G20
SOB O SIGNO DA PANDEMIA
ORÇAMENTO
DANCING WATER
ÚLTIMOS AJUSTES
TORNEIRA FECHADA
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OPINIÃO
HOSPITAIS PELAS COSTURAS ANDRÉ NAMORA
ID
GRANDE PLANO
MOP$10
SEGUNDA-FEIRA 23 DE NOVEMBRO DE 2020 • ANO XX • Nº4656
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
hojemacau ANOS
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A vida é sonho Macau volta a ter um piloto da casa a vencer o Grande Prémio. Desta vez em Fórmula 4. Numa corrida marcada pelo duelo entre dois pilotos locais, levou a melhor o jovem Charles Leong, de apenas 19 anos. “Alcancei um dos meus sonhos de infância, não consigo dizer o que estou a sentir. Acho que ainda estou a sonhar”, afirmou o piloto após uma vitória memorável. ESPECIAL GP
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DATING THE CITY ANABELA CANAS
IMPERADOR AMARELO PAULO MAIA E CARMO
VIAGENS MARÍTIMAS
JOSÉ SIMÕES MORAIS
2 grande plano
G20
23.11.2020 segunda-feira
TOQUE DE REUNIR LÍDERES DEFENDEM ACESSO UNIVERSAL A VACINAS E AJUDA À OMS
Vários líderes mundiais reiteraram neste fim-de-semana a defesa de um sistema que garanta o acesso universal às vacinas contra a covid-19, durante a cimeira do G20. Além disso, foi pedido a atribuição, pelas principais 20 economias mundiais, de uma ajuda de 4,5 mil milhões de dólares à Organização Mundial de Saúde, de forma a reforçar a resposta à pandemia
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EALIZOU-SE este fim-de-semana a cimeira anual de 2020 do G20, que reuniu líderes de 19 países que representam cerca de 90 por cento do PIB mundial, a União Europeia e governadores de bancos centrais. A Arábia Saudita foi a anfitriã da cimeira deste ano, que decorreu por videoconferência, formato que se tornou norma desde a explosão global da pandemia da covid-19, que foi, como seria de esperar, o principal foco das conversações. Um dos assuntos que dominou as conversações no sábado foi o acesso global à, muito aguardada, vacina para o novo tipo de coronavírus. “Temos de garantir o acesso à escala planetária e evitar a todo o custo o
cenário de um mundo a duas velocidades”, afirmou o Presidente francês, Emmanuel Macron, numa intervenção pré-gravada num evento paralelo da primeira reunião dos chefes de Estado e de Governo do G20. Apesar de enaltecer o COVAX, o instrumento internacional lançado para assegurar o acesso justo e equitativo às vacinas em desenvolvimento para a covid-19, Macron vincou que “são necessárias mais contribuições” e propôs a criação de um mecanismo para doações destes fármacos dos países desenvolvidos para os países em desenvolvimento. Por sua vez, a chanceler daAlemanha,Angela Merkel, considerou que, “para superar a pandemia, cada país tem de ter acesso à vacina”, alertando que os fundos angariados até
agora no âmbito do sistema COVAX “não são suficientes para alcançar este objectivo” e apelando ao apoio dos restantes líderes dos países presentes na cimeira. Também o primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, defendeu que o acesso aos tratamentos e às vacinas deve ser um direito
“Temos de garantir o acesso [à vacina ] à escala planetária e evitar a todo o custo o cenário de um mundo a duas velocidades.” EMMANUEL MACRON PRESIDENTE FRANCÊS
de todas as populações. “Para Itália, estes são bens públicos para todos e não o privilégio de uns poucos”, disse, sendo secundado pelo chefe de Governo do Reino Unido, Boris Johnson, que sublinhou o compromisso do país no acesso universal às vacinas e no apoio ao sistema COVAX. Já o Presidente argentino, Alberto Fernández, afirmou que “a cooperação e a solidariedade são os dois elementos-chave na luta contra a pandemia” e que a distribuição equitativa das vacinas “é uma tarefa colectiva para a comunidade internacional que exige a assinatura de um grande pacto de solidariedade global”.
DE MADRID, A CONVITE
Na mesma linha, o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro,
enviou uma mensagem gravada para o evento, na qual referiu que “a cooperação no seio do G20 é fundamental para ultrapassar a pandemia e regressar ao caminho da recuperação social e económica”. Acto contínuo, fez questão de dizer que o tempo lhe deu razão, quando afirmou que era preciso “cuidar da saúde do povo e da economia ao mesmo tempo” face à emergência do novo coronavírus. “Devemos oferecer as vacinas que estão a ser desenvolvidas como património comum da humanidade, em vez de aprofundar as injustiças existentes”, declarou o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante o seu discurso na reunião virtual de líderes, em que advogou a urgência de mecanismos de garantia de
“equidade e preços adequados” para as vacinas. Com estatuto de convidada permanente, Espanha fez-se representar pelo presidente do Governo, Pedro Sánchez, que lembrou aos outros chefes de Estado e de Governo que “não estaremos a salvo até que todos estejam a salvo”. Por outro lado, não foi possível ouvir o Presidente cessante dos Estados Unidos, Donald Trump, uma vez que o discurso não foi aberto à comunicação social. Segundo a EFE, Trump fez uma breve aparição no início da cimeira virtual do G20 e depois foi jogar golfe, enquanto os seus homólogos de outros países discutiram medidas contra a pandemia.
ABRIR CORDÕES À BOLSA
Foi igualmente debatida a hipótese de atribuir uma
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segunda-feira 23.11.2020
“Há um défice de 28 mil milhões de dólares, dos quais 4,2 mil milhões de dólares serão necessários antes do final do ano. Estes fundos são fundamentais para a industrialização, o transporte e o fornecimento de vacinas contra a covid-19.″ ANTÓNIO GUTERRES SECRETÁRIO-GERAL DA ONU
depressão mundial”, sublinhou na missiva.
NOUTRO PLANETA
ajuda de 4,5 mil milhões de dólares à Organização Mundial de Saúde (OMS), de forma a reforçar a resposta à pandemia. O apelo consta numa carta, a que a agência France-Presse (AFP) teve acesso, assinada pela primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, pelo Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, pelo director da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, e pela presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. A missiva foca em particular a lacuna de 4,5 mil milhões de dólares que existe actualmente nos fundos da OMS, nomeadamente para responder às necessidades associadas à distribuição das futuras vacinas contra a doença covid-19. “Um compromisso dos líderes
do G20 de financiar de forma substancial o défice actual de 4,5 mil milhões de dólares do (mecanismo) ‘ACT-Accelerator’ salvará vidas instantaneamente”, referiu a missiva. O “ACT Accelerator” é uma aliança global liderada pela OMS e parceiros para a produção de forma global e equitativa de diagnósticos, terapêuticas e vacinas. O objectivo passa por assegurar que os países mais desenvolvidos não monopolizem estas vertentes. A rede COVAX é o pilar destinado a garantir o acesso universal a uma vacina contra a covid-19. Tal compromisso do G20 “permitirá uma estratégia para sair da crise”, acrescentaram os signatários da carta dirigida ao anfitrião da cimeira do G20, o rei saudita
Salman bin Abdulaziz Al Saud.
CORRIDA CONTRA-RELÓGIO
“Os recentes avanços nas vacinas contra a covid-19
Donald Trump mostrou-se desinteressado da cimeira, aliás, não participou no evento “Pandemic Preparedness”, no dia em que os Estados Unidos baterem o recorde de infecções diárias, com 195.500 novos diagnósticos
oferecem esperança”, mas estas devem “chegar a todos”, “o que significa que as vacinas devem ser tratadas como um bem público”, “acessível a todos”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em declarações aos ‘media’ em Nova Iorque. “Esta é a única maneira de travar a pandemia” e “a solidariedade é sobrevivência”, reforçou. Durante sete meses, foram investidos 10 mil milhões de dólares no desenvolvimento de vacinas, diagnósticos e terapêuticas. “Mas há um défice de 28 mil milhões de dólares, dos quais 4,2 mil milhões de dólares serão necessários antes do final do ano”, enumerou Guterres. “Estes fundos são fundamentais para a industrializa-
ção, o transporte e o fornecimento de vacinas contra a covid-19″ e os “países do G20 têm os meios” para os financiar, argumentou o secretário-geral da ONU. Na terça-feira passada foi igualmente divulgada uma carta assinada por Guterres dirigida aos líderes do G20. Na missiva, o secretário-geral da ONU apelava aos dirigentes do G20 para demonstrarem audácia e ambição nas medidas relacionadas com a pandemia. “O G20 sabe que será necessária uma nova redução da dívida. O grupo deve agora demonstrar uma maior ambição e propor medidas mais audaciosas para permitir aos países em desenvolvimento enfrentarem a crise de forma eficaz e evitar que a recessão mundial se transforme em
A participação de Donald Trump na cimeira do G20 limitou-se a um discurso gravado, antes de se retirar para mais um dia de golfe. Ao contrário de ter aproveitado a ocasião para se despedir dos seus congéneres, na sequência da derrota nas eleições presidenciais, Trump insistiu que vai manter a Casa Branca. De acordo com o Observer, que teve acesso ao áudio da intervenção, Donald Trump afirmou: “Tem sido uma grande honra trabalhar convosco, estou ansioso para continuar durante muito tempo”. De seguida, o ainda Presidente norte-americano passou a gabar a economia e o poder militar dos Estados Unidos, repetindo a teoria falsa de que a sua Administração seria responsável pelas duas primeiras vacinas contra a covid-19, quando a vacina que está a ser desenvolvida pela Pfizer não foi subsidiada pelo Governo. Num claro contraste com os discursos dos restantes líderes, focados na resposta global à pandemia, Donald Trump mostrou-se desinteressado da cimeira, aliás, não participou no evento “Pandemic Preparedness”, no dia em que os Estados Unidos baterem o recorde de infecções diárias, com 195.500 novos diagnósticos. Aliás, depois de gravar o discurso, marcado pela tónica unilateral, o Presidente publicou no Twitter mensagens sobre as eleições presidenciais e abandonou a Casa Branca para ir jogar golfe.
