Hoje Macau 23 MAR 2012 #2578

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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MOP$10

Ter para ler

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEXTA-FEIRA 23 DE MARÇO DE 2012 • ANO XI • Nº 2577

TEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 14 MAX 24 HUMIDADE 70-98% • CÂMBIOS EURO 10.5 BAHT 0.2 YUAN 1.2

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Governo sabe que “apagão” foi falha laboral, mas não decidiu se CTM será punida

Apagar é humano

O director dos Serviços de Regulação das Telecomunicações promete que o relatório, em análise final, será tornado público. Segundo Tou Veng Keong, a falha geral nas redes deveu-se a um erro de inserção de dados. PÁGINA 2

OUTRA VEZ CONTUNDENTE

Susana Chou critica máquina administrativa PÁGINA 4

“CONVERSA MOLE” FRUSTROU-OS

Deputados deixam Assembleia fartos de sub-director dos SAFP PÁGINA 3

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DEVOLUÇÃO DE APOIOS

Governo ataca 150 PME incumpridoras PÁGINA 5

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política

sexta-feira 23.3.2012

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Apagão da CTM terá sido erro humano. Plenário discute assunto

Relatório a passar por última análise a ser estudados planos de contingência, mas quando vão realmente ser aplicados?” ”, questionou Paul Chan Wai Chi. “Só estão a ser estudadas melhorias, mas nós queremos ver resultados concretos.

Vai haver uma cláusula nova sobre esta matéria nos contratos com as novas operadoras e sanções?”

HOJE MACAU

Ainda não sabe se a CTM será sancionada pelo apagão de Fevereiro, mas o Governo assegura que o relatório será divulgado ao público.

Tou Veng Keong promete melhorias para o futuro

CTM REPREENDIDA

Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

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“apagão” da CTM poderá ter na origem um erro humano. Ontem, na Assembleia Legislativa (AL), Tou Veng Keong explicou que a falha nas redes de telecomunicações se deveu à introdução de dados incorrectos na “rede nuclear IP”, provocando um congestionamento de dados e interrompendo o tráfego. “O problema de Fevereiro não teve nada a ver com hardware, mas sim com a introdução de dados que não foram precisos. Já pedimos à CTM que, antes dos dados serem inseridos, devem passar por uma fiscalização.”

O director dos Serviços de Regulação das Telecomunicações (DSRT) esteve presente no plenário para responder a mais de meia dúzia de interpelações de deputados relacionadas com o apagão da CTM e com a transição da rede 2G para a 3G. Mak Soi Kun foi quem começou com as questões, logo seguido por deputados que nem tinham reservadas interpelações orais sobre o assunto. Todos pretendiam perceber de que forma poderá o Governo evitar que aconteçam situações semelhantes ao incidente de Fevereiro – que deixou redes fixas, móveis, internet e máquinas multibanco sem ligação. Mas a assunção de responsabilidades e a punição da CTM foram também assuntos que dominaram o plenário

de ontem. “No futuro vai ser imputada alguma responsabilidade à CTM?”, questionaram Mak Soi Kun e José Pereira Coutinho. Se o Governo vai tornar público o relatório que a CTM entregou sobre o incidente, o director da DSRT explicou que sim, mas em tempo oportuno.

JUSTIFICAÇÕES

Tou Veng Keong assumiu os impactos negativos que o apagão teve na vida dos cidadãos, mas diz ainda não saber se a empresa de telecomunicações vai ser sancionada. Isto porque ainda não chegou ao fim a análise ao relatório. “A DSRT em conjunto com a Universidade de Macau já concluiu a avaliação e estamos a analisar a última fase do relatório

da CTM. Estamos a contactar com a empresa para que nos explique o que não entendemos, pontos que estão menos claros no relatório.”

O director da DSRT afirma que, se necessário, vão ser aplicadas sanções. Nesta fase, contudo, vai ser dada hipótese à empresa de se explicar e só depois serão decididas eventuais punições. Tou Veng Keong diz que o que está agora a decorrer são procedimentos administrativos, mas sossega os deputados. “Tudo vai ser divulgado ao público em tempo oportuno.”

PLANOS PARA O FUTURO

Com a liberalização das telecomunicações, a intenção é criar mais competitividade para a CTM, actual empresa monopolista da rede fixa. Os deputados mostram-

Seguros para trabalhadores de fora

A Deputada Kwan Tsui Hang apelou ao Governo, em Interpelação Escrita, para reforçar a protecção dos trabalhadores importados. Kwan Tsui Hang inquiriu se o Governo estimulava os trabalhadores, em particular as domésticas, a adquirir seguros de saúde e contra acidentes. A deputada referiu ainda que alguns trabalhadores vindos do Continente já adquiriram esse tipo de seguros através das agências de emprego, e que embora o número ainda seja reduzido não deixa de ser um bom princípio. – V.L.

-se, contudo, preocupados com eventuais situações semelhantes ao apagão, no futuro. Tou Veng Keong assegurou que estão já em estudo medidas de contingência.

“A CTM está a tentar melhorar, e nós estamos a tentar que não só a CTM como as outras operadoras optimizem as redes. Creio que não podemos dar a certeza de que nunca voltará a acontecer, mas podemos aplicar medidas para minimizar o impacto caso volte a acontecer.”

As medidas passam, por exemplo, por utilizar as novas redes que vão ser construídas para complementar ou substituir a rede que possa falhar.

Os membros do hemiciclo não estão, ainda assim, satisfeitos. “Dizem que neste momento já estão

A comunicação entre a CTM e o Governo não foi eficaz. Quem o admitiu foi o próprio representante da DSRT, que assume a necessidade de melhorar os trabalhos em termos de comunicação. “Não houve comunicação expedita entre os operadores e o Governo. A CTM, depois do incidente, teve uma vertente de comunicação insuficiente e já a repreendemos. Admitimos que houve atraso em comunicar o incidente à população.”

Pereira Coutinho foi um dos deputados que puxou pela questão de não ter sido divulgada de forma imediata o incidente, especialmente sendo a CTM a única empresa fornecedora de um serviço global.

Já Mak Soi Kun mostrou-se preocupado pelo facto do apagão ter suspendido as ligações ao número de emergência. “Mesmo que os telemóveis não tenham cartão sim ou que os serviços tenham sido suspensos por falta de pagamento, em caso de emergência é possível aceder às respectivas linhas de serviço de urgência, mas a longa paralisia da CTM levou mesmo à suspensão da linha de socorro. E o que mais surpreende é que uma empresa que tem lucros anuais de 800 milhões de patacas não tenha um plano de contingência.”

Sobre o plano de contingência, Tou Veng Keong limita-se a explicar que as medidas vão ser aperfeiçoadas com as novas operadoras de rede fixa, que chegarão ao território com a liberalização das telecomunicações. Contudo, assegura que, neste caso, um serviço de backup – como foi repetidamente sugerido pelos deputados – não seria a solução porque o apagão foi causado por problemas de software, não de hardware.

Reformar o sistema e torná-lo incorruptível A Deputada Kwan Tsui Hang explicou ao jornal Ou Mun que os resultados deste ano da «Consultoria de Risco Político e Económico (Political & Economic Risk Consultancy, PERC) são melhores do que os do ano passado. Kwan Tsui Hang defendeu que, para além da coordenação com a legislação relevante o governo, deve procurar colmatar as falhas do sistema, acrescentando que a sociedade liderada pelos governantes deveria fomentar um sistema político e incorruptível. – V.L.

sexta-feira 23.3.2012

política

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Deputados contestam decisão de eliminar rede móvel 2G este ano

Mais de cem mil telemóveis obsoletos Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

T

ERMINA no dia 8 de Julho o serviço móvel 2G, que será substituído pela tecnologia 3G – que permite serviços mais avançados, como a internet, já que possui uma capacidade de rede maior.

Ainda que pareça melhor – e que Tou Veng Keong o tenha frisado ontem na Assembleia Legislativa (AL) -, há quem não esteja satisfeito com a exclusão desta rede de Macau.

Os deputados aproveitaram a tarde de ontem para interpelar o director dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) sobre a questão. “Porque está o Governo tão activo em mudar da 2G para a 3G?”, questionou Lam Heong Sang, imediatamente apoiado por Melinda Chan. “Porque temos de mudar?”

Actualmente, segundo dados apresentados por Kwan Tsui Hang, existem 152 mil utentes da rede 2G. Mas a deputada alerta para outra situação. “Alguns utentes inscritos no plano de rede 3G não são verdadeiros utentes desse serviço, visto que continuam a utilizar telemóveis 2G que não funcionam na rede 3G.” A transição de uma rede para outra vai exigir que os telemóveis

Cláusulas mais apertadas nos contratos é algo assegurado pela DSRT, bem como a troca dos aparelhos 2G com custos inferiores. A reciclagem dos aparelhos também é uma garantia dada pela entidade.

2G sejam substituídos, o que acarreta despesas para os utilizadores.

Algumas pessoas, diz mesmo Paul Chan Wai Chi, compraram telemóveis deste tipo ainda este ano. “Eu próprio sou um falso utilizador de 3G e agora tenho de susbtituir. Onde vão parar todos os telemóveis e como vai ser com o impacto ambiental? Isto é alimentar o consumismo.”

Também Lam Heong Sang se junta ao democrata. “E aquelas 152 mil pessoas que utilizam esta rede? Vão ter de deitar fora os telemóveis?”

POUCO TEMPO

E OS AVÓS?

Segundo Tou Veng Keong, a transição de rede 2G para 3G é uma questão de evolução tecnológica.

“Queremos que Macau seja uma cidade em que as operadoras não reduzam o investimento em tecnologias e aceleramos essa substituição para obrigar as operadoras a investir nesta rede, que é mais vantajosa.”

A preocupação dos deputados dirige-se mais aos idosos, que não têm o hábito de utilizar smartphones ou equipamentos equipados com 3G ou sequer utilizar o que esta rede permite, como o acesso à internet. Também os custos que os utilizadores terão com a substituição dos telemóveis levanta assunto no hemiciclo.

Tou Veng Keong assegura que vão ser facultados telemóveis gratuitamente aos idosos e que as operadoras irão fornecer pacotes sem serviços de dados. “Não têm de se preocupar, estamos a estudar sistemas como o bloqueio de dados.”

O responsável explicou ter trocado ideias com o Instituto de Acção Social para que técnicos de telecomunicação se desloquem aos asilos e centros de dia para esclarecer os idosos.

A DSRT afirma ter já iniciado contacto com os vendedores de telemóveis e com as operadoras

de telecomunicações para que a transição não sofra complicações.

Tou Veng Keong diz mesmo que estes têm obrigatoriedade de informar os clientes, até porque depois de 8 de Julho os telemóveis de 2G podem continuar a ser vendidos. “Os comerciantes têm obrigatoriamente que dizer que aqueles equipamentos não podem ser utilizados aqui.”

Kwan Tsui Hang, que foi quem levantou as questões ao Governo, quer saber o que vai ser feito além dos alertas. “Se as operadoras não alertarem os clientes, haverá punições?”

A rede 2G irá ser extinta em Macau, passando apenas a ser possível para serviços de roaming de outras operadoras, destinado para os visitantes de Macau.

Apesar de o Governo ter afirmado que a situação da transição foi já anunciada em 2007, admite pouca divulgação de informações.

“As operadoras teriam de divulgar desde 2007, mas tem havido desfasamento na divulgação desta medida.”

Ho Ion Sang acusa ser tempo insuficiente para mudar, até porque diz que o anúncio foi feito muito em cima das alterações. “Tanto o sector como a população só tiveram conhecimento desta realidade ultimamente.”

Foi este ano, há cerca de dois meses , que a DSRT deu a conhecer através da imprensa que o 2G iria ser excluído das redes do território.

Para quem tem equipamentos que só suportam esta rede, Tou Veng Keong deixa ainda uma sugestão: “não precisam de os deitar fora, porque são úteis em sítios fora de Macau”.

Respostas de representante dos SAFP aborrece deputados

Casos de “terceiro mundo” em Macau

U

M rol de incidentes públicos deu o mote para Ung Choi Kun apontar críticas ao regime de responsabilização dos funcionários do Governo. Além do apagão da CTM, a suspensão de funcionamento da ETAR de Macau, devido a avaria eléctrica, a falha no abastecimento de energia eléctrica no Tribunal de Base e a explosão no Centro Internacional – cujos trabalhos de fornecimento de água não foram ainda concluídos - foram alguns exemplos que o deputado utilizou para pedir justificações ao representante da Direcção dos Serviços para a Administração e Justiça (DSAJ). “Isto são casos que provavelmente só acontecem em países de terceiro mundo, sendo

humilhante que isto tenha acontecido em Macau, que quer ser um centro internacional de turismo e lazer.”

Ung Choi Kun diz que as crises acontecem devido a uma acumulação de falhas da parte dos Governantes, pelo que é preciso exigir as devidas responsabilidades. “[No caso do Centro Internacional] os residentes e lojistas têm percorrido vários locais para pedir ajuda aos serviços públicos, mas nunca se verificaram quaisquer respostas ou tratamento sério por parte dos dirigentes.”

Ilustrando as palavras com fotografias do local – que mostravam canos provisórios de abastecimento de água, quase um ano depois – Ung Choi Kun acusou os altos fun-

cionários do Governo de não trabalharem nem de terem de assumir quaisquer responsabilidades.

O deputado criticou a existência de um Centro de Formação para este tipo de funcionários, que assegura não servir para nada. “É importante saber como reforçar a compreensão dos dirigentes acerca de diplomas como as Disposições Fundamentais do Estatuto do Pessoal de Direcção e Chefia e como conseguir concretizar eficazmente o regime de responsabilização?”

SAÍDA EM DESALENTO

Sem a presença de José Chu, director dos SAFP, e de Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça – por

estarem em mais uma sessão de reforma política -, coube a Eddie Kou, sub-director dos SAFP, responder.

