DIRECTOR CARLOS MORAIS JOSÉ
CALÇADA PORTUGUESA
CHÃO QUE DEU UVAS? PÁGINA 7
TUI | AU KAM SAN
Caminhos da liberdade PÁGINA 5
FECHO DO MERCADO JOÃO ROMÃO
AAM
Mudanças directivas
hojemacau
Cartão vermelho A Assembleia Popular Nacional aprovou a Lei de Segurança Nacional de Hong Kong. Segundo Carrie Lam, o diploma destina-se a punir “uma pequena minoria de criminosos” e a prevenir possíveis subversões contra o poder do Estado. Já os Estados Unidos, deixaram de considerar Hong Kong como uma região autónoma da China, o que pode acabar com o estatuto de parceiro comercial especial, numa decisão considerada como “bárbara” pelo gigante asiático.
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PRIMEIRO AVIÃO GONÇALO M. TAVARES
AINDA A CIÊNCIA VALÉRIO ROMÃO
UM SIM UM NÃO
MOP$10
h
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ANTÓNIO DE CASTRO CAEIRO
GRANDE PLANO
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OPINIÃO
SEXTA-FEIRA 29 DE MAIO DE 2020 • ANO XIX • Nº 4536
2 grande plano
A lei destina-se a punir “uma pequena minoria de criminosos”, disse Carrie Lam, que garantiu a continuação dos “direitos e liberdades legítimos usufruídos pelos residentes de Hong Kong”
A
Assembleia Popular Nacional (APN), órgão máximo legislativo da China, aprovou ontem, por uma maioria de 2.878 votos a favor, um contra e seis abstenções, a proposta de lei de segurança nacional de Hong Kong. O texto fica agora nas mãos de um comité jurídico da APN, que ficará encarregado de escrever uma ver-
E
CONOMISTAS, diplomatas e empresários tentam quantificar o efeito da decisão de Washington de considerar Hong Kong "não autónomo" da China e revogar o estatuto especial da região. Ex-funcionários da Casa Branca disseram que o cenário imediato mais provável é que o presidente Donald Trump aprove uma “variedade” de sanções, potencialmente para funcionários chineses e de Hong Kong, em resposta à lei de segurança nacional da China para Hong Kong. No entanto, "outras opções estão certamente sobre a mesa", disse um ex-alto funcionário do governo Trump. “Se Hong Kong perder o seu actual estatuto, poderá ficar vulnerável a tarifas da guerra comercial, controlo tecnológico de exportação, restrições de vistos e viagens e maior escrutínio do sector financeiro.” "Acho que a importância de Hong Kong está a deteriorar-se e quando me reúno em Shenzhen e Guangzhou e ouço as discussões sobre a Grande Baía, é praticamente como se Hong
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ASSEMBLEIA POPULAR NACIONAL
CRIMES COM CASTIGOS APROVADA LEI DE SEGURANÇA NACIONAL DE HONG KONG
são final que deverá ser ratificada pelo Comité Permanente do órgão legislativo. A lei proíbe "qualquer acto de traição, separação, rebelião, subversão contra o Governo Popular Central, roubo de segredos de estado, a organização de actividades em Hong Kong por parte de organizações políticas estrangeiras e o estabelecimento de laços com organizações políticas estrangeiras por parte de organizações políticas de Hong Kong". Entre os sete artigos propostos por Pequim, está uma disposição para um mecanismo legal que permite ao Comité Permanente da APN articular legislação que
vise prevenir e punir uma série de suposições, incluindo "subversão contra o poder do Estado".
PARA UMA “PEQUENA MINORIA DE CRIMINOSOS”
Entretanto, a chefe do Governo de Hong Kong aplaudiu a aprovação da lei e salientou que esta só visa uma “pequena minoria de criminosos”. “A legislação a ser promulgada pela Região Administrativa Especial de Hong Kong para salvaguardar a segurança nacional visa impedir, coibir e sancionar uma minoria extremamente pequena de criminosos que ameaçam a segurança nacional, salvaguardando a prosperidade e
a estabilidade de Hong Kong e mantendo o princípio ‘Um país, dois sistemas’, defendeu Carrie Lam, em comunicado. A Chefe do Executivo sustentou ainda que a lei “não vai afectar os direitos e liberdades legítimos usufruídos pelos residentes de Hong Kong”. Lam afirmou ainda que as autoridades de Hong Kong vão “cooperar totalmente” com o Comité Permanente da APN para concluir o mais rapidamente possível o trabalho legislativo, assim como na adoção de mecanismos de fiscalização. Na mesma nota, Carrie Lam sublinhou que a aprovação da lei prova a atenção do país para com
Uma decisão à la Donald Trump Analistas minimizam efeitos da resolução norte-americana
Kong fosse insignificante", disse Joerg Wuttke , presidente da Câmara de Comércio da União Europeia para a China em Pequim. “Trump não está interessado em nada além de si mesmo e em comparação com o que fez à Parceria Trans-Pacífico, com o ataque à Organização Mundial de Comércio ou com a retirada da Organização Mundial da Saúde, mudar o estatuto de Hong Kong é um algo pequeno para ele. É outra ferramenta na caixa e ele vai usá-la se for necessário”, comentou Wuttke.
“SE SOUBESSE, ESTAVA EM GUANGZHOU”
Um funcionário consular internacional afirmou que se soubesse o quão perturbador os últimos anos foram para os negócios, teria deixado Hong Kong e aberto uma filial do consulado em Guangzhou. "Nesse sentido, a lei de segurança nacional e a resposta dos EUA
serão uma continuação do que vem acontecendo desde o ano passado", disse. A Câmara de Comércio Americana de Hong Kong disse em comunicado que a lei "pode comprometer as perspectivas futuras de negócios internacionais, principalmente se uma longa lista de detalhes não for especificada e esclarecida". No entanto, a câmara recusou-se a comentar a resposta dos EUA. “Se o estatuto comercial especial da cidade for revogado,
Hong Kong perderá acesso a componentes tecnológicos americanos sensíveis, embora possua pouca produção de alta tecnologia em grande escala, porque a maioria dos produtos enviados através de Hong Kong é fabricada noutro lugar”, disseram vários especialistas em comércio. Como membro independente da OMC, Hong Kong poderá entrar com um processo legal no órgão, com sede em Genebra, se Washington decidir que tarifas diretas adicionais são necessárias. “A relação de Hong Kong com a OMC é decidida pelos membros da OMC colectivamente, e não por um membro como os EUA. Assim, se os EUA revogassem seu estatuto separado e tratarem Hong Kong como parte da China estariam a violar as suas próprias obrigações na OMC e Hong Kong poderia processar os EUA - não que isso
Hong Kong, “parte inalienável da República Popular da China”. “Proteger a soberania nacional, os interesses de segurança e desenvolvimento é um dever constitucional” de Hong Kong e que “preocupa todos os cidadãos”, acrescentou a governante. Por fim, afirmou que o seu Executivo “vai aprimorar a aplicação da lei e a educação pública em relação à salvaguarda da segurança nacional e reportará regularmente” a Pequim.
REACÇÃO AMERICANA
A forma como a lei foi promulgada levou Washington a anunciar que não tratará mais Hong Kong como tendo autonomia face a Pequim,
ajudasse, é claro ”, afirmou Henry Gao, professor de comércio na Singapore Management University.
COMÉRCIO DIRECTO É PEQUENO
Além disso, o comércio directo de Hong Kong com os EUA é relativamente pequeno, tendo exportado apenas 431 milhões de dólares para os EUA em Março, segundo dados americanos, e importado 2,4 mil milhões. "Noventa e nove por cento das exportações de Hong Kong para os EUA são reexportações de uma terceira economia - principalmente da China - e já são tributadas nos EUA com base na origem, não como mercadorias de Hong Kong", escreveu o analista do Deutsche Bank Michael Spencer numa nota. “Portanto, as exportações de Hong Kong para os EUA foram tão afectadas pelas taxas dos EUA sobre a China quanto as exportações da China. O aumento das taxas nos últimos 1% das exportações não terá praticamente nenhum impacto na economia de Hong Kong”, concluiu.
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sexta-feira 29.5.2020
ECONOMISTAS LOCAIS ANALISAM AMEAÇA AMERICANA
ALBANO MARTINS
“Verborreia normal dos EUA”
o que poderá levar à retirada do estatuto de parceiro comercial especial e ao levantamento de tarifas e sanções. A diplomacia chinesa em Hong Kong respondeu considerando "bárbara" a decisão dos Estados Unidos. "A decisão é a mais bárbara e a mais irracional", refere um comunicado difundido ontem pelo Gabinete do representante do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na Região Administrativa Especial de Hong Kong. O estatuto especial de Hong Kong permite ao território manter relações comerciais distintas com os Estados Unidos. As medidas que se mantêm em Hong Kong desde 1997 implicam uma política de vistos diferente, um regime fixo nas taxas de câmbio de divisas - entre o dólar de Hong Kong e dólar norte-americano - legislação e, sobretudo, um regime fiscal favorável para as empresas. O tratamento de excepção tem permitido a Hong Kong manter-se como centro financeiro internacional, tal como Londres ou Nova Iorque, sendo a quarta praça financeira a nível global. Se Washington optar pela mudança de postura podem ficar ameaçadas as ligações financeiras entre Pequim "e a economia livre", disse à France Press, Robert Spalding, do Hudson Institute, Estados Unidos. Da mesma forma a Bloomberg News nota que as acções financeiras, as transações e as obrigações podem ser "postas em causa". Entretanto, o secretário de Estado adjunto para a Ásia Oriental, David Stilwell, disse aos jornalistas que o objectivo da Casa Branca é tentar "uma mudança de comportamento de Pequim" mas reconhece como "improvável" uma alteração de trajectória.
“A legislação a ser promulgada pela Região Administrativa Especial de Hong Kong para salvaguardar a segurança nacional visa impedir, coibir e sancionar uma minoria extremamente pequena de criminosos que ameaçam a segurança nacional.” CARRIE LAM CHEFE DO EXECUTIVO DE HONG KONG
Neste quadro, as empresas norte-americanas em Hong Kong podem ser penalizadas pelas medidas dos Estados Unidos. De acordo com os dados do Congresso dos Estados Unidos mais de 300 companhias norte-americanas mantêm uma representação regional em Hong Kong. O território é também um ponto usado pelas empresas da República Popular da China no acesso a divisas estrangeiras, bancos internacionais e contactos com parceiros globais, apesar da ex-colónia britânica já não ser tão "crucial" como antes. Em 2019, 12% das exportações chinesas tiveram como destino Hong Kong. Em 1992, as expor-
As empresas norte-americanas em Hong Kong podem ser penalizadas pelas medidas dos Estados Unidos
tações da República Popular da China para a então colónia britânica chegaram a atingir os 45%.
'GUERRA FRIA' PREJUDICA O MUNDO
Por seu lado, o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ontem que a alegada 'Guerra Fria' entre a China e os Estados Unidos "não beneficia nenhuma das partes" e "prejudicará o mundo todo". Li admitiu que as relações entre os dois países enfrentam "novos problemas e desafios", mas que Pequim e Washington mantêm "ampla comunicação" em áreas como a economia, o comércio, investimento ou cultura. "A relação superou ventos e chuvas, nas últimas décadas, e são realmente complexas", admitiu. "Precisamos de ter inteligência suficiente para ampliar os interesses comuns e controlar adequadamente as discrepâncias e os problemas", apontou o primeiro-ministro chinês, na conferência de imprensa após o encerramento da sessão da APN. Os Estados Unidos passaram nos últimos anos a definir a China como a sua "principal ameaça", apostando numa estratégia de contenção das ambições chinesas, que se traduziu já numa guerra comercial e tecnológica e várias disputas por influência no leste da Ásia. A marinha norte-americana reforçou ainda as patrulhas no Mar do Sul da China, reclamado quase na totalidade por Pequim, enquanto Washington tem reforçado os laços com Taiwan, que se assume como uma entidade política soberana, contra a vontade de Pequim, que ameaça "usar a força" caso a ilha declare independência. Hoje Macau com agências info@hojemacau.com.mo
Estamos perante a verborreia normal dos EUA. O Congresso dos EUA decidiu, no ano passado, que todos os anos iria avaliar a situação de Hong Kong para verificar se continuaria a desfrutar do estatuto especial de comércio que mantém com os EUA. Qualquer que seja a decisão dos EUA, independentemente de a China promulgar, ou não, a lei de segurança nacional, vai afectar, de certeza absoluta, muito mais Hong Kong do que Pequim. O alvo deles está errado, porque vai bater em Hong Kong e nas suas empresas, e há empresas americanas de jogo em Macau, é preciso não esquecer. Os EUA têm de perceber que Hong Kong tem, de facto, um elevado grau de autonomia como tem Macau, e que essa questão da lei de segurança nacional deve ser vista essencialmente pelos chineses de Hong Kong e da China. Claro que todos ficam preocupados se o primeiro sistema impuser regras a que as pessoas não estão habituadas no segundo sistema. Mas passar por cima e imediatamente dizer “nós somos os imperadores e vocês em Hong Kong vão passar a ter aumentos de tarifas e regras mais exigentes se quiserem investir nos EUA”, passando pelo possível congelamento de activos, chama-se imperialismo, que já não existe. É preciso calma no meio disto tudo. Temos um país que faz diplomacia em tweets, quando essas coisas têm de ser resolvidas entre os EUA e Pequim. Hong Kong é China. A China tem de resolver isto de uma forma inteligente e uma forma que não é inteligente é a violência. Não podemos esquecer que o dólar de Hong Kong está indexado ao dólar americano e isso poderá afectar a estabilidade do sistema monetário, onde se inclui Macau. Essas situações devem ser vistas através da diplomacia e não através do Twitter.”
