Bons ventos
A recuperação económica continua a ganhar terreno. No segundo semestre de 2023, o PIB de Macau registou um crescimento real de 117,5%. Por detrás dos bons resultados, estão os números do turismo e do jogo que mantêm a tendência de subida.
ÓBITO NG SIO NGAI, VETERANA JORNALISTA, MORRE DE DOENÇA PROLONGADA
A última notícia
à profissão, e ajudou a criar a Associação de Jornalistas de Macau e o órgão de comunicação social “All About Macau”. É recordada por colegas e membros da comunidade chinesa pelo heroísmo e espírito livre
Aclasse jornalística, seja de língua chinesa, portuguesa ou inglesa, conhecia-lhe o jeito peculiar de colocar perguntas: pertinentes, incisivas, mas longas e sempre com alguma opinião pelo meio, algo que os manuais de jornalismo não recomendam. Era um estilo próprio de inquirir os poderes dirigentes que, desde os anos 1980, existia na jornalista que passa agora a fazer parte da história do jornalismo em Macau: Ng Sio Ngai faleceu na madrugada de sexta-feira, 25, vítima de doença oncológica.
A notícia foi avançada pelo jornal online “All About Macau”, que ajudou a fundar e de que era dirigente. “É com profunda tristeza que anunciamos o falecimento de Ng Sio Ngai, presidente do ‘All About Macau’, na madrugada de 25 de Agosto, após doença prolongada. O seu falecimento constitui uma grande perda e uma grande tristeza para nós.”
O obituário descreve ainda que a jornalista iniciou a carreira no período em que Macau estava ainda sob administração portuguesa, “cobrindo notícias e escrevendo crónicas de opinião para vários órgãos de comunicação social”.
O “All About Macau” descreve ainda que Ng Sio Ngai “foi uma das principais jornalistas da linha
da frente de Macau, testemunhando momentos importantes como as negociações sino-portuguesas [sobre a questão de Macau], a transferência de soberania e as eleições para o Chefe do Executivo, além de ter feito uma cobertura aprofundada de acontecimentos importantes que preocupam a comunidade de Macau, nunca desistindo”.
Ainda sobre o “All About Macau”, fundado em 2012, o jornal recorda que a jornalista, juntamente com outro grupo de repórteres, decidiu criar este meio de comunicação online em língua chinesa “dedicado a mostrar uma pluralidade de vozes junto da sociedade e a construir uma sociedade civil juntamente com o público”. No trabalho feito com a Associação de Jornalistas de Macau, da qual foi co-fundadora, em 1998, Ng Sio Ngai “foi uma voz activa na defesa da liberdade de imprensa em Macau”.
“Durante a sua doença, a presidente sempre continuou a prestar atenção à dinâmica da sociedade. Apesar de estar doente, continuou sempre a prestar atenção à dinâmica da sociedade e a persistir no seu amor pelo jornalismo, demonstrando um amor e sentido de responsabilidade sem paralelo pela profissão”, lê-se no obituário.
O jornal destaca ainda que a liderança “extraordinária” da repórter “permitiu que os meios de comunicação social avançassem apesar das dificuldades, transformando-os gradualmente numa plataforma influente com uma diversidade de vozes junto da comunidade”.
Aquilo que é essencial Carol Law, também jornalista e amiga de Ng Sio Ngai, recorda
Ng Sio Ngai faleceu na madrugada de sexta-feira vítima de doença oncológica. Natural de Zhongshan, a jornalista dedicou-se por inteiro
“Ela tinha um grande sentido de justiça e sempre lutou pela liberdade no jornalismo.
O que ela noticiava não era aquilo que o Governo queria, mas era o que os residentes queriam saber.”
VINCENT HOI CINEASTA
ao HM que esta fez muito trabalho “por Macau e pelos meios de comunicação social locais, especialmente para os jovens e as novas gerações de jornalistas”.
“Como jornalista cumpriu sempre a sua missão de forma diligente. No período da transição, ainda antes da transferência de soberania, ela procurou, de forma activa, entrevistar responsáveis chineses para saber mais sobre questões como a localização dos quadros [na Administração pública], que era uma das maiores preocupações da sociedade na altura.”
Além disso, recorda Carol Law, quando foi anunciada a construção da nova ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, “ela procurou escrever vários artigos que esclarecessem os leitores sobre os custos da obra e os benefícios que poderia trazer para Macau”.
Acima de tudo, Ng Sio Ngai dedicou-se, ao longo da sua carreira, a “acompanhar a execução da Lei Básica, bem como a facilitar o debate social, reflectindo [no seu trabalho] todas as vozes das pessoas em termos de desenvolvimento sustentável da cidade, igualdade e liberdade”.
Carol Law destaca ainda a defesa firme “da liberdade de expressão e de imprensa”, pois como co-fundadora da Associação de Jornalistas de Macau, “sempre manifestou directamente as suas preocupações, nomeadamente durante as alterações à lei de imprensa e lei de segurança nacional”.
A Associação de Jornalistas de Macau, numa nota de pesar sobre o falecimento da jornalista, recordou que esta nasceu em Zhongshan e que se mudou para Macau com 18 anos “em busca dos seus sonhos”, com um grande interesse pela leitura e pelo taoísmo. Ng Sio Ngai foi “uma pessoa verdadeira e honesta”, que “nunca esqueceu a sua vocação de jornalista, mantendo uma atitude independente e crítica em relação ao Governo”.
Uma figura “heroica”
Johnson Ian, ex-jornalista do jornal Ou Mun, recordou nas redes sociais os dias em que, com Ng Sio Ngai, “andava atrás das notícias, agarrava o microfone e fazia viagens de trabalho”. “Tu eras sempre a primeira ir, sempre a olhar para a frente. Lembro-me das nossas alegrias e tristezas quando fazíamos a cobertura da Assembleia Popular Nacional e da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês, das
gargalhadas que dávamos quando comíamos snacks a altas horas da noite e bebíamos café juntos.
Foi óptimo ter-te como jornalista sénior, uma colega de armas, uma velha e boa amiga. Ter-te foi a sorte dos jornalistas da minha geração e também de Macau”, escreveu ainda.
Mas Ng Sio Ngai é também uma personalidade recordada
por figuras fora da comunidade jornalística, nomeadamente Scott Chiang, antigo dirigente da Associação Novo Macau e ex-candidato a deputado. Ao HM disse que a jornalista falecida foi “uma figura omnipresente da sociedade civil de Macau”
“Em primeiro lugar, ficávamos surpreendidos pela idade dela, pois era quase sempre a jornalista mais velha da redacção, muitas vezes a fazer trabalho comum junto de um grupo de colegas com um terço da sua idade. Muitos foram deixando a profissão ao longo dos anos, mas Ng Sio Ngai manteve-se sempre a trabalhar. Era, sem dúvida, uma autoridade relativamente ao seu profissionalismo e experiência, embora estivesse longe de ser autoritária. Não podemos, contudo, misturar bondade com fraqueza.”
Para Scott Chiang, Ng Sio Ngai “era uma jornalista muito feroz quando era necessário, especialmente quando a pessoa do outro lado do microfone tentava uma forma fácil de fugir às questões”. “Pessoas como ela deixam-nos um testemunho de devoção e re-
Ng Sio Ngai foi “uma pessoa verdadeira e honesta”, que “nunca esqueceu a sua vocação de jornalista, mantendo uma atitude independente e crítica em relação ao Governo.”
ASSOCIAÇÃO DE JORNALISTAS DE MACAU
sistência. Lembram-nos que, num mundo de loucura total, é possível manter uma busca pura de ideais”, declarou.
O cineasta local Vincent Hoi também juntou a sua voz a um vasto e heterogéneo grupo de pessoas que recordaram a jornalista nas redes sociais. Ao HM, disse que a sua morte “é uma grande perda para o jornalismo de Macau, sobretudo para os media chineses”.
“Ela tinha um grande sentido de justiça e sempre lutou pela liberdade no jornalismo. O que ela noticiava não era aquilo que o Governo queria, mas era o que os residentes queriam saber.”
Sobre o jornal que ajudou a fundar, Vincent Hoi aponta que “mudou o ambiente do jornalismo em língua chinesa”, num cenário em que “os media chineses, como a TDM e o jornal Ou Mun, são muito conservadores e reportam as notícias que o Governo quer”. Em termos pessoais, Vincent Hoi recorda alguém que tinha amigos de todas as idades, “muito heroica”, que vai deixar saudades.
Andreia Sofia Silva“Em primeiro lugar ficávamos surpreendidos pela idade dela, pois era quase sempre a jornalista mais velha da redacção, muitas vezes a fazer trabalho comum junto de um grupo de colegas com um terço da sua idade.”
