DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
MOP$10
QUINTA-FEIRA 26 DE JANEIRO DE 2017 • ANO XVI • Nº 3742
ACORDO TRANSPACÍFICO
Oportunidade sínica
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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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GRANDE PLANO
hojemacau
SALÁRIO MÍNIMO
Patrões sem pressa PÁGINA 4
TAXAS RODOVIÁRIAS MARCHA LENTA DEVE AVANÇAR
DEVAGAR PARA IR LONGE O protesto, em forma de marcha lenta, contra o súbito aumento das taxas rodoviárias deverá mesmo ser uma realidade. O anúncio é do deputado Pereira Coutinho,
após uma reunião com o secretário para os Transportes e Obras Públicas. Do encontro não saiu nada de novo. As posições dos dois lados permanecem inalteráveis.
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ANDRÉ LUI
O MELHOR ANTIGO EVENTOS
FÓRUM MACAU
Os milhões lusófonos PÁGINA 6
Alinho pelas duas h ANTÓNIO CABRITA
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TPP ATITUDE DE DONALD TRUMP PODE DAR ESPAÇO À CHINA
GRANDE PLANO
Donald Trump bateu com a porta e ao fazê-lo poderá ter aberto uma janela. Há países que espreitam para a China e defendem que pode ocupar o lugar deixado vago pelos Estados Unidos no Acordo de Associação Transpacífico. Se Pequim aproveitar a oportunidade, desenha-se uma nova lógica geoeconómica. E geopolítica também, claro “Muitos desses parceiros do TPP já reconhecem a China como uma economia de mercado, ao contrário da União Europeia.” JOSÉ LUÍS SALES MARQUES ECONOMISTA
O OUTRO CENTRO DO MUNDO S
AIU o maior, pode entrar o segundo maior. É bem provável que, daqui a algum tempo, seja esta a realidade do Acordo de Associação Transpacífico (TPP, na sigla inglesa). Numa das suas primeiras iniciativas presidenciais, Donald Trump decidiu retirar os Estados Unidos do grupo de 12 países que tinham já chegado a um entendimento económico e comercial significativo para o mundo, pelo peso das suas economias. Os 11 que sobraram ficaram sozinhos e procuram um substituto. O problema, agora, é o Japão. Mas já lá vamos. Quando o TPP se começou a desenhar, o facto de a China ficar de fora teve uma interpretação de ordem económica, mas também política. Pequim definiu rotas, estabeleceu alianças e fez investimentos em países vizinhos com os quais nem sempre tem boas relações, devido a conflitos de soberania, mas era óbvia a vontade de afirmação além-fronteiras. O TPP surgiu, aos olhos dos analistas, como uma forma de equilibrar poderes na sensível região da Ásia-Pacífico.
“A maior estranheza quanto ao TPP era o facto de a China não entrar nele”, nota o economista José Luís Sales Marques. “Os Estados Unidos e a China são as duas maiores economias do mundo, e o comércio bilateral assume proporções imensas, pelo que era de estranhar que Pequim não tivesse entrado.” A leitura que se fazia, continua o presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, “é que era uma forma de isolar a China, os Estados Unidos seriam o pivot na Ásia”. Washington queria fortalecer várias alianças e a presença na Ásia, “em certa medida para evitar que a China crescesse ainda mais, passasse a ter uma importância geopolítica maior do que aquela que tem”.
A EQUAÇÃO JAPÃO
Washington mudou, o novo inquilino da Casa Branca tem uma forma diferente de olhar para as alianças que herdou, e em menos de uma semana demonstrou que não está com meias medidas em relação a factos que se julgavam adquiridos. A saída dos Estados Unidos do TPP foi recebida com reacções que passam já pela procura de alternativas.
A Austrália e a Nova Zelândia afirmaram que estão dispostas a encorajar a China e outros países asiáticos a juntarem-se ao grupo. O Chile convidou ministros de outros países que assinaram o TPP, bem como representantes da China e da Coreia do Sul, para um encontro em Março para se discutir qual o próximo passo a dar. O TPP não pode entrar em vigor sem a participação dos Estados Unidos, a não ser que se alterem as regras, pelo que o acordo está agora em suspenso. A grande questão tem que ver com o Japão, país que viu com bons olhos a ausência da China num tratado desta índole. Vizinhos com relações nem sempre amigáveis, Tóquio e Pequim não foram ainda
capazes de resolver as cicatrizes de um passado com contornos belicistas. O primeiro-ministro nipónico Shinzo Abe via o TPP como uma forma de manter Washington como um grande aliado económico da Ásia e de moderar as aspirações expansionistas que detecta na China. Ontem, Shinzo Abe falou da atitude do novo Presidente norte-americano. Mas fê-lo com prudência. “O sistema de comércio livre baseado em regras comuns justas é a fonte do crescimento da economia mundial”, disse o chefe de Governo no parlamento. “Julgo que o Presidente Trump também percebe a importância de um acordo livre e justo, e quero compreender rapidamente qual é o seu entendimento acerca do significado estratégico e económico do TPP.” Questionado sobre conversações acerca de um acordo bilateral entre o Japão e os Estados Unidos, Shinzo Abe disse que, para já, se abstém de especular sobre a política de comércio de Trump, até as ideias de Washington se tornarem “mais claras”.
MUDAR DE PAPEL
A China ainda não demonstrou publicamente vontade de se juntar ao grupo para o qual não foi, na sua origem, con-
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A noção de “America first”, “tem muitas tonalidades, tem muitas leituras, mas uma delas é efectivamente um discurso unilateral.”
“O multilateralismo que era apregoado pelos Estados Unidos poderá passar a ter na China o seu maior defensor.”
JOSÉ LUÍS SALES MARQUES ECONOMISTA vidada. Há receios de que a entrada de Pequim possa enfraquecer as regras do grupo em matérias como a protecção da propriedade intelectual e princípios relacionados com a gestão de divisas. Mas Pequim tem estado a tentar negociar uma parceria económica regional que junta 16 países, menos ambiciosa
em termos de regras de comércio. Por enquanto, têm sido feitos poucos progressos. Ressalvando que, nesta altura do campeonato, ainda é cedo para fazer previsões, Sales Marques não tem dúvidas de que a posição de Donald Trump “vai poder abrir as portas para a China interpretar a
situação como uma oportunidade para criar ela própria um acordo multilateral”. Resta agora saber “até que ponto vai tirar ou não partido do que já está negociado”. O economista destaca que “esses acordos têm imensas cláusulas e pormenores”. Para já, Sales Marques chama a atenção para o facto de a ideia em si “não deixar de ser interessante”. De repente, de um dia para o outro, “o multilateralismo que era apregoado pelos Estados Unidos poderá passar a ter na China o seu maior defensor”. O isolacionismo americano que, por ora, tem causado sobretudo reacções pouco positivas, pode trazer oportunidades para alguns, observa o economista. “Depois, depende de como são aproveitadas ou não e de quais são as condições.” Com o TPP pretendia-se criar um grande mercado, algo aproximado a uma zona de comércio
livre. José Luís Sales Marques realça que, também neste aspecto, há uma questão de grande interesse: “Muitos desses parceiros do TPP já reconhecem a China como uma economia de mercado, ao contrário da União Europeia”. É o caso da Austrália reconhece. “Isso pode trazer novas dinâmicas à geoeconomia e trazer novas oportunidades para a China e não só, porque são oportunidades que antes não existiam para os outros parceiros, uma vez que Pequim não fazia parte deste conjunto de países relacionados através do TPP, e poderá passar a fazê-lo”, diz.
“AMERICAN SECOND?”
Donald Trump deixou claro em palavras e também nos actos que prefere acordos bilaterais a entendimentos multilaterais, apesar de um Congresso norte-americano, controlado pelos republicanos, ser provavelmente favorável ao TPP, no caso de o Presidente ainda mudar de ideias. Sobre a decisão do sucessor de Barack Obama, Sales Marques descreve-a como “uma atitude unilateral tomada praticamente no calor” da cerimónia de tomada de posse. “Não tem precedentes que me recorde, pelo menos em tempos de paz, um tempo em que supostamente o comércio internacional é regulado por um conjunto de regimes que se fundam todos na ideia de
que quanto mais comércio livre houver, melhor. Quebrar barreiras e reduzir tarifas, tudo isso faz parte dos cânones do comércio internacional”, afirma. O economista acrescenta que Donald Trump não é o único a não concordar com este tipo de parcerias a várias mãos. Há quem questione a sua eficácia e justiça. “Mas, apesar de tudo, é considerado um saber adquirido que os acordos multilaterais são melhores do que os bilaterais. Os multilaterais são firmados com toda a gente e, supostamente, protegem melhor os mais fracos do que os acordos bilaterais”, explica. Nos acordos a apenas duas partes, por norma, “de um lado está um grande mercado que oferece uma oportunidade a um pequeno país em vias de desenvolvimento mas, em contrapartida, tem depois o campo aberto para o investimento e para outro tipo de condições que levam à ‘exploração’ dos recursos desse país mais pequeno”. Quanto ao TPP, Sales Marques recorda que, “no essencial, era um acordo negociado e assinado”. “Esta quebra de compromisso mostra uma atitude muito forte no sentido de os Estados Unidos olharem para si, considerarem-se auto-suficientes e poderem impor ao mundo o que lhes apetece”. Para o presidente do Instituto de Estudos Europeus de Macau, a ideia que Trump deixou no discurso de tomada de posse, a noção de “America first”, “tem muitas tonalidades, muitas leituras, mas uma delas é efectivamente um discurso unilateral”. Há agora que ver se, a médio prazo, a lógica do “America first” se vai aplicar em termos económicos e políticos ao nível mundial. Pequim tem dito que não pretende o lugar que os Estados Unidos têm ocupado, mas os analistas parecem não ter dúvidas de que, para já, às atitudes de Donald Trump corresponde uma serenidade chinesa que lhe permite delinear, com calma, as suas aspirações globais. Em Pequim, Xi Jinping tem uma mão forte e tranquila; em Washington, Donald Trump tem vivido uns primeiros dias atribulados, com gente na rua em protestos e muitos problemas com os media. Isabel Castro
isabelcorreiadecastro@gmail.com
4 POLÍTICA
hoje macau quinta-feira 26.1.2017
Concertação Social PATRÕES CONTRA SALÁRIO MÍNIMO UNIVERSAL
Agora ainda não dá jeito O Governo vai começar este ano os trabalhos preparatórios para a implementação do salário mínimo para todas as profissões, não sendo certo que isso seja uma realidade em 2018. Os patrões não estão com pressa GCS
Apesar de os patrões terem já deixado bem claro que não será fácil chegar-se a uma decisão, Wong Chi Hong acredita no consenso sobre esta matéria. “Na reunião de hoje sentimos a vontade das duas partes para chegarem a este consenso. Temos de nos esforçar para fazer bem o nosso papel de concertação.”
