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hojemacau MOP$10
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • QUARTA-FEIRA 24 DE AGOSTO DE 2011 • ANO X • Nº 2439
TEMPO AGUACEIROS OCASIONAIS MIN 27 MAX 33 HUMIDADE 55-95% • CÂMBIOS EURO 11.6 BAHT 0.3 YUAN 1.3
Disparam crimes cometidos por jovens
Faroeste juvenil
Os crimes cometidos pelos jovens de Macau aumentaram 85% no primeiro semestre deste ano. Furtos e ofensas a integridade física lideram as queixas. No geral, os casos violentos subiram 6,5% em seis meses. A cada três dias, uma pessoa foi sequestrada no território - 39 vítimas em locais próximos a casinos. > PÁGINA 6
Língua Portuguesa
Suicídios
• PÁGINA 10
• PÁGINA 7
DOUTORAMENTOS PARA ESTIMULAR FORMAÇÃO
Ter para ler
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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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À BEIRA DE UM NÚMERO RECORDE
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ACTUAL
Ocidente deverá “limpar a confusão” que criou na Líbia, diz China
Com as vassoura na mão
O
Ocidente tem a responsabilidade de “limpar a confusão” que causou na Líbia, escreve hoje a imprensa oficial chinesa, ao reiterar os apelos de Pequim para se restaurar a paz no país o mais depressa possível. “A inversão do regime de Kadhafi é um espectáculo para os media, não serve para discutir a reconstrução do país”, salienta um editorial do diário “Global Times”, que defende que o “Ocidente deverá assumir a sua responsabilidade e limpar a confusão que causou na Líbia”, sem
especificar os países ocidentais a que se refere. O “China Daily” reitera os apelos do Governo chinês para um regresso à “estabilidade” na Líbia, insistindo na necessidade de se “restaurar a paz o mais depressa possível”. A China informou na segunda-feira que irá “respeitar a escolha do povo líbio”, quando os rebeldes alegam controlar a maior parte dos bairros de Tripoli. “A China respeita a escolha do povo líbio e espera um regresso rápido à estabilidade na Líbia”, afirmou o Ministério dos Negócios
CHINÊS CRIA O PRÓPRIO DISCO VOADOR
CRISE VAI EQUILIBRAR BALANÇA COMERCIAL CHINESA EM 2012
Jogo empatado
Um agricultor chinês criou o seu próprio disco voador e teve sucesso no voo inaugural. Shu Mansheng, que tem apenas o ensino básico, voou a uma altura de dois metros. Toda a mecânica e electrónica necessária para o projecto, Shu aprendeu sozinho. O invento tem oito motores ligados em hélices.
A
balança comercial da China vai equilibrar-se em 2012 com a redução do superávit devido à diminuição da procura de produtos pelas economias dos EUA e Europa, prevê o antigo vice-ministro do Comércio Wei Jianguo. “O ano que vem será crítico para a China, já que a crise da dívida nos EUA e Europa ira reduzir a procura destas economias e a valorização do yuan afectará as exportações”, disse o secretário-geral do Centro para o Intercâmbio Económico Internacional da China e antigo vice-ministro do Comércio, Wei Jianguo, citado pela jornal oficial “China Daily”. O responsável salientou
CHINA DECIDE ABANDONAR PROJECTOS NA SÍRIA DEVIDO À VIOLÊNCIA
Instabilidade leva a desistência A
empresa chinesa Great Wall Drilling Co, filial do grupo China National Petroleum Corp., decidiu abandonar seis grandes projectos de exploração de petróleo e gás na Líbia, Síria, Argélia e Nigéria, anunciou ontem a imprensa da China. De acordo com o jornal Beijing Times, esta decisão é justificada pela empresa com a “instabilidade
política” e necessidade de proteger a “segurança do (seu) pessoal”, sem especificar a natureza dos projetos que decidiu abandonar, salientando apenas que esta decisão causará perdas de 1,2 mil milhões de yuan. Um porta-voz da China Petroleum Corp. disse à AFP não ter conhecimento do abandono daqueles projectos pelo grupo.
Estrangeiros ao salientar que a China “está pronta para trabalhar com a comunidade internacional e desempenhar um papel positivo na reconstrução da Líbia”. Pequim intensificou nos últimos meses os contactos com o Conselho Nacional de Transição, o órgão político dos rebeldes, que reconheceu como “interlocutor importante”. A China tem investimentos na Líbia avaliados em cerca de 18 mil milhões de dólares, especialmente no sector dos hidrocarbonetos, construção, caminhos de ferro e telecomunicações, em que trabalham cerca de 35 mil chineses, que foram retirados do país no início do conflito, em Fevereiro. Membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, a China absteve-se em Março de votar a favor de ataques aéreos contra a Líbia.
Na primavera, a China decidiu retirar milhares de trabalhadores chineses do sector dos hidrocarbonetos na Líbia devido à situação política instável do país. A Síria é há cinco meses palco de revoltas populares, a Argélia enfrenta ataques islamitas e a Nigéria está longe de se estabilizar politicamente, apesar das eleições de Março.
que apesar de as exportações da China para as economias emergentes estarem a aumentar a ritmos acelerados estas cobrem apenas um terço daquelas que foram perdidas na América do Norte e Europa. “Com as exportações em baixa no próximo ano e as importações a crescer, a China poderá alcançar o equilíbrio comercial”, disse Wei, ao prever que o superávit comercial do país cairá para menos de 100 mil milhões de dólares este ano face aos 183 mil milhões de dólares de 2010. Em relação à Europa, Wei Jianguo alerta que as exportações deverão registar uma queda de 10% para um acréscimo
máximo entre os 13 e os 15% este ano face a um aumento entre os 22 e os 28% registado em 2010. Em Julho, a China registou um superávit comercial de 31.500 milhões de dólares, o mais alto dos últimos dois anos, situação que Wei atribui às exportações antes da valorização do yuan, que a 11 de Agosto registou um recorde dos últimos 17 anos. O Governo chinês vai baixar nos próximos meses as tarifas de importações para diversos produtos, entre os quais artigos de luxo, para estimular o consumo, anunciou em Junho um porta-voz do Ministério do Comércio.
Portugueses e brasileiros nunca se deram realmente mal. Mas temos que admitir que existe uma te(n)são latente. Provavelmente é por nos conhecermos tão bem sem nunca nos termos visto. Esta coisa de partilhar uma língua, ainda que modulada pela geografia e outros factores (como, aliás, acontece ao longo de todo o Brasil e todo o Portugal), tem muito mais que se lhe diga do que a própria língua consegue dizer. Carlos Morais José, P. 14
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Pequim enfrenta possibilidade de uma segunda recessão na economia mundial
O velho dilema: inflação ou crescimento?
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índice de preços ao consumidor subiu 6,5% em Julho na comparação com um ano antes (em Junho, avançou 6,4%), apesar de medidas de estabilização do preço de suínos que supostamente ajudariam a conter a inflação. Igualmente preocupante, a variação mês a mês dos preços acelerou para 0,5%, mais do que o 0,3% de Junho. O crescimento da produção industrial caiu 14% na comparação com o ano anterior, menos do que os 15,1% de Junho. Isso confirma dados de pesquisas com gerentes de compra da China e cifras de exportação do primeiro semestre do ano, segundo os quais o crescimento perde fôlego. O índice PMI do HSBC entrou em terreno de contracção em Julho, sugerindo que o ritmo sequencial do crescimento é ainda mais pessimista. A resposta natural a uma inflação alta e crescente devem ser mais medidas para conter os preços. Mas
com a queda no crescimento, e o medo de que a fraca recuperação mundial vá derrubá-lo ainda mais, autoridades chinesas encontram-se seriamente conflituadas. No passado, quando Pequim teve de escolher entre crescimento e inflação, a tendência de autoridades foi promover o primeiro. O mesmo poderia estar a acontecer agora. Em Junho e Julho, o Banco Popular da China injectou cerca de 66 mil milhões de dólares no mercado, anulando o impacto da última elevação na taxa de reservas obrigatórias. Isso contribuiu para que juros de empréstimos interbancários de uma semana caíssem de mais de 9% em meados de Junho para 3% no início deste mês. Isso facilita a captação de fundos por bancos e poderia contribuir para uma ligeira expansão do crédito nos próximos meses. E o último golpe na confiança mundial não é de todo má notícia para a China. Um crescimento
menor das exportações e preços do petróleo em forte queda devem ajudar a segurar a inflação. Combinados com o efeito de uma base de comparação maior no período um antes, devem derrubar os preços ao consumidor na recta final do ano — dando ao Governo uma margem maior para afrouxar as rédeas e promover o crescimento. Mas essa margem maior de manobra tem limites. A inflação pode até cair, mas a maioria dos economistas espera que encerre o ano perto de 5%. A crescente dívida pública dos governos locais, junto com preços de imóveis que permanecem inflados, seguem entravando a acção das políticas de contenção da inflação. Dados da inflação de Julho confirmam que autoridades chinesas enfrentam a possibilidade de uma segunda recessão na economia mundial — agora, em posição bem mais fraca do que enfrentaram a primeira.
SERVIÇO FERROVIÁRIO DA CHINA PASSA POR REVISÃO
Comboios mais lentos A
partir de domingo, os comboios de alta velocidade na China vão sofrer uma redução significativa na velocidade, como medida de segurança para evitar mais desastres como o do mês passado. A decisão anunciada ontem por Pequim seguiu-se também a notícias de novos problemas com um modelo das carruagens em circulação pelo país. Autoridades do sector ferroviário informaram ontem que em vez de andar a 350 quilómetros por hora, os comboios que fazem a ligação entre Xangai e Hangzhou passam a andar a 300 quilómetros por hora. Outras sete linhas vão se afectadas com a medida, reduzindo de 250 para 200 quilómetros por hora. Na semana passada, a China North Locomotive and Rolling Stock Corp.,
uma das maiores fábricas de comboios da China, anunciou que o modelo 54 CRH380BL tinha “pequenos problemas técnicos”. Imediatamente, deixou de haver 88 carruagens, passando a circular 66 e em velocidades mais limitadas. A imprensa chinesa denunciou, contudo, que não se tratava de pequenos problemas, mas sim “um elevado
risco de ruptura do eixo central”. Autoridades de Jinan terão descoberto uma fenda de 7,1 milímetros no eixo de um dos comboios em meados de Junho. A peça teve de ser substituída. Sabe-se, no entanto, que qualquer fenda superior a 2 milímetros pode ser fatal para a circulação. Pelo menos quatro eixos já foram trocados no último mês.