SCOTT CHIANG EX-DIRIGENTE ASSOCIATIVO
Natalidade Ho Ion Sang pede explicações
Face ao envelhecimento da população, o deputado Ho Ion Sang perguntou ao Governo se tem planos para reformular as políticas de natalidade. A pergunta faz parte de uma interpelação escrita, em que o legislador dos Moradores se mostra preocupado com o envelhecimento e a redução da taxa de natalidade no território. Neste sentido, questiona se o Governo planeia voltar a estudar as questões mais importantes para “a população e a família” e lançar medidas de encorajamento à natalidade, com melhores serviços para bebés e menores, para ajudar os pais. Porém, no que diz respeito à população, o deputado mostra-se igualmente preocupado com o impacto da robotização e da inteligência artificial no mercado do trabalho, e uma eventual redução do número de empregos para residentes. Em relação a este aspecto, o legislador pergunta se o Governo vai estudar a situação futura, para garantir que o mercado mantem a capacidade de absorver a mão-de-obra local.
Trabalho Lei Chan U quer ver direitos ensinados nas escolas
O deputado Lei Chan U considera que o Governo deve promover o ensino dos direitos laborais nas escolas. A opinião foi divulgada pelo legislador ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) na sexta-feira. A tomada de posição surge em reacção a um inquérito recente da FAOM em que vários inquiridos admitiram falta de conhecimento sobre os seus direitos na relação laboral. Segundo o deputado, uma maior promoção dos direitos laborais devia passar pelo ensino de várias questões como o ordenado mínimo, o regime de autorização e contratação de trabalhadores não-residentes e a Lei das Relações de Trabalho. Outra das questões consideradas pertinentes por Lei Chan U é a formação ao nível dos direitos dos trabalhadores que sofrem acidentes de trabalho. “Espera-se que as autoridades reforcem a educação sobre os direitos laborais nas escolas e cultivem os hábitos e os conceitos dos alunos nesta área, além dos orientarem”, apelou o deputado.
Concessionárias Pedidos detalhes de investimento
Após o Governo e a concessionária Wynn Macau terem apresentado uma parceria para a revitalização da Rua da Felicidade, o deputado Ngan Iek Hang pede ao Executivo que divulgue os planos de investimento das concessionárias do jogo para este ano. Quando os novos contratos de concessão do jogo foram atribuídos, ficou definido que as concessionárias teriam de elaborar um plano anual de investimentos no território. No entanto, e apesar de o Governo ter anunciado que todos os planos foram aprovados, estes nunca foram tornados públicos. Como tal, o deputado pergunta quando essa informação vai ser tornada pública, para que “a população possa conhecer as tendências do desenvolvimento futuro”. O deputado quer também saber os critérios de avaliação dos projectos das concessionárias e se existem mecanismos para evitar que os investimentos sejam todos semelhantes.
MEDICINA TRADICIONAL LEONG SUN IOK PEDE AVALIAÇÃO A PARQUE INDUSTRIAL
Buraco negro
LEONG Sun Iok pede ao Governo que disponibilize dados para avaliar o Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong-Macau. A solicitação do deputado ligado à Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) faz parte de uma interpelação escrita divulgada na sexta-feira.
O Parque de Medicina Tradicional Chinesa é um investimento feito com capitais de Macau na Ilha da Montanha, que foi
apresentado como tendo o objectivo de desenvolver a indústria do sector. O investimento ficou a cargo da empresa de capitais públicos Macau Investimento e Desenvolvimento, que detém 70 por cento do parque, enquanto os restantes 30 por cento são detidos pela empresa Grupo Zhuhai Da Heng Qin, do Interior da China.
No entanto, o projecto tem estado envolvido em algumas polémicas, como a falta de viabilidade económica, reduzida participação de trabalhadores
de Macau no projecto ou a falta de formação de quadros qualificados locais.
O tema volta agora a ser focado pelo deputado da FAOM, que pede indicadores para avaliar os resultados dos montantes gastos. “Desde que o Parque Científico e Industrial de Medicina Tradicional Chinesa para a Cooperação entre Guangdong-Macau foi fundado, apenas tivemos acesso a informação muito geral. Faltam dados concretos, o que dificulta a compreensão da popu-
lação sobre a situação actual do parque”, apontou Leong Sun Iok. “Qual a situação das operações do parque?”, questionou. “Quais as metas que se esperam cumprir a médio e longo prazo?”, acrescentou.
Na interpelação escrita, o deputado da FAOM volta igualmente a uma questão antiga que se prende com as finanças do parque e o contínuo investimento da RAEM, que até 2019 seria superior a 6,5 mil milhões de yuan. “Quando irá acabar o investimento público no parque e quando se tornará auto-suficiente?”, interrogou.
E o hotel?
O investimento no Parque de Medicina Tradicional envolve também a construção de um hotel com serviços na área da medicina tradicional, que no início foi designado como Resort Ruilian.
Contudo, desde que abriu em Agosto deste ano, o hotel está a operar sob a marca Angsana, que pertence ao grupo de Singapura Banyan Tree, responsável pelo hotel
hotel [no Parque de Medicina Tradicional].”
de cinco estrelas com o mesmo nome no resort integrado da Galaxy no Cotai.
Todavia, Leong Sun Iok sublinha que os pormenores sobre a gestão do espaço não são do conhecimento da população:
“Parece que o espaço do hotel foi arrendado a uma empresa particular, e que o hotel é gerido de acordo com os princípios de mercado”, vincou. “Mas, a sociedade sabe muito pouco sobre a operação e os acordos feitos em relação ao hotel”, criticou. “Qual o modelo de cooperação, operação, prazo do acordo e lucros esperados para este hotel?”, questionou.
João Santos Filipe
O deputado da FAOM queixa-se da falta de informação sobre o projecto na Ilha da Montanha e sobre o hotel Angsana, por se tratar de um acordo com uma entidade privada que não foi explicado publicamente
“A sociedade sabe muito pouco sobre a operação e os acordos feitos em relação ao
LEONG SUN IOK DEPUTADO
APÓS alguns meses de retórica exacerbada sobre os perigos para a saúde pública decorrentes da descarga para o oceano das águas usadas para arrefecer os reactores da central nuclear de Fukushima, voltou a corrida à compra de sal marinho, com particular incidência nas plataformas online do Interior da China.
Depois de banir importações de produtos de 10 regiões japonesas e de prometer fiscalizar bens trazidos para Macau por quem visitou o Japão, o Governo da RAEM vem agora apelar “aos cidadãos para não acreditarem em rumores que provoquem o consumo irracional” de sal. No entanto, o alerta conjunto da Direcção dos Serviços de Economia e Desenvolvimento Tecnológico e do Conselho de Consumidores não explica porque este comportamento é irracional, ou contrário da tomada de posição das autoridades de Hong Kong.
Numa publicação no Facebook, o Centro de Segurança Alimentar da região vizinha afirmou na sexta-feira que “não existem provas científicas que demonstrem que comer sal pode prevenir eficazmente danos provocados por radiação. A quantidade de iodo no sal iodado (sal de cozinha) é muito pequena. Seria preciso consumir entre 2,5 e 5 quilos por dia para atingir a dosagem de um comprimido de iodo”, esclareceram as autoridades de Hong Kong.
O Centro de Segurança Alimentar da região vizinha recordou que o mesmo acontecera em 2011, quando os consumidores deixaram as prateleiras dos supermercados vazias depois do acidente nuclear em Fukushima.
Importa ainda esclarecer que os comprimidos de iodo não funcionam como um antídoto contra a radiação e que o seu consumo excessivo, assim como de sal, é prejudicial à saúde.
FUKUSHIMA SAL ESGOTA EM PLATAFORMAS CHINESAS, GOVERNO ALERTA PARA RUMORES
A fúria do sal
Depois do despejo para o oceano de água que arrefeceu os reactores da estação nuclear de Fukushima, a venda de sal marinho disparou nas plataformas online do Interior e nos supermercados. O Governo de Macau alertou para rumores e apelou à racionalidade, sem especificar porque o sal de cozinha não é eficiente para prevenir danos de radiação
Consumir este tipo de medicação apenas é aconselhável devido à exposição a radiação depois de um acidente nuclear de forma a prevenir a absorção de um tipo de iodo radioactivo. Além disso, os comprimidos de iodo apenas devem ser tomados por
prescrição médica ou depois de alertas de autoridades de saúde pública.
O medo online Sem esclarecer a população do ponto de vista científico, o Governo de Macau limitou-se a garantir que
o fornecimento de sal é estável, assegurando que estão atentas a “práticas de aumento do preço sem justa causa e de açambarcamento de produtos”.
“De acordo com os dados disponíveis, actualmente, o volume de stock de sal em
Macau é superior a 190 mil quilos, o que é suficiente para 37 dias de consumo por toda a população de Macau, e os fornecedores também vão continuar a proceder à sua aquisição”, informaram.
