Hoje Macau 23 AGO 2016 #3641

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

TERÇA-FEIRA 23 DE AGOSTO DE 2016 • ANO XV • Nº 3641

ARQUITECTURA

Traçados limitados

PUB

hojemacau

CPC | REVISÃO

Lar à prova de água PÁGINA 4

Ainda não tem data de abertura marcada, mas já há estimativa de custos. A construção da nova Biblioteca Central no antigo tribunal vai custar cerca de

900 milhões de patacas. Os números são avançados pelo Instituto Cultural e não incluem ainda todas as despesas a realizar com a obra.

PÁGINA 5

TIAGO ALCÂNTARA

ANTIGO TRIBUNAL BIBLIOTECA PODE CUSTAR QUASE MIL MILHÕES

Minha cara literatura

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

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GRANDE PLANO

CASAS-MUSEU

ÓCIOS E NEGÓCIOS ÚLTIMA

CRIME

Droga na liderança PÁGINA 7

h

Fazer ver

PAULO JOSÉ MIRANDA


2 GRANDE PLANO

H

Á seis anos a vida de Carlos Couto mudou. O seu ateliê foi o responsável pela criação do premiado pavilhão de Portugal na Expo de Xangai e desde aí muitas portas se abriram. Mas ao contrário do que se possa pensar, essas portas abriram-se em Taiwan e não na China continental. “Acabei por fazer um projecto grande em Taiwan graças ao pavilhão de Xangai. E continua a ser uma referência quando faço uma obra em Taiwan. Não contribuiu nada para entrar na China, mas sim em Taiwan”, contou ao HM. Este parece ser o cenário da grande maioria dos arquitectos portugueses em Macau, que não consegue penetrar no mercado chinês e deixar uma marca na arquitectura contemporânea que por lá se faz, ao contrário dos arquitectos vindos de Portugal (ver texto secundário). Nomes como o de Carlos Marreiros ou Rui Leão, para além do próprio Carlos Couto, surgem de imediato à tona, mas a lista fica por aí. O autor do pavilhão de Portugal em Xangai diz que, para além da pequena dimensão dos ateliês de arquitectura locais, não existem promotores que levem os profissionais para o outro lado da fronteira. “Há arquitectos em Macau com capacidade do ponto de vista humano e de qualidade para fazer esse tipo de projectos. Não somos conhecidos em termos internacionais, não somos um Siza [Vieira]. É pouco provável que uma entidade estrangeira venha a Macau recrutar um arquitecto. Só iríamos para a China associados a promotores”, disse ao HM. Carlos Couto fala ainda da pouca concessão de terrenos para obras urbanas. “Desde a transferência que não houve políticas da Administração de consagrar a concessão de terrenos, de pequena e média dimensão, para a construção de habitação normal, coisas que fazem a cidade. Houve sempre projectos de casinos ou habitação social. A maioria dos meus clientes, locais, estão sem obras há 15 anos, não fazem nada. Foi uma classe aniquilada com o evoluir da economia. Não temos construtores civis nem promotores, ou os que temos são muito poucos, e isso acaba por se reflectir naquilo que se faz do outro lado da fronteira. A nossa actividade ficou muito reduzida ao território”, referiu ao HM.

UM MERCADO DIFERENTE

André Ritchie destaca quase de imediato a obra do amigo Carlos

CHINA ARQUITECTOS PORTUGUESES DE MACAU COM POUCO ACESSO AO MERCADO

TIMIDOS ESQUISSOS ´

A China tem acolhido nos últimos anos vários arquitectos portugueses, mas a verdade é que se contam pelos dedos das mãos o número de profissionais de Macau com grandes obras feitas no continente. Pequenos ateliês, falta de promotores e pouca internacionalização são as razões apontadas


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“É pouco provável que uma entidade estrangeira venha a Macau recrutar um arquitecto”

“O que está a acontecer é que o arquitecto individual tem menos relevância internacional”

“A maioria dos meus clientes, locais, estão sem obras há 15 anos, não fazem nada”

“Temos a tradição de fazer uma casa, uma torre, quando na China o que é feito são bairros ou cidades inteiras a contra-relógio”

CARLOS COUTO ARQUITECTO

FRANCISCO VIZEU PINHEIRO ARQUITECTO

Couto como um exemplo do que foi feito e reconhecido na China, e não só, mas que acabou por não trazer reconhecimento para os arquitectos locais. “Um caso que teve a sua projecção foi o pavilhão da Expo em Xangai. Acho que expôs o Carlos [Couto] e o que o ateliê dele era capaz de fazer. Foi uma obra muito elogiada, mas a

partir daí isso não abriu portas. Os nossos ateliês em Macau têm uma dimensão pequena, são muito domésticos, virados para o nosso mercado. Não têm provavelmente nem dimensão nem projecção para dar conta do recado, em termos desses projectos multinacionais. Simplesmente o mercado de Macau não é esse [ligado à arquitectura enquanto marca]”, refere, acrescentando que não se pode exigir a um ateliê que vive de projectos locais, que de repente aumente a sua equipa. “Tudo depende também de oportunidades e investimentos.” Ritchie, que esteve ligado ao projecto do metro ligeiro, lembra que a grande parte dos convites feitos na China, na área da arquitectura, buscam a criatividade que um nome pode trazer.

“Os nossos ateliês em Macau têm uma dimensão pequena, são muito domésticos, virados para o nosso mercado” ANDRÉ RITCHIE ARQUITECTO “Podemos estar a falar de grandes empreendimentos, feitos por multinacionais, que vão buscar empresas com maior projecção. Não estando em causa a qualidade, acaba por ser também uma marca. Pode-se procurar por quem tenha experiência em fazer complexos habitacionais para cinco mil pessoas, ou grandes centros comerciais. E nesse sentido, em relação à experiência que temos aqui, as nossas referências não são tidas em conta, talvez devido ao tipo de trabalho que nós fazemos. Das poucas intervenções que temos de arquitectos portugueses de Macau na China, se calhar é do lado de quem constrói, o investidor, que terá alguma ligação a Macau”, frisou.

MUITA EXIGÊNCIA

Francisco Vizeu Pinheiro também fala de alguns projectos a decorrer na Ilha da Montanha e de outros que “não saem nos jornais”, mas afirma que o mercado local é diferente. “O que está a acontecer é que o arquitecto individual tem menos relevância internacional. O que tem cada vez mais importância são as empresas de projectos que obtêm os contratos e garantias de rapidez na execução do projecto e na sua gestão. Actualmente é difícil que pequenos ateliês consigam responder às exigências dos projectos feitos na China. Eles olham para o portefólio e, conforme isso, são escolhidos.” Os convites acabam por recair mais em empresas de Hong Kong. “São convidadas empresas com mais projecção e obra feita. Temos a tradição de fazer uma casa, uma torre, quando na China o que é feito são bairros ou cidades inteiras a contra-relógio. Em Hong Kong a arquitectura está muito ligada ao imobiliário”, concluiu. O HM tentou contactar o arquitecto Carlos Marreiros, mas até ao fecho desta edição não foi possível. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

Traços lusos Profissionais com vida no continente

Q

UANDO há dois anos e meio o arquitecto Tiago Tavares, nascido e criado em Lisboa, chegou à China, para trabalhar num ateliê dirigido por chineses e alemães, o reencontro com portugueses foi imediato. “Na altura em que cheguei, éramos quatro portugueses no ateliê, entre um total de 20 estrangeiros”, recorda Tavares, cuja própria mulher deixou também Portugal para se tornar sua colega de trabalho. Só em Pequim, Tiago estima que, actualmente, haja “pelo menos dez arquitectos portugueses”, entre um universo total de 130 cidadãos de Portugal radicados na capital chinesa. Em Xangai, a mais cosmopolita metrópole do país, “haverá ainda mais”, diz. Fruto da carência de profissionais criativos formados no país, a arquitectura é a área que traz mais quadros portugueses ao gigante asiático. “A China falha muito em termos de design. Os chineses não são conhecidos pela capacidade criativa e os estrangeiros preenchem essa lacuna”, explica Tavares.

Por outro lado, o arquitecto de 32 anos parece rendido à capacidade dos colegas locais em “executar”. “É algo em que dou valor à China. Não haverá na História um país que se tenha urbanizado ao mesmo ritmo, que tenha tido uma capacidade de resposta tão rápida para o fluxo migratório que houve”, realça.

A TODA A BRIDA

O país mais populoso do planeta, com cerca de 1,3 mil milhões de habitantes, experimentou nas últimas décadas um ritmo de urbanização ímpar na história da humanidade. A percentagem da população urbana subiu de 10,6%, em 1949 - ano de fundação da República Popular - para mais de 51% no ano passado.

Até ao final da próxima década, cerca de 250 milhões de chineses deverão radicar-se nas cidades, segundo previsões oficiais. A velocidade “alucinante” torna “difícil a adaptação ao ritmo de trabalho”, admite Tiago Tavares, referindo-se aos “’deadlines’ uns atrás dos outros”. A qualidade da construção é a sacrificada deste processo: “Edifícios construídos há cinco ou seis anos, aqui, já estão num estado deplorável”, observa o arquitecto.