JOSÉ MORGADO
“Mais uma jogada dos EUA relativamente à China” “Pelo que sei as declarações têm em conta tratados comerciais preferenciais entre os EUA e Hong Kong. Se é isso, tem a ver um pouco com as relações entre os EUA e Hong Kong, mas com a pandemia diria que esta situação está um bocado limitada. Obviamente que deixando Hong Kong de ter a preferência dos EUA, e sendo Hong Kong tradicionalmente um porto de
passagem de produtos da China para os EUA, obviamente que tem sempre implicações. Essa uma situação [de possível aplicação de sanções] vai ter implicações a nível da moeda, mas sobretudo terá implicações comerciais. Obviamente que os produtos vão ficar mais caros se deixar de haver o regime preferencial. Se ficam mais caros produz inflação e um reajustamento na procura. Estando o dólar de Hong Kong indexado ao dólar americano, e estando a pataca indexada ao dólar americano, indirectamente, acaba por ter repercussões. O que vejo nisto é a continuidade da política de guerra fria e vamos lá ver se um dia destes não se torna numa guerra quente, entre os EUA e a China. É mais uma jogada dos EUA relativamente à China e Hong Kong.”
JOSÉ LUÍS SALES MARQUES
“Interesses americanos não devem gostar” Penso que, para já, é evidente que é um pouco cedo para fazer declarações porque não sabemos as consequências que essa declaração vai ter. Pompeo comunicou a posição do Governo americano ao Congresso e penso que caberá depois ao Congresso analisar e avaliar a situação. É uma situação que não é positiva para Hong Kong nem para a RAEM, de certa medida, porque Hong Kong gozava de um certo estatuto especial perante os EUA, como membro da Organização Mundial do Comércio, e poderão existir consequências. Já ouvi declarações de alguns responsáveis de Hong Kong no sentido de que quanto muito isso poderá ter algum efeito sobre as exportações de Hong Kong, embora essas exportações tenham um peso relativamente pequeno nas relações com os EUA. Portanto, essa é a primeira e única indicação que temos até agora. Também é evidente que os interesses económicos e comerciais norte-americanos que, de uma maneira ou outra, estão ligados a Hong Kong não devem gostar dessa declaração, mas como esses interesses vão pesar na posição final do Governo norte-americano vamos ver. Temos vindo a perceber que muitas vezes o actual Governo dos EUA tem outro tipo de preocupações, mais estratégicas, por um lado, e por outro mais imediatas, que pesam mais do que os interesses económicos e comerciais. Há um conjunto de variáveis cuja evolução está por determinar. No caso de Macau haverá um reflexo do que acontecer em Hong Kong, na medida em que há empresas norte-americanas que funcionam em Macau e que têm fortes ligações em Hong Kong. Mas será sempre uma consequência de forma indirecta.” A.S.S.
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MINISTÉRIO DOS NEGÓCIOS ESTRANGEIROS COMISSÁRIA DESTACA APOIO TOTAL DE MACAU À INTERVENÇÃO DA APN
Todos juntos em harmonia
Shen Beili considera que todos os “todos os círculos da sociedade de Macau” são a favor da iniciativa da Assembleia Popular Nacional de aprovar a lei de segurança nacional de Hong Kong, incluindo estrangeiros residentes. Para a Comissária dos Negócios Estrangeiros em Macau a lei apenas se aplica a “um pequeno número de independentistas”
A
Comissária do Ministério dos Negócios Estrangeiros da China na RAEM, Shen Beili, referiu que “nos últimos dias, pessoas de todos os círculos da sociedade de Ma-
cau têm expressado apoio” ... à iniciativa legislativa da Assembleia Popular Nacional (APN), em legislar o regime da segurança nacional de Hong Kong, algo que gerou uma onda de condenação a nível internacional.
Num comunicado, divulgado ontem pelo Gabinete de Comunicação Social do Executivo da RAEM, Shen Beili acrescentou que “há ainda estrangeiros residentes em Macau que disseram, de forma muito incisiva, PUB
que esta acção legislativa da APN é uma resposta vigorosa ao facto de ter sido desafiado repetidas vezes o Estado de direito de Hong Kong”. A representante contextualiza a iniciativa do órgão legislativo de Pequim com o facto de os sucessivos governos de Hong Kong não terem conseguido concluir a legislação nacional, o que não deixou a Pequim outra opção, “mas agir decisivamente”. É ainda acrescentado no comunicado que a tomada de posição do Governo Central é oportuna, imperativa e legítima, preenchendo lacunas legais e conferindo mecanismos de aplicação à segurança nacional. Seguindo o que já havia sido dito por várias forças políticas mais pró-sistema de Hong Kong, Shen Beili referiu que a legislação “só tem como alvo um pequeno número de ‘independentistas de Hong Kong’ e aqueles que usam violência para colocar em risco a segurança nacional”. De resto, a iniciativa de Pequim visa proteger a esmagadora maioria dos residentes cumpridores da lei, é um “exemplo do Estado
“Há ainda estrangeiros residentes em Macau que disseram, de forma muito incisiva, que esta acção legislativa da APN é uma resposta vigorosa ao facto de ter sido desafiado repetidas vezes o Estado de direito de Hong Kong.” SHEN BEILI COMISSÁRIA DO MNE DA CHINA NA RAEM
de Direito” e uma ferramenta facilitadora do exercício de “direitos e liberdades”.
HARMONIA E PÉROLAS
De acordo com o comunicado, a comissária descreve Macau como uma cidade internacional aberta e livre, com “crescimento galopante e melhoramento constante da vida do povo”. Facto ao qual, segundo Shen Beili, não é alheio o “consenso da sociedade inteira de Macau que a manutenção de segurança nacional é um pré-requisito importante e fundamental para
garantir a estabilidade e desenvolvimento”. Isto apesar de ser uma cidade de frequentes intercâmbios internacionais, “altamente dependente do exterior”. Em relação a Hong Kong, a comissária refere que a região está “encostada à pátria com face virada para o mundo”, e que tem muito a ganhar com o “rápido e contínuo desenvolvimento” chinês.
DSAL Serviços de Ensino Superior levam jovens até à Grande Baía Para os jovens que já acabaram a universidade, independentemente de darem início à vida laboral ou prosseguirem estudos, a Direcção dos Serviços para o Ensino Superior vai realizar palestras e visitas à Grande Baía para que ganhem conhecimentos, bem como aumentar as vagas para Bolsas de Mérito para Estudos Pós-Graduados. A informação foi dada pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL) em resposta a uma interpelação
João Luz
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escrita de Wong Kit Cheng. Prevê-se que no âmbito da formação subsidiada sejam disponibilizadas 800 vagas nas áreas de manutenção, restauração, venda a retalho e beleza, em Maio. Além disso, a DSAL planeia lançar no terceiro trimestre um plano de estágio dirigido a jovens, que deverá abranger bancos, serviços públicos e resorts. Não foram avançadas novas informações em relação à segunda fase de medidas de apoio económico.
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sexta-feira 29.5.2020
TRIBUNAL DE ÚLTIMA INSTÂNCIA AU KAM SAN ACHA QUE DECISÃO VAI REFLECTIR O FUTURO DAS LIBERDADES
Assistentes Sociais Mais de 500 profissionais acreditados
O Instituto de Acção Social (IAS) indicou que 1.180 assistentes sociais se registaram no Conselho Profissional dos Assistentes Sociais de Macau (CPASM), com 803 pessoas a entregarem candidatura de qualificação profissional, dos quais 529 já foram aprovados. As informações foram avançadas em resposta a uma interpelação escrita de Sulu Sou, na qual o organismo esclarece que o regime da qualificação profissional dos assistentes sociais entrou em vigor em Abril, e que o CPASM já lançou o registo e qualificação para os trabalhadores. A organização do segundo Conselho Profissional vai ser elaborada depois de comunicação pública com as partes envolvidas, em 2021. Por outro lado, face à preocupação do deputado sobre se os conselheiros enviados por associações civis às escolas precisam de ter qualificação dos assistentes sociais, o IAS respondeu que dado o nome profissional ser diferente de “assistentes sociais”, podem não fazer candidatura.
Animais Pedidas medidas mais severas para abandono
O deputado José Pereira Coutinho interpelou o Governo por escrito sobre a necessidade de aplicar multas ou outras medidas mais severas a pessoas que abandonem os animais. Segundo o canal chinês da TDM - Rádio Macau, o deputado lembrou que o número de abandonos tem aumentado nos últimos anos, fazendo referência a um anterior programa de recolha de animais vadios, entre 2009 e 2015, que teve “pouco efeito, com a ausência de multas pesadas”. Pereira Coutinho defende que Macau deve adoptar o modelo já em vigor em Taiwan e na Alemanha, em que os animais capturados são alimentados, tratados e posteriormente colocados para adopção, evitando, desta forma, o abate.
Para onde sopra o vento
Au Kam San entende que a decisão do Tribunal de Última Instância sobre o recurso apresentado pela União para o Desenvolvimento Democrático pode dar a entender qual o caminho que as liberdades de expressão, reunião e direito cívico vão seguir
A
U Kam San considera que o resultado do recurso que assinou em nome da União para o Desenvolvimento Democrático (UDD) pode ser representativo da “direcção do vento para a liberdade de expressão, de reunião, direito cívico” ou até se o princípio ‘Um País, Dois Sistemas’ está a “perder a sua forma”. O deputado fez uma publicação no Facebook sobre os pontos que considera importantes na análise que o Tribunal de Última Instância vai fazer à decisão da polícia. Em causa está a negação da autorização à UDD para realizar a vigília sobre o massacre de Tiananmen. Au Kam San reitera que os cidadãos que pretendem exercer o direito de reunião ou manifestação devem avisar previamente a polícia, mas que este procedimento não é um pedido de autorização, pelo que não carece de aprovação. Além disso, comenta que o despacho da polícia defendia a decisão com base no princípio de que “sem prejuízo do direito à crítica, não são permitidas as reuniões ou manifestações para fins contrários à lei”. “O ponto crucial é saber se a vigília viola ou não a lei? Se sim, não permitir é justificável. Se não, é irrazoável. Como é que o tribunal vai julgar?”, questiona o deputado. Quanto ao argumento de violação à lei sobre a prevenção, controlo e tratamento de doenças transmissíveis, sublinhou a necessidade de se provar que os organizadores recusaram cooperar com as entidades competentes.
PATRIOTISMO LINGUÍSTICO
Face a comentários de internautas que criticaram a publicação, nomeadamente de alguém que sugeriu que o deputado teria deixado de tomar medicação, o pró-democracia respondeu apenas ortograficamente.
Au Kam San fez nova publicação a salientar que escrever chinês com vários erros “é um insulto à cultura chinesa”, questionando o
direito de se falar de “amor à pátria”. “Não sei se alguém tem intenção de supervisionar o meu Facebook. Algumas
crianças com um nível educacional muito baixo que vieram comentar, escreveram poucas palavras com vários erros”, escreveu Au
Kam San, dando exemplos da escrita com falhas em chinês simplificado. O deputado expressa preocupação que a leitura de frases com má qualidade linguística a longo prazo possa criar habituação e o entendimento de que são palavras correctas. E pôs em causa os valores patrióticos de quem se expressa dessa forma. “Para o amor à pátria, em primeiro lugar tem que aprender bem chinês. Se não escrever bem chinês, e cometer vários erros, isso é um insulto à cultura chinesa. Como podem falar de amor à pátria?”, observou. Salomé Fernandes com N.W.
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TRABALHO PODER DO POVO QUER PROTECÇÃO DE TRABALHADORES LOCAIS
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Associação Poder do Povo entregou ontem uma petição ao Chefe do Executivo, com vista a assegurar os direitos dos trabalhadores locais. O presidente da associação, Iam Weng Hong, indicou que o número de trabalhadores não residentes (TNR) é excessivo, e que falta um mecanismo para a sua substituição, sobretudo num momento em que a taxa de desemprego aumentou e a economia de Macau está pior. “Quando os patrões renovam o contrato aos TNR, as autoridades deviam rever a lista de desempregados registados na Direcção de Serviços para os Assuntos Laborais. Se houver candidatos capazes de assumir as posições, deve-se requerer aos patrões darem prioridade às pessoas na lista da
DSAL, só permitindo a renovação de contrato com TNR se não houver mão-de-obra suficiente. E se houver empresas que arranjem licenças sem vencimento para os empregados, têm que informar a DSAL para arranjar imediatamente a substituição de TNR”, sugeriu. Por outro lado, Iam Weng Hong quer o reforço do combate aos trabalhadores ilegais, particularmente no sector de construção e remodelação. O dirigente associativo sugeriu a aplicação de um mecanismo que o deputado Ng Kuok Cheong já mencionou anteriormente – permitir aos empregados locais a denúncia de trabalhadores ilegais às autoridades, por intermédio de deputados ou associações em quem confiam.
MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 258/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se o infractor HUANG SHEHONG, portador do passaporte da RPC n.° E10338xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 106/DI-AI/2018 levantado pela DST a 29.05.2018, e por despacho da signatária de 14.05.2020, exarado no Relatório n.° 231/DI/2020, de 29.04.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Rua Francisco H. Fernandes n.° 23, Edf. Hot Line, 4.° andar AD, Macau onde se prestava alojamento ilegal.------------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.-----------------------------Desta decisão pode o infractor, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.----------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-----------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício ‘‘Centro Hotline’’, 18.° andar, Macau.--------------------------------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Maio de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
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sexta-feira 29.5.2020
IAM CALÇADA PORTUGUESA PODE VIR A SER SUBSTITUÍDA PARA COMBATER O EFEITO DA CHUVA
Quem escorrega também cai O IAM admitiu falar com o IC para coordenar a eventual substituição de calçada portuguesa nalgumas zonas para evitar que o piso se torne demasiado escorregadio e melhorar o escoamento na época das chuvas. No conselho consultivo do IAM, foi ainda anunciada uma “revolução” em Hác Sá, na zona de campismo e churrasco
O
Instituto para osAssuntos Municipais (IAM) não descarta a ideia de vir a substituir a calçada portuguesa em algumas zonas da cidade por piso de tijolo de escoamento. A hipótese veio ontem pela voz do presidente do Conselho de Administração do IAM, José Tavares, em resposta à preocupação demonstrada por um vogal do conselho consultivo acerca da inadequação da calçada portuguesa nalgumas zonas da cidade durante a época das chuvas. Em causa, está o facto de a calçada se tornar escorregadia para os transeuntes, quando chove, e de não facilitar o escoamento de água. “A calçada portuguesa é escorregadia e o tijolo de escoamento tem um efeito muito melhor e permite melhor vazamento da água. Vamos combinar com o Instituto Cultural (IC) para coordenarmos uma eventual substituição e se existirem condições, vamos trocar”, admitiu José Tavares.
Sobre a requalificação, o vice-presidente do Conselho de Administração do IAM referiu ainda que o objectivo do plano “a longo prazo” está a ser desenvolvido para “criar um espaço de lazer e ecológico de protecção da natureza” e que a execução da obra deverá ficar a cargo de empresas locais.
QUEIXAS EM QUEDA
Questionado sobre a razão para a queda acentuada do número de infracções nos espaços públicos, José Tavares referiu que se deve, não só, à sensibilização feita, mas também “à redução do movimento de pessoas durante a pandemia” e que, como o próprio secretário para a segurança Wong Sio Chak revelou, a própria criminalidade caiu nos últimos tempos em Macau. Foi ainda sugerida a construção de casas-de-banho unissexo para colmatar o problema da escassez e do estado de conservação dos sanitários. Em resposta, José Tavares acredita tratar-se de “uma boa sugestão”, mas alertou, contudo, que é um tema que “tem de ser levado ao conhecimento do público porque as pessoas não estão habituadas e pode criar situações embaraçosas”. Pedro Arede
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Na sessão do conselho consultivo que tinha por objectivo analisar e votar a execução do plano de actividades do IAM relativo aos meses de Março e Abril, foi ainda revelado que está a ser elaborado um plano de renovação da zona de campismo e churrasco da praia de Hác Sá. De acordo com o vice-
“Queremos tornar Hác Sá numa zona temática virada para família, que englobe actividades comerciais, entretenimento e actividades lúdicas.” LO CHIN KIN IAM
-presidente do Conselho de Administração do IAM, Lo Chin Kin, a ideia é transformar Hác Sá num “parque de qualidade” destinada ao entretenimento e actividades em família. “Queremos transformar a praia de Hác Sá numa zona de qualidade em Macau. Estamos a fazer um planeamento geral e vamos pedir a uma empresa internacional para fazer uma concepção preliminar para depois ser apreciado pelo conselho consultivo. Queremos tornar Hác Sá numa zona temática virada para a família com características comerciais, que englobe entretenimento e actividades para os jovens. O projecto de concepção vai estar pronto ainda este ano e será debatido na actual sessão do conselho consultivo”, vincou Lo Chin Kin.
PORCO IAM FAZ ULTIMATO A NOVE ESTABELECIMENTOS
O
Instituto para os Assuntos Municipais (IAM) fez ontem um ultimato a nove estabelecimentos de venda de carne porco que não baixaram preços. Segundo revelou ontem José Tavares, o IAM enviou cartas aos vendedores exigindo que os preços sejam reduzidos “para um nível razoável”, já a partir de hoje. “Depois de enviarmos a primeira carta, os titulares das bancas já baixaram o preço. Mas nos últimos dias, até esta manhã [ontem], nove bancas ainda não tinham reduzido o preço e, por isso, fizemos um
ultimato para que a situação seja regularizada e o preço possa baixar para um preço mais razoável”, explicou José Tavares, à margem da sessão ordinária do conselho consultivo do IAM realizada ontem. Das nove bancas, sete estão no Mercado Vermelho, uma no Mercado do Patane e outra no Mercado Tamagnini Barbosa. Acreditando que “os preços possam baixar para um nível ainda mais razoável”, José Tavares apontou também a importância de uniformizar a unidade de medida apresentada em todos
os pontos de venda, garantindo que as bancas “adoptaram a unidade de cate, quer seja no supermercado, quer seja no mercado.” Recorde-se que na passada terça-feira, secretário para a Administração e Justiça, André Cheong, reconheceu que há casos de cartelização de preços de venda da carne de porco e destacou que o Governo se prepara para entregar à Assembleia Legislativa, já no próximo mês, uma proposta de lei para regular os mercados municipais e os vendilhões. P.A.
DSAL Menos 4.500 TNR desde Janeiro
O número de trabalhadores não residentes (TNR) em Macau continua em queda. De acordo com dados divulgados ontem pela Direcção dos Serviços para os Assuntos Laborais (DSAL), no final de Abril existiam em Macau 188.918 TNR, ou seja, menos 4.580, relativamente ao final de Abril, altura em que se encontravam no território 193.498 TNR. Consultando os dados da DSAL, a principal diferença reside no facto de a quantidade de TNR provenientes do interior da China ter decrescido durante a pandemia. De Janeiro a Abril, há menos 3.812 TNR vindos da China.
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MANDADO DE NOTIFICAÇÃO N.° 262/AI/2020 -----Atendendo à gravidade para o interesse público e não sendo possível proceder à respectiva notificação pessoal, pelo presente notifique-se a infractora XIE XIAO YAN, portadora do Bilhete de Identidade de Residente Permanente de Hong Kong n.° P0137xxx, que na sequência do Auto de Notícia n.° 109/DI-AI/2018 levantado pela DST a 29.05.2018, e por despacho da signatária de 14.05.2020, exarado no Relatório n.° 236/ DI/2020, de 04.05.2020, nos termos do n.° 1 do artigo 10.° e do n.° 1 do artigo 15.°, ambos da Lei n.° 3/2010, lhe foi determinada a aplicação de uma multa de $200.000,00 (duzentas mil patacas) por controlar a fracção autónoma situada na Avenida da Amizade n.° 1321, Edf. Hung On Center, Bloco 3, 4.° andar R onde se prestava alojamento ilegal.--------------------------------------------------------------------O pagamento voluntário da multa deve ser efectuado no Departamento de Licenciamento e Inspecção destes Serviços, no prazo de 10 dias, contado a partir da presente publicação, de acordo com o disposto no n.° 1 do artigo 16.° da Lei n.° 3/2010, findo o qual será cobrada coercivamente através da Repartição de Execuções Fiscais, nos termos do n.° 2 do artigo 16.° do mesmo diploma.---------------------------Da presente decisão cabe recurso contencioso para o Tribunal Administrativo conforme o disposto no artigo 20.° da Lei n.° 3/2010, a interpor no prazo de 60 dias, conforme o disposto na alínea b) do n.° 2 do artigo 25.° do Código do Processo Administrativo Contencioso, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 110/99/M, de 13 de Dezembro.--------------------------------------------------------------Desta decisão pode a infractora, querendo, reclamar para o autor do acto, no prazo de 15 dias, sem efeito suspensivo, conforme o disposto no n.° 1 do artigo 148.°, artigo 149.° e n.° 2 do artigo 150.°, todos do Código do Procedimento Administrativo, aprovado pelo Decreto-Lei n.° 57/99/M, de 11 de Outubro.----------------------------------------------------------------Há lugar à execução imediata da decisão caso esta não seja impugnada.-------------------------------------------------------O processo administrativo pode ser consultado, dentro das horas normais de expediente, no Departamento de Licenciamento e Inspecção desta Direcção de Serviços, sito na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção n.os 335-341, Edifício “Centro Hotline”, 18.° andar, Macau.-------------------Direcção dos Serviços de Turismo, aos 14 de Maio de 2020. A Directora dos Serviços, Maria Helena de Senna Fernandes
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Perspectivamos que em 2020, a pandemia desengreada da Covid 19 teve um impacto severo na economia global e os mercados financeiros internacionais turbulentos, a a economia de Macau também tinha sido afectada pelo impacto da pandemia, as receitas do turismo de jogos caíram acentuadamente, outras indústrias também foram profundamente afectadas. No entanto, acreditamos que choques de curto prazo não mudarão as tendências de desenvolvimento de médio a longo prazo e a pandemia vai terminar. A tendência do crescimento económico da China a longo prazo não mudou, as indústrias fundamentais e as essências industriais do desenvolvimento económico de Macau ainda são sólidas. O Banco de Formiga (Macau) continuará a aprofundar o mercado de Macau, Perspertivamos um desenvolvimento e construção na Grande Baía de Guangdong-Hong Kong-Macau e a direcção do desenvolvimento da economia moderadamente diversificada do Governo de Macau, concentramos nos negócios de pagamento remoto mais vantajosos. O Banco de Formiga (Macau), continuamente expande se os sítios que prestam os serviços de pagamento electrónico do Banco de Formiga(Macau), continuam a lançar promoções exclusivas para os utentes locais, permitindo que os utentes de Macau desfrutem da mesma experiência que os utentes da Alipay da China. Simultaneamente, para se adaptar aos comportamentos caracterizadores da vida transfronteiriça e viagem transfronteiriça, O Banco de Formiga (Macau) continuará a melhorar as funções de serviço de transferência e pagamento electrónico para apoiar os utentes de Macau na utilização transfronteiriça do serviço de pagamento de carteiras do Banco de Formiga (Macau). Ao mesmo tempo, o Banco de Formiga (Macau), com o seu fluxo na sua plataforma, oferece as vantagens para as Pequenas e Médias Empresas de Macau, fornece aos comerciantes mais ferramentas de comércio que permitem reduzir os custos de aquisição de clientes e aumentar um rácio de transformação dos clientes e ajudar os comerciantes locais a aumentar a sua receita. Para satisfazer os cosumidores de RAEM na área de fazer compras on-line, os serviços de vida local e a necessidade de serviços transfronteiriços, o Banco de Formiga (Macau) oportunamente lançará mais produtos de serviços financeiros abertos a todos e as actividades de promoção, a fim de satisfazer a procura acrescida dos residentes de RAEM e as Pequenas e Médias Empresas, esforçando-se em trazendo aos residentes e Pequenas e Médias Empresas os serviços com qualidades. Conselho de Administração Parecer do Conselho Fiscal Banco de Formiga (Macau) Sociedade Anónima de ano 2019 Parecer do Conselho Fiscal Nos termos da lei e de acordo com os estatutos do Banco de Formiga (Macau) Sociedade Anónima, compete ao Conselho Fiscal realizar a fiscalização idónea da gestão, conta, e avaliação de bens do Banco, e emitir um parecer respeitante à demonstração financeira e à proposta de distribuição de lucros, apresentadas pelo Conselho de Administração, para o ano de 2019. Para o efeito, Conselho Fiscal procedeu a uma fiscalização e uma revisão sobre o Banco para o ano de 2019 e manteve contacto regular com o Conselho de Administração, bem como fez uma análise ao relatório do Conselho de Administração de 2019 sobre o resultado da operação, a demonstração de resultados e o balanço, etc. e ao relatório de auditoria emitido pela Ernst & Young - Auditores de ano 2019, em que se apreciou a conta anual e emitiu a opinião sem reserva. Com base nos respectivos resultados, cremos que o resultado da operação, a demonstração de resultados Etc. reflectem clara e verdadeiramente os activos e as situações financeiras do Banco. Portanto, a demonstração financeira, e o relatório apresentado pelo Conselho de Administração poderão ser aprovados na Assembleia Geral de Accionistas. A nossa opinião é que as contas do Banco mostraram claramente a posição financeira verdadeira e justa do Banco em 31 de Dezembro de 2019 e os resultados comerciais do exercício até ao fim do ano de exercício, e a demonstração financeira anual, a proposta de distribuição de lucros e o relatório apresentado pelo Conselho de Administração poderão ser aprovados na Assembleia Geral de Accionistas. Presidente de Conselho Fiscal ZHANG YI 27 de Março de 2020 Síntese do parecer do auditor externo Vice-Director geral ZHANG ZHIHUA
