Hoje Macau 25 SETEMBRO 2023 #5342

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A VIA DO MEIO EM PORTUGAL

Governo de acúcar hojemacau

O Governo da RAEM irá injectar dinheiro no Hospital das Ilhas até o complexo se tornar financeiramente independente. O hospital, explorado em parceria público-privada com o Peking Union Medical College Hospital, apenas irá cobrar as taxas praticadas no público a residentes reencaminhados pelos Serviços de Saúde.

www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau OLGA SANTOS GCS
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 25 DE SETEMBRO DE 2023 • ANO XXII • Nº5342
HABITAÇÃO PARA IDOSOS CASAS SEM CASAIS TÁXIS LICENÇAS EXTRA PÁGINA 2 PÁGINA 3 PÁGINA 4
UNIVERSIDADE DE MACAU CENTRO DO UNIVERSO PÁGINA 5
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O centro de estudos judiciários e jurídicos sino-lusófono foi criado através de uma parceria entre a Universidade de Macau e o Supremo Tribunal da China e tem como objectivo promover nos países de língua portuguesa o pensamento do presidente chinês

AUniversidade de Macau (UM) e o Supremo Tribunal da China criaram um centro de estudos judiciários e jurídicos sino-lusófono para promover a ideologia do líder chinês, Xi Jinping, disse o reitor da UM.

Num discurso na cerimónia de inauguração, Song

OChefe do Executivo assegurou ao presidente do Supremo Tribunal Popular Juiz-Chefe, Zhang Jun, que a Lei Básica está a ser implementada “em toda a sua plenitude”, assim como o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”. As garantias foram avançadas, de acordo com uma nota de imprensa do Gabinete de Comunicação Social (GCS), num encontro entre Ho Iat Seng e Zhang Jun, que decorreu na sexta-feira.

Durante o encontro, Ho Iat Seng “indicou que a RAEM tem aplicado, em toda a sua plenitude, a Lei Básica de Macau, e concretizado com o sucesso o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’”.

O político e empresário local destacou também que o seu Executivo está empenhado “em aperfeiçoar a estrutura industrial de Macau”, “impulsionar a diversificação adequada da economia” e construir a “Zona de Cooperação Aprofundada

UM CRIADO CENTRO JURÍDICO PARA PROMOVER PENSAMENTO DE XI JINPING

Oespírito universal

Yonghua disse que um dos objectivos do Centro de Estudos Judiciários e Jurídicos da China e dos Países de Língua Oficial Portuguesa é “a investigação e promoção do Pensamento de Xi Jinping”.

Em Outubro passado, o congresso do Partido Comunista Chinês, que se realiza a cada cinco anos, aprovou uma série de emendas à carta magna do partido, entre as quais a inclusão da ideologia do actual líder.

O chamado “Pensamento de Xi Jinping” inclui uma ênfase na auto-suficiência, controlo político e elevação do estatuto global da China, ao contrário das reformas económicas de Deng Xiaoping que abriram a China ao mundo, nos anos 1980.

Em Outubro, observadores disseram que a decisão tornou também qualquer crítica às directrizes de Xi num ataque directo ao Partido e sinalizou amplo apoio ao líder chinês entre a elite política do país.

Quadros versáteis

Song Yonghua disse ainda que o novo centro pretende apostar na “formação de

quadro jurídicos versáteis” e criar uma base de dados com casos e informações jurídicas da China e dos países lusófonos.

O reitor sublinhou que a Faculdade de Direito da Universidade de Macau ficará responsável pelas operações do centro, mas

que “a direcção e estratégia” virão do Supremo Tribunal da China, cujo presidente, Zhang Jun, esteve presente na inauguração.

Garantias estão dadas

Ho Iat Seng assegura ao Supremo Tribunal Popular aplicação plena da Lei Básica entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Ho Iat Seng terá ainda dito que “deseja continuar a aprofundar a comunicação, o intercâmbio e a reforçar a cooperação nas áreas judiciária e jurídica, com o Supremo Tribunal Popular”, para que todos juntos possam “salva-

guardar um Estado de Direito de qualidade mais elevada” e “reforçarem o nível de gestão do Estado de Direito, no âmbito da construção da Zona de Cooperação Aprofundada”.

Visitante agradado

Por sua vez, o Juiz-Chefe do Supremo Tribunal Popular,

Zhang Jun, terá mostrado agrado com a situação em Macau. “O mesmo responsável disse que gostou de ver o sucesso da implementação do princípio ‘Um País, Dois Sistemas’, o desenvolvimento rápido da sociedade e economia, e a união dos corações da população em Macau”, indicou o GCS, sobre as palavras de Zhang.

O presidente do STP afirmou também “continuará a apoiar as acções governativas da RAEM e as funções dos tribunais de todos os níveis de Macau, desempenhando plenamente o papel de consolidação da fundação de um Estado de Direito”.

Zhang Jun assegurou igualmente que o organismo que lidera vai contribuir para a “estabilidade das expectativas e benefícios a longo prazo, com o objectivo de impulsionar a concretização conjunta da cooperação judiciária de nível mais elevado entre o Interior da China e Macau”. J.S.F.

Song Yonghua disse que o centro pretende ser “uma plataforma de cooperação e intercâmbio”, algo que defendeu ser necessário, uma vez que a “procura de cooperação judiciária tem verificado um acréscimo”.

O reitor da UM, Song Yonghua, disse que o novo centro pretende criar uma base de dados com casos e informações jurídicas da China e dos países lusófonos

De acordo com o relatório anual do Supremo Tribunal chinês referente a 2022, divulgado no passado mês de Março, 99,98 por cento dos acusados por crimes na China foram condenados, sublinhou a organização não-governamental Safeguard Defenders. No ano passado, os tribunais chineses de primeira instância julgaram cerca de 1,43 milhões de processos criminais, sendo que entre os acusados somente 354 foram “declarados inocentes”, um novo mínimo histórico, referiu a Safeguard Defenders.

Zona de Cooperação Ho Iat Seng tenta captar investidores

O Chefe do Executivo apelou aos empresários de Guangdong para investirem em Macau e na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin. O convite foi feito através de um discurso gravado, transmitido a

sexta-feira na Convenção Mundial de Empresários de Guangdong 2023. Ho solicitou aos empresários da província vizinha para “participarem activamente no desenvolvimento de Macau e da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”, para que todos possam partilhar “os benefícios resultantes do crescimento da Zona de Cooperação Aprofundada e da Grande Baía Guangdong, Hong Kong, Macau”. Segundo, o líder do Executivo de Macau, desta forma será possível impulsionar “o desenvolvimento de alto nível da Grande Baía, efectuando novos contributos para a criação geral de um país forte com características de modernização socialista”. Ho Iat Seng destacou igualmente “a vitalidade da pátria”.

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AS associações tradicionais vieram a público criticar os critérios do Governo para as futuras habitações para idosos, que podem resultar na separação de casais, quando um dos cônjuges tem mais de 65 anos e o outro menos de 60.

Parte dos critérios foi revelada na sexta-feira, após uma reunião do Conselho Executivo, e de acordo com a informação disponibilizada, os escolhidos têm de ter mais de 65 anos e viver em prédios sem elevadores.

Além disso, os interessados podem fazer uma candidatura conjunta, para a mesma habitação, com o cônjuge ou um familiar ou amigo com quem habitem, No entanto, esta segunda pessoa precisa de ter, pelo menos, 60 anos.

“Os residentes de Macau que tenham completado 60 anos, mas não 65 anos, e que sejam cônjuge, familiar ou amigo do candidato ao apartamento podem candidatar-se à utilização conjunta do apartamento”, foi revelado como um dos critérios, na sexta-feira.

A opção está a ser criticada pelas associações do campo tradicional. Uma das pessoas a vir público foi a deputada Ella Lei, ligada à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM). Segundo a legisladora, citada pelo Jornal Ou Mun, o critério de 60 anos para os cônjuges ou familiares é demasiado rígido, e, em vez disso, devia ser seguido o exemplo de outras regiões, onde não existe limite ou este está fixado nos 50 anos.

Também Nick Lei, legislador ligado à Associação de Jiangmen, indicou ter

HABITAÇÃO PARA IDOSOS SEPARAÇÃO DE CASAIS GERA ONDA DE CRÍTICAS

Adeus, meu amor

Os casais em que um membro tem mais de 65 anos e o outro menos de 60 anos serão obrigados a separarem-se, para que o mais velho possa viver nas habitações para idosos. Os critérios foram anunciados pelo Governo na sexta-feira

vadores. “O candidato tem de ter completado 65 anos de idade, ser residente permanente da RAEM e possuir capacidade de autocuidado para viver no domicílio”, foi revelado.

Como o regulamento administrativo só deve ser publicado no Boletim Oficial entre hoje e a próxima semana, os critérios para a escolha dos candidatos não são totalmente conhecidos.

Neste sentido, o preço das habitações ficou por revelar, mas o Conselho Executivo indicou que “tem como referência o valor do mercado” e que “varia em função do piso e da orientação do apartamento”.

CANDIDATURAS EM NOVEMBRO

O Instituto de Acção Social (IAS) prevê começar a aceitar candidaturas para as habitações para idosos em Novembro, de acordo com um comunicado feito na sexta-feira. Quanto à utilização das novas casas, esta ainda deverá demorar quase um ano. Segundo o planeamento apresentado, em Novembro começam as candidaturas. A aprovação deverá ser concluída entre Abril e Junho do próximo ano, ao mesmo tempo que decorrem as “obras de remodelação e da montagem da residência”, que estarão prontas até Setembro do próximo ano. A utilização das fracções pelos idosos está assim estimada para o final de 2024, algures entre Outubro e Dezembro.