A suspensão das importações de todos os produtos aquáticos do Japão por parte da China aconteceu logo depois de, na quinta-feira, a central nuclear de Fukushima ter iniciado a descarga de águas contaminadas no oceano.
O Yicai noticiou que muitos produtores de sal cotados em bolsa registaram na quinta-feira aumentos significativos nos preços das acções, em resposta ao súbito aumento da procura e que o sal marinho esgotou em muitas plataformas chinesas de comércio electrónico.
O jornal estatal Global Times escreveu também que a procura de detectores de radiação, “que podem ser utilizados em alimentos e cosméticos importados”, aumentou 232 por cento esta
“A quantidade de iodo no sal iodado (sal de cozinha) é muito pequena. Seria preciso consumir entre 2,5 e 5 quilos por dia para atingir a dosagem de um comprimido de iodo.”
semana e que as vendas desses dispositivos aumentaram na quinta-feira, coincidindo com o início das descargas. Nas redes sociais do Interior, foram partilhadas inúmeras publicações alarmistas, como vídeos antigos de grandes quantidades de peixes mortos a dar à costa em regiões do Japão. João Luz com LUSA
Japão DST pondera ajustar de níveis de alertas de viagem
A Direcção dos Serviços de Turismo (DST) poderá vir a ajustar o nível de alerta de viagem para algumas regiões do Japão, revelou no sábado a directora do organismo, Helena de Senna Fernandes, em declarações ao canal chinês da Rádio Macau. Para já, a directora da DST referiu que o Governo irá manter a atenção aos desenvolvimentos relativos à descarga para o oceano de águas usadas para arrefecer os reatores da central nuclear de Fukushima e ter em conta as respostas do Ministério
da Cultura e Turismo do Interior da China e das regiões vizinhas. Além disso, Helena de Senna Fernandes apelou aos residentes de Macau que evitem viajar para a província de Fukushima e a planear cuidadosamente as viagens ao Japão. Por outro lado, a responsável admitiu que o Japão é um importante mercado externo para o turismo de Macau e que ainda não está decidido se as actividades promocionais no país serão ajustadas, mas que a promoção online vai continuar.
Fukushima Kevin Ho e Vong Hin Fai condenam descarga
Os membros da Assembleia Popular Nacional (APN) por Macau, Kevin Ho e Vong Hin Fai, criticaram a descarga de água com resíduos nucleares em Fukushima. Em comunicado, citados pelo Jornal Ou Mun, ambos indicaram que as acções das autoridades japoneses ameaçam os ecossistemas globais e que foram conduzidas apesar de haver uma “grande oposição da comunidade internacional e dos países vizinhos”. Vong e Ho afirmam também que a descarga é
“um comportamento irresponsável” e “egoísta” do Japão que vai afectar todo o mundo. Por sua vez, Kevin Ho admitiu que as autoridades japonesas disponibilizaram os dados sobre os níveis de radioactividade das águas, mas atira que “a credibilidade é questionável”. Neste sentido, o empresário que é um dos proprietários dos jornais Diário de Notícias e Jornal de Notícias apontou que devia haver uma investigação independente aos números das autoridades japonesas.
Turismo Andy Wu defende construção de hotéis mais baratos
Andy Wu Keng Kuong defende que as futuras concessões de terras para a construção de hotéis devem obrigar as concessionárias a construir hotéis de três estrelas ou pensões. A opinião foi expressa em declarações ao Jornal Ou Mun, numa altura em que os preços dos hotéis em Macau são apontados como
um desafio à diversificação do turismo. Segundo o presidente da Associação de Indústria Turística, há um desequilíbrio com a oferta de hotéis cinco estrelas a ser muito superior à dos outros segmentos. Por isso, com a proporção dos hotéis de três estrelas, ou menos, a ser cada vez menor, Wu apela a uma inversão da
tendência para ser possível captar outro tipo de turista, como muito potencial, como disse ser visível nos dados mais recentes. O dirigente defendeu que o tipo de cliente dos hotéis mais acessíveis tem formas de consumo diferentes o que pode contribuir mais para os bairros históricos e comunitários.
AMCM Dinheiro ficou mais caro no segundo trimestre
No segundo trimestre do ano, o custo do capital dos bancos de Macau ficou mais caro, de acordo com a Autoridade Monetária de Macau (AMCM). “No final de Junho de 2023, as taxas de juro compostas da pataca e do dólar de Hong Kong registadas no final
ECONOMIA PIB
% NO SEGUNDO TRIMESTRE
de Março de 2023, aumentaram de 1,69 por cento e 3,03 por cento para os níveis de 1,84 por cento e 3,35 por cento, respectivamente”, pode ler-se no comunicado.
“Os correspondentes aumentos cifraram-se em 14 pontos de base e 32 pontos de base, respecti-
vamente”, foi acrescentado. De acordo com a AMCM “as taxas de juros compostas de Macau são as taxas de juros médias ponderadas de todos os passivos remunerados e de depósitos à ordem sem juros, inscritos nas contas bancárias de Macau”.
JOCKEY CLUB DESMENTIDOS RUMORES DE ENCERRAMENTO
OMacau Jockey Club desmentiu os rumores que dão conta do encerramento do espaço de apostas em corridas de cavalos, na Taipa, no final do ano, com a última corrida a decorrer a 29 de Setembro. Segundo a TDM, o desmentido foi feito ao jornal Ou Mun, onde consta o calendário das provas que vão decorrer em 2024.
Recuperação à vista
por cento e as exportações de outros serviços turísticos a crescer 157,5 por cento, adiantou.
Face ao segundo trimestre de 2022, as importações de serviços cresceram 49,8 por cento e as importações de bens 0,1 por cento, enquanto as exportações de bens caíram 32,8 por cento, de acordo com a DSEC.
por cento do volume económico do mesmo período de 2019, acrescentou. No segundo trimestre deste ano, a despesa de consumo privado aumentou 15,1 por cento, em termos anuais, “estimulado pelas melhorias na atmosfera económica e no ambiente de emprego”, referiu.
Governo gasta mais
No sector privado, o investimento em construção cresceu 86,6 por cento, em termos anuais, dado o aumento significativo do investimento das concessionárias de jogo. Já o investimento em equipamento, desceu 12,9 por cento.
Oproduto interno bruto (PIB) de Macau registou um acréscimo anual de 117,5 por cento, em termos reais, no segundo trimestre do ano, no maior crescimento desde o segundo trimestre de 2021, anunciaram as autoridades na sexta-feira.
O resultado deveu-se “à contínua recuperação económica” do território, “impulsionada pelo desempenho” do turismo e do jogo, indicou a Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), em comunicado.
As exportações de serviços aumentaram 211,9 por cento em termos anuais, com as exportações de serviços do jogo a subir 463,6
A procura interna subiu 18,4 por cento, impulsionada principalmente pelo aumento anual de 47,8 por cento da formação bruta de capital fixo, destacou.
No primeiro semestre de 2023, o PIB tinha registado uma subida anual de 71,5 por cento, em termos reais e a recuperação de Macau equivaleu a 71
A despesa de consumo final do governo cresceu 3,0 por cento em termos anuais, enquanto o investimento em obras públicas subiu 47,4 por cento em termos anuais, devido à construção de habitação pública e da quarta ponte Macau-Taipa, levando a uma subida de 70,7 por cento do investimento em equipamento.
Quanto ao comércio externo de mercadorias, observou-se um acréscimo homólogo de 22,3 por cento nas importações líquidas de bens, devido ao aumento da procura, indicou.
Entre Maio e Julho, entraram em Macau 6,7 milhões de visitantes (mais 3,2 vezes, em termos anuais), representando 67,5 por cento do número de visitantes registado no trimestre homólogo de 2019.
Do lado da Direcção da Inspecção e Coordenação de Jogos (DICJ) não houve uma resposta concreta sobre estas notícias, tendo sido explicado apenas que o Governo aprovou a prorrogação do contrato de franquia das corridas de cavalos até 31 de Agosto de 2042, em Fevereiro de 2018, tendo revisto ainda as respectivas disposições. O Macau Jockey Club, em operações há 30 anos, tem registado perdas financeiras consecutivas, sendo que nos primeiros sete meses do ano perdeu, por mês, mais de sete milhões e setecentas mil patacas. Com o novo contrato, o Macau Jockey Club, liderado por Angela Leong, está obrigado a manter-se em funcionamento até 2042 e a realizar mais de 1200 corridas por ano.
A TDM Canal Macau citou várias fontes que referem que a concessionária ficou proibida de receber apostas do estrangeiro, de regiões e países como Austrália, Singapura, Malásia e Hong Kong.
