Hoje Macau 29 OUT 2020 #4639

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˜ DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ

QUINTA-FEIRA 29 DE OUTUBRO DE 2020 • ANO XX • Nº4640

PLANO DIRECTOR

PODER DO POVO

TURISMO

SALÃO DE OUTONO

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EVENTOS

MOP$10

Dores de Taxistas Bolhas Casa crescimento queixosos rejeitadas das artes

hojemacau ANOS

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Patacas do céu Apesar da crise económica e dos anunciados cortes de subsídios, a Fundação Macau distribuiu, no terceiro trimestre deste ano, 514 milhões de patacas, um aumento de 7 por cento, face ao período homólogo de 2019. Os maiores apoios, como de costume, chegaram às associações tradicionais, com a FAOM a arrecadar cerca de 17 milhões a mais do que no ano passado, encaixando um total de 42,9 milhões. GRANDE PLANO

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GIRASSOL DEPOIS DO CATACLISMO LUÍS CARMELO

PERFUMAR A GLANDE ANTÓNIO CABRITA


2 grande plano

FUNDAÇÃO MACAU

FACAM CHOVER ´A Os apoios da Fundação Macau referentes ao terceiro trimestre deste ano foram superiores a 514 milhões de patacas, mais 7 por cento em relação ao mesmo período de 2019. Como é habitual, uma larga fatia foi dividida entre as associações tradicionais, enquanto a Universidade de Ciência e Tecnologia de Macau recebeu mais de 72 milhões de patacas. A Casa de Portugal recebeu praticamente o mesmo que no período homólogo de 2019

PESAR do anunciado aperto em relação à atribuição de subsídios da Fundação Macau, a lista de apoios concedidos no terceiro trimestre deste ano mostra um aumento de 7 por cento dos fundos despendidos, para um total de 514,3 milhões de patacas. Entre as maiores beneficiárias da entidade presidida por Wu Zhiliang contam-se as associações mais tradicionais de Macau, e que se fazem representar em peso na Assembleia Legislativa. A Federação das Associações dos Operários de Macau (FAOM) vai receber no terceiro trimestre deste ano 42,9 milhões de patacas para cobrir os custos das 33 instituições e 46 filiais que a associação opera no território. A FAOM recebeu cerca de 17,3 milhões de patacas a mais em relação ao mesmo período do ano transacto. Com um valor muito próximo, a União Geral das Associações dos Moradores de Macau (Kaifong) vai ter um impulso nos cofres de 21,3 milhões de patacas para o terceiro trimestre de 2020. Desta verba, pouco mais de um 1 milhão de patacas está destinado ao projecto de remodelação da nova sede da Associação de Beneficência e Assistência Mútua dos Moradores do Bairro da Ilha Verde. O apoio que os Kaifong recebem da Fundação Macau no período em análise foi cerca de meio milhão superior em 2020. Outra das forças políticas e sociais que mais recebeu da Fundação Macau no terceiro trimestre deste ano foi a Associação Geral das Mulheres de Macau, totalizando

APOIOS DO TERCEIRO TRIMESTRE AUMENTAM 7% AO ANO

Macau, que foi subsidiada em 455 mil patacas e a Associação Geral dos Conterrâneos de Fukien que recebeu 9,9 milhões de patacas. No total, os grandes blocos associativos tradicionais representaram uma despesa de cerca de 124 milhões de patacas, o que corresponde a quase um quarto do valor total atribuído no terceiro trimestre.

OBRAS VÁRIAS

No total, os grandes blocos associativos tradicionais representaram uma despesa de cerca de 124 milhões de patacas, o que corresponde a quase um quarto do valor total atribuído no terceiro trimestre 27,3 milhões de patacas, verba que representa uma quebra de quase 4 milhões em relação ao mesmo período de 2019. Já a Aliança de Povo de Instituição de Macau, associação ligada aos conterrâneos da província de Fujian, vai contar com quase 22 milhões de patacas no terceiro trimestre deste ano. Importa referir que existem mais associações financiadas pela Fundação Macau relativas a este bloco demográfico, como a Fu Jian Clãs Associação de

A Associação de Beneficência do Hospital Kiang Wu recebeu no terceiro trimestre de 2020 cerca de 27,1 milhões de patacas, 5,5 milhões referentes à última prestação para aquisição de equipamentos clínicos e informáticos e obras de remodelação do Hospital Kiang Wu. A associação ligada ao hospital privado recebeu perto de menos 10 milhões de patacas no período em análise comparado com 2019. Outro dos beneficiários típicos dos maiores volumes de dinheiros da Fundação Macau é a Universidade de Ciência e de Macau, que para o terceiro trimestre deste ano recebeu 72,4 milhões de patacas, destino à construção do Edifício para Faculdade da Arte Humana. No ano passado, as despesas do terceiro trim estre da Fundação Macau tiveram o Centro de Ciência como uma das entidades recordistas em termos de apoios, totalizando 96,8 milhões de patacas. O subsídio que o Centro de Ciência recebeu este ano, para o mesmo período, foi de 45 milhões de patacas, menos de metade do valor de 2019. Um capítulo com algum peso na lista de apoios publicada ontem no Boletim Oficial diz respeito a

NOVO MACAU ELOGIA FUNDAÇÃO

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Associação Novo Macau, que tem como vice-presidente o deputado Sulu Sou, considera que as alterações nos financiamentos da Fundação Macau são oportunidade para reduzir a dependência do Governo. “Nunca pedimos qualquer tipo de financiamento da Fundação Macau, nem de outros departamentos do Governo. Mas, temos noção da importância dos subsídios da Fundação Macau para outras associações. É uma boa altura para as pessoas entenderem que não podem estar sempre dependentes do financiamento público para gerir associações e actividades privadas”, disse Sulu Sou. O legislador indicou também que no encontro de terça-feira, entre o presidente da fundação, Wu Zhiliang, e os deputados, foi revelado que houve várias associações criadas só para obter subsídios e que em vários casos os órgãos dirigentes eram igualmente as pessoas à frente de outras associações financiadas.

despesas com obras. Um dos destaques é o projecto de ampliação da Escola Secundária Kao Ip, para o qual a Fundação Macau atribuiu um subsídio no valor de 20,3 milhões de patacas. O outro exemplo de gastos com obras em estabelecimentos escolares, ainda mais dispendioso para os cofres da entidade presidida por Wu Zhiliang, foi a renovação dos edifícios Escolares do Colégio do Sagrado Coração de Jesus (secção chinesa). Para custear a primeira prestação da obra, a Fundação Macau entregou às Filhas Canossianas da Caridade mais de 34,9 milhões de patacas.

EM BOM PORTUGUÊS

Passado pouco tempo da polémica que envolveu a Casa de Portugal e a Fundação Macau, em relação ao encerramento antecipado da

A Universidade de Ciência e de Macau (MUST) recebeu 72,4 milhões de patacas, fundos destinados à construção do Edifício para Faculdade da Arte Humana

TIAGO ALCÂNTARA

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exposição da World Press Photo, a entidade de matriz portuguesa recebeu um valor aproximado ao do período homólogo de 2019. A Casa de Portugal recebe no período em análise perto de 5,3 milhões de patacas, 23 mil destinados a financiar o espectáculo “Pontes da Lusofonia”, programa seleccionado para integrar os “Espectáculos da Fundação Macau para os Cidadãos”. No terceiro trimestre de 2019, a associação presidida por Amélia António foi subsidiada com 5,7 milhões de patacas. O Instituto Português do Oriente terá direito a 95 mil patacas de apoio referente ao terceiro trimestre deste ano, valor substancialmente inferior ao recebido no mesmo período de 2019, quando o subsídio foi de 172 mil patacas, porque serviu para cobrir despesas anuais que tinham ficado em atrasado.

A Fundação Macau atribuiu para o período em análise 347 mil patacas ao Clube Militar de Macau para financiar o plano de actividades do ano corrente, assim como obras de decoração. Em nome individual, a lista de apoios da Fundação Macau revela a atribuição de 120 mil patacas ao cineasta António Caetano de Faria.

INSTITUIÇÕES VÁRIAS

Em termos de entidades macaenses, na lista de atribuição de apoios do terceiro trimestre de 2020 consta a Associação Promotora da Instrução dos Macaenses, que contou com 585 mil patacas para financiar, entre outros projectos, as despesas do Jardim de Infância D. José da Costa Nunes. Também o Conselho das Comunidades Macaenses foi contemplado pelos apoios da Fundação

A Casa de Portugal recebe no período em análise perto de 5,3 milhões de patacas, 23 mil destinados a financiar o espectáculo “Pontes da Lusofonia”. No terceiro trimestre de 2019, a associação foi subsidiada com 5,7 milhões de patacas

Macau, mais precisamente com a atribuição de 990 mil patacas, que financiou a organização do “Encontro das Comunidades Macaenses - Macau 2019”. Numa perspectiva de acção social, destaque para a Obra das Mães, que recebeu no terceiro trimestre deste ano mais de 6 milhões de patacas. A Cáritas de Macau recebeu quase 5,4 milhões de patacas no terceiro trimestre para custear o plano para prestar serviços de deslocação e 86 mil para despesas da Escola Cáritas de Macau. A Associação dos Aposentados, Reformados e Pensionistas de Macau (APOMAC), presidida por Jorge Fão, foi subsidiada em 2,1 milhões de patacas durante o terceiro trimestre deste ano, apenas menos 50 mil patacas em relação ao mesmo período de 2019.