Administração Alterado estatuto do Instituto de Habitação

O Governo anunciou uma alteração ao estatuto do Instituto de Habitação, com o objectivo de “aperfeiçoar as disposições relativas ao funcionamento” do conselho administrativo. As alterações vão ser feitas através da revisão ao regulamento administrativo que define a

organização do organismo, mas os pormenores não foram reveladas em detalhe. Porém, segundo a informação veiculada pelo Conselho Executivo, a mudança “simplificou os procedimentos relativos à composição dos membros do Conselho Administrativo”

e “definiu claramente a forma de nomeação e o mandato do representante da Direcção dos Serviços de Finanças”. O regulamento que vai permitir conhecer todas as alterações anunciadas deverá ser publicado entre hoje e a próxima semana no Boletim Oficial.

recebido queixas de casais que temem ser separados, se o membro mais velho optar por viver na residência para idosos.

O deputado apontou ainda, citado pelo Ou Mun, que o Governo devia ter tido maior consideração pelo facto de os idosos independentes viverem com

pessoas mais novas que ajudam a tratar das suas necessidades.

Preços por revelar

Apenas as pessoas independentes com mais de 65 anos vão poder habitar nas casas para idosos. Os escolhidos têm de ter mais de 65 anos e viver em prédios sem ele-

O Conselho do Executivo destacou também que vão ser considerados aspectos como “as condições da moradia actual do candidato”, “a actual situação de coabitação do candidato”, “o período de anos de residente” e “o tempo de residência do candidato em Macau”.

O processo vai ficar a cargo do Instituto de Acção Social e se um ou mais candidatos ficarem empatados, será feito um sorteio para decidir a ordem da atribuição dos apartamentos.

Por outro lado, quem não tiver acesso a um apartamento, por falta de fracções, vai ser colocado numa lista de espera. João Santos Filipe

Biblioteca Central Ron Lam questiona fim de estacionamento

O deputado Ron Lam questiona as autoridades, em interpelação escrita, sobre as razões para a não inclusão de um parque de estacionamento no âmbito do projecto da nova Biblioteca Central. O deputado recordou que a 10 de Setembro de 2020, quando foram

apresentadas quatro propostas arquitectónicas para o projecto, todas incluíam um parque de estacionamento subterrâneo. Além disso, lembrou, no início deste ano não foi vetada a inclusão de um parque pelos membros do Conselho do Planeamen-

to Urbanístico. Contudo, o Executivo acabou por desistir dessa intenção porque um parque terá “impacto na configuração global das funções [do empreendimento] e na circulação”. Sem parque de estacionamento, Ron Lam perguntou qual será o orça-

mento do projecto, bem como as alternativas pensadas, dada a falta de lugares para estacionar. Assim, é sugerida a ligação ao terreno da Escola Secundária Luso-Chinesa de Luís Gonzaga Gomes para construir um parque de estacionamento.

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O preço das habitações ficou por revelar, mas o Conselho Executivo indicou que “tem como referência o valor do mercado”

TÁXIS GOVERNO EQUACIONA EMITIR 500 LICENÇAS NOVAS

Reforços a caminho

Apesar de inicialmente ter revelado a vontade de emitir 300 licenças de táxis no próximo concurso público, face à procura, o Executivo admite lançar 500 licenças. A informação foi revelada pelo director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego

OGoverno está a estudar a possibilidade de lançar 500 licenças novas para táxis, apesar de inicialmente ter indicado que seriam lançadas 300. A informação foi revelada por Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, na sexta-feira, depois de uma reunião do Conselho Executivo.

“Antes tínhamos estudado a possibilidade de lançar mais 300 licenças. Neste momento, estamos a estudar a procura e as necessidades dos cidadãos e dos turistas, e no futuro podemos emitir 500 licenças, em vez das 300 planeadas”, admitiu Lam Hin San, durante a conferência de imprensa.

Apesar da possibilidade, o cenário ainda está longe de ser concretizado.

“Só vamos ter mais pormenores [sobre o número de licenças] depois de concluirmos o estudo e termos os documentos oficiais [do concurso público para atribuição de licenças] prontos para publicar”, acrescentou.

Na sexta-feira, o Governo terminou a discussão do regulamento administrativo complementar à

lei de táxis, que define as regras para os concursos públicos de atribuição das novas licenças.

A DSAT é a entidade adjudicante dos concursos públicos para a atribuição de licenças e a responsável pelos procedimentos do concurso. No entanto, o

director admite ser difícil fazer uma estimativa, neste momento, sobre quanto tempo que vai demorar até os novos táxis entrarem em circulação.

“Cremos que os procedimentos para emitir as novas licenças podem acontecer muito em bre-

apontado pela DSAT em Julho deste ano.

Contudo, a decisão de emitir 500 licenças em vez de 300 deverá ter alguma oposição dos conselheiros do Governo, próximos da indústria taxista. Em Julho, Ku Heng Cheong, vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, pediu que qualquer decisão para lançar mais de 300 licenças fosse tomada “de forma prudente”.

Na mesma altura, também o secretário-geral da Associação Choi In Tong Sam e ex-vogal do Conselho Consultivo do Trânsito, Kou Ngon Fong, defendeu que não era boa ideia para disponibilizar demasiados alvarás de táxis, para evitar o aumento da concorrência.

“Não é oportuno nesta fase que o Governo disponibilize demasiados táxis no mercado. O Governo pode, por exemplo, atribuir entre 200 a 300 alvarás nesta fase e, caso as reacções sejam positivas e o mercado absorva a oferta, voltar a atribuir mais alvarás daqui a um ou dois anos”, sustentou Kou Ngon Fong. Como acontece nas conferências de imprensa do Conselho Executivo, o conteúdo das propostas de lei e dos regulamentos administrativos nunca é revelado na sua totalidade, até entrar na Assembleia Legislativa, no caso das leis, ou ser publicado em Boletim Oficial, como acontece com o regulamentos administrativos.

NOVO BAIRRO DE MACAU QUASE 90% DIZ PRECISAR DE HIPOTECA

UM inquérito realizado pela Sociedade de Renovação Urbana de Macau junto dos residentes conclui que cerca de 88 por cento diz necessitar de pedir um empréstimo hipotecário para comprar uma casa no Novo Bairro, enquanto 75 por cento “espera que exista um centro de vendas em Macau para a apresentação de candidaturas”.

Relativamente ao crédito da habitação, a sociedade “tem contactado instituições financeiras, propondo que os residentes de Macau possam usufruir de um rácio máximo de 80 por cento ou mesmo de 90 por cento do valor do empréstimo para as unidades residenciais” do Novo Bairro. Segundo um comunicado divulgado ontem pela Macau Renovação Urbana, “o feedback das entidades relevantes tem sido, até à data, positivo”.

ve. Mas quanto tempo vai durar ao certo toda a formalidade, não consigo responder”, confessou.

Oposição do sector

Desde 2019, antes do início da pandemia, expiraram cerca de 400 licenças de táxis. O número foi

OBRAS PÚBLICAS 25 PROJECTOS CONCLUÍDOS ATÉ 2027

U M total de 25 projectos de construção pública, incluindo infra-estruturas governamentais, o novo hospital ou habitação pública deverão ficar prontos até 2027. Um dos exemplos é a conclusão, no próximo ano, das habitações para idosos na Avenida do Nordeste, ou ainda os diversos projectos para a zona A dos novos aterros.

A estimativa consta no relatório de actividades da Direcção

dos Serviços de Obras Públicas (DSOP), que revela ainda que, no ano passado, este organismo contou com um orçamento do PIDDA (Plano de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração) de 14,2 mil milhões de patacas, com uma taxa de execução orçamental de 91 por cento. No ano passado foram ainda lançados 46 concursos públicos e

consultas para a realização de obras, tendo sido concluídas 29. Há ainda 56 obras em curso, enquanto estão em fase de concepção e estudo 36 projectos. Em matéria de segurança de infra-estruturas, foram realizadas seis inspecções, verificados 30 taludes com risco de derrocada, procedendo-se ainda à actualização contínua da Rede de Informação sobre a Segurança dos Taludes, descreve o relatório.

Porém, foi indicado que o regulamento vai definir os requisitos de participação, os prazos, caderno de encargos do concurso e até o direito de impugnação dos concorrentes, no caso de não concordarem com as decisões tomadas. João Santos Filipe

A empresa tem recolhido opiniões dos residentes “sobre a possibilidade de se tornarem proprietários através de múltiplas plataformas” no Novo Bairro, sendo que “os três principais tipos de lojas que os residentes esperam que existam [no bairro] são de alimentação e bebidas, supermercados e serviços de subsistência”. Pretende-se, assim, “atrair mais marcas de produtos alimentares e bebidas para abrir um negócio nos mais de 5.000 metros quadrados de espaço comercial do bairro”, além de se criarem “instalações completas de educação básica”.

Foi já criado um centro de vendas de apartamentos em Hengqin e em Macau, estando a ser preparado um sistema de candidaturas online. O projecto promete ainda oferecer mais de quatro mil lugares de estacionamento, estando a ser analisada a possibilidade de providenciar mobiliário completo, em que os compradores das casas podem escolher um de vários pacotes de mobiliário a diferentes preços.

O projecto do Novo Bairro está na fase de inspecção, que deverá estar concluída este mês, estando a ser executados trabalhos de paisagismo e construção de estradas.

