ANALECTOS AS CONVERSAS DE CONFÚCIO
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ANALECTOS AS CONVERSAS DE CONFÚCIO
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A Revolução dos Cravos só chegou a Macau quatro dias depois de os tanques saírem à rua em Lisboa para derrubar o fascismo. A 29 de Abril de 1974, o governador Nobre de Carvalho foi à AL anunciar oficialmente a mudança de regime. Deputados e representantes das câmaras municipais aplaudiram. José Maneiras leu um poema de Manuel Alegre, “No meu país há uma palavra proíbida”.
25 DE ABR L A IDA DE
Foi há 49 anos, a 25 de Abril de 1974, que, em Portugal, caiu o Estado Novo às mãos da Revolução dos Cravos. Em Macau, o governador Nobre de Carvalho foi à AL, dia 29, dar conta da nova ordem política, tendo recebido mensagens de apoio dos vogais e das câmaras municipais do Leal Senado e das Ilhas. A censura foi abolida a 6 de Maio. Recordamos os discursos e artigos de opinião publicados nos jornais desses dias
NUMA época em que telefonar para Lisboa constituía uma missão olímpica e em que as notícias chegavam por telegrama, o impacto do 25 de Abril de 1974 em Macau sentiu-se tardiamente. O fim do Estado Novo e do regime ditatorial comandado por Marcello Caetano, como herança do já falecido António de Oliveira Salazar, só foi oficialmente anunciado na Assembleia Legislativa (AL) no dia 29 de Abril pelo então governador Nobre de Carvalho. Aos deputados, este disse existir, por vezes, a necessidade, “na vida dos povos, de decisões drásticas e audaciosas que sacudam uma Nação”, noticiou o diário “Notícias de Macau” a 1 de Maio de 1974.
No período antes da ordem do dia da mesma sessão plenária, José Maneiras, arquitecto, levou para o seu discurso o poema de Manuel Alegre, histórico do Partido Socialista (PS) e um dos que resistiram à ditadura: “No meu país há uma palavra proibida”. A edição do “Notícias de Macau” de 3 de Maio de 1974 reproduziu, na íntegra, o discurso de Maneiras, que prestou uma “calorosa homenagem” ao Movimento das Forças Armadas (MFA) “pela sua preponderante ac-
ção desenvolvida com verticalidade, elevado espírito de missão e de profunda consciencialização dos anseios genuinamente nacionais”.
“Não importa fazer aqui a autópsia do antigo regime. De tal missão se encarregará a história. Importa, pois, que todos nós, imbuídos do espírito democrático, saibamos voltar as costas a um passado e, em comunhão dos ideais mais elevados, esquecendo dissecções antigas ou divisões facciosas, encarar com confiança o futuro que se nos depara, com plena consciência dos direitos e deveres que, sobre nós, recaem na construção do bem comum que estruturará um Portugal renovado, pleno de vitalidade (...)”, disse então.
Outro membro do hemiciclo que usou da palavra foi o engenheiro Humberto Rodrigues. “Desejo apoiar com modéstia e sinceridade as considerações que V. Exª acaba de aduzir a propósito da instalação pelo MFA do novo regime no nosso país. Neste singelo apoio, certamente retratando o sentido de todos os portugueses, votos faço para que, desta nova situação, Portugal se encaminhe para um futuro melhor, para seu maior prestígio e dignificação e para bem de quantos se orgulham da nacionalidade portuguesa, bem como daqueles que, confiadamente, se abrigam à sombra da bandeira verde-rubra”, noticiou então o “Notícias de Macau” na sua edição de 1 de Maio de 1974.
Também Ho Yin, histórico líder da comunidade chinesa, interveio na sessão de 29 de Abril. Segundo o “Notícias de Macau” do dia 6 de Maio de 1974, este exaltou o facto de Nobre de Carvalho permanecer como governador, por decisão da Junta de Salvação Nacional. “Julgo interpretar o sentir de todos os senhores vogais desta Assembleia, afirmando que o facto constitui, sem dúvida, motivo de jubilo para esta província”, disse.
Ho Yin lembrava “os esforços despendidos por V. Exa. para o desenvolvimento desta terra mereceram a melhor apreciação do povo português”, pelo que a continuação de Nobre de Carvalho “nas rédeas do governo de Macau deverá con-
tribuir, indubitavelmente, para o maior progresso desta terra”. “Os trabalhos desta Assembleia, sob a sábia orientação de V. Exa., irão prosseguir da melhor forma, a bem do futuro de Macau e do bem-estar da sua população portuguesa e chinesa”, salientou o pai do futuro primeiro Chefe do Executivo da RAEM, Edmund Ho.
Outro importante interveniente na sessão plenária foi o advogado macaense Carlos D’Assumpção. “As notícias divulgadas pelos órgãos de informação e a palavra autorizada de V. Exa. senhor governador vêm pôr termo à expectativa, ansiedade e natural apreensão que acompanhou o desenrolar dos recentes acontecimentos no recanto europeu de Portugal”, começava por dizer.
Carlos D’Assumpção apontava que “não há instituições que dispensem adaptação, revigoramento ou até transformação, mas há-as mais ou menos aptas à realização dos fins que se propõem, como as há que, em si mesmas, encerram o germe da sua inoperância ou destruição”. Além disso, dizia, “não há sistemas políticas eternos ou perfeitos, mas há-os de maior ou menor estabilidade, como os há que, por se adequarem às qualidades e defeitos dos homens e das comunidades a que se destinam, criam e mantém as condições indispensáveis à melhoria e elevação da vida colectiva”.
Macau tinha, à época, o poder municipal institucionalizado com as Câmaras Municipais do Leal Senado e das Ilhas. Ambas aprovaram moções de apoio à continuidade de Nobre de Carvalho à frente do Governo e ao novo regime político saído da revolução. Essas moções só foram discutidas e aprovadas no início do mês de Maio.
Segundo o “Notícias de Macau” de 3 de Maio de 1974, a Câmara Municipal das Ilhas aderiu “aos princípios e objectivos da Junta de Salvação Nacional”, governo provisório criado após a queda do regime e comandado pelo general António de Spínola.
“Importa-se, sim, que esta Câmara Municipal das Ilhas, lídimo representante das populações
“O Leal Senado, como lídimo representante da população da cidade de Macau e atentas as suas honrosas e gloriosas tradições de lealdade à Pátria, não pode ficar alheio a tão histórico acontecimento.”
MOÇÃO DO LEAL SENADOGovernador Nobre de Carvalho na Assembleia Legislativa MACAU ANTIGO
deste concelho, em seu nome no dos habitantes que aqui vivem e labutam, levante também a sua voz e se faça sentir igualmente que todos estão ao lado daqueles ilustres portugueses que fazem parte da Junta de Salvação Nacional, bem como do seu Governador General José Manuel Nobre de Carvalho”, disse o então presidente da câmara aos vereadores na sessão do dia 2. Já o “Gazeta Macaense”, na sua edição de 1 de Maio de 1974, deu conta da sessão da moção da Câmara Municipal do Leal Senado aprovada e discutida a 29 de Abril.
“O Leal Senado, como lídimo representante da população da cidade de Macau e atentas as suas honrosas e gloriosas tradições de lealdade à Pátria, não pode ficar alheio a tão histórico acontecimento que assinala o dealbar para a nação portuguesa da era da reconciliação nacional e da nova ordem política, significativa e expressivamente enunciados no programa da Junta de Salvação Nacional.”
Acrescentava-se ainda que a Câmara não podia “ficar indiferente perante a decisão da Junta de Salvação Nacional em manter o senhor general José Manuel Nobre de Carvalho no cargo de Governador desta província, facto que será segura garantia da continuação da sua esclarecida e meritória acção governativa, sempre inspirada por elevados sentimentos de humanidade e generosidade que, além do mais, tanto têm contribuído para a pacífica e harmoniosa convivência das comunidades portuguesa e chinesa”.
De frisar que da Junta de Salvação Nacional faziam parte Jaime Silvério Marques, que foi governador de Macau entre 1959 e 1962, bem como o general Francisco da Costa Gomes, antigo Chefe do Estado Maior do Comando Territorial Independente de Macau.
Nos primeiros dias de Maio foram vários os artigos de opinião publicados nos jornais locais sobre a nova ordem política vigente em Portugal. Destacamos o texto de “R. Ferreira”, intitulado “25 de Abril de 1974: Uma nova era para Portugal” e publicado no “Notícias de Macau” a 7 de Maio.
“Às primeiras horas da madrugada do dia 25 de Abril passado nasceu uma nova era para Portugal. 25 de Abril de 1974 - data que marca um acontecimento impor-
Em Junho de 1974, o MFA, representado pelo general Garcia Leandro e major Rebelo Gonçalves, organizou uma sessão de esclarecimento no colégio de Santa Rosa de Lima, onde foi explicado o que tinha sido a revolução e o impacto desta em Portugal e Macau
tante para o futuro de Portugal. Uma data que encerra, em si, um significado profundo e rico, que transcende uma dimensão autêntica e genuinamente nacional. O significado desta data representa uma vitória do MFA, mostrando-nos, mais uma vez, a sua lealdade à Pátria e ao seu Povo.”
Escrevia “R. Ferreira” que era importante o povo “compreender a causa desta vitória, olhando o exemplo heróico daqueles que souberam lutar com honra e, sobretudo, com muita dignidade, esquecendo tudo e todos”. “É motivo para reflexão que certamente ajudará a encontrar novas forças para o futuro de Portugal que temos ânsia de encontrar e construir”, frisou.
Uma das primeiras medidas adoptadas em Macau com o fim do Estado Novo em Portugal foi
a abolição da censura à imprensa, livros e cinema. O Major Henrique Lages Ribeiro, último presidente da Comissão de Censura à Imprensa, reuniu dia 3 de Maio com os directores de todos os jornais portugueses, tendo divulgado então o fim da entidade, expresso num comunicado oficial emitido três dias depois. Assim, a 6 de Maio de 1974 era oficialmente abolida a comissão e criada uma Comissão Ad-Hoc, composta pelo capitão-tenente Augusto António Catarino Salgado e capitão Estrela Soares, que vigorou até serem implementadas novas leis de imprensa.
Na sua edição de 4 de Maio, o “Notícias de Macau” dava conta do sucedido, com a notícia titulada “Foi abolida nesta província a censura à imprensa”. Lê-se, no artigo, que Lages Ribeiro citou algumas passagens referidas por Spínola aos
órgãos de informação de Portugal no dia 28 de Abril, em Lisboa, nomeadamente a seguinte: “Com a restituição da liberdade à imprensa, esta pode definir individualmente a sua tendência política, mas será desejável que os órgãos de informação não se tornem extremistas nem da esquerda nem da direita e que evitem atitudes demagógicas que confundam e exaltem as populações.”
Em Junho de 1974, o MFA, representado pelo general Garcia Leandro e major Rebelo Gonçalves, organizou uma sessão de esclarecimento em Macau, no colégio de Santa Rosa de Lima, onde foi explicado o que tinha sido a revolução e o impacto desta em Portugal e Macau. De frisar que Garcia Leandro acabaria por ser nomeado governador do território em Novembro de 1974.
