Hoje Macau 24 JUN 2011 #2397

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AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006

hojemacau MOP$10

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ • SEGUNDA-FEIRA 27 DE JUNHO DE 2011 • ANO X • Nº 2397

TEMPO POSSIBILIDADE DE TROVOADAS MIN 26 MAX 31 HUMIDADE 60-95% • CÂMBIOS EURO 11.4 BAHT 0.3 YUAN 1.2

Cansado de Carvalho acusado de vetar exposição sobre navio-escola Sagres

Castro desconsolado Quando soube da existência de uma exposição de fotografia sobre os 40 dias de viagens de Joaquim Magalhães de Castro no navio-escola Sagres, o IPOR demonstrou interesse em apresentá-la em Macau, por volta do 10 de Junho. E o investigador preparou tudo para o efeito. Mas chegado à RAEM foi informado que o cônsul Manuel Cansado de Carvalho se opunha à iniciativa, sem grandes explicações. Os motivos poderão passar pela vontade de evitar “um incidente diplomático”. > PÁGINA 10

APOMAC fala de aumento de pensões a Chui Sai on

Cheong U

CUIDADO! VÊM AÍ AS INDUSTRIAIS CULTURAIS • PÁGINA 6

OPINIÃO

DAVID CHOW QUER RAEM COMO CENTRO TURÍSTICO INTERNACIONAL • PÁGINAS 14 E 15

Francisco Manhão e Jorge Fão encontraram-se com o Chefe do Executivo e levavam a agenda cheia: melhorias na sede para melhor atendimento e a necessidade de aumentar as pensões face à inflação, entre outras sugestões. Chui Sai On ficou a pensar. >Página 5


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2 PARTIDO SUPERA 80 MILHÕES O número de integrantes do Partido Comunista da China superou no ano passado a marca de 80 milhões, anunciou a Xinhua. O PC chinês é a associação política com mais filiados em todo o mundo. O actual número de militantes do partido, que está a apenas uma semana de completar 90 anos de existência, é quase igual à da população da Alemanha. De acordo com os números divulgados, o número de militantes chegou no ano passado a 80,27 milhões. Em 2010, o partido ganhou 2 milhões de novos membros em relação ao ano anterior, disse Wang Qinfeng, vice-ministro. Mais do que uma ideologia, a filiação no Partido Comunista dá aos seus militantes acesso à elite do poder no país, além de oportunidades de carreira política. Os candidatos à filiação precisam ser indicados por membros que se destaquem pela lealdade ao partido e pelo “bom comportamento”. Segundo os números citados por Wang, cerca de 24 milhões dos integrantes do PC chinês são camponeses, mais de 38% são do sexo feminino e quase um quarto tem menos de 35 anos. TAIWAN PARLAMENTO EDUCATIVO O porta-voz do parlamento de Taiwan disse estar a considerar abrir as portas do local aos turistas continentais chineses para os educar relativamente à democracia. Wang Jin-pyng disse que vai estudar a proposta de um deputado para difundir a democracia de Taiwan no continente chinês. Mais de 600.000 turistas continentais chineses visitaram Taiwan em 2010, muitos dos quais, segundo os organizadores das visistas, ficam nos hotéis a assistir a debates políticos difundidos em horário nobre. CHINA E RÚSSIA AUTORIZAM EVITAR DÓLAR China e Rússia concordaram em autorizar empresas de ambos os países a fazerem negócios usando o yuan e o rublo, anunciou o Banco da China. A China passou a usar as duas moedas em Novembro do ano passado e a Rússia começou a trocar rublos por yuans em Dezembro, dentro de uma estratégia dos países para impulsionar a utilização das suas moedas e diminuir a dependência do dólar. O comércio sino-russo cresceu 37,8% nos primeiros meses de 2011, chegando aos 22,400 mil milhões de dólares, segundo dados do governo chinês. China e Rúsia, que junto com Brasil, Índia e África do Sul, formam o grupo BRICS, de potências emergentes, buscam reduzir o domínio do dólar nas actividades de comércio e investimento.

ACTUAL

PM chinês em Berlim para ronda de consultas

Choque de titãs

O

primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, e a chanceler alemã, Angela Merkel, reúnem-se hoje, segunda-feira, e na terça-feira em Berlim, na primeira ronda de consultas bilaterais, marcada pela assinatura de vários acordos económicos. Na segunda-feira, Merkel oferece um banquete em honra de Wen Jiabao, na mansão Liebermann, nas margens do lago Wannsee.

No dia seguinte, a delegação chinesa, que integra ainda 13 ministros, estará na chancelaria federal, para conversações e assinatura de vários protocolos bilaterais. Na terça-feira à tarde, Wen Jiabao será recebido pelo Presidente da Alemanha, Christian Wulff, no palácio Bellevue, em Berlim. Merkel visitou a China há um ano, depois de Pequim ter considerado encerrado o conflito diplomático criado pelo encontro em

Berlim, em 2007, entre a chanceler e o Dalai Lama, líder espiritual dos tibetanos. Os chineses consideraram este encontro uma ingerência nos seus assuntos internos. Vários observadores afirmaram que, na véspera da chegada de Wen Jiabao, parecia programado um novo conflito entre Berlim e Pequim, na sequência da detenção do mais famoso artista plástico chinês Ai Weiwei. O porta-voz da chancelaria federal,

Steffen Seibert, afirmou num “briefing” sobre a próxima visita do PM chinês que Merkel “tem falado sempre sobre a situação dos direitos humanos na China, e também se tem empenhado em alguns casos individuais”. Os mesmos observadores consideraram que a libertação sob caução de Ai Weiwei, no princípio da semana passada, veio permitir que o diálogo se concentre ainda mais na cooperação económica sino-germânica. Pela primeira vez nos últimos 40 anos, haverá um comunicado conjunto após as negociações em Berlim, um documento de 28 páginas em que se preconiza uma maior cooperação, sobretudo nas áreas da protecção climática, economia, cultura e sociedade. Grande parte do texto, em que se instituiu também o modelo das consultas anuais, não vai além de declarações de intenções, de acordo com fontes diplomáticas. A China tornou-se, a seguir aos Estados Unidos, no segundo destino das exportações alemãs, que aumentaram 43,9 por cento em 2010, atingindo a soma de 53,6 mil milhões de euros. Na base da retoma da economia alemã têm estado as exportações para a China, sobretudo de automóveis, maquinaria pesada e tecnologias de ponta. No mesmo período, a China aumentou as exportações para a Alemanha em 35 por cento, alcançando em 2010 um saldo favorável de quase 23 mil milhões de euros na balança comercial sino-germânica.

EUA E CHINA DISCUTEM CRESCENTE TENSÃO NO MAR DO SUL

Washington mete o bedelho E

STADOS Unidos e China iniciaram neste sábado as suas primeiras conversações sobre a crescente tensão no Mar do Sul da China, após Pequim ter questionado o interesse de Washington aos países do sudeste asiático que reivindicam a passagem pelo local. Altos funcionários das potências estão reunidos em Honolulu, Hawai, alguns dias depois dos Estados Unidos terem dado o seu apoio às Filipinas e ao Vietname, que se declararam alarmados por uma progressiva afirmação de Pequim nessas águas. Kurt Campbell, subsecretário de Estado dos Estados Unidos para a região Ásia-Pacífico, disse que está disposto a recordar à China o forte compromisso do seu país com a defesa da liberdade de navegação. “Queremos que as tensões sejam superadas”, disse Campbell. Contudo, segundo o vice-ministro de Relações Exteriores da China, Cui Tiankai, o

apoio americano ao Vietname e Filipinas “só pode complicar a situação”. “Creio que alguns países estão a brincar com fogo e espero que não saiam queimados”, disse Cui, citado pelo The Wall Street Journal. A secretária de Estado americana, Hillary Clinton, prometeu na quinta-feira ajudar a Filipinas a modernizar as suas forças navais. “Ainda que sejamos um país pequeno, estamos prontos para nos defender de qualquer acção agressiva”, disse na quinta-feira o chanceler filipino Albert del Rosario. Uma semana antes, os Estados Unidos e o Vietname, ex-inimigos de guerra, realizaram um pedido conjunto para uma resolução pacífica do conflito. O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, por sua vez, está na Grã-Bretanha, onde chegou neste sábado para uma visita de três dias, na segunda etapa de uma série de visitas pela Europa, que foi iniciada em Budapeste.

CHINA COMBATE À INFLAÇÃO É PRIORIDADE

A China enfrenta pressões inflacionárias cujo controlo é a maior prioridade política do governo, disse neste sábado, 25, o vice-primeiro-ministro, Li Keqiang. Esta ideia foi expressa um dia depois do primeiro-ministro Wen Jiabao ter dito esperar que as pressões sobre os preços baixem de modo constante, ao mesmo tempo que o país mantém o acelerado crescimento económico. Li afirmou que embora a taxa de expansão da China, segunda maior economia mundial, continue acelerada, o país também está a suportar as pressões inflacionárias. “A China tem que manter a estabilidade dos preços como prioridade máxima”, disse, acrescentando que controlar a “procura pouco razoável” de recursos naturais é outra tarefa importante. Já o assessor do governo Fan Jianping disse que espera que a inflação se desacelere no segundo semestre, depois de atingir seu máximo em Junho, segundo a agência oficial de notícias Xinhua.


Macau também era conhecida, outrora, como a Monte Carlo do Oriente, mas, o que acontece é que passou a depender, de há alguns anos a esta parte, em termos de atracção turística, nos casinos e nas instalações de diversão localizados no interior dos grandes hotéis. É mais que óbvio que, com este modelo de turismo, Macau não se pode tornar num Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional. David Chow P.15

Dissidente libertado depois de três anos preso por “subversão”

Hu Jia liberdade, ma non troppo O dissidente terá prometido manter o silêncio. Tal como Ai Weiwei.

O

activista de direitos humanos Hu Jia, agraciado em 2008 com o Prémio Sakharov para a Liberdade de Pensamento, foi libertado neste domingo após cumprir três anos e meio de prisão, acusado pelo regime chinês de “subversão”, de acordo com uma mensagem de sua esposa, Zeng Jinyan, no Twitter. Hu chegou a sua casa às 2h30 da madrugada de domingo “calmo e muito feliz”, segundo Zeng, também activista, que preferiu manter silêncio até à libertação do marido. Agora, na sua mensagem no Twitter, disse que Hu já estava com a família e precisava descansar. A imprensa oficial chinesa não noticiou a libertação de Hu, activista de 37 anos, que, segundo Zeng, sofre de hepatite B, doença agravada durante o período na prisão. Hu foi detido em Dezembro de 2007 e condenado em Abril de 2008 a três anos e meio de prisão por “subverter o poder do Estado” (veredicto habitual contra os dissidentes políticos na China), após escrever artigos condenando a

situação dos direitos humanos, do meio ambiente e dos portadores de sida no seu país. As denúncias lhe valeram o Prémio Sakharov, concedido pelo Parlamento Europeu. Candidato ao Prémio Nobel da Paz em 2008, ganhou fama, simpatizantes e inimigos por organizar campanhas de ajuda aos camponeses pobres que contraíram sida na China vendendo sangue nos anos 1990 - escândalo até hoje não

reconhecido pelo governo - e por acusar as autoridades de ocultarem o assunto. A esposa de Hu, de 27 anos, considerada em 2007 pela revista “Time” uma das “100 pessoas mais influentes do mundo”, tinha viajado para Pequim há uma semana - da cidade de Shenzhen - ao ser avisada da libertação do marido. Zeng disse que, na sexta-feira, tinha sido avisadda de que Hu não

