DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
MOP$10
TERÇA-FEIRA 27 DE SETEMBRO DE 2016 • ANO XVI • Nº 3665
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hojemacau
MACAU NÃO TOMA MEDIDAS PARA COMBATER FLAGELO
Homo plasticus Basta passear numa praia da RAEM para perceber como por aqui se trabalha muito pouco para minorar os efeitos de um dos piores males do século XXI. AGÊNCIA COMERCIAL PICO • 28721006
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GRANDE PLANO
FRONTEIRAS
Discriminação para todos PÁGINA 4
RECICLAGEM
Veneno em pilha PÁGINA 7
LI KEQIANG NOS AÇORES
No lugar dos outros meninos PÁGINA 12
OPINIÃO
Divórcio
TÂNIA DOS SANTOS
Tragédia
h
PAULO JOSÉ MIRANDA
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E
STAMOS em Setembro de 2002 e é o aniversário da Rita. Comprámos-lhe uma boneca como prenda, até porque a Rita ainda só tem cinco anos. A miúda quer brincar com a bonita imitação da Barbie, mas primeiro é preciso paciência: para lhe chegarmos, temos de abrir primeiro o saco de plástico onde a prenda veio. Vemos depois a caixa de plástico que tem dentro uma espécie de tabuleiro, de plástico, onde se insere a boneca (de plástico) e os seus utensílios, também de plástico. Todos eles estão presos com pequenas fitinhas de plástico à parte de trás da caixa. O tempo vai passando e Rita está impaciente. Enquanto isso, um amontoado de plásticos vai-se juntando no chão pronto para ser deitado ao lixo. Os anos passam mas, com eles, a Terra não se consegue ver livre dos plásticos inúteis que chegaram com a boneca da Rita e de tantas outras meninas. A própria boneca acaba obsoleta e passa a ser apenas mais um objecto feito neste material, pronta para ser deitada fora – pronta para ficar anos a fio sem se desfazer. Catorze anos passaram desde que a Rita recebeu a prenda e, com as novas tecnologias que todos os dias chegam às mãos da humanidade, seria de esperar que o uso deste material tivesse diminuído. Mas a realidade é diferente: de ano para ano, são cada vez mais as toneladas de garrafas, bonecas e outros tantos materiais que desaguam nas praias e lagos de todo o mundo. São às centenas os animais marinhos que ficam presos em plástico, que comem plástico e que vivem não só com plástico a flutuar, mas com plástico preso nos fundos dos mares.
SEMPRE A PRODUZIR
Desde a Segunda Guerra Mundial os humanos já produziram e utilizaram plástico suficiente para forrar a Terra, como indica um estudo publicado na revista de Ciência “Anthropocene”, que frisa ainda que “nenhum canto do planeta está livre deste problema”. Anualmente, o mundo vê serem fabricados 300 milhões de toneladas de plástico e quatro vezes mais tipos diferentes deste material do que há 70 anos, o que tem vindo a fazer com que cientistas cheguem a uma conclusão assustadora: estamos a ser confrontados com uma epidemia. “Pensemos apenas nos peixes. Uma vasta proporção deles tem plástico dentro dos estômagos. Pensam que é comida e alimentam-se disso, tal como os pássaros, que alimentam as suas crias com plástico”, refere Jan
PLÁSTICO MACAU RECICLOU QUASE 300 MIL QUILOS EM 2015 MAS NÃO SE SABE SOFIA MOTA
GRANDE PLANO
INTRAGAVEL ´
Zalasiewicz, da Universidade de Leicester, no estudo “The Geological Cycle of Plastics and Their Use as a Stratigraphic Indicator of the Anthropocene”. “O planeta está, lentamente, a ser coberto em plástico.” Em Macau, a Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) não consegue estimar o consumo exacto deste produto, adiantando apenas o que acaba nos contentores certos: no ano passado pelo menos 293 mil quilogramas deste material foram reciclados. Reciclados é, aqui, a palavra-chave – não são precisos dados estatísticos para ver que, nas praias de Coloane, o plástico é rei e senhor. Ainda assim, temo-los: só este ano 420 quilos de lixo foram apanhados de Hac
Sá e Cheoc Van por iniciativas de voluntários. “A maioria” era plásticos, seguidos de esferovite dos comuns ‘ta pao’.
MEDIDAS (IN)SUFICIENTES?
O plástico está literalmente nas nossas mãos diariamente: o teclado do computador onde escrevemos esta reportagem é de plástico e, provavelmente, o copo onde está agora a beber o seu café também o é, tal como os sacos onde carrega as suas compras. Mas, num local como Macau – onde a comida take away é um costume enraizado –, quem presta atenção a estes detalhes? “Normalmente só os clientes estrangeiros é que trazem os seus próprios sacos”, admite ao HM uma funcionária de um supermer-
cado na Avenida da Praia Grande. “Os chineses não. E alguns até pedem sacos a mais.” Desde que a Rita chegou a Macau, há seis anos, já poderá ter utilizado 4818 sacos plásticos. A ajuda às contas é da DSPA, que diz que cada residente utiliza uma média diária de 2,2 sacos plásticos, algo que perfaz uma quantidade anual de 450 milhões de sacos. Mas, ainda que, em 2008, a China continental tenha banido o uso de determinados tipos destes sacos e implementado a cobrança por outros, por cá ainda se vai arrastando a conclusão de uma consulta pública sobre o assunto. No território, a DSPA fez uma auscultação pública sobre se deveria ou não começar a cobrar os sacos plásticos aos clientes,
deixando nas mãos dos residentes esta decisão na protecção do ambiente. “Felizmente”, a maioria até concorda. Mas, e ainda que implemente medidas como a de dar prémios a quem reduzir o uso de sacos plásticos, a DSPA ainda tem muito que caminhar para formular oficialmente esta política. Enquanto isso, um lanche origina, pelo menos, três sacas: uma para o copo do chá, outra para o pão e outra para colocar o saco com o pão lá dentro. Como o próprio HM pôde testemunhar, numa padaria na Avenida da Praia Grande. “Acho que não há problema que o Governo comece a cobrança dos sacos, porque realmente fazem mal ao ambiente e é necessário cultivar esse hábito”, frisa a senhora Kan,
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SOLUÇÕES PLASTIC FREE
CONSUMO TOTAL
• A França tornou-se o primeiro país do mundo a banir todos os talheres, copos e pratos de plástico, numa lei que vai entrar em vigor em 2020
baniram o uso de sacos
“Macau está num nível catastrófico”
• Em 2011, a Etiópia passou uma lei que proíbe a manufactura e importação de plásticos não recicláveis
F
• Diversos engenheiros estão a construir casas feitas de plásticos velhos em países menos desenvolvidos, como a Bolívia • Alguns estados dos EUA
e garrafas de plástico, bem como algumas cidades na Austrália e o Hawai
• Na Índia, uma empresa criou colheres e garfos comestíveis, feitos de cereais, para diminuir o uso dos plásticos • Uma empresa francesa de tecnologia criou teclados de computador de madeira
Garrafas de plástico em Coloane
enquanto leva a sandes que acabou de comprar dentro de uma sacola de plástico. A empregada da padaria - que fica ao lado de uma loja de chás que acaba de servir um jovem que desce agora a rua com um copo de plástico, com uma tampa de plástico, uma palhinha e um saco de plástico – diz que até há clientes que já trazem as suas próprias sacolas. “São cerca de 10%.” Mas a falta de uma lei que permita cobrar pelos sacos leva a que, muitas vezes, os próprios estabelecimentos não possam ajudar o ambiente. Mesmo que queiram. “Claro que tenho de dar sacos de plástico e recipientes quando as pessoas levam ‘ta pao’, ainda que haja pessoas que tragam as suas próprias caixas de comida e sacos. Mas as lojas são passivas e a iniciativa tem de partir dos cidadãos”, diz-nos o dono de um restaurante chinês, também na Praia Grande. “Macau já é quase o último a implementar essa cobrança. Taiwan, China e Hong Kong já o fazem.”
MENOS RECICLADOS
Os dados da DSPA fornecidos ao HM mostram que o valor dos plásticos reciclados reduziu de 2014 para o ano passado. Se, em 2015,
eram pouco mais de 293 mil quilos, em 2014 esse valor ascendeu aos 358 mil quilos aproximadamente. O organismo liderado por Raymond Tam assegura que tem impulsionado “activamente” a reciclagem, depois de ter lançado – há cinco anos – o Programa de Pontos Verdes, que obrigou à colocação de postos de reciclagem em “vários sítios da comunidade”. Um destes caixotes é dedicado ao plástico. Mas a DSPA afirma que não fica por aqui. “Através da cooperação com as instituições organizadoras do Festival de Gastronomia, durante o festival, a DSPA promove o Plano para Redução de Resíduos. Em 2014, começou-se a exigir a todos os [participantes] no festival a utilização de utensílios amigos do ambiente para substituir os utensílios plásticos que foram utilizados ao longo dos anos.” Para Rita, que agora vive em Macau, a resposta não é suficiente. E a portuguesa explica: “faço a separação dos plásticos em casa, mas de nada me adianta, porque no prédio não tenho recipientes de reciclagem. Se quiser reciclar tenho de me deslocar a um ecoponto, mas eles são tão pequeninos que é impossível colocar lá todo o lixo que faço”, indica, acrescentando que solução passa, muitas vezes,
hoje macau terça-feira 27.9.2016 www.hojemacau.com.mo
• Cientistas norte-americanos criaram películas feitas à base de leite, ou seja comestíveis, para substituir as películas plásticas que envovlem os alimentos
por dar as garrafas de plástico às “velhinhas que o recolhem” nas ruas de Macau.
EPIDEMIA GLOBAL
Se há locais mais responsáveis por esta epidemia – por exemplo, a China, Filipinas,Tailândia,Vietname e Indonésia são responsáveis por 60% dos mais de 20 milhões de toneladas de plásticos que vão parar aos oceanos anualmente – a verdade é que o uso deste material é um problema à escala global. Há já vida animal a adaptar-se à poluição por plástico, indicam cientistas que falam em caranguejos-ermita a fazer uso de garrafas de plástico como as suas casas. Mas o plástico demora anos a degradar-se, tornando-se um problema mais grave do que já é. Tal como há a possibilidade de o corpo humano absorver os químicos que o compõem, há também a possibilidade de “todos os pedaços de plástico alguma vez feitos pelo homem” ainda existirem. A caixa da boneca da Rita e a própria boneca poderiam estar hoje numa qualquer praia do mundo. E como comprovam algumas das soluções que apresentamos na coluna ao lado, é possível viver “plastic free”. Joana Freitas (com A.K.)
Joana.freitas@hojemacau.com.mo
Empresa local criou sacos e embalagens de almoço biodegradáveis OI a pensar no desperdício relacionado com os plásticos que Gilberto Camacho decidiu criar, em Fevereiro deste ano, a Macau ECOnscious. O também conselheiro suplente do Conselho das Comunidades Portuguesas (CCP) e engenheiro informático tem vindo a conseguir, aos poucos, implementar nos restaurantes e supermercados dois produtos: um saco biodegradável e embalagens de comida feitas com base de bambu e cana de açúcar. A adesão é, contudo, tímida: apenas três restaurantes e dez supermercados aceitaram os produtos da empresa. O saco biodegradável pode ser adquirido por apenas uma pataca no supermercado. “A parte que tem corrido melhor é em relação aos residentes ocidentais ou asiáticos que tenham vivido no Ocidente. Nos supermercados tenho recebido um bom feedback. Mas muitas pessoas da comunidade chinesa ou asiática não têm acolhido muito bem a ideia, porque não querem pagar uma pataca quando podem ter sacos de plástico grátis”, disse Gilberto Camacho ao HM, que não tem dúvidas: “As pessoas estão demasiado preocupadas em ganhar dinheiro, não são
capazes de gastar uma pataca num saco biodegradável, acham estranho.” A Macau ECOnscious começou por ser uma associação, mas o diálogo com a DSPA não correu bem. Gilberto Camacho assegurou que demorou um ano até ter resposta para o seu projecto. “Não quis esperar que a oportunidade chegasse e decidi eu próprio avançar com a criação da empresa. Têm uma política conservadora. Gostaram das ideias, mas disseram que precisavam de mais algum tempo para decidir. E eu não quis esperar mais para avançar com um projecto piloto para criar uma maior consciência ecológica junto das pessoas, com produtos mais amigos do ambiente”, acrescentou. Gilberto Camacho espera que possa levar os residentes a terem uma maior consciência dos gastos diários que se fazem com o plástico. Com uma página no Facebook que serve também para o debate de ideias, a Macau ECOnscious procura alertar para “o nível catastrófico em que Macau se encontra”. “Senti que tinha de fazer alguma coisa. Temos de começar por algum lado”, assegurou. A.S.S.
FACTOS QUE ASSUSTAM • Mais de 5,25 biliões de partículas de plástico com um peso total de 269 toneladas estão a flutuar nos oceanos do mundo • 50% do plástico é apenas utilizado uma • Só
vez
se recupera cerca de 5% de todo o plástico produzido
• O plástico totaliza mais de 10%
de todo o lixo que produzimos
• A produção de plástico obriga à utilização de mais de 8% do petróleo do mundo • O plástico leva entre 500 para se desfazer
a 1000 anos
4 POLÍTICA
K
hoje macau terça-feira 27.9.2016
AVI Khen, cidadão indiano e residente em Macau há vários anos, denunciou ao HM aquilo que considera ser uma discriminação contra os seus compatriotas. Vindos de Hong Kong, os turistas indianos que chegam ao território serão obrigados a estar numa fila à parte. Aí os funcionários dos Serviços de Migração exigem-lhes a quantia de cinco mil patacas em dinheiro e o bilhete de avião de regresso impresso, sendo que estas regras serão aplicadas mesmo que um turista vá apenas a Zhuhai fazer compras durante um dia. “Em Hong Kong há uma maior atenção dada a todos aqueles que pedem asilo político e muitas vezes essas pessoas acabam por ser deportadas para a Índia ou para outros países de onde vieram. Macau começou a adoptar as mesmas regras logo na fronteira com a China. É um destino turístico que tem vindo a ser promovido, que recebe vários grupos de turistas indianos. Quando os cidadãos indianos vão um dia à China para fazer compras e regressam não conseguem entrar. Consultei as regras adoptadas pela Migração e isso está referido para todas as nacionalidades e não apenas para os cidadãos indianos. Está escrito para os portugueses, por exemplo. Então porque é quando mostramos o nosso passaporte temos de passar para outro corredor?”, questionou Kavi Khen.
