Hoje Macau 27 ABR 2016 #3560

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ PUB

Esperar sentado

MOP$10 SOFIA MOTA

AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

PLANO DIRECTOR

QUARTA-FEIRA 27 DE ABRIL DE 2016 • ANO XV • Nº 3560

ZHANG BIN

O furor da utopia ENTREVISTA

PÁGINA 8

UE | RELATÓRIO

MACAU NAS GARRAS DO JOGO GRANDE PLANO

A saúde financeira PÁGINA 7

OPINIÃO

24 ou 26? PUB

FERNANDO ELOY

ARRENDAMENTO PROJECTO QUER FIXAR AUMENTOS ATÉ 30%

PARECERES E MORAIS

Apesar de previsto que o limite do aumento das rendas estivesse de acordo com a inflação, os autores do projecto de Lei do Arrendamento, entregue na AL, vêm agora propor que a subida possa ser fixada com base nos limites aplicados à cobrança de juros legais. PUB

PÁGINA 4

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BNU

hojemacau


2 GRANDE PLANO DEPENDENTES DA MAMÃ

A dependência da RAEM do continente é um dos focos no Relatório Anual da Comissão Europeia sobre Macau, que diz que o território continua a precisar da China, tanto ao nível da economia, como dos terrenos e até do ambiente. “A integração e a cooperação económica de Macau com a China continental avançaram rapidamente, sobretudo na província de Guangdong, o que ajudou a ultrapassar a escassez de terrenos e de recursos humanos em Macau”, mas o território “tem de se modernizar e a sua eficácia deve ser reforçada”, indica a UE, que diz que estão a ser dados os primeiros passos nesse sentido, com o anúncio da reforma administrativa. A necessidade de cooperação regional, nomeadamente com o continente, é apontada no relatório até no que diz respeito ao ambiente, além do papel de plataforma de Macau. “As autoridades da RAEM consideram que a cooperação regional é fundamental para a melhoria do ambiente. Macau tem um espaço limitado para instalar centros de reciclagem e poderá ter de depender de terrenos cedidos pelo continente para o efeito.”

ENERGIAS POSITIVAS

Não obstante a “forte contracção da economia macaense”, o comércio bilateral entre a UE e Macau aumentou substancialmente durante 2015. É o que diz a UE, que fala num aumento de quase 40% na troca comercial de mercadorias, que “atingiu 851 milhões de euros”. Ainda que a Comissão Europeia frise que a desaceleração da economia de Macau em 2015 “teve um impacto nos interesses comerciais e de investimento da UE e nos lucros das empresas europeias”, a Europa mostrase “disposta a colaborar com o Governo nos esforços para diversificar a economia”, até porque a UE registou um excedente comercial com Macau de 660 milhões de euros e continuou a ser o segundo maior fornecedor de Macau depois da China. “As relações bilaterais entre a UE e Macau continuam muito positivas”, indica a Comissão, que tece ainda críticas positivas ao Programa Académico da União Europeia (EUAP), da Universidade de Macau, face às actividades relacionadas com a UE.

UE Relatório MACAU CONTINUA “VULNERÁVEL” AO BRANQUEAMENTO DE CAPITAIS

JOGO MONSTRUOSO “Macau continua vulnerável ao branqueamento de capitais porque o enorme sector do Jogo oferece vias para a saída ilegal de dinheiro da China continental”

Poucas medidas contra a corrupção, falta de disponibilidade para trocas financeiras e ainda muita vulnerabilidade ao branqueamento de capitais devido à dimensão do mercado do jogo. É assim que a UE vê Macau e analisa o território no último relatório anual da Comissão Europeia

(Chui Sai On) “definiu poucas medidas concretas no tocante ao desenvolvimento institucional e ao sistema judicial e a medidas de luta contra a corrupção”


3 hoje macau quarta-feira 27.4.2016 www.hojemacau.com.mo

TIAGO ALCÂNTARA

Politicamente incompletos Falta de leis específicas e de sufrágio continua a merecer críticas

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A Comissão frisa que as autoridades asseguraram que iam legislar de forma a que as instituições financeiras fossem obrigadas a “lançar procedimentos de vigilância da clientela” a partir de 1 de janeiro de 2017, mas dizem que tal não aconteceu

mútua em matéria fiscal da OCDE e, em consequência, não aderiu ao Acordo Multilateral entre Autoridades Competentes que prevê uma norma comum de comunicação, de que todos os Estados-Membros da UE são partes”, relata a UE. AComissão frisa que as autoridades asseguraram que iam legislar de forma a que as instituições financeiras fossem obrigadas a “lançar procedimentos de vigilância da clientela” a partir de 1 de janeiro de 2017, mas dizem que tal não aconteceu. Da mesma forma, a UE fala na assinatura de acordos “históricos” entre Macau e China para evitar a lavagem de dinheiro. Mas também esta matéria é alvo de críticas. “O novo acordo de cooperação assumiu a forma de um memorando de entendimento entre a Autoridade Monetária de Macau (AMCM) e o Banco Popular da China. Alguns observadores criticaram o acordo pela sua falta de clareza e de pormenor e questionaram a legitimidade da entrega de informações pessoais sensíveis por parte da AMCM ao Banco Popular da China”, relembra a UE, que acrescenta que “Macau continua vulnerável ao branqueamento de capitais porque o enorme sector do Jogo oferece vias para a saída ilegal de dinheiro da China continental”. A UE diz também que Chui Sai On “definiu poucas medidas concretas no tocante ao desenvolvimento institucional e ao sistema judicial e a medidas de luta contra a corrupção”. Salientando o relatório do Comissariado contra a Corrupção de 2014, a UE frisa que as principais violações à lei foram cometidas por funcionários públicos: de abuso de poder a desvio de fundos, foram vários os crimes, que aumentaram ainda mais este ano – de acordo com o mais recente relatório do CCAC publicado pela imprensa local. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

contribuindo assim para reforçar a legitimidade do posto, aumentar o apoio público e reforçar a boa governação”, aponta a UE. Notas positivas para a criação de um salário mínimo para trabalhadores da limpeza e segurança e a contratação de “mais de 500 pessoas para trabalhar” no hospital público e centros de saúde, bem como o facto de os direitos e as liberdades da população “continuarem a ser respeitados”. Mas, nem tudo são rosas aos olhos da UE. “O Governo continua a opor-se à sugestão do Comité das Nações Unidas contra a Tortura de criar um organismo independente de defesa dos direitos humanos, alegando que esta recomendação não se aplica a Macau Região Administrativa Especial”, indica a Comissão. “Persistem as preocupações no que se refere à discriminação em razão da orientação sexual e da identidade de género, especialmente em matéria de emprego, educação e cuidados de saúde”, frisa ainda.

ANTÓNIO FALCÃO

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ACAU continua a ser vulnerável ao branqueamento de capitais e, apesar de ter tomado algumas medidas contra a fraude fiscal, há políticas pouco concretas face ao combate à corrupção. É a análise da Comissão Europeia sobre Macau, publicada ontem no Relatório Anual de 2015, onde o organismo frisa também que o território não se mostrou ainda disponível para assumir compromissos em matéria fiscal. “Macau respondeu ao apelo global à tomada de medidas contra a fraude fiscal. Em Setembro de 2014 o Governo anunciou que ia adoptar a norma mundial para a troca automática de informações de contas financeiras elaborada pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Económicos (OCDE) e apoiada pelo G20. (...) [Mas], contrariamente à China continental, Macau ainda não confirmou a sua disponibilidade para aplicar a Convenção Multilateral sobre assistência administrativa

ARA a União Europeia (UE), o princípio de Deng Xiaoping, “Um país, dois sistemas”, continua a “produzir bons resultados”, mas a falta de sufrágio directo continua a ser um problema por resolver no cenário político da RAEM. No Relatório Anual da Comissão Europeia para Macau, a UE aponta ainda o dedo a questões que têm levantado polémica ao nível internacional, como a discriminação sexual e a recusa do Governo em criar um organismo independente para a defesa dos direitos humanos. “Pela terceira vez consecutiva, o Chefe do Executivo foi eleito sem contestação uma vez que era o único candidato à eleição para o lugar. Apesar de a Lei Básica de Macau e outros actos legislativos não preverem a possibilidade de sufrágio universal, a UE incentiva as autoridades de Macau a estudar formas de promover um maior envolvimento público na eleição do Chefe do Executivo,

A Comissão relembra a aprovação da Lei de Combate à Violência Doméstica como “um passo positivo”, mas também recorda o facto de os casais do mesmo sexo não estarem nela incluídos. “É necessária mais legislação para promover a igualdade de género, por exemplo em matéria de assédio sexual”, refere ainda o relatório, que dá conta da ausência de uma lei para a licença de paternidade.

LEI SINDICAL, O ETERNO PAPÃO

A UE anota ainda que Macau continua sem legislar os princípios de liberdade de associação e de negociação colectiva, consagrados nas Convenções da Organização Internacional do Trabalho e na própria Lei Básica. “As propostas de legislação sectorial sobre os sindicatos e a negociação colectiva têm sido repetidamente rejeitadas na Assembleia Legislativa. Os trabalhadores são livres de participar em actividades sindicais e em acções laborais mas não estão ao abrigo de retaliações. O artigo 70.º da [Lei Laboral] permite ao empregador pôr termo ao serviço de um empregado sem justa causa mediante uma pequena indemnização pecuniária”, recorda a UE. Esta tem sido uma promessa do Governo, mas apenas no que refere a estudos. Da parte dos deputados que rejeitaram as oito tentativas de aprovação de uma Lei Sindical chega a justificação de que é o Executivo quem tem de pôr mãos-à-obra. J.F.

Mal, mas nem tanto Comissão Europeia fala de “profunda recessão económica”

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União Europeia considera que Macau “mergulhou numa recessão profunda em 2015”. Dando como justificação para a análise a queda das receitas, que diminuiram 34,3%, e do PIB, que desceu mais de 20%, a Comissão Europeia indica ainda que “esta diminuição das receitas significa que a dimensão do mercado de Macau comparativamente a Las Vegas diminuiu de um factor de 7 em 2014 para 4,6 no ano passado”. “Uma vez que o imposto sobre o jogo gera a maior parte do total das receitas fiscais, o

declínio significativo do sector traduziu-se numa diminuição correspondente das receitas fiscais em 2015. Nos primeiros dez meses de 2015, as receitas orçamentais totais diminuíram 29,7 %, chegando a 109,8 mil milhões de patacas”, relembra a Comissão, que frisa a necessidade de terem sido aplicadas “medidas de austeridade”. Recorde-se, no entanto, que o Governo gastou menos de metade das receitas fiscais durante os últimos cinco anos, tendo acumulado reservas no valor de 345 mil milhões de patacas. Algo que, para

a UE, “coloca o território numa situação confortável para fazer face a flutuações económicas”. O Relatório Anual da Comissão Europeia para Macau aponta ainda que a “situação do sector do turismo foi pouco animadora”. A razão? A descida no número de visitantes, que foi de 2,6 % para 30,7 milhões no ano passado. Mas a UE salienta também o aumento do consumo privado e das despesas públicas, uma taxa de desemprego menor que 2% e um crescimento do investimento graças à construção de novos casinos no Cotai. J.F.


4 POLÍTICA

hoje macau quarta-feira 27.4.2016

Não fui eu que disse

Associação de Homeopatia alerta para opiniões falsas em consulta pública

E Rendas PROPOSTO LIMITE MÁXIMO SUPERIOR AO REGISTADO NO MERCADO

Trocas e baldrocas

O projecto de Lei do Arrendamento prevê que o limite das rendas seja fixado com base na inflação. Mas os deputados, autores do diploma, querem recorrer aos limites à cobrança de juros legais, de 29,5%. Na prática o aumento das rendas poderá ser superior ao registado no mercado em 2014

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S nove deputados que entregaram no hemiciclo o Regime Jurídico do Arrendamento previsto no Código Civil querem alterar a forma de fixação do limite dos aumentos das rendas. A proposta de lei prevê que esse limite seja fixado pelo Chefe do Executivo com base no Índice de Preços do Consumidor (IPC), inflação e na situação do mercado imobiliário, mas os deputados propõem que seja fixado com base nos limites aplicados à cobrança dos juros legais. O Código Civil determina que “o montante da sanção não poderá ser superior ao triplo dos juros legais”, o que perfaz 29,25%. Na prática, isso irá tornar possíveis aumentos de renda acima dos registados no mercado imobiliário em 2014, cujo aumento foi de 25,4%. O deputado Chean Chi Keong, que preside à 3.ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa (AL) encarregue de analisar o diploma, deu respostas

vagas quando questionado pelos jornalistas e até usou exemplos hoteleiros. “É difícil de explicar, é apenas uma proposta e não está nada firmado. É como quando uma pessoa vai a um restaurante, pode escolher um rissol ou uma bifana. É difícil saber agora qual será a melhor solução. O IPC tem as suas vantagens e desvantagens. Foi fixado um limite, a taxa de actualização [das rendas] não pode ultrapassar esse limite. Portanto é de considerar essa solução.” O deputado garantiu que não vão existir contradições entre este limite e a taxa de inflação, actualmente situada em 4,21%, um princípio citado aquando da aprovação da lei na generalidade. O parecer dos juristas da AL, citado numa notícia do HM do passado dia 20, já sugeria o uso de mais dados para além do IPC para fixar o limite dos aumentos das rendas, tais como dados estatísticos dos Serviços de Finanças, mas nada falava

do recurso aos limites dos juros legais. “Não queremos, com a proposta da usura, fazer uma cópia total (do artigo do Código Civil na proposta de lei), mas o aumento de renda não poderá ultrapassar os 29,5%. Esse vai ser o limite por forma a evitar que haja aumentos de 50 ou 60%”, apontou Cheang Chi Keong. O deputado disse ainda que “não se afasta a hipótese de haver diferentes mecanismos a serem aplicados em espaços residenciais e comerciais, mas tudo será de acordo com o interesse da economia. Temos de encontrar um ponto de equilíbrio”.

