPONSABILIDADES?
Um dos problemas levantados era sobre o destino de prédios como o One Central, construídos nos terrenos pelos quais a Shun Tak pagou 500 milhões de patacas à Sociedade Baía Nossa Senhora da Esperança, que não tinha poder para os ceder. “A Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transpor-
tes (DSSOPT) seguirá nos termos legais as questões inerentes ao montante do prémio que o Edifício Kinglight Garden necessita de suprir e à permuta do terreno do Edifício One Central”, frisou Chui Sai On, que disse ainda que o registo da propriedade horizontal e o registo predial das fracções destes dois edifícios já se encontram
Questionado sobre a responsabilidade de Li Canfeng no caso, já à altura dos facto este era o vice-director das Obras Públicas, Chui Sai On defendeu que o Secretário nomeou o actual director com a sua concordância e que os trabalhos de investigação “vão visar todos os acontecimentos”. “A investigação dos actos de corrupção ou irregularidades cabe ao CCAC, que procederá, de acordo com as competências previstas na sua Lei Orgânica, aos trabalhos de investigação, cujos pormenores não precisam de ser comunicados ao Chefe do Executivo.” Em todas as fases, promete o líder do Governo, o MP vai ser ouvido. MP que desempenhou um papel também na troca de terrenos, tendo dado sugestões na altura, através de Ho Chio Meng, ex-procurador da RAEM agora detido por suspeitas de corrupção.
POLÍTICA
“Segundo o entendimento das autoridades e opiniões do Ministério Público (MP) ao CCAC, o tratamento da anulação do termo da permuta do terreno não afectará os direitos e interesses dos proprietários dos mesmos edifícios” CHUI SAI ON CHEFE DO EXECUTIVO Sobre a proposta apresentada pelo deputado Gabriel Tong, que pede a reinterpretação da Lei de Terras, o Chefe do Executivo não quis comentar. Tomás Chio
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PUB HM • 1ª VEZ • 21-7-16
HM • 2ª VEZ • 21-7-16
ANÚNCIO
ANÚNCIO
Declaração de Herança Vaga nº CV1-15-0029-CPE 1º Juízo Cível REQUERENTE: O MINISTÉRIO PÚBLICO.-----------------------FALECIDO: CHU KEI, solteiro, faleceu em 04 de Abril de 2015, titular do B.I.R.M. e com a última residência em Macau, no Asilo Betânia, das Caritas.-------------------------------------------------------------O 1.º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.:-----FAZ-SE SABER, por esta Secção, que começa a correr depois de finda a dilação de TRINTA DIAS, contada da data da fixação deste edital, citando quaisquer CREDORES DESCONHECIDOS do mesmo para, no prazo de QUINZE DIAS, findo o dos éditos, reclamarem os seus créditos, seguindo-se os demais trâmites do n.º 1 do art. 1033.º do C.P.C.-------------------------------------------------------Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 13 de Julho de 2016.***
Interdição
Nº CV1-16-0013-CPE
1º Juízo Cível
-----REQUERENTE: O Ministério Público.--------------------------------REQUERIDO: Wong Keng Seng, solteiro, sem profissão, nascido a 27/05/1954, em Macau, filho de Wong Long Chi e da Chao Mei Sao, titular do B.I.R.M. n.º7302XXX(X) e residente, no Lar São Luís Gonzaga, sito no Caminho das Hortas, Taipa em Macau.------------------------------------------------------------------------*** -----O MERITÍSSIMO JUIZ DO 1º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.------------------------------------------FAZ SABER QUE, foi distribuída neste Tribunal, em 07 de Março de 2016, uma Acção Especial de Interdição, com o número acima indicado, que o Ministério Público move contra Wong Keng Seng, a fim de ser decretada a sua interdição por ser portador de debilidade mental do nível moderado.----------------------------------Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., ao 08 de Abril de 2016.
Joana Freitas
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6 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
TIAGO ALCÂNTARA
POLÍTICA
CARAS NOVAS NO IPIM
HOJE MACAU
O Chefe do Executivo, Chui Sai On, nomeou novas caras para a Comissão de Investimentos do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM). Segundo um despacho ontem publicado em Boletim Oficial, enquanto membros permanentes, passarão a integrar o grupo a directora dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, Chan Tze Wai, subdirectora dos Serviços de Economia e Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais. Também Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes foi nomeado, ao lado de Shuen Ka Hung representante do Centro de Produtividade e Transferência de Tecnologia. Enquanto membros não permanentes estão o director dos Serviços de Finanças, Iong Kong Leong, a subdirectora dos Serviços de Saúde, Ho Ioc San, e a subdirectora da Direcção do Ambiente, Vong Man Hung, entre outros. As nomeações são válidas por um ano.
PJ PEDE ALTERAÇÃO DA LEI DE INVESTIMENTO
Chau Wai Kuong, director da Polícia Judiciária (PJ), disse ontem que vai propor uma alteração à lei de forma a que a recolha de investimento por outras entidades que não os bancos seja considerada crime público. O director disse que vai encaminhar o pedido para os departamentos judiciais, de forma a que seja mais fácil às autoridades combater esta ilegalidade, que tem assolado Macau de forma mais frequente nos últimos tempos. Chau Wai Kuong falava numa altura em que o número de lesados do caso Glory Sky (ver página 9) subiu para 82 pessoas.
Plano Quinquenal GOVERNO FINALIZA VERSÃO EM SETEMBRO
Resultados à vista
A população não está muito satisfeita com as perspectivas do Governo face aos solos, habitação e a protecção ambiental. São alguns dos resultados da auscultação sobre o Plano Quinquenal, que vê a sua versão definitiva chegar em Setembro
O
Governo vai apresentar uma nova versão do Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM (2016-2020) em Setembro. Lao Pun Lap, coordenador do Gabinete de Estudos das Políticas, apresentou ontem as primeiras conclusões sobre a consulta pública ao plano, que indicam alguma insatisfação face a diferentes áreas de Macau. O tema que mais levou as pessoas a emitir opinião foi o relacionado com “a vida da população”, mas foram os solos e a habitação que mais originaram críticas negativas. De todas as 700 opiniões recebidas sobre este tema, que se debruçava sobre construção de habitação pública e criação de reservas de terreno, 39,2% eram “negativas”. A insatisfação alargou-se ainda à protecção ambiental – onde se incluía controlo da poluição e redução das emissões
do lixo - que reuniu 34,6% de opiniões negativas em mais de 500, e à Administração Pública, que viu 20,9% das 781 opiniões emitidas serem desfavoráveis. Questionado sobre a razão para estes números, Lao Pun Lap não se alargou muito nas explicações. “Este é sentimento na vida quoti-
O tema que mais levou as pessoas a emitir opinião foi o relacionado com “a vida da população”, mas foram os solos e a habitação que mais originaram críticas negativas
diana da população. O Governo está atento e vamos melhorar os nossos trabalhos. Nos temas onde a opinião negativa for maior é onde nos vamos focar.”
INTERESSES NO AR
As opiniões são importantes para o Governo, frisa Lao Pun Lap, que indica que estas servirão para fazer ajustamentos no plano. No caso das opiniões positivas, estas versaram sobre Macau como uma plataforma entre a China e os Países de Língua Portuguesa, à cooperação regional e ao turismo de lazer. Todas as opiniões, que ascenderam a mais de 300, satisfizeram os residentes acima dos 90%. Segundo Lao Pun Lap, quem participou pediu que o planeamento urbano do território seja feito o mais rápido possível, a par do marítimo, mas também a desburocratização na Função Pública, a formação de bilingues no Direito e melhoria nos transportes públicos.
O próximo passo é criar grupos especializados para implementar o plano e compilar estas opiniões para “rever o plano”. Lao Pun Lap frisa que “o trabalho não é pouco”, mas adianta que a nova versão já tem data marcada para sair. “A versão definitiva está pronta na primeira metade de Setembro. O segundo passo é, através da Comissão para a Criação de um Centro de Lazer, ir implementando e ajustando o plano”, frisou o responsável, acrescentando, no entanto, que o plano está já em curso uma vez que começou este ano. Durante duas fases, de Abril a Junho, foram recolhidas 10.800 opiniões, tendo sido as redes sociais o meio mais utilizado para tal. Mais de uma centena de entidades e associações também participaram. O Plano Quinquenal traça algumas metas para o desenvolvimento sócio-económico da RAEM nos próximos cinco anos. Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
MUST ANALISA CONHECIMENTOS
A
Universidade de Ciência e Tecnologia (MUST, na sigla inglesa) foi incumbida pelo Governo para fazer um inquérito sobre o conhecimento da população sobre o plano. A universidade recebeu 395 mil patacas em troca, para as duas fases da consulta, e os resultados indicam que, no geral, a consciência sobre a existência deste plano era “alta”.
CRITICADA FALTA DE ORIENTAÇÕES SOBRE EXAME UNIFICADO DE ACESSO
O
primeiro Exame Unificado de Acesso de Macau é implementado já a partir do próximo ano, mas ainda não há orientações claras sobre a sua forma de aplicação. Quem o diz é Wong Kit Cheng que, numa
interpelação escrita, pede ao Governo que resolva o problema. “Nas apresentações do esquema do exame, muitas escolas já indicaram a existência de pontos imprecisos e consideram que as normas
de resposta e a regulação dos termos específicos ainda precisam de ser clarificadas e definidas,” começa por dizer a deputada. Wong Kit Cheng pede ao Governo que invista tempo na melhoria do
esquema e forneça informações “mais abertas”, bem como promova ainda mais o exame. A deputada quer ainda que o Executivo tenha em atenção a necessidade de se aumentar a “universalidade” do exame
e avaliação dos resultados, de forma a que instituições de fora de Macau possam também aceitar estes exames unificados.
7 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
MACAU COM “RISCO BAIXO” DE TERRORISMO
M
ACAU mantém-se fora da lista dos locais onde o risco de terrorismo existe. É o que diz um relatório do Conselho Consultivo de Segurança no Exterior (OSAC) do Departamento de Estado norte-americano, que indica ainda que Macau tem um “baixo” nível de risco não só ao nível do terrorismo, como do crime ou violência política. Segundo o Jornal Tribuna de Macau, que cita o relatório “Crime e Segurança para a China 2016”, apesar dos americanos estarem sujeitos a ameaças glo-
bais do terrorismo internacional, “não existem informações que sugiram uma ameaça terrorista específica direccionada a americanos ou interesses americanos” na RAEM. O documento diz ainda que o “Consulado [americano em Hong Kong] não está informado de nenhum grupo terrorista indígena que opere em Macau”. De acordo com o diário, contudo, há um alerta deixado pelas autoridades norte-americanas. “Apesar de não ter sido registado nenhum incidente terrorista
contra interesses americanos em Macau, não pode ser eliminada a possibilidade de um ataque por um lobo solitário ou tentativas de ataques por organizações terroristas internacionais”, pode ler-se. Ao nível da criminalidade em geral também não existem ameaças específicas a cidadãos americanos e a violência política também é referida como sendo de “baixo risco”, já que existem protestos, demonstrações e greves em Macau mas “raramente” são violentas. O Tribuna de
SOCIEDADE
PRÉMIO DE PORTUGUÊS PARA ALUNA DA UM
Macau refere ainda que a segurança local também agrada, já que “há numerosas” esquadras pelos bairros e comunidades de Macau e a força policial “é boa em termos de profissionalismo e serviço”.