Fronteiras DST NEGA DISCRIMINAÇÃO A CIDADÃOS INDIANOS
Patacas à mostra
Os cidadãos indianos que viajam para Macau de Hong Kong estão a ser obrigados a trazer cinco mil patacas em dinheiro e a mostrar o bilhete de avião de regresso. O caso foi denunciado pelo consultor Kavi Khen, mas Helena de Senna Fernandes e a PSP negam discriminação. Ainda assim, tal não acontece apenas a quem vem da Índia e a lei permite A situação, que já foi noticiada pelo diário inglês Macau Daily Times, representa, para o consultor, uma discriminação. “Macau é um destino turístico e o Governo tem tentado promover o território na Índia, tem sido uma prioridade. Não sei quais serão as razões por detrás desta decisão, mas parece-me discriminatório. A Índia é um dos principais mercados turísticos para Macau e adoptar todos os estes passos não vai trazer uma boa imagem para o território”, acusou. O HM contactou a Polícia de Segurança Pública (PSP), que apenas referiu que as regras são aplicadas para todas as nacionalidades. Nada foi dito quanto à transferência de cidadãos indianos para uma fila diferente na fronteira.
“Em resposta à lei e situação de ordem mundial, bem como também de localidades vizinhas, esta polícia tem implementado medidas de verificação e controlo da migração à chegada dos visitantes. Este controlo é efectuado a qualquer país do mundo, e não especificamente só para cidadãos da Índia. Tais medidas de verificação e controlo de entrada de visitantes no momento da chegada, são realizadas de acordo com a lei e formalidades estabelecidas para o cumprimento de requisitos de entrada na Região”, disse a PSP em resposta escrita. Contactada novamente, desta feita sobre o pedido de cinco mil patacas a cidadãos portugueses que aterraram na RAEM através da Air Macau, a PSP citou a lei.
“De acordo com a Lei dos Princípios Gerais do Regime de Entrada, Permanência e Autorização de Residência, é recusada a entrada na RAEM a quem não conseguir comprovar ou garantir o seu regresso à sua proveniência, suspeito de possuir documento de viagem falsificado, ou não possuir os meios de subsistência adequados ao período de permanência na Região ou o título de transporte necessário ao seu regresso.” As autoridades não respondem, por exemplo, quais os critérios para que alguns cidadãos sejam questionados sobre o dinheiro que trazem e outros não. Kavi Khen levantou a questão dos pedidos de asilo político, referindo que as autoridades locais
poderão estar com receio de um aumento neste sentido. Contudo, os dados mais recentes mostram que nenhum cidadão indiano pediu asilo político em Macau.
A NEGA DE HELENA
Segundo o Jornal do Cidadão, a directora dos Serviços de Turismo (DST), Helena de Senna Fernandes, negou a existência de quaisquer actos discriminatórios, tendo referido que o Governo deve promover um equilíbrio entre a segurança do território e as conveniências na imigração para os turistas. “Deve escolher-se entre os ganhos e as perdas”, frisou. Questionada sobre se estas regras podem levar a uma diminuição do fluxo de turismo oriundo da Índia, Helena de Senna Fernandes referiu apenas que em todo o mundo existe regras de segurança nas fronteiras, devendo os turistas respeitar essas exigências. A directora confirmou ainda que a DST vai fornecer mais informações aos turistas indianos para que estes possam compreender a necessidade de trazerem certos documentos, por forma a reduzir as inconveniências causadas. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
Angela Ka
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Joana Freitas
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5 hoje macau terça-feira 27.9.2016
SECÇÃO DO PS NÃO VAI ENCONTRAR-SE COM ANTÓNIO COSTA
Partidos à parte
A
visita do primeiro-ministro português, António Costa, a Macau, não vai contemplar um encontro com a secção do Partido Socialista (PS) em Macau. Tal foi confirmado ao HM por Tiago Pereira, coordenador-geral da secção. “Não há nenhum encontro programado com a secção do PS porque o senhor primeiro-ministro vem em visita de Estado e não estão previstos encontros de natureza partidária.” Segundo a agência Lusa, António Costa vai reunir-se com Chui Sai On, Chefe do Executivo, e assinar vários protocolos de cooperação em diversas áreas estratégicas, mas a sua agenda oficial em Macau, com mais detalhes, não foi ainda tornada pública pelo Governo português. É sabido que Costa estará presente no Fórum Macau e num fórum empresarial organizado à margem do evento. “Trata-se de uma visita para a consolidação das relações diplomáticas entre Portugal e a China, em que se pretende fortalecer relações a nível institucional e económico, no sentido de abrir portas a empresas. A visita de Macau enquadra-se nesta visita da RPC pela importância histórica que Macau tem nas relações entre os dois países e numa vertente cultural e de expansão da língua portuguesa”, disse ainda Tiago Pereira ao HM. Para o coordenador-geral da secção do PS em Macau, “é positivo termos em Macau a visita do primeiro-ministro”, sendo que Tiago Pereira espera que “haja a possibilidade de haver um encontro com a comunidade portuguesa local”. “Esperamos sempre que haja progresso no resultado destas visita. Esperemos que se abra mais portas e que se desenvolvam relações mais próximas entre os dois países”, disse ainda. O primeiro-ministro visita ainda as cidades de Pequim e Xangai antes de passar por Macau, sendo que a viagem oficial vai durar entre 8 e 12 de Outubro. Segundo a Lusa, Xangai vai servir para aprofundar as relações económicas e empresariais entre os dois países, enquanto que a capital chinesa servirá para encontros mais institucionais. Augusto Santos Silva, Ministro dos Negócios Estrangeiros, encontrou-se com o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, na Base das Lajes, na Ilha Terceira, Açores, com o objectivo de preparar a viagem da comitiva portuguesa à China. “Não há nenhuma agenda escondida nas reuniões que realizo. A reunião que se fará na segunda-feira (ontem) é no quadro de preparação da viagem do primeiro-ministro António Costa à China”, disse Santos Silva à Lusa (ver página 12). A.S.S.
POLÍTICA
Para circular melhor DSAT vai rever diplomas de trânsito até 2018
A
Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT) vai rever legislação e uma série de regulamentos relacionados com o trânsito, algo que planeia fazer até 2018. É o que diz o director do organismo, Lam Hin San, numa resposta a uma interpelação da deputada Ella Lei, datada de Setembro. O responsável da entidade começa por indicar que a DSAT tem já vindo a planear uma “revisão global” do Regulamento de Trânsito Rodoviário, de forma a aperfeiçoá-lo. Revisão que tem, avisa Lam Hin San, de cumprir restrições que estão na Lei do Trânsito Rodoviário e no Regime Jurídico de Enquadramento das Fontes Normativas Internas. Diplomas que deverão integrar o pacote das revisões. “O projecto de revisão do Regulamento Administrativo [do Trânsito Rodoviário] e da Lei do Trânsito Rodoviário poderão ser submetidos à apreciação do Conselho Executivo e Assembleia Legislativa em 2018”, refere a DSAT. Antes disso, contudo, o organismo vai avançar já com uma mudança ao Regulamento do Trânsito Rodoviário. “Vamos
fazer, em primeiro lugar, um ajustamento dos articulados [desse] Regulamento vigente, os que reúnem condições para ser revistos. Mediante um regulamento administrativo complementar, que se prevê que possa ser subtmido ao Conselho Executivo ainda este ano.” Em 2017, a DSAT prevê ainda criar mais um regulamento que versa sobre regulação da intensidade e do ângulo dos faróis dos veículos, depois de ter levado a cabo “estudo de viabilidade para técnicas de exame, técnicas para fiscalização e forma de regulamentação jurídica”. Assim, no próximo ano a matéria “será controlada e regulada por regulamento administrativo complementar”. Ella Lei tinha questionado a DSAT sobre o que considerava serem lacunas nos regulamentos que regem o trânsito, mas também sobre “a falta de fiscalização” dos veículos. O organismo dirigido por Lam Hin San assegura ainda à deputada que vai fazer mais acções de promoção para “elevar a consciência dos residentes” face às leis rodoviárias. Joana Freitas
Joana.freitas@hojemacau.com.mo
EMPREGO ELLA LEI QUER DEFINIÇÃO DO NÚMERO TOTAL DE TNR
A
António Costa, primeiro-ministro português
deputada indirecta Ella Lei disse que o Plano de Desenvolvimento Quinquenal da RAEM falha na sua previsão de recursos humanos, defendendo que o Governo deve fazer uma estimativa da população trabalhadora, sobretudo no que diz respeito aos trabalhadores não residentes (TNR). Ella Lei quer que seja feita uma análise em todos os sectores, por forma a fixar o número ideal de TNR em cada área. A deputada, que no hemiciclo representa a Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM), defende que o Plano também falha na garantia de emprego aos residentes e definição dos números de TNR consoante as necessidades de mercado. Ella Lei acusa ainda o Gabinete de Recursos Humanos (GRH) de não ter desempenhado bem as suas funções ao longo dos anos, nomeadamente na parte da definição de números. “A prioridade que se deve dar aos trabalhadores locais no acesso ao emprego, e o facto
dos TNR deverem ser apenas um complemento nas vagas de emprego são parâmetros exigidos na lei”, disse a deputada. Na óptica de Ella Lei, o Plano de Desenvolvimento Quinquenal também falha nas medidas para a formação de talentos locais e a sua reserva, sem divulgar novos métodos. Para a deputada, se não for feita a análise das verdadeiras necessidades em termos de recursos humanos e as capacidades dos residentes em termos de emprego, será difícil para o Governo fazer uma distribuição adequada dos recursos humanos. Segundo Ella Lei, esse deveria ter sido o trabalho do GRH nos últimos anos. A.K. (revisto por A.S.S.)
6 POLÍTICA
hoje macau terça-feira 27.9.2016
A
base de dados dos idosos prometida pelo Governo há anos será concluída em 2017. É o que diz Choi Sio Un, Chefe do Departamento de Solidariedade Social do Instituo de Acção Social (IAS), que reforça ainda a entrega da Lei de Bases dos Direitos e Garantias dos Idosos à Assembleia Legislativa ainda este ano. Citado pelo Jornal do Cidadão, Choi Sio Un indicou que a base de dados, proposta pelo “Plano de Acção para o Desenvolvimento dos Serviços de Apoio a Idosos nos Próximos Dez Anos (2016-2025)” poderá ser concluída no fim do próximo ano, para abranger sobretudo informações sobre os cerca de seis mil idosos que vivem sozinhos em Macau. O responsável diz que os trabalhos para a criação da base de dados estão a correr “bem” e que a primeira fase servirá para recolher e classificar dados obtidos pelas associações que fornecem serviços de auxílio aos mais velhos. A segunda fase versa sobre a abertura da base de dados às instalações que prestam serviços a idosos, primeiramente, e só depois é que estas informações vão ser estendidas a outras instituições sociais. “O IAS faz principalmente a ligação às informações e analisa os dados, para depois estes servirem como referência à avaliação dos serviços. Os casos individuais têm instituições para o seu acompanhamento”, explicou Choi Sio Un.
KAIFONG CRÍTICOS
No mesmo dia, o responsável do IAS reforçou que a Lei de Bases dos Direitos
DSAT AINDA ESTUDA NOVO MODELO DE AUTOCARROS
Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego (DSAT), confirmou à deputada Kwan Tsui Hang que o novo modelo de funcionamento de autocarros ainda está a ser estudado. “Esta direcção de serviços está a realizar os trabalhos preliminares do planeamento sobre o futuro modelo de exploração de autocarros, designadamente a revisão das vantagens e desvantagens do actual regime de exploração, bem como através da análise dos modelos de gestão de serviços de autocarros das regiões vizinhas e aproveitar as vantagens recolhidas para melhorar o actual modelo de exploração, com vista a atender a sociedade”, respondeu o director da DSAT à interpelação escrita da deputada.
Idosos BASE DE DADOS SOBRE QUEM VIVE SOZINHO CONCLUÍDA EM 2017
E depois da lei
Depois da lei, que será entregue na AL em breve, Macau vai finalmente ver concluída a base de dados sobre os mais velhos, para ajudar as instituições sociais a perceber quais os idosos que vivem sozinhos. O final do próximo ano é a meta do Governo e Garantias dos Idosos já entrou na “última fase de apreciação” pelo que, depois da aprovação pelo superior hierárquico do organismo, a proposta deverá poder ser entregue à Assembleia Legislativa (AL) para análise ainda este ano. Já em Julho, Vong Yim Mui, presidente do IAS, disse que este diploma já estava
“praticamente concluído”, algo que estava já em 2012, antes de ir par duas consultas públicas. “A proposta está em fila de espera para o Conselho Executivo. O mais rápido possível vai dar entrada na AL, para análise dos deputados”, frisou, em Julho, a responsável. Alexis Tam, Secretário para os Assuntos
Sociais e Cultura, acrescentou que “depois da férias de Verão, a proposta vai ser apresentada”. O diploma garante direito ao sustento, habitação e saúde, bem como cuidados ao domicílio e, para a União Geral dos Moradores de Macau (Kaifong) já vem tarde. O vice-presidente do grupo, Wong Wa Keong,
criticou no passado domingo o que chama de um “processo lento” e pediu ao Governo que dê mais importância ao assunto e concretize a lei o mais cedo possível. Angela Ka (revisto por J.F.) info@hojemacau.com
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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 500/AI/2016
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 521/AI/2016
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora ZHAI YING, portadora do Salvo-Conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° W94493xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 21/DI-AI/2015, levantado pela DST a 24.02.2015, e por despacho da signatária de 19.07.2016, exarado no Relatório n.° 471/DI/2016, de 01.07.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada em Macau, Baía da Praia Grande N.° S/N, Torre Lago Panoramico 11.° andar G onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor HAN WENHUI, portador do passaporte da RPC n.° E05566xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 136/ DI-AI/2014, levantado pela DST a 05.11.2014, e por despacho da signatária de 19.09.2016, exarado no Relatório n.° 622/DI/2016, de 13.09.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 761, Edf. Chung Yu, 11.° andar C, Macau onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ------------------------------------------------------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.----------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Setembro de 2016.