CHINA TERÁ NOVAS REGRAS DE CAPITAL PARA BANCOS EM 2012
Reduzir os riscos O
órgão regulador bancário da China afirmou que os bancos comerciais do país deverão implementar novas regras de supervisão de capital com o objectivo de limitar os riscos de crédito a partir de 1 de Janeiro de 2012. As novas regulamentações irão gradualmente endurecer as exigências de capital para obedecer aos padrões de Basileia 3.
Os bancos importantes para o sistema têm de cumprir uma proporção de adequação de capital mínima de 11,5% até o fim de 2013, enquanto bancos menos importantes precisarão de 10,5% até o fim de 2016, informou a Comissão Reguladora Bancária da China. A comissão está à espera de comentários públicos sobre as novas regras.
A comissão já havia solicitado que os bancos começassem a se preparar para as novas exigências, mas disse que dará um prazo de dois anos para as instituições que tiverem dificuldades para atender aos novos padrões. As novas regras também incluem mudanças no cálculo da adequação de capital e uma ampliação da cobertura de risco.
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POLÍTICA
Primeiro concurso centralizado arranca em Novembro
Novo regime vai a esclarecimentos Lia Coelho
lia.coelho@hojemacau.com.mo
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novo regulamento administrativo sobre o sistema de recrutamento, selecção e formação para efeitos de acesso dos trabalhadores da função pública entra em vigor a partir do dia 8 de Setembro. Ontem realizou-se à porta fechada a primeira sessão de esclarecimento destinada aos dirigentes de chefia dos serviços públicos. As preocupações e as dúvidas da aplicação do regulamento recaem na forma de selecção, no método de avaliação
e na atribuição dos classificados a seguir por parte da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP). As categorias que seguirão para já o novo regime de contratação são as de técnico superior e técnico-adjunto. José Chu, director dos SAFP, falou à margem da reunião e confirmou que o primeiro concurso centralizado será tornado público no próximo mês de Novembro. “As carreiras publicadas por despacho do Chefe do Executivo seguirão já o novo sistema centralizado. As restantes ainda podem seguir o
LEE CHONG CHENG PEDE MELHORIA DE TRABALHOS RELACIONADOS COM TURISMO
Reformar o papel da DST Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
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deputado da Assembleia Legislativa Lee Chong Cheng acredita que a Direcção dos Serviços de Turismo (DST) deveria ter o seu papel mais ajustado a entidade de orientação e concentrar-se mais na promoção do turismo, do que ser a própria organizadora de eventos.
Numa interpelação escrita enviada ontem ao Executivo, o deputado frisa que se a DST aperfeiçoasse os trabalhos preparatórios e reorganizasse a distribuição do trabalho, em coordenação com outros departamentos, seria um organismo mais eficaz. O deputado acha que os serviços deveriam centrar-se mais em promover o território, com um au-
mento de campanhas de publicidade. Lee Chong Cheng acredita que tal prática teria resultado melhor para os grandes eventos e festivais que se realizam no território. O legislador considera o turismo como uma importante indústria em Macau, mas admite que há muitas regras complicadas escondidas dentro da indústria, como produtos
de má qualidade e disputas que levam à desordem do mercado de turismo e têm um impacto mau para a imagem de Macau. Lee Chong Cheng diz que a DST deveria aproveitar as oportunidades para reforçar o controlo do conteúdo de pagamentos multibanco, por exemplo, de modo a evitar as situações em que os clientes têm de pagar tari-
fas extras, protegendo os direitos do consumidor. Segundo o deputado, é necessário reestruturar a entidade. Lee Chong Cheng acredita que mesmo assim, além de Macau ter ganho a reputação de local de património histórico mundial, tem ainda o apoio total do Governo Central para que se possa tornar num Centro de Turismo e Lazer.
recrutamento normal, ou seja, ser feito pelos próprios serviços”, esclareceu o responsável. O dirigente dos SAFP afirmou ainda que no próximo ano a Administração irá avançar com mais concursos centralizados, mediante os planos e as necessidades apresentadas pelos vários departamentos. Porém, José Chu não garantiu que todas as carreiras serão abertas “porque existem no total 34 categorias gerais e especiais”. O responsável acredita, contudo, que será possível incluir todas as carreiras no concurso centralizado num prazo de três anos. Com o recrutamento centralizado de uma carreira, os vários departamentos da Administração terão de confirmar o número de vagas e os requisitos exigidos aos candidatos dentro de três meses. A cada ano, o serviço público tem de informar os SAFP do plano de contratação de trabalhadores. “Com uma previsão dos próximos três anos, conseguimos perceber melhor qual o número de trabalhadores que determinado serviço precisa”, recordou José Chu. O director sublinhou que esta nova forma de contratação conduzirá a uma maior transparência e justiça na hora de recrutar novos recursos humanos. No início deste mês, o Conselho Executivo deu luz verde ao novo mecanismo centralizado de ingresso. O regulamento administrativo, já publicado em Boletim Oficial, prevê ainda a criação de um regime de formação centralizada para efeitos de acesso e a simplificação do processo de entrega de documentos para os candidatos já vinculados à função pública. Outra novidade é a ampliação de meios para se apresentar a candidatura à função pública. Actualmente, os documentos são recebidos presencialmente ou por correio, mas a nova máquina prevê que o requerimento e a entrega da papelada seja possível também pela Internet. Relativamente às críticas dos deputados relativamente a este novo regime de recrutamento, José Chu não quis prestar declarações. Mais esclarecimentos serão feitos ao Departamento de Pessoal, aos representantes da Associação dos Trabalhadores da Função Pública e aos demais funcionários do Governo, acrescentou.
AEROPORTO COM AUMENTO NO NÚMERO DE PASSAGEIROS
QUARTA-FEIRA 24.8.2011
Pelo segundo mês consecutivo, o número de passageiros que chegaram ao Aeroporto Internacional de Macau aumentou. Em Julho, o aeroporto registou um movimento de 379 mil passageiros, um aumento de 6,3%, segundo dados disponíveis da ADA - Administração de Aeroportos. Foram os passageiros provenientes de Seul (54% de aumento), Clark (29%), Kuala Lumpur (29%), Xangai (22%), Singapura (16%) e Banguecoque (3%), quem ajudou a que houvesse um crescimento positivo em relação a Julho de 2010.
Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
W
ONG Wan assegura que estão a ser levados a cabo trabalhos para reduzir os efeitos da poluição feita pelos automóveis. Em resposta a uma interpelação de Paul Chan Wai Chi, que questionou o Executivo precisamente sobre essa questão, o director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) afirma que a Direcção dos Serviços para a Protecção Ambiental (DSPA) está atenta: “Para controlar o impacto causado ao meio ambiente, um processo legislativo foi implementado por fases restringido a circulação de veículos altamente poluentes”, explicou. Em 2008 foram fixados limites para a emissão de gases poluentes a que devem obedecer ciclomotores e motociclos novos aquando da sua importação para o território. Ficou, por exemplo, proibida a importação de motociclos com motor a dois tempos, um tipo de motor de combustão interna que emite gases a cada volta do eixo. Para impor limites aos gases poluentes dos restantes veículos motorizados, a entidade de protecção ao ambiente elaborou um projecto sobre padrões de emissão de gases a que devem obedecer os automóveis novos, limitando a importação de veículos altamente poluentes. “O projecto prevê que os
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DSPA atenta à emissão de gases, mas só há dois veículos eléctricos
Macau pequeno e poluído
automóveis novos, incluindo os movidos a gasóleo, só possam ser comercializados e matriculados na RAEM quando conformes ao Euro IV”, disse Wong Wan, acrescentando que o território está a seguir padrões de regiões “mais evoluídas”. O padrão Euro IV é uma norma europeia que disciplina as emissões de veículos novos, para que estes emitam baixos níveis de gases poluentes, e entrou em funcionamento em 2009. Wong Wan diz ainda que a DSPA desencadeou no ano passado o estudo de padrões para emissões dos veículos em uso e acabou o teste de instalação de dispositivos de filtragem de partículas nos veículos a gasóleo. A partir de Outubro, frisa ainda o director da DSAT, a entidade quer ainda promover
a instalação deste tipo de mecanismo. No primeiro semestre, a Polícia de Segurança Pública (PSP) e a DSAT efectuaram inspecções das emissões a veículos a 234 veículos a gasóleo. Destes, 51 ultrapassavam a permissão de 60 HSU, medida relativa à emissão de gases poluentes e que se situa geralmente nos 30 a 40 HSU. “Em relação a esses veículos, a polícia passou imediatamente a multa e apreendeu o livrete, para além de obrigar os seus proprietários a requerer inspecção extraordinária no espaço de 24 horas”, frisou Wong Wan. Para os autocarros de turismo e públicos, o director da DSAT diz que vão ser aumentadas as inspecções em locais específicos como mais movimento desses veículos, como as zonas de embarque
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marítimas e os terminais dos autocarros. Paul Chan Wai Chi questionou ainda o Governo sobre a necessidade de implementar exigências aos novos autocarros que cheguem ao território, impondo que estes fossem, por exemplo, eléctricos, mas Wong Wan justifica: “O processo de concurso para adjudicação dos serviços de transportes públicos tem mais de dois anos e na altura só foi pedido que os autocarros importados obedecessem às normas de emissões do Euro III e que a sua utilização média não passasse dos cinco anos e meio”. Ainda assim, acrescenta
AVISO COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO PREDIAL URBANA 1.
A única prestação da Contribuição Predial Urbana referente ao exercício de 2010, será cobrada nos meses de Junho, Julho e Agosto do ano corrente.
2.
Se, até 01 de Junho, os Srs. Contribuintes não tiverem recebido o conhecimento de cobrança, agradece-se que se dirijam ao NÚCLEO DE INFORMAÇÕES FISCAIS, situado no r/c do Edifício “Finanças”, ao Centro de Atendimento Taipa ou ao Centro de Serviços da RAEM, trazendo consigo conhecimento de cobrança ou fotocópia do ano anterior, para efeitos de emissão de 2.ª via do conhecimento de cobrança.
