Hoje Macau 27 MARÇO 2023 #5218

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Vida sem código

Macau abandona a partir de hoje a aplicação do código de saúde com a qual teve de viver durante os últimos três anos. O serviço será para já suspenso, mantendo-se apenas em funcionamento as ligações para marcações de testes e declarações de resultados positivos à covid-19. As autoridades prometem apagar os dados pessoais.

DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 SEGUNDA-FEIRA 27 DE MARÇO DE 2023 • ANO XXI • Nº5218
www.hojemacau.com.mo • facebook/hojemacau • twitter/hojemacau FÓRUM MACAU EM BUSCA DA RETOMA BOLSA DE VALORES NOVOS INVESTIMENTOS
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CHINA CAMINHOS DA PAZ
GRANDE PLANO PÁGINA 5
USJ | CCCM EVOLUÇÃO NA CONTINUIDADE
BUDISMO CHINÊS: MENTALISMO COM CARACTERÍSTICAS CHINESAS Ana Cristina Alves

COOPERAÇÃO USJ E CCCM CRIAM “MACAU HUB” ATÉ 2026

Um novo eixo

A Universidade de São José e o Centro Científico

Cultural

no desenvolvimento das suas vidas académicas e profissionais. Projectos, nas mais diversas áreas, contarão de forma sustentada com uma rede de profissionais, académicos e instituições que activamente os ajudarão a construir um futuro próspero, harmonioso e sustentável.”

cultura e arte

NA passada sexta-feira foi apresentado oficialmente o projecto “Macau Hub”, que a Universidade de São José (USJ) e o Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM) irão desenvolver progressivamente até ao arranque oficial, em 2026. A ideia é organizar em conjunto actividades ligadas à área do ensino superior, mas que não conferem grau académico, como é o caso da incubação de empresas, realização de conferências nas mais diversas áreas, programas de estágios, de cursos de formação ao longo da vida ou mesmo a implementação de um think tank. Tudo em nome da parceria Portugal-China com Macau a ter o seu habitual papel de plataforma.

Além destas duas entidades, espera-se o contributo de associações ou institutos que queiram participar na iniciativa. Nesse sentido, os anos de 2024 e 2025 servirão para construir os conteúdos e iniciativas incluídas no “Macau Hub”.

A título de exemplo, Joaquim Ng Pereira, ligado à direcção da Fundação Casa de Macau, propôs na sessão de apresentação do projecto, no CCCM, a realização de um programa conjunto de estágios para que alunos da USJ possam estagiar temporariamente na sede da instituição em Lisboa.

Vitalino Canas, personalidade do Partido Socialista ligada a Macau que actualmente preside ao Fórum de Integração Brasil-Europa, disse estar interessado no diálogo para o intercâmbio de alunos brasileiros. Álvaro Barbosa, vice-reitor da USJ para a área da internacionalização, mostrou abertura a estas propostas.

Carmen Amado Mendes, presidente do CCCM, afirmou que o “Macau Hub” constitui “uma alavanca que permitirá elevar [a cooperação existente] a níveis que a nós, impulsionadores deste projecto, nos enchem de esperança”. Na prática, “estudantes, cientistas e empreendedores terão uma casa própria que assume como grande objectivo apoiá-los

A USJ e o CCCM trabalham em conjunto desde que assinaram um protocolo de cooperação, em 2021. “Embora conscientes dos enormes desafios que este projecto nos vai trazer, estamos particularmente satisfeitos com as novas dimensões de trabalho e o caminho que iremos percorrer juntos”, acrescentou Carmen Amado Mendes.

Espera-se agora que “a sociedade, nas várias partes do globo, se interesse e vá contribuindo com sugestões de forma a que nos permitam implementar e desenhar projectos de todos e para todos”. “Esta parceria com a USJ cria condições físicas para elevar a cooperação entre Portugal e a China para um novo patamar onde Macau desempenha um papel fundamental”, disse Carmen Amado Mendes.

A hora certa Álvaro Barbosa destacou o desenvolvimento que a USJ tem feito nos últimos dez anos e mencionou quatro projectos em andamento na instituição de ensino superior, que podem representar o pontapé de saída para o “Macau Hub”. Ao HM, referiu que este não é “um projecto de formação

académica, mas tem uma dimensão extracurricular”.

“Falamos de intervenções culturais, organização de workshops, conferências. Entendemos que a área da incubação empresarial é uma das áreas que as universidades devem ter de apoio aos alunos, sendo um

O “Macau Hub” será, assim, um “espaço físico, mas também intelectual e de discussão”, servindo para a “incubação de projectos e uma tentativa de conseguirmos que se torne num think tank para encontramos soluções na ligação entre Portugal, China e Macau.”

instrumento muito útil na transição entre a academia e o mercado de trabalho. Essa área será central neste projecto.”

Neste sentido, o vice-reitor da USJ falou da

incubadora que está a ser criada na universidade privada, intitulada “Macau Spin Incubator”, como uma das entidades que poderá assumir protagonismo neste novo “Hub”.

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e
de Macau vão criar nos próximos anos o “Macau Hub”. O projecto terá como objectivos principais a incubação de empresas, organização de conferências, workshops, a formação de um think tank ou iniciativas na área da

“Estamos a fundar uma incubadora de negócios e gostaríamos que este projecto fizesse a ligação com este espaço que vamos ter aqui. Pode ser uma grande oportunidade para as startups ou projectos de

empresas de Lisboa que tenham interesse em se desenvolver na China ou no Sudeste Asiático que possam incubar-se neste espaço com ligação a Macau. A área do desenvolvimento dos negócios é talvez uma das áreas mais promissoras.”

Segue-se a ligação que o “Macau Hub” poderá ter ao mundo lusófono, pelo facto de a USJ “ter projectos concretos de intercâmbio e bolsas de estudo com alguns países lusófonos”.

“Com Portugal temos a evidente relação umbilical com a Universidade Católica Portuguesa. Temos uma relação muito forte com o Governo da Guiné-Bissau. Os representantes da Embaixada da Guiné-Bissau em Pequim estão a trabalhar de forma muito próxima connosco numa espécie de acordo para atribuir residência no país a cidadãos chineses e que, por via da residência, podem estudar em Macau na qualidade de alunos estrangeiros nos programas de língua e cultura portuguesa. Além de estudarem, estes alunos vão trabalhar de perto com os agentes da Guiné-Bissau na área da cultura e dos negócios. A ideia é formarmos uma geração de cidadãos chineses que sejam residentes do país africano e que façam esta ponte entre os dois países. É um projecto no qual estamos a trabalhar e pode ter ligação com Portugal”, disse na apresentação.

“Enorme ambição”

O vice-reitor da USJ referiu ainda as parcerias com o Brasil na área dos doutoramentos e pós-doutoramentos e o arranque da ligação a Angola, não só com o Governo, mas com a Universidade Católica de Angola. “A ideia é que o Governo de Angola ofereça bolsas para os alunos angolanos estudarem na nossa universidade. É uma parceria que está no início,

Sem envangelização

USJ quer recrutar mais alunos chineses a partir de Setembro

AUniversidade de São José (USJ) está a ultimar o relatório sobre o período experimental de três anos em que a instituição de matriz católica pode receber um grupo de 30 alunos da China. Na apresentação no CCCM, Álvaro Barbosa disse estar optimista que, no próximo ano lectivo, a USJ já terá luz verde para recrutar mais alunos.

“Foi um processo negociado durante bastante tempo e culminou, há dois anos, com a autorização do Governo Central para o recrutamento de uma quota experimental de 30 alunos para toda a China. Há três anos que fazemos um período de teste para demonstrar perante o Governo chinês que somos capazes de ter 30 alunos da China sem que os nossos antecedentes católicos causem qualquer tipo de problemas. Estamos a chegar ao fim desse período e está a ser preparado um relatório para entregar ao Governo nos próximos meses.”

“A nossa expectativa é que, a partir de Setembro, nos seja aberta uma quota para recrutar mais alunos da China continental. O nosso foco continua a ser os alunos internacionais, mas não queremos deixar de ter alunos da China porque somos católicos. Queremos manter um equilíbrio”, frisou.

Boas perspectivas

À margem do evento, Álvaro Barbosa adiantou ao HM que as reuniões com o Gabinete de Ligação do Governo Cen -

mas que tem muito potencial. Estamos a trabalhar de forma muito próxima com Timor-Leste, com a Universidade Católica, a qual foi fundada muito recentemente, e damos apoio nisso.”

O vice-reitor falou também do laboratório de neuromarketing, criado pelo docente Alexandre Lobo, e que será exportado para a Universidade Católica do Porto. Além disso, a USJ, nos últimos três anos, “tem trabalhado de forma próxima com duas associações internacionais, a Federação Internacional das Universidades Católicas e a Associação Geral das Universidades Católicas na Ásia”.

“Estamos a montar uma dinâmica de centros de investigação em conjunto na área da Memória e Identidade”, acrescentou.

tral na RAEM dão boas perspectivas. “Tivemos reuniões preliminares com o Gabinete de Ligação do Governo Central na RAEM e todas as indicações são no sentido de que há uma imensa satisfação em relação ao trabalho que temos feito com estes alunos. Estão muito satisfeitos por estarem integrados numa universidade com um perfil europeu, com características diferentes de universidades de matriz chinesa.”

Álvaro Barbosa entende que não faz sentido à USJ ter apenas alunos de fora da China. «Uma universidade como a nossa, que traz uma oferta curricular distintiva e diferenciadora para Macau, tem o objectivo de servir a comunidade. Macau faz parte da China e só conseguimos esse objectivo se os alunos da China também poderem vir para a nossa universidade. Não é por uma questão de negócio e de sustentabilidade, pois também podemos ir buscar alunos a outros sítios.”

Também a questão religiosa estará ultrapassada. “Há um mal-entendido generalizado, não só na China como em todo o mundo, sobre o que são universidades católicas, que não são um instrumento de envangelização. Estas universidades fazem parte de um conjunto de actividades que a Igreja tem ligadas à ideia de servir a sociedade. As universidades católicas trazem certos valores humanistas e éticos”, concluiu o vice-reitor. A.S.S.

Francisco Peixoto, chefe da delegação da USJ em Portugal, salientou que este é um “projecto de uma enorme ambição”. “Achamos que é a altura certa para o implementar pelo desenvolvimento da USJ, uma vez que estamos no processo de instalação de uma delegação da USJ em Portugal, com a qual estamos a contar com o apoio do CCCM”.

