Hoje Macau 24 AGO 2016 #3642

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PUB

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

QUARTA-FEIRA 24 DE AGOSTO DE 2016 • ANO XV • Nº 3642

RUA DA ENTENA

MONARQUIAS

MANUEL DE ARRIAGA

IAS contra Em nome de Neo-clássico acusações S. Majestade sobrevive PÁGINA 5

GRANDE PLANO

PÁGINA 7

WANG CHONG

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Salários criativos FERNANDO ELOY

www.hojemacau.com.mo•facebook/hojemacau•twitter/hojemacau

JULIE O’YANG

OPINIÃO

CASAS TAIPA ADM e APIM ignoradas sobre remodelação de museu

Filo di quim? PÁGINA 9

TIAGO ALCÂNTARA

hojemacau

No país de Wu e de Yue China


2

GONÇALO LOBO PINHEIRO

Persistem na Ásia cinco monarquias que têm sabido manter-se sem grandes alterações ao longo dos tempos. Poderá a vontade de abdicar do Imperador japonês Akihito mudar o panorama? Dois analistas garantem que vai levar tempo até que as sociedades comecem a questionar a existência da democracia

MONARQUIAS ASIÁTICAS SAÍDA DO IMPERADOR JAPONÊS SEM INFLUÊNCIA

EM NOME DA Imperador Akihito

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KIHITO está cansado. A liderar o poder imperial japonês desde 1989, anunciou há semanas a vontade de abdicar antes da sua morte, o que poderá obrigar a uma revisão da Constituição japonesa, que permite a sucessão do Imperador apenas em casos de falecimento. Um inquérito realizado no país confirmou que cerca de 90% da população está de acordo com a abdicação. Democracia estável, com Shinzo Abe a encabeçar o Governo, o Japão enfrenta neste momento a possibilidade de ter de alterar uma tradição que se tem mantido inalterável ao longo dos séculos. O poder imperial é simbólico, sem intervenção directa

“As monarquias estão vivas, de boa saúde e vão continuar”

na política, mas muito respeitado pela população japonesa. Países como a Tailândia, Butão, Malásia e Camboja continuam a ter monarquias, sendo que, para dois analistas contactados pelo HM, o impacto das mudanças no Japão nesses países será mínimo. “São coisas que levam muito tempo a modificar-se porque há uma cultura institucional, porque se pensa que estas coisas são imodificáveis”, defendeu Arnaldo Gonçalves ao HM. “Não vai ter um impacto de maior. As monarquias estão vivas, de boa saúde e vão continuar. Caso haja uma sucessão do filho mais velho no Japão a transição vai ser pacífica, porque o Imperador é uma figura simbólica. Não vejo grandes modificações”,

acrescentou o especialista em Relações Internacionais. Para George Wei, docente da Universidade de Macau (UM) e especialista em ideologias políticas, vai demorar algum tempo até que a monarquia, enquanto instituição, comece a ser questionada, tal como já acontece na Europa. “É menos desafiante uma alteração às monarquias na Ásia por comparação ao Ocidente, porque no Ocidente os cidadãos estão mais habituados a sistemas democráticos e há escândalos associados às casas monárquicas. Muitas pessoas começam a pensar que não é necessário um sistema democrático. Na Ásia a tradição ainda é muito forte para a maioria das pessoas”, referiu ao HM.

“O imperador tem de se arrastar na sua debilidade porque desempenha uma função institucional? Para a maioria das pessoas isso não faz sentido” ARNALDO GONÇALVES ESPECIALISTA EM RELAÇÕES INTERNACIONAIS

O docente acredita que os asiáticos ainda não chegaram à fase em que começam a duvidar do sistema monárquico. “No Japão, por exemplo, caso haja problemas que o Governo não consegue resolver, o Imperador pode ter um papel decisivo ao intervir no processo de implementação de políticas. E o processo em países asiáticos como a Tailândia é muito semelhante.”

O REI-SOL DO SÉCULO XXI

As monarquias asiáticas têm em comum o facto da população continuar a idolatrar o rei ou o imperador como se de um Deus se tratasse. Se na Tailândia uma ofensa ao rei Bhumibol pode dar direito a prisão, no Butão, pequeno país enfiado nas encostas dos

HM

GRANDE PLANO


3 hoje macau quarta-feira 24.8.2016 www.hojemacau.com.mo

O problema do bon-vivant Tailândia com obstáculos na sucessão

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Himalaias, a população venera o rei Jigme Khesar Wangchuk e a sua esposa, Jetsu Pema, que criou inclusivamente uma conta na rede social Facebook. É por isso que, aos olhos de George Wei, o anúncio do Imperador Akihito vai manter a tradição como ela sempre foi. “Não me parece que haja um grande impacto ou que isso vá afectar a monarquia enquanto instituição. Muitas pessoas adoram este sistema, porque gostam que haja um imperador e respeitam-no. Habituaram-se a ter um imperador ou um rei”, explicou. Apesar do respeito que existe para com a instituição, é certo que a população começa a defender uma modernização da monarquia

e dos seus costumes, como referiu Arnaldo Gonçalves. “É uma questão de adaptação da cultura monárquica japonesa aos desafios do século XXI. As pessoas têm emitido declarações que mostram que estão de acordo com isto. O Imperador está moribundo e na Tailândia a mesma coisa.” Arnaldo Gonçalves ressalva, contudo, o facto de uma reforma constitucional poder ser difícil de implementar. “No Japão essas reformas são difíceis, porque há uma câmara alta e uma câmara baixa e por isso as duas têm de estar maioritariamente de acordo para se fazer qualquer reforma. Essa é uma questão que se vai pôr mais tarde ou mais cedo, porque tem de se resolver o problema. O

“É menos desafiante uma alteração às monarquias na Ásia por comparação ao Ocidente, porque no Ocidente os cidadãos estão mais habituados a sistemas democráticos”

Rei Bhumibol

imperador tem de se arrastar na sua debilidade porque desempenha uma função institucional? Para a maioria das pessoas isso não faz sentido.” George Wei deixa, no entanto, um alerta. A obrigatoriedade de rever a Constituição poderá levar o governo de Shinzo Abe a fazê-lo olhando para outros objectivos. “Não sei se será bom para o governo japonês rever a Constituição, porque as verdadeiras intenções da revisão visam dar ao governo mais poderes para a expansão militar do país. Em relação à Casa Imperial não vejo grandes alterações a acontecer, porque se trata de um sistema que funciona bem”, concluiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

“Muitas pessoas adoram este sistema, porque gostam que haja um imperador e respeitam-no” GEORGE WEI DOCENTE DA UNIVERSIDADE DE MACAU

Á seis anos já era um assunto tabu, ao ponto da revista The Economist ter escrito sobre o assunto e não ter enviado a edição para o país. A fraca saúde do rei Bhumibol e o problema da sucessão, pelo facto do herdeiro, Maha Vajiralongkorn, ser considerado playboy e ligado a escândalos, continua a ser um assunto sensível aos tailandeses. Com quase 90 anos, no poder desde 1946, o rei Bhumibol tem sido uma peça fundamental para equilibrar muitos dos conflitos políticos e sociais que têm ocorrido no país. Bhumibol tornou-se rei quando a monarquia era considerada uma instituição irrelevante, mas soube conquistar a confiança da população no equilíbrio das várias forças políticas. Se as mudanças no poder imperial japonês não vão trazer consequências de maior, a verdade é que a morte de Bhumibol pode gerar um novo panorama de difícil resolução. “Há uma Junta Militar e com a nova Constituição estou a vê-la ficar no poder, pelo menos, nos

próximos dez anos. Isto porque é um factor de estabilidade e um ponto de equilíbrio entre os dois grandes grupos que dividem a classe política tailandesa. O rei tem uma autoridade natural, porque está há muito tempo no poder, conviveu com vários primeiros-ministros, é adorado pela população”, frisou Arnaldo Gonçalves. Maha Vajiralongkorn é um homem de 64 anos e o seu nome não pára de ser associado a escândalos. Divorciou-se recentemente da terceira mulher, que surge num vídeo em topless, feito quando ainda era princesa. “O candidato a rei não tem essa imagem (de seriedade, como o pai), é visto pela população como um indivíduo imaturo, um bon-vivant, alguém que faz uma vida fora do quadro ético e moral da monarquia. Se for colocado no poder, se estará à altura das responsabilidades, essa é uma grande interrogação. Vamos ver na Tailândia como vai ser, tenho algumas dúvidas de que o príncipe tenha alguma maturidade”, explicou Arnaldo Gonçalves. A.S.S.


4 POLÍTICA

hoje macau quarta-feira 24.8.2016

O deputado Au Kam San teme que o Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo se transforme numa lei esquecida no fundo da gaveta da Assembleia Legislativa, por culpa dos interesses instalados

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INALIZADA mais uma sessão legislativa no hemiciclo, restam ainda concluir as análises na especialidade de dez propostas de lei, distribuídas por três Comissões Permanentes. Uma delas é o Regime de Prevenção e Controlo do Tabagismo. Em declarações ao Jornal do Cidadão, o deputado Au Kam San teme que este diploma acabe por ficar esquecido na Assembleia Legislativa (AL) e que a sua votação fique eternamente adiada, por estarem em causa diversos interesses instalados na sociedade. De lembrar que já várias associações, uma delas ligada ao deputado Zheng Anting, têm vindo a exigir ao Governo a manutenção das salas de fumo nos casinos, algo que a lei quer abolir na totalidade, por temerem uma maior quebra nas receitas do Jogo. Au Kam San alertou ainda para o facto de existirem mais diplomas cuja votação tem sido adiada, os quais não contêm, a seu ver, questões polémicas. O deputado não vê, por isso, razões políticas que possam interromper a sua aprovação.

