Hoje Macau 26 ABR 2017 #3800

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

O PAPEL PRINCIPAL

Raimundo do Rosário reuniu ontem com oito deputados que transmitiram ao secretário para os Transportes e Obras Públicas as preocupações de 150 pessoas privadas de assinar as

escrituras de casas económicas, cujas chaves receberam em 2007. O Executivo assume os erros do Instituto de Habitação e promete uma nova avaliação da situação.

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O SENTIDO DA SAÚDE ENTREVISTA

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THINK TANK

Pensamento passivo PÁGINA 5

COREIA DO NORTE

ULTIMATO À PEQUIM PÁGINA 13

MACAO WATER

As voltas dos canos PÁGINA 7

Na recta do tempo h JOÃO PAULO COTRIM

SOFIA MARGARIDA MOTA

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HABITAÇÃO GOVERNO REVÊ CASOS DE SEAC PAI VAN

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

hojemacau

CHAN IEK LAP | MÉDICO E DEPUTADO

MOP$10

QUARTA-FEIRA 26 DE ABRIL DE 2017 • ANO XVI • Nº 3800


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CHAN IEK LAP MÉDICO E DEPUTADO

Admite que os médicos ainda têm um caminho a percorrer, mas pede a compreensão da população. Chen Iek Lap, médico, deputado à Assembleia Legislativa eleito pela via indirecta, deixa um diagnóstico das necessidades do sector da saúde, que se depara com falta de especialistas. É preciso subir salários e alterar as carreiras, a pensar já no novo hospital das ilhas. Quanto à participação política, recusa fazer uma auto-avaliação e não diz se é candidato em Setembro “Errei nalguns aspectos, sobretudo aquando da discussão sobre a lei de controlo do tabagismo. Se calhar, fiz demasiados comentários.”

“Não somos Deus” É deputado eleito pela via indirecta desde 2013. Está quase a chegar ao final do seu primeiro mandato. Que balanço faz do trabalho desenvolvido na Assembleia Legislativa (AL)? Sou novo na AL. É a primeira vez que desempenho um papel na área política. Por isso, no início, devido à falta de experiência, cometi alguns erros. Dependia da ajuda dos meus colegas. É difícil fazer um balanço em apenas algumas palavras. Só posso dizer que senti progressos de ano para ano. Os deputados são porta-vozes dos cidadãos. Sou deputado eleito por sufrágio indirecto e represento o sector médico. Felizmente, tenho a oportunidade de fazer parte do Conselho para os Assuntos Médicos, que tem carácter consultivo, através do qual consigo obter mais informações e opiniões sobre esta área, que posso ter como referência para usar na AL. Quando são expostos assuntos na AL, também posso levá-los ao conselho para que se encontre uma solução. Por outro lado, por ser um canal de comunicação com o Governo, faz parte do meu trabalho mostrar as opiniões do sector e tentar fazer com que o Executivo preste atenção aos assuntos. Por exemplo, nos últimos anos tenho mencionado questões ligadas aos médicos do sector privado. É um facto que o Governo dá assistência à sociedade mas, nalgumas áreas, precisa de reforçar esse apoio. Dou como exemplo os vales de saúde. A inflação cresce entre três a cinco por cento por ano. Nos oitos anos de vigência desta medida, houve um aumento de 500 para 600 patacas. O montante não é ajustado há cinco anos. No entanto, o número de médicos cresceu e surgiram mais clínicas novas. Por que é que o Governo não teve em consideração esta situação? Os vales de saúde são muito importantes, mas basta a medida, sem que seja feito qualquer ajustamento? Mas, voltando ao trabalho na AL,

SOFIA MARGARIDA MOTA

ENTREVISTA

errei nalguns aspectos, sobretudo aquando da discussão sobre a lei de controlo do tabagismo. Se calhar, fiz demasiados comentários. Houve alguns mal-entendidos. Preciso de aprender com a lição. Pedi desculpa em directo na TDM. Sente que conseguiu representar o sector dos profissionais de saúde? Não me pode perguntar se estou satisfeito com o trabalho feito. Deve entrevistar o sector da saúde e perguntar aos profissionais desta área se estão satisfeitos comigo. Não faz qualquer sentido dizer se estou satisfeito com o meu trabalho. No entanto, devo agradecer os apoios do sector. Sinto que muitos dos profissionais da área de saúde me apoiam, dizendo que os representei e que consegui mais benefícios para o sector. É claro que, do ponto de vista dos cidadãos, falei de mais e lutei por demasiados benefícios. Mas, na verdade, cada representante tem a sua posição e espero que todos compreendam isso. Nalguns incidentes que envolvem o bem-estar da população, como a gripe das aves, considero que tenho de apoiar a proposta do Governo, para que não haja contacto humano. As aves congeladas são menos saborosas, mas precisamos de fazer isto. No caso do edifício de doenças transmissíveis, há pessoas que acham que é possível que afecte os residentes próximos do local. Mas o Governo garantiu padrões de qualidade para o edifício. Não é preciso haver preocupações em torno deste assunto. Em contrapartida, os equipamentos para prevenção de doenças contagiosas do Centro Hospitalar Conde de São Januário vão apenas ao encontro de padrões mínimos, têm muito menor qualidade do que aqueles que são usados na China. Por isso, quero que o edifício de doenças transmissíveis seja construído o mais rapidamente possível e com

qualidade. Não quero que aconteça o que ocorreu em Hong Kong com a pneumonia atípica, em que morreu pessoal dos serviços médicos por causa do vírus. No entanto, os

cidadãos não compreendem o meu ponto de vista. Analisei a situação com base no meu conhecimento profissional. Não sou o tipo de pessoa que está apenas ao lado do Governo.

“Não me pode perguntar se estou satisfeito com o trabalho feito. Deve entrevistar o sector da saúde e perguntar aos profissionais desta área se estão satisfeitos comigo.”

Ficou satisfeito com as soluções encontradas na Lei do Erro Médico ou entende que poderia ter sido feito mais e melhor? A Lei do Erro Médico foi abordada no Conselho para os Assuntos Médicos durante vários anos. Participei nas discussões sobre a lei desde a comissão preparatória. Considero que é preciso um período de um ou dois anos para observar a eficácia da lei. Apesar disso, ouvi algumas pessoas dizerem que a legislação é injusta, mesmo tendo entrado em


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O Governo é capaz de contratar mais profissionais. Pode contratar médicos privados, apoio fortemente esta proposta, que permite garantir o número necessário de profissionais. Macau tem mais de 1500 médicos de medicina ocidental, o número é suficiente. Segundo um estudo feito por mim há alguns anos, em Macau só era necessário um médico por cada 450 doentes. Hoje em dia, há vários médicos que não podem trabalhar no Governo. Têm vidas muito duras porque precisam de garantir o funcionamento das suas clínicas e a falta de doentes. A Administração pode contratar todos esses médicos. No entanto, faltam médicos especialistas, pelo que devem ser abertas mais vagas. Por outro lado, o Executivo deve fazer um balanço entre os serviços médicos públicos e o mercado privado, sobretudo em relação aos serviços mais caros. Imagine que são disponibilizados escritórios públicos de advogados, de contabilidade e de arquitectura em cada freguesia de Macau, e os cidadãos podem recorrer aos serviços desses escritórios gratuitamente. Apoio a ideia se o Governo puder realizar esta proposta. Mas a sociedade actual não é justa. Por que é que só os serviços médicos podem ser gratuitos? Isso afecta as nossas receitas.

vigor há poucos meses. Não sei o que é que estas pessoas querem realmente. Para que serve o nosso trabalho, feito durante anos? A Lei do Erro Médico preenche uma lacuna jurídica. Antigamente, se as pessoas queriam processar médicos, em primeiro lugar tinham de pedir ajuda a um advogado, gastar 50 mil patacas, e esperar por uma data nos tribunais. O processo podia demorar três ou até cinco anos. Mesmo assim, não tinham garantias do resultado da justiça. Por isso, não havia muita gente a acusar médicos, porque o processo era muito complicado e aborrecido. E nem toda a gente tinha capacidade para pagar 50 mil patacas. Com a entrada em vigor da Lei do Erro Médico, através

da Comissão de Perícia Médica, são necessários apenas três meses ou meio ano para que se saiba se o médico envolvido cometeu algum erro, e quem reclama tem de

“Não há ainda qualquer caso em que se tenha recorrido à Lei do Erro Médico. Não é possível sabermos da verdadeira eficácia da lei sem que seja colocada em prática.”

pagar apenas quatro mil patacas. Não acha que é uma boa medida para os cidadãos? Mas os médicos não gostam disso, porque sentem que os cidadãos têm agora mais facilidade de os acusar. Tive tanto stress por causa disso. Os cidadãos também acham a lei injusta. Para já, não há ainda qualquer caso em que se tenha recorrido à Lei do Erro Médico. Não é possível sabermos da verdadeira eficácia da lei sem que seja colocada em prática. Acredita que o novo hospital, o Centro Hospitalar das Ilhas, terá capacidade para resolver os principais problemas da área da saúde? Será fácil garantir o número suficiente de trabalhadores?

Como disse, Macau tem falta de médicos especialistas. É preciso aumentar os salários para atrair mais médicos especialistas de fora? Apoio a ideia. Os professores universitários de Hong Kong recebem cerca de 300 mil dólares de Hong Kong por mês, sem contar com outros subsídios. Recentemente, Macau tem querido contratar professores de Hong Kong. Mas quando se percebe que a função pública oferece menos de 100 mil patacas a um director de serviços, como é que se contratam profissionais com estas condições? Se o Governo quer aumentar a qualidade dos serviços médicos, pode contratar profissionais para virem cá transmitir conhecimentos. Mas o mais importante é oferecer condições para atrair profissionais. Antigamente, era mais fácil contratar um médico da China Continental. Hoje em dia, não há muitos médicos que queiram vir. Em primeiro lugar, o nível salarial de Macau é semelhante ao do Continente. Em segundo, os médicos de fora ficam longe da sua terra e da família. Por último, os médicos mais novos que são de cá ultrapassam a posição que eles ocupam. É claro que se devem aumentar os salários e os benefícios, deve também ser alterado o regime

de carreiras, para que seja possível contratar mais profissionais. Com o novo hospital não é preciso fazer trabalho de preparação e actualizar as leis? É difícil contratar médicos com menos de 100 mil patacas por mês.

“O mais importante é oferecer condições para atrair profissionais. Antigamente, era mais fácil contratar um médico da China Continental. Hoje em dia, não há muitos médicos que queiram vir.” Quais são as prioridades que define, neste momento, para a melhoria do sector da saúde? Não há mais aspectos para serem melhorados. Já temos muito stress dos Serviços de Saúde de Macau (SSM), nem consigo respirar. Os SSM fiscalizam de forma muito exigente. Se conseguirmos satisfazer os requisitos dos SSM, já ficamos satisfeitos. Acredito que a maioria dos profissionais de saúde de Macau trabalha com todo o esforço e serve os cidadãos com os conhecimentos que tem. Espero que nesta ou na próxima geração possa aumentar a qualidade dos serviços médicos de Macau. No entanto, queremos também a compreensão dos cidadãos, uma vez que a medicina não é uma ciência exacta. Por vezes, talvez não consigamos corresponder às expectativas dos cidadãos e, se calhar, alguns médicos também têm aspectos para serem melhorados. No entanto, esperamos que, através da criação de um regime de formação e a autodisciplina do sector, os cidadãos fiquem satisfeitos. Queremos que os cidadãos compreendam a nossa situação. Não somos Deus. Não conseguimos conhecer todos os vírus e doenças. É possível que haja mais doentes a serem sacrificados. Por isso, queremos a compreensão de toda a gente e acredito que vamos conseguir um serviço melhor. Está interessado em continuar na Assembleia Legislativa? Já começou a trabalhar no sentido de ser reeleito? O meu desejo é continuar a servir os cidadãos e o sector da saúde. Mas ainda não consigo dar-lhe uma resposta. Vítor Ng

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4 POLÍTICA

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Habitação pública GOVERNO ANALISA CASOS EM SEAC PAI VAN

O secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Alexis Tam, pretende reforçar o apoio a doentes diagnosticados com Alzheimer. A intenção foi dada a conhecer num encontro mantido com o presidente da Alzheimer´s Society do Reino Unido, com quem Alexis Tam quer manter uma relação estreita. O objectivo é “promover progressivamente a transformação d e Macau numa cidade amiga dos doentes diagnosticados com demência”, lê-se num comunicado enviado à comunicação social. O envelhecimento da população local e as suas consequências, nomeadamente a incidência de doenças associadas à demência, têm sido pontos de preocupação na área social e da saúde. Actualmente, a taxa de população sénior no território é de dez por cento e, com o aumento da esperança média de vida, a tendência é para que o número continue a subir.