3. O pagamento pode ser efectuado, até ao último dia do mês indicado no conhecimento de cobrança (Junho, Julho ou Agosto), nos seguintes locais: - Nas Recebedorias do Edifício “Finanças”, do Centro de Atendimento Taipa ou do Centro de Serviços da RAEM; Os impostos/contribuições poderão ser pagos por intermédio de cartão de crédito emitido pelo Banco da China ou Banco Nacional Ultramarino. O montante total de pagamento não pode ser inferior a MOP$ 200,00 (duzentas patacas), nem superior a MOP$ 100 000,00 (cem mil patacas). O pagamento, através de cartão de crédito, deve ser efectuado pelo montante total da dívida, sendo apenas permitido utilizar na operação um único cartão de crédito. - Nos balcões dos Bancos a seguir discriminados:
Jaime Roberto Carion, director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber por este meio a todos os condóminos do edifício, que a estrutura principal do mesmo se encontra em estado de segurança conforme o parecer da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, relativamente ao âmbito do caso de explosão ocorrido nas lojas G e H do referido edifício, no entanto, o sistema de abastecimento de água e de drenagem do local é de carácter provisório e as canalizações de água atravessam o caminho de evacuação, dificultando a evacuação do pessoal do edifício, pelo que, nos termos dos artigos 54.º e 55.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M de 21 de Agosto e por meu despacho de 22/08/2011, devem proceder, no prazo de 30 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, à limpeza do local, reparação e conservação da parte afectada do edifício (incluindo as paredes interiores e exteriores desabadas devido ao caso de explosão, o sistema de abastecimento de água e de drenagem, o sistema de prevenção contra incêndio de carácter definitivo, etc.; o posto de transformação e o quadro geral das lojas G e H do r/c, bem como o quarto de telecomunicação abaixo das lojas; o corredor comum, o tecto falso, as placas publicitárias, etc.; as janelas em caixilharia de alumínio danificadas sobrejacentes ao podium etc.), para que o edifício esteja em condições de segurança e de utilização adequada. Para o efeito, deverão apresentar previamente nestes Serviços as declarações do técnico responsável e do construtor incumbidos da direcção da obra, bem como apólice de seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais e a comunicação da data de início da obra. Caso não seja dado cumprimento ao teor do presente edital, é sancionável com multa estabelecida no artigo 67.º do citado diploma legal. Na falta de pagamento voluntário da despesa, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças. Da minha decisão cabe recurso hierárquico para o Chefe do Executivo, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data de publicação do presente edital, nos termos do artigo 59.º do referido diploma legal. RAEM, aos 22 de Agosto de 2011. O Director dos Serviços Jaime Roberto Carion
ruas de Macau. Só até ao final de Junho, o número de veículos motorizados licenciados em Macau chegou a 200.16, mais 4% a mais em relação ao ano anterior. Em Fevereiro deste ano, Herman Tze Wood, professor de engenharia electromecânica da Universidade de Macau, disse ter a seu cargo dois projectos encomendados pela Companhia de Electricidade de Macau (CEM) sobre a eficiência dos veículos eléctricos e as estações de carregamento das baterias. O académico referiu ainda que Macau só importou dois veículos, um da e o outro da Avis, quando poderia ter, pelo menos, dez.
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EDITAL
Vistoria do edifício Edital n.º : 148/E/2011 Processo n.º : 31/AR/2011/F Local : Rua de Malaca n.º 124, Edf. Centro Internacional de Macau, em Macau
Wong Wan, os novos autocarros correspondem ao Euro IV e “utilizam novos veículos de modelo amigo do ambiente”. O director da DSAL não especificou exactamente quais são esses veículos mais cooperativos com o meio ambiente. Para já, a tecnologia de manutenção e o gasóleo do território não conseguem acompanhar ainda as normas do Euro V, o mais recente padrão da UE, o que impede a sua implementação na RAEM. Recorde-se que a taxa de poluição em Macau tem subido cada vez mais devido à emissão de gases, consequência do excesso de tráfego nas
Banco da China; Banco Comercial de Macau; Banco Delta Ásia; Banco Industrial e Comercial da China; Banco Luso Internacional; Banco Nacional Ultramarino; Banco Tai Fung e Banco Weng Hang. - Nas máquinas ATM da rede “JETCO”, assinaladas com a indicação «Jet payment»; - Por pagamento electrónico [“banca-on-line”], no Banco da China, no Banco Nacional Ultramarino ou no Banco Tai Fung, através dos endereços: www.bocmacau.com, www.bnu.com.mo e www.taifungbank.com, respectivamente; - Por pagamento telefónico “banca por telefone”, no Banco da China ou no Banco Tai Fung.
4.
Se o pagamento for efectuado por meio de cheque, a data de emissão não poderá ser anterior, em mais de três dias, à da sua entrega nas Recebedorias da DSF, e deve ser emitido a favor da «Direcção dos Serviços de Finanças», nos termos das alíneas 2) e 3) do n.º 1 do Artigo 4.º do Regulamento Administrativo n.º 22/2008 da RAEM. Se o valor do cheque for igual ou superior a MOP$ 50 000.00, deverá o mesmo ser visado, nos termos da alínea 4) do Artigo 5.º do Regulamento Administrativo acima mencionado.
5.
Os contribuintes podem também efectuar o pagamento através do envio de ordem de caixa ou de cheque por correio registado para a Caixa Postal 3030. Note-se que não se pode enviar dinheiro, mas apenas ordem de caixa ou cheque que deve remeter-se num envelope devidamente selado e endereçado ao próprio contribuinte, a fim de se enviar o respectivo conhecimento, comprovando o pagamento. Lembra-se que devem ser respeitadas as regras descritas no ponto 4, relativamente aos cheques. - O envio para a caixa postal deve ser feito 5 dias úteis antes do termo do prazo de pagamento indicado no conhecimento de cobrança.
6.
Nenhum dos métodos acima mencionados acarreta quaisquer encargos adicionais aos contribuintes pela prestação do serviço de cobrança.
7.
Para a sua comodidade, evite pagar os impostos nos últimos dias do prazo.
Aos 24 de Maio de 2011. A Directora dos Serviços Vitória da Conceição
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Aumento do número de crimes em 4,3%, dos casos violentos em 6,5% e da delinquência juvenil em 15%. Foram 5928 os crimes registados no território só nos primeiros seis meses. Cheong Kuok Va, secretário para a segurança, apresentou ontem os dados do balanço do semestre passado e assegura mais empenho das forças policiais Joana Freitas
joana.freitas@hojemacau.com.mo
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AIS 243 crimes aconteceram em Macau no primeiro semestre do ano, um aumento de 4,3% face ao ano passado. As ofensas graves à integridade física foram o tipo de delito com maior incidência, registando um aumento de 175%, mais sete casos, face aos primeiros seis meses de 2010. A criminalidade violenta atingiu mais 6,5% comparativamente ao período homólogo do ano passado, com mais 18 crimes deste tipo a serem registados. Os crimes contra a pessoa indicam aumento de 3,7%, totalizando 1189, com as ameaças a subirem 22,2% - mais 16 casos – e as ofensas simples à integridade a contabilizarem mais 19 casos do que os 846 de 2010. Inseridos nesta categoria estão, disse o secretário para a Segurança Cheong Kuok Va, 51 casos de sequestro, 39 deles em locais próximos a casinos. Também os crimes de furto
SOCIEDADE Criminalidade aumenta em Macau de Janeiro a Junho de 2011
Cidade de lazer e pecado ascenderam a 13% - um total de 2220 casos –, uma subida que se deveu sobretudo “ao aumento do número de turistas nas ruas”, como explicou aos jornalistas Cheong Kuok Va. Ainda que os crimes de roubos tenham descido 3,9%, para o Governo o aumento de 256 furtos não deixam de levantar preocupação. “A polícia vai intensificar as acções preventivas e repressivas da criminalidade assim como coordenação de força policial, promoção de sensibilização e desenvolvimento de operações anti-furto”, disse o secretário, que prometeu ainda que as forças policiais vão adoptar medidas especiais durante a época alta do turismo. As falsas declarações de documentos totalizaram 68%, com mais 51 casos do que em 2010, e os de desobediência subiram 12%, mais 33 casos, perfazendo, assim um aumento de 20% nos crimes contra o território. Ainda assim, e segundo as estatísticas ontem apresentadas pelo gabinete para o secretário da Segurança, houve uma diminuição de 10,4% nos casos de auxílio, acolhimento ou emprego de indivíduos ilegais, mesmo com o aumento deste tipo de ilegalidades na RAEM. Nos primeiros seis meses do ano, foram 617 os cidadãos da China indocumentados e com entrada ilegal no território apanhados pelas autoridades, um aumento de 7,5%, e 2163 indivíduos com excesso de permanência – mais 127 casos, um aumento de 6,2%. Já o registo de estrangeiros que permaneciam ilegais na RAEM desceu 9,3%, indicando menos 171 pessoas nesta situação, e foram 11.193 os cidadãos com excesso de permanência de titular de outros documentos do interior da China, menos 110. No total, as autoridades interceptaram 15.643 pessoas em situação de clandestinidade. Apesar de os crimes contra a
vida em sociedade, que incluem casos de falsificação de documento e passagem de moeda falsa, terem descido 11,4%, os crimes de fogo posto demonstraram um aumento de 16,7%.
MENOS CRIMES DE DROGAS E CASINOS
Os crimes relacionados com estupefacientes e casinos foram os que demonstraram menores taxas de incidência. Se nos primeiros seis meses do ano passado, houve 116 casos de consumo de droga, as autoridades detectaram apenas 90 casos este ano – uma diminuição de 22,4%. Também o tráfico e a venda de estupefacientes desceu 4,8%, com menos três casos deste tipo este ano. Recorde-se que a operação trovoada da Polícia Judiciária, conseguiu desmantelar, pela primeira vez no território, uma fábrica de produção de Ice, um tipo de metanfetamina. Através de de-
núncias feitas pelas autoridades de Guangdong, foram detidas quatro pessoas, que produziam a droga numa fábrica de detergentes no Iao Hon. No armazém foram apreendidos 87 quilogramas de acetato de étilo, principal componente para a produção de Ice. Cheong Kuok Va assegura que é a cooperação entre as autoridades das regiões vizinhas – China e Hong Kong - a principal justificação para a diminuição deste tipo de crimes. O secretário afirmou mesmo que a polícia de Macau continua a aposta no combate ao tráfico, nomeadamente com a implementação de novas tecnologias. “Vamos adquirir novos aparelhos mais sofisticados para o aeroporto, para detectar a entrada da droga. Muito em breve, teremos uma máquina que detecta o produto mesmo no interior do corpo, explicou o responsável. As actividades ilegais ligadas aos casinos também desceram, de-
HOMICÍDIOS, SUICÍDIOS E ILEGAIS
Este ano, até Junho, houve dois homicídios – mais um do no mesmo período de 2010, mas Cheong Kuok Va assegura que foram os dois resolvidos. Um deles diz respeito à morte de uma prostituta no Hotel Lisboa, em Junho. Pelo que indicam as autoridades, foi detido um homem de 42 anos, residente do interior da China. Após o acto sexual, para o qual a vítima teria acordado um preço, o suspeito queria uma redução do preço. Fu, o homem, terá então estrangulado a vítima, primeiro com as mãos e depois com um fio de telefone. O homem escondeu o corpo debaixo da cortina do hotel e tirou-lhe uma pulseira em ouro, que vendeu numa casa de penhores. Fu terá entrado o mês passado novamente no território quando foi detido pela polícia. O homem aguarda agora julgamento no Estabelecimento prisional de Macau, depois de ter confessado o crime. O outro relaciona-se com um ajuste de contas devido a dívidas relacionadas com o jogo. Para Cheong kuok Va, o numero não é assustador. “Dois casos de homicídio num território onde há 20 milhões de turistas não é muito grave”, afirmou o secretário. Ainda este ano, foram reportados em Macau 38 casos de suicídio, alguns envolvendo estrangeiros. Apesar de ser uma preocupação para o Executivo, a PSP não tem qualquer forma de comparar com o número de casos do ano passado, já que esta não é uma área da sua competência. Cheong Kuok Va acrescentou ainda que, no que diz respeito aos trabalhadores ilegais, as autoridades têm “mantido um grande esforço para a sua repressão, colaborando com os serviços de alfândega e com o gabinete de recursos humanos”. Prova disso, justifica o secretário, é o facto de quase toda a população de Macau estar empregada.
