DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
MOP$10
LUSA
SEGUNDA-FEIRA 22 DE MAIO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3816
VHILS A ESSÊNCIA DAS COISAS
JOCKEY CLUB DIRECÇÃO CONFIANTE NA RENOVAÇÃO DE CONTRATO
Cavalos de batalha
O fim da concessão do espaço de corridas de cavalos na Taipa aproxima-se, mas o director executivo da empresa que gere o Jockey Club respira optimismo e acredita que o contrato irá ser renovado por mais dois anos, apesar
dos prejuízos que se acumulam desde 2005. Para o presidente da ANIMA, Albano Martins, esta é uma situação incompreensível uma vez que a empresa “está tecnicamente falida e insolvente.”
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ENTREVISTA
FUNDO CHINÊS
A dança dos milhões PÁGINA 4
MÁRIO CARRASCALÃO 1937-2017
CONDOMÍNIOS
O dono é que paga PÁGINA 5
Liberdade de expressão OPINIÃO | RUI FLORES
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PÁGINA 7
2 ÓBITO
Mário Carrascalão, governador de Timor-Leste entre 1983 e 1992 e uma das mais importantes figuras da independência do país, faleceu aos 80 anos de idade, vítima de ataque cardíaco. A morte chegou um dia depois de ter recebido o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste das mãos de Taur Matan Ruak “O que me recordo é que ele sempre me dizia que tudo o que fosse feito em prol de Timor e da sua população ele apoiaria. E foi por isso que apoiou o projecto da Lusa, e era por isso que era governador.” GONÇALO CÉSAR DE SÁ JORNALISTA
TIMOR-LESTE MÁRIO CARRASCALÃO MORRE AOS 80 ANOS DE IDADE
O HOMEM DOS M
ÁRIO Carrascalão, que morreu na quinta-feira à noite em Díli, aos 80 anos, não suscitava avaliações consensuais entre os timorenses, mas trabalhou grande parte da vida pelos consensos, abrindo até a porta ao diálogo entre a resistência e os ocupantes indonésios. Ainda viveu um dia após ter-lhe sido concedida a mais alta condecoração do país, o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, pelas mãos do ex-chefe de Estado, Taur Matan Ruak. As imagens da entrega da condecoração dominaram as redes sociais em Timor-Leste, onde se sucedem os comentários de pêsames de familiares, amigos, dirigentes timorenses e cidadãos comuns, que ensombraram os festejos do 15.º aniversário da restauração da independência, no sábado. Líderes timorenses recordaram a voz de denúncia sobre a situação no território, mesmo enquanto Governador nomeado por Jacarta (1982 a 1992), e o papel interventivo que permitiu a primeira abertura de Timor-Leste, levando muitos timorenses a estudar em universidades indonésias.
“Salvou centenas de vidas, forçou a abertura de Timor-Leste ao mundo, conseguiu que milhares de jovens timorenses tivessem uma oportunidade única de se formarem. Mas talvez mais importante, conseguiu convencer o comando militar Indonésio em Timor-Leste a dialogar com Xanana”, escreveu em Outubro de 2015, o ex-Presidente José Ramos-Horta. Carrascalão, que nasceu em Venilale em 1937, dedicou, como muitos dos 11 seus irmãos, grande parte da vida à política timorense. Já depois da independência fundou o Partido Social Democrata timorense e chegou a ser vice-primeiro-ministro no IV Governo constitucional, liderado por Xanana Gusmão. Terceiro Governador nomeado pela Indonésia para Timor (de 18 de Setembro de 1983 a 18 de Setembro de 1992), recordou em entrevista à Lusa, em 2015, os encontros que manteve com Xanana Gusmão em Lariguto (1983) e Ariana (1990), abrindo a porta ao primeiro diálogo com a resistência. “Encontrei-me com ele enquanto comandante das FALINTIL [Forças Armadas de Libertação Nacional de Timor-Leste]. Se se
apresentasse como comandante da FRETILIN [Frente Revolucionária de Timor-Leste Independente] eu não me sentaria à mesma mesa. Senti que ele, nessa altura, também me representava e a outros como eu. Quando conversava com Xanana Gusmão estava a conversar com alguém que era representante do braço armado do povo timorense, do qual a UDT [União Democrática Timorense] já fazia parte”, explicou. Carrascalão entrou tarde na escola e fez três anos num, sendo depois dos primeiros alunos do Liceu Dr. Francisco Machado, hoje uma das alas da Universidade Nacional Timor Lorosa’e. Terminou o 5º ano e, porque em Timor não havia na altura como continuar o ensino, foi até Lisboa terminar o secundário, no Liceu Camões. Foi dispensado do exame de aptidão e entrou directamente no Instituto Superior de Agronomia onde se formou em silvicultura, terminando o curso com 19,5 valores e uma tese que foi o primeiro estudo de sempre feito sobre o pinheiro manso português. Regressado a Timor-Leste, assumiu o cargo de chefe dos serviços de agricultura, funções que ocupa-
va quando em 1974, juntamente com Domingos Oliveira, César Mouzinho, António Nascimento, Francisco Lopes da Cruz e Jacinto dos Reis, fundou a UDT.
DEPOIS DO GOLPE
Depois do golpe da UDT, do contra-golpe da FRETILIN e da curta guerra civil, Carrascalão refugiou-se em Atambua, seguindo depois para Jacarta. Ingressou na diplomacia indonésia em 1977. Numa longa entrevista à Lusa, em Novembro de 2015, Mário Carrascalão lembrou esse período, e considerou que a pressão sobre Suharto [Presidente da Indonésia entre 1967 e 1998] para abrir Timor-Leste e a postura neutra que manteve enquanto governador, permitindo manter o cargo e ajudar “muitos” timorenses, contribuíram para a independência do país. “Enquanto estive aqui como governador não se pode dizer que estive do lado dos independentes ou dos integracionistas. Tive que me manter sempre neutro porque se fosse nitidamente pró-independência já sabia de antemão que os indonésios me sacavam do lugar porque não permitiriam que actuasse contra eles”, afirmou.
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CONSENSOS “Pensei mais no futuro. O mundo não podia continuar a ignorar o que se passava em Timor. Pedi a Suharto para abrir Timor. Max Stahl nunca teria entrado em Timor se eu não tivesse pedido ao Suharto para abrir o território”, disse. Um jogo de cintura foi possível porque conseguiu a confiança dos indonésios, que precisavam do governador para limpar a imagem dos antecessores, ferrenhos apoiantes da integração. “Criei uma imagem que favoreceu a Indonésia e o que eu pedia era aceite”, disse. Esta sua postura e o cargo que ocupava, não lhe mereceram louvores de todos e para muitos timorenses, como o próprio admitiu, era visto como traidor, colaborador do regime ocupante.
“Se fosse vivo, o doutor Mário Soares poderia testemunhar os esforços que desenvolveu para a solução de independência de Timor-Leste através de Mário Carrascalão.” JOÃO SEVERINO JORNALISTA “A minha acção aqui em Timor é interpretada de uma forma. Lá fora fui sempre visto como um traidor, um colaborador de Suharto. Para alguns convinha criar o inimigo fictício. Mas aqui em Timor era um dos daqui e tudo fazia para poder salvar este ou aquele e para ajudar”, disse Carrascalão sobre esse período. Mário Carrascalão afirmou que só mesmo na sua família sabiam o que estava a fazer e que os timorenses que estavam no país na altura reconheceram esse papel, ainda que nem todos “os lá de fora” pensem assim. “Inclusive na minha família havia pessoas que estavam reticentes, que pensaram duas vezes em utilizar o meu apelido para
não ser confundidos com o Mário Carrascalão. Também houve disso”, admitiu.
A CIMEIRA FALHADA
Macau chegou a cruzar-se na vida política de Mário Carrascalão algumas vezes. A primeira terá sido em 1975, quando o Governo português tentou realizar uma cimeira no território (intitulada Cimeira de Macau), em Junho. A ideia era encontrar uma solução para a independência de Timor-Leste, numa altura em que o processo português de descolonização caminhava a passos largos no ocidente. Carrascalão esteve presente em nome da UDT. De Portugal chegou o já falecido Almeida Santos, que era, à data, Ministro da Coordenação Interterritorial, bem como representantes da APODETI (Associação Popular Democrática Timorense). A FRETLIN não esteve representada na Cimeira de Macau. A cimeira acabaria por fracassar dada a existência de diversas forças políticas. Na entrevista concedida à agência Lusa, em 2015, Carrascalão admitiu que Portugal “jogava com um pau de dois bicos”, por negociava com os partidos timorenses e ao mesmo tempo com a Indonésia. O Governo português, teve, na visão do antigo dirigente, “encontros na Cimeira de Macau para tratar do processo de descolonização de Timor, mas ia negociando com os generais indonésios, nomeadamente com o general Ali Moertopo (responsável pelos serviços secretos), sob a forma de melhor integrar Timor na Indonésia”, recorda. “O próprio encontro na cimeira de Macau deu-se quando estava a decorrer em Hong Kong um encontro com uma delegação indonésia”, sublinha. Portugal “queria aliviar-se do fardo de Timor”, referiu ainda Mário Carrascalão. No final da década de 70, Carrascalão apadrinhou ainda um acordo de cooperação assinado entre a agência Lusa e a Antara, agência noticiosa da Indonésia.Ao HM, Gonçalo César de Sá, que à época era delegado regional da Lusa na Ásia, disse que, sem
Mário Carrascalão em Macau com João Severino, então director do Macau Hoje
Mário Carrascalão, provavelmente não haveria acordo. “Nessa altura fui para Jacarta, ainda não havia relações diplomáticas [entre a Indonésia e Portugal], e nessa altura o Carrascalão teve importância neste processo, porque apoiou grandemente o facto de termos conseguido um acordo de cooperação antes mesmo de haver relações diplomáticas.” Gonçalo César de Sá não tem dúvidas de que “sem o apoio do Carrascalão não teríamos tido a coragem de avançar com esse acordo com a Antara. O papel do Mário foi importante, bem como o de Ramos-Horta.”