Malditas escrituras

Um total de oito deputados esteve ontem reunido com o secretário Raimundo do Rosário para falar do caso das 150 pessoas que se viram impossibilitadas de assinar as escrituras de casas económicas. O Governo assume erros do Instituto de Habitação e promete rever caso a caso

O

Governo vai analisar os processos de atribuição de casas económicas no complexo de habitação pública de Seac Pai Van, em Coloane, após ter sido denunciada a decisão do Instituto de Habitação (IH) de não

assinar as escrituras com várias famílias, que habitam no local desde 2007. Ontem, oito deputados – José Pereira Coutinho, Leong Veng Chai, Kwan Tsui Hang, Ella Lei, Ho Ion Sang, Ella Lei, Wong Kit Cheng, Au Kam San e Ng Kuok

Cheong – estiveram reunidos na sede do IH com o seu presidente, Arnaldo Santos, e com o secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário. “O secretário pediu alguns dias para rever todas as situações, que são algo complexas. Vai HOJE MACAU

DEMÊNCIA AUMENTAR ASSISTÊNCIA A DOENTES

IMOBILIÁRIO PEDIDA MELHORIA DE SISTEMA DE INFORMAÇÃO

O deputado Ho Ion Sang quer melhorias das plataformas de informação acerca de terrenos e fracções imobiliárias do território. Em causa estão a “rede de informação cadastral”, a “rede de informação de fracções autónomas de edifícios em construção” e “as informações sobre terras”. Apesar de considerar as iniciativas um passo rumo à transparência, Ho Ion Sang sublinha que há ainda aspectos que necessitam de melhoria, desde logo porque não estão uniformizados os dados a introduzir pelo utilizador. “A prática demonstra que a divulgação e a transparência das informações sobre terrenos e edifícios em construção contribuem para a eficácia da fiscalização do público sobre as acções governativas”, salienta o deputado, em interpelação escrita enviada ao Governo.

estudar caso a caso antes de ter uma solução final. O secretário admitiu que houve alguns erros e, nesse sentido, irá ver o que é que pode ser feito para evitar que essas situações se repitam”, explicou ao HM o deputado José Pereira Coutinho. Apesar de a reunião ter sido pedida por Pereira Coutinho, outros membros do hemiciclo também estiveram presentes, pois também receberam queixas dos visados.

UM FINAL FELIZ?

“Pela minha parte disse que é importante que o IH dê informações de forma uniformizada, para evitar que a transmissão de informações seja conforme a pessoa que está ao balcão a atender. Isso não pode acontecer”, acrescentou Coutinho, que acredita num desfecho feliz para este caso. “Fiquei satisfeito [com a reunião] porque vai serenar os ânimos das pessoas, que estão muito preocupados com o futuro, e é importante que as coisas sejam claras e precisas. Estamos a lidar com uma questão sensível, que é a habitação”, apontou. As candidaturas às casas económicas em Seac Pai Van começaram a ser feitas a partir de 2003, tendo sido assinados os contratos de compra e venda dos apartamentos em 2007, com a respectiva entrega das chaves. Recentemente, os moradores foram informados de que as escrituras não poderiam ser assinadas pelo facto de as condições de candidatura terem sido alteradas nos últimos anos. A título de exemplo, foi referida a alteração do agregado familiar ou a aquisição de uma herança, factos que terão ocorrido após o processo de candidatura à habitação económica. O deputado José Pereira Coutinho já submeteu as queixas sobre o caso ao Comissariado contra a Corrupção.

• José Pereira Coutinho deputado “Fiquei satisfeito [com a reunião] porque vai serenar os ânimos das pessoas, que estão muito preocupados com o futuro, e é importante que as coisas sejam claras e precisas.”

O

projecto de construção de habitação pública em Wai Long continua no centro das atenções dos deputados. Chan Meng Kam não foge à regra e interpela o Governo acerca da avaliação de impacto ambiental que a construção vai ter naquele lugar. Em causa está, desta vez, a altura dos edifícios que, de acordo com o deputado, é uma ameaça à zona envolvente. “A polémica no seio da população volta a surgir, sobretudo relativa às consequências da altura dos edifícios para o projecto de Wai Long no que respeita à colina e à interferência

Tempo de rever legislação

Deputado pede melhoria de diploma para avaliação e impacto ambiental

na paisagem daquele lugar”, lê-se numa interpelação escrita de Chan Meng Kam. O deputado considera que é fundamental uma actualização da legislação no que respeita à protecção ambiental. Para Chan Meng Kam, com o regime em vigor é “difícil desempenhar uma fiscalização eficiente dos projectos de construção”, pelo que

tenciona saber se é intenção do Executivo proceder ao seu melhoramento. O objectivo, afirma, é que sejam definidas e cumpridas medidas concretas, capazes de garantir um acompanhamento das acções de avaliação, no que respeita ao impacto ambiental provocado por construções de grande envergadura. O assunto assume ainda maior relevo porque, “nos últimos anos, Macau tem tido muitos

projectos relacionados com grandes obras de construção, e tem existido sempre conflitos e polémicas”.

INSTRUÇÕES DESACTUALIZADAS

Chan Meng Kam entende ainda que são insuficientes as instruções, no que respeita a avaliação de impacto no ambiente, a cargo da Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA), datadas de 2013.

Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

De acordo com os dados das Obras Públicas, o projecto destinado ao aproveitamento dos terrenos de Wai Long contempla uma área de construção total de quase 540 mil metros quadrados e, segundo as instruções da DSPA, é necessário fazer uma avaliação do impacto de todos aqueles com área superior a 50 mil metros quadrados. Chan Meng Kam duvida da execução de uma avaliação de impacto ambiental rigorosa, pelo que pede ao Governo certezas, bem como os detalhes dos resultados. Sofia Margarida Mota e Victor Ng info@hojemacau.com.mo


5 O deputado nomeado Ma Chi Seng integra um novo think tank focado na política “Uma Faixa, Uma Rota”. Em Macau são poucas as organizações do género formadas pela sociedade civil. Para o académico Eilo Yu, não importa a ligação à elite política e social, mas sim o facto dos think tank realizarem pouca investigação

C

RIADO há sete anos, o Gabinete de Estudo das Políticas é o único think tank oficial do Governo, tendo já lançado, a título de exemplo, um relatório sobre a política demográfica do território. Fora do campo institucional, são raros os think tanks criados no seio da sociedade. Mas, acima de tudo, são também pouco conhecidos os trabalhos de investigação que desenvolvem, aponta o académico Eilo Yu ao HM. Esta semana foi criado um novo think tank, composto, entre outros membros, pelo deputado nomeado Ma Chi Seng. Os representantes do Grande Thought Think Tank reuniram com o Chefe do Executivo logo no dia oficial da sua constituição e revelaram o seu principal objectivo: pensar estratégias de acordo com a política chinesa “Uma Faixa, Uma Rota” (ver texto secundário). Segundo o Boletim Oficial, conta-se pelos dedos das mãos o número de associações que se autodenominam think tanks. Há a Comissão de Inteligência para os Estudos Sociais (Social Studies Think Tank, em inglês), criada em 2013. Um ano depois, foi criado o Instituto de Gestão e Investigação de Usina de Ideias de Macau (Macao Think Tank Management Research Society). Há também o Usina Jovem de Ideia de Macau, ou Macau Youth Think Tank, criado em 2015. Para Eilo Yu, o problema destas organizações não reside no facto de poderem, na sua maioria, estar ligadas à elite política e social de Macau. O académico alerta, sim, para a pouca visibilidade e trabalho realizado.

POLÍTICA

GCS

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Think tank ACADÉMICO ALERTA PARA POUCAS INVESTIGAÇÕES

Para inglês ver “Em Macau falamos de um reduzido número de think tanks e não são muito activos”, apontou. “Temos muitos grupos sociais que fazem sugestões ao Governo e que elaboram propostas mas os think tanks não são muito activos em termos de investigação.” Um think tank é um órgão que realiza investigação e elabora relatórios sobre políticas governamentais a adoptar, com uma total independência face ao meio político. No caso de Macau, muitas das políticas são sustentadas com base em relatórios elaborados por

“Temos muitos grupos sociais que fazem sugestões ao Governo e que elaboram propostas, mas os think tank não são muito activos em termos de investigação.” EILO YU ACADÉMICO

empresas de consultadoria ou universidades, que são encomendados pelo Executivo. Algumas associações cívicas, como a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) ou a União Geral das Associações de Moradores de Macau (UGAMM, ou Kaifong), também elaboram relatórios sobre o mercado laboral e a gestão dos terrenos.

TRABALHOS ÀS CEGAS

“Temos de ser cuidadosos em relação ao que fazem os think tanks e não estou certo quanto à sua

UM CHEIRINHO A ELITE

O

mais recente think tank vindo da sociedade civil chama-se Grand Thought Think Tank e visa pensar estratégias e medidas para a implementação da política da China “Uma Faixa, Uma Rota”. Além do deputado nomeado Ma Chi Seng, outras figuras fazem parte desta associação, tal como Hao Yufan, director da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Macau, ou Lou Tak Chong, com ligações à Associação Comercial de Macau. No encontro com o grupo, realizado esta semana, o Chefe do Executivo destacou o facto de, pela primeira vez, se formar um think tank virado para esta área. Citado por um comunicado oficial, Ma Chi Seng disse que o grupo tem “um sentido de missão” e que visa “promover a internacionalização de Macau” através da política “Uma Faixa, Uma Rota”. É ainda

objectivo proporcionar mais oportunidades às pequenas e médias empresas, bem como “elevar o desenvolvimento académico” nesta área. O think tank quer também “colaborar com a Comissão de Trabalho para a Construção de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, estabelecida pelo Executivo. O despacho que cria a entidade, já publicado em Boletim Oficial, afirma que o think tank irá também realizar estudos, que serão entregues ao Governo de Macau e ao Governo Central. A associação pretende realizar, já em Junho, uma palestra “onde serão convidados peritos e académicos do interior da China e do exterior, para apresentarem as suas opiniões sobre a participação e contribuição de Macau no desenvolvimento de ‘Uma Faixa, Uma Rota’”, aponta o mesmo comunicado.

posição face ao sistema político de Macau”, apontou Eilo Yu. “Um think tank faz investigação e publica relatórios. Em Hong Kong, essas organizações publicam documentos com sugestões mais detalhadas, estabelecendo uma comparação com os casos ocorridos noutros países. Mas, no caso de Macau, não estou certo de que exista essa investigação em termos de políticas ou outro tipo de pesquisa”, defendeu o académico. Eilo Yu acredita que um think tank tem sempre uma ligação a uma elite, seja ela política ou empresarial, e que tal não acontece só em Macau, mas também em Hong Kong ou nos Estados Unidos. A razão prende-se com o facto de ser necessária uma estrutura sólida para apoiar a realização de investigações. “Em Hong Kong, as organizações think tank são também compostas por figuras políticas ou são apoiadas por alguns empresários. É compreensível [que isso aconteça], porque sem recursos é difícil fazer este tipo de pesquisa e análise de forma sustentável.” “A questão é se temos essa diversidade na sociedade, para que haja diversos grupos dentro dessa elite para apoiar as investigações, em prol de novas políticas e de uma reforma institucional. E o que me parece é que, no caso de Macau, não é óbvio [o trabalho dos think tanks] ou então essas organizações não funcionam de forma pró-activa”, referiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


6 PUBLICIDADE

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Anúncio Concurso Público para «Empreitada de Construção da Ligação de Drenagem Residual na Avenida da Ponte da Amizade – 1.ª Fase» 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. 14. 15. 16.

Entidade que põe a obra a concurso: Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas. Modalidade de concurso: concurso público. Local de execução da obra: na Avenida da Ponte da Amizade. Objecto da Empreitada: Construção da ligação de drenagem residual. Prazo máximo de execução: 110 (cento e dez) dias de trabalho (Indicado pelo concorrente; Deve consultar os pontos 7 e 8 do Preâmbulo do Programa de Concurso). Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de 90 (noventa) dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso. Tipo de empreitada: a empreitada é por série de preços. Caução provisória: $125 000,00 (cento e vinte e cinco mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar). Preço Base: não há. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido ou renovado a sua inscrição, neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido ou da renovação de inscrição. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Dia e hora limite: dia 16 de Maio de 2017 (terça-feira), até às 17:00 horas. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, sala de reunião; Dia e hora: dia 17 de Maio de 2017 (quarta-feira), pelas 9:30 horas. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. Local, hora e preço para obtenção da cópia e consulta do processo: Local: sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar; Hora: horário de expediente; Preço: $ 2 000,00 (duas mil patacas). Critérios de apreciação de propostas e respectiva proporção: - Preço da obra 50%; - Prazo de execução: 12% - Plano de trabalhos 20%; - Experiência e qualidade em obras 18%. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer na sede do GDI, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar, a partir de 10 de Maio de 2017, inclusive, e até à data limite para a entrega das propostas, para tomar conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais.

Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 20 de Abril de 2017. O Coordenador, substituto Tomás Hoi

Anúncio Faz-se saber que no concurso público n.o 4/P/17 para o «Fornecimento de Um Conjunto de Instrumentos Médicos de Cirurgia Geral aos Serviços de Saúde», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 13, II Série, de 29 de Março de 2017, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 4.º do programa do concurso público pela entidade que o realiza e que foram juntos ao respectivo processo. Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de

expediente na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita no 1. º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, e também estão disponíveis no website dos S.S. (www.ssm.gov.mo). Serviços de Saúde, aos 20 de Abril de 2017 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO PARA “Empreitada de Construção das Instalações dos SA na R. Tenente Pedro José da Silva Loureiro” 1.

Entidade que põe a obra a concurso: Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes.

2.

Modalidade de concurso: Concurso Público.

3.

Local de execução da obra: Terreno junto à Rotunda Tenente Pedro José da Silva Loureiro.

4.

Objecto da Empreitada: Instalações dos Serviços de Alfândega.

5.

Prazo máximo de execução da obra: 390 dias de trabalho. (O prazo de execução da obra apresentado pelo concorrente deve obedecer às disposições do n.º 7 do Preâmbulo do Programa de Concurso e dos n.ºs 5.1.2 e 5.2.2 das Cláusulas Gerais do Caderno de Encargos).

6.

Prazo de validade das propostas: o prazo de validade das propostas é de noventa dias, a contar da data do encerramento do acto público do concurso, prorrogável, nos termos previstos no Programa de Concurso.

7.

Tipo de empreitada: a empreitada é por Série de Preços.

8.

Caução provisória: $600.000,00 (seiscentas mil patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovado nos termos legais.

9.

Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o empreiteiro tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, para reforço da caução definitiva a prestar).

10. Preço Base: não há. 11. Condições de Admissão: Serão admitidos como concorrentes as entidades inscritas na DSSOPT para execução de obras, bem como as que à data do concurso, tenham requerido a sua inscrição ou renovação. Neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição ou renovação. 12. Local, dia e hora limite para entrega das propostas: Local: Secção de Atendimento e Expediente Geral da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, R/C, Macau; Dia e hora limite: dia 17 de Maio de 2017 (quarta -feira), até às 12:00 horas. Em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora limite para a entrega de propostas acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a entrega de propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. 13. Local, dia e hora do acto público do concurso: Local: Sala de reunião da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 5º andar, Macau; Dia e hora: dia 18 de Maio de 2017 (quinta-feira), pelas 9:30 horas. Em caso de adiamento da data limite para a entrega de propostas mencionada de acordo com o número 12 ou em caso de encerramento desta Direcção de Serviços na hora estabelecida para o acto público do concurso acima mencionada por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes ou seus representantes deverão estar presentes ao acto público do concurso para os efeitos previstos no artigo 80º do Decreto-Lei n.º74/99/M, e para esclarecer as eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados no concurso. 14. Línguas a utilizar na redacção da proposta: Os documentos que instruem a proposta (com excepção dos catálogos de produtos) devem estar redigidos numa das línguas oficiais da RAEM, quando noutra língua, devem ser acompanhados de tradução legalizada, a qual prevalece para todos e quaisquer efeitos. 15. Local, hora e preço para obtenção da cópia e exame do processo: Local: Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 17º andar, Macau; Hora: horário de expediente (das 9:00 às 12:45 horas e das 14:30 às 17:00 horas) Na Secção de Contabilidade da DSSOPT poderão ser solicitadas cópias do processo de concurso mediante o pagamento de $1.110,00 (mil e cento e dez patacas). 16. Critérios de avaliação das propostas e respectivas proporções: Critérios de avaliação Parte relativa ao preço Parte relativa à técnica

Anúncio Faz-se saber que no concurso público n.o 10/P/17 para o «Fornecimento, Substituição e Ensaio do Sistema de Ar Condicionado VRV ao Edifício da Clínica Psiquiátrica da Taipa dos Serviços de Saúde», publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau n.º 13, II Série, de 29 de Março de 2017, foram prestados esclarecimentos, nos termos do artigo 4.º do programa do concurso público pela entidade que o realiza e que foram juntos ao respectivo processo. Os referidos esclarecimentos encontram-se disponíveis para consulta durante o horário de

expediente na Divisão de Aprovisionamento e Economato dos Serviços de Saúde, sita no 1.º andar, da Estrada de S. Francisco, n.º 5, Macau, e também estão disponíveis no website dos S.S. (www.ssm. gov.mo). Serviços de Saúde, aos 20 de Abril de 2017 O Director dos Serviços Lei Chin Ion

Proporção

- Preço da obra

12

- Prazo de execução

2

- Programa de trabalhos

2

- Experiência em obras executadas

2.6

- Integridade

1.4

Pontuação final = Pontuação da parte relativa ao preço x Pontuação da parte relativa à técnica. 17. Junção de esclarecimentos: Os concorrentes poderão comparecer no Departamento de Edificações Públicas da DSSOPT, sita na Estrada de D. Maria II, nº 33, 17º andar, em Macau, a partir de 4 de Maio de 2017 (inclusivé) e até à data limite para a entrega das propostas, para tomarem conhecimento de eventuais esclarecimentos adicionais. Macau, aos 19 de Abril de 2017. O Director dos Serviços Li Canfeng


7 hoje macau quarta-feira 26.4.2017

SOCIEDADE

F

OI ontem oficialmente constituída, em Macau, a Associação de Estudos de Língua Portuguesa da Ásia (AELPA). A comissão instaladora é constituída por pessoas com ligações a diferentes instituições onde se ensina português: Carlos Ascenso André, director do Centro Pedagógico

e Científico de Língua Portuguesa do Instituto Politécnico de Macau, Fernanda Costa, da Universidade de Macau, e João Neves, do Instituto Português do Oriente. A associação começou a ser pensada no início deste ano lectivo, aquando da realização de uma conferência interna-

O mau estado das canalizações dos edifícios antigos continua a ser a principal preocupação da Macao Water. Porque o problema continua a ser uma realidade, a empresa convidou especialistas para ajudarem a encontrar uma solução

A

Macao Water continua preocupada com o estado das canalizações dos edifícios antigos. O problema que aparentemente tende a crescer, e sem solução à vista, levou a companhia a pedir auxilio a duas empresas especialistas: a Macau Association of Concrete Inspection, Maintenance and Waterproofing e a Macao Association of Buildings Diagnosis. A informação foi dada ontem através de um comunicado à imprensa, depois da primeira reunião deste ano da Macao Water. “Com o aumento do número de edifícios antigos no território, os problemas associados a infiltrações começam a surgir”, lê-se no comunicado. O problema tem diferentes origens e estão ligadas, por um lado, aos diferentes tipos

cional sobre o ensino de português como língua estrangeira, levada a cabo na Universidade de Macau (UM). Ao HM, Carlos Ascenso André diz que “há uma lista de 50 ou 60 pessoas que, quando a ideia foi lançada na UM, aderiram de imediato”. Serão estes os futuros sócios da AELPA, aberta

a todos os professores e académicos de estudos portugueses espalhados pelo mundo. “Pretende-se apoiar e promover todos os estudos relacionados com a língua portuguesa, as culturas de língua portuguesa na Ásia, em qualquer grau de ensino”, acrescenta Carlos Ascenso André.

Agora, é necessário entrar na “fase de regulamentação para que a associação tenha todos os instrumentos necessários”. Depois, há que “juntar os sócios, para que a comissão instaladora possa passar a pasta aos corpos gerentes previstos nos estatutos”, remata. HM

Águas DETERIORAÇÃO DE CANALIZAÇÕES CONTINUA SEM SOLUÇÃO

Canos fora de prazo de fugas de água e, por outro, ao mau estado das canalizações. De acordo com a companhia, a razão essencial que leva à deterioração dos canos está associada à má manutenção dos edifícios. O resultado que a Macao Water afirma estar a presenciar é “o desperdício deste recurso que se manifesta na qualidade da água e na higiene ambiental”, factores que afectam a vida diária dos residentes que vivem em edifícios antigos. Dada a gravidade da situação, a companhia considera que esta é uma matéria que deve “ser encarada de forma séria”. Para resolver o problema, a Macao Water convidou duas empresas para que possam dar a conhecer tecnologias a serem usadas no tratamento de problemas de infiltração e os serviços disponíveis para ajudar na resolução do dilema. Já na reunião de há um ano, a companhia manifestou preocupações idênticas, sendo que dizia,

Água, Susana Wong. A responsável disse que esperava que “os donos dos edifícios, as empresas gestoras dos condomínios ou os agentes registados cumprissem as suas obrigações e fizessem um trabalho melhor na manutenção das redes de água”, já que a empresa “nada podia fazer em relação às redes particulares”.

USO MODERADO

• Macao Water “Com o aumento do número de edifícios antigos no território, os problemas associados a infiltrações começam a surgir.”

na altura, estar “muito preocupada com a situação”. A empresa garantia ter discutido soluções possíveis com os representantes do Governo presentes na reunião, nomeadamente com a directora para os Assuntos Marítimos e da

Na reunião de ontem, Susana Wong fez uma apresentação das medidas que têm sido tomadas na conservação da água e que, considera, estão a surtir efeito. “Dado o aumento para fins residenciais e comerciais, consequência do desenvolvimento social e económico, o consumo de água está com níveis considerados moderados”, explicou. Entre as medidas adoptadas, os serviços salientaram o uso de dispositivos de armazenamento e poupança de água, o ajustamento de tarifários e o projecto de conservação de água. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

DSAMA SÓ RECEBEU DOIS PEDIDOS PARA IATES

S

usana Wong, directora dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA), disse ontem, à margem da reunião com a Macao Water, que o organismo só recebeu dois pedidos de visto individual para utilização de iates desde a inauguração do percurso de embarcações entre Macau e Zhongshan. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Susana Wong disse que a pouca adesão dos turistas está relacionada com os elevados custos com o depósito e taxas a pagar à entrada na fronteira com o

EDMOND SO | SCMP

PORTUGUÊS UMA ASSOCIAÇÃO PARA TODA A ÁSIA

interior da China, bem como com as altas taxas de inspecção que têm de ser pagas na fronteira com Macau. Caso haja mais embarcações a vir para Macau, a DSAMA vai estender a zona de ancoragem até à entrada do canal de Shizimen, explicou a directora. Quanto ao terminal marítimo do Pac On, Susana Wong garantiu que pode ser utilizado a partir de segundo trimestre deste ano. No entanto, a DSAMA não tem ainda uma data concreta para o início das operações.

SJM HOLDINGS DAISY HO NO LUGAR DE RUI CUNHA

O

advogado Rui Cunha, um dos mais antigos colaboradores do magnata Stanley Ho, vai deixar o conselho de administração da SJM Holdings. A notícia é avançada pelo site GGRAsia, que cita um comunicado da empresa à bolsa de Hong Kong. Na mesma informação, diz-se que o conselho de administração é favorável a que o lugar de Rui Cunha seja ocupado por Daisy Ho. Uma das filhas de Stanley Ho deverá, assim, passar a ser directora executiva da empresa. Rui Cunha não vai recandidatar-se ao cargo na reunião anual que acontecerá a 13 de Junho. A companhia justifica esta mudança com “uma alteração do seu foco de responsabilidade na sequência do crescimento e diversificação do grupo”. O comunicado indica ainda que Ambrose So, presidente do conselho de administração, e os directores executivosAngela Leong e Timothy Fok vão recandidatar-se. Quanto a Daisy Ho, a SJM Holdings justifica a escolha como sendo uma forma de “aumentar a diversidade do conselho de administração”. A empresa considera que a filha de Stanley Ho tem “um vasto conhecimento” no que toca a “questões financeiras de empresas cotadas em bolsa, desenvolvimento de propriedades e hotéis, viagens e hospitalidade na Grande China e no Sudeste Asiático”. A empresária, filha do segundo casamento do magnata, é a responsável pelas operações financeiras da Shun Tak desde 1999.