O “Macau Hub” será, assim, um “espaço físico, mas também intelectual e de discussão”, servindo para a “incubação de projectos e uma tentativa de conseguirmos que se torne num think tank para encontramos soluções na ligação entre Portugal, China e Macau”. Apostar-se-á ainda na “formação de executivos, realização de eventos culturais e sociais, na formação ao longo da vida e capacidade de conseguirmos criar uma academia de liderança internacional. Isto só faz sentido se for feito com parceiros”, rematou Francisco Peixoto. Andreia Sofia Silva

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“Esta parceria com a USJ cria condições físicas para elevar a cooperação entre Portugal e a China para um novo patamar onde Macau desempenha um papel fundamental.”
CARMEN AMADO MENDES PRESIDENTE DO CCCM
Este não é “um projecto de formação académica, mas tem uma dimensão extracurricular.”
ÁLVARO BARBOSA VICE-REITOR

TURISMO ACTEP REÚNE COM DELEGAÇÃO DE MACAU EM LISBOA

Na linha da frente

Yong Liang, presidente da Associação do Turismo Chinês em Portugal, reuniu com Lúcia dos Santos, chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau em Lisboa. O responsável defende que Macau “tem um papel fundamental na relação turística entre a China e Portugal” e que a visita de Ho Iat Seng a Portugal será importante para o sector

“um eficaz veículo de promoção de Portugal no mercado chinês”. Relativamente à visita do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, a Portugal, agendada para os dias 18 a 22 de Abril, o dirigente associativo defendeu que “constituirá uma óptima oportunidade para aprofundar os laços entre Portugal e a China no sector do turismo”.

Forte cooperação

No mesmo comunicado são referidos os projectos conjuntos que a ACTEP tem desenvolvido com o sector turístico de Macau, nomeadamente no ano passado quando, em parceria com a Associação de Agentes de Viagens de Macau e com o apoio da Associação Portuguesa de Agências de Viagens, “promoveu a participação de compradores internacionais na MITE [Macao International Travel (Industry) Expo], a principal feira de turismo de Macau”. Este ano, a ACTEP “continuará a fazer o mesmo, reforçando a promoção turística de Macau em Portugal e de Portugal na China”.

Economia Ho Iat Seng pede mais apoio ao ICBC

AAssociação do Turismo

Chinês em Portugal (ACTEP) entende que Macau é fundamental na ligação entre a China e Portugal.

A ideia foi deixada por Yong Liang, presidente da entidade, num encontro recente com Lúcia dos Santos, chefe da Delegação Económica e Comercial de Macau (DECM) em Lisboa.

Segundo um comunicado enviado ao HM, Yong Liang defendeu que a RAEM “tem um papel fundamental na relação

turística entre os dois países e constitui uma clara vantagem para Portugal na atracção de turistas chineses, quando comparado com outros países europeus”. Além disso, o território,

na qualidade de “extraordinário destino e um ponto de partida para os turistas portugueses explorarem a China Continental, em particular a região do delta do Rio das Pérolas” é também

Relativamente à visita do Chefe do Executivo, Ho Iat Seng, a Portugal, (em Abril) o dirigente associativo defendeu que “constituirá uma óptima oportunidade para aprofundar os laços entre Portugal e a China no sector do turismo”

Yong Liang destacou ainda a presença do mercado turístico chinês em Portugal. “Muitos países europeus já começaram a retomar e a promover novas ligações aéreas com a China, além de reforçar a sua promoção para acolher os turistas chineses. A Espanha, por exemplo, já se posicionou. Eles sabem que, em 2019, o gasto médio diário do turista chinês foi de 365 euros, muito mais do que a média dos mercados turísticos internacionais”, adiantou.

Assim, “seria fundamental para Portugal dar maior prioridade à China como principal mercado turístico e aproveitar Macau como vantagem natural para atrair mais turistas chineses a visitar Portugal”, defendeu Yong Liang. Além disso, “a proximidade de Macau com Hong Kong e Guangzhou, duas grandes cidades chinesas, torna-o um local ideal para os turistas chineses começarem a sua viagem a Portugal”, acrescentou. Andreia Sofia Silva

CCCM GOVERNO PORTUGUÊS REFORÇA E PROMOVE MISSÃO DO CENTRO

OConselho de Ministros aprovou na quinta-feira um decreto-lei que reforça e promove a missão do Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), foi divulgado em comunicado, na sexta-feira.

O diploma destaca o CCCM “como centro de referência, nacional e internacional, de in-

vestigação científica, de formação contínua e avançada, de publicação, de divulgação cultural e de informação especializada sobre as relações Europa-Ásia, designadamente como um polo dinamizador da parceria ‘China-Portugal Ciência e Tecnologia 2030’”.

A biblioteca do CCCM, de acordo com

dados da instituição, é a mais completa e actualizada biblioteca sobre a China em todo o mundo lusófono, especializada na investigação e ensino, acerca da China/ Macau, da Ásia Oriental e das relações entre a Europa e a Ásia.

A sua dimensão internacional e multidisciplinar, funciona em rede com outras bibliotecas

e arquivos, nacionais e estrangeiros, de forma a melhor cumprir a sua missão de apoio à investigação e ensino, à informação e à divulgação de conhecimento.

O CCCM dispõe de cerca de 27.000 registos bibliográficos em catálogo, que incluem uma colecção de audiovisuais, designadamente o fundo de cerca de

40.000 ‘slides’ e 5.000 fotografias, entre outros suportes físicos, de que ressalta a colecção de cerca de sete mil microfilmes, com mais de 50.000 documentos.

O centro é um instituto público integrado na administração indirecta do Estado e sob tutela do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Ho Iat Seng apelou ao Banco Industrial e Comercial da China (ICBC] que “continue a apoiar com todo empenho o sector financeiro moderno e o desenvolvimento geral da economia local”. A mensagem foi transmitida pelo Chefe do Executivo na sexta-feira, durante um encontro com Chen Siqing, presidente do Conselho de Administração do Banco ICBC. Durante o encontro, Ho sublinhou que o caminho para a economia é perfeito, ao declarar que a “conjuntura do desenvolvimento económico está totalmente no bom caminho”. Por sua vez, Chen disse que o banco vai “envidar todos os esforços para apoiar o progresso económico e corresponder à implementação da indústria financeira moderna na Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau”.

Fórum Macau Recebida uma visita do Interior

Reforço de contactos para promover a participação dos expositores dos Países de Língua Portuguesa e fomento do intercâmbio económico e comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa. Foram estes os dois assuntos discutidos na quinta-feira passada, durante uma visita do secretário do Partido Comunista e director do Centro de Comércio Externo da China, Chu Shijia, ao Secretariado Permanente do Fórum de Macau. A recepção ficou a cargo de Ji Xianzheng, secretário do Fórum, de acordo com um comunicado da instituição.

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ACTEP GCS GCS

IDENTIFICAÇÃO ELECTRÓNICA BIR VAI GANHAR NOVA COM FUNÇÃO

ATÉ ao final do ano os cidadãos vão poder apresentar o Bilhete de Identidade de Residente (BIR) recorrendo à aplicação “Conta Única”, sem necessidade de apresentarem o documento físico. A novidade foi anunciada na sexta-feira, depois de uma conferência de imprensa do Conselho Executivo.

No entanto, o porta-voz e secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, recusou que se trate de uma forma de tornar o BIR totalmente electrónico. Segundo o responsável, apenas é acrescentada a função “identificação electrónica” ao BIR, que, quando “verificada por entidades públicas ou privadas mediante dispositivo adequado” permite considerar que foram cumpridas as exigências legais de “apresentação ou uso do BIR para efeitos de reconhecimento da identidade”.

A alteração à lei do bilhete de identidade de residente vai seguir para a Assembleia Legislativa, onde precisa de ser aprovada. Além da criação da chamada “identificação electrónica”, está prevista também a emissão de um novo modelo de BIR. “Para que o BIR tenha uma aparência mais simples e clara, propõe-se que os dados, incluindo, entre outros, altura, data da primeira emissão e código do local de nascimento, deixem de ser visíveis no cartão do BIR e, passem a ser armazenados no chip do novo BIR”, foi explicado.

“Além disso, para facilitar aos residentes o tratamento dos assuntos, o nome de cônjuge do titular do BIR vai ser incluído no chip do novo BIR”, foi acrescentado.

COVID-19 CÓDIGO DE SAÚDE SUSPENSO HOJE E DADOS APAGADOS

O fim de uma era

A aplicação do código de saúde foi hoje suspensa, mantendo apenas a ligação para marcar teste de ácido nucleico e plataforma de declaração de resultados de testes. As autoridades de saúde garantem que os dados pessoais carregados na aplicação foram apagados

OCentro de Coordenação de Contingência do Novo Tipo de Coronavírus anunciou a suspensão, a partir de hoje, da aplicação de código de saúde usada desde o início da pandemia e prometeu apagar os dados pessoais carregados pela população.

As autoridades sublinharam, em comunicado, que o sistema de código de saúde “será suspenso, mas [a aplicação] não será removida por enquanto”.

O centro, que está sob a tutela dos Serviços de Saúde, explicou que a aplicação irá manter-se activa, mas apenas com uma li -

Hospital das Ilhas Recrutamento de pessoal começa esta semana

Vai arrancar esta semana o recrutamento de pessoal para o Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas, revelou no sábado a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong, acrescentando que as novas instalações de saúde devem entrar em funcionamento, de forma faseada, no final deste ano. O centro de tratamento de doenças oncológicas deverá ser a primeira instalação do complexo hospitalar a abrir. Nesse aspecto, Elsie Ao Ieong sublinhou a urgência em relação ao início destes serviços de forma a corresponder às necessidades de doentes de cancro que precisam de procurar tratamento fora de Macau. Os serviços de emergências do Hospital da MUST também vão transferidos para as instalações do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas.

gação para a marcação de testes de ácido nucleico e outra para a declaração de resultados positivos à covid-19.

No comunicado, as autoridades justificam a suspensão da aplicação

com o fim, a partir de 14 de Março, da obrigatoriedade de apresentar o código de saúde de Macau para pessoas que pretendessem entrar na China continental, após terem estado em Hong Kong.

Máscaras Uso será obrigatório em autocarros até mês de Junho

O uso obrigatório de máscaras em transportes públicos poderá ser suspenso em Junho depois de um previsível ressurgimento pandémico, indicou no sábado a secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, Elsie Ao Ieong. “Neste momento, ainda existem orientações de utilização de máscara nos transportes públicos, lares e hospitais. Estamos sempre a observar e avaliar a situação e prevemos um ligeiro pico de infecções de covid-19 entre Maio e Junho. Se passarmos este período de forma suave, vamos passar a ser mais flexíveis na utilização de máscaras nos meios de transportes públicos, que traz algum incómodo aos residentes”, indicou a secretária, citada pelo Canal Macau da TDM. Elsie Ao Ieong indicou, contudo, que a obrigatoriedade de uso de máscara se deve manter em lares, hospitais e centros de saúde, onde as máscaras já eram aconselháveis antes da pandemia.

