Hoje Macau 22 SET 2016 #3662

Page 1

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

QUINTA-FEIRA 22 DE SETEMBRO DE 2016 • ANO XVI • Nº 3662

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

hojemacau

DEMÊNCIA | NOVO CENTRO

Oficina da memória AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

GRANDE PLANO

“REFERENDO CIVIL”

HOVIONE

ALOJAMENTO ILEGAL

Tragédia e farsa

História Estranhos Uma lei sem interminável fumos calendário Exorcismos JOSÉ DRUMMOND

PÁGINA 4

PÁGINA 7

PÁGINA 5

MANUEL AFONSO COSTA

h


2

DEMÊNCIA INAUGURADO NOVO CENTRO DE DIAGNÓSTICO NO SÃO JANUÁRIO

CAIXINHA ´ DE MEMORIAS

GCS

GRANDE PLANO

O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, inaugurou ontem o Centro de Diagnóstico e Tratamento de Demência, que vai funcionar junto às novas urgências do São Januário. Terá capacidade para atender até 30 doentes por dia, com uma lista de espera de um mês. Não estão previstas novas contratações

É

a segunda inauguração dos Serviços de Saúde (SS) no espaço de meses, mas desta vez a pensar nos mais velhos que sofrem de perda de memória progressiva. No novo Centro de Diagnóstico e Tratamento de Demência há mesmo uma sala que parece saída do século passado, com sofás e bordados brancos e fotografias de uma Macau que já não existe espalhadas pelos corredores. Na sala da nostalgia, a pequena caixa de música com a bailarina, o ábaco e o velhinho bule ajudam a buscar pedaços de uma memória já frágil, mas que precisa de ser tratada. A pensar no Dia Mundial do Alzheimer, que se celebrou ontem, o Secretário para osAssuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, inaugurou o Centro que vai funcionar bem junto às novas urgências do São Januário e que terá capacidade para tratar entre

20 a 30 doentes por dia. Ali serão tratados os pacientes encaminhados a partir dos centros de saúde, sendo que no espaço haverá uma concentração dos serviços já existentes. “Os casos encaminhados para aqui poderão levar cerca de um mês [a serem analisados]. Esperamos reduzir o mais possível no futuro”, disseAlvis Lo, médico pneumologista que trabalha no hospital na área da Geriatria e que vai coordenar o novo Centro. O espaço terá salas de avaliação de funções cognitivas, salas de diagnóstico e tratamento médico e médicos especialistas em Geriatria, Psiquiatria e Neurologia. Contudo, segundo Alvis Lo, não está prevista a contratação de mais profissionais de saúde para este novo local. “Estamos bem preparados em termos de recursos humanos. Temos três consultas profissionais - Geriatria, Psiquiatria e Neurologia - e estes médicos vão continuar com os trabalhos. Não

“Estamos bem preparados em termos de recursos humanos. Temos três consultas profissionais Geriatria, Psiquiatria e Neurologia - e estes médicos vão continuar com os trabalhos” ALVIS LO MÉDICO COORDENADOR DO CENTRO


3 hoje macau quinta-feira 22.9.2016 www.hojemacau.com.mo

Proteger os mais velhos Secretário visita centro que apoia 230 utentes

O

QUATRO MIL DOENTES

Não será fácil chegar até ali e admitir as doenças da perda de memória. Segundo Alvis Lo, nem todos aceitam ser avaliados. “Desde que a pessoa não recuse a avaliação no centro de saúde, da nossa parte o tempo pode ser bastante reduzido. Muitas vezes as pessoas recusam receber a avaliação dessa doença no centro de saúde.” Hoje existirão cerca de quatro mil doentes em Macau, mas continuam a

“Pretendemos estudar a viabilidade da constituição de um sistema de registo de dementes que possa ser útil na elaboração de políticas e na gestão de pacientes e dos serviços de acompanhamento necessários”

À CONVERSA

ALEXIS TAM SECRETÁRIO PARA OS ASSUNTOS SOCIAIS E CULTURA faltar dados oficiais. “Há cinco anos já tínhamos uma consulta externa sobre a perda de memória. Mas em Macau não sabemos exactamente quantos são os doentes com demência, ainda que se estime que haja cerca de quatro mil doentes e mil casos confirmados”, acrescentou o coordenador do Centro. Alexis Tam garantiu no seu discurso que estes números têm tendência a subir. “Com o envelhecimento da população e com o aumento da esperança média de

“Em Macau não sabemos exactamente quantos são os doentes com demência, ainda que se estime que haja cerca de quatro mil doentes”

Alexis Tam, acompanhado do seu chefe de Gabinete, Ip Peng

vida, prevê-se que este número vá aumentar.” Para isso já estão a ser pensadas medidas, como a criação de uma base de dados, como já tinha avançado o HM numa reportagem sobre o assunto. “Pretendemos estudar a viabilidade da constituição de um sistema de registo de dementes que possa ser útil na elaboração de políticas e na gestão de pacientes e dos serviços de acompanhamento necessários”, referiu o Secretário. Para além disso, “será criado um grupo de prevenção e tratamento da demência no âmbito da Comissão de Prevenção e Controlo das Doenças Crónicas, a quem é incumbida a função de estabelecer laços de colaboração com associações e organizações da sociedade, por forma a promoverem os trabalhos de sensibilização”, concluiu Alexis Tam. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

HOJE MACAU

recrutamos novos médicos mas continuamos com os médicos que temos, vamos redistribuir os trabalhos.” O novo Centro chega mais de um ano depois da inauguração das novas urgências, sendo que não terá sido necessário um grande investimento, garantiu Alvis Lo. “O espaço estava destinado para as consultas da urgência, já tínhamos os equipamentos. Não tivemos um grande investimento.”

Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura visitou ontem o Centro de Cuidados Especiais Longevidade, na Taipa. A funcionar desde 1998, o espaço está desde o ano passado a prestar cuidados a doentes que sofrem de várias patologias ligadas à demência. É, aliás, a única unidade na RAEM a fazê-lo. No dia em que a demência foi o tema, e em que se assinalou o Dia Mundial do Alzheimer, Alexis Tam chegou pontualmente às 15h00 para fazer a visita. Uma visita guiada, onde foi possível visitar várias salas para acompanhamento de idosos. Aqui, são estimulados a fazer várias actividades para ocupar os seus dias, mas sobretudo para continuar a exercitar o cérebro e prevenir doenças degenerativas do foro psiquiátrico. “Actualmente esta instituição tem capacidade para prestar cuidados a 230 utentes, todos em regime externo. Vinte e cinco vagas são destinadas a portadores de demências, sendo que neste momento existem 18 casos já identificados”, disse Paul Pun, Secretário Geral da Cáritas, que também esteve presente durante o encontro. A Instituição, que funciona com apoios do Governo, da Cáritas e também graças a trabalho voluntário, presta também apoio domiciliário, estando neste momento a acompanhar 80 casos.

Kin, e da Presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Vong Yim Mui, começou a visita pela sala de escrita. Munidos de pincéis e grandes folhas de papel, alguns idosos pintavam caracteres chineses. Tam esteve à conversa com alguns deles e questionou-os se estavam satisfeitos com as políticas de saúde levadas a cabo pelo Governo. A resposta foi positiva e veio pela boca de uma voluntária que ocupa os seus dias na instituição a ajudar quem mais precisa. A mulher estudou Medicina Chinesa durante seis anos e esteve mais quatro a aprender medicina ocidental. Entretanto, o filho teve uma doença e acabou por morrer, pelo que se dedica agora a ajudar quem mais precisa. Continuando a visita, o Secretário mostrou-se surpreendido com as instalações, nomeadamente o refeitório que, “apesar de ser um espaço pequeno é arejado, bem ventilado e com muita luz”, disse. Alexis Tam reforçou que as necessidades da população mais velha são uma preocupação para o actual Governo. “Com uma esperança de vida cada vez maior, Macau tem já uma população envelhecida e com ela vêm as dificuldades cognitivas”, daí a importância de serem criados mais espaços para diagnóstico precoce e tratamento das demências. Alexis Tam garantiu que uma nova unidade vai abrir na zona da Areia Preta, mas ainda não tem data marcada. HM


4 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

Uma nova carta do Gabinete de Protecção de Dados Pessoais chegou às mãos do grupo que organizou o ‘referendo civil’ de 2014 sobre as eleições do Chefe do Executivo. O Comité pode vir a ter de pagar uma multa que pode ir até às 40 mil patacas, mas não sem antes – como assegura o grupo – de uma luta em tribunal

‘Referendo’ ORGANIZADORES PODEM SER MULTADOS MAS AMEAÇAM COM TRIBUNAL

Até à última instância

vidades onde as pessoas podem, de facto, exprimir a sua opinião”, frisou, acrescentando que as acusações nesta carta são as mesmas de há dois anos. O Comité já respondeu ao GPDP “com avaliações de juristas”, onde se incluem o local António Katchi e o investigador de Hong Kong Kai Yeung Wong, mas promete – se necessário – ir mais longe. “Estamos dispostos a ir para tribunal se o GPDP decidir multar. Vamos até à última instância para defender a liberdade de expressão das pessoas de Macau”, frisou Chao, acrescentando que, para assegurar os custos, há-de haver soluções como “uma recolha de fundos”. O Comité ameaça ainda enviar documentos a relatar o sucedido a entidades de dados pessoais europeias, com quem o GPDP troca informações e baseia a legislação de Macau. Para Chao, “há uma interpretação muito defeituosa da lei” e “falhas fundamentais” no entendimento das directrizes europeias, sob a qual assentam os diplomas da RAEM. “Não violamos a vida privada dos cidadãos, demos-lhes o direito de exercerem a sua opinião”, indica Jason Chao, recordando que, como manda a lei, os dados foram apagados depois da eleição de Chui Sai On.

ASSOCIAÇÃO NOVO MACAU

POLÍTICA

O

Gabinete de Protecção de Dados Pessoais (GPDP) pode vir a multar o Comité Organizador do Referendo Civil sobre a Eleição do Chefe do Executivo 2014. Dois anos depois de três associações civis terem realizado um inquérito ao qual chamaram “referendo civil”, o organismo liderado por Vasco Fong enviou uma carta a Jason Chao, promotor e administrador do grupo, onde diz que o Comité pode vir a ter de pagar uma multa por “recolha ilegítima de dados”. Os organizadores assumem estar dispostos a ir para tribunal. Em 2014, por considerarem que não havia permissão para participação cívica na escolha do líder do Governo – uma vez que é uma Comissão liderada por 400 pessoas que faz essa escolha -, a Macau Consciência, a Juventude Dinâmica de Macau e a Sociedade Aberta de Macau formaram o Comité. Composto por duas questões, o inquérito focava-se em perceber se as pessoas queriam o sufrágio universal em 2019 e se confiavam na candidatura a solo de Chui Sai On. A expressão ‘referendo civil’ foi inspirada em sondagens feitas em Hong Kong com o mesmo nome, mas o Governo local e o Central rotularam de imediato a actividade como “ilegal”. Na falta de leis que proíbam a realização de referendos não oficiais, a organização considerou a acção

TRAVAGENS À BRUTA? do Executivo como um ataque à liberdade de expressão. Apesar de ter reunido mais de nove mil votos, o facto de terem sido recolhidos dados pessoais – ainda que autorizados pelos votantes – como o telefone e número do BIR, levou a um primeiro aviso do GPDP, que culminou com a detenção de Chao, Scott Chiang (activista e membro do Comité) e três outros voluntários que estavam nas mesas de ‘voto’. Depois outros vieram. “Dois anos depois do fim do referendo, as consequências não acabaram”, relembrou ontem Jason Chao. “Foram abertos pelo menos três procedimentos contra os organizadores: a primeira carta do GPDP foi um aviso para pararmos de recolher dados e apagá-los todos. Depois [da detenção], foi uma outra, a dizer que teríamos de ser

“Estamos dispostos a ir para tribunal se o GPDP decidir multar. Vamos até à última instância para defender a liberdade de expressão das pessoas de Macau” JASON CHAO ANM ouvidos porque poderíamos estar a transferir estes dados para fora de Macau. E agora, esta.” Esta é uma carta que chegou a 26 de Agosto às mãos do Comité e que indica que os organizadores poderão ter de pagar “entre quatro

mil a 40 mil patacas” por “infracção administrativa”, que se prende com “a recolha ilegítima de dados pessoais”.