-----Direcção dos Serviços de Turismo, aos 19 de Setembro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
7 hoje macau terça-feira 27.9.2016
A DSPA colocou mais um contentor para recolha de pilhas à disposição dos residentes de Macau, localizado no edifício deste organismo. A medida surge depois de um deputado ter questionado as medidas ambientais implementadas pelo Governo. A questão agora é perceber que tipo de reciclagem é feita na RAEM
SÓ HÁ DOIS POSTOS DE RECOLHA DE PILHAS PARA RECICLAGEM
Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental (DSPA) informou que já colocou mais um contentor de recolha de pilhas à disposição dos residentes de Macau, localizado nas suas instalações. Esta resposta vem na sequência da interpelação feita, no início deste mês, pelo deputado Au Kam San que quis saber qual o resultado das políticas ambientais do Governo. Na altura, Au especificou a situação da reciclagem das pilhas por ter chegado ao seu conhecimento o caso de um cidadão que, tendo dificuldades em encontrar um local para depositar pilhas usadas, contactou a DSPA. Terá sido então informado que devia dirigir-se à Estação de Tratamento de Resíduos
PILHAS TÓXICAS
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TAP SEAC IACM INVESTIGA CHOQUE ELÉCTRICO
Onde está o pilhão? Especiais e Perigosos de Macau (ETRPM), que está localizada na Avenida Son On, Pac-On, na ilha da Taipa, mas não sem antes ter sido informado que devia fazer uma marcação prévia. Por considerar que esta resposta não é adequada às necessidades reais do momento, Au Kam San decidiu pôr o dedo na ferida e questionou o executivo sobre esta matéria, avançando ainda que, até aquele momento, a DSPA não disponha de nenhum meio para reciclar pilhas. A resposta da DSPA não se fez por esperar. Foi criado mais um posto de reciclagem onde as pilhas podem ser colocadas diariamente entre as 9h e as 5h45 horas e onde não é necessário fazer marcação prévia. Este posto de recolha aceita todas as pilhas excepto as baterias de automóveis.
que há ainda a contaminação feita através da cadeia alimentar. Assim, sempre que comer carne ou peixe de um animal que, por sua vez, já ingeriu alimento produzido em ambiente contaminado, acaba por estar a afectar duplamente o organismo. Já para não falar que alguns deles têm efeitos cumulativos, isto é, vão-se acumulando, potenciando exponencialmente os efeitos nocivos. Todos estes elementos químicos provocam reacções no corpo. A saber: o mercúrio debilita o cérebro causando perda de memória; o cádmio causa problemas renais que podem ir até à insuficiência renal crónica, tem a duração de
10 a 30 anos no meio ambiente e o organismo demora bastante até eliminá-lo. Se for inalado causa ainda inflamações nos pulmões. O lítio afecta sobretudo o coração. O cádmio provoca ainda danos
Existem vários tipos de pilhas, umas mais poluentes que outras, mas todas elas comportam riscos graves para a saúde
As pilhas apresentam na sua composição metais pesados considerados perigosos à saúde humana e ao meio ambiente. Falamos de mercúrio, chumbo, cobre, zinco, cádmio, manganês, níquel e lítio. Esses metais podem chegar até aos seres humanos através da ingestão de água ou através de alimentos que estiveram em contacto com estes compostos. Como? Através da cadeia alimentar. Assim, se uma pilha for deitada no solo, ficará durante 50 anos a libertar todos os elementos tóxicos de que é feita. Durante esse tempo os materiais pesados entram no solo, contaminando este e os lençóis de água. Bastava isto para que o ser humano seja rapidamente afectado, mas não nos podemos esquecer
O Instituto para os Assuntos Cívicos e Municipais já se encontra a investigar, junto da empresa responsável pela manutenção dos equipamentos luminosas referentes às comemorações do Festival do Bolo Lunar, o incidente relativo ao choque eléctrico que vitimou no passado domingo um homem de 65 anos na Praça do Tap Seac. A vítima terá sido electrocutada quando tocou com a mão nas referidas iluminações e o Corpo de Bombeiros (CB) foi chamado ao local onde constatou que tinha ocorrido uma descarga eléctrica nos arames que sustentam as luzes. A fonte de electricidade já foi desligada e o homem que sofreu queimaduras de segundo grau em 1% do polegar direito e tem ferimentos no pé foi hospitalizado encontrando-se em estado considerado estável.
PJ DETÉM QUATRO POR MANIPULAÇÃO DE CARTAS A Polícia Judiciária (PJ) deteve quatro pessoas por suspeita de envolvimento num esquema de manipulação de cartas de jogo que custou ao casino envolvido mais de 24 milhões de patacas. Em esclarecimento à agência Lusa, a PJ explicou que a denúncia partiu de um casino local, não identificado, que descobriu que estava a ser alvo de fraude por parte de um dos seus gerentes. Após investigação, a PJ conclui que este gerente “roubou um baralho de cartas de um clube VIP do casino”, suspeitando-se que tivesse então sido manipulado. Com a ajuda de outros três parceiros, as cartas voltaram ao casino e foram usadas para jogar bacará no mesmo clube VIP. “Apostaram cerca de um milhão de dólares de Hong Kong e ganharam 24,38 milhões de dólares de Hong Kong”, explica a PJ. Os quatro suspeitos – três são ‘bate-fichas’ – foram detidos durante o fim-de-semana. O baralho de cartas está agora a ser analisado e o caso está ainda em investigação.
MUST INAUGURADO INSTITUTO DA CIDADE INTELIGENTE O Instituto da Cidade Inteligente da Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau (MUST), em sigla inglesa, foi inaugurado ontem. Segundo o canal chinês da Rádio Macau, Liu Liang, Reitor da universidade, disse durante a cerimónia de apresentação que a criação do instituto vai servir de plataforma académica e técnica para acompanhar a construção de Macau, numa cidade inteligente. Considera também que a construção da cidade inteligente é um processo de desenvolvimento prolongado e contínuo e, além dos equipamentos, o governo deve também lançar políticas para o apoiar e sustentar.
SOCIEDADE
no aparelho digestivo e o chumbo “ataca” as articulações podendo provocar a paralisia dos membros. Existem vários tipos de pilhas, umas mais poluentes que outras, mas todas elas comportam riscos graves para a saúde. Para preservar o meio ambiente é importante que todos tenham presente que são pequenos gestos que contribuem para grandes feitos.
“NÃO É BEM RECICLAGEM”
Na opinião de Joe Chan, da União Macau Green Student, “ter mais um local de recolha de pilhas é uma atitude positiva, até porque reciclar estes materiais nocivos para o ambiente, está unicamente nas mãos do Governo e cabe a ele dar o exemplo”. São atitudes como estas que contribuem para aumentar a consciência das pessoas quanto ao ambiente e à temática da reciclagem, afirmou. Quanto à questão de serem apenas dois os locais existentes para fazer este tipo de reciclagem, “não é fácil colocar depósitos em todos os departamentos do Governo e conseguir dar resposta à recolha e à sua destruição. Temos de dar tempo ao tempo, mas ainda assim acho que é uma atitude positiva. Digamos que foi ligado o botão de todo um grande processo”. Quanto à questão da reciclagem propriamente dita, Joe Chan diz que, de acordo com o que sabe, “não há uma reciclagem propriamente dita a acontecer. O que fazem é: queimam todas as pilhas na incineradora e as cinzas provenientes da queimada, que são altamente tóxicas e nocivas, são colocadas em camadas. Uma camada de cinza outra de cimento. No final, são enterradas. Não é a solução ideal, mas é melhor que deitar lítio, chumbo e mercúrio directamente para o solo”, explica. O HM contactou a DSPA para obter esclarecimentos quanto à forma como a reciclagem é feita, mas até ao momento do fecho da edição, não chegou nenhuma resposta.
COMÉRCIO CHINA-MACAU CAI MAIS DE 20%
O comércio entre a China e Macau caiu 26% nos primeiros sete meses do ano, em termos homólogos anuais, para 1,96 mil milhões de dólares, de acordo com o Ministério do Comércio chinês. As exportações da China para Macau caíram 26,2% em termos anuais para 1,87 mil milhões de dólares durante o período entre Janeiro e Julho, segundo informação divulgada pela agência oficial Xinhua. De Macau, a China importou o equivalente a 90 milhões de dólares, menos 23,6% que no mesmo período de 2015. As autoridades da China aprovaram 197 projectos de investimento de Macau durante o período entre Janeiro e Julho, com 550 milhões de dólares de capital de Macau, menos 14,9% que no período homólogo de 2015, segundo o Ministério do Comércio, citado pela Xinhua.
8 SOCIEDADE
hoje macau terça-feira 27.9.2016
Doca dos Pescadores MACAU LEGEND CONTINUA A FALAR NA ABERTURA DE DOIS NOVOS CASINOS
Contra o “populismo irracional”
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Macau Legend continua a dizer que os seus novos hotéis na Doca dos Pescadores vão ter casinos, apesar da Direçcão de Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) ter afirmado ao HM que nenhum tipo de licença foi ainda pedido. Num relatório interino da empresa, entregue ontem à Bolsa de Valores de Hong Kong, a Macau Legend assegura que tanto o Legendale, como o Legend Palace vão ter dois espaços de jogo no interior. “As remodelações na Doca dos Pescadores incluem o acréscimo
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Companhia de Engenharia e de Construção da China de Macau (CECC) é a empresa encarregue de construir a superstrutura do parque de materiais e da oficina do metro ligeiro. O anúncio foi ontem feito em Boletim Oficial, no mesmo dia em que se ficou ainda a saber que a mesma empresa conseguiu um outro contrato: o da construção do edifício do Governo no Pac On.
de novas instalações, como o (...) Legendale Hotel e o Legend Palace Hotel, dois casinos, infra-estruturas culturais e de entretenimento, uma área de restauração, uma marina de iates e lojas ao ar livre”, começa por indicar o relatório. Mais detalhadamente, a Macau Legend escreve que o Legendale Hotel – o terceiro – “será um hotel cinco estrelas, com 500 quartos e um casino novo” e que o Legend Palace, o segundo, tem 223 quartos e um casino no interior”. No final de Maio, contudo, a DICJ assegurou não ter nem recebido, nem dado autorização para qualquer construção ligada ao Jogo.
“Até agora, a DICJ não recebeu qualquer candidatura de nenhuma das concessionárias para a abertura de novos casinos na localização [da Doca dos Pescadores]”, frisou na resposta dada um mês antes deste relatório da Macau Legend.
UMA QUESTÃO DE ALTURA
A empresa assegura também estar ainda à espera da resposta final do Governo face à altura do novo hotel que está ainda a construir na Doca, indicando que mantém a esperança na autorização para que a construção esteja completa no final de 2018.
Obras aos pares CECC recebe mais de mil milhões para empreitada do metro e do Governo
No total, a CECC – cujos antigos administradores estiveram ligados ao caso Ao Man Long e que tem como uma das subsidiárias a Chon Tit – arrecada 1,348 mil milhões de patacas com os dois serviços, sendo que
pouco mais de mil milhões são apenas para a obra do metro. A autorização da celebração dos contratos foi dada pelo próprio Chefe do Executivo, Chui Sai On, e chega depois da empresa ter vencido dois concursos
“Pedimos ao Governo para aumentar a altura do Legendale e estamos ainda à espera da decisão. Assim que a licença para a altura do hotel for obtida, a construção do hotel vai começar com vista à conclusão completa no final de 2018”, pode ler-se no relatório. Recentemente, David Chow falava em “injustiça”, caso seja obrigado a reduzir a altura do novo hotel de 90 para 60 metros. Se o Governo ceder à pressão popular que tem sido feita, o empresário diz que quem ganha é o “populismo irracional”. O Executivo, que desde o ano passado que ainda não
públicos em separado: um para a construção do parque de materiais e da oficina e outro para a concepção e construção do Edifício Multifuncional do Governo. Foi a Consul-Asia a empresa responsável pela revisão do projecto do parque de materiais e da oficina do metro ligeiro, obra que causou polémica devido aos constantes atrasos, que fizeram com que as carruagens não pudessem sequer
tem uma decisão, disse este ano que o prédio vai “seguir a legislação”, mas não avança qualquer informação detalhada. O limite ao hotel é pedido por deputados e activistas por causa da vista para o Farol da Guia, património mundial da UNESCO. No relatório fica ainda a saber-se que a Macau Legend conseguiu receitas brutas 666 milhões de dólares de Hong Kong entre Janeiro e Junho deste ano, um decréscimo de 4,6% face ao mesmo período do ano passado.
ser armazenadas em Macau. Terminado o contrato com o consórcio composto pela Top Builders e Mei Cheong, encarregues inicialmente da construção e que entraram em divergências com o Executivo, a CECC passa a ser a companhia escolhida. Já o novo edifício do Governo no Pac On – num terreno recuperado por falta de aproveitamento - serve, como indicou o HM no início deste ano, para diminuir os arrendamentos no privado.
Joana Freitas
Joana.freitas@hojemacau.com.mo
O complexo vai ter parque de estacionamento, fábrica e escritórios. Os pagamentos serão feitos em tranches, com a CECC a receber este ano 77 milhões de patacas pelo metro e 42 milhões pelo edifício. No caso do sistema de transporte, a empresa é paga até 2019, um ano a mais do que pelas obras do Pac On. J.F.
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SOCIEDADE
Justiça DIREITO A RECURSO NÃO DEVE SER LIMITADO A PENAS REDUZIDAS
Uma balança equilibrada A possibilidade de recorrer a instâncias superiores, independentemente do limite da pena, é uma das questões levantada pelo livro “Estudos comemorativos 20 anos do Código Penal e Código de Processo Penal de Macau”. A sugestão é dada no fecho da obra e pretende um processo penal mais equilibrado
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questão ligada ao recorrer de sentenças para determinadas instâncias superiores e em circunstâncias definidas é um ponto que poderia ser alvo de revisão em Macau. A sugestão é dada por Luís Pessanha, jurista da Assembleia legislativa (AL) no artigo “Perspectivas de Futuro para o Código de Processo Penal de Macau – Breves Notas sobre o que ficou talvez por fazer na Revisão de 2013”. A reflexão fecha o livro que assinala o vigésimo aniversário de código Penal e Código do Processo Penal de Macau e incide sobretudo “numa opinião pessoal relativa ao limite imposto quando se pretende recorrer a tribunais superiores”, adianta o jurista ao HM. “Este tipo de problema existe dada as limitações de recursos humanos”, refere Luís Pessanha enquanto explica, a título de exemplo, que quando um sujeito não é considerado culpado por um tribunal de base, o Ministério Público pode recorrer para a instância seguinte. Caso seja condenado em segunda instância, esta representa efectivamente a “primeira decisão condenatória e quando a pena é relativamente reduzida, é aplicada a regra de que já existiram duas instâncias de julgamento, pelo que não se
justifica a aceitação de recurso para instancia superior”. Para Luís Pessanha esta regra não será a mais equilibrada sendo que se justifica que “quando há uma primeira decisão condenatória e independentemente do valor da pena, deverá ser admitida a possibilidade de recurso, porque pode existir de facto algum erro, na medida em que é, efectivamente, o primeiro julgamento condenatório”.
