Hoje Macau 25 JUN 2015 #3358

Page 1

Director carlos morais josé

www.hojemacau.com.mo

Mop$10

q u i n ta - f e i r a 2 5 d e j u n h o d e 2 0 1 5 • ANO X I V • N º 3 3 5 8

MAM | vídeo-arte

A câmara lenta de Robert Cahen

Agência Comercial Pico • 28721006

pub

eventos centrais

hojemacau droga grupo quer penas mais duras e consumo como crime

Clube de combate

A equipa que está à frente da revisão da Lei da Droga já emitiu o seu veredicto: agravamento de penas, reforço do poder policial e a inscrição do consumo como

crime. Recomendações que vão ao encontro daquilo que o Governo sempre defendeu, embora contestado por algumas associações. O cerco ao mundo da droga aperta-se.

página 4

opinião

Do orgasmo feminino tânia dos santos Página 18

alimentos

Carne vintage no continente grande plano página

h

3

Brasil ou a Ilha dos Amores amélia vieira


2

diário de bordo

‘‘

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

por carlos morais josé

O pior cego é o que não quer ver

ontem macau

Ho Ion Sang • Deputado, sobre a responsabilidade do Governo no caso dos terrenos não recuperados

vergonhoso caminho da criminalização do consumidor e com resultados que têm merecido elogios em todo o planeta. Graças à descriminalização do consumo, Portugal reduziu drasticamente a taxa de verdadeiros viciados, tendo-se tornado um exemplo a seguir, segundo revistas como a The Economist (conservadora) ou a Foreign Policy. Contudo, a RAEM tem muita dificuldade a chegar ao século XXI. Os nossos governantes, sobretudo na área da Justiça, têm um verdadeiro horror a tudo o que seja novo, ainda que a novidade esteja mais que provada cientificamente, como no caso da descriminalização do consumo de estupefacientes. E se não entendem a diferença,

física e cultural, entre a heroína e o cannabis, o melhor é tratarem de outros assuntos, porque disto não percebem mesmo nada. E tanto que não percebem nada que o objectivo é agora criminalizar o consumo, independentemente dos géneros e das quantidades. Muito sinceramente, o polícia que prenderá um miúdo de 18 anos, porque o apanha a fumar um charro, e o tribunal que o condenará à cadeia é que são os verdadeiros criminosos. Se não percebem porquê, vão ler. Ele há coisas, como por exemplo que a Terra anda à volta do Sol, que já não há pachorra para explicar mil e uma vezes. De facto, o pior cego é o que não quer ver.

Uma menina corre em direcção ao mar na véspera do São João, na Praia de Escambron em San Juan, Porto Rico. O São João é festejado em vários locais do mundo e, no Porto Rico, a tradição consiste em andar de costas até ao mar, depois cair no mínimo três vezes de costas na água, para trazer sorte e limpar-se das “coisas más”. Os mergulhos como este vêm depois. EPA/Thais Llorca

“As Plantas de Condições Urbanísticas, o Governo não conseguiu emiti-las atempadamente. Para a construção de um empreendimento há que ter a concepção e a elaboração de projectos que necessitam de uma planta de condições urbanística e o Governo não conseguiu facultar essas plantas”

Quando milhares de textos, de artigos, de estudos indicam que o combate à droga não se faz através de medidas repressivas; existe uma pequena região especial da China onde se faz tudo ao contrário. Por todo o mundo civilizado, incluindo (um pouco a custo) os EUA, compreendeu-se que a questão da droga previne-se, não se criminaliza o consumo, mas em Macau existem uns seres iluminados que pensam o oposto e querem aqui aplicar políticas dos anos 70 do século XX, cujos resultados foram estarrecedores. É pena tanta falta de cultura contemporânea, tanta falta de educação, tanta burrice. E é pena porque até a legislação portuguesa, que tanta influência ainda se faz sentir em Macau, há muito que saiu do

édito

horah

“Estou firmemente convencido de que o seu objectivo não será, ao contrário do apregoado, limitar o aumento das rendas, mas facilitar os despejos. Veremos! Mas vindo de um capitalista grande do proprietário imobiliário...” António Katchi • Jurista, sobre o projecto de lei de Chan Meng Kam para o arrendamento

“Nada justifica a violência. Temos que manifestar a nossa censura aos casos de violência doméstica, porque a família é um elemento importante da sociedade e os nossos familiares devem ser bem tratados” Alexis Tam • Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, sobre o caso da idosa agredida pela própria filha

www. hojemacau. com.mo

“O desenvolvimento das indústrias culturais só é possível se todos derem apoio. Antes as indústrias culturais faziam cada uma o seu trabalho mas agora é diferente, queremos fazer um desenvolvimento sustentável do sector para que todos possam trabalhar em conjunto” Leong Heng Teng, presidente do FIC, sobre a atribuição de mais de 40 milhões de patacas a plataformas de apoio a PME | P. 9

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Leonor Sá Machado Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; Arnaldo Gonçalves; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo

l i g u e - s e • pa r t i l h e • v i c i e - s e

hojeglobal w w w. h o j e m a c a u . c o m . m o facebook/hojemacau twitter/hojemacau


hoje macau quinta-feira 25.6.2015

Não é a primeira vez que os escândalos alimentares surgem na China. Depois da carne fora de prazo distribuída a várias cadeias de fast-food no ano passado, foram agora apreendidas toneladas de carne contrabandeada em que parte dela tinha mais de quatro décadas. Nesta acção de segurança alimentar, nem o leite em pó – novamente escapou

grande plano

Alimentos Mais um escândalo na China com carne dos anos 70

Adivinhe o que é o jantar? avisados para retirarem do mercado os seus produtos de leite em pó para crianças, após terem sido descobertos vários lotes adulterados, segundo avançou a agência chinesa. A Administração de Alimentos e Medicamentos da China assinalou, num comunicado na sua página na internet, que as três empresas implicadas devem suspender a produção e distribuição de produtos de leite em pó, todos elaborados com leite de cabra. Em cinco lotes deste produto da empresa Guanshan Dairy foram detectados níveis excessivos de nitratos, durante duas inspecções realizadas este ano. Esta empresa já emitiu um comunicado em que prometeu retirar os produtos e tomar medidas para rectificar a situação. Nas outras empresas, a Xian Guanshan Dairy e a subsidiária Shengtang Industry, foram encontrados lotes de produtos com níveis de selénio acima dos limites estabelecidos por lei.

A

notícia é avançada pela imprensa chinesa: bem aqui ao lado, na China, foram apreendidas mais de cem mil toneladas de carne contrabandeada em que parte dela tinha mais de 40 anos. Assas de galinhas, carne de porco e de vaca faziam parte de um menu podre que veio, segundo fontes da indústria, do Brasil e da Índia, passando na viagem por Hong Kong e Vietname. Além da idade, a carne foi encontrada já a descongelar, algo comum também. Depois é novamente congelada. “Para poupar custos, os contrabandistas alugam muitas vezes veículos normais em vez de camiões refrigerados. Assim a carne descongela muitas vezes antes de chegar aos clientes”, explicou Yang Bo, vice-director do gabinete anti-tráfico de Changsha, capital de Hunan. A agência noticiosa Reuters indica que, segundo as autoridades da China, parte da carne contrabandeada tinha mais de 40 anos. Feitas as contas, isto significa que a carne

“Para poupar custos, os contrabandistas alugam muitas vezes veículos normais em vez de camiões refrigerados. Assim a carne descongela muitas vezes antes de chegar aos clientes” Yang Bo Vice-director do gabinete anti-tráfico de Changsha

3

“Cheirava mal e quase vomitei quando abri a porta” Zhang Tao Agente que participou nas operações

Os cidadãos chineses olham com receio para os produtos lácteos para bebés fabricados no país desde o escândalo com leite em pó contaminado com melanina, em 2008, que causou a morte de seis bebés e afectou mais de 300 mil.

Historial deficitário

foi originalmente empacotada e armazenada quando o país ainda estava sob o domínio Mao Zedong, que morreu em 1976. O China Daily indica que a descoberta foi feita pelos dirigentes de Guangxi, uma região do sul junto ao Vietname. “Cheirava mal e quase vomitei quando abri a porta”, contou ao China Daily,

Zhang Tao, um dos agentes que participou nas operações. A agência Xinhua explica ainda que, durante o presente mês, as autoridades chinesas organizaram uma investida ao contrabando de carne congelada e apreenderam responsáveis de 21 grupos criminosos, em contrabando que atingiu os três mil milhões de yuan. Esta

acção surge depois de, em Abril passado, as autoridades chinesas terem reforçados as suas regras de segurança no sector alimentar.

Leite impróprio

Mas não foi só a carne podre que esteve em destaque pelas piores razões. Também três fabricantes lácteos da província central de Shaanxi foram

Recorde-se que estes não são os únicos casos no último ano em que a segurança alimentar é colocada em causa. Em Julho do ano passado, as autoridades chinesas anunciaram o encerramento da fábrica que fornecia carne para vária empresas de fast-food, como o McDonald’s, KFC, Pizza Hut e Starbucks. Pequim avançou que a fábrica da Husi, em Xangai, falsificou as datas de validade de mais de quatro mil caixas de carne picada que terminava em Fevereiro anterior. A fábrica vendeu mais de três mil caixas. O escândalo alimentar levou ao encerramento da fábrica e à detenção de cinco pessoas. Desde então a cadeia do McDonald’s em Macau começou a comprar carne de outras empresas da Tailândia e da China. Filipa Araújo (com Agências) filipa.araujo@hojemacau.com.mo


4

política

D

o agravamento das penas, ao aumento da capacidade da polícia no âmbito da recolha de provas e o reforço das medidas de controlo de consumo de droga. São estes os principais pontos apresentados pelo grupo de trabalho de revisão da Lei da Droga. A ideia não é nova. O Governo sempre se mostrou apologista do aumento das penas relativas à prática de crime de tráfico e posse de drogas, ideia que várias vezes foi contestada por associações de combate à droga. Ontem, pela voz do presidente do Instituto de Acção Social (IAS), Iong Kong Io, chegou o veredicto do Grupo de Trabalho Especializado para a Revisão da Lei de Combate à Droga, que recolheu opiniões de especialistas de tribunais, Ministério Público, da Associação de Advogados de Macau e do Estabelecimento Prisional de Macau. As penas são efectivamente para aumentar, tanto por tráfico, como por posse de droga. “Propõe-se a alteração da pena de prisão (...), aumentando a pena

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

Droga pedidas Penas mais pesadas e consumo como crime

Um cerco que se aperta O grupo responsável pela revisão da Lei da Droga quer penas mais pesadas, transformar o consumo em crime e fazer com que a polícia tenha mais poder. Estas ideias foram agora apresentadas ao IAS e vêm assim ao encontro do que o Governo pretendia. Até ao final do ano, a Lei de Combate à Droga deverá subir a plenário mínima de três anos para cinco anos”, pode ler-se no comunicado disponibilizado pelo o IAS. Em causa está também a condenação para os consumidores, confirmou Iong Kong Io. “(...) [Propõe-se] acrescentar o crime de detenção de drogas, alterar o estipulado no actual artigo que regula a detenção de

Violência Garantias de prevenção e sensibilização

O presidente do Instituto de Acção Social, Iong Kong Io, assumiu que o Governo deve fazer uma reflexão de culpa relativamente ao caso da mulher que agrediu em praça pública a sua progenitora com necessidades especiais. “Damos muito importância ao caso e fazemos o nosso melhor trabalho, para todos aqueles que precisam de apoio. [Sobre] este incidente (...) temos que reflectir se é uma lacuna da nossa parte. Disponibilizamos os nossos serviços (...) não verificámos insuficiência por parte do nosso serviço”, afirmou aos meios de comunicação, à margem da primeira reunião deste ano da Comissão de Luta contra a Droga. O IAS, garantiu, reagiu de imediato assim que soube do caso e tem cooperado com a polícia da forma que pode. Iong Kong Io admitiu que o IAS tem que “reforçar o trabalho de divulgação e sensibilização à população, caso as pessoas mais próximas ou vizinhos precisem de ajuda. (...) Queremos que através de mais trabalhos de prevenção e sensibilização se possa atenuar esta situação de familiares a cuidar de outros”.

dosagem pequena para o consumo próprio como crime, independentemente do volume de droga. Assim, dado a inexistência de crime individual por detenção de droga (artigo 14º), faz com que muitas vezes os traficantes de drogas, através da confissão voluntária de que o produto na sua posse é para o uso próprio, sejam ilibados das responsabilidades penais graves”, pode ler-se no documento. Em resposta aos jornalistas, o presidente do IAS esclareceu que ainda “será elaborada uma sugestão [com as novas propostas] que será entregue à Direcção para os Serviços dos Assuntos de Justiça (DSAJ) para continuar o trabalho”.