Crescimento de despesa de consumo final
aumento de despesa com obras públicas 3%
47,4%
CRESCE 117,5
A Direcção dos Serviços de Estatística e Censos explicou o crescimento do PIB com a “contínua recuperação económica”, “impulsionada pelo desempenho” do turismo e do jogo
HK DSAT ainda sem uma data para ligação com Aeroporto
Apesar da vontade do Governo de lançar um serviço com autocarros directos de Macau para o Aeroporto Internacional de Hong Kong, ainda não há data para o início do serviço. De acordo com Lam Hin San, director dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, a parte de Hong Kong (DSAT) ainda precisa de tratar de algumas formalidades. “Todos os procedimentos administrativos estão aprovados, os autocarros prontos, mas se calhar a parte de Hong Kong é que precisa de tempo para tratar das formalidades”, respondeu Lam citado pela TDM, quando questionado sobre o assunto. “De acordo com a nossa comunicação, ambas as partes estão ansiosas para avançar com este plano e de iniciar o serviço com a maior brevidade. Mas não tenho uma data definida”, respondeu. Com autocarros directos, as formalidades alfandegárias para quem voa a partir de Hong Kong vão poder ser tratadas em Macau, antes de se apanhar o autocarro para o aeroporto da RAEHK. Ainda assim, Lam Hin San indicou que o serviço pode começar a “dentro de semanas”.
Ponte HZM Quotas vão aumentar
Os Governos de Macau e de Hong Kong concordaram aumentar as quotas para a utilização da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau, de acordo com um comunicado do Governo da RAEM. “Para responder às necessidades dos residentes de Hong Kong e Macau na utilização da Ponte Hong Kong-Zhuhai-Macau (Ponte HZM), após negociações entre os governos das duas regiões, as partes concordaram em aumentar, de forma faseada, as quotas regulares para veículos particulares”, foi comunicado. Segundo as explicações, desde sexta-feira que Macau tem 544 vagas novas, que foram acrescentadas “com o objectivo de facilitar a deslocação dos residentes das duas regiões”. As novas quotas vão ser atribuídas “segundo a ordem decrescente, constante no resultado do sorteio das quotas regulares para circulação de veículos particulares” deste ano.
DSAL Mais de nove mil apoiados para encontrar emprego
A Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) ajudou, em oito meses, um total de 9 066 indivíduos a arranjar trabalho, “número que se traduz em 1,4 vezes o número total de colocados através da DSAL no ano passado”, que, no total, foram 6 288 indivíduos, descreve um comunicado da entidade. A DSAL entende ainda que “a oferta de emprego é suficiente, com mais de 7200 vagas, abrangendo mais de 250 profissões”. Além disso, este ano, e até este mês, foram realizadas 100 sessões de emparelhamento para sectores específicos e 36 sessões para as empresas de lazer. No decurso desse período, as referidas medidas ajudaram com que, ao todo, fossem colocados os 9 066 residentes.
Gripe Caso colectivo em centro para idosos
Os Serviços de Saúde de Macau (SSM) foram notificados na quinta-feira sobre a ocorrência de um caso colectivo de gripe no “Rui Xi - Centro de Serviços Integrados para Idosos do Exército de Salvação”, localizado na Rua da Doca Seca, tendo sido infectados sete utentes, dois homens e cinco mulheres, com idades compreendidas entre os 64 e os 94 anos. Os doentes começaram a manifestar sintomas dia 19, nomeadamente de infecção do tracto respiratório superior como febre, tosse e outros, tendo alguns deles recorrido a instituições médicas para diagnóstico e tratamento. Dois doentes necessitaram de ficar internados por falta de ar, encontrando-se actualmente em estado estável. Os SSM apontam que “os restantes doentes apresentavam sintomas mais leves”, não se tendo registado casos ou outras complicações graves. O centro já procedeu a uma limpeza e desinfecção do espaço.
DESEMPREGO TAXA DE RESIDENTES DESCEU PARA 3,3 POR CENTO ENTRE MAIO E JULHO
Feridas a sarar
A taxa de desemprego entre Maio e Julho caiu para um valor global de 2,6 por cento e 3,3 por cento apenas entre residentes.
Os sectores que mais contribuíram para o aumento da população empregada foram o comércio a retalho e construção
OS números do desemprego continuam a melhorar desde que foram eliminadas as restrições de combate à pandemia. Segundo os últimos dados revelados pela Direcção dos Serviços de Estatística e Censos (DSEC), entre os passados meses de Maio e Julho, “a taxa de desemprego atingiu 2,6 por cento e a taxa de desemprego dos residentes foi de 3,3 por cento, decrescendo ambas 0,2 pontos percentuais, face ao período anterior (Abril a Junho de 2023)”.
A taxa de subemprego também registou um ligeiro decréscimo (0,1 por cento) fixando-se
em 1,7 por cento no período em análise.
No final de Julho, a população activa que vivia em Macau totalizava cerca de 372.800 pessoas, correspondente a uma taxa de actividade de 67,6 por cento. A população activa é um indicador económico-demográfico que mede o número de habitantes de um determinado país ou região que constitui a força de trabalho e os que estão
aptos a trabalhar, incluindo os desempregados. Em relação à população empregada, a DSEC releva que, entre Maio e Julho, totalizava 363 mil pessoas, destas 282.900 eram residentes, ou seja, mais 1.600 e mais 300, respectivamente, em comparação com o período precedente.
Carga de trabalhos
No final de Julho, a DSEC contabilizava um total de
No final de Julho, a população activa que vivia em Macau totalizava cerca de 372.800 pessoas, correspondente a uma taxa de actividade de 67,6 por cento
9.800 desempregados, menos 600 do que no período anterior. Os serviços destacam que entre “os desempregados à procura de novo emprego, a maioria trabalhou anteriormente no ramo de actividade económica da construção, no ramo dos hotéis, restaurantes e similares e no ramo das lotarias, outros jogos de aposta e actividade de promoção de jogos”.
Já o número de pessoas que procurou o primeiro emprego representou 8,6 por cento do total da população desempregada, aumentando 1,3 pontos percentuais, face ao período anterior.
Em termos de ramos de actividade económica, o número de empregados do comércio a retalho e o de empregados da construção aumentaram face ao período anterior. Porém, os sectores dos transportes e armazenagem registaram uma evolução contrária, com o número de empregados a diminuir.
A DSEC indica também que a população subempregada fixou-se em 6.400 pessoas, menos 400, em relação ao período anterior. Neste capítulo, os sectores mais significativos com mais pessoas em situação de subemprego foram os ramos da construção, transportes e armazenagem. João Luz
INQUIRIÇÕES SÍNICAS
O que Li Shizhuo escreveu nas suas pinturas
GAO QIPEI (1660-1734), o alto funcionário que se notabilizou pelas suas pinturas que dispensavam o pincel e utilizava de maneira bem-humorada as mãos e a ponta de uma unha que deixava crescer para o efeito, fez parte de uma família que, se não prolongou a sua intransmissível bizarria, enriqueceria a arte do pincel.
Um seu sobrinho, Li Shizhuo (16871770) mostraria um conhecimento invulgar da história da pintura reflectindo o gosto de sistematização e erudição característicos dos pintores ao serviço do imperador Qianlong (r. 1736-95) a quem serviu durante cerca de vinte anos. Filho de um alto funcionário terá sido no decurso de uma viagem com o pai à região de Jiangnan, que entrou em contacto com o eminente pintor Wang Hui (1632-1717) que teria um papel essencial no ressurgir de importância da pintura ortodoxa de paisagens no fim do século dezassete, com quem terá aprendido os fundamentos da arte. E na ausência de um manual de pintura seu, as inscrições que fez em pinturas constituem um corpo crítico revelador de um saber muitas vezes partilhado nos convívios dos literatos. Em Paisagem a partir de Wu Zhen (1289-1354) e Shen Zhou (1427-1509) que está no Instituto de Arte de Minneapolis (rolo vertical, tinta sobre papel, 65,2 x 32,8 cm) ele mostra um à vontade que não é isento de certo tom autobiográfico:
«As pessoas gostam das pinturas de Shitian (Shen Zhou) e dizem que alcançou os mistérios ocultos de Mei Daoren (Wu Zhen).
No entanto elas não percebem que na realidade isso era uma tradição familiar que recebeu do seu pai, Hengji (Shen Hengji,1409-1477). Ontem passei em Guazhou (Yangzhou, Jiangsu) e sentado numa janela à chuva virada para as águas, pintei e pus os pontos (dian) nesta pintura cuja concepção está entre Wu e Shen.»
Na adopção desse «espírito dos antigos», guyi, foi consciente da síntese informada que fizera Zhao Mengfu (12541322) como na Paisagem no estilo desse mestre, no Smithonian (rolo vertical, tinta e cor sobre papel, 94,4 x 42 cm).