O Prémio Tomás Pereira 2016 foi atribuído a Zhang Kexin, uma estudante do departamento de Português da Universidade de Macau. O Prémio galardoa o melhor aluno de Português em universidades chinesas baseado nos resultados de exames orais e escritos. A competição teve início no ano passado em Pequim, numa iniciativa da Embaixada de Portugal na capital chinesa e em colaboração com as Universidades de Aveiro, Coimbra, Lisboa e Porto. Este ano a competição contou com a presença de 97 participantes de 20 instituições e decorreu em 13 cidades do país. O nome do prémio deve-se ao jesuíta português que trabalhou com o Imperador Kangxi sendo uma referência nas relações sino-europeias.
Cáritas PAUL PUN SEM ENFERMEIROS LOCAIS. PEDIDO AUXÍLIO AO GOVERNO
Crónica de uma perda
A falta de enfermeiros habilitados já ocupa 80% dos lugares vagos da Cáritas. Contratações de fora são uma possibilidade mas são difíceis e demoram tempo. O Governo poderia dar uma ajuda, considera o responsável da instituição
MAIS NECESSIDADES, MENOS PESSOAL
Contactado pelo HM, Paul Pun revelou que, no ano passado previa a perda de 60% do pessoal mas tal chegou efectivamente aos 80%. O responsável refere que esta situação não é nova e que já há quatro anos a Cáritas passou por uma fase idêntica.
No entanto, frisa, os últimos dois anos vão de mal a pior. Uma das razões apontadas é ainda o envelhecimento da população. “O Governo está a contratar cada vez mais pessoas, mas a necessidade da sociedade também tem aumentado. Não temos pessoas suficientes para preencher as vagas nem responder à procura”, afirma. “Para formar um enfermeiro a partir de um trabalhador estrangeiro o processo tem início com o desempenho de funções enquanto assistente clínico.” Outra dificuldade é a língua, não sendo falada nem entendida por muitos dos estrangeiros no território.
GONÇALO LOBO PINHEIRO
O
desenvolvimento dos novos serviços da Cáritas em Macau encontram nos seus principais obstáculos a escassez de funcionários. O problema não se circunscreve às dificuldades na contratação de não residentes, mas tem também por base a demora na formação de quadros. A informação é dada por Paul Pun, secretário-geral da instituição. O responsável adianta que, com a nova ronda de recrutamento de enfermeiros realizada pelo Governo, a Cáritas perdeu grande parte do pessoal de enfermagem, contando com uma baixa em 80%. Se a diminuição se continuar a constatar, a instituição considera recorrer a mão-de-obra estrangeira para conseguir preencher as vagas que ficam em aberto. No entanto, segundo Paul Pun, o tempo de formação para um não residente é muito maior do que para os locais.
QUEREM O GOVERNO
“O Governo está a contratar cada vez mais pessoas, mas a necessidade da sociedade também tem aumentado. Não temos pessoas suficientes para preencher as vagas nem responder à procura” PAUL PUN SECRETÁRIO-GERAL DA CÁRITAS
Este ano teve início um novo processo de formação para a instituição, mas as esperanças são poucas. Paul Pun sabe que os formandos não irão permanecer muito tempo na Cáritas e darão prioridade a uma oportunidade de trabalho no Governo, onde os altos salários são um chamariz muito forte e fonte de expectativa para muitos pais que querem ver os filhos na Função Pública. O responsável deixa a sugestão ao Executivo de considerar enviar alguns dos seus quadros de enfermeiros experientes em auxílio de instituições como a Cáritas. Angela Ka (revisto por SM) info@hojemacau.com.mo
GOVERNO JÁ CEDEU TERRENO À CEM PARA SUBESTAÇÃO NO COTAI
J
Á foi oficialmente concedido o terreno para a construção de uma subestação de electricidade da Companhia de Electricidade de Macau (CEM). O anúncio foi ontem publicado em Boletim Oficial, num despacho assinado por Raimundo do Rosário, Secretário para os Transportes e Obras Públicas. O lote de 2464 metros quadrados foi concedido por arrendamento e sem concurso público e fica junto à Estrada Flor de Lótus. Já em 2009 o Governo tinha aberto o processo de concessão de um terreno à empresa, mas o tamanho do lote – mil metros quadrados – não “satisfazia as necessidades concretas para a construção da nova subestação”. Dado que a infra-estrutura “é uma instalação premente de utilidade pública”, o Executivo avançou com a concessão de um terreno maior. O contrato de arrendamento deste lote é, agora, válido até 31 de Dezembro de 2025, data em que também termina o contrato de fornecimento de energia eléctrica entre a CEM e o Governo.
8 SOCIEDADE
hoje macau quinta-feira 21.7.2016
Droga PJ PROMOVE COMBATE JUNTO DE JOVENS
OITO PESSOAS ASSISTIDAS POR ACIDENTE DE VIAÇÃO
13%
Mais vale prevenir drogas na China continental pelos jovens”, indica um comunicado da PJ.
GCS
Oito feridos, quatro homens e quatro mulheres foram ontem assistidos no Serviço de Urgência do Centro Hospitalar Conde de São Januário após um acidente de viação com um autocarro de turismo que embateu contra um poste de iluminação perto do Galaxy, no Cotai. Com idades compreendidas entre um e 60 anos, os feridos são oriundos de Macau um, ( 6 pessoas) de Hong Kong e um (1) do interior da China. Todas as pessoas foram assistidas devido a ferimentos nos membros, contusão lombar ou por sintomas de ansiedade. Após tratamento o estado de saúde foi considerado satisfatório, não houve necessidade de internamento e tiveram alta clínica, avisam os SS.
SENSIBILIZAR
Na tarde do dia 20 de Julho, o pessoal do NAM organizou mais uma acção com uma dezena de participantes do projecto “Guia juvenil para combater o crime”, em conjunto com os membros da delegação de intercâmbio do Grupo Pioneiro da Polícia Juvenil de Trânsito da cidade Weifang da província Shandong. Sob a liderança dos investigadores criminais da DICTE, fizeram a sensibilização contra os crimes da droga nas proximidades das Portas do Cerco, distribuindo aos jovens vários tipos de panfletos sobre a prevenção criminal. Foi também pedido aos jovens que, caso se deparem com actos criminosos relacionadas com droga para informarem de imediato a Polícia, informa o comunicado.
LUCROS DO MILLENIUM BCP MACAU DESCEM
O Millenium BCP, que opera em licença plena em Macau, fechou o primeiro semestre com lucros de 83,47 milhões de patacas, menos 13% do que no mesmo período do ano passado, avança a Rádio Macau. Em declarações à TDM, José Pãosinho, líder do banco em Macau, explicou que a descida dos lucros se ficou a dever à diminuição da carteira de crédito que o banco possui. Mas o responsável diz que o banco está presente em vários sindicatos bancários que financiam os investimentos de quatro dos seis operadores de jogo de Macau. O Millenium BCP fechou com lucros de 201 milhões de patacas.
DETIDOS DOIS SUSPEITOS NO CASO DA QUEDA DE SERINGAS
Já estão detidos os responsáveis que terão atirado seringas com sangue do alto de um prédio perto do Jardim Triangular. São dois homens, Lei e Wong, de 40 e 50 anos, residentes locais e desempregados. Os dois tinham acabado de se injectar no prédio e descartaram os instrumentos pela janela. O caso tomou proporções elevadas nas redes sociais recentemente, com imagens a mostrar mulheres grávidas e idosos a passar no passeio onde as seringas caíram. Esta não foi a primeira vez que tal aconteceu, o que levantou suspeitas sobre o local ser um sítio de chuto. Os dois homens foram detidos pela PSP por posse e tráfico de droga. Na acção, foram apreendidos 3,05 gramas de heroína e 0,74 gramas de midazolam. O caso já seguiu para o Ministério Público.
14
O
número de jovens envolvidos em crimes de droga caiu 14% no primeiro semestre deste ano em relação ao período homólogo de 2015, o que corresponde , segundo PUB
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 393/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor WANG FUGEN, portador do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W90622xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 18/DI-AI/2016, levantado pela DST a 17.02.2016, e por despacho do Director dos Serviços de Turismo, Substituto, de 20.05.2016, exarado no Relatório n.° 352/DI/2016, de 09.05.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Pequim n.° 36, Edf. I Chan Kok, 8.° andar D, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-----------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-----O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 08 de Julho de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
os dados mais recentes da Polícia Judiciária, (PJ), a 14 jovens com idade inferior a 21 anos. Para dar continuidade ao combate a este tipo de crime e numa altura em que muitos jovens se deslocam ao interior da China, o Núcleo de Acompanhamento de Menores (NAM) da Polícia Judiciária organizou uma actividade para consciencializar os mais novos e evitar que estes caiam em armadilhas relacionadas com o uso de drogas. Em conjunto com os investigadores criminais da Divisão de Investigação e Combate ao Tráfico de Estupefacientes (DICTE) e com os membros da delegação de intercâmbio do Grupo Pioneiro da Polícia Juvenil de Trânsito da ci-
dade Weifang da província Shandong, deslocaram-se às proximidades das Portas do Cerco no sentido de divulgar a prevenção dos crimes relativos à droga, dando assim o início à campanha “Prevenção do uso de
A Judiciária organizou várias actividades para consciencializar os mais novos e evitar que estes caiam em armadilhas relacionadas com o uso de drogas
jovens com idade inferior a 21 anos envolvidos em crimes de droga no primeiro semestre deste ano Para a próxima semana, anuncia a PJ, que os participantes do projecto “Guia juvenil para combater o crime” irão ainda deslocar-se às zonas do Jardim de Luís de Camões, da Rua do Campo e da Taipa para realizar campanhas de sensibilização em larga escala. Durante o período entre 2015 e Julho de 2016, realizaram-se oito sessões de esclarecimento destinadas a docentes, funcionários escolares, assistentes sociais e pais e, para os estudantes, e 18 palestras intituladas “Crimes relacionados com a droga”. Contou-se com a participação de cerca de 1.000 docentes, funcionários escolares e pais, e mais de 2.000 estudantes nestes eventos.