À ESPERA DA PROMESSA
Chiang Chong Sek, representante dos trabalhadores e membro da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), espera que o Governo cumpra o calendário já anunciado.
AL NOMEADOS MEMBROS PARA A COMISSÃO ELEITORAL
Foi ontem publicado em Boletim Oficial (BO) o despacho que determina a nomeação dos membros para a Comissão de Assuntos Eleitorais da Assembleia Legislativa. O juiz do Tribunal de Segunda Instância, Tong Hio Fong, é o presidente da comissão, e Lai U Hou e Kou Peng Kuan, director dos Serviços de Administração e Função Pública, são os vogais. José Tavares, presidente do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais foi também um dos nomeados, tal como Iong Kong Leong e Victor Chan, porta-voz do Executivo.
“Não devemos fazer a lei só por fazer, temos de ponderar se este é o tempo oportuno.” CHIO YUK LUM REPRESENTANTE DOS PATRÕES
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UANDO o salário mínimo foi implementado para as áreas da limpeza e segurança, o Governo fez uma promessa: em três anos, ou seja, em 2018, o salário mínimo seria uma realidade para todas as profissões. Mas ontem, na primeira reunião do Conselho Permanente de Concertação Social (CPCS) de 2017, ficou no ar a possibilidade de o salário mínimo universal não entrar em vigor no próximo ano. “Estamos a realizar os trabalhos provisórios quanto à implementação do salário mínimo universal”, disse o secretário para a Economia e Finanças, Lionel Leong, à margem do encontro. “Após a obtenção do relatório sobre a revisão desta lei é que vamos iniciar os trabalhos para a implementação [para todas as profissões]. Temos de ver quais são as condições para algumas profissões, temos de avaliar qual o ambiente de emprego e qual a situação da economia. Isso é que nos pode
ajudar a fazer melhor os trabalhos preparatórios”, acrescentou. Uma coisa é certa: quer entre ou não em vigor em 2018, o patronato está contra a implementação do salário mínimo universal nesta altura. “Qualquer legislação deve ponderar quais são as vantagens que darão para melhorar a vida quotidiana dos residentes. Achamos que ainda não
DUAS CONSULTAS PÚBLICAS JÁ ESTE ANO
W
ong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais, adiantou que este ano vão avançar os processos de consulta pública referentes ao regime de trabalho a tempo parcial e ainda sobre a revisão da lei laboral, esta já em vigor. No total, o CPCS irá debruçar-se este ano sobre sete pontos, incluindo o estudo sobre a lei sindical.
há condições para discutir a implementação plena do salário mínimo. Só temos condições para discutir a fase preparatória”, referiu Chio Yuk Lum, representante dos patrões no CPCS. Para Chio Yuk Lum, “não devemos fazer a lei só por fazer, temos de ponderar se este é o tempo oportuno”.
CONSENSOS TRABALHADOS
Wong Chi Hong, director dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), garantiu apenas que o CPCS vai tentar cumprir o calendário prometido. “Segundo a lei, depois de um ano de implementação, devemos rever o montante [do salário mínimo para duas profissões]. Pretendemos acelerar e tentar os possíveis para acelerar os trabalhos, mas temos de fazer um inquérito primeiro e depois vamos iniciar a próxima etapa, para a implementação do salário mínimo. São apenas trabalhos preparatórios.”
“Esperamos que seja concretizado esse prazo. [O salário mínimo] não é nada de novo e na China já está implementado. Pode trazer alguns problemas, mas não são problemas que possam afectar a sociedade, nem são graves.” O membro da FAOM mostrou não ter receios do possível chumbo dos patrões sobre esta matéria. “Num período de ajustamento da economia de Macau, creio que ambas as partes vão ter diferentes pontos de vista. A taxa de desemprego continua estável, mas claro que, da parte dos trabalhadores, estamos a enfrentar uma selecção dos empregos, porque estamos influenciados pela importação de trabalhadores não residentes. São poucos os postos de trabalho”, concluiu. Quanto à actualização dos montantes para os salários dos empregados de limpeza e de segurança, ainda não foi discutido no seio do CPCS. “Estamos num período de revisão. Pretendemos que o montante seja aumentado conforme a situação da economia de Macau”, referiu apenas o membro da FAOM. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
TDM MANUEL PIRES POR MAIS TRÊS ANOS
O Chefe do Executivo decidiu renovar por mais três anos o mandato de Manuel Pires à frente da comissão executiva da Teledifusão de Macau (TDM), com início a 1 de Março de 2017. Manuel Pires chegou à liderança da TDM em 2014, ano em que deixou o lugar de subdirector dos Serviços de Turismo. Desempenhava também a função de presidente do conselho de administração da TDM desde Fevereiro de 2011, até ser escolhido para substituir Leong Kam Chun em 2014. Victor Chan, porta-voz do Governo, continua a ser membro do conselho de administração da TDM, tal como Sou Chio Fai, coordenador do Gabinete de Apoio para o Ensino Superior. Wu Lok Kan mantém-se como delegado do Governo junto da estação pública de rádio e de televisão, um mandato com duração de dois anos, em vigor já desde 20 de Dezembro do ano passado. Wu Lok Kan ganha 9900 patacas mensais por exercer estas funções, segundo o despacho ontem publicado em Boletim Oficial.
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O
aumento repentino das taxas de veículos e motociclos deverá originar uma marcha lenta no território.Agarantia foi dada ontem pelo deputado José Pereira Coutinho, após a reunião com o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. “Nesta reunião solicitámos informações quanto à futura marcha lenta de carros e motociclos. Não há alternativa se não enveredar por este caminho e estamos à espera da resposta do Governo quanto à metodologia processual para que os carros possam ser identificados, que fazem parte da marcha lenta, para que sigam num percurso pré-definido”, disse Coutinho aos jornalistas. O deputado e presidente da Associação dos Trabalhadores da Função Pública de Macau (ATFPM) garantiu que Raimundo do Rosário manteve os mesmos argumentos para justificar o aumento das taxas. “Pelos vistos, o Governo não vai mexer uma vírgula, pelo que estamos insatisfeitos com o resultado da reu-
“Governo não vai mexer uma vírgula” Marcha lenta deverá mesmo avançar
HOJE MACAU
José Pereira Coutinho reuniu ontem com o secretário para os Transportes e Obras Públicas sobre o aumento das taxas de veículos e motociclos, mas não ficou satisfeito com o resultado do encontro. A marcha lenta de carros e motas deverá mesmo realizar-se
nião. A razão está do nosso lado, porque este aumento brutal das taxas administrativas não foi acompanhado
pelo aumento dos salários dos trabalhadores, sendo que o Governo não teve em consideração a carestia de
vida e as dificuldades que os cidadãos sentem todos os dias quando vão para o trabalho, levam os filhos à escola e têm de chegar a tempo e horas.”
SHUTTLE BUS ILEGAIS
Pereira Coutinho acredita que utilizar um carro ou uma mota é a única solução para circular no território. “Não houve nada de novo e o que achamos é que o Governo não leva em consideração as necessidades dos cidadãos. Não é desta forma que se vai resolver o problema do trânsito. Este deve-se ao facto de os autocarros não servirem as pessoas, os táxis são da máfia e a Uber mais parece [a história de] o ladrão e a polícia. O que nos resta? Andar a pé não dá, porque não temos passeios. A única solução é ter um carro ou uma mota.” Os autocarros de turismo preocupam também o deputado, por estacionarem em qualquer lugar. “Os shuttle bus funcionam de forma ilegal, viemos cá hoje falar sobre isso, e o Governo ignorou essa questão. Podem estacionar onde querem, criam as paragens onde que-
POLÍTICA
“Os autocarros não servem as pessoas e os táxis são da máfia. (...) O que nos resta? Andar a pé não dá, porque não temos passeios.” PEREIRA COUTINHO DEPUTADO rem, com toda a impunidade. Há uma aplicação selectiva das multas.” Coutinho não resistiu a fazer uma comparação cheia de ironia. “Achamos que aumentar as taxas de um dia para o outro é como ir a um restaurante, na expectativa de ter uma refeição, e de repente olhar para o menu e todos os preços terem sido aumentados mil vezes. O que faz? Levanta-se e vai embora. Foi isso que aconteceu nessa reunião”, concluiu. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
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致立法會的公開信 尊敬的立法會賀一誠主席:
尊敬的眾全體立法會議員們:
您好! 我們是海一居的苦主。在唐曉晴議員在立法會提出解釋新《土地法》時,您果斷地表 示要聽錄音審查立法原意,這個決定讓我們感到您的正義之心,也讓我們相信您是睿 智、有能力、有擔當的立法會主席! 在剛剛結束的五司答問會議上,有唐曉晴、歐安利、鄭安庭議員在立法會為海一居苦 主作出一系列的發言,指出政府的不作爲,對事件發生之後的無擔當,並建議公開立法 原意,避免政府犯下“惡法也是法”而“不論政府對錯,去強搶私產”的錯誤。 我們都知道您是為民請命、明辨是非,富有正義感的主席!我們能理解,的確需要 花費時間根據錄音判斷立法原意及有否錯誤演繹法例。但自對外公佈聽錄音之日起,至 今已過三四個月了。而海一居事件帶來的危害之大,已不單為數三千多戶人口的生命財 產,在精神上沉重地折磨我們海一居苦主,對澳門的各行各業的影響也開始逐漸浮現, 不少居民因此事件對地產中介,律師樓,銀行界,政府機構,立法會,政府的不滿及不 信任逐日增加。我們的苦主當中,不少人因此事折磨而萬念俱灰,甚至有玉石俱焚的衝 動。 基於對賀主席的信任,相信賀主席的政治智慧,我們一直等待您的佳音。但內心的煩 悶及憤怒日漸增加,年近歳晩而苦無寸進。我等不得不致函賀主席您,期盼您抽出寶貴 時間,能在2017年1月底前* 聽完新土地法立法會的錄音,以書面形式記錄錄音內容以及 立法原意,並公開給其他議員。希望能將正確的立法原意公開,從而遏制“不論政府對 錯強搶民產”的罪行發生,避免毀掉澳門的將來。讓我們海一居苦主能有幸歡歡樂樂過 春節。 希望您就是包公庙拜求簽文所講海一居苦主的大救星。 海一居苦主們
海一居事件至今一年多了,不但沉重地折磨我們海一居苦主,對澳門的各行各業的影 響逐漸浮現出來。對地產中介,律師樓,銀行界,政府機構,立法會,政府的不滿及不 信任逐日增加。我們甚至有玉石俱焚的衝動。幸而今次立法會上鄭安庭議員的一系列發 言,指出海一居苦主按照政府法例置業,完全沒錯,不能充公。指出政府不擔當,不作 為,應立即公開立法原意,即可解決。 我們完全贊同鄭安庭議員在立法會提出政府應根據立法原意,懸崖勒馬,從惡法也是 法公然充公私有財產的嚴重錯誤中撥亂反正。 基於對你一直為澳門繁榮安定作出的貢獻,我們向您提出三點訴求,擬通過尋求您對 海一居的關注,對政府的影響力,轉達甚至支持我們。 1. 我們是在政府房屋政策照顧群組被排除在外的澳門居民,或相信澳門一國兩制成功 典範的投資者。我們一定要按合同盡早收樓。 2. 我們希望議員督促立法會在2017年1月底前*聽完新土地法立法會的錄音、同時以書 面把錄音內容和立法原意公開給其他議員。 3. 我們要求政府和立法會增加透明度,公開給澳門巿民立法原意,因我們根本不相信 回歸後的中華人民共和國特別行政區的立法會竟會存心立法去搶奪完全按法律置業並在 政府物業登記局登記了的私產。從而可即按立法原意撥亂反正。 為配合政府更好地從錯誤中糾正過來,我們現低調地尋找社會才俊發揮作用。希望通 過你們的積極介入,早日讓我們苦主收樓,社會回復正常。 海一居苦主們
加備註:如春節前趕不及給苦主好消息,亦希在二月底有喜訊。我們方不希望再有苦 主為此事折磨鬱鬱而終。
加備註:如春節前趕不及給苦主好消息,亦希在二月底有喜訊。我們方不希望再有苦 主為此事折磨鬱鬱而終。
6 SOCIEDADE
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A
nova foi divulgada em Macau, durante uma sessão de apresentação do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa aos empresários de Macau – no valor de mil milhões de dólares –, de modo a que estes possam também concorrer a financiamento para projectos em países lusófonos. O director-geral adjunto do departamento de gestão do fundo, Song Feng, afirmou que, além dos dois projectos em Angola e Moçambique já anteriormente revelados, foi financiado um terceiro no Brasil, “um projecto solar que pode atingir uma capacidade de 200 megawatts na sua produção”. O projecto tem um investimento total de 200 milhões de dólares e conta com financiamento de 20 milhões do fundo, que pretende “posteriormente injectar mais”.