“A gestão dos trabalhadores dos serviços públicos abrange vários âmbitos como o recrutamento, o provimento, a avaliação de desempenho, o regime de prémios e sanções, a formação, as regalias e remunerações, a desvinculação de funções e a aposentação dos trabalhadores e entre outros. O Governo tem vindo a aperfeiçoar, de forma activa e com toda a responsabilidade, os trabalhos nesses diversos âmbitos da gestão dos trabalhadores dos serviços públicos para que prestem serviços de qualidade aos cidadãos.”

Eddie Kou afirma que o Executivo tem dado especial importância à delimitação de competências e responsabilidades dos trabalhadores e que existe mesmo avaliação que conclui a atribuição ou de prémios e regalias ou de punições. Mas o responsável limitou-se a ler o que estava em vigor a nível legislativo.

Mesmo com a insistência de Ung Choi Kun e outros deputados, Eddie Kou não se estendeu muito nas respostas às várias perguntas do hemiciclo.

Por isso mesmo, o discurso de Eddie Kou levou a que Ung Choi Kun, Ng Kuok Cheong e Paul Chan Wai Chi se retirassem da sala do plenário, visivelmente aborrecidos. - J.F.

Chui Sai On fala do “empenho” de Shuen Ka Hung

Antes de partir para o continente, o Chefe do Executivo comentou a recente saída de Shuen Ka Hung na liderança da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). Chui Sai On “manifestou o reconhecimento do empenho e contributo no desempenho das suas funções na Administração, e enquanto director dos Serviços para os Assuntos Laborais”, sem ter apontado qualquer razão para a sua transferência para o cargo de director-geral do Centro de Produtividade e de Transferência de Tecnologia (CPTTM). Face às políticas de imigração, devem ser “avaliadas a nível geral, sem focar apenas o investimento por aquisição imobiliária”, refere nota do GCS. Como tal, “o Governo não tem intenções de ponderar individualmente sobre o assunto.”

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política

sexta-feira 23.3.2012

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Florinda Chan acredita que resultados servem de “referência”

Mais divulgação para a reforma política Os deputados são nomeados pelo Chefe do Executivo ou por sufrágio indirecto, e é quase impossível que uma lei apresentada pelo Governo seja reprovada.

Entendo que isso mantém a estabilidade politica, mas diminui a capacidade de fiscalização.”

De resto, foi reforçada a importância de dar mais voz na AL a associações culturais, sociais e desportivas, num processo de mudança que se pretende “gradual”.

Da parte da Associação dos Jornalistas dos Assuntos Desportivos de Macau, mais do que presidentes de associações, deveriam estar na AL membros ou mesmo atletas.

“Só assim damos mesmo hipótese de os profissionais apresentarem propostas no seu sector. Devem aumentar-se os deputados nestes sectores, mas deve ser algo bem pensado.” A eleição de mais 100 membros para a Comissão Eleitoral também reuniu consenso de opiniões.

Os jornalistas foram ouvidos na quinta sessão de consulta pública sobre o processo de reforma eleitoral, onde o modelo “2+2” prevaleceu. Florinda Chan quer chamar mais cidadãos ao debate Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

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inquérito efectuado pela Associação Nova Visão revelou a verdade dos factos: mais de metade da população não sabe que está a ser ouvida sobre o processo da reforma eleitoral, mesmo com a realização de uma segunda consulta pública sobre o assunto.

O facto de 65,6% das pessoas terem afirmado que não sabe que pode apresentar opiniões serve de “referência” para Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça - prometeu mais divulgação da actividade. “Chamo a atenção para trabalharmos mais na divulgação, estes dados são bons para referência. Queremos motivar a população para que se crie um ambiente de discussão sobre o desenvolvimento do sistema político.” Relembrou que foram distribuídos 15 mil exemplares do documento de consulta pública e adiantou que serão realizadas 20 palestras com escolas e instituições de ensino superior.

Antes de partir para a província de Anhui, (ver caixa) Chui Sai On admitiu que “o Governo deve efectivamente reforçar os trabalhos de promoção”, sendo que os números do estudo mostram “um grau de atenção dos residentes que poderá vir a subir na sequência do processo.”

Em mais uma sessão de auscultação sobre a reforma política, os jornalistas mostraram-se receptivos à eleição de mais dois deputados por via directa e dois por via indirecta, o modelo “2+2”. Da parte da Associação de Imprensa em Língua Portuguesa e Inglesa de Macau (AIPIM) ouviram-se, con-

tudo, opiniões a pensar no futuro, onde o sufrágio universal voltou ao debate. Segundo o jornalista Gilberto Lopes, deve existir uma evolução do sistema político nas legislaturas e eleições do Chefe do Executivo que se vão seguir.

“Ou seja, que haja uma evolução na metodologia para a Assembleia Legislativa (AL) em 2013, 2017 e 2021, e nas eleições para o Chefe do Executivo em 2014, 2019 e 2024, de modo a atingir a eleição por sufrágio directo e universal.”

ELEGER DENTRO DA ASSOCIAÇÃO

Outra das críticas apontadas pela AIPIM prende-se com a escolha do

candidato por via indirecta dentro da própria associação, sem que haja uma eleição interna. Gilberto Lopes acredita que, para existir um “processo mais transparente”, deve existir uma “votação em Assembleia Geral em cada associação, para impedir a ideia de que são os presidentes que escolhem os candidatos”. Vítor Quintã, também membro da AIPIM, falou em “candidatos escolhidos com jogos de bastidores sem votação dentro das associações”.

O jornalista criticou ainda o papel da AL enquanto órgão fiscalizador de leis. “O papel fiscalizador é bastante fraco.

Chui Sai On está em Anhui O Chefe do Executivo partiu ontem para a província de Anhui, no continente, para promover a “Semana Dinâmica de Macau” e as oportunidades que o território oferece. Chui Sai On espera que este evento “possibilite a cooperação entre Anhui e Macau nas mais diversas áreas”. Já Zhang Baoshun, secretário do Partido Comunista, disse que a “Semana Dinâmica de Macau permite aos residentes de Anhui conhecerem melhor o actual desenvolvimento e o sucesso da RAEM”.

Ex-presidente da Assembleia volta a ser contundente

Susana Chou critica máquina administrativa Virginia Leung

virginia.leung@hojemacau.com.mo

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USANA Chou diz que a estrutura actual do Governo é redundante. A ex-presidente da Assembleia Legislativa (AL) relembrou os dados recentes tornados públicos pela Direcção dos Serviços deAdministração e Função Pública (SAFP), que apontavam para a existência de 73 departamentos e cerca de 30 mil funcionários do Governo, incluindo temporários.

Com a recente nomeação de uma secretária para a Comissão dos Assuntos das Mulheres, Susana Chou fica preocupada que outras co-

missões sigam o exemplo. “Se esta comissão se tornar oficial e com departamentos independentes a nível financeiro, outras comissões seguem a moda.”

A ex-presidente da AL aconselha o Governo a não tornar um hábito estruturas redundantes na máquina administrativa.

REFORMA POLÍTICA

A ex-presidente da AL também não concorda com a eliminação dos deputados nomeados da Assembleia Legislativa (AL), mas aconselha a melhorar o sufrágio indirecto, também querendo participar nas opiniões sobre reforma política.

Recorda que colocar nomeados na AL é uma questão já histórica, que traz benefícios à representação da população. Mostra-se contra a eliminação deste tipo de membros do hemiciclo e diz que a sua presença não é um retrocesso.

Sobre as propostas do Executivo, concorda mas junta-se à maioria que pede melhorias no sistema de eleição por sufrágio indirecto.

Opõe-se às críticas constantes que têm vindo a ser tecidas sobre o papel dos deputados indirectos e assegura que estes representam a democracia. Aliás, diz Susana Chou, não interessa a forma como são postos na AL, o dever de todos é representar a população.

sexta-feira 23.3.2012

sociedade

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Governo aumenta tecto do valor de apoio para 600 mil patacas

Quase 150 empresas incumpridoras Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo

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O dia em que o Conselho Executivo anunciou a intenção de aumentar o limite máximo de apoio às PME de MOP 500 mil para 600 mil, 147 empresas ainda não devolveram a verba concedida ao abrigo do plano de apoio.

O Governo está a fazer uma cobrança coerciva de cerca de MOP 23 milhões às empresas incumpri-

A

China está a deslocar mais militares para Macau e o Governo liderado por Fernando Chui Sai On pretende disponibilizar, gratuitamente, mais espaço para o Exército de Libertação do Povo Chinês poder treinar e colocar todo o seu equipamento.

Para já, o Conselho Executivo, que convocou uma conferência de imprensa ontem para divulgar esta informação, deu por finalizado o debate sobre o projecto do Regulamento Administrativo de Constituição de

doras, contudo não esquece as que cumprem e decidiu premiá-las com um aumento do valor de apoio, de acordo com o projecto de Regulamento Administrativo de “Alteração ao Regime do Plano de Apoio a Pequenas e Médias Empresas”, cujo debate já foi concluído em sede de Conselho Executivo.

A alteração, que estava prevista nas Linhas de Acção Governativa para 2012, é a terceira desde que o plano de ajuda às PME foi criado em 2003.

Para o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, “os desafios que estão na calha em matéria de negócios” justificam esta alteração. “E não podemos esquecer a falta de recursos humanos e os aumentos de rendas. Com o impacto económico externo, as empresas não conseguem obter financiamento fácil junto dos bancos.”

CHOVEM MILHÕES

De acordo com dados oficiais disponibilizados, ontem, à comu-

nicação social, desde 2003 que 6.054 empresas pediram apoio ao Governo, sendo que apenas a 5.345 foi concedido esse apoio, o que representa ainda assim uma ajuda de MOP 1.196.037.737. O ano de 2008 foi aquele em que foram submetidos e concedidos mais pedidos de ajuda às PME, com as empresas a usufruírem de aproximadamente MOP 392 milhões de ajudas.

No sentido contrário, 2005 foi o ano em que houve menos pedidos de ajuda das pequenas e médias em-

presas, com o Executivo da RAEM a disponibilizar apenas MOP 2,7 milhões, a 24 empresas do território.

Outro dado curioso prende-se com o valor que é pedido, em média. Num total de 4.507 empresas que pediram ajuda ao Executivo, a maior parte não pede o valor máximo que o Governo pode atribuir - 1306 empresas pediram entre MOP 300 mil e MOP 399 mil. A roçar o limite de financiamento, até aqui de MOP 500 mil, apenas 750 empresas o pediram.

RAEM dá terrenos ao Exército de Libertação do Povo Chinês

Mais militares no território

Reserva de Terrenos para Utilização pela Guarnição em Macau do Exército de Libertação do Povo Chinês.

Actualmente os militares da República Popular da China possuem uma área de 42.187 metros quadrados na Taipa, contudo o novo diploma contempla o aumento dessa área para 61.045 metros quadrados.

A justificação, de acordo com o porta-voz do Conselho Executivo, Leong Heng Teng, prende-se com o aumento de militares no território e ainda pelo facto de a guarnição de Macau ter de treinar muitas vezes na cidade vizinha de Zhuhai.

“Houve um reajustamento do quadro de pessoal com o aumento do número de

militares do Exército de Libertação do Povo Chinês no território”, explicou o porta-voz do Conselho Executivo. “Para além disso os militares andavam a treinar em Zhuhai.”

ESPAÇO, POR FAVOR

Esse aumento do número de efectivos, e no sentido de garantir a melhor condição

ao treino das tropas, leva agora o Governo da RAEM decidir aumentar em mais de 18 mil metros o actual espaço concedido ao exército chinês, situado junto ao Quartel da Taipa, na estrada da Baía de Nossa Senhora da Esperança.

Com este aumento de terreno disponibilizado à guarnição de Macau do

Exército de Libertação do Povo Chinês, a população perderá as instalações recreativas e desportivas que se encontram naquele local, passando a parede de escalada para o Estádio de Macau e o campo de futebol para Coloane. “Penso que a recolocação destes espaços não vai afectar a população”, referiu Leong Heng Teng.

O Governo promete, para os próximos dias, informações mais detalhadas à população sobre as mudanças. – G.L.P.

sociedade

sexta-feira 23.3.2012

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Conceitos educacionais diferentes

Os responsáveis do Colégio de raparigas Nossa Senhora de Fátima afirmaram que a saída de quatro professores não estava relacionada com o “Quadro geral do pessoal docente das escolas particulares do ensino não superior”.

Segundo dois dos professores que deixaram a instituição, os argumentos de “idade avançada” e “muitas palavras erradas” são apenas desculpas da direcção. Os professores alegam que o verdadeiro motivo se prende com a diferença de conceitos educacionais entre eles e a direcção. Os professores acusam ainda os responsáveis da escola de terem recrutado professores sem formação universitária. – V.L.

HOJE MACAU

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Dois “casos graves” de gripe B

Os Serviços de Saúde (SS) registaram ontem mais 16 casos de gripe em três escolas do território. Os alunos da Escola Luso-Chinesa da Taipa, da Escola Cham Son de Macau e do Colégio Dom Bosco apresentaram sintomas do tracto respiratório, como febre, tosse e corrimento nasal. Um dos alunos necessitou mesmo de internamento por pneumonia, encontrando-se actualmente “estável”, afirmam os SS em comunicado. Os SS também receberam dois casos “graves” de gripe B. Uma empregada de 32 anos foi diagnosticada com uma meningite viral e foi transferida para o hospital Conde São Januário. Apesar de se encontrar em estado de coma, foi suspensa a utilização de ventilador, “registandose algumas melhorias”. Um menino, também com uma meningite, encontra-se internado e “estável”, sem febre.

Lau Si Io visitou construção do metro no Japão

O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Lao Si Io, encontra-se no Japão com uma comitiva para conhecer de perto o fabrico do sistema do Metro Ligeiro (ML), a cargo da Mitsubishi Heavy Industries. Em comunicado, Lau Si Io afirma que “o ML já entrou numa fase de construção substancial e as obras estão em pleno andamento”. Na mesma visita, a comitiva recebeu uma maqueta da carruagem, à escala de 1\1, que será exibida em Macau em meados deste ano. O grupo mantém-se no Japão até amanhã.