ENCONTRO COM MONJARDINO
João Severino, que foi jornalista em Macau durante os anos 80 e 90, recorda o facto de Mário Carrascalão,
Num encontro com Xanana Gusmão
seu cunhado, ter tido um encontro com Carlos Monjardino, actual presidente da Fundação Oriente, quando este era número dois do Executivo local, em meados dos anos 80. “Se fosse vivo, o doutor Mário Soares poderia testemunhar os esforços que desenvolveu para a solução de independência de Timor-Leste através de Mário Carrascalão”, escreveu na sua página de Facebook. “Não é por acaso que na cerimónia de tomada de posse do novo Presidente da República de Timor-Leste, Francisco Guterres Lu Olo, as suas primeiras palavras foram de homenagem ao “grande patriota” Mário Carrascalão”, acrescentou. Ao HM, João Severino recordou ainda o facto de Carrascalão não se ter tornado jogador de futebol por um triz. “Tirou o curso de Silvicultura porque o pai não o deixou ser guarda-redes do Benfica. Era muito bom na baliza e seria de certeza um grande jogador do Benfica.” Para além disso, Mário Carrascalão “fez parte da mesma associação estudantil do Jorge Sampaio que contestou a ditadura”, lembrou o jornalista e ex-director do jornal Macau Hoje. As opiniões em relação ao falecido dirigente não são consensuais, pelo facto de ter sido governador nomeado pela Indonésia, apesar de ser lembrado como uma figura da independência. “O que me recordo é que ele sempre me dizia que tudo o que fosse feito em prol de Timor e da sua população ele apoiaria. E foi por isso que ele apoiou o projecto da Lusa, e era por isso que era governador”, rematou Gonçalo César de Sá. Em Abril de 1999, quando Timor-Leste ainda não era independente, milícias indonésias protagonizam um ataque à casa do seu filho Manuel Carrascalão, provocando a sua morte e a de dezenas de civis que estavam refugiados nessa habitação. A Indonésia só permitiria o fim da indexação de Timor-Leste em Outubro desse ano. A.S.S. com Lusa
Palavras
ditas • “Um grande combatente em prol do bem-estar. Lamento imenso a inesperada morte do engenheiro Mário Viegas Carrascalão, que é uma inquestionável figura de referência para o país.”
RUI MARIA DE ARAÚJO Primeiro-ministro de Timor-Leste
• “É o desaparecimento de uma grande figura, gostasse-se ou não se gostasse, concordasse-se ou não, foi uma grande figura de Timor, durante o tempo da ocupação.” BASÍLIO DO NASCIMENTO Bispo de Baucau e presidente da Conferência Episcopal Timorense
• “Muitas vezes não era compreendido. Mas não há alguém em Timor-Leste que alguma vez pudesse apontar algo negativo a Mário Carrascalão no tocante à sua integridade, honestidade e sua dedicação a Timor-Leste.” JOSÉ RAMOS-HORTA Antigo Presidente de Timor-Leste
• “Quero homenagear o ex-membro da Assembleia Constituinte e ex-vice-primeiro-ministro Mário Viegas Carrascalão, que nos deixou. Que a sua alma descanse e que a família possa encontrar força e conforto neste momento tão difícil par todos.” FRANCISCO GUTERRES LU-OLO Actual Presidente
• “Ele é uma figura marcante da história recente de Timor, não só pelo percurso político, controverso com certeza, mas que por ironia do destino acabou condecorado pelo actual PR praticamente um dia antes da sua morte. É um sinal revelador do espírito de reconciliação da sociedade timorense.” LUÍS CAPOULAS SANTOS Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural do Governo português
• “Infelizmente, Timor-Leste perdeu um dos seus mais ilustres filhos, mais um filho querido que tudo fez para que fôssemos independentes.” ADÉRITO HUGO DA COSTA Presidente do Parlamento Nacional timorense
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JOGO DICJ VAI SER ALVO DE REESTRUTURAÇÃO ORGÂNICA A Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) vai ser alvo, em breve, de uma reestruturação orgânica, avançou o secretário para a Economia e Finanças. De acordo com Lionel Leong, citado em comunicado, a proposta de revisão já está a ser elaborada. O governante justificou a necessidade de “aperfeiçoamento” da estrutura da DICJ com o desenvolvimento contínuo do sector de jogo. O secretário indicou que é preciso um maior número de recursos humanos para responder às necessidades reais, sendo igualmente necessária uma melhor regulamentação do sector. Leong esclareceu também que, findo o prazo dos contratos de concessão do jogo, será efectuado novo concurso e não a renovação automática. O secretário clarificou ainda que, de acordo com a lei em vigor, a duração da concessão pode, a título excepcional, ser prorrogada por uma ou mais vezes, não podendo exceder, no total, o período de cinco anos.
PROPOSTA DE REGIME EDUCATIVO ESPECIAL PRONTA AINDA ESTE ANO
E Fórum Macau FUNDO CHINÊS COM SEDE EM MACAU A 1 DE JUNHO
Mil milhões a caminho A mudança, de Pequim para Macau, da sede do fundo chinês de mil milhões de dólares destinado a investimentos de e para os países lusófonos vai realizar-se a 1 de Junho. A novidade foi dada pelo secretário para a Economia e Finanças
O
anúncio foi feito pelo secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, que indicou que a cerimónia de inauguração da sede do fundo vai realizar-se durante o VIII Fórum Internacional sobre Investimento e Construção de Infra-estruturas, que decorre a 1 e 2 do próximo mês. O presidente do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Chi Jianxin, tinha avançado em Outubro, à Agência Lusa, que a sede do fundo ia ser transferida de Pequim para Macau com o objectivo de facilitar a divulgação e o contacto junto dos potenciais interessados. Numa primeira fase, a sede do fundo vai ficar localizada no centro de apoio empresarial do Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) e, posteriormente, vai mudar-se para o futuro “Complexo de Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa”. Aquando da V Conferência Ministerial do Fórum Macau, em Outubro último, realizou-se uma cerimónia de descerramento da placa do referido complexo, ainda por construir. O primeiro-ministro Li Keqiang assistiu à cerimónia.
O descerramento da placa simboliza “o novo patamar para Macau na criação da Plataforma de Serviços para a Cooperação Comercial entre a China e os países de língua portuguesa”, segundo o Governo de Macau. Lionel Leong afirmou que a mudança da sede do fundo para Macau, que tinha descrito anteriormente como uma “prenda” de Pequim, constitui “um passo importante no reforço de Macau como ‘plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa’”.
O QUE FALTA AGORA
O complexo, além de ser no futuro o palco para o Fórum Macau, vai albergar
Lionel Leong diz que a mudança da sede do fundo é “um passo importante no reforço de Macau como plataforma de serviços para a cooperação comercial entre a China e os países de língua portuguesa”
o Centro de Exposição dos Produtos Alimentares dos Países de Língua Portuguesa, o Centro de Serviço Empresarial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, o Centro de Formação, o Centro de Informações, e um Pavilhão sobre Relações Económicas, Comerciais e Culturais entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Com uma área de 14.200 metros quadrados, terá ainda um Pavilhão de Exposição alusivo ao desenvolvimento urbanístico de Macau e irá disponibilizar “escritórios temporários e permanentes para os serviços públicos, organismos e as associações da China e dos países lusófonos envolvidos na construção da plataforma e organização do Fórum, segundo dados revelados anteriormente. O complexo ainda não tem uma data de abertura prevista. Em Fevereiro, após a primeira ronda do concurso público da empreitada de concepção e construção, a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes indicou que, segundo as estimativas, a obra poderia ter início no segundo semestre e que o prazo máximo de execução era de 600 dias.
M declarações ao Jornal Ou Mun, Leong Vai Kei, chefe do Departamento de Ensino da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), revelou que o Governo está a fazer todos os esforços para que o texto da proposta de revisão do Regime Educativo Especial esteja pronto o mais rapidamente possível. O responsável pelos serviços de educação prevê que uma versão final esteja pronta ainda este ano. Leong Vai Kei recordou que em Março de 2015 se fez uma consulta pública sobre o diploma em questão, tendo sido ouvidas cerca de 1600 opiniões e elaborado um relató-
rio de conclusão das ideias recolhidas. O chefe do Departamento de Ensino espera que a revisão legal traga grandes mudanças em comparação com o actual regime, nomeadamente no auxílio dos alunos para a continuação dos estudos e da inserção na sociedade. Leong Vai Kei, em declarações ao Jornal Ou Mun, acrescentou que o mais provável é que o que Regime Educativo Especial seja legislado como regulamento administrativo. De acordo com o responsável pelos serviços de educação, os trabalhos de alteração já se encaminharam para os departamentos jurídicos. V.N.
5 POLÍTICA
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N
A semana passada, os deputados que formam a 2.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), pediram o regresso do Governo para esclarecer dúvidas sobre a revisão do regime jurídico que regula a administração de partes comuns dos condomínios. A resposta, apesar de informal, não se fez esperar. Este fim-de-semana, à margem de um evento público, Sónia Chan falou à comunicação
Habitação SÓNIA CHAN ESCLARECE LEI DE ADMINISTRAÇÃO DE CONDOMÍNIOS
Factura segue para o dono social para tentar dissipar questões que têm sido levantadas acerca da referida revisão legal. A Secretária para a Administração e Justiça explicou que as despesas de condomínio são obrigação dos proprietários e que caso esses custos não sejam pagos os proprietários serão responsabilizados. Chan acrescentou ainda que a responsabilidade se mantém apesar das fracções terem sido colocadas no mercado. A responsável pela Administração e Justiça esclareceu que o objectivo da revisão da lei em questão pretende dar uma resposta aos atrasos no pagamento de despesas de condomínio. Esta foi uma das dúvidas suscitadas pelos deputados da comissão que acompanha a reforma legal. Segundo a versão apresentada à 2.ª Comissão Permanente, em caso de reparações indispensáveis e urgentes em áreas exteriores às fracções autónomas os condóminos podem avançar com os trabalhos, caso não haja um órgão responsável pela gestão do condomínio. Os custos dessas obras de reparação serão reembolsados pelos proprietários.
COMPRADOR INFORMADO
Sónia Chan acrescentou ainda que outro dos objectivos da revisão do diploma é permitir ao comprador da fracção autónoma ter conhecimento se o proprietário tem alguma dívida ao condomínio.
GCS
As despesas de condomínio são da responsabilidade dos proprietários, clarificou a Secretária para a Administração e Justiça este fim-de-semana. As declarações de Sónia Chan surgem na sequência das dúvidas dos deputados da comissão permanente da Assembleia Legislativa que acompanha os trabalhos de revisão da lei
A lei tem também como propósito tornar o acto de compra e venda de fracções autónomas mais transparente. Neste sentido, a Secre-
tária para a Administração e Justiça acrescentou que o regime obriga o mandatário responsável, ou o notário, a providenciar informações
Sónia Chan explicou que as despesas de condomínio são obrigação dos proprietários, e que caso esses custos não sejam pagos os proprietários serão responsabilizados
ao comprador de forma a este poder ponderar convenientemente todas as implicações da transacção. Na sequência das dúvidas que a alteração legal tem suscitado, Sónia Chan referiu que a proposta de lei em causa ainda está em fase de análise e discussão, ou seja, ainda não há um texto final do diploma. Na semana passada, Chan Chak Mo previa avanços na discussão da revisão
legal. “Esperamos terminar a análise do diploma nas duas próximas reuniões e depois convidar representantes do Executivo a virem cá”, projectava o deputado. As reuniões em questão estão agendadas para hoje e amanhã. João Luz
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DROGA MAK SOI KUN DUVIDA DO NÚMERO DE TOXICODEPENDENTES EM MACAU
N AL RECEBE NOVA VERSÃO DO REGIME DE PREVIDÊNCIA CENTRAL
O Governo entregou na Assembleia Legislativa (AL) uma nova versão da proposta de lei do regime de previdência central não obrigatório, que actualmente se encontra a ser analisado na especialidade no seio da 1ª comissão permanente, presidida pela deputada Kwan Tsui Hang. O diploma foi aprovado na generalidade a 20 de Junho do ano passado.