9 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
Auto-Silos EMPRESÁRIO ADMITE SUBORNO A EX-FUNCIONÁRIO DA DSAT
TRIBUNAL DOS EUA REJEITA QUEIXA SOBRE DOAÇÃO DA WYNN À UM
Toma lá um milhão
Um dos empresários envolvidos no caso de corrupção com auto-silos admitiu ontem ter pago um suborno a um ex-funcionário da DSAT
U
M empresário admitiu ontem ter pago um milhão de patacas a Pun Ngai, ex-funcionário da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). O caso de alegada corrupção que envolveu o funcionário e um ex-Chefe de Divisão do organismo – acusado de ter recebido subornos para atribuir a gestão de parques públicos a empresas – continuou ontem no Tribunal Judicial de Base. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Leong Ion Fai, quinto arguido e ex-gerente da
Companhia de Gestão de Estacionamento de Lun Hap, disse que foi o dono por “trás da cortina” , o empresário Chan Chi Biu, e também o terceiro arguido do caso, quem lhe disse para assinar alguns cheques com valores que ascendem a mais de três milhões. A ideia era este levantar os cheques e devolvê-los a Chan.
PARA OS DEUSES
Chan Chi Biu, que inicialmente escolheu não responder às perguntas em tribunal, quebrou o silêncio para negar a versão de Leong. Mas
questionado pela juíza, o empresário admitiu que tinha pago um milhão de patacas a Pun Ngai como “símbolo de uma oração para os deuses” porque queria que não só a Lun Hap, mas também a sua companhia de Serviços de Limpeza e Administração de Propriedades San Wai Son pudesse ser escolhida para a gestão dos parques de estacionamentos públicos. Para a juíza Kan
Cheng Ha o acto foi pura corrupção. Chan afirmou contudo que nunca comunicou com Lou Ngai Wa, o ex-chefe da Divisão de Gestão de Transportes da DSAT, acusado também de abuso de poder e corrupção. O empresário diz saber que Pun Ngai não tem autorização para aprovar os contratos, mas foi a ele que deu um milhão de patacas.
O empresário admitiu que tinha pago um milhão de patacas a Pun Ngai como “símbolo de uma oração para os deuses”
CANTINA E BANCAS DE VENDILHÕES EM SEAC PAI VAN
O
Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) anunciou ontem que o Governo vai instalar uma cantina nova e uma área para as bancas de vendilhões 24 horas no mercado das habitações públicas de Seac Pai Van. O IACM realizou uma reunião para discutir as medidas de
melhoramento da construção de um mercado junto ao complexo de habitação pública e disse que, depois de ouvir os desejos dos residentes, será instalado um mercado tradicional no primeiro andar do mercado para a venda de alimentos frescos e um supermercado que vende alimentos e artigos de uso diário.
O instituto vai ceder o mercado a um operador e as bancas a vários vendilhões. O IACM avançou ainda que vai tomar em consideração as experiências dos candidatos, os horários, a diversidade dos produtos e as medidas que beneficiam os residentes como elementos essenciais na avaliação.
SOCIEDADE
Os dois homens estão acusados de terem ajudado três empresas de auto-silos a obter a gestão de parques de estacionamento, estando envolvidas a Companhia de Serviços de Limpeza e Administração de Propriedades San Wai Son, a Empresa de Gestão Predial de Lam Fung e a Companhia de Gestão de Estacionamento de Lun Hap, que conseguiram obter 54 contratos com a DSAT entre 2012 e 2015, sem necessidade de concurso público. O caso vai continuar no dia 1 do próximo ano. Tomás Chio (revisto por J.F.)
info@hojemacau.com.mo
U
M tribunal norte-americano rejeitou uma acção que alegava má gestão da Wynn em Macau. O caso envolvia a doação de 135 milhões de dólares à Universidade de Macau (UM), que já tinha sido considerada legal em 2013 pela Comissão de Títulos e Câmbio dos Estados Unidos (SEC, na sigla inglesa). De acordo com a imprensa do país, o tribunal de recurso recusou a acção intentada contra a Wynn, considerando que não havia provas suficientes que mostrassem que o Conselho de Administração da operadora em Macau não era independente, como alegava a queixa. O dinheiro, atribuído à Fundação para o Desenvolvimento da UM, foi considerado um “suborno gigante” por Kazuo Okada, o único membro da Administração – agora fora da Wynn – que se opôs à doação. A SEC iniciou uma investigação à operadora em Fevereiro de 2012, a pedido de Okada, que alegava que a doação serviu para que o Governo de Macau concedesse um terreno para a construção de mais um casino do grupo Wynn. A Wynn sempre rejeitou essa ideia. A acção em tribunal pedia não só que houvesse acusação sobre danos financeiros, mas também para que fosse possível parar mais doações à UM, algo que continua a acontecer. O tribunal diz que não há qualquer prova que tenha havido interferências para que o dinheiro fosse qualquer tipo de pagamento à instituição de ensino superior ou ao Governo, nem havia provas que mostrassem qualquer delito cometido pelos membros da Administração da empresa. J.F.
LESADOS NO CASO GLORY SKY AUMENTA PARA 110
A Polícia Judiciária (PJ) indicou ontem que o número de lesados no caso de recolha ilegal de capitais pela Glory Sky já aumentou para 110, elevando também o montante envolvido, agora de mais de 89 milhões de patacas. A empresa passou cheques sem cobertura no valor de quase nove milhões. A PJ tem uma lista de três pessoas como suspeitas do golpe, que pressupunha o investimento de dinheiro a troco de juros altos, mas ninguém foi ainda detido. Chau Wai Kuong, director da PJ, referiu ao Jornal Ou Mun que 74 dos 110 lesados são locais e incluem-se neste grupo funcionários da empresa. Outros sete são do interior da China, estando ainda envolvido um trabalhador não residente e uma pessoa de Hong Kong. O responsável diz ainda não existirem provas de que o caso esteja ligado aos casinos, mas Chau Wai Kuong alertou também os residentes a depositarem os cheques num prazo máximo de oito dias, porque caso não tenham cobertura a PJ não consegue fazer nada passado este prazo.
10 EVENTOS IC
iAOHiN EXPOSIÇÃO COM OBRAS A PREÇO DE SALDO
Doc como? Cinemateca Paixão organiza palestra sobre produção de documentários
A
Cinemateca Paixão vai levar a cabo uma palestra sobre a produção de documentários. Intitulada “Produção de Documentário – Auto-exploração e Registos de Comunidade”, a actividade conta com a presença da realizadora Tsang Tsui Shan, de Hong Kong. Tsang Tsui Shan é conhecida por um estilo próprio nos filmes e vídeos que produz. Segundo o Instituto Cultural, que rege a Cinemateca, as suas obras debruçam-se principalmente sobre “questões humanitárias” e variam de estilo consoante a história. A realizadora traz, agora, essa experiência a Macau. “Na palestra, Tsang Tsui Shang irá partilhar com o público como é possível explorar a comunidade a partir da nossa própria perspectiva e fazer registos relevantes, para além de abordar a criação da sua série de vídeos sobre a Aldeia Ho Chung em Hong Kong”, realça a organização.
RECONHECIMENTO
Realizador nos Hong Kong Film Awards. A sua primeira longa-metragem, intitulada “Lovers on the Road”, foi distinguida com o prémio para a “Melhor Filme de Ficção” no Festival de Cinema do Sul de Taiwan. “Big Blue Lake”, a sua segunda longa-metragem, foi aclamada pela crítica e conquistou o “Prémio Especial do Júri para Novos Talentos Asiáticos do 15º Festival Internacional de Cinema de Xangai” e o “Filme Recomendado 2011” da Associação de Críticos de Cinema de Hong Kong. Tsang Tsui Shan concluiu, em 2014, o documentário “Flowing Stories” e o filme romântico “Scent”, uma colaboração chinesa e coreana. Ambas as películas foram apresentadas em cinemas no interior da China e no estrangeiro. Recentemente, a realizadora tem-se dedicado a produzir filmes sobre a protecção ambiental e sobre grupos em situação vulnerável, tendo recebido este ano o Prémio Humanitário da FilmAid Asia. A palestra na Cinemateca Paixão tem lugar dia 30 de Julho, das 15h00 às 17h00. As inscrições são gratuitas mas os lugares são limitados a 60 presenças. A inscrição pode ser feita na página do IC. J.F.
O próximo domingo é dia de saldos nas artes. A proposta vem da Galeria iAOHiN, que vai pôr ao dispor do público várias obras de artistas que por ali têm passado a preços mais reduzidos
SOFIA MOTA
Quadros mais A
O longo da sua existência a Galeria iAOHiN tem feito uma séria de obras seu património, pondo agora à venda algumas delas, juntamente com peças de autores. A iniciativa tem início no próximo domingo e prolonga-se até Setembro, avança Simon Lam ao
Tashi Norbu
HONG KONG IPOR NA FEIRA DO LIVRO
O
Instituto Português do Oriente participa pela segunda vez na Feira do Livro de Hong Kong. Desde ontem que o IPOR está presente com obras de literatura portuguesa tradu-
zidas para Chinês, sobre a historiografia de Macau ou de poetas locais. A participação do Instituto na 27.ª feira do livro da antiga colónia britânica é feita em parceira com o
Consulado Geral de Portugal e em colaboração com o Clube Lusitano de Hong Kong e da Sociedade de Jogos de Macau (SJM). No stand do IPOR, situado na International Cultural
Em 2012, Tsang Tsui Shan obteve o prémio para Melhor Novo
À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA ANTOLOGIA DE FICÇÃO CIENTÍFICA FANTASPORTO • Rogério Ribeiro O Fantástico nasce da mente e imaginação humanas e encontra campo fértil de expressão nas mais diversas formas artísticas. Tem sido esse o espírito do Fantasporto, e foi aqui objectivo da 1001 Mundos trazê-lo para a literatura. Esta antologia nasce fruto dessa colaboração, e do trabalho do organizador, Rogério Ribeiro. Esperamos que apreciem estes momentos de um tempo que ainda não é - ou que nunca foi - e que saíram da imaginação de autores de três continentes, mas com um forte elo que os une - a Língua Portuguesa.
Village, vão também estar disponíveis manuais de Português como língua estrangeira, contos bilingues e outras edições do catálogo editorial, informa o instituto na sua página de Internet. “A promoção da Língua Portuguesa é acompanhada da promoção de imagens de Portugal, através de material produzido pelo Turismo de Portugal, que revestirão o expositor, estando disponíveis publicações sobre o país em língua chinesa”, refere o comunicado. A Feira do Livro de Hong Kong termina no próximo dia 26.
RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET
CITAÇÕES E PENSAMENTOS DE SIGMUND FREUD • Paulo Neves da Silva Sigmund Freud (1856-1939) abriu a porta de acesso aos segredos mais profundos que a mente humana encerra. Esta compilação de citações e textos do pai da psicanálise incide menos na psicologia como ciência e mais nas suas opiniões pessoais sobre o ser humano. Podemos conhecer Freud na sua intimidade, nomeadamente através dos excertos retirados das cartas de amor dirigidas a Martha.