Li Shizhuo ao ler o tratado Bifa Ji, «Notas sobre o método do pincel», escrito em parte como um diálogo, actualizou o que nele se defende sobre a verdade do pintor. Em Paisagem a partir de Jing Hao (c.855-915) e Guan Tong (activo a meio do século X) alude a uma célebre distinção académica sobre o uso da tinta ou o domínio do pincel: «Jing Hao chamava-se a si mesmo Hongguzi. Ele escreveu o Segredo da paisagem, e certa vez proclamou orgulhoso: “Wu Daozi poderá ser excelente com o pincel mas é deficiente com a tinta. Xiang Rong pode ser excelente com a tinta mas falta-lhe o trabalho de pincel”. E assim Honggu podia reclamar ser mestre dos dois. Como resultado Guan Tong procurou-o para seu instrutor. Ele foi realmente uma figura destacada do final da dinastia Tang. Aqui tentei mostrar o melhor de Jing Hao, escondendo os seus defeitos.»
Reclusa no palácio interior
À porta proibida do palácio, entre as árvores passa um raio de luar, E o seu olhar excelente detém-se, fixo num ninho de garça.
Inclina-se e tira do cabelo um gancho de jade, projectando uma sombra diante do candeeiro, E apaga a vela vermelha para salvar a traça esvoaçante.»
Zhang Gu, dinastia Tang,
FRONTEIRA
Pôr água na fervura
Modi e Xi encontraram-se à margem cimeira dos BRICS, em Joanesburgo, para debater a questão dos conflitos fronteiriços. Do encontro, resultaram indicações para que ambos os lados intensifiquem os esforços para evitar confrontos
Oprimeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, e o Presidente chinês, Xi Jinping, concordaram na quinta-feira em intensificar esforços para reduzir tensões na fronteira disputada entre os dois países, que resultaram em sangrentos confrontos em 2020.
Segundo o secretário para os Negócios Estrangeiros da Índia, Vinay Mohan Kwatra, Modi e Xi reuniram-se à margem da cimeira do bloco de economias emergentes BRICS, em Joanesburgo.
Durante a reunião, Modi apontou a Xi Jinping as preocupações da Índia com questões fronteiriças não resolvidas.
A fronteira disputada levou a um impasse de três anos entre dezenas de milhares de soldados indianos e chineses na área de Ladakh. Uma luta com paus e pedras na região resultou na morte de 20 soldados indianos e de quatro chineses.
Kwatra disse que os dois líderes concordaram em intensificar esforços, mas não detalhou qual foi a resposta de Xi às preocupações expressas por Modi, nem elaborou detalhes sobre a posição do primeiro-ministro indiano.
Segundo um comunicado do ministério dos Negócios Estrangeiros da China difundido pela embaixada chinesa em Nova Deli,
Xi sublinhou que a melhoria das relações entre China e Índia serve os interesses comuns dos dois países e é relevante para a paz, estabilidade e desenvolvimento do mundo e da região.
“Os dois lados devem ter atenção aos interesses gerais da relação bilateral e lidar adequadamente com a questão fronteiriça, de modo a salvaguardar conjuntamente a paz
“Os dois lados devem ter atenção aos interesses gerais da relação bilateral e lidar adequadamente com a questão fronteiriça, de modo a salvaguardar conjuntamente a paz e a tranquilidade na região.”
XI JINPING PRESIDENTE CHINÊSe a tranquilidade na região”, afirmou.
Luta territorial
Os comandantes militares indianos e chineses reuniram-se na semana passada num aparente esforço para estabilizar a situação. Uma Linha de Controlo Real separa os territórios controlados pela China e pela Índia, desde Ladakh, no oeste, até ao estado de Arunachal Pradesh, no leste da Índia, que a China reivindica na totalidade.
A Índia e a China travaram uma guerra nas suas fronteiras em 1962. A China reivindica cerca de 90.000 quilómetros quadrados de território no nordeste da Índia, incluindo Arunachal Pradesh, onde a população é maioritariamente budista.
A Índia diz que a China ocupa 38.000 quilómetros quadrados do seu território no planalto de Aksai Chin, que a Índia considera parte de Ladakh, onde os dois países reforçaram as suas posições militares.
Índia e China retiraram tropas de algumas áreas nas margens norte e sul de Pangong Tso, Gogra e Galwan Valley, mas continuam a manter tropas extra, como parte de uma implantação de vários níveis.
Em Abril, o ministro de Defesa da Índia acusou a China de corroer “toda a base” dos laços entre os dois países ao violar acordos bilaterais, durante conversas com o seu homólogo chinês, o general Li Shangfu.
IMOBILIÁRIO COUNTRY GARDEN TENTA NEGOCIAR RESTRUTURAÇÃO DA DÍVIDA
ACountry Garden, uma das maiores construtoras da China, está a negociar com credores a restruturação da sua dívida, visando evitar a entrada em incumprimento, o que teria consequências muito graves para a segunda maior economia mundial.
O grupo, há muito considerado financeiramente sólido, não conseguiu no início do mês pagar o cupão de dois
JOGOS OLÍMPICOS EX-CHEFE DA DELEGAÇÃO INVESTIGADO POR CORRUPÇÃO
AChina anunciou no sábado que o antigo chefe da delegação chinesa nos Jogos Olímpicos de Inverno está a ser investigado por alegada corrupção.
Ni Huizhong, que até há pouco tempo dirigia o gabinete de desportos de Inverno do país, “é suspeito de graves violações da disciplina e da lei”, declarou a Administração Geral do Desporto, utilizando uma expressão comum para se referir à acusação de corrupção.
Ni, de 54 anos, foi secretário-geral da delegação chinesa aos Jogos Olímpicos de Inverno do ano passado, que se realizaram em Pequim. É um dos vários dirigentes desportivos cuja conduta tem sido alvo de escrutínio nos últimos meses, numa altura em que o Partido Comunista no poder promove uma campanha anticorrupção no desporto. O procurador-geral da China declarou este mês que o antigo selecionador nacional de futebol Li Tie foi acusado de crimes de corrupção.
Li, antigo futebolista, é um dos vários dirigentes de futebol investigados por corrupção desde novembro. Em Junho, o organismo nacional de bilhar da China impôs uma proibição vitalícia a dois jogadores implicados em jogos combinados.
Desde a chegada ao poder, há dez anos, o Presidente chinês, Xi Jinping, tem desenvolvido uma campanha contra a corrupção.
títulos obrigacionistas, correndo assim o risco de entrar oficialmente em incumprimento após um período de carência de 30 dias.
Isto ocorre numa altura em que o sector imobiliário atravessa uma crise sem precedentes na China.
A construtora, que está presente sobretudo em cidades de pequena e média dimensão e emprega dezenas de
milhares de funcionários, tem ainda de pagar uma obrigação no valor de 3,9 mil milhões de dólares, que vence em dez dias.
A Country Garden está em negociações com os credores desde quarta-feira para adiar o prazo para 2026. Os credores tiveram até às 22:00 de sexta-feira para votar ‘online’, segundo a agência de notícias Bloomberg.
Um acordo permitiria que a Country Garden evitasse a entrada em incumprimento. Seria a maior dívida na China desde a da Evergrande, há dois anos.
A situação da Country Garden está a causar nervosismo nos mercados porque o grupo tinha uma dívida de cerca de 176 mil milhões de euros, no final de 2022, segundo cálculos da Bloomberg.
A Country Garden foi a maior construtora na China no ano passado. Tem quatro vezes mais projectos que a Evergrande, cuja paralisação das obras gerou protestos em todo o país.
O grupo consta na lista das 500 maiores empresas do mundo da Forbes e a sua líder, Yang Huiyan, era até recentemente a mulher mais rica da Ásia.
Taiwan Pequim envia dezenas de aviões e navios para a ilha
Taiwan afirmou no sábado que a China enviou dezenas de aviões e navios em direcção à ilha, poucos dias depois de os Estados Unidos aprovarem uma venda de armas no valor de 500 milhões de dólares a Taipé. O Ministério da Defesa disse em comunicado que 32 aviões do Exército Popular de Libertação e nove embarcações da Marinha foram detectados entre sexta-feira e sábado. Destes, 20 aviões atravessaram a linha mediana do Estreito de Taiwan. Em resposta, Taiwan enviou as suas próprias aeronaves, embarcações e sistemas de mísseis para responder a estas actividades, segundo o exército.
PEQUIM E NOVA DELI INTENSIFICAM ESFORÇOS PARA REDUZIR TENSÕESWANG ZHOU GETTY IMAGES FILE
DEFESA FILIPINAS E AUSTRÁLIA REALIZAM EXERCÍCIOS MILITARES
Manobras de Verão
O arquipélago
filipino serviu de palco à simulação da tomada de uma ilha junto ao Mar do Sul da Chuna.
Na operação militar participaram quase
2.000 soldados
australianos e filipinos
OS Exércitos das Filipinas e da Austrália simularam sexta-feira a tomada de uma ilha próxima de territórios disputados por Pequim no Mar do Sul da China, no quadro de manobras militares entre os dois países.