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Governo vai propor à Assembleia Legislativa (AL) um reforço de 8,157 mil milhões de patacas do orçamento de 2020, com carácter de urgência. O montante, que vai sair da reserva financeira da RAEM, tem como objectivo colmatar despesas diárias do Governo que já estavam previstas e ser usado junto da população, explicou o secretário para a Economia e Finanças, de acordo com um comunicado do Gabinete de Comunicação Social. Esta é a terceira alteração ao orçamento deste ano. O montante divulgado na sexta-feira é inferior ao previsto. Em Outubro, o Chefe do Executivo anunciou que planeava injectar mais 20 mil milhões de patacas da reserva financeira. Na nota, indica-se que o secretário Lei Wai Nong explicou que com a retoma dos vistos de entrada em Macau para visitantes do Interior da China, os primeiros sinais de recuperação das receitas do jogo, bem como uma redução das despesas dos serviços públicos, levaram o Governo a “ajustar adequadamente o equilíbrio da balança entre despesas e receitas”. O montante de 8,157 mil milhões “será suficiente para suportar todas as despesas”, e o Governo está confiante de que não será necessário recorrer a mais reforços. Em 2020, as alterações ao orçamento levaram o Governo a ir buscar cerca de 42,5 mil milhões de patacas à reserva. Já a proposta de lei do Orçamento para o próximo ano, retira à reserva financeira da RAEM cerca de 26,5 mil milhões de patacas para equilíbrio das contas.
ECONOMIA REFORÇO ORÇAMENTAL RETIRA 8,1 MIL MILHÕES À RESERVA
À terceira é de vez
Em vez de 20 mil milhões, o Governo vai propor à Assembleia um reforço de 8,1 mil milhões de patacas ao orçamento para suportar as despesas diárias até ao final do ano. O secretário para a Economia e Finanças indicou que não haverá cortes salariais na função pública
redução superior a 20 mil milhões de patacas de outras receitas. No entanto, regista-se também uma descida de 12,4 mil milhões com as despesas do orçamento ordinário. Com a alteração proposta, o saldo do orçamento para este ano fixa-se em cerca de mil milhões de patacas. Lei Wai Nong reiterou que não há intenções de cortes salariais na função pública, e explicou que a contenção nos serviços públicos está relacionada com despesas como impressão em papel e obras que não foram iniciadas. Salomé Fernandes
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AFASTADAS REDUÇÕES SALARIAIS
A proposta de alteração à Lei do Orçamento de 2020 já foi discutida em Conselho Executivo. Além do reforço orçamental, uma nota do organismo revela que há uma
O montante de 8,157 mil milhões “será suficiente para suportar todas as despesas”, e o Governo está confiante de que não será necessário recorrer a mais reforços
JUVENTUDE WONG KIT CHENG APELA AO FORTALECIMENTO DO PATRIOTISMO
SAÚDE MAIS DE 200 PACIENTES A PRECISAR DE TRANSPLANTE RENAL
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deputada Wong Kit Cheng emitiu ontem um comunicado a apelar ao fortalecimento da consciência patriótica da juventude, enquanto ferramenta de desenvolvimento pessoal e ponto central da “Política de Juventude de Macau (2021-2030)”, que se encontra em consulta pública. Quanto ao plano político, a deputada ligada à Associação Geral das Mulheres destaca a importância de preservar a “herança do amor patriótico e elevar a consciência nacional” com políticas concretas e objectivos bem delineados, que ajudem os jovens de Macau a integrar-se na cooperação regional, no desenvolvimento nacional e numa cultura de responsabilização.
Depois do lançamento da “Política de Juventude de Macau (20122020)”, Wong Kit Cheng entende que foram alcançados objectivos como a participação de jovens em actividades de desenvolvimento social, atmosfera de solidariedade e mobilidade social. Face ao contexto actual, sem especificar nada em concreto, a deputada elogia o reforço do patriotismo como elemento essencial para levar a juventude de Macau a “uma correcta consciência nacional, a compreender a história e o desenvolvimento de Macau e da China, assim como assegurar que o princípio “Um País, Dois Sistemas” é respeitado por todos.
M Outubro, estavam registados cerca de 208 pacientes para serem submetidos a transplante renal, avançou o director dos Serviços de Saúde (SS) em resposta a uma interpelação escrita. Lei Chin Ion observou que em Macau, apenas os transplantes renais precisam de aguardar em lista de espera. Tendo em conta o número reduzido de pacientes que precisam de outros transplantes de órgãos, dependendo da sua situação, os Serviços de Saúde encaminham-nos para tratamento no exterior. “Em 2019, foi organizada a transferência
para o exterior de um doente com insuficiência cardíaca e três doentes com insuficiência hepática para transplante”, disse o director dos SS. A propósito da questão levantada pela deputada Wong Kit Cheng, sobre quando ia arrancar o processo legislativo de normas para o transplante de órgãos e acções de formação sobre outras técnicas, Lei Chin Ion avança que este ano estava previsto o envio de médicos ao Interior da China para participação e aprendizagem sobre cirurgias de transplante de fígado. No entanto, devido à epidemia, a
participação teve de ser alterada realizando-se através de uma plataforma online. Por outro lado, o director dos SS descreve que já foram promulgados “critérios, regras e directrizes” sobre o tema. Lei Chin Ion afirma ainda que dada a reduzida população do território “a probabilidade de obtenção de órgãos é baixa”. “Apesar de, em 2017, Macau ter aderido ao sistema estatal de distribuição e partilha de órgãos, ainda é necessário solucionar o problema de transporte transfronteiriço de órgãos humanos”, reconhece. S.F.
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ECONOMIA PIB CAI 63,8 POR CENTO NO TERCEIRO TRIMESTRE HOJE MACAU
A contar os dias
Inquérito Dez por cento das lojas na zona norte podem fechar Um inquérito realizado pela Associação Industrial e Comercial da Zona Norte conclui que, devido à pandemia, cerca de dez por cento das lojas podem fechar, enquanto que 20 por cento pondera avançar com despedimentos. De acordo com a TDM Canal Macau, o cenário negro foi traçado por Wong Kin Chong, responsável pela associação. “Mais de 20 por cento [das lojas] disseram que têm de despedir trabalhadores. Têm de se adaptar às circunstâncias, porque a pandemia deve con-
tinuar até ao Ano Novo Chinês. As restrições de entrada para quem vem de Hong Kong mantêm-se. Há um ambiente festivo no continente pelo Ano Novo e os residentes do continente talvez não venham a Macau. Os testes de ácido nucleico também são um grande obstáculo. Espero que o Governo tenha mais formas de atrair visitantes.” O inquérito foi realizado a cerca de 500 negócios, sendo que a maioria registou uma quebra de receitas de dez a 30 por cento face a 2019. PUB
AVISO COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL 1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término, e, que de acordo com o artigo 53.º da Lei n.º 10/2013 <<Lei de Terras>>, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Localização dos terrenos: - Rua Graciosa, n.ºs 3 a 91, Avenida Leste do Hipódromo, n.ºs 79 a 89 e Rua Alegre, n.ºs 74 a 102, em Macau, (Edifício Complexo Industrial Chiao Kuang); - Rua da Fábrica, n.ºs 144 a 222, Rua dos Currais, n.ºs 103 a 135, Travessa dos Currais, n.ºs 8 a 70 e Travessa do Canal das Hortas, n.ºs 64 e 70, em Macau, (Edifício Macau – Torre C, Torre D, Torre E); - Avenida de Artur Tamagnini Barbosa, n.ºs 72 a 90, Istmo de Ferreira do Amaral, n.ºs 23 a 31, Rua Central de T´oi San, n.ºs 2 a 18 e Rua Nova de T´oi San, n.ºs 1 a 15, em Macau, (Edifício Bairro Económico Litoral); - Avenida do Almirante Lacerda, n.º 121, em Macau; - Avenida do Almirante Lacerda, n.ºs 121A e 121B, em Macau, (Edifício A Chao (Asia)); - Travessa da Capitania dos Portos, n.ºs 1 a 15, em Macau; - Junto à Estrada de Seac Pai Van, Lote G2, na Ilha de Coloane. 2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam à Recebedoria destes serviços, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, para os efeitos do respectivo pagamento. 3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada. Aos, 5 de Novembro de 2020.
O Director dos Serviços de Finanças Iong Kong Leong
Em termos anuais o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau registou uma queda de 63,8 por cento no terceiro trimestre de 2020. Ainda assim, o valor traduz uma melhoria relativamente ao trimestre anterior, em que o PIB registou uma queda anual de 68 por cento
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P r o d u t o Interno Bruto (PIB) de Macau registou uma queda anual, em termos reais, de 63,8 por cento, no terceiro trimestre de 2020, resultado que reflecte uma melhoria em relação ao trimestre anterior, altura que o PIB sofreu uma queda anual de 68 por cento. Os dados foram divulgados na passada sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), que atribui o alívio ao “afrouxamento da política de restrições de viagens turísticas do Interior da China para Macau”. Isto, apesar das quedas avultadas, registadas ao nível das exportações de serviços. “Com o afrouxamento da política de restrições de viagens turísticas do Interior da China para Macau, o número de visitantes (…) aumentou 14 vezes no 3.º trimestre face ao 2.º trimestre, apesar das quedas anuais de 93,6 por cento das exportações de serviços do jogo e de 87,9 por cento das exportações de outros serviços turísticos”, pode ler-se no comunicado. Quanto às importações de serviços, a queda foi de 44,1 por cento, devido à “redução
das viagens dos residentes” e ao “abrandamento de outras actividades económicas”. Queda essa, registada também ao nível da procura interna, recuando 6,1 por cento devido “à suavização da curva de queda da despesa do consumo privado”.
Segundo a DSEC, entre Julho e Setembro, a despesa de consumo privado sofreu uma queda anual de 16,7 por cento, apesar do “efeito impulsionador” do plano de subsídio ao consumo, que resultou no atenuar para 8,4 por cento da
curva descendente da despesa de consumo final das famílias do mercado local. Também quanto ao nível do investimento em activos fixos por parte do Governo, registou-se um decréscimo anual de 5,6 por cento, com destaque para a quebra de 10,3 por cento no investimento no sector da construção. O investimento em obras públicas caiu 18,7, ao passo que o investimento em construção privada baixou 7,2 por cento.
GASTOS NECESSÁRIOS
Em sentido contrário, devido às despesas relacionadas com a prevenção da pandemia e as medidas de apoio financeiro à população, a despesa de consumo final do Governo cresceu, de 16,3 por cento no 2º trimestre para 18,6 por cento no 3º trimestre. Também em direcção ascendente, o comércio de mercadorias apresentou uma melhoria de comportamento, com aumentos anuais de 17,6 por cento nas importações e de 252,2 por cento nas exportações. Contas feitas, ao fim dos primeiros nove meses do ano, a economia de Macau assinalou um decréscimo anual de 59,8 por cento em termos reais. Comparando com o período homólogo, a despesa de consumo final do Governo e as exportações de bens aumentaram 13,4 por cento e 75,4 por cento, respectivamente, ao passo que se observaram descidas de 18,1 por cento na despesa de consumo privado e de 15,5 por cento no investimento. Ao nível das importações de bens e de serviços a queda anual entre Janeiro e Setembro de 2020 foi, respectivamente de 12,6 e 41,3 por cento.
