Hoje Macau 24 OUTUBRO 2023 #5359

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

PESCAR COM REGRAS BLOOMBERG

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OMC

MOP$10

TERÇA-FEIRA 24 DE OUTUBRO DE 2023 • ANO XXII • Nº5359

FÓRUM MACAU

PENSAR O FUTURO PÁGINA 3

OS VASOS RITUAIS DE BRONZE CHINESES Cláudia Ribeiro

ANO JUDICIAL

PROMESSAS DE DUREZA PÁGINA 4

hojemacau

18 anos de prisão. O Tribunal de Segunda Instância confirmou a pena de Alvin Chau, apesar de o ter absolvido do crime de burla. Na prática, resta ao ex-líder da Suncity a possibilidade de recurso para a Última Instância das condenações pelos crimes de associação criminosa e branqueamento de capitais agravado. PÁGINA 5

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Pena maior


2 política

24.10.2023 terça-feira

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MACAU PROMOVE PRODUTOS DOS PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA

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S autoridades de Macau anunciaram ontem que vão levar 28 empresas locais, incluindo várias que vendem produtos dos países de língua portuguesa, a uma actividade de promoção no sudeste da China, a começar na quinta-feira. O Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM) disse, em comunicado, que a Semana de Macau em Xiamen vai decorrer entre 26 e 31 de Outubro, numa popular rua pedonal desta cidade costeira da província de Fujian. A actividade vai incluir uma área de exposição e vendas, onde as 28 empresas – quatro estreantes – poderão promover produtos provenientes dos nove países de língua portuguesa, entre os quais bebidas alcoólicas, café e produtos de saúde e de higiene pessoal, referiu o IPIM. Além de poderem adquirir produtos lusófonos, os visitantes poderão participar em jogos cujos prémios incluem “guloseimas dos países de língua portuguesa e presentes de estilo português”, acrescentou na mesma nota. Durante a Semana de Macau em Xiamen vão decorrer ainda sessões de transmissão ao vivo, nas redes sociais, com celebridades chinesas da Internet, durante as quais os cibernautas poderão encomendar produtos lusófonos, adiantou o IPIM. O instituto vai montar também um espaço para promover “o papel de Macau como plataforma de serviços para a cooperação empresarial entre a China e os países de língua portuguesa”. Em 26 de Outubro, o IPIM vai realizar uma sessão de bolsa de negócios que irá reunir empresários de Xiamen e de Macau, incluindo uma mostra de produtos dos países lusófonos e degustação de comida e bebida.

OMC MACAU ACEITA ACORDO QUE PROÍBE SUBSÍDIOS À PESCA ILEGAL

Leis do mar alto

Ao aceitar o acordo que proíbe subsídios à pesca ilegal, a RAEM dá um passo em frente a passa a proteger reservas de peixe e vida marinha, considerou a Organização Mundial do Comércio

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ACAU aceitou de forma formal um acordo multilateral para proibir os subsídios à pesca ilegal e assim proteger as reservas de peixe e a vida marinha, anunciou a Organização Mundial do Comércio (OMC). De acordo com um comunicado, a chefe da delegação de Macau junto da OMC, Lúcia Abrantes dos Santos, confirmou na quinta-feira a ratificação do acordo, num encontro com a directora-geral da organização. “O apoio de Macau à redução dos subsídios prejudiciais no sector das pescas sublinha a sua dedicação à preservação dos nossos oceanos e da vida marinha, cruciais para a segurança alimentar global e

a estabilidade ambiental”, disse Ngozi Okonjo-Iweala. Lúcia Abrantes dos Santos lembrou que este “é o primeiro acordo da OMC que visa alcançar objectivos de desenvolvimento ambientalmente sustentáveis”, obtido através do sistema comercial multilateral, do qual Macau “tem sido um forte apoiante”. A representante de Macau sublinhou a necessidade de “um esforço colectivo para contribuir para a sustentabilidade dos oceanos” e disse esperar “um resultado significativo na segunda fase de negociações”. O acordo foi adoptado por consenso na última conferência ministerial da OMC, em Junho de 2022. Na altura, os membros

concordaram em continuar as negociações sobre disposições adicionais que poderão ser adoptadas na próxima conferência, marcada para Fevereiro de 2024.

O 44.º membro

Macau tornou-se o 44.º membro da OMC a aceitar formalmente

Macau tornou-se o 44.º membro da OMC a aceitar formalmente o acordo, numa lista que inclui Hong Kong, China, Estados Unidos, Canadá, União Europeia e Japão

COMÉRCIO EXPOSIÇÕES ACABAM COM 101 PROTOCOLOS ENTRE EMPRESAS sublinhou que o número total de acordos celebrados durante os quatro dias subiu 8,6 por cento em comparação com 2022. As três exposições, a 1ª Exposição Económica e Comercial China-Países de Língua Portuguesa (C-PLPEX), a 28ª Feira Internacional de Macau (MIF) e a Exposição de Franquia de Macau (2023MFE), de-

correram em simultâneo, entre 19 e 22 de Outubro. O IPIM sublinhou que cerca de mil sessões de bolsas de contactos foram organizadas, o que representa um aumento de 30 por cento em relação a 2022, ano em que Macau ainda proibia a entrada de estrangeiros sem estatuto de residente, devido à pandemia.

O comunicado revelou ainda que as sessões de transmissão ao vivo, nas redes sociais, com “celebridades” da Internet, inclusive dos países de língua portuguesa e de Macau, atraíram cerca de quatro milhões de visualizações. As três exposições atraíram mais de 60 mil participantes, referiu o IPIM.

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S três exposições comerciais realizadas em Macau terminaram no domingo com a assinatura de 101 protocolos entre empresas, incluindo 15 envolvendo projectos dos países de língua portuguesa, anunciou a organização. Em comunicado, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM)

o acordo, numa lista que inclui a vizinha região de Hong Kong, a China, os Estados Unidos, o Canadá, a União Europeia e o Japão. No entanto, o comunicado sublinhou que este número representa 40 por cento do mínimo necessário para que o acordo entre em vigor: dois terços dos 164 membros da OMC. O acordo estabelece novas regras para reduzir “os subsídios prejudiciais que são um factor-chave no esgotamento generalizado das reservas pesqueiras do mundo”, referiu o comunicado. O documento proíbe os subsídios à pesca ilegal, não declarada e não regulamentada, estimados em 22 mil milhões de dólares e considerados os maiores factores na redução das populações globais de peixes. O acordo, cujas negociações começaram em 2001, acaba também com os subsídios à pesca de espécies sobre-exploradas e à pesca em alto mar não regulamentada. Além disso, o documento estabelece um fundo, que pode ir até 20 milhões de dólares, para fornecer assistência técnica e capacitação aos países em desenvolvimento, ajudando-os a implementar as novas regras e melhorar a gestão pesqueira.

Governo Mais de 18 mil pessoas visitaram a sede

Um total de 18.678 pessoas visitou a sede do Governo, que esteve aberta à população entre sábado e domingo, de acordo com os dados oficiais divulgados pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS). No entanto, segundo as mensagens divulgadas através de mensagens de telemóvel, no primeiro dia a Sede do Governo foi visitada por 7.615 pessoas, até às 18h. No segundo dia houve mais 11.062 visitantes. Os dois números divulgados somados apontam para um total de 18.677 visitantes, menos um do que o comunicado oficial. Ho Iat Seng também apareceu por momentos na sede, onde foi fotografado por alguns dos visitantes.


terça-feira 24.10.2023

Organização Mundial do Turismo Macau participou em assembleia-geral reunião da OMT permitiu a Macau “fomentar o diálogo com representantes de todo o mundo de países e regiões membros, aumentando o envolvimento de Macau nas organizações internacionais de turismo”. Além da assembleia-geral, decorreu ainda o Fórum

O secretário de Estado Pedro Cilínio apontou que “se deveria reflectir sobre os mecanismos de financiamento existentes” na estrutura multilateral do Fórum Macau, com “natural destaque” para o fundo sino-lusófono

Global de Educação, o Fórum de Investimento Global e reuniões de várias comissões. A assembleia-geral da OMT, que se realiza a cada dois anos, é descrita pelo Governo como uma reunião do sector turístico de nível internacional de maior envergadura,

reunindo dirigentes governamentais de turismo e altos quadros do sector privado de todo o mundo. Esta sessão plenária contou com delegações de 117 países e regiões, incluindo 70 oficiais de nível ministerial. Macau tornou-se membro associado da OMT em 1981.

Economia Taxa de inflação desacelera para 0,86 por cento O Índice de Preços no Consumidor (IPC) em Macau aumentou 0,86 por cento em termos homólogos em Setembro, uma desaceleração após ter registado em Agosto o valor mais elevado em 10 meses, de acordo com dados divulgados na sexta-feira. A inflação acelerou, sobretudo, devido à subida do preço das refeições em restaurantes e do vestuário, assim como pelo

aumento das propinas escolares, indicou em comunicado a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). Os dados revelam que o preço das refeições adquiridas fora de casa subiu 3,36 por cento, enquanto o custo do vestuário e calçado aumentou 5,5 por cento em termos homólogos, num mês que incluiu o início da chamada semana dourada do Dia Nacional

FÓRUM MACAU PORTUGAL PEDE REFLEXÃO SOBRE FINANCIAMENTO

A hora do balanço FOTOS GCS

Macau fez-se representar, através da Direcção dos Serviços de Turismo, na 25ª assembleia-geral da Organização Mundial do Turismo (OMT), decorrida em Samarcanda, no Usbequistão, entre os dias 16 e 20 deste mês. Segundo um comunicado da DST, a participação na

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necessário “ampliar a cooperação sino-lusófona para o nível mais alto” e “em áreas mais diversificadas”. Em 2022, as trocas comerciais entre a China e os PLP “atingiram 214,8 mil milhões de dólares e um valor acumulado dos projectos de empreitada totalizaram 131,7 mil milhões de dólares”, notou Fan Shijie, também director-geral do departamento dos Assuntos de Taiwan, Hong Kong e Macau. No que diz respeito ao investimento chinês no universo lusófono, este “atingiu 64,2 mil milhões, enquanto os investimentos dos PLP na China alcançaram mais de mil milhões de dólares”.