PARECER DESCONHECIDO

Esta foi a primeira reunião tornada pública pelo hemiciclo, mas a semana passada os deputados já tinham reunido para analisar o parecer dos juristas da AL que fala de “pressões” que este diploma pode trazer à Lei Básica, por se tratar da criação de uma lei avulsa do arrendamento que mexe com o Código Civil.

Cheang Chi Keong garantiu que desconhece o parecer ao qual o HM teve acesso. “O projecto de lei está de acordo com o Regimento da AL, porque foi aprovado. Peço-lhe leia o regimento. Há pessoas que dizem que viola isto ou aquilo, até agora não nos deparamos com uma situação semelhante. Não foi abordada essa questão.” Quanto à ausência de parecer por parte daAssociação dos Advogados de Macau (AAM), o deputado garantiu que “não existe obrigatoriedade por parte da AAM para submeter esse parecer”. “Vamos pedir as razões porque, até ao momento, não nos foi submetido esse parecer, o qual iria servir como instrumento de referência.” A próxima reunião, ocorrida a 3 de Maio, servirá para analisar a criação de uma comissão de arbitragem apenas para o arrendamento. Cheang Chi Keong garantiu que o objectivo é aprovar esta lei na especialidade até ao fim desta sessão legislativa. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

M Outubro passado, o Conselho para os Assuntos Médicos, depois de terminar a consulta pública sobre o Regime de Qualificação e Inscrição dos Profissionais de Saúde, indicou que recebeu, ao todo, 44 caixas que acumulavam mais de 60 mil opiniões. Até à altura, esclareceu o Conselho, tinham sido abertas 34 caixas, ultrapassando as 48 mil opiniões confirmadas. Deste grupo fariam parte opiniões da Associação da Homeopatia de Macau (MAH) que pediam a inclusão da profissão no diploma em consulta. Contudo, a Associação diz não ter enviado nada. “Várias notícias difundidas em jornais locais deram conta que um extenso número de opiniões foram recebidas pelo Conselho para os Assuntos Médicos”, mas nem todas são da Associação, alertam. “A MAH esclarece não ter qualquer responsabilidade na emissão das opiniões que não foram por si subscritas e, bem assim, esclarece que a

natureza da homeopatia (ou de quaisquer práticas homeopáticas) não é compatível com qualquer tipo de falsidade que possa ter ferido quaisquer opiniões recebidas pelo Conselho e relativamente às quais a MAH, ou quaisquer profissionais ligados à homeopatia, são integralmente alheios”, esclarece numa publicidade integrada no Jornal do Cidadão. Lei Chin Ion, director dos Serviços de Saúde, chegou mesmo a colocar a possibilidade de integrar os homeopatas no grupo de profissões contempladas pelo Regime, sendo que o Governo diz que “entre as opiniões recebidas, até agora, conta-se a apresentação de opiniões relativas à ‘Associação de Homeopatia de Macau’ onde é solicitada a integração da homeopatia como uma das profissões a integrar no texto de consulta”, pode ler-se num comunicado do Governo, emitido o ano passado. O HM tentou chegar à fala com a MAH mas nunca foi possível. Filipa Araújo

filipa.araujo@hojemacau.com.mo

1 MAIO JUVENTUDE DINÂMICA QUER GESTÃO JUSTA DOS TERRENOS

“Acabar com a hegemonia do imobiliário, assegurar a justiça na gestão dos terrenos.” É este o mote do protesto que a Associação Juventude Dinâmica de Macau vai levar para as ruas no próximo dia 1 de Maio, Dia do Trabalhador. O protesto terá início na Alameda da Tranquilidade, na zona norte, tendo como destino a Sede do Governo. A Associação fez um apelo na sua página do Facebook para a presença dos residentes neste protesto, referindo que o sector imobiliário tem muitos interesses em causa nas políticas do Governo, sendo que muitos valores já desapareceram devido ao desenvolvimento económico. A Juventude Dinâmica refere os casos do Farol da Guia, Colina da Penha ou o projecto de construção no Alto de Coloane. A Associação considera que Macau não precisa de se desenvolver como Hong Kong e apela à utilização dos terrenos com base na lei e em conjunto com uma política de habitação pública que esteja orientada para o desenvolvimento da população. Pede ainda que o Governo divulgue mais informações sobre terrenos e o conteúdo das reuniões do Conselho de Renovação Urbana.


5 POLÍTICA

hoje macau quarta-feira 27.4.2016

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S Serviços de Saúde (SS) confirmaram que a futura Academia de Medicina de Macau será administrada através de uma cooperação entre os SS e a Comissão de Formação de Médicos Estagiários. As autoridades informaram ainda que actualmente não existe qualquer problema em relação aos recursos humanos. A resposta surge em reacção a uma interpelação escrita da deputada Melinda Chan, que questionava como é que o Governo irá proteger a saúde e os direitos dos profissionais da área e, ao mesmo tempo, garantir a qualidade do trabalho, se não contratou mais ninguém. A deputada colocou ainda em causa a qualidade dos serviços, no futuro, visto o Governo ter vontade de “usar um hospital como se fossem dois”. O director dos SS, Lei Chin Ion, explicou que, para coordenar o desenvolvimento dos serviços de higiene e de saúde a longo prazo, os SS já elaboraram um plano geral relativamente aos recursos humanos. Actualmente 59 médicos estão a frequentar formação especializada e 60 frequentam um curso avan-

Medicina ACADEMIA EM ANDAMENTO E “NÃO FALTAM” RECURSOS HUMANOS

Pela nossa saúde

çado de prática clínica. O director explicou ainda que os SS vão contratar mais 42 médicos neste ano.

FORMAR E CUIDAR

Em Fevereiro, Alexis Tam, Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, avançou com a medida da criação da Academia de Medicina, que ficará na dependência dos SS. Lei Chin Ion explica que esta Academia tem como objectivo formar profissionais de saúde de qualidade. O Governo, diz, está a negociar com Hong Kong para uma partilha de experiências e instruções e procura assessores e especialistas para acompanhar a criação da futura instituição. O director confirmou que os trabalhos de alteração à organização e funcionamento dos SS já começaram. As autoridades vão ainda contratar cerca de 120 enfermeiros durante este ano, sendo que 70 podem já começar a trabalhar na segunda metade de 2016, fazendo parte da actual equipa de 188 enfermeiros. Relativamente ao objectivo de “usar um hospital como se fossem dois” Lei Chin Ion defendeu que até ao momento não se registou qualquer situação de falta da mão-de-obra.

42

médicos vão ser contratados este ano

Flora Fong (revisto por F.A.) flora.fong@hojemacau.com.mo

FUNDO COOPERAÇÃO CHINA-PLP EXIGIDA SEDE EM MACAU

PSP NÃO COMENTA IMPEDIMENTO DE ENTRADA A TAIWANESA

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deputada Melinda Chan considera que o Governo deve lutar pelo estabelecimento da sede do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa em Macau. Numa interpelação escrita entregue ao Governo, a deputada defendeu que Macau não está a desenvolver as vantagens enquanto plataforma de cooperação, referindo que o Executivo não tem políticas concretas para esta área. Actualmente a sede do Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa situa-se em Pequim. Melinda Chan questionou o Governo sobre a possibilidade de mudar a sede para Macau, a fim de promover

o sector financeiro, ajudando as empresas locais a aumentar as suas capacidades. Adeputada referiu que a economia local não soube tirar vantagens desse Fundo e que as empresas locais conhecem pouco sobre o mercado lusófono e da sua cooperação com a China. O Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portuguesa foi iniciado pelo Banco de Desenvolvimento da China e pelo Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização de Macau. Lionel Leong, Secretário para a Economia e Finanças, garantiu que a injecção de 50 milhões de dólares norte-americanos está a ser preparada. F.F. (revisto por A.S.S.)

Polícia de Segurança Pública (PSP) não quer comentar o caso da taiwanesa que terá sido impedida de entrar no território por causa de um autocolante referente a Taiwan. Apesar de não comentar, a autoridade policial defende que a decisão de recusa de entrada de qualquer pessoa acontece segundo as leis e processos em vigor. Conforme noticiado pelo HM, na semana passada, uma dançarina de Taiwan de apelido Su, não conseguiu entrar no território porque a parte de trás do seu passaporte tinha uma etiqueta onde se podia ler: “Taiwan é o meu país”. A dançarina foi obrigada a assinar uma notificação de recusa de entrada e foi-lhe

exigido que apanhasse outro voo para voltar a Taiwan. Ao HM, a PSP não comentou o caso, mas afirmou que cada entrada na RAEM faz uma inspecção e fiscalização conforme as leis. São estas que permitem a apreciação das condições de entrada de qualquer pessoa, dizem, para que as autoridades tomem uma decisão de aprovação ou recusa. Recorde-se que a taiwanesa terá ainda pedido para retirar o autocolante para que a deixassem entrar no território, mas a autoridade não o permitiu e exigiu que a mulher voltasse à Formosa. Ao HM, a PSP não mencionou o fundamento que levou à rejeição do pedido da mulher. F.F. (revisto por F.A.)

CONSELHEIROS DAS COMUNIDADES TOMARAM POSSE EM LISBOA

José Pereira Coutinho, Armando de Jesus e Rita Santos tomaram posse, ontem, em Lisboa, como membros do Conselho das Comunidades Portuguesas. Ontem e hoje o órgão português reúne-se para as tomadas de posse e eleição do presidente do Conselho, com um mandato de um ano. Ainda não se sabe se um dos três conselheiros irá candidatar-se, sendo que só hoje decorre o plenário com a eleição. Os conselheiros vão ainda ficar mais uns dias em Portugal para vários encontros com entidades governamentais portuguesas, apesar de ainda não existir uma agenda oficial.


6 PUBLICIDADE

hoje macau quarta-feira 27.4.2016

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 136/AI/2016

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 164/AI/2016

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor MAN XINHE, portador do Salvo-Conduto de dupla viagem da RPC n.° W88223xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 128/DI-AI/2014, levantado pela DST a 10.10.2014, e por despacho da signatária de 14.04.2016, exarado no Relatório n.° 180/DI/2016, de 06.04.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Taipa, Rua de Fat San n.° 35, Lok Chon Ieng Hin, Bloco 3, 24.° andar F onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Abril de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor ZHU XUPING, portador do passaporte da RPC n.° E33782xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 114/ DI-AI/2014, levantado pela DST a 05.09.2014, e por despacho da signatária de 14.04.2016, exarado no Relatório n.° 205/DI/2016, de 12.04.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua de Luis Gonzaga Gomes n.os 78-B-96, Edf. Lei Kai, 5. ° andar F onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Abril de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 171/AI/2016

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 199/AI/2016

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor SONG KEXUE, Salvo Conduto para Deslocação a Taiwan da R.P.C. n.° T0787xxxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 71/DI-AI/2014, levantado pela DST a 29.06.2014, e por despacho da signatária de 14.04.2016, exarado no Relatório n.° 212/DI/2016, de 07.03.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua Onze Bairro Tamagnini Barbosa, Jardim Cidade Nova, Bloco 14, 11.° andar A, Macau onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. -------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Abril de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor CHAN TIN FOK, portador do Bilhete de Identidade de Residente Permanente da RAEM n.° 7366xxx(x), que na sequência do Auto de Notícia n.° 35/DIAI/2014 levantado pela DST a 06.03.2014, e por despacho da signatária de 14.04.2016, exarado no Relatório n.° 225/DI/2016, de 09.03.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Praia Grande n.° 968, 6.° andar B, Macau onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 30 dias, conforme o disposto na alínea a) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.---------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.-----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.----------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.----------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Abril de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 200/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora ZHOU, Ming Xun, portadora do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° R2929xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 35/DI-AI/2014 levantado pela DST a 06.03.2014, e por despacho da signatária de 14.04.2016, exarado no Relatório n.° 226/DI/2016, de 09.03.2016, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por prestação de alojamento ilegal na fracção autónoma situada na Avenida da Praia Grande n.° 968, 6.° andar B, Macau.-----------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.-----------------------------------------------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.--------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outub ro.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.---------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.---------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Abril de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes

AVISO

Renovação da licença da agência de viagens e atenção para a garantia bancária e o seguro da responsabilidade civil profissional 1. Faz-se público que a renovação da licença da agência de viagens dever ser requerida até 30 dias antes do termo do seu prazo de validade e que a renovação da licença, quando requerida fora do prazo, está sujeita a uma taxa adicional, nos termos do estipulado no Decreto-Lei n.º 48/98/M, de 3 de Novembro, com a nova redacção dada pelo Regulamento Administrativo n.º 42/2004. As informações das formalidades e das taxas estão disponíveis na página electrónica da Indústria Turística de Macau desta Direcção de Serviços: http://industry.macaotourism.gov.mo/license./ 2. Nos termos do mesmo diploma, as agências devem ainda apresentar anualmente na Direcção dos Serviços de Turismo os documentos comprovativos de estarem em vigor a caução e o seguro; e o não cumprimento determina o encerramento temporário imediato da agência. 3. Chama-se a atenção dos titulares da licença da agência de viagens de que a licença bem como a caução e o seguro devem estar válida e em vigor e que a renovação da licença bem como a actualização da caução e do seguro devem ser realizadas no prazo legalmente estipulado. A par disso, devem dar cumprimento à disposição respeitante à obrigatoriedade da presença do director técnico na agência durante o seu funcionamento. Para esclarecimento, poderá ser contactada a Divisão de Licenciamento por via telefónica: 2831-5566, por fax: 2833-0518 ou por correiro electrónico: dl@macaotourism.gov.mo. A Directora dos Serviços Maria Helena de Senna Fernandes

AVISO Renovação da licença de estabelecimentos de sauna e/ou massagem e de estabelecimentos do tipo de “health club” ou de “karaoke” Chama-se a atenção dos titulares das licenças dos estabelecimentos referenciados em epígrafe de que a renovação da licença deve ser requerida nesta Direcção dos Serviços antes do termo do seu prazo de validade e que a licença caduca quando não houver renovação antes do termo da validade. Após a caducidade da licença, caso o interessado queira continuar o exercício da actividade, deve requerer o novo licenciamento. As informações das formalidades e das taxas estão disponíveis na página electrónica da Indústria Turística de Macao desta Direcção de Serviços: http://industry.macaotourism.gov.mo/license/. Para esclarecimento, poderá ser contactada a Divisão de Licenciamento por via telefónica: 2831-5566, por fax: 2833-0518 ou por correiro electrónico: dl@macaotourism.gov.mo. A Directora dos Serviços Maria Helena de Senna Fernandes

Aviso Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Sr.ª Secretária para a Administração e Justiça, de 13 de Abril de 2016, se encontra aberto o concurso comum, de ingresso externo, de prestação de provas, para o preenchimento de três lugares de auxiliar, 1.º escalão, da carreira de auxiliar, área de servente, em regime de contrato administrativo de provimento da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública. Para mais informações, pode consultar o respectivo aviso publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 17, II Série, de 27 de Abril de 2016, ou dirigir-se ao balcão de atendimento da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, sita na Rua do Campo n.º 162, Rés-do-Chão do Edifício Administrativa Pública, durante o horário de expediente, ou consultar a página electrónica do SAFP, http://www.safp.gov.mo/. Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, aos 20 de Abril de 2016. O Director Kou Peng Kuan


7 hoje macau quarta-feira 27.4.2016

BNU AUMENTO DOS LUCROS EM 2015

HOJE MACAU

Futuro cheio de projectos

pensada pela evolução positiva dos outros segmentos”. “Temos aí um negócio importante (...) que em 2015 muito se ressentiu da evolução do sector do jogo”, admitiu Pedro Cardoso que, porém, não quis quantificar esse impacto, dizendo apenas que foi “razoável”. A estratégia do BNU passa pela segmentação do mercado, com enfoque na fidelização de clientes, e a “evolução bastante positiva” dos segmentos que estão para além do jogo ditaram o resultados de 2015, explicou. Neste contexto, destacou o segmento das Pequenas e Médias Empresas (PME) e o do retalho. Segundo os resultados do exercício de 2015 que revelou à Lusa - e que são publicados no Boletim Oficial de Macau - o volume de negócios do banco cresceu 21,6%, tanto em termos de crédito como de depósitos. A liquidez também se manteve “muito sólida”, com um rácio de transformação “de apenas” 53,1% (semelhante à do ano anterior). A margem financeira aumentou 22,6% e mesmo com o impacto no sector do jogo, os proveitos líquidos de comissões também cresceram 3,6% no seu conjunto, com destaque para o aumento em 9,5% no volume de vendas dos cartões de crédito e de 25% no dos cartões de débito.

MAIS CASAS

O

S lucros do Banco Nacional Ultramarino (BNU) em Macau alcançaram 443,3 milhões de patacas no ano passado, mais 15,1% do que em 2014, revelou à Lusa o presidente-executivo do banco, Pedro Cardoso. Pertencente ao grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD), o BNU teve em 2015 um crescimento próximo da média dos últimos anos (cresceu 16% anualmente desde 2012) num “enquadramento económico claramente menos positivo face [ao ano anterior”, sublinhou Pedro Cardoso. Segundo Pedro Cardoso, o segmento do sector do jogo e da hotelaria no BNU tem “uma importância assinalável” e “teve uma evolução menos positiva, claramente, em 2015” mas que “foi claramente com-

NEGÓCIOS COM PLP A CRESCER

O

s negócios do BNU com clientes ligados aos países lusófonos cresceram 153% no ano passado.“Demos passos muito significativos e muito positivos em termos de utilização da plataforma financeira única que o grupo Caixa Geral de Depósitos (CGD) tem nos países de expressão portuguesa. O nosso volume de negócio com clientes neste espaço geográfico cresceu 153% em 2015”, disse Pedro Cardoso, presidente-executivo do banco. Segundo explicou, trata-se de clientes de Macau ou chineses que “estão a investir ou têm projectos de investimento ou actividade em países de expressão portuguesa ou vice-versa, clientes de países de expressão portuguesa que têm investimentos em Macau ou na China continental”. No caso específico de clientes apenas de Portugal, o volume de negócio do BNU cresceu 395%, disse Pedro Cardoso, que não avançou com outros números. “Esta é uma das áreas em que o BNU tem uma claríssima vantagem competitiva face à concorrência e obviamente é nesta área que estamos a crescer de forma ainda mais acelerada e mais acentuada face ao crescimento global do banco”, acrescentou. O BNU vai continuar a criar essa ponte entre a China e a lusofonia a partir de Macau, mas também a partir da própria China, com a abertura de uma agência na província de Guangdong (adjacente a Macau), no final deste ano ou no início de 2017.

Considerando que 2015 foi um “ano bastante positivo” para o banco, Pedro Cardoso afirmou que 2016 será “o ano de consolidação de uma série de projectos”. Em 2016, o BNU vai abrir mais duas agências em Macau, as primeiras desde 2013, e passará a ter um total de 20 no território. O BNU fechou 2015 com 213 mil clientes (tinha 205 mil no final de 2014) e está neste momento perto dos 220 mil, quase um terço da população de Macau. Os resultados do BNU Macau representaram 43% da actividade internacional da CGD em 2015. Sobre a situação da economia de Macau, Pedro Cardoso disse ter “uma visão bastante positiva para o futuro”, “de afirmação de Macau como centro de turismo e lazer” e “da capacidade do território se diversificar ainda mais na actividade económica”. Pedro Cardoso acrescentou que as infra-estruturas que estão a ser construídas em Macau e em redor da região, em especial a ponte que vai ligar Macau, Hong Kong e a China continental terão “um impacto muito significativo” na atracção de turistas e Investimento. LUSA/HM

SOCIEDADE

Intervenção urgente

Estaleiro DSAMA vai agir caso responsável não entregue proposta

A

Di r ecção dos Serviços para os Assuntos Marítimos e da Água (DSAMA) afirmou que o proprietário do estaleiro de Lei Chi Ven, em Coloane, prometeu entregar a proposta de manutenção urgente até hoje de manhã. Caso não seja entregue, a DSAMA garante que vai intervir e avançará com a obra. Como noticiado ontem, um dos estaleiros da vila de Coloane, de nome “Lok Hap”, está em risco de ruir. O local foi bloqueado pelos bombeiros e o Governo já pediu às cinco famílias que vivem nas proximidades para saírem temporariamente das habitações. O Governo garantiu auxílio atribuindo habitação provisória e apoio social.

Susana Wong, directora da DSAMA, confirmou ao canal chinês da Rádio Macau a promessa do responsável do estaleiro em causa. Caso este precise mais tempo do que o estipulado, ultrapassando o dia de hoje, o organismo governamental irá intervir, garantiu. A directora frisou que se for necessário a própria DSAMA irá avançar com as obras de recuperação do espaço. Susana Wong garantiu ainda que o Governo está atento ao risco de queda e, por isso pediu de forma “insistente” ao responsável para resolver o problema. A directora confirmou que já recebeu uma petição, entregue pelas famílias, sobre a urgência do problema. Tomás Chio (revisto por F.A.)

GÁS BOMBEIROS DIZEM NÃO PODER TRANSPORTAR ACETILENO

O Corpo de bombeiros (CB) defendeu ao HM que não é uma unidade de monitorização e transporte do gás acetileno, sendo que a reunião com as empresas importadoras que aconteceu recentemente serviu apenas para acompanhar o caso de falta de armazéns para o acetileno, gás utilizado na construção civil. “O CB apenas tem como função o salvamento e há uma preocupação sobre esse assunto, mas a reunião serviu sobretudo para compreendermos melhor a situação”, apontou o organismo numa resposta escrita. O CB afirmou que apenas pode fazer a comunicação com as empresas caso ocorram incidentes. Conforme o HM noticiou, as empresas importadoras de acetileno queixam-se do facto dos preços terem quadruplicado e de não haver em Macau armazéns para a recolha deste gás. Os importadores publicaram um comunicado nos jornais chineses onde pedem um armazém provisório ao Governo, por estar em causa o transporte de substâncias perigosas.


8 SOCIEDADE

hoje macau quarta-feira 27.4.2016

TERRAMOTOS ASSOCIAÇÃO ALERTA PARA RISCOS EM MACAU Associação de Engenharia Geotécnica de Macau sugeriu ao Governo que adicione o efeito de resistência a terramoto como um dos requisitos na regulamentação da construção, dado existi-

rem possibilidades da ocorrência de fortes terramotos em Macau, defendeu. Ao Jornal Va Kio, Lee Hay Ip, presidente da Associação, referiu que embora nunca tenha acontecido um sismo

O Governo garantiu que o Plano Director do território não deverá estar concluído antes de 2020, apesar das promessas feitas apontarem para a necessidade da sua implementação já em 2017

destruidor no território, na realidade, Macau está situada numa zona sísmica. Lee Hay Ip deu como exemplo o sismo de 6.4 na escala de Ritcher, ocorrido em 1969 na cidade de Yangjiang, na província

Guangdong, com sinais em Macau. Em termos de engenharia, Lee Hay Ip diz que é muito importante compreender que Macau está numa zona de sismo nível baixo a médio,

mas considera que há uma falta de conhecimentos e de instalações suficientes na preparação de resistência aos sismos. O presidente da Associação alertou ainda para o

Com jeitinho

REGULAMENTO SOBRE CENTRO HISTÓRICO

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o projecto do Plano Quinquenal ontem apresentado foi referido que a consulta pública sobre o “Plano de salvaguarda e gestão do Centro Histórico de Macau” deverá ser feita até 2017, sendo que o regulamento administrativo desse mesmo plano deverá ficar concluído entre 2018 e 2020.

zado até 2020”, disse Lei Ngan Leng, assessora do gabinete do Chefe do Executivo e vogal da Comissão para a Construção do Centro Mundial de Turismo e Lazer. Vários arquitectos afirmaram ontem ao HM que a ausência de um plano director que defina as regras para o urbanismo do território já levou a várias falhas e vai originar situações ambíguas na área da construção e planeamento.

O

HOSPITAL MESMO ATRASADO

Conforme o HM já tinha noticiado, o Complexo Hospitalar das Ilhas só deverá estar pronto depois de 2019. “Iremos acelerar a construção de diversas obras do Complexo de Cuidados de Saúde das Ilhas. Prevê-se que sejam concluídas em primeiro

“Antes de 2020 temos de finalizar o plano director até à sua versão definitiva. Tudo irá depender das investigações, não podemos garantir a 100% que será finalizado até 2020” LEI NGAN LENG GABINETE DO CHEFE DO EXECUTIVO lugar em 2019 as obras de construção do edifício do Instituto de Enfermagem e do Edifício de Residências do Pessoal. A construção do Complexo Hospitalar, do edifício de apoio logístico, do edifício do laboratório central e do edifício da administração e multi-serviços serão concluídos sucessivamente depois de 2019 conforme o volume das obras”, lê-se no projecto. Inicialmente a data apontada foi 2017.

F.F. (revisto por A.S.S.)