Contas feitas, ao fim dos primeiros nove meses do ano, a economia de Macau assinalou um decréscimo anual de 59,8% em termos reais
Pedro Arede
pedro.arede.hojemacau@gmail
CASINOS PESO DO JOGO AUMENTA 0,2% NO SECTOR TERCIÁRIO EM 2019
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peso da actividade do jogo em Macau no sector terciário em Macau cresceu 0,2 por cento em 2019, continuando a valer mais de metade do sector (50,9 por cento). Por sua vez, de acordo com dados divulgados na sexta-feira pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC), apesar da sua hegemonia no contexto da estrutura sectorial do território, o
peso do sector terciário baixou 0,2 pontos percentuais, para 95,7 por cento em 2019, com destaque para a queda de 0,7 e 0,5 por cento, respectivamente, do peso das actividades imobiliárias e dos alugueres e serviços prestados às empresas. Quanto ao valor acrescentado bruto (VAB) do sector terciário, a queda foi de 2,7 por cento, em termos reais,
devido aos decréscimos registados nas “lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos” e nas “actividades imobiliárias” (menos 9,8 por cento). Por seu turno, o VAB do sector secundário
registou uma subida real de 5,5 por cento, em termos anuais, para o qual contribuíram o aumento de 7,6 por cento do VAB da “construção” e o aumento de 1,2 por cento do VAB da “produção e distribuição de electricidade, gás e água”. Sobre a situação da distribuição do rendimento primário, em 2019 os impostos sobre a produção e as importa-
ções (121,7 mil milhões de patacas), o excedente de exploração (190,9 mil milhões) e as remunerações dos empregados (125,3 mil milhões) representaram, respectivamente, 27,8, 43,6 e 28,6 por cento do PIB. Contas feitas, o valor acrescentado bruto (VAB) de todos os ramos de actividade económica de Macau registou em 2019 uma descida real de 2,4 por cento. P.A.
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segunda-feira 23.11.2020
Ensino Docentes da China vão receber aulas de cantonês
IPM ACADÉMICOS DE PORTUGAL E MACAU EM CONFERÊNCIA DE CIÊNCIAS HUMANAS
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ROFESSORES de universidades portuguesas e de estabelecimentos de ensino superior de Macau participam na quarta-feira numa conferência internacional para discutir as ciências humanas, evento que se realiza em língua portuguesa. Organizada pela Escola Superior de Línguas e Tradução do Instituto Politécnico de Macau (IPM), a conferência, intitulada “Encontro com as Ciências Humanas”, destina-se a “aprofundar a preparação científica” dos estudantes do doutoramento em português do IPM, “em diferentes áreas do saber”, reforçando “redes de conhecimento” com “interesse para a sua investigação” e contribuindo para “a criação de laços empáticos com académicos de outras instituições”. No encontro, que se realiza de forma virtual, participam Maria de Lurdes Correia Fernandes, vice-reitora da Universidade do Porto e especialista em Cultura e Literatura, e Carlos Ceia, professor catedrático da Universidade Nova de Lisboa, coordenador da formação inicial de professores da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas e do doutoramento em “Didáctica das Línguas”. Paulo Osório, professor na Universidade da Beira Interior, Maria José Grosso, da Universidade de Lisboa, além de Vera Borges, da Universidade de São José, em Macau, e Changsen Li, professor coordenador do IPM, também participam no evento. O programa tem como temas “Para quê a literatura em tempos de pandemia?”, “A tradução literária da língua portuguesa na China Moderna”, “As Humanidades Digitais para a Educação: Novos Caminhos para o Ensino de Línguas, Literaturas e Culturas” e “Políticas Linguísticas e Educativas na Promoção e Difusão da Língua Portuguesa”, entre outros. Durante o evento, será ainda apresentado o livro “Aspectos Teórico-Práticos de Tradução Português/Chinês”, da autoria dos professores Changsen Li (James Li) e Choi Wai Hao, editado pelo IPM.
A ganhar posição Macau registou o maior número de visitantes dos últimos nove meses, traduzindo-se na entrada de 28 mil turistas num só dia. O marco coincidiu com o primeiro dia do Grande Prémio na passada sexta-feira, integrado no evento “Carnaval para Desfrutar Macau”
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A passada sexta-feira, entraram em Macau mais de 28 mil visitantes, o maior número de pessoas a vir ao território num só dia, ao longo dos últimos nove meses, fortemente marcados pelos efeitos da pandemia.
Desde a retoma da emissão de vistos a 23 de Setembro, a melhor média diária foi registada no dia 6 de Novembro, altura em que Macau recebeu 25.444 visitantes, tendo ficado inclusivamente à frente do número de turistas durante a semana dourada, onde não chegaram a entrar 20 mil pessoas por dia
RÓMULO SANTOS
Lou Pak Sang, responsável máximo da Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), avançou que os professores integrados no “Plano de intercâmbio de docentes excelentes do Interior da China para Macau” vão assistir a aulas de cantonês com a duração de 40 horas. Segundo o jornal All About Macau, o responsável referiu ainda que, no total, serão abrangidos 30 docentes do Interior da China. Recorde-se que recentemente, Sulu Sou defendeu a suspensão do programa, sob o argumento de os professores escolhidos para virem para Macau não perceberem “o ambiente de ensino e as instituições locais” e de “incentivarem a utilização do mandarim” por orientarem os docentes de Macau nesse idioma. De acordo com dados enviados ao HM, o programa de intercâmbio custou em salários mais de 145 milhões de patacas, para contratar 319 professores.
TURISMO NÚMERO DE VISITANTES RECORDE NO PRIMEIRO DIA DO GP
O aumento do número de turistas para o patamar inédito nos últimos nove meses coincidiu com o primeiro dia do Grande Prémio, que arrancou com um dia de treinos. Numa nota divulgada no sábado pela Direcção dos Serviços de Turismo (DST), o Grande Prémio de Macau faz parte de
uma “nova ronda de actividades para promover a confiança em viajar para Macau”, materializada no evento “Carnaval para Desfrutar de Macau” que inclui, entre outros, o Festival de Gastronomia de Macau, cinco eventos de promoção do Grande Prémio, a 3ª edição do Carnaval de Inverno e as festas da Taipa e de Coloane. De acordo com o canal chinês da TDM-Rádio Macau, o presidente da Associação de Indústria Turística de Macau, Andy Wu mostrou-se satisfeito com o facto de o número de visitantes estar gradualmente a aumentar devido à organização conjunta de eventos como o Grande Prémio e o Festival de gastronomia, e confia que o número possa chegar aos 30 mil visitantes já em Dezembro. O mesmo responsável espera ainda que, dada a ausência de data para a retoma das excursões do Interior da China para Macau e o aproximar das celebrações do ano novo chinês, as agências de viagens possam adaptar os seus serviços para os visitantes individuais.
A DUAS VELOCIDADES
Se por um lado, o aumento do número de visitantes desde a retoma da emissão de vistos turísticos a residentes de todo o Interior da China, tem dado esperança à retoma das actividades económicas e turísticas do território, a vinda de grupos excursionistas para o território continua a ser uma pedra no sapato, que tem impedido um crescimento ainda maior de visitantes. Recorde-se que na semana passada, por ocasião de uma reunião plenária do Conselho para Desenvolvimento Turístico (CDT), a directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, revelou que o Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China não está a ponderar a retoma das excursões transfronteiriças para Macau devido “ao mecanismo de prevenção e controlo conjunto por parte do País”. Na mesma ocasião, a DST apontou que deste a retoma da emissão de vistos turísticos aos residentes do Interior da China a 23 de Setembro, “verificou-se uma tendência contínua de aumento do número de visitantes a Macau”, registando-se em Outubro um aumento de 26 por cento da média diária de turistas (19.000), relativamente a Setembro. Em Novembro, a tendência continuou a crescer tendo ultrapassado os 20.600 visitantes de média diária. Andy Wu (…) confia que o número possa chegar aos 30 mil visitantes já em Dezembro
Pedro Arede
Pedro.arede.hojemacau@gmail.com
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23.11.2020 segunda-feira
COVID-19 PORTUGUESES NÃO RESIDENTES PODEM VOLTAR CUMPRINDO QUARENTENA NA CHINA
Uma janela para Macau A partir do dia 1 de Dezembro os portugueses não residentes que estejam no estrangeiro podem voltar à RAEM depois de cumprirem quarentena na China e de receberem autorização de entrada dos Serviços de Saúde de Macau. No entanto, é necessário visto para entrar no país. Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau, diz tratar-se de uma “janela de oportunidade”
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tugueses não residentes regressarem a Macau, mas que a via “recomendada é esta”. “Em Roma sê romano. Temos de seguir as orientações dadas pela RAEM”, adiantou.
“As orientações que temos é para informar os cidadãos portugueses que estão no estrangeiro para contactarem as embaixadas na República Popular da China no país onde estejam.” PAULO CUNHA ALVES CÔNSUL-GERAL DE PORTUGAL EM MACAU E HONG KONG
OI encontrada uma solução parcial para os portugueses não residentes de Macau que estão no estrangeiro e que não conseguem voltar ao território devido às medidas restritivas de circulação impostas devido à covid-19. Segundo disse Paulo Cunha Alves, cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong, à TDM - Canal Macau, existe a possibilidade de os portugueses poderem regressar a Macau após cumprirem quarentena na China. Além deste requisito, é necessária autorização de entrada por parte dos Serviços de Saúde de Macau (SSM). A
medida entra em vigor no dia 1 de Dezembro. “Estas novas medidas que foram anunciadas há alguns dias abrem, pelo menos, uma janela de oportunidade para permitir que algumas pessoas, com a devida autorização dos serviços de saúde da RAEM, possam viajar para a China, e de Portugal não é complicado porque há voos directos, para Xi’an. A partir daí, [podem] cumprir a quarentena e, uma vez obtida a autorização das autoridades de saúde, entrar na RAEM.” No entanto, há mais um entrave burocrático, pois porque é necessário visto concedido pelas autoridades chinesas, o que nem sempre é fácil.
Xangai Visitantes obrigados a isolamento
HONG KONG “RETURN2HK” NÃO IMPEDE QUARENTENA PARA RESIDENTES DA RAEM
Desde a meia noite de ontem, é obrigatória a realização de quarentena de 14 dias para quem entra em Macau depois de ter estado numa zona de Xangai, mais precisamente da vila de Zhoupu, Nova Área de Pudong. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus disse que está em causa “a evolução epidemiológica mais actualizada em Xangai”, e que os infractores “podem estar sujeitos à medida de isolamento obrigatório, além da eventual responsabilidade criminal que ao caso couber”. Dados ontem divulgados revelam que foram registados na China 17 casos de infecções em 24 horas, 14 dos quais importados. Em Xangai, foi registado um caso de infecção local e três casos oriundos do exterior.