SEM MP, MAS COM “MEDO”

Sem qualquer acusação formal do Ministério Público contra os detidos - algo que “ainda pode acontecer” mesmo que já tenham passado mais de dois anos – a carta do GPDP chega numa altura em que a Associação Novo Macau, ligada à Macau Consciência e cujos membros são os mesmos do Comité, levou a cabo uma votação alternativa para dar nomes aos pandas bebés, onde também recolheu dados. A carta, contudo, especifica o evento de 2014. “Cremos que [a carta] poderá ter chegado por causa dos pandas, sim. Achamos que o Governo teme que seja moda este tipo de acti-

Para o Comité não há dúvidas: o que o Governo está a tentar fazer é “impedir” que actividades deste género – “onde se ouve o que realmente pensa a população de Macau” – sejam realizadas. Isto porque, defendem Chao e Chiang, sem número de BIR, as opiniões poderiam ser fabricadas. “Eles estão a tentar descredibilizar este tipo de acções, sem dados pessoais que comprovem [que as opiniões são verdadeiras]. O GPDP dá a entender que vai punir todas as organizações que façam actividades semelhantes. Nós estamos a encorajar as pessoas a dar a sua opinião, seja a nível político ou não.” Sobre se fariam novo ‘referendo civil’, o Comité diz que “depende” das necessidades da sociedade, mas que estaria disposto a mais actividades deste tipo. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo


5 POLÍTICA

hoje macau quinta-feira 22.9.2016

Alojamento Ilegal LEI AINDA EM ANÁLISE E ATRASADA

Agosto já se foi

Os deputados garantiram, em Abril, dois meses para que houve algo de definitivo sobre a revisão da Lei de Proibição de Prestação Ilegal de Alojamento e marcaram Agosto como data da entrega da proposta pelo Governo. Mas o diploma ainda está em análise nas secretarias da Justiça e Segurança

A

revisão da Lei de Proibição de Prestação Ilegal de Alojamento ainda está a ser analisada pelos departamentos do Governo, apesar dos deputados terem tentado que o diploma chegasse ao hemiciclo em

Agosto. Em vigor há mais de cinco anos, a lei tem levantado questões relativamente à sua eficácia, muito por não ter força incriminatória. No início deste ano, a Comissão de Acompanhamento para os Assuntos da Administração Pública da Assembleia Legislativa (AL) voltou

a pressionar o Executivo quanto à necessidade de rever a lei porque considerava que a situação tem vindo a piorar. Chan Meng Kam, presidente da Comissão, relembrava até que os próprios representantes do Governo concordaram que existe a necessidade de revisão.

Uma das ideias que o Governo tinha vindo a defender prendia-se com a transferência de poderes na aplicação da lei dos técnicos da Direcção dos Serviços de Turismo (DST) para os agentes da PSP. Mas, meses depois de terem de pedirem a criminalização das pensões ilegais, os deputados que compõem a Comissão voltaram com a palavra atrás. Depois de “ouvir os esclarecimentos do Governo”, deixaram de insistir na criminalização com medo que estarem a “sobrecarregar” os recursos da PSP. Num relatório da AL, Chan Meng Kam garantia que em Junho o Governo iria apresentar uma solução definitiva e que a revisão da lei iria ser levada ao hemiciclo até Agosto, mês em que chegou ao fim a sessão legislativa. Agora, não há calendário. “A revisão da Lei de Proibição de Prestação Ilegal de Alojamento encontra-se de momento a ser analisada pelos departamentos res-

Chan Meng Kam garantia que em Junho o Governo iria apresentar uma solução definitiva e que a revisão da lei iria ser levada ao hemiciclo até Agosto, mês em que chegou ao fim a sessão legislativa. Agora, não há calendário ponsáveis pelas áreas de Justiça e de Segurança”, começa por indicar a DST numa resposta ao HM. “[O organismo] divulgará informações actualizadas assim que disponíveis, em momento oportuno”, conclui.

POR EXPLICAR

GCS

A DST não responde, por exemplo, se a PSP terá, de facto, mais poderes ou se há qualquer perspectiva sobre quando poderá esta lei ser analisada pelos deputados. Dados da DST e do Instituto de Habitação apontam para mais de 500 casos confirmados de prestação ilegal de alojamento em Macau, aos que se acrescentam “mais de 40 casos” suspeitos relacionados com habitações públicas, ainda que nem todos estejam concluídos. Na AL, a deputada Song Pek Kei chegou a pedir ao Executivo a revisão da lei por considerar que muitos espaços estavam associados a casos de sequestro, entrada e permanência ilegal em Macau, prostituição ou consumo e tráfico de substâncias ilícitas. Uma das maiores dificuldades na punição dos infractores é perceber quem são os donos das fracções. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

A

deputada Wong Kit Cheng entregou uma interpelação escrita ao Governo onde pede a revisão da Lei de Protecção de Dados Pessoais, considerando que a mesma está em vigor há dez anos e já não consegue acompanhar os crescentes casos relacionados com dados pessoais e com o crescimento do comércio electrónico. No final do ano passado, Vasco Fong, coordenador do Gabinete para a Protecção de Dados Pessoais (GPDP), avançou que em 2016 o grupo de trabalho iria avançar com a revisão

Avançar é preciso

Deputada Wong Kit Cheng pede revisão da Lei de Dados Pessoais

do diploma, mas no início deste ano voltou com a palavra atrás. A lei tem erros, admitiu numa conferência de balanço, mas para uma revisão é preciso fazer estudos e analisar partes importantes, algo que ainda não está concluído. Wong Kit Cheng deu como exemplo as recentes propostas de gravações áudio no interior dos táxis, os dados que envolvem os trabalhadores do Jogo e o

sistema de troca de registos médicos, que envolvem dados pessoais. Citando o exemplo referido no último relatório anual do Gabinete, que fala da multa aplicada ao motor de busca Baidu, Wong Kit Cheng fala da necessidade de uma actualização, referindo que os mapas online começaram a ser utilizados há muitos anos. O motor de busca foi multado por ter feito a recolha e a transferência

de imagens de Macau, mas deixou caras de pessoas a descoberto.

E NAS FRONTEIRAS?

A deputada da Associação Geral das Mulheres e da

União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM) lembrou ainda que a entrada de matrículas de Macau na Ilha da Montanha vai começar em Outubro, questionando, por isso, quais os avanços que foram feitos em termos de transferência de dados nas fronteiras e no sistema de videovigilância, algo que

o Governo garantiu que iria implementar. Questionado sobre as desactualizações sentidas na aplicação da actual lei em vigor, Vasco Fong explicava, em Maio, que não existe um equilíbrio entre a legislação e o desenvolvimento da tecnologia. É preciso ainda, explicava, rever a tabela das sanções, pois o valor destas não está equilibrado. “Actualmente não se consegue distinguir a gravidade das infracções. Temos de melhorar”, afirmou, sem adiantar datas. Angela Ka (revisto por A.S.S./J.F.) info@hojemacau.com.mo


6 PUBLICIDADE

hoje macau quinta-feira 22.9.2016

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 498/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora FU LI, portadora do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W39621xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 89.1/DI-AI/2015, levantado pela DST a 02.08.2015, e por despacho da signatária de 30.06.2016, exarado no Relatório n.° 409/DI/2016, de 10.06.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua de Paris n.° 101, Tai Fung Bloco 4 (Edifício Hil Fung), 9.° andar O.-------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------- -----A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício Centro Hotline , 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 13 de Setembro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 511/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora XU XIMAO, portadora do passaporte da RPC n.° E04594xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 132/DI-AI/2014, levantado pela DST a 22.10.2014, e por despacho da Directora dos Serviços de Turismo, Substituta, de 04.08.2016, exarado no Relatório n.° 495/DI/2016, de 11.07.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Travessa da Encosta n.° 46, Bo Fung Court, 16.° andar B, Macau.-----------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício Centro Hotline , 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 13 de Setembro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


7 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

SOCIEDADE SOFIA MOTA

Hovione AVALIAÇÃO DE FUMOS EM ACTUALIZAÇÃO

Há aqui gás?

Começou com queixas por parte dos moradores do Edifício do Lago e a discussão já passou para a internet. Qual a composição dos fumos que saem da chaminé da fábrica da Hovione na Taipa? Neste momento nem a própria empresa sabe e mais informações só para o ano

A

Hovione não tem passado despercebida na comunidade virtual. A empresa de produtos farmacêuticos situada na Taipa tem sido alvo de críticas online, nomeadamente no que respeita à emissão de fumos. As queixas juntam-se ao já anunciado descontentamento expresso pelos moradores do Edifício do Lago, que receiam que os conteúdos do fumo sejam prejudiciais à saúde. Agora, na rede social Facebook, não só a imagem da chaminé da empresa a emitir fumos durante a noite, como também a referência a maus cheiros eventualmente daí advindos, têm causado alguma polémica. Ao HM Eric Ng, coordenador de Emergência da Hovione Macau, fez saber que se encontra em curso um estudo que divulgará a composição química dos fumos emitidos pela empresa. A resposta que acabou por ser dada pessoalmente, visto os esclarecimentos pedidos por correio electrónico andarem a ser progressivamente adiados, não adianta nada acerca

dos gases que chegam aos ares daquela zona. São ou não inofensivos? Eric Ng não responde, mas refere que a actualização desta informação será dada atempadamente estando agendada para o próximo ano, altura em que a empresa realiza o dia aberto e convida elementos da comunicação social para conhecerem as entranhas da indústria farmacêutica local.

NEM SIM, NEM SOPAS

Confrontado com as notícias relativamente recentes de que a Hovione havia dado a conhecer de que estes fumos seriam resultado do sistema de abastecimento de gás sem que contivessem qualquer valor tóxico, Eric Ng não confirma nem desmente.

“Não estamos autorizados em dar essa informação neste momento”, afirma o coordenador de Emergência, ao mesmo tempo que diz que apesar da informação dada anteriormente ser válida, não pode ser considerada actual, visto o processo que indica o conteúdo dos fumos da Hovione estar ainda a ser realizado. “Não podemos adiantar qualquer informação.” Há cerca de três meses, o HM anunciava que os moradores do Edifício do Lago, complexo de habitação pública na Taipa situado em frente à fábrica, estavam já preocupados com os fumos que diariamente saem das chaminés. Contudo, e segundo o canal chinês da Rádio Macau, a empresa descartou qualquer toxicidade dos fumos expelidos.

Não só a imagem da chaminé da empresa a emitir fumos durante a noite, como também a referência a maus cheiros eventualmente daí advindos, têm causado alguma polémica

Eddy Leong, director-executivo da fábrica da Hovione, explicou que o fumo é oriundo “do sistema de abastecimento de gás”, sendo que nos dias em que os valores de humidade relativa no ar são mais elevados “é normal sair algum fumo branco”. Na altura, o responsável avançou que “passa-se o mesmo nos hotéis de luxo. Já apresentamos várias explicações junto do público e o Governo tem conhecimento disto”. Johnny Cheong, responsável pela parte de produção, referiu que é normal que o fumo contenha maus cheiros devido à utilização de alguns materiais, sendo que a Hovione faz testes antes da emissão dos fumos. Johnny Cheong também confirmou que os fumos não são tóxicos nem perigosos para a população. O director-executivo frisou que é feita uma fiscalização rigorosa das instalações, sendo que a inspecção de segurança é feita por uma entidade de Hong Kong. A Hovione mantém ainda contactos estreitos com a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), enviando relatórios de forma regular ao Executivo, disse Eddy Leong.

ALARGAMENTO PARA BREVE

Neste momento, o tempo é de espera pelas próximas actualizações referentes à composição dos fumos da Hovione numa fase em que a empresa anuncia a sua expansão em Macau estando o processo em curso desde 2001. A empresa prometeu não pedir mais terrenos ao Governo e o director-executivo espera que a actividade daquela fábrica possa continuar em Macau, pelo facto da maioria dos seus trabalhadores

CIMENTO COM MENOS PÓ A

pós a polémica gerada à volta da poluição gerada pelas poeiras da fábrica de cimento de Ka Hó, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental confirma que as medidas que em 2014 prometeu colocar em vigor estão, na generalidade, concretizadas, de modo a proporcionar uma maior bem estar a trabalhadores e população. Em resposta ao HM, a DSPA afirma que “continua a realizar inspecções e supervisões aos estabelecimentos industriais, os quais têm, gradualmente, melhorado as suas instalações interiores”. Actualmente, já foi plenamente implementada a utilização do tapete rolante para descargas de materiais, os veículos estão equipados com caixas integralmente cobertas, a lavagem de carros é automática e já são utilizados veículos de limpeza também automáticos. A DSPA adianta ainda que estas medidas de melhoramento “já cumprem de forma geral as exigências definidas pelo regulamento administrativo” e vão ao encontro do que foi prometido há dois anos.

serem locais, afastando, para já, a hipótese de expansão para o interior da China. Eddy Leong referiu, contudo, que está aberto a outras localizações, esperando pelas condições que o Executivo irá oferecer no futuro. Segundo o website da empresa, a Hovione emprega cerca de 140 pessoas de Macau. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com


8 SOCIEDADE

hoje macau quinta-feira 22.9.2016

LEI CHIN ION QUER MENOS DOENTES ENVIADOS PARA O EXTERIOR

O

director dos Serviços de Saúde (SS), Lei Chin Ion, pretende reduzir o número de doentes enviados para tratamento no exterior. A garantia foi dada à margem da cerimónia de inauguração do Centro de Avaliação e Tratamento da Demência. “Estamos a trabalhar no sentido de reduzir, no futuro, o envio de doentes”, apontou, quando questionado sobre um artigo recente do jornal South China Morning Post, que relatava os milhões que

já foram gastos pelos SS para o envio de doentes. “A capacidade de equipamento e recursos é maior em Hong Kong do que em Macau, temos de admitir esta realidade. Mas em Macau temos de tomar conta de 600 mil pessoas, embora tenhamos temos plena capacidade para disponibilizar os serviços médicos fundamentais. Há casos pontuais de doenças que raramente ocorrem em Macau, e por isso enviamos os doentes para o exterior”,

tratados os nossos médicos acompanharam a situação, tal como o transplante de órgãos e outras cirurgias complexas”, concluiu. A.S.S.