Mais dois meses para consulta pública

A

Lei do Planeamento Urbanístico entrou em vigor em 2013 e, à data, o Governo apontou para a necessidade de implementação do Plano Director entre três a cinco anos, ou seja, até 2017. Contudo, esse calendário não deverá ser cumprido, pois o Executivo admitiu ontem, na apresentação do projecto do Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM, que antes de 2020 será difícil Macau ter um plano director. “Não é possível incluir todos os projectos num plano a cinco anos, este é apenas um plano genérico e depois teremos planos específicos, tal como o planeamento urbanístico, que é um plano específico. Antes de 2020 temos de finalizar o plano director até à sua versão definitiva. Tudo irá depender das investigações, não podemos garantir a 100% que será finali-

aumento rápido da população e o envelhecimento dos edifícios, sendo necessário, por isso, olhar para os riscos e regulamentar os efeitos da resistência dos terramotos.

Quase sem dados

Plano Quinquenal PLANO DIRECTOR SÓ EM 2020

GCS

A

No Plano Quinquenal propõe-se ainda o aumento das receitas provenientes do sector extra jogo de 6,6% para 9% em 2020. Questionada sobre a eventualidade destas previsões serem baixas, Lei Ngan Leng garantiu que os valores foram analisados com as operadoras e com uma equipa de várias pessoas, podendo ser alterados caso seja necessário. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

projecto do Plano Quinquenal de Desenvolvimento da RAEM para os próximos cinco anos estará em consulta pública nos próximos dois meses, mas são poucas as novidades apresentadas no documento que, no fundo, pouco varia daquilo que tem vindo a ser anunciado pelo Chefe do Executivo, Chui Sai On, nas Linhas de Acção Governativa (LAG). Lei Ngan Leng, assessora do gabinete do Chefe do Executivo, garantiu que este plano não deve, aliás, ser dissociado dos últimos relatórios das LAG. “Um plano quinquenal terá certamente pontos em comum com as LAG por se tratarem de linhas de desenvolvimento. As LAG são planos anuais, enquanto que este plano é para ser implementado a médio prazo.” Na conferência de imprensa de ontem os jornalistas questionaram os responsáveis do Governo pela ausência de dados concretos sobre as medidas e intenções anunciadas. O Governo descarta problemas. “Não precisamos de ter muitos indicadores concretos no plano porque apenas traça objectivos”, disse Lei Ngna Leng. Por forma a tornar Macau num Centro Mundial de Turismo e Lazer, o Governo quer cumprir sete objectivos principais nos próximos cinco anos, tais como o “desenvolvimento estável da economia global” ou a “elevação constante da qualidade de vida dos cidadãos”. Há depois “oito grandes estratégias de desenvolvimento e a sua implementação”, nas áreas da política, cultura e economia. O Governo quer atingir estes objectivos em quatro fases diferentes. A.S.S.


9 hoje macau quarta-feira 27.4.2016

M

Dore LESADOS REJEITAM DEVOLUÇÃO DE 20% DO INVESTIMENTO

Proposta “inaceitável”

A

empresa de junkets Dore apresentou uma proposta para devolver 20% do investimento que foi colocado na sala VIP do casino Wynn e cujos investidores ficaram sem o dinheiro. Estes não concordam com a proposta e consideram ser necessária uma nova negociação com a empresa. Ip Kim Fong, porta-voz dos investidores, afirmou ontem ao HM que foi contactado pela Direcção de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ), através do advogado da Dore, com uma proposta de recuperação do investimento. Contudo, na prática, a empresa estava disponível a devolver apenas 20% do dinheiro investido a cada lesado. Algo que o porta-voz classifica como “irracional”.

“Isto não é uma resolução do problema. Por exemplo, quem investiu um milhão, só pode recuperar 200 mil dólares. Ninguém

aceita receber apenas 20% do seu dinheiro investido”, argumentou. Ip explicou ainda que, até ao momento, a proposta

Jurisdição confirmada Ng Lap Seng Novo Macau quer CCAC a investigar caso

rio” para a ONU em Macau, usando Francis Lorenzo, o embaixador das Nações Unidas na República Dominicana, para transferir esses pagamentos. Ashe e Lorenzo foram igualmente acusados.

DAS ORIGENS

A Novo Macau diz que os documentos mostram claramente que “os fundos para os subornos

tiveram origem em Macau” e relembra que o caso envolve a empresa San Kin Ip, de Ng Lap Seng, que também já apareceu listada nos Panama Papers e que está registada em Macau. “Pedimos que o CCAC investigue se a San Kin Ip beneficiou ilegalmente [do apoio] por ter mostrado documentos falsos que indicavam a necessidade do centro [em Macau] a

foi apresentada a dois lesados, os quais já disseram discordar dela ao advogado que representa a empresa. O porta-voz prevê que a

um banco de investimento”, refere a Novo Macau, que indica que, apesar de os actos de Ng Lap Seng “caírem no âmbito do [Regime de Repressão dos Actos de Corrupção no Comércio Externo], não podem ser” tidos como crime devido à inexistência da lei na altura. Tal motiva críticas da Associação, que pede a revisão do diploma. “O CCAC deveria cumprir as obrigações de Macau sob a Convenção contra a Corrupção da UN, permitindo não existir limites”. Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

AUTORIDADES DE MACAU FORAM OUVIDAS

A

pós as notícias da detenção de Ng Lap Seng, Chui Sai On foi instado a comentar o caso, mas o Chefe do Executivo disse “desconhecer” a situação. “Não tenho conhecimento sobre a questão. Contudo, segundo as informações que tive do Conselho para o Desenvolvimento Económico, o senhor Ng Lap Seng – que é membro – pediu dispensa da reunião do dia de hoje [Setembro de 2015]. De resto, não tenho mais dados em mão. Portanto, não vou responder à vossa pergunta”, disse Chui Sai On, na altura. No entanto, o Relatório Anual da Comissão Europeia sobre Macau do ano passado indica que as autoridades participaram até no inquérito

levado a cabo pelas autoridades dos EUA, que detiveram o empresário. “Em 2015, Macau colaborou num inquérito relativo a dois funcionários das Nações Unidas acusados de aceitar subornos de um promotor [de Macau]”, pode ler-se. O HM tentou obter esclarecimentos da parte do Governo, mas devido à hora tardia não foi possível. Ng Lap Seng é consultor do Conselho para o Desenvolvimento Económico e fez parte da Comissão que elege o Chefe do Executivo e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês. Mas sobre o caso o líder do Governo nunca falou, dizendo apenas “estar a acompanhar as notícias”.

proposta possa vir a ser apresentada a todos lesados, mas defende que não pode existir pressão para que os mesmos a aceitem.

SEM CONTROLO

O representante referiu ainda que uma funcionária da DICJ afirmou que o organismo supervisiona a empresa de junkets mas “não tem como controlar as decisões de como indemnizar aos lesados”. O HM tentou perceber junto da DICJ como é que funciona a situação, mas até ao fecho desta edição não conseguiu resposta. Até ao final do mês passado mais de 40 investidores receberam o dinheiro investido, sendo que cerca de 60 deles ainda não conseguiram recuperar o dinheiro, que ascende a mais de 300 milhões de dólares de Hong Kong e que terá sido desviado por uma funcionária da empresa. Ip Kim Fong adiantou que existem ainda outros investidores que ainda não foram contactados por parte da Dore. Flora Fong (revisto por F.A./J.F.) flora.fong@hojemacau.com.mo

MAIS DENÚNCIAS SOBRE LOJAS DE PENHORES

Chau Wai Kuong, director da Polícia Judiciária (PJ), disse ao canal chinês da Rádio Macau que, até ontem, a PJ já recebeu mais 40 denúncias sobre o caso das casas de penhores. Dois lesados são do interior da China. As autoridades referiram que já estão a investigar o caso como crime de burla, onde estão envolvidos mais de 57 milhões de dólares de Hong Kong. A PJ indica que ainda não deteve ninguém. Tal como noticiado, desde 2007 que quatros casas de penhores na zona da ZAPE angariavam clientes para depositar dinheiro, obtendo juros de 12% ao ano. Em Fevereiro as portas destas lojas fecharam e até então os lesados não conseguem contactar com os proprietários. TIAGO ALCÂNTARA

ACAU tem jurisdição para investigar o caso de alegada corrupção em que está envolvido Ng Lap Seng e é isso que a Associação Novo Macau quer. Um pedido de investigação sobre a matéria foi ontem entregue ao Comissariado contra a Corrupção (CCAC). “Depois da detenção em Outubro do ano passado, um tribunal dos EUA e o Gabinete de Fiscalização Interna da UN tornaram pública a queixa e os factos descritos nesses documentos sugerem que Macau tem jurisdição sobre o caso”, indica a Novo Macau num comunicado enviado aos média. O empresário e representante político de Macau foi formalmente acusado pela justiça norte-americana de conspiração e suborno, num caso que envolve o ex-presidente da assembleia-geral da ONU John Ashe. É acusado de participar num esquema de subornos a dirigentes da Organização das Nações Unidas (ONU) durante três anos. O dinheiro servia para conseguir o apoio deAshe para a construção de um “centro de conferências milioná-

TIAGO ALCÂNTARA

A Dore apresentou uma proposta a duas pessoas para pagar apenas 20% do investimento que por elas foi feito na sala VIP de onde foram desviados milhões de dólares. A ideia é fazer o mesmo com todos a quem falta devolver o dinheiro, mas os lesados não querem

SOCIEDADE


10 ENTREVISTA

ZHANG BIN PINTOR

SOFIA MOTA

“Encontrei neste trabalho um “O Sonho do Pavilhão Vermelho”, de Cao Xueqin, foi a obra literária que serviu de inspiração a Zhang Bin, para que começasse a pintar. O artista diz ter encontrado neste trabalho uma utopia para fugir às questões políticas da China e à rotina do dia-a-dia, ainda que veja no continente uma sociedade mais desenvolvida. O trabalho ainda não acabou, mas até 19 de Maio vai poder ver algumas das pinturas na Casa Garden

Nasceu em Harbin, no norte da China, uma cidade também conhecida pelo frio e brancura. O que veio desses tempos para o seu trabalho? Sim, nasci em Harbin e já na altura passava o tempo a desenhar as montanhas cobertas de neve. Por outro lado, Harbin também pode ser considerada um lugar de passagem, por onde circularam vários povos diferentes que com eles trouxeram novas culturas, ideias e cores. Era uma espécie de “colónia”. Por lá passaram judeus da Europa que deixaram características, por exemplo, na construção. Passaram também russos e japoneses que deixaram a sua marca cultural. Neste sentido até

se poderia fazer uma comparação com Macau, enquanto ponto de passagem e cruzamento entre diferentes povos provindos de diversas origens

“A minha formação em Design de Palco acrescentou-me um espaço para uma outra dimensão da imaginação que posteriormente transportei para a pintura”

e que me deram acesso também a uma grande variedade humana e cultural. Como fica no norte da China, também é uma região com estações muito distintas e com elas a paisagem também adquire uma riqueza de cores particular a cada estação. Este factor também foi muito importante para a minha criação artística, na medida em que me deu oportunidade de começar a sentir as cores. Aos 20 anos fui para Pequim, para a Universidade, e foi a partir daí que comecei a utilizar outras técnicas e que comecei a pintar a óleo. Também é um conceituado designer de palco. Que ligação há entre a cenografia e a pintura?

Durante os cinco anos em que frequentei a Universidade em Pequim onde me licenciei em Design de Palco, tive oportunidade de ter um treino, apesar de não muito longo, muito intensivo, na área da pintura, onde aprendi a técnica de pintar a óleo e onde tínhamos formação no desenho de modelo clássico. Por outro lado, a minha formação em Design de Palco acrescentou-me um espaço para uma outra dimensão da imaginação que posteriormente transportei para a pintura. O pensar um palco também é uma ajuda a alargar a criatividade e a visão para que depois tenha um conteúdo adicional para o trabalho de pintura.


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ENTREVISTA

m esconderijo” O facto de estar escrito em forma poética ajudou? [Sim], um outro aspecto consiste no facto de ser uma obra que integra poesia. Em que o autor inicia capítulos com um poema, por exemplo, ou então faz da poesia um tipo de comentário. Estes poemas são para mim muito sugestivos e muito do meu agrado e foi neles que também encontrei grande parte da inspiração que precisava para o meu trabalho na pintura. É uma obra repleta de ideias capazes de pôr a imaginação a trabalhar. A pintura da época também representa um tempo de auge dourado na história da pintura chinesa em que as personagens são inseridas na paisagem natural, o que também é muito característico da pintura tradicional chinesa em que há um mundo entre o céu, o homem e a terra, em que recorro ao óleo para melhor o ilustrar. Trabalha nesta obra há oito anos. Porquê tanto tempo? Que desafios ? Fazer este tipo de trabalho também é um tipo de fuga para mim, uma busca do lugar da natureza utópica de modo a fazer face às coisas medíocres do dia a dia, como determinadas situações políticas ou mesmo a mercantilização da arte ou do mercado da pintura que não me agrada nada. Encontrei na realização deste trabalho o que há muito procurava, um esconderijo de tranquilidade e segurança, uma espécie de utopia em que posso viver. Continuo a trabalhar na mesma série. Aqui só estão algumas das obras que fazem parte do meu “O Sonho do Pavilhão Vermelho”. Este livro tem um sentido que não se esgota e, como pintor, trabalhar esta obra é algo contínuo. Noutras áreas esta é também uma obra infinitamente explorada, eu faço o mesmo na minha pintura. Sem fim.