8 PUBLICIDADE

hoje macau quarta-feira 26.4.2017

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇAS EDITAL Foros Faz-se saber aos contribuintes que, durante o mês de Maio do corrente ano, estará aberto o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau, para a cobrança voluntária dos foros de concessões de terrenos por aforamento relativos ao ano de 2017. Mais faço saber que, de harmonia com o artigo 22.º da Lei n.º 11/2016, durante o ano de 2017 não se procederá à cobrança dos foros e rendas, cujo montante anual seja inferior a $100,00 (cem patacas). Aos, 5 de Abril de 2017. O Director dos Serviços Iong Kong Leong

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE FINANÇAS EDITAL Rendas Faz-se saber aos contribuintes que, durante o mês de Maio do corrente ano, estará aberto o cofre da Recebedoria da Repartição de Finanças de Macau, para a cobrança voluntária das rendas de concessões de terrenos por arrendamento relativas ao ano de 2017. Mais faço saber que, de harmonia com o artigo 22.º da Lei n.º 11/2016, durante o ano de 2017 não se procederá à cobrança dos foros e rendas, cujo montante anual seja inferior a $100,00 (cem patacas). Aos, 5 de Abril de 2017. O Director dos Serviços Iong Kong Leong


9 hoje macau quarta-feira 26.4.2017

SAÚDE O QUE HÁ CHEGA PARA TODOS

O

S Serviços de Saúde de Macau (SSM) garantem que o stock de produtos terapêuticos no hospital público e nos centros de saúde é suficiente. De acordo com um comunicado, o esclarecimento é feito na sequência de notícias de alguns meios de comunicação social que revelaram que há pais de crianças com dificuldade de obtenção de cremes dermatológicos e de vitaminas, alegando haver ruptura de stock nas instituições médicas públicas.

Na nota enviada à imprensa, os SSM destacam que se “prestam enorme atenção às questões relacionadas com o desenvolvimento saudável dos bebés e das crianças”. Deste modo, desde que haja indicação clínica, durante a realização das consultas externas de saúde infantil, o médico prescreve vitaminas, pomadas ou cremes hidratantes para assegurar “a obtenção de tratamento adequado de quem realmente necessita”.

IFT MESTRADOS PODEM ABRIR EM 2018 Os SSM esclarecem ainda que quer no Centro Hospitalar Conde de São Januário, quer nos centros de saúde, existe um mecanismo de monitorização de stock que garante quantidades mínimas para uso de um semestre. É feita ainda uma supervisão aos fornecedores de modo a evitar problemas na entrega dos produtos em causa. Na mesma nota, os SSM pronunciam-se sobre a venda de medicamentos através da

Internet – não tem sido raro encontrar à venda, nas redes sociais, produtos que foram dados a quem tenta fazer dinheiro com eles. “Existem mecanismos que permitem aos Serviços de Saúde monitorizar periodicamente as informações que são transmitidas nas redes sociais. Caso sejam detectadas irregularidades, haverá um imediato acompanhamento e tratamento da situação”, avisa-se.

O Instituto de Formação Turística (IFT) poderá começar a ministrar mestrados no próximo ano. A possibilidade foi veiculada pela presidente da instituição, Fanny Vong, durante uma visita a Xangai que serviu para apresentar o IFT ao mercado chinês. De acordo com o jornal Ou Mun, o objectivo é atrair alunos do Continente. Os finalistas com as melhores notas no exame nacional da China podem candidatar-se ao IFT e aqueles que tenham sido distinguidos ao nível provincial, nacional e internacional, ou que apresentem recomendações por parte dos directores das escolas onde terminaram o secundário, obtêm pontos extra na média para candidatura. No próximo ano lectivo, o IFT vai acolher cerca de 100 alunos do Continente.

Ensino ANUÁRIO DO D. JOSÉ DA COSTA NUNES É LANÇADO HOJE

A

ideia é criar “um repositório de recordações”, tanto para os alunos, como para os pais e familiares das crianças relativamente ao período de passagem pelo jardim-de-infância. A terceira edição do anuário do Jardim-de-infância D. José da Costa Nunes é hoje apresentada. Diz respeito aos anos lectivos de 2013/2014 e 2014/2015, e é da responsabilidade da associação de pais do estabelecimento de ensino. Ao HM, Fátima Oliveira – que desde Janeiro passado é a presidente da associação – destaca a pertinência deste género de publicações. “O que se pretende é deixar fundamentalmente uma recordação do período de frequência do jardim-de-infância.” Numa

TIAGO ALCÂNTARA

Do passado para o futuro A associação de pais do Costa Nunes apresenta hoje a terceira edição do anuário dos alunos do jardim-de-infância. Fátima Oliveira, a nova presidente da direcção, promete um trabalho de continuidade. E também atenção ao crescimento da escola, que traz alguns desafios

SOCIEDADE

terra com elevada mobilidade, este tipo de registo adquire maior significado. O anuário inclui dois textos. Um deles é da autoridade de Carmo Pires, educadora com muitos anos de experiência: “Dá-nos uma perspectiva da evolução que o jardim-de-infância tem tido”. O segundo escrito é o testemunho de um antigo aluno, André Ritchie, “sobre a sua experiência enquanto criança e, mais tarde, enquanto pai, uma vez que teve lá o seu filho”. Diz a presidente da associação de pais que se trata de “um testemunho também muito interessante que nos dá uma ideia de como era antigamente o jardim-de-infância”. Fátima Oliveira faz também uma referência especial ao facto

O principal desafio para a manutenção da qualidade tem que ver com a gestão do crescimento da escola, procurada cada vez mais por famílias de língua materna chinesa

de, a cada edição, o anuário contar com a colaboração de artistas de Macau, responsáveis pela capa. Depois de António Conceição Júnior e de Rui Rasquinho, o volume que é hoje apresentado tem a capa desenhada por Carlos Marreiros. A cerimónia de lançamento, agendada para o final da tarde, conta com a presença de Alexis Tam. “Sendo o secretário da tutela da educação, e tendo sempre defendido o bilinguismo e mostrado grande apoio pela língua portuguesa, convidámos o secretário para deixar algumas palavras no anuário. Há um pequeno texto” de Alexis Tam, conta a presidente da associação. “Contamos com a sua presença no sentido de reforçar a promoção

da língua portuguesa, que também tentamos fazer”, acrescenta. “É o único jardim-de-infância de língua veicular portuguesa, pretende-se que se mantenha assim.”

O DESAFIO DAS LÍNGUAS

Na presidência da associação há pouco mais de três meses, Fátima Oliveira explica que, acima de tudo, trata-se de uma direcção de continuidade. “Faço parte da associação há três anos, fui vice-presidente, e assumi agora a presidência”, contextualiza. “Os desafios desta nova direcção são cooperar com a escola, mantermo-nos atentos e, sobretudo, lutar pela manutenção da qualidade do jardim-de-infância.” O principal desafio para a manutenção da qualidade tem que ver com a gestão do crescimento da escola, procurada cada vez mais por famílias de língua materna chinesa, e a capacidade de resposta do jardim-de-infância a crianças que não falam português. “A escola neste momento tem muitas crianças de língua materna chinesa e isso pode representar alguns desafios relativamente ao idioma e ao desenvolvimento do trabalho do jardim-de-infância”, observa Fátima Oliveira. “Esse, quanto a mim, será o maior desafio: garantir que a escola mantém a qualidade do ensino e que consegue lidar com o facto de ter muitas crianças que não dominam a língua portuguesa.” De resto, a associação pretende continuar com as actividades desenvolvidas até agora, com destaque para as levadas a cabo nas férias da Páscoa e do Verão. “Consideramos essencial criar actividades para as crianças. Nesta faixa etária, dos três aos cinco anos, não existe oferta em língua portuguesa”, diz. “Temos conseguido arranjar uma ocupação, de forma divertida, com muita variedade de actividades, que permite ocupar as crianças pelo menos uma parte do dia.” HM


10 EVENTOS

NATÁLIA GROMICHO

“Macau foi um sonho re ARTISTA PLÁSTICA

Depois de ter estado em Macau no ano passado, para uma exposição exclusivamente produzida com pinturas ao vivo inspiradas na Ásia, Natália Gromicho avança agora para o lançamento do seu primeiro livro. “Do Ocidente para o Oriente” é uma representação, na linguagem da artista, dos sítios por onde passou. O livro é apresentado a 25 de Maio em Lisboa “Macau é o marco de uma nova era, é o regresso à cor e à minha ‘Nova linguagem pictórica’.”

O lançamento da obra “Do Ocidente para o Oriente” resulta de uma série de exposições que, por seu turno, deram origem a uma apresentação global no Museu do Oriente em Lisboa. Como surgiu a ideia de fazer este livro? O livro surge como um passo quase natural na sequência de um trabalho realizado ao longo de vários anos. As obras reúnem todas a influência oriental em que me inspirei na Índia, em Singapura, em Timor-Leste e no último destino por onde passei, Macau. Foi um conjunto de trabalhos cuidadosamente preparados e seleccionados, inicialmente para integrar a exposição do Museu do Oriente de Lisboa. Com o resultado conseguido, pensei que seria um trabalho merecedor de ser mostrado ao público através

de um outro meio. Para isso, optei por um formato que nunca tinha utilizado antes, o do livro. O que vamos ver nesta edição? Tratando-se de uma primeira edição em livro, espero que consiga retratar, através da minha linguagem, algumas das obras que, penso, foram de maior relevo dentro do percurso a que chamo do Ocidente para o Oriente. É uma selecção criteriosa dentro do material que foi exposto. O que conta “Do Ocidente ao Oriente”? De que “viagens” fala ou que “viagens” quer contar? A minha ideia é que o leitor percorra as várias fases e influências que senti ao longo das viagens que fiz e

experiências por que passei durante cerca de quatro anos. A distância que separa o Oriente do Ocidente foi a base de todo este projecto. É lá, longe, que se encontra uma cultura que considero extremamente vasta e muito rica. Tentei abordar aquilo que, para mim, fazia mais sentido e que me era mais querido. Do que mais admiro no Oriente e mais me tocou foi a noção de disciplina, o vestuário usado e a arquitectura também tão diversa. Espero que, de alguma forma, tenha conseguido homenagear de forma correcta algumas características destes povos que me serviram de inspiração. Mas tudo começa em Nova Deli, com o primeiro contacto a Oriente. “Humanidade” foi o nome da exposição onde apresentei obras já inspiradas

em ambientes, monumentos e na própria cultura indiana. A ideia era já dar a minha interpretação do que senti. Depois veio Singapura. Penso que podemos considerar que Singapura representa a grande mudança da minha expressão plástica. Na prática, o que aconteceu foi o abolimento do traço e a incursão num expressionismo abstracto profundo. O objectivo é também levar o espectador a criar a sua própria linha de pensamento. Desta passagem em Singapura nasceram algumas das obras que considero mais icónicas e de maior relevo dentro do meu espólio. Penso que o contacto com aquela arquitectura teve também um papel fundamental e sinto-o como marcante. Os edifícios emergiam. Depois temos Timor Leste. É ainda

uma presença constante no meu processo criativo, um lugar onde encontrei um povo extremamente inteligente e sensível. Pintar em Timor foi um grande desafio, principalmente para conseguir explicar o que me leva a pintar desta forma. Ali a pintura abstracta é uma forma de arte que os timorenses não contemplam. Macau é o marco de uma nova era, é o regresso à cor e à minha “Nova Linguagem Pictórica”. Foi em Macau que escolhi a produção em grande formato que até agora utilizo de forma permanente. É uma alteração radical da forma de comunicar com o público que se mantém. Macau foi um sonho realizado. Mas não fica por aí, além da minha grande admiração por Macau, que sentia já há muito, antes


11 hoje macau quarta-feira 26.4.2017

mesmo de ter tido oportunidade de cá estar. A exposição “Nova Linguagem Pictórica” representa também um novo início para mim: marca o começo de uma nova fase minha e da minha pintura. Por outro lado, coincidiu com uma data assinalável: os 20 anos de carreira. Juntando tudo, o livro pareceu-me uma boa forma para dar destaque a todo um conjunto de situações de relevo para mim. Começa com a obra “Lusíadas” e termina com “Torre de Macau”. Os “Lusíadas” é a minha homenagem a Luís Vaz de Camões, pai da língua portuguesa. Em que critérios se baseou para chegar à selecção final? Foram trabalhos cuidadosamente seleccionados de entre os trabalhos produzidos no

período de 2012 a 2016. São “expressões” das minhas influências orientais. Tive em atenção que fosse uma abordagem global, desde trabalhos que foram exibidos em Nova Deli e em Singapura. Tive ainda em atenção o que produzi in loco, com as pinturas ao vivo que fiz em Díli ou aquando da minha passagem por Macau. Depois, e no Ocidente, está sempre Lisboa, a minha cidade. O que espera que o público veja neste livro? Espero que o público tenha contacto com a minha obra, com a minha linguagem, e que percorra o caminho que preparei para que o leitor sinta na pintura algumas das experiências que eu vivi, não só a Oriente, como a Ocidente. Sofia Margarida Mota

sofiamota.hojemacau@gmail.com

SOFIA MARGARIDA MOTA

ealizado”

DIA DO JAZZ CELEBRADO SÁBADO NA CASA GARDEN

É

já este sábado que se celebra o Dia Internacional do Jazz com um concerto na Casa Garden, da Fundação Oriente. O evento começa às 20h30 com uma projecção de vídeo de alguns momentos do Concerto Global de comemoração da efeméride, que no ano passado decorreu em Washington, nos Estados Unidos. Segue-se um concerto, a partir das 21h30, com duas bandas da Associação de Promoção do Jazz de Macau, uma das organizadoras da iniciativa, juntamente com a Associação de Promoção de Actividades Culturais. A partir das 23h, há uma jam session, aberta a todos os músicos que queiram participar. O Dia Internacional do Jazz foi criado em 2011 pela UNESCO e celebra-se anualmente com um grande concerto, levado a cabo por artistas internacionais. Este ano o Global Concert terá lugar na cidade de Havana, em Cuba. O lema destas iniciativas é “Celebrar, Educar e Participar” e tem como objectivo mobilizar amantes da música e músicos num só sentido, para que a música estabeleça uma ligação entre todos.