Segundo Paulo Cunha Alves, não está previsto o apoio das autoridades portuguesas nesta matéria. “Os contactos são feitos pelos próprios, não é o consulado-geral que está a tratar do assunto. As orientações que temos é para informar os cidadãos portugueses que estão no estrangeiro para contactarem as embaixadas na República Popular da China no país onde estejam. Temos casos na Tailândia, África do Sul e em Portugal, de portugueses que querem vir para a RAEM”, frisou.
OS CASOS COMPLICADOS
Paulo Cunha Alves destacou o facto de as medidas restritivas de
circulação terem causado vários casos complicados de separação de famílias. “É difícil dar um número concreto, mas entre uma dúzia e 20 casos de pessoas que nos pediram auxílio. Esses são, no meu entender, os mais complicados. Do ponto de vista humano, para mim, é impensável uma mãe dar à luz e não ter o apoio do pai para cuidar do bebé. Há também outros casos de empresários, mas, obviamente, que os mais importantes são de reunificação familiar.” O cônsul-geral de Portugal em Macau e Hong Kong assegurou que têm sido tentadas “muitas vias” para se chegar a uma solução para os por-
Após a ocorrência de alguns casos importados de covid-19, a China proibiu a entrada de estrangeiros no país. Até à data, apenas estrangeiros de dez países, como a França, Reino Unido ou Bélgica, entre outros, não podem entrar. A medida inclui pessoas com autorizações de residência válida para trabalho, assuntos pessoais e reagrupamento familiar. Para já, Portugal não se encontra nesta lista. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da China defendeu decisões "razoáveis e justas", que "se inspiram nas práticas vigentes em muitos países”, para implementar esta proibição.
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Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus explicou ontem que o programa das autoridades de Hong Kong, intitulado “Return2hk Scheme”, que entra hoje em vigor, não impede o cumprimento da quarentena obrigatória por parte dos residentes de Macau à chegada do território. “Mesmo aquelas pessoas que saiam de Macau utilizando o Posto Fronteiriço de Hong Kong da ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, e que tenham de regressar à RAEM porque não lhes foi concedida entrada em Hong Kong, e independentemente do tempo de permanência em Hong Kong, serão submetidas a observação médica de isolamento centralizado por 14 dias.”
Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
O “Return2hk Scheme” “é apenas aplicável aos residentes de Hong Kong que regressem à RAEHK provenientes da província de Guangdong ou da RAEM”. Para não serem submetidos à quarentena, os residentes de Hong Kong “necessitam efectuar um pedido prévio de isenção, e só quando obtiverem a resposta é que ficam isentos de quarentena de 14 dias no momento da entrada em Hong Kong”. O Centro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus alertou também para o facto de a medida ser “unidireccional”, uma vez que “quaisquer pessoas que sejam provenientes de Hong Kong, ao chegarem a Macau, serão submetidas a observação médica de isolamento centralizado por 14 dias”. A. S. S.
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Crime Mulher suspeita de furtar 135 mil dólares de Hong Kong O alegado furto de 135 mil dólares de Hong Kong de um quarto de hotel motivou uma queixa às autoridades policiais. Segundo o jornal Exmoo, a vítima será
um homem que depois de jogar e conhecer uma mulher num casino a convidou para o seu quarto de hotel. Ao sair da casa de banho, o homem ter-se-á
apercebido que a mulher tinha desaparecido – assim como o dinheiro que tinha. A alegada vítima alertou a equipa de segurança do hotel, que viria
a encontrar a suspeita e a alertar as autoridades. De acordo com a polícia, a suspeita recursou cooperar e foi encaminhada para o Ministério Público.
IC Descoberto canhão antigo nas obras da Galaxy Ontem foi descoberto um canhão antigo nas obras da quarta fase do empreendimento da Galaxy, no Cotai. Segundo o canal chinês da TDM - Rádio Macau, a descoberta é uma estrutura com 1,45 metros de
THE HOUSE OF DANCING WATER SUSPENSÃO PROLONGADA AFECTA TNR
Cortina fechada
Em vez de regressar em Janeiro, o espectáculo “The House of Dancing Water” vai continuar suspenso, resultando na saída de vários portadores de “bluecard”. Os profissionais residentes vão continuar a trabalhar em actividades realizadas no teatro
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espetáculo “The House of Dancing Water” vai continuar suspenso por vários meses e não regressa em Janeiro, como anteriormente se esperava, avançou a Macau News Agency. A situação implica a dispensa de trabalhadores não residentes. Em comunicado, a Melco explica que os TNR, cujo visto de trabalho acaba durante a suspensão, vão sair. O HM
tentou esclarecer se os trabalhadores vão ser despedidos ou se a empresa não lhes vai renovar o contrato, mas a Melco disse não ter nada a acrescentar ao comunicado emitido. A suspensão foi inicialmente dada a conhecer em Junho, quando a Melco Resorts comunicou que o espectáculo ia ser repensado e voltava em Janeiro de 2021, a tempo do Ano Novo Chinês. Na altura foram
despedidas dezenas de trabalhadores não residentes. No comunicado, David Sisk, Director de Operações da Melco, diz que “é de coração pesado que vemos a saída destes talentos”, agradecendo o esforço contínuo dos colegas por terem estado dispostos “a permanecer com o espectáculo durante estes tempos difíceis”. Além disso, esclarece que os trabalhadores que são residentes “vão continuar a apoiar as actividades
realizadas no teatro do The House of Dancing Water”. A operadora de jogo sublinhou o impacto da pandemia no mundo e como as restrições de viagens afectam “negativamente” o ambiente de negócios dos sectores do turismo e entretenimento. No entanto, o motivo apontado pela Melco Resorts para a suspensão indefinida do espetáculo foi a incapacidade de o director criativo vir ao território.
comprimento, que foi removida para armazenamento. As obras foram suspensas devido ao trabalho de inspecção e à remoção do canhão. O Instituto Cultural (IC) disse que vai proceder à análise do objecto.
“Em Junho esperávamos que o novo espetáculo re-imaginado voltasse em Janeiro de 2021 com uma experiência de entretenimento sem precedentes, depois do encerramento temporário. No entanto, devido à situação actual, o seu lendário director criativo, Franco Dragone, não conseguiu vir para Macau. Como tal, o espectáculo vai continuar suspenso nos próximos meses”, diz a nota.
“Devido à situação actual, o seu lendário director criativo, Franco Dragone, não conseguiu vir para Macau. Como tal, o espectáculo vai continuar suspenso nos próximos meses.”
MOVIMENTO LIMITADO
MELCO
No comunicado, Franco Dragone descreve que o trabalho para reimaginar o espectáculo dura há algum tempo, mas que nem ele nem ninguém da equipa consegue viajar para Macau. Descrevendo que “a pandemia global criou uma situação muito difícil para todos nós”, o director criativo lamentou a saída de talentos. “Não há palavras que expressem o quanto estou grato a todas as pessoas que fizeram parte do espectáculo”, disse, acres-
centando ter esperança que a nova versão seja apresentada em Macau. De acordo com a Melco, desde que o “The House of Dancing Water” estreou, em 2010, foi visto por mais de seis milhões de espectadores. Salomé Fernandes e Pedro Arede info@hojemacau.com.mo
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Como uma for PATRIMÓNIO UCM JUNTA-SE A DUAS UNIVERSIDADES PARA CRIAR LABORATÓRIO DE CONSERVAÇÃO
A Universidade Cidade de Macau, a Universidade de Soochow, na China, e a Universidade de Évora, em Portugal, juntaram-se para criar o laboratório sino-português de conservação do património cultural, que irá funcionar em rede. No caso de Macau, há projectos agendados em parceria com a Universidade de Évora
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Universidade de Soochow, no leste da China, inaugurou o Laboratório Conjunto China-Portugal das Ciências de Conservação do Património Cultural, uma parceria com a Universidade de Évora (UE) e a Universidade Cidade
de Macau (UCM). Em comunicado, a universidade sublinha que o laboratório faz parte da iniciativa chinesa Uma Faixa, Uma Rota e foi incluído em Setembro pelo ministério chinês da Ciência e Tecnologia numa lista de projectos prioritários de cooperação internacional. O laboratório funcionará em rede, com as três universidades a colaborar em projectos que vão desde o digital à conservação preventiva e sistemas de manutenção, disse à Lusa António Candeias, vice-reitor da UE. Uma das missões é a investigação em materiais históricos e novas tecnologias, disse o director do novo laboratório, Wu Yongfa, incluindo técnicas de reabilitação virtual do património cultural. Assim que a pandemia de covid-19 permitir, o laboratório Hércules da Universidade de Évora, dedicado às ciências do património, irá enviar um laboratório móvel para realizar campanhas na China continental, revelou António Candeias.
CURSOS A CAMINHO
Além de dar formação a investigadores chineses, as três universidades pretendem criar mestrados e doutoramentos conjuntos, acrescentou o académico, que já foi director do laboratório Hércules. O laboratório pretende desenvolver projectos de conservação e programas de investigação e formação em conjunto com autoridades e instituições da China continental, Macau e Portugal, confirmou a Universidade de Soochow.
CHINA OBRA DE SIZA E CASTANHEIRA PRESTIGIA PORTUGAL
LISBOA SECTOR DA CULTURA PEDE MEDIDAS
embaixador português em Pequim considerou ontem que a inauguração da nova obra dos arquitectos Álvaro Siza Vieira e Carlos Castanheira na China dá prestígio a Portugal e abre portas aos profissionais do sector. Erguido na cidade de Ningbo, na costa leste da China, o MoAE - Museu de Arte e Educação é a quarta obra de Álvaro Siza Vieira na China, nos últimos seis anos. "É um indicador do reconhecimento e apreço deste mercado pelo trabalho do arquitecto", apontou José Augusto Duarte. O embaixador comparou a projecção do arquitecto português,
ENTENAS de trabalhadores dos espectáculos manifestaram-se sábado em Lisboa, num protesto que alertou para situações de fome e miséria, a perda de trabalhadores qualificados para outras profissões e uma “morte certa” do sector se nada for feito. Sábado de manhã, em frente à entrada da praça de touros e sala de espetáculos do Campo Pequeno, várias dezenas de caixas pretas, usadas para guardar o material dos técnicos de palco e assistentes de espectáculos, alinhavam-se em longas filas, erguidas ao alto, identificadas com o nome das muitas empresas ali presentes, todas elas fechadas,
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vencedor de um prémio Pritzker, ao sucesso de Cristiano Ronaldo no futebol ou de Saramago na literatura. "Entreabre portas à curiosidade por outros profissionais do mesmo ramo e da mesma nacionalidade, beneficia indubitavelmente o prestígio do próprio e do país, mas também põe o patamar de exigência mais elevado aos demais", notou. O museu, situado junto ao Lago Dongqian, tem cerca de seis mil metros quadrados. Em vez de escadas, o edifício, com uma altura de 25 metros, tem uma rampa sem barreiras a ligar os cinco andares e é iluminado apenas por janelas situadas no
rés-do-chão e no topo do museu. O edifício é um projecto do grupo privado chinês Huamao Group, cujo presidente, Xu Wanmao, decidiu convidar Siza Vieira a liderar o projecto após visitar o Museu de Arte Contemporânea, que o arquitecto desenhou para a Fundação Serralves, no Porto. A primeira obra de Siza Vieira na China - um edifício de escritórios, desenhado também em parceria com o arquitecto Carlos Castanheira - foi inaugurado em Agosto de 2014, no leste do país. Na Ásia, a dupla portuguesa tem também vindo a assinar projectos em Taiwan e na Coreia do Sul.