Uma das primeiras medidas adoptadas em Macau com o fim do Estado Novo em Portugal foi a abolição da censura à imprensa, livros e cinema
Com o raiar da Democracia, formam-se em Macau duas associações de cariz político - o Centro Democrático de Macau, ligado ao Partido Socialista e fundado por diversas personalidades locais como Jorge Neto Valente e José Maneiras, e a Associação de Defesa da Instrução dos Macaenses, afecta ao CDS-PP e ligado a Carlos D’Assumpção. Em 1976, seria implementado o Estatuto Orgânico de Macau que daria origem a um novo enquadramento jurídico, e que poria definitivamente um fim ao anterior regime do Estado Novo. No livro “Macau nos anos da revolução portuguesa 19741979” Garcia Leandro descreve que esta nova jurisdição “deu aos órgãos do Governo próprio do território verdadeira autonomia legislativa, administrativa, económica e financeira”. Abriu-se, assim, um novo caminho até à assinatura da Declaração Conjunta entre Portugal e a China, a 13 de Abril de 1987.
Descreve Garcia Leandro que, à época, “a soberania [portuguesa] em Macau nunca foi muito efectiva”. “Éramos poucos - entre missionários, comerciantes e militares - perante uma população maioritariamente chinesa. Estando os interesses de Portugal já voltados para África, Macau foi perdendo importância num século XX muito instável”, apontou. Andreia Sofia Silva
Avontade de estudar o modelo financeiro do Luxemburgo foi um dos principais objectivos de Ho Iat Seng na deslocação ao grão-ducado, depois da visita a Portugal. As declarações do Chefe do Executivo, divulgadas pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS), foram prestadas durante uma visita ao Embaixador da China no Luxemburgo, Hua Ning.
No encontro, Ho apontou que “o Luxemburgo é o maior ‘mercado secundário’ de obrigações no mundo” e que a vigem serviu para “conhecer o seu funcionamento e aprender com sua experiência de sucesso”.
O mercado secundário é utilizado para o comércio de produtos de investimento, como acontece com as acções na bolsa, excluindo a primeira emissão, uma vez que esta acontece no mercado primário.
Na reunião com Hua Ning, o líder do Governo local destacou que vai “impulsionar de forma activa o desenvolvimento de mercado
secundário”, para “aperfeiçoar o ambiente e a evolução do mercado, a fim de haver uma articulação com o Interior da China e a ligação ao mundo”, que levará à “atracção de entidades emissoras, investidores, e
instituições profissionais nacionais e estrangeiras”.
Ho Iat Seng elogiou ainda os resultados obtidos durante a visita a Portugal e considerou que serviram para mostrar que a comunidade internacional reconhece o sucesso da implementação actual da fórmula “Um País, Dois Sistemas”.
Por sua vez, o Embaixador da China no Luxemburgo comprometeu-se na ajuda a Macau a alcançar a “integração no desenvolvimento nacional”.
Segundo o GCS, Hua Ning garantiu que a embaixada “irá empenhar-se em apoiar a integração de Macau na conjuntura do
desenvolvimento nacional, em impulsionar as estratégias da diversificação adequada e em reforçar o intercâmbio e cooperação com o Luxemburgo”.
O diplomata prometeu também que vai “promover bem o sucesso da implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ em Macau”.
As promessas de Hua foram deixadas apesar de haver uma distância de 9.300 quilómetros entre Macau e o Luxemburgo.
O embaixador da China, segundo o comunicado do GCS, também não explicou como vai concretizar os apoios prometidos. João Santos Filipe
Adelegação composta por 40 empresários de Macau e representantes da Zona de Cooperação Aprofundada de Guangdong e Macau em Hengqin chegou ontem a Macau depois da visita a Portugal.
No fim-de-semana a delegação esteve na cidade do Porto onde
visitou a Quinta da Boeira, dedicada à produção vinícola, e a Corticeira Amorim.
O secretário para a Economia e Finanças, Lei Wai Nong, apresentou aos responsáveis das associações comerciais e altos dirigentes de empresas portuguesas as novas oportunidades de Macau
e da Zona de Cooperação Aprofundada.
De acordo com um comunicado emitido pelo
Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau (IPIM), Y Ping Chow, empresário radicado no Porto, e presidente da Liga dos Chineses em Portugal, disse que a visita da delegação de Macau trouxe “confiança no reforço dos contactos entre empresários de Macau e Portu-
As empresas de capitais públicos que não tenham influência dominante no sector de actividade que exploram, e empresas subordinadas, vão ficar à margem da atribuição dos subsídios de exploração e funcionamento. Estes apoios serão concedidos apenas a empresas de capitais integralmente públicos e empresas de capitais públicos com influência dominante, indicou ontem Ella Lei, a deputada que preside à comissão permanente que está a analisar na especialidade o “regime jurídico das empresas de capitais públicos”. De acordo com a TDM – Rádio Macau, Ella Lei indicou que o Governo introduziu algumas alterações ao diploma para determinar os factores tidos em conta para atribuir estes subsídios a empresas de capitais públicos. Os representantes do Governo revelaram ainda que existem, actualmente, seis empresas subsidiadas, mas que com os novos critérios estabelecidos na lei que ainda voltará ao hemiciclo uma deixará de preencher os requisitos de atribuição. Na reunião de ontem, os deputados ficaram também a saber que serão estabelecidos novos requisitos para a constituição de empresas de capitais públicos.
A partir de Maio, a emissão de licenças para centros de apoio pedagógico complementares particulares do ensino não superior vai custar 1.500 patacas, de acordo com um despacho publicado ontem no Boletim Oficial. No documento assinado pela secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, é publicitada uma tabela de preços relacionado com a burocracia ligada aos centros, e indicado que uma licença provisória vai ter um custo de 750 patacas e que a renovação da licença definitiva terá um preço de 1.000 patacas. Quanto às vistorias dos centros pelas autoridades está definido um preço de 500 patacas. O despacho define também que em caso de dúvida sobre a taxa a cobrar, no âmbito dos pedidos feitos, que é sempre considerado o valor mais elevado.
gal”, esperando-se uma dinamização das relações comerciais com os países de língua portuguesa.
De frisar que os empresários cumpriram uma agenda diferente da seguida pelo Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, embora o governante tenha marcado presença em alguns eventos empresariais.
O director dos Serviços de Saúde considera que os residentes devem manter uma reserva de máscaras em casa suficiente para duas semanas, caso o Governo volte a exigir de utilização de máscaras em espaços fechados. A posição foi tomada por Alvis Lo em resposta a uma interpelação de Che Sai Wang, deputado ligado à Associação de Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM), face à possibilidade de serem impostas novas restrições. “Em caso de evolução epidémica, serão ajustadas, pelo Governo da RAEM, as exigências do uso de máscara nos espaços fechados, de acordo com a situação real, aconselhando os residentes a reservarem uma quantia mínima de máscaras que possibilite o seu uso por duas semanas, para os casos de emergência”, respondeu. Alvis Lo também foi questionado por Che Sai Wang sobre pontos de recolha do lixo gerado pela pandemia, mas ignorou a pergunta, e não avançou com qualquer resposta.
Em viagem oficial ao Luxemburgo, o Chefe do Executivo vincou a vontade de estudar o “funcionamento” e a “experiência de sucesso” de um mercado financeiro que pode servir como modelo para Macau
Hua Ning garantiu que a embaixada [da China no Luxemburgo]
“irá empenhar-se em apoiar a integração de Macau na conjuntura do desenvolvimento nacional”
A Macau Pass anunciou que a aplicação de pagamentos MPay irá suspender todos os seus serviços entre as 01h e as 05 do dia 26 de Abril, ou seja, no início da madrugada de amanhã.
A empresa que detém a aplicação justificou a suspensão dos serviços com a necessidade de actualização e manutenção do sistema, “para melhorar a experiência dos utilizadores e os serviços prestados”, é referido na página da Macau Pass.
do Espaço da China” foi celebrado ontem no Centro de Ciência de Macau, com uma palestra organizada pela Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ) e que contou com a participação de cerca de 350 estudantes do ensino superior e secundário.
Participaram na palestra os professores Yu Meng e Cai Zhanchuan, que traçaram “o percurso da construção da Estação Espacial Tiangong, as perspectivas futuras e os conhecimentos sobre os cálculos de detecção remota aeroespacial”. Os académicos da Escola Aeroespacial da Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanjing e da Escola de Ciência da Computação e Engenharia da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau deram a conhecer aos jovens “os êxitos da pátria na indústria aeroespacial e a sua coragem na busca dos sonhos”, refere a DSEDJ.
Em mais um evento destinado a fomentar o nacionalismo da juventude, o Governo afirma que a comemoração anual “aumenta o sentido de missão perante a pátria” dos jovens de Macau, dando a conhecer a indústria aeroespacial da China”.
O director substituto da DSEDJ, Teng Sio Hong, referiu que “a indústria aeroespacial da pátria tem tido um desenvolvimento acelerado e que, no ano passado, obteve resultados e êxitos significativos, que incluíram a construção da estação espacial da pátria, que foi concluída e, já tripulada, entrou agora na fase de aplicação e desenvolvimento”.
A DSEDJ indicou ainda que cerca de 5600 estudantes de 32 instituições e escolas assistiram à transmissão em directo online bem como ao vídeo da sessão. J.L.
Desde que abriu a circulação de veículos de Macau para o Interior da Chin o volume de encomendas de compras online para a RAEM diminuiu cerca de 20 por cento em comparação com o período da pandemia, segundo a estimativa do presidente da E-Commerce Lo-
gistics Development Promotion Association of Macau, Cheang Hang Tai. A partir do momento em que os residentes de Macau passaram a poder entrar com os seus veículos através do Posto Fronteiriço da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, muitos optaram por levantar as
encomendas directamente nas lojas de recepção em Zhuhai. Como tal, Cheang Hang Tai aponta para um futuro com menos lojas de recepção de encomendas, com o negócio a concentrar-se nos bairros mais populosos e com maior número de clientes. O res-
ponsável, em declarações ao jornal Ou Mun, indicou ainda que não existem condições para diminuir as cobranças para atrair clientes, dado que os custos, tal como salários de funcionários, preço de gasolina e rendas das lojas, aumentaram nos últimos tempos.
Leong Sun Iok quer orientações para o uso em escolas de software de inteligência artificial, como o ChatGPT, para evitar que seja usado para ludibriar a avaliação das competências dos alunos. O deputado encara a tecnologia como uma “espada de dois gumes” e um perigo para o desenvolvimento cognitivo e pensamento crítico
UM pouco por todo o mundo, governos tentam perceber como lidar com a revolução tecnológica trazida pelos softwares de inteligência artificial, como o ChatGPT.
Depois de interpelar o Governo sobre o uso do ChatGPT nas escolas de Macau, e não satisfeito com as respostas da Direcção dos Serviços de Educação e de Desenvolvimento da Juventude (DSEDJ), Leong Sun Iok voltou a pedir intervenção do Executivo através de orientações específicas para o uso da tecnologia.
Em declarações ao Jornal do Cidadão, o deputado da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) argumentou que o impacto do ChatGPT no sector educativo é profundo, com os alunos a usarem o software para fazer os trabalhos de casa e testes.
“O avanço tecnológico da inteligência artificial de ferramentas como o ChatGPT é uma faca de dois gumes para o ensino e progresso humano. Apelo ao Governo para emitir orientações para o uso adequado e padronizado do software, que aponte uma direcção às instituições de ensino”, sugere.
O legislador da FAOM entende que é preciso pesar bem as vantagens e desvantagens do desenvolvimento das ferramentas de inteligência artificial para melhorar a qualidade do ensino de Macau, uma vez que o avanço científico e tecnológico é imparável e difícil de proibir, mas também não deve ser negligenciado.
Quase humano
Várias aplicações chinesas, como o WeChat, baniram o ChatGPT e outros software de chatbot, com
gigantes tecnológicos, como a Alibaba ou Baidu, a desenvolver as suas próprias ferramentas para o mercado nacional.
