Hoje Macau 27 SETEMBRO 2023 #5344

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MACAO DAILY NEWS HOJE MACAU RÓMULO SANTOS

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Apenas um consórcio concorreu aos concursos públicos para a concessão de dois lotes na Taipa destinados à habitação. A proposta diz respeito a apenas um terreno com licitação mínima de 777 milhões de patacas. O Governo tinha a expectativa de receber, pelo menos 1,91 mil milhões de patacas pelos dois terrenos.

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DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ MOP$10 QUARTA-FEIRA 27 DE SETEMBRO DE 2023 • ANO XXII • Nº5344 PORTAS DO ENTENDIMENTO IRONIA MONUMENTAL ZHUHAI HORROR SOBRE RODAS VIA DO MEIO OLÁ PORTUGAL PÁGINA 4 PÁGINA 5 EVENTOS
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Terra à vista PUB
A PINTURA TRADICIONAL CHINESA Cláudia Ribeiro

Ho recebe deputados nomeados

Ma Chi Seng e Pang Chuan estão ligadas a associação de amizade do CCPPC

ENSINO HO IAT SENG QUER COOPERAÇÃO COM ZHEJIANG

Paixões de Outono

NUMA visita oficial, que terminou na segunda-feira, o Chefe do Executivo defendeu a necessidade de aumentar a cooperação entre instituições de ensino superior de Macau e as congéneres de Zhejiang, durante um encontro com o secretário do Comité Provincial de Zhejiang do Partido Comunista Chinês, Yi Lianhong. Em visita a Hangzhou, capital da província de Zhejiang, onde assistiu à cerimónia de abertura dos Jogos Asiáticos, Ho Iat Seng teve direito a uma visita guiada à Universidade de Zhejiang, conduzida por Yi Lianhong. Segundo o Gabinete de Comunicação Social, a iniciativa teve como objectivo

“reforçar a cooperação bilateral na área da formação de quadros qualificados, de ensino superior e de saúde, e contribuir para o desenvolvimento de diversificação adequada da economia de Macau”.

Na ocasião, Ho Iat Seng reconheceu “que a Universidade de Zhejiang representa uma das universidades de referência do país” e afirmou “desejar que as instituições de ensino superior de Zhejiang e de Macau continuem a aprofundar, sob os resultados

IH Nomeado membro do Conselho Administrativo

O Chefe do Executivo nomeou Cheang Sai On como representante da Direcção dos Serviços de Finanças no Conselho Administrativo do Instituto de Habitação. A informação foi anunciada ontem, através de um despacho publicado no Boletim Oficial

e a nomeação prolonga-se pelo período de dois anos. Nas faltas e impedimentos, o representante é substituído por O Chio Hong, também membro da DSF. Durante este período, pelo desempenho deste cargo a tempo parcial, Cheang Sai On

obtidos, o intercâmbio académico e a cooperação tecnológica”. Em maior cooperação com a Universidade de Zhejiang, o líder do Governo de Macau apontou a necessidade de dar um novo impulso “ao intercâmbio e aprendizagem entre os estudantes dos dois territórios nas áreas da medicina, gestão, e tecnologia informática”.

Ho Iat Seng desejou ainda que os estudantes de Macau e Zhejiang possam, “de mãos dadas”, expan-

dir a cooperação sobre “os assuntos educativos da Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”.

Bons partidos

Na Universidade de Zhejiang, Ho Iat Seng foi recebido pelo secretário do Comité do Partido Comunista Chinês da Universidade, Ren Shaobo, e pelo reitor, Du Jiangfeng.

Ren afirmou que “a Universidade de Zhejiang pode reforçar a cooperação e apoiar Macau a impulsionar a formação de quadros qualificados assim como o desenvolvimento das indústrias principais, nomeadamente de big health e de tecnologia de ponta”.

A segunda paragem foi na Universidade Shuren de Zhejiang, onde o encontro de Ho Iat Seng foi com o reitor, Li Lu, e o secretário do Comité do Partido Comunista Chinês da Universidade, Zhang Qing.

Li Lu indicou que a Universidade Shuren de Zhejiang “tem mantido uma ligação académica com instituições de ensino superior de Macau, e que no futuro, ambas as partes podem vir a reforçar a cooperação” em áreas como a “medicina tradicional chinesa, ciência e tecnologia, serviços sociais, saúde, serviços domésticos e no intercâmbio de quadros qualificados jovens”. João Santos Filipe

OChefe do Executivo reuniu ontem com Ma Chi Seng e Pang Chuan, deputados que nomeou para a Assembleia Legislativa. O encontro, que decorreu na sede do Governo, serviu de apresentação formal dos órgãos sociais recém-eleitos da Associação de Amizade de Membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês na Instância da Província de Macau, com os deputados a encabeçarem a comitiva.

A associação agrupa pessoas de Macau que fazem, ou fizeram, parte da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, como membros escolhidos pelas províncias do Interior. Ma Chi Seng, é o presidente da Assembleia Geral da associação, enquanto Pang é presidente do conselho fiscal.

Segundo o Gabinete de Comunicação Social, Ho Iat Seng aproveitou a ocasião para elogiar as direcções anteriores da associação, devido ao “grande volume de trabalho para unir todos os sectores da sociedade de Macau e promover o sentimento de amor pela pátria e por Macau junto das gerações mais jovens”. O Chefe do Executivo considerou mesmo que os resultados da associação na promoção do nacionalismo foram “notáveis”.

Por outro lado, Ho deixou o desejo que os membros da associação apoiem o Governo e se desempenhem “de forma activa, o seu duplo papel, dando opiniões e apresentando sugestões para a diversificação adequada” da economia de Macau.

Promoção nas escolas

Por sua vez, Ma Chi Seng, membro do clã da elite local ligada ao empresário Ma Man Kei, “frisou que, desde a sua criação em 2016, a associação tem seguido e cumprido o objectivo de servir o país, a RAEM e os seus residentes”.

vai ter um ordenado mensal de cerca de 7.280 patacas. Porém, caso Cheang seja substituído em alguma reunião, ou esteja impedido, o pagamento de O Chio Hong, membro substituto, é subtraído das 7.280 patacas mensais.

Ma destacou também que “para reforçar a sensibilização e educação de amor pela pátria e por Macau, a associação tem organizado actividades promocionais nas escolas para aprofundar o conhecimento dos jovens estudantes sobre o desenvolvimento nacional e elevar o seu sentimento de pertença ao país”.

Finalmente, o também empresário “prometeu que todos os membros da associação continuarão a cumprir as suas funções como membros da CCPPC e a contribuir para o país e Macau”. J.S.F.

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Em visita a Hangzhou, o Chefe do Executivo pediu aos estudantes de Zhejiang e Macau para darem as mãos e “expandirem” a cooperação ao nível dos assuntos educativos” da Zona de Cooperação Aprofundada
GCS TIAGO ALCÂNTARA
Ho Iat Seng apontou a necessidade de dar um novo impulso “ao intercâmbio e aprendizagem entre os estudantes dos dois territórios nas áreas da medicina, gestão, e tecnologia informática”

OS dois concursos públicos para a atribuição de concessões relativas a terrenos na Taipa resultaram numa única proposta.Ainformação foi revelada ontem, em primeira mão, pelo Jornal Ou Mun e confirmada horas mais tarde pela Direcção dos Serviços de Solos e Construção Urbana (DSSCU).

Segundo o Jornal Ou Mun, faz parte da tradição que os interessados apresentem as propostas no último dia, perto da hora de encerramento do concurso, que estava agendado para ontem.

No entanto, a publicação esteve no local e apenas viu ser entregue uma proposta, do consórcio constituído pelas empresas Top Builders Group e Iok Seng Investimento Limitada.

A oferta destinada ao Lote BT9a foi entregue por uma representante que se apresentou com o apelido Lei. A mulher explicou que o Grupo Top Builders se dedica à construção e que acredita poder construir habitação de excelente qualidade, com base num desenho eficiente do edifício e com medidas de controlo de custos.

A representante do Grupo Top Builders destacou também que a empresa está confiante no mercado de habitação de Macau, apesar de reconhecer que actualmente existe um clima de desconfiança.

O concurso público para a atribuição das concessões foi iniciado a 9 de Agosto e o Governo tinha a expectativa de receber pelo menos 1,91 mil milhões de patacas pela concessão dos dois terrenos.

Mínimo de 777 milhões

Em relação ao terreno pelo qual o Grupo Top Builders apresentou uma proposta, identificado como Lote BT9a, o preço mínimo de licitação era de 777 milhões de patacas. A parcela de terra fica situada entre as Rua de Chaves, Rua de San Tau e Rua de Kwai Lam e tem uma área de 3.225 metros quadrados.

O valor da proposta da concorrente só deverá ser conhecido hoje, quando for aberta a proposta.

TERRENOS LEILÕES COM UMA ÚNICA PROPOSTA

Tempos de crise

O consórcio constituído pelas empresas Top Builders Group e Iok Seng apresentou uma proposta pelo Lote BT9a, que tem um preço mínimo de licitação de 777 milhões de patacas. A represente da Top Builders promete casas com qualidade e preços controlados

TAIPA 5.700 MULTAS POR LIXO E CUSPIDELAS DESDE

o início do ano até 15 de Agosto, os fiscais do Instituto para os Assuntos Municipais multaram 5.744 pessoas por actos como deitar lixo ou cuspir no chão, junto das atracções turísticas da Taipa, principalmente na Rua do Cunha. A revelação foi feita por Hoi Io Meng, subdirector dos Serviços de Turismo, em resposta a uma interpelação do deputado Leong Hong Sai.

Nas perguntas enviadas ao Governo, Leong pretendia saber que medidas estavam a ser adoptadas para melhorar a higiene daquela zona do território. Hoi Io Meng garantiu também que foi pedido à Companhia de Sistemas de Resíduos (CSR) que aumente a frequência da limpeza das ruas,

assim como a criação de mais pontos de recolha de lixos.

Por outro lado, o IAM afixou mais avisos nos espaços públicos a apelar aos residentes e turistas para que mantenham a rua limpa.

Na interpelação, Leong Hong Sai questionou ainda se no âmbito da revitalização de zonas antigas da cidade e da criação de novas zonas pedonais, como acontece com a Rua da Felicidade, se o mesmo poderia acontecer com a Rua do Cunha.

No entanto, o subdirector da DST, Hoi Io Meng, cita a informação do Instituto Cultural (IC) para indicar que, pelo menos neste momento, não existem planos para transformar a Rua do Cunha numa zona pedonal.

ANÚNCIO CONCURSO PÚBLICO N.o 23/P/23

Inicialmente, o Lote BT9a fazia parte de uma parcela maior identificada como o Lote BT9. Em 2022, um despacho do Chefe do Executivo levou à separação dos dois terrenos.

O terreno BT9 foi inicialmente concessionado à Fábrica de Artigos de Vestuário Estilo Limitada, de Stanley Ho, nos anos 60. Porém, em 1999, foi transmitido para a Sociedade Fomento Predial Predific, até à declaração de caducidade da concessão.

O terreno que ficou sem propostas é o LoteBT8, situado na Avenida de Kwong Tung, que tem uma área de 3.509 metros quadrados e o preço mínimo de licitação era de 1,136 mil milhões de patacas.