O centro sublinhou que, após a suspensão, “serão apagados todos os dados pessoais”, incluindo os dados de registo de itinerários e os registos dos estabelecimentos comerciais onde os residentes estiveram.

Vida em código

Será mantida a consulta a resultado de teste de ácido nucleico e do código de verificação. Quanto às informações sobre vacinação contra a covid-19, o centro de coordenação de contingência refere que estas podem ser consultadas através do registo clínico individual, no campo da “Minha Saúde” da Conta Única.

As autoridades sublinharam que, após a suspensão, “serão apagados todos os dados pessoais”, incluindo os dados de registo de itinerários e os registos dos estabelecimentos comerciais onde os residentes estiveram

Durante quase três anos, a população de Macau foi obrigada a utilizar o código de saúde para aceder a todos os edifícios dos serviços públicos e a muitos estabelecimentos comerciais, algo que só terminou oficialmente a 8 de Janeiro.

Desde meados de Dezembro que o território abandonou a política de ‘zero covid’, com a restrição das entradas no território, aposta em testagens em massa, confinamentos de zonas de risco e quarentenas.

De acordo com dados oficiais, a RAEM registou 3.515 casos de infecção e 121 mortes pelo novo coronavírus. Recorde-se que o centro anunciou na quinta-feira um novo caso de covid-19, o primeiro desde 24 de Fevereiro. João Luz com LUSA

Vales de saúde Aprovado novo programa de comparticipação

O Conselho Executivo concluiu a discussão sobre o projecto de regulamento administrativo “Programa de comparticipação nos cuidados de saúde para o ano de 2023”, que aprova as regras de emissão dos vales de saúde deste ano, que serão as mesmas do ano passado. A cada residente elegível será concedido um subsídio de 600 patacas, cujo prazo de utilização é de dois anos, entre 1 de Maio de 2023 a 30 de Abril de 2025. O Governo revelou na sexta-feira que o valor total do subsídio é cerca de 438,6 milhões de patacas. Os residentes podem utilizar directamente os vales de saúde mediante apresentação do bilhete de identidade durante a consulta médica, e podem “, transmitir os vales de saúde de forma total ou parcial, a favor do cônjuge, pais ou filhos do beneficiário que seja titular do bilhete de identidade de residente permanente da RAEM”.

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RÓMULO SANTOS RÓMULO SANTOS

Inflação Taxa cresceu 0,77% em Fevereiro

A taxa de inflação homóloga cresceu 0,77 por cento em Fevereiro, face a igual mês do ano passado, foi anunciado na sexta-feira. O aumento deveu-se sobretudo à subida dos “salários dos empregados domésticos e das propinas escolares”, bem como ao aumento dos preços das refeições adquiridas fora de casa, da gasolina e da electricidade”, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em comunicado. “A diminuição das rendas de casa e a redução dos preços dos bilhetes de avião compensaram parte do crescimento do índice de preços”, acrescentou. O índice de preços no consumidor médio dos 12 meses terminados no mês de referência (Fevereiro) subiu 1,02 por cento, em relação aos 12 meses imediatamente anteriores, referiu a DSEC.

Vacas a engordar

A agência de notação financeira Fitch prevê que durante este ano o défice das contas públicas fique nos 10,5 por cento, uma melhoria face ao ano passado, quando atingiu 35,5 por cento do PIB. 2023 deverá ser um ano de crescimento económico

Aagência de notação financeira Fitch Ratings estima que a economia de Macau cresça 48 por cento este ano. A previsão foi divulgada na sexta-feira, através de um comunicado.

Este crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) é previsto, depois de no ano passado a economia ter registado uma contracção de 26,8 por cento. A redução da economia verificada em 2022 deveu-se ao sector do jogo, que

teve uma quebra de 51,4 por cento das receitas brutas, para 42,2 mil milhões de patacas

A tendência é justificada com a força da indústria dos casinos, que a Fitch espera atingir cerca de 50 por cento do valor de 2019, ou seja, com receitas brutas a rondar os 146,3 mil milhões de patacas.

“A remoção das medidas de controlo da pandemia e o regresso das excursões de turistas do Interior, assim como o fim dos limites à mão-de-obra e das restrições da

capacidade de oferta que vão efectivamente aumentar o número de visitantes em 2023”, é explicado.

“Macau está bem situada para receber a forte procura de turistas do Interior, uma vez que é a única jurisdição que permite aos visitantes jogarem na Grande China, além de aproveitar a proximidade ao Interior”, foi acrescentado.

Menor défice

Em relação ao défice do orçamento da RAEM, a Fitch Ratings

acredita que vai registar em 2023 uma diminuição para 10,5 por cento do Produto Interno Bruto. O valor representa uma melhoria nos gastos face ao ano passado, quando o défice foi de 35,5 por cento do PIB.

“Acreditamos que a força das finanças públicas de Macau continua praticamente intacta, apesar do registo deficitário pelo quarto ano consecutivo”, foi considerado. “A redução do défice para este ano vai reflectir o aumento das receitas de jogo e o impacto do alívio do levantamento das medidas relacionadas com a pandemia”, foi completado.

No entanto, o défice deverá manter-se mesmo por cinco anos, até 2024, altura em que a Fitch Ratings acredita que será de 1,9 por cento.

Apesar do défice, a agência manteve o ‘rating’ de Macau em ‘AA’, o terceiro nível mais elevado da escala da agência, sublinhando que é a única jurisdição a nível mundial sem qualquer dívida externa, além de contar com uma reserva financeira no valor de 559,2 mil milhões de patacas. João Santos Filipe

Ensino Escola Hou Kong preocupada com natalidade

O presidente da Escola Secundária Hou Kong está preocupado com a redução da taxa da natalidade e de alunos. As declarações de Iao Tun Ieong foram prestadas ao Canal Macau. “A baixa taxa de natalidade tem um efeito negativo para as escolas de Macau. Neste momento, a admissão de alunos tornou-se mais difícil do que no passado, sobretudo no que diz respeito às nossas turmas de jardim de infância”, confessou. “Temos 500 vagas para os jardins de infância, só que os nascimentos foram apenas 4000 neste ano. Se esta tendência se prolongar, daqui a dois anos temos menos mil novos alunos”, acrescentou. Por outro lado, o presidente da instituição de ensino defendeu a necessidade de ajustar o número de alunos por turma, de forma a melhorar a qualidade do ensino”.

Metro Ligeiro Avaria levou a suspensão de serviço

ENTRE Dezembro

e Fevereiro a taxa de desemprego fixou-se em 3,3 por cento e entre os residentes foi de 4,1 por cento, menos 0,1 e 0,2 pontos percentuais, respectivamente, face ao período entre Novembro e Janeiro. Os números foram revelados pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos na sexta-feira, e mostram também que a taxa de subem-

prego baixou 0,5 pontos percentuais, situando-se em 2,7 por cento.

Segundo o comunicado da DSEC, os residentes ainda continuam a pagar o preço da campanha contra o jogo VIP e das restrições de fronteiras. “A população desempregada era composta por 12.200 pessoas, menos 600, face ao período transacto”, foi indicado. “Destaca-se

que a maioria de desempregados à procura de novo emprego trabalhou anteriormente no ramo de actividade económica das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos e no ramo da construção”, foi indicado.

No mesmo período, a população activa que vivia no território totalizou 372.100 pessoas e a taxa

de actividade foi de 68,3 por cento. A população empregada fixou-se em 359.900 pessoas, menos 1.100, face ao período precedente. De acordo com a DSAL, a descida deveu-se “principalmente ao número de trabalhadores não-residentes que viviam em Macau ter descido”. Entre Dezembro e Fevereiro, o número de residentes empregados corres-

pondeu a 282.200 pessoas, mais 200, em comparação com o período anterior. Em termos de ramos de actividade económica, verificou-se que o número de empregados do comércio por grosso, bem como das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos decresceram. Porém, o número de empregados do ramo da educação aumentou.

O serviço de transporte do Metro Ligeiro da Linha da Taipa foi temporariamente suspenso no sábado, por volta das 20h, devido à avaria no sistema de abastecimento de energia eléctrica, indicou a empresa que gere as operações em comunicado. Para acorrer às necessidades passageiros, o Metro Ligeiro de Macau enviou um autocarro de ligação gratuito para completar a viagem interrompida. O funcionamento do transporte foi retomado, gradualmente, às 20h53. Segundo a empresa, por volta das 20h de sábado, “ocorreu uma avaria no sistema de abastecimento de energia eléctrica de um metro em direcção da Estação do Oceano à Estação do Terminal Marítimo da Taipa”. Os trabalhadores acompanharam e trataram imediatamente do problema, e retiraram o metro parado no carril sito entre a Estação da UCTM e a Estação do Aeroporto do local. O motivo de incidente ainda está a ser investigado.

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TAXA CAIU PARA 3,3 POR CENTO ENTRE DEZEMBRO
DESEMPREGO
E FEVEREIRO
ECONOMIA FITCH PREVÊ CRESCIMENTO DE 48% ESTE ANO
GCS
Fitch Ratings “Acreditamos que a força das finanças públicas de Macau continua praticamente intacta, apesar do registo deficitário pelo quarto ano consecutivo.”

Acidente Camião despista-se e sofre queda de cinco metros

Um camião que trabalhava na prisão de Coloane, na Estrada da Barragem de Ká Hó, despistou-se e sofreu uma queda de cerca de cinco metros de altura, deixando o condutor em estado grave. De acordo com um vídeo que circula online, a viatura aparenta perder os travões, antes de chegar a uma curva, onde acaba por seguir em frente, levando consigo onze motociclos que estavam estacionados à beira do precipício. Após o sinistro, o homem, de 58 anos, conseguiu sair da viatura pelos seus meios, e sentou-se na rua à espera do apoio. Quando os bombeiros e médicos chegaram ao local, o homem foi perdendo a consciência, entrando no Centro Hospitalar Conde de São Januário inconsciente.

CPSP Condutor acusado de homicídio por negligência

O condutor do carro envolvido no acidente na rotunda do Estádio, na semana passada, está indiciado da prática do crime de homicídio por negligência. A informação foi revelada na sexta-feira pelo Corpo de Polícia de Segurança Pública (CPSP). Do sinistro resultou um morto, com cerca de 20 anos, e ainda um ferido, com a mesma idade. Ambos seguiam numa moto. O suspeito é um residente local, com 28 anos, e estaria a trabalhar, depois de ter sido contratado, online, pelo dono da viatura para o guiar até casa. O homicídio por negligência é punido com uma pena de prisão que pode chegar até três anos. Caso se considere que a negligência foi grosseira, o suspeito pode ser punido com uma pena de prisão que pode chegar aos cinco anos.