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Gavetas esquecidas Au Kam San disse também que, limitada pela Lei Básica, a AL não tem liberdade na realização dos trabalhos legislativos e que a sua agenda está dependente das propostas de lei apresentadas pelo Governo. O deputado lembrou que, nos últimos anos, foram vários os presidentes do hemiciclo que falaram da falta de comunicação com o Executivo, sendo que não existe nenhuma preparação ou planos provisórios antes da entrega dos projectos de lei. Quanto ao progresso dos trabalhos legislativos, é passivo, disse Au Kam San. “Quanto à legislação, por enquanto nada vai conseguir mudar

a situação”, disse o deputado, que defende o estabelecimento de um novo mecanismo de comunicação para que agenda dos trabalhos legislativos possa ser mais clara. Em Julho de 2015, Chan Chak Mo, presidente da 2.ª da Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL), disse precisar de um ano para ter pronto o parecer sobre o diploma que revê o Regime de Prevenção e Controlo

do Tabagismo. Dez meses corridos, o HM questionou a AL e os deputados diziam que esta revisão não tem sido prioritária. Para o deputado Ng Kuok Cheong, que falou ao HM na altura, e também membro da Comissão que avalia a revisão à lei, não há dúvidas: poucos são aqueles que querem que esta “revisão vá para a frente”. O colega de bancada de Au Kam San disse mesmo que a “AL está

Restam ainda concluir as análises na especialidade de dez propostas de lei, distribuídas por três Comissões Permanentes

Um caso político

Petição entregue no Governo acusa S. Januário de negligência

Januário a solicitar exames para verificar se o cancro de mama de que a esposa tinha padecido antes teria tido alguma reincidência. O pedido foi feito 20 anos depois da sua mulher ter sido sujeita a cirurgia para remoção total do peito. Na altura, a directora aprovou o pedido mas o médico do serviço de Oncologia argumentou que, como a doença não tinha aparecido nos cinco anos seguintes à cirurgia, a hipótese de voltar

FACEBOOK

M cidadão responsabiliza o Hospital de S. Januário pela morte da esposa. O caso é denunciado numa petição entregue ontem ao Governo, em que o residente da RAEM acusa o hospital público de ter rejeitado os pedidos de transferência da sua mulher para uma outra instituição após reincidência de um cancro. O tumor alastrou ao cérebro e acabou por provocar a morte da esposa de Wong Kam Weng, nome do viúvo. Wong Kam Wen conta ao HM que já em 2011 se dirigiu em carta à então directora do Hospital São

Lei Tabagismo AU KAM SAN TEME “ABANDONO” DO DIPLOMA

a atrasar os trabalhos até levar a que a proposta caia

SISTEMA NOVO

Ao jornal chinês, o deputado do campo pró-democrata referiu que é necessário um novo regime que possa resolver a “incapacidade” que a AL tem em supervisionar as contas públicas. Na perspectiva de Au Kam San, existe uma óbvia lacuna no sistema de finanças públicas e a AL é incapaz de fazer uma supervisão, referindo ainda que o Governo não quer discutir os orçamentos de grandes projectos nem as despesas adicionais. Quanto à Comissão de Acompanhamento para os Assuntos de Finanças Públicas, Au Kam San frisa que só tem capacidade para questionar o Governo em casos específicos, não conseguindo acompanhar em pleno os gastos públicos.

a ter cancro não se colocava pelo que não avançou com novos exames. Um ano depois, o casal veio a saber através de um exame de Ortopedia que o tumor já estava nos pulmões e que a vítima era considerada um caso terminal. Na altura, Wong Kam Weng fez três pedidos de transferência da sua esposa para um hospital estrangeiro, mas foram todos recusados com o argumento de que “Macau tem recursos suficientes para fornecer tratamento”. Três meses depois da última cirurgia, a esposa morreu devido ao alastramento do tumor para o cérebro.

Angela Ka (revisto por A.S.S.) info@hojemacau.com.mo

O caso tornou-se, então, político. Para Wong Kam Weng este foi um erro médico levado pela “corrupção administrativa do Hospital São Januário”. Para o viúvo, levar este caso a tribunal será muito moroso e dada a sua idade já avançada (68 anos) receia não viver até ao final do processo. Pede, por isso, uma resolução do caso extrajudicial e o pagamento por parte do Hospital de S. Januário do funeral da esposa que ficou em 26 mil patacas. A.K. (revisto por S.M.)


5 hoje macau quarta-feira 24.8.2016

GUIAS QUEREM AUTOCARROS NA RUA

E

A.K./S.M.

QUATRO VÍTIMAS COM ALTA

Entre os 11 turistas internados no Hospital Kiang Wu vítimas do acidente na Rua da Entena, quatro tiveram alta. Em relação às sete pessoas ainda hospitalizadas, a mulher que foi submetida a uma cirurgia craniofacial encontra-se ainda na unidade de cuidados intensivos e em estado clinicamente estável, apesar de ainda necessitar de apoio das máquinas para respirar, sendo que o Hospital teve de a operar para efectuar uma traqueostomia, de forma a servir de apoio às máquinas de ventilação respiratória. Os feridos que ainda se encontram internados registam um quadro clínico estável, adianta um comunicado do Executivo.

Entena IAS REJEITA ACUSAÇÕES DE PROPRIETÁRIO DE LOJA DANIFICADA

Isto aqui não é um banco O IAS assegura o apoio necessário às vítimas do acidente da Rua da Entena, mas diz não compactuar com más gestões de negócio. É a resposta do Governo às acusações do proprietário de uma clínica de medicina tradicional chinesa na qual embateu o autocarro e que se queixa de ser “desprezado” pelo Governo, que acusa de ser irresponsável GCS

M carta aberta enviada ao Instituto Cultural (IC) e à Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), a Associação de Promoção de Guias de Turismo de Macau e a União dos Guias Turísticos de Macau opõem-se à proposta recentemente apresentada que sugere que o parque da Tap Seac seja utilizado para recolha e largada de passageiros dos autocarros de lazer. As associações, que dizem falar em nome de todos os guias de turismo do território, sugerem que se mantenha a circulação de autocarros na Rua de Entena mas com uma supervisão mais exigente e rigorosa. Dada a distância entre as Ruínas de S. Paulo e a Tap Seac - de cerca de um quilómetro -, o facto dos passageiros terem que andar este percurso pode ser fonte de inconvenientes, afirma a carta, ao mesmo tempo que refere que os moradores do trajecto também serão afectados. Foram ainda solicitados mais lugares para autocarros turísticos, bem como a proibição ao estacionamento de veículos ligeiros no horário da manhã e mesmo a existência de mais formação para motoristas.

SOCIEDADE

O Governo fez ontem um simulacro com um autocarro igual ao que embateu no edifício

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ELATIVAMENTE às solicitações apresentadas pelos proprietários das lojas sobre as perdas de operacionalidade é de referir que tal assunto trata-se de um tema relativo aos lucros e, portanto, não é abrangido pelo serviços de acção social.” É assim que o Instituto de Acção Social (IAS) responde ao HM em reacção a uma carta enviada pelo proprietário de uma clínica de medicina tradicional chinesa que ficou danificada pelo acidente da Rua da Entena. Na missiva dirigida ao Executivo, em que se queixa de desprezo e falta de fonte de sustento, o homem diz que está a perder o seu ganha-pão. Para o IAS, o proprietário da “Policlínica de Traumatologia Sai Long” não teve qualquer diferenciação de tratamento relativamente aos restantes lesados e tem acesso ao mesmo tipo de apoios. O Instituto considera ainda que neste caso em concreto a inoperacionalidade da loja é devida não à presente situação pós-acidente, mas antes a uma má gestão anterior. “No caso de os proprietários das lojas se depararem com problemas de sustento ou com dificuldades para a manutenção da vida, poderá

ser contactado o IAS para efeitos do pedido de apoio económico”, adianta o Instituto.

VÍTIMA DE DESPREZO

O proprietário da “Policlínica de Traumatologia Sai Long” dirigiu, na passada terça-feira, uma carta aberta ao Chefe de Executivo em que demonstra o seu descontentamento com a forma como tem sido tratado no caso do acidente da Rua da Entena, que envolveu um autocarro turístico e destruiu parte da sua clínica. Do conteúdo da missiva pode ler-se que “o Governo deve assumir uma maior parte das responsabilidades”, sendo que quando este pla-

SIMULACRO COM CONDUTOR

A

fim de conhecer melhor as causas do acidente, a PSP e a DSAT fez ontem um simulacro com um autocarro de turismo do mesmo modelo do acidentado, com o mesmo número de passageiros e bagagem. O simulacro foi realizado num período de uma hora e meia sob a observação de técnicos especialistas em estruturas de autocarros e na presença do condutor.

neou a passagem de autocarros de turismo pelas ruas mais estreitas de Macau, o Executivo foi “à procura de crescimento económico e ignorou a segurança da área histórica e dos residentes da área”. O proprietário considera-se a maior vítima deste acidente, afirmando que até agora “só recebeu um telefonema do IAS a perguntar pelas suas necessidades”. O facto de, até à data, já terem sido registados “quatro acidentes” como este, e sendo permitida a continuidade da circulação deste tipo de veículos, confere ao Governo uma “responsabilidade iniludível”, afirma o proprietário. São ainda de registo na carta enviada a Chui Sai On os longos processos legais no que respeita a indemnizações que possam vir a ser pagas. O proprietário da clínica refere que está perante a destruição do seu “ganha-pão” e que se encontra sem qualquer fonte de rendimento. Por outro lado, afirma ainda que o acidente veio desvalorizar o edifício mesmo tendo em conta a reparação garantida pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSOOPT) e espera que o Governo “promova a demolição e reconstrução do edifício”. O acidente ocorreu há duas semanas, quando um autocarro de

“Relativamente às solicitações apresentadas pelos proprietários das lojas sobre as perdas de operacionalidade é de referir que tal assunto trata-se de um tema relativo aos lucros e, portanto, não é abrangido pelo serviços de acção social” INSTITUTO DE ACÇÃO SOCIAL turismo desceu a Rua da Entena e embateu no edifício, enquanto o motorista estaria fora do veículo. Do acidente resultaram 32 vítimas, uma delas continua em estado grave. Sofia Mota (com Angela Ka) info@hojemacau.com.mo


6 PUBLICIDADE

hoje macau quarta-feira 24.8.2016

Anúncio Concurso Público «Empreitada da Obra N.º E1 – Instalação de Sistemas Eléctricos e de Ar Comprimido para o 63.º Grande Prémio de Macau»

Anúncio Concurso Público «Empreitada da Obra N.º E2 – Instalação de Sistemas Audiovisuais para o 63.º Grande Prémio de Macau»

1.