11 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
s à mão HM. Para abrir as hostes, o sócio da galeria propõe uma tarde de domingo recheada com um cocktail a partir das 14h00. “É um momento em que as pessoas também podem discutir e observar as obras que teremos expostas”, afirma.
DE TODO O LADO
Os artistas autores das obras fazem parte de uma panóplia de nomes internacionais. De entre obras mais antigas que fazem parte da colecção, há também chegadas recentes de artistas. Para Simon Lam destacam-se alguns nomes pelas suas características específicas. Em primeiro lugar o proprietário dá relevo à artista local Hong Wai. Um “nome que a galeria já representa há algum tempo”, afirma. A iAOHiN é ainda detentora de cerca de “30 PUB
obras da sua autoria” e a “sua pintura a tinta é única”, avanças Simon Lam. “É uma artista chinesa tradicional que utiliza a tinta mas aborda os seus temas de uma forma única”, diz acerca da autora que actualmente vive em Paris. Outro foco vai para a artista americana Siana A. Ponds. “Ela
“É um momento em que as pessoas também podem discutir e observar as obras que teremos expostas” SIMON LAM SÓCIO DA GALERIA
tem um dom, ela consegue pintar sons.” A artista é portadora de sinestesia – que, se para muitos é um distúrbio neurológico que faz com que o estímulo de um sentido cause reacções noutro, para Siana é um dom. “Ela vê os sons que posteriormente pinta, o que lhe confere também características únicas no seu trabalho.” A Coreia do Norte estará também representada com algumas pinturas de paisagens. “Uma oportunidade de ver pintados lugares do país misterioso”, avança o curador. De paisagens rurais a apontamentos visuais da capital, Jason Lam considera que constituem no seu conjunto um grupo de obras “que estão muito bonitas”.
ARTIGOS DE COLECÇÃO
Da Ucrânia estarão pinturas já antigas, com pelo menos 15 anos e de autores que já não trabalham. Este facto transforma a oportunidade numa possibilidade rara para as apreciar ou adquirir. “São obras mais caras, de autores que já não pintam e já podem ser considerados artigos de colecção para os apreciadores”, avança Simon Lam. “Queremos dar estes trabalho a conhecer porque consideramos que até agora nunca
as apresentámos devidamente. Aproveitamos assim esta oportunidade para o fazer também.” De Portugal estarão algumas obras de Carlos Farinha, que já esteve com uma exposição individual na galeria em 2014. Da mostra fazem parte alguns trabalhos que o artista criou com inspiração de Macau. “É um artista que pinta o que vê. E pintou Macau como o viu”, o que faz com que resultem “composições com carácter humorístico também”. Desta iniciativa constam seis obras de Carlos Farinha já expostas anteriormente e duas que chegaram recentemente e que fazem parte da colecção particular da iAOHiN. Também algumas das obras de Tashi Norbu recentemente expostas voltam às paredes. O artista de origem tibetana e sediado na Holanda mostra um mundo entre o oriente e o ocidente e a galeria repete a oportunidade de o apreciar. Os descontos vão dos 20% aos 50% e no domingo as portas da iAOHiN abrem às 14h00. A entrada é livre. Sofia Mota
info@hojemacau.com.mo
EVENTOS
ARTESANATO WORKSHOPS NOS NAM VAN
Estão abertas inscrições para aprender artesanato na Feira de Artesanato do Lago Nam Van, no âmbito do projecto “Anim’Arte Nam Van”. No total, o Instituto Cultural (IC) vai organizar cinco workshops de artesanato criativo dedicados à família nos dias 6, 7, 13 e 14 de Agosto. As inscrições encontram-se abertas, sendo que a taxa de inscrição para cada workshop é de 50 patacas. A selecção dos participantes é efectuada por sorteio. Os workshops incluem uma diversidade de temas, incluindo “Estórias dos meninos felizes - Aventuras submarinas”, “Postais de madeira”, “Caixas de música feitas de flores preservadas”, “Vamos decorar sacos artesanais reutilizáveis com bordados!” e “Minivasos paisagísticos”, os quais serão orientados pelos operadores dos stands da Feira de Artesanato e por profissionais das indústrias culturais e criativas. As inscrições estão abertas até 30 de Julho, podendo ser feitas através do site do IC.
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hoje macau quinta-feira 21.7.2016
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 376/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LAM SOI KAI, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da R.A.E.M. n.° 50456xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 18/DI-AI/2015, levantado pela DST a 04.02.2015, e por despacho da signatária de 08.07.2016, exarado no Relatório n.° 457/DI/2016, de 27.06.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Kunming n.° 92, Phoenix Garden, 3.° andar H onde se prestava alojamento ilegal.---------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ----------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 08 de Julho de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 384/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHOI KIN CHAN, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 73416xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 142/DI-AI/2014, levantado pela DST a 23.11.2014, e por despacho da signatária de 14.04.2016, exarado no Relatório n.° 278/DI/2016, de 06.04.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Largo da Cordoaria n.° 2F, Edf. Kong On, 2.° andar A, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-----------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ----------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 08 de Julho de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 30/P/16 Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo de 18 de Fevereiro de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Medicamentos do Formulário Hospitalar (Grupo 2) aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 20 de Julho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP95,00 (noventa e cinco patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 6 de Setembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 7 de Setembro de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP100 000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/ Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 14 de Julho de 2016 O Director dos Serviços, Lei Chin Ion
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 29/P/16 Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo de 18 de Fevereiro de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Medicamentos do Formulário Hospitalar (Grupo 1) aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 20 de Julho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP88,00 (oitento e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 31 de Agosto de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 1 de Setembro de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP100 000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/SeguroCaução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 14 de Julho de 2016 O Director dos Serviços, Lei Chin Ion
13 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
CHINA
INVESTIMENTO DIRECTO NO EXTERIOR AUMENTOU 58,7%
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S empresas chinesas investiram 580.280 milhões de yuan no exterior, entre Janeiro e Junho deste ano, um aumento de 58,7%, face ao mesmo período de 2015, consolidando a posição da China como investidor externo. O valor - equivalente ao resgate económico acordado em 2011 entre o Governo português e a “troika” - supera o investimento directo estrangeiro na China, que no primeiro semestre aumentou 5,1%, em termos homólogos, fixando-se nos 441.670 milhões de yuan. Os dados do Ministério do Comércio chinês detalham que, só em Junho, o investimento feito pela China além-fronteiras subiu 44,9%, face ao mesmo mês de 2015, para 100.170 milhões de yuan. No mesmo mês, o investimento directo estrangeiro no país asiático fixou-se em 98.200
milhões de yuan, um crescimento homólogo de 9,7%. Citado pelo jornal oficial Shanghai Daily, o porta-voz do Ministério do Comércio chinês, Shen Danyang, considerou que “a estrutura do investimento está a melhorar”. Pequim tem encorajado as empresas do país a investir além-fronteiras, como forma de assegurar matérias-primas e fontes confiáveis de retornos, face aos sinais de abrandamento na economia doméstica. Nos últimos anos, Portugal tornou-se um dos principais destinos do investimento chinês na Europa, logo a seguir ao Reino Unido, Alemanha e França, num montante que já ultrapassou os 10.000 milhões de euros, segundo fontes portuguesas. A China é a segunda economia mundial, a seguir aos Estados Unidos da América, e a maior potência comercial.
CHUVAS INTENSAS COLOCAM NORTE EM ALERTA PEQUIM DEFENDE QUOTAS NA EXPORTAÇÃO DE MATÉRIAS-PRIMAS
Em nome do ambiente
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China defendeu a legalidade das quotas que mantém na exportação de matérias-primas, considerando que estas cumprem com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC), depois da denúncia feita terça-feira pela Comissão Europeia (CE). Num comunicado difundido pela agência oficial Xinhua, o Ministério do Comércio chinês justifica a limitação da venda de certos recursos a outros países com a necessidade de proteger o meio ambiente. A CE, por sua vez, considera que se trata de uma prática comercial “desleal”, que restringe o acesso a matérias-primas “essenciais” para as indústrias europeias. É a terceira vez que a CE pede a intervenção da OMC num caso envolvendo restrições às exportações chinesas e, desta vez, as matérias-primas em questão são a grafite, o cobalto, cobre, chumbo, crómio, magnésio, talco, tântalo, estanho e antimónio. A comissária europeia do Comércio, Cecilia Malmström,
assegurou, em comunicado, que as duas últimas sentenças da OMC consideraram que as restrições chinesas vão “contra as normas do comércio internacional”. A CE considera que as quotas impostas pela China “distorcem o mercado” a favor das empresas chinesas e em detrimento das empresas e consumidores europeus.
REGRAS E QUEIXAS
O Ministério do Comércio chinês já fez saber que tratará deste caso
A CE considera que as quotas impostas pela China “distorcem o mercado” a favor das empresas chinesas e em detrimento das empresas e consumidores europeus
“adequadamente e de acordo com o procedimento da resolução de disputas da OMC”. Segundo Bruxelas, o valor das exportações chinesas envolvendo os produtos referidos ascende a cerca de 1.200 milhões de euros. O porta-voz do Ministério chinês do Comércio, Shen Danyang, criticou na terça-feira o crescente proteccionismo, numa conferência de imprensa anterior à denúncia feita pela CE. Shen atribuiu o proteccionismo ao aumento de queixas contras as práticas comerciais da China. Só na primeira metade do ano foram iniciadas 65 investigações contra o país asiático, por 17 países e regiões, um aumento de 66%, face ao mesmo período do ano passado. A maioria das investigações refere-se a casos de dumping (venda abaixo do preço de mercado) e subsídios atribuídos pelo Governo chinês a empresas do país.
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S chuvas intensas que desde o início da semana atingem o norte da China têm deixado cidades inundadas e paralisado os transportes públicos, levando as autoridades a decretar os níveis de alerta mais altos. Na província de Hebei, as chuvas causaram pelo menos um morto e oito desaparecidos, na terça-feira, segundo avançou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Os serviços meteorológicos locais decretaram, entretanto, o nível de alerta vermelho, o mais alto de uma escala com quatro cores. No condado de Cixian, o nível de precipitação chegou a atingir os 500 milímetros (mm). Em Shijiazhuang, capital de Hebei, 13 passagens subterrâneas encontram-se inundadas. Na província de Shanxi, noroeste do país, as chuvas atingiram na terça-feira quase todas as cidades e condados,
segundo a Xinhua, que cita as autoridades locais. Em Taiyuan, a capital de província, o valor médio de precipitação fixou-se em 114,4 milímetros (mm), causando inundações e trânsito congestionado nas estradas principais. Na província vizinha de Shaanxi, várias ligações ferroviárias foram também suspensas ou estavam atrasadas. Em Pequim, a chuva cai incessantemente desde do início de terça-feira e os serviços meteorológicos prevêem que se mantenha nos próximos dias. Fotografias colocadas nas redes sociais dão conta de estradas e estações de metro da capital completamente inundadas. As autoridades decretaram, entretanto, o nível de alerta laranja, o segundo mais alto, aconselhando as populações a prevenirem-se contra possíveis inundações e deslizamento de terras, lama e rochas.
