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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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Ter para ler
DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 26 DE SETEMBRO DE 2011 • ANO XI • Nº 2461
TEMPO PERÍODOS DE CHUVA MIN 22 MAX 27 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 10.8 BAHT 0.3 YUAN 1.3
Benfica de Macau contrata guarda-redes
A PRIMEIRA ÁGUIA PÁGINA 12
Au Kam San interpela governo sobre táxis
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Executivo fomenta rebaldaria
“É tão difícil apanhar um táxi como alcançar o céu”. É assim que Au Kam San define a actual situação na RAEM. As medidas do governo e as medidas que não toma só contribuem para aumentar a confusão numa área que, numa cidade turística, devia estar perfeitamente regulada, acusa o deputado. > PÁGINA 5
Transparência financeira de Macau elogiada
LEGISLAÇÃO SATISFAZ OCDE PÁGINA 6
RAEM e ambiente
NÃO HÁ POLÍTICA, SÓ “GESTOS” CENTRAIS
O HOJE mudou de casa
O Hoje Macau estará, a partir de domingo, numa nova morada:
Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Os contactos telefónicos mantêm-se: +853 2875 2401 (linha geral) e +853 2875 2405 (fax)
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ACTUAL
RAEM | Cooperação com Guangdong tem “um horizonte alargado para crescer”
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secretário para a Economia e Finanças de Macau disse no fim-de-semana que a cooperação entre Macau e Guandgdong tem “um horizonte alargado para crescer”, no âmbito de uma visita a vários investimentos naquela província chinesa. “A relação entre Guangdong e Macau é como a de dois irmãos, que têm vindo a cooperar e a complementar-se, ao longo dos anos”, disse Francis Tam, na cidade chinesa de Jianmen, após a inauguração de investimentos participados por empresários de Macau. Francis Tam sublinhou que o estreitamento de laços entre as duas regiões, e as várias cidades da província chinesa “tem um horizonte alargado e grande espaço para crescer”, ao salientar que a cooperação entre ambas as partes entrou numa nova fase com a assinatura do Acordo-Quadro de Cooperação Guangdong-Macau”.
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HOJE MACAU
Um terreno fértil para ser explorado
O secretário para a Economia e Finanças salientou ainda a concretização de vários planos regionais e acordos como o CEPA – estabelecido em 2004 para facilitar o comércio entre Macau e o Interior da China através da isenção de
Centro de Exposição e Venda de Produtos de Macau e dos Países de Língua Portuguesa inaugurado sábado na cidade de Jiangmen abre “boas oportunidades” às exportações portuguesas para a China consideraram empresários locais. “O centro é uma plataforma comercial dos produtos alimentares [no mercado chinês]. Portugal precisa de exportar mais. E nós temos de fazer um esforço para ver se conseguimos trazer mais produtos de Portugal”, disse Eduardo Ambrósio, presidente da Associação Comercial Internacional para os Mercados Lusófonos. Para o empresário, também ligado à Associação dos Exportadores e Importadores de Macau, responsável pela criação do novo espaço, o centro traz um leque de novas oportunidades para os produtos lusófonos na China, pois, “só a província de Cantão tem 100 milhões de habitantes”. Por sua vez, o empresário Humberto Rodrigues, importador de produtos alimentares e vinhos portugueses, frisou o facto de se
taxas aduaneiras, e Plano de Desenvolvimento Geral da Ilha da Montanha, com a exploração conjunta de Guangdong e Macau, como “mecanismos vão ajudar a progredir para uma cooperação mais abrangente e de maior sucesso”.
Francis Tam prometeu ainda apoios de Macau ao sector privado, tendo em vista especialmente o oeste da província de Guangdong, “implantando as funções de plataforma de comércio, no sentido de ajudar aquela zona a desenvolver a coope-
ração externa e a explorar o mercado internacional, principalmente o mercado dos países lusófonos”. O governante relembrou a “relação histórica” da Região com a cidade de Jiangmen, “rica em recursos da terra e do mar, e com uma
vasta variedade de produtos turísticos”, e fez votos de “um desenvolvimento e progresso sincronizado”. “Face às oportunidades e desafios no desenvolvimento económico interno e externo, globalização económica, e tendência de integração regional, pode haver uma complementaridade das vantagens de Macau e Guangdong, e assim, reforçar a cooperação a mais níveis e domínios, no sentido de criar uma nova zona económica de grande vitalidade e competitividade na Ásia-Pacífico e a nível internacional”, concluiu. O responsável acompanhou o Chefe do Executivo na inauguração do novo pólo industrial na zona de exploração económica de Xinhui – a cargo da New Fortune Environmental Protection –, e da ampliação da fábrica de pastelaria October Fith Bakery, ambas as empresas presididas por empresários de Macau.
MACAU INAUGURA EM GUANGDONG CENTRO DE VENDA PARA PRODUTOS LUSÓFONOS
Porta grande para lusofonia tratar do primeiro centro com produtos dos Países de Língua Portuguesa na China, criado no âmbito do estreitamento da cooperação entre Macau e Guangdong e fazendo uso da plataforma de
Macau como porta de entrada para a China. “É o primeiro centro de promoção e venda de produtos dos países lusófonos. Abre grandes oportunidades”, referiu. Com uma área de 5500 metros
quadrados, o Centro de Exposição e Venda de Produtos de Macau e dos Países de Língua Portuguesa está “estrategicamente” instalado no centro logístico Dam Chong Hong, canal que será fundamental para o escoamento dos produtos para as várias regiões da China. “Queremos chegar aos supermercados, restaurantes e hotéis. Eles [Dam Chong Hong] têm um canal de distribuição e uma base de clientes. É realmente vantajoso para os empresários de Macau, para Macau e para os países de língua portuguesa”, acrescentou Eduardo Ambrósio, ao enumerar desde os congelados, enlatados, vinhos e azeites de Portugal, ao caju e café do Brasil. O centro é o resultado de uma joint-venture entre o Executivo de Macau – que é a cidade ponte entre a China e os países de Lín-
gua Portuguesa por definição do governo central –, a Associação dos Exportadores e Importadores de Macau, e a DCH Logistics. Aberto aos produtos dos Países de Língua Portuguesa, fabricados em Macau, das empresas de Macau com fábricas no interior da China e importados por agentes de Macau, o espaço funciona como espaço de exposição e bolsa de negócios. Além disso, vai receber visitas organizadas de potenciais compradores e tem previstas acções promocionais na China para “ajudar as PME’s locais a entrarem no mercado da China de uma forma simples e directa”. As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa aumentaram 27% nos primeiros sete meses do ano face ao período homólogo de 2010 para 62,9 mil milhões de dólares.
Em grande medida, uma relativa degradação da qualidade do português, particularmente sensível nos documentos oficiais e legais, era de esperar e inevitável. Na ausência de uma política ou conjunto de acções sistemáticas para contrariar essa evolução quase natural, o uso dominante de outra língua e a redução no número do pessoal de língua materna portuguesa significariam sempre uma elevada probabilidade de se evoluir para este estado de coisas. José I. Duarte, P.19
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O
cenário económico da China é positivo, mas o país precisa continuar a luta contra a inflação e estar preparado para repelir qualquer choque externo, afirmou o presidente do banco central do país, neste sábado. O presidente do BC chinês, Zhou Xiaochuan, afirmou que a China precisa de continuar flexível em relação às suas políticas económicas, um sinal de que pode considerar novas medidas de estímulo. “A alta inflação continua a ser a principal preocupação”, disse Zhou em declarações em reunião do Fundo Monetário Internacional. “Medidas mais flexíveis serão tomadas em resposta a mudanças imprevisíveis na economia mundial e desdobramentos financeiros”, afirmou Zhou. “Esforços serão promovidos para reduzir a inflação no curto prazo sem grandes perturbações ao crescimento, enquanto facilitamos a transformação do padrão de crescimento no médio e longo prazos”, acrescentou. A importância da China como motor do crescimento económico
TAIWAN PRESIDENTE QUER CONVERSAÇÕES POLÍTICAS COM A CHINA Um telegrama norte-americano, divulgado pelo WikiLeaks, cita o vice-presidente de Taiwan a dizer ao diplomata dos Estados Unidos na ilha que o Presidente Ma Yingjeou iria encetar conversações políticas com a China, no caso de ser reeleito. A declaração de Vicent Siew, constante do telegrama datado de Junho de 2009, ao embaixador norte-americano Stephen Young figura como a mais clara indicação jamais feita por um alto responsável da equipa governamental de Ma Yingjeou de que o presidente vai expandir as actuais conversações económicas, caso seja reconduzido no cargo, em Janeiro, para um segundo mandato. CHINA INVESTE EM ENERGIAS LIMPAS A China investirá US$ 313 mil milhões para impulsionar a energia não poluente até 2015 e reduzir a emissão de carbono em 15% em relação a 2010, informou neste domingo o “China Daily”. Foi Xie Zhenhua, vice-presidente da Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, principal órgão decisor da política económica da China, quem anunciou a medida ao jornal oficial. O investimento multimilionário previsto será dedicado a desenvolver projectos pilotos em diversas partes do país e a estabelecer uma centena de bases de demonstração de como utilizar os recursos energéticos.
Zhou Xiaochuan, director do Banco da China, aposta na flexibilidade
Um demónio chamado inflação global foi amplificada nas reuniões desta semana do grupo das 20 maiores economias do mundo e o FMI. Autoridades pediram à China e a outros grandes mercados emergentes para impulsionarem o consumo doméstico e ajudarem a manter o crescimento mundial em
tempo de turbulências na Europa e fraqueza económica nos Estados Unidos. Zhou disse que os principais mercados emergentes devem encontrar modos de aumentar a procura interna. Autoridades do G20 e do FMI, em reuniões neste fim de semana,
discutiram a necessidade da China de ampliar o consumo doméstico para ajudar a manter o crescimento mundial. Com 3,2 triliões de dólares em reservas, Pequim tem amplo poder de fogo se decidir gastar mais, mas precisa ter cuidado para evitar efeitos como aumento da inflação e
excesso de investimento em alguns projectos. Representantes do FMI afirmaram neste sábado que Pequim estaria melhor servida se qualquer novo pacote de estímulo for voltado aos consumidores, não ao aumento de investimento e crédito bancário.
HONG KONG QUER TORNAR-SE PRIMEIRA CIDADE LIVRE DE TABACO
Fumadores em extinção E
SPECIALISTAS de saúde dizem que Hong Kong está no bom caminho para tornar-se a primeira cidade “smoke-free”, em consequência do aumento de impostos, campanhas anti-tabaco e maior pressão social registados nos últimos anos, revelou ontem o South China Morning Post. Segundo os últimos censos publicados em Agosto, – com base em 13.375 inquéritos realizados entre Outubro e Dezembro do ano passado –, apenas 11 por cento dos residentes maiores de 15 anos são fumadores, o que faz com que Hong Kong tenha um dos níveis mais baixos de dependentes do tabaco entre as cidades mais desenvolvidas. Além disso, alguns especialistas de saúde na região estão convencidos que a taxa de fumadores irá continuar a baixar, à medida que são introduzidos novos impostos e o hábito é cada vez menos aceite socialmente. Os profissionais de saúde de Hong Kong conside-
ram ainda que o momento podia ser aproveitado para fazer de Hong Kong uma cidade com estatuto de “smoke-free”, que estabelece um máximo de 5 por cento de fumadores. Judith Mackey, conselheira sénior para a Orga-
nização Mundial de Saúde, sublinhou os efeitos das campanhas publicitárias na mudança de atitude da população nos últimos anos, destacando, no entanto, a criação de zonas livres de fumo e o aumento dos impostos sobre o tabaco como
as medidas mais eficazes no combate ao tabagismo. “O que Hong Kong fez recentemente foi introduzir áreas livres de fumo e aumentar os impostos. É tão simples como isso”, referiu a responsável que trabalha com o governo de Hong
Kong no controlo do tabaco desde a década de 80, ao sublinhar ainda “os novos programas de assistência para deixar de fumar”. Por sua vez, Raymond Ho Lei-ming, director do Departamento de Controlo de Tabaco, concordou que baixar a taxa de fumadores para um nível inferior a 10 por cento na população adulta seria um ponto de viragem importante. “Estamos a tentar estabelecer uma nova norma cultural”, disse. O conceito de fumador varia em Hong Kong, com as seguradoras a incluírem na definição todos os que tenham fumado apenas uma vez nos últimos 12 meses, e as autoridades de saúde da Região a considerarem os que fumam pelo menos um cigarro por dia, e a excluírem os que o fazem apenas aos fins-de-semana. A Nova Zelândia estabeleceu o ano de 2025 como meta para se tornar “smoke-free”, enquanto a Finlândia fixou o mesmo objectivo para o ano de 2040.
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POLÍTICA
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Au Kam San interpela governo sobre táxis problemáticos
Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
PANHAR um táxi é tão difícil como alcançar o céu”. As palavras são do deputado da Assembleia Legislativa (AL) Au Kam San e denunciam um problema que se mantém sem solução há anos. A razão, indica o deputado, é o insuficiente número de táxis a operar, uma pedra no caminho rumo à transformação de Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer. Como se não bastasse a dificuldade que por vezes existe para apanhar um táxi, o excesso de mercado permite o aparecimento de situações em que o taxista se recusa a prestar serviço, escolhe a dedo os clientes ou cobra do valor determinado no taxímetro. Razões de sobra, considerou o democrata, para apresentar uma interpelação escrita a questionar que critérios tinha seguido o Governo para estabelecer o número de táxis ideal para Macau; o que tinha mudado de lá para cá; e ainda se o Executivo tinha algum calendário para o aumento gradual do número de táxis a operar até que sejam satisfeitas as necessidades de residentes e turistas.