FIM DE CICLO

Nuno Lobo, o “decano” dos arquitectos portugueses em Pequim, considera, no entanto, que o ‘boom’ da construção na China está a chegar ao fim. “É o ritmo que temos agora”, diz, apontando para dois colegas, sentados a tomar café, a meio da tarde de uma terça-feira. “E já passaram vários para ir fumar: como podes ver, não estamos muito ocupados”, conta. Formado no Porto, Nuno Lobo chegou há quase dez anos a Pequim, coincidindo com o “período ascendente” no mercado de construção chinês. Em resposta à crise financeira global de 2008, Pequim investiu biliões de dólares em grandes obras públicas, visando manter postos de trabalho. Nessa altura, “os projectos eram muito rápidos: em dois anos, construía-se uma torre”, recorda. “Agora não”, diz. “O processo começa e demora cinco anos ou mais até para a obra arrancar”. Em 2015, a economia chinesa, a segunda maior do mundo, cresceu 6,9%, o ritmo mais baixo do último quarto de século. “O imobiliário e a construção são os primeiros a sentir a crise. Quem está ligado a este mercado já está sentir”, aponta. Ainda assim, o abrandamento da China não amedrontará os arquitectos portugueses, enrijecidos pelo mercado “muito limitado” e “altamente competitivo” que experimentaram em Portugal. Um arquitecto em início de carreira no país asiático ganha 10.000 yuan. “Quando saí de Portugal ganhava-se 500 euros, o salário mínimo”, recorda Nuno Lobo. “E com sorte, às vezes, mais um bocadinho”. HM/LUSA


4 POLÍTICA

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CPC REVISÃO INCLUI SIMPLIFICAR TRATAMENTO DE INFILTRAÇÕES DE ÁGUA

QUASE TODOS OS IMÓVEIS PROPOSTOS A CLASSIFICAÇÃO COM AVAL DA POPULAÇÃO

Prédios à deriva

A

revisão ao Código de Processo Civil (CPC) que está a ser levada a cabo pelo Governo e que quer expandir os poderes do Juízo de Pequenas Causas Cíveis vai também servir para resolver mais rapidamente os problemas das infiltrações de água nos edifícios. É o que diz o presidente do Instituto de Habitação (IH), numa resposta ao deputado José Pereira Coutinho. Depois do Governo ter dito, como noticiado pelo HM no mês passado, que um dos artigos a ser revisto no CPC está relacionado com os arrendamentos, de forma a simplificar e a aumentar a eficácia processual no que às acções de despejo diz respeito, a resposta ao deputado confirma que também os casos de infiltração poderão ser resolvidos com mais celeridade. “O Governo está a desenvolver os trabalhos de revisão do CPC, tendo em consideração a triagem dos mais variados processos judiciais relativos à vida da população e ao litígio com valor relativamente baixo através da ampliação da competência do Juízo de Pequenas Causas Cíveis. Tal contribui para uma solução mais conveniente e adequada relativamente aos conflitos relacionados com a vida da população, como o caso de infiltração de água nos edifícios”, pode ler-se na resposta assinada por Arnaldo Santos. José Pereira Coutinho queixava-se que o actual ritmo de solução das infiltrações não é suficiente, uma vez que cada vez mais vai haver prédios velhos em Macau. O deputado queria ainda saber quantas situações destas se registaram. O IH indica que, desde 2009 a Maio deste ano, o Centro de Interserviços para o Tratamento de Infiltrações de Água nos Edifícios já registou mais de 13 mil casos de infiltrações, tendo tratado “mais de dez mil”. Dos que restam, mais de 50% tiveram de ser sujeitos à fiscalização de uma terceira entidade – normalmente o Laboratório de Engenharia Civil

HOJE MACAU

Em sete anos, foram detectados mais de 13 mil casos de infiltrações de água em prédios de Macau. A forma de os resolver não é simples e, por isso, o Governo vai incluir esta matéria na revisão ao Código de Processo Civil

de Macau – estando agora à espera de nova verificação ou de visitas ao local. “Só em 2,88% dos casos não se encontrou o proprietário ou este não cooperou na inspecção”, indica o IH.

SÓ EM RISCO

O Centro conta ainda com um departamento dos Serviços de Saúde, que se responsabiliza pela avaliação ao risco de saúde pública e sugere medidas de acompanhamento ao Centro. Desde 2014 até Maio deste ano, os SS fizeram “80 inspecções referentes a casos de infiltração de água” em prédios. Como explica Arnaldo Santos a Pereira Coutinho, como as infiltrações de água não são de natureza criminal, a polícia não tem poder para entrar nas frac-

ções envolvidas neste problema com os fiscalizadores, algo que o deputado tinha proposto. De acordo com o IH, só quando “a falta de reparação e manutenção por parte do proprietário ponha em causa a saúde pública, os SS podem tomar medidas urgentes, tais como a entrada forçada nas propriedades para eliminação” das situações que coloquem em risco a saúde das pessoas. Sem ser esta excepção, terá sempre de ser um juiz a emitir autorização. “Na [lei de Macau] está reflectido o espírito de protecção prioritária do direito à propriedade privada e à privacidade dos residentes. Por isso, caso ocorra um conflito relativo à infiltração de água nos edifícios, quando a parte interessada não obtenha o consentimento do

proprietário e do morador, pode apresentar o pedido de processo civil junto dos órgãos judiciais e requerer ao juiz a realização da perícia na fracção que poderá ser a origem da infiltração”, indica Arnaldo Santos. A ideia é tornar estas situações mais fáceis de resolver, ainda que o IH não dê detalhes sobre o assunto. O mês passado a DSAJ assegurou ao HM que já fez uma primeira consulta ao sector e que o próximo passo, após análise das propostas que os operadores jurídicos e judiciários apresentaram e a auscultação da opinião do Conselho Consultivo da Reforma Jurídica, é “definir as orientações e o âmbito da revisão” do CPC, para se elaborar “uma proposta concreta”. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

O

edifício número 28 da Rua de Manuel de Arriaga não deverá vir a ser classificado. É o que indicam resultados preliminares das opiniões recolhidas em consulta pública sobre o próximo grupo de imóveis propostos a ser classificados. Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC), que indica que só hoje se saberão os resultados concretos, nove dos dez imóveis que eram propostos a classificação “obtiveram o apoio do público”: os Templos Foc Tac Chi do Bairro da Horta da Mitra, da Rua do Teatro, da Rua do Patane e da Rua do Almirante Sérgio estão entre eles, ao lado das Antigas Muralhas da Cidade (troço próximo da Estrada de S. Francisco, o troço próximo da Estrada do Visconde de S. Januário e o troço próximo da Igreja da Penha), da antiga Farmácia Chong Sai, da antiga Residência do General Ye Ting, dos Antigos Estábulos Municipais de Gado Bovino e do Canil Municipal de Macau. Também a Casa Azul na Estrada do Cemitério, sede do Instituto de Acção Social, deverá integrar a lista. “Já o Edifício na Rua de Manuel de Arriaga, n.º 28 obteve opiniões divergentes, não havendo um consenso da sociedade relativamente à classificação do mesmo”, explica o IC. Este prédio, dos anos 1960 e que ocupa também o número 1 da Rua da Barca, chegou a ser alvo de uma demolição parcial. Analistas têm vindo a defender que o edifício é de “interesse arquitectónico”. Segundo a lei, o procedimento de classificação deve ser concluído no prazo de 12 meses após a sua abertura. O IC diz que vai concluir o procedimento “com a maior brevidade”. J.F.

CHUI SAI ON PARTICIPA EM FÓRUM DE COOPERAÇÃO

O Chefe do Executivo, Chui Sai On, vai participar amanhã e depois na cerimónia de abertura do 11º Fórum de Cooperação Pan-Delta do Rio das Pérolas e na respectiva Feira de Cooperação Económico-Comercial. Segundo informação do gabinete do portavoz do Governo, o encontro vai realizar-se em Cantão, onde estará uma delegação da RAEM e cuja participação tem em cima da mesa a assinatura de acordos de cooperação. Este Fórum foi concebido em 2003.


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Tribunal OBRAS DA BIBLIOTECA ESTIMADAS EM 900 MILHÕES

Alta literatura HOJE MACAU

A Biblioteca Central que vai ocupar o antigo tribunal será “um marco de referência cultural”, mas as obras que vão fazê-la nascer poderão ascender a quase mil milhões de patacas. São estas as perspectivas do IC, que só englobam a construção do novo espaço, que não se sabe exactamente quando poderá abrir

TAXA DE INFLAÇÃO EM 3,45%

A biblioteca, a ser pensada desde 2007, tem “uma dimensão bastante grande” e perfaz uma área bruta de construção de 33 mil metros quadrados Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) que está a proceder a diversos trabalhos: “abertura de concursos para prestação de serviço de aperfeiçoamento das peças desenhadas e do projecto de execução e fiscalização e realização das obras preliminares de requalificação ambiental”.

PARA QUANDO?

A

nova Biblioteca Central que se vai instalar no antigo tribunal pode vir a custar 900 milhões de patacas. Este montante, avançado pelo presidente do Instituto Cultural (IC), não inclui sequer todas as despesas relacionadas com a obra, mas apenas a construção. Os números são anunciados numa resposta a uma interpelação escrita do deputado Chan Meng Kam. No documento, Guilherme Ung Vai Meng indica que a biblioteca, a ser pensada desde 2007, tem “uma dimensão bastante grande” e perfaz uma área bruta de construção de 33 mil metros quadrados. Mas o projecto já foi alterado várias vezes, a inflação subiu e tem de se fazer novas contas. “O planeamento orçamental abrange, entre outros, os custos das obras preliminares, do aperfeiçoamento das peças desenhadas e do projecto de execução, da construção, da decoração, das aquisições do acervo bibliográfico, dos

SOCIEDADE

equipamentos e do imobiliário. Tomando como referência o custo médio das obras de construção de grande dimensão em 2015 e a taxa de inflação anual de 5%, os custos das obras de construção, em 2018, serão na ordem das 28 mil patacas por metro quadrado, pelo que se estima que os custos de construção, excluindo os demais custos referidos, venham a ser de cerca de 900 milhões de patacas”, pode ler-se na resposta, datada do final de Julho e agora disponível em Português.

PROJECTOS E MAIS PROJECTOS

Foi em 2007 que o edifício foi oficialmente entregue ao IC. Os dois

A taxa de inflação fixou-se em 3,45% nos 12 meses terminados em Julho em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o Índice de Preços no Consumidor (IPC) subiu impulsionado sobretudo pelos aumentos dos preços das bebidas alcoólicas e tabaco (36,20%) e da educação (8,45%). Só em Julho, o IPC geral médio aumentou 2,08% face ao mesmo mês de 2015. O indicador continuou a abrandar, já que o valor de Julho representa uma descida face ao registado em Junho (+2,26%). O crescimento do mês passado deveu-se principalmente à subida das rendas dos parques de estacionamento, das refeições adquiridas fora de casa, ao aumento dos preços dos automóveis e ao acréscimo das despesas dos serviços de administração de edifícios, segundo a DSEC. No cômputo dos primeiros sete meses do ano, o IPC geral médio cresceu 3% em termos anuais.

anos seguintes foram períodos para os concursos de desenho do novo espaço da biblioteca. Concurso que deu problemas e que levou a que, em 2010, o Governo abandonasse o projecto e o recomeçasse do zero. Em 2012 foi concluído o planeamento da primeira fase das obras. Já aqui, as “condicionantes do edifício” levaram a problemas “técnicos”, que diminuíram o espaço dos pisos. Problemas ultrapassados em finais de 2012: ao aperceber-se que a Polícia Judiciária (PJ) iria sair do edifício ao lado do tribunal, o IC ajusta o plano inicial e submete-o em forma de um único projecto ao Governo. O planeamento conjunto

permitia uma distribuição “mais racional do espaço” e, ao não terem de seguir os constrangimentos técnicos como a construção de um piso de refúgio, os serviços poderiam contar “com uma redução dos custos”. Em 2014, o estudo prévio do novo projecto - que “permitirá acrescentar uma livraria, uma loja de produtos criativos, um café-galeria, um espaço para exposições e um pequeno museu da PJ – é entregue às Obras Públicas. O ano passado, o IC faz um plano sobre os livros e equipamentos a adquirir. Este ano é criado um grupo de trabalho entre o IC e a Direcção dos Serviços de Solos,

