Hoje Macau 22 AGO 2013 #2920

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

ENSINO

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MOP$10

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUINTA-FEIRA 22 DE AGOSTO DE 2013 • ANO XII • Nº 2920

Ter para ler

UNIVERSIDADE DE MACAU JÁ PODE LECCIONAR MESTRADO EM DIREITO DE MACAU

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• METRO LIGEIRO DERRAPAGEM

Lau Cheok Va despede-se com exigência

Atenção ao dinheiro

GIT garante que os custos da obra podem ser revistos devido à inflação PÁGINA 6

O ainda presidente da Assembleia Legislativa despediu-se ontem dos jornalistas com um recado muito claro para o Executivo liderado por Chui Sai On: “Deve ser feita uma nova Lei do Orçamento em articulação com a Lei Básica” até porque para o deputado “o Governo não é cauteloso nos gastos, bem pelo contrário, o esbanjamento é relativamente notório”. PÁGINA 3

• INCINERAÇÃO

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• FAI CHI KEI

• CASO DAS CAMPAS

CCSC LIVRA-SE DE MULTA DO GOVERNO EM TRIBUNAL

GOVERNO CONCEDE OFICIALMENTE TERRENOS A LIU CHAK WAN

SUSANA CHOU FAZ “MEA CULPA” SOBRE TEXTO ESCRITO

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POLÍTICA

hoje macau quinta-feira 22.8.2013

SUSANA CHOU REDIME-SE SOBRE TEXTO ESCRITO ACERCA DO CASO DAS CAMPAS

“Não sou fantoche de ninguém”

A ex-presidente da AL, Susana Chou, foi alertada por um amigo de longa data que talvez se tenha excedido nas palavras contra Florinda Chan, secretária para a Admnistração e Justiça. Chou clarificou que não tem medo de represálias, nem nunca foi “usada por ninguém” quando escreveu o seu post sobre as campas, mas assume que podia ter sido mais moderada nas palavras ZHOU XUEFEI

info@hojemacau.com.mo

N

O último post chamado “Promessa”, Susana Chou referiu que recebeu uma carta dum amigo, cujo nome não tornou público, que a tinha ajudado nas eleições de 1992. Na carta, o amigo, com quem Chou já não tinha contacto há mais de dez anos, desabafou sobre as suas preocupações com o post em que a ex-presidente da Assembleia Legislativa critica Florinda Chan e o caso das campas, onde está envolvida. Como resposta, Susana decidiu que seria melhor clarificar a sua posição.

Chou começou por dizer que o artigo nasceu da sua antipatia e insatisfação face ao comportamento da secre-

tária para a Administração e Justiça aquando de uma conferência de imprensa convocada por Chan na sede do Governo sobre os seus “assuntos pessoais” subli-

nhando que “está aberta para opiniões e críticas”.

No entanto, o amigo disse que a ex-presidente da Assembleia Legislativa deu a impressão de que “a sua

personalidade é arrogante e as suas palavras, que são duras e fortes, são possíveis de levar à vingança dos ‘figurões’ que se sentem ofendidos”. Além de que frases como “nunca esquecerei o que Florinda disse” também dão conta de que é uma pessoa “intolerante e antipática”.

O amigo pôs em equação a possibilidade de a ex-presidente ter sido usada por alguém, uma vez que o post explicita tudo o que aconteceu acerca do caso das campas, o que dá a entender que foi outra pessoa que lhe “enviou documentos para escrever um texto”.

Contudo, a ex-presidente desmente que foi usada por alguém e referiu que todos os documentos foram encontrados na Internet. “Quando era jovem, cometia erros por

ser crédula e ofendia pessoas que não devia ofender.

Passaram anos e já aprendi a tratar de tudo com calma, tomo cautela e faço suficientes investigações antes de exibir a minha opinião. Não sou fantoche de ninguém.”

Susana aceitou a opinião do amigo sobre as suas palavras, reconhecendo que “não queria fazer um ataque pessoal” e que terá mais cuidado com os textos.

Mas, destemida, mostrou-se optimista face aos funcionários do Governo, dizendo que não haverá lugar a nenhuma vingança nem será alvo de quaisquer repercussões. “Hoje em dia, é normal qualquer cidadão fazer comentários ou críticas ao Governo. Aliás, quando era presidente da AL, já era uma pessoa assim e não escondia a minha opinião.

ELEIÇÕES JORNAL OU MUN ADVINHA INTENÇÃO DAS LISTAS EM CAPTAR ELEITORES JUVENIS

O peso dos jovens eleitores CECÍLIA LIN

cecilia.lin@hojemacau.com.mo

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Ou Mun traçou um perfil generalizado dos candidatos jovens que ambicionam um assento na Assembleia Legislativa (AL). Um quarto dos 145 candidatos nasceram depois de 1980, ou seja, têm menos de 33 anos o que os coloca mais próximo de um terço da população eleitoral - os jovens votantes - e os faz ver como um importante público-alvo durante a campanha eleitoral.

Segundo o jornal, houve um aumento de 30 mil eleitores, totalizando nestas eleições cerca de 277 mil votantes. Além dos funcionários públicos e do jogo, os jovens são um dos grupos com maior número de eleitores. Isto porque, segundo os dados mais recentes dos censos, os residentes com idades entre os 15 e 34 anos, que nasceram entre 1980 e 1990, ocupam um terço da população.

De acordo com o jornal, a maioria das listas de candidatura estão preparadas para atrair os votos dos jovens já que, em 20 listas existente, 14 arranjaram candidatos jovens. No caso concreto, da Liberais Novo Macau e da Acções Inovadores são formadas inteiramente por candidatos jovens.

Segundo uma “análise” feita pelo Ou Mun, onde não são citados nomes de especialistas da área, os membros da lista liderada pelo presidente da Associação de Novo Macau (ANM) pelo facto de terem sempre um “discurso radical”, e dão atenção ao liberalismo e à igualdade humana, vão atrair alguns jovens que têm mesma ideia.

ACTIVISMO VS MODERAÇÃO

Ainda assim, na pesquisa levada a cabo há lugar a vantagem mas também desvantagem, já que o discurso deles também pode ter efeito negativo. Por outro lado,

como a ANM tem três listas nestas eleições, a lista de Jason Chao poderá vir a “roubar” alguns votos às listas lideradas pelos deputados actuais Ng Kuok Cheong e Au Kam San, mas ainda assim o número poderá não ser suficiente para eleger o próprio presidente da ANM, o que causará danos à própria associação que não terá qualquer lista representada na AL. Segundo a mesma análise, a lista criada pelos membros da Tri-Decade Action Union, Acções Inovadoras, que se estreia na candidatura às eleições, como se mostra atenta aos pensamentos comuns dos jovens, por exemplo, a atenção dada à habitação, às oportunidades e justiça social, bem como o uso de meios de comunicação online para comentar e satirizar as notícias, pode vir a “roubar” alguns votos às outras listas.

O jornal também não se esquece da lista liderada pela do-

Embora tivesse existido figuras políticas que me achavam a maior inimiga, nunca ligava e nunca senti nenhum obstáculo por parte do Governo durante os 10 anos na AL”, revela.

“Já não tenho conflito de interesses com ninguém e não peço nada de Macau, nem ao Governo nem à sociedade. Sou uma idosa, longe das confusões quotidianas, a vingança não é necessária.” Chou enfatiza ainda que já não é mais influente e o que escreve são puramente opiniões pessoais que qualquer pessoa tem o direito de contrapor.

O amigo, que apoiou Susana Chou nas eleições há mais de 20 anos atrás, disse que experimentou daquela vez a injustiça que Susana sofria, contando ainda que tem estado atento aos seus trabalhos e comportamentos, e espera que Chou não o desiluda nem a outros que a têm em boa consideração.

A ex-presidente escreveu no blogue que ficou “muito comovida pela sinceridade do amigo” e nunca decepcionará os cidadãos. “Embora já não esteja envolvida na política, jamais esquecerei as promessas que fiz aos residentes nas últimas eleições até porque estas promessas já se tornaram na gigantesca motivação que me leva a servir a sociedade”, desabafou.

expectável que venha a ter mais votos dos jovens.

“VOX POP” COM ELEITORES JOVENS

cente de comunicação social na Universidade de Macau (UMAC) Agnes Lam, Observatório Cívico.

Segundo relata, nas eleições em 2009 a lista dela foi uma “surpresa”, ganhou mais de cinco mil votos e quase conseguiu a ser deputada. O jornal, ao considerar que a académica terá alguns votos dos seus estudantes, e pelo facto da sua lista ter dois candidatos que nasceram depois de 1980, é

O Ou Mun também entrevistou três jovens para saber as suas inclinações de voto. Uma senhora de apelido Kuok disse que todos os deputados actuais não mostram um trabalho à altura do cargo, não lutam pelos cidadãos como prometem nas eleições, e “falam apenas de cor”.

A eleitora disse que se seguia pelos programas políticos, ainda não disponibilizados pela Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa, mas que até agora nenhum programa político revelado pelas média se mostrou apelativo.

Outro eleitor de apelido Lam confirmou ao jornal estar inclinado para votar numa lista jovem mas tem receio de que o seu voto não seja útil e não chegue para que o candidato seja eleito.

Um outra senhora de apelido Chan disse votar geralmente naquilo que a família defende, pelo que este ano não será diferente. Porém, ela pensa que a AL tem demasiados empresários e não é representado pelos cidadãos das camadas baixas.

política 3

TIAGO ALCÂNTARA

hoje macau quinta-feira 22.8.2013

LAU CHEOK VA VOLTA A EXIGIR NOVA LEI DO ENQUADRAMENTO ORÇAMENTAL

“Esbanjamento” do Governo “é notório” Na sua despedida da Assembleia Legislativa, Lau Cheok Va exigiu a rapidez da revisão da lei do enquadramento orçamental para estar “em articulação com a Lei Básica”. O responsável pede ainda um novo modelo para produzir leis, através da centralização do processo ANDREIA SOFIA SILVA

andreia.silva@hojemacau.com.mo

N

O momento em que disse oficialmente adeus ao cargo de presidente da Assembleia Legislativa (AL), Lau Cheok Va falou de muitos problemas existentes na ligação entre o hemiciclo e o Executivo, mas a falha de fiscalização das contas públicas por parte dos deputados foi o mais notório.

“Fiscalizar o orçamento do Governo é uma das funções importantes da AL, atribuídas pela Lei Básica. Mas ao longo dos tempos, e apesar da sua determinação, a AL tem estado sempre limitada pela falta de força de uma lei, o que resulta no problema do excesso de despesas em obras públicas de grande envergadura.”

“Deve ser feita uma nova lei do orçamento em articulação com a Lei Básica ou proceder à revisão da actual lei do enquadramento orçamental”, garantiu Lau Cheok Va, que não teve dúvidas em dizer que “o Governo não é cauteloso nos gastos, bem pelo contrário, o esbanjamento é relativamente notório”.

A falta de uma nova lei faz com que “ao longo do processo de execução orçamental o Governo possa fazer alterações sem ter de o apresentar à AL”, disse ainda o presidente cessante, que garante que, entre outros, o problema da “baixa transparência das aplicações financeiras não foi eliminada”.

UM NOVO MODELO PARA AS LEIS

Durante a conferência de imprensa para traçar o balanço dos quatro anos na presidência do hemiciclo, Lau Cheok Va criticou duramente a existência de um “modelo de produção legislativa assente nos serviços públicos”. Quais as consequências? Atrasos e pouca coordenação.

“O Governo não dispõe de um mecanismo de coordenação e coordenação na hora da elaboração das propostas de lei.

Os projectos legislativos são elaborados de forma independente pelos serviços administrativos, o que leva a diferentes tipos de problemas, como planos legislativos descoordenados.”

Lau Cheok Va frisou ainda que o “andamento dos trabalhos peca sempre por rigor na fase inicial e pela aceleração na fase final. É frequente a apresentação de propostas de lei com relevância quanto está prestes a terminar a sessão legislativa, o que coloca grande pressão na AL.” Quanto ao processo de consulta pública, é “insuficiente” e “efectuado sem grande rigor”. “Algumas vezes são enormes as divergências entre o rumo das políticas afectas às leis e as

opiniões da população”, disse ainda o presidente cessante.

Por essa razão, Lau Cheok Va continua a pedir o mesmo que pediu em 2010: um “mecanismo central de produção legislativa”, que “regulasse o processo e as fases da legislação” e que poderia “ponderar sobre a viabilidade do projecto legislativo”. Caberia a este organismo analisar todos os projectos de lei antes de serem entregues ao Conselho Executivo e, posteriormente, aos deputados para votação.

Deve ser feita uma nova lei do orçamento em articulação com a Lei Básica ou proceder à revisão da actual lei do enquadramento orçamental (...) o Governo não é cauteloso nos gastos, bem pelo contrário, o esbanjamento é relativamente notório LAU CHEOK VA Presidente da Assembleia Legislativa

Outro dos problemas apontados por Lau Cheok Va foram “situações de usurpação do poder legislativo pelo poder executivo”. “Um dos exemplos mais determinantes é o poder da atribuição das sanções administrativas”. Isto porque, ao contrário do que pensam os deputados, o Governo entende que deve criar este tipo de sanções com regulamentos administrativos complementares.

