Hoje Macau 26 JUL 2016 #3621

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

MOP$10

TERÇA-FEIRA 26 DE JULHO DE 2016 • ANO XV • Nº 3621

WILDLIFE FRIENDS FOUNDATION

Turismo letal GRANDE PLANO

CPU HABITAÇÃO PÚBLICA EM TERRENO DA CEM PREOCUPA CONSELHEIROS

Areia movedica ´

A construção de mil fracções de habitação pública no terreno da CEM na Areia Preta inquieta os membros do Conselho de Planeamento Urbanístico (CPU). Mais

problemas de tráfego, numa zona já congestionada, e impacto ambiental foram questões levantadas na reunião do CPU e que vão dar origem a mais um estudo.

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ANIMAIS

JOGO

Entradas proibidas PÁGINA 5

PIN-TO

A FESTA DO ADEUS EVENTOS

Tens um minuto?

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PAULO JOSÉ MIRANDA

OPINIÃO

Piropos

TÂNIA DOS SANTOS


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F

OTOGRAFIAS com macaquinhos vestidos com lantejoulas. Passeios nas costas de elefantes, selfies com ursos polares no meio de centros comerciais ou aquela imagem de um turista sentado num templo com tigres enormes ao lado. São várias as formas de entretenimento com animais que são toleradas na Ásia, com a China e a Tailândia no topo dos locais com atracções. Mas sabe qual é o preço para que turistas como nós possam ter uma fotografia com animais presos em cativeiro? Maus tratos, sofrimento, doenças e malformações e, às vezes, a própria vida. É este o preço que pagam os animais confinados a circos, gaiolas ou correntes. Só abriu em Janeiro deste ano, mas é já considerado um dos “zoos mais tristes do mundo”. O Grandview Aquarium, em Cantão, alberga 500 espécies diferentes de animais, incluindo do Árctico. Mas fica num centro comercial, sem luz natural e onde as jaulas são “demasiado pequenas”. A ideia de criar o espaço? Permitir selfies com animais raros e providenciar ao público espectáculos de entretenimento.

TORTURAS EXPOSTAS

Dois ursos polares, seis baleias-beluga jovens, dois lobos do Árctico e cinco leões marinhos fazem as delícias dos visitantes no Grandview Aquarium. Mas o oposto não é real: o facto do local não ser um santuário, mas um zoo, leva a problemas que podem já ser notados nos animais. “Sofrem de negligência, maus tratos, falta de estimulação e falta de luz natural. Os espaços pequenos não permitem que façam os movimentos normais que fariam na Natureza”, pode ler-se num relatório da Animals Asia. O fundador do Grandview Aquarium é a Haichang Ocean Park Holdings, um dos maiores operadores de parques aquáticos do continente. Espectadores, alguns sem saber, relatam que os animais estão a sofrer de uma doença conhecida como “zoochosis”, um

ANIMAIS DIVERSÕES TURÍSTICAS LEVAM AO SOFRIMENTO DE MILHARES NA ÁSIA

ATRACCOES

China e Tailândia são dois dos lugares na Ásia onde mais animais sofrem por serem atracções turísticas. Ingenuidade ou puro esquecimento fazem de todos nós contribuintes para que continuem as fotografias com tigres e passeios em elefantes e, consequentemente, os abusos e maus tratos a animais. Está na altura de riscar alguns desejos da sua lista comportamento típico de animais em cativeiro, onde os movimentos são tão repetidos que se tornam únicos, invariáveis e sem qualquer função útil para a criatura. “Os leões marinhos e as baleias nadam em círculos nos seus pequenos tanques e os ursos, raposas e lobos raspam as unhas nas paredes, enquanto andam para a frente e para trás no mesmo sentido. Muitos animais em cativeiro desenvolvem este comportamento anormal e neurótico, porque são literalmente levados à loucura por causa do local onde estão confinados. Animais marinhos em cativeiro morrem, normalmente, mais cedo do que no seu habitat natural”, explica a Animals Asia, uma das maiores organizações do mundo de protecção animal. Os ursos polares ainda sem nome que habitam no local são a maior atracção para quem quer tirar selfies. Vídeos e imagens mostram os animais num pequeno quadrado de cimento pintado de azul: a maioria das vezes, os ursos estão deitados com a cara no chão de cimento – para que possam escapar

ao calor de Cantão -, ou a tentar fugir de turistas que dão murros nos vidros para chamar a atenção dos animais. “Os pobres dos ursos não têm por onde escapar. Nenhum local para se esconderem das pessoas a tirar fotografias”, frisou Dave Neale, director do departamento de Bem-Estar Animal da organização. “Eles precisam de espaço, para correr, para subir, para caçar... para andar.” Depois da morte do “urso polar mais triste do mundo” – o Arturo, preso num zoo da Argentina – os ursos desta infra-estrutura aqui ao lado já são considerados uma substituição. E o problema é que parecem haver sempre substitutos.

O ERRO DE NÃO PENSAR

O Grandview Aquarium é, como muitos outros aquários que servem de zoo, uma “prisão” para animais a quem estão a ser negados os direitos de viver num habitat natural para prazer dos humanos. Mas, como muitos outros sítios, não é o único a chamar a atenção.

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GRANDE PLANO

Recentemente, diversos mosteiros budistas na Tailândia começaram a ser investigados, depois de um dos mais populares templos do país ter sido acusado de tráfico de vida selvagem e maus tratos: mais de uma centena de tigres viviam no local. Mais de 40 crias foram encontradas congeladas. Ao retirarem os tigres do templo, as autoridades tailandesas

O Grandview Aquarium, em Cantão, alberga 500 espécies diferentes de animais, incluindo do Árctico. Mas fica num centro comercial, sem luz natural e onde as jaulas são “demasiado pequenas”

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foram confrontadas pela população, que queria proteger os tigres e pensava que o local para isso era o templo. Esse é, de acordo com organizações internacionais pelos direitos dos animais, um dos maiores problemas. É que, enquanto turistas, muita gente não pensa que por trás de um belo exemplar de tigre que posa para uma foto, estão inúmeros casos de maus tratos e de injecção de drogas aos animais. “É um erro, um acto cruel, que não nos apercebemos do que estamos a fazer. Pagamos para tirar fotos com um tigre, ou para andar de elefante ou para ver macacos a dançar e golfinhos a saltar. Quase 110 milhões de pessoas visitam anualmente atracções relacionadas com a vida selvagem. Mas a maioria não se apercebe o abuso que pode estar por trás desses momentos mágicos. Às vezes, uma vida de sofrimento”, realça um relatório de Junho deste ano da World Animal Protection. A organização estima que, pelo menos, 550 mil animais selvagens


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FATAIS sofram às mãos de pessoas que têm como intuito atrair turistas – e isto só falando em espaços registados, com infra-estruturas. No relatório da organização, a World Animal Protection fez uma lista (ver ao lado) das dez atracções mais mortíferas com e para os animais. Uma delas é precisamente a selfie com o tigre. “As crias são retiradas da mãe cedo, para que se habituem a fotografias e poses durante horas a fio. São normalmente mantidos em jaulas com chão em cimento ou correntes.”

CONTRIBUINTES PARA O MAL

Como qualquer pessoa a viver na Ásia, também o caro leitor deve ter visitado a Tailândia, destino típico para um passeio às costas de um elefante. No local, pode até nem ter pensado para aquilo que estava a contribuir. A World Animal Protection explica. “Para que os elefantes aceitem dar boleias às pessoas, são retirados às mães em bebés e passam por um terrível proces-

so conhecido como ‘the crush’, que envolve mantê-los em jaulas minúsculas e fechadas ou prendê-los com correntes nos pés, para que só se mexam quando mandados. Dor severa é constantemente infligida no animal, com ganchos de metal na cabeça e, nos parques, evita-se que desenvolvam relações sociais uns com os outros.” Os elefantes são criaturas conhecidas por sentirem dor pela perda de um membro da família, imporem o luto entre eles e fazerem parte de uma sociedade. Os macaquinhos que dançam, às vezes vestidos e maquilhados, nas ruas de Guilin, por exemplo, são outros dos animais que mais sofrem por causa do turismo. “Os macacos mais jovens são treinados de forma agressiva e dolorosa, para que andem e se comportem como humanos. São mantidos em correntes e, quando não estão a dançar, servem para fazer poses para tirar fotografias. Ao crescer, a corrente começa a

ficar enfiada na própria carne do macaco”, relata a World Animals Protection.

AS 10 PIORES DISTRACÇÕES

INFAMES CIRCOS

Deixando de parte os animais que anualmente são mortos para comida de forma cruel, os festivais de carne de cão ou as tradições que existem apenas para infligir sofrimento, há ainda outra atracção mundial que envolve abusos a animais. São os circos: local de diversão para uns e de desespero para outros. Uma investigação recente da PETA Asia and Pacific na cidade de Suzhou, na China, é prova disso mesmo. A organização registou algumas das cenas num vídeo impróprio para os mais sensíveis. O HM viu algumas das imagens – ursos e tigres em gaiolas desapropriadas ou animais acorrentados pelo nariz são apenas algumas delas. As outras mostram animais em agonia, aos gritos. “Visitámos dez circos diferentes e locais de treino de animais só nessa cidade, que tem mais de 300 circos. Os abusos e maus tratos são de uma escala massiva. Crias de ursos são acorrentadas pelo pescoço à parede durante horas, para que aprendam a andar em duas patas. São espancados quando não fazem os truques e, quando acabam o espectáculo ou já estão velhos demais para performances são deixados 24 sob 24 horas fechados em gaiolas”, pode ler-se no relatório da PETA. Macacos, tigres, elefantes, ursos, lamas e até cães de grande porte e porcos são as estrelas deste filme de terror. “Um dos macacos foi acorrentado aos cornos de uma cabra e forçado a fazer o pino enquanto a cabra subia a uma escada. Circos como estes não acontecem apenas na China, com Singapura, México e até a Grécia a figurarem na lista de locais com estes espectáculos. Por cá, contudo, muitos dos circos não têm sequer autorizações necessárias para manter os tigres, que são protegidos sob a lei chinesa. Quando os tigres são considerados velhos demais para executar truques, são mortos para serem usados em tratamentos de medicina tradicional.

O QUE FAZER?

O desejo de estar perto de um exemplar da vida selvagem é comum entre turistas, especialmente aqueles que são amantes dos animais. Muitos nem sabem sequer que estão a contribuir para maus tratos – por exemplo, um estudo da World Animal Protection mostra que 80% de mais de 50 mil críticas deixadas em sites sobre locais de vida selvagem são positivas – e também é verdade que há locais que são santuários para os animais.