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Air Macau não comenta polémicas que envolvem pilotos

Promessa de novos aviões até 2018

Foram parcas as palavras de Zhu Songyan, CEO da Air Macau, quando questionado sobre as últimas notícias que envolvem pilotos da empresa. Ficou apenas a promessa de uma nova frota e reforço de pessoal Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Actividades da Páscoa 2012/Easter Activities 2012 DIAS 29 e 30 de Março & 2, 3 e 5 de Abril

INSCRIÇÕES ABERTAS

E-mail: paiscostanunes@gmail.com Facebook: Pais Costa Nunes

Local: D. José da Costa Nunes Horário: 9–13h Idades: 3-5 anos Mais informações: 66632419 ou 66500597

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OS dois anos, a Air Macau tem sido alvo constante de notícias pouco positivas, que falam em debandada de pilotos que não concordam com a política da empresa ou por casos polémicos ocorridos na cabine dos aviões.

Durante a apresentação da primeira aeronave com a cabine renovada, na qual a empresa deverá gastar cerca de MOP 72 milhões, Zhu Songyan, Director-Executivo da Air Macau, ficou-se pelas meias palavras. “Tenho tido conhecimento das notícias que saem nos media. A Air Macau tem cerca de 15 anos de existência, e temos atravessado diversos problemas financeiros. Estamos a focar a nossa energia em resolver estas questões, e

penso que teremos uma nova Air Macau num futuro muito próximo.”

Com uma estimativa de lucros do ano passado na ordem das MOP 200 milhões, Zhu Songyan considera que são resultados “positivos”, tendo apontado também um aumento de passageiros em 2011. “Não tenho certeza acerca dos números, foi cerca de 5 a 10% no ano passado. Para este ano é difícil dizer números devido ao panorama financeiro, mas espero que possamos manter os 5%.”

Para responder às expectativas apresentadas pela direcção, a Air Macau deverá aplicar as MOP 700 milhões que o Governo injectou na empresa na renovação total dos aviões. “Neste momento temos 14 aeronaves a voar por leasing. A partir deste ano e até 2018 a Air Macau vai renovar toda a frota.”

Tal investimento também deverá servir para mais contratações, sendo que a empresa contratou mais 20 funcionários nos últimos meses. “No futuro, a Air Macau vai continuar a contratar membros da tripulação de todo o mundo. Penso que um ambiente multicultural é crucial. Quero que a empresa mantenha este tipo de ambiente, temos de manter recursos humanos de todo o mundo.” Para os próximos tempos, Zhu Songyan garantiu também que a empresa pretende rever os critérios de avaliação de qualidade dos serviços, dos salários ou da estratégia da companhia de aviação.

APOSTA NA ÁSIA-PACÍFICO

Depois da Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) ter suspenso o processo de promoção de pilotos, em Janeiro deste

ano, o CEO da Air Macau garantiu que a questão já está resolvida. A empresa “tem trabalhado junto com a AACM. A Air Macau teve de fazer alterações, e os últimos documentos foram aprovados pela AACM.” Recorde-se que a 28 de Fevereiro a AACM afirmou ao Hoje Macau que a empresa teria de apostar no “reforço do conhecimento e compreensão da gestão e do pessoal envolvido no manuseio, do processo de promoção a capitão, projectando um novo programa para a selecção a comando.”

Quanto à Air China, “continua a dar um grande apoio à Air Macau”, sendo um passo fundamental para o crescimento que a empresa pretende fazer na região da Ásia-Pacifico. Países como Singapura, Índia e Austrália poderão ser as principais apostas.

sexta-feira 23.3.2012

nacional

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China respondeu ao processo que os EUA, a União Europeia e o Japão apresentaram na Organização Mundial do Comércio (OMC), pedindo que o gigante asiático acabe com o controlo da exportação de terras raras. O governo chinês afirmou que continuará a aplicar uma gestão eficaz na exportação de terras raras dentro das regras da OMC. Para alguns especialistas, a grande pressão dos países ocidentais irá provocar alterações na indústria chinesa do sector.

Em conferência de imprensa, o porta-voz da Ministério dos Negócios Estrangeiros, Liu Weimin, esclareceu a posição chinesa. “A exploração de terras raras tem impacto no ambiente e, por esta razão, a China aplica uma gestão à exportação de tal recurso, tendo em consideração a protecção ambiental e o desenvolvimento sustentável. No nosso entender, a política de gestão de terras raras obedece às regras da OMC.” O ministro chinês do Comércio, Chen Deming, já tinha afirmado que apesar de a China vender terras raras aos EUA, os norte-americanos rejeitam vender os produtos feitos com essa matéria-prima à China, justificando-se com questões de segurança. Chen disse esperar que os EUA abram o mais cedo possível, o controlo da exportação desse produto à China.

NEGOCIAÇÃO EM ABERTO

Desde 2008 que o país asiático tem aplicado uma política de controlo da

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Embaixada de Angola em Pequim lançou ontem a revista “Palanca”, uma publicação em português e inglês, para promover a sua imagem na Ásia e as “amigáveis relações” com a China.

O próximo número da revista, previsto para o Verão, já terá também uma versão em chinês, disse à agência Lusa o adido de imprensa da embaixada angolana, Eduardo André de Sousa.

Angola espera inaugurar “novas áreas de cooperação” com a China, nomeadamente no que diz respeito à agricultura e exploração de diamantes, não se limitando a

Papel construtivo para resolver questão nuclear iraniana

Apelo ao diálogo A

Resposta à queixa apresentada na OMC sobre terras raras

Questão ambiental exportação no sector. A China anunciou que está disposta a negociar a questão com os países envolvidos. O porta-voz do Ministério do Comércio da China, Shen Danyang, declarou que o governo chinês elabora, seguindo as regras da OMC, as políticas

sobre exportação de terras raras e outras matérias-primas. “Alguns países, incluindo o Japão, levantaram objecções à nossa gestão. Estamos a promover dentro do quadro das regras da OMC, acordos através de negociações bilaterais.”

China vai participar positivamente no processo de diálogo sobre a questão nuclear iraniana e está disposta a desempenhar um papel construtivo na solução adequada do conflito.

A afirmação foi feita ontem pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, Hong Lei. Na reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre as sanções contra o Irão, realizada na quarta-feira, o vice-embaixador chinês na ONU, Wang Min, assinalou que o país deseja que todas as partes envolvidas na questão possam adoptar medidas construtivas, e iniciem o mais cedo possível os diálogos sustentáveis para encontrar uma solução completa e adequada para a situação.

Wang afirmou que as diversas partes - EUA, Rússia, Reino Unido, França, China, Alemanha e Irão - expressaram a vontade de um diálogo sério.

O Irão, país signatário do

“Promover a imagem” exportar o petróleo para aquele país, indicou o novo embaixador angolano em Pequim, João Garcia Bires, numa entrevista concedida à Lusa em Dezembro passado e reproduzida no primeiro número da “Palanca”. “O nível das nossas relações é bom, mas acreditamos que irá aumentar, abrindo áreas de cooperação que até agora não foram suficientemente exploradas.”

Com 32 páginas a cores, a “Palanca” quer ser também “um elo de ligação entre a comunidade angolana e a China”.

Cerca de 250 angolanos, a maioria dos quais estudantes, vivem actualmente naquele país.

O comércio entre Angola e a China, sobretudo petróleo, cresceu 11,5% em 2011, alcançando cerca de MOP 188 mil milhões.

Porta para a Rússia e Nordeste Asiático

região nordeste da China, que já foi um importante centro industrial, será transformada numa base competitiva internacionalmente na fabricação de equipamentos e no fornecimento de matérias-primas e de energia, diz um comunicado da Comissão Nacional de Desenvolvi-

Tratado de Não-Proliferação de Armas Nucleares, tem o direito de utilização pacífica da energia nuclear e, ao mesmo tempo, o dever de cumprir as responsabilidades internacionais. A China espera que o Irão possa intensificar o diálogo e a cooperação com a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) para resolver as questões pendentes.

Embaixada angolana lança revista na China

Governo aprova plano para rejuvenescer o nordeste do país

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mento e Reforma (CNDR), o principal órgão de planeamento económico da China.

A região, que inclui as províncias de Heilongjiang, Jilin e Liaoning, também se irá tornar numa importante base para a agropecuária, diz a CNDR. O governo também procura fazer da região um

ponto chave entre a China e o Nordeste Asiático, acrescenta o comunicado.

Du Ying, vice-ministro da CNDR, declarou que o país vai abrir mais as áreas costeiras e fronteiriças na região, e apoiar as cidades, como Dalian, Dandong, Heihe, Manzhouli, Hunchun e Suifenhe, para

obterem um maior grau de abertura, e aprofundar a cooperação regional entre a China e a Rússia.

De acordo com a CNDR, o governo central vai intensificar o apoio fiscal à região nordeste durante o período do 12º Plano Quinquenal (2011-2015). Estima-se que o apoio fiscal à região suba

para cerca de MOP 35 mil milhões em 2011 e 2012. O plano tem ainda por objectivo aumentar a taxa de urbanização para 60% no nordeste até 2015, em comparação com a média nacional actual de cerca de 50%. A indústria terciária representará 40% do PIB (Produto Interno Bruto) local.

Apreensão recorde de droga

Foram apreendidas na China 13,5 toneladas de drogas na província de Yunnan em 2011, a maior quantidade anual de sempre numa região especialmente vulnerável ao tráfico de opiáceos, anunciou ontem a agência noticiosa oficial chinesa. Mais de 17 mil pessoas suspeitas de tráfico de droga - crime punido na China com a pena de morte - foram presas no ano passado em Yunnan, indicou a agência, citando o vice-director provincial de Segurança Pública, Yan Shangzhi. A província de Yunnan, um território cerca de quatro vezes maior que Portugal, com mais de 46 milhões de habitantes, faz fronteira com a Birmânia e o Laos, dois países que, juntamente com a Tailândia, constituem o famoso “Triângulo Dourado do Ópio”.

região

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Prudência nos atritos comerciais com os EUA

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primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, prepara-se para apresentar durante a 4ª Cimeira dos BRICS – bloco formado pelo Brasil, a Rússia, Índia, China e África do Sul – a proposta de criação de um banco de desenvolvimento do grupo. A nova instituição bancária deve ser uma alternativa ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional (FMI). A expectativa é que, no final da cimeira, os presidentes assinem uma declaração sinalizando a disposição de criar a instituição, mas sem fixar ainda os detalhes.

Os negociadores brasileiros dizem que vários pontos da proposta precisam de ser definidos e o processo será a longo prazo.

Para os brasileiros, é necessário

Cimeira dos BRICS junta presidentes da China, Rússia, Brasil e África do Sul

Banco BRICS estabelecer uma série de aspectos, como os termos de referência, a estrutura do organismo, como será integrado o capital e as práticas de comércio bilateral e multilateral.

Os indianos argumentam que a proposta é criar um mecanismo que permita o financiamento de projectos exclusivamente nos países em desenvolvimento. A

ideia é que a presidência da instituição seja rotativa entre os cinco integrantes dos BRICS. Paralelamente, os líderes presentes nos debates deverão reiterar a defesa da ampliação do FMI.

PUJANÇA ECONÓMICA

Para o Brasil e os demais elementos do grupo, a estrutura do FMI

Actividade industrial da China diminui e assusta mercados

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Às arrecuas mete medo

impulso económico da China desacelerou em Março, tendo a actividade fabril diminuído pelo quinto mês consecutivo, deixando os investidores assustados com os riscos do crescimento global, prevendo-se um novo apoio da política monetária de Pequim.

O índice do HSBC, o mais recente indicador da actividade industrial da China, caiu para 48,1, descendo do índice alcançado em Fevereiro, de 49,6. As novas encomendas registaram o valor mais baixo dos últimos quatro meses, e a esperada recuperação nas exportação acabou por não acontecer. “Os índices de exportação fracos e a procura doméstica a enfraquecer significam que a desaceleração da China ainda não acabou, prevendo-se um novo investimento de Pequim”, disse o director de economia do HSBC na China, Qu Hongbin, em comunicado.

A fraqueza generalizada nas cinco componentes principais que determinam o índice principal surpreendeu os analistas, particularmente os que tinham previsto uma clara recuperação na actividade fabril em Março

depois da interrupção que o Ano Novo Lunar provocou na produção dos primeiros dois meses do ano, distorcendo os dados.

As acções asiáticas perderam esta quinta-feira quase todos os ganhos que tinham acumulado.

deve ser revista, pois actualmente é composta por 24 representantes – dos quais oito têm assentos permanentes e 16 são eleitos a cada dois anos. Os países com assento fixo são Estados Unidos, Japão, Alemanha, França, Reino Unido, China, Rússia e Arábia Saudita.

A primeira cimeira dos BRICS foi em 2009, na Rússia, sem a participação da África do Sul, que passou a integrar o bloco em 2011. Juntos, os cinco países reúnem um quarto da economia mundial, segundo dados recentes.

Nas reuniões em Nova Delhi, na Índia, além da presidente Dilma Rousseff, participarão os presidentes Dmitri Medvedev (Rússia), Hu Jintao (China) e Jacob Zuma (África do Sul).

A China espera uma solução prudente para os atritos comerciais com os Estados Unidos no sector das novas energias, a fim de salvaguardar o desenvolvimento estável e harmonioso das relações económicas e comerciais entre os dois países. A afirmação é do responsável pelo Departamento de Comércio Igualitário de Importação e Exportação do Ministério do Comércio da China, ao falar sobre a avaliação norte-americana de existência de subsídios para produtos fotovoltaicos chineses.

O responsável assinalou que as baterias de energia solar chinesas são competitivas no mercado norte-americano devido à avançada tecnologia e constante redução de custos. Ao mesmo tempo em que exportam os seus produtos para os EUA, as empresas chinesas importam matérias-primas e equipamentos norte-americanos.

Importação de soja deverá subir 25%

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A bater recordes

China, o principal comprador mundial de soja, deverá importar cerca de 29 milhões de toneladas desta oleaginosa no primeiro semestre do ano, um aumento de 25% em comparação com o mesmo período do ano passado, devido à forte procura dos produtores de ração animal, segundo um centro de informações oficial.