O pedido das autoridades de Portugal junta-se a declarações com sentido semelhante, proferidas anteriormente por representantes de Moçambique e Angola

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secretário de Estado da Economia defendeu, em Macau, que “existe margem” para intensificar o apoio do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa (PLP), com regras de acesso criticadas por vários países. Em representação de Portugal nas celebrações do 20º aniversário do Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), Pedro Cilínio notou que “se deveria reflectir sobre os mecanismos de financiamento existentes” na estrutura multilateral, com “natural destaque” para o fundo sino-lusófono. “Cremos que existe margem para que este instrumento financeiro intensifique o apoio ao tecido empresarial nos países participantes do Fórum Macau, caracterizado por um forte predomínio de PME [pequenas e médias empresas]”, declarou durante a cerimónia de abertura de um seminário, uma das actividades para assinalar as duas décadas do organismo. O fundo de cooperação, no valor de mil milhões de dólares

da China, um dos picos turísticos do país. Também os gastos das famílias do território com propinas do ensino superior subiram 5,1 por cento em termos homólogos. Por outro lado, a DSEC estimou que o custo dos pagamentos das hipotecas imobiliárias diminuiu 1,22 por cento em Setembro, em comparação com igual mês de 2022.

foi criado há 10 anos pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e Comercial de Macau. No entanto, as regras de acesso têm sido alvo de críticas por parte de países membros do Fórum Macau. Em Junho, a embaixadora de Moçambique em Pequim, Maria Gustava, pediu à China a “flexibilização no acesso aos fun-

dos existentes”, apontando para a necessidade de mudanças. Meses antes, o embaixador de Angola na capital chinesa, João Salvador dos Santos, disse que o mecanismo ia flexibilizar estas regras para promover mais parcerias entre as empresas dos dois blocos. Para já, não são conhecidas alterações às exigências de candidatura

ao fundo que, segundo avançou na semana passada o secretário-geral do Secretariado Permanente do Fórum Macau, Ji Xianzheng, já terá investido 60 por cento do capital disponível.

Olhar para o futuro

Sobre o futuro do Fórum Macau, o representante do Ministério do Comércio da China considerou ser

Para reforçar a cooperação entre o bloco sino-lusófono, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional de Cabo Verde, apelou para que, no futuro, o Fórum Macau seja “um mecanismo ainda mais eficaz”. Num balanço às duas décadas de trabalho, Rui Alberto de Figueiredo Soares salientou que este “farol de esperança” aproximou “culturas, economias e povos que, de outra forma, podiam ter permanecido distantes”. Já o director do departamento de China, Rússia e Ásia Central do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, Pedro Murilo Ortega Terra, referiu que “a promoção da língua portuguesa na China e a promoção do comércio com pequenas e médias empresas” devem ser prioridades do Fórum Macau.


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24.10.2023 terça-feira

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FOTOS GCS

para alguns crimes de corrupção e prolongar o prazo de prescrição” deste tipo de crimes.

Olhar para dentro

Macau Legend Cabo Verde mantém medalha a David Chow

O Governo cabo-verdiano vai manter a medalha atribuída em 2018 ao empresário luso-chinês David Chow, apesar da desistência do megaprojecto na cidade da Praia, que lhe valeu a distinção, disse à Lusa fonte oficial. “O Governo não vai retirar a distinção. Ela foi concedida no pressuposto de um investimento que estava contratualizado através de concessão. Não foi concretizado por razões já explicadas pelo promotor. O importante é seguir em frente”, avançou a assessoria de imprensa do Governo, após pedido de esclarecimento da agência Lusa. Em Fevereiro de 2018, o Governo de Cabo Verde atribuiu ao empresário luso-chinês David Chow, promotor do empreendimento Gamboa/ilhéu de Santa Maria, que incluiria um hotel e casino, a medalha de mérito turístico pelo seu contributo para o desenvolvimento económico do país. Depois de sucessivos adiamentos, o grupo Macau Legend Development anunciou, no início deste mês, que decidiu abandonar os projectos em Cabo Verde.

SMG Sismo de grau 5 sentido em Macau

Um sismo com o grau de intensidade 5 na Escala de Ritcher (de 1 a 9) atingiu na madrugada de segunda-feira, às 03h, a cidade de Shantou, em Guangdong. O abalo foi também sentido em Macau e foi registado pelos equipamentos de medição dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG). O abalo ocorreu no mar, a uma profundidade de cerca de 10 quilómetros, ao largo do condado de Nan’ao, em Shantou, localizada a sensivelmente 410 quilómetros da RAEM. Não houve registo de feridos ou de danos materiais.

JUSTIÇA PROCURADOR DEFENDE EXTENSÃO DE PRISÃO PREVENTIVA

Pesos pesados

Ip Son Sang considera que o prolongamento sucessivo da prisão preventiva não prejudica “a salvaguarda dos direitos humanos”, e pede penas mais pesadas para crimes de corrupção. Por sua vez, Ho Iat Seng pediu uma caça às “ovelhas negras”

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procurador do Ministério Público (MP) defendeu a extensão da prisão preventiva, actualmente fixada em dois anos, alertando para casos em que arguidos fugiram da região antes de serem julgados. A ideia foi partilhada na cerimónia oficial da abertura do ano judiciário, que decorreu na sexta-feira. “Ocorrem frequentemente casos em que os arguidos ligados a crimes graves praticado em grupo, por não estarem envolvidos em violência, acabam por fugir de Macau findo o termo do prazo de prisão preventiva”, lamentou Ip Son Sang. Durante a sessão solene de abertura do ano judiciário, o procurador sugeriu ao Governo “uma revisão do Código

de Processo Penal” para alargar o prazo de prisão preventiva “em circunstâncias específicas”. Ip alegou que o actual prazo “impõe sérias limitações”, sobretudo à investigação de crimes “que envolvem um grande número de participantes, possuem uma longa duração e são perpetradas por grupos criminosos altamente organizados, muitas vezes com carácter transfronteiriço”.

O procurador lembrou que tanto o direito em Portugal – no qual se baseia o direito de Macau – como na China continental o prazo de prisão preventiva pode ultrapassar dois anos, “consoante a situação concreta”, sem prejudicar “a salvaguarda dos direitos humanos”. Por outro lado, Ip reiterou o pedido às autoridades para que, “em tempo oportuno”, revejam a lei para “aumentar a moldura penal

Ho Iat Seng defendeu a necessidade de “punir severamente a corrupção judiciária, agir com tolerância zero e remover as ‘ovelhas negras’”

O dirigente mencionou o caso do procurador-adjunto Kong Chi, que começou na semana passada a ser julgado por alegadamente ter aceitado subornos para ajudar pessoas sob investigação a escapar à justiça em, pelo menos, 30 casos. Ip garantiu que, na sequência deste caso, o MP “procedeu a uma revisão e reflexão exaustiva do seu próprio funcionamento interno” incluindo a “gestão dos processos e apreciação de decisão de arquivamento”. Por explicar ficou, mais uma vez, os motivos que levaram o procurador a conceder uma licença sem vencimento a Kong Chi, quando este estava a ser investigado. De acordo com a acusação, Kong Chi terá arquivado 13 casos, ignorando provas, aconselhou pessoas sob investigação a mudar depoimentos, partilhou informação confidencial ou sob segredo de justiça, mesmo em casos que estavam atribuídos a outros procuradores. Também na sessão de abertura do ano judiciário, o chefe do Executivo, Ho Iat Seng, defendeu a necessidade de “punir severamente a corrupção judiciária, agir com tolerância zero e remover as ‘ovelhas negras’”. Já o presidente da Associação de Advogados de Macau, Vong Hin Fai, avisou que “a eficiência judicial ainda precisa de ser melhorada”, porque o número de processos pendentes “ainda é muito elevado”, embora tenha caído 13 por cento no anterior ano judiciário.

Pode repetir?

Já o presidente do Tribunal de Última Instância avisou que, após seis anos em queda, o número de processos criminais voltou a aumentar, devido ao fim das restrições de entrada no território devido à covid-19. O número de processos contravencionais laborais mais que duplicou, destacou Sam Hou Fai, devido à “estagnação da economia verificada durante a pandemia”. Só um terço dos processos resultou do colapso da Suncity, acrescentou o juiz. Sam Hou Fai abordou também os casos do “Grupo Suncity”, “ex-dirigentes da DSSOPT e de alguns empresários” e à sala VIP Tak Chun. Embora haja grande probabilidade de Sam decidir estes casos durante a fase de recurso, o presidente do Tribunal de Última Instância já considerou que nestes processos os “juízes resistiram à pressão e, obedecendo rigorosamente às leis e garantindo os direitos processuais de todos os intervenientes, bem como a publicidade e transparência, concluíram o julgamento dos processos de forma rápida e eficiente”.


terça-feira 24.10.2023

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Tribunal de Segunda Instância (TSI) absolveu Alvin Chau do crime de burla, mas deu como provada a prática de um crime agravado de branqueamento de capitais. A decisão foi conhecida na sexta-feira e, apesar de aceitar parte do recurso apresentado pelo maior promotor de jogo do território, na prática pouco muda, com Chau a ver confirmada a condenação a 18 anos de prisão. A deliberação sobre o recurso foi conhecida na sexta-feira à noite, a poucos dias do tribunal ser obrigado a libertar Alvin Chau, devido ao prazo máximo da prisão preventiva. Porém, com esta decisão, parte da condenação vai transitar em julgado. Segundo a tese do TSI considerou-se “não provados os factos relativos à circunstância de que a associação de exploração ilícita de jogos [liderada por Alvin Chau] enganou e prejudicou, por apostas feitas “por debaixo da mesa”, a RAEM e as empresas de jogos”. O acórdão do tribunal leva a que a maior parte dos arguidos do processo deixem de ter de compensar as operadoras no valor de 2,15 mil milhões de dólares de Hong Kong, ao contrário do que tinha sido decidido pela primeira instância. MGM Grand Paradise, Wynn Resorts (Macau), Venetian Macau, Galaxy Casino e SJM Resorts são as concessionárias a quem foi negado o direito de indemnização. No entanto, tal como defendido pelo Ministério Público, Alvin Chau foi considerado culpado de um crime agravado de branqueamento de capitais. Com base nestas considerações, e dado que foi mantida a condenação por associação criminosa, 103 crimes de exploração ilícita de jogo em local autorizado, e 57 crimes de burla de valor consideravelmente elevado, Alvin Chau vai ter de cumprir 18 anos de prisão, tal como tinha sido imposto pela primeira instância.

Reduções para alguns

Em relação aos restantes arguidos, as condenações de Si Tou Chi Hou e Ellute Cheung Yat Ping foram mantidas nos 10 anos de prisão. Por sua vez, os arguidos Ali Celestino, Cheong Chi Kin, Chau Chun Hee, e Philip Wong Pak Ling viram as respectivas penas reduzidas de 15 anos de prisão para 12 anos e 6 meses de prisão. Lou Seak

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TSI MANTIDA PENA DE 18 ANOS DE PRISÃO PARA ALVIN CHAU

Mais do mesmo

O maior promotor de jogo do território viu confirmada pelo Tribunal de Segunda Instância a pena de 18 anos de prisão. No entanto, as condenações por associação criminosa e branqueamento de capitais agravado devem permitir mais um recurso no Tribunal de Última Instância

Metro Ligeiro Arrancaram obras da Linha Leste

As obras da Linha Leste do Metro Ligeiro arrancaram na sexta-feira, de acordo com as Obras Públicas. As estimativas apontam para que os trabalhos fiquem concluídos em 2028, ou seja, aproximadamente dentro de quatro anos. A Linha Leste do Metro Ligeiro vai fazer a ligação entre a Taipa e as Portas de Cerco, através da Zona A dos Novos Aterros, ao longo de 7,7 quilómetros de extensão e seis estações subterrâneas. A linha terá capacidade para transportar até 100 mil pessoas, estimam as autoridades. Com a conclusão desta ligação, a extensão total do metro vai passar para 24 quilómetros e 21 estações. Também até ao final do ano deverá entrar em funcionamento a ligação entre os Jardins do Oceano e a Barra, uma vez que estão terminados os testes da linha e das carruagens.