O terreno BT8 foi recuperado pelo Governo, à luz da polémica Lei de Terras, num

processo que ficou finalizado em 2018, depois de um longo processo judicial. Concessionado pela primeira vez em Outubro de 1964, por um prazo de 50 anos, à Fábrica de Artigos de Vestuário Estilo Limitada, em Dezembro de 1999, a concessão foi transmitida para a Sociedade Fomento Predial Socipré. Como o novo prazo de aproveitamento de 42 meses que também não foi cumprido. Em Maio de 2015, o então Chefe do Executivo, Fernando Chui Sai On, declarou a caducidade da concessão. Nunu Wu e João Santos Filipe

Cooperação Delegação do GIF discutiu lavagem de dinheiro em Guangdong

Uma delegação do Gabinete de Informação Financeira (GIF) visitou a secção de combate ao branqueamento de capitais da Sucursal do Banco Popular da China da província de Guangdong para abordar a “criação de um mecanismo de prevenção e

de controlo de riscos financeiros” entre as duas regiões. O encontro aconteceu na segunda-feira e foi divulgada ontem, através de uma nota de imprensa do GIF. A criação do mecanismo faz parte do “Parecer de apoio financeiro prestado para a construção da

Zona de Cooperação Aprofundada entre Guangdong e Macau em Hengqin”. Segundo a versão oficial, no encontro foram discutidas “as características e as últimas tendências de transacções suspeitas de envolvimento do fluxo de capitais transfronteiriço”

e a possibilidade de promover a “formação de quadros qualificados na área financeira”. Após a reunião, o GIF destacou que irá “manter um contacto, ainda mais estreito, com as diversas entidades homólogas instaladas em Guangdong”.

Faz-se público que, por despacho da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura, de 12 de Setembro de 2023, se encontra aberto o Concurso Público para o“Fornecimento de Alimentos Refrigerados e Embalados a Vácuo aos Serviços de Saúde”, cujo Programa do Concurso e o Caderno de Encargos se encontram à disposição dos interessados desde o dia 27 de Setembro de 2023, todos os dias úteis, das 9,00 às 13,00 horas e das 14,30 às 17,30 horas, na Divisão de Aprovisionamento e Economato destes Serviços, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau, onde serão prestados esclarecimentos relativos ao concurso, estando os interessados sujeitos ao pagamento de MOP38,00 (trinta e oito patacas), a título de custo das respectivas fotocópias (local de pagamento: Secção de Tesouraria dos Serviços de Saúde, que se situa no r/c do Edifício do Centro Hospitalar Conde de São Januário) ou ainda mediante a transferência gratuita de ficheiros pela internet na página electrónica dos S.S. (www.ssm.gov.mo).

As propostas serão entregues na Secção de Expediente Geral destes Serviços, situada no r/c do Centro Hospitalar Conde de São Januário e o respectivo prazo de entrega termina às 17,30 horas do dia 27 de Outubro de 2023.

O acto público deste concurso terá lugar no dia 30 de Outubro de 2023, pelas 10,00 horas, na “Sala de Reunião”, sita na Rua do Campo, n.º 258, Edifício Broadway Center, 3.º andar C, Macau.

A admissão a concurso depende da prestação de uma caução provisória no valor de MOP326.326,00 (trezentas e vinte e seis mil, trezentas e vinte e seis patacas) a favor dos Serviços de Saúde, mediante depósito, em numerário ou em cheque, na Secção de Tesouraria destes Serviços ou através da Garantia Bancária/Seguro-Caução de valor equivalente.

Serviços de Saúde, aos 21 de Setembro de 2023

O Director dos Serviços de Saúde Lo Iek Long

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A representante do Grupo Top Builders indicou que a empresa está confiante no mercado de habitação de Macau
RÓMULO SANTOS

JOGO SETEMBRO COM RECEITAS SUPERIORES A 12 MIL MILHÕES

ATÉ 24 de Setembro, as receitas brutas do jogo atingiram o valor de 12 mil milhões de patacas. A estimativa faz parte de um relatório do banco de investimento JP Morgan Securities (Asia Pacific), citado pelo portal GGR Asia.

“Esta estimativa implica que na semana passada o ritmo das receitas cresceu aos poucos para um valor diário entre os 550 milhões de patacas e os 560 milhões de patacas. Na semana anterior, o valor situava-se entre 540 milhões de patacas e 550 milhões de patacas”, consta no relatório do banco de investimento.

Segundo a mesma fonte, nas duas primeiras semanas deste mês, as receitas diárias rondavam 430 milhões de patacas, o que foi explicado com “as condições extremas” do clima, nomeadamente o tufão Saola e um dia com inundações.

“Este valor está dentro das nossas estimativas, com as previsões a apontarem para receitas brutas mensais entre 14,5 mil milhões de patacas e 15 mil milhões de patacas (ou entre 480 milhões a 500 milhões por dia)”, é acrescentado pelos analistas DS Kim, Mufan Shi e Selina Li.

Em Agosto, as receitas brutas do jogo foram de 17,21 mil milhões de patacas, no que representou um crescimento de 3,3 por cento face a Julho. Este foi o melhor desempenho mensal da principal indústria do território desde Janeiro de 2020, o primeiro mês da pandemia e antes da campanha contra as promotoras de jogo, quando as receitas brutas alcançaram o montante de 22,13 mil milhões de patacas.

Em relação aos feriados da Semana Dourada, a JP Morgan indica que há “um clima de optimismo” entre as concessionárias, e que muitas esperam que sejam batidos os recordes de receitas pós pandemia.

Estradas Trânsito e chuva provocaram mais buracos

O Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) adiantou ao canal chinês da Rádio Macau que foram descobertos este mês mais buracos nas estradas, do que é habitual, devido às chuvas fortes que caíram nas últimas semanas. Entre os dias 1 e 21 deste mês foram descobertos 290 novos buracos nas vias públicas, mais 100 face a Agosto, sendo que o IAM já realizou obras em 240. Além das chuvas fortes, outra das causas apontadas pelo IAM para o surgimento de buracos nas estradas é o intenso fluxo automóvel e, sobretudo, a passagem de veículos pesados na Avenida da Amizade. O IAM promete reforçar a inspecção destes locais. Addy Chan, vice-presidente da Associação de Engenheiros de Macau, explicou que os buracos são causados pela erosão do solo e colapso gradual da rede de esgotos. Além disso, o responsável acrescenta que as últimas obras nas vias foram realizadas usando técnicas e materiais que visam a maior durabilidade do pavimento, situação que agrada ao sector da construção.

As ironias do destino

APESAR de encerradas ao público desde 2018 e isoladas com separadores de plástico, as Portas do Entendimento voltaram a sofrer novos danos. A notícia foi avançada na edição de ontem do Jornal Cheng Pou.

Segundo o relato da publicação em língua chinesa, o monumento continua encerrado, sem poder receber visitantes, apesar das obras de renovação terem terminado. Também a gestão do espaço foi entregue ao Instituto para os Assuntos Municipais (IAM). No entanto, e apesar de no local terem sido colocadas protecções com separadores de plástico, tal não impediu que a estrutura sofresse novos danos, em dois vidros que fazem parte das barreiras de protecção do acesso ao monumento.

A causa dos danos é desconhecida, podendo ter sido causada pelos fortes ventos que se fizeram sentir em Macau no início do mês, com a passagem do Tufão Saola.

Em Setembro deste ano, foi anunciado que as Portas do Entendimento vão estar integradas na “segunda fase do corredor verde”, que vai ser criado na costa Sul da península, entre a Ponte

Encerrado ao público praticamente desde 2018 e isolado com separadores de plástico, o monumento Portas do Entendimento apresenta novos danos, desta feita em dois vidros da vedação

Governador Nobre de Carvalho e as Portas do Entendimento. Apesar de o projecto ainda não estar concluído, o IAM respondeu este mês a uma interpelação escrita de Ho Ion Sang revelando que no local vão ser instalados espaços de lazer, uma praça de actividades e equipamentos de manutenção física.

Obras atribuladas

As obras de renovação do monumento Portas do Entendimento estiveram envoltas em controvérsia, após os trabalhos terem sofrido um atraso. A obra foi adjudicada por 38,8 milhões de patacas ao consórcio constituído pela Companhia de Construção e Engenharia Lei Fung e Sociedade de Construção e Engenharia – Grupo de Construção de Xangai – SCG (Macau).

Apesar da promessa de completar a renovação num prazo de 515 dias, o monumento foi entregue com 59 dias de atraso, o que levou o Governo a aplicar uma multa de 2,8 milhões de patacas à adjudicatária, em Outubro do ano passado.

A penalização foi ainda questionada em tribunal, mas em Maio deste ano o Tribunal de Segunda Instância, numa decisão acatada pelo consórcio,

Apesar de no local terem sido colocadas protecções com separadores de plástico, tal não impediu que a estrutura sofresse novos danos

considerou que a multa aplicada era legal.

Lamentada pouca utilização

As Portas do Entendimento foram inauguradas em 1993 e têm como autor o artista plástico João Charters de Almeida e Silva. Em 2017, em declarações ao HM, o autor lamentou a pouca utilização do monumento, ao contrário do que disse ter acontecido após a inauguração.

“Lembro-me do monumento ser utilizado. Tenho fotografias do monumento cheio de pessoas, a ser visitado”, afirmou Almeida e Silva, em 2017. “Depois fez-se aquela via rápida e [o monumento] acabou por desaparecer um pouco. Mas a peça está feita para dialogar com o tecido urbano, não para ser tratada como um bibelot. Está estudada e foi congeminada para ser uma peça de integração urbana”, indicou. “Se não há pessoas para visitar, é porque não há acessos, e isso deve competir ao Governo e a quem toma essas decisões. Lamento, pois é um trabalho público, foi feito para o espaço público, e tem uma simbologia que é de uma actualidade absoluta: entendimento, o que precisamos de hoje em dia, porque ninguém se quer entender”, acrescentou o artista plástico. João Santos Filipe

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CONSTRUÇÃO PORTAS DO ENTENDIMENTO ENCERRADAS E COM NOVOS DANOS
27.9.2023 quarta-feira
RÓMULO SANTOS

Bombeiros Concluído sétimo curso de formação

Realizou-se no último fim-de-semana, entre 21 de Setembro, o sétimo curso de formação intitulado “Chefe Comunitário de Segurança contra Incêndios”, para o qual foram convidadas 62 pessoas ligadas a associações locais para participar na actividade. Segundo uma nota de imprensa do Corpo de Bombeiros (CB), o curso incidiu sobre “a teoria de prevenção contra o fogo e estágios de luta contra o fogo”, e foram abordados conteúdos relacionados com o regime jurídico da segurança contra incêndios em edifícios e recintos e ainda o regime jurídico do controlo de substâncias perigosas, além de terem sido dadas palestras sobre conhecimentos ao nível da protecção contra incêndios e acções de socorro. O CB realizou sete cursos de formação e ainda três cursos avançados de formação, que contaram com 405 chefes comunitários de segurança contra incêndios.

SMG Mau tempo devido a depressão tropical

Uma depressão tropical localizada no Mar do Sul da China, que está a deslocar-se para a zona central do Vietname, irá causar mau tempo e chuvas fortes em Macau a partir de sexta-feira, afectando as condições meteorológicas até segunda-feira. Segundo a previsão dos Serviços Meteorológicos e Geofísicos (SMG), no fim-de-semana “uma área de baixa pressão irá desenvolver-se na parte central do Mar do Sul da China e pode deslocar-se para a Ilha de Hainan”. Desta forma, “o tempo na região vai tornar-se muito nublado, com os aguaceiros a aumentar”. Ontem foi emitido o sinal amarelo para temperaturas altas, esperando-se para hoje temperaturas entre os 26 e os 33 graus centígrados, bem como humidade relativa do ar entre 60 e 95 por cento. Prevê-se que a depressão tropical enfraqueça à medida que se desloca para o interior do Vietname.