Tão difícil como ir para o Céu HOJE MACAU
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Au Kam San criticou também o modelo de operação e de atribuição de licenças aos “táxis amarelos” (radiotáxis), que tem também dificultado a eficácia da solução de pedir um táxi por telefone. Segundo o deputado, os radiotáxis estão a ope-
rar sem dar prioridade ao modo de funcionamento de serviço para o qual foram criados, pelo que o Governo deveria “pô-los de volta na linha”. Além disso, Au Kam San criticou a política de limitar o número de táxis mas deixar, por outro
lado, que aumente sem controlo o número de carros privados, e pergunta qual é afinal a prioridade: transportes públicos ou privados? A questão dos táxis tem agitado a RAEM. Nos últimos meses, os motoristas mostram-se renitentes
em aceitar todos os clientes, preferindo aqueles que pensam poder enganar ou levar a saunas onde recebem comissões. Este facto tem tornado quase impossível a vida dos residentes que optam por este tipo de transporte. O governo nem sequer divulga o número de uma linha permanente que permita aos cidadãos apresentar queixa contra o comportamento dos taxistas. Por outro lado, o estado de sujidade dos veículos, o comportamento brusco dos condutores, o facto de habitualmente praguejarem com os clientes e a própria exiguidade dos automóveis utilizados, têm chocado numerosos turistas e levado ao desespero muitos cidadãos. No computo geral, os taxistas – primeira imagem de uma cidade – têm contribuído radicalmente para denegrir Macau e a sua imagem de cidade internacional de turismo. O governo não tem, para já, sequer mostrado preocupação com o assunto.
KAIFONGS ACONSELHAM GOVERNO A PRESTAR MAIS ATENÇÃO À SUBIDA DESENFREADA DOS PREÇOS
DIA DA GUINÉ-BISSAU COM DIREITO A DISCURSO DE FLORINDA CHAN
Inflação a comer nível de vida
Vem aí muito futuro
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ERANTE o actual estado da inflação, o Governo deveria proceder aos devidos ajustes em alta do índice de subsistência em Macau, ajudando assim as famílias mais vulneráveis a combater a subida dos preços e aumentar a sua qualidade de vida, defendeu Ng Sio Lai, vice-presidente da União Geral das Associações dos Moradores de Macau (UGAMM). Citada pelo jornal “Ou Mun”, Ng Sio Lai sublinhou, no entanto, que o ajuste do índice de subsistência deveria não só ter em conta os elementos relativos à inflação, mas também uma avaliação composta de elementos do desenvolvimento económico de Macau, como sejam o nível médio de rendimentos dos residentes, o índice dos preços ao consumidor, etc. A responsável recomendou ao Governo que estabelecesse um mecanismo de ajuste automáti-
co científico e razoável, de forma a garantir que as correcções devidas fossem atempadas e adequadas, protegendo assim o nível de vida das famílias mais vulneráveis, e a reduzir o abismo entre ricos e pobres, distribuindo melhor os recursos públicos. Devido à falta de um mecanismo de ajuste automático e científico para o índice de subsistência, observou Ng Sio Lai, por vezes a economia tem um rápido crescimento, mas
o índice de subsistência não consegue acompanhar esse crescimento ao mesmo ritmo. A vice-presidente da UGAMM apelou ao Governo para que desse mais atenção e ponderasse as razões da grande diferença nos preços dos produtos de Zhuhai e Macau, e não apenas se pronunciar pela expansão dos canais de importação. O Executivo, defende, deveria concentrar-se mais em medidas práticas para controlar os preços. - V.L.
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NTEM foi um dia especial para a Guiné-Bissau com a comemoração da sua independência proclamada unilateralmente a 24 de Setembro de 1973. As festas tiveram uma convidada muito especial: Florinda Chan, que esteve no Garden Marquee do Westin Resort, em representação de Fernando Chui Sai On. A secretária para a Administração e Justiça deixou palavras de saudação aos guineenses, congratulando-se com o importante papel da Guiné-Bissau no Fórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau) e em como a China deposita grande importância nesse mesmo fórum. “O apoio do Governo Central no Fórum tem contribuído para a maximização do papel da RAEM enquanto plataforma de cooperação privilegiada, no sentido de avançar o seu estatuto internacional e reforçar a cooperação externa, a par de promover as relações entre a China continental e os países lusófonos”, afirmou Florinda Chan
Para a secretária a cooperação existente entre a China, leia-se Macau, e a Guiné-Bissau é para manter em prol do desenvolvimento económico dos dois países. “As políticas da RAEM, em direcção ao princípio de governação científica e diversificação económica, continuam a estar em linha com as metas do Governo Central, que visam promover o desenvolvimento económico, bem como explorar novas áreas de cooperação com os países de língua portuguesa”, lembrou a secretária para a Administração e Justiça. Florinda Chan vincou ainda que “o Governo da RAEM acolhe oportunidades empresariais e apoia as iniciativas de cooperação no comércio, no financiamento, no turismo, nos recursos humanos, nas tecnologias, e nos campos educacionais, a par de promover as vantagens dos nossos profissionais bilingues, um ambiente favorável às empresas, e o intercâmbio das culturas dos países de língua portuguesa e chinesa”. - G.L.P.
UNIDOS PELA QUALIDADE DE VIDA
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O Departamento de Habitação e Construção Urbano-Rural da Província de Guangdong, a Direcção dos Serviços de Ambiente do Governo da Região Administrativa Especial de Hong Kong e a Secretaria para os Transportes e Obras Públicas do Governo da Região Administrativa Especial de Macau têm a responsabilidade de, em conjunto, elaborarem a compilação do “Planeamento específico de cooperação para a construção de um círculo de excelente qualidade de Vida”. A consulta de opiniões do público sobre o planeamento, com a duração de três meses, decorre até 30 de Novembro.
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POLÍTICA
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Informação fiscal | OCDE reconhece cumprimento dos padrões internacionais
Abertos como um livro
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Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) reconheceu que Macau “satisfaz os padrões internacionais” no campo das leis e regime de fiscalização para o intercâmbio de informação fiscal, anunciou o Executivo da região. O reconhecimento foi obtido na reunião do Grupo da Revisão Paritária do Fórum Global da OCDE, que terminou a 23 de Setembro em Paris, e que contou com a participação de uma delegação de Macau, que apresentou “as medidas fiscais implementadas na Região nos últimos anos, no âmbito
da promoção da transparência e da troca de informações fiscais”. Segundo o Executivo, a OCDE sugeriu a aprovação do relatório da primeira fase da revisão relativo a Macau no próximo plenário no final de Outubro. “A aprovação do relatório assinala a entrada numa nova era do trabalho da RAEM - Região Administrativa Especial de Macau, no que diz respeito à transparência fiscal”, afirmou a Direcção dos Serviços de Finanças em comunicado. A primeira fase da revisão concentra-se essencialmente nas leis de troca de informações em matéria fiscal e no regime de fiscalização, que inclui as normas sobre
o branqueamento de capitais, leis fiscais, legislação sobre o sistema financeiro e os acordos fiscais celebrados pela Região. Actualmente, Macau tem acordos de troca de informações fiscais e convenções para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal nos impostos sobre o rendimento com 12 países e regiões. Além destes, a região está a negociar acordos de troca de informações fiscais com a Irlanda, Nova Zelândia, Alemanha e Argentina e prevê realizar uma nova reunião de trabalho sobre a convenção para evitar a dupla tributação e prevenir a evasão fiscal em matéria de
impostos sobre o rendimento, até ao final do ano, com o Vietname e a Região Administrativa Especial de Hong Kong. Recentemente, a Wileaks di-
vulgou relatórios do consulado americano em Hong Kong, nos quais a RAEM era acusada de ser um local onde decorria lavagens de dinheiro.
IMIGRANTES CHINESES PROTESTAM CONTRA IMPOSSIBILIDADE DE TRAZER OS SEUS FILHOS PARA MACAU
GOVERNO ACONSELHADO A INVESTIR MAIS PARA TIRAR JUVENTUDE DA CASCA
As barreiras da reunião familiar
Demasiado tímidos
Virginia Leung
Virginia.leung@hojemacau.com.mo
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associação que luta pela reunião familiar em Macau organizaram uma marcha de com mais de 420 membros a protestarem contra o Governo por não lhes ter autorizado que fossem buscar os seus filhos maiores de idade à China Continental. Com Macau actualmente a necessitar de mais recursos humanos, e com o Governo a recorrer sobretudo a mão-de-obra chinesa, estes pais questionam qual a lógica dessa política arbitrária que lhes impede de viver com os seus filhos. “Porque é que o Governo não está a permitir que os nossos filhos possam vir e satisfazer as-
sim a todos? O Governo precisa de mão-de-obra, nós ansiamos por ter a família reunida”, explicou um membro da associação, protestando contra a arbitrariedade com que o Executivo já aprovou que alguns dos filhos de imigrantes pudessem vir para Macau, enquanto outros estão ainda à espera. A maior parte dos manifestantes que marcharam ontem a partir das 14h30 tem filhos na China com idades entre os 28 e os 45 anos. Os pais em protesto apresentaram petições ao Gabinete de Ligação do Governo Popular Central na Região Administrativa Especial de Macau e ao Gabinete do Chefe do Executivo. “Onde está o Governo de
transparência?”, questionaram. “Não faz sentido aprovarem apenas parte dos nossos filhos.” A Associação da Reunião Familiar de Macau revelou ter imprimido 420 camisolas para os participantes vestirem na marcha e que um número superior de pessoas se juntou ao protesto. Lei, presidente da associação, indicou que o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM tem vindo a chutar a bola para Pequim, prometendo encaminhar a questão para o Governo Central, mas sempre sem resposta. “O Governo só está a empurrar as responsabilidades e não temos como nos queixarmos”, reclamou, indignado. Os membros da associação querem do Governo uma atitude mais justa no tratamento da questão e alegam ter ainda mais de dois mil filhos à espera de serem autorizados a vir para Macau. Os protestos deverão ter sequência no dia 1 de Outubro, com uma nova bateria de apelos ao Governo para gerir de forma adequada a questão. Depois da marcha de ontem, os manifestantes mantiveram-se estacionados em frente ao Gabinete do Chefe do Executivo, perto do lago Nam Van.
A
juventude de Macau tem demonstrado uma atitude introvertida no que diz respeito à intervenção na política, considera Li Jiahua, vice-reitor da Universidade de Ciências Políticas da Juventude da China. O responsável académico considera que o Governo de Macau deveria apostar mais em formar grupos de discussão de jovens, em que estes possam confrontar ideias sobre determinados tópicos, ajudando a que a suas opiniões saltem cá para fora, e ajudando também ao desenvolvimento da sua auto-confiança e coragem para falar em público. Na sua participação no mundo da política, os jovens devem, além de ideais e responsabilidades, aprender como analisar o ambiente e tendências de desenvolvimento da sociedade de Macau, declarou Li Jiahua durante um dos cursos do Plano de Formação de Capacidades de Discussão Política para a Juventude, organizado pela Federação de
Juventude de Macau. Em seguida, considera, devem ser capazes de analisar e avaliar os seus próprios pontos-de-vista. Se o conseguir promover com eficácia, o Governo estará assim a cultivar o interesse dos mais novos em discutir política, e a promover as suas capacidades. Na análise de Li, a juventude de Macau mostra dedicação à comunidade e capacidade de observar os problemas de forma séria e cuidadosa. Mas, comparativamente aos jovens de outras regiões circundantes, os jovens de Macau são introvertidos. Li Jiahua aconselha por isso o Governo a disponibilizar mais recursos às instalações para a formação da habilidade dos jovens em discutir política ou organizar mais fóruns de discussão para incentivar a juventude a participar na política. Por sua vez, o Executivo, defende o académico, deveria ouvir mais os jovens a expor as suas opiniões, de forma a construir uma comunidade mais harmoniosa. - V.L.
SOCIEDADE
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TDM assina acordo oficial com televisão de Zhuhai para troca de conteúdos
Mais informação dos dois lados do Delta Joana Freitas
INQUÉRITO DA TDM É “FERRAMENTA PARA TOMAR DECISÕES”
joana.freitas@hojemacau.com.mo
A
TDM assinou, na sexta-feira, um protocolo de cooperação com a televisão de Zhuhai. O acordo, no âmbito da troca de informação, vai permitir que os cidadãos do território possam receber notícias mais actualizadas de Zhuhai e do continente e que também Macau possa ficar mais conhecido do lado de lá da fronteira. Apesar da iniciativa ter partido do canal chinês da Teledifusão de Macau, o canal em língua lusa não vai ficar atrás na hora de partilhar dos benefícios. João Francisco Pinto, director de informação do canal português, explicou ao Hoje Macau que a forma de funcionamento entre as duas redacções de informação (chinesa e portuguesa) permite um trabalho conjunto. Assim, as notícias recolhidas pelos jornalistas de ambos os canais são partilhadas e podem ser utilizadas independentemente. A cooperação já era algo recorrente entre as duas cadeias de televisão, ainda que não de forma regular. Com a assinatura do acordo, passa a
João Francisco Pinto
ser oficialmente mais diária essa colaboração, que os responsáveis da TDM esperam que permita um aumento no volume de notícias, mas também a cobertura de eventos especiais que digam respeito aos dois lados. O desenvolvimento da Ilha da Montanha, a instalação do novo campus da Universidade de Macau e a construção e inauguração da ponte entre Macau-Hong Kong e Zhuhai, por exemplo, são algumas das actualida-
des que passam a ser cobertas pelo canal de Zhuhai ou pela TDM, consoante o local mais próximo a cada uma das estações. Mas as maiores diferenças não se ficam apenas pela quantidade de notícias recebidas e prendem-se sobretudo com o facto de cada estação assinar a notícia que faz, ao contrário do que era costume anteriormente, quando um jornalista da própria estação dava a voz
à peça fornecida pelo canal vizinho. “Anteriormente já transmitíamos notícias [da televisão de Zhuhai], mas a partir de agora damos os créditos a cada um dos canais, já que vamos definir claramente de quem são as peças. Vamos dizer quando uma notícia é da televisão de Zhuhai”, frisou Lo Song Man, directora de informação do canal chinês. O acordo assinado na sexta-feira, permite também
Até ao fim do mês a TDM propõe aos espectadores o preenchimento de um inquérito sobre o canal. Disponível na página electrónica da estação, as 14 questões pretendem perceber qual a visão que os telespectadores têm da TDM. “É uma forma de nós tentarmos aferir aquilo que são os gostos das pessoas e o que elas pensam”, disse ao Hoje Macau João Francisco Pinto, director de informação e programação do canal português da TDM. Na sexta-feira, à margem da cerimónia da assinatura do acordo de cooperação entre a estação de Macau e a sua congénere de Zhuhai, o responsável mostrou-se surpreendido pela quantidade de respostas – cerca de 60 -, mas não só: “As respostas são diversas e dão a sensação de que são muito honestas”, salientou ao Hoje Macau. Isto porque o inquérito da TDM não tem qualquer limite de preenchimento pela mesma pessoa. João Francisco Pinto assegura que “não há ainda ideias pré-concebidas” para que serão utilizadas as conclusões do inquérito, mas assegura que esta “é uma ferramenta para se poder tomar decisões”. De acordo com os resultados, disponíveis após responder às questões, as expectativas dos telespectadores prendem-se sobretudo com a existência de mais debates e documentários no canal da TDM. A informação lidera as audiências, que são, normalmente, mais altas entre as 20h30 e as 22h. Para o director de informação da TDM portuguesa, um dos pontos mais interessantes é saber se os espectadores têm acesso ao canal da RTP internacional independentemente da TDM, ainda que João Francisco Pinto não especifique o porquê desta preocupação.