1 – Passeios de elefante 2 – Fotografias com tigres 3 – Brincadeiras com leões 4 – Ursos em exposição

“Muitos animais em cativeiro desenvolvem comportamentos anormais e neuróticos, porque são literalmente levados à loucura por causa do local onde estão confinados” RELATÓRIO DA ANIMALS ASIA Então, como saber quando visitar um local? A World Animal Protection é peremptória: nunca pague para ver animais como atracção. “Todos os bilhetes comprados neste sentido apoiam uma indústria cruel. Não interessa se não gosta de animais, se sabe dos maus tratos de que são alvo deve optar por não ir.” Quase de certeza que cada um de nós já montou um elefante, tirou uma foto com um leão ou foi a um qualquer parque aquático. Agora, antes de lá voltar, lembre-se de analisar bem se vai ver um santuário ou se vai pisar um espaço que maltrata as suas principais estrelas quando as cortinas se fecham. “Os animais não são actores, nem palhaços de circo. Mas milhares deles são treinados forçosamente para fazer truques, depois de viagens de longas horas confinados em caixas e separados das famílias. Queremos um mundo onde os animais selvagens possam estar na Natureza, onde pertencem. Mas uma das grandes barreiras para que tal aconteça é o turismo global. Mais de 13 mil animais foram salvos [em 2015] de condições abusivas e transferidos para santuários, onde não há espectáculos, nem interacções com turistas”, recorda a World Animal Protection. Alguns desses santuários até lhe abrem as portas, para poder observar os animais, de longe. Em segurança para si e para eles. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

5 – Fotografias e passeios com tartarugas (especialmente em vias de extinção) 6 – Performance de golfinhos, focas e leões-marinhos (perseguidos no habitat natural e confinados a jaulas e piscinas que diminuem a sua esperança de vida em mais de metade) 7 – Performance de macacos 8 – Visitas a quintas com gatos-almiscarados (usados na produção de café) 9 – Encantamento de serpentes 10 – Quintas de crocodilos (onde são forçados a reproduzir-se para que haja pele suficiente para roupas e malas e onde são mortos pela carne)

PETIÇÕES ONLINE

Leia e informe-se sobre as condições de alguns animais em cativeiro. Se concordar, pode assinar petições contra o abuso e maus tratos em sites como www.petaasia.com, www. worldanimalprotection.org, www. animalsasia.org, www.wwf.org

550

mil animais selvagens sofrem às mãos de pessoas que têm como intuito atrair turistas


4 POLÍTICA

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CHEFE DO EXECUTIVO VISITA PORTUGAL EM SETEMBRO

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Chefe do Executivo, Chui Sai On, vai a Portugal em setembro, em data a anunciar, naquela que é a sua segunda visita oficial ao país. “O gabinete do Chefe do Executivo já recebeu o convite da parte portuguesa para a realização da visita oficial e, no momento, encontra-se em fase de tratativas”, informou à Lusa o gabinete do porta-voz do Governo, confirmando uma notícia avançada pela Rádio Macau.

A visita de Chui Sai On a Lisboa terá lugar mais de cinco anos depois da primeira, realizada em Junho de 2010, meses depois do início do seu primeiro mandato como Chefe do Executivo. A deslocação do líder de Macau a Portugal tem ainda a particularidade de ocorrer quando se perspectiva para o final deste ano, em Macau, a V conferência ministerial do Fórum para a Cooperação

LEI DOS ANIMAIS EM SETEMBRO

A nova Lei de Protecção dos Animais entra em vigor a 1 de Setembro. Um despacho ontem publicado em Boletim Oficial dá conta da entrada em vigor do diploma daqui a menos de dois meses. A nova lei prevê sanções para maus tratos e crueldade com prisão até um ano, fixando também multas até cem mil patacas. O diploma define ainda os deveres do dono e fixa regras de bem-estar para os animais à venda com fim de consumo e nos matadouros. Infracções a estas normas podem resultar em multas entre duas mil patacas e as cem mil patacas, entre outras penalizações.

Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa, conhecido como Fórum Macau. Nos últimos anos, à excepção de uma visita a Bruxelas, em Janeiro de 2012, Chui Sai On tem apenas efectuado visitas ao continente chinês. Em 2010, teve encontros com o então Presidente da República Cavaco Silva e primeiro-ministro José Sócrates.

Grande Prémio DEPUTADO QUER DEBATE SOBRE RENOVAÇÃO DO MUSEU

PODER DO POVO ENTREGA PETIÇÃO AO GABINETE DE LIGAÇÃO

Ng Kuok Cheong vai entregar um pedido de debate à AL para saber se o Governo tem como controlar os custos de renovação do Centro de Actividades Turísticas para a transformação do local no Museu do GP. Os 300 milhões de patacas, diz, precisam de ser explicados

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Precisamos de discutir

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deputado Ng Kuok Cheong vai entregar um pedido de debate à Assembleia Legislativa (AL) sobre a renovação do Museu do Grande Prémio. O pedido surge depois do anúncio de que o Governo pretende gastar pelo menos 300 milhões de patacas na obra, que não conta com compra de acervo para o local. O deputado da bancada democrata considera necessária uma discussão sobre o assunto. Para Ng Kuok Cheong, apesar do Executivo ter mencionado nas Linhas de Acção Governativa de 2016 a transformação do Centro de Actividades Turísticas no Museu de Grande Prémio, nunca revelou o orçamento até este mês. E é precisamente o preço que preocupa o membro do hemiciclo, que diz que 300 milhões de patacas “criou muitas suspeitas no público”, especialmente depois de Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, “ter referido que o preço era uma referência” e poderia ser mais baixo ou mais alto. Ng Kuok Cheong quer, por isso, discutir na Assembleia Legislativa (AL) quais são exactamente os processos que envolve a obra, qual a eficácia económica da renovação e que função o Museu vai permitir que Macau seja único. “Por que vale a pena gastar 300 milhões de patacas? O Governo deve fazer uma deliberação em conjunto com o público e explicar as razões”, frisa o Ng Kuok Cheong num comunicado. Alexis Tam referiu anteriormente que os custos para a renovação tiveram em conta análises de engenheiros e arquitectos que trabalham com o Executivo.

Mais ainda, frisou, incluem novas casas de banho, esgotos e reestruturação de algumas partes do edifício de cinco andares, que vai passar a ser totalmente dedicado ao Grande Prémio. Helena de Senna Fernandes, directora dos Serviços de Turismo, explicou também que a ideia é que o Museu seja único no mundo e faça os visitantes ficar mais tempo no território.

DA INSATISFAÇÃO

“Por que vale a pena gastar 300 milhões de patacas? O Governo deve fazer uma deliberação em conjunto com o público e explicar as razões” NG KUOK CHEONG DEPUTADO

Contudo, nenhuma destas justificações satisfaz o deputado, que diz que, de acordo com as experiências do passado, os gastos reais são sempre mais altos do que os preços previstos pelas Obras Públicas, “como é o caso de metro ligeiro, uma obra sem custo previsto, nem data de conclusão”. Como estes 300 milhões de patacas são apenas um preço de referência, “o Governo tem qualquer medida por evitar custos mais elevados do que o previsto?”, questiona. O pró-democrata entrega o pedido de debate, que ainda não deu entrada na AL, na esperança que o Executivo possa realizar um plenário com a presença dos dirigentes do Governo, de forma a que todos – deputados e Executivo - possam discutir a obra e tornar a informação pública. Entre as questões, o deputado versa, por exemplo, no que é que o Governo se baseou para considerar um investimento tão grande e para acreditar que, desta forma, o Museu pode atrair mais do dobro dos visitantes, como frisou Helena de Senna Fernandes a semana passada. Tomás Chio (com Joana Freitas) info@hojemacau.com.mo

novo director do Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM recebeu ontem a primeira petição dirigida a si. A Associação Poder do Povo entregou um documento a Wang Zhiming, onde se mostra contra a contratação de trabalhadores não-residentes e de financiamento a associações pelo Governo. Foi ainda pedida mais uma fronteira aberta 24 horas. Cheong Weng Fat, vice-presidente do grupo, explicou ao HM que “como não recebeu nenhuma resposta do Governo, desta vez optou por se queixar ao novo líder do Gabinete da Ligação”. Na petição, a Associação considera que a justificação do Governo de que “a contratação de trabalhadores não residentes é para preencher a carência dos recursos humanos locais” agora já não é válido, sendo até oposta à realidade, defende a Poder do Povo. “Os locais são para suplementar a carência dos trabalhadores não locais”, acusou Cheong Weng Fat, acrescentando também que os excedentes de orçamento dos projectos públicos são “poços sem fundo” e que os financiamentos dados às associações pelo Governo envolvem “corrupção”. AAssociação pede a interferência de Pequim em Macau, no que a estes casos diz respeito. A Poder do Povo mostrou-se ainda insatisfeita com o facto de Chui Sai On, “um empresário”, ser Chefe do Executivo. A.K./J.F.


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POLÍTICA

Jogo REVISÃO À LEI VAI PROIBIR IDA DE FUNCIONÁRIOS AOS CASINOS

Entrada condicionada O vício do jogo está a afectar trabalhadores dos casinos, especialmente croupiers, e Paulo Chan quer evitar que isso aconteça. A Lei de Condicionamento da Entrada, do Trabalho e do Jogo nos Casinos vai mesmo proibir a entrada de funcionários das operadoras nas salas de jogo e será entregue à AL em 2017. Só não se sabe ainda se todos vão ser impedidos de entrar

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NG Choi Kun, ex-deputado e presidente da Associação dos Empresários do Sector Imobiliário, mandou uma carta ao Jornal do Cidadão onde faz questão de explicar por que razão a retirada dos terrenos permitida pela nova Lei de Terras viola a Lei Básica. Na carta, o ex-deputado cita a explicação de Yang Jinghui, que trabalhou no Grupo de Ligação Conjunto Luso-Chinês e na Comissão de Redacção da Lei Básica da RAEM e RAHK, sobre a razão da existência da cláusula do artigo 145º da mini-constituição da RAEM, que prevê que “os contratos firmados pelo Governo anterior de Macau, cujos prazos de validade se prolonguem para além de 19 de Dezembro de 1999, continuam válidos, exceptuando os publicamente declarados por representação com autoridade conferida pelo Governo Popular Central (...), que necessitam de uma nova apreciação por parte do Governo da Região Administrativa Especial de Macau”.

notámos que os croupiers são um grupo de alto risco perante o vício do jogo”, explicou.