No mês passado, uma delegação comercial chinesa fechou um acordo para a compra de 13,4 milhões de toneladas de soja dos Estados Unidos, estabelecendo um novo recorde na aquisição deste produto.

As empresas chinesas compraram soja suficiente para manter a oferta até Junho, e procuram agora fornecimentos para o período entre Julho e Outubro, disse o Centro Nacional de Informação de Grãos e Oleaginosas da China (CNGOIC) num relatório publicado no seu site, que adianta que é provável que as processadoras chinesas adquiram 4,7 milhões de toneladas

em Março, 6 milhões de toneladas em Abril e 5,5 milhões de toneladas em Maio.

A China importa soja sobretudo dos Estados Unidos, do Brasil e da Argentina.

Os Operadores dizem que a subida dos preços locais da farelo de soja deu às processadoras boas margens de lucros. Os preços do farelo subiram mais de 10% este ano, devido a uma maior procura dos criadores de suínos.

Nos Estados Unidos, os futuros referenciais da soja para Maio subiram quase 13% durante este ano, invertendo a queda de 14% do ano passado, principalmente devido ao apetite chinês pela oleaginosa e à seca na América do Sul, que reduziu a oferta.

As importações chinesas de soja poderão alcançar em Junho um máximo histórico de quase 7 milhões de toneladas, disse Li Jianlei, analista da COFCO Futures, citado no site desta indústria.

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entrevista

O blog Macau Antigo fez quatro anos. Desde o seu nascimento, cresceu exponencialmente, constituindo hoje uma das mais importantes referências culturais da iconografia de Macau.

O seu autor, João Botas, garante que é para continuar

João Botas, autor do blog Macau Antigo, no quarto aniversário do seu projecto

“Não quero patrocínios, que visita de um governador ao Liceu de Macau na década de 1960. Já revelei centenas de ‘pequenos exclusivos, mas tenho muito mais por publicar.

Falta-me é tempo para tratar a documentação e dá-la a conhecer de forma decifrada. O meu escritório é uma pequena réplica - papéis e livros por todo o lado num caos que só eu conheço - da sala de trabalho de Monsenhor Manuel Teixeira cujo centenário do nascimento se aproxima e que será alvo de uma singela mas sincera homenagem no blog já em Abril. Já vou a caminho do quinto ano a colocar praticamente todos os dias um novo post (tema)... são mais de dois mil.

Carlos Morais José info@hojemacau.com.mo

Como nasceu este blog?

Tudo começou aquando das pesquisas para o livro que escrevi sobre a história do Liceu de Macau editado em 2007. Deparei-me então com inúmera documentação que não sendo apropriada para o livro achava um ‘crime’ pura e simplesmente ignorá-la pelo que resolvi partilhá-la.

A internet pareceu-me a plataforma mais adequada para o fazer. E foi uma agradável surpresa constatar a forte adesão ao blog desde o início.

Tenho ainda um pequeno blog dedicado aos Antigos Alunos do Liceu de Macau onde vou fazendo revisões e actualizações ao livro e que serve também como uma forma de nos irmos juntando de vez em quando.

No “Macau Antigo” privilegio os elementos iconográficos e as pequenas histórias ou curiosidades que fazem a História.

Como tem sido a recepção dos internautas?

Para responder a esta pergunta comecei pelo seguinte exercício.

‘Googlei’ na net a expressão “Macau Antigo” e o resultado foi este.

Cerca de 1.230.000 resultados em 0,49 segundos com o endereço do blog em primeiro lugar. Em cada post há um espaço próprio para os leitores colocarem os seus comentários mas há também uma página autónoma dentro do blog onde vou colocando as reacções de quem ‘navega’ no blog e me faz chegar o feedback por correio electrónico. O melhor é passarem por lá, lerem e tirarem as vossas próprias conclusões.

Tem sido difícil arranjar apoios para este projecto?

Não quero patrocínios, quero parceiros. Instituições que se envolvam no projecto. Tenho praticamente desde a primeira hora o Turismo de Macau e o Instituto Internacional de Macau. Já tive a Casa de Macau em Portugal e o Museu do Oriente que entretanto saíram. Amigos como dantes. Continuam a ter o mesmo tratamento ao nível dos conteúdos.

São apoios simbólicos que ajudam a custear as despesas: acesso internet, deslocações a arquivos

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e bibliotecas, digitalizações, etc.

Ainda recentemente fui sondado pelo Instituto Cultural de Macau.

Se não acontecer, não faz mal. Não é isso que me move. Mais do que o aspecto financeiro, para mim, ter parceiros significa que alguém que é exterior ao projecto reconhece-lhe qualidade. Este tipo de projectos na internet nasce e morre de um dia para o outro. Difícil é mantê-los.

Muitos ou fazem coisas a pensar no umbigo ou deslumbram-se e acabam por se queimar na ‘fogueira da vaidade’ deixando-se toldar por um pretenso sucesso. Espero não ser nenhum desses exemplos. Acredito no trabalho e na perseverança.

Quais são as suas principais fontes?

As feiras de velharias e antiguidades, etc. A minha biblioteca que começou com meia dúzia de exemplares e já vai em centenas e que um dia muito provavelmente será doada a uma instituição em Portugal relacionada com a história de Macau. O maravilhoso mundo novo da internet incluindo as redes sociais.Os arquivos e bibliotecas em Portugal. Os pequenos acervos

de pessoas que de uma forma ou de outra vou conhecendo e que, pura e simplesmente, me doam esses documentos. Muitos dizem que eu lhes dou nova vida. Há também quem nem saiba sequer o que possui. Há quem me contacte porque tem este ou aquele documento/fotografia de um familiar que passou por Macau mas que não consegue identificar.

Há ainda quem tendo os documentos só os ceda depois de me conhecer pessoalmente e lá tenho de percorrer por vezes centenas de quilómetros.

Mas faço-o com todo o prazer.

Muitos dos conteúdos não são da minha autoria. Como se inserem no âmbito do projecto, sempre que possível, reproduzo-os com a autorização dos autores. Muito material vem de jornais aí publicados como o Hoje Macau, O Clarim, Ponto Final, JTM, revista Macau, etc.

O tempo que tenho disponível é pouco mas esforço-me por conseguir disponibilizar conteúdos da minha autoria e alguns documentos que nunca antes tinham sido mostrados publicamente. Estou-me a lembrar, por exemplo, dum pequeno filme imagens em movimento - sobre a

Existem resultados práticos?

Ainda há uns dias, ajudei uma macaense (que ainda aí vive) a saber mais detalhes sobre o pai, um militar português que morreu quando ela era ainda muito jovem.

Demorei mais de um mês e tive de fazer várias deslocações. Como deve calcular não cobrei nada.

Faço-o porque gosto (e muito!) e quem corre por gosto... O pedido mais recente é sobre um senhor que nasceu em Macau em 1919 e aí viveu a juventude período sobre o qual quase nada se sabe. Estou a falar do brilhante geógrafo que foi o engenheiro José Nuno do Vale Monteiro de Sousa Afonso. Se alguém tiver mais informações, agradeço que me contactem.

Há cerca de três anos, quando andava a fazer pesquisas para um livro sobre a história de Macau entre 1937 e 1945 dei por mim no Arquivo do Exército com apenas mais duas pessoas. Acreditam que todos tínhamos relação como Macau? E eu com quase 10 anos de vida aí era o menos relacionado umbilicalmente.

O funcionário tinha aí nascido e o outro visitante também. Este último saiu daí muito novo e pouco ou nada sabia, nem de agora nem de quando nasceu. Conversámos muitas vezes desde então e... ficámos amigos. A história dos pais dele vai aparecer no livro que será editado muito em breve com a chancela do Instituto Internacional de Macau.

O que pensa do modo como tem sido tratada a História de Macau?

Ainda há muito para fazer?

Conheço pouco e não quero cometer a indelicadeza de não parecer justo. Felizmente publicou-se muita coisa, mas como o critério nem sempre foi o da qualidade, a filtragem deixou escapar livros sem interesse e ignorou por vezes temas importantes. No campo das

reedições de livros há décadas esgotados há muito a fazer e já o ando a dizer há muito tempo. A revisão e reedição da Cronologia da História de Macau pela prof. Beatriz Basto da Silva é um exemplo feliz. A meu ver, não faz sentido, uma reedição com milhares de exemplares. Acho que é preferível disponibilizar a obra online em português, inglês e chinês. Se há ainda muito por fazer.

Há sempre... e até tenho algumas ideias. Os primeiros 50 anos do século XVI e um período de meados do século XVII merecem mais investigações. Há muitos documentos sobre Macau fora do território e nos locais mais inusitados que merecem atenção. E depois, há a história do século XX que está por fazer. Será que o distanciamento temporal já permite uma análise objectiva?

Talvez. Por último, mas não menos importante, julgo que os arquivos da China têm ainda muito para ser investigado e revelado. Ideias não me faltam, o que faltam muitas das vezes são os apoios, bolsas de estudo e investigação. Não percebo por que razão das que são financiadas por Macau não se permite que alguém de fora não se possa candidatar por não ser residente. Acho que se

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ero parceiros” deve privilegiar os residentes, mas ignorar os outros não faz sentido.

Pode revelar-nos algumas estatísticas do seu blog, nomeadamente quais os países que mais o visitam?

Formalmente iniciei o blog no final de 2008 mas só a partir de Março de 2009 é que começou a funcionar de forma regular. Desde então já teve cerca de 400 mil visitantes (ou pageviews para ser mais rigoroso).

Ora, feitas as contas, dá uma média diária de 300 visitantes e uma média mensal a rondar os 10 mil. Os números falam por si. Leitores registados são 154 nesta altura. Origem dos visitantes (por ordem decrescente): Portugal, Macau/China, Hong Kong, Brasil, Canadá, EUA, Austrália, Reino Unido, Alemanha, França, Moçambique, Angola, Cabo Verde. É, de alguma forma, o espelho da Diáspora macaense.

Na sua opinião, quais as ideias que têm hoje os portugueses em relação a Macau?

Quais portugueses? O poder instituído ou o povo? Os sucessivos governos em Portugal, desde os primórdios de Macau pouco se interessaram, salvo honrosas excepções.

entrevista

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O Império era muito vasto e Macau ficava muito longe. Depois, meio século de ditadura deixaram-nos ‘orgulhosamente sós’ e foi o pior que nos poderia ter acontecido.

Em suma, permanecem as ideias pré-concebidas e nem sempre as melhores. Mas isso acontece sempre quando se fala do que não se sabe. A lógica actual da comunicação social também contribui para este cenário quando só dá tempo de antena ao que é negativo. Mas também há aspectos positivos e, felizmente, são muitos. A crise económica actual fez com que muitos regressassem e outros partissem à descoberta.

Nem imaginam quantos pessoas me contactam aqui em Portugal pedindo conselhos e informações...

O que mais o fascina no passado de Macau?

Guardarei para sempre a imagem da baía da Praia Grande que eu ainda conheci no início da década de 1980. Quase 500 anos de presença portuguesa deixaram um legado com muitas estórias dentro da história.

O futuro não deve ser o avesso do passado e julgo que apesar de alguns temores perto de 1999 e um ou outro episódio isolado como as tentati-

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vas de apagar marcas da presença portuguesa, o balanço é bastante positivo. O que mais me fascina é fazer o retrato do quotidiano numa determinada época.

E no presente?

Não conheço suficientemente a realidade do dia-a-dia. O pouco que vou sabendo é através dos jornais portugueses que me chegam via correio electrónico. Uma solução muito bem pensada, aliás. Não me querendo imiscuir na política diria que a aposta deve ser nos índices de qualidade de vida. A realidade da cidade é complexa e deve ser monitorizada em permanência tirando daí ilações para corrigir o que está mal e melhorar o que está bem. O objectivo deve ser sempre a excelência. Não espero outra coisa de um governo com tamanhos recursos. Quem aí vive deve primar por isso. Exigência e excelência. A chamada sociedade civil parece-me bastante activa mas pouco reivindicativa. Não basta apontar o que está mal, é preciso apresentar soluções. E quanto mais partilhadas, melhor!

Já quanto ao futuro...

Em 2009 quando aí regressei de férias ao fim de alguns anos de ausência escrevi um pequeno texto que julgo até ter sido publicado no HM e mantenho o que então pensava.

Fiquei estupefacto, por exemplo, com o facto de muitos dos edifícios/ locais visitados por turistas não terem qualquer identificação. Acho que isso já foi resolvido. Macau tem todas as condições para estar na vanguarda do que é viver bem e bem viver no século XXI. E não basta querer. É preciso saber. E saber fazer! Basta que seja aquilo que sempre foi e que não se feche ao mundo. O território continua a ser um espaço ímpar no contexto não só chinês como asiático e até global. Preservar essa identidade única é o grande desafio.

Caso contrário, será apenas mais um tentáculo de Las Vegas... A jóia da coroa é o património consagrado pela Unesco e tudo deve ser feito para o manter e potenciar. Fico com a ideia que a indústria do jogo está um pouco divorciada da vida do território. Deveria haver um maior envolvimento nomeadamente no apoio a iniciativas de âmbito cultural e científico por exemplo. Por que não criar um prémio de excelência patrocinado pelos operadores do jogo?

Qual foi, no seu entender, a melhor realização dos Portugueses no Oriente?

Entre realizações materiais e imateriais, prefiro as últimas não desprezando as primeiras. Mal ou bem, deixámos uma cultura, uma língua (pouco falada hoje mas com influência em muitas outras e que se procurarmos na toponímia...), marcas do que fomos e é isso que nos distingue dos demais que andaram por essas paragens. Se soubemos tirar o devido proveito de tamanhas

façanhas isso é outra conversa... Não me interessa muito se temos o título de ter dado “novos mundos ao mundo”. Sei é que, por exemplo, a partir de Macau os portugueses ‘uniram’ o mundo. até na globalização fomos pioneiros. Veja-se o que deixámos, por exemplo, em Malaca, Japão, Goa, Tailândia (reino do Sião), Singapura... Recordo que foram os historiadores estrangeiros que melhor perceberam o legado que deixámos no Oriente e, também aí, Macau teve um papel decisivo. São tanto os exemplos do nosso legado: gastronomia, azulejos, arquitectura, usos e costumes, religião, etc.