a troca de equipamentos. “Se eles [Zhuhai] mandarem um jornalista a Macau ou a TDM enviar um a Zhuhai, podem ser fornecidas câmaras, podemos partilhar equipamento”, explicou a responsável. A troca de informações
DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO A BRAÇOS COM VISITANTES DA CHINA APEADOS NO TERMINAL
Turistas abandonados U
M grupo de turistas do continente passou a manhã de sábado no terminal marítimo provisório da Taipa, depois de terem esperado desde as 9h às 13h que a agência do território a que pagaram por uma excursão os fosse buscar. O grupo de 360 pessoas – trabalhadores de uma farmacêutica e familiares -, já tinha passado por Hong Kong e desembarcou em Macau, onde ia passar o dia. As agências locais não assumiram qualquer responsabilidade, descartando-a para a entidade organizadora de Shenzhen, que foi realmente a responsável pelo sucedido. De acordo com um comunicado do Governo, os visitantes do Interior da China partici-
pavam num excursão de quatro dias a Hong Kong e Macau organizada por uma agência de viagens de Shenzhen. Quando chegaram de ferry a Macau, acompanhados pelo líder do grupo de Shenzhen, aperceberam-se que não havia nenhuma agência de Macau para receber o grupo, já que a agência de viagens de Shenzhen havia cancelado o itinerário no território. A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) sentiu-se obrigada a intervir, dado o tempo de espera dos passageiros. João Costa Antunes, director da DST chegou mesmo a dirigir-se pessoalmente ao terminal. O Governo providenciou seis autocarros que
transportaram as mais de trezentas pessoas até ao continente pelas Portas do Cerco. Um responsável da DST, Wu Kwok Chon, afirmou que o Governo nada tinha a ver com o assunto, mas que ficou provada a eficiência de Macau como território de turismo: “Macau mostrou ser uma cidade de turismo ao arranjar-lhes transporte para saírem do território de forma segura”, disse à TDM. De entre os visitantes, cerca de 350 optaram por apanhar os autocarros, enquanto outros dez permaneceram no Terminal da Taipa à espera de mais informações da agência de viagens de Shenzhen, tendo, no entanto, já deixado o local pelos seus próprios meios. - J.F.
entre os canais da região é algo habitual. A TDM chinesa coopera com mais de cem estações de televisão locais e nacionais e tem, inclusive, um programa semanal onde transmite as notícias recolhidas por todas elas.
REGISTADO RECORDE DE VISITANTES EM AGOSTO
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Mais de 2,6 milhões de pessoas visitaram Macau em Agosto, o maior número jamais registado, fortemente sustentado pelo mercado chinês. De acordo com os Serviços de Estatística e Censos, o número de visitantes registado em Agosto, que “resultou das férias de Verão”, traduz um aumento de 14,4% face ao período homólogo de 2010. O principal mercado continua a ser o do interior da China, de onde chegaram 1,5 milhões de pessoas – ou 58,2% –, mais 24,3% do que em Agosto do ano passado. Do total de visitantes oriundos da China continental, 698.625 entraram no território com visto individual, o que traduz um aumento de 18,4% face a igual período de 2010.
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SOCIEDADE Joana Freitas
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Capitania dos Portos já tinha anunciado na sexta-feira que ia dar início aos procedimentos legais para processar a Macau Dragon. O Governo, que não foi previamente avisado do encerramento da companhia, quer, assim, que lhe sejam justificadas as razões porque terminaram as ligações entre Macau e Hong Kong. Sem as ligações da Macao Dragon, as outras companhias estão a reforçar as viagens, mas Susana Wong afirma que ainda não há mais candidatos a ocupar a posição da companhia no terminal da Taipa. A directora da capitania, segundo a TDM, poderá ainda alterar os requisitos para a atribuição de novas licenças. Para Susana Wong, directora da Capitania dos Portos, “a empresa está a ter uma má atitude relativamente a esta questão e está a ser passiva e irresponsável”. Em declarações à TDM, a responsável salientou a falta de colaboração por parte da operadora de ferries, que não deu qualquer justificação ao Governo pela decisão tomada. Recorde-se que a Macao Dragon entrou com um processo de insolvência da empresa no Supremo Tribunal de Hong Kong há cerca de duas semanas, deixando apeados centenas de passageiros. De um dia para o outro a decisão da empresa cuja sede é na RAEHK deixou também perplexo o Governo da
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Governo pretende processar Macao Dragon
Lugar vazio ainda sem candidatos RAEM que ficou a saber do encerramento da companhia através das televisões de Hong Kong. Também relativamente à devolução do dinheiro dos bilhetes que já tinham sido adquiridos, a empresa escusou-se a cooperar, remetendo as questões para a empresa de auditoria “Delloite”, responsável pela liquidação. Agora, a Macau Dragon pode vir a perder
a licença, mas também o depósito de dois milhões de patacas que entregou aquando do início das operações. A Capitania dos Portos enviou pessoal para se reunir com a “Delloite” para abordar a questão relativa à devolução do dinheiro dos bilhetes vendidos antes da insolvência. Quem ainda tem dinheiro a receber pode entrar em contacto com a
empresa de Hong Kong responsável pelas liquidações.
DELLOITE METIDA AO BARULHO
Wong Soi Man, directora da Capitania dos Portos afirmou ter dado início à audiência escrita, nos termos da lei, sobre a revogação da licença para exercício da actividade de transporte marítimo regular de passageiros con-
cedida à “Dragão Gigante Transportes Marítimos”, doravante designada por “Dragão Gigante”. Com a revogação da licença, a Dragão Gigante perde, a favor da RAEM, a caução prestada no valor de 2 milhões de patacas. Em declarações a um programa de televisão, Wong Soi Man disse dia 23 que os actos praticados pela Dragão Gigante foram
Susana Wong
CONCESSIONÁRIO ACTUAL VAI CONTINUAR A PRESTAR SERVIÇOS ATÉ MARÇO DE 2012
Internacionalização do lixo Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
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prestação do serviço de remoção de lixo está prestes a ser internacionalizada. A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) está a preparar um concurso internacional e uma série de consultas e análises, tendo em conta a situação do pessoal da empresa que presta actualmente esse serviço,
bem como as adaptações do contrato necessárias para corresponder ao crescimento e desenvolvimento da cidade, declarou Cheong Sio Kei, director da DSPA. Com o contrato para o serviço de remoção de lixo a caminho da internacionalização iminente, o Governo deverá assinar um contrato temporário com a empresa actual, que se manterá responsável pelo serviço até Março do próximo ano.
Cheong Sio Kei diz que a ideia da DSPA é, através de diversos canais de consulta, absorver mais opiniões de forma a delinear os termos do contrato de forma mais ajustada às necessidades que forem criadas pelo desenvolvimento futuro da cidade. Segundo o responsável, o anterior contrato de concessão foi utilizado durante muito tempo e, de acordo com o desenvolvimento rápido da cidade, é preciso que seja
considerado o planeamento para cada área. Portanto, com a oportunidade de estabelecer um novo contrato, têm de ser considerados e examinados factores de cada campo, tais como a redução de desperdícios na fonte ou a separação dos lixos para a reciclagem. Cheong Sio Kei diz esperar que os termos do contrato sejam clarificados, de forma a reforçar o controlo futuro, e melhorar o trabalho de tratamento do lixo.
irresponsáveis, no que diz respeito à suspensão drástica das ligações marítimas e ao encerramento dos seus escritórios e bilheteiras. Tais factos podem levar à revogação da sua licença para exercício da actividade de transporte marítimo regular de passageiros. Wong Soi Man salientou que vai processar, nos termos da lei, a Dragão Gigante e já deu início à audiência escrita sobre a matéria acima referida, tendo já sido publicada a notificação edital sobre esse acto, nos jornais locais, em língua chinesa e portuguesa. Considerando que o processo de insolvência da Dragão Gigante está a cargo da companhia de auditoria “Delloite”, sediada em Hong Kong, a Capitania dos Portos enviou pessoal para se reunir com a “Delloite” para abordar a questão relativa à devolução do dinheiro dos bilhetes vendidos antes da insolvência. A “Delloite” disse que as pessoas prejudicadas poderiam telefonar para aquela empresa para obter mais informação. A Capitania dos Portos está a acompanhar de perto o assunto, mantendo contacto com o Conselho dos Consumidores. Wong Soi Man reafirmou que a imposição do limite máximo do transporte de passageiros não foi responsável pelo baixo volume de passageiros transportados pela Dragão Gigante. De acordo com os dados, numa viagem de Hong Kong a Macau, em média transportavam-se 339 passageiros e, em sentido contrário, transportavam-se 186 passageiros. A taxa de ocupação era de 45% e 31%, respectivamente, face ao limite máximo imposto. A Capitania dos Portos manteve contactos com o “Hong Kong Marine Department”, tendo ambos concordado quanto ao limite máximo de passageiros a transportar que foi imposto à Dragão Gigante.
COMUNICAÇÃO SOCIAL DE MACAU VIAJA PELA EUROPA
Uma delegação de representantes de órgãos de comunicação social da RAEM partiu ontem para uma visita ao Luxemburgo e a Munique, na Alemanha, com vista a promover o intercâmbio entre os media daqueles países e Macau. Organizada pelo Gabinete de Comunicação Social (GCS) e chefiada pelo director Victor Chan, a visita visa encontros de intercâmbio a nível governamental, organizações profissionais, representantes de organismos congéneres e escolas de formação, para observar e conhecer melhor a situação local, bem como impulsionar a troca de experiências entre representantes do sector de Macau e os seus homólogos no exterior.
Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
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ACAU precisa de legislação apropriada para combater as pessoas que arrendam casa e depois não pagam a renda de forma deliberada, considera Chan Wa Keong, presidente da Associação de Investigação do Sistema Jurídico de Macau, que defende a classificação das ordens de despejo como procedimentos urgentes, de forma a prevenir a continuação do desrespeito pelos direitos dos proprietários. Durante o Fórum da Conferência sobre Legislação do Sistema de Arrendamento Residencial, Chan Wa Keong observou que, nos últimos anos, vulgarizou-se a figura do inquilino caloteiro, um indivíduo que arrenda uma moradia e depois não paga a renda, ao mesmo tempo em que se recusa a desocupar o imóvel, aproveitando-se das lacunas dos procedimentos legislativos para adiar ao máximo o seu despejo. Por mais
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SOCIEDADE
Falta regulação clara de multas a aplicar a quem não paga a renda
Combate aos inquilinos caloteiros que se estenda o período do litígio, o arrendatário pode ir pagando aos poucos as mensalidades atrasadas, retirando assim o direito do proprietário de acelerar os procedimentos do despejo, ficando impedido de conseguir retirar o inquilino da sua propriedade. Essa prática, observa Chan Wa Keong, permite ao arrendatário atrasar ao máximo a devolução do imóvel e, mesmo que o arrendador queira ser compensado, o tribunal geralmente decide-se pela impossibilidade de avaliação de perdas, tornando difícil a recuperação do que quer que seja por essa via. Por isso, o responsável sugeriu que deveria haver regulamentação mais clara para impor multas com um efeito dissuasor mais forte. Em muitos países avançados, destacou Chan, a
proposta de ordem de despejo motivada por incumprimento dos pagamentos devidos passa por procedimentos mais simplificados e permitem um despejo efectivo mais célere. Cheong Chon Chun, advogado de Hong Kong que também participou no fórum, sugeriu que Macau se baseasse no sistema de Hong Kong, para evitar mais situações de inquilinos caloteiros. A Associação dos Empresários do Sector Imobiliário de Macau apelou ao Governo para que prestasse mais atenção à legislação incompleta da Lei de Arrendamento local, e que acelerasse a sua revisão e planos de correcção, para optimizar o mecanismo de aplicação, para proteger os direitos de ambas as partes e fomentar uma sociedade harmoniosa e o desenvolvimento económico.
SUSPEITO DE FURTO NUM RESORT PRESO PREVENTIVAMENTE
MINISTÉRIO PÚBLICO DE MACAU ORGANIZOU CURSO NA RPC
Apanhado pelas câmaras
Aprender para melhorar
Lia Coelho
lia.coelho@hojemacau.com.mo
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M suspeito de furto num resort no Cotai está a aguardar julgamento em prisão preventiva. O Ministério Público concluiu a investigação preliminar e, depois de análise das provas, o delegado titular do processo considerou haver for-
tes indícios da prática de crime de furto qualificado. O alegado criminoso é de nacionalidade coreana e terá cometido os crimes enquanto as vítimas aproveitavam para descansar na piscina do referido hotel. Apesar do suspeito ter negado todas as acusações, existem vídeos que mostram que ele terá entrado nos quartos onde os furtos aconteceram. A Polícia Judiciária (PJ) encontrou ainda o cartão de um dos quatros e chaves de um dos armários usados pelas vítimas, em posse do homem coreano. A PJ descobriu também que desde do dia 1 de Janeiro, o suspeito vende pertences para casas de penhores em Macau, que na sua maioria são peças de propriedade perdida no hotel. O suspeito encontra-se em situação ilegal em Macau e afirma ter perdido o passaporte no passado dia 31 de Agosto. Segundo informações dadas pelo Ministério Público, as vendas terão sido efectuadas antes desta data. As vítimas foram um homem de Hong Kong de apelido Cheong, a quem roubou um relógio no valor de 39.000 Hong Kong dólares e uma mulher, também ela da região vizinha, que foi defraudada em 5.000 Hong Kong dólares.