Covid-19 Registados dois casos colectivos

Os Serviços de Saúde anunciaram o registo de dois casos colectivos de covid-19 em escolas do território, na segunda-feira. O primeiro caso foi detectado na turma E do 10.º ano da Escola Secundária Pui Va, na Rua Dois do Oceano Garden, na Taipa, com quatro alunos infectados. A segunda ocorrência aconteceu na turma A do 12.º ano da Escola Fong Chong da Taipa, na Rua de Chaves, com sete infectados. No total, as autoridades registaram 13 alunos infectados, que estão em estado “estável sem complicações graves ou doenças graves”. Os primeiros sinais sugiram na sexta-feira, com os doentes a sentirem “sintomas de infecção do tracto respiratório superior”, como febre, dor de garganta e tosse. Também nessa altura surgiram os primeiros testes rápidos positivos

ZHUHAI ACIDENTE CAUSA MORTE DE MENINO DE DEZ ANOS

Tragédia no túnel

Um acidente de viação no túnel de Gongbei, em Zhuhai, causou a morte de um menino de dez anos e ferimentos graves no pai, que se encontra em estado crítico. As autoridades de Guangdong prometeram apresentar um relatório sobre o acidente.

damente que do acidente não resultaram feridos nem mortes. No programa matinal “Ou Mun Tin Toi” transmitido ontem do canal chinês da Rádio Macau, um ouvinte, que afirmou ser amigo do pai da criança, queixou-se da “imprudência” do jornal Ou Mun, que acabou por divulgar informações que não corresponderam à verdade.

“O meu amigo ligou-me a dizer que tinha uma avaria no carro e pediu-me o número de telefone do reboque. Quando lhe liguei de volta para dar o número de telefone, ouvi o som de uma explosão e ninguém me respondeu. Fiquei preocupado e pouco tempo depois começaram a ser divulgados vídeos nas redes sociais e a notícia do Ou Mun acabou por me acalmar.”

Tragédia à meia-noite

O estado de calma do indivíduo que ligou para a transmissora pública alterou-se horas mais tarde quando a esposa do sinistrado o informou da morte da criança e do estado crítico do em que se encontrava o seu marido. Nesta altura, o residente estaria num hospital da cidade vizinha a aguardar cirurgia.”A minha disposição

“O meu amigo ligou-me a dizer que tinha uma avaria no carro e pediu-me o número de telefone do reboque. Quando lhe liguei de volta para dar o número, ouvi o som de uma explosão e ninguém me respondeu.”

UM menino de dez anos, residente de Macau, morreu num acidente de viação ocorrido na noite de segunda-feira no túnel de Gongbei, em Zhuhai, sendo que o seu pai, de 59 anos de idade, está em estado crítico num hospital de Zhuhai. O menino

faleceu após ter sido transportado para o hospital. O vídeo do acidente, entretanto divulgado nas redes sociais, mostra um camião a colidir com a viatura em que seguiram os residentes.

A informação do falecimento do menor e do estado grave do pai foi confirmada pelo

gabinete do secretário para a Segurança, Wong Sio Chak, após terem sido contactadas as autoridades da cidade vizinha. Os dados do acidente foram divulgados ontem à tarde após uma notícia do jornal Ou Mun, publicada poucas horas depois do acidente, ter referido erra -

mudou do dia para a noite. Se [o jornal] não sabia [concretamente] a situação dos feridos no acidente, não deveria ter publicado a frase ‘felizmente ninguém ficou ferido ou morreu no acidente’”, adiantou no programa de rádio.

Ainda segundo o gabinete de Wong Sio Chak, as autoridades de Guangdong prometem apresentar um relatório sobre o ocorrido. Andreia Sofia Silva e Nunu Wu

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FOTOS MACAO DAILY NEWS

CCCM REVISTA “VIA DO MEIO” APRESENTADA EM LISBOA

Páginas coleccionáveis

Nascida das páginas do HM e lançada em Macau, a revista “Via do Meio” foi apresentada na segunda-feira em Lisboa, no Centro Científico e Cultural de Macau. Carlos Morais José, director da publicação, falou da importância de traduzir para português textos clássicos de grandes civilizações, como a chinesa

FOI ontem lançado em Lisboa, no Centro Científico e Cultural de Macau (CCCM), o primeiro número da revista “Via do Meio”, com textos sobre poesia, arte e pensamento chinês traduzidos por sinólogos e académicos dedicados à cultura chinesa. De frisar

que a publicação, dirigida por Carlos Morais José, teve origem nas páginas do HM, que começou por publicar alguns textos de autores como Paulo Maia e Carmo, Ana Cristina Alves, Cláudia Ribeiro ou as traduções de Rui Cascais, entre outros, algo que se mantém nas edições diárias.

CHAMA-SE “DIVERSAS

- A diversidade na tradução português-chinês” e estreia hoje no campus da Universidade de São José (USJ), sendo a primeira mostra dos trabalhos dos alunos da licenciatura em Estudos de Tradução de Português-Chinês da mesma instituição de ensino. A mostra que pode ser visitada até 20 de Outubro na galeria Kent Wong é organizada pelo departamento de línguas e cultura da Faculdade de Artes e Humanidades da USJ.

O amor em palavras

Trabalhos de alunos de tradução da USJ em exposição

São apresentados 30 projectos desenvolvidos no âmbito das disciplinas da licenciatura, resultando “numa exibição multifacetada” que estabelece um “diálogo intercultural e linguístico entre o português e o chinês”.

Segundo um comunicado da USJ, “esta exposição é o resultado do esforço, dedicação e talento dos alunos, reflectindo a

diversidade destas duas línguas tão distintas”, nomeadamente o chinês e o português. Através da arte explora-se “a tradução e interpretação de textos, abrangendo diversos géneros, temas e campos do saber”. “A diversidade dos trabalhos expostos reflecte não apenas a riqueza linguística, mas também as diferenças culturais, sociais e

históricas entre os mundos sino-lusófonos”, acrescenta-se.

Significados e perspectivas

A exposição “DIVERSAS” permite aos visitantes “explorar e descobrir a pluralidade de significados e perspectivas que surgem ao longo do processo de ensino e aprendizagem das línguas”, sendo que “cada peça da exposição é o testemunho do desafio que é traduzir não somente palavras, mas também contextos, ideias e sentimentos entre culturas e tradições tão ricas”.

Durante a apresentação, Carlos Morais José realçou a importância de divulgar mais “uma cultura que, para nós europeus, apresenta muitas vezes aspectos difíceis de compreender”, falando dos primórdios deste projecto editorial.

“Somos um órgão de comunicação social em língua portuguesa da RAEM, e entendemos que é importante ter esse papel de transmissor da cultura chinesa. Então, desde o princípio, investimos nisso e há algum tempo que propomos a alguns autores que escrevam sobre a China e que traduzam textos clássicos chineses que ainda não estavam disponíveis em português.”

Em Macau, a “Via do Meio” já vai o seu terceiro número. Mas a transposição para o mercado português faz sentido “porque o mercado de Macau em língua portuguesa é muito limitado”, disse. “Faz sentido publicar [em Macau], mas é uma pena gastarmos tantos recursos e ficarmos apenas naquele mercado limitado. Podemos falar da Internet, mas este não é um tipo de leitura para [formato online], esta revista, se quiserem, é para coleccionar, para guardar em casa, para ir lendo.”

Traduzir é preciso

Carlos Morais José deixou ainda o repto para se continuar a traduzir os textos clássicos das grandes civilizações, como é o caso da

Segundo a USJ, este evento possibilita “não só uma oportunidade para conhecer o trabalho e a criatividade dos nossos estudantes, mas também para reflectir sobre a importância do diálogo intercultural na construção de um mundo mais inclusivo e harmonioso”. A mostra é também “um convite à reflexão sobre o papel da tradução na aproximação de mundos, na compreensão de outras culturas e na construção de pontes entre pessoas e nações”.

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FOTOS HOJE MACAU
A.S.S.

chinesa, uma civilização milenar. “[Traduzir] é um trabalho de defesa da nossa língua. Nós temos de ter os grandes textos traduzidos em português e esse é um trabalho fundamental, nosso, dos portugueses e de todos os países que falam a língua portuguesa. Não podemos dizer que vamos ler Confúcio e lermo-lo em inglês. É preciso que os grandes textos das grandes civilizações estejam traduzidos para língua portuguesa.”

A apresentação da revista foi acompanhada de uma pequena palestra sobre confucionismo, também protagonizada por Carlos Morais José, que recordou o facto de a “via do meio” ser um caminho que se percorre constantemente, nunca finalizado. “Confúcio diz que é impossível estar constantemente na via do meio, que é difícil criá-la”, disse,

referindo-se a esta ideia como uma “utopia confuciana”.

“Não perceber a importância que esta civilização já teve na história, fundamental, [não é correcto] e penso que temos de a estudar. Estamos todos juntos no mesmo planeta e há conceitos chineses interessantes para pensar exactamente o planeta em que vivemos. Por exemplo, o conceito que Xi Jinping criou de uma co-

munidade global partilhada é algo incontornável. Essa comunidade já existe. Mas há outros conceitos igualmente importantes”, rematou.

Ontem foi ainda apresentado o projecto pioneiro de uma nova editora de Carlos Morais José em Portugal, a “Grão-Falar”, focada na publicação de clássicos chineses em português, e que já tem pensadas edições como “As Leis da Guerra”, de Sun Bin, com tradução e notas de Rui Cascais, ou “Textos Clássicos sobre Pintura”, de Paulo Maia e Carmo.

Destaque ainda para a apresentação da mesma publicação na passada quinta-feira em Braga, na Universidade do Minho, que tem o curso de Línguas e Culturas Orientais. Nessa sessão, Carlos Morais José fez também uma breve abordagem ao panorama do jornalismo em Macau. Andreia Sofia Silva

FUNDAÇÃO JORGE ÁLVARES LANÇADO NOVO WEBSITE

AFundação Jorge Álvares (FJA) lançou este mês, no dia 14, um novo website, “fortalecendo, assim, a sua presença online e melhorando o acesso à informação sobre a fundação, sua missão e actividades”, além de “divulgar notícias relevantes sobre Macau e a diáspora macaense espalhada pelo mundo”. Citada por um comunicado da FJA, Maria Celeste Hagatong, presidente da fundação, disse que o projecto resulta “de um forte investimento na política de gestão da comunicação e imagem da Fundação Jorge Alvares”. “Convidamos todos aqueles que se interessam por Macau a explorarem o nosso site e a envolverem-se

nas nossas iniciativas”, acrescentou. O novo portal inclui secções como “Mensagem da Presidente”; “Quem foi Jorge Álvares”, “A Fundação” e a “Biblioteca Digital FJA”. Ao centro, realçam-se conteúdos como “A última Newsletter do mês” e a “Colecção de Arte da FJA no Museu do CCCM”.

A FJA foi criada em 1999 com o objectivo de suscitar e promover a cooperação entre Portugal e a RAEM, mantendo vivos os laços multisseculares existentes entre Portugal e a República Popular da China, de que Macau foi a manifestação mais significativa, sublinha a direcção da entidade.

DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE OBRAS PÚBLICAS ANÚNCIO

CONCURSO LIMITADO POR PRÉVIA QUALIFICAÇÃO DE OBRA PÚBLICA DESIGNADA POR «EMPREITADA DE CONCEPÇÃO E CONSTRUÇÃO DO VIADUTO ENTRE ZONA A E ZONA B DOS NOVOS ATERROS»

1. Entidade que põe a obra a concurso: Região Administrativa Especial de Macau.

2. Serviço por onde corre o procedimento do concurso: Direcção dos Serviços de Obras Públicas.

3. Modalidade de concurso: concurso limitado por prévia qualificação.

4. Objecto da empreitada: concepção e construção do viaduto entre a Península de Macau e a Zona A dos Novos Aterros Urbanos, de redes rodoviárias de ligação nas duas extremidades do viaduto, de passagem superior para peões e túnel pedonal.

5. Local de execução: a este do cruzamento entre a Avenida Dr. Sun Yat-Sen e Alameda Dr. Carlos d’ Assumpção, zona sul da Zona A dos Novos Aterros Urbanos e área marítima entre estes dois locais.

6. Obra dividida em partes: não.

7. Admissibilidade de apresentação de anteprojecto: sim.

8. Tipo de empreitada: por preço global.

9. Prazo de execução da obra: O prazo máximo de conceção e construção é de 1000 (mil) dias de trabalho, contados a partir da data de consignação. As metas obrigatórias serão posteriormente fixadas no anúncio da fase de apresentação de propostas e no respectivo ofício-convite a dirigir às entidades que tenham sido seleccionadas. (Para efeitos da contagem do prazo de execução da presente empreitada de Concepção e Construção, somente os Domingos e os feriados estipulados na Ordem Executiva n.º 60/2000 não serão considerados como dias de trabalho.)