Trânsito Condutor bêbedo abalroa motas

A deliberação sobre o recurso foi conhecida na sexta-feira à noite, a poucos dias do tribunal ser obrigado a libertar Alvin Chau

Fong tinha sido condenada a 14 anos de prisão e viu a pena reduzida para 12 anos e 3 meses. Nestes casos, os arguidos também foram beneficiados pela absolvição do crime de exploração ilícita de jogos. Em termos do pagamento de indemnizações, Alvin Chau e os restantes arguidos que o tribunal considerou formarem uma asso-

ciação criminosa vão ter de pagar 17,6 mil milhões de dólares de Hong Kong a RAEM. Na decisão de sexta-feira, o TSI também validou o “arresto preventivo” das contas bancárias e bens imóveis de Alvin Chau e da empresa Sawalana Limited em Londres. O caso Suncity ficou mais perto do fim com o acórdão do TSI. Porém, o cri-

me de associação criminosa, assim como o crime de branqueamento de capitais agravado, cuja pena pode chegar aos 12 anos de prisão, devem admitir recurso para o Tribunal de Última Instância. Os arguidos têm 20 dias para anunciar o recurso, depois de serem notificados pelos tribunais da decisão mais recente. João Santos Filipe

Um homem adormeceu ao volante e abalroou duas motas que estavam paradas numa passadeira. O caso aconteceu no sábado de manhã, por volta das 07h09, na Avenida Horta e Costa. Inicialmente todas as viaturas envolvidas estavam paradas no sinal vermelho da passadeira. Porém, o carro começou a andar devagar levando à frente duas motas, e só parou quando um outro motociclista correu atrás do carro e conseguiu abrir a porta do veículo. Como consequência registou-se um ferido ligeiro. As imagens foram captadas por uma pessoa no local, com um telemóvel e partilhada nas redes sociais. Segundo o Corpo de Polícia de Segurança Pública, o condutor do carro circulava com 0,87 gramas de álcool por litro de sangue. O caso foi encaminhado para o Ministério Público e o homem está indiciado pelo crime de condução perigosa de veículo rodoviário e ofensa à integridade física por negligência.

ASSUNTOS DE TRÁFEGO ESTACIONAMENTO MAIS CARO A PARTIR DE NOVEMBRO E DEZEMBRO

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Direcção dos Serviço para os Assuntos de Tráfego (DSAT) anunciou que os estacionamentos públicos vão ficar mais caros a partir de Novembro e Dezembro. O anúncio foi feito através de comunicado e justificado com os objectivos de “aumen-

tar a rotatividade na utilização dos lugares” e “incentivar os condutores a optarem por parques de estacionamento

público com taxas de estacionamento mais baixas”. Segundo as novas tabelas, a partir de Novembro o estacionamento de automóveis ligeiros no período diurno no Auto-Silo do Posto Fronteiriço Qingmao passa a custar 10 patacas por hora. À noite,

a hora custa 8 patacas. No caso de motociclos e ciclomotores, os preços passam a ser de 4 patacas e 3 patacas, respectivamente. No caso dos Auto-Silo de Nam Van (Pak Wu),Auto-Silo Pak Vai,Auto-Silo do Jardim de Vasco da Gama, Auto-Silo do Edifício

Cheng Chong, Auto-Silo Pak Wai e Auto-Silo da Alameda Dr. Carlos de Assumpção, o preço para automóveis sobe para 8 patacas por hora, no período diurno, e 4 patacas por hora à noite. Os passes mensais sem reserva passam a custar 2,1 mil patacas por

mês e com reserva de espaço 3 mil patacas No caso de motociclos e ciclomotores, o preço cobrado é 3 patacas, no período diurno, e de 1,5 patacas, à noite. Os passes mensais sem reserva passam a custar 600 patacas por mês.


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24.10.2023 terça-feira

PRÉMIOS DO CINEMA ASIÁTICO MACAU ACOLHE CAMPO INTERNACIONAL PARA NOVOS CINEASTAS

Plantar sementes

A Academia dos Prémios do Cinema Asiático vai organizar em Macau, no próximo mês de Abril, a primeira edição do “International Film Camp” para jovens cineastas de toda a Ásia. O objectivo do evento é fomentar o contacto com profissionais da indústria, apresentar projectos e atribuir prémios

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S resorts da operadora Sands China em Macau serão o palco da primeira edição do “International Film Camp” (IFC) [Campo de Cinema Internacional], destinado a cineastas emergentes de Macau e de toda a Ásia. O evento está marcado para o período entre 9 e 13 de Abril de 2024

e é uma iniciativa promovida pela Academia dos Prémios do Cinema Asiático, uma organização sem fins lucrativos criada em 2007. O estabelecimento deste campo para cineastas trata-se, segundo um comunicado divulgado pela Sands China, de “uma iniciativa inovadora que visa estimular e capacitar a próxima gera-

ção de cineastas asiáticos”, contando com o apoio do Instituto Cultural de Macau e da Direcção dos Serviços de Cultura, Desporto e Turismo de Hong Kong, entre outras entidades. Pretende-se que o IFC seja “uma plataforma única para os cineastas emergentes interagirem com profissionais da indústria, obterem

conhecimentos valiosos sobre os aspectos criativos e comerciais do cinema e receberem financiamento de produção e oportunidades de distribuição através da Academia dos Prémios de Cinema Asiático”.

Curtas e longas

O IFC aceita participantes com idades compreendidas

entre 21 e 40 anos, naturais de Macau, Hong Kong, China e demais regiões e países asiáticos. Os candidatos terão de apresentar propostas para uma curta-metragem de ficção centrada no tema “A minha terra natal”. Além disso, os interessados na iniciativa precisam submeter uma declaração do realizador e um plano

de produção, juntamente com uma amostra de cinco minutos de um trabalho ou trabalhos que já tenham realizado. Será depois feita uma pré-selecção de 30 candidatos para entrevistas conduzidas “por um painel distinto de peritos da indústria”. No final, apenas 16 cineastas serão convidados para participar no IFC.


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Luso, câmara, acção Lusodescendente John Allen Soares prepara filme para Warner Bros

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Entre os dias 9 e 13 de Abril, os escolhidos poderão beneficiar “da orientação de profissionais de renome do sector, que partilharão os seus conhecimentos e fornecerão informações valiosas sobre a realização de filmes”. Espera-se, assim, que o IFC promova “um ambiente de colaboração e apoio, encorajando a troca de ideias e a exploração de novos horizontes criativos”. Os 16 cineastas apresentarão no final os projectos de curtas-metragens a um painel de jurados que atribuirá a oito deles uma bolsa de produção de 300 mil dólares de Hong Kong a cada um para que realizem o projecto cinematográfico. Este painel será presidido pelo mentor principal do campo, o veterano produtor de cinema Terence Chang, cuja carreira de sucesso abrangeu as indústrias cinematográficas de Hong Kong, Hollywood e China. AAcademia dos Prémios de Cinema Asiático fará depois a curadoria dos projectos desenvolvidos no âmbito do IFC, apresentando-os no programa anual de digressão

O IFC aceita candidatos entre os 21 e 40 anos, naturais de Macau, Hong Kong, China e regiões e países asiáticos, que terão de apresentar propostas de curtas-metragens com o tema “A minha terra natal” “Asian Cinerama”. Espera-se ainda que os cineastas escolhidos possam ter apoio da Academia para colocar os seus filmes em diversos festivais e atrair potenciais patrocinadores, “ampliando o seu alcance e exposição na indústria”.

Convidados de honra

A iniciativa conta ainda com diversos convidados de honra, sendo que, de Macau, se incluem nomes como o de Tracy Choi, Emily Chan e Hong Heng-Fai, todos realizadores com um importante

currículo na indústria do cinema local. Wilfred Wong, presidente e director-executivo da Sands China, igualmente presidente da Academia dos Prémios de Cinema Asiático, disse que “o cultivo de talentos desempenha um papel crucial na transmissão do sucesso do desenvolvimento da indústria cinematográfica na Ásia”. Desta forma, o IFC promete reunir “jovens e emergentes cineastas da área da Grande Baía e das regiões asiáticas”, para participar em workshops, seminários, apresentação de guiões e orientação prática por parte de profissionais da indústria. “O nosso objectivo é cultivar jovens talentosos e preparar o seu caminho para um maior desenvolvimento”, concluiu. De frisar que, além de ligado ao sector do jogo, Wilfred Wong tem desenvolvido bastante trabalho na área do cinema de Hong Kong, sendo presidente do Hong Kong Film Development Council e da Hong Kong International Film Festival Society. Andreia Sofia Silva

cineasta lusodescendente John Allen Soares, que trabalha na Warner Bros., em Los Angeles, está a preparar a realização de um novo filme de acção independente, com o título provisório de “Ion Blade”. “Vai ser um filme de acção e aventura que tem lugar na Califórnia, algo como ‘O Tesouro’ [com Nick Cage], mas focado na história na Califórnia e com mais kung-fu”, disse à Lusa o cineasta, com raízes na ilha de São Jorge, nos Açores. A sua intenção é começar a filmar em 2024, em paralelo ao trabalho que faz na Warner Bros., onde é editor da série de animação “As minhas aventuras com o Super-Homem”, que passa na HBO Max e Cartoon Network. No novo filme, Soares vai pôr em prática o seu treino como coreógrafo de acção e acrobacias, um interesse que surgiu por causa do filme “Matrix”, em 1999. “Antes do Matrix, muitos filmes de acção nos EUA baseavam-se no espalhafato e custavam muito dinheiro, com efeitos visuais e pós-produção, explosões no estúdio”, afirmou. “Quando vi esse filme, introduziu-me a este mundo do cinema de Hong Kong, em que todo o espectáculo se baseia naquilo que a pessoa consegue fazer”, continuou. “Não precisamos de explosões e efeitos especiais”.

Percurso pouco comum

Aos 41 anos, John Allen Soares teve um percurso

profissional pouco ortodoxo e chegou à indústria do entretenimento vindo da quinta de cultivo de amêndoa da família em Hughson, vale central da Califórnia. “Havia todos estes filmes incríveis e desenhos animados na televisão quando eu cresci”, referiu, “e tornei-me obcecado com isto”. Filmes como “História Interminável”, “Os Goonies”, “Indiana Jones”, “Star Wars” ou “Caça-Fantasmas” fascinavam-no e levaram-no a começar a fazer os seus próprios filmes muito cedo. “Estava obcecado com isto e o outro lado da moeda era esta vida de trabalho difícil na produção de amêndoa. Estava sempre a fantasiar sobre estas coisas que via no ecrã”, lembrou o cineasta. A família, que começou por trabalhar na pesca em alto mar, acabou por trocar o barco pelo cultivo de amêndoa no início dos anos oitenta. “O meu pai achou que não podia criar-me num barco”, disse Soares. O seu objectivo era chegar à indústria do entretenimento, o que não foi fácil. Aprendeu a filmar e a editar sozinho, primeiro com VCR (videogravador de cassetes) e depois num computador que um amigo lhe deu. Ao longo de quase dez anos, o lusodescendente trabalhou no seu próprio filme, “The Danger Element”, enquanto continuava na quinta. Quando estava a terminar, teve a

oportunidade que perseguia: precisavam de um editor para desenhos animados feitos para a DreamWorks e ele agarrou esse trabalho, mesmo tendo de se mudar para o Tennessee. “Foi assim que entrei na animação”, contou. Tinha 33 anos. No final desse projecto, mudou-se para Burbank, Los Angeles, e trabalhou primeiro na Titmouse e depois na Warner Bros., onde está desde 2018. Foi nomeado para um Emmy pelo trabalho de edição nos “Looney Tunes”. “Não esperei trabalhar em animação”, referiu. “Isto acabou por ser um trabalho fantástico”, acrescentou.