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S magistrados e os funcionários judiciais do Ministério Público de Macau participaram no curso de Introdução aos Assuntos do País. Os participantes rumaram à República Popular da China (RPC). durante as férias judiciais, entre os dias 21 e 27 de Agosto. O curso foi realizado no Instituto Nacional de Administração da China. O objectivo é apostar numa aposta na melhoria da qualidade do sistema jurisdicional e ampliar a visão dos funcionários. Vários professores especialistas e membros do Governo dos respectivos departamentos apresentaram temas como: a reforma do sistema administrativo, o ajustamento do interesse das várias classes sociais e a reforma do sistema judiciário do Interior da China, a oportunidade de desenvolvimento existente entre o 12.o
plano quinquenal do país e Macau, as infra-estruturas de defesa nacional, a conjuntura da segurança do país e o modelo de gestão sob o princípio “um país, dois sistemas”. No dia 26 de Agosto os participantes, chefiados pelo Procurador da RAEM, visitaram a Suprema Procuradoria Popular do Continente, que em consonância com o Ministério Público
considera que ambas as partes enfrentam problemas e desafios semelhantes a nível dos sistemas jurisdicionais, apesar de serem muito diferentes. Este tipo de intercâmbio será para continuar, devido ao considerado sucesso do curso. Na agenda ficou marcado um colóquio a ser organizado pelo pessoal jurisdicional de ambas as partes. - L.C.
Ho Chio Meng, Procurador-Geral da RAEM
vida
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10 CARROS ECOLÓGICOS PODEM NÃO AJUDAR A REDUZIR GASES POLUENTES
A falácia dos eléctricos O
S carros eléctricos são uma “falácia” na redução da emissão de gases poluentes disse à agência Lusa o fundador e CEO do Global Institute for Tomorrow, ao considerar que os recursos despendidos no seu fabrico superam os seus benefícios ambientais. “Tem havido um excesso de ênfase no contributo do carro eléctrico para minimizar os efeitos nas alterações climáticas, o que eu considero uma falácia”, explicou Chandran Nair. O também autor do livro “Consumptionomics: O papel da Ásia na reformulação do capitalismo e salvação do planeta”, esclareceu que estes veículos dependem “de metais raros em quantidades massivas”, e que são demasiado caros para o consumidor médio da Ásia, o que por si só faz com que não seja um meio eficiente para reduzir a poluição, mas sejam “um ‘gadget’ dos ricos”. Quanto à realidade de Macau, o ambientalista disse que a criação de incentivos pelo Governo para apoiar a aquisição de eco veículos é uma “medida positiva”, mas que “não subscreveria o processo” pois “a habitual conversa sobre tecnologia e ‘carros verdes’ não resolve o consumo de recursos limitados”. Já o economista José Isaac Duarte, apesar de favorável aos apoios, tem dúvidas quanto ao sucesso dos carros eléctricos porque, se por um lado
Macau seria o local ideal para testar o sistema, “é muito mais complicado do que isso porque exige alterações de infra-estruturas”, sem falar no problema de outra poluição que seria transferida para o continente chinês. “Quando as baterias acabarem a sua vida útil, temos de ter a certeza que a China nos deixa ir lá depositá-las”, lembrou. Já Maria José de Freitas, arquitecta e directora da Mobizero, empresa representante de carros eléctricos, enalteceu à Lusa as vantagens da introdução daqueles veículos na região, mas disse que para isso o Governo “tem de fazer mais”, criando “legislação clara para a homologação de viaturas, um parque de abastecimento e carregamento de baterias instalado e um sistema de gestão desse parque também operacional e eficiente”. Defensora de uma “fiscalização mais rigorosa” aos veículos em circulação no território, a arquitecta observou que “nos casos dos carros eléctricos, que funcionam a baterias, não há emissões de CO2”, e que o consumo de electricidade é bastante reduzido: “menos de um euro por 100 quilómetros”. De acordo com dados oficiais de Julho, circulam em Macau mais de 200 mil veículos motorizados, mais quatro por cento do que no período homólogo do ano passado.
Click ecológico
EM DEFESA DOS RINOCERONTES • Um grupo de polícias vigia um activista que pede o fim do abate ilegal de rinocerontes, à porta da embaixada chinesa em Pretória, África do Sul. Este país perde centenas de rinocerontes por ano por causa dos chifres dos animais, valiosos no mercado negro.
ARROZ PRODUZIDO EM FUKUSHIMA RADIOAC
As autoridades japoneses encontraram, pela primeira vez, níveis excessivos de césio radioactivo num preliminar. O Ministério da Agricultura detectou, na localidade de Nihonmatsu, – na província de Fuk provocou um grave acidente nuclear –, plantas de arroz com um nível de césio radioactivo de 500 be 200 bequéreis estabelecido pelo governo japonês. O ministério elevará agora os pontos de controlo em
Economista critica falta de política ambiental em Ma
Política de gestos predomi
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ACAU não tem uma política ambiental, apenas uma “política de gestos” e “medidas ad hoc”, disse o economista José Isaac Duarte à agência Lusa, ao afirmar que a Região carece de um diagnóstico claro das causas e fontes de poluição. Para o professor e economista, é preciso, em primeiro lugar, uma “ideia clara da avaliação do Governo à situação do ambiente em Macau” para depois se poderem definir políticas concretas, “que traduzam na prática, que isto é uma prioridade”. “Não havendo um estudo detalhado sobre a poluição atmosférica, não havendo uma avaliação das fontes dessa poluição, não sei como é que se pode ter uma política”, disse, ao frisar que não basta o Governo identificar a poluição como o principal problema ambiental e ter como prioridade a redução da emissão de gases. Na sua opinião, o recém-criado Fundo para a Protecção Ambiental e Conservação Energética – de 200 milhões de patacas – é um dos exemplos de falta de objectivos em termos de protecção ambiental. “O fundo pode ser apenas um mecanismo de distribuição de dinheiro pelas empresas”, disse, salientando que a “política de subsídios é perigosa”, porque ao
HOJE MACAU
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incentivar-se a aquisição de veículos amigos do ambiente “diminui-se a densidade de emissões por unidade mas aumenta-se a poluição global”. José Isaac Duarte considera determinante identificar o impacto das
emissões de gases e aferir o volume de poluição local e “importada” das zonas industriais limítrofes, como Zhuhai, embora admita que grande parte do problema de qualidade do ar de Macau seja local, fortemente
PREOCUPAÇÃO COM POLUIÇÃO NÃO GERA MEDIDA
Ainda é cedo para a O
Governo de Macau considera que o actual nível de poluição atmosférica é “bastante preocupante”, sobretudo a derivada das emissões de gases dos veículos, mas continua sem revelar medidas concretas a curto prazo para fazer face ao problema. A Direcção de Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) afirmou, em resposta à agência Lusa, que está “a desenvolver diversos trabalhos” ao nível da legislação e definição de políticas, realçando a fixação de limites à emissão de gases de escape para os automóveis novos importados, contudo não avançou os resultados alcançados ou a alcançar com esta medida. Apesar de reiterar que pretende estimular os residentes a optarem por veículos ligeiros ecológicos, a DSPA não revelou uma data para a homologação do tipo de modelo e das regras para a sua comercialização em Macau. No caso específico dos carros eléctricos, o Governo tem vindo a realizar várias demonstrações deste tipo de veículos, mas continua a defender a necessidade de “proceder a testes”, com vista à sua utilização em Macau, sob o argumento de que “não estão efectivamente generalizados noutras regiões” e de que “há poucos dados de estudos científicos disponíveis nesta área”. O organismo preferiu, neste âmbito, destacar que o Governo tem “aplicado diversas medidas”, exemplificando com a alteração ao “Regulamento do Imposto sobre Veículos Motorizados”,
que definirá as medidas tributária para os eco v Esta proposta prevê da taxa até ao limite de viatura que cumpra as gases poluentes, estand apreciada em sede de esp Os eléctricos estão isent A DSPA garantiu qu comunicações” com as ao nível dos transporte de fiscalizar a emissão escape” dos autocarros do, que metas estes têm sanções nos casos de ev A DSPA promete aind diminuir o número de em Macau e melhorar a q sem se saber de que for
CTIVO
ma amostra de arroz de Fukushima, numa análise kushima onde o terramoto e sismo de 11 de Março equeréis por quilograma, bastante acima do limite de m Nihonmatsu, dos 38 pontos actuais para 300.
acau
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influenciado pelo excesso de autocarros na Região. “Não são só os autocarros dos transportes públicos, são os dos casinos e do turismo também. (…) Não estou a ver interesse do Governo em limitar estes
AS DO GOVERNO
agir
s de redução ou isenção veículos ligeiros. ê um desconto de 50% 60 mil patacas por cada s normas de emissão de do, neste momento, a ser pecialidade no hemiciclo. tos. ue “irá manter estreitas entidades competentes es públicos “no sentido o de gases poluentes de s, sem especificar quanm de observar, e quais as ventual incumprimento. da estudar políticas para veículos em circulação qualidade do ar, ficando rma.
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serviços – do turismo e dos casinos em particular – portanto, julgo que a lógica é deixar ir até rebentar e depois tomar medidas sobre a pressão das circunstâncias”, frisou. Nesse sentido, defendeu “restrições automóveis” em Macau apenas “no quadro de uma política geral de transportes”, argumentando que não se pode limitar a compra de automóveis particulares sem criar alternativas. “O Governo vai criar impostos muito elevados sobre quem tem muitos automóveis? Sobre os carros de alta cilindrada?”, questionou, ao observar que estas “questões sensíveis tocam na base social de apoio do Executivo”. Aponte Hong Kong-Zhuhuai-Macau, – cujas obras foram impugnadas devido a uma acção legal – é uma das infra-estruturas sobre a qual José Isaac Duarte gostava de ver um estudo de impacto ambiental. “Sendo uma ponte que, pelos vistos, só vai ser rodoviária, é de prever que vá ter impacto negativo sobre a poluição no Delta [do Rio das Pérolas]”, disse, observando que “poucos veículos poderão ser autorizados a sair da ponte e entrar em Macau, senão paralisamos a zona norte e oriental da cidade”.
UNIÃO EUROPEIA ADOPTA METAS PARA GASTAR MENOS RECURSOS NATURAIS A Comissão Europeia propôs que até ao final de 2013 os Estados membros assinem metas, a curto e longo prazo, para pôr a União Europeia a gastar menos recursos naturais e no caminho da sustentabilidade. “O tempo dos recursos abundantes acabou”, disse o comissário europeu com a pasta do Ambiente, Janez Potocnik. “Chegou o momento para uma boa revolução e salvar o Ambiente”, acrescentou. Actualmente estima-se que cada cidadão da União Europeia consome, por ano, 16 toneladas de recursos. Alimentação, edifícios e mobilidade são os sectores que usam os recursos de forma mais ineficiente e, juntos, contribuem entre 70 e 80% de todos os impactos ambientais. O calendário para uma Europa eficiente até 2050 “identifica os sectores económicos que consomem mais recursos e sugere ferramentas e indicadores que ajudem a orientar as acções às escalas europeia e internacional”, segundo um comunicado da Comissão Europeia. Mais concretamente, o documento prevê incentivos para os investidores promoverem a inovação ecológica, a aposta na rotulagem ecológica e o maior respeito pelo Ambiente na despesa das entidades públicas. Além disso, “as entidades governamentais são convidadas a transferir parte da carga fiscal do trabalho para a poluição e para os recursos”. Os preços deverão ser adaptados “a fim de reflectirem os custos reais da utilização dos recursos”. Até 2013 serão preparadas metas e indicadores, mediante um processo participativo que envolverá políticos, peritos, organizações não governamentais, empresas e consumidores. O “roteiro” é mais um passo para concretizar a iniciativa temática Europa 2020, apresentada em Janeiro. “As pressões sobre recursos como a biodiversidade, o solo e o clima não cessam de aumentar e, se não cumprirmos as metas estabelecidas, o resultado poderá ser desastroso a longo prazo”, escreve Bruxelas.
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DESPORTO
Guarda-redes ex-Mafra é o primeiro reforço para nova época
Juan Castro no Benfica de Macau Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
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Benfica ameaçou revolucionar o futebol de Macau e já começou. De acordo com fontes fidedignas em Portugal, o Hoje Macau sabe que o guarda-redes de 22 anos ex-Mafra, Juan Castro, vai ser jogador do Benfica de Macau na época que se avizinha. Os benfiquistas de Macau vão disputar a Liga Elite em 2011/2012 e já, por diversas vezes, mostraram vontade de mudar o rumo dos acontecimentos do futebol de Macau tornando-o mais profissional e competitivo. “A tarefa não é fácil, tudo tem de ser feito com muita calma”, afirmou anteriormente, em entrevista ao Hoje Macau, o chefe do departamento de futebol do Benfica de Macau, Rui Borges. Para já os encarnados, que vão alterar quase todo o seu plantel,
Palmarés JUAN CASTRO Data de Nascimento: 14-02-1989 Naturalidade: Brasília Nacionalidade: Brasileira e Portuguesa Posição: Guarda-redes Altura: 1,85 m Peso: 80 kg CLUBES POR ONDE PASSOU 2011/12 Benfica (MAC) 2010/11 Mafra (POR) 2009/10 Mafra (POR) 2008/09 Estoril (POR) 2007/08 Oeiras (POR)
vão contar com o contributo de um guarda-redes que passou em Portugal por clube como o Oeiras, o Estoril-Praia ou o Mafra. Juan Castro nasceu em Brasília e é luso-brasileiro. Jogou sempre em divisões inferiores de Portugal e, apesar dos seus 22 anos, sempre foi titular nas equipas por onde passou, tendo o ponto alto da sua ainda curta carreira na época de 2009/2010 quando defendeu a
baliza do Mafra no Estádio José Alvalade num jogo a contar para os oitavos-de-final da Taça de Portugal em que o Sporting venceu por 4-3 e com boa exibição de Juan, apesar dos três golos da equipa adversária. Nesse jogo a estrela foi outra, Zhang, um internacional chinês que acabou por ser contratado pela União de Leiria pelos três golos que infligiu aos leões e agora milita no Beira-Mar.
O Hoje Macau sabe que o Benfica pretende contratar diversos jogadores no mercado português. De acordo com um empresário de jogadores, que pediu anonimato, e com quem o nosso jornal conversou, o Benfica de Macau já abordou jogadores em Portugal com experiência até de Primeira Liga. Até Dezembro, altura em que começa a Liga Elite o Benfica poderá vir a contar com defesas,
médios e avançados, de diversas idades, estrangeiros ou não, mas alguns deles podem mesmo trazer perfume para o futebol dos encarnados e de Macau. Tudo em prol da elevação do desporto-rei no território. Contactados pelo Hoje Macau, os responsáveis do Benfica de Macau não se mostraram disponíveis para comentar a notícia. O jogador está incontactável.