Entidade que preside ao concurso: Instituto do Desporto.

1.

Entidade que preside ao concurso: Instituto do Desporto.

2.

Modalidade de concurso: concurso público.

2.

Modalidade de concurso: concurso público.

3.

Local de execução da obra: Edifício do Grande Prémio de Macau, Garagens provisórias e Circuito da Guia.

3.

Local de execução da obra: Edifício do Grande Prémio de Macau, Garagens provisórias e Circuito da Guia.

4.

Objecto da empreitada: instalação dos sistemas eléctricos, de comunicação telefónica, das luzes de partida, de ar-comprimido e a manutenção/reparação do sistema de ventilação do silo de automóveis do Terminal Marítimo do Porto Exterior.

4.

Objecto da empreitada: instalação de sistemas de difusão sonora, de sistemas para o processamento e distribuição do sinal de televisão, de sistemas de vídeo em circuito fechado CCTV e de Ecrãs LED de grande dimensão no Circuito da Guia e em vários pontos da cidade.

5.

Prazo máximo de execução: seguir as datas limites constantes no Caderno de Encargos.

5.

Prazo máximo de execução: seguir as datas limites constantes no Caderno de Encargos.

6.

Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de 90 dias, a contar da data do acto público do concurso.

6.

Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de 90 dias, a contar da data do acto público do concurso.

7.

Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global (os itens «Se necessários» mencionados no Anexo IV – Lista de quantidades e do preço unitário do índice geral do processo de concurso são retribuídos por série de preços através da medição das quantidades executadas).

7.

Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global (os itens «Se necessários» mencionados no Anexo IV – Lista de quantidades e do preço unitário do índice geral do processo de concurso são retribuídos por série de preços através da medição das quantidades executadas).

8.

Caução provisória: $ 150 000,00 (cento e cinquenta mil) patacas, a prestar mediante depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do Fundo do Desporto), garantia bancária ou seguro caução (emitida a favor do Fundo do Desporto) aprovado nos termos legais.

8.

Caução provisória: $ 155 000,00 (cento e cinquenta e cinco mil) patacas, a prestar mediante depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do Fundo do Desporto), garantia bancária ou seguro caução (emitida a favor do Fundo do Desporto) aprovado nos termos legais.

9.

Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva a prestar).

9.

Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva a prestar).

10.

Preço base: não há.

10.

Preço base: não há.

11.

Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição. Neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

11.

Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição. Neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição.

12.

Sessão de esclarecimento: a sessão de esclarecimento terá lugar no dia 31 de Agosto de 2016, quarta-feira, pelas 10,00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio de Macau, sito na Avenida da Amizade n.º 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a sessão de esclarecimento será adiada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

12.

Sessão de esclarecimento: a sessão de esclarecimento terá lugar no dia 31 de Agosto de 2016, quarta-feira, pelas 11,00 horas, na sala de reuniões do Edifício do Grande Prémio de Macau, sito na Avenida da Amizade n.º 207, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a sessão de esclarecimento será adiada para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

13.

Local, dia e hora limite para a apresentação das propostas:

13.

Local, dia e hora limite para a apresentação das propostas:

14.

Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau.

Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau.

Dia e hora limite: dia 13 de Setembro de 2016, terça-feira, até às 12,00 horas.

Dia e hora limite: dia 14 de Setembro de 2016, quarta-feira, até às 12,00 horas.

Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

Local, dia e hora do acto público de abertura das propostas:

14.

Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau.

Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau.

15.

16.

17.

Local, dia e hora do acto público de abertura das propostas:

Dia e hora: dia 14 de Setembro de 2016, quarta-feira, pelas 9,30 horas.

Dia e hora: dia 15 de Setembro de 2016, quinta-feira, pelas 9,30 horas.

Em caso de adiamento da data limite para a apresentação das propostas de acordo com o mencionado no ponto 13 ou em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

Em caso de adiamento da data limite para a apresentação das propostas de acordo com o mencionado no ponto 13 ou em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

Os concorrentes ou seus representantes legais devem estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

Os concorrentes ou seus representantes legais devem estar presentes no acto público de abertura das propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso.

Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da respectiva cópia:

15.

Local, dia e hora para exame do processo e obtenção da respectiva cópia:

Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau.

Local: Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau.

Hora: horário de expediente (das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas).

Hora: horário de expediente (das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas).

Na Divisão Financeira e Patrimonial do Instituto do Desporto, poderão obter cópia do processo do concurso mediante o pagamento de $ 1 000,00 (mil patacas).

Na Divisão Financeira e Patrimonial do Instituto do Desporto, poderão obter cópia do processo do concurso mediante o pagamento de $ 1 000,00 (mil patacas).

Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:

16.

Critérios de apreciação de propostas e respectivos factores de ponderação:

- Preço total da obra: 80%

- Preço total da obra: 80%

- Prazo de execução da obra: 5%

- Prazo de execução da obra: 5%

- Plano de trabalhos: 10%

- Plano de trabalhos: 10%

- Experiência em obras semelhantes: 5%

- Experiência em obras semelhantes: 5%

Junção de esclarecimentos: Os concorrentes devem comparecer no Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau, até à data limite para a apresentação das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

17.

Junção de esclarecimentos: Os concorrentes devem comparecer no Instituto do Desporto, sito na Avenida Dr. Rodrigo Rodrigues n.º 818, em Macau, até à data limite para a apresentação das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Instituto do Desporto, 24 de Agosto de 2016.

Instituto do Desporto, 24 de Agosto de 2016.

O Presidente, Pun Weng Kun

O Presidente, Pun Weng Kun


7 hoje macau quarta-feira 24.8.2016

Manuel de Arriaga Nº 28 AFINAL CONSEGUIU CLASSIFICAÇÃO

GOOGLE STREET VIEW

Aquilo que resta dos Neo-Clássicos

O

S resultados da consulta pública sobre a proposta de classificação de imóveis mostram, afinal, que mais de metade dos inquiridos concorda com a classificação do prédio da Rua Manuel de Arriaga. Ainda que o Governo considere que “não houve consenso” quanto à sugestão de se classificar o

prédio número 28, como informou num comunicado enviado esta segunda-feira, os resultados da consulta apresentam números superiores. De acordo com as informações, 61,8% das 667 pessoas que apresentaram opiniões face a este prédio “concorda com a classificação”, sendo que apenas 38,2% não estão a favor de que o também número 1 da Rua da Barca se torne em património. Apesar do número de votos “sim” não ser tão alto quanto os que concordaram com a classificação de outros oito imóveis propostos – como os Templos de Foc Tak Chi e as antigas muralhas, que receberam todos pontos a favor acima dos 80% – os dados mostram que o prédio ficou a uma escassa diferença das opiniões face à antiga Farmácia Chong Sai, que obteve 77% de concordância. Ainda assim, o Governo diz que “um número elevado” de pessoas se manifestou contra a classificação do imóvel, pelo que diz “não haver consenso” sobre a sua classificação. Nos resultados da consulta pública consultados pelo HM, é possível perceber que quem concorda com a classificação considera que “o prédio possui valor cultural” e outros acreditam que a classificação só é possível depois de ser apresentado “um plano de restauro” que tenha em causa a ponderação dos custos e o consentimento do proprietário. Quem discorda, diz que o edifício está “num avançado estado de degradação” e que repará-lo pode ser “um desperdício de recursos”. A integridade do prédio e os custos das obras são os motivos que levam alguns a estar de pé atrás.

O QUE É?

Na história que acompanha o edifício, fornecida pelo IC, pode ver-se

Instituto Cultural (IC) quer criar uma zona de protecção do património de mais de três mil metros quadrados junto ao antigo Estábulo Municipal e Canil de Macau. A sugestão é deixada no relatório da consulta pública que ontem foi tornado público. O documento indica que os espaços, também dentro do grupo de edifícios propostos para classificação pelo Instituto, podem ser alvo de inclusão em zonas de protecção provisórias de acordo com a Lei de Salvaguarda do Património: primeiro porque estão “numa zona com conexão às funcionalidades dos bens imóveis em vias de classificação”, segundo porque as zonas envolventes que apresentam uma ligação com os bens imóveis a nível de classificação e a nível estético da paisagem visual.” Assim, a proposta do IC é que uma das zonas ao lado do antigo estábulo, onde havia

instalações dependentes do espaço e que servem agora como instalações de apoio ao Canil, fique “dentro de uma zona de protecção provisória, mantendo-se a topografia, os espaços verdes e as estruturas relacionadas com os bens imóveis”. A outra é que outra das zonas, que inclui o jardim frente ao canil e o “declive na área posterior” também sejam incluídas em zona de protecção provisória. “Juntamente com o Estábulo e o Canil Municipal, pela sua imagem icónica, [estes espaços] estabelecem uma continuidade no seu conjunto do ponto de vista estético, no sopé da Colina de Mong Há. Propõe-se a preservação das árvores no jardim da frente e na zona posterior dos imóveis, tendo como objectivo preservar a sua configuração global”, indica o IC. A zona de protecção provisória ficaria com uma área de 3535 metros quadrados. J.F.

INUNDAÇÃO FACEBOOK

O Governo dizia não ter havido consenso sobre a classificação do prédio que considera ser dos poucos a representar o estilo Neo-Clássico e Art Deco, mas os resultados da consulta pública indicam que mais de metade dos inquiridos quer o imóvel da Rua de Manuel de Arriaga classificado. O eventual preço das obras e a vontade do proprietário são factores a ponderar, mas é o Governo quem tem de decidir

IC QUER ZONA DE PROTECÇÃO JUNTO AO ANTIGO ESTÁBULO MUNICIPAL E CANIL

O

que ao longo dos anos se mantiveram as fachadas, “como as elegantes e bonitas decorações e molduras e a entrada me arco decorada com colunas”, como descreve o Instituto. Pormenores como mosaicos e acabamento em estuque de Xangai, “populares na época”, levam a que o IC considere o prédio como uma das poucas obras do estilo Neo-Clássico e Art Déco “populares na primeira metade do século XX”. Apesar do edifício incluir apenas parte da construção original, o IC descreve-o como sendo ainda capaz de mostrar a sua função como ponto nodal pela sua “localização estratégica” entre as duas ruas que ocupa e que eram “as principais vias do Bairro de San Kio”. Mas não só. “Os detalhes arquitectónicos do edifício com o seus acabamentos requintados reflectem desta fora uma estilo muito característico das habitações do século XX sendo este um dos poucos edifícios de referência na zona [que] mantém o estilo há mais de cem anos”. Isto devido principalmente à demolição de diversas casas nos anos 60 e 70.