Cerca de 1.200 soldados australianos e 560 fuzileiros navais filipinos participaram no exercício militar utilizando veículos de assalto anfíbios, projec ções em paraquedas e aviões Osprey (aparelhos com hélices de fabrico norteamericano).
Trataram-se das primeiras manobras aéreas, marítimas e terrestres de “alto nível” entre as Filipinas e a Austrália.
A simulação do ataque ocorreu numa praia da província de Zambales, na ilha de Luzón (Lução, em português) onde se encontra a base naval de
Olíder do maior partido da oposição timorense, a Fretilin, criticou ontem a decisão “extrema” da junta militar de Myanmar expulsar o encarregado de negócios de Timor-Leste, vincando que toda a liderança é consistente na defesa dos mesmos princípios.
“A questão de a junta militar não participar nas reuniões da ASEAN demonstra que é a junta que está a excluir Myanmar da ASEAN e por isso mesmo a nossa posição é coerente”, disse à Lusa o secretário-geral da Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), Mari Alkatiri. “Queremos ser membro da Associação de Nações
ÍNDIA RESTRIÇÕES À EXPORTAÇÃO DE ARROZ PARA CONTROLAR PREÇOS
AÍndia reforçou sexta-feira as restrições à exportação de arroz, com limites à venda no exterior da variedade basmati a somarem-se à proibição total do comércio de outras variedades deste cereal.
Entre as novas medidas anunciadas pelo Ministério do Comércio e Indústria está a proibição da exportação de arroz basmati com preço inferior a 1.200 dólares, com o objectivo de restringir o comércio internacional do grão cultivado na Índia.
“O Governo recebeu informações credíveis sobre a classificação incorreta e as exportações ilegais de arroz de outras variedades que não o basmati, cuja exportação foi proibida em 20 de Julho de 2023”, explicou o ministério.
O preço mínimo para as exportações de arroz basmati pretende assim impedir a venda ao exterior deste cereal, cuja exportação foi proibida, através da sua classificação noutra categoria.
Subic e 240 quilómetros a leste dos baixios de Masinloc, uma zona importante de pesca que foi ocupada pela República Popular da China em 2012.
O chefe de Estado das Filipinas, Ferdinand Marcos Júnior, assistiu às manobras acompanhado do ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles.
“(As manobras) são um aspecto importante sobre a forma como nos preparamos para qualquer eventualidade”, disse o Presidente filipino aos jornalistas em Zambales.
“Tendo em consideração que existem muitos factos que indicam a volatilidade da região, este tipo de exercícios, esta cooperação estratégica entre países é muito importante”, acrescentou.
Outros parceiros
As Filipinas realizaram uma manobra semelhante em Abril, em conjunto com as forças dos Estados Unidos, na mesma praia de Zambales, simulando um ataque contra um navio. Os baixios de Masinloc, um recife situado a 119 milhas
Ferdinand Marcos Júnior, assistiu às manobras acompanhado do ministro da Defesa da Austrália, Richard Marles. “(As manobras) são um aspecto importante sobre a forma como nos preparamos para qualquer eventualidade”, disse o Presidente filipino
Exclusão de partes
Líder da oposição timorense critica decisão de Myanmar
do Sudeste Asiático (ASEAN) mas não queremos trair os valores e princípios pelo que lutamos, a afirmação de liberdade, paz, democracia e respeito pelo Estado de direito e pelos direitos universalmente reconhecidos”, considerou.
Alkatiri, contactado telefonicamente em Lisboa, onde se encontra em visita, reagia à decisão da junta militar do Myanmar (antiga Birmânia) ordenar a expulsão do encarregado de negócios de Timor-
-Leste, em protesto com posições recentes das autoridades timorenses sobre aquele país.
“O Ministério dos Negócios Estrangeiros em nome do Governo da República da União de Myanmar
náuticas do litoral nordeste filipino, encontram-se dentro do limite das 200 milhas que as Nações Unidas estabelecem para que seja determinada a soberania marítima por parte dos Estados.
Estas manobras entre as Filipinas e as forças de Camberra consolidam a aliança entre Manila e os parceiros “ocidentais” na contenção a Pequim, sobretudo após a nomeação de Marcos Júnior como chefe de Estado, no ano passado.
As tensões entre Pequim e Manila por causa de territórios no Mar do Sul da China agravaram-se nos últimos meses.
No passado dia 07 de Agosto, Manila convocou para consultas o embaixador de Pequim na capital das Filipinas após um incidente que envolveu um navio de guerra chinês que usou canhões de água contra embarcações filipinas de vigilância costeira.
pede ao encarregado de negócios da embaixada da República Democrática de Timor-Leste, senhor Avelino Fernandes Ximenes Pereira, para deixar o Myanmar o mais tardar até 01 de Setembro”, refere-se numa nota da diplomacia daquele país a que a Lusa teve acesso. Na nota de duas páginas, a junta militar aponta o que considera ser vários actos cometidos pelas autoridades timorenses, incluindo referências à situação no país pelo Presidente da República timorense, José Ramos-Horta.
Xanana firme Alude ainda a declarações do primeiro-ministro Xanana Gus-
A semana passada, a Índia impôs um imposto de 20 por cento sobre as exportações de arroz vaporizado, enquanto a venda de arroz partido foi totalmente proibida no ano passado.
Segundo dados oficiais, as exportações de arroz daquele país asiático têm crescido, apesar das limitações, com 7,3 milhões de toneladas vendidas até agora este ano, contra 6,7 milhões no mesmo período de 2022.
A Índia é o maior exportador mundial de arroz. Só em 2022, vendeu ao exterior 22,3 milhões de toneladas deste cereal por cerca de 11,1 milhões de dólares, na sua maior parte variedades de arroz que não o basmati.
mão que a 03 de Agosto disse que Timor-Leste poderia não aderir à Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) se o organismo regional for incapaz de encontrar uma solução para o conflito no Myanmar.
“Enquanto for primeiro-ministro não entra na ASEAN se a ASEAN não convence a junta militar, se não encontrar uma solução. Somos uma democracia. Podemos ter problemas, mas não há golpes de Estado, há respeito pelas eleições presidenciais e parlamentar, mostrando ao mundo que nós temos uma cultura democrática”, disse Xanana Gusmão na altura.
FRC ASSOCIAÇÃO WA KEI APRESENTA EXPOSIÇÃO DE CALIGRAFIA E PINTURA
Arte dinâmica
A Fundação Rui Cunha inaugura
amanhã a exposição “Obras da Associação de Caligrafia e Pintura Wa Kei 2023”, que estará aberta ao público até ao dia 9 de Setembro. Esta é a oportunidade para ver os trabalhos da associação com o nome do conhecido calígrafo e artista Mok Wa Kei
OS amantes de pintura e caligrafia podem ver, a partir das 18h30 de amanhã e até ao dia 9 de Setembro, na Fundação Rui Cunha (FRC) a mostra “Obras da Associação de Caligrafia e Pintura Wa Kei 2023”, criadas pelos membros da Associação de Arte e Estudo de Caligrafia. Esta exposição, com um total de 42 obras, conta com curadoria de Mok Hei Kei, filha do renomado calígrafo e artista Mok Wa Kei, presidente da referida instituição. O público poderá ver, segundo um comunicado da FRC, uma exposição que revela “estilos bem diversificados que incluem a escrita de sinete, a escrita clerical, a escrita regular, a escrita cursiva, entre outros exemplos”.
Além disso, os 41 artistas representados exercem várias profissões. Empresários, funcionários públicos, professores, escriturários, reformados e alunos do ensino básico e secundário,
FRANÇA “MISERICÓRDIA” DE LÍDIA JORGE CONSIDERADO MELHOR LIVRO LUSÓFONO
Oromance “Misericórdia”, de Lídia Jorge, venceu o Prémio para Melhor Livro Lusófono publicado em França, atribuído pela redação da revista literária Transfuge, anunciou sexta-feira a editora Dom Quixote, que publica a obra da autora.
“Editado pela Métailié, a editora de Lídia Jorge naquele país, e traduzido por Elisabeth Monteiro
Rodrigues, ‘Misericórdia’ tem sido muito bem recebido pela crítica, que já o incluiu entre os principais destaques da rentrée francesa”, acrescentou.
Publicado em Portugal em Outubro de 2022, o romance “Misericórdia” foi escrito por Lídia Jorge a pedido da mãe, que, internada numa instituição para idosos, no Algarve, várias vezes lhe pediu que
escrevesse um livro com aquele título.
A história decorre entre Abril de 2019 e Abril de 2020, data da morte da mãe da autora, que foi uma das primeiras vítimas da covid-19 no sul do país.
“A minha mãe pediu-me várias vezes para escrever um livro que se chamasse ‘misericórdia’, porque ela achava que havia um desentendimento, no tratamento
das pessoas, achava que as pessoas procuravam ser amadas, mas não as entendiam. Pediu-me que escrevesse um livro chamado ‘misericórdia’, para que se tivesse compaixão pelas pessoas e as tratássemos como se fossem pessoas na plenitude da vida”, revelou a autora em entrevista à Lusa, por altura da publicação do romance.