Finalmente, destaque para a Associação de Retalhistas e Serviços de Turismo de Macau, que todos os anos organiza o Festival Gastronómico Internacional de Macau. A entidade recebeu 5,35 milhões de patacas no terceiro trimestre deste ano. João Luz

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2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa pretende chamar representantes da Direcção dos Serviços de Finanças, da obra social da Polícia de Segurança Pública e de quatro fundos governamentais a prestar explicações sobre a execução orçamental de 2019. Uma das preocupa-

ORÇAMENTO COMISSÃO QUER EXPLICAÇÕES DE SEIS ENTIDADES GOVERNAMENTAIS

À procura de respostas da execução da despesa do orçamento ordinário integrado, o Fundo de Reparação Predial teve uma taxa de execução de 58,1 por cento. Chan Chak Mo indicou que o Governo já foi questionado sobre o tema no início do ano, particularmente se a falta de interesse se devia à complexidade dos procedimentos, e que é necessário “encontrar uma forma de encorajar as pessoas a recorrer a esse fundo”. Para o deputado “é muito importante” aumentar os anos das construções e evitar que venham a ser demolidas.

HOJE MACAU

Os valores das taxas de execução de orçamental motivaram inquietações na 2ª Comissão Permanente da Assembleia Legislativa. Os deputados estão preocupados com a falta de interesse da população no Fundo para a Bonificação para o Crédito à Habitação e ao Fundo de Reparação Predial

A TAXA MAIS BAIXA

ções é a falta de interesse da população em recorrer ao Fundo para a Bonificação para o Crédito à Habitação. Em causa está a análise do projecto de resolução sobre o relatório da execução orçamental do ano passado. O presidente da comissão disse que o Governo vendeu no ano passado “muitos imóveis”, tendo arrecadado 970 milhões de

K Diplomacia Alexis Tam continua na Delegação Económica mais dois anos Alexis Tam, ex-secretário para os Assuntos Sociais e Cultura, vai continuar a chefiar a Delegação Económica e Comercial de Macau, em Lisboa, por mais dois anos. A renovação do mandato é confirmada através da publicação de um despacho, publicado ontem em Boletim Oficial

e entra em vigor a 20 de Dezembro. Alexis Tam continua também a chefiar a Delegação Económica e Comercial de Macau junto da União Europeia, em Bruxelas, bem como a Delegação Económica e Comercial de Macau junto da Organização Mundial do Comércio.

patacas. No entanto, a taxa de execução do fundo foi de cerca de 31 por cento. Chan Chak Mo considera necessário que o Governo explique

por que motivo as pessoas não recorrem ao fundo. No entanto, respondeu aos jornalistas que os deputados não têm informações sobre

“Temos muitos prédios com largos anos de construção, mas a taxa de execução (do Fundo de Reparação Predial) é baixa.” CHAN CHAK MO DEPUTADO

OU Hoi In defendeu a necessidade de “avançar, cuidadosamente, com a lei sindical para criar harmonia entre a parte patronal e a laboral” numa reunião com Ho Iat Seng. A sugestão foi dada na terça-feira durante um encontro entre o Governo e a Associação Comercial de Macau (ACM), presidida pelo deputado e presidente da Assembleia Legislativa, para preparação das Linhas de Acção Governativa (LAG). Kou Hoi In falou ainda da necessidade de “lançar a terceira ronda de apoio mais direccionada para as pequenas e médias empresas”. O Chefe do Executivo, Ho Iat Seng que uma nova ronda de apoios à população vai depender do panorama económico de 2021. Ho Iat Seng referiu que “o lançamento da terceira ronda de medidas de apoio dependerá

o número de fracções habitacionais vendidas. “É uma informação sobre a qual temos de ser esclarecidos”. Foi ainda destacada a falta de interesse sobre o Fundo de Reparação Predial. “Temos muitos prédios com largos anos de construção, mas a taxa de execução (do Fundo de Reparação Predial) é baixa”, disse o deputado. De acordo com o mapa

Palavra de sucessor

Kou Hoi In pede lei sindical a Ho Iat Seng, em encontro de preparação de Linhas de Acção Governativa

da situação epidemiológica e económica e financeira do próximo ano”. Em relação ao cheque pecuniário, o Chefe do Executivo acredita que “se este for utilizado em Macau contribuirá para incentivar o consumo interno, a economia local e servirá como apoio importante para as pequenas e médias empresas”. Por esse motivo, “o Governo continuará a ouvir as opiniões da sociedade sobre o modelo da sua atribuição”. Kou Hoi In considerou ainda importante “tentar aliviar as restrições de entrada dos visitantes do interior da China, no sentido de promover a recuperação

gradual do turismo local”, entre outras sugestões.

MACAU SEGUE “INSTRUÇÕES”

Ho Iat Seng reuniu também esta terça-feira com o presidente da

Dos diferentes fundos mencionados, o da Protecção Ambiental e Conservação Energética foi o que teve uma taxa de execução mais baixa, de 14,3 por cento. Apresentou uma despesa de 3,5 milhões de patacas, apesar do orçamento autorizado ser de 24,56 milhões. Estão também em análise os resultados do Fundo de Desenvolvimento Industrial e de Comercialização, que teve uma taxa de execução de 22,6 por cento. Gastaram-se 531,6 milhões de 2,3 mil milhões autorizados. Salomé Fernandes info@hojemacau.com.mo

Associação de Amizade de Membros da Conferência Consultiva Política do Povo Chinês na Instância de Província de Macau, Ma Chi Ngai, a propósito das LAG para 2021. Os representantes da associação também defenderam “o lançamento da terceira ronda do cartão de consumo e a continuação do plano de comparticipação pecuniária”. Em relação à recuperação do turismo, Ho Iat Seng disse que “o Governo tem estudado este assunto”, mas “devido à situação epidemiológica registada a nível mundial, com flutuações constantes, o Governo da RAEM vai, por agora, seguir as instruções e exigências do País e ter em conta a conjuntura geral nacional para a prevenção da pandemia, mantendo-se firme e determinado com a linha de defesa”. A.S.S


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Cotai Quatro propostas para gerir zonas ecológicas A Direcção dos Serviços de Protecção Ambiental recebeu quatro propostas válidas no concurso público de atribuição do serviço de gestão e manutenção das Zonas Ecológicas I e II no Cotai. De acordo com a DSPA, as propostas admitidas têm preços entre 17,97

milhões de patacas e os 36,89 milhões de patacas e partiram das empresas Greentech, Esplendor de Glória, Iau Heng e do consórcio das companhias Kashun e Zhuhai Yu Feng. Já a empresa Sunlight desistiu do concurso e a proposta da Kai Iek foi

excluída, por não cumprir os parâmetros do concurso. O prazo do contrato dos serviços é de cinco anos e envolve a gestão e manutenção das zonas ecológicos, assim como instalações, além do fornecimento dos equipamentos e pessoal de apoio extras.

GovPay Mais de 20 serviços públicos com equipamentos instalados

Um conjunto de 23 serviços públicos instalou equipamentos para o sistema de pagamento GovPay, lançado no terceiro trimestre do ano passado pela Direcção dos Serviços de Finanças (DSF). Alguns destes serviços estão integrados, além da própria

DSF, na Direcção dos Serviços de Identificação, Instituto para os Assuntos Municipais e Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego. Com o GovPay “os cidadãos podem efectuar o pagamento através dos dispositivos por intermédio do cartão de crédito

ou de débito, ou através do scan do código de barras bidimensional”. Os meios de pagamento efectivos na aplicação offline da “GovPay” incluem o cartão de crédito e o cartão de débito da Union Pay emitido pelos bancos da RAEM, o cartão de crédito e o

CORRUPÇÃO PODER DO POVO MARCA MANIFESTAÇÃO E PEDE INVESTIGAÇÃO A CHUI SAI ON

As mil dores do taxista

Os problemas de cálculo dos novos taxímetros continuam na ordem do dia, e a associação liderada por Iam Weng Hong quer uma investigação para apurar se a empresa foi beneficiada com o contrato público

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Associação Poder do Povo quer que o Comissariado contra a Corrupção (CCAC) investigue todas as obras da governação de Chui Sai On, anterior Chefe do Executivo, e diz já ter conseguido a aprovação para uma manifestação com o pedido. A revelação sobre o protesto agendado para 6 de Novembro foi feita ontem, no mesmo dia em que a Poder do Povo montou uma banca nas Portas do Cerco. “O nosso pedido é simples, queremos que o Chefe do Executivo Ho Iat Seng mande o Comissariado contra a Corrupção investigar todas as obras concedidas pelo Governo anterior de Chui Sai On, incluindo a instalação obrigatória do sistema terminal inteligente nos táxis”, explicou o presidente da associação, Iam Weng Hong. “Queremos saber se existe conluio, ou tráfico de influências, entre o Governo e o sector [de instalação dos taxímetros]”, acrescentou.

CHEQUE DE 12 MIL

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urante o evento de ontem, a Associação Poder do Povo deixou também uma mensagem ao Governo para aumentar o valor do cheque pecuniário para 12 mil patacas e ainda antecipar a sua distribuição. Segundo Iam Weng Hong, devia ser feita antes de Março, para que as pessoas possam lidar com a pandemia, o aumento dos preços dos bens de primeira necessidade e ainda com o desemprego. Ao mesmo tempo, a associação entende que deve haver uma terceira ronda do cartão de consumo, com a distribuição de 5 mil patacas por residente para revitalizar a economia.