A taxa de inflação fixou-se nos 3,2% nos 12 meses terminados em Agosto em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu impulsionado sobretudo pelos aumentos nas secções de bebidas alcoólicas e tabaco (+32,75%) e da educação (+8,94%). Só em Agosto, o IPC geral médio aumentou 1,65%, em termos anuais, voltando a abrandar face ao mês anterior (+2,08%). O crescimento do indicador em Agosto deveu-se principalmente à ascensão das rendas dos parques de estacionamento, à subida dos preços das refeições adquiridas fora de casa, ao acréscimo das despesas dos serviços de administração de edifícios e dos preços dos automóveis, de acordo com a DSEC. No cômputo dos primeiros oito meses do ano, o IPC geral médio cresceu 2,83% face ao período homólogo do ano passado.

“A “Namoro não deu Reumatologia ESPECIALIDADE ASSEGURADA

MICE MACAU, PEQUENO MAS VELOZ

AINDA QUE SEM MAIS CONTRATAÇÕES

D

em casamento”

Rui Melo está de saída do hospital Conde de São Januário mas os Serviços de Saúde não vão contratar mais médicos para o serviço de Reumatologia. O serviço de Radiologia vai, no entanto, contar com novas contratações TIAGO ALCÂNTARA

E acordo com o relatório sobre o sector das feiras profissionais da Ásia relativo a 2015, divulgado pelo Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), o território possui um dos mercados de menor dimensão no que respeita à indústria MICE, mas também um dos mais recentes no sector. No ano passado, a área de exposição total comercializada no âmbito das feiras profissionais realizadas em Macau ascendeu a 209.250 metros quadrados, um aumento de 147,6% em comparação com os 84.500 metros quadrados dedicados a este tipo de feiras em 2014. Macau registou uma taxa de crescimento mais rápida no âmbito do mercado asiático das feiras profissionais durante o período em causa. Apesar da economia do território ter sido negativamente afectada no ano passado por factores económicos externos, a indústria das feiras profissionais registou um crescimento anual de 5,9% no que toca à área de exposição total comercializada, no seguimento do aumento registado em 2014. A taxa de crescimento verificada em Macau foi superior à média regional, que se situou em 5,6% em 2015. Com estes dados o IPIM reitera que é expectável que a indústria MICE em Macau continue a crescer acima da média regional nos próximos anos. S.M.

disse ainda Lei Chin Ion, adiantando que o número de doentes enviados foi muito baixo o ano passado. “Em termos de técnicas e equipamentos, se tivermos insuficiências, não temos outra opção, teremos de enviar doentes para Hong Kong, mas o número é muito baixo. Em 2015 o número de doentes enviado ao estrangeiro foi muitíssimo baixo, em cada mil doentes só uma média de 1,6 pessoas foi enviada para o exterior. Depois de

ECONOMIA INFLAÇÃO NOS 3,2%

Reumatologia no Hospital Conde de São Januário continua a ser assegurada por duas médicas.” Esta é a garantia dada pelo porta-voz dos Serviços de Saúde (SS), depois de uma notícia da TDM que dava conta que Rui Melo, médico do hospital público, não terá renovado o seu contrato de trabalho, após um ano a exercer a especialidade em Macau. Ontem, à margem da cerimónia de inauguração do Centro de Avaliação e Tratamento da Demência, o director dos SS, Lei Chin Ion, confirmou que, para já, não vão ser recrutados mais médicos para o serviço de Reumatologia, sendo que apenas a Radiologia, que este ano sofreu com a saída de dois médicos, terá novos rostos. “Em termos de recrutamento de médicos depende muito das nossas necessidades”, apontou. No geral vão ser contratados mais 51 médicos especialistas, 55 médicos de clínica geral e 82 internos do internato complementar. Kuok Cheong U, director do São Januário, disse que o hospital simplesmente “deixou de ter a necessidade da prestação do serviço (por parte do médico Rui Melo)”, por isso “não foi renovado o contrato”.

BOICOTE ACTIVO

Em declarações à TDM, o médico disse ter sido alvo de um boicote e garantiu “que os doentes vão sair

prejudicados pela falta de especialistas na área”. A TDM noticiou que Rui Melo chegou a Macau, em Novembro do ano passado, e veio implementar um serviço de especialidade que há mais de 17 anos se encontrava extinto nos SS, no entanto o porta-voz do organismo garantiu que a “Reumatologia não é nenhuma especialidade no São Januário e quer antes quer depois da saída do referido médico, a especialidade esteve sempre inserida na medicina interna”. O mesmo garante ainda que os cuidados médicos prestados nesta área da Medicina vão continuar a ser assegurados. O caso da saída do médico acabou por ser “um namoro que não deu em casamento”, exemplificou o porta-voz. Mário Évora, director clínico do Hospital, já tinha afirmado que não vai haver lacunas. “Continuaremos a ter todas as condições para resolver os problemas que nos surjam”, disse à TDM, referindo-se à prestação de cuidados e acrescentando que pode haver contratações futuras para reforçar o serviço de Reumatologia. Rui Melo diz ter sido apanhado de surpresa quando soube que o seu contrato de trabalho não seria renovado. Foi então que em declarações ao Canal Macau alegou ter sido alvo de um boicote do director dos serviços de medicina interna, Ng Hou. O referido clínico acusou ainda o responsável dos serviços de discriminação e de falta de competência. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


9 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

SOCIEDADE

CEM COM NOVA SUBESTAÇÃO NO COTAI

A Companhia de Electricidade de Macau (CEM) foi autorizada a construir mais uma subestação no Cotai, numa área concedida por arrendamento e sem concurso público pelo Governo. Um despacho publicado ontem no Boletim Oficial, e assinado pelo Secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, autoriza i arrendamento do terreno com 1711 metros quadrados, junto à Estrada Flor de Lótus, para ser aproveitado com a construção de uma subestação. O projecto tinha sido entregue em 2015, mas só este ano recebeu aprovação. Com a nova subestação, a CEM pretende gerar electricidade para os novos edifícios do hospital público, Complexo Hospitalar das Ilhas, que ai nascer em Coloane, bem como estabelecer ligações de contingência da rede de média tensão no Cotão para “satisfazer o aumento dos consumos energéticos”.

HOMEM CAIU DE VIADUTO

Continuou o julgamento de Lou Ngai Wa, chefe de departamento da DSAT acusado de corrupção. Uma testemunha admitiu que uma das empresas envolvidas sabia dos horários de inspecção e até recebeu visitas dos funcionários da DSAT para ajudar na elaboração da proposta que lhe deu parques para gerir

A

funcionária de uma das empresas de gestão de auto-silos públicos que está envolvida no caso de corrupção que tem Lou Ngai Wa como principal suspeito admitiu ontem que sabia dos

Corrupção EMPRESA SABIA HORÁRIOS DE INSPECÇÕES

Ao gosto do freguês horários em que eram feitas as inspecções pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT). O julgamento do ex-Chefe do Divisão da Gestão de Tráfego da DSAT continuou ontem no Tribunal Judicial de Base (TJB). O caso de alegada corrupção envolveu um funcionário e o ex-Chefe de Divisão do organismo – acusado de ter recebido subornos para atribuir a gestão de parques públicos a empresas. Já anteriormente, um funcionário da Companhia de Gestão de Estacionamento de Lun Hap tinha admitido subornos pagos a Pun Ngai, ex-funcionário da DSAT, para que a gestão de alguns auto-silos públicos ficasse com a empresa. Agora, uma funcionária diz que os parques de estacionamento administrados pela Companhia tinham todos falta de pessoal , quando a DSAT chegava para fazer inspecções,

O caso de alegada corrupção envolveu um funcionário e o ex-Chefe de Divisão do organismo [DSAT] – acusado de ter recebido subornos para atribuir a gestão de parques públicos a empresas a companhia chamava pessoal de outros parques. A empresa, diz, sabia todos os horários da inspecção.

RICAS PROPOSTAS

A funcionária indica ainda que, durante a elaboração da proposta para a candidatura da gestão, foi-lhe ordenado por Leong Ion Fai, arguido e gerente, que fizesse alterações ao preço proposto face aos salários dos funcionários. Mais ainda, acrescentou, o segundo arguido, o ex-funcionário da DSAT Pun Ngai, foi à companhia durante a mesma altura de elaboração da proposta.

Lou Ngai Wa é acusado de corrupção por ter alegadamente ajudado três empresas de auto-silos a obter 54 contratos para a gestão de parques de estacionamento sem necessidade de concurso público. As empresas envolvidas são a Companhia de Serviços de Limpeza e Administração de Propriedades San Wai Son, a Empresa de Gestão Predial de Lam Fung e a Companhia de Gestão de Estacionamento de Lun Hap. Angela Ka (revisto por J.F.) info@hojemacau.com.mo

Foi ontem encontrado um homem ferido debaixo do viaduto perto do túnel do Monte da Guia, por volta das 4h00. O indivíduo é de Hong Kong e, segundo o Corpo de Bombeiros (CB), citado pelo canal chinês da Rádio Macau, a vítima tem 36 anos e foi encontrada inconsciente, tendo sido transportada para o Hospital de S. Januário. A razão da queda é ainda desconhecida.

INCÊNDIO LEVA A ENCERRAMENTO DA PONTE DA AMIZADE Um carro incendiou-se ontem na Ponte de Amizade, perto da saída da Taipa. Segundo o Corpo de Bombeiros (CB), o fogo terá sido provocado pelo sobreaquecimento do motor, não tendo sido registados feridos. A ponte foi, contudo, fechada inteiramente por um período de cerca de 15 minutos, mas afectou o trânsito por uma hora.

AUTOCARROS MAIS PARAGENS E NOVOS TRAJECTOS

A Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) criou uma nova paragem de autocarro junto ao Edifício Iat Seng, na Estrada Nordeste da Taipa e entra em funcionamento a 24 de Setembro, data em que começam as carreiras n.ºs 39 e 72 a fazer escala na mesma paragem, depois do “Colégio Anglicano”. As carreiras n.ºs 35 e 50X passam também a fazer escala na paragem “Terminal de Carga do Aeroporto” em vez de parar na “Rotunda do Aeroporto / Wai Long”. Estas medidas integram uma série de iniciativas que têm vindo a acontecer no que respeita aos transportes públicos do território com o intuito de facilitar a deslocação dos residentes da Taipa.


10 CMD

EVENTOS

Pelo livre comércio

Centro de Design de Macau participa em Expo na China

O

Centro de Design de Macau (CDM), incubadora de empresas e exposições localizado na Areia Preta e dirigido pelo artista local James Chu, vai participar na Expo das Indústrias China, Japão e Coreia 2016, a qual vai decorrer no Centro de Convenções e Exposições de Shandong-Taiwan, na cidade de Shandong, na China. O evento começa já na próxima segunda-feira, dia 26, e termina dois dias depois, sendo seu objectivo “promover uma zona de comércio livre entre a China, Japão e Coreia”, bem como “uma cooperação entre os três países”, afirma um comunicado divulgado pelo CDM.

A Expo de Shandong quer ainda “criar uma plataforma de cooperação regional única e inovadora, com vários recursos e políticas”. Esta vai ainda “servir como incubadora de um comércio mais cómodo e trocas ao nível dos investimentos, tecnologia e trocas culturais.”

EM EXPANSÃO

O CDM vai não só apresentar produtos de design locais mas também vários vídeos de animação, projectos de banda desenhada e mostras em 3D. Sendo a “primeira plataforma a promover Macau enquanto local de desenvolvimento do design”, o CDM visa, com esta participação, “dar a conhecer o desenvolvimento do sector

do design de Macau e os negócios das companhias locais de design, por forma a encontrar novas oportunidades de cooperação com parceiros regionais e globais.” Pretende-se ainda que os designers locais possam “expandir os seus negócios para outros mercados”. Esta não é a primeira vez que o projecto pensado por James Chu busca parcerias internacionais. “No ano passado o CDM cooperou com diversas organizações da China, Hong Kong, Taiwan, Japão, Holanda e países de língua portuguesa, com vista a estabelecer uma rede de contactos para as empresas locais de design”, referiu a entidade no mesmo comunicado.