A semana passada a Comissão de Luta contra a Droga (CLD) anunciou os números de toxicodependentes jovens, revelando uma diminuição no ano passado em relação a 2015. Ora, Mak Soi Kun duvida da veracidade dos dados estatísticos divulgados pelo Governo, que em 2016 registaram um número total de 548 toxicodependentes. Sendo que desse universo 6,2 por cento são jovens, ou seja, 34 pessoas. Na sequência da desconfiança acerca da autenticidade
estatística, o deputado interpelou por escrito o Executivo a esclarecer a realidade da situação. Os dados estatísticos avançados pelos serviços mostraram que em 2016 houve uma redução de 55,3 por cento de pessoas viciadas em drogas em relação ao ano anterior. Os números apresentados não só não convencem Mak Soi Kun, como o levam a temer que possam causar confusão entre os cidadãos, assim como esconder uma realidade proble-
mática que não é endereçada com eficácia. Aquando da apresentação dos dados estatísticos em questão, Hoi Va Pou, chefe do Departamento de Prevenção e Tratamento da Dependência do Jogo e da Droga, justificou este significativo decréscimo com os esforços dos serviços no “trabalho de prevenção realizado na comunidade e em locais como as escolas”. Justificação que o deputado não considera fiável. Aliás, Mak Soi Kun afirma ter recebido queixas
de cidadãos que questionam os métodos de recolha de dados da Administração. Além disso, o deputado considera que os números também podem não reflectir a realidade uma vez que os toxicodependentes, normalmente, tendem a esconder o consumo de estupefacientes. Esta é uma situação que Mak Soi Kun considera poder acarretar riscos sociais, levando à complacência e redução do alerta social em relação aos riscos do consumo de drogas. V.N./J.L.
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SOCIEDADE
Apostas DIRECTOR DO MACAU JOCKEY CLUB CONFIANTE NA RENOVAÇÃO DE CONTRATO
Corridas de cavalo cansado Com o fim da concessão à vista, o director-executivo da empresa que gere o Macau Jockey Club mostra-se optimista quanto à revalidação da concessão do espaço. O contrato termina em Agosto deste ano e a empresa continua a acumular dívidas milionárias
D
ESDE 2005 que as corridas de cavalos têm dado prejuízo à empresa gerida por Thomas Li. Porém, o director-executivo do Macau Jockey Club, em declarações ao Jornal do Cidadão, afirma que a maioria dos assuntos essenciais à renovação do contrato foram abordadas com o Executivo, e acredita que o contrato vai ser renovado por mais dois anos. Thomas Li refere ainda ao Jornal do Cidadão que acredita que ainda há mercado para corridas de cavalos em Macau, apesar da situação financeira da empresa que dirige. Em 2015, o Macau Jockey Club vinha acumulando perdas anuais na casa dos 3,8 mil milhões de patacas. Os prejuízos continuam até aos dias de hoje e, no entanto, de acordo com Thomas Li as negociações parecem bem encaminhadas. Uma situação incompreensível para Albano Martins, presidente da Sociedade Protectora dos Animais de Macau (ANIMA). “Se olharmos para as contas do Jockey Club vamos verificar que aquela empresa está tecnicamente falida e insolvente”, comenta. Esta situação levou a que a ANIMA enviasse várias cartas ao Executivo a perguntar como era possível renovar a concessão a uma companhia nestas circunstâncias financeiras. Outra questão misteriosa, é saber porque é que a empresa pretende revalidar um contrato que lhe tem dado milhares de milhões de prejuízo. Neste capítulo é de salientar que de acordo com o Artigo 206.º Código Comercial, este volume de prejuízos acumulados face ao capital social deveria levar à dissolução da sociedade. Caso a situação se mantenha, a direcção pode ser penalizada com multas, chegando o Artigo 485.º inclusive a sancionar com pena de prisão.
JOGO À DISTÂNCIA
O responsável do Macau Jockey Club acrescentou que pretende continuar a actividade de corrida de cavalos, sendo que tem no horizonte a remodelação das instalações caso a renovação da concessão avance. Algo que já havia prometido em renovações anteriores.
G2E ASIA FEIRA DESTE ANO BATE RECORDE DE VISITANTES
A Global Gaming Expo Asia (G2E Asia), que junta anualmente empresas e especialistas do jogo de todo o mundo em Macau, bateu o recorde de visitantes na 11.ª edição, realizada na semana passada. De acordo com dados preliminares, facultados pela organização ao site GGRAsia, o evento contou com aproximadamente 14 mil visitantes. O número superior às expectativas da própria organização – que apontava para 12 mil visitantes – bateu o recorde do ano passado. Na 10.ª edição, em 2016, o G2E Asia recebeu 10.984 visitantes. A feira, organizada pela empresa Reed Exhibitions Greater China e pela Associação Americana de Jogo, inclui uma série de conferências e seminários com operadores, especialistas e reguladores da indústria do jogo de todo o mundo, além de uma área de exposição que contou, este ano, com um total de 180 expositores. A próxima edição vai ter lugar entre 15 e 17 de maio de 2018.
COMÉRCIO TRAMBOLHÃO ENTRE OS DOIS LADOS DA FRONTEIRA
Além disso, pretende construir um hotel na área do clube, que é terreno público. Para Albano Martins o grande objectivo “é desenvolver um projecto imobiliário”.
“Se olharmos para as contas do Jockey Club vamos verificar que aquela empresa está tecnicamente falida e insolvente.” ALBANO MARTINS PRESIDENTE DA ANIMA
Outro dos cavalos de batalha de Thomas Li é a possibilidade de os apostadores poderem jogar através de uma aplicação de telemóvel. Nesse capítulo o presidente da ANIMA duvida da “capacidade técnica da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos para fiscalizar e controlar as apostas através de telefone”. Outra situação dúbia poderá ser levantada com mais uma das ambições do director do Macau Jockey Club, que pretende que as corridas de cavalos sejam transmitidas pela televisão para a Coreia, o Japão e outros países. Em declarações ao Jornal do Cidadão, Thomas Li justifica esta expansão como uma forma de elevar o montante
das apostas e melhorar a situação financeira da empresa. Esta é mais uma situação que foge ao controlo das autoridades de Macau, uma vez que não terão forma de controlar as casas de apostas que possam surgir nestes países e que usem as corridas realizadas na Taipa para apostas no exterior. Neste aspecto, importa salientar que as corridas já são transmitidas para Hong Kong e a China Interior. A concessão do Macau Jockey Club termina no próximo no dia 31 de Agosto. João Luz e Vítor Ng
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O comércio entre a China e Macau atingiu 615 milhões de dólares no primeiro trimestre, menos 16,3 por cento do que no período homólogo de 2016, indicou o Ministério do Comércio chinês. As exportações da China para Macau caíram 14,8 por cento para 593 milhões de dólares, enquanto as importações se cifraram em 22 milhões de dólares entre Janeiro e Março, reflectindo uma queda de 42,7 por cento na comparação anual. As trocas comerciais entre a China e Hong Kong também recuaram no mesmo período, diminuindo 2,5 por cento para 59,42 mil milhões de dólares norte-americanos, de acordo com os dados do Ministério do Comércio, citados pela agência oficial Xinhua. As vendas da China a Hong Kong atingiram 57,73 mil milhões de dólares, mais 0,9 por cento. As compras da China à antiga colónia britânica sofreram uma queda de 54,6 por cento, totalizando 1,69 mil milhões de dólares. Hong Kong é o sexto parceiro comercial da China e o quarto maior mercado das exportações chinesas.
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SOCIEDADE
Contas VISITANTES GASTARAM MAIS 16,6 POR CENTO FORA DOS CASINOS JORNALISTAS APROVADO CÓDIGO DEONTOLÓGICO E ESTATUTO
A Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) aprovou, em assembleia-geral realizada no sábado, o código deontológico e o estatuto dos jornalistas. Em comunicado, a AIPIM considera que “a aprovação destes dois documentos revestese de um significado especial num caminho que temos vindo a trilhar de afirmação e valorização de princípios éticos e deontológicos, numa perspectiva de auto-regulação”. Para além disso, a actual direcção da AIPIM, encabeçada pelo jornalista José Carlos Matias, “gostaria de agradecer a todos os que, ao longo dos últimos anos, contribuíram para a elaboração, discussão e aprovação destes documentoschave, que servirão de bússola para futuros passos”.
CLUBE MILITAR AFONSO CAMÕES DÁ PALESTRA NA QUARTA-FEIRA
Afonso Camões, actual director do Jornal de Notícias em Portugal e director do Gabinete de Comunicação Social, entre 1991 e 1999, protagoniza esta quarta-feira uma palestra no Clube Militar. O evento, intitulado “Conversas na Primeira Pessoa”, é organizado pela Associação de Imprensa em Português e Inglês de Macau (AIPIM) e pelo semanário bilingue Plataforma Macau.
Com as malas bem cheias Representam o grupo mais pequeno de visitantes, mas são aqueles que gastam mais. Em termos anuais, os gastos dos turistas subiram no primeiro trimestre do ano. Os participantes em exposições e convenções são os que menos poupam nas despesas
A
despesa, fora dos casinos, efectuada pelos mais de 7,8 milhões de visitantes que Macau recebeu no primeiro trimestre do ano aumentou 16,6 por cento em termos anuais homólogos. Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC) indicam que a despesa total dos visitantes fora dos casinos ascendeu a 13,46 mil milhões de patacas, valor que traduz uma diminuição de 0,9 por cento na comparação trimestral. A despesa ‘per capita’ situou-se em 1709 patacas, reflectindo, em linha com o comportamento global, uma subida de 10,5 por cento em termos anuais e uma queda de 6,6 por cento em termos trimestrais. A maior despesa ‘per capita’ foi efectuada pelos visitantes da China, que ascendeu a 2002 patacas entre Janeiro e Março, mais 13,6 por cento comparativamente aos primeiros três meses do ano passado. Os gastos ‘per capita’ dos visitantes de Singapura, Malásia e Taiwan também aumentaram, enquanto os dos do Japão e da vizinha Hong Kong diminuíram, à semelhança do que sucedeu com os provenientes de mercados mais distantes, como Austrália, Estados Unidos e Reino Unido, que também despenderam menos no primeiro trimestre do ano em relação a igual período de 2016. Segundo a DSEC, os visitantes gastaram essencialmente em compras (43,7 por cento), alojamento (26,9 por cento) e alimentação (21,3 por cento). A despesa ‘per capita’ em compras atingiu 747 patacas – mais 10,4 por cento em termos anuais –, destacando-se no ‘cabaz’ os alimentos/doces (233 patacas), cosméticos/perfumes (201 patacas), produtos em que os gastos aumentaram 4,5 por
cento e 36,9 por cento, respectivamente.