AS LEIS QUE AVANÇAM EM 2014 O presidente cessante garantiu que houve diplomas que ficaram para trás na legislatura que agora termina em prol das necessidades de Macau e dos seus habitantes, daí terse dado importância a leis do urbanismo, do património ou a revisão do Código do Processo Penal. Diplomas ligados a doenças transmissíveis, remunerações, lei dos animais ou do Erro Médico, sem esquecer a lei da violência doméstica, deverão avançar para o ano. “Tratou-se de um consenso, para que a AL e o Governo se pudessem concentrar nas propostas de lei importantes.”

L AU CHEOK VA QUER ESTUDAR MUSICA E CALIGRAFIA Na hora de dizer adeus à vida política, Lau Cheok Va recordou os 30 anos ligado ao hemiciclo e os quatro que passou na presidência. “Cuidei pouco da minha família. Quero sair da política por motivos de saúde e idade. Escolhi o meu caminho e não me arrependo, e não devo nada a ninguém. No futuro, vou dedicar-me mais ao que gosto, como música e caligrafia.” Tendo-lhe sido pedida uma auto-avaliação do seu trabalho, Lau Cheok Va destacou as visitas a Portugal e Pequim para discutir os assuntos da transferência de soberania, sem esquecer o contributo na redacção da Lei Básica. “Cabe aos deputados fazer essa avaliação. Nunca conseguimos agradar a todos e o importante é ter a consciência tranquila. Num caminho tão longo perdi umas coisas e ganhei outras. Tive estas oportunidades que nem todos tiveram.”

AS INTERPEL AÇÕES E AS RESPOSTAS Foram cerca de 500 interpelações orais e escritas entregues ao Governo pelos deputados nesta legislatura.

As respostas tardaram e muitas não satisfizeram os membros do hemiciclo. Lau Cheok Va considera que as perguntas “correspondem à realidade”, mas que deveria haver um novo sistema, porque são “muito dispersas”.

Além disso, “a quantidade é suficiente, a qualidade é que poderia melhorar e deve ser melhorada”.

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hoje macau quinta-feira 22.8.2013

TIAGO ALCÂNTARA

Ung Choi Kun relaciona crimes com a abertura de portas da Ilha da Montanha

JOANA FREITAS

joana.freitas@hojemacau.com.mo

O

Tribunal de Segunda Instância (TSI) deu razão ao consórcio CCSC - Incineração de Resíduos de Macau no recurso que este interpôs contra o Chefe do Executivo. O Governo multou a empresa que opera a Central de Incineração de Resíduos Sólidos de Macau em 87.500 patacas, no ano passado, considerando que esta violou os limites legais impostos às emissões resultantes da queima de resíduos, feitas nas instalações do Pac On. O consórcio, no entanto, apresentou recurso da decisão ao tribunal já que, diz, foi a pedido da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), organismo responsável pela multa, que se fez a queima de grandes quantidades de material de PVC que deu origem à emissão dos gases. O material era proveniente da ETAR da Taipa, a ser modernizada, e a CCSC assegura que explicou à DSPA que “a grande quantidade enviada para incineração podia por em risco o nível de emissões, pelo que pediu verbalmente que a DSPA enviasse o PVC de forma fraccionada, para prevenir o excesso de emissão de [Cloreto de Hidrogénio]”, pode ler-se no acórdão analisado pelo HM. A DSPA enviou os materiais para queimar mas informou, mais tarde, que a CSCC tinha passado o limite de emissão, decidindo aplicar a multa.

DEDUÇÃO LEGAL

O tribunal explica que, de acordo com o contrato, o consórcio está obrigado a respeitar determinadas regras no tratamento da emissão de gases, sendo que

INCINERAÇÃO TRIBUNAL NÃO DÁ RAZÃO A GOVERNO SOBRE MULTA À CCSC E LIVRA CONSÓRCIO DE PAGAMENTO

É só fazer as contas

A DSPA multou o consórcio CCSC - Incineração de Resíduos de Macau por pensar que este tinha ultrapassado o valor máximo de emissão de gases. No entanto, o tribunal concluiu de forma diferente, dizendo mesmo que a Administração tinha de cumprir a Directiva que rege estes limites. No final, a empresa livrou-se da multa até porque de acordo com essa Directiva nem infringiu a lei esta violação leva ao pagamento de uma multa. No entanto, o problema que gerou a multa baseia-se em cálculos: é que o permitido por lei diariamente para a emissão deste gás é de 10 miligramas/metro cúbico e a empresa emitiu 11 miligramas, mas está prevista uma dedução legal. Contudo, o Executivo alegou que “não tinha qualquer obrigação de confirmar se os dados fornecidos pelo consórcio estão ou não correctos, podendo aplicar a sanção”, fica a saber-se no acórdão. O tribunal não concorda. “Não se exime da responsabilidade

o órgão administrativo responsável da fiscalização. (...) Não excluímos a hipótese de que se sanciona com base nos dados fornecidos pela própria parte, mas isto não quer dizer que a entidade sancionadora deixa de haver qualquer obrigação de averiguar se os dados fornecidos correspondem ou não à verdade, cuja dúvida é suscitada pela sancionada.”

O tribunal continua, dizendo que a própria recorrente chegou, “em data muito anterior à do acto impugnado, a informar a DSPA que os valores fornecidos não tinham levado em conta a dedu-

O ESSENCIAL No acórdão, os juízes referem ainda que é a própria Directiva que permite deduções, baseando o valor final da emissão do gás na subtracção do chamado valor do intervalo de confiança - uma espécie de margem de erro - ao valor medido. Por isso mesmo, e fazendo os cálculos, diz o tribunal, que o valor emitido pela queima do PVC até era inferior ao máximo permitido por lei.

ção legal prevista na Directiva [que rege os limites de emissão de gases]”.

Portanto, dizem os juízes, a justificação da Administração de que não tem de verificar os dados não convence. “[A Administração] não pode desconhecer se o valor final era em bruto ou se era já final e após dedução. Não só o recorrente tem a obrigação de saber as regras da Directiva, o órgão administrativo responsável pela fiscalização também tem a mesma obrigação, para garantir o bom cumprimento do contrato de adjudicação.”

No acórdão, os juízes referem ainda que é a própria Directiva que permite deduções, baseando o valor final da emissão do gás na subtracção do chamado valor do intervalo de confiança - uma espécie de margem de erro - ao valor medido. Por isso mesmo, e fazendo os cálculos, diz o tribunal, que o valor emitido pela queima do PVC até era inferior ao máximo permitido por lei.

O aumento de 7,4% de casos crime no primeiro semestre leva o deputado Ung Choi Kun a questionar as medidas de combate. No entender do deputado, os casos de roubo, fraude, uso e tráfico de droga - os que mais cresceram neste período - devem-se, sobretudo, ao grande fluxo de imigração e trabalhadores nãoresidentes, que coloca em risco a vida e segurança dos cidadãos e dos turistas.

Ung sustenta que os casos podem afectar o sector de turismo e danificar a imagem de Macau enquanto centro mundial de turismo e de lazer. “Após a abertura da Ilha da Montanha, os números de turistas duplicaram para 60 milhões por ano. Para proteger a imagem internacional de Macau, insto as autoridades de segurança pública a prestar mais atenção ao combate a estes crimes”, apelou Ung. “A longo prazo, renovações da estratégia são necessárias, a curto prazo, é mais importante mobilizar mais agentes.” Ung questionou ainda medidas concretas para combater o crime, pedindo para explicar a estratégia de como encarar os novos desafios trazidos por aumento de população.

Angela Leong pede descontos obrigatórios

A deputada entregou mais uma interpelação escrita ao Governo onde exige o estabelecimento do regime de descontos obrigatórios para a previdência central, garantindo que o actual sistema está “desactualizado” e “incompleto”.

Por isso, “é difícil alcançar o objectivo de que todos os idosos tenham uma vida sem preocupação.” Angela Leong reconhece ainda que é necessário tempo para promover, em todo o território, os descontos obrigatórios por parte dos trabalhadores, sem esquecer as indicações a dar às empresas. A deputada apelou ainda à criação de incentivos às empresas para implementar esse sistema bem como outro tipo de promoções para que os cidadãos conheçam melhor o regime de segurança social.

Novo Macau organiza jantar para donativos

A Associação Novo Macau (ANM) começou a publicitar na sua página oficial no Facebook um jantar a realizar no próximo dia 31 de Agosto, num restaurante da Doca dos Pescadores. O dia 31 marca o arranque oficial da campanha eleitoral, mas a ANM garante que o jantar é apenas para recolher doações para as actividades de campanha da associação, que este ano tem quatro listas candidatas à Assembleia Legislativa (AL). A ANM nega qualquer incentivo para obter mais votos e frisa que não recebe qualquer financiamento da parte do Governo.

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SOCIEDADE

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O Governo acusava TERRENOS NO FAI CHI KEI OFICIALMENTE CONCEDIDOS A LIU CHAK WAN Liu Chak Wan de não ter aproveitado dois terrenos no Fai Chi Kei, por consubstanciar uma alteraO concurso público foi realizado em Janeiro de 2008, tendo sido ção das regras estabelecidas nos pondo mesmo a adjudicado um dos terrenos à companhia por 555 milhões de programas de concurso público, hipótese de revêdesignadamente as relativas às patacas e o outro por 867,9 milhões de patacas. Mas, Liu Chak Wan condicionantes urbanísticas do los, enquanto terá apresentado, em Maio de 2008, um projecto de anexação e aproveitamento, o qual mereceu a concordância do director da o empresário desenvolvimento conjunto, que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras DSSOPT” em 2010, pode ler-se no Boletim Oficial.

Públicas e Transportes não aceitou e membro do Conselho Executivo, TERRAS SEM DONO A empresa apresentou reclama- o Boletim Oficial, “na qualidade de as terras. O empresário, por sua os terrenos “quatro anos após a Liu Chak Wan, ções, mas aceitou as condições administrador e em representação vez, dizia que as obras previstas compra”. dos contratos, ainda que só em De- da Companhia de Investimentos para os terrenos não arrancaram O arrendamento das terras é garantia que ainda zembro de 2012. “O procedimento Tin Wei”. porque o Governo não limpou os válido pelo prazo de 25 anos, sendo Recentemente, o conflito vol- terrenos. Em Agosto, o secretário que Liu Chak Wan teria apenas não lhe tinham sido seguiu a sua tramitação normal, tendo o processo sido enviado à tou a ter novos contornos, uma para as Obras Públicas e Trans- 48 meses para aproveitar os lotes. dadas as terras.

Comissão de Terras que emitiu vez que o Governo acusava Liu portes descartava que a respon- Sobre se o Governo estendeu esse parecer favorável ao deferimento Chak Wan de não ter aproveita- sabilidade de limpar o terreno aproveitamento, nada se sabe, mas, O impasse ficou da concessão.” do os terrenos, sendo que estes fosse do Executivo, uma vez que de acordo com o Boletim Oficial, Em Julho deste ano, as condi- se encontravam com veículos e os terrenos lhe pertenciam, mas o prazo de aproveitamento “contapor explicar, mas ções do contrato foram aceites por sucata abandonados, tendo in- Liu Chak Wan assegurou que a -se a partir da data de entrega, por ontem foi publicada Liu Chak Wan, que as assinou, diz clusive ameaçado que iria reaver empresa ainda não tinha recebido parte do [Governo], do terreno desocupado”, o que, oficialmente, oficialmente a terá sido ontem.

A Tin Wei é dirigida também adjudicação dos por Liu Hei Wan, irmão de Liu Chak Wan, que é o actual directorlotes -executivo da rede de autocarros

Trocas e baldrocas na zona norte

JOANA FREITAS*

joana.freitas@hojemacau.com.mo

O

secretário para as Obras Públicas e Transportes, Lau Si Io, aprovou ontem a adjudicação dos dois terrenos no Fai Chi Kei à Companhia de Investimentos Tin Wei, dirigida por Liu Chak Wan. Este, membro do Conselho Executivo e dirigente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST) e da Transmac, esteve envolto em polémica recentemente devido a estes dois lotes, já que não se entendia com o Governo sobre o destino dos terrenos.

De acordo com o Boletim Oficial de ontem, o Governo decidiu conceder, oficialmente, por arrendamento – e precedido de concurso público – dois terrenos com um total de 4401 metros quadrados junto à Bacia Sul do Patane (lotes D e E), para serem aproveitado para a construção de um edifício destinado a habitação, comércio e estacionamento.

O concurso público foi realizado em Janeiro de 2008, tendo sido adjudicado um dos terrenos à companhia por 555 milhões de patacas e o outro por 867,9 milhões de patacas. Mas, Liu Chak Wan terá apresentado, em Maio de 2008, um projecto de anexação e desenvolvimento conjunto, que a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes não aceitou. “Sobre este estudo foi emitido parecer desfavorável

Transmac e membro da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês.