Em 2015, o HM dava conta que a abertura da nova biblioteca central estava programada para 2020, depois de todo o edifício estar concluído em 2019, data em que a biblioteca que funciona actualmente na Tap Seac iria ser transferida para a Praia Grande. Na resposta agora dada ao deputado Chan Meng Kam, Ung Vai Meng não estima datas, dizendo apenas que o aperfeiçoamento do projecto está previsto para 2018, ano em que vai ser entregue à DSSOPT. Só depois é que este organismo “inicia a execução e acompanhamento das obras de construção”, as tais que deverão custar 900 milhões de patacas. “A data da entrada em funcionamento da nova biblioteca dependerá do desenvolvimento dos processos de concurso e dos procedimentos administrativos necessários para a implementação dos diferentes trabalhos”, frisa Ung Vai Meng, que acrescenta que a nova biblioteca será uma “referência cultural” para Macau. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

MOTOCICLISTA ATINGIDO POR PEDRA ESTÁ NA UCI

Um idoso de 72 anos está na Unidade de Cuidados Intensivos em estado crítico no São Januário, depois de ter sido atingido por uma pedra na Avenida Horta e Costa. O homem conduzia uma mota quando foi atingido pela pedra, que caiu de um dos prédios. Além de ter levado com a pedra na cabeça, o homem ainda caiu ao chão, tendo ficado gravemente ferido. Mesmo com capacete, era visível o sangue no local e o idoso já tinha perdido a consciência à chegada dos Bombeiros. A PSP passou o caso à PJ. A pedra tinha 4,7 quilogramas.


6 SOCIEDADE

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UM “FALHA DE COMUNICAÇÃO” OBRIGOU A COMPRA DE VAGAS

EMPREGOS NA ÁREA DO JOGO EXIGEM MAIS DOMÍNIO DO INGLÊS

Diálogos internos

A

ausência de comunicação entre os diversos departamentos administrativos da Universidade de Macau (UM) tem levado a falhas no sistema de inscrição de disciplinas obrigatórias, o que tem obrigado alunos a pagarem a outras pessoas para verem a sua inscrição feita. É o que diz ao HM o presidente da Associação de Estudantes da UM, que já lançou uma petição online, segundo notícia avançada na edição de ontem do jornal Ponto Final. Sem querer dizer o nome, o responsável máximo pela Associação referiu que “o problema vem da falha de comunicação entre os departamentos administrativos” da universidade. E não é novo. “Nos anos anteriores já existia este problema na matrícula dos cursos, mas este ano o problema tornou-se mais severo porque o sistema informático de matrículas online também registou problemas. Há mais falhas no sistema”, disse o presidente.

EM BUSCA DE SOLUÇÕES

Entretanto a Associação já teve um encontro com o Ga-

GONÇALO LOBO PINHEIRO

A Associação de Estudantes da Universidade de Macau diz que problemas no sistema de inscrição de disciplinas se deveram a “falhas de comunicação” dos vários órgãos administrativos. A Associação reuniu com o órgão de gestão da UM

binete para os Assuntos dos Estudantes, o Gabinete de Registo e o Gabinete para os Assuntos Académicos, o qual serviu para apresentar os entraves que os alunos têm vindo a enfrentar nas matrículas. O responsável pela Associação referiu ao HM que a reunião serviu, sobretudo, para a UM ter consciência das falhas existentes e das suas cau-

sas. A UM terá prometido recolher várias opiniões e posteriormente apresentar soluções. Segundo o jornal Ponto Final, os alunos não só estão a pagar a terceiros para terem as suas matrículas feitas, como os horários das disciplinas são divulgados em cima da hora. Para além disso, existirão aulas a decorrer ao mesmo tempo.

“É verdade, foram actos pessoais dos alunos na internet. Não é uma situação que aconteça com frequência, mas é verdade que acontece” PRESIDENTE DA ASSOCIAÇÃO DE ESTUDANTES DA UM PUB

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 456/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora HE DAYU, portadora do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W85405xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 91.1/DI-AI/2014, levantado pela DST a 25.07. 2014, e por despacho da signatária de 26.05.2016, exarado no Relatório n.° 340/DI/2016, de 03.05.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Rua do Terminal Marítimo n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 4, 5.° andar B, Macau.------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.---------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 18 de Agosto de 2016.

O presidente da Associação confirmou ao HM a compra de vagas. “É verdade, foram actos pessoais dos alunos na internet. Não é uma situação que aconteça com frequência, mas é verdade que acontece. Mas não é necessária uma grande atenção por parte dos meios de comunicação social porque isso acontece em muitas universidades. De facto não queremos atrair muito a atenção da comunicação social”, disse, contudo. A petição online espelha bem os constrangimentos que os alunos têm de enfrentar. “No início de cada semestre existe um grande número de alunos da UM a queixarem-se do sistema de inscrições. Muitos dizem que não conseguem inscrever-se em disciplinas suficientes, nem sequer nas obrigatórias. O número de vagas não é suficiente para os alunos. No entanto, a UM continua a ter uma atitude passiva em relação a estas questões. Nas redes sociais alguns alunos oferecem-se para comprar a inscrição em disciplinas, de forma a terem créditos suficientes para completarem o curso”, pode ler-se. O HM tentou obter uma reacção junto da UM, mas até ao fecho desta edição não foi possível. Andreia Sofia Silva

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

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Angela Ka

info@hojemacau.com.mo

H

Á menos trabalhadores no sector do Jogo, mas mais empresas a pedir quem domine o Inglês, além do Mandarim. Dados da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos, referentes ao segundo trimestre deste ano, mostram ainda que os funcionários do principal sector da RAEM estão a ganhar mais. No final de Junho, o sector das lotarias e outros jogos de aposta tinha 55.708 trabalhadores a tempo inteiro, menos 3% em relação ao mesmo período de 2015. A maioria, 92,7%, trabalhava por turnos e, ao todo, 24.285 eram croupiers, menos 3,1%. No que aos requisitos para recrutamento diz respeito, mais de metade (57,6%) dos postos vagos requeriam experiência profissional e 75,1% exigiam mesmo habilitações académicas iguais ou superiores ao ensino secundário complementar. Os dados mostram, contudo, que há mais empresas face ao ano

passado a pedir que os funcionários falem Inglês, além do Mandarim, já comummente tido como a língua favorita. No caso da língua chinesa, até diminui o número de operadoras que requeriam o domínio desta – 89,9% este ano face a 95,3% no ano passado. Já no que toca ao Inglês, 74,3% das empresas pedia mais pessoas a dominar esta língua, um aumento de mais de 20%. Os dados mostram ainda que a remuneração média dos funcionários de jogo era de 22.060 patacas, mais 2,7%, em termos anuais. No caso dos croupiers, o salário ficou-se pelas 18.960 patacas, ainda assim um aumento de 2%. Durante o segundo trimestre foram recrutados 660 trabalhadores, menos 66,5% do que no mesmo período do ano passado. A taxa de vagas subiu apenas 1%, o que indica, para a DSEC, que as necessidades de mão-de-obra neste sector “abrandaram ainda mais”. J.F.

APLICAÇÃO MÓVEL PARA TÁXIS DECIDIDA NO FINAL DO ANO

K

UOK Leong Son, presidente da Associação de Mútuo Auxílio de Condutores de Táxis, confirmou ao Jornal do Cidadão que estão a ser aceleradas as negociações para que uma aplicação móvel de chamada de táxis de Hong Kong e China possa operar em Macau. Kuok Leong Son já havia revelado a intenção de cooperação neste sentido. Kuok Leong Son referiu que o interior da China tem um mercado de aplicação móvel para o serviço de táxi mais

maduro, sendo que as negociações têm vindo a decorrer de forma mais activa e acelerada. Caso seja aprovada a aplicação, Macau irá fornecer táxis e taxistas. Hong Kong, por sua vez, conta com 18 mil táxis e Macau só tem cerca de 1200, por isso, Hong Kong está a analisar como se pode obter lucro no mercado de Macau. A Associação também está analisar quais as hipóteses que poderão ser mais vantajosas para ambas as partes, sendo que ainda este ano haverá uma decisão. Quanto à Uber, Kuok Leong Son considera que o Governo já investiu muito esforço no combate à a empresa de serviço de transporte privado, pedindo mais exigência para um serviço que, na sua óptica, está contra a lei. A.K. (revisto por A.S.S.)


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Crime DROGAS E DESOBEDIÊNCIA LIDERAM CASOS

Mais casos de consumo e tráfico de droga e de desobediência às autoridades, mas menos no sector da emigração ou estadia ilegal na RAEM. São os dados fornecidos pelo Secretário para a Segurança relativos ao balanço da criminalidade no primeiro semestre

D

E uma forma geral, a criminalidade aumentou em Macau no primeiro semestre de 2016. A informação foi dada em conferência de imprensa, ontem, presidida por Wong Sio Chak, Secretário para a Segurança. A liderar as infracções estão os casos de desobediência e consumo e tráfico de drogas. A emi-

N

Seis meses à lupa

gração ilegal apresenta, por seu lado, um decréscimo. A primeira metade deste ano teve instaurados por parte da polícia um total de 7125 inquéritos criminais, o que representa um aumento em cem casos relativamente

O primeiro semestre deste ano foram 290 os casos de transporte ilegal detectados pela PSP. O número representa um aumento de cerca de 55,9% relativamente ao período homólogo do ano passado, em que foram registados 186 casos. A informação foi dada pelo Secretário para a Segurança Wong Sio Chak em conferência de imprensa que apresentou o balanço da criminalidade referente ao primeiro semestre de 2016. A operadora Uber inclui-se neste espectro de transportes não abrangido pela lei e tem sido um dos alvos de multas, razão pela qual estará de saída do território, como indicou o HM na semana passada. O Governo confirma que “rejeita que haja este serviço em Macau”, salientando que - tal

ao período homólogo do ano passado e que em percentagens representa um acréscimo em 1,4%.