“O ChatGPT é uma faca de dois gumes para o ensino e progresso humano. Apelo ao Governo para emitir orientações para o uso adequado e padronizado do software, que aponte uma direcção às instituições de ensino.”
Enquanto se vive num relativo estado de expectativa, Leong Sun Iok não nega os aspectos positivos da tecnologia, que pode “estimular o raciocínio dos estudantes, acrescentar recursos de aprendizagem e melhorar a qualidade do ensino”. Porém, argumenta que pode colocar em perigo a “integridade académica”, levar à dependência dos estudantes, e à perda de capacidades cognitivas e de pensamento crítico.
O deputado considera que Macau não pode ficar para trás nesta matéria, indicando que muitos países, como os Estados Unidos, já implementaram instruções de uso padronizado do software nas escolas. Citando a resposta da DSEDJ, que refere genericamente a organização de formação para docentes, “sobre diversos temas,
tais como a educação da literacia da informação, a educação para a cibersegurança e o bom uso das informações da rede para cultivar nos alunos o pensamento crítico”, o deputado afirma que o Governo acabou por não responder às suas questões.
Realçando que não há necessidade de passar legislação, Leong Sun Iok vincou a necessidade de lançar orientações e o estabelecimento de linhas vermelhas para impedir plágios e desonestidade que desequilibrem a justiça na avaliação dos alunos.
O deputado está também preocupado com as implicações da inteligência artificial no mercado de trabalho, e no desenvolvimento humano devido ao desinvestimento nas faculdades básicas de pensamento. João Luz
O deputado da FAOM considera que as autoridades enfrentam novos desafios no combate ao tráfico de droga, devido ao regresso dos turistas e dos trabalhadores não-residentes do sudeste asiático
OS trabalhadores não-residentes e os turistas são os principais responsáveis pelo tráfico de droga no território. A opinião é do deputado Lam Lon Wai, ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), que pede ao Governo para que se façam campanhas de informação com as penas aplicáveis em várias línguas.
Numa interpelação escrita, o legislador aponta que com o fim das restrições de circulação ligadas à pandemia o número de turistas a visitarem Macau vai aumentar. No entanto, a situação vai criar mais desafios para as autoridades, devido ao tráfico de droga, e Lam Lon Wai considera que é necessário avisar os não-residentes e turistas sobre as consequências dos crimes.
Os serviços alfandegários de Gongbei descobriram um caso de contrabando protagonizado por uma cidadã chinesa, do interior da China, que tentou transportar consigo 20 caranguejos vivos para Zhuhai. Segundo um comunicado, o caso ocorreu dia 11 deste mês, tendo a mulher, de apelido Zhu, passado pelo corredor destinado a quem não tem mercadorias a declarar, transportando apenas uma bolsa. Ao interceptarem a mulher, os agentes perceberam que os caranguejos estavam na bolsa, tendo sido levados para análise num laboratório, que concluiu que os animais nunca estiveram num habitat natural da China, pertencendo a uma espécie estrangeira. Zhu disse que ia levar os animais para casa para cuidar deles, mas os agentes adiantaram ser proibida a importação de espécies estrangeiras deste tipo de animais sem uma autorização específica.
A Polícia Judiciária (PJ) voltou ontem a lançar um alerta à população para que tenha cuidado com burlas em que os criminosos se fazem passar por empregados de empresas de correio rápido. As autoridades referem que, nos últimos dias, receberam uma denúncia de burla em que as vítimas recebem mensagens de SMS de alegadas empresas de correio rápido. O esquema baseia-se no aproveitamento do atraso na entrega de encomendas ainda devido à pandemia e numa notificação que “informa” que as encomendas não podem ser entregues. Na mesma mensagem, é pedido à vítima que use um link da suposta empresa de correio rápido, que forneça alguns dados pessoais e pague uma “taxa adicional”.
O Seng Lok, presidente da Associação de Auxílio Mútuo de Vendilhões de Macau, defendeu que os comerciantes que operam bancas no mercado de S. Domingos pedem uma maior diversificação das vendas, tendo em conta que o Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) pretende fazer um novo reordenamento da zona. Segundo o jornal Ou Mun, o responsável adiantou que uma das sugestões passa pela transformação de bancas de venda de roupa em bancas de venda de refeições rápidas, uma vez que são excedentárias. O responsável lamenta que, até à data, o IAM não tenha comunicado com as associações sobre o reordenamento do mercado, por isso ninguém sabe o calendário das alterações que serão feitas. O reordenamento do mercado municipal da Horta da Mitra arrancou em Março e o responsável da associação explica que os comerciantes querem receber um subsídio por não poderem trabalhar no mercado durante o encerramento de nove meses. José Tavares, presidente do IAM, terá dito que ainda está a estudar a concessão do apoio
“Com o fim das medidas de restrição de viagem e o regresso dos voos internacionais, a situação do tráfico de droga volta a complicar-se, a ficar mais activa e diversificada.
Só nos últimos três meses, as autoridades conseguiram detectar um número de casos de tráfico ligado ao transporte de correio ou em malas de
passageiros”, descreveu Lam Lon Wai.
“A maior parte dos turistas que vem do sudeste asiático para Macau cria vários desafios ao trabalho antidrogas de Macau. Por isso, é necessário fazer uma análise profunda sobre o perfil das pessoas envolvidas no tráfico de droga, assim como os métodos mais utilizados, para resolver os problemas ainda antes deles acontecerem”, acrescentou.
Face à situação, Lam Lon Wai considera “necessário fazer mais campanhas contra o tráfico de drogas, principalmente em diferentes línguas” e ainda “prevenir o trágico de droga na origem”.
Métodos novos?
Em relação à retoma das principais rotas do tráfico para o território, o deputado ligado
à FAOM quer ainda saber se foram identificados novos métodos de tráfico.
“Além dos métodos de tráfico de droga por encomendas de correio ou em malas de passageiros, as autoridades detectaram novos métodos de tráfico?”, questiona. “E em relação aos métodos utilizados actualmente, será que as autoridades vão aumentar a comunicação com os departamentos relevantes no Interior?
E vão utilizar novas tecnologias para combater este problema”, questionou.
Desde o início do ano que as restrições de viagem foram levantadas, embora o número de voos para o aeroporto de Macau ainda seja altamente limitado, como reconheceu recentemente o Chefe do Executivo, na Assembleia Legislativa. João Santos Filipe
Uma cidadã chinesa com 26 anos de idade é suspeita do roubo de duas fichas de jogo no valor de 110 mil dólares de Hong Kong, tendo sido detida pelas autoridades. Segundo informações noticiadas pelo canal chinês da Rádio Macau, a Polícia Judiciária (PJ) recebeu uma denúncia de um homem do interior da China que conheceu a suspeita no domingo num casino no Cotai. A mulher disse-lhe que não tinha onde dormir, pelo que o homem a deixou ficar no seu quarto de hotel. No dia seguinte, quando acordou, a mulher já não estava no quarto, tendo desaparecido duas fichas de jogo. A PJ descobriu a suspeita, dois dias depois, num hotel na zona central da península de Macau, e descobriu que esta tinha em sua posse fichas no valor total de 24 mil dólares de Hong Kong. O caso foi encaminhado para o Ministério Público para mais investigações.
“Além dos métodos de tráfico de droga por encomendas de correio ou em malas de passageiros, as autoridades detectaram novos métodos de tráfico?”
LAM LON WAI DEPUTADO
Estará encerrada ao público, entre sexta-feira e Julho do próximo ano, a passagem superior para peões situada entre o parque do reservatório e a Avenida da Amizade. O encerramento deve-se às obras de construção da via de acesso (A2) entre a zona A dos novos aterros e a península de Macau. Para a realização da obra será ainda necessário demolir temporariamente o acesso da passagem superior para peões, situado ao lado da Avenida da Amizade, no intuito de articular com a construção do viaduto, sendo também realizados trabalhos de aperfeiçoamento da passagem superior para peões. Estes incluem a ligação ao lado oeste da zona A dos novos aterros.
Em Março, Macau recebeu 1,96 milhões de turistas, o que significa um aumento de 271,4 por cento, em termos anuais e de 22,8 por cento, face a Fevereiro. Os dados foram publicados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC). No mesmo período, os números de turistas individuais (979.152) e de excursionistas (977.715) subiram 522,7 por cento e 164,5 por cento, respectivamente, em termos anuais. No entanto, o tempo de permanência dos visitantes foi de 1,2 dias, idêntico ao mês homólogo do ano transacto. O período médio de permanência dos turistas (2,2 dias) teve uma redução de 1,4 dias, enquanto o dos excursionistas (0,3 dias) aumentou 0,2 dias. O comunicado da DSEC deixa de fora o número de turistas internacionais. Contudo, indica que entre os 1,96 milhões de turistas, 1,24 milhões vinham do Interior, 622 mil de Hong Kong e 27 mil de Taiwan.
A UMTec, empresa detida pela Universidade de Macau, registou no ano passado um lucro de 2,6 milhões de patacas. Os resultados foram publicados no portal do Gabinete para o Planeamento da Supervisão dos Activos Públicos, liderado por Sónia Chan. A UMTec é detida a 100 por cento pela Universidade de Macau e dedica-se a actividades “investigação profissional”, “consultadoria, transferência de tecnologias e apoio técnico”. As receitas da empresa de 18 milhões de patacas deveram-se quase exclusivamente a contratos de prestação de serviços. Ao longo do ano, a UMTec financiou a subsidiária Companhia de Formação Tecnológica da UMTec, que opera em Zhuhai e é gerida por residentes do Interior, em mais de 50 mil patacas.
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) realizou inspecções em 461 estaleiros entre os dias 14 e 24 de Março. Fruto das acções de fiscalização foram aplicadas 54 recomendações de melhoria e multas em 12 situações consideradas inseguras que envolveram, principalmente, a falta de medidas de protecção colectiva nos trabalhos em altura e o uso inseguro de electricidade. Nos primeiros três meses do ano, foram realizadas 48 inspecções a 33 estaleiros de obras a fim de acompanhar conflitos laborais. Foi ainda divulgada a legislação em vigor em 100 estabelecimentos comerciais de diferentes sectores de actividade.
Aagência de viagens online Trip.com anunciou ontem o início da campanha “Vemo-nos em Macau” (See You in Macao, em inglês), que pretende promover o território como um destino de “lazer e negócios”. A iniciativa foi anunciada através de um comunicado emitido pela agência e é organizada em parceria com a Direcção de Serviços de Turismo (DST), com o objectivo atrair mais turistas internacionais.
No âmbito desta promoção, os turistas internacionais que fizeram reservas de hotéis em Macau, com duração mínima de duas noites, podem ter um desconto de 100 dólares de Singapura (605 patacas), desde que este não seja superior a 50 por cento do preço final da estadia.
As promoções de desconto de quartos de hotel têm efeitos retroactivos, desde 19 de Abril, estendem-se até 30 de Junho, e abrangem a maioria dos hotéis no território.
“Convidamos os viajantes de todo o mundo a explorar o charme multifacetado de Macau, e estamos confiantes que a campanha ‘Vemo-nos em Macau’ vai proporcionar-lhes uma oportunidade maravilhosa”, afirmou Maria Helena de Senna
Fernandes, de acordo com o comunicado emitido ontem pela Trip.com. “Com uma mistura única de elementos históricos, culturais e de entretenimento, este destino vibrante tem sempre algo para oferecer a todos os tipos de viajantes”, acrescentou.