SOCIEDADE

61,8% das 667 pessoas que apresentaram opiniões face a este prédio “concorda com a classificação”

O IC propôs a classificação do espaço como sendo um edifício de interesse arquitectónico. Construído em 1917/1918, a propriedade – que ainda hoje é privada – serviu como residência, escritórios e clínica de medicina chinesa, sendo hoje novamente utilizado como habitação. Mas, o IC também deixa o alerta: o prédio de 192 metros quadrados “está em mau estado de conservação” e viu uma parte do seu telhado ser demolida em 2013, uma questão que levantou polémica e que levou o Governo a impedir mais trabalhos de demolição. O HM tentou saber junto do IC se continua a haver interesse em classificar o prédio, ou se o Instituto vai desistir devido aos resultados da consulta pública, que considera “divergentes e sem consenso”, mas não foi possível obter resposta até ao fecho desta edição. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

• Ocorreu ontem uma inundação na junção da Rua de Fernão Mendes Pinto e a Rua de Francisco Xavier Pereira, na zona norte. O alerta terá sido dado pelo grupo do Facebook “Informação rodoviária de Macau” e divulgado pela Macau Concealers por volta das 16h00. A suspeita é que de um tubo subterrâneo ficou danificado por causa das obras, o que provocou a inundação. A água misturada com sedimentos acabou por ir rua abaixo e afectar o trânsito. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, a Sociedade de Abastecimento de Águas (SAAM) recebeu a denúncia do problema no tubo em causa e uma equipa de engenheiros foi mandada ao local para proceder a uma reparação de emergência. O fim da obra está previsto para hoje por volta do meio dia.


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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO PARA «EMPREITADA DE CONCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO DA PONTE DE LIGAÇÃO ENTRE A ILHA ARTIFICIAL E A ZONA A DOS NOVOS ATERROS URBANOS» 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13.

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Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Modalidade de concurso: concurso público. Local de execução da obra: as áreas marítimas entre a ilha artificial e a Zona A dos novos aterros urbanos. Objecto da Empreitada: Concepção e construção da Ponte de Ligação entre a Ilha Artificial e a Zona A dos Novos Aterros Urbanos. Prazo máximo de execução: até o dia 30 de Novembro de 2017 (Deve consultar o ponto 7 do Preâmbulo do Programa de Concurso). Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no programa de concurso. Tipo de empreitada: a empreitada é por preço global, sendo as fundações por estacas por série de preços. Caução provisória: $1 700 000,00 (um milhão e setecentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). Preço Base: não há. Condições de admissão: serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. Dr. Rodrigo Rodrigues Edifício Nam Kwong – 10º andar; Dia e hora limite: dia 28 de Setembro de 2016 (quarta-feira), até às 17:00 horas. Local, dia e hora do acto público: Local: sede do GDI, sita na Av. Dr. Rodrigo Rodrigues Edifício Nam Kwong – 10º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 29 de Setembro de 2016 (quinta-feira), pelas 9:30 horas. Os concorrentes ou seus representantes, devidamente autorizados, deverão estar presentes ao acto público de abertura de propostas para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. Dr. Rodrigo Rodrigues Edifício Nam Kwong – 10.º andar; Hora: horário de expediente. Preço: $500,00 (quinhentas patacas). Critérios de apreciação de propostas e respectivas proporções: - Concepção conceitual: 12%; - Experiência em concepção: 8%; - Preço da obra: 40%; - Prazo de execução: 15%; - Plano de trabalhos: 10%; - Experiência e qualidade em obras: 15%; Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. Dr. Rodrigo Rodrigues Edifício Nam Kwong – 10.º andar, a partir de 15 de Setembro de 2016 (inclusive) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 17 de Agosto de 2016. O Coordenador Chau Vai Man

EDITAL Edital n.º Processo n.º Assunto

:100/E-BC/2016 :708/BC/2012/F :Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) :Avenida de Sidónio Pais n.º 55, Edf. Man Cheung, parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar D (CRP: D4), Macau. Avenida de Sidónio Pais n.º 55, Edf. Man Cheung, parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar E (CRP: E4), Macau. Avenida de Sidónio Pais n.º 55, Edf. Man Cheung, escadas comuns entre os 4.º e 5.º andares, Macau.

Local

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que ficam notificados o(s) dono(s) da obra ou seu(s) mandatário(s) e os utentes dos locais acima indicados, cujas identidades se desconhecem, do seguinte: 1. Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que nos locais acima indicados realizaram-se as seguintes obras não autorizadas: Obra 1.1 1.2 1.3

Construção de um compartimento de dois pisos com janelas em caixilharia de alumínio, paredes em alvenaria de tijolo, laje de betão e cobertura metálica na parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar D. Construção de um compartimento de dois pisos com janelas de vidro, paredes em alvenaria de tijolo, laje de betão, pala metálica, suporte de vaso metálico e cobertura metálica na parte do terraço sobrejacente à fracção 5.º andar E. Instalação de portão metálico na escada comum entre os 4.º e 5.º andares.

Infracção ao RSCI e motivo da demolição Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação. Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação. Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação.

2.

Sendo as escadas, corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no n.º 4 do artigo 10.º do RSCI, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pelos infractores nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, as obras executadas não são susceptíveis de legalização pelo que a DSSOPT terá necessariamente de determinar a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

3.

Nos termos do n.º 3 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 4 do artigo 10.º é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o n.º 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou de segurança do edifício.

4.

Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI.

5.

O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227).

RAEM,16 de Agosto de 2016

Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man


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Casas Taipa ADM E APIM NÃO FORAM CONTACTADAS PARA MUSEU

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Associação dos Macaenses (ADM) e a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses (APIM) não foram contactadas sobre o museu dos filhos da terra que vai nascer nas Casas-Museu da Taipa. Isso mesmo confirmou Miguel de Senna Fernandes, presidente das duas entidades, ao HM. “Não, nunca fomos abordados para fosse o que fosse em relação àquelas casas”, começou por referir o também advogado, que admitiu “não fazer ideia” que está programada a abertura de um museu que vai “apresentar a vida cultural dos macaenses e da alimentação”, como anunciou o Governo numa resposta ao HM e num comunicado emitido posteriormente, na noite de segunda-feira. “Falava-se de muita coisa, mas até agora não sei certo o que vai acontecer naquelas casas. Não sei absolutamente nada, lá está. É uma coisa [sobre a qual] nem sequer fomos ouvidos, nem a ADM, nem a APIM. Acho que a Santa Casa [da Misericórdia] também não foi ouvida neste sentido.” O HM tentou perceber junto de António José de Freitas, presidente da Santa Casa, se esta instituição – que se junta às outras duas como uma das que representa os macaenses – foi envolvida na decisão do

TIAGO ALCÂNTARA

Os sons do silêncio

Executivo, mas não foi possível estabelecer contacto. De acordo com as informações do Governo, o museu dedicado aos filhos da terra vai ser “operado pelo Instituto de Formação Turística”, sendo que mais detalhes vão ser anunciados “na abertura” das Casas após a reconstrução, ainda antes do Festival da Lusofonia. Senna Fernandes diz que a iniciativa é de louvar, mas por agora, a bola está, então, do lado do Governo. “A ser assim, isto é da livre decisão do Governo. E estranho muito que, quando se fala da criação de uma coisa que é macaense – que é de louvar, naturalmente -, não sejamos sequer ouvidos.

Mas pronto, fica ao critério do Governo.”

RESTAURANTE PORTUGUÊS

As obras de reparação das Casas-Museu da Taipa foram anunciadas sem muitos detalhes, sendo que, na segunda-feira, o IC expli-

“Nunca fomos abordados para fosse o que fosse em relação àquelas casas” MIGUEL DE SENNA FERNANDES, PRESIDENTE DA ADM E DA APIM

cou que os trabalhos – que custam 6,4 milhões de patacas – marcam o início da revitalização da zona prometidos pelo Governo. Recentemente, o Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura frisou que os espaços iriam ser transformados para serem uma demonstração das culturas de Macau, onde se inclui a portuguesa, e que irão focar-se sobretudo na gastronomia. Um pedido feito pela Casa de Portugal para transferir para lá o restaurante Lvsitanvs chegou a ser negado, mas esta instituição foi uma das recentemente convidadas para ocupar um dos espaços. Ontem, numa conferência para a qual os jornalistas foram convidados em cima da hora, o IC explicou - de acordo com a TDM - que uma das casas, o primeiro junto ao palco da Avenida da Praia, vai ser “um restaurante de gastronomia portuguesa” que vai ser também fiscalizado pelo IFT, em moldes semelhantes ao novo café dos Lagos Nam Van. Fanny Vong, presidente do Instituto, diz que ainda está a ser estudada a forma como será atribuído o espaço - que vai ser arrendado e que entidade ficará encarregue do local. Ainda não há prazo para que comece a funcionar. O HM tentou contactar Amélia António, presidente da Casa de Portugal, para obter uma reacção, mas não foi possível até ao fecho desta edição. Ainda de acordo com a TDM, as outras casas vão receber um espaço permanente de exposição de produtos portugueses, trabalhos das indústrias criativas e outros serão reservados “para representações diplomáticas”.