Fórum Macau FUNDO FINANCIA PROJECTOS NO BRASIL E EM CABO VERDE
Vinte aqui, vinte ali
O fundo da China de mil milhões de dólares destinado a investimentos de e para o universo lusófono aprovou financiamento para um projecto de energia solar no Brasil. E está prestar a aprovar outro de hotelaria em Cabo Verde. O anúncio foi feito ontem chamou a atenção para um de “uma empresa de Macau que investiu em Cabo Verde num hotel de cinco estrelas”,
E DAVID CHOW TAMBÉM
Referindo que há “meia dúzia de projectos na fase final de análise”, Song Feng
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ACAU conta com 126 promotores de jogo autorizados a exercer actividade, o número mais baixo desde 2006, reflexo da actual conjuntura do mercado de grandes apostadores dos casinos. Segundo uma lista publicada ontem em Boletim Oficial pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), existem 126 operadores licenciados para exercer este ano a actividade de promoção de jogos de fortuna ou azar em casino – conhecidos como ‘junkets’ –, dos quais 110 pessoas colectivas e 16 singulares, ou seja, menos 15 do que o total de angariadores de grandes apostadores autorizados a operar no ano passado. Embora o filão dos ‘junkets’ tenha vindo a recuar, trata-se do
O projecto de David Chow deverá receber também 20 milhões de dólares de financiamento
numa referência ao projecto do empresário David Chow, director executivo da Macau Legend. Este projecto “ainda está na fase de análise mas quase a finalizar” e deverá receber também 20 milhões de dólares de financiamento – Chow investiu cerca de 300 milhões de dólares. “Já finalizámos quase todas as etapas, só falta uma aprovação para poder arrancar esse projecto”, que o fundo espera que consiga “trazer mais vantagens financeiras” ao país.
O projecto de David Chow, cônsul honorário de Cabo Verde, prevê a construção de uma estância turística no Ilhéu de Santa Maria, situado defronte da capital, Cidade da Praia, que cobrirá uma área de 152.700 metros quadrados e inaugura a indústria de jogo no país. Quanto à candidatura do projecto do terminal do Porto de Sines, em Portugal, Song Feng disse apenas que ainda está a ser analisada, e não revelou o valor do financiamento, indicando apenas que
Há uma década que não era assim Número de junkets continua a cair
mais baixo número registado desde 2006, ano em que eram 78, de acordo com os dados compilados pela Agência Lusa com base na lista publicada anualmente pela entidade reguladora. Existiam 141 promotores de jogo licenciados para operar em 2016, contra 183 em 2015, 216 em 2014, e 235 em 2013, ano em que se registou o pico e a partir do qual a lista de ‘junkets’ começou a encolher. Nesse ano, o jogo VIP representava dois terços de toda a receita angariada pelos casinos.
Em 2012 eram 219, em 2011 contabilizaram-se 193 e em 2010 um total de 169. Em 2009 eram 153, em 2008 registaram-se 186, enquanto em 2007 um total de 160. Os ‘junkets’ constituem peças fundamentais no xadrez do jogo de Macau, dada a tradicional elevada dependência dos grandes apostadores. Os casos de desvios de fundos de salas VIP de casinos – foram tornados públicos três num intervalo inferior a dois anos, com o mais recente no início de 2016 – levaram
o fundo atribui entre cinco e 50 milhões de dólares, consoante a envergadura dos projectos.
EM MACAU QUANTO ANTES
Em Outubro do ano passado, o presidente do Fundo de Cooperação para o Desenvolvimento entre a China e os Países de Língua Portuguesa, Chi Jianxin, revelou que a sede do fundo deverá ser transferida de Pequim para Macau, indicando que tal poderia acontecer ainda em 2016. Ontem, a directora-geral da empresa de gestão
as autoridades a elevar as exigências, nomeadamente em termos da contabilidade, apertando o cerco à actividade no quadro de um maior esforço regulatório e de fiscalização. Pelos dados publicados pela DICJ, o segmento VIP contribuiu para 53,2 por cento das receitas arrecadadas pelos casinos ao longo do ano passado. Embora continue a deter a maior fatia, a proporção do jogo VIP nas receitas totais tem vindo a diminuir. No cômputo de 2015, foi de 55,3 por cento, enquanto em 2014 correspondeu a 60,4 por cento – isto quando chegou a ser superior a 77 por cento. Macau contava, no final do ano passado, com 6287 mesas e 13.826 slots espalhadas por 38 casinos.
do fundo, Jin Guangze, disse apenas que a equipa está “a trabalhar nos aspectos jurídicos” para que tal se “concretize o mais rápido possível”. O fundo, com o valor global de mil milhões de dólares, tinha aprovado já o financiamento de dois projectos: um proveniente da Angola e um chinês para Moçambique. Um projecto agrícola em Moçambique, da empresa chinesa Wanbao, foi o primeiro a obter financiamento do fundo, criado oficialmente em Junho de 2013 por iniciativa conjunta do Banco de Desenvolvimento da China e do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau. Avaliado em aproximadamente 200 milhões de dólares, o projecto, na região do baixo Limpopo, perto da cidade de Xai-Xai, obteve “luz verde” do fundo, que contribuiu com apenas 10 milhões de dólares. O segundo projecto, proveniente de Angola, está relacionado com o fornecimento de equipamentos para a distribuição de electricidade.
ANO NOVO CHINÊS MAIS 40 VOOS CHARTER NO AEROPORTO DA RAEM
A Autoridade de Aviação Civil de Macau (AACM) autorizou mais 40 voos ‘charter’ de e para Macau para responder à procura durante o ano novo lunar. Em comunicado, a AACM indica que decidiu autorizar os 40 voos adicionais para dar resposta à “elevada procura”, tanto por parte de residentes de Macau que pretendem ir para fora, como de turistas que planeiam visitar Macau. Os voos ‘charter’ adicionais, que vão ser operados entre hoje e o próximo dia 5, são de e para a China, Taiwan, Japão, Coreia do Sul e Vietname, segundo os requerimentos submetidos por três transportadoras, incluindo a Air Macau. O número não difere em muito do que aconteceu no ano passado, quando foram autorizados, por esta altura, 48 ligações ‘charter’ adicionais.
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CPU DÚVIDAS E PROGRESSOS NO PLANEAMENTO DOS ATERROS
A evolução das plantas
A
Sem grandes novidades a nível de datas para planos definitivos, o planeamento da parte leste das zonas B e E1 dos Novos Aterros Urbanos tornou-se um pouco mais específico GCS
meio da reunião, um dos membros do conselho questionou: “Não sei para que serve este organismo, qual a sua função”. A questão foi levantada ontem durante o primeiro plenário de 2017 do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU), referente aos destinos a dar aos novos aterros urbanos B e E1. Wu Chou Kit chegou mesmo a propor um prazo de dois anos para que haja alguma decisão específica em termos de planeamento, salientando já terem sido feitas “três auscultações públicas”. Ou seja, foi pedida acção ao Executivo. Chan Tak Seng seguiu na mesma linha, colocando uma objecção relativa à área de habitação no aterro E1, que vem sido discutida desde 2015: “Já passou mais de um ano e este planeamento é uma repetição do que já sabíamos”. No entanto, o arquitecto Rui Leão recebeu a nova planta com agrado. “Vejo que houve um grande desenvolvimento em relação à proposta anterior, principalmente no plano rodoviário. Houve uma evolução, antes havia apenas uma espinha viária, sem estrutura urbana de acessibilidade e circulação.” O arquitecto acrescentou ainda que esta planta “parece mais racional, realista, mais bem sedimentada”, salientando a criação de estacionamentos como algo vital para a zona. Em relação às zonas costeiras, o arquitecto interrogou o Executivo relativamente às propostas de construção de campos de jogos, assim como de acessos à orla marítima com circulação pedonal. Manuel Pui Ferreira lançou para a mesa a possibilidade de “criação de um cais de lazer de forma a criar a possibilidade de lançar produtos turísticos”.
No seguimento da insistência de pedidos de especificidade, Raimundo do Rosário explicou que o Executivo não está a guardar informações.
“Ainda não há um plano pormenorizado. Por isso, quando me perguntam como vão ser as ruas, a afluência de carros e pessoas, não posso dar esses
Esta planta “parece mais racional, realista, mais bem sedimentada”, diz o arquitecto Rui Leão
dados detalhados”, esclareceu. O secretário para os Transportes e Obras Públicas reiterou que as dúvidas que estão nas cabeças dos membros do CPU são as mesmas que tem, alertando para o risco de se querer avançar rápido demais. Raimundo do Rosário rematou a sua intervenção ao dizer que o Executivo “está caminhando, fazendo”.