AUTOMOBILISMO | ÁVILA GANHA TERRENO EM SINGAPURA
REAL MADRID | MAIOR ESCOLA DO MUNDO ABRE EM 2012
Piloto quase primeiro
Agarrar a China no futebol
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ODOLFO Ávila conseguiu dois quintos lugares na prova da Taça Porsche Carrera Ásia do Grande Prémio de Singapura de Fórmula 1, o que se traduziu numa operação vantajosa em termos de campeonato quando só falta um evento a realizar. O piloto do Team Jebsen, Banco Nacional Ultramarino e Asia Creative Group começou o fim-de-semana com um prometedor segundo melhor tempo na única sessão de treinos-livres. Contudo, o bom resultado dos treinos-livres não se traduziu na qualificação, tendo o Porsche 911 GT3 Cup do Team Jebsen garantido apenas o quinto lugar na grelha de partida para a primeira corrida do fim-de-semana, disputada na tarde de sábado. O piloto português de Macau fez uma boa partida para a primeira corrida, mas não subiu nenhuma posição, ficando bloqueado atrás do quarto classificado. No recomeço da corrida, após a presença esporádica do “Safety-Car” em pista, Ávila tentou uma manobra de ultrapassagem sobre o seu adversário, mas no último momento abdicou de colocar em risco a possibilidade de amealhar importantes pontos. A história da primeira corrida repetiu-se na segunda manga, realizada este domingo, com Ávila
a rodar na traseira do seu adversário. “Em ambas as corridas fiquei preso atrás do Darryl O’Young, sem possibilidades para o ultrapassar. Fui prejudicado pelas entradas do Safety-Car, principalmente na segunda corrida, onde o comportamento do carro estava melhor e, se a corrida não tivesse sido interrompida, acredito que seria mesmo possível ultrapassá-lo. Em termos de campeonato acabou por ser um bom fim-de-semana. Estou no segundo lugar, com menos um ponto que o primeiro classificado, e a última corrida será num circuito onde subi por duas vezes ao pódio no início do ano”, concluiu Ávila. Visto que os dois primeiros classificados em ambas as corridas não pontuam para o campeonato, os dois quintos lugares obtidos por Ávila na “Cidade do Leão” contaram como terceiros lugares Depois de disputadas dez das doze corridas da Taça Porsche Carrera Ásia, Ávila é segundo classificado no campeonato, com apenas um ponto de desvantagem sobre o primeiro classificado. A derradeira prova da temporada 2011 da Taça Porsche Carrera Ásia desenrola-se de 21 a 23 de Outubro no Circuito Internacional de Xangai.
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maior escola de futebol do mundo, projectada para acolher 10 mil estudantes até 2015, abrirá no próximo ano em Cantão, sul da China, com o patrocínio do Real Madrid, anunciou ontem um jornal chinês. Trata-se da Evergrande-Real Madrid Football Academy, acordada em Agosto passado entre os presidentes do Guangzhou Evergrande e do Real Madrid, Xu Jiayin e Florentino Perez, respectivamente. O primeiro curso arrancará em Setembro de 2012 com 3150 alunos, divididos por 63 classes e 123 equipas, adiantou o jornal “China Daily”. Segundo o jornal, numa primeira fase, vão ser construídos 76 campos e a escola ocupará cerca 125 hectares. O Guangzhou Evergrande é o guia da super-liga chinesa e, muito provavelmente, o próximo detentor do título. A seis jornadas
do fim da competição, o Guangzhou tem 12 pontos de vantagem sobre o segundo classificado, o Beijing Guo’An, a equipa treinada pelo português Jaime Pacheco. O presidente e proprietário do Guangzhou Evergrande, Xu Jiayin, é considerado um dos homens mais ricos da China, com uma fortuna estimada em 43 mil milhões de yuan. O “China Daily” não indica quanto custou a escola acordada com o Real Madrid, referindo apenas que Xu Jiayin comprou o clube o ano passado por 100 milhões de yuans. O futebol na China foi profissionalizado apenas em 1993, depois de o Partido Comunista Chinês se ter convertido à “economia de mercado socialista”. Dezasseis equipas disputam anualmente a super-liga chinesa, entre Abril e Novembro.
JAIME PACHECO CONSOLIDA SEGUNDO LUGAR A equipa treinada pelo técnico português Jaime Pacheco, o Beijing GuoAn, ganhou sábado em casa por 3-0 frente ao Henan, consolidando o seu segundo lugar na super-liga chinesa de futebol. A outra equipa do principal campeonato chinês dirigida por um português - o Dalian Shide, de Nelo Vingada - empatou 1-1 em casa com o Changchun, mantendo-se no 13.º lugar, mas com o mesmo número de pontos (27) do que 12.º, o Xangai, e afastando-se da zona de despromoção. Ao fim da 25.ª jornada, a equipa de Jaime Pacheco soma 46 pontos, menos 12 do que o guia, o Guangzhou, e mais seis do que o terceiro, o Liaoning. O Beijing GuoAn é também a segunda equipa mais concretizadora do campeonato, com 41 golos. A super-liga chinesa, disputada por 16 equipas, decorre de Abril a Novembro.
RONALDO MARCA TRÊS EM VITÓRIA DO REAL MADRID DE LOUCOS
O Real Madrid, depois de uma derrota e um empate, voltou às vitórias, batendo o Rayo Vallecano, por 6-2. Ronaldo fez três golos, mas a equipa de José Mourinho ainda sofreu e acabou o jogo com 10 jogadores. Os merengues (sem Ricardo Carvalho, Pepe e Fábio Coentrão) começaram por estar em desvantagem, sofrendo um golo logo no primeiro minuto, por Michu. No entanto, ainda antes do intervalo, deram a volta com golos de Ronaldo e Higuaín. No início da segunda parte, Ronaldo fez o terceiro do Real, segundo da conta pessoal, através de grande penalidade, da mesma forma que assinou o seu terceiro golo na partida (o último do jogo). Antes, porém, o argentino Di María foi expulso (acumulação de amarelos) e o Rayo, outra vez por Michu, chegou a reduzir para 3-2.
FC Porto-Lam Pak adiado por detalhe sórdido
Marco Carvalho info@hojemacau.com.mo
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ONTE Carlo ou Lam Pak, a dúvida persiste. A derradeira jornada da fase regular da edição de 2011 do Campeonato de Futebol de Sete de Macau terminou oficialmente na sexta-feira, mas o campeão Ka I continua sem saber com que adversário terá que esgrimir argumentos no encontro decisivo da competição. No derradeiro desafio da fase de grupos da “Bolinha”, o conjunto orientado pelo português Rui Cardoso esgrimiu argumentos com o lanterna-vermelha Lai Chi e não deixou créditos por mãos alheias, derrotando o último classificado da Série A da competição por dois golos sem resposta. Os campeões do território (tanto na variante de futebol de onze, quanto na variante de futebol de sete) podiam até perder pontos no último embate da primeira fase da competição, mas os homens às ordens de Cardoso não facilitaram e exerceram pressão sobre a baliza adversária logo desde o primeiro minuto. Apesar de dominar de forma incontestada, o Ka I só aos 17 minutos se conseguiu adiantar no marcador, mercê de um remate portentoso de Zhao Yu Lan à entrada da área adversária. O atleta da República Popular da China aproveita o mau alívio da defesa do Lai Chi para disparar de primeira e festejar, com alguma felicidade à mistura, o primeiro golo do encontro. A bola embateu ainda num defesa da formação
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queniano Patrick Makau ganhou ontem a 38.ª edição da Maratona de Berlim com um novo recorde mundial de 2:03.38 horas, retirando 21 segundos ao anterior máximo, depois de se isolar ao 27.º quilómetro. “Eu nem me sentia muito bem quando acordei, mas quando a corrida começou tudo funcionou bem. Ao 25.º quilómetro senti que podia bater o recorde do Mundo. É o mais belo dia da minha carreira e, se Deus quiser, serei campeão olímpico no próximo ano”, disse Makau. O novo recordista mundial terminou a Maratona de Berlim à frente dos compatriotas Stephen Kwelio Chemlany (2:07.55 horas), uma das suas seis “lebres” na prova, e Edwin Kimaiyo (2:09.50). O anterior detentor
Ka I à espera de rival
adversária, traindo o guarda-redes do Lai Chi. Zhao Yu Lan voltou a estar em destaque no início da segunda parte, em novo remate desferido de fora da área. O esférico acabou por passar a centímetros do ferro
da baliza do conjunto adversário, deixando adivinhar novo golo. O placard só voltou, no entanto, a mexer aos 39 minutos, numa iniciativa com a chancela de Nicholas Torrão. O avançado luso saltou do banco aos 32 minutos
e sete minutos depois catapultou em termos definitivos o Ka I para o encontro decisivo da edição de 2011 do Campeonato de Futebol de Sete do território, numa jogada em que deixou pelo caminho dois jogadores do Lai Chi.
MARATONA DE BERLIM
Makau ganha com recorde mundial do recorde, Haile Gebrselassie, não resistiu ao ataque de Makau, de 26 anos, e, em grandes dificuldades, chegou a parar, mas retomou a prova e correu na segunda posição durante vários quilómetros, até se decidir em definitivo pelo abandono. O etíope, de 38 anos, tinha ganho quatro edições seguidas da Maratona de Berlim, entre 2006 e 2009, tendo estabelecido o recorde mundial na prova da capital alemã, em 2008. “Gebre”, que ainda estava em prova ao quilómetro 35, registou um segundo abandono, depois de em Novembro
ter desistido da Maratona de Nova Iorque (aos 25 km), onde anunciou o fim da carreira. Posteriormente, no entanto, o atleta etíope reconsiderou na decisão e abandonar e recentemente afirmou que pretendia conseguir um tempo rápido em Berlim, para se qualificar para os Jogos Olímpicos Londres2012. A edição do ano passado foi ganha por Makau num dia muito chuvoso, mas hoje o queniano beneficiou de sol e temperatura amena para se impor no plano percurso berlinense.
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13 Com o triunfo alcançado no derradeiro encontro da fase de grupos da “Bolinha” a formação orientada por Rui Cardoso carimbou pelo terceiro ano consecutivo a passagem à final da principal competição de futebol em miniatura da RAEM. Há um ano, os campeões do território superaram o Lam Pak pela margem mínima e juntaram a vitória na prova ao título já alcançado nas lides do futebol de onze. A formação orientada por Chan Man Kin pode, de resto, voltar a defrontar o Ka I na final da prova. O Lam Pak deveria ter enfrentado ao início da noite de sexta-feira o Futebol Clube do Porto, mas o desafio acabou por ser adiado para data ainda incerta, por ambas as equipas se terem apresentado em campo com equipamentos de cor muito similar. Se os dragões não têm nada a perder no frente-a-frente, para o Lam Pak a história é outra. A formação que por mais vezes venceu as principais provas do desporto-rei do território tem de vencer para conseguir chamar a si o lugar ainda em aberto na final da presente edição do Campeonato da Bolinha. O Monte Carlo é a outra formação que ainda pode alcançar o encontro decisivo da prova, estando dependente do desenlace entre os dois conjuntos azuis e brancos do território. No último encontro da fase de grupos da competição, o conjunto capitaneado pelo macaense Geofredo de Souza goleou o Kuan Tai por quatro bolas a duas, com golos de Chao Wai Hou, Paulo Cheang Cheng Ieong (2) e Loi Wai Long.
A corrida feminina foi ganha pela também queniana Florence Kiplagat, que registou 2:19.43 horas e terminou à frente da alemã Irina Mikitenko, vencedora em 2008, e da britânica Paula Radcliffe, que detém o recorde mundial e fazia o seu regresso após quase dois anos de ausência na distância. Esta foi a primeira vitória na distância para Kiplagat, de 24 anos, que apenas disputava a sua segunda maratona, após a desistência na de Boston, em Abril, na sua estreia. “Com este terceiro lugar, estou feliz e triste em simultâneo. Mas consegui o tempo de qualificação para os Jogos de Londres e isso é o essencial”, disse Radcliffe, que completa 38 anos em Novembro.
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CULTURA Armazém do Boi recebe Nushu na obra de Lo Yuen-yi
Por detrás do desenho Gonçalo Lobo Pinheiro glp@hojemacau.com.mo
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Armazém do Boi está a acolher, desde o dia 24, uma exposição de desenhos de Lo Yuen-yi. Uma mostra na qual os desenhos têm múltiplos significados. “Quero quebrar as regras e os códigos da linguagem desenhada. Ao desenhar vou sempre explorando novos significados”, explicou Lo Yuen-yi. Intitulada “O Quarto”, a exposição baseia-se essencialmente em instalações de desenhos. “Desenhar é a essência do meu trabalho criativo. Tenho vindo a trabalhar com grafite sobre papel e tecidos”, disse.
A autora também bebeu influências no Nushu, sistema de escrita exclusivamente utilizado por mulheres de Jiangyong, da província de Hunan na China. Esta escrita está extinta desde 2004, após o falecimento de Yang Huanyi, a última mulher que sabia utilizá-lo. Contudo, Lo Yuen-yi quis trazer até Macau alguma dessa escrita muito peculiar e “quiçá eternizá-lo”. “O uso desta linguagem muito própria revela que, durante muitas gerações, as mulheres não estiveram capazes de receber educação escolar e por isso tiveram de criar a sua própria linguagem”, referiu Lo, acrescentando: “Não quero que sejam esquecidas pela História.”
Com toda a influência do Nusho, Lo Yuen-yi manifesta-se de uma forma mundana, meticulosa e até repetitiva. “A prática performativa do meu trabalho recente torna os diálogos com o espaço possíveis e aborda várias transposições para lá das fronteiras do que são as regras do desenho.” Lo Yuen-yi é uma artista do desenho, principalmente aquele feito de modo simples e minimalista com grafite. Já expôs na China continental, Taiwan, Hong Kong, Inglaterra – no Victoria & Albert Museum – e actualmente é professora de artes visuais na Faculdade de Educação da Universidade de Macau.