COM SEGURANÇA

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STÁ confirmado: a revisão à Lei de Condicionamento da Entrada, do Trabalho e do Jogo nos Casinos vai mesmo proibir a entrada de funcionários das operadoras nas salas de jogo. A afirmação é do director da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), que diz a proposta de lei vai ser entregue na Assembleia Legislativa antes das eleições de 2017. O Governo já tinha demonstrado querer restringir a entrada dos trabalhadores do Jogo nos casinos fora da sua jornada laboral. Agora, a questão confirma-se, ficando

contundo por decidir se a proibição se estende a todos os empregados ou apenas aos croupiers, como admitiu Paulo Martins Chan à margem do programa de rádio Fórum Macau. A DICJ está neste momento a recolher opiniões junto das operadoras de Jogo, associações e trabalhadores do sector, mas Paulo Chan frisa que está “é um dos trabalhos mais urgentes” do organismo que dirige. “Ainda estamos no processo da revisão e não foram revelados os conteúdos a rever. Mas, com a análise de vários relatórios,

Paulo Martins Chan já tinha assegurado que iria aperfeiçoar a lei que condiciona a entrada, trabalho e jogo nos casinos assim que assumiu o cargo. Agora, assegura que a lei revista vai ser entregue à AL antes das eleições em meados de 2017. Choi Kam Fu, Presidente da Associação de Empregados das Empresas de Jogo Macau, mostrou preocupações com a decisão e disse esperar “que não afecte o emprego dos trabalhadores”. O responsável diz ainda que se deve proibir a entrada de todos os trabalhadores e não apenas dos croupiers, a fim de construir uma malha de segurança para todos os empregados. Além da revisão desta lei, Paulo Chan adiantou ainda que o organismo também está a rever a lei que regula os promotores do Jogo e as máquinas de jogo electrónicas. “É necessário, para conseguirmos acompanhar. A nossa equipa legal já passou de duas para cinco pessoas”, frisou, sem adiantar detalhes sobre o que vai mudar nestes diplomas. Angela Ka (revisto por J.F.)

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Ung Choi Kun na área

Ex-deputado explica por que retirada dos terrenos “viola Lei Básica”

Yang Jinghui explicou que, em Março de 1991, como a China não reconhece sete lotes de um terreno na zona dos NAPE aprovados pela então Administração portuguesa, os investidores preocupavam-se com o facto dos seus direitos não poderem ser garantidos depois de 1999, pelo que exigiram ao Governo que fizesse um acordo com a China, dando origem a tal cláusula. Para Ung Choi Kun isto explica que esta cláusula demonstra que “o direito dos contratos de terreno cujo período de concessão passa 12 de Dezembro de 1999 deve ser garantido pela Lei Básica”.

QUERELAS ANTIGAS

A nova Lei de Terras tem andado envolta em polémica, depois de ter sido aprovada em 2013, e são muitas as vozes que pedem a revisão da lei por não concordarem

que os concessionários fiquem sem os lotes caso não os aproveitem em determinado período de tempo. Isto para as concessões onde as responsabilidades não podem ser imputadas ao concessionário. No documento, Ung Choi Kun diz que há uma “clara violação da Lei Básica”, porque a retirada dos terrenos está a ser feita com base no que o ex-deputado diz ser um documento interno às Obras

Públicas e com peso inferior à lei. “[A retirada de terrenos] não está em conformidade com qualquer diploma. Só com a vontade [das Obras Públicas]. Quando se vê que a Lei Básica não é interpretada de forma geral ou acontecem actos que violam a lei, não devemos apontá-los para garantir [que a lei é respeitada]?” questiona, alertando o Governo para analisar esta situação. A.K. (revisto por J.F.)

IACM DEPUTADA FALA EM INJUSTIÇAS PARA COM TRABALHADORES

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deputada Kwan Tsui Hang escreveu uma interpelação ao Governo onde alega falta de justiça para com os funcionários do Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais (IACM), que diz que “são tratados de forma diferente” dos outros no concurso centralizado de ingresso na Função Pública. A também responsável da Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) diz que, segundo o novo regulamento, os candidatos que se encontrem inseridos na mesma carreira ou em carreiras a que correspondam habilitações académicas do mesmo nível para a qual concorrem, ou que concorram a carreira de nível inferior, ficam dispensados da etapa de avaliação de competências integradas. No entanto, há funcionários do IACM que “revelaram que não usufruem desta isenção como os outros trabalhadores dos serviços públicos”. A deputada lembra que o Governo tem frisado várias vezes que os deveres e os direitos do pessoal do IACM serão cada vez mais semelhantes aos outros funcionários públicos. A deputada questiona então “porque é que não tratam os trabalhadores do IACM como os outros no novo sistema, incluindo-os na lista de isenção”. Além do IACM, defende Kwan Tsui Hang, há organismos públicos, como a Fundação Macau, o Instituto de Promoção do Comércio e do Investimento de Macau, a Autoridade de Aviação Civil, a Autoridade Monetária de Macau, a Universidade de Macau e o Instituto Politécnico de Macau que também não estão dispensados de avaliação de competências integradas. “Que medidas é que o Governo tem para garantir a imparcialidade nesta avaliação?”, indagou a deputada. C.T. (revisto por J.F.)


6 SOCIEDADE

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CPU HABITAÇÃO PÚBLICA EM TERRENO DA CEM SUSCITA ESTUDOS

FSS QUER EMPRESAS A PARTICIPAR NO SISTEMA DE PROVIDÊNCIA

O Fundo de Segurança Social (FSS) vai contactar com empresas especializadas e do sector do Jogo para convencê-las a participar no sistema de providência central não obrigatório. Enquanto a proposta se discute na Assembleia Legislativa (AL), os deputados têm vindo a afirmar que o regime de benefícios fiscais para incentivar as empresas a participar no sistema não é atractivo. A chefe do Departamento de Segurança Social do FSS, Ieong Iun Lai, disse que o organismo vai entrar em contacto com as empresas relacionadas o mais rápido possível para persuadi-las à participação, indica o canal chinês da Rádio Macau.

MACAU COM MAIS TNR

Macau terminou Junho com 182.459 trabalhadores contratados ao exterior, a maioria chineses, mais 1,07% face a igual mês do ano passado, indicam dados oficiais ontem divulgados. Comparativamente a Maio, verifica-se um aumento de apenas 0,06% em relação aos 182.344 trabalhadores não residentes contratados anteriormente. De acordo com dados disponíveis no portal da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, o universo de mão-de-obra importada trabalha sobretudo nos sectores da construção civil (44.757) e hotelaria (47.450). O interior da China continua a ser a principal fonte de trabalhadores recrutados ao exterior, com 118.242 (64,8% do total), mantendo uma larga distância das Filipinas, que ocupa o segundo lugar (25.082) num pódio que se completa com o Vietname (14.609).

O terreno destinado a habitação pública na Areia Preta vai dar para a construção de cerca de mil fracções, mas as obras estão a preocupar membros do CPU. Questões associadas ao tráfego e ao ambiente são alguns dos problemas apontados

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S planos para o terreno da Companhia de Electricidade de Macau (CEM) junto à Avenida Venceslau de Morais vão na direcção de construção de habitação pública, mas a planta que prevê a sua construção está já a ser alvo de críticas e reticências por membros do Conselho do Planeamento Urbanístico (CPU). O problema reside no facto de uma obra deste calibre naquela zona poder trazer ainda mais pessoas à Areia Preta, que já é das mais populosas de Macau. “Os problemas associados ao trânsito, se já são muitos, tenderão a piorar”, afirmou Manuel Iok Pui Ferreira, ontem, em mais uma reunião do grupo. O membro do Conselho questiona a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT) acerca da existência de um estudo capaz de avaliar o fluxo de carros naquela zona, bem como de prevenir o seu ainda maior

GCS

Agruras da zona norte

congestionamento. Para Leong Chung Io, outro dos membros, é “necessário um estudo de todas as zonas a nordeste e da sua estrutura demográfica de modo a estabelecer um plano concreto”. O responsável da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) afirma que são assuntos que serão tidos em conta e Li Canfeng, director da DSSOPT, explica ainda que a planta prevê uma zona para bombeiros, para eventuais emergências.

QUE IMPACTO?

Leong Chung Io adverte para a ausência de um plano específico para aquela área, sendo que considera que esse plano deveria ser conhecido antes que os processos

de demolição tenham início. Por outro lado, e tendo em conta a necessidade de demolição, o membro do CPU quer saber se vai ser feito um estudo de impacto ambiental, algo que considera necessário. Li Canfeng admite que esse estudo é essencial e argumenta que as próprias demolições dependem da sua conclusão. “Antes de demolir temos que ter os resultados do estudo de impacto ambiental, até podemos não ter condições para as demolições”, afirmou o director. A CEM tinha entregue ao Governo uma proposta para sair das instalações da actual central térmica que a concessionária ocupa na Avenida Venceslau de Morais. A proposta da CEM visa a destruição

“Os problemas associados ao trânsito, se já são muitos, tenderão a piorar” MANUEL IOK PUI FERREIRA MEMBRO DO CPU

DUAS FEIRAS DE NEGÓCIOS NO VENETIAN

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Feira de Produtos de Marca da Província de Guangdong e Macau 2016 acontece de 29 a 31 de Julho, no Venetian, pela primeira vez num novo recinto e em conjunto com a Feira de Exposição de Franquias. Os dois eventos devem custar cerca de 16 milhões de patacas de acordo com os dados avançados por Irene Lau, do Instituto de Promoção do

Comércio e do Investimento de Macau, à rádio Macau. O programa da Feira de Produtos de Marca é, este ano, “mais diversificado” e inclui várias iniciativas relacionadas com comércio, intercâmbio cultural, compras, lazer e entretenimento. O recinto da exposição foi dividido em três áreas, onde além de produtos da região vizinha e do território, haverá

ainda produtos da Indonésia. São no total 148 os expositores que vão mostrar produtos alimentares, produtos de uso diário, brindes e prendas, artigos de hotelaria e electrodomésticos na Feira de Produtos de Marca e mais de 180 os que participam na Exposição de Franquias. Este ano, a novidade é a participação de Timor-Leste e Moçambique, além da Indonésia.

VAI TUDO ABAIXO

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Associação Novo Macau entregou ontem uma petição a solicitar aos membros da CPU que se manifestassem relativamente à intenção de demolição da fachada do Hotel Estoril. A entrega ocorreu antes da reunião realizada ontem, onde a defesa da fachada se fez sentir por alguns dos membros do grupo. A DSSOPT continua, contudo, com o parecer positivo para a demolição integral do Hotel e Raimundo Rosário afirmou no final da reunião que o processo está já no Executivo, sendo que o parecer dos seus serviços “apoia a demolição”.

das actuais instalações, a limpeza e descontaminação do solo, estando ainda prevista uma avaliação do impacto ambiental do edifício. No local, já tinha sido definida a construção e habitação pública. Sofia Mota

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SOCIEDADE

Filhos Maiores LEI YOK LAM CONDENADA A TRÊS MESES DE PRISÃO

Ficou tudo em suspenso

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EI Yok Lam, líder da Associação dos Pais dos Filhos Maiores, foi ontem condenada a três meses de cadeia por desobediência qualificada. A pena decidida pelo Tribunal Judicial de Base (TJB) é suspensa por um ano, mas a responsável pondera pedir recurso. O caso remonta ao ano passado, quando a mulher foi detida quando tentava entrar na Assembleia Legislativa (AL) quando Chui Sai On, Chefe do Executivo, estava no plenário. Mais de uma centena de idosos da Associação estavam cá fora por, alegadamente, não lhes ter sido permitida a entrada no hemiciclo. Lei Iok Lan, de 64 anos, foi acusada pelas autoridades de não só ter convocado uma manifestação ilegal para o local, como por ter tentado entrar à força na AL. A defesa argumentou que o “único objectivo” do grupo era entrar para assistir ao plenário, como ficou patente no depoimento das testemunhas e no visionamento de imagens em julgamento. Ontem, na leitura na sentença, a juíza disse que ficou provado que

TIAGO ALCÂNTARA

A Líder da Associação foi ontem condenada prisão com pena suspensa e pagamento de multa. A mulher de 64 anos diz estar a analisar se “vale a pena” interpor recurso num caso “contra o Governo”

a arguida e as pessoas presentes no local receberam uma mensagem de advertência da polícia no sentido de se afastarem da AL, por se tratar de uma manifestação para a qual não tinham

pedido autorização, mas que não cumpriram a ordem.