SOCIEDADE
Obra pronta, malas feitas
Mais de quatro mil trabalhadores deixaram Macau
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O espaço de um ano, Macau perdeu mais de quatro mil trabalhadores contratados ao exterior, indicam dados oficiais ontem divulgados. De acordo com dados da Polícia de Segurança Pública (PSP), disponíveis no portal do Gabinete para os Recursos Humanos, Macau contava no final de Dezembro de 2016 com um total de 177.638 trabalhadores não residentes – menos 4008 do que no mesmo mês do ano passado e menos 259 do que em a Novembro. AChina continua a ser a principal fonte de mão-de-obra importada de Macau, com 113.408 trabalhadores (63,8 por cento do total), mantendo uma larga distância das Filipinas, que ocupa o segundo lugar (26.701) num pódio que se completa com o Vietname (14.807). O sector dos hotéis, restaurantes e similares absorve a maior fatia de mão-de-obra importada (49.990), seguido do da construção (34.613). A construção foi, aliás, o sector que registou o maior ‘tombo’: no intervalo de um ano perdeu 8869 trabalhadores – de 43.482 passou a contar com 34.613. As actividades culturais e recreativas, lo-
tarias e outros serviços agrupavam 13.341 trabalhadores contratados ao exterior – menos 594 face a Dezembro de 2015 –, dos quais 859 eram trabalhadores da construção civil contratados directamente pelas empresas de lotarias e outros jogos de apostas, menos 1045 em termos anuais homólogos, segundo os mesmos dados. Tal poder-se-á explicar com o facto de em 2016 terem sido inaugurados dois casinos (Wynn Palace e Parisian) que tinham estado anteriormente em construção. Por conseguinte, o ramo dos hotéis, restaurantes e similares ‘ganhou’ 1889 trabalhadores no mesmo hiato temporal, um aumento que, contudo, não foi suficiente para compensar a diminuição sentida no sector da construção. A mão-de-obra importada equivalia a 45,1 por cento da população activa e a 46 por cento da população empregada, estimadas no final de Novembro. O universo de trabalhadores não residentes galgou os 100 mil pela primeira vez na história da RAEM em 2008.
EMPREGO FAOM FALA EM MAIORES DIFICULDADES ESTE ANO Leong Sun Iok, sub-director da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), disse, citado pelo jornal Ou Mun, que, embora a taxa de desemprego ainda se mantenha num nível baixo, este ano será mais difícil obter emprego do que no ano passado. O responsável exemplificou que muitos finalistas estão a ter dificuldade em encontrar o primeiro emprego devido à falta de experiência profissional e conhecimento sobre o cargo. Há muitas vagas no mercado, explicou Leong Sun Iok, mas não correspondem às expectativas pessoais e cursos escolhidos por quem está a acabar a formação académica.
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ANDRÉ LUI, ARTISTA PLÁSTICO, PINTA
EVENTOS PUB
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EPOIS de passar a década de 1990 em Portugal, André Lui regressou a Macau, para partir, de novo, para uma temporada de três anos em França. Durante a fase portuguesa, o artista raramente regressava à urbe banhada pela foz do Rio das Pérolas. Mas sempre que o fazia encontrava uma cidade diferente, com grandes mudanças, a crescer para cima. Ainda assim, nada que se compare “com a mudança gigante dos últimos dez anos”. Quando estudava no liceu gostava de pegar nos materiais e de ir pintar para o meio da rua, dava-lhe gozo retratar velhos prédios degradados. Esse exercício abriu-lhe duas portas: a porta da expressão artística que nasce da história, e a porta da própria arquitectura, que estudou na Universidade Técnica de Lisboa. “Normalmente, a cultura e o passado dos sítios são uma grande inspiração para mim, os antepassados dos edifícios da cidade chamam-me muito a atenção”, revela o arquitecto. É nesta fantasmagoria urbana que nasce a inspiração de André Lui. O artista reflecte na sua arte locais de Macau como o Jardim Lou Lim Ioc, o centro histórico e a zona de Nam Van. Aliás, estas zonas são o cerne da exposição “Impressão de Macau”, patente na S2 da galeria junto ao Lago Nam Van, ao abrigo do Anim’Arte, e que conta com mais de 20 obras do artista local.
“A hist é a min inspira
Depois de largos anos na E frequência a Macau, o artis André Lui redescobriu a ve em arte. Um exemplo de co contemporânea se pode ins
REDESCOBRIR A VELHA CHINA
O Jardim Lou Lim Ioc foi um caso interessante na vida deAndré. Depois das longas temporadas passadas na Europa, o arquitecto regressou a casa sedento da antiga Macau. “Quando voltei, tive uma vontade muito grande de redescobrir a velha cultura chinesa tradicional, que está espalhada pela cidade ainda hoje.” Nessa altura, a passagem pelo Velho Continente ainda o marcava bastante, em particular no que toca às cores usadas pela pintura francesa do século XIX. “Gosto muito do impressionismo, assim como do pós-impressionismo, e as pinturas do Jardim Lou Lim Ieoc foram muito influenciadas por esse movimento artístico, mesmo ao nível das cores com que trabalhei”, confessa. Apesar de se inspirar muito no passado arquitectónico, André Lui também se deixa influenciar pela vida quotidiana de quem mora em Macau. Em particular, com o crescimento que a cidade sentiu nos últimos
“Normalmente, a cultura e o passado dos sítios é uma grande inspiração para mim, os antepassados dos edifícios da cidade chamam-me muito a atenção.”
dez anos. Com o desenvolvimento cresceram os problemas, à medida que o espaço para habitar e circular diminuíram. “Como sou arquitecto, também me interessa a vivência contemporânea dos cidadãos”, conta. Como tal, pegando na sensação de claustrofobia que o progresso trouxe ao território, o artista montou uma instalação que procurou retratar a falta de espaço que Macau tem para oferecer aos seus habitantes. André é um artista multifacetado, trabalha também com fotografia, videografia, assim como pintura e instalação. Não consegue escolher um meio predilecto, mas comenta que a instalação lhe “oferece mais possibilidades, é mais versátil”. Dessa forma pode usar um leque variado de técnicas e materiais, baseando-se no carácter tridimensional das obras. Porém, os desenhos ou pinturas são elementos mais fáceis de controlar. Se uma expressão artística privilegia o espaço, a outra trabalha mais à superfície, num plano bidimensional. Para André, mesmo ao nível da inspiração, “uma pintura é mais fácil de trabalhar, porque está mais ligada às emoções pessoais”. Outra razão pela qual não faz tantas instalações prende-se
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A O PASSADO DE MACAU
tória nha ação”
Europa, apesar de vir com sta plástico e arquitecto elha cidade e transformou-a omo uma abordagem spirar no passado
com a relação que a obra tem com o espaço onde está exposta, e essa é a razão pela qual tem menos oportunidades de expor este meio em Macau.
MERGULHO NA PRAIA GRANDE
Quando desenha, ou pinta, André Lui é muito frequentemente capturado pelas questões do património e história da cidade. Uma das zonas que
mais o fascina é, também, a mais retratada de Macau: a Praia Grande. Hoje em dia, é um zona de beira lago, mas o passado do que era o Lago Nam Van é desconhecido para grande parte da população mais nova. André desenhou a zona como era antigamente, com base em antigas gravuras de pintores como George Chinnery, e até chegou a dar umas pequenas aulas de história sobre a zona. “Mostrei imagens antigas da Praia Grande aos alunos e a verdade é que a maioria não imaginava o passado da zona”, releva. Ao longo do século XIX, a Praia Grande era o centro social e financeiro de Macau. Com uma ampla avenida estendida à beira-mar, ao longo da baía, polvilhada por casas luxuosas ligadas a negócios
À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA VIVA O POVO BRASILEIRO • João Ubaldo Ribeiro
Ao contrário da impressão que o título deste romance pode causar a uma primeira leitura, Viva o Povo Brasileiro não é uma saga da nação brasileira, nem uma tentativa de construir uma “história secreta” como contraponto da “história oficial”. Este extraordinário romance (Prémio Jabuti e Prémio Golfinho de Ouro em 1985), que deixou uma forte marca na literatura brasileira e em toda a literatura latino-americana, é principalmente a história exuberante e encantada da busca de identidade e da consciência do povo brasileiro, tão agredido na diversidade das suas raízes culturais. E também, de certo modo, a história do surgimento dessa consciência e da luta pela sua afirmação. Mais de três séculos de história do povo brasileiro resumem-se neste livro, na sua escrita encantatória, na sua arquitectura exuberante, transformando João Ubaldo Ribeiro (Prémio Camões, 2008) num dos escritores mais importantes da literatura brasileira e mundial.
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EVENTOS
europeus. Era uma espécie de hub de comércio internacional. “A história desta zona é a que mais me puxa a atenção em toda a cidade”, revela. Era uma parte de Macau muito vibrante, com mercadores e pescadores a viverem lado a lado, e uma coabitação harmoniosa entre as culturas orientais e ocidentais. Era a parte da cidade mais emblemática, que a melhor representava, o seu indiscutível cartão de visita. Daí ter sido imortalizada nas pinturas de George Chinnery e de outros pintores que passaram para a tela a curvatura da baía. Na exposição patente no Largo Nam Van, o artista conta a história do local, assim como a evolução ocorrida ao longo dos anos. “Na Praia Grande podemos ver a grande mudança que ocorreu na imagem da cidade”, explica. Essa evolução de património e paisagem inspiraram-no. “Na série de desenhos que fiz da zona, tentei fazer uma comparação entre a imagem da cidade actual e o aspecto que tinha no século XIX”, acrescenta André.
“Na Praia Grande podemos ver a grande mudança que ocorreu na imagem da cidade.” O fascínio por esta parte da cidade mantém-se muito além da inspiração artística. Quando tem tempo, André Lui gosta de dar umas voltas pela zona que fica a sul e que se estende pela Rua da Praia do Bom Parto. “Ainda tem a mesma atmosfera que tinha nos anos 80 e 90.” Além de conter ainda intacta grande parte do que foi a zona nobre da Macau antiga, é uma zona óptima para passear, ou dar uma corrida aproveitando a sombra das árvores. João Luz
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FAMA E SEGREDO NA HISTÓRIA DE PORTUGAL • Agustina Bessa-Luís
Quem foi Viriato? Porque se davam mal D. Afonso Henriques e a sua mãe, D. Teresa? Terá Salazar sido amado em vida? Fama e Segredo na História de Portugal está organizado em 12 óperas, que nos levam numa viagem pelo tempo, para descobrir os segredos e mistérios por detrás de personalidades tão díspares da nossa história como D. Afonso Henriques, D. Leonor Teles, D. Sebastião ou Salazar. Conheça as causas da morte do guerreiro lusitano Viriato, o poder que a rainha D. Leonor Teles detinha sobre o marido, D. Fernando, a ascendência do primeiro rei de Portugal ou, mesmo, o hipotético casamento de Salazar com uma discretíssima senhora Trocado.