HISTORIAL COMPLEXO

Os terrenos do empreendimento The Praia, também no Fai Chi Kei, foram adjudicados também aos dois irmãos, através da empresa San Tin Kong Investimento Limitada.

Segundo informações em língua chinesa, em 1997, foram concedido à Transmac estes terrenos para serem usados como local de arranjo e terminal dos autocarros. Contudo, o “Grupo Transmac transformou o terreno, sendo que a San Tin Kong pagou 160 milhões de patacas” pelos lotes, onde foi, então, construído o The Praia.

O caso gerou polémica, uma vez que a Transmac – apesar de com o nome Companhia de Autocarros Fok Lei - foi fundada em 1952 pelo pai de Edmund Ho, sendo que o ex-chefe do executivo foi director da companhia de transportes – já Transmac -, que, posteriormente, passou para os irmãos Liu. - *com Cecilia Lin

6 sociedade

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METRO LIGEIRO CUSTOS DE OBRA PODEM SER REVISTOS EM 5% DEVIDO À INFLAÇÃO PREVISTA NO CONTRATO

“Não há previsão de derrapagens”

Uma manutenção em alta dos custos, sim. Derrapagens, para já, não. A garantia é de André Ritchie, coordenadoradjunto do GIT, ao explicar que o contrato já prevê um mecanismo de ajuste de custos devido, por exemplo, à inflação. Ritchie diz ainda que o atraso da obra no Centro Modal de Transportes, junto ao Jockey Club, nada tem a ver com o troço do metro, cuja conclusão está prevista com um atraso de seis meses recuperável RITA MARQUES RAMOS rita.ramos@hojemacau.com.mo

“N

ÃO há previsão de derrapagens orçamentais” nas obras do Metro Ligeiro. Ainda assim, o coordenador-adjunto do Gabinete para as Infra-estruturas de Transportes (GIT) admite que há custos que podem ser revistos através de um mecanismo previsto no contrato assinado com as construtoras. “Temos várias medidas de controlo de custos, entre as quais relativamente à revisão de preços.

Um dos problemas que vem muitas vezes mencionado é o problema da inflação, que faz subir o preço dos materiais, e também da taxa cambial.

Nos nossos contratos, introduzimos

uma medida em que não é permitida uma revisão de preços acima dos cinco por cento do valor contratual de adjudicação”, explicaAndré Ritchie, à margem da apresentação de um conjunto de obras de repavimentação, junto ao Estádio de Macau, um trabalho extra que teve por base queixas dos moradores.

“Temos confiança neste momento que iremos controlar as revisões de preço decorrentes da inflação dentro dessa área”, garantiu ainda.

André Ritchie fez ainda saber que a obra de repavimentação, ontem apresentada, é um dos exemplos que explicam os pedidos de empreiteiros ao Governo para o “aumento de orçamento”, recentemente comunicados pela

PADRÃO MODIFICADO JUSTIFICA ATRASO DE MEIO ANO, DIZ CONSTR UTORA A Top Builders Goup deu ontem uma conferência de imprensa onde, mais uma vez, garantiu que foi exigido pelo GIT betão de 100 anos para a construção da obra, o que provocou um atraso de meio ano. “Quando tudo começou o Governo pediu para usarmos betão regular B40, quando os testes foram efectuados foi pedido o nível 100”, indicou um responsável da construtora. “Foi pedido um padrão que ainda não tinha sido testado, o que fez atrasar a obra, por isso, falamos num atraso de seis meses no empreendimento”, justificou.

comunicação social, que nada têm a ver com as escassez de materiais que alegadamente impõe que seja usado, como o cimento dos 100 anos. “Na escola aqui atrás [perto do Estádio de Macau], também a pedido dos alunos e de encarregados de educação, tivemos a colocar barreiras acústicas e a plantar umas árvores para melhorar o ambiente da escola que estava a ser afectado pelas obras de metro. Depois de analisados, verificamos que merecem a pena avançar. E daí que dizemos que há trabalhos extra”, justificou.

ATRASO MAIOR DO QUE PRAZO DA OBRA?

A polémica foi levantada pela empresa “Top Builders Group”, responsável pelo Parque de Materiais e Oficina e pelo Centro Modal de Transporte, da Estrada Governador Albano de Oliveira, junto ao Jockey Club, que aponta um atraso de três anos nas obras por não ter o betão exigido nem a totalidade do terreno para construção. André Ritchie reforçou que esta projecção de atraso é totalmente descabida e, reforça, o atraso “não será superior a seis meses” com perspectivas de serem recuperáveis. “O Centro Modal de Transportes, não se

André Ritchie

tratando de uma obra do Metro Ligeiro, nessa empreitada nunca exigimos o betão dos 100 anos [apenas nas empreitadas do metro, algumas com pilares já erguidos, já que este tipo de cimento já está disponível desde 2012]. É uma confusão que existe [...] Não concordamos com esse atraso até porque o prazo contratual dessa obra, quando o concurso foi lançado, é de dois anos e quatro meses.

Portanto, não entendemos como é que o atraso pode superar o próprio prazo inicial da obra”, começa por explicar, adiantando que a estrutura de transportes está dissociada da paragem e do viaduto de metro,

no mesmo local, os quais estão adjudicados a outro empreiteiro.

Por outro lado, André Ritchie, explica que este empreiteiro reuniu-se esta semana com o GIT onde lhe foram instruídas direcções para “reforçar os seus recursos humanos e de maquinaria”.

Mas, naturalmente, no caso deste e dos outros empreiteiros das obras do Metro Ligeiro não respeitarem os prazos estipulados, o GIT pode aplicar sanções. “A lei, bem como o caderno de encargos e contrato, prevêem a aplicação de penalizações, multas e outras medidas sancionatórias. Não quero estar agora a adiantar porque é preciso estar a analisar os casos em concreto, quais os atrasos imputáveis ao empreiteiro.”

Por todas as razões mencionadas, defende o especialista, mantém-se a obra de inauguração do Metro Ligeiro para 2015. “Estamos confiantes que conseguimos recuperar [os seis meses de atraso] porque temos mais de dois anos de prazo de obra e os empreiteiros estão a fazer um esforço enorme para recuperar esse atraso e estamos proactivamente a procurar recuperar os problemas dos empreiteiros, que estão também a alocar mais pessoal e maquinaria”, defendeu.

POSSIBILIDADE DE DESLOCAMENTO DO MONUMENTO DAS PORTAS DO CERCO DESCARTADA, DIZ GIT

Traçado do metro não põe em risco o património O mendámos a uma empresa de consultadoria um estudo para fazer a ligação entre a estação das Portas do Cerco à nova fronteira. Há várias possibilidades técnicas que estão a TIAGO ALCÂNTARA

traçado de Metro Ligeiro, entre a fronteira das Portas do Cerco e o Canal dos Patos, ainda está por definir. No entanto, nos projectos que estão em estudo não existe a possibilidade de deslocar o monumento junto à fronteira terrestre para Zhuhai, ainda que a nova Lei de Salvaguarda do Património Cultural deixe em aberto esta acção. “Temos vários estudos por causa da nova fronteira para Zhuhai na Ilha Verde, que foi anunciado no âmbito do Quadro de Cooperação Macau-Guangdong, e enco-

ser exploradas. A questão do monumento das Portas do Cerco é também analisada mas não existe essa questão da deslocação”, reage André Ritchie, coordenador-adjunto

do Gabinete de Infra-estruturas e Transportes (GIT), em declarações ao jornalistas portugueses.

O responsável reforçou ainda que os estudos não contemplam “essa proposta”, no entanto, não comenta quaisquer intenções de outros departamentos.

“Estivemos em reuniões com o Instituto Cultural e não pretendemos mover o monumento”, frisou.

O monumento, construído em 1870, não está assim em riscos de sair do local onde foi erigido, uma das consequências que chegou a ser cogitada

DATAS PARA A PENÍNSUL A POR DEFINIR Primeiro o troço da Taipa, depois Macau. Mas a calendarização não é clara. O arranque das obras do Metro Ligeiro na península está dependente de um relatório técnico, explica André Ritchie, coordenador-adjunto do GIT. “No ano passado tivemos oportunidade de fazer um relatório técnico bastante extenso que foi submetido superiormente para avaliação e neste momento está a ser analisado. Essa análise está em fase final e este ano vamos anunciar as conclusões do estudo relativamente ao troço de Macau”, adianta, sem se comprometer com datas.

pelo facto de ter sido entregue à Parsons Brinckerhoff Asia, empresa de engenharia a quem foi entregue o trabalho de consultoria e que falou em

“várias questões” no estudo “sobre a integração do sistema do Metro Ligeiro com a nova fronteira”, em declarações ao HM no início do mês. - R.M.R.

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TRADUÇÃO JURÍDICA É OUTRA DAS ÁREAS DE ESPECIALIZAÇÃO

UMAC ganha mestrado em Direito de Macau TIAGO ALCÂNTARA

ANDREIA SOFIA SILVA

andreia.silva@hojemacau.com.mo

E

STÃO publicados em Boletim Oficial (BO) os despachos que autorizam a criação de dois novos mestrados na faculdade de Direito da Universidade de Macau (UMAC), na área da Prática Jurídica de Macau e de Tradução Jurídica, com clara aposta no bilinguismo.

Conversação em língua portuguesa, elaboração de diplomas legais bilingues ou resolução extrajudicial de conflitos, em português, são algumas das disciplinas presentes no mestrado em Prática Jurídica de Macau. No segundo ano do curso, para além da dissertação de mestrado, o aluno terá ainda de

frequentar as cadeiras de redacção jurídica, em português e chinês, e prática do exercício de advocacia, também nas duas línguas.

Já no mestrado em tradução

56% são alvos de violência doméstica Mais de metade das pessoas que passaram pelo Centro de Acolhimento Lai Yun (Casa de Encorajamento, em português) foram vítimas de violência doméstica. Os dados, apresentados ontem pela directora do centro, Yeung Suk Yin, ao jornal Macau Post Daily mostram que 56% dos acolhidos sofreram com actos de violência doméstica pelo menos durante cinco anos.

Cerca de 35% suportaram abusos durante dez anos.

Os dados, indica a Rádio Macau, que cita o jornal, são referentes aos últimos oito anos, recolhidos desde que o centro abriu.

Yeung Suk Yin revelou ainda que apenas 11,9% das vítimas procuraram ajuda um ano depois dos abusos terem começado e frisa que, em Macau, existe uma grande tolerância por parte das vítimas à violência doméstica.

Os motivos principais, diz, são os filhos, uma vez que as vítimas temem que o seu bem-estar mental e saúde sejam severamente afectados. Outros motivos são o receio de perderem uma casa permanente se deixarem os abusadores e uma percentagem menor disse ter esperança que o comportamento abusivo acabasse.

Yeung Suk Yin afirma que 70% das vítimas que passaram pelo centro de acolhimento reportaram os casos de abusos às autoridades, embora dois terços não tenham seguido com as acções criminais contra os abusadores. A directora acrescentou que, normalmente, as vítimas recuam por causa de burocracias legais ou por apelos da família ou mesmo por parte do próprio abusador. Yeung Suk Yin apela, por isso, ao Governo que elabore uma lei específica para a violência doméstica e que a torne num crime público.

No total, desde 2005, o centro já acolheu 427 vítimas, que trouxeram 285 crianças.

O centro é gerido pela Associação das Mulheres de Macau.

jurídica as línguas veiculares são também o português e chinês, sendo que o Direito de Macau é uma das disciplinas.

Recorde-se que a criação de novos mestrados focados no Direito local foi um objectivo traçado em Fevereiro do ano passado por John Mo, director da faculdade de Direito.

O mestrado estava “especialmente pensado para o Direito de Macau, para que os alunos de licenciatura possam receber mais formação – também em termos de língua, português e chinês – e ter um melhor entendimento”, disse em declarações ao jornal Ponto Final.

Para além dos mestrados em Direito com especialização diferenciada em chinês e português,

a UMAC disponibiliza ainda estudos pós-graduados em Direito Comparado e Direito Europeu em língua inglesa.

O HM tentou contactar Gabriel Tong, vice-director da faculdade, para saber mais informações acerca

O ESSENCIAL Já estão aprovados dois novos mestrados na Universidade de Macau, que apostam no sistema jurídico local e também no bilinguismo.

Os novos currículos eram um dos objectivos da nova direcção da faculdade há mais de um ano.

da entrada em funcionamento dos novos cursos, mas até ao fecho da edição não foi possível entrar em contacto com o também deputado.

Na área das licenciaturas, continua por aplicar um novo curso de Direito totalmente bilingue.

O projecto foi anunciado recentemente por Gabriel Tong e por Jorge Neto Valente, presidente da Associação dos Advogados (AAM). Neto Valente disse que “haverá garantias de que os livros dados em português também serão dados aos alunos de língua chinesa. Haverá maior necessidade de tradutores e discretamente a universidade e o Governo estão a fazer esforços para isso. É um projecto experimental e esperamos que consiga funcionar”.