MAU COMPORTAMENTO

Os inquéritos levantados por consumo e tráfico de droga

apresentam um aumento significativo em cerca de 16,3% e 16,7 %, respectivamente, de Janeiro a Junho. Apesar da diminuição do número de casos de condução sob o efeito de álcool ou drogas - que desceu e 129 para 97 -, Wong Sio Chak

Táxis respeitadores Mais boleias ilegais e mais taxistas cumpridores

como outros - é um serviço que precisa de uma licença especial e sem ela não está dentro do quadro legal da RAEM. “Apesar da empresa dizer que está a ser pressionada para sair, quando temos uma lei temos que a fazer cumprir”, destaca o Secretário. No caso da operadora foram registados 379 casos, sendo que 346 já pagaram a sanção a que foram sujeitos. Cada multa tem o valor de 30 mil patacas, o que perfaz um total de cerca de dez milhões de patacas. Dentro destas indicações foi ainda adiantado que foram apreendidos alguns carros e que

há quatro casos ainda com processos a decorrer. No que respeita a casos referentes a utilização de aplicações móveis ilegais, o Comandante da PSP, Leong Man Cheong, informa que foram registados 170.

MENOS MULTAS

Por outro lado as sanções aplicadas a taxistas desceram. Das operações de fiscalização levadas a cabo pela PSP e pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), os números ligados a infracções relacionadas com más condutas por parte de taxistas baixaram

admite que o Governo possa vir a proceder a uma revisão da lei de trânsito de modo a atentar neste aspecto e tomar medidas mais efectivas. Os crimes relacionados com menores registaram um acréscimo de mais dois casos no que respeita à delinquência juvenil, mas envolveram menos três jovens do que em igual período no ano passado. O aspecto que integra os actos de desobediência e as falsas declarações não pendem para o mesmo lado da balança. Se os inquéritos levantados por desobediência aumentaram em 47,7%, de 428 para 632, já os respeitantes a falsas declarações diminuíram de 127 para 77 casos. Questionado acerca das últimas detenções por desobediência associadas a manifestações ou entregas de petição na Assembleia Legislativa (AL) e a sua possível relação com um estreitamento à liberdade de expressão, o Secretário para a Segurança assegura que nestes casos se segue a lei. A desobediência insere-se nos crimes contra o

em cerca de 30,5% no primeiro semestre de 2016 relativamente ao mesmo período de 2015. No ano transacto foram registados 3037 autuações contra as 2112 deste ano. Dos casos registados, 773 tiveram como causa a recusa de tomada de passageiros e 729 foram devido a cobrança excessiva pelo serviço. Questionado se haveria alguma co-relação entre o aumento das multas para o transporte ilegal que utiliza aplicações móveis mas que representa uma concorrência aos táxis, o que levaria os mesmos a ter uma melhor conduta, Wong Sio Chak afirma que não havendo “factos científicos” que o demonstrem não pode confirmar o facto. Mas acredita “que os taxistas venham de facto a mudar para melhores hábitos”. S.M.

SOCIEDADE

Os inquéritos levantados por consumo e tráfico de droga apresentam um aumento significativo em cerca de 16,3% e 16,7 %, respectivamente, de Janeiro a Junho território, em que no ano passado foram registados um total de 583 casos e, este ano, aumentou 28,1% com um total de 747 casos. Dos resultados do balanço, o foco vai também para os crimes contra pessoas. O item que compreende ofensas simples e graves à integridade física, bem como crimes de ameaça registou um total de 1387 casos contra 1298 no ano passado. Ainda dentro dos crimes contra pessoas, as ofensas graves tiveram o mesmo número, cinco casos. Segundo o mesmo balanço, a criminalidade violenta teve um acréscimo de 14,8%. Sofia Mota

info@hojemacau.com.mo

DELITOS LIGADOS AO JOGO SOBEM DE NOVO

Os primeiros seis meses deste ano foram marcados pelo aumento dos crimes associados ao Jogo, uma subida que tem vindo a ser sucessiva. Os crimes de usura e extorsão aumentaram cerca de 52,3% e 20%, respectivamente, e a criminalidade associada ao sector registou um aumento de 13,5% comparativamente ao período homólogo do ano passado. Os dados adiantados ontem por Wong Sio Chak não são, para o Secretário para a Segurança, elementos capazes “de colocar em causa a segurança da sociedade”. No entanto, a saída de delitos do interior dos casinos registada no passado Julho, mês que não integra o balanço apresentado ontem, merece um reforço de atenção por parte do Executivo.


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Cinema ARRANCA HOJE MOSTRA DE FILMES DO FESTIVAL DA AMÉRICA

EVENTOS

Fala-me sobre Pequim Autora chinesa recebe prémio “Hugo” por história que escreveu em três dias

A

autora chinesa Hao Jingfan recebeu o prémio “Hugo” na categoria de história curta com o conto “Folding Beijing”. A cerimónia decorreu no sábado, em Kansas, nos EUA, na gala anual da Science Fiction Convention. Hao Jingfang vence a categoria deste ano dos prémios Hugo com “Folding Beijing”, que demorou apenas três dias a ser escrita. A categoria onde a autora chinesa ganhou é dedicada a pequenas histórias entre os 7500 e os 17.500 caracteres. A narrativa descreve a cidade de Pequim como um local onde pessoas de diferentes extractos sociais não se misturam umas com as outras, onde existe como que uma barreira que as separa e onde os trabalhadores não especializados são substituídos por máquinas. Uma cidade fria, despida de características humanas que a autora espera que não passe de ficção.

“Apesar de, no meu livro, apresentar uma solução para esta realidade, espero que ela nunca venha a acontecer”, frisa, admitindo que a realidade também é dura. “Há pessoas que morrem de fome e há jovens enviados para frentes de batalha.” A ideia de escrever esta história nasce num dia que podia ser igual a todos os outros, mas quis o destino que não fosse. “Passei por um mercado de rua onde havia muitas pessoas a regatear preços, muito barulho e muita confusão. Entretanto numa conversa com um taxista, ele conta-me um pouco da sua vida e explica-me o quão difícil foi pagar para conseguir ter os filhos num infantário. De alguma maneira isto fez-me ver que as pessoas, embora partilhem o mesmo espaço, muitas vezes não conversam, nem se vêem umas às outras.” Hao Jingfang é a segunda autora chinesa a ganhar este prémio. O ano passado o vencedor foi Liu Cixin com uma história da trilogia “The Three body-problem”. Este ano o autor não foi sequer nomeado. A autora de 32 anos revelou que não foi uma total surpresa ficar em primeiro lugar, “mas também estava preparada para que isso não acontecesse”.

PELICULAS ´

Começa hoje e estende-se até 15 de Setembro: em t diferentes, sempre às 19h00, vai poder ver mais de de filmes da América Latina gratuitamente. O ciclo arranca com “Valentín” e “Abril Despedaçado”, o fi levou Rodrigo Santoro ao cinema internacional

FANTASIA E FICÇÃO

O Prémio Hugo é entregue anualmente para os melhores trabalhos escritos e realizações na área da Fantasia ou Ficção Científica, referentes ao ano anterior. O nome “Hugo” é uma homenagem ao fundador da revista de ficção científica “Amazing Stories”, Hugo Gernsbach. Este concurso é organizado pela World Science Fiction Society e os galardões são entregues na gala anual World Science Fiction Convention. A primeira vez que foram atribuídos foi em 1953, mas desde 1955 que são atribuídos anualmente. São considerados um dos prémios mais importantes na área da fantasia e ficção.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA A PISTA DE GELO • Roberto Bolaño

Tudo se passa durante um mês de verão numa praia do Mediterrâneo. Há uma mansão arruinada, uma bonita patinadora em decadência, e a paixão de um autarca de província. É há um crime, nas diferentes versões de três narradores que se vão completando e corrigindo. Remo Móran, Gaspar Heredia e Enric Rosquelles estão ligados a esse acontecimento central e, sem o saberem, podiam tê-lo impedido. Pista de Gelo - que se constrói sobre as linhas características do projeto narrativo de Roberto Bolaño - é um espaço de reflexão sobre a corruptibilidade dos políticos, sobre a ação perturbadora do amor nas pessoas, sobre o desenraizamento, a amizade e a dissolução dos sonhos. E mostra-nos, sobretudo, que nada é o que aparenta ser, nada é bem o que nos contam; e que mesmo na ausência de sentido, a vida prossegue.

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

A ROSA NEGRA • Nora Roberts

Rosalind Harper é uma mulher cuja experiência a tornou forte o suficiente para enfrentar qualquer situação. Viúva, com três filhos, resistiu a um segundo casamento desastroso e construiu a sua empresa de jardinagem que, mais do que um mero negócio, se transforma num símbolo de esperança e independência para ela. Mas agora Roz está a ser posta à prova e conta com a ajuda do dr. Mitchell Carnegie, contratado para investigar a identidade da Noiva Harper. Só que o tempo escasseia para descobrir a verdade antes que a imprevisível aparição destrua a única pessoa que a poderá ajudar a descansar em paz.


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A LATINA

S DO SUL

três locais uma dezena o de cinema filme que

C

sustento da família, cresce. Sob a pressão do pai, Tonho mata um dos filhos da família rival, levando a que o jovem fique marcado como a próxima vítima das rixas entre famílias. Tonho começa a pôr em causa este tipo de tradição e a reviravolta pode fazê-lo a desonra da sua própria família. Foi com “Abril Despedaçado”, de 2001, que Rodrigo Santoro saltou para o estrelato do cinema e começou a receber convites para filmar fora do Brasil.