Edifício do Lago Apenas 33% dos moradores satisfeitos

Apesar 33 por cento dos moradores do Edifício do Lago, pertencente ao Governo, inquiridos pela FAOM estão satisfeitos com as partes comuns do edifício.

Os resultados do inquérito revelados pela Federação das Associações dos Operários de Macau indicam também que 48,8 por cento dos inquiridos não tem qualquer opinião sobre o edifício. Ainda segundo os resultados apurados, 80 por cento sente-se mais preocupado com problemas como a queda de azulejos no edifício, manutenção dos elevadores, infiltrações e a gestão do parque de estacionamento. Em jeito de conclusão do trabalho, a FAOM apelou ao Governo para se coordenar com os moradores, de modo a resolver definitivamente os casos de queda de azulejos e a manutenção dos elevadores do edifício para cargas.

Branqueamento Palestra de sensibilização para jovens

Uma equipa do Gabinete de Informação Financeira (GIF) visitou a Universidade Politécnica de Macau e a Universidade de São José onde organizou palestras intituladas “Conhecimentos sobre a prevenção do branqueamento de capitais entram nas escolas”. A iniciativa tem sido desenvolvida em várias instituições de ensino locais, com o pessoal do GIF a fazer uma apresentação das leis que regulam o tema, de forma a “aumentar a consciencialização dos professores e estudantes sobre a prevenção de branqueamento de capitais, transmitir-lhes os conhecimentos desse domínio, de forma descontraída e livre, através de partilha de casos, exibição de vídeos sobre a prevenção de actividades criminosas”. O GIF espera que “os estudantes possam, no futuro, integrar-se na área de combate ao branqueamento de capitais e ao financiamento ao terrorismo” e reforçar a “formação de novos profissionais neste domínio”.

FINANÇAS LANÇADA BOLSA DE VALORES ‘BLOCKCHAIN’ PARA PEQUENAS EMPRESAS

Quem dá mais?

Oantigo director da bolsa de valores de Hong Kong lançou no sábado em Macau uma nova bolsa, baseada em tecnologia ‘blockchain’, que quer ajudar micro e pequenas empresas chinesas a atrair investimento estrangeiro.

Ao contrário das bolsas convencionais, onde as transacções

envolvem títulos de dívida e acções de empresas, a Micro Connect (Macau) Financial Assets Exchange vai listar um novo produto financeiro: certificados que dão aos investidores uma parte das receitas diárias de empresas.

A Micro Connect disse no sábado que a bolsa já ajudou a investir mais de 120 milhões de

Li, de 61 anos, sublinhou que, segundo dados oficiais, a China tem actualmente cerca de 70 milhões de lojas e estabelecimentos comerciais, que representam 60 por cento do Produto Interno Bruto do país.

O empresário disse estar confiante que a bolsa “vai mudar o panorama financeiro global, ao apostar na economia digital avançada da China”.

Charles Li Xiaojia disse na cerimónia de lançamento que o objectivo é atrair, no espaço de 1 ano, 30 mil micro e pequenas empresas chinesas

A Micro Connect foi criada no início de 2021 e é apoiada, entre outros, pelo magnata do imobiliário Adrian Cheng Chi-kong e do bilionário Li Ka-shing, ambos da vizinha Hong Kong.

Aprovação em Novembro

As autoridades de Macau aprovaram no final de Novembro a criação da Micro Connect no território, que já conta desde 2018 com a Chongwa Financial Asset Exchange, uma bolsa para títulos de dívida.

O presidente da Autoridade Monetária de Macau, Benjamin Chan Sau San, disse no sábado, na cerimónia de lançamento, esperar que a nova bolsa ajude a atrair “investimento internacional” e sublinhou que o território quer apostar no “desenvolvimento de uma indústria financeira moderna”.

dólares americanos em mais de 2.800 lojas de venda ao retalho, alimentação, serviços, cultura e desporto, de mais de 200 marcas e cadeias.

O presidente da empresa, Charles Li Xiaojia, afirmou na cerimónia de lançamento que o objectivo é atrair, no espaço de um ano, 30 mil micro e pequenas empresas chinesas.

O Governo tem assumido a vontade de avançar com uma bolsa de valores denominada na moeda da China continental, o renminbi, nomeadamente para prestar serviços financeiros entre Pequim e os países de língua portuguesa.

A ‘blockchain’ é um registo descentralizado de transacções, uma base de dados digital, uma tecnologia subjacente à Bitcoin e a outras criptomoedas, mas que possui o potencial para suportar uma grande variedade de negócios.

sociedade 7 segunda-feira 27.3.2023 www.hojemacau.com.mo
A Micro Connect (Macau) Financial Assets Exchange vai permitir transaccionar certificados que dão aos investidores uma parte das receitas diárias de empresas chinesas

Budismo Chinês: Mentalismo

NUMA BREVE contextualização histórica do Budismo com características chinesas, acredita-se que este, fundado por Gautama Shakyamuni (c. 560c. 480 a.C.) príncipe indiano, afastado do poder real para nutrir a via espiritual, terá entrado na China na versão do Grande Veículo, Mahāyāna (大乘 Dà Chéng ), aquela que se desenvolveu a partir do século III a.C., surgindo como um alargamento de via, já que floresceu a partir do Pequeno Veículo, Hīnāyāna (小乘Xiǎo Chéng), na crença de ser possível renunciar à iluminação total em prol do benefício da humanidade, a favor da qual Budas cederiam o seu lugar a Bodhisattvas (菩萨/薩Púsà), seres que voltavam propositadamente as costas à dimensão transcendente para se manterem ao nível imanente a auxiliar todos aqueles que necessitam de apoio. Acredita-se ainda na versão popular que o Budismo terá chegado à China no século I, no reinado do Imperador Han Mingdi (汉/漢明帝, 28-75), na sequência de um sonho com um ser voador dourado, talvez uma visão de Buda, que o terá impulsionado a enviar emissários à Índia em busca das escrituras budistas. Mas segundo eminentes estudiosos do Budismo como o mestre budista Nan Huai-Chin defende em Basic Buddhism (1997), ou o pensador Daisaku Ikeda em The Flower of Chinese Buddhism(1986), esta filosofia religiosa ter-se-á consolidado na China com o estabelecimento da Escola da Terra Pura (净土 Jìngtǔ) pelo patriarca Hui Yuan ( 惠远遠, 334-416). Mas este não é ainda o budismo que se considera com características tipicamente chinesas, por várias razões, entre as quais a defesa de mentalismo parcial, em que a humanidade renasceria num paraíso buda, a Terra Pura, a terra do Buda Amitabha. Este é popularmente retratado com pele vermelha e uma tigela mendicante, que contém o elixir da longevidade/imortalidade (Alves, 2007: 92). Ele é o da infinita luz, que preside ao paraíso ocidental, onde os seres renascem, apenas na condição masculina, para atingirem o estado de iluminação perfeita.

Este tipo de Budismo, que pressupõe a unidade mental, mas que na prática implica uma visão parcial da existência onde o princípio masculino Yang (阳/陽), concretamente encarnado em homens, é privilegiado, bem como os métodos concretos de acesso à Terra Pura, nos quais se enfatiza a repetição do nome do Buda, as escrituras e seus mantras e a contemplação de várias imagens mentais, que vêm a distanciar a escola, bem como

uma outra, a da Plataforma Celestial ( 天台Tiāntái), fundada por Huiwen (惠 文) no século VI, daquela que se considera a linha budista mais representativa da mentalidade chinesa - o Budismo da Meditação ou Chan (禅 Chán), fundado por Bodhidharma (菩提达達摩) no séc. VI, tendo chegado à China durante a dinastia Liang (梁), vindo do Sul da Índia para a maioria dos estudiosos, mas há também quem lhe atribua nacionalidade iraniana e o suponha a entrar na China a partir da Ásia Central via a Rota da Seda.

De acordo com Fung Yu-lan/ Feng Youlan (馮友蘭冯友兰) no seu segundo volume de History of Chinese Philosophy (1983:390) todas as escolas da Meditação/Chan concordam em cinco pontos fundamentais: 1) a verdade última é inexprimível; 2) a via espiritual não pode ser ensinada; 3) nada se ganha, mas pode-perder se muito na e com a vida; 4) os ensinamentos budistas não contêm nada de especial; 5) o tao cultiva-se diariamente, transportando a água e cortando a lenha.

Se atentarmos bem, nestes cinco pontos que tornam tão característico este Budismo da Meditação chine-

sa, verificamos que ele ganha toda a sua especificidade no encontro com o Taoismo, já que também para os grandes filósofos taoistas a verdade última não é conceptualizável nem, portanto, nomeável. Também o Mestre taoista, o Santo (圣聖 n人Shèngrén) não ensina através de palavras, teorias ou doutrinas, mas com a sua postura silenciosa e modelar. Os taoistas não esperam que a vida lhes acrescente algo, mas temem sinceramente que lhe seja roubada a visão espontânea, natural, que lhes confere as melhores características, a virtude do Recém-nascido (婴儿/ 嬰兒Yīng’ér), manifestando uma imensa suavidade e flexibilidade. Além disso, também para os taoistas o melhor do mundo reside em -se ser simples, cumprir com todas as pequenas acções quotidianas que nos colocam no caminho da vida, afastando a morte.