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numa imagem de imobilidade que é o retrato do momento que atravessa o sector. “É uma situação muito trágica, porque deixámos de estar presentes no discurso, aliás nunca o estivemos, e é preciso [saber] se o Governo
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rça O laboratório funcionará em rede, com as três universidades a colaborar em projectos que vão desde o digital à conservação preventiva e sistemas de manutenção, disse à Lusa António Candeias, vice-reitor da UE
O acordo que levou à formação do laboratório foi assinado em 6 de Novembro e é válido por cinco anos. A ligação à universidade da cidade de Suzhou, perto de Xangai, surgiu através de uma parceria já existente entre a UE e a UCM, disse António Candeias. A instituição de Macau vai financiar uma cátedra dedicada ao desenvolvimento sustentável do património cultural em Évora, enquanto a universidade portuguesa vai ajudar a abrir e a montar em Macau um laboratório instrumental afiliado ao laboratório Hércules, num projecto que recebeu financiamento da Fundação Macau. A deslocação de um investigador português para começar a montar o laboratório na UCM foi adiada para Janeiro ou Fevereiro devido à pandemia de covid-19, lamentou António Candeias.
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MÚSICA PORTUGUESES SEM PRÉMIOS NOS GRAMMY LATINOS
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S músicos portugueses Camané e Mário Laginha, bem como Maria Mendes estavam nomeados, mas não receberam qualquer distinção, na noite de quinta-feira. O fadista Camané e o pianista Mário Laginha estavam indicados na categoria de “Melhor Álbum de Raízes” em língua portuguesa, com o disco “Aqui está-se sossegado”, a partir do repertório de fado. Já a cantora de jazz Maria Mendes estava indicada para o Grammy Latino de “Melhor arranjo”, com o tema “Asas Fechadas”, de Amália Rodrigues, que gravou no álbum “Close to me”, com John Beasley e a Metropole Orkest da Holanda, lançado em Outubro de 2019. Um destaque lusófono: o ‘rapper’ brasileiro Emicida venceu na categoria “Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa”, com o álbum ‘AmarElo’. Mas um dos maiores vencedores da cerimónia deste ano, em Miami, foi a cantora mexicana Natalia Lafourcade, que ganhou o álbum do ano com “Un Canto Por Mexico, Vol. 1″. Lafourcade ganhou três prémios no espectáculo, o mesmo que Rosalia e Carlos Vives. Lafourcade não participou nos Grammys Latinos, que foram transmitidos ao vivo e apresentaram uma série de espectáculos, na maioria pré-gravados devido à pandemia da covid-19.
S QUE EVITEM A "MORTE CERTA" e os decisores políticos assumem que destroem a cultura num país, a identidade de um país, centenas de milhares de empregos, de vidas”, disse à Lusa Sandra Farinha, da direcção da Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE). À Lusa, a representante sublinhou a especialização destes trabalhadores, que estão agora a procurar empregos noutras áreas para conseguir sobreviver. “Há técnicos que estão a fazer jardinagem e a trabalhar nas obras, artistas a vender instrumentos e há muito desemprego. É urgente que a cultura passe a ser um bem essencial
neste país e para quem nos governa”, disse, acrescentando que são necessários apoios a fundo perdido da chamada “bazuca europeia”. Em intervenções previamente gravadas, os actores Ana Bola e José Pedro Gomes falaram em situações de fome e miséria vividas por pessoas que há meses não vêem entrar qualquer rendimento nas suas casas. O mesmo foi sublinhado pelo actor José Raposo, que lamentou a ausência da ministra da Cultura no protesto de sábado. A governante foi, tal como o primeiro-ministro, convidada a estar presente, conforme confirmou Sandra Farinha.
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Horário da desmontagem das barreiras metálicas do 67º Grande Prémio de Macau Com a conclusão do 67º. Grande Prémio de Macau, a Comissão Organizadora agradece o apoio e cooperação prestada pela população de Macau ao evento, e informa-se que as obras de desmontagem das barreiras metálicas se iniciou logo após a conclusão do evento, estimando-se o termo das obras de desmontagem no dia 3 de Dezembro, com o seguinte programa de obras: Data
Hora
Local
23-26/11/2020
(1) Desmontagem dos portões metálicos 08:00 até 20:00 (2) Desmontagem das barreiras metálicas junto aos portões metálicos
23-28/11/2020
Desmontagem das barreiras desde a Avenida 08:00 até 20:00 metálicas da Amizade até à Curva do Reservatório
26/11/2020–3/12/2020
Desmontagem das barreiras desde a Rua dos 08:00 até 20:00 metálicas Pescadores até à Curva do Reservatório
28/11/2020–3/12/2020
Desmontagem das barreiras 08:00 até 20:00 metálicas no troço inferior da Colina da Guia
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MOÇAMBIQUE/ATAQUES PEQUIM DISPONIBILIZA 120 TONELADAS DE ARROZ PARA DESLOCADOS
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Governo chinês disponibilizou 120 toneladas de arroz para as populações deslocadas devido à violência armada na província de Cabo Delgado, norte de Moçambique. “Acolhemos este apoio com sentido de responsabilidade e satisfação porque, juntamente com a assistência dos outros parceiros internacionais de cooperação, vai contribuir significativamente para a mitigação do peso do sofrimento das populações das regiões afectadas pelo terrorismo”, declarou Verónica Macamo, durante a cerimónia simbólica para entrega do donativo em Maputo. O apoio, que será encaminhado às regiões que albergam o maior número
APEC CHINA ADMITE ADERIR A PACTO TRANSPACÍFICO ABANDONADO POR TRUMP
A chegar-se à frente
de deslocados, está orçado em quase 90 mil euros, segundo a chefe da diplomacia moçambicana. “Queremos aproveitar esta ocasião para reiterar o nosso reconhecimento a China como um dos parceiros internacionais mais importantes do nosso país e de longa data”, acrescentou Verónica Macamo. Aprovíncia onde avança o maior investimento privado de África, para exploração de gás natural, está desde há três anos sob ataques de insurgentes e algumas das incursões passaram a ser reivindicadas pelo grupo ‘jihadista’ Estado Islâmico desde 2019. A violência armada em Cabo Delgado está a provocar uma crise humanitária com cerca de duas mil mortes e 500 mil pessoas deslocadas, sem habitação, nem alimentos, concentrando-se sobretudo na capital provincial, Pemba.
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PUB HM • 1ª VEZ • 23-11-20
ANÚNCIO Processo de Execução Ordinária n.º
CV1-20-0057-CEO
1º Juízo Cível
EXEQUENTE: Banco Industrial e Comercial da China (Macau), S.A., com sede em Macau, na Avenida da Amizade, nº 555, Macau Landmark, Torre ICBC, 18º andar. EXECUTADO: Chiang Kuan Meng, do sexo masculino, casado, de nacionalidade chinesa, titular do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Macau, residente em Macau “美珊枝街4-6號美豐大廈2樓A”. *** FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do anúncio, citando o EXECUTADO acima identificado, para, no prazo de VINTE DIAS, findo o dos éditos, pagar a dívida exequenda ao exequente no montante de MOP$521.752,11 (Quinhentas e Vinte e Uma Mil, Setecentas e Cinquenta e Duas Patacas e Onze Avos,) juros e custas, ou nomear bens à penhora, ou, querendo, deduzir oposição à execução no mesmo prazo, sob pena de se considerar devolvido ao exequente o direito de nomeação de bens à penhora, tudo como melhor consta da petição inicial, cujo duplicado se encontra nesta secretaria à disposição do citando. Aos 18 de Novembro de 2020. O JUIZ
China está a analisar a opção de aderir a um acordo de comércio livre transpacífico, que foi promovido pelos Estados Unidos mas abandonado por Donald Trump, declarou sexta-feira o Presidente Xi Jinping. Esta parceria transpacífica global (CPTPP) constitui uma versão actualizada do pacto de comércio livre transpacífico (TPP), inicialmente apoiado pelo antigo Presidente dos EUA, Barack Obama, com o objectivo de contrariar o crescente aumento da influência da China na Ásia. Donald Trump retirou o seu país deste acordo em Janeiro de 2017 ao denunciar os acordos multilaterais “desfavoráveis”, mas 11 países acabaram por assinar uma nova versão deste pacto. Ao dirigir-se à reunião do Fórum económico Ásia-Pacífico (Apec), Xi Jinping declarou que os seus países membros deveriam “continuar a promover a cooperação económica regional e estabelecer em breve uma zona de comércio livre Ásia-Pacífico”. A China “admitirá juntar-se plenamente” à CPTPP, assegurou, citado pelos media estatais chineses. Trump participou esta semana na cimeira virtual da Apec, organizada pela Malásia. O actual inquilino da Casa Branca, que continua a rejeitar a sua derrota nas eleições presidenciais norte-americanas, não participava desde 2017 numa reunião da Apec, no que foi
entendido na Ásia como um sinal de desinteresse.
EFEITO DOMINÓ?
“Se a declaração de interesses de Xi for concretizada nas próximas semanas ou meses, irá decerto suscitar muitas questões por parte dos actuais membros, de membros potenciais e de outros que não pensam de todo aderir ao CPTPP.”
As declarações de Xi Jinping surgem apenas alguns dias após a China e outros 14 países da Ásia e Pacífico terem assinado um acordo comercial promovido por Pequim destinado à formação de uma gigantesca zona de livre comércio. Segundo os analistas estas Parceria regional económica global (RCEP) constitui o acordo comercial mais importante do mundo em termos de produto interno bruto (PIB), e abrange mais de dois mil milhões de habitantes. Esta acordo, cujos membros representam 30 por cento do PIB mundial e que exclui os Estados Unidos, foi considerado um importante sucesso para a China, num momento em que os EUA batem em retirada. Deborah Elms, especialista em comércio internacional sediada em Singapura, considerou que caso a China adira ao CPTPP, outros países poderão optar pela mesma decisão. “Se a declaração de interesses de Xi for concretizada nas próximas semanas ou meses, irá decerto suscitar muitas questões por parte dos actuais membros, de membros potenciais e de outros que não pensam de todo aderir ao CPTPP”, assinalou, citada pela agência noticiosa AFP.