BAILADO MAIS UM DIA PARA VER “CARMEN”

O Centro Cultural de Macau adicionou mais uma sessão do bailado clássico “Carmen”, esta agendada para dia 3 de Novembro, além do dia 4, devido à grande procura de bilhetes para assistir ao espectáculo. A companhia Nacional de Dança de Espanha dá assim vida a uma obra clássica de Bizet, desta vez pela mão do coreógrafo sueco Johan Inger. Afastando-se dos estereótipos normalmente associados com a história, o coreógrafo “revela-nos uma versão sóbria e contemporânea com uma referência subtil aos anos 60”, segundo comunicado do CCM. Com um toque teatral e dramático, esta produção valeu-lhe o prémio Benois de la Danse em 2016. Os espectáculos começam às 20h00 e o valor dos bilhetes oscila entre as 150 e as 300 patacas.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA O VALE DO SILÊNCIO • Nora Roberts Após ter viajado no tempo através do Baile dos Deuses para o antigo reino de Geall, Moira toma o seu lugar como rainha. Ao lado dos seus cinco companheiros, Moira terá que liderar os seus súbditos, na maior batalha alguma vez vista, contra o exército de vampiros de Lilith que tudo fará para destruir Geall.

Materiais de construção, desenhos e fotografias acerca do conceito de ilha verde. Uma ideia entre Macau e Hong Kong, que reflecte um conjunto de contradições que remetem para o paradoxo da construção desenfreada e de uma natureza abandonada, dá o mote para a exposição “Green Island” de João Vasco Paiva. Inaugura hoje na RAEHK

EXPOSIÇÃO PORTUGUÊS MOSTRA “IL

Paradox

U

MA imersão na paisagem urbana enquanto arranque para a desconstrução de ambivalências é o ponto de partida para a exposição a solo que inaugura hoje na Galeria Edouard Malingue, em Hong Kong. Do criador português João Vasco Paiva, a mostra pretende ser uma apresentação dos últimos trabalhos do artista que reflectem a dialéctica da relação entre espaço urbanizado e espaço natural, numa mistura de paisagens abandonadas e outras excessivamente construídas. É nesta relação - entre a construção e destruição para um novo nascimento - que se baseia o nome da exposição. “Green Island” (Ilha Verde em Português)

remete não só para um marca de cimento da vizinha Hong Kong que data do início do séc. XX, como para a zona norte de Macau, onde há um local com o mesmo nome. O autor

parte da ironia das palavras relativamente aos objectos que representam e começa o processo criativo, tanto para a escolha de materiais a utilizar, como para a montagem de todo um discurso

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

DO-IN: TÉCNICA ORIENTAL DE AUTO-MASSAGEM • Jacques de Langre O livro ensina ao leitor exercícios simples que, aliados a uma alimentação sadia, produzirão inúmeros e excelentes resultados no seu corpo e na sua mente. Entre outros, podemos citar a prevenção e a correcção de problemas cardíacos, circulatórios, renais, sexuais, gástricos, hepáticos, etc. O autor é um dos maiores conhecedores ocidentais dessa milenar técnica oriunda da China.


11 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

LHA VERDE” EM HONG KONG

xos regionais

HOJE NO PRATO Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Melancia Nome botânico: Citrullus lanatus (Thunb.) Matsum. & Nakai Sinonímia científica: Citrullus vulgaris Schrade; Cucurbita citrullus L.; Momordica lanata Thunb. Família: Cucurbitaceae. Nomes populares: MELANCIEIRA. Originária da África tropical, a Melancieira é uma planta herbácea e trepadeira, de caules rastejantes providos de gavinhas e flores amarelas solitárias; estas podem ser femininas ou masculinas, encontrando-se ambos os sexos presentes na mesma planta (espécie monóica). Produz 3 a 5 frutos grandes e pesados (3 a 10 kg ou mais) – a Melancia –, de casca espessa e cor verde, uniforme ou com listas ou manchas mais claras e polpa suculenta, geralmente vermelha ou rosada, salpicada por sementes escuras. Uma delícia apreciada em todo o mundo! De África, a Melancia disseminou-se através dos navios mercantes pelos países ao longo do Mar Mediterrâneo, tendo chegado à China no século X; no século XIII, espalhou-se pelo resto da Europa através dos Mouros. A primeira referência a este fruto data de há 5.000 anos e encontra-se nos hieróglifos de paredes de edifícios egípcios. Esta antiga civilização tinha a Melancia em tão alta consideração que a colocava nos túmulos dos faraós para que estes com ela se alimentassem na vida após a morte. Actualmente, vários estudos confirmam alguns dos seus benefícios.

à volta do paradoxo urbano e da sua relação dialéctica.

O QUE ESTÁ À MÃO

Instalações que usam canalizações são eleitas como objectos esculturais a par de fusão entre plásticos e sacos de cimento. Para além da ligação óbvia ao nome da exposição, esta escolha quer alertar para a situação de cidades que crescem perto de fontes de água, com é o caso de RAEHK e da RAEM, sendo abordado o “equilíbrio delicado entre os ciclos de criação e construção e o seu colapso”, explica a apresentação do evento. O mais recente trabalho do criador luso integra ainda uma diversidade de meios para atingir da melhor forma os fins

a que se propõe. O recurso à interactividade é conseguido através da criação de uma superfície de areia que convida à participação física dos visitantes no contexto expositivo. Uma série de colagens vai ser mostrada sob o nome “Estudos para uma possível ilha verde” e do seu conteúdo fazem parte uma série de imagens fotográficas que combinam diferentes pontos geográficos, essencialmente da ilha de Lamma, local onde o artista reside, e de pontos dispersos por onde tem viajado. Desenhos técnicos que explicam a construção em Hong Kong, esculturas e diversas instalações são também mote de reflexão, tanto para o autor como para o público.

Em última análise, “Ilha Verde”, como descrito pelo próprio João Vasco Paiva, “apresenta-se como uma ruína dos dias de hoje, uma paisagem pós-humana, onde as suas características são objectos que carregam em si os traços de humanidade - a humanidade como um componente e factor de tempo “. João Vasco Paiva nasceu em Coimbra em 1979. Com formação superior nas Belas Artes adquirida no Porto, vive desde 2006 em Hong Kong, onde tem desenvolvido grande parte do seu trabalho e integra já a cena emergente de talentos da região vizinha. Sofia Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

EVENTOS

Composição Elevado conteúdo em água e baixo em calorias; aminoácidos (arginina, citrulina), hidratos de carbono, fibras, vitaminas (A, B1, B6, folatos, C), sais minerais (cobre, ferro, magnésio, potássio), flavonóides, carotenóides (betacaroteno, beta-criptoxantina, riqueza em licopeno) e um glicósido (cucurbitacina). A parte branca é uma fonte natural de citrulina. Aroma e sabor adocicado. Acção terapêutica Muito hidratante e refrescante, a Melancia é excelente para acalmar a sede e evitar a desidratação nos dias quentes de Verão. É igualmente nutritiva e digestiva, produz sensação de saciedade e melhora o funcionamento do intestino, combatendo a obstipação. Pela actividade diurética, depurativa, remineralizante e alcalinizante do organismo, é tradicionalmente utilizada em caso de transtornos da micção, cálculos urinários, infecções, insuficiência renal, gota e sempre que se pretenda fazer uma

cura depurativa para eliminar as toxinas do sangue; é ideal para os regimes de emagrecimento e bem tolerada pelos diabéticos. Rica em compostos antioxidantes, a Melancia previne os danos provocados pelos radicais livres e o envelhecimento. Aumenta a produção de óxido nítrico, um composto que dilata as artérias melhorando a circulação sanguínea, sendo útil na hipertensão arterial e impotência sexual; pelo conteúdo em licopeno, pode reduzir o risco de AVC. Tem propriedades anticancerígenas, havendo vários estudos a relacionar o licopeno à protecção contra o cancro da próstata; além de combater os radicais livres, este carotenóide inibe o crescimento das células e induz a apoptose (morte celular) em células cancerosas, mas não em células saudáveis. Como consumir • Escolha Melancia com a casca íntegra, sem cortes, mossas ou esfacelamentos. • À temperatura ambiente conserva-se durante uma semana ou mais; temperaturas muito elevadas favorecem o seu amadurecimento mas reduzem o tempo de conservação. Deve lavar a Melancia antes de a cortar. Depois de cortada, cubra a restante com película aderente e guarde-a no frigorífico. Sugestões: In natura: cortada às talhadas, cubos ou escavada em bolas, ingerida de preferência antes ou fora das refeições. • Em sumo: também muito apreciado, é especialmente recomendado para pessoas com estômago delicado, pois não contém as fibras que podem tornar-se indigestas. O sumo congelado nas formas de gelo pode ser adicionado a limonadas, ponches de frutas ou outras bebidas a gosto. Na Rússia, o sumo é usado para fazer vinho. • Dietas depurativas: alternar o fruto fresco com o sumo, melhor tolerado pelo estômago. Em saladas de frutas, com ou sem adição de iogurte. • Em doces, marmeladas, compotas e gelados. • Na forma de suplemento alimentar, é usada como drenante no emagrecimento. • As sementes tostadas e salgadas são consideradas deliciosas em algumas regiões do mundo. Precauções Não são conhecidas contra-indicações, nem efeitos secundários. Porém, deve evitar ingerir a Melancia juntamente com vinho, uma vez que este pode enrijecer a sua polpa provocando intolerância em algumas pessoas. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.


12 CHINA

hoje macau quinta-feira 22.9.2016

Estratégia ou segredo?

Pequim apoia candidato “mais capaz” para secretário-geral da ONU

BANCO COM MAIS BALCÕES SAI DA BOLSA. OPERAÇÃO AQUÉM DO ESPERADO

Uma saída em falso

O banco com o maior número de sucursais abertas ao público na China poderá protagonizar este mês a maior saída em bolsa do ano, com a emissão de 6,6 mil milhões de euros na bolsa de Hong Kong

A

oferta pública inicial do Postal Savings Bank of China (PSBC) será também a maior desde que o gigante chinês de comércio electrónico Alibaba realizou

a maior operação de entrada em bolsa de sempre. A estreia do Alibaba na bolsa de Nova Iorque, em 2014, atingiu os 22.430 milhões de euros. O valor da saída em bolsa do PSBC fica, contudo, aquém do previsto inicialPUB

EDITAL Edital nº Processo nº Assunto Local

: 30/E-OI/2016 : 142/OI/2016/F : Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento Geral da Construção Urbana (RGCU) : Rua Vá Tai n.º 11, fracção r/c (CRP: RR/C), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/ SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificada Lam Peng Hou, do seguinte: 1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizaram-se as obras não autorizadas abaixo indicadas, as quais infringiram o disposto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (RGCU) de 21 de Agosto, alterado pela Lei n.º 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo n.º 24/2009 de 3 de Agosto, pelo que as mesmas são consideradas ilegais: Obra 1.1 Obra de modificação sem licença. 1.2 Demolição de tubo de abastecimento e drenagem de água na fracção. Construção de piso de mezzanine na fracção com escada de madeira e chapa 1.3 metálica. 1.4 Demolição da parede divisória entre a fracção e a parte comum. Instalação de um tubo de abastecimento e drenagem de água na parte 1.5 comum situada nas traseiras da fracção. Alteração do acabamento do pavimento na parte comum situada nas 1.6 traseiras da fracção. Demolição das janelas existentes na fracção e de uma parte das paredes em 1.7 alvenaria de tijolo para ampliação do vão das janelas. 2. Nestas circunstâncias e nos termos dos artigos 52.º, 53.º e 65.º do RGCU, ordena à infractora que proceda à demolição das obras ilegais referidas no ponto 1 e à reposição das partes afectadas de acordo com o projecto aprovado por esta Direcção de Serviços, ou que solicite a legalização das obras referidas no ponto 1 através da apresentação de um projecto que será analisado por esta Direcção de Serviços. Mais informa que incorre em infracção sancionável com multa de $1 000,00 a $20 000,00 patacas. 3. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, a interessada pode apresentar a sua defesa por escrito e as demais provas para se pronunciar sobre as questões que constituem objecto do procedimento, bem como requerer diligências complementares, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data da publicação do presente edital. 4. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227). RAEM, 15 de Setembro de 2016 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man

mente pela empresa, que estimava uma operação de 6,6 mil milhões de euros, indicando uma procura aquém do esperado. No conjunto, o PSBC emitirá 12,1 mil milhões de acções, cada uma avaliada em 54 cêntimos de euro, no dia 28 de Setembro, segundo a agência de notícias Bloomberg. Trata-se de um valor próximo do mínimo no intervalo de preços por título estabelecido pela empresa, entre 4,68 e 5,18 dólares de Hong Kong.