ERRO FATAL

Lei Yok Lam disse que o seu “maior erro” foi dizer, em voz

A pena decidida pelo Tribunal Judicial de Base (TJB) é suspensa por um ano, mas a responsável pondera pedir recurso

DOENÇAS MENTAIS INTRIGAM MAS “NÃO AUMENTARAM”

A

U Chi Keung, vice-presidente do Instituto de Acção Social (IAS), assegurou ontem ao Ou Mun que o número de casos de pessoas que têm efectivamente uma doença mental não aumentou. O que subiu, refere, foram os pedidos de informação sobre doenças mentais. O vice-presidente do IAS respondia assim às notícias de que Macau tem cada vez mais pessoas com proble-

mas psicológicos, mas essas devem-se, diz, ao facto de ser “cada vez mais frequente encontrarmos pessoas que se comportam de forma estranha na rua”. Casos que o responsável atribui ao crescimento do stress e densidade populacional.Au Chi Keong acredita que, à medida que mudamos a maneira de viver, não será surpreendente associações do sector “descobrirem mais casos deste tipo”.

alta, que entraria à força no hemiciclo se lhe fosse vedado o acesso. Ainda assim, a líder considerou a sentença injusta e, ao HM, afirmou já imaginar este desfecho porque o caso era “contra o Governo”, que deveria querer “que a Associação ficasse sem líder”. Lei Yok Lam ainda vai ponderar interpor recurso da decisão, justificando que precisa de saber se vale a pena gastar mais dinheiro num caso contra o Executivo. A mulher foi ainda condenada a pagar mil patacas de multa no espaço de um mês. A Associação dos Pais dos Filhos Maiores é composta por idosos cujos filhos nasceram na China. À data da apresentação do pedido para se reunirem com os pais, preenchiam os requisitos, mas durante a apreciação do requerimento, ultrapassaram a idade permitida para a autorização de fixação de residência em Macau. Tomás Chio (revisto por J.F.) info@hojemacau.com.mo

VIAGENS MAIS CARAS PELA AIR MACAU

A companhia local Air Macau vai retomar a sobretaxa sobre o combustível. A medida vai ter o valor de cinco dólares americanos por voo e é efectivada a partir de 5 de Agosto. A taxa é aplicada a todos os voos que partam do aeroporto local para a China continental, Taiwan, Tailândia, Japão, Coreia do Sul e Vietname e abrange todo o tipo de bilhetes, informa um comunicado de imprensa emitido pela companhia aérea.

Saber o que fazer

Plano de Desenvolvimento de Turismo pronto em 2017

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ERMINOU ontem a consulta pública sobre o Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo, que durou dois meses e recolheu mais de 1100 opiniões. O Governo prepara-se agora para a terceira fase de trabalhos, para que o projecto final deste plano esteja concluído em “meados de 2017”. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) já concluiu a recolha de opiniões, tendo anunciado em comunicado que estas se baseiam principalmente em questões relativas ao desenvolvimento de produtos turísticos, qualidade do turismo e do serviço, aspectos relativamente ao desenvolvimento urbano - como transporte e instalações -, mercados emissores visitantes e segmentos de visitantes e objectivos e estratégias do desenvolvimento turístico. “As opiniões recolhidas serão processadas e analisadas, para elaboração de um relatório final da consulta. Os trabalhos para o Plano são desenvolvidos em três fases, sendo a primeira a recolha de informações para análise da situação actual e elaboração preliminar dos projectos, que já foi concluída em Novembro do ano passado, e a segunda a consulta pública e elaboração de projectos mais aprofundados do Plano, que se prevê estar concluída em Setembro deste ano”, indica o organismo liderado por Helena de Senna Fernandes. Os trabalhos da fase três serão iniciados no terceiro trimestre deste ano, “para rever e concluir o projecto final do plano”, que se prevê que se seja apresentado em meados do próximo ano. O Plano Geral do Desenvolvimento da Indústria do Turismo analisa a situação da indústria turística tendo em conta aspectos como a competitividade urbana, recursos e produtos, marca turística e o posicionamento da cidade. A ideia é “promover um desenvolvimento sustentável da indústria turística, que servirá de base para os próximos 15 anos”. J.F.


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Pin-To LIVRARIA E LOJA DE MÚSICA FECHA COM FESTIVAL N

EVENTOS

Mas que “così”?

Orquestra de Macau apresenta ópera de Mozart este sábado

“C

a par de “As Bodas de Fígaro” e “Don Giovanni”. Retrata a história de dois irmãos que, a fim de provar a devoção das suas amadas, fazem uma aposta e trocam de noivas, pondo o seu amor e fidelidade à prova. Numa perspectiva moderna, o enredo desta obra afigura-se algo absurdo, contudo, graças à música de Mozart “que é de uma perfeição tal que impressiona”, como diz o Instituto Cultural, esta ópera tornou-se numa das mais frequentemente representadas do compositor.

SEIS VEZES SEIS

“Seis reconhecidos jovens cantores do interior da China e de Hong Kong, cada qual

com o seu solo, interpretam os seis papéis da ópera, a qual é caracterizada por uma excelente combinação entre música e árias. Através da extraordinária técnica de composição de Mozart a música não só desenvolve graciosamente a acção dramática e retrata vivamente o carácter dos protagonistas como também faz uma reflexão, revelação e introspecção profundas sobre as diversas camadas da psique humana, as áreas cinzentas da natureza humana e até mesmo sobre paradoxos éticos e morais”, diz a organização em comunicado. Os bilhetes para o concerto custam entre as 150 e as 350 patacas e estão já à venda.

INSTITUTO CULTURAL

OSÌ fan tutte” vai ser apresentada este sábado pela Orquestra de Macau. A ópera de Mozart, uma das mais célebres do compositor, faz parte dos concertos de encerramento da temporada 2015/2016. O concerto acontece a 30 de Julho, pelas 20h00, no Centro Cultural de Macau. É dirigido pelo Maestro Lü Jia, tendo a orquestra convidado jovens cantores como Jinxu Xiahou, Yunpeng Wang, Louise Kwong, Xiao Yi Xu, Ao Li e Xi Wang para colaborarem na interpretação da ópera em dois actos. “Così fan tutte” é uma de três óperas célebres de Mozart,

MUNDIAL DE COROS VOZES DE OURO

T

RÊS medalhas de ouro vieram de Sochi, na Rússia, para Macau graças ao Coro Juvenil de Macau da Escola de Música do Conservatório. O grupo de canto participou na 9.ª edição dos Jogos Mundiais de Coros e alcançou o primeiro lugar do pódio nas categorias de “Coro Infantil”, “Música Sacra” e “Acompanhamento e Folclore a Cappella”. Nesta edição, que incluiu o “Concurso Aberto” e o “Concurso dos Campeões”, participaram 283 coros provenientes de 76 países e regiões. O Concurso Aberto incentiva a participação de coros sem pré-requisitos e o Concurso dos Campeões é aberto apenas a vencedores de medalhas de ouro em competições internacionais. Segundo o Instituto Cultural (IC), que anuncia os resultados em comunicado, nos últimos anos o Coro Juvenil de Macau venceu

várias medalhas de ouro no âmbito de concursos internacionais, vendo a sua qualidade artística ser assim reconhecida pelos seus homólogos a nível internacional. Este concurso, que decorreu entre 5 e 12 de Julho, não foi excepção. Sob a batuta do maestro e director da Escola de Música do Conservatório de Macau, Liu Mingyan, o Coro Juvenil de Macau participou com 44 membros e durante três dias consecutivos no Concurso dos Campeões nas categorias de Coro Infantil, Música Sacra com Acompanhamento e Folclore a cappella, competindo com concorrentes de todo o mundo. Além das três medalhas de ouro nas categorias de “Coro Infantil”, “Música Sacra” e “Acompanhamento e Folclore a Cappella”, o coro do Conservatório conseguiu ainda um quarto lugar na categoria de “Música Sacra com Acompanhamento”. S.M.

À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA GARE DO ORIENTE • Vasco Luís Curado Cinco pessoas, vindas de diferentes pontos da cidade, convergem para o mesmo comboio que parte da Gare do Oriente a caminho do subúrbio. Todas estão sozinhas com os seus pensamentos, que dificilmente podem ser partilhados ou compreendidos; umas vivem presas à memória do passado, outras criaram dilemas que lhes limitam o presente. Mas eis que algo faz despertar neles uma consciência comum: o ataque terrorista ocorrido nessa manhã numa estação estrangeira e cujas imagens passam continuamente na televisão. Poderá esta ameaça à escala global mudar alguma coisa no seu íntimo?

ADEUS CA

A Pin-to vê agora as portas fecharem. Mas desaparecimento sai o primeiro e último fe

O

espaço Pin-To, loja que se dedicou durante uma década à venda de livros e música, tem o ‘canto do cisne’ anunciado para o próximo dia 31 de Julho. Um casa dedicada à cultura que fecha portas, mas não sem antes realizar um sonho: o primeiro e último Festival de Música da Pin-To vai acontecer. Com nomes estrangeiros e locais, o fim-de-semana vai ter sons para todos os gostos. Sexta-feira as vozes fazem-se ouvir a partir das 19h30. No palco estará Qing Yuan e Forget The G, que trazem como convidado especial Hugo Loi. Sábado a agenda começa às 14h30 e os interessados poderão assistir aos concertos de François Girouard & Rita, half cat, Cheng Wenzheng, Ringo & John Vu e os Jazzers!. Domingo fecha a programação e o espaço, passando por lá a partir das 15h00 Sonia Ka Ian Lao, Achun, Small Flower, KIRSTEN, Faslane, Aki e um encore de François Girouard. A Livraria Pin-To abriu portas em 2003 e três anos depois dava origem à Música Pin-to.