PARQUE DE ESTACIONAMENTO NO EDIFÍCIO ON SON É PRIVADO

IH garante prioridade a moradores CECÍLIA LIN

cecilia.lin@hojemacau.com.mo

O

S proprietários da habitação económica do edifício On Son, em Seac Pai Van queixam-se que os lugares do parque de estacionamento estão a ser vendidos. Isto porque se as casas são do Governo, o espaço onde está situado o parque de estacionamento está nas mãos de um

proprietário privado que já colocou anúncios no jornal. Um lugar para uma mota vale cerca de 250 mil patacas, enquanto que para um carro chega a valer 700 mil patacas.

Ontem alguns moradores do edifício On Son realizaram uma conferência de imprensa para falar da situação, uma vez que os lugares de estacionamento disponibilizados pelo Governo

são em menor número.

Cheang, porta-voz dos moradores, disse que muitos não sabiam que os lugares de estacionamento estavam à venda e que só tomaram conhecimento do caso no passado dia 18, depois de uma reunião com o dono do espaço.

O Instituto da Habitação (IH) é acusado de prestar poucas informações sobre os lugares de

Terreno na Ilha da Montanha vale um milhão

Um terreno com uma área de 95 mil metros quadrados, situado na Ilha da Montanha, está a ser leiloado desde a passada terça-feira. Segundo a imprensa chinesa, o preço base de licitação é de 958 milhões de patacas, mas estimase que o preço poderá atingir mil milhões. O terreno, composto por mais dois pedaços de terra mais pequenos, foi posto à venda pelo Centro de Transacção de Terrenos Imobiliários de Zhuhai. Se no terreno número um, os escritórios têm de ocupar 90% do espaço, os espaços comerciais devem ocupar 10%. O anúncio do leilão explicita que o terreno só poderá ser vendido a empresas ou outras entidades da China e que não são aceites propostas individuais. A zona onde está situado o terreno fica perto do novo campus da UMAC.

Bairros antigos com mais fornecimento de energia

Segundo a imprensa chinesa, a Companhia de Electricidade de Macau (CEM) recebeu cinco mil pedidos para o aumento da potência de energia eléctrica nos bairros antigos. Contudo, restam ainda 40 lojas, principalmente na zona da Almeida Ribeiro, que têm problemas no fornecimento de energia. A CEM já entregou o plano para a construção de oito novas sub-estações de fornecimento de energia, sendo que cinco já foram aprovadas de forma preliminar. Un Iok Meng, da comissão de consulta dos clientes da CEM, disse ao jornal Ou Mun que a construção das cinco novas sub-estações só pode arrancar depois da aprovação final, sendo que tal poderá acontecer dentro de três meses. Quanto às restantes três sub-estações aguardam a consulta junto do público. Un Iok Meng acredita que, com estes projectos, as necessidades do fornecimento de energia serão garantidas a moradores e lojistas destas zonas.

estacionamento, acusando o Executivo de não prestar a devida atenção à prioridade dos moradores sobre eventuais compradores externos.

Esta terça-feira o IH emitiu um comunicado onde refere que deve existir essa prioridade de compra por parte dos moradores, garantindo que o proprietário tem o direito de vender esses lugares. O IH disse ainda

que já enviou uma carta ao empresário para que faça a venda consoante a lei em vigor.

O IH disse ainda que tem de publicar um anuncio no jornal sempre que haja lugares de estacionamento publico à venda.

Caso não existam interessados passados 30 dias, então os lugares podem ser vendidos a outros que não sejam moradores das casas do Governo.

Creches Pais solteiros com mais dificuldades do que casais Realizou-se esta semana o quinto sorteio de vagas para creches por parte da Associação de Beneficência Tong Sin Tong onde, para 180 vagas disponíveis, houve 708 candidaturas. Segundo o Jornal do Cidadão, os pais solteiros queixam-se que têm menos oportunidade de conseguir uma vaga para os seus filhos por comparação aos casais. A senhora Cheong é disso exemplo. À mesma publicação, disse que esta foi a terceira vez que realizou a candidatura, mas que não conseguiu a vaga por ser mãe solteira. Cheong considerou que as creches são importantes para que as crianças se possam adaptar à escola e desenvolver a capacidade da fala. “Em Macau é preciso ter mesmo muita sorte para ter

uma vaga, é como encontrar uma agulha num palheiro. Vou pedir ajuda aos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ).” Chan, outra mãe, disse que já fez a candidatura pela sétima vez e que, finalmente, obteve uma vaga. Mok Kuan Iek, vice-presidente da associação, disse que a lista final está disponível a partir de hoje, sendo afixada também à porta da creche.

O responsável disse ainda que este ano houve muitas candidaturas e que as vagas não conseguem satisfazer tanta procura, daí a abertura da nova creche, a quinta pertencente à associação. Mok Kuan Iek disse que é necessário abrir mais espaços infantis, porque cada vez mais os casais trabalham fora de casa e não têm tempo para cuidar dos seus filhos. - C.L.

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CHINA

MARIA JOÃO BELCHIOR Em Pequim

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UASE um ano e meio desde a última vez que foi visto em público no encerramento da sessão anual da Assembleia Nacional Popular em Março de 2012, o político Bo Xilai vai reaparecer em público. Mas desta vez no banco dos réus.

O aguardado julgamento está marcado para quinta-feira e o anúncio foi feito com poucos dias de antecedência, tal como se esperava. Um acontecimento surpresa que tem vindo a ser estudado pelas autoridades do partido desde há pelo menos um ano. Depois da condenação da mulher Gu Kailai e do comissário chefe da polícia, Wang Lijun, que em 2012 pediu asilo no consulado dos Estados Unidos na cidade de Chengdu, agora é a vez de Bo Xilai num encerramento de um caso que abalou, e continua a fazer tremer, as sólidas estruturas do partido comunista. Wang Lijun pediu apoio aos Estados Unidos em Fevereiro de 2012, uma semana antes de Xi Jinping voar para Washington onde ia ser recebido oficialmente.

Com uma condenação certa na opinião de vários analistas políticos,

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JULGAMENTO DO ANO COMEÇA HOJE EM JINAN, NA PROVÍNCIA DE SHANDONG

Bo Xilai reaparece como réu dentro e fora da China, resta saber qual vai ser a pena para o antigo homem todo poderoso de Chongqing.

Com o julgamento marcado para Jinan na província de Shandong, Bo Xilai está formalmente acusado de corrupção e desvio de dinheiros públicos, segundo um documento interno do partido. Sobre a cumplicidade no assassinato do empresário inglês Neil Heywood, a vítima mortal que despoletou todo o caso, não se sabe se serão feitas referências.

Morto por envenenamento pela mulher de Bo Xilai, o empresário britânico tinha uma relação de vários anos com o poderoso clã Bo e Gu a quem ajudava a levar dinheiro para fora da China.

Culpado para atenuar a pena Na carreira de várias décadas de ascensão nos quadros do partido, Bo Xilai acumulou amigos mas também vários inimigos políticos.

Depois da especulação levantada sobre a sua não colaboração com as autoridades, o aguardado julgamento que agora acontece,

não deve representar uma prova de força do político caído em desgraça. Bo Xilai deverá assumir a culpa, segundo várias análises feitas, numa forma de atenuar a sua pena que se espera que seja igualmente severa.

Gu Kailai e Wang Lijun nos respectivos julgamentos em separado, assumiram as culpas tanto dos crimes, como dos danos que causaram ao partido e ao país com as suas atitudes. No julgamento que terá sido preparado previamente, Bo Xilai também deve assumir os danos que a sua conduta errada representou para o partido.

Uma prova de fogo para a estrutura do governo e do próprio partido que no final do ano passado mudou de liderança, o julgamento vai certamente marcar o início da liderança de Xi Jinping que já por mais de uma vez disse que ninguém estava acima da lei na China.

Uma tentativa de mostrar que até os mais poderosos têm de responder perante o direito, o

julgamento servirá também como um aviso para a conduta que deve ser seguida daqui em diante. No entanto, para o público em geral, apesar da expectativa sobre que fim vai ter Bo Xilai que há menos de dois anos era visto como um astro em ascensão, a condenação não chega para sossegar as vozes mais críticas que têm vindo a ser silenciadas quando referem as riquezas acumuladas pelos mais altos membros do partido.

Um mal endémico desde há vários anos, a corrupção do poder é encarada internamente como a principal ameaça à estrutura. E do lado de fora também aparece como uma das principais críticas ao sistema.

Por enquanto sem data estipulada para terminar, o julgamento de Bo Xilai poderá ser mais longo que o da sua esposa que teve um julgamento de apenas sete horas.

Não confirmada ainda está também a presença de Gu Kailai em tribunal. A mulher de quem diziam

em Chongqing que tinha tiques de imperatriz foi condenada à pena de morte, cumulada depois para pena perpétua. No julgamento de Gu não foram feitas nenhumas referências a Bo Xilai, tal como no julgamento do comissário chefe da polícia, Wang Lijun, antigo fiel aliado de Bo, onde apenas houve uma menção ao papel de cúmplices no assassinato do britânico.

Depois da mãe de Neil Heywood ter há cerca de uma semana, falado publicamente pela primeira vez sobre a necessidade de ser dada uma compensação pelo governo chinês, no julgamento desta semana Bo Xilai vai ser acusado de corrupção, desvio de fundos e abuso de poder.

Mas mais além que o debate sobre a imparcialidade dos procuradores naquele que vai ser o julgamento do ano, resta saber se vai haver alguma resposta sobre o papel de Bo Xilai no assassinato de Neil Heywood, denunciado por Wang Lijun no consulado dos Estados Unidos cerca de quatro meses após o homicídio.

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Zhang Gaoli enfatiza papel de taxas alfandegárias

O vice-primeiro-ministro chinês Zhang Gaoli enfatizou a importância de taxas alfandegárias e pediu por melhorias nelas. As taxas alfandegárias são uma importante ferramenta para regulamentar a actividade económica, enquanto essas taxas e tarifas ligadas à importação são fontes importantes de receitas e desempenham um papel especial na reforma e abertura da China, disse Zhang na primeira reunião plenária da 6.ª Comissão de Tarifas Alfandegárias do Conselho de Estado. Embora o nível da tarifa geral da China esteja nos 9,8%, há ainda bastante espaço para a regulamentação de tarifas, já que a China tornouse na segunda maior economia do mundo e um importante exportador e importador, disse Zhang. Mais esforços devem ser feitos, portanto, para analisar as políticas de tarifas e arrecadar as tarifas com o fim de administrar vantagens nos mercados global e domésticos, acrescentou Zhang.

China superará EUA na importação de petróleo até 2017

A China está no caminho de gastar 500 biliões de dólares anuais com importações de petróleo até 2020, superando amplamente o maior patamar de custos já registado pelos EUA com importações de petróleo bruto, de 335 biliões de dólares, disse a Wood Mackenzie num relatório. A consultora estima que as importações de petróleo pelos EUA vão cair para cerca de 160 bilhões de dólares em 2020, com o petróleo de xisto produzido localmente substituindo em parte as importações provenientes do Oriente Médio e da África.

Prevê que as importações de petróleo da China subam para 9,2 milhões de barris por dia (bpd) até 2020 ante 2,5 milhões de bpd em 2005. As importações dos EUA, por outro lado, irão cair para 6,8 milhões de bpd ante 10,1 milhões de bpd. Entre 2005 e 2020, a participação da China nas compras de petróleo da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) deverá passar para 66 por cento ante 52 por cento.

PARTIDO COMUNISTA ADVERTE QUADROS CONTRA IDEOLOGIA CAPITALISTA

Atenção, meus senhores!

O

Partido Comunista da China (PCC) fez em Abril, num documento reservado, advertências aos seus quadros para que abram os olhos contra o que chamou de sete correntes subversivas que atingem actualmente a sociedade chinesa, segundo o artigo publicado pelo diário norte-americano The New York Times.

Segundo o jornal, a advertência do PCC foi feita num documento interno, o Documento N.º 9, assinado pelo actual presidente da China, Xi Jinping.

As sete correntes que tencionam subverter o poder na China e destruir o Partido Comunista, segundo o documento, são a democracia constitucional burguesa ocidental, a promoção por parte de agentes ocidentais dos chamados “valores universais” dos direitos humanos, a promoção de uma média controlada pela burguesia, a participação “cívica” ardentemente pró-neoliberal, importada do exterior, assim como críticas niilistas ao passado do PCC. Embora a direcção actual do PCC tenha exortado o país a “aprofundar” as reformas, foi iniciada também uma enérgica campanha, a da “Linha de Massas”, no sentido de reforçar a disciplina e aumentar a credibilidade do partido no país.

As advertências feitas no documento aos quadros mostram, segundo o diário americano, que o partido “teme” que uma suposta desaceleração na economia faça eclodir um desconforto na população contra alguns dos males existentes actualmente na sociedade chinesa, fornecendo combustível para maiores mudanças liberais e de direita dentro do partido.