“O Sonho do Pavilhão Vermelho” é uma das quatro grandes obras clássicas da literatura chinesa. É também uma obra muito explorada tanto internamente como no estrangeiro. Porquê voltar a interpretá-la? Já entes de me dedicar à pintura era um grande apreciador da mesma. Frequentava muitas exposições mas, no entanto, não encontrava nada em especial que me inspirasse para pintar. “O Sonho do Pavilhão Vermelho” é de facto uma das quatro grandes obras clássicas da literatura chinesa e, para mim, a melhor de todas. Foi nesta obra que encontrei a possibilidade da imaginação e inspiração que ainda não tinha

encontrado antes. Também acho que é uma obra importante até no desenvolvimento da arte contemporânea que junta elementos factuais a

“Fazer este tipo de trabalho também é um tipo de fuga para mim, uma busca do lugar da natureza utópica de modo a fazer face a coisas medíocres do dia a dia”

imaginários, assentes em características tradicionais não só da cultura chinesa como ao nível estético da paisagem característica dos clássicos chineses. Já foram realmente feitas diversas abordagens, do teatro à ópera e estudos culturais ou vários tipos de dramatização. Eu peguei no óleo e fiz uma série de pinturas baseadas nos cenários que imaginei ao ler as várias passagens do livro. A utilização do óleo também é uma técnica que acaba por realçar as características das paisagens clássicas chinesas, nomeadamente aquelas que depois da leitura são criadas pela imaginação. Foi o que fiz, criar a paisagem e os seus actores ou personagens.

Nesta exposição encontramos uma sociedade chinesa que remonta há 200 anos. Como era e como é? Ao contrário da sociedade espelhada na obra, agora estamos não num sistema feudal, mas socialista. Faz este ano 300 anos que Cai Xueqin nasceu. A sociedade naquele tempo e no contexto onde se passa o romance era mais realista, até no que se refere à história nuclear à volta dos protagonistas. Apesar de ainda só existir um partido na China, comparativamente a outros países em que existem vários, penso que a sociedade de agora tem vindo a ter um grande progresso. Um outro aspecto é também o desejo de uma sociedade ideal, sem maldade, em que até na perversão poderá haver limitações. O modelo social desta obra agrada-me particularmente.

Esta obra reflecte também um processo vital, do nascimento à morte. Para pintar esta obra é necessário o furor do espírito. Gostaria também de passar mais tempo a criar livremente. Pessoalmente também aspiro a afastar-me das banalidades e da mediocridade da vida, o que me é possível fazer enquanto pintor.

“Esta obra reflecte também um processo vital, do nascimento à morte. Para pintar esta obra é necessário o furor do espírito” Projectos futuros, que continuidades e que mudanças? Pretendo continuar a trabalhar nesta obra, mas agora de uma forma diferente. No regresso a Pequim se calhar irei proceder a algumas alterações, por exemplo ao nível da paisagem, tornando-a mais abstracta e ambígua. Pretendo também uma melhor representação das personagens, com mais complexidade. Se calhar dar-lhes mais efeitos dramáticos. Dar mais energia vital às minhas pinturas, para que os meus quadros reúnam a vitalidade que pretendo tornando-os mais ricos. Dar-lhe mais vitalidade através da criação de uma estrutura mais complexa e ao mesmo tempo fugir da cultura pop que pessoalmente não gosto e da qual me tento sempre afastar, por ser muito virada para o mercado o que também não me agrada. Hoje Macau

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Anúncio Concurso Público «Serviços de manutenção e reparação do sistema de climatização das Instalações Desportivas Situadas em Macau geridas pelo Instituto do Desporto» Nos termos previstos no artigo 13.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho, e em conformidade com o Despacho do Ex.mo Senhor Secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, de 13 de Abril de 2016, o Instituto do Desporto vem proceder, em representação do adjudicante, à abertura do concurso público para os serviços de manutenção e reparação do sistema de climatização das seguintes instalações desportivas situadas em Macau geridas pelo Instituto do Desporto, durante o período de 1 de Agosto de 2016 a 31 de Julho de 2018: 1 2 3 4 5 6

Designação das Instalações Desportivas Pavilhão Polidesportivo Tap Seac Centro Náutico da Praia Grande Centro Desportivo da Victória Centro Desportivo Tamagnini Barbosa Centro Desportivo do Colégio D. Bosco Centro Desportivo Lin Fong

Aviso

Faz-se público que o prazo limite para a entrega das propostas no âmbito do concurso público da “Empreitada de Concepção e Construção do Edifício Multifuncional do Governo no Lote O1 dos Aterros de Pac On” publicado em 23 de Março de 2016 no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 12, II série, vai prolongar-se por mais 35 (trinta e cinco) dias, passando a data limite de entrega de propostas para dia 29 de Junho de 2016, até às 17:30 horas, e a data de realização do acto público para o dia 30 de Junho de 2016, pelas 9:30 horas. Gabinete para o Desenvolvimento de Infra-estruturas, aos 20 de Abril de 2016. O Coordenador, substituto Luís Madeira de Carvalho

A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados poderão dirigir-se ao balcão de atendimento da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.o 818, em Macau, no horário de expediente, das 9,00 às 13,00 e das 14,30 às 17,30 horas, para consulta do processo do concurso ou para obtenção da cópia do processo, mediante o pagamento da importância de $ 1 000,00 (mil) patacas. Os interessados devem comparecer na sede do Instituto do Desporto até à data limite para apresentação das propostas, para tomarem conhecimento dos eventuais esclarecimentos adicionais. O prazo para a apresentação das propostas termina às 12,00 horas do dia 1 de Junho de 2016, quarta-feira, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento deste Instituto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, a data e a hora limite para a apresentação das propostas acima mencionadas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os concorrentes devem apresentar a sua proposta dentro do prazo estabelecido, na sede do Instituto do Desporto, no endereço acima referido, acompanhada de uma caução provisória no valor de $ 26 400,00 (vinte e seis mil e quatrocentas) patacas. Caso o concorrente opte pela garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM e à ordem do Fundo do Desporto ou deve ser efectuado um depósito em numerário ou em cheque (emitido a favor do Fundo do Desporto) na mesma quantia, a entregar na Divisão Financeira e Patrimonial, sita na sede do Instituto do Desporto. O acto público de abertura das propostas do concurso terá lugar no dia 2 de Junho de 2016, pelas 9,30 horas, quinta-feira, no auditório da sede do Instituto do Desporto, sito na Avenida do Dr. Rodrigo Rodrigues n.o 818, em Macau. Em caso de encerramento do Instituto do Desporto por motivos de tufão ou por motivos de força maior, ou em caso de adiamento do prazo para a apresentação das propostas por motivos de tufão ou por motivos de força maior, o dia e a hora para o acto público de abertura das propostas acima mencionados serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. As propostas são válidas durante 90 dias a contar da data da sua abertura. Instituto do Desporto, aos 27 de Abril de 2016. O Presidente, Pun Weng Kun

AVISO

COBRANÇA DA CONTRIBUIÇÃO ESPECIAL 1. Faço saber que, o prazo de concessão por arrendamento dos terrenos da RAEM abaixo indicados, chegou ao seu término, e, que de acor do com o artigo 53.º da Lei n.º 10/2013 <<Lei de Terras>>, de 2 de Setembro, conjugado com os artigos 2.º e 4.º da Portaria n.º 219/93/M, de 2 de Agosto, foi o mesmo automaticamente renovado por um período de dez anos a contar da data do seu termo, pelo que devem os interessados proceder ao pagamento da contribuição especial liquidada pela Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes. Localização dos terrenos: - Alameda a Tranquilidade, n.ºs 5 a 47, Rua da Tribuna, n.ºs 261 a 279, Avenida do Hipódromo, n.ºs 216 a 276 e Avenida da Longevidade, n.ºs 350 a 392, em Macau, (Edifício Vai Long Garden); - Rua Direita do Hipódromo, n.ºs 214 a 280, Rua dos Hotelãos, n.ºs 473 a 577 e Avenida Leste do Hipódromo, n.ºs 229 a 305, em Macau, (Edifício Victor Garden); - Estrada Nordeste da Taipa, n.ºs 279 a 585, na Ilha da Taipa, (Edifício Tjoi Long Meng Chu). 2. Agradece-se aos contribuintes que, no prazo de 30 dias subsequentes à data da notificação, se dirijam à Recebedoria destes serviços, situado no rés-do-chão do Edifício “Finanças”, ao Centro de Serviços da RAEM, ou, ao Centro de Atendimento Taipa, para os efeitos do respectivo pagamento. 3. Na falta de pagamento da contribuição no prazo estipulado, procede-se à cobrança coerciva da dívida, de acordo com o disposto no artigo 6.º da Portaria acima mencionada. Aos, 30 de Março de 2016. O Director dos Serviços de Finanças, Iong Kong Leong


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MORREU CÉLEBRE MAESTRO DA ÓPERA DE PEQUIM

M

EI Baojiu, um dos mais célebres maestros da ópera de Pequim, morreu na segunda-feira aos 82 anos, após vários dias em coma devido a problemas respiratórios, informou ontem o South China Morning Post. Mei começou a actuar aos 13 anos e dirigia presentemente a Companhia de Ópera, aberta pelo seu pai,

o legendário Mei Langfang, cuja história é retratada no filme “Adeus, Minha Concubina”, do realizador Chen Kaige. Mei Langfang goza do estatuto de herói na China, por durante a ocupação japonesa, durante a Segunda Guerra Mundial, se ter negado a actuar perante os invasores, apesar do risco de sofrer represálias.

Tal como o seu pai, Mei Baojiu, era também um especialista em desempenhar papéis femininos, algo frequente naquela arte tradicional chinesa em que as mulheres estavam proibidas de participar. Nascido em Xangai, em 1934, e último de uma família de nove irmãos, em que apenas quatro sobreviveram durante a infância, Mei

IIF PODEM VOAR 538 MIL MILHÕES DE DÓLARES EM 2016

Yuan preocupa

A desaceleração económica e as preocupações em torno da instabilidade da moeda têm levado os investidores estrangeiros a retirarem o capital do país. As reservas também têm sido afectadas com o FMI a dizer que a folga entre as actuais e o que pode ser necessário caiu para 15% contra 50% há apenas dois anos

S

EGUNDO a agência Reuters, que divulga um estudo do Instituto Internacional de Finanças (IIF), os investidores globais devem retirar 538 mil milhões de dólares da China em 2016, em função da desaceleração económica do país. Segundo o estudo divulgado esta segunda-feira, o número seria menor que os 674 mil milhões de dólares retirados da economia chinesa no ano passado, mas poderia crescer se as preocupações em torno de uma nova queda “desordenada” do yuan. O êxodo de capital da China pode influenciar mercados emergentes devido às relações comerciais estabelecidas com o país asiático e à maior volatilidade cambial gerada pelas saídas. “Uma queda acentuada do yuan poderia provocar uma nova liquidação de activos globais de risco e desencadear a fuga de capitais de mercados emergentes”, diz ainda o IIF no relatório. “Além do mais, uma forte depreciação do yuan poderia levar a uma onda de desvalorização competitiva noutros mercados emergentes, particularmente nos que tem ligações próximas com a China”. Todavia, o ritmo de saída de capital da China tem vindo a desacelerar. Em Março, foram

foi aluno dos melhores professores de ópera de Pequim em meados do século XX e, aos 18 anos, já actuava ao lado do seu pai. Durante a Revolução Cultural (1966-76), lançada pelo fundador da China comunista, Mao Zedong, para erradicar os velhos hábitos e ideias da sociedade chinesa, foi obrigado a abandonar o palco e a dedicar-se a reparar rádios.

foco maior no valor da divisa contra um cabaz de moedas e menos em relação apenas ao dólar.

RESERVAS EM QUEDA

As reservas da China caíram de 4 biliões de dólares em Junho de 2014 para cerca de 3,2 biliões em Fevereiro deste ano. O montante ainda é alto comparado com a maioria dos outros países. Noutro cálculo, desenvolvido pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), a folga entre as reservas actuais e o que pode ser necessário caiu para 15% contra 50% há apenas dois anos. “Segundo esta perspectiva, saídas avultadas contínuas de capital poderiam reduzir as reservas oficias do país para um nível considerado inadequado sem um sério aperto do controlo de capital”, aponta o IIF. A China responde por quase 30% das entradas de capital estrangeiro em países emergentes entre 2000 e o final de 2014, somando cerca de 3,6 biliões de dólares. Desde então, as saídas aumentaram, impulsionadas principalmente por bancos estrangeiros que têm cortado crédito a empresas chinesas. A médio prazo, porém, a China beneficiaria de factores estruturais, diz o IIF.

Preocupado com a sobrevivência da ópera de Pequim, Mei liderou uma iniciativa que visava introduzir aquela arte no programa curricular das escolas. “A nossa missão não é apenas actuar, mas sim ensinar os mais jovens a fazer o que está certo”, afirmou numa das suas últimas entrevistas, em 2014, à Rádio Nacional da China.