ÀS COMPRAS

A maioria das acções deverá ser adquirida por grandes investidores. Com 40.000 sucursais na China, cerca de 70% em áreas rurais, o PSBC

De acordo com dados recentes, o valor total dos activos detidos pelo PSBC soma 1,03 biliões de euros. No primeiro trimestre do ano os lucros do grupo subiram 11%, para 1,67 mil milhões de euros

é o quinto maior banco do país. Fundado em 2007, fornece serviços bancários para agricultores e proprietários de negócios agrícolas e é a única instituição financeira presente em algumas das áreas mais remotas da China. De acordo com dados recentes, o valor total dos activos detidos pelo PSBC soma 1,03 biliões de euros. No primeiro trimestre do ano os lucros do grupo subiram 11%, para 1,67 mil milhões de euros. Originalmente detido na totalidade pelo Estado chinês, o PSBC angariou 6,06 mil milhões de euros com a venda de 16,92% da empresa a 10 investidores estratégicos, em Dezembro passado. Entre os grupos que adquiriram parte do banco constam os gigantes da ‘internet’Alibaba e Tencent, o banco suíço UBS e a empresa de Singapura Temasek Holdings. Pequim tem defendido uma reforma urgente no sector do Estado, incluindo a promoção da propriedade mista e um sistema corporativo moderno, visando incutir uma “disciplina” de mercado nas empresas estatais. Apesar da China ter aderido às “práticas capitalistas” com a política de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”, adoptada em 1979, os grupos estatais continuam a dominar os sectores chave da economia chinesa.

“A

ONU está a analisar as candidaturas e a China vai trabalhar com os outros países para assegurar que é o (candidato) mais capaz a assumir o cargo”, sublinhou Lu Kang, porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, numa conferência de imprensa em Pequim. Rejeitando referir qualquer candidato, Lu afirmou que Pequim “crê que a decisão deve ser baseada no consenso, como consta na Carta das Nações Unidas, e o secretário ou secretária-geral deve ser alguém capaz de cumprir com as suas obrigações”. O jornal de Hong Kong South China Morning Post assinala ontem que Irina Bokova, a directora-geral da UNESCO, é a candidata favorita de Pequim, com base na opinião de analistas chineses, que a consideram “alguém que não actuaria a favor dos interesses de nenhum país em particular”. O ministro chinês dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, reuniu-se com Bokova no passado mês de Junho.

António Guterres

Acosta-riquenha Christiana Figueres, que desistiu da corrida na semana passada, foi também recebida por Wang Yi, e outros líderes chineses, em Julho.

“NIM” PARA GUTERRES

Já o ex-primeiro-ministro português António Guterres, que é considerado o favorito à liderança da organização, após ter ficado à frente em todas as quatro votações secretas ocorridas entre os membros do Conselho de Segurança da ONU, esteve na capital chinesa em Maio, mas foi recebido pelo vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Li Baodong, segundo informações no site do ministério. Na mais recente votação, Guterres teve 12 votos “encoraja”, dois “desencoraja” e um “sem opinião”. Lu recusou revelar o candidato preferido por Pequim e limitou-se a dizer que o cargo de secretário-geral “implica uma grande responsabilidade”. Bokova é também apontada como a favorita da Rússia, o principal aliado da China em grande parte dos assuntos internacionais.


13 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

CHINA

PEQUIM PRONTO PARA AJUDAR MOÇAMBIQUE A ULTRAPASSAR CRISE

GREENPEACE ACIDENTES QUÍMICOS CAUSARAM 200 MORTOS EM 2016

Q

UASE 200 pessoas morreram na China desde o início do ano devido a acidentes químicos, revelou ontem a organização de protecção ambiental Greenpeace, que urgiu Pequim a reformar um sector “terrivelmente pouco regulado”. Acidentes industriais são frequentes na China, onde em média morrem 70.000 trabalhadores por ano devido à violação das regras de segurança no local de trabalho. Entre Janeiro eAgosto, o país registou 232 acidentes químicos, que causaram a morte de 199 pessoas e 400 feridos, segundo um comunicado difundido pela Greenpeace. “A indústria química da China é a maior do mundo, mas está terrivelmente pouco regulada”, afirmou Cheng Qian, representante da organização no leste da Ásia. “Acidentes trágicos acontecem quase todos os dias no país”, afirmou. Os dados da Greenpeace foram colectados a partir de notícias na imprensa e páginas do Governo na internet. A fuga de produtos químicos foi responsável por 43% dos acidentes, seguida de fogos e explosões, detalha. A maioria das 33.000 unidades de produtos químicos na China está concentrada no leste do país, onde os níveis de densidade populacional são maiores. Pequim deve “reformar profundamente” a sua política de gestão de produtos químicos, visando garantir a segurança para a saúde e o ambiente, lê-se no comunicado da organização.

JACK MA ASSESSOR DA ONU

O empresário Jack Ma, fundador do gigante de comércio electrónico Alibaba e um dos homens mais ricos da China, foi nomeado assessor da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD), informou ontem a sua empresa. A nomeação de Ma, que servirá como assessor especial para jovens empreendedores e pequenas empresas, foi anunciada em Nova Iorque, onde esta semana se celebra a assembleia geral anual da ONU, pelo secretário-geral da UNCTAD, Mukhisa Kituyi. “Ma é um influente e respeitado pioneiro na era da Internet, um inovador, empreendedor e filantropo”, destacou o político queniano. O fundador do Alibaba “tem uma abordagem visionária do empreendimento, sede de conhecimento e a crença num mundo melhor, as condições perfeitas para a UNCTAD”, sublinhou. Ma, cuja firma é responsável por mais de 80% das compras online na China, o maior mercado mundial de consumo na Internet, considerou a nomeação “uma honra”.

Amigos para as ocasiões

O

Governo da China manifestou ontem em Maputo disponibilidade para ajudar Moçambique a atravessar a actual crise económica e financeira, anunciando planos para o cancelamento de dívidas e a construção de um parque industrial. Em declarações aos jornalistas no final de um encontro com o primeiro-ministro moçambicano, Carlos Agostinho do Rosário, o embaixador da China em Maputo, Su Jian, afirmou que Pequim estuda o cancelamento de empréstimos sem juros contraídos

por Moçambique, como parte do seu compromisso de apoiar o país a ultrapassar a actual crise. “Desde 2001, a China já perdoou a Moçambique 10 verbas de empréstimos sem juros, recentemente perdoamos cinco milhões de dólares e agora as duas partes estão a preparar mais perdões de dívida”, declarou Su. No âmbito da cooperação bilateral, prosseguiu o embaixador chinês, os dois países estão a preparar a instalação de um parque industrial que vai permitir que empresas chinesas transfiram para Moçambique as

“Desde 2001, a China já perdoou a Moçambique 10 verbas de empréstimos sem juros, recentemente perdoamos cinco milhões de dólares e agora as duas partes estão a preparar mais perdões de dívida” SU JIAN EMBAIXADOR DA CHINA EM MAPUTO

suas linhas de produção. “O Governo chinês vai enviar um grupo de especialistas para preparar o planeamento e a localização do parque industrial, para podemos convidar empresas chinesas e moçambicanas”, afirmou Su Jian. Su acrescentou que a implantação do parque irá permitir a criação de mais empregos, aumento de exportações e de receitas e contribuir para a diversificação da economia moçambicana.

CONVITE PARA MACAU

No encontro com o primeiro-ministro moçambicano, o diplomata chinês endereçou um convite do Governo de Pequim a Carlos Agostinho do Rosário, para participar na Cimeira do Fórum da Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países Lusófonos, agendada para Outubro próximo em Macau. “A presença de uma delegação oficial de alto nível de Mo-

çambique será muito importante para o sucesso dessa cimeira”, declarou Su Jian. A China é um importante parceiro de Moçambique, mantendo uma forte cooperação em vários domínios, incluindo no campo económico e empresarial. Moçambique atravessa uma crise económica e financeira, provocada pela queda do preço das matérias-primas e dos investimentos, calamidades naturais, derrapagem da moeda nacional, subida galopante da inflação e aumento exponencial da dívida pública. Em paralelo com a crise económica e financeira, o país é igualmente assolado por violência militar, com confrontos entre as Forças de Defesa e Segurança (FDS) e o braço armado da Renamo (Resistência Nacional Moçambicana), principal partido de oposição, na sequência da recusa do movimento de aceitar os resultados das eleições gerais de 2014.

PUB

EDITAL Edital n.º Processo n.º Assunto Local

:116/E-BC/2016 :157/BC/2016/F :Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) :Rua Vá Tai n.º 11, fracção r/c (CRP: RR/C), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/ SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificada Lam Peng Hou, do seguinte: 1. Local: Rua Vá Tai n.º 11, fracção r/c (CRP: RR/C), Macau. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizou-se a seguinte obra não autorizada: Infracção ao RSCI e motivo da Obra demolição Instalação de gaiola metálica na Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, 1.1 parede exterior junto às janelas da obstrução do acesso aos pontos de fracção. penetração no edifício. 2. As janelas acima referidas são consideradas como ponto de penetração para realização de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruído com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.) de acordo com o disposto no n.º 12 do artigo 8.º, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pela infractora nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto pontos de acesso ao edifício e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, a obra executada não é susceptível de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada. 3. Nos termos do n.º 7 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 12 do artigo 8.º, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas. 4. Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, pode a interessada, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI. 5. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227). RAEM, 15 de Setembro de 2016 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

14

H

Á umas semanas atrás fiz um comentário no Facebook sobre algo que considero um devaneio que não tem nada a ver com arte e a que chamei como “the pathetic unspoken tragedy of the Macau art scene”. O resultado esperado com um número razoável de “gostos” e com a perturbação de algumas pessoas. Dentro das regras de convivência do facebook e do mundo em geral vamos aceitando as opiniões divergentes da nossa, tentando perceber a frustração dos outros, dando o devido desconto a respostas mais emocionais e tentando responder com dignidade e gentileza. Por limitações de espaço e objectividade do comentário deixei a coisa correr reservando uma mais longa reflexão sobre o problema para este espaço. Considero que numa terra que se vai abstraindo do discurso de arte contemporânea - com a inexistência de uma escola de artes plásticas, com a inexistência de um Museu ou centro que o faça, com a inexistência de galerias que o façam, com a inexistência de discurso crítico nos media e no meio artístico em si – seja natural serem os artistas a fazer esse tipo de análise, Considero também que os artistas devem por seu lado estar imbuídos de um forte sentido de auto crítica e conhecimento geral sobre aquilo que se passa realmente na área ao nível internacional antes de qualquer análise daquilo que se passa ao seu redor. Dito isto e voltando ao foco do meu comentário no facebook gostaria de dizer que o autor da peça que originou o comentário é mencionado nos meus workshops sobre práticas artísticas contemporâneas, como caso ilustrativo de determinadas coisas, e que em nenhum momento nas minhas aulas afirmo que é bom ou mau, ou defendo esta prática ou aquela, tentando oferecer aos meus alunos a possibilidade de poderem pensar, ter o seu próprio discurso crítico, e decidir por si. Volto a insistir também que considero existir espaço na arte para a maior variedade de práticas possíveis e é exactamente isso que faz com que a arte contemporânea seja hoje um terreno tão único e prolífero em ideias e trabalhos. Mas gostaria também de alertar que temos que ter a cabeça suficientemente atenta para a possibilidade da existência de fraudes intelectuais. E de que essas fraudes acontecem muitas vezes não especialmente pelos trabalhos em si mas pela perversão de certos valores essenciais à razão de existência da arte na vida. Para que esta argumentação se torne mais clara gostaria de voltar ao tom ambíguo, implícito no comentário, com especial foco nas palavras “pathetic unspoken tragedy”, e no que poderei estar realmente a dizer. Se começarmos com o significado de “pathetic” (patético) descobrimos que é “algo que desperta dó espe-