“Forças ocidentais hostis à China e dissidentes internos estão a agir de forma a desintegrar a esfera ideológica”, afirma o jornal nova-iorquino, dizendo também que o documento, editado em Abril deste ano, ainda não foi publicado.

O New York Times diz que teve acesso a um dos documentos e o mostrou a quatro fontes próximas ao partido, inclusive um editor de um dos jornais do PCC para verificar sua originalidade.

CONTRA OS QUE SÃO CONTRA

O documento mira os argumentos contra aqueles que trabalham contra o PCC, dizendo que atrapalharam as investigações sobre denúncias de corrupção ao espalharem boatos na Internet, trazendo descontentamento popular contra o partido e contra o Governo.

Os jornais chineses têm feito

As sete correntes que tencionam subverter o poder na China e destruir o Partido Comunista, segundo o documento, são a democracia constitucional burguesa ocidental, a promoção por parte de agentes ocidentais dos chamados “valores universais” dos direitos humanos, a promoção de uma média controlada pela burguesia, a participação “cívica” ardentemente pró-neoliberal, importada do exterior, assim como críticas niilistas ao passado do PCC denúncias consistentes sobre as formas ocidentais da “democracia burguesa” nos últimos meses, o que para o New York Times é uma evidência de que as advertências feitas pelo Documento N.º 9 foram ouvidas por esses meios.

Segundo a publicação, os liberais infiltrados no partido estão desapontados com as advertências feitas no documento. Agora temem que o partido retome um caminho à esquerda, após a divulgação recente da campanha de rectificação, para disciplinar melhor o PCC e também após a adopção de uma política que defende o legado

deixado por Mao Tsé Tung. Para o NYT, prova disso foi a visita de Xi ao local histórico onde Mao anunciou mudanças no partido nos anos 1950.

Nesta terça, a imprensa chinesa também deu destaque ao discurso de Xi, feito durante uma conferência nacional sobre o trabalho de propaganda em Pequim, pedindo maior iniciativa neste campo, para garantir “uma direcção política correcta” ao surgirem grandes questões relacionadas a princípios.

O secretário-geral do Comité Central do PCC, disse também que

mais esforços devem ser feitos para ajudar o quadro de funcionários e a população a traçar uma linha clara entre o correcto e o errado.

O líder referiu que os funcionários e os quadros envolvidos no trabalho de publicidade e ideologia devem segurar a postura política correcta, e promover de maneira resoluta as decisões importantes feitas pelo Comité Central do PCC. Num artigo recente, o Diário do Povo, jornal do PCC, teceu mais críticas às formas burguesas de exercício do poder, afirmando que o “constitucionalismo pertence somente ao capitalismo”.

Para enfatizar a sua afirmação, o Diário do Povo denuncia a acção dos EUA por trás dos que defendem o conceito no país. “É uma arma de guerra psicológica usada pelos magnatas do capitalismo monopolista americano e os seus aliados na China para subverter o socialismo chinês”.

A acção norte-americana provavelmente está inserida no quadro actual de espionagem cibernética, prática denunciada pelo ex-funcionário da Agência Nacional de Segurança (NSA) e da CIA, Edward Snowden, agora refugiado em Moscovo e que recentemente passou pela China, tendo ficado hospedado em Hong Kong.

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FOTOJORNALISMO

hoje macau quinta

EXPOSIÇÃO DO WORLD PRESS PHOTO 2012 CHEGA A MACAU EM OUTUBRO

O mundo em imagens

Um caso que também mer nos órgãos de comunicação fotógrafo português Danie que ganhou o primeiro pré categoria de vida quotidian imagem de um jogo de fute campo de terra batida, na

1.º PRÉMIO DESPORTO EM ACÇÃO WEI SENG CHEN, MALÁSIA Um concorrente chega ao fim de uma corrida de touros, em Batu Sangkar, Sumatra Ocidental, na Indonésia. A Pacu Jawi é uma tradição com 400 anos na região, cumprida após a colheita do arroz e a limpeza dos campos. Os concorrentes descalços, presos a dois touros usando um arnês de madeira, conduzem os animais puxando as suas caudas. Os vencedores são avaliados pela capacidade de correr em linha reta e pela maior ou menor cooperação de ambos os touros.

1.º PRÉMIO ASSUNTOS ACTUAIS MAIKA ELAN, VIETNAME Phan Thi Thuy Vy (20 anos) e Dang Thi Bich Bay (20 anos), ambas estudantes, descontraem-se ao fim do dia a ver televisão. Estão juntas há um ano. No Vietname, os casais do mesmo sexo são tradicionalmente considerados indesejáveis, mas o governo vietnamita, em 2012, anunciou que admitia a hipótese de reconhecer o casamento de homossexuais. Apesar de anunciado um debate parlamentar sobre o assunto, as sondagens mostraram que a opinião pública continuava, em geral, a opor-se ao casamento entre pessoas do mesmo sexo.

fotojornalismo 11

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receu destaque o social foi o do el Rodrigues, émio na na com uma ebol num Guiné-Bissau

JOANA FREITAS

joana.freitas@hojemacau.com.mo

A

maior exposição de fotografia do mundo está de volta a Macau. De 12 de Outubro a 3 de Novembro, a Casa Garden recebe a World Press Photo, que chega de uma tour mundial que passou por países da Europa, EUA e Ásia.

Este ano, o vencedor foi o fotógrafo sueco Paul Hansen, que venceu com a imagem de um grupo de homens a transportar duas crianças mortas por ruas da cidade de Gaza.

“Estão a ser levadas para uma mesquita, para uma cerimónia funerária, ao passo que o corpo do pai de ambas as crianças é transportado atrás delas, numa maca”, explica a organização numa informação enviada ao HM. “Suhaib Hijazi, de dois anos, e o seu irmão mais velho, Muhammad, morreram quando a sua casa foi destruída por um ataque de um míssil israelita.

A mãe das crianças foi levada para os cuidados intensivos.

A fotografia foi tirada a 20 de Novembro de 2012.”

Recorde-se que esta fotografia, que venceu aquele que é o 56º concurso anual da World Press Photo, foi alvo de polémicas na imprensa, que dizia que a imagem teria sido manipulada.

No entanto, uns dias depois, o caso foi desmentido.

Um caso que também mereceu destaque nos órgãos de comunicação social foi o do fotógrafo português Daniel Rodrigues, que ganhou o primeiro prémio na categoria de vida quotidiana com uma imagem de um jogo de futebol num campo de terra batida, na Guiné-Bissau. Daniel Rodrigues teve de vender o seu equipamento

fotográfico porque estava desempregado, apesar de ter conseguido arranjar trabalho uns dias depois da notícia de que tinha vencido o concurso de fotojornalismo.

Este ano, os membros do júri avaliaram mais de cem mil fotografias, atribuindo prémios a nove categorias temáticas a 54 fotógrafos de 33 nacionalidades. Além de Portugal, também a China, a Malásia e o Vietname estão entre estes.

Mayu Mohanna, membro do júri do Peru, afirmou sobre a fotografia vencedora de Hansen que “a força das imagens reside na forma como apresenta em contraste a raiva e a mágoa dos adultos com a inocência das crianças”, acrescentando mesmo que esta é uma fotografia que nunca esquecerá.

Para Santiago Lyon, vice-presidente e director fotográfico da Associated Press, a World Press Photo tem vindo a crescer em termos de qualidade. “Quando olho para os resultados, enquanto presidente do júri, penso que a World Press Photo e todas as outras fotografias que foram premiadas foram exemplos sólidos e excepcionais de jornalismo que é poderoso, que é duradouro e que irá tocar todos aqueles que as virem”, refere, no comunicado enviado ao HM. As fotografias vencedoras são apresentadas numa exposição que visita mais de cem cidades em mais de 45 países diferentes.

Este ano, organizada pela Casa de Portugal, a exposição da World Press Photo vai ter lugar na Casa Garden, com entrada livre, de 12 de Outubro a 3 de Novembro. De segunda a sábado, estará aberta das 10h às 19h, aos domingos das 14h às 18h.

1.º PRÉMIO ASSUNTOS ACTUAIS, FOTOGRAFIA SINGULAR MICAH ALBERT, EUA Uma mulher está sentada sobre sacos de lixo que ela própria recuperou, na lixeira municipal de Dandora, nos arredores de Nairóbi, Quénia. Afirmou que gosta de folhear livros enquanto faz uma pausa na recolha de detritos. A lixeira, a cerca de 8 km do centro da capital do Quénia, é uma das maiores em África. Verificou-se que as pessoas que vivem no bairro degradado junto deste local apresentam níveis elevados de chumbo no sangue, bem como uma incidência acima do normal de doenças renais e cancro. Apesar dos riscos para a saúde, entre seis a dez mil pessoas subsistem graças ao depósito de lixo, procurando restos de comida, recuperando artigos para revenda ou separando materiais para reciclagem. Cartéis informais gerem a operação de reciclagem, pagando cerca de 20 patacas por dia aos apanhadores de resíduos.

WORLD PRESS PHOTO DO ANO 2012 PAUL HANSEN, SUÉCIA

1.º PRÉMIO VIDA QUOTIDIANA FAUSTO PODAVINI, ITÁLIA Mirella esteve casada com seu marido Luigi durante mais de 40 anos. Com a idade de 65 anos, Luigi começou a mostrar sintomas da doença de Alzheimer. Durante seis anos, Mirella cuidou sozinha de Luigi, em casa, em Roma. Mais de 36 milhões de pessoas no mundo vivem com demência, e os números estão a aumentar à medida que as populações envelhecem. Para Mirella, essa situação significou que as tarefas diárias se tornaram operações longas e difíceis que envolviam ambos. A certa altura, Luigi parecia já não compreender para que serviam os talheres e os alimentos colocados à sua frente e deixou de comer. Após cinco anos de doença, Luigi deixou de reconhecer a sua mulher. Morreu em maio de 2011, com Mirella e a família a seu lado.

2.º PRÉMIO VIDA QUOTIDIANA SØREN BIDSTRUP, DINAMARCA A família do fotógrafo, de manhã cedo nas férias de verão, no norte da Itália.

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VIDA

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cafeína pode ter efeitos negativos no desenvolvimento do cérebro dos mamíferos durante a gravidez e altura da lactação, mostra um estudo feito por uma equipa internacional com participação de investigadores portugueses. O resultado das experiências, feitas em ratos, foi publicado na revista Science Translational Medicine. “A equipa avaliou o impacto [do café] durante o período de gestação e descreveu, pela primeira vez, os efeitos nocivos do consumo de cafeína (em ratos fêmeas) durante a gravidez, sobre o cérebro dos seus filhotes”, explica o comunicado de imprensa da Universidade de Coimbra (UC).Apesquisa, feita por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular, da Faculdade de Medicina e da Faculdade de Ciências e Tecnologia, todos da UC, envolveu ainda cientistas da Alemanha e da Croácia.

Para avaliar os efeitos da cafeína, os investigadores deram a fêmeas de ratos grávidas o equivalente a três chávenas de café diárias, durante toda a gestação e até ao desmame das crias.

Os ratinhos jovens “mostraram maior susceptibilidade de desenvolver epilepsia e, quando atingiram a idade adulta, detectaram-se problemas de memória espacial”, explica o coordenador da equipa portuguesa, Rodrigo Cunha.

Durante o desenvolvimento, a cafeína altera a migração e o posicionamento dos neurónios que libertam GABA, uma substância química importante para os processos de inibição no cérebro. “Estes neurónios formam-se numa região particular e depois migram para, entre outros lugares, o hipocampo, uma região do cérebro que desempenha um papel fundamental na formação da memória”, descreve Rodrigo Cunha. “A cafeína influencia directamente a migração destes neurónios, por bloquear a acção de um receptor específico, chamado A2A, diminuindo a velocidade de migração dos

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SAÚDE CAFÉ PODE SER NOCIVO PARA O DESENVOLVIMENTO CEREBRAL

Epilepsia e problemas de memória neurónios. Assim, as células vão chegar ao seu destino mais tarde do que o previsto.

Esta migração tardia afecta a construção do cérebro com efeitos observados após o nascimento (alterações da excitabilidade celular e aumento da susceptibilidade a episódios convulsivos) e, durante a vida adulta, perda de neurónios e défices de memória”, descreve o investigador.

Para Rodrigo Cunha, o

ALZHEIMER CONTROVÉRSIA SOBRE PAPEL DO COBRE NA DOENÇA

Há mineral ou não há?

A

acumulação de cobre nos vasos sanguíneos contribui para a doença de Alzheimer, conclui um novo estudo. O trabalho, publicado na segunda-feira na revista Proceedings of the NationalAcademy of Sciences, suscita uma controvérsia sobre o papel deste elemento, já que há outros estudos que mostram que este mineral evita esta doença neurodegenerativa. “Ao longo do tempo, o efeito acumulado do cobre afecta o sistema que remove do cérebro a proteína beta-amilóide”, que é tóxica e tem um papel importante no desenvolvimento doAlzheimer, explica Rashid Deane, autor do estudo e professor de medicina no centro de neurocirurgia médica universitária de Rochester, no estado de Nova Iorque, EUA. “Esta disfunção é um dos factores ambientais que causam a acumulação desta proteína no cérebro, o que forma as placas características da doença de Alzheimer”, adianta o investigador, que fez este trabalho em ratinhos e em células nervosas humanas.