DESTINO DE FÉRIAS
Os resultados do inquérito às despesas dos visitantes indicam ainda que o principal motivo da vinda a Macau foi para passar férias (49,7 por cento do total), mas que foram os que vieram participar em convenções/exposições que gastaram mais, com uma despesa ‘per capita’ de 3286 patacas, apesar de representarem só 0,5 por cento dos visitantes. De acordo com os mesmos dados, já 15,1 por cento utilizaram
o território apenas como ponto de passagem, enquanto 10,8 por cento dos inquiridos foram atraídos pelas compras e 7,5 por cento pelo jogo. Visitar familiares e amigos, e tratar de negócios e assuntos profissionais foram outras das motivações dos que escolheram deslocar-se a Macau entre Janeiro e Março.
10,8% dos inquiridos foram atraídos pelas compras
No primeiro trimestre do ano, Macau recebeu 7,8 milhões de visitantes, um aumento de 5,6 por cento em termos anuais homólogos, segundo dados oficiais divulgados anteriormente. No ano passado, a despesa total, excluindo em jogo, atingiu 52,66 mil milhões de patacas, aumentando três por cento face a 2015, ano em que os gastos dos visitantes de Macau caíram pela primeira vez desde 2010, ou seja, desde que existe registo.
10 ENTREVISTA
ALEXANDRE FARTO AKA VHILS
“Gosto de trabalhar co
“Destroços” é a primeira exposição individual em Macau do artista português Alexandre Farto, conhecido como Vhils. A inauguração tem lugar no próximo dia 31 nas Oficinas Navais N.º1. Ao HM, Alexandre Farto falou do seu percurso entre artista marginal e referência internacional, e do que o move no seu trabalho A intervenção urbana passou de arte marginal a arte aopinião, como é que foi feito este trajecto, e o que motivou o crescente interesse e reconhecimento? Em certa medida, sim. Parte daquilo que começou como um movimento marginal, ilegal, evoluiu nos últimos anos para uma nova forma de arte pública, com reconhecimento institucional. Mas este é um fenómeno complexo e é preciso não desligar a coisa inteiramente do meio onde surgiu. Se, por um lado, temos esse crescente reconhecimento, ainda há muita gente a criar ilegalmente no espaço urbano, e essa vitalidade, que não podemos desligar da sua natureza marginal, é importante. Como qualquer outro fenómeno que nasceu das subculturas, seja em que área for, esta forma de arte surgiu das margens e, depois, a sua crescente popularidade fê-la ser absorvida pelo mainstream. O sistema sabe bem absorver aquilo que acha aproveitável, mesmo quando tem origem em movimentos anti-sistémicos. Este trajecto tem muito que ver com, por um lado, o amadurecimento desta geração dos últimos 20 ou 30 anos que cresceu com esta forma de arte, que gosta e segue o trabalho destes artistas e que, agora, começa a ter a oportunidade de os apoiar. Por outro
lado, tem havido um reconhecimento institucional, sobretudo da parte das autarquias e governos locais que começam a vê-la como parte de uma solução, e não apenas como parte de um problema ligado à cidade e o modo como se vive a cidade. Há depois também todo um trabalho por parte de investigadores, curadores, galeristas e outros agentes ligados à dimensão institucional das artes que tem contribuído positivamente para este reconhecimento e valorização. No seu caso, como é que oVhils saiu da marginalidade? Como foi a evolução estética e técnica no seu trabalho? Bom, o Vhils tem origem precisamente nesses tempos de marginalidade. Surgiu nesse meio, como produto desse mesmo meio. Primeiro no graffiti ilegal, uma prática que me permitiu expressar a rebeldia própria da adolescência e a liberdade de explorar a cidade e ocupar o meu lugar no espaço público, de mostrar que não era invisível como tantos outros. Teve muito que ver com a minha própria emancipação. No entanto, o graffiti funciona dentro de uma lógica de circulo fechado, sendo feito apenas para quem está dentro da comunidade.Apesar de não ter deixado de pintar, cheguei a uma certa altura em que comecei a reflectir sobre o que estava a fazer, o que queria fazer, e a consciencializar-me sobre o potencial de usar o mesmo espaço para comunicar com um público muito mais vasto. Comecei a explorar outras técnicas e a trabalhar com a cidade de outra forma. À medida que fui crescendo, comecei a desenvolver esta reflexão sobre a natureza da cidade contemporânea, o modo como vivemos neste espaço, o sistema que a sustém. A certa altura, entendi que as paredes que eu andava a pintar já tinham as suas histórias contidas nas suas camadas. Em Lisboa isto era visível, havia restos de murais da revolução que nos falavam dessa utopia, depois cartazes publicitários que nos falavam do boom do desenvolvimento e da integração no sistema capitalista, por cima disso veio o graffiti e depois as paredes foram sendo pintadas de novo pelas autarquias até levarem com mais graffiti, mais cartazes, e por aí adiante. O que entendi foi que as paredes vão ganhando camadas que captam todos esses registos, e que hoje em dia estas mudanças são tão velozes que parece difícil conseguirmos absorver tudo. Foi com base nessas observações que procurei começar a trabalhar com estas camadas que já lá estavam, em vez de estar a adicionar mais. Ao mesmo tempo fui-me juntando com outras pessoas com as quais partilhava o interesse de expor trabalho noutros ambientes, e começámos a organizar as nossas próprias exposições. A mais
PAULO SPRANGER/GLOBAL IMAGENS
ARTISTA
importante foi a Visual Street Performance (VSP) que teve uma edição anual entre 2005 e 2010. Comecei também a tentar mostrar trabalho em galerias. Da junção desses dois contextos conheci a galerista Vera Cortês que se interessou pelo meu trabalho e decidiu apoiar-me. Em 2006 tive a primeira exposição na sua galeria em Lisboa. Foi nessa altura que comecei a
“Macau é um entreposto de culturas, um território rico em encontros e desencontros com tudo o que isso trouxe de positivo e negativo ao longo dos séculos.”
trabalhar com aglomerados de cartazes que retirava da rua e a explorar um processo de subtracção dos materiais. A ideia é anular parte destas camadas e expor a entranha, tornar visível aquilo que é invisível, expor a sua história através de processos destrutivos. Pouco depois comecei a fazer o mesmo com as paredes, e o trabalho que faço hoje partiu daí. Em 2007, mudei-me para Londres para estudar na universidade, o que acabou por ser uma fase muito importante para a internacionalização do meu trabalho. Em Londres fui convidado a trabalhar com a Lazarides Gallery e, depois disso, os convites foram-se sucedendo para desenvolver projectos em vários pontos do mundo. No entanto, não deixei de fazer coisas em Portugal, e depois de alguns anos senti que já não fazia sentido ver o país como periférico e podia perfeitamente trabalhar a partir de Lisboa para o mundo. Em 2012 voltei a Portugal, onde abri o meu estúdio. Entretanto tive
um convite para fazer uma residência artística em Hong Kong e mudei-me para aqui em 2015. De forma a poder aproveitar o potencial da região abri um segundo estúdio e, desde então, tenho trabalhado entre Lisboa e Hong Kong. Em que é que o Vhils intervém e o que comunica com o público? A ideia é criar um diálogo com alguns elementos da realidade material, mas também imaterial, da cidade, desenvolvendo uma reflexão sobre a natureza das sociedades urbanas contemporâneas através da fricção e justaposição. Gosto de trabalhar com as forças do caos presentes na cidade, de as incorporar na obra, de revelar a essência das coisas que, simbolicamente, se encontra soterrada nas camadas que as compõem. Daí o recurso a processo destrutivos que, por um lado, têm origem na noção de vandalismo estético presente no graffiti, e, por outro, também espelham os ciclos de
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om as forças do caos”
ENTREVISTA
Quando comecei a apresentar trabalho em exposições já era conhecido como Vhils e decidi manter o seu uso junto com o meu nome verdadeiro. Disse em entrevista que antes de ser convidado pela Fundação de Arte de Hong Kong já era sua intenção passar uns tempos no Oriente. Porquê? O que via deste lado do mundo para querer vir até cá? Em 2012, fiz uma residência artística em Xangai e gostei muito da China. No ano seguinte vim a Hong Kong pela primeira vez trabalhar numa peça e numa exposição e também me senti bem aqui. Como disse, a natureza do meu trabalho é a realidade urbana. A escala da transformação, desenvolvimento e mudança que aqui está a acontecer não tem paralelo no presente, mesmo se a observarmos à volta do mundo. Por este motivo, é terreno fértil para me inspirar e reflectir.