ALARGAR O FILTRO
Apesar de entender que esta é uma forma de filtragem para evitar o amontoado de processos em últimas instâncias de julgamento, o jurista da AL considera ainda que e trata de uma medida que poderá ser ponderada, até porque “estes processos não serão muito comuns pelo que e nesse casos se justifica admitir o recurso independentemente da pena aplicada”. Em 2013, data da última revisão do Código do processo penal, “esta alteração não foi considerada pelo que é ainda uma ideia actual que poderá ser analisada”, remata Luís Pessanha. Sofia Mota
sofiamota.hojemacau@gmail.com
DUAS DÉCADAS DE CÓDIGO PENAL EM REFLEXÃO
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elebra-se este ano o vigésimo aniversário da entrada em vigor do código penal e da aprovação do código do processo penal de Macau. A iniciativa é celebrada pela Fundação Rui Cunha com a apresentação de um conjunto de reflexões por parte dos profissionais do Direito do território. “Estudos comemorativos - 20 anos do Código Penal e Código de Processo Penal de Macau” partiu da ideia de possibilitar uma reflexão e um diálogo através de um convite extensivo a profissionais quer de formação portuguesa quer chinesa, para que as pessoas tenham um conhecimento mais alargado do que se vai produzindo a nível legal nesta matéria”, refere Paulo Sena, coorde-
nador científico da publicação e jurista da Assembleia legislativa (AL). A obra conta com artigos genéricos e mais gerais até à reflexão acerca de casos particulares e é apresentada numa edição bilingue que reúne cerca de 1000 páginas escritas por juristas portugueses e chineses. A ideia é fundamentar a necessidade de “uma doutrina própria da RAEM porque vivemos ainda muito sob o direito de Portugal e esta é uma obra que já implica uma reflexão local acerca dos códigos de Macau”, explica Paulo Sena. A apresentação do livro tem lugar a 29 de Setembro na Fundação Rui Cunha pelas 18h30.
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Village Art Space NOVO PROJECTO QUER LEVAR A CENA ARTÍSTICA À
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UMA ILHA N
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EVENTOS
Back to the old school Festa “Golden Grooves” amanhã no Bistro Marcellinho
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INDA se lembra das festas de antigamente, onde a música obrigava à invasão da pista? Pois bem, amanhã pode voltar a sentir na pele os arrepios que traz o que de melhor se faz no Hip Hop, r&b, Funk e Disco. A partir das 22h00, “e até tarde”, o Le Bistro Marcellinho recebe a festa “Golden Grooves”, um evento que promete algo “diferente do que os grandes clubes” de Macau oferecem actualmente, como indica ao HM Luís Lourenço, um dos responsáveis do 2Legit, entidade organizadora do evento. “A Golden Grooves é uma nova festa local que encoraja a nossa comunidade a dançar como costumava, a esquecer estar sempre agarrado ao telemóvel e pagar muito caro por uma bebida”, indica a página do Facebook da festa. “Queremos levar toda a gente de volta às boas vibrações do Funk dos anos 1970 e da era dourada do Hip Hop, nos anos 1990. Mais interacções, mais conexão.” Na “Golden Grooves” é absolutamente proibido estar parado
na pista de dança. E, para evitar isso mesmo, três DJ animam a noite: Rocklee (Rockl), Nicespice e Adrian. Mais ainda, quem fizer parte de grupos ou escolas de dança locais tem entrada gratuita. A entrada para o evento é de cem patacas e inclui uma bebida, sendo que a festa acontece no Le Bistro Marcellinho, um restaurante de fusão (português e italiano) que fica localizado perto do velho campus da Universidade de Macau. “Esta é nossa primeira noite, por isso venham conhecer novos amigos e mostrar os vossos melhores movimentos na pista de dança”, indica o 2Legit, um salão de jovens barbeiros de Macau. Esta é a primeira festa, mas não deverá ser a única, já que Luís Lourenço fala em mais ideias para futuros eventos, com os mais diversos estilos de música. A ideia é simples: providenciar algo que “satisfaça a alma” de quem gosta realmente das boas vibrações do estilo ‘old school’. Joana Freitas
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À VENDA NA LIVRARIA PORTUGUESA MEDUSA • Clive Cussler
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iniciativa da criação de um novo espaço dedicado à mostra artística na Taipa partiu da Associação recém criada “Taipa Village Cultural Association” e pretende descentralizar os eventos culturais para fora da península de Macau. O resultado é a abertura do espaço associado – Taipa Village Art Space – que juntou a iniciativa privada de empresários locais ligados à restauração que querem a dinamização daquela comunidade através da criação de condições que tragam mais diversidade no que respeita a ofertas ligadas à cultura. O “pequeno espaço”, que inaugura a 5 de Outubro, tem a programação e curadoria a cargo do arquitecto e artista João Ó e abre as portas, pelas 15h30, com uma exposição dedicada à arte do grafitti do artista local PIBG, que traz à luz do dia o projecto “On the Verge”.
IMPROMPTU PROJECTS
Taipa Village Art Space é o nome do novo espaço d de abertura está agendada para 5 de Outubro e inau
RUMO À MACRO-ESCALA
A Village Art Space está situada “num pequeno edifício no centro da vila e “foi decorado com o mínimo de recursos de forma a concretizar um espaço branco”, afirma João Ó ao HM. A ideia é possibilitar uma maior liberdade no que respeita à programação e curadoria de exposições e eventos. Esta é ainda a primeira vez de João Ó como curador que pretende “trazer a experiência enquanto arquitecto e artista para perceber o que quer fazer aos espaços”. O objectivo é alargar a própria concepção espacial e sair fora do conceito mais convencional rumo a uma macro-escala, esclarece João Ó.
Foi baseado nesta meta que o curador descobriu a equipa de grafitters locais Gantz5 de onde sobressaiu o trabalho de PIGB, um dos membros da “crew”. Para João Ó, o potencial de um grafitti é o poder que tem em “preen-
cher o exterior mas que, neste caso concreto, terá uma ligação com o interior da galeria”. Para o efeito, a exposição inaugural do Village Art Space inclui dois murais situados nas ruas e obras feitas em tela que estarão
RUA DE S. DOMINGOS 16-18 • TEL: +853 28566442 | 28515915 • FAX: +853 28378014 • MAIL@LIVRARIAPORTUGUESA.NET
No arquipélago da Micronésia, desaparece um laboratório subaquático confidencial financiado pelo governo dos Estados Unidos que desenvolvia uma pesquisa biomédica crucial sobre a rara medusaazul. Em simultâneo, ao largo da Bermuda, uma batisfera é atacada por um veículo submarino. Só Kurt Austin poderá salvar os seus tripulantes de uma morte no fundo do mar. Suspeitando de uma ligação entre os dois acontecimentos misteriosos, Austin coloca a equipa da NUMA em acção. Não faz ideia do que o espera: uma série de experiências médicas hediondas... uma organização criminosa com ambições inacreditáveis... um vírus novo e secreto que ameaça desencadear uma pandemia mundial. Austin e a NUMA estiveram em situações de apuro antes, mas, desta vez, não são apenas as suas vidas que estão em risco... São as vidas de milhões de pessoas.
GUIA DAS TASCAS E TABERNAS DE PORTUGAL • Orlando Leite
O Guia das Tascas e das Tabernas de Portugal é o primeiro guia do género publicado no nosso país, que lhe dá a conhecer esses locais que são uma referência, um ponto de encontro no final de cada “jorna”, onde se partilham as cervejas, as histórias, as mágoas e se têm as discussões mais ou menos encaloradas e que fazem parte da vida de várias gerações e classes sociais. Uma viagem que se faz de Norte a Sul, com passagem pelo Alentejo e pelas Ilhas.
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À TAIPA
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NA ILHA
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“de uma forma não convencional no interior da galeria”. É aqui que, para o curador, está a grande diferença desta exposição, na “conciliação do mundo interior com o mundo exterior e ao mesmos tempo transgredir as regras da exposição convencional porque esta ideia da arte deve ser dada à comunidade e não se resumir a um lugar fechado”.
ENSINAR ARTE ÀS GENTES
A ideia da Associação na gestão deste espaço é que cada exposição esteja patente pelo menos durante um período de dois meses. “Um mês não é suficiente para divulgar um projecto e para poder ter outras actividades associadas e por isso optámos pelos dois meses”, justifica, sendo que nesta inauguração o grafitti tem três meses na agenda. O objectivo é promover também um maior contacto com a comunidade através de actividades formativas. Estão já na calha a realização de oficinas para crianças com o artista residente e no continuar das actividades há espaço e intenção para a realização de seminários de “modo a dar a conhecer a arte às pessoas”. Sofia Mota
sofiamota.hojemacau@gmail.com
Artless
exposição “O Arauto dos Tempos : O Poeta F. Hua-Lin” vai ser inaugurada hoje, pelas 18.30 horas na Academia Jao Tsung-I. Com organização do Instituto Cultural (IC) apresenta vários documentos do espólio do poeta natural de Macau, e vai estar aberta ao público entre os dias 28 de Setembro e 13 de Novembro. A mostra apresenta ao público vários documentos cedidos por familiares de Hua-Lin tais como, manuscritos, poemas, fotografias, correspondência, recortes de jornais, partituras, e outros objectos. Na década de 1930 e 1940 revelou-se nos círculos literários do continente e acabou por receber o epíteto de “o arauto dos tempos” durante o chamado “período de isolamento” de Xangai. “Esta é a primeira exposição que parte de uma perspectiva global e completa para dar a conhecer o poeta Hua-Lin, a sua obra e a sua época” refere o IC. F. Hua-Lin é o pseudónimo adoptado por Fung Kam Chiu, 19151992, natural de Macau. Em 1939 completou a sua formação no Departamento de Línguas Estrangeiras da Universidade Nacional de Jinan, em Xangai, e, percorreu diversos lugares como Yunan, Guilin, Guizhou, Hong Kong e Macau, entre outras. Apesar das dificuldades por que passou, nunca deixou de escrever e publicar poemas e
INSTITUTO CULTURAL
ACADEMIA JAO TSUNG-I VIDA E OBRA DO POETA HUA-LIN EM EXPOSIÇÃO
dedicado às artes no centro da Vila da Taipa. A data ugura com uma exposição do grafitter local PIBG
On the Verge
EVENTOS
traduções. No início dos anos 50, “fixou residência em Macau procurando sempre aperfeiçoar os seus escritos”. Nos finais da década de 1960, dedicou-se ao estudo da poesia clássica chinesa e da arte de fazer dísticos. Entre as suas obras publicadas contam-se Mei Gui ,Rosa, Xiang Ri Kui ,Girassol, Man Tian Xing , Céu Estrelado, entre outras. A fim de complementar esta exposição e permitir à população conhecer melhor o homem o IC lança a colectânea O Arauto dos Tempos: O Poeta F. Hua-Lin, com o preço de 100 patacas. A exposição está aberta diariamente entre as 10 e as 18horas e a entrada é gratuita.
SAÚDE IPOR LANÇA LIVRO TRILINGUE EM PARCERIA COM ASSOCIAÇÕES
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já esta quinta-feira que será lançado, no Instituto Português do Oriente (IPOR), o livro “Guia Lexical Trilingue para a Saúde”. Trata-se de um projecto lançado pela instituição de ensino do português em parceria com a Associação dos Médicos de Língua Portuguesa e a Associação de Cardiologia de Macau. Em comunicado, o IPOR explica que o livro visa assinalar o Dia do Coração, tendo a obra um total de 5,700 entradas apresentadas em português, chinês e inglês. A língua portuguesa é o idioma de partida. “Desenvolvido ao longo de um ano e meio, a sua elaboração contou, para além da equipa de coordenação do projecto no IPOR, com os contributos de vasto um conjunto de profissionais da área da saúde, tradutores e também cidadãos, enquanto utilizadores desses serviços, seguindo a dupla perspectiva pela qual se orientaram os trabalhos do Guia”, explica o mesmo comunicado.
O objectivo é que a obra seja lida pelo paciente comum mas também que constitua “uma ferramenta de apoio para estudantes de ciências médicas e, sobretudo, para os profissionais de saúde que diariamente operem em contexto multilingue envolvendo o português, o chinês e mesmo o inglês”. Com vinte capítulos que abrangem as mais diversas áreas da medicina, o livro faz a “identificação das situações comunicativas mais correntes e frequentes na interacção paciente-médico, bem como do léxico essencial de suporte a essa comunicação ao nível do corpo humano, das doenças mais comuns, dos exames médicos mais utilizados no diagnóstico e dos equipamentos e especialidades médicas que lhes estão associados”. Com esta obra, o IPOR afirmar ajudar a desenvolver a relação entre o português e o chinês, bem como a promover “a internacionalização da língua portuguesa e a sua afirmação em vários domínios de actividade”.
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TAIWAN TUFÃO MEGI À PORTA
Taiwan encontra-se sob alerta devido à aproximação do tufão Megi, que ruma em direcção à ilha com ventos de até 180 quilómetros por hora, anunciou ontem o Serviço Meteorológico Central. Hoje de manhã, terça-feira, o Megi vai começar a afectar, com ventos de até 54 quilómetros por hora, a zona leste da Ilha Formosa, esperando-se que o ‘olho’ de tufão entre em Taiwan pelo distrito de Hualian e atravesse a ilha de este a oeste. O Megi, que se move a aproximadamente 21 quilómetros por hora, transporta ventos sustentados de até 144 quilómetros por hora e rajadas de até 180 e irá afectar toda a ilha, não apenas com fortes ventos, mas também com aguaceiros, acrescentou o serviço meteorológico. O Governo de Taipé tomou já medidas de prevenção, com a activação do Centro de Resposta a Emergências, a mobilização do exército e a evacuação de zonas onde existe risco de inundações. Só este mês, a ilha foi atingida por dois tufões (o Malakas e o Meranti) que deixaram pelo menos um morto e dezenas de feridos.