FIMM COM ESPECTÁCULO ADICIONAL DE “SONHO DE UM AROMA”

O

espectáculo “Sonho de um Aroma” vai ter mais uma actuação adicional no XXX Festival Internacional de Música de Macau (FIMM). De acordo com um comunicado do Instituto Cultural (IC), organizador do evento, a procura fez com que a ópera se estendesse a dia 16 de Outubro, pelas 15h00, no Teatro D. Pedro V. “Sonho de um Aroma” surge para assinalar o 400.º aniversário da morte do dramaturgo Tang Xianzu, sendo que o IC

VIDAS CRUZADAS

Para dia 29, segunda-feira, está reservada a mostra da película peruana “Magallanes”. Agendada para as 19h00, mas na Universidade de Macau – edifício da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas – o filme debruça-se na história de um ex-soldado do Exército, que ganha dinheiro como motorista de táxi. Passa depois a ser motorista de um Coronel reformado, que esteve à frente de um pelotão do qual fazia parte Magallanes. Mas há algo mais que torna os homens próximos: um segredo com uma mulher que se cruza, literalmente, com Magallanes. Diridigo por Salvador del Solar, o filme é de Agosto de 2015. A este, segue-se “Luna de Avellaneda”, feito na Argentina em 2004 por Juan José Campanella. A película esmiúça a história de um clube desportivo e social em Buenos Aires, que pode vir a ser fechado. O local é a base de Román, que não só vê os sócios do seu clube diminuírem, como descobre que a sua esposa o trai. O filme narra os altos e baixos de uma luta contra o encerramento do espaço e de um ciclo. Pode ser visto na Fundação Rui Cunha. Todos os filmes estão marcados para as 19h00 e têm entrada gratuita. O ciclo de cinema latino da MAPEAL estende-se até 15 de Setembro, com filmes do Brasil, Venezuela, Chile, Equador e Colômbia, entre outros. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

convidou especialmente artistas e personalidades ligadas à cultura para produzir conjuntamente esta que é a primeira ópera de câmara original de Macau. A peça conta como o oficial Tang Xianzu foi despromovido para um cargo numa cidade no sul da China. Em Macau Tang conhece Maria, uma rapariga portuguesa, e ambos desenvolvem uma relação afectuosa enquanto passeiam pela cidade. “Esta ópera, com árias emocionantes, é um espec-

táculo único a não perder e tem sido muito procurada pelo público, tendo os respectivos bilhetes quase esgotado desde o início da venda”, refere o IC. Os bilhetes para este espectáculo adicional já estão disponíveis e custam entre 200 a 250 patacas. O FIMM acontece entre 1 e 30 de Outubro e o IC diz que há vários espectáculos que se têm mostrado também populares, como são a ópera em três actos Turandot, do compositor Giacomo Puccini. J.F.

TUZKI FESTEJA ANIVERSÁRIO NO GALAXY COM DESPORTO PARA MIÚDOS GALAXY

OMEÇA hoje a mostra de filmes integrados no Festival da América Latina 2016, da Association for the Promotion of Exchange Between Asia-Pacific and Latin America (MAPEAL). A estreia dá-se com “Valentín”, na Fundação Rui Cunha, sendo que até dia 15 de Setembro poderá assistir a mais de uma dezena de películas gratuitamente, em diversos locais de Macau. A mostra arranca com “Valentín”, um filme da Argentina, de 2002. Dirigida por Alejandro Agresti e em colaboração com França, Espanha, Itália e Holanda, a longa-metragem é um drama que se foca num rapaz de oito anos que quer ser astronauta. Valentín (interpretado por Rodrigo Noya) mora com a avó e é fruto de uma família disfuncional: a mãe, judia, foi expulsa de casa pelo pai, tido como um “playboy”, e a criança sabe mais da vida do que a sua idade permitiria. Uma mulher que entra na vida do pai, a história da mãe que Valentín mal vê e tantos outros problemas são o mundo que gira em torno do rapaz de oito anos e que só ele poderá resolver. Já amanhã, também na Fundação Rui Cunha, é a vez de “Abril Despedaçado”. Um filme brasileiro com colaboração suíça e francesa, realizado por Walter Salles e que é uma adaptação do romance “Prilli i Thyer”, de Ismael Kadare. O ano é 1910 e, no sertão brasileiro, vive um jovem de 20 anos que é constantemente instigado pelo pai para vingar a morte de seu irmão mais velho, assassinado por uma família rival. Tonho, interpretado pelo conhecido actor Rodrigo Santoro, é de uma família pobre que luta com os vizinhos pelos pedaços de terra onde a agricultura, fonte de

EVENTOS

hoje macau terça-feira 23.8.2016

“T

HE World of Tuzki”, a Gala dos Jogos de Verão, começou no dia 13 e vai estender-se até 23 de Outubro, no Galaxy. Um evento dedicado às crianças onde é promovido o convívio a par da actividade desportiva, com o coelho Tuzki que vem festejar dez anos de existência. A personagem que agrada a miúdos e graúdos foi criada por Wang Momo, em 2006, e rapidamente

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conquistou uma legião de fãs. O coelho é apreciado por todas as faixas etárias e é frequente “vê-lo” nas plataformas sociais, onde é usado como moji, para expressar emoções em mensagens escritas. A sua característica é a linguagem corporal. Nesta gala de desporto, a função do coelho é a de captar a atenção dos miúdos e motivá-los para a prática de desportos enquanto se divertem. Kevin Clayton, responsável do gabinete de Maketing do Galaxy, descreve esta como “uma gala que pretende gerar motivação para as crianças participarem de forma activa na prática desportiva”. Durante este período, uma das praças do empreendimento transforma-se num

estádio com 600 metros quadrados, para incentivar o espírito desportivo. Os atletas estarão vestidos com fatos completos de ginástica e vão competir nas modalidades de corrida, arco, boxe, salto em comprimento e lançamento de martelo. O objectivo é ganhar medalhas que poderão depois trocar por leite e cenouras, a comida preferida do coelho mascote desta gala. Para animar o recinto, haverá ainda uma parada diária que ocorre de hora a hora, entre as 12h30 e as 19h30 com as “cheerleaders” do Tuzki. As crianças poderão interagir com o grupo ou até encontrar a mascote num qualquer corredor do resort. A entrada é gratuita.


10 CHINA

hoje macau terça-feira 23.8.2016

Taiwan EXERCÍCIOS MILITARES EM CLIMA DE TENSÃO

Simulação real

T

AIWAN já deu início às suas manobras militares mais importantes do ano que vão, durante cinco dias, simular um ataque da China numa altura de tensão entre Taipé e Pequim, após a subida ao poder da independentista Tsai Ing-wen. Os exercícios com fogo real Han Kuang, prolongam-se até sexta-feira e espera-se que Tsai assista à operação na quinta-feira. Este ano as manobras vão também incluir exercícios contra possíveis ciber ataques, segundo informação da agência taiwanesa CNA. Os exercícios começam com a força aérea e nos dias seguintes vão juntar-se forças terrestres e navais, indica a mesma fonte.

MOBILIZAÇÃO GERAL

A imprensa local indica que até dez mil tropas na reserva foram mobilizadas para as Han Kuang, que Taiwan realiza anualmente para se preparar para uma eventual

A

televisão estatal chinesa questionou no domingo passado, a autenticidade do vídeo do rapaz sírio Omran, que se tornou viral em todo o mundo, alegando que se pode tratar de uma montagem feita pela “propaganda de guerra” ocidental. O registo mostra uma criança de quatro anos em choque, coberta de sangue e pó, após um ataque aéreo executado na semana passada na cidade de Aleppo. Pequim suporta o governo sírio, liderado por Bashar al-Assad, e goza de boas relações com a Rússia, ambos responsáveis pelos ataques aéreos contra os rebeldes, levados a cabo naquela cidade. A televisão estatal CCTV questionou o vídeo com Omran, exibindo as imagens de sofrimento, com o subtítulo “Vídeo suspeito de ser falso”. Sugeriram que o vídeo é parte de propaganda de guerra designada para justificar o envolvimento dos países ocidentais na Síria, com o argumento falso de altruísmo. “Os trabalhadores, em vez de avançaram prontamente para

“É propaganda” Pequim questiona veracidade das imagens de Omram, o menino Sírio prestarem auxílio às vítimas, instalaram a câmara”, acrescenta. Omran e a família foram atingidos por escombros, na sequência dos bombardeamentos de quarta-feira

passada no bairro de Qaterji, uma área no leste de Aleppo, controlada pelos rebeldes que combatem Assad. No vídeo, a criança surge numa ambulância, com os olhos

invasão chinesa, caso a ilha declare formalmente a sua independência. As manobras coincidem este ano com um momento de tensão entre os dois territórios, após a subida de Tsai à presidência de Taiwan. Tsai recusou-se a reconhecer

Dez mil tropas na reserva foram mobilizadas para as Han Kuang, que Taiwan realiza anualmente em preparação para uma eventual invasão chinesa, caso a ilha declare formalmente a sua independência

o chamado “Consenso de 1992”, que para Pequim significa que “Taiwan é parte da China”. Desde a sua chegada ao poder, a China tem pressionado Tsai a aceitar este consenso, através da redução do envio de turistas e de importações. O “Consenso de 1992” é um conceito ambíguo, referente a negociações realizadas em Hong Kong em 1992 entre a China e o Governo de Taiwan, na altura do Partido Kuomintang, em que as duas partes acordaram que há apenas uma China, mas verbalmente cada parte podia defini-la à sua maneira. Este acordo permitiu as primeiras negociações entre a China e Taiwan desde 1949, celebradas em Singapura em 1993, e também levou a uma aproximação económica e social de 2008 a 2016 sob a presidência de Ma Ying-jeou, em Taiwan. Uma aproximação que pode agora estar em perigo devido à postura de Tsai.

fixados, antes de levantar os braços e tocar a testa coberta de sangue, olhando depois para mão, que limpa no assento cor de laranja. O irmão mais velho de Omran, Ali, morreu no sábado, após não ter resistido aos ferimentos provocados pelos bombardeamentos.

RÚSSIA NEGA ATAQUES

A CCTV alega que o grupo de defesa civil sírio que filmou o vídeo, também conhecido como “Capacetes Brancos”, é de “discutível independência” e tem ligações ao exército do Reino Unido. Na semana passada, o oficial superior do exército chinês Guan Youfe reuniu com o ministro da Defesa da Síria, em Damasco, e afirmou que quer estreitar os laços militares com o governo sírio, segundo a imprensa estatal. O porta-voz do governo russo Igor Konashenkov classificou as imagens da criança como uma “exploração cínica” e “propaganda cliché contra a Rússia”. O conflito sírio causou já mais de 290.000 mortes e milhões de deslocados, desde o seu início, em 2011.

TRÊS MORTOS EM QUEDA DE PONTE

O desabamento de uma ponte no Leste da china, provocou a morte a três pessoas e ferimentos em mais duas. O acidente ocorreu na madrugada de ontem, no condado de Xiushui, província de Jiangxi, e resultou na queda de dois veículos que passam na ponte no momento em que se deu o desabou, avançou a agência noticiosa oficial chinesa Xinhua. Os três ocupantes da carrinha acabaram por morrer, enquanto as duas pessoas que seguiam na motocicleta foram resgatados vivas, apesar dos ferimentos. As autoridades estão a investigar o que se passou, disse a Xinhua.