Polícia de olhos abertos

Nos planos está também o “aumento adequado da capacidade de recolha de provas da polícia, atendendo à limitação do regime

jurídico de Macau e à máxima responsabilidade criminal”, explica o IAS. Assim, em termos práticos, o que o IAS quer é que “no caso de um suspeito se encontrar num

“(...) [Propõe-se] acrescentar o crime de detenção de drogas, alterar o estipulado no actual artigo que regula a detenção de dosagem pequena para o consumo próprio como crime, independentemente do volume de droga” Iong Kong Io Presidente do Instituto de Acção Social

estado de perturbação física e/ou mental e no local ter sido encontrada droga, possa ser realizada a respectiva perícia médico-legal”, ou seja, o exame de sangue ao suspeito. Isto pode fazer com que o suspeito possa ser detido mais rápido. A medida é vista pelo IAS, como o método mais eficaz “para colmatar a lacuna” actual, permitindo ainda o aumento da “eficiência do combate ao crime de trágico de drogas”. Por fim, o IAS e o grupo de trabalho querem ainda que exista um reforço da medida de desintoxicação na pena suspensa, para se obter o efeito da desintoxicação semi-obrigatória. Actualmente a pena para o consumo, diz o IAS, é demasiado leve - pena inferior a três meses ou multa - e, na prática, “apenas é aplicada a pena de 45 a 60 dias de prisão”. Medida que, segundo Iong Kong Io, estimula a que os toxicodependentes prefiram passar este tempo na prisão do que se submeter ao “longo período de observação durante a desintoxicação”, que dura entre um a dois anos. Questionado sobre a calendarização prevista para a entrega da proposta de revisão da lei na Assembleia Legislativa, o presidente do IAS espera que a mesma esteja concluída até ao final do ano, confirmando ainda as palavras do Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, de que também a Lei de Base dos Idosos estará pronta entre Agosto ou Setembro do presente ano. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo


política 5

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

Ho Veng On, comissário de Auditoria garantiu que a entidade está focada nos “grandes empreendimentos públicos em curso de execução”, por exigirem “particular atenção”

O

comissário do Comissariado de Auditoria (CA), Ho Veng On, considera que a entidade que fiscaliza as contas da RAEM deve dar cada vez mais atenção aos grandes empreendimentos públicos, a “par das auditorias financeiras e auditorias de resultados e de desempenho”. “Actualmente, o CA privilegia a realização de auditorias aos grandes empreendimentos públicos em curso de execução, os quais envolvem a mobilização de consideráveis recursos públicos, exigem da auditoria pública uma particular atenção à eficiência e eficácia da sua gestão pública dado estarem em causa a aplicação plurianual de significativos recursos financeiros e a qualidade de vida da população”, disse Ho Veng On numa intervenção pública feita numa conferência no Brasil em Setembro de 2014, e agora tornada pública na mais recente edição da revista da Administração, publicada pelos Serviços de Administração e Função Pública (SAFP).

Mais eficiência

Ho Veng On referiu ainda que o CA “está firmemente empenhado” em contribuir para a boa governação pública, centrada nos ci-

Comissariado de Auditoria foca-se em grandes obras públicas

Palavra do auditor-mor

dadãos, na transparência e prestação de contas, eficiência na Administração Pública e sustentabilidade do crescimento da região. “Os resultados destas auditorias, cujos relatórios são divulgados aos cidadãos, constituem um contributo do CA para a boa governação pública na RAEM, através de um conjunto de sugestões dirigidas às entidades públicas gestionárias dos projectos no sentido de melhorarem os seus processos de gestão de controlo interno, de risco de derrapagens orçamentais, incumprimento dos prazos de execução ou falta de qualidade dos empreendimentos”, disse ainda Ho Veng On. Apesar de referir que a “auditoria pública na RAEM tem vindo a processar-se nos últimos anos num ambiente macroeconómico favorável”, pelo facto do território não possuir dívida pública, Ho Veng On lembrou que “o CA prossegue uma actuação de rigor no controlo da gestão dos recursos públicos e de grande exigência quanto à transparência e prestação de contas, ciente das suas responsabilidades sociais em promover uma boa governação pública, ao serviço dos cidadãos de Macau”. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

DSPA Vai Hoi Ieong é o novo presidente

Governo GDI e GIT já têm coordenadores

A

C

Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) é agora presidida por Vai Hoi Ieong, tendo Ip Kuong Lam como subdirector. A nomeação foi ontem publicada em despacho em Boletim Oficial. Vai foi nomeado para exercer o cargo de presidente da DSPA durante pelo menos um ano, com início hoje. Já Ip deverá começar como subdirector no próximo dia 29, igualmente por um ano. O mesmo despacho indica que o cargo foi ocupado por Ip devido à sua vacatura e à “competência profissional e aptidão para o exercício do cargo”. O responsável é licenciado em Engenharia Ambiental e possui um mestrado na mesma área, tendo cumprido funções no Conselho do

Ambiente de 2001 a 2009 e sido chefe de Departamento de Controlo da Poluição Ambiental da DSPA de 2009 até ao ano passado. O novo presidente desta direcção de serviços possui dois mestrados: o primeiro em Engenharia Ambiental e o segundo em Administração Pública. Também a sua carreira tem tido feita na área da Protecção Ambiental. Vai foi secretário-geral do Conselho de Ciência e Tecnologia e, mais recentemente, era o director substituto da DSPA, desde Junho do ano passado. Desde 1999 que ocupa cargos nesta área, tendo sido técnico superior no Gabinete da Central de Incineração e da Estação de Tratamento de Águas Residuais.

hau Vai Man é a pessoa escolhida para liderar os destinos do Gabinete de Desenvolvimento das Infra-Estruturas (GDI) por um período de um ano e Ho Cheong Kei ficará no Gabinete para as Infra-Estruturas de Transportes (GIT). Foram ontem publicados em Boletim Oficial (BO) os despachos que nomeiam os novos coordenadores dos departamentos. Chau Vai Man é licenciado em Engenharia Civil e possui uma segunda

licenciatura em Direito, área de Ciência Jurídica. É coordenador substituto do GDI desde Novembro do ano passado, tendo sido também coordenador adjunto substituto da mesma entidade entre Junho de 2009 e Novembro de 2014. Durante nove anos foi técnico do GDI e, entre Junho de 1999 e de 2000, técnico superior no Gabinete para o Apoio ao Desenvolvimento dos Aterros Taipa-Coloane. Entra em funções a dia 30 deste mês.

Por sua vez, Ho Cheong Kei foi nomeado coordenador do GIT, cargo a desempenhar a partir de 1 de Julho de 2015. Ho Cheong Kei é licenciado em Engenharia Mecânica e possui um mestrado em Gestão de Administração Pública. Desempenhou funções nos Serviços de Marinha e Capitania dos Portos, sendo que em Junho de 2008 começou a desempenhar funções como coordenador-adjunto do GIT.


6 publicidade

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

EDITAL Edital no Processo no Assunto Local

: 19/E-BC/2015 : 369/BC/2015/F : Início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) : Rua da Bacia Sul n.º 38, Edf. The Praia T4, fracções 7.º andar T (CRP: T7), 7.º andar U (CRP: U7), 8.º andar U (CRP: U8), 8.º andar Z (CRP: Z8), 8.º andar AA (CRP: AA8), 9.º andar T (CRP: T9), 9.º andar Z (CRP: Z9), 9.º andar AA (CRP: AA9), 10.º andar T (CRP: T10), 11.º andar T (CRP: T11), 11.º andar U (CRP: U11), 12.º andar AA (CRP: AA12), 13.º andar V (CRP: V13), 13.º andar AA (CRP: AA13), 16.º andar U (CRP: U16), 16.º andar Y (CRP: Y16), 18.º andar U (CRP: U18), 18.º andar W (CRP: W18), 18.º andar AA (CRP: AA18), 19.º andar U (CRP: U19), 19.º andar X (CRP: X19), 19.º andar Z (CRP: Z19), 20.º andar T (CRP: T20), 20.º andar U (CRP: U20), 20.º andar V (CRP: V20), 20.º andar Y (CRP: Y20), 20.º andar Z (CRP: Z20), 20.º andar AA (CRP: AA20), 21.º andar U (CRP: U21), 21.º andar Y (CRP: Y21), 21.º andar Z (CRP: Z21), 21.º andar AA (CRP: AA21), 22.º andar T (CRP: T22), 22.º andar U (CRP: U22), 22.º andar V (CRP: V22), 22.º andar AA (CRP: AA22), 23.º andar T (CRP: T23), 23.º andar U (CRP: U23), 23.º andar V (CRP: V23), 23.º andar Y (CRP: Y23), 23.º andar Z (CRP: Z23), 23.º andar AA (CRP: AA23), 26.º andar Y (CRP: Y26), 26.º andar AA (CRP: AA26), 27.º andar U (CRP: U27), 28.º andar Z (CRP: Z28), 30.º andar U (CRP: U30), 30.º andar X (CRP: X30), 31.º andar Z (CRP: Z31), 34.º andar AA (CRP: AA34), 35.º andar T (CRP: T35), 36.º andar T (CRP: T36), 36.º andar Z (CRP: Z36), 37.º andar T (CRP: T37), 37.º andar V (CRP: V37), 37.º andar Y (CRP: Y37), 37.º andar AA (CRP: AA37), 39.º andar U (CRP: U39), 42.º andar T (CRP: T42), 42.º andar Z (CRP: Z42), 43.º andar T (CRP: T43), 43.º andar Z (CRP: Z43), 43.º andar AA (CRP: AA43), 44.º andar T (CRP: T44), 45.º andar U (CRP: U45), 45.º andar Y (CRP: Y45), 45.º andar Z (CRP: Z45), 46.º andar T (CRP: T46), 46.º andar U (CRP: U46), 46.º andar W (CRP: W46), 47.º andar T (CRP: T47), 47.º andar U (CRP: U47), 49.º andar U (CRP: U49), 50.º andar T (CRP: T50), 50.º andar Y (CRP: Y50), 50.º andar Z (CRP: Z50), 50.º andar AA (CRP: AA50), 54.º andar AA (CRP: AA54), 55.º andar U (CRP: U55), 55.º andar X (CRP: X55), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector substituto da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio aos donos da obra e aos proprietários, da obra existente no local acima indicado, o seguinte: 1. O agente de fiscalização desta DSSOPT constatou no local acima identificado a realização de obra sem licença, cuja descrição e situação é a seguinte: Fracção

Andar

Obra

1.1

T

7

· ·

1.2 1.3 1.4 1.5 1.6 1.7 1.8 1.9 1.10 1.11 1.12 1.13 1.14 1.15 1.16 1.17 1.18 1.19 1.20 1.21 1.22 1.23 1.24 1.25 1.26 1.27 1.28 1.29 1.30 1.31 1.32 1.33 1.34 1.35 1.36 1.37 1.38 1.39 1.40

U U Z AA T Z AA T T U AA V AA U Y U W AA U X Z T U V Y Z AA U Y Z AA T U V AA T U V Y

7 8 8 8 9 9 9 10 11 11 12 13 13 16 16 18 18 18 19 19 19 20 20 20 20 20 20 21 21 21 21 22 22 22 22 23 23 23 23

· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·

Instalação de portão metálico no corredor comum; Instalação de gradeamento metálico junto à janela da fracção na parede exterior. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum.

Infracção ao RSCI e motivo da demolição Obs.2 Obs.1 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2

1.41 1.42 1.43 1.44 1.45 1.46 1.47 1.48 1.49 1.50 1.51 1.52 1.53 1.54 1.55 1.56 1.57 1.58 1.59 1.60 1.61 1.62 1.63 1.64 1.65 1.66 1.67 1.68 1.69 1.70 1.71 1.72

Z AA Y AA U Z U X Z AA T T Z T V Y AA U T Z T Z AA T U Y Z T U W T U

23 23 26 26 27 28 30 30 31 34 35 36 36 37 37 37 37 39 42 42 43 43 43 44 45 45 45 46 46 46 47 47

1.73

U

49

1.74 1.75 1.76 1.77 1.78 1.79

T Y Z AA AA U

50 50 50 50 54 55

1.80

X

55

· · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · · ·

Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação oe portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de gaiola metálica junto à janela da fracção na parede exterior. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Instalação de portão metálico no corredor comum. Fechamento da janela da fracção comeparede em alvenaria de tijolo.

Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.1 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.2 Obs.1

Obs.1: Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do acesso aos pontos de penetração no edifício. Obs.2: Infracção ao n.º 4 do artigo 10.º, obstrução do caminho de evacuação. 2.

Sendo as escadas e corredores comuns e terraço do edifício considerados caminhos de evacuação, devem os mesmos conservar-se permanentemente desobstruídos e desimpedidos, de acordo com o disposto no nº 4 do artigo 10º do RSCI. Além disso as janelas acima referidas são consideradas como pontos de penetração para realização de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruído com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.) de acordo com o disposto no nº 12 do artigo 8º. As alterações introduzidas pelo infractor nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto caminhos de evacuação e pontos de penetração no edifício e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, a obra executada não é susceptível de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

3.

Nos termos do n o 3 do artigo 87o do RSCI, a infracção ao disposto no no 4 do artigo 10o é sancionável com multa de $4 000,00 a $40 000,00 patacas, e nos termos do no 7 do mesmo artigo, a infracção ao disposto no no 12 do artigo 8o, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas. Além disso, de acordo com o no 4 do mesmo artigo, em caso de pejamento dos caminhos de evacuação, será solidariamente responsável a entidade que presta os serviços de administração ou segurança do edifício.

4.

Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data de publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no nº 1 do artigo 95o do RSCI.

5.

O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, no 33, 15o andar, Macau (telefones nos 85977154 e 85977227).

Aos 19 de Junho de 2015 Pelo Director dos Serviços O Subdirector, Subst.º Eng.º Cheong Ion Man


sociedade

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

É oficial: são mais dois os centros de saúde abertos até às 22h00. Rotatividade de pessoal e um investimento de 160 mil patacas para dez novas contratações são as novidades também ontem avançadas por Alexis Tam, que não tem, contudo, um calendário para a abertura do novo hospital

O

s centros de saúde do Tap Seac e dos Jardins do Oceano vão, no próximo mês, juntar-se aos da Areia Preta e do Fai Chi Kei no alargamento do horário de funcionamento. Para isso será preciso contratar dez profissionais, com os custos dos seus salários a ascenderem às 160 mil patacas. A partir de 20 de Julho serão quatro os centros abertos até às 22h00. “Nos centros de saúde dos Jardins do Oceanos e do Tap Seac há muita procura”, justificou

Centros de Saúde Horários alargados

tiago alcântara

Toca a girar

Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, que fez o anúncio. Cada um dos dois locais deverá integrar cinco novos profissionais, com um investimento de 80 mil patacas em cada um. Também quatro das especialidades oferecidas no Hospital Conde São Januário têm já os horários alargados des-

de o início deste mês e o director da instituição, Kuok Cheong U, assegurou que tal “não vai causar grande pressão” nos funcionários. No caso da ala de Cardiologia, Kuok afirma mesmo que se tem assistido a “uma redução do tempo de espera”, sem esquecer a de Medicina Desportiva. Na secção de Imagiologia há já médicos que

desde dia 1 estão a trabalhar até às 23h00.