PETIÇÃO UM GARANTE QUE NÃO REDUZIU RECURSOS EDUCATIVOS

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Universidade de Macau (UM) já reagiu à petição criada pela Associação de Estudantes da instituição e garante que não houve uma redução nos recursos educativos. “A UM faz o esforço para oferecer vagas suficientes para as disciplinas obrigatórias. A UM não reduziu os recursos relacionados com a educação em sala de aula. O número de aulas oferecidas por ano lectivo aumentou em proporção ao crescimento do número de alunos por turma”, disse numa resposta ao HM. Na sua edição de ontem, o HM noticiou que a UM já reuniu com os responsáveis pela

Associação de Estudantes, estando neste momento a ser analisadas soluções para a falta de vagas para as disciplinas obrigatórias. A petição aponta que há mesmo alunos a comprar vagas nas redes sociais, através de terceiras pessoas. “A UM vai rever o processo de candidatura e vai fazer todos os ajustes necessários caso haja falhas na oferta e procura. A UM procura garantir que nenhum aluno fique prejudicado na sua licenciatura por uma questão de créditos”, disse a instituição de ensino superior pública. A.S.S.

Joana Freitas

Joana.freitas@hojemacau.com.mo

SOCIEDADE

CALÇADA DO GAIO PRÉDIO EMBARGADO DEVERÁ MANTER ALTURA ACTUAL

O

edifício em construção na Calçada do Gaio, embargado a mando do Governo há oito anos, deverá manter a altura actual. Esta foi a confirmação dada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) ao jornal Ou Mun. Segundo o diário de língua chinesa, a DSSOPT afirma que “é sugerido que se mantenha a actual altura”, sendo que “está a ser modificado o plano de construção segundo a lei”. A resposta não faz qualquer referência às possíveis compensações a receber pela empresa de construção pelos anos de espera. O organismo refere ainda que tem vindo a comunicar com a empresa construtora, a San Va, e que tem acompanhado de perto o projecto ao longo destes anos. Após a recolha de opiniões, deverá manter-se a altura actual, frisou o organismo. Numa interpelação oral recente, o deputado Mak Soi Kun falou do caso, lembrando o facto do embargo ter sido decretado devido às regras da UNESCO não permitirem a construção de edifícios elevados junto ao Farol da Guia. O deputado eleito pela via directa referiu que, após muitos anos de embargo, o local tem muito lixo acumulado e está coberto de ervas, o que origina a reprodução de mosquitos e tem vindo a afectar a vida dos moradores de forma severa. Em declarações ao HM, o deputado Au Kam San considerou que a maneira como o Governo tem levado a cabo o assunto provocou o atraso de oito anos. “Como o Governo decidiu adoptar o método de negociação em vez de levar o caso para tribunal, a obra está suspensa há oito anos e agora os moradores da zona começam a estar prejudicados”, defendeu. A.K. (revisto por A.S.S.)


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Arte COMPETIÇÃO CRIATIVA DA SANDS DESAFIA A OLHAR PASSADO E PRESENT

EVENTOS

Couro único

Exposição de artesanato pelos alunos e professores do IFT

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aceitação destes produtos manufacturados, por parte de quem os faz também há vontade de criar e inovar. Para dar resposta a esta “necessidade”, o IFT começou a dar formação através da organização de cursos, que começaram em 2013. Artistas conceituados desta área vieram ensinar novas técnicas e designs na tentativa de dinamizar o artesanato. Em 2015, Sin Mei Cheong e Sin Mei I, que tiveram formação em Hong Kong, Taiwan e no Japão juntaram-se à equipa do IFT no âmbito de um curso de Design e produção de artesanato em couro. Agora, de malas a capas de telemóvel, são diversos os trabalhos demonstrados pelos alunos e professores. Esta exposição pretende mostrar que a nova geração de artesões “domina a arte” e que estes “são verdadeiros herdeiros” de uma tradição que estava no esquecimento, mas que está a ser reintroduzida no quotidiano.

PENSAR MACAU

IFT

Instituto de Formação Turística (IFT) organiza até 30 de Outubro uma exposição de artesanato de peças feitas a partir de couro. Professores e alunos são os responsáveis pelas criações, que estão à venda nas instalações da instituição. Tratar e trabalhar a pele dos animais é uma tradição que, segundo registos, remonta a 1450 DC. Existem mesmo gravuras encontradas em cavernas no Egipto, que “contam” esta prática. A China não é excepção e durante o período do Imperador Amarelo, considerado o fundador da nação chinesa, as pessoas faziam vários utensílios em pele, nomeadamente sapatos. Com a introdução das máquinas, o artesanato passou para segundo plano e esta arte quase desapareceu. Mas a moda e as vontades são cíclicas e actualmente as pessoas valorizam este género de trabalhos. Se, por parte do público há grande

Chama-se Concurso de Arte Criativa e é uma iniciativa do grupo Sands que pretende levar os cidadãos a pensar e a expressar Macau através de qualquer forma de arte. As inscrições abrem hoje e vão até dia 23 de Outubro À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA FRANCIS BACON – LÓGICA DA SENSAÇÃO • Gilles Deleuze

Francis Bacon – Lógica da Sensação apresenta-nos o trabalho filosófico de Gilles Deleuze em confronto com a obra de um dos pintores mais marcantes do século XX: Francis Bacon. Tendo como base a lógica não-racional da sensação, Deleuze inaugura uma nova concepção da estética, que encontra a sua origem e paralelo em determinados aspectos das pinturas de Bacon. O texto, publicado pela primeira vez em 1981 (Éditions de la Différence, 2 vols.), está organizado numa cadência quase musical, dividindo-se em 17 sequências, através das quais vamos não só descobrindo uma composição de conceitos, mas ainda as ligações entre as artes visuais e as áreas da filosofia, da literatura e da música. Gilles Deleuze (1925-1995) é um dos mais importantes pensadores franceses da segunda metade do século XX. Ensinou história da filosofia na Sorbonne e foi professor durante vários anos na Universidade de Paris VIII. Publicou diversas obras de referência nas áreas da filosofia, da literatura, da pintura e do cinema.

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ICEBERG • Clive Cussler

O gigantesco iceberg no Atlântico Norte era um túmulo flutuante. A colossal massa de gelo encerrava um navio no seu interior; selado de tal forma que nem o mastro era visível.

Uma patrulha da guarda costeira percebeu que algo se escondia no seu interior. Deixaram marcas para enviar uma equipa de investigação, mas alguém apagou a sinalização para que este local não fosse encontrado novamente. Duas figuras foram avistadas no local. Eis um mistério dos mares comparável ao Triângulo das Bermudas. Mas, para o Major Dirk Pitt, o maior aventureiro da Agência, esta foi a primeira pista de uma sequência de acontecimentos fantásticos que o levarão muito perto e demasiadas vezes à beira da morte. Que sinistra e bizarra conspiração se desenrola nas inóspitas tundras da Islândia? Que segredo macabro se esconde debaixo de um Iceberg?


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EVENTOS

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Quatro dias com campeões Doze milhões para receber medalhados olímpicos

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20 mil patacas. O valor total entregue em prémios é de 150 mil patacas.

POMPA E CIRCUNSTÂNCIA

Os trabalhos serão expostos entre 25 de Novembro e 26 de Dezembro. Haverá também uma gala para entrega de prémios. O grupo decidiu criar um prémio específico em todas as categorias, para os trabalhos cujo tema seja o Parisian Macao, o novo resort da operadora no Cotai com inauguração prevista para 13 de Setembro. O painel de jurados será composto por nomes de vários quadrantes do mundo das artes de Macau e do exterior. Durante a conferência de imprensa no Venetian, ontem, foram convidados vários representantes das entidades envolvidas nesta organização que se juntaram pela primeira vez na realização deste concurso. “Olhar Macau e perceber o que mudou nos últimos tempos, valorizar a arquitectura e o espaço é o desafio que lançamos”, refere o comunicado da operadora. Durante a conferência, o presidente do grupo, Wilfred Wong, foi mais longe dizendo que “espera que Macau inspire os artistas do concurso, de tal forma que as peças possam vir a ser vendidas nos resorts do grupo”.

dial de Macau”, como afirma José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais. Para acabar o dia em grande terá lugar uma exibição na Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental. A plateia será de seis mil lugares e os bilhetes disponíveis para os residentes são quatro mil, sendo os restantes atribuídos a convidados. A distribuição de bilhetes para este serão tem lugar amanhã no Pavilhão Desportivo do Tap Seac a partir das 19h00. A manhã de dia 31 é dedicada à comunidade e a delegação olímpica será dividida em três grupos que andarão em contacto directo com as gentes da terra. O objectivo é proporcionar a todos o exemplo, nomeadamente às classe mais desfavorecidas.

PARA OS MAIS NOVOS

A tarde do mesmo dia é passada com os jovens locais. O acontecimento tem lugar no Pavilhão Desportivo do

Tap Seac e visa promover a interacção entre os jovens do território e os exemplos do desporto. Para o efeito serão levadas a cabo competições através de jogos de equipa entre os profissionais e admiradores. Os bilhetes para esta actividade estão disponíveis no Tap Seac a partir de 26 deAgosto às 10h00 e Leong Lai, directora dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ) , espera a presença massiva dos mais novos da terra. Os alunos que estão a estudar fora não foram esquecidos e a DSEJ coloca em prática um serviço de comunicação online para que “todos possam participar”, afirma Leong Lai. Cada residente pode levantar um máximo de dois bilhetes sob apresentação do BIR. A nadadora Fu Yuanhui, que conquistou o bronze no Rio de Janeiro, poderá integrar a equipa que visita a RAEM. Sofia Mota

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O NOVO PALÁCIO WYNN

grupo Sands arranca hoje com um concurso para avaliar as várias expressões de arte locais. A iniciativa conta com a participação de associações locais ligadas às artes e com o apoio do Instituto Cultural (IC) e da Direcção dos Serviços de Turismo (DST). O “Concurso de Arte Criativa” tem por objectivo contribuir para o desenvolvimento de várias expressões artísticas e dar continuidade à iniciativa governamental de diversificar e promover o desenvolvimento industrial. Todos os residentes podem participar com vários trabalhos e as candidaturas podem ser entregues até 23 de Outubro. O tema deste concurso é “O passado e o presente de Macau” e os trabalhos podem ser apresentados em qualquer suporte. Fotografias, pinturas, esculturas e trabalhos em 3D: não há limites para a apresentação de trabalhos criativos e podem ser feitos em nome individual ou em grupo. Os formulários de candidatura podem ser descarregados no site da Sands, bem como nos dos hotéis do grupo. Todos os residentes podem participar e há prémios para todos os participantes, sendo que o primeiro classificado, com o Trophy plus, recebe

ÃO se sabe ainda quem são, mas a comitiva que trará os medalhados olímpicos a Macau para uma visita de quatro dias incluirá, com certeza, os atletas chineses condecorados com o ouro nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e abre ainda portas para outros medalhados “dependendo da preferência da população e das autorizações dadas pela delegação da China”, afirma Pun Weng Kun, presidente do Instituto do Desporto (ID). A visita, que decorre entre 29 de Agosto e 1 de Setembro, tem o custo de cerca de 12 milhões de patacas pagos pelo Governo local e pretende promover o gosto pelo desporto no território. Depois da recepção dos atletas no próximo dia 29, o dia seguinte começa às 10h00 com um encontro com cerca de 1500 estudantes no Pavilhão do Fórum, seguido de uma visita aos locais que integram o “património mun-

• Já abriu o novo resort da Wynn no Cotai, o Wynn Palace. O novo espaço foi inaugurado na segunda-feira, com a presença de Andrea Bocelli.