Estes resultados são contrários aos dos trabalhos realizados por investigadores britânicos da Universidade de Keele, no Reino Unido, que foram publicados na revista Nature, em Fevereiro. “A quantidade de cobre no cérebro de pessoas idosas e em particular naquelas que têm Alzheimer é menor do que nas pessoas saudáveis”, explicou à AFP Christopher Exley, autor daquele estudo.

A esta questão, Rashid Deane respondeu que os dois estudos não se debruçam sobre o mesmo mecanismo e que “o problema é complexo”. O estudo britânico publicado em Fevereiro concluía que o cobre deveria prevenir a doença de Alzheimer, já que no caso dos cérebros das pessoas estudadas, os níveis deste metal eram mais baixos do que o normal. Mas, para Rashid Deane, isso não é conclusivo.

MINERAL É IMPORTANTE

Já o novo trabalho, adianta Rashid Deane, debruça-se sobre os efeitos

da acumulação de cobre – um oxidante forte –, nos vasos sanguíneos do cérebro, ao longo do tempo.

Este metal acaba por afectar dois mecanismos importantes: um que previne as toxinas de entrar no cérebro e outro que ajuda a eliminar a proteína beta-amilóide, permitindo que se forme as placas. O cientista lembra que outros estudos mostram que estas placas que se produzem durante a doença de Alzheimer têm altos níveis de cobre.

“O trabalho do Dr Deane ajuda a clarificar o papel do cobre como factor maior de toxicidade cerebral que foi identificado juntamente com a doença de Alzheimer”, diz, por sua vez, George J. Brewer, da Universidade de Michigan, em Nova Iorque.

O investigador diz ter feito estudos mostrando “uma ligação entre a epidemia da doença de Alzheimer nos países industrializados e a utilização de canalização de cobre”. George J. Brewer sublinha que o cobre vindo da alimentação,

estudo “é a primeira demonstração dos efeitos nocivos da exposição à cafeína sobre o cérebro em desenvolvimento e, embora questione o consumo de cafeína por mulheres grávidas, é necessário realçar o cuidado em extrapolar os resultados obtidos em modelos animais para a população humana, sem ter em consideração as diferenças no desenvolvimento do cérebro e da maturação entre as espécies”.

que é orgânico, e essencial para a saúde, não provoca nenhum mal no organismo. Pelo contrário, o cobre inorgânico, que está presente na água canalizada, é tóxico.

O cobre orgânico é essencial para o sistema nervoso, para o crescimento ósseo e para a secreção hormonal, dizem os investigadores.

No trabalho que fez agora, Rashid Deane injectou nos ratinhos, durante três meses, doses de cobre correspondentes às quantidades deste metal que são consumidas pelos humanos quando bebem água da torneira.

Os investigadores constataram que o cobre entra rapidamente no sangue e acumula-se nas células que formam a parede de protecção entre os vasos sanguíneos e o cérebro. Estas células constituem um importante sistema de defesa que controla as moléculas que passam do sangue para o cérebro e vice-versa.

A equipa do cientista também observou que este cobre estimula a actividade dos neurónios, aumentando a produção da beta-amilóide, o que é mais um argumento para a influência deste mineral no desencadeamento da doença de Alzheimer.

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CULTURA

hoje macau quinta-feira 22.8.2013

MORREU ELMORE LEONARD, O ESCRITOR DE POLICIAIS QUE DAVA AO CRIMINOSO O PAPEL PRINCIPAL

Considerado o “Dickens de Detroit” O escritor de policiais norte-americano Elmore Leonard morreu na manhã desta terça-feira, em Detroit. A notícia foi dada através da página de Facebook do autor onde Greg Sulter, o homem que faz a pesquisa para as suas obras, escreveu : “Este é o post que eu temia ter de escrever e que vocês temiam ler. Elmore morreu às 7h15 desta manhã por causa de complicações depois do seu AVC. Estava na sua casa rodeado pela sua querida família.”

O escritor, de 87 anos, a quem chamavam o “Dickens de Detroit”, tinha sofrido um Acidente Vascular Cerebral (AVC) no início de Agosto e estava a tentar recuperar.

Tal como o crítico José Riço Direitinho escreveu no Ípsilon quando Unha com Carne, o seu 43º romance, saiu em Portugal na Teorema, o escritor era “na

opinião de muitos, o maior autor vivo de romances policiais”. Admirado por escritores como Saul Bellow ou Martin Amis, começou por escrever westerns na década de 1950 e alguns dos seus títulos tornaram-se lendários depois de adaptados ao cinema, como Valdez is Coming, com Burt Lancaster, Joe Kidd, com Clint Eastwood, Hombre, com Paul Newman, e Mr. Majestyk com Charles Bronson.

Foi na década de 1970, quando as editoras que publicavam westerns começaram a falir, que Leonard se iniciou nos policiais, alargando então as fronteiras do género que já tinha tido o seu apogeu com Dashiell Hammett e Raymond Chandler: “Os criminosos passaram a ser muitas vezes as personagens principais, o detective e o móbil do crime passaram para segundo plano; além disso, tornou os romances mais despojados

de descrições e os diálogos adquiriram uma nova força.

Eles são, de facto, o mais importante nos romances de Elmore Leonard. A história progride a partir das falas”, escreveu o crítico José Riço Direitinho. “Não há a voz de um narrador a levar a acção para a frente, são as personagens que dizem, e por vezes de um modo bastante inesperado, o que é que tem que acontecer a seguir. Todos os detalhes existem para fazer avançar a história.”

Quanto aos diálogos, ou melhor, quanto à sua linguagem e importância, o escritor desmitificava, lembrou o crítico: “Numa entrevista radiofónica Leonard disse, depois de lhe ser perguntado se andava muito pela rua a ouvir como as pessoas falavam: ‘Não preciso de andar pela rua. Andei muito em bares de jazz nos anos 40, encontrei todo o tipo de gente. O que me interessa não são tanto as palavras

usadas, mas a cadência do discurso, o ritmo. Deixar uma palavra de fora de vez em quando. Fazer com que aquilo soe verdadeiro ao leitor. Adequar a gramática à rua. Se me soa a escrito, reescrevo.’”

CONTINUAVA A TRABALHAR

Elmore Leonard continuava a trabalhar. Em mãos tinha o seu 46.º livro, disse a família numa nota à imprensa quando o autor de westerns e policiais estava ainda no hospital. O seu último livro, Raylan, foi publicado no final do ano passado nos Estados Unidos.

Vários dos seus livros estão publicados em Portugal, Na Casa de Honey (Teorema), Cuba Libre (Quetzal), Hot Kid (Teorema), Crianças Pagãs (Teorema), Um Bom Argumento (Difusão Cultural) , livro que deu origem ao filme Jogos Quase Perigosos (1995), de Barry Sonnenfeld com

John Travolta e Danny DeVito.Também o realizador Quentin Tarantino adaptou ao cinema Rum Punch, um dos romances do escritor. E o filme Romance perigoso, de Steven Soderbergh, em que George Clooney interpreta o assaltante de bancos Jack Foley também é baseado no romance Out of Sight de Elmore Leonard. “Raros foram os escritores tantas vezes adaptados ao cinema – nada menos do que 19 filmes foram inspirados em obras suas. Por exemplo, um clássico do western O Comboio das 3.10, de Delmer Daves.

Mas Elmore Leonard era sobretudo uma referência crucial no cinema de Tarentino”, diz ao jornal Público o crítico Augusto M. Seabra.

“Em Pulp Fiction e ainda mais em Jackie Brown, que era adaptado de um dos seus romances, em particular no estilo dos diálogos tão característicos de Tarantino é que ele se mostra mais devedor

de Leonard. Tarantino disse mesmo que o seu argumento de Amor à Queima-Roupa (realizado por Tony Scott ) ‘era como um romance de Elmore Leonard que ele nunca tinha escrito’.

Leonard foi o escritor que deu cartas de nobreza a um género considerado menor”, acrescenta o crítico.

Elmore Leonard nasceu em Nova Orleães, o seu pai era um quadro da General Motors e durante a sua infância e adolescência viveu em vários locais do sul dos EUA antes da família se instalar definitivamente em Detroit.

Antes de se licenciar em língua inglesa e em filosofia, esteve na Marinha, e mais tarde trabalhou na agência de publicidade Campbell Ewald. Foi durante essa época que em casa ia escrevendo westerns que vendia a revistas. O seu primeiro romance, The Bounty Hunters, foi publicado nos Estados Unidos em 1953.

cultura 15

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J.J. ABRAMS LANÇA UM STRANGER COMO O TRAILER MISTÉRIO DO VERÃO

Será um derivado de Perdidos?

M ESTRE das dúvidas e do acto de espalhar pistas, o realizador J.J. Abrams lançou esta semana um mistério para a Internet analisar: um trailer.

De quê? Não se sabe. A especulação galopa na web num momento em que se sabe que Abrams tem pela frente o sétimo capítulo da saga Guerra das Estrelas, mas também uma nova série de televisão e o seu primeiro romance. Stranger é para já um pequeno e estranho mistério.

O curto vídeo a preto branco, com o selo da produtora de Abrams, a Bad Robot, mostra uma figura masculina que aparentemente dá à costa numa rebentação na obscuridade. “Ele chegou sem saber nada de si mesmo. Quem é ele? Em breve ele saberá. Porque o que começa na água na água terminará – e o que lá acaba começará uma vez mais.

Isto é o que acontece: os homens ficam perdidos; os homens desaparecem; os homens são apagados e renascem”, diz a voz do narrador, terminando com a imagem de uma luz que revela um homem que nos encara – de boca cosida. Em fundo, um piano não anuncia nada de bom PUB

– ou, pelo menos, nada de leve. No canal do YouTube da Bad Robot, o vídeo tem já perto de um milhão de visualizações em cerca de 24 horas.

O vídeo apareceu na web na segunda-feira e está a ser alegre ou irritadamente discutido nas caixas de comentários dos sites noticiosos, no Twitter ou no Facebook sem que se chegue, claro, a qualquer conclusão. Há quem arrisque, meio a sério, meio a brincar, várias hipóteses sobre o seu significado.

Vamos aos factos: J.J. Abrams, o realizador que o mundo conheceu na televisão com as séries Felicity e Alias e que passou para a estratosfera dos criativos do audiovisual com projectos como Perdidos, Fringe ou a refundação da saga Star Trek em 2009, é um mestre do marketing do suspense. As suas provocações online, seja sob a forma de teaser trailers seja com o lançamento de sites de produtos ou portais fictícios, tendem a ser associadas aos seus projectos iminentes, mas também são uma forma de comunicar o valor do segredo na era em que tudo escapa para a Internet. E, claro, uma forma de criar conversas e antecipação sobre os produtos culturais que Abrams está nesse momento a promover. Fê-lo com Super 8, com Cloverfield (enquanto produtor) e com Perdidos (como criador) entre temporadas.

Competição de Jazz e Blues no Venetian

De 11 a 13 de Outubro, o Venetian recebe mais uma vez a competição de Jazz e Blues.

Com prémios no valor de cem mil a 500 mil dólares de Hong Kong, a edição Cotai Jazz & Blues deste ano vai permitir aos vencedores actuarem para os visitantes, na parte exterior do casino. As inscrições estão abertas – tanto para músicos individuais, como para bandas de até seis pessoas – e decorrem até ao dia 11 de Setembro.

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A

DESPORTO

RRANCOU nesta terça-feira a primeira de três fases de venda de bilhetes para o Mundial 2014 e a procura foi como os preços: elevada. Em apenas uma hora foram registadas 14.104 inscrições e os pedidos de bilhetes ascenderam a 81.821. Ao fim de sete horas, o número de bilhetes solicitados tinha ultrapassado o milhão — exactamente o número de ingressos disponíveis neste período de venda, que decorre até 10 de Outubro —, pelo que haverá lugar a um sorteio. A FIFA limita os pedidos a quatro bilhetes por partida, para no máximo sete jogos. Brasil, Argentina, EUA, Chile e Inglaterra foram os países responsáveis pela maioria dos pedidos, segundo dados divulgados ao início da noite pelo gabinete de imprensa da FIFA. “Imagino que estaremos diante de uma procura similar àquela que houve na Alemanha 2006, quando havia, em média, cerca de sete solicitantes para cada ingresso”, previa na segunda-feira o director de marketing da FIFA e responsável pela área de PUB

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MUNDIAL DE FUTEBOL PREÇOS ELEVADOS NÃO TRAVAM PROCURA DE BILHETES

14 mil pedidos em uma hora

venda de bilhetes, Thierry Weil. “Mas cada situação é específica. Na África do Sul 2010, por exemplo, vendemos 1,9 milhões de ingressos, mas uma grande parte desses era vendida já

durante o torneio, antes do jogo — porque, culturalmente, é como se compram ingressos lá”, acrescentou.