AI WEI WEI NÃO PODERÁ DAR ENTREVISTAS NEM VIAJAR

Livre mas de mãos atadas A

S autoridades impuseram uma data de condições a Ai Wei Wei após a sua libertação sob caução, revelou uma fonte próxima do dissidente à Reuters. Depois de três meses detido, o artista não poderá dar entrevistas, publicar mensagens via Twitter ou viajar durante um ano. “O caso de Ai Weiwei continua sob investigação, pelo que sem a autorização das instituições [...] não está autorizado a sair do lugar onde vive, uma situação que poderá durar, segundo a lei, até 12 meses, e deverá responder às citações

judiciais a tempo”, explicou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Hong Lei, em comunicado. Para além disso, o mesmo porta-voz advertiu que o artista - que enfrenta uma acusação por não pagamento de impostos e eliminação de provas - deverá abster-se de influenciar declarações de outras testemunhas e de “destruir provas”, indica o “El Mundo”. A detenção de Ai Weiwei, que durou mais de três meses, captou o interesse da comunidade internacional, tendo sus-

citado condenações de ONG’s pró-direitos humanos e dos governos da UE e dos EUA, que consideraram que Pequim usou a desculpa da fuga aos impostos para castigar o artista pelo seu activismo político e pelas suas críticas ao regime. Ai Weiwei é um dos dissidentes chineses mais conhecidos em todo o mundo e a sua detenção gerou fortes protestos em várias cidades. Pouco após a detenção, por exemplo, foi nomeado membro honorário da Academia Real Britânica de Arte.

poderia levar uma vida “normal” e achava que não poderia fazer declarações depois de libertado, condição que parece ter sido combinada com o regime chinês, tal como aconteceu com os demais dissidentes libertados nos últimos dias, entre eles o célebre artista Ai Weiwei. Zeng, que desde antes da prisão do marido já sofria intimidações da Polícia, bem como a filha do casal,

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3 agradeceu no Twitter a todos os simpatizantes pelo apoio demonstrado a Hu. Neste mesmo mês, Zeng denunciou que o proprietário da casa onde mora não queria renovar o contrato devido às supostas pressões que teria recebido. As ONGs Human Rights Watch (HRW) e Chinese Human Rights Defenders (CHRD) haviam reivindicado em diversas ocasiões a libertação condicional de Hu por razões de saúde, o que foi rejeitado pelas autoridades. Segundo Zeng, o regime alegava que o dissidente “não se encontra em estado grave”, “é desobediente” e “não se cala”. Tanto a libertação de Hu como a do artista Ai Weiwei (na quarta-feira passada) ocorrem durante uma viagem oficial do primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, pela Europa, que inclui visitas ao Reino Unido, Alemanha e Hungria. Fontes britânicas disseram em Londres que as autoridades do Reino Unido não deixarão de expressar a Wen a sua preocupação quanto à prisão de dissidentes, que algumas ONGs cifram em 130 desde Fevereiro deste ano. Quase 200 dissidentes, activistas, advogados e intelectuais foram interrogados, detidos ou ameaçados pelo regime chinês nos últimos anos, segundo ONGs que denunciam uma degradação da situação dos direitos humanos no país. Estas entidades apontam como possíveis motivos do aumento das detenções o poder de convocação para protestos via internet, as reivindicações pró-democracia suscitada pela recente Primavera Árabe e a cada vez mais iminente transferência de poder no regime chinês em 2012.

LIBERTADOS COLABORADORES DE AI WEIWEI Um amigo do artista chinês Ai Weiwei disse que as autoridades chinesas colocaram também em liberdade alguns amigos do artista detidos há mais de dois meses. Liu Xiaoyuan disse que Ai Weiwei lhe confirmou que o motorista Zhang Jinsong, o contabilista Hu Mingfen e o designer Liu Zhenggang foram libertados na mesma altura que o artista. Liu Yanping, um voluntário que trabalha com Ai Weiwei explicou que Wen Tao, outro dos detidos, foi também libertado. O artista foi detido a 03 de abril e colocado em liberdade esta semana depois de ter confessado evasão fiscal e já disse à imprensa não estar autorizado a falar sobre o seu caso.


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POLÍTICA

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Maio | Índices de confiança pública penalizam Executivo e todos os seus membros

Calendas de Maio aziagas para Chui info@hojemacau.com.mo

N

EM o secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, se safou. Aquele que se tem mantido ao longo do tempo como o secretário mais popular do Governo também perdeu pontos de acordo com os últimos estudos de opinião pública, à imagem de todos os outros secretários, do Chefe do Executivo e do Governo em geral. Os resultados dos inquéritos ao Índice de Confiança Pública referentes ao mês de Maio foram divulgados e mostram que a confiança no desempenho económico de Macau está a crescer, ao contrário do que acontece no que diz respeito aos aspectos sociais. As avaliações do Governo e do Chefe do Executivo, Chui Sai On, registadas em Maio foram, respectivamente, de 58,7 e 56,4 pontos (numa escala de 0 a 100, em que pontuações superiores a 50 são consideradas positivas). Os números, ainda que se mantenham acima da média, mostram uma queda relativamente ao mês anterior (quando

o Executivo obteve 61,5, e o seu líder, 58,1), e são acompanhados por descidas mais ou menos suaves na popularidade de todos os membros do Governo. Cheong U, o governante mais popular, caiu de 61,6 pontos em Abril, para 60,5, em Maio, enquanto, no extremo oposto, Florinda Chan, secretária para a Administração e Justiça, baixou de 52,6 em Abril, para 52,1, em Maio, cimentando a sua posição de “lanterna-vermelha” do Governo Chui. Repartindo os inquiridos por categorias, verificou-se que os jovens, a população activa empregada e as pessoas que se afirmam insatisfeitas com a vida foram as que deram as pontuações mais modestas ao Governo, observaram os responsáveis pelo estudo, apresentado durante o seminário “Como Realizar Inquéritos Científicos de Opinião”, organidado pela Associação de Investigação e Inquéritos de Macau e pelo Centro de Investigação e Inquéritos de Macau. Ao longo do tempo, e pese embora uns secretários sejam mais populares do que outros, a verdade é que em termos de tendências, as flutuações

têm sido geralmente seguidas em uníssono (quando um desce todos descem, quando um sobe todos sobem), mostrando que o público vê o Governo, o Chefe do Executivo e os cinco secretários como uma equipa unificada de administração; qualquer informação ou eventos ocorridos numa das pastas pode influenciar a avaliação da sociedade em todas as outras também. ECONOMIA A SUBIR, SOCIEDADE A DESCER Além da avaliação ao Governo e seus responsáveis, foi divulgado também o Índice de Confiança Pública de Macau (ICPM) – composto por dois outros índices: o Índice de Confiança Económica (ICE) e o Índice de Confiança Social (ICS) -, que visa sintetizar a opinião dos residentes de Macau sobre os desenvolvimentos económicos e sociais actualmente verificados, bem como as suas previsões em relação aos desenvolvimentos futuros. No primeiro trimestre do ano, o ICMP manteve-se ligeiramente acima dos 60 pontos, tal como no trimestre anterior, isto depois

Os números da confiança

Jan-Mar 2010

Abr-Jun 2010

Jul-Set 2010

Out-Dez 2010

Jan-Mar 2011

ICPM (*) 59,5 59,2 62,2 60,3 60,4 ICE (**) 55,1 55,7 61,3 58,8 59,8 ICS (***) 64,0 62,7 63,2 61,8 61,0 (*) - Índice de Confiança Pública de Macau (**) - Índice de Confiança Económica (***) - Índice de Confiança Social

Sede de ajudar A

Abril Maio

Governo

61,5 58,7

Chui Sai On, Chefe do Executivo

58,1

56,4

Cheong U, Assuntos Sociais e Cultura

61,6

60,5

Francis Tam, Economia e Finanças

60

58,4

Cheong Kuoc Vá, Segurança

59,8

58,4

Lau Si Io, Transportes e Obras Públicas

57

56,1

Florinda Chan, Administração e Justiça

52,6

52,1

de ter verificado a maior subida (para 62,2 pontos) no terceiro trimestre de 2010. Em Maio deste ano, o índice geral ficou-se pelos 59 pontos.

A confiança no desempenho económico do território registou uma subida nos primeiros três meses do ano, para 59,8 (embora se preveja uma retracção para o

trimestre seguinte, uma vez que em Maio, o índice económico foi de apenas 57,6. Quanto ao índice social, que se situa em terrenos mais positivos (acima dos 60), a tendência para baixar verificou-se logo nos primeiros três meses do ano, quando caiu de 61,8 para 61. Em Maio, ficou-se pelos 60,5. Os analistas observam que os maiores de 55 anos, o grupo das pessoas com menores rendimentos, as donas de casa e os reformados foram os que contribuíram com mais notas positivas para o índice de confiança social, enquanto o ICE dos desempregados foi o que se manteve mais baixo entre todos. Isso também comprova que o índice de confiança económica está claramente ligado aos rendimentos pessoais dos inquiridos.

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ANÚNCIO ASSUNTO: ESTABELECIMENTO DA OBRIGATORIEDADE DE PRESTAÇÃO DE EXAME PARA OS MEDIADORES DE SEGUROS QUE VENDAM SEGUROS LIGADOS A FUNDOS DE INVESTIMENTO (“INVESTMENT LINKED LONG TERM INSURANCE”) A AMCM informa o público em geram e os mediadores de seguros do ramo vida em particular que, a partir do dia 1 de Julho de 2011, ao abrigo do Aviso n.º 007/2011-AMCM, de 27 de Maio, passa a ser obrigatório a aprovação em exame para os mediadores de seguros do ramo vida que queiram vender seguros ligados a fundos de investimento (“Investment-Linked Long Term Insurance” (IL)). Relativamente aos mediadores de seguros do ramo vida já autorizados ou que o sejam até ao dia 30 de Junho de 2011, é concedido um período de transição até 30 de Junho de 2013 para a obtenção de aprovação no exame anteriormente referido, caso queiram continuar a efectuar a venda dos seguros em apreço.

INFLAÇÃO | APOMAC PEDE AUMENTOS NAS PENSÕES

APOMAC quer ampliar a sua sede e para isso os seus dirigentes Jorge Fão e Francisco Manhão estiveram reunidos, na semana passada, em audiência privada, com o Chefe do Executivo para lhe apresentar o projecto. Trata-se, segundo os dirigentes de “possibilitar a prestação de mais e melhores serviços de apoio aos idosos tendo em linha de conta a nova política relativa à terceira idade”. Fão e Manhão manifestaram ainda a necessidade de aumentar o valor da pensão de velhice bem assim de outros subsídios “dada a

Confiança nos governantes

secretários

Rodrigo de Matos

carestia de vida sentida em Macau face a valorização do yuan”. O novo conceito para a atribuição do subsídio de residência aos funcionários e aposentados da Função Pública esteve também na mesa. A APOMAC entende que “os aposentados de Macau pagos pela CGA também deveriam beneficiar do mesmo subsídio dado que, para todos os efeitos legais, os referidos ex-servidores são considerados Aposentados de Macau e como tal o referido benefício deve também ser-lhes extensivos”.

De acordo com o previsto no Aviso n.º 008/2011-AMCM, de 2 do corrente, é permitido a dispensa da prestação da prova supramencionada desde que o requerente seja detentor do grau de aproveitamento emitido por entidades indicadas nesse aviso. Os avisos números 007/2011-AMCM e 008/2011-AMCM estão publicados no Boletim Oficial, II.ª série, n.º 24, de 15 de Junho. Autoridade Monetária de Macau, aos 16 de Junho de 2011. Pel’O Conselho de Administração: O Presidente do Conselho de Administração, Anselmo Teng. O Administrador, António José Félix Pontes.


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SOCIEDADE

Promoção de indústrias culturais prometida pelo Governo

em pela festa popular falou aos jornalistas.