monstrando uma queda de quase 17%. Este ano, o total de ilícitos relacionados com o jogo totalizaram 358, contra os 430 detectados em 2010. Usura chegou aos 77 casos, mais 17,7%, os furtos levados a cabo por carteiristas ascenderam aos 43 e houve um total de 32 furtos de fichas de jogo. Foram ainda contabilizados 39 sequestros relacionados com o jogo.
DELINQUÊNCIA MAIS JUVENIL
No que diz respeito aos actos de delinquência juvenil, nos primeiros seis meses do ano registaram-se 61 crimes cometidos por menores, um aumento de 15,1%. São principalmente levadas a cabo pelos jovens ofensas à integridade física, furtos simples, de motociclos e em estabelecimentos comerciais. Em comparação com o primeiro semestre do ano passado, há um aumento significativo no número de delitos - 85,7% - registados nos primeiros três meses do corrente ano. Ao todo, foram 83 os menores envolvidos, ainda assim uma diminuição de 17,8%. Nos primeiros seis meses, 1.952 pessoas foram presentes ao Ministério Público, menos seis do que em 2010. Cheong Kuok Va justifica esta diminuição geral de presenças ao MP perante o aumento do número de crimes devido “a não terem sido apanhados em situação de flagrante delito, não sendo possível descobrir o autor”. Já no caso dos jovens, 31 foram presentes a MP, mais 15% do que em 2010, mas também foram muitos os que não tiverem de enfrentar acusação: mais 15, 4% de casos não chegaram às mesas do tribunal. No total, o primeiro semestre de 2011gerou 5928 crimes, sendo a maioria referentes a crimes contra o património (3316) e contra a pessoa (1189).
MAIS 10% DE VISITANTES EM MACAU DE JANEIRO A JULHO
Mais de 15,7 milhões de pessoas visitaram Macau até Julho, o que representa um acréscimo de 9,8% face ao mesmo período de 2010, fortemente sustentado pelo mercado chinês, revelam os dados oficiais hoje divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos, 8,9 milhões do total de visitantes que Macau acolheu até Julho eram provenientes da China continental, 4,4 milhões da vizinha Hong Kong e cerca de 230,7 mil da República da Coreia, mercados que registaram nos primeiros sete meses do ano acréscimos nas chegadas de 16,8, 4,5 e 25,6%. Já as chegadas de visitantes de Taiwan (726 mil), do Japão (208 mil) e da Malásia (175 mil) verificaram decréscimos entre Janeiro e Julho, de 6,2 por cento, 10,9 e 7%.
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Aumento da taxa de suicídio fortemente ligado ao desenvolvimento económico
Desequilíbrio de ambições RAM 8h30 de ontem quando a Polícia Judiciária recebeu a notificação por parte dos Bombeiros de mais um caso de suicídio no território. Uma mulher de 85 anos enforcou-se na sua casa, na Estrada do Repouso, sem deixar nenhuma carta à família. Os familiares da vítima descobriram o corpo e relataram às autoridades que a mulher, de apelido Lam, sofria de doença crónica, vivia sozinha, mas diariamente tinha visitas dos filhos e netos. Na segunda-feira, um jovem de 25 anos também pôs fim à vida no hotel Wynn. Foram os empregados a encontrar o corpo na casa de banho. Na semana passada, um outro homem, na casa dos 40 anos, foi encontrado morto nas escadas de emergência do Venetian. Assim como Lam, os dois homens também enforcaram-se. No primeiro semestre deste ano, 38 pessoas mataram-se, de acordo com dados relevados ontem pelas autoridades. Para Mary Poon, psicóloga clínica e professora na Universidade de Macau (UMAC), os dados são preocupantes e revelam a ineficácia do Governo em combater o problema. “Temos notado uma maior incidência em jovens, o que torna a situação ainda mais grave
e mostra que os serviços sociais não estão a funcionar como devem ser”, considerou a académica ao Hoje Macau. Todos os anos, cerca de um milhão de pessoas suicidam-se em todo o mundo – 60% só na Ásia. O suicídio consta na lista da Organização Mundial de Saúde (OMS) como uma das 20 principais causas de morte no mundo. Enquanto que em Hong Kong, por exemplo, a proporção de suicídios era de 14 por cada 100 mil habitantes em 2008, em Macau atingiu as 16 por cada 100 mil, ou seja, uma média de 70 por ano. A docente da UMAC aponta que o desenvolvimento económico de Macau está a impulsionar o aumento dos suicídios. “As ambições das pessoas cresceram e isso faz com que queiram trabalhar mais, ganhar mais dinheiro a qualquer custo, esquecendo-se da sua qualidade de vida. Os jovens são os que mais sofrem com os pais ausentes e sem companhia em casa por longas horas”, explica Mary Poon. Apesar de não estarem em casa, os pais acabam por pressionar mais os filhos por melhores notas – a desculpa é que trabalham demais para dar uma boa educação ao filho. “Isso é contraproducente. Um adolescente precisa de apoio dentro de casa, não apenas cobranças”, acrescenta Poon. Problemas familiares, na
das de possíveis suicidas só nos primeiros três meses deste ano. Chan Cheuk Wah, director de investigação política da Associação Convergência da Sabedoria de Macau, acredita que o facto de muitos trabalhadores da RAEM terem de trabalhar por turnos está a afectar seriamente as suas vidas sociais. “Quando se sentem deprimidos, podem não encontrar ninguém para desabafar e pensam no pior”, aponta o estudioso. Para Mary Poon, é preciso investir com força nos serviços
sociais e alterar os públicos-alvo. “Estamos muito centrados nos idosos e nos deficientes. Ninguém está verdadeiramente a dar atenção às necessidades psicológicas de outras faixas da sociedade, como os jovens e até mesmo os adultos”, diz. “Estamos num ponto crucial do desenvolvimento e ainda não conseguimos encontrar o equilíbrio entre qualidade de vida e ganhos materiais. É um sério problema que merece reflexão e acção rápida”, destaca a académica.
Lia Coelho
PERCURSOS DE AUTOCARROS SOFREM REAJUSTES PARA ALIVIAR TRÂNSITO
ainda que serão tomadas medidas completares, que passam pelo encerramento da passadeira na Rua José Lobo. “Para os peões passarem, os carros têm que parar o que agrava o trânsito e não se justifica, porque há uns semáforos perto”, referiu. Relativamente à Reolian, a empresa ainda não consegue dar resposta a entre 10 e 20% das carreiras. Porém, o responsável do Governo admitiu que as melhorias têm-se mostrado significativas, não havendo ainda motivos para tomar decisões acerca da retirada de alguns dos itinerários. Só este mês já foram registados 120 casos de avarias na três companhias de transportes públicos e até domingo tinham ocorrido 88 acidentes pelas ruas de Macau.
Vanessa Amaro
vanessa.amaro@hojemacau.com.mo
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lia.coelho@hojemacau.com.mo
A
partir do próximo domingo as carreiras de autocarros da zona central da cidade vão sofrer um ajustamento. O objectivo é aliviar a pressão do trânsito em horas de ponta e em altura de regresso às aulas. As alterações ontem apresentadas pela Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) incidem principalmente nas Avenida de D. João IV, na qual deixam de parar cinco carreiras, e na Avenida do Infante D. Henrique, que perde seis. Ao todo serão dez as linhas que deixarão de passar nas respectivas avenidas e que serão reajustados. O novo serviço de transportes implementado no início deste mês obrigou a DSAT a um aumento da
escola e relações falhadas ocupam os lugares cimeiros das causas de suicídio no território. Apesar das autoridades não fornecerem os números referentes ao primeiro semestre de 2010, Paul Pun, secretário-geral da Caritas, acredita que houve um considerável aumento de casos – o suficiente para ultrapassar em seis meses um ano inteiro. Em todo o ano passado, contabilizaram-se 62 suicídios. A linha de apoio psicológico da instituição recebeu 2239 chama-
Descentralizar para pôr a andar frequência de determinados percursos. As duas avenidas centrais têm neste momento um total de 22 carreiras com paragem obrigatória, o que tem provocado um congestionamento no tráfego, especialmente no centro da cidade. O organismo decidiu assim diminuir os itinerá-
rios de algumas das carreiras, de forma a escoar o fluxo de veículos. A partir de domingo deixam de circular nas duas avenidas os números 2A, 7A 8, 9, 9A, 12, 23, 28A, 28B e 32. As carreiras que deixarão de passar na Avenida de D. João IV são as 2, 5, 5X, 7 e 10.
BRIGA NA PARAGEM
Na tarde de ontem, um motorista da Reolian da carreira 30 e um passageiro desentenderam-se no terminal de autocarros na Areia Preta e passaram rapidamente de insultos a agressões físicas. Segundo informações da PSP, os dois envolvidos foram hospitalizados com ferimentos ligeiros e ambos terão culpa na briga. No sábado, um outro desentendimento entre outro motorista da nova operadora e um passageiro também passou a socos e pontapés. A Reolian comprometeu-se a rever as indicações durante as acções de formação para evitar mais incidentes.