Cidade fantástica
Por sua vez, Edison Chen, presidente do grupo Trip.com, congratulou-se com a organização da campanha conjunta, e prometeu todos os esforços da empresa de Singapura na promoção de Macau como destino turístico. “Macau é ver-
dadeiramente um destino único, e estamos comprometidos com a promoção do turismo nesta cidade fantástica. Ao oferecer descontos nas estadias em hotéis de Macau aos nossos utilizadores, temos a esperança de encorajar cada vez mais pes-
soas a visitar e a experimentar todo o que esta cidade tem para oferecer”, disse Edison Chen. A empresa deixou ainda a esperança de participar em mais “parcerias excitantes” com o Governo de Macau, de forma a ajudar a aumentar o número de turistas internacionais no território. Edison Chen destacou também que actualmente o mercado do turismo apresenta um crescimento muito rápido e que há cada vez mais pessoas na Ásia interessadas em viajar, principalmente em mercados como Singapura, Coreia do Sul e Tailândia. João Santos Filipe
“Convidamos os viajantes de todo o mundo a explorar o charme multifacetado de Macau.”HELENA DE SENNA FERNANDES DST OLGA SANTOS
4.1. O Mestre disse: “Ao fixar residência num local, a maior atracção deverá ser a presença de pessoas benevolentes. Como se pode chamar sábio a alguém que, tendo essa escolha, não faz questão de habitar entre pessoas benevolentes?”58
4.2. O Mestre disse: “Quem não é benevolente é incapaz de suportar as adversidades, nem a própria felicidade, por muito tempo. As pessoas benevolentes contentam-se em ser benevolentes: assim lucra o sábio.”59
4.3. O Mestre disse: “Só a pessoa benevolente – e apenas ela – sabe amar e sabe odiar.”60
4.4. O Mestre disse: “Se os objectivos de alguém forem baseados numa conduta benevolente, não incorrerá em erro.”
4.5. O Mestre disse: “Riqueza e honra são o que as pessoas desejam, mas se forem uma consequência de desvios da Via, não quero parte nelas. A pobreza e a desgraça são o que as pessoas deploram, mas se forem consequência de seguir a Via, não as evitarei. De onde obteriam o seu nome as pessoas exemplares (君子 junzi) se abandonassem a benevolência? As pessoas exemplares não a deixam de lado nem pela duração de uma refeição. Quaisquer que sejam as suas preocupações ou dificuldades, nunca deixam de agir de forma benevolente.”61
4.6. O Mestre disse: “Ainda não conheci ninguém que verdadeiramente ame a conduta benevolente e verdadeiramente deteste qualquer comportamento que se lhe oponha. Quem ama a benevolência, nada considera superior. A quem horrorizam os comportamentos contrários à benevolência, jamais permitirá que tal conduta desumana contamine a sua prática do bem. Haverá alguém capaz de se dedicar, pelo espaço de um só dia, a aplicar uma conduta benevolente? Eu, por exemplo, nunca conheci alguém sem força para o fazer! Quanto aos que não têm força para tal, suponho que existam tais pessoas – eu, por exemplo, também ainda não as conheci!”62
4.7. O Mestre disse: “Os erros das pessoas diferem de grupo para grupo. Através da observação destes erros, poder-se-á compreender a benevolência.”63
4.8. O Mestre disse: “Tendo pela manhã conhecido a Via, poderei morrer à noite.”64
4.9. O Mestre disse: “Os letrados (士 shi) que, tendo estabelecido o objectivo de percorrer a Via, se envergonham das roupas e das comidas simples, não merecem que se lhes dirija a palavra.”
4.10. O Mestre disse: “As pessoas exemplares, caminhando pelo mundo,
LIVRO IV
não são nem a favor nem contra nada, outrossim seguem o que é justo (義 yi).”
4.11. O Mestre disse: “As pessoas exemplares prezam a sua excelência; as pessoas menores prezam as suas terras. As pessoas exemplares prezam a justiça; as pessoas menores prezam o pensamento do lucro.”
4.12. O Mestre disse: “Agir com vista a ganho pessoal conduzirá a muito ressentimento.”
4.13. O Mestre disse: “Se o soberano for capaz de ordenar o Estado através dos ritos e da deferência para com os outros, que mais será preciso? Mas, se não for capaz disto, de que servirá cumprir os ritos?”65
4.14. O Mestre disse: “Não te preocupes em não ter uma posição oficial, preocupa-te em ter as qualidades necessárias para a obter. Não te preocupes se ninguém te conhece, esforça-te para te tornares numa pessoa digna de ser conhecida.”
4.15. O Mestre disse: “Sheng, meu amigo! A minha Via é, do princípio ao fim, ligada por um único fio (貫guan).” Mestre Zeng replicou: “Assim é.” Quando o Mestre partiu, os discípulos perguntaram: “A que se referia ele?” E Mestre Zeng respondeu: “A via do nosso Mestre consiste unicamente em lealdade (忠 zhong) e indulgência (恕shu).”66
4.16. O Mestre disse: “A pessoa exemplar compreendem aquilo que é justo; a pessoa menor compreende aquilo que lhes traz lucros.”
4.17. O Mestre disse: “Quando encontras pessoas de carácter excepcional deves tentar caminhar a seu lado; ao encontrar pessoas de baixo carácter, deves olhar para dentro e examinar-te.”67
4.18. O Mestre disse: “Ao servirem vossos pais e mães, falem gentilmente. Ao verem que não seguem as vossas sugestões, permaneçam em respeito e nada façam em contrário. Por mais que eles estejam errados, não exprimam qualquer ressentimento.”
4.19. O Mestre disse: “Enquanto o vosso pai e mãe viverem, evitem as viagens longínquas e, se o fizerem, assegurem-se de que o vosso destino é conhecido.”
4.20. O Mestre disse: “Uma pessoa que, por três anos, se abstém de alterar os modos de seu pai pode ser chamado filial.”
4.21. O Mestre disse: “Os filhos devem saber a idade do seu pai e sua mãe. Por um lado, trata-se de uma fonte de alegria, por outro de inquietude.” 68
4.22. O Mestre disse: “Os antigos detestavam falar por vergonha de não poderem pessoalmente honrar a sua palavra.”69
4.23. O Mestre disse: “É deveras muito raro que alguém cometa erros se mantiver sempre o controlo de si .”
4.24. O Mestre disse: “A pessoa exemplar deseja ser lenta a falar e rápida a agir.”70
4.25. O Mestre disse: “As pessoas virtuosas (德 de) não vivem sós: têm sempre vizinhos.”
4.26. Ziyou disse: “Se, no serviço do teu senhor, fores zeloso em demasia atrairás a desgraça; se, na tua amizade, fores zeloso em demasia serás ostracizado.”71
Notas
58. Encontrámos duas interpretações para esta passagem. A primeira em Xunzi: “ A raiz da planta lan huai cheira a doce angélica, mas se a mergulhares em água fedorenta nem a pessoa exemplar se acercará dela, nem o vulgo a usará. Isto não acontece pela falta de fragrância do material original, mas por causa daquilo em que se encontra mergulhado. Como tal, a pessoa exemplar assegura-se de escolher cuidadosamente a povoação em que habita, assegurando-se também de que se associa a homens bem-criados ao viajar. Deste modo, evita a corrupção e se acerca do que é correcto.” A segunda em Mêncio, que explicitamente comenta esta passagem dos Analectos: “Será o fabricante de flechas menos benevolente do que o fabricante de armaduras? E, no entanto, o único medo do fabricante de flechas é que os homens não sejam feridos pelas suas flechas, e o único medo do fabricante de armaduras é que os homens não sejam protegidos pelas suas armaduras. (...) A escolha de uma profissão, portanto, é uma coisa em que é necessário ter muita cautela. A benevolência é a dignidade mais honrosa conferida pelo Céu e o lar tranquilo em que o homem se deve sentir bem. Uma vez que ninguém nos pode impedir de o ser, se ainda não somos benevolentes - isto não é ser sábio. Da falta de benevolência e da falta de sabedoria resultará toda a ausência de correcção e rectidão”. Embora aqui o “lugar de residência” seja a esfera de actividade, a ideia geral é semelhante: é preciso ter cuidado ao escolher o seu ambiente.
59. Kong Anguo comenta: “Alguns não podem permanecer constantes na adversidade porque a adversidade constante os motiva a fazer o mal, e não podem gozar de felicidade duradoura porque caem inevitavelmente na arrogância e preguiça”. A sentença de Confúcio parece querer dizer que a pessoa benevolente, tanto na adversidade como na felicidade, tem a sabedoria de se manter benevolente, ou seja, não se deixa tomar pela maldade nem pela indulgência, mantendo sempre um equilíbrio. Há um certo estoicismo nesta ideia que nos remete, por exemplo, para Marco Aurélio, quando afirma que deve a sua mãe “a piedade, a liberalidade, o hábito de me abster não apenas de fazer mal, mas de me ater a um mau pensamento.
E ainda: a simplicidade de um regime de vida e a aversão pelo tipo de existência que levam os ricos” (Marco Aurélio, I.2). 60. A benevolência não é um “amor incondicional”, também porque na sua vertente de “humanidade” terá sempre de ter em conta o bem comum e não apenas o indivíduo. Por isso, a pessoa benevolente detesta o que ou quem é ou age contra a humanidade. Alguém que simplesmente tudo amasse seria certamente prejudicial e, de certo modo, egoísta pois, pelo seu amor, não teria em conta o mal que daí poderia advir contra os outros, ainda que para ele fosse suportável ou admissível se tomado por um amor a todos os seres e a todos os comportamentos. Como veremos, “a benevolência mata”.
Jiao Xun 焦循 (1763-1820) comenta: “A pessoa benevolente ama o que é realmente digno de admiração nos outros e odeia o que é genuinamente odiável neles. É por isso que se diz que uma tal pessoa é “capaz de amar outros e odiar os outros”. “ Apenas a pessoa benevolente é um juiz preciso e imparcial de carácter, capaz de amar a virtude nos outros sem inveja e odiar o vício nos outros sem malícia.”
61. Ser rico ou ser pobre, não implica ou impede uma conduta benevolente. A pessoa exemplar preocupa-se com o seu comportamento e a obtenção de riqueza não a deve fazer tergiversar. Do mesmo modo, se uma conduta benevolente, implicar cair na pobreza, uma pessoa exemplar não deve evitá-la. Xunzi vai mais longe: “Onde há benevolência não há pobreza ou dificuldades; onde falta a benevolência não há riqueza ou honra” (Xunzi, 23)
62. Zhu Xi comenta, sublinhando a importância da vontade:
“O Mestre admite que nunca viu alguém que verdadeiramente amasse a benevolência ou alguém que verdadeiramente odiasse o que não é benevolente. Parece que alguém que verdadeiramente amasse a benevolência apreciaria genuinamente o que é para ser verdadeiramente amado na benevolência e, assim, nada sob o céu punha à sua frente. Aquele que odiasse o que não é verdadeiramente benevolente genuinamente compreenderia o que é odioso no que não é verdadeiramente benevolente e, assim, ao sempre praticar a verdadeira benevolência seria capaz de se afastar do não é verdadeiramente benevolente, impedindo assim que sequer uma pequena quantidade alcançasse a sua própria pessoa. Ambos são assuntos de virtude perfeita e, por essa razão, difíceis de encontrar.
‘Haverá alguém capaz de se dedicar, pelo espaço de um só dia, a aplicar uma conduta benevolente? Eu, por exemplo, nunca conheci alguém sem força para o fazer!’