10. Preço base: não há.

11. Condições de admissão: pessoas, singulares ou colectivas, inscritas na DSSCU na modalidade de execução de obras, bem como aquelas que à data limite de apresentação de candidaturas tenham requerido ou renovado a referida inscrição, sendo que neste último caso a admissão é condicionada ao deferimento do pedido de inscrição ou renovação. As pessoas, singulares ou colectivas, por si ou em agrupamento, só podem submeter uma única candidatura ou proposta.

12. Modalidade jurídica da associação a adoptar pelo concorrente em agrupamento a quem venha eventualmente a ser adjudicada a empreitada: consórcio externo nos termos previstos no Código Comercial, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 40/99/M, de 3 de Agosto.

13. Local e hora para consulta do processo do concurso e obtenção de cópias:

Local: sede da DSOP, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 9.º andar.

Hora: todos os dias úteis, das 9,00 às 12,45 e das 14,30 às 17,00 horas, até à data limite para apresentação de candidaturas. Para além da obtenção das cópias (versão digital) do processo do concurso no local acima citado, sujeito às regras e aos termos de utilização do serviço de descarregamento online, podem as mesmas serem descarregadas da página electrónica da Direcção dos Serviços de Obras Públicas (www.dsop.gov.mo).

Cópias do processo do concurso: versão digital, mediante o pagamento de MOP$3 000,00 (três mil patacas).

14. Local, data e hora limite para a entrega de candidaturas:

Local: sede da DSOP, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 9.º andar.

Data e hora limite: dia 29 de Novembro de 2023 ( quarta-feira), até às 17,00 horas.

Em caso de encerramento do Serviço (DSOP) na data limite para a entrega de candidaturas por motivo de força maior ou outro motivo impeditivo, o prazo para a entrega de candidaturas é adiado para o primeiro dia útil seguinte à mesma hora

15. Língua a utilizar na redacção de candidaturas e das propostas: As candidaturas e as propostas, bem assim os documentos que as acompanham devem estar redigidos em qualquer uma das línguas oficiais da RAEM. É permitida a utilização de língua não oficial da RAEM nos casos expressamente indicados no Programa do presente Concurso.

16. Prazo de validade das candidaturas: as candidaturas são válidas até à notificação do acto da adjudicação, contado a partir da data do encerramento do acto público de abertura das candidaturas

17. Caução provisória: MOP$54 000 000,00 (cinquenta e quatro milhões de patacas), a prestar mediante depósito em dinheiro, garantia bancária ou seguro-caução aprovados nos termos legais.

18. Caução definitiva: 5% do preço total da adjudicação (das importâncias que o adjudicatário tiver a receber, em cada um dos pagamentos parciais são deduzidos 5% para garantia do contrato, em reforço da caução definitiva prestada).

19. Data de realização do acto público de abertura das candidaturas: Local: sala de reunião da DSOP, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar. Dia e hora: 30 de Novembro de 2023 (quinta-feira), pelas 09,30 horas.

Em caso de encerramento do Serviço (DSOP) na data de realização do referido acto público, por motivo de força maior ou qualquer outro motivo impeditivo, a data de realização do acto público de abertura das candidaturas é adiada para o primeiro dia útil seguinte à mesma hora. Os candidatos ou os seus representantes devidamente mandatados devem estar presentes no acto público para os efeitos previstos no artigo 80.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados.

20. Critérios de apreciação de candidaturas (Qualificação):

N.º de Ordem Critérios de apreciação de candidaturas (Qualificação) Proporção

20

4 Comunicação e entrevista 10

21. Critério de qualificação: Consideram-se qualificados os candidatos que, conforme os Critérios de Apreciação de Candidaturas (Qualificação), cumpram os requisitos fixados no critério Capacidade Integrada e obtenham, respectivamente, classificação não inferior a 50% da proporção fixada para os critérios Experiência Técnica, Recursos Humanos e Comunicação e Entrevista.

22. Número de entidades qualificadas a convidar para apresentação de proposta: para apresentação de propostas, serão convidados os primeiros cinco candidatos qualificados que obtiverem a pontuação total mais elevada . Em caso de empate na pontuação total obtida, será priorizado o candidato com maior pontuação na Experiência Técnica; Em caso de empate na pontuação total e na pontuação na Experiência Técnica, será priorizado o candidato com a maior pontuação na Comunicação e Entrevista.

23. Prazo de envio de convites para a apresentação de propostas: 360 (trezentos e sessenta) dias, contados a partir da data de encerramento do acto público de abertura das candidaturas.

24. Local, data e hora limite para apresentação de propostas:

Local: sede da DSOP, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 9.º andar.

Data e hora: a fixar posteriormente no anúncio e no respectivo ofício-convite a dirigir às entidades qualificadas que tenham sido selecionadas.

Em caso de encerramento do Serviço (DSOP) na data limite para a apresentação de propostas, por motivo de força maior ou qualquer outro motivo impeditivo, a respectiva data é adiada para o primeiro dia útil seguinte à mesma hora.

25. Data de realização da sessão pública de abertura das propostas:

Local: sede da DSOP, sita na Av. do Dr. Rodrigo Rodrigues, Edifício Nam Kwong, 10.º andar.

Data e hora: a fixar posteriormente no Anúncio e no respectivo ofício-convite a dirigir às entidades qualificadas selecionadas. Em caso de encerramento do Serviço (DSOP) na data de realização da sessão pública de abertura das propostas, por motivo de força maior ou outro motivo impeditivo, a respectiva data é adiada para o primeiro dia útil seguinte à mesma hora.

Os concorrentes ou os seus representantes devidamente mandatados devem estar presentes na sessão pública para os efeitos previstos no artigo 88.º do Decreto-Lei n.º 74/99/M, de 8 de Novembro, e para esclarecer eventuais dúvidas relativas aos documentos apresentados.

26. Prazo de validade das propostas: as propostas são válidas no prazo de 360 (trezentos e sessenta) dias, a contar da data do encerramento da sessão pública de abertura das propostas, prorrogável, nos termos previstos no Programa do Concurso de Prévia Qualificação.

27. Critérios de apreciação das propostas:

de apreciação das propostas

- Registo sobre o estado de segurança e saúde ocupacional

28. Critério de adjudicação: A adjudicação é efectuada ao concorrente com pontuação total mais elevada e, no caso de haver empate na pontuação total mais elevada, a adjudicação é efectuada ao concorrente com a proposta de preço mais baixo.

Região Administrativa Especial de Macau, aos 22 de Setembro de 2023.

O Director, Lam Wai Hou

eventos 7
27.9.2023 www.hojemacau.com.mo PUB.
quarta-feira
1 Capacidade integrada 40 2 Experiência
30 3 Recursos humanos
técnica
Critério
Proporção
Preço 50
Prazo de conceção e construção 20
Projecto de engenharia 10
Método
15
-
-
-
-
construtivo
5
“[Traduzir] é um trabalho de defesa da nossa língua. (…) Não podemos dizer que vamos ler Confúcio e lermo-lo em inglês.”
CARLOS MORAIS JOSÉ

(Continuação do publicado na edição anterior)

O PRIMEIRO pintor chinês de que se sabe o nome foi o poeta e pintor Gu Kaizhi 顧愷之 (345-411), da dinastia Jin. Nenhuma das suas pinturas murais sobreviveu. As fontes escritas asseveram que Gu Kaizhi possuía grande mestria técnica, sabendo integrar elementos do passado com elementos inéditos, e que revelava influências taoístas e budistas. Julga-se que foi o primeiro a pintar árvores e rochas ao lado de figuras humanas. As suas pinturas eram narrativas, como ilustração de textos. Esta tendência começou provavelmente na dinastia Han, como maneira de ensinar e promover os valores confucionistas. Gu Kaizhi recorria ao desenho de linha e os rostos das figuras que criava eram muito expressivos, captando o carácter e a atitude das pessoas. Os retratos na pintura chinesa, desde as primeiras representações em contextos funerários, pretendiam ser representações do carácter, reputação e estatuto social de grandes oficiais, mártires, figuras religiosas e imperadores, e não tanto o seu verdadeiro aspecto físico.

Uma das mais antigas pinturas de que se tem notícia, não ainda de paisagem, mas com uma paisagem, foi atribuída a Gu Kaizhi e intitula-se洛神赋图 Luo shen, A deusa do rio Luo (Figura 13). Ilustra um poeta célebre a ser seduzido por uma deusa a que acaba por renunciar para se dedicar a Buda. O original já não existe. O Museu do Palácio Imperial de Pequim possui uma versão da dinastia Song (960–1279) e uma outra encontra-se na Freer Gallery of Art, Washington, D.C.

de um caminho largo que serpenteia sob um precipício. Árvores cobrem os picos das montanhas e bambus crescem nos vales. Faisões, coelhos, um cervo e um tigre pontilham as encostas. À esquerda, um arqueiro ajoelhado prepara-se para lançar uma flecha. A meio, um riacho jorra sobre pedregulhos. O sol e a lua cavalgam sobre as nuvens.

A pintura tradicional

linear da ponta do pincel que adiciona músculo ao traço. Sem esse movimento, a pintura amolece. Utiliza-se sobretudo para pintar ramos, caules e galhos e mesmo as flores mais delicadas, revelando nelas uma força oculta.

3) 應物象形ying wu xiang xing, conseguir conformidade com os objectos de modo a produzir semelhança. Na verdade, trata-se de encetar uma relação com as coisas na qual se retrate mais a sua verdadeira natureza do que a sua semelhança exterior.

A designação 文房四宝 wenfang sibao, os Quatro Tesouros do Estúdio, que faz referência ao pincel, à tinta, ao tinteiro e ao papel parece ter surgido nesta altura, entre 420 e 589 d.C. (Figura 15).

女史箴圖Nüshi zhen tu, Advertência da Instrutora às Damas da Corte, foi igualmente atribuída a Gu Kaizhi. Ilustra um texto moralizante de Zhang Hua 張 華 (séc. III) para instruir acerca do ideal moral e da conduta adequada às mulheres da corte imperial. O original também já não existe, mas apenas uma cópia do séc. VI. Na quinta cena ergue-se uma montanha piramidal (Figura 14). Com uma sobreposição de picos arredondados, assemelha-se aos topos cónicos dos vasos em forma de montanha da dinastia Han. A profundidade é sugerida através

Gu Kaizhi foi também um grande teórico da pintura, autor de 畫雲臺山記 Hua Yuntaishan Ji, Sobre a pintura dos terraços de nuvens das montanhas, onde afirma que através da paisagem se pode compreender melhor as biografias dos Imortais taoístas.

O primeiro e mais notável tratado acerca dos preceitos a adoptar na execução e apreciação de pintura é da autoria de Xie He 謝赫 (final do séc. V) e intitula-se 古畫品錄 Gu hua pin lu, Avaliação dos antigos pintores. Avalia vinte e sete antigos pintores de acordo com o critério dos 繪畫六法 Huihua liufa, “Seis Preceitos a Considerar em Pintura”. Não se tratava de novos preceitos, mas de preceitos que já estavam então em vigor na época. E, no essencial, nunca viriam a ser abandonados ou substituídos por outros. Os Seis Preceitos são os seguintes:

1) 氣韻生動 qi yun sheng dong, gerar um movimento vívido através da ressonância do sopro vital. Os chineses explicam todo o tipo de eventos em termos de movimentos de qi, o sopro vital. Tal como acontece com o Dao, ninguém o vê, mas ele tudo penetra e tudo anima. A pintura pretende transmitir essa respiração do mundo, o que só resulta se o qi que flui no pintor e o qi que flui no mundo não se obstruírem mutuamente, mas tornarem-se antes num único fluído.