Por outro lado os itinerários 3, 4, 6, 18, 18A e 19 não farão escala na Avenida do Infante D. Henrique. Uma outra mexida é no itinerário da carreira 28B, que deixará de parar próximo à Direcção dos Serviços para a Juventude. Será criada um nova paragem junto ao China Plaza para o efeito. No período inicial, a entidade responsável pelos assuntos de tráfego vai destacar trabalhadores e o departamento de Trânsito da Polícia Pública vai aumentar o policiamento nas zonas em questão. Lo Seng Chi, chefe de Divisão de Gestão de Trânsito, avançou
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vida
ECS
O ecsta O ecsta no Rei Drugs.
HÁ MUITO ATUM NO ALGARVE MAS ESPANHA LEVA MAIS
Não vender mas comprar fora
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IZIA-SE que o atum fugira da costa algarvia, razão pela qual, no início da década de 70 do século passado, se extinguiram as armações tradicionais que se dedicavam à sua captura. Não sobrou uma. Só em 1995 se retomou aquela arte piscatória, em Olhão. E como o atum, afinal, não fugiu, os resultados são animadores. Não só pela captura, mas também pela exportação. O Japão é um devorador de atum, do melhor, o Bluefin, gordo, para ser comido cru nos restaurantes de sushi. É para lá que voam todas as semanas cinco toneladas. Mais atum português estivesse disponível, mais os japoneses importariam, e os norte-americanos e os sul-coreanos. Ou ainda os franceses, ingleses, alemães, holandeses e eslovenos, para onde também ele segue. O pior é que a quota portuguesa de captura está agora fixada pela Comissão Europeia em 180 toneladas/ano. No ano passado sonegou mais 30 à fatia nacional, para as entregar a Espanha e à Grécia. Os espanhóis têm seis ou sete armações de antiga geração e podem recolher mais de 2000 toneladas. O que alguns acham mais preocupante é que são as capturas espanholas que, maioritariamente, chegam às bancas dos mercados portugueses. Algum atum vem também de Marrocos, muito pouco dos Açores, e um ou outro exemplar é ocasionalmente capturado por outras artes da frota portuguesa.ATunipex, por enquanto o único operador com armação em actividade em mar português - a Companhia de Pescarias do Algarve está a preparar a montagem de outras duas - diz ser raro vender para o mercado nacional, já que 90 por cento do que captura é para exportação. “Quando algum cliente nos pede, nós vendemos, o que é raro, pois é caro, por ser de muita qualidade. É o atum classe A, gordo, o único que os japoneses gostam”, diz Lucília Graça, administrativa da empresa. O resto dos dez por cento vão directamente para os restaurantes japoneses em Lisboa, Porto eAlgarve.
Planeta em números
45.000 t-shirts são produzidas com plástico reciclado em cada hora
Alfredo Graça, também accionista da empresa, conta um pouco da história: “O Governo português foi em tempos ao Japão incentivar investidores para a área da aquicultura. Na altura, o grupo Arai Soji, que basicamente opera no ramo alimentar, mandou para cá o senhor Hirofumi Morikawa, que é um técnico, para estudar isto. Na altura falava-se muito da aquicultura em terra. Mas ele começou a estudar e viu que no tempo do rei D. Carlos havia no Algarve 150 armações de atum. Assim distribuídas: do cabo de Santa Maria para barlavento apanhavam atum “direito” e dali para sotavento apanhavam o de “revés”. Isto é, o atum que vai desovar ao Mediterrâneo é o direito, e volta magro (já desovado), é o de revés. Então, Hirofumi informou o patrão, dizendo que aqui houve grande tradição na captura de atum e que se poderia experimentar algo para o capturar.” Por ambos não terem acreditado que o atum nadara para outras paragens insistiram na ideia da armação, e à Tunipex juntou-se a Arai Soji. Em 1994, depois de vários estudos, o grupo japonês assumiu o controlo da sociedade, onde é maioritário, e montou o empreendimento. Não só a armação do atum, mas também piscinas de aquicultura em mar alto. É dali que saem toneladas de corvina-selvagem para o mercado nacional. O princípio de captura é o mesmo, mas a armação é diferente. O atum é encaminhado para uma zona de recreio e daí só 20 por cento passa para a área de piscina, onde é alimentado com cavala moída. “De acordo com as necessidades, vamos lá capturá-lo”, conta Alfredo Poço, mestre da armação e da equipa de pescadores. “São 40 famílias a quem pagamos salário, talvez seja inédito na pesca portuguesa. Haja ou não haja pesca, têm salário e subsídios”, diz Alfredo Graça. “Foram pescadores ao Japão para aprender esta tecnologia. Dantes era a “tourada do mar” e fazia-se o copejo, onde o animal era puxado para os barcos por ganchos. Ora, isto é mau para os bichos, ficam cheios de stress, dá cabo da pele”, explica ainda Alfredo Graça. “[No processo actual] o atum bate nas rabeiras. Mais tarde é encaminhado para a zona de recreio e avança para o copo. O barco tem guinchos, que puxam a rede. Se é para capturar, a grua do barco levanta o atum para o convés, onde de imediato é descabeçado e limpo de vísceras. É metido no porão, com água do mar e muito gelo. Mas como o atum que nos chega é atum desovado, mais de revés, portanto magro, ele é encaminhado para a piscina, onde é engordado a cavala.” Diz o biólogo da empresa que são 20 toneladas por dia, se houver muito atum. “Atum desovado é como a mulher depois de ter um filho, precisa de muito alimento”, observa ainda.”O nosso segredo é a qualidade do atum. Já fomos distinguidos pela Direcção-Geral das Pescas, fomos Armador de Prestígio em 2007. Somos premiados todos os anos, mas somos discretos a fazer bom trabalho. Somos uma empresa séria, o que é bom. Má é a quota que temos. Somos a favor das quotas, pois senão acabamos com a espécie. Mas enquanto os espanhóis têm mais de 2000 toneladas de quota, Portugal tem agora 180. A verdade é que a Espanha defende os seus, e Portugal parece que não”, acusa Lucília Graça.
Produtos tóxicos no vestuário de 14 grande
Órgãos reprodutivos s
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ESTÍGIOS de substâncias químicas tóxicas, susceptíveis de afectar os órgãos reprodutivos de seres vivos, foram detectados em produtos de 14 grandes fabricantes de vestuário, anunciou ontem a Greenpeace em Pequim. Entre as marcas colocadas em causa por esta organização não governamental (ONG) de defesa do ambiente figuram a Adidas, a Uniqlo, a Calvin Klein, a Li Ning, a H&M, a Abercrombie & Fitch, a Lacoste, a Converse e a Ralph Lauren. A Greenpeace comprou em 18 países várias peças de vestuário destas marcas, fa-
bricadas na China, no Vietname, na Malásia e nas Filipinas e posteriormente submeteu os têxteis para análise. “Éthoxylates de nonylphénol (NPE) foram detectados em dois terços destas amostras”, explicou numa conferência de imprensa em Pequim Li Yifang, durante a apresentação do relatório “Dirty Laundry 2 (Roupa suja 2)”. Os éthoxylates de nonylphénol (NPE) são produtos químicos frequentemente utilizados como detergentes em numerosos em processos industriais e na produção de têxteis naturais e sintéticos.
Click ecológico COMBATE DE ESCARAVELHOS • Várias crianças da etnia de Akha, na Tailândia, observam um combate entre escaravelhos machos, na província de Chiang Rai, no Norte do país.
STASY PODE AJUDAR A TRATAR CANCRO, DIZEM CIENTISTAS
asy é uma droga perigosa, mas cientistas britânicos e australianos modificaram-na para que esta substância tenha um papel importante no combate ao cancro, avança a BBC. asy é composto por anfetaminas, que já se sabia terem capacidade de acabar com algumas células cancerígenas, mas o grupo de cientistas da Universidade de Birmingham, ino Unido, e da Universidade da Austrália, conseguiram aumentar a eficiência da droga em cem vezes, escreve a BBC com base no estudo publicado na Investigational New . A substância alterada pode assim ajudar na cura de leucemia, linfoma e melanoma, mas até ser desenvolvido o tratamento deverá passar uma década.
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ONU QUER ESTUDAR RUÍDO QUE A HUMANIDADE FAZ NO MAR
Dez anos para ouvir tudo A
es marcas
sob ameaça Derramados nos esgotos, decompõem-se em nonylphénol (NP), um subproduto muito tóxico. “O nonylphénol é um perturbador hormonal”, sublinhou Li Yifang, precisando que a substância pode contaminar a cadeia alimentar e pode acumular-se nos organismos vivos, ameaçando a fertilidade, o sistema de reprodução e o crescimento. “Não é apenas um problema para os países em desenvolvimento, onde são fabricados os têxteis. Como quantidades residuais de NPE são libertadas quando o vestuário é lavado, os produtos são
derramados em países onde o seu uso é proibido”, insistiu Li Yifang. No mês passado, a Greenpeace tornou público o “Dirty Laundry (Roupa Suja)”, um relatório que mostrou como os fornecedores das grandes marcas têxteis poluem a água de certos rios chineses com as suas descargas químicas. Na sequência desta publicação, as marcas Puma e Nike comprometeram-se a eliminar dos seus processos de fabrico qualquer substância química tóxica até 2020. Em contrapartida, a Adidas limitou-se “a um comunicado vago, sem compromisso da sua parte”, indicou Li Yifang.
humanidade está a emitir cada vez mais ruído no oceano e as Nações Unidas querem agora perceber que impacto é que esse barulho está a ter na vida marinha. Para isso, vão lançar um projecto de investigação que durará uma década e será apresentado numa conferência no final de Agosto. “Muitas das espécies marinhas dependem maioritariamente do som como fonte de informação ambiental, da mesma forma que os humanos dependem da sua visão”, disse nesta quarta-feira a UNESCO, que anunciou que a reunião está agendada de 30 de Agosto a 1 de Setembro, em Paris. “Apesar de haver pouca investigação que prove esta ligação, há uma suspeita crescente que o aumento dos níveis de ruído, e de alguns sons em particular, estão a alterar o comportamento de animais marinhos e talvez até estejam a reduzir a capacidade de estas realizarem as funções normais da vida como encontrar comida, procurar parceiros ou evitar os predadores”, defendeu a UNESCO. Um dos exemplos que a organização apresenta refere-se às baleias. Há pesquisas que sugerem que várias espécies de baleias aumentaram o volume dos gemidos, cliques
LUA É MAIS JOVEM DO QUE SE PENSAVA, CONCLUI ESTUDO
200 milhões de anos mais nova A
Lua tem 4,36 mil milhões de anos, menos 200 milhões do que os cientistas pensavam, concluiu uma análise de rocha lunar da revista científica “Nature”. O cálculo resulta de uma nova datação de isótopos de chumbo e de neodímio encontrados numa amostra de anortosito, a mais antiga rocha da crosta lunar. “Aidade extraordinariamente jovem desta amostra significa que a Lua solidificou-se significativamente mais tarde do que até agora se pensava ou que devemos rever completamente a nossa compreensão da história geológica da
Lua”, salientou, citado pela agência noticiosa francesaAFP, Richard Carlson, do Instituto Carnegie para a Ciência, em Washington. De acordo com os cientistas, se a datação da amostra lunar estiver correcta, tal significa que as crostas terrestre e lunar mais antigas formaram-se aproximadamente ao mesmo tempo, pouco depois de um impacto gigante. Uma das principais teorias da formação da Lua defende que esta foi gerada na sequência de um impacto de um objecto do tamanho de um pequeno planeta contra a Terra.
e guinchos que fazem para comunicar entre si. Na reunião vão estar cientistas marinhos de topo, representantes do sector privado e das organizações militares que irão planear como é que vai ser realizada a experiência. O projecto
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terá o nome de Experiência do Oceano Tranquilo. Espera-se que estes dez anos de pesquisa preencham as lacunas de conhecimento que existem hoje, e que permitam uma melhor e mais informada gestão do ruído feito nos oceanos.