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NOTIFICAÇÃO EDITAL N.º 18/2017 (Exercício do direito de defesa) Considerando que se revela ser impossível notificar, nos termos do n.º 1 do artigo 72.º do Código de Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, por ofício, telefone, pessoalmente ou outra forma, notificar o eventualmente infractor, o representante legal da “SOCIEDADE DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA CHI LOK, LIMITADA”, [número de Registo do Empresário Comercial, Pessoa Colectiva: 27402 (SO)], com sede na Rua do Conselheiro Borja, n.º 107, Edifício “Cheng Choi”, Bloco 5, r/c “A”, em Macau, Lai Kin Lon, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, substituto, manda que se proceda, nos termos do n.º 2 do artigo 11.º do Decreto-Lei n.º 52/99/M, “Regime Geral das Infracções Administrativas e Respectivo Procedimento”, conjugado com o n.º 1 do artigo 93.º do CPA, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do dia seguinte ao da publicação da presente notificação edital, entregar nestes Serviços a defesa e as alegações escritas em relação aos factos de eventuais infracções cometidas. O eventual infractor não celebrou, por forma escrita, os contratos de trabalho com os trabalhadores menores Chan Cheok Cheng e Feng Weidong, os referidos factos violou eventualmente os termos do n.º 2 do artigo 17.º da Lei n.º 7/2008, “Lei das Relações do Trabalho”. Pelas práticas das infracções eventualmente cometidas, nos termos da alínea 2 do n.º 1 do artigo 88.º da mesma Lei, o infractor pode ser punido com a multa de MOP$10,000.00 (dez mil patacas) a MOP$20,000.00 (vinte mil patacas), (a infracção é punida com multa de MOP$5,000.00 (cinco mil patacas) a MOP$10,000.00 (dez mil patacas) por cada trabalhador em relação ao qual a infracção se verificar. O eventual infractor acima mencionado poderá, dentro das horas normais de expediente, levantar a respectiva Nota de Acusação no Departamento da Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221/279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo-lhe também facultada a consulta do processo n.º 6330/2015. Findo o prazo acima referido, a falta de apresentação da defesa escrita é considerada como tendo sido efectuado, de facto, a audiência do eventual infractor. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 20 de Janeiro de 2017. O Chefe do Departamento, substituto, Lai Kin Lon
NOTIFICAÇÃO EDITAL (Execução coactiva)
N.º 19/2017
Lai Kin Lon, o Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, substituto, manda que se proceda, nos termos do n.º 3 do artigo 9.º e do artigo 11.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 – “Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho”, conjugados com n.º 2 do artigo 72.º e n.º 2 do artigo 136.º, do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, à notificação do transgressor do Auto de Notícia n.º 209/0708/2016, a “SOCIEDADE DE ENGENHARIA ELECTRÓNICA CHI LOK, LIMITADA”, [número de Registo do Empresário Comercial, Pessoa Colectiva: 27402 (SO)], com sede na Rua do Conselheiro Borja, n.º 107, Edifício “Cheng Choi”, Bloco 5, r/c “A”, em Macau, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do 1.º dia útil seguinte ao da publicação da presente notificação edital, proceder ao pagamento da multa aplicada no aludido Auto, no valor de MOP$40,000.00 (quarenta mil patacas), por prática das transgressões laborais previstas nas alíneas 2) e 3) do n.º 1 do artigo 28.º, e punidas nas alíneas 3) do n.º 1 do artigo 85.º da Lei n.º 7/2008 – “Lei das relações de trabalho”, devendo ainda, nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do prazo atrás citado, fazer prova do pagamento efectuado. As cópias do auto, a notificação e as guias de depósitos deverão ser levantadas, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Inspecção do Trabalho da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo facultada a consulta do processo em causa (n.º 6330/2015). Decorridos os prazos, sem que tenha sido dado cumprimento ao presente edital, seguir-se-á a tramitação judicial, com a remessa do auto ao Juízo. Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais – Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 20 de Janeiro de 2017. O Chefe do Departamento, substituto, Lai Kin Lon
11 CHINA
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GRUPO DE PESQUISA COM POSIÇÕES LIBERAIS SILENCIADO
O fim da investigação
A
S autoridades da China encerraram a página electrónica e contas nas redes sociais de um conhecido grupo de investigação em assuntos de Economia, parte de uma campanha que tem atingido académicos chineses com posições liberais. Sedeado em Pequim, o Instituto de Economia Unirule é o mais recente alvo de uma campanha repressiva que forçou um professor a reformar-se e resultou no despedimento de um quadro local, ambos por criticarem o histórico líder comunista chinês Mao Zedong. Intelectuais e analistas políticos chineses estão sob pressão devido às últimas medidas do Governo, que coincidem com a ascensão de um movimento que defende o legado de Mao e persegue os seus críticos. Desde que o Presidente Xi Jinping ascendeu ao poder, em 2012, revistas e sítios na Internet que defendem reformas políticas e económicas foram encerrados, enquanto professores universitários e membros do sistema judicial chinês foram advertidos sobre a divulgação de “valores ocidentais”. O fundador do Unirule, Mao Yushi, disse ontem que representantes do Partido Comunista Chinês (PCC) informaram na semana
passada que o sítio foi encerrado por violar a lei, sem explicarem mais detalhes. “É terrível, existia há muitos anos”, disse à agência Associated Press. “Eu disse aos funcionários que isto não é a lei, mas eles não responderam. Não respondem a este tipo de questões”, explicou.
SEMPRE A APRENDER
A Administração do Ciberespaço da China informou esta semana ter encerrado 17 portais electrónicos, como parte dos esforços para eliminar ‘sites’ contendo notícias não autorizadas ou pornografia. Mao Yushe tem sido um dos principais alvos do novo movimento de extrema-esquerda, que diz que o seu apoio ao mercado
“Os liberais devem aprender bem esta lição: ser abertamente um crítico não leva a lado nenhum na China.” GLOBAL TIMES livre contraria o legado de Mao Zedong e a ideologia do PCC. Nas últimas semanas, o movimento tem organizado campanhas ‘online’ e protestos na rua para criticar académicos, com o aparente
STATE GRID COMPRA PARTICIPAÇÃO MAIORITÁRIA EM ELÉCTRICA BRASILEIRA
O
grupo chinês State Grid, o maior accionista da Redes Energéticas Nacionais (REN), chegou na terça-feira a acordo para comprar uma participação maioritária na empresa brasileira CPFL, por 4.500 milhões de dólares. A compra de 54,64% das acções da CPFL vai permitir à empresa chinesa expandir a sua presença no Brasil, onde está presente desde 2010. A State Grid opera um total de 10.000 quilómetros de linhas de transmissão eléctrica no Brasil, incluindo no Rio de Janeiro e São Paulo, e está a construir mais 6.000 quilómetros, segundo anunciou em comunicado.
Em Portugal, o grupo fechou, em 2012, a compra de 25% da REN por 387,15 milhões de euros. A State Grid, a segunda maior empresa do mundo, segundo a revista Fortune, é directamente tutelada pelo governo central chinês. A CPFL é a maior eléctrica privada do Brasil. Fornece energia para 24 milhões de pessoas e é líder no fornecimento de energias renováveis, segundo o comunicado difundido na terça-feira. Através deste negócio, o grupo chinês diz que quer alargar a sua presença na transmissão e distribuição de
apoio das autoridades chinesas, que por norma proíbem qualquer manifestação política não autorizada. O jornal oficial Global Times, que publica na edição de ontem uma reportagem sobre o movimento, opina numa outra peça que o silenciamento de Mao Yunshi serve de lição. “Os liberais devem aprender bem esta lição: ser abertamente um crítico não leva a lado nenhum na China”, lê-se. “Tirar ideias do ocidente e tentar passá-las como genuínas irá eventualmente bater num muro”, acrescenta. Desde 2010, Mao Yunshi tem estado proibido de deixar a China, um dos métodos frequentemente utilizados pelo Governo chinês para silenciar ou punir os seus críticos. Nos últimos anos, o académico questionou abertamente se o Governo de Xi não estará a reverter décadas de reformas económicas na China, a favor de empresas e indústrias sob controlo do Estado. Avisou também para a ascensão de um movimento que se bate pelo regresso da China à ortodoxia maoista, com reminiscências da xenofobia extrema e violência praticados durante a Revolução Cultural (1966-1976), uma radical campanha de massas lanças por Mao, que mergulhou a China no caos.
energia no Brasil e aumentar a geração de energia a partir de fontes renováveis. “O objectivo é diversificar o portefólio da State Grid International e (...) fortalecer a nossa posição de líderes no setor elétrico brasileiro”, afirma em comunicado. O negócio servirá também como um estímulo para o país sul-americano, que enfrenta a pior recessão económica desde há várias décadas, e para estabilizar as suas finanças públicas. A State Grid está encarregue de distribuir electricidade para quase 1.000 milhões de pessoas na China.
NOVE MORTES DEVIDO À GRIPE DAS AVES
A China registou este ano nove mortos com o vírus H7N9 da gripe das aves, noticiou ontem a imprensa estatal, depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter instado os países a reportar casos de infecção.Centros de controlo da doença nas províncias de Henan, Hunan e Guangdong reportaram pelo menos nove mortos, noticiou a agência oficial Xinhua. O caso mais recente ocorreu em Henan, onde as autoridades de Saúde locais reportaram a morte de dois empregados de um restaurante, na terça-feira. Desde que registou o primeiro caso de infecção, em Março de 2013, a China registou mais de 1.000 casos, entre os quais 38,5% resultaram em morte, segundo a OMS. A gripe das aves, que causa graves doenças respiratórias, tem maior incidência durante o Inverno e a Primavera. Segundo a Xinhua, os casos registados este ano ocorreram sobretudo no sul da China, incluindo nas cidades de Xangai e Hong Kong. PUB HM • 2ª VEZ • 26-1-17
ANÚNCIO Proc. Execução por custas/multa/ Indemnizações n.º
CV3-15-0006-CEC
3º Juízo Cível
EXEQUENTE: MINISTÉRIO PÚBLICO.-------------------------------------------------EXECUTADO: JOHAN STRAGA, ora ausente em parte incerta, com última residência conhecida em Macau, Estrada Nordeste da Taipa, nº 312, Edif. Pearl on the Lough, Torre 2, 16º andar H.------------------------------------------------------------*** FAZ-SE SABER que, pelo Juízo, Secção e Tribunal acima identificados, correm éditos de TRINTA (30) dias, contados da segunda e última publicação dos respectivos anúncios, notificando, por esta forma, o executado acima identificado, de todo o conteúdo do requerimento executivo de fls. 2-19, 24, dos despachos determinativos das penhoras, exarados a fls. 20, 25, e da realização destas, fls. 36, 40, penhora de contas bancárias abertas no Banco Nacional Ultramarino, S.A. e no Banco da China, sucursal de Macau, para garantia e pagamento da quantia exequenda de MOP$6.708,00 (Seis Mil, Setecentas e Oito Patacas) e demais acréscimos legais, podendo, no prazo de DEZ (10) dias, posterior ao dos éditos, deduzir embargos de executado ou oposição à penhora, bem como requerer a substituição dos bens penhorados por outros de valor suficiente , - artº. 820º. n.º 2 do C.PC.M.------- Tudo como melhor consta do requerimento executivo, cujo duplicado se encontra nesta Secretaria à disposição do notificando e que poderá ser levantados nas horas normais de expediente.------------------------------------------------------ Caso o notificando pretenda beneficiar do regime geral de apoio judiciário, deverá dirigir-se, ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, nº 398, Edf. CNAC, 6º andar, Macau, para apresentar seu pedido, sendo que poderão pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.go.mo.------------ Para o efeito, terá de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro.-----------------------Macau, 18 de Janeiro de 2017 ***
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ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 5/P/17
Atribuição de subsídios a pilotos locais que participem em corridas no exterior durante 2017 Requisitos do pedido de subsídio e critérios de atribuição do subsídio I.