Cheong U de porta em porta glp@hojemacau.com.mo

O

secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, Cheong U, dedicou o seu sábado à cultura. Durante uma visita ao bairro de São Lázaro onde esteve presente no Arraial de São João, reafirmou total empenho por parte do Governo na promoção das indústrias culturais e criativas. “O governo delineou um plano geral para o sector em que a zona das Ruínas de S. Paulo, área principal do centro histórico e património da humanidade, será o pólo central”, afirmou Cheong U. A proposta visa desenvolver a zona em questão com desvio para leste, até às instalações da sede do Instituto de Acção Social (IAS) (casa azul), Igreja de S. Lázaro e Praça Tap Seac, como o eixo oriental de promoção e para oeste, até ao Cais do Porto Interior, Jardim Camões e Templo do Buda Adormecido. O eixo

À

central abrangerá o Largo do Senado, Teatro D. Pedro V, Casa do Mandarim, instalações da Capitania dos Portos, Templo da Barra, entre outros. “Não vamos poupar esforços para incentivar as indústrias culturais e criativas, pensando constituir mais zonas a elas dedicadas, tal como em Mong-Há, além da que existe já em São Lázaro e na Barra, em vias de desenvolvimento”, referiu o secretário. Por entre cheiro a sardinha assada, Cheong U insistiu que o Executivo liderado por Fernando Chui Sai On irá reforçar a comunicação e cooperação com o sector, sintetizando as suas opiniões para depois tomar as medidas necessárias ao revigorar das indústrias culturais e criativas. “As opiniões da sociedade serão ouvidas e tidas em conta nas linhas de acção governativa para assegurar uma boa execução dos trabalhos”, garantiu. Cheong U, acompanhado por diversos elementos

quarta foi de vez. Já está na Assembleia Legislativa (AL) a proposta de lei relativa ao “Quadro geral do pessoal docente das escolas particulares do ensino não superior”. Depois de muita discussão, o Conselho Executivo concluiu o articulado durante a semana passada e entregou o documento à apreciação dos deputados este sábado. O projecto de lei visa “definir um regime de remuneração razoável, assegurando uma diferença adequada dos salários base bem como da aposentação dos professores”. Durante o ano lectivo passado, o salário dos professores desde os infantários até ao secundário rondou uma média mensal de 15000 a 19600 patacas. Após a entrada em vigor do projecto de lei o Governo vai renomear o “subsídio directo” para “subsídio de desenvolvimento profissional”, sendo de 1.8% a diferença entre o valor mais baixo e mais alto a distribuir. Segundo dados revelados recen-

KAHON CHAN

Gonçalo Lobo Pinheiro

UNG VAI MENG DEU O MOTE

ligados à Administração, calcorreou a zona de São Lázaro começando pela Igreja de S. Lázaro, onde recentemente foi instalado um órgão de tubos. Dirigiu-

-se à Casa de Artes Tai Fong Tong, à Rua de S. Roque, à Rua de Miguel, à Sede da Associação de História Oral de Macau, à Sede da Associação Promotora para

as Indústrias Criativas na Freguesia de São Lázaro, a 10 Fantasia - A Creative Industries Incubator e, ainda, ao antigo albergue da Santa Casa da Misericórdia, onde

DOCENTES DE ESCOLAS PARTICULARES PODEM VER FUTURO MELHORADO

Regalias nas mãos dos deputados

temente pela Direcção dos Serviços de Educação e Juventude (DSEJ), o despacho para definir os subsídios de desenvolvimento profissional

não tem ainda nem data nem valor previsto, sabendo-se apenas que estes são atribuídos consoante o nível de docência e antiguidade.

Lou Pak Sang, subdirector da DSEJ, alerta que este subsídio, que vem substituir os subsídios directo e de antiguidade anteriores que atingiam até 4520 patacas, “foi inicialmente distribuído nos anos 80 e numa altura em que os docentes auferiam salários inferiores”. A remuneração das horas extraordinárias também tem lugar no articulado entregue à AL. Quando comparada com outras profissões, verifica-se que a área educativa tem as suas especificidades. Durante a discussão, houve opiniões que defenderam que o “Quadro geral do pessoal docente das escolas particulares do ensino não superior” é uma lei especial, no que diz respeito às relações de trabalho, pelo que deve estar de acordo com

Depois de uma interpelação feita pelo deputado da Assembleia Legislativa (AL) José Pereira Coutinho, o presidente do Instituto Cultural (IC), Ung Vai Meng, garantiu que o Governo começaria ainda este mês a implementar as medidas prometidas por Chui Sai On nas LAG para este ano. O deputado da AL insurgiu-se a propósito das medidas de investimento nas indústrias culturais e criativas prometidas pelo Executivo da RAEM. Ung Vai Meng foi lesto na resposta e Pereira Coutinho ficou satisfeito com o que ouviu. O Executivo prometeu prestar “todo o apoio necessário à abertura de cursos por parte de instituições de ensino, empresas e associações da sociedade civil” na área das indústrias culturais e criativas. Ung Vai Meng explicou, na resposta que deu ao deputado Pereira Coutinho, que existem metas estabelecidas para o curto, médio e longo prazo. Aparentemente, Cheong U, responsável pela pasta da Cultura já começou o curto prazo, com festas populares à mistura.

as respectivas disposições da Lei das Relações de Trabalho. Desse modo, “a remuneração das horas extraordinárias e outros aspectos, devem seguir a lei e não criar um novo regime”. O Executivo da RAEM considera este articulado “uma peça muito importante no reforço da construção da equipa docente de Macau” e, como tal, a cada ano escolar deve ainda ser garantido que a contribuição da entidade para o fundo de previdência e as despesas com a remuneração dos professores seja igual ou superior a 70% das receitas fixas da escola. Ao nível da saúde também haverão novidades. Se a AL aprovar, todos os profissionais do ensino vão ter acesso a cuidados médicos gratuitos nas instituições públicas, sendo ainda mantido esse acesso até aos 65 anos para aqueles que cessem funções e que coleccionem pelo menos 25 anos de carreira nas escolas do território.


DEDICADO AO SECTOR DAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO O 8.º Fórum do Desenvolvimento das Telecomunicações e das Tecnologias da Informação e Comunicação da Ásia-Pacífico organizado pela Direcção dos Serviços de Regulação de Telecomunicações (DSRT) terá lugar no MGM Macau, de 28 a 30 de Junho. O Fórum é uma actividade realizada por cada ano pela Telecomunidade da Ásia-Pacífico (TAP), em que os principais temas incluem a partilha das infra-estruturas de telecomunicações e a rede de telecomunicações da próxima geração, bem como a alteração climática e tecnologias verdes na área do desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação.

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Reolian | Faltam cem motoristas mas empresa pronta para iniciar funções

Autocarros arrancam na data prevista Joana Freitas

joana.freitas@hojemacau.com.mo

J

Á têm as viaturas e o centro de manutenção, inaugurado na sexta-feira no Pac On, mas ainda esperam cerca de uma centena de motoristas. A Reolian, nova operadora de autocarros do território, assegura, no entanto, que está tudo a postos para que se iniciem funções a 1 de Agosto. Cedric Rigaud, director-geral da empresa, acredita que os profissionais que faltam para completar os 400 motoristas previstos para o funcionamento em pleno da operadora podem ser contratados até Agosto. Este não é, contudo, um ponto fulcral para que os novos autocarros comecem a circular por Macau. “Até agora temos recrutado motoristas no mer-

cado e estamos a trabalhar em conjunto com o Governo de Macau e da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAL) na formação de pessoas e temos motoristas nesse programa que esperamos que estejam licenciados antes de 1 de Agosto. Mas

vamos iniciar as operações mesmo que não tenhamos todos os motoristas”, garantiu Cedric Rigaud. Wong Wan, director da DSAT, mostrou-se também confiante com o funcionamento das novas carreiras que, diz, “terem já atingido 80%

GOVERNO QUER AUMENTAR LIMITES MÁXIMOS PARA HABITAÇÃO

Upa, upa, Governo generoso O

Executivo liderado por Fernando Chui Sai On apresentou ao Conselho para os Assuntos de Habitação Pública uma proposta sobre o aumento do limite máximo de rendimento e limite de património de habitação social. Um aumento máximo de 20% é a oferta governativa.

Por outro lado, sugeriu que a data de entrada em vigor do respectivo limite máximo e limite de património, retroagisse a 1 de Julho de 2011, para se harmonizar com a actualização de rendas de habitação social (Despacho do Chefe do Executivo n.º 74/2011), que também

Exemplo prático • Agregado familiar de uma pessoa: - Estatística sobre as rendas das unidades de alojamento da habitação privada, (as rendas das unidades de alojamento da habitação privada calculadas, de acordo com as áreas iguais às de habitação social): 2 067 patacas - Mínimo de subsistência: 3 000 patacas - Rendas de habitação social calculadas de acordo com o total de rendimento mensal de agregados familiares em situação económica desfavorecida: 484 patacas - Taxa de reservas: 5% - O limite do rendimento é de 7 000 patacas (Limite máximo de património = 7 000 patacas x 5% x 12 meses x 36 anos = 151 200 patacas)ß

entra em vigor no mesmo dia. O limite máximo de rendimento de habitação social é calculado através da seguinte fórmula: limite do rendimento = (rendas no mercado + mínimo de subsistência + (rendas no mercado – rendas de habitação social calculadas de acordo com o total de rendimento mensal de agregados familiares em situação económica desfavorecida)) / (1 – taxa de reservas). O limite do total de património líquido de habitação social é calculado pela seguinte forma: o cálculo de reservas tem como referência 5% do limite máximo de rendimento de agregado familiar, no entanto, podendo considerar-se as reservas do trabalho de 36 anos como o limite máximo de património para candidatura a habitação social.

do número de motoristas de que precisam”. O responsável sabe que a Reolian quer estar a 100% no início das operações, mas garante que “com o actual número de motoristas a empresa consegue oferecer um bom serviço”. Mas a falta de pessoas à concessionária da francesa Veolia pode implicar que os condutores tenham de fazer horas extraordinárias. “Não serão muitas”, assegurou Wong Wan, acrescentando que não vai ser necessário contratar do exterior. Nos últimos anos foram formados cerca de 700 motoristas de autocarro, segundo Hung Ling Bin, chefe do Departamento de Formação Profissional da Direcção dos Serviços para os

Assuntos Laborais (DSAL). De Julho a Setembro, avançou o responsável, será aberto um novo curso, mas estas formações não garantem que todos os profissionais possam dar resposta à procura da Reolian. “Apesar de termos treinado 700 motoristas, eles têm vontade própria para quererem ou não trabalhar nesta profissão”, explicou Hung Ling Bin. Até agora, o novo curso conta já com 370 inscritos, contando com os dois tipos de licenças que podem ser tiradas - d1 para veículos de transporte de passageiros acima dos 25 e d2, com menos de passageiros. Ainstrução de motoristas para conduzirem autocarros no território tem uma duração de 25 horas.

Cedric Rigaud garante que não ser cumpridos todos os itinerários e afirma que a meio de Julho todos os autocarros adquiridos pela empresa já vão estar em Macau. O director-geral sabe que no início “podem haver problemas com o congestionamento ou o tráfego”, até devido à falta de experiência da empresa, mas espera uma que os testes que a Reolian tem mantido nas ruas possa dar mais conforto aos novos motoristas. “Temos levado a cabo testes de condução pelo território, para que eles possam experimentar os autocarros e familiarizar-se. Até agora tem corrido tudo bem”, garante Rigaud. A Reolian assinou contrato com o Governo no início do ano e diz-se capaz de liderar uma empresa como esta, devido não só à “experiência e o saber-fazer” como também pelo facto de “ter construído laços fortes com parceiros locais”. Subsidiária da empresa francesa de autocarros Veolia, a Reolian conta já com uma vasta “experiência em transportes ao nível internacional”. A empresa garante novidades no que diz respeito à segurança, qualidade e nova tecnologia, até porque, explica Rigaud, “implementa padrões internacionais”.