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Lam Hin San, director da DSAT “Não consigo prever quanto tempo vão demorar todas as formalidades”

Semana Dourada Esperada ocupação hoteleira superior a 90%

A directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, antecipa uma taxa de ocupação dos hotéis acima de 90 por cento, face à expectativa de que durante a Semana Dourada o número de turistas a entrar no território possa ser superior a 100 mil por dia. Apesar das previsões, se-

gundo o jornal Ou Mun, a responsável indicou que até agora os preços dos quartos não mostram grande flutuação. Por outro lado, a responsável destacou que a DST e a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego estão em contactos para aumentar o número de autocarros a circular em

ATÉ haver lucros, o Governo está preparado para injectar todo o dinheiro que for preciso para garantir o funcionamento do Hospital das Ilhas, que é explorado num modelo de parceria público-privada com o Peking Union Medical College Hospital. O compromisso foi deixado por Lei Wai Seng, coordenador do Gabinete Preparatório do Complexo de Saúde das Ilhas, na sexta-feira.

Apesar de os residentes apenas poderem recorrer aos serviços do novo Hospital quando reencaminhados pelos Serviços de Saúde, caso contrário pagam taxas aplicadas num hospital privado, Lei Wai Seng destacou que todo o investimento é feito em nome do “serviço público.

“A tarefa principal é o serviço público e, para o serviço público, claro que o Governo tem de injectar parte do orçamento. Em 2024, temos um orçamento para injectar no Centro Médico e para adquirir equipamentos”, afirmou Lei, após o Conselho Executivo, ter aprovado os Estatuto do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas – Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital.

Apesar de o orçamento para o próximo ano ter sido abordado, o valor não foi revelado.

No entanto, Lei Wai Seng referiu que desde o início do projecto “até ao momento” foram gastos 13 mil milhões de patacas e que o valor vai continuar a subir. “Para o desenvolvimento do Centro Médico precisamos de adquirir mais equipamentos. Temos a certeza que vai ser necessário mais dinheiro para gerir e fazer funcionar o Centro Médico”, vincou. “Esta é a primeira injecção, e ainda não comprámos todos os equipamentos que necessitamos”, acrescentou.

No futuro, o Executivo espera deixar de ter de injectar dinheiro

Economia Inflação subiu quase um por cento em Agosto

Macau, assim como para reforçar a capacidade das várias paragens. Estas alterações são feitas com o objectivo de responder ao crescimento antecipado da procura pelos meios de transporte colectivos, mas também para oferecer alternativas, que levem à dispersão do fluxo de turistas.

A taxa de inflação em Macau subiu 0,99 por cento durante Agosto face ao mesmo mês do ano passado, indicam dados oficiais divulgados na sexta-feira. “O crescimento foi impulsionado, principalmente, pela ascensão dos preços

das refeições adquiridas fora de casa, das excursões, dos quartos de hotéis e do vestuário”, bem como “das propinas escolares”, de acordo com um comunicado da Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC). “Todavia, a diminuição

HOSPITAL DAS ILHAS INJECÇÃO DE CAPITAL ATÉ HAVER LUCRO

De carteira aberta

Até que o Hospital das Ilhas se torne financeiramente independente, o Executivo está pronto para injectar o dinheiro que for necessário. Em cima da mesa está também a possibilidade de o hospital abrir representações fora do território

das rendas de casa e a queda dos preços dos bilhetes de avião compensaram parte do crescimento do índice de preços”, acrescentou. Em Agosto, o índice de preços no consumidor cresceu 0,04 por cento face ao mês de Julho, referiu a DSEC.

na infra-estrutura: “Actualmente, o Centro Médico está isento de impostos. E no futuro vai reservar parte dos lucros, para o seu desenvolvimento. Desta forma, o Governo pode deixar de investir. Queremos que o Centro Médico seja auto-suficiente”, completou.

Abrir representações

À luz do novo estatuto, o Centro Médico de Macau do Peking Union Medical College Hospital vai ainda poder abrir representações fora do território, como na Zona de Cooperação Aprofundada, na Ilha da Montanha.

Esta opção foi explicada por Lei Wai Seng com a política de diversificação da economia de Macau e a aposta no desenvolvimento do sector da saúde.

“A tarefa principal é o serviço público e, para o serviço público, claro que o Governo tem de injectar parte do orçamento.”

LEI WAI SENG GABINETE PREPARATÓRIO DO COMPLEXO DE SAÚDE DAS ILHAS

“Uma das competências é desenvolver a área de Big Health, e dependendo das necessidades do desenvolvimento, podem ser estabelecidos hospitais afiliados com o Centro Médico, por exemplo em Hengqin ou estabelecer uma base de estudo com outras entidades”, foi explicado pelo coordenador do Gabinete Preparatório do Complexo de Saúde das Ilhas.

O regulamento do hospital vai entrar em vigor a 1 de Outubro e o Centro Médico deverá começar a operar até ao final do ano. João Santos Filipe

TURISMO AGÊNCIAS DE VIAGEM PERDERAM UM QUINTO DOS TRABALHADORES NO ANO PASSADO

NO ano passado, as agências de viagem perderam um quinto dos trabalhadores, em comparação com 2021. Os dados sobre as agências de viagens foram divulgados na sexta-feira pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC).

Segundo a informação divulgada, no ano passado, o terceiro da pandemia e da política de isolamento, as agências tinham 2.204 empregados, menos 558 trabalhadores em comparação com 2021, quando o número de pessoas no sector era de

2.792. Esta é uma diferença de 21 por cento, ou seja, uma perda superior a um quinto da mão-de-obra da indústria no espaço de um ano.

No que diz respeito às perdas, houve uma melhoria. Em 2021, os prejuízos brutos reportados pelas diferentes

agências tinha atingido os 127 milhões de patacas e no ano passado, também com os despedimentos, foi encurtado para 91 milhões de patacas. Quando é tido em conta que no ano passado havia 174 agências a operar em Macau, as perdas totais

representam uma média de 517 mil patacas em prejuízos por agência.

“As receitas e despesas das agências de viagens cifraram-se em 1,60 mil milhões e 1,69 mil milhões de patacas, respectivamente, as quais baixaram 19,8

por cento e 20,3 por cento, em termos anuais”, indicou a DSEC.

Também o número de agências teve uma redução entre 2021 e 2022, com uma redução de oito agências, de 184 para 176 no ano passado.

sociedade 5 segunda-feira 25.9.2023 www.hojemacau.com.mo

LIVRO EMPRESAS FAMILIARES CHINESAS RESOLVEM DISPUTAS INTERNAMENTE

Negócios em família

IC ARTESANATO DE MACAU EM FOSHAN

DECORREU este fim-de-semana, entre sexta-feira e ontem, a Feira de Artesanato de Macau no espaço Lingnan Tiandi, considerado o maior bairro histórico e cultural da cidade de Foshan. Foram exibidos produtos de 50 marcas culturais e criativas, provenientes de Macau e do Interior da China, num evento que, além da vertente expositória, integrou ainda diversos espectáculos musicais.

Com co-organização do Instituto Cultural (IC), o evento incluiu cerca de 40 marcas culturais e criativas de Macau, com produtos tão diversificados como vestuário,

LINGUÍSTICA APEL0 AO RECONHECIMENTO DE LÍNGUAS MINORITÁRIAS

acessórios, tecidos tricotados ou peças de cerâmica. Para a parte musical foram convidados oito grupos de cantores e bandas de Macau.

O IC aponta, em comunicado, que tem desenvolvido diversas actividades promocionais este ano para que “as entidades culturais e criativas de Macau entrem no mercado da Grande Baía”, tendo em conta também a habitual organização da Feira de Artesanato do Tap Siac, um “projecto cultural e criativo desenvolvido no âmbito do ‘Plano de Desenvolvimento Cultural e Turístico da Grande Baía”.

ASSOCIAÇÕES e investigadores da Península Ibérica defenderam em Picote, Miranda do Douro, que as línguas minoritárias estão na base da construção europeia e apelaram à vontade política para o seu reconhecimento, como é o caso do mirandês. “Uma das bases da construção europeia assenta na sua diversidade linguística e cultural, e por isso urge criar mecanismos de salvaguarda de idiomas como o galego, asturiano ou o mirandês que têm origem no asturo-leonês, isto no caso peninsular”, disse à agência Lusa o linguista e presidente da Associação Frauga, António Bárbolo Alves. Este apelo às entidades europeias foi efectuado no decurso da

1.ª Fiesta de las Lhénguas, iniciativa que visa assinalar a diversidade cultural e linguística ibérica, na qual se inclui a língua mirandesa e que decorreu até ontem em Picote, Miranda do Douro, no distrito de Bragança.

“As línguas europeias a relacionarem-se mutuamente só se enriquecem mutuamente”, reforçou António Bárbolo Alves.

O especialista em asturiano Nicolas Bartolomé, por seu lado, alertou para a fragmentação política no mesmo espaço identitário, que faz com que as línguas minoritárias percam espaço e acabem ameaçadas.

“No espaço europeu, o que conta são as grandes línguas como o inglês, o

francês, o português, o castelhano. O mirandês, com os seus parentes linguísticos do outro lado da fronteira como o asturiano ou o galego têm muitas dificuldades em sobreviver. Para resistir à globalização é necessário realizarem-se encontros de especialistas em línguas minoritários para melhor se perceber as suas raízes comuns, para se poderem criar estratégias de resistência linguística e cultural”, defendeu.

O investigador Xosé Iglésias Cueva, da Academia de la Llingua Asturiana, recordou por seu lado que o mirandês é uma língua oficial em Portugal enquanto o galego e o asturiano ainda não alcançaram este ambicionado estatuto em Espanha.

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APRESENTADO no sábado, o livro “Responsabilidade dos administradores perante a sociedade e os credores em MacauUma contextualização”, do jurista João Vieira Guedes, conclui que grande parte das empresas familiares chinesas opta por resolver os problemas internamente, sem recorrer a tribunal.