Cartaz da exposição de desenhos de Lo Yuen-yi
Programa do 10 º Aniversário da Revista de poesia Sino-Ocidental 9:00-12:00
Seminário “O eu e o outro na poesia sino-ocidental” Localização: Sala de Conferências 21F do Hotel Emperor Macau
15:30-17:30 Diálogo em Macau: Escritores e da literatura na era do cruzamento de identidades e do cruzamento de culturas Localização: HG01, Centro de Convenções Ho Yin, Universidade de Macau 18:30-20:00 Declamação de poesia: “O mar levanta as suas lâmpadas brancas” Localização: Albergue SCM
REVISTA DE POESIA SINO-OCIDENTAL REALIZA ENCONTRO DE POETAS NA RAEM
Dez anos de poesia A
Revista de Poesia Sino-Ocidental prepara-se para comemorar o seu décimo aniversário em Macau com vários debates sobre poesia e ainda um dia dedicado à declamação da linguagem poética. O evento, a ter lugar amanhã, será organizado
pela Fundação Macau e contará com a colaboração da Comissão de Escritores de Cantão e da Associação de Escritores de Zhuhai. Essencialmente caracterizado como um encontro de poetas chineses, as actividades serão quase todas escritas e faladas em
chinês. Contudo, a poesia portuguesa estará sempre presente não fosse a actividade da declamação de poesia intitulada com um verso de Ramos Rosa: “O mar levanta as suas lâmpadas brancas”. Estarão presentes Huang Lihai, poeta e edi-
tor, Wang Jiaxin, poeta e ensaísta e Qiu Huandong, romancista e poeta, para falarem da actualidade da poesia chinesa. A Revista de Poesia Sino-Ocidental foi criada há dez anos em Macau, com a colaboração e apoio de Zhuhai e Cantão. - G.L.P.
“JOSÉ E PILAR” PREMIADO EM FESTIVAL DEDICADO À LÍNGUA PORTUGUESA
O candidato português aos Óscares do próximo ano, “José e Pilar”, foi eleito o melhor documentário no CinePort – Festival de Cinema dos Países de Língua Portuguesa. O prémio foi esta sexta-feira atribuído em João Pessoa, Paraíba, no Brasil, onde a quinta edição do festival decorre até domingo. Esta é a segunda vez que o filme de Miguel Gonçalves Mendes é distinguido no Brasil, depois de ter arrecadado o prémio do público na Mostra de São Paulo, no ano passado. “José e Pilar” esteve depois em cartaz nas salas brasileiras, na quais teve, durante cinco meses, 40 mil espectadores.
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Língua | Licenciaturas de português na China quintuplicaram na última década
A hora do português
António Caeiro Agência Lusa
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S licenciaturas de português na China mais do quintuplicaram na última década, passando de duas para catorze, e se contarmos os cursos privados, o número ultrapassará os vinte. “A China tem hoje relações a todos os níveis com os países de língua portuguesa e a necessidade de pessoas que falem português é cada vez maior”, diz Zhao Hongling, directora do departamento de português da Beiwai (Universidade de Estudos Estrangeiros de Pequim). Fundado há 50 anos, no âmbito da faculdade de espanhol da Beiwai, aquele departamento é o mais antigo da Republica Popular da China e até à criação de um curso idêntico na Universidade de Estudos Estrangeiros de Xangai, no
inicio da década de oitenta, era o único do país. “No final do século XX, só tínhamos duas universidades com cursos de português. Hoje há mais de dez (…) Com o desenvolvimento das relações comerciais com o Brasil e África, a procura de falantes de português é sempre muito grande”, diz Zhang Xiaofei, professora do primeiro ano da Beiwai. A China tornou-se em 2009 o maior parceiro comercial do Brasil e há dezenas de milhares de chineses a trabalhar em Angola, sobretudo na construção civil e obras públicas. Segundo as alfândegas chinesas, no primeiro semestre de 2011 o comércio entre a China e os países lusófonos aumentou 25 por cento em relação a igual período do ano anterior, somando 52.200 milhões de dólares (38.868 milhões de euros). Só em Pequim já há cinco universidades com
licenciaturas em português, a mais nova das quais foi criada há três anos na UIBE (Universidade de Economia e Comércio Internacional). Alem da capital e de Xangai, há cursos de português em universidades de outras grandes cidades chinesas, entre as quais Cantão, Nanjing, Xian e Tianjin. No conjunto – e sem incluir a Região Administrativa Especial de Macau – haverá cerca de mil jovens chineses a aprender português. Para a Beiwai entraram este ano mais 23 alunos, elevando para cerca de 90 o numero de estudantes da licenciatura: todos adotaram um nome português e as primeiras aulas começam pela identificação de cada um e a conjugação do verbo ser ou estar. “No início é muito difícil (…) A gramática é totalmente diferente da nossa língua (…)
FILME COM CHRISTIAN BALE REPRESENTA CHINA NOS OSCARES
Zhang Yimou relembra o massacre de Nanjing T
HE Flowers of War (ex-Nanjing Heroes), novo filme do cineasta chinês Zhang Yimou, protagonizado por Christian Bale, será o representante da China nos Oscares 2012. O argumento é baseado no
romance “The 13 Women of Nanjing”, do autor chinês Yan Gelin, que reconta o massacre de Nanjing, quando milhares de mulheres foram violadas e mortas pelas tropas japonesas que invadiram a cidade em 1937.
Bale interpreta um padre que acolhe um grupo de prostitutas e estudantes na sua igreja durante a invasão. Essas atrocidades de guerra já foram exploradas em filmes recentes, como o documentário “Nanjing”, o drama de Florian Gallenberger e o drama chinês “City of Life and Death”. A produção de 90 milhões de dólares é falada em inglês e mandarim. O lançamento acontece em Dezembro na China. Enquanto isso, o filme que Zhang Yimou dirigiu antes de “The Flowers of War”, “A Árvore do Amor”, está quase pronto para ser exibido.
Preposições, artigos … é tudo diferente”, diz a professora Zhang Xiaofei. Daniela (Wang Yu), aluna do quarto e último ano, considera o português “mais difícil do que o inglês”, mas não está arrependida de ter escolhido este curso: PUB
“Podemos arranjar um bom emprego”. “Antes de começar a estudar português, só sabia que Portugal ficava muito perto de Espanha. De Portugal só conhecia o vinho e o futebol, que é muito famoso”, conta Daniela. Augusto (Wang
Yunxiang), outro finalista, já fixou os nomes de alguns escritores: “José Saramago, Fernando Pessoa e, claro, Camões”. “Com o passar do tempo, comecei a gostar do português. Agora gosto muito. Não é muito difícil, eu acho”, diz Augusto.
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CULTURA
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Museu de Macau acolhe, até 11 de Dezembro, a exposição “Pelo Povo – Sun Yat-sen e Macau”, mostra com cerca de 230 relíquias, algumas das quais pela primeira vez em exibição, que provam a “forte ligação” do “pai” da China moderna a Macau. A mostra – inaugurada na sexta-feira – tem como pano de fundo a história da Revolução chinesa de 1911, que culminou na República, procurando ilustrar a “relação especial” de Macau com o primeiro presidente chinês. “Devido à sua situação política única, [o território então português] serviu de amparo aos revolucionários contribuindo, desta forma, para o sucesso da revolução”, destaca o Instituto Cultural (IC) de Macau numa nota sobre a exposição, cuja inauguração contou, entre outros, com a presença de Lily Sun, neta de Sun Yat-sen. Entre as relíquias da mostra encontram-se objetos “extremamente raros” da propriedade de organizações culturais e de colecionadores
ALMODÓVAR | «BERLUSCONI É UM HOMÓFOBO OBCECADO POR MULHERES»
O realizador espanhol Pedro Almodóvar considera o primeiro-ministro italiano, Sílvio Berlusconi, «um homófobo obcecado por mulheres que apenas se preocupa em demonstrar que não é maricón». Almodóvar classificou Berlusconi como uma «figura muito interessante» do ponto de vista de gestão de imagem. «Em Espanha», explicou o cineasta, «os retoques dos malares para as câmaras de televisão não estão na moda. Os políticos parlamentares tratam de transmitir, embora de forma pragmaticamente hipócrita, uma imagem mais próxima do povo». Perante a insistência do entrevistador sobre Berlusconi, acabou por confessar: “Sobre o vosso presidente de Governo tenho mais perguntas do que respostas”.
Relíquias mostram “forte ligação” de Sun Yat-sen a Macau
Um amigo revolucionário particulares de Macau, Hong Kong, Taipé, Shenzhen e Cantão. O Museu de Macau pretende, através da exposição “apresentar, de forma ilustrada, o papel de Macau na Revolução de 1911, com vista a aprofundar o conhecimento sobre o seu significado histórico” e sobre o “contributo” de Macau. A mostra insere-se no conjunto de iniciativas do Governo de Macau para assinalar os 100 anos da Revolução chinesa, também conhecida como Revolução “Xinhai” que inclui palestras, concertos, bem como passeios por locais históricos associados à presença de Sun Yat-sen no antigo território português. Macau foi o território “donde Sun Yat-sen partiu para o mundo” e “um palco importante das suas atividades revolucionárias”, enaltece o IC.
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NETA DEFENDE CANDIDATURA A PATRIMÓNIO INTANGÍVEL
Os “três princípios do povo” Diana do Mar Agência Lusa
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ARAque os valores de Sun Yat-sen não se diluam no tempo, a neta do primeiro presidente da República da China defendeu no sábado a candidatura dos “três princípios do povo” a património cultural intangível da UNESCO. Ao considerar que a China deve redescobrir os três princípios do povo – nacionalismo, democracia e bem-estar social –, legado deixado pelo seu avô, Lily Sun defendeu em entrevista à agência Lusa em Macau que esses valores devem ser “restaurados” porque a “visão” de Sun Yat-sen “adequa-se ao povo chinês” mesmo no século XXI. “Temos de candidatar os seus ensinamentos a património mundial junto das Nações Unidas [para que] as pessoas os possam aprender”, afirmou Lily Sun, ao apontar que a filosofia de Sun Yat-sen ainda é desconhecida por muitos. “Nas universidades, no segundo ou terceiro ano ainda estudam marxismo-le-
ninismo. Consegue acreditar nisso, neste mundo?” Lily Sun mostrou-se confiante em que “os três princípios serão aceites como a fundação de uma nova nação chinesa”. “Se a China usar os princípios do meu avô, as pessoas terão direitos e democracia. E as pessoas têm vontade disso”, disse, ao afirmar-se expectante de que isso possa acontecer até 2030. A neta de Sun Yat-sen, considerado o “pai” da China moderna por nacionalistas e comunistas, defendeu que os ideais do seu avô “correspondem ao desenvolvimento económico e político da China”. Lily Sun lembrou que a política reformista implementada por Deng Xiaoping se alinhou com o “iluminismo” de Sun Yat-sen. “Os princípios podem não só ajudar a China a crescer, mas também a elevar a moral. Esta é uma chamada para a reunificação”, avaliou Lily Sun. Para a também presidente da Fundação Sun Yat-sen para a Paz e Educação, Taiwan deve manter a sua postura
relativamente à sua integração, da mesma forma que acredita que a China não irá impor a reunificação por via da força. “Há um milhar de mísseis para os enfrentar. (…) Se o teu namorado usar uma arma para te forçar a casar, vais obedecer?”, interrogou, retórica, ao vincar que uma eventual guerra seria “um desastre para a nação e para o povo”. “Temos de pensar nos ensinamentos que o meu avô deixou no contexto da globalização”, sustentou Lily Sun que acredita no “desenvolvimento de forma pacífica” do seu país. “Queremos ser chineses e não uma colónia de cultura estrangeira”, sublinhou. Lily Sun, que nasceu mais de dez anos depois da morte de Sun Yat-sen, mostrou-se “muito satisfeita e agradecida” com a homenagem que Macau está a prestar através de diversas iniciativas no âmbito das celebrações dos 100 anos da revolução chinesa (conhecida por revolução “Xinhai”) que culminou na proclamação da República a 10 de Outubro de 1911.
[f]utilidades Cineteatro | PUB
SALA 1
[ ] Cinema
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SALA 3
INSIDIOUS [C] Um filme de: James Wan, Leigh Whannell Com: Patrick Wilson, Rose Byrne, Barbara Hershey 14.30, 16.30, 19.30, 21.30 SALA 2
ONE DAY [B] Um filme de: Lone Scherfig Com: Emma Morley, Jim Sturgess, Patricia Clarkson 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
THE WHISTLEBLOWER [C] Um filme de: Larysa Kondracki Com: Rachel Weisz, Vanessa Redgrave 14.30, 16.30, 21.30
RISE OF THE PLANET OF THE APES [B] Um filme de: Rupert Wyatt Com: James Franco, Freida Pinto, John Lithgow 19.30
HORIZONTAIS: 1-Fechou. Conto, história. 2-Agarra-se (a planta) com os seus elos. Pomar de limoeiros. 3-Relativo aos bons costumes. Aprovação. 4-499 (Rom.). A família. Prepara alimentos ao calor do fogo. 5-Criada de quarto. Planta leguminosa, lentilha (Prov.). 6-Produziria, criaria. 7-Danificam, prejudicam. Laguna. 8-Relativo à uva. Ausenta-se. Réis (abrev.). 9-No tempo de. Prolongamento da coluna vertebral de vários animais (pl.). 10-Pintado com cal. Prego da madeira. 11-A medula das plantas. Causou, originou. VERTICAIS: 1-Tinha receio. Procura. 2-Propriedade isenta de encargos senhoriais. Correm velozmente. 3-Parelha, dois. Conversa fiada (Pop.). 4-Feito de viva voz. Bílis. Prata (s.q.). 5-Molusco gastrópode que se agarra aos rochedos (pl.). Caminhado. 6-Exóticas, estranhas. 7-Une, ata. Versejar. 8-Sobre. Adicione. Embarcação de recreio. 9-Que nos pertence. Taberna. 10-Concedeis. Ventilador centrífugo usado no arejamento dos compartimentos de um navio. 11-Parte imaterial do ser humano (pl.). Tostou.
SOLUÇÕES DO PROBLEMA HORIZONTAIS: 1-TAPOU. LENDA. 2-ELAR. LIMOAL. 3-MORAL. A. SIM. 4-ID. LAR. ASSA. 5-AIA. PARDA. S. 6-O. FARIA. S. 7-B. LESAM. RIA. 8-UVAL. SAI. RS. 9-SOB. I. RABOS. 10-CAIADO. TACO. 11-AMAGO. GEROU. VERTICAIS: 1-TEMIA. BUSCA. 2-ALODIO. VOAM. 3-PAR. A. LABIA. 4-ORAL. FEL. AG. 5-U. LAPAS. IDO. 6-L. RARAS. O. 7-LIA. RIMAR. G. 8-EM. ADA. IATE. 9-NOSSA. R. BAR. 10-DIAS. SIROCO. 11-ALMAS. ASSOU.