A facada da moda Adultério triplica desde 2000

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S casos de adultério na China triplicaram nos últimos quinze anos e, em média, um em cada três maridos ou uma em cada 7,5 esposas são infiéis, indicam estatísticas divulgadas na imprensa oficial. A infidelidade é também o principal motivo de 75% dos divórcios na China, segundo Shuxin, directora do Centro de Pesquisa Nacional para Serviços de Aconselhamento Matrimonial, citada pelo jornal Global Times. A mesma fonte revelou que 23% dos casos estão associados ao uso do ‘WeChat’ e do ‘Momo’, duas aplicações de ‘chat’ móveis frequentemente utilizadas para “engates” e com uma difusão ímpar na China. Aliado ao fenómeno estão também os detectives privados, procurados pelo cônjuge traído para obter provas da “facadinha”, como fotografias ou vídeos, usadas depois em tribunal para garantir uma compensação.

Um detective citado pelo jornal Beijing Times revelou que cobra, no mínimo, 40.000 yuan por cada serviço. Nos últimos anos, o adultério surgiu associado à queda de dezenas de quadros superiores chineses. Embora não seja um crime punido pelo Código Penal chinês, é considerado “uma violação da moral socialista” e “um comportamento inaceitável” para os membros do Partido Comunista da China. O antigo ministro dos Caminhos de Ferro Liu Zhijun, condenado à morte com pena suspensa por dois anos, em 2013, teria “mais de uma dezena de amantes”, entre as quais “várias actrizes”, disseram os jornais na altura. Outro caso envolveu Zhou Yongkang, o mais alto líder chinês preso condenado por corrupção desde a fundação da República Popular da China, em 1949, e que terá mantido diferentes amantes em seis “residências privadas”.

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retirados quase 35 mil milhões de dólares do país, elevando o total retirado desde o início do ano 175 mil milhões, um valor abaixo do ritmo verificado na segunda metade de 2015.

O IIF menciona também o progresso alcançado por autoridades chinesas para atenuar as preocupações em torno do caminho do yuan, destacando que existe um

“Uma queda acentuada do yuan poderia provocar uma nova liquidação de activos globais de risco e desencadear a fuga de capitais de mercados emergentes” RELATÓRIO DO INSTITUTO INTERNACIONAL DE FINANÇAS

EDITAL Procedimento administrativo relativo à notificação de reparação de prédio em mau estado de conservação Edital n.º : 6/E-AR/2016 Processo n.º : 10/AR/2008/F Local : Avenida do Almirante Lacerda n.º 131, EDF. Industrial Wa Long, Macau. Li Canfeng, Director da Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, faz saber que ficam notificados os condóminos, inquilinos ou demais ocupantes do edifício industrial acima indicado, do seguinte: Em conformidade com o Auto de Vistoria da Comissão de Vistoria constante do processo em curso nesta Direcção de Serviços, a parede exterior do edifício industrial acima indicado encontra-se em mau estado de conservação, pelo que, nos termos do n.º 2 do artigo 54.º do Decreto-Lei n.º 79/85/M (Regulamento Geral da Construção Urbana) de 21 de Agosto, foi instaurado um procedimento administrativo relativo à notificação da reparação do edifício industrial acima indicado. No uso das competências delegadas pela alínea 12) do n.º 5 do Despacho n.º 04/SOTDIR/2015, publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau (RAEM) n.º 25, II Série, de 24 de Junho de 2015 e por despacho de 19 de Abril de 2016 do Chefe do Departamento de Urbanização da DSSOPT, Lai Weng Leong, foi homologado o Auto de Vistoria acima indicado. Notificam-se os interessados que no prazo de 10 (dez) dias a contar a partir da data da publicação do presente edital, devem dar cumprimento à ordem emanada no Auto de Vistoria, ou apresentar no mesmo prazo, conforme o disposto no artigo 94.º do Código do Procedimento Administrativo (CPA), aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M, de 11 de Outubro, as alegações escritas relativas à decisão do procedimento da reparação da parede exterior do edifício industrial acima indicado, podendo requerer diligências complementares acompanhadas de documentos. Se findo o prazo acima referido os interessados não derem cumprimento à respectiva ordem nem apresentarem quaisquer alegações escritas, tal não afecta a decisão tomada por esta Direcção de Serviços. Além disso, caso necessário, esta Direcção de Serviços pode aplicar aos infractores a multa estabelecida nos artigos 66.º e 67.º do citado diploma legal. Os interessados podem consultar o processo durante as horas normais de expediente nas instalações da Divisão de Fiscalização do Departamento de Urbanização desta DSSOPT, situadas na Estrada de D. Maria II, n.º 33, 15.º andar, Macau. RAEM, 20 de Abril

de 2016 O Director dos Serviços Li Canfeng


h ARTES, LETRAS E IDEIAS

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WANG CHONG

王充

OS DISCURSOS PONDERADOS DE WANG CHONG

Que o mar seja maior que todos os rios, todos o sabem. Mas que o sábio seja maior que o ignorante, ninguém quer reconhecer.

Da erudição – 2 (parte II)

U

M viajante quis ir à capital, onde há tantas coisas singulares a contemplar. Uma vez na capital, quis ver o mercado, rico de tantas mercadorias extraordinárias. Mas os prodígios que encontramos nas obras das Cem Escolas de pensamento, nos acontecimentos antigos e actuais, são de uma ordem diferente dos que se encontram nos mercados da capital. Se as cidades e seus mercados bastam para saciar a curiosidade do viajante, que dizer quando se frequentam as doutrinas dos Antigos e dos Clássicos. Uma seca não consegue secar um grande rio, dados os seus numerosos afluentes. Mas alguns dias sem chuva bastam para transformar pântanos pouco profundos em pura lama, pois os pântanos não comunicam com outras águas. Quer se tratem de grandes rios, a uma certa distância uns dos outros, ou de ribeiras, ligadas umas às

outras, todos correm para leste, em direcção ao mar. Eis por que o mar é imenso. O que seria da sua reputação de grandeza se não fosse alimentado por todos estes rios? É a esse mar que se pode comparar o homem que é habitado pelas doutrinas das Cem Escolas de pensamento: negar a sua grandeza equivaleria a dizer que o mar não vale os rios que o alimentam. Que o mar seja maior que todos os rios, todos o sabem. Mas que o sábio seja maior que o ignorante, ninguém quer reconhecer. É difícil esperar fazer nome esquecendo as obras dos grandes sábios. Como não fazem caso dos eventos passados, os funcionários a cargo das leis são incapazes de jurisprudência em assuntos de crime. Quanto aos estudantes, que dissecam um só Clássico em parágrafos e frases, o que fazem é negligenciar os Antigos e os Modernos, sendo, por isso, incapazes de argumentar correctamente. . Tradução de Rui Cascais Ilustração de Rui Rasquinho

Wang Chong (王充), nasceu em Shangyu (actual Shaoxing, província de Zhejiang) no ano 27 da Era Comum e terá falecido por volta do ano 100, tendo vivido no período correspondente à Dinastia Han do Leste. A sua obra principal, Lùnhéng (論衡), ou Discursos Ponderados, oferece uma visão racional, secular e naturalista do mundo e do homem, constituindo uma reacção crítica àquilo que Wang entendia ser uma época dominada pela superstição e ritualismo. Segundo a sinóloga Anne Cheng, Wang terá sido “um espírito crítico particularmente audacioso”, um pensador independente situado nas margens do poder central. A versão portuguesa aqui apresentada baseia-se na tradução francesa em Wang Chong, Discussions Critiques, Gallimard: Paris, 1997.


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na ordem do dia 热风

Julie O’yang

Lembranças de longe OU A MÚSICA CHINESA DE INTERVENÇÃO

pressão de dor por um dos mais trágicos episódios da história recente da China.

遥远的呐喊

A canção de Yang Le, “Desde então” 從那以後 diz o seguinte: bit.ly/1SvPTB8

E

STE ano comemora-se o 50º aniversário do movimento, formalmente designado por Grande Revolução Cultural Proletária, que teve uma duração de 10 anos. A Revolução Cultural começou oficialmente em Maio de1966, quando Mao Tsé Tung lançou um ataque contra os seus adversários na liderança do Partido Comunista e promoveu uma vaga de crítica estudantil à classe docente. A década sangrenta e anárquica que se seguiu desacreditou o líder aos olhos de muitos chineses e abriu caminho às reformas económicas levadas a cabo por Deng Xiaoping, após a morte de Mao. A última revolução do Presidente Mao tornou-se um dos acontecimentos mais controversos na história da China moderna. A campanha política desencadeada a nível nacional, e que incentivava a juventude e a classe trabalhadora a rebelarem-se contra o aparelho de Estado resultou, em finais de 1966 e durante o ano de 1967, em confrontos violentos entre as diversas facções. Para restaurar a ordem Mao convocou o Exército de Libertação do Povo o que deu origem a um período de grande repressão. Muitas das pessoas que apoiaram Mao no início da Revolução Cultural acabaram posteriormente por ser seus mártires. A Revolução Cultural deixou traumas e feridas profundas. Foi preciso esperar pela década de 80 para que muitas das vítimas pertencentes às elites política e intelectual fossem reabilitadas pelo Partido Comunista e para que decisões dos Tribunais contra cidadãos comuns fossem revistas. No entanto, ainda hoje em dia muitas das pessoas ligadas a antigas facções se sentem discriminadas pelo PCC, o que faz com que seja tabu falar sobre a Revolução Cultural. O Partido evita o assunto e prefere falar sobre a abertura da China, as reformas económicas de Deng Xiao-

A actriz Lan Ping, também conhecida como Jiang Qing, ou Madame Mao, foi uma das principais impulsionadoras da Grande Revolução Cultural do Proletariado. A foto data dos anos 40 e foi tirada na capital comunista do Noroeste, Yan’an延安

ping, e por aí fora. A censura dificultou desde sempre uma discussão pública e aberta sobre o assunto e o povo, quer por ignorância, no caso dos jovens, quer por apatia, no caso das pessoas de meia idade, evita-o. A crítica pública de matérias sensíveis não é tolerada. No entanto, em privado, as línguas soltam-se com mais facilidade.

Num reality-show, em Novembro do ano passado, um homem grisalho pegou na guitarra e fez ouvir o seu lamento, numa canção em que falava da morte do pai e da dissolução da sua família durante a Revolução Cultural. Yang Le楊樂,conhecido como o Johnny Cash chinês, actuou ao vivo, demonstrando publicamente uma rara ex-

Letra: Quando era criança, Eramos seis, Irmãos e irmãs mais velhos, eu era o benjamim. O pai era belo e valente, A mãe, jovem e linda. Trabalhavam honradamente e eram bondosos, Depois da Revolução Cultural, ficámos apenas cinco. O pai, vítima de um erro, acabou por morrer. A mãe não teve alternativa, casou com alguém doutro lugar. Os meus irmãos espalharam-se por montanhas e vales. Desde então, a minha família dispersou-se, Irmãos e irmãs pelos quatro cantos da Terra. Nos feriados, só podíamos enviar lembranças de longe Lembranças de longe, Lembranças de longe, Muitos anos depois, ao olhar para trás, Meus irmãos e minhas irmãs, não precisamos de nos consolar, Todos nos lembramos, o Pai queria que fossemos honestos e amáveis, Nunca devemos mudar. Lembramo-nos, a Mãe queria que fossemos fortes E felizes Mesmo hoje, Cantamos a canção preferida dos nossos pais Fortes e felizes Amáveis e Honestos Cantamos a canção preferida dos nossos pais Bons e Amáveis Com vidas felizes É preciso mencionar que Yang Le foi descoberto num programa de televisão apresentado pelo célebre Cui Jian, o Godfather of Chinese rock-n-roll (saiba mais em:on.wsj.com/1WFOF6c), que em 1986 agitou as águas e expressou os sentimentos de toda uma geração com a sua canção icónica Nada Em Meu Nome 一 无所有, que pode ser ouvida aqui: bit.ly/1rl1p6B (A letra encontra-se no link do youtube)


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a saga da taipa

José Drummond

Que estamos nós aqui a fazer, tão longe de casa? 10. A EMPREGADA DO BAR

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UARENTA e cinco minutos e muitas bebidas depois, levantas-te. Dispersas-te até à varanda do bar e inclinas-te contra uma parede. Acendes um cigarro. Está abafado. Apesar disso tens um blusão de cabedal vestido sobre uma camisa preta. És um homem não muito alto e magro. Quando fumas dá ideia de que estás ainda mais perdido. Imagino que muitas vezes as tuas noites sejam completadas com prostitutas ou mulheres desesperadas e que tu entediado as permitas preencher os seus desejos. Não que me ache desesperada. Mas se calhar estou. Se calhar estamos todos. És um homem que, como defesa, irás ferir mais os outros do que curar as tuas feridas. Como se as tuas feridas se alimentassem das feridas que infliges. Como se essas feridas fossem a razão da tua existência. Sopras uma nuvem de fumo no ar e vejo-te em profundo suspiro. Vou ter contigo. Sorrio. Mas tu não me vês. Sorrio de novo. Nervosamente. Passando com a mão pelo meu longo cabelo preto que hoje está mais rebelde. Finalmente olhas para mim e é como se o tempo parasse. Sem que me dê realmente conta da sequência acabo no teu quarto. Um quarto confuso e desarrumado que espelha bem aquilo que sinto passar-se na tua cabeça. As tuas intenções são claras quando me agarras e me empurras para a cama. Tínhamos acabado de chegar, e, como que apanhado no rodopio da tua própria confusão, paras. Por um momento ficas imóvel como se não soubesses o que fazer de seguida. Tomo eu conta da situação e rapidamente liberto-me da minha camisa, expondo parte dos meus seios por entre as rendas do meu sutiã. Os teus olhos mudam de expressão, como que em surpresa pelo meu movimento rápido.