OITO AVIÕES MILITARES PERTO DE TERRITÓRIO JAPONÊS
Oito aviões militares chineses voaram em espaço aéreo próximo à ilha de Okinawa, no sul do Japão, numa manobra sem precedentes que levou Tóquio a descolar as aeronaves das Forças de Auto Defesa. Pelo menos dois dos aviões chineses que se aproximaram da zona eram caças de combate, segundo confirmou hoje à agência de notícias EFE o Ministério de Defesa japonês. As aeronaves chinesas atravessaram na véspera o estreito de Miyako, entre a ilha homónima e Okinawa, e o Mar da China Oriental, palco de uma tensa disputa territorial entre Tóquio e Pequim, em torno da soberania das ilhas Diaoyu. O Ministério de Defesa assegurou que é a primeira vez que aviões de combate do país vizinho atravessam aquela zona. As Forças Aéreas de Auto Defesa reagiram com uma descolagem urgente, como é norma quando existe aproximação de uma ou várias aeronaves estrangeiras. A frota chinesa, composta ainda por quatro bombardeiros H6 e dois aviões de vigilância, não chegou, contudo, a violar o espaço aéreo japonês, confirmou o ministério. A operação fez parte de um plano de manobras realizado por Pequim entre o Mar da China Oriental e o Pacifico Ocidental, que contou com a presença de cerca de 40 bombardeiros.
SHENZHEN ROBÔS PATRULHAM AEROPORTO
O aeroporto da cidade chinesa de Shenzhen pôs robôs a patrulhar um dos seus terminais, um dos primeiros lugares públicos na China a contar com guardas automatizados. Segundo o jornal “Diário do Povo”, estes aparelhos têm um aspecto ovoidal e não humanóide demais, que lembra mais o R2D2 de Star Wars ou o Dalek da série “Doctor Who”. A sua “cara” tem de uma tela digital e uma câmara de alta definição capaz de fazer imagens dos viajantes para ser analisadas. A sua função é muito similar à de uma câmara de segurança, só que com maior mobilidade pode deslocar-se a uma velocidade de até 18 km/h - e é dotado além de uma “arma” de defesa (um braço em sua parte inferior capaz de soltar descargas eléctricas para atacar potenciais inimigos). O robô foi desenvolvido por uma universidade chinesa ligada ao Exército na cidade de Changsha, e também pode ser utilizado como vigilante em escolas e bancos, é capaz de procurar explosivos, armas e estupefacientes. O seu preço por unidade ronda os 100 mil yuans.
ESTAÇÃO ESPACIAL CAI NA TERRA
Foram quatro anos na órbita da Terra e, finalmente, a primeira estação espacial da China está a voltar ao planeta. A forma como esse regresso está a acontecer, porém, não será nada tranquila. De acordo com a agência de notícias Xinhua, autoridades locais já revelaram que a estação Tiangong-1 provavelmente vai colidir com a atmosfera terrestre em 2017. O anúncio é acompanhado com apreensão pela comunidade internacional. Há meses que astrónomos especulam que a China havia perdido o controlo de um dos módulos da estação. A expectativa agora é saber se a Tiangong-1 entrará na atmosfera de maneira “natural”. Se sim, há como controlar os danos. “Com base nos nossos cálculos e as análises feitas pelos nossos especialistas, a maior parte do laboratório espacial queimar-se-á durante a queda. Assim, acreditamos que a entrada [na Terra] não causará problemas”, afirmou Wu Ping, vice-direCtor do escritório de engenharia espacial da China. A estação terminou os seus serviços em Março de 2016. Desde então, especula-se que cairia sem rumo. O governo chinês, no entanto, nunca havia emitido um comunicado sobre o assunto.
LI KEQIANG FAZ “ESCALA TÉCNICA”NOS AÇORES
As ilhas dos desamores
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China disse ontem que a estada de dois dias do primeiro-ministro, Li Keqiang, na ilha Terceira, nos Açores, se trata apenas de uma “escala técnica”, optando por não comentar o alegado interesse geoestratégico no território. Li chegou aos Açores, depois de ter realizado um périplo pelo continente americano, que incluiu visitas à sede da Organização das Nações Unidas, em Nova Iorque, Canadá e Cuba. “Pelo que sabemos, o primeiro-ministro Li estará na ilha Terceira para uma escala técnica”, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Geng Shuang, numa conferência de imprensa, em Pequim. Trata-se da terceira visita de um responsável chinês ao território insular, no espaço de cerca de quatro anos. Em 2014, o Presidente chinês, Xi Jinping, efectuou uma escala técnica de cerca de oito horas na ilha Terceira,
onde se encontrou com o então vice-primeiro-ministro português, Paulo Portas. Dois anos antes, o então primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, escalou também naquela ilha. As visitas ocorreram depois de os Estados Unidos da América terem anunciado a redução da sua presença na Base das Lajes. No ano passado, o presidente do governo regional dos Açores, Vasco Cordeiro, salientou, em entrevista à RTP, a possibilidade de aquela infra-estrutura ser
usada por outro país que não os EUA, dando o exemplo da China, com quem Portugal tem “uma relação diplomática” que é “muito anterior” àquela que tem com Washington. Na Praia da Vitória, concelho onde se localiza a Base das Lajes, existe também um porto oceânico no qual os chineses podem ter interesse. Questionado pela agência Lusa, o porta-voz do MNE chinês não confirmou nem desmentiu um interesse geoestratégico no território.
O silêncio é de ouro
Brasil não deverá opor-se a estatuto de mercado da China na OMC
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Brasil não vai seguir os Estados Unidos e questionar abertamente o estatuto de economia de mercado da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), mas manterá uma postura agressiva para proteger produtores locais de bens chineses mais baratos, disseram duas fontes familiarizadas com a decisão à Reuters. A China está a pressionar parceiros para ser reconhecida como economia de mercado, quando o seu protocolo de admissão à OMC expirar em Dezembro. Os Estados Unidos alertaram a China em Julho, argumentando que não havia sido feito o suficiente para se qualificar para o estatuto de economia de mercado, especialmente nos sectores de aço e alumínio. A União Europeia está a ponderar a
sua posição sobre o estatuto da China, mas rejeitou afrouxar a sua defesa comercial. O Brasil, um grande participante da OMC e o quinto país mais populoso do mundo, vai manter-se à margem dessa discussão, disseram duas altas autoridades, que pediram para permanecer no anonimato porque não são autorizadas a falar publicamente sobre o assunto. “Não é necessária uma declaração formal de que a China é economia de mercado ou não é”, disse uma autoridade directamente envolvida no tema. “Onde houver dumping e dano à indústria local, agiremos como temos que agir.” O governo brasileiro está a estudar um método alternativo para calcular os preços dos produtos chineses, disse a fonte. Tal como os seus parceiros da OMC, o Brasil tem usado
preços de terceiros para reflectir os subsídios estatais da China. Considerada a mais fechada das grandes economias das Américas, o Brasil é um dos campeões mundiais em implementar medidas antidumping para proteger a sua indústria local, que tem visto a sua participação na economia cair pela metade desde a década de 1980. Outra fonte disse que manter o silêncio sobre o estatuto de economia de mercado da China ajudaria o Brasil a evitar potenciais desafios do seu principal parceiro de comércio. Espera-se que a China crie disputas comerciais contra países que rejeitarem o seu estatuto em Dezembro. Produtores de aço brasileiros, que enfrentam uma recessão de dois anos em casa, estão a pressionar o governo para tomar uma posição contra
Geng salientou antes que as relações entre Portugal e China “atravessam um período de progresso estável”, com os dois países “a realizarem frequentemente visitas e intercâmbios” e a gozarem de “forte confiança política mútua”. “A China vai-se esforçar, junto com Portugal, para impulsionar a parceria estratégica global estabelecida entre os dois países”, acrescentou. O acordo luso-chinês de “parceria estratégica global”, um dos primeiros do género que a China estabeleceu com nações europeias, foi assinado em dezembro de 2005 em Portugal pelos chefes de governo dos dois países. Na semana passada, o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Augusto Santos Silva, rejeitou também a existência de “uma agenda escondida” na reunião que terá hoje com Li Keqiang, na Base das Lajes, afirmando que esta visa apenas preparar a viagem do primeiro-ministro português, António Costa, à China.
a China, a quem acusam de estar a inundar os mercados globais com aço barato. “Como a China se coloca no mercado internacional, o fenómeno das empresas estatais e subsidiadas fazem muito mal tanto aqui no Brasil quanto nos nossos mercados principais”, disse Marco Polo de Mello Lopes, chefe do Instituto Brasileiro de Aço, que representa produtores de aço brasileiros. Reconhecer o novo estatuto levaria à falência de 4811 companhias no Brasil e custaria à já enfraquecida indústria brasileira 397476 postos de trabalho, segundo um estudo da consultoria Barral M. Jorge, que foi contratada pelo instituto. O protocolo de admissão da China permitiu que países da OMC não considerassem a China uma economia de mercado para as suas defesas comerciais. Agora que o protocolo está prestes a expirar, a China argumenta que os membros da OMC deveriam automaticamente conceder o estatuto.
13 CHINA
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W
ANG Jianlin ultrapassou o empresário de Hong Kong Li Ka-shing como o homem mais rico da Ásia, graças aos preços crescentes das acções A e H listadas do Wanda Group nos últimos meses. Com uma fortuna de US$ 38,1 mil milhões, Wang ultrapassou Li como a pessoa mais rica da China, de acordo com dados da Bloomberg Chinese Rich List e Asia Rich List de 1 de Maio de 2015. Nessa data, Wang Jianlin classificou-se como o 11º mais rico do mundo, o fundador do Alibaba Group Jack Ma o 17º, com uma fortuna de US$ 35,1 mil milhões e Li Ka-shing o 19º, com US$ 34,7 mil milhões. A classificação de Wang superou a de Li e Ma no final de Abril. De acordo com as listas de ricos divulgadas antes pela Bloomberg e Forbes, Wang Jianlin tinha uma fortuna de apenas US$ 24,2 mil milhões, mostrando que o aumento acentuado no
Hong Kong a vê-los passar
ACTIVIDADE INDUSTRIAL DIMINUIU EM SETEMBRO
Wang Jianlin ultrapassa Li Ka-Shing como homem mais rico da Ásia
valor de mercado de três empresas listadas de Wang nesse período tornou-se um factor-chave da sua riqueza crescente. Em 4 de Maio, as acções na Dalian Wanda Commercial Properties, uma empresa listada em Hong Kong do Wanda Group, subiu para HK$ 68/acção após a abertura, empurrando o seu valor de mercado acima de HK$ 300 mil milhões pela primeira vez. Uma vez que Wang e a sua família detinham 2,43 mil milhões de acções da Dalian Wanda Commercial Properties através do Wanda Group, o valor de mercado das acções da Dalian Wanda Commercial Properties detidas apenas por ele e pela sua família já ultrapassa US$ 20 mil milhões. Além da Dalian Wanda Commercial Properties, Wang Jianlin também detém uma participação de 60,71% em acções A lis-
tadas Wanda Cinema Line (002739.SZ) por meio da Wanda Investment Co., Ltd, que tinha um valor de mercado de cerca de RMB 57,2 mil milhões com base no valor de mercado da Wanda Cinema Line em 4 de Maio. Além das duas empresas listadas acima, Wang Jianlin também detém uma participação de 78% na AMC, uma operadora de cinema listada nos EUA com um valor de mercado de cerca de RMB 14,5 mil milhões, com base nos preços das acções em 4 de Maio, elevando o valor das participações de Wang Jianlin nas três empresas
activos da Dalian Wanda Commercial Properties. Além disso, com a crescente presença em cultura, turismo, e-commerce e finanças, o Wanda Group construirá um ecossistema fechado que consiste de tráfego de clientes, logística, fluxo de capital e fluxo de informações com base no consumo off-line. “Com as suas propriedades comerciais maciças no continente, acreditamos que a Dalian Wanda Commercial Properties beneficiará da política do governo central para impulsionar o consumo doméstico. Devido à poderosa influência da marca de Wanda na China, os seus bens serão favorecidos pelos comerciantes nacionais e estrangeiros. Acreditamos que, à medida que as suas propriedades comerciais amadurecem, ainda há espaço para Wanda aumentar os rendimentos.”
listadas para cerca de RMB 200 mil milhões ou US$ 32 mil milhões. Notavelmente, as ações da Dalian Wanda Commercial Properties e da Wanda Cinema Line subiram em Abril 33% e 74%, respectivamente. Em relação ao desempenho das duas empresas no mercado de capitais, alguns analistas do sector acreditavam que era devido, principalmente, à reavaliação dos investidores das suas valorizações. Em particular, a estratégia recentemente proposta do Wanda Group de sua quarta reestruturação, ou seja, de “asset-heavy” para “asset-light”, ajudou a aliviar os estrangulamentos financeiros que há muito tempo inibiam a velocidade de expansão da Dalian Wanda Commercial Properties. Os investidores vão, portanto, também reavaliar a velocidade de expansão de
A actividade do vasto sector industrial da China diminuiu novamente em Setembro, com a procura doméstica e no exterior mais fraca, alimentando temores de que a segunda maior economia do mundo pode estar a desacelerar com mais rapidez do que era esperado há alguns meses.A actividade em indústrias maiores e estatais diminuiu pelo segundo mês seguido, embora a um rimo mais lento que em Agosto, enquanto as menores mostram as piores condições em seis anos e meio.“Dois meses seguidos de contracção do sector industrial com mercado accionista em queda sugerem que o crescimento da China no terceiro trimestre deve ter desacelerado para 6,4 por cento”, disseram economistas da ANZ.Talvez de forma mais preocupante para o governo e os investidores são os crescentes sinais de stresse no sector de serviços da China, que responde por cerca de metade do PIB. Embora as empresas maiores de serviços tenham continuado a se expandir a um ritmo sólido de 53,4 em Setembro, as menores mostraram pouca expansão.
PUB HM • 1ª VEZ • 27-9-16
HM • 1ª VEZ • 27-9-16
ANÚNCIO
ANÚNCIO
Acção de Interdição n.º
CV2-16-0082-CPE
2º Juízo Cível
Requerente: MINISTÉRIO PÚBLICO (檢察院). Requerido: CHAN KA LEONG (陳家良). *** O MERETÍSSIMO JUIZ DO 2º JUÍZO CÍVEL DO TRIBUNAL JUDICIAL DE BASE DA R.A.E.M.: FAZ SABER que foi distribuída ao 2º Juízo Cível do Tribunal Judicial de Base de R.A.E.M., a Acção acima mencionada, contra CHAN KA LEONG (陳家良), solteiro, nascida em 14 de Abril de 1983, residente no Lar de Cuidados “Sol Nascente” das Cáritas de Macau, para o efeito de ser declarada a sua interdição por anomalia psíquica.
Macau, ao 13 de Setembro de 2016.