11 CHINA

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A

S autoridades chinesas estão a aplicar regras mais rigorosas sobre o comportamento dos turistas do país, com 20 infractores acusados de perturbar a ordem pública a serem incluídos na “lista negra”, avançou a imprensa estatal. Os turistas que registem comportamentos impróprios, incluindo discutir, trepar estátuas ou roubar património paisagístico, serão incluídos na lista, ao longo de três anos, segundo os novos regulamentos aprovados pela administração do turismo chinês. Durante aquele período, os infractores ficam proibidos de voar para fora do país ou participar em excursões. Nos últimos anos, vários casos de comportamento impróprio foram noticiados na China. Em Janeiro passado, 25 passageiros foram detidos pela polícia para interrogatório depois de se terem envolvido em confrontos com membros da tripulação de um avião na sequência de um atraso devido ao mau tempo e de terem aberto as saídas de emergência. Em 2014, uma disputa motivada pela disposição dos

Tenham maneiras

Mais 20 turistas colocados na “lista negra” por comportamento impróprio assentos levou uma passageira a despejar sobre uma hospedeira uma taça de massa com água a ferver. Em 2013, um funcionário do Governo destruiu computadores num balcão de embarque e tentou partir uma janela com uma tabuleta, depois de ter perdido dois voos. Numa iniciativa semelhante, a administração do turismo chinês publicou o “Guia do turista bem comportado”, com recomendações como evitar meter os dedos no nariz em público ou limpar os dentes com os dedos. Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos da América, a China é o maior emissor mundial de turistas. Pelas contas do Governo chinês, 120 milhões de chineses viajaram para fora da China Continental em 2015, um aumento de 19,5% face ao ano anterior.

INVESTIDORES CHINESES DISPOSTOS A COMPRAR LIVERPOOL

O Liverpool pode ser mais um grande clube europeu a ser comprado por investidores chineses. De acordo com o jornal de negócios britânico “Financial Times”, o negócio entre o clube e um consórcio pode ser fechado ainda esta semana. Os valores para aquisição de boa parte dos Reds girariam em torno dos 800 milhões de libras. A empresa detentora do Liverpool, a Fenway Sports Group, que há alguns dias havia declarado que a equipa não está à venda, mudou de tom e já considera o acordo astronómico, segundo a publicação.

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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 452/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LUO CAIWANG, portador do Salvo Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W9206xxxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 134/DI-AI/2014, levantado pela DST a 30.10.2014, e por despacho da signatária de 18.08.2016, exarado no Relatório n.° 556/DI/2016, de 08.08.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Xangai n.° 75-D, Edf. I Keng Fa Un, I Pou Kok, 16.° andar E, Macau onde se prestava alojamento ilegal.---------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ----------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 18 de Agosto de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 459/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHAN, Hin Tung, portador de Hong Kong Permanent Identity Card n.° K0925xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 138/DI-AI/2013 levantado pela DST a 29.11.2013, e por despacho da signatária de 18.08.2016, exarado no Relatório n.° 564/DI/2016, de 12.08.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada em Macau, na Rua Cidade do Porto n.° 415, Edf. Jardim Brilhantismo, 4.° andar AE onde se prestava alojamento ilegal.-------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.---------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 18 de Agosto de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


12 DESPORTO

hoje macau terça-feira 23.8.2016

QUADRO FINAL DE MEDALHAS

OURO PRATA BRONZE TOTAL

1. Estados Unidos

46

37

38

121

2. Grã-Bretanha

27

23

17

67

3. China

26

18

26

70

4. Rússia

19

18

19

56

5. Alemanha

17

10

15

42

6. Japão

12

8

21

41

7. França

10

18

14

42

8. Coreia do Sul

9

3

9

21

9. Itália

8

12

8

28

10. Austrália

8

11

10

29

BRASILEIROS DIVIDIDOS

IRLANDA A BRAÇOS COM A JUSTIÇA

A

maioria dos brasileiros pensa que a organização do Rio 2016 fará mais mal do que bem ao país, mas ao mesmo tempo sentem-se orgulhosos pela organização do maior evento desportivo mundial. De acordo com uma sondagem feita e publicada ontem no Estadão, 62% consideram os Jogos mais negativos do que positivos para o país, enquanto 57% dizem que o evento impulsionou a imagem internacional. Quando questionados em relação à forma como decorreu, a imagem é positiva: 42% dizem que foi bom ou excelente, 30% razoável e 24% que foi pobre. “A maioria apoia os jogos, mas têm dúvidas em relação ao uso de dinheiros públicos quando existem prioridades, considerando a crise económica que se vive”, explicou Marcia Cavallari, uma das responsáveis da empresa de sondagens.

A

PORTUGUESES EM SOFRIMENTO NA MARATONA. BRASIL TERMINA EM FESTA

Adeus Rio, olá Tóquio

O

último dia de competição não foi feliz para os portugueses, com os atletas a sofrerem para terminarem as provas e com algumas desclassificações pelo meio. A chuva caia no sambódromo onde, no final da maratona, escolas de samba com ritmos frenéticos e bailarinas pulantes aguardavam os maratonistas para acabar em festa e passar o testemunho a Tóquio As provas decorreram debaixo de chuva e nem sempre se mostraram fáceis. Os maratonistas portugueses; Rui Pedro Silva e Ricardo Ribas sofreram para cumprir a prova, acabando em 123.ª e 134.ª lugar respectivamente. O triunfo foi direitinho para o atleta do Quénia Eliud Kipchoge. Rui Pedro Silva gastou 2:30.52 horas e Ricardo Ribas precisou de 2:38.29, marcas muito longe dos recordes pessoais e inferiores à conseguida por Dulce Félix, 16.ª na maratona feminina (2:30.39). Ambos os maratonistas reconheceram um enorme sofrimento ao longo dos 42,195 quilómetros, num ‘dia mau’, mas que, apesar das dificuldades, quiseram chegar ao final da prova. O queniano Eliud Kipchoge conquistou o título olímpico, ao vencer a prova em 2:08.44 horas, superando em 1.10 minutos o etíope Feyisa Lilesa (2:09.54), medalha de prata, e em 1.21 o norte-americano Galen Rupp (2:10.05), medalha de bronze. A prova de ‘cross country’ olímpico revelou-se infeliz para Tiago Ferreira que foi eliminado devido ao atraso que tinha, após um furo na roda. David Rosa palmilhou meia volta com a bicicleta na mão, com a roda traseira partida, e teve o mesmo fim. Ambos foram vítimas da regra que determina a

juramento olímpico como membro do COI, lugar para o qual foi eleita apesar de excluída dos Jogos do Rio devido ao caso de doping que envolveu o seu país, a Rússia. A atleta foi um dos quatro novos membros a ser admitida por votação, com a alemã Britta Heidemann (esgrima), a sul-coreana Ryu Seug-min (ténis de mesa) e o húngaro Daniel Gyurta (natação), mais a neozelandesa Sarah Walker (BMX), que foi a votos na Assembleia por escolha do presidente do COI. A russa, que anunciou o final da carreira há dois dias, viu um terço dos votantes entre os membros do COI opor-se à sua entrada, ao contrário dos votos unânimes para os quatro outros atletas.

OURO PARA ESPANHA

eliminação dos corredores com um atraso superior a 80% do tempo feito pelo líder no final da primeira volta. O suíço Nino Schurter conquistou a medalha de ouro, à frente do campeão de Londres, o checo Jaroslav Kulhavy, enquanto

o espanhol Carlos Coloma foi medalha de bronze.

RUSSA EMOCIONADA

Yelena Isinbayeva, a melhor atleta do mundo no salto com vara, não evitou ontem as lágrimas no

A espanhola Ruth Beitia conquistou a medalha de ouro no salto em altura, com 1,97 metros, precisamente menos um centímetro do que saltaram as duas melhores nesta especialidade no heptatlo. Tanto a britânica Katarina Johnson-Thompson, que terminou no 2º lugar, como a belga Nafissatou Thiam, que viria a conquistar o ouro nas combinadas, saltaram 1,98 metros. Johnson-Thompson reagiu imediatamente no Twitter ao concurso, com três sorrisos de cabeça para baixo, mas este desfecho deve ter sido mais pesado para Thiam, que até estava inscrita no salto em altura e não alinhou. “O meu Rio 2016 foi mais do que um sucesso e acaba aqui. Estou física e mentalmente exausta e não vou competir nas qualificações para o salto em altura. O heptatlo era o meu objectivo principal e agora chegou a altura de descansar e gozar esta medalha de ouro”, escreveu Thiam, antes de ver a consagração de Beitia.

polícia brasileira fez buscas às instalações do Comité Olímpico Irlandês (OCI) no Rio de Janeiro e apreendeu telemóveis, computadores portáteis e passaportes. A informação foi dada pelo próprio Comité, acrescentando que “nenhuma detenção foi feita”, mas que a polícia apreendeu “passaportes, bem como telemóveis e portáteis” de vários membros do OCI (sigla em inglês). O organismo diz ainda que alguns membros do seu Comité foram convocados para se “apresentarem na terça-feira na polícia, para serem ouvidos”. Em causa está uma investigação a uma rede de venda ilegal de bilhetes no Rio 2016 e que levou à detenção de Patrick Hickey, presidente do Comité Olímpico Irlandês e membro do COI, que na sexta-feira foi levado para uma prisão do Rio de Janeiro. A secretaria de administração prisional confirmou na ocasião que o dirigente foi transferido para a prisão de Bangú, nos arredores do Rio de Janeiro, depois de a justiça brasileira ter ordenado a sua detenção na quarta-feira. Hickey, de 71 anos, foi detido na quarta-feira no hotel onde se encontrava e sentiu-se mal, razão pela qual foi conduzido ao hospital. Mais tarde foi-lhe decretada a prisão preventiva. O dirigente, que é também presidente da Associação dos Comités Olímpicos Europeus, renunciou temporariamente a todos os cargos no movimento olímpico, incluindo o do COI e da presidência do Comité Irlandês. A polícia apreendeu cerca de mil bilhetes e, segundo a polícia, os ingressos eram vendidos a preços cinco vezes acima do valor normal. O principal negócio incidiu na venda para a cerimónia de abertura, onde chegaram a pedir 8 mil dólares por bilhete, e de encerramento, que planeavam vender a 15 mil dólares.