Da flexibilidade

Alexis Tam falava aos média após uma visita ao Centro de Saúde do Tap Seac. Os funcionários dos centros agora com horário alargado terão “horários flexíveis”, sendo o alargamento de um total de 45 horas por mês. Assim, alguns profissionais – de entre médicos, enfermeiros, farmacêuticos e assistentes – deverão entrar mais tarde ou mais cedo do que o horário anteriormente estipulado, para que assim os centros de saúde possam oferecer serviços durante mais tempo. Também as farmácias destes centros vão ver os seus horários mais compridos, para fazer face aos pedidos dos pacientes que são atendidos nas consultas mais tardias. O Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura diz estar satisfeito com o trabalho desenvolvido ao longo dos últimos seis meses na área da saúde. “Não é fácil mas estou muito satisfeito”, afirmou Alexis Tam. “No início foi um bocado difícil, mas comecei a explicar à minha equipa que o importante é que estamos a servir a sociedade”, acrescentou ainda. Sobre a calendarização para o novo hospital das ilhas, o Secretário ainda não pode avançar nada. “Estamos atentos e penso que talvez dentro de vários anos possa haver um hospital novo”, disse. Este hospital deveria abrir em 2017.

Obras do metro na Barra arrancam hoje

As obras de construção do Centro Modal de Transportes da Barra e da estação do metro ligeiro da Barra começam hoje, o que irá obrigar a obras de reordenamento viário da Avenida Panorâmica do Lago Sai Van em direcção do dique. Devido a isto, o trânsito no percurso entre a avenida panorâmica do Lago Sai Van e o Museu Marítimo deverá ficar condicionado no prazo de 30 dias, sendo que a paragem de autocarros da Barra também deixará de funcionar durante esse período de tempo, a partir de amanhã.

Encontrados 29 trabalhadores ilegais em Maio

O Corpo de Polícia e Segurança Pública (CPSP) e a Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) detectaram, nas operações de fiscalização aos estaleiros de obras, um total de 29 trabalhadores ilegais, sendo que nas operações feitas em conjunto foram encontrados 12 trabalhadores a trabalhar sem a devida documentação.

Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

Canídromo vai tentar “expandir negócio”

Turismo Crença no aumento de taxa de ocupação hoteleira

A

A

ngela Leong, directora-executiva da Yat Yuen, a companhia do Canídromo, admite que as receitas das corridas de galgo poderão sofrer descidas. No mais recente relatório de contas da empresa, a Yat Yuen diz contudo que quer expandir o negócio. “No ano de 2014, a economia de Macau revelou-se bipolar, tendo (...) passado para uma queda acentuada e repentina, num declínio contínuo em todos os sectores de actividade a fazerem face a um aumento dos custos operacionais (...), pelo que o canídromo também necessariamente se vai ressentir”, começa por apontar Leong, que assina o documento publicado ontem em Boletim Oficial. A Yat Yuen, recorde-se, tem vindo a perder receitas consecutivamente desde

2010, sendo que, de acordo com dados da Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) as receitas totais do ano passado foram de 145 milhões de patacas, um decréscimo de 33 milhões de patacas. No relatório de contas, a Companhia do Canídromo assegura que “vai continuar a procurar activamente oportunidades para expandir o seu negócio, na esperança de introduzir serviços melhores e mais diversificados e promover juntamente com Governo os objectivos políticos de tornar Macau num centro internacional de turismo e lazer para a sustentabilidade a longo prazo”, como se pode ler. Recorde-se que é este ano que a licença do canídromo termina, sendo que o Executivo pode optar por não a renovar, algo pretendido por diversas facções da sociedade. J.F.

directora da Direcção dos Serviços de Turismo, Helena de Senna Fernandes, acredita que a taxa de ocupação hoteleira do território vai aumentar nos próximos meses. De acordo com notícia avançada pela Rádio Macau, a directora está confiante no aumento, que justifica com o crescimento progressivo dos números de turistas desde Março a Maio deste ano. “Os números de Março e de Abril, sobretudo de Março, não são muito bons para o turismo, mas (…) em Abril os números melhoraram e as notícias que temos da parte do sector privado são de que

7

está a aumentar [a ocupação hoteleira]. O mês de Maio está, ligeiramente, melhor do que os anteriores”, disse a responsável ao canal. Além disso, Helena de Senna Fernandes lembra que a abertura de novos hotéis indica um descréscimo dos preços, uma vez que a competividade aumenta. De acordo com a directora da DST, o Turismo quer agora investir na atracção de turistas provenientes do território vizinho. “Hong Kong pode ser uma fonte muito importante de turistas, que possam ficar a pernoitar nos hotéis de Macau. Há uma série de acções

que vamos levar a cabo daqui para a frente, em mercados internacionais e também nos mercados de Hong Kong e Taiwan”, revelou Helena de Senna Fernandes. As declarações foram feitas à margem da cerimónia de assinatura de um contrato entre a DST e o Turismo de Shaoguan, da província de Guangdong. Este pretende reforçar a cooperação turística entre as duas zonas e um dos objectivos é atrair mais turistas de Shaoguan a Macau e “apoiar o desenvolvimento e actividades das atracções turísticas nos dois lados”, refere a DST em comunicado.


8 sociedade

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

CAM Investidos 200 milhões em infra-estruturas no aeroporto

Perda de recursos humanos

Tudo a subir como os aviões tiago alcântara

Lucros a subir, espaço a aumentar e milhões a serem investidos. A Companhia do Aeroporto de Macau traça um balanço positivo do ano passado

No relatório de actividades da empresa, é admitida a perda constante de recursos humanos, com a CAM a indicar que, apesar dos resultados obtidos, muitos esforços são necessários para isso. “Os resultados obtidos são a consequência do entendimento tácito da equipa e, apesar da empresa principal, subsidiárias e diferentes departamentos terem as suas próprias funções, estão todos interligados, aplicando uma verdadeira cooperação dinâmica, sendo todos os membros indispensáveis. Apesar de estarmos a enfrentar uma perda de recursos humanos cada vez maior, todos os membros da nossa equipa continuam a assumir as responsabilidades inerentes aos seus postos”, pode ler-se.

A

CAM – Sociedade do Aeroporto investiu 200 milhões de patacas em infra-estruturas em 2014, ano em que o número de passageiros aumentou e a empresa admite estar a atingir o limite de capacidade. De acordo com o relatório de contas da empresa, publicado ontem em Boletim Oficial, a CAM investiu este montante em projectos relacionados com infra-estruturas, tendo terminado “a actualização do sistema de manejo de bagagens, os trabalhos de actualização do edifício e do terminal, a actualização das instalações de controlo de segurança e de outros equipamentos e o projecto de optimização ambiental e arborização”, como se pode ler no relatório. “Além disso, o projecto de construção do hangar da aviação comercial, o do centro de dados do aeroporto e o de actualização dos equipamentos de combate a incêndios e de assistência também foram concluídos.”

A CAM diz ainda que “o número de passageiros começa a atingir o ponto de saturação da capacidade”, pelo que avançou ainda com a expansão do terminal de passageiros norte. A área comercial do aeroporto, onde são arrendadas lojas, também aumentou de 4731 metros quadrados para 6958. No geral, o balanço do ano passado é positivo, com a CAM a explicar que, apesar das “mudanças no ambiente internacional

e do rápido desenvolvimento da economia local terem resultado num leque diversificado de desafios, nomeadamente em termos do aumento dos custos e da concorrência”, registou um nível de crescimento satisfatório de acordo com os objectivos anuais.

o Prémio de Melhor Aeroporto de Pequena Escala de 2014 pelo Centro para a Aviação da Ásia Pacífico e até “o transporte de

Receitas a subir

Em 2014, o Aeroporto Internacional de Macau teve mais de um milhão de passageiros na aviação de baixo-custo, foi honrado com

“O número de passageiros começa a atingir o ponto de saturação da capacidade”

transportes Nova Era com défice de mais de um milhão de patacas

Um autocarro a circular no vermelho A

Nova Era de Autocarros Públicos registou um défice de mais de um milhão de patacas no ano passado. A empresa que veio substituir a falida Reolian afirma ter investido dinheiro em recursos e novos transportes, mas também pagou indemnizações devidas pela empresa anterior. De acordo com o relatório de contas da Nova Era – que diz respeito a um ano de funcionamento e foi ontem publicado em Boletim Oficial -, “para atender às necessidades na gestão das actividades”, a Nova Era precisou de adquirir 25 autocarros de maior porte e dez autocarros normais, num total 35 novos veículos. Estes custaram quase 30 milhões de patacas, fazendo com que

a frota da Nova Era aumentasse agora para 280 autocarros.

Herança pesada

A juntar a estas despesas, estão ainda mais de cem milhões de patacas. Isto, porque a Nova Era teve de adquirir os bens da Reolian exactamente há um ano. “De acordo com o celebrado no contrato, a Nova Era deve adquirir, antes de 30/06/2014, os bens integrais das massas falidas da Sociedade de Transportes Públicos Reolian, S.A. e os bens adquiridos pelo Governo enquanto geria a última, a um preço não inferior ao valor nominal contabilístico na data de declaração da falência constante das contas [da empresa]”, começa por apontar o relatório. “O valor total é de 96,7 milhões de patacas.”

“Além disso, a Nova Era [teve de] assumir todas as despesas de indemnizações pela cessação da relação de trabalho entre a Reolian e os seus colaboradores, entre outras, num valor total de [19,7] milhões de patacas.” ANova Era relembra ainda que aumentou o salário dos funcionários em 5%, que se juntou a outras despesas relacionadas com infra-estruturas e departamentos técnicos. Em conclusão, a empresa diz que fez um investimento de recursos “relativamente elevado no primeiro ano de exercício” e que os resultados do ano passado registaram um défice de 1,5 milhões de patacas”, mesmo com a ajuda mensal de 17 milhões de patacas do Governo. O Conselho de Administração sugeriu passar o défice para o próximo ano. A Nova Era tem a concessão até 2017. J.F.

carga inverteu a tendência decrescente”. Em 2014, o número de passageiros atingiu os 5,48 milhões, um aumento de 9% em comparação com o período homólogo do ano passado e foram transportadas 28 mil toneladas de carga, o que representa um crescimento de 8,7%. As receitas totais dos principais operadores do aeroporto ultrapassaram os 4,38 mil milhões de patacas, representando um crescimento de 6,6% e, ao mesmo tempo, as receitas da CAM atingiram os 1,05 mil milhões de patacas, correspondendo a um aumento de 13,8%, mantendo o ritmo de crescimento pelo quinto ano consecutivo. O número de voos ultrapassou os 52 mil, um aumento de 7,4%. No total, 22 companhias aéreas operam no Aeroporto, ligando a RAEM a 36 locais do mundo. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

CEM Número de membros de Comissão aumenta

A Comissão de Ligação CEM-Clientes (CLC) da Companhia de Electricidade de Macau aumentou o números dos seus membros para um total de 37. Também o número de associações integradas na CLC aumentou, de 21 para 25. A CLC celebrou o seu sétimo mandato no passado dia 23 e o aumento do número de membros serve para “expandir os canais de comunicação com os seus clientes”. Recentemente, a mesma Comissão convidou mais quatro associações, incluindo a Associação de Exposições e Convenções de Macau e a Associação de Empresas Chinesas de Macau. Durante a cerimónia, o vice-presidente do Conselho de Administração da Câmara de Comércio de Macau, Vong Kok Seng, confirmou que têm sido realizados debates sobre o fornecimento de energia eléctrica à zona norte do território. Entre as sugestões dos membros postas em prática estão o aumento do tecto da tarifa A2 de baixo consumo dos iniciais 80 quilovolts para os 120 ou o lançamento de um programa de apoio à publicidade luminosa para estabelecimentos comerciais.


sociedade 9

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

FIC Plataformas de apoio a PME com mais de 42 milhões Foram ontem conhecidas as sete plataformas de apoio a Pequenas e Médias Empresas que vão Plus, projecto Design for Profit, receber dinheiro do Centro de Incubação e de Produtos e Criativos, Plataforma Fundo das Indústrias Culturais de Serviços Comerciais e Centro de Marcas de Macau. Culturais. O Centro de Incubação Leong Heng Teng, presidente de Design de Macau, do FIC e também porta-voz do Conselho Executivo, revelou que de James Chu, é o objectivo é que o sector das indústrias culturais possa trabalhar um dos espaços em conjunto. “Os jovens necessitam de apoio contemplados

possam sobreviver em Macau, também queremos que estas possam sair de Macau”, referiu.