CLUBE DE TÉNIS COMEMORA ANIVERSÁRIO COM CAMPEONATO

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Clube Civil de Ténis de Macau comemora 90 anos de existência e planeia a organização de um campeonato com duplas mistas e masculinas, cuja soma de idades seja de 90 anos, tal como a idade do clube. As inscrições para participar neste campeonato começam dia 29 de Agosto e fecham dia 18 de

Setembro. A competição terá início no dia 26 de Setembro e vai estender-se durante duas semanas. Durante a semana os jogos começam às 19h00 e aos fins-de-semana arrancam às 9h00. Todos os interessados devem dirigir-se ao clube e preencher o formulário disponibilizado para o efeito e sem o qual não

podem ter acesso ao campeonato de ténis por equipas. Com características portuguesas e chinesas, este clube abriu as portas a 10 de Agosto de 1926 e “desde a sua inauguração tem contribuído de forma significativa para a divulgação e prática da modalidade”, de acordo com informação divulgada. É com este espírito

de iniciativa sempre presente que o clube vai agora chamar a jogar todos os amantes deste desporto. Tendo como patrocinador a Sociedade de Jogos de Macau, os prémios serão concedidos aos campeões e aos segundos e terceiros lugares de ambas as categorias com o montante total do prémio a ser de 20 mil patacas.


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15 CHINA

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MAIS DE UM TERÇO DE CORRUPTOS REPATRIADOS

Epoca de caça ´

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M terço dos cem suspeitos de corrupção mais procurados pela China no estrangeiro foram já repatriados, anunciou esta semana o órgão máximo anti-corrupção do Partido Comunista Chinês (PCC). A China conseguiu assim reaver uma parte do dinheiro que havia sido desviado de forma ilícita e cujos autores já estão identificados, mas nem todos foram ainda detidos por estarem em paradeiro incerto. Em Abril do ano passado a secção chinesa da Interpol publicou uma lista com os nomes de cem altos quadros suspeitos que terão fugido para o estrangeiro, com o objectivo de tentar garantir a sua detenção e extradição. Entre estes, 60 eram suspeitos de corrupção e os restantes acusados de negligência no cumprimento das suas funções e abuso de poder, de acordo com o jornal oficial China Daily. A lista que pode ser consultada na página oficial da Comissão Central de Inspecção e Disciplina (www.ccdi.gov.cn), o órgão máximo anti-corrupção

FABRICANTE FERROVIÁRIO RECEBE MAIS 126% DE PEDIDOS DO ESTRANGEIRO

O

CRRC, o maior fabricante chinês de material ferroviário, recebeu mais do dobro de pedidos do exterior, no primeiro semestre de 2016, face ao mesmo período do ano passado, consolidando a posição da China no sector. No total, o grupo recebeu 14.880 milhões de yuan em encomendas, nos primeiros seis meses do ano, uma subida de 126%, em termos homólogos, anunciou ontem a empresa em um comunicado enviado à bolsa de Xangai. Entre os contratos fechados pela CRRC encontra-se a venda de 846 carruagens de metro para a cidade de Chicago, nos Estados Unidos da América, no que supõe um recorde nas exportações da China para os países desenvolvidos. O grupo acordou também fabricar 56 locomotivas movidas

a diesel para o Quénia, 96 carruagens de metro para a Tailândia e outros 76 para a Índia, entre outros pedidos. A expansão da procura internacional contribuiu para aumentar os lucros da empresa em 2,04%, no primeiro semestre de 2016, face ao mesmo período do ano passado, assinalou o comunicado. O CRRC é o resultado da fusão, no ano passado, dos dois maiores fabricantes de material ferroviário da China, visando competir no mercado mundial de comboios de alta velocidade. País com a maior rede de alta velocidade ferroviária do mundo - 19.000 quilómetros - a China tem apostado num modelo de tecnologia avançada e baixos custos para aumentar as exportações no sector.

do governo chinês, contém os nomes, fotografias, números de passaporte e presumíveis países onde se refugiaram os altos quadros em fuga. A maioria dos acusados assumia cargos locais e provinciais e as autoridades referiram então que muitos optaram por se esconder nos Estados Unidos e Canadá, apesar de também serem identificados presumíveis fugitivos na Nova Zelândia, Reino Unido, França ou Tailândia, entre outros destinos.

ACABAR COM PARAÍSOS

A campanha Skynet foi também criada para travar o uso ilegal de companhias registadas em paraísos fiscais e a transferência de activos para fora das fronteiras por parte de bancos ilegais. De acordo com o órgão máximo anti-corrupção do PCC, mais de 380 fugitivos chineses, incluindo 57 funcionários do Governo, foram repatriados a partir de 40 países e regiões, no primeiro semestre de 2016. No total, as autoridades chinesas recuperaram 1,24 mil milhões de yuan, que tinham sido desviados

Mais vale prevenir Dois mil polícias de elite mobilizados para as eleições de Hong Kong

A

polícia de Hong Kong vai organizar exercícios de segurança sem precedentes na próxima semana, antes das eleições legislativas, para as quais vão ser mobilizados dois mil polícias de elite para prevenir episódios de violência. De acordo com o jornal South China Morning Post, cerca de 2.000 agentes de cinco contingentes de resposta regionais, criados a partir nomeadamente das unidades de elite da polícia – Unidade Táctica e Unidade de Emergência

– vão estar em ‘stand by’ para o caso de se verificar violência entre multidões no dia 4 de Setembro, quando mais de 3,7 milhões de eleitores vão às urnas.

ORDEM NA MESA

Uma fonte policial disse ao jornal que o nível de risco durante o período das eleições não é “muito elevado”, com base em avaliações preliminares, mas as forças de segurança não querem permitir margem para erros, tendo em conta, principalmente, as preocu-

No total, as autoridades chinesas recuperaram 1,24 mil milhões de yuan, que tinham sido desviados por funcionários corruptos por funcionários corruptos. O mais mediático alvo da campanha Skynet é o empresário Ling Wancheng, irmão do ex-director do Comité Central do PCC e adjunto do antigo presidente Hu Jintao, Ling Jihua, que foi condenado este ano a prisão perpétua. O paradeiro de Ling Wancheng, 58 anos, está dado como desconhecido desde Outubro de 2014, quando se crê que vivia numa moradia nos subúrbios de Sacramento, no estado norte-americano da Califórnia.

pações com protestos de grupos ‘localistas’ radicais. “As cinco equipas regionais vão ficar em ‘stand by’ durante este período e serão destacadas imediatamente em caso de algum problema. Conhecem bem os seus distritos e delinearam planos claros de distribuição de pessoal. [No entanto], uma forte presença policial pode pressionar os eleitores e impactar a forma como votam. Por isso temos de ser cuidadosos”, disse a mesma fonte, não identificada. Pelo menos quatro agentes vão estar presentes em cada uma das 595 mesas de voto. Juntamente com as cinco equipas de resposta regionais em ‘stand by’ e pessoal necessário para guardar a central de contagem dos votos na AsiaWorld-Expo, pelo menos 5.000 agentes vão ser responsáveis por garantir a ordem. Em 2014, Hong Kong foi palco do movimento pró-democracia ‘Occupy Central’, que se opunha a uma reforma eleitoral proposta por Pequim. Apesar de maioritariamente pacífico, verificaram-se momentos de tensão e violência entre os manifestantes e a polícia, que chegou mesmo a lançar gás lacrimogéneo e pimenta sobre a multidão.


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

16

WANG CHONG

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

“Fui ao país de Wu e de Yue, aonde segui os costumes, cortando o cabelo e tatuando o corpo”.

Dos quatro interditos – 7

O

UTRORA, quando Taibo viu que Wang Ji tinha por filho o sapientíssimo [e futuro] rei Wen, compreendeu que o Grande Rei o queria fazer seu sucessor. Então, dirigiu-se ao país de Wu, onde viveu da recolha de plantas medicinais, cortando o cabelo e tatuando a pele, para se conformar aos usos de Wu. Quando o Grande Rei morreu, Taibo regressou a casa, e Wang Ji quis dar-lhe precedência aquando dos sacrifícios aos antepassados. Apesar de Taibo se recusar duas vezes, Wang Ji insistiu. À terceira vez, Taibo disse-lhe: “Fui ao país de Wu e de Yue, aonde segui os costumes, cortando o cabelo e tatuando o corpo. Assim, sou como os condenados que receberam castigos corporais e já não posso ter a veleidade de dirigir os cultos aos antepassados, à Terra ou aos cereais”. Wang Ji compreendeu que, efectivamente, tal era impossível e, adaptando-se às circunstâncias, aceitou suceder a seu pai. Se os condenados não se aproximam dos túmulos é pela mesma razão que levou Taibo a recusar-se a dirigir os sacrifícios: isto significa que um condenado não é digno de participar nos sacrifícios, mas não que não possa acompanhar o caixão dos seus familiares aquando do enterramento.

Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


17 hoje macau quarta-feira 24.8.2016

na ordem do dia 热风

Julie O’yang

Particularidades da China 此照片获中国新闻摄影奖

“E

STAS terras já pertenciam à minha família durante a Dinastia Qing. No tempo da República continuaram nossas. E assim permaneceram durante a invasão japonesa! Como é possível que tenham passado a ser vossas quando vocês (os comunistas) tomaram o poder? Eu não percebo de todo a vossa lógica!” Na sequência das desapropriações e das novas disposições habitacionais, que ocorreram de uma ponta à outra da China, um homem velho e teimoso processou três vezes o governo local e ganhou! O homem prescindiu de advogado e defendeu a sua causa em Tribunal. O fotógrafo captou o momento em que ele se dirigia aos jurados e proferia o seu contundente discurso. Calçava botas de borracha cobertas de lama. A foto recebeu o Prémio de Fotojornalismo do Ano (2015).

A noção de “estado de direito” (依法治国yifa zhiguo) tem grande significado, quer na China, quer a nível internacional e serve para justificar as reformas mais dispares. Consegue ser simultaneamente um valor político digno de ser defendido e um motivo de preocupação; é um ideal intrinsecamente transtornante e transformado por quem o menciona, por quem o defende e por quem o crítica. Por este motivo, o próprio termo “yifa zhiguo” tem sido traduzido de maneiras diferentes por diferentes pessoas, “estado de direito”, “governar pelo direito” e “governar o país de acordo com a lei”.

O conceito de “estado de direito” passou a ser uma peça fundamental do vocabulário político-legal chinês a partir do período da reforma, sob a liderança de Xi Jinping e, desde então, tem vindo a aumentar de importância. Desde que Xi tomou as rédeas do poder em 2012, adoptou precisamente esta expressão para modelar as suas políticas e justificar os seus planos de acção. Mas a forma autoritária com que o conceito tem sido utilizado até aqui, de muitas e variadas maneiras, tem provocado interrogações e algum desencanto quanto ao futuro do sistema legal chinês. Um certo número de elementos que compõem a campanha de Xi a favor do “yifa zhiguo” podem vir, no futuro, a revelar-se muito úteis para aumentar a transparência e a credibilidade políticas. Mas o conceito de “yifa zhiguo” não pode por si só produzir uma melhoria geral das relações entre o Partido-Estado e a sociedade (ou mais precisamente entre “o Partido” e “o povo”). E isto, porque o próprio objectivo do “yifa zhiguo” é promover a ideia de que a lei é a manifestação da vontade e dos interesses do povo e que o Partido existe para proteger esses interesses. Ao abrigo da ideologia ‘yifa zhiguo’, o povo não pode desfrutar de quaisquer direitos, ou ter quaisquer interesses, que não estejam abrangidos pela alçada da liderança do Partido, cuja função é desenvolver e proteger os direitos e interesses do povo (que sejam da iniciativa do Partido).


18 (F)UTILIDADES TEMPO

POUCO

hoje macau quarta-feira 24.8.2016

?

NUBLADO

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje CONCERTOS BLUE MAN GROUP (ATÉ 28/08) Venetian, 15h00 e 20h00

MIN

26

MAX

34

HUM

50-90%

EURO

9.04

BAHT

DEMONSTRAÇÃO DE COZINHA COLOMBIANA COM CHEF ALEJANDRA BERMÚDEZ Demo Kitchen, IFT, 15h00 às 17h00

Diariamente

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12) ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017) EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10) EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11)

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 65

EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)

UM LIVRO HOJE

C I N E M A

BEN-HUR SALA 1

BEN-HUR [C]

Filme de: Timur Bekmambetov Com: Morgan Freeman, rodrigo Santoro, Jack Huston 14.30, 19.15

BEN-HUR [3D][C]

Filme de: Timur Bekmambetov Com: Morgan Freeman, rodrigo Santoro, Jack Huston 21.30

DORAEMON: BIRTH OF JAPAN [A] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Shinnosuke Yakuwa 16.45 SALA 2

LINE WALKER-THE MOVIE [C] FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS

Filme de: Jazz Boon Com: Nick Cheung, Louis Koo, Francis Ng, Charmaine Sheh 14.30, 19.30, 21.30

PROBLEMA 66

SUDOKU

DE

Cineteatro

1.2

OBRAS E TURISTAS

Quarta-feira

EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10)

YUAN

AQUI HÁ GATO

VISUALIZAÇÃO DO FILME “ABRIL DESPEDAÇADO” – FESTIVAL LATINO MAPEAL Fundação Rui Cunha, 19h00

EXPOSIÇÃO “THE RENAISSANCE OF PEN AND INK - CALLIGRAPHY AND LETTERING ART DE AQUINO DA SILVA Armazém do Boi (até 18/09)

0.23

Há rumores que dizem que, em Macau, por todo o lado se estará a desenterrar um tesouro, senão não haveria razão para a realização de tantas obras na rua. O Governo revelou recentemente que durante o período de Verão, em toda a Macau, há no total 99 obras de ruas que estão a ser levadas a cabo. Embora seja um gato que só anda em cima dos muros, também eu sou imensamente afectado pelos ruídos produzidos pelas máquinas de construção aqui ao lado do escritório. Agora já se tornou algo extravagante o simples acto de fazer uma sesta à tarde. Houve até quem, recentemente, fizesse uma experiência para ver quanto tempo se gastava a andar pé ou de autocarro para ir dos Nam Van à Rua do Campo. O resultado faz rir mas também suspirar: caminhar a pé gasta menos um minuto comparativamente a ir de autocarro. A população está a crescer, assim como os turistas que chegam a este território tão pequenino, e é necessário fazer obras da rua para a manutenção regular dos tubos subterrâneos. Mas, caramba. Um dia quando passava pelo Senado e, do alto de um edifício, olhei para baixo à travessa que leva às Ruínas de São Paulo: só consegui ver cabeças. Na altura surgiu na minha mente a ideia de que, se eu fosse um turista, Macau para mim só valeria a pena visitar uma vez para conhecer a cidade e nunca mais voltar. Porque acredito que ninguém consegue aguentar ser enterrado por tanta Pu Yi gente e tantas obras.

“ESTEIROS” (SOEIRO PEREIRA GOMES, EDIÇÕES SIRIUS)

Andavam de um lado para o outro a fugir à miséria da vida, a roubar laranjas, a encontrar formas de sobrevivência descalços, com frio, sem comida, numa idade em que deveriam simplesmente brincar e ir à escola. Os sonhos pura e simplesmente deixavam de existir. Os meninos de “Esteiros” são os nossos avós e ainda os nosso pais, que viveram no Portugal profundo e ditatorial e que sempre sonharam por um mundo melhor. Uma obra obrigatória do movimento neo-realista português.. Andreia Sofia Silva

CHIBI MARUKO CHAN - A BOY FROM ITALY [B] FALADO EM CANTONÊS Filme de: Jun Takagi 16.30 SALA 3

ROBINSON CRUSOE [A]

FALADO EM CANTONÊS Filme de: Vincent Kesteloot, Ben Stassen 14.30, 19.30

THE BFG [B]

Filme de: Steven Spielberg Com: Mark Rylance, Ruby Barnhill, Penelope Wilton, Jemaine Clemente 16.30, 21.30

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


19 hoje macau quarta-feira 24.8.2016

chá (muito) verde

Salário mínimo criativo

C

OMO o Jacinto não dá notícias faz duas semanas, volto à realidade macaína, inspirado pelo último Festival de Investimento em Cinema e pela anunciada mega obra do Antigo Tribunal - novecentos milhões custará, diz Ung Vai Meng. Em relação ao Festival parabéns ao IC pela sua participação e aos governos de Cantão e de Hong Kong. Os cineastas precisam disto. De lá saiu uma conclusão: procura-se ‘filet mignon’ mas ninguém está disposto a alimentar os vitelos. Ou seja, se se perguntasse a um dos investidores presentes ao que vinha a resposta era, invariavelmente, “um filme que faça dinheiro.” Não vou entrar no que isto representa para o cinema, fica para outro dia. Mas vou entrar na importância que é a existência de planos de apoio ao desenvolvimento de projectos para que possamos chegar a estes mercados em melhores condições, com produtos mais elaborados e melhor construídos. Para darem dinheiro, ou apenas para ficarem bem feitos, os filmes precisam de projectos bem montados. Em primeiro lugar um bom guião, que demora meses a desenvolver, depois o elenco certo e a equipa de filmagem indicada. Preparar e desenvolver este tipo de projectos custa tempo e tempo, como se sabe, é dinheiro. Ou seja, para voltar à alegoria bovina, querem-se projectos de primeira mas ninguém dá o passo para criar um programa de apoio ao desenvolvimento de projectos. Aqui fica uma ideia para associar ao festival. No cinema, como noutras artes, o desenvolvimento do projecto é sempre o mais complicado, especialmente quando se está na presença de iniciados como é o caso dos produtores e da grande maioria dos criadores de Macau. Mas eu proponho mais ainda: a criação de um salário mínimo criativo. O palavreado pode ser novo mas a lógica não. Está, inclusivamente em prática em Macau e em muitos outros lados. Chama-se “apoio a atletas de alta competição”. A RAEM tem e muitos outros países têm. Mas alguém dá “apoios a criadores de alta competição”? Não que alguma vez me tenha chegado ao conhecimento. Mas não faz sentido que exista? Faz, todo. Antes de qualquer outro tipo de argumentação, não tenho nada contra o apoio aos atletas de alta competição. Nem aqui, nem em lado nenhum.Antes pelo contrário, mais exista, mais seja empregue. Nós precisamos dos atletas. Porque nos entretêm, mas especialmente por nos revelarem histórias de superação, por nos inspirarem, por poderem constituir excelentes exemplos de vida e trazer vida à vida. Faz todo

DEREK CIANFRANCE, THE PLACE BEYOND THE PINES

FERNANDO ELOY | 义來

o sentido dar-lhes apoios de alta competição para que não tenham de ir vergar para um escritório, ou sítio pior, e poderem dedicar-se à sua modalidade. Os artistas passam exactamente pelo mesmo processo. Precisam de se dedicar a tempo inteiro sem estarem sempre a viverem a angústia para pagar a renda da casa, do estúdio ou de ambos, quando ambos não são o mesmo. Para não terem de agarrar empregos que lhes limitam o tempo e roubam a criatividade.