Gosta da cultura chinesa? Porquê?

Mais do que gostar, fascina-me. Pela multiplicidade das dimensões. Mas sou e serei sempre um ignorante na matéria.

Finalmente, por que razão se entregou a esta “missão”? É para continuar?

Como já disse antes, achei que deveria partilhar a documentação que tinha e que achava poder ter interesse para mais pessoas e, pelos vistos, não me enganei. E também pelo que ‘afirmei’ desde a primeira hora. Para contrariar aquilo que me parece continuar a ser o estado das coisas dos portugueses de Portugal sobre Macau, desconhecimento e desinteresse. É para continuar, claro. Já é, mui-

to provavelmente, o maior acervo de textos e imagens da História de Macau disponível de forma gratuita.

E vai continuar a ser. Se há mérito que este projecto possa ter, será o de resgatar das gavetas e dos baús documentos que fazem a história do território, em especial, a do século XX, e que os historiadores dentro de alguns anos vão agradecer ter ali uma fonte quase inesgotável de material. E esse mérito é de todos os que colaboraram directa e indirectamente no blog “Macau Antigo” com especial destaque para os que lá nasceram e/ou moraram e os que, como eu, ficaram com Macau ‘no coraçom’.

Vivi a juventude em Macau pelo que muito do que sou foi aí moldado embora nessa época não estivesse desperto para a história do território.

Talvez por ser muito novo. Mas algo ficou... Nesse tempo a fonte do Lilau já não existia pelo que não bebi dessa água, mas Macau ficou-me no sangue e na alma e isso não se explica. É uma experiência que cada um que por aí passou vive à sua maneira.

Considero-me um filho da terra adoptivo e enquanto puder darei o meu contributo para perpetuar no tempo a história dessa terra que é de todos os que a fizeram: portugueses e chineses maioritariamente, mas também muitos estrangeiros. Perceber o significado de amálgama, simbiose, coexistência... é meio caminho andado para entender Macau.

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vida

sexta-feira 23.3.2012

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Promessas de redução de consumo em Dia Mundial da Água

Hotéis apresentam planos de poupança

Rita Marques Ramos rita.ramos@hojemacau.com.mo

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Grupo de Trabalho para a Construção de uma Sociedade Economizadora de Água do Governo da RAEM realizou ontem uma sessão sobre o novo Plano de Poupança de Água nos Hotéis. As 29 entidades hoteleiras participantes deste plano, que teve o seu início em Março de 2011, representam cerca de 90% do consumo total de água do sector, que é o maior consumidor em Macau.

Ontem, na sessão de partilha de experiências sobre medidas postas em prática para a redução

de consumo de água nas cadeias hoteleiras, marcaram presença o Venetian, o City of Dreams, o Westin Resort Macau e o Grand Lapa Macau. Os quatro hotéis representaram algumas das medidas entendidas neste Plano para alcançar resultados de poupança de água, tais como, instalações de sub-métricos para vigiar a água consumida pelas instalações nas áreas diferentes, chuveiros e torneiras economizadores de água para os quartos, sensores automáticos de descarga de água para a lavagem de mãos e autoclismos e apelar aos trabalhadores e clientes para uma maior consciencialização.

As mesmas cadeias hotelei-

ras mostraram alguns resultados conseguidos ou esperados para um futuro próximo. O City of Dreams diz que irá reduzir o tempo do sistema de filtração de 10 a cinco minutos, esperando uma poupança mensal de 800 metros cúbicos. E ainda que, com tanque para reserva de água, durante a manutenção da piscina, conseguirá uma poupança mensal de 1200 metros cúbicos. Por seu turno, o Venetian diz que o seu sistema de irrigação automático já significou uma poupança de 72% em 12 meses, de Fevereiro a Novembro de 2011. Por ano, a expectativa de poupança é de 190 milhões de litros ao ano, o equivalente a 73 piscinas olímpicas.

O Westin Resort Macau garante que vai conseguir uma descida de consumo de água de 20% em 2020.

No Dia Mundial da Água, o discurso da coordenadora do Grupo e directora da Capitania dos Portos, Wong Soi Man, acredita que esta maioria de hotéis que já entraram no Plano estejam a responder à acção de protecção ambiental - assumindo uma posição de responsabilidade social - com estas medidas e experiências de poupança de água apresentadas.

Click ecológico EXPLOSÃO SOLAR DE MÉDIA INTENSIDADE • O SDO (sigla em inglês de Observatório de Dinâmica Solar, um telescópio espacial) fotografou o momento em que eclode uma explosão solar considerada de média intensidade, ou o mesmo que da classe M7.9.

Cientista holandês descobre em Coimbra a partícula subatómica mais leve

Nova fonte de energia nuclear?

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INDA não se descobriu qual será a sua concreta utilização futura, mas a partícula subatómica mais leve de sempre foi agora descoberta por um investigador de Coimbra.

O investigador holandês Eef van Beveren, físico teórico da Universidade de Coimbra, que reclama ter identificado o novo bosão, avisa que “as implicações desta descoberta são de longo alcance, não apenas para a física hadrónica (física das partículas que estuda as interacções fortes), mas também para a física das altas energias e cosmologia. A partícula até poderá ser utilizada como uma fonte de energia nuclear mais limpa, dado que se desintegra totalmente sem deixar resíduos”. Porém, o futuro promissor deste avanço no complexo mundo da física ainda estará longe, porque, admite o investigador, “para já, além da sua existência, não sabemos quase nada sobre esta partícula”.

“Ninguém estava à espera de uma descoberta destas”, repete Eef van Beveren sem esconder o entusiasmo. O investigador descreve esta nova partícula E(38) como uma “bolha de sabão”, acrescentando que é 25 vezes mais leve do que um protão e três vezes mais leve que um pião (a mais leve partícula que participa nas interacções nucleares).

O físico reconhece que é neces-

sário ainda realizar estudos para avaliar as suas propriedades e o seu armazenamento, mas não hesita em anunciar o potencial do novo bosão.

Para se imaginar a capacidade desta partícula, o físico calcula que “um miligrama desta matéria dará para um megawatt durante um ano”.

Já há vários anos que o físico teórico explora o modelo (matemático) que concebeu com o cientista George Rupp, do Instituto Superior Técnico de Lisboa, e que foi apresentado pela primeira vez no início da década de 80.

Desta vez, analisou os resultados obtidos com as experiências nos aceleradores de partículas em Bona (Alemanha) e no Laboratório Europeu de Física de Partículas (CERN, na Suíça), entre outras instituições. O modelo de Van Beveren e Rupp permite descrever pormenorizadamente uma classe de partículas elementares, os mesões [partículas compostas por um quark e um antiquark].

Para Brigitte Hiller, outra física da Universidade de Coimbra citada no comunicado, “a evidência da existência desta nova partícula de extrema leveza, a confirmar-se, terá implicações extraordinariamente importantes para a física, porque, na comunidade dos físicos das partículas, ninguém esperava que existisse uma partícula numa zona de energia tão baixa”.

sexta-feira 23.3.2012

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Leda 074886 foi vista a partir do telescópio japonês Subaru

Galáxia rectangular a 70 milhões de anos luz

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maioria das galáxias do universo classificam-se de três formas: elíptica, de disco - normalmente aplainado com braços espirais - e irregular. Por essa razão é tão estranha a Leda 074886, uma galáxia diminuta que está a 70 milhões de anos luz da Terra.

Tem uma forma rectangular ou, como dizem os astrónomos que a descobriram, parece um brilhante do tipo esmeralda. “É uma dessas coisas que naturalmente te alegram porque não deveria existir, ou melhor dizendo, não esperavas que existissem”, afirma Alsiter Graham, da Universidade de Tecnologia Swinburne, em Melbourne, na Austrália e líder da investigação.

Os científicos já tinham dito que a partir do telescópio japonês Subaru (com um espelho principal

M

ESSENGER, uma sonda americana, começou a orbitar Mercúrio há um ano.

Os últimos estudos desenvolvidos mostram agora que o planeta mais próximo do Sol é mais dinâmico do que se pensava. A revista Science publica as investigações sobre a formação e características invulgares de Mercúrio.

A informação recolhida através da sonda americana Messenger revela que as crateras de impacto na superfície do planeta mercúrio sofreram modificações, após a sua formação, através de um processo geológico. Um outro estudo, publicado hoje na mesma revista avaliou os campos de gravidade de Mercúrio e mostra que o planeta tem uma estrutura interna invulgar.

“Muitos cientistas acreditavam que Mercúrio era muito semelhante à Lua: que arrefeceu muito cedo na história do sistema solar e ao longo da sua evolução permaneceu um planeta morto”, afirmou Maria Zuber, do Massachusetts Institute of Technology (MIT), citada pela BBC. “Mas agora estamos a conseguir reunir provas de uma dinâmica invulgar

de 8,2 metros de diâmetro e situado no Observatório de Mauna Kea, no Hawai) se tinha visto um conjunto de estrelas ao redor da galáxia NGC 1407 e ao lado da imagem - com um câmara equivalente a uma grande angular fotográfica descobriram uma estranha galáxia rectangular. Graham e os colegas da Austrália, Alemanha, Suíça e Finlândia apresentaram a sua descoberta na revista Astrophysical Journal, num artigo intitulado precisamente “Leda 074886, uma surpreendente galáxia rectangular”, segundo informa o Observatório Nacional Astronómico do Japão.

DIAMANTE RECTANGULAR

Leda 074886 não é fácil de ver porque é pouco luminosa, dado o seu baixo brilho intrínseco. Tem 50 vezes menos estrelas que a Via Láctea e a distância a que está da

Terra equivale, pondo em fila, uma atrás da outra, a 700 galáxias como a nossa, que tem uns 100.000 anos luz de diâmetro, explicam os responsáveis de Subaru.

Os astrónomos estão a inves-

Sabia que...

tigar o porquê desta inesperada foram rectangular da constelação, que reconhecem, pode ter a ver com a orientação que tem vista da Terra. “Uma das possibilidades é a de que se tenha formado pela colisão de estrelas espirais, de maneira que as estrelas que já existiam nelas tenham ficado distribuídas pelas órbitas maiores criando essa forma de corte de diamante, tendo o gás ficado concentrado num plano médio onde se condensam para formar as nossas estrelas e o disco que observamos”, refere Duncan Forbes, também da Universidade de Swinburne.” Talvez quando a nossa Via Láctea em forma de disco colidir com a galáxia Andrómeda, dentro de 3 milhões de anos, acabaremos por pertencer a uma galáxia de aspecto rectangular”, dizem os científicos de Subaru.

... na Dinamarca,

98% da população dispõe de estações de tratamento de águas?

Sonda Messenger confirma grande núcleo de ferro líquido

Mercúrio não é um planeta morto neste planeta, indicando que, aparentemente, Mercúrio esteve activo durante muito tempo”, acrescentou.

Os investigadores recorreram a medições por laser a partir do Messenger para desenhar o mapa do núme-

ro de crateras de impacto do planeta, descobrindo que muitas tinham sofrido alterações com o tempo. As medições da maior cratera de Mercúrio mostraram mesmo que algumas partes da base da cratera se encontram a um

nível mais elevado do que o cume, sugerindo que as forças no interior do planeta empurraram a superfície depois da colisão inicial.

Os investigadores também identificaram uma zona de planície próxima do pólo norte de Mercúrio que terá resultado da evolução do planeta.

SUSPEITAS CONFIRMADAS As medições do campo de gravidade de Mercúrio obtidas com a sonda Messenger confirmaram ainda, tal como se suspeitava, a presença de um grande núcleo de ferro parcialmente líquido e que constitui cerca de 85% do raio, com o manto exterior – fino como uma casca de laranja mas surpreendente-

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mente denso – a compor os restantes 15%.

O tamanho de Mercúrio e as forças gravíticas entre os planetas do Sistema Solar levaram gerações de cientistas a concluir que a quantidade de ferro presente no planeta tinha que ser muito maior do que a que existe nos outros planetas do interior do Sistema Solar - Vénus, Terra e Marte.

Já em Setembro, os resultados da Messenger revelavam a presença de potássio e enxofre na superfície do planeta e que, segundo as várias teorias existentes até altura, deveriam ter sido volatilizados.

Por outro lado, os cientistas descobriram também nessa altura uma camada de

*NOTA DA REDACÇÃO A partir do mês de Abril, o Hoje Macau vai substituir a rubrica “Click Ecológico” por outra, intitulada “Macau sã assado”. O desafio serve para mostrar diversos aspectos do quotidiano caricato do território. Os nossos leitores ficam assim convidados a enviar fotos para o e-mail info@hojemacau.com.mo, em assunto “Macau sã assado” e uma breve legenda. As fotos devem retratar os momentos mais engraçados e insólitos do dia-a-dia de Macau e deverão ser identificadas com o nome do seu autor.

lava solidificada que cobre seis por cento da área do planeta, o equivalente a três quintos dos Estados Unidos, e tem uma espessura de mais de um quilómetro. A lava brotou de rachas na superfície em grandes quantidades, num fenómeno de vulcanismo que durou pouco tempo e aconteceu entre 3,5 e quatro mil milhões de anos atrás.

Esta lava seria tão quente que derretia a superfície, provocando sulcos.

As surpresas não ficam por aqui, revelava-se ainda uma paisagem nunca vista, formada por muitos buracos sem bordas salientes, que ocorrem em zonas de substratos brilhantes no meio de crateras de impacto de meteoritos Observações que, na altura, faziam prever que Mercúrio estivesse geologicamente activo. Os novos dados publicados agora confirmam que estaremos perante um planeta dinâmico.