EVENTOS

HOJE NA CHÁVENA Paula Bicho

Naturopata e Fitoterapeuta • obichodabotica@gmail.com

Erva-Mate Nome botânico: Ilex paraguariensis A. St.-Hil. Família: Aquifoliaceae. Nomes populares: CAÚNA; CHÁDO-PARAGUAI; CHÁ-DOSJESUÍTAS; CHÁ-MATE; MATE. Originária do Norte da Argentina, Paraguai, Uruguai e Sul do Brasil, onde ainda se encontra em estado silvestre, a Erva-mate é uma árvore sempre-verde que pode atingir 20 m de altura; porém, quando cultivada, torna-se um arbusto alcançando 6 m de altura. Apresenta folhas grandes, ovaladas, coriáceas, com bordos serrados e pequenas flores brancas, agrupadas em inflorescências e polinizadas por insectos; os frutos são pequenas bagas, vermelhas quando maduras, e contêm quatro sementes. Utilizada tradicionalmente pelos povos indígenas sul-americanos, a Erva-mate foi difundida pelos jesuítas que governavam o Paraguai nos séculos XVII e XVIII e detinham o monopólio da sua produção. Era designada por matí, ou seja, cabaça, pelos índios guaranis do Paraguai, provavelmente numa alusão à casca de cabaça ou coco onde produziam uma bebida psicoestimulante. Actualmente, prepara-se uma infusão com as suas folhas secas e ligeiramente tostadas, água quente e bastante açúcar, muito usada como bebida nacional em alguns países da América do Sul; esta bebida é tomada através de uma cânula, designada por “bombilla”, que termina numa esfera perfurada servindo de coador. Em fitoterapia são usadas as folhas. Composição Alcalóides púricos (cafeína, teobromina e traços de teofilina), ácidos fenólicos (ácido clorogénico), flavonóides (quercetina), taninos, saponinas triterpénicas (ácido ursólico), compostos lactónicos (amargos) e minerais (magnésio, potássio, sódio). O facto de as folhas serem secas e tostadas facilita a libertação da cafeína dos açúcares, fenóis e taninos, aos quais está ligada. Acção terapêutica Com propriedades semelhantes às do Café (Coffea arabica), embora não tão pronunciadas, a Erva-mate é um tónico e estimulante do sistema nervoso central e dos músculos, aumentando, por breves períodos, os níveis de energia física e mental e melhorando o desempenho cognitivo. É usada em caso de sensação de cansaço, fadiga física e mental, anemia, debilidade e depressão ligeira. Esta erva é igualmente um estimulante

cardio-respiratório, aumentando a força de contracção do coração e a frequência cardíaca, e tem acção vasodilatadora, sendo empregue na insuficiência cardíaca ligeira e arritmias; também pode ser usada na asma. Mais recentemente, têm sido evidenciadas as suas propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias, úteis na redução dos níveis elevados de colesterol, na diabetes e protecção do coração e sistema cardiovascular. Diurética, esta erva está indicada na retenção de líquidos, micção dolorosa ou difícil (disúria), cálculos urinários e infecções do tracto urinário. Tem ainda actividade analgésica e anti-reumática, sendo recomendada no tratamento de dores de cabeça, enxaquecas, dores reumáticas e nevralgias. Outras propriedades Além de diurética, a Erva-mate induz a sudação e é laxante, contribuindo para a eliminação de toxinas e depuração do sangue. Além disso, suprime o apetite, favorece a degradação e a saída da gordura armazenada nas células, disponibilizando-a como fonte de energia, e acelera o metabolismo, aumentando a temperatura do organismo e os gastos energéticos: em suma, contribui para a diminuição da massa gorda e o aumento da massa muscular, sendo utilizada como adjuvante na perda de peso. Em uso externo, é igualmente usado na celulite. Como tomar Uso interno: • Infusão das folhas: 1 colher de sobremesa por chávena de água fervente, 5 a 10 minutos de infusão. Tomar 2 a 3 chávenas por dia. • Em simples, também pode ser tomada em cápsulas. • Integra fórmulas, em ampolas, extracto líquido, cápsulas e comprimidos, indicadas na drenagem do organismo e auxílio na perda de peso, perturbações do humor e para aumentar os níveis de energia física e mental. Precauções Devido ao conteúdo em cafeína, a Erva-mate está contra-indicada durante a gravidez e lactação, ansiedade, insónia, taquicardia, hipertensão e gota; devido aos taninos, em caso de azia (pirose), gastroenterite e úlcera gastroduodenal. Em doses elevadas ou em pessoas sensíveis, pode provocar nervosismo, insónia, palpitações, taquicardia e dores de estômago. Fazer tratamentos descontínuos – o uso continuado pode provocar dependência. Externamente não são conhecidos efeitos adversos. Em caso de dúvida, consulte o seu profissional de saúde.


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hoje macau quarta-feira 26.4.2017

Anúncio Concurso Público «Serviços de limpeza nas instalações desportivas situadas no Cotai afectas ao Instituto do Desporto» Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 13 de Abril de 2017, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para os serviços de limpeza durante o período de 16 de Setembro de 2017 a 15 de Setembro de 2019, nas seguintes instalações desportivas situadas no Cotai afectas ao Instituto do Desporto: 1 2 3 4 5 6 7

Designação das instalações desportivas Nave Desportiva dos Jogos da Ásia Oriental de Macau Centro Internacional de Tiro Centro de Bowling Academia de Ténis Kartódromo de Coloane Centro Náutico de Hác-Sá Centro Náutico de Cheoc-Van

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento de $500,00 (quinhentas) patacas. Podem ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de download da página electrónica do Instituto do Desporto: www.sport.gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 25 de Maio de 2017, quinta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

Anúncio «Serviços de limpeza nas instalações desportivas situadas na Taipa afectas ao Instituto do Desporto» Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 13 de Abril de 2017, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para os serviços de limpeza durante o período de 26 de Setembro de 2017 a 25 de Setembro de 2019, nas seguintes instalações desportivas situadas na Taipa afectas ao Instituto do Desporto: Designação das instalações desportivas 1 Estádio, Campo de Hóquei e Quintal Desportivo (Pistas de Atletismo/Campo de Ténis) do Centro Desportivo Olímpico 2 Piscina do Centro Desportivo Olímpico Quintal Desportivo (Edifício Multifuncional, Campo de Basquetebol, Campo de Futebol de Relva Artificial e Zona de Lançamento) 3 do Centro Desportivo Olímpico 4 Silo Automóvel do Centro Desportivo Olímpico 5 Campo de Basquetebol de Três, Zona de Badminton e Zona Desportiva e Lazer do Centro Desportivo Olímpico 6 Centro de Formação 7 Campo de Futebol/Atletismo da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau 8 Piscinas do Carmo 9 Centro Desportivo do Nordeste da Taipa 10 Estádio da Universidade de Macau A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento de $500,00 (quinhentas) patacas. Podem ainda ser feita a transferência gratuita de ficheiros pela internet na área de download da página electrónica do Instituto do Desporto: www.sport.gov.mo. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para a apresentação das propostas para tomarem conhecimento sobre eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 25 de Maio de 2017, quinta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $530 000,00 (quinhentas e trinta mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do “Fundo do Desporto”) na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial sita na sede do Instituto do Desporto.

Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $500 000,00 (quinhentas mil) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo do Desporto ou efectuar um depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do “Fundo do Desporto”) na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial sita na sede do Instituto do Desporto.

O acto público de abertura das propostas terá lugar no dia 29 de Maio de 2017, segunda-feira, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

O acto público de abertura das propostas terá lugar no dia 1 de Junho de 2017, quinta-feira, pelas 9,30 horas, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues, n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto na data e hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas, por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público de abertura das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.

As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura.

As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura.

Instituto do Desporto, aos 26 de Abril de 2017.

Instituto do Desporto, aos 26 de Abril de 2017.

O Presidente, Pun Weng Kun

O Presidente, Pun Weng Kun

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 230/AI/2017

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 231/AI/2017

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHAN WA TENG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 73933xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 74/DI-AI/2015 levantado pela DST a 29.06.2015, e por despacho da signatária de 18.04.2017, exarado no Relatório n.° 246/DI/2017, de 20.03.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Travessa da Encosta n.° 18, Sun Fung Court, 7.° andar L, Macau onde se prestava alojamento ilegal.-------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 30 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora LEI HUANYIN, portadora do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W97962xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 74.1/DI-AI/2015 levantado pela DST a 29.06.2015, e por despacho da signatária de18.04.2017, exarado no Relatório n.° 247/DI/2017, de 20.03.2017, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Travessa da Encosta n.° 18, Sun Fung Court, 7.° andar L, Macau.------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-----------------------------------------------------------------

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 18 de Abril de 2017.

-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 18 de Abril de 2017. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 248/AI/2017 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor LEE WAI FONG, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° G2359xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 55/DI-AI/2016, levantado pela DST a 13.05.2016, e por despacho da signatária de 13.04.2017, exarado no Relatório n.° 266/DI/2017, de 23.03.2017, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua do Terminal Maritimo n.os 93-103, Edf. Centro Internacional de Macau, Bloco 2, 14.° andar A onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ----------------------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 13 de Abril de 2017. A Directora dos Serviços, Subst.ª, Tse Heng Sai

A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

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13 hoje macau quarta-feira 26.4.2017

PYONGYANG EM “PONTO SEM RETORNO” SE FIZER TESTE NUCLEAR

Alertas de Pequim

sem precedentes” da ONU e um ataque lançado por Washington contra instalações militares e nucleares norte-coreanas, que vão forçar o país a “tomar uma decisão de vida ou morte”.

O jornal alertou ainda Pyongyang para “sanções sem precedentes” da ONU e um ataque lançado por Washington contra instalações militares e nucleares norte-coreanas, que vão forçar o país a “tomar uma decisão de vida ou morte”

U

M jornal do Partido Comunista Chinês (PCC) advertiu ontem a Coreia do Norte de que vai entrar num “ponto sem retorno” se efectuar um novo teste nuclear, face à crescente tensão com Washington. “Se a Coreia do Norte realizar o sexto teste nuclear,

como se espera, o mais provável é que a situação chegue a um ponto sem retorno”, avisou o Global Times, jornal de língua inglesa do grupo do Diário do Povo, o órgão central do PCC. Os Estados Unidos ameaçaram já lançar um ataque preventivo, em resposta ao programa nuclear do regime de Kim Jong-un.

Todas as partes “assumirão as consequências”, mas será Pyongyang a “sofrer as maiores perdas”, considerou o Global Times, um dia depois do Presidente chinês, Xi Jinping, pedir contenção ao homólogo norte-americano, Donald Trump. O jornal alertou ainda Pyongyang para “sanções

CANAL DIPLOMÁTICO CONTINUA ABERTO

A

China disse ontem que o seu canal diplomático com a Coreia do Norte “continua aberto” e o intercâmbio entre ambos os países decorre com normalidade, numa altura em que Pyongyang poderá realizar novo teste nuclear. “Pequim continua a apelar a ambas as partes que não empreendam nenhuma acção que eleve as tensões”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Geng Shuang. Geng disse que alguns jornalistas pareciam “decepcionados” com o facto de a Coreia do Norte não ter realizado até ao momento um novo teste nuclear. Os Estados Unidos ameaçaram lançar um ataque preventivo, caso um novo teste seja realizado, e anunciaram o envio de uma

frota de navios militares, liderado pelo porta-aviões “Carl Vinson”, para águas próximas da península coreana. Até ao momento, contudo, o regime de Kim Jong-un não fez qualquer teste. O negociador chinês para a questão norte-coreana, Wu Dawei, viajou ontem para o Japão para abordar a crise na península coreana com as autoridades japonesas, afirmou Geng. “Esperamos que todas as partes envolvidas, incluindo o Japão, desempenhem um papel responsável na resolução do conflito”, assinalou o porta-voz. A Coreia do Norte realizou o seu primeiro teste atómico em 2006 e voltou a conduzir provas em 2009, 2013 e em Janeiro e Setembro de 2016.