Vice-Director geral LEI KENG
Resumo do Relatório comercial: O Banco de Formiga (Macau) Sociedade Anónima (doravante designado por “Banco de Formiga (Macau)”) é um membro de ANT FINANCIAL SERVICES GROUP. Foi inaugurado oficialmente em 23 de Abril de 2019. O seu objecto social é fornecer aos residentes de RAEM e as Pequenas e Médias Empresas os serviços financeiros bancários, incluindo os de pagamento remoto, depósitos, empréstimo e transferência. O ano de 2019 foi o 20.º aniversário do retorno de Macau à pátria, também foi o ano com crescimento rápido do pagamento remoto em Macau. O Banco de Formiga (Macau) seguiu o espírito adoptado por ANT FINANCIAL SERVICES GROUP em termos de prestação de serviços, dedicando, com a utilização de tecnologia inovadora, a fornecer os pagamentos mediante internet, a fim de proporcionar uma ambiente comercial e serviços financeiros abertos a todos mais seguros, ecológicos, remotos para os residentes de Macau e as Pequenas e Médias Empresas. Em Setembro de 2019, o Banco de Formiga (Macau) lançou oficialmente o serviço Alipay em Macau, e os utentes de Macau podem recarregar dinheiro no supermarcado do centro comercial, sem internet, ou através da vinculação on-line de contas bancárias dos bancos actuais em Macau, por meio de pagamento com patacas, sem necessidade de pagar uma taxa administrativa, assim poderiam experiementar as compras on-line no Taobao. Os serviços da Alipay ficam com a resposta excepcional depois da sua entrada em operação. Até 31 de Dezembro de 2019, havia quase um número de 80.000 de utentes registrados. Pela primeira vez, os utentes de Macau participaram nas promoções das compras de Taobao “Duplo 11” e “Duplo 12” através de actividades exclusivas de promoções fornecidas pelo Banco de Formiga (Macau), e o volume de transacções aumentou pelas 20 vezes em comparação com os tempos habituais. Além disso, continuam a expandir-se os cenários de pagamento on-line e offline Com a cooperação das entidades locais de acquirer, abriram mais estabelecimentos que aceitam os serviços dos negócios sobre a Alipay. Até 31 de Dezembro de 2019, mais de 4.500 comerciantes aceitaram a Alipay Macau como meio de pagamento, e o número dos comerciantes ainda está a expandir rapidamente. Além dos negócios de carteiras electrónicas, o Banco de Formiga (Macau), como o primeiro banco em Macau que se posiciona em serviços financeiros na Internet, também está a explorar activamente o uso dos recursos de serviços de tecnologia financeira de ANT FINANCIAL SERVICES GROUP para experimentar os produtos financeiros na Internet em Macau, o que trará residentes de Macau e as Pequenas e Médias Empresas os serviços financeiros on-line. Lançou, como pioneiro, em Macau os serviços de abertura de conta pessoal on-line, usando tecnologia financeira como o reconhecimento de rosto e de documentos de identificação. Os residentes de Macau podem abrir uma conta bancária on-line dentro de alguns minutos depois de baixar a applicação do Banco de Formiga (Macau). Até 31 de Dezembro de 2019, mais de 1.000 clientes individuais abriram contas bancárias pessoais no Banco de Formiga (Macau), por meio de verificação de identidade on-line. Em termos de serviços financeiros para as Pequenas e Médias Empresas, o Banco de Formiga (Macau) combinou com a experiência da prática de ANT FINANCIAL SERVICES GROUP no âmbito de serviços financeiros abertos a todos, fornecendo um serviço de empréstimo sem crédito hipotecário e sem taxa para as PME de serviços de retalhe, de restauração e de comércios de Macau. Depois de abrir uma conta da empresa no Banco de Formiga (Macau), os clientes podem apresentar os requerimento do empréstimo, do levantamento de dinheiro, e a sua restituição através da applicação do Banco de Formiga (Macau), assim adaptando às necessidades da procura urgente de empréstimos das Pequenas e Médias Empresas e dos requisitos de flexibilidade de alta rotatividade de capital. Oferecem-se os serviços de empréstimo que permitem que os empréstimos e o seu reembolsos sejam efectuados imediatamente e os juros são calculados diariamente, o pagamento antecipado está livre de qualquer penalidade, sem custo inicial, com a aprovação rápida e preço competitivo. Até 31 de Dezembro de 2019, há mais de 50 Pequenas e Médias Empresas locais de RAEM que experimentaram os serviços de crédito do Banco de Formigas (Macau), e o montante do crédito do Banco de Formigas (Macau) já ultrapassou 35 milhões de patacas.
Relatório de Auditor Independente sobre Demonstrações Financeiras Resumidas Para os accionistas da Banco de Formiga (Macau) Sociedade Anónima (sociedade anónima registada em Macau) Procedemos à auditoria das demonstrações financeiras da Banco de Formiga (Macau) Sociedade Anónima relativas ao ano de 2019, nos termos das Normas de Auditoria e Normas Técnicas de Auditoria da Região Administrativa Especial de Macau. No nosso relatório, datado de 27 de Março de 2020, expressámos uma opinião sem reservas relativamente às demonstrações financeiras. As demonstrações financeiras acima apreciadas compreendem a demonstração da posição financeira, à data de 31 de Dezembro de 2019, a demonstração de resultados, a demonstração de alterações no capital próprio e a demonstração de fluxos de caixa relativas ao ano findo, assim como um resumo das políticas contabilísticas relevantes e outras notas explicativas. As demonstrações financeiras resumidamente preparadas pela gerência resultam das demonstrações financeiras anuais auditadas a que acima se faz referência. Em nossa opinião, as demonstrações financeiras resumidas são consistentes, em todos os aspectos materiais, com as demonstrações financeiras auditadas. Para a melhor compreensão da posição financeira da Banco de Formiga (Macau) Sociedade Anónima e dos resultados das suas operações, no período e âmbito abrangido pela nossa auditoria, as demonstrações financeiras resumidas devem ser lidas em conjugação com as demonstrações financeiras das quais as mesmas resultam e com o respectivo relatório de auditoria. BAO King To Auditor de Contas Ernst & Young – Auditores Macau, 27 de Março de 2020 Instituições em que detém participação superior a 5% do respectivo capital ou superior a 5% dos seus fundos próprios: Nenhuma Lista dos accionistas qualificados: COMPANHIA DE GESTÃO DE PARTICIPAÇÕES ALIPAY (MACAU) SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA COMPANHIA DE INVESTIMENTO ALIPAY (MACAU) SOCIEDADE UNIPESSOAL LIMITADA COMPANHIA DE INTELIGÊNCIA DE REDE STAR N CLOUD LIMITADA Nomes dos titulares dos órgãos sociais: Conselho de Administração Presidente: Administrador: Administrador:
YU SHENGFA SUN HO JI GANG
Conselho Fiscal Presidente: Membros: Secretário TONG IO CHENG
ZHANG YI LIANG TZU CHUNG CHEONG SIO TONG
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sexta-feira 29.5.2020
AAM ORIANA PUN E BRUNO NUNES ABANDONAM DIRECÇÃO
Mudanças de última hora AMCM Alerta sobre fraudes com moedas virtuais
A Autoridade Monetária e Cambial de Macau (AMCM) emitiu ontem um comunicado onde alerta os residentes para a possibilidade de ocorrência de fraudes com o uso de moeda virtual. “Recentemente, face ao surgimento das alegadas ‘plataformas de negociação das moedas virtuais’, a AMCM alerta, de novo, a generalidade dos residentes para a necessidade de cautela face aos eventuais riscos, inerentes às transacções em moeda virtual.” Em causa, está o facto de as moedas virtuais envolverem “um alto grau de especulação, ou seja, não é uma moeda legal nem um instrumento financeiro”. Por isso, o investimento em moedas virtuais não está sujeito à supervisão ou fiscalização por parte das autoridades. “Os residentes devem estar atentos às eventuais fraudes que essa moeda virtual possa envolver, ou mesmo à possibilidade de virem a ser implicados na prática de actividades criminosas”, acrescenta a AMCM.
Hotéis Taxa de ocupação desce para 12,9 por cento
A taxa de ocupação dos hotéis do território foi de 12,9 por cento em Abril, o que representa uma redução de 78,6 pontos percentuais face ao mesmo período do ano passado. Os dados foram publicados ontem pela Direcção de Serviços de Estatística e Censos (DSEC) que explica a redução com o facto de as “das medidas de quarentena à entrada em Macau terem ficado ainda mais restritas em finais de Março”. De acordo com os dados apresentados, o somatório de hotéis e pensões resultou na hospedagem de 107 mil pessoas, no que foi uma redução de 90,6 por cento face ao período homólogo. Em Abril, não foi registado nenhum visitante em excursões ao território, o que também foi explicado com as medidas de quarentena à entrada. Por outro lado, o número de residentes que viajaram para o exterior com recurso a serviços de agências de viagens foi de 200, o que significou uma redução de 99,9 por cento face ao ano passado.
Oriana Pun recusou ter havido uma única razão para a saída e diz que se vai focar mais na actividade profissional. Já Bruno Nunes diz que foi uma saída “normal”, mas recusou divulgar os motivos. Para os seus lugares, entraram Luís Cavaleiro Ferreira e Wong Pou Ngai
O
desgaste causado pelo tempo e a vontade de focar-se mais na actividade profissional, depois de se ter tornado notária privada no ano passado, levaram Oriana Inácio Pun a deixar a direcção da Associação dos Advogados de Macau. As explicações foram avançadas no dia em que foi tornado público que também Bruno Nunes, colega da direcção, seguiu o mesmo caminho. Sobre a saída, Oriana Pun sublinhou estar sempre disponível para contribuir a classe e para a AAM, mesmo fora da direcção. “Não se pode falar que esta saída esteja relacionada apenas com um caso. Não posso dizer que há uma razão, um descontentamento que foi só por este motivo ou aquele”, afirmou ao HM, sem entrar em pormenores. “Um casal também não se divorcia por uma única discussão”, acrescentou. Oriana Pun negou a existência de motivos familiares na resolução e revelou que a decisão já tinha sido tomada há várias semanas. No entanto, o facto de ter algumas tarefas para concluir fizeram com que só ontem fosse anunciado o abandono. “A decisão já estava tomada há algumas semanas, não se pode dizer que é uma coisa de hoje [ontem], até porque eu já tinha metido o papel [com a demissão] há um ou dois meses”, indicou. Oriana Inácio Pun tinha sido membro da direcção da AAM, que é presidida desde 2002 por Neto Valente, de forma ininterrupta entre 2005 e 2012. Em 2017, voltou a fazer parte da direcção até este mês. A saída, acontece numa altura em que falta pouco mais de sete meses para o final do mandato e num ano em que deverá haver eleições para os órgãos sociais.
DISPONÍVEL PARA COOPERAR
Além do desgaste directivo, Oriana Pun explicou que nesta fase está mui-
contribuir para a classe. Se for possível acrescentar valor com a minha ajuda, estou disponível. Gosto de ajudar os meus colegas de profissão”, complementou. Por sua vez, Bruno Nunes recusou comentar os motivos da saída, apenas afirmou que a mesma aconteceu em condições “normais”. Contudo, fechou a porta à possibilidade de voltar a integrar a direcção da associação. “Já cooperei durante muitos anos com a Associação dos Advogados de Macau. Não farei parte de lista alguma [no futuro]”, disse o causídico, ao HM. Bruno Nunes foi eleito em 2015 como vogal da Assembleia Geral da AAM, tendo em 2017 sido eleito vogal da direcção, posição que ocupou até este mês.