O Budismo que cultiva a perspetiva mentalista e, simultaneamente, se oferece como um hino à vida simples do comum dos mortais, que rejeita escrituras e dogmas, bem como aforismos de grandes mestres e, em última análise todos os ensinamentos escritos, é, a meu ver,

o verdadeiro Budismo Chinês, aquele que no século XXI tem através das suas escolas, sugestivamente denominadas montanhas, beneficiado a sociedade, ao levar os seus membros a prolongarem a atuaçãos dos Bodhisattvas, empenhando-se ativamente em beneficiá-la através da criação e desenvolvimento de instituições sociais tão necessárias como escolas, hospitais, lares, etc. Mas voltemos ao ponto de partida de mentalismo chinês. A mente exercita-se por se desprender de todas as formas físicas e intelectuais, de modo a oferecer-se ao meditador como pura energia. Para trás ficou o ego, o senhor bélico que na caligrafia chinesa é re-apresentado como uma espada contra outra, o Eu (我 Wǒ) . Este só traz problemas por estar sempre pronto para uma boa luta, como a etimologia indica sem falhar. Como se adquire então a concentra- ção no poder mental? É seguindo mais uma vez os antigos ensinamentos taoistas, tranquilizando a mente, silenciando-a, bem como ao corpo, já que um e outro são inseparáveis, transformando a nossa forma física numa montanha, quieta, silenciosa e pacífica, de modo a

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Este espaço conta com a colaboração do Centro Científico e Cultural de Macau, em Lisboa, sendo que

com Características Chinesas

polir com calma e tranquilidade a mente, que de tijolo tosco se há-de transformar em espelho brilhante. O objectivo final é, recordemo-lo, unir a nossa energia mental à universal, através da postura correcta, do cultivo do Sopro Vital ( 气/氣). Os patriarcas da Escola Chan conheciam muito bem, por um lado, O Clássico das Mutações (易经/經 Yì jīng), por outro, os princípios básicos da filosofia taoista. Sabemos que entre os oito trigramas do Clássico das Mutações se encontra o Criativo/ Céu (乾Qián), o Receptivo, a Terra (坤Kūn) , a Montanha ( 艮Gèn) e o Fogo (离離 Lí), sendo estes os trigramas, que no seu jogo de composição hexagramático, nos levam ao entendimento dos princípios essenciais do Budismo Chinês. O corpo necessita de se imobilizar como uma montanha, de modo a dar origem ao poder mental, descrito como, fogo, lanterna, lâmpada a arder num monte escuro de mistério, que medeia entres dois princípios fundamentais, o Criativo celestial, figurado como um manto branco gelado, brilhante, cujo brilho a mente humana partilha como pérola, e uma terra negra, recetiva, palco passivo onde todas as transformações da energia celestial ocorrem. Assim se oferece o 56º hexagrama, o do Viajante (旅 lǚ) no Clássico das Mutações, constituído pelo trigrama na base Montanha tranquila (艮Gèn) e no topo pelo Fogo ( 离 離Lí) aderente, brilhante, activo e inteligente. O Fogo na Montanha, a fogueira a arder sob um solo tranquilo e pacificado será assim uma figuração adequada para o verdadeiro budista, um viajante tão impermanente como o mundo onde nasceu, que busca activamente a permanência através do seu poder mental.

É assim que julgo dever compreender-se a tese do sexto patriarca Huineng (慧 能, 638-713), retirada do Registo dos seus Diálogos (《六祖慧能語錄》) “uma lanterna brilhante pode afastar a escuridão de milhares de anos ”(一燈能除千 年暗Yī dēng néng chú qiānnián àn) (Jiang 1997: 36), sendo que a lanterna é naturalmente a mente iluminada. E Huineng completa a passagem com a seguinte afirmação: “Tal como uma lanterna brilhante pode afastar a escuridão de milhares de anos, assim a sabedoria pode extinguir centenas de milhares de anos de ignorância e estupidez.” (

energia mental una e pronta a fundir-se com unidade essencial e espiritual do coração-mente (心 xīn)que comanda o universo budista, em que Buda e o coração significam a mesma coisa, como nos ensina o quarto patriarca dos Chan, Daoxin (道信, 580-651) , nos Registo dos Diálogos do Quarto Patriarca (《四祖道

信語錄》) aquele cuja leitura etimológica do nome aponta para a “Confiança no Caminho ”, e esse tem de ser o Caminho do coração-mente (Jiang, 1997:12-15).

Um dos textos que considero mais emblemáticos da filosofia Chan é aquele em que o monge da dinastia Song Jingxuan (警玄, 943-1027) se refere a Um Pássaro Negro na Neve na Noite Escura (夜放鳥雞帶雪飛) do Registo dos Diálogos de Jingxuan (《警玄語 錄》) do Vol. 14 da Fusão das Fontes das Cinco Lanternas (《五燈會元》), também da dinastia Song, por reunir os opostos num jogo complementar, onde facilmente visualizamos uma espécie de Supremo Último (太极Tàijí), no qual um pássaro negro voa sobre a neve na noite escura, logo as únicas formas que permanecem são a máxima criatividade, aqui representada pela neve, já que o princípio celestial é branco em complementaridade com a telúrica e misteriosa escuridão. Procura-se reter o dinamismo perdendo as formas, sendo o poder mental como um espelho, um diamante, a neve, pérola branca, esta contém o conjunto das cores sem refectir especificamente qualquer delas, ou podendo fazê-lo a todas, e joga com um outro dinamismo, o do chão da noite e do pássaro negro. Este oferece-se como a ausência de forma e de cor, traduzindo a condição adequada ao coração-mente refletor, como de resto termina a passa-

gem na qual Jingxuan agradece ao Mestre por lhe mostrar como era o coração dele, um pássaro negro onde sobressai a neve na noite escura (Jiang, 1997: 345).

Um pouco antes dos primeiros patriarcas Chan viveu Santo Agostinho, o Bispo de Hipona e um dos nossos maiores patriarcas cristãos (354-430). Nasceu em África na atual Souk Aras da Argélia. Era de uma grande sensibilidade, intuição e afecto, valorizando a amor cristão acima de tudo. É dele o famoso aforismo ama e faz o que quiseres. Mas o amor ao qual ele se referia era altruísta, universal, capaz de ligar toda a humanidade, porque vindo diretamente de Deus. O autor de grandes obras religiosas como Confissões, Cidade de Deus e A Trindade, foi também um grande pensador filosófico da linha platónica, tendo-nos deixado nove diálogos, entre os quais aqui se distingue o último que nos ofereceu, O Mestre . Neste diálogo, esbatem-se as fronteiras entre a transcendência e a imanência, aproximando-o, por isso, da tradição oriental e, especificamente, chinesa. Há um mestre que ensina, Jesus, alcançável pela mente, explica Santo Agostinho ao filho Adeodato: “nessa luz interior da Verdade, de que é iluminado e goza aquele que se denomina homem interior” (1984: 71). A divindade habita no interior da pessoa e dá-se a conhecer diretamente através da mente, poder racional, coração ou buda. Afinal que diferença há entre Buda, o Homem Interior e o coração-mente? O certo é que todos estes nomes se deixam figurar por uma luz iluminante que permite contemplar diretamente a verdade, à maneira ocidental, ou a sabedoria através “ dessa visão íntima e pura, que conhece pela sua contempla-

ção o que eu digo, e não pelas minhas palavras” (Santo Agostinho, 1984: 71).

Assente fica que a verdadeira sabedoria habita no interior, na mente e que em ambas as linhas filosóficas se desconfia e muito das palavras. Assim, também no pensamento cristão agostiniano se privilegia a intuição, muito acima do discurso, para o conhecimento da realidade ou, como o filósofo lhe chama, das coisas: “Todo aquele porém que as pode intuir, esse interiormente é discípulo da Verdade.” (Santo Agostinho, 1984: 72).

Se a vida venturosa do cristão agostiniano, implica o conhecimento intuitivo e amor a este Mestre interior, não é menos verdade que a natureza é digna da melhor das contemplações enquan- to belíssimo sinal de Deus. É evidente que há grandes diferenças entre ambas as tradições e não chegamos com Santo Agostinho a uma visão imanentista e panteísta, mas sim ao método contemplativo que rejeita as palavras enquanto instrumento privilegiado da verdade, favorecendo, à maneira taoista e budista, a ligação direta à realidade sem interferências intelectuais, ou pelo menos tão poucas quando possível.

Por último, e num regresso ao nosso ponto de partida, reafirma-se que o budismo mais caracteristicamente chinês é o Chan, que habilmente equilibra e doseia os rigores mentalistas com um louvor incessante à natureza e a à vida, sendo por isso que o Mestre Chan Huiji (慧寂,807-883 ) defende estar a via de Buda no quotidiano ao qual somos ligados na sua expressão , “pelos olhos, ouvidos e nariz (眼 裏耳裏鼻裏)” (Jiang, 1997:250 ).

Bibliografia

• Alves, Ana Cristina. 2022. Cultura Chinesa, Uma Perspetiva Ocidental Coordenação de Carmen Amado Mendes. Coimbra: Almedina, Centro Científico e Cultural de Macau.

• 2007. A Mulher na China. Lisboa Tágide.

• Ikeda, Daisaku. Le Boudhisme en Chine Monaco: Éditions du Rocher, 1986.

• Nan Huai-Chin. 1997. Basic Buddhism. Exploring Buddhism and Zen. York Beach, Maine: Samuel Weiser, Inc.

• Jiang Lansheng. 1997. 100 Excerpts from Zen Buddhist Texts. 《禪宗語錄一百則》 Hong Kong: 商務印書館有限公司

年暗,

)(Ibidem), ou seja, a sabedoria é o fogo que arde sem se ver, pedindo emprestado o verso a Luís Vaz de Camões, mas que é justamente figurada por ele. Ora este fogoso saber vai permitir “derreter” todas as divisões, fronteiras e oposições, favorecendo a criação de uma

• S. Agostinho. 1984. O Mestre. Braga: Faculdade de Filosofia.

• Wilhelm, Richard (Trad.). 1989. I Ching or the book of changes. London: Arkana, Penguin Books.

• 張中鐸(編) (Zhang Zhongduo)《易经提要 白話解》台南市:大孚,民84.

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一燈能除千
一知惠能滅
as opiniões
expressas no artigo são da inteira responsabilidade dos autores. https://www.cccm.gov.pt/
Huike sentado atrás do Bodhidharma

TAIWAN | HONDURAS CORTE DE RELAÇÕES DIPLOMÁTICAS

ASHonduras anunciaram ontem o corte das relações diplomáticas com Taiwan, 11 dias depois de indicarem que iam estabelecer laços oficiais com Pequim.

O chefe da diplomacia das Honduras, Enrique Reina, “sob instruções da Presidente da República [Xiomara Castro], comunicou a Taiwan a decisão de cortar as relações diplomáticas” entre os dois territórios, disse o ministério dos Negócios Estrangeiros em comunicado. Agora restam apenas 13 nações que reconhecem oficialmente Taiwan.

O anúncio surge dois dias após uma visita a Pequim de Reina para discutir o estabelecimento de laços diplomáticos bilaterais. Na rede social Twitter, a 14 de Março, Xiomara Castro anunciou que tinha pedido a Enrique Reina que estabelecesse relações oficiais com a China.

“O Governo da República das Honduras reconhece a existência de apenas uma China no mundo, e que o Governo da República Popular da China é o único governo legítimo a representar toda a China”, disse o ministério dos Negócios Estrangeiros hondurenho. Taiwan é uma parte inalienável do território chinês”, prosseguiu o ministério, acrescentando que desde ontem comprometeu-se “a não ter relações ou contactos de natureza oficial com Taiwan”.