“A última coisa que a China quer ver” é a Coreia do Norte nesta circunstância ou o início de uma guerra, sublinhou o jornal, que destacou a “influência limitada” de Pequim sobre o país vizinho.

MISSÃO IMPOSSÍVEL

“Washington espera que Pequim contenha Pyongyang (...), como se isso fosse assim tão fácil, como dizer ‘abracadabra’. A Coreia do Norte, por outro lado, espera que a China pressione os Estados Unidos e a Coreia do Sul, para que detenham as ameaças de guerra. Pequim não pode satisfazer ambos”, escreveu. O jornal aconselhou o regime norte-coreano a “ser flexível” neste momento, louvando o desenvolvimento independente após a Guerra da Coreia (1950-53) e a soberania do país, “muito maior” do que a do vizinho do Sul. “Dar um pequeno passo atrás facilitará a solução do conflito. Isso não significa ser cobarde, mas sim valente para enfrentar o desafio de maneira diferente”, considerou.

CHINA

AIR CHINA RETOMA VOOS PARA A COREIA DO NORTE

A Air China, a única companhia aérea chinesa com voos regulares para a Coreia do Norte, anunciou ontem que retomará a ligação entre Pequim e Pyongyang a 5 de Maio, após uma paragem de três semanas. A companhia suspendeu os voos para a Coreia do Norte a 14 de Abril, num período de crescente tensão entre o regime de Kim Jong-un e os Estados Unidos. Um portavoz da Air China, empresa que começou a voar para a Coreia do Norte em 2009, disse então que a suspensão não se devia a razões políticas, mas à queda na venda de bilhetes. Durante as últimas semanas, e face à troca de ameaças entre Pyongyang e Washington, o número de turistas chineses que visitam a Coreia do Norte caiu. A China é o principal aliado internacional e maior parceiro comercial da Coreia do Norte. Os laços entre os dois aliados ideológicos têm, contudo, arrefecido nos últimos anos, coincidindo com a chegada ao poder de Kim Jong-un.

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EDITAL

Notificação da decisão final relativa à reparação de prédio em mau estado de conservação Edital n.º : 17/E-AR/2017 Processo n.º : 55/AR/2016/F Local : Avenida de Sidónio Pais n.º 28-28D, Edf. Dragon Court, Macau. Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 03/SOTDIR/2017, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 13, II Série, de 29 de Março de 2017, faz saber que ficam notificados os condóminos e inquilinos ou demais ocupantes do prédio acima indicado, do seguinte: Em conformidade com o Auto de Vistoria da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, as paredes exteriores do edifício acima indicado encontram-se em mau estado de conservação e carecem de reparação, pelo que, nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (Regulamento Geral da Construção Urbana) de 21 de Agosto, ficam os interessados notificados da decisão final relativa à sua reparação. No uso das competências delegadas pela alínea 12) do n.º 2 do Despacho n.º 11/SOTDIR/2016, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 21, II Série, de 25 de Maio de 2016, o Chefe do Departamento de Urbanização da DSSOPT, Lai Weng Leong, homologou o Auto de Vistoria acima indicado através de despacho de 29 de Agosto de 2016. De acordo com os artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, foi realizada, no seguimento de notificação por edital publicado nos jornais em língua chinesa e em língua portuguesa de 2 de Setembro de 2016, a audiência escrita dos interessados, mas não foram carreados para o procedimento elementos ou argumentos de facto e de direito que pudessem conduzir à alteração do sentido da decisão de ordenar a sua reparação. Nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do RGCU e por despacho de 13 de Abril de 2017, ordena aos interessados que procedam, no prazo de 60 dias contados a partir da data da publicação do presente edital, à sua reparação. Para o efeito, de acordo com as disposições do RGCU, os interessados deverão apresentar nestes Serviços o Pedido da Aprovação de Projecto (de Alteração) da Obra de Reparação / Conservação, no prazo de 10 dias contados a partir da data da publicação do presente edital. O impresso do respectivo pedido está disponível na página electrónica da DSSOPT. Findo o prazo acima referido, caso os interessados não tenham dado cumprimento à respectiva ordem, esta Direcção de Serviços aplicar-lhes-á a multa prevista nos artigos 66.º e 67.º do RGCU. Na falta de pagamento voluntário da despesa, nos termos do n.º 1 do artigo 142.º do CPA, proceder-se-á à cobrança coerciva da quantia em dívida pela Repartição das Execuções Fiscais da Direcção dos Serviços de Finanças. Nos termos do n.º 1 do artigo 59.º do RGCU e das competências delegadas pelos n.os 1 e 4 da Ordem Executiva n.º 113/2014, publicada no Boletim Oficial da RAEM, Número Extraordinário, I Série, de 20 de Dezembro de 2014, da decisão do presente edital cabe recurso hierárquico necessário para o Secretário para os Transportes e Obras Públicas, a interpor no prazo de 15 dias contados a partir da data da publicação do presente edital. RAEM, 13 de Abril de 2017 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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WANG CHONG

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Eis o que estimo: uma existência precária, mas uma reputação gloriosa. Fragmentos de “Autobiografia” – 20

J

AMAIS houve um talento tão magnífico com Confúcio, mas nem por isso teve ele sucesso. Foi expulso e perseguido; viu a árvore que o abrigara ser abatida pelos seus inimigos e de outros teve de fugir sem ter tempo de cozer o seu arroz; foi assediado durante o seu caminho; apagaram os rastos das suas rodas; conheceu a fome entre os países de Chen e Cai e, à força de privações, os seus discípulos andavam pálidos. Eu não tenho os talentos de Confúcio e, no entanto, não conheci todas as suas penas. Por que razão quereria então rebaixar-me a todo o custo? Os bem sucedidos não são forçosamente os mais inteligentes; aqueles que falham não são sempre os mais idiotas. Uns são agraciados com o momento certo e tudo lhes corre conforme desejam, outros encontram um momento mau e a nada chegam. Alguns são predestinados a honrarias e as receberão a despeito da sua mediocridade, outros não são bafejados pela sorte e falharão vez após vez a despeito dos seus talentos. Se queremos a todo o custo julgar do valor das pessoas pelo seu sucesso social, então, deveríamos colocar qualquer campónio acima de Confúcio ou Mozi. Quem deveríamos desprezar são aqueles de alto estatuto mas reputação podre, de posição honrada mas comportamento indigno, que gozam de vastos emolumentos mas em nada os merecerem. E, quando um homem virtuoso, de reputação imaculada, não consegue subir na hierarquia e recebe emolumentos de miséria, não devíamos de imediato questionar as suas capacidades e concluir que é um falhado. Um letrado preferiria partilhar o seu quarto com Yuan Xian em vez de Duanmu Si [NT – dois discípulos de Confúcio: o primeiro pobre; o segundo arguto nos negócios], e preferiria Bo Yi a Zhi [NT – o primeiro, conhecido pelo seu sacrifício pessoal e recusa da nova dinastia Zhou; o segundo, conhecido pela sua violência] como companheiro de viagem; um letrado não partilha os valores do povo e, como tal, não elogia aqueles que o povo admira. Eis o que estimo: uma existência precária, mas uma reputação gloriosa; uma vida tão difícil como a de Confúcio e uma escrita comparável à de Yang Xiong. De nada me interessam a fama sem sabedoria, a promoção sem virtude...mas há quem as admire. Concordar com os seus superiores e ser por eles estimado assegura uma situação boa e uma vida fácil, mas que restará, ao fim de cem anos, de quem foi bem sucedido assim? O seu nome se perderá ao fim de uma geração, e não terá deixado o menor dos escritos. Uma carreira brilhante, mas uma virtude medíocre e fracos dons para a escrita: eis o que não me interessa. Quão mais extraordinárias me parecem uma virtude perfeita e uma sabedoria realizada, uma escrita densa como a chuva, uma eloquência imparável como uma fonte, talentos de sobra e uma conduta acima do comum, cuja glória ultrapasse uma vida efémera e dure por mil anos. Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


15 hoje macau quarta-feira 26.4.2017

diário de um editor

João Paulo Cotrim

Desacertos na recta do tempo SANTA BÁRBARA, 16 ABRIL O silêncio de um editor é sempre ofensa, falta de consideração, desrespeito, desatenção. De Profundis, diz o outro. «Não quero martelo e rima/Aqui no Largo da Graça/Quero ficar onde estou/para saudar a quem passa.» HORTA SECA, LISBOA, 18 ABRIL Os dias andam tristes. Talvez nem tanto, apenas embrulhados em circunstâncias miúdas que não permitem abrir os braços e acolher de peito feito a cidade. Eis se não quando uma dúzia de páginas tintadas de azul e vermelho chegam pelo correio e impõem paragens. A história breve de uma solidão faz-se desdobrar por Bárbara R. em grandes planos e geometrismos e desacertos neste pequeno álbum auto-editado. O Sol da Sra. Azul celebra a vizinhança, a atenção ao outro, com simplicidade extrema. Detalhe: fá-lo assente na imperfeição. A impressão riso deste meu exemplar 51 em 90 torna-o único e não me canso de nele descobrir pormenores: de gente, de casas, de percursos. A gentileza de Bárbara deu-me a ver os velhos que ainda cruzam as ruas da cidade dos turistas cegos. Sim, ainda há velhos em Lisboa. Não sei se há sol ou Primavera. MONUMENTAL, LISBOA, 19 ABRIL Autismo, do mano Valério, dobra os 1500 exemplares em três anos bem medidos e atira-se em segunda edição. As sobras no armazém parecem desmenti-lo, mas há leitores para romances assim. De choque, dizem alguns. De rasgo, digo eu. HORTA SECA, LISBOA, 20 ABRIL Faz 30 anos que Rui Baião, Al Berto e o mesmo Paulo da Costa Domingos, que passa a deixar-me prova de vida da frenesi, agora em edição viúva (!), cozinharam antologia que daria brado: Sião. Escolhas pessoalíssimas, a reinventar-se poema único de fôlego capaz de estabelecer correspondências íntimas de Antero a Fernando Luís Sampaio. «Nenhum detém uma ciência, sequer empírica, dos destinos da Poesia. Nenhum propôs a outrem cânone que não constituísse já a sua coluna vertebral e fado seu, irreversível». Palavras do ímpar editor, noutra ocasião comemorativa, de 1991, e que agora revela, entre outras mais ou menos provocatórias na

brochura Sião – Doc. Interno, publicada a pretexto da exposição que comemora, na associação cultural do Porto, Sismógrafo, as tais três décadas da Sião. E que celebrava «o centro urbano, as sociedades nocturnas, pessimistas, decadentistas e que se afastavam da escrita agrária, bucólica do século XIX.» Numa altura em que surgem editoras como cogumelos, mesmos nos dias em que não chove, incautas que julgam que para editar basta imprimir livros, as reflexões suscitadas pelas dezenas de títulos postos a nu no chão ao longo da parede são de extrema importância. Contra o esquecimento, pela afirmação de uma ética. Uma editora faz-se, antes de mais, lu-

gar de resistência pela reflexão, contra a vida, apesar dela, em nome de uma ideia de literatura que nos desarruma, que investe língua adentro, que experimenta, que pensa cada aspecto do não. O logótipo da faz-se «de um cabrito alado em silhueta, e era originalmente a asa de um recipiente persa, em ouro, talvez um jarro». A espiral foi inscrita pelo Paulo Costa Domingos e não deixou ainda de girar sobre si. A palavra vem de verso de Mário de Sá-Carneiro: «Um frenesi hialino arripiou/Pra sempre a minha carne e a minha vida.» A frenesi arrepiou. A frenesi arrepia. Basta subir, página a página, à última cidade do Armagedão.