Chui Sai On, anterior Chefe do Executivo

Em relação à manifestação de 6 de Novembro, Iam disse que já conseguiu autorização do Governo e que o percurso vai ser entre a Praça do Tap Seac e a sede do Executivo. Segundo o organizador, são esperados 100 manifestantes.

ERRO DE CÁLCULO

Aassociação Poder do Povo montou ontem uma banca nas Portas do Cerco contra a instalação do sistema de terminal inteligente nos táxis, que tem causado alguns problemas no cálculo do preço por viagem. Sobre outras acções de protesto contra a instalação do taxímetro inteligente, Iam Weng Hong recordou que recentemente foram enviadas cartas a Lam Hin San, director da Direcção dos Serviços para os Assuntos de Tráfego, para suspender a instalação do novo sistema de taxímetro.

Também no início de Outubro, o CCAC avançou ao canal chinês da Rádio Macau ter recebido queixas de taxistas sobre as despesas obrigatórias com a instalação do sistema. Os taxistas queixaram-se que quando foram discutidas as alterações à lei que regula o sector não sabiam o preço das despesas da instalação do

“Queremos saber se existe conluio, ou tráfico de influências, entre o Governo e o sector [de instalação dos taxímetros].” IAM WENG HONG PRESIDENTE PODER DO POVO

novo taxímetro, de 300 patacas por mês, nem que teriam problemas no cálculo da distância percorrida. Quando a banca foi instalada passaram pelo local alguns taxistas. Aos jornalistas, um profissional do sector, com o apelido Cheong, queixou-se dos erros do taxímetro. Outro profissional, com o nome Kam, defendeu que o Governo não pode obrigar os taxistas a ter este tipo de despesas fixas com um equipamento que funciona mal, e que devia compensar aos profissionais do sector. “Queremos uma explicação para toda esta situação, cara-a-cara”, apontou Kam. Nunu Wu (com J.S.F.)

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cartão de débito VISA e MasterCard emitidos pelo Banco da China, sucursal de Macau, o cartão Quick Pass da Union Pay, a aplicação Quick Pass da Union Pay, a aplicação BOC Pay do Banco da China e a aplicação Tai Fung Pay da Banco Tai Fung.

TÁXIS CHAN HONG QUER GARANTIAS DE INSTALAÇÃO DO TERMINAL INTELIGENTE

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M interpelação escrita, Chan Hong quer saber como o Governo vai assegurar a instalação do sistema terminal inteligente nos táxis. A deputada indicou que até 7 de Outubro, mais de 1200 táxis não tinham instalado o sistema, apesar de ser obrigatório por lei antes de 3 de Dezembro. Além disso, perguntou se o Governo consultou e negociou com o sector de táxis sobre tarifas e depósito do sistema, procurando saber a justificação das despesas e como é dado acompanhamento aos pedidos e opiniões do sector. Indicando que os táxis também são transportes públicos, mas não recebem apoios do Governo, entende que o sistema piora a situação dos taxistas no contexto da pandemia. Sobre a qualidade do sistema terminal inteligente, Chan Hong quer saber como o Governo vai melhorar a estabilidade e exactidão do sistema, e se vai dar formação aos taxistas para a sua utilização. Segundo a nova lei dos táxis, caso o sistema não seja instalado dentro do prazo, ou o cliente seja transportado sem o sistema ligado, os táxis em causa podem ser apreendidos e os taxistas sujeitos a uma multa de 30 mil patacas. N.W.


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TIAGO ALCÂNTARA

Assuntos Médicos Conselho discutiu valores de indemnização

Decorreu na terça-feira uma reunião plenária do Conselho para os Assuntos Médicos, onde foram debatidos diplomas complementares relacionados com o regime sobre a actividade dos profissionais de saúde. As linhas orientadoras que a Autoridade Monetária deve seguir quando reunir com o sector dos seguros para discutir o “Regime de Seguro de responsabilidade civil profissional” foram um dos temas abordados. Os membros do Conselho deram sugestões sobre o “prémio de seguro, franquias e valores de indemnização de seguros”, comunicaram os Serviços de Saúde. Na mesma ocasião foi também apresentado a implementação do “seguro obrigatório de responsabilidade civil profissional dos prestadores de cuidados de saúde”.

TURISMO GOVERNO REJEITA “BOLHAS DE VIAGEM” E QUER DAR CONFIANÇA À CHINA

Em sentido único

Com a crise instalada, os Serviços de Turismo afastaram a hipótese de criar “bolhas de viagem” para territórios estrangeiros. Ao invés, e enquanto não são reiniciadas as excursões da China para Macau, a aposta passa por “dar confiança” às autoridades centrais. Sobre as agências de viagens não se espera que haja despedimentos em larga escala

A

Direcção dos Serviços de Turismo (DST) considera essencial continuar a promover Macau no Interior da China e transmitir confiança às autoridades centrais para revitalizar o sector do turismo e contribuir para a sustentabilidade das agências de viagens do território, que anunciaram recentemente o despedimento de, pelo menos, 200 funcionários. “Não é bom ver despedimentos qualquer que seja o momento. Da nossa parte considero que temos de continuar a fazer mais promoções dentro da China e dar confiança para que os turistas voltem e assim ajudar o nosso sector, porque só com a actividade comercial e mais turistas é que podemos, de facto, ter

uma actividade sustentável para as nossas agências de viagem”, sublinhou ontem a directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes à margem da apresentação 8.ª Expo Internacional de Turismo. Questionada sobre se Macau está a considerar criar “bolhas de viagem” com regiões localizadas no estrangeiro, à semelhança do que está a ser feito entre Hong Kong e Singapura, a responsável negou essa possibilidade, apesar de admitir que já foram feitas “algumas avaliações internas”. “Não é a altura propícia para falar sobre este assunto porque há ainda muitas considerações e incertezas, mesmo relativamente a Hong Kong, onde ainda existem alguns casos que não se sabe de onde

vêm”, acrescentou Maria Helena de Senna Fernandes. Sobre o reinício das excursões turísticas do Interior da China para Macau, a directora da DST diz tratar-se de uma “luta” que está dependente do “controlo central sobre a pandemia” e que, por isso, é fundamental continuar a transmitir confiança às autoridades da China. Isto, numa altura em que já foram reiniciadas as excursões entre províncias no Interior da China. “Continuamos a lutar porque o Ministério da Cultura e Turismo está aberto para, no momento certo, falar sobre isto, mas transmitiram-nos também que (...), porque existe um controlo central sobre a pandemia, não estão muito virados para abrir as excursões transfronteiriças.

Por isso, temos de continuar (...) a dar confiança às autoridades do Interior da China porque Macau é muito segura e tem muitas medidas em força que também podem evitar qualquer surto epidémico”, explicou.

REMODELAÇÃO A CAMINHO

Durante a sessão de perguntas e respostas da con-

“Temos de continuar (...) a dar confiança às autoridades do Interior da China.” HELENA DE SENNA FERNANDES DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO

ferência de imprensa, o presidente da Associação das Agências de Viagens de Macau, Alex Lao, assegurou que, apesar dos despedimentos recentes motivados pela entrada em vigor da lei do salário mínimo, não haverá uma “onda de falências” nem despedimentos em larga escala. No entanto, o responsável admitiu ser necessário tempo para que sejam feitos ajustes “entre empregadores e empregados”, mais concretamente através da celebração de novos contratos. “Há pessoas que vão deixar de trabalhar depois da lei do salário mínimo entrar em vigor, mas cada um tem a sua maneira de sobreviver e precisamos de tempo”, afirmou Alex Lao. Por seu turno, Helena de Senna Fernandes recordou que desde o início do ano já foram encerradas cinco agências e que, por isso, “nem todos os casos estão relacionados com a entrada em vigor da nova lei”, mas sim por razões comerciais. Além das cinco agências (sedes), foram também encerradas duas sucursais e 13 balcões, estando outras 15 agências de viagem com a actividade suspensa. Pedro Arede

pedro.arede.hojemacau@gmail.com

LAI CHI VUN ESTALEIRO UTILIZADO COMO DEPÓSITO DE PAPEL USADO

O

S estaleiros navais de Lai Chi Vun foram classificados como património, mas um deles foi utilizado como um espaço de depósito de papel usado. A Direcção dos Serviços de Assuntos Marítimos e de Água (DSAMA) já alertou o ocupante para não colocar bens no espaço sem aprovação prévia. Segundo o jornal Exmoo, a DSAMA pediu-lhe também um esclarecimento por escrito. O ocupante explicou que muitos bens recicláveis não podem ser exportados devido às políticas das zonas vizinhas e de férias, motivo pelo qual guardou provisoriamente os bens no estaleiro. O presidente da direcção da Associação Comercial de Reciclagem de Materiais Recicláveis de Macau, Wong Weng Chi, lamentou que o sector da reciclagem não tenha espaços suficientes para depositar o material. Em declarações ao Exmoo, recordou que o Governo anterior prometeu a concessão de um terreno perto da incineradora, mas que ainda não houve avanços. Além disso, a pandemia afectou o mercado da reciclagem, sendo esperada uma queda de cerca de 50 por cento do movimento de importação e exportação de bens. N.W.