Traz um amigo também António mil-homens

Espaços de apoio

C

riatividade, tradicionalismo, alta qualidade e inspiração. Foram estas as características fundamentais para que sete incubadoras de negócios tenham sido escolhidas para receber apoios do Fundo das Indústrias Culturais (FIC). No total, serão aplicadas mais de 42 milhões em plataformas na área do design, moda e música, que pretendem ajudar a fomentar as Pequenas e Médias Empresas (PME) locais. São elas o Centro de Design de Macau, Espaço Cultural 100

e têm várias dificuldades, sendo uma delas o pagamento da renda. Querem fazer algo novo e criativo e não conseguem, e nos últimos oito a dez anos tem sido assim. O desenvolvimento das indústrias culturais só é possível se todos derem apoio. Antes as indústrias culturais faziam cada uma o seu trabalho mas agora é diferente, queremos fazer um desenvolvimento sustentável do sector para que todos possam trabalhar em conjunto”, disse aos jornalistas na apresentação, que decorreu no Centro de Design de Macau. Este espaço, que abriu portas há seis meses e cujo mentor é James

James Chu

Chu, foi um dos contemplados, tendo recebido das mãos do FIC 7,031 milhões de patacas para um plano de desenvolvimento a cinco anos. Tratando-se de um espaço de exposições, espectáculos e aluguer de salas para empresas, este centro

de design considera que tem vindo a fazer um bom trabalho, já com 30 eventos organizados. “Só depois de muito esforço é que criámos este espaço”, apontou James Chu. “Para além de promovermos as marcas, para que estas

Já o responsável do Centro de Incubação e de Marcas de Macau, que vai receber 8,854 milhões de patacas, referiu que o principal objectivo do projecto é “fornecer apoio a todos os interessados na área do design”. O espaço tem um local de exposições e 18 salas individuais para as empresas, sendo que no primeiro ano de actividade não pagam quaisquer despesas de utilização. “A necessidade para estas indústrias é muito grande e os nossos espaços já estão quase todos preenchidos”, considerou. José Tang, industrial com duas fábricas de vestuário em Macau, resolveu criar o projecto Design for Profit, por forma a disponibilizar serviços para a produção de uma colecção de moda. “Os designers de moda de Macau têm os seus produtos mas não sabem como os vender”, concluiu. Para já, 23 projectos continuam a analisar a proposta feita pelo FIC, sendo que 13 decidiram não aceitar o dinheiro, por não concordarem com os procedimentos ou pelo montante não cobrir os custos do projecto. Três concorrentes apresentaram mesmo reclamações. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

pub

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 23/P/15 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 9 de Junho de 2015, se encontra aberto o Concurso Público para o « Fornecimento e Instalação de Um Esterilizador de Plasma de Baixa Temperatura aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 24 de Junho de 2015, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 38,00 (trinta e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São

Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 20 de Julho de 2015. O acto público deste concurso terá lugar no dia 21 de Julho de 2015, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional” do Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo dos Serviços de Saúde, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP20 640,00 (vinte mil, seiscentas e quarenta patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 17 de Junho de 2015. O Director dos Serviços Lei Chin Ion

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 24/P/15 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 9 de Junho de 2015, se encontra aberto o Concurso Público para o «Fornecimento e Instalação de Um Analisador Automático de Coagulação Sanguínea aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 24 de Junho de 2015, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 40,00 (quarenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral

destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 23 de Julho de 2015. O acto público deste concurso terá lugar no dia 24 de Julho de 2015, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP 20.000,00 (vinte mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 17 de Junho de 2015 O Director dos Serviços Lei Chin Ion


eventos

Prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho” para Manuel Frias Martins

O

anima

Grande Prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho” foi ontem atribuído, por unanimidade, a Manuel Frias Martins, com a obra “A Espiritualidade Clandestina de José Saramago”, anunciou a Associação Portuguesa de Escritores (APE). O prémio, em sexta edição, no valor de 7.500 euros, é atribuído pela APE com o patrocínio integral da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão e

refere-se a livros publicados em 2014. Ainda segundo a APE, o júri desta edição foi constituído por António Pedro Pita, Helena Vasconcelos e José Cândido Oliveira Martins. Manuel Frias Martins, crítico literário e ensaísta, doutorado em teoria da literatura, é vice-presidente da Associação Portuguesa dos Críticos Literários e professor da Faculdade de Letras de Lisboa. Na sua obra tem vindo a recolher reflexões sobre temas como a tradução, a definição de literatura ou os novos horizontes da teoria literária. No ensaio “A Espiritualidade Clandestina de José Saramago”, lançado pela Fundação José Saramago, Manuel Frias Martins propõe que a invocação do ateísmo pelo Nobel da Literatura funciona “como uma espécie de ocultação táctica de um segredo autoral” que é a própria espiritualidade. O Grande Prémio de Ensaio “Eduardo Prado Coelho” distinguiu anteriormente os escritores e ensaístas Vitor Aguiar e Silva, Manuel Gusmão, João Barrento, Rosa Maria Martelo e José Gil.

ANIMA Dia de adopção este domingo

A ANIMA – Sociedade Protectora de Animais organiza este domingo mais um dia de adopção de animais. O evento acontece no átrio do edifício Flower City, na Taipa, e tem como objectivo ajudar os mais de 300 animais que vivem, actualmente, na ANIMA. Assim, das 14h30 às 17h30, uma dezena de animais vão estar disponíveis para serem conhecidos pelas possíveis futuras famílias. “Entre três animais que resgatamos, apenas um é adoptado. Ajude-nos a ajudá-los”, escreve a ANIMA.

hoje macau quinta

Imagens e sons que transmitem histórias. É assim a mais recente mostra de Robert Cahen, que usa a vídeo-arte para mostrar que é possível cada um compreender a arte à sua maneira

Enquanto as irmãs Ellison – Charlotte, Sarah e Emily – visitam amigos e tomam chá nos melhores salões londrinos, uma das suas criadas é brutalmente assassinada. Para Thomas Pitt, o jovem e pacato inspetor destacado para o caso, ninguém está acima de suspeita. A sua investigação na requintada casa da família Ellison vai provocar reações extremas: para uns, será de absoluto pânico; para outros, de deselegante curiosidade; para a jovem Charlotte será algo mais íntimo e empolgante.

Em câmara le

I

naugura na sexta-feira a mais recente exposição de Robert Cahen, no Museu de Arte de Macau (MAM). Intitulada “Transversal: Instalação Vídeo de Robert Cahen”, a mostra reúne de uma dezena de trabalhos do autor. “O famoso artista de vídeo-arte irá revelar-nos um novo mundo, através das suas interpretações e justaposições de imagens e sons”, começa por dizer o comunicado da organização, conjunta entre o MAM e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais, Instituto Cultural e o Consulado Geral da França em Hong Kong e Macau. Inserida no Festival Le French May, a exposição reúne 17 dos seus trabalhos realizados entre 1978 e 2015, com destaque para duas instalações utilizando elementos visuais de Macau. Através de câmara lenta – a sua assinatura – e explorando as interacções entre sons e elementos gráficos, Cohen cria uma ambiência poética servindo-se das imagens mais corriqueiras. Com técnicas de inserir, saltar, recuar, fading out e in, entre outros processos de pós-produção e alongando os tempos, o artista apresenta aos espectadores uma nova consciência sobre a realidade, indicando novos rumos para a arte vídeo.

Novos espaços

“Cada peça da minha arte faz uso da câmara lenta”, diz

À venda na Livraria Portuguesa O Estrangulador de Cater Street • Anne Perry

MAM Exposição de Robert Cahen inaugura esta sexta-

mam

10

Robert Cahen, citado em comunicado. “E tenta ampliar um novo espaço entre as coisas, invisíveis entre si. Os meus trabalhos são como uma palestra aberta, na qual os espectadores acabarão por encontrar as suas

próprias projecções na câmara lenta, que eventualmente será capaz de contar as suas próprias histórias.” Robert Cahen nasceu em Paris em 1945 e formou-se pelo Conservatório Nacional

Superior de Música (CNSM), sendo um pioneiro tanto da música electrónica como da video-arte a nível internacional. Iniciou as suas criações ainda na década de 1970, utilizando os seus conhecimentos profis-

“Os meus trabalhos são como uma palestra aberta, na qual os espectadores acabarão por encontrar as suas próprias projecções na câmara lenta, que eventualmente será capaz de contar as suas próprias histórias” Rua de S. Domingos 16-18 • Tel: +853 28566442 | 28515915 • Fax: +853 28378014 • mail@livrariaportuguesa.net

Cai o Pano • Agatha Christie

Hercule Poirot regressa à mansão de Styles, palco do seu primeiro caso. Na casa está reunido um grupo que muito agrada ao Capitão Hastings. O seu choque é, pois, imenso quando Poirot anuncia que, entre eles, se encontra um assassino implacável. Nenhum dos convidados tem perfil de criminoso, muito pelo contrário. Com o passar dos anos, a saúde do detetive deteriorou-se. Será que as suas célebres celulazinhas cinzentas vão desapontá-lo pela primeira vez?
«Cai o Pano: O Último Caso de Poirot» («Curtain: Poirot’s Last Case») foi originalmente publicado em 1975 na Grã-Bretanha, tendo sido editado no mesmo ano nos Estados Unidos.


eventos 11

a-feira 25.6.2015

O

Banco Nacional Ultramarino (BNU) inaugurou ontem uma exposição para celebrar os seus 113 anos, intitulada “Um novo século juntos consigo”, na Residência Consular. O evento de comemoração teve lugar ontem e contou com a presença do CEO do BNU, Pedro Cardoso, várias outras personalidades locais e o director da Caixa Geral de Depósitos (CGD), José Agostinho Matos. Para Cardoso, a mostra pretende contar aos visitantes a história da instituição bancária, uma das mais antigas do território e a primeira emissora de notas. “Aideia surgiu há vários anos, mas diversos factores fizeram com que fosse agora e até 31 de Julho”, começa o responsável por explicar. No rés-do-chão da Residência Consular podem ver-se artefactos históricos, alguns que datam do início do século XX, demonstrando o percurso do BNU ao longo dos anos. Em exposição estão também notas antigas e um mapa cronológico interactivo que conta a história do desenvolvimento da instituição. “Esta exposição tem quatro áreas e uma parte transversal, sendo que a primeira é o BNU como banco emissor, a segundo retrata o BNU como banco comercial, a terceira fala do papel do banco como plataforma de cooperação entre a China e os países de expressão Portuguesa e, por último, temos o BNU como parte importante

enta

BNU Celebrar 113 anos com exposição histórica

Um século e tanto hoje macau

-feira

da responsabilidade social de Macau”, descreve o dirigente. Pedro Cardoso não quis esquecer o papel que o banco tem desempenhado no seio da comunidade, colaborando com várias instituições educativas, entre outras.

Primeiras notas

A primeira fase da mostra é composta por uma série

de notas antigas. Entre os artefactos estão a primeira nota emitida pelo banco em 1905, alguns certificados e facturas que aqui circularam durante a Segunda Guerra Mundial, altura conturbada principalmente devido à escassez e bloqueio à entrada de notas. Outros dos elementos interessantes é a descrição de como a moeda local veio

a chamar-se Pataca, sem esquecer a exposição do primeiro livro de contas do BNU, com dados de 1902 a 1905. “Penso que conseguimos uma boa perspectiva daquilo que foi a evolução da nota ao longo destes últimos anos”, aponta Cardoso.

Literatura Isham Cook apresenta obra na Livraria Portuguesa sionais e métodos criativos da música para produzir vídeos, esbatendo as fronteiras entre os dois média e tornando-se uma referência mundial no campo da arte vídeo. Foi a partir de meados do século XX, com o florescimento das tecnologias, que o vídeo se tornou uma parte integrante da vida diária e é isso que “Transversal” quer mostrar. “Transversal apresenta uma selecção de 37 anos de trabalho de Cahen, incluindo ‘O Tempo Suficiente’, a aclamada obra marcante da vídeo-arte internacional da década de 1980 e as suas duas instalações que operam sobre elementos visuais de Macau, ‘5 Olhares e Aparição’.” A exposição estará patente até 20 de Setembro, sendo que a inauguração está marcada para as 18h30 de sexta-feira. Poderá ser visitada diariamente, das 10h00 às 19h00,

Segredos e massagens “N

e a entrada é gratuita aos domingos e feriados, tendo o custo de cinco patacas nos restantes dias. J.F.

ão há passatempo mais esquizofrénico do que aplicar óleo na pele.” E é com esta ideia que Isham Cook apresenta, no sábado, a sua mais recente obra “Massage and The Writer” (A Massagem e o Escritor), na Livraria Portuguesa. O novelista, norte-americano mas a viver na China desde 1994, é autor de outros livros, onde a sua filosofia de escrita se debruça sobre o provocante, o discriminatório, o ultrajante, o que arrepia, o que é sórdido. Influenciado por Franz Kafka, Marquês de Sade e Herman Hesse, entre tantos outros, Cook quer mostrar o mundo das casas de massagem, algo que nos é tão familiar em Macau. “Não há passatempo mais esquizofrénico do que aplicar óleo na pele. Seja por uma questão de relaxamento ou alívio, uma forma de sedução ou uma maneira de se prostituir, faz tempo que a massagem fascina e repugna”, começa por explicar o autor, citado na

nota da organização. “Mas, e se estes aspectos contraditórios desta prática – o terapêutico e o erótico – fossem vistos como inseparáveis?” Apimentado com descrições de viagens no Oriente, em busca da massagem ideal, incisivo e provocante. É assim descrito “Massage and The Writer”, que vai, como assegura o autor, apelar aos mais aficionados pelo sexo radical, enquanto “enfurece” os novos negócios de massagens que tentam a todo o custo separar massagens e sexo. Isham Cook publicou este ano “At The Teahouse Café”, um livro que fala sobre a China moderna e as suas semelhanças com o passado. No ano passado, foi a vez de “The Exact Unknown and Other Tales of Modern China” e em 2012 a de “Lust & Philosophy”. “Massage and The Writer” é apresentado às 17h00, na Livraria Portuguesa e o evento tem entrada livre. J.F.

Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo


12 publicidade

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

EDITAL Edital nº Processo nº Assunto Local

: 12/E-OI/2015 : 499/OI/2014/F, 193/OI/2015/F : Início do procedimento de audiência pela infracção às respectivas disposições do Regulamento Geral da Construção Urbana (RGCU) : Rua da Bacia Sul n.º 38, Edf. The Praia T4, fracções 8.º andar AA (CRP: AA8), 9.º andar T (CRP: T9), 10.º andar T (CRP: T10), 55.º andar W (CRP: W55), 55.º andar X (CRP: X55), 55.º andar U (CRP: U55), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector substituto da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), faz saber por este meio ao dono da obra ou seu mandatário, ao encarregado da obra, aos técnico responsável pela obra e executores da obra existente no local acima indicado, cujas identidades se desconhecem, o seguinte: 1. O agente de fiscalização desta DSSOPT deslocou-se ao local acima indicado e verificou a realização das obras abaixa indicadas que infringiram o disposto no nº 1 do artigo 3º do Decreto-Lei nº 79/85/M (RGCU) de 21 de Agosto, alterado pela Lei nº 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo nº 24/2009 de 3 de Agosto, pelo que as obras são consideradas ilegais: Processo n.º

Fracção

Andar

1.1

AA

8

Obra Instalação de pala metálica junto à janela da fracção na parede exterior.

1.2

T

9

Instalação de pala metálica junto à janela da fracção na parede exterior.

1.3

T

10

Instalação de pala metálica junto à janela da fracção na parede exterior.

1.4

W

55

Instalação de pala metálica junto à janela da fracção na parede exterior.

193/OI/2015/F

1.5

1.6

499/OI/2014/F

X

55

U

55

Construção de suporte metálico e pavimento em betão na fracção; Construção de escadas em betão na fracção; Instalação de conduta de abastecimento de água na fracção; Instalação de tubo de drenagem de água na fracção; Abertura de um vão junto à fracção na parede exterior. Abertura de um vão na parede exterior; Construção de pavimento metálico e escadas metálicas na fracção; Instalação de conduta metálica de abastecimento de água na fracção; Instalação de tubo plástico de drenagem de água na fracção.

2.

Nestas circunstâncias e nos termos dos artigos 52º e 65º do RGCU, pode ser ordenado que os infractores procedam à demolição das obras ilegais referidas no ponto 1, e à reposição da parte comum afectada do edifício (parede exterior do edifício) de acordo com o projecto aprovado por esta Direcção de Serviços, pelo que, são sancionáveis com multa de $1 000,00 a $20 000,00 patacas.

3.

Nos termos dos artigos 93º e 94º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei nº 57/99/M, de 11 de Outubro, os interessados podem apresentar a sua defesa por escrito e as demais provas para se pronunciar sobre as questões que constituem objecto do procedimento, bem como requerer diligências complementares no ponto 4 abaixo indicado, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

4.

No entanto, os interessados podem proceder à demolição das obras acima indicadas por iniciativa própria, devendo entregar previamente nestes Serviços a declaração de responsabilidade do construtor incumbido da obra de demolição e a apólice de seguro contra acidentes de trabalho e doenças profissionais, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data de publicação do presente edital.

5.

O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, nº 33, 15º andar, Macau. (telefones nos 85977154 e 85977227)

Aos 18 de Junho de 2015 Pelo Director dos Serviços O Subdirector, Subst.º Eng.º Cheong Ion Man

Anúncio ﹝43/2015﹞ 1. Entidade adjudicante: Chefe do Executivo da Região Administrativa Especial de Macau. 2. Entidade que põe a obra a concurso: Instituto de Habitação (IH). 3. Modalidade do concurso: Concurso público. 4. Designação do concurso: Prestação de serviços de administração de edifícios para a Habitação Social de Seac Pai Van – Edifício Lok Kuan. 5. Objectivo: Concurso para a prestação de serviços de administração de edifícios, nomeadamente serviços de limpeza, segurança, reparação e manutenção das partes comuns e dos equipamentos colectivos, para a Habitação Social de Seac Pai Van – Edifício Lok Kuan, por um período de dois anos, a partir do dia 1 de Dezembro de 2015 até o dia 30 de Novembro de 2017. 6. Requisitos gerais dos concorrentes: Podem concorrer ao presente concurso as empresas que se encontrem registadas na Conservatória dos Registos Comercial e de Bens Móveis, prestando os serviços de administração de propriedades no seu âmbito de actividade, total ou parcial, e que não sejam titulares da licença de segurança nem exerçam a actividade de segurança privada, nos termos da lei. 7. Obtenção do programa e processo do concurso: Podem consultar e obter o respectivo processo do concurso, na recepção do IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.° 102, Ilha Verde, Macau, nas horas de expediente. A obtenção da fotocópia dos documentos acima referidos, é mediante o pagamento da importância de $ 200,00 (duzentas patacas), em numerário, para os custos das fotocópias ou podem proceder download gratuito na página electrónica do IH (http://www.ihm. gov.mo). 8. Visita ao local e esclarecimento por escrito: A visita ao local será realizada no dia 30 de Junho de 2015, às 10:30 horas. Os concorrentes devem chegar ao local indicado, à data e hora acima mencionadas e serão acompanhados pelos trabalhadores do IH. Durante a visita não serão prestados esclarecimentos. Caso os concorrentes tenham dúvidas sobre o conteúdo do presente concurso, devem apresentá-las, por escrito, à entidade que põe a obra a concurso, antes do dia 6 de Julho de 2015. Os concorrentes devem dirigir-se à recepção do IH ou ligar para o telefone n.º 2859 4875, nas horas de expediente, antes do dia 29 de Junho de 2015, para proceder à marcação prévia para a participação na visita ao local. 9. Caução provisória: O valor da caução provisória é de $ 704 000,00 (setecentas e quatro mil patacas). A caução provisória pode ser prestada por garantia bancária legal ou por depósito em numerário através da conta em nome do IH, na sucursal do Banco da China em Macau. 10. Local, data e hora para entrega das propostas: As propostas devem ser entregues a partir da data da publicação do presente anúncio até às 17 horas do dia 29 de Julho de 2015, no IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, nas horas de expediente. 11. Local, data e hora do acto público do concurso: IH, sito na Travessa Norte do Patane, n.º 102, Ilha Verde, Macau, às 10 horas do dia 30 de Julho de 2015. 12. Critérios de adjudicação: ─ Preço: 50% ─ Experiência (incluindo a experiência na gestão global e manutenção dos sistemas dos edifícios, na execução dos trabalhos e serviços necessários para este efeito, e na prestação dos serviços do concurso, bem como a estrutura e dimensão da empresa e a sua capacidade de gestão profissional): 10% ─ Plano para a execução de serviços de administração (incluindo os planos para o controlo de entrada e saída do edifício, fiscalização e segurança, limpeza, manutenção do sistema dos equipamentos, os recursos humanos e os equipamentos para a prestação de serviços, bem como os planos de qualidade para a prestação de todos os serviços mencionados): 40% 13. Outros assuntos: Os pormenores e quaisquer assuntos a observar sobre o respectivo concurso encontram-se disponíveis no processo do concurso. Informações posteriores sobre o presente concurso serão publicadas na página electrónica do IH (http://www.ihm.gov.mo). O Presidente, Ieong Kam Wa 17 de 06 de 2015


china

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

Dona do “WeChat” é a marca mais valiosa da China

A

Tencent, proprietária da popular aplicação WeChat, é a mais valiosa marca chinesa, à frente do grupo de comércio electrónico Alibaba e dos maiores bancos estatais do país, segundo um estudo citado pelo China Daily. O valor atribuído à Tencent (76.000 milhões de dólares) excede o do Facebook, Amazon, Disney, Vodafone e de outras marcas mundialmente famosas, concluiu a empresa de marketing e publicidade norte-americana Millward Brown. A lista das “Cem marcas mais valiosas do mundo”, elaborada anualmente por aquela empresa, é encabeçada pela Apple, seguida da Google, Microsoft e sete outras marcas norte-americanas. Qualquer daquelas três marcas vale mais de 115.000 milhões dólares e no caso da Apple, cuja cotação subiu 67% no último ano, o valor é de 246.992 milhões de dólares - mais do que o Produto Interno Bruto de Portugal em 2014, estimado em 173.053 milhões de euros. Lançado em Janeiro de 2011, o WeChat (Weixin, em chinês) - plataforma digital que permite a comunicação e partilha gratuitas de texto, voz, fotografia e vídeo - tem hoje cerca de 550 milhões de utilizadores. A Tencent - criada em 1998 em Shenzhen, sul da China - ocupa o 11.º lugar da referida lista, dois lugares acima do grupo Alibaba, a segunda melhor marca chinesa. Entre as dez mais valiosas marcas chinesas há ainda quatro bancos estatais, uma seguradora e a petrolífera Sinopec. No final de 2014, a população online chinesa chegou aos 649 milhões, 86% dos quais acedem à Internet através de dispositivos móveis, sobretudo ‘smartphones’, e cresceu em média cerca de 2,9 milhões por mês.

M

ais de 14 milhões de chineses já terão experimentado drogas, anunciou ontem o Ministério da Segurança Pública chinês, na primeira estimativa do género feita no país. O número corresponde a apenas cerca de 1% da população, mas é muito superior aos 2,95 milhões de toxicodependentes registados pelas autoridades, indicou Liu Yuejin, ministro-adjunto da Segurança Pública. De acordo com o “Relatório sobre a Situação da Droga na China em 2014”, nos últimos sete anos, autoridades chinesas conseguiram “contrariar a proliferação” da heroína e de outras estupefacientes tradicionais, mas os consumidores de drogas sintéticas “aumentaram acentuadamente, para cerca de um milhão e meio”. Entre os novos 480.000 toxicodependentes identificados em 2014, cerca de três quartos tinham menos de 35 anos de idade e 29.000 eram menores de 18 anos. “O consumo de droga está a causar mais danos à sociedade”, diz o relatório, citado pela agência noticiosa oficial Xinhua. “Cerca de 49.000 toxicodependentes morreram e 3,5% dos consumidores de heroína foram infectados pelo vírus da sida”.

Em expansão

Também a “demografia da droga”, circunscrita antes a desempregados, camponeses, trabalhadores migrantes e empresários, “está a expandir-se, incluindo agora um significativo

O

ministro das Finanças chinês declarou hoje em Washington que os EUA deveriam investir mais nas infra-estruturas e encorajar os seus cidadãos a economizar mais. Os EUAdevem “aumentar a sua taxa de poupança” e converter as poupanças “em investimentos” para propiciar “uma maior contribuição para o crescimento económico mundial”, disse em Washington, o ministro Lou Jiwei. No quadro da sétima edição do ‘diálogo estratégico e económico’ entre os EUA e a China, Lou Jiwei participou numa sessão de trabalho com o seu homólogo norte-americano, Jack Lew, e a presidente da Reserva Federal, Janet Yellen. Um maior espaço orçamental “deve ser consagrado ao investimento nas infra-estruturas e na inovação” nos EUA, disse também o ministro chinês, durante uma conferência de imprensa no Departamento do Tesouro. “O senhor Lew disse que a China e os EUA represen-

13

Mais de 14 milhões já terão experimentado drogas

Um “demónio social” O retrato dos consumidores alarga-se agora a ‘freelancers’ e pessoas da área do espectáculo. As drogas sintéticas são as que registaram nos últimos anos um maior aumento

número de instituições públicas, ‘freelancers’ e pessoas da área do espectáculo”, assinala o relatório. País mais populoso do mundo, com cerca de 1.350 milhões de

habitantes, a China confina com o “triângulo dourado do ópio” (Laos-Birmânia-Tailândia). Em 2014, a polícia chinesa apreendeu cerca de 9,3 toneladas

Entre os novos 480.000 toxicodependentes identificados em 2014, cerca de três quartos tinham menos de 35 anos de idade e 29.000 eram menores de 18 anos

de heroína e 11,4 toneladas de anfetaminas, provenientes sobretudo do “triângulo dourado”. A China faz também fronteira com o Afeganistão, o maior produtor mundial de heroína, mas as drogas originárias daquele país apreendidas no ano passado representam apenas 1,4% do total. O tráfico de droga, na China, é um dos crimes punidos com a pena de morte e os consumidores, quando descobertos pela polícia, são internados em centros de desintoxicação. Considerada um “demónio social”, ao nível da prostituição, a droga está associada ao chamado de “século de humilhação nacional”, iniciado com a derrota da China na “Guerra do Ópio” (1839-42). Durante os primeiros trinta anos de Governo comunista, a droga foi considerada erradicada na China, mas está a regressar, coincidindo com a acelerada modernização suscitada pela política de “Reforma Económica e Abertura ao Exterior”, adoptada em 1979.

Ministro chinês diz que EUA devem poupar e investir em infra-estruturas

Conselhos em casa alheia tavam 40% do crescimento mundial, mas a China representa 30% e os EUA apenas 10%”, continuou Lou, acrescentando que os EUA “deveriam fazer melhor”.