A obra de João Vieira Guedes conclui também que grande parte das empresas de Macau funciona mediante um modelo confucionista, de “respeito pela hierarquia e evitando o confronto”

“A razão pela qual não há praticamente processos contra administradores em Macau não se deve ao facto de existirem empresas com uma administração de excelência, mas porque as disputas são resolvidas internamente”, contou o autor ao HM, acrescentando que, em grande parte dos casos, as problemáticas das sociedades familiares chinesas são resolvidas “pelo patriarca”, ou fundador.

No topo do mundo

Os processos em tribunal associados ao universo da Sociedade de Turismo e Diversões de Macau (STDM), fundada pelo magnata Stanley Ho, constituem uma excepção à regra. João Vieira Guedes defende que os descendentes do patriarca, formados muitas vezes no estrangeiro, com outros valores empresariais, “adoptam algumas idiossincrasias dos sítios onde estiveram”, começando a haver “uma certa modernização ou alteração de mentalidade” quanto à forma como as disputas são resolvidas.

Sem alterar a lei

Outra das ideias deixadas pelo livro de João Vieira Guedes é que não é necessário alterar a legislação local para abraçar o conceito de “Business Judgment Rule” [Regra do Julgamento de Negócios], presente na jurisdição americana desde o século XIX.

“Não faz sentido alterar a lei porque a legislação que temos é suficiente, e isso abre caminho para as sociedades familiares chinesas. O espírito ocidental é de confronto, em que se ataca o administrador quando este não executa bem a sua função, mas nas sociedades familiares chinesas a responsabilidade do administrador não é tão importante, mas sim o controlo da empresa. Resolvem-se as coisas internamente e não sei vai para tribunal, ao contrário das sociedades ocidentais”, adiantou.

A obra de João Vieira Guedes, resultado da tese de mestrado defendida na Universidade de Macau, conclui também que grande parte das empresas de Macau funciona mediante um modelo confucionista, de “respeito pela hierarquia e evitando o confronto”.

Este tipo de empresas caracteriza-se ainda por ter uma pequena dimensão ou uma estrutura organizacional simples, sendo que a propriedade e o controlo “estão nas mãos da família e parentes próximos, ou na família em sentido amplo e amigos próximos”.

A empresa é encarada como património familiar, “o que faz com que não exista separação entre controlo e propriedade”. Além disso, “o processo decisório é centralizado”.

Por norma, as sociedades familiares chinesas atravessam ainda quatro fases, nomeadamente a “emergente, centralizada, segmentada e de desintegração”. “Costuma dizer-se que as sociedades familiares chinesas não duram 100 anos, ao contrário de algumas sociedades ocidentais. Há uma disputa pelo poder e pelo controlo da sociedade, e há um grande risco de esta não ter sucesso devido à competição pelo seu controlo”, adiantou o autor. Andreia Sofia Silva

PORTUGAL LÍDIA JORGE VENCE PRÉMIO EDUARDO LOURENÇO

Aescritora

Ofotógrafo Edgar Martins, ex-residente em Macau actualmente radicado no Reino Unido, acaba de vencer mais um prémio internacional. Desta vez foi considerado o melhor fotógrafo na categoria de filme nos International Photography Awards nos Estados Unidos, distinção que no mesmo patamar de prestígio e importância que os prémios Sony, que em Abril deste ano distinguiu Edgar Martins como o fotógrafo do ano. Nesta competição, Edgar Martins venceu na categoria de “Filme / Retrato Analógico” com uma selecção de imagens intitulada “Our War” [A Nossa Guerra], retiradas do novo projecto “Anton’s hand is made of guilt, no muscle or bone. He has two clinically depressed fingers and an angry thumb”.

Zhai Honggang, membro do júri, considerou que, neste traba-

lho, Edgar Martins “usa imagens ricas para expressar o seu tema”, além de que “cada fotografia é excelente e tem um elevado nível de conclusão”. Já Angelika Hala defende que se trata de uma série de imagens que ligam “lugares e pessoas dos últimos dias de vida de um amigo”, sendo um trabalho “triunfante na sua memória colectiva, memorializando uma existência, criando um monumento”.

Amizade e mistério “Produzido na Líbia e no Norte de África, o meu trabalho tem como ponto de partida uma investigação especulativa sobre a morte e o desaparecimento do meu amigo próximo, o fotojornalista Anton Hammerl, durante a guerra da Líbia em 2011. Os seus restos mortais estão desaparecidos até aos dias de hoje”, descreve Edgar Martins.

Desta forma, “ao reconstituir os passos de Anton, os locais que visitou e onde encontrou o seu fim, ao interagir com as pessoas que conheceu ou fotografou e com outras pessoas envolvidas ou afectadas pelo conflito (combatentes, civis, dissidentes líbios escondidos), ao procurar intersecções significativas entre as nossas viagens, consegui pôr-me na sua pele, mesmo que momentaneamente”, acrescentou. De frisar que a entrega do prémio dos International Photography Awards decorre dia 30 de Outubro no Carnegie Hall, em Nova Iorque.

Este mesmo projecto sobre o desaparecimento de Anton Hammerl levou Edgar Martins a vencer na categoria “Juror’s Choice”, ou seja, o favorito do júri, nos Hariban Photography Prize, mais especializado e virado para a fotografia artística. A.S.S.

portuguesa

Lídia Jorge é a vencedora da 19.ª edição do Prémio Eduardo Lourenço, anunciou o Centro de Estudos Ibéricos (CEI). “O júri, por unanimidade, decidiu que o Prémio Eduardo Lourenço em 2023 será atribuído à escritora Lídia Jorge”, revelou o presidente da Câmara Municipal da Guarda, Sérgio Costa, e elemento da direcção do CEI.

O autarca realçou que se dá assim “uma dimensão maior ao Pré-

mio Eduardo Lourenço, que já não é só da Ibéria, mas também da Ibero-americana, tendo em conta a sua presença naquelas latitudes”.

O vice-reitor da Universidade de Coimbra, Delfim Leão, sublinhou que, tendo em conta

que “o Prémio Eduardo Lourenço tem sido maioritariamente até agora masculino, não deixa de ser interessante o galardão atribuído a Lídia Jorge. Vem reforçar a presença feminina no leque de premiados, ela que é

precisamente um dos arautos por excelência dessa visibilidade das vozes femininas através da sua obra”.

O vice-reitor da Universidade de Salamanca, José Mateos Roco, destacou que “foi uma decisão muito pensada, muito ponderada, foram valorizados todos os pontos de vista, mas a figura da premiada foi a que mais reunia condições para este ano ser vencedora, sobretudo nessa nova dimensão que se pretende do prémio”.

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São raros os processos judiciais gerados por disputas em empresas familiares chinesas devido ao respeito hierárquico e à resolução interna dos problemas. Esta é uma das conclusões do novo livro de João Vieira Guedes, “Responsabilidade dos administradores perante a sociedade e os credores em Macau – Uma contextualização”
PAULO SPRANGER/GLOBAL IMAGES

INQUIRIÇÕES SÍNICAS O gesto de uma

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GULIANG,
TINGBIAO,
JIN
WUHUANG PU (ALBUM) JIN
AS AULAS DE BAN ZHAO

uma inesquecível heroína de Jin Guliang

BAN ZHAO (45/49-c.117/120), a historiadora que continuou a obra do seu pai Ban Biao (3-54) e do irmão Ban Gu (32-92), na escrita do grande Livro dos antigos Han, Qianhan Shu, fazendo do seu ofício da memória um assunto de família, seria objecto de múltiplas figurações que a tornaram mais próxima de sucessivas gerações que desejaram olhar o rosto da pessoa de quem recebiam o testemunho.

Jin Tingbiao (?-1767), pintor próximo do imperador Qianlong, retratou-a a partir de um facto da sua história que refere as suas frequentes chamadas à corte. Nessa pintura, a historiadora — casada com o alto funcionário Cao Shou e por isso também lembrada como Cao Dagu, «a venerável Senhora Cao» — está sentada com um pincel na mão, ensinando (tinta e cor sobre papel, no Museu do Palácio Nacional em Taipé).

Ela está no canto de uma sala aberta por duas janelas de onde se entrevê um jardim significante com rochas de literatos e uma ameixieira em flor, rodeada de duas senhoras e crianças. De uma das janelas em forma de lua passa uma criança, uma outra ao colo estica o braço, provocando sobressaltos que aproximam a cena do observador.

Mais tarde a senhora Cao Zhenxiu (1762-1822) recordou-a num de dezasseis poemas sobre mulheres que não deveriam ser esquecidas, confiando ao pintor Gai Qi (1773-1828) as respectivas ilustrações.

Nesse álbum (tinta sobre papel, 24,8 x 16,8, no Met-

museum), o pintor imaginou-a também sentada a uma mesa, com duas senhoras que chegam com livros para juntar aos que já se encontram sobre a mesa. Segura na mão esquerda um livro aberto, com a outra mão juntando o polegar e o dedo médio, numa posição subtil e elegante, semelhante a um daqueles gestos que fazem a ligação entre o corpo e a mente transmitidos pelo Budismo, designados mudras (shouyi), neste caso o shunya mudra que alude à tranquilidade que brota do vazio. Um gesto que se apreciará noutras biografias pintadas, um género que alcança grande popularidade num álbum de xilogravuras publicado em 1694. Jin Shi, também conhecido como Jin Guliang (c.1625-95), é o autor das figuras pintadas e dos poemas desse livro que conta as biografias de quarenta personalidades notáveis através da História, homens e mulheres entre elas, Ban Zhao. Em Wushuang pu, «Registo de heróis incomparáveis», são assinaladas individualidades que viveram entre a dinastia Han (206 a. C.- 25 a.D.) e a dos Song (1127-1279). Jin Guliang, com outros pintores como Chen Hongshou ou Cui Zizhong, fez parte do ressurgimento da pintura de figuras humanas tal como fora praticada por artistas como Zhou Wenju (act. 942-61). As pinturas gravadas por Zhu Gui (1644-1717) seriam depois modelos reproduzidos em pinturas e porcelanas. Na de Ban Zhao ela está só, sentada numa cadeira decorada, na mão esquerda o livro aberto, a direita repete aquele gesto delicado que acalma.