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quinta-feira 29.10.2020

A Novo Macau defende que é impossível tomar uma decisão informada sobre a desistência da Zona D dos Novos Aterros quando a consulta sobre o Plano Director não disponibiliza dados sobre a distribuição da população

PLANO DIRECTOR CRÍTICAS À FALTA DE DADOS DE AUMENTO DEMOGRÁFICO

Apostar no escuro

principalmente três pontos que visam as áreas da Colina da Penha, o terreno do Parque Oceanis, na Taipa, e ainda o Alto de Coloane. Em relação à Colina da Penha a associação mostrou-se contra a construção de edifícios do Governo nos terrenos de Nam Van, por considerar que a necessidade não foi justificada e por estar reticente face à construção em altura, que considera poder bloquear o corredor visual até à Ponte Governador Nobre de Carvalho. Ao invés, foi defendido que seja criada uma área de lazer entre os lagos de Nam Van e Sai Van.

“Se não tiverem uma política de expansão da população bem definida e mais restrita para pessoas vindas de fora, nem que destruam 10 Coloanes vai haver espaço para morar tanta gente.”

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Associação Novo Macau criticou o Governo pela falta de estimativas sobre a distribuição da população nos documentos de consulta sobre o Plano Director. A associação democrata entregou ontem as suas ideias sobre o projecto e considerou que faltam elementos para que a população possa participar no debate de forma informada. “O Governo diz que com o Plano Director vai criar condições para a ‘cidade inteligente’. Mas, quando lemos o documento de consulta não encontramos dados específicos. Por exemplo, há uma previsão de que a população vai ser de 800 mil habitantes. Só que não estão especificadas as zonas da cidade pelas quais a população vai estar distribuída”, apontou Sulu Sou, vice-presidente da associação. Ao mesmo tempo, a associação defendeu ainda a necessidade de o Governo formular um plano a longo

Saúde Serviços desmentem ter patrocinado concerto Ao contrário do que foi publicitado por uma escola local, os Serviços de Saúde negam ter patrocinado qualquer concerto realizado em recinto fechado. O desmentido sobre a actividade de uma escola local, que não foi revelada, foi feito ontem à noite, através de um comunicado. “Importa, em primeiro lugar esclarecer que os Serviços de Saúde não patrocinaram esta actividade e já solicitaram a entidade

SULU SOU DEPUTADO

prazo para o desenvolvimento da população e impor mais restrições no “crescimento sem limites” das pessoas vindas de fora. “Se não tiverem uma política de expansão da população bem definida e mais restrita para pessoas vindas de fora, nem que destruam 10 Coloanes vai haver espaço para morar tanta gente”, atirou.

organizadora para proceder à correcção, reservando o direito de apurar responsabilidades legais se necessário”, pode ler-se na mensagem. Por outro lado, os SSM frisam que desaconselham actividades de canto porque “os artistas que participam nas actividades de canto estão a fazê-lo muito próximo uns dos outros e não usam máscara”, o que faz com que seja uma actividade “de alto risco”.

O deputado mostrou-se igualmente incomodado com o facto de poucos dias depois do Governo ter apresentado o documento de consulta sobre o Plano Director ter vindo a público revelar que pretendia abdicar da Zona D dos Aterros. “Como é que podemos concordar com a decisão de desistir

da Zona D dos Aterros se nem nos informaram sobre a distribuição da população?”, questionou.

TRÊS PROBLEMAS

A construção de uma zona de lazer é também o destino defendido para o Parque Oceanis. No entanto, o plano director prevê a construção de uma zona comercial. Finalmente, no que diz respeito ao Alto de Coloane, a associação é contra qualquer construção, indo ao encontro dos interesses da população que defende a “protecção completa daquela zona natural e montanhosa”.

O dia de ontem serviu para a Novo Macau entregar ao Governo as suas opiniões sobre o novo Plano Director. No documento foram destacados

João Santos Filipe

joaof@hojemacau.com.mo

UM DOADOS PROTÓTIPOS DE VENTILADORES A ANGOLA E MOÇAMBIQUE

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Universidade de Macau (UM) vai doar dois protótipos de ventiladores desenvolvidos pela instituição a Angola e Moçambique, e formar equipas nestes países para poderem fabricar novos equipamentos, disse ontem à Lusa o vice-reitor da UM. Os protótipos foram desenvolvidos pela UM, em colaboração com o Instituto para o Desenvolvimento e Qualidade de Macau. “São

bastante mais baratos que o normal, dez por cento ou menos do preço, e estão prontos a utilizar no hospital por doentes que necessitem deles”, precisou Rui Martins. O vice-reitor da UM garantiu que os protótipos são “de baixo preço, mas de alta qualidade”, tendo sido certificados por equipas médicas no território. “Além da doação, é também uma transferência de

tecnologia para estes dois países”, sublinhou Rui Martins, considerando que a iniciativa mostra a vontade de ajudar de Macau. Os protótipos vão ser entregues durante uma cerimónia na sexta-feira à Universidade Pedagógica de Maputo, em Moçambique, e à Universidade Mandume ya Ndemufayo, no Lubango, em Angola, com a qual a UM tem protocolos de cooperação, no

âmbito da Associação das Universidades de Língua Portuguesa. O cônsul-geral de Moçambique em Macau, Rafael Marques, disse à Lusa que a doação “vai ser uma grande mais-valia para apoiar as autoridades sanitárias” e “ajudar a salvar vidas”, apontando que, embora a situação do país não seja para já “alarmante”, continuam a surgir novas infecções.


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29.10.2020 quinta-feira

Reflexões em tempo O Salão de Outono está de regresso à Casa Garden. A exposição que reúne vários trabalhos de artistas locais será inaugurada no sábado às 18h30. Este ano, além de revelar os formatos artísticos mais tradicionais, o Salão de Outono apresenta também ao público uma performance. Em ano de pandemia, esta foi a edição que registou o maior número de candidaturas de sempre

candidatarem-se. Uma das razões prende-se com o facto de as pessoas não poderem sair de Macau e dedicarem-se mais ao seu trabalho.” A curadora aponta ainda que a maior parte das obras analisadas pelo júri foi realizada este ano, o que mostra que 2020 “tem sido um ano especial para todos devido à pandemia e também para os artistas, que reflectem sobre tudo aquilo que está a acontecer no mundo”. “Pensamos mais sobre a forma como vivemos e como existimos e penso que isso naturalmente se reflecte na produção artística”, frisou Alice Kok.

Fundação Oriente (FO), em parceria com a associação Art for All Society (AFA), volta a organizar uma nova edição do Salão de Outono, que este ano celebra os 11 anos de existência. Tratando-se de uma mostra plural, onde todos os formatos artísticos têm lugar, o público poderá ver trabalhos de autores mais ou menos consagrados no panorama da arte de Macau. Nomes como Alexandre Marreiros, Alice Kok (que é também curadora da exposição), Armelle de Lainsecq ou Crystal W. M. Chan, entre outros, fazem parte do conjunto de 50 artistas que este ano decidiram apresentar os seus projectos para integrar o Salão de Outono. No total, poderão ser vistas 82 obras. Os trabalhos seleccionados incluem pintura a óleo, aguarela, desenho, gravura, escultura, fotografia, arte digital, vídeo e instalação.

PERFORMANCE COMO NOVIDADE

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Ao HM, Alice Kok afirma que este foi o ano com mais candidaturas submetidas. “Este ano tivemos o maior número de trabalhos candidatos em 11 anos de realização do Salão de Outono. É mais ou menos o mesmo número de obras, mas tivemos mais artistas a

LEI KA IENG, S KETCHIN G WATE RFALL IN TERACT

Além da inauguração, no sábado, será também anunciado o vencedor do 8.º Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas. Este terá a oportunidade de visitar Portugal para um programa de intercâmbio artístico de um mês

Alice Kok destaca o facto de esta edição do Salão de Outono “ter uma maior abrangência ao nível dos formatos artísticos” em relação aos anos anteriores, e uma das novidades é precisamente a performance de uma artista coreana a residir em Macau que será revelada ao público este sábado, durante a inauguração. “Em chinês chamamos-lhe ‘a arte do comportamento’. É algo muito específico, onde o artista usa o seu corpo como o meio para realizar o trabalho, utilizando certos comportamentos”, explicou a curadora, que continua a considerar o mais importante a exploração de “todo o tipo de formatos artísticos, desde os mais tradicionais aos contemporâneos”. No Salão de Outono "é muito importante mostrar o panorama artístico local e estamos focados em explorar o que está a acontecer em Ma-

INVESTIGAÇÃO ATRIBUÍDAS QUATRO BOLSAS NA ÁREA DE HISTÓRIA DE MACAU

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Instituto Cultural (IC) atribuiu quatro bolsas de investigação na área da história de Macau a três investigadores de universidades do interior da China e a um investigador português. O trabalho de Pedro Manuel Sobral Pombo, doutor em Antropologia, intitula-se “Macau, do oceano aos arquivos. Documentação sobre Macau e as suas rotas marítimas

do século XIX em arquivos no oceano Índico” e versa sobre “os trabalhadores chineses contratados e exportados de Macau para o Ultramar no século XIX”. Outro dos projectos escolhidos é o “Catálogo de Transportes Marítimos em Macau 1700-1833”, do investigador Paul Arthur Van Dyke, doutorado em História pela Universidade do Sul da Califórnia

e actualmente professor catedrático da Universidade Sun Yat-Sen. Zhou Daming, doutorado em Etnologia pela Universidade Sun Yat-Sen, ganhou uma bolsa para realizar o “Estudo sobre os Imigrantes em Macau após 1999”. O quarto investigador a ganhar uma bolsa do IC é Zhao Xinliang, com o projecto "Estudo sobre as Finanças Públicas de Macau na

Era Moderna (1844-1911)”. Este projecto tem como objectivo “a realização de um estudo aprofundado sobre as mudanças e a evolução das finanças públicas da Administração Portuguesa de Macau durante o período de transformação da cidade (18441911), bem como a sua relação com o intercâmbio cultural entre Macau, a China e outros países”.