“Gosto de trabalhar com as forças do caos presentes na cidade, de as incorporar na obra, de revelar a essência das coisas que, simbolicamente, se encontra soterrada nas camadas que as compõem.”
destruição e criação através dos quais a cidade opera o seu crescimento. O meu trabalho deve muito ao espaço urbano, bebe muito daquilo que ele oferece e produz, procurando desenvolver uma reflexão sobre a sua natureza e as suas características, assim como a relação que tem com aqueles que nele habitam. Depois estabelece uma ligação com aquilo que lhe dá forma no presente, questionando o modelo de desenvolvimento globalizante e o modo como este afecta a identidade de indivíduos, comunidades e culturas a um nível local. Tenta, acima de tudo, tornar visível o invisível, seja ao nível de materiais ou ao nível de pessoas e comunidades. Faz uma leitura de contrastes entre estes temas, assim como o impacto das mudanças em curso, sobre a destruição que cria e a criação que destrói. Para mim a arte só faz sentido quando faz uso da capacidade de sensibilizar e ajudar a promover a discussão. Mas eu prefiro
ver o meu trabalho mais como uma reflexão crítica sobre vários tópicos que considero importantes do que propriamente uma forma de acção política. Que aspectos da actualidade merecem um alerta maior? Acho que há vários aspectos que estão relacionados. Têm origem na mesma questão, num processo desencadeado por este modelo de desenvolvimento que seguimos de forma irreflectida. Um modelo que tem trazido coisas positivas e negativas mas que, em última instância, é absolutamente insustentável a longo prazo. Preocupa-me sobretudo a assimetria entre mundos (entre aqueles que têm cada vez mais e aqueles que têm cada vez menos), assim como a erosão das identidades locais através da imposição de padrões uniformizantes. Creio que a arte serve para levantar questões, para ajudar a reflectir, para ajudar a chamar
a atenção para situações importantes e inquietantes. Não tenho a presunção de achar que tenho todas as respostas ou soluções para estas questões. Acho que é importante reflectirmos em conjunto, trabalharmos em conjunto. A questão é haver vontade para tal. Num futuro, o que prevê que possam vir a ser os motes para o seu
“A ideia é anular parte destas camadas e expor a entranha, tornar visível aquilo que é invisível, expor a sua história através de processos destrutivos.”
trabalho? Quais os “perigos” que devem ser reflectidos? É difícil projectar no futuro, mas creio que, entre outros, a cidade, o modo como opera, a crescente uniformização que o presente modelo de desenvolvimento global impõe, a erosão das especificidades culturais e identitárias locais, a crescente tensão entre o espaço urbano e o espaço rural, são temas que irei continuar a explorar nos próximos tempos. Porquê Vhils? Há alguma história por detrás do nome? O nome Vhils vem da altura em que pintava graffiti ilegal. É um nome que segue a mesma lógica de um pseudónimo, mas escolhido para ser escrito, difundido e desenvolvido esteticamente. Não tem significado nenhum, a sua escolha deve-se apenas à sequência de letras que me agradava, e permitia escrevê-lo e pintá-lo de forma rápida e segura.
Depois do mural de Camilo Pessanha para o Consulado, tem agora a primeira exposição individual em Macau.Tem um significado especial? Sim, certamente. Macau é um entreposto de culturas, um território rico em encontros e desencontros com tudo o que isso trouxe de positivo e negativo ao longo dos séculos. É exactamente o tipo de sítio que eu gosto de explorar e trabalhar, com uma enorme riqueza de camadas que foi acumulando ao longo do tempo, e encontra-se também num processo de grande transformação e desenvolvimento. Tudo isto me fascina por vários e diferentes motivos. Obviamente que tem o acréscimo da ligação portuguesa que, caindo num lugar-comum, é aquele misto de familiaridade e exotismo que toca a quem vem do outro lado do mundo. Projectos na calha? Há muitos em curso. Entre aqueles que posso divulgar encontra-se outra exposição individual no CAFA Art Museum, em Pequim, que abre no final do mês de Junho. Sofia Margarida Mota
sofiamota.hojemacau@gmail.com
12 CHINA
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Taiwan PRESIDENTE CONTINUA À PROCURA DE NOVA RELAÇÃO COM PEQUIM
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AIPÉ pediu a Pequim para reactivar os mecanismos de diálogo e negociação, suspensos unilateralmente há um ano, depois da eleição de Tsai Ing-wen, a Presidente nacionalista que continua a defender nova relação com a China. O Conselho para os Assuntos da China Continental de Taiwan (CACC) indicou que o “Governo insiste em manter os actuais mecanismos entre as duas partes do Estreito da Formosa, tendo em conta os direitos e interesses do povo”. O mesmo órgão reiterou “o compromisso de manter o ‘status quo’” na relação com a China continental, ou seja, não declarar a independência da ilha. A Presidente do Partido Democrático Progressista instou Pequim a confrontar-se com “novas realidades, novas interrogações e novas formas” nas relações bilaterais e na situação no estreito. “Recordamos à China que umas relações estáveis no estreito são benéficas para todos, incluindo Taiwan, a China continental e outros países da região”, acrescentou a responsável. Desde que tomou posse a 20 de Maio de 2016, depois de derrotar Ma Ying-jeou, candidato do Kuomintang (nacionalista e defensor de uma aproximação a Pequim), o discurso de Tsai não se alterou e a intenção de manter o ‘status quo’ no estreito tem sido declarada em várias ocasiões. Os pilares de Tsai em relação à China são o respeito da vontade popular, cumprimento dos princípios democráticos e salvaguarda da liberdade de escolha da população em relação a Pequim.
TENSÕES ACUMULADAS
As relações entre Taiwan e a China não atravessam o melhor momento devido à insistência do gigante asiático para que Tsai aceite o chamado “Consenso 1992”, como condição para a restauração das re-
REUTERS
Os árduos caminhos do estreito
Tsai Ing-wen,
“Nunca sucumbiremos à pressão de Pequim e continuaremos a fazer ouvir a nossa voz na comunidade internacional e lutaremos pelo nosso direito a participar em organizações internacionais.” CONSELHO PARA OS ASSUNTOS DA CHINA CONTINENTAL DE TAIWAN
CAÇAS CHINESES INTERCEPTAM AVIÃO MILITAR NORTE-AMERICANO
Dois caças chineses interceptaram um avião militar dos Estados Unidos, no Mar do Sul da China, onde Pequim mantém disputas territoriais com vários países vizinhos, avançou a imprensa norte-americana. De acordo com a NBC News, o modelo norte-americano WC-135 Constante Phoenix estava a realizar uma missão de rotina no espaço aéreo internacional sobre o Mar do Sul da China quando foi interceptado por dois Sukhoi Su-30 chineses. O CC-135 está concebido para detectar sinais de actividade nuclear na atmosfera. De acordo com a NBC, a tripulação norte-americana descreveu a intercepção como “pouco profissional”, mas não necessariamente perigosa. Oficiais norte-americanos insistem que a aeronave operava de acordo com o direito internacional. A porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Hua Chunying, afirmou que não ter informações sobre o incidente. O ministério da Defesa chinês recusou também comentar o caso.
lações e afrouxamento das pressões internacionais sobre a ilha. O “consenso 1992” refere-se a um entendimento tácito alcançado em 1992 entre a China e Taiwan, na altura com um governo liderado pelo Kuomintang (nacionalistas), de que só existe uma China, deixando aos dois lados uma interpretação livre sobre o significado. Após a vitória da primeira mulher na presidência da ilha, Pequim interrompeu as negociações e contactos oficiais com Taipé, enviou navios e aviões militares para zonas mais próximas da Formosa, e tem procurado isolar o Governo de Tsai. Uma das medidas foi conseguir, em Dezembro passado, que São Tomé e Príncipe reconhecesse Pequim e cortasse as relações diplomáticas com Taipé.
Apenas 21 países e governos mantêm actualmente relações oficiais com Taiwan e a maioria do mundo e das Nações Unidas não reconhecem formalmente a ilha, mas mantêm importantes relações económicas. O Vaticano, único Estado europeu com relações diplomáticas com Taiwan, está a negociar uma aproximação com Pequim, o que pode resultar numa mudança de laços.
ACHAS PARA A FOGUEIRA
Asituação entre a China continental e a ilha agravou-se também na sequência de um telefonema entre Donald Trump, a 2 de Dezembro passado, depois de ter vencido as eleições presidenciais norte-americanas, e Tsai. A República Popular da China conseguiu também impedir a participação dos representantes da República da China em reuniões da Organização de Aviação Civil Internacional e na Assembleia Mundial de Saúde, principal órgão de decisão da Organização Mundial de Saúde (OMS), que começa na segunda-feira em Genebra. Taiwan condenou a decisão e pediu à OMS para considerar que o objectivo do organismos é contrário a qualquer exclusão. “Qualquer acção que exclua e pressione Taiwan não só é contrária aos objectivos da OMS e injusta para a população da ilha, como também
tem efeitos negativos imprevisíveis na saúde mundial”, indicou em comunicado o gabinete da Presidente Tsai. “Nunca sucumbiremos à pressão de Pequim e continuaremos a fazer ouvir a nossa voz na comunidade internacional e lutaremos pelo nosso direito a participar em organizações internacionais”, disse o CACC. Para o Governo chinês, Taiwan só poderá participar em actividades de instituições internacionais se aceitar o princípio de “uma só China”. Só assim e mediante consultas entre Taipé e Pequim, “será possível finalizar acordos para a participação de Taiwan” em fóruns internacionais. A actual posição chinesa “causa tensão na região e ansiedade entre as populações” dos dois lados do estreito, afirmou em Janeiro a Presidente. A ilha é independente desde 1949, data em que os nacionalistas do Kuomintang (KMT) ali se refugiaram depois de terem sido derrotados pelos comunistas, que fundaram, no continente, a República Popular da China. Pequim considera Taiwan parte da China, que deverá ser reunificada, se necessário pela força.
XI JINPING SAÚDA KMT
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Presidente chinês, Xi Jinping, felicitou o antigo vice-presidente de Taiwan, Wu Den-yih, pela sua eleição como novo dirigente do Partido Nacionalista Kuomintang (KMT), e defendeu a importância do ‘Consenso de 1992’, informou ontem a agência Xinhua. Xi expressou, no sábado à noite, na sua mensagem de felicitação a Wu, a sua oposição à independência da ilha e apelou à adesão do ‘Consenso de 1992’, ao abrigo do qual ambas as partes reconhecem o princípio de “Uma só China”. O Presidente do Partido Comunista da China (PCC) sublinhou o seu desejo de que os dois partidos “tenham em mentem o bem estar dos seus compatriotas dos dois lados do Estreito (de Taiwan)”. “O PCC e o KMT deveriam manter-se na direcção certa para um desenvolvimento pacífico das relações dos dois lados do Estreito e tentar alcançar o rejuvenescimento da nação chinesa”, acrescentou. Wu, que vai assumir o cargo oficialmente no próximo dia 20 de Agosto, sublinhou também o seu desejo de “continuar a consolidar” o acordo de 1992, segundo a agência estatal chinesa. A vitória de Wu aconteceu na noite de sábado com 52,4% dos votos.