***
ACÇÃO ORDINÁRIA
CV1-16-0080-CAO
AUTOR: LO, SENG CHUNG, casado, de nacionalidade chinesa, residente em Macau.--------------------------------------------------------------RÉUS: 1) HERDEIROS INCERTOS DE AGOSTINHO ANTÓNIO DE SOUSA CORDEIRO; e --------------------------------------------- -----2) DEMAIS INTERESSADOS INCERTOS; -----------------------FAZ-SE SABER que pelo Tribunal Judicial de Base da RAEM, correm éditos de TRINTA DIAS, contados a partir da segunda e última publicação do respectivo anúncio, citando os réus HERDEIROS INCERTOS DE AGOSTINHO ANTÓNIO DE SOUSA CORDEIRO, e DEMAIS INTERESSADOS INCERTOS, para, no prazo de TRINTA DIAS, findo o dos éditos, contestarem, querendo, a Acção Ordinária acima identificada, cujo pedido resumidamente consiste em: --------------a) Ser julgado eficaz o depósito da quantia referida no artigo 25.º da presente petição inicial, ou outra quantia que, em consequência de um eventual contestação dos Réus, venha a ser fixado pelo Tribunal; ------b) Ser declarado extinto, por remição obrigatória do foro, nos termos conjugados dos art.ºs 1512.º e 1516.º do Código Civil de 1966, aplicáveis ex vi do disposto no artigo 25.º do Decreto-Lei n.º 39/99/M, de 3 de Agosto, o domínio directo sobre 1/6 do prédio, descrito na Conservatória do Registo Predial de Macau sob o n.º 3188 e registado a favor de Agostinho António de Sousa Cordeiro sob o n.º 13153; -------------c) Consequentemente, deverá ser ordenado, nos termos do disposto no art.º 14.º do Código de Registo Predial, o cancelamento de registo do domínio directo inscrito a favor de Agostinho António de Sousa Cordeiro sob o n.º 13153, a fls. 220 do livro F42K da Conservatória do Registo Predial de Macau, com respeito ao Prédio (n.º 3188), mediante o competente averbamento na mencionada Conservatória; --------------
1.º Juízo Cível
d) Ser o autor declarado titular do direito de propriedade plena sobre o referido prédio (n.º 3188), para todos os efeitos legais, e nomeadamente de registo. ----------------------------------------------------------------------- Pelos fundamentos constantes da petição inicial que o respectivo duplicado legal se encontra nesta secretaria à disposição dos citandos. ---- É obrigatória a constituição de advogado (art.º 74º do C.P.C.M.), caso contestem. ---------------------------------------------------------------------------- Caso os citandos pretendam beneficiar do regime geral de apoio judiciário, devem dirigir-se ao balcão de atendimento da Comissão de Apoio Judiciário, sito na Alameda Dr. Carlos D´Assumpção, n.º 398, Edf. CNAC, 6.º andar, Macau, para apresentar o seu pedido, sendo que poderá pedir esclarecimentos através do telefone n.º 2853 3540 ou correio electrónico info@caj.gov.mo. ------------------------------------------------------ Para o efeito, terão de comunicar ao processo a apresentação do pedido àquela Comissão, para beneficiar da interrupção do prazo processual que estiver em curso, nos termos do n.º 1, do art.º 20.º, da Lei 13/2012, de 10 de Setembro.----------------------------------------------------------------------- Tribunal Judicial de Base da R.A.E.M., aos 21 de Setembro de 2016.
h ARTES, LETRAS E IDEIAS
14
Tragédia CENAS TÍPICAS DA TRAGÉDIA Por sua recorrência, algumas cenas se destacam nas tragédias gregas e são tão típicas do género quanto é, por exemplo, uma cena de perseguição num filme de acção. 1. Catástrofes: catástrofes são cenas de violência que, em geral, são ocultadas aos olhos da plateia e narradas posteriormente por um actor – como em Os Persas, que narra a destruição da expedição contra os gregos. Representa a reviravolta para pior no destino de um personagem. No drama Agamémnon, o seu assassinato por Clitemnestra. Em Édipo, a cena final onde o protagonista aparece em cena com os olhos perfurados e sangrando (nós não temos acesso à acção de Édipo a furar seus olhos, mas a acção é-nos contada). 2. Cenas patéticas: cenas de explicitação de sofrimento, de dor, em cena. Por exemplo, as cenas em que Electra dá vazão à sua dor pela morte do pai e pela situação humilhante a que sua própria mãe a obriga. 3. Agón ou cenas de confrontação: tratam-se de cenas onde, através de acções ou de diálogos entre personagens, se explicita o conflito trágico no palco.
Exemplos maiores seriam o diálogo entre Clitemnestra e Orestes antes da cena de catástrofe, onde Clitemnestra é morta pelo próprio filho em As Coéforas, ou em Édipo Rei, na cena que Édipo discute violentamente com o adivinho Tirésias, ou ainda nas cenas de reconhecimento, isto é, naquelas em que se dá a passagem da ignorância para o conhecimento, quando um personagem se descobre parente, amigo ou inimigo de outro. Pode também tratar-se da descoberta de algo que se fez ou não. O exemplo clássico de uma cena de reconhecimento é a descoberta de Édipo como assassino do pai e esposo da mãe em Édipo Rei. As técnicas usadas para este reconhecimento em si poderia se dar de modos muito diferentes. Uma das técnicas mais usadas era através de sinais exteriores, como quando Electra reconhece seu irmão Orestes por causa de uma peça de roupa que este usa. É importante deixar claro que não se trata de uma cena em que o público toma conhecimento de algo. É o personagem que toma consciência desse facto significativo para o seu destino. Depois de um breve olhar para a forma da Tragédia, regressemos ao seu
sentido, à sua natureza. Vimos anteriormente que, contrariamente à epopeia ou à lírica, a tragédia é a representação de uma acção. A tragédia está a acontecer. A epopeia trata do que já aconteceu, a lírica de uma subjectividade intemporal, mas a tragédia está a acontecer. A tragédia está ali em frente dos nossos olhos, em frente de nós, é o presente a acontecer. A tragédia, literalmente, faz-se diante de nós. O presente, o a acontecer é o fundo onde a acção se move. Que acção é esta que se move neste tempo, que acontece aqui e agora diante de nós, espectadores? A acção é um acontecer aqui e agora através daquilo a que Aristóteles chamou de “alma da tragédia”: o mytho, o enredo. Na Poética, em 52b 9, Aristóteles escreve que as duas partes do enredo são a peripécia e o reconhecimento; apontando ainda uma terceira a que chama de patético, isto é, pathê, ser afectado. A peripécia está estritamente ligada à metabolê, à mudança. Não se trata de uma simples mudança, mas de mudança que traz em si a negação do seu oposto, isto é, a acção converte-se no seu contrário. Por conseguinte, esta mudança é na realidade uma reviravolta – e neste sentido a
tragédia é a arte mais próxima da vida humana. Como exemplo máximo de reviravolta, ou de peripécia, Aristóteles refere o Édipo Rei, de Sófocles, no episódio em que um arauto chega a Tebas, vindo de Corinto, com a mensagem da morte de seu pai e, vendo que Édipo ainda sentia preocupação em relação à possibilidade do oráculo de Delfos estar correcto e ele poder desposar sua mãe, revela-lhe que sua mãe não é realmente sua mãe, pois ele foi-lhe entregue em criança pelas mãos de um pastor que pertencia à casa real de Tebas. Ora, aquela que deveria ser uma revelação auspiciosa, acaba por tornar-se precisamente no seu contrario, afundando mais Édipo em preocupação, que agora é já quase uma certeza; trata-se da reviravolta por excelência, segundo Aristóteles. Mas esta reviravolta é simultaneamente um reconhecimento, pois Édipo passa de uma situação de ignorância em relação ao que de facto aconteceu no passado, para um conhecimento quase pleno daquilo que realmente se passou. No fundo, todo o reconhecimento é também ele uma reviravolta, pois o personagem passa de uma situação de ignorância
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máquina lírica
Paulo José Miranda
grega (II) para uma de conhecimento pleno, isto é, para o seu contrário. Aristóteles acrescenta ainda que a reviravolta ou peripécia é apenas apanágio das tragédias mais complexas, e também mais perfeitas do ponto de vista do trágico ou patético (não há uma clara diferenciação entre trágico e patético em Aristóteles). Ora, porque razão ele conecta complexidade do enredo, através da reviravolta, com amplificação do trágico? Precisamente porque a reviravolta é um mecanismo de acção trágica especialmente apropriada para suscitar o terror e a piedade ou compaixão. Mas estas reviravoltas surtem o seu efeito maior se conectadas a actos patéticos, pathê, como lhe chama Aristóteles. Em 53b 20, ele exemplifica quais são esses actos patéticos: um irmão que mata ou pensa em matar um irmão; um filho, o pai; uma mãe, o filho; ou um filho, uma mãe. Mas estes actos patéticos e a reviravolta não podem ser usados aleatoriamente, isto é, há situações de reviravolta com actos patéticos que não suscitaria o terror e a piedade, mas sim a repulsa. Por exemplo, ver um justo passar da felicidade à desgraça ou um injusto passar do infortúnio à felicida-
de. O que estás agora aqui em causa é o apuramento daquilo que efectivamente suscita piedade. E, em 53a 5, Aristóteles escreve: Sente-se piedade por aquele que não merece o infortúnio e não por quem o merece. Muito bem, se pensarmos já, adiantadamente no livro do Eça, poderíamos dizer que se Basílio caísse em desgraça nós não seríamos afectados de piedade, de compaixão por esse personagem. Contrariamente, sentimos toda a piedade por o que acontece a Édipo, que tenta tudo para não errar, age sempre justamente, mas não consegue escapar ao infortúnio que tinha já sido ditado pelos deuses. Por outro lado, não basta o personagem não merecer infortúnio, é necessário que possamos identificar-nos com ele. É preciso que a infelicidade atinja um nosso semelhante, acrescenta Aristóteles. Por conseguinte, e em forma de conclusão em relação à alma da tragédia, a reviravolta do enredo deve ir da felicidade ao infortúnio, devido não à maldade do herói, mas a uma grande falta cometida por ele ou por seus familiares. Para terminarmos, não poderíamos deixar de mostrar o modus operandi da-
queles que as compunham. A técnica que os tragediógrafos usavam na composição de um tema é a que podemos chamar hoje de técnica do zoom. Em que consiste esta técnica? O zoom é uma possibilidade técnica e material dos nossos dias que permite aumentar uma determinada imagem. Neste aumentar de imagem acontece duas coisas: 1) o campo do que se vê fica mais reduzido; 2) vê-se mais desse reduzido do que se via na imagem alargada. Para quem viu o Blow Up de Antonioni, sabe muito bem do que estou a falar. Um fotógrafo num parque tira uma foto a uma mulher em campo alargado de imagem. Mais tarde, em estúdio, vai fechando esse mesmo campo, deixando mesmo de ver a mulher e passar só a ver os arbustos e, nesse fechamento do campo, nessa diminuição do espaço, há um ganho de conhecimento, isto é, passa-se a ver algo que ainda não estava a ser visto. Neste caso, como também acontece na tragédia, passa-se a ver um revólver a disparar, causa pressuposta da morte dessa mulher. É precisamente este o método utilizado pelos poetas trágicos. Passemos a ver. Há uma situação conhecida,
um campo alargado de imagem, que é o rapto de Helena ou a sua fuga com Páris para Tróia. Pois bem, usemos agora uma lente que permita fazer um enorme zoom sobre este campo alargado de imagem mítica. Imagine-se que, com este zoom, deixamos de ver tudo excepto Menelau no seu quarto às voltas com dores e decisões. Ou seja, através do zoom o poeta trágico faz-nos pensar, faz-nos ver o que poderia ter acontecido a Menelau naquela situação. O zoom não inventa uma imagem, não inventa um mito, antes reproduz um deles numa ampliação que não existia. Este é o método do poeta trágico: aplicar zooms aos seus mitos. Por conseguinte, e porque se trata de uma amplificação de uma imagem “real”, o final da tragédia também não poderia contrariar o curso normal do mito tratado pela tragédia e conhecida do espectador, isto é, o final não poderia revelar o que a imagem não ampliada não mostrava. Acontecesse o que acontecesse com Menelau, nesse zoom, ele teria sempre de partir para a guerra de Tróia. Na próxima semana iremos ver de perto a arte de Esquilo.
16 DESPORTO
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Futebol JOVEM PORTUGUÊS É ‘CRAQUE’ DA FISIOTERAPIA NA CHINA
Ordem para ficar
O
português Luís Mesquita não é um goleador nato, maestro do meio-campo ou líder na defesa, mas já provou ser uma mais-valia para o clube de futebol chinês Shijiazhuang Everbright, onde chegou em Abril passado. “O meu objectivo aqui é reduzir o risco de lesões no plantel”, explica o fisioterapeuta de 26 anos e natural do Porto. “E, comparado ao ano passado, melhoramos muito nesse aspecto”, diz. Visando contrariar um registo “brutal” de lesões, o conjunto que compete na Superliga chinesa convidou o jovem português, no início desta época, para dirigir um programa de exercícios. “Tive que tomar a decisão em menos de 24 horas, mas nem pensei duas vezes”, revela Luís Mesquita que, antes de ir para a China, trabalhou no departamento de hóquei do FC Porto. “O meu objectivo foi sempre chegar à alta competição”, realça. Com sede na capital da província de Hebei, a cerca de 300 quilómetros de Pequim, o Shijiazhuang Everbright foi fundado há 15 anos. Aqui alinha também o único jogador português a competir na prova máxima do futebol chinês, o médio internacional Rúben Micael. Os brasileiros Matheus Nascimento, que jogou cinco épocas no Sporting
de Braga, e Diego Maurício, que já passou pelo Vitória de Setúbal, também jogam no Everbright. É precisamente com aqueles futebolistas e um treinador português, que trabalha na escola local da Academia Luís Figo, que Mesquita mais convive em Shijiazhuang. “Jantar fora e sair, nisso não noto grande diferença para Portugal, porque a zona em que vivemos tem muita coisa ocidental”, explica.
No departamento médico do clube, contudo, Luís é o único estrangeiro. “Não é fácil conciliar o nosso trabalho. Exige uma flexibilidade de parte a parte. Do meu lado, porque sei que não posso implementar tudo aquilo que fazemos na Europa, mas também da parte deles”, explica.