DEBORAH ELMS ESPECIALISTA EM COMÉRCIO INTERNACIONAL
HONG KONG SUSPENSA “BOLHA DE VIAGENS AÉREAS” COM SINGAPURA
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recente subida dos casos de covid-19 em Hong Kong levou à suspensão, durante pelos menos duas semanas, da “bolha de viagens aéreas” que a cidade financeira tinha acordado com Singapura e que começava no domingo, foi sábado anunciado. Em Outubro, as autoridades de Hong Kong e Singapura anunciaram que tinham chegado a acordo para autorizar viagens sem necessidade de quarentena com o objectivo de retomar os voos entre as duas cidades financeiras de forma “progressiva e segura”. No entanto, a recente subida
dos casos de coronavírus em Hong Kong fez com que essa operação ficasse suspensa pelo menos até Dezembro, afirmou o secretário de Comércio e Desenvolvimento Económico de Hong Kong, Edward Yau Tang-wah, em conferência de imprensa. “A mudança é necessária devido à situação em Hong Kong. Ambos os governos estarão em contacto e no início de Dezembro avaliaremos se este projecto pode finalmente ser iniciado. O mais importante agora é agir com responsabilidade”, disse Yau Tang-wah.
As autoridades de saúde de Hong Kong contabilizaram sábado 43 novos casos de covid-19 e anunciaram novas medidas para impedir a transmissão do vírus, como a suspensão de concertos e apresentações ao vivo em clubes nocturnos, restaurantes e bares Na sexta-feira, a cidade registou 26 casos, o que levou à suspensão das aulas presenciais do ensino primário por medo de gerar uma nova onda de infecções. Até o momento, Hong Kong confirmou 5.517 casos positivos de covid-19 e registou 108 mortes.
segunda-feira 23.11.2020
Os pássaros são o fruto mais vivo das árvores
Anabela Canas
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A verdade o espaço de todos os dias sob o olhar do outro que invade o quarto. As roupas, como se delas se fizesse a clareza com que a vida flui em visibilidade no outro. O que somos do outro. As roupas. As peças desmembradas e amorfas num curto espaço de quinze minutos de pressa para sair como se de tudo isso dependesse o sentido da vida a revelar ao outro olhar e àquele olhar que se enviesa desconfiado e acutilante na indecisão ou no desafio a rasar o espelho, também ele falível. Os espelhos antigos são deformadores por excelência. Há que procurar a zona de clareza por oposição à zona de deformação. Das proporções. Mas para o corpo, esquecendo o rosto, passa discreta a deformação e o que sobra é a ideia geral. Sai. Detrás do espelho. Que já não é tempo de confundir a estética com o amor. A questão das roupas passa também pela evidência da cor. Como tudo. As roupas, como animais abandonados sem dono sobre a cama. Outras vezes sobre o chão sem tempo para mais esmero. Despir rápido ou lento, ritual. Às vezes de desejo. As roupas esvaziadas porque neste dia não servem nem se lhes reconhece alguém. Estranheza em cada peça descartada. Esta não. Não hoje. Não ontem mas sim num dia outro qualquer. A identificação. Ali sim, pareço ser. As que ficam coladas e ancoradas ao corpo até ao fim do dia. Provamos como se roupas e máscaras inteiramente desconhecidas. Esta roupa ontem servia e hoje não serve. Não se reconhece. E os sapatos fazem as pernas curtas onde ontem se dispunham generosos e repunham as proporções. O arquivador doméstico como se do seio familiar. Esta tia hoje não me responde, esta não me reconhece e esta outra é como se eu não a conhecesse. Não me conhecesse – digo – E assim. O tempo a escoar-se no limbo da roupa interior já ultrapassada como etapa. No provador. Doméstico. Revestido de um olhar como se do outro. Um curto momento de visita entalado entre o passado e o nada que antecederia o futuro indiferente. Entro e subo escadas entupidas de restos e poeiras e escuridão. Um primeiro andar adivinhado na entrada do prédio com pequenas montras esguias ao logo do átrio de entrada. As montras do que é mais acima adivinhando o tema íntimo da roupa a experimentar. Noutros tempos. Antes do pó e da derrocada de tudo. Materiais em desvario e fechaduras de exígua privacidade ou segurança, agora. Entra-se nos
Dating the city ANABELA CANAS
Cartografias
restos de um passado mais lento. De uma atenção mais cúmplice. Afinal falamos de roupa interior, a derradeira fronteira da intimidade. Se esquecermos a pele e tudo o
mais de misterioso. Tudo devoluto, hoje. As noções e os espaços. Anúncios de colorido vintage. Um charme estilizado. Uma pose para o
Observo e relembro como se tivesse olhado com esse olhar de ali estar pousando sobre a banqueta e de olhar no espelho sobre um corpo em roupa interior. Interior é mais ainda para dentro mas não para além desse olhar no momento, sobre o olhar do outro. Visto-me, ponho a máscara, por cima da roupa interior. Essa fica. Como nos filmes.
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Provador olhar do outro Para a sedução. Ali ao Chiado. A derrocada completa no interior prestes a requalificar. Um provador íntimo e recatado e dois espelhos de moldura metálica naquele ângulo específico para ver e ao mesmo tempo ver. Haveria um balcão de madeira nobre e quente com espaço para desvendar caixas de cartão baixas e quadrangulares, de onde se desnudavam gradações de rendas e tonalidades. Das mais finas às mais barrocas e das mais suaves às mais intensas. Em papel de seda. Com gestos delicados a acumulá-las umas sobre as outras em escadinha. Para escolher calmamente. Uma porta, um espaço silencioso, uma banqueta para sentar o corpo em exposição dupla. Roupa interior e um olhar de si e de outro. Como se as duas coisas pudessem ser simultâneas. E não alternadas. Ainda ali está o prédio. Na esquina como uma esquina teria sido cada corpo que ali se interrogou. Entre um olhar de si e um olhar exterior a si. A ver se ficava bem. No quase somente corpo, a pele fina de rendas delicadas. Era uma divisão, anteriormente assoalhada, talvez, pequena e aconchegante, um provador de espelhos posicionados como na vida, com um ângulo particular. Molduras em metal de perfil fino. O olhar não carece de moldura, já é. É em si suficientemente abrangente. Esse olhar do outro. Mesmo ali. Sento-me calmamente em roupa interior. Como se fosse. Outro tempo. Observo e relembro como se tivesse olhado com esse olhar de ali estar pousando sobre a banqueta e de olhar no espelho sobre um corpo em roupa interior. Interior é mais ainda para dentro mas não para além desse olhar no momento, sobre o olhar do outro. Visto-me, ponho a máscara, por cima da roupa interior. Essa fica. Como nos filmes. Quando é que alguém deixa de escolher, com essa duplicidade no olhar e dois espelhos em ângulo? Quando é que se abandona um sorriso secreto? Talvez voltando a Schopenhauer, e como sempre a propósito de uma outra coisa, revirar a frase sobre si própria a ver se serve. Como roupa interior. “Sentimos a dor mas não a sua ausência”. Quando deixa de existir a hipótese de ausência da dor, de intimidade? Esse nada. Que é desinteresse. Ou indiferença ou esquecimento ou abandono ou idade. Sento-me sentindo-me no provador, ante espelhos. Que fazer na ausência desse olhar? Que vem depois de antes. Quando ainda “todo o fruto delicioso amadurece lentamente”. Como a intimidade.
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Como Shi Rui viu a demanda do Imperador Amarelo Paulo Maia e Carmo texto e ilustração
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UAN Yuan, o mítico imperador Amarelo, teve um dia a intuição de procurar um sábio para conversar sobre o Dao. Encontrou-o na Montanha Kongtong, uma das montanhas sagradas do Daoísmo, situada perto da cidade de Pingliang na Província de Gansu, e chamava-se Guangchengzi, um nome composto de três caracteres que se podem traduzir como «Sábio da vasta transformação». No relato que o clássico Zhuangzi faz desse encontro, o imperador terá levado dessa conversação inúmeros livros e ensinamentos entre os quais quatro frases; duas na negativa; «não é aquilo que vês» (wushi), «não é o que escutas» (wuting), e duas positivas; «conserva o silêncio» (bijing) «conserva a pureza» (biqing). Uma instrução que diz que o olhar pode enganar naturalmente fascinou os pintores que perceberam nessa formulação um indício de revelação de certos segredos da arte da pintura. Através dos dispositivos próprios da arte que esconde e dá a ver, alguns encenaram este encontro outros mencionaram só a ideia, em formas diversas de acordar a memória. Dai Jin (1388-1462) aludiu a esse relato pintando, num rolo vertical um homem, envergando os trajes próprios de um imperador, caminhando entre montanhas (cor e tinta sobre seda, 210,5 x 83 cm, no Museu do Palácio, em Pequim). Possivelmente se lhe perguntassem, o caminhante diria que estava à procura de nada, só assim poderia encontrar o Dao. Mas na dinastia Ming, um pintor
quis tornar visível, num discreto rolo horizontal aquele encontro, da ordem do sagrado, que Dai Jin só se atreveu a recordar por uma elipse. Shi Rui, activo na primeira metade do século XV, nascido em Qiantang (actual Hangzhou, Zhejiang) foi um pintor da corte no tempo dos imperadores Xuande (1426-1435) até Jingtai (1449-1457). O seu meticuloso trabalho do pincel, herdeiro do estilo em voga nas dinastias Sui e Tang, seria reprovado pelos intelectuais amadores que buscaram a verdade da arte no puro traço caligráfico, e por isso foi sendo abandonada pelos cânones mas talvez mereça um novo olhar. Essa pintura (32 x 152 cm) que está no Museu do Palácio Nacional, em Taipé, é dela um significativo exemplo. Desenrolando-a vê-se, depois de uma construção mostrada em todos os seus sedutores detalhes, numa clareira a meio de uma montanha abruptamente inclinada, frente a frente os dois protagonistas. Um dos quais enverga um traje da cor qing, símbolo da transformação, está sentado num tronco de um pinheiro, rodeados por nove jovens servidores, o número do céu e da mutação. Continuando a observação do rolo para a esquerda, depois de um grupo segurando símbolos, chegaremos a avistar afundado entre a névoa um edifício, de novo com todos os seus pormenores mas que aqui, porque envolto em nuvens, não é inteiramente visível. Desconstruindo-se, dir-se-ia uma aceitação do enunciado do sábio: «não é o que vês.»