2) 骨法用筆gu fa yong bi, manejar o pincel de modo que revele o osso. Trata-se de uma técnica imprescindível para alguém se tornar pintor. Assenta num princípio estético intimamente relacionado com os materiais tradicionais da pintura e da caligrafia chinesas, o pincel e a tinta. O traçar das linhas deve transmitir a estrutura, o “osso”, dando uma sensação de força e confiança e revelando o próprio sopro de vida do pintor. A ossatura é conseguida através de um movimento

4) 隨類賦彩sui lei fu cai, aplicar a cor de acordo com as características. O uso da cor era quase sempre muito comedido. Na pintura de paisagem, a partir da ascensão da pintura dos letrados após a queda da dinastia Tang, a preferência ia para o uso exclusivo de tinta negra porque o bom pintor sabia sugerir as diferentes cores através da sua aplicação diluída em maior ou menor quantidade de água.

5) 經營位置jingying weizhi, planear a posição e organização. Trata-se da composição, da ordenação dos elementos da pintura no espaço da seda ou do papel e do aproveitamento do vazio e do cheio.

6) 傳移模寫chuan yi mo xie, transmitir modelos. Há que tomar a própria natureza como modelo, mas também que tomar como modelo as pinturas dos antigos mestres, preservando o seu espírito, embora adicionando sempre um toque pessoal, o seu próprio estilo. A evolução da pintura chinesa não se assemelha à evolução da pintura ocidental. Esta consiste numa sucessão de movimentos disruptivos, com origem na pretensão de apresentar modelos totalmente novos. Na China, a evolução fez-se em espiral, o passado não perdendo nunca o seu valor de modelo, sendo antes incorporado no presente. O presente pretende ser o passado com melhorias, acrescentos e elaborações.

Zong Bing宗炳 (375-443) foi outro grande teórico de arte, autor do  畫山水序 Hua shanshui xu, Introdução à pintura de montanhas e água. Já pensava a pintura de paisagem como filosofia, como um passeio do pensamento. Zong Bing começa por abordar a natureza espiritual da paisagem e lembra que várias figuras estimadas do passado, como o lendário Imperador Amarelo, o sábio Yao, Confúcio e vários eremitas, viveram e vadiaram nas montanhas. Wang Wei王微 (415–453), o antigo, foi igualmente um teórico eivado de taoísmo, além de pintor, e redigiu um tratado sobre pintura de paisagem, o敘畫 Xu hua, Discussão sobre pintura, defendendo ideias semelhantes às de Zong Bing.

Os pincéis difundiram-se a partir do séc. II a.C., aperfeiçoaram-se muito nos sécs. VII-XII e atingiram o auge de sofisticação nos sécs. XIV-XVII. São feitos de pelos de animais (doninha, lebre, cordeiro, cabra, porco, raposa, cavalo, esquilo, leopardo, tigre…). Cada técnica ou tema necessita de um pincel diferente: duro, macio ou intermédio. Apresentam uma ponta cónica e os pêlos são atados a um cabo de bambu ou madeira ou, mais raramente, de laca, porcelana, marfim ou jade. O pincel que se usava para a pintura era muito semelhante ao que se usava para a caligrafia, mas existe uma maior variedade nas formas e no grau de resistência nos pincéis para pintura.

A tinta preta 墨mo deriva do negro de fumo, uma substância produzida pela queima de resinas de pinheiro ou óleo de tungue. Os pigmentos coloridos derivam de materiais vegetais e minerais. Obtêm-se as tintas ao prensá-las em forma de bolo ou bastão misturado com cola contra uma pedra molhada. De início não havia produção comercial e cada artista tinha de fabricar as suas próprias tintas. Na dinastia Tang, um funcionário passou a ficar responsável pela produção e controle da qualidade dos bastões de tinta. Os melhores, destinados à corte, eram os de tinta perfumada, como cravo, cânfora, almíscar, etc.. Alguns fabricantes criavam bastões com formas peculiares, como espadas ou sinos ou decoravam-nos com figuras como dragões, recorrendo a várias cores e ao dourado. O artista moía o bastão de tinta num tinteiro com água imediatamente antes de pintar, de modo a obter tinta líquida. Os tinteiros podiam ser de pedra natural ou de terracota ru-

27.9.2023 quarta-feira 8 VIA do MEIO
Cláudia
Figura 13. 洛神賦圖Luo shen fu tu, A deusa do rio Luo, de Gu Kaizhi 顧愷之. Pintura sobre seda. Cópia da dinastia Song. Figura 14. Pormenor de cena com montanha em 女史箴圖Nüshi zhen tu, Advertência da Instrutora às Damas da Corte, de Gu Kaizhi 顧愷之 Museu Britânico, Londres. Figura 15. Pormenor de 《南生鲁四乐图》Nansheng lu si le tu, Os Quatro Tesouros do Estúdio, de Chen Hongshou 陈洪绶, dinastia Ming.

tradicional chinesa

Ribeiro

gosa e já na dinastia Há eram utilizados para a escrita. Tiveram origem nos instrumentos para a moagem de pedras. O fabrico de tinteiros atingiu o auge na dinastia Ming no que toca à variedade de formas e, na dinastia Qing, no que toca à decoração e coloração. Eram muito valorizados pelos coleccionadores. Na dinastia Song (XI-XIII) foram escritos muitos tratados acerca do fabrico e uso da tinta.

Dinastias Sui (581 a 618 d.C.) e Tang (618-907 d.C.)

Nos túmulos da cosmopolita dinastia Tang encontram-se cenas de grande sofisticação artística com serventes, guardas, caça ou jogos de pólo, cenas quotidianas e representações de estrangeiros (Figuras 16 e 17). Nos santuários budistas em grutas, o nível de execução atinge alturas sem precedentes. Nas 492 grutas de Mogao, Dunhuang, província de Gansu, encontram-se quarenta e cin-

co mil metros quadrados de exemplos notáveis de pintura mural budista que constitui, a um tempo, um registo da história do noroeste da China.

O estilo (风格fengge) Tang caracterizava-se pelo rigor e respeito pelas regras, por uma composição cuidada e por linhas finas, mas também por uma extrema variedade, fruto da influência das diversas correntes de pensamento, confucionismo, taoísmo e budismo.

Mas a pintura mural começou a passar para segundo plano. Foi nesta dinastia que teve início o período clássico da pintura chinesa que será a pintura do pincel, da seda e do papel. Infelizmente, a esmagadora maioria das pinturas anteriores ao ano 1000 d.C. não sobreviveram até aos dias de hoje.

A pintura de paisagem começou então a afirmar-se como o género predominante, o que ficaria consumado por volta do séc. XIII. As técnicas de pintura tinham-se desenvolvido a bom ritmo, estimulando uma maior atenção aos pormenores. Além disso, tal como sucedera no ocaso da dinastia Han, a guerra e a instabilidade que se seguiram à desintegração da dinastia Tang incentivaram um retorno à natureza em busca de paz e regularidade.

A primeira obra paisagista chinesa foi atribuída a Zhan Ziqian 展子虔 (ca. 550–604), da dinastia Sui, e intitula-se游

春图 Youchun tu, Excursão na Primavera (Figura 18).

A outra escola foi fundada pelo grande pintor, teórico e poeta Wang Wei 王 維 (701–761) na segunda metade da dinastia Tang. Wang Wei, um burocrata da corte Tang, fugiu à paleta de cores qinglübai e adoptou a monocromia sob influência do despojamento e da simplicidade conseguidas através de esforço aturado preconizados pelo budismo Chan 禪 (Zen). Wang Wei é considerado, por isso, o precursor da pintura monocromática dos letrados, aquela que vem à mente de imediato quando se pensa em “pintura chinesa”. Só restam cópias das suas obras. Pintava cenas quietistas com água e nevoeiro, com muito poucos detalhes e pouca ou nenhuma presença humana, para tanto recorrendo a salpicos e aguadas, além de linhas (Figura 20).

tinta para criar efeitos “acidentais” que são trabalhados posteriormente numa composição mais deliberada.

Havia vários outros géneros de pintura que continuavam também a ser praticados. A pintura de figuras humanas pode ser dividida em profana e religiosa. Nas pinturas religiosas, versando, por exemplo, sobre os 羅漢 luohan ou arhats do budismo, constata-se uma exigência de realismo, uma vez que se trata de representar personalidades históricas. Em meados da dinastia, nas pinturas encontradas em grutas budistas, tanto os temas como os procedimentos sofreram uma mudança. Representavam-se amiúde paraísos onde as almas aguardam a reencarnação ou o nirvana sob a luz do Buda Amitaba Constata-se que monges pintores dominavam as técnicas utilizadas pelos pintores da corte. (Figuras 21 e 22).

Figura 17. Baixo: Embaixadores estrangeiros são recebidos na corte. As duas figuras à direita são da Coreia, a figura de cabeça descoberta e nariz proeminente é um enviado da Ásia Central. Mural do túmulo de Li Xian, Mausoléu de Qianling, Shaanxi, 706 d.C.

Segue o estilo conhecido como青綠 白 qinglübai (“azul, verde, branco”) ou 金碧山水 jinbi shanshui (“paisagem de jade e ouro”), porque recorre a cores minerais como a malaquite e o lápis lazúli. As paisagens qinglübai tornar-se-iam numa imagem de marca da dinastia Tang. No entanto, formaram-se duas escolas de pintura de paisagem. Uma, praticada pelo pintor da corte Li Sixun李思訓 (653–718) e pelo seu filho Li Zhaodao李昭道 (760-830), criava pintura qinglübai decorativa e meticulosa, empregando a técnica de linha precisa herdada de artistas do passado como Gu Kaizhi e Zhan Ziqian (Figura 19).

A pintura de Wang Wei é definida pela adopção de técnicas mais espontâneas como a designada por 破墨pomo (tinta quebrada) que, não satisfeita com a função linear da pincelada, explora as várias tonalidades das aguadas. O vínculo entre a pintura e a caligrafia acentua-se. Os movimentos do pincel são amplos e a tinta vai sendo aplicada em aguadas que deixam no papel ou na seda espaços em branco. Outro exemplo de técnica espontânea é 泼墨 pomo, “salpicar a tinta” (notar a diferença nos dois caracteres homófonos), na qual o pintor, por vezes embriagado, lança, cospe e mancha com

27.9.2023 quarta-feira 9 VIA do MEIO
(Continua)
Figura 16. Cima: Jogadores de pólo. Pormenor na parede oeste do túmulo do príncipe Zhang Huai, enterrado em 706 d.C. O túmulo faz parte do Mausoléu de Qianling, Shaanxi. Dinastia Tang. Figura 18. 游春图 Youchun tu, Excursão na Primavera, de Zhan Ziqian展子虔. Museu do Palácio Nacional de Pequim. Figura 19. 宫苑图Gongyuan tu, Minghuan viaja para Shu (ou Fugindo para Shu). Atribuído a Li Sixun李思訓. Pintura sobre seda. Cópia da dinastia Ming. Museu do Palácio Imperial de Pequim. Figura 20. 雪溪圖Xuexi tu, Ribeiro com neve, atribuído a Wang Wei王維. Esta pintura perdeu-se depois da última dinastia imperial. Figura 21. Cima: Bodhisattva liderando o caminho. Gruta dos 1000 Budas (caverna 17), Mogao, Dunhuang O bodhisattva vai conduzir uma mulher para a Terra Pura na nuvem dourada no canto superior esquerdo. Na sua mão direita segura um queimador de incenso e na esquerda uma flor de lótus. Pintura sobre seda. Museu Britânico, Londres. Figura 22. Baixo: O paraíso do Buda Amitaba. Pintura sobre seda. Séc. VIII, dinastia Tang. Museu Britânico, Londres.