Segundo a escritora, este não é um livro “mórbido” e
a sua escrita não lhe suscitou sentimentos de tristeza ou dor. Antes, é um “livro sobre o esplendor da vida que acontece quando as pessoas estão para partir”, sobre os “actos de resistência magníficos, que as pessoas têm no fim da vida”.
“Misericórdia” ganhou o Grande Prémio de Romance e Novela 2022 da Associação Portuguesa de Escritores (APE).
integram o grupo de artistas abrangendo diferentes faixas etárias, dos mais idosos até aos jovens aprendizes.
Citada pelo mesmo comunicado, a curadora, Mok Hei Kei, afirmou que, com a organização desta mostra colectiva “a associa-
Mok Hei Kei, afirmou que, com a organização desta mostra colectiva “a associação espera oferecer aos membros a oportunidade de mostrarem os seus trabalhos, incentivando as capacidades artísticas de cada um”
ção espera oferecer aos membros a oportunidade de mostrarem os seus trabalhos, incentivando as capacidades artísticas de cada um e promovendo a aprendizagem, pesquisa e criação da caligrafia e da pintura, para dinamizar a cultura e a arte tradicionais chinesas em Macau”.
Trabalho permanente
Desde 2018 que a associação se dedica a realizar exposições colectivas regularmente, promovendo também o ensino da calígrafia e pintura. A entidade pretende
“melhorar o conhecimento e o talento dos membros, e reunir à sua volta os amantes da caligrafia e da pintura”.
Também artista, a curadora Mok Hei Kei é autora de uma das obras expostas, tal como o pai, Mok Wa Kei, que preside e dá nome à associação, com duas peças assinadas. A família de artistas inclui ainda o irmão, Mok Hei Sai (Elvis Mok), já com nome no circuito artístico local, e até a mãe, Tou Ut Ieng.
Os 41 artistas representados exercem várias profissões.
Empresários, funcionários públicos, professores, escriturários, reformados e alunos do ensino básico e secundário, integram o grupo de artistas abrangendo diferentes faixas etárias
A Associação de Arte e Estudo de Caligrafia e Pintura Wa Kei foi criada em 2017, com o objectivo de pesquisar, desenvolver, treinar, promover e propagar a cultura e a arte da caligrafia e pintura chinesa, fornecendo uma plataforma para os entusiastas trocarem ideias e cultivarem o sentimento artístico e espiritual das próximas gerações de talentos chineses.
Fundador e presidente, Mok Wa-Kei é um calígrafo sénior e educador conceituado no território. Nascido em Macau em 1950, formou-se na Universidade Normal do Sul da China com um grau de bacharel em Educação. Mais tarde, estudou Caligrafia na Universidade de Macau, no Guangdong Literary Vocational College e no Xi’an College.
Yun Shouping no MAM
Aexposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” será inaugurada na próxima sexta-feira, dia 1, pelas 18h30, no Museu de Arte de Macau (MAM). Segundo um comunicado do Instituto Cultural (IC) apresentam-se mais de 180 pinturas paisagísticas, pinturas de pássaros-e-flores e obras caligráficas da autoria do
Quase duas centenas de obras de caligrafia e pintura para ver a partir de sexta-feira pintor Yun Shouping, bem como dos seus discípulos e artistas companheiros.
Yun Shouping foi um conceituado pintor da dinastia Qing, sendo aclamado como um dos “Seis Mestres do Início do Período Qing”, juntamente com Wang Shimin, Wang Jian, Wang Hui, Wang Yuanqi e Wu Li. Além disso, é conhecido por ter desenvolvido uma técnica de pintura singular de flores conhecidas como “sem ossos”, ou através do termo “mogu”. A técnica caracteriza-se pela representação de imagens com pinceladas livres de tinta colorida, procurando a semelhança em termos de forma, mas pretendendo, por outro lado, transcender as formas naturalistas e capturar o humor e o estilo da pintura característica dos eruditos.
Mostra tripartida
Dividindo-se em três secções, nomeadamente “Obras-primas”, “Discípulos e Sucessores” e “Artistas Companheiros”, esta exposição apresenta obras representativas de Yun em diferentes períodos, bem como trabalhos da autoria de familiares e discípulos
MUSEU BRITÂNICO DIRECTOR DEMITE-SE DEPOIS DE ROUBO DE PEÇAS DA INSTITUIÇÃO
Odirector do Museu
Britânico, Hartwig Fischer, anunciou a sua demissão do cargo, na sequência do roubo de mais de 1.500 peças da colecção da instituição londrina, denunciado há dois anos, noticiou sexta-feiar a BBC.
Em comunicado, Hartwig Fischer afirma ser evidente que o museu “não reagiu de forma tão exaustiva como deveria”, quando
tomou conhecimento dos roubos em 2021, tendo na altura considerado que as denúncias de roubo eram pouco credíveis, pelo que nada foi feito.
Na semana passada, o museu anunciou ter despedido um dos seus funcionários por suspeita de roubo, e no início desta semana, o jornal Telegraph noticiou, citando funcionários do museu, que mais de 1.500 peças de
valor inestimável estavam perdidas.
“Nos últimos dias, tenho estado a analisar em pormenor os acontecimentos relacionados com os roubos do Museu Britânico e a investigação sobre os mesmos. É evidente que o Museu Britânico não reagiu de forma tão abrangente como deveria ter reagido aos avisos de 2021 e ao problema que agora se revelou plenamente. A
responsabilidade por essa falha deve, em última análise, recair sobre o director”, afirmou Hartwig Fischer no comunicado.
O responsável, que ocupava o cargo de director do museu desde 2016, referiu ainda que apresentou a demissão ao presidente do conselho de administração e que cessará funções logo que seja estabelecido um regime de liderança provisório.
do artista e peças conhecidas da autoria de vários amigos, incluindo os ilustres artistas Wang Shimin, Wang Hui e Zha Shibiao. Para dar a conhecer melhor os feitos artísticos de Yun Shouping aos visitantes, o MAM irá organizar a palestra “Natureza Maravilhosa – Os Pássaros, Flores e Crustáceos de Yun Shouping” no próximo dia 30 de Agosto, com vista a analisar os temas e as técnicas das obras de pintura de pássaros e flores do artista. Um simpósio sobre a exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” terá também lugar no MAM, no sábado, contando com a participação de uma série de especialistas e académicos do Interior da China, de Hong Kong e Macau, os quais elaborarão discursos e desenvolverão debates sobre o estilo artístico e a influência de Yun Shouping.
A exposição “Yun Shouping: Pinturas e Caligrafia do Museu do Palácio e do Museu de Xangai” está patente até 12 de Novembro, sendo organizadas visitas guiadas em cantonense aos sábados, domingos e feriados, pelas 15h00, a partir de 9 de Setembro.
George Osborne, presidente do conselho de administração do museu, afirmou ter aceitado a demissão de Fischer, considerando que este actuou “de forma honrada ao confrontar-se com os erros cometidos”.
“Nunca ninguém duvidou da integridade de Hartwig, da sua dedicação ao seu trabalho ou do seu amor pelo museu”, acrescentou.
UM LIVRO HOJE
O CORAÇÃO DAS TREVAS | JOSEPH CONRAD
O clássico de Joseph Conrad, publicado em 1902, tem como epicentro a personagem Charles Marlow, um inglês contratado por uma companhia belga para capitanear um barco num rio africano algures na África Central. Apesar da tarefa oficial ser o transporte de marfim, Marlow tem como missão principal encontra um homem de negócios, o enlouquecido Sr. Kurtz, que se perdeu no coração da selva. Mais de sete décadas depois, “O Coração das Trevas” foi a inspiração do realizador Francis Ford Coppola na concepção de Apocalypse Now. João Luz
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PROMESSAS DO “REI” DOS POBRES
NUNCA ENTENDI a razão de um Presidente da República viajar tanto para o estrangeiro. É um cargo sem decisão governamental, mas vai a todo o lado mais assemelhando-se a um primeiro-ministro. Marcelo Rebelo de Sousa viajou para a Polónia, sede da estratégia da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Ninguém ficou a saber o que é que Portugal ganhou com a sua ida à Polónia. De seguida viajou 10 horas de comboio para a Ucrânia. Logo à chegada, prometeu este mundo e o outro. Que Portugal apoiaria sempre económica e militarmente a Ucrânia. Isto é o absurdo total. Prometer apoio económico e militar? Isso é para os países ricos onde o capitalismo tem o maior interesse que as suas fábricas de armamento estejam sempre a facturar. E Marcelo acrescentou o absurdo, que Portugal pode ajudar a Ucrânia na investigação dos crimes de guerra, quando esse assunto já há muito que está entregue ao Tribunal Penal Internacional. Com a agravante de as investigações judiciais no seu país levam anos por decidir algo. Sobre o que disse o presidente Marcelo sobre a Crimeia, apesar de ler muito, não leu que a Crimeia é território russo desde a guerra entre a Rússia e a Turquia (1877-1878).