Atenção às taxas de juros

Questionado sobre as consequências que poderia ter uma futura subida das taxas de juro da Reserva Federal nos fluxos de capitais na China, o ministro respondeu que uma tal eventualidade só teria “um impacto limitado sobre a economia chinesa”, uma vez que os fluxos comerciais internacionais da China não estão totalmente liberalizados, lembrou. Mas disse que vai ser preciso “dar atenção” ao impacto dessa subida das taxas de juro nas economias emergentes. O ministro recusou-se a comentar a questão da pirataria infor-

mática, afirmando que esse “não foi um tema de discussão no quadro das reuniões económicas”. Ao contrário, sugeriu aos jornalistas: “Perguntem

ao ministro dos Negócios Estrangeiros”. Alguns instantes antes, o seu homólogo dos EUA, Jack Lew, tinha reiterado “a profunda inquieta-

ção que suscita o roubo electrónico, apadrinhado pelo governo chinês, de informações económicas confidenciais e tecnologias patenteadas”.

pub

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 14/P/15 Faz-se público que, por despacho de Sua Excelência, o Chefe do Executivo, de 8 de Abril de 2015, se encontra aberto o Concurso Público para «Fornecimento de Medicamentos e Outros Produtos Farmacêuticos para a Convenção das Farmácias», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 24 de Junho de 2015, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua Nova à Guia, n.º 335, Edifício da Administração dos Serviços de Saúde, 1.o andar, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de 80,00 (oitenta patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria destes Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral

destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 24 de Agosto de 2015. O acto público deste concurso terá lugar no dia 25 de Agosto de 2015, pelas 10,00 horas, na sala do «Auditório» situada junto ao C.H.C.S.J. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP100 000,00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 17 de Junho de 2015 O Director dos Serviços Lei Chin Ion


h

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

artes, letras e ideias

14

O

Brasil tornou-se desde a sua origem o grande mito português de uma causa mais vasta que a própria noção territorial, um vasto significado de mitos de um Império renascido na mais plural vertente humana e de uma necessidade de aludir ao conceito da osmose daquilo que ficou conhecido por «Filosofia Portuguesa» e que teve os seus arautos, após, e sempre mais fundamentadamente, depois da sua existência. Estamos no Reino do Quinto Império, negado que nos foi o encontro com o Rei do Mundo, o tal Prestes João. Nunca, como aqui, depois de uma longa conversação com os homólogos espanhóis, nos pareceu tanto o fruto de uma habilidade e proveniências divinas. O mais vasto continente da América Latina era sem dúvida a nossa «Ilha dos Amores», o culto do Rei Midas e todas as coisas com que tecer o mito ardente de uma Terra Prometida. Multirracial, fraterno, rico, grande, estava concluída a saga dos navegadores, com êxito. África nunca produziria o mesmo encanto nem as praças fortes a Oriente. O Brasil era a nossa estrutura arquetípica, resultado de uma busca de espaço e de exotismo que na mente se buscava e seria necessário acontecer. Com as guerras napoleónicas a fuga do Rei tornou-se um marco de preservação daquilo que devia ser mantido a todo o custo, ficando o território nacional para segundo plano nos momentos mais difíceis. Quanto a mim, esta atitude revela uma inquietante indulgência territorial para com os invasores, transmitindo-lhes a segurança de governar um Reino sem retaliações maiores. Portugal perde credibilidade e autonomia com esta fuga que até hoje não conseguiu recuperar. Um Rei que foge devia ser punido pela História, que foge porque o seu país é atacado, diga-se. Mas Portugal jamais reagiu a tal aviltamento, o facto de ser o Brasil o local da fuga iliba o monarca aos olhos do país. Com ele, foi um séquito, um mundo hierarquicamente constituído e não faltaram os fidalgos de província que, cansados de morgadio peninsular, quiseram novos escravos, mais genuínos e dóceis. Uma fidalguia desgastada e enraizada em modos feudais dá agora azo à sua megalomania, fundando um complexo conceito social, onde eles reinam de forma autónoma. E, assim,

Os torna-viagem a noção de um Império é lá que se funda com o primeiro Imperador. Da ala liberal nascem paradoxalmente os grandes e primeiros bastardos da Nação. É preciso inovar na base de uma mensagem vinda de outros locais e esquecer, como em 1383-85, o Povo. A partir de um certo momento há que fazer como todos fazem se, se deseja a noção de “status”. O Povo é sempre essa massa anódina de mercenários e valentes que se levantam quando as causas e os discursos não resultam. Certos de que ele no seu labor de séculos há-de aguentar – por outro lado há quem não possa partir – o território tem de estar assegurado por aqueles a quem a vida dura não permite sonhos de grandeza. Há que guardar a reserva daquilo que o fez acontecer mantida a duras penas, dado que os Governos a partir daí foram formações de ajuda a outros Impérios, quiçá, não tão belos, mas mais poderosos. Aquilo que consideramos pequeno fica para o fim, e assim, sem atenção às gentes, Portugal se foi tornando paralisante, em cada etapa mais agonizante, dando para sempre a ideia de quem aqui fica não foi bem sucedido.

O Povo é sempre essa massa anódina de mercenários e valentes que se levantam quando as causas e os discursos não resultam Mas toda esta noção implicou uma constante falta de rigor e a mais básica noção de Estado, eles são feitos para as pessoas e não o contrário. E assim nos fomos tornando aventureiros, numa aventura de sobreviventes que correm contra o seu próprio mito. Foi destas águas muito turvas que nasceu o fazer improvisado, o milagre da acção, a vida enquanto excepção e nunca como regra. Ficou-nos o sabor amargo dos que se vão quando mais precisamos deles, a desconfiança nos Governos, a deriva das ilusões. Desenvolvemos uma psicose colectiva que é a megalomania “ o melhor do mundo, o maior do mundo, o mais poderoso do mundo, o ardor infinito pelos nossos egos abandonados à loucura do transtorno… uma infinidade

de sintomas digno de diagnósticos e de ajudas. Em vez de nos exaltarmos colectivamente na base da justiça ou da fraternidade, tornámo-nos sagazes nas artes do enredo, mesquinhos a ver o outro, medrosos a negociar, com artimanhas tais que cada um quer ser o poder de um centro que lhes falta. Há uma periferia amarga muito para

lá da geográfica, e, como que aluados olhamos o mar de onde nos vem um horizonte sem lei para nos perdermos por aí fora. A terra fundada é um local onde se sofre. Mansamente, porque a escala contém as vontades e os ritos marciais que fariam bem para desanuviar os traumas. Não sendo possível anular a agressividade, comemo-la


artes, letras e ideias 15

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

Amélia Vieira

como um espectro abafante dando origem a uma má postura física e uma enevoada visão psíquica. O rebordo destas duas faz-se muitas vezes pela auto-imagem desgastada até às calendas de um inferno qualquer, e, como reféns, vivemos no torpor de todas as prisões. Claro que continuamos a ir para o Brasil, é lá que ainda está a «Ilha dos Amores» ou ele vem até cá para nos mostrar o quanto estamos cansados. Os homens portugueses amam o exotismo erótico do povo que ajuda-

Claro que continuamos a ir para o Brasil, é lá que ainda está a «Ilha dos Amores» ou ele vem até cá para nos mostrar o quanto estamos cansados ram, pensam, paternalmente a construir, dá-lhes a soberania dos machos Alfas, ao lado das suas mulheres, que eles por séculos abandonaram, e se tornaram dirigistas e muito responsá-

veis nas acções, a mulher portuguesa é quase um macho disfarçado . É valente, sim. Esteve quase sempre a sós ao comando da Nação. A protecção que lhes é devida, foi e continua a ser muito baixa. Eles que já são poucos e se vão, fundam novos sistemas “coloniais” abraçando as causas que lhes foram negadas enquanto machos dominantes. Neste vaivém, quem fica para trás, que sobreviva, porque também a própria estrutura e justiça da época não está para contemplar o feminino.

Levando os levantes de literaturas há muito gastas no Velho Continente, montam as suas bancas de uma inventividade que passou e de uma originalidade que foi palco vai para uns cem anos. Transportam assim os fantasmas de uma modernidade que nunca viveram e com ele encantam indígenas e anfíbias populações autóctones. Não seria possível brilhar tanto entre aqueles que sabem mais. Por isso, estendem lá as suas tendas de “artes mágicas” quase sempre falhas de talento, mas ousadas na acção, e sempre malsã, de antigos colonos. Não falando na grave forma do ninho de víboras dos nazis e vândalos europeus que se escondem na selva Amazónica e de toda a espécie de condutas que o Velho Continente não quer, eles têm a largueza que se estreita cada vez mais a nossos olhos. A mentalidade de antigos negreiros não foi abolida e, por vezes, existe na memória colectiva, tensões. O Instituto Camões padece de soberania nacional tendo-se tornado um feudo da cultura brasileira, que fazem teses, milhões de teses acerca do Eça de Queiroz. Não passaram de um certo realismo de opereta, na vasta sanzala de uma cultura artificial. Salvam-se os poetas, dos melhores da Língua Portuguesa mas que, dados à economia verbal e à beleza pujante, nem sempre têm como mereceriam aqui lugar. O território é deles, cantam, dançam, levam a “boa-nova” como outrora nos seus casarios de fidalgos de província. Nunca deixaram de o ser perante uma elite embevecida com os antigos amos. Os que ficaram, porém, muitos foram literalmente corridos- dos bonsnão precisaram de fugir, e quando a Nação estava mais triste do que nunca, ainda lhe apararam as lágrimas deixaram testemunho das suas inolvidáveis obras, e com estranho amor ainda lhe sorriram. Não tiveram pedaço de terra que fosse sua, foram maltratados em todos os regimes e continuaram sonhando um país, afinal, que lhes deve tudo. O resto são mercadores, torna-viagem, esperteza saloia e incómodo ao próprio génio de ser. São esses que farão sempre falta a uma Nação assim, paralisada e imprópria, para o melhor das suas gentes. Se morrer fosse tão fácil como deixar de existir, diria que o sol dos trópicos os há-de queimar para sempre no coração da Nação que, cansada de abutres, está agora a tentar sobreviver ao último estandarte da usura desenfreada, tal qual fizeram com o ouro que lhes veio do Brasil, numa ânsia de fazer brilhar o país de todas as ruínas.


16

h

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

fichas de leitura*

Manuel Afonso Costa

A grande demanda

J

á se tornou um lugar comum dizer que um autor na sua obra procura resolver o problema da identidade, seja a sua, seja a das entidades às quais pertence, etnia, nação, cultura, língua, etc. E portanto reconhecer isso para a obra O Livro Negro de Orhan Pamuk não constitui mais do que um lugar comum. Em língua portuguesa o livro intitula-se Os Jardins da Memória, mas é de facto The Black Book em inglês ou Le Livre Noir em francês. Confesso, que me agradaria mais considerá-lo, O Livro Negro, tal como uma caixa negra, ou mesmo um buraco negro. Por dois motivos. Antes de mais porque esse título de algum modo poderia homenagear o grande livro de Lawrence Durrel, The Black Book, livro, inovador e tão apreciado por Henry Miller, verdadeira pedrada no charco daquela época pós vitoriana, apesar de ser a estreia literária daquele autor inglês, que mais tarde virá a produzir essa obra prima que foi o Quarteto de Alexandria que nos deixou acima de tudo a personagem apaixonante de Justine e as referências ao grande poeta grego Konstantino Kavafis. Por outro lado o título seria menos explícito e mais enigmático e assim estaria menos ligado ao império do lugar comum identitário que o título, Os Jardins da Memória, consagra explicitamente através do semantema «memória». Quando Galip descobre que a sua mulher Ruya desapareceu sem deixar rasto, embora se possa considerar um rasto a ideia de que ela se terá encontrado com o seu meio irmão Djélâl, personagem habituada a cultivar uma existência secreta e misteriosa, irá desencadear uma porfiada busca. Essa eventual pista, mas pelo menos essa convicção, transforma porém a procura de Ruya na busca preliminar de Djélâl. É claro que uma busca concreta subentende sempre a própria ideia abstracta de busca. Em muitos aspectos a vida não é mais do que uma busca, de uma demanda, de uma procura, que mais não seja de um sentido, ou simplesmente do sentido. Todas as demandas são avatares da grande procura, da grande busca - paradigma e modelo. E em todas as demandas se colocam os mesmos desafios, os mesmos mistérios, o enigma da mesma ténue membrana que separa a aparência da realidade, o tal manto diáfano de que falava o nosso Eça. E também são recorrentes os mesmos obstáculos, as mesmas, na aparência insuperáveis, dificuldades. Ora,

Pamuk, Orhan, Os Jardins da Memória, Multitipo, Lisboa, 2004 Descritores: Literatura Turca, Pessoas Desaparecidas, Ficção Misteriosa, Istambul, trad. Miguel Serras Pereira, 452, [3] p.:23 cm, 972-23-3202-3 Cota: 821.512.161-31 Pam

é isso que confere à vida o seu carácter de “aventura pessoal e problemática, cheia de contradições, de opções quase intuitivas e de dilacerações”1; e é isso que lhe confere no fim de contas a sua dimensão essencialmente trágica na perspectiva de uma essencial e constitutiva incerteza. Pelo caminho Pamuk enriquece a narrativa tecendo uma notável tapeçaria

para a qual usa sem parcimónia e com propriedade aquilo que Istambul tem para oferecer, a sua história e uma cultura riquíssima e riquíssima em muitos planos, religiosos e metafísicos, patrimoniais e artísticos, ou seja, essa poderosa ambivalência de uma cidade e de uma cultura que estão na fronteira do ocidente com o oriente. Eu ia dizer esquina, mas arrependi-me a tempo

Ferit Orhan Pamuk nasceu a 7 de Junho de 1952, em Istambul. Formou-se em Arquitectura na Universidade Técnica de Istambul e em Jornalismo na Universidade de Istambul, contudo nunca chegou a exercer qualquer uma destas profissões. Nasceu no seio de uma família abastada porém em declínio, tema que aborda em alguns dos seus romances, nomeadamente no livro Kara Kitap Os Jardins da Memória, cujo título em inglês é Black Book e sobretudo no livro Istambul: Memórias e a Cidade. Viveu nos Estados Unidos da América entre 1985 e 1988. Vive actualmente em Istambul. Em 12 de Outubro de 2006 tornou-se o primeiro escritor turco a receber o Prémio Nobel. Orhan Pamuk é também célebre pelo facto de que sempre denunciou com firmeza quer o genocídio dos Arménios quer a perseguição ao Curdos por parte da Turquia, pelo que tem merecido a hostilidade das autoridades turcas mas também o respeito da comunidade internacional. Foi ainda o primeiro autor do mundo islâmico a condenar abertamente a fatwa contra Salman Rushdie e a tornar público o seu apoio ao escritor turco Yasar Kemal quando este foi julgado e condenado pelas autoridades turcas, em 1995. Para além dos livros referidos ressalvo ainda A Casa do Silêncio, A Vida Nova, A Cidadela Branca, O Museu da Inocência e O Meu Nome é Vermelho.