máquina lírica

Paulo José Miranda

Fazer ver A

O fim de pouco mais de um mês de páginas semanais acerca da poesia, ocorreu-me que, por falha minha, não deixei claro aos leitores aquilo que entendo por poesia, independentemente das suas escolas e dos seus maneirismos, pois a poesia diz-se de muitas maneiras, como Aristóteles dizia em relação ao ser. Através de um verso, o primeiro, de “O Regresso dos Guerreiros”, do livro, Paixão e Cinzas (Assírio & Alvim, 1992) de José Agostinho Baptista, vou então tentar explicar o que julgo ser a poesia: “As camélias apagam-se ao longe ao fim do dia.” Repare-se, as camélias deste verso não são seguramente as camélias da botânica nem tão pouco as camélias dos olhos de todos os dias (essa desatenção oriunda do viver em funcionamento, a saber, um viver fechado no específico, espaço e tempo onde as coisas deixam de ser coisas em si mesmas, coisas mesmas, e passam a ser coisas funcionais; a transmutação do essencial em valor de função). Primeiro, as camélias do verso não são, não existem, isoladas do verso que lhes segue (verbo apagar; presente do indicativo, terceira pessoa do plural, conjugação reflexa): apagam-se. Segundo, o verbo - sem o qual as camélias não são - recebe de as camélias um ganho que de per si não possui. Terceiro, as camélias apagam-se forma uma unidade indissociável no próprio verso, perde-se nesta unidade as unidades dos seus signos isolados, e ganha-se uma outra unidade, à qual se denominou metáfora. Mas não é a metáfora o que aqui interessa, ela é aqui o que menos importa, pois aquilo que se busca, a intencionalidade do verso, é-lhe muito anterior. A metáfora, de per si, não possui poder para despertar uma emoção, que transcende a estética literária e nos coloca na pura existência. Aliás, é da própria existência que a metáfora recebe o ganho de intencionalidade. Mais ainda, antes da metáfora, as camélias apagam-se, é o resto do verso, ao longe ao fim do dia, que coloca a metáfora em posição de receber a existência. É tempo de reouvir-se o verso. “As camélias apagam-se ao longe ao fim do dia.” Já que se vulgarizou a metáfora, ouça-se atentamente o resto do verso, ao longe ao fim do dia. Temos um advérbio de lugar

h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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(longe) que tem como função sintáctica modificar o verbo (neste caso, o verbo apagar), dois substantivos masculinos (fim, dia) e ... Bom, os factos são estes: O verso possui uma só oração, um sujeito (camélias), um predicado (apagavam-se), um adjunto adverbial de lugar (ao longe), um adjunto adverbial de tempo (ao fim), e um complemento nominal (do dia). Ainda uma figura de sintaxe (metáfora), três substantivos (camélias, fim, dia), três contracções preposicionais (preposição mais artigo; ao, ao, do), e um artigo definido plural (as). E isto seguramente não é o verso, são considerandos que não conduzem a ele, pelo contrário, afastam-nos para um local onde jamais o recuperaremos. Se nos é impossível alcançar o verso através das análises sintáctica e morfológica, avancemos uma análise semântica. Evidentemente as flores, quaisquer que elas sejam, não se apagam tal as velas, os candeeiros, as simples lâmpadas ou as ancestrais fogueiras. A multicoloração das camélias, como qualquer cor, com excepção do negro, necessita necessariamente de luz para se fazer aparecer. É a luz que se esgota nas camélias, em reflexo, como um espelho, da parte final do verso “ao fim do dia”. “Ao longe”. intensifica ou reforça a ideia, da impossibilidade das camélias se fazerem ver, embora se perceba que é só no fim do fim do verso. Há um jogo

de claro-escuro, dia-noite, luz-trevas, e presença-ausência. “Ao fim do dia”, tem um poder temporal que ultrapassa o simples dia (dia-luz), e alarga-se até ao fim do dia, ao fim do tempo, ao fim de tudo (ao fim da esperança). As camélias que se apagam é, também, o declínio dos ombros, o pensar finito que nada pode contra o envelhecimento, pode nada contra o devir; é só uma parte que agora se esmaga. E, assim, “ao longe”, e uma vez mais, intensifica ou reforça a ideia, alagando todo o verso de melancolia, de uma soturnidade maior que ao fim do dia. Ao longe não é somente espaço, é, aqui, principalmente tempo. Esse ao longe é todo o verso, o tempo que passa, que passou, a própria vida vivida, ao longe. É o local da irrecuperabilidade da infância. Somos nós que estamos “ao longe” de nós mesmos e caminhamos para o fim do dia. Não são as camélias que se apagam, é a vida. Este verso enraíza na tradição Grega de olhar o tempo: caminhamos para o passado, para a morte, porque a vida, o futuro, vamo-la deixando para trás das costas. “As camélias apagam-se ao longe ao fim do dia.” É claro que a análise semântica nada deve, isto é, deve pouco aos conteúdos semânticos da relação dos elementos dentro da proposição, do verso, ou dos conteúdos dos elementos. A análise

semântica que se efectuou, foi efectuada por um sujeito vivencial e não por um sujeito abstracto. É o resultado da cristalização do sentir face ao verso. Já não é o verso nem a percepção dele; é um critério do verso. Qualquer análise traz já consigo o seu antecedente, a contemplação, só possível porque se toma contacto com as coisas mesmas. A coisa mesma do verso reside antes do verso. E, se é verdade que um verso não é passível de ser objectivado, não o é menos que a sua subjectividade advém de um ganho objectivo e universal, por parte de um sujeito vivencial. Este objecto, anterioridade da subjectividade do verso, é um dado puro, que tem como base a auto-contemplação imediata, isto é, tudo quanto exista por si mesmo, na vivência e na contemplação, e precede a verdade e a falsidade. Um amor inequívoco pelo essencial, através de um uso da linguagem, cuja técnica tenha apenas uma regra: fazer ver. Mas fazer ver é uma expressão que pode muito bem ser reivindicada pela filosofia. Mas enquanto a filosofia faz ver através de um discurso, em que o pensar se sobrepõe ao sentir, a poesia faz ver através de um discurso em que o sentir se sobrepõe ao pensar, como se viu na análise que se levou a cabo ao verso de José Agostinho Baptista. Fazer ver, em si mesma, é uma expressão rica de sentir e pensar, e por isso mesmo, reivindicada como sendo propriedade quer da filosofia, quer da poesia. Assim como o amor ao essencial. Talvez por isso mesmo, vários filósofos, muito acertadamente, referiram-se à poesia e à filosofia como sendo irmãs. E, como todas as irmãs, muitas vezes desavindas. Nós somos mais o que lemos, do que o que comemos, a não ser que alguém se veja a si mesmo como um corpo, ou julgue que a comida “biológica” é mais importante para a sua formação do que a leitura continuada de filosofia ou de poesia. E é por isso, que o conhecimento de filosofia ajuda na leitura de poesia, pois a filosofia ajuda no conhecimento do que somos, do que julgamos ser, ajuda-nos no conhecimento de estarmos entre um nada de conhecimento sobre nós mesmos e coisa nenhuma sobre o universo. Assim, e do mesmo modo que o Tejo alaga os arrozais das lezírias, a filosofia alaga a poesia. “As camélias apagam-se ao longe ao fim do dia.”


14 (F)UTILIDADES TEMPO

POUCO

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?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje CONCERTOS BLUE MAN GROUP (ATÉ 28/08) Venetian, 15h00 e 20h00

MIN

27

MAX

34

HUM

60-90%

EURO

9.02

BAHT

VISUALIZAÇÃO DO FILME “ABRIL DESPEDAÇADO” – FESTIVAL LATINO MAPEAL Fundação Rui Cunha, 19h00

Quarta-feira

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10) EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12) ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017) EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10) EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11) EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)

Cineteatro

C I N E M A

BEN-HUR SALA 1

BEN-HUR [C]

Filme de: Timur Bekmambetov Com: Morgan Freeman, rodrigo Santoro, Jack Huston 14.30, 19.15

BEN-HUR [3D][C]

Filme de: Timur Bekmambetov Com: Morgan Freeman, rodrigo Santoro, Jack Huston 21.30

DORAEMON: BIRTH OF JAPAN [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Shinnosuke Yakuwa 16.45 SALA 2

LINE WALKER-THE MOVIE [C] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS

Filme de: Jazz Boon Com: Nick Cheung, Louis Koo, Francis Ng, Charmaine Sheh 14.30, 19.30, 21.30

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 64

PROBLEMA 65

UM LIVRO HOJE

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “THE RENAISSANCE OF PEN AND INK - CALLIGRAPHY AND LETTERING ART DE AQUINO DA SILVA Armazém do Boi (até 18/09)

1.2

MEDALHADOS MADE IN MACAU

Amanhã

Diariamente

YUAN

AQUI HÁ GATO

VISUALIZAÇÃO DO FILME “VALENTIN” – FESTIVAL LATINO MAPEAL Fundação Rui Cunha, 19h00

DEMONSTRAÇÃO DE COZINHA COLOMBIANA COM CHEF ALEJANDRA BERMÚDEZ Demo Kitchen, IFT, 15h00 às 17h00

0.23

Acabaram os Jogos Olímpicos e vão começar, daqui a dias, os Jogos Paralímpicos. É a altura ideal para vermos pessoas com deficiência a ultrapassarem todos os limites físicos e a darem provas da sua imensa coragem. É também a altura em que a RAEM se faz representar com um pequeno punhado de atletas. Era aqui que eu queria chegar. Se em Portugal os atletas estão a ser criticados por só terem trazido uma medalha de bronze (Telma Monteiro) e por não terem boas estruturas de apoio, em Macau devemos questionar isso mesmo. Com tantos recursos financeiros, porque continuam a falhar as estruturas para levarmos mais atletas aos Jogos Paralímpicos? Sem comparar com a forte estrutura criada na China, que criou uma verdadeira máquina de fazer medalhados, Macau poderia ter a sua palavra a dizer, ter estruturas de formação e treino, captação de talentos em escolas. O desporto olímpico não dá dinheiro, mas é uma forma de vida que merece mais apoios institucionais. É certo que o Jogo domina quase todas as formas de vida, mas seria interessante se invertêssemos o ciclo e pudéssemos ver a RAEM com uma forte comitiva olímpica nos próximos anos. O que significou, no fundo, a visita de Alexis Tam ao Brasil? Haja resultados. Pu Yi

“O PROCESSO” (FRANZ KAFKA)

“O Processo” de Franz Kafka é o livro que se assemelha a uma história interminável no mundo já conhecido do autor, que prima pelo retratar do absurdo que a vida de todos os dias tantas vezes é. Uma obra inacabada como o próprio enredo, que coloca o personagem Josef K. a acordar numa manhã normal não fosse o facto de ter a polícia à porta. Josef K. é preso e sujeito a um processo demorado, sem fim e sem argumentos ou compreensão. O arguido não sabe, tampouco, de que crime é acusado e resta saber se, ao longo do livro, as circunstâncias são ou não esclarecidas. Uma burocracia sem fim, levada ao ridículo e que tanto faz parte do quotidiano. O exercício do poder só porque sim e sem justificação são alguns dos temas que se adivinham ao longo desta obra de Kafka. Sofia Mota

CHIBI MARUKO CHAN - A BOY FROM ITALY [B] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Jun Takagi 16.30 SALA 3

ROBINSON CRUSOE [A]

FALADO EM CANTONÊS Filme de: Vincent Kesteloot, Ben Stassen 14.30, 19.30

THE BFG [B]

Filme de: Steven Spielberg Com: Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton, Jemaine Clemente 16.30, 21.30

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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


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a canhota

FA SEONG 花想

DONALD SHEBIB, RUNNING BRAVE

Olímpicos. E Macau?