Edital

(15/FGCL/2023)

Nos termos do artigo 6.º da Lei n.º 10/2015 (Regime de garantia de créditos laborais), o Conselho Administrativo do Fundo de Garantia de Créditos Laborais (FGCL) deliberou, em 20 de Setembro de 2023, autorizar a atribuição dos créditos requeridos a favor dos trabalhadores dos devedores abaixo mencionados (inclusive os eventuais juros de mora), pelo que, de acordo com a alínea 1) do n.º 1 do artigo 9.º da lei acima referida, conjugada com o n.º 2 do artigo 72.º do “Código do Procedimento Administrativo”, aprovado pelo Decreto-Lei n.º 57/99/M de 11 de Outubro, os devedores abaixo referidos são notificados que o FGCL irá, no prazo de oito dias contados a partir da data da publicação deste edital, atribuir os montantes resultantes dos créditos a favor dos trabalhadores mencionados no quadro abaixo. Além disso, nos termos do artigo 8.º da mesma Lei, o FGCL fica sub-rogado nesses créditos, após a sua atribuição.

Devedor(es)

Os devedores acima referidos podem comparecer, durante as horas de expediente, na sede da Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais, sita na Avenida do Dr. Francisco Vieira Machado nos. 221 a 279, Macau, para consultar o respectivo processo.

10 publicidade 27.9.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo
Número
Nome dos trabalhadores N.º do pedido Montante total dos créditos (MOP) 1 GRUPO DE CONSULTORIA COMERCIAL SUNCITY LIMITADA YUEN CHUN PONG 461/2023 $403,542.01 $871,586.58 IP WAI KIN 447/2023 $159,346.89 CHEONG KA WAI 453/2023 $61,987.45 NG MAN NEI 550/2023 $163,902.37 LAM I IENG 530/2023 $82,807.86 2 POLYARD PETROLEO INTERNACIONAL LIMITADA FONG MAN KUAN 25/2023 $375,464.47 $555,701.64 PUN SON HENG 26/2023 $180,237.17 3 SUN CITY PROMOÇÃO DE JOGOS –SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA WOO TSZ NUNG 349/2023 $82,755.37 $3,781,089.33 CHAO CHAN SENG 348/2023 $79,507.21 SOU WAN SI 366/2023 $117,784.18 CHOI UN NEI 38/2022 $68,735.35 KOU CHI WAI 39/2022 $90,647.53 LO KIT HOU JOSÉ 295/2023 $60,170.68 LAI SHUK PUI 341/2023 $57,515.94 CHONG SIO IM 360/2023 $81,270.58 CHAN ON LOK 299/2023 $94,338.99 LEI WENG FAI 116/2022 $53,512.17 WONG LAI CHU 332/2022 $57,749.08 LO SAN WAI 359/2023 $64,442.45 NG SOK TENG 166/2022 $17,573.96 NG LAI LENG 343/2023 $29,168.82 CHAO SIO IENG 310/2023 $165,572.82 KO SENG CHEOK 363/2023 $46,407.03 TONG KA KIT 213/2023 $101,391.48 IP MONG LON 502/2023 $28,746.32 LO CHI KUEN 539/2023 $56,138.14 CHAN KUOK KUN 501/2023 $57,915.59 KAN MENG CHUN 367/2023 $36,654.66 CHONG UN KUONG 465/2023 $57,474.51 CHAN IOK U 519/2023 $62,288.31 CHENG LOK YEUNG 432/2023 $40,578.82 WANG ZHIQIU 490/2023 $45,686.65 WONG WAI HONG 488/2023 $66,288.97 CHAN KUOK KUN 244/2023 $26,142.76 XU GUIFENG 352/2023 $26,832.70 NG HOU TAK 497/2023 $33,389.08 IM CHONG TAK 481/2023 $94,997.60 XU DANGXING 156/2022 $66,579.44 LEONG HON WAI 117/2022 $22,643.43 IEONG KA SENG 526/2023 $14,933.42 WONG HOU IEONG 486/2023 $15,424.35 WU MINGPAN 383/2023 $24,699.05 CHU KA KIT 517/2023 $22,040.10 CHONG UN HENG 498/2023 $51,199.65 LEUNG IONG FUN 529/2023 $18,983.56 CHOI KENG LAI 251/2023 $148,106.41 CHAN SUT KUAN 252/2023 $155,321.37 WONG TENG TENG 535/2023 $24,990.88 WONG SAO LENG 203/2022 $109,142.36 LEONG CHI WA 547/2023 $35,579.06 FONG KA SENG 491/2023 $64,702.96 AO IEONG HONG 266/2022 $62,519.75 CHAN KIM KOI 489/2023 $75,198.83 LEONG PUI WA 531/2023 $51,738.41 CHAN KA LEI 508/2023 $25,042.95 CHEANG SAN WU 360/2022 $54,236.83 FU WENG LENG 499/2023 $68,935.70 CHEONG KA KEI 485/2023 $42,860.06 SI KA LENG 247/2022 $44,246.24 LIU WANGKUI 54/2022 $90,631.03 CHOI SONG IN 53/2022 $50,171.83 YUEN LAI PIN 577/2023 $36,504.62 LOI UN SIN 300/2023 $103,995.79 KOU I NA 493/2023 $32,365.32 IAM KIT I 557/2023 $24,535.57 FAN CHUNTAO 527/2023 $29,684.47 LEI SUT MUI 528/2023 $34,525.04 LEI CHI MENG 540/2023 $36,668.23 HOI MAN KIT 546/2023 $38,636.67 CHAO SENG WAI 457/2023 $32,756.47 LAM WAI KEONG 494/2023 $41,872.73 LEONG WENG FAI 512/2023 $34,871.68 LAO IAN LONG 321/2023 $93,067.32
de Setembro
2023. O Presidente
Conselho Administrativo do FGCL, Wong Chi Hong
22
de
do

VON DER LEYEN CRITICA CONCORRÊNCIA DE EMPRESAS CHINESAS

Bem prega Frei Tomás...

A

Apresidente da Comissão Europeia criticou ontem a concorrência de “actores estrangeiros fortemente subsidiados” na União Europeia (UE), numa alusão aos carros eléctricos chineses vendidos mais baratos que os europeus, prometendo acabar com “práticas desleais”. “No que respeita à concorrência desleal, as nossas empresas europeias enfrentam com demasiada frequência a concorrência de atores estrangeiros fortemente subsidiados. Pensemos na indústria automóvel. […], mas ao mesmo tempo os mercados mundiais são inundados por carros elétricos chineses baratos e o seu preço é mantido artificialmente baixo graças a enormes subsídios estatais”, declarou Ursula von der Leyen.

Intervindo na Cimeira sobre o Pacto Ecológico europeu, na capital checa, em Praga, a líder do executivo comunitário justificou que, por essa razão, a UE está a avançar com a investigação contra os subsídios aos veículos eléctricos provenientes da China, anunciada em meados deste mês. “As empresas europeias estarão sempre prontas para a verdadeira concorrência - a concorrência em termos de custo-eficácia e qualidade -, mas esta tem de ser justa e nós protegeremos as empresas europeias da concorrência desleal”, prometeu.

Estas declarações de Ursula von der Leyen surgem quando termina a viagem do vice-presidente executivo da Comissão Europeia com a pasta do Comércio, Valdis Dombrovskis, à China, ocasião na qual o responsável pediu cooperação a Pequim na investigação aberta por Bruxelas sobre subvenções chinesas, alegadamente ilegais, ao sector dos carros eléctricos, de acordo com fontes europeias.

Telhados

de vidro

Sobre a investigação anti-subsídios da UE a propósito dos veículos eléctricos chineses, numa conferência de imprensa, Mao Ning, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros

Filipinas Juízo aconselhado

China devido a “preconceitos geopolíticos e ideológicos”. Além disso, apesar de todas as suas medidas proteccionistas, os funcionários da UE têm afirmado repetidamente que não estão a tentar “dissociar-se” da China; no entanto, para a China, “a UE deve demonstrar a sua intenção com acções reais e não com retórica”, acrescentaram os peritos.

Problemas “não vêm da China”

Fang Dongkui, scretário-geral da Câmara de Comércio China-EU, instou ainda a UE a clarificar estas acções e a procurar consultas positivas e soluções adequadas com a parte chinesa. A UE “não deve recorrer facilmente a instrumentos comerciais e políticos que ultrapassam o conceito de segurança nacional e politizam as questões económicas e comerciais”, afirmou Fang.

Pequim aconselhou hoje as Filipinas a evitarem provocações no Mar do Sul da China, após a retirada pela guarda costeira filipina de uma barreira flutuante, instalada pela China perto de um recife disputado. Um dispositivo flutuante de 300 metros de comprimento foi descoberto na semana passada, na entrada do recife de Scarborough, cujo controlo a China assumiu em 2012, apesar de ser reivindicado pelas Filipinas. O dispositivo bloqueou o acesso ao recife em forma de atol, com águas rasas, ricas em recursos pesqueiros.

A Guarda Costeira Filipina anunciou, na segunda-feira, o seu desmantelamento, “de acordo com as instruções do Presidente”.

O porta-voz da diplomacia chinesa Wang Wenbin criticou hoje o “chamado comunicado de imprensa” das Filipinas. “A China defende firmemente a sua soberania e os seus

direitos e interesses na Ilha Huangyan (nome chinês para o recife de Scarborough)”, disse o porta-voz. “Aconselhamos as Filipinas a não fazerem provocações ou criarem distúrbios”, advertiu. O recife de Scarborough fica a 240 quilómetros a oeste da ilha principal das Filipinas, Luzon, e a quase 900 quilómetros da ilha chinesa de Hainan, no extremo sul da China. “A barreira representava um perigo para a navegação e uma clara violação do Direito internacional”, afirmou a Guarda Costeira filipina, através de um vídeo difundido na segunda-feira. No vídeo, um homem surge a romper com uma faca uma corda presa a bóias brancas. O conselheiro de Segurança Nacional das Filipinas, Eduardo Ano, disse anteriormente que Manila tomaria “todas as medidas apropriadas” para garantir a remoção da barreira.

chinês, disse que “a China se opõe a todas as formas de protecionismo comercial e que as acções relevantes da UE não são conducentes à estabilidade da indústria automóvel global e das cadeias de abastecimento e não são do interesse de ninguém”. Mao instou a UE a criar um ambiente de mercado “justo, não discriminatório e previsível” para o desenvolvimento comum das indústrias chinesa e europeia de veículos eléctricos e a opor-se conjuntamente ao protecionismo comercial.

Cui Hongjian, professor na Beijing Foreign Studies University, salientou que, na perspectiva chinesa, a UE tomou nos últimos anos uma série de medidas de natureza proteccionista nos domínios do investimento, do comércio e das indústrias. “Todas estas questões têm de ser abordadas com urgência... a UE não pode adoptar uma atitude de culpar a China por todos os problemas”, afirmou ao Global Times.

“A investigação sobre os veículos eléctricos chineses não é a única medida proteccionista

tomada pela UE. Na semana passada, entrou oficialmente em vigor a Lei Europeia dos Chips da UE, que implica subsídios maciços para reforçar a indústria de chips europeia. Em junho, a UE lançou a Estratégia Europeia de Segurança Económica, essencialmente um passo para “reduzir os riscos”, e afirmou que os fornecedores chineses de 5G, Huawei e ZTE, representam “riscos materialmente mais elevados do que outros fornecedores de 5G”. Sob esta retórica, alguns países da UE estão alegadamente a tomar medidas para excluir a Huawei e a ZTE, sendo a mais recente a Alemanha, o que provocou uma resposta dura da China e até da comunidade empresarial alemã”, concluiu Cui.

Outros observadores chineses afirmam que tais medidas, incluindo a mais recente investigação sobre os veículos eléctricos chineses, não são apenas tentativas de aumentar a influência da UE durante as conversações, mas também visam reduzir sistematicamente as chamadas “dependências” da

“Se a UE quiser provar que está a reduzir os riscos e não a dissociar, o ónus da prova recai diretamente sobre a UE”, disse Bai Ming, investigador da Academia Chinesa de Comércio Internacional e Cooperação Económica, sob a alçada do MOFCOM, ao Global Times, na sexta-feira, sublinhando que o “comércio desequilibrado” se deve às políticas da UE e não às da China.