Lanças-te na cama, cativado pelo inchaço dos meus seios, mal contidos no sutiã. Sem falar aproximas-te de mim e olhas-me profundamente nos meus olhos cor de avelã. Deixo os teus dedos frios acariciar o meu rosto. Os nossos lábios encontram-se, e tu, mordes-me gentilmente o lábio inferior. Sinto o sangue a fervilhar e não resisto ao impulso de te empurrar de leve e rodopiar sobre ti. Agarras a parte de trás da minha cabeça e puxas-me para ainda mais junto. Com dedos ágeis soltas-me o sutiã, deixando-o cair no chão. Os meus mamilos roçam endurecidos contra a tua camisa. Os teus lábios quentes beijam-me. Sinto o hálito a whisky e tabaco a inundar-me a boca. Os teus dedos acariciam-me os seios e descem lentamente até às minhas ancas. Sussurras que a minha pele macia e quente te está a pôr louco. Os teus lábios descem ao longo do meu pescoço e em modo animalesco

voltas a rodopiar assumindo de novo a posição de topo. Eu tento empurrar-te em falso porque quero que me agarres ainda com mais força. Os teus dedos prosseguem de modo livre o reconhecimento do meu corpo. Solto um pequeno gemido e não consigo resistir à vontade de te desapertar a camisa e arranhar-te as costas. A tua boca desenha um círculo à volta do meu mamilo direito antes de o chupar fazendo-me gemer ainda mais. A minha mente está num sentido permanente de rebelião. Preciso disto. Preciso tanto disto. As tuas mãos não param e retiram-me a saia fazendo com que me contorça até aos tornozelos. As minhas cuecas rosa estão húmidas, e grito quando as tuas mãos acariciam delicadamente o clítoris. Vejo-te sorrir levemente. Pela primeira vez tens outra expressão e toda a tua dor parece momentaneamente esquecida. Observas-me a gemer. Voltas a beijar-me enquanto nos libertamos da roupa restante. A tua erecção está no auge, pressionando firmemente contra o meu corpo. As minhas mãos empurram-te um pouco até que te agarro o pénis. Sinto-o na minha mão a pulsar violentamente. Dirijo-o para o ponto certo. Mordes-me a língua com força quando me penetras. Começas a apertar-me o pescoço. Não consigo respirar. Não consigo gemer. Não consigo fazer nada. Os teus olhos são agora de um animal. Estou perto do clímax quando subitamente te retiras. Olho para ti confusa. Mas essa confusão dissipa-se quando me voltas a penetrar. Choramingo. Recomeças cuidadoso e lento mas, de repente, sinto -te ofegante a aumentar o ritmo, sorrindo, como um louco, sem retirar as tuas mãos do meu pescoço. É neste momento que tudo se torna vago e perco os sentidos...

Dou comigo a abrir os olhos. Estás a olhar para mim. Choras. Como secar uma face cheia de lágrimas? Não sei quanto tempo estive inconsciente. Sinto uma dor na cabeça. As constelações impávidas que antes observei na varanda estão agora esquecidas. Os teus olhos não são duas luas cheias. Leio culpa nos teus olhos. Uma mulher sabe quando um homem olha nos seus olhos e vê outra pessoa. Tu tens problemas. És complicado como a maior parte das pessoas. Uma pessoa difícil de conhecer, de saber o que se passa no teu interior. Sinto os teus sentimentos como um turbilhão com imensas coisas. Ingredientes estragados de um qualquer prato amargo. Não é amor. Tu és o tipo de homem que magoa as pessoas, que as parte, que as danifica. És o tipo de homem do qual as mulheres devem ficar afastadas. Percebo que tudo foi um erro. Quero-me ir embora. Quero-me levantar. Não consigo. Não me consigo mexer.


17 hoje macau quarta-feira 27.4.2016

TEMPO

?

TROVOADAS

O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje

MIN

23

MAX

27

HUM

80-98%

EURO

9.03

BAHT

DOCUMENTÁRIO “FIRST COUSIN ONCE REMOVED” Cinemateca Paixão, 19h30 DOCUMENTÁRIO “SISTER KIM” Cinemateca Paixão, 19h30 DOCUMENTÁRIO “32+4” Cinemateca Paixão, 19h30 DOCUMENTÁRIO “DEATH OF A JAPONESE SALESMAN” Cinemateca Paixão, 14h30

O CARTOON STEPH

DOCUMENTÁRIO “DEATH OF A JAPONESE SALESMAN” Cinemateca Paixão, 21h00

Sábado

DOCUMENTÁRIO “DEATH OF A JAPONESE SALESMAN” Cinemateca Paixão, 21h30 Bilhetes a 60 patacas

Diariamente

EXPOSIÇÃO DE TIPOGRAFIA “WEINGART” Galeria Tap Seac (até 12/06) Entrada livre EXPOSIÇÃO “AGUADAS DA CIDADE PROIBIDA”, DE CHARLES CHAUDERLOT Museu de Arte de Macau (até 12/06) Entrada livre EXPOSIÇÃO “TIBET REVEALED” Galeria Iao Hin Entrada livre EXPOSIÇÃO “AS DIMENSÕES DO SONHO E ARTE” Fundação Rui Cunha (até 12/05)

Cineteatro

C I N E M A

CAPTAIN AMERICA: CIVIL WAR [B] Filme de: Anthony & Joe Russo Com: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson 14.30, 18.30, 21.15 SALA 2

BUDDY COPS [C]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Peter Chik Com: Bosco Wong, King Kong Li, Charmaine Fong 14.30, 16.30, 21.45

CAPTAIN AMERICA: CIVIL WAR [3D] [B]

PROBLEMA 77

UMA SÉRIE HOJE

EXPOSIÇÃO DE DINOSSAUROS Centro de Ciência de Macau

SALA 1

SOLUÇÃO DO PROBLEMA 76

Filme de: Anthony & Joe Russo Com: Chris Evans, Robert Downey Jr., Scarlett Johansson 19.00

SUDOKU

DE

DOCUMENTÁRIO “TAXI” Cinemateca Paixão, 19h00

EXPOSIÇÃO “O SONHO DO PAVILHÃO VERMELHO”, DE ZHANG BIN Casa Garden (até 19/05) Entrada livre

YUAN

1.23

A GRANDE FANTOCHADA

Amanhã

DOCUMENTÁRIO “FIRST COUSIN ONCE REMOVED” Cinemateca Paixão, 14h30

0.22 AQUI HÁ GATO

DOCUMENTÁRIO “CHUCK NORRIS VS COMMUNISM” Cinemateca Paixão, 14h00 Bilhetes a 60 patacas

Sexta-feira

(F)UTILIDADES

Turismo, turismo, turismo... Abre-se o jornal e só se lê turismo ou qualquer coisa “criativo”. Mas o resultado não é nem turismo de qualidade, nem nada parecido com criativo. Fssssss!.... Eriço-me todo. É tudo turismo, é tudo para o turismo, nada se pensa que não meta turismo que, ultimamente, anda de braço dado com indústrias criativas. Portanto é turismo e criatividade, criatividade e turismo e o resultado continua a ser uma cidade onde até um gato ágil como eu tem receio em andar. A única vantagem do caos vigente é a quantidade profícua de ratos proporcionando excelentes ‘trips’gastronómicas a nós felinos. O resto é pó e gente. Muita gente. Turismo? Fssss!.... Alcatroam-se trilhos, para os turistas, pensa-se em revitalizar Coloane, para quem?...Adivinhou: para os turistas. Cinema? Para os turistas ou não era o Turismo a levar os cineastas a feiras de negócios mas sim o IPIM. Animação? Para os turistas. E por aí fora... As palavras “criativo”, “criatividade”, “criativas” ou o raio que os partam também já me provocam uma sensação igual a uma bola de pêlos no estômago. É o falar por falar, o fazer (?) sem resultados práticos, o ‘criativo’colocado só porque sim, porque está no discurso político e tem de ser para ficar bem e sacar um subsídio. Como os espaços para os “criativos” que têm vindo a ser sistematicamente abarbatados (desculpem mas é a palavra) por especuladores, nomeadamente os antigos espaços fabris, salas amplas cheias de potencial, recortadas em nichos para lá meterem os “criativos” a preços híper-criativos. Às vezes, a única palavra que me ocorre para descrever Macau é mesmo ‘fantochada’. Vou beber leite a ver se passa. Pu Yi

“ANATOMIA DE GREY” (SONDA RHYMES, 2016)

Há quem lhe chame a “série para não pensar”. Está longe de ser uma série que nos cole ao ecrã, que crie suspense e nos faça não dormir. Antes pelo contrário, é uma série comum, com personagens comuns, com os seus problemas comuns, tal como todos nós. Talvez seja esse o segredo de “Anatomia de Grey”, que já vai na sua 12ª temporada. Mesmo com a mudança drástica daquela que se esperava ser a história de amor principal, “Anatomia” consegue conquistar pelas histórias paralelas. Dor, drama, amor e muitos momentos tão humanos compõem toda a narrativa.

Filipa Araújo

SALA 3

MY WIFE IS A SUPERSTAR [C]

FALADO EM CANTONÊS LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Shirley Yung Com: Annie Liu, Chau Pak Ho, Alex Lam, Jacky Chai 14.15, 16.05, 19:45

THE BOY [C]

Filme de: William Brent Bell Com: Laura Cohan, Rupert Evans 17.55, 21.45

www. hojemacau. com.mo

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; Filipa Araújo; Flora Fong; Manuel Nunes; Tomás Chio Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


18 OPINIÃO

hoje macau quarta-feira 27.4.2016

chá (muito) verde

“Dia da Saudade”, 24, como lhe chamam os reaccionários, o (primeiro) “Dia da Liberdade”, 26, como lhe chamam os revolucionários e, pelo meio, outro dia, o 25, que tudo mudou. Esta semana, neste mesmo jornal, interrogavam-se as pessoas se se devia, ou não, festejar mais o 25 de Abril em Macau. Naturalmente, em Macau, Portugal ou Cochinchina, o fim de uma ditadura que cerceava a liberdade de expressão e encarcerava os que ousavam discutir os princípios políticos do Estado deve ser celebrado. Todavia, mais do que celebrado, mais do que slogans ocos do género “25 de Abril para Sempre” parece-me essencial que percebamos claramente que legado foi esse do 25 de Abril, se as expectativas geradas (muitas) foram cumpridas e se, no limite, o 25 de Abril tinha mesmo de acontecer. Para mim existem duas vantagens essenciais que saíram de Abril de 1974: o laicismo e a liberdade de expressão. O resto nunca iremos saber se foram consequências dos tempos, ou da revolução. Portugal em vez de passar a vida a falar de cravos e de heróis de natureza duvidosa como Costa Gomes, Spínola, Vasco Gonçalves e até Mário Soares entre vários outros, deveria era interrogar-se dos pressupostos que levaram à revolução e se a transição de regime, que começava a tardar, não poderia ter acontecido de outra forma. Nós temos um hábito secular de nos perdoarmos e mostrar, especialmente a nós próprios, como somos um povo fora de série que faz coisas especiais. Algumas fizemos, sim, como partir mar adentro à procura de outros mundos, apesar das críticas dos cépticos (tão bem imortalizadas por Camões no seu Velho do Restelo), ou termos sido os primeiros europeus, juntamente com a Bielorrúsia, a abolirmos a pena de morte nos finais do séc. XIX. Mas também organizámos o primeiro mercado de escravos africanos em 1444, em Lagos, e mantivemos o negócio por séculos. Dourar a pílula é uma especialidade que dominamos. O 25 de Abril não é diferente. Se custa perceber como não foram julgados os criminosos da PIDE que encarceraram e torturaram milhares de pessoas, nem foram assacadas quaisquer responsabilidades políticas a ninguém pelos mesmos factos, também custa perceber como ainda não se debate realmente (42 anos depois!) as verdadeiras motivações de Abril ou as negociatas efectuadas em sequência. Se custa perceber como nunca foi escalpelizado o lastimável processo de descolonização, também custa perceber como o tal Portugal novo, pós-

MARIA DE MEDEIROS, CAPITÃES DE ABRIL

O

Vinte e quatro ou vinte seis?