ARTES, LETRAS E IDEIAS 17
segunda-feira 23.11.2020
José Simões Morais
Antigas viagens marítimas
O
Oceano Pacífico dá o mote aos próximos artigos, pois estão a comemorar-se os 500 anos da viagem de Fernão de Magalhães. Mas para os europeus começarem a navegar no mais vasto dos oceanos, tiveram no Atlântico os espanhóis de o atravessar e procurar ao longo da costa americana uma passagem e os portugueses, usando os ventos e correntes, de conseguir entrar no Índico e pelo Estreito de Malaca chegar ao Pacífico. Este Oceano, se na parte Oriental era um Grande Mar, a Ocidente, sem essa dimensão de único, estava dividido em muitas ilhas e vários mares, navegados milénios atrás por polinésios e chineses. Fora atravessado da Ásia para a costa americana por volta do ano 2500 a.n.E., quando algumas embarcações se perderem no nevoeiro na batalha naval entre os exércitos do Imperador Amarelo (Huangdi) e dos rebeldes comandados por Chiyou, no período da reunião das tribos chinesas num único povo. No Pacífico Ocidental estão os mares do Sul e do Leste da China, o Mar Amarelo junto à península da Coreia e a Nordeste, o Mar do Japão, o de Okhotsk e o de Bering. A Sudoeste, o Mar de Banda e o das Celebes a banhar as Molucas, o Mar de Java, das Flores e de Timor a envolver o arquipélago da Indonésia. Mares navegados à muito por barcos chineses, como refere a História da dinastia Qin (221-206 a.n.E.), pois o Pacífico banha toda a orla marítima da China. Daí partiu durante a dinastia Han do Leste (25-220) uma armada comandada por Gan Ying que, chegando a um porto do Golfo Pérsico no ano de 97, demandou o caminho para o Mediterrâneo. Mas os partos dissuadiram-no, pois não queriam perder o controlo do negócio da seda com os Romanos. Cinquenta anos depois, faziam trato entre si no Sri Lanka. Já durante a dinastia Song, no século XI os chineses atravessavam directamente o Oceano Índico até África orientados pela agulha de marear, criada a partir da bússola, invenção também sua do século IV a.n.E.. A agulha de marear viajou para os países muçulmanos no século XII e daí para a Europa um século depois, quando aí apareceu o cadaste do leme, outro dos contributos chineses. Após as sete viagens do Almirante Zheng He, ocorridas entre 1405 e 1433, os chineses fecharam o ciclo marítimo, tendo navegado os seus juncos no Pacífico e Índico. Faltava o Atlântico, por onde então os portugueses se iniciavam: em 1418 João Gonçalves Zarco chegara a Porto Santo e Tristão Vaz Teixeira no ano seguinte à Madeira. Os portugueses em 1427 andavam já nos Açores, mas ainda não atingiam o Cabo Bojador.
O Rei de Portugal D. João I faleceu em 1433 e na Índia, o Almirante chinês Zheng He morria no seu barco, o baochuan, em frente a Calecute, 65 anos antes de Vasco da Gama aí chegar. Fechava-se o primeiro ciclo da navegação marítima portuguesa, iniciado por o Rei D. Dinis quando fundou a Universidade, mandou plantar extensos pinhais de verde pinho e em 1317 contratou o genovês Manuel Pessanha (Pezagno) como Almirante mor para organizar uma frota de galés e formar marinheiros. Em 1434, Gil Eanes dobrava o Cabo Bojador numa barca de 30 toneladas, com remos e apenas uma vela triangular, sem qualquer coberta. A caravela usada em 1436, com menos de 20 metros era um barquinho comparado com o baochuan, de cento e vinte metros de comprimento e cinquenta de largura. A chegada de Dinis Dias em 1445 a Cabo Verde permitiu encontrar o vento alísio de Sueste, importante para fugir à vasta zona das calmarias equatoriais junto à costa ocidental africana e fazendo no
Atlântico a volta para Oeste, atingir o Sul de África. Daí o evoluir da caravela para um porte de 50 a 80 toneladas, e de dois ou três mastros com vela latina a permitir navegar contra o vento, o bolinar, legado dos polinésios com dois mil anos.
VIAJANTES NO PACÍFICO
Zheng He elegera como portos estratégicos, Malaca, Ormuz e Adém, os mesmos que cem anos mais tarde Afonso de Albuquerque planeou para controlar o comércio no Índico. Os mares chineses e do Sudeste Asiático foram visitados por o mercador veneziano Marco Polo (1254-1324), que passou dezassete anos na China e em 1292 embarcou no porto de Quanzhou (em Fujian) a escoltar, ao serviço do Imperador Kublai Khan (1260-79) da dinastia mongol Yuan, uma princesa chinesa que ia casar na Pérsia. Após uma viagem de vinte e quatro anos, Marco Polo regressou a Veneza em 1295. No século seguinte, o viajante berbere de Tanger, Mohamed Bid
Após as sete viagens do Almirante Zheng He, ocorridas entre 1405 e 1433, os chineses fecharam o ciclo marítimo, tendo navegado os seus juncos no Pacífico e Índico. Faltava o Atlântico, por onde então os portugueses se iniciavam
Abdullah Ibn Batoutha (1304-77), mais conhecido por Ibn Battuta, entre 1325 e 1349 percorreu quase todo o mundo conhecido. Saíra de Tanger a 14 de Junho de 1325 e entre 1331 e 1332 viajou pelo Norte da costa oriental africana (Mogadíscio e Mombaça), visitando no ano seguinte a Índia. Estava na China em 1346, onde ficou um ano e no porto de Zaitun (Quanzhou, Fujian) refere ter visto três tipos de embarcações chinesas: os juncos de grande porte, que conseguiam transportar mais de mil pessoas, os zao de médio porte e aos mais pequenos chamou-lhes kakam. Os portugueses só chegariam em 1511 ao Pacífico e os espanhóis em 1513. Com uma ancestralidade nas viagens marítimas, os chineses legaram muitas das suas invenções náuticas aos muçulmanos do Mar Arábico, para onde Pêro da Covilhã foi enviado em 1487, afim de saber como aí se navegava e quais os principais portos de comércio. Andava já Bartolomeu Dias com três caravelas a caminho do Índico, para desfazer “as ideias de Ptolomeu, que concebia o Atlântico e o Índico como mares interiores e sem qualquer comunicação entre si”, segundo Luís de Albuquerque. Com o problema dos ventos alísios contrários de Sudeste ao descer a costa ocidental de África, Bartolomeu Dias chegava à confluência do Atlântico com o Índico e após dobrar o Cabo das Tormentas, no início de Fevereiro de 1488 atingiu o Rio do Infante, na costa Oriental africana. Regressou a Lisboa com a missão cumprida em Dezembro de 1488. Por outro lado, Pêro da Covilhã, com todas as informações registadas, entregava-as em 1490 no Cairo ao mercador José de Lamego, que logo as levou em carta ao Rei D. João II. Relatava, os portos das especiarias por ele visitados, as técnicas de navegação no Oceano Índico e as rotas dos barcos comerciais muçulmanos com quem seguiu até Sofala. Ligando a navegação de Pêro da Covilhã, do porto de Sofala à Índia, com a viagem de Bartolomeu Dias, faltava aos portugueses, na rota para a Índia, apenas navegar no Mar Arábico entre o Rio do Infante e Sofala. Confirmava-se, ao contornar a África poder-se chegar à Índia e haver passagem do Atlântico para o Índico; logo eram mares abertos, ao contrário do que em 150 Ptolomeu desenhara no seu mapa. No Atlântico restava explorar dos Açores para Ocidente, pois guardado em segredo ficara a chegada às Antilhas, sigilo quebrado num mapa feito em 1424 por genoveses ao serviço de D. João I, que logo despediu os que ainda trabalhavam para o Almirantado. Em 1484 Cristóvão Colon pretendia atingir a Índia navegando para Ocidente, mas só a 3 de Agosto de 1492 partiu em três pequenas e já maltratadas caravelas.
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O Papa desafiou ontem os jovens católicos a rejeitarem uma mentalidade “consumista” e o “pensamento dominante”, que descarta os mais necessitados, e pediu-lhes “grandes sonhos”, que
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FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Sotozaki Haruo 14.30, 16.45, 17.15, 21.30
FALADO EM KOREAN LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Kang Dae Kyu Com: Sung Dong Il, Ha Ji Won, Kim Hie Won, Park Soi 14.30, 16.30, 21.30
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THE MOVIE DEMON SLAYER: KIMETSU NO YAIBA MUGEN TRAIN [C]
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portuguesa que recebeu, no final da cerimónia, os símbolos da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), o chefe da igreja católica convidou os jovens a assumirem “escolhas vigorosas, decisivas e eternas”.