ACIDENTE AÉREO CAUSA CINCO MORTOS
Cinco pessoas morreram e outras cinco encontram-se hospitalizadas na sequência de um acidente aéreo ocorrido na cidade de Xangai, na costa leste da China, avançou ontem a agência noticiosa oficial Xinhua. O acidente envolveu um hidroavião da companhia aérea de baixo custo Joyair, que transportava dez pessoas e realizava o seu voo inaugural. Os destroços do avião foram já recuperados, mas os motivos do acidente, que ocorreu dez minutos após o avião descolar, “não são claros”, escreveu a Xinhua. Sedeada em Xian, cidade do centro da China, a Joyair foi fundada em 2009 pela Corporação Industrial de Aviação da China e a companhia aérea estatal China Eastern Airlines.
h ARTES, LETRAS E IDEIAS
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Ajuste de contas
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M 1972, Chatwin entrevistou a arquitecta e designer Eileen Gray, então com 93 anos, no seu atelier de Paris, onde reparou no mapa da Patagónia, na América do Sul, que ela tinha pintado. “ Sempre quis ir até lá”, disse Bruce. “Também eu”, respondeu ela. “Vá lá por mim”. Dois anos mais tarde, em Novembro de 1974, Chatwin voou para Lima, no Peru, e um mês depois estava na Patagónia, onde se demorou seis meses. Essa viagem resultou no seu livro Na Patagónia (1977), que o lançou como reputado escritor de viagens. Mais tarde, contudo, os residentes da Patagónia viriam a contrariar os eventos descritos no livro de Chatwin. Seria a primeira vez, mas não a última, que conversas e personagens descritos por Chatwin, foram alegadamente ficcionalizados. Trabalhos posteriores incluíram O Vice-rei de Ajudá (The Viceroy of Ouidah), um estudo ficcional sobre o traficante de escravos Francisco Félix de Souza - que, no livro, é chamado Francisco Manuel da Silva - e as suas actividades no Benim. Para The Songlines, Chatwin viajou até a Austrália no intuito de elaborar a tese de que as canções dos aborígenes australianos são resultantes do cruzamento de um mito da criação, de um atlas e da história pessoal do homem aborígene. On The Black Hill situa-se nas colinas das quintas das fronteiras do País de Gales, descrevendo as relações entre dois irmãos, Lewis e Benjamin, que crescem isolados da história do século XX. O livro ganhou o James Tait Black Memorial Prize. Utz, o seu último livro, resulta da observação ficcional da obsessão que leva as pessoas a coleccionar objectos. Situado em Praga, o romance descreve a vida
BRUCE CHARLES CHATWIN, nasceu em Sheffield no dia 13 de maio de 1940, vindo a falecer em Nice a 18 de janeiro de 1989. Bruce viveu a sua infância em West Heath, nas West Midlands, em Birmingham, onde seu pai era advogado, e estudou no Marlborough College, no Wiltshire. Depois de deixar o Marlborough College em 1958, Chatwin mudou-se para Londres, a fim de trabalhar como porteiro no departamento de obras de arte do leiloeiro Sotheby’s. Graças à sua apurada acuidade visual, tornou-se depressa um dos peritos da Sotheby’s em particular no domínio da arte impressionista. Acabaria por ser nomeado, mais tarde, director da empresa. No final de 1964, Chatwin começou a padecer de problemas de visão, parecendo-lhe que isso deveria ter relação com a análise detalhada das obras de arte. Foi-lhe diagnosticado estrabismo latente e recomendado um período de descanso de seis meses. A conselho do seu oftalmologista, viajou até ao Sudão. No regresso, Chatwin desinteressou-se do mundo da arte, voltando agora a sua atenção para a arqueologia, pelo que deixou a Sotheby’s no início do Verão de 1966. Em Outubro do mesmo
ano, matriculou-se na Universidade de Edimburgo para estudar arqueologia. No entanto, apesar de ter ganho o Wardrop Prize pelo melhor projecto de primeiro ano, achou o rigor do estudo académico da arqueologia muito enfadonho, tendo permanecido apenas dois anos na cidade e abandonando a Universidade sem se licenciar. Em 1972, Chatwin foi contratado pela Sunday Times Magazine como assessor para os temas de arte e arquitectura. A sua contribuição para a revista permitiu-lhe cultivar as suas competências de narração e viajar para escrever artigos sobre temas como emigrantes argelinos ou a Grande Muralha da China e ainda entrevistar personalidades tão diversas como André Malraux em França e Nadezhda Mandelstam na União Soviética. Nadezhda Mandelstam foi casada com o grande poeta russo Ossip Mandelstham, fundador do acmeísmo, sendo ela própria uma escritora importante, autora da célebre memória sobre os últimos anos do marido no campo de concentração estalinista, onde faleceu, memória essa que ficou imortalizada pela frase, Esperança contra esperança.
e a morte de Kaspar Utz, um homem obcecado pela colecção de porcelana de Meissen. Chatwin estava a trabalhar num conjunto de novas ideias para futuros romances, incluindo um épico transcontinental, provisoriamente intitulado Lydia Livingstone, quando morreu, em 1989. As suas cinzas foram espalhadas perto da capela bizantina de Kardamyli no Peloponeso --perto da casa de um dos seus mentores, o escritor Patrick Leigh Fermor. Falar de Bruce Chatwin é convocar o mais importante dos escritores de viagens e trazer aqui o texto Na Patagónia, significa começar pela sua melhor narrativa. A obra não é mais do que “uma viagem comovente pela Patagónia e Terra do Fogo para descobrir que o fim do mundo não existe. E que a aventura recomeça”. A remota Patagónia, uma terra «no fim do mundo» é habitada por figuras errantes e exiladas, desde gaúchos a foragidos, de mineiros peculiares até aos índios da Terra do Fogo. “Fascinado por este sítio desde a infância, o autor atravessa toda a região, desde o Rio Negro até Ushuaia, a cidade no extremo sul da Argentina e do continente, captando o espírito da terra, da sua história e da sua gente, e conferindo-lhe uma expressão poética e intensa”. Num escrita prodigiosa, plena de descrições maravilhosas e histórias intrigantes, Na Patagónia narra as viagens de Chatwin através desse lugar mítico e remoto, elaborando ao mesmo tempo narrativas paralelas que tornam o livro inclassificável. Este livro de Chatwin, livro que é como já disse, mas reitero, a sua obra prima, faz parte do Plano Nacional de Leitura em Portugal e eu considero que se trata de uma óptima escolha. Desde dinossauros até à inesperada Calamity Jane tudo aparece ao longo desta narrativa e sempre de forma surpreendente, para não dizer por vezes hilariante. Calamity Jane, aliás Martha Jane Canary-Burke, foi provavelmente quem mais gostei de encontrar neste livro, dada a minha memória juvenil de livros aos quadradinhos de cowboys, pistoleiros, xerifes, aventureiros, garimpeiros e outros pioneiros americanos. É que se considera, a tradição pelo menos outorga-o, que a Calamidade terá sido casada com Wild Bill Hickok, aliás James Butler Hickok, que é nem
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fichas de leitura
mais nem menos que o celebérrimo, pelo menos para mim, xerife de Kansas e Nebraska; que a dada altura se juntou ao não menos célebre Bufalo Bill, aliás William Cody, que os índios designavam por Pa-e-has-ka, ou seja o ‘Cabelos Compridos’ e que o acompanhou até nos seus espectáculos por circos, rodeios e feiras. Que Búfalo Bill fosse o Pa-e-has-ka, isso a mim sempre me provocou alguma perplexidade e confusão, ou mesmo ciúme, por interposta pessoa, claro, pois Kit Carson, não tinha os cabelos menos compridos que Búfalo Bill ou que o próprio Wild Bill Hickok, e até foi casado com uma índia de nome Waa-nibe, mas enfim, preferências… A verdade é que não é bem assim, pois os factos provam que Kit Carson foi demasiado mitificado pela banda desenhada e afinal não tinha aquele ar de cavaleiro romântico, bem pelo contrário, além de que o seu comportamento militar, em particular contra os Navajos, não foi nada de acordo com os valores do heroísmo propagandeado, mas antes de um verdadeiro anti-herói, cobarde e cruel. Por outro lado, e volto a Hickock, também se terá celebrizado por se envolver amiúde em tiroteios e duelos, explorados pela imprensa sensacionalista, e terá morrido, ao que consta, durante um jogo de poker num saloon em Dakota o que acrescenta uma nota mítica e romântica à sua vida e à sua lenda. Ao que parece, quando foi assassinado tinha na mão um par de ases, uma dama e um par de oitos, mão essa que ficou para sempre conhecida como a Mão do Homem Morto. Que seja desculpado este austero ajuste de contas tardio com os meus heróis juvenis; se a vingança é um prato que se serve frio a verdade é um prato que se prova tarde, portanto sempre um pouco requentado. Aproveito para confessar que a desilusão foi completa pois os meus maiores ídolos que na banda desenhada eram desenhados de uma certa maneira não tinham nada a ver com a realidade. É o caso de Davy Crockett e Jim Bowie que nos livros aos quadradinhos nos apareciam como heróis solitários, abnegados e amigos dos índios e depois afinal estiveram todos ao serviço do exército americano, do general Custer e de outros colaborando no enorme genocídio hoje sobejamente conhecido e documentado. Parece que, no caso destes dois, morreram ambos na célebre batalha de Álamo, às mãos dos Navajos, justamente. Haja Deus! Na minha galeria salva-se Matt Dillon, o Marshal de Dodge City, mas Matt Dillon nunca existiu e a sua vida resulta da criação ficcional
de John Meston representada por William Conrad na rádio e James Arness, na televisão. Matt, era assim um herói à medida de um público tal como Roy Rogers por exemplo ou Buck Jones, o xerife de Alkaly City. Mas foi talvez o herói americano do Oeste mais à minha medida. Tanto na rádio como na televisão, Matt Dillon permaneceu firme, honesto, absolutamente incorruptível, e dedicado à causa de impor a lei genuína na região de Kansas, à época verdadeira fronteira entre a América “civilizada” e as pradarias violentas e selvagens do oeste americano. Ele raramente agia de forma impetuosa, além de que era invariavelmente justo e imparcial no exercício das suas funções, mesmo quando era necessário subordinar os seus pontos de vista pessoais relativos a pessoas ou factos. Eu devo confessar, porém, que só conheço o Matt Dillon, dos livros aos quadradinhos, onde penso que ele aparece ainda mais genial, embora e muito a meu gosto, mais sombrio, mais pessimista e sobretudo mais triste. Ele é um