“Isto quer dizer que, enquanto aqueles que amam a verdadeira benevolência e odeiam o que não é verdadeiramente
benevolente não podem ser encontrados, mesmo assim pode haver pessoas que são realmente capazes de se dedicar vigorosamente por um único dia ao verdadeiramente benevolente – porque ele próprio nunca viu uma pessoa cuja força não seja capaz de o fazer. Parece que fazer a verdadeira benevolência existe em cada um: deseja-a, e aí está ela, porque para onde a vontade vai o coração também vai [Mêncio 2A.2]. Assim, enquanto que é difícil ser verdadeiramente benevolente, chegar a este ponto é bastante fácil.
‘Quanto aos que não têm força para tal, suponho que existam tais pessoas – eu, por exemplo, também ainda não as conheci!’ “Suponho (蓋 gai)” expressa uma dúvida. “Existam tais pessoas” refere-se aos que a isso se devotam, mas cuja força não é capaz de o realizar. Na verdade, as capacidades do coração de cada pessoa variam. Por esta razão, ele suspeita que, de facto, podem ocasionalmente existir os que desejam seguir em frente, mas que, por confusão e fraqueza, não conseguem; e que apenas por acaso ele nunca conheceu tais pessoas. E parece que, embora não se atreva a considerar isso fácil, ao mesmo tempo que lamenta que as pessoas não estejam dispostas a dedicar-se à verdadeira benevolência.
“Aqui também se diz que embora a verdadeira benevolência, como virtude perfeita, é difícil para os homens, se um aprendiz for realmente capaz de se dedicar a ela, não existe razão para que não possa alcançá-la. Quanto aos que a ela se dedicam, mas não conseguem alcançá-la, nunca conheceu tais pessoas.”
63. Todos somos passíveis de errar, de exercer comportamentos reprováveis, aliás, é muito provável que erros sejam por todos nós cometidos. A frase de Confúcio parece querer dizer que os erros variam, mas não variam infinitamente e podem ser agrupados, quiçá atribuídos a um grupo, como se não se tratassem de erros individuais, mas decorrentes de uma pertença a um conjunto no qual se está inserido. Daí que se possa compreender melhor a benevolência, porque a análise de cada tipo de erro (e não serão assim tantos), dar-nos-á uma ideia do que os homens são capazes e compreender do que os homens são capazes ajudar-nos-á a escapar a esses erros e, portanto, exercer a benevolência. Kong Anguo comenta: “O facto das pessoas menores (xiaoren) não serem capazes de agir como pessoas exemplares (junzi) não é culpa delas, pelo que se deve ser compreensivo e não culpabilizá-las. Se observarmos os seus erros, podemos colocar tanto os dignitários como os tolos nos seus devidos lugares, e isto é o que significa ser benevolente”.
64. Apresentamos aqui a tradução mais literal possível. Contudo, os comentadores, com as suas explicações, complexificaram esta famosa frase, atribuindo-lhe diversos sentidos. Um deles é: “Tendo sabido pela manhã que a Via está a ser praticada, poderei morrer à noite sem remorsos”. Partindo desta leitura, Luan Zhao 欒肇 (act. 266– 285) comenta: “A Via é usada para salvar as pessoas. O sábio preserva-se para pôr a Via em prática. O objectivo é salvar as pessoas com a Via e não salvar-se a si mesmo com a Via. É por isso que lemos que se a Via fosse genuinamente ouvida pelo mundo de manhã, mesmo que se morresse nessa noite, estaria tudo bem. [Confúcio] sente-se magoado pela Via não estar a ser posta em prática, e além disso, deixa claro que está mais preocupado com o mundo do que com ele próprio.
Já para Zhu Xi a leitura deveria ser a seguinte: “Tendo pela manhã aprendido a Via, poderei morrer à noite sem remorsos.” E comenta: “Se alguém for capaz de ouvir a Via, a sua vida fluirá fácil e a sua morte chegará pacificamente, e não sentirá remorsos”.
65. No Comentário de Zuo é dito: “A deferência governa os ritos. (...) Numa época ordenada, a pessoa exemplar estima o talento e é deferente com os seus inferiores, enquanto as pessoas comuns cuidam dos trabalhos agrícolas para servir os seus superiores. Desta forma, o ritual prevalece, tanto em cima como em baixo; caluniadores e mal-intencionados são ostracizados e não há conflitos. A isto chama-se uma virtude excelente. Quando uma época declina em desordem, os senhores pavoneiam as suas realizações a fim de dominar o povo comum e as pessoas comuns gabam-se das suas aptidões a fim de usurparem os senhores. Assim, tanto os de cima como os de baixo, não cumprem a propriedade ritual, originando simultaneamente desordem e crueldade, porque surgem conflitos a propósito do que é bom. A isto chama-se virtude obscurecida. É um princípio constante que, desta situação, resulta inevitavelmente o colapso dos reinos.” (Duque Xiang, Ano XIII) Zhu Xi comenta: “A deferência é a substância do ritual. Esta passagem diz que se a própria substância do ritual for utilizada para governar o estado, então como poderá haver qualquer dificuldade? Mas se não for, então, embora o ritual possa ser ornamentalmente perfeito, de que serve para governar o estado?” Na governação, distingue-se entre a forma do ritual e a sua
substância, a deferência (讓rang). Portanto, se o governante não for deferente para com os governados, qualquer ritual perderá a sua eficácia. Para Confúcio, ritualmente, ou seja, no seu comportamento, pois este é explanado no ritual, o governante terá de ser condescendente e ouvir os outros, as suas queixas e exigências, mostrando assim que lhes tem respeito. Não basta percorrer formalmente apenas os vários passos dos rituais, é preciso fazê-lo imbuído do seu espírito (substância), isto é, a deferência implícita nas suas regras. Se o Mestre insiste continuamente na relação entre governo e ritual, também percebe perfeitamente que o segundo não poderá ser algo destituído de autenticidade (誠 cheng), um mero teatro do poder, sem um conteúdo real e sincero, originário de um coração rectificado e íntegro. Só assim poderá estabelecer uma relação eficaz entre governante e governados.
66. Sheng é o nome próprio de Mestre Zeng (Zengzi). Lealdade (忠 zhong) e indulgência (恕 shu) aqui significam “exigência em relação a si mesmo” e “indulgência em relação aos outros”. O caracter zhong é composto de um “meio” ( 中 zhong) sobre um “coração” (心) e, por isso, remete para própria rectificação de si mesmo e para a prática do meio ( 中庸 zhongyong), ou seja, um comportamento justo e constante, uma procura incessante do equilíbrio nas suas acções e pensamentos, como um funâmbulo, nas palavras de Anne Cheng, que procura equilibrar-se e avançar no arame da rectidão. Este equilíbrio só existe num movimento em relação aos outros: é aqui que surge a necessidade de indulgência. Mais à frente (XV,24), Confúcio explica que shu se desdobra na famosa regra de ouro: “Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti”. Esta palavra poderia igualmente ser traduzida por “consideração”, “compaixão” ou “compreensão”. Os comentadores sujeitaram a palavra 忠 zhong a diversas leituras. Wang Bi 王弼 (226-249), por exemplo, define zhong como “esgotar totalmente as próprias emoções”. Zhu Xi pertence a esta linha de pensamento que define zhong como “esgotar-se” ou “fazer o máximo”. Outros entendem que zhong envolve uma espécie de atenção aos deveres rituais de cada um, particularmente como subordinado político. Entendido desta forma, ser “leal” (忠 zhong) envolve o cumprimento dos deveres e obrigações próprios de um papel ritualmente definido. Esta virtude deve ser temperada pela virtude da “indulgência” (恕 shu): a capacidade de se colocar imaginariamente no lugar de outro. Resta saber, no caso de zhong, a quem ou a quê se deve lealdade pois poderá implicar opor-se a um governante que exerça o poder de forma imprópria, na medida em que a lealdade é devida a uma ideia e a uma prática e não a uma pessoa. 67. Ou seja, imitar as virtudes e evitar os vícios observados nos outros. A ênfase aqui é na acção: não só ver as qualidades dos outros, mas também usar esta percepção como uma oportunidade de auto-aperfeiçoamento. Como Jiao Yuanxi 焦袁熹 (1660-1725) explica, “O olhar mencionado nesta passagem refere-se àquilo que qualquer pessoa pode facilmente perceber... a dificuldade reside inteiramente em começar realmente a fazer algo a esse respeito. A intenção do Sábio ao estabelecer este ensino não era meramente criticar as pessoas por não terem um conhecimento verdadeiro, mas antes repreendê-las por falta de sinceridade de compromisso ou coragem para pôr em prática a sua vontade”.
68. De 4.18 a 4.21, trata-se de sentenças sobre a piedade filial em que se prescreve, entre outros aspectos, que o dever para com os seus pais ultrapassa qualquer outro e a tudo se sobrepõe.
69. Wang Yangming 王阳明 (1472-1529) comenta: “Os antigos valorizavam a acção e eram, portanto, tímidos com as suas palavras. Não se atreviam a falar de ânimo leve. Hoje em dia, as pessoas valorizam as palavras e, por isso, falam alto e tagarelam sem sentido à mais leve instigação”.
70. Wang Fuzhi 王夫之 (1619-1692) comenta: “Em relação às falhas que podem afligir o aluno, nenhuma é mais preocupante do que o descuido, e poucas tarefas são iniciadas ou completadas por aqueles que são casuais no seu comportamento. O descuido revela-se em linguagem que corre como água, que é tagarelado em todo o lado sem que se repare no que se diz. Comprovação de excesso de casualidade é encontrado no próprio comportamento - em comportamentos excessivamente avançados ou excessivamente retirado, que é errático e desrespeitoso, que é tímido e cobarde sem sequer um a realizá-lo. Só esta falta de propensão para ser lento a falar e rápido a agir é que impede a ambição estabelecida da pessoa exemplar de florescer.”
71. Não deverás, portanto, estar sempre a chamar atenção para as faltas e os erros, quer do teu superior, quer dos teus amigos. Algo que pode ser a tentação de um seguidor de Confúcio. De acordo com os pontos anteriores, é mais importante agir do que falar.
as antigas repúblicas soviéticas, incluindo não apenas a Ucrânia, mas também, por exemplo, os países Bálticos, não são verdadeiramente independentes, ignorando as fronteiras internacionalmente reconhecidas da Europa Central e do Leste. A própria China reconhece oficialmente estes países como Estados soberanos desde 1991.
Para Landsbergis, no caso dos países bálticos, Pequim repete a mesma narrativa utilizada pelos russos sobre a Ucrânia.
veio a terreiro clarificar a sua posição sobre a integridade territorial das nações que fizeram parte da antiga União Soviéti ca
AChina assegurou ontem que “respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países”, após o seu embaixador em França ter questionado se os ex-Estados soviéticos têm “estatuto efectivo” perante o Direito internacional.
“A posição da China é consistente e clara: a China respeita a soberania e a integridade territorial de todos os países e adere aos propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas”, disse a porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros do país asiático Mao Ning, em conferência de imprensa regular.
“A União Soviética era um estado federal e, como tal, estava sujeita ao Direito Internacional como um todo. Isso não nega o facto de, após
a sua dissolução, cada membro ter adquirido o seu estatuto de Estado soberano”, acrescentou.
Os comentários do embaixador chinês em Paris, Lu Shaye, geraram polémica nas redes sociais.
Através da rede social Twitter, o Alto Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros
e a Política de Segurança, Josep Borrell, descreveu os comentários como “inaceitáveis” e indicou que a “UE só pode assumir que as declarações não representam a política oficial da China”.