JE HO

MA

CAU

LABORATÓRIO DE MINORIAS

A abertura do espaço terá sido na sua génese, uma experiência. Para os proprietários tratava-se um “laboratório” em que desejavam saber se a sua selecção musical teria eco ou ressonância em Macau, tendo em conta a pequena

RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET

MITOS E LENDAS DA TERRA DO DRAGÃO • Wang Suoying, Ana Cristina Alves Na sequência de Contos da “Terra do Dragão”, as autoras oferecem agora ao público esta obra, que traz para Portugal algumas das lendas e dos mitos mais conhecidos entre os Chineses: estes incluem a mitologia chinesa das «narrativas sobre seres divinos e espíritos», mais abrangente, mas também os mitos de criação do Universo e dos seus seres, façanhas de fundadores, inventores e heróis, feitos de guerra e combates a desastres naturais como o dilúvio, etc.


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NO DOMINGO

hoje macau terça-feira 26.7.2016

ANTADO

Lagos animados

Nam Van com várias exposições até Setembro

A

s nem só de lágrimas é o adeus e do estival de música no espaço do Senado

arte que se faz por cá e a que vem do interior da China trazem agora mais cultura aos lagos Nam Van. O Instituto Cultural (IC) apresenta duas exposições que promovem os jovens artistas locais, sem deixar de enfatizar nomes já destacados no mercado chinês.

dimensão do mercado musical local. “Acreditamos que a beleza de música é sentida por todos quando abrem o coração”, afirmam os proprietários no Facebook. E foi assim que começaram a “apresentar as músicas não tão populares”, assumindo esta postura como mote do que se fazia na Pin-to.

Com nomes estrangeiros e locais, o fim-de-semana vai ter sons para todos os gostos Através da exposição de CDs, realização de seminários e produção de concertos, foi objectivo do pequeno espaço comercial divulgar as músicas que vinham de fora e ali serem apreciadas. O trabalho era procurar álbuns de destaque vindos de todo o mundo ao mesmo tempo em que estabelecia elos de cooperação com etiquetas independentes. Da canção de intervenção, com passagem pela música electrónica experimental, o “ruído” e o rock, a Pin-To conferia um espaço para cada uma destas áreas. Ainda que algumas pessoas pudessem pensar que são estilos musicais feitos para minorias, para eles “mostrar a minoria” é uma mais valia, afirma a apresentação. Ultimamente as prateleiras estão cada vez mais vazias, mas as oportunidades de encontro com “novos e velhos amigos” têm aumentado e é neste registo que se realiza o Festival de Música. Angela Ka (com Sofia Mota) info@hojemacau.com.mo

A mostra “Passando e Olhando - Exposição de Arte de um Jovem Artista” estará patente na zona do Anim’Arte Nam Van a partir de hoje e até Setembro. A iniciativa expõe mais de 60 pinturas, esculturas e instalações artísticas de 30 artistas locais, onde se incluem, por exemplo, Allen Wong,

EVENTOS Sissi Ho, Kitman Leong, Eric Fok e Bruno Kwan. Segundo adianta a organização, constituída pelo IC e pela Associação dos Artistas de Belas-Artes de Macau, os artistas esperam que, através da plataforma de exposição do Anim’Arte NAM VAN, o público possa conhecer a sua visão em relação à criação artística e à persistência. Por outro lado é ainda esperança que este tipo de iniciativa venha a apoiar o desenvolvimento de artistas locais através da venda das obras expostas. Além desta, os Nam Van recebem ainda a exposição “Memória Sussurra”, mostra das obras de Cai Guo Jie que estará patente no mesmo espaço e apresenta 14 pinturas do artista. A mostra explora módulos culturais, a compilação de artigos e a gravação de imagens, principalmente mediante “registo” e “documentário”, afirma a organização. As duas exposições estarão abertas ao público até 20 de Setembro e contam com entrada livre. Sofia Mota

info@hojemacau.com.mo

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Edital n.º Processo n.º Assunto Local

hoje macau terça-feira 26.7.2016

EDITAL

: 18/E-OI/2016 :24/OI/2016/F :Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento Geral da Construção Urbana (RGCU) :Rua dos Mercadores n.º 14, EDF. Tak Fok, fracção 5.º andar B (CRP:B4), Macau.

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificada Chu Lai Leng, do seguinte: 1.

Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado realizou-se a obra não autorizada abaixo indicada, a qual infringiu o disposto no n.º 1 do artigo 3.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (RGCU) de 21 de Agosto, alterado pela Lei n.º 6/99/M de 17 de Dezembro e pelo Regulamento Administrativo n.º 24/2009 de 3 de Agosto, pelo que a mesma é considerada ilegal:

Obra 1.1

Instalação de pala metálica na parede exterior junto à varanda da fracção.

2.

Nestas circunstâncias e nos termos dos artigos 52.º e 65.º do RGCU, ordena à infractora que proceda à demolição da obra ilegal referida no ponto 1 e à reposição da parte afectada do edifício de acordo com o projecto aprovado por esta Direcção de Serviços, e informa que incorre em infracção sancionável com multa de $1 000,00 a $20 000,00 patacas. 3. Nos termos dos artigos 93.º e 94.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, a interessada pode apresentar a sua defesa por escrito e as demais provas para se pronunciar sobre as questões que constituem objecto do procedimento, bem como requerer diligências complementares, no prazo de 10 (dez) dias contados a partir da data da publicação do presente edital. 4. O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227). RAEM, 21 de Julho de 2016 Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 357/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora JIANG YIMEI, portadora do Passaporte da RPC n.° G26629xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 137/DI-AI/2014, levantado pela DST a 06.11.2014, e por despacho da signatária de 19.07.2016, exarado no Relatório n.° 428/DI/2016, de 16.06.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Praceta de um de Outubro n.os 119-131-B, Edf. I Keng, 9.° andar H onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -----------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Julho de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 381/AI/2016

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 358/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora QIAN MEILAN, portadora do Passaporte da RPC n.° E13650xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 137/DI-AI/2014, levantado pela DST a 06.11.2014, e por despacho da signatária de 19.07.2016, exarado no Relatório n.° 429/DI/2016, de 16.06.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Praceta de um de Outubro n.os 119-131-B, Edf. I Keng, 9.° andar H onde se prestava alojamento ilegal.----------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010.----------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.----------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Julho de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 382/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor SIN, Ka Yip, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° Y2958xx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 14/DI-AI/2014 levantado pela DST a 24.01.2014, e por despacho da signatária de 19.07.2016, exarado no Relatório n.° 466/DI/2016, de 30.06.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua da Esperança n.° 34, Edf. Wang Tai, 1.° andar A, Macau onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.---------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Julho de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

Assine-o TELEFONE 28752401 | FAX 28752405 E-MAIL info@hojemacau.com.mo

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-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora YAN SHUXIN, portadora do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W33085xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 30/DI-AI/2014 levantado pela DST a 25.02.2014, e por despacho da signatária de 19.07.2016, exarado no Relatório n.° 465/ DI/2016, de 30.06.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua de Pequim n.° 54-R, Edf. I Hoi Kok, 23.° andar H, Macau onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.--------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.--------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Julho de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes


11 hoje macau terça-feira 26.7.2016

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ENCERRADOS VÁRIOS PORTAIS DE NOTÍCIAS

China fechou vários portais de notícias “online”, acusados pelas autoridades de noticiarem e publicarem, de forma independente, artigos sobre temas considerados sensíveis, informou ontem a imprensa estatal. Os principais órgãos “online” em língua chinesa, incluindo o Sina, Sohu, Netease e iFeng, encerraram alguns sites com informação de carácter político e social, e contas nas redes sociais, após Pequim ter “criticado duramente” a “grande quantidade de acções destes órgãos que violam as leis e regulamentos”, informou o jornal Beijing News. Estes jornais “publicaram uma grande quantidade de notícias reunidas e editadas por eles próprios”, causando “um impacto particularmente mau”, afirmou, citando fonte não identificada do departamento. Estes portais vão ser também multados, acrescentou a mesma fonte, sem revelar mais detalhes.

Estes jornais “publicaram uma grande quantidade de notícias reunidas e editadas por eles próprios”, causando “um impacto particularmente mau”

Matéria sensível

Desde que o actual Presidente chinês, Xi Jinping, ascendeu ao poder, em 2013, a pressão repressiva aumentou. Em Fevereiro passado, Xi apelou à imprensa chinesa para se focar em “notícias positivas” e “exprimir a vontade do Partido e proteger a sua unidade e autoridade”. Só no segundo trimestre de 2016, o Governo encerrou ou revogou a licença de 1.475 “sites” e encerrou mais de 12.000 contas em redes sociais, numa onda de repressão sobre a “informação online ilegal”, revelou na semana passada a Administração para o Ciberespaço da China.

CONDICIONADOS

Os jornalistas dos órgãos “online” chineses geridos por grupos privados podem apenas cobrir eventos desportivos e da área do entretenimento, enquanto nos temas mais sensíveis estão autorizados apenas a difundir peças produzidas por

órgãos estatais, como a agência oficial Xinhua. Alguns destes jornais, contudo, formaram as suas próprias equipas de jornalistas de investigação ou fontes de informação, recorrendo

muitas vezes a vídeos e registos independentes. O Partido Comunista Chinês (PCC), que não tolera oposição ao seu poder, exerce um restrito controlo sobre os órgãos

CHINA

de comunicação, enquanto um poderoso aparelho de censura apaga comentários difundidos “online”. Vários órgãos de comunicação estrangeiros estão bloqueados no país.

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PEQUIM ACUSA COREIA DO SUL DE “ABALAR” CONFIANÇA MÚTUA

A

China culpou a Coreia do Sul por prejudicar a “confiança mútua”, ao concordar com a instalação do sistema antimísseis norte-americano na península coreana, apesar da oposição de Pequim, noticiou ontem a agência Yonhap. Seul e Washington anunciaram no início deste mês a decisão de instalar o sistema THAAD, após os mais recentes testes nucleares e com mísseis balísticos, levados a cabo pela Coreia do Norte. O plano para instalar aquele poderoso sistema, que lança projécteis capazes de destruir os mísseis inimigos, levou a duras críticas de Pequim e Moscovo, que consideram que este fortalecerá a capacidade militar dos EUA na região. “O recente comportamento da Coreia do Sul prejudicou as fundações da nossa confiança mútua”, afirmou o ministro chinês dos Negócios Estrangeiros à imprensa, após um encontro com o seu congénere sul-coreano, à margem de um fórum regional em Vientiane, no Laos.

“Quero saber que tipo de acções práticas a Coreia do Sul irá tomar para proteger o nosso sólido relacionamento”, afirmou Wang, citado pela Yonhap. A China é o principal mercado das exportações sul-coreanas e um parceiro chave nos esforços de Seul para conter o programa nuclear da Coreia do Norte. Durante o encontro, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Yun Byung-Se, reconheceu os desafios nas relações bilaterais, mas realçou que a instalação do THAAD tem finalidades apenas defensivas e que não constitui um perigo para a segurança da China, segundo a Yonhap.