FRICARTE LIGHTER THAN AIR #1PHOTOGRAPHY

CASA GARDEN SALÃO DE OUTONO REGRESSA ESTE SÁBADO E INCLUI UMA PERFORMANCE

cau, o que está a ser discutido e experimentado, e também quais os temas que estão a ser abordados”. “Como curadora considero isto mais importante do que pensar unicamente em atrair o público”, disse ainda. Ideia semelhante tem Ana Paula Cleto, delegada da FO em Macau. “O Salão de Outono que tem desde o seu início um princípio ou filosofia que é promover e dar a conhecer ao público o que se vai fazendo no campo da arte em Macau.


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o de pandemia tistas menos conhecidos, com objectivo de os promover.” Ana Paula Cleto destaca os trabalhos de Alice Kok ou de Lai Sio Kit, “um pintor ainda jovem, mas que já venceu o prémio da FO e é sem dúvida um artista que tem vindo a evoluir de uma forma incrível nos últimos tempos”. A mostra conta também com a presença de Kit Lee, “uma artista que faz essencialmente vídeo arte e que já é conceituada, faz um excelente trabalho”, bem como o arquitecto Francisco Ricarte, que se apresenta nesta edição do Salão de Outono com um trabalho fotográfico.

“Tentamos sempre que haja sempre um certo equilíbrio entre os artistas mais conceituados, até para dar qualidade à própria exposição e depois também escolher o que de melhor aparece junto de artistas menos conhecidos.”

HISTÓRIA BLOGUE MACAU ANTIGO CELEBRA 12 ANOS

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ANA PAULA CLETO DELEGADA DA FO

MÚSICA DA CASA

Concorrem artistas que podem ser de qualquer nacionalidade desde que vivam e trabalhem em Macau. Tentamos sempre que haja sempre um certo

equilíbrio entre os artistas mais conceituados, até para dar qualidade à própria exposição e depois também escolher o que de melhor aparece junto de ar-

Ao contrário dos dois anos anteriores, em que o Salão de Outono procurava também trazer a Macau pedaços de música e literatura, a pandemia obrigou a organização a convidar os artistas locais. “Nos últimos dois anos juntámos uma componente musical e até literária ao Salão de Outono, porque no fundo é um acontecimento em que vários tipos de arte se podem encontrar. Este ano com a pandemia tínhamos programado a vinda de um músico português, que não pôde vir. Mas vamos ter jazz e um DJ

SOFIA MARGARIDA MOTA

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depois da abertura da exposição e da entrega do prémio.” Outra alteração prende-se com o adiamento, para o próximo ano, do festival de vídeo arte, uma vez que o curador não pôde deslocar-se a Macau. Além da inauguração, que acontece no sábado a partir das 18h30, será também anunciado o vencedor do 8.º Prémio Fundação Oriente para as Artes Plásticas. Este terá a oportunidade de visitar Portugal para um programa de intercâmbio artístico de um mês. Andreia Sofia Silva

andreia.silva@hojemacau.com.mo

PANG HONG, ON YOU WAY, PAPER, MINERALOID,CH-3

blogue do jornalista João Botas, intitulado “Macau Antigo”, celebra 12 anos de existência com algumas novidades em termos de conteúdos, além de estar prevista a realização de um passatempo, anunciou o autor do projecto em comunicado. O passatempo prevê a oferta de livros sobre a história de Macau, esperando-se ainda novidades em termos de publicações. Haverá “revelações sobre o hotel Hing Kee, que, ao contrário do que tem sido escrito até hoje, não foi o primeiro hotel do tipo ocidental no território”, aponta João Botas. O jornalista promete também escrever sobre as “memórias de uma família russa que fugiu à Revolução Bolchevique de 1917 e que na década de 1930 visitou Macau”, além das “impressões de uma aristocrata / princesa soviética que visitou Macau, juntamente com o marido, no final do século XIX”. João Botas pretende também escrever sobre “um

TURISMO EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL DE 6 A 8 DE NOVEMBRO

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8.ª Exposição Internacional de Turismo (Indústria) de Macau, vai combinar pela primeira vez, entre 6 e 8 de Novembro, iniciativas presenciais e online, para ajudar a actividade turística, anunciou ontem a Direcção dos Serviços de Turismo (DST).

Com um orçamento de 18 milhões de patacas, menos 19 por cento do que no ano passado, a Expo de Turismo vai adoptar um sistema de marcação prévia e apresenta seis destaques para ajudar a indústria turística de Macau "a dinamizar a confiança na economia de turismo",

disse a directora da DST, Maria Helena de Senna Fernandes, na conferência de imprensa de apresentação do evento. Assim, além de contar com a participação de 130 instituições e 200 stands na “Rua de Macau”, outro tema em foco será a cooperação turística e

o desenvolvimento de produtos turísticos entre as cidades da Grande Baía, estando prevista a presença de 70 operadores da indústria e um fórum online e offline. Por fim, além da área destinada à cooperação comercial entre a China e os países de língua

portuguesa que inclui a um pavilhão de 90 metros quadrados para os produtos lusófonos, os bairros comunitários de Macau e as lojas com características próprias, bem como o pavilhão da gastronomia, vão estar em destaque numa área de 22 mil metros quadrados.

conceituado zoólogo britânico que viveu em Hong Kong na década de 1960 e que aceitou o convite para 'revisitar' as fotografias que tirou em Macau nos anos quentes (1966 e 1967) da revolução cultural chinesa”. O blogue “Macau Antigo” terá também imagens inéditas ou raras da primeira versão do Hospital S. Januário inaugurado em 1874 ou “curiosidades sobre a indústria dos panchões e empresas de navegação da ligação marítima entre Macau e Hong Kong no século XIX”, entre outros assuntos. Com cerca de cinco mil posts, o blogue tem, em média, 500 visitas por dia, que está quase a atingir os dois milhões de visitantes. A maioria dos leitores é originária de Portugal (25%), Macau (16%), EUA (14%) e Brasil (10%), perfazendo mais de 1 milhão de visualizações de página. Destaque ainda para Rússia (9%), Alemanha (4%), Hong Kong (2º), Itália e França (<1%).


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SRI LANKA POMPEO CULPA CHINA POR COMPORTAMENTO PREDATÓRIO

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secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, alertou ontem Colombo contra o comportamento "predatório" da China, durante uma visita ao Sri Lanka, onde Pequim tem investido em grandes projectos de infraestruturas. Após uma visita de 12 horas a Colombo, como parte de um périplo por nações do Índico, Pompeo reiterou os seus ataques à China, depois de reunir com o Presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, conhecido por ser próximo de Pequim. "Um Sri Lanka forte e soberano constitui um parceiro estratégico importante para os Estados Unidos no cenário mundial", disse Pompeo aos jornalistas. Referindo-se à assistência militar e à recente doação de dois navios para a guarda costeira, Pompeo disse que a relação com os Estados Unidos contrasta com o comportamento da China. "O Partido Comunista Chinês é predatório", acusou. A Embaixada da China no Sri Lanka respondeu através de uma mensagem difundida na rede social Twitter, com um anúncio do jogo "Aliens vs Predator". "Desculpe, Sr. Pompeo, estamos ocupados a promover a amizade e cooperação China / Sri Lanka, não estamos interessados no seu convite para jogar", lê-se.

XINJIANG PEQUIM ACUSA GRUPO DE SENADORES NORTE-AMERICANOS DE MENTIR

Lição sobre genocídios

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China acusou ontem um grupo de senadores norte-americanos de mentirem, após estes terem proposto declarar Pequim culpada do "genocídio" de muçulmanos na região de Xinjiang, no extremo noroeste do país. A resolução dos senadores acusa Pequim de repressão contra os chineses das minorias étnicas muçulmanas uigur e cazaque e culpa Pequim de levar a cabo um "genocídio". A China sofreu, nos últimos anos, vários ataques à bomba e esfaqueamentos atribuídos a separatistas e extremistas uigures, que resultaram na morte de dezenas de civis. Uma vasta região semidesértica, onde os uigures representam quase metade da população, Xinjiang foi convertido num Estado policial, em nome da luta contra o terrorismo. Mais de um milhão de pessoas foram internadas em campos de doutrinação, segundo organizações de defesa dos Direitos Humanos.