A MURALHA DA COMUNICAÇÃO
O jovem aponta a comunicação como a “grande barreira” no seu trabalho,
“Pensava que a China era muito menos desenvolvida do que aquilo que é. Muitas vezes fico admirado com a qualidade dos estádios onde vamos jogar” PUB
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 418/AI/2016 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora FANG JIUHONG, portadora do Salvo-conduto para Deslocação a Hong Kong e Macau da RPC n.° C05409xxx e portadora do Passaporte da RPC n.° E21962xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 117/ DI-AI/2015, levantado pela DST a 07.10.2015, e por despacho da signatária de 14.09.2016, exarado no Relatório n.° 511/ DI/2016, de 05.09.2016, em conformidade com o disposto no n.° 1 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010, lhe foi desencadeado procedimento sancionatório por suspeita de controlar a fracção autónoma situada na Rua Cidade de Santarém n.° 423, Praça Wong Chio, 5.° andar Y onde se prestava alojamento ilegal.---------------------------------------------------------------------------------No mesmo despacho foi determinado, que deve, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, apresentar, querendo, a sua defesa por escrito, oferecendo nessa altura todos os meios de prova admitidos em direito não sendo admitida apresentação de defesa ou de provas fora do prazo conforme o disposto no n.° 2 do artigo 14.° da Lei n.° 3/2010. ----------------A matéria apurada constitui infracção ao artigo 2.° da Lei n.° 3/2010, punível nos termos do n.° 1 do artigo 10.° do mesmo diploma.------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.------------------------------------------------------------------------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Setembro de 2016. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
apesar do clube disponibilizar tradutores de português. “A forma de comunicar dos chineses é completamente distinta da nossa”, sintetiza. Passado quase meio ano a viver na China, Luís admite, no entanto, que “tinha uma ideia muito diferente do país”. “Pensava que a China era muito menos desenvolvida do que aquilo que é. Muitas vezes fico admirado com a qualidade dos estádios onde vamos jogar”, acrescenta. O “espectáculo” e a “paixão” que envolvem a modalidade foram as outras surpresas: “Na nossa cidade, os adeptos são completamente fanáticos e, no estádio, o ambiente é muito bom”. Já quanto ao futebol praticado, admite que falta ainda “conhecimento”, apesar dos “clubes chineses terem muito dinheiro”. Só esta época, as 16 equipas que disputam a Superliga chinesa investiram cerca de 400 milhões de euros na contratação de jogadores estrangeiros. Os antigos futebolistas do FC Porto Hulk, Jackson Martínez e Fredy Guarín, ou Ramires, que já alinhou pelo Benfica, são alguns dos nomes sonantes que rumaram à China, desde Janeiro. Mas a profissionalização do futebol chinês começou há apenas um quarto de século e, tanto a nível de clubes como de selecção, a China continua aquém de vários países na Ásia. “Os clubes ainda são muito amadores”, diz o fisioterapeuta português. “Vêm-se aqui muitos investimentos que saem completamente ao lado”. Luís, que teve de adiar o casamento pela igreja para rumar à China - o civil foi feito na manhã do dia em que partiu -, não pensa, contudo, em deixar o futebol chinês. “Não só pelo aspecto financeiro, mas é também gratificante saber que tudo o que eu estou a desenvolver aqui é feito de raiz”, argumenta. “Sou a primeira pessoa”. João Pimenta Lusa
Magia lusa no mundial de futsal Portugal volta às meias-finais 12 anos depois
A
selecção portuguesa de futsal qualificou-se pela segunda vez na sua história para as meias-finais do Mundial de futsal, 16 anos depois, ao bater o Azerbaijão por 3-2, domingo, num jogo sofrido, em Cali, na Colômbia. Os comandados de Jorge Braz estiveram quase sempre na frente do marcador e chegaram a 3-1 antes do meio da segunda parte, mas, nos últimos 8.41 minutos, os azeris criaram muitos problemas com a introdução do guarda-redes avançado. O Azerbaijão chegou ao segundo golo, a mais de cinco minutos do fim, e ameaçou várias vezes o empate, valendo muitas vezes a Portugal um ‘super’ Bebé, que foi, uma vez mais, um ‘gigante’ na baliza lusa, sendo o ‘rosto’ do apuramento. Nas meias-finais, Portugal, que repete 2000 (0-8 com o Brasil), defronta, sem Djô (segundo amarelo na prova), a Argentina, cujo melhor registo é o quarto posto de 2004, numa prova em que os outros semi-finalistas são Irão e Rússia, duas formações que também nunca foram campeãs do Mundo. A selecção portuguesa assumiu as despesas do
jogo desde o início, com a anuência dos azeris, que, resguardados atrás, apostavam nos contra-ataques e criaram a primeira situação de perigo, valendo Bebé a deter o remate de Thiago Bolinha. Com muita paciência, obrigatória face ao calculismo e bom posicionamento defensivo do adversário, Portugal foi tentando encontrar espaço para rematar e, aos 7.27 minutos, marcou, por Djô, sem grande ângulo, após passe de André Coelho. As duas formações vieram com a mesma disposição para a segunda parte, mas Portugal surgiu mais perigoso e, depois de uma ameaça de Djô, chegou mesmo ao terceiro tento, aos 27.42 minutos, pelo ‘inevitável’ Ricardinho. Pelo meio, Bebé fez uma grande defesa em resposta a um remate de Eduardo, jogador que, a 5.33 minutos do final, apontou mesmo o segundo tento dos azeris, que, então, já jogavam há mais de três minutos com guarda-redes avançado. A selecção das ‘quinas’ sofreu até ao último segundo, mas acabou por vencer, marcando encontro quarta-feira, pelas 19:00 locais, com a Argentina, que goleou o Egipto por 5-0.
MACAU VAGAS PARA MARATONA, MEIA-MARATONA E MINIMARATONA ESGOTARAM NUM DIA
As inscrições para a maratona, meia-maratona e minimaratona de Macau, a ter lugar no próximo mês de Dezembro, abriram este sábado e esgotaram no mesmo dia, anunciou, em comunicado, o Instituto do Desporto (ID). “A comissão organizadora informa a todos os interessados que as vagas disponíveis para as provas da maratona, meia-maratona e minimaratona já se encontram totalmente esgotadas”, indicou o ID, falando de uma “resposta esmagadora”. A 35.ª Maratona Internacional de Macau tem lugar no próximo dia 4 de Dezembro. A comissão organizadora voltou a alargar o limite de inscrições, disponibilizando mais 2.000 vagas para as provas relativamente ao ano anterior. Assim, para a maratona (42 km) foram abertas 1.400, para a meia (21) 3.600 e para a mini (5,5 km) 5.000: ou seja, um total de 10.000.
17 (F)UTILIDADES
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TEMPO
POUCO
?
NUBLADO
O QUE FAZER ESTA SEMANA Hoje INAUGURAÇÃO DA EXPOSIÇÃO “O ARAUTO DOS TEMPOS: O POETA F. HUA-LIN” Academia Jao Tsung-I, 18h30
MIN
26
MAX
34
HUM
55-85%
•
EURO
8.99
BAHT
Diariamente EXPOSIÇÃO DE PINTURA “INSPIRAÇÃO INOVADORA”, DE MAK KUONG WENG Jardim Lou Lim Iok (até 16/10)
O CARTOON STEPH
EXPOSIÇÃO “MEMÓRIAS DO TEMPO” Macau e Lusofonia afro-asiática em postais fotográficos Arquivo de Macau (até 4/12) ESCULTURA “LIGAÇÃO COM ÁGUA” DE YANG XIAOHUA Museu de Arte de Macau (até 01/2017) EXPOSIÇÃO “O PINTOR VIAJANTE NA COSTA SUL DA CHINA” DE AUGUSTE BORGET Museu de Arte de Macau (até 9/10)
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 87
EXPOSIÇÃO “PREGAS E DOBRAS 3” DE NOËL DOLLA Galeria Tap Seac (até 09/10)
Cineteatro
UM FILME HOJE
C I N E M A
EQUALS SALA 1
EQUALS [B]
Filme de: Drake Doremus Com: Kristen Stewart, Nicholas Hoult, Guy Pearce, Jacki Waever 14.15, 17.45, 21.30
NINE LIVES [A]
Filme de: Barry Sonnenfeld Com: Kevin Spacey, Jennifer Garner, Christopher Walken 16.05, 19.45 SALA 2
SULLY [B]
Filme de: Clint Eastwood, Aaron Eckhart Com: Tom Hanks 14.15, 16.00, 17.45, 21.45
TRAIN TO BUSAN [C]
FALADO EM COREANO LEGENDADO
PROBLEMA 88
EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: Yeon Sang-ho Com: Gong Yoo, Ma Domng-Seok, Choi Woo-sik 19.30
SUDOKU
DE
EXPOSIÇÃO “EDGAR DEGAS – FIGURES IN MOTION” MGM Macau (até 20/11)
1.19
O CONSULTÓRIO
FESTA “GOLDEN GROOVES” Le Bistro Marcellinho, 22h00 Entrada a cem patacas
EXPOSIÇÃO “ROSTOS DE UMA CIDADE – DUAS GERAÇÕES/ QUATRO ARTISTAS” Museu de Arte de Macau (até 23/10)
YUAN
AQUI HÁ GATO
Amanhã
EXPOSIÇÃO COLECTIVA DE ARTISTAS DE MACAU IACM (até 30/10)
0.22
Observei, impávido e sereno, as notícias sobre uma tal de Hillary Clinton e um Donald Trump com boné numa cabeça vermelha, lábios grossos e cabelo branco. Está velho, o indivíduo. Pelo que ouvi na televisão acho mal chamá-lo de senhor. Enquanto isso esperávamos ansiosos no consultório pelo atendimento do costume. Uns olhavam para o Donald Trump mas não sabiam, decerto, quem era. Desconheceriam talvez porque é que aquele homem tão feio estaria a falar na televisão para o público. Porque é que Hillary erguia o punho e falava alto. Talvez não saibam o que é política. O relógio andava e o médico ia chamando um a um. Devagar, devagarinho, como manda o sistema que nos últimos anos não mudou. Lá fora esperava-se a olhar para a janela. Da janela via-se a estátua das chamadas docas de Macau. Lá dentro o médico ia chamando até que fui eu. Sim senhor, está tudo bem, fique lá com as receitas e pode ir à sua vida. Desci o elevador e achei que ali havia qualquer coisa que não batia certo. Não era o Donald ou a Hillary, não era sequer os Estados Unidos. Era talvez o sistema de saúde lento e aquele consultório a abarrotar. Passe bem e até daqui a dois meses. Pu Yi
“AMOR CÃO” (ALEXANDRO GONZÉLEZ IÑÁRRITU, 2000)
Em 2001, “Amor Cão” era galardoado no Fantasporto com o prémio do público. A primeira longa metragem de Alexandro Gonzélez Iñárritu que, numa moldura de violência e dor, abraça três histórias que se cruzam sem esquecer uma beleza muito particular. O espectador que não se deixe assustar pela abertura marcada pelas lutas de cães nos ringues clandestinos. Não é que o choque diminua, mas acresce uma contextualização de um mundo maior e de todos. A protagonizar está, entre outros, Gael García Bernal que marca, com este filme, o início de uma carreira digna de nota. Sofia Mota
SALA 3
BLAIR WITCH [C]
Filme de: Adam Wingard Com: James Allen McCune, Brandon Scott, Callie Hernandez 14.30, 18.00, 21.30
S STORM [C]
FALADO EM CANTONENSE LEGENDADO EM CHINÊS E INGLÊS Filme de: David Lam Com: Louis Koo, Julian Cheung, Vic Chou, Ada Choi 16.15, 19.45
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Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores Joana Freitas; José C. Mendes Redacção Angela Ka; Andreia Sofia Silva; Sofia Mota Colaboradores António Falcão; António Graça de Abreu; Gonçalo Lobo Pinheiro; José Drummond; José Simões Morais; Julie O’Yang; Maria João Belchior (Pequim); Michel Reis; Paulo José Miranda; Rui Cascais; Sérgio Fonseca Colunistas António Conceição Júnior; André Ritchie; David Chan; Fernando Eloy; Isabel Castro; Jorge Rodrigues Simão; Leocardo; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Rui Flores; Tânia dos Santos Cartoonista Steph Grafismo Paulo Borges Ilustração Rui Rasquinho Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Calçada de Santo Agostinho, n.º 19, Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo
18 OPINIÃO
hoje macau terça-feira 27.9.2016
a outra face
Q
Celebrações
AMOS POE, SUBWAY RIDERS
UANDO lágrimas ou sorrisos, de alguma maneira, me ofendem sei chegado o tempo de partir. Permanecer seria vão e as linhas traçadas na curta espera desta macedónia de gente mostram-se recta sem sentido. Lanço às palavras a alma, que não tenho, na ânsia súbita de agarrar. De aqui podar o excessivo, simplificar o caminho que sei não levar a lado nenhum. Detesto celebrações. Bogart chamaria a estes eventos uma “amateur night” – leio no Facebook e concordo com avidez. No meio de todo o ruído, sabe bem não estar totalmente sozinho e encontrar, ainda que morto, um irmão cujas ideias flutuam ainda no ciberespaço. Nunca me conformei à necessidade de divertimento compulsório. Admito que seja por espírito de contradição, mas quando se impõe a festa quase imediatamente me advêm pensamentos tristes, deprimentes, e não há álcool que os apaguem, nem música que os afugentem. Permanecem por ali, num lugar recuado da mente, enquanto sorrio para todos e desejo votos de qualquer coisa. Não têm qualquer substância particular, nem conteúdo específico. Passado pouco tempo, sinto sempre que é melhor bater em retirada. E mesmo se alguém verdadeiramente amigo me contacta, prefiro mergulhar no mar da solidão que nesses momentos me habita. Fogem-me as palavras e são-me penosos os sorrisos. É talvez um mero relato de não estar em parte alguma, de vegetar dentro de mim, sem vontade de sair do invólucro
a que me destino como caixão antecipado. Nesta proximidade à morte, não seria claramente uma boa companhia para ninguém, como não o sou sequer para mim. Daí que me outorgue este estranho direito de ficar sozinho, saborear a inutilidade do tempo, a vacuidade das datas e reforçar a ideia de que não passam de um esforço ridículo de quem realmente teme, em silêncio, a morte. Sentiria também, se me vestisse para a festa, que estaria a fazer a minha “toilette de cadáver”, como dizia Pessanha. Afinal, preparar-me para os outros ao espelho é como preparar-me para enfrentar o vazio frio da eternidade. Desse tempo que existiu antes de mim e que existirá depois de eu partir. Assim, fico nesta consciência de uma efemeridade que só a dor engrandece, na
Admito que seja por espírito de contradição, mas quando se impõe a festa quase imediatamente me advêm pensamentos tristes, deprimentes, e não há álcool que os apaguem, nem música que os afugentem. Permanecem por ali, num lugar recuado da mente, enquanto sorrio para todos e desejo votos de qualquer coisa
CARLOS MORAIS JOSÉ
sua inutilidade e paradoxo; e só o prazer do amor e da beleza eventualmente riscam uma justificação. Será pouco, muito poucochinho e talvez esta constatação me enfureça subtilmente e desta raiva calada emerge então uma disposição solitária. Agrada-me, por outro lado, ficar à janela enquanto a cidade vibra e os foliões desesperam na grande e programada demanda do esquecimento. Sobe-me à garganta alguma ternura pelos humanos, pela sua corrida angustiada e de sentido circular. Estranho paradoxo este de procurar não ser para ter uma sensação mais absoluta de ser qualquer coisa. Afinal, será esta grande festa uma recriação de um caos original, apenas pressentido, em que se tornava claro não passarmos de matéria estelar. Cumpro algumas das obrigações, presto algumas das deferências a que a minha condição social obriga. É preferível assim do que depois ter me desfazer em estúpidas, eventualmente mentirosas, justificações. Depois, rapidamente, me recolho, pondo o telefone em silêncio, respiro mais fundo e mais livre no conforto desta gruta a que chamo casa e prometo a mim mesmo nada determinar das minhas acções futuras. Sei lá quanto me espera neste espaço de tempo a que chamamos um ano. Não o temo nem o desejo, não me inspira nem me desespera. Aceitarei sem remorso o que as coincidências me aportarem. Não estarei preparado para nada, pois sei que a todo o momento depararei com uma curva e pouco imagino sobre o que estará para além dela. Intimamente, muito intimamente, sorrio porque foi desta ignorância que aprendi há muito a fazer a minha liberdade. E – imaginem! – por uma centelha deste tempo, por um instante de eternidade, fui realmente feliz. Ainda bem que, amanhã ao acordar, já terei esquecido tudo isto.