ENTRAM WONG E LUÍS FERREIRA
to focada na actividade profissional, agora com uma área de acção mais alargada, depois de ter concluído o curso de notária privada. No entanto, a causídica está disponível para continuar a contribuir para a AAM e para os colegas do sector. “Neste momento saí
da direcção. Não sei se no futuro poderei voltar, com estas pessoas ou com outras... Acho que nunca sabemos o futuro. Mas, mesmo sem este cargo, se o meu contributo for preciso e tiver valor eu vou estar disponível”, clarificou. “Estou sempre disponível para
“Neste momento saí da direcção. Não sei se no futuro poderei voltar, com estas pessoas ou com outras... Acho que nunca sabemos o futuro.” ORIANA PUN ADVOGADA
Após terem sido confirmadas as saídas, a Associação dos Advogados de Macau emitiu um comunicado a agradecer “publicamente” a Oriana Pun e a Bruno Nunes, ao mesmo tempo que anunciou que as vagas na direcção foram preenchidas pela advogada Wong Pou Ngai e por Luís Cavaleiro Ferreira. “A direcção aproveita para agradecer publicamente aos colegas que a deixam o trabalho por eles desenvolvido, e expressa aos novos membros o seu reconhecimento por terem aceite a sua designação para servir a AAM, a bem da advocacia da RAEM”, pode ler-se na missiva revelada ontem. Após as alterações, Neto Valente mantém-se como presidente e Paulino Comandate como secretário-geral. Os vogais são agora Álvaro Rodrigues, Lee Kam Iut, Regina Ng, Luís Cavaleiro Ferreira e Wong Pou Ngai. João Santos Filipe
joaof@hojemacau.com.mo
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29.5.2020 sexta-feira
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sexta-feira 29.5.2020
Aposta no alternativo MÚSICA DEREK HO, FUNDADOR DA ASSOCIAÇÃO DE MÚSICA DE DANÇA DE MACAU
Fundada em 2012, a Associação de Música de Dança de Macau (MDMA, na sigla inglesa) tem vindo a promover várias festas de música electrónica, sempre com o objectivo de trazer sonoridades alternativas para a RAEM . Derek Ho, fundador do projecto, quer mais música ao vivo, e aposta em grupos locais
F
UNCIONÁRIO público de profissão, DJ e promotor de eventos nas horas vagas, Derek Ho fundou em 2012 a Associação de Dança de Macau (MDMA, na sigla inglesa) e, desde então, não mais parou com a organização de eventos. O fundador da MDMA sempre teve uma forte ligação com o mundo musical e desde o início que quis trazer algo de novo para o mundo da noite de Macau. “Nos últimos anos temos vindo a organizar várias festas de dança com base na qualidade, apostando em sonoridades ligadas ao house ou techno, e não tanto na música mais comercial. Desde então, penso que temos sido bem sucedidos, porque organizámos festas em toda a Macau.” Neste momento a associação enfrenta uma nova fase, com menos eventos organizados, não apenas devido à pandemia da covid-19, mas por razões pessoais dos fundadores. Ainda assim, a MDMA mantém-se activa nas redes sociais, estando a organizar o concerto dos Náv para
o próximo dia 6 de Junho, no Club Legend. O concerto dos Náv marca, aliás, uma nova fase da MDMA, pois Derek Ho quer ir além da música electrónica. “Quero começar a envolver mais talentos de Macau e especialmente com mais música ao vivo nas minhas festas, e não apostar apenas na música electrónica. Quero promover os mesmos eventos, mas com novos elementos.” Quando foi criada, a MDMA propunha-se criar um evento anual de dança, que não vingou. Foram sendo organizadas pequenas festas, mas sempre com os desafios à espreita. “Macau não é um sítio fácil para promover este tipo de eventos. Há vários anos que estamos registados como associação e nunca pedimos um avo ao Governo, vem tudo dos nossos bolsos.”
SONS DE HONG KONG
Derek Ho viveu no Reino Unido entre 1991 e 1997. Depois de um primeiro contacto com a música electrónica, que serviu para espoletar
a paixão, Derek Ho começou a frequentar festas em Hong Kong. Era o ano da transferência de soberania de Hong Kong para a China, em 1997, e as festas de música electrónica enfrentavam um boom. “Quando regressei, ia muito a Hong Kong e conhecia as pessoas que organizavam esses eventos. Mas depois comecei a pensar em fazer o mesmo em Macau. Em 1999 organizei a minha primeira festa com um sócio, a que demos o nome de Buda
Productions. Fizemos uma série de festas que correram muito bem.” O sucesso em Macau foi imediato. “Nessa altura não havia muitos sítios para sair, e todos iam às nossas festas porque eram algo novo. Chegámos a ter 800 pessoas numa festa. Mas hoje se chegarmos às 200 pessoas por festa, já é muito bom, e penso que é pelo facto de existirem mais opções.” Questionado sobre o impacto que a liberalização da indústria do jogo trouxe à área do entretenimento em
Macau, Derek Ho diz não querer culpar os casinos por trazer coisas. “Macau não era uma cidade internacional e o ambiente era diferente. Era bom na altura, é bom agora, mas agora há menos pessoas a sair. A chegada dos casinos causou uma separação das pessoas em diferentes categorias, porque muitas tornaram-se mais ricas. Há mais pessoas a viajar e têm mais opções”, concluiu. Andreia Sofia Silva
andreia.silva@hojemacau.com.mo
IC Nova edição da revista “Os Livros e a Cidade” O Instituto Cultural (IC) acaba de lançar a 22ª edição da revista “Os Livros e a Cidade”, que pode ser consultada nas bibliotecas públicas de Macau. Esta edição é dedicada ao tema “Fortalecer o Corpo com a Leitura” e visa recomendar aos leitores “uma série de livros no âmbito da promoção da saúde física e mental, dando voz a vários especialistas”. A revista inclui uma entrevista com Francisco Peixoto, bibliotecário da Universidade de São José, que fala sobre a sua filosofia de gestão de
bibliotecas “servir a população”. A nova edição apresenta também, na secção “Manual da Biblioteca”, as “Notícias Retiradas em Jornais de Macau durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa”, o que, segundo o IC, vão permitir aos leitores “fazer uma retrospectiva histórica e adquirirem uma nova perspectiva do mundo presente através da análise do passado”. Há três mil exemplares disponíveis para levantamento gratuito em todas as bibliotecas geridas pelo IC.
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O
primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, disse ontem que a China não vai "inundar" a economia com medidas de estímulo, mas que recorrerá antes a medidas "excepcionais" em momentos "especiais". Na conferência de imprensa que marca o encerramento da sessão plenária da Assembleia Popular Nacional (APN), o órgão máximo legislativo da China, Li Keqiang afirmou ainda que o país vai alcançar "crescimento económico positivo" se conseguir garantir condições de emprego e de vida para os seus cidadãos e proteger os participantes no mercado. Para o chefe do Governo chinês, propor estímulos excessivos apenas incentivaria a especulação. "Sem água não podemos criar peixe, mas se houver muita água, alguém vai aproveitar para pescar num rio agitado. Temos que pensar seriamente sobre de onde vem o dinheiro e qual o seu destino", apontou. A China não fixou uma meta de crescimento econó-
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APN LI KEQIANG GARANTE NÃO VAI INUNDAR A ECONOMIA COM ESTÍMULOS
A bem da nação
para alcançar a construção de "uma sociedade moderadamente próspera em todos os aspectos", a meta oficial do regime de erradicar a pobreza até 2021, quando o Partido Comunista Chinês celebra cem anos desde a sua fundação.
GARANTIR EMPREGO
mico para este ano, devido à "grande incerteza" provocada pela pandemia do novo coronavírus na economia e comércio mundiais. Segunda maior economia do mundo, a seguir aos Estados Unidos, a China é
um dos principais motores de crescimento da economia mundial, constituindo o principal mercado para vários tipos de matéria prima e produtos manufacturados. Na abertura da sessão plenária da APN, na semana PUB
passada, entre as metas do país para 2020, o primeiro-ministro chinês considerou que garantir um desempenho económico estável é de "importância crucial" e pediu continuidade na execução de reformas e na abertura económica, visando estabilizar o emprego e o consumo. "O nosso país enfrentará obstáculos cujo desenvolvimento é difícil de prever, devido à grande incerteza em relação à pandemia da covid-19 e ao ambiente na economia e comércio globais", admitiu. Li disse então que a China deve priorizar a estabilização do emprego e focar-se na batalha contra a pobreza,
“Sem água não podemos criar peixe, mas se houver muita água, alguém vai aproveitar para pescar num rio agitado. Temos que pensar seriamente sobre de onde vem o dinheiro e qual o seu destino.” LI KEQIANG PRIMEIRO-MINISTRO CHINÊS
Li fixou como objectivo criar mais de nove milhões de empregos urbanos e alcançar uma taxa de desemprego de 6%, e apelou a uma prevenção e controlo eficazes dos grandes riscos financeiros e a uma redução adicional no consumo de energia por unidade do Produto Interno Bruto (PIB). O PIB da China caiu 6,8 por cento, no primeiro trimestre do ano, a pior contração económica desde a década de 1970, devido às restritas medidas de prevenção de contágio da Covid-19, que incluiu o encerramento de fábricas, lojas e cidades inteiras. Segundo o orçamento de Estado aprovado pelos quase 3.000 delegados da APN, o deficit no orçamento do Governo central vai aumentar em um bilião de yuan (128 mil milhões de euros), para ajudar a cumprir com as metas de criação de emprego. Pequim concederá ainda aos governos locais dois biliões de yuan (255 mil milhões de euros) para evitar a perda de empregos, garantindo que as necessidades básicas públicas são atendidas e são dados apoios às empresas privadas para que possam sobreviver.
ZÂMBIA EMPRESÁRIOS CHINESES ASSASSINADOS
O
assassínio de três empresários chineses na semana passada, na Zâmbia, reacendeu as tensões contra a forte presença chinesa no país, noticiou a imprensa local. Segundo a mesma fonte, os três empresários terão alegadamente sido mortos no fim-de-semana passado pelos seus próprios empregados da fábrica de têxteis, em Makeni, um subúrbio da capital do país, Lusaka, que se terão revoltado contra as duras condições de trabalho. "Prendemos dois suspeitos e encontrámos o corpo do terceiro cidadão chinês assassinado, em Makeni",
disse na quarta-feira a porta-voz da polícia da Zâmbia, Esther Katongo. O Ministro dos Negócios Estrangeiros, Joseph Malanji, em declarações ontem à agência de notícias francesa AFP, lamentou a violência. "Entristecem-nos estes assassínios, é lamentável, é bárbaro e estou certo de que a polícia fará tudo para os resolver", disse Malanji. Estes assassínios surgem dias depois de o Presidente da Câmara de Lusaka, Miles Sampa, ter decidido, na semana passada, encerrar um restaurante chinês que recusou a entrada a um cidadão zambiano casado com uma mulher chinesa.
Sampa tinha posteriormente visitado várias empresas chinesas, exortando-as a afixar preços em inglês, em vez de na sua própria língua, e a contratar mais cidadãos zambianos. O presidente da câmara da capital ganhou o apoio de muitos zambianos nas redes sociais, mas depois pediu desculpa à China por um "juízo errado". "O país está zangado (...) os chineses são estrangeiros aqui, mas comportam-se como os proprietários do país", disse Brebner Changala, uma das principais figuras da sociedade civil zambiana, à AFP.
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sexta-feira 29.5.2020
As faces da “guerra”
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Canadá avança com processo de extradição de executiva da Huawei
A
justiça do Canadá ditou ontem a continuação do processo de extradição de Meng Wanzhou para os Estados Unidos, onde a executiva do grupo chinês Huawei é acusada de ter violado sanções contra o Irão. Meng Wanzhou, directora financeira da Huawei, foi presa no aeroporto de Vancouver, no final de 2018, a pedido das autoridades norte-americanas, iniciando uma crise diplomática sem precedentes entre a China e o Canadá. A decisão de uma juíza do Supremo Tribunal de Vancouver acabou com as esperanças de Meng de ser libertada em breve. A executiva vive em liberdade condicional numa propriedade de luxo em Vancouver. Heather Holmes considerou que, ao contrário dos advogados de Meng, o procedimento de extradição respeita o princípio da "dupla criminalidade", o que indica que o crime alegadamente cometido por Meng nos Estados Unidos também é válido no Canadá. "A necessidade de dupla criminalidade com vista à extradição pode ser atendida neste caso", escreveu a magistrada no julgamento de 23 páginas. "O pedido de Meng é, portanto, negado", concluiu. Meng Wanzhou e os advogados compareceram à
leitura da sentença, e saíram sem prestar declarações.
PROTESTO CHINÊS
A China, através da Embaixada em Otava, expressou imediatamente "profunda insatisfação" e reiterou o pedido de libertação rápida de Meng. "O objectivo dos Estados Unidos é derrubar a Huawei e outras empresas chinesas de alta tecnologia, e o Canadá é cúmplice dos Estados Unidos. Todo este caso é um sério incidente político", sublinhou a representação diplomática chinesa, em comunicado.
Nas audiências sobre a dupla criminalidade, em Janeiro passado, os promotores canadianos acusaram Meng de cometer fraude ao mentir a um banco norte-americano, o que constitui um crime no Canadá e nos Estados Unidos. Pequim deixou claro que a libertação de MengWanzhou é um pré-requisito para melhorar as relações com Otava e para a libertação de dois canadianos detidos por suspeitas de espionagem. A China bloqueou ainda milhares de milhões de dólares em exportações agrícolas canadianas.