José Drummond

Da tragédia à farsa cialmente através de vulnerabilidade ou tristeza. Por outro lado “unspoken” (não dito) é “algo que não é declarado ou não é expresso em discurso”. E a minha favorita das três palavras “tragedy” (tragédia), que irá sempre ser lida como “um evento que causa grande sofrimento”, mas que, e isto é importante – acredito que a maior parte das pessoas leu no sentido que eu quis inserir – “uma peça de teatro ou filme que lida com eventos trágicos que tem um fim infeliz e que é directamente relacionado com a queda do personagem principal”. O meu uso da palavra “tragedy”, na frase, implica, sarcasticamente, que poderá existir algo de profético e ironicamente maldoso no aparecimento de tal peça, de Jeff Koons, que foi comprada pelo impressionante valor de 33,6 milhões de dólares americanos, em Macau. A farsa em construção portanto. Tragédia é decepção. Qualquer exemplo de Sófocles a Shakespeare ou às tragédias modernas assenta nessa premissa. Os personagens centrais são atravessados por um estado de falhanço moral, em situações nas quais prejudicam outros, tendo isso uma consequência prejudicial para eles próprios. Por exemplo Édipo, que acidentalmente concretiza uma profecia da qual foi avisado de que acabaria por matar o seu pai e casar com a mãe com consequências dramáticas para si, para a sua cidade e família. Édipo representa dois dos temas recorrentes no mito e drama gregos: a natureza

falhada da humanidade e o protagonismo individual no destino de uma realidade desastrosa. Outro caso, o de Hamlet, onde o “ser ou não ser” estabelece o espaço para uma vingança preordenada pelo fantasma de seu pai, e entre ser aquele que os outros querem e aquele que ele nunca se julga capaz de ser, Hamlet provoca o suicídio da sua namorada Ofélia, quando por erro de julgamento mata a pessoa errada, o pai de Ofélia. Um destino Hegeliano o de Hamlet, destinado a ser um criminoso pela sua própria alienação de si e do mundo. Um exemplo na tragédia contemporânea é o de Walter White na brilhante série americana Breaking Bad. Apanhado pelo cancro dedica-se à produção de meta-anfetamina com a desculpa de que o faz pela família resultando nas consequências mais desastrosas possíveis. Momento da verdade no último episódio quando afirma finalmente “I did it for me. I liked it”. O que aprendemos com o género da tragédia é que somos nós que estamos destinados a cumprir os nossos próprios dramas e que, de algum modo, já sabíamos que eles iam acontecer. Macau, ou a arte em Macau, é nesse sentido a personagem central da sua própria tragédia. Voltando a Koons, para que se limpem certos mitos, gostaria de notar que: 1) Jeff Koons não trabalhou nas “Tulips” por mais de vinte anos como ouvi dizer por mais do que uma pessoa. Não que seja realmente importante para além de

que factos são factos e que com uma visita ao seu website facilmente se comprova que o trabalho está datado como sendo de 1995/2004. 2) A peça não pode ser considerada uma peça única. Também no seu website pode-se ver que existem 5 variantes do mesmo. 3) O trabalho foi feito por molde o que significa que não foi feito pela mão. Ou seja se Koons assim o quiser pode continuar a produzir mais “Tulips”. Atenção que não acho que ser feito à mão ou não seja o factor essencial para uma boa peça de arte. O importante, neste caso, é perceber-se que esta pessoa trabalha com um número muito alargado de assistentes e usa técnicas industriais para produzir os seus designs. 4) Jeff Koons funciona como uma máquina muito bem oleada de fazer dinheiro e mesmo que tivesse demorado vinte anos até esta variação, o que não aconteceu, isso não quer dizer que esteve parado, com as mãos na cabeça, dúvidas existenciais e problemas financeiros só a trabalhar nesta peça. Esse romantização do artista na contemporaneidade é um mito. Uma visita ao seu website confirma que nos últimos vinte anos terminou 31 projectos da série “Celebration”, da qual as “Tulips” fazem parte e os mais famosos são os “Balloon Dogs”, e que cada projecto teve sempre mais de três variantes, mais provas de autor, com um total de mais de 100 peças. A este número juntam-se mais de 200 trabalhos noutras séries que são vulgarmente vendidos por figuras de mais de 6 a 7 zeros em dólares americanos. 5) Jeff Koons é conhecido no mundo da arte por ser um manipulador de audiências como é exemplo o seu casamento com a actriz porno húngaro-italiana Ilona Staller, largamente conhecida como Cicciolina, com a qual realizou trabalho de cariz erótico-agitador que foi exibido na Bienal de Veneza. E o que é que se pode fazer à frente de uma decoração de aço inoxidável espelhado e polido com cores? Tirar um selfie. A verdade é que aparentemente os trabalhos de Koons já não servem para mais nada do que isso mas também não me parece que ele esteja muito preocupado com isso. Tudo isto não é só tragédia ou farsa. Tudo isto é também freudiano e merece uma reflexão profunda em cada um de nós. 33,6 milhões de dólares americanos para quê? Para uns selfies? Para se revender daqui a uns anos por 45 ou 50 milhões e continuar a dizer-se cinicamente que somos “art lovers”? Qual é realmente o valor das coisas e o que é que realmente é mais importante para este mundo? Entre os neuróticos, que somos a maior parte de nós, existem os perversos. O mundo precisa de mais pensamento e debate crítico e de menos decorações de salão. A arte já não é isto. Já não é só um ornamento nas casas dos abastados. A perversão é só de alguns.


15 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

fichas de leitura

Manuel Afonso Costa

Exorcismo e simbolismo B

RINCO do Leão não é mais do que a conhecida Dança do Leão. Ana Maria Amaro explora a valência da palavra Brinco que quer dizer diversão ou espectáculo jocoso. Ana Maria Amaro prefere assim a designação macaense para traduzir a expressão chinesa mou si, que quer dizer à letra, leão dançando ou dança do leão, em linguagem falada, pois em linguagem escrita a expressão é seng si e quer dizer leão acordado. É que, para que haja dança do leão, é preciso proceder antes ao cerimonial de acordar o leão, que consiste em pincelar de vermelho, com cinábrio pastoso, os olhos e a língua do pretenso animal. Contam-se muitas histórias acerca das origens da dança do leão. O livro faz a narrativa, não sei se exaustiva, mas demorada, o suficiente de todas as tradições e separa com nitidez as tradições do Norte da China das tradições do Sul. “No período da Dinastia Qing, a ópera chinesa e a Dança do Leão andavam de mãos dadas. Foram as companhias de ópera que navegavam nos lendários Barcos Vermelhos, quais ciganos do Delta do Rio das Pérolas, que deram a conhecer as modernas coreografias da Dança do Leão. Eram os actores que faziam desta uma arte do palco em Macau, Hong Kong e na região do Delta, mais tarde adaptada pelas escolas de kung fu”. Em Macau, só se enraizou nos costumes a partir dos anos 40 do século XX. E em Macau, de facto, a tradição está mais ligada à prática das artes marciais do que propriamente à ópera chinesa. A dança que chegou a ser proibida em Hong Kong por via das suas ligações ao mundo do crime organizado, manteve sempre em Macau um carácter nobre e não belicoso. Além disso

Amaro, Ana Maria, 1984, O brinco do leão, Direcção dos Serviços de Turismo de Macau, Macau. Descritores: Ciências sociais, Etnologia, Cultura, Macau, 204 p.:il.:23 cm. Cota: 39(512.318) Ama

a Dança do Leão era muito apreciada pelas autoridades portuguesas que convidavam os grupos de acrobatas para participarem em cerimónias oficiais. Havia em Macau muitas colectividades desportivas onde se praticava ginástica e lutas chinesas, mas só a Associação dos Lanes de Peixe, a Lei Lau e a Lo Leong apareciam regularmente. E de todas elas foi a de Lo Leong que mais se destacou através do tempo. Depois de um período em que deixou de existir, a partir da segunda metade dos anos 60 reapareceu com novas coreografias inovadoras e arrojadas. Um dos aspectos preliminares à dança é a cerimónia do acordar do leão. “Junto ao altar da trindade taoista

ANA MARIA AMARO, a autora, consagrada em Macau, desta obra, é hoje em dia professora jubilada do ICSP da Universidade Técnica de Lisboa e desempenha ainda as funções de Presidente do recente (2007) Instituto Português de Sinologia. É há muitos anos, perto de meio século, uma estudiosa persistente e prolixa da cultura chinesa e da cultura macaense assim como da sua história. Os seus estudos exercitam-se contudo mais nos domínios da Entografia e Antropologia e menos no domínio da História propriamente dita. É claro que num sentido lato as suas monografias e ensaios são históricos uma vez que são invariavelmente dominados pela variável da historicidade, mas são contudo mais de ordem antropológica uma vez que incidem sobre realidades étnicas, sobre costumes e tradições e nesse particular situam-se por vezes pouco no plano diacrónico. As questões de separação das fronteiras nas ciências sociais e humanas são por vezes melindrosas e na maior parte dos casos importa respeitar as intenções do autor. Ana Maria Amaro considerava-se antropóloga e aplicava as metodologias da Antropologia aos seus trabalhos. E isso basta por agora.

protectora dos dançarinos do leão, na sede da associação, na Areia Preta, o mestre acende paus de incenso. Numa bandeja, um velho rizoma de gengibre, um símbolo de poder, é almofada de um novo pincel de caligrafia chinesa. Aí está o vermelho puro do cinábrio (chu sa, em cantonês, ou zhusha, em mandarim) que vai dar vida ao leão”. Só depois o leão é engravatado com uma fita de cetim, o que significa que o leão volta a ter a cabeça ligada ao corpo, pois como se sabe por causa de maus comportamentos o Deus degolou-o, mas a deusa da misericórdia Hum Iam (Kun Iam ?) ou Guan Yin em mandarim resolve perdoar-lhe e restabelece a ligação da cabeça ao corpo atando-lhe uma fita vermelha à cabeça. Esta cerimónia é acompanhada pelos toques de cinábrio, sendo que o primeiro deve ser na testa do leão: “É na testa que Pun lhe dá o primeiro toque de cinábrio, sob a forma de um tridente, bem no centro do espelho que tão bem caracteriza os leões do sul, afugentando os espíritos que ali vêem o seu reflexo”. Da testa passa-se aos olhos, para as orelhas, para o nariz e ainda para a língua. Em cada toque há um significado, assim o toque nos olhos traz de novo ao leão a clareza, e através do toque no nariz afastam-se do leão os maus espíritos e aproximam-se dele o bem e a justiça, etc. Em todo este ritual pode ver-se que o leão desperta e começa a piscar os olhos, a mexer as orelhas e assim por diante. Está agora preparado para a dança. Deste modo recebe o novo espírito para trazer sorte e fortuna a quem o convida para dançar depois de salpicado com o orvalho das folhas, que acompanham o gengibre e o cinábrio no tabuleiro. Pun avisa que se o leão nunca tiver passado pelo ritual junto ao altar, o azar bate à porta daquele para quem dançar. Uma das lendas mais revisitadas a propósito da Dança do Leão aplica-se

sobretudo ao sul e terá sido esta que passou para Macau. Sabe-se que só o leão do sul possui uma cabeça peculiar com grandes olhos, um espelho na testa e um chifre no centro da cabeça. E pensa-se que esses adereços lhe terão sido atribuídos pela deusa Kun Iam no processo que já salientámos. Mas outra lenda associa o leão do sul a uma criatura que aterrorizava as populações. Essa criatura era designada por nien ou nian, o que em chinês se assemelha muito à palavra ano. E será por isso que a Dança do Leão faz parte obrigatoriamente das celebrações do ano novo chinês. A história interessa-me muito porque nela se procede a uma transmutação da lenda, do realismo animista para a pura representação simbólica. E é essa transformação que lhe confere uma dimensão culta e civilizada. O nien tinha já conhecido os poderes reais do leão, tendo fugido dessa vez espavorido. Voltou contudo para se vingar e as populações ficaram alarmadas pois não podiam contar com a providencial ajuda do leão que andava muito ocupado nessa época, ao que parece, a guardar as portas do palácio imperial. Uma vez que não podiam contar com o leão real para combater o grande inimigo, as pessoas engendraram um avatar do leão, agora sob uma forma mistificada e apenas simbolicamente representada. Ao reproduzirem a imagem do leão através de panos e bambus e ao lograrem também imitar os movimentos do leão através de uma dança plena de saltos e contorções conseguiram ludibriar o inimigo que de novo fugiu espavorido. E é esta forma representada e apenas simbolizada que para mim torna a Dança do Leão naquilo que ela é, um verdadeiro exorcismo de todos os perigos e uma encenação cultural e simbólica da luta do bem contra o mal. E só quando o simbolismo se substitui à crueza do mito, um povo e uma comunidade atingem a maioridade intelectual e a plena dignidade de uma civilização. *No quadro da colaboração de Manuel Afonso Costa com a Biblioteca Pública de Macau-Instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos o prazer de acolher estas “Fichas de Leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.