Numa entrevista ao canal de televisão LCI, Lu Shaye considerou, na sexta-feira passada, que
N.º 05/DCTNR/2023
Considerando que não se revelou possível contactar os interessados pessoalmente, por ofício, telefone ou outras formas, nos termos dos n.ºs 2 do artigo 72.º e 93º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, notifica-se os indivíduos abaixos mencionados, para no prazo de 15 dias, a contar do dia seguinte da data da emissão do presente anúncio, comparecer no Departamento de Contratação de Trabalhadores Não Residentes, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.ºs 614A640, Edifício Long Cheng, 9.º andar, em Macau, para tratar de assuntos do seu interesse e relacionados com autorização da contratação de trabalhadores não residentes, caso contrário a autorização será cancelada:
1. SHRESTHA BHIMSEN, proprietário do estabelecimento “ESTABELECIMENTO DE COMIDAS JI TAI WANG”;
2. COMPANHIA DE CUIDADOS MÉDICOS TAI ON LIMITADA.
Os indivíduos acima mencionados devem deslocar-se, durante as horas de expediente, ao endereço acima mencionado, para levantamento do ofício da audiência prévia, podendo ainda requerer, por escrito, a consulta do processo. Decorrido o prazo acima referido, sem que seja apresentada a defesa por escrito, é considerada como efectivamente feita a audiência acima referida.
20 de Abril de 2023.
O Director da DSAL, Wong Chi Hong
AChina aconselhou ontem a Guatemala a “desenvolver relações” com Pequim, defendendo que seria do “interesse fundamental” do país da América Central, no dia em que o Presidente guatemalteco, Alejandro Giammattei, chegou a Taiwan, para uma visita oficial.
A porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da China, Mao Ning, disse, em conferência de imprensa, que reconhecer o princípio ‘Uma só China’ responde às “aspirações do povo da Guatemala”, um dos 13 países com os quais Taipé mantém relações diplomáticas oficiais.
“A China é a segunda fonte das importações e o quinto destino das exportações da Guatemala”, disse a porta-voz, acrescentando que aderir ao princípio ‘Uma só China’ é a “tendência dos tempos actuais” e uma “causa justa a nível internacional”.
Mao alertou que as autoridades em Taipé estão a “enganar-se a si próprias e aos outros” com “actividades separatistas” que “não vão ser capazes de deter a tendência histórica da inevitável reunificação da China”.
Giammattei, que foi recebido ontem em Taipé pelo ministro dos Negócios Estrangeiros de Taiwan, Joseph Wu, vai reunir durante a sua viagem com a líder taiwanesa, Tsai Ing-wen, que lhe oferecerá um banquete de Estado e a Ordem de Jade Brilhante com Grande Cordão, a mais alta condecoração concedida por Taiwan, e que só pode ser usada por chefes de Estado.
A visita de Giammattei à ilha ocorre apenas algumas semanas depois de Tsai ter visitado a Guatemala, durante um périplo que também incluiu Belize e duas paragens nos Estados Unidos, o que gerou uma reacção por parte da China.
“Estes países ex-União Soviética não têm um verdadeiro estatuto no Direito Internacional porque não há nenhum acordo internacional a materializar o seu estatuto de soberania”, afirmou Lu.
Embaixadores convocados Entretanto, os governos da Lituânia, Letónia e Estónia convocaram ontem os embaixadores chineses nos seus países.
“Os três Estados bálticos convocaram os embaixadores chineses hoje [ontem] para pedir esclarecimentos” sobre a posição da China, declarou o ministro dos Negócios Estrangeiros da Lituânia, Gabrielius Landsbergis.
“[Queremos] lembrá-los de que não somos países pós-soviéticos, mas países que foram ocupados ilegalmente pela União Soviética (URSS)”, declarou Landsbergis, à margem de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE), no Luxemburgo.
“A União Soviética era um estado federal e, como tal, estava sujeita ao Direito Internacional como um todo. Isso não nega o facto de, após a sua dissolução, cada membro ter adquirido o seu estatuto de Estado soberano.”
MAO NING PORTA-VOZ DO MNE
“Ouvimos isso de Moscovo e agora é replicado por outro país que é seu aliado político. [A China] questiona o conceito de independência e soberania, algo perigoso nos dias de hoje”, declarou o ministro lituano.
Landsbergis apelou à solidariedade aos parceiros europeus e pediu que ajudem “da forma que puderem”, seja convocando os embaixadores chineses, rejeitando as declarações ou pedindo explicações à China.
presentes na Lua a longo prazo, temos que instalar estações com o uso de materiais lunares”, disse o especialista.
Várias universidades chinesas, como a Tongji e a Jiatong, começaram a estudar possíveis aplicações da tecnologia de impressão 3D no satélite natural da Terra.
A Chang’e-8 vai ser a terceira sonda a pousar na Luna, na próxima fase do programa de exploração lunar da China. A Chang’e-6 e a Chang’e-7 devem ser lançadas primeiro.
AChinaplaneia usar o seu programa de exploração espacial para testar a viabilidade do uso de tecnologia de impressão 3D na construção de edifícios na superfície da Lua, informou ontem a imprensa local.
A sonda Chang’e-8, cuja data de lançamento ainda não foi anunciada, vai ter como missão investigar o ambiente e a composição mineral da Lua, bem como verificar se a impressão 3D pode ser utilizada nestas superfícies, disse o cientista Wu Weiren, da Administração Espacial da China, citado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily. “Se quisermos estar
O programa Chang’e (em homenagem a uma deusa que, segundo uma lenda chinesa, vive na Lua) começou com o lançamento de uma primeira sonda em 2007.
O país asiático investiu milhares de milhões de dólares no seu programa espacial nas últimas décadas.
A China enviou o seu primeiro astronauta para o espaço em 2003. No início de 2019, aterrou uma nave espacial no outro lado da Lua, uma estreia mundial. Em 2020, trouxe de volta amostras da Lua e finalizou o Beidou, o seu sistema de navegação por satélite, um concorrente do GPS norte-americano.
Em 2021, a China aterrou um pequeno robô em Marte e planeia enviar humanos para a Lua até 2030.
ACoreia do Sul voltou ontem a colocar formalmente o Japão na lista de parceiros comerciais com tratamento preferencial, três anos após ter baixado o estatuto do país vizinho, devido a uma disputa diplomática.
As autoridades sul-coreanas disseram esperar que Tóquio eleve também Seul a parceiro comercial preferencial, mas admitiram que essa medida possa levar mais tempo, devido aos procedimentos para rever os regulamentos de exportação do Japão.
A Coreia do Sul divide os parceiros comerciais em dois grupos no que toca à aprovação da exportação de materiais sensíveis, incluindo tecnologia. O período de espera é geralmente de cinco dias para os parceiros preferenciais, enquanto outros países são obrigados a passar por análises caso a caso que podem levar até 15 dias.
Também ontem, o Ministério do Comércio, Indústria e Energia sul-coreano disse que o país irá restringir ainda mais a exportação
o Presidente sul-coreano ter chegado a Tóquio para uma cimeira bilateral.
O ministro do Comércio sul-coreano indicou que o país iria retirar uma queixa apresentada junto da Organização Mundial do Comércio (OMC), que já tinha sido suspensa em 01 de Março.
que ia retirar a Coreia do Sul da “lista branca” de parceiros comerciais, um estatuto especial que Seul detinha desde 2004, juntamente com um grupo de 26 países. Seul não tardou a aplicar a mesma medida, num agravamento da tensão entre os dois países.
de centenas de produtos e componentes industriais e tecnológicos para a Rússia e a aliada Bielorrússia, devido à invasão da Ucrânia.
Até agora, as restrições de Seul abrangiam 57 produtos e componentes, incluindo aqueles ligados à electrónica e construção naval. A lista irá aumentar
para 798 itens a partir de sexta-feira, incluindo exportações ligadas à construção, maquinaria, siderurgia, automóveis, semicondutores e computação avançada.
“Temos planos para trabalhar com os ministérios relevantes para fortalecer a vigilância e a fiscalização para evitar que [os produ-
Onovo governador do Banco do Japão (BoJ) disse ontem que a instituição manterá a sua ampla estratégia de flexibilização monetária, que inclui taxas ultra baixas, porque a inflação ainda não é suficientemente forte para considerar a retirada destas medidas.
“Neste momento, a tendência da inflação está abaixo dos 2 por cento, pelo que devemos continuar a flexibilização monetária”, disse o novo governador do BoJ, Kazuo Ueda, ontem durante um discurso no parlamento japonês.
Ueda tomou posse no início deste mês, e entre quinta-feira e sexta-feira presidirá à primeira reunião do conselho de política monetária do BoJ sob o seu mandato, que decidirá se o banco central prosseguirá ou não com a sua estratégia de estímulo pouco ortodoxo de uma década.
O novo governador disse que, quando a inflação na terceira maior economia do mundo exceder os 2 por cento, o BoJ “terá de normalizar a sua política de estímulos”.
Embora o índice de preços no consumidor (IPC) tenha atingido 3,1 por cento em Março passado, o BoJ espera que este indicador atinja um pico nos próximos meses e abrande para menos de 2 por cento, o objectivo fixado pelo banco central japonês, no ano fiscal em curso, de acordo com Ueda.
Para que o BoJ repense a sua estratégia actual, “as previsões da tendência da inflação para os próximos seis meses, um ano ou um ano e meio deverão ser bastante fortes e próximas de 2 por cento”, sublinhou Ueda.
Inflexíveis
Questionado se o BoJ está a considerar alterar o seu plano para controlar a curva de rendimento das obrigações do Estado, Ueda disse que isto dependeria da evolução da economia, da inflação e de outros factores.
O banco central japonês mantém as suas taxas de juro de referência negativas e o objectivo para os juros das
tos e componente restritos] cheguem à Rússia ou à Bielorrússia através de países terceiros”, disse o ministério, em comunicado.
Em meados de Março, o Japão levantou restrições à exportação de produtos químicos, necessários para fabricar semicondutores, para a Coreia do Sul, horas após
obrigações a 10 anos em torno de 0 por cento, embora no final do ano passado tenha decidido permitir mais espaço para a curva dos juros destes ativos, que foi interpretado pelos mercados como um indicador de futuras subidas de taxas.
Contudo, tanto o governador cessante, Haruhiko Kuroda, como Ueda insistiram na necessidade de manter as actuais medidas de flexibilização, dada a situação da economia japonesa, e apesar da aceleração da inflação nos últimos meses devido principalmente à subida global dos preços da energia e das matérias-primas.
Ueda admitiu no seu discurso parlamentar de ontem que o BoJ “já fez muitas estimativas sobre como uma normalização (da sua política monetária) poderia afectar as suas finanças e os mercados”, embora tenha evitado dar pormenores.
Lee Chang-yang indicou que os dois países tinham chegado a acordo quanto às restrições aos materiais químicos básicos que as empresas sul-coreanas compram para fabricar ecrãs e ‘microchips’ de memória.
Fora da lista
As limitações foram impostas por Tóquio no início de Julho de 2019, alegando razões de segurança.
Semanas mais tarde, num alargamento das restrições, o Governo nipónico anunciou
PUB.
As autoridades sul-coreanas disseram esperar que Tóquio eleve também Seul a parceiro comercial preferencial, mas admitiram que essa medida possa levar mais tempo
A Coreia do Sul vai investir 300 mil milhões de won (214 milhões de euros) para criar o maior centro de produção de semicondutores do mundo, em duas décadas, anunciou no início de março o Ministério da Indústria sul-coreano.