RÊS deputados foram ontem expulsos do Conselho Legislativo, (LegCo), no início do segundo dia de debates sobre a proposta de lei do hino chinês. O presidente do LegCo, Andrew Leung, suspendeu a sessão poucos minutos depois do início, e expulsou o deputado Eddie Chu por ostentar um cartaz, no qual se lia, numa alusão à responsável da comissão parlamentar que enviou o diploma para votação: "Melhor presidente, Starry Lee". A oposição tinha contestado a eleição de Lee para a comissão, por considerar que era ilegal. Chu foi escoltado por seguranças para fora do parlamento, debaixo dos protestos de outros deputados, que tentaram impedir a expulsão. "Na verdade, quisemos utilizar qualquer método para impedir que esta lei do hino nacional [chinês] fosse aprovada por esta
A Direcção dos Serviços de Turismo do Governo da RAEM faz público que, de acordo com o Despacho de 19 de Maio de 2020, da Ex.ma Senhora Secretária para os Assuntos Sociais e Cultura se encontra aberto o “Concurso Público n.º 1/CON/DGI/2020 – Aquisição de equipamentos de audiovisuais, do cinema e da sala de reunião multifuncional para o “Museu do Grande Prémio de Macau”. A partir da data da publicação do presente anúncio, os interessados podem dirigir-se ao balcão de atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.o andar, nos dias úteis e durante o horário normal de expediente, para a aquisição do Processo do Concurso incluindo cópia do programa do concurso, caderno de encargos e documentos complementares relacionados, e pagar o valor correspondente à taxa de produção de documentos de MOP200,00 (duzentas patacas); ou poderão consultar o processo do concurso no balcão de atendimento do 12.º andar da Direcção dos Serviços de Turismo. A respectiva sessão de esclarecimento terá lugar no dia 8 de Junho de 2020 pelas 11:00 horas, segunda - feira, na sala de reunião da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.o andar, e pelas 15:00 da tarde do mesmo dia irá ser realizada a inspecção local no Museu do Grande Prémio de Macau, sito na Rua do Luís Gonzada Gomes. Em caso de encerramento da Direcção dos Serviços de Turismo, na data e hora da sessão de esclarecimento e da inspecção local, por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para a sessão de esclarecimento e a inspecção local serão adiados para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Para quaisquer dúvidas relativas ao conteúdo do processo, os pedidos de esclarecimento devem ser apresentados, por escrito, até ao dia 12 de Junho de 2020 pelas 17:00 , sexta - feira, na página electrónica da indústria turística da Direcção dos Serviços de Turismo (http://industry.macaotourism.gov.mo) na coluna de informação relativas às aquisições e as respectivas respostas também serão publicadas na mesma página electrónica. Antes do termo de apresentação de propostas, os interessados poderão aceder ao balcão de atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo ou à página electrónica destes Serviços, para conhecer da existência ou não dos documentos de justificações complementares ou quaisquer esclarecimentos complementares, e das respostas destes Serviços às dúvidas apresentadas. Critérios de adjudicação e factores de ponderação: Critérios de adjudicação Preço Prazo de entrega e plano de trabalhos Experiência do concorrente
Factores de ponderação 60% 30% 10%
O prazo para a apresentação das propostas termina às 17:00 horas do dia 24 de Junho de 2020, quarta-feira, as propostas devem ser apresentadas no balcão de atendimento da Direcção dos Serviços de Turismo, sita em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 12.o andar, não sendo admitidas propostas fora do prazo. Em caso de encerramento da Direcção dos Serviços de Turismo, na data e hora limites para a apresentação das propostas acima mencionadas, por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora limites estabelecidas para a apresentação das propostas serão adiadas para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte.
LEI DO HINO CARTAZES, INSULTOS E PLANTAS PODRES LEVAM A EXPULSÃO DE DEPUTADOS
T
ANÚNCIO DO CONCURSO DIRECÇÃO DOS SERVIÇOS DE TURISMO ANÚNCIO
legislatura, que é basicamente controlada pelo Partido Comunista Chinês", disse. Este diploma "é apenas mais uma forma de exercer pressão sobre o povo de Hong Kong", considerou Chu. Depois de a sessão parlamentar ter recomeçado, um segundo deputado, Ray Chan, começou a gritar palavras de protesto. O incidente levou Leung a suspender novamente a sessão e a expulsar Chan. Um terceiro incidente envolveu o deputado Ted Hui, que acabou expulso depois de pontapear uma garrafa de plástico em direcção ao estrado do presidente do LegCo. Mais tarde, Hui disse que garrafa continha uma planta podre, para que Leung cheirasse "o apodrecimento da civilização e do Estado de direito de Hong Kong". O deputado acusou a China de pôr em causa o princípio "um país, dois sistemas".
Os concorrentes devem apresentar uma caução provisória no valor de MOP520.000,00 (quinhentas e vinte mil patacas). Caso o concorrente opte pelo depósito numerário, em ordem de caixa ou em cheque visado entregue à ordem da Direcção dos Serviços de Turismo, caso de ordem de caixa ou em cheque visado, terá que entregar à ordem da Direcção dos Serviços de Turismo, contra recibo emitido pela Direcção dos Serviços de Turismo; caso por garantia bancária, esta deve ser emitida por um estabelecimento bancário legalmente autorizado a exercer actividade na RAEM . O acto público de abertura das propostas terá lugar no dia 26 de Junho de 2020 pelas 10:00 horas, sextafeira, na sala de reunião da Direcção dos Serviços de Turismo, sito em Macau, na Alameda Dr. Carlos d’Assumpção, n.os 335-341, Edifício “Hotline”, 14.o andar. Em caso de encerramento da Direcção dos Serviços de Turismo, na data e hora para o acto público do concurso, por motivos de tufão ou de força maior, ou em caso de adiamento na data e hora limites para a apresentação das propostas, por motivos de tufão ou de força maior, a data e a hora estabelecidas para o acto público do concurso serão adiados para a mesma hora do primeiro dia útil seguinte. Os representantes legais dos concorrentes deverão estar presentes no acto público de abertura das propostas para efeitos de apresentação de eventuais reclamações e/ou para esclarecimento de eventuais dúvidas dos documentos apresentados ao concurso, nos termos do artigo 27.o do Decreto-Lei n.o 63/85/M, de 6 de Julho. Os representantes legais dos concorrentes poderão fazer-se representar por procurador no acto público de abertura das propostas, devendo, neste caso, o procurador apresentar procuração notarial conferindo-lhe poderes para o acto público de abertura das propostas. Direcção dos Serviços de Turismo, aos 27 de Maio de 2020. A Directora dos Serviços Maria Helena de Senna Fernandes
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h entre oriente e ocidente
29.5.2020 sexta-feira
não posso viver comigo
FICÇÃO, ENSAIO, POESIA, FRAGMENTO, DIÁRIO
Gonçalo M. Tavares
O primeiro avião contos para a cidade berço
ILUSTRAÇÃO ANA JACINTO NUNES
Em certos mundos mais primitivos, a santidade era avaliada pela capacidade de voo. Quem subisse mais alto seria considerado mais santo. Diz-se mesmo que a história da aviação começou assim. Não por vontade de chegar ao outro lado do mundo rapidamente, não por vontade bélica ou económica, de subir para atirar bomba ou publicidade lá para baixo, mas que terá começado simplesmente devido à vontade subir assim mesmo - na vertical. O objectivo da aviação era, pois, inicialmente,o céu - e não o resto da terra. É, neste particular, bem conhecida a história de Ícaro, que talvez tenha subido de mais -mas há ainda a história de Rodolfo, homem que construiu um avião porque queria ver Deus de perto. Isso mesmo. Ele era um mecânico do final do século XIX que acreditava que Deus estava num certo espaço concreto do universo; e que esse espaço estaria localizado num ponto acima das nuvens. Rodolfo era crente, mas também um técnico. Tinha fé em Deus e nos motores. Construiu, assim, um avião antes de todosos outros para se aproximar de Deus. Um avião crente; um motor crente. Uma tecnologia que avança porque tem fé. Rodolfo fez, então, sozinho, nas traseiras da casa, essa primeira engenhoca para ver Deus de perto; o primeiro avião crente. Voltemos atrás e olhemos para toda a cena: ali está ele pronto: Rodolfo entra na máquina. Estudou tudo e não tem medo. Liga o motor e, sim, o engenho sobe. Rodolfo está, então, no ar com a sua fé e o motor que ele próprio montou. É o primeiro avião da História. Rodolfo tem um objectivo: subir o máximo possível até conseguir ver Deus de frente. Rodolfo sobe, então, ultrapassa as nuvens, e sobe ainda. Está atento; não pára de olhar em todas as direcções. Onde está Deus? Ninguém sabe o que aconteceu a Rodolfo, mas ele nunca mais desceu.
ARTES, LETRAS E IDEIAS 15
sexta-feira 29.5.2020
Ofício dos ossos Valério Romão
Ainda a ciência
É
absolutamente inacreditável a velocidade a que o sentido ou o controlo podem resvalar. Sobretudo numa conversa. A certa altura fala-se da autonomia de Hong Kong face ao regime chinês e, não se sabe bem na arriba de que brisa, acabamos por desabar cabriolando no território fértil e caótico das teorias da conspiração. Eu adoro teorias da conspiração. Como adoro um grelhador no Verão ou uma série de pessoas: ao longe. Desde que possa usufruir descomprometidamente das últimas descobertas dos terraplanistas ou da confirmação de que na genealogia da coroa britânica há provas de existirem lagartos infiltrados, sou todo ouvidos. Para as teorias da conspiração terem piada, o assunto tem de comportar uma certa distância da vida e não ter o potencial de perturbar o já de si frágil dia-a-dia. Não pode ser sobre a conspiração dos produtores de OGMs para nos envenenar lentamente ou sobre o uso das vacinas para nos adoecer e controlar. Aí só dá vontade de esbofetear a pessoa até à lucidez. Perde metade da graça. Para um optimista antropológico do século XIX, as teorias da conspiração actuais teriam ainda menos sentido do que têm para nós. De certo modo, a arte moderna e a sua propensão para cartografar e logo estourar com os limites preparou-nos para todo o tipo de frikalhada discursiva. Mas os antigos acreditavam na progressão da lucidez, pelo que não faria qualquer sentido para eles que em pleno século XXI e com toda a sorte de progressos científicos e tecnológicos nos alforges, nos andássemos a entreter a contestar as básicas leis da física. A pandemia actual teve o condão de semi-silenciar alguns dos disparates que compõem a constelação da crendice. Por um lado, concentrou o foco geral da atenção, normalmente incerto e titubeante como um bêbedo a tentar regressar a casa, num assunto específico de inegável importância; por outra parte, ficou inegavelmente demonstrada (mais uma vez) a indiscutível incapacidade de todos quanto gravitam em redor da ciência à cata das migalhas gordas do desespero em oferecer um contributo que fosse – nem que paliativo – para a solução deste estado-de-coisas. Se isto fosse um jogo de futebol, seria 12-0 para a ciência a cinco minutos do intervalo. Claro que subsistem – subsistirão sempre – aqueles para quem nada do que possa ser conseguido pela ciência prova o que quer que seja. Porque a ciência acaba por ficar sempre “aquém” ou “além” do que realmente interessa e é arrogante a despedir o improvável. Porque a ciência abarca unicamente um pequeno enclave de um território muito mais vasto de possibilidades do humano. No fundo, porque a ciên-
cia ao exigir provas sólidas para qualquer teoria que vise explicar ao como e o porquê do mundo, acaba por estabelecer barreiras claras ao que pode ser considerado conhe-
cimento e, deste modo, reduz o âmbito global do ser. O humano consegue pensar em mais coisas do que aquelas que há. E para muito humanos, o poder da ciência
A inegável vantagem da ciência consiste na sua inesgotável capacidade para a revisão contínua. As explicações científicas são válidas e aceites até surgir explicações melhores. A gravidade de Newton não era fundamentalmente errada: apenas explicava menos do que explica Einstein ao debruçar-se sobre o mesmo fenómeno
de delimitar e circunscrever o perímetro do discurso válido sobre o mundo, é de uma arrogância gnosiológica imperdoável. Porquê ficar pelo que se pode provar quando há tanto mais em que se pode pensar. A inegável vantagem da ciência consiste na sua inesgotável capacidade para a revisão contínua. As explicações científicas são válidas e aceites até surgir explicações melhores. A gravidade de Newton não era fundamentalmente errada: apenas explicava menos do que explica Einstein ao debruçar-se sobre o mesmo fenómeno. A ciência seria injusta se tivesse regras diferentes para a química e para a alquimia, para a acupunctura e para a anestesiologia, para a mezinhas das ervas e para a farmacologia. Não tem. Mas continua a haver quem não goste de jogar pelas regras.