pois como muito bem disse Teixeira de Pascoaes na sua Arte de Ser Português, Portugal é a esquina do oriente com o ocidente, uma vez que é o lugar onde o oriente acaba e o ocidente começa, contudo, fronteira meridional, sem dúvida. Uma vez que Galip pensa que para encontrar Ruya precisa encontrar Djélâl, ele irá embrenhar-se nas páginas dos artigos e crónicas jornalísticas de Djélâl e a propósito dessa investigação fará com que muitas outras realidades façam a sua entrada em cena no romance à semelhança das Mil e Uma Noites e dos contos orientais que acabam por se ir expandido e aprofundando assim ao sabor de peripécias sem fim em que histórias atraem outras histórias que por sua vez… Nessas digressões não pude deixar de reter uma das obsessões de Pamuk, os anões, que eu já tinha reparado na Casa do Silêncio. “Fala sempre dos anões com afeição pois o público leitor também os ama” é o conselho que ele dá aos jornalistas e eu penso sinceramente que existe nesta afeição de Pamuk, qualquer coisa de juvenil ainda e de uma sensibilidade ligada ao fascínio infantil pelas miniaturas. Mas os escritores, porque não estão condicionados ou obrigados por mecanismos heurísticos de ordem científica, são também em larga medida as suas obsessões. O que seria por exemplo de Juan Marsé sem as suas personagens masculinas mais importantes com deficiência locomotora, rengos ou mancos, quase invariavelmente, ao ponto de parecer que claudicar faria parte de uma simbologia sensual e erótica. Voltando ao tema da identidade, mais uma vez eu insisto no facto de que o mais importante não é a identidade mas a capacidade de se «déguiser», ou seja o jogo lúdico que continuamente jogamos com o outro que nos habita e que é muito mais interessante e divertido que nós, até porque esse Outro guarda ainda uma memória da infância e quem sabe de um paraíso que entretanto se perdeu, quer dizer, que nós perdemos. 1 - Fernando Savater *No quadro da colaboração de Manuel Afonso Costa com a Biblioteca Central de Macau-Instituto Cultural, que consiste entre outras actividades no levantamento do espólio bibliográfico da biblioteca e na sua divulgação sistemática, temos o prazer de acolher estas “Fichas de Leitura” que, todas as quintas-feiras, poderão incentivar quem lê em Português.


( F ) utilidades

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

?

17

tempo aguaceiros ocasionais min 26 max 30 hum 80-95% • euro 8.93 baht 0.23 yuan 1.28

Cineteatro

O que fazer esta semana

C i n e ma

ted 2 Sala 1

jurassic world [b]

Filme de: Seth MacFarlane Com: Mark Wahlberg, Amanda Seyfried, Morgan Freeman 14.30, 16.30, 19.30 21.30

Filme de: Colin Trevorrow Com: Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Irrfan Khan 21.30

ted 2 [c]

Sala 2

spl 2: a times for consequences [c]

Sábado

falado em cantonês/mandarim legendado em chinês e inglês Filme de: Cheang Pou-soi Com: Tony Jaa, Louis Koo, Simon Yam Wu Jing, Zhang Jin 14.30, 16.45, 19.15

Workshop de Suminagashi (técnica de pintura japonesa) com Ana Jacinto Escola Portuguesa de Macau, 10h00 Custos entre as 50 e as 100 patacas “Teatro de Guerra” Centro Cultural de Macau, 20h00 Bilhetes das cem às 300 patacas

“A Arte de Imprimir” (até Dezembro) Centro de Ciência de Macau Entrada livre

Exposição “De Lorient ao Oriente - Cidades Portuárias da China e França na Rota Marítima da Seda” Museu de Macau (até 30/08) Entrada livre Exposição de Artes Visuais de Macau (até 2/8) Pintura e Caligrafia Chinesas Edifício do antigo tribunal, 10h00 às 20h00 Entrada livre Musical “A Bela e o Monstro” (até 26/6, de quinta a domingo) Venetian Macau Bilhetes entre as 280 a 680 patacas Exposição “Murmúrio da Impermanência”, Pinturas a óleo de André Lui Chak Keong (até 27/06) Fundação Rui Cunha Entrada livre Exposição “Valquíria”, de Joana Vasconcelos (até 31 de Outubro) MGM Macau, Grande Praça Entrada livre

Filme de: Thomas Vinterberg Com: Carey Mulligan, Matthias Schoenaerts, Tom Sturridge 14.30, 16.45, 19.15, 21.30

25 de JUNHO

Nasce George Orwell, morre Jacques Cousteau

Exposição “Saudade” (até 30/9) MGM Macau Entrada livre

Exposição “Who Cares” (até 28/07) Armazém do Boi, 16h00 Entrada livre

far from the madding crowd [b]

Aconteceu Hoje

Diariamente

Exposição “Ao Risco da Cor - Claude Viallat e Franck Chalendard” Galeria do Tap Seac (até 9/08) Entrada livre

Sala 3

U m l i v r o h oj e “Garlic Ballads” (Mo Yan, 2012) Foi com esta belíssima história de um amor trágico e várias mortes desgraçadas que o aclamado escritor chinês Mo Yan venceu o Prémio Nobel da Literatura, no ano em que a obra foi lançada. Gao Ma e Jinju protagonizam esta trama e a história do casal amaldiçoado vai-se construindo paralelamente – e ao mesmo tempo, fundindo-se – com aquela que tem a mãe de Jinju como figura principal. O romance tem lugar em 1985, numa pequena vila do interior da China. Mo Yan tem, no entanto, a habilidade de mostrar o que muitos não querem ou não conseguem. Uma dessas coisas é a violência, a intensidade e a nudez dos sentimentos de um povo, numa altura em que importava mais mostrar que se lavrava a terra do que ser proprietário de uma. A obra não acaba, em si, de forma trágica, embora tenha momentos intensos e descritivos. Trata-te, por outro lado, de um retrato que parece quase fiel àquilo que foi a China na viragem de uma década. O livro não está traduzido para português, mas a versão inglesa é de fácil leitura. Leonor Sá Machado

fonte da inveja

O oculto caracteriza-se por não existir.

• A 25 de Junho de 1903 nasce o famoso escritor britânico George Orwell. Neste dia, mas em 1997, morre o descobridor dos oceanos, o francês Jacques Cousteau. George Orwell, cujo nome verdadeiro é Eric Arthur Blair, nasceu na Índia Britânica e foi um escritor e jornalista inglês. A sua obra é marcada por uma inteligência perspicaz e bem-humorada, uma consciência profunda das injustiças sociais, uma intensa oposição ao totalitarismo e uma paixão pela clareza da escrita. Orwell faz uma forte crítica ao socialismo autoritário e estalinista, que denunciou em obras como “Homage to Catalonia” e “Animal Farm”. Orwell, considerado talvez o melhor cronista da cultura inglesa do século XX, é mais conhecido pelo romance distópico “Nineteen Eighty-Four (1984)”. Esta obra e a “Animal Farm” venderam mais cópias do que os dois livros mais vendidos de qualquer outro escritor do século XX. A influência de Orwell na cultura contemporânea, tanto popular quanto política, perdura até aos dias de hoje. Jacques-Yves Cousteau foi um oficial da marinha francesa, documentarista, cineasta e oceanógrafo mundialmente conhecido pelas suas viagens de pesquisa, a bordo do Calypso. Cousteau foi um dos inventores, juntamente com Émile Gagnan, do aqualung, o equipamento de mergulho autónomo, que substituiu os pesados escafandros, e também participou como piloto de testes da criação de aparelhos de ultra-som para levantamentos geológicos do relevo submarino e de equipamentos fotocinematográficos para trabalhos em grandes profundidades. Cousteau consquistou o Óscar de melhor documentário de longa-metragem em 1956 com o filme “O mundo silencioso”, rodado no Mar Mediterrâneo e Vermelho. Em 1965, Cousteau criou uma casa submarina onde seis pessoas viveram por um mês, a cem metros de profundidade. Em 1990, o músico francês Jean Michel Jarre lançou um álbum em homenagem a seu 80º aniversário, com o título Waiting For Cousteau. Cousteau morreu em 25 de Junho de 1997 em Paris.

João Corvo


18

opinião

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

Tânia dos Santos

Êxtase

H

edy Lamarr protagoniza em 1933 o primeiro orgasmo feminino no grande ecrã, e, numa ousadia não-pornográfica, cenas de nudez a correr atrás de um cavalo. Trata-se do filme Ecstasy, filme mudo de uma natureza progressiva surpreendente que leva a jovem actriz de 18 anos a representar a complicada realidade da necessidade sexual e romântica, quando se vê casada com um senhor muito simpático, mas impotente. Pessoalmente, na expectativa pela grandiosidade do momento dito orgásmico, tive que timidamente rebobinar a fita para confirmar se esse era mesmo de um orgasmo que se tratava. Orgasmo discreto. Li algures pelo mundo cibernético que nossa querida Hedy Kiesler (Lamarr, só em Hollywood, para fugir do estigma do seu filme europeu de natureza erótica) sofreu de umas picadas no rabinho provocadas por alfinetes de dama, para atingir a expressão de clímax satisfatória ao realizador. O que nos diz sobre o orgasmo feminino? Nada que não saibamos: uma possível expressão de sofrimento (de expressão somente) parte do imaginário erótico e romântico desde há muito tempo. Apesar do seu já mediatismo em 1933, continua a ser tratado com as suas suposições cliché, com alguma complicação e desconhecimento. Para os homens mais altruístas tratado como uma meta cumulativa, a prova de que o seu envolvimento na actividade sexual satisfaz, para as mulheres, por vezes tratado da mesma forma. Ora isto obriga-me a fazer uma afirmação um tanto ou quanto óbvia: sexo não é orgasmo. É-me incrivelmente difícil não remeter a outras realidades cinematográficas neste tema tão pertinente, e.g., orgasmatron. E ainda mais difícil será não falar do orgasmo masculino, mas desse gostaria de dedicar toda uma outra secção, e ao Woody Allen também. Lá está, se pensarmos no sexo que a evolução nos ensina, talvez nos vejamos presos à ideia de que o orgasmo masculino é o culminar: esperma, bebés, etc., etc. e por isso deixa-nos a questão muito pertinente: para que serve o orgasmo feminino? Teoricamente se desenvolveram algumas ideias sobre o assunto, como a teoria da fidelidade, i.e., quando mais satisfeita com o tal parceiro orgásmico, menor a probabilidade de desenvolver relacionamentos extra-conjugais… Entre outras introspecções teóricas das quais o meu feminismo se queixou um pouco. Mais complicado nas entranhas do mistério feminino ainda é a diferenciação de Freud entre orgasmo vaginal e clitoriano, ainda desenvolvendo umas ideias das quais me dou autorização de julgar loucas, a mais surpreendente sendo que a inexistência de orgasmos vaginais poderá trazer consequências psíquicas graves, como a tão famosa histeria. Mais controverso e contemporâneo ainda, não é só a ideia do

sexanálise

Gustav Machatý, Ecstasy

taniarsdossantos@gmail.com

orgasmo vaginal mas a da existência de um ponto G e ademais uma ejaculação vaginal aquando encontrado. É claro que toda esta informação anda à deriva entre o pensamento socio-psicológico científico do século XIX, revistas cor-de-rosa ou cor-de-azul-bebé e da comunidade científica actual. Eu que gosto de pregar o sexo de um entendimento social, considero o orgasmo feminino o resultado directo do constante opinanço entre todos os actores de nível mais ou menos especializado. Parece que é consensual o entendimento do orgasmo clitoriano, o vaginal, nem por isso. Se há quem defenda que não existe, outros usam a expressão com alguma facilidade e legitimidade e com pouco conhecimento sobre o assunto. Na comunidade científica bem que podia existir uma preocupação especial em defini-lo. São muitos

os estudos que se baseiam em auto-relatos onde, por isso, a única evidência para a existência do orgasmo de tipo vaginal é a dita participante dizer que os tem. Certo. Sexo com penetração com alguma sorte nos traz um orgasmo, se a causa é de facto uma zona especial no interior das paredes da vagina, o mais provável é que não seja: é o clitóris a fazer o seu trabalho de novo, resultado de uns bons movimentos de anca e as coreografias que a actividade de fazer o amor incita. Há evidência em algumas mulheres (poucas) acerca da existência de uma possível estrutura nervosa dentro das paredes da vagina que de alguma forma se conecta com… o clitóris. Por isso querida Humanidade: no orgasmo feminino a chave está no clitóris, no clitóris e no clitóris. O interruptor de prazer infindável também conhecido como ponto G, esse

Se pensarmos no sexo que a evolução nos ensina, talvez nos vejamos presos à ideia de que o orgasmo masculino é o culminar: esperma, bebés, etc., etc. e por isso deixa-nos a questão muito pertinente: para que serve o orgasmo feminino?

já vi referido como o UFO ginecológico. Foram muitas as pessoas que perderam tempo em autópsias para perceber se há uma condição fisiológica para a crença dos tempos modernos. Não há. E agora sinto-me numa daquelas posições estranhas, a destruir fantasias, o irmão mais velho que diz que o Pai Natal não existe. Na verdade nem sei até que ponto as pessoas já sabem disto ou não, mas que a internet está cheia da ideia errada, está. De qualquer forma, não quero de maneira nenhuma menosprezar todo o acto sexual a uma massagem no clitóris, nada disso. Há que atentar a um holismo do sexo, desde preliminares até aos ocasionais mimos pós-coito. O segredo do orgasmo feminino não está tanto na posição geográfica mas de toda a retroalimentação da hormona oxitocina que se exalta das mais variadas maneiras e feitios, de acordo com os desejos de cada um. Existem estudos sobre diferentes tipos de orgasmo que baseiam a sua taxonomia na sensação e intensidade e que variam de acordo com coisas tão simples como ouvir a voz do seu amado, umas fantasias criativas ou outra qualquer taradice, enfim, you name it. Para o lado que o apetite vos virar.