O

grande tema de destaque deste mês são os Jogos Olímpicos, que se realizaram no Rio de Janeiro, e não podia deixar de abordar este tema. Até o nosso Secretário Alexis Tam foi aos Jogos, mesmo que nenhum atleta de Macau tenha participado na competição. É difícil não criticar o facto de se estar a desperdiçar dinheiros públicos para organizar a visita de uma delegação de “amigos” ao Rio de Janeiro, incluindo os subordinados José Tavares, Alex Vong e o deputado Chan Chak Mo. Foi dito que estão ligados ao desporto olímpico e que a sua participação visa “fortalecer as relações com outros países de raiz portuguesa e ganhar experiência para promover a actividade desportiva em Macau”. Senhor Secretário, considera que a sua participação em jogos tão importantes pode fazer com que os atletas de Macau participem nos Jogos Olímpicos da próxima vez, mesmo que Macau não faça parte do Comité Olímpico Internacional? Ou a participação serve apenas como visita pessoal? Não me parece que as pessoas de Macau vejam muito os Jogos Olímpicos, os quais

quase não têm uma relação directa com o território. Quem vê gosta de admirar os atletas estrangeiros ou está interessado nas modalidades. Uma outra parte talvez aplauda os atletas de nacionalidade chinesa quando ganham prémios e se levanta a bandeira nacional. Apesar de tudo, sinto que usamos uma identidade e o papel de quem está “de fora” a ver os Jogos, porque não fazemos parte e não podemos apoiar a “nossa equipa”. Talvez haja quem considera que este pequeno território, com apenas 30 quilómetros quadrados, possa ter atletas com nível internacional, nem que seja possível termos o bilhete de acesso aos Jogos Olímpicos. A culpa não pode ser só da falta de apoio ou de estímulo ao desporto pelo Governo, mas sim a estrutura da sociedade e economia.

“Há imensos jovens de Macau que gostam de praticar desporto. No entanto, desporto significa para muitas pessoas um interesse ou um hábito para preencher os tempos livres. Raramente o desporto é considerado uma profissão”

Há imensos jovens de Macau que gostam de praticar desporto. No entanto, desporto significa para muitas pessoas um interesse ou um hábito para preencher os tempos livres. Raramente o desporto é considerado uma profissão, ou não se vêem muitas perspectivas nesse sentido. Os pensamentos dos nossos pais – ter um trabalho fixo e ganhar mais dinheiro – ainda passam de geração em geração, pelo que é difícil a uma pessoa de Macau tornar-se um atleta profissional, como a famosa atleta de triatlo, portadora de deficiência auditiva, Lorna Hoi (Hoi Long). Esta já venceu vários prémios em competições internacionais e nunca está ausente das competições locais. Numa entrevista assumiu, contudo, que não encara o desporto como uma profissão, nem nunca esperou ganhar dinheiro ao participar em competições. Actualmente, Lorna Hoi (Hoi Long) é funcionária pública. Outro factor triste é que em Macau há falta de espaços para treino de atletas. Para além dos campos de futebol ou de piscinas, nunca ouvi falar da existência de, pelo menos, um local para o treino de ciclistas, já para não falar de outras modalidades. “Macau mantém a ambição de fazer parte do Comité Olímpico Internacional”, disse o chefe de gabinete de Alexis Tam. É bom ter ambição e esse é um desejo para muitas pessoas em Macau, mas não há uma data para que isso possa acontecer.

OPINIÃO


terça-feira 23.8.2016

José Maria Rodrigues

Casas-Museu da Taipa REVITALIZAÇÃO JÁ COMEÇOU E CUSTA 6,4 MILHÕES

LOTE DOS NAM VAN PODE TER PRORROGAÇÃO DE CONCESSÃO

Seguir o príncipio do ócio

A

S obras de remodelação nas Casas-Museu da Taipa marcam o início da revitalização da zona. É o que garante o Instituto Cultural (IC) numa resposta enviada ao HM, onde se fica ainda a saber que as obras custam mais de seis milhões de patacas. Um anúncio recente do Governo dava conta do início de obras nas Casas-Museu da Taipa, mas a falta de detalhes sobre o motivo levantou algumas ondas na sociedade. Questionado pelo HM, o Governo explicou que esse facto levou a que fossem emitidos comunicados sobre a construção, tendo o documento em Português só chegado ao final da noite de ontem.

Na resposta, o IC explica que as obras estão a ser dirigidas por três entidades - onde se inclui o próprio instituto, a Direcção dos Serviços de Turismo e o Instituto de Formação Turística - e que servem já para concretizar a ideia de transformar esta área “numa zona de lazer e confortável e numa plataforma de intercâmbio de culturas internacionais”. Prevê-se que as obras de manutenção e melhoramento sejam concluídas totalmente no final de Setembro, sendo o orçamento cerca de 6,4 milhões de patacas. São cinco as casas que o Governo quer transformar, “deixando as características arquitectónicas actuais e reunindo os elementos de

promoção da cultura portuguesa, gastronomia portuguesa, exposições e actuações culturais e criativas, a fim de proporcionar um local de lazer colorido e tranquilo aos residentes e turistas”.

MUDA O NOME

Os nomes dos cinco edifícios portugueses serão alterados e, entre estes, vai nascer um museu “para apresentar a vida cultural dos macaenses e da alimentação, operado pelo IFT”.

Mais detalhes serão anunciados na abertura, altura que será, garante o IC, a pensar no Festival lusófono. “Actualmente, a fim de assegurar a segurança pública e as obras desenrolarem-se de forma positiva, os cinco edifícios portugueses das Casas-Museu da Taipa estão temporariamente encerrados, prevendo-se que as obras de melhoramento sejam concluídas totalmente no final de Setembro, mostrando o novo conteúdo ao público e

(as obras) servem já para concretizar a ideia de transformar esta área “numa zona de lazer e confortável e numa plataforma de intercâmbio de culturas internacionais”

turistas antes do Festival da Lusofonia.” Desde a abertura das Casas-Museu em 1999, estas são as primeiras grandes as obras de manutenção e melhoramento daquela zona, afirma o Executivo, que explica que estas vão incidir no ambiente circundante, nas as pinturas das paredes exteriores - que ficam iguais - , na reparação de janelas e batente de portas danificados, na iluminação. “Prevê-se que o orçamento inclua as obras de manutenção e melhoramento do interior dos edifícios, implementação da iluminação exterior, sinalização e de renovação das paredes exteriores dos edifícios, entre outras”, remata o Governo. Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

TIAGO ALCÂNTARA

O prazo de concessão temporária por arrendamento do lote C7 do Lago Nam Van vai terminar a 21 de Agosto de 2026, mas a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) afirma que, apesar do terreno já ter ultrapassado o prazo de aproveitamento, o concessionário pode ainda pedir a sua prorrogação. Segundo o Jornal do Cidadão, o lote em causa tem uma área total de 4669 metros quadrados e tem vindo a ser alvo de polémica. Em 2011, a sua concessão foi dada em troca do lote da Casa de Cheang pelo antigo Secretário para os Transportes e Obras Públicas Ao Mang Long. Ao canal chinês da Rádio Macau, a DSSOPT refere que, de acordo com o pedido do concessionário, o Chefe do Executivo tem a autoridade de aprovar a suspensão ou a prorrogação do prazo de aproveitamento do terreno tendo em conta as questões de imputabilidade ao concessionário e os argumentos do mesmo.

A irrealidade da posse consumada, / Sentimos tu e eu um vago desconforto. / Buscávamos reter a fugaz plenitude, / Depúnhamos flores na campa de um deus morto.”

NOITES DE OBRAS COMEÇAM HOJE

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As obras nocturnas que vão ocupar três noites têm início hoje. Os trabalhos referentes à pavimentação da Avenida da Praia Grande e da Avenida D. João estão a ser levados a cabo pelo Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM) e com esta medida a entidade pretende acelerar o processo das mesmas, dados os problemas que têm representado para a circulação de pessoas e veículos nas zonas que abrangem. As obras acontecem das 20h00 às 6h00 até quinta-feira.

ASSOCIAÇÃO EXIGE AVALIAÇÃO MAIS RIGOROSA DOS AUTOCARROS

N

UM curto espaço de tempo dois autocarros viram-se envolvidos em dois incidentes, o que levou Cheng Chung Fai, da Associação dos Consumidores das Companhias de Utilidade Pública, a pedir o reforço da fiscalização dos autocarros. Cheng Chung Fai considera que o Governo deveria reforçar as normas de avaliação dos autocarros públicos e turísticos, sobretudo a

nível mecânico, já que esta área não está incluída no sistema de avaliação de autocarros, mas é a causa mais provável para a ocorrência de incêndios. O responsável da Associação considera que o regime de avaliação de autocarros em Macau não é nada rigoroso ao nível da mecânica do veículo. Cheng Chung Fai defende ainda que, apesar das empresas de

autocarros realizarem avaliações e fazerem a manutenção após alguns quilómetros de circulação, os trabalhos visam apenas avaliar as regras básicas de segurança. A verificação de problemas como os cabos eléctricos ou outras partes que possam causar acidentes mais graves não são avaliados. O responsável acredita que as empresas de autocarros possam

comunicar mais com os fabricantes dos veículos para que possam obter mais dados e sugestões. O Governo determina a realização de avaliação a autocarros dez anos após a sua circulação, mas a mesma só abrange os travões, sistemas de direcção e iluminação, lembrou. A.K.(revisto por A.S.S.)


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