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h
Tonalidades António de Castro Caeiro
A
INDA há quem disfarce mal o incómodo de não poder saudar o outro quando o vê. Diz olá com as duas mãos no ar. “Pronto. Já estamos cumprimentados”. Há uns meses havia beijos e abraços. Agora, sideramos com o olhar os que ainda não desbloquearam mecanismos antigos e só os desculpamos porque sabemos que estiveram muito tempo sem ver ninguém. Afastamo-nos uns dos outros claramente. Criamos uma bolha tensa, com vectores centrífugos, repulsivos. Sentimos o mesmo da parte dos outros, nas filas para entrar onde quer que seja, nos momentos em que nos distraímos a olhar para os preços das coisas nas prateleiras dos supermercados, a apalpar fruta ou quando vamos a algum sítio público pela primeira vez e ainda não sabemos quais são as regras específicas de entrada e ocupação desse espaço. É diferente ir a um restau-
29.5.2020 sexta-feira
Um sim um não
rante, a um café, a uma clínica, a um supermercado, à praia, à beira rio. Há regras comuns mas também há depois regras específicas. A distância que criamos uns dos outros metro e meio, dois metros ou três metros facilmente é estabelecida e reposta, quando perdida. É estranho ver as filas que os lisboetas fazem. Sempre foram muito ordeiros, muito mais do que os alemães, por exemplo, para entrar nos
transportes públicos. Não acho que haja sequer fila para se entrar num autocarro na Alemanha. Basta um português distrair-se e meter-se na fila, e é logo vilipendiado como se a voz popular fosse a voz de um Deus homicida. Agora, a distância é respeitada. Fazem-se filas nos passeios opostos àqueles em que estão situadas as entradas dos locais onde se quer ir. Na praia, sabemos como há muita gente que estende a toalha em cima dos outros e
Um sim, um não. É o que é, para já. O insólito e o sinistro dilui-se, se percebermos que era o que teríamos feito se a sala do restaurante fosse a nossa sala de jantar e estivéssemos à espera de convidados que pudéssemos vir a contagiar
levam ao limite da paciência a noção de “gregário”. Agora, eu reajo mal já a três metros, como se criaturas antipáticas me estivesse a invadir a sala de estar. O mais estranho de tudo é o modo como encontramos as salas dos restaurantes. As mesas não estão equipadas. A toalha branca com pratos, talheres, copos e guardanapos, inexistente deu lugar à mesa despida só com a sua cor castanha, o mais das vezes. As mesas separadas umas das outras à distância milimetricamente medida dá uma sensação inóspita de mesas vazias à espera de clientes que ainda não vieram e ainda não se sabe se chegarão, porque não se habituaram ainda a vir jantar fora. Mesa sim mesa não é o que há. Retiraram as mesas não e deixaram ficar as mesas sim. Cadeira sim, cadeira não, deixam sentar as pessoas nas cadeiras sim e não deixam sentar nas não. Mesmo que não haja a marcação a interditar sentar-se, uma sala esvaziada na metade da sua lotação, as mesas não equipadas para esperar pelos clientes, os empregados de máscara, tudo muda. O que muda mesmo é a totalidade da apresentação. Não é apenas do outro que importa guardar as distâncias, como se fosse dos outros que esperássemos a agência patogénica, seres transmissores da Covid-19. Assim, guardaríamos activamente a distância por um resguardo contra um invasor. A questão inverte-se porque podemos ser nós mesmos portadores sem sintomas da doença. Quando pensamos nessa possibilidade, é óbvio que a atenção é redobrada. Guardamos a distância proactivamente, como se nós próprios fôssemos transmitir a doença, aos mais próximos e aos mais afastados. Ao ter sempre presente essa possibilidade, a atenção dada aos gestos mais simples do quotidiano ganha um sentido que estes não tinham, porque executá-los ou não os executar significa não ser agente do mal ou ser agente do mal, transmitir ou não transmitir a doença. A guarda fechada é eficaz mas é uma medida adhoc, está na expectativa, depende da realidade a que se está exposto. A compreensão da possibilidade de que se pode ser agente patogénico muda a nossa percepção da realidade a cada instante e não só a percepção, também insta à execução que põe em prática as medidas adoptadas. Um sim, um não. É o que é, para já. O insólito e o sinistro dilui-se, se percebermos que era o que teríamos feito se a sala do restaurante fosse a nossa sala de jantar e estivéssemos à espera de convidados que pudéssemos vir a contagiar. O nosso ser com os outros não é nunca só passivo, reactivo, é também activo, proactivo. No modo como os outros nos aparecem não há só percepção. Toda a percepção tem de estar associada a um cuidar do outro na relação consigo. Só assim também se percebe o descuido e a negligência. Um sim, um não.
(f)utilidades 17
sexta-feira 29.5.2020
TEMPO
MUITO
NUBLADO
UM MUNDO DE MISÉRIA
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9 Cineteatro SALA 1
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DIGIMON ADVENTURE LAST EVOLUTION KIZUNA [A]
Um filme de: Tomohisa Taguchi 14.30, 17.00, 19.30, 21.30 SALA 2
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HUM
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14.30, 16.30, 19.00, 21.15 SALA 3
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BRAHMS: THE BOY II [C]
Um filme de: William Brent Bell Com: Katie Holmes, Christopher Convery, Owain Yeoman, Ralph Ineson 14.30, 16.30, 19.30, 21.30
7 5 - 9 5 %´ •
EURO
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BAHT
672 milhões de crianças afectadas pela pobreza este ano, o que traduz um aumento de 15% em relação à 2019, apontam a ONG e o Fundo das Nações Unidas para a Infância. Quase dois terços dessas crianças vivem, como já actualmente, na região da África subsaariana e no sul da Ásia.
2 1 7 3 6 4 5
C I N E M A
MY HERO ACADEMIA: HEROES RISING [B] FALADO EM JAPONESE LEGENDADA EM CHINÊS E INGLÊS Um filme de: Kenji Nagasaki
SOLUÇÃO DO PROBLEMA 6
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PROBLEMA 7
S U D O K U 72 5 6 3 7 4 1 3 6 5 7 2 4 1
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As consequências económicas da pandemia de covid-19 podem levar mais cerca de 86 milhões de crianças à pobreza até final do ano, segundo um estudo divulgado ontem pela organização não-governamental (ONG) Save the Children e do UNICEF. No total, serão
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THE PEANUT BUTTER FALCON [C] Um filme de: Tyler Nilson, Michael Schwartz Com: Shia LaBeouf, Dakota Johnson Zack Gottsagen 16.45, 21.15
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mundo está agora documentado e conta para isso com a participação de um elenco à altura em que se destacam nomes como Jared Harris, Stellan Skarsgård, Emily Watson e Joshua Leese. Hoje Macau
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ATÉ QUE ENFIM
6 5 1 7 3 2 4
UMA SÉRIE HOJE 1 2 2 3 6 4 7 5
YUAN
VIDA DE CÃO
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7 3 4 5 7 6 O desastre 3 6 de5Chernobyl, 7 4em 3 1986, é o tema da nova mini série da7 HBO 1 criada2 por Craig 6 6 5 Mazin e realizada por Johan Renck. 1 2 3 4conta2os 7 1 “Chernobyl” episódios por detrás da explosão “inexplicável” de um1 dos 2 4 7 5 6 3 núcleos da central nuclear na 1 5 actual 4 2 e as6decisões 5 1 3 Ucrânia, políticas que culminaram em mortes, 2 talvez, 56 7desnecessária, 1 3 4 numa URSS que vivia os anos da Guerra Fria. 2 1 últimos O maior desastre nuclear do
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Os constantes pedidos de independência para Hong Kong por parte dos activistas, bem como as deslocações de delegações a Washington e outros países, no sentido de motivar uma intervenção internacional na ex-colónia britânica são mais do que motivos para justificar a aprovação da lei de segurança nacional para Hong Kong por parte da Assembleia Popular Nacional. Assim, Pequim está a garantir a integridade territorial da China que se encontra explicitamente ameaçada pelas reivindicações exibidas nos protestos de Hong Kong. Logo, trata-se de um assunto de defesa nacional, uma atribuição do país consagrada na Lei Básica, portanto de uma acção legal e não ilegal, como alguns iluminados consideram. Claro que se chegou a este ponto depois da RAEHK se ver paralisada durante vários meses e a violência emergir regularmente por parte dos activistas, tendo encontrado uma reacção tímida do lado da polícia local. Sendo regulamentada a lei, o governo de Hong Kong tem finalmente dentes para acabar com esta situação, altamente prejudicial para as suas gentes e estabelecer um clima pacífico que permita o regresso da normalidade, ao abrigo do segundo sistema, isto é, garantindo os direitos cívicos e políticos expressos na Lei Básica. Até que enfim. Carlos Morais José
“CHERNOBYL” | JOHAN RENCK
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18 opinião
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MANUEL DE ALMEIDA (texto e ilustração)
Macau, Arte e Periferia “Se viesse se viesse um homem se viesse um homem ao mundo, hoje, com a barba de luz dos patriarcas: só poderia, se falasse deste tempo, só poderia balbuciar balbuciar sempre sempre Só só”
E
Pallaksch, Pallaksch de Paul Celan, tradução de João Barrento
NQUANTO se processa a “integração” de Macau (uma cidade que está na História por direito próprio) na China, esperamos que nunca a sua “subordinação (?)”, seria louvável que na arte, os confrontos, os diálogos e os intercâmbios fossem abertos para a ampliação da cidadania, não só para consumo à escala local, regional, nacional, mas que torne viável o acesso aos valores maiores de todo o Universo – Arte. Ruptura na educação (apostar mais na educação pelos sentidos). Formação, promover a inovação e fomentar a criação, eis alguns dos objectivos pretendidos aos agentes culturais de Macau – uma política cutural séria deve assentar em dois vectores fundamentais: as responsabilidades estruturais e as estratégias. Conhecer, incluir, circular. Ao constatar as desvantagens da periferia (estar na periferia é ser necessariamente mais cosmopolita, há mais culturas para conhecer, mais mundos para calcorrear) de Macau – o que leva forçosamente à sua integração ou subordinação (a nossa condição periférica pode trazer consigo um certo nacionalismo e, na opinião deAlbert Einstein, “o nacionalismo é uma doença infantil, é o sarampo da humanidade”) –, dever-se-ia apostar na criação de uma órbita cultural. Essa órbita cultural (sem saudosismo e sem heróis) deveria ter sempre dois pólos distintos. Uma de oferta local – a criação de novas galerias (existem muitas salas de projectos, galerias Não) - , com escolas de formação e também educação -, para criar autores, público e críticos em diferentes aéreas. Um ensino que afine a sensibilidade e expanda a criatividade, para que se possa ver as coisas de outros ângulos e se fuja às rotinas. O público em Macau ainda vai
muitas vezes ver a marca/colecção/nome, mas ainda não existe o hábito cultural de ver o produto. Falta criar ainda um trabalho conceptual – um trabalho que não se finque na materialidade – que se apoie e que se dirija ao público. Falta criar novos públicos para a criação contemporânea para linguagens artísticas que procuram a inovação e novas formas de comunicação. Acabar de vez com os produtores/programadores que só produzem/programam quando subsidiados, que a crítica venera e o público despreza ou esquece. Centrar os programas mais nas ideias e menos nas personalidades. Não basta ter programações culturais é indispensável criar políticas culturais – natureza do público, interesses e origens, gostos e horizontes, fidelização.
A periferia não é nem nunca foi sinónimo de pobreza criativa. As periferias são lugares, pessoas, factos e realidades
Da caligrafia à fotografia, passando naturalmente pela cerâmica, pintura, desenho, gravura, só para citar algumas e outra de cariz internacional – nos museus – não antólogicas ou autobiográficas, mas sim temáticas e transversais, privilegiando temas inspirados em matérias de actualidade e do desenvolvimento. Convém aqui ressalvar que os grandes nomes mundiais – exposições de referência –, nunca poderão passar pelo Território, não por opção de quem dirige, não por questões orçamentais, não por uma questão de ambição do público, mas porque só são possíveis nos grandes museus do mundo, depois de largos anos de enriquecimento das suas colecções, para que a cedência/intercâmbio, torne o sonho realidade. Não fomos ainda capazes de entender os códigos sociais que favorecem a circulação internacional feita de protocolos institucionais. Não temos capacidade de aqui trazer propostas centrais sintonizadas com o nosso tempo. Ao fim de quase 500 anos de História, Macau não se pode tornar numa cidade cultural periférica (a geografia não pode, não deve ser vista como uma forma de contenção artística) subalterna, porque
isso leva-nos facilmente – só se for essa a ideia –, para a menoridade intelectual, que nos arrasta para perigos de uma certa marginalidade social, jogo/casinos. A periferia não é nem nunca foi sinónimo de pobreza criativa. As periferias são lugares, pessoas, factos e realidades. A arte é de todos se a todos for dado acesso – a cultura não é nem mais nem menos que uma questão de hábito – ou não será que “A Arte é necessária para que o Homem se torne capaz de conhecer e mudar o Mundo. Mas a Arte também é necessária em virtude da magia que lhe é inerente” – palavras de Ernest Fischer. Criar uma cidade de contexto multicultural, multi-étnica, multi-religiosa, de pluralismo cultural e ideológico – com uma visão da cultura de fruição, de liberdade e de inteligência. Somos pluralistas, sem poder ideológico (não existe nem produção nem transmissão de ideias), “é um dos riscos de se viver nos subúrbios, percorremos o vazio, estacionamos na ignorância e habitamos no mundo das crenças”. “A Arte existe porque a Vida não basta” – Ferreira Gullar (1930-2016), escritor, poeta e crítico de arte brasileiro.