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Um filme de: Albert Pinto Com: Begona Vargas, Ivan Marcos, Bea Segura 14.30, 19.30, 21.30
FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS Um filme de: Tsutomu Mizushima 16.30
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alarguem “horizontes” e não os deixem “estacionados nas margens da vida”. Na homilia da missa da solenidade de Cristo Rei, a que presidiu na Basílica de São Pedro e na qual participou a delegação
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THE UMBRELLA ACADEMY I STEVE BLACKMAN te não revelar capacidades fora do normal. Depois de seguirem caminhos diferentes, é a morte do pai que leva a família a reunir-se – e a tentar impedir um apocalipse. Apesar dos superpoderes – os segredos de família e conflitos de personalidade são um entrave ao sucesso da tarefa. Salomé Fernandes
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segunda-feira 23.11.2020
ai, portugal, portugal ANDRÉ NAMORA
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Hospitais pelas costuras
AS redes sociais corre um vídeo que se tornou rapidamente viral. Num encontro de técnicos e responsáveis pela Saúde, uma enfermeira com mais de vinte anos de carreira, levantou-se e usou da palavra. Foi o fim do mundo. A senhora trabalha há quatro anos nas urgências de uma unidade hospitalar e disse aquilo que o povo tem ouvido pela calada. A enfermeira falou alto, bem alto e desancou em todos os que têm tido responsabilidade pelo sector da saúde pública. Ouvimos pormenores de comover um elefante: que as macas enchem os corredores; doentes que morrem sem qualquer assistência nesses corredores porque as enfermeiras nem conseguem chegar às macas com o material adequado para salvar uma vida; que há cantos de salas que são para aqueles que os profissionais de saúde entendem não haver nada a fazer, ou seja, morrerem virados para as paredes do canto; que o pessoal médico e de enfermagem bem como os auxiliares estão exaustos, não têm um salário decente e ainda por cima agora proibiram-lhe quaisquer dias de férias até ao fim do ano. A enfermeira corajosa sintonizou que a situação acontece há anos e que por não aguentar mais psicológica e fisicamente já pediu para mudar de local de trabalho. Passam décadas, a aflição continua, as horas, dias ou meses para uma consulta, a incapacidade de encontrar soluções estruturais, não apenas a prazo, são algumas das razões do caos na Saúde. O problema não é dos últimos governos. Tudo tem a ver em grande parte com o intuito de alguns “tubarões” desejarem que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) - que em boa hora o saudoso António Arnaut fundou – possa chegar ao fim para que os hospitais privados e os seguros de saúde tomem o seu reinado. Todos aqueles que nunca concordaram com a existência do SNS, hoje, hipocritamente, dizem defendê-lo mas boicotam-no sistematicamente e, tantas vezes, das maneiras mais vis preocupando-se apenas em informarem os hospitais públicos que os materiais necessários estão esgotados... Lamento que a generalidade das reais denúncias sobre o que se passa no SNS venha de organizações partidárias quando lhes convém, e com a lenga-lenga do costume: falta
pessoal especializado, faltam camas, faltam meios. Pois faltam. E faltam faculdades de medicina, médicos novos que em princípio são chumbados para não irem ocupar o lugar dos “cotas”. E quais outras razões de tanta carência? A Ordem dos Médicos, comandada por um imitador de sindicalista, nem pode ouvir falar em médicos vindos do exterior ou em construir-se um hospital novo que não seja em Lisboa. Outra razão prende-se, sem dúvida, com os salários miseráveis que são pagos aos profissionais de saúde. E há discriminação entre as classes. Imaginem, por exemplo, que no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, os médicos podem estacionar os seus carros gratuitamente, mas se for um enfermeiro, uma terapeuta doutorada ou outro tácnico terão de pagar todas aquelas horas de trabalho. Horas? Ui, nem falemos de horários. É uma tristeza. Especialmente sobre os enfermeiros que chegam a trabalhar
o dia todo e no dia de folga, muitas vezes, são chamados para as 24 horas de um banco de urgência. Centenas de enfermeiros já debandaram para Inglaterra e para outros países onde são tratados como gente: bom salário, horas extraordinárias bem pagas, cedência de residência, alimentação gratuita nos hospitais, subsídio para transporte e férias pagas sem qualquer desconto. Com estas condições de trabalho, quem é que não quer deixar os hospitais portugueses? Os médicos pretendem deixar o SNS para ingressar nos privados, mas há dias o governo proibiu a saída do SNS a qualquer profissional. A tradição da falta de coragem política em dar saúde ao povo mantém-se. Temos uma ministra e uma directora-geral na tutela da Saúde que já levaram portugueses ao desespero por não as poder diariamente ouvir a palrarem, em todos os canais de televisão, apenas sobre o número de mortos
As queixas sobre hospitais sobrelotados chegam de todo o país. A ruptura é uma realidade e em certas unidades hospitalares as camas já são no interior das ambulâncias estacionadas à porta das urgências porque os hospitais estão a rebentar pelas costuras...
e de infectados pela covid-19. Mas nunca se pronunciaram sobre os milhares que morrem diariamente com ataques cardíacos, diabetes, AVC’s, infecções renais ou pulmonares, muito menos referiram-se ao cancro que afecta milhares de doentes, alguns que já nem são atendidos. Muito menos falam de se construir novos hospitais, de aumentarem os salários dos profissionais de saúde e de oficializarem as suas carreiras para que os mesmos não deixem o país. E a situação está cada vez mais grave, ao ponto do Presidente da República decidir a continuação do estado de emergência. Ainda na semana que findou chegou-se ao ponto de os hospitais Santa Maria e Pulido Valente terem suspendido as cirurgias que não sejam urgentes durante três semanas, dependendo da evolução da situação pandémica. Mas as queixas sobre hospitais sobrelotados chegam de todo o país. A ruptura é uma realidade e em certas unidades hospitalares as camas já são no interior das ambulâncias estacionadas à porta das urgências porque os hospitais estão a rebentar pelas costuras... *Texto escrito com a antiga grafia
A educação e o ensino são as mais poderosas armas que podes usar para mudar o mundo.
PALAVRA DO DIA
segunda-feira 23.11.2020
REUTERS
Nelson Mandela
UE Governo francês espera “acções” da Turquia
EUA Diplomacia defende que pressão sobre o Irão deve continuar
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ARIS espera “acções” da Turquia antes do Conselho Europeu de Dezembro que abordará eventuais novas sanções contra Ancara, disse ontem o ministro dos Negócios Estrangeiros da França, Jean-Yves Le Drian. “Não basta que, por dois ou três dias, vejamos declarações apaziguadoras do Presidente [Recep Tayyip] Erdogan, precisamos de actos”, frisou no programa “Le Grand Jury RTL/Le Figaro/LCI”, após o líder turco apelar no sábado à União Europeia (UE) para o diálogo. Entre os actos esperados, “há alguns que são simples de fazer no Mediterrâneo Oriental, na Líbia, e também há os que são simples de fazer em Nagorno-Karabakh”, disse o ministro francês. “Temos muitos desacordos” com Ancara, lembrou o chefe da diplomacia francesa, citando a “vontade expansionista” de Ancara, uma política de facto” na Líbia, Iraque e no Mediterrâneo Oriental, “onde na realidade atacam dois países membros da União Europeia, a Grécia e o Chipre”, ou “Nagorno-Karabakh para onde também enviam mercenários sírios”. “A União Europeia anunciou em Outubro que verificaria a postura da Turquia sobre os diferentes assuntos no Conselho Europeu de Dezembro, dentro de alguns dias. Será o momento em que verificaremos os compromissos”, concluiu.
MotoGP Miguel Oliveira vence em Portugal
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O piloto luso gastou 41.48,163 minutos para cumprir as 25 voltas ao traçado algarvio, deixando o australiano Jack Miller (Ducati) na segunda posição, a 3,193 segundos, e o italiano Franco Morbidelli (Yamaha) em terceiro, a 3,298 segundos, somando a segunda vitória da temporada. Com estes resultados, Miguel Oliveira subiu à nona posição de um campeonato ganho pelo espanhol Joan Mir (Suzuki), que ontem desistiu com problemas mecânicos na sua mota, sagrando-se campeão com apenas uma vitória esta época, enquanto a Ducati venceu o campeonato de constructores.
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Os jovens organizaram o seu próprio protesto, intitulado “Maus Alunos”, para pedir mudanças em todos os pilares da educação, como programas renovados, flexibilização de regras, igualdade e direito à palavra
Lugar aos mais novos Milhares de estudantes pedem reforma escolar e mais democracia na Tailândia
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I LHARES de estudantes do ensino secundário reuniram-se ontem no centro de Banguecoque para exigir uma reforma do sistema escolar e apoiar os mais velhos que reclamam a demissão do primeiro-ministro e a reforma da monarquia. Encorajados pelo movimento pró-democracia que abala a Tailândia desde o Verão, os jovens organizaram o seu próprio protesto, intitulado “Maus Alunos”, para pedir mudanças em todos os pilares da educação, como programas renovados, flexibilização de regras, igualdade e direito à palavra. Na escola, “dizem-nos o que devemos aprender, como nos vestir e nunca fazer perguntas”, conta Pung, de 15 anos. Na Tailândia, os livros didáticos encobrem muitas das turbulências políticas das últimas décadas, focando a vida dos monarcas, e os estabelecimentos de ensino seguem normas de vestir muito rígidas, com rabo de cavalo e fita no cabelo obri-
gatório para as meninas e corte militar para os meninos. Na manifestação, muitos jovens falaram da importância da igualdade de género. “A escola não é um lugar seguro” para as meninas, escreveu uma estudante do ensino secundário num cartaz, com a boca amordaçada com fita adesiva, em sinal de protesto. Eles riem-se de mim, “os professores dizem que pareço muito feminino”, revelou Tian, de 16 anos, que quer ser capaz de reivindicar livremente a sua homossexualidade. Entre os adereços dos estudantes, havia pessoas em trajes de dinossauros e bolas de praia grandes a simular asteroides para dizer que, da mesma forma que se acredita que um asteroide atingiu a Terra e levou à extinção dos dinossauros, também os membros antiquados da Tailândia que impedem a mudança enfrentarão uma colisão com o movimento pró democracia do país.
MONARUIA EM CAUSA
Os manifestantes também exigiram, como os estudantes mais
velhos, uma reforma da poderosa monarquia e a demissão do primeiro ministro, Prayut Chan-O-Cha, na sequência do golpe de Estado de 2014. Na sexta-feira, o primeiro-ministro endureceu o tom de voz ao avisar que “o governo iria fazer cumprir todas as leis”, mesmo potencialmente a de lesa majestade, que pune com até 15 anos de prisão qualquer difamação contra o rei, e que não tem sido usada desde há alguns anos. “Os limites foram ultrapassados”, acrescentou. Na quarta-feira, milhares de manifestantes reuniram-se na capital, alguns a expressar slogans muito duros contra a monarquia. No dia anterior, seis pessoas foram baleadas e feridas durante confrontos entre manifestantes, forças da ordem e ultrarrealistas, numa escalada de violência sem precedentes desde o início das contestações. O rei Maha Vajiralongkorn ascendeu ao trono em 2016 e é uma figura controversa que reside frequentemente na Alemanha.
M alto responsável norte-americano disse ontem esperar que o próximo governo de Washington dê continuidade à política de “pressão máxima” sobre o Irão que o actual Presidente, Donald Trump, tem prosseguido. “Esta administração está no poder até 20 de Janeiro e foi eleita pelos americanos. Vai continuar a aplicar as suas políticas até ao fim do seu mandato”, afirmou o mesmo responsável do Departamento de Estado, em Abu Dhabi, onde se encontra o chefe da diplomacia norte-americana, Mike Pompeo. Falando sob anonimato aos jornalistas que acompanhavam a visita de Pompeo, o responsável, citado pelaAFP, parece reconhecer a transição de poder para o presidente eleito, Joe Biden, apesar de Trump se recusar a admitir a derrota nas presidenciais. “Espero que esta relação de forças favorável que a administração tenta conseguir” possa continuar com o próximo governo norte-americano “para forçar os iranianos a comportarem-se como um país normal”. Em declarações ao canal Al-Arabiya, Pompeo defendeu ontem a visita que está a fazer aos Estados do Golfo e a pressão que continua a exercer sobre o Irão. “As nossas políticas não mudam. O nosso dever e as minhas responsabilidades não mudam”, afirmou. “Ainda tenho a obrigação de, a cada hora, a cada minuto, defender o povo americano e mantê-lo em primeiro lugar nos nossos esforços, e faremos isso. Faremos isso até ao último minuto”, disse Pompeo. O secretário de Estado norte-americano seguiu para a Arábia Saudita para se encontrar com o príncipe herdeiro, Mohammed bin Salman, antes de regressar a Washington. Os críticos da administração Trump têm acusado os seus responsáveis de estarem a tornar a escalada contra o Irão irreversível para impedir que Joe Biden possa retomar o diálogo. Em 2018, Donald Trump retirou Washington do acordo assinado três anos antes com Teerão e destinado a impedir o regime iraniano de se dotar de armas nucleares. O Presidente norte-americano considerou esse acordo insuficiente.