UCRÂNIA MACRON NA CHINA PARA TRABALHAR COM XI NO SENTIDO DE “REGRESSO À PAZ”

Procurar harmonia

Emmanuel Macron visita o país no princípio de Abril. Além de Pequim, o Presidente francês vai também a Cantão. Na agenda, leva a questão da guerra na Ucrânia, mas também as crises internacionais no Médio Oriente, em África e as tensões na zona do Indo-pacífico

CONVOCATÓRIA

(Alteração da data)

Nos termos do n.º 1 do artigo 14.º dos Estatutos de Matadouro de Macau, S.A.R.L., notifica-se a todos os membros da Assembleia Geral que a sessão em epígrafe será alterada para o dia 30 de Março de 2023, pelas 9h30, na sede da Sociedade, sita na Estrada Marginal da Ilha Verde, s/n, Macau, mantendo-se inalterada a seguinte ordem do dia:

Ordem de trabalhos

1. Deliberar sobre o relatório do Conselho de Administração, o do Conselho Fiscal, e as contas relativas ao exercício do ano de 2022;

2. Outros assuntos de interesse para a sociedade.

Aos 23 de Março de 2023.

Presidente da Mesa da Assembleia Geral Zhang Jie

Hong Kong Uma centena a marchar pelo oceano

Várias pessoas marcharam ontem nas ruas de Hong Kong, na primeira manifestação autorizada em três anos, apesar de regulamentos policiais rigorosos. Os residentes de Tseung Kwan O Town, uma das novas cidades de Hong Kong construídas principalmente em terra recuperada do mar, marcharam para proteger o oceano. As exigências incluem a denúncia da construção de instalações “desagradáveis”, que consideram como políticas ambientais contraditórias. Os manifestantes, usando identificação visível, marcharam pelas ruas ao longo de uma rota de isolamento, sob a vigilância de dezenas de agentes de segurança. As autoridades limitaram a marcha a cerca de 100 pessoas, embora mais de 300 tivessem solicitado a sua adesão. Além disso, a polícia alertou para o risco de “criminosos” se infiltrarem no evento para instigar a violência, informou o Posto da Manhã do Sul da China. O protesto foi o primeiro desde 2020 contra uma política governamental e surge depois de todas as restrições devido à covid-19 terem sido levantadas.

OPresidente francês vai utilizar a sua “visita de Estado” à China entre 05 a 08 de Abril para trabalhar com o seu homólogo chinês “no sentido de um regresso à paz” na Ucrânia, indicou sexta-feira o Eliseu.

VISITA PEDRO SÁNCHEZ VÊ «PONTOS DE INTERESSE»

NA PROPOSTA DE CESSAR-FOGO DA CHINA

Oprimeiro-ministro de

Espanha, Pedro Sánchez, disse sexta-feira que a proposta da China para o cessar-fogo na Ucrânia tem “pontos de interesse”, mas insistiu que apoia o plano do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

“Espanha e a Europa apoiam o plano de paz proposto pelo Presidente Zelensky porque entendemos que é o plano que pode garantir uma paz duradoura e justa”, disse Sánchez, numa conferência de imprensa em Bruxelas, após a reunião de dois dias do Conselho Europeu, que sexta-feira terminou na capital belga.

O líder do Governo espanhol, que na próxima semana visitará Pequim e irá reunir-se com o Presidente chinês, Xi Jinping, afirmou que “o que a China propôs não é um plano de paz” para

a Ucrânia, mas “um documento de posicionamento, daquilo que considera que é necessário para se conseguir alcançar a paz”.

Sánchez considerou que a proposta chinesa tem “alguns pontos de interesse”, dois deles fundamentais, como o compromisso de não utilização de armas nucleares no conflito e um “apelo ao respeito da integridade territorial”, o que disse interpretar como um

pedido de respeito pela Carta das Nações Unidas. “É importante conhecer em primeira mão, por parte do Presidente Xi Jinping, os significados que estão por trás destes pontos”, acrescentou, na mesma conferência de imprensa, transmitida nas redes sociais do Governo espanhol.

“A China é um actor global e evidentemente a sua voz deve ser ouvida para vermos se entre todos podemos pôr fim a esta guerra e a Ucrânia recupera a sua integridade territorial”, violada pela Rússia com a ofensiva iniciada em 24 de Fevereiro de 2022, defendeu.

Pedro Sánchez estará na China nos dias 30 e 31 de Março, para participar num fórum económico e de líderes da Ásia-Pacífico na ilha de Hainan e para uma visita oficial a Pequim.

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A viagem de Emmanuel Macron será repartida entre Pequim, onde se reunirá com o Presidente chinês Xi Jinping, e Cantão, anunciou a presidência francesa, assegurando que Macron está “comprometido em manter um diálogo constante e exigente com a China”.

Esta deslocação no início de Abril foi anunciada em Fevereiro pelo Presidente, mas das datas e as deslocações no país asiático ainda não tinham sido reveladas.

“Os Presidentes francês e chinês vão manter um diálogo aprofundado sobre a guerra na Ucrânia para tra-

“Os Presidentes francês e chinês vão manter um diálogo aprofundado sobre a guerra na Ucrânia para trabalhar no sentido de um regresso à paz e no respeito do direito internacional, em particular a soberania da integridade territorial da Ucrânia.”

“A visita terá três segmentos principais: as questões estratégicas e crises internacionais, a cooperação face aos grandes desafios mundiais e as relações económicas.”

COMUNICADO DO ELISEU

balhar no sentido de um regresso à paz e no respeito do direito internacional, em particular a soberania da integridade territorial da Ucrânia”, prosseguiu o Eliseu. Xi Jinping deslocou-se esta semana à Rússia onde manifestou o seu apoio reforçado ao Presiden-

BRASIL MNE CHINÊS DESEJA “RÁPIDA RECUPERAÇÃO”

A LULA DA SILVA APÓS ADIAMENTO DA VIAGEM

Oministério

Ucrânia, a utilizar a sua influência sobre Moscovo para convencer Vladimir Putin a sentar-se à mesa das negociações com Kiev.

Novas dinâmicas

Segundo a presidência francesa, as discussões no início de Abril “também vão abranger as crises internacionais no Médio Oriente, em África e as tensões na zona do Indo-pacífico”.

“A reabertura da China após a pandemia permite a oportunidade de relançar a dinâmica das relações franco-chinesas em todos os domínios, num momento em que as tensões e as crises internacionais necessitam mais que nunca de fornecer um novo horizonte a esta parceria estratégica”, assinala o texto.

“A visita terá três segmentos principais: as questões estratégicas e crises internacionais, a cooperação face aos grandes desafios mundiais e as relações económicas”.

Macron anunciou sexta-feira durante uma conferência de imprensa em Bruxelas que a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, estará presente “numa parte do programa” em nome da “unidade europeia”, e “condição indispensável à construção de uma parceria equilibrada com a China”.

dos Negó -

cios Estrangeiros chinês desejou ontem uma “rápida recuperação” ao Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, que decidiu no sábado adiar por razões de saúde a sua viagem à China, onde deveria ter chegado ontem.

Num comunicado, o ministério dos Negócios Estrangeiros chinês manifestou “compreensão e respeito” pela decisão do Presidente, que está a recuperar de “broncopneumonia bacteriana e viral devido à gripe A”.

As autoridades chinesas permanecerão em contacto com o Brasil relativamente à visita, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O Governo brasileiro anunciou numa nota no sábado que “devido a recomendações médicas, o Presidente Lula decidiu adiar a sua viagem à

China”. O adiamento já foi comunicado às autoridades chinesas com a reiteração do desejo de agendar a visita para uma nova data”.

O líder progressista de 77 anos já tinha anunciado na sexta-feira que iria adiar a sua

viagem ao gigante asiático por um dia devido a “uma ligeira pneumonia”.

Lula deveria viajar para a China, o maior parceiro comercial do Brasil desde 2009, com vários dos seus ministros, uma delegação recorde de 240 homens de negócios e cerca de 50 congressistas.

A visita estatal incluiu actividades em Pequim e Xangai, incluindo uma reunião com o seu homólogo chinês, Xi Jinping, e um fórum económico com entre 400 e 500 homens de negócios de ambos os países.

Na reunião com Xi, estavam previstos cerca de 20 acordos nas áreas do comércio, protocolos fitossanitários, tecnologia, desenvolvimento, transição energética e outras áreas de colaboração no quadro da parceria estratégica bilateral.

te russo Vladimir Putin face aos ocidentais. Antes, Pequim tentou garantir uma função de mediador no conflito ucraniano ao avançar com as suas propostas de paz.

A França pretende por sua vez convencer a China, que nunca denunciou a invasão russa da

“Trata-se ainda de fornecer um novo impulso à cooperação franco-chinesa face aos desafios globais para os quais é indispensável um forte envolvimento da China tendo em consideração o impacto do seu desenvolvimento sobre o restante planeta”, como o clima e a biodiversidade, sublinhou o Eliseu.

RÚSSIA ALIANÇA MILITAR COM A CHINA NEGADA

OPresidente da Rússia, Vladimir Putin, negou ontem uma possível aliança militar com a China, na guerra da Ucrânia, e garante que suas relações neste âmbito com Pequim limitam-se apenas à cooperação geral.

Vladimir Putin esclareceu os rumores que apontavam para uma possível ligação militar entre os dois países, relativamente à guerra na Ucrânia, após a visita a Moscovo do seu homólogo da China, Xi Jinping.

“Mantemos uma relação no domínio da cooperação técnico-militar, não a ocultamos, mas é transparente, não há nada secreto”, assegurou o Presidente, numa entrevista ao Rossiya 24 recolhida pelas agências TASS e Interfax.

O Presidente da Rússia insistiu que aquilo que a

Rússia tem com a China “não é uma aliança militar. É absolutamente falso”.

Por outro lado, Vladimir Putin acusou os Estados Unidos de estar a levar a cabo um plano para “globalizar” as suas alianças, numa coligação internacional para além da Organização do Tratado do Atlântico Norte [NATO na sigla em inglês] contra os interesses russos, ao estilo das potências do Eixo durante a Segunda Guerra Mundial, em relação ao

Reich alemão de Hitler, Itália e Japão.

“O que os Estados Unidos estão a fazer? Eles estão a criar cada vez mais novas alianças, e isso dá aos analistas ocidentais e aos políticos ocidentais, razões para dizer que o Ocidente está a construir novos ‘eixos’”, acrescentou, numa entrevista.

O Presidente da Rússia recordou que, em 2022, a NATO acordou um novo conceito estratégico para o desenvolvimento do bloco “onde está escrito directamente que a NATO vai desenvolver relações com os países da região da Ásia-Pacífico, com países como Nova Zelândia, Austrália e Coreia do Sul”.

“Neste documento eles declaram a sua intenção de criar uma ‘NATO global’. Como chamamos isso?”, concluiu.

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segunda-feira
27.3.2023

HONG KONG EXPOSIÇÃO DE JOAN MIRÓ PATENTE NO HKMOA ATÉ 28 DE JUNHO

Um amor moderno

O Hong Kong Museum of Art apresenta a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life”, patente ao público até 28 de Junho. A mostra de um dos mais importantes artistas surrealistas reúne 94 obras, entre pintura, escultura, desenho, trabalhos com têxteis, litografias, entre outros

COM o fim das restrições impostas por três anos de combate à pandemia, regressaram os grandes eventos culturais a Hong Kong. Exemplo cimeiro desse retorno fulgurante é a exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” que está em exibição no Hong Kong Museum of Art (HKMoA) até ao dia 28 de Junho.