VIA do MEIO 25.9.2023 segunda-feira 8-9
Paulo Maia e Carmo GAO QI, BAN ZHAO SENTADA À SUA MESA DE TRABALHO

TECNOLOGIA PM PEDE AJUDA PARA SE ALCANÇAR A AUTOSSUFICIÊNCIA

Oprimeiro-ministro chinês apelou a uma maior participação das pequenas e médias empresas (PME) nas iniciativas nacionais de autossuficiência tecnológica e estabilização das cadeias industriais, noticiou a imprensa oficial.

“A China atravessa uma encruzilhada crucial no que diz respeito ao desenvolvimento de alta qualidade. Devemos aumentar ainda mais a confiança no desenvolvimento e manter a determinação em promover a transformação e modernização da indústria”, disse Li Qiang, durante uma visita a várias empresas em Pequim.

Li, que assumiu o cargo há meio ano, pediu que se concentrem esforços na inovação “de alto nível, inteligente e verde”. O primeiro-ministro chinês prometeu “políticas mais selectivas e eficazes” e “serviços mais práticos e oportunos”, ao oferecer apoios sob a forma de financiamento, incentivos fiscais ou protecção dos direitos de propriedade intelectual das empresas.

Face a uma prolongada guerra comercial e tecnológica com os Estados Unidos, a China está a promover a autosuficiência em sectores tecnológicos chave.

Em particular, Washington, em coordenação com Japão e Holanda, bloqueou o acesso do país a ‘chips’ semicondutores avançados, componentes essenciais para o fabrico de alta tecnologia e que têm aplicações militares.

Em Março, durante a cimeira anual da Assembleia Popular Nacional, o órgão máximo legislativo da China, o Presidente chinês, Xi Jinping, apelou a que se “trabalhe para alcançar uma maior autossuficiência tecnológica”, visando “contribuir para a força nacional”, perante as medidas tomadas por vários países.

ECONOMIA PEQUIM E WASHINGTON FORMAM GRUPOS DE TRABALHO NA ÁREA FINANCEIRA

A arte do negócio

O Departamento do Tesouro (Finanças) dos Estados Unidos e o Ministério das

LIDERADOS pela secretária do Tesouro norte-americana, Janet Yellen, e pelo vice-primeiro-ministro chinês, He Lifeng, os grupos de trabalho serão divididos em segmentos económicos e financeiros.

Os grupos de trabalho “vão estabelecer um duradouro canal de comunicação entre as duas maiores economias do mundo”, disse Yellen numa série de publicações na rede social X (antigo Twitter) que pormenorizam este anúncio. “[Os grupos] vão constituir importantes fóruns para comunicar os interesses e preocupações dos Estados Uni-

dos, promover uma competição económica mais salutar entre os nossos dois países e no interesse dos trabalhadores e empresários norte-americanos”, referiu.

O anúncio ocorre após a deslocação à China este ano de altos responsáveis da administração norte-americana, e que podem indicar um

possível encontro entre o Presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Novembro, no decurso da conferência económica Ásia-Pacífico em São Francisco.

A China é um dos principais parceiros comerciais dos EUA, e a competição económica entre os dois países aumentou nos últimos

O anúncio ocorre após a deslocação à China este ano de altos responsáveis da administração norteamericana, e que podem indicar um possível encontro entre o Presidente Joe Biden e o seu homólogo chinês, Xi Jinping, em Novembro

TAIWAN DISSIDENTE FOGE E PEDE AJUDA PARA OBTER ASILO NOS EUA OU CANADÁ

UM dissidente chinês conhecido por assinalar regularmente a repressão de 1989 aos manifestantes pró-democracia na Praça Tiananmen, em Pequim, fugiu para Taiwan na sexta-feira e pediu ajuda para procurar asilo nos

Estados Unidos ou no Canadá. Chen Siming divulgou, através de um vídeo na rede social X (antigo Twitter), que estava na área de trânsito (área internacional) do Aeroporto Internacional de Taoyuan, para escapar da perseguição

política chinesa. “Os métodos de manutenção da estabilidade da polícia chinesa dirigidos a mim estavam a tornar-se cada vez mais cruéis e loucos”, frisou este chinês na sua publicação. “Detiveram-me à vontade, sem seguir os procedimentos

legais. Ficaram com o meu telemóvel e até me deram uma avaliação psiquiátrica. Não posso mais continuar a aceitar a destruição da minha dignidade pessoal, o atropelamento da minha honra e a ameaça ao meu corpo”, acrescentou. Em-

bora não seja claro como Chen conseguiu viajar para Taiwan, o dissidente chinês referiu à agência Associated Press (AP) que deixou a China em 22 de Julho, rumo a Taiwan. Chen sublinhou que, desde 2017, a polícia o prendeu todos os anos,

anos. Os dois ministros das Finanças concordaram em encontrar-se “com regularidade”, indicou o Departamento do Tesouro. Yellen, juntamente com outros membros da administração Biden, deslocaram-se à China no corrente ano após o Presidente democrata ter solicitado a altos responsáveis oficiais para “manter contactos e intensificar os esforços construtivos” e após o encontro que manteve com Xi em Bali, em 2022.

Moldes feitos

A formação destes grupos de trabalho surge após o encontro mantido na segunda-feira da semana passada entre o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o vice-presidente da China à margem da Assembleia geral a ONU em Nova Iorque. No entanto, a formação de grupos de trabalho entre os EUA e a China não são uma novidade. Em 2005, dois senadores norte-americanos estabeleceram um grupo de trabalho entre legisladores dos dois países. Em Agosto, a secretária do Comércio, Gina Raimondo, indicou pretender promover um grupo de trabalho com o ministro do Comércio chinês, Wang Wentao, integrado por responsáveis oficiais e representantes do sector privado para “procurar soluções nas áreas do comércio e investimentos”.

principalmente na data das comemorações anuais da repressão de 4 de Junho na Praça Tiananmen, em Pequim. O período de detenção mais curto durou uma semana, seguindo-se 15 dias e depois períodos mais longos, denunciou.

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Finanças da China anunciaram dois grupos de trabalho na área económica com o objectivo de diminuir as tensões e aprofundar a relação entre os dois países

ONU PEQUIM SALIENTA A SUA “FIRME VONTADE” EM RELAÇÃO A TAIWAN

AChina advertiu na quinta-feira, nas Nações Unidas, para que as outras nações não subestimem a sua “firme vontade” em relação a Taiwan, garantindo ao mesmo tempo que Pequim prefere uma reunificação pacífica.

O vice-presidente chinês, Han Zheng, sublinhou na Assembleia Geral da ONU a posição da China de que Taiwan é uma “parte inalienável” da China. “Ninguém deve subestimar a forte determinação, vontade firme e poder do povo chinês para garantir a sua soberania e integridade territorial”, frisou. “Alcançar a reunificação completa da China é uma aspiração de todos os filhos e filhas da nação chinesa”, acrescentou.

Han Zheng garantiu que Pequim continuará a “trabalhar pela reunificação pacífica com grande sinceridade e esforço”.

Quase todos os estados reconhecem Pequim e não Taipé, mas os Estados Unidos são o aliado mais poderoso da ilha e, nomeadamente, fornecem-lhe apoio militar substancial.

Algumas autoridades norte-americanas expressaram preocupação com o desejo da China de recuperar a ilha à força, especialmente se Taiwan declarar formalmente a independência. Os especialistas acreditam que Pequim poderia aprender lições com a Ucrânia, um ano e meio após a invasão russa.

Relativamente a este conflito na Ucrânia, a China está a tentar posicionar-se como um país neutro, apesar do seu apoio declarado ao Kremlin. Han Zheng apelou à “cessação das hostilidades e à retoma das negociações de paz” na Ucrânia. “A China apoia todos os esforços conducentes a uma resolução pacífica da crise ucraniana e está pronta para continuar a desempenhar um papel construtivo” rumo à paz, assegurou.

O vice-presidente chinês reuniu-se com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, no início da semana passada, num novo esforço para acalmar a conturbada relação entre as duas potências.

O meio e o médio

O Presidente da China, Xi Jinping, e o homólogo sírio, Bashar al-Assad, anunciaram o estabelecimento de uma “parceria estratégica”, numa altura em que Pequim fortalece os laços com os países em desenvolvimento

dos Jogos Asiáticos. Para Assad, trata-se de uma rara viagem ao estrangeiro, numa altura em que tenta sair do isolamento internacional, provocado por uma guerra civil que começou há 12 anos. O conflito matou meio milhão de pessoas e deixou parte do país em ruína.

Pequim está a expandir a sua influência no Médio Oriente, após ter mediado um acordo, em Março, entre a Arábia Saudita e o Irão.

Taiwan Pelo menos nove mortos e mais de 100 feridos em incêndio

Um incêndio numa fábrica de bolas de golfe no sul de Taiwan causou pelo menos nove mortos e mais de uma centena de feridos, estando até ontem uma pessoa desaparecida. O incêndio começou na sexta-feira à noite na fábrica na região de Pingtung e durou toda a noite. Mais de 100 pessoas foram levadas para o hospital com ferimentos. A causa do incêndio está a ser investigada, afirmou o magistrado local Chou Chun-mi, numa publicação na rede social Facebook. “Perante a dor dos membros da família, não pude dizer nada, a não ser fazer uma profunda vénia, pedir desculpa e expressar as minhas mais profundas condolências”, afirmou, na publicação, após visitar a casa funerária e de se reunir com as famílias das vítimas. As autoridades disseram que o gás natural pode ter contribuído para as explosões, que ocorreram quando os bombeiros estavam a tentar apagar o fogo.