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CURSOS DE PLE NO IPOR PARA CRIANÇAS E JOVENS No próximo ano letivo, 2011-2012, o IPOR irá disponibilizar cursos de Português Língua Estrangeira (nível de Iniciação, A1-A2) para crianças e jovens, de acordo com a seguinte organização: Turma 1 – dos 6 aos 9 anos Turma 2 – dos 10 aos 12 anos Turma 3 – dos 13 aos 15 anos As aulas decorrerão nas instalações do Instituto Português do Oriente, com a seguinte calendarização prevista: 4ª feira – das 16h30 às 17h30 Sábado – das 15h às 16h Será necessário um mínimo de 10 inscrições para a abertura de cada turma. Os pais/ encarregados de educação poderão contactar o IPOR para eventuais sugestões de horários, através dos seguintes contactos: apdias@ipor.org.mo (português/ inglês) info.clp@ipor.org.mo (chinês) telefone: 28 530 887


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vida

A necessidade de criação da Associação de Arquitectos Paisagistas de Macau folhasolta.ga@gmail.com

Estou em crer que o processo de ascensão civilizacional começa por assentar em duas realidades sociais: negociação entre direitos e deveres; e representação. E que esse processo se desenvolverá mais ou menos consoante a participação das pessoas envolvidas, o seu trabalho diário, o seu altruísmo, a sua caridade. Se vivêssemos sozinhos numa pequena ilha, com todas as necessidades satisfeitas, não teríamos propriamente direitos nem deveres para além daqueles que nos impuséssemos a nós mesmo; e não precisaríamos de representantes porque nada haveria a representar para além de nós mesmos. Mas com o tempo tenderíamos a embrutecer, bastando-nos com a realidade do nosso pequeno mundo. Não teríamos desafios na vida e, assim, dificilmente conseguiríamos ser verdadeiramente felizes. A vida numa cidade resulta de um processo civilizacional. Prescindimos de alguns direitos que teríamos se vivêssemos afastados da sociedade, mas usufruímos também de benefícios, como a satisfação do regular contacto com o outro, as deslocações rápidas, os centros de saúde, os bens acessíveis com comodidade, entre tantos outros. E somos sempre representados ou representamos, em grupos maiores ou menores, que terão – embora algumas vezes nem por isso… – o propósito subjacente do bem comum. Neste sentido, uma cidade – tal como uma região ou país – é socialmente hierarquizada porque assim o exige a natureza humana. Cada um desempenha o seu papel, preferencialmente de acordo com o seu esforço e mérito. Mas isto é apenas a engrenagem do sistema, ou o esqueleto necessário à sua sustentação, porque o combustível é dado pelo trabalho de todos, pelo empenho, pelas horas gastas em prol do bem comum. A maioria das vezes recebemos retribuição por esse trabalho – pagamentos que nos fazem, ordenados – mas noutras isso não é possível ou não é desejável. E é aqui que se enquadram as Associações, nomeadamente as que não têm por finalidade o lucro. Acredito que o grau de desenvolvimento de uma sociedade pode ser aferido pela sua capacidade de se organizar em torno de objectivos. Esse é um elemento civilizacional importantíssimo e implica todo um conjunto de negociação de direitos e deveres – assim o exige a necessidade do respeito pelo próximo, quanto mais não seja para que

Planeta em números

15.0

É o numero de percentagem da produção da electricidade renovável na China no ano de 2006 registado pela Divisão de Estatísticas das Nações Unidas.

Devido ao terramoto e tsunami que destruiu a central nuclear de Fukushima Daiichi, prejudicand empresas e casas ao redor de Tóquio e outras áreas afectadas pelo terramoto que cortem o uso d governo de Tóquio prometeu cortar o uso de energia em 25%, desligando alguns elevadores, redu termóstatos do governo em nada menos que 27 ºC. Serão aceites camisas pólo, jeans e visual sem

DSPA promove Curso de Estacas

Folha Solta

Gonçalo Alvim*

JAPÃO REDUZ O CONSUMO DE ENERGIA

colabore connosco na prossecução dos objectivos comuns. O interesse próprio e o altruísmo misturam-se, equilibram-se, mas creio que os resultados tendem a ser positivos. Há Associações sem fins lucrativos que, por mais que tente perceber, não lhes encontro um sentido de bem social, mas apenas de auto-benefício. Por exemplo, em Macau, na Rua da Praia Grande, localiza-se a sede de uma Associação que se denomina “Associação dos Indivíduos de Apelido Leong”. Nesta Associação, parece-me à primeira vista, o individualismo dos seus associados ultrapassa largamente o seu altruísmo... Mas, na maioria das Associações, o equilíbrio é bastante mais claro. Entre elas, temos o caso da “Associação dos Arquitectos de Macau” onde, entre os objectivos que constam nos seus Estatutos se incluem os seguintes: “Prestar aos seus associados o apoio necessário para a defesa dos direitos, prorrogativas e interesses profissionais” (interesse próprio); e “Contribuir para a defesa e promoção da Arquitectura e do Património Arquitectónico e Urbanístico” (altruísmo). Quanto maior é o altruísmo de uma Associação relativamente ao seu individualismo maior respeito e admiração nos deve merecer, mas convirá percebermos que – a menos que existam valores que ultrapassem a bruta racionalidade humana – um completo altruísmo é inviável. Porque para o regular funcionamento de uma Associação é necessário o esforço e dedicação de um número considerável de pessoas e nem todos são santos ou têm os ímpetos de generosidade dos mais novos. Penso que nos devemos contentar assim com Associações “equilibradas” porque se as houver em número e qualidade suficientes todos teremos a ganhar com isso. E assim chegamos à necessidade de criação em Macau de uma Associação de Arquitectos Paisagistas. É bastante consensual serem na Região Administrativa Especial de Macau relegadas para segundo plano as preocupações ambientais e paisagísticas. Para além de pontuais embelezamentos, muitas vezes com objectivos geralmente comerciais, não se percebe por cá uma suficiente sensibilidade com a sustentabilidade do meio e do ambiente. Feiras verdes e objectivos apregoados como “ecológicos” podem encantar os mais desatentos, mas o caminho para um futuro verdadeiramente equilibrado é mais exigente e requer uma visão de base totalmente diferente. Paralelamente, os Arquitectos Paisagistas são por cá uma espécie (quase) em vias de extinção. Em parte porque não houve até agora uma preocupação política real com estas matérias, mas também porque não foi suficientemente desenvolvida uma união entre os paisagistas em torno de objectivos comuns. Além de que, verdade seja dita, sendo nós em número tão pequeno, aquilo que nos é exigido para levarmos para a frente esse propósito não é propriamente fácil de encarar. Exige coragem e persistência. Mas, felizmente, o nosso isolamento tende a alterar-se e posso revelar, quase em primeira mão, terem havido recentemente algumas movimentações para a criação da desejada Associação dos Paisagistas de Macau. As vontades começam a crescer e quer-me parecer que a ideia está já na fase de amadurecimento. Falta o rastilho. Deixo este apelo a todos: apoiem-nos nesta iniciativa e desafiem Arquitectos Paisagistas que conheçam a juntar-se a nós. O contributo que podemos dar a Macau é fundamental para o seu futuro! Sim, e reconheço: pelo caminho haveremos de nos ajudar a nós mesmos.

*Arquitecto Paisagista, Mestre em Engenharia Urbana

Silêncio, vamos

A

cerimónia da abertura do primeiro Curso de Estacas “Amigas do ambiente operação elementar das estacas Moldadas” teve início no dia 25 de Junho, promovido pela direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA). De acordo com a DSPA, o curso tem como objectivo dar o apoio aos trabalhadores relativo ao uso de

equipamentos amigos do ambiente, podendo ter uma influência positiva na implementação do novo diploma legal, bem como na protecção ambiental. A DSPA concluiu no ano passado a elaboração do projecto de regulamento administrativo (Prevenção e controlo do ruído ambiental), tendo o mesmo seguido já para processo legislativo. Segundo o novo diplo-

É

Q

tim -lh os pa tas rio tin de tro sel cu

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PINGUIM-IMPERADOR ENCONTRADO A 3000 QU

Viajante sem medo U

M pinguim-imperador da Antárctida ter-se-á perdido e chegou às praias da Nova Zelândia, depois de uma viagem de 3000 quilómetros. O animal já foi levado para o Zoo de Wellington para ser tratado. De momento, o pinguim, um juvenil, tem apenas 50 por cento de hipóteses de sobreviver, contou uma porta-voz do Zoo de Wellington ao jornal “New Zealand Herald”. O animal foi encontrado esta semana na praia de Kapiti,

na ilha Norte, a 60 quilómetros de Wellington, levando centenas de pessoas à praia. De início, as autoridades de conservação neozelandesas decidiram deixar o pinguim na praia, para que pudesse regressar a casa. Mas nas últimas horas o seu estado de saúde tem vindo a piorar por causa das temperaturas a que não está habituado. Na Antárctica vive com temperaturas negativas e naquela região da Nova Zelândia os termómetros marcam 10ºC.

Kate Ba Zoo, disse q comido are dras da pra com a neve mava refre “Mas isso contrário” dificuldad temperatu Esta foi vez que um dor chegou Este é o m mais pesad até 1,20 me


do a produção de energia, oficiais pedem a de electricidade em 15%. Para servir de exemplo, o duzindo a iluminação nos gabinetes e colocando os m casaco para reuniões de negócios.

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“Amigas do Ambiente”

construir

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ma, será reforçado o controlo e a regulamentação do ruído provocado por obras de construção com bate-estacas. A DSPA tem vindo a promover, desde o último ano, uma série de medidas complementares, nomeadamente, seminários sobre o uso de estacas mais ecológicas, uma palestra relativa aos planos de apoio vigentes e a organização de um curso

de formação sobre a utilização de estacas na construção civil. O curso pode estar em coordenação com uma série de acções de especialização no sector de construção civil, promovida pelo Departamento de Formação Profissional da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL). A DSPA prometeu realizar mais eventos para promover cursos do género.

ÚLTIMA MODA NA CHINA

É um cão ou um panda?

Q

UE os chineses têm uma forma especial de tratar os animais de esmação já se sabia, inclusive tingindohes o pêlo dos animais como forma de s embelezar, tal como é comum vê-los assear os “bidus” com roupinhas feis à medida e os mais diversos acessóos. A novidade é que agora há quem nja o pêlo dos animais de estimação e forma que eles se pareçam com ouos animais, nomeadamente animais lvagens e extremamente respeitados ulturalmente como pandas e tigres. Mais do que estranheza, a “moda” emonstra o quão drasticamente muou a postura de alguns povos asiáticos m relação aos animais. Em Taiwan e a China servir carne de cão em resurantes públicos era muito comum, é criavam os animais em fazendas

para o efeito. Aliás, de acordo com os princípios da medicina tradicional chinesa a chamada “carne fragmentada“ dos cães faz bem à saúde. Actualmente consumir carne de cão já é visto por muitos como a lembrança embaraçosa dos tempos das vacas magras, e parece que alguns chineses mais ricos estão a tentar levar a cabo uma autêntica vingança cultural - não só levam os cães a restaurantes e apaparicam-nos em público como agora lhes tingem o pêlo para que pareçam animais selvagens e altamente respeitados pela cultura oriental. Como os Chow Chow bebés e o Golden Retriever que pode ver na fotos da inauguração de um novo parque para animais de estimação em Zhengzhou, na província chinesa de Henan.

UILÓMETROS DA SUA COLÓNIA

aker, porta-voz do que o pinguim terá eia e pequenas peaia, confundindo-as e com que se costuescar na Antárctida. fez exactamente o e a ave está com des em baixar a ura do corpo. i apenas a segunda m pinguim-imperau à Nova Zelândia. maior pinguim e o do, podendo medir etros.

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CULTURA

Joaquim Magalhães de Castro acusa consulado de recusar exposição

O autor que apresentou há dias um novo livro em Macau revela que o verdadeiro motivo da visita foi a exposição fotográfica sobre o navio Sagres alegadamente prevista para o 10 de Junho e adiada por motivos “diplomáticos”

FILIPA QUEIROZ

“O senhor cônsul boicotou o meu trabalho”

Filipa Queiroz

filipa.queiroz@hojemacau.com.mo

J

OAQUIM Magalhães de Castro esteve na semana passada em Macau a apresentar o mais recente livro “No Mundo das Maravilhas, Viagem ao Património de Origem Portuguesa, do Uruguai a Omã”. Mas segundo o investigador não foi esse o verdadeiro motivo do regresso ao território. Joaquim disse ao Hoje Macau que estava prevista a exibição da sua exposição sobre a viagem de 40 dias que fez recentemente no navio-escola Sagres, e que esta só não se terá realizado por oposição do cônsul-geral de Portugal na RAEM. Contactado pelo Hoje Macau, Manuel Cansado de Carvalho diz que nunca foi contactado por Joaquim Magalhães de Castro e escusou-se a comentar o caso, alegando não ter de dar explicações sobre como gasta o dinheiro do Estado. Por sua vez, Rui Rocha, presidente do Instituto Português do Oriente, confirmou que a hipótese de exibir a exposição no 10 de Junho existiu e que não terá sido cancelada, apenas adiada uns meses. Joaquim Magalhães de Castro não se conforma e exige explicações.