XIAN EM ‘ALERTA VERMELHO’ DEVIDO A FORTES CHUVAS

A cidade chinesa de Xian, conhecida internacionalmente devido aos Guerreiros de Terracota, está sob ‘Alerta Vermelho’, o mais alto, por causa das fortes chuvas que assolam a zona desde domingo. A precipitação chegou a superar os 100 milímetros em cinco horas e alagou importantes avenidas da cidade, informou ontem a agência oficial, Xinhua. Pelo menos cem voos foram cancelados ou sofreram atrasos devido ao temporal no aeroporto internacional de Xiangyang, de Xian, e algumas paragens de metro tiveram de ser encerradas. A imprensa local publicou imagens do caos que aconteceu em certos pontos da cidade no centro da China, onde vários carris ferroviários se tornaram em enormes jangadas, e camiões foram surpreendidos pelas chuvas. A província mais afectada é a de Hebei, que rodeia Pequim, onde se registaram 130 mortos e outras 110 pessoas estão desaparecidas, entre elas várias crianças. No total, o Ministério de Assuntos Civis estima que 14 milhões de pessoas foram atingidas e milhares estão presas pelas inundações.

EDITAL Edital n.º Processo n.º Assunto Local

Cheong Ion Man, subdirector da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes (DSSOPT), no uso das competências delegadas pelo Despacho n.º 12/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 38, II Série, de 23 de Setembro de 2015, faz saber que fica notificada Chu Lai Leng, do seguinte: 1.

Na sequência da fiscalização realizada pela DSSOPT, apurou-se que no local acima indicado existe a seguinte obra não autorizada: Obra 1.1

Infracção ao RSCI e motivo da demolição

Demolição do gradeamento original da varanda da fracção e fechamento Infracção ao n.º 12 do artigo 8.º, obstrução do da varanda da fracção com janelas de acesso aos pontos de penetração no edifício. vidro e gaiola metálica.

2.

A varanda acima referida é considerada como ponto de penetração para realização de operações de salvamento de pessoas e de combate a incêndios, não podendo ser obstruído com elementos fixos (gaiolas, gradeamentos, etc.) de acordo com o disposto no n.º 12 do artigo 8.º, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 24/95/M, de 9 de Junho. As alterações introduzidas pela infractora nos referidos espaços, descritas no ponto 1 do presente edital, contrariam a função desses espaços enquanto pontos de acesso ao edifício e comprometem a segurança de pessoas e bens em caso de incêndio. Assim, a obras executada não é susceptível de legalização pelo que terá necessariamente de ser determinada pela DSSOPT a sua demolição a fim de ser reintegrada a legalidade urbanística violada.

3.

Nos termos do n.º 7 do artigo 87.º do RSCI, a infracção ao disposto no n.º 12 do artigo 8.º, é sancionável com multa de $2 000,00 a $20 000,00 patacas.

4.

Considerando a matéria referida nos pontos 2 e 3 do presente edital, pode a interessada, querendo, pronunciar-se por escrito sobre a mesma e demais questões objecto do procedimento, no prazo de 5 (cinco) dias contados a partir da data da publicação do presente edital, podendo requerer diligências complementares e oferecer os respectivos meios de prova, em conformidade com o disposto no n.º 1 do artigo 95.º do RSCI.

5.

O processo pode ser consultado durante as horas de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, Macau (telefones n.os 85977154 e 85977227).

LUCROS DA HUAWEI AUMENTAM 40%

O gigante chinês de telecomunicações Huawei anunciou ontem uma subida dos lucros de 40% no primeiro semestre de 2016, face ao mesmo período do ano passado, impulsionada pelo aumento das vendas de telemóveis com sistema inteligente. No total, os lucros obtidos com as vendas, entre Janeiro e Junho, alcançaram os 245,5 mil milhões de yuan, revelou a empresa em comunicado.A Huawei não apresentou ainda os dados detalhados. “Estamos confiantes de que a Huawei manterá o seu actual bom momento e que terminará o ano numa situação financeira positiva”, afirmou a responsável pelo departamento financeiro da empresa, Sabrina Meng.

:88/E-BC/2016 :338/BC/2010/F :Início do procedimento de audiência pela infracção às disposições do Regulamento de Segurança Contra Incêndios (RSCI) :Rua dos Mercadores n.º 14, EDF. Tak Fok, fracção 5.º andar B (CRP:B4), Macau.

RAEM, 21 de Julho de 2016

Pelo Director dos Serviços O Subdirector Cheong Ion Man


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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Tens um minuto que me possas emprestar? Parte 1

Hora: oito (menos 5) = vinte e três cabelos brancos antes do rugido circular Instruções: com um traço de giz na lapela, barba e olhos estrelados apenas visíveis muito perto do lado de fora Sítio: duas asas à esquerda do portão em assobio leve Código: com uma mão no bolso, a outra transversal à linha mais doce da terra Outras recomendações: Ter atenção à rotação cardiovascular entre cada hemisfério e esperar O poema surge-nos em forma de dicas, de notas que se escrevem para não esquecermos algo. Começando pelo fim, aquilo que não devemos esquecer é precisamente a última palavra do poema, que é colocada um pouco afastada das outras, no último verso, de modo a fazer salientar ainda mais aquilo que é preciso realmente não esquecer: esperar. Na realidade aquilo que é importante, e nos surge em forma de “outras recomendações” – para além das mais importantes, depreende-se – é ter aten-

ção ao mundo e esperar. Mas para além da programática evidente do poema, como todo o livro, há versos absolutos de belo: “duas asas à esquerda do portão em assobio leve”, “com uma mão no bolso, outra transversal à linha mais doce da terra” e os maravilhosos “com um traço de giz na lapela, barba e olhos estrelados apenas visíveis muito / perto do lado de fora”. Passado o teste iniciático, caímos num poema cujo título mostra-nos o fascínio, uma vez mais, que a gramática exerce sobre José Anjos. “A Este Inverno”, chama-se o poema. Há uma estranheza neste título por duas razões: 1) Inverno passa a ser sentido como alguém; 2) sentimos também o título como um brinde que se faz, com copos na mão. Depois, é do Inverno que se fala. E o poema, tal como sentimos geralmente o Inverno no hemisfério norte, é triste: “Há uma tristeza que morre pelos cantos / deixa-se levar pelo vento / como uma criança num dia de escola / sem dar muita importância a si própria // mas um quadro não diz tudo” E nem o último verso, afundando-se em dúvida, salva o poema da tristeza em que o Inverno nos deixa ou parece nos deixar. Mas o último verso não tem somente a eficácia da dúvida, introduz também um “quadro”, polissémico, que nos faz ver o poema como uma pintura, ao mesmo tempo que nos remete para a infância e nos faz andar para trás no poema, como se nos dissesse, ou quisesse que víssemos, que o mais importante de tudo é “(...) uma criança na escola / sem dar muita importância a si própria”. A chave para ultrapassar tudo, até um Inverno, é isso que este verso nos faz ver repetidamente, devido ao toque mágico daquele substantivo “quadro” no último verso do poema. Nada é deixado ao acaso nesta poesia, nestes poemas. Para além da magistral e desconcertante lírica, no primeiro poema, entende-se também agora o mecanismo profundo que sustem a máquina. Melhor: entendemos que há um mecanismo profundo que sustém esta máquina. Veja-se o caso do primeiro terceto da segunda estrofe de “Às vezes morde”: “É sempre tramado o rato [Mickey] / do passado, ainda agora é hoje / e amanhã já está fechado”.

Para além da eufonia evidente entre o “passado” do início do segundo verso e o “fechado” no final do terceiro, atente-se no jogo retórico dos segundo e terceiro versos, que acabam por iluminar metafisicamente o poema: “do passado, ainda agora é hoje / e amanhã já está fechado”. Eivados de enálage, figura retórica que distorce a gramática (“ainda agora é hoje”, “e amanhã já está fechado”), os versos obrigam-nos a ver não só a gramática – por comparação, pela estranheza que o uso gramatical causa – mas também a relação que usualmente temos com o tempo, com as categorias temporais, subdivididas em passado, presente e futuro. Mas voltemos um verso atrás, de modo a termos mais balanço para o que se pretende mostrar: “É sempre tramado o rato [Mickey] / do passado”. Este “é sempre” arrasta o passado. O passado estende-se mesmo para além do futuro, naquele “e amanhã já está fechado”. O passado, que é sempre tramado, abalroa o presente (“ainda agora é hoje”) e boicota completamente o futuro, no “e amanhã já está fechado”. Perante a força do passado, todo o futuro se fecha e o todo o presente é sempre um ainda, faz-se sentir como sempre ainda. “Às vezes morde” é um poema belo, onde o que ficou para trás, aqui “personificado” pelo rato Mickey da infância, está sempre presente. Mas não é a infância que está presente no poema, nem tão pouco o rato Mickey, mas a queda deste, a prisão deste, a perda irreversível da infância. Assim, o passado não é a infância, mas a perda da mesma. Aquilo que é para sempre – é sempre tramado o rato Mickey – é um passado que nos roubam, que ficará para sempre connosco na categoria de objecto perdido, sempre em frente a nós, sempre a ser lembrado. Mais: o passado apresenta-se neste poema como a perda da ingenuidade, como a descoberta de que não há pai natal, só rato Mickey. Repare-se na quarta estrofe do poema: “Mas digo-te a verdade: / mesmo derrotado / eu sabia (com o cérebro semi-encalhado) / que tu és um delírio doce / e que o sacana do Mickey / um culpado” E, ainda que os três versos finais do poema (escritos entre parêntesis) pareçam apontar alguma possibilidade de redenção, isto é, alguma possibili-

dade de nos libertarmos do passado, de conseguirmos fazer o tempo correr como nos ensinaram que ele corre, de trás para a frente sem parar, o uso dos parêntesis, por um lado, e o “apesar de velhas” não nos dá conforto. Mas veja-se então os oito últimos versos: “Só para te ver sorrir e depois / no fim / poder perder / e forjar asas esdrúxulas / SALVADOR DALÍ, LA PERSISTENCIA DE LA MEMORIA (1931)

“M

ANUAL de Instruções Para Desaparecer” (Abysmo, 2015) é o primeiro livro do poeta José Anjos. Dividido em partes, quatro, a primeira delas chama-se “I – Dos Lírios”. E o seu primeiro poema é “Instruções de tempo, modo e lugar para encontrar um lírio antes do jantar” O título do poema é ele mesmo um poema. Não ver aqui uma gramática é impossível, pois “tempo, modo e lugar” não deixam que isso aconteça. Este tempo, modo e lugar acaba por tomar, privilegiadamente, conta da atenção. Como se nos avisasse: antes de mais isto aqui é feito com uma língua, e esta língua tem uma gramática, e uma gramática tem regras, instruções, que inclusivamente nos podem levar a “encontrar um lírio antes do jantar”. Sem gramática, nem um nada encontramos. Para a economia deste texto será necessário pôr aqui o primeiro poema do livro, por inteiro:


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máquina lírica

no dorso tenro de Morfeu / (e que jeito deram, apesar de velhas / para voar atrás do rato Mickey e / apanhá-lo pelas orelhas)” Duas situações importantes de salientar: 1) “no fim / poder perder”; 2) “e forjar asas esdrúxulas / no dorso tenro de Morfeu”. Há uma possibilidade de fuga, ou neste caso, pois o poema é todo ele uma inversão do ponto de vista como o passado é visto por nós, há uma possibilidade, ainda que remota, de apanhar o passado: forjar asas esdrúxulas no dorso tenro de Morfeu. Morfeu aparece-nos aqui ao lado de Mickey, embora sem o poder deste, porque é aquele a quem vamos pedir ajuda contra a prisão da infância, contra a omnipresença do

passado. Mickey (poderia ser outro herói pop e de banda desenhada) representa o passado, assim como Morfeu o presente, pois para nós Mickey está antes de Morfeu. E este último, representando o presente e por isso de dorso tenro, é a nossa única possibilidade de podermos conseguir libertar-nos de um omnipresente passado, culpado de quase tudo. Há aqui, sem dúvida alguma vibração de Freud, mas também um apontamento ontológico fundamental, ao enunciar o passado como um mar que nos envolve para sempre e como Morfeu (que aqui representa não só o deus grego dos sonhos, mas também todos os novos heróis que vamos conquistando depois de exilados da infância) será sempre menos poderoso que

o rato Mickey, embora seja no dorso tenro dele que temos de forjar esdrúxulas asas. É um poema brilhante, que nos mostra um tema muito comum – a infância perdida – de um modo absolutamente original e ontológico, que nos faz ver coisas que não tínhamos ainda visto, ou pelo menos não as tínhamos visto por este ângulo. Mas veja-se ainda, como já anunciado páginas atrás, aquando da inusitada dedicatória, a importância da atenção e do ver para José Anjos, com a terceira estrofe do poema: “Bem o quis ajudar, [ao rato Mickey] / mas nessa noite / eu já era advogado / era oficial bisonho / de um navio / naufragado no coral do engano” Estes versos são também um dos poucos onde é possível encontrar alguma referência biográfica do poeta – eu já era advogado. Claro fica aqui quem não pode ajudar o rato Mickey, isto é, a transformação do passado, de modo a libertarmo-nos do peso esmagador do mesmo, do para sempre do passado. Mas o que me traz a esta citação é, antes de mais, o adjectivo “bisonho”. Ora, se aceitarmos que o poeta usou o termo na etimologia enraizada no italiano (bisogno, necessidade), entendemos que ele como advogado tornara-se um oficial da arte de estar sempre em necessidade de algo, oficial de estar sempre a pedir alguma coisa, pois só por ele mesmo não lhe seria possível provê-las. No fundo, ele tornara-se um oficial de incapaz, oficial de não saber prover aquilo de que necessita. E esta incapacidade apresenta-se, uma vez mais, como uma inversão do ponto de vista usual, já que aquele a que nos habituamos a acusar de bisonho é o poeta e não o advogado. Mas o advogado não tem poder para transformar o passado, só o poeta, só aquele que forja asas esdrúxulas. A guerra aqui não é a do dia a dia, a do sucesso ou fracasso usuais, mas a de resgate do passado, do rato Mickey, preso algures entre a saída da infância e ser-se advogado. Resgatar o passado é ao mesmo tempo libertar-nos dele, é finalmente fazer com que os dias se tornem um enorme passado a crescer, e não um enorme passado onde o futuro está fechado e o presente é ainda hoje. Assim, bisonho, apresenta-se também como aquele que não vê, aquele que não presta atenção às coisas, isto é, aquele que não vê e que não presta atenção ao que realmente importa. “Ás vezes morde” é um poema iniciático e programático, um poema que nos mostra onde estamos e as possibilidades que temos.

Paulo José Miranda

No poema seguinte, Ícaro TV, encontramos logo no título o que já antes tínhamos encontrado no poema anterior, a convivência entre os mitos clássicos e a cultura pop. Mas, e como vimos, anteriormente, esta convivência não é pacífica nem deixa de ser; não é sequer uma convivência posta em comparação, é uma convivência que tão somente acontece, como pessoas completamente diferentes num mesmo bar. Como se continuasse o poema anterior, de alguma forma, Anjos volta a invocar as asas, na sua negativa – já sem asas – como algo que perdeu no tempo, na vida, deixando o seu contentamento um pobre de duas pernas. Resta-nos o contentamento de que há saúde e estamos inteiros. A vida resume-se, e depois do passado e enquanto não se o transforma, a um “Dormir viver acordar / e morrer”. Não há capacidade, forças, para acordar ao lado de alguém a meio da noite ou de manhã e ainda ter asas. Estamos reduzidos a duas pernas, que não é mau, e com isso não se inventa amor, ilusão, não se inventa um sentido para a vida para além do andar dali p’ra fora, que é visto e sentido não só como um bem, mas também como um contentamento. O contentamento que nos resta – à falta de asas para voar uma relação com outro – é essa resignação de duas pernas. Em “Seremos apenas dois” a liguagem faz uma festa. O poema é denso, grande – duas páginas e meia, um dos maiores – mas de um lirismo arrepiante. Em alguns momentos lembramos Pessanha, como nestes dois versos: “Mãos que afagam o vazio / num ritmo ágil e delicado” ou nesta estrofe de quatro versos: “E onde antes / nasceram asas crescem agora / pelo fundo das brasas / cinco vértebras de dor”. Ou ainda na beleza, densidade e música dos últimos versos da penúltima estrofe: “Como podem viver estes imortais, assim, / ao contrário da terra à porta do mundo? / É simples: vivem um dia de cada lado”. Em “Asas de Cesariny”, poema pequeno, dividido em duas partes (I e II), o autor além de uma evidente homenagem ao poeta referido no título, pretende também sublinhar a sua familiaridade ao surrealismo. Sem dúvida, identificamos essa herança em alguns versos de José Anjos, mas é no que tem de herança de Camilo Pessanha, e no modo como também distorce essa herança, que encontramos o seu melhor tom, o seu tom efectivamente superior, único.

(CONTINUA NA PRÓXIMA SEMANA)


14 (F)UTILIDADES TEMPO

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?

AGUACEIROS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Diariamente

MIN

27

MAX

32

HUM

65-95%

EURO

8.77

BAHT

ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017) EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10) EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11)

O CARTOON STEPH

EXPOSIÇÃO “CNIDOSCOLUS QUERCIFOLIUS” - ALEXANDRE MARREIROS Museu de Arte de Macau (até 31/07) EXPOSIÇÃO “EXPOSIÇÃO DO 70º ANIVERSÁRIO” – HAN TIANHENG Centro Unesco de Macau – (até 07/08) EXPOSIÇÃO “COLOR” 2016 Centro de Design de Macau EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10) SOLUÇÃO DO PROBLEMA 44

PROBLEMA 45

UM LIVRO HOJE

SALA 1

STAR TREK BEYOND [3D] [B]

FALADO EM CANTONÊS Filme de: Andrew Stanton 14.15, 16.05, 17.55, 19.45

Filme de: Justin Lin Com: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Simon Pegg 19.15

FINDING DORY [A]

COLD WAR 2 [C] FALADO EM CANTONÊS, LEGENDADO EM CHINÊSE INGLÊS Filme de: Longman Leung, Sunny Luk Com: Aaron Kwok, Tony Leung Ka Fai, Chow Yun Fat 21:30 SALA 2

STAR TREK BEYOND [B] Filme de: Justin Lin Com: Chris Pine, Zachary Quinto, Zoe Saldana, Simon Pegg 14.30, 16.45, 21:30

SUDOKU

DE

EXPOSIÇÃO “DINOSSAUROS EM CARNE E OSSO” Centro de Ciência de Macau (até 11/09)

C I N E M A

1.19

CRUELDADE SEM FIM

EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12)

Cineteatro

YUAN

AQUI HÁ GATO

EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES /QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10)

EXPOSIÇÃO “ARTES VISUAIS DE MACAU” Instituto Cultural (até 07/08)

0.22

Tive a oportunidade de ler antes de vocês o que está nas páginas 2 e 3 deste jornal hoje. A sensação que tive: náuseas. O assunto é nojento e, só de pensar que é real, dá voltas ao estômago. Tentar perceber como é os humanos conseguem ser tão cruéis para seres indefesos é inútil. Eu, que sou gato, não consigo perceber sequer a necessidade de tratar mal os outros da mesma raça – simplesmente porque os animais não sentem essa necessidade. Acho que não se podia esperar mais de um animal “racional” como é o homem. Se ele dá cabo do que lhe dá oxigénio e vida, a maioria das vezes por dinheiro, outras por prazer, é difícil considerar que não vá tratar mal animais. Se não é possível explicar como é que ele trata mal os seus, não será, com certeza, fácil de encontrar uma justificação para o que faz a seres indefesos. A crueldade narrada naquelas páginas não demonstra metade do sofrimento real a que animais estão sujeitos mesmo debaixo do nosso nariz. As histórias dão náuseas, as imagens dão vómitos. E quando tentamos, bem lá no fundo, perceber porquê tanta crueldade sentimo-nos frustrados, porque nada há que a justifique. Gostava de perceber como é que vivem as pessoas com medo da Natureza, cá antes de nós, e que não percebem que o melhor que se pode fazer para que ela goste de nós é aprender a conviver com ela. Se nos deixarmos levar por ela, teremos imensas histórias por contar, que não passam apenas por sangue e lágrimas. E já agora, China, este mundo não são só pandas. Pu Yi

“A VIDA É UM DELÍRIO” (MIGUELANXO PRADO)

Que os eventos diários ficam entre o riso e a tragédia é premissa fácil de qualquer um. Miguelanxo Prado pega neles e desenha o absurdo de um mundo à deriva. São situações de todos os dias, situações “normais” espelho de uma sociedade sem noção, essencialmente do outro e, logo, de si. Por entre personagens com que o leitor facilmente se cruza ou é, estamos entre o gargalhar do absurdo e o chorar da tragédia que esconde. Uma banda desenhada de Miguelanxo Prado. Mais que ilustrador, um exímio espectador da actualidade. Sofia Mota

SALA 3

GHOSTBUSTERS [B] Filme de: Paul Feig Com: Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon, Leslie Jones 14:30, 16.45, 21.30

GHOSTBUSTERS [3D] [B] Filme de: Paul Feig Com: Melissa McCarthy, Kristen Wiig, Kate McKinnon, Leslie Jones 19.15