“Alguém dá “apoios a criadores de alta competição”? Não que alguma vez me tenha chegado ao conhecimento. Mas não faz sentido que exista? Faz, todo” Não me vou dedicar a critérios de selecção, por entender existirem bases legais de trabalho suficientes, nomeadamente o regulamento para atletas de alta competição, e suficiente bom senso para se chegar a uma solução viável. Acho, todavia, que o processo deveria mover-se em duas fases: primeiro para residentes permanentes, numa segunda fase para outros residentes até porque o mundo criativo precisa de renovação. Não se pode dizer que uma cidade está virada para as indústrias criativas sem serem criados mecanismo de subsistência, numa primeira fase e de apoio ao desenvolvimento numa segunda fase. Os artistas normalmente deslocam-se para zonas mais deprimidas, fora dos centros urbanos, para poderem dedicar-se á sua arte sem o peso ameaçador das rendas e/ou para zonas que inspirem e onde se encontrem pessoas que laborem na mesma área. Assim surgiu o espaço 798, assim se desenvolveram muitos outros centros criativos. A comuni-

cação, a troca de ideias e de experiências, é fundamentai no sector criativo. Macau é caro e aos poucos vai perdendo a poesia (espaços de tranquilidade) como a escritora Lolita Hu bem assinalou quando aqui esteve no último Festival de Letras. Macau, quer, no entanto, ser uma cidade dedicada às indústrias criativas, daí que um apoio financeiro aos criativos, tal como se entrega aos atletas de alta competição faz todo o sentido. Eles trazem medalhas, orgulho social e exemplos de vida. Os artistas trazem tudo isso também e andam têm a potencialidade de gerar riqueza. Quando se apregoam novecentos milhões para uma biblioteca que não faz falta, percebe-se facilmente que o problema não será orçamento. Duzentos que fossem os artistas a receberem um subsídio de, especulemos, 20 mil patacas por mês, e o valor anual para o orçamento seria de 48 milhões de patacas. Em relação à futura biblioteca central, já antes o disse e volto a dizer: disparate. Para quê mudar o que está bem? Não duvido que se ganhe alguma coisa com a centralização das bibliotecas e mais não o sei o que resolvam lá colocar, mas não valeria mais (e seria menos oneroso) conservar o imóvel e deixá-lo estar como está, um espaço fabuloso para todo o tipo de acções culturais que não se coadunam com o Centro Cultural ou outros espaços? Vale mais um mono cultural ou acção cultural efectiva? Um salário para criativos locais seria a forma de Macau conseguir, de facto, transformar-se numa cidade criativa e gerar a tão necessária massa crítica necessária para que isso aconteça.

MÚSICA DA SEMANA

“Moonage Daydream” (David Bowie, 1972 ) I’m an alligator, I’m a mama-papa coming for you I’m the space invader, I’ll be a rock ‘n’ rollin’ bitch for you Keep your mouth shut, you’re squawking like a pink monkey bird And I’m busting up my brains for the words

OPINIÃO


Eugénio de Andrade

MACAU COM MAIS DE 17 MILHÕES DE VISITANTES

Hong Kong GRUPOS PRÓ-INDEPENDÊNCIA AUMENTAM NAS ESCOLAS

NÚMEROS DE MAUS TRATOS A CRIANÇAS A AUMENTAR

M

A

W

ACAU recebeu 17,5 milhões de visitantes entre Janeiro e Julho, um aumento ligeiro (0,9%) face ao período homólogo do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos (DSEC), o número de visitantes do interior da China (11,58 milhões), da Coreia (364.640) e de Taiwan (623.331) subiu 0,3%, 10,3% e 11,5%, respectivamente. Já os visitantes de Hong Kong diminuíram 1,7% para 3,68 milhões. O número de visitantes de países mais distantes, como os Estados Unidos, Austrália, Canadá e Reino Unido também aumentou, de acordo com a DSEC, que não especifica valores. Só no mês de Julho, chegaram a Macau 2,79 milhões de visitantes – mais 5,5% em termos anuais e mais 18,5% em termos mensais –, dos quais 1,84 milhões oriundos da China (+4,7% em termos anuais). O número de visitantes da Coreia do Sul (51.992), de Taiwan (103.297) e de Hong Kong (618.611) conheceu um aumento de 40,3%, 10,5% e 5,5%, respectivamente, face ao mesmo mês do ano passado. Macau recebeu, em 2015, 30,71 milhões de visitantes, menos 2,57% face a 2014, registando a primeira queda anual desde 2009.

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quarta-feira 24.8.2016

O verde dos bambus mais altos é azul / ou então é o céu que pousa nos seus ramos”

Crescem e aparecem CTI VISTA S estudantis de Hong Kong criaram pelo menos 21 grupos em escolas para discutir a independência da cidade e alguns não excluem o uso de violência para atingirem os seus objectivos, avança ontem o jornal South China Morning Post. A discussão sobre a independência de Hong Kong nas escolas, e o papel dos professores nesse processo, tem estado no centro do debate público. Na segunda-feira, Fanny Law Fan Chiu-fun, membro do Conselho Executivo, entrou no debate afirmando que discussões sobre independência eram “demasiado complicadas” para campus escolares. Há uma semana, o Departamento da Educação alertou que os professores arriscavam desqualificação se encorajassem os estudantes a envolverem-se em debates pró-independência. O ministro da Educação Eddie Ng Hak-kim disse, mais tarde, que os estudantes apenas podiam participar em tais discussões sob supervisão dos professores e dentro dos limites da Lei Básica. Ng pôs de parte a possibilidade de serem criadas orientações para as escolas, remetendo para o “profissionalismo” dos professores e directores das escolas. Segundo o South China Morning Post, pelo menos 21 grupos ‘localistas’ foram criados através do Facebook, incluindo 16 que já tinham nascido em resposta a apelos do grupo ‘Studentlocalism’. Tony Chung Hon-lam, do ‘Studentlocalism’, disse que mais pessoas se inscreveram no seu grupo, passando de “nem uma [inscrição] por semana” para cinco ou seis numa semana, depois de o assunto entrar na discussão pública. O grupo, explicou, impôs um rigoroso sistema de filtragem que inclui o preenchimento de formulários com pormenores sobre as suas contas de Facebook e Instagram para verificação de ‘background’. Aqueles que insistem em apenas recorrer a acções racionais e não-violentas são rejeitados, disse. Chung não afasta o recurso a violência para atingir os seis

objectivos. Um porta-voz de outro grupo estudantil ‘localista’ da Munsang College disse igualmente ao jornal que apoiava “quaisquer meios de acção para defender a nossa autonomia”.

PELO CONTRÁRIO

Em sentido oposto, Degas Chan Pui-chung, do grupo da Ying Wa College disse que a organização se opõe ao uso de violência pois

“É compreensível que os jovens estejam frustrados com a actual situação em Hong Kong, mas a independência não pode resolver todos os problemas” FANNY LAW ANTIGA RESPONSÁVEL PELA PASTA DA EDUCAÇÃO

acredita que alunos do ensino secundário são muito novos para serem expostos a tais perigos. Fanny Law, antiga responsável pela pasta da Educação, apelou, através de um programa de rádio, para que os grupos pró-independência sejam banidos das escolas, e os seus representantes impedidos de liderarem associações de estudantes. Law, conselheira próxima do chefe do Executivo, disse que o contexto histórico da discussão de independência era “demasiado complicado” para as escolas, e que os estudantes do ensino secundário podem ser induzidos em erro se não tiverem um conhecimento profundo do contexto, como a Primeira Guerra do Ópio e o processo de elaboração da Lei Básica. “É compreensível que os jovens estejam frustrados com a actual situação em Hong Kong, mas a independência não pode resolver todos os problemas”, disse. Law pediu ainda que os professores evitem trazer o tema para as salas de aulas e sugeriu que se analisasse o ‘background’ familiar dos estudantes que fazem campanha pela independência, de modo a melhor compreender o que os motiva.

ONG Choi Peng, vice-presidente da Associação Promotora de Saúde, disse ontem que, segundo os dados mais recentes do Instituto de Acção Social (IAS), durante os primeiros quatro meses deste ano registaram-se 14 casos de maus tratos a crianças, número que “já é quase equivalente ao número registado no ano passado inteiro”. No discurso de uma actividade sobre violência, a responsável diz que, analisando os pedidos de apoio recebidos pelo centro de protecção das crianças da Associação de Luta contra os Maus Tratos às Crianças, em 2015, houve 30 casos, sendo que os abusadores são, na sua maioria, membros da família e as crianças que foram maltratadas têm entre os três e cinco anos. Ao HM, a responsável da Associação explicou que o aumento do número reflecte que a consciência para a procura do apoio aumentou. A associação quer que, com os dados, a sociedade preste mais atenção à violência doméstica que envolve crianças. A.K.

INDIANO ENGOLE 40 CANIVETES DEVIDO A “PODERES ESPIRITUAIS”

Um polícia indiano foi ontem submetido a uma intervenção cirúrgica para remover 40 canivetes que engoliu durante dois meses, comportamento que atribuiu à influência de “poderes espirituais”. “Não sei porque o fiz, mas existia algum poder espiritual a influenciar-me”, disse o homem de 42 anos, residente em Amritsar, no estado do Punjab, que pediu para não ser identificado. “Tudo começou em Junho quando engoli o primeiro canivete e gostei da sensação. Depressa se tornou num hábito”, afirmou, citado pela imprensa local. Inicialmente, os médicos pensavam que o homem sofria de um tumor, depois de ecografias terem mostrado uma grande massa sólida. Mas acabaram por encontrar dezenas de canivetes de metal, com cabos de madeira, que desdobrados podem medir 18 centímetros de comprimento.


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