REGRAS |
Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR
Su doku [ ] Cruzadas
(Com 20 casas pretas)
[Tele]visão www.macaucabletv.com TDM 13:00 TDM News - Repetição 13:30 Jornal das 24h RTPi 14:30 RTPi Directo 17:30 Liga Sagres: Porto - Benfica (Repetição) 19:00 TDM Entrevista (Repetição) 19:30 Amanhecer 20:25 Acontecimentos Históricos 20:30 Telejornal 21:00 Aniversário do 25º Festival de Música 21:10 Jornal da Tarde RTPi 22:15 JK 22:55 Acontecimentos Históricos 23:00 TDM News 23:30 TDM Desporto 00:15 Há Conversa 01:15 Telejornal - Repetição 01:45 RTPi Directo INFORMAÇÃO TDM RTPi 82 14:00 Telejornal Madeira 14:30 Magazine EUA Contacto – N. Jersey 15:00 Documentário – Taprobana (O Mundo de Cá) 16:00 Bom Dia Portugal 17:00 Quem Quer Ser Milionário – Alta Pressão 18:00 Resistirei 18:45 Linha da Frente 19:00 Pai à Força 20:00 Jornal Da Tarde 21:15 O Preço Certo 22:00 Magazine EUA Contacto – N. Jersey 22:30 Ingrediente Secreto - Baunilha 23:00 Portugal no Coração TVB PEARL 83 06:00 Charlie Rose 07:00 First Up 07:30 NBC Nightly News 08:00 Putonghua E-News 08:30 ETV 10:30 Inside the Stock Exchange 11:00 Market Update 11:30 Inside the Stock Exchange 11:32 Market Update 12:00 Inside the Stock Exchange 12:02 Market Update 12:30 Inside the Stock Exchange 12:35 Market Update 13:00 CCTV News - LIVE 14:00 Market Update 14:40 Inside the Stock Exchange 14:43 Market Update 15:58 Inside the Stock Exchange 16:00 Angelo Rules 16:30 Chuggington 16:55 Chuggington Badge Quest 17:00 Escape from Scorpion Island 17:30 Tales of Tatonka 18:00 Putonghua News 18:10 Putonghua Financial Bulletin 18:15 Putonghua Weather Report 18:20 Financial Report 18:30 America’s Funniest Home Videos 18:50 Global Ideas 19:00 The Wall Street Journal Report 19:30 News At Seven-Thirty 19:50 Weather Report 19:55 Earth Live 20:00 The Pearl Report 20:30 Supernatural 21:30 Ultimate Power Builders 22:30 Market Place 22:35 The Mentalist 23:35 The CEO Connection 23:40 World Market Update 23:45 News Roundup 00:00 Earth Live 00:05 Band of Brothers 01:30 The Wall Street Journal Report 01:55 FIFA Football World 02:30 Bloomberg Television 05:00 TVBS News 05:30 CCTV News ESPN 30 12:00 14:00 15:30 18:30 19:30 20:00 20:30 22:00 22:30
Len European Diving Championships Swatch TTR World Snowboard Tour 2010/11 Solheim Cup 2011 Day 3 X Games 17 All Access Review (LIVE) Sportscenter Asia Monday Night Verdict WTA - Guangzhou Sportscenter Asia Rugby World Cup 2011 Wales vs. Namibia
STAR SPORTS 31 13:00 FIA Wtcc 2011 - Inside Wtcc 13:30 Planet Speed 2011/12 13:50 Rugby World Cup 2011-Match Day Highlights 14:20 (LIVE) Rugby World Cup 2011 Wales vs. Namibia 16:30 Planet Speed 2011/12 17:00 Le Mans Series 2011 18:00 Rugby World Cup 2011-Weekly Highlights 19:00 Game 19:30 Rugby World Cup 2011 South Africa vs. Namibia 21:30 (LIVE) Score Tonight 22:00 Intercontinental Rally Challenge 2011 22:30 Engine Block 2011 23:00 FIA F1 World Championship Highlights 2011 Singapore Grand Prix STAR MOVIES 40 12:05 The Boys Are Back 13:50 Step Up 3 15:40 Knowing 17:45 The Stranger 19:20 The Marksman 21:00 Street Fighter 22:45 Street Fighter: The Legend Of Chun-Li 00:25 Second In Command HBO 41 12:55 13:50 16:15 18:15 20:15 22:00 00:00
Game Of Thrones Apollo 13 Renegades Thriller In Manila Charlie St. Cloud Big Love Apollo 13
CINEMAX 42 12:45 14:15 16:00 17:20 18:45 19:00 20:30 22:00 23:45
Blind Fury The Taking Of Pelham 1 2 3 The Beast From 20,000 Fathoms House Of Wax Epad On Max 129 Ice Twisters Gunfighter’S Moon Murphy’S Law Pride And Glory
MGM CHANNEL 43 12:45 No Place Like Home 14:30 100 Films and A Funeral 16:00 The Cure 17:45 Dan Turner Hollywood Detective in the Raven Red Kiss-Off 19:15 Bulletproof 21:00 No Man’s Land 23:00 Evidence of Blood 00:05 Blue Velvet DISCOVERY CHANNEL 50 13:00 Mythbusters 14:00 China’s Space Program 15:00 How Do They Do It 16:00 Enigmatic Malaysia 17:00 Dirty Jobs 18:00 How Its Made 18:30 How Do They Do It?
(MCTV 50) Discovery Channel 14:00 CHINA’S SPACE PROGRAM
19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 00:00
Gold Rush: Alaska Beyond Survival With Les Stroud Dual Survival Man Vs. Wild Deadliest Catch Dual Survival
NATIONAL GEOGRAPHIC CHANNEL 51 13:00 Who Sank The Bismarck 14:00 Wild Amazon 15:00 Danger Men 16:00 The Truth Behind Zombies 17:00 Monster Fish 18:00 Shark Men 19:00 Seconds From Disaster 20:00 Dogfight Over Guadalcanal 21:00 Inside - Polygamy 22:00 Inside - Pint-Sized Preachers 23:00 Inside - Hasidism 00:00 Inside - Polygamy ANIMAL PLANET 52 13:00 Fooled By Nature 14:00 Must Love Cats 15:00 Most Extreme 16:00 Cats 101 17:00 The Haunted 18:00 Meerkat Manor 19:00 The Jeff Corwin Experience 20:00 Predation! 21:00 Raw Nature 22:00 World’s Ugliest Dog Competition 23:00 The Haunted 00:00 Meerkat Manor HISTORY CHANNEL 54 13:00 Modern Marvels 14:00 9/11: The Days After 16:00 Kimjongilia 17:00 Swamp People 18:00 Modern Marvels 19:00 UFO Hunters 20:00 Shockwave 21:00 Pawn Stars 23:00 American Pickers 00:00 American Restoration BIOGRAPHY CHANNEL 55 13:00 I Survived 14:00 Hoarders 15:00 Beyond: Messages from 9/11 16:00 I Missed Flight 93 17:00 Flip This House 18:00 Sell This House 18:30 Billy The Exterminator 19:00 Hoarders 20:00 Storage Wars 22:00 Diana vs The Queen 23:00 Hoarders 00:00 I Survived. . . AXN 62 12:15 13:05 14:00 14:55 15:50 16:40 17:30 18:20 19:15 20:10 21:05 22:00 23:50 00:45
CSI: Miami The Guardian Masters Of Illusion The Amazing Race CSI: Miami Breaking The Magician’S Code Leverage Wipeout The Amazing Race Top Chef Leverage The Voice The Amazing Race The Voice
STAR WORLD 63 12:10 The Bachelorette 13:05 Switched At Birth 14:00 The Gates 14:55 Traffic Light 15:25 Ghost Whisperer 17:15 Got To Dance UK 18:10 The Bachelorette 19:05 How I Met Your Mother 19:30 Raising Hope 20:00 Hell’s Kitchen 20:55 America’s Next Top Model 21:50 Glee 22:45 The Bachelorette 23:40 How I Met Your Mother 00:05 America’s Next Top Model Informação Macau Cable TV
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OPINIÃO ca d er n o d i á r i o Pedro Correia
TERÇA, 20 Mariano Rajoy, o mais que provável futuro primeiro-ministro espanhol, anda a receber aulas intensivas de inglês. Para evitar a repetição das figuras lamentáveis da alguns chefes do Governo que se sucederam no palacete da Moncloa nos últimos 35 anos. Adolfo Suárez e o primeiro-ministro cessante, José Luis Rodríguez Zapatero, nunca falaram outro idioma além do castelhano. Felipe González e José María Aznar, fluentes em francês, desconheciam no entanto a língua inglesa enquanto exerceram as funções de primeiro-ministro (uma lacuna que Aznar já teve ocasião de corrigir). Ficaram célebres as fotografias de González com auscultadores nos ouvidos durante uma conferência de imprensa conjunta em Madrid com o presidente George Bush (pai) e de Aznar dialogando com Bill Clinton também na Moncloa com recurso a uma intérprete. Nos anos mais recentes, Zapatero notabilizou-se por ser o único líder europeu que recorria sistematicamente à tradução simultânea nas cimeiras europeias. Houve mesmo alguns episódios caricatos, recentemente recordados nas páginas do jornal El Mundo. Um dia, ao visitar a Casa Branca, Aznar arriscou falar em inglês. Saiu-lhe, literalmente, este discurso: “Yesterday, I... went to... White House to talk, President Bush. Why reason? One reason. Because, he is my friend. I am... different friends in America; and one... this friends, is the President.” A ignorância da língua inglesa por parte de Zapatero ficou bem patente, por outro lado, numa visita efectuada a Londres, onde foi recebido por Tony Blair. À saída do nº 10 de Downing Street, uma jornalista pediu-lhe que dissesse em inglês como lhe tinham corrido as férias. “Thank you”, foi a lacónica resposta. Um pouco mais falador esteve na capital espanhola, ao receber o ex-chanceler alemão Gerhard Schroeder. Vendo vários bonsais no jardim da residência oficial do Chefe do Governo anfitrião, Schroeder não se conteve: “Only bonsais...” Réplica imediata de Zapatero: “In the last time of the government, every day bonsais.” Bem faz Rajoy em estudar inglês... QUARTA, 21 As contas públicas ainda mais descontroladas devido ao grande buraco orçamental agora confirmado na Madeira. Pedro Passos Coelho - e bem - já veio dizer que não fará campanha por Alberto João Jardim nas eleições regionais que vão seguir-se. E não deixa lugar a dúvidas: a situação é insustentável. Há quem exija ainda mais, advogando que Passos deveria retirar a confiança política ao presidente do Governo Regional. Como é óbvio, no actual cenário constitucional de autonomia política e administrativa das Regiões Autónomas, não faz qualquer sentido exigir ao primeiro-ministro que “retire confiança política a Jardim”, tal como não faria qualquer sentido que alguém lhe exigisse que “reiterasse confiança”: em termos institucionais nenhuma destas ques-
tões se põe, como de resto já veio lembrar o líder regional dos Açores, Carlos César. Os presidentes dos Governos Regionais respondem apenas perante a Assembleia Legislativa Regional ou, em última instância, perante o Presidente da República. No fundo, só os eleitores madeirenses poderão tirar a confiança política a Jardim. No dia 9, por sinal, terão uma palavra decisiva nesta matéria. Pelo voto. Já falta pouco.
No fundo, só os eleitores madeirenses poderão tirar a confiança política a Jardim. No dia 9, por sinal, terão uma palavra decisiva nesta matéria. Pelo voto. Já falta pouco
SEXTA, 23 Aos 73 anos, morreu José Niza personalidade ímpar da política portuguesa (foi deputado à Assembleia Constituinte em 1975-76) e do mundo da cultura e do espectáculo. Conheci-o bem, dos tempos em que fui repórter parlamentar e ele integrava a bancada do PS na Assembleia da República. Reencontrei-o depois na primeira campanha presidencial de Manuel Alegre, em Janeiro de 2006. Foi sempre uma pessoa que estimei e respeitei, para além da admiração que tinha por ele: devo-lhe como consumidor de boa música, desde a infância e a adolescência, algumas das melhores canções das décadas de 60 e 70, nas vozes do Adriano Correia de Oliveira, do Carlos do Carmo, do Carlos Mendes, do Paulo de Carvalho e tantos outros. Canções como A Festa da Vida, Cantar da Emigração, Uma Flor de Verde Pinho, E Depois do Adeus. Mais outro número que apagarei um dia destes da minha agenda telefónica: têm sido tantos, nos últimos anos... Mas ficará para sempre comigo a memória deste homem generoso, tranquilo, solidário e bom.