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sexta-feira 23.3.2012

sexta-feira 23.3.2012

cultura

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AFA abre cooperação com o Sky 21

Atmosfera artística na noite de Macau A Art Gallery For All Society (AFA) junta-se pela primeira vez numa colaboração com o bar Sky 21, na torre AIA, numa exposição para mostrar que “há arte em Macau”. O intuito desta iniciativa é conquistar um novo público e dar-lhe a conhecer o trabalho contemporâneo de artistas locais Rita Marques Ramos rita.marquesramos@gmail.com

O

curador e escultor James Chu acredita que esta nova colaboração com as empresas e negócios locais pode dinamizar a arte e cultura local e lançá-la para um outro nível.

“A colaboração - pioneira do género - vem trazer a Macau aquilo que Hong Kong e outras cidades já fazem há muito, uma nova possibilidade de estilo de vida que combina arte, diversão, música e dinâmica cultural”, adianta o curador.

Macau começa assim a explorar um novo terreno que pode criar meios de exportação de arte, num espaço que pretende alcançar uma atmosfera mais artística. A colaboração já estava há muito a ser preparada pois a iniciativa pode trazer os “estrangeiros que visitam o espaço, muitos deles homens de negócios” que podem ajudar a “espalhar a imagem e as actividades culturais de Macau”.

Nesta exposição participam sete artistas, membros da Galeria de Arte, com mais de 20 obras conjuntas, nos campos de pintura, escultura e vídeo.

Alguns dos quais escolhidos

pela sua popularidade junto de estrangeiros, em encontros e feiras internacionais que contaram com a participação da AFA. O curador reconhece ter sido um desafio difícil escolher os trabalhos de artistas que há muito acompanha e cujos trabalhos “conhece tão bem”. No entanto, tentou seleccioná-los segundo emoções que se enquadram num espaço, “moderno, atraente, estruturado e dinâmico”.

Pakeong Sequeira é um dos artistas que irá expor 10 desenhos a carvão. “Esta é uma óptima oportunidade para o nosso grupo mas não só, também para os artistas locais de Macau, que acabam por também estar

Nova Comissão de Gestão no Clube de Jazz de Macau

A par da primeira sessão, que se realizou em Fevereiro, o Clube de Jazz de Macau volta a abrir portas ao público no próximo dia 28 de Abril. A data foi avançada na última Assembleia Geral de Sócios, na Casa Garden, que decorreu esta semana. Na mesma reunião, os membros elegeram uma Comissão de Gestão representante do Clube. Mas na discussão em aberto também discutiram o modelo dos novos corpos sociais - que posteriormente irão substituir a Comissão - e os objectivos a curto e médio prazo. A revitalização de Jazz começa assim a ganhar pernas para andar, estando encarregue a Comissão de Gestão de gerir, organizar e promover a eleição de novos corpos sociais e alteração dos estatutos num prazo sensivelmente de 45 dias. Está nas mãos dos sócios a participação no acto eleitoral mas também o voto em matéria de programas, ideias a que o movimento associativo “Vota Jazz” apela. – R.M.R

representados”, acredita Pakeong, frisando a possibilidade de novas pessoas terem acesso aos trabalhos de artistas de Macau e quem sabe surpreenderem-se.

Por sua vez, James Chu vai expor quatro esculturas, que representam uma só colecção.

O curador espera que a iniciativa possa agarrar novos talentos e encorajá-los a expor neste espaço que representa para si “um bar com um estilo calmo, um design elegante e moderno, completamente diferente dos restantes em Macau”. Esta mostra inaugura hoje no Sky 21 pelas 18h e irá permanecer até 27 de Maio. Promete ser a primeira de muitas que lhe seguirão.

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Autenticada natureza-morta que esconde luta-livre de Van Gogh

Nova obra “dois em um” de Van Gogh “N

ATUREZAmorta com flores do prado e rosas” junta-se finalmente ao espólio do pós-impressionista Vincent Van Gogh. Uma equipa de investigadores da Bélgica e da Holanda atestaram a autenticidade do quadro que foi exposto na terça no Museu Kröller-Müller, na Holanda.

A pintura a óleo foi feita por cima de outra de 1886, durante a sua passagem pela Escola de Belas Artes de Antuérpia, que representava dois homens a praticar luta livre.

Quando chegou a Paris, decidiu pintar a natureza morta por cima desse tema. Fê-lo directamente, sem cobrir com tinta branca o tema anterior.

A identidade deste quadro foi colocada em causa desde que chegou à colecção do Mu-

seu Kröller-Müller, em 1974. O facto de a tela ter um tamanho invulgar e de a assinatura ser anómala foram apenas dois factores que contribuíram para que o quadro fosse, em 2003, catalogado como tendo sido pintado por um “artista anónimo”.

Agora, nove anos mais tarde, uma equipa de investigadores da Universidade de Antuérpia (Bélgica), da Universidade de Tecnologia de Delft (Holanda), do Centro de Física de Partículas de Hamburgo Deutsches Elektronen-Synchrotron

(DESY), do Museu Van Gogh (Holanda) e do Museu Kröller-Müller (Holanda), confirmou finalmente a autenticidade do quadro.

Os historiadores descobriram em 1998 que os atletas, descritos por Vincent ao seu irmão Theo numa carta, tinham ficado escondidos por debaixo de uma natureza morta.

Porém, só agora, com recurso a análises químicas e a um scanner especial (Macro Scanning X Ray Fluorescence Spectometry) é que foi desfeito este mistério.

O Museu Kröller-Muller, instalado no meio de um parque natural, no centro da Holanda, alberga a segunda mais importante colecção de quadros e desenhos de Van Gogh a seguir ao museu com o nome do artista, em Amesterdão.

Tonino Guerra tinha 92 anos e uma invejável carreira no mundo das artes

Morreu argumentista de Antonioni e Fellini T

ONINO Guerra faleceu na passada quarta-feira deixando para trás argumentos de cinema, de entre os quais os que fez para Antonioni e Fellini, para Vittorio de Sica e irmãos Taviani, que foram verdadeiras obras-primas.

O argumentista de 92 anos tinha dezenas de livros, muitos de poesia, e ainda lhe sobrava tempo para se dedicar à pintura e escultura.

Adoptou o diminutivo Toninho, de António Guerra, e começou a escrever em circunstâncias trágicas, quando foi deportado, durante a segunda guerra, para o campo alemão de Troisdorf-Oberlar. Preso em 1943, só regressou a Itália em 1945. É no cativeiro que escreve o seu primeiro livro de poemas, I scarabócc, redigido no dialecto romagnol. O seu primeiro romance, La Storia di Fortunato, sai em 1952.

A década de 50 é a idade de ouro dos estúdios Cinecittà, e Tonino Guerra aproxima-se naturalmente do cinema, para o qual irá levar a sua

sensibilidade de poeta. Estreia-se numa colaboração com Giuseppe De Santis, assinando o argumento de Homens e Lobos (1957). Nas décadas seguintes irá trabalhar com mais de cinquenta realizadores italianos e estrangeiros, incluindo Antonioni, Bolognini, Damiano, De Sica, Fellini, Marco Ferreri, Monicelli, os irmãos Taviani, Francesco Rosi, Angelopoulos e Tarkovski.

Recebeu mais de 100 argumentos que resultaram em reconhecidas obras-primas do cinema, como Amarcord (1973), de Fellini, A Aventura, de Antonioni (1960), ou Nostalgia(1983), de Andrei Tarkovski. Amarcord valeu-lhe, juntamente com Casanova ’70 (1965), de Mario Monicelli, e Blow-Up (1966), de Antonioni, uma das três nomeações que recebeu para os Óscares. Com Fellini, colaborou ainda em O Navio (1983) e Ginger e Fred (1986).

Tinha particular afeição por Tarkovski, com quem escreveu o argumento de Nostalgia.

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desporto

Futebol Real Madrid empata (1-1) contra o Vilarreal

No jogo em que Cristiano Ronaldo marcou o 99.º golo pelo Real Madrid no campeonato, o árbitro Paradas Romero tornou-se o protagonista da partida ao expulsar dois jogadores do Real Madrid, além de Rui Faria e Mourinho.

Com o empate no El Madrigal os merengues ficam com vantagem de seis pontos para o Barcelona, que venceu o Granada por 5-3.

NBA Lakers com estofo de campeão

Os Los Angeles Lakers foram a Dallas vencer os campeões Mavericks por 109-93, em mais uma jornada da fase regular da NBA. Kobe Bryant (30 pontos) e Pau Gasol (28) tiveram quase sempre o jogo controlado deixando a equipa de Dirk Nowitzki (26) em situação complicada na conferência Oeste – os texanos estão no sexto lugar com 27 vitórias e 21 derrotas, lutando com Nuggets e Rockets pelo acesso aos ‘play-offs’. Os líderes de conferência venceram os respectivos jogos com os Chicago Bulls, ainda sem Derrick Rose (lesionado) a conquistaram o sexto triunfo consecutivo fora de casa ao bateram os Raptors, em Toronto, por 94-82. Estão na frente a Este com 39 vitórias e dez derrotas. Já os Thunder tiveram Kevin Durant (32pts) em destaque na vitória (114-91) caseira sobre os Los Angeles Clippers, que contaram com actuações discretas de Chris Paul (13pts) e Blake Griffin (7).

Lideram a Oeste com 35 triunfos e 12 desaires.

Vice-campeão de Fórmula Pilota compete na F3

Sá Silva na Euroseries Sérgio Fonseca inf@hojemacau.com.mo

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EPOIS de ter sido vice-campeão da Fórmula Pilota China em 2011 com a equipa macaense Asia Racing Team, o piloto angolano residente na RAEM, Luís Sá Silva, irá correr em 2012 na ultra-competitiva Fórmula 3 Euroseries. O programa desportivo da promessa do automobilismo angolano foi na quarta-feira revelado em Barcelona, onde decorrem os primeiros testes oficiais daquele que já foi o mais importante campeonato de Fórmula 3 no “velho continente”.

O jovem piloto africano, de 21 anos, irá tripular um Dallara F312 Mercedes-Benz da equipa Angola Racing Team, que não é nada mais, nada menos, que uma extensão da equipa italiana Prema Powerteam, vencedora da última edição do Grande Prémio de Macau

A norte-americana Venus Williams, afastada da competição desde Agosto do ano passado, regressou esta quarta-feira aos “courts” com vitória diante da japonesa Kimiko Date-Krumm, na primeira ronda do torneio de Miami. Venus, 31 anos, não jogava oficialmente desde a desistência do Open dos Estados Unidos, em Agosto passado, depois de ter sido informada de que sofria da síndroma de Sjogren, uma doença que afecta o sistema imunitário e provoca fadiga e dores nas articulações. Agora, convidada pela organização do Masters 1.000 de Miami, venceu Date-Krumm por 6-0 e 6-3, ao cabo de uma hora e 17 minutos.

de Fórmula 3, da Fórmula 3 Euroseries e do Troféu Internacional FIA de Fórmula 3. “Depois de ter conseguido o vice-campeonato na Ásia, eu sempre quis regressar à Europa”, disse Sá Silva, acrescentando que acredita que “a Fórmula 3

Euroseries é o campeonato mais competitivo de F3” e que pode “aprender mais aqui que em outro lado qualquer”. “A temporada vai ser tudo menos fácil para mim, particularmente porque eu não tenho muita experiência de Fórmula 3.”

Pagou os 2,4 milhões de IRS que devia

Supremo não deu razão a Figo

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Ténis Venus Williams regressa com vitória

sexta-feira 23.3.2012

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UÍS Figo declarou não ter qualquer dívida para com o Fisco espanhol, esclarecendo que a rejeição do seu recurso pelo Supremo Tribunal daquele país se trata, apenas, da “denegação da impugnação apresentada”.

Em comunicado enviado à Agência Lusa, Luís Figo esclarece que “não há qualquer condenação, nem qualquer imposto em falta ou em dívida, nem qualquer pagamento devido”.

Segundo o antigo internacional português, os valores referidos no seu recurso judicial, relativos aos anos entre 1997 e 1999 (período ao serviço do Barcelona), foram pagos “integralmente” em 2002.

Os 2,4 milhões de euros a que se refere a decisão do Supremo foram pagos há aproximadamente 10 anos, mas essa liquidação mereceu, na altura, um entendimento diverso de Figo, que decidiu

impugnar “o que era defendido pelo Fisco espanhol”.

Na nota, Luís Figo “reitera e assegura que nada tem a pagar ao Estado espanhol e que tem todas as suas obrigações fiscais totalmente regularizadas”.

E esclarece: “O que resulta da decisão do Supremo Tribunal é a denegação da impugnação apresentada, o que nada tem que ver com uma condenação no pagamento de um imposto”.

O Supremo Tribunal espanhol rejeitou ontem o recurso de Luís Figo contra uma sentença proferida, em 2008, por uma instância inferior.

A instância superior rejeitou os argumentos aduzidos pela defesa do ex-jogador, considerando que a sentença de 2008 não apresenta “incongruências ou contradições”, antes expondo “com razoabilidade e de forma suficientemente clara as suas conclusões”.

Sá Silva, que se encontra no Circuito da Catalunha a participar nos primeiros testes colectivos do campeonato, será companheiro de equipa do espanhol Daniel Juncadella, o vencedor de 2011 da agora única prova de mo-

nolugares que o Circuito da Guia acolhe anualmente no mês de Novembro, o que o leva a acreditar que está “na equipa certa”, onde se pode “comparar com alguns dos melhores jovens talentos do mundo”.

O ex-aluno da Escola Portuguesa de Macau, que fez algumas corridas de Fórmula 3 em 2010 no campeonato Alemão e no Austríaco de F3, antes de ser obrigado a parar devido a um problema físico, admitiu que o seu objectivo esta temporada “é melhorar de corrida para corrida e através dos resultados obtidos orgulhar as cores do seu país (Angola)”.

Caso seja convidado e reúna os apoios necessários, Sá Silva poderá ainda participar no final do ano na Taça Intercontinental FIA de Fórmula 3 do Grande Prémio de Macau, o que marcaria o seu regresso ao circuito citadino do território, onde correu em 2008 inserido na Fórmula BMW Pacifico. Sá Silva será igualmente provavelmente o único piloto com licença desportiva de Macau a competir internacionalmente e ao mais alto nível em corridas de monolugares este ano.

Manuel Fernandes deve sair do Besiktas

Jogador na rota do Real Madrid

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EPOIS de Londres, Madrid.

Apontado nos últimos dias como reforço do Tottenham para a próxima época, o médio Manuel Fernandes, actualmente no Besiktas, é esta quinta-feira

colocado na órbita do Real de José Mourinho.

Segundo relatos da imprensa turca com ecos em Espanha, o internacional português junta-se a Axel Witsel, do Benfica, e Javi Martínez, do Ath. Bilbao, na lista de jogadores que poderão rumar ao Santiago Bernabéu na próxima temporada.

O turco Nuri Sahin, contratado no início da época ao Borussia Dortmund, poderá estar de saída do Real Madrid, cenário que poderá ser uma realidade igualmente para o francês Lass Diarra.

As notícias que colocam Manuel Fernandes na lista de potenciais reforços do Real Madrid relevam o facto de o médio ser representado por Jorge Mendes, empresário português que intermediou as transferências de Cristiano Ronaldo, Pepe, Ángel Di María, Fábio Coentrão e José Mourinho para o clube da capital espanhola.

sexta-feira 23.3.2012

[ ] Cinema

futilidades

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Cineteatro | PUB SALA 2

A SIMPLE LIFE [A] Um filme de: Ann Hui Com: Andy Lau, Deannie Yip 14.30, 21.30

JOHN CARTER [B] [3D]

Um filme de: Andrew Stanton Com: Taylor Kitsch, Lynn Collins, Mark Strong 16.45, 19.15 SALA 3

THE SECOND WOMAN [B]

SALA 1

THE HUNGER GAMES [C] Um filme de: Gary Ross Com: Jennifer Lawrence, Josh Hutcherson 14.15, 16.45, 19.15, 21.45

(Falado em cantonense e mandarim legendado em chinês e inglês) Um filme de: Michael Sucsy Com: Channing Tatum, Rachel McAdams 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

VERTICAIS: 1-Rapariga que faz recados. Pessoa amada. 2-O m. q. olmeiro. Rádio (s.q.). 3-Emproada, envaidecida. Coliga. 4-Contetente, risonha.

Deploração, lágrimas. 5-Óasis de Saará Central. Efeminado. 6-Peça de maderia para fixar ossos fracturados. Guarnecer de asas. 7-O m. q. cutucar (Bras.). República (abrev.). 8-Terreno plantado de oliveiras.

Lâmina com muitos orifícios para coar água. 9-Defeito, senão. Lanterna de automóvel. 10-Outorga. Peixe raiado longitudinalmente, 11-Tio europeu. O m. q. cerume.

SOLUÇÕES DO PROBLEMA

Su doku [ ] Cruzadas

HORIZONTAIS: 1-Nome de mulher. Filtrada. 2-Terra cansada (Bras.). Asa (Arc.). 3-Peça quadrada de metal, empregada em tipografia, para abrir parágrafos. 4-O. cúbito (Ant.). Recompensa por serviço ou favor. 5-Espécie de avestruz.

Camas de lona. 6-Interjeição usada para afastar certos animais (Prov.).

Exprime a queda de um corpo (Interj.). Alumínio (s.q.). Nome de letra.

7-Barmir. Apresentar-se. 8-Juntais. Qualquer guisado ou ensopado (Bras.). 9-Olharam com atenção. 10-Érbio (s.q.). Tagarela. 11-Feiticeiros.

Pó fecundante das plantas.

Aqui há gato [Tele]visão TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24h 14:30 RTPi DIRECTO 18:30 Lost Sr.5 (Perdidos Sr.5) 19:00 TDM Talk Show (Repetição) 19:30 Amanhecer 20:30 Telejornal 21:00 Ásia Global 21:30 Regresso a Sizalinda 22:15 Passione 23:00 TDM News 23:30 Rushmore 01:00 Telejornal (Repetição) 01:30 RTPi DIRECTO

STAR SPORTS 31 13:00 FIA World Touring Car Championship 2012 13:30 Total Rugby 14:00 2011/12 Australia Ironwoman Champs 15:00 Smash 2012 15:30 Isle Of Man Tt 2011: Superbike Tt Race 16:30 FIA F1 World Championship 2012 - Highlights

Australian Grand Prix 18:00 Masters Official Films 2010 19:00 FA Cup 2011/12 Chelsea vs. Leicester City 21:00 Inside Grand Prix 2012

21:30 (LIVE) Score Tonight 2012

22:00 Spirit Of London

22:30 Total Rugby 23:00 One Fighting Championship 2012 23:30 FA Cup 2011/12 Highlights INFORMAÇÃO TDM

RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Couto & Coutadas 15:00 Sexta às 9 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Portugal de Negócios 17:30 O Preço Certo 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:15 Correspondentes 22:45 Portugal no Coração ESPN 30 13:00

14:00 18:00 18:30 19:00 19:30 20:00 20:30 21:00 21:30 22:00 22:30 23:00 23:30

Enjoy Jakarta Indonesia Open Highlights Day 1 (LIVE) Enjoy Jakarta Indonesia Open Day 2 Asian Golden Moments 2 ABL 2012 Weekly H/L

Global Football 2011

(LIVE) Sportscenter Asia 2012 Football Asia 2012/13

Spirit Of London

Vancouver Golden Moments 2 Asian Golden Moments 2

Sportscenter Asia 2012

Football Asia 2012/13

Spirit Of London

Atlanta 1996

FOX MOVIES 40 12:25 Mars Needs Moms 13:55 Monster House 15:30 Knight & Day 17:20 The Detonator 16:55 The Way Back 21:10 The Walking Dead 22:00 The Walking Dead 22:50 Sniper 2 00:25 Sniper 3 HBO 41 13:00 14:40 16:50 18:05 20:00 22:00 23:50

The American The Blind Side Open Season 3 Back To The Future Part Ii True Grit Up In The Air Boardwalk Empire

CINEMAX 42 12:45 14:20 16:00 17:30 19:45 21:45 22:00 22:45 00:45

Poison Ivy The Seventh Sign Invasion Of The Body Snatchers Land Raiders Rocky Ii Epad On Max Xiii The Book Of Eli The Uninvited

HORIZONTAIS: 1-PAULA. COADA. 2-A. FEITAL. AA. 3-QUADRATIM. R. 4-ULNA. LUVAS. 5- EMA. MACAS. C. 6-TO. PA. AL. BE. 7-A. URRAR. FOR. 8-UNAIS. RAGU. 9-B. ENCARARAM. 10-ER. TARELO. E. 11-MACOS. POLEN. VERTICAIS: 1-PAQUETA. BEM. 2-A. ULMO. U. RA. 3-UFANA. UNE. G. 4-LEDA. PRANTO. 5-AIR. MARICAS. 6-TALA. ASAR. 7-CATUCAR. REP. 8-OLIVAL. RALO. 9-A. MAS. FAROL. 10-DA. S. BOGA. E. 11-AAR. CERUMEN.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA ERNESTINA • J. Rentes de Carvalho

“Ernestina” é mais do que um romance autobiográfico ou um volume de memórias de famílias ficcionadas. É um fresco de Trás-os-Montes, dos anos 1930 aos anos 1950, um romance que transcende o relato regionalista e que transpôs fronteiras, transformando-se num fenómeno editorial na Holanda.

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Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR

EXTREMAMENTE ALTO E INCRIVELMENTE PERTO • Jonathan Safran Foer

Oskar Schell tem nove anos e é inventor, francófilo, tocador de tamborim, ator shakesperiano, joalheiro, pacifista. Além disso, está a empreender uma busca urgente e secreta através das cinco zonas de Nova Iorque a fim de encontrar a fechadura onde entra uma chave misteriosa que pertencera ao pai, morto no atentado contra o World Trade Center. Oskar, uma inspirada criação do autor, é encantador, exasperante e inesquecível.

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RELÓGIO BIOLÓGICO “Andava eu atrás dela, como um príncipe atrás da Cinderela”. Esta frase, cantada pelos Lunáticos, podia adequar-se perfeitamente à minha “pessoa”.

Aqui encerrado entre quatro paredes e sem possibilidade de escapar, a vontade de acasalar é enorme. O tempo passa por mim e o relógio biológico pede que encontre uma namorada. Em vão.

Não há gata em Macau que me chegue ao beiço.

Resigno-me. A minha sina é mesmo esta, a de aturar sete jornalistas, dois paginadores e um director a produzir, diariamente, um jornal que pretende ser de referência em Macau.

Há momentos de stress, há momentos de descontração, há momentos de trabalho, há momentos para me dar umas festas. Mas no final do dia, o jornal fica pronto para mostrar, no dia seguinte, o que se anda a passar por Macau e pelo mundo.

Uma coisa é certa. A edição termina e a luz apaga-se. Eu fico sozinho entre quatro paredes até à hora, no dia seguinte, em que chega a mulher da limpeza. Nesse espaço lá tenho de fazer os meus disparates mas nada de gatas. Que triste fado o meu que nem consigo arranjar namorada. Corrijo: não me deixam arranjar namorada.

O melhor que ganho são uns miminhos dados pelas meninas da redação.

Seja como for, o jornal faz-se. E faz-se com abnegação e sentido de responsabilidade. Disso não tenho dúvidas. Se tudo correr sempre bem, como até aqui, a falta de uma gatinha é um mal menor.

Pu Yi

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opinião

sexta-feira 23.3.2012

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Paul Chan Wai Chi*

um grito no deserto

Luta pelo futuro de Macau

V

I na televisão a conferência de imprensa do primeiro-ministro Wen Jiabao e senti que estava a ver um guerreiro prestes a abandonar a linha da frente do campo de batalha. O seu coração parecia estar repleto de perda por abandonar o terreno de luta. Na conferência de imprensa, Wen repetiu o que disse há nove anos, duas linhas de um poema de Lin Zexu: “se for benéfico para o país, estou disposto a dar a vida pelo país; talvez escape de calamidades e parta em busca de fortuna”.

Wen revelou-se desamparado, o que mostra como deve ter sido grande a resistência ao processo de reforma política.

O cenário da reforma política na RAEM que entrou na sua terceira e crucial fase, não é nada optimista. Na primeira fase das sessões de consulta, o Governo tentou criar intencionalmente uma opinião pública, através de propostas de grupos de interesse, e colocou a chamada voz corrente no “Documento de Consulta sobre o Desenvolvimento do Sistema Político”. Também apresentou, propositadamente de forma menos elaborada, a proposta para aumentar apenas o número de lugares de eleição directa, apresentando

cartoon por Steff

a proposta de adicionar mais um lugar tanto para deputados eleitos directamente, como para os eleitos indirectamente, como uma segunda escolha, e para complementar a primeira: adicionar dois lugares de eleição directa e indirecta.

A razão pela qual o Governo liderou este processo de forma tão aberta e sem escrúpulos prende-se com a sua falta de vontade de abandonar a posição privilegiada do poder e evitar a concretização gradual de um sistema democrático que poria em perigo os interesses dos grupos instalados.

Na verdade, o método de eleição para a Assembleia Legislativo e para o Chefe do Executivo, em 2013 e 2014 respectivamente, ficou enquadrado quando o Congresso Nacional Popular emitiu o seu parecer. O Chefe do Executivo continuará a ser eleito por um grupo restrito de membros de um pequeno círculo, a Comissão Eleitoral do Chefe do Executivo. Apesar do aumento do número de elementos da Comissão Eleitoral de 300 para 400, continua a ser um pequeno círculo, se compararmos com o meio milhão de pessoas que compõem a população de Macau. O aumento do número de membros não faz qualquer diferença.

Wen repetiu o que disse há nove anos, duas linhas de um poema de Lin Zexu: “se for benéfico para o país, estou disposto a dar a vida pelo país; talvez escape de calamidades e parta em busca de fortuna” Ao não adoptar eleições directas para o Chefe do Executivo em 2014, Macau está a atrasar-se em relação a Hong Kong, que adoptará o sistema de uma pessoa, um voto, em 2017. Para além disto, o Deputado Secretário-Geral do Comité Permanente da Assembleia Nacional Popular, Qiao Xiaoyang, não negou a hipótese de haver eleições directas para o Chefe do Executivo em 2019.

Se o povo de Macau mantiver as suas aspirações e continuar a investir no caminho para a democracia, quando o momento designado chegar, a eleição directa deixará de estar fora de alcance. O método de eleição do Chefe do Executivo continua a ser feito por um pequeno círculo devido à realidade política de Macau.

EXPLICAÇÕES

Quanto à Assembleia Legislativa, o facto de se acrescentar dois lugares de eleição directa e indirecta não quer dizer que haja uma participação justa. Pelo contrário, é uma demonstração da continuidade da conspiração política entre grupos sociais, em detrimento da transição de grupos sociais para grupos políticos, sufoca a política ecológica de Macau e afecta seriamente o curso da democracia.

Um deputado eleito por via indirecta declarou recentemente que uma das virtudes da eleição indirecta é não ter de ser responsável pelo eleitorado. Nesta declaração está contido um dos maiores defeitos deste método eleitoral. i.e., deputados eleitos indirectamente apenas têm de prestar contas às associações ou organizações, e não à população em geral.

De certa forma isto fez com que algumas das leis que têm implicações directas na sobrevivência diária da população tenham sofrido desvios, tornando-se irrealistas para o povo de Macau. Por outro lado, enfraquece a capacidade de controlo da Assembleia Legislativa em relação ao Governo, uma vez que o número de assentos de voto directo não chega a metade dos lugares daquele órgão de poder.

O desenvolvimento do sistema político de Macau tem de ser feito passo a passo até atingir a democratização. Desta forma, quem detém o poder poderá verdadeiramente orientar a sua política para as pessoas, a administração governamental não viverá rodeada de poderosos grupos de influência, os conluios serão evitados e a partilha de interesses desenraizada.