HÁ MAR E MAR

Joaquim Magalhães de Castro juntou-se à tripulação do navio-escola Sagres em Novembro passado e viajou durante 40 dias de Goa a Portugal. “A Marinha portuguesa permitiu que eu embarcasse na Sagres - coisa que é muito difícil e que consegui graças às diligências

efectuadas pelo presidente do Instituto Internacional de Macau, Jorge Rangel, e o ex-governador de Macau Garcia Leandro -, mas o objectivo não era eu ir passear. Era viajar, fotografar e depois escrever sobre a embarcação que é património, é um símbolo de Portugal e uma embaixada cultural”, explicou o investigador. O trabalho resultou em crónicas publicadas em órgãos de comunicação social de Portugal e de Macau, e na exposição “De Goa a Lisboa – uma viagem com a Sagres», que inaugurou em Março no Festival Lev - Literatura em Viagem”. De acordo com o investigador português com residência em Macau, o presidente do Instituto Português do Oriente (IPOR), Rui Rocha, mostrou interesse em que a exposição fosse apresentada na RAEM e até integrada no programa de celebrações do 10 de Junho. Convencido de que o projecto ia para a frente, Joaquim Magalhães de Castro investiu na preparação de um vídeo com imagens gravadas durante a viagem, para acompanhar a exposição, e comprou a viagem para Macau. “Organizei a minha vida em função disso, entrei com o dinheiro para fazer o vídeo, disse à Marinha que íamos fazer a exposição aqui e que seria um dos grandes acontecimentos culturais do Dia de Portugal e comprei o bilhete de

avião, na expectativa de aproveitar a vinda para fazer ao mesmo tempo o lançamento do meu livro [“No Mundo das Maravilhas”]”, contextualiza o investigador. Mas as coisas não aconteceram dessa forma. “Antes de ficar tudo decidido, Rui Rocha recuou e disse que lamentava mas tinham chegado a um acordo de não incluir a exposição no programa do 10 de Junho, que tinham falado com o cônsul-geral e ele tinha dito que não podia ser porque iria criar um incidente diplomático”, revelou. Com todas as implicações financeiras que a decisão acarretou, o autor de “Mar de Especiarias” acatou a decisão e veio na mesma ao território para tentar organizar outra data. “Ao chegar cá percebi que se calhar nem numa outra data porque o senhor cônsul agora achava que não tinha passado o tempo suficiente desde a viagem para fazer a exposição”, refere Joaquim. O investigador confessou que aguardou pela apresentação do seu livro para trazer o assunto a público directamente com Manuel Cansado de Carvalho. “Pensava, na minha ingenuidade, que o senhor cônsul ia estar presente no lançamento do meu livro sobre o património português para falar com ele publicamente”, admitiu. Tal não aconteceu e Joaquim decidiu falar.

“Já comuniquei a situação a Dr. José Pereira Coutinho, isto vai para o Ministério dos Negócios Estrangeiros e para a Marinha que têm de ser informados deste comportamento, porque isto é censura”, atira Joaquim Magalhães de Castro, explicando que tudo leva a crer que Manuel Cansado de Carvalho tenha “exercido pressão sobre as outras organizações envolvidas na programação do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades”. “O senhor cônsul boicotou o meu trabalho. Talvez não fosse esse o objectivo mas eu já estava comprometido, é o meu nome que está em causa.” Contactado pelo Hoje Macau, Manuel Cansado de Carvalho disse que não tinha “nada a comentar”. “Esse senhor nunca falou comigo e não tenho que dar explicações sobre como gasto o dinheiro do Estado”, justificou. Questionado sobre a existência do projecto de apresentar a exposição de Joaquim Magalhães de Castro em Macau, o cônsul-geral disse que tal iniciativa “não existiu nem deixou de existir”. “Há imensas coisas de que se fala o tempo todo, coisas que sei, que não sei, que não tenho a certeza”, declarou Manuel Cansado de Carvalho, acrescentando que “nunca houve nenhum compromisso” e que foram apenas definidas um conjunto de actividades que foram, de facto, realizadas.

Este ano o 10 de Junho foi assinalado com um iniciativas culturais, além do programa habitual de celebrações. Foi apresentado um ciclo de cinema e a exposição “A Aventura das Plantas”, organizada por João Barroso, da secção cultural da embaixada portuguesa da capital chinesa. Estava também prevista uma noite de fados que foi cancelada. Rui Rocha, presidente do IPOR, confirmou ao Hoje Macau que a exposição de Joaquim Magalhães de Castro foi uma das opções colocadas em cima da mesa para integrar as iniciativas culturais do Dia de Portugal em Macau, o que não terá acontecido “quer por razões orçamentais quer por razões de oportunidade”. “Nunca se pôs de parte a exposição do Joaquim Magalhães de Castro, que de resto para mim é uma exposição de grande qualidade”, frisou Rui Rocha. “Apenas considerámos que não era oportuno fazê-la agora, mas eu comuniquei ao autor que teríamos muito gosto que isso pudesse ter lugar proximamente”, completou. Entretanto o investigador informou já ter o apoio do IIM para apresentar o projecto em Macau em Outubro, e o presidente do IPOR garante que se predispôs a ajudar e tratar de renegociar parcerias. Rui Rocha explicou que o IPOR trabalha em estreita colaboração com o cônsul, funcionando um pouco à semelhança dos centros culturais com as embaixadas. “Tudo o que é feito, é feito em sintonia com o cônsul, e foi entendido que nesta altura talvez fosse preferível ter uma exposição que fosse mais universalista e mais abrangente do que ter uma exposição que, apesar de ser de grande qualidade, é a história do navio-escola Sagres.” Admitindo o apreço pelo investigador que considera “excepcionalmente profissional”, o presidente do IPOR disse que “os objectivos do artista nem sempre são coincidentes com os das pessoas que patrocinam” e que “o que interessa é que a exposição se realize”. Joaquim Magalhães de Castro vai voltar a embarcar no Sagres no próximo dia 27, para mais 40 dias de viagem, razão pela qual o investigador gostaria de ver a situação esclarecida. “Tenho a obrigação de explicar isto à Marinha, tenho esse compromisso com eles.”


SUN YAT SEN EVOCADO EM LISBOA PELO IIM

A vida e obra do fundador da República na China foram evocadas num colóquio organizado pelo Instituto Internacional de Macau (IIM) em Lisboa. Na sessão, os professores António Vasconcelos Saldanha, catedrático do Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa, e Ming K. Chan, da Universidade de Stanford, desenvolveram o tema «Sun Yat Sen - a fundação da República na China e Macau». As comunicações «Macau visto pelas duas Repúblicas» e «The Luso-Macau Connections in Sun Yat Sen´s Modern Chinese Revolution» derão lugar a um debate onde foram sugeridas novas pistas para trabalhos de investigação sobre o tema. A iniciativa fez parte das comemorações do centenário da fundação da República na China, em 1911.

A

escritora portuguesa Fernanda Dias disse à agência Lusa esperar “tudo” da China no que respeita ao “apoio à cultura”, justificando que “é um país moderno, com uma civilização antiquíssima e meios inimagináveis”. A escritora alentejana que, na sexta-feira apresentou em Macau o livro de poemas “O Sol, a Lua e a Via do Fio da Seda”, inspirado no clássico chinês “Yi Jing”, observou que a presença secular de duas culturas na região “é algo que define melhor a cidade do que as lojecas que se apropriam dos espaços nobres”, embora “isso não seja inócuo”. Referindo-se à mutação constante de Macau, onde residiu durante

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Escritora Fernanda Dias disse esperar todo o apoio da China à cultura

Uma cidade, duas culturas duas décadas, adiantou que “aquilo que não muda, está petrificado no tempo”, admitindo apenas alguns “pavores urbanos”, tal “como qualquer cidadão”, nomeadamente que “os turistas sejam mais que os habitantes” e que “as rendas das casas subam” exorbitantemente. O novo livro, tal como toda a sua obra, apenas está publicado em Macau, território que lhe serve de inspiração e que continua a revisitar

português límpido e fluente. (…) E ele respondeu-me, sorrindo: nunca fui a Portugal. Vocês, portugueses não são os donos da língua”, exemplificou. Além de escritora, Fernanda Dias também é artista plástica, e vai regressar, profissionalmente, a Macau em Julho, com uma exposição de pintura inspirada no órgão barroco da Sé de Faro, pintado em 1751 por Francisco Correia da Silva.

regularmente. “Não sei se algum dia será editado, em Portugal, algum dos meus livros. Isso não depende de mim; eu escrevo, não edito. Mas é em Macau que escrevo, mesmo quando cá não estou”, frisou. Fernanda Dias defendeu ainda o uso universal da língua portuguesa, mesmo pelos não nacionais. “Um dia encontrei, em Macau, uma pessoa que não sendo de nacionalidade portuguesa falava um

DIA DE MOÇAMBIQUE EM MACAU

RUSSO COMPÕE ÓPERA INSPIRADA NO FADO DE COIMBRA

Barrigada africana no IFT

Inspiração coimbrã

P

ELO terceiro ano a Associação dos Amigos de Moçambique em Macau lembrou os sabores daquele africano a propósito do Dia da Independência. Os manjares de Carlos Graça, no restaurante do Instituto de Formação Turística (IFT), também encerraram a semana gastronómica moçambicana no território. Para fazer desta semana “a mais autêntica” de todas, o chefe moçambicano trouxe “mais produtos do que roupa” na bagagem, onde não faltou o “achar de limão” e o “malambi”, além da folha de mandioca pisada, “o cartão de visita de qualquer comida africana, apesar de cada “África” ter a sua maneira de o fazer”. Os cuidados dos preparativos não passaram despercebidos, nem por uma chefe de cozinha de um restaurante francês em Hong Kong, que se deslocou de propósito a Macau para provar os sabores de Moçambique. “O restaurante esteve sempre lotado, ao almoço e ao jantar”, – uma inovação, já que nas duas edições anteriores, a cozinha moçambicana era apenas servida “à noite e com pratos chineses à mistura”, disse à agência Lusa, ao registar que esta “foi das semanas gastronómicas mais bem sucedidas, ao

nível do índice de satisfação dos clientes e da organização”. E como, a cada ano que passa, “há mais vontade de conhecer” a comida típica, e “há pratos que os clientes já exigem”, esta noite, Moçambique vai estar representado em Macau, de norte a sul, com o inevitável “caril de camarão com quiabos e leite”, “quiabos fritos com especiarias”, “camarões cozidos” e “peixe seco com chatini de tomate”, entre outros. No Dia da Independência de Moçambique “não se discute política à mesa”, quando muito canta-se uma marrabenta – música típica – até porque o país “está a mudar para melhor, e cada ano há mais visitantes, que vão ver para investir”, comentou, ao observar “a cooperação ao nível da lusofonia” e a crescente comunidade e restaurantes chineses naquele país. Não obstante, Carlos Graça, que já trabalhou na hotelaria em Macau, e que desta vez veio dois dias mais cedo para dar formação a 25 alunos do IFT, gostaria de ver um maior intercâmbio ao nível da formação turística. “O IFT é reconhecido mundialmente, era importante haver essa formação”, acrescentou. Defensor de que “é importante fazer bem o tradicional”, sobretudo para não dar uma falsa imagem a quem não “conhece a gastronomia típica”, Carlos Graça deixou, por fim, um elogio à cozinha chinesa, que disse ser “muito saudável e de rápida confecção”, ao contrário da moçambicana “que leva horas”. Ao jantar dos 36 anos da independência de Moçambique comparecem ainda as diversas associações representantes dos países lusófonos na Região. “É um dia de convívio”, concluiu o chefe Carlos Graça, que nos anos noventa “assinou” as cozinhas do Hotel Hyatt Macau e do restaurante português “O Afonso III”.

A

ópera “Evgueni Zavoiskii ou a Época da Ressonância Paradoxal”, inspirada no fado de Coimbra, estreou na cidade de Kazan, capital da Tartária, república da Federação da Rússia Nikolai Silkin, professor de electrotecnia quântica e radioespetrologia da Universade de Kazan, criou uma ópera a partir de um fado de Coimbra. A peça começa ao som do «Fado fadinho» interpretado por Lolita Torres, mas toda a obra é composta tendo a canção

tradicional portuguesa como modelo. Eduard Treskin, Artista do Povo da Rússia e encenador da obra, afirmou, em declarações à agência Tatar-inform, que «Kazan pode transformar-se num dos centros da ópera-fado, porque aqui está concentrado um riquíssimo folclore de cientistas e estudantes». O texto da ópera foi escrito com base no folclore de estudantes e professores de universidades russas como as

de Moscovo, Kazan e São Petersburgo e a sua inspiração na tradição coimbrã tem a ver com o facto da cidade portuguesa ter também um importante centro universitário. O compositor Nikolai Silkin revela que o inspirador da sua obra foi o cientista Evgueni Zavoiskii, o descobridor do fenómeno da ressonância paramagnética eletrónica, um dos criadores da bomba atómica soviética e criador do transformador eletro-ótico.