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Coreia do Norte disparou ontem um “projéctil não identificado”, uma semana depois do mais recente ataque com um míssil, disseram as autoridades do Ministério da Defesa sul-coreano. “A Coreia do Norte disparou esta tarde (ontem) um projéctil não identificado em Pukchang na província de Pyongyang Sul”, disse em comunicado do Estado-Maior das Forças Armadas. Entretanto, a Casa Branca informou também ontem estar ciente de que a Coreia do Norte lançou um míssil balístico de médio porte. Funcionários da Casa Branca que acompanham o Presidente norte-americano, Donald Trump, numa viajem à Arábia Saudita, indicaram que o sistema, que foi testado pela última vez em Fevereiro, tem um alcance menor do que os mísseis lançados nos testes mais recentes da Coreia do Norte. A Coreia do Norte lançou no passado domingo o “Hwasong-12”, o projéctil do programa de armamento que exibiu revelou me-
REGIÃO
SEUL ASSESSORA DE GUTERRES NOMEADA MINISTRA
O
• Ministério da Defesa sul-coreano “A Coreia do Norte disparou esta tarde (ontem) um projéctil não identificado em Pukchang na província de Pyongyang Sul”
Mais um para lista Coreia do Norte lança novo míssil balístico de médio porte
lhor rendimento até à data. O míssil percorreu quase 800 quilómetros e podia ter superado os 4.000 se tivesse sido lançado com um ângulo mais perpendicular, disseram especialistas. Os dados mostraram os avanços de Pyongyang no
desenvolvimento de um míssil nuclear intercontinental que possa alcançar território norte-americano e servir de elemento dissuasor. Este lançamento é o último de uma longa lista de testes de armamento que o regime do Kim Jong-un tem
vindo a realizar e que geraram tensão na península coreana e um agravamento do tom de Washington desde a chegada de Donald Trump à Casa Branca.
novo Presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, nomeou ontem como ministra dos Negócios Estrangeiros Kang Kyung-hwa, actual assessora especial para assuntos políticos do secretário-geral da ONU. A sua nomeação oficial, que ainda tem de ser aprovada pelo parlamento, fará com que, pela primeira vez, uma mulher esteja à frente do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul e representa uma aposta na melhoria das relações com a Coreia do Norte, uma das principais metas de Moon. Licenciada em ciências políticas e diplomacia pela Universidade de Yonsei, Kang, de 62 anos, foi jornalista na emissora pública KBS antes de entrar para o Ministério, onde trabalhou na missão sul-coreana na ONU em 2001. Em 2007 foi nomeada alta comissária adjunta para os Direitos Humanos e em 2013 como subsecre-
Kang Kyung-hwa
tária geral de assistência de emergência no Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, antes de passar para o seu actual cargo como assessora de António Guterres, desde 1 de Janeiro. Após dez anos de difíceis relações entre os governos conservadores de Seul e o regime de Pyongyang, o liberal Moon propôs reabrir os canais de diálogo, apesar de manter as sanções ao regime dos Kim devido aos seus contínuos testes de armamento.
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FALECIMENTO ANTÓNIO SÉRGIO CAVACO E DUARTE CHAGAS A família enlutada de António Sérgio Cavaco e Duarte Chagas comunica o falecimento do seu ente querido. Nesta quarta-feira, dia 24, pelas 18 horas será rezada uma missa pela sua alma na Igreja de São Domingos. Antecipadamente se agradece a todos quantos queiram participar no piedoso acto.
Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo
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14 PUBLICIDADE
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Notificação n.o 00015/NOEP/GJN/2017 Considerando que não se revela possível notificar os interessados, pessoalmente, por ofício, telefone, ou outra forma, para o efeito do regime procedimental nos respectivos processos administrativos sancionatórios, nos termos do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, de 4 de Outubro, e do artigo 68.º e n.º 1 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, o signatário notifica, pela presente, ao abrigo do n.º 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, no uso das competências, conferidas pelo Conselho de Administração do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais e constantes da Proposta de Deliberação n.º 01/PDCA/2017, de 17 de Fevereiro, publicada na Série II do Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 9, de 1 de Março de 2017, e ainda nos termos das competências definidas no n.o 1 do artigo 14.º e na alínea 5) do artigo 16.º do Regulamento Administrativo n.o 32/2001, os infractores, constantes das tabelas desta notificação, do conteúdo das respectivas decisões sancionatórias: Nos termos do n.º 4 do artigo 36.º, n.º 1 do artigo 37.º, artigo 38.º e artigo 39.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, aprovado pelo Regulamento Administrativo n.º 28/2004 e em conjugação com o n.º 2 do artigo 5.º do Código do Procedimento Administrativo, o Presidente do Conselho de Administração, ou seus substitutos, exararam despachos nas respectivas informações, tendo em consideração as infracções administrativas comprovadas e a existência de culpa confirmada. Assim: 1.
Foram aplicadas aos infractores, constantes das Tabelas I até III, as multas previstas no n.º 2 do artigo 45.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e no artigo 2.º do Catálogo das Infracções, no valor de MOP600,00 (cada infracção): Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto no n.º 1 do artigo 13.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no n.º 7 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “nos espaços públicos, abandonar resíduos sólidos fora dos locais e recipientes especificamente destinados à sua deposição”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela I) Os factos ilícitos exarados nas acusações, provados testemunhalmente, constituem infracções administrativas ao disposto na alínea 1) do n.º 1 do artigo 2.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previstos no n.º 13 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resultam da prática de actos de “cuspir escarro ou lançar muco nasal para qualquer superfície do espaço público, de instalações públicas ou de equipamento público”, tendo sido os infractores notificados do conteúdo das acusações. (cfr.: Tabela II) O facto ilícito exarado na acusação, provado testemunhalmente, constitui infracção administrativa ao disposto no n.º 1 do artigo 4.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos e previsto no n.º 23 do artigo 2.º do Catálogo das Infracções, aprovado pelo Despacho do Chefe do Executivo n.º 106/2005, porquanto resulta da prática do acto de “colocar ou abandonar no espaço público quaisquer materiais ou objectos”, tendo sido a infractora notificada do conteúdo da acusação. (cfr.: Tabela III)
2.
Além disso, os infractores podem ainda apresentar reclamação contra os actos sancionatórios para o autor do acto, no prazo de 15 (quinze) dias, a contar da data da publicação da notificação, nos termos dos artigos 145.º, 148.º e 149.º do Código do Procedimento Administrativo, sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 123.º do referido código. Para efeitos do disposto no n.º 2 do artigo 150.º do mesmo diploma, a reclamação não tem efeito suspensivo sobre o acto.
3.
4.
5.
Quanto aos actos sancionatórios, os infractores podem apresentar recurso contencioso, no prazo estipulado nos artigos 25.º e 26.º do Código de Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, para o Tribunal Administrativo da Região Administrativa Especial de Macau. Sem prejuízo da aplicação do disposto no artigo 75.º do Código do Procedimento Administrativo, para efeitos do disposto no n.º 4 do artigo 55.º do Regulamento Geral dos Espaços Públicos, os infractores deverão efectuar a liquidação de todo o valor das multas aplicadas, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, a partir da data da publicação da presente notificação, no Gabinete Jurídico e Notariado do IACM (Núcleo Operativo do IACM para a Execução do Regulamento Geral dos Espaços Públicos), sito na Avenida da Praia Grande, n.os 762-804, Edf. China Plaza, 5.º andar, Macau, Centro deActividades de S. Domingos, sito na Travessa do Soriano, Complexo Municipal do Mercado de S. Domingos, 4.º andar, Macau ou através do acesso ao endereço electrónico http://www.iacm.gov.mo/rgep. Caso contrário, o IACM submeterá os processos à Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças para a cobrança coerciva, nos termos do artigo 17.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, mas sem prejuízo da aplicação do disposto no n.o 4 do artigo 18.º do mesmo Decreto-Lei. Os infractores, antes da liquidação das multas, não poderão entrar de novo, na RAEM. Não é de atender a esta notificação, caso os infractores constantes das tabelas anexas tenham já saldado, aquando da presente publicação, as respectivas multas, resultantes da acusação. Para informações mais pormenorizadas, os interessados poderão ligar para o telefone n.º 8295 6868 ou dirigir-se pessoalmente ao referido Núcleo Operativo deste Instituto. Aos 9 de Maio de 2017 O Presidente do Conselho de Administração José Tavares
Tabela I Nome
Sexo