Areunião com Bashar al-Assad deu início a uma série de encontros entre Xi e vários líderes estrangeiros, incluindo o primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, antes da abertura dos Jogos Asiáticos, na cidade de Hangzhou, leste da China.

“Face à situação internacional instável e incerta, a China está disposta a trabalhar com a Síria para prestar apoio mútuo e salvaguardar, em conjunto, a imparcialidade e justiça internacionais”, disse Xi, num vídeo publicado pela televisão estatal CCTV. Xi explicou que as relações entre a China e a Síria “resistiram ao teste das tempestades e mudanças internacionais” e que a “amizade entre os dois países está cada vez mais forte”. A

visita de Assad é paralela, em alguns aspectos, à do líder russo, Vladimir Putin, no ano passado, para a cerimónia de abertura dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim. Ambos os líderes são vistos como párias no Ocidente, mas bem recebidos pela China, que tenta expandir a sua influência global e promover uma alternativa à ordem liberal liderada pelos Estados Unidos.

O líder sírio participou na cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos juntamente com o rei do Camboja, o príncipe herdeiro do Kuwait e os

primeiros-ministros do Nepal, Timor-Leste e Coreia do Sul, informou o ministério dos Negócios Estrangeiros da China. A competição, que acontece na cidade de Hangzhou, vai ter mais participantes do que os Jogos Olímpicos.

Amigos do Levante

O rei cambojano Norodom Sihamoni chegou na sexta-feira ao aeroporto de Hangzhou. Um vídeo difundido pela CCTV mostrou Sihamoni a descer as escadas do avião até à pista, para uma recepção com tapete vermelho, que incluía as mascotes

Xi Jinping sublinhou que as relações entre a China e a Síria “resistiram ao teste das tempestades e mudanças internacionais” e que a “amizade entre os dois países está cada vez mais forte”

A China pode desempenhar um papel importante, no futuro, na reconstrução da Síria, que deverá custar dezenas de milhares de milhões de dólares. O país do Médio Oriente aderiu, no ano passado, à iniciativa “Faixa e Rota”, um megaprojecto de infra-estruturas lançado por Pequim que visa expandir a sua influência através da construção de portos, linhas ferroviárias ou autoestradas.

Desde que o conflito na Síria começou em Março de 2011 com protestos pró-democracia e mais tarde se transformou numa guerra civil, o Irão e a Rússia ajudaram Assad a recuperar o controlo de grande parte do país. A China usou o seu poder de veto na ONU por oito vezes para impedir resoluções contra o governo de Assad.

A última e única visita de Assad à China foi em 2004, um ano depois da invasão do Iraque, liderada pelos EUA, e numa altura em que Washington pressionava a Síria.

china 11 www.hojemacau.com.mo segunda-feira 25.9.2023
SÍRIA XI ANUNCIA PARCERIA EM REUNIÃO COM ASSAD

Edital n.º : 9/E-DC/2023

Processo n.º : 7/DC/2021/F

EDITAL

Assunto : Audiência dos interessados sobre ocupação ilegal de terreno do Estado

Local : Terreno do Estado situado no tardoz da encosta da Avenida de Sidónio Pais n.º 36, Macau. (parcela demarcada na planta em anexo)

Lai Weng Leong, Director da Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU), faz saber que ficam notificados os ocupantes ilegais do terreno indicado em epígrafe, cujas identidades e moradas se desconhecem, do seguinte:

1. A DSSCU, no exercício dos poderes de fiscalização conferidos pela alínea 3) do n.º 1 do artigo 185.º da Lei n.º 10/2013 (Lei de terras), verificou que no terreno indicado em epígrafe foram erigidas construções ilegais compostas por portões metálicos, paredes em alvenaria de tijolo e cobertura de betão, bem como acabamentos de pavimentos, escadas, plantação de flores e vedação do terreno, sem que tenha sido emitida pela DSSCU a respectiva licença de obra e sem que tenha sido atribuída aos ocupantes uma licença de ocupação temporária nos termos dos artigos 76.º a 81.º da Lei n.º 10/2013 (Lei de terras). Por conseguinte, foi instaurado o procedimento administrativo n.º 7/DC/2021/F relativo à desocupação e restituição do terreno ao Estado.

2. De acordo com a certidão da Conservatória do Registo Predial (CRP) emitida em 2 de Agosto de 2023, sobre o terreno indicado em epígrafe (situado junto á Avenida de Sidónio Pais, com a área de 121 m2 e que consta da planta cadastral n.º 20428080 emitida em 21 de Julho de 2023 pela DSCC) não se encontra registado a favor de particular (pessoa singular ou pessoa colectiva) o direito de propriedade ou qualquer outro direito real, nomeadamente de concessão, aforamento ou arrendamento, pelo que se considera terreno disponível do Estado, nos termos do artigo 7.º da Lei Básica da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) e do artigo 8.º da Lei n.º 10/2013 (Lei de terras).

3. Com efeito, os ocupantes de propriedade do Estado que não disponham de contrato de concessão ou de licença de ocupação temporária prevista na Lei de terras que autorize a sua posse, devem proceder à respectiva desocupação e entregá-la ao Governo da RAEM, órgão responsável pela gestão, uso e desenvolvimento dos solos e recursos naturais, nos termos do artigo 7.º da Lei Básica da RAEM, competindo ao Chefe do Executivo determinar a respectiva ordem de desocupação e fixar um prazo para o efeito, ao abrigo do disposto no n.º 1 do artigo 208.º da Lei de terras.

4. O terreno ocupado em epígrafe trate se de área igual ou inferior a 500 metros quadrados, nos termos da alínea 1) do artigo 196.º da Lei de terras, quem ocupar ilegalmente terrenos do domínio público ou do domínio privado é punido, consoante a área do terreno ocupado, com multa de 50 000 patacas a 100 000 patacas.

5. Considerando a matéria referida no ponto 3 do presente edital, podem os interessados, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, assim como requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA).

6. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSCU, situadas na Estrada de D. Maria II, n.o 33, 15.º andar, em Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227).

RAEM, 14 de Setembro de 2023.

Processo n.º : 7/DC/2021/F

O Director de Serviços Lai Weng Leong

Local : Terreno do Estado situado no tardoz da encosta da Avenida de Sidónio Pais n.º 36, Macau. (parcela demarcada na planta em anexo)

Planta em anexo:

Regime de qualificações nos domínios da construção urbana e do urbanismo Curso de formação

I. Destinatários: Os profissionais não inscritos ou inscritos há menos de um ano na Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU) (antiga Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT)), e outros técnicos inscritos, nos termos do disposto no artigo 20.º e no n.º 3 do artigo 67.º da Lei n.º 1/2015 que aprova o Regime de qualificações nos domínios da construção urbana e do urbanismo e no artigo 36.º do Regulamento Administrativo n.º 12/2015 que aprova a Regulamentação do regime de qualificações nos domínios da construção urbana e do urbanismo.

II. Prazo de inscrição: 18 a 29 de Setembro de 2023

III. Método de inscrição: Os interessados devem entregar durante o horário de expediente no Balcão de Atendimento Geral da DSSCU, situado no rés-do-chão da Estrada de D. Maria II, n.º 33, em Macau, o boletim de inscrição devidamente preenchido, juntamente com a fotocópia do bilhete de identidade de residente da RAEM. O boletim de inscrição está disponível na página electrónica da DSSCU (http://www.dsscu.gov.mo) ou pode ser levantado pessoalmente no endereço acima referido.

IV. Taxa de inscrição: Gratuita

V. Horário e local da realização do curso:

Datas Horário Língua veicular

Sábado

21/10/2023 09:10-13:00, 14:30-17:30

Cantonês (com materiais didácticos em língua chinesa e portuguesa) 28/10/202309:10-13:15

Local de realização do curso: Estrada de D. Maria II, n.º 33, 5.º andar, Macau

VI. Condições de admissão:

Os candidatos inscritos serão admitidos de acordo com a seguinte prioridade:

(1) Profissionais inscritos há menos de um ano, à data da entrada em vigor da Lei n.º 1/2015;

(2) Profissionais não inscritos à data de entrada em vigor da referida lei mas que exerciam funções na RAEM;

(3) Outros profissionais, segundo a ordem de recepção dos pedidos de inscrição no curso.

VII. Certificado de frequência: Serão atribuídos aos formandos que tenham assistido a 100% das aulas do curso um certificado de frequência.

VIII. Observações:

(1) Não serão aceites os candidatos que frequentaram cursos de formação anteriores;

(2) Tendo em conta que não se aplica aos trabalhadores da Administração Pública o disposto no n.º 1 do artigo 18.º da Lei n.º 1/2015 relativo ao pedido de inscrição na DSSCU para exercer funções de elaboração de projectos, direcção ou fiscalização de obras, as suas candidaturas não serão aceites;

(3) Os boletins de inscrição entregues fora do prazo serão incluídos no próximo curso de formação;

(4) A DSSCU reserva-se o direito de decisão final em caso de litígio ou em caso de cancelamento do curso devido à insuficiência de inscrições;

(5) Para mais informações sobre o curso, queiram contactar o Centro de Contacto da DSSCU através do telefone n.º 8590 3800 ou consultar a nossa página electrónica (http://www.dsscu.gov.mo).