HM • 1ª vez • 25-4-23
ANÚNCIO
EXECUÇÃO SUMÁRIA DE SENTENÇA nº CV3-19-0122-CAO-A 3º Juízo Cível
Exequente: 華利娛樂國際一人有限公司, com sede em Macau, na “山邊巷 18號境豐豪庭14樓J 座”.
Executado: LEONG LAP, de sexo masculino, com última residência conhecida em Macau, na Rua Central da Areia Preta, Edf. Polytec, Bloco 1, 21º andar E, ora ausente em parte incerta. ***
FAZ-SE SABER que, pelo 3º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA (30) dias, a contar da segunda e última publicação dos anúncios, notificando, o executado LEONG LAP, acima identificado, de todo o conteúdo dos requerimentos da execução, dos despachos determinativos da penhora e da realização da penhora, que incidiu sobre esta, saldos bancários das contas abertas em nome do executado no Banco da China, Limitada – Sucursal de Macau, bem como quantias do Plano de comparticipação pecuniária no desenvolvimento económico para os anos de 2021 e 2022, atribuídas ao executado, para garantia e pagamento da quantia exequenda de HKD$3.106.582,19 (Três milhões, cento e seis mil, quinhentos e oitenta e dois dólares de Hong Kong e dezanove cêntimos), e demais acréscimos legais, podendo, no prazo de DEZ (10) dias, posterior ao dos éditos, oposição à penhora, bem como requerer a substituição dos bens penhorados por outros de valor suficiente, tudo conforme no art.º 820.º do C.P.C., sob pena de, não o fazendo no referido prazo, seguir o processo os ulteriores termos até final à sua revelia.
Tudo conforme melhor consta do duplicado da petição inicial, que se encontra nesta Secretaria do 3º Juízo Cível, poderá ser levantado nas horas normais de expediente.
RAEM, aos 27 de Março de 2023. ***
A 33.ª edição do Festival de Artes de Macau está à porta, com espectáculos e dança contemporânea, teatro dança, palestras e exibições de filmes. Com início oficial marcado para sexta-feira, destaque para o espectáulo de abertura “A Sagração da Primavera”, na sexta-feira e sábado, no Centro Cultural de Macau
ESTÁ prestes a começar a 33.ª edição do Festival de Artes de Macau (FAM), que arranca oficialmente na próxima sexta-feira, com um programa variado que se estende até 28 de Maio. Regressa assim um dos maiores eventos culturais do território, após três anos de paralisia provocada pelas medidas de combate à pandemia. O espectáculo que irá marcar a abertura do FAM é
Resultado das visões da encenadora e coreógrafa Yang Liping e do director visual Tim Yip, “A Sagração da Primavera” não se poupa à ousadia e à sumptuosidade para retratar o poder da destruição e a luz da regeneração
“A Sagração da Primavera”, da responsabilidade da Companhia de Dança Contemporânea Pavão, que subirá ao palco do grande auditório do Centro Cultural de Macau na sexta-feira e sábado, às 20h. Ainda há bilhetes para os espectáculos, com preços entre 120 e 300 patacas.
“A Sagração da Primavera” é aquilo a que se pode designar um começo arrebatador. Resultado das visões da encenadora e coreógrafa Yang Liping e do director visual Tim Yip, esta obra de dança contemporânea não se poupa à ousadia e à sumptuosidade para retratar o poder da destruição e da regeneração.
A proposta da Companhia de Dança Contemporânea Pavão reinventa uma obra pioneira centenária, baseada na linguagem musical única da composição de Stravinsky, “preservando o apelo da obra-prima consagrada com a sua engenhosidade”, aponta o Instituto Cultural (IC).
A extravagante aventura que abre o FAM deste ano começou em 2016, quando a bailarina Yang Liping, famosa pelas suas interpretações da dança do pavão,
No sábado e domingo, às 19h30, o Sands Theatre acolhe “Ligações de Hato” (...) a peça tem como tema central o super tufão Hato, que atingiu Macau em 2017, causando 10 mortos
foi convidada para repor a obra de Stravinsky.
Após três anos de aperfeiçoamento com vários artistas, incluindo Tim Yip e He Xuntian, Yang trouxe uma nova vitalidade à obra-prima centenária, impregnada de simbologia, filosofia e estéticas orientais.
Sacrifícios de donzelas, paganismo e rituais, e inspirações budistas discorrem na coreografia num trajecto de transcendência da vida e morte.
No sábado de manhã, entre as 11h30 e as 13h, duas bailarinas da Companhia de Dança Contemporânea Pa-
acolhe “Ligações de Hato”, um espectáculo de ópera cantonense multimédia apresentado pela Associação de Ópera Cantonense Zhen Hua Sing.
A peça tem como tema central o super tufão Hato, que atingiu Macau em 2017, causando 10 mortos, mais de 200 feridos, grandes inundações, cortes de energia e água e interrupções nas redes, deixando a cidade devastada com ruas bloqueadas por árvores caídas e cheias de lixo.
O espectáculo apresenta uma interpretação ao estilo da ópera cantonense das dificuldades que o território atravessou durante e depois da passagem do tufão, enaltecendo o apoio da Guarnição de Macau do Exército Popular de Libertação da China. O IC acrescenta que “Ligações de Hato” combina a essência “da ópera cantonense tradicional e a tecnologia multimédia do teatro moderno, com uma abordagem artística engenhosa”, celebrando “os nobres sentimentos do povo de Macau que ama a cidade e o país com dedicação altruísta”. Os bilhetes para “Ligações de Hato” custam entre 120 e 220 patacas.
O Clube Militar de Macau acolhe hoje o habitual jantar de confraternização para celebrar os 49 anos do 25 de Abril. O evento arranca às 18h30 com um cocktail no pub do Clube Militar, com as festividades a passar para o Salão Comendador Ho Yin a partir das 19h30 para o jantar. A noite contará ainda com a animação musical a cargo de José Silveirinha.
O grupo coreano Super Junior vai estar na Arena Galaxy em Junho, para um encontro com os fãs. O evento foi anunciado ontem pela concessionária, mas os detalhes sobre a data e o preço dos bilhetes só vão ser anunciados mais tarde. Os Super Junior foram formados em 2005, e tornaram-se conhecidos do grande público asiático em 2008, com a música “Sorry Sorry”. Entre os seus membros do grupo consta Choi Si-Won, um dos actores mais conhecidos da televisão coreana. De acordo com a Galaxy, este encontro com os fãs vai ser a primeira actividade da banda, desde o início da pandemia.
vão ministram um workshop de dança na sala de ensaios polivalente do Centro Cultural de Macau.
Maya Dong e Xiao Qixin vão orientar os participantes para um recomeço do zero, ajudando-os a “compreender, a partir dos fundamentos do uso do corpo, a qualidade primordial da dança como linguagem corporal, o próprio corpo, a coordenação dos movimentos, o controlo do corpo e a razão pela qual este se move”, indica o IC.
No sábado e domingo, às 19h30, o Sands Theatre
Nos primeiros eventos do FAM de 2023, destaque ainda para a projecção do filme “Pina” do cineasta alemão Wim Wenders, na sexta-feira às 19h30 no Grand Theater dos Galaxy Cinemas
No domingo à tarde, entre as 15h e as 16h, o produtor executivo e principal actor da companhia, Chu Chan Wa, irá dirigir uma palestra sobre o espectáculo na sala multifunções Reflections, no 6° andar do Sands Macao.
Uma ópera cantonense composta por Chu Chan Wa foi reconhecida pelo Departamento de Propaganda do Comité Central do Partido Comunista da China e pelo Ministério da Cultura e Turismo da República Popular da China.
Nos primeiros eventos do FAM de 2023, destaque ainda para a projecção do filme “Pina” do cineasta alemão Wim Wenders, na sexta-feira às 19h30 no Grand Theater dos Galaxy Cinemas.
O IC refere que “Pina” não é apenas uma homenagem a Pina Bausch, uma das melhores bailarinas e coreógrafas das últimas duas décadas, mas “um filme que preserva a enorme paixão, energia e estima que os seus bailarinos tinham por ela, visto através do olhar singular e documental de Wim Wenders. Os bilhetes para a sessão custam 80 patacas. João Luz
OMuseu do Aljube fica de portas abertas na terça-feira, quando passam 49 anos sobre a queda da ditadura, sendo possível visitar exposições temporárias, como “A artista saiu à rua”, com fotografias de Ana Hatherly da época, e “O povo está na rua – Praças e Paços das Revoluções”, no vizinho Teatro Romano de Lisboa.
“Sinais da Liberdade –Iconografia da Democracia no Arquivo Ephemera”, exposição que reúne imagens e objetos produzidos após o 25 de Abril de 1974, patente até 28 de Maio, também está aberta no
edifício do Antigo Tribunal da Boa Hora, com material iconográfico selecionado a partir do Arquivo Ephemera de José Pacheco Pereira. Ao todo, as Festas de Abril em Lisboa, uma iniciativa da empresa municipal de Gestão de Equipamentos e Animação Cultural (EGEAC), reúnem cerca de meia centena de actividades, nos diferentes equipamentos municipais, com passagem também pelas redes sociais da câmara, entre espectáculos de música, exposições, teatro, cinema, conversas e leituras, entre outras propostas culturais.
Foi com prazer que li as primeiras páginas de “Autismo”, o livro que marcou o início da carreira literária de Valério Romão. Apesar de, a espaços, se notar alguma perdição por intricados jogos de analogias altamente “virgulados”, “Autismo” é uma obra maior que brinca insolente com os assuntos mais sérios da vida. A prosa de Valério Romão tem a capacidade de injectar sentido de humor em situações dramáticas, em tornar belas reflexões de total e ajustado desalento existencial. Fiquei mesmo feliz por o livro ser tão bom. Lido de penalty e sem gelo. João Luz
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A SEMANA passada, uma notícia correu mundo. Ralph Yarl, um adolescente afro-americano, foi baleado por um homem branco de 84 anos quando ia buscar os irmãos gémeos. O autor dos disparos, Andrew Lester, alvejou Ralph na testa e no braço porque este tocou à sua campainha por engano. Lester foi libertado sem ter sido acusado, depois de estar detido durante 24 horas. Estes acontecimentos geraram grande revolta popular. Foram organizadas várias manifestações e as pessoas alegam que a polícia favorece os brancos.
Andrew Lester acabou por se entregar à polícia e foi acusado de agressão de primeiro grau e de posse de arma de fogo. Na primeira audiência, negou as acusações e foi libertado sob fiança, mas foi obrigado a entregar as armas, e a não contactar com a vítima nem a sua família e a ser monitorizado através do telemóvel. Se for condenado por agressão de primeiro grau, Lester enfrenta uma pena de prisão perpétua. Mas como Ralph sobreviveu, esta condenação é muito improvável.
Ralph é um jovem negro que foi alvejado por um homem branco quendo estava desarmado. Não é difícil encontrar nesta história um elemento de racismo. Um dos casos de racismo que ficou tristemente famoso, foi o de George Floyd, um homem afro-americano. George foi detido por um polícia branco sob suspeita de ter usado uma nota falsa. O polícia pressionou o pescoço de George com um joelho até este morrer sufocado. Este acontecimento deu origem a muitos protestos. Finalmente, vários agentes envolvidos no caso foram acusados de assassínio e de homicídio involuntário e foram condenados.