刘怀朝 赖晓清 謝彩蓮 TSE CHOI LIN 朱凤群 ZHU FENGQUN 倪建強 郭海鸿 GUO HAIHONG 林俊成 LAM CHUN SING 王初榮 WONG CHOR WING 刘保江 LIU AOJIANG 甘明昕 TAMAYO LAURENCE AQUINO 李庆中 LI QINGZHONG 覃珊珊 QIN SHANSHAN 范远清 李佰根 譚圣杰 TAN SHENGJIE 魏琼秀 WEI QIONGGXIU 罗守杰 黃国源 HUANG GUOYUAN 吴文伙 林凤倩 LIN FENGQIAN 万志强 WAN,ZHIQIANG 蒋丽萍 JIANG LIPING 朱登攀 ZHU DENGPAN 李炳林 冯铁盛 蔡玉君 CAI, YUJUN 馮华才 FENG HUACAI 庄贤英 ZHUANG XIANYING 李洁洪 馮耀銘 梁世贤 LIANG SHIXIAN 吳杭州 WU HANGZHOU 范阳升 孙斌 SUN,BIN 罗宇 LUO YU 邝鋭洪 KUANG RUIHONG 蒲永林 PU YONGLIN 齐建伟 QI JIANWEI 徐秀英 XU XIUYING 张国全 陸小紅 马么 MA YAO 張凱宇 CHANG KAI YU 鐘群旺 富丰伟 FU FENGWEI 芮炳生 江胜新 JIANG SHENGXIN 程如全 CHENG RUQUAN 张为民 ZHANG WEIMIN 张伟锋 ZHANG WEIFENG 田李人 TIAN, LIREN EUGENE TAN TENG CHONG
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WWW. IACM.GOV.MO
N.º da acusação
Data da infracção
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2017-01-08 2017-01-22
Data em que foi exarado o despacho de aplicação da multa 2017-04-11 2017-04-21
g471****
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2017-04-21
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15 hoje macau segunda-feira 22.5.2017
陈广松 CHEN GUANGSONG 方海滨 FANG HAIBIN 苏承曾 SU CHENGZENG 谢剑森 XIE JIANSEN 喻凱 YU KAI 董文利 DONGWENLI 张涛 王威 WANG WEI 王月 林敏 LIN MIN 万双 WAN SHUANG 何俊杰 HE JUNJIE 阮輝吉 JAN HUI CHI 陳帝維 CHEN DI-WEI 耿少民 GENG, SHAOMIN 刘享財 LIU XIANGCAI 梁煌贵 LIANG HUANGGUI 郭震 GUO ZHEN 杜江 DU JIANG 段景亮 DUAN JINGLIANG 李炽良 LI CHILIANG 程春龙 CHENG CHUNLONG 王英東 WONG,YING TUNG 陈景岭 CHEN JINGLING 石少清 SHI,SHAOQING 周明 袁向平 YUAN XIANGPING 那貴福 NA GUIFU 吴高輝 WU GAOHUI 袁健輝 YUAN JIANHUI 孙淑莲 吳囯生 何正权 HE ZHENGQUAN 彭晓东 PENG XIAODONG 黃文忠 HUANG WENZHONG 员景超 YUN JINGCHAO 李朝强 LI CHAOQIANG 吴广健 WU GUANGJIAN 舒強 SHU QIANG 常笑磊 CHANG,XIAOLEI 段运香 DUAN YUNXIANG 高银河 戴飞飞 DAI FEIFEI 何向阳 梁仕兰 LIANG SHILAN 王建正 張鉅洪 ZHANG JUHONG 李国勇 LI GUOYONG 崔龙 CUI LONG 刘海超 LIU HAICHAO 黎耀辉 LI YAOHUI 梅咏伦 MEI YONGLUN
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崔多平 CUI,DUOPING 肖道琼 黎伟棉 LI WEIMIAN 倪太军 NI TAIJUN 项棚 XIANG PENG 冯新华 FENG, XINHUA 莫永和 MO,YONGRU 赵晖 ZHAO HUI 尤喜霞 YOU XIXIA 秦飞 QIN FEI 刘濤 李军明 LI JUNMING 孔靖 KONG JING 黃桂全 HUANG GUIQUAN 赵亮 孙正汉 SUN ZHENGHAN ZHANG JINGUO 刘杜雄 LIU DUXIONG 邓建雄 DENG JIANXIONG 叶虽 YE SUI 胡文雄 许连璐 XU LIANLU 陳振昌 刘兴旺 LIU XINGWANG 张宝林 ZHANG BAOLIN 罗信斯 LUO XINSI 齐國春 QI GUOCHUN 高风华 GAO, FENGHUA 孙新华 SUN XINHUA 靳永強 JIN YONGQIANG 謝杰 XIE JIE 孙连水 SUN LIANSHUI 徐斌 XU BIN 孙玉娥 SUN, YUE 高志強 鄭楚雄 ZHENG CHUXIONG 俞云兴 王宇 WANG,YU 熊向辉 XIONG XIANGHUI 李淑清 銭堅強 QIAN JIANQIANG 余仲达 YU ZHONGDA 馬健 MA JIAN 田斌 TIAN,BIN 任百勋 REN BAIXUN 李卫超 LI, WEICHAO 王祥 WANG XIANG 何键 HE JIAN 王強 毛文鑫 MAO WENXIN 魏志俊 WEI ZHIJUN 張耀权 ZHANG YAOQUAN 黃镜余 HUANG JINGYN 何愛民 HE AIMIN
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何康平 HE KANGPING 黃耀祥 裘仁飞 QIU RENFEI 余浩标 溫敏 WEN MIN 付司彬 FU SIBIN 鐘龍威
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占橫峰 ZHAN HENGFENG
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徐大冬 XU DADONG 刘西庆 周浩梆 ZHOU HAOBANG 段佩成 DUAN PEICHENG 罗代友 LUO DAIYOU 刘轶思 LIU YISI 楊富強 YANG,FUQIANG 曲彬 QU BIN 项玉萍 XIANG YUPING 林玉星 LIN YUXING 董辉 DONG HUI 李強 LI QIANG 赵建伟 杨小饶 YANG XIAORAO 韦世文 WEI SHIWEN 郑远凡 ZHENG YUANFAN 蒲茂文 PU MAOWEN 徐辉球 XU HUIQIU 招雄錦 ZHAO, XIONGJIN 谢子聪 郭建成 GUO,JIANCHENG 李國能 LI GUONENG 王瑞強 WANG RUIQIANG 黄富平 HUANG FUPING 蔡旭常 CAI XUCHANG 樊友勇 FAN YOUYONG 何里兵 HE, LIBING 赵洋钦 ZHAO YANGQIN 蓝仲华 LAN ZHONGHUA 黑元亮 HEI,YUANLIANG 张立 ZHANG LI 顾斌 GU BIN 吴金明 WU JINMING 潘大汉 PAN, DAHAN 曾維強 ZENG WEIQIANG 赴梅生 姚景帮 黃根祥 HUANG GENXIANG 李秋云 LI QIUYUN 羅世賢 LOU SHIH HSIEN 高艳萍 GAO YANPING 欧阳海军 OUYANG HAIJUN 張飈 CHEUNG BIU 葉永興 IP WING HING 呂代榜 何伟 HE WEI
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郑传顺 ZHENG CHUANSHUN 趙寬 ZHAO KUAN 李璇 李元青 LI,YUANQING 陳卫权 CHEN WEIQUAN 赖飞 LAI FEI 吴恒焱 陈勇彪 CHEN YONGBIAO 曾兵发 ZENG, BINGFA 李裕明 LI YUMING KIM SANGYEON 梁缉棒 LIANG JIBANG 夏小青
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Tabela II 刘迎昕 LIU YINGXIN 范阳升 陈念齐 CHEN NIANQI 李福元 LI FUYUAN 龔麗冰 GONG,LIBING 周付強 ZHOU FUQIANG 張有 ZHANG YOU 张林生 ZHANG LINSHENG 毛文鑫 MAO WENXIN 马晓虎 MA XIAOHU 沙永生 SHA,YONGSHENG 李銘坤 LI,MING-KUN 占橫峰 ZHAN HENGFENG 金青枝 JIN QINGZHI 王瑞鵬 謝亚香 XIE YAXIANG 伍贱元 WU JIANYUAN 钟建英 ZHONG JIANYING 魯強 高秀金 GAO XIUJIN 姚建華 YAO,JIANHUA 王荣德 WANG RONGDE 周述平 ZHOU SHUPING 宋廼龙 SONG NAILONG 杨旭 YANG XU 何長胜 HE,CHANGSHEN 杨月娣 YANG YUEDI 范煥兵 金璐 JIN LU
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2017-04-06
Tabela III 李月好 LI YUEHAO
F
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Nota: (*1) Bilhete de Identidade da República Popular da China (*2) Salvo-conduto da República Popular da China para deslocação a Hong Kong e Macau (*3) Passaporte da República Popular da China (*4) Passaporte da República das Filipinas (*5) Documento de viagem da região de Taiwan (*6) Passaporte de Singapura (*7) Passaporte da República da Coreia (*8) Salvo-conduto de residente da República Popular da China para deslocação a Taiwan (*9) Bilhete de Identidade de Hong Kong
WWW. IACM.GOV.MO
2017-04-21
h ZHANG
Paulo Maia e Carmo tradução e ilustração
ARTES, LETRAS E IDEIAS
hoje macau segunda-feira 22.5.2017
YANYUAN «Lidai Ming Hua Ji»
Relação das Pinturas Notáveis Através da História Todas estas cores - a cor vermelha do poço de Wuling, a cor de terra de Mocuo, o azul celeste de Yuejin, o azul forte de Wei, o azul de malaquite de Wuchang, o belo branco de zinco de Shu, ou a cor de pewter de Shixing - devem ser cortadas, preparadas, filtradas e lavadas, e podem ser usadas profundas ou superficiais, pesadas ou leves, finas ou em bruto. Também existe o amarelo de Linyi e de Kunlun e o vermelho-deformiga de Nanhai (Guangdong). A cola de chifre de veado de Yun (Yunnan?), a cola de peixe de Wu (Jiangsu), ou a cola de búfalo de Donge (Shandong); todas devem ser misturadas com as cores. O verniz habitual é um líquido vegetal, mas quando as cores são pesadas deve ser utilizada uma maceração com minério derretido. As pinturas antigas não possuem um «azul forte» ou «grande verde» (azul bruto e verde), os seus pigmentos são preparados de forma muito cuidadosa e misturados com uma cola antiga de cem anos, o que faz com que durem milhares de anos1. Um pincel feito de fibras de bambus das montanhas fará um desenho tão afiado como o corte de uma espada. 1 - Excluindo a tinta preta que será objecto de um culto, um valor e um significado crescentes e separados, devem ser considerados para a obtenção mais comum dos pigmentos das restantes quatro cores primárias de tinta, na sua origem vegetal e mineral, os seguintes: para o verde a malaquite, para o vermelho o cinábrio e óxido de ferro, o zinco para o branco e o índigo e a azurite para o azul. A cor também tem o seu método próprio de aplicação. Rao Ziran considera a sua ausência o décimo segundo erro na pintura: «No uso da cor bem como no do ouro e do verde, existe um método pesado e um leve. Para as montanhas deve ser usado o verde leve das conchas, mas as árvores devem ser coloridas com
um verde compósito; para as figuras deverá ser usada uma preparação com pó branco.» (No Huizong Shierji, «Os doze pontos a evitar», datado segundo Yu Jianhua de c. 1335, citado por Osvald Sirén, op. cit., p.114) Por outro lado, uma série de significados estão associados às diferentes cores partindo de uma divisão fundamental entre cores frias e quentes, o azul e o vermelho – dan, qing. Ao azul associa-se a natureza, a paisagem, o céu, rochas ou folhas; do outro lado ao vermelho associar-se-á a vida, os seres humanos, a terra, os animais, ou as flores. (Ver, por exemplo, Claire Illouz, Les sept trésors du lettré: les materiaux de la peinture chinoise et japonaise, Erec, Puteaux, France, 1985, p.88)
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hoje macau segunda-feira 22.5.2017
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AGUACEIROS
O QUE FAZER ESTA SEMANA Quarta-feira
PALESTRA COM AFONSO CAMÕES, DIRECTOR DO JORNAL DE NOTÍCIAS Clube Militar | 18h30
MIN
23
MAX
25
HUM
80-95%
•
EURO
8.98
BAHT
Domingo
JAZZ SUNDAY SESSIONS Live Music Association | A partir das 20h00
Diariamente
EXPOSIÇÃO DE DANIEL VICENTE FLORES Albergue SCM | Até 4/6
O CARTOON STEPH
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “AMOR POR MACAU” DE LEE KUNG KIM Museu de Arte de Macau | Até 9/7 EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 40
PROBLEMA 41
UM FILME HOJE Cineteatro
C I N E M A
1.16
ARMA DE VARETAS
CONCERTO | O MANIPULADOR Live Music Association | 23h30
EXPOSIÇÃO DE AGUARELAS DE CHU JIAN & HERMAN PEKEL Fundação Rui Cunha | Até 25/5
YUAN
AQUI HÁ GATO
Sábado
EXPOSIÇÃO | “TENTATIVE NOTEBOOK WORKS BY RUI RASQUINHO” Art for All Society, Jardim das Artes | Até 14/06
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Como é bom serpentear com quatro patas, ser esguio e ágil, escapar como areia entre dedos a apertos e multidões lentas. Este é um luxo a que as pessoas não se podem dar. Andar pelas ruas do centro de Macau nos dias que correm é atravessar um campo de minas, onde o passo ligeiro é essencial à sobrevivência. O perigo espreita em varetas espetadas que querem glóbulos oculares, carne para espetar. O civismo não anda pelas ruas, foi substituído pela aberta agressão na luta por um espaço na turba. O perigo número um são turistas, principalmente as mulheres de meia idade munidas de guarda-chuvas. Elas não estão para brincadeiras. Param e bloqueiam a rua quando lhes apetece, operam num estado de emergência permanente, como se o passeio fosse um campo de batalha, a mobilidade um pequeno detalhe insignificante perante os seus desígnios, a sombrinha uma espingarda pronta a disparar. Cospem restos de biscoitos na calçada como quem retira cavilhas com os dentes antes de arremessar a granada para a trincheira inimiga. Serpentear entre estes colossos requer todo o cuidado do mundo, pois elas não conhecem piedade, não têm qualquer tipo de compadecimento, decência ou consideração pela vida que está fora da sua prol. Trincam-te os ossos, se estiveres no caminho delas. Baixinhas, compactas e letais, marcham como um exército indómito, carregando sacos de biscoitos pelas artérias do centro da cidade. Tenham cuidado! Pu Yi