E 30 anos passaram desde a morte do Zeca. Quantas décadas contém cada canção sua? As granadas de mão estão cheias de referências, supostas impurezas, nomes concretos, de lugares exactos, insultos dirigidos, asneiras de criar bicho, múltiplos sinais do seu tempo, que só tolos acharão passados pois são afinal palmos de terra sobre os quais se erguem cabanas, lares, fortalezas

CASA DA CULTURA, SETÚBAL, 21 ABRIL E 30 anos passaram desde a morte do Zeca. Quantas décadas contém cada canção sua? As granadas de mão estão cheias de referências, supostas impurezas, nomes concretos, de lugares exactos, insultos dirigidos, asneiras de criar bicho, múltiplos sinais do seu tempo, que só tolos acharão passados pois são afinal palmos de terra sobre os quais se erguem cabanas, lares, fortalezas. Sopram nelas ventos que confluem em espiral, forças de assombrar futuros. Olha ele a cantar-me ao ouvido: «a fadiga é um dom da natureza/ Chiça!/ Com as minhas tamanquinhas/Com as minhas/ Com as minhas tamanquinhas/ P’ra quem não faz fortuna/ Mata as penas e faz covinhas». Desconfio, não tenho certezas, aprendi com ele a world music ou que o surrealismo era redondo vocábulo e isto de viver uma soma agreste. Utilidades, portanto. «Era um redondo vocábulo /uma soma agreste/ revelavam-se ondas/em maninhos dedos/polpas seus cabelos/resíduos de lar». Onde andam os vinis da minha infância a querer-se outra coisa? Mas Quem Vencer Esta Meta Que Diga Se a Linha é Recta comemora estes anos todos, os dele feitos meus. O mano José Teófilo [Duarte], que fez dele boa causa, comemorou o design na obra do José Afonso a partir da arte de José Santa-Bárbara, José Brandão, João de Azevedo, Alberto Lopes, produtores das imagens que me forram a memória. Venham mais cinco será o meu preferido? Ou antes Com as minhas tamanquinhas? Onde rodam os discos da minha infância pouco farta, mas rica? Conheci há pouco um velho amigo, o João Azevedo, que traz perfumes das quatro partidas do mundo, sendo nele mais intenso o de Moçambique, que por um triz não visito agora. As linhas não são todas rectas. O João vem de celebrar 50 anos de pinturas, em boa companhia de mais três nados na Figueira da Foz de costas para terra. Folheio o testemunho impresso, passeio pelas cores, pelos rostos. Invisto tempo nos Ícaros, divertem-me os crocodilos, céu apesar de quedas, horizontes que mordem. Pinta agora barcos apinhados de gente, refugiados. Parecem farpas as suas cores. Mas há sempre rostos, quase gritos. «A formiga no carreiro/andava à roda da vida/ caiu em cima/de uma espinhela caída.» Mudemos de rumo.


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na ordem do dia 热风

Julie O’yang

Protejam a moral chinesa tradicional N

A semana passada, duas estudantes da província de Hubei provocaram uma onda de protestos no campus universitário, e também online, no seguimento de se ter tornado viral nos media chineses uma foto de ambas a segurarem uma faixa com conteúdos homofóbicos. A faixa dizia: “Protejam a moral chinesa tradicional. Defendam os valores centrais do socialismo. Resistam à corrosão provocada pelo decadente pensamento ocidental. Mantenham a homossexualidade fora do campus.” A foto foi tirada junto às linhas laterais de um campo de basquetebol, durante um torneio que se realizou na Universidade de Ciência e Tecnologia de Huazhong, em Wuhan (HUST- sigla em inglês). O treinador da equipa feminina de basquetebol, que tirou a fotografia, postou: “Este é desejo do público que eu trago sempre no coração.” Uma das mulheres fotografadas escreveu: “O basquetebol feminino era um desastre em termos de homossexualidade. Mas depois das reformas e de uma educação positiva, restam muito poucas lésbicas nas nossas equipas.” A HUST, situada na China central, é conhecida por ter uma atitude relativamente acolhedora em relação aos homossexuais. Os estudantes exibem bandeiras com o arco-íris nas cerimónias de graduação e a escola promove eventos em que estão representados autores e artistas homossexuais. Até 1997 a China considerava a homossexualidade um crime. Mas nos últimos anos o país foi ficando gradualmente mais tolerante em relação a estas questões. Este incidente desencadeou uma discussão alargada sobre a discriminação nas escolas chinesas contra estudantes homossexuais, bissexuais e transgénero. Mas qual é exactamente a “moral chinesa tradicional” que as jogadoras de basquetebol querem proteger? Companheira perfumada 《怜香 伴》é uma peça de Li Yu, escrita em 1651.

MARC RIBOUD

中国高校现反同性恋横幅

Escola de Belas Artes de Pequim, 1965

A peça conta a história de Cui Jianyun, mulher de Fan Jiefu, um homem erudito. Madame Cui tinha ido ao templo queimar incenso para os deuses, logo a seguir ao seu regresso da lua de mel. No templo conheceu Cao Yuhua,

As estradas da vida são muitas vezes distorcidas ou desmanteladas por pessoas que querem decidir que caminhos elas devem trilhar. Lamentável

filha de Lord Cao, dois anos mais nova do que ela. Cui sentiu-se imediatamente atraída pelo invulgar perfume de Cao. Cao sentiu-se atraída pelo talento poético de Cui. Apaixonaram-se e juraram que na próxima vida seriam marido e mulher. De forma a poderem viver juntas, Cui persuadiu o marido a enviar uma casamenteira a casa de Lord Cao, para, em seu nome, pedir a filha em casamento como segunda mulher. Lord Cao ficou enraivecido com a ideia de a filha se vir a tornar uma mera concubina. Expulsou a casamenteira e partiu imediatamente para a capital com Cao. Depois de inúmeras voltas e reviravoltas, Cui Jianyun e Cao Yuhua

conseguem finalmente reunir-se. No final, o rei dá permissão a Mestre Fan de tomar as duas por legítimas esposas. Li Yu (李渔1610–1680 DC), também conhecido por Li Liweng, foi dramaturgo, romancista e editor. É o presumível autor de Tapete da Oração Carnal (肉蒲團), uma comédia bem arquitectada e um clássico da literatura erótica. Nos seus contos abordou o tema do amor entre pessoas do mesmo sexo. Li Yu foi muito lido e apreciado pela ousadia com que tratava este tema inovador. As estradas da vida são muitas vezes distorcidas ou desmanteladas por pessoas que querem decidir que caminhos elas devem trilhar. Lamentável.


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TEMPO

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AGUACEIROS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

MIN

21

MAX

25

HUM

80-98%

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8.75

BAHT

DISCOVER MACAO: LOCAL INDIES REVISITED | TRANSMISSÃO DOS DOCUMENTÁRIOS “THE SECRET GARDEN” E “ERA UMA VEZ EM KA-HÓ” Cinemateca Paixão

Domingo

MACAU JAZZ SUNDAY SESSIONS Live Music Association | A partir das 20h00

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “I AM 038: UMA EXPOSIÇÃO DE UM ARTISTA AUTISTA” Torre de Macau | Até 14/5 INSTALAÇÃO “SEARCHING FOR SPIRITUAL HOME II”, DE YEN-HUA LEE Armazém do Boi | Até 7/5 INSTALAÇÃO “FLUXO DE TONS” DE PAN JIN LING E PAN JIN XIA Pavilhão de Chun Chou Tong | Até 7/5 EXPOSIÇÃO “VIAGEM SEM TÍTULO” Museu de Arte de Macau | Até 14/5 EXPOSIÇÃO “AD LIB” DE KONSTANTIN BESSMERTNY Museu de Arte de Macau (Até 05/2017) EXPOSIÇÃO “ILUMINAÇÃO ARTIFICIAL” DE ANABELA CANAS Galeria da Livraria Portuguesa | Até 30/4

Cineteatro

PROBLEMA 25

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 24

C I N E M A

UM DISCO HOJE

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO DE AGUARELAS DE CHU JIAN & HERMAN PEKEL Fundação Rui Cunha | Até 25/5

YUAN

1.16

O SONO

Sábado

Diariamente

0.23 AQUI HÁ GATO

EMISSÃO ESPECIAL RÁDIO MACAU EM DIRECTO Fundação Rui Cunha | Das 18h00 às 21h00

DISCOVER MACAO: LOCAL INDIES REVISITED | TRANSMISSÃO DOS DOCUMENTÁRIOS “THE SECRET GARDEN” E “ERA UMA VEZ EM KA-HÓ” Cinemateca Paixão

(F)UTILIDADES

Durmo quando quero. E onde quero. É uma das inúmeras vantagens de ser gato. Nos dias de chuva, o sono é maior. O céu é cinzento, cor francamente entediante que puxa o bocejo. Enrolo-me, enrosco-me e durmo. Sem que ninguém ouse expulsar-me da cadeira onde me instalo. Entre um sono e outro, interrogo-me sobre isto de os humanos se acharem bichos superiores. Presumo que a única razão para tal alegação seja o facto de a natureza lhes ter permitido passar das quatro para as duas patas. De resto, não encontro motivo para tamanha mania das grandezas. Grandes homens e grandes mulheres que vivem espartilhados pelo tempo e pela falta dele. Vivem sujeitos às intempéries, enquanto eu, gato que sou, me enrolo, me enrosco e durmo. Andam à chuva lentamente, enervam-se fechados em carros que não avançam nas estradas, buzinam-se mutuamente e cansam-se, cansam-se muito. Ser gato é ser mais simples e mais esperto. É dormir quando me apetece. Sem pressas. Na contabilidade dos minutos que só os felinos conhecem. Pu Yi

FAUSTO, “GRANDE, GRANDE É A VIAGEM”

Porque Abril é todos os dias, hoje deixamos Fausto Bordalo Dias e o disco “Grande, Grande é a Viagem”. Gravado ao vivo no Centro Cultural de Belém, em 1999, reúne mais de duas dezenas dos melhores temas do cantor e compositor português. Com a colaboração de um grupo de músicos de luxo, este registo ao vivo é a prova de que, depois de Zeca, Fausto reinventa como ninguém a música tradicional portuguesa. Isabel Castro

FAST & FURIOUS 8 SALA 1

SALA 3

FALADO EM CANTONENSE Fime de: Tom McGrath 14.15, 16.00, 20.00

Filme de: F. Gary Gray Com: Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Dwayne Johnson 14.15, 16.45, 21.45

THE BOSS BABY [B]

SHOCK WAVE [C] Filme de: Herman Yau Com: Andy Lau, Jiang Wu, Philip Keung, Ron Ng, Song Jia 17.45, 21.45

FAST & FURIOUS 8 [C]

FAST & FURIOUS 8 [3D] [C] Filme de: F. Gary Gray Com: Vin Diesel, Michelle Rodriguez, Dwayne Johnson 19.15

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Isabel Castro; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Sofia Margarida Mota Colaboradores António Cabrita; Anabela Canas; Amélia Vieira; António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; João Paulo Cotrim; João Maria Pegado; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Manuel Afonso Costa; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Paulo Maia e Carmo; Rui Cascais; Rui Filipe Torres; Sérgio Fonseca; Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fa Seong; Fernando Eloy; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


18 OPINIÃO

hoje macau quarta-feira 26.4.2017

a canhota

FA SEONG 花想

MARTIN SCORSESE, HUGO

“Elefante branco” sempre problemático

O

metro ligeiro tornou-se um alvo de crítica por parte dos políticos, um motivo de piada nas conversas dos cidadãos, e uma ironia que reflecte o desempenho do Governo. Depois de tantas prorrogações de prazos e derrapagens orçamentais, podemos finalmente ver que o segmento da Taipa está a ganhar forma. Ainda assim, duvido se este “elefante branco”, que já gerou despesas na ordem das 11 mil milhões de patacas, possa efectivamente começar a circular daqui a dois anos, como está previsto. Mesmo que esta meta seja cumprida, percebemos que o funcionamento deste sistema de transporte poderá representar um grande encargo financeiro. Pelo que percebi das explicações do Governo sobre a proposta de lei do sistema de transporte de metro ligeiro,

cuja consulta pública acabou de terminar neste mês, nas estações do metro não estão reservados espaços para o funcionamento de restaurantes, cafés ou lojas de retalho. Isso significa que o Governo ou a empresa gestora só poderá obter receitas através da publicidade e das tarifas cobradas aos passageiros, e já foi dito que os preços dos bilhetes serão baixos. O secretário para os Transportes e Obras Públicas, Raimundo do Rosário, afirmou que os custos do funcionamento do metro ligeiro não são baixos, então deve estar preparado para suportá-los. Não me parece adequado que as estações do futuro metro ligeiro sirvam apenas para a

chegada e partida das carruagens, pois essa não é a prática comum de muitos países. Nas estações de metro de todo o mundo há lojas de roupas e restaurantes, espaços onde se vende artesanato ou com mostras culturais. A justificação até pode ser o facto dos espaços serem reduzidos, mas não acredito que nas estações não caibam diversas lojas. Isso poderia ajudar à diversificação do turismo e dos visitantes que apanham o metro. Poderia ainda facilitar à concretização de outro tipo de negócios e, através disso, o Governo poderia ganhar receitas. O metro ligeiro representa sempre problemas e preocupações. Mas, ao menos, já podemos

No ano de 2019 termina o mandato do actual Chefe do Executivo e dos cinco secretários, incluindo o de Raimundo do Rosário. Este já afirmou que não quer continuar no cargo. Se os trabalhos relacionados com o metro ligeiro não ficarem definidos neste mandato, é preocupante pensar que o funcionamento deste meio de transporte possa mais uma vez ficar afectado devido à mudança de Executivo

imaginar a realidade de ver o metro ligeiro a funcionar na Taipa. Acontece que, quando perguntamos ao Governo qual será o funcionamento do sistema de transporte em concreto, a resposta é sempre que é cedo para discutir o assunto. É difícil não duvidar da forma como vai ser gerido este gigante das obras públicas. Faltam apenas dois anos para que a primeira linha de metro ligeiro funcione em Macau, mas se olharmos para os procedimentos administrativos que faltam concluir, parece-me que uma discussão concreta sobre a sua operacionalização deveria ser feita já. O Executivo não está a ter a percepção da velocidade do projecto. No ano de 2019 termina o mandato do actual Chefe do Executivo e dos cinco secretários, incluindo o de Raimundo do Rosário. Este já afirmou que não quer continuar no cargo. Se os trabalhos relacionados com o metro ligeiro não ficarem definidos neste mandato, é preocupante pensar que o funcionamento deste meio de transporte possa mais uma vez ficar afectado devido à mudança de Executivo. Terminou a consulta pública, e já sabemos que, novidades, só depois do Governo terminar a análise das opiniões e a elaboração do respectivo relatório.