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INDONÉSIA MAIS DE 150 DEPORTADOS POR FRAUDES AMOROSAS ‘ONLINE’

ASautoridades indonésias deportaram para a China 153 cidadãos chineses envolvidos num esquema de fraude amorosa ‘online’ que rendeu 1,3 milhões de dólares, foi anunciado na sexta-feira. “Eles fazem parte de uma rede que comete os crimes na Indonésia, mas que tem como alvo vítimas de origem chinesa”, disse Subki Miuldi, director do gabinete de imigração da cidade de Batam, de onde as deportações ocorreram na quarta-feira, de acordo com um comunicado.

Os deportados violaram o artigo 75.º da lei da imigração indonésia, referiu a mesma nota, sublinhando a importância da “cooperação com a comunidade na transmissão de informações”, para “manter a estabilidade e a segurança do país”.

As vítimas eram também cidadãos chineses, centenas, de acordo com a investigação, contactados e seduzidos por membros femininos da organização através de videochamadas, sendo depois extorquidos com as gravações sexualmente explícitas, noticiou o jornal de Hong Kong South China Morning Post.

De acordo com a investigação policial, a organização começou a operar este ano a partir da Indonésia, onde entrou com vistos de turista, depois de as autoridades de Pequim terem desmantelado a rede na China.

Em 2017, a Indonésia deteve e deportou 416 cidadãos chineses e taiwaneses que pertenciam a uma rede de fraude telefónica e de investimento ‘online’, e dois anos depois deteve e devolveu à China 85 cidadãos envolvidos num caso semelhante.

Japão Banco central mantém política monetária

O Banco do Japão (BoJ) optou por manter as principais medidas da política monetária, como previram analistas, apesar de declarações do governador que pareciam indicar uma mudança num futuro próximo. O banco central japonês decidiu, por unanimidade, no final da reunião mensal de dois dias sobre política monetária, manter a taxa de juro das obrigações de curto prazo em -0,1 por cento e continuar as compras ilimitadas de obrigações para orientar os rendimentos a 10 anos para 0 por cento. No que respeita à curva de rendimentos das obrigações de longo prazo, o banco central japonês manteve o intervalo de flutuação desejável para a instituição em 0,5 por cento, limite máximo fixado no final do ano passado, alimentando a especulação de uma mudança de rumo na política, ainda por concretizar.

SUDESTE ASIÁTICO MENOS DE METADE DA POPULAÇÃO PREOCUPADA COM CLIMA

Com toda a tranquilidade

Menos da metade dos entrevistados do Sudeste Asiático acredita que a mudança climática representa uma séria ameaça, em comparação com 68,6 por cento que, há dois anos, tinham expressado forte preocupação, de acordo com um estudo

Oestudo anual

“Southeast Asia

Climate Outlook: Survey Report 2023”, elaborado pelo Instituto Yusof Ishak de Singapura (ISEAS), mostrou que apenas 49,4 por cento dos inquiridos afirmaram considerar as alterações climáticas como “uma ameaça grave e imediata ao bem-estar do país”, contra 68,8 por cento em 2021. Uma proporção semelhante de inquiridos (41,9 por cento) afirmou, por outro lado, ver “necessidade de monitorizar as alterações climáticas”.

“Isto levanta a questão de saber se a associação de problemas imediatos, como a escassez de energia e a insegurança, se deve aos impactos climáticos, a problemas geopolíticos ou a questões domésticas”, afirmou o instituto, no

relatório. O instituto, que acompanha as percepções na região sobre questões e impactos da crise climática desde 2020, entrevistou 2.225 pessoas que vivem em 10 países do Sudeste Asiático entre 10 de Julho e 7 de Agosto.

Apesar da queda acentuada das percepções de urgência climática, o inquérito indicou um aumento das preocupações com a segurança alimentar: sete em cada dez inquiridos manifestaram uma preocupação considerável com a disponibilidade e o acesso aos alimentos devido aos impactos climáticos nos próximos anos.

As maiores preocupações dos inquiridos foram as inundações (79 por cento), as vagas de calor (51,4 por cento) e as secas (47,6 por cento).

Para resolver os problemas de segurança ali-

mentar global, a maioria dos inquiridos afirmou que os governos deviam dar prioridade à necessidade de promoverem métodos agrícolas resistentes ao clima (67,2 por cento), aumentar os investimentos agroalimentares (63,9 por cento) e aumentar a produção alimentar nacional (56,6 por cento).

Foco nacional

Os dados mostraram que “a maior atribuição de responsabilidade pelas alterações climáticas continua a ser feita aos governos nacionais”, o que sugere que “os cidadãos (...) esperam fortemente que os governos nacionais estejam na vanguarda da articulação de visões e regulamentos climáticos mais claros para as economias”, de acordo com o estudo. A este respeito, a maioria (35,7 por cento)

dos inquiridos considerou que o seu governo “está consciente das ameaças climáticas”, mas não dispõe de “recursos suficientes para as enfrentar”, enquanto 25 por cento entendeu que o executivo “não está a prestar atenção suficiente às alterações climáticas”. Um grupo semelhante (24,8 por cento) respondeu acreditar que as autoridades consideram “as alterações climáticas uma prioridade nacional urgente e afectaram recursos suficientes para as enfrentar”.

A instituição lançou também um alerta, no estudo: em Junho, “foram estabelecidos recordes globais para as temperaturas e a cobertura de gelo marinho mais baixas observadas em qualquer Junho em 174 anos”.

“Mais perto de casa, as temperaturas mais altas alguma vez regis-

tadas aconteceram no Vietname e no Laos, em maio, e na Tailândia, em Abril”, o que é indicativo do agravamento da crise climática na região, onde “estes recordes de temperatura vão continuar a atingir novos máximos”, sustentou.

Como se espera que a região entre numa época sob influência do fenómeno El Niño, que deverá trazer tempo mais quente, ondas de calor e seca, as previsões apontam para um aumento dos incêndios florestais nos próximos meses.

Além disso, os impactos imediatos das alterações climáticas “introduzirão novos ‘choques’ económicos nos países da região dependentes da agricultura”. “Não é um futuro para o qual a região esteja preparada”, concluiu o relatório.

região 13 www.hojemacau.com.mo segunda-feira 25.9.2023
Instituto Yusof Ishak de Singapura “As temperaturas mais altas alguma vez registadas aconteceram no Vietname e no Laos, em Maio, e na Tailândia, em Abril. Estes recordes de temperatura vão continuar a atingir novos máximos.”

SUDOKU

APARIÇÃO | VIRGÍLIO FERREIRA (1959)

A obra de um dos mais importantes escritores portugueses contemporâneos é uma ode à essência humana e à vida como ela é, com encontros e desencontros, paixões e ódios. Ler esta obra de Virgílio Ferreira, que faz parte do currículo do ensino secundário em Portugal, é também sentir o Alentejo de outros tempos e passear por Évora sem na verdade pisar as pedras das suas calçadas. Um livro onde o regresso é essencial. Andreia Sofia Silva Anúncio 【39/2023

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

Ao abrigo da alínea 2 do artigo 72.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro e usando das competências subdelegadas pela alínea 7) do n.º 2 do Despacho n.º 04/IH/2023, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 3, II Série, de 18 de Janeiro de 2023, venho por este meio notificar o seguinte candidato da habitação económica:

Nome do candidato N.o do boletim de candidatura a habitação económica

LING SZE KI 82201300519

N o da proposta Data da tomada de decisão

0448/DHP/DHEA/2023 21/07/2023

Não apresentou, dentro do prazo fixado, os documentos necessários para a apreciação substancial e nos cinco anos anteriores à data de apresentação da candidatura de habitação económica até à data de escolha da fracção, o candidato e o elemento do seu agregado familiar são proprietários ou comproprietários da fracção autónoma com finalidade habitacional na RAEM. Assim, nos termos dos n.os 2 e 4 do artigo 3.º da Lei n.º 13/2020, a alínea 1) do n.º 8 do artigo 14.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 13/2020, o n.º 4 do artigo 14.º, o n.º 3 do artigo 26.º e as alíneas 1) e 2) do n.º 1 do artigo 28.º da Lei n.º 10/2011 (Lei da habitação económica), alterada pela Lei n.º 11/2015, não preenchem os requisitos de acesso à compra da fracção.

De acordo com os fundamentos de facto e de direito acima referidos, nos termos do artigo 5.º do Regulamento Administrativo n.º 17/2013 (Organização e funcionamento do Instituto de Habitação) e no uso das competências delegadas pela alínea 13) do n.º 1 do Despacho n.º 77/IH/2022, publicado no Boletim Oficial da RAEM n.º 26, II Série, de 29 de Junho de 2022, o vice-presidente substituto do Instituto de Habitação (IH) proferiu na proposta mencionada o despacho de exclusão de adquirente seleccionado do candidato acima referido.

Caso não concorde com a referida decisão, de acordo com o artigo 148.º, o artigo 149.º e o n.º 2 do artigo 150.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.o 57/99/M, de 11 de Outubro, pode apresentar reclamação, sem efeito suspensivo (o prazo do recurso contencioso não se suspende com a apresentação de reclamação), à vice-presidente do IH, no prazo de 15 dias, a contar da data da publicação do presente anúncio; e ou, de acordo com o artigo 25.º do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 110/99/M, de 13 de Dezembro, pode interpor recurso contencioso, junto do Tribunal Administrativo, no prazo de 30 dias a contar da data da publicação do presente anúncio.