Requisitos do pedido de subsídio e critérios de atribuição do subsídio: 1. Na sequência do disposto no n.o 1 do artigo 34.o do Decreto-Lei n.o 67/93/M, de 20 de Dezembro, o requerente deve satisfazer uma das seguintes condições: 1.1) Ser natural da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM); 1.2) Ser de nacionalidade portuguesa ou chinesa e ter na RAEM a sua residência há mais de 1 ano; 1.3) Residir na RAEM há, pelo menos, 3 anos. 2.
O requerente deve, ainda: 2.1) Ser sócio da Associação Geral de Automóvel de Macau, China (AAMC); 2.2) Ser portador de todas as licenças legais e indispensáveis para a participação em corridas no exterior; 2.3) Obter a qualidade de estar em representação da AAMC; 2.4) Ter terminado e obtido uma classificação oficial que se situe numa posição entre as 70% melhores classificações finais dos pilotos participantes de Macau numa das corridas do Grande Prémio de Macau (GPM) realizadas durante 2016. (Tabela I)
3.
A atribuição de subsídio em 2017 é limitada à participação em corridas homologadas entre Janeiro a Outubro pela Fédération Internationale de Motocyclisme (FIM) ou pela Fédération Internationale de l’Automobile (FIA) (até ao máximo de 10 corridas por cada piloto requerente), devendo estas competições no exterior ser do mesmo tipo e de nível equivalente ao da efectivamente participada pelo piloto requerente nas corridas do GPM em 2016 (motos, carros de turismo ou Fórmula 3). A atribuição está sujeita aos seguintes padrões de avaliação: (Tabela II) 3.1) Classificação geral numa das corridas do GPM de 2016, analisando-se o nível de competição do requerente nestas corridas; 3.2) Potencialidade de desenvolvimento do requerente no desporto motorizado (incluindo idade, etc.); 3.3) Importância e popularidade da corrida em que irá participar, analisando-se o nível de competição do requerente em diferentes tipos de corridas, internacionais ou regionais; 3.4) Efeitos promocionais e de divulgação de Macau.
4.
A atribuição do subsídio é calculada com base em padrões de avaliação assentes em valorações percentuais correspondentes à participação efectiva nas corridas declaradas pelo piloto no pedido de atribuição de subsídio no ano de 2016.
II.
Documentos a apresentar com o formulário para a atribuição de subsídio a pilotos locais participantes em corridas no exterior: 1. Pedido com indicação obrigatória do valor do subsídio requerido; 2. Plano de actividades (incluíndo a designação, datas, locais e o número de corridas no exterior da RAEM e respectivas mangas, até ao máximo de 10 corridas); 3. Mapa pormenorizado das despesas previstas; 4. Curriculum vitae do requerente; 5. Cópia do B.I.R.M. do requerente; 6. Cópia do cartão de sócio da AAMC; 7. Cópia de todas as licenças legais e indispensáveis para a participação em corridas no exterior da RAEM; 8. Documento comprovativo da qualidade de estar em representação da AAMC; 9. Prova de participação obrigatória e obtenção de resultados oficiais das corridas do GPM de 2016.
III.
Os subsídios em 2017 são concedidos nos seguintes termos: 1. Os pilotos locais que satisfaçam os requisitos acima referidos devem apresentar antes do dia 28 de Fevereiro de 2017, os documentos indicados no ponto II, com o formulário para a atribuição de subsídio a pilotos locais participantes em corridas no exterior devidamente preenchido; 2. Uma vez terminadas todas as corridas que constam do plano de actividades do ponto II (com partida efectuada), alínea 2), os pilotos locais devem entregar, antes do dia 31 de Outubro de 2017, os relatórios de actividades sobre a participação nas corridas no exterior que, no plano de actividades tenham declarado ter intenção de participar, bem como os documentos comprovativos das informações relativas à promoção efectiva de Macau ao Instituto do Desporto; 3. O subsídio só é atribuído após análise do relatório de actividades sobre a participação nas corridas declaradas no plano de actividades e o seu montante será calculado de acordo com a participação efectiva em cada um desses eventos. 4. Não será atribuído subsídio se o relatório de actividades for entregue fora do prazo previsto no n.o 2 deste ponto.
IV.
Local e modo de entrega da documentação: O formulário do requerimento deve ser entregue devidamente preenchido e acompanhado dos documentos exigidos, por correio registado com aviso de recepção ou directamente contra recibo nas instalações da sede do Instituto do Desporto: Endereço: Av. Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, Macau Tel : (853) 87962204 Tabela I - Classificação final N.o de pilotos locais participantes 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
N.o de pilotos locais admitidos Pilotos admitidos com 70% dos melhores resultados na classificação final 1 2 2 3 4 4 5 6 7
N.o de pilotos locais participantes
N.o de pilotos locais admitidos
11
7
12 13 14 15 16 17 18 19 20
8 9 9 10 11 11 12 13 14
2) 3) 4)
Padrões de avaliação Classificação geral numa das corridas do Grande Prémio de Macau de 2016, analisando-se o nível de competição do requerente nestas corridas Potencialidades de desenvolvimento do requerente no desporto motorizado (incluindo idade, etc.) Importância e popularidade da corrida em que irá participar, analisando-se o nível de competição do requerente em diferentes tipos de corridas, internacionais ou regionais Efeito promocional e de divulgação de Macau TOTAL
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 6/P/17 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 16 de Janeiro de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Prestação de Serviços de Reparação e Manutenção do Sistema de Segurança do Centro Hospitalar Conde de São Januário», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 25 de Janeiro de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 42,00 (quarenta e duas patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes do presente concurso devem estar presentes no Departamento de Instalações e Equipamentos do Centro Hospitalar Conde de São Januário, no dia 6 de Fevereiro de 2017, às 10,00 horas, para efeitos de visita às instalações a que se destina à prestação de serviços objecto deste concurso. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 2 de Março de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 3 de Março de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP100,000.00 (cem mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 19 de Janeiro de 2017 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip
ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 7/P/17 Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 18 de Janeiro de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para a «Prestação de Serviços de Limpeza das Unidades de Saúde da Área de Cuidados de Saúde Generalizados e de Outras Unidades Subordinadas dos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 25 de Janeiro de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau (Antigo Gabinete para a Prevenção e Controlo do Tabagismo), onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP 76,00 (setenta e seis patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Os concorrentes deverão comparecer na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau no dia 27 de Janeiro de 2017 às 9,00 horas para uma reunião de esclarecimentos ou dúvidas referentes ao presente concurso público, seguida duma visita aos locais a que se destinam a respectiva prestação de serviços. As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 21 de Fevereiro de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 22 de Fevereiro de 2017, pelas pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP380.000,00 (trezentas e oitenta mil patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 19 de Janeiro de 2017 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip
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Tabela II - Padrões de avaliação
1)
Faz-se público que, por despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 16 de Janeiro de 2017, se encontra aberto o Concurso Público para «Prestação dos Serviços de Medição/Análise da Qualidade do Ar aos Serviços de Saúde», cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 25 de Janeiro de 2017, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP33,00 (trinta e três patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet no website dos S.S.(www.ssm.gov.mo). As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,45 horas do dia 15 de Fevereiro de 2017. O acto público deste concurso terá lugar no dia 16 de Fevereiro de 2017, pelas 10,00 horas, na “Sala Multifuncional”, sita no r/c, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau. A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP41.400,00 (quarenta e uma mil, quatrocentas patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente. Serviços de Saúde, aos 19 de Janeiro de 2017 O Director dos Serviços, Substituto Cheang Seng Ip
Percentagem 60% 10% 25% 5% 100%
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diários de próspero
António Cabrita
Alinho pelas duas 21/01/2017 Sete da manhã, vou buscar a minha filha ao aeroporto. Há ano e meio que não nos víamos. Desta vez chegou acompanhada de namorado. O qual, ao fim do dia, não consegue calar o desabafo: «É estranho estar numa cidade onde todas as casas, janelas e varandas estão gradeadas!». Na mouche. A paranóia securitária, em Maputo, é total e alimenta uma indústria de segurança que não faz qualquer sentido em relação aos números concretos de delitos que se praticam na cidade. Maputo, na «cidade de pedra», é relativamente pacífica, não se comparando aos relatos que nos chegam de Joanesburgo ou Luanda. Uma vez comprei o Notícias que em grandes parangonas anunciava: « Cinquenta crimes cometidos esta semana na cidade». Pus-me a ler a descrição dos crimes e avultava o caso do rapaz que tinha partido as unhas postiças a uma velhota e o pai que chegou bêbado a casa e começou a implicar com os filhos para depois malhar, por engano, na irmã da mulher, em vez de na consorte. E explicava: «Quem a manda ser gémea? Com a babalaza nem vi que lhe faltava a verruga no nariz que a minha tem...». Bom, tinha havido cinco roubos por esticão e dois homicídios. Lisboa não terá menos delitos e crimes semanalmente, não tem é uma imprensa histérica a alimentar o medo e uma indústria de segurança a “alimentar” a imprensa. Quando cheguei há doze anos e fui passar os primeiros meses (em casa de família) a Sommerschield, o Restelo local, o bairro onde vive a grande burguesia em Maputo, divertia-me a passear por aquelas ruas arborizadas com dois guardas, armados e fardados, sentados à porta de cada vivenda. Divertia-me sobretudo ao crepúsculo, quando eles começam a dormir. É uma coisa que se pega. Ou conversam entre eles, animadamente, em voz alta, na inércia de um ócio que só a farda ilude, pois durante o dia mais não fazem do que abrir o portão uma dúzia de vezes, ou um começa a chonar e é imitado pelo seguinte e a cadeia propaga-se, para grande segurança dos que guardam. Uma vez escrevi numa crónica que se fosse antropólogo faria uma investigação sobre os sonhos dos guardas em Maputo. Tive um telefonema de um amigo que era PCA (administrador) de uma empresa de segurança e transmitiu: Eles não acharam muita graça. Não sei porquê – sonhar é um direito indeclinável. 22/01/2017 Há uma interessante correspondência trocada entre George Sand e Gustave Flaubert. O objecto dessas cartas é o desacordo sobre a concepção de literatura que lhes coube abraçar. Sand reconhece a superioridade artística de Flaubert, mas rebate: «Entretanto, creio que lhes falta, e a você sobretudo, uma visão mais definitiva e ampla da vida.» E acusa-o de faltar vida aos quadros humanos que ele retrata, pois o seu método, adianta Todorov, donde saco a informação, é sistemático em demasia e, por conseguinte, monótono, ao que ela contrapõe:«Quero ver o homem tal como ele