19 ÓCIOSNEGÓCIOS

hoje macau quarta-feira 26.4.2017

SARAH HENNA MACAU SARAH LEONG, FUNDADORA

Sarah Leong despertou para as tatuagens feitas com henna há cerca de cinco anos e, desde então, é esta actividade que ocupa os seus dias. Faz tatuagens a pedido para vários eventos e clientes, e também organiza workshops. Para Sarah, desenhar com henna representa mais do que uma simples expressão cultural

só queria partilhar o meu trabalho através do Facebook, e nada mais, por forma a mostrar a cultura de henna às pessoas de Macau. Isto porque o mais importante do trabalho com henna é fazer com que mais pessoas conheçam este tipo de arte. Macau é o local ideal para que existam diversas culturas”, explicou ao HM. A primeira vez que Sarah tentou fazer um desenho deste tipo recorreu a um eyeliner, utilizado para realizar a maquilhagem comum. Mas depressa começou a experimentar os instrumentos tradicionais. “Comecei a desenhar com henna em 2012 mas, nessa altura, desenhava com uma caneta de eyeliner e ajudava a fazer maquilhagens para dançarinos. Eu própria sou dançarina de Bollywood e sempre tive um interesse pelos elementos da cultura indiana.” Nessa altura, fazer desenhos com henna era apenas um divertimento. Até que, um ano depois, tudo mudou. “Em 2013, tive a oportunidade de fazer um curso de henna em Macau e foi a primeira vez que fiz trabalhos com um cone [um dos materiais utilizados para fazer as pinturas]. Ainda me lembro de como estava entusiasmada com isso e, depois de três horas de aula, comecei a praticar sozinha”, recordou. “Foi bom ter conseguido um logótipo, então criei a minha página, mas apenas por divertimento. Mas depois os meus amigos incentivaram-me a desenvolver mais os trabalhos de henna e a começar, de facto, um negócio. As pessoas começaram a descobrir que desenhava com henna e aí comecei a criar produtos diferentes com padrões”, apontou.

UMA FORMA DE MEDITAÇÃO

A

S tatuagens feitas com henna já se popularizaram um pouco por todo o mundo, sendo um dos símbolos que mais facilmente é reconhecido como fazendo parte da cultura indiana. Henna é um pó que vem das cascas de árvores e que serve não apenas para fazer tatuagens indolores, podendo ser utilizado em produtos de beleza e roupas. Sarah Leong apaixonou-se quase de imediato por este produto, tendo desenvolvido as suas técnicas de forma espontânea. Hoje gere a actividade através da sua página de Facebook, intitulada “Sarah’s Henna Macau”, aceita os mais diversos pedidos dos clientes e também é mentora de workshops que ensinam outras pessoas a desenhar com henna, seja no corpo ou em objectos. Ainda assim, Sarah diz que aquilo que faz não é um negócio. “Quando comecei

Sarah é provavelmente uma das poucas pessoas em Macau que faz este tipo de trabalho. A ideia é sempre alargar horizontes e conhecimentos nesta área. “Tento conhecer diferentes artistas que trabalham com henna em Taiwan ou em Hong Kong.

“Tive a oportunidade de fazer um curso de henna em Macau e foi a primeira vez que fiz trabalhos com um cone. Ainda me lembro de como estava entusiasmada.”

SARAH HENNA MACAU

Traços de felicidade

Através da henna posso também conhecer várias pessoas e ouvir as suas histórias. Todas essas coisas fizeram-me começar a trabalhar com henna”, contou. Para a artista, este não é um simples trabalho artístico, mas sim algo que mexe com a mente. “A henna não tem apenas a ver com cultura e arte. Quando seguro um cone é, para mim, uma altura em que me sinto relaxada, então considero a henna como a minha forma de meditação. É por isso que eu gosto tanto de henna, e sinto que desenhar faz parte do meu corpo e da minha vida.” O grande conceito por detrás de uma tatuagem feita com henna é a busca da felicidade. Sarah faz todo o tipo de padrões, consoante aquilo que o cliente procura. “Cada vez que falo com um cliente discutimos no sentido de encontrar o melhor padrão. Claro que também aceito algumas ideias prévias e muitas vezes crio um padrão só para essa pessoa. Digo sempre que, se as pessoas acreditam no

meu trabalho, então vêm ter comigo. Mas, com base na cultura indiana, desenho na maioria flores, folhas... Tem tudo que ver com a natureza e sempre com uma ligação ao estilo indiano”, explicou a artista. Tratando-se de um tipo de tatuagem que não causa dor, ao contrário das tatuagens normais, Sarah garante que “as pessoas podem escolher padrões diferentes e ter sensações diferentes”. “A henna não é apenas para os casamentos e coisas mais tradicionais, mas também pode ser utilizada em moda e por pessoas que gostam de tatuagens de forma temporária”, disse a artista. “Há pessoas que gostam de ter uma tatuagem antes de irem de férias e essa tatuagem pode fazer das suas férias algo diferente. Nesse período de tempo, sentem como se tivessem uma tatuagem verdadeira”, concluiu. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


Trump e queijo suíço? MARCELO ELOGIA FINANÇAS E ECONOMIA DE PORTUGAL

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou esta terça-feira que nos últimos anos, Portugal teve «vitórias» nas finanças públicas e na economia do país e defendeu que é importante criar mais riqueza e distribui-la melhor no restante tempo desta legislatura. No final do seu discurso na sessão solene comemorativa dos 43 anos da revolução do 25 de Abril, Marcelo afirmou: «Os dois anos e meio que faltam para o termo da legislatura parlamentar terão de ser maior criação de riqueza e melhor distribuição». «O Governo, seus apoiantes e oposições, que legitimamente aspiram a voltar a governar, estarão, por certo, atentos a este imperativo, na multiplicidade enriquecedora das suas opções», concluiu o Presidente da República.

BENFICA JONAS QUER VOLTAR COM O ESTORIL

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Foi o grande ausente do dérbi do último fim de semana, mas corre para regressar já com o Estoril. Jonas, avançado de 33 anos, falhou a partida com o Sporting após uma semana de trabalho bastante condicionada na sequência de um traumatismo no gémeo da perna esquerda, situação decorrente do jogo anterior com o Marítimo. No dia do jogo fez teste no treino matinal e a equipa técnica liderada por Rui Vitória optou por não arriscar a utilização do avançado, optando por resguardálo e recuperar a cem por cento para as próximas partidas, também elas decisivas para as contas do Campeonato para as águias. O Benfica regressou segunda-feira ao trabalho, e apesar de ainda apresentar alguns condicionalismos, Jonas tem-se sentido bastante melhor, o que permite alimentar maiores esperanças a Rui Vitória de poder contar com ele já no jogo de sábado, na Luz, contra o Estoril.

quarta-feira 26.4.2017

Atlântido

PILOTO MACAENSE SOBE AO PÓDIO EM ZHUHAI

Preparativo de prata

F

ILIPE Clemente Souza regressou no fim-de-semana ao campeonato TCR Asia Series e obteve um espectacular segundo lugar na segunda corrida do fim-de-semana. Aproveitando a passagem do campeonato pelo Circuito Internacional de Zhuhai, Souza juntou-se à Son Veng Racing Team e alinhou à partida com um Volkswagen Golf GTi da equipa do território, preparando assim o que irá ser a sua temporada de 2017, cujos planos finais ainda estão por divulgar, mas que giram na órbita deste tipo de viaturas de turismo. Apesar de ter testado um Audi R8 LMS Cup do troféu monomarca asiático no defeso, Souza deverá continuar a competir nas provas de carros de turismo esta temporada, tanto além fronteiras, como no Campeonato de Carros de Turismo de Macau (MTCS). Na primeira corrida do TCR Asia Series no traçado de Zhuhai, o piloto inscrito pela Macau David Racing Team partiu do 7º posto da grelha de partida e terminou na mesma posição. Numa corrida disputada ainda com a pista seca, venceu o Audi RS 3 LMS pilotado pelo jovem Jasper Thong de Hong Kong e da equipa Phoenix Racing Asia, cujo o engenheiro de pista é o macaense Duarte Alves. Na segunda contenda, Souza partiu no segundo lugar da grelha de partida, mas um arranque pouco inspirado atirou-o para o oitavo lugar ainda na primeira curva. Com a pista molhada e catorze voltas para cumprir, Sou-

TAILÂNDIA HOMEM MATA FILHA EM DIRECTO NO FACEBOOK

U

za fez uma recuperação notável, chegando até ao segundo posto. O bi-campeão do “AAMC Challenge” ainda se aproximou nas derradeiras voltas do líder e vencedor da corrida, o tailandês Tin Sritrai, em Honda Civic, mas uma ligeira saída de pista na penúltima volta quase deitava tudo a perder. “Que corrida...foi uma daquelas corridas memoráveis. Obrigado à Son Veng Racing Team pelo serviço e à Macau David Group e Sniper Capital por terem tornado isto possível”, disse no final da corrida um visivelmente satisfeito Souza. A próxima prova do

TCR Asia Series volta a ser realizada em Zhuhai, no mês de Maio, mas Souza ainda não sabe se participa, pois é algo que “depende do orçamento disponível”. Em pista, também a representar a RAEM, esteve também Liu Lic Kai, que neste evento contou com a ajuda do piloto de Macau Rodolfo Ávila para encontrar as melhores afinações da sua viatura, após as dificuldades encontradas na primeira prova do campeonato realizada no mês passado na Malásia. Aos comandos de um SEAT Leon TCR preparado pela equipa Elegant Racing, Liu foi 8º

“Que corrida...foi uma daquelas corridas memoráveis. Obrigado à Son Veng Racing Team pelo serviço e à Macau David Group e Sniper Capital por terem tornado isto possível.” FILIPE SOUZA PILOTO

classificado na primeira corrida, após ter arrancado do 10º lugar entre catorze participantes. Na segunda corrida Liu desistiu com problemas de falta de pressão de gasolina no carro espanhol logo na segunda volta.

VITÓRIAS NA F4

Filipe Souza não foi o único piloto de Macau a subir ao pódio em Zhuhai este fim-de-semana. Leong Hon Chio venceu duas das três corridas da jornada de abertura do Campeonato da China de Fórmula 4. O piloto de 15 anos da RAEM, que lidera o Campeonato Asiático de Fórmula Renault 2.0, diz que “ainda não sabe” se fará esta temporada mais provas desta categoria de monolugares apoiada pelo gigante da indústria automóvel chinesa Geely, porque “a corrida de Fórmula 4 em Xangai coincide com uma prova do asiático de Fórmula Renault”. Sérgio Fonseca

info@hojemacau.com.mo

M homem na Tailândia matou a sua filha de 11 meses em directo no Facebook, tendo-se suicidado depois diante da câmara, disse ontem a polícia. O crime surge alguns dias depois do vídeo de um homicídio nos Estados Unidos ter sido transmitido através do Facebook. De acordo com a agência de notícias France Presse, foram os amigos do homem que advertiram a polícia de Phuket, no sul da Tailândia. “Já estavam mortos quando chegámos ao local” na segunda-feira à tarde, disse o tenente Jullaus Suvannin, um dos primeiros a chegar à cena do crime. Segundo a polícia, o homem teve antes uma discussão com a mãe da sua filha de 11 meses. Este assassínio seguido de suicídio ocorreu alguns dias depois de um homicídio em Cleveland, Estados Unidos, onde um homem de 37 anos matou um homem de 74 anos, divulgando depois o vídeo do homicídio na rede social Facebook. Após ter sido identificado pela polícia, o autor do crime acabou por se suicidar depois de uma perseguição policial. No seguimento deste crime, o fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, disse que iria fazer tudo o que fosse possível para evitar a repetição de tragédias deste tipo. “Temos muito trabalho. Vamos continuar a fazer tudo o que pudermos para evitar este tipo de tragédias”, declarou Mark Zuckerberg, que também assume a presidência executiva do Facebook, na semana passada, um dia depois de ser conhecido o caso de Cleveland.


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