Segundo dados da Comissão Europeia, os carros elétricos chineses, que entraram recentemente na UE, já representam 8% do mercado total, sendo 20% mais baratos face à concorrência europeia. Em causa estão alegadas subvenções a empresas chinesas a investir no estrangeiro, principalmente em sectores estratégicos.

Dados da Associação de Fabricantes de Automóveis da China indicam que as exportações de veículos eléctricos pela China mais do que duplicaram (+110%), entre janeiro e agosto. No ano passado, foram vendidos na China quase seis milhões de carros elétricos – mais do que em todos os outros países do mundo juntos. A dimensão do mercado chinês e fortes apoios estatais propiciaram a ascensão de marcas locais, incluindo a BYD, NIO ou Xpeng.

Aviso sobre pedido de junção de restos mortais em sepultura perpétua

Eu, Choi Koon Sing(蔡官勝), nos termos da alínea 2) do n.º 1 e dos n.ºs 2 e 3 do artigo 26.º-A do Regulamento Administrativo n.º 37/2003, alterado pelo Regulamento Administrativo n.º 22/2019, apresento um pedido da junção das ossadas de Yip Chi Yuen (葉志遠) na sepultura n.º CN-1-B1-68 do Cemitério Municipal de Coloane. A defunta cujos restos mortais se pretende juntar era cônjuge do falecido já ali depositado, o primeiro inumado, Choi Kit Keung (蔡結強).

Venho por este meio informar as pessoas indicadas no n.º 1 do artigo 26.ºA do Regulamento Administrativo acima referido de que podem apresentar objecção por escrito no prazo de 30 dias, contados a partir da data da publicação do aviso, ao IAM. A objecção escrita deve ser entregue no escritório dos assuntos de cemitérios da Divisão de Higiene Ambiental do IAM, sito no 3.º andar do Edifício Comercial Nam Tung, na Avenida da Praia Grande n.º 517.

Se o IAM não tiver recebido objecção por escrito dentro do prazo determinado, o pedido de junção pode ser autorizado.

Aos 27 de Setembro de 2023

china 11 quarta-feira 27.9.2023 www.hojemacau.com.mo
Comissária Europeia criticou os subsídios estatais das empresas chinesas. Na resposta, a China chama atenção para o mesmo “pecado” em toda a Europa.
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Governo da Região Administrativa Especial de Macau Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública

Aviso

Faz-se público que, por despacho do Secretário para a Administração e Justiça, de 31 de Agosto de 2023, e nos termos do Regulamento Administrativo n.º 14/2016 «Recrutamento, selecção e formação para efeitos de acesso dos trabalhadores dos serviços públicos», republicado e renumerado pelo Regulamento Administrativo n.º 21/2021, e da Lei n.º 14/2009 «Regime das carreiras dos trabalhadores dos serviços públicos», se encontra aberto o concurso de avaliação de competências profissionais ou funcionais, comum, externo, do regime de gestão uniformizada, para o preenchimento de um lugar vago de letrado de 1.ª classe, 1.º escalão, da carreira de letrado (língua chinesa), do quadro do pessoal da Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública

O respectivo aviso publicado no Boletim Oficial da Região Administrativa Especial de Macau, n.º 39, II Série, de 27 de Setembro de 2023, será afixado para consulta, no rés-do-chão do Edifício Administração Pública, sito na Rua do Campo, n.º 162, Macau e disponibilizado na página electrónica do SAFPhttp://www.safp.gov.mo/. O prazo para apresentação de candidatura decorre entre 28 de Setembro de 2023 e 12 de Outubro de 2023.

Direcção dos Serviços de Administração e Função Pública, aos 22 de Setembro de 2023.

A Directora substituta.

12 publicidade 27.9.2023 quarta-feira www.hojemacau.com.mo

DIPLOMACIA CHINA, JAPÃO E COREIA DO SUL PRECISAM DE CONVERSAR

Uma cimeira urgente

Pequim, Seul e Tóquio querem um encontro trilateral “o mais cedo possível” e “ao mais alto nível

ALTOS funcionários da Coreia do Sul, Japão e China realizaram ontem a primeira reunião de alto nível em quatro anos e concordaram em trabalhar para organizar uma cimeira trilateral entre líderes o “mais rapidamente possível”. O encontro, realizado em Seul, reuniu o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Chung Byung-won, e os homólogos do Japão e China, Takehiro Funakoshi e Nong Rong, respectivamente, com o objetivo de discutir a retomada de um mecanismo de cooperação entre os seus países. As discussões abordaram a possibilidade de reavivar as outrora habituais cimeiras trilaterais entre Seul, Tóquio e Pequim, paralisadas desde 2019, devido ao agravamento de disputas territoriais e ressentimentos históricos.

Na reunião, “os três países concordaram em realizar uma cimeira trilateral o mais cedo possível”, disse o porta-voz do ministério dos Negócios Estrangeiros da Coreia do Sul, Lim Soo-suk, em conferência de imprensa. Os ministros dos Negócios

APEC COOPERAÇÃO SIM, CONFRONTOS NÃO, OBRIGADO

Ochefe da diplomacia chinesa, Wang Yi, afirmou que o Fórum de Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC), que se realiza em Novembro, nos Estados Unidos, deve ser um palco para promover a cooperação e não incitar confrontos. Citado pela agência noticiosa oficial Xinhua, Wang afirmou que a China, como o maior país em desenvolvimento e membro relevante da APEC, está disposta a desempenhar um “papel construtivo” no sucesso da cimeira deste ano. O ministro dos Negócios Estrangeiros chinês não revelou se o Presidente do país, Xi Jinping, vai participar no encontro, que se realiza em São Francisco, entre os dias 14 e 17 de novembro. Xi esteve já ausente das cimeiras do G20 e da Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN).

O ministro chinês disse acreditar que os EUA “estão plenamente conscientes”

das suas obrigações como anfitrião e que vão demonstrar “abertura, inclusão, equanimidade e responsabilidade” para criar “condições favoráveis” para que a cimeira decorra de forma pacífica. As declarações de Wang Yi foram feitas durante a apresentação de um documento preparado pelo governo chinês e intitulado “Uma comunidade global para um futuro partilhado: as propostas e acções da China”.

“Cada país deve valorizar as preocupações legítimas de segurança dos outros”, disse Wang, que se opôs à expansão “arbitrária” das alianças militares e às pressões sobre o ambiente de segurança de outros países. O diplomata chinês sublinhou a importância de resolver disputas internacionais através do diálogo e de consultas, ao mesmo tempo que apelou à criação de um “ambiente propício à segurança universal”.

Estrangeiros dos três países devem reunir-se em breve para preparar a cimeira, acrescentou Lim Soo-suk. O chefe da diplomacia sul-coreana, Park Jin, reuniu no dia anterior com os três altos funcionários e pediu-lhes que “trabalhassem em estreita colaboração” e “produzissem resultados

tangíveis que resultem em benefícios que os povos dos três países possam sentir”. As cimeiras trilaterais que a Coreia do Sul, o Japão e a China realizavam regularmente desde 2008 foram paralisadas em 2019, após uma série de condenações na Coreia do Sul a empresas japonesas, por conta do trabalho forçado a que submeteram sul-coreanos durante o período do domínio colonial japonês da península coreana. As relações entre Pequim e Tóquio também se deterioraram, nos últimos anos, devido a disputas territoriais. A pandemia da covid-19, que paralisou as actividades diplomáticas e o trânsito entre viajantes, foi outro factor determinante.

FUTEBOL EX-PRESIDENTE INDICIADO DE CORRUPÇÃO

Oanterior presidente da Federação Chinesa de Futebol foi ontem indiciado do crime de corrupção, por suspeita de ter recebido subornos durante o período em que liderou o organismo, anunciaram ontem as autoridades judiciais. Chen Xuyuan, que foi investigado no âmbito de uma vasta campanha anticorrupção lançada na China, é suspeito de ter recebido “subornos de um valor particularmente elevado”, de acordo com a informação divulgada pelo Ministério

Público da província de Hubei. A investigação à actividade do ex-presidente da federação chinesa foi iniciada em fevereiro, inicialmente, pelas autoridades desportivas, por alegadas “graves violações disciplinares e legais”. A campanha anticorrupção desencadeada pelo governo chinês está a atingir algumas das principais figuras do futebol do país, como o ex-jogador e selecionador Li Tie, o sétimo futebolista com mais internacionalizações pela China, com 92.

Declaração

Eu, White Timothy Francis, de sexo masculino, casado, venho por meio desta declaração pedir desculpa pelo desentendimento ocorrido na Estação de Teste de Ácido Nucleico do Centro Médico de Son Vo, em Macau, às 11h do dia 8 de Julho de 2022.

Nesse dia, por força da tensão causada pela pandemia de covid-19 e devido às minhas emoções pessoais e impaciência, verificou-se uma discussão acalorada. Pelo facto, apresento as minhas desculpas ao Sr. Loi Ka U, que era o Chefe voluntário da Estação de Teste de Ácido Nucleico, pelo uso de linguagem menos própria e pelo incidente de agressão física, o que causou perturbação e interrupção dos trabalhos de teste de ácido nucleico, nesse dia, fazendo com que a equipa tivesse que efectuar trabalho adicional, o que lamento profundamente!

Entendo que, nessa altura, todos os cidadãos de Macau devem estar unidos na luta contra a epidemia e cooperar com os preparativos para a realização dos vários testes, e não devemos perturbar a ordem devido a emoções e impaciência pessoais, e, ao mesmo tempo, devemos louvar as contribuições de voluntários e associações que não se encontram na mesma posição, especialmente no projeto “Assistência ao Teste de Ácido Nucleico em Massa” organizado conjuntamente pela Associação Geral de Estudantes Chong Wa de Macau, Associação Nova Juventude Chinesa de Macau e da Federação da Juventude de Macau, cuja dedicação altruísta merece ser louvada, e aos quais aqui expresso o meu profundo apreço pessoal e estendo o meu pedido de desculpas.

O Declarante

White Timothy Francis

china 13 quarta-feira 27.9.2023 www.hojemacau.com.mo
A pandemia da covid-19, que paralisou as actividades diplomáticas e o trânsito entre viajantes, foi outro factor determinante
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UM FILME HOJE

JOKER | TODD PHILLIPS (2019)

Ok, vou ser crucificado por dar mais destaque ao cineasta do que ao actor num filme que tem uma narrativa que vive de uma personagem só. “Joker” é um grande filme, extravasa em muito a lógica dos filmes de super-heróis para se focar na origem da violência, no intrincado puzzle onde a psique se perde, nas sequelas da dor e do trauma. Claro que Phoenix está bestial, apesar de se revelar personagem fantástica apenas no fim do filme. Ainda assim, acho incomparável com o papel interpretado por Heath Ledger, os filmes são tão distintos. O “Joker” de Phillips não tem Batman. É um filme com uma fotografia e banda sonora em nada compatíveis com filmes de acção e super-heróis. João Luz

Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Nunu Wu Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; José Simões Morais; Julie Oyang; Paulo Maia e Carmo; Rosa Coutinho Cabral; Rui Cascais; Sérgio Fonseca; Colunistas André Namora; David Chan; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; GCS; Xinhua Secretária de redacção e Publicidade Madalena da Silva (publicidade@hojemacau.com.mo) Assistente de marketing Vincent Vong Impressão Tipografia Welfare Morada Pátio da Sé, n.º22, Edf. Tak Fok, R/C-B, Macau; Telefone 28752401 Fax 28752405; e-mail info@hojemacau.com.mo; Sítio www.hojemacau.com.mo

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O MERCADO DA NOITE (II)

A SEMANA passada, falámos dos mercados nocturnos e da sua importância para a revitalização da economia, na medida em que podem ser direccionados tanto para os habitantes locais como para os turistas. Além disso, as actividades a que se dedicam são sobretudo nocturnas. A venda de bebidas alcoólicas é disso um exemplo, porque é principalmente feita à noite.