16

h

hoje macau quinta-feira 22.9.2016

Amélia Vieira

«

A

língua que transporto é um veredicto e não sei falar.» O aparelho fonador fica assim como longa estrada que nos permitiu uma evolução complexa e que fez do cérebro um lugar maior, uma “máquina” poderosa. Esta evolução transversal deu-nos o advento de algo talvez não previsto nos ciclos da evolução e foi no seu aperfeiçoamento constante que outras associações se formaram, como os rios, galgando os seus deltas, correndo para os mares, formando a paisagem. Esta enorme massa associativa define a busca de um sopro que foi dado como emanação, registo primordial, e continha no seu núcleo todo o conhecimento do Universo. Foi para nós uma aturada desconstrução a sua análise, legada pelo «Verbo», aquele que no princípio foi e ainda não sabemos exactamente como e como foi. É por isto mesmo que a linguagem continua a ser o mais misterioso dos processos e quem a usa acrescenta ao homem, homem novo, formas novas, coisas outras, na medida em que se Deus é o Verbo, ele se faz em nós e nós fazemo-lo a ele numa leitura só possível com a descoberta que é o casamento entre as partes. Afinal, tudo se une para o encontro, todas as coisas se projectam para formar outras e das outras nascem coisas inimagináveis e ao nascerem acontecem, dado que é fazendo que se vai criando, que se vê, andando que se encontra. Os signos visuais que nos são dados pelo alfabeto são composições abstractas que materializamos em formatos e sons para designarmos as coisas, coisas essas, porventura inomináveis, mas que precisamos para a Ordem cósmica da nossa já tão complexa natureza, que não fez mais do que laboriosamente criar até os seus obstáculos para se permitir viver. A ilusão de «Nós» forjou uma espécie só possível com um desconcertante labor, que é o ter-se separado da origem, esquecendo os pressupostos. Não por acaso, Babel existe nos nossos códigos, a espécie em movimento separada por uma técnica de puro desaire. Foi preciso registar tamanho e laborioso movimento, dar dele conhecimento, conhecimento esse que requer a prática constante do aperfeiçoar decalcado em vezes tais que, da primeira à última interpretação, se regista apenas o mote; e a história continua como se de uma “fábrica” louca estivéssemos munidos sem saber para onde vai e em que circunstância pará-la.

PABLO PICASSO, DOIS SALTIMBANCOS

Um fonema para ti

A tensão permanente de uma vogal que encha toda a cavidade bocal, de um som que se altere nos músculos falantes, faz-nos sentinelas e fontes de transformação incapazes de ser domadas por um cânone que amenize tanta Pandora registadora de uma consciência que, aos poucos, nos foi dominando. Explicar só não serve, é preciso entender. Entender talvez que cada sopro destes pode ser de facto uma potência direccionada para um ilimitado poder e se deve ter dele um secreto medo, dado que a leveza primeva permanecerá como o último segredo por revelar: e aqui reside outro ardente mistério: quem fala melhor? O que deixa ao vento o sopro, ou quem direccionado e firme o leva pela consciência? Em ambos os casos, falta no tempo presente uma disciplina formativa que é a Retórica. Parece até demasiado pom-

poso, mas não é, na medida em que há efectivamente um lugar mágico na voz e ela pode ser inibidora do entendimento se por agudos e graves nos for fornecido um ruído doente, febril ou cabisbaixo. Se monocordicamente nos anunciarmos “matando” o receptor e ficando assim a alma tão morta quanto a crença continuada da leiga formação dos falantes de que ela nem existe, o barulho das coisas, o tormento das vozes, as “hormonas” discursivas, o falatório, o diz que pensa, o fale agora, o não dito, o interdito... o amontoado, o vociferado, as conjugações, os acordos, os desacordos, criam um campo de guerra onde a palavra não é o vínculo que define a sua essência em nós. Não por acaso o canto e o poema, as formas de comunicar respeitante ao tratamento da linguagem, formavam disciplinas que se requeriam como princípio

Falta no tempo presente uma disciplina formativa que é a Retórica. Parece até demasiado pomposo, mas não é, na medida em que há efectivamente um lugar mágico na voz

moral. Elas ordenavam a consciência num semblante harmonioso de e para o quê toda a manifestação serviria: começou até como fonte de sobrevivência, acalmando as feras. É muito ilusória a propagação da comunicação que mantemos e creio que, ao continuarmos assim, não muito longe haverá uma forma telepática cujo aparelho ainda não desenvolvido pode começar a fazer anatomias diferentes. Ele terá o seu vocabulário e a sua métrica, e o som induzi-lo-á a outra compreensão do entendimento. Mas, magoado que foi todo o aparelho fonador e sujeito a repressões audíveis, tudo se tornou neste domínio e no momento da nossa evolução, pesado demais e destituído dos princípios fundamentais, que é já com algum desgosto que nos abeiramos dos componentes falantes. Se a poesia se tornou matéria vã e é tantas vezes constituída por aqueles que dela não lhe conhecem a gravidade, é por causa de um desmoronar de noções em série, que vê numa liberdade sem transcendência a forma de anunciar, que existe sem a noção de que a existência não escuta os autoproclamados viventes. Na medida em que existir não supõe dizer-se o que se quer, mas dizer o que nos “dão” para dizer, nós continuamos a ser nada, perante as coisas que de bom grado passam para se revelarem. Assim como o estar mais receptivo que defensivo, mais disponível que interdito, mais confiante que céptico, menos musculado e mais dinâmico, ser a única saída possível. Uma transparência de página volante, as páginas estão soltas em tudo que fazemos e só lemos o que a consciência pode alcançar.... Talvez saibamos todos muito pouco, pois o saber é ainda casar, empatia, ternura pelas fontes. Há coisas bem agrestes que devemos saber, dado que a técnica é o martelo de Thor com que iremos forjar os metais. Se estivermos atentos aos barulhos feitos pelos jovens, entendemos que está gasto o dom da linguagem, o que não quer dizer que não tenham desenvolvido outro e que essa anatomia herdada se reajuste como o fim do conflito perante a mecânica do som. “O Verbo que te leva e me leva a todas as coisas. Levo-o eu também e o recolho em mim.” “Os jornais são já livros feitos em comum. «O escrever em comum» é um sintoma interessante, que faz prever um grande aperfeiçoamento na arte da escrita. Talvez um dia se escreva, se pense, se aja em massa. Comunas inteiras, países, empreenderão uma obra.” (Novalis)


17 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

DESPORTO

BENFICA JONAS E JIMÉNEZ SÓ REGRESSAM EM OUTUBRO Os avançados Jonas e Raul Jiménez apenas vão reentrar nas opções do treinador do Benfica, Rui Vitória, em Outubro, segundo refere A BOLA. Jonas está a realizar uma drenagem de volumoso hematoma no pé direito e ainda irá precisar de pelo menos 15 dias para recuperar. Por seu turno, Jiménez está há três semanas a recuperar de uma lesão no joelho direito, após uma entorse com lesão no ligamento lateral.

MAN. UNITED DONOS DO CLUBE APOIAM MOURINHO

José Mourinho recebeu luz verde por parte da direcção para continuar no mesmo caminho, isto após ter tecido duras críticas aos árbitros e até aos seus jogadores, segundo revela a Imprensa inglesa. De acordo com o Daily Star, Mourinho já não é o «Special One», mas o «Angry One», após ter atacado os árbitros e os seus jogadores. No entanto, os donos do clube, os irmãos Glazer, e o vice-presidente Ed Woodward não estão preocupados com o seu comportamento e o técnico português conta com total apoio. O Manchester United sofreu três derrotas nos últimos três jogos.

O

lutador de Hong Kong Rex “The Wonder Kid” Tso vai voltar a subir a um ringue da Top Rank para um novo combate. O “puto maravilha” encabeça o cartaz, do qual fazia parte também o lutador do território KK Ng, que acabou por desistir, como confirmou ontem ao HM fonte da organização. Tso, que se iniciou no Boxe profissional em Macau,

F3 JOVEM PILOTO DE MACAU VAI PARA A TERCEIRA PARTICIPAÇÃO NA PROVA

Chang sai da toca

A

NDY Chang Wing Chung vai sair do retiro temporário. O piloto de 19 anos da RAEM, que o ano passado fez meia temporada do Campeonato da Europa FIA de Fórmula 3, vai disputar as duas últimas provas do europeu – Imola e Hockenheim – como preparação para a refeita Taça do Mundo FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau. O piloto de Macau assinou um contrato para estes três eventos com a equipa inglesa T-Sport e irá tripular um Dallara-NBE. “Temos vindo a falar com o Andy há já alguns anos e estamos muito satisfeitos por colocarmos de pé este programa juntos”, afirmou Russell Eacott, o patrão da equipa T-Sport, que acredita que a experiência do jovem do território será uma mais valia na edição deste ano da prova.

Concentrado nos estudos em Inglaterra, e sem apoios que lhe permitam competir na Fórmula 3 ao mais alto nível a tempo inteiro, Chang ainda não fez uma única corrida de monolugares esta temporada, tendo apenas participado numa prova de karts no início do ano para manter a forma. Depois de se ter estreado no Circuito da Guia na edição número sessenta na corrida da Formula Masters China Series com um 7º lugar, Chang irá para

“Temos vindo a falar com o Andy há já alguns anos e estamos muito satisfeitos por colocarmos de pé este programa juntos”

Apesar de não ser uma das equipas de topo da Fórmula 3 internacional, a T-Sport conseguiu um surpreendente pódio na corrida do território em 2014 com o neo-zelandês Nick Cassidy. Contudo, sem o ritmo dos seus adversários, Chang não poderá almejar muito mais que um resultado dentro do 15 primeiros. Com a demissão de Barry Bland da co-organização da prova e a confusão que lhe seguiu, as inscrições para esta corrida apenas terminam no dia 30 de Setembro, sendo que a lista de inscritos só será conhecida no final de Outubro, aquando da tradicional conferência de imprensa de apresentação do evento.

RUSSELL EACOTT PATRÃO DA EQUIPA T-SPORT

O puto maravilha Rex Tso sobe em Hong Kong com a Top Rank

vai defrontar Ryuto Maekawa pelo título internacional de juniores peso pluma da World Boxing Organization (WBO). O japonês nunca perdeu um combate, algo que marca também a carreira de Rex Tso, que estará, desta vez, a jogar em casa.

a sua terceira participação na prova de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau. Em 2014, Chang classificou-se no 19º lugar e o ano passado terminou na 14ª posição. Ukyo Sasahara será o companheiro de equipa do jovem nesta aventura, no entanto o japonês irá utilizar um motor Tomei construído pela ThreeBond no Japão, ao passo que Chang terá à disposição um motor arquitectado no Reino Unido pela Neil Brown Engineering.

Marcada para o dia 8 de Outubro, a “Battle of Victors” junta-se ao campeonato de Fórmula E da FIA em Hong Kong, como um dos espectáculos adicionais. Tso, que venceu em Maio deste ano o coreano Young Gil Bae, encontra agora

aquele que é considerado o número dois da Ásia pela WBO Asia-Pacific, conhecido pela rapidez dos combates. Com uma audiência que se espera que seja de mais de cinco mil pessoas, o evento conta com oito combates: lutadores da Austrália, Japão, Reino Unido, Tailândia e Filipinas juntam-se a outros do Nepal e Indonésia. O “Battle of Victors” é, de

acordo com a Top Rank, “o maior evento de boxe profissional em Hong Kong”. Da região vizinha sobe ainda ao ringue Raymond Poon, colega de Tso. Para Bob Arum, dirigente da Top Rank, “é um prazer ver que Rex Tso está a emergir como uma estrela nesta parte do mundo”. Os bilhetes estão à venda por preços que vão dos 380 a 1880 dólares de Hong Kong. J.F.

Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo


18 (F)UTILIDADES TEMPO

POUCO

hoje macau quinta-feira 22.9.2016

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente

MIN

24

MAX

31

HUM

60-90%

EURO

8.90

BAHT

EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12)

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11) EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 84

PROBLEMA 85

UM FILME HOJE

C I N E M A

EQUALS SALA 1

EQUALS [B]

Filme de: Drake Doremus Com: Kristen Stewart, Nicholas Hoult, Guy Pearce, Jacki Waever 14.15, 17.45, 21.30

NINE LIVES [A]

Filme de: Barry Sonnenfeld Com: Kevin Spacey, Jennifer Garner, Christopher Walken 16.05, 19.45 SALA 2

SULLY [B]

Filme de: Clint Eastwood, Aaron Eckhart Com: Tom Hanks 14.15, 16.00, 17.45, 21.45

TRAIN TO BUSAN [C]

FALADO EM COREANO LEGENDADO

EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Yeon Sang-ho Com: Gong Yoo, Ma Domng-Seok, Choi Woo-sik 19.30

SUDOKU

DE

Cineteatro

1.19

COM O RABO DE FORA

EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ARTISTAS DE MACAU IACM (até 30/10)

EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10)

YUAN

AQUI HÁ GATO

EXPOSIÇÃO DE PINTURA “INSPIRAÇÃO INOVADORA”, DE MAK KUONG WENG Jardim Lou Lim Iok (até 16/10)

ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017)

0.22

Sou balofo e doméstico mas tenho as minhas fugas! Gosto de me sentar nos telhados da cidade pela noite dentro e conversar com amigos enquanto olhamos as luzes desta Macau e que iludem tanto a escuridão em que, por vezes, vive. Olhamos para baixo e vemos gente, muita gente. São tão pequenos vistos de cima, são mais pequenos que nós e, com tanta racionalidade que presumem ter, são tão coitados por vezes. De um lado os turistas de todo o lado que inflamam as malas de cosméticos, do outro a comunidade chinesa que é o cerce desta terra mas que ainda anda às voltas com tanto tipo de Chinês e, por fim, esta aldeia de Portugal que anda por cá sem, na sua maioria sequer, entender as palavras da terra. Fecham-se nas conversas entre vizinhos onde espalham as cusquices do dia. Pedem segredos sabendo que na próxima esquina o comentário já tem tamanho volume que passa a notícia do dia, daquelas que não saem nos jornais mas que têm muito mais força. É uma espécie de esconde esconde com rabo de fora - coisa injustamente atribuída à minha espécie e que é mais reflexo de quem o diz - em que todos são vistos tal qual são e se iludem com uma desejada cegueira alheia. Grhhhhhh, aldeia de cimento e néons que não tens consciência de ti! Pu Yi

“A ASSASSINA” (HSIAO-HSIEN HOU)

“A Assassina” é um filme do coreano Hsiao-Hsien Hou que conta a história de uma mulher que é uma assassina profissional, treinada pelos melhores mestres. A sua função é a de matar um homem importante, algo que não consegue cumprir quando o vê com um bebé nos braços. Por causa disso, é castigada e recebe uma ordem que a põe à prova: matar o primo, por quem está apaixonada e com quem devia ter casado. Yinninag tem de se confrontar com o seu passado e fazer uma escolha. O filme brilha em vários aspectos, a fotografia espectacular é um deles. Cada detalhe é tratado ao mais ínfimo pormenor tornando todo o filme numa tela em movimento. Hoje Macau

SALA 3

BLAIR WITCH [C]

Filme de: Adam Wingard Com: James Allen McCune, Brandon Scott, Callie Hernandez 14.30, 18.00, 21.30

S STORM [C]

FALADO EM CANTONENSE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: David Lam Com: Louis Koo, Julian Cheung, Vic Chou, Ada Choi 16.15, 19.45

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau quinta-feira 22.9.2016

OPINIÃO

bairro do oriente LEOCARDO

DAVID BENIOFF, D.B. WEISS, GAME OF THRONES

M

UITO se tem falado, e especialmente especulado, sobre a iminente mudança de instalações da secretaria notarial do Leal Senado, que vem funcionando há mais de meio século no Edifício da Santa Casa da Misericórdia. Penso que toda a gente terá uma opinião em relação a esse tema, e é mesmo possível que entre umas e outras a amplitude seja considerável, variando entre a relativização e indiferença da parte de alguns, até às mais elaboradas teorias da conspiração, da parte dos mais “criativos”. Mais uma vez prefiro ficar sentado na divisória, pois tal como toda a gente pouco ou nada sei das “verdadeiras razões” para a mudança do Primeiro Cartório para outras instalações. A não ser a versão oficial, claro, da própria Secretaria da tutela da Justiça, e se por um lado não existe nada que me leve a supor que as razões são outras além das económicas, por outro lado compreendo que haja quem “desconfie”. Uma vez mordidos... Mas aí está – só sei que nada sei, ponto. A partir daqui posso conjecturar sobre tudo e mais alguma coisa, os verdadeiros porquês, quem não gosta de quem, ou quem foi o infeliz que pisou a cauda de um dos “dinossauros”, tudo e mais alguma coisa, mas para mim, só para mim, e para ficar dentro da minha cabecinha. Posso eventualmente comentar com alguém das minhas relações, numa conversa informal, ou “de café”, como lhe chama um dos nossos oráculos. Por falar nisso, no outro dia encontrei-me com uma amizade do exterior, que veio até cá em trabalho, a propósito da inauguração do mais recente mamarracho casineiro maquilhado de “civilização ocidental, e estivemos a conversar num café, nem de propósito. Foi refrescante poder trocar impressões sobre a actualidade de Macau com alguém que não estivesse a cada dois minutos a olhar à volta, receando comprometer-se por estar a falar de factos, que por muito sensíveis que possam parecer, são do domínio público. Sim, na minha mente e entre “a malta” tenho carta branca para dar largas à criatividade, e se quiser posso até compor um enredo que transportado para as páginas deste jornal me deixariam numa carga de trabalhos, mas pronto, “palavras leva-as o vento”, lá dizia o poeta. Ou depende, pois não foi para meu espanto que um destes dias vejo no canal público de televisão o responsável máximo da entidade a quem o cartório vai deixar de alugar o tal imóvel a “voar pelo infinito” neste universo do imaginário. Aposto que até passou despercebido a muita gente, mas

Miseri(a)córdia

“É triste olhar para quem teme ter os dias contados estrebuchar feito um frango de aviário durante o abate” isso é apenas porque já estamos vacinados, infelizmente. Nada contra a pessoa em questão, cuja idoneidade não ouso beliscar, quanto mais questionar, mas antes as palavras, sem falar do tom infantil de chantagem emocional, mais a atirar para o desespero.

Entre a “má vontade” do Governo contra a instituição que representa, e um complô ao estilo da Revolução Cultural Maoista no sentido de “eliminar os símbolos portugueses em Macau”, acho que virei na saída errada daquela estrada para a Terra do Nunca e dei comigo a pensar: sim, foram razões de ordem económica, sejas elas quais forem. O que está em causa, no fim de contas, nem é a importância histórica daquela instituição, o bem que faz ou deixa de fazer, ou se existe realmente “má vontade”, mas antes o facto da sua própria existência depender do arrendamento de um imóvel. Permitam-me que me atreva a fazer uma metáfora recorrendo à

regra das relações biológicas: quando apenas uma das partes beneficia da sua relação com outra, deixa de ser mutualismo. Em Macau não chega sequer a ser irónico ver quem supostamente ajuda os necessitados no papel de necessitado, ou pior: à esmola. É apenas “típico”, e agora querem saber o que penso realmente? É triste olhar para quem teme ter os dias contados estrebuchar feito um frango de aviário durante o abate. Mas pronto, e depois? Quanto é que precisam? Não estou a falar do dinheiro, mas antes de tempo para esquecer que aquele lugar era assim e depois deixou de existir de todo? Pronto, fazer o quê? Menos beneficência, paciência.


O triciclo corta a chuva devagar/deixando atrás a espuma breve do esforço.” António Augusto Menano

quinta-feira 22.9.2016

ONU LÍDER DEVE GUIAR-SE «PELO EXEMPLO DE GANDHI E MANDELA»

A lição de Marcelo

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu esta terça-feira, na Assembleia-Geral da ONU a candidatura de António Guterres a secretário geral, citando Mahatma Gandhi e Nelson Mandela como os perfis que devem guiar o futuro secretário-geral das Nações Unidas

«

E

STANDO em curso o processo de selecção do próximo Secretário-Geral das Nações Unidas, gostaria de exprimir os meus votos mais sinceros para que a pessoa que venha a ocupar este cargo tenha as qualidades humanas e profissionais à altura do desafio; que seja um congregador de espíritos e vontades e que se guie pelo exemplo dos valores e da abordagem que Mahatma Gandhi e Nelson Mandela sempre aplicaram na vida: indo para além do seu grupo ou círculo, e assim unindo e representando todos e não uma parte; que construa pontes; que saiba ouvir e tenha a sabedoria e capacidade de liderança inatas que lhe permitam tomar decisões em que todos se revejam e se sintam incluídos», disse Marcelo Rebelo de Sousa no final da sua primeira intervenção na ONU.

ataques em Bruxelas, Mogadíscio, Orlando e o Paquistão devem ser encarados com a mesma gravidade. «É através dos valores da paz, da tolerância, dignidade humana e solidariedade que devemos combater a radicalização e extremismo violento, bem como a xenofobia e o populismo demagógico que também ameaçam as nossas sociedades», disse. «A vaga de emigração não pára de aumentar, por razões que se prendem essencialmente com a falta de oportunidades nos países de origem. Investir no progresso dos países em desenvolvimento é, seguramente, a melhor forma de contribuir. Portugal tem traduzido a disponibilidade desde logo mani-

festada no acolhimento efectivo de migrantes. Assim continuaremos a fazê-lo. Saliento a importância da promoção do ensino superior para refugiados em situações de emergência, de modo a evitar gerações perdidas. Portugal aceitou já mais de uma centena de estudantes universitários sírios e apela à participação de muitos mais países. A propósito do direito à educação, recordo que esta Assembleia adoptou há 50 anos o Pacto Internacional dos Direitos Económicos, Sociais e Culturais e o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. Apelo a todos os Estados-membros que ainda não o fizeram para que adiram a estes relevantes instrumentos», comentou.

Que venha uma chuva de donativos

Cruz Vermelha apela a doações para ajudar Coreia Norte

A

Cruz Vermelha apelou ontem a doações para ajudar a Coreia do Norte, fustigada por intensas inundações, desejando angariar 15,5 milhões de dólares, e alertou para um “desastre secundário” no país se assistência urgente não for providenciada. Pelo menos 138 pessoas morreram e quase 400 estão desaparecidas depois de chuvas torrenciais causarem cheias que devastaram vilas no nordeste do país, informou a ONU na semana passada. De acordo com as Nações Unidas, 140 mil pessoas precisam de assistência. A Federação Internacional da Cruz Vermelha e das Sociedades do Crescente Vermelho (IFRC, na sigla inglesa) disseram que cerca de 70 mil continuam sem casa depois de dezenas de milhares de casas terem sido danificadas ou destruídas.

INVERNO À PORTA

TERRORISMO «NÃO PODE SER TOLERADO»

“As pessoas já estavam vulneráveis antes deste desastre mas agora estão em perigo de chegar a um ponto sem retorno”, disse Chris Staines, líder da delegação da IFRC em Pyongyang, em comunicado. “O Inverno está à porta e quando juntamos o impacto das cheias e os riscos que as pessoas agora enfrentam, podemos ver um desastre secundário aqui nos

O Presidente falou de vários temas da actualidade, sobretudo o terrorismo e a crise dos refugiados, dando o exemplo de acolhimento de Portugal. Marcelo referiu que o terrorismo «não pode ser tolerado e a comunidade internacional, sob mandato das Nações Unidas, tem o direito legal e o dever moral de pôr fim a este flagelo», citando que

próximos meses”, disse Staines, após uma visita às zonas afectadas. Com as temperaturas de inverno a ameaçar cair até aos 30 graus negativos, o fundo de 15,5 milhões de dólares vai ser usado para fornecer bens de emergência essenciais, incluindo tendas, medicamentos e carvão a sete mil famílias. Imagens publicadas por meios de comunicação oficiais mostram estradas e estações destruídas, bem como casas envolvidas em paredes de lama, enquanto centenas de pessoas – muitas cobertas de terra – lutavam para remover os escombros. A empobrecida e isolada Coreia do Norte é vulnerável a desastres naturais, especialmente cheias, em parte devido à desflorestação e más infra-estruturas. Pelo menos 169 pessoas morreram numa enorme tempestade no Verão de 2012. No entanto, grande parte dos recursos governamentais está a ser consumida por um programa nuclear fortemente criticado pela comunidade internacional. A Coreia do Norte, já sujeita a severas sanções económicas devido aos seus testes de mísseis e nucleares, enfrenta a possibilidade de mais sanções após o quinto ensaio, realizado no dia 9 de Setembro.

HABITAÇÃO DENÚNCIA DE FALSOS SEM-ABRIGO NO EDIFÍCIO CHENG CHONG

M

PUB

OBILIÁRIO e bagagens no piso de protecção contra incêndios no edifício Cheng Chong deixaram a suspeita de que pudessem ali morar sem-abrigo, mas a situação denunciada pelos moradores do prédio foi negada. De acordo com o Jornal Ou Mun, foi um morador que referiu

que, ao deslocar-se para ir apanhar roupa que lhe tinha caído, encontrou no piso um sofá, malas e um colchão. A descoberta preocupou os moradores que se insurgiram contra o sistema de videovigilância que existe naquelas instalações e o funcionário encarregue de o supervisionar.

Segundo a mesma publicação alguns moradores denunciaram o caso ao grupo de prevenção criminal na área da habitação, mas foi a PJ quem acabou por ir ao local. Segundo as autoridades, os artigos foram colocados naquele local pelo pessoal da limpeza que se serve daquele espaço para

descanso. A PJ solicitou ainda à companhia de gestão predial do edifício Cheng Chong que retire de imediato os artigos encontrados e o caso foi encerrado. O Instituto de Habitação também publicou ontem um comunicado que informa que a entidade ordenou que fosse feita uma inspecção ao local

nos dias 20 e 21. O IH exigiu ainda um maior esforço na gestão e formação de pessoal assim como o aumento das patrulhas pelos edifícios para que casos como este não se venham a repetir. A.K./S.M.


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.