opinião 19

hoje macau quinta-feira 25.6.2015

Leocardo

bairro do oriente

O

Instituto de Acção Social de Macau tem na sua sigla a segunda coisa mais misteriosa, intrigante, suspeita e tétrica. A primeira é o próprio instituto, mas antes de lá irmos, ou melhor, “irsm”, em IASMês (“IASMS”, em IASMês). Este IASM é uma delícia de se pronunciar, experimentem e digam lá se não é: “IASM...“. A experiência pode variar conforme o gosto do freguês; há quem diga o “a” mais aberto, como se estivesse a classificar segundo a pontuação uma sigla que nem sequer forma uma palavra existente. Tristes. Depois há os que prolongam o “m”, como quem sub-repticiamente confessa o que acha disto de dizer as siglas como se fossem palavras. Sabiam que eu NUNCA dizia “IASM”, e quando me referia ao dito cujo dizia “instituidaçãosocial”, assim depressa, mas deixando bem claro que as pessoas entendiam. As pessoas, essas, falavam-me desse tal “IASM”, como se fosse obrigatório toda a gente saber que este som de gato engasgado é a sigla do Instituto de Acção Social de Macau. Por acaso a primeira vez que ouvi alguém pronunciar isto, quase ia a correr à primeira tasca que encontrasse buscar um copo de água, que este era dos grandes, mas afinal não. O IASM dito “IASM” é outra coisa, minha gente. Permitam-me a ousadia: nunca tive um, mas julgo que a sensação com que fico depois de dizer “IASM” é comparável com o que se sente durante o orgasmo clitoriano – e repito: nunca tive um, e não é por vergonha, ou por não querer. É que, pronto, já sabem, cortaram-me as pernas à partida, mas pelo menos foi a única coisa que cortaram. Reparem como os IASMOS (“IASMS”, em IASMês) quiseram mudar de nome, ficando apenas designados por Instituto de Acção Social – ou IAS. Não cola, desculpem, IAS mas agora não vais porque eu não quero. É que só IASM tem o encanto e a musicalidade dos pássaros, nomeadamente as gralhas, corvos, abutres e outros passarões dos mais feios e execráveis que existe. Só IASM se coloca no patamar daquelas localidades brasileiras com nomes épicos, como a cidade baiana de Uauá (do tupi: pirilampo, ou “vaga-lume), ou ainda o estado do Piauí (do tupi: rio dos “piaus”, uma espécie de peixe). A diferença é que IASM não é rio, nem peixe, nem pirilampo nenhum, não senhor. O que é o IASM, afinal, que mais soa a um “miasma” cortado nas pontas, e quem sabe igualmente nocivo? Julgo que o IASM quis tirar o “M” de Macau do nome para assinalar a deserção que fez da própria Macau, virando-lhe as costas. Não sei alguma vez a encarou, ou pelo menos a camada de Macau que têm a responsabilidade de encarar de frente, e dar-lhe uma mãozinha AMIGA. Atenção, não interpretem este “dar uma mãozinha”

Christopher Nolan, Interstellar

IASM, mas não mefost...

como que sugerindo uma agressão ou outro qualquer comportamento violento. Parece excesso da zelo da minha parte estar aqui a referir isto, mas depois explicar isto dez vezes à polícia até ficarem convencidos (e nem sempre ficam), é que deve ser o cabo

das Tormentas. Claro que estou a falar desta polícia, de cá, a de Macau. Nem foi com grande espanto que vi lá uma senhora IASMA (“IASM”, em IASMês) a falar do caso da agressão a uma idosa de Macau, levada a cabo pela sua própria filha,

“O IASM tem aquilo que nenhum departamento de qualquer governo em todo o Braço de Orión tem. O quê, exactamente? Sei lá, se estou a dizer que é algo que não tem paralelo em todo o sistema solar, como é que posso ter uma referência, ou um nome?”

e num local público, junto do Fai Chi Kei. Estavam todos dados, dados pelo (e esta, hein?) pelo próprio IASM, e assim com o próprio, tudo em siglas. Assim sendo, “A família estava referenciada e vinha sendo seguida por nós”, traduzido do IASMes fica qualquer coisa como “tínhamos lá o nome na nossa lista de pessoas que se podem matar umas à outras a qualquer instante, a qualquer momento, e quem sabe agora enquanto estão a ler isto, realiza-se precisamente uma orgia de sangue e carnificina, mas quando os íamos visitar durante dez minutos uma vez por semana, não existiam indícios de violência; pelo menos todos tinham as tripas para dentro, os maluquinhos, coitadinhos”. Sim, eram todos maluquinhos, porque só quem é maluquinho, ou velhinho, ou as duas coisas, fica sob a irresponsabilidade do IASM. Não, não é gralha, é “irresponsabilidade”, mesmo. Esperem, minto (logo existo)! Há os drogadinhos, coitadinhos, que deviam era estar todos presos, os malandros. O IASM tem aquilo que nenhum departamento de qualquer governo em todo o Braço de Orión tem. O quê, exactamente? Sei lá, se estou a dizer que é algo que não tem paralelo em todo o sistema solar, como é que posso ter uma referência, ou um nome? Não deve existir palavra que designe aquilo, é assim, estão a ver o que é “ter lata”? Pois, mas imaginem que iam a sorrir dizer à imprensa que o vosso departamento é um fracasso e a culpa não é de ninguém. Só assim pode alguém da Comissão de Luta Contra a Droga, do IASM, vir apresentar os resultados do seu “combate” nestes termos: “Nós, que andamos aqui a combater a droga, vínhamos apresentar os resultados do nosso esforço, que nem é tão mal pago quanto isso: há mais droga, aumentou o consumo e o número de consumidores. Ah, porque tomam em droga em casa, e não se injectam nos autocarros e nas aulas de yoga, e por isso ninguém sabe. Porquê? Uma das razões pelas quais se drogam é para ‘se divertirem’. Imagine, e nós que sempre pensámos que era porque gostavam de sofrer. Fazer o quê? Ah, sei lá, não podemos andar com eles pela trela, não é? Olha, penas mais pesadas, que assim não chateiam ninguém, e os nepaleses em Coloane que os aturem”. Com aquele incidente velhinha foi a mesma coisa, assim como uma conversa de café: “ah, aquela que deu um arraial de porrada na velha dela? A gente conhece a tipa. Tem problemas, ou lá o que é”. Diplomático foi o secretário Alexis Tam, que sugeriu ao IASM que “estivesse mais atento”, e nas entrelinhas podia-se ler ainda “e façam qualquer coisa, mais do que esse pior que nada, que é só que sabem fazer”. Foi diplomático agora, mas não se admirem se um dia destes aparece por aí a circular um vídeo onde aparece o IASM a levar socos e biqueiradas, sentado numa cadeira de rodas. Fica arriscado a isso, como tudo na vida, e quem é que pode mudar o destino? Não, não é o IASM. Era só uma pergunta retórica...


hoje macau quinta-feira 25.6.2015

BNU Sucursal de Henqin abre em 2016

Banco da esperança O CEO do Banco Nacional Ultramarino (BNU), Pedro Cardoso, prepara-se para inaugurar a sucursal da instituição na Ilha da Montanha entre Julho e Dezembro de 2016. “Esperamos que no próximo mês o projecto [da Ilha da Montanha] possa ser entregue às autoridades da China e a nossa expectativa é que no início do segundo semestre de 2016 possamos estar já com os nossos clientes a celebrar a abertura desta agência”, revelou Pedro Cardoso, CEO do BNU. A estratégia que levou a cabo o posicionamento na Ilha da Montanha é justificada pelo responsável como futuro local de apoio aos clientes residentes em Macau, mas que detêm negócios na China, como são imobiliário, lojas ou empresas de grande envergadura. Ontem foi ainda apresentada uma novidade, à margem da inauguração da exposição dos 113 anos de existência do BNU, na Residência Consular: a empresa vai lançar um novo cartão de crédito já em Julho. “No próximo mês vamos lançar um cartão de crédito extremamente único e inovador em Macau e ao qual vamos dar grande destaque”, revelou o responsável.

Reservas na net

Além disso, Pedro Cardoso frisa a mais recente aplicação do BNU, que permite reservar notas de moedas estrangeiras via internet. “É uma dificuldade que notámos que existe aqui em Macau quando querem comprar moeda estrangeira e

para maior conforto dos nossos clientes, basta ir ao website, requisitar as notas e no prazo máximo de dois dias úteis, as notas estarão disponíveis nos balcões”, explicou o CEO da instituição. Quanto a um balanço da performance do BNU, Pedro Cardoso diz estar “confiante”, mesmo ciente de que este está a ser um ano “difícil”, algo justificado por uma queda da economia. Já no que diz respeito ao posicionamento que diz ser “único” do BNU no mundo, o CEO mostrou-se positivo, uma vez que, como parte da Caixa Geral de Depósitos, passa por ser uma importante ponte de ligação entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Finalmente, Cardoso fala de uma “novidade” que não descortinou, mas que assegura estar relacionada com um “passo muitíssimo grande no sentido de fechar a ponta que nos está a faltar, que é ter o apoio da China continental [com estes países]”. Também o CEO da CGD, José Agostinho Matos disse aos média que a instituição bancária do território teve uma “evolução muito positiva” e que a abertura de mais uma sucursal é apenas parte de um processo natural. “O BNU sempre esteve relativamente imune àquilo que se passou na área europeia e em Portugal em especial, até porque a nossa actividade internacional foi relativamente positiva, seja aqui na China ou em África”, confirmou o dirigente do banco português. Leonor Sá Machado

leonor.machado@hojemacau.com.mo

PATA Helena Senna Fernandes integra direcção

pub

A directora dos Serviços de Turismo de Macau (DST), Helena Senna Fernandes, foi nomeada para a direcção executiva da Associação de Turismo da Ásia-Pacífico (PATA, na sigla inglesa), foi ontem anunciado. De acordo com a DST, Senna Fernandes passa, assim, a integrar o organismo que “determina as políticas e posições de alto nível da PATA, a nível externo e da indústria”. A directora dos Serviços de Turismo de Macau vai também assumir o cargo de presidente do comité de nomeação da PATA, cuja principal função é propor candidatos para cargos vagos na direcção. A PATA, fundada em 1951 e à qual Macau pertence desde 1958, foi presidida, entre 2012 e 2014, por João Costa Antunes, que também já foi director dos Serviços de Turismo de Macau e hoje coordena a comissão do Grande Prémio. Actualmente, a PATA é presidida por Kevin Murphy.

cartoon

Diálogo estratégico e económico china/eua

por Stephff

Pilotos do WTCC interessados em voltar à Corrida da Guia

De olho no regresso T iago Monteiro, Rob Huff, Tom Coronel e Yvan Muller são alguns dos nomes que nos habituamos a ouvir nas notícias no mês de Novembro. Por dez anos consecutivos, o Campeonato do Mundo FIA de Carros de Turismo (WTCC) visitou Macau e alguns destes senhores, todos eles conceituados pilotos de carros de turismo, fizeram parte do quotidiano da semana do Grande Prémio. Contudo, o WTCC despediu-se no final de 2014 do Circuito da Guia e este ano a principal corrida de turismo, cujos regulamentos abrem a porta ao novo conceito de carros de turismo TCR, terá outros intervenientes. A boa notícia é que o WTCC viu-se obrigado a mudar de data da sua última corrida no Qatar, que coincidia com o Grande Prémio do território, permitindo agora aos pilotos do mundial de carros de turismo participarem na “Corrida da Guia de Macau 2.0T – Suncity Grupo”. E o interesse existe. “Mesmo que o WTCC não volte, não quer dizer que eu não

venha cá! Tenho de arranjar alguma coisa para vir a Macau. Há muitas corridas por aí...”, disse Tiago Monteiro ao HM no passado mês de Novembro, enquanto acrescentava que esta decisão vai depender da Honda. “Só tenho 38 anos e vencer em Macau é sempre uma esperança”, relembrou o português. Monteiro é piloto oficial da Honda no WTCC e foi a sua equipa, a italiana JAS Motorsport, quem construiu e é responsável pelo desenvolvimento dos Honda Civic do novo campeonato TCR International Series.

Ambição de vencer

Esta semana, ao saber das alterações do calendário do WTCC, também Rob Huff mostrou interesse em regressar à RAEM. “Sou o piloto de carros de turismo com mais vitórias [no Circuito da Guia] e gostaria de tentar estender esse recorde” disse Huff ao portal TouringCarTimes.com. O vencedor de sete corridas do WTCC no Circuito da Guia

lembra que há “obviamente mais oportunidades” de voltar agora em carros de turismo e disse acreditar nesta hipótese para regressar à sua “pista favorita”. O piloto britânico está confiante que terá ofertas para voltar à prova, porém terá ainda que ter a autorização do construtor automóvel russo Lada, com quem tem contrato no WTCC e que não está envolvido no TCR. O regulamento da “Corrida da Guia de Macau 2.0T – Suncity Grupo” ainda não está acessível, no entanto, de acordo com Chong Coc Veng, Coordenador da Subcomissão Desportiva da Comissão do Grande Prémio de Macau, este ano, “a Corrida da Guia será realizada sob os regulamentos de carros 2.0T. Muitas marcas e modelos estarão aptas a competir, incluindo as que participam no TCR”. O responsável acredita que se pode esperar “esperar uma competição acérrima, o que já é habitual na Corrida da Guia”. Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.