Publique-se

Instituto de Habitação, aos 20 de Setembro de 2023

O Chefe do Departamento de Habitação Pública Chan Wa Keong

14 [f]utilidades 25.9.2023 segunda-feira www.hojemacau.com.mo TEMPO MUITO NUBLADO MIN 26 MAX 32 HUM 65-95% UV 10 (MUITO ALTO) • EURO 8.58 BAHT 0.22 YUAN 1.10
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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 31 PROBLEMA 32 31 425687139 913254687 768391425 857162394 694538271 231749568 572913846 149826753 386475912 945821673 713956824 862473951 276514389 458397162 139682745 527169438 381745296 694238517 33 341982567 689375124 752641389 415823976 273496851 968157243 524719638 896234715 137568492 34 472635189 319782456 568941723 743596218 286314975 195278364 634157892 927863541 851429637 35 312468759 687259143 954713682 536124978 479835261 821976534 795381426 248697315 163542897 36 921758346 845639217 736412985 197345862 264871539 358296174 489127653 513964728 672583491 32 4213 684 63 2518 96 1874 5 374 51 34 75 395 12 561 869 973 492 863 851 36 846 8691 72 48 68759 1 9163 53 23 CINETEATRO CINEMA A HAUNTING IN VENICE SALA 1 EXPEND4BLES [C] Um filme de: Scott Waugh Com: Sylvester Stallone, Jason Statham, Dolph Lundgren, Randy Couture 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 3 NO MORE BETS [C] FALADO EM PUTONGHUA LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Shen Ao Com: Zhang Yixing, Jin Chen, Yong Mei, Eric Wang 14.30, 19.15 A HAUNTING IN VENICE [B] Um filme de: Kenneth Branagh Com: Kenneth Branagh, Michelle Yeoh, Jamie Dornan 16.45, 21.30 UM LIVRO HOJE
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O SURREALISMO DO PSD

NO MOMENTO em que escrevemos este texto as sondagens indicam que nas eleições da Madeira, o PSD poderá vencer por maioria absoluta. Numa ilha onde o caciquismo político reina desde o 25 de Abril e onde existem mais bairros de pobres que hotéis de luxo, vivendo a região autónoma, à base do turismo. É com essa política de caciquismo que o PSD tem saído vencedor e onde Alberto João Jardim fez o que lhe apeteceu mas sempre pedindo de mão beijada milhões de euros aos governos da República. Uma República que assiste à maior crise no interior do PSD. Os sociais-democratas, com as suas diferentes facções, não descansaram enquanto não mandaram embora um homem sério e activo como Rui Rio e que escolheram para líder Luís Montenegro que tem chefiado o partido há 18 meses sem apresentar uma alternativa para um dia poder vir a ser primeiro-ministro. É nas hostes do PSD que temos ouvido dizer que com Luís Montenegro o partido não vai lá e é assim que a toda a hora sonham com o “D. Sebastião” de nome Passos Coelho para voltar a chefiar os destinos do partido. Como é que Passos Coelho pode ser o “desejado” se o povo ainda não esqueceu a sua governação onde tudo foi mau e em prejuízo dos mais desprotegidos?

No PSD assiste-se ao surrealism total onde cada um quer tudo, e nada acertado apresenta. Até apareceu um Poiares Maduro a propor que fosse retirado o subsídio de Natal aos reformados. Isto, até é ofensivo quando temos portugueses a receber reformas de 150, 200 e 300 euros. A bancada parlamentar do PSD em confronto com o Governo nos vários debates apenas tem sabido manifestar contradição com as propostas governamentais, mas alternativas viáveis nunca se ouviram. Com um líder parlamentar fraquíssimo, o que se assiste é a António Costa, como primeiro-ministro, sair do Parlamento todo satisfeito pelas posições que toma com frontalidade e lógica, dentro dos parâmetros em que é possível financeiramente governar, apesar das críticas da oposição que o dinheirão que veio da Europa em forma de PRR não ser aplicado no desenvolvimento estrutural do país.

O que acontece no PSD é que assiste ao Iniciativa Liberal e ao Chega a cativarem cada vez mais adeptos, os quais vêm da área do PSD. Segundo as últimas sondagens, que valem o que valem, o Chega e o IL podem vir a ter juntos maior percentagem eleitoral que o PSD e, isso, seria um descalabro para quem se arvora em afirmar ser o maior partido da oposição. O PSD bem tenta puxar todos os “senadores” para a ribalta da propaganda, tais como Marques Mendes que anda a ser levado ao colo pelo Presidente Marcelo a fim de o candidatar a seu successor, Durão

“Não dá para entender como em 50 anos da chamada democracia o espectro político mudou tanto, particularmente com o surrealismo gerado no PSD.”

Barroso o tal primeiro-ministro que abandonou os portugueses para ocupar cargos de remuneração choruda na Europa, Pedro Santana Lopes que à frente da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa saíu com uma fama desastrosa devido à péssima gestão e o surrealismo do outro mundo chamado Aníbal Cavaco Silva. Este último, teve o desplante e a pouca vergonha de lançar um livro onde tenta ensinar como se deve ser primeiro-ministro. Bem, é melhor rirmos do que chorarmos, quando nos lembramos que Cavaco Silva foi dos piores primeiros ministros que Portugal teve. Em entrevista encomendada a um semanário, Cavaco Silva não deixou de sublinhar, como pia-

das ao actual primeiro-ministro, que se existe um ministro sem bom senso deve ser demitido. Mas, o que será isso do bom senso à frente de um Ministério? Depois, acrescentou que se um ministro for mal educado igualmente tem de ser demitido. Será que Cavaco Silva entrou já na fase da senilidade e não se lembra de quantos ministros teve nos governos que chefiou que foram uns mal educados, arrogantes e incompetentes? O seu livro é um chorrilho de disparates a querer ensinar tudo aquilo que não praticou e é por essa razão que os cidadãos que normalmente votavam no PSD estão virados para o IL, Chega e alguns mais realistas pensam em votar no PS. A política portuguesa está inacreditavelmente perturbadora porque se o PCP está a perder votos por apoiar a Rússia no conflito com a Ucrânia, no Bloco de Esquerda Mariana Mortágua não está a fazer melhor do que foi a coordenação de Catarina Martins. Infelizmente, o populismo e a demagogia do Chega com os gritos patéticos de André Ventura que, na realidade, manda cá para fora umas verdades que o povo gosta de ouvir, está efectivamente a aumentar a sua base de apoio e, imaginem só, que num bairro social da margem sul do Tejo, toda a gente afirma que votará no Chega por ser o único partido que defende os pobres. Não, não dá para entender como em 50 anos da chamada democracia o espectro político mudou tanto, particularmente com o surrealismo gerado no PSD que não consegue levar um balde de água ao seu moinho.

vozes 15 segunda-feira 25.9.2023 www.hojemacau.com.mo ai,
portugal, portugal André Namora
MAGRITTE, LA LAMPE PHILOSOPHIQUE

A VIA DO MEIO CHEGA HOJE A PORTUGAL

HOJE, dia 25 de Setembro, pelas 18,30 horas, será apresentado no Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, o número 1 da nossa revista trimestral Via do Meio, uma publicação em língua portuguesa totalmente dedicada à cultura chinesa, ao que se seguirá a sua distribuição por todo o país. Também hoje, ao mesmo tempo, na RAEM, será distribuído o número 3.

Raramente de Macau algo de regular chegou a Portugal, por isso sentimo-nos também pioneiros, nesta viagem de regresso, que muito tem para contar. Nos porões desta nau, a que chamamos revista, trazemos partes de uma civilização milenar, da sua História, da sua Literatura, dos seus costumes, da língua e das suas crenças, enfim, de uma cultura cujas raízes se estendem vastamente pelo tempo e cuja diversidade ultrapassa quaisquer expectativas.

Esta viagem não começou ontem, nem surge por acaso, ao sabor de um capricho ou de uma disposição momentânea. Pelo contrário, ela nasceu com o Hoje Macau, logo nos seus alvores, e com o nosso entendimento de que um jornal não deve apenas informar, mas também proporcionar formação aos seus leitores. Sendo um media em língua portuguesa, pareceu-nos desde o primeiro momento importante servir de intermediário entre os que se expressam em português e a cultura chinesa, dando a conhecer a esta comunidade linguística que por aqui vive, as tessituras da cultura daqueles que os rodeiam, permitindo assim um melhor entendimento do que por vezes parece obscuro, além do prazer estético que o contacto com a poesia, a pintura e o pensamento chineses proporcionam.

Sabem os nossos leitores que há duas décadas publicamos regularmente traduções, ensaios, crónicas, entrevistas, etc., no âmbito da cultura chinesa, o que nos proporcionou um excelente acervo que a editora Livros do Meio, também parte do grupo Hoje Macau, tem publicado em livros. Editámos poetas, pensadores, memórias, sobretudo, textos que não se encontravam traduzidos, mas que entendemos como fundamentais para o conhecimento da China. E, como é óbvio, o nosso trabalho não acabou, nem se fica por aqui.

Desde o ano passado que Macau já conhece a Via do Meio. Trata-se de uma revista trimestral que reúne os artigos dos sinólogos que colaboram connosco. Alguns há mais de uma década, outros companheiros recentes desta viagem de regresso, em que, pela Via do Meio, a língua portuguesa leva os valores orientais para Ocidente, como um dia trouxe os valores ocidentais para Oriente. E, finalmente, agora que chegámos a Portugal, é a todos esses companheiros de viagem que tenho de agradecer terem embarcado nesta nau onde se fala a China em português e realizado esta aventura sem procelas. Ao que se diz, mais do que a viagem, mais do que chegar ao destino, o que importa é quem vem connosco.

segunda-feira
25.9.2023
“Nada há como começar para ver como é árduo concluir.”
Victor Hugo PALAVRA DO DIA
PS: Antes do Natal, começaremos a publicar livros sobre cultura chinesa em Portugal, através da editora Grão-Falar. Alguns são grandes novidades. Hão-de ouvir falar disso. Carlos Morais José

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