LOUVRE NÃO EMPRESTA MONA LISA A ITÁLIA

Mona prisioneira O

Museu do Louvre anunciou esta sexta-feira que não emprestará o quadro a Itália, para uma exposição em Florença em 2013. O pedido foi feito pelo Comité Nacional para a Valorização dos Bens Culturais, presidido por Silvano Vincenti, que lançou um apelo na Internet, com o fim de conseguir 100 mil assinaturas para que o museu parisiense cedesse por algumas semanas o quadro pintado entre 1503 e 1507, a obra mais famosa do italiano Da Vinci. O objectivo é comemorar o centenário do achado do quadro em Florença, em 1913. Vincent Pomarède, director do departamento de Pintura do Louvre, explicou à agência EFE que não “recebeu nenhum pedido oficial de empréstimo”, mas mesmo que isso tivesse acontecido o quadro não abandonaria o museu. “Não emprestamos a ‹Mona Lisa› porque está extremamente frágil e corria o risco de se danificar de forma irreversível numa viagem.”

Apesar de “La Gioconda” já ter abandonado o museu francês em duas ocasiões (em 1963 para Washington DC e Nova Iorque e em 1974 para Tóquio e Moscovo), a instituição explicou que isso já não faz parte dos planos, dada a impossibilidade de se controlar as variações de temperatura e humidade. A petição italiana, dirigida ao governo francês e ao museu, já contava com o apoio governamental italiano, apelando à “consideração da importância cultural e história dos eventos programados”. O museu recordou ainda que, nos últimos anos, “seja qual seja o estabelecimento” que tenha pedido o empréstimo da obra de Da Vinci tem levado uma resposta negativa, não apenas por motivos de segurança mas também porque quem visita o Louvre pela primeira vez, a maioria dos visitantes, o faz para ver a Gioconda e “não apresentá-la seria um problema para a instituição”.


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12 Marco Carvalho info@hojemacau.com.mo

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INHA o pássaro na mão e deixou-o escapar. O Monte Carlo desperdiçou no sábado a oportunidade de conquistar o quinto título do seu historial, ao não conseguir levar de vencida a Selecção de Sub-23 da Associação de Futebol de Macau. Uma semana depois de ter roubado a liderança da Liga de Elite ao Ka I, o onze orientado por William Long necessitava apenas de empatar para triunfar na principal prova do desporto-rei da RAEM, mas as “esperanças” do futebol do território acabaram por estragar a festa ao onze “canarinho”. Com os olhos no título, o Monte Carlo chamou a si as primeiras oportunidades do encontro e acabou por inaugurar o marcador à passagem do minuto 28, numa boa iniciativa de Kamilo Oliveira da Silva. O avançado brasileiro levou a melhor sobre a defensiva adversária e rematou seguro para um golo – o trigésimo oitavo da corrente temporada que lhe viria a render o estatuto

DESPORTO Monte Carlo surpreendido por Selecção de Sub-23

Ka I (de) novo campeão de melhor marcador da edição de 2011 da Liga de Elite. A resposta da Selecção de Sub-23 não se fez rogada e menos de dois minutos depois, o incontornável Leong Ka Hang voltou a repôr a igualdade no marcadores, relançando também a discussão da partida. Kamilo Oliveira da Silva ainda conseguiu empurrar a bola para o fundo da defesa adversáriaporumasegundaocasião, mas o golo acabou por ser anulado pela equipa de arbitragem por alegada falta do avançado brasileiro sobre um adversário. O encontro foi empatado para o intervalo e na segunda parte coube ao onze jovem da Associação de Futebol de Macau chamar a si a iniciativa.ASelecção de Sub-23 dominou por completo durante o primeiro quarto de hora da segunda metade, mas acabaria por ser o Monte Carlo a

criar as melhores oportunidades. Aos 65 minutos, Ricardo Junior fez a bola embater na trave da baliza adversária, na cobrança exímia de um livro directo. O ferro voltou a cantar pouco depois, na sequência de uma grande jogada de ataque da linha avançada do Monte Carlo. Com a progressão do cronómetro, o que o desafio ganhou em expectativa, perdeu em qualidade. Muito disputado ao meio-campo, o encontro foi

Resultados Lam Ieng 1 – 4 Hong Ngai Lam Pak 2 – 2 Hoi Fan FC Porto 2 – 3 PSP Mon. Carlo 1 – 2 Sub -23 Ka I 13 – 0 Pau Peng

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avançando a ritmo lento, de falta em falta e de paragem em paragem, até que aos 81 minutos a Selecção de Sub-23 – fisicamente mais fresca - aproveitou uma desatenção da defensiva do Monte Carlo para decidir a seu favor o encontro. O golo foi apontado por Leong Hang Lim, jogador que tinha entrado dois minutos antes para o lugar de Tang Hou Fai. A nove minutos do fim do encontro, a Selecção de Sub-23 passou para a frente do marcador e se tal não bastasse o Monte Carlo ficou reduzido a dez unidades, depois de Ricardo Junior ter visto o segundo cartão amarelo por palavras dirigidas ao árbitro. O médio brasileiro reagiu de forma intempestiva à sanção disciplinar e protagonizou um dos momentos mais intensos do encontro, ao erguer do chão o juiz da partida para lhe exigir satisfações. O atleta, que poderá ter disputado no sábado o seu último encontro com a camisola do Monte Carlo, reconhece que perdeu a cabeça dentro de campo, mas diz que se limitou a responder a uma injustiça: “Para dizer a verdade, nem sei o que me passou pela cabeça lá dentro. O árbitro que apitou este encontro já tinha apitado vários jogos do Monte Carlo e saímos sempre prejudicados. Neste jogo, apitou mal para ambos os lados, mas acabamos por ser mais prejudicados porque queríamos colocar em campo o nosso futebol e não conseguimos, tantas foram as paragens”, defende o jogador. O encontro acabou por terminar sob o signo da polémica e com o Monte Carlo pendente da ténue esperança do Pau Peng poder vir a derrotar o Windsor Arch Ka I no derradeiro encontro do Campeonato. A remota possibilidade do lanterna-vermelha poder eventualmente vir a levar a melhor sobre o campeão em título desvaneceu-se logo à passagem do primeiro quarto de hora, quando Nicholas Torrão desfez o impasse no placard e colocou a formação orientada por Rui Cardoso de novo na liderança da Liga de Elite. O brasileiro Alexsandro Sampaio dilatou a vantagem dos campeões do território sete minutos depois e aos 29 minutos foi a vez do furacão William Carlos Gomes entrar em cena. O avançado brasileiro marcou nada mais nada menos do que nove golos e ficou a apenas um tento do melhor marcador da prova, o também brasileiro

Kamilo Oliveira da Silva. Lá pelo meio, Lei Kam Hong também marcou por duas ocasiões, ajudando o Ka I a revalidar o título e a despedir-se da edição de 2011 da Liga de Elite com a maior goleada da temporada. A festa dos atletas do agora bi-campeão do território fez-se em pleno campo da Universidade de Ciência e Tecnologia. Rui Cardoso, que junta ao currículo mais uma vitória na principal prova do desporto-rei de Macau, reconheceu no fim do encontro que o Ka I contou este ano com a estrelinha da sorte pelo seu lado: “Foi um triunfo mais tremido, mas não foi mais difícil. Perdemos dois jogos importantes na recta final do Campeonato por nossa inteira responsabilidade e acabámos por ter alguma sorte do nosso lado na última jornada. Mas pelo trabalho que a equipa fez ao longo da temporada e pela regularidade que o Ka I demonstrou, a vitória no Campeonato é inteiramente merecida”, sustenta o técnico. Menos feliz foi o adeus do Futebol Clube do Porto à edição de 2011 da Liga de Elite. Os dragões do território despediram-se da prova com uma derrota por três bolas a duas frente ao Grupo Desportivo da Polícia de Segurança Pública. Os dragões do território

até começaram melhor e aos 25 minutos colocaram-se em vantagem no marcador, numa iniciativa do brasileiro Marquinhos.Aresposta do onze das forças de segurança só se materializou na segunda parte. Aformação policial entrou melhor no encontro após o regresso do balneário e repôs a igualdade no marcador aos 49 minutos, numa jogada com a chancela de Lai Kwok Ho. O Futebol Clube do Porto não se deixou intimidar e aos 62 minutos voltou a adiantar-se no marcador, desta feita com um golo de Iek Kim Pang.Afesta azul e branca acabou por se revelar sol de pouca dura e aos 68 minutos Cheong Loi voltou a empatar o encontro. O onze orientado por Dani segurou a igualdade até à recta final da partida, mas um boa investida da linha avançada da PSP, concluída por William Shek, acabou por render à formação das forças de segurança um melhor adeus ao Campeonato. No derradeiro encontro da temporada, o Lam Pak voltou a desiludir. A formação orientada por Chan Man Kin despediu-se da prova com um empate a duas bolas frente ao já despromovido Hoi Fan. O onze do Clube de Natação foi mesmo o primeiro a colocar-se em vantagem, numa iniciativa concluída por Lawrence Akandu aos 16 minutos. O conjunto azul e branco apenas conseguiu repôr a igualdade no marcador a dois minutos do final da primeira metade, numa jogada concluída por Yeung Hei Chi. O Hoi Fan voltaria a saltar para a frente do marcador aos 46 minutos, com um golo de Lei Wai Man. A resposta do Lam Pak surgiu quatro minutos depois, à passagem dos cinquenta, numa jogada com a assinatura de Lam Ka Koi. No outro encontro da décima oitava e última jornada da edição de 2011 da Liga de Elite, o Hong Ngai derrotou o Lam Ieng por quatro bolas a uma.

Classificação final Clube Windsor Arch Ka I Monte Carlo Sub-23 FC Porto Lam Pak Polícia Hong Ngai Lam Ieng Hoi Fan Pau Peng

J V E D Gm-Gs Pontos 18 15 0 3 88-24 45 18 14 2 2 80-16 44 18 10 6 2 34-16 36 18 9 5 4 45-30 32 18 9 2 7 46-30 29 18 7 3 8 21-33 24 18 6 1 11 41-57 19 18 4 2 12 29-55 14 18 2 4 12 28-69 10 18 0 3 15 22-104 3

Melhores marcadores Kamilo Oliveira da Silva..................................................38 golos Williams Carlos Gomes....................................................37 golos


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Insira algarismos nos quadrados de forma a que cada linha, coluna e caixa de 3X3 contenha os dígitos de 1 a 9 sem repetição SOLUÇÃO DO PROBLEMA DO DIA ANTERIOR

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HORIZONTAIS: 1-Próprio para dar impulso. Dar pios. 2-Elemento de origem grega que significa sonho. Grande extensão de água. 3-Cair por um declive. Ósmio. 4-Deutsche Mark. Género de moluscos cefalópodes. 5-Para estimular, excitar. Abastecer. 6-Género de árvores africanas. Descerrei. 7-Género de insectos dípteros. Contracção de preposição a e do artigo o. 8-Doce de abóbora. Aparelho arábico. 9-Sudra que faz serviço nos pagodes indianos. Repetir. 10-Hospedaria oficial, na China. Enxotar galinhas ou outras aves. Elemento de origem latina que significa debaixo ou sob. 11-Quarto mês do calendário da primeira república francesa. Tornar opado. VERTICAIS: 1-Vinho produzido pelos vinhedos das cercanias de Bordéus. Uma bebida. 2-Diminuição de sangue no organismo animal. Rebanho de gado miúdo. 3-Lírio. Prova. 4-Género de plantas papilionáceas. Efeito de afluir. 5-Árvore ornamental, da família das Leguminosas. Artigo definho masculino plural e pronome. Demonstrativo. 6-Tornar roliço. Planta caparídea do Brasil. 7-Escavação profunda, feita pela chuva. Pele de búfalo africano. 8-Diz-se de uma variedade de chá. Prefixo grego que significa ar. 9-Para fazer andar as cavalgaduras. Embaçar, enganar, iludir. 10-Os 12 meses. Armação de luneta ou óculos. Apêndice, recurvado em forma de argola, de certos utensílios. 11-Elemento de origem latina que significa bico. Dantes, no Brasil, flor.