As actividades dos mercados nocturnos, devem ser feitas de acordo com certos temas para maximizar as suas potencialidades. No calendário lunar chinês, a 15 de Agosto (no calendário ocidental, é uma data móvel do mês de Setembro) celebra-se o “Festival do Meio do Outono. A Lua cheia é o símbolo de uma família feliz e as pessoas costuma vir para a rua celebrar. Nesta altura do ano, a Lua cheia é a maior e a mais brilhante. Existirá alguma instituição disposta a emprestar um telescópio para que todos possam observar o céu nestes mercados e puderem ver a verdadeira face da Lua? Esta actividade é interessante e cientificamente significativa. As crianças ficariam felizes.

A iguaria por excelência do “Festival do Meio do Outono” é o “bolo lunar”. Se existir uma banca que venda bolos lunares à unidade, em vez de serem vendidos em caixas, todos se sentirão encorajados a comprar alguns e ainda algumas bebidas não alcoólicas. Podiam comprar, comer e beber imediatamente, o que seria simultaneamente festivo e significativo. Enquanto comiam bolos lunares, podiam observar o céu, à procura de astronautas. A seguir, também podiam ir ver o espectáculo de fogo de artificio do Dia Nacional. Não ia ser maravilhoso?

Os turistas da China continental que vêm sozinhos deixam as suas casas por um breve período de tempo para virem assistir ao Festival do Meio do Outono em Macau. Durante gerações, leram o poema de Du Fu “A Lua é Mais Brilhante na Nossa Terra Natal”. Ao olharem a Lua, sentem as saudades que o poeta tinha da sua terra e as suas preocupações com a família, e vão ter uma relação mais harmoniosa com as suas próprias famílias depois de regressarem a casa.

Os turistas da China continental que vêm a Macau com familiares e amigos ignoram os bolos lunares e procuram artigos e especialidades locais nos mercados nocturnos – egg rolls, rebuçados de amendoim, carne seca, etc. Nas suas terras, podem comer bolos lunares todos os dias. Em Macau, comem-se bolos de amêndoa, tartes portuguesas, bolos de ananás, etc. para celebrar o Festival do Meio do Outono. A gastronomia celebrativa deste Festival varia consoante o local.

Os turistas estrangeiros têm também uma oportunidade para aprender mais sobre a cultura chinesa, para entenderem a origem do Festival do Meio do Outono e compreenderem o impacto significativo da tradição dos bolos lunares na História da China. Se os turistas gostarem destes doces, podem comprar algumas unidades ou mesmo algumas

caixas. Estes turistas vão ficar muito felizes quando voltarem às suas casas, porque levam consigo egg rolls, bolos de ananás e carnes secas confeccionados em Macau. Mas só os turistas que visitam Macau em Setembro podem provar bolos lunares que aqui só são feitos uma vez por ano.

Um mercado nocturno que reúna cultura, temas, actividades, entretenimento e gastronomia é do interesse dos habitantes locais e dos turistas. Com participantes de todo o mundo cria-se um ambiente feliz e harmonioso e pode incentivar-se o consumo e a estimulação da economia.

Mas existem ressalvas para qualquer actividade e os mercados notcurnos não são excepção. Para que estes mercados possam ser bem-sucedidos, a continuidade é um elemento indispensável. Durante a primeira realização, o organizador deve estar já a planear na próxima. Quando as pessoas souberem a data e a programação da seguinte, vão poder planear com antecedência a sua vinda. Os mercados nocturnos promovem actividades económicas à noite e o ruído é inevitável. Os locais onde se realizam devem ficar um pouco afastados das zonas residenciais. Devem situar-se em locais acessíveis, embora evitando incómodo para a vizinhança, e devem ficar sujeitos a controlo de tráfego. Os produtos vendidos nos mercados nocturnos também devem obedecer à regulamentação específica em vigor. Por exemplo, os alimentos devem ter prazo de validade. As leis de Macau devem ser respeitadas e os menores não poderão comprar bebidas alcoólicas. Como estamos no Outono, o tempo deve estar um pouco mais fresco e as gripes podem voltar a aparecer. Se houver muita gente nos mercados nocturnos, deve ser implementado o controlo de multidões para evitar ajuntamentos excessivos. Este controlo deve ter em conta a questão sanitária, mas também será indispensável para a manutenção da ordem social.

Se estivermos dispostos a promover os mercados nocturnos e algumas empresas quiserem introduzir inovações, poderemos estimular a economia e atrair turistas? Só depois de experimentar, poderemos saber a resposta a esta pergunta. Mas é certo que para estimular a economia, atrair turistas e beneficiar a sociedade de Macau, os mercados nocturnos são uma das muitas opções que vale a pena considerar.

vozes 15 quarta-feira 27.9.2023 www.hojemacau.com.mo
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Professor Associado da Escola Superior de Ciências de Gestão/ Universidade Politécnica de Macau • Consultor Jurídico da Associação para a Promoção do Jazz em Macau •
“Se houver muita gente nos mercados nocturnos, deve ser implementado o controlo de multidões para evitar ajuntamentos excessivos, tendo em conta a questão sanitária, mas também a manutenção da ordem social.”

MOTOGP MIGUEL OLIVEIRA ACHA QUE ETAPA JAPONESA PODE SER COMPLICADA

Opiloto Miguel Oliveira (Aprilia) considera que a próxima etapa do campeonato de MotoGP, no fim-de-semana, no Japão, pode ser complicada, numa pista “fora do estilo da mota”, com “muitas travagens fortes e curvas lentas”.

“Pode ser que seja um fim-de-semana complicado, mas, no ano passado, a mota não se portou nada mal”, disse Miguel Oliveira à Lusa, a partir de Tóquio, onde participou num evento na embaixada de Portugal no Japão. “Por isso, estou um bocadinho a suster a minha esperança nesse aspecto”, avançou o português, actualmente no 13.º lugar do Mundial, com 69 pontos, sublinhando estar pronto para “fazer o melhor possível sempre”.

Sem querer fazer já um balanço da época, por acreditar que há ainda algumas corridas do calendário em que pode ser “muito competitivo”, Miguel Oliveira considerou ter faltado, até agora, “o ingrediente sorte”, referindo-se ao “azar no início” do campeonato, com as lesões sofridas nas provas em Portugal (Portimão) e em Espanha (Jerez de la Frontera). “Nas corridas onde corri lesionado foi apenas na tentativa de me adaptar e passar tempo com a equipa e com a mota, mesmo sabendo que o resultado não iria ser de todo aquilo que eu podia alcançar”, disse.

Sobre o futuro campeão, o piloto português considerou faltarem muitos pontos por distribuir “por isso pode ser que as coisas estejam mais animadas” na luta pelo título, neste momento, protagonizada pelo italiano Francesco Bagnaia (Ducati), no primeiro lugar da classificação, o espanhol Jorge Martin (Ducati), em segundo, e o italiano Marco Bezzechi (Ducati), em terceiro.

Miguel Oliveira participava num encontro promovido pela embaixada portuguesa em Tóquio, com representantes de empresas de motociclismo, jornalistas e fãs, no âmbito do programa de comemorações dos 480 anos da chegada dos portugueses à ilha japonesa de Tanegashima, em 1543.

A corrida mais louca

Carlos Sainz gostaria de uma corrida com os 20 pilotos da F1 em Macau

Pela mão do empresário Teddy Yip, em 1968, realizou-se a “Corrida dos Gigantes”, que reuniu ex-vencedores do mundial de Fórmula 1, das 500 milhas de Indianapolis e das 24 Horas de Le Mans. Ao volante de Ford Escort iguais, nomes sonantes do automobilismo mundial Phil Hill, Mike Stirling Moss, Jack Brabham, Denis Hulme, Jacky Ickx, Bobby Unser, ou o Príncipe Bira do Sião, mediram forças no Circuito da Guia. O belga Jacky Ickx, ex-piloto da Ferrari na F1 e multi-vencedor das 24 Horas de Le Mans, venceu a corrida categoricamente.

Carlos

mais diferenças [entre os pilotos]. Se formos todos amanhã a Barcelona e fizermos uma volta de qualificação, em condições normais de piso seco, seis conjuntos de pneus macios e novos, não creio que haja mais de meio segundo entre nós.”

OCircuito da Guia deixa uma marca inesquecível em todos os pilotos que um dia têm a possibilidade de participar no Grande Prémio de Macau. Durante o périplo asiático do mundial de Fórmula 1, Carlos Sainz surpreendeu a imprensa ao sugerir que “devíamos todos [os pilotos de F1] correr na Fórmula 3 em Macau”.

Com as exigências do calendário da Fórmula 1 a serem cada vez maiores, com mais obrigações para os pilotos, dentro e fora da pista, Carlos Sainz foi questionado sobre qual a regra que mudaria na Fórmula 1 da actualidade. Em resposta à esta questão, o filho do ex-campeão do mundo de ralis sugeriu que todos os pilotos da disciplina rainha do automobilismo corressem no lendário Circuito da Guia, em Macau, em monolugares de Fórmula 3, uma vez por ano.

“Esta é uma pergunta difícil”, disse Carlos Sainz, citado pelo portal Planet F1. “Tenho a certeza que há uma, mas acho que uma vez por ano, todos nós deveríamos ir a Macau e correr na F3, [ter] 20 pilotos de F1 por lá.”

Depois de ter vencido a corrida da Fórmula BMW Asia, na edição de 2010, Carlos Sainz participou, por duas vezes, na corrida de Fórmula 3 no Grande Prémio de Macau, tendo obtido um sétimo lugar como o seu melhor resultado, na altura defendendo as cores da Red Bull. Apesar de nunca ter subido ao pódio, o piloto madrileno disse que gostaria de ter a oportunidade de ver os actuais vinte pilotos do mundial de Fórmula 1 a acelerarem no traçado único do Circuito da Guia.

Quando questionado sobre o quão próximos os pilotos estariam se corressem num circuito como o de Macau, Carlos Sainz indicou que a singularidade da pista da RAEM poderia levar a uma diferença um pouco maior entre o actual grupo de pilotos, pois se todos tivessem de correr com os mesmos carros numa pista tradicional do calendário da Fórmula 1, o espanhol acredita que não haveria grande diferença entre os 20 pilotos do mundial.

“Acho que em Macau é diferente. Em Macau pode haver mais diferenças [entre os pilotos]”, explicou Carlos Sainz, “[mas numa] pista normal, se formos todos amanhã a Barcelona, por exemplo, e fizermos uma volta de qualificação, em condições normais

de piso seco, seis conjuntos de pneus macios e novos como temos sempre? Não creio que haja mais de meio segundo entre nós.”

Ideia que não é nova Obviamente, por diversos motivos, a ideia de Carlos Sainz não é hoje plausível. Contudo, esta não seria a primeira vez que o Circuito da Guia acolheria numa só corrida, e em carros iguais, grandes nomes do automobilismo.

Em 1989, o entuasiasta Teddy Yip reeditou a ideia, desta vez usando os Mazda MX5 Miata versão troféu. Agora baptizada como “Corrida de Campeões”, a prova foi ganha pelo britânico Geoff Lees, o vencedor do Grande Prémio de Macau em 1979 e 1980.

Na edição do 60º aniversário, em 2013, a corrida “Scirocco R China Masters Challenge” voltou a trazer-nos à memória as corridas organizadas por Teddy Yip, ao reunir vários nomes grandes do Circuito da Guia numa só grelha de partida. Duncan Huisman, piloto que venceu por quatro vezes na Corrida da Guia, triunfou nesta corrida que usou os Scirocco construídos na Volkswagen Autoeuropa em Portugal. Sérgio Fonseca

quarta-feira 27.9.2023
“Transportai um punhado de terra todos os dias e fareis uma montanha.”
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Confúcio PALAVRA DO DIA
Sainz, piloto “Macau é diferente. Em Macau pode haver

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