Entre as recomendações incluídas no “Documento de Consulta sobre o Desenvolvimento do Sistema Político”, a proposta para aumentar dois assentos de eleição directa e indirecta não traz alteração de fundo à actual Assembleia Legislativa. Mas na verdade, como a eleição indirecta não traz benefícios, o aumento de assentos indirectos apenas permite que os grupos de interesse minoritários se mantenham na Assembleia, trocando entre si lucros ilícitos.

A longo prazo, isto causará desequilíbrios e instabilidade na sociedade de Macau. É por isso que a luta pelo aumento de apenas lugares de eleição directa, contra o acréscimo de assentos de eleição indirecta, na decisiva segunda fase de consultas, é uma guerra sem retorno para quem luta pela democracia. Esta campanha não é sobre honra ou vergonha pessoal, nem pelos ganhos e perdas de quaisquer grupos, mas pelo futuro de Macau; para que as gerações vindouras tenham um futuro melhor e mais saudável.

A causa do futuro de Macau não permite que no presente alguém fique em silêncio. *Deputado e presidente da Associação Novo Macau Democrático

sexta-feira 23.3.2012

opinião

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Jorge Rodrigues Simão

19

perspectivas

Renovar a sociedade “I do not understand the use of the words Orient and Occident, except in the sense that Europe and America are highly industrialized and Asia is backward in this respect. This industrialization is something new in the world’s history, and it has changed and continues to change the world more than anything else has done.”

O

The Discovery of India Jawaharlal Nehru

O impulso de fazer avançar as grandes indústrias do Ocidente, foi acompanhado de um projecto consistente no sentido de reorganizar a sociedade em termos científicos. O filósofo francês Auguste Comte apresentou o plano geral. A sua perspectiva, segundo a qual deviam ser aplicados os princípios do racionalismo, do empirismo e do esclarecimento à sociedade em todos os seus pormenores, tinha exercido uma influência penetrante nas designadas sociedades avançadas.

Uma perspectiva mais ou menos semelhante à de Comte, recebeu um novo sopro de vida com a independência política dos países menos desenvolvidos. Foi atribuído à ciência (instrumento por excelência) o papel decisivo de promover padrões impensáveis de bem-estar material aos apelidados de “desgraçados” do planeta. O representante mais famoso desta mundovisão inocente, foi o então primeiro-ministro da Índia livre, Jawaharlal Nehru.

Nenhum dirigente de um país subdesenvolvido se deixou enamorar pelo fulgor e pela promessa associados à ciência moderna como Nehru, que considerava que desenvolvimento e ciência eram sinónimos. O pensamento original de Comte revelou-se fortemente na insistência de Nehru, na atitude científica como condição “sine qua non” do progresso material. Tal, como afirma, no seu livro “The Discovery of India”, só a ciência podia resolver os problemas da fome e da pobreza, da falta de saneamento básico e da iliteracia, da superstição e da morte dos costumes e da tradição, do desperdício dos vastos recursos de um país rico habitado por gente faminta.

Esta ingenuidade alarmante foi transmitida aos burocratas indianos que estavam no poder.

A Índia adoptou uma resolução sobre política científica em Marco de 1958, que pode ser sumarizada, como querendo dizer que a característica dominante do mundo contemporâneo, é a actividade científica em larga escala, e a sua aplicação no sentido de ir ao encontro das necessidades de um país.

Foi o que, pela primeira vez na história da humanidade, deu ao homem comum, em países onde a ciência se encontrava numa fase avançada, um padrão de vida e facilidades socioculturais, que outrora se confinavam a uma pequena maioria privilegiada da população. A

ciência conduziu o crescimento e a difusão da cultura a níveis nunca imaginados. Não apenas provocou uma alteração radical no ambiente material, como é ainda mais significativo, proporcionou novos instrumentos de pensamento e alargou o horizonte mental do ser humano, influenciando os valores fundamentais da vida e dando à civilização uma nova vitalidade e dinamismo.

A ciência e a tecnologia podiam suprir deficiências existentes nas matérias-primas, criando substitutos ou tecnologias, que podiam ser exportadas em troca de matérias-primas.

Durante o processo de industrialização de um país, havia que pagar um alto preço pela importação de ciência e de tecnologia, sob a forma de fábricas e máquinas, trabalhadores bem remunerados e consultores técnicos.

O desenvolvimento precoce e em larga escala da ciência e da tecnologia no país, conseguia reduzir substancialmente o escoamento de capital durante a primeira fase, a mais crítica, do processo de industrialização.

A ciência evoluiu a um ritmo crescente desde o princípio do século (passado) e o fosso existente entre os países avançados e os atrasados (classificação da época) aumentou cada vez mais. Só adoptando medidas mais vigorosas e dando o melhor em termos de esforço para desenvolver a ciência, era possível, conseguir transpor esse fosso.

Era obrigação de um país vigoroso como a Índia, com a sua tradição de erudição, de pensamento original e vasta herança cultural, participar inteiramente no progresso da ciência, que era talvez o maior empreendimento da humanidade naquele momento. Os autores do “Primeiro Plano Quinquenal” da Índia entenderam do mesmo modo, de que numa economia planificada, a ciência tem necessariamente de desempenhar um importante papel sendo o planeamento a ciência em acção, e o método científico equivalente ao planeamento.

No entanto, estas grandes verdades óbvias não pareceram tão evidentes à maioria das pessoas dos países subdesenvolvidos e em desenvolvimento, sobretudo as populações tribais, rurais e os não convertidos ao modelo ocidental. Se as vantagens da ciência moderna não foram imediatamente óbvias para este último grupo de pessoas, o desenvolvimento também não simbolizava uma melhor forma de executar as rotinas diárias. Pelo contrário, aos olhos da população, o desenvolvimento devia ter-se assemelhado mais a um jogo falseado.

A população, como observadores atentos, considerava que o desenvolvimento exigia maiores sacrifícios, mais trabalho e monotonia, em troca de uma vida menos segura. Exigia a rendição da subsistência e da autonomia que lhe estava associada, em troca da dependên-

cia e da insegurança criadas pela escravidão salarial. O desenvolvimento, entregue a si, pouco teria progredido pelo mundo. O facto de ter continuado a sua “longa marcha”, ficou a dever-se exclusivamente ao poder coercivo dos novos estados-nação que assumiram então, além da função controladora que possuíam, uma função condutora.

Todos os estados-nação deram passos voluntários para forçar o desenvolvimento, muitas vezes com o apoio das forças policiais e do poder judicial, onde os magistrados equipararam-se voluntaria ou involuntariamente a comuns trabalhadores da administração publica, e alinhavam as suas decisões em função dos interesses governamentais, que muitas das vezes se encontravam em clara oposição ao interesse público (situação que continua a acontecer em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento, sendo mote de desenvolvimento da crise da justiça).

Nenhum dirigente de um país subdesenvolvido se deixou enamorar pelo fulgor e pela promessa associados à ciência moderna como Nehru, que considerava que desenvolvimento e ciência eram sinónimos Se os cidadãos não conseguiam reconhecer as vantagens do desenvolvimento, os novos estados não tinham alternativa senão “obrigá-los” a ser livres. Assim, o desenvolvimento transformou-se em repressão, com realojamentos forçados em aldeias, cooperativas compulsivas, “obrigando” as pessoas a uma nova forma de organização para o “seu bem-estar”.

AbelAlier Kwai, vice-presidente do Sudão, de 1971 a 1982, que foi membro do “Tribunal deArbitragem Permanente”, com sede em Haia e considerado o mais ilustre advogado sudanês cristão, no seu livro “Southern Sudan: Too Many Agreements Dishonoured (Sudan studies series)”, afirmou que durante a discussão do controverso canal Jonglei, (projecto iniciado mas nunca concluído, que tinha por fim desviar as águas das áreas húmidas do Sul do Sudão, de forma a aumentar o volume de água a jusante, para uso na agricultura, pelo seu país e pelo Egipto), que se tivessem de conduzir o povo sudanês à força, o fariam para o seu bem-estar e para o bem das gerações futuras.

O Estado moderno, nem ninguém entende, e muito menos aceita, o direito das pessoas

não optarem pelo desenvolvimento. Tem de se reconhecer que o empenho do Estado no desenvolvimento, nasceu de igual empenho na ciência moderna. A ciência era uma opção ideal, porque admitia ser capaz de refazer a realidade. Redefiniu e inventou conceitos e leis, e desse modo refez também a realidade.

Produziu novas teorias sobre o modo como a natureza funcionava, ou o que é mais importante, como devia funcionar.

Quando no mundo não ocidental, o Estado assumiu o papel de promotor do desenvolvimento, desejoso de criar uma nova sociedade e uma nova economia, com um conjunto inteiramente novo de templos e de tudo o que lhe estava associado, a ciência transformou-se naturalmente no instrumento crucial e mais atraente para o efeito. Foi Nehru que chamou de projectos de desenvolvimento mamutes aos templos actuais.

Nem as pessoas nem a natureza foram poupadas à vitimização operada por uma febre de desenvolvimento alimentada pela ciência e promovida pelo Estado. A reconstrução da natureza tornou-se presentemente uma preocupação dominante para a ecologia oficial. Um exemplo clássico, é a forma como os cientistas abordam o que denominam de desenvolvimento florestal. Os silvicultores não conseguem recriar florestas naturais, o que não os preocupa demasiado. Convertem florestas em plantações e levam a cabo monoculturas com o rótulo de “florestas científicas”.

A natureza é substituída por um sucedâneo de nível inferior, a bem da recomposição dos recursos naturais renováveis em esgotamento.

Na realidade, a reflorestação arquitectada pela ciência moderna transformou-se na desflorestação da natureza, com as consequências que sabemos ao nível do efeito de estuda, aquecimento do planeta e alterações climáticas. O Estado afirma o seu direito de desenvolver o povo e a natureza, com base numa visão de progresso fotocopiada nos países desenvolvidos pela ciência moderna, que é um produto cultural do Ocidente com os resultados que se vêm. O povo limita-se a ter um papel de espectador ou de roda de engrenagem nesta grande aventura.

Em troca, pelo menos alguns dos seus elementos têm o privilégio de consumir os prodígios tecnológicos que resultam da forte união do desenvolvimento e da ciência. Aos olhos de um Estado paternalista quase inexistente, esta é a compensação adequada para o facto de terem renunciado aos seus direitos naturais.

Quanto àqueles que não podem participar ou que não o farão, são obrigados a perder os seus direitos. Podem ser deslocados da arena dos recursos, os quais são canalizados para as grandes indústrias.

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Nuno G. Pereira; Gonçalo Lobo Pinheiro Redacção Andreia Sofia Silva; Joana Freitas; José C. Mendes; Virginia Leung; Rita Marques Ramos (estagiária) Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Carlos Picassinos; Hugo Pinto; José Simões Morais; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Tiago Quadros Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Carlos M. Cordeiro; Correia Marques; Gonçalo Alvim; Helder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia; Peng Zhonglian; Vanessa Amaro Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

sexta-feira 23.3.2012

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Ciclone

O NAVIO Por vezes naABANDONAR vida há uma certa falta de lógica. Por exemplo, em termos comerciais, a ANIMA deveria ter um restaurante chinês à antiga, ao lado.

POR FERNANDO

Morto atirador de Toulouse

Mohamed Merah morreu ontem de manhã depois de saltar da janela da sua casa, armado e a disparar sem parar, informou o ministro do Interior francês Claude Guéant. “Ele saltou da janela com uma arma na mão e a disparar. Morreu quando caiu no chão”, disse Guéant, citado pela AFP, pouco depois de as forças policiais terem tomado de assalto o imóvel em que o suspeito esteva barricado durante 32 horas.

Na troca de tiros de cinco minutos com o suspeito, ficaram feridos três agentes, um dos quais em com gravidade, indicou a AFP. As forças no local tinham acabado de tomar de assalto o apartamento em que o suspeito vivia, tendo sido ouvidas algumas explosões. O ministro do Interior francês afirmou ao início do dia que a polícia já não tinha a certeza de que ele ainda estivesse vivo, enquanto na véspera sublinhara que a prioridade das autoridades no local era conseguir apanhar o suspeito ainda vivo.

A polícia terá prendido vários outros familiares do suspeito, entre os quais a sua mãe. Tudo em vão.

Timor-Leste Segunda volta das eleições marcadas para 16 de Abril A segunda volta das eleições presidenciais de Timor-Leste vai decorrer a 16 de Abril, segundo um comunicado da Presidência da República enviado ontem à imprensa. O documento adianta que a data foi marcada em decreto promulgado quarta-feira pelo Chefe de Estado timorense, José Ramos-Horta.

“Mostrando-se necessário proceder à marcação da data para a realização da segunda volta para a eleição do Presidente da República designo segunda-feira 16 de Abril de 2012 para a realização da segunda volta da eleição”, refere o documento.

A segunda volta das eleições vai ser disputada por Francisco Guterres Lu Olo, apoiado pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente que obteve na primeira volta 128,266 votos, e Taur Matan Ruak, ex-chefe das Forças Armadas, apoiado pelo Conselho Nacional da Reconstrução de TimorLeste, do primeiro-ministro, Xanana Gusmão.

Golpe de Estado no Mali fez 50 mortos

A União Africana e a Argélia condenaram, esta quinta-feira, o golpe de Estado no Mali, que matou pelo menos 50 membros da guarda presidencial, segundo fontes da proteção civil. Militares do Mali tomaram o poder em Bamako, após várias horas de combates com a guarda presidencial. Na origem do golpe de Estado estará o descontentamento dos militares com a falta de meios para combater os rebeldes tuaregues no Norte do país. Uma fonte militar leal ao governo maliano garantiu entretanto à agência AFP que o presidente, Mamadou Toumani Touré, que os rebeldes afirmam ter deposto, “está bem” e “em local seguro”. “O presidente está bem, está em local seguro, assim como os ministros da Segurança [Natié Pléa] e da Defesa [general Sadio Gassama], os ministros visados” pelos militares revoltosos que anunciaram, esta quinta-feira, ter derrubado o regime, afirmou a fonte, sob anonimato.

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