Wang culpou antes os Estados Unidos pela “assimilação e massacre em grande escala” dos nativos americanos

Ministério dos Negócios Estrangeiros da China, em conferência de imprensa. "Entre 2010 e 2018, a população uigur de Xinjiang aumentou de 10,17 milhões para 12,72 milhões (...) Em que se baseiam essas acusações de um alegado genocídio", questionou. Wang culpou antes os Estados Unidos pela "assimilação e massacre em grande escala" dos nativos americanos. "Isso não é um genocídio", questionou o porta-voz. A resolução foi apresentada por senadores PUB

A China afirma que estes campos são "centros de treino vocacional", destinados a ajudar os uigures a encontrar empregos e afastá-los do extremismo religioso. "Esses senadores norte-americanos estão empenhados em fabricar todos os tipos de mentiras para desacreditar a China e obter benefícios políticos", disse Wang Wenbin, porta-voz do

Região JAPÃO COMBOIO DE ALTA VELOCIDADE ATINGE 382 QUILÓMETROS POR HORA

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M novo modelo de comboios de alta velocidade (TGV) do Japão foi ontem apresentado publicamente, durante um teste em que atingiu 382 quilómetros por hora, pouco menos de metade da velocidade de um avião comercial de tamanho médio. O ALFA-X começou os testes no ano passado para entrar em funcionamento regular até 2030, tendo a empresa responsável organizado um teste, que decorreu pelas 00:00, para os jornalistas locais. A velocidade máxima actual dos TGV é de 320 quilómetros por hora (km/h), com o modelo E5, que entrou

em serviço em Março de 2011 e está a operar no Japão e em França. No entanto, o modelo ALFA-X pode atingir a velocidade recorde de 400 km/h em linhas ferroviárias tradicionais. A empresa responsável, a JR East, uma das empresas ferroviárias do Japão, está a planear utilizar o ALFA-X para cobrir a rota entre Tóquio e o norte do país. De acordo com a agência de notícias local Jiji Press, quando o ALFA-X atingiu 320 km/h, o ruído dentro das carruagens e a vibração foram mínimas, aumentaram ligeiramente aos 360 km/h, até que num determinado ponto o

comboio atingiu a velocidade máxima de 382 km/h. "Após um ano e meio de testes, o ALFA-X pode agora avançar com um certo nível de estabilidade", disse um dos gestores de projeto da JR East Koji Asano, citado pela Jiji Press. O ALFA-X não é o comboio mais rápido, mas é o mais rápido nas linhas ferroviárias tradicionais. O Japão está a desenvolver outro projecto, um comboio de levitação magnética (maglev) que vai entrar em funcionamento até 2027 e poderá viajar a cerca de 500 km/h.

eleitos de ambos os partidos, Republicano e Democrata. A ONU define genocídio como um crime cometido "com a intenção de destruir, na totalidade ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso", em particular através de medidas "destinadas a prevenir nascimentos dentro do grupo". AChina é acusada por um estudo publicado pelo instituto de pesquisa norte-americano Jamestown Foundation de "esterilizações forçadas" em Xinjiang.


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Retrovisor Luís Carmelo

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IVER sob a pandemia faz inexoravelmente pensar no pós-pandemia. Os humanos têm os pés a levitar no futuro, mas são escravos do presente - território onde sobrevivem ou sucumbem. A literatura é um filtro extraordinário para se compreender o pós-cataclismo. Nesse tipo de vórtice, que se tenta sempre antecipar com alguma ansiedade, o que fica à vista não é tanto o que somos, mas sobretudo aquilo que facilmente abandonamos ou que somos fria e activamente levados a despovoar. Antes de se iniciar a narrativa parisiense que ocupa ‘Devoção’ (2017) de Patti Smith, logo no início do livro, a protagonista encontra por acaso o trailer de um filme sobre a deportação, em 1941, de milhares de estónios que as tropas de Estaline cercaram e transportaram em camiões para a Sibéria como se fossem gado. Depois, na segunda página do romance, é evocado o tempo que sucede a esta voragem terrível: “Um roupão azul serve de cortina para uma janela pela qual ninguém olhará mais. Há sangue por todo o lado, mas já sem a cor do sangue, e um cão a ladrar, e estrelas a riscar os céus perdidos./ Um bezerro moribundo. Uma tala na pata - manchas, buracos. A noite cai, escondendo o membro contorcido do último ser vivo./ Um cenário no tempo. Ferramentas, pequenas mãos suspensas no meio do gelo. Pássaros já sem a curiosidade própria dos pássaros deixam de voar. A dança acabou e o rosto do amor não é mais do que uma saia larga e uns tacões lustrosos de inverno”. Mudando a atmosfera, o ponto de partida do romance ‘O Deus das Moscas’ (1954) de William Golding centra-se num desastre aéreo causado por um conflito planetário. A acção inicia-se numa ilha deserta onde um grupo de rapazes resiste sem qualquer presença de adultos. Recomeçar após a catástrofe é, mais uma vez, o tema. No final do primeiro capítulo, o verniz possível rasga-se e a violência torna a aflorar o mundo como se fosse uma água indomável: “- Eu ia matá-lo -, continuou Jack. Seguia à frente e eles não lhe podiam ver o rosto. - Estava à procura do sítio. Para a próxima…!/ Arrancou o facão da bainha e arremessou-o contra o tronco de uma árvore. Para a próxima vez não haveria piedade. Olhou à roda com ferocidade, ousando contradizê-los. Depois separaram-se na claridade rija do sol, e, durante algum tempo, ocuparam-se em buscar e procurar comida...”. Saltemos, por fim, para o derradeiro volume do ‘Quarteto de Alexandria’ de

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Dai-me a limpeza

O girassol depois do cataclismo CHUCK CLOSE-SUNFLOWER

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Lawrence Durrell, ‘Clea’ (1960) onde a paisagem das proximidades do deserto surge retratada no pós-guerra com uma fidelidade crua, quase táctil. Também aqui a visão do retomar da “normalidade” (cito a voz do vulgo) ocupa algumas das páginas deste maravilhoso livro: “Ao retirar-se como uma inundação (a guerra), abandonava os seus estranhos troféus coprolíticos ao longo das praias

que outrora frequentávamos e que fomos encontrar brancas e desertas sob o voo das gaivotas. A guerra impedira-nos de frequentá-las durante muito tempo, e agora descobríamo-las pejadas de tanques esventrados, canhões torcidos” (...) “Sentíamos uma melancolia estranhamente serena tomando banhos ali, como se o fizéssemos no meio dos vestígios petrificados de um mundo pré-histórico” (...)

Jogar é recriar uma situação irreal como se fosse a real, mas neste caso estamos perante um jogo dentro do jogo: é a realidade que se levanta e recria sobre os escombros da mais pestilenta das irrealidades

“Um dia, em que ia guiando, Clea deu uma forte guinada - a estrada estava bloqueada pelo cadáver despedaçado de um camelo vítima da explosão de uma mina”. No trecho de P. Smith os últimos vestígios de vida contracenam com uma suspensão do tempo, como se as palavras tivessem que ocupar outra estratégia que não a da narração. Narrar tornara-se impraticável e a imagem do bezerro a arrastar-se fala por si acerca deste aspecto disfórico. No romance de W. Golding, depois de o relato se focar numa espécie de oásis existencial, ou até ideal, a ferocidade reencontra caminhos e a sua natureza reaparece a sós e à solta, a par da guerra pela sobrevivência. Finalmente, na passagem assinada por L. Durrell, a “melancolia estranhamente serena” dá entrada no texto como se não se fosse possível acreditar no novo estado de coisas e a incredulidade até acaba por ser ampliada com a iminência de um acidente (curiosamente, os animais surgem nas narrativas - repetidamente - como uma alegoria da nossa própria infelicidade). Com excepção do excerto de ‘O Deus das Moscas’, centrado na constância de fundo das coisas, e por isso mesmo, para o bem ou para o mal, acusando um realismo mais agudo, tudo aquilo que se desata e desprende do mundo é feito através do estranhamento ou da inércia do recomeço. Nessa enigmática terra de ninguém (sempre por percorrer), a necessidade de voltar a impermeabilizar o vivido e as suas imagens sobrepõe-se ao foco da retrospectiva, ou seja, à ferida exposta da memória. Primo Levi em ‘Se Isto é um Homem’ (1947) levou este tópico até aos seus limites, de tal modo que a existência da própria arte (mesmo a da escrita) se poderia - e pôde realmente - pôr em causa. Voltemos à solaridade de Durrell e ao momento que creio ser ‘o da verdade’, isto é, o de agir “como se o fizéssemos no meio dos vestígios petrificados de um mundo pré-histórico”. Jogar é recriar uma situação irreal como se fosse a real, mas neste caso estamos perante um jogo dentro do jogo: é a realidade que se levanta e recria sobre os escombros da mais pestilenta das irrealidades. Já Fernando Pessoa o referira, curiosamente num poema de amor: “Todo eu sou qualquer força que me abandona./ Toda a realidade olha para mim como um girassol com a cara dela no meio”. Pessoa, Fernando. ‘O Pastor Amoroso’ (poema assinado a 19/07/1930) em ‘Poemas de Alberto Caeiro.’ (Nota explicativa e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1946 (10ª ed. 1993).