-Abril, deixou transformar a sede da PIDE num condomínio de luxo vedando assim as novas gerações à visualização in loco do horror daqueles cárceres. Um apagamento histórico absolutamente inaceitável num país que se diz moderno e democrático. Para além do laicismo e da liberdade de expressão, o 25 de Abril trouxe outras melhorias de relevo como as férias e respectivos subsídios para os trabalhadores, a aparente igualdade entre sexos e, seguramente, um novo papel para a mulher na sociedade, acesso generalizado à educação mas também originalidades como a desditosa Reforma Agrária que apenas serviu para destruir a produção agrícola nacional, para não falar das não menos célebres nacionalizações. Quarenta e dois anos depois, as pessoas têm férias, sim, mas somos dos que menos temos na Europa. Também pertencemos ao grupo dos países cujos cidadãos têm menos capacidade para as gozar independentemente de dias e subsídios e, segundo dados do Eurostat, dos que menos viajam para fora do país juntamente com a Espanha e a Roménia. Apenas 10% dos que viajam vão para fora. As mulheres viram o seu papel reformado mas será que hoje já têm condições de absoluta igualdade perante o emprego? (pergunta retórica) Temos educação acessível mas, mesmo assim, o abandono escolar em Portugal é ainda um dos mais altos da União Europeia. Em 1974 também se prometia “casa para todos” e todos sabemos como a coisa está.

Quanto mais se olha, mais parece que o 25 de Abril foi apenas uma tentativa de golpe de Estado falhado por militares fartos da guerra. Mas mesmo essa questão, a das colónias, já vinha a ser debatida nos meandros do Governo desde meados dos anos 50, falando-se de Federalismo e até de Independência. Em 1961, a constituição de um Estado Federal, abrangendo Portugal e as suas colónias, tinha sido publicamente defendida por Henrique Galvão e Humberto Delgado, então exilados no Brasil. Mais tarde, veio a ser o próprio Marcello Caetano, último primeiro ministro do Estado Novo, a defendê-la. Dizia ele em meados dos anos 60 que “para as colónias da África Tropical a era do império ainda não passou. A hipótese federativa, como termo político da evolução colonial, não parece de excluir. É certo que os portugueses não mostraram nunca uma grande tendência para os regimes federativos; mas isso não significa que com o tempo não venham a compreender a sua prática”. O projecto que apresentou era o de uma Constituição Federal, criando uns “Estados Portugueses Unidos”. Tal modificação constitucional passaria pela transformação do Estado unitário em Estado federal, formado por três Estados Federados (Portugal, Angola e Moçambique), enquanto Cabo Verde receberia o estatuto de Ilha Adjacente e as demais Províncias ultramarinas ficariam com o mero estatuto de Província. Provavel-

FERNANDO ELOY | 义來

mente, mais tarde ou mais cedo, o sistema evoluiria para independência num sistema “a la Commonwealth” mas, pelo menos talvez tivesse poupado anos de guerra em Angola e Moçambique, talvez a transição tivesse sido mais suave e mais inteligente. Não pretendo fazer a apologia de Marcello que, por muito visionário que fosse, não foi capaz de perceber o que estava à sua volta, não foi capaz de reformar a seguir ao Salazar, não foi sequer capaz de entender que ir para o Quartel do Carmo era um erro estratégico, ou que entregar o poder a Spínola era a última coisa que deveria fazer, no seu próprio interesse e do país que não pretendia ver cair no caos. Apenas questiono se não teria existido melhor solução para a transição de regime. Na realidade, hoje no primado da democracia e da liberdade, continuamos dependentes de um sistema de clientelismo muito ao género da I República como Vasco Pulido Valente salienta: “desde a consolidação da monarquia liberal que o jornalismo e a literatura bramiram contra a compra do eleitorado por “favores” do governo, empregos, dinheiro e privilégios. Desde Herculano e Júlio Dinis, que sempre se esquece, até Ramalho, Eça, Fialho e, claro, os “neogarrettianos”, não houve cão nem gato que não condenasse os partidos por se alimentarem de “dependentes do Estado”. Os milhares de páginas que se escreveram contra esta ficção ou, se quiserem, contra esta fraude constituem a mais longa e coerente tradição política portuguesa. A República com a sua violência e o seu compadrio confirmou com vigor tudo aquilo em que o país piamente acreditava. E Salazar, ao contrário da lenda, assentou a sua ditadura num apetite geral de um “pulso forte” que servisse a “nação” e desfizesse as clientelas”. Ou seja, virámos o disco para vir a tocar o mesmo? Mudámos, mudámos muito e muitas coisas para melhor. Mas o mundo também mudou e na maioria dos países europeus para muito melhor que nós ou não continuássemos, apesar de todas as reformas, apertos de cinto e quejandos, com um défice sistemático equivalente a 3% do PIB. Celebrar Abril, ou seja, a queda de uma ditadura é essencial mas para nada servirá se não formos capazes de o entender em toda a sua dimensão, de nos entendermos em toda a nossa capacidade para perceber se, de facto, ganhámos ou não um país novo.

MÚSICA DA SEMANA

“The man who sold the world” David Bowie (1970) “Man is an obstacle, sad as the clown, Oh by jingo So hold on to nothing, and he won’t let you down,Oh by jingo Some people are marching together and some on their own Quite alone Others are running, the smaller ones crawl But some sit in silence, they’re just older children That’s all, after all”


19 hoje macau quarta-feira 27.4.2016

ÓCIOSNEGÓCIOS

SHOOT AND CHOP, PRODUTORA AUDIOVISUAL IWIN KWOW E KENNY LEONG, FUNDADORES

“Não queremos ser apenas divertidos” mos quaisquer lucros com esses vídeos mas temos paixão na criação de novos conteúdos e no desenvolvimento de novas ideias para as pessoas de Macau”, explicou Kenny Leong.

SHOOT AND CHOP

Existe somente há uns meses e é mais uma das empresas que está localizada no Macau Design Center. A “Shoot and Chop” não quer apenas fazer vídeos de entretenimento mas assumir-se no mercado publicitário como uma aposta que vale a pena fazer

POUCA APOSTA EM MACAU

D

URANTE muito tempo Kenny Leong esteve chateado com Macau e a forma como tem sido governada. A série de vídeos “Pissed off man” fez sucesso no Youtube e tornou-se num canal para a reflexão da actualidade local. Mas Kenny Leong, nascido em Macau e com largos anos de vida em Toronto, no Canadá, decidiu juntar-se à sua parceira de negócio Iwin Kuok e apostar num novo projecto. “Shoot and Chop” é uma empresa de audiovisual criada há poucos meses, sediada no Centro de Design de Macau, e pretende tornar-se uma aposta profissional na área de produção de vídeos. Aos poucos e poucos têm sido contactados por várias empresas e até por universidades que estão interessados nas suas produções. “Neste momento temos mais clientes, estamos a conseguir alguma atenção. Não devemos estar preocupados em atrair as atenções, não é uma preocupação para nós, isso vai acabar por acontecer. Há três meses foi algo difícil, mas as coisas vão melhorar”, disse Kenny Leong. “A minha verdadeira paixão sempre foi fazer vídeos sobre o que se passa em Macau ao nível da política, a actuação do Governo e os problemas sociais. Essas

foram as ideias iniciais que me levaram a estabelecer e ‘Shoot and Chop’. A minha parceira também tem interesse por estas questões e ela é a directora desta empresa, enquanto eu sou o director criativo. Juntos queremos fazer um trabalho mais comercial, ligado à produção de filmes curtos, mas também fazemos os nossos próprios vídeos, os quais são depois colocados no Youtube”, contou ainda ao HM. Estes vídeos, sem nenhum objectivo de lucro, pretendem apenas chamar a atenção do público e muitos deles são um verdadeiro sucesso online. Colocar estrangeiros a residir em Macau e a experimentar comidas tipicamente chinesas é um vídeo que mostra esse lado de entretenimento da “Shoot and Chop”.

“Para além de tentarmos tornar isto rentável também queremos ter espaço para fazer as nossas próprias coisas e é aí que entram esses vídeos. Não te-

“A Shoot and Chop serve para termos a coragem para fazer algo de louco e dizer coisas que os outros não querem dizer”

À Iwin Kwok cabe a parte de lidar directamente com os clientes e gerir toda a parte logística à qual uma empresa está obrigada. Kenny Leong apenas dá largas à sua imaginação, sendo director para os conteúdos criativos. “Esperamos que as pessoas tenham interesse em seguir os projectos da nossa empresa, no nosso canal do Youtube e no Facebook também. Também estamos à procura de novos projectos e de encontrar patrocinadores para esses vídeos, porque achamos que podemos criar algo”, disse Kenny Leong. Iwin Kwok assume que uma das grandes dificuldades de manter uma empresa em Macau é lidar diariamente com a competição que vem da região vizinha. “Nos últimos anos os meios de comunicação de Macau têm estado muito ligados às produções de Hong Kong, incluindo o próprio Governo e a indústria dos casinos. Mas porque é que as empresas locais não podem fazer esse trabalho? São profissionais e tudo mais, mas porque não dão mais atenção às empresas locais? Nós estamos à procura de mais oportunidades e esperamos que compreendam que em Macau também se fazem bons vídeos.” Kenny Leong explica, contudo, que o mercado audiovisual local tem vindo a amadurecer. “Vemos mais produções de vídeo do que víamos antes e o mercado está a amadurecer, inclusivamente no mundo online. Estamos a receber mais atenção. Estamos num mercado pequeno, mas penso que as ideias podem fazer tudo. A partir do momento em que se colocam as coisas online se as pessoas gostarem é tudo mais fácil. Também queremos fazer coisas que possam surpreender as pessoas.” Misturar o lado lúdico com a parte profissional é a aposta da “Shoot and Chop”. “A Shoot and Chop serve para termos a coragem para fazer algo de louco e dizer coisas que os outros não querem dizer. Mas para ter uma empresa termos de ter algo mais do que fazer coisas malucas. Também queremos criar conteúdos de forma profissional para potenciais clientes. Temos duas direcções e isso é importante para que não sejamos apenas divertidos”, disse Kenny Leong. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo


O primeiro pregão da luz insegura, / a cercada voz do azul das ilhas, / a marítima sombra das palmeiras / ardendo entre as águas e a bruma.” Eugénio de Andrade

Águas turvas

Macao Water preocupada com canalizações privadas

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Macao Water está preocupada com as condições de salubridade das redes privadas de abastecimento de água. A nota saiu da reunião, a primeira, do Grupo de Ligação a Clientes da empresa, ocorrida ontem e contou com a presença de elementos do Governo. Num comunicado, a Macau Water alerta para o facto de que nas suas acções de inspecção foram detectadas um número assinalável de canalizações privadas em mau estado de manutenção. “Canos velhos e corroídos que, inclusivamente, podem ameaçar a saúde dos residentes”, informa a empresa. “Muito preocupada com a situação”, como afirma a Macao Water, a empresa garante ter discutido com os representantes do Governo presentes na reunião, nomeadamente a directora para os Assuntos Marítimos e da

Água, Susana Wong, acerca de soluções possíveis para a resolução do problema. Mas a responsável também espera que “os donos dos edifícios, as empresas gestoras dos condomínios ou os agentes registados cumpram as suas obrigações e façam um trabalho melhor na manutenção das redes de água”, já que a empresa “nada pode fazer em relação às redes particulares”. Para obviar os problemas, ou parte deles, a Macao Water montou, em 2010, uma equipa de trabalho para fazer reparações nas canalizações logo imediatamente antes dos contadores. De acordo com a informação prestada, ”os custos são repartidos e a parte que cabe aos privados é debitada nas contas de água do prédio”. Todavia, têm sido encontradas muitas dificuldades, seja pela forma como os canos estão instalados, ou outro tipo de limitações. M.N.

quarta-feira 27.4.2016

MITSUBISHI TESTES INAPROPRIADOS HÁ MAIS DE 25 ANOS

O

fabricante japonês Mitsubishi Motors admitiu ontem ter utilizado métodos de testes inapropriados nos últimos 25 anos, ampliando o escândalo de fraude do desempenho energético de uma parte dos seus veículos revelado na semana passada. “Temos utilizado este método para o mercado doméstico desde 1991”, disse um funcionário do grupo durante uma conferência de imprensa, afirmando não saber ainda quais os modelos envolvidos. A 20 de Abril, a Mitsubishi Motors admitiu ter manipulado testes de emissões poluentes em, pelo menos, 625.000 veículos, alguns dos quais construídos para a Nissan. A empresa admitiu que os seus funcionários modificaram a pressão de pneus durante os testes de consumo de combustível de 625 mil unidades vendidas no Japão de quatro dos seus modelos de veículos ligeiros. Os carros foram ainda testados com um sistema não homologado pelo Japão desde

Presidente da Mitsubishi Tetsuro Aikawa

2002 e assim vendidos com uma garantia de consumo falsa, segundo a qual eram entre cinco e dez por cento mais eficientes do que na realidade. Segundo a informação divulgada ontem pela NHK, também foram falsificados dados das versões 4x4 dos mesmos quatro modelos. A Mitsubishi Motors admitiu ainda ter falsificado dados sobre a eficiência de veículos todo-o-terreno.


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