h ARTES, LETRAS E IDEIAS
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é. Ele não é bom nem é mau: é bom e mau. Mas há algo ainda, a nuance, a nuance que para mim é o objectivo da arte». E retoma o tema numa carta seguinte:«A verdadeira realidade é uma mistura de beleza e feiura, de palidez e luminosidade». Assim, conclui Todorov, «aqueles que num determinado momento foram chamados de realistas fizeram uma escolha que trai a realidade: eles obedecem a uma convenção arbitrária que lhes exige representar unicamente a face negra do mundo. O que os niilistas traem não é o Bem, mas o Verdadeiro (sublinhado meu)». Não só isto é vital – sendo a compreensão disto que me separa conceptualmente de alguns poetas das gerações a seguir à minha – como é evidente que Sand dá aqui um KO técnico a Flaubert. 24/01/2017 Já escrevi duas antologias de fábulas moçambicanas, que foram editadas com ilustrações de artistas locais, a primeira de um maconde, o Matias Ntundo, a segunda, que se reportava a histórias do sul, com bonecos de Jorge Nhaca. Chegaram-me as estórias em forma de borrões orais, recolhidos nos anos oitenta, e cuja transcrição deixava muito a desejar, quer pelo português, quer pela nebulosa com que se apresentava a narrativa, pelo que muitas vezes tinha de adivinhar o veio principal, respeitando, simultaneamente, a lógica não-aristotélica e mágica. O estado informe deste material genético resulta de não se ter efectuado um trabalho crítico, seja
antropológico, seja filológico, sobre as recolhas, deixadas ao abandono, nas instituições. O que me deixava a sós com algumas decisões controversas sobre a fixação do texto - além disso, o propósito das duas edições era comercial, não pretendiam ser edições científicas. Enfim, levantaram-se as resistências, por causa do meu olhar «africanista», que traía supostamente a essência pura e africana das histórias. Um dia pego num livro de fábulas de Esopo para ler às minhas filhas mais pequenas e descubro que uma das histórias macondes que recriei era decalcada de uma fábula grega. Ora, os macondes não falam grego. Recebo entretanto uma novela de um amigo escritor da Amazónia, o Nicodemos Sena e fico fascinado: a história que ele conta, inspirada numa fábula local, era ipsis verbis, uma fábula maconde. Na mesma altura, a propósito de não sei o quê, releio O relatório de Brodie, de Jorge Luis Borges e descubro estampada no conto A Intrusa outra das fábulas que havia trabalhado. Ou são coincidências que dão razão ao Jung quando diz que a partir de um certo estrato psíquico emerge um inconsciente colectivo comum que torna semelhantes os bestiários e as narrativas orais de todo o mundo, ou são uma prova de que todas as culturas resultam do contacto, pelo que não existem essências puras e as culturas são identidades compósitas que nos tornam a todos mais aparentados do que provavelmente gostaríamos. Alinho pelas duas.
14 (F)UTILIDADES TEMPO
MUITO
hoje macau quinta-feira 26.1.2017
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NUBLADO
O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente EXPOSIÇÃO “VELEJAR NO SONHO” DE KWOK WOON Oficinas Navais N.º1
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EXPOSIÇÃO “52ª EXPOSIÇÃO DO FOTÓGRAFO DA VIDA SELVAGEM DO ANO” Centro de Ciência (Até 21/02)
O CARTOON STEPH
EXPOSIÇÃO “I’M TOO SAD TO TELL YOU”, DE JOSÉ DRUMMOND Casa Garden, (Até 24/02) EXPOSIÇÃO “OBSERVAÇÕES”, DE MANUELA MARTINS Casa Garden (Até 04/02)
C I N E M A
POKÉMON THE MOVIE 19: VOLCANION AND THE MECHANICAL MARVEL SALA 1
POKÉMON THE MOVIE 19: VOLCANION AND THE MECHANICAL MARVEL [A] FALADO EM CANTONÊS COM LEGENDAS EM INGLÊS Filme de: Kunihiko Yuyama 14.14, 16.00, 17.45
LA LA LAND [B]
Shawn Roberts, Ruby Rose 14.30, 21.30, 23.30
RESIDENT EVIL: THE FINAL CHAPTER [C][3D]
UM LIVRO HOJE
Eu sou um casaco. Não me preciso vestir, esteja calor ou frio, portanto, sou um caso perdido de inadequação térmica. Mas aqui na redacção a discrepância de preparação para a temperatura de Macau difere muito. Dos mais encasacados, aos mais descapotáveis. Isso também se sente nas ruas, pelo que consigo ver na minha vigília através das janelas. Pessoas em manga de camisa e t-shirt cruzam-se com os que aparentam terem vindo dos Alpes suíços. A questão é: o que será um Verão para quem tem frio com 22 graus? Serão 60 graus suficientes? A temperatura da superfície de Vénus? A caldeira de um vulcão em erupção? Digam-me! E para os descapotáveis que parecem importados da Islândia? Quando estará frio de mais para vestirem um casaco? Quando todos os outros habitantes se tiverem transformado em ursos polares ou estátuas de gelo? Enfim, questões de amplitude que me levam a pensar que cada ser humano podia ser um animal diferente, numa larga paleta zoológica. Dos animais de sangue frio, como lagartos, à bicharada que busca naturalmente a sombra, como eu. Realmente, todos diferentes, todos iguais. Incoerências sobre duas pernas, seres de impossível definição, são uma surpresa constante. A diversidade é talvez a parte que mais me agrada neste raio de espécie. Pu Yi
FIÓDOR DOSTOIÉVSKI – “RECORDAÇÕES DA CASA DOS MORTOS”
Este livro retrata uma história semibiográfica baseada na vida do autor, que passou quatro anos num campo prisional na Sibéria. O relato atravessa um longo calvário que torna um internamento hospitalar, com perigo de vida, numas férias num spa. A narrativa segue a vida de um senhor de classe alta que tem de se integrar num meio mais humilde. A partilha do sofrimento, de uma garrafa de vodka, do desafio à autoridade leva o protagonista numa viagem interna de despertar espiritual. Este livro é uma pérola no vasto tesouro que é a obra de Dostoiévski, absolutamente fundamental. João Luz
Filme de: Paul W.S. Anderson Com: Milla Jovovich, Ali Larter, Shawn Roberts, Ruby Rose 19.30
Filme de: Damien Chazelle Com: Ryan Gosling, Emma Stone 19.30, 22.00
LA LA LAND [B]
SALA 2
SALA 3
Filme de: Paul W.S. Anderson Com: Milla Jovovich, Ali Larter,
FALADO EM CANTONÊS Filme de: Ron Clements, John Musker 14.30,16.45, 19.15, 21.30
RESIDENT EVIL: THE FINAL CHAPTER [C]
PROBLEMA 165
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 164
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017)
Cineteatro
1.16
VERÃO FORA DE TEMPO
EXPOSIÇÃO “33 ANOS NA RÁDIO DO LOCUTOR LEONG SONG FONG” Academia Jao Tsung-I (Até 05/02)
III FESTIVAL DE CINEMA DE MOÇAMBIQUE, Fundação Rui Cunha, 18h30 (Até 26/01)
YUAN
AQUI HÁ GATO
EXPOSIÇÃO “CHANGE OF TIMES” DE ERIC FOK Galeria do IFT
EXPOSIÇÃO “SOLIDÃO”, FOTOGRAFIA DE HONG VONG HOI Museu de Arte de Macau
0.22
Filme de: Damien Chazelle Com: Ryan Gosling, Emma Stone 16.30
MOANA [B]
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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Cabrita; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
15 hoje macau quinta-feira 26.1.2017
OPINIÃO
dissonâncias
À
S leituras sobre as razões para a vitória de Donald Trump seguem-se agora as análises sobre o que representam as prioridades estabelecidas pelo 45.º presidente dos Estados Unidos da América (EUA). Trump não quis deixar espaço para interpretações dúbias sobre o que pretende fazer no cargo: logo no primeiro dia, mandou apagar todas as referências ao aquecimento global no website da presidência e anunciou a retirada dos EUA da Parceria Trans-Pacífica (TPP, na sigla inglesa, o acordo de comércio com os países da orla do oceano Pacífico) e o fim do Obamacare. Sobre a primeira questão, Donald Trump soube melhor do que ninguém dizer aos americanos o que eles queriam ouvir. A campanha eleitoral é sobretudo isso: dizer. Já há muito que deixou de ser um debate, uma troca de ideias ou de propostas. A campanha política, do ponto de vista dos candidatos, não pretende esclarecer ninguém, procura acima de tudo corresponder às expectativas dos potenciais votantes. Aliás, quanto menos esclarecer, melhor. E Trump esclareceu pouco. Não explicou, por exemplo, como quer tornar os EUA grandes outra vez; não falou das consequências para as empresas norte-americanas do facto de os Estados Unidos se irem fechar sobre si-próprios; nem tão-pouco do efeito para os interesses globais dos EUA de uma menor contribuição de Washington para a paz e segurança mundiais. As primeiras medidas que tomou na esfera internacional (no que diz respeito ao envolvimento dos EUA no combate ao aquecimento global e ao fim da participação dos EUA na TPP) não deixam de ser sinais – e a política faz-se de sinais - inequívocos, aliás, de que os EUA não vão estar tão presentes na cena internacional. Há oito anos, por exemplo, Barack Obama também utilizou uma estratégia comunicacional semelhante, tendo assinado na mesma Sala Oval a ordem executiva que determinava o encerramento de Guantánamo, num claro contraste com a política seguida até então pelos Estados Unidos no combate ao terrorismo internacional, preconizada por George W. Bush. Na verdade, por consequência da governação de Barack Obama, os Estados Unidos estão hoje maiores – utilizando a terminologia “Trumpiana” – do que estavam quando o antigo senador de Chicago chegou à Casa Branca. O estado geral da economia norte-americana melhorou nos últimos oito anos. O Produto Interno Bruto cresce constantemente desde 2010. A taxa