ARTES, LETRAS E IDEIAS 13

quinta-feira 29.10.2020

de que não haja lucro

diário de Próspero

António Cabrita

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SPANTA nos diários de 1906 de Fernando Pessoa a sua confessada decisão de ler dois livros por dia, um de filosofia e outro de literatura, de preferência poesia. E esse ritmo só foi baixando porque a partir de 1913 se imiscui a decisão de aprofundar uma voz poética, ainda por cima em arquipélago e com uma clara propensão para em suaves declinações ensaísticas refinar uma espécie de mathesis universalis. Ou seja, Pessoa desatou a escrever ele mesmo um livro por semana. Exagero e caricaturo, mas releve-se a sua enorme capacidade de trabalho. Mas não é único, apesar de nos ser difícil acreditar (e, em Portugal, no século anterior basta pensar em Camilo). Depois de um delicioso livro de entrevistas e de um muito parcial mas cativante Diccionario De Literatura, pego numa biografia sobre o espanhol Francisco Umbral (19322007), outro omnívaro que escreveu cento e tal livros e muitos milhares de artigos e crónicas (só no El Mundo manteve uma crónica diária durante 40 anos). E conta Anna Caballé, a biógrafa-não-autorizada que fez em «Francisco Umbral/ El frio de una vida» o livro definitivo sobre o escritor de Diario de un escritor burgues: «Consideremos qualquer semana de sua vida. Qualquer semana de 1977, por exemplo, um de seus anos mais fecundos. Encontramos Umbral publicando um artigo diário (secção “Diario de un snob”) no El País e outro artigo, também de jornal, para a agência Colpisa, que o distribuia entre os jornais associados. Tem um artigo semanal na Interviú (algumas “Horteras Cartas” em que ensaia várias fórmulas coloquiais) e outro, mais exigente, na Destino, semanal. A essas colaborações regulares deve ser adicionado um artigo mensal com conteúdo erótico para a revista Siesta e uma história erótica bimestral que aparece na mesma publicação. Juntem-se a estas outras colaborações que ele espontaneamente concede em Diario 16, em Triunfo, em Hermano Lobo. Não levo em consideração os textos aleatórios que surgiram no decorrer da sua vida profissional, mas chamo à lista os livros que publicou naquele ano: La prosa y otra cosa, Diccionario para pobres, La noche que llegué al Café Gijón, Las jais, Teoría de Lola y otros cuentos e Tratado de perversiones. Seis livros - quatro deles de criação. Ou seja, um livro a cada dois meses. E não se pode dizer que seja fruto de acaso editorial, já que em 1976 publicou onze livros, quase um por mês. Com razão, o hispânico Jean-Pierre Castellani, baseando-se apenas na intensidade de suas colaborações jornalísticas, considera-o um fenômeno único na Espa-

Perfumar a glande nha e “talvez na imprensa europeia contemporânea”». O que assombra, com flutuações naturais, é a qualidade média de cada livro, invejável. Cada pico em Umbral corresponderia ao melhor do dos seus colegas

escritores, só que Umbral tem uma dúzia de picos. De entre os cinco que li, talvez escolhesse Mortal e Rosa (traduzido, e bem, em português por Carlos Vaz Marques) o livro que escreveu depois da morte do filho, de sete anos, com leucemia, ou El hijo de Greta Garbo. Noutra ocasião

farei uma descida à “morfologia do estilo” de Umbral que foi um defensor e um dos mais bem sucedidos cultores do “romance lírico”. Aqui fica um parágrafo, breve, de Mortal e Rosa: «Outubro. Aperfeiçoa-se a rotundidade do mundo. As árvores são violinos cuja música é o azul do céu. O bosque brinca com o meu filho como um tigre verde com um pintassilgo. Somos o âmago de uma lentíssima maçã caindo silenciosamente no tempo». Sirva agora esta nota só para meter alguma humildade no toutiço de alguns jovens escritores que conheço, tão vaidosos como ignorantes, tão convencidos como improdutivos. Ontem fiz o download do livro póstumo que reuniu toda a sua poesia, um livro de 200 páginas. Não é o seu melhor mas tem coisas que me divertiram, como o ciclo de poemas em prosa erótica que dedicou à Letícia/Lutecia. Vê-se que lhe era fácil e como isso lhe menorizava os poemas, nem resistindo, por vezes, ao mau gosto; por outro lado, são divertidíssimos e a espontaneidade do seu jacto denota que aos setenta (morreu com setenta e cinco, suponho que gasto) mantinha ainda um ímpeto juvenil. Aqui traduzo um poema desse ciclo: EL PERFUME «Há sexos de mulheres que perfumam a glande durante uma semana. Há mulheres que têm na geografia da vulva, nas gargantas da vagina, na caverna das secreções, uma infinidade de jardins subaquáticos, uma pluralidade de peixes que antes foram flores e sonham em se cristalizar, silenciosamente, no sal. Há sexos que deixam um perfume a mancebia babilónica e a armazém portuário, e do mesmo modo que o poeta passou anos sem lavar a testa, pois ali fora beijado por outro poeta, pode-se passar dias sem lavar a glande para que não perca, no freio do prepúcio, a sua aura de mulheres e flores, o seu halo de mar e porto, que é como uma coroa olorosa, essa fragrância que hesita em adoptar uma forma única mas se vai assemelhando ao desenho balístico da glande.

O que assombra, com flutuações naturais, é a qualidade média de cada livro, invejável. Cada pico em Umbral corresponderia ao melhor do dos seus colegas escritores, só que Umbral tem uma dúzia de picos

A rigor, havia que descer-se à rua com o erecto membro ao léu, circuncidado como o azul no céu, ou uma proa, ou a pequena e vermelha agressão perfumada que distribui fitas aromáticas pela vizinhança, como quando passa o peixeiro. Disse que era preferível não lavar-se, nesses casos, mas a verdade é que há também a mulher indelével, a que perfuma e perfuma, e ao cabo de numerosas e meticulosas lavagens, depois de repetidas esfregas e enxaguamentos, a coisa continua a cheirar ao mesmo, com aquela fidelidade dos cheiros, que é a única fidelidade no amor. Não há maneira.»


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COME PLAY [B] Um filme de: Jacob Chase Com: Azhy Robertson, Gillian Jacobs John Gallagher Jr. 14.30, 16.30, 21.30

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FALADO EM CANTONENSE Um filme de: Imai Kazuaki 16.45, 19.00

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Um filme de: Ishidate Taichi 19.00

Um filme de: Marco Pontecorvo Com: Stephanie Gil, Sonia Braga, Joaquim de Almeida, Goran Visnjie 19.30

SALA 2

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Um filme de: Jon Erwin, Andrew Erwin Com: KJ Apa, Britt Robertson Shania Twain 16.45

Um filme de: Robert Zemeckis Com: Anne Hathaway, Octavia Spencer Stanley Tucci, 14.30, 16.30, 19.30, 21.30

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BAHT

tufão Molave ao país, segundo a Federação Internacional da Cruz Vermelha (FICV). Centenas de milhares de pessoas precisam de abrigo, água potável, cuidados de saúde

0.25

YUAN

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e alimentos após o centro do país ter sido devastado por quatro grandes tempestades no mês passado, sublinhou num comunicado a organização com sede em Genebra.

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COMEDIANS IN CARS GETTING COFFEE | JERRY SEINFELD | 2019

título é tão extenso quanto eficaz. 1 OSeinfeld escolhe um carro, mais ou menos clássico e aparece à porta do 6 7convidado, também ele um come-

THE WITCHES [B]

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EURO

UMA SÉRIE HOJE

DORAEMON THE MOVIE: NOBITA’S NEW DINOSAUR [A]

FATIMA [B]

VIOLET EVERGARDEN: THE MOVIE [B]

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I STILL BELIEVE [B]

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SOLUÇÃO DO PROBLEMA 50

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PROBLEMA 51

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Mais de 1,2 milhões de casas foram destruídas pelas inundações no centro do Vietname e a situação continuava ontem altamente preocupante com a chegada do

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HUM

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diante de renome, para lhe dar boleia até um café escolhido a dedo. Ao volante de um Maserati Mistral de 69 ou de um Dodge Royal Monaco Sedan de 76 que em tempos esteve ao serviço da polícia, as conversas sucedem-se de forma mais ou menos espontânea e acabam muitas vezes em partilhas pessoais, nostálicas ou em tiradas de fazer doer a barriga 56 rir. Ricky Gervais, Eddie de tanto Murphy e Seth Rogen fazem parte da lista de convidados da temporada 11 da série, que se encontra disponível na plataforma Netflix. A primeira temporada estreou em 2012. Pedro Arede

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2 7 4 6 6 3 2 5 4 1 7 1 3 6 4 2 1 5 3 6 7 4 5 2 3I STILL7BELIEVE 3 4 7 6 5 2 1 6 2 6 1 5 2 7 6 1 4 2 5 3 7 6 5 Propriedade Fábrica de Notícias, Lda Director Carlos Morais José Editores João Luz; José C. Mendes Redacção Andreia Sofia Silva; João Santos Filipe; Pedro Arede; Salomé Fernandes 7 6 2 1 5 2 3 7 1 4 6 Colaboradores Anabela Canas; António Cabrita; António de Castro Caeiro; António Falcão; Ana Jacinto Nunes; Amélia Vieira; Duarte Drumond Braga; Emanuel Cameira; Gisela Casimiro; 4 Gonçalo Lobo Pinheiro; Gonçalo M.Tavares; João Paulo Cotrim; José Drummond; José Navarro de Andrade; José Simões Morais; Luis Carmelo; Michel Reis; Nuno Miguel Guedes; Paulo José Miranda; 3 4e Carmo;1Rita Taborda 55 Duarte; Rosa3Coutinho4Cabral;5Rui Cascais; 6 Rui Filipe 1 Torres;7Sérgio3Fonseca;2Valério Romão Colunistas António Conceição Júnior; André Namora; David Paulo Maia Chan; João Romão; Jorge Rodrigues Simão; Olavo Rasquinho; Paul Chan Wai Chi; Paula Bicho; Tânia dos Santos Grafismo Paulo Borges, Rómulo Santos Agências Lusa; Xinhua Fotografia Hoje Macau; Lusa; Secretária e Publicidade (publicidade@hojemacau.com.mo) 4 56GCS;de7Xinhua 3 n.ºde19,redacção 1 Madalena 7 4daSilva2 3 6 5 AssistentedemarketingVincentVongImpressãoTipografiaWelfare Morada Calçada Santo Centro Comercial Nam Yue, 6.º andar A, Macau Telefone 28752401 Fax 28752405 e-mail info@hojemacau.com.mo Sítio www.hojemacau.com.mo 3 Agostinho, 3