O caso de Ralph, além de mais uma vez trazer à tona a questão da discriminação racial nos Estados Unidos, também nos volta a alertar para a questão do controlo de armas. No artigo que escrevi sobre o caso de George em 2020, era claramente salientado que o 16.º Presidente dos Estados Unidos, Abraham Lincoln, libertou os escravos negros e que Martin Luther King, encabeçou o movimento que ficou conhecido por Montgomery Bus Boycott, entre Dezembro de 1955 e Dezembro de 1956. Este movimento levou à aprovação da Lei dos Direitos Civis em 1964, que estipula claramente que não pode haver discriminação racial nos Estados Unidos. Toda a discriminação feita contra negros, minorias, ou mulheres é ilegal. Em 2009, Barack Obama foi eleito, tornando-se no primeiro Presidente negro dos Estados Unidos, uma prova de que este país reconhece o direito dos negros ao mais alto cargo da nação, e também demonstra que não pode haver discriminação racial no sistema e na lei. As acções discriminatórias que se registaram são da responsabilidade de certos indivíduos. Então perguntamo-nos, quanto
tempo levará até que os Estados Unidos eliminem este tipo de discriminação?
Sobre a questão do controlo de armas, o caso de Ralph é um “remake” do caso de Takejo Hattori, ocorrido em 1992. Takejo Hattori era um jovem japonês que estudava no Louisiana. Takejo e seu amigo Webb Haymaker iam a uma festa de Halloween. Como tinham apontado mal a morada, foram dar à casa errada. Quando tocaram à campainha, assustaram a dona da casa, uma mulher chamada Bonnie Peairs, que estava na garagem. Por causa disso, o marido, Rodney Peairs, pegou numa arma e veio tentar perceber o que tinha assustado a mulher. Nessa altura, Takejo dirigiu-se a Rodney e acenou-lhe. Rodney não falava japonês e pensou que Takejo estava a tentar agredi-lo. Avisou Takejo para que ficasse quieto. Takejo, que não teve noção do perigo, continuou a avançar e a dizer que vinha para uma festa, mas acabou por ser atingido no pulmão esquerdo e morreu devido a uma hemorragia.
Rodney foi acusado de homicídio, mas os 12 jurados consideraram que não era culpado, ao abrigo da «fortress doctrine” (doutrina
da fortaleza). O “fortress principle” é um princípio jurídico, que estipula que, para manter a segurança da sua casa, o proprietário pode usar de força contra pessoas que a queiram invadir. Esta acção é considerada legítima defesa e não é criminalizada. Mais tarde, os pais de Takejo levantaram uma ação civil contra Rodney. O tribunal considerou que Rodney tinha reagido de forma exagerada à presença de um adolescente e que não tinha tomado as medidas de segurança mais eficazes, como ficar dentro de casa até à chegada da polícia. Por isso, Rodney foi acusado de negligência e condenado ao pagamento de uma indeminização de 650.000 dólares. O acusado declarou falência de imediato e os pais de Takejo acabaram por só receber 100.000 dólares. Depois de deduzir as taxas legais, os pais de Takejo criaram o “Yoshi’s Gift” com os 55.000 dólares restantes para apoiar grupos que defendem o controlo de armas nos Estados Unidos. Também usaram a compensação do seguro de vida do filho para criar o “Fundo YOSHI” para apoiar os estudantes do ensino médio dos Estados Unidos que visitam o Japão, promover intercâmbios e melhorar a compreensão mútua. Nos 30 anos que se seguiram, os pais de Takejo apresentaram várias petições ao Governo dos Estados Unidos, e à opinião pública, para que fosse revista a questão das armas de fogo. O ex-Presidente Bill Clinton promulgou a Brady Law em 1993 para que fossem verificados os antecedentes de pessoas que querem comprar armas de fogo. Os pais de Takejo afirmaram: “O mundo pode ser mudado.” “Se apenas ficarmos à espera, nada muda. Mas se dermos um passo em frente, o cenário vai mudar. Mesmo que não aconteça nesta geração, acontecerá na próxima.” Thompson, o promotor do caso de Ralph, prometeu lidar com o caso de forma objectiva e justa e afirmou “A minha mensagem para a comunidade é que, na cidade de Kanas, aplicamos e obedecemos à lei. Não importam as origens, a aparência, ou os bens pessoais, todos têm de respeitar as mesmas regras.” O Presidente Biden condenou o incidente, afirmando que mais uma vez reflecte o problema do uso de armas; disse também que tinha falado com Ralph e com família ao telefone e que o tinha convidado a visitá-lo na Casa Branca, depois de estar recuperado. Este procedimento é exactamente igual ao que ocorreu no caso de George Floyd. Biden mostrou que se preocupa com as vítimas, mas como é que pode ajudar no controlo de armas?
Os pais de Takejo têm lutado para mudar a política de armas de fogo nos Estados Unidos. O seu contributo é ainda maior do que o de muitos americanos. No entanto, se os casos que envolvem armas de fogo continuarem a acontecer, não sabemos quando é que Takejo pode vir a descansar em paz no céu.
O caso de Ralph, além de mais uma vez trazer à tona a questão da discriminação racial nos Estados Unidos, também nos volta a alertar para a questão do controlo de armasDavid Chan macau visto de hong kong
PERTO de 2,4 milhões de crianças na Europa podem não ter recebido, entre 2012 e 2021, a vacinação completa contra a poliomielite, mantendo o risco de reintrodução do vírus no continente europeu.
Os dados do Centro Europeu de Controlo de Prevenção de Doenças (ECDC, sigla em inglês) foram divulgados ontem, início da Semana Europeia da Imunização, e resultam de uma actualização da situação da poliomielite neste período, que revela que “aproximadamente 2,4 milhões de crianças na UE/ EEE [União Europeia e Espaço Económico Europeu] podem não ter recebido a tempo as três doses de vacinas contra a poliomielite”.
Além disso, o recém-publicado Relatório Epidemiológico Anual do Sarampo 2022 do ECDC destaca também os riscos quando há bolsas de uma população subvacinada ou grupos não imunizados.
“Embora a região europeia tenha sido declarada indemne da poliomielite em 2002, o vírus continua a ser detectado periodicamente na sua forma selvagem ou como estirpes derivadas de vacinas noutras regiões. Devido a métodos de vigilância adequados e a uma cobertura de vacinação geralmente elevada, estes acontecimentos esporádicos não conduziram, felizmente, a uma transmissão sustentada na UE/EEE nem à deteção de casos humanos”, refere o ECDS em comunicado.
A directora do ECDC, Andrea Ammon, avisa citada no comu-
nicado, que “enquanto existirem grupos populacionais não vacinados ou subvacinados nos países europeus e a poliomielite não for erradicada a nível mundial, o risco de reintrodução do vírus na Europa mantém-se”.
“Além disso, no caso do sarampo, que é altamente transmissível, o vírus pode-se espalhar em bolsas de populações desprotegidas quando a cobertura vacinal é subóptima. Isso pode
levar a surtos que podem criar uma sobrecarga para os sistemas de saúde, inclusive em países que eliminaram o sarampo”, alerta Andrea Ammon.
O EDCD realça que, apesar da segurança e eficácia comprovadas das vacinas, os países europeus, bem como de todo o mundo, continuam a registar surtos de doenças evitáveis por vacinação devido a taxas insuficientes de cobertura vacinal.
“Enquanto existirem grupos populacionais não vacinados ou subvacinados nos países europeus e a poliomielite não for erradicada a nível mundial, o risco de reintrodução do vírus na Europa mantém-se.” CENTRO EUROPEU DE CONTROLO DE PREVENÇÃO DE DOENÇAS
O Manchester United garantiu ontem a passagem à final da Taça de Inglaterra em futebol, naquela que será a 21.ª presença da sua história, depois de afastar o Brighton, no desempate por grandes penalidades (0-0, 7-6). Na segunda
meia-final disputada no fim de semana no Estádio de Wembley, em Londres, o United só conseguiu marcar presença na final na ‘lotaria’ dos penáltis, ao fim de duas horas de nulo no marcador. Na marca de 11 metros foram precisas 13
grandes penalidades, com a primeira série igualada a 5-5 e Dalot a ser um dos marcadores dos ‘red devils’, chegando a decisão no sétimo pontapé de cada uma das equipas: March atirou por cima da barra, e Lindelof marcou. A final de
03 de Junho em Wembley irá proporcionar um ‘dérbi’ entre os emblemas de Manchester, depois de no sábado o City, de Bernardo Silva e Rúben Dias, ter vencido o Sheffield United com um ‘hat trick’ de Riyad Mahrez.
“Independentemente do bom desempenho geral dos programas de imunização da UE/EEE durante a pandemia de covid-19 e dos esforços tremendos para que isso aconteça, existem lacunas de vacinação significativas e disparidades entre a cobertura vacinal entre diferentes países e regiões”, salienta.
Embora o Relatório Epidemiológico Anual do Sarampo mostre uma diminuição de 99 por cento nos casos em 2022 comparativamente a 2018, isso deveu-se provavelmente às medidas de prevenção e controle implementadas durante a pandemia, sendo que os dados mostram que os bebés até um ano continuam a ser o grupo com maior incidência de sarampo, uma vez que são demasiado jovens para serem vacinados e devem, portanto, ser protegidos pela imunidade comunitária.
O ECDC refere que a Semana Europeia da Imunização é “um momento-chave” para aumentar a sensibilização para os benefícios e a importância da vacinação, sendo para isso necessários “esforços contínuos” para identificar lacunas de imunidade em todas as pessoas, especialmente em populações vulneráveis e de difícil acesso, como refugiados, migrantes, requerentes de asilo.
“São necessários esforços acelerados para melhorar as campanhas de imunização e promover a aceitação e a aceitação da vacina, a fim de alcançar e manter uma elevada cobertura vacinal contra doenças evitáveis por vacinação”, defende.
MAIS de 800 migrantes chegaram à ilha italiana de Lampedusa (Sicília, sul) nas últimas horas, numa nova vaga de desembarques, 21, após quatro dias sem chegadas de barcos devido a más condições meteorológicas. No total, 819 pessoas chegaram entre domingo e segunda-feira a Lampedusa, onde os barcos patrulha da Capitania Marítima e da Guarda Costeira esforçam-se por responder aos apelos de socorro das inúmeras embarcações que se encontram próximas da ilha.
Os últimos quatro desembarques, com 179 pessoas, foram registados ontem manhã. No domingo 640 pessoas chegaram a esta pequena ilha, que se tornou símbolo da imigração em Itália e fica a poucos quilómetros da costa norte-africana.
As chegadas a Lampedusa, que tinham sido interrompidas nos últimos dias devido às más condições do mar, colocam em situação de emergência o centro de acolhimento, equipado para acolher cerca de 400 migrantes. O centro tem actualmente 1.094 migrantes na sequência da chegada de mais pessoas.
Entre os recém-chegados, em grupos de 30 a 50 pessoas, encontram-se migrantes da Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné, Mali, Senegal, Serra Leoa, Nigéria, Burkina Faso, bem como do Sudão, onde o conflito eclodiu na semana passada e obrigou dezenas de milhares de pessoas a deixar o país.
A maioria dos barcos deixou a cidade tunisiana de Sfax, segundo os migrantes, incluindo muitas mulheres e crianças. Também cerca de 500 migrantes que viajavam num barco de pesca foram resgatados e desembarcados nas últimas horas nos portos de Augusta e Catânia, na Sicília, depois de serem distribuídos a bordo de navios da Guarda Costeira e também de um navio da Frontex, o dispositivo europeu de controlo de fronteiras.
Segundo os dados mais recentes publicados pelo Ministério do Interior italiano, chegaram à costa de Itália 33.480 migrantes, quase quatro vezes mais do que em igual período do ano passado (8.432).
“Não procures esconder nada; o tempo vê, escuta e revela tudo.”
Sófocles PALAVRA DO DIA