Português como identidade

Embora não fale português, John Allen Soares sublinhou que as suas origens sempre foram parte da sua identidade. “Quando o meu bisavô chegou, tinha a ideia de assimilar, agora somos americanos”, contou. “Mas o meu avô ainda falava português. A minha geração, eu e os meus primos, estávamos todos interessados e queríamos que falassem a língua mais frequentemente”, acrescentou. Cresceu a ir a festas nos salões portugueses e a praticar a religião católica, muito presente na comunidade. “A minha geração não fala a língua, mas ainda temos familiaridade com estas coisas”, frisou. “Muitas das paróquias católicas na área são portuguesas, por isso estamos muito ligados à cultura nesse aspecto”, frisou. O filme “The Danger Element” está disponível na plataforma de streaming Tubi e os trabalhos de animação de John Allen Soares, “As minhas aventuras com o Super-Homem”, “Looney Tunes”, e “Trick or Treat, Scooby Doo”, estão na HBO Max. Fez ainda “Little Big Awesome” (Amazon) e “Veggietales: In the house” (Netflix), além de séries web e coordenação de acção em filmes independentes.


VIA do MEIO

A Idade do Bronze Da Idade do Bronze fazem parte as dinastias Xia (c. 2100-1600 a.C.) que é considerada mítica pelos historiadores ocidentais dado não se terem encontrado até agora provas arqueológicas da sua existência, a dinastia Shang (c. 1600-1050 a. C.) e a dinastia Zhou (1046-256 a. C.). Tanto a nível material e tecnológico, como filosófico, social e político foi uma época de transformações profundas. Aperfeiçoaram-se os sistemas de canalização e de drenagem, assim como de aparelhos agrícolas. A noção de Estado e a estratificação social consolidaram-se. E teve lugar a emergência de um grande número de escolas filosóficas, como a de Confúcio, a do Dao e a de Mo Zi, entre muitas outras. A escrita surgiu neste período, primeiro em ossos e carapaças de tartaruga (甲 骨文jiaguwen) e depois em objectos de bronze (铭文 mingwen ou 金文jinwen). Embora a arte de trabalhar o bronze pareça ter sido importada de fora, floresceu durante três milénios e de modo magistral na região a que hoje chamamos China. Sendo esse metal mais resistente do que o jade e a cerâmica, o trabalho em bronze de vasos rituais foi então elevado a um patamar de excelência decorativa e sofisticação técnica sem rival em todo o mundo. Com efeito, ao invés do que sucedeu noutras civilizações antigas, os objectos em bronze mais importantes não eram ferramentas nem armas mas vasos rituais. Denomina-se ‘bronzes rituais ou arcaicos’ os vasos utilizados em cerimónias funerárias e sacrificiais anteriores à formação do Império. Têm sido sempre encontrados em sepulturas (Fig.1), com a notável excepção dos que foram descobertos em duas fossas em Sanxingdui, e depois em Jinsha, província de Sichuan, onde se desenvolveram culturas com características distintas, com formas de arte e crenças religiosas próprias.

dinastia Xia teria ordenado a fundição de nove tripés li decorados com representações das ​​características notáveis de cada uma das nove províncias para servirem como tributo. Esses nove vasos de bronze foram transmitidos de dinastia em dinastia como paládios do Império, mas acabaram por se perder logo no final da dinastia seguinte, a Zhou. Na dinastia Song (960-1279 d.C.), publicaram-se catálogos notáveis acerca dos bronzes arcaicos, como o 考古圖 Kaogutu, de 1092, em dez volumes e o 博 古圖Bogutu, de 1123, em trinta volumes, depois de, no séc. IX, um deslocamento na corrente do Rio Amarelo ter revolvido a terra dos cemitérios reais de Anyang, no Henan, trazendo para a superfície os magníficos vasos em bronze da dinastia Shang (séc. XVI a 1046 a.C.). Os letrados chineses começaram de imediato a fazer um inventário, classificando as várias formas e tentando decifrar a função e o significado das peças e da sua ornamentação, além de copiaram as inscrições. E os artesãos do bronze e da cerâmica começaram a copiar esses objectos desenterrados, originando um novo estilo de gosto arcaizante. Este interesse chinês pelas antiguidades prosseguiria sem esmorecer pelas dinastias Yuan (1279 a 1368 d.C.), Ming (1368 a 1644 d. C.) e Qing (1644 a 1912 d.C.) adiante até chegar aos nossos dias.

Manufactura Os vasos de bronze resultavam de uma liga de cinco a trinta por cento de estanho, dois a três por cento de chumbo, sendo o restante cobre, mas os valores variaram nas diferentes épocas e regiões. Extraía-se o cobre de minas subterrâneas ou a céu aberto, muitas delas localizadas em Tonglu, na província de Hebei. Acrescentava-se chumbo nas peças funerárias para facilitar o seu fabrico abaixo da temperatura de fusão assim como o trabalho de retoque da superfície. Uma vez terminadas, a cor das peças também variava, dependendo da quantidade de estanho da liga. A maioria, uma vez polida, apresentava um belo tom dourado claro (Figs. 2 e 3, que conservam ainda vestígios da cor original).

Os vasos rituais de Cláudia

Todavia, com o tempo, grande parte das peças adquiria uma pátina, muito valorizada pelos apreciadores. De acordo com a composição do metal e das condições em que foram enterrados, a pátina varia do verde malaquita e do azul ao amarelo ou mesmo ao vermelho. O fabrico dos bronzes rituais requeria grandes quantidades de metal e fornos de alta temperatura. No solo chinês abundavam os minerais e os metalúrgicos herdaram os fornos dos ceramistas do Neolítico. Estas condições favoráveis permitiram a produção de quantidades gigantescas de vasos de bronze na região. A produção era feita rapidamente, em série, sendo o trabalho era repartido entre vários metalúrgicos que trabalhavam em simultâneo. Só assim era possível responder à demanda por peças rituais de distintas formas e com diversas decorações. Quanto à técnica de fabrico, os procedimentos variaram ao longo das gerações e também de uma área ou mesmo de uma oficina para outra, em função dos materiais disponíveis e do preço que os clientes estavam dispostos a pagar. A técnica que se descreve a seguir foi a mais utilizada nas dinastias Shang e Zhou. Seguia-se com o bronze o mesmo sistema que se utilizava no fabrico da cerâmica: moldes em secções (em geral, três) que podiam ser utilizados repetidamente (Fig. 4). Esta técnica de fundição do bronze era única no mundo antigo. Conseguiam-se efeitos tridimensionais recorrendo a diferentes moldes para as várias partes que compunham a peça e que eram posteriormente fundidos. Todo o processo era realizado com grande cuidado, de maneira a permitir a evacuação do ar e a evitar a formação de bolhas.

O número destas dependia do tipo de recipiente e da natureza dos motivos decorativos. Aplicavam-se mechas e respigas ao longo das extremidades das secções de modo a assegurar a junção perfeita das partes individuais. A espessura do molde interno era então reduzida para formar um intervalo entre as secções exterior e interior. A espessura do recipiente era determinada pela largura desse intervalo. Fechado o molde, abriam-se duas incisões na parte superior através das quais se vertia o metal em fusão. Para as asas, torcia-se uma corda que era colocada no local desejado. Cobria-se a corda com argila deixando uma abertura de modo a poder queimar a corda no seu interior. Uma vez esta queimada, despejava-se o bronze pela cavidade adentro. Para obter o objecto final, e uma vez o conjunto arrefecido, separava-se a argila do bronze. Rematava-se com um acabamento minucioso e um polimento de qualidade ímpar, tendo em conta os meios técnicos coevos. Para alguns vasos com formas e decorações mais complexas, como o 方鼎fangding, era necessário mais do que uma fundição. A decoração fazia parte do processo de fundição (Fig. 5). Primeiro desenhavam-se os motivos a tinta. O desenho não podia transbordar de uma secção para outra, devido ao risco do crescimento de rebarbas entre as secções.

Fig. 5. Bronzes decorados e respectivos moldes da dinastia Shang. Museu de Zhengzhou, Henan.

Fig. 1. Vasos rituais de bronze no túmulo restaurado 160, nas ruínas Yin em Anyang. Dinastia Shang.

Os vasos de bronze (青銅器 qingtongqi) anteriores à formação do Império têm sido sempre objecto de enorme veneração por parte dos chineses, que lhes atribuem tradicionalmente uma origem mítica e poderes mágicos, como neutralizar influências nocivas e cozer alimentos sem a ajuda do fogo. O imperador Yi da

Fig. 2. Esquerda: Vaso para vinho zun de bronze em forma de pássaro. Dinastia Shang. By Mary Harrsch - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons. wikimedia.org/w/index.php?curid=134252168. Art Institute Chicago. Fig. 3. Direita: Vaso you. Dinastia Zhou Ocidental Museu de Hebei. By Cangminzho - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia.org/w/ index.php?curid=68306010

Fig. 4. Técnica de fundição de bronze por montagem de moldes. Exposição do Paleolítico, Neolítico e dinastia Shang do Museu Provincial de Hubei, Wuhan.

Começava-se por fazer o molde em argila. Sobre este primeiro molde aplicava-se uma nova camada de argila, que era dividida em várias secções.

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Com a introdução da técnica da incrustação, a partir do séc. V a.C., no Período dos Estados Combatentes (475 a.C. – 221 a.C.) da dinastia Zhou, recorria-se por vezes à técnica da cera perdida, tanto isoladamente como em associação com a técnica de moldes. Na técnica da cera perdida, a peça começa por ser preparada em cera, sendo depois revestida com um material cerâmico, formando um molde. Uma vez este aquecido e retirada a cera, o molde oco assim obtido é preenchido com o metal líquido. O processo de decoração era inverso: primeiro executava-se a decoração no molde interno e era depois


VIA do MEIO

e bronze chineses

Para aquecer bebidas havia os seguintes tripés de corpo largo e bicos por onde beber: o 爵jue, o 角jiao, o 斝jia e o 盉he. O jiao assemelhava-se ao jue e era pouco comum. O he apresenta uma tampa.

Ribeiro

impressa no molde externo durante a preparação das secções, o que permitia o trabalho em relevo. Em geral usava-se a técnica da cera perdida para decorações muito finas em alto-relevo ou saliências arredondadas e complexas.

Tipologias

ra, servia para cozinhar cereais e carne e, a par da sua forma correspondente em cerâmica, são das tipologias mais antigas. Quanto ao ding, cuja forma derivava também da cerâmica do Neolítico, foi utilizado nos rituais chineses durante mais de três mil anos (Fig. 7). É o recipiente mais característico dos bronzes chineses e tem um corpo semiesférico e duas asas verticais através das quais se introduzia uma vara, evitando desse modo as queimaduras quando era retirado do fogo. Tanto as asas como as pernas foram evoluindo no sentido de uma maior complexidade e acrescentaram-lhe uma tampa circular na dinastia Zhou Oriental.

Fig. 8. Vaso de libação gu. Séc. XIII a. C. Metropolitan Museum of Art.

Serviam-se bebidas e faziam-se libações no 觚gu (Fig. 8), no 尊zun, no 方彝 fangyi, no 卣you, no 光guang ou 觥gong, no 壺hu, no 罍lei e no 瓿bu. O gu apresenta uma bela forma de cálice e só foi utilizado na dinastia Shang e no início da dinastia Zhou. Há grande variedade de zun, tendo mesmo adquirindo uma forma animal (elefante, rinoceronte, carneiPUB.

Fig. 6. Algumas tipologias de bronzes rituais. Fonte: Allan, Sarah (2005) The Formation of Chinese Civilization. An Archaeological Perspective, Yale University Press, p. 309.

Existiam mais de trinta tipologias de vasos rituais de bronze (Fig. 6). Tanto as formas como a decoração dos vasos em bronze procediam maioritariamente da cerâmica do Neolítico autóctone. Nas estações arqueológicas, as formas e o número de bronzes variam. Certas formas e práticas estão mais associadas a determinadas épocas e a determinado tipo de túmulo, assim como a determinados locais, fruto de histórias e mundivisões distintas. A origem dos nomes dados aos recipientes rituais também varia. Algumas denominações encontravam-se inscritas em recipientes da dinastia Shang, outras são nomenclatura da dinastia Song e outras ainda foram determinadas mais recentemente por convenção. Havia três tipos principais de recipientes de bronze: recipientes para alimentos, recipientes para vinho e recipientes para água. Entre os recipientes mais comuns para cozinhar alimentos encontrava-se uma variedade de tripés: o 鬲li, o 鼎ding, o tripé de corpo quadrado 方鼎fangding, o 鬲鼎liding e o 甗 yan. O li, de boca ampla e sem cobertu-

Fig. 7. Vaso tripé ding com máscara taotie. Finais da dinastia Shang. Museu de Xangai. By Mountain - Own work, CC BY-SA 3.0, https://commons. wikimedia.org/w/index.php?curid=602198

O fangding e o liding, um híbrido entre o li e o ding, são variantes deste último. O yan era utilizado para cozinhar alimentos ao vapor e compõe-se de uma parte inferior semelhante ao li, onde se colocava água, e uma parte superior semelhante a uma grande tigela que contém uma forma, fixa ou móvel, onde se colocava arroz ou cereais. Para servir e conservar alimentos utilizava-se o 簋gui, o 敦dui, o 簠fu, o 盨xu, o 禹yu e o 豆dou, de formas circulares e com asas e tampas sobre uma base grande. Foram fabricados desde finais da dinastia Shang até ao Período dos Estados Combatentes da dinastia Zhou. O dou distingue-se facilmente dos demais devido ao pé sobre o qual o corpo globular assenta (Fig. 36).

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ro, etc.). O fangyi (方彝) era um recipiente sacrificial quadrado importante, que exigia muita perícia na execução e na ornamentação (Fig.9).

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Fig. 9. Vaso para vinho fangyi. Dinastia Shang. Museu Victoria e Albert, Londres. By Osama Shukir Muhammed Amin FRCP(Glasg) - Own work, CC BY-SA 4.0, https://commons.wikimedia. org/w/index.php?curid=126333328

(Continua)


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ISRAEL CHINA PREOCUPADA COM ESCALADA DA SITUAÇÃO

Zhai manifestou o empenho da China em fazer “tudo o que for necessário” para promover o diálogo, alcançar um cessar-fogo e restabelecer a paz na região, sublinhando a importância de se avançar para uma solução que inclua dois Estados e uma resolução justa e duradoura para o conflito.

A China afirmou ontem que está a encarar a situação em Gaza com “grande preocupação” devido ao risco crescente de ocorrer um conflito em grande escala, através da expansão para as fronteiras vizinhas

É a falar

A soma dos medos

P

EQUIM está a acompanhar o desenrolar da situação em Gaza com “grande preocupação”, nomeadamente face à ameaça crescente do conflito se alargar aos países vizinhos. Citado pela televisão estatal chinesa CCTV, o enviado especial de Pequim para o Médio Oriente, Zhai Jun, que

se encontra em visita à região, alertou para a possível propagação do conflito a nível regional e internacional, especialmente ao longo das fronteiras do Líbano e da Síria, o que está a criar um quadro preocupante. Durante a Cimeira da Paz do Cairo, no sábado, Zhai exortou a comunidade internacional a estar

TSINGTAO INVESTIGADO FUNCIONÁRIO POR URINAR NAS MATÉRIAS-PRIMAS

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fábrica de cerveja chinesa Tsingtao anunciou que abriu uma investigação depois de um vídeo que mostra um trabalhador da fábrica a urinar nas matérias-primas se ter tornado viral na semana passada. As imagens, publicadas ‘online’ na quinta-feira, mostram alegadamente um trabalhador do armazém da Tsingtao Brewery Co, um dos maiores fabricantes de cerveja da China, a subir para um grande contentor e a aliviar-se no seu conteúdo. O vídeo circulou nas redes sociais chinesas, registando dezenas de milhões de visualizações na popular plataforma Weibo. A Tsingtao disse na sexta-feira que contactou a polícia sobre o incidente e que estava a decorrer uma investigação. “A nossa empresa atribui grande importância ao vídeo”, afirmou

o fabricante de cerveja num comunicado. “Comunicámos o incidente à polícia o mais rapidamente possível e os órgãos de segurança pública estão envolvidos na investigação”, acrescentou. “Actualmente, o lote de malte em questão foi totalmente selado. A empresa continua a reforçar os seus procedimentos de gestão e a garantir a qualidade dos seus produtos, acrescentou”. A Tsingtao, o segundo maior fabricante de cerveja da China, é uma das marcas de bebidas mais conhecidas do país e pode ser encontrada na maioria dos bares e restaurantes da Ásia. Nos últimos anos, a empresa cotada em Hong Kong procurou capitalizar a mudança de gostos dos jovens bebedores chineses, diversificando para cervejas artesanais e outros produtos.

“altamente vigilante” sobre a situação e a tomar medidas imediatas para garantir o cumprimento rigoroso do Direito humanitário internacional. O enviado especial chinês exortou a comunidade internacional a evitar uma grave catástrofe humanitária e a “trabalhar em conjunto para controlar a situação”.

O responsável realçou a vontade chinesa de manter uma comunicação estreita com a comunidade internacional, incluindo os países árabes, e a sua intenção de visitar os Emirados Árabes Unidos, a Arábia Saudita, a Jordânia e outros países da região, a fim de reforçar a coordenação regional para pôr termo à crise. Num encontro anterior, que ocorreu no dia 19 de Outubro no Qatar, com o seu homólogo russo, Mikhail Bogdanov, o diplomata chinês afirmou que a “raiz do actual conflito entre Israel e a Palestina

O enviado especial de Pequim para o Médio Oriente, Zhai Jun, alertou para a possível propagação do conflito a nível regional e internacional, especialmente ao longo das fronteiras do Líbano e da Síria, que está a criar um quadro preocupante se deve à falta de garantias dos direitos do povo palestiniano”. Ele assegurou que o país asiático vai procurar promover, em conjunto com a Rússia, o “arrefecimento” da situação em Gaza o mais rapidamente possível.

MERCADO BOLSISTA VENDA DE TÍTULOS CHINESES AGRAVA FUGA DE CAPITAL

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NVESTIDORES estrangeiros venderam o equivalente a 3,1 mil milhões de euros em acções de empresas cotadas na China, na semana passada, após o país ter registado em Setembro a maior fuga de capitais desde 2016, segundo um relatório. De acordo com o banco de investimento norte-americano Goldman Sachs, a fuga de capitais da segunda maior economia do mundo ascendeu este mês ao equivalente a 4,8 mil milhões de euros. Na semana passada, o índice CSI 300, que reúne as maiores empresas cotadas na China, caiu 4,2 por

cento, aproximando-se do nível mais baixo dos últimos 12 meses. “Com as taxas de juro mais altas por mais tempo nos Estados Unidos e a necessidade de maior flexibilização da política monetária na China, a pressão para a saída de capitais e a depreciação [da moeda chinesa, o yuan] vai persistir”, afirmaram os economistas do Goldman Sachs, num outro relatório publicado ontem. Cerca de 75 mil milhões de dólares (mais de 70 mil milhões de euros) saíram do país em Setembro, a maior saída líquida desde 2016, de acordo com o banco norte-americano, que utiliza a sua

própria medida do fluxo monetário transfronteiriço. Esta saída ocorreu depois de uma fuga de 42 mil milhões de dólares em Agosto (quase 40 mil milhões de euros), quando tanto a balança de capitais como a balança corrente registaram défices. Apesar do elevado excedente nas trocas comerciais entre a China e o resto do mundo, o país registou uma entrada líquida de 15 mil milhões de dólares em Setembro, contra 26 mil milhões de dólares em Agosto, o que sugere que as empresas mantiveram parte das suas receitas de exportação fora do país, face à depreciação da moeda chinesa.


terça-feira 24.10.2023

Rotas de colisão Filipinas convocam embaixador chinês devido a incidente com navios

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Governo de Manila convocou ontem o embaixador chinês no país, após duas colisões entre navios chineses e filipinos no disputado mar do Sul da China, informou uma representante da diplomacia das Filipinas. “Estamos a fazer pleno uso dos [mecanismos] diplomáticos (...) à nossa disposição. Isto inclui a convocação do embaixador chinês, o que fizemos esta manhã”, declarou ontem a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros das Filipinas. Teresita Daza disse numa conferência de imprensa que, como o embaixador chinês Huang Xilian se encontrava ausente da capital, foi o número dois da missão diplomática da China nas Filipinas a participar na reunião. O atol Ayungin “faz parte da nossa zona económica exclusiva e plataforma continental, e temos direitos soberanos e jurisdição sobre ela”, acrescentou Daza, usando o nome filipino do atol. No sábado, as Filipinas criticaram a guarda costeira chinesa após uma embarcação colidir com um navio de abastecimento filipino perto de uma pequena guarnição no disputado mar do Sul da China.

“As manobras perigosas de bloqueio do navio 5203 da guarda costeira chinesa provocaram a colisão com o navio de abastecimento [...] contratado pelas Forças Armadas das Filipinas” nas Spratlys, a cerca de 25 quiló-

metros do atol Second Thomas Shoal, onde está estacionada a Marinha filipina, referiu um grupo de trabalho governamental.

Quem te avisa

O Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês acusou Manila de ter provocado deliberadamente a colisão, afirmando que a embarcação filipina “ignorou vários avisos” da guarda costeira chinesa e “causou deliberadamente problemas” antes da colisão. Numa nota do Departamento de Estado divulgada na noite de domingo, os Estados Unidos afirmaram a solidariedade para com as Filipinas face “às acções perigosas e ilegais” da guarda costeira chinesa. Os Estados Unidos acusaram os navios chineses de “violarem o direito internacional ao interferirem intencionalmente com o exercício da liberdade de navegação em alto mar por parte dos navios filipinos”. Washington lembrou que o artigo IV do Tratado de Defesa Mútua EUA-Filipinas, de 1951, se estende a ataques armados contra as forças armadas, embarcações públicas e aeronaves filipinas - incluindo as da sua Guarda Costeira - em qualquer parte do mar do Sul da China. A conduta da guarda costeira chinesa, considera o Departamento de Estado, pôs em risco a segurança dos membros da tripulação filipina e impediu que os abastecimentos essenciais chegassem ao destino. O Departamento de Estado criticou o que chamou de provocações da guarda costeira chinesa no mar do Sul da China para “fazer valer as suas reivindicações marítimas expansivas e ilegais”, reflectindo o desrespeito por outros Estados que operam legalmente na região.

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DIPLOMACIA PRIMEIRO-MINISTRO AUSTRALIANO VISITA CHINA EM NOVEMBRO

A quebrar o enguiço

O primeiro-ministro australiano anunciou que vai visitar a China no início de Novembro, uma informação avançada horas antes de voar para os Estados Unidos para se encontrar com o Presidente norte-americano. Anthony Albanese tem na agenda deslocações a Pequim e Xangai

O

primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, anunciou no fim-de-semana que irá visitar a China no início do próximo mês. O gabinete do governante australiano também disse que a China concordou em rever as tarifas que colocou sobre o vinho australiano e que bloquearam desde 2020 o comércio com o maior mercado de exportação dos produtores de vinho. Albanese será o primeiro primeiro-ministro australiano a visitar a China em sete anos quando viajar para Pequim e Xangai de 4 a 7 de Novembro. Na agenda consta uma reunião com o Presidente, Xi Jinping, e o primeiro-ministro, Li Qiang, em Pequim, para depois participar na China International Import Expo em Xangai. A visita à China é um potencial avanço na disputa so-

bre o vinho e na normalização das relações bilaterais desde que o Partido Trabalhista de centro-esquerda de Albanese ganhou as eleições no ano passado, após nove anos de governo conservador na Austrália. “Estou ansioso por visitar a China, um passo importante para assegurar uma relação estável e produtiva”, afirmou Albanese num comunicado. “Congratulo-me com os progressos alcançados no sentido de devolver os produtos australianos, incluindo o vinho australiano, ao mercado chinês. Um comércio forte beneficia ambos os países”, acrescentou Albanese.

Usa flores no cabelo

Albanese aceitou um convite há semanas para visitar a China este ano, mas encontrar datas adequadas tem sido um desafio. O governante está de visita a Washington, D.C., para se

encontrar com Biden esta semana e vai regressar aos Estados Unidos após a viagem à China para participar no fó-

“Estou ansioso por visitar a China, um passo importante para assegurar uma relação estável e produtiva. Congratulo-me com os progressos alcançados no sentido de devolver os produtos australianos, incluindo o vinho australiano, ao mercado chinês.” ANTHONY ALBANESE PRIMEIRO-MINISTRO AUSTRALIANO

rum de líderes da Cooperação Económica Ásia-Pacífico em São Francisco, de 15 a 17 de Novembro. Esta será a nona vez que Biden se encontra com Albanese enquanto primeiro-ministro. A primeira reunião teve lugar em Tóquio, horas depois de Albanese ter tomado posse como líder do Governo em Maio do ano passado. As discussões desta semana deverão abranger o acordo AUKUS, no âmbito do qual os Estados Unidos e o Reino Unido vão cooperar para fornecer à Austrália uma frota de submarinos equipados com tecnologia nuclear norte-americana para fazer face a uma China mais assertiva. Os líderes também vão discutir uma maior cooperação em matéria de energia limpa, minério considerado essencial e combate às alterações climáticas.


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24.10.2023 terça-feira

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MOÇAMBIQUE CHINA E PORTUGAL COM MAIS DE 20% DA DÍVIDA PÚBLICA EXTERNA

Trocos entre amigos

Mais de 20 por cento da dívida externa contraída por Moçambique até ao final de Junho era com a China e Portugal, totalizando quase 2.000 milhões de euros, segundo dados de um relatório governamental

A

TÉ ao final de Junho, mais de um quinto de toda a dívida pública externa moçambicana era com Portugal e China, numa quantia de quase 2 mil milhões de euros, de acordo com um relatório governamental a que a Lusa teve acesso. De acordo com o relatório sobre a dívida pública, do Ministério da Economia e Finanças, Moçambique tinha no final do primeiro semestre um ‘stock’ de dívida pública contraída externamente num valor total superior a 10.215 milhões de dólares (9.663 milhões de euros), uma redução de 2,9 por cento face ao primeiro trimestre.

Só a China representava 15,8 por cento de toda a dívida pública externa de Moçambique, totalizando mais de 1.616 milhões de dólares, enquanto Portugal representava 4,4 por cento do total, no valor de 452,3 milhões de dólares Desse total, 52,1% correspondia a dívida pública externa contraída junto de credores multilaterais, no valor global de 5.326 milhões de dólares (5.038 milhões

de euros), um aumento de 6,5 por cento face ao primeiro trimestre. Contudo, só 3.045 milhões de dólares (2.890 milhões de euros) correspondem ao financiamento da Associação Internacional de Desenvolvimento, do grupo Banco Mundial. Já o peso dos credores bilaterais é de 39 por cento do total da dívida pública externa, que ascendia no final de Junho a 3.988 milhões de dólares (3.784

milhões de euros), menos quase 1 por cento face ao final de Março.

Outras balanças

Só a China representava 15,8 por cento de toda a dívida pública externa de Moçambique, totalizando mais de 1.616 milhões de dólares (1.533 milhões de euros), inalterada face ao primeiro trimestre, enquanto Portugal representava 4,4 por cento do total, no valor de 452,3 milhões de dólares (429 milhões de euros),

uma redução de 4,7 por cento no espaço de três meses. Entre outros credores bilaterais da dívida pública externa moçambicana estão ainda a Líbia, com 253,3 milhões de dólares (429,1 milhões de euros), Angola, com 61,4 milhões de dólares (58,2 milhões de euros), o Brasil, com 47,4 milhões de dólares (44,9 milhões de euros), ou a Rússia, com praticamente 56 milhões de dólares (53,1 milhões de euros).

COMÉRCIO MOÇAMBIQUE ESPERA LAÇOS MAIS ESTREITOS COM CHINA

O

primeiro-ministro moçambicano, Adriano Maleiane, expressou na sexta-feira a esperança de fortalecer a cooperação económica e comercial em vários sectores com a China num evento promocional de investimento realizado na província de Hubei, no centro da China.

No discurso que proferiu no evento, Maleiane enfatizou as forças económicas de Moçambique e mostrou-se esperançado que ambos os países aprofundem a cooperação em sectores como agricultura, turismo, energia e desenvolvimento de infra-estrutura para avançar a

diversificação económica do país. Mais de 50 funcionários moçambicanos e representantes empresariais participaram do evento. A China está entre os 10 maiores investidores estrangeiros de Moçambique, com 166 projectos aprovados em Moçam-

bique entre 2017 e 2022, que segundo a Xinhua criaram mais de 19.000 empregos. O valor total de investimento ultrapassou mil milhões de dólares, dos quais mais de 700 milhões são investimentos directos, de acordo com os dados compartilhados pelo ministro moçambicano da

Indústria e Comércio, Silvino Moreno, no evento. A maioria destes investimentos foram no sector industrial, seguido pela construção e serviços, disse Moreno, acrescentando que Moçambique está ansioso pelo investimento chinês na agricultura, indústria, infra-estrutura e logística.

Alegoria da caverna

De pintura rupestre ao “metaverso”, empresário brasileiro busca oportunidades na China

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SANDO um dispositivo RV (realidade virtual), como se estivesse numa caverna antiga no Brasil, pinturas rupestres começam a aparecer. A única barreira é a impossibilidade de interagir com humanos antigos, mas a criação de uma pintura rupestre é uma experiência ao alcance do Homem quotidiano. Este foi o mundo que o brasileiro Alexandre Silva mostrou aos participantes da Conferência Mundial sobre Indústria de RV 2023. A conferência realizou-se nos dias 19 a 20 de Outubro na província de Jiangxi, no leste da China, atraindo mais de 3 mil “insiders” e especialistas industriais de todo o mundo. Alexandre Silva é CEO da VRXP - Consultancy & Production, uma empresa brasileira que se concentra em grandes produções de eventos RX (abrangendo Relidade Virtual e Realidade Aumentada) e na criação de design de experiências RX. Em declarações à agência Xinhua, o empresário levantou um pouco o véu sobre a apresentação que fez em Jiangxi, que resultou de uma coprodução que ganhou prémios internacionais em França este ano. A experiência interactiva chama-se Ink & Fire. “Nos tempos antigos, as pessoas pintavam nas paredes com as mãos e ferramentas. Temos no Brasil a maior colecção de pinturas rupestres do hemisfério sul. Para fazer os possíveis para restaurar essas pinturas especiais, a minha equipa tirou 300 mil fotos que permitem ao público ‘presenciar’esse património. Espero que mais chineses possam aprender sobre a cultura e a história brasileiras”, afirmou.

De regresso

Durante a conferência, Alexandre Silva tomou conhecimento de uma série de projectos de cooperação da indústria de RV lançados pelos governos locais chineses. “Esses projectos envolvem educação, pesquisa científica, turismo, jogos e outros aspectos, mostrando que o mercado de aplicações de RV da China tem uma perspectiva ampla”, acrescentou. O empresário considera que os profissionais brasileiros enfrentam um desafio comum - a maioria do conteúdo de RV de qualidade do mundo está em inglês, e muitas pessoas no Brasil não falam inglês. Como tal, a sua empresa planeia traduzir mais conteúdo de RV de alta qualidade em português como próximo passo.


terça-feira 24.10.2023

O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, disse ontem estar a preparar uma redução no imposto sobre o rendimento das famílias, afectado pela inflação, assim como incentivos fiscais para encorajar as empresas nipónicas a investir

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JAPÃO GOVERNO QUER CORTAR IMPOSTOS ÀS FAMÍLIAS E INCENTIVAR EMPRESAS

Para soltar a pressão

como a invasão da Ucrânia pela Rússia e a guerra entre Israel e o movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza.

Os líderes da oposição acusaram o primeiro-ministro de tentar comprar votos, depois do partido que o apoia, o Partido Liberal Democrata, ter perdido um assento no parlamento em eleições parciais

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O discurso de abertura do novo ano parlamentar, Kishida defendeu que é altura de mudar de uma economia de baixos salários e redução de custos para uma economia apoiada pelo crescimento criado por aumentos salariais sustentáveis e investimento. “Estou determinado a tomar medidas ousadas sem precedentes (…). Colocarei mais ênfase na economia do que em qualquer outra coisa”, disse o chefe de Governo. Kishida prometeu um esforço intensivo para alcançar uma capacidade de produção mais forte no espaço de cerca de três anos. O primeiro-ministro garantiu ainda estar determinado a ajudar as famílias a superar o impacto do aumento dos preços dos alimentos e

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M grupo de funcionários de várias instituições de Timor-Leste iniciou uma formação, que vai decorrer maioritariamente em Portugal, para supervisionar as finanças públicas timorenses no âmbito de um projecto sobre a boa gestão do dinheiro público. “Esta acção de formação, especialmente desenhada tendo em conta a realidade, a legislação e as instituições timorenses, está em linha com os objectivos acordados, isto é, apoiar o reforço da capacitação em matérias de supervisão das finanças públicas das instituições do Estado”, afirmou o embaixador da União Europeia em Díli, Marc Fiedrich. A formação insere-se no projecto, denominado “Osan Povu Nian, Gere Ho Di’Ak – Gerir bem o dinheiro público”, finan-

serviços públicos, através da implementação de cortes no imposto sobre o rendimento. Kishida também se comprometeu a introduzir incentivos fiscais às empresas para encorajar aumentos salariais e investimento. Os líderes da oposição acusaram o primeiro-ministro de tentar, com estas promessas, comprar votos, depois do partido que o apoia, o Partido Liberal Democrata, ter perdido um assento no parlamento em eleições parciais realizadas no domingo.

“Os resultados mostram claramente que muitos eleitores estão insatisfeitos com o atraso nas medidas económicas do Governo para combater o aumento dos preços”, disse Jun Azumi, um deputado do Partido Democrático Constitucional, da oposição.

Andar à pesca

Fumio Kishida negou que a proposta de redução de impostos tenha propósitos eleitorais

Lições de Braga

Funcionários de Timor recebem formação para gerir finanças públicas

ciado pela União Europeia e cofinanciado e gerido pelo Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, estabelecido em 2017 com as autoridades timorenses e que termina em Fevereiro de 2024. O grupo, que vai fazer a formação no Centro de Estudos Jurídicos da Uni-

versidade do Minho, em Braga, inclui elementos da Inspecção Geral do Estado, Câmara de Contas, parlamento nacional, Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC) e da Comissão Anticorrupção. Segundo Marc Fiedrich, aqueles elementos vão ver as suas “capacidades refor-

e diz que faz parte de um novo pacote de estímulo económico que pretende anunciar até ao final do mês. “Agora é a altura de me concentrar nisso e não estou a pensar em mais nada”, disse o primeiro-ministro aos jornalistas, após o fim da sessão parlamentar. Ainda durante o discurso, Kishida reiterou a necessidade de fortalecer as forças armadas do Japão, apontados para conflitos

çadas em matéria de supervisão e auditoria, bem como de controlo interno e externo de finanças públicas”. “Nos países democráticos, a boa gestão das finanças públicas é garantida por um sistema de supervisão independente para o qual concorrem vários organismos do Estado e a sociedade civil que, numa lógica de pesos e contrapesos, garantem a transparência, a legalidade e a correta aplicação dos fundos públicos”, salientou o embaixador da União Europeia.

Parceiro fundamental

Presente na cerimónia, que marcou o início da formação, no Centro Cultural Português de Díli, esteve também o diretor nacional da PCIC, o procurador Vicente de Brito. O procurador destacou que o “projecto tem sido um parceiro fundamental” para aquela força policial e tem

“promovido a articulação entre os diferentes órgãos de controlo e supervisão das finanças públicas criando sinergias e oportunidades de colaboração”. “Osan Povu Nian, Gere Ho Di’Ak – Gerir bem o dinheiro público” tem como objectivo, segundo a página oficial do projeto na Internet, “melhorar o desenvolvimento sustentável de Timor-Leste através de uma prestação de serviços públicos mais eficaz, íntegra, transparente, responsável e orientada para o cidadão”. O projecto tem como principais grupos-alvo, além da comunicação social e a sociedade civil, o parlamento nacional, o Tribunal de Recurso e a Câmara de Contas, a Procuradoria-Geral da República e o Ministério Público, a Inspeção-Geral do Estado, a Comissão Anticorrupção e a PCIC.

O chefe do Governo também instou a China a suspender imediatamente a proibição de importações japonesas de marisco, imposta em Agosto, quando a central nuclear de Fukushima começou a libertar no mar águas residuais radioactivas tratadas. As autoridades do Japão estão a trabalhar para encontrar novos mercados para a indústria pesqueira japonesa e reduzir a dependência da China, disse Kishida.

Ténis Norte-americano Ben Shelton conquista título em Tóquio

O tenista norte-americano Ben Shelton conquistou no domingo o seu primeiro título no circuito ATP, ao derrotar o russo Aslan Karatsev numa final de Tóquio decidida em dois sets. A ter uma excelente primeira temporada a tempo inteiro no circuito ATP, Shelton, de 21 anos e 19.º do ranking mundial, bateu Karatsev, 50.º, por 7-5 e 6-1, em uma hora e 23 minutos. Na sua primeira final, Shelton tornou-se o sexto tenista a conseguir a primeira vitória em torneios esta temporada e o primeiro desde o italiano Lorenzo Musetti (Hamburgo em 2022) a fazê-lo num torneio de categoria 500. Shelton vai subir à 15.ª posição da hierarquia, a sua melhor de sempre, depois de ter começado a temporada no 96.º posto. Karatsev procurava o seu quarto título no circuito ATP e o primeiro desde que derrotou o britânico Andy Murray na final de Sydney em 2022.


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CINETEATRO BRYAN FOGEL | ÍCARO

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consegue a proeza de falar na primeira 1 “Ícaro” pessoa do escândalo de doping que envolveu

o governo russo, quando em 2016 foi acusado de patrocinar o esquema de dopagem dos seus atletas. Isto porque a “pedra no sapato” que 4 trama o Kremlin e que acaba por revelar todos requintes da fraude que escala até chegar a 3 os Vladimir Putin, foi o próprio cérebro da operação, o químico Grigory Rodchenkov. Tudo começa quando Rodchenkov se predispõe a ajudar o realizador Bryan Foge a dopar-se e a 5 sentir na pele o efeito da droga. Num instante tudo escala numa atracção mórbida pelo descalabro e pela descrença total naquilo que muitas vezes nos colocam à frente, quer seja numa pista de atletismo, em cima de uma bicicleta ou num campo de futebol. Hoje Macau

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8 4 7 1 2 1 4 8 9 9 3 8 4 7 8 6 2 AVISO 1 6 COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL 5 1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu 2 de5 9Setembro, 3 conjugado 5 com os término, e, que acordo com o artigo 53.º1 da Lei n.º 10/2013«Lei de Terras», de 2 de artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período 9 de dez anos7 3seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da6contribuição a contar da 1 data do especial liquidada pela Direcção 4 dos Serviços 8 de Solos e Construção Urbana. 7 4 Localização dos terrenos: 8 - Avenida do Conselheiro Borja, n. 212 e 250, Avenida do General Castelo 1 Branco, n. 426, Rua4Central de5 os

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FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Yu-Ning Chu Com: Crowd Lu, Hsuan Huang(Yellow), Sam Tseng, Hsuan-Yen Tsai 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2

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FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Zhang Yimou Com: Lei Jiayin, Zhang Guoli, Yu Hewei 14.30,19.15

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FALADO EM JAPONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS

Um filme de: Hiroaki Matsuyama Com: Masaki Suda, Kouhei Matsushita, Keita Machida, Nanoka Hara 16.45, 21.30 SALA 3

BAND FOUR [B]

FALADO EM CANTONENSE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Mo Lai Yan Chi Com: Kay Tse, Teddy Robin, Rondi Chan 14.30, 16.30, 21.30

CREATION OF THE GODS I [C]

FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Wu Er Shan Com: Kris Phillips, Li XueJian, Bo Huang, Yosh Yu, Luke Chen, Naran 18.50

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2 Propriedade 1 6 Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; 3 8 Nunu Wu 7 Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; 4 9 7 www. Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária 1 5 3e Publicidade 8 hojemacau. de redacção Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare com.mo Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo 6 8 1 54

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Toi San, n.os 302 e 338 e Rua do Dr. Ricardo de Sousa, n.o 61, em Macau, (Edifício Yat Lai Garden); - Estrada dos Cavaleiros, n.os 1 a 19, em Macau, (Edifício Iao Wa); - Estrada de Cacilhas, n.o 18, Estrada de Ferreira do Amaral, n.os 13 e 15 e Rotunda de S. João Bosco, n.os 5 a 15, em Macau, (Edifício I Cheong Fa Iun); - Rua da Doca dos Holandeses, n.os 16, 28 e 58 a 90, Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.os 303 a 339 e Rua dos Pescadores, n.os 196 a 242, em Macau, (Edifício Industrial Ocean); - Avenida do Coronel Mesquita, n.os 11S a 11W, em Macau, (Edifício Yee Fu); - Rua de Francisco Xavier Pereira, n.os 1 a 1E e Estrada do Repouso, n.os 48 a 48C, em Macau, (Edifício Seng Kong); - Rua de Francisco Xavier Pereira, n.os 112 a 112F e Avenida do Ouvidor Arriaga, n.os 57 a 61, em Macau, (Edifício Yue Xiu Garden); - Avenida do Ouvidor Arriaga, n.os 49 a 51C e Rua de Pedro Coutinho, n.os 31 a 31F, em Macau, (Edifício Golden Garden); - Rua Nova à Guia, n.os 207 a 243, Calçada da Surpresa, n.os 2 a 14 e Estrada do Visconde de S. Januário, n.os 26 e 28, em Macau, (Edifício Peak Garden); - Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.os 260 a 278 e Rua de Pequim, n.os 83 a 103L, em Macau, (Edifício Royal Centre); - Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.os 298 a 316, Rua de Xangai, n.os 147 a 191 e Rua de Pequim, n.os 111 a 123, em Macau, (Edifício Associação Comercial de Macau); - Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.os 412A a 438 e Alameda Dr. Carlos D›Assumpção, n.os 719A a 745, em Macau, (Edifício Veng Tai); - Estrada Governador Albano de Oliveira, n.o 833 e Rua dos Jogos da Ásia Oriental, n.o 100, na Ilha da Taipa, (Edifício Oscar Crescent) ; - Avenida dos Jogos da Asia Oriental, n.os 678 a 750, na Ilha da Taipa, (Edifício River Let). 2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam à Recebedoria destes serviços, situada no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Serviços da RAEM das Ilhas, para os efeitos do respectivo pagamento. 3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada. Aos, 29 de Agosto de 2023. O Director dos Serviços de Finanças Iong Kong Leong