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opinião 15

quinta-feira 29.10.2020

DIOGO FARO in Sapo 24

Papa Pride

E

pela primeira vez na História, do Vaticano não saiu fumo negro nem branco, foi arco-íris. O Papa reconheceu publicamente que “os homossexuais têm o direito de fazer parte de uma família. Ninguém deve ser deixado de fora ou sentir-se arrasado por causa disso”. Não deixa de ser curioso que boa parte do mundo se reja pela data cristã, mas que a Igreja Católica ande sempre uns 50 anos atrás. Bem sei, estou a ser cínico. Na verdade, as minhas expectativas com a Igreja são tão baixas que qualquer progresso é uma grande vitória. Por isso é que hoje escrevo isto. Gosto tanto de malhar em tudo o que está errado na Igreja (protecção de pedófilos, sexismo, corrupção, isenção de impostos, ligações à máfia, e tantas outras coisas que por alguma razão não são consideradas pecados), que até me ficava mal não mostrar o meu júbilo com a importância de

uma afirmação destas vinda do Papa Francisco. Ainda mais, sabendo que com isto se aproximou perigosamente da possibilidade de ser envenenado por um qualquer cardeal reaccionário (meio pleonasmo, isto). Fora cinismo, claro que a declaração é de sobremaneira importante. É para quem seja LGBTI+ católico, pelas razões mais evidentes; para os católicos no geral, que são realmente pelo amor entre as pessoas e não se fixam a

Claro que ainda falta muito até podermos ver um Papa a desfilar no seu Papa mobile, todo cheio de plumas e purpurinas arco-íris, no Vaticano Pride com toda a gente a celebrar o amor. Mas o Chico já fica para sempre marcado por estar no lado bom da História

dogmas homofóbicos e discriminatórios no geral; e é, claro, um sinal de avanço para todo o mundo, incluindo outras religiões. Agora, também me deixa curioso para saber a reacção de algumas pessoas.Aliás, estou até preocupado com o Nuno Melo, a Joana Bento Rodrigues, ou até a Facharrita, porque ainda não os vi a berrar que o Papa está infectado com o vírus do marxismo cultural. Num mundo onde a homossexualidade (e todas as outras sexualidades que não hétero) ainda é considerada uma doença, onde há igrejas e outros locais que operam terapias de conversão, onde há gays discriminados no acesso à habitação, onde há países com zonas “LGBT free”, outros onde ser gay é crime, onde ainda há tanta gente LGBTI+ a sofrer violência psicológica e física, a ser violada e assassinada, é claro que é importantíssima esta posição do Papa. Claro que ainda falta muito até podermos ver um Papa a desfilar no seu Papa mobile, todo cheio de plumas e purpurinas arco-íris, no Vaticano Pride com toda a gente a celebrar o amor. Mas o Chico já fica para sempre marcado por estar no lado bom da História.


Com a infelicidade as pessoas envelhecem mais rápido. Hesíodo

PALAVRA DO DIA

França Reaberta investigação a Gérard Depardieu por suspeita de violação

Tribunal Idosa suspeita de falsificar vales de saúde

Uma mulher de 70 anos é suspeita de praticar dez crimes de falsificação de documento de especial valor, por ter usado vales de saúde do marido, entretanto já falecido. No total, terá utilizado 500 patacas. O jornal Ou Mun noticiou que a mulher, de apelido Lau, usou os vales de saúde do marido e quando se apresentou no Tribunal Judicial de Base admitiu as acusações. A leitura da sentença foi adiada. No tribunal, a mulher pediu desculpa e justificou não saber que os vales de saúde do marido não podiam ser usados, não tendo devolvido as 500 patacas envolvidas no caso porque os serviços não requereram o reembolso. O marido morreu em 2011, e a mulher terá usado o BIR do falecido para imprimir os vales de saúde desse ano. O seu advogado defendeu que como Lau é a sucessora legal não estão envolvidos interesses ilegítimos.

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investigação judicial ao actor francês Gérard Depardieu por suspeitas de violação sexual vai ser reaberta, revelou ontem a Agência France Presse. De acordo com a agência noticiosa, um juiz de instrução de Paris decidiu reabrir as investigações, dando seguimento a um recurso apresentado pela mulher que em 2018 apresentou queixa contra o actor. A queixa foi apresentada em Agosto de 2018 por uma jovem actriz e bailarina, que acusava o actor, de 71 anos, de ter cometido abusos sexuais (agressão e violação) em duas ocasiões, em Paris, nos dias 7 e 13 de Agosto daquele ano. Segundo o jornal Le Parisien, a actriz e Depardieu já se conheciam e um dos actos terá acontecido à margem de um ensaio informal de uma peça de teatro. Em Junho de 2019, o Ministério Público francês concluiu a investigação preliminar alegando que esta “não permitiu caracterizar os delitos denunciados em todos os seus elementos constitutivos”, mas a vítima apresentou recurso e foi agora decidida a reabertura do processo. Em 2018, através do advogado, Gérard Depardieu negou “categoricamente qualquer agressão sexual e violação”. Ontem, a defesa do actor francês classificou a reabertura do processo como “um não acontecimento”.

quinta-feira 29.10.2020

Covid-19 Portugal com novo máximo diário

Os crimes terão ocorrido entre Junho e Agosto, período em que cada uma das nove vítimas terá pago entre 4 mil e 62 mil patacas para encomendar as alegadas malas e carteiras de luxo. Contas feitas, no total, o montante burlado é de 241.650 patacas

A burla veste Prada Compra de malas de luxo acaba em desfalque de 240 mil patacas para nove mulheres

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Polícia Judiciária (PJ) deteve um residente de Macau de 28 anos, por suspeita de burlar nove mulheres no montante total de 241.650 patacas, através da promessa de compra de malas e carteiras de marcas luxuosas com desconto. De acordo com informação revelada ontem em conferência de imprensa, a investigação começou quando uma das vítimas apresentou queixa junto da PJ no passado dia 20 de Agosto, apontando que, no final de Junho, teve conhecimento através de um amigo sobre uma pessoa que conseguia comprar produtos de luxo com 30 por cento de dedução, já que usufruía de desconto de trabalhador. Interessada na aquisição dos produtos a preço reduzido, a vítima depositou cerca de 62 mil

patacas na conta indicada pelo suspeito, correspondendo ao valor de duas malas e uma carteira. Passadas quatro semanas, período de tempo avançado pelo suspeito para o envio dos produtos, foram apresentados vários argumentos para justificar o atraso no envio dos artigos que nunca chegaram a aparecer. Depois de investigar o caso, a PJ descobriu mais oito vítimas burladas pelo suspeito, após terem sido alvo do mesmo esquema e que, em Março, o homem terá enviado mensagens através de uma rede social, a publicitar o alegado desconto que conseguiria obter.

DÍVIDAS À PERNA

Segundo o porta-voz da PJ, os crimes terão ocorrido entre Junho e Agosto, período em que cada uma das nove vítimas terá pago

entre 4 mil e 62 mil patacas para encomendar as alegadas malas e carteiras de luxo. Contas feitas, no total, o montante burlado é de 241.650 patacas, sendo que foram devolvidas 100 mil patacas às vítimas. No decorrer da investigação, o suspeito foi convidado a prestar declarações à PJ na passada sexta-feira, tendo confessado o crime. Segundo a polícia, o suspeito disse ainda não ter qualquer contacto com trabalhadores ligados à venda de marcas de luxo e que recorria a este método para saldar dívidas relacionadas com o jogo. O caso já seguiu para o Ministério Público (MP), onde o homem terá de responder pela prática do crime de burla de valor consideravelmente elevado, podendo ser punido com pena de prisão entre 2 a 10 anos. P.A.

Portugal contabilizou ontem mais 24 mortos relacionados com a covid-19 e 3.960 novos casos confirmados de infecção, atingindo um novo máximo diário, segundo o boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde (DGS). De acordo com o boletim ontem divulgado, foi atingido um novo máximo de novos casos diários, com mais 3.960 infecções, superando os 3.669 novos casos registados no dia 24. Portugal já contabilizou 128.392 casos de infecção pelo novo coronavírus e 2.395 óbitos. A pandemia de covid-19 já provocou mais de 1,1 milhões de mortos e mais de 44 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Giro João Almeida ‘lucrou’ 100 mil euros

O português João Almeida (Deceuninck-QuickStep) ganhou mais de 100 mil euros em prémios individuais na Volta a Itália em bicicleta, enquanto Ruben Guerreiro (Education First) conseguiu quase 28 mil, segundo cálculos ontem divulgados pelo Cycling News. Ao analisar o livro de prova e os resultados na corrida, que terminou no domingo, o portal especializado de notícias de ciclismo chegou ao número de 100.380 euros conseguido pelo português, o terceiro mais alto entre participantes. Já Guerreiro, com uma soma exacta de 27.863 euros, foi o oitavo melhor corredor a nível de prémios monetários, numa tabela que inclui apenas o valor amealhado por cada um, o que pode não corresponder ao valor que levaram ‘para casa’, uma vez que é frequente haver uma divisão pela equipa em certas categorias.


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