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CULTURA R Q no up
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Optimismo, no IPM, em debate sobre Macau como centro de ensino da língua
Português até certo ponto Carlos Picassinos info@hojemacau.com.mo
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HEGA a um certo nível e pára, o ensino da língua portuguesa. “Há uma necessidade muito grande de formação a um nível mais alto”, lamentou-se ontem Ye Zhiliang, docente de português da Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim que, ontem, no debate sobre como fazer de Macau uma plataforma de ensino da língua portuguesa na China, organizado pelo Instituto Politécnico de Macau, apontou este beco em que o português se encontra. Apesar do optimismo generalizado, do interesse e do número crescente dos alunos de português, existe um bloqueio que só abandonando a China se consegue contornar. Numa mesa redonda que juntou pouco mais de uma dezena de participantes, incluindo os convidados, Carlos André, da Universidade de Coimbra, Malaca Casteleiro e Maria José Grosso da Universidade de Lisboa, o presidente do IPM, Lei Heong Iok, entre outros, uma das notas mais originais identificou esse bloqueio na estratégia de ensino da língua. “Nós, professores de português, podemos escrever um texto num português correcto mas se comparamos com o texto de um nativo vêem-se as diferenças, e nunca conseguimos perceber
essas diferenças. Nunca conseguimos chegar àquele português autêntico”, lamentou-se Ye. “Os alunos manifestam-nos certas dúvidas e nós, de facto, não sabemos esclarecer. Eu estou numa posição em que não sei a quem me dirigir para explicar”. Malaca Casteleiro interrompeu para sugerir a criação de um centro virtual para tirar dúvidas, uma sugestão que recebeu aparente concordância, mas o docente de Pequim acredita que para melhorar a sua formação não lhe resta senão sair da China. “Gostava de aprender mas não tenho essa oportunidade. Existe uma necessidade enorme de sair da China para estudar português. Acontece que não temos possibilidades de enviar os nossos professores para fora porque todos têm os seus trabalhos”. Talvez no Verão, “frequentar cursos aqui, em Macau”. “Por exemplo, cursos de formação de formadores em paralelo com o curso para alunos na Universidade de Macau”, sugeriu o responsável pelo curso de português do IPM, Li Changsen. À parte este problema dos limites da formação, as restantes intervenções dedicaram-se a inventariar uma estratégia de promoção de Macau, e nalguns casos do IPM, como centro de ensino e plataforma do português, na China.
CRIAR CHAMA
E como avançar? “Primeiro, pela organização de simpósios”,
começou Malaca Casteleiro. “É preciso estimular uma formação permanente porque o professor é sempre estudante e não pode e ficar parado. Tem de ter disponibilidade para novas práticas, novos materiais e para desenvolver projectos em comum. Ou seja”, sublinhou, “é precisar criar as condições materiais do ensino do português”.
Uma estratégia para a língua? Avançar com programas de doutoramento, promover fóruns e encontros de professores, algo que é fundamental, e criar uma revista científica Depois avançar para outras áreas, como a Economia, o Direito: desenvolver pós-graduações a nível de mestrado, em português. “Não sei se a Universidade de Macau tem condições para promover esses cursos mas creio que o IPM é o lugar ideal para avançar por esse caminho. Isso passa, por exemplo, pela promoção de seminários intensivos, específicos, de um ou dois meses em que os professores de português possam ser dispensados das suas escolas durante esse tempo e depois voltarem de maneira a conseguir tornar esta formação de formadores muito
mais eficaz do que é hoje”. Depois, “creio que é necessário avançar com programas de doutoramento, promover fóruns e encontros de professores, algo fundamental”, e finalmente, criar uma revista “onde publicar artigos e resultados de investigações, promover a permuta de experiências. Existe a publicação de actas mas isso por si só não”. Em suma, “é preciso criar uma chama, a chama do IPM”. Carlos André, director da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, fez uma intervenção mais articulada em volta das oportunidades que o português hoje conhece em virtude das alterações geo-estratégicas dos últimos dez anos, “uma década histórica”, disse. “Esta crise fez emergir economias como a brasileira o que faz com que um país lusófono esteja entre os mais importantes do mundo”. Sem querer ser profético, ressaltou, “vamos acreditar que os africanos hão-de resolver os seus problemas o que significará que dois países, Angola e Moçambique, hão-de tornar-se florescentes no contexto africano”. Logo, “a lusofonia não é um fenómeno desprezível. Começa a ser importante”. Mas, alertou, a afirmação da língua portuguesa não se fará em conflito com o inglês ou o castelhano.
UMA ÂNCORA SEXY
Daqui a ideia de André que “Macau tem todas as condições para ser uma âncora” deste projecto”.
A convicção é reforçada pela experiência de Coimbra. “A quantidade de alunos desta zona do mundo que frequenta português para estrangeiros! Existe uma presença fortíssima de chineses, japoneses, não me tinha apercebido mas também de sul-coreanos e, agora, começaram a chegar até filipinos e tailandeses. Acresce a este contexto que a língua oficial de Timor-Leste é o português o que coloca Macau numa situação privilegiada para se assumir como pólo de decisão”. Mas isso “não se deve consubstanciar apenas na economia mas, sobretudo, na cultura” uma vez que não se pode pensar a língua apenas como instrumento. “É preciso que o português se enraíze na cultura” de acolhimento. Para se chegar aí é preciso formação e só as universidades podem garantir essa formação”. Sim, mas como fazer, insistiu, Maria José Grosso, da Universidade de Lisboa. Tornar a língua mais sexy. “Penso que é preciso criar motivação, fazer da língua um produto estimulante, atractivo, sedutor. Esta motivação deve ser alimentada, mas como?”, retornou. “Penso que é necessário uma força conjunta Universidade de Coimbra? Universidade de Lisboa. Promover cursos de formação e começar por averiguar o interesse e a procura das pessoas, a que público nos estamos a dirigir. É preciso lançar esta semente”.
JOÃO ALMINO VENCE PRÉMIO ZAFFARI & BOURBON
QUARTA-FEIRA 24.8.2011
O escritor, ensaísta e diplomata brasileiro João Almino venceu o prémio Zaffari Bourbon de Literatura 2011 com o romance “Cidade Livre”. O anúncio foi feito esta segunda-feira, na abertura da 14ª Jornada Nacional de Literatura, que acontece na Universidade de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul, no Brasil. “Cidade Livre”, de João Almino, foi considerado o melhor romance de língua portuguesa publicado no Brasil nos últimos dois anos, entre Junho de 2009 e Maio de 2011. Ao prémio, no valor de 150 mil reais (cerca de 650 mil patacas), concorreram 228 romances.
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Literatura | Escritora novata parece ser a substituta de J. K. Rowling
Editoras buscam nova mágica
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RIN Morgenstern, uma pintora com cabelos negros e uma queda por chapéus, cartas de tarot e relógios antigos, nunca publicou nem mesmo um conto. Agora, com o lançamento do seu primeiro romance previsto para Setembro, está no centro de uma das maiores competições da indústria do entretenimento: a corrida para encontrar o próximo Harry Potter. O romance de Morgenstern, que se passa na virada do século XIX, conta a história de dois jovens mágicos apaixonados que competem num circo encantado. A editora Doubleday ganhou os direitos de publicar o livro por um gordo adiantamento de centenas de milhares de dólares. Os direitos já foram vendidos para 30 editoras estrangeiras; alguns países pagaram milhões de dólares, uma quantia normalmente reservada para autores de ‘best-sellers’. Ansiosos por agarrar a próxima fantasia de sucesso depois do fim da série de filmes “Harry Potter”, de 7 mil milhões de dólares, os estúdios de Hollywood começaram a sondagem logo após a venda do livro. A Summit Entertainment, produtora dos filmes “Crepúsculo”, apressou-se para ficar com os direitos cinematográficos em Janeiro e, desde então, tenta atrair os fãs do “Crepúsculo” com o intuito de criar uma base de seguidores. O produtor dos filmes “Harry Potter”, David Heyman, está em negociações para adaptar o romance. As livrarias que foram duramente atingidas pela recessão e pela revolução digital apostaram no “The Night Circus” (Circo da Noite) como uma possível solução para as fracas vendas na era pós-Harry Potter. Para ganhar uma nova base de fãs, as livrarias planeiam festas no dia do lançamento do livro. “É o momento
ideal, porque o último filme ‘Harry Potter’ acabou de estrear, e os vampiros já estão um pouco saturados”, diz Christin Evans, dona da Booksmith, em São Francisco. A livraria contratou um contorcionista, um palhaço e um mágico malabarista para uma apresentação no dia 16 de Setembro, quando Morgenstern vai autografar os livros.