Os adeptos têm à disposição bilhetes de três categorias, conforme a zona

do estádio onde pretendem ficar. Os preços para o jogo de abertura, em São Paulo, vão dos 495 dólares (3710 patacas) na categoria 1 aos 330 dólares (2470 patacas) na categoria 2 e 220 dólares

(1650 patacas) na categoria 3.

Já um lugar na final, que será disputada no Maracanã, pode custar 990 dólares (7420 patacas) na categoria 1, 660 dólares (4950 patacas) na categoria 2 e 440 dólares (3300 patacas) na categoria 3. As pessoas residentes no Brasil dispõem, em exclusivo, de bilhetes da categoria 4, com preços mais acessíveis. Estudantes, adeptos com mais de 60 anos e beneficiários do Programa Bolsa Família ainda terão um desconto de 50% sobre os preços dos bilhetes desta categoria. Na prática, isto quer dizer que quem se inclua neste grupo pode ir à final por 165 reais (cerca de 500 patacas).

Mas isso não é suficiente para convencer os mais críticos. Num país onde o salário mínimo é de 678 reais (2110 patacas), os preços dos bilhetes para o Mundial 2014 são considerados proibitivos.

“Temos de ver o Campeona-

to do Mundo como parte de um processo de estandardização e, fundamentalmente, de elitização do futebol”, que tem por objectivo “a expulsão dos pobres dos estádios”, acusou Gustavo Mehl, do Comité Popular da Copa e Olimpíadas, citado pela agência AFP. Segundo o diário Folha de São Paulo, no topo dos jogos com maior procura de bilhetes estavam a partida de abertura e a final. No terceiro lugar surgia o último encontro da selecção brasileira na fase de grupos, em Brasília. O segundo jogo do Brasil, em Fortaleza, tinha um sector do estádio com procura elevada e dois com procura média.

A segunda fase de venda de bilhetes para o Mundial 2014 inicia-se a 8 de Dezembro, dois dias depois de serem conhecidos os resultados do sorteio da fase de grupos.

FUTILIDADES

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TEMPO

TROVOADAS

MIN

[TELE]VISÃO

26

MAX

30

HUM

80-98%

•

] C I N E M A

[

SALA 1

TDM 13:00 13:30 14:30 18:50 19:30 20:30 20:55 21:20 22:00 23:00 23:30 23:45 00:45 01:15

TDM News - Repetição Telejornal + 360° (Diferido) RTPi DIRECTO Caminho das Índias (Repetição) Vingança Telejornal TDM Talk Show Castle Sr.4 Caminho das Índias TDM News Resumo Liga dos Campeões Herman 2013 Telejornal (Repetição) RTPi DIRECTO

RTPi 82 14:00 14:35 15:30 16:00 17:00 17:20 18:20 19:10 20:00 21:15 22:05 22:15

Telejornal Madeira Poplusa Moda Portugal Bom Dia Portugal AntiCrise Portugal Aqui Tão Perto O Teu Olhar (Telenovela) Segredo de Justiça Jornal da Tarde O Preço Certo Ler +, Ler Melhor Verão Total

THE MORTAL INSTRUMENTS: CITY OF BONES [C]

Um filme de: Harald Zwart com: Lily Collins, Lena Headey,

Robert Sheehan, Kevin Zegers 14.15, 16.45, 19.15, 21.45

31 - STAR Sports 13:00 Mobil 1 The Grid 2013

13:30 Smash 2013 14:00 Asian Le Mans Series 2013

15:00 Singha Chiang Mai Open

16:00 Sports Max 2013/14

17:00 Mobil 1 The Grid 2013

17:30 Total Rugby 18:00 (LIVE) Score Tonight 2013

18:20 (LIVE) Indian Badminton League 2013

Hyderabad Hotshots vs. Mumbai Masters 22:00 Indian Badminton League 2013

Krrish Delhi Smashers vs. Mumbai Masters 22:20 (LIVE) Indian Badminton League 2013

Awadhe Warriors vs. Krrish Delhi Smashers 40 - FOX Movies 12:25 Madeline 13:55 Ice Age: The Meltdown 15:30 The Avengers 17:55 Bait 19:35 Scary Movie 4 21:00 The Three Stooges 22:35 Salt 00:15 True Justice 41 - HBO 11:35 The Lucky One 13:15 Source Code 14:45 My Best Friend’S Wedding 16:30 Mchale’S Navy 18:15 Peter Pan 20:10 Alice In Wonderland 22:00 Green Lantern 23:50 The Newsroom 00:50 Friends With Benefits 42 - Cinemax 12:00 The Dukes Of Hazzard 13:45 Fallen 16:00 King Creole 18:15 National Lampoon’S Animal House 20:15 Basilisk: The Serpent King 22:00 Captain America: The First Avenger 00:05 Spartacus: War Of The Damned

10.6

BAHT

0.2

YUAN

1.3

Cineteatro PERCY JACKSON: THE SEA OF MONSTERS [3D] [B] Um filme de: Thor Freudenthal com: Logan Lerman,

Sean Bean 19.30 Sala 3

Sala 2

PERCY JACKSON: THE SEA OF MONSTERS [B]

WHITE HOUSE DOWN

Um filme de: Thor Freudenthal com: Logan Lerman,

Sean Bean 14.30, 16.30, 21.30

WHITE HOUSE DOWN [C] Um filme de: Roland Emmerich com: Channing Tatum,

Jamie Foxx,

Maggie Gyllenhaal,

Jason Clarke 14.15, 16.45, 19.15, 21.45

M A C A U [ S Ã ] A S S A D O EQUIPAMENTO DE QUÊ?

30 - FOX Sports 13:00 Liga Bbva 2013/14 Almeria vs. Villarreal CF 14:30 Dutch Eredivisie 2013/14 Twente Enschede vs. FC Utrecht 16:00 Australian Athletics Championships 17:00 Toshiba Windsor Triathlon 18:00 (Delay) Louis Vuitton Cup Finals - Race 5 & 6 18:30 Riviera Maya Cup 2013 Bahamas vs. Mexico 19:30 (LIVE) FOX SPORTS Central 20:00 Liga Bbva 2013/14 La Liga World 20:30 The Football Review 2012-2013 21:00 Liga Bbva 2013/14 Weekly Review 22:00 FOX SPORTS Central 22:30 Thursday Fight Night With UFC 23:00 UFC Countdown/ Unleashed

EURO

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Foto: António Cambeta

POR MIM FALO

Pu Yi

O ensino superior e as competências

• Ora aqui está uma placa de publicidade interessante: “Cozimento equipamento.” Neste conjunto ento/ento, não se percebe, na verdade, se é suposto cozer o equipamento ou se se trata de equipamentos para cozer. Hing Wa saberá responder?

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA A PISTA DE GELO • Roberto Bolaño Tudo se passa durante um mês de verão numa praia do Mediterrâneo.

Há uma mansão arruinada, uma bonita patinadora em decadência, e a paixão de um autarca de província. É há um crime, nas diferentes versões de três narradores que se vão completando e corrigindo. Remo Móran, Gaspar Heredia e Enric Rosquelles estão ligados a esse acontecimento central e, sem o saberem, podiam tê-lo impedido. Pista de Gelo - que se constrói sobre as linhas características do projeto narrativo de Roberto Bolaño - é um espaço de reflexão sobre a corruptibilidade dos políticos, sobre a ação perturbadora do amor nas pessoas, sobre o desenraizamento, a amizade e a dissolução dos sonhos. E mostra-nos, sobretudo, que nada é o que aparenta ser, nada é bem o que nos contam; e que mesmo na ausência de sentido, a vida prossegue.

A ROSA NEGRA • Nora Roberts Rosalind Harper é uma mulher cuja experiência a tornou forte o suficiente para enfrentar qualquer situação. Viúva, com três filhos, resistiu a um segundo casamento desastroso e construiu a sua empresa de jardinagem que, mais do que um mero negócio, se transforma num símbolo de esperança e independência para ela. Mas agora Roz está a ser posta à prova e conta com a ajuda do dr. Mitchell Carnegie, contratado para investigar a identidade da Noiva Harper. Só que o tempo escasseia para descobrir a verdade antes que a imprevisível aparição destrua a única pessoa que a poderá ajudar a descansar em paz.

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

Começo desde já por uma explicação: sei que vivo na China e não em Portugal, mas já que vivo no meio de uma plataforma com os países de língua portuguesa, vou usar um exemplo de Portugal.

Lá, o ensino superior está em crise, como tudo o resto, e tem havido um declínio no número de alunos. Mas essa quebra é sinal dos tempos de crise que se vivem na Europa: as propinas são caras e os salários são baixos, sem falar da alta taxa de desemprego.

Em Macau, a baixa percentagem de população que frequenta o ensino superior, por comparação com outros níveis de ensino, explica-se por outros motivos: não é preciso estudar. Para quê tirar medicina, artes, arquitectura, design, se se pode ganhar muito mais como croupier? Para que esforçar-se, se se pode tirar um curso de tradução e trabalhar como técnico na Função Pública? É uma pena que a política do facilitismo impere por aqui, porque apesar de ser um novato nestas coisas, acredito que Macau tem um potencial que não está a ser explorado. A falta de visão política é um dos motivos.

As histórias de licenciados em diversas áreas que se rendem aos atractivos das salas de jogo são várias e só o dinheiro importa, numa terra onde este existe demasiado. É inacreditável que, por exemplo, os salários na saúde sejam mais baixos do que nos casinos. Quem acaba por sofrer é a população. Não há um único curso de história de arte em Macau, um território com tanta história, e este é apenas um exemplo de várias áreas académicas que não se desenvolvem, talvez porque não dêem dinheiro.

Claro que as poucas entradas no ensino superior da parte de locais traz uma consequência: a falta de competências.

Quando especialistas, deputados e Governo dizem que os residentes devem ocupar cargos de topo, também devem ter no seu discurso que os locais têm de estudar, saber línguas e ter visão. Acredito que os haja, dispersos no meio da multidão. Mas têm de vir ao de cima.

OPINIÃO

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Emigrantes e maus políticos JAN BRUEGHEL IL VECCHIO, PAISAGEM COM VIAJANTES

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O

Fernando Santos in Jornal de Notícias

verão, o mês de Agosto em especial, não é só o período nobre da “silly season”, isto é, da multiplicação exponencial dos comportamentos asnáticos por metro quadrado.

No pino do calor o país livra-se da injecção de angústia propagada em cada espaço noticioso da Comunicação Social, substituindo-a pela frivolidade do casa-descasa, e dos namoricos, e das festarolas do croquete de uma certa sociedade lisboeta (e “vendidos” a ela...) muito construída na base do verniz de quinta apanha.

Só uma outra marca, de muito maior substância, faz a diferença no Portugal de Agosto: a do regresso dos emigrantes para matar saudades e dar vida a um Interior desertificado e ao qual, sem escapatória, continuam fixados os familiares carcomidos pelas saudades e pela velhice.

Houve um tempo no qual a fuga à guerra colonial e à miséria levou os portugueses à emigração. Os anos 60 e o início da década de 70 do século passado avolumaram a comunidade nacional espalhada pelo Mundo.

Vítimas da impreparação, o garrafão de cinco litros e o presunto albergado no “bidonville” marcaram uma época. O esforço dessa gente de então gerou riqueza, integração nos países de acolhimento e, inclusive, inveja dos que por cá olhavam de soslaio o duvidoso gosto na construção de “maisons” e o ar anafado como, montados em carros de aluguer, surgiam nas romarias e nas festarolas de aldeia.

Hoje os tempos são outros.

A comunidade emigrante passou por uma

fase de estabilização e a segunda geração foi-se, aos poucos, desligando dos lugares de origem dos familiares. Por cá, entretanto, o país preparou melhor a sua juventude, sobretudo através do acesso universal ao Ensino. Simplesmente, o processo tornou-

O estado desgraçado a que Portugal chegou inverteu o conceito vigente sobre os emigrantes. O verão português é marcado (ainda) pelo regresso às origens de milhares de emigrantes, mas já com outro estatuto. Reluzem nas estradas os carrospropriedade de matrícula francesa, alemã, suíça, luxemburguesa e por aí fora, e o matar de saudades faz-se mais a espaços. Cada vez mais dos velhos pais e avós, a caminho da extinção pela lei da vida; cada vez menos do pão com chouriço ou do folclore animador das verbenas

-se incompleto, a aposta na especulação financeira em vez do investimento no sistema produtivo só podia fazer colapsar a economia e o Portugal actual reincide em só permitir uma escapatória de futuro aos seus cidadãos: fazer as malas e partir. Agora mais bem preparados, para um mundo de horizonte mais aberto.

O estado desgraçado a que Portugal chegou inverteu o conceito vigente sobre os emigrantes. O verão português é marcado (ainda) pelo regresso às origens de milhares de emigrantes, mas já com outro estatuto.