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sexanálise

RANDAL KLEISER, GREASE

TÂNIA DOS SANTOS

A

arte do piropo é extensa, normativa em certos contextos culturais e bastante praticada nas ruas de muitas cidades. Os nossos passeios citadinos são muitas vezes acompanhados de umas bocas aqui e ali. De quem? De quem não conhecemos. O piropo acompanha-se de uma apropriação de um extenso espaço físico e mental que interfere com o das outras pessoas. Sempre me perguntei sobre a utilidade do piropo aleatório e das tentativas de atenção masculina. Há quem acredite que é uma forma genuína de elogiar o outro ou que faz parte do jogo de sedução... Mas se alguém conseguiu um encontro romântico a quem gritou ‘Ó estrela, queres cometa?’, por favor que me diga, porque terá activado processos psicossociais que, para mim, seriam impossíveis de concretizar. Quando foi formalizada a criminalização do ‘piropo’ (até três anos de prisão), em Portugal, em Dezembro do ano passado as opiniões dividiram-se. Falou-se de um muito citado ‘histerismo feminista’ e de uma falta de prioridades da agenda socio-política do país. Vale a pena frisar que a discussão sobre o piropo foi provavelmente uma grande vantagem de toda a polémica que causou. O que é que é criminalizado, afinal? O que é um piropo ofensivo? A preocupação está nos tão desagradáveis

Piropos piropos de teor explicitamente sexual como ‘comia-te toda’, que de pouco ou nada têm de inocentes. Palavras, leva-as o vento, mas não tanto. Em Portugal, especialmente, a partir do momento que se começa a mostrar um corpo de mulher, adolescente, enquanto ganha forma, somos introduzidas ao grande mundo dos comentários desagradáveis por gerações e gerações de homens. Porque ‘piropar’ não é actividade de poucos, mas de muitos. Diria até, é um reconhecido hobby para tantos que se sentam num jardim para observar a ocasional pessoa e mandar boquinhas totalmente desnecessárias – e ofensivas. A ofensa tenta ser diminuída atribuindo alguma responsabilidade a quem recebe o piropo. Há a expectativa de uma reacção, quando a maior parte das vezes tenta-se mostrar indiferença e tenta-se fugir daquela situação. Isso não quer dizer que uma pessoa não se sente invadida e ofendida. Mas agora que há reconhecimento legal,

“Se alguém conseguiu um encontro romântico a quem gritou ‘Ó estrela, queres cometa?’, por favor que me diga, porque terá activado processos psicossociais que, para mim, seriam impossíveis de concretizar”

talvez comecem a surgir mais reacções e mais denúncias. Porque se há uma cultura onde comentários sexualmente intrusivos fazem parte do dia-a-dia, até que ponto a verbalização se torna acto? Esta não é de todo uma lei desnecessária, mas também não resolve todos os problemas de desigualdade de género que primam a legitimidade pela violência verbal e física contra as mulheres. O piropo pode ser uma forma de assédio, e é isso que se tenta criminalizar. É claro que uma tentativa de mexer com o status quo e de desafiar certas ideias pré-concebidas (i.e. mandar um piropo é OK e é elogioso) reacende conflitos ideológicos (porque ser feminista, aparentemente, é de um radicalismo extremo). Mas o que me faz impressão é que narrativas onde são expostas histórias de alto desconforto são totalmente descartadas sem qualquer conhecimento de causa. Ora uma boa experiência social: vestir homens de mulheres, pô-los de mini-saias a andar por aí sujeitos a assédio, só porque sim. Afinal, que raio ainda é preciso para criar empatia e perceber que isto é um problema? Isto são coisas que prendem e estrangulam a forma como nos sentimos em relação a nós próprios e ao que podemos fazer. Não somos coitadinhas porque ouvimos coisas desagradáveis, nem heroínas se oferecemos pancada de volta. Isto nem sequer deveria ser um problema. Simples. Há lugares piores que outros, isso vos garanto. Usar uma saia acima do joelho no Brasil foi das experiências mais piropo-assustadoras que alguma vez já tive – que jurei nunca mais repetir. Senti-me objectificada, desconfortável e com medo. Se nos direccionam comentários hiper-sexualizados como perceber que não passam só disso?

OPINIÃO


Atrás da colina da Guia / há o refúgio secreto do silêncio, / as árvores e os bambus agitam-se, / sussurram músicas pelos caminhos.”

António Augusto Menano

GENERAL DO EXÉRCITO CHINÊS CONDENADO A PRISÃO PERPÉTUA

ONU FALA DE NÚMERO RECORDE DE VÍTIMAS CIVIS NO AFEGANISTÃO

A missão das Nações Unidas no Afeganistão (UNAMA) alertou ontem para o «número recorde de vítimas civis» no país no primeiro semestre do ano, com 5.166 mortos e feridos. A UNAMA precisa, num relatório, que foram registados 1.601 mortos civis e 3.565 feridos nos primeiros seis meses do ano, mais 4% do que no mesmo período de 2015, e que «um terço das vítimas são crianças», das quais 388 morreram. Segundo a missão da ONU, estes números são os mais elevados desde 2009, quando começou a fazer a contagem das vítimas civis do conflito no Afeganistão.

O

CENTENAS DE SUSPEITOS DE TERRORISMO ENTRE REFUGIADOS NOSSA SENHORA DA PENHA EM MANUTENÇÃO

O Instituto Cultural vai fazer obras de manutenção na Capela de Nossa Senhora da Penha. As obras acontecem a partir de 26 de Julho, pelo que o espaço vai encerrar. Impermeabilização no telhado e no pavilhão principal são algumas das obras e, entre meados de Agosto e início de Setembro, será pintado o pavilhão principal, que se encontrará encerrado durante cerca de três semanas. O pátio da Capela e a gruta de Nossa Senhora de Lourdes vão estar abertas ao público.

MAU TEMPO CANCELA JOGO ENTRE RIVAIS DE MANCHESTER

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O mau tempo em Pequim, com fortes chuvas, obrigou ao cancelamento do jogo entre o Manchester United e Manchester City, previsto para esta segunda-feira. O relvado do estádio «Ninho do Pássaro», que acolheu os Jogos Olímpicos de 2008, ficou inundado e a organização decidiu cancelar o jogo, em prol da segurança dos jogadores. Já no lançamento do jogo, tanto José Mourinho, treinador do United, como Pep Guardiola, do Manchester City, tinham apontado críticas às condições do relvado, salientando por diversas vezes que o importante seria evitar que algum jogador sofresse alguma lesão.

terça-feira 26.7.2016

Jornadas de terror

U

M jornal regional alemão está a avançar, citando a Polícia Federal (BKA), a notícia sobre a possibilidade de existirem 410 suspeitos de serem terroristas entre os refugiados. A informação, citada pela agência Reuters, está a ser divulgada pelo jornal “Neue Osnabruecker Zeitung” após o quarto incidente violento no país em pouco tempo. Ao que tudo indica já foram lançadas 60 investigações. “Face à onda migratória que existe para a Alemanha temos de assumir que podem existir no meio dos refugiados elementos activos ou antigos membros, apoiantes ou simpatizantes de organizações terroristas”, escreve o jornal, citando uma fonte da polícia federal. Um sírio de 27 anos, a quem tinha sido negado o estatuto de refugiado e sofreria de problemas psiquiátricos, fez-se explodir junto a um festival de música numa cidade alemã de Ansbach. Aexplosão provocou 12 feridos, três dos quais em estado grave, e a morte do bombista. O ministro do Interior revelou que o autor da explosão

era um refugiado, que já tinha passado por um hospital psiquiátrico e estava referenciado pela polícia local por consumo e droga e outros delitos. “Trata-se, infelizmente, de um novo atentado” e “não está excluída” a motivação islamita, afirmou Joachim Herrmann, numa conferência de imprensa, acrescentando que as autoridades estão a tentar apurar se o atacante tinha ligações ou agiu sob inspiração de grupos extremistas islâmicos. O sírio transportava o engenho numa mochila e terá tentado entrar no festival de música, onde se encontravam 2.500 pessoas, mas acabou por detonar os explosivos frente a um restaurante da cidade A bomba que transportava tinha potência para provocar muitos mais mortos se tivesse sido detonada num local de maior concentração. Na terça-feira vai decorrer uma reunião do governo da Baviera, onde deve ser discutida a introdução de novas medidas para reforçar a reacção das forças policiais.

DESCONFIANÇA IMPERA

Depois destes três ataques, o governador da Baviera, Horst Seehofer, afirmou que a região

tem vivido nos últimos “jornadas de terror”. Os ataques estão a causar o pânico nesta região do sul da Alemanha, mas Seehofer adianta que o “estado de direito não vai ceder”. O ministro do Interior, Joachim Herrmann está preocupado com as consequências imediatas de mais um ataque. “Vai gerar um clima de inquietação sobre a política de refugiados da chanceler Angela Merkel, pois já chegaram ao país mais de um milhão de migrantes, muitos em fuga do Afeganistão, Síria e Iraque”. “É mais um terrível ataque que vai aumentar as preocupações dos nossos cidadãos em relação à sua segurança. Devemos fazer tudo para evitar a propagação deste tipo de violência no nosso país, por pessoas que pedem abrigo”, sublinha. E as reacções não se fizeram esperar. Em declarações ao “El País”, Thomas Trivinski, uma testemunha dos momentos seguintes à explosão aponta o dedo a Merkel, considerando que a chanceler “tem parte da culpa. Não podemos abrir as portas a todos”.

general aposentado Guo Boxiong, vice-presidente do organismo máximo militar da China entre 2003 e 2013, foi ontem condenado a prisão perpétua por ter aceitado subornos, anunciaram os tribunais militares, através da agência oficial Xinhua. Guo, vice-presidente durante uma década da Comissão Militar Central, foi o responsável do posto mais alto do Exército a ser condenado na China, tendo sido privado dos seus direitos políticos para a vida e despojado do título de general, segundo a sentença, na qual foi igualmente ordenada a apreensão dos seus bens. O alegado dinheiro e bens obtidos ilegalmente por Guo, de 74 anos, foram confiscados e devolvidos aos cofres públicos, refere a sentença do julgamento, celebrado à porta fechada e em segredo, como acontece com frequência na China em muitos processos a figuras políticas influentes acusadas de fraude. No processo, a Procuradoria militar acusou Guo de “abusar da sua posição para ajudar na promoção de terceiros, aceitando quantidades extremamente grandes de dinheiro”. “Guo aceitou os subornos “pessoalmente e através da sua família”, acrescentou a acusação, numa informação tornada pública em Abril, mês em que a imprensa de Hong Kong cifrava em 12,3 milhões de dólares o dinheiro obtido ilicitamente pelo ex-general, a troco de promoções de oficiais militares. Outro vice-presidente da Comissão Militar Central na época em que Guo era um dos responsáveis, Xu Caihou, também foi investigado por corrupção e ficou detido à espera de julgamento mais de um ano, tendo falecido de cancro no ano passado, antes de ir a julgamento.


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