O Presidente português prometeu este mundo e o outro, sem pensar no que tem em casa. Como é possível prometer ajuda económica se na economia portuguesa vivem-se momentos trágicos, com o povo cada vez mais pobre, sem poder comprar ou arrendar uma casa; que os agricultores não cessam de pedir ajuda e em consequência os preços dos produtos alimentares aumentam todas as semanas; que os jovens emigram às centenas por falta de trabalho; que temos reformados a receber 200 e 300 euros mensais; que os hospitais não têm médicos e enfermeiros; que o povo vai às três horas da madrugada para uma fila junto dos centros de saúde para conseguir uma senha de consulta médica; que doentes morrem em macas nos corredores dos hospitais depois de esperarem mais de seis horas por atendimento; que os sem-abrigo aumentam todos os meses pelas ruas das cidades do país, só na avenida de Roma, em Lisboa, dormem no chão todas as noites seis sem-abrigo; que os bombeiros queixam-se por falta de meios no combate aos fogos; que os novos oficiais de justiça vão vencer uns míseros 800 euros mensalmente; que mais de 20 por cento dos portugueses não puderam fazer férias e que a economia paralela que foge ao fisco prejudica o país em milhões de euros.
No campo militar, o tal que o Presidente Marcelo também prometeu ajuda à Ucrânia, o senhor esqueceu-se que as Forças Armadas vivem um tempo de desânimo devido à falta de jovens que queiram ingressar nas fileiras militares; que o Exército tem material obsoleto, que a Força Aérea pensa vender alguns aviões
Será este Portugal pequeno e pobre que vai ajudar a manter uma guerra? Por que não falou o Presidente Marcelo em paz. A paz é que tem de ser negociada o mais depressa possível. As famílias ucranianas e russas já ficaram sem milhares de filhos mortos em combate
F-16 por não haver financiamento necessário para o seu sustento e pela redução constante do número de pilotos; que a Marinha tem fragatas nos estaleiros a aguardar financiamento para restauração. Apoio militar à Ucrânia? Mas que tipo de apoio? A Ucrânia está a receber apoio militar e económico dos mais variados países, começando pelos Estados Unidos da América. E será este Portugal pequeno e pobre que vai ajudar a manter uma guerra? Por que não falou o Presidente Marcelo em
paz. A paz é que tem de ser negociada o mais depressa possível. As famílias ucranianas e russas já ficaram sem milhares de filhos mortos em combate. Os ataques de uma guerra injusta matam crianças acabadas de nascer e não é a paz o mais importante que se tema de debater em todos os quadrantes políticos, especialmente quando fala um Presidente de um país que só tem dificuldades de sobrevivência?
Temos de ser sérios e independentes, porque somos infimamente pequenos e pobres. Nem sequer se constroem bairros sociais, lares, creches com dignidade e vamos prometer à Ucrânia que terá todo o apoio de Portugal? É difícil compreender este tipo de política, ao fim e ao cabo, totalmente oficial, porque o Presidente Marcelo levou consigo o ministro dos Negócios Estrangeiros, dando obviamente o aval a tudo o que de absurdo foi pronunciado pelo chefe do Estado português. A Rússia invadiu a Ucrânia e a resposta foi imediata por parte dos países da NATO. Para quê? Para eternizar a guerra até ao infinito? Deixemo-nos de fanfarronices, mas apelem e tudo façam para que a paz seja uma realidade. Já chega de se ganhar milhões de dólares americanos e de euros no fabrico de armamento para enviar para a Ucrânia. Só faltou que o Presidente Marcelo tivesse dito que Portugal oferecia os seus F-16 que nunca ninguém compreendeu porque adquirimos tal tipo de aviões. Salazar foi um dos maiores fascistas do mundo político e manteve-se neutro durante a guerra e nós orgulhamo-nos de pertencer à NATO sem ter um fósforo para acender um cigarro...
ÍNDIA NOVE PESSOAS MORTAS EM INCÊNDIO NUM COMBOIO
NOVE pessoas morreram no sábado devido a um incêndio numa carruagem de comboio que estava parada numa estação ferroviária no sul da Índia, de acordo com as autoridades.
O incêndio, que também provocou ferimentos em mais 20 pessoas, deflagrou às 05:00 e prolongou-se por duas horas.
O fogo começou dentro de um compartimento privado de um comboio que se desprendeu e que ficou imobilizado na via férrea, na estação de Madurai, situada no estado de Tamil Nadu, segundo um comunicado da Southern Railway.
O acidente foi causado por uma botija de gás colocada clandestinamente
ÍNDIA PROFESSORA FORÇA ALUNOS A ESBOFETEAR COLEGA MUÇULMANO
por alguns passageiros no interior da carruagem, de acordo com um comunicado, que acrescenta que a polícia e os bombeiros ajudaram a retirar os corpos.
A Southern Railway não divulgou o número de pessoas que se encontravam na carruagem, mas afirmou que muitas conseguiram sair. Os acidentes são comuns na rede ferroviária da Índia, uma das maiores do mundo, com cerca de 22 milhões de passageiros por dia. A maior parte das colisões e incêndios são atribuídos a uma manutenção deficiente e a erros humanos. Em Junho, uma colisão mortal de comboios matou mais de 290 pessoas, num dos piores acidentes ferroviários da Índia.
Lição de crueldade
UMA professora obrigou os alunos a esbofetear e agredir, no norte da Índia, um estudante muçulmano de sete anos, revela um vídeo que está desde sábado a circular e a indignar as redes sociais.
No vídeo é possível ver um menino de sete anos a chorar enquanto é agredido à vez por colegas que são instigados por uma professora de um centro educacional no estado de Uttar Pradesh, no norte da Índia.
A voz da professora Trapta Tyagi ouve-se no vídeo com frases como: “Já disse que todas as crianças muçulmanas deveriam partir” ou “Porque é que estás a bater assim? Bate com mais força. De quem é a vez agora?”.
Trapta Tyagi, professora “Já disse que todas as crianças muçulmanas deveriam partir”. “Porque é que estás a bater assim? Bate com mais força. De quem é a vez agora?”
O vídeo terá sido gravado por um homem não identificado do distrito de Muzaffarnagar, que responde à professora: “Tem razão [estas crianças muçulmanas] estão a arruinar a educação”.
O episódio terá servido para punir o jovem estudante muçulmano por não aprender a tabuada, segundo o superintendente da polícia de Muzaffarnagar, Satyanarayan Prajapat.
“Investigamos e descobrimos que a mulher afirmou no vídeo que os estudantes muçulmanos são mimados pelas mães e não têm atenção aos estudos”, disse o oficial, em comunicado.
A agência de notícias espanhola EFE dá conta de que a polícia apresentou já queixa contra a professora.
Já segundo depoimentos recolhidos pelo jornal Indian Express, inicialmente, o pai da vítima afirmou que o filho deixaria de ir à escola, mas não apresentaria queixa.
“Veneno da discriminação”
Este acontecimento gerou uma onda de indignação no país asiático, onde políticos e cidadãos denunciaram o que aconteceu em Muzaffarnagar e falam em crescente atmosfera de ódio contra as minorias, especialmente contra os
muçulmanos, que representam cerca de 15 por cento da população indiana.
“Estão a envenenar crianças inocentes com o veneno da discriminação. Transformam um lugar sagrado como a escola num local de ódio. Não há nada pior que um professor possa fazer pelo país”, disse o político da oposição do Partido do Congresso (INC) Rahul Gandhi, na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
Gandhi culpou o partido nacionalista hindu Bharatiya Janata (BJP) do primeiro-ministro Narendra Modi por “espalhar o fogo com que toda a Índia se queima”.
Filipinas Centenas fogem de inundações causadas por tufão
Centenas de pessoas fugiram das inundações causadas pela passagem do super tufão Saola no nordeste das Filipinas, informaram ontem os serviços de emergência, não existindo registo até ao momento de vítimas. O Saola atingiu a parte nordeste da ilha principal de
Luzon no sábado à noite. Um total de 388 pessoas foram retiradas devido às inundações em quatro cidades de Cagayan, encontrando-se duas outras cidades ameaçadas pela subida das águas. Os serviços meteorológicos alertaram para a possibilidade de ocorrência de
cheias repentinas e deslizamentos de terras em consequência das fortes chuvas. As Filipinas são atingidas por uma média de 20 grandes tempestades por ano, que matam centenas de pessoas e mantêm vastas regiões numa situação de pobreza crónica.
“Um homem com fome não é um homem livre.”
Robert-Louis Stevenson PALAVRA DO DIA