Reluzem nas estradas os carros-propriedade de matrícula francesa, alemã, suíça, luxemburguesa e por aí fora, e o matar de saudades faz-se mais a espaços. Cada vez mais dos velhos pais e avós, a caminho da extinção pela lei da vida; cada vez menos do pão com chouriço ou do folclore animador das verbenas.

Os governantes de Portugal, os passados e os actuais, não têm motivos para se orgulhar.

O sentimento geral da comunidade emigrante está longe de ser espelhado em todos quantos ainda visitam o rincão natal.

Os jovens e a meia-idade cujo destino de trabalho nos anos recentes apontou aos mercados da Europa, por exemplo, só querem cá voltar por curtíssimo tempo e enquanto tiverem os pais e os avós vivos... ou não os transferirem para os países de recepção. Portugal para eles transformou-se no país do desconforto, da miséria, da falta de garantias de qualidade mínima de sobrevivência - e em contraponto à vida digna que levam. Esses são os emigrantes a justificar uma reflexão profunda. Recusam um Portugal vergonhoso, construído por uma classe política incompetente e incapaz de esconder a cara. Por vergonha. E decoro.

opinião 19

hoje macau quinta-feira 22.8.2013

Ricardo Pinho

disse-me um passarinho...

twitter.com/ricardo

Ideia para combater a precariedade laboral: acabar com os estágios — todo o tipo de estágios.

LEOCARDO

bairro do oriente

Espertos são os cães Os taxistas são uma versão revista e aumentada dos agiotas e dos corsários do alto mar, sem dúvida, mas têm atenuantes que nos levam a entender melhor a sua ganância e desprezo pelos valores da solidariedade e da entreajuda. As companhias de seguros não cobrem eventuais acidentes nos dias de tufão, o que significa que a alternativa a pagar uma tarifa criminosa por uma boleia é…ir a pé. Além disso a atribuição de uma licença de táxi fica actualmente em centenas de milhar de patacas, e esse dinheiro tem que vir de algum sítio, e não será da ilusória árvore das patacas de que tantos falam. Não surpreende portanto que se registe um aumento no número do pedidos de ambulância em casos onde não se justifica a emergência.

Para quem tem uma criança com febre em casa, sem carro, e na impossibilidade de

encontrar um táxi para ir até ao hospital, o que deve fazer? Rezar à Nossa Senhora da Agonia e esperar um milagre?

E como sair desta sinuca? Que todos os agregados familiares tenham transporte próprio? Boa ideia, mas numa cidade pequena como é Macau, onde o número de automóveis vai além do recomendável, de nada vale ter carro se fôr para ficar parado no meio do trânsito. Isto não impede os residentes de tentar, e muitos aproveitaram o plano de aperfeiçoamento contínuo do Governo para tirar a carta de condução. Os responsáveis pelo plano, que ingenuamente esperavam que os beneficiários das cinco mil patacas fossem tirar cursos de informática ou ter aulas de caligrafia chinesa, pensam em retirar do pacote a carta de condução, por considerarem o curso “não nuclear”.

GEORGE CATTERMOLE, CELLINI E OS LADRÕES

O

Chefe do Executivo foi na última quinta-feira à Assembleia Legislativa responder a questões dos deputados, aproveitando para abordar alguns temas pertinentes da actualidade de Macau. Entre outros esteve a insatisfação com o serviço de táxis por parte tanto de residentes como de turistas, e o “timing” não podia ter sido melhor: Chui Sai On foi ao hemiciclo no dia seguinte à passagem da tempestade tropical Utor, e como se sabe, é durante os dias de tufão que os abusos dos taxistas atingem o seu clímax, chegando a cobrar quinhentas patacas ou mais por uma corrida até ao aeroporto, quando num dia normal o mesmo percurso faz-se com uma nota de cem, aproximadamente. Chui recomendou aos homens do carro preto “que fiquem em casa”, pois não é à toa que são emitidas recomendações nesse sentido cada vez que é içado o sinal 8 de tempestade tropical. Uma fórmula simples para evitar que se cometam erros, muito popular por estas bandas: não fazer. Alternativas para quem necessita de transporte em caso de tufão? Népias. Querem o quê, que o nosso chefe tenha a solução para todos os males do mundo?

Pensem também vocês um bocadinho, vá lá. É difícil prever a chegada de um tufão, e não passa pela cabeça de ninguém que um turista que está a caminho de Macau dê meia-volta quando a meio do percurso é içado o sinal 8, que lhe vai causar um monte de sarilhos. São às centenas os visitantes que atravessam a fronteira das Portas do Cerco e deparam com uma cidade suspensa, sem transportes públicos e outros serviços que normalmente se encontram à sua disposição em dias normais. Quem se aproveita dos rigores do clima das monções são os taxistas, que se tornam reis e senhores perante o desespero de quem está carregado com malas, tem reservas nos hotéis, e em alguns casos crianças a seu cuidado. A capacidade negocial é enorme, e já faltou menos para que os taxistas de ponham em cima do carro e ofereçam os seus préstimos a quem pagar mais, como num leilão. Quem dá mais?

Vale tudo na terra das oportunidades e do lucro fácil.

Macau é uma terra de espertos, e não há regra, por muito bem intencionada que seja quem a faça, que não possa ser contornada por quem dela quiser tirar dividendos pessoais.

Até a distribuição dos vales de saúde, um plano destinado a amenizar as despesas médicas aos seus beneficiários, foi pretexto para a chico-espertice, com as senhas a serem trocadas por barbatanas de tubarão e outras porcarias, com o conluio das farmácias chinesas que aderiram ao esquema do Governo, que tinha uma finalidade benemérita

As escolas de condução protestam, alegando que os residentes “têm necessidade de conduzir” – e eles necessidade do dinheiro das aulas, lógico. Eu até diria que isto é uma pescadinha de rabo na boca, não fosse pelo facto de gostar tanto de pescadinhas. Isto é um ciclo vicioso. Vicioso e mau, composto de gente gananciosa, mesquinha e egoísta, que só olha para o seu próprio umbigo.

Macau é uma terra de espertos, e não há regra, por muito bem intencionada que seja quem a faça, que não possa ser contornada por quem dela quiser tirar dividendos pessoais. Até a distribuição dos vales de saúde, um plano destinado a amenizar as despesas médicas aos seus beneficiários, foi pretexto para a chico-espertice, com as senhas a serem trocadas por barbatanas de tubarão e outras porcarias, com o conluio das farmácias chinesas que aderiram ao esquema do Governo, que tinha uma finalidade benemérita. Os únicos que não conseguiram virar o bico ao prego que os deixa presos ao chão são as agências imobiliárias, que por causa da nova lei que regulamenta a sua actividade, ficaram com pouca margem de manobra para cozinhar o seu “caldinho” com a venda o arrendamento de casas. A estes e todos os restantes na mesma situação não resta mais nada senão protestar, bater com o pé, fazer barulho. Como se atreve o Governo a interferir com o seu direito ao saque?

Até acho uma certa piada a esta elasticidade mental de que são dotados muitos dos nossos cidadãos. Quem não aprecia uma boa dose de ratice e de improviso, que nos leva a procurar atalhos por becos e travessas, quando nos é dito para seguir a direito, pelo único caminho que é permitido, mas é também o mais longo e penoso? É por isso que gostamos mais do Robin dos Bosques, um marginal, do que o xerife de Nottingham, que está do lado da lei. O pior vai ser quando chegar a hora de deixar de lado a esperteza e precisar de recorrer à inteligência. Ser esperto não é a mesma coisa que ser inteligente, e para agravar as coisas estamos rodeados de espertalhões, que são espertos elevados à máxima potência. É mais difícil ser inteligente, pois requer que se pense, estude, se escutem opiniões diversas e se faça uma reflexão profunda antes de decidir. Ser esperto é fácil, pois como se diz na minha terra, “espertos são os cães”.

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hoje macau quinta-feira 22.8.2013

Síria Activistas acusam Governo de usar armas químicas

Portugal consegue colocar mil milhões em dívida

Portugal colocou esta quartafeira mil milhões de euros em dívida pública, o máximo que pretendia, a três e 12 meses. A procura foi forte e a taxa de juro baixou no prazo mais longo e subiu no prazo mais curto. De acordo com dados da Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), a taxa média a três meses subiu para 0,766%, face aos 0,743% do anterior leilão; na maturidade a 12 meses, a taxa média ponderada desceu 1,619%, face aos 1,72% do anterior leilão. A procura pelos Bilhetes a três meses excedeu a oferta em 3,4 vezes e no prazo a 12 meses a taxa de cobertura.

cartoon por Stephff

SARAU DE PIANO NA FUNDAÇÃO RUI CUNHA COM O APOIO DA ELITE

Música e convívio juntos É PUB

já a partir da próxima sexta-feira que tem início um ciclo de piano, aberto ao público, na Galeria da Fundação Rui Cunha, proporcionado por elementos da ELITE - Associação para a Criatividade e Cultura Musical.As sextas estão, a partir desta semana, reservadas a um sarau de piano, das 18 às 20 horas.

Forest Kam, um conceituado director musical de artistas de Hong Kong, e também presidente da direcção da ELITE, será o convidado especial desta semana, que irá presentear os ouvintes com músicas que vão desde o clássico ao pop ocidental e chinês. Mas o objectivo é que seja o público, com talento, a apoderar-se do piano e a mostrar os seus dotes, interpretando a sua música. “A maior parte dos nossos membros irão tocar mas qualquer pessoa está convidada e é bem-vinda a participar.

Será uma actividade interactiva”, conta Elaine Mok, presidente da ELITE, ao HM, mostrando-se entusiasmada com o convite dirigido pela Associação Rui Cunha. Até porque, explica, “muitas vezes as pessoas não têm coragem para tocar perante o público, sobretudo, as crianças”.

Mas a ideia é essencialmente encontrarem-se pessoas, de diferentes backgrounds, para partilharem experiências e passarem um bom momento de lazer após o trabalho. “A ideia é que as pessoas possam ter o hábito de se encontrarem para partilharem um bom momento musical e de convívio e, por outro lado, partilharem o gosto pela música”, explica a também advogada Da associação sem fins lucrativos, que promove a criatividade musical, fazem parte pessoas de diferentes áreas, tais como médicos, engenheiros, professores, advogados bem como, naturalmente, pessoas ligadas ao mundo artístico, tais como professores de música.

Os objectivos da associação passam por providenciar treino musical e serviços de aconselhamento para jovens, de forma a que possam desenvolver o seu potencial e realizarem os seus objectivos.

O momento musical, excepcionalmente, não terá lugar na sexta-feira, dia 30 de Agosto, devido a outras actividades já reservadas no espaço. - R.M.R.

O líder da oposição síria pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU a propósito da ofensiva governamental em Damasco, onde morreram pelo menos 100 pessoas, vítimas, alegadamente, de gases tóxicos. Circulam várias fotos de mortos empilhados, muitos deles crianças, sem quaisquer ferimentos visíveis. “Peço ao Conselho de Segurança da ONU uma reunião urgente para assumir as suas responsabilidades perante esta matança”, disse Ahmad Jarba ao canal Al-Arabiya, insistindo que seja investigado o uso de armas químicas no ataque. A suspeita surge numa altura em que uma missão das Nações Unidas se encontra no país para investigar o possível uso deste tipo de armas. A Liga Árabe solicitou à missão que visite de imediato a região de Damasco que supostamente foi atacada por armas químicas.

Segundo o site da Al Arabiya, que cita as denúncias dos activistas sírios, o ataque poderá ter causado 650 mortos na região de Ghouta, incluindo várias crianças, confirmadas por fotos tiradas por locais, no bairro Arbeen, e autenticadas pelas agência AP.

Colar forjado com material extraterrestre

Um estudo científico revela a descoberta dos objectos de ferro mais antigos de sempre, num cemitério egípcio, e que foram forjados a partir de meteoritos. O estudo foi publicado na revista Journal of Archaeological Science e explica que o objeto em causa é um colar com cerca de cinco mil anos.

Descobertos em 1911 em El-Gerzeh por um grupo de investigadores britânicos, os objectos não foram forjados com material terrestre e sim por ferro oriundo de meteoritos.

Segundo a agência AFP, os materiais estão no Museu Petrie do University College de Londres.

Bento XVI explica porque resignou

O papa emérito Bento XVI afirmou que foi Deus quem lhe disse para renunciar ao pontificado. Durante um dos poucos encontros a que acedeu depois de entrar em retiro, Bento XVI, ao ser questionado sobre a razão da sua decisão, respondeu: “Disse-me Deus”, avança a mesma agência Zenit. Ratzinger explicou que não se tratou “de nenhum tipo de aparição ou outro fenómeno do género”, mas de “uma experiência mística”, - a que já tinha aludido quando explicou publicamente a resignação -, na qual, Deus “fez crescer no seu coração um desejo absoluto de permanecer sozinho com ele, recolhido em oração”. De resto, Bento XVI comentou que à medida que observa o papa Francisco, tem cada vez mais certeza de que a sua decisão foi a “vontade de Deus”.