Chatwin, Bruce, Na Patagónia, Quetzal Editores, Lisboa,1989 Descritores: Literatura Inglesa, Literatura de Viagens, Literatura de Aventuras, Literatura de Memórias, 286 p.:23 cm, tradução de Jose Luis Luna. Cota: 821.111-992 Cha
dos alter egos da minha adolescência juntamente com o Lobo das Estepes de Herman Hess. Voltemos a Chatwin e ao Na Patagónia pois estes não desiludem. O livro é um obra que estimula intensamente a nossa sede de aventura, o nosso imaginário juvenil, a vontade de partir à descoberta no fim de contas de nós mesmos. E no caso de Bruce Chatwin isso é muito evidente uma vez que o que desencadeou a viagem exploratória foi o facto de o nosso escritor ter encontrado um pedaço de dinossauro no espólio do avô que também teria andado, quando era jovem, pelas Terras do Fogo, no extremo sul do Continente Americano. Bruce Chatwin encontrou assim esse espólio no espólio do avô e a partir dessa pesquisa tudo se vai desenrolar para nosso gáudio de modo surpreendente, sempre misterioso e volto a insistir, hilariante. Chatwin manipula como ninguém o espírito da viagem, o espírito moderno e contemporâneo do desassossego. O bom gosto e o culto agónico
Manuel Afonso Costa
do fait divers, fazem dele um mestre no género. Na Patagónia lê-se com um sorriso rasgado e uma lágrima ao canto do olho. O que é que se pode esperar mais de um livro de viagens que é ao mesmo tempo um livro de memórias e de aventuras. Como a Patagónia e as Terras do Fogo sempre foram um lugar dilecto dos aventureiros da América do Norte, o que é muito compreensível, o autor vai cruzar-se imaginariamente com as figuras mais improváveis da mitologia americana, conseguindo contudo tornar as suas memórias verosímeis. A dada altura a propósito de Evans e Wilson, dois conhecidos assassinos que terão matado entre outros Llwyd ApIwan, conhecido pioneiro galês em terras da Patagónia, onde foi engenheiro, agrimensor, e explorador incansável, muito ligado à colonização galesa na Argentina, Bruce Chatwin põe-nos no encalço de Butch Cassidy e Sundance Kid. É que Wilson, que era mais novo que Evans, mas melhor com as armas, teria uns 25 anos e media 1,75 e era esbelto, de cabelos claros, queimado do sol e nariz curto e recto e que para cúmulo caminhava com o pé direito voltado para fora e finalmente que, tudo leva a crer, tinha sido companheiro de Duffy (Harvey Logan) na Patagónia e em Montana. Este Wilson terá estado envolvido num assalto a um comboio; o que, para Chatwin, só podia ter sido o assalto ao Comboio Wagner, do dia 3 de Junho de 1901. Daqui parte, ele, para uma elocubração fantástica sobre a parte final da vida dos dois aventureiros lendários, Butch Cassidy e Sundance Kid, imortalizados no filme homónimo de George Roy Hill por Paul Newman e Robert Redford. Agora o que eu não esperava era vir a encontrá-los nas páginas desta obra de Chatwin, mas como neste livro tudo é possível… depois de Calamity Jane só mesmo Butch Cassidy e Sundance Kid. Os pormenores são, como se desconfia, de ir às lágrimas e é aí que a meu ver reside o génio do nosso narrador. A mistura entre o documental ficcionado e o ficcional documentado excessivamente, confere à narrativa um sabor a incredulidade extasiada que é deveras surpreendente, acreditem.
*No quadro da colaboração de Manuel Afonso Costa com a Biblioteca Pública de Macau-Instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos o prazer de acolher estas “Fichas de Leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.
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Amélia Vieira
«... Então o Senhor disse: o meu espírito não permanecerá indefinidamente no homem, pois o homem é carne e os seus dias não ultrapassarão os cento e vinte anos» Génesis
WILLIAM BLAKE, ENOCH
Brexit e o livro de Enoch N
AQUELE tempo havia gigantes na Terra. Efectivamente separar é uma dor que ainda hoje impõe na carne que somos uma cicatriz: o umbigo, a cicatriz de uma separação. Só que hoje estamos indubitavelmente no ventre da Baleia, esse grande estômago global que não nos vomita, ou ainda não nos vomitou, na linha rigorosa da separação, e se ergue diante do nosso olhar como uma alucinação de imagem no deserto. No Livro de Enoch havia uma raça extraordinária que se reproduzia connosco, dado que eramos belos. Os cruzamentos são sempre bem-vindos, o factor probabilístico gera novas formas e não morremos de tédio a olhar uns para os outros. Para tanto, inventou Deus o Amor e fez dos corpos altares, bafejando-os de delícias, mas onde se encontra o Brexit no meio de tudo isto? Não mais que na sua qualidade de órgão de um corpo que já não é inseminável, órgão esse que parece sobreviver sem ele, podendo ser transplantado para outros , e mesmo assim, temos sempre a sábia expressão de que “órgão muito falado é órgão doente.” Dado que órgão não é tripa, esse entulho a reboque do corpo, temos um órgão vagabundo na sua errância de supremacia. Nós, a bela raça dos homens, temos coisas demais para tão destilado mundo, comprimento de intestino para alimentação etérea, uma economia do esforço em franco desgaste que quanto mais acelera doidamente mais combustão produz... teses sobre a vacuidade, pessoas presas por pensamentos, actos, omissões... tudo em barda, dado que somos fractais de um barroco alargado. Abeiramo-nos agora da vitória das amputações e o que se passa vai ser de congelar cadáveres pelo lado hirto da manifestação. As deusas quando são velhas assemelham-se à Duquesa de Alba, dançando flamenco à beira do caixão. Porém, a Rainha, inamovível e com menos títulos reais, começa a fazer justiça à expressão: «Un jour viendra où il n’y aura plus que cinq monarques au monde: les rois de pique, de trèfle, de carreau, de
O tempo em que vivemos tem este fantástico, este surrealismo, esta impudência, creio que por mais análise, desconstrutivismo e adaptação, o que tem esta leitura pode estar gravado no Brexit coeur... et la reine d´Angleterre». Já não estamos na batalha de Waterloo quando Napoleão a cavalo disparou a galope o integracionismo europeu, mas o que aconteceu é praticamente a mesma coisa. Um corpo assim, como vai surgindo, podem-lhe ser amputados membros, tanto nas partes altas como nas baixas (já sem os aleivosos gaulesas das decapitações internas). O Livro de Enoch foi todo ele amputado, tanto por judeus, como por cristãos, pois que há áreas que transvasam o código e nenhum exegeta, rabino ou doutor da igreja, ali sabe meter a mão. É mesmo proibido em alguns círculos litúrgicos, mas com cuidado lá foram aplicando passagens... e duas bastante reveladoras, no princípio
e no fim, como seja no «Génesis» e no «Apocalipse», algumas adaptações de textos gregos que dada a pouca fartura de entendimento foram como metidos à “dentada”. (...) depois, a voz que tinha ouvido antes falou de novo: « Vai, toma o livro...aproximei-me para me o entregar e o Anjo disse; toma e come-o. Tomei o livro das mãos do Anjo e comi-o» Apocalipse O tempo em que vivemos tem este fantástico, este surrealismo, esta impudência, creio que por mais análise, desconstrutivismo e adaptação, o que tem esta leitura pode estar gravado no Brexit. Mas já o Putin tinha fechado o Sarkozy e embebedando-o a propósito de não sei de quê, ele, coitado, veio de lá muito contente a dizer: “bom, querem falar com o Presidente? Vas-y!” Como, de que forma, e a quem falar destas realidades e porquê? (súbita inspiração em Vitorino Nemésio). Há qualquer coisa que me diz que este livro deve estar num Castelo da Escócia, naquele local que os fantasmas nunca abandonaram, não tendo por isso deixado de existir, só porque deixámos de acreditar neles. Do Oriente vêm gritos de reconquista do velho Al-Andaluz “e toda a minha cabeça estremece “ (Herberto Hélder). Deitai
senhores, vós, os dados, que dados ficam, dados são, deitai as cartas também de marear, que a saída é sempre por aquele ângulo imponderável no qual ninguém pensou e com a simplicidade de um Ricardo Sanches que destrona o linguajar dos estrategas; não tardará a saber-se o que seja, pois que bem ao jeito do ditado chinês: quando o discípulo está preparado o mestre aparece. Cada vez tenho menos ideias e mais inspiração, não sabendo o que faça até o fazer, não há nada para programar, o banco de dados ficou cravejado de coisas tais que é o dia que mostra o caminhar... Se assim não nos deixarmos guiar nada acontece, é o dia que nos mostra o assombro, num desfiladeiro assim, todos eles vão ser preciosos e autênticos, numa urgência de sermos saciados pelo que há de subjacente a tanta ideia errada e tanta voz de um coro enlouquecido. Leva-me contigo dia claro, e que não pense, a razão entrou na recta final da sua negritude e, quer queiramos quer não, só há livros interessantes para ler se forem de Enoch e passagens de plano tipo Brexit. Enquanto as águas não se levantarem e a Terra não mudar o eixo é connosco, neste ventre Balear que nos vamos ter de entender de forma suave, para não ir tudo abruptamente, que o mundo ainda não é um atoleiro de uma lixeira a céu aberto como os vales de enxofre. A um tempo de adesão, resistir também é louvável, dizer não ou estar mais pobre, a riqueza nem sempre vem de uma única fonte, onde se perde a afeição perde-se também a lembrança, e há um inquietante esquecimento que só verdades duras acabam por lembrar. Não cabem nos Tratados as gentes e, quando eles expirarem por inoperância, nós ainda seremos capazes de os reinventar. Num estertor de dias incertos vive-se ainda por que há espelhos que nos devolvem o nosso rosto como um seio belo que continua alto e pode ser visível por todos. Há sempre uma ideia mais complexa debaixo de um plano e o que parece enfraquecer pode ser a táctica para um novo arranque. Mas ninguém vê tão tolhido anda, ninguém reparou tão curvado está. Os novos céus e a nova Terra, tinham emergido, quando o primeiro céu e a primeira terra desapareceram e o mar já não existia. O mar azul da bandeira... Apenas mar.