19 hoje macau terça-feira 27.9.2016
sexanálise
N
ÃO podia deixar passar o divórcio mais badalado dos últimos tempos sem um mísero comentário. Não me importo muito com a Angelina ou com o Brad, mas gostava de opinar sobre o divórcio – o divórcio das estrelas (já que toda a gente o faz). Há a ideia subjacente de que os ricos (famosos) e os pobres têm potenciais de longevidade relacional diferente. Os ricos atraentes vivem o amor de contos de fadas, enquanto que todos os outros feiosos vivem o romances menos românticos que terminarão em divórcio. Eu sou pró-divórcio porque sou anti-casamentos. Não acredito na santidade do matrimónio, não percebo na utilidade da união e nunca me apanharão vestida de branco a caminhar para um altar com flores. Julgo-me uma desesperada romântica atípica porque só consigo apreciar um casamento se for uma simples convidada e nunca o ‘alvo’do casório. Mas se há o direito de atar o nó, há o direito de o desfazer (hurrah!). O casamento acaba ao meterem os papéis num advogado, um outro rito de passagem para a mudança nas nossas vidas. Digamos que se trata de uma outra celebração mais dolorosa, a separação que doi a todas as partes e a famílias inteiras, mas que é verdadeiramente necessária pela saúde mental (e por vezes física). Ora não querer citar a lógica da batata nem invocar o Capitão do Óbvio, parece-me um desejo inútil da minha parte. A Angelina e o Brad, como tantos outros casais giros, ricos e famosos, casaram-se e depois divorciaram-se. O que não percebo, realmente, é como é que o discurso é todo algo como ‘o casal maravilha não funcionou! A crença no amor morreu’. De facto, que desgraça. Pior ainda será pensar que o casal, que inspirou a história do filme Eat, Pray, Love, divorciou-se recentemente também. Já não há provas de amor eterno, se aqueles que nós conhecemos ‘bem’ através da televisão e do cinema terminam relacionamentos. O amor, afinal, não é para sempre? Não é, ou por outra, pode não ser. O amor é de uma complexidade tremenda e por isso não há receitas bem-definidas para a sua eternidade. Nem para os giros e famosos como a Angelina e o Brad (e lembram-se do Brad e da Jennifer?). O que há são terapeutas de casal que tentam desenvolver estratégias para perceber se o divórcio é a única solução possível para a resolução dos problemas sentidos.
Divórcio DOUG LIMAN, MR. & MRS. SMITH
TÂNIA DOS SANTOS
O amor pode não ser para sempre mas ele existe – e é isso que temos que entender bem. O amor existe e às vezes resulta a curto, médio ou a longo prazo, depende de uma panóplia de factores. Os contos de fadas que pregam um ‘feliz para sempre’ naturalmente fácil de conseguir, são pura fantasia. A vida real tem coisas mágicas e tem coisas como o divórcio, que não é (que não deve ser) o fim do mundo. O divórcio é um dos muitos tratamentos necessários para a felicidade também. Mas eu percebo que é muitas vezes
Talvez se nos deixássemos de viver na fantasia que as revistas cor de rosa incutem sobre o amor e o casamento, conseguiríamos perceber que o casamento não é um fim em si mesmo mas um processo de altos e baixos
difícil de ver como tal. Eu, que nunca passei por um casamento nem por um divórcio, tenho muito pouca autoridade para falar sobre estas coisas. Só tive a oportunidade de vê-las em várias fases da minha vida, como espectadora. A responsabilidade de proceder com um o processo de divórcio de uma forma humana e funcional é tremenda, especialmente quando há filhos envolvidos (e a Angelina e o Brad têm imensos!). Porque o divórcio traz muita negatividade em nós, muitas confusões e muitos medos. A preocupação será de não inundar as crianças com a sensação de desgraça disfuncional porque não é. O divórcio existe porque é funcional. Um mundo de possibilidades pode nascer à nossa frente. Novas pessoas, novos momentos e, até, novas famílias. Isto para dizer que se pensam que a família que não é composta pelo pai e pela mãe é uma família ‘disfuncional’, desenganem-se. Não há tríades obrigatórias – muito menos para famílias. Talvez se nos deixássemos de viver na fantasia que as revistas cor de rosa incutem sobre o amor e o casamento, conseguiríamos perceber que o casamento não é um fim em si mesmo mas um processo de altos e baixos. Até para Angelina e para o Brad. O divórcio é o fim e o renascer.
OPINIÃO
“ 0NU GUTERRES VENCE QUINTA VOTAÇÃO
António Guterres ficou à frente na quinta votação secreta ocorrida ontem entre os membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas para eleger o próximo secretário-geral da organização, disseram fontes diplomáticas. Guterres teve votos 12 votos “encoraja”, dois “desencoraja” e “sem opinião”, precisamente o mesmo resultado da última votação. Durante o voto, cada um dos 15 membros do conselho indicou se “encoraja”, “desencoraja” ou “não tem opinião” sobre os 11 candidatos. A próxima votação, que está agendada para a primeira semana de Outubro, vai destacar pela primeira vez os votos dos membros permanentes do conselho, que têm poder de veto sobre os candidatos. Assim que um candidato reunir nove votos entre os 15 países membros e aprovação de todos os membros permanentes China, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos - o conselho recomendará o seu nome para aprovação pela Assembleia-Geral da ONU, que reúne representantes de 193 países. A organização espera ter encontrado o sucessor de Ban Ki-moon, que termina o seu segundo mandato no final do ano, durante o Outono.
BRASIL DETIDO MINISTRO DAS FINANÇAS DE LULA
A Polícia Federal brasileira deteve o ex-ministro Antônio Palocci, no âmbito da Operação Lava Jato. Esta detenção surge no contexto da investigação do esquema de corrupção no Brasil. Antônio Palocci, que está filiado no Partido dos Trabalhadores (PT), foi ministro da Casa Civil no Governo da Presidente Dilma Rousseff e ministro das Finanças no Governo de Lula da Silva. A prisão do ex-ministro foi pedida pela Polícia Federal. As suspeitas sobre Palocci surgiram através da denuncia do outro acusado na Operação, o ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa. C
EUA ATIRADOR FERE SEIS
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Seis pessoas ficaram feridas quando um atirador abriu fogo num centro comercial de Houston, Texas, nesta segunda-feira, antes de ser baleado pela polícia, informaram as forças de segurança e do Corpo de Bombeiros. O portavoz dos bombeiros disse que os ferimentos das vítimas variavam, com algumas pessoas baleadas e outras atingidas apenas por estilhaços de vidro.
Vai nascer-me o menino no exílio/(Nenhum riso a rosar-lhe a palidez?)/Como louvá-lo/ então?/Como pedir-lhe auxílio?/Não chega a tanto o meu chinês.” António Manuel Couto Viana
ONU COMPETENTE PARA CONCILIAÇÃO ENTRE TIMOR E AUSTRÁLIA
Cangurus ambiciosos
U
MA comissão de conciliação das Nações Unidas declarou-se competente para continuar com o procedimento de conciliação entre Timor-Leste e a Austrália sobre fronteiras marítimas, rejeitando assim a contestação de Camberra a este processo. A “Decisão sobre Competência Jurisdicional”, primeira derrota da Austrália neste processo, foi ontem dada a conhecer em comunicado divulgado pela Comissão de Conciliação Pública, convocada por Timor-Leste a 11 de Abril, no âmbito da Lei do Mar, para tentar forçar Camberra a negociar a delimitação das fronteiras marítimas entre os dois países. “A Comissão entendeu que é competente para continuar com o procedimento de conciliação”, refere o comunicado, recordando que “desde o início deste procedimento, a Austrália tem indicado a sua intenção de contestar a competência jurisdicional da Comissão”. A contestação à competência da comissão foi reiterada nas declarações iniciais da equipa australiana no passado dia 29 de agosto, quando decorreu a sessão de abertura, em Haia. A decisão de competência foi tomada por unanimidade dos cinco membros
da comissão (dois nomeados por Timor-Leste, dois pela Austrália e um quinto escolhido pelos quatro primeiros). A Comissão explica que vai agora proceder “com a consulta às partes sobre o futuro do procedimento de conciliação” e que “pretende convocar uma série de reuniões com as partes ao longo do próximo ano”. Grande parte das futuras reuniões “serão realizadas num ambiente confidencial, a fim de proporcionar um ambiente propício para facilitar o eventual sucesso da conciliação”, refere o comunicado. Timor-Leste iniciou este Procedimento de Conciliação Obrigatória (PCO), com base nos termos do
Anexo V da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar, por considerar que apesar de os acordos temporários de partilha dos recursos do Mar de Timor continua a não haver fronteiras permanentes entre os dois países. Díli contesta ainda o facto de a Austrália se retirar dos procedimentos de resolução internacionais, o que limita “os meios de Timor-Leste fazer cumprir os seus direitos ao abrigo do direito internacional”. Na fundamentação da sua decisão de competência, a comissão rejeita a posição australiana de que uma troca de cartas entre Díli e Camberra (em 2003) sobre a resolução da disputa marítima através de uma negociação inviabilizaria esta mediação.
Sanções para que vos quero Importações chinesas de carvão da Coreia do Norte subiram
A
S importações chinesas de carvão da Coreia do Norte aumentaram nos últimos meses, revelam dados oficiais divulgados ontem, levantando dúvidas sobre o compromisso de Pequim com as sanções internacionais que visam travar o programa nuclear de Pyongyang. A China é o aliado mais importante da Coreia do Norte e é responsável por 90% do comércio externo daquele país. A sua participação no programa de sanções aprovado pelo Conselho de Segurança da ONU é, por isso, crucial. Em Agosto, Pequim importou 2.465 milhões de toneladas de carvão da Coreia do norte, no valor de 113 milhões de dólares,
terça-feira 27.9.2016
60% mais do que em Abril, quando as sanções foram aprovadas, e um aumento de 35%, em termos homólogos, segundo dados das alfândegas chinesas. As importações de ferro da Coreia do Norte também aumentaram, de 110.500 toneladas, em Abril, para 197.000, no último mês. A ONU concordou em março impor sanções às exportações de Pyongyang, incluindo carvão e ferro, mas afirmou também que continuará a permitir o comércio de “bens de primeira necessidade” - desde que as receitas não sirvam para financiar o programa de testes de mísseis balísticos e nucleares do país. A organização não definiu um critério específico àquela excep-
ção, permitindo a cada país tomar a sua decisão. Em Abril, a China anunciou que iria impor restrições nas importações de ambos os produtos, entre outros. Mas, em Agosto, as importações chinesas a partir do país subiram 16,7%, em termos homólogos, para 291,3 milhões, detalham os dados das alfândegas. A China teme que a economia do país se deteriore ainda mais, levando ao colapso do regime. Naquele caso, o nordeste da China receberia um enorme fluxo de refugiados, enquanto as tropas norte-americanas poderiam estender a sua influência até às próprias fronteiras da China.
NEW YORK TIMES APOIA HILLARY
Em editorial, o jornal norteamericano declara, neste domingo, apoio à candidata democrata, Hillary Clinton. O jornal The New York Times declarou este sábado o seu apoio à candidatura de Hillary Clinton à presidência dos Estados Unidos. No editorial, Hillary é descrita como uma “das mais empenhados políticas da sua geração”. O New York Times diz que “num ano eleitoral normal”, estaria a comparar os dois candidatos e as suas propostas, mas como disse Barack Obama “está não é uma eleição típica”. Comparar candidatos seria “um exercício vão numa corrida em que um candidato”, diz o jornal. Hillary Clinton, “tem uma folha de serviço e apresenta um conjunto de ideias pragmáticas”. Já Trump, “não revela nada de concreto sobre si próprio ou os planos que tem, ao mesmo tempo que promete a Lua e oferece as estrelas a prestações”. O jornal conclui dizendo que Hillary é a única qualificada para “resolver os problemas do mundo real”. Em todas as eleições o jornal declara apoio a um candidato presidencial. Desde 1960 que a escolha recai no candidato apoiado pelo Partido Democrata.
PORTUGAL UBER LEGAL ATÉ JANEIRO
O Governo vai regulamentar a actividade de plataformas electrónicas como a Uber até ao final do ano, disse o ministro do Ambiente. João Pedro Matos Fernandes revelou que o Governo tem pronto o decreto-lei que regula a actividade das plataformas electrónicas de transporte de passageiros, como a Uber ou a Cabify, e que o diploma segue esta semana para os parceiros do sector, para um período de consulta pública. “É desde logo separada a natureza do serviço. O táxi é uma actividade privada mas está sujeita a obrigações e benefícios fiscais, como reduções no imposto do veículo, incluindo combustíveis, majoração em sede de IRC e isenção do selo do carro. A Uber é uma actividade privada de mero interesse público, não tem obrigações nem benefícios de serviço público”, sublinhou o ministro ao jornal.