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CINEMAX 42 12:00 13:30 15:15 17:45 20:00 22:00 00:05 00:30

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17:00 18:00 19:00 20:00 21:00 22:00 23:00 00:00

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(MCTV 54) History Channel 23:00 AMERICAN PICKERS

Dirty Jobs - Aerial Tram Greaser Factory Made Extreme Peril Surviving Disaster - Fire Man Vs. Wild 5 - Western Pacific Beyond Survival With Les Stroud Gold Rush: Alaska Man Vs. Wild 5 - Western Pacific

Csi: Crime Scene Investigation Ncis: Los Angeles Wipeout Numb3Rs Csi: Crime Scene Investigation Hawaii Five-O So You Think You Can Dance Top Chef Csi: Crime Scene Investigation Hawaii Five-0 Blue Bloods Hawaii Five-0 Blue Bloods

STAR WORLD 63 12:10 MasterChef Australia 13:05 Rules of Engagement 13:35 Hell’s Kitchen 15:25 90210 16:20 Desperate Housewives 17:15 Got To Dance UK 18:10 How I Met Your Mother 18:40 MasterChef Australia 19:35 Melissa & Joey 20:00 Cougar Town 21:50 90210 22:45 MasterChef Australia 23:40 Melissa & Joey 00:05 Cougar Town Informação Macau Cable TV


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OPINIÃO

Unidos para tornar Macau num Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional que haja um Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional significa que devem ser superados inúmeros obstáculos. É óbvio que nenhum empresário está disposto a exercer uma actividade que apenas lhe traga prejuízos e, por isso, o Governo tem de executar as políticas já lançadas e definir rumos de desenvolvimento, a longo prazo, para o sector do turismo. Para que o Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional passe de um conceito abstracto a um projecto efectivo e viável, devem servir de referência a experiência e a prática dos outros.

David Chow O que se entende por Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional Conceito Face à experiência que pude colher durante as visitas de estudo feitas, ao longo de vários anos, a diversos países e regiões do Mundo, entendo que, para haver um local de destino turístico e lazer a nível internacional, devem existir produtos turísticos que o identifiquem, o caracterizem e o apoiem. Por exemplo, em Banguecoque e em Phuket, cidades conhecidas internacionalmente como Centros de Turismo de Saúde da Ásia, o turismo de saúde é um segmento que atrai, anualmente, mais de 1,2 milhões de visitantes à Tailândia; a ilha de Ainão, na China, conhecida como o “Coração da Ásia”, por se ter tornado no local de realização do “Forum Boao da Ásia”, aproveita e aposta nas suas exóticas e pitorescas paisagens naturais para se tornar, até 2020, num destino de turismo de lazer e férias; em Orlando, Flórida, nos Estados Unidos da América, está a funcionar o maior centro de diversões do Mundo para famílias, pois só a Disneylândia atrai, anualmente, 12 milhões de visitantes; Monte Carlo, no principado do Mónaco, micro-Estado situado no Sul de França, é afamada pelos seus casinos, atraindo, com os seus edifícios pomposos e exóticos e a pitoresca paisagem marginal, visitantes das mais altas classes sociais, nomeadamente bilionários e artistas de renome internacional. Macau também era conhecida, outrora, como a Monte Carlo do Oriente, mas, o que acontece é que passou a depender, de há alguns anos a esta parte, em termos de atracção turística, nos casinos e nas instalações de diversão localizados no interior dos grandes hotéis. É mais que óbvio que, com este modelo de turismo, Macau não se pode tornar num Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional, razão pela qual deve o Governo estudar com empenho soluções que criem e consolidem as bases de desenvolvimento do turismo. Para além disso, qualquer destino que se preze de ser um centro de turismo e lazer a nível internacional deve ter o seu mercado virado para o turismo familiar e individual, pois só assim é que se pode alargar o número de visitantes e dinamizar o desenvolvimento dos sectores da hotelaria, da restauração e do comércio a retalho. Por isso, o conceito de turismo de lazer mais não é do que a oferta de produtos turísticos diversificados no local de destino, com o objectivo de serem usufruídos pelos visitantes, durante a sua permanência. Mas, o que acontece é que, em Macau, se regista a falta de dois importantes elementos, “lazer”

e “família”, factores com potencialidades para serem integrados e fazerem parte do desenvolvimento do turismo. Assim, para explorar ao máximo estas potencialidades, para além de instalações sólidas, há que melhorar ainda a qualidade dos recursos humanos, colocando-a ao nível dos padrões internacionais. Sentido estratégico Entende-se por centro de turismo e lazer a nível internacional, segundo o conceito, normalmente, proposto pela Comissão Nacional para o Desenvolvimento e Reforma da República Popular da China, o local onde, para além do renome internacional, se aplicam os mais modernos padrões internacionais e onde existem bons sistemas de saúde, de segurança e de protecção ambiental que permitam uma vida saudável,

alegre e descontraída e que beneficiem o desenvolvimento, entre outras, de actividades comerciais. Para que a meta do “Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional” seja alcançada, há que conhecer os seus dois sentidos estratégicos: Primeiro, a transição do modelo em que a estrutura da economia tem por núcleo o sector do jogo para um sistema em que a predominância se concentre no turismo de lazer, ou seja, induzindo um maior vigor no desenvolvimento dos sectores do comércio a retalho, das convenções e exposições e das indústrias culturais e criativas. Segundo, elevar o nível geral de qualidade em Macau, ou seja, criando um ambiente saudável, aprazível e relaxante que possa ser compartilhado, em conjunto, por familiares e amigos. Valorizar as instalações turísticas para

Como criar Para haver desenvolvimento do turismo, exige-se produtos e programas turísticos, hotéis e transportes. O problema do alojamento não se coloca a Macau, pois, presentemente, há mais de vinte mil quartos de hotel, sendo que a tendência é a de que aumente nos próximos tempos. A grande maioria dos hotéis dispõe de perfeitas instalações turísticas, nomeadamente, zonas comerciais, recintos de espectáculos e restaurantes, bem como casinos com grandes dimensões e luxuosamente decorados, com alto nível. Importa sublinhar, contudo, que, apesar de haver estas instalações complementares de luxo, tal não chega para projectar Macau ao nível de um Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional, pois o “nível internacional” e o “turismo e lazer” requerem ainda o apoio de outras infra-estruturas físicas, a saber: (1) Instalações portuárias e aeroportuárias e terminais de transporte público As comunicações com o exterior desempenham, neste aspecto, um papel muito crucial. O nível dos terminais marítimos e de transporte público está aquém do patamar internacional e as ligações aéreas directas com o exterior são mínimas, o que limita a vinda a Macau de visitantes estrangeiros, sendo o aumento dos voos directos com o exterior um dos obstáculos a superar. (2) Instalações dos postos fronteiriços Para as cidades turísticas de renome internacional, dá-se sempre muita relevância aos complexos turísticos de grande envergadura implantados na orla marítima, incluindo os mais variados parques temáticos, as instâncias de férias e os centros náuticos. Estes complexos turísticos conseguem, de um modo geral, satisfazer as necessidades turísticas dos visitantes das classes alta e média e, portanto, a aposta na construção de complexos turísticos na orla marítima pode atrair visitantes das classes alta e média e fazer disparar as despesas per capita dos visitantes que, em 2010, se estimava em cerca de 1.418 patacas/dia. No que respeita ao desenvolvimento do turismo cultural, deve o Governo aper-


Nem todos têm os mesmos talentos nem se espera que todos completem o doutoramento. Mas o que se exige é que cada qual faça os seus talentos. Padre Manuel Teixeira [1912-2003]

feiçoar ou incluir mais elementos culturais, contemplando componentes culturais da história chinesa e componentes culturais singulares de Macau, através da realização de exposições, tais como, de vestígios fósseis, património cultural e bonzai. É nesta base que se podem juntar o turismo de lazer e o turismo cultural, evitando-se, assim, a frequente mudança de pontos de interesse turístico, para que, com o tempo que se poupa, os visitantes possam deleitar-se com a sua aprazível e tranquila excursão. Para além disso, pode Macau ponderar ainda a oferta de hotéis temáticos para, de uma forma científica, juntar numa única vertente o alojamento de lazer e a diversão, formando-se, assim, um elo em cadeia, o que não só valoriza o sector hoteleiro e a indústria de lazer, mas alarga também o período de permanência dos visitantes que vêm a Macau de 1,7 dias para 2 ou mais dias. (3) Instalações a criar nas novas zonas de aterro Os novos aterros são, sem margem para dúvida, o local mais propício para a construção do Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional. Se bem que a zona do Cotai esteja em franco desenvolvimento, o certo é que também se devem reservar espaços adequados no Porto Exterior para futuro desenvolvimento, o que implica um planeamento das novas e velhas zonas, delimitadas por funções, de modo a haver uma melhor triagem e distribuição de visitantes. No entanto, exige-se também uma mútua complementaridade entre a península de Macau e a zona do Cotai, no sentido de explorar ao máximo as suas potencialidades. Recursos humanos qualificados Para haver um Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional deve haver também recursos humanos qualificados. “Ganhar fama internacional” e “ter características singulares” são os objectivos a alcançar. Muito embora Macau goze de uma certa notoriedade a nível internacional, o certo é que não dispõe de um produto ou conceito turístico de lazer de renome internacional que possa atrair os visitantes. Face a esta situação, devem os recursos histórico-culturais singulares de Macau convergir no sentido de, através de programas de exibições e de espectáculos, se mostrar o Património Cultural e as artes culturais e criativas, de forma a existir uma indústria cultural e criativa em cadeia. Pois bem, só assim é que se pode criar, em certa medida, a imagem de Macau como local de destino turístico e de lazer, aproveitando-se, com isto, para inverter a actual situação do turismo que depende de uma única vertente. Para além disso, há que simplificar as formalidades exigidas na travessia das fronteiras, no sentido de encurtar o tempo de espera nos postos fronteiriços. Ficar em linha de espera durante muito tempo não é nada agradável, pois não só afecta o estado

de espírito dos visitantes que aqui decidiram vir passar férias, mas também encurta o seu tempo de permanência, o que provavelmente os leva a consumir menos. Nível de qualidade de um serviço de vanguarda A qualidade dos serviços reflecte o nível de desenvolvimento civilizacional de uma sociedade. A segurança, os transportes, a saúde, a segurança social, a educação e a protecção ambiental são considerados, de um modo geral, como serviços públicos. Contudo, a qualidade destes serviços está ainda longe de poder aproximar-se dos padrões internacionais. Elevar o nível de qualidade dos serviços não é uma tarefa que se faça de um dia para o outro, mas também não é um sonho irrealizável, pois podemos tomar como referência a experiência de outros países e regiões. Por exemplo, a dedicação e a cortesia dos japoneses, o vigor e a energia dos taiwaneses, o nível linguístico dos singaporeanos e o empenho dos tailandeses, são algumas das virtudes que podem ser importadas para elevar o nível dos serviços e do atendimento. Por conseguinte, impõe-se a definição de um plano de desenvolvimento de serviços a longo prazo, que sirva de linha de orientação para consolidar e optimizar o nível dos serviços. Por outro lado, como os serviços são prestados por “pessoas”, é crucial o sentimento que resulta da interacção entre os indivíduos. Por se tratar de uma indústria de serviços, o baixo nível de qualidade do pessoal limita o avanço da indústria dos serviços e do turismo rumo à internacionalização. O sucesso alcançado na região vizinha deve-se à sensibilização feita junto dos trabalhadores quanto à importância do conceito “respeito e consideração ao cliente”. Por isso, deve ser estabelecida como regra comportamental a

render

Qualquer destino que se preze de ser um centro de turismo e lazer a nível internacional deve ter o seu mercado virado para o turismo familiar e individual, pois só assim é que se pode alargar o número de visitantes e dinamizar o desenvolvimento dos sectores da hotelaria, da restauração e do comércio a retalho. “prioridade ao cliente”, intensificando-se a formação e elevando as aptidões e as qualidades profissionais do pessoal, sendo que é isto o que pode levar a um maior grau de satisfação dos visitantes e a demonstrar o conteúdo e o vigor do Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional. Como sensibilizar o Governo e os residentes Em suma, tornar o conceito abstracto de Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional num objectivo efectivo e funcional exige, antes de mais, que seja eliminada a imagem de “centro de jogo internacional” e que sejam incluídos, de modo flexível, os elementos “lazer” e “família” nos programas e produtos turísticos, introduzindo, em cada uma das vertentes, o conceito de “melhor servir os visitantes”. A par disto, o Governo deve envidar esforços no sentido de apoiar o desenvolvimento das indústrias culturais e criativas, bem como de lazer, de hotelaria, da restauração, dos transportes e comunicações e dos serviços, de forma a que a respectiva qualidade possa atingir níveis internacionais. Trata-se, portanto, de acções que impli-