As obras podem ser visitadas na “Special Gallery”, no segundo piso do HKMoA, localizado no nº10 da Salisbury Road, em Tsim Sha Tsui, Kowloon.

A mostra que conta com o patrocínio do The Hong Kong Jockey Club apresenta um vasto leque de obras, numa colecção eclética de um dos mais reputados artistas modernos do século passado, ao lado de vultos artísticos como Pablo Picasso e Salvador Dalí.

O Departamento de Serviços Culturais e Lazer (LCSD na sigla em inglês), do Governo de Hong Kong, destaca o “estilo artístico singular de Miró, que consegue transformar objectos do quotidiano, como fios ou folhas secas, em extraordinárias obras de arte”.

O departamento do Executivo de John Lee aponta ainda o inconfundível uso de coloridas formas geométricas aliadas a linhas simples que criam trabalhos apelativos até para crianças.

O Governo da região vizinha refere que o objectivo da exposição “Joan Miró – The Poetry of Everyday Life” é revelar a forma como a imaginação de Miró estabeleceu uma ponte entre a arte e a vida.

A mostra que foi inaugurada no passado dia 2 de Março, reúne 94 obras, entre pinturas, esculturas, desenhos, trabalhos de têxteis, pósteres, litografias e outras formas de expressão artísticas oriundas do acervo da Fundació Joan Miró.

Visão local

Além da quase uma centena de obras do mestre catalão, o HKMoA lançou um convite a

Albergue SCM Seminário sobre design tridimensional

O Albergue SCM acolhe no próximo sábado, 1 de Abril, o seminário “The Power of Three-dimensional Design”, conduzido pelo arquitecto Siza Cham. O evento organizado pelo Círculo dos Amigos da Cultura de Macau decorre entre as 14h30 e as 17h10 no Hall D1 do Albergue SCM, e será apresentado em cantonês. A palestra tem um custo de admissão de 500 patacas, enquanto membros da Associação de Arquitectos de Macau e da Associação dos Engenheiros de Macau pagam 300 patacas. A organização do evento adverte para a escassez de lugares sentados, apelando ao registo antecipado para assistir à palestra.

DIA DO TEATRO EM BUSCA DA ESSÊNCIA PERDIDA

Amensagem internacional do Dia

Mundial do Teatro, que se assinala hoje, apela à união dos profissionais para que despertem “a consciência do mundo” de modo a “encontrar a essência perdida da Humanidade”.

Assinada pela actriz egípcia Samiha Ayoub, a mensagem do Instituto Internacional do Teatro (ITI, na sigla original em inglês), aponta ao estado do mundo, “a esta vil imagem de brutalidade, racismo, conflitos sangrentos, formas de pensamento único e de extremismo”, e visa o reencontro com o ser humano livre e tolerante, reconhecendo no teatro e na sua capacidade da representação da vida, sob todas as perspetivas, a possibilidade de “enfrentar as trevas da ignorância e do extremismo”.

dade”, escreve a actriz egípcia escolhida pelo ITI para redigir a mensagem oficial do Dia Mundial do Teatro 2023.

“Por estarmos na vanguarda da confrontação com tudo o que é feio, sangrento e desumano [...] com tudo o que é belo, puro e humano [...], somos nós, e mais ninguém, quem tem a capacidade de espalhar vida”, frisa a actriz, exortando os profissionais a agir “em nome de um só mundo, de uma só Humanidade”.

A actriz defende que nunca como agora os seres humanos estiveram “tão estreitamente ligados uns aos outros”, nem “tão dissonantes”, apontando assim “o paradoxo dramático que o mundo contemporâneo impõe”.

artistas locais para criarem novos trabalhos que prestem um tributo às obras-primas de Miró, complementando a exposição com uma perspectiva de Hong Kong.

O Governo da RAEHK destaca a obra do artista GayBird

que, inspirado no simbolismo poético de Miró, criou uma série de instalações multimédia que procuram explorar som e imagem, transformando-os em símbolos.

Partindo da busca do mestre catalão por métodos revolucionários de uso de diferentes materiais enquanto veículos de expressão artística, a artista Leelee Chan apresenta uma escultura abstracta construído com “materiais pouco convencionais”, salienta o LCSD.

A mostra conta também com um cenário de “realidade aumentada” inspirado no imaginário visual de Miró.

Além disso, o HKMoA seleccionou e colocou em exposição obras de Zao Wou-ki, Wu Guanzhong, Luis Chan e

Ha Bik-chuen da sua própria colecção na mesma galeria “para destacar as semelhanças e diferenças entre artistas chineses e ocidentais na compreensão da arte abstracta, criando um diálogo único entre o Oriente e o Ocidente”.

Serão também fornecidas legendas e orientações adicionais para crianças em idade escolar para tornar a arte mais acessível a visitantes de diferentes origens e idades. Os visitantes poderão também criar a sua própria arte através de instalações multimédia concebidas como um parque infantil, permitindo-lhes experimentar o processo criativo de Miró.

Os bilhetes para a exposição custam entre 30 e 15 dólares de Hong Kong. João Luz

“Convido-vos a levantarem-se todos juntos, de mãos dadas e, ombro a ombro, gritarem bem alto, como é hábito fazermos nos palcos dos nossos teatros, e a deixarem sair as nossas palavras para despertar a consciência do mundo inteiro, para encontrar em nós mesmos a essência perdida da Humani-

Apesar das actuais formas de comunicação, “que venceram todas as fronteiras geográficas, os conflitos e as tensões a que o mundo assiste ultrapassaram os limites da percepção lógica e criaram, no meio dessa aparente convergência, uma divergência fundamental que nos afasta da verdadeira essência da humanidade”, escreve Samiha Ayoub.

eventos 13
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A mostra apresenta um vasto leque de obras de um dos mais reputados artistas modernos do século passado, ao lado de vultos artísticos como
Pablo Picasso e Salvador Dalí

UM FILME HOJE

“BLACKKKLANSMAN” | SPIKE LEE

“BlacKkKlansman” conta a história real de um polícia negro, o primeiro facto raro na América dos anos 1970, que consegue infiltrar-se no Ku Klux Klan, a partir de um inusitado primeiro contacto telefónico. Após longas conversas ao telefone, Ron Stallworth ganha a confiança dos líderes do grupo racista e consegue infiltrar-se. Outro colega, por acaso judeu, veste a sua pele nas reuniões presenciais da organização para a sabotar a partir do interior. Hoje Macau

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Gonçalo Waddington; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; João Romão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

Notificação Edital (execução coactiva)

N.º

Lei Sio Peng, Chefe do Departamento de Inspecção do Trabalho, manda que se proceda, nos termos do n.º 3 do artigo 9.º e artigo 11.º do Regulamento Administrativo n.º 26/2008 - “Normas de funcionamento das acções inspectivas do trabalho”, conjugados com o n.º 2 do artigo 72.º e n.º 2 do artigo 136.º do Código de Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, à notificação da transgressora Companhia de Grupo de De Ying Hui, Limitada, n.º de Registo Comercial SO 78544, com sede na Alameda Dr. Carlos d´Assumpção n.ºs 181-187, Centro Comercial do Grupo Brilhantismo, 7.º andar Q – V, Macau, do Auto de Notícia n.º AT-140/2023/DIT, para no prazo de 15 (quinze) dias, a contar do primeiro dia útil seguinte ao da publicação da presente notificação edital, proceder ao pagamento da multa aplicada no aludido auto, no valor de MOP$25.000 (vinte e cinco mil patacas), por prática das transgressões nos termos do n.º 3 do artigo 62.º e artigo 77.º da Lei n.º 7/2008 – “Lei das relações de trabalho”, e punida nos termos da alínea 6) do n.º1 e alínea 5) do n.º 3 do artigo 85.º da mesma Lei. Deve a transgressora efectuar aos pagamentos das quantias em dívida a trabalhadora HUANG YUTING dentro do mesmo prazo, no valor total de MOP$60.104,90 (sessenta mil, cento e quatro patacas e noventa avos). Por outro lado, deve a transgressora apresentar ao DIT os comprovativos dos pagamentos acima referidos nos 5 (cinco) dias subsequentes ao do termo do prazo acima referido.

A transgressora acima mencionado poderá, dentro das horas normais de expediente, levantar as cópias dos Autos, a notificação, os mapas de apuramento das quantias em dívida à referida trabalhadora e as guias de depósito, no Departamento de Inspecção do Trabalho, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado, n.ºs 221-279, Edifício “Advance Plaza”, 1.º andar, Macau, sendo-lhe também facultada a consulta do processo n.º 355/2023, mediante requerimento escrito.

Decorridos os prazos acima referidos, a falta de apresentação dos documentos comprovativos dos pagamentos efectuados, implica a remessa por este DIT, nos termos legais, os respectivos documentos ao juízo.

Departamento de Inspecção do Trabalho, aos 21 de Março de 2023.

A Chefe do Departamento, Lei Sio Peng

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MÚSICA MELÓDICA FLUINDO DE DIZI: PAISAGENS DE UM MANIFESTO NOSTÁLGICO

SEMPRE É um prazer muito grande entrar em uma sala de concerto, esses espaços dedicados à escuta, em que podemos nos recolher para melhor ouvir a nós mesmos – e à respiração dos outros. Lugares em que, por alguns minutos, estamos protegidos do mundo e seu ruído externo, nos quais somos convidados à expressão de uma interioridade solene quase silenciosa, não fosse o ecoar da música.

Gosto de pensar nas salas de concertos como templos religiosos: vãos arquitetônicos oferecidos às divindades da música, lugares consagrados aos misticismos sonoros e seus espíritos. Sítios onde assumimos uma postura reverente perante aquilo que ali se materializa, partilhando com seus sacerdotes, chamados músicos, o maná que flui dali.

Em Macau, temos o privilégio de ter um Centro de Artes com salas muito bem preparadas para esse tipo de culto, nas quais podemos apreciar com grande qualidade a música repercutida em seus espaços. Uma delas é o Pequeno Auditório – que não tem nada de pequeno: uma sala contemporânea com arquitetura sóbria, cadeiras confortáveis e boa distribuição acústica. Foi nesse espaço que, neste fim de semana, pudemos ouvir ao concerto Música melódica fluindo de Dizi, com a Orquestra Chinesa de Macau, em um programa conduzido pelo maestro Zhang Lie com solos de Li Feng, tocando banhu, e Dai Ya tocando dizi. Um concerto que nos levou a passear por várias das paisagens chinesas, tendo sempre Macau como porto de chegada.