17 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
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CICLO DE CINEMA CREDD “MY COUSIN VINNY” DE JONATHAN LYNN Casa Garden, 19h00 “OS 7 PECADOS MORTAIS NA ÓPERA HANSEL & GRETEL” COM SHEE VÁ E FREDERICO RATO Fundação Rui Cunha, 18h30
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BAHT
Sábado
CONCERTO DE ENCERRAMENTO ORQUESTRA CHINESA DE MACAU Teatro D. Pedro V, 20h00 Bilhetes a 60 patacas
Domingo
FESTIVAL DE DANÇA – DESFILE Ruínas de S. Paulo, 17h30
O CARTOON STEPH
EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES /QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12) ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017) EXPOSIÇÃO “VOICE ON PAPER”, DE PAPA OSMUBAL Fundação Rui Cunha (até 22/07)
EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11) EXPOSIÇÃO “ARTES VISUAIS DE MACAU” Instituto Cultural (até 07/08) EXPOSIÇÃO “DINOSSAUROS EM CARNE E OSSO” Centro de Ciência de Macau (até 11/09) EXPOSIÇÃO “REMINESCENT – PORTUGAL MACAU” Galeria Dare to Dream (até 22/07) EXPOSIÇÃO “CNIDOSCOLUS QUERCIFOLIUS” - ALEXANDRE MARREIROS Museu de Arte de Macau (até 31/07) “EXPOSIÇÃO DO 70º ANIVERSÁRIO” – HAN TIANHENG Centro Unesco de Macau – (até 07/08) EXPOSIÇÃO “COLOR” 2016 Centro de Design de Macau EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)
Cineteatro
C I N E M A
SALA 1
STAR TREK BEYOND [3D] [B]
FALADO EM CANTONÊS Filme de: Andrew Stanton 14.15, 16.05, 17.55, 19.45
Filme de: Justin Lin Com: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Simon Pegg 19.15
FINDING DORY [A]
COLD WAR 2 [C] FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADO EM CHINÊSE INGLÊS Filme de: Longman Leung, Sunny Luk Com: Aaron Kwok, Tony Leung Ka Fai, Chow Yun Fat 21:30 SALA 2
STAR TREK BEYOND [B] Filme de: Justin Lin Com: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Simon Pegg 14.30, 16.45, 21:30
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 41
PROBLEMA 42
UM FILME HOJE
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “TRANSIENT”, DE SOFIA AREZ (ATÉ 23/07) Creative Macau
EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10)
YUAN
1.19
UMA SÓ VIDA
EXPOSIÇÃO DE NATÁLIA GROMICHO Casa Garden
Diariamente
0.22 AQUI HÁ GATO
Amanhã
EXIBIÇÃO “DANÇA JUVENIL PELA PAIXÃO DA ROTA DA SEDA” Praça do Tap Seac, 20h00
(F)UTILIDADES
Às vezes olho para os humanos e nem sei se rir se chorar. Gato como sou e muito prezo, gozo de sete vidas. Posso desperdiçar tempo e energia e até arriscar um ou outro comportamento. Até poderia fazer umas traquinices a um ou outro companheiro de raça, que dentro das minhas vidas teria oportunidade de me desculpar, redimir ou corrigir. Poderia voltar já ciente de que há fim e, em consciência felina, aproveitaria inteligentemente uma outra oportunidade. Agora, os humanos... coitados. Tão alheios à sua finitude e tão cheios deles próprios e de uma pretensa eternidade, agem como reis de um mundo que um dia, com certeza, vai deixar de ser deles. De pretensos senhores e senhoras, passam por cima de quem for e essencialmente uns dos outros. Brincam aos países, às pessoas e às marionetas. Brincam de guerras e de paz, de cusquices e mentirinhas. Fazem dos bancos o monopólio real e dos mares a batalha naval. Copiam-se meticulosamente no que têm de pior. Matam, sem retorno. Maldizem, sem consequências. Erguem-se de um pedestal de ilusão, acabam com vidas e futuros quando não lhes pertence nem a eternidade nem o mais justo: uma vida, uma outra, capaz de lhes mostrar o castigo ou a redenção. Viver assim deve ser fácil.. Pu Yi
“CENTRAL INTELLIGENCE” (RAWSON MARSHALL THURBER, 2016)
Robbie e Calvin eram colegas e melhores amigos quando estudavam no colégio. Calvin era o estudante popular e Robbie um miúdo gordo que gostava de cantar no banho. Vinte anos depois, Calvin não está satisfeito com a sua vida aborrecida. Robbie regressa à sua vida e transforma o amigo num homem musculado e num espião.Agora os colegas de colégio investigam crimes e detêm criminosos. Tomás Chio
SALA 3
GHOSTBUSTERS [B] Filme de: Paul Feig Com: Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon, Leslie Jones 14:30, 16.45, 21.30
GHOSTBUSTERS [3D] [B] Filme de: Paul Feig Com: Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon, Leslie Jones 19.15
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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
18 PUBLICIDADE
hoje macau quinta-feira 21.7.2016
Anúncio Concurso Público n.º 1/2016 Soluções em nuvem, instalações de rede e equipamentos informáticos destinados ao Centro de Dados do Governo De acordo com o disposto no artigo 13.º do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho e, ainda, de acordo com o Despacho do Exm.º Senhor Chefe do Executivo, de 12 de Julho de 2016, a Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública vem, em representação do adjudicante, proceder a concurso público para “Soluções em nuvem, instalações de rede e equipamentos informáticos destinados ao Centro de Dados do Governo”.
1.
Adjudicante: Chefe do Executivo.
2.
Serviço responsável pela realização do processo de concurso: Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP).
3.
Modalidade do concurso: concurso público.
4.
Objecto do concurso: fornecimento aos SAFP de “Soluções em nuvem, instalações de rede e equipamentos informáticos destinados ao Centro de Dados do Governo”, dividido em oito projectos componentes.
5.
Prazo de validade das propostas: Noventa dias, a contar da data do acto público do concurso.
6.
Caução provisória: deve ser prestada por meio de depósito bancário ou por garantia bancária legal a favor do Governo da Região Administrativa Especial de Macau - Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública.
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 5 de Julho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Sessenta e Nove (69) Camas Hospitalares Eléctricas aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 20 de Julho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP39,00 (trinta e nove patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 19 de Agosto de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 22 de Agosto de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP37.260,00 (trinta e sete mil, duzentas e sessenta patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 14 de Julho de 2016 O Director dos Serviços Lei Chin Ion
6.1 Se o concorrente participar no projecto que inclua o projecto componente I, a caução provisória é de MOP 400.000,00 (quatrocentas mil patacas).
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 26/P/16
6.2 Se o concorrente participar em um ou mais projectos dos constantes dos projectos componentes II a VIII (com excepção do projecto componente I), a caução provisória é de MOP 150.000,00 (cento e cinquenta mil patacas).
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 4 de Julho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para « Fornecimento e Instalação de Um Sistema Automático de Dispensa e Embalagem de Medicamentos aos Serviços de Saúde », cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 20 de Julho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP40,00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo ). Os concorrentes deverão comparecer na Cave 1 da Secção de Patimónio situada no Centro Hospitalar Conde de São Januário no dia 26 de Julho de 2016 às 15,00 horas para visita às instalações a remodelar a que se destina o objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 16 de Agosto de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 17 de Agosto de 2016, pelas 10,00 horas, na sala “Sala Multifuncional” do Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo dos Serviços de Saúde, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP40.000,00 (quarenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.
7.
Caução definitiva: valor correspondente a 4% (quatro por cento) do preço global da adjudicação.
8.
Condições de admissão: podem candidatar-se ao presente concurso as empresas que tenham sede ou escritórios na RAEM, tenham no âmbito das actividades, total ou parcial, o fornecimento de equipamentos de informática, sistemas e serviços e, comprovem ter cumprido as obrigações fiscais.
9.
Todas as dúvidas sobre o Programa do Concurso e o Caderno de Encargos deste concurso público podem ser apresentadas de acordo com o determinado no mesmo Programa do Concurso, e realizar-se-á uma sessão de esclarecimento sobre o presente concurso público no seguinte local, data e hora: Local: Sala Polivalente do 4.º andar de Vicky Plaza, sita na Rua do Campo, n.os 188-198, Macau. Data e hora: 10:00 horas do dia 2 de Agosto de 2016.
10.
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 25/P/16
Serviços de Saúde, aos 14 de Julho de 2016 O Director dos Serviços Lei Chin Ion
Local, data e hora limite para entrega das propostas: Local: Balcão de atendimento dos SAFP, sito na Rua do Campo, Edifício Administração Pública, n.º 162, r/c, Macau. Data e hora limite: Até às 17:30 horas do dia 22 de Agosto de 2016 (não serão aceites propostas fora do prazo).
11.
Local, data e hora do acto público: Local: Sala Polivalente do 4.º andar de Vicky Plaza, sita na Rua do Campo, n.os 188-198, Macau. Data e hora: 10:00 horas do dia 23 de Agosto de 2016. (De acordo com o disposto no artigo 27.o do Decreto-Lei n.º 63/85/M, de 6 de Julho, os concorrentes ou seus representantes legais devem estar presentes no acto público, munidos da cópia do termo de nomeação (vide ponto 9.3 do Programa do Concurso), para esclarecimento de eventuais dúvidas que venham a surgir nos documentos da proposta entregue).
12.
Local, data e hora para consulta do processo e obtenção da cópia do processo: Local: Balcão de atendimento dos SAFP, sito na Rua do Campo, n.o 162, Edifício Administração Pública, r/c, Macau. Data e hora: A partir da data da publicação do presente anúncio até à data limite para a entrega das propostas, durante as horas de expediente. Preço da cópia do processo: MOP 200,00 (duzentas patacas).
13.
Critérios de apreciação das propostas e respectivos factores de ponderação: 13.1 Projecto componente I: a)
Preço (35 valores)
b)
Exigências funcionais (35 valores)
c)
Exigências sobre a eficiência e formato (12 valores)
d)
Implementação de serviços (18 valores)
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 28/P/16 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 5 de Julho de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento e Instalação de Um Sistema de Informação Clínica à Unidade dos Cuidados Intensivos dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 20 de Julho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 49,00 (quarenta e nove patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 19 de Setembro de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 20 de Setembro de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 130.000,00 (cento e trinta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/SeguroCaução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 14 de Julho de 2016. O Director dos Serviços Lei Chin Ion
13.2 Projectos componentes II, III, V a VIII: a )
Preço (40 valores)
b)
Exigências sobre a eficiência e formato (35 valores)
c)
Implementação de serviços (25 valores)
13.3 Projecto componente IV:
14.
a)
Preço (70 valores)
b)
Grau de conformidade com as especificações técnicas (20 valores)
c)
Prazo de entrega (10 valores)
Esclarecimentos adicionais: A partir da data da publicação do presente anúncio até à data limite para a entrega das propostas, os concorrentes podem, durante as horas de expediente, dirigir-se ao balcão dos SAFP, sito na Rua do Campo, n.o 162, Edifício Administração Pública, r/c, Macau, ou visitar a página electrónica dos SAFP (http://www.safp.gov.mo) para obterem quaisquer eventuais esclarecimentos adicionais.
Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, 15 de Julho de 2016. O Director, Kou Peng Kuan
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 31/P/16 Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo de 18 de Fevereiro de 2016, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Medicamentos do Formulário Hospitalar (Grupo 3) aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 20 de Julho de 2016, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP84,00 (oitenta e quatro patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 25 de Agosto de 2016. O acto público deste concurso terá lugar no dia 26 de Agosto de 2016, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP100 000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/SeguroCaução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 14 de Julho de 2016 O Director dos Serviços, Lei Chin Ion
19 hoje macau quinta-feira 21.7.2016
OPINIÃO
bairro do oriente
O mundo sério (a sério)
ALEJANDRO G. IÑÁRRITU, BIRDMAN
LEOCARDO
A
vida deve ser levada a brincar. Eu próprio sou muito brincalhão, gosto de rir, gosto de andar bem disposto – tristezas não pagam dívidas, e eu nem tenho tantas quanto isso (dívidas, entenda-se). Não aceito que se viva a trabalhar “a vida toda” para depois “usufruir” dos anos mais miseráveis da nossa vida, os da velhice, o “Inverno da Vida”, que soa a algo de frio, insonso e mole, “sem graça nenhuma” – lá está, o que não tem graça nenhuma é normalmente qualquer coisa muito pouco recomendável. Irrita-me aquela gente que se diz muito “séria”. Aliás “sério” é uma palavra que devia ser simplesmente eliminada do dicionário, juntamente com a sua mãezinha, a “seriedade”. Ou deviam ser guardadas apenas para descrever desgraças, como “acidente
Irrita-me aquela gente que se diz muito “séria”. Aliás “sério” é uma palavra que devia ser simplesmente eliminada do dicionário, juntamente com a sua mãezinha, a “seriedade” revestido de seriedade, 40 mortos”, ou “a história séria de uma viúva e os seus três órfãos menores”. Qualquer coisa de funesto, trágico, horrível. Quando se diz que alguém “é um gajo sério”, normalmente isto aplica-se a um fdp qualquer sempre mal disposto, com cara de caso, pálido, fato preto e orelhas grandes, ordinário com as mulheres e rude com os empregados, cruel com a mulher e filhos. “Vamos levar isto a sério” é uma expressão normalmente usada para “acabar com a brincadeira” (no mundo da gente séria brincar é considerado uma coisa má), que é capaz de arrancar o sorriso a qualquer semblante. Quando alguém lança um “vamos levar isto a sério” cai uma penumbra de silêncio que torna uma tarefa potencialmente divertida numa “obrigação” – outra palavra que só devia ser usada no léxico bancário. Quando se diz que qualquer coisa “é um caso sério” quer dizer que ou alguém está
às portas da morte, ou existe uma situação impossível de resolver, e como sabe o leitor cristão, “tudo é possível com Deus” (esta foi fraquinha mas serve como comentário social). Quando se condena alguém por “não ser uma pessoa séria”, é como condená-la às galés; ser sério é ser “funcional”, quem “não é sério” está destinado a ir limpar latrinas: “o mundo é dos sérios”. O reverso da medalha é que o veneno da seriedade também serve como antídoto. Se fulano que desbaratou dinheiros públicos, saqueou instituições ou cometeu fraude a cobro da posição de poder que ocupa, basta ir à TV e dizer que “é sério”. Funcionou durante uns tempos com Vale e Azevedo, por exemplo (é preciso não esquecer que do outro lado estavam benfiquistas, mas tudo bem). O mais curioso é que os tais fdp acima referidos fazem uma piada e dizem que têm “sentido de humor”, apesar de tudo (o que
não é pouco). Se outros ousam fazer humor, o “gajo sério” chama-os de “engraçadinhos” (uma coisa má) ou “palhaços”. A palavra “palhaço”, que sempre associei com crianças, balões e alegria, é o pior insulto que se pode chamar entre “gente séria”. Talvez porque o palhaço está associado ao “circo”, que é um estado de coisas inaceitável para os sérios. Quando uma situação “é um circo” é porque não há mesmo nada a fazer – eis o circo máximo das coisas sérias. Quando se diz que certa notícia “não deve ser levada a sério”, é aí que mais se aguça a minha curiosidade: se não é “sério”, então só pode ser uma coisa “engraçada”, o que é bom, e interessa-me saber, por isso contem-me já. Se se diz de alguém que “está sempre a brincar”, isso é meio caminho andado para “não ser levado a sério”. As mulheres ditas “sérias” (que las hay, hay) respondem com um impulso diferente, e dizem que certo fulano que vive a vida descontraidamente “é imaturo”, ou pior, “infantil”. Que mal tem ser infantil? Eu é que não quero ser gimbra com uma barriga de bagaço, careca, enrugado e asqueroso. Tragam-me já a minha infância de volta, façam de mim um Peter Pan (Mas sem aquelas orelhas. E as ceroulas). E vive la comedie!
“
Toponímica vontade / à hora do sol já não ser / talvez já só reste / - ou resto - / quociente liso / deixado no cinzento do pátio / pela divisão subitamente angular/ da parede pelo passo / - ou talvez não –”
quinta-feira 21.7.2016
Jorge Rui Azeredo
LUZ MAIS BARATA
De acordo com um comunicado da CEM o ajustamento da tarifa de energia para o terceiro trimestre é de 35 cêntimos por kWh, menos 1 cêntimo por kWh do que no trimestre anterior. A CEM sublinha ainda que continua a subsidiar os seus clientes do Grupo Tarifário A, que representam mais de 99% da base de clientes.
ABERTO CONCURSO PARA NOVA SEDE DA UTIP
Foi ontem anunciada em Boletim Oficial a abertura de um concurso público para a construção da nova sede do pelotão cinotécnico da Unidade Técnica de Intervenção da Polícia (UTIP). A obra terá lugar num terreno junto à Estrada de Hac Sá e prevê-se que demore 700 dias. O anúncio de abertura de concurso refere que não há preço base a ter em conta para os concorrentes, sendo que para serem admitidas as entidades interessadas devem estar inscritas na Direcção dos Serviços de Solos e Obras Públicas, entidade responsável pelo concurso. A entrega de propostas termina às 12h00 de 10 de Agosto. Os parâmetros de avaliação incidem em 50% no custo, 20% são partilhados entre o prazo de execução e o plano de trabalhos, a experiência e qualidade das obras tem o peso de 18% e os restantes 12% avaliam a integridade e honestidade da candidatura.
SIMULACRO DE RESPOSTA A MERS ESTE SÁBADO
O
MACAU “CARO E POUCO POPULAR”
M
PUB
ACAU não figurou no ranking que elege as 25 cidades mais populares do mundo. A informação provém de um estudo do Tripadvisor, um site de crítica e aconselhamento de e para turistas e viajantes. Num estudo que analisa custos de viagens, quatro dias e três noites para duas pessoas em que Londres e Hong Kong, apesar dos preços, fazem parte das dez mais populares, sendo que figuram ainda mais cinco destinos do sudeste asiático caracterizados pela popularidade e preços baixos. Em declarações ao Jornal Ou Mun, elementos do sector turístico revelam que o custo de uma visita a Macau é próximo do de Hong Kong, situada no sétimo lugar. A entidade adiantou ainda que o número de turistas do interior da China que viajam para o Sudeste da Ásia tem aumentado não apenas devido ao preço, mas também porque cada vez mais procuram experiências diferentes. O organismo sugere que para conseguir competir com a popularidade de outros destinos, Macau deve enriquecer os seus produtos turísticos e estar atento aos preços, especialmente aos praticados no comércio de retalho e lembranças.
TERRORISTAS DIVULGAM TÉCNICAS PARA ATAQUES NOS JOGOS DO RIO
O manual do terror
E
XTREMISTAS islâmicos publicaram na rede social Telegram recomendações de 17 técnicas a serem usadas em atentados terroristas durante os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, que começam no dia 5 de Agosto. De acordo com a especialista norte-americana em contra-terrorismo Rita Katz, os extremistas deram instruções para possíveis ataques, assim como um calendário de acções. Entre as técnicas citadas, estão atentados a aeroportos e meios de transporte públicos, esfaqueamento, envenenamento, sequestro de reféns e veiculação de falsas ameaças. Os jihadistas também pediram para que os chamados “lobos solitários” (pessoas que agem sozinhas em ataques) se dirijam
para o Brasil. Na última segunda-feira (18), Rita Katz, que trabalha na agência de contra-terrorismo SITE, informou que um grupo no Brasil havia declarado lealdade ao Estado Islâmico (Isis, também chamado de EI ou Daesh). Eles criaram um canal no Telegram com o nome «Ansar al-Khilafah Brazil». Foi a primeira vez que alguém da América do Sul explicitou uma suposta aliança com o EI.
ATENTOS A AMEAÇAS
A Agência de Inteligência Brasileira (Abin) divulgou esta quarta-feira uma nota oficial a garantir que «todas as ameaças relacionadas com os Jogos do Rio 2016 estão a ser minuciosamente apuradas, em particular as relacionadas com o terrorismo». «Devido à sensibilidade do tema, as ameaças são tratadas, de forma
integrada, pelas unidades especializadas de combate ao terrorismo dos três eixos responsáveis pela Segurança dos Jogos Rio 2016 Inteligência, Segurança Pública e Defesa», informou a Abin. A estimativa é de que cinco mil homens da Força Nacional de Segurança Pública e 22 mil oficiais das Forças Armadas (14,8 mil do Exército, 5,9 mil da Marinha e 1,3 mil da Aeronáutica), além do contingente fixo do Rio de Janeiro, actuem durante os Jogos Olímpicos. Nesta semana, militares do Exército intensificaram acções de patrulhamento motorizado e a pé na região do Parque Olímpico, na Barra da Tijuca. As Olimpíadas ocorrerão do dia 5 de Agosto, quando acontece a cerimónia de abertura no Maracanã, até 21 do mesmo mês.
S Serviços de Saúde vão realizar um simulacro a 23 de Julho entre as 8h30 e as 13h00 na Pousada de Mong Há. Será encenada uma situação de detecção do Síndrome Respiratório do Médio Oriente (MERS) na Pousada de Mong Há e a partir daí tem lugar a resposta das autoridades. Lei Wai San, médico adjunto da direcção do Hospital de S. Januário, afirma em conferência de imprensa que o simulacro permitirá testar as capacidades do serviço hospitalar no acolhimento de 44 supostos infectados, bem como da eficiência dos procedimentos de isolamento a ter em conta nas valências hospitalares. Já David Tsang terá em campo 13 bombeiros e refere que é uma oportunidade de teste ao sistema de transporte por ambulância dos doentes num caso específico de MERS. A PSP conta para a operação com 50 soldados, sendo que cinco ou seis estarão no exterior da pousada a coordenar as operações e os restantes na área circundante a dirigir as possíveis alterações de trânsito e segurança a ser feitas. A iniciativa conta ainda com a colaboração de alunos e professores do Instituto de Formação Turística (IFT) enquanto actores infectados do simulacro. O simulacro vai restringir o acesso de carros àquela zona. S.M.