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cam uma reforma profunda e que requerem a convergência do esforço de todos. Por exemplo, a Direcção dos Serviços de Turismo, para aumentar a eficiência no licenciamento das actividades ligadas ao turismo, deve simplificar, mormente, as formalidades para os pedidos de licença para exploração de bares e estabelecimentos de comidas e bebidas; a Direcção dos Serviços de Solos, Obras Públicas e Transportes, para aumentar a eficiência na apreciação e autorização dos projectos de empreendimentos turísticos, deve elaborar, quanto antes, normas que regulem o funcionamento dos grandes sistemas mecânicos para divertimento; a Capitania dos Portos deve reforçar a gestão dos canais de navegação, dos postos fronteiriços e das instalações portuárias, de forma a que haja uma articulação com as actividades aquáticas e náuticas de pendor lúdico; o Instituto Cultural deve intensificar as acções de apoio às indústrias culturais e criativas e à preservação do Património Cultural; a Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego deve aperfeiçoar o sistema de trânsito e transportes terrestres, alargando e optimizando os corredores para transportes públicos, de forma a facilitar a deslocação dos visitantes aos pontos de interesse turístico, através do futuro metro ligeiro; a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental e o Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais devem zelar pela protecção do ambiente, pela qualidade do ar, criando e preservando as zonas verdes e optimizando o meio ambiente e as instalações públicas, de forma a que correspondam aos níveis internacionais; os serviços e forças de segurança devem intensificar o combate às actividades criminosas, de forma a poderem transmitir um sentimento de segurança aos que nos visitam. Para além disso, para tornar Macau, efectivamente, num Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional, é ainda necessário divulgar e promover a importância desta estrutura junto dos residentes, pois os visitantes que aqui aportam, para além dos contactos com os operadores de turismo, interagem também com os residentes, por exemplo, quando solicitam qualquer orientação ou pedem ajuda para tirarem fotografias. Sendo assim, os organismos da Administração, designadamente na área da Educação, têm de inculcar nos residentes, através de programas específicos, a noção de educação e consciência cívica de todos, no sentido de concentrarem activamente os seus esforços na criação do Centro de Turismo e Lazer a Nível Internacional. Deste modo, pode a urbanidade dos residentes vir a ser demonstrada com espontaneidade aos visitantes, para que estes se sintam em casa e possam deleitar-se, a cada momento, com o lazer e o prazer da sua visita. Aliás, é tudo isto que pode tornar Macau, gradualmente, como um destino preferencial de férias dos visitantes.

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editor Vanessa Amaro Redacção Filipa Queiroz; Gonçalo Lobo Pinheiro; Joana Freitas; Patrícia Ferreira, Rodrigo de Matos; Virginia Leung Colaboradores António Falcão; Carlos Picassinos; José Manuel Simões; Marco Carvalho; Maria João Belchior (Pequim); Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas Arnaldo Gonçalves; Boi Luxo; Correia Marques; Gilberto Lopes; Hélder Fernando; João Miguel Barros, Jorge Rodrigues Simão; José I. Duarte, José Pereira Coutinho, Luís Sá Cunha, Marinho de Bastos; Paul Chan Wai Chi; Pedro Correia Cartoonista Steph Grafismo Catarina Lau; Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia António Falcão, Gonçalo Lobo Pinheiro; António Mil-Homens; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Laurentina Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Av. Dr. Rodrigo Rodrigues nº 600 E, Centro Comercial First Nacional, 14º andar, Sala 1407 – Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo


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SALVAR A GRÉCIA

por Steff

HK MULHERES PROTESTAM CONTRA PRADA NA BOLSA Um grupo de activistas realizou um protesto junto à porta de uma loja Prada, acusando a marca italiana de discriminação sexual e condenando a entrada da cadeia na bolsa de Hong Kong. O protesto, liderado por uma antiga funcionária da marca, levou os clientes a abandonar a loja, enquanto cerca de duas dúzias de activistas gritavam «slogans»: “abaixo a Prada” ou “o diabo veste Prada”. Rina Bovrisse, uma antiga gerente da Prada no Japão, que alega ter sido despedida sem justa causa em Março de 2010, depois de lhe terem dito que era “feia” e não tinha “imagem Prada”, disse que estava ali para “defender as mulheres vítimas de assédio e discriminação no local de trabalho” e pediu aos investidores que “pensem duas vezes” antes de aplicarem os seus fundos na marca “Hong Kong devia apoiar os princípios da igualdade. Pedimos aos consumidores e investidores para serem conscientes quanto às suas escolhas”, disse Dories Lee, do Centro de Monitorização dos direitos do trabalho para a Ásia. CHINA QUER ORDENAR MAIS DE 40 BISPOS A Igreja Católica oficial chinesa anunciou nesta sexta-feira que deseja ordenar pelo menos 40 bispos sem demora, iniciativa que provocará tensões com o Vaticano. Liu Bainian, vicepresidente da Associação Patriótica Católica da China, confirmou à AFP uma informação da agência Xinhua de que a Igreja oficial decidiu recentemente “fazer todos os esforços para escolher e ordenar bispos sem demora” em 40 dioceses. A Igreja oficial chinesa alega que tem o direito de ordenar o próprio clero sem a autorização da Santa Sé, e cada nova ordenação provoca tensões entre Pequim e o Vaticano. PACHECO EMPATA EM CASA A equipa treinada pelo português Jaime Pacheco, o Beijing Guo’ An, voltou hoje a empatar, pela terceira vez em duas semanas, mas manteve o segundo lugar na super-liga chinesa. Na 12.ª jornada, o Beijing Guo’ An empatou em casa (1-1) frente ao Tianjin e soma agora 23 pontos, menos cinco do que o Guangzhou, a única equipa ainda invicta no campeonato. O Beijing Guo’An permanece, contudo, a mais goleadora da prova, com 23 golos, e tem dois jogadores entre os quatro melhores marcadores da temporada.

Deficiência mental | Pedido de ajuda social rejeitado

Angela Leong indignada Virginia Leung

Virginia.leung@hojemacau.com.mo

O

S pais de crianças deficientes mentais estão a queixar-se de terem visto rejeitados os seus pedidos de auxílio governamental do Fundo de Poupança Central, depois de no ano anterior terem visto os pedidos aprovados. Confusos com os parâmetros seguidos na aprovação ou rejeição dos pedidos, e preocupados com o futuro dos filhos, os pais têm reclamado como podem e despertaram a indignação de pelo menos uma deputada da Assembleia Legislativa (AL) – Angela Leong – que apresentou uma interpelação escrita para saber que se passa. Desde que o Executivo anunciou as “Regras Gerais de Abertura e Gestão de Contas Individuais do Regime de Poupança Central”, em Outubro do ano passado, com a criação das contas de poupança, o Governo ficou incumbido de fazer os depósitos para criar condições básicas favoráveis à construção do sistema de Fundo Central de Previdência. Esse regulamento determina que o Governo abra contas individuais para os residentes elegíveis, com um saldo inicial de 10 mil patacas. O Governo depositaria então mais seis mil patacas este ano para os residentes qualificados. Ao mesmo tempo, a regulamentação estabelece que os residentes com mais de 65 anos podem levantar todo ou parte do dinheiro que lhes caiba, sendo que, para quem ainda não fez 65 anos, o Governo prevê uma série de excepções que permitam o levantamento total ou parcial nalguns casos particulares, como para as pessoas deficientes que tenham recebido prestações de ajuda há mais de um ano, ou para quem tenha um fardo incomportável provocado por uma lesão grave ou espere grandes despesas médicas.

Em conferência introdutória para esclarecer como levantar o dinheiro do Fundo de Poupança Centroa, em Julho do ano passado, foi reiterado que o regime visava proteger os residentes, havendo desde logo procedimentos especiais para casos excepcionais, de forma a aliviar as dificuldades dos mais necessitados. Além disso, os regulamentos avançados este ano estabelecem que, se os participantes forem “pessoas incapacitadas”, o seu representante legal pode dirigir-se ao Fundo de Segurança Social (FSS) proceder aos trâmites necessários para receber os cheques em nome dos beneficiários. Por outro lado, como a maior parte das crianças deficientes mentais em Macau pertencem a famílias de pais separados, a mãe do pai é quem normalmente toma conta da família. Angela Leong sublinha que o Governo e a sociedade têm ambos responsabilidade para implementar várias medidas para consolidar o mecanismo de protecção social para salvaguardar os interesses e satisfazer os apelos dos deficientes mentais e grupos vulneráveis. Tendo isto em conta, a deputada eleita pela Nova União para o Desenvolvimento de Macau apresentou no sábado passado uma interpelação escrita para apurar se haverá mudanças nos parâmetros de aprovação para este ano dos levantamentos das contas de poupança central. Já que alguns pedidos para crianças deficientes mentais foram rejeitados, Angela Leong quer saber o que é que define a expressão “razões adequadas”, e questiona o Governo também por outras políticas e medidas previstas para lidar com os deficientes: o Executivo anunciou que iria construir instituições públicas para acomodar mais de 150 pessoas com deficiência mental média ou grave, e a deputada pergunta quando é que isso poderia ser implementado e como estavam os respectivos trabalhos a decorrer.

MONSTRO MARINHO NO SUL DA CHINA

Um monstro marinho de 16,7 metros e 4,5 toneladas foi encontrado numa praia Mar do Sul da China, em Guangdong. O animal encontrava-se em alto estado de decomposição, o que não permitiu o seu reconhecimento imediato.

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AFEGANISTÃO ATENTADO EM HOSPITAL PEDIÁTRICO As autoridades afegãs elevaram para 38 o número de mortos num atentado suicida perpetrado no sábado contra um hospital pediátrico na província de Logar, no leste do Afeganistão, segundo a agência France Press. O atentado foi levado a cabo com um veículo armadilhado cuja deflagração destruiu quase por completo o hospital pediátrico do distrito de Zra, tendo também atingido um edifício oficial anexo ao hospital. As autoridades estão a investigar o incidente. GENERAL QUE CHEFIAVA COMBATE À DROGA ACUSADO DE TRÁFICO O antigo general boliviano René Sanabria, que estava responsável pelo combate às drogas na Bolívia, e um cúmplice, foram na sexta-feira declarados culpados pelo crime de tráfico de droga por um tribunal de Miami, noticia a AFP. Os dois homens tinham sido extraditados do Panamá para os Estados Unidos, em fevereiro, após uma operação da agência norte-americana para o combate à droga (DEA). René Sanabria, que ocupava o cargo de chefe do Centro de Informações Antidrogas da Bolívia, foi preso no Panamá pela polícia americana, depois de ter sido apanhado numa operação da DEA, sendo acusado de ter facilitado o envio de, pelo menos, 13 carregamentos de droga para os Estados Unidos. JORGE COUTO DEIXA A BIBLIOTECA NACIONAL O director da Biblioteca Nacional de Portugal (BNP), Jorge Couto, cessa funções por decisão própria a partir de 30 de Junho, disse fonte do seu gabinete. O historiador Jorge Couto estava à frente dos destinos da BNP desde 29 de Outubro de 2005, e desde 2 de Dezembro do ano passado exercia em regime de acumulação, não remunerado, as funções de diretor geral do Livro e das Bibliotecas. A junção da BNP com a Direcção Geral do Livro e das Bibliotecas estava em preparação no anterior Governo, liderado por José Sócrates, mas não foi publicada a respectiva lei orgânica pelo que os dois organismos mantinham autonomia. BAYERN QUER NANI O Bayern Munique está a preparar uma proposta para contratar Nani ao Manchester United, noticia o Sunday Mail. O clube alemão acredita que o internacional português veria com bons olhos uma mudança de ares após os red devils terem contratado Ashley Young ao Aston Villa, o que poderá dificultar a titularidade do antigo jogador do Sporting. Contudo, o jornal afirma que Alex Ferguson não pretende abdicar do português.


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