Uma seleção de obras que permitiu observar como é sofisticado o trabalho da percussão nas composições musicais chinesas. Um trabalho que, no conjunto de composições escolhidas, opera função sonora por vezes mais harmônica do que rítmica, criando climas e atmosferas que em orquestras ocidentais seriam sustentados

pelo naipe de cordas, com baixos, violinos, violas e violoncelos. As cordas chinesas, nas quais se acomoda o banhu, instrumento com sonora singularidade, assumiram um forte potência rítmica, deixando a melodia, como sopro etéreo – como ânimo e alma – aos cuidados das flautas de bambu, conhecidas como dizi – nome do instrumento que compõe parte importante do título do concerto. Um instrumento que seria vigorosamente executado por Dai Ya, com o virtuosismo pelo qual é conhecido, na segunda parte do programa, dando corpo à composição Amor em Qinchuan, de Zeng Yongqing.

Por alguma razão misteriosa, o concerto no Pequeno Auditório de Macau remeteu-me a Sala Manuel Ponce, do Palácio de Bellas Artes da Cidade do México, um prédio histórico suntuoso, arquitetonicamente

muito distinto desses espaços mais clean que compõem o Centro de Artes de Macau. Essa sensação de transposição talvez tenha surgido porque nas duas salas de concerto eu tenha visto espetáculos em que músicos da orquestra usavam a voz como elemento sonoro. Em uma das músicas do primeiro bloco, o corpo dos músicos vocalizou, em uníssono, um urro, que funcionava, no desenvolvimento formal da música, como um elemento enérgico culminador dum clímax. Aqui, uma espécie de ‘hai’; lá, uma espécie de ‘ola’. Assim como os espaços arquitetônicos podem ser postos em contraste, também a natureza dos corpos em transe musical podem ser contrastados: aqui, um corpo asiático que, operando pela estratégia da contenção, vai organizando dentro de si o som como força que vem de dentro. Lá, um corpo sul-americano que,

permitindo que dele extravase aquilo que já não se comporta, vai operando por transbordamento: no México, um corpo que dança. Em Macao, um corpo que caligrafa.

Faço essa analogia, porque os temas das itinerâncias, dos encontros, da celebração e da mestiçagem estão de alguma forma presentes como força estruturante desse programa. Bem como o tema da espiritualidade, que aparece explícito na escolha da obra Flying Apsaras, de Zhao Jiping.

Também a performance do solista Li Feng no banhu expressa bem esses sentidos: o som que escutamos não saí exatamente de seu instrumento; apenas passa por ele. Um instrumento que é em si uma continuidade desse corpo contido, que corta em si uma fresta, permitindo que possamos observar – e nos conectar solidariamente – aos humores e afetos de sua alma invisível, que só pode se fazer manifesta pelo domínio delicado de um instrumento.

A própria música que executa, Rapsódia de Macau n. 3, é um signo do transe das misturas – apresentando uma cultura milenar chinesa que operou não apenas por repetição e enclausuramento, mas também por assimilação e abertura, obra composta por Kwan Nai-chung a partir de uma série de procedimentos de citação e assemblagem de músicas clássicas orientais e ocidentais, de temas operísticos e populares, buscando emular na linha melódica do banhu aquela grave tristeza emitida pela voz da fadista portuguesa, reconfigurando esses arabescos para chegar a uma paisagem sonora cantonesa, revelada como porto musical pelo qual todos passam e se reúnem harmonicamente. Essa música se mostra, portanto, como um manifesto, tão nostálgico quanto a antiga forma de soar das guitarras portuguesas – que cada vez se escutam menos. Imaginar os sons do futuro é urgente.

vozes 15 segunda-feira 27.3.2023 www.hojemacau.com.mo

NEGÓCIOS ÊXODO LUSÓFONO DA CHINA É OBSTÁCULO

EMPRESÁRIOS

disseram à Lusa que o êxodo de cidadãos lusófonos da China durante a pandemia de covid-19 pode atrasar o reforço dos laços económicos entre os dois lados durante a retoma da economia chinesa.

O presidente da Câmara Brasil-China de Comércio, Indústria, Serviço e Inovação (BraCham, na sigla em inglês) estima que entre 30 por cento a 40 por cento dos “200 e poucos” empresários brasileiros partiram devido às restrições impostas por Pequim para controlar o novo coronavírus.

“Por questões familiares, acabaram por abandonar a China e voltaram ao Brasil”, explicou à Lusa Henry Osvald, empresário radicado em Guangzhou. Entre 15 a 20 por cento das empresas brasileiras na China acabaram por fechar portas e, no caso de mais “20 a 30 por cento”, o proprietário preferiu continuar as operações a partir do Brasil, referiu o líder da Bracham.

Mas Henry Osvald prevê que, dos empresários brasileiros que residiam na China antes da pandemia, “pouquíssimos devem regressar”, até porque o custo de vida nas grandes cidades chinesas “é bastante elevado comparado com o Brasil”.

Também em Macau se notou durante a pandemia um agravamento da tendência de “saída de portugueses” sem serem “substituídos por novos portugueses”, disse à Lusa o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa. “Essa é uma grande dificuldade de um empresário [português] interessado em constituir uma empresa em Macau: encontrar talento disponível para fazer a gestão dos seus interesses”, lamentou Bernardo Mendia.

O empresário espera que, durante a visita de Ho Iat Seng a Portugal, entre 18 e 22 de Abril, haja uma “conjugação de esforços” para “apostar mais no uso da língua portuguesa e na atracção de talentos que falem português”. Inverter a tendência de êxodo lusófono, algo que “coloca em causa a singularidade de Macau”, serviria também para “reforçar o próprio projecto” do Fórum Macau, acrescentou.

FMI PEQUIM INCENTIVADO A FAVORECER CONSUMO

Achefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva, saudou ontem a forte contribuição da China para o crescimento global em 2023, mas exortou Pequim a reequilibrar a sua economia para o consumo.

O FMI espera que o Produto Interno Bruto (PIB) do gigante asiático cresça 5,2por cento este ano, um desempenho tornado possível pela normalização gradual da atividade após o levantamento das restrições anti-covid no país em Dezembro.

As vinte velas

Fórum Macau procura novo ímpeto sino-lusófono e reconhecimento aos 20 anos

OFórum para a Cooperação Económica e Comercial entre a China e os Países de Língua Portuguesa (Fórum Macau), que celebra hoje 20 anos, precisa de “novo ímpeto” e maior reconhecimento, disseram empresários à Lusa.

Os três anos de pandemia “foram muito prejudiciais” para os negócios com a China, devido à política de ‘zero covid’, que impôs restrições às entradas no país, disse o secretário-geral da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa (CCILC).

A “impossibilidade de ter um contacto directo, através de iniciativas presenciais, obviamente afecta sobretudo a confiança que é essencial para se fazer negócios”, explicou à Lusa Bernardo Mendia.

Pequim começou a levantar as restrições em meados de Dezembro e actualmente “está toda a gente de negócios aqui em Portugal a regressar à China para retomar as relações”, disse o empresário. “Há uma procura muito acima do que era antes”, acrescentou.

Também o Brasil “tem muito interesse” em aproveitar a retoma económica, o aumento do consumo e a capacidade de investimento da China, disse à Lusa o presidente da

Câmara Brasil-China de Comércio, Indústria, Serviço e Inovação (BraCham, na sigla em inglês).

Henry Osvald, radicado em Guangzhou desde 2004, deu como exemplo a presença de cerca de 200 empresários na comitiva que o Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, vai levar numa visita oficial à China.

Com a reabertura da China, Bernardo Mendia acredita que, “pelas declarações, existe um novo ímpeto” para o Fórum Macau, dando como exemplo a nomeação, a partir de 15 de Março, de uma nova delegada de Portugal na instituição, Márcia Cordeiro Guerreiro.

“Esperamos que o Fórum Macau retome rapidamente as actividades e o propósito para que foi criado”, disse o líder da CCILC.

“As grandes empresas não têm necessidade de recorrer a plataformas económicas e políticas, porque têm um grande poder, todas as empresas têm interesse em trabalhar com eles”, sublinhou o português.

Vantagens locais

Henry Osvald concordou e lembrou que as gigantes brasileiras, como a companhia de carnes JBS e a produtora de celulose Suzano, continuaram a exportar para a China durante a pandemia.

Mas quanto aos pequenos e médios empresários, “esses sim beneficiam quando este tipo de entidades está activa e quando o ambiente é propício para que os negócios possam acontecer”, disse Bernardo Mendia.

Macau tem “uma série de vantagens” em comparação com a China continental, incluindo a presença da língua portuguesa, de advogados portugueses e de bancos portugueses, assim como vantagens fiscais, disse o secretário-geral da CCILC. No entanto, “ainda falta um pouco de organização, de estruturação” às autoridades de Macau para promover as vantagens do território, disse Henry Osvald.

A BraCham já participou em eventos organizados pelo Governo de Macau na vizinha Hengqin (ilha da Montanha) mas o presidente da instituição diz que o Brasil ainda pensa na cidade apenas como um destino turístico, “a Las Vegas da Ásia”.

“Da parte do Brasil, tanto do Governo como do sector privado, acho que há total interesse” em fazer negócios através de Macau, disse Osvald. Mas as empresas brasileiras “continuam a ir directamente à China porque existe esse livre acesso e uma clareza muito maior”, acrescentou.

“Esta forte recuperação significa que a China deverá ser responsável por cerca de um terço do crescimento global em 2023, o que proporcionará um impulso bem-vindo à economia mundial”, disse Kristalina Georgieva, que discursava num fórum em Pequim. No entanto, Kristalina Georgieva apelou à China “para aumentar a produtividade e reequilibrar a economia, afastando-a do investimento para um crescimento mais orientado para o consumo”.

Georgieva disse que isto era mais sustentável, menos dependente da dívida e que ajudaria a enfrentar os desafios climáticos.

“Para o conseguir, o sistema de protecção social deveria desempenhar um papel central, aumentando os subsídios de saúde e de desemprego para amortecer os choques domésticos”, argumentou.

Kristalina Georgieva também pediu “reformas” para “nivelar as condições de concorrência entre o sector privado e as empresas estatais”, sendo estas últimas tradicionalmente favorecidas pelo Estado.

segunda-feira 27.3.2023
MACAO
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2023
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澳門冠軍賽2023 由銀河娛樂集團呈獻
CAMPEÕES
Bernardo Mendia, Câmara de Comércio e Indústria Luso-Chinesa “A impossibilidade de ter um contacto directo, através de iniciativas presenciais, obviamente afecta sobretudo a confiança que é essencial para se fazer negócios.”

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