“A CRIADA” | CHAN-WOOK PARK (2016)
Do coreano Chan-wook Park, também autor do screen play de “Old Boy”, “A Criada” é o filme perfeito para uma tarde de fim-de-semana. São duas horas que se passam entre uma beleza inquestionável e os toques de sadismo e suspense a que Chan-wook Park já nos habituou. “A Criada” traz um argumento em três actos que desmistificam a previsibilidade dos primeiros minutos. Sofia Margarida Mota
The Circle SALA 1
ALIEN: COVENANT [C] Fime de: Ridley Scott Com: Michael Fassbender, Katherine Waterston 14.30, 16.45, 19.15, 21.30 SALA 2
KING ARTHUR: LEGEND OF THE SWORD [C] Fime de: Guy Ritchie Com: Charlie Hunnam, Jude Law, Berges-Frisbey, Eric Bana 14.30, 16.45, 21.30
GIFTED [B] Fime de: Marc Webb Com: Chris Evans,
Octavia Spencer, Mckenna Grace 19.30 SALA 3
THE CIRCLE [B] Fime de: James Ponsoldt Com: Tom Hanks, Emma Watson, John Boyega 14.30, 16.30, 21.30
29+1[B] Fime de: Kearen Pang Com: Chrissie Chau, Joyce Cheng, Ben Yeung, Babyjohn 19.30
www. hojemacau. com.mo
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
19 hoje macau segunda-feira 22.5.2017
OPINIÃO
dissonâncias
RUI FLORES
Liberdade de expressão em xeque
O
que é demais em termos de liberdade de expressão? Quais são as barreiras que devemos aceitar como socialmente aceitáveis à liberdade de expressão? Quando é que alguém foi longe de mais na sua liberdade de expressão? É desprestigiante, ofensivo para um regime político (seja ele qual for) mostrar que o rei, pouco antes de o ser, se passeava num centro comercial, acompanhado por uma amiga, envergando uma camisola de alças, mínima, que deixava ver as várias tatuagens que tem no dorso? Até que ponto devem ser proibidas as imagens de um herdeiro da coroa (seja ela qual for), nu, provavelmente alcoolizado, numa festa privada, a dançar com uma garrafa de cerveja na mão, rodeado por várias mulheres que há muito deixaram cair os seus soutiens? É aceitável, é socialmente aceitável, que se deixe diminuir o direito à liberdade de expressão para proteger um valor como o respeito por uma casa real? Ou por um governo? E que tipo de linguagem, ou imagens, podem ser suprimidas? Devemos apenas suprimir as mensagens que apelam ao ódio e à violência, ou devemos também apagar das redes sociais as imagens que os mais variados pais partilham dos seus filhos pequenos a fazer as coisas mais extraordinárias, a tomarem banho ou mascarados com os fatos mais extraordinários? Quem protege o direito à privacidade das crianças que os próprios progenitores deixaram de defender devido a um sentido absolutamente ilusório de fama momentânea? Se retiramos imagens da internet porque atentam contra o pudor, não deveríamos da mesma maneira retirar as imagens das crianças – quem protege as crianças quando os pais não são responsáveis por elas? Quem espoleta esses mecanismos de substituição? Se consideramos que a lei pode e deve proteger a sociedade de quem escreve “vamos matar os brancos todos”, “morte aos azuis”, “todos os vermelhos para Madagáscar!”, não deveríamos proteger também as crianças de hoje que, quando forem homens e mulheres, terão todos os momentos da sua vida disponíveis na internet, devido à sede de protagonismo dos seus próprios pais? E os complexos que poderemos estar a desenvolver nas crianças que se irão fazer adultos ao terem toda a sua vida exposta na internet? Há casos de bullying nas escolas que passam pela partilha, em grupos de alunos, de imagens disponibilizadas pelos pais nas redes sociais... O governo alemão quer restringir a liberdade de expressão quando ela atente
MATT HARLOCK AND PAUK THOMAS, AMERICAN: THE BILL HICKS STORY
ruiflores.hojemacau@gmail.com
contra a democracia. E quer que as redes sociais retirem quase instantaneamente as imagens e expressões que possam ser considerada abusivas. A questão não é de todo consensual. E levanta várias questões, como algumas das percorridas neste texto. Uma das críticas que se escutam é que, quando se admite a retirada do discurso que apela à violência, estamos a abrir demasiado a porta a uma prática que dá pelo nome de censura. Há quem prefira que os discursos de conteúdo racial ou de ódio se mantenham na internet a serem retirados. É preferível
que lá estejam para que possam ser combatidos na mesma arena. Com argumentação racional. Com factos. Outras das questões que merece reflexão é quem decide o que é aceitável. Será a rede social a definir o que é tolerado ou um tribunal? Se se for pela via judicial, será possível dar resposta nas 24 horas estabelecidas como o tempo máximo para retirar o conteúdo? A guerra contra as notícias inventadas não é nova. Há anos, a campanha era contra os mitos urbanos. Por outro lado, governos a mentir às populações e a puxar por factos
Governos a mentir às populações e a puxar por factos (alternativos, parcialmente verdadeiros) sempre existiram. Chama-se propaganda. Se se combate agora o discurso que incita à violência, está aberta a porta para depois se combater todos os factos alternativos, todas as notícias inventadas, todo o discurso não-convencional
(alternativos, parcialmente verdadeiros – porque não postos em perspectiva) sempre existiram. Chama-se propaganda. Se se combate agora o discurso que incita à violência, está aberta a porta para depois se apagar todos os factos alternativos, todas as notícias inventadas, todo o discurso não-convencional. Uma das formas mais eficazes de combater a propaganda é garantir que o direito à expressão livre seja universal. Como as redes sociais geram milhões de lucros, acabam por aceitar a imposição que lhes é feita pelos governos. Só nos Estados Unidos, o Facebook tem neste momento mais censores online do que o Washington Post e o New York Times, juntos, têm funcionários. Agora que é a Alemanha a pôr restrições à liberdade de expressão, os seus arautos, sempre disponíveis para atacar uma meia dúzia de suspeitos habituais, têm muito por onde fazer barulho nos próximos tempos. Irão fazê-lo?
“
No poente pairam nuvens cor de sangue/A dizer-nos que o dia está exangue/E tudo é paz e doce quietação...” Pedro da Silveira
A rota africana China apoia criação de Zona Económica Especial na ilha de São Vicente
A
China vai apoiar a criação de uma Zona Económica Especial ligada ao mar na ilha cabo-verdiana de São Vicente, um projecto que o governo cabo-verdiano acredita estará concluído até ao final da legislatura. A decisão de apoiar o projecto, que tinha sido apresentado pelo primeiro-ministro cabo-verdiano ao seu homólogo chinês durante o Fórum Macau, em Outubro, foi confirmada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi, sábado na cidade da Praia, durante uma reunião com o chefe da diplomacia cabo-verdiana, Luís Filipe Tavares. “A China vai apoiar a criação da Zona Económica Especial de São Vicente, um projecto na área da economia marítima muito importante para o país, que tem o apoio total e incondicional do governo chinês”, disse Luís Filipe Tavares. O ministro dos Negócios Estrangeiros de Cabo Verde anunciou que o Governo chinês irá financiar também a construção de uma nova maternidade em São Vicente, para servir a região norte do país. Durante o encontro, os dois ministros passaram em revista a cooperação económica e política entre os dois países, actualmente traduzida em 12 projectos, num valor estimado de 30 milhões de euros. Luís Filipe Tavares adiantou que Cabo Verde vai começar agora a fazer o estudo de viabilidade económica dos projectos da Zona Económica Especial e da maternidade, estimando que estejam a funcionar até final da legislatura. “Há uma firme vontade e uma decisão de apoiar estes projectos de Cabo Verde, nomeadamente a Zona Económica Especial que vai transformar São Vicente num grande centro de economia marítima e criar milhares de postos de trabalho”, disse. Por seu lado, o ministro dos Negócios Estrangeiros da China, Wang Yi lembrou que a cooperação chinesa tem sempre em atenção as necessidades do país, garantido o apoio necessário aos projectos cabo-verdianos. “A economia chinesa começou a descolar a partir
da criação das Zonas Económicas Especiais. Temos experiências consolidadas, boas e bem-sucedidas e capacidade para as construir. Se Cabo Verde quiser podemos fazer uma parceria importante na construção da zona de São Vicente”, disse.
OS NOVOS TRILHOS
O chefe da diplomacia chinesa sublinhou a importân-
“A China vai apoiar a criação da Zona Económica Especial de São Vicente, um projecto na área da economia marítima muito importante para o país, que tem o apoio total e incondicional do governo chinês.” LUÍS FILIPE TAVARES MNE DE CABO VERDE
cia da posição geográfica de Cabo Verde, adiantando que o Governo cabo-verdiano “manifestou vontade de participar na iniciativa “Uma faixa, Uma rota”, do Governo chinês. A iniciativa, também conhecida como a “Nova Rota da Seda”, pretende recriar a Rota da Seda que uniu a China aos mercados ocidentais durante séculos. Na prática, trata-se de um conjunto de percursos ferroviários e rodoviários, oleodutos e portos, que se estendem da China até à Europa, com percursos alternativos que passam por países do Sul da Ásia, Índia, Irão e Turquia, e chegam a África. Mais de meia centena de países aderiram à ideia. Além da reunião como o homólogo cabo-verdiano, o ministro chinês tem encontros de cortesia agendados com o primeiro-ministro Ulisses Correia e Silva e com o Presidente da República, Jorge Carlos Fonseca.
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segunda-feira 22.5.2017