opinião 19
sexta-feira 29.5.2020
confeitaria
C
ERTAMENTE não tivemos antes experiência semelhante: à falta de suficientes pauzinhos que interferissem suficientemente com cada vez mais poderosas engrenagens globais, um vírus insuspeito fez o mercado fechar subitamente, um colapso estrondoso que vivemos ainda, vagamente entorpecidos e atordoados, e que os livros de história contarão um dia – se ficar alguém para contar, evidentemente, que isso também não é hoje muito certo. As mãos visíveis que acertam os rumos definidos por poderes invisíveis navegam a curta vista, que são muitas as curvas e denso o nevoeiro: não há rentabilidade dos activos que aguente a passividade deste mercado fechado: mesmo que se amontoem corpos mortos em cemitérios oficiais ou improvisados, há que reanimar os mercados globais com que alimentamos gorduras de minorias privilegiadas e asseguramos com mais ou menos decência a sobrevivência do resto. Mesmo faltando distância suficiente para que se notem os efeitos do bloqueio à economia que vivemos – e ainda mais para que se analise com relevância o problema e as alternativas que podemos colocar – a pandemia que paralisou o planeta já nos deixou sinais suficientes das aberrações do sistema económico contemporâneo. Uma é a ideia de casa. Parece simples, ficar em casa. E será, em muitos casos. Não me custa nada. Mas não é o caso dos muitos milhões de pessoas que vivem nas periferias suburbanas das grandes metrópoles do sudeste asiático ou da América Latina. Ou das não tão grandes mas também miseráveis periferias das maiores cidades do Sul da Europa. Ou até dos subúrbios de Paris, Bruxelas, Estocolmo, ou de todas as grandes cidades dos Estados Unidos. Para estes milhões de pessoas, frequentemente não há casa. E se há, é um espaço exíguo, sem as infra-estruturas necessárias, onde se acumulam demasiadas pessoas e demasiada miséria. O fecho do mercado mostrou como não resolver esse problema básico e elementar que é o direito à habitação facilmente se torna, também, um problema de saúde pública. Um problema da comunidade e não um problema individual de quem não se enquadra devidamente no tal mercado que entretanto fechou. Depois da casa, a comida. Mesmo quando ficar em casa é fácil, é preciso comer. É preciso quem produza. Quem transporte os produtos para os locais onde se compra. Quem venda. Ou quem entregue em casa (de quem a tem, evidentemente). O mercado dá pouco valor a estas coisas. E costuma dar pouca importância ao impacto ecológico do
O fecho do mercado E quando as condições se alteram e estas passam a ser as profissões mais relevantes para manter em penoso funcionamento um sistema económico e social em cuidados intensivos, também não há mecanismos de mercado que alterem significativamente a remuneração, a segurança ou as condições de trabalho destas pessoas que asseguram a sobrevivência de todos os que cá estamos. Se a “normalidade” dos mercados faz destas pessoas mercadoria barata e dispensável e remunera CEOs e administradores com rendimentos mensais que um trabalhador jamais auferirá em toda a sua vida, temos algo de profundamente apodrecido para atirar para o caixote de lixo da história. Ou então esperamos e a história atira-nos a nós.
FRANCIS BACON
JOÃO ROMÃO
Também eles sabem tudo, os que não deixam nada. Sabem que este fecho dos mercados também os ameaça. Sabem que a morte continua a sair à rua e que há um vírus descontrolado pronto a matar. E sabem que precisam de abrir o mercado outra vez
transporte internacional de alimentos. Mas este confinamento a que nos vemos obrigados (e que está longe de estar resolvido) recoloca no centro das discussões sobre políticas agrícolas a questão da soberania alimentar e da territorialização da produção de alimentos. A que mercado vamos comprar comida, afinal? Enfrentamos ou não a crise ecológica vigente - e decorrentes alterações climáticas? Já seriam por si só motivos mais do que suficientes para nos fazer repensar a sociedade que vivemos. Mas não são só essas básicas e elementares necessidades humanas - a habitação e a alimentação - que põem
hoje em evidência a aberração do sistema económico em que vivemos e das respectivas políticas e mecanismos de regulação – genericamente, aliás, legitimadas por governos, agências e organizações internacionais por todo o planeta. As questões do trabalho – o seu valor, a sua protecção, as relações sociais e de poder inerentes – são também recolocadas com uma violência que ainda não vislumbramos na sua plenitude – mas que aí estarão, implacáveis. Em tempos de “normalidade”, o mercado não valoriza médicos e enfermeiros, produtores e distribuidores de comida, trabalhadores dos transportes e sistemas logísticos.
Entretanto há quem viva, de facto, a eficácia poderosa e cruel dos mercados: trabalhadores independentes, pessoas com contratos a prazo, eventualmente transformados à pressa em empresários em nome individual, as vítimas da precariedade que marca cada vez mais as relações de produção no capitalismo contemporâneo – incluindo todos os artistas e profissionais das variadas áreas da cultura indispensáveis para que chamemos “criativa” à economia actual: as pessoas que dependem das encomendas, dos ciclos da procura, das decisões dos gestores, enfim, dos mercados, na sua magnífica dimensão regulatória. Essas pessoas passam fome, não têm outro remédio, e isto ainda mal começou. Enquanto o mercado estiver fechado, sabem que não têm solução. E nós também sabemos que esta regulação económica não serve – até porque o mercado, como se vê, a qualquer momento pode fechar. Também eles sabem tudo, os que não deixam nada. Sabem que este fecho dos mercados também os ameaça. Sabem que a morte continua a sair à rua e que há um vírus descontrolado pronto a matar. E sabem que precisam de abrir o mercado outra vez. Fazem-no com brutalidade: não se limitam a abrir mercados internos, de proximidade, modestos nos resultados mas ainda assim mais seguros para a saúde. São alarves e têm grandes ambições. Franqueiam as portas à chegada de aviões carregados que alimentem o negócio de um turismo reles, feito de serviços de mínimo valor e de exploração máxima de pessoas e de um território que não é nosso, como o Carvalhal. Vão matar muita gente.
Mais vale ser invejado que lastimado. Heródoto
LUSOFONIA EXPORTAÇÕES PARA MACAU CAEM 20 POR CENTO
DROGA DETECTADA COCAÍNA EM CARROS TELECOMANDADOS
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S países lusófonos exportaram menos 19,9 por cento para Macau nos primeiros quatro meses do ano, em relação a igual período de 2019, informou ontem a Direcção de Serviços de Estatísticas e Censos (DSEC). A diminuição das exportações dos países de língua portuguesa representou menos 238,3 milhões de patacas, acrescentou a DSEC em comunicado. Por seu lado, os países lusófonos importaram produtos no valor de apenas 137 mil patacas, praticamente metade em relação ao que se verificou nos primeiros quatro meses de 2019. Macau exportou mercadorias para os Estados Unidos no valor de 125 milhões de patacas, em comparação com igual período do ano passado, acrescentou a mesma nota. As exportações para a União Europeia também cresceram 20,8 por cento no primeiro quadrimestre, em termos anuais, de acordo com as autoridades. Ainda assim, Macau teve uma queda de 26,4 por cento no valor total do comércio externo de mercadorias no período de Janeiro a Abril, registando-se um défice da balança comercial de 16,47 mil milhões de patacas.
Novos Aterros Sugerida roda gigante na Zona B
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Criar uma baía de cultura, recreação e arte, é a visão do vice-presidente da Associação Industrial e Comercial da ZAPE de Macau, Lam Io Fai, para o desenvolvimento da Zona B dos novos aterros, a sul de Macau. O responsável deu sugestões de planeamento e design para esta zona, que incluem a criação de monumentos como uma roda gigante “olho de Macau”, um centro de arte e espectáculos internacional, museu de arte, zona de cultura criativa e uma área de comida de ruaAalém disso, sugere que se modele um espaço público como o núcleo “praça da cidade de lótus”. Lam Io Fai defende que o planeamento de um roteiro com características para turistas pode desviá-los das Ruínas de São Paulo, Colina da Penha e Doca dos Pescadores de Macau para a baía. Isto, a par do desenvolvimento de uma zona de animação que funcione 24 horas com hotéis, serviços de viagens de negócios e jogo. O vice-presidente da associação tem ainda em mente a criação de paisagens aquáticas e verdes, protegendo a paisagem geral com a vista do mar e da montanha.
sexta-feira 29.5.2020
PALAVRA DO DIA
Desde o início do surto, a Cáritas prestou ajuda a mais de 1.300 TNR “que perderam o emprego, que estão a sentir sérios problemas para pagar a renda, que estão a esgotar ou já gastaram todas as pequenas poupanças”
Uma mão amiga Cáritas apoia migrantes e envia dinheiro para Portugal, Itália, Irão e Índia
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Cáritas está a distribuir comida e cheques pelos trabalhadores migrantes no território e a enviar dinheiro para países como Portugal, Itália, Irão e Índia, disse ontem à Lusa o responsável da instituição. A ajuda extraordinária é justificada por Paul Pun com a vulnerabilidade económica sentida por milhares de trabalhadores migrantes em Macau, bem como com as dificuldades de resposta nas Cáritas que prestam apoio social naqueles países, afectados também pela pandemia da covid-19. Desde o início do surto que a instituição de solidariedade social já prestou ajuda a mais de 1.300 de trabalhadores não residentes “que perderam o
emprego, que estão a sentir sérios problemas para pagar a renda, que estão a esgotar ou já gastaram todas as pequenas poupanças”, explicou o secretário-geral. O apoio está a ser garantido com a distribuição de alimentos e, nos casos de maior necessidade, com montantes que variam entre as mil e as 1.500 patacas. Os trabalhadores estrangeiros não residentes de Macau, a maioria filipinos e indonésios, foram dos primeiros a sentir o impacto económico da pandemia. Milhares perderam o emprego, mas continuam sem conseguir voltar aos países de origem devido à falta de voos e às restrições nas fronteiras, tendo igualmente ficado de fora das medidas de apoio do Governo de Macau,
direccionadas apenas para os residentes.
AJUDA POSSÍVEL
“A Cáritas não tem recursos para ajudar estas pessoas, mas está a fazer este esforço porque se não fizer, eles não têm mais a quem recorrer”, salientou o secretário-geral da instituição, que presta apoio diário a mais de três mil pessoas que vivem em Macau. O impacto global da pandemia levou a instituição a apoiar algumas das Cáritas a nível internacional. A Cáritas de Macau enviou já cerca de 72 mil euros para Portugal, Itália, Irão e Índia. Deste total, Portugal recebeu em Março 24 mil euros. Para a homóloga na Índia foram enviadas 50 mil patacas na quarta-feira.
M casal foi detido na quarta-feira, depois de ir aos correios levantar quatro encomendas com brinquedos, onde as autoridades encontraram 44 mil patacas em cocaína, que pesavam 12,2 gramas. O caso foi relatado ontem pela Polícia Judiciária (PJ) que terá começado a investigar o envio da droga após ter recebido uma denúncia sobre uma rede de tráfico de Hong Kong que ia enviar cocaína para Macau. Quando chegaram ao local, as autoridades viram que as encomendas iam ser levantada por um casal e foi nessa altura que intervieram.Ao analisarem os bens apreendidos encontraram a cocaína dentro dos telecomandos dos carros telecomandados. Face às provas, o homem de 23 anos admitiu que tinha recebido 3 mil patacas por parte de uma rede criminosa de Hong Kong e que depois seria o responsável pela venda na RAEM, de acordo com as instruções da associação criminosa. Por sua vez, a namorada, de 17 anos, e que estuda em regime pós-laboral, afirmou que a operação tinha sido organizada pelo namorado, apesar de ela estar a par de que a ida aos correios se destinava a levantar uma encomenda com droga. O caso foi reencaminhado para o Ministério Público e os arguidos estão indiciados pela prática do crime de tráfico ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas e consumo ilícito de estupefacientes e de substâncias psicotrópicas, que acarretam penas de prisão que podem chegar aos 15 anos e 1 ano, respectivamente.
Habitação económica Recebidas mais de 33 mil candidaturas
A pouco menos de um mês para a data limite do concurso à habitação económica, que começou em Novembro do ano passado, o Instituto de Habitação (IH) registou 33.754 candidaturas. Entre estas, 5.393 ainda têm documentos em falta, enquanto 28.361 candidaturas preenchem todos os requisitos ao nível dos documentos necessários. Entre os processos completos, o mais popular é o de cidadãos singulares, com uma percentagem de 45,7 por cento do total de processos entregues. Seguem-se candidaturas de 3 ou mais pessoas, com uma percentagem de 30,8 por cento e, por último, candidaturas de duas pessoas, com 23,5 por cento. Já ao nível de candidaturas por grupos prioritários, 50,4 por cento é de agregados familiares nucleares, 4 por cento de agregados familiares não nucleares, e 45,6 por cento de candidatos individuais. O prazo para o concurso termina a 26 de Junho.