virtualmente iletrado: duas doses de extremo fanatismo misturadas com uma dose de loucura produziram o mais repugnante ditador de todos os tempos. Mas alguns estudos históricos rigorosos e muito bem documentados têm desfeito aquela imagem demasiado esquemática do líder nazi -- o que acaba por ser ainda mais arrepiante. Hitler era um leitor compulsivo, possuía uma enorme biblioteca privada, com cerca de seis mil obras espalhadas por três residências (Berlim, Munique e Obsersalzberg), segundo revelava já em 1935 uma reportagem assinada por Janet Flanner na New Yorker. Anos depois, o correspondente da United Press International na capital alemã, Frederick Oechsner, avaliava em 16.300 o número de volumes da colecção particular do Führer. São inúmeros os testemunhos sobre os hábitos de leitura do líder nacional-socialista -- desde os tempos em que combatia como cabo nas trincheiras da I Guerra Mundial até aos dias finais de Abril de 1945, no bunker da chancelaria de Berlim, com a cidade já invadida pelos blindados soviéticos. Costumava ler com um lápis na mão e fazia frequentes anotações nas margens. Quase como se dialogasse com o autor. Nenhum investigador foi tão longe nesta matéria como Timothy W. Ryback, colabo-
SÁBADO, 24 Um livro: A Biblioteca Privada de Hitler, de Timothy W. Ryback (Civilização Editora, 2011). É mais apaziguador pensarmos em Adolf Hitler como um demente,
rador habitual da Atlantic Monthly, da New Yorker, do Wall Street Journal e do New York Times, que analisou minuciosamente os 1224 livros remanescentes do ditador -- “que constituem, no máximo, 10% da sua colecção particular” -- hoje depositados na secção de livros raros da Biblioteca do Congresso, em Washington, e na Universidade de Brown, Providence (estado de Rhode Island). Perdidos talvez para sempre, no saque que se seguiram à tomada do bunker hitleriano em 2 de Maio de 1945, estão os cerca de 80 volumes que acompanharam o tirano até ao fim. Um deles -- presume-se -- seria a versão alemã, condensada, da vasta biografia de Frederico o Grande escrita pelo historiador britânico Thomas Carlyle que lhe fora oferecida semanas antes por Joseph Goebbels. Hitler devorava biografias: Júlio César e Napoleão eram duas das personalidades que o fascinavam. E tinha também especial predilecção por obras relacionadas com arte, sobretudo arquitectura. Mas era igualmente um leitor voraz dos dramas de William Shakespeare, conhecia o Quixote e não escondia o fascínio por pensadores germânicos como Kant, Fichte, Schopenhauer e Nietzsche. O “triunfo da vontade” foi um dos conceitos nietzschianos que incorporava sistematicamente nos seus discursos. Nada mais perturbante do que um genocida que gostava de livros -- embora tivesse também mandado queimar muitos na praça pública, incluindo obras de Freud, Brecht, Erich Maria Remarque, Thomas Mann e Stefan Zweig. Na sua biblioteca caseira havia de tudo um pouco -- exoterismo, religião, astrologia, volumes inócuos de auto-ajuda, As Viagens de Gulliver, livros sobre campanhas militares, panfletos de promoção da cozinha vegetariana e a mais execrável propaganda nazi. Também lá figuravam, em destaque, títulos como Peer Gynt, de Ibsen, e Feuer und Blut, de Ernst Jünger, e muitos policiais, incluindo a obra completa de Edgar Wallace. Além, naturalmente, do eterno Príncipe, de Maquiavel, e Da Guerra, de Clausewitz. “Era a biblioteca de um diletante”, assinala Ryback. Mas uma biblioteca praticamente apenas omissa em poesia. “Tiro o que preciso dos livros”, gostava de afirmar Hitler. Uma das secretárias que o acompanharam até ao fim, Traudl Junge, conservava em 2001 a memória dos dias crepusculares no bunker, com o autor de Mein Kampf “sentado na sua poltrona, munidos dos seus óculos, a ler um livro” enquanto o regime totalitário se fragmentava em escombros. O leitor de Fichter e Nietzsche prometera que o III Reich duraria mil anos: bastaram 12 para este reino de terror chegar ao fim. Ignoramos se o Führer alguma vez chegou a ler Ricardo III. Mas entre as ruínas do seu regime poderia dizer como este rei imortalizado por Shakespeare: “Lançar-me-ei com negro desespero contra a minha alma e acabarei convertido em inimigo de mim mesmo.”
Ciclone
Beata de cigarro ou beata de cigarro têm as mesmas características. Por Fernando
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19 n a m a r g em José I. Duarte
o que fazer a esta língua? É
frequente depararmos com o mais diverso tipo de documentos oficiais – normas, recomendações, anúncios, em suportes digitais e impressos – nos quais a qualidade e, às vezes, a inteligibilidade do português utilizado é menos que exemplar – ou, sequer, razoável. Esses textos são por vezes causa de algum comentário jocoso, ou de um breve momento de surpresa, ou de incredulidade. A maior parte das vezes, também, de algum desconforto. Em grande medida, uma relativa degradação da qualidade do português, particularmente sensível nos documentos oficiais e legais, era de esperar e inevitável. Na ausência de uma política ou conjunto de acções sistemáticas para contrariar essa evolução quase natural, o uso dominante de outra língua e a redução no número do pessoal de língua materna portuguesa significariam sempre uma elevada probabilidade de se evoluir para este estado de coisas. A questão que se põe é, assim, o que pode e deve ser feito para contrariar esta tendência? E, consequentemente, a quem competem as acções necessárias para se concretizar tal objectivo? Existe uma certa inclinação, quase imediata, para remeter tal responsabilidade para as autoridades, sejam elas chinesas – pois não é língua oficial? – ou portuguesas - pois não é a nossa? Julgo que se justifica ir um pouco mais além nesta reflexão. E que, em consequência desse esforço, se poderá possivelmente concluir que, quer as responsabilidades, quer as acções apropriadas, se revelarão mais complexas e subtis do que poderia resultar daquela primeira e mais superficial abordagem. Assim, o tema suscita a necessidade de reflectir e procurar encontrar resposta adequada a um conjunto de questões. Em primeiro lugar, deve esse esforço de melhoria da qualidade do português ser feito e porquê? Para as comunidades de língua portuguesa aqui residentes a reposta parece óbvia. E não custará admitir, sem necessidade de muita elaboração adicional, que seria do seu interesse, além de reconfortante, que o português se não tornasse apenas num episódio histórico e num conjunto de nomes em placas toponímicas. Sendo o português parte indelével da singularidade que caracteriza esta região, parece também ser de admitir
Sendo o português parte indelével da singularidade que caracteriza esta região, parece também ser de admitir que a sua preservação como língua funcional deverá ser do interesse de todos aqueles, seja qual for a comunidade em que se insiram, que valorizam e desejam preservar essa singularidade. que a sua preservação como língua funcional deverá ser do interesse de todos aqueles, seja qual for a comunidade em que se insiram, que valorizam e desejam preservar essa singularidade. E, para além de tudo isso, independentemente de outras razões que poderiam ser aduzidas, é certo e inquestionável que o quadro jurídico e administrativo de Macau possui uma matriz portuguesa. Como parece evidente, há não só vantagem como necessidade de os documentos, regulamentos, leis, decisões administrativas e, em geral, toda a informação de interesse público, ser produzida de acordo com um padrão de qualidade linguística que permita a sua leitura e interpretação com a mínima ambiguidade possível. A questão que se levanta, então, é o que pode ou deve ser feito? E, logo, a quem compete essa responsabilidade? Ora, a qualidade, de facto, da produção de qualquer tipo de textos, em qualquer língua que seja, não se determina por decreto nem se impõe administrativamente. Sob pena de não produzir
resultados e de apenas originar incómodos. Ela depende, mais que tudo, da qualidade do domínio da língua por parte daqueles a quem compete elaborar e rever os textos e documentos, da sua familiaridade com o vocabulário, as regras e os usos idiossincráticos daquela língua. Tal exige estudo, prática e contacto cultural. O que sugere que, para além daquilo que se pode pedir ou exigir às entidades públicas, locais ou nacionais, um elemento crucial estará sempre no comportamento e empenhamento das comunidades locais de língua portuguesa na sua defesa e promoção. E, logo, na natureza e intensidade das relações que elas estabeleçam com as outras comunidades e com as instituições locais, públicas e privadas. Uma comunidade viva, com uma língua viva, que é relevante para si e para os outros, esse é o factor determinante em última instância. Claro que há acções que só podem ser levadas a cabo pelos órgãos políticos e administrativos. E que não são menores. Que mais pode ser feito em termos de ensino do
português, quer nas escolas, quer nas instituições vocacionadas para o ensino da língua a adultos, não se discute. Maior rigor pode e deve ser pedido aos serviços públicos, em particular, quanto às condições de produção e revisão dos textos e documentos produzidos em português. Mais divulgação da cultura e da história, com particular ênfase nos elementos comuns e nos contactos inter-comunitários, não poderão deixar de ser desejados e valorizados. E as autoridades – e, pelo que diz respeito à comunidade portuguesa, em particular o governo e entidades culturais de Portugal – não podem deixar de ter aí um importante e insubstituível papel. Mas raramente resulta ficarmos só à espera dos outros. Portugal e a China têm uma história secular em comum e muito dela se intersecta em Macau. Podemos apenas daí retirar o sentimento de ser titulares dos direitos e privilégios que dessa antiguidade resultem ou que ela permite. Ou, parafraseando uma conhecida frase, podemos concluir que, neste caso, a nacionalidade, mais do que um posto, é uma responsabilidade. E que a preservação da língua, da cultura e da memória em português e, sobretudo, da contribuição que elas possam dar para o futuro deste ponto geográfico do mundo dependem, antes do mais, das comunidades falantes do português que aqui vivem. E esse, julgo, deveria ser o ponto de partida de toda uma reflexão que não deve ser nem subestimada, nem adiada.
Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Lia Coelho; Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos M. Cordeiro; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
c a r t o on
ESTADO PALESTINIANO
por Steff
ANGOLA MANIFESTAÇÃO PARADA PELA POLÍCIA Uma marcha de jovens em Luanda foi parada ontem pela polícia 10 minutos depois de ter começado, com a autoridade a apelar aos manifestantes para seguirem o itinerário autorizado, constatou uma jornalista da Agência Lusa no local. Os cerca de 100 jovens, que pedem a libertação do grupo de manifestantes detidos a 3 de Setembro, deixaram o cemitério Santana às 11:00 e dirigiam-se para o largo da Independência. Cerca de 10 minutos depois de iniciarem a marcha foram parados pela polícia que apelou para que seguissem o itinerário determinado pelo governo. MEDVEDEV ANUNCIA PUTIN A PRESIDENTE Dmitri Medvedev, presidente da Rússia, anunciou ontem que apoia a candidatura do actual primeiro-ministro Vladimir Putin ao cargo presidencial nas eleições de 4 de março de 2012. Por sua vez, Putin propôs a candidatura de Medvedev para número 1 da lista do Rússia Unida nas parlamentares de Dezembro de 2011, o que significa que será nomeado primeiro-ministro. Estes anúncios foram feito no XII Congresso do Partido Rússia Unida, força política dirigida por Putin.
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MÉXICO DECAPITADA DEVIDO A COMENTÁRIOS NA INTERNET O corpo decapitado de uma mulher foi encontrado na cidade de Nuevo Laredo, com uma nota a indicar que tinha sido morta devido a comentários deixados numa rede social, revelou a AP. De acordo com a agência, a mulher pode ser a terceira vítima de um cartel de droga por comentários na Internet. No início do mês foram descobertos, em Nuevo Laredo, os corpos de dois jovens com uma mensagem idêntica.
Após acidente de carro, TSI empresta juiz ao TUI
Julgamentos assegurados Virginia Leung
virginia.leung@hojemacau.com.mo
N
A sequência do acidente de automóvel que resultou no internamento do juiz Chu Kin, o Tribunal de Última Instância (TUI) teve de recorrer pela primeira vez a juízes do Tribunal de Segunda Instância (TSI) para formar um colectivo de juízes
para assegurar os julgamentos previstos para o TUI. Asolução, prevista na legislação, deverá manter-se até ao regresso da normalidade. Chu Kin saiu ferido de um acidente de carro quando passava férias na China, deixando o TUI com falta de um juiz. Na quarta-feira passada, quando era suposto julgar casos de residentes de Coloane insatisfeitos com expropriações de terras pelo Governo, o TUI chamou Choi Mou Pan, PUB juiz do TSI para completar o colectivo de juízes de serviço. Na verdade, a escolha normal recairia sobre o presidente do TSI, Lai Kin Hong, mas devido ao seu envolvimento nos recursos judiciais em julgamento e, de acordo com os regulamentos, este juiz ficou automaticamente excluído, indo Choi Mou Pan unir-se a Sam Hou Fai e a Viriato Manuel Pinheiro de Lima no colectivo de juízes, noticiou o jornal “Ou Mun”. De acordo com a “Lei
de Bases da Organização Judiciária”, Artigo 52.º: “Nas suas faltas, ausências e impedimentos, o Presidente do Tribunal de Última Instância é substituído, em regime de acumulação, pelo juiz que reúna as condições exigíveis ao presidente e com maior antiguidade em exercício de funções no Tribunal de Última Instância. Nas suas faltas, ausências e impedimentos, o relator é substituído pelo juiz-adjunto que não seja o presidente; e os juízes-adjuntos são substituídos pelos juízes em exercício que se lhes sigam em ordem de antiguidade no tribunal. Em caso de impossibilidade de proceder à substituição nos termos do número anterior, os juízes do Tribunal de Última Instância são substituídos pelos juízes mais antigos em exercício de funções no Tribunal de Segunda Instância que se não encontrem impedidos.” O “Ou Mun” avança ainda que o estado de saúde de Chu Kin permanece estável, tendo o juiz sido transferido para o Hospital de Guangzhou para tratamento no início deste mês.
TIMOR-LESTE | XANANA CONFESSA MEDO
Estabilidade em risco O primeiro-ministro de Timor-Leste, Xanana Gusmão, disse em entrevista à Rádio ONU, divulgada ontem no sítio na internet daquela organização, que a maior preocupação do país depois da saída das Nações Unidas é “manter a situação estável”. “Para Timor-Leste a maior preocupação seria continuar a manter a situação estável para que o outro governo que vier possa consolidar os ganhos já feitos durante estes anos, que é a estabilidade e prosseguir os programas de apoio social e de infraestruturas”, afirmou. O primeiro-ministro, o Presidente do país, José Ramos-Horta, e a representante do secretário-geral da ONU no país assinaram a semana passada o Plano de Transição da Missão Integrada das Nações Unidas no país (UNMIT), cujo mandato termina em Dezembro de 2012. No próximo ano, Timor-Leste vai realizar eleições presidenciais e legislativas. Xanana Gusmão considerou também que o final da missão da ONU no país é um “acto de resposta à generosidade”. “Nós como já conseguimos uma situação estável queremos também que outros povos do mundo sintam paz. É uma obrigação”.
CESÁRIA ÉVORA SOFRE AVC EM PARIS A cantora Cesária Évora está internada desde sextafeira à tarde no hospital de Pitie-Salpetriere, em Paris, depois de ter sofrido um acidente vascular cerebral (AVC), informou hoje fonte da sua promotora em Lisboa. «Após ter sofrido um novo AVC, Cesária Evora, foi hospitalizada quarta-feira às 13:00 de Paris [12:00 de Lisboa], no Pitie-Salpetriere», disse à Lusa fonte da promotora. A mesma fonte adiantou que «o diagnóstico clínico [de Cesária Évora] é ainda reservado».
JULIÃO SARMENTO EXPÕE NOS EUA O artista plástico português Julião Sarmento expõe a partir de ontem no Centro de Arte Contemporânea de Cincinnati, nos Estados Unidos, um conjunto de obras que exploram a temática da literatura e do livro. A exposição, que estará patente naquele espaço até janeiro, revela «a relação única do artista com algumas obras literárias que influenciaram o trabalho artístico» e aborda a própria noção do livro enquanto objeto visual, descreve aquele centro de arte contemporânea. Serão mostradas obras em grande escala, que reinventam capas de livros que o marcaram, e sendo a mulher um elemento determinante na obra do artista português - retratos da atriz Sasha Grey, fotografada enquanto lê.