CONCORRÊNCIA
Morgenstern e a sua editora enfrentam uma forte concorrência na busca pelo novo livro de fantasia de sucesso. “The Night Circus” tem elementos de “Harry Potter” (mágica), “Crepúsculo” (romance proibido) e da trilogia jovem pós-apocalíptica “Jogos Vorazes” (uma competição em que há muito em jogo). Mas o novo romance não tem os principais factores que transformaram esses livros em franquias de peso. Morgenstern escreveu o livro como uma história isolada, e não como o começo de uma série. E, embora as editoras e livrarias estejam a tentar atrair os fãs adolescentes de ficção, o título vai para as prateleiras na secção de ficção geral para adultos, o que pode limitar
a exposição do livro entre os leitores mais jovens. O romance também chega num mercado cheio de títulos. As editoras estão a gastar grandes quantias para comprar os direitos de novos romances que prometem atrair tanto adolescentes como adultos e ao mesmo tempo alcançar fãs de lite-
ratura e ficção comercial. Os direitos da trilogia da artista de jogos on-line Marie Lu, ambientada na Los Angeles de 2130 e com lançamento previsto para o fim do ano, foram vendidos para a editora Putnam por um adiantamento de centenas de milhares de dólares; ela também foi seleccionada
pela CBS Films. A estreante Karen Thompson Walker fechou um acordo na faixa dos milhões de dólares com a Random House para o seu romance que será publicado em 2012 “The Age of Miracles” (A Era dos Milagres), sobre uma rapariga da Califórnia cuja angústia de adolescente é agravada
por um desastre cósmico quando a rotação da Terra desacelera.
TRUQUES
A busca frenética acontece num momento tumultuado para as editoras, com as lojas da rede de livraria Borders a fechar as portas nos Estados Unidos. Na era digital, lançamentos estrondosos de livros tornaram-se cruciais para o lucro de editoras e livrarias. A campanha global de marketing e multimédia para promover o “The Night Circus” certamente parece mais adequada a uma estreia popular de Hollywood do que o lançamento de um romance de uma autora desconhecida. Em Sidney, na Austrália, a Random House vai organizar uma festa para lançar o livro com malabaristas e leitores de tarot, e com uma apresentação de Morgenstern via Skype. No Reino Unido, a Random House contratou os fabricantes do Echo Bazaar, um jogo online com cerca de 100 mil assinantes, para criar uma narrativa interactiva baseada no livro. No dia 2 de Setembro, a editora vai promover um evento circense com artistas que cospem fogo em pernas de pau, em frente à livraria Foyles, em Londres. Com a publicação ainda semanas adiante, um exército de evangelistas do “Night Circus” já se formou, com livreiros na linha de frente. A Doubleday aumentou de 100 mil para 150 mil a primeira edição com base na demanda de livrarias. No escritório da editora em Nova Iorque este mês, Mongenstern sentava-se numa sala sem janelas com prateleiras recheadas com cópias do seu livro. Estava a autografar as primeiras 2200 cópias. “The Night Circus” tem uma arma para conquistar os leitores jovens: uma linha directa com a audiência do “Crepúsculo”. A Summit Entertainment publicou um trecho do livro na página oficial do “Crepúsculo” no Facebook, que tem mais de 24 milhões de seguidores, com a mensagem “Precisas de uma nova obsessão?” O número de visitas na página de Morgenstern saltou de 522 para mais de 3900.
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[f]utilidades Cineteatro | PUB SALA 1
RISE OF THE PLANET OF THE APES [B]
[ ] Cinema FALADO EM CANTONENSE Um filme de: Chung Shu Kai Com: Eric Tsang, Cho-Iam Wong, Siu Cheung Yuen 21.45
THE FORTUNE BUDDIES [B]
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SALA 2
FALADO EM CANTONENSE Um filme de: Chung Shu Kai Com: Eric Tsang, Cho-Iam Wong, Siu Cheung Yuen 14.15
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FALADO EM CANTONENSE Um filme de: John Lasseter 14.15, 16.00, 18.00, 19.45
Um filme de: Tom Hanks Com: Tom Hanks, Julia Roberts 16.00, 18.00, 19.45, 21.45
SOLUÇÕES DO PROBLEMA HORIZONTAIS: 1-IMPOSTURAR. 2-A. CACAU. OCA. 3-LP. PALCO. ES. 4-JOGAR. ABAR. 5-USAR. UNIR. G. 6-BEL. IDO. ARU. 7-E. ABRA. IBIS. 8-AMUA. BREGA. 9-UM. SIGAM. AN. 10-NEM. BETÃO. O. 11-INDIANISMO. VERTICAIS: 1-ALJUBE. UNI. 2-I. POSE. AMEN. 3-MC. GALAM. MD. 4-PAPAR. BUS. I. 5-OCAR. IRAIBA. 6-SAL. UDA. GEN. 7-TUCANO. BATI. 8-U. OBI. IRMÃS. 9-RO. ARABE. OM. 10-ACER. RIGA. O. 11-RAS. GUSANO.
SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR
Su doku [ ] Cruzadas
(com 20 casa pretas) HORIZONTAIS: 1-Mostrar bazófia. 2-Amêndoa do fruto do cacueiro. Buraco, escavação. 3-Duas consoantes. Parte do teatro onde representam os actores. Pertences. 4-Pôr em jogo. Levantar as abas de. 5-Servir. Fazer aderir, colar. 6-Forma apocopada de Belo. Andado. Peixinho (Bras.). 7-Pequena baía que se abre na encosta. Ave pernalta aquática. 8-Agasta-se sem dizer o motivo. Diz-se, em geral, do trabalho do lidador durante uma corrida de touros. 9-Qualquer. Caminhem. Negação (Pref.). 10-Não, até não. Espécie de argamassa de cimento, cascalho, areia e saibro. 11-Palavras ou expressão que se refere às línguas indianas. VERTICAIS: 1-Cárcere escuro. Misturei. 2-Atitude de pessoa pretensiosa. Assim seja!. 3-1.100 (Rom.). Fecundam (falando-se de galináceos). Megadine (abrev.). 4-Granhar com facilidade (Pop.). Autocarro (pal. ingl.). 5-Escavar. Espécie de palmeiras do Brasil. 6-Tempero. Coisa grande (Ant.). General (abrev.). 7-Ave trepadora da América do Sul, de bico muito grosso e comprodo. Derrotei, venci. 8-Rio da Rússia. Filhas do mesmo pai e da mesma mãe. 9-Letra grega. Maometano. Cabo da Guiné. 10-Género de árvores, a que pertencem o bordo. Capital da Letónia (URSS). 11-Pano de Arrás. Larva que se cria na madeira e a perfura.
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição
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Um filme de: Rupert Wyatt Com: James Franco, Freida Pinto, John Lithgow 14.15, 18.00, 21.45
FALADO EM CANTONENSE Um filme de: Chung Shu Kai Com: Eric Tsang, Cho-Iam Wong, Siu Cheung Yuen 16.15, 20.00
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Ricoh Women’s British Open 2011 Day 3 Ironman Texas Bupa Great Manchester Run
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Midnight In The Garden Of Good And Evil Troy Airplane Ii: The Sequel Daddy Day Care Ghosts Of Girlfriends Past Scott Pilgrim Vs. The World Goodfellas
CINEMAX 42 12:30 14:15 16:00 17:30 19:00 20:30 22:00 00:10
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The Moderns Just Between Friends SFW Foxes Fatal Charm The White Bus Taking of Beverly Hills Cop Igby Goes Down
(MCTV 52) Animal Planet 20:00 GROWING UP...
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Csi: Ny Blue Bloods Wipeout Chuck Csi: Ny Hawaii Five-O Csi: Crime Scene Investigation The Voice The Amazing Race Hawaii Five-0 Csi: Miami Csi: Crime Scene Investigation Csi: Miami Csi: Crime Scene Investigation
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Informação Macau Cable TV
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14 editorial Carlos Morais José
OS BRASILEIROS No outro dia os jovens brasileiros
ganharam aos portugueses na final de um Campeonato do Mundo de futebol. Foi a “vingança” da vitória lusa de há 20 anos. De facto, cada vez mais, a história e as estórias do futebol se falam em Português e isso também devia ser motivo de reflexão nalgum sítio. Aqui não é o caso. Eu bem sei que “um jogo de futebol não é uma questão de vida ou de morte, é muito mais que isso” (Mário Zambujal). Mas, no final da partida, o pão que estava sobre a mesa é o mesmo. Muito, pouco ou nenhum. Ou seja, as rivalidades que fazem sentido num recinto desportivo – e não será exactamente para as dirimir que eles servem? – perdem toda a sua acuidade na vida real. Agora é preciso saber se é mais compensador competir ou cooperar. Portugueses e brasileiros nunca se deram realmente mal. Mas temos que admitir que existe uma te(n) são latente. Provavelmente é por nos conhecermos tão bem sem nunca nos termos visto. Esta coisa de partilhar uma língua, ainda que modulada pela geografia e outros factores (como, aliás, acontece ao longo de todo o Brasil e todo o Portugal), tem muito mais que se lhe diga do que a própria língua consegue dizer. Com o linguajar, emergem formas de ser e de ver, de ouvir e compreender, também de ler o mundo e de o esquecer. Graças ao Brasil, a Língua Portuguesa tornou-se numa das mais importantes do mundo. Graças a Portugal, o Brasil detém uma língua capaz de se tornar numa das mais importantes do mundo. Estamos tão entrelaçados nos rios da História e do futuro que se torna ridículo não remarmos na mesma direcção. O que se passa hoje é que partilhamos muito mas trocamos pouco. A China não tem sido um exemplo de cooperação a seguir. Mas, convenhamos, o fim do mundo é um lugar como qualquer outro para começar realmente a mudar as coisas.