terça-feira 24.10.2023

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macau visto de hong kong

David Chan

SUBSÍDIO DE NASCIMENTO O SUBSÍDIO de nascimento é um benefício incluído no sistema de Segurança Social de Macau e tem actualmente o valor de 5.418 patacas. Imaginando que esta quantia subia para 20.000 patacas, sentir-se-iam os residentes da cidade encorajados a ter mais filhos? Circulam notícias na Internet que o Governo da cidade vai atribuir um subsídio de nascimento de 20.000 dólares de Hong Kong (HKD) para aumentar a taxa de natalidade na cidade vizinha. Esta fonte também assinalava que esta será uma política de longa duração. Como todos sabemos, Hong Kong tem uma taxa de natalidade baixa. Durante a pandemia, nasceram anualmente menos de 50.000 bebés. Verificaram-se cerca de 32.500 nascimentos em 2022. Para uma população de 7,5 milhões, este número significa uma taxa de natalidade de apenas 0.43%, que é na verdade muito baixa. O impacto social de uma taxa de natalidade baixa é óbvio, significa que no futuro a percentagem de pessoas no activo será igualmente baixa. À medida que a população activa diminui, a produtividade também diminui, conduzindo a uma retracção da economia. Uma taxa de natalidade baixa também significa que a próxima geração vai ter mais encargos financeiros mais pesados com a geração que a precede. Na década de 70 do séc. XX, registavam-se cerca de 130.000 nascimentos por ano em Hong Kong e agora registam-se apenas cerca de 32.500. Comparando estes números, escusado será dizer quanto aumentará o encargo financeiro da próxima geração com os cuidados a prestar aos seus progenitores. A sociedade também tem de encarar o problema do envelhecimento da população. Actualmente, a percentagem de habitantes de Hong Kong com mais de 65 anos é superior a 20% do total da população. O envelhecimento da população, a par de uma taxa de natalidade baixa, vai reduzir a força de trabalho. Para lidar com este problema, o Governo de Hong Kong tem de aumentar os benefícios para os idosos. Todos estes dados não são conducentes ao desenvolvimento económico de Hong Kong. Partindo do princípio de que o subsídio de nascimento sobe para os 20.0000 HKD, se nascerem 10.000 bebés o Governo vai despender 2 mil milhões. Imaginando que depois do Executivo de Hong Kong implementar esta medida, nascem 50.000 crianças, o total ascende a 10 mil milhões. A julgar pela actual situação financeira global do Governo de Hong Kong, ainda é comportável. Portanto, não é surpreendente que devido a vários factores, as notícias referentes ao aumento deste subsídio circulem na Internet. A questão-chave é a seguinte: poderá o subsídio de 20.000 HKD levar as pessoas terem vontade de ter mais filhos? Todos sabemos que depois de um bebé nascer, os pais, para além de terem de o criar, têm de lhe garantir a sua educação e pagar as

“O Governo de Macau distribui anualmente verbas aos residentes na forma de cheques pecuniários no valor de 10.000 patacas. Estes incentivos económicos não são, de modo algum, comparáveis ao subsídio de nascimento único de Hong Kong.”

despesas de saúde. Depois de crescer, é preciso ajudá-lo a arranjar uma casa. Como é que todos estes problemas podem ser resolvidos com um subsídio de nascimento de 20.000 HKD? Apenas podemos dizer que este subsídio dá algum apoio aos pais, mas é uma gota de água no oceano. Estes irão gastar muitíssimo mais a criar o filho até que atinja a idade adulta. Em Macau, nasceram 1.907 bebés no primeiro semestre de 2023. No segundo trimestre deste ano a população local atingia as 678.800

pessoas. Baseados nestes dados, estima-se que a taxa de natalidade em Macau, relativa a 2023, seja de cerca de 0.56%. O impacto de uma taxa de natalidade baixa já foi mencionado anteriormente. No entanto, Macau sempre acolheu trabalhadores estrangeiros. A aceitação destes trabalhadores em Macau é muito maior do que em Hong Kong, o que é positivo para reforçar a força de trabalho. Em Macau, se o pai e a a mãe solicitarem o subsídio de nascimento podem receber 11.000 patacas. Se a notícia divulgada na Internet estiver correcta, Hong Kong vai atribuir um subsídio de nascimento de 20.000 HKD. Em comparação, o subsídio de Hong Kong é mais alto, mas em Macau esta política veio para ficar e a estabilidade é um dos factores mais importantes, promovendo a vontade das pessoas procriarem. Além disso, o Governo de Macau distribui anualmente verbas aos residentes na forma de cheques pecuniários no valor de 10.000 patacas. Estes incentivos económicos não são, de modo algum, comparáveis ao subsídio de nascimento único de Hong Kong. Como acima foi referido, depois de o bebé nascer, os pais têm de o criar, dar-lhe comida, roupas, casa e transporte o que representa uma quantia incalculável, mas este dinheiro é gasto de boa vontade porque amam os filhos acima de tudo. Do ponto de vista da administração pública, a provisão do Governo para os subsídios de nascimento pode certamente aumentar a vontade dos residentes de terem mais filhos. Desde que a população seja suficiente, a economia desenvolver-se-á naturalmente de forma constante e todos beneficiarão.

Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Universidade Politécnica de Macau • Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau • legalpublicationsreaders@yahoo.com.hk • http://blog.xuite.net/legalpublications/hkblog


“Só nos esquecemos do tempo quando o utilizamos.” PALAVRA DO DIA

Charles Baudelaire

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24.10.2023

Grande Baía Fórum Oceano quer “explorar oportunidades”

A delegação de Macau da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa e o Fórum Oceano-Associação de Economia do Mar assinaram um protocolo de cooperação para “explorar as oportunidades na Área da Grande Baía” na economia azul. Esta é uma cooperação para a “internacionalização de empresas portuguesas que queiram instalar actividade na China” e “explorar as oportunidades na Área da Grande Baía, especialmente na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau, em Hengqin”, disse à Lusa o secretário-geral do Fórum Oceano. “Por outro lado, considerando as oportunidades que apresenta a economia azul, também para as empresas chinesas que queiram desenvolver actividade em Portugal e explorar essas oportunidades”, adiantou Ruben Eiras. “Existem elementos para ser uma relação duradoura, com interesse de parte a parte, e, sobretudo, no tema da economia azul”, afirmou o responsável, salientando o exemplo de empresas chinesas nas novas energias, como as eólicas ‘offshore’.

Gaza Ataques israelitas já fizeram mais de 5 mil mortes

Future Brigth “Considerando a actual indústria turística em Macau, o grupo pretende concentrar-se nos negócios existentes para gerar rendimentos estáveis e reduzir as despesas operacionais e encargos financeiros.”

Saída de mansinho O Future Bright deixa plano da zona de restauração do Grand Lisboa Palace

GCS

grupo Future Brigth, liderado pelo deputado Chan Chak Mo, vai abandonar o projecto para explorar a zona de restauração do Grand Lisboa Palace, o resort integrado da Sociedade de Jogos de Macau (SJM) no Cotai. Segundo o portal GGR Asia, a empresa anunciou aos accionistas em Janeiro de 2020 que iria gerir o espaço durante três anos, período que coincidiu com o período a pandemia. Num comunicado divulgado à bolsa de valores de Hong Kong

no final da semana passada, a empresa refere que “considerando a actual indústria turística em Macau, o grupo pretende concentrar-se nos negócios existentes para gerar rendimentos estáveis e reduzir as despesas operacionais e encargos financeiros”. Na mesma nota, o grupo referiu que o valor do activo de direito do uso da zona de restauração do grupo, que deixa de ser reconhecido no âmbito do acordo de rescisão do acordo com a SJM, era de cerca de 22,80 milhões de dólares de Hong Kong.

Em Julho de 2021, em plena pandemia e quando o acordo ainda estava em vigor, a operadora de jogo concordou em reduzir a taxa mínima a pagar pelo acordo por parte da Bright Noble Co Ltd., empresa pertencente ao grupo que seria responsável pela exploração de cafés e restaurantes no Sands Cotai Central.

Cartas no Venetian

Pelo contrário, a Future Bright renovou o contrato, por quatro anos, até 31 de Agosto de 2027, para explorar um restaurante japonês

Hospital São Januário Simulacro marcado para esta tarde O Centro Hospitalar Conde de São Januário (CHCSJ) vai realizar hoje à tarde um simulacro de evacuação de emergência em caso de incêndio, indicaram ontem os Serviços de Saúde. O

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no Venetian, espaço gerido pelo grupo desde 2008. O desempenho financeiro do restaurante “tem sido, de um modo geral, satisfatório”, lê-se no mesmo comunicado. O grupo Future Bright foi criado em 1984 e desde então tem mantido a sua marca na exploração de diversos espaços de restauração em Macau, além de apostar em serviços de catering ou gestão de espaços de entretenimento. Andreia Sofia Silva

exercício, que começa às 15h, tem como objectivo melhorar a capacidade de resposta do pessoal a incêndios e os mecanismos de comunicação. O Governo garante que “o exer-

cício será conduzido de forma a não afectar o funcionamento do hospital” e que “todos os serviços prestados ao público irão manter o seu normal funcionamento”.

O ministério da Saúde do grupo islamita Hamas, que controla a Faixa de Gaza, afirmou ontem que pelo menos 5.087 pessoas, incluindo 2.055 crianças, morreram desde o início dos bombardeamentos israelitas em retaliação pelo massacre de 7 de Outubro. Pelo menos 15.273 pessoas ficaram feridas desde 7 de Outubro, acrescentou o Governo do Hamas, ao fim de 17 dias da guerra desencadeada pelo ataque deste grupo islamita palestiniano. O balanço de vítimas foi feito após o Governo do Hamas ter reportado mais de 60 mortos após um ataque do Exército israelita durante a passada noite na Faixa de Gaza. Um dos ataques matou 17 pessoas numa casa em Jabaliya, no norte do território, referiu a mesma fonte. Israel mantém a Faixa de Gaza sob bombardeamentos constantes desde 7 de Outubro, quando comandos do Hamas fizeram uma incursão sem precedentes no país e mataram cerca de 1.400 pessoas, segundo as autoridades de Telavive.

Israel Presidente francês desloca-se hoje a Telavive

O Presidente francês, Emmanuel Macron, vai hoje a Telavive para se encontrar com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu. A visita do Presidente francês ocorre mais de duas semanas após os ataques do grupo palestiniano Hamas em território israelita, que fizeram mais de 1.400 mortos, incluindo 30 cidadãos franceses. Além disso, sete cidadãos franceses continuam desaparecidos: uma jovem tem o estatuto de refém e “para os outros seis há uma presunção de que são reféns, mas não há certeza”, segundo Emmanuel Macron. Desde o início do conflito envolvendo Israel e o Hamas, o Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, já estiveram em Israel. No sábado a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, também se deslocou a Israel para um encontro com o primeiro-ministro, Benjamim Netanyahu, como Roberta Metsola, presidente do parlamento europeu, o chanceler alemão, Olaf Scholz, ou o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak.


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