Consenso na gaveta DAVID SWIFT, UNDER THE YUM YUM TREE
RUI FLORES
ruiflores.hojemacau@gmail.com
de desemprego, por exemplo, caiu de perto dos 10 por cento, em 2010, para abaixo dos 6 por cento, no ano passado. É evidente que, devido à deslocalização de fábricas para mercados em que o custo do trabalho é menor e aos avanços tecnológicos que tornam redundante a presença de pessoas no processo de produção, existe desemprego no chamado Midwest, o conjunto de estados que constitui a América fabril. E foi aqui que os homens brancos pouco qualificados foram votar em massa em Donald Trump, assegurando-lhe a vitória no colégio eleitoral. A eles, sem explicar como, prometeu-lhes arranjar novos empregos. Em relação à segunda parte da questão, os efeitos para o sistema político internacional do isolacionismo anunciado por Trump, a mais significativa é que a cartilha de Washington, quer para o desenvolvimento humano quer para o sistema político, está a ser colocada na gaveta. O liberalismo económico e o liberalismo político estão a sofrer um ataque sem precedentes. Apesar de todas as críticas de que foi alvo ao longo dos anos, das experiências alternativas como a que está em vigor na China, com o modelo de intervenção económica do governo central (o chamado “consenso de Pequim”), não deixa de ser extraordinário que o consenso de Washington esteja a ser posto de parte pelo próprio país que o inventou e que o universalizou. Num artigo brilhante intitulado “Liberalism in Retreat: The Demise of a Dream”, publicado na mais recente edição da Foreign Affairs (Janeiro-Fevereiro),
Robin Niblett, director de um dos think tanks mais reputados do mundo, a britânica Chantham House, o Instituto Real de Assuntos Internacionais, perspectiva que a principal consequência para o mundo da eleição de Donald Trump e da implementação de políticas proteccionistas a par da retirada dos EUA de instrumentos multinacionais é o enfraquecimento da ordem liberal que tem marcado o mundo desde 1945. As instituições internacionais criadas no final da II Guerra Mundial e nos anos 1950 (como o embrião da União Europeia) tinham como objectivo principal o progresso humano. Para o alcançar, preconizavam um mundo de mercados abertos,
As instituições internacionais criadas no final da II Guerra Mundial tinham como objectivo principal o progresso humano. Para o alcançar, preconizavam um mundo de mercados abertos, democrático, de respeito pelos direitos humanos. Esta visão do mundo tem, no entanto, caído por terra
democrático, de respeito pelos direitos humanos. Todos estes valores haveriam de chegar um dia a todos os cantos do mundo. As Nações Unidas estiveram sempre na vanguarda da imposição global destes princípios, ao tentarem garantir a aplicação de uma agenda liberal, quer económica quer política, nos diversos países onde estão presentes missões políticas ou de manutenção de paz. Esta visão do mundo tem, no entanto, caído por terra. Sofreu um abalo tremendo com a crise financeira, económica e social que começou em 2007-2008 e que levou às intervenções internacionais na República da Irlanda, em Portugal e na Grécia. O respeito pelos direitos humanos e liberdades fundamentais é cada vez mais ténue, mesmo em Estados-membros da União Europeia, como a Hungria ou a Polónia, e questionado no que aos refugiados diz respeito. A democracia não é manifestamente o sistema político que garante como nenhum outro o desenvolvimento humano – Pequim e o seu capitalismo de características chinesas retirou da pobreza extrema 800 milhões de pessoas, segundo a contabilidade do insuspeito Banco Mundial. Os mercados só devem ser abertos até ao limite dos interesses do país em causa. No fundo foi isso que Donald Trump veio clarificar, com a clareza própria dos populistas: “America first!” Como conclui Nibblet, as democracias são resistentes e esta conjugação de mercados abertos e de direitos humanos poderá persistir. Mas, por ora, tudo indica que vai passar uma temporada na gaveta.
Putin, Duterte e Trump...que bela valsa! Atlântido
LIVROS “1984” DE ORWELL SOBE À LIDERANÇA DE VENDAS
RONALDO GUERRA COM MESSI FAZ PARTE DO “NEGÓCIO DO FUTEBOL”
O
PUB
romance “1984”, de George Orwell, subiu ao primeiro lugar das vendas da Amazon, depois de declarações incorrectas ou improváveis, proferidas pelo presidente norte-americano Donald Trump, terem sido descritas como “factos alternativos”, por assessores da Casa Branca. Publicado pela primeira vez em 1949, o clássico romance, sobre uma sociedade que vive sob um regime político totalitário e repressivo, e em que os factos são distorcidos e suprimidos numa nuvem de “noticiários”, chegou ao primeiro lugar do ‘top’ de vendas da Amazon, depois de uma subida constante nos últimos dias, que o levou a superar a lista de ‘best-sellers’. As vendas dispararam depois a administração de Donald Trump ter declarado que a cerimónia de tomada de posse do novo presidente dos EUA foi a mais vista de sempre, e de que milhões de votos ilegais foram lançados contra ele no Outono passado. A conselheira de Trump Kellyanne Conway argumentou, sobre a alegada presença de uma multidão a assistir à tomada de posse, tratar-se de “factos alternativos”, afirmação que trouxe a lume comparações com a obra “1984”. Entretanto, a editora Penguin anunciou ter já mandado imprimir, esta semana, 75 mil cópias do livro, para dar resposta à súbita procura, noticiou a CNN. O livro de George Orwell não é o único título visionário a subir no ‘top 100’ da Amazon: o romance “It Can’t Happen Here”, de Sinclair Lewis, publicado em 1935, sobre a eleição de um presidente autoritário, ascendeu ao 46.º lugar, e o “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley, subiu ao 71.º, desde a passada sexta-feira. O aumento de vendas também se reflectiu no ensaio de Hannah Arendt “As origens do totalitarismo”.
quinta-feira 26.1.2017
O chefe é que sabe Acusação tenta provar que Ho Chio Meng ignorou avisos
O Ministério Público tentou ontem demonstrar que Ho Chio Meng não deu ouvidos aos pareceres internos que apontavam para irregularidades nos contratos. Mas a testemunha chamada a depor surpreendeu
A
surpresa veio de uma testemunha que esta semana já tinha passado pelo Tribunal de Última Instância (TUI): a ex-chefe adjunta do Gabinete do Procurador. De acordo com a Rádio Macau, que tem estado a acompanhar o julgamento, o Ministério Público (MP) tentou provar que Ho Chio Meng fez tábua rasa de pareceres internos que davam conta de irregularidades nos contratos. Elsa Cheang disse que
nunca falou directamente com o chefe máximo sobre o assunto. A emissora relatou que, depois de, na segunda-feira, ter prestado um depoimento assertivo, em que confirmou ilegalidades na aquisição de bens e serviços para o MP, a testemunha mostrou-se ontem mais hesitante e com algumas falhas de memória. Do processo consta uma carta de Ho Chio Meng, de 2004, em que Elsa Cheang pede escusa nas decisões sobre as contratações do MP por sentir “incómodo” e “transtorno” pela forma como os processos eram conduzidos. O pedido foi aceite, mas a adjunta continuou a fazer pareceres e a tomar decisões quando o então chefe do Gabinete do Procurador, António Lai, estava ausente.
DEVER CUMPRIDO
Ontem, a acusação mostrou pareceres em que Elsa Cheang concluiu que havia ilegalidades e que terão sido ignorados por António Lai. O MP insistiu: quis saber por que a testemunha não aproveitou os momentos em que substituiu o chefe de Gabinete no cargo para avisar Ho Chio Meng de que estavam a ser cometidas ilegalidades. “Por que não reflectiu essa situação junto do ex-Procurador para
A ex-adjunta disse que cumpriu os seus deveres ao fazer os pareceres, e que não se sentiu responsável pelo facto de serem ou não seguidos salvaguardar o bom nome do MP? Não sentiu essa necessidade?”, questionou o delegado do procurador. A ex-adjunta disse que cumpriu os seus deveres ao fazer os pareceres, e que não se sentiu responsável pelo facto de serem ou não seguidos. “O meu superior sabe mais do que eu. Manifestei a minha opinião. Se é aceite ou não... É a minha opinião”, declarou. Apesar das sucessivas tentativas da acusação em provar o contrário, descreve a rádio, Elsa Chan disse que nunca advertiu directamente Ho Chio Meng sobre as práticas irregulares. Face à insistência do MP, acabou por lembrar que o Comissariado da Auditoria também fiscalizava as contas da procuradoria e “nunca ninguém referiu problemas”.
O internacional português Cristiano Ronaldo disse que a “guerra” com o argentino Lionel Messi, com quem repartiu o título de melhor futebolista mundial nos últimos nove anos, é uma criação do “negócio do futebol”. “Para mim, essa guerra não existe (...). Faz parte do negócio do futebol. Somos dois grandes jogadores”, disse Ronaldo em entrevista ao diário chinês Dongqiudi, que distinguiu o avançado do Real Madrid com o troféu destinado ao melhor jogador de 2016. Ronaldo, de 31 anos, foi designado quatro vezes melhor futebolista mundial, em 2008, 2013, 2014 e 2016, menos uma do que o avançado do FC Barcelona, que recebeu a Bola de Ouro em 2009, 2010, 2011, 2012 e 2015. “Jogamos em clubes rivais, mas respeitamo-nos quando nos encontramos. Tenho uma relação normal com ele. As pessoas comparam-nos constantemente, mas isso é normal. Comparam até os nossos filhos, como crescem, que escola frequentam, quem é o mais rápido”, observou Ronaldo.
FAMÍLIA PORTUGUESA MORRE EM INCÊNDIO URBANO NO REINO UNIDO
Uma família de portugueses, um casal e o filho de sete anos, foi encontrada morta numa quinta em Surrey, no Reino Unido, devido a um incêndio urbano. Segundo a imprensa britânica, os corpos foram encontrados carbonizados na cama de casal, depois de as autoridades terem recebido o alerta por parte de colegas do homem, que acharam estranha a sua ausência. O incêndio deflagrou durante a noite, mas para já ainda não são conhecidas as causas que o originaram. O português seria jardineiro na quinta, que pertence a um outro casal, e morava com a mulher e o filho numa casa anexa.
BOLT PERDE MEDALHA DE OURO POR DOPING DE NESTA CARTER
O jamaicano Usain Bolt vai perder uma das suas nove medalhas de ouro olímpicas, depois de o seu compatriota Nesta Carter ter tido um controlo positivo em Pequim2008, sendo desclassificada a estafeta 4x100 metros. Bolt conquistou os 100, 200 e 4x100 metros nos Jogos Olímpicos Pequim2008, Londres2012 e Rio2016, perdendo agora a medalha na estafeta conquistada na China. Além de Carter, o Comité Olímpico Internacional anunciou ainda que a russa Tatiana Lebedeva também teve um controlo positivo em Pequim2008, perdendo a medalha de prata no salto em comprimento e no triplo salto.