OPINIÃO A verdadeira história da Charles C. Mann* In The Wall Street Journal
N
O grande porto tropical da Baía de Manila, dois grupos de homens aproximam-se cautelosamente, com armas em punho e olhar frio. Comerciantes que rodam o mundo, vêm de lados opostos do planeta: Espanha e China. Os espanhóis têm uma grande reserva de prata, explorada em minas das Américas, por índios e escravos africanos. Os chineses trazem uma selecção de fina seda e porcelana, materiais desenvolvidos através de avançados processos desconhecidos na Europa. Estamos no verão de 1571 e essa troca de prata por seda — o começo de um intercâmbio em Manila que duraria quase 250 anos — marca a abertura do que agora chamamos de globalização. Foi a primeira vez que a Europa, a Ásia e as Américas se juntaram numa rede económica única. Aseda causaria sensação na Espanha, assim como a prata na China. Mas as multidões que celebraram o retorno dos navios não tinham a mínima ideia do que estava de facto a ser carregado. Normalmente descrevemos a globalização em termos puramente económicos, mas ela também é um fenómeno biológico. Pesquisadores cada vez mais consideram que a mercadoria mais importante dessas viagens
c a rtoon por Steff
transoceânicas não era a seda ou a prata, mas uma colecção selvagem de plantas e animais, muitos deles acidentalmente clandestinos. Na passagem da história, é o lado biológico da globalização que pode ter o maior impacto no destino da população e das nações. Há cerca de 250 milhões de anos, o planeta Terra continha uma massa única conhecida como Pangea. As forças geológicas quebraram essa vasta expansão, para sempre separando a Eurásia das Américas. Sobre as duas metades da Pangea desenvolveram-se diferentes espécies de plantas e animais. Antes da excursão de Colombo pelo Atlântico, apenas algumas criaturas terrenas aventureiras, na maioria insectos e pássaros, haviam cruzado os oceanos e estabelecido em outros lugares. O mundo, na verdade, estava fatiado em domínios ecológicos separados. O feito mais importante de Colombo foi, na frase do historiador Alfred W. Crosby, recosturar as bordas da Pangea. Depois da chegada do explorador às Américas em 1492, os ecossistemas do mundo colidiram e misturaram-se, com os navios europeus carregando milhares de espécies para novos lares pelos oceanos. “O Intercâmbio de Colombo”, como foi baptizado por Crosby, explica por que temos tomates na Itália, laranjas na Flórida, chocolates na Suíça e pimentão na Tailândia.
Um número crescente de académicos acredita que a transformação ecológica iniciada pelas viagens de Colombo foi um dos eventos que marcaram o mundo moderno. Por que é que a Europa atingiu a predominância? Por que é que a China, antes a sociedade mais rica e mais avançada do planeta, caiu de joelhos? Por que é que a escravidão ocorreu nas Américas? Por que foi o Reino Unido que lançou a Revolução Industrial? Todas essas questões estão atadas de forma crucial ao Intercâmbio de Colombo. Por onde começar? Talvez pelos vermes. Minhocas, para ser preciso — especialmente dois tipos comuns na América do Norte, a minhoca da noite, e a minhoca vermelha da Califórnia, criaturas que não existiam no continente antes de 1492. Bem antes do início do comércio de seda e prata pelo Pacífico, conquistadores espanhóis e portugueses navegavam pelo Atlântico em busca de metais preciosos. Eles acabaram por exportar grandes quantidades de ouro e prata da Bolívia, Brasil, Colômbia e México, aumentando enormemente a base monetária da Europa. Mas aqueles navios que retornavam traziam algo de igual importância: a planta amazónica, conhecida hoje como tabaco. Intoxicante e viciante, o tabaco tornou-se objecto da primeira e verdadeira corrida
RESISTIR
Ora a pontualidade é elemento Padre Manuel Teixeira [1912-2003]
essencial da cortesia.
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globalização global por uma commodity. Em 1607, quando a Inglaterra fundou sua primeira colónia americana na Virgínia, Londres já contava com mais de 7.000 “casas”de tabaco — lugares parecidos com bares onde o número crescente de viciados em nicotina podia comprar e fumar tabaco. Para alimentar a demanda, os navios ingleses atracavam nos portos da Virgínia e levavam barris de folhas de tabaco. Geralmente com cerca de 1 metro de altura 70 centímetros de largura, cada barril pesava meia tonelada ou mais. Os marinheiros compensavam o peso deixando para trás o que havia nos porões de seus navios: pedras, cascalho e terra. Eles trocavam o lixo da Inglaterra pelo tabaco da Virgínia. Aquele lixo muito provavelmente continha a minhoca da noite e a minhoca vermelha. E quase que certamente as mudas de plantas que os colonizadores importaram também as continham. Antes da chegada dos europeus, não havia minhocas em boa parte do norte dos Estados Unidos e no Canadá inteiro – elas haviam desaparecido na última era glacial. Em terras sem minhocas, as folhas empilhavam-se e amontoavam-se nas florestas. Árvores e arbustos em regiões sem minhocas dependem de detritos para alimentação. Quando as minhocas chegam, elas logo consomem os restos de folhas, empacotando os nutrientes debaixo do solo na forma de moldes (excrementos de minhocas). De repente, as plantas não podem mais alimentar-se sozinhas. Os seus frágeis sistemas de raízes de superfície estão no lugar errado. Salsaparrilha silvestre, aveia silvestre, selo-de-salomão e uma gama de plantas subterrâneas morrem, espécies de relva, como o junco da Pensilvânia dominam a paisagem. Carvalhos quase param de crescer e mudas de freixo começam a prosperar. Actualmente espalhadas por agricultores, jardineiros e pescadores, minhocas são engenheiras subterrâneas obsessivas e agora estão a reconstruir faixas de Minnesota, Alberta e Ontário. Ninguém sabe o que está por vir no que os ecologistas classificam como uma experiência centenária gigante, sem planeamento. Antes de Colombo, os parasitas que causaram a malária eram incontroláveis na Eurásia e na África, mas desconhecidos nas Américas. Transportada pelos corpos dos marinheiros, a malária atravessou o oceano logo na segunda viagem de Colombo. A febre amarela, companheira frequente da malária, veio em seguida. No século XVII, a região em que essas doenças ainda existiam — áreas costeiras de Washington, capital dos EUA, até a América do Sul, aproximadamente— era um território
Antes da excursão de Colombo pelo Atlântico, apenas algumas criaturas terrenas aventureiras, na maioria insectos e pássaros, haviam cruzado os oceanos e estabelecido em outros lugares. O mundo, na verdade, estava fatiado em domínios ecológicos separados. O feito mais importante de Colombo foi, na frase do historiador Alfred W. Crosby, recosturar as bordas da Pangea perigoso para migrantes europeus, muitos dos quais morriam meses depois de chegar. Em comparação, a maioria dos africanos tinha defesas, adquiridas ou genéticas, contra as doenças. Por isso, a escravidão passou a ser uma estratégia económica atraente. O Intercâmbio de Colombo teve um papel mais directo na criação da Grã-Bretanha. Em 1968, um visionário chamado William Paterson convenceu escoceses ricos a investir nada menos que metade do capital disponível na Escócia num esquema para colonizar o Panamá, esperando controlar o canal de comércio entre o Pacífico e o Atlântico. Mas não deu certo, e a derrota causou um desastre financeiro. Na época, Inglaterra e Escócia compartilhavam uma monarquia, mas permaneciam nações separadas. A Inglaterra, que era maior, vinha defendendo uma fusão completa. Os escoceses resistiam, temendo uma economia dominada por Londres, mas agora a Inglaterra prometia reembolsar investidores que entraram no projecto Panamá como parte de um acordo de união. Mas os escoceses não podem reclamar das consequências do Intercâmbio de Colombo. Quando foram absorvidos pela Bretanha, o seu pão de cada dia, por assim dizer, era um tubérculo sul-americano hoje conhecido como a batata.
Comparados com grãos, tubérculos são naturalmente mais produtivos. Se um ramo de trigo ou arroz cresce demais, a planta curva-se e mata o grão. Não há problemas estruturais com os tubérculos, que crescem no subsolo. Agricultores do século XVIII que plantaram batatas colhiam quase quatro vezes mais alimento seco do que colhiam do trigo ou da cevada. A batata permitiu que a maioria da Europa — uma faixa de terra de 3.000 quilómetros entre a Irlanda e a Ucrânia — se alimentasse. (O milho, outra lavoura americana, teve um papel similar na Itália e na Roménia.) Estabilidade política, maior renda e um boom populacional foram os resultados. Importada do Peru, a batata foi combustível para a ascensão da Europa. A batata doce teve um papel similar na China. Trazida (junto com o milho) da América do Sul através do comércio de prata no Pacífico na década de 1590, ela deu aos agricultores chineses um meio de cultivar áreas elevadas que não serviam para as plantações de arroz. Mas logo azedou. Como os agricultores chineses nunca tinham cultivado as suas áreas elevadas, eles cometeram erros básicos. Um aumento na erosão levou a níveis extraordinários de inundações, que por sua vez instigaram
tensão social e desestabilizaram o governo. As novas lavouras que ajudaram a fortalecer a Europa foram um factor crucial no enfraquecimento da China. O Intercâmbio de Colombo continua hoje em dia. A seringueira, originária do Brasil, ocupa hoje vastas áreas no sudeste da Ásia, provendo o látex necessário para fazer pneus, correias e vedações que invisivelmente mantêm a civilização industrial. (Borracha sintética da mesma qualidade ainda não pode ser produzida de maneira viável.) Plantações asiáticas de seringueiras devem sua existência a um espadachim britânico chamado Henry Wickham, que em 1876 contrabandeou 70.000 sementes de seringueiras do Brasil para o Kew Gardens, de Londres. Plantações dessas árvores eram quase impossíveis na Amazónia porque eram atacadas por um fungo feroz, o Microcyclus ulei. Esse fungo certamente vai cruzar o Pacífico um dia, com consequências desastrosas e imprevisíveis. Espécies sempre circularam por aí, aproveitando-se de acasos ou circunstâncias favoráveis. Mas o Intercâmbio de Colombo, como uma internet biológica, pôs cada parte do mundo natural em contacto com todas as outras. As consequências são tão difíceis de prever quanto as da própria globalização. Mesmo enquanto plantações de seringueira brasileira tomam conta de florestas tropicais na Ásia, plantações de soja, um legume chinês, estão a substituir quase 200.000 quilómetros quadrados do sul da Amazónia. No nordeste brasileiro, o eucalipto australiano cobre quase 40.000 quilómetros quadrados. Devolvendo o favor, empresários na Austrália agora estão a tentar estabelecer plantações de açaí, a palmeira brasileira cujo fruto tem sido vendido como super saudável. Tudo isso vai dar resultados económicos positivos — exportações de soja, por exemplo, estão a fazer do Brasil uma potência agrícola, melhorando a fortuna de inúmeros agricultores pobres em áreas remotas. Mas o lado mau da corrente de Intercâmbio de Colombo é tão saliente quanto isso. Florestas nos EUA estão a ser devastadas por uma leva de pestes estrangeiras, por exemplo. Hoje o nosso noticiário é dominado por histórias de rebaixamento de dívidas, novidades da informática e tensões no Oriente Médio. Mas séculos mais tarde, historiadores podem muito bem ver a nossa era como aquela em que se iniciou a ascensão do Ocidente moderno: em mais um capítulo do contínuo tumulto do Intercâmbio de Colombo. * Mann é autor do livro “1493: Uncovering the